"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sábado, 28 de janeiro de 2012

ALCKIMIN, UMA VERDADEIRA MULHER DE MALANDRO

O Governador Geraldo Alckmin está se tornando a verdadeira mulher de malandro da política nacional.
Apanha dia e noite das Ratazanas Vermelhas e mesmo assim não reage e nem se "separa".

O estado de São Paulo, o mais rico do país, está sendo governado por um ser de uma frouxidão patética.
Geraldo Alckmin, o governador eleito por mais de 11 milhões de votos de paulistanos que jamais votariam em um PTralha, está ajoelhado, prostrado, diante das Ratazanas Vermelhas...
O governador virou a bola da vez na suja campanha eleitoral que o partido das Ratazanas Vermelhas já colocou nas ruas... Enquanto isso, o PSDBosta nem candidato ainda tem...Como sempre.

O limite da certeza do quão covarde é este governador chegou ao ápice quando em sua coluna no jornal Folha de São Paulo, a senadora Marta Suplicio, sentou o cacete nas políticas sociais que o picolé de chuchu andou colocando em "funcionamento" em SP.
Bateu por conta dos vândalos e maconheiros da USP, passou pela desocupação da cracolândia e aproveitou a onda e falou da favela do Pinheirinho.

Claro que em nenhum momento a senadora bate pau dos PTralhas elogiou o governo de SP, ela se propôs ao trabalhinho sem vergonha de "pixar" os opositores para pavimentar uma eleição tranquila para o infame Haddad.
Até para ser covarde e bunda mole tem que ter limites, e o PSDBosta, principalmente o governador Alckmin, se tornaram os sacos de pancadas das Ratazanas Vermelhas, e o pior, diante dos 11 milhões de votos que eles receberam nas últimas eleições.

E mesmo assim não buscam o apoio da população e nem saem em defesa própria, quanto mais defender aos eleitores que acreditaram em suas propostas.
Certo que a imensa maioria dos paulistas partiram para o voto útil, votaram no PSDBosta não pelo Alckimin, pela ideologia ou mesmo por consciência, mas sim para não eleger um irrevogável Merdaandante como governador.
Paulista consciente vota contra as Ratazanas Vermelhas, mas parece que agora a situação vai mesmo para o brejo.

O povo de São Paulo elegeu um governador visivelmente entreguista, frouxo, vaidoso e traidor. Um político que trai seus eleitores quando se alinha mesmo que veladamente ao grupo das Ratazanas Vermelhas a espera das próximas eleições, onde o PSDBosta será enterrado definitivamente.

Certa vez o ex-presidente, o enfermo Defuntus Sebentus disse que o DEM precisava ser EXTIRPADO da política brasileira. E não deu outra, o Kassab fez esse trabalho de ajudar a extirpar o DEM quando fundou o PSD.
E agora o próximo a ser extirpado da política será o PSDBosta. Além é claro, pela falta de qualidade de seus políticos.

FHC ficou gagá de vez, só falta dizer que ele é o Sebento; Alckmin se acovarda e apanha todo dia calado; Serra morreu politicamente, fez uma campanha presidencial fraca, foi frouxo nas atitudes e deu no que deu, perdeu a eleição para o próprio pertido e para um "poste".

A cúpula do PSDBosta não quer largar o osso nem a pau, se engalfinham feito um saco de gatos, todos brigam e ninguém tem razão. E com isso o PT vai ganhando terreno e certamente levará a prefeitura de SP em 2012 e o governo do estado em 2014.

A "oposição" que mais de 40 milhões de brasileiros esperavam do PSDBosta está se tornando escada para a ascensão de mais um poste no governo. Agora é a vez de Haddad, e em 2014 o Sebento volta a presidência e elege mais uma invenção como governador de São Paulo. E o PSDBosta até lá ainda vai estar em uma guerra de vaidades onde só quem perde é o eleitor que não votará jamais em Ratazanas Vermelhas.

Chego a conclusão de que o voto util também é um tiro no pé. São Paulo votou útil e olhem só no que está dando, um governador que tem medo da própria sombra.
Eu que já não voto há anos, continuarei praticando a minha consciente cidadania de que meu voto vale muito para dar a alguns desses trastes que se apresentam na política nacional.
E não venham me dizer que temos que dar chance aos novos, pois, os novos se tornam velhos e acomodados. É muita grana em jogo e nenhum deles abriria mão de tanta mordomia em nome de uma ideologia ou em respeito aos seus eleitores.

O Brasil só irá mudar no dia em que esse povo burro e festeiro realmente acordar e for para as ruas e começar a quebrar algumas "ilustres" cabeças da camarilha política Tupiniquim. No voto e na democracia já vimos que não vai.

Janeiro 28, 2012
o mascate

IN MEMORIAM CHRISTA

Não consigo gostar dos Estados Unidos. Nos anos 90 fui até lá, só para comprovar o que já sentia, sem mesmo conhecer o país. A bem da verdade, só estive em Nova York. Depois rumei ao Canadá. Não me senti bem no Canadá anglófono. Mas bastou chegar a Quebec e já me senti em casa.

Não gosto de cidades verticais, embora viva numa delas. Prefiro aquela geografia baixa das cidades européias. Gosto da boa restauração e neste sentido Nova York, por melhores restaurantes que tenha, fica muito aquém de Paris ou Madri. Considero hábito de bárbaros beber no bico da garrafa ou em copos de plástico. Em Nova York, eu marcava no mapa os cafés onde podia tomar uma cerveja em copo decente. E precisava bater perna por bom tempo para encontrá-los. Para comer, elegi franceses e italianos. Era uma boa possibilidade de comer bem.

De algo gostei na cidade, suas óperas. Pode-se comprar bilhetes na hora e não é preciso ir emperiquitado. Na Europa, ópera é uma ocasião de sacudir a naftalina dos smookings. Em Nova York, você pode ir de jeans e tênis e não se sentirá deslocado.

Não gosto do modus vivendi americano, essa divisão das pessoas em winners e losers. Da mania do carro. Há cidades em que é impossível viver sem carro. Como em Brasília. Gosto das cidades amigáveis aos pedestres e ciclistas. Abomino também o racismo do negro americano. Certa vez, precisei de informações na Pen Station. Num extenso corredor de guichês, só havia negros. De minha parte, tudo bem. Da parte deles, parece que não. Uma negra, notando minhas dificuldades com o inglês, falava rápido e com rispidez e não me deu colher de chá. Não entendi nada.

Dia seguinte, quando partiria, voltei aos guichês para tentar informar-me de novo. Havia um único branco entre a negrada. Fui ao guichê do branco. Fui atendido com cordialidade. Que os negros americanos tenham suas diferenças com os brancos americanos, entendo. Mas eu não sou americano, ora bolas!

Não gosto dos Estados Unidos, dizia. Mas nem por isso deixo de respeitar a sociedade que construíram. Não pertenço a essa raça que xinga os Estados Unidos através de mensagens transmitidas por Macs e PCs, utilizando o Windows ou o Mac Os. As esquerdas odeiam o capitalismo ianque, mas não dispensam os serviços de Bill Gates ou Steve Jobs. Hoje, nem o mais empedernido comunista dispensa a tecnologia do Império.

Sem nutrir simpatia pelo país, vibro quando uma shuttle decola ou aterrissa em Cabo Canaveral. É a aventura humana rumo ao espaço. Ou melhor, aos arrabaldes do planetinha, mas sempre é uma aventura. Confesso que não lembro de ter assistido aos primeiros passos de Neil Armstrong na lua. Não me interessou. A chegada na lua nós a vimos muitas vezes antes daquele 20 de julho de 1969, nos filmes de ficção científica. O feito de Armstrong tinha um ar de déjà-vu.

Tenho um amigo que considera a chegada na lua a prova mais cabal da barbárie americana. Armstrong não chorou. E só um bárbaro seria capaz de não chorar ao chegar na lua. Assino embaixo. Fernão de Magalhães, marinheiro rude, não conseguiu conter as lágrimas quando sentiu que havia descoberto a passagem para o Pacífico.

Era Salamanca e era janeiro. Mais precisamente, 28 de janeiro de 1986. Isto é, há exatos 26 anos. Para mim, uma data que não consigo esquecer. Pela manhã, fui tomar café em um bar próximo ao hotel. Olhei o jornal e vi, na primeira página, aquela estranha rosácea em pleno espaço.

A Challenger explodira acima do Oceano Atlântico, após 73 segundos de vôo, ceifando a vida de sete tripulantes, entre eles Christa McAuliffe, uma professora de New Hampshire de 37 anos. Confesso que senti um nó na garganta. Cá entre nós, bem mais que um nó.

Christa era a primeira civil a participar de uma missão espacial. Professora especializada em História Americana e Estudos Sociais, foi a escolhida entre 11.000 professores que responderam ao chamado da Nasa em 1984, que pretendia levar um educador ao espaço para que de lá ele desse aulas às crianças americanas, através do programa chamado Um Professor no Espaço.

Christa não teve chances de ministrar suas aulas.

28 de janeiro de 2012
janer cristaldo

A PROFISSÃO CAI JUNTO COM OS PRÉDIOS

Sempre que ocorre algum problema que prejudique os chamados "trabalhadores" (como se apenas os pobres trabalhassem!), vem o Governo correndo atrás para tirar casquinha da desgraça alheia. Promete ajuda, oferece recursos... Jornais e revistas, seguindo o mesmo estilo, fotografam e lastimam o desespero de quem perdeu o que já não tinha, afinal nada vende mais do que tragédia.
Anteontem, desabaram tres prédios no centro do Rio de Janeiro. Dois de uns 10 e 20 andares e um outro menor que ruiu ao ser atingido pelo desabamento dos outros.

Não há pobreza para lamentar. Embora tenham fotografado um ou outro choro, o assunto principal está voltado para os números, quem e quantos morreram ou quem seria o culpado pela tragédia.

Não comentam nada sobre isso, mas as pessoas não perderam apenas o imóvel, mesmo que estivesse alugado. Muitos ficaram sem seu consultório, seu escritório, arquivos, documentos, meios de contato. Perderam o que levaram anos acumulando. Perderam sua profissão que terá que ser refeita.

Carreira política

Em 1986, tentou uma vaga para a assembleia constituinte pelo PMDB de Minas, mas obteve apenas a suplência, vindo a assumir a vaga no ano seguinte, devido à cassação de um deputado por excesso de faltas. Seus negócios então prosperaram ainda mais. Em 1989, enquanto seu amigo Leopoldo Bessone, também deputado pelo PMDB mineiro, era ministro da Reforma e Desenvolvimento Agrário, vendeu a esse ministério um prédio de 21 andares, 7 dos quais interditados pelo Corpo de Bombeiros. A compra foi desfeita, mas as parcelas já pagas ainda não haviam sido recuperadas quase 10 anos depois.

Em 1990, concorreu novamente a deputado federal, sendo o mais votado de Minas Gerais. Sua campanha ficou marcada pelo fato dele chegar de helicóptero a pequenos municípios, onde distribuía máquinas de costura e doava transmissores para rádio comunitárias. Nessa época entrou no ramo de comunicações, chegando a possuir cinco autorizações para retransmitir em Minas Gerais a TV Educativa do Rio de Janeiro (onde em pelo menos uma delas veiculou publicidade, o que é ilegal), além de nove rádios AM e FM.

Obteve um terceiro mandato, desta vez pelo PP, o qual não cumpriu até o final, devido á cassação.

Caso Palace II

Tornou-se nacionalmente conhecido depois do desabamento do edifício Palace II, no Rio de Janeiro, em 22 de fevereiro de 1998, que provocou a morte de oito pessoas, além de deixar 150 famílias desabrigadas. A construção havia sido interditada pela defesa civil em 1996, quando a obra já estava atrasada, devido à morte de um operário que caíra no fosso de elevador, que apresentara defeito. Inicialmente, Naya tentou culpar os moradores pelo excesso de carga que teria causado o desabamento. A Construtora Sersan, empresa em que Naya era o principal acionista, porém não era o engenheiro responsável, construiu o edifício e foi acusada pelo Ministério Público de negligência por supostamente ter usado material barato e de baixa qualidade na construção do prédio. A empresa já havia sido processada quatro vezes antes do desabamento pela má construção, que impediu a obra de receber o habite-se.

Desdobramentos do caso

Depois do incidente com o Palace, Naya foi para os Estados Unidos, mas conseguiu ser localizado algum tempo depois em Miami. Chegou a ficar preso por 137 dias, em duas passagens pela prisão (26 dias na Polinter, no Rio, em 1999, após ser preso em Brasília, pelas denúncias de ser o responsável pelo desabamento e em 2004, em Porto Alegre, por mais quatro meses, quando tentava fugir para Montevidéu), mas em 2005 foi absolvido por cinco votos a zero do processo criminal que o acusava de causar o desabamento. Ficou comprovado que ele não era o engenheiro responsável pela obra, tendo erro de cálculo do projetista. Quanto ao uso de materiais de baixa qualidade, o laudo não foi convincente o suficiente para a condenação. A anulação da condenação ocorreu porque os promotores, ao apelarem da sentença, desrespeitaram o Código Penal, alterando a classificação do crime de doloso (cabível se o prédio tivesse sido construído com o objetivo de cair) para culposo (o crime ocorreu devido à negligência, desatenção ou descaso).

A construtora Sersan havia se comprometido a pagar indenizações às famílias em até 6 meses, o que não ocorreu. Acionado judicialmente, as contas bancárias de Naya foram bloqueadas. Foi condenado a pagar indenizações que variavam de 200 mil a 1,5 milhões de reais a aproximadamente 120 famílias. Para pagá-las, teve seus bens leiloados, mas as execuções judiciais não haviam terminado até o seu falecimento. Sobre a tragédia, Naya declarou que o desabamento foi uma fatalidade e que a associação das vítimas criou uma indústria de danos morais.

Em 2008, Naya foi denunciado por fraude à execução por ocasião da venda de um terreno avaliado em 20 milhões de reais de propriedade da LPS Participações e Empreendimentos, na qual em 2007 a Construtora Sersan era sócia majoritária. Dois dias antes da venda, a Sersan foi substituída por outra empresa, impedindo que o dinheiro da venda fosse usado para satisfazer as execuções judiciais em andamento contra a construtora.

Cassação

Logo após o desabamento, o Jornal Nacional da Rede Globo divulgou vídeo de reunião política no interior de Minas Gerais onde o deputado confessa vários crimes, dentre os quais a falsificação da assinatura do então governador, Eduardo Azeredo. Aberto o processo de cassação em março de 1998, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados aprovou a cassação no dia 31 do mesmo mês, sendo enfim cassado em plenário em 15 de abril de 1998, por falta de decoro parlamentar, com o placar de 277 votos favoráveis à cassação e 163 contra. Bandido cassando bandido!
Patrimônio e amizades

À época da tragédia do Palace II, estimava-se que Naya possuía milhares de imóveis no Brasil, Estados Unidos e Espanha, uma dezena de carros de luxo, três jatinhos, empresas de mineração e de turismo, além de seus negócios no ramo de meios de comunicação. Vivia numa cobertura cinematográfica de mil metros quadrados, além de ceder imóveis para que cerca de 40 amigos e políticos vivessem gratuitamente. Costumava presentear parlamentares com relógios caros, esteiras de ginástica e até dinheiro para a campanha. Conforme dizia o ex-governador de Minas Gerais Newton Cardoso, "Não sei nada nem a favor nem contra ele. Sei apenas que ele tem boas amizades no Congresso." (disse tudo!)

Estilo de vida


Quando tornou-se conhecido nacionalmente, aos 55 anos, continuava solteiro, mas sempre visto ao lado de belas mulheres. Considerado um workaholic, dormia 5 horas por dia, estava sempre cercado de seguranças e tinha fama de truculento, chegando a agredir o então deputado federal Agostinho Valente, que o acusara de envolvimento com o narcotráfico.
Nos últimos anos de vida, tinha como renda a pensão de deputado federal. Planejava, contudo, construir um centro de convivência de idosos e um shopping center em Ilhéus, onde tinha boas relações com o prefeito.

Naya morreu em 20 de fevereiro de 2009 devido a um infarto agudo.

28 de janeiro de 2012

FORUM SOCIAL MUNDIAL 2012

Artigos - Movimento Revolucionário

O Fórum Social Mundial que ora ocorre em Porto Alegre é isso, um grande hospício a céu aberto, em que uma multidão de auto-enganados é conduzida por espertalhões que manobram politicamente.

Desde que Miguel de Cervantes escreveu o Dom Quixote sabe-se que a humanidade, na modernidade, embarcou em um universo paralelo que veio a ser conhecido, entre os melhores escritores, como Segunda Realidade. Em imaginação teórica os loucos criaram o "outro mundo possível", dando as costas ao real. O abandono do Direito Natural foi o primeiro gesto, assim como a elevação do Estado ao status de substituto de Deus.

Nessa marcha alucinante tudo que era sagrado foi profanado, como Marx celebrou no prólogo do Manifesto Comunista. Significa: o real foi profanado. Não mais importava o mundo como ele é, mas como deveria ser construído ao arbítrio da loucura dos revolucionários.

Um exemplo do mecanismo como essa loucura é cultivada e praticada está na realização e na temática do famigerado Fórum Social Mundial, ajuntamento de esquerdistas alucinados, patrocinado por governos esquerdistas igualmente alucinados, como o do PT. Seu lema: "Crise capitalista, justiça social e ambiental".

É preciso ser muito louco para não enxergar que a crise econômica mundial ora em curso é do socialismo (do Estado gigante e distributivista). Há um evidente esgotamento do modelo socialista pela exaustão provocada pelo excesso de endividamento público, que chegou ao nível do impagável, e de cobrança exagerada de impostos.
A engenharia econômica socialista, fundada no roubo tributário, encontrou seu próprio limite. O desmonte socialista está em toda parte, a começar pela Grécia. Falar em crise do capitalismo não é simples ignorância: essa gente alucinada não quer ver as coisas como elas são.

O mesmo pode ser dito do que chama justiça social. A locução é um pleonasmo, posto que toda justiça é social.
Esta palavra está aí para reafirmar o programa socialista de criar privilégios para os que não querem trabalhar, às custas dos que trabalham. Insistem na locução porque ela é usada para reafirmação de sua ética de afanação do alheio. A palavra social serve de slogan para mobilizar os interessados em se apropriar do butim roubado.

E a tal justiça ambiental? Sandice pura, obviamente. Foi inventada pelos engenheiros sociais que querem implantar o governo mundial. Questões climáticas não estão ao arbítrio do ser humano, mas servem de palavra de mobilização para os alucinados viventes no reino da Segunda Realidade.

O Fórum Social Mundial que ora ocorre em Porto Alegre é isso, um grande hospício a céu aberto, em que uma multidão de auto-enganados é conduzida por espertalhões que manobram politicamente.
Ao seu lado, os escribas e fariseus da causa alienada, a serviços das sinecuras propiciadas pelo revolucionários. Tudo temperado com dose elevada de mau-caratismo. É claro que esse ajuntamento de ignorantes e mal intencionados, numa tenda de loucos, não é coisa boa. É a ante-sala da destruição.
Nivaldo Cordeiro, 28 Janeiro 2012

A VISÃO DE OBAMA POR UMA AMÉRICA ESPARTANA

Internacional - Estados Unidos

Não é assim com a América. Esta nação não é grande porque trabalhamos como um time tendo o presidente por capitão. A América é grande porque a América é livre.

O discurso do Estado da União do presidente Obama foi nojento.

O presidente começou com um tributo comovente às Forças Armadas e suas conquistas. Mas como fez das outras vezes, ele celebrou as virtudes militares não para prestar apoio aos militares, mas para se vangloriar – ele matou Osama Bin Laden! – e convencer o povo americano de que todos deveriam pôr-se em fila e marchar juntos.

Sobre os militares, ele disse: “Em um tempo em que muitas de nossas instituições nos decepcionaram, eles excederam nossas expectativas. Eles não são controlados pela ambição pessoal. Eles não são obcecados por suas diferenças. Seu foco é a missão. Eles trabalham juntos. Imaginem o que poderíamos alcançar se seguíssemos seu exemplo. Pensem na América ao nosso alcance.”

Isso foi nojento.

O que Obama está dizendo, simplesmente, é que a América estaria melhor se não fosse mais a América. Ele não está defendendo o caráter excepcional da América, mas o caráter excepcional de Esparta.

Isso é muito pior do que qualquer coisa que George W. Bush, o pretenso belicista, jamais disse. Bush, o suposto fascista, não queria militarizar nosso país livre; ele tentou usar nossos militares para libertar países militarizados.

Na verdade, Obama está deturpando a real vocação dos militares numa sociedade livre. Nós temos uma força militar para manter a nossa sociedade livre. Não temos militares para que nos ensinem a melhor maneira de abdicarmos de nossa liberdade. Nossos guerreiros abrem mão de suas liberdades e arriscam suas vidas para protegerem as nossas. A promessa de vida americana de Obama é que, se tentarmos nosso melhor e trabalharmos duramente, poderíamos ser como uma unidade militar lutando por um único objetivo. Eu vi imagens assim da Coréia do Norte. Não, obrigado, Sr. Presidente.

Claro, a fantasia militar de Obama não é nova. Desde que William James cunhou a expressão “equivalente moral da guerra”, o esquerdismo tem por obsessão encontrar maneiras de mobilizar a vida civil com a eficiência e a conformidade da vida militar. “Virtude marciais”, escreveu James, “devem ser o cimento duradouro” da sociedade americana: “intrepidez, desprezo pela leveza, abdicação do interesse privado, obediência ao comando devem ser ainda a rocha sobre a qual um Estado é construído.” Seu discípulo, o filósofo de esquerda John Dewey, ansiava por uma ordem social que forçaria os americanos a deixar de lado “nosso bondoso individualismo e nos pôr em marcha”.

É por isso que a administração Obama acredita que uma crise é boa demais para ser desperdiçada. É por isso que Obama tem tagarelado sobre “momentos Sputnik” e se lamentando em sua inveja da China e seus governantes. É por isso que seus floreios se esforçaram por traduzir a morte de Bin Laden em um tipo de defesa de sua agenda doméstica: porque ele não pode liderar um povo livre aonde ele acha que devam ir.

Ao fim de seu discurso, Obama mais uma vez invocou a morte de Bin Laden como César fez com Vercingetorix (o líder gaulês derrotado que César exibiu triunfantemente em Roma). “Tudo o que importava naquele dia era a missão. Ninguém pensou em política. Ninguém pensou em si mesmo.” Obama poetizou.

Os guerreiros na terra “apenas obtiveram sucesso [...] porque cada membro daquela unidade fez seu trabalho. [...] Mais do que isso, a missão foi exitosa somente porque cada membro daquela unidade confiava no outro – pois você não pode subir aquelas escadas, em meio à escuridão e ao perigo, a menos que você saiba que há alguém atrás de você, protegendo suas costas. É assim com a América.”

“Esta nação é grande porque trabalhamos como um time. Esta nação é grande porque protegemos uns aos outros.”

Não. Errado. Não é assim com a América. Esta nação não é grande porque trabalhamos como um time tendo o presidente por capitão. A América é grande porque a América é livre. Ela é grande não porque colocamos de lado nosso interesse próprio, mas porque temos o direito de buscar a felicidade.

Eu não culpo o presidente por estar exausto com a bagunça e a chateação da democracia e da política, uma vez que ele provou ser inadequado para fazer jus às demandas de ambas. Eu também não penso que ele realmente queira impor virtudes marciais à América. Mas ele quer desesperadamente que seus adversários calem a boca e simplesmente marchem. Ele acredita que essas asneiras irão convencê-los a fazer isso.

O que eu não posso perdoar, entretanto, é a maneira como ele tenta transmitir seu ideal de uma América onde todos marchem juntos, como uma América melhor. Isso não seria a América.

Jonah Goldberg é editor-assistente do National Review Online e autor do livro "Fascismo de Esquerda: a história secreta do esquerdismo americano", publicado pela Ed. Record.

Publicado no National Review em 27/01/2012.

A MENINA, O BANHEIRO E O MARMANJO GAY

Artigos - Direito

O jornal Folha de São Paulo, que está gritando histericamente em favor de seu funcionário homossexual, calou-se para o fato de que uma menina de apenas dez anos está envolvida.

Uma menina de dez anos entra no banheiro feminino de uma pizzaria e se assusta. Ela volta para sua mãe e cochicha: “Tem um homem lá dentro do banheiro! Ele tá vestido de mulher!”

A mãe não tem dúvida: numa reação natural que qualquer outra mãe teria, reclama para o dono da pizzaria.

O dono, em atenção à mãe e à segurança dela e sua filha, pediu, quase que implorando, para que o homem vestido de mulher não voltasse mais ao banheiro feminino.

Toda a humilhação e imploração do dono de nada valeram. O caso chegou à Secretaria da Justiça do Estado de São Paulo, que telefonou — não para a mãe e sua filha —, mas para o homossexual, de nome Laerte Coutinho, dizendo que a pizzaria violou a lei estadual 10.948/2001, sobre discriminação por orientação sexual ou identidade de gênero. A pizzaria será multada e ameaçada por forças governamentais a serviço e seviciadas pelo movimento gay. Laerte está determinado a exigir essa truculência estatal contra a pizzaria, como lição para todas as meninas do Brasil que encontrarem um gay no banheiro das mulheres.

A Secretaria da Justiça não se incomodou em telefonar para a menina de 10 anos, nem para sua mãe, talvez porque o marmanjo gay seja funcionário do notório jornal esquerdista Folha de S. Paulo, que já foi denunciado por defender descaradamente o assassinato de crianças em gestação.

O caso expõe nitidamente a hipocrisia do governo e da imprensa esquerdista. Na polêmica lei da palmada, os dois atacaram os pais e sua autoridade, alegando que os interesses das crianças devem estar acima de tudo. Mas quando um homossexual entra no cenário, o holofote fica só para ele, e a pobre criança é atirada para um cantinho escuro.

Se a menina tivesse ligado para a Secretaria de Justiça denunciando que sua mãe lhe deu umas palmadas, a resposta governamental teria vindo imediatamente para punir a mãe.

Mas se a menina tivesse denunciado, “Tem um homem vestido de mulher no banheiro!”, a resposta governamental nunca viria para punir o sem-vergonha. Viria, isso sim, para ameaçar o dono do estabelecimento, a mãe da criança (por ter ensinado “homofobia” para a menina) e para dar uma bronca na menina por deixar sua mãe lhe ensinar “preconceito, discriminação e ódio”.

O governo e a mídia incitam crianças a denunciar os pais, que são os maiores protetores de seus filhos.

Mas o governo e a mídia nunca incitam crianças a denunciar predadores homossexuais. Tudo indica que, na visão governamental e midiática, pais são muito mais perigosos do que esses predadores.

A Folha de S. Paulo, que está gritando histericamente em favor de seu funcionário homossexual, calou-se para o fato de que uma menina estava envolvida. Nenhum jornalista nem autoridade governamental e muito menos um membro do Conselho Tutelar apareceu para dizer: “Ei, temos de colocar a menina antes do homossexual!” É uma vergonha colossal que o Estado de São Paulo sob o PSDB e a Folha de S. Paulo estejam colocando o homossexual na frente da menina.

Poderia haver perigo com a presença de um homossexual num banheiro feminino com uma menina por perto? Homens homossexuais também ameaçam meninas. Apesar de seu padrão politicamente correto, até mesmo a Globo não deixou de noticiar o caso de dois pais-de-santo homossexuais que estupraram uma menina de 9 anos.

Qualquer caso de uma menina na presença de um homem no banheiro feminino é suficiente para despertar justa indignação em qualquer pessoa normal, especialmente nos pais. Tal indignação só aumenta diante da injustiça de uma imprensa e até governo que tratam com descaso uma menina e sua mãe a fim de prestigiar um marmanjo homossexual.

Casos como esse só tendem a inflamar e incitar a violência contra os homossexuais, porque embora a imprensa e até o governo coloquem homossexuais na frente de uma menina e sua mãe, as pessoas normais sempre defenderão uma menina ameaçada pela presença de marmanjos em banheiros femininos.

Se até nos banheiros masculinos os homens estão enfrentando problemas provocados por homossexuais, por que estender agora essa insegurança aos banheiros das mulheres?

Cada vez mais, de forma descarada, shopping centers e outros lugares estão sendo usados como pontos de prostituição gay — bem nos banheiros masculinos. E, talvez por temor da obsessão anti-“homofobia”, os homens olhem e ignorem. Já presenciei homossexuais que, dentro do banheiro do shopping, ficam ali como canibais do sexo anal, olhando cada homem que entra, esperando uma oportunidade de sexo.

A lei 10.948/2001, que está sendo usada para garantir que o marmanjo gay tenha acesso aos banheiros femininos, é uma insanidade do PSDB. Embora o PLC 122 não tenha sido aprovado como lei federal, o governo estadual do PSDB aprovou uma lei anti-“homofobia” no Estado de São Paulo em 2001. A lei foi criada em resposta à reivindicação de dois homossexuais que estavam se beijando em público e se queixaram de pessoas próximas que se sentiram ofendidas. A lei do PSDB foi criada especificamente para proteger o erotismo homossexual em público.

Como resultado direto dessa lei:

* Homossexuais dançaram de calcinha na Assembleia Legislativa de São Paulo em 2007, sem nenhum impedimento.

* Um pastor foi preso no centro de São Paulo, após pregar contra as práticas homossexuais.

* O Estado de São Paulo lidera o ranking de incitação de denúncias por “homofobia”.

* Um bêbado foi multado em quase 15 mil reais por chamar um homossexual de “veado”.

* Uma igreja evangélica teve seus outodoors com versículos bíblicos violentamente removidos pela “justiça” de São Paulo.

Todas essas consequências vieram de uma lei específica para beneficiar dois gays que queriam a liberdade de se beijar em público, na frente de adultos e crianças.

Que tipo de lei farão agora para atender ao marmanjo gay que exige estar com meninas e suas mães nos banheiros femininos?

Enquanto isso, o que uma mãe deverá dizer à sua filha de dez anos que testemunhar um marmanjo gay no banheiro feminino? Ficar em silêncio para não ofender o marmanjo?

Julio Severo, 28 Janeiro 2012

ÚLTIMO ESTÁGIO DA ESTRATÉGIA GRAMSCISTA: A jUSTIÇA

Internacional - América Latina

Os planos do Foro de São Paulo já estão consolidados e pervertendo o direito em toda a América do Sul em favor dos velhos terroristas vermelhos. Os brasileiros não podem se iludir, pensando que o país está à margem desse processo.

Ao longo de 10 anos estudando os movimentos comuno-terroristas na América Latina, observo, já há alguns anos, que os ensinamentos de Gramsci em nosso continente tiveram o mais rotundo dos êxitos, mais do que em qualquer outra parte do mundo.
Suas teorias começaram a ser postas em prática a partir da cultura, abrangendo a mídia, as escolas e universidades, depois saltou para a demonização visando à destruição total das forças de segurança (Militares e Polícias), das instituições religiosas, com a infiltração de comunistas e homossexuais nos conventos e seminários, alterou-se as leis (o tal do “direito alternativo”), corrompeu-se o Parlamento e finalmente chegou à Justiça.

Não preciso citar os casos do nosso judiciário porque todos conhecem bem, e o nível de desaprovação dos brasileiros que chega aos espantosos 92%. Mas o caso que vou abordar é sobre a justiça colombiana, porque o que está ocorrendo lá, hoje, já está sendo seguido pelo Brasil, como sempre, de forma sutil. E me refiro especificamente aos militares.

Argentina e Uruguai já retiraram os militares de suas leis de anistia e estão fazendo um verdadeiro “tribunal revolucionário” contra os militares que defenderam seus países da subversão e terrorismo comunista.
O STF negou o pedido de se excluir os militares da Lei de Anistia mas já no fim do ano passado, a CIDH exigiu em um comunicado que o Brasil revisse os casos dos “desaparecidos e mortos” do período da ditadura, alegando que os países vizinhos já estavam pondo em prática o plano da tal “comissão da verdade”.

As Altas Cortes colombianas estão infiltradas por “ex-narco-terroristas” e, embora lá não exista nenhuma lei de anistia como as nossas, os magistrados têm usado de vários artifícios para favorecer os bandidos e penalizar os militares.
Um desses artifícios foi indultar e absolver de todos os crimes os terroristas do bando M-19, autor do massacre do Palácio da Justiça em 1985, após um acordo de entregar as armas, acordo consagrado na Constituição de 1991 da qual esses terroristas já participaram escrevendo leis para beneficiá-los e aos seu comparsas de outras facções.


Teoricamente eles fizeram isto e se beneficiaram, ocupando hoje altos cargos não só no governo federal, como nos governos de estados, parlamento e prefeitura da capital, Bogotá, como é o caso de Gustavo Petro e Antonio Navarro Wolf, secretario da Prefeitura. Outro recurso que vem sendo freqüentemente usado é deixar os terroristas capturados detidos sem julgamento, até que, passado o tempo exigido por lei para que se instaure o processo eles sejam libertados por “decurso de prazo”. Isto é feito propositadamente para proteger - dentro da lei - seus cúmplices.

No fim do governo de Álvaro Uribe a Corte Suprema de Justiça (CSJ) entendeu que o convênio firmado entre Estados Unidos e Colômbia, para uso de bases militares e ajuda bélico-tecnológica não deveria ser renovado.
Santos podia ter rejeitado a decisão da CSJ e dado prosseguimento à renovação do contrato mas não quis, porque essa era a maior pedra no sapato para reatar as relações diplomáticas com Chávez (não com a Venezuela).
Sem a renovação, o apoio foi minguando e a capacidade de reação das Forças Militares e Policiais enfraqueceu sensivelmente, pari pasu com a ousadia e violência das FARC em seus ataques.

No último dia 23, as FARC cometeram seu mais criminoso ataque deste mês de janeiro - o mais violento dos últimos oito anos! -, embora estejam negociando com o governo “sentar para conversar sobre a paz”. Nesse dia, às 12 e pouca da manhã, um batalhão com mais de 100 terroristas das FARC atacou um posto policial no morro de Santana, no Cauca, cujo objetivo maior não era a vida dos parcos 18 policiais mas destruir os radares e satélites de longo alcance situados naquele posto que cobriam toda a área sudeste e sul da Colômbia.
Nesse ataque, além da desproporcional desigualdade de homens dos dois lados, as FARC utilizaram armamento pesado de guerra para destruir esses equipamentos: mísseis anti-tanque russos que, curiosamente, Chávez os comprou no ano passado. Os policiais lutaram bravamente, embora despreparados, enquanto seu comandante, o intendente Guido Holguín, pedia reforços pelo rádio informando que iam matá-lo e finalmente “estão me matando”. Sem esses radares, todo o espaço aéreo dessa região fica descoberto, servindo para o tráfico de armas e drogas das FARC e dos outros bandos criminosos.

Ao mesmo tempo, o Tribunal Superior de Neiva ordenou a liberdade do segundo chefe da Coluna Teófilo Forero das FARC, Pedro Luis Gonzáles, cognome “Genaro”, e a de dois de seus comparsas que haviam sido condenados a 39 anos de prisão pelo massacre dos 9 vereadores de Rivera. Os magistrados dizem que “ficaram com muitas dúvidas” porque os 3 guerrilheiros que serviram de testemunhas se contradisseram em suas declarações, e que “não há provas contundentes” para manter “Genaro” na prisão.

Enquanto isso, está para sair a sentença que ratifica - ou nega - a condenação do coronel Luis Alfonso Plazas Vega a 30 anos de prisão, onde não se teve o mesmo cuidado em analisar as provas que eram TODAS falsas e forjadas.
O coronel Plazas salvou 265 reféns do holocausto do Palácio da Justiça e não teve nenhum contato com eles depois que saíam do palácio. A testemunha-chave, o cabo do Exército Edgar Villamizar, apareceu para denunciar que usaram seu nome num depoimento que ele JAMAIS dera, pois na ocasião estava internado no hospital militar de outra cidade e assistira ao fato pela televisão, além de nunca ter visto o coronel antes.
O nome que aparece atribuído a Villamizar está errado e a assinatura do documento, após teste grafológico, provou que não se trata da mesma pessoa. O Coletivo de Advogados José Alvear Restrepo, que moveu a ação contra o coronel Plazas e o general Arias Cabrales 25 anos depois do ocorrido, foi denunciada há poucos dias por ter criado uma outra farsa, no massacre de Mapiripán, com objetivo de incriminar militares inocentes, encobrir o crime dos verdadeiros autores - as FARC - e de receber indenizações bilionárias cujas falsas vítimas recebiam uma ínfima parte. Até a própria OEA, que respaldou esta mega-farsa, agora pede explicações ao Coletivo de advogados.

Recentemente, o membro do M-19, Carlos Alonso Lucio, que é marido da Promotora Geral da Nação, Viviane Morales, declarou no púlpito da igreja onde é pastor que se comete uma injustiça em manter preso o coronel Plazas, enquanto eles, os verdadeiros autores do massacre do Palácio da Justiça, estão livres e com todos os direitos políticos e civis garantidos.
Mas, apesar de todas essas evidências PROVANDO a inocência do coronel Plazas, a Justiça não o absolve nem o libera deste suplício infame, enquanto terroristas das FARC com crimes comprovados fartamente, são liberados porque os magistrados “não vêem muita consistência” nas denúncias.

E no último Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, o terrorista Cesare Battisti se abraçava no Palácio Piratini com o governador Tarso Genro, desfrutando da liberdade que as nossas Cortes lhe brindaram. Se tudo isso não serve de motivo para nos mostrar que a Justiça no hemisfério está completamente politizada e operando contra os militares e a favor do crime e do terrorismo, então continuemos curtindo o BBB e aguardando a próxima Copa do Mundo.

Artigo ampliado do escrito originalmente para o Jornal Inconfidência, de Minas Gerais.
Graça Salgueiro, 28 Janeiro 2012

PSDB: O PARTIDO SEM RUMO

Leia abaixo o artigo do historiador Marco Antonio Villa, publicado no Estadão com o título "Oposição sem Rumo":

Nesta semana fomos surpreendidos por uma entrevista de Fernando Henrique Cardoso. Não pela entrevista, claro, mas pela análise absolutamente equivocada da conjuntura brasileira. Esse tipo de reflexão nunca foi seu forte. Basta recordar alguns fatos.


Em 1985 iniciou a campanha para a Prefeitura paulistana tendo como aliados o governador Franco Montoro e o governo central, que era controlado pelo PMDB, além da própria Prefeitura, sob o comando de Mário Covas. Enfrentava Jânio Quadros, um candidato sem estrutura partidária, sem programa e que entrou na campanha como livre atirador. Fernando Henrique achou que ganharia fácil. Perdeu. No ano seguinte, três meses após a eleição municipal, propôs, em entrevista, que o PMDB abandonasse o governo, dias antes da implementação do Plano Cruzado, que permitiu aos candidatos da Aliança Democrática vencer as eleições em todos os Estados. Ele, aliás, só foi eleito senador graças ao Cruzado.

Passados seis anos, lutou para que o PSDB fizesse parte do governo Fernando Collor. Ele seria o ministro das Relações Exteriores (e o PSDB receberia mais duas pastas). Graças à intransigência de Covas, o partido não aderiu. Meses depois, foi aprovado o impeachment de Collor. Em 1993, contra a sua vontade, foi nomeado ministro da Fazenda por Itamar Franco. Não queria, de forma alguma, aceitar o cargo. Só concordou quando soube que a nomeação havia sido publicada no Diário Oficial (estava no exterior quando da designação). E chegou à Presidência justamente por esse fato - e por causa do Plano Real, claro.

Em 2005, no auge da crise do mensalão, capitaneou o movimento que impediu a abertura de processo de impeachment contra o então presidente Lula. Espalhou aos quatro ventos que Lula já era página virada na nossa História e que o PSDB deveria levá-lo, sangrando, às cordas, para vencê-lo facilmente no ano seguinte. Deu no que deu, como sabemos. Agora resolveu defender a tese de que a oposição tenha um candidato presidencial, com uma antecedência de dois anos e meio do início efetivo do processo eleitoral. É caso único na nossa História. Nem sequer na República Velha alguém chegou a propor tal antecipação. É uma espécie de dedazo, como ocorria no México sob o domínio do PRI. Apontou o dedo e determinou que o candidato tem de ser Aécio Neves. Não apresentou nenhuma ideia, uma proposta de governo, nada. Disse, singelamente, que Aécio estaria mais de acordo com a tradição política brasileira. Convenhamos que é um argumento pobre. Ao menos deveria ter apresentado alguma proposta defendida por Aécio para poder justificar a escolha.

A ação intempestiva e equivocada de Fernando Henrique demonstra que o principal partido da oposição, o PSDB, está perdido, sem direção, não sabendo para onde ir. O partido está órfão de um ideário, de ao menos um conjunto de propostas sobre questões fundamentais do País. Projeto para o País? Bem, aí seria exigir demais. Em suma, o partido não é um partido, na acepção do termo.

Fernando Henrique falou da necessidade de alianças políticas. Está correto. Nenhum partido sobrevive sem elas. O PSDB é um bom exemplo. Está nacionalmente isolado. Por ser o maior partido oposicionista e não ter definido um rumo para a oposição, acabou estimulando um movimento de adesão ao governo. Para qualquer político fica sempre a pergunta: ser oposição para quê? Oposição precisa ter programa e perspectiva real de poder. Caso contrário, não passa de um ajuntamento de vozes proclamando críticas, como um agrupamento milenarista.

Sem apresentar nenhuma proposta ideológica, a "estratégia" apresentada por Fernando Henrique é de buscar alianças. Presume-se que seja ao estilo petista, tendo a máquina estatal como prêmio. Pois se não são apresentadas ideias, ainda que vagas, sobre o País, a aliança vai se dar com base em qual programa? E com quais partidos? Diz que pretende dividir a base parlamentar oficialista. Como? Quem pretende sair do governo? Não será mais uma das suas análises de conjuntura fadadas ao fracasso?

O medo de assumir uma postura oposicionista tem levado o partido à paralisia. É uma oposição medrosa, envergonhada. Como se a presidente Dilma Rousseff tivesse sido eleita com uma votação consagradora. E no primeiro turno. Ou porque a administração petista estivesse realizando um governo eficiente e moralizador. Nem uma coisa nem outra. As realizações administrativas são pífias e não passa uma semana sem uma acusação de corrupção nos altos escalões.

O silêncio, a incompetência política e a falta de combatividade estão levando à petrificação de um bloco que vai perpetuar-se no poder. É uma cruel associação do grande capital - apoiado pelo governo e dependente dele - com os setores miseráveis sustentados pelos programas assistencialistas. Ou seja, o grande capital se fortalece com o apoio financeiro do Estado, que o brinda com generosos empréstimos, concessões e obras públicas. É a privatização em larga escala dos recursos e bens públicos. Já na base da pirâmide a estratégia é manter milhões de famílias como dependentes de programas que eternizam a disparidade social. Deixam de ser miseráveis. Passam para a categoria da extrema pobreza, para gáudio de alguns pesquisadores. E tudo temperado pelo sufrágio universal sem política.

Em meio a este triste panorama, não temos o contradiscurso, que existe em qualquer democracia. Ao contrário, a omissão e a falta de rumo caracterizam o PSDB. Para romper este impasse é necessário discutir abertamente uma proposta para o País, não temer o debate, o questionamento interno, a polêmica, além de buscar alianças programáticas. É preciso saber o que pensam as principais lideranças. Numa democracia ninguém é líder por imposição superior. Tem de apresentar suas ideias.

28 de janeiro de 2012
marco antonio villa, historiador, professor da universidade federal de são carlos (ufscar)

COMPARSAS? É MUITO MAIS FÁCIL...

BRIZOLA COMBATEU O SISTEMA COM OS INSTRUMENTOS HUMANOS E MATERIAIS DE QUE DISPUNHA

Brizola não cometeu erros. Ele combateu o sistema com os instrumentos humanos e materiais de que dispunha. Isso não foi suficiente para derrubar os conservadores altamente beneficiados pela cenário político internacional. Os aliados da Internacional Socialista estavam fora do Poder na Alemanha, Suécia, França, Espanha e Portugal. Lutar contra o sistema financeiro nessa conjuntura é suicídio.

Ficou, contudo, destacada a força da liderança do velho caudilho. A operação instalada para impedi-lo de chegar ao Poder talvez tenha sido a mais complexa em nível internacional. Isso inclui a fabricação de Lula, treinado nos EUA durante a fase mais cruel da ditadura, e de FHC via Fundação Ford, a instrumentalização das universidades públicas e a participação de decisiva da Igreja, cooptando tudo quanto é instituição.

Todos os partidos foram impedidos de se aliar ao PDT, quase não sobrou ninguém sequer pra compor a chapa. Apesar de todo esse aparato, foi um detalhe que tirou Brizola do caminho ao Planalto. O fato de Lula ter sido sorteado para figurar como primeiro da chapa.

A derrota, contudo, realçou ainda mais a grandeza de Brizola. Ele deixou orgulhosos seus compatriotas ao mostrar como é SABER PERDER. Reagiu com grandeza as seguidas derrotas para Lula e Collor, como deve fazer um estadista, comprometido com o destino do seu povo.

Continuou sua caminhada e reelegeu-se ao governo do Rio. Intensificou a implementação das escolas, criou a Linha Vermelha, inaugurou a adutora. Seu início de governo já superava o governo anterior. Veio, então, o golpe contra Collor e só Brizola ficou pra defendê-lo e essa foi a razão do seu desgaste político. Da mesma forma como foi quando deixou de fazer seu sucessor Darcy Ribeiro, por ter denunciado o Plano Cruzado.

O tempo passou e chegou a hora do sistema usar sua arma mais eficaz contra os sonhos dos brasileiros, fazer Lula Presidente. Pouco tempo de mandato e Brizola já estava desmascarando Lula e, com certeza, sua vez teria chegado.

Mas o último golpe tinha sido detonado e esse, definitivamente, abalou as estruturas do nosso grande líder. Dilma, plantada no PDT, depois de se beneficiar com a ocupação de cargos-chave na administração estadual gaúcha, deixou o partido, arrastando centenas de filiados.

Entre eles, o próprio filho de Brizola. Se não bastasse, o rebento, como se seguindo o script, se voltou contra o pai, inclusive duvidando da sua honorabilidade. Só depois do escândalo de José Dirceu, e sua relação com a Loteria estadual gaúcha, é que o menino percebeu a casca de banana que tinha pisado. Segundo, ele, houve tempo de pedir perdão ao pai.

Não fosse esse episódio, Lula não teria sido reeleito e o povo brasileiro teria encontrado seu caminho. E se tivemos o azar de ver Brizola lutando sozinho contra as feras, a situação foi repetida, porque não pudemos vê-lo governando ao lado de líderes vizinhos, amigos dos seu povos, como Chavez, Correia, Lugo, Evo, Cristina e Mujica.

28 de janeiro de 2012
Robert Silva

FRAUDE NO TRIBUNAL DO TRABALHO CONTINUA AUMENTANDO

Já está em R$ 17,9 milhões, Só dos funcionários de Furnas, levaram R$ 12,2 milhões.

É um nunca-acabar de irregularidades que mostram a podridão do Judiciário. Em Brasília, por exemplo, o Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região descobriu uma nova fraude cometida pela servidora Márcia de Fátima Pereira da Silva e Vieira, que desviava indenizações judiciais a serem pagas pelo tribunal a empresas e a trabalhadores. Com isso, já chega a R$ 17,9 milhões o total surripiado pela diligente funcionária pública.

Reportagem de Guilherme Amado no Correio Braziliense mostra que TRT e a Polícia Federal já sabiam que, apenas em 2011, Márcia havia se apropriado de R$ 5,5 milhões. Agora, são mais R$ 12,2 milhões. Mas ninguém sabe como isso vai acabar, porque na quinta-feira Márcia depôs novamente na Superintendência da PF em Brasília e disse não ter ideia de quanto era o rombo.

A inspeção feita na 2ª Vara de Trabalho, onde Márcia trabalhava, já encontrou pelo menos 104 processos fraudados. Mas a corregedoria do Tribunal ainda não conseguiu encontrar 12 processos, vejam a que ponto chega a esculhambação. Cerca de 30 processos ainda devem ser analisados. Os processos que desapareceram provavelmente terão que ser restaurados, ou seja, o TRT precisará recorrer às partes para pedir cópias das ações e, assim, tentar reconstituí-las.

O presidente e corregedor do TRT-10, desembargador Ricardo Alencar Machado, acredita que o montante possa passar dos R$ 20 milhões. “Se um único processo for uma ação que algum sindicato entrou representando toda a categoria, esse total pode subir muito ainda”, avaliou.

Os R$ 12,4 milhões recém-descobertos eram de um único processo, do sindicato de funcionários de Furnas, que reivindicavam um reajuste salarial que não foi concedido em 1990. Após anos de batalha judicial, não cabiam mais recursos e Furnas já havia sido condenada a pagar o retroativo. À Justiça do Trabalho, faltava apenas decidir quanto seria pago.

A sindicância responsável por apurar a eventual participação de servidores no desvio e a comissão de desembargadores encarregados da mesma tarefa em relação aos juízes ainda não concluíram seus trabalhos.

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FRAUDADORA ESTÁ LIVRE, LEVE E SOLTA

Solta por um habeas corpus no início do mês, Márcia foi quinta-feira à Polícia Federal para levar uma lista de bens que podem ser usados no ressarcimento do desvio. Sem aparentar nervosismo, ela defendeu seus parentes que foram acusados pelo Ministério Público Federal.

Além dela, foram denunciados o marido José Aílton da Conceição; a mãe de Márcia, Maria Pereira Braga da Silva; e o irmão Maurício Pereira da Silva.
“Estou arrependida. Vou devolver o que tiver que devolver. Mas quero deixar claro que a minha família não sabia de nada”, afirmou. Márcia, como se isso fosse possível.

Modesta funcionária, ficou rica de repente, tinha vários carros de luxo, mansão, chácara, uma empresa de terraplenagem com máquinas e caminhão, e a família não sabia de nada…
Carlos Newton
28 de janeiro de 2012

PELUSO ENQUADRA COLEGAS E OBTÉM APOIO PARA LICITAÇÃO MILIONÁRIA NO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA

Reportagem do Estadão nos mostra em que pé está o Conselho Nacional de Justiça, que ao invés de investigar os juízes suspeitos de corrupção, agora se dedica a aprovar um contrato milionário, cujo direcionamento foi denunciado pela IBM. Confiram o texto do Estadão, referente à última reunião do Conselho:

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Depois de quatro horas e meia de explicações em sessão secreta, o presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Cezar Peluso, conseguiu enquadrar os conselheiros e obteve o apoio para a licitação milionária de banco de dados. Apesar das suspeitas de direcionamento do contrato, levantadas pela multinacional IBM, os conselheiros concordaram em divulgar uma nota em que dizem ser regular a licitação.

Na nota veiculada ao final da sessão, cujo áudio foi gravado por decisão de Peluso, os conselheiros declararam não ter dúvidas sobre a legalidade e regularidade do processo licitatório. Ao final do texto, no entanto, ressaltaram que essa declaração de apoio não impede que órgãos de controle, como o Tribunal de Contas da União (TCU), investiguem o contrato para a compra de equipamentos da Oracle, licitação estimada em R$ 86 milhões.

O conselheiro Gilberto Martins, que na quarta-feira enviou um dossiê para os colegas elencando suspeitas sobre o processo, não quis se manifestar após a reunião. “O que houve está na nota”, restringiu-se a dizer.

No relatório encaminhado a todos os conselheiros, Gilberto Martins afirmou que as exigências previstas no edital afrontavam o princípio da legalidade e indicavam direcionamento do processo. Além disso, argumentou que o CNJ teria direcionado dinheiro para a empresa que venceria a licitação, mesmo antes de o processo ser concluído.

De acordo com integrantes do Conselho, durante as mais de quatro horas de explicações, Peluso teria reconhecido erros na sua gestão no relacionamento com os conselheiros e se comprometido a dialogar. Outros integrantes, que criticavam de forma mais incisiva, se disseram satisfeitos simplesmente por Peluso ter de se explicar.

Durante a sessão, conforme quatro conselheiros, foi sugerido a Peluso ampliar a transparência dos contratos e das decisões do CNJ. Além disso, conselheiros disseram também que apresentarão na próxima sessão, marcada para o dia 14, uma resolução para submeter aos conselheiros a escolha do secretário-geral da presidência do Conselho. A proposta surgiu em razão da insatisfação com o atual secretário, Fernando Marcondes, principal responsável pela licitação e que não teria se pronunciado na sessão.

28 de janeiro de 2012

MAIS UMA IRREGULARIDADE NA PETROBRAS

A futura presidente, Maria das Graças Foster, ganhou de Dilma Rousseff uma promoção ilegal com data retroativa.
É verdade. Em 11 de março de 2004, no alvorecer do governo Lua, a então ministra de Minas e Energia Dilma Rousseff mandou promover a amiga com data retroativa, de 29 de janeiro de 2003. A denúncia é da repórter Isabel Clemente, da revista Época, com bases em documentos oficiais da própria Petrobras. Confira abaixo a transcrição do texto de Isabel Clemente.

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Aos 58 anos, a engenheira Maria das Graças Foster, diretora de Gás da Petrobras, é a Dilma da Dilma. Uma mulher séria, um tanto impaciente, que coleciona elogios e temor devido ao rigor de suas cobranças. Mãe de um casal e avó de uma menina, é capaz de dedicar mais de 14 horas do dia ao trabalho, abrindo mão de férias por anos a fio.

Graça, como gosta de ser chamada, foi escolhida para ser a próxima presidente da estatal, em substituição a José Sergio Gabrielli. Quando estiver confirmada no cargo, algo esperado para a próxima semana, ela entrará para o seleto clube das executivas mais influentes do planeta. Será também o auge na carreira da funcionária que entrou há 32 anos na estatal como estagiária e passou por praticamente todas as áreas da empresa, como gás, distribuição, pesquisa e petroquímica.

Esse grande salto profissional de Maria das Graças foi possível porque, na década de 1990, ela conheceu a então secretária de Energia do Rio Grande do Sul, Dilma Rousseff. Ficaram amigas. Quando Dilma, em janeiro de 2003, foi nomeada ministra de Minas e Energia no primeiro governo Lula, a atual presidente a chamou para ocupar o cargo de secretária de Petróleo e Gás do ministério, onde ficou por mais de dois anos.

Esse período guarda, no entanto, um episódio suspeito. Em 2004, de acordo com documentos oficiais da Petrobras obtidos com exclusividade por ÉPOCA, Maria das Graças ganhou uma nomeação retroativa na empresa. Um memorando datado de 11 de março de 2004 promove a química de petróleo sênior Maria das Graças Pena Silva (nome de solteira da futura presidente da Petrobras), que exercia na empresa o posto de gerente de tecnologia, ao cargo de confiança de gerente da unidade de Gás Natural da CEG Rio. Trata-se da companhia de distribuição de gás do Rio de Janeiro, empresa na qual a Petrobras detém participação via Gaspetro.

O que há de mais estranho é que a data da nomeação é anterior à do memorando: 29 de janeiro de 2003. Maria das Graças ocuparia o cargo de outra funcionária, Lecy Pires Colnaghi.

Segundo juristas, esse ato de nomeação retroativa constitui, por si só, uma ilegalidade. “Não existe nomeação retroativa. A única hipótese seria por decisão judicial porque a pessoa tinha direito a um cargo, não tomou posse e teve o direito reconhecido, o que obriga o pagamento retroativo. Do contrário, é um ato ilegal”, diz o procurador da República no Tribunal de Contas da União (TCU) Julio Marcelo de Oliveira.

Quem executou a operação foi Djalma Rodrigues de Souza, então gerente executivo de Gás Natural da Petrobras – personagem que mais tarde ficaria conhecido por ser afilhado de Severino Cavalcanti, o folclórico ex-presidente da Câmara dos Deputados que renunciou ao cargo em meio a denúncias de recebimento de propina. Foi para Djalma que Severino reivindicou um cargo de diretor da Petrobras, com a frase que ficou célebre: “Não quero uma diretoria qualquer, e sim uma diretoria que fura poço”.

O cargo que Maria das Graças exercia no ministério de Dilma – secretária de Petróleo e Gás – tinha o código DAS 6, o mais alto da Esplanada. Naquela ocasião, a remuneração de um DAS 6 era de R$ 7.575. Como gerente de tecnologia na Petrobras, Maria das Graças recebia R$ 9.700, aproximadamente. Quando um funcionário é cedido por uma empresa do governo federal a outro órgão ou um ministério, o gasto é todo de quem requisita. A empresa – no caso, a Petrobras – é ressarcida pelo ministério.

Segundo normas do Ministério do Planejamento, cabe ao funcionário optar pela fórmula mais vantajosa: ganhar o DAS na íntegra ou receber o mesmo salário da empresa mais um porcentual do DAS. Como Maria das Graças ganhava mais na Petrobras, era interessante para ela manter o salário da estatal e receber mais 60% do salário do cargo comissionado. Quanto maior fosse o salário da estatal, maior seria sua remuneração final. E o salário de gerente da CEG era 50% maior que os vencimentos relativos ao cargo de gerente de tecnologia na Petrobras.

Sobre o episódio, a Petrobras reconhece que existe um documento com datas retroativas, mas atribui tudo a um erro administrativo. A empresa diz que a promoção de Maria das Graças Foster tinha sido acertada antes de ela ser convidada a ir para Brasília e que o processo teria sido concluído apenas em março de 2003. Por esse motivo, diz a empresa, a executiva vinha sendo remunerada desde então pelo valor mais alto.

A nomeação para o cargo de gerente da unidade de Gás Natural da CEG Rio saiu com data retroativa, segundo a Petrobras, porque teria ocorrido um erro na hora de aprovar a cessão de Maria das Graças para o Ministério de Minas e Energia. Para que o funcionário cedido mantenha o salário da Petrobras, é necessário, pelas normas da estatal, que a cessão seja aprovada pela diretoria executiva da empresa. Em 2003, isso não foi feito.

Um ano depois, quando a cessão de Maria das Graças para o ministério precisou ser renovada, a empresa decidiu pela nomeação retroativa para sanar o problema. Segundo a Petrobras, não houve remuneração indevida a mais nem pagamentos retroativos.

A resposta da Petrobras suscita, porém, outras questões: se havia uma promoção em vista para Maria das Graças, por que foi preciso dar a ela uma nova função, numa empresa coligada da Petrobras, um ano depois? Se a promoção foi concluída em março de 2003, por que a nomeação retroativa tem a data de 29 janeiro de 2003, praticamente coincidente com a nomeação para secretária de Petróleo e Gás, em 31 de janeiro?

Foi mais um erro, admite a Petrobras. No mínimo, segundo os procuradores ouvidos por Época, o processo todo requer uma apuração. “Essa situação, de nomear retroativamente, caracteriza fraude por falsidade ideológica e improbidade administrativa, inclusive por parte da pessoa beneficiada se tiver recebido vantagem ilícita. Teria de ser investigada”, diz a procuradora regional da República em São Paulo, Janice Ascari.

Todo esse episódio acrescenta uma nota a mais de desassossego à nomeação de Maria das Graças para a presidência da Petrobras. O anúncio de sua escolha para o cargo às vésperas da viagem, na semana passada, do atual presidente José Sergio Gabrielli para o Fórum Econômico de Davos, na Suíça, causou embaraços internos.

A notícia soou como uma demissão de Gabrielli, que tinha uma relação conflituosa com a presidente. De Davos, Gabrielli tentou botar panos quentes e defender sua gestão. Ele afirmou que, com Maria das Graças, haverá continuidade na direção da Petrobras porque o governo sempre mandou na empresa. “Não é verdade que saí porque discordei (de Dilma Rousseff)”, disse Gabrielli, um recordista no posto, onde está há mais de seis anos.

A substituição de Gabrielli por Maria das Graças, pela proximidade da futura presidente da Petrobras com a presidente Dilma, deverá significar um alinhamento ainda maior da empresa com o Palácio do Planalto.
28 de janeiro de 2012
tribuna da internet

ADESÃO DE PSD DE KASSAB À CANDIDATURA DE HADDAD DEVE LEVAR O PT DE VOLTA A PREFEITURA DE SÃO PAUL

O PSD do prefeito Gilberto Kassab se tornou a “boneca cobiçada” da eleição de São Paulo. A legenda é cortejada simultaneamente pelo PT e pelo PSB, os dois partidos com maiores chances de faturar a mais importante prefeitura do país.

Não é por mera coincidência que o ex-ministro José Dirceu defenda “diálogo” e “paciência” em torno de uma eventual aliança entre PT e PSD à sucessão da Prefeitura de São Paulo. Em seu blog, o admite que a adesão do novo partido ao candidato do PT, Fernando Haddad, já oferecida pelo prefeito Kassab ao ex-presidente Lula, encontra oposição entre setores petistas e movimentos sociais, mas ressaltou que, para vencer uma eleição, é necessário compor uma grande aliança.

“O fato é que a proposta de apoio à candidatura de Fernando Haddad, apresentada pelo atual prefeito, provocou um terremoto no partido na cidade”, avaliou. “Primeiro, porque vem com o aval e o apoio entusiasta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo, porque apoio não se recusa”, acrescentou Dirceu.

Um eventual acordo entre PT e PSD é hoje a pauta central da reunião do Conselho Político da pré-campanha de Fernando Haddad à sucessão municipal. O encontro, que será o primeiro compromisso do pré-candidato do PT na condição de ex-ministro da Educação, definirá o futuro das negociações entre os dois partidos.

A se confirmar a coalizão, as chances de Hadda vencer aumentam muito, especialmente porque o PSDB ainda nem tem candidato, já que José Serra é assim mesmo e só se decide na chamada undécima hora. E como todos sabem, Serra é uma espécie de Zezé Macedo da política nacional: “Só pensa naquilo!”
Carlos Newton
28 de janeiro de 2012

BIODIESEL, SOLUÇÃO BRASILEIRA CADA VEZ MAIS VIÁVEL, PRECISA SER INCENTIVADA PELO GOVERNO

O comentarista Carlo Germani nos envia essa entrevista feita pleo jornalista gaúcho Políbio Braga com Erasmo Batistela, da empresa BSBios, de Passo Fundo (RS), sobre a importância da decisão de aumentar de 5% para 7% a mistura de biocombustível ao diesel.

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- A reunião com a Agência Nacional do Petróleo, no Rio, está mesmo determinando a elevação de 5% para 7% na mistura do biodiesel ao diesel?

- É um dos pontos de discussão do marco regulatório para a atividade de biodiesel. A reunião tratará de todo o guarda-chuvas que regulará a área.

- Mas poderá sair a elevação para os 7%?

- Sim. Teremos um marco regulatório para dez anos. A ANP fará audiência pública dia 16, em Brasília, para discutir mudanças nas especificações do biodiesel, que melhorará de qualidade. Esperamos que em março a Presidente edite a Medida Provisória com as mudanças.

- O Rio Grande do Sul lidera a produção de biodiesel.

- Sim, com 34% do total. O Estado que mais consome é São Paulo, com 35%.

- Dá para elevar a mistura para 7%, sem novos investimentos na indústria?

- Temos capacidade ociosa para cobrir a diferença, como também temos produção de matéria-prima e mercado, porque o diesel é importado e a mistura diminuí a importação.

- E a exportação?

- Não exportamos. Para sermos competitivos, precisaremos de políticas públicas mais definidas e diferentes, como melhoria do tratamento tributária. Eliminar a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, um tipo de imposto) é vital.

28 de janeiro de 2012

DILMA, CUBA E A QUESTÃO DOS DIREITOS HUMANOS

É claro que Dilma Rousseff não abordará em Cuba a questão dos direitos humanos.

Reportagem de Clóvis Rossi, publicada na edição deste sábado da Folha, revela que o chanceler brasileiro Antônio Patriota afirmou no Fórum Econômico de Davos, na Suiça, que a situação dos direitos humanos em Cuba “não é emergencial”.
Por isso, a presidente Dilma Rousseff não vai falar sobre o tema em visita à ilha na próxima semana, informou.

Patriota também afirmou, durante sua participação no Fórum, que a visita vai servir para dialogar a respeito da “atualização do modelo econômico cubano”.

Traduzindo esse linguajar diplomático: é claro que o Brasil não tem o direito de se intrometer em assuntos internos de outros países, mantenha ou não relações com eles. A questão dos direitos humanos abrange grande número de situações, não apenas as liberdades democráticas, pois inclui também o direito à vida, à educação e à saúde.

O caso da blogueira famosa é estranho, muito estranho. As fotos feitas na casa dela mostram que tem padrão de vida alto, para os padrões da ilha.
Há quem diga que trabalha para a CIA, mas também há até quem levante a hipótese de que ela trabalha para o próprio regime cubano, sendo usada para manter aceso o patriotismo cubano, porque, ao contrário de outros ativistas, ela continua livre, leve e solta.

Carlos Newton
28 de janeiro de 2012

QUEM DISSE QUE A MARTAXA NÃO ENTRARIA NA CAMPANHA?

Coluna da Marta Suplicy publicada hoje na Folha de São Paulo batendo no frouxo do Alckmin e do Kassabonete. Vão apanhar quietinhos. É da sua natureza...

*** *** ***

"Não sobram áreas para a dupla PSDB-Kassab atentarem contra os menos favorecidos de São Paulo. A violência corre solta no nosso Estado, evidenciando não somente a truculência policial, mas o total desprezo e desrespeito pelo ser humano. Usuários de drogas são espancados e expulsos da cracolândia. Sem planejamento e acolhimento adequados, centenas de desassistidos passam a circular como zumbis pela cidade.

Medidas para a solução do problema da droga, da violência e da mendicância no centro da capital têm que ser tomadas com responsabilidade. Não cabe aqui citar o que esta nefasta gestão interrompeu no diálogo social. Basta lembrar o impacto negativo para a recuperação do centro ocorrido após a interrupção do projeto do BID, o desmantelamento do Boracéa (modelo de atendimento social) e o descaso das gestões Kassab em trazer o Bolsa Família para São Paulo.

Na USP, mais um exemplo de indisposição para o diálogo. Viu-se a perplexidade da população que não compreendia a truculência e o que se passava. Posteriormente, a indignação com o comportamento nitidamente preconceituoso de um policial frente ao aluno que virou alvo, por ser negro. A reintegração de posse do Pinheirinho, em São José dos Campos, já se caracterizou como uma das ações mais violentas e cruéis do novo-velho governo paulista.

Centenas de famílias enxotadas numa ação judicial que existe há anos e tinha desfecho conhecido. Nada foi pensado sobre destino delas. O Estatuto da Cidade passou ao largo, seja por, ou falta de, interesse do prefeito peesedebista de São José, seja pela omissão do governador. A política do que se danem os destituídos. Como disse um popular, do lado de fora da catedral da Sé, sobre a festa de 458 anos de São Paulo: "Enquanto o prefeito está comungando, nós aqui apanhando".

Esta falta de compromisso com o social perdura no abandono das famílias, que, vítimas de incêndio na favela do Moinho (região central da capital), continuam sem futuro, largadas no meio das cinzas, com um único banheiro para todos. No transporte, a violência do descaso é tão ou mais grave, pois são milhares de pessoas que poderiam estar chegando mais cedo em casa, ficando mais com a família, tendo menos estresse, gastando menos e vivendo melhor.

Em resumo, esses maus governantes, que fazem discursos bonitos, têm suas ações em direção oposta à sensibilidade, ao respeito e ao cuidado com o outro. Principalmente com os que não têm. Entrementes, a pergunta que não quer calar: por que tantos bilhões da Prefeitura de São Paulo nos bancos, enquanto a pobreza grassa solta na cidade?"

MARINA SILVA É A ESTRELA NO FORUM MUNDIAL DO CINISMO

Sabe quando a Marina Silva vai permitir um protesto destes contra a Petrobras, patrocinadora do Forum Social Mundial? Nunca, Marina ataca agricultores, jamais patrocinadores.


Um enorme vazamento de óleo no terminal marítimo de Tramandaí, operado pela Braspetro da Petrobras, está inundando as praias gaúchas de óleo. Um verdadeiro desastre ambiental.

A Petrobras, como todos sabem, colocou milhões de patrocínio no Forum Social Mundial Temático 2012, ora realizado em Porto Alegre, capital do estado, dominado por Marina Silva e suas ONGS internacionais como o Greenpeace, a WWF, Imazon e outros inimigos da agropecuária brasileira. Estão lá para protestar contra o Código Florestal.

Já sobre este desastre ambiental, Marina Silva não abre a sua santa boca. Claro, Marina Silva não fala contra seus patrocinadores. Apenas uma informação: Tramandaí, onde ocorreu o vazamento, está a uma hora de Porto Alegre. Marina e suas ONGS poderiam ir até lá, registrar a sua revolta. Não vão. É muito mais fácil atacar pequenos agricultores do que grandes patrocinadores.
28 de janeiro de 2012
coroneLeaks

TUDO QUE RELUZ É... PETRÓLEO

No discurso “O Estado da União”, esta semana, o presidente dos EUA Barack Obama disse: “Que ninguém duvide: os EUA estamos determinados a evitar que o Irã chegue à bomba atômica, e não excluirei de sobre a mesa nenhuma opção para atingir aquele objetivo.”

No mundo real, a frase significa que Washington quer ir à guerra – a guerra econômica já está em curso – contra um país que assinou o Tratado de Não Proliferação Nuclear e não está construindo armas atômicas, como já declararam a Agência Internacional de Energia Atômica e a mais recente US National Intelligence Estimate.

Obama também disse que “o regime de Teerã está mais isolado do que nunca; seus líderes sofrem sob o peso de sanções paralisantes, e, enquanto fugirem às suas responsabilidades, a pressão não diminuirá.”

“Isolado?” Não, não. O Irã não está isolado. Nem, tampouco, é a liderança iraniana que sofre sob o peso de sanções paralisantes: quem sofre é a absoluta maioria de 78 milhões de iranianos pobres.

Em declaração antes do discurso, Obama “aplaudiu” a decisão da União Europeia de impor embargo contra o petróleo do Irã, e acrescentou que “Aquelas sanções demonstram, mais uma vez, a unidade da comunidade internacional”.

OK. Mas a tal “unidade da comunidade internacional” é composta de EUA, países da OTAN, Israel e o Conselho de Cooperação do Golfo (CCG, também conhecido como Clube Contrarrevolucionário do Golfo); o resto do mundo é miragem.

Venha para o programa petróleo-por-ouro. Dois países Brics, Índia e China, juntos, compram pelo menos 40% do petróleo que o Irã exporta, 1 milhão de barris/dia. 12% do petróleo de que a Índia necessita. E a China comprou, ano passado, 30% mais petróleo do Irã que em 2010, média de 557 mil barris/dia.

A “comunidade internacional” de verdade já está tomando conhecimento de que a Índia começará a pagar em ouro, pelo petróleo iraniano – não com rúpias, através do banco estatal UCO indiano e do banco estatal Halk Bankasi, turco.

Pequim – que já negocia com o Irã em yuans – pode também mudar-se para o ouro. Desnecessário lembrar que ambas, Delhi e Pequim, são grandes produtoras de ouro, com muito estoque nos cofres. Assim, o Ano do Dragão começará com muito barulho: pode bem ser o padrão-ouro do Ano do Dragão.

Todos recordam o fracassado programa da ONU petróleo-por-comida, que matou de fome os iraquianos, nos anos antes da invasão/ocupação dos EUA, em 2003. Iraquianos médios pagaram preço terrível pelas sanções de ONU/EUA, e o programa petróleo-por-comida só beneficiou o sistema de Saddam Hussein.

Agora, o negócio é muito mais sério; é o programa petróleo-por-ouro, iniciativa de Brics + Irã que beneficiará a liderança da República Islâmica e talvez alivie os efeitos das sanções sobre a população iraniana. Consequências globais: a cotação do ouro sobe; o petrodólar cai.

Outro país Brics, a Rússia, já negocia com o Irã em rials e rublos. E a Turquia, aspirante a membro do grupo Brics – e que também é integrante da OTAN – não acompanhará as sanções de EUA/União Europeia, se não forem impostas pelo Conselho de Segurança da ONU (não-não, porque Rússia e China, membros permanentes, vetarão).

Em dois meses, o primeiro-ministro Vladimir Putin – que enfurece/apavora Washington e Bruxelas como um neo Vlad o Impalador – estará de volta à presidência da Rússia. É quando os poodles atlanticistas saberão o que é jogo à vera.

Enquanto isso, Teerã jamais se curvará às sanções ocidentais – muito menos com vários mecanismos laterais/subterrâneos já implantados para vender seu petróleo e que envolvem três países Brics mais dois aliados dos EUA, Japão e Coreia do Sul, os quais, provavelmente, conseguirão que o governo Obama os isente de cumprir as sanções.

Dado que isso tudo jamais teve algo a ver com uma inexistente arma nuclear, a liderança em Teerã só terá de seguir um parâmetro supremo de estratégia: não cair em provocações ou em arapucas de operações clandestinas sob falsas bandeiras, que serviriam como casus belli para um ataque de guerra do eixo EUA/Grã-Bretanha/Israel.

E tudo isso, enquanto tendências no horizonte – sobrecarregado – apontam para o que se pode chamar de “Zona Asiática de Exclusão do Dólar”, a qual, para muitas mentes espertas no mundo em desenvolvimento, pode pavimentar a estrada para uma moeda lastreada em energia, a ser usada pelos Brics e pelo Grupo dos 77 (G-77) para resistir ao cada vez mais desesperado – e sem rumo – ocidente atlanticista.

De volta ao congresso dos poodles europeus, basta examinar a declaração conjunta distribuída por aqueles fenômenos de mediocridade – o primeiro-ministro britânico David Cameron, a chanceler alemã Angela Merkel e o neonapoleônico “libertador da Líbia”, o francês Nicolas Sarkozy. O trio disse que “nada temos contra o povo iraniano.”

Os iraquianos ouviram exatamente a mesma frase de outro grupo de mediocridades em 2002 e 2003. Em seguida, o Iraque foi invadido, ocupado e destruído.

28 de janeiro de 2012
Pepe Escobar (Asia Times Online)

"BARBÁRIE" FOI O ASSASSINATO DE CELSO DANIEL. E "TERRORISMO" O ASSALTO AO COFRE DO ADHEMAR. REAGE, ALCKMIN!

Um dia depois de a presidente Dilma Rousseff qualificar de 'barbárie' a reintegração de posse de um terreno no bairro Pinheirinho, em Sã""o José dos Campos (SP), os ministros da Secretaria-Geral de Governo, Gilberto Carvalho, e da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, voltaram a criticar a operação da Polícia Militar de São Paulo, nesta sexta-feira, em Porto Alegre, onde participaram de atividades do Fórum Social Temático. A desocupação, feita no domingo, retirou 1,6 mil famílias de um terreno devolvido pela Justiça à empresa Selecta.

A frase foi dita por Dilma em uma reunião fechada com movimentos sociais em Porto Alegre. Carvalho e Maria do Rosário concordaram com a palavra 'barbárie'. 'O que se viu no Pinheirinho, como nós vimos, foi um grande aparato militar, preparado e executado. Não foi seguido do ponto de vista de reacomodação das pessoas. Tudo aquilo poderia ter sido evitado se uma solução para aquela gente já tivesse sido viabilizada', avaliou Carvalho. 'Não se trata de contestar decisão da Justiça, mas de dialogar com a Justiça, que é sensível a soluções negociadas.'

O ministro também rebateu acusações de integrantes do PSDB que o acusaram de transformar a reintegração de posse em questão eleitoral. 'Lamento que se tente tergiversar a realidade', disse. 'A realidade são militares violando o direito daquelas pessoas, o terrorismo para cima daquelas pessoas', comentou, para lembrar que o secretário nacional de articulação social da Secretaria-Geral da Presidência, Paulo Maldos, estava no terreno porque havia a promessa do prefeito Eduardo Cury (PSDB) de que haveria diálogo (leia texto nesta página).

O ministro insistiu que 'de maneira alguma' o governo federal procurou dar qualquer característica eleitoral ao episódio e manifestou respeito pelo governo de São Paulo. Também revelou saber que o governo paulista está tomando algumas iniciativas para reassentar as famílias e disse que o Ministério das Cidades tem se colocado à disposição.

Para Maria do Rosário, não é necessário produzir qualquer outro termo que não 'barbárie' para definir o método de desocupação. 'Houve violação dos direitos humanos não apenas na operação, na destruição das casas, mas também na falta de preparação de um lugar para as pessoas ire.' A ministra acredita que a juíza que determinou a desocupação desconhecia a negociação que havia sem se preocupar com a retaguarda necessária para salvaguardar o direito das famílias.

São Paulo. Para o presidente do PSDB paulista, deputado estadual Pedro Tobias, as declarações da presidente Dilma Rousseff sobre a ação de desocupação da Polícia Militar na Comunidade do Pinheirinho são 'estranhas'. 'Como presidente da República, ela poderia ter desapropriado o terreno com um decreto. Se não gostou da decisão da Justiça (que ordenou a desocupação), é só desapropriar', afirmou Tobias.Segundo ele, Dilma adotou a 'tática que o PT sempre tem em períodos eleitorais: não faz nada e quer tirar casquinha'.

Já o governador Geraldo Alckmin, questionado acerca das críticas da presidente, contemporizou e afirmou apenas que 'ordens judiciais precisam ser cumpridas'. 'Não vou fazer nenhum comentário, até porque não ouvi isso da presidenta', disse. Ele ressaltou, contudo, o 'compromisso do Estado com as famílias' desalojadas. 'Todas elas serão abrigadas. Já assinamos convênio, todas vão participar do aluguel social, R$ 500 para cada família, já vão para os imóveis a pelo governo.' (Do Estadão)
28 de janeiro de 2012
coroneLeaks

HISTÓRIAS DO SEBASTIÃO NERY

A nova classe brasileira

Eles eram três: Tito, Kardelj e Djilas. Quando Hitler, em 41, invadiu a Croácia, Eslovênia, Bósnia, Sérvia, Montenegro, toda a bela costa iugoslava do Adriático, Josip Broz Tito, Edvard Kardelj e Milovan Djilas eram dirigentes dos clandestinos Partidos Comunistas da Croácia, Eslovênia e Montenegro. Já tinham sido presos vários anos na década de 30.

Juntaram-se no Comitê Nacional de Libertação, sob a presidência de Tito e a vice-presidência de Kardelj e Djilas, criaram o mais poderoso movimento de resistência antinazista e antifascista da Europa. A Alemanha e a Itália chegaram a mandar para lá 600 mil soldados. Um milhão e 700 mil iugoslavos morreram. Mas, em outubro de 44, quando as tropas soviéticas chegaram a Belgrado, Hitler já estava derrotado e a Yugoslávia independente.

E nasceu a República Yugoslava, uma federação de seis repúblicas, sob a presidência do Marechal Tito. Kardelj, ministro do Exterior e representante na ONU. Djilas, presidente da Assembléia Federal.

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DJILAS

Em 48, inconformada com a independência da Yugoslávia, a União Soviética rompe e faz um bloqueio de longos anos e só em maio de 55, Stalin morto, Khrushev e Bulganin visitam Tito em Belgrado e Tito vai a Moscou.

Mas Djilas queria mais. Intelectual, escritor consagrado, em 1953 começou a divergir de Tito sobre questões da organização do Estado. Em 54 é expulso do Partido Comunista e tenta fundar o Partido Socialista Democrático. Em 57, publica em Paris (e depois no mundo todo) seu livro-bomba, A Nova Classe, uma crítica devastadora da burocracia comunista e uma denúncia profética do aparelhamento do Estado pelas lideranças sindicais da esquerda.

Processado e condenado, ficou preso de 59 a 61. Sai e publica em Roma Conversações com Stalin (1962). Volta para a cadeia, até 66. Sai de novo, publica A Sociedade Imperfeita Além da Nova Classe. Não é mais preso. Em 73 o visitei lá, quando preparava meu livro Socialismo com Liberdade.

Se tivesse conhecido o governo do PT, o bravo, valente Djilas teria feito mais um arrasador capítulo sobre como a “nova classe” usa o governo em benefício próprio e da sua curriola.

Sebastião Nery
28 de janeiro de 2012

DARTH VADERS DE TOGA

Formar-se em Direito, passar nos exames da OAB em que menos de 10% são aprovados, disputar os concursos para a magistratura em que apenas 1% passa, é duríssima a carreira de um juiz, pelas responsabilidades da função pública que exerce. Mas, nada justifica que tantos juízes do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro ganhem mais de R$ 50 mil por mês, o dobro do salário da presidente da República e do teto legal, e alguns recebam até quatro vezes mais.

Sim, os benefícios não são ilegais – ninguém conhece as leis melhor do que os juízes – e vigoram por decisões judiciais e administrativas dos próprios beneficiários.

Todos os juízes sabem que nem tudo que não é proibido pela lei é permitido pela ética, e a grande maioria, principalmente das novas gerações, não aceita mais a cultura de privilégios das velhas elites judiciárias encasteladas no poder.

Sim, a carreira é muito difícil para todos, e alguns, às vezes entre os mais brilhantes, acabam se desviando pelo caminho, corrompidos pela vaidade, a ambição e a onipotência, como Darth Vaders de toga que passam para o lado escuro da Força.

Raros são denunciados ou punidos e continuam reagindo indignados contra qualquer investigação, denunciando as críticas na imprensa como conspiração para desmoralizar toda a corporação, quando querem apenas impedir que se faça … justiça.

É verdade que não há justiça na natureza, muito pelo contrário, nem no cosmos, nem nas religiões (pelo menos na vida terrena), nem nos deuses que permitem injustos e cruéis sofrimentos, a morte de inocentes e a salvação de assassinos.

28 de January de 2012
Nelson Motta
Fonte: O Globo, 27/01/2012

O DESCOMPASSO DO PODER MILITAR PAGANDO O "TRIBUTO DO TEMPO".

O Brasil desponta como um país que, gradativamente, vem alcançando papel de destaque no concerto das nações, portanto, não poderá se manter alheio à necessidade de, o quanto antes, dar início ao processo gradual que possibilite a transformação do setor de defesa, de modo a ajustá-lo à sua estatura político-estratégica de país potência, daí o imperativo de uma Estratégia Nacional de Defesa que atenda a essa condicionante.

Nada a reparar a respeito do conceito, uma vez que, dentre outras coisas, as Forças Armadas existem, e devem se manter sempre prontas, para assegurar a consecução dos Objetivos Nacionais Permanentes e para respaldar as decisões soberanas da Nação. Assim, a experiência histórica mostra, quanto maior a estatura de um Estado, mais poderoso se apresenta o seu braço armado. Em outras palavras, a “estatura político-estratégica” de uma nação baliza os procedimentos destinados a dotá-la de um poderio bélico adequado.

Ao deparar com um problema antigo, o descompasso do Poder Militar do Brasil em relação à sua Estatura Política e Estratégica, germina o perigo de se ter respondido com uma estratégia que levou muito tempo para ser formulada e deve ser implementada em curto, médio, e longo prazo (horizonte de vinte e cinco a trinta anos), e é apoiada em capacidades inadequadas, por falta de recursos militares (orçamentos, efetivos, material de emprego militar, logística, e etc.).

As principais instituições de Poder do país estão defasadas em relação às mudanças e transformação que acontecem a sua volta. O governo tem uma grande dificuldade de ajustar-se ao compasso e as exigências dos tempos modernos, essa dificuldade cria uma velocidade e ritmo na execução de novas estratégias muito desigual com as necessidades estratégicas do país e com o passo acelerado que uma economia moderna exige.

Muitos no planejamento estratégico são vitimados por sua própria retórica, só se vence a batalha com uma estratégia superior. Vence por pensar de maneira mais inteligente, não por mais tempo, vence quem dissemina suas estratégias no período de tempo mais curto, não em horizontes longínquos.

É, ainda, fundamental ter o conceito da definição da transformação no setor de defesa que é de “antecipar-se a mudanças naturais”, o que implica reconhecer que há mudanças que transcendem a vontade dos homens e que é necessário acompanhá-las.

Trata-se de um processo destinado a possibilitar que o país se antecipe às mudanças naturais em assuntos da esfera militar, de maneira rápida e objetiva.

A atual conjuntura não envolve apenas questões tecnológicas e econômicas, mas, também, profundas mudanças política, social, cultural, e geopolítica.

No Brasil atualmente - com a completa falta de recursos militares - há muito “estrategismo jornalístico” da área de defesa do governo, com muita fumaça semântica sem fogo estratégico, dessa forma, hoje no Brasil, mais do que nunca, “é preciso fazer com que os trens cumpram seu horário”.

Para ser possível defender a nação e cumprir sua missão constitucional, as Forças Armadas devem estar sempre em condições de atuar com eficácia, pois quando a necessidade de emprego surge não há tempo para improvisações nem oportunidade para arrependimentos tardios: é necessário empreender ações decisivas, coordenadas e objetivas de preparo e emprego, criteriosamente planejadas desde o tempo de paz.

O descompasso do Poder Militar do Brasil com sua Estatura Política e Estratégica, ônus imposto à nação, não pode pagar o “tributo do tempo”.

Velhos problemas e novos desafios: risco de generalidades.
28 de janeiro de 2012O Descompasso do Poder Militar pagando o “Tributo do Tempo”.
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos Alberto Pinto Silva

O Brasil desponta como um país que, gradativamente, vem alcançando papel de destaque no concerto das nações, portanto, não poderá se manter alheio à necessidade de, o quanto antes, dar início ao processo gradual que possibilite a transformação do setor de defesa, de modo a ajustá-lo à sua estatura político-estratégica de país potência, daí o imperativo de uma Estratégia Nacional de Defesa que atenda a essa condicionante.

Nada a reparar a respeito do conceito, uma vez que, dentre outras coisas, as Forças Armadas existem, e devem se manter sempre prontas, para assegurar a consecução dos Objetivos Nacionais Permanentes e para respaldar as decisões soberanas da Nação. Assim, a experiência histórica mostra, quanto maior a estatura de um Estado, mais poderoso se apresenta o seu braço armado. Em outras palavras, a “estatura político-estratégica” de uma nação baliza os procedimentos destinados a dotá-la de um poderio bélico adequado.

Ao deparar com um problema antigo, o descompasso do Poder Militar do Brasil em relação à sua Estatura Política e Estratégica, germina o perigo de se ter respondido com uma estratégia que levou muito tempo para ser formulada e deve ser implementada em curto, médio, e longo prazo (horizonte de vinte e cinco a trinta anos), e é apoiada em capacidades inadequadas, por falta de recursos militares (orçamentos, efetivos, material de emprego militar, logística, e etc.).

As principais instituições de Poder do país estão defasadas em relação às mudanças e transformação que acontecem a sua volta. O governo tem uma grande dificuldade de ajustar-se ao compasso e as exigências dos tempos modernos, essa dificuldade cria uma velocidade e ritmo na execução de novas estratégias muito desigual com as necessidades estratégicas do país e com o passo acelerado que uma economia moderna exige.

Muitos no planejamento estratégico são vitimados por sua própria retórica, só se vence a batalha com uma estratégia superior. Vence por pensar de maneira mais inteligente, não por mais tempo, vence quem dissemina suas estratégias no período de tempo mais curto, não em horizontes longínquos.

É, ainda, fundamental ter o conceito da definição da transformação no setor de defesa que é de “antecipar-se a mudanças naturais”, o que implica reconhecer que há mudanças que transcendem a vontade dos homens e que é necessário acompanhá-las.

Trata-se de um processo destinado a possibilitar que o país se antecipe às mudanças naturais em assuntos da esfera militar, de maneira rápida e objetiva.

A atual conjuntura não envolve apenas questões tecnológicas e econômicas, mas, também, profundas mudanças política, social, cultural, e geopolítica.

No Brasil atualmente - com a completa falta de recursos militares - há muito “estrategismo jornalístico” da área de defesa do governo, com muita fumaça semântica sem fogo estratégico, dessa forma, hoje no Brasil, mais do que nunca, “é preciso fazer com que os trens cumpram seu horário”.

Para ser possível defender a nação e cumprir sua missão constitucional, as Forças Armadas devem estar sempre em condições de atuar com eficácia, pois quando a necessidade de emprego surge não há tempo para improvisações nem oportunidade para arrependimentos tardios: é necessário empreender ações decisivas, coordenadas e objetivas de preparo e emprego, criteriosamente planejadas desde o tempo de paz.

O descompasso do Poder Militar do Brasil com sua Estatura Política e Estratégica, ônus imposto à nação, não pode pagar o “tributo do tempo”.

Velhos problemas e novos desafios: risco de generalidades.
28 de janeiro de 2012O Descompasso do Poder Militar pagando o “Tributo do Tempo”.
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos Alberto Pinto Silva

O Brasil desponta como um país que, gradativamente, vem alcançando papel de destaque no concerto das nações, portanto, não poderá se manter alheio à necessidade de, o quanto antes, dar início ao processo gradual que possibilite a transformação do setor de defesa, de modo a ajustá-lo à sua estatura político-estratégica de país potência, daí o imperativo de uma Estratégia Nacional de Defesa que atenda a essa condicionante.

Nada a reparar a respeito do conceito, uma vez que, dentre outras coisas, as Forças Armadas existem, e devem se manter sempre prontas, para assegurar a consecução dos Objetivos Nacionais Permanentes e para respaldar as decisões soberanas da Nação. Assim, a experiência histórica mostra, quanto maior a estatura de um Estado, mais poderoso se apresenta o seu braço armado. Em outras palavras, a “estatura político-estratégica” de uma nação baliza os procedimentos destinados a dotá-la de um poderio bélico adequado.

Ao deparar com um problema antigo, o descompasso do Poder Militar do Brasil em relação à sua Estatura Política e Estratégica, germina o perigo de se ter respondido com uma estratégia que levou muito tempo para ser formulada e deve ser implementada em curto, médio, e longo prazo (horizonte de vinte e cinco a trinta anos), e é apoiada em capacidades inadequadas, por falta de recursos militares (orçamentos, efetivos, material de emprego militar, logística, e etc.).

As principais instituições de Poder do país estão defasadas em relação às mudanças e transformação que acontecem a sua volta. O governo tem uma grande dificuldade de ajustar-se ao compasso e as exigências dos tempos modernos, essa dificuldade cria uma velocidade e ritmo na execução de novas estratégias muito desigual com as necessidades estratégicas do país e com o passo acelerado que uma economia moderna exige.

Muitos no planejamento estratégico são vitimados por sua própria retórica, só se vence a batalha com uma estratégia superior. Vence por pensar de maneira mais inteligente, não por mais tempo, vence quem dissemina suas estratégias no período de tempo mais curto, não em horizontes longínquos.

É, ainda, fundamental ter o conceito da definição da transformação no setor de defesa que é de “antecipar-se a mudanças naturais”, o que implica reconhecer que há mudanças que transcendem a vontade dos homens e que é necessário acompanhá-las.

Trata-se de um processo destinado a possibilitar que o país se antecipe às mudanças naturais em assuntos da esfera militar, de maneira rápida e objetiva.

A atual conjuntura não envolve apenas questões tecnológicas e econômicas, mas, também, profundas mudanças política, social, cultural, e geopolítica.

No Brasil atualmente - com a completa falta de recursos militares - há muito “estrategismo jornalístico” da área de defesa do governo, com muita fumaça semântica sem fogo estratégico, dessa forma, hoje no Brasil, mais do que nunca, “é preciso fazer com que os trens cumpram seu horário”.

Para ser possível defender a nação e cumprir sua missão constitucional, as Forças Armadas devem estar sempre em condições de atuar com eficácia, pois quando a necessidade de emprego surge não há tempo para improvisações nem oportunidade para arrependimentos tardios: é necessário empreender ações decisivas, coordenadas e objetivas de preparo e emprego, criteriosamente planejadas desde o tempo de paz.

O descompasso do Poder Militar do Brasil com sua Estatura Política e Estratégica, ônus imposto à nação, não pode pagar o “tributo do tempo”.

Velhos problemas e novos desafios: risco de generalidades.

28 de janeiro de 2012
General de Exército da Reserva, Carlos Alberto Pinto Silva, ex-comandante de Operações Terrestres (COTer), do Comando Militar do Sul, do Comando Militar do Oeste, e Membro da Academia Brasileira de Defesa.

O BANCO CENTRAL E OS BILHÕES DE DÓLARES BRASILEIROS NO EXTERIOR

O Diário Oficial de 26 de Janeiro publica, página 13, a circular 3574 do Banco Central que dá prazo até 5 de abril para os brasileiros e os estrangeiros residentes no país apresentem as relações de bens e valores que possuem no exterior. É para efeito do Imposto de Renda. Os valores e bens, incluindo depósitos em moeda, são os existentes nas contas do dia 31 de dezembro de 2011. O formulário a ser preenchido encontra-se – acentua a circular – disponível no site www.bcb.gov.br.

Assinam o comunicado os diretores Carlos Hamilton Vasconcelos e Altamir Lopes. Vamos ver o que acontece. É fundamental saber a quanto montam tais depósitos, aplicações e recebimentos. Inclusive porque, em alguns casos, como confessou o publicitário Duda Mendonça, é para escapar do peso do leão.

Não se trata de quebrar o sigilo bancário dos titulares das contas, se bem que em alguns casos o segredo foi quebrado pelos próprios bancos, como nos de Paulo Maluf e Rodrigo Silveirinha. Trata-se de saber, o que é de interesse do país, qual o montante da economia nacional transferido para o exterior. E também – aí o problema – de que forma se desenrola e desenvolve tal processo.

O Citibank da Suiça, anos atrás, revelou internacionalmente que Maluf é detentor de uma conta de 442 milhões de dólares. Primeiro estava naquele país. Por uma insatisfação qualquer, o ex-prefeito de São Paulo a transferiu para Cayman. Talvez, por coincidência, no momento em que tal fato aconteceu, a Suiça divulgou a movimentação. Publicou até o nome das empresas depositantes: Mendes Junior, OAS, Andrade Gutierrez, entre outras.

Provavelmente – penso eu – o sistema de Genebra resolveu suspender o pagamento de juros, na escala de 2% ao ano, já que a inflação lá não chega à taxa anual de um ponto. Além do mais, a origem dos depósitos é sombria.De um lado, a UBS (União de Bancos Suiços) informou espontaneamente o valor da conta que o Subsecretário da Fazenda, governo Anthony Garotinho e Rosinha Mateus, possuia nos Alpes. Muito pequena em relação à de Paulo Maluf. Mas de 34 milhões de dólares.

O juiz Lafredo Lisboa, que condenou Rodrigo Silveirinha e os outros integrantes do bando, foi a Genebra certificar-se concretamente. Certificou-se. Propôs ao governo do RJ que promovesse a repatriação do dinheiro. Tomou a iniciativa há dez anos. O governador Sérgio Cabral tomou alguma providência? Não.

O Ministério das Relações Exteriores não conseguiu traduzir para a língua portuguesa a revelação escrita originalmente em francês. Na Suiça fala-se tanto francês quanto alemão. Um estudo da ONU, relativamente recente, admitiu existirem no exterior depósitos particulares (não os oficiais que são de 352 bilhões de dólares) em montante aproximado de 100 bilhões (de dólares). As procedências são as mais diversas. Muitas ilegais, a maioria, outra, digamos, extralegais, uma figura aliás do Direito.

Quando me refiro a ilegais, não estou falando só de corrupção, embora suas usinas estejam permanentemente ligadas, como as das siderúrgicas.Não. Estou me referindo à violação da lei de remessa de lucros, lei 4131, de 1962, João Goulart, projeto de Sergio Magalhães alterada pela lei 4390, Castelo Branco, projeto de Roberto Campos.

A primeira, que teve origem num estudo do economista Gilberto Paim, limitou as remessas a 10% anuais. A de Roberto Campos elevou esse limite para 12%. Mas ambas determinam que o capital nacional tem de receber o mesmo tratamento aplicado ao capital estrangeiro. Isso não acontece mais. O governo FHC concedeu isenção de Imposto de Renda às aplicações estrangeiras na compra de títulos do Tesouro que lastreiam a dívida interna que se encontra no Everest de 2,2 trilhões (de reais). Este favorecimento, portanto, é ilegal. Decisões do BC não podem se sobrepor à lei. O privilégio é tão ilegal quanto a corrupção.

Pedro do Coutto
28 de janeiro de 2012