O DEM entrou nesta terça-feira (10) com uma representação no Ministério Público Federal pedindo a abertura de inquérito civil público para investigar indícios de crime de improbidade administrativa do ministro Fernando Bezerra (Integração Nacional).
O ministro é suspeito de favorecer seu reduto eleitoral no comando da pasta, omissão na distribuição de verba pública e de nepotismo.
O líder do DEM no Senado, Demóstenes Torres (GO), pede que, se confirmadas as ilegalidades, o ministro seja punido com a perda da função pública, a suspensão dos direitos políticos, além de multado e condenado a indenizar prejuízos.
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, está em recesso.
O pedido do partido pode ser analisado pelo chefe substituto do Minisério Público Federal. No documento, a oposição aponta que houve favorecimento eleitoral.
Conforme revelou a Folha sábado, o filho do ministro, Fernando Coelho (PSB-PE) foi o deputado federal que teve o maior volume de recursos de emendas liberados em 2011 pela pasta do pai, superando 219 colegas.
Os R$ 9,1 milhões foram destinados à Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba), comandada pelo tio, Clementino Coelho, até hoje.
Dinheiro de emenda do deputado de 2010 foi parar em redutos eleitorais do deputado em Petrolina, onde ele é pré-candidato à prefeitura. Há ainda o pedido de investigação de nepotismo, tendo em vista que Clementino ocupou interinamente por quase um ano o comando da Codevasf, ligada ao ministério.
Para o DEM, Bezerra teria ignorado o decreto antinepotismo ao manter o irmão na Companhia. Outro crime seria o privilégio de Pernambuco na destinação de verbas do ministério para prevenção de desastres provocados pelas enchentes.
Torres afirma que a postura de Bezerra prejudicou Santa Catarina, Minas Gerais e Rio de Janeiro que, assim como Pernambuco, também enfrentaram problemas naturais recentemente.
12 de janeiro de 2012
Fonte: Folha Online
Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
ATO PÚBLICO EM DEFESA DAS ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (CNJ)
Brasília - O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil promoverá ato público no próximo dia 31, em sua sede, em Brasília, em defesa das atribuições do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para processar e julgar questões ético-disciplinares envolvendo magistrados - atribuições essas que estão ameaçados por ação movida no Supremo Tribunal Federal (STF) pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB).
O ato foi anunciado hoje (08) pelo presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante, e contará com participação de juristas, parlamentares, artistas, jornalistas e diversas entidades da sociedade civil.
"O CNJ é fundamental para dar transparência à Justiça brasileira, que, entre todos os poderes, ainda é o mais fechado de todos, sendo que esse é um poder que tem que servir à sociedade", afirmou Ophir. "O CNJ ainda não avançou como deveria, ainda há resistências nos Tribunais superiores, mas isso precisa ser vencido pela força da sociedade para que o Judiciário tenha mecanismos de transparência", acrescentou, ao criticar o corporativismo da ação da AMB, que obteve liminar concedida pelo ministro Marco Aurelio Mello.
"A correção dos desvios ético-disciplinares é fundamental para a credibilidade da Justiça brasileira", diz Ophir. Ele lembra que o CNJ surgiu em 2005, dentro da Emenda Constitucional 45, como uma resposta aos reclames da sociedade em relação ao poder fechado que é o Judiciário. "A parte ética em relação a magistrados sempre foi tratada sem compromisso maior com a apuração e conclusão efetiva sobre acusações. O Judiciário era um poder extremamente corporativo, com proteção grande aos erros internos. As corregedorias não venciam essa demanda porque eram desestruturadas ou culturalmente foram criadas para não fiscalizar. O CNJ nasceu por conta desse anseio de conferir transparência ao Judiciário, porque corrige os desvios de conduta dos demais poderes".
movcc
O ato foi anunciado hoje (08) pelo presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante, e contará com participação de juristas, parlamentares, artistas, jornalistas e diversas entidades da sociedade civil.
"O CNJ é fundamental para dar transparência à Justiça brasileira, que, entre todos os poderes, ainda é o mais fechado de todos, sendo que esse é um poder que tem que servir à sociedade", afirmou Ophir. "O CNJ ainda não avançou como deveria, ainda há resistências nos Tribunais superiores, mas isso precisa ser vencido pela força da sociedade para que o Judiciário tenha mecanismos de transparência", acrescentou, ao criticar o corporativismo da ação da AMB, que obteve liminar concedida pelo ministro Marco Aurelio Mello.
"A correção dos desvios ético-disciplinares é fundamental para a credibilidade da Justiça brasileira", diz Ophir. Ele lembra que o CNJ surgiu em 2005, dentro da Emenda Constitucional 45, como uma resposta aos reclames da sociedade em relação ao poder fechado que é o Judiciário. "A parte ética em relação a magistrados sempre foi tratada sem compromisso maior com a apuração e conclusão efetiva sobre acusações. O Judiciário era um poder extremamente corporativo, com proteção grande aos erros internos. As corregedorias não venciam essa demanda porque eram desestruturadas ou culturalmente foram criadas para não fiscalizar. O CNJ nasceu por conta desse anseio de conferir transparência ao Judiciário, porque corrige os desvios de conduta dos demais poderes".
movcc
O PRESIDENTE DE FATO, OUVIRÁ A PRESIDENTE DE DIREITO SOBRE MUDANÇAS DE MINISTÉRIO
Folha.com
A presidente Dilma Rousseff ouvirá a opinião do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva antes de definir quais mudanças fará no primeiro escalão do governo, informa reportagem de Natuza Nery e Letícia Sander, publicada na Folha desta quinta-feira (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).
Dilma deve encontrar ex-presidente Lula hoje
Ela viaja hoje para São Paulo e, segundo integrantes de sua equipe, é possível que encontre o antecessor.
Dilma tem feito mistério sobre as trocas, mas já faz algumas sondagens.
O ex-presidente foi decisivo na condução de Aloizio Mercadante ao Ministério da Educação. Ele deverá substituir Fernando Haddad, que será o candidato petista à Prefeitura de São Paulo.
PS - O que mais impressiona, é o estado de felicidade que Lula enfrenta seu tratamento de câncer. Nada o fez perder o sorriso e a alegria com a quimioterapia e agora fazendo radioterapia.
Novamente me lembro de minha mãe e alguns amigos que perdi com essa doença, nada comparável a esse "semi-deus", que quanto mais recebe tratamento quimioterápico fica com disposição acima dos humanos.
Pois é. E assim vamos caminhando com o presidente de fato, e a presidente de direito. E dá-lhe ideologia burra. Movcc
A presidente Dilma Rousseff ouvirá a opinião do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva antes de definir quais mudanças fará no primeiro escalão do governo, informa reportagem de Natuza Nery e Letícia Sander, publicada na Folha desta quinta-feira (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).
Dilma deve encontrar ex-presidente Lula hoje
Ela viaja hoje para São Paulo e, segundo integrantes de sua equipe, é possível que encontre o antecessor.
Dilma tem feito mistério sobre as trocas, mas já faz algumas sondagens.
O ex-presidente foi decisivo na condução de Aloizio Mercadante ao Ministério da Educação. Ele deverá substituir Fernando Haddad, que será o candidato petista à Prefeitura de São Paulo.
PS - O que mais impressiona, é o estado de felicidade que Lula enfrenta seu tratamento de câncer. Nada o fez perder o sorriso e a alegria com a quimioterapia e agora fazendo radioterapia.
Novamente me lembro de minha mãe e alguns amigos que perdi com essa doença, nada comparável a esse "semi-deus", que quanto mais recebe tratamento quimioterápico fica com disposição acima dos humanos.
Pois é. E assim vamos caminhando com o presidente de fato, e a presidente de direito. E dá-lhe ideologia burra. Movcc
NUNCA ANTES NA HISTÓRIA "DESTEPAIZ", COMO DIRIA AQUELE...
Atenção, governador Alckmin! Já que o senhor não pode convocar uma rede estadual de TV, reaja de maneira inusitada ao inusitado: vá à televisão, em anúncio pago se preciso, e denuncie a impostura e a violência promovidas neste momento em São Paulo.
Converse com a população do seu estado. Eu tenho a certeza de que a esmagadora maioria apóia a democracia, a Constituição Estadual e a Constituição Federal. E não hesite em recorrer à Justiça para punir os que promovem a baderna e a crime.
Texto Completo
Exploração dos desgraçados - Defensores cercam rua, armam tenda e tentam, na pratica, recriar a cracolândia com um grupo de viciados, que estão consumindo crack; uma das defensoras levava no bolso convite para churrasco no local
Nunca antes na história destepaiz, como diria aquele, na história de São Paulo e, quero crer, na história de qualquer outro pais, aconteceu algo como o que está em curso, neste momento, na região conhecida como cracolândia.
Defensores públicos, ACREDITEM, liderados por Carlos Weis, SIMPLESMENTE FECHARAM A RUA HELVETIA, que compõe o quadrilátero da morte, e, apoiados por viciados, impedem a ação da polícia. E o fazem, dizem eles, em nome do “direito de ir e vir”.
DO BOLSO DE UMA DAS DEFENSORAS, HÁ O TESTEMUNHO OCULAR DE ALGUÉM QUE ESTAVA LÁ, CAIU UM CONVITE PARA A TAL “CHURRASCADA” ANUNCIADA POR UM GRUPO QUE PEDE A LEGALIZAÇÃO DAS DROGAS.
Os defensores querem criar um confronto físico com a polícia. Atenção! Eles não têm o direito de fazer isso; essa ação não está entre as suas prerrogativas. Se a PM agir, sairão gritando aos quatro ventos que o Estado de São Paulo está reprimindo os defensores públicos. Pior: parte da imprensa vai vocalizar essa denúncia estúpida.
Qual é a conseqüência prática da ação dos defensores? Ora, eles estão simplesmente recriando a Cracolândia.
Pergunto: vão impedir também o tráfico de drogas do local? Se os consumidores estão ali reunidos, a tarefa dos vendedores será facilitada. Os defensores revistarão todas as pessoas que por ali perambulam para saber se levam consigo a droga para vender? Não! Tanto é assim que, atenção, uma tenda foi armada na rua. Debaixo dela, neste momento, há uns 80 viciados consumindo a droga!
A ação dos defensores, ao recriar a cracolândia, condena os viciados à desgraça e, é forçoso admitir, facilita a vida dos traficantes.
Estamos diante de um acinte e de uma óbvia transgressão legal e constitucional. Um defensor não tem o direito de criar obstáculos à ação legal da polícia. Mais: isso que estão chamando de “direito de ir e vir” de traficantes e viciados, corresponde à cassação do direito de ir e vir de quem não é nem traficante nem viciado.
É preciso deixar claro à população de São Paulo quem quer o quê na cracolândia. E, evidentemente, é preciso apelar à Justiça para que estes senhores sejam processados por abuso de poder.
Denuncie este escárnio!
A Defensoria se tornou o braço de um partido político, o PT, que comanda, de Brasília, a resistência à ação correta da polícia.
Atenção, governador Alckmin! Já que o senhor não pode convocar uma rede estadual de TV, reaja de maneira inusitada ao inusitado: vá à televisão, em anúncio pago se preciso, e denuncie a impostura e a violência promovidas neste momento em São Paulo. Converse com a população do seu estado. Eu tenho a certeza de que a esmagadora maioria apóia a democracia, a Constituição Estadual e a Constituição Federal. E não hesite em recorrer à Justiça para punir os que promovem a baderna e a crime.
Leitores, entrem na Rede da Legalidade!
Por Reinaldo Azevedo
Converse com a população do seu estado. Eu tenho a certeza de que a esmagadora maioria apóia a democracia, a Constituição Estadual e a Constituição Federal. E não hesite em recorrer à Justiça para punir os que promovem a baderna e a crime.
Texto Completo
Exploração dos desgraçados - Defensores cercam rua, armam tenda e tentam, na pratica, recriar a cracolândia com um grupo de viciados, que estão consumindo crack; uma das defensoras levava no bolso convite para churrasco no local
Nunca antes na história destepaiz, como diria aquele, na história de São Paulo e, quero crer, na história de qualquer outro pais, aconteceu algo como o que está em curso, neste momento, na região conhecida como cracolândia.
Defensores públicos, ACREDITEM, liderados por Carlos Weis, SIMPLESMENTE FECHARAM A RUA HELVETIA, que compõe o quadrilátero da morte, e, apoiados por viciados, impedem a ação da polícia. E o fazem, dizem eles, em nome do “direito de ir e vir”.
DO BOLSO DE UMA DAS DEFENSORAS, HÁ O TESTEMUNHO OCULAR DE ALGUÉM QUE ESTAVA LÁ, CAIU UM CONVITE PARA A TAL “CHURRASCADA” ANUNCIADA POR UM GRUPO QUE PEDE A LEGALIZAÇÃO DAS DROGAS.
Os defensores querem criar um confronto físico com a polícia. Atenção! Eles não têm o direito de fazer isso; essa ação não está entre as suas prerrogativas. Se a PM agir, sairão gritando aos quatro ventos que o Estado de São Paulo está reprimindo os defensores públicos. Pior: parte da imprensa vai vocalizar essa denúncia estúpida.
Qual é a conseqüência prática da ação dos defensores? Ora, eles estão simplesmente recriando a Cracolândia.
Pergunto: vão impedir também o tráfico de drogas do local? Se os consumidores estão ali reunidos, a tarefa dos vendedores será facilitada. Os defensores revistarão todas as pessoas que por ali perambulam para saber se levam consigo a droga para vender? Não! Tanto é assim que, atenção, uma tenda foi armada na rua. Debaixo dela, neste momento, há uns 80 viciados consumindo a droga!
A ação dos defensores, ao recriar a cracolândia, condena os viciados à desgraça e, é forçoso admitir, facilita a vida dos traficantes.
Estamos diante de um acinte e de uma óbvia transgressão legal e constitucional. Um defensor não tem o direito de criar obstáculos à ação legal da polícia. Mais: isso que estão chamando de “direito de ir e vir” de traficantes e viciados, corresponde à cassação do direito de ir e vir de quem não é nem traficante nem viciado.
É preciso deixar claro à população de São Paulo quem quer o quê na cracolândia. E, evidentemente, é preciso apelar à Justiça para que estes senhores sejam processados por abuso de poder.
Denuncie este escárnio!
A Defensoria se tornou o braço de um partido político, o PT, que comanda, de Brasília, a resistência à ação correta da polícia.
Atenção, governador Alckmin! Já que o senhor não pode convocar uma rede estadual de TV, reaja de maneira inusitada ao inusitado: vá à televisão, em anúncio pago se preciso, e denuncie a impostura e a violência promovidas neste momento em São Paulo. Converse com a população do seu estado. Eu tenho a certeza de que a esmagadora maioria apóia a democracia, a Constituição Estadual e a Constituição Federal. E não hesite em recorrer à Justiça para punir os que promovem a baderna e a crime.
Leitores, entrem na Rede da Legalidade!
Por Reinaldo Azevedo
CATÁSTROFES VERGONHOSAS
O início de cada ano-novo nos apresenta as mesmas imagens das catástrofes causados pelas secas e chuvas. Acidentes ocorrem em todos os lugares e são hoje agravados pela incômoda presença de uma não prevista “razão planetária” dentro do nosso mundinho individualista, construído debaixo do pressuposto de que somos motivados por uma racionalidade de interesses e desejos ilimitados.
Alguém já disse que o individualismo só existe para ser perseguido pelo seu contrário. E o oposto de um individualismo consumista que beira a irresponsabilidade e o crime contra plantas, animais e clima é essa Terra que nos pariu, como diziam nossos esquecidos ancestrais, e que reage como uma totalidade na forma daquilo que chamamos de catástrofes porque a nossa cosmologia (fundada numa paradoxal fé científica) nos impede de concebê-la como uma pessoa.
Mas se todos os lugares estão sujeitos a acidentes nem todos respondem aos imprevistos de modo tão catastrófico como ocorre no Brasil. Para tanto, basta olhar o Japão ou qualquer país consciente de sua honra nacional. Pois se há acaso, deve haver prevenção, exceto no caso paradoxal desse nosso país abençoado por Deus, cuidado pelo lulo-petismo, e bonito por natureza. Somente aqui as chuvas nos mesmos lugares e períodos resultam no vergonhoso desamparo de suas vítimas.
Esses dependentes de larápios que não têm o menor pudor em embolsar os recursos destinados a reparar o seu sofrimento.
O que os acidentes revelam no Brasil é uma gastança obscena e clientelisticamente direcionada. Elas expõem a gulodice eleitoral cujo alvo é enriquecer e permanecer no poder. Seu traço típico é distribuir pelo parentesco e pelos elos partidários. E assim jamais conseguimos sair do reagir para o proagir. As catástrofes desmascaram uma obscena gastança.
Elas também exibem a nossa profunda alergia ao republicanismo, pois os atingidos são sempre os “pobres”: os que vivem na passividade cívica e que, graças a autoridades irresponsáveis, vivem em locais arriscados.
Eles são o espelho de nossa alergia a igualdade que – levada a sério – nos obrigaria a optar por planejamentos urbanos destinados a todos.
É ofensivo descobrir que “conjuntos populares” são construídos sem infraestrutura! Insulta testemunhar a ladainha dos aflitos conformados com a “vontade de Deus”, sem a revolta contra os que foram eleitos para administrar a sua cidade e o seu Estado.
Esse conformismo de raiz, mostra quanto somos penetrados por valores hierárquicos que constroem o mundo como sendo feito por superiores e inferiores – aqueles mandando em tudo; estes, destinados ao sofrimento e à dor.
No Brasil, até a ideologia política moderna que, a partir da Revolução Francesa dividiu o mundo, como mostra o desconhecido estudo de J. A. Laponce entre “direita e esquerda”, dentro de um projeto igualitário, foi desmantelada pelas hierarquias que desintegram ministérios inventados para integrar a nação.
Tudo em nome do povo, mas, de fato, operando vertical e pessoalmente: em favor do partido X ou de Sicrano ou Beltrano. Mas, eis que surgem as catástrofes naturais para mostrar como as antigas verticalizações, que Laponce situa como típicas dos sistemas tradicionais (divididos entre os que lutam e governam, os que rezam e salvam e os que trabalham; entre irmão, parente, compadre, amigo e o resto), retornam e canibalizam as orientações de índole mais igualitária que estão nas leis e organogramas republicanos, mas que jamais foram inscritas no coração dos que mandam.
Daí o absurdo quando se descobre que o ministério destinado a socorrer o País, apenas ajuda a região à qual pertence o seu ministro. E a vergonhosa revelação de que tudo o que foi construído – barragens, estradas, diques, etc… – se desmantelam nas primeiras chuvas porque foram malfeitas e sem dúvida (com as notáveis exceções de praxe) hiperfaturadas e construídas por empresários amigos de infância.
A despeito de toda enxurrada modernizadora que tem corrido debaixo da ponte brasileira, continuamos a viver o dilema de construir uma sociedade coerente com uma nação republicana (como está no papel) ou de deformar a igualdade numa perversa hierarquia, na qual – como naquele famoso livro de Orwell, certos cargos são mais iguais do que outros. E, mais que isso, certos papéis sociais se confundem com seus ocupantes de modo que qualquer planejamento a longo prazo é impossível.
O critério de nomeação é a família e a confiança; jamais a competência.
Essa é a chave mestra – em que pese as ideologias – da administração pública à brasileira. O chamado nepotismo é o maior inimigo das rotinas administrativas responsáveis pelos ideais de justiça social.
E sem rotinas, não há como ter instituições. Pois as instituições são animadas e dirigidas por meros mortais que passam, mas elas, como o Brasil, não devem morrer.
12 de janeiro de 2012
Roberto DaMatta
Fonte: O Globo, 11/01/2012
Alguém já disse que o individualismo só existe para ser perseguido pelo seu contrário. E o oposto de um individualismo consumista que beira a irresponsabilidade e o crime contra plantas, animais e clima é essa Terra que nos pariu, como diziam nossos esquecidos ancestrais, e que reage como uma totalidade na forma daquilo que chamamos de catástrofes porque a nossa cosmologia (fundada numa paradoxal fé científica) nos impede de concebê-la como uma pessoa.
Mas se todos os lugares estão sujeitos a acidentes nem todos respondem aos imprevistos de modo tão catastrófico como ocorre no Brasil. Para tanto, basta olhar o Japão ou qualquer país consciente de sua honra nacional. Pois se há acaso, deve haver prevenção, exceto no caso paradoxal desse nosso país abençoado por Deus, cuidado pelo lulo-petismo, e bonito por natureza. Somente aqui as chuvas nos mesmos lugares e períodos resultam no vergonhoso desamparo de suas vítimas.
Esses dependentes de larápios que não têm o menor pudor em embolsar os recursos destinados a reparar o seu sofrimento.
O que os acidentes revelam no Brasil é uma gastança obscena e clientelisticamente direcionada. Elas expõem a gulodice eleitoral cujo alvo é enriquecer e permanecer no poder. Seu traço típico é distribuir pelo parentesco e pelos elos partidários. E assim jamais conseguimos sair do reagir para o proagir. As catástrofes desmascaram uma obscena gastança.
Elas também exibem a nossa profunda alergia ao republicanismo, pois os atingidos são sempre os “pobres”: os que vivem na passividade cívica e que, graças a autoridades irresponsáveis, vivem em locais arriscados.
Eles são o espelho de nossa alergia a igualdade que – levada a sério – nos obrigaria a optar por planejamentos urbanos destinados a todos.
É ofensivo descobrir que “conjuntos populares” são construídos sem infraestrutura! Insulta testemunhar a ladainha dos aflitos conformados com a “vontade de Deus”, sem a revolta contra os que foram eleitos para administrar a sua cidade e o seu Estado.
Esse conformismo de raiz, mostra quanto somos penetrados por valores hierárquicos que constroem o mundo como sendo feito por superiores e inferiores – aqueles mandando em tudo; estes, destinados ao sofrimento e à dor.
No Brasil, até a ideologia política moderna que, a partir da Revolução Francesa dividiu o mundo, como mostra o desconhecido estudo de J. A. Laponce entre “direita e esquerda”, dentro de um projeto igualitário, foi desmantelada pelas hierarquias que desintegram ministérios inventados para integrar a nação.
Tudo em nome do povo, mas, de fato, operando vertical e pessoalmente: em favor do partido X ou de Sicrano ou Beltrano. Mas, eis que surgem as catástrofes naturais para mostrar como as antigas verticalizações, que Laponce situa como típicas dos sistemas tradicionais (divididos entre os que lutam e governam, os que rezam e salvam e os que trabalham; entre irmão, parente, compadre, amigo e o resto), retornam e canibalizam as orientações de índole mais igualitária que estão nas leis e organogramas republicanos, mas que jamais foram inscritas no coração dos que mandam.
Daí o absurdo quando se descobre que o ministério destinado a socorrer o País, apenas ajuda a região à qual pertence o seu ministro. E a vergonhosa revelação de que tudo o que foi construído – barragens, estradas, diques, etc… – se desmantelam nas primeiras chuvas porque foram malfeitas e sem dúvida (com as notáveis exceções de praxe) hiperfaturadas e construídas por empresários amigos de infância.
A despeito de toda enxurrada modernizadora que tem corrido debaixo da ponte brasileira, continuamos a viver o dilema de construir uma sociedade coerente com uma nação republicana (como está no papel) ou de deformar a igualdade numa perversa hierarquia, na qual – como naquele famoso livro de Orwell, certos cargos são mais iguais do que outros. E, mais que isso, certos papéis sociais se confundem com seus ocupantes de modo que qualquer planejamento a longo prazo é impossível.
O critério de nomeação é a família e a confiança; jamais a competência.
Essa é a chave mestra – em que pese as ideologias – da administração pública à brasileira. O chamado nepotismo é o maior inimigo das rotinas administrativas responsáveis pelos ideais de justiça social.
E sem rotinas, não há como ter instituições. Pois as instituições são animadas e dirigidas por meros mortais que passam, mas elas, como o Brasil, não devem morrer.
12 de janeiro de 2012
Roberto DaMatta
Fonte: O Globo, 11/01/2012
CNI: 61% DOS BRASILEIROS REPROVAM O SERVIÇO PÚBLICO DE SAÚDE DO PAÍS
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) lançou nesta quinta (12) um estudo onde revela que 61% dos brasileiros consideram o serviço público de saúde ruim ou péssimo.
Segundo a pesquisa, só 10% da população do país considera a saúde pública ótima ou, pelo menos, boa.
Para 55% dos entrevistados, a causa dessa rejeição é a demora no atendimento e 57% acreditam que, para melhorar essa realidade, o governo tem de contratar mais médicos.
O estudo foi nomeado de "Retratos da Sociedade Brasileira: Saúde Pública" e informa ainda que 85% dos brasileiros não perceberam nenhum tipo de avanço no sistema público de saúde nos últimos três anos.
Os pesquisadores ouviram 2.002 pessoas em 141 municípios, entre os dias 16 e 20 de setembro de 2011. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
12 de janeiro de 2012
Segundo a pesquisa, só 10% da população do país considera a saúde pública ótima ou, pelo menos, boa.
Para 55% dos entrevistados, a causa dessa rejeição é a demora no atendimento e 57% acreditam que, para melhorar essa realidade, o governo tem de contratar mais médicos.
O estudo foi nomeado de "Retratos da Sociedade Brasileira: Saúde Pública" e informa ainda que 85% dos brasileiros não perceberam nenhum tipo de avanço no sistema público de saúde nos últimos três anos.
Os pesquisadores ouviram 2.002 pessoas em 141 municípios, entre os dias 16 e 20 de setembro de 2011. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
12 de janeiro de 2012
UMA PENA...
É uma pena para o arguto Luiz Erário Lula da Silva. Ele sabe que é um político que não tem amigos. Só acólitos e aduladores, seguidores insensíveis.
Lula finge, mas sabe agora que não é divino; nem mesmo imortal, como Sarney.
Lula padece de uma das mais graves enfermidades que grassam pela face da Terra. Lula tem câncer na garganta, seu maior trunfo político.
Lula está no olho do furacão que um tratamento de quimioterapia provoca em qualquer ser político, qualquer animal social.
Mas a turba não perdoa. A banda putrefata da politiquice brasileira sabe que a vaidade corrói muito mais as entranhas do seu ídolo do que um tumor localizado.
Pouco importa. Seus adoradores o empurram para os palanques, em mais uma temporada doentia de caça a votos e eleitores - filtro social que escoa em cargos públicos e oportuníssimas entradas na coisa pública.
E Lula, tão envaidecido quanto radioativo, não resiste e vai divino e maravilhoso rumo a tantos quantos sejam os palanques que lhe sejam oferecidos.
São muitos os cadafalsos daqui até outubro. Menos, muito menos, no entanto, do que os carrascos de um partido que não tem dó nem piedade.
Para que a equipe médica lá do Hospital Sírio-Libanês permita que Lula participe ativamente dessa eleição que vem por aí, conclui-se que das duas, uma: Lula está curado; ou Lula não tem cura.
sanatório da notícia
Lula finge, mas sabe agora que não é divino; nem mesmo imortal, como Sarney.
Lula padece de uma das mais graves enfermidades que grassam pela face da Terra. Lula tem câncer na garganta, seu maior trunfo político.
Lula está no olho do furacão que um tratamento de quimioterapia provoca em qualquer ser político, qualquer animal social.
Mas a turba não perdoa. A banda putrefata da politiquice brasileira sabe que a vaidade corrói muito mais as entranhas do seu ídolo do que um tumor localizado.
Pouco importa. Seus adoradores o empurram para os palanques, em mais uma temporada doentia de caça a votos e eleitores - filtro social que escoa em cargos públicos e oportuníssimas entradas na coisa pública.
E Lula, tão envaidecido quanto radioativo, não resiste e vai divino e maravilhoso rumo a tantos quantos sejam os palanques que lhe sejam oferecidos.
São muitos os cadafalsos daqui até outubro. Menos, muito menos, no entanto, do que os carrascos de um partido que não tem dó nem piedade.
Para que a equipe médica lá do Hospital Sírio-Libanês permita que Lula participe ativamente dessa eleição que vem por aí, conclui-se que das duas, uma: Lula está curado; ou Lula não tem cura.
sanatório da notícia
O RETROCESSO
Janer Cristaldo, em crônica intitulada “São Paulo Quer Analfabetizar Ainda Mais As Novas Gerações”*, discorre sobre a pobreza cultural que marca a geração atual.
Coincidência ou não, o ensino no Brasil deu marcha-à-ré a partir da chamada “Nova República” que trouxe para a administração do país pessoas de reputação e cultura duvidosas como José Sarney e Collor de Mello.
Esse último foi quem introduziu analfabetos na administração da coisa pública, como aquele sindicalista, cujo nome já nem me lembro, nomeado Ministro do Trabalho, o inventor do adjetivo “imexível”, e uma amadora para gerir as finanças, a Zélia, que meteu a mão na poupança (seja em que sentido for) dos brasileiros.
Esses foram os primeiros sinais do retrocesso cultural que hoje domina em qualquer setor e que levou à Presidência da República uma pessoa que não teve sequer o ensino fundamental concluído e, em sua vida, jamais leu um livro.
No Executivo, ministros e secretários de Estado, que não têm a mínima intimidade com o vernáculo e muito menos com a área para a qual são designados, vivem nos impingindo balelas, inaugurando obras “no papel” e se mantendo no poder graças a um blábláblá inconsistente.
No Legislativo, os Romários, os Danrlei da vida, e muitos outros que de legisladores só têm a denominação, porque as leis aqui são feitas por medidas provisórias do Executivo, só enchem os bolsos e as manchetes dos jornais. Nada mais.
O Judiciário já não existe. Quem julga são os estagiários, os assessores, os secretários. São esses que têm “contatos” com advogados safados, que não têm cultura jurídica, mas têm lábia e o dinheiro do cliente, para fazer dele o que bem entenderem.
Tudo isso, a imoralidade, a corrupção, o desmantelamento das instituições só tem uma origem: o retrocesso cultural.
A safadeza ocupa o lugar da cultura porque, a partir do momento em que novas “teorias pedagógicas” foram adotadas, com desprestígio para a classe do magistério, os verdadeiros professores se afastaram das salas de aula. Aqueles professores que cuidavam não só da instrução como da educação dos alunos já não existem. E a cultura faliu.
12 de janeiro de 2012
João Eichbaum
* O artigo de Janer Cristaldo encontra-se em arquivo do dia 22 dez 2011, neste blog
Coincidência ou não, o ensino no Brasil deu marcha-à-ré a partir da chamada “Nova República” que trouxe para a administração do país pessoas de reputação e cultura duvidosas como José Sarney e Collor de Mello.
Esse último foi quem introduziu analfabetos na administração da coisa pública, como aquele sindicalista, cujo nome já nem me lembro, nomeado Ministro do Trabalho, o inventor do adjetivo “imexível”, e uma amadora para gerir as finanças, a Zélia, que meteu a mão na poupança (seja em que sentido for) dos brasileiros.
Esses foram os primeiros sinais do retrocesso cultural que hoje domina em qualquer setor e que levou à Presidência da República uma pessoa que não teve sequer o ensino fundamental concluído e, em sua vida, jamais leu um livro.
No Executivo, ministros e secretários de Estado, que não têm a mínima intimidade com o vernáculo e muito menos com a área para a qual são designados, vivem nos impingindo balelas, inaugurando obras “no papel” e se mantendo no poder graças a um blábláblá inconsistente.
No Legislativo, os Romários, os Danrlei da vida, e muitos outros que de legisladores só têm a denominação, porque as leis aqui são feitas por medidas provisórias do Executivo, só enchem os bolsos e as manchetes dos jornais. Nada mais.
O Judiciário já não existe. Quem julga são os estagiários, os assessores, os secretários. São esses que têm “contatos” com advogados safados, que não têm cultura jurídica, mas têm lábia e o dinheiro do cliente, para fazer dele o que bem entenderem.
Tudo isso, a imoralidade, a corrupção, o desmantelamento das instituições só tem uma origem: o retrocesso cultural.
A safadeza ocupa o lugar da cultura porque, a partir do momento em que novas “teorias pedagógicas” foram adotadas, com desprestígio para a classe do magistério, os verdadeiros professores se afastaram das salas de aula. Aqueles professores que cuidavam não só da instrução como da educação dos alunos já não existem. E a cultura faliu.
12 de janeiro de 2012
João Eichbaum
* O artigo de Janer Cristaldo encontra-se em arquivo do dia 22 dez 2011, neste blog
O "INCÔMODO" DE MARCO AURÉLIO - ELIANA CALMON: COAF INDICA R$ 855,7 MILHÕES EM OPERAÇÕES ATÍPICAS DE JUÍZES E SERVIDORES
Um relatório do Coaf (órgão de inteligência financeira do Ministério da Fazenda) revela que 3.426 magistrados e servidores do Judiciário fizeram : movimentações consideradas "atípicas" no valor de R$ 855 milhões entre 2000 e 2010.
O documento ressaltou algumas situações consideradas suspeitas, como o fato de três pessoas, duas delas vinculadas ao Tribunal da Justiça Militar de São Paulo e uma do Tribunal de Justiça da Bahia, terem movimentado R$ 116,5 milhões em um único ano, 2008.
Segundo o relatório, 81,7% das comunicações consideradas atípicas estão concentradas no Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (Rio de Janeiro), Tribunal de Justiça da Bahia e o Tribunal de Justiça Militar de São Paulo.
Sem apontar nomes ou separar entre servidores e juízes, os dados também mostram que ocorreram depósitos, em espécie, no total de R$ 77,1 milhões realizados nas contas dessas pessoas.
O documento de 13 páginas, ao qual a Folha teve acesso, foi encaminhado na tarde desta quinta-feira ao STF (Supremo Tribunal Federal) pela corregedora do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), Eliana Calmon. Ela disse ao STF não ter havido quebra de sigilo para se chegar às informações.
"Atipicidade" nas movimentações não significa crime ou irregularidade, mas apenas que aquela operação financeira fugiu aos padrões da norma bancária e do sistema nacional de prevenção à lavagem de dinheiro.
O Coaf apurou uma relação de 216 mil servidores do Poder Judiciário. Deste universo, 5.160 pessoas figuraram em 18.437 comunicações de operações financeiras encaminhadas ao Coaf por diversos setores econômicos, como bancos e cartórios de registro de imóveis.
As comunicações representaram R$ 9,48 bilhões, entre 2000 e novembro de 2010. O Coaf considerou que a maioria deste valor tem explicação plausível, como empréstimos efetuados ou pagos.
Dos R$ 855 milhões considerados "atípicos" pelo Coaf, o ápice ocorreu em 2002, quando "uma pessoa relacionada ao Tribunal Regional do Trabalho da 1a Região", no Rio de Janeiro, movimentou R$ 282,9 milhões.
Em 2010, R$ 34,2 milhões integraram operações consideradas suspeitas.
Rubens Valente, de Brasília - Folha.com
UM SENADOR PETISTA E A VERDADE COMO CATEGORIA INÚTIL
Humberto Costa (PE), líder do PT no Senado, decidiu contar um fato mentiroso no Congresso, ainda que, claro!, ele seja um homem que não mente jamais. E, ora vejam!, aproveitou para secretar seu ódio contra São Paulo, prática muito corriqueira hoje em dia.
Tenho a certeza de que São Paulo é o estado com o segundo maior número de pernambucanos do país, como é, se não me engano, o segundo com o maior número de nordestinos, só perdendo para a Bahia. Mesmo assim, tudo indica, este valente acredita que eventuais verbas federais enviadas ao estado só beneficiam… paulistas! São Paulo, se não me engano, é a terra onde um ilustre conterrâneo de Costa, um certo Luiz Inácio Lula da Silva, fez carreira política, elegendo-se presidente da República…
Costa, diga-se, me processa. Não vou ficar aqui fazendo proselitismo sobre questões judiciais, não! É só para que o leitor saiba. Adiante.
Segundo este valente senador, o ministro Fernando Bezerra, da Integração, só está sendo criticado porque é nordestino. Diz ele que, se as verbas para as enchentes tivessem sido enviadas quase todas para São Paulo (seguiram para Pernambuco), ninguém estaria dizendo nada. Logo, tudo não passaria de preconceito antinordestino. Costa é um homem sem dúvida corajoso, mas a acusação é covarde porque ele sabe que há algumas franjas do eleitorado que acabam acreditando nessa mentira.
Ao acusar discriminação regional e preconceito, é evidente que está apelando ao… preconceito antipaulista! Esse tipo de procedimento, entendo, é asqueroso.
Vamos lá. Já caíram, sob a suspeita de corrupção, os seguintes ministros: Antonio Palocci, Alfredo Nascimento, Pedro Novais, Wagner Rossi, Orlando Silva e Carlos Lupi. Há nesse grupo nada menos de três… PAULISTAS: Palocci, Rossi e Lupi. Alguém ouviu, por acaso, a menor menção de que se tratava de preconceito contra… São Paulo???
Fator Eduardo Campos
Costa está desesperado porque o governador Eduardo Campos, de Pernambuco, líder inconteste do PSB, estrela ascendente da política (não é do meu gosto, mas há quem aprecie), detectou as pegadas do PT no que considera campanha contra Bezerra.
Bem, existe, sim, é o bom o PSB saber. Isso é verdade. Ocorre que, é raro, mas acontece, o PT, às vezes, conta verdades sobre os outros, ainda que seja para esconder as verdades sobre si mesmo. Bezerra, até agora, não conseguiu dar uma explicação convincente.
Dilma Rousseff decidiu blindar o ministro quando sentiu cheiro de carne queimada. O PSB começou a dar piscadelas para a oposição na formação de palanques da eleição municipal. Não é segredo pra ninguém que Campos, em seu segundo mandato, anseia bem mais do que o governo de Pernambuco. Eu o chamei aqui, dia desses, de “o Aécio Neves que deu certo” porque ele, de fato, está conseguindo criar uma rede de influências no Congresso e fora dele que, imaginavam muitos, seria criada pelo político mineiro.
Conseguiu até nomear a mãe para o Tribunal de Contas da União.
Costa inventa um problema que não existe para criar uma cortina de fumaça no problema que existe: boa parte do PSB está convicta de que é o PT quem municia a imprensa com informações contra Bezerra, ainda que verdadeiras.
Costa tem de dizer se a demissão de três ministros paulistas é ou não preconceito contra São Paulo. Mas ele não vai responder. Há pessoas para as quais a verdade não é nem boa nem má; é apenas inútil.
Mas sempre será útil para os leitores.
Por Reinaldo Azevedo
Tenho a certeza de que São Paulo é o estado com o segundo maior número de pernambucanos do país, como é, se não me engano, o segundo com o maior número de nordestinos, só perdendo para a Bahia. Mesmo assim, tudo indica, este valente acredita que eventuais verbas federais enviadas ao estado só beneficiam… paulistas! São Paulo, se não me engano, é a terra onde um ilustre conterrâneo de Costa, um certo Luiz Inácio Lula da Silva, fez carreira política, elegendo-se presidente da República…
Costa, diga-se, me processa. Não vou ficar aqui fazendo proselitismo sobre questões judiciais, não! É só para que o leitor saiba. Adiante.
Segundo este valente senador, o ministro Fernando Bezerra, da Integração, só está sendo criticado porque é nordestino. Diz ele que, se as verbas para as enchentes tivessem sido enviadas quase todas para São Paulo (seguiram para Pernambuco), ninguém estaria dizendo nada. Logo, tudo não passaria de preconceito antinordestino. Costa é um homem sem dúvida corajoso, mas a acusação é covarde porque ele sabe que há algumas franjas do eleitorado que acabam acreditando nessa mentira.
Ao acusar discriminação regional e preconceito, é evidente que está apelando ao… preconceito antipaulista! Esse tipo de procedimento, entendo, é asqueroso.
Vamos lá. Já caíram, sob a suspeita de corrupção, os seguintes ministros: Antonio Palocci, Alfredo Nascimento, Pedro Novais, Wagner Rossi, Orlando Silva e Carlos Lupi. Há nesse grupo nada menos de três… PAULISTAS: Palocci, Rossi e Lupi. Alguém ouviu, por acaso, a menor menção de que se tratava de preconceito contra… São Paulo???
Fator Eduardo Campos
Costa está desesperado porque o governador Eduardo Campos, de Pernambuco, líder inconteste do PSB, estrela ascendente da política (não é do meu gosto, mas há quem aprecie), detectou as pegadas do PT no que considera campanha contra Bezerra.
Bem, existe, sim, é o bom o PSB saber. Isso é verdade. Ocorre que, é raro, mas acontece, o PT, às vezes, conta verdades sobre os outros, ainda que seja para esconder as verdades sobre si mesmo. Bezerra, até agora, não conseguiu dar uma explicação convincente.
Dilma Rousseff decidiu blindar o ministro quando sentiu cheiro de carne queimada. O PSB começou a dar piscadelas para a oposição na formação de palanques da eleição municipal. Não é segredo pra ninguém que Campos, em seu segundo mandato, anseia bem mais do que o governo de Pernambuco. Eu o chamei aqui, dia desses, de “o Aécio Neves que deu certo” porque ele, de fato, está conseguindo criar uma rede de influências no Congresso e fora dele que, imaginavam muitos, seria criada pelo político mineiro.
Conseguiu até nomear a mãe para o Tribunal de Contas da União.
Costa inventa um problema que não existe para criar uma cortina de fumaça no problema que existe: boa parte do PSB está convicta de que é o PT quem municia a imprensa com informações contra Bezerra, ainda que verdadeiras.
Costa tem de dizer se a demissão de três ministros paulistas é ou não preconceito contra São Paulo. Mas ele não vai responder. Há pessoas para as quais a verdade não é nem boa nem má; é apenas inútil.
Mas sempre será útil para os leitores.
Por Reinaldo Azevedo
O BOM EXEMPLO DO MINISTRO PARA A REFLEXÃO DOS MAUS MOTORISTAS
É evidente e cristalino e os números da tragédia nos mostram – uma média de 100 mortos /dia – que há uma cultura enraizada de desrespeito às normas de trânsito no Brasil. O perfil de boa parte de nossos motoristas é de imprudência, aversão às regras de circulação, acentuado grau de estresse e deseducação.
Não há disciplina consciente no trânsito brasileiro. É problema cultural e de carência de maior fiscalização e rigoroso ato punitivo. Precisamos frear o ímpeto dos assassinos em potencial do volante antes que sejamos a próxima vítima. Não basta educar. É preciso também vigiar e punir com rigor.
O resultado de um teste, junto a um sinal de trânsito no Rio, comprova inequivocamente a cultura da deseducação e “da esperteza” ao volante. Desenvolvido num dia útil, no período da tarde, em local de grande fluxo de veículos e de pedestres, não monitorado por agentes ou fiscalização eletrônica de trânsito, no bairro de Botafogo (Zona Sul), na confluência das Ruas Visconde de Ouro Preto com Muniz Barreto, durante um período de 30 minutos, observou-se que chegou a 52 o número de avanços ao sinal vermelho. Ou seja, inúmeros condutores de veículos, como os que trafegam ‘espertamente’ pelos acostamentos de rodovias, durante os feriadões, descumpriram regra básica de trânsito. É a cultura de que quanto mais cedo chegar ao destino, melhor, mesmo que se corra o risco de graves acidentes.
O trânsito acaba sendo a principal causa de morte de jovens no país, numa faixa etária de 15 a 24 anos. Mais de 70% são do sexo masculino.
Segundo a ONU, o Brasil é o quinto país em acidentes de trânsito no mundo. O trânsito brasileiro mata 2,5 vezes mais que nos Estados Unidos e 3,7 vezes mais que na Europa.
Em média, uma pessoa a cada 15 minutos perde a vida em rodovias e vias urbanas, o que produziu, no ano de 2010, mais de 40 mil óbitos - a capacidade plena de espectadores do Estádio do Engenhão, no Rio – sem falar nos que adquirem graves sequelas , alguns tornando-se mortos em vida.
Assim é que no país dos escândalos e denúncias de maus exemplos de ministros de Estado, um deles, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, aproveitando seu período de férias, tendo atingido mais de 30 pontos em seu prontuário pelo acúmulo de infrações de trânsito, com a carteira de habilitação suspensa há dois anos, está frequentando, na capital federal, na Escola de Educação de Trânsito, o Curso (obrigatório) de Reciclagem para Condutores Infratores, num carga horária de 30 horas/aula.
Quantos motoristas brasileiros, em verdade, estariam precisando de uma reciclagem dessas para fazê-los parar e refletir sobre a conduta deseducada e imprudente no trânsito? Seguramente milhões deles, num país onde muitos continuam bebendo e dirigindo, matando, morrendo e mutilando.
Há homicidas em potencial conduzindo alucinadamente máquinas mortíferas no trânsito brasileiro, enlutando famílias, causando tragédias, tristeza, dor e sofrimento.
O programa Fantástico (TV GLOBO), do último domingo, mostrou um grave acidente em São Paulo onde os dois motoristas deram causa a uma tragédia durante uma madrugada. Um (resultou na morte da própria esposa grávida) ao avançar imprudentemente um sinal vermelho e o outro ( já era a segunda vez) que conduzia alcoolizado e em alta velocidade ao ultrapassar o cruzamento. Agora não adianta lamentar. É preciso pensar antes que as tragédias ocorram. Vidas perdidas não ressuscitam.
Ficam aqui, portanto, referências elogiosas ao ministro Paulo Bernardo pela demonstração de respeito à cidadania, num país carente de bons exemplos nos diferentes escalões superiores.
A verdadeira riqueza, importância e soberania de um país democrático têm início nos bons exemplos que devem vir de cima.
12 de janeiro de 2012
Milton Corrêa da Costa
Não há disciplina consciente no trânsito brasileiro. É problema cultural e de carência de maior fiscalização e rigoroso ato punitivo. Precisamos frear o ímpeto dos assassinos em potencial do volante antes que sejamos a próxima vítima. Não basta educar. É preciso também vigiar e punir com rigor.
O resultado de um teste, junto a um sinal de trânsito no Rio, comprova inequivocamente a cultura da deseducação e “da esperteza” ao volante. Desenvolvido num dia útil, no período da tarde, em local de grande fluxo de veículos e de pedestres, não monitorado por agentes ou fiscalização eletrônica de trânsito, no bairro de Botafogo (Zona Sul), na confluência das Ruas Visconde de Ouro Preto com Muniz Barreto, durante um período de 30 minutos, observou-se que chegou a 52 o número de avanços ao sinal vermelho. Ou seja, inúmeros condutores de veículos, como os que trafegam ‘espertamente’ pelos acostamentos de rodovias, durante os feriadões, descumpriram regra básica de trânsito. É a cultura de que quanto mais cedo chegar ao destino, melhor, mesmo que se corra o risco de graves acidentes.
O trânsito acaba sendo a principal causa de morte de jovens no país, numa faixa etária de 15 a 24 anos. Mais de 70% são do sexo masculino.
Segundo a ONU, o Brasil é o quinto país em acidentes de trânsito no mundo. O trânsito brasileiro mata 2,5 vezes mais que nos Estados Unidos e 3,7 vezes mais que na Europa.
Em média, uma pessoa a cada 15 minutos perde a vida em rodovias e vias urbanas, o que produziu, no ano de 2010, mais de 40 mil óbitos - a capacidade plena de espectadores do Estádio do Engenhão, no Rio – sem falar nos que adquirem graves sequelas , alguns tornando-se mortos em vida.
Assim é que no país dos escândalos e denúncias de maus exemplos de ministros de Estado, um deles, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, aproveitando seu período de férias, tendo atingido mais de 30 pontos em seu prontuário pelo acúmulo de infrações de trânsito, com a carteira de habilitação suspensa há dois anos, está frequentando, na capital federal, na Escola de Educação de Trânsito, o Curso (obrigatório) de Reciclagem para Condutores Infratores, num carga horária de 30 horas/aula.
Quantos motoristas brasileiros, em verdade, estariam precisando de uma reciclagem dessas para fazê-los parar e refletir sobre a conduta deseducada e imprudente no trânsito? Seguramente milhões deles, num país onde muitos continuam bebendo e dirigindo, matando, morrendo e mutilando.
Há homicidas em potencial conduzindo alucinadamente máquinas mortíferas no trânsito brasileiro, enlutando famílias, causando tragédias, tristeza, dor e sofrimento.
O programa Fantástico (TV GLOBO), do último domingo, mostrou um grave acidente em São Paulo onde os dois motoristas deram causa a uma tragédia durante uma madrugada. Um (resultou na morte da própria esposa grávida) ao avançar imprudentemente um sinal vermelho e o outro ( já era a segunda vez) que conduzia alcoolizado e em alta velocidade ao ultrapassar o cruzamento. Agora não adianta lamentar. É preciso pensar antes que as tragédias ocorram. Vidas perdidas não ressuscitam.
Ficam aqui, portanto, referências elogiosas ao ministro Paulo Bernardo pela demonstração de respeito à cidadania, num país carente de bons exemplos nos diferentes escalões superiores.
A verdadeira riqueza, importância e soberania de um país democrático têm início nos bons exemplos que devem vir de cima.
12 de janeiro de 2012
Milton Corrêa da Costa
É UMA IMORALIDADE...
Há servidores no Congresso que chegam a ganhar até R$ 50 mil mensais
Enquanto vocês aí no Blog ficam falando dos salários dos ministros, os diretores da Câmara Federal embolsam polpudas remunerações. E com o recurso favorável dado pelo Tribunal Regional Federal 1, as funções comissionadas (Opção mais RM-Representação Mensal) não entram no cálculo do teto.
Alguns chegam a embolsar R$ 50 mil de salários, conforme a seguinte tabela: Vencimento Básico (padrão45) – R$ 6.411,09; GR-Gratificação de Representação (com vinculação ao salário dos deputados) – R$ 8.772,05; Representação Mensal FC10 (com vinculação) – R$ 8.772,05; – Opção – R$ 5.140,16.
Total em dezembro com vinculação ao salário dos deputados, de um FC10, R$ 29.095,35, faltando incluir aí as vantagens pessoais (quintos incorporados, 5/5 FC10 – R$ 7.900,00), sessões noturnas (sessões terça e quarta – média de R$ 2.000,00), vale-alimentação (R$ 740,00).
Têm servidores com funções comissionadas (não entram no cálculo do teto graças ao recurso dado pelo TRF1) que chegam a ganhar mais de R$ 50.000,00 reais nos meses com vinculação de salário dos deputados.
Isso sim é uma vergonha. E por que o Supremo não julga logo o mérito dessa questão e decide que as FC (Funções Comissionadas) devem entrar no teto e acaba com essas imoralidades na Câmara e no Senado?
12 de janeiro de 2012
Andrey Cabral
Enquanto vocês aí no Blog ficam falando dos salários dos ministros, os diretores da Câmara Federal embolsam polpudas remunerações. E com o recurso favorável dado pelo Tribunal Regional Federal 1, as funções comissionadas (Opção mais RM-Representação Mensal) não entram no cálculo do teto.
Alguns chegam a embolsar R$ 50 mil de salários, conforme a seguinte tabela: Vencimento Básico (padrão45) – R$ 6.411,09; GR-Gratificação de Representação (com vinculação ao salário dos deputados) – R$ 8.772,05; Representação Mensal FC10 (com vinculação) – R$ 8.772,05; – Opção – R$ 5.140,16.
Total em dezembro com vinculação ao salário dos deputados, de um FC10, R$ 29.095,35, faltando incluir aí as vantagens pessoais (quintos incorporados, 5/5 FC10 – R$ 7.900,00), sessões noturnas (sessões terça e quarta – média de R$ 2.000,00), vale-alimentação (R$ 740,00).
Têm servidores com funções comissionadas (não entram no cálculo do teto graças ao recurso dado pelo TRF1) que chegam a ganhar mais de R$ 50.000,00 reais nos meses com vinculação de salário dos deputados.
Isso sim é uma vergonha. E por que o Supremo não julga logo o mérito dessa questão e decide que as FC (Funções Comissionadas) devem entrar no teto e acaba com essas imoralidades na Câmara e no Senado?
12 de janeiro de 2012
Andrey Cabral
O NOSSO JEITINHO FROUXO E CRETINO DE SER
Lá se vai mais um ano, e a cada dia torna-se impossível não ser mais orgulhoso de ser brasileiro. Estamos em paz com a nossa consciência (?), pois não importa se vivemos sob a ditadura da corrupção, e que o peculato não é crime, mas sinal de inteligência (gostou do elogio Lupi?), e o que interessa é que vivemos despreocupados, e que o problema é dos outros, não nos interessando se os outros são VOCÊS.
Depois que do nada viramos um tudo, e passamos a usufruir de carros, mulheres, riquezas, poder e impunidade. Nós atingimos o panteão da esbórnia institucionalizada sem o menor esforço. Não importa que o País esteja estratificado, o que importa é que vivemos em êxtase.
No País, testemunhamos um verdadeiro milagre em andamento, que promete durar mais vinte, trinta anos.
Não adianta falar que a carga tributária do brasileiro está próxima de 40% do PIB, e que o país tem um dos piores índices de qualificação e eficiência de seus serviços públicos.
Não importa que o país acumule troféus de incompetência, seja no IDH, o 84º lugar; no analfabetismo, o 95º; na mortalidade infantil, o 106º; na renda per capita, a 71º; e ocupe apenas o 52º lugar entre 110 países da América Latina melhor para se viver, e que estamos no primeiro lugar no mundo em corrupção, com mais de R$ 80 bilhões desviados do bolso de VOCÊS.
Se alguém afirma que o metrô de Brasília é o mais caro do mundo, não podemos deixar de falar com a boca cheia, que nada devemos às mais avançadas nações do mundo. Sim, quantos países atingiram tal situação?
Quantos países podem taxar os remédios, e o brasileiro é um doente crônico, com 33,9% de impostos, que pagamos sem o menor muxoxo?
O que importa, se temos apenas 3% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, e uma participação no comércio mundial em torno de 2%, e que a nossa dívida interna está só em um trilhão e 500 bilhões de reais?
Sem contar, que patrocinamos uma bolsa-família que paga para cinco filhos, e até os quinze anos de idade. E, conforme a necessidade de cooptação de votos, o atual benemérito desgoverno pode ampliar o leque, pois sabe que alguém sempre pagará a conta.
Devemos apedrejar os que soltam vitupérios contra esta maravilhosa gestão, alegando que no período de janeiro a outubro de 2011, o Governo Federal já gastou R$ 197,7 bilhões de juros da dívida pública. Esse valor astronômico é superior à soma dos orçamentos anuais da saúde e da educação, que somaram R$ 143 bilhões.
Não importa que a “presidenta” no exterior, impossibilitada de negar-se a dar uma entrevista não diga coisa com coisa e, para piorar, tropece nas palavras, que soam com gritante incoerência. No País, atém-se a um texto pobre, elaborado para não colocar em circuito sua imensa teia de neurônios mortos (provavelmente, durante as sessões de tortura).
Não importa que nada de grandioso tenha sido construído nos últimos dez anos para sedimentar necessidade futuras, seja na infraestrutura seja na educação, pois acreditamos piamente que Deus é brasileiro, e ele nos proverá.
Não temos escolas, nem hospitais, mas teremos imensos e majestosos estádios de futebol, pois nossa sede de circo é imensurável. Quanto ao pão, haverá sempre uma bolsa com uma cesta fornecida por ELES, às suas expensas.
Com a inflação subindo, para 2012, modifiquemos os índices dos seus componentes e, zás-tráz, ela diminuirá.
Viram como é fácil?
Sim, estamos orgulhosos, pois apesar de tudo, aumentamos o nosso já elevado índice de aceitação, tanto do EX como da atual presidente. Sim, somos calhordas, mas quem não é, somos jeitosos, somos coniventes, malandros, aproveitadores e, sabiamente, mandamos o futuro para o inferno.
É isso aí gente, ninguém vive de valores, ninguém está preocupado com honestidade, com princípios, com justiça, abdicamos de pruridos que na prática tolhem espertezas.
Por tudo, estamos eufóricos, que se preocupem com o amanhã aqueles que vierem no futuro. A vida atual é boa, não a estraguemos lendo jornais e revistas aos serviços da fajuta oposição.
O nosso espelho é a metamorfose ambulante, exemplo de que tudo se pode, e no espelho, refletimos a imagem de nosso mestre, e como a dele, as nossas faces enchem-se de orgulho. Nós somos os caras.
De fato, somos honoris em causa própria, em patifarias, em malandrices; o que trocando em miúdos, nos eleva aos píncaros do gênero cafajeste de ser dos vivaldinos.
Brasília, DF, 02 de dezembro de 2011
General Valmir Fonseca Azevedo Pereira
Depois que do nada viramos um tudo, e passamos a usufruir de carros, mulheres, riquezas, poder e impunidade. Nós atingimos o panteão da esbórnia institucionalizada sem o menor esforço. Não importa que o País esteja estratificado, o que importa é que vivemos em êxtase.
No País, testemunhamos um verdadeiro milagre em andamento, que promete durar mais vinte, trinta anos.
Não adianta falar que a carga tributária do brasileiro está próxima de 40% do PIB, e que o país tem um dos piores índices de qualificação e eficiência de seus serviços públicos.
Não importa que o país acumule troféus de incompetência, seja no IDH, o 84º lugar; no analfabetismo, o 95º; na mortalidade infantil, o 106º; na renda per capita, a 71º; e ocupe apenas o 52º lugar entre 110 países da América Latina melhor para se viver, e que estamos no primeiro lugar no mundo em corrupção, com mais de R$ 80 bilhões desviados do bolso de VOCÊS.
Se alguém afirma que o metrô de Brasília é o mais caro do mundo, não podemos deixar de falar com a boca cheia, que nada devemos às mais avançadas nações do mundo. Sim, quantos países atingiram tal situação?
Quantos países podem taxar os remédios, e o brasileiro é um doente crônico, com 33,9% de impostos, que pagamos sem o menor muxoxo?
O que importa, se temos apenas 3% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, e uma participação no comércio mundial em torno de 2%, e que a nossa dívida interna está só em um trilhão e 500 bilhões de reais?
Sem contar, que patrocinamos uma bolsa-família que paga para cinco filhos, e até os quinze anos de idade. E, conforme a necessidade de cooptação de votos, o atual benemérito desgoverno pode ampliar o leque, pois sabe que alguém sempre pagará a conta.
Devemos apedrejar os que soltam vitupérios contra esta maravilhosa gestão, alegando que no período de janeiro a outubro de 2011, o Governo Federal já gastou R$ 197,7 bilhões de juros da dívida pública. Esse valor astronômico é superior à soma dos orçamentos anuais da saúde e da educação, que somaram R$ 143 bilhões.
Não importa que a “presidenta” no exterior, impossibilitada de negar-se a dar uma entrevista não diga coisa com coisa e, para piorar, tropece nas palavras, que soam com gritante incoerência. No País, atém-se a um texto pobre, elaborado para não colocar em circuito sua imensa teia de neurônios mortos (provavelmente, durante as sessões de tortura).
Não importa que nada de grandioso tenha sido construído nos últimos dez anos para sedimentar necessidade futuras, seja na infraestrutura seja na educação, pois acreditamos piamente que Deus é brasileiro, e ele nos proverá.
Não temos escolas, nem hospitais, mas teremos imensos e majestosos estádios de futebol, pois nossa sede de circo é imensurável. Quanto ao pão, haverá sempre uma bolsa com uma cesta fornecida por ELES, às suas expensas.
Com a inflação subindo, para 2012, modifiquemos os índices dos seus componentes e, zás-tráz, ela diminuirá.
Viram como é fácil?
Sim, estamos orgulhosos, pois apesar de tudo, aumentamos o nosso já elevado índice de aceitação, tanto do EX como da atual presidente. Sim, somos calhordas, mas quem não é, somos jeitosos, somos coniventes, malandros, aproveitadores e, sabiamente, mandamos o futuro para o inferno.
É isso aí gente, ninguém vive de valores, ninguém está preocupado com honestidade, com princípios, com justiça, abdicamos de pruridos que na prática tolhem espertezas.
Por tudo, estamos eufóricos, que se preocupem com o amanhã aqueles que vierem no futuro. A vida atual é boa, não a estraguemos lendo jornais e revistas aos serviços da fajuta oposição.
O nosso espelho é a metamorfose ambulante, exemplo de que tudo se pode, e no espelho, refletimos a imagem de nosso mestre, e como a dele, as nossas faces enchem-se de orgulho. Nós somos os caras.
De fato, somos honoris em causa própria, em patifarias, em malandrices; o que trocando em miúdos, nos eleva aos píncaros do gênero cafajeste de ser dos vivaldinos.
Brasília, DF, 02 de dezembro de 2011
General Valmir Fonseca Azevedo Pereira
A FACE ESCURA DO GOVERNO E A ALMA SUBALTERNA DA OPOSIÇÃO
O documento concebido para revelar a face escura do governo acabou escancarando a alma subalterna da oposição oficial
Divulgado no fim de dezembro pela direção do PSDB, o “balanço crítico do primeiro ano do governo Dilma Rousseff” é dividido em 13 tópicos.
Nenhum deles trata dos seis ministros que perderam o emprego por envolvimento em grossas bandalheiras.
Tem 3.226 palavras. Corrupção não figura entre elas.
Desapareceu durante a revisão do texto original redigido por Alberto Goldman. “A presidente é tolerante com a corrupção”, constatou o ex-vice-governador de São Paulo. “O ex-ministro Palocci, nas palavras da presidente, saiu porque quis”, exemplificou.
Tanto a constatação quanto o exemplo foram censurados por tucanos empoleirados em galhos mais altos.
Tampouco sobreviveram ao crivo dos poltrões vocacionais três adjetivos que ajudavam a retratar o desempenho do Planalto nos últimos 12 meses: “medíocre”, “amorfo” e “insípido”.
Mais respeito com a presidenta, certamente protestou algum devoto de Geraldo Alckmin.”A constrangedora sucessão de fracassos” fustigada por Goldman reapareceu no balanço aprovado pelos chefes do partido fantasiada de “sérios problemas em diversas áreas”.
Os censores acharam igualmente grosseiro qualificar o período de “nono ano do governo Lula”, ou registrar que Dilma age como “fantoche”. Não se faz isso com uma dama, deve ter ponderado um discípulo de Aécio Neves. E as duas verdades foram para o ralo.
Concebido para revelar ao Brasil a face escura dos donos do poder, o documento só serviu para escancarar a alma subalterna dos oposicionistas mais governista da história republicana.
Uns e outros vão desaparecer nos escombros da Era da Mediocridade.
Augusto Nunes
Divulgado no fim de dezembro pela direção do PSDB, o “balanço crítico do primeiro ano do governo Dilma Rousseff” é dividido em 13 tópicos.
Nenhum deles trata dos seis ministros que perderam o emprego por envolvimento em grossas bandalheiras.
Tem 3.226 palavras. Corrupção não figura entre elas.
Desapareceu durante a revisão do texto original redigido por Alberto Goldman. “A presidente é tolerante com a corrupção”, constatou o ex-vice-governador de São Paulo. “O ex-ministro Palocci, nas palavras da presidente, saiu porque quis”, exemplificou.
Tanto a constatação quanto o exemplo foram censurados por tucanos empoleirados em galhos mais altos.
Tampouco sobreviveram ao crivo dos poltrões vocacionais três adjetivos que ajudavam a retratar o desempenho do Planalto nos últimos 12 meses: “medíocre”, “amorfo” e “insípido”.
Mais respeito com a presidenta, certamente protestou algum devoto de Geraldo Alckmin.”A constrangedora sucessão de fracassos” fustigada por Goldman reapareceu no balanço aprovado pelos chefes do partido fantasiada de “sérios problemas em diversas áreas”.
Os censores acharam igualmente grosseiro qualificar o período de “nono ano do governo Lula”, ou registrar que Dilma age como “fantoche”. Não se faz isso com uma dama, deve ter ponderado um discípulo de Aécio Neves. E as duas verdades foram para o ralo.
Concebido para revelar ao Brasil a face escura dos donos do poder, o documento só serviu para escancarar a alma subalterna dos oposicionistas mais governista da história republicana.
Uns e outros vão desaparecer nos escombros da Era da Mediocridade.
Augusto Nunes
O (P) ARTIDO (T) ORPE E A NOVA VANGUARDA DO ATRASO
O desempenho da economia brasileira em 2011 foi modesto:
o PIB cresceu menos de 3%, a segunda pior performance desde 2004. O freio da economia foi a indústria de transformação, que permaneceu estagnada.
A produção de bens de consumo durável declinou quase 2%.
Pior foi o caso dos não duráveis: no ramo têxtil, a produção caiu 15%;
em calçados e artigos de couro, -10%; no vestuário, -3,3%.
De fato, o setor industrial anda de lado, ou, dependendo de onde, para trás. Até hoje não retomou o nível de produção anterior à crise de 2008-2009.
O leitor pode perguntar-se:
como é possível isso, se o consumo nos últimos anos aumentou tão rapidamente?
Desde 2007 as vendas a varejo cresceram perto de 40% reais; em 2011, 5%.
A resposta é simples:
crescem vertiginosamente as importações de produtos manufaturados. O déficit da balança comercial da indústria de transformação em 2011 (janeiro/novembro) cresceu 37% em relação a 2010, chegando a US$ 44 bilhões!
Em 2006 a balança era superavitária em US$ 30 bilhões.
Assim, boa parte dos empregos gerados pela febre de consumo dos últimos anos foi para o exterior.
Há uma desindustrialização em marcha no Brasil. Além do encolhimento do setor em relação ao PIB (faz mais de uma década), há uma desintegração crescente de cadeias produtivas, tornando algumas atividades industriais parecidas com as "maquiadoras" mexicanas.
Mas atenção! Os produtos manufaturados que importamos não são mais baratos e os que exportamos, mais caros porque a indústria brasileira seja mais ineficiente que a chinesa ou a coreana, embora, pouco a pouco, num círculo vicioso, isso possa ocorrer.
A explicação principal é o elevado custo sistêmico da economia brasileira.
Primeiro, a carga elevada e distorcida de impostos sobre a indústria. Um exemplo simples: de cada R$ 1 do custo do kw de energia elétrica, R$ 0,52 vão para tributos e encargos setoriais!
Segundo, a péssima infraestrutura.
O governo federal destina pouco para investir e investe pouco daquilo que destina, em razão de falta de planejamento, prioridades e capacidade executiva.
O País realiza um dos menores investimentos públicos do mundo como fração do PIB.
Mais ainda, por causa desses fatores, acrescidos de populismo e preconceitos, os governos do PT não conseguiram fazer parcerias amplas com o setor privado na infraestrutura.
Há uma terceira condição decisiva para a desindustrialização:
a persistente sobrevalorização da moeda brasileira ante as moedas estrangeiras - cerca de 70% desde 2002, segundo estimativa de Armando Castelar. Isso aumenta fortemente os custos brasileiros de produção em dólares, dos salários à energia elétrica.
Isoladamente, a sobrevalorização é o fator mais importante que barateia nossas importações e encarece as exportações de manufaturados. Levá-la em conta ajuda a compreender por que temos o Big Mac mais caro do mundo e os nossos turistas em Nova York, embora em menor número que os alemães e os ingleses, gastam mais do que estes dois somados.
Economistas e jornalistas de fora do governo falam contra a ideia de existir uma política específica para a indústria. Opõem-se à teoria e à prática de uma política industrial, que, segundo eles, geraria distorções e injustiças.
Já o pessoal do governo e seus economistas falam enfaticamente a favor da necessidade e da prática de política industrial.
Nessa discussão se gastam papel, tempo de TV a cabo e horas de palestras.
É uma polêmica interessante, mas surrealista, pois não existe de fato uma política econômica abrangente e coerente, de médio e de longo prazos, que enfrente as causas da perda de competitividade da indústria.
O programa Brasil Maior?
Faltam envergadura e capacidade de implantação, sobram distorções.
E a anarquia da política de compras de máquinas e equipamentos para a área do petróleo ou a confusão dos critérios de crédito subsidiado do BNDES, têm alguma racionalidade em termos uma política industrial? Nenhuma!
Alguém poderia questionar:
"E daí? Qual é o problema de o Brasil se desindustrializar? Temos agricultura pujante, comércio próspero e outros serviços se expandindo. Tudo isso gera empregos e renda. Devemos seguir comprando mais e mais produtos industriais lá fora, pois dispomos dos dólares para tanto: vendemos minérios e alimentos e recebemos muitos investimentos externos".
Desde logo, nada contra sermos grandes exportadores de produtos agrominerais.
Os EUA fizeram isso no século 19 e em boa parte do século 20 e ainda viraram a maior potência industrial do planeta, expandindo ao máximo a exportação de manufaturas.
A riqueza em commodities não é a causa necessária de retrocesso industrial. Pode, sim, ser fator de avanço. O retrocesso só existe porque os frutos dessa riqueza não estão sendo utilizados com sensatez e descortino.
Ao se desindustrializar, o País está perdendo a sua maior conquista econômica do século 20.
Estamos a regredir bravamente à economia primário-exportadora do século 19; a médio e a longo prazos, esse modelo é vulnerável no seu dinamismo, por ser muito dependente do centro (hoje asiático) da economia mundial.
Os países com desenvolvimento brilhante têm sido puxados pela indústria, setor que é o lugar geométrico do progresso tecnológico e da geração dos melhores empregos em relação à média da economia.
O Brasil tem 190 milhões de habitantes, a 77.ª renda per capita e o 84.º IDH do mundo. É preciso ter claro: sua economia continental não proporcionará a renda e os milhões de empregos de qualidade que o progresso social requer tendo como eixo dinâmico o consumo das receitas de exportação de commodities.
A indagação retórica que fiz acima envolve um conceito que tornaria o futuro da economia brasileira vítima de um presente de leniência e indecisão.
Conceito que pauta, de fato, o lulopetismo.
É que um marketing competente consegue dar uma roupagem moderna a essa nova vanguarda do atraso.
José Serra O Estado de S. Paulo
o PIB cresceu menos de 3%, a segunda pior performance desde 2004. O freio da economia foi a indústria de transformação, que permaneceu estagnada.
A produção de bens de consumo durável declinou quase 2%.
Pior foi o caso dos não duráveis: no ramo têxtil, a produção caiu 15%;
em calçados e artigos de couro, -10%; no vestuário, -3,3%.
De fato, o setor industrial anda de lado, ou, dependendo de onde, para trás. Até hoje não retomou o nível de produção anterior à crise de 2008-2009.
O leitor pode perguntar-se:
como é possível isso, se o consumo nos últimos anos aumentou tão rapidamente?
Desde 2007 as vendas a varejo cresceram perto de 40% reais; em 2011, 5%.
A resposta é simples:
crescem vertiginosamente as importações de produtos manufaturados. O déficit da balança comercial da indústria de transformação em 2011 (janeiro/novembro) cresceu 37% em relação a 2010, chegando a US$ 44 bilhões!
Em 2006 a balança era superavitária em US$ 30 bilhões.
Assim, boa parte dos empregos gerados pela febre de consumo dos últimos anos foi para o exterior.
Há uma desindustrialização em marcha no Brasil. Além do encolhimento do setor em relação ao PIB (faz mais de uma década), há uma desintegração crescente de cadeias produtivas, tornando algumas atividades industriais parecidas com as "maquiadoras" mexicanas.
Mas atenção! Os produtos manufaturados que importamos não são mais baratos e os que exportamos, mais caros porque a indústria brasileira seja mais ineficiente que a chinesa ou a coreana, embora, pouco a pouco, num círculo vicioso, isso possa ocorrer.
A explicação principal é o elevado custo sistêmico da economia brasileira.
Primeiro, a carga elevada e distorcida de impostos sobre a indústria. Um exemplo simples: de cada R$ 1 do custo do kw de energia elétrica, R$ 0,52 vão para tributos e encargos setoriais!
Segundo, a péssima infraestrutura.
O governo federal destina pouco para investir e investe pouco daquilo que destina, em razão de falta de planejamento, prioridades e capacidade executiva.
O País realiza um dos menores investimentos públicos do mundo como fração do PIB.
Mais ainda, por causa desses fatores, acrescidos de populismo e preconceitos, os governos do PT não conseguiram fazer parcerias amplas com o setor privado na infraestrutura.
Há uma terceira condição decisiva para a desindustrialização:
a persistente sobrevalorização da moeda brasileira ante as moedas estrangeiras - cerca de 70% desde 2002, segundo estimativa de Armando Castelar. Isso aumenta fortemente os custos brasileiros de produção em dólares, dos salários à energia elétrica.
Isoladamente, a sobrevalorização é o fator mais importante que barateia nossas importações e encarece as exportações de manufaturados. Levá-la em conta ajuda a compreender por que temos o Big Mac mais caro do mundo e os nossos turistas em Nova York, embora em menor número que os alemães e os ingleses, gastam mais do que estes dois somados.
Economistas e jornalistas de fora do governo falam contra a ideia de existir uma política específica para a indústria. Opõem-se à teoria e à prática de uma política industrial, que, segundo eles, geraria distorções e injustiças.
Já o pessoal do governo e seus economistas falam enfaticamente a favor da necessidade e da prática de política industrial.
Nessa discussão se gastam papel, tempo de TV a cabo e horas de palestras.
É uma polêmica interessante, mas surrealista, pois não existe de fato uma política econômica abrangente e coerente, de médio e de longo prazos, que enfrente as causas da perda de competitividade da indústria.
O programa Brasil Maior?
Faltam envergadura e capacidade de implantação, sobram distorções.
E a anarquia da política de compras de máquinas e equipamentos para a área do petróleo ou a confusão dos critérios de crédito subsidiado do BNDES, têm alguma racionalidade em termos uma política industrial? Nenhuma!
Alguém poderia questionar:
"E daí? Qual é o problema de o Brasil se desindustrializar? Temos agricultura pujante, comércio próspero e outros serviços se expandindo. Tudo isso gera empregos e renda. Devemos seguir comprando mais e mais produtos industriais lá fora, pois dispomos dos dólares para tanto: vendemos minérios e alimentos e recebemos muitos investimentos externos".
Desde logo, nada contra sermos grandes exportadores de produtos agrominerais.
Os EUA fizeram isso no século 19 e em boa parte do século 20 e ainda viraram a maior potência industrial do planeta, expandindo ao máximo a exportação de manufaturas.
A riqueza em commodities não é a causa necessária de retrocesso industrial. Pode, sim, ser fator de avanço. O retrocesso só existe porque os frutos dessa riqueza não estão sendo utilizados com sensatez e descortino.
Ao se desindustrializar, o País está perdendo a sua maior conquista econômica do século 20.
Estamos a regredir bravamente à economia primário-exportadora do século 19; a médio e a longo prazos, esse modelo é vulnerável no seu dinamismo, por ser muito dependente do centro (hoje asiático) da economia mundial.
Os países com desenvolvimento brilhante têm sido puxados pela indústria, setor que é o lugar geométrico do progresso tecnológico e da geração dos melhores empregos em relação à média da economia.
O Brasil tem 190 milhões de habitantes, a 77.ª renda per capita e o 84.º IDH do mundo. É preciso ter claro: sua economia continental não proporcionará a renda e os milhões de empregos de qualidade que o progresso social requer tendo como eixo dinâmico o consumo das receitas de exportação de commodities.
A indagação retórica que fiz acima envolve um conceito que tornaria o futuro da economia brasileira vítima de um presente de leniência e indecisão.
Conceito que pauta, de fato, o lulopetismo.
É que um marketing competente consegue dar uma roupagem moderna a essa nova vanguarda do atraso.
José Serra O Estado de S. Paulo
AÉCIO: ELE CONSEGUE SER OPOSIÇÃO
O senador Aécio Neves (MG) criticou ontem em entrevista à Folha o governo Dilma Rousseff e anunciou a decisão do PSDB de criar uma central de acompanhamento dos gastos federais.
"A marca do governo da 'gerente' é o abuso dos critérios políticos em detrimento dos interesses da população", disse Aécio.
O ataque aconteceu no mesmo dia que a Folha mostrou que, em nome de Aécio, o PSDB evitaria ataques ao ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra (PSB).
Na esperança de contar com o apoio do PSB em 2014, líderes tucanos procuraram o DEM para informar que não atuariam como protagonistas na oposição a Bezerra.
Segundo Aécio, a inauguração da central está prevista para o mês que vem.
A estrutura é uma resposta à avaliação de que o tucanato poupa aliados de Dilma sonhando com uma coligação na eleição de 2014.
Além da central, o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra (PE), disse que três equipes serão destacadas para fiscalização de políticas públicas do governo, como saúde e sustentabilidade.
Segundo Guerra, Aécio telefonou-lhe ontem para perguntar sobre a central. "Não recebi nenhuma orientação de Aécio para que Bezerra seja poupado." Guerra é um dos que defendem que, em 2012, o PSDB exerça uma oposição mais vigorosa do que no primeiro ano do governo Dilma.
Potencial candidato à Presidência, Aécio flerta com partidos da base do governo. No fim do ano passado, por exemplo, chegou a se reunir com o DEM para avaliar a hipótese de apoio à candidatura de Gabriel Chalita (PMDB) à Prefeitura de São Paulo.
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, decidiu encaminhar para a primeira instância do Ministério Público Federal o pedido do DEM para investigar Coelho.
Gurgel entende que os fatos apresentados pelo partido, por enquanto, não trazem indícios de crime. (Da Folha de São Paulo)
"A marca do governo da 'gerente' é o abuso dos critérios políticos em detrimento dos interesses da população", disse Aécio.
O ataque aconteceu no mesmo dia que a Folha mostrou que, em nome de Aécio, o PSDB evitaria ataques ao ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra (PSB).
Na esperança de contar com o apoio do PSB em 2014, líderes tucanos procuraram o DEM para informar que não atuariam como protagonistas na oposição a Bezerra.
Segundo Aécio, a inauguração da central está prevista para o mês que vem.
A estrutura é uma resposta à avaliação de que o tucanato poupa aliados de Dilma sonhando com uma coligação na eleição de 2014.
Além da central, o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra (PE), disse que três equipes serão destacadas para fiscalização de políticas públicas do governo, como saúde e sustentabilidade.
Segundo Guerra, Aécio telefonou-lhe ontem para perguntar sobre a central. "Não recebi nenhuma orientação de Aécio para que Bezerra seja poupado." Guerra é um dos que defendem que, em 2012, o PSDB exerça uma oposição mais vigorosa do que no primeiro ano do governo Dilma.
Potencial candidato à Presidência, Aécio flerta com partidos da base do governo. No fim do ano passado, por exemplo, chegou a se reunir com o DEM para avaliar a hipótese de apoio à candidatura de Gabriel Chalita (PMDB) à Prefeitura de São Paulo.
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, decidiu encaminhar para a primeira instância do Ministério Público Federal o pedido do DEM para investigar Coelho.
Gurgel entende que os fatos apresentados pelo partido, por enquanto, não trazem indícios de crime. (Da Folha de São Paulo)
HUGO CHÁVEZ, UM SUPOSTO ESTADISTA
Ou um estadista deselegante?
Ontem, ao receber Mahmoud Ahmadinejad, ditador do Irã, Hugo Chavez se mostrou "irônico" ao comentar que tem canhões e mísseis prontos para atacar Washington. Comentário jocoso (?) de extremo mau gosto, principalmente quando feito por um possível estadista.
'Ahmadinejad e Hugo Chávez assinaram acordos de cooperação econômica, zombaram dos Estados Unidos e brincaram com a questão de terem a bomba atômica. O presidente da Venezuela disse que não há provas de que o Irã tem bomba atômica.'
O presidente da Venezuela ainda defendeu o governo sírio que foi acusado pelo massacre de umas quatro mil pessoas. Hugo Chaves alegou que Bashar al-Assad é um bom amigo e defendeu o respeito à soberania do governo sírio.
Ser ou não um bom amigo é caso íntimo, pessoal e não pode influenciar a forma de ver o outro, principalmente em relação à maneira de conduzir um país.
O ditador Ahmadinejad, sai de Caracas e vai para Cuba, depois Equador e Nicarágua – três países que têm, em comum, o antiamericanismo.
O presidente do Irã está rodando pela América do Sul em busca do apoio de poucos aliados que ainda lhe restam. Deve estar morrendo de saudades do ex-presidente brasileiro que sempre deu apoio a todos os ditadores espalhados pelo mundo.
Ontem, ao receber Mahmoud Ahmadinejad, ditador do Irã, Hugo Chavez se mostrou "irônico" ao comentar que tem canhões e mísseis prontos para atacar Washington. Comentário jocoso (?) de extremo mau gosto, principalmente quando feito por um possível estadista.
'Ahmadinejad e Hugo Chávez assinaram acordos de cooperação econômica, zombaram dos Estados Unidos e brincaram com a questão de terem a bomba atômica. O presidente da Venezuela disse que não há provas de que o Irã tem bomba atômica.'
O presidente da Venezuela ainda defendeu o governo sírio que foi acusado pelo massacre de umas quatro mil pessoas. Hugo Chaves alegou que Bashar al-Assad é um bom amigo e defendeu o respeito à soberania do governo sírio.
Ser ou não um bom amigo é caso íntimo, pessoal e não pode influenciar a forma de ver o outro, principalmente em relação à maneira de conduzir um país.
O ditador Ahmadinejad, sai de Caracas e vai para Cuba, depois Equador e Nicarágua – três países que têm, em comum, o antiamericanismo.
O presidente do Irã está rodando pela América do Sul em busca do apoio de poucos aliados que ainda lhe restam. Deve estar morrendo de saudades do ex-presidente brasileiro que sempre deu apoio a todos os ditadores espalhados pelo mundo.
COM PROMESSAS, ENGANA-SE UM POVO DE MEMÓRIA FRACA. JÁ ESTÁ PROVADO...
Os 6 patetas, o exército fantasma e a farsa-tarefa informam que Dilma convocou a seleção do Xingu para enfrentar o Barcelona
Nos livros didáticos do Ministério da Educação, 10 menos 7 pode ser igual a 4. Na cabeça baldia da presidente da República, 6 é igual a zero. Ninguém sabe que fim levaram as 6 mil creches prometidas por Dilma Rousseff durante a campanha eleitoral.
Não há qualquer vestígio das 6 mil casas que os flagelados da Região Serrana do Rio ganharam há exatamente um ano. Além da chefe, só o ministro Fernando Bezerra, escalado nesta segunda-feira para anunciar a façanha mais recente da superexecutiva, pode dizer onde estão aquartelados os 6 mil “agentes da Defesa Civil treinados para agir nas áreas de risco”. E só a dupla de ilusionistas de picadeiro pode explicar por que o exército fantasma ainda não deu as caras neste verão.
Desde ontem, tanto essa tropa clandestina quanto os “geólogos e hidrólogos” alistados no que Celso Arnaldo batizou de farsa-tarefa estarão sob as ordens de um “grupo de trabalho” que junta, claro, 6 nulidades, todas recrutadas no primeiro escalão mais medíocre da história: Gleisi Hoffmann (chefe da Casa Civil e do bando), Fernando Bezerra (Integração Nacional), Aloizio Mercadante (Ciência, Tecnologia e Inovação), Alexandre Padilha (Saúde), Paulo Passos (Transportes) e Enzo Peri (comandante do Exército e ministro interino da Defesa). Releiam os nomes. Para Dilma, decididamente, 6 é um zero enrolado.
Em 27 de setembro, O Globo informou que, a três meses do início da temporada das chuvas, o Programa de Prevenção e Preparação para Desastres Naturais, parido às pressas no trágico janeiro de 2011, não passava de uma peça de ficção costurada pelo lastimavelmente real Ministério da Integração Nacional.
A presidente e os ministros não cumpriram o combinado. Os governadores preferiram concentrar-se em atividades mais lucrativas. Nenhuma obra relevante saiu do papel. As verbas não desceram do palanque. Só alguns prefeitos gatunos viram a cor de dinheiro ─ que imediatamente embolsaram. Nada foi feito para reduzir o medo dos moradores das áreas em perigo.
Abandonado, o cenário da catástrofe estava pronto para a reprise. Mas o rebanho dos deserdados aguardava sem balidos a perda da casa, de parentes, da paz ou da própria vida, registrou o post aqui publicado naquele dia. Os brasileiros conformados com a vida não vivida, agora se rendem à morte anunciada, constatou o título.
E nem o recomeço da matança parece suficiente para animá-los a indignar-se com os algozes, tem confirmado nos últimos dias o comportamento das vítimas de mais uma tragédia que o governo nada fez para ao menos abrandar. É compreensível que os profissionais do cinismo se sintam à vontade para recitar as mesmas promessas do verão passado.
Tranquilizados pela abulia da plateia, apenas acrescentaram duas ou três fantasias baratas ao roteiro desmoralizado pela desfaçatez do próprio elenco.
Como fez nesta segunda-feira, também em janeiro de 2011 Dilma Rousseff confiou a 6 ministros a missão de “reestruturar a Defesa Civil do país”. Antes como agora, o objetivo principal era “evitar novas catástrofes”.
Há um ano, a presidente comunicou que já encomendara a “rede de radares meteorológicos e pluviômetros para a captação do volume de chuva” que, na apresentação de estreia, os 6 patetas prometeram comprar. Prudentemente distante do palco, Dilma mandou dizer que vêm aí os “modernos mecanismos para a remoção da população das áreas de risco” que jurou inaugurar há pelo menos seis meses.
As únicas novidades no velho show de cinismo foram a farsa-tarefa e a nova escalação da equipe formada para enfrentar a chuva: Gleisi, Mercadante, Peri, Padilha, Passos e Bezerra.
Se fosse presidente do País do Futebol, Dilma não escaparia da cólera dos incontáveis inconformados com a péssima qualidade do time.
No País do Carnaval, as arquibancadas são bem mais mansas.
Multidões ultrajadas pela inépcia homicida não pareceram indignadas mesmo ao saber que, para enfrentar o Barcelona, a supertécnica convocou a seleção do Xingu.
Compreensivelmente, Dilma e seus parceiros acham que podem tudo. Engano. Não podem, por exemplo, banir do território nacional todas as manifestações de vida inteligente.
Como avisou Celso Arnaldo, milhões de brasileiros decentes sabem o que eles fizeram no verão passado, o que andam fazendo agora e o que pretendem fazer enquanto puderem. Também sabem que capitulação não rima com resistência democrática. E sabem que não existe a noite eterna.
Nos livros didáticos do Ministério da Educação, 10 menos 7 pode ser igual a 4. Na cabeça baldia da presidente da República, 6 é igual a zero. Ninguém sabe que fim levaram as 6 mil creches prometidas por Dilma Rousseff durante a campanha eleitoral.
Não há qualquer vestígio das 6 mil casas que os flagelados da Região Serrana do Rio ganharam há exatamente um ano. Além da chefe, só o ministro Fernando Bezerra, escalado nesta segunda-feira para anunciar a façanha mais recente da superexecutiva, pode dizer onde estão aquartelados os 6 mil “agentes da Defesa Civil treinados para agir nas áreas de risco”. E só a dupla de ilusionistas de picadeiro pode explicar por que o exército fantasma ainda não deu as caras neste verão.
Desde ontem, tanto essa tropa clandestina quanto os “geólogos e hidrólogos” alistados no que Celso Arnaldo batizou de farsa-tarefa estarão sob as ordens de um “grupo de trabalho” que junta, claro, 6 nulidades, todas recrutadas no primeiro escalão mais medíocre da história: Gleisi Hoffmann (chefe da Casa Civil e do bando), Fernando Bezerra (Integração Nacional), Aloizio Mercadante (Ciência, Tecnologia e Inovação), Alexandre Padilha (Saúde), Paulo Passos (Transportes) e Enzo Peri (comandante do Exército e ministro interino da Defesa). Releiam os nomes. Para Dilma, decididamente, 6 é um zero enrolado.
Em 27 de setembro, O Globo informou que, a três meses do início da temporada das chuvas, o Programa de Prevenção e Preparação para Desastres Naturais, parido às pressas no trágico janeiro de 2011, não passava de uma peça de ficção costurada pelo lastimavelmente real Ministério da Integração Nacional.
A presidente e os ministros não cumpriram o combinado. Os governadores preferiram concentrar-se em atividades mais lucrativas. Nenhuma obra relevante saiu do papel. As verbas não desceram do palanque. Só alguns prefeitos gatunos viram a cor de dinheiro ─ que imediatamente embolsaram. Nada foi feito para reduzir o medo dos moradores das áreas em perigo.
Abandonado, o cenário da catástrofe estava pronto para a reprise. Mas o rebanho dos deserdados aguardava sem balidos a perda da casa, de parentes, da paz ou da própria vida, registrou o post aqui publicado naquele dia. Os brasileiros conformados com a vida não vivida, agora se rendem à morte anunciada, constatou o título.
E nem o recomeço da matança parece suficiente para animá-los a indignar-se com os algozes, tem confirmado nos últimos dias o comportamento das vítimas de mais uma tragédia que o governo nada fez para ao menos abrandar. É compreensível que os profissionais do cinismo se sintam à vontade para recitar as mesmas promessas do verão passado.
Tranquilizados pela abulia da plateia, apenas acrescentaram duas ou três fantasias baratas ao roteiro desmoralizado pela desfaçatez do próprio elenco.
Como fez nesta segunda-feira, também em janeiro de 2011 Dilma Rousseff confiou a 6 ministros a missão de “reestruturar a Defesa Civil do país”. Antes como agora, o objetivo principal era “evitar novas catástrofes”.
Há um ano, a presidente comunicou que já encomendara a “rede de radares meteorológicos e pluviômetros para a captação do volume de chuva” que, na apresentação de estreia, os 6 patetas prometeram comprar. Prudentemente distante do palco, Dilma mandou dizer que vêm aí os “modernos mecanismos para a remoção da população das áreas de risco” que jurou inaugurar há pelo menos seis meses.
As únicas novidades no velho show de cinismo foram a farsa-tarefa e a nova escalação da equipe formada para enfrentar a chuva: Gleisi, Mercadante, Peri, Padilha, Passos e Bezerra.
Se fosse presidente do País do Futebol, Dilma não escaparia da cólera dos incontáveis inconformados com a péssima qualidade do time.
No País do Carnaval, as arquibancadas são bem mais mansas.
Multidões ultrajadas pela inépcia homicida não pareceram indignadas mesmo ao saber que, para enfrentar o Barcelona, a supertécnica convocou a seleção do Xingu.
Compreensivelmente, Dilma e seus parceiros acham que podem tudo. Engano. Não podem, por exemplo, banir do território nacional todas as manifestações de vida inteligente.
Como avisou Celso Arnaldo, milhões de brasileiros decentes sabem o que eles fizeram no verão passado, o que andam fazendo agora e o que pretendem fazer enquanto puderem. Também sabem que capitulação não rima com resistência democrática. E sabem que não existe a noite eterna.
A CHINA VAI QUEBRAR A ECONOMIA MUNDIAL
O comentarista Eduardo Konig nos envia este artigo que faz sucesso circulando na internet, escrito por Luciano Pires, diretor de marketing da Dana e profissional de comunicação.
Há 200 anos Napoleão Bonnaparte fez uma profecia, que está começando a realiza-se atualmente, ao dizer: “Deixem a China dormir porque, quando ela acordar, o mundo vai estremecer”.
A China do futuro,mas o futuro é hoje… A verdade é que agora, tudo o que compramos é Made in China. Eis um aviso para o futuro! Mas quem liga para esse aviso? Atualmente, ninguém ! Agora é só aproveitar…
E depois, como será para os nossos filhos ? Que futuro terão? Já pensou como ficará a China do futuro?
Alguns conhecidos voltaram da China impressionados. Um determinado produto que o Brasil fabrica um milhão de unidades, uma só fábrica chinesa produz quarenta milhões.
A qualidade já é equivalente. E a velocidade de reação é impressionante.
Os chineses colocam qualquer produto no mercado em questão de semanas. E com preços que são uma fração dos praticados aqui. Uma das fábricas está de mudança para o interior, pois os salários da região onde está instalada estão altos demais: 100 dólares.
Um operário brasileiro equivalente ganha 300 dólares no mínimo, que acrescidos de impostos e benefícios representam quase 600 dólares. Quando comparados com os 100 dólares dos chineses, que recebem praticamente zero benefícios, estamos perante uma escravidão amarela e alimentando-a…
Horas extras? Na China…? Esqueça !!! O pessoal por lá é tão agradecido por ter um emprego que trabalha horas extras sabendo que não vão receber nada por isso…
Atrás dessa “postura” está a grande armadilha chinesa.
Não se trata de uma estratégia comercial, mas sim de uma estratégia “de poder” para ganhar o mercado ocidental.
Os chineses estão tirando proveito da atitude dos ‘marqueteiros’ ocidentais, que preferem terceirizar a produção ficando apenas com o que ela “agrega de valor”: a marca.
Dificilmente você adquire atualmente nas grandes redes comerciais dos Estados Unidos da América um produto “made in USA”. É tudo “made in China”, com rótulo estadunidense.
As empresas ganham rios de dinheiro comprando dos chineses por centavos e vendendo por centenas de dólares…
Apenas lhes interessa o lucro imediato e a qualquer preço. Mesmo ao custo do fechamento das suas fábricas e do brutal desemprego. É o que se pode chamar de “estratégia preçonhenta” (preço com peçonhento).
Enquanto os ocidentais terceirizam as táticas e ganham no curto prazo, a China assimila essas táticas e tecnologia, cria unidades produtivas de alta performance, para dominar no longo prazo. Enquanto as grandes potências mercadológicas que ficam com as marcas, com os “designs”. suas grifes, os chineses estão ficando com a produção, assistindo, estimulando e contribuindo para o desmantelamento dos já poucos parques industriais ocidentais.
Em breve, por exemplo, já não haverá mais fábricas de tênis ou de calçados pelo mundo ocidental. Só haverá na China.
Então, num futuro próximo veremos os produtos chineses aumentando os seus preços, gerando um “choque da manufatura”, como aconteceu com o choque petrolífero nos anos setenta. Aí já será tarde demais.
Então o mundo perceberá que reerguer as suas fábricas terá um custo proibitivo e irá render-se ao poderio chinês. Perceberá que alimentou um enorme dragão e acabou refém do mesmo.
Dragão este que aumentará gradativamente seus preços, já que será ele quem ditará as novas leis de mercado, pois quem tem o monopólio da produção, manda.
Sendo ela e apenas ela quem possuirá as fábricas, inventários e empregos, ela é quem vai regular os mercados e não os “preçonhentos”.
Iremos, nós e os nossos filhos, netos… assistir a uma inversão das regras do jogo atual que terão nas economias ocidentais o impacto de uma bomba atômica… chinesa. Nessa altura em que o mundo ocidental acordar será muito tarde.
Nesse dia, os executivos “preçonhentos” olharão tristemente para os esqueletos das suas antigas fábricas, para os técnicos aposentados jogando boliche no clube da esquina, e chorarão sobre as sucatas dos seus parques fabris desmontados.
E então lembrarão, com muitas saudades, do tempo em que ganharam dinheiro comprando “balatinho dos esclavos” chineses, vendendo caro suas “marcas-grifes” aos seus conterrâneos.
E então, entristecidos, abrirão suas “marmitas” e almoçarão as suas marcas que já deixaram de ser moda e, por isso, deixaram de ser poderosas, pois, foram todas copiadas….
REFLITAM E COMECEM A COMPRAR – JÁ – OS PRODUTOS DE FABRICAÇÃO NACIONAL, FOMENTANDO O EMPREGO EM SEU PAÍS, PELA SOBREVIVÊNCIA DO SEU AMIGO, DO SEU VIZINHO E ATÉ MESMO DA SUA PRÓPRIA… E DE SEUS DESCENDENTES.
12 de janeiro de 2012
Há 200 anos Napoleão Bonnaparte fez uma profecia, que está começando a realiza-se atualmente, ao dizer: “Deixem a China dormir porque, quando ela acordar, o mundo vai estremecer”.
A China do futuro,mas o futuro é hoje… A verdade é que agora, tudo o que compramos é Made in China. Eis um aviso para o futuro! Mas quem liga para esse aviso? Atualmente, ninguém ! Agora é só aproveitar…
E depois, como será para os nossos filhos ? Que futuro terão? Já pensou como ficará a China do futuro?
Alguns conhecidos voltaram da China impressionados. Um determinado produto que o Brasil fabrica um milhão de unidades, uma só fábrica chinesa produz quarenta milhões.
A qualidade já é equivalente. E a velocidade de reação é impressionante.
Os chineses colocam qualquer produto no mercado em questão de semanas. E com preços que são uma fração dos praticados aqui. Uma das fábricas está de mudança para o interior, pois os salários da região onde está instalada estão altos demais: 100 dólares.
Um operário brasileiro equivalente ganha 300 dólares no mínimo, que acrescidos de impostos e benefícios representam quase 600 dólares. Quando comparados com os 100 dólares dos chineses, que recebem praticamente zero benefícios, estamos perante uma escravidão amarela e alimentando-a…
Horas extras? Na China…? Esqueça !!! O pessoal por lá é tão agradecido por ter um emprego que trabalha horas extras sabendo que não vão receber nada por isso…
Atrás dessa “postura” está a grande armadilha chinesa.
Não se trata de uma estratégia comercial, mas sim de uma estratégia “de poder” para ganhar o mercado ocidental.
Os chineses estão tirando proveito da atitude dos ‘marqueteiros’ ocidentais, que preferem terceirizar a produção ficando apenas com o que ela “agrega de valor”: a marca.
Dificilmente você adquire atualmente nas grandes redes comerciais dos Estados Unidos da América um produto “made in USA”. É tudo “made in China”, com rótulo estadunidense.
As empresas ganham rios de dinheiro comprando dos chineses por centavos e vendendo por centenas de dólares…
Apenas lhes interessa o lucro imediato e a qualquer preço. Mesmo ao custo do fechamento das suas fábricas e do brutal desemprego. É o que se pode chamar de “estratégia preçonhenta” (preço com peçonhento).
Enquanto os ocidentais terceirizam as táticas e ganham no curto prazo, a China assimila essas táticas e tecnologia, cria unidades produtivas de alta performance, para dominar no longo prazo. Enquanto as grandes potências mercadológicas que ficam com as marcas, com os “designs”. suas grifes, os chineses estão ficando com a produção, assistindo, estimulando e contribuindo para o desmantelamento dos já poucos parques industriais ocidentais.
Em breve, por exemplo, já não haverá mais fábricas de tênis ou de calçados pelo mundo ocidental. Só haverá na China.
Então, num futuro próximo veremos os produtos chineses aumentando os seus preços, gerando um “choque da manufatura”, como aconteceu com o choque petrolífero nos anos setenta. Aí já será tarde demais.
Então o mundo perceberá que reerguer as suas fábricas terá um custo proibitivo e irá render-se ao poderio chinês. Perceberá que alimentou um enorme dragão e acabou refém do mesmo.
Dragão este que aumentará gradativamente seus preços, já que será ele quem ditará as novas leis de mercado, pois quem tem o monopólio da produção, manda.
Sendo ela e apenas ela quem possuirá as fábricas, inventários e empregos, ela é quem vai regular os mercados e não os “preçonhentos”.
Iremos, nós e os nossos filhos, netos… assistir a uma inversão das regras do jogo atual que terão nas economias ocidentais o impacto de uma bomba atômica… chinesa. Nessa altura em que o mundo ocidental acordar será muito tarde.
Nesse dia, os executivos “preçonhentos” olharão tristemente para os esqueletos das suas antigas fábricas, para os técnicos aposentados jogando boliche no clube da esquina, e chorarão sobre as sucatas dos seus parques fabris desmontados.
E então lembrarão, com muitas saudades, do tempo em que ganharam dinheiro comprando “balatinho dos esclavos” chineses, vendendo caro suas “marcas-grifes” aos seus conterrâneos.
E então, entristecidos, abrirão suas “marmitas” e almoçarão as suas marcas que já deixaram de ser moda e, por isso, deixaram de ser poderosas, pois, foram todas copiadas….
REFLITAM E COMECEM A COMPRAR – JÁ – OS PRODUTOS DE FABRICAÇÃO NACIONAL, FOMENTANDO O EMPREGO EM SEU PAÍS, PELA SOBREVIVÊNCIA DO SEU AMIGO, DO SEU VIZINHO E ATÉ MESMO DA SUA PRÓPRIA… E DE SEUS DESCENDENTES.
12 de janeiro de 2012
A CORRUPÇÃO DO GOVERNO SÉRGIO CABRAL
12 de janeiro de 2012
Na internet, sites e blogs deitam e rolam denunciando a corrupção do governo Sergio Cabral, apontada pelo jornal Extra.
O comentarista J. Santos nos envia a mensagem abaixo sobre o furo do Jornal Extra, na coluna de Berenice Seara, que corre a internet, reproduzido por grande número de sites e blogs, como o do jornalista carioca Ricardo Gama, que já sofreu grave atentado a tiros.
***
Vejam só a farra, é o verdadeiro slogan de Sérgio Cabral, “somando forças”, exibido em sua expressão mais simples. Em Aspen, nos EUA, um local só para pessoas muito milionárias, no hotel Snowmass, estavam hospedados o empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta Construtora, o empresário Artur Soares, vulgo “Rei Artur” (o rei dos contratos com o Governo Sérgio Cabral), e ninguém mais do que o Secretário Estadual do Governo do Rio, Wilson Carlos, o braço direito do governador.
Detalhe, todos viajaram “juntos”. Como assim? Até me pergunto, isso era uma viagem de férias ou a trabalho, será que estão discutindo negócios como o governo do Rio, digo fatiando o “bolo”.
Se essa nota saísse em um jornal dos EUA ou na Europa, contando este caso surreal envolvendo empresários com muitos negócios com o governo e um secretário, no mínimo o Wilson Carlos já teria sido demitido. No Japão, é pior: os políticos tem o hábito de se suicidar com um tiro na boca quando flagrados em casos como esse.
Mas aqui no Rio de Janeiro é uma zorra total, nada acontece. Vejam que a blindagem completa que existe no governo Sérgio Cabral não acontece nem com a Dilma Rousseff, pois no governo federal ministros caíram por muito menos.
12 de janeiro de 2012
Aqui no Rio, que tipo de máfia é essa que ninguém derruba e prende ?
Na internet, sites e blogs deitam e rolam denunciando a corrupção do governo Sergio Cabral, apontada pelo jornal Extra.
O comentarista J. Santos nos envia a mensagem abaixo sobre o furo do Jornal Extra, na coluna de Berenice Seara, que corre a internet, reproduzido por grande número de sites e blogs, como o do jornalista carioca Ricardo Gama, que já sofreu grave atentado a tiros.
***
Vejam só a farra, é o verdadeiro slogan de Sérgio Cabral, “somando forças”, exibido em sua expressão mais simples. Em Aspen, nos EUA, um local só para pessoas muito milionárias, no hotel Snowmass, estavam hospedados o empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta Construtora, o empresário Artur Soares, vulgo “Rei Artur” (o rei dos contratos com o Governo Sérgio Cabral), e ninguém mais do que o Secretário Estadual do Governo do Rio, Wilson Carlos, o braço direito do governador.
Detalhe, todos viajaram “juntos”. Como assim? Até me pergunto, isso era uma viagem de férias ou a trabalho, será que estão discutindo negócios como o governo do Rio, digo fatiando o “bolo”.
Se essa nota saísse em um jornal dos EUA ou na Europa, contando este caso surreal envolvendo empresários com muitos negócios com o governo e um secretário, no mínimo o Wilson Carlos já teria sido demitido. No Japão, é pior: os políticos tem o hábito de se suicidar com um tiro na boca quando flagrados em casos como esse.
Mas aqui no Rio de Janeiro é uma zorra total, nada acontece. Vejam que a blindagem completa que existe no governo Sérgio Cabral não acontece nem com a Dilma Rousseff, pois no governo federal ministros caíram por muito menos.
12 de janeiro de 2012
Aqui no Rio, que tipo de máfia é essa que ninguém derruba e prende ?
LA DOLCE VITA...
Tribunal antecipou R$ 500 mil ao seu presidente, a título de pagamento antecipado
Certos setores do Poder Judiciário no Brasil costumam inovar, principalmente, quando é para beneficiar parte da magistratura, tanto que estranhamente, o ex-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo entre 2008 e 2009, desembargador Roberto Vallim Bellocchi, recebeu da corte mais de R$ 500 mil, segundo ele, “a título de pagamento antecipado”.
Reportagem de Fausto Macedo no Estadão mostra que,.segundo Bellocchi, hoje aposentado, o dinheiro recebido parceladamente serviu para equilibrar suas finanças. “Eu tenho dívidas em banco. Em 2010, tinha que arcar com cirurgia para tratamento de um filho e débitos que vinham do tempo em que minha mulher era advogada. Dívidas decorrentes de inventário, até do espólio dela”.
O desembargador nega que o contracheque tenha sido de R$ 1,6 milhão — como informou ao Estadão um outro desembargador que ocupou cargo diretivo no TJ. “Um milhão e seiscentos? Antes fosse. Nossa, é muito! Eu desconheço. Na minha gestão tudo foi feito com ampla transparência”.
Pagamentos antecipados nos tribunais são alvo de investigação do Conselho Nacional da Justiça (CNJ). Os desembargadores se rebelam. Eles entendem que os desembolsos lhes são devidos e, por isso, o CNJ não pode colocá-los sob suspeita.
Bellocchi disse que na época em que comandou o TJ/SP, foi criada uma Comissão de Orçamento que analisava os pleitos dos magistrados por benefícios acumulados. “Os pagamentos não eram atos isolados. A Comissão recebia os pedidos, avaliava, tinha um procedimento. Passava pela Secretaria de Finanças e ia para o Conselho Superior da Magistratura (CSM)”.
Qualquer pagamento era decidido pelo Conselho. “Se o motivo não fosse extraordinário, não era liberado o dinheiro”, afirma, desfiando um rosário de situações que sensibilizaram a corte a autorizar desembolsos. “Desembargadores com problema de saúde, dívida bancária, que é natural, cirurgia, colega em dificuldades por alguma demanda, esses receberam”.
Segundo Bellocchi, “teve desembargador que pediu (adiantamento) para poder trocar marca-passo; outro tinha que acertar dívida com doença de neto; um colega sofreu penhora no valor de R$ 100 mil”. Nem todos os seus pares, assegura, foram contemplados. “Pedidos de pagamentos para lazer, viagens, trocar de carro ou de apartamento, não foram acolhidos. A Comissão já opinava em contrário e o Conselho vetava”.
Bellocchi diz que o depósito em sua conta foi à prestação. “Ao longo de dois anos, eu vou chutar… Foi parcelado porque jamais alguém recebeu à vista. Recebi uns quinhentos e poucos mil, que não cobriram os meus encargos. Até hoje tenho dívidas pendentes. Falo isso com tristeza, mas com a cabeça limpa. Ainda tenho operações por empréstimos que contraí para liquidar, os remanescentes”.
O desembargador conta como foram construídos os super-holerites. “Pagamentos a quem tem direito. Não tem dinheiro novo, são créditos antigos. Os mais antigos têm quantias apreciáveis em razão de férias pagas com atraso, licença prêmio até quando foi permitida e reajustes. Tudo isso é dinheiro orçamentário”.
“A clareza (dos pagamentos) foi nítida, apoiada pela praxe interna”, afirma. “Favorecimento nunca houve. Todos os pagamentos foram por adiantamento de créditos em razão de situações pessoais, dívidas e encargos. Eu pago aluguel. A morte da minha mulher causou muito estrago na minha vida. Cumpri a minha tarefa, exerci minha carreira com dignidade. Vida de juiz é mal interpretada”, queixa-se.
Na verdade, se vida de magistrado é mal interpretada, então, como deveremos interpretar a vida dos demais trabalhadores, muitos deles que recebem apenas um salário mínimo e têm de comprar alimentos, remédios, pagar impostos, taxas, tarifas, pagar aluguel, ficam doentes, viúvos etc. Entretanto, nestes casos, o trabalhador irá recorrer a quem?
12 de janeiro de 2012
Paulo Peres
Certos setores do Poder Judiciário no Brasil costumam inovar, principalmente, quando é para beneficiar parte da magistratura, tanto que estranhamente, o ex-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo entre 2008 e 2009, desembargador Roberto Vallim Bellocchi, recebeu da corte mais de R$ 500 mil, segundo ele, “a título de pagamento antecipado”.
Reportagem de Fausto Macedo no Estadão mostra que,.segundo Bellocchi, hoje aposentado, o dinheiro recebido parceladamente serviu para equilibrar suas finanças. “Eu tenho dívidas em banco. Em 2010, tinha que arcar com cirurgia para tratamento de um filho e débitos que vinham do tempo em que minha mulher era advogada. Dívidas decorrentes de inventário, até do espólio dela”.
O desembargador nega que o contracheque tenha sido de R$ 1,6 milhão — como informou ao Estadão um outro desembargador que ocupou cargo diretivo no TJ. “Um milhão e seiscentos? Antes fosse. Nossa, é muito! Eu desconheço. Na minha gestão tudo foi feito com ampla transparência”.
Pagamentos antecipados nos tribunais são alvo de investigação do Conselho Nacional da Justiça (CNJ). Os desembargadores se rebelam. Eles entendem que os desembolsos lhes são devidos e, por isso, o CNJ não pode colocá-los sob suspeita.
Bellocchi disse que na época em que comandou o TJ/SP, foi criada uma Comissão de Orçamento que analisava os pleitos dos magistrados por benefícios acumulados. “Os pagamentos não eram atos isolados. A Comissão recebia os pedidos, avaliava, tinha um procedimento. Passava pela Secretaria de Finanças e ia para o Conselho Superior da Magistratura (CSM)”.
Qualquer pagamento era decidido pelo Conselho. “Se o motivo não fosse extraordinário, não era liberado o dinheiro”, afirma, desfiando um rosário de situações que sensibilizaram a corte a autorizar desembolsos. “Desembargadores com problema de saúde, dívida bancária, que é natural, cirurgia, colega em dificuldades por alguma demanda, esses receberam”.
Segundo Bellocchi, “teve desembargador que pediu (adiantamento) para poder trocar marca-passo; outro tinha que acertar dívida com doença de neto; um colega sofreu penhora no valor de R$ 100 mil”. Nem todos os seus pares, assegura, foram contemplados. “Pedidos de pagamentos para lazer, viagens, trocar de carro ou de apartamento, não foram acolhidos. A Comissão já opinava em contrário e o Conselho vetava”.
Bellocchi diz que o depósito em sua conta foi à prestação. “Ao longo de dois anos, eu vou chutar… Foi parcelado porque jamais alguém recebeu à vista. Recebi uns quinhentos e poucos mil, que não cobriram os meus encargos. Até hoje tenho dívidas pendentes. Falo isso com tristeza, mas com a cabeça limpa. Ainda tenho operações por empréstimos que contraí para liquidar, os remanescentes”.
O desembargador conta como foram construídos os super-holerites. “Pagamentos a quem tem direito. Não tem dinheiro novo, são créditos antigos. Os mais antigos têm quantias apreciáveis em razão de férias pagas com atraso, licença prêmio até quando foi permitida e reajustes. Tudo isso é dinheiro orçamentário”.
“A clareza (dos pagamentos) foi nítida, apoiada pela praxe interna”, afirma. “Favorecimento nunca houve. Todos os pagamentos foram por adiantamento de créditos em razão de situações pessoais, dívidas e encargos. Eu pago aluguel. A morte da minha mulher causou muito estrago na minha vida. Cumpri a minha tarefa, exerci minha carreira com dignidade. Vida de juiz é mal interpretada”, queixa-se.
Na verdade, se vida de magistrado é mal interpretada, então, como deveremos interpretar a vida dos demais trabalhadores, muitos deles que recebem apenas um salário mínimo e têm de comprar alimentos, remédios, pagar impostos, taxas, tarifas, pagar aluguel, ficam doentes, viúvos etc. Entretanto, nestes casos, o trabalhador irá recorrer a quem?
12 de janeiro de 2012
Paulo Peres
SÃO APENAS CHUVAS DE VERÃO, SUJEITAS A INCOMPETÊNCIA E CORRUPÇÃO
Não é tsunami, não é terremoto, não é tornado. São apenas chuvas de verão, previsíveis e desprezadas pelas autoridades incompetentes e corruptas.
A pungente situação de muitas comunidades atingidas pelas chuvas nos motiva algumas reflexões. Mas não é tsunami, não é terremoto, não é tornado. São apenas chuvas de verão, que todo ano se repetem, com maior ou menor intensidade. São como o Carnaval, o Natal e o Ano Novo, totalmente previsíveis, podem até ser marcadas no calendário (ou na agenda dos governantes).
Por que, então, as autoridades nada fazem? Aqui no Rio de Janeiro, o governador marqueteiro Sergio Cabral só pensa em viajar para Paris e sonhar em ser vice-presidente na chapa de Dilma Rousseff em 2014.
Recentemente, deu uma declaração chocante, ao afirmar, na noite de reinauguração do Palácio Guanabara: “O governador é o Pezão (vice-governador), o primeiro-ministro é o Regis (chefe da Casa Civil) e eu fico ali animando a festa”.
Na realidade, está provado que ninguém governa. Nem Cabral, nem Pezão, nem Regis. O Estado do Rio de Janeiro está à deriva, em meio às enchentes e desabamentos. Nenhuma obra importante foi feita. Das 54 pontes destruídas em 2010, apenas uma foi reconstruída, mesmo assim de forma provisória.
A irresponsabilidade dos governantes é inacreditável, revela um chocante desprezo pela população.
Quem governa o Estado na verdade é uma quadrilha, cujas atividades serão alvo de um livro a ser lançado, que o ex-prefeito Cesar Maia anuncia sob o título de “A Privataria Pemedebista”, em preparo pela oposição no Rio. Seus capítulos estão quase basicamente listados e os textos em andamento. Segundo Maia, são tão óbvios que bastaria um olhar atento aos fatos para listá-los.
1. O aluguel de mão de obra como forma de desvio de dinheiro público.
2. As dispensas de licitações como caminho de favorecer os fornecedores e empreiteiros amigos.
3. O uso de ONGs como forma de se apropriar de recursos públicos.
4. A privatização da Saúde Pública através do uso concentrado de OSs improvisadas para este fim.
5. A privatização da Educação Pública, via ONGs, Institutos e Fundações.
6. A terceirização das próprias licitações de grandes obras públicas.
7. Uma concessão de transporte público de 30 bilhões de reais, simplesmente doada.
8. A mudança dos termos de concessão de serviços públicos de transportes sem nova licitação.
9. A mudança de concessões de serviços públicos, com troca de objeto, por objeto diverso, sem licitação.
10. O uso das prorrogações sem justificativa legal, para fraudar licitações.
11. A quebra de direitos dos servidores públicos e sua desmotivação para induzir a abandono e ampliar as privatizações.
12. O abuso e desvios com fundos de pensão de servidores.
13. O aluguel de equipamentos como forma de desvio de recursos e transferência a empresas de serviços amigas.
14. O uso da publicidade como forma de antecipar gastos de campanha em publicidade, pesquisa e TV.
15. O uso da publicidade fora da mídia técnica para gerar simpatias em setores da mídia.
16. O uso do BDI para inflar o custo de obras públicas e obter vantagens.
17. O uso do gasto público como forma de parceria oculta com o setor privado em eventos.
18. Como a legislação promove a especulação imobiliária.
19. O uso da mentira continuada como publicidade.
20. O uso de promessas inviáveis em governo, como forma de publicidade.
21. A cooptação de políticos, partidos e apoio legislativo em troca de cargos e favores.
22. O desvio de finalidade na aplicação dos recursos do FGTS diversa da decisão do Conselho do FGTS.
23. O planejamento do uso futuro da emergência, como forma de inflar obras em grandes eventos.
24. A repressão como intimidação dos pobres e assalariados e a porta para a extorsão.
25. A desmontagem dos sistemas de controle interno, para dar “liberdade” aos itens anteriores.
Carlos Newton
12 de janeiro de 2012
A pungente situação de muitas comunidades atingidas pelas chuvas nos motiva algumas reflexões. Mas não é tsunami, não é terremoto, não é tornado. São apenas chuvas de verão, que todo ano se repetem, com maior ou menor intensidade. São como o Carnaval, o Natal e o Ano Novo, totalmente previsíveis, podem até ser marcadas no calendário (ou na agenda dos governantes).
Por que, então, as autoridades nada fazem? Aqui no Rio de Janeiro, o governador marqueteiro Sergio Cabral só pensa em viajar para Paris e sonhar em ser vice-presidente na chapa de Dilma Rousseff em 2014.
Recentemente, deu uma declaração chocante, ao afirmar, na noite de reinauguração do Palácio Guanabara: “O governador é o Pezão (vice-governador), o primeiro-ministro é o Regis (chefe da Casa Civil) e eu fico ali animando a festa”.
Na realidade, está provado que ninguém governa. Nem Cabral, nem Pezão, nem Regis. O Estado do Rio de Janeiro está à deriva, em meio às enchentes e desabamentos. Nenhuma obra importante foi feita. Das 54 pontes destruídas em 2010, apenas uma foi reconstruída, mesmo assim de forma provisória.
A irresponsabilidade dos governantes é inacreditável, revela um chocante desprezo pela população.
Quem governa o Estado na verdade é uma quadrilha, cujas atividades serão alvo de um livro a ser lançado, que o ex-prefeito Cesar Maia anuncia sob o título de “A Privataria Pemedebista”, em preparo pela oposição no Rio. Seus capítulos estão quase basicamente listados e os textos em andamento. Segundo Maia, são tão óbvios que bastaria um olhar atento aos fatos para listá-los.
1. O aluguel de mão de obra como forma de desvio de dinheiro público.
2. As dispensas de licitações como caminho de favorecer os fornecedores e empreiteiros amigos.
3. O uso de ONGs como forma de se apropriar de recursos públicos.
4. A privatização da Saúde Pública através do uso concentrado de OSs improvisadas para este fim.
5. A privatização da Educação Pública, via ONGs, Institutos e Fundações.
6. A terceirização das próprias licitações de grandes obras públicas.
7. Uma concessão de transporte público de 30 bilhões de reais, simplesmente doada.
8. A mudança dos termos de concessão de serviços públicos de transportes sem nova licitação.
9. A mudança de concessões de serviços públicos, com troca de objeto, por objeto diverso, sem licitação.
10. O uso das prorrogações sem justificativa legal, para fraudar licitações.
11. A quebra de direitos dos servidores públicos e sua desmotivação para induzir a abandono e ampliar as privatizações.
12. O abuso e desvios com fundos de pensão de servidores.
13. O aluguel de equipamentos como forma de desvio de recursos e transferência a empresas de serviços amigas.
14. O uso da publicidade como forma de antecipar gastos de campanha em publicidade, pesquisa e TV.
15. O uso da publicidade fora da mídia técnica para gerar simpatias em setores da mídia.
16. O uso do BDI para inflar o custo de obras públicas e obter vantagens.
17. O uso do gasto público como forma de parceria oculta com o setor privado em eventos.
18. Como a legislação promove a especulação imobiliária.
19. O uso da mentira continuada como publicidade.
20. O uso de promessas inviáveis em governo, como forma de publicidade.
21. A cooptação de políticos, partidos e apoio legislativo em troca de cargos e favores.
22. O desvio de finalidade na aplicação dos recursos do FGTS diversa da decisão do Conselho do FGTS.
23. O planejamento do uso futuro da emergência, como forma de inflar obras em grandes eventos.
24. A repressão como intimidação dos pobres e assalariados e a porta para a extorsão.
25. A desmontagem dos sistemas de controle interno, para dar “liberdade” aos itens anteriores.
Carlos Newton
12 de janeiro de 2012
O SAMBA LELÊ NO BLOCO DOS "NÓS VAI"
Josias de Souza comentou sobre um acordo anti-PTista que está sendo elaborado em dez cidades na Bahia.
Nessa articulação voltada ao interesse de chegar à próxima eleição, está o DEM e o PSDB, mais o direitista PMDB, que, no governo é grande aliado do esquerdóide PT, ao menos em parte.
Do samba lelê participam também o PSDB, o PR, o PTN... e, logicamente, qualquer um que se interesse futuramente em entrar para o bloco do nós vai.
E aí já começa a confusão "carnavalesca": ACM Neto seria o nome mais cogitado pelo bloco para disputar a prefeitura da capital, porém o 'aliado' Geddel ambiciona a mesma cadeira.
"Em política, acordos com prazo de validade de 2 anos
são convites à traição."
Para quem tiver paciência de ler sobre "costura", o artigo completo, está em PMDB sela acordo anti-PT em 10 cidades na BA.
Tum, tum, scatum, pum, pum.
*** *** ***
PMDB sela acordo anti-PT em 10 cidades na BA
Josias de Souza
11.01.2012
Progrediu, e muito, a articulação para que PMDB, DEM e PSDB cheguem à eleição de outubro como uma brigada anti-PT na Bahia. O acerto foi pavimentado nas dez maiores cidades baianas. E encontra-se em bom estágio na capital, Salvador.
Comandam a infantaria oposicionista o PMDB de Geddel Vieira Lima, vice-presidente da Caixa, e o DEM do deputado ACM Neto. A dupla Estreita a inimizade movida pelo propósito comum de enfrentar o PT do governador Jaques Wagner.
Participam também do acerto o PSDB, legendas de porte médio como o PR e agremiações miúdas como o PTN. Nos municípios em que houve acerto, vão à cabeça de chapa os candidatos mais bem postos nas pesquisas, independentemente da legenda.
A lista de cidades inclui algumas jóias municipais da coroa baiana. Entre elas Feira de Santana, Vitória da Conquista, Itabuna, Ilhéus e Alagoinhas. Estima-se para março o desfecho do entendimento de Salvador. A coisa esbarrou em 2014.
Tomado pelas pesquisas, ACM Neto seria o nome mais bem posto do grupo para disputar a prefeitura da capital. Ele prefere, porém, resguardar-se para a futura briga pela poltrona de governador do Estado. O diabo é que Geddel ambiciona a mesma cadeira.
Tenta-se costurar o seguinte entendimento: o DEM retira-se de 2012 e apóia o candidato do PMDB à prefeitura de Salvador: Mário Kertész. Em 2014, encabeçaria a chapa quem exibisse o melhor índice de pesquisa: ACM Neto ou Geddel.
Em política, acordos com prazo de validade de 2 anos são convites à traição. Mas essa é outra história. No momento, ‘demos’ e pemedebês concentram-se na equipagem de um paiol capaz de responder à artilharia do PT na Bahia.
Há, de resto, um complicador adicional. O tucano Antonio Imbassahy também cultiva o projeto de retornar à prefeitura de Salvador. Está em segundo nas pesquisas. Porém, o mais provável é que se renda ao entendimento que o exclui.
Por quê? Unido apenas ao DEM, o PSDB não iria longe. Sozinho, não chegaria a lugar nenhum. Afora os entraves políticos, Imbassahy arrosta uma dificuldade monetária. É baixa, baixíssima sua capacidade de atrair doadores para uma cruzada solitária.
Enquanto a oposição tenta se ajeitar em cena, o PT já levou ao palco seu candidato a prefeito de Salvador. Será o deputado federal Nelson Pelegrino. Escora-se no apoio de Wagner e na perspectiva do suporte de Dilma Rousseff e Lula.
IMORTAL HOMEM DO PAMPA DESCONHECE ATÉ A BÍBLIA
Laís Legg, excelente interlocutora, me escreve:
- Oi, Janer: mesmo que digam que estou pregando no deserto, resolvi começar uma cruzada contra o assassinato do vernáculo. Acabo de ler, no Terra, "fulano e ciclano". Ora, "ciclano" é um termo usado na química (são os hidrocarbonetos cíclicos). Parece que os atuais jornalistas nunca ouviram falar do termo "sicrano", que horror.
É luta perdida, Laís. Hoje, há jornalistas que já não conseguem distinguir entre mau e mal. Já tive alunas de Letras, em final de curso, que escreviam “eu poço”.
Ainda há pouco, eu comentava a inscrição de uma cruz em uma igreja do interior de Santa Catarina: “sauva tua auma”. São passados os tempos em que os padres falavam inclusive latim. A História é uma eterna luta entre alfabetizados e analfabetos, dizia Nestor de Hollanda, de saudosa memória. Segundo o autor, cá e lá os alfabetizados teriam ganho algumas batalhas: alguns já estavam infiltrados no Exército.
- Puxa, Janer, se alguém da tua estatura intelectual joga a toalha, a causa está perdida. Penso que, com um pitaco aqui e outro acolá, talvez a coisa melhore. Será que não existe quem queira se aprimorar? Será que a nova geração pensa "sou como sou, e daí?". Não querem trilhar a estrada do conhecimento e ir acrescentando, aos poucos, novos aprendizados?
Em maio passado, Laís, provocou celeuma o livro Por uma Vida Melhor, adotado pelo Ministério da Educação, que considera ser válido o uso da língua popular, ainda que com seus erros gramaticais.
Dizer "nós pega o peixe" ou "os menino pega o peixe", seria aceitável. Para quem não tem escola, sem dúvida é aceitável. Mas a escola existe para ensinar os alunos a falar corretamente. Se não ensina, não tem porque existir. Quando um livro, adotado pelo MEC, abre tal exceção, não vejo muita esperança.
Que um pessoa inculta cometa tais erros, até que se entende. Bem ou mal, esta pessoa passa seu recado. Se alguém diz “vendo dois peixe por dez real”, eu sei o que ela quer dizer. O grave é quando profissionais que tem a língua como instrumento de trabalho escrevem tais barbaridades.
Quando a profissão não era regulamentada, jornalista era quem sabia escrever. Hoje, é quem tem diploma. O que nada tem a ver com saber escrever.
Ano passado, me escrevia a leitora Solange Maria Mendonça Campos:
- Prezado Janer, eu dava uma aula, no curso médico de graduação, para uma turma do 5º. ano. Ou seja, os senhores/as ali presentes estavam quase formados. O tema era "Depressão: sintomas e sinais universais na clinica médica básica". Arrisquei: "a insônia é o arauto da depressão" (feliz expressão de um grande psiquiatra francês, daqueles da velha cepa, que quase moravam dentro do hospital).
- Mal-estar na classe. Repeti, e constatei pela perplexidade dos rostos à minha frente, que ninguém sabia o que era arauto. Expliquei quem era em outros tempos, e sua função social então. Alguns entenderam, e fizeram a associação óbvia, a maioria não. Então desenhei no quadro (acho que aí em SP diz-se lousa?) um daqueles arautos de desenho animado de Disney, com plumas no chapéu, corneta com aquela bandeira, etc. Aí eles entenderam quem era o arauto, mas eu ainda tive de explicar que assim como o arauto fazia, tocando a corneta, a insônia vinha anunciar, etc. Foi neste dia que comecei a pensar em não dar mais aula.
Decorrências da falta de leitura, Solange, da cultura televisiva. Vi isto de perto em meus dias de redação nos grandes jornais. Já contei mas vou contar de novo, pois é história que merece ser repetida ad aeternum. Há uma tendência, entre os jornalistas – particularmente os da Folha de São Paulo – de nada escrever que um leitor mediano não entenda. Se a palavra é inevitável, lá vem explicação. Sempre que você encontrar a palavra latrocínio, o redator abre parênteses e explica: roubo com morte. Como se precisasse explicar o que é latrocínio.
A partir daí, decorre uma conseqüência lógica. Se o jornalista desconhece o significado de uma palavra, é óbvio que o reles leitor também a desconhece. E o jornalista, pretendendo ser didático, prefere evitá-la. Transcrevo minhas aventuras nos dias de Folha, que estão em meu livro Como ler jornais, editado em 2006.
Certo dia me caiu nas mãos um TL (texto-legenda) para titular. Na foto, uma mulher de mãos postas e cabeça inclinada manifestava sua adoração por algo ou alguém. Nem hesitei:
EM SINAL DE PREITO
Mal o texto chegou em sua tela, o editor gritou de sua baia:
— Preito? O que é isso?
Juntei minhas mãos, inclinei a cabeça e disse:
— Preito é isto.
— Ah, mas então deve ser uma palavra muito antiga.
De fato, era bem mais antiga que eu. Como aliás a maioria das palavras que eu ou você usamos. Para aquele menino, formado na reputadíssima ECA, palavra que ele não conhecia certamente o leitor também não a conhecia. Os leitores do jornal eram nivelados pelo padrão do que ele ignorava.
Quem passou por jornais nas últimas décadas, terá dezenas destas histórias para contar. No dia 03 de outubro de 2001, a Folha superou todos seus feitos. A entrevista com Fernando Henrique Cardoso versava sobre o abate de aviões clandestinos sobre o território nacional. “Precisamos fazer um esforço grande para controlar o terrorismo, que é um inimigo suez” — assim redigiu a repórter a declaração do presidente.
A moça, que desconhecia o adjetivo soez, escreveu como pensou ter ouvido e resolveu esclarecer o leitor, que talvez não soubesse o que significava suez: "FHC se referia aos combatentes egípcios que lutaram contra os israelenses na região de Suez, em 1973, e atacavam seus oponentes por meio de túneis subterrâneos abandonados, de surpresa: ninguém sabe de onde vem". Explicação mais que oportuna, já que nem mesmo eu saberia dizer o que significa suez como adjetivo.
Ora, diria o jovem editor, o presidente se permite tais palavras porque é um erudito. Acontece que não se exige erudição de ninguém para falar em soez. As gerações novas, hostis à leitura e viciadas pelo parco vocabulário televisivo, não mais conhecem palavras elementares do vernáculo e ainda se julgam no dever de elucidar para o leitor vocábulos de cujo significado apenas suspeitam. Com este material humano, que sequer conhece a própria língua, faz-se jornalismo. Pois jornalismo, hoje, só pode exercer quem faz curso de jornalismo.
Melhor mesmo, só a história dos perdigotos, já incluída no ror dos clássicos da Folha. A notícia era sobre a epidemia de uma gripe, que se disseminava por perdigotos. O repórter, ciente de sua ignorância, fez o que deveria fazer: consultou o dicionário. Só que ficou na primeira acepção da palavra. Os leitores foram então informados que a gripe era transmitida por filhotes de perdiz. O cidadão urbano foi tranqüilizado. Como nas urbes não existem perdizes, muitos menos filhotes das ditas, não havia porque temer a gripe.
Ainda há pouco, a mesma Folha relatou diálogo significativo entre dois deputados, a respeito do lançamento de Sócrates e Thomas More, desse intelectual de escol chamado Gabriel Chalita:
- É ágil esse Chalita. Mal o cara morreu, ele lança um livro sobre o assunto.
- Só não sei em que time joga o Thomas More – ajuntou a outra sumidade.
Difícil cobrar conhecimento de jovens jornalistas, minha cara Laís, quando a incultura invade até mesmo a Academia Brasileira de Letras, venerável sodalício que se pretende um repositório da cultura pátria. Carlos Nejar, gaúcho de asfalto nascido em Porto Alegre, que gosta de anunciar-se como homem do pampa – já deve ter visto alguma coxilha na televisão – foi indicado recentemente por uma Associação Brasileira de Filosofia, ou coisa que o valha, para o Nobel da Literatura. (Cá entre nós, sou mais o Paulo Coelho). Mas antes de chegar ao cerne da questão, conto mais uma historinha.
Anos 70. Eu confraternizava com uma grácil adolescente, menina que curtia Mickey e Pato Donald, mas tinha outras virtudes que não as intelectuais. Eu lia uma Zero Hora, onde havia uma lista dos dez livros mais vendidos em Porto Alegre. Curioso por saber que tipo de literatura, além dos quadrinhos, agradaria àquela adorável cabecinha oca, perguntei-lhe qual título mais a atraía. Ela não hesitou um segundo: Casa dos Arrepios, de Carlos Nejar.
O redator da Zero, como o imortal do pampa, certamente jamais vira arreios de perto. E tascou arrepios. Por uma letrinha, Nejar teve ter perdido uma parcela considerável de leitores.
Mas vamos ao caso. Em entrevista à revista Macabéa, diz o novel nobelizável:
- Tudo depende do espírito que avança nas épocas, apesar de muita repetição e retorno às essas fontes pela dita pós-modernidade. Observa Heráclito – “não há nada de novo sob o sol”, mas tudo se faz novo se sonharmos.
Pelo jeito, o imortal homem do pampa jamais leu a Bíblia. E nunca ouviu falar do Kohelet.
11 de janeiro de 2012
Janer Cristaldo
- Oi, Janer: mesmo que digam que estou pregando no deserto, resolvi começar uma cruzada contra o assassinato do vernáculo. Acabo de ler, no Terra, "fulano e ciclano". Ora, "ciclano" é um termo usado na química (são os hidrocarbonetos cíclicos). Parece que os atuais jornalistas nunca ouviram falar do termo "sicrano", que horror.
É luta perdida, Laís. Hoje, há jornalistas que já não conseguem distinguir entre mau e mal. Já tive alunas de Letras, em final de curso, que escreviam “eu poço”.
Ainda há pouco, eu comentava a inscrição de uma cruz em uma igreja do interior de Santa Catarina: “sauva tua auma”. São passados os tempos em que os padres falavam inclusive latim. A História é uma eterna luta entre alfabetizados e analfabetos, dizia Nestor de Hollanda, de saudosa memória. Segundo o autor, cá e lá os alfabetizados teriam ganho algumas batalhas: alguns já estavam infiltrados no Exército.
- Puxa, Janer, se alguém da tua estatura intelectual joga a toalha, a causa está perdida. Penso que, com um pitaco aqui e outro acolá, talvez a coisa melhore. Será que não existe quem queira se aprimorar? Será que a nova geração pensa "sou como sou, e daí?". Não querem trilhar a estrada do conhecimento e ir acrescentando, aos poucos, novos aprendizados?
Em maio passado, Laís, provocou celeuma o livro Por uma Vida Melhor, adotado pelo Ministério da Educação, que considera ser válido o uso da língua popular, ainda que com seus erros gramaticais.
Dizer "nós pega o peixe" ou "os menino pega o peixe", seria aceitável. Para quem não tem escola, sem dúvida é aceitável. Mas a escola existe para ensinar os alunos a falar corretamente. Se não ensina, não tem porque existir. Quando um livro, adotado pelo MEC, abre tal exceção, não vejo muita esperança.
Que um pessoa inculta cometa tais erros, até que se entende. Bem ou mal, esta pessoa passa seu recado. Se alguém diz “vendo dois peixe por dez real”, eu sei o que ela quer dizer. O grave é quando profissionais que tem a língua como instrumento de trabalho escrevem tais barbaridades.
Quando a profissão não era regulamentada, jornalista era quem sabia escrever. Hoje, é quem tem diploma. O que nada tem a ver com saber escrever.
Ano passado, me escrevia a leitora Solange Maria Mendonça Campos:
- Prezado Janer, eu dava uma aula, no curso médico de graduação, para uma turma do 5º. ano. Ou seja, os senhores/as ali presentes estavam quase formados. O tema era "Depressão: sintomas e sinais universais na clinica médica básica". Arrisquei: "a insônia é o arauto da depressão" (feliz expressão de um grande psiquiatra francês, daqueles da velha cepa, que quase moravam dentro do hospital).
- Mal-estar na classe. Repeti, e constatei pela perplexidade dos rostos à minha frente, que ninguém sabia o que era arauto. Expliquei quem era em outros tempos, e sua função social então. Alguns entenderam, e fizeram a associação óbvia, a maioria não. Então desenhei no quadro (acho que aí em SP diz-se lousa?) um daqueles arautos de desenho animado de Disney, com plumas no chapéu, corneta com aquela bandeira, etc. Aí eles entenderam quem era o arauto, mas eu ainda tive de explicar que assim como o arauto fazia, tocando a corneta, a insônia vinha anunciar, etc. Foi neste dia que comecei a pensar em não dar mais aula.
Decorrências da falta de leitura, Solange, da cultura televisiva. Vi isto de perto em meus dias de redação nos grandes jornais. Já contei mas vou contar de novo, pois é história que merece ser repetida ad aeternum. Há uma tendência, entre os jornalistas – particularmente os da Folha de São Paulo – de nada escrever que um leitor mediano não entenda. Se a palavra é inevitável, lá vem explicação. Sempre que você encontrar a palavra latrocínio, o redator abre parênteses e explica: roubo com morte. Como se precisasse explicar o que é latrocínio.
A partir daí, decorre uma conseqüência lógica. Se o jornalista desconhece o significado de uma palavra, é óbvio que o reles leitor também a desconhece. E o jornalista, pretendendo ser didático, prefere evitá-la. Transcrevo minhas aventuras nos dias de Folha, que estão em meu livro Como ler jornais, editado em 2006.
Certo dia me caiu nas mãos um TL (texto-legenda) para titular. Na foto, uma mulher de mãos postas e cabeça inclinada manifestava sua adoração por algo ou alguém. Nem hesitei:
EM SINAL DE PREITO
Mal o texto chegou em sua tela, o editor gritou de sua baia:
— Preito? O que é isso?
Juntei minhas mãos, inclinei a cabeça e disse:
— Preito é isto.
— Ah, mas então deve ser uma palavra muito antiga.
De fato, era bem mais antiga que eu. Como aliás a maioria das palavras que eu ou você usamos. Para aquele menino, formado na reputadíssima ECA, palavra que ele não conhecia certamente o leitor também não a conhecia. Os leitores do jornal eram nivelados pelo padrão do que ele ignorava.
Quem passou por jornais nas últimas décadas, terá dezenas destas histórias para contar. No dia 03 de outubro de 2001, a Folha superou todos seus feitos. A entrevista com Fernando Henrique Cardoso versava sobre o abate de aviões clandestinos sobre o território nacional. “Precisamos fazer um esforço grande para controlar o terrorismo, que é um inimigo suez” — assim redigiu a repórter a declaração do presidente.
A moça, que desconhecia o adjetivo soez, escreveu como pensou ter ouvido e resolveu esclarecer o leitor, que talvez não soubesse o que significava suez: "FHC se referia aos combatentes egípcios que lutaram contra os israelenses na região de Suez, em 1973, e atacavam seus oponentes por meio de túneis subterrâneos abandonados, de surpresa: ninguém sabe de onde vem". Explicação mais que oportuna, já que nem mesmo eu saberia dizer o que significa suez como adjetivo.
Ora, diria o jovem editor, o presidente se permite tais palavras porque é um erudito. Acontece que não se exige erudição de ninguém para falar em soez. As gerações novas, hostis à leitura e viciadas pelo parco vocabulário televisivo, não mais conhecem palavras elementares do vernáculo e ainda se julgam no dever de elucidar para o leitor vocábulos de cujo significado apenas suspeitam. Com este material humano, que sequer conhece a própria língua, faz-se jornalismo. Pois jornalismo, hoje, só pode exercer quem faz curso de jornalismo.
Melhor mesmo, só a história dos perdigotos, já incluída no ror dos clássicos da Folha. A notícia era sobre a epidemia de uma gripe, que se disseminava por perdigotos. O repórter, ciente de sua ignorância, fez o que deveria fazer: consultou o dicionário. Só que ficou na primeira acepção da palavra. Os leitores foram então informados que a gripe era transmitida por filhotes de perdiz. O cidadão urbano foi tranqüilizado. Como nas urbes não existem perdizes, muitos menos filhotes das ditas, não havia porque temer a gripe.
Ainda há pouco, a mesma Folha relatou diálogo significativo entre dois deputados, a respeito do lançamento de Sócrates e Thomas More, desse intelectual de escol chamado Gabriel Chalita:
- É ágil esse Chalita. Mal o cara morreu, ele lança um livro sobre o assunto.
- Só não sei em que time joga o Thomas More – ajuntou a outra sumidade.
Difícil cobrar conhecimento de jovens jornalistas, minha cara Laís, quando a incultura invade até mesmo a Academia Brasileira de Letras, venerável sodalício que se pretende um repositório da cultura pátria. Carlos Nejar, gaúcho de asfalto nascido em Porto Alegre, que gosta de anunciar-se como homem do pampa – já deve ter visto alguma coxilha na televisão – foi indicado recentemente por uma Associação Brasileira de Filosofia, ou coisa que o valha, para o Nobel da Literatura. (Cá entre nós, sou mais o Paulo Coelho). Mas antes de chegar ao cerne da questão, conto mais uma historinha.
Anos 70. Eu confraternizava com uma grácil adolescente, menina que curtia Mickey e Pato Donald, mas tinha outras virtudes que não as intelectuais. Eu lia uma Zero Hora, onde havia uma lista dos dez livros mais vendidos em Porto Alegre. Curioso por saber que tipo de literatura, além dos quadrinhos, agradaria àquela adorável cabecinha oca, perguntei-lhe qual título mais a atraía. Ela não hesitou um segundo: Casa dos Arrepios, de Carlos Nejar.
O redator da Zero, como o imortal do pampa, certamente jamais vira arreios de perto. E tascou arrepios. Por uma letrinha, Nejar teve ter perdido uma parcela considerável de leitores.
Mas vamos ao caso. Em entrevista à revista Macabéa, diz o novel nobelizável:
- Tudo depende do espírito que avança nas épocas, apesar de muita repetição e retorno às essas fontes pela dita pós-modernidade. Observa Heráclito – “não há nada de novo sob o sol”, mas tudo se faz novo se sonharmos.
Pelo jeito, o imortal homem do pampa jamais leu a Bíblia. E nunca ouviu falar do Kohelet.
11 de janeiro de 2012
Janer Cristaldo
O MINISTRO BEZERRA E O ÁLBUM DE FAMÍLIA
O ministro Bezerra, seu filho, seu tio, seu irmão, o sogro do seu filho e o tio da mulher do filho…
(Luciana Marques, na VEJA Online)
“Quem ama cuida” diz o ditado popular, que poderia ter sido inspirado no ‘amoroso’ ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra. Ao assumir a pasta, ele não se esqueceu dos mais próximos. Pensou no filho, no tio, no irmão, no sogro do filho e até no tio da mulher do filho. Juntos, os personagens quase completam um álbum de família. Entre as acusações que pesam contra Bezerra estão o nepotismo, já que diversos parentes do ministro ocupam cargos públicos. O titular da Integração também é acusado de favorecer o filho, que é deputado federal, na liberação de recursos alocados por meio de emendas parlamentares.
O artigo 37 da Constituição Federal de 1988 elenca os princípios que devem nortear a administração pública: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Uma súmula aprovada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2008 proíbe a contratação de parentes de autoridades para cargos de confiança, de comissão e de função gratificada no serviço público.
Comissão de Ética
As regras de conduta estabelecidas pela Comissão de Ética Pública da Presidência também desautorizam o nepotismo: “Em nenhuma hipótese pode o agente público nomear, indicar ou influenciar, direta ou indiretamente, em entidade pública ou em entidade privada com a qual mantenha relação institucional, direta ou indiretamente, na contratação de parente consanguíneo ou por afinidade, até o quarto grau, ou de pessoa com a qual mantenha laços de compadrio, para emprego ou função, pública ou privada”.
Embora negue que sua atuação vá de encontro às normas citadas, Bezerra cedo ou tarde terá de se explicar. A Comissão de Ética Pública da Presidência tem o poder de avaliar cada caso. Espera-se que na próxima reunião do grupo, marcada para o dia 13 de fevereiro, o assunto não seja ignorado. A conferir.
12 de janeiro de 2012
Por Reinaldo Azevedo
(Luciana Marques, na VEJA Online)
“Quem ama cuida” diz o ditado popular, que poderia ter sido inspirado no ‘amoroso’ ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra. Ao assumir a pasta, ele não se esqueceu dos mais próximos. Pensou no filho, no tio, no irmão, no sogro do filho e até no tio da mulher do filho. Juntos, os personagens quase completam um álbum de família. Entre as acusações que pesam contra Bezerra estão o nepotismo, já que diversos parentes do ministro ocupam cargos públicos. O titular da Integração também é acusado de favorecer o filho, que é deputado federal, na liberação de recursos alocados por meio de emendas parlamentares.
O artigo 37 da Constituição Federal de 1988 elenca os princípios que devem nortear a administração pública: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Uma súmula aprovada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2008 proíbe a contratação de parentes de autoridades para cargos de confiança, de comissão e de função gratificada no serviço público.
Comissão de Ética
As regras de conduta estabelecidas pela Comissão de Ética Pública da Presidência também desautorizam o nepotismo: “Em nenhuma hipótese pode o agente público nomear, indicar ou influenciar, direta ou indiretamente, em entidade pública ou em entidade privada com a qual mantenha relação institucional, direta ou indiretamente, na contratação de parente consanguíneo ou por afinidade, até o quarto grau, ou de pessoa com a qual mantenha laços de compadrio, para emprego ou função, pública ou privada”.
Embora negue que sua atuação vá de encontro às normas citadas, Bezerra cedo ou tarde terá de se explicar. A Comissão de Ética Pública da Presidência tem o poder de avaliar cada caso. Espera-se que na próxima reunião do grupo, marcada para o dia 13 de fevereiro, o assunto não seja ignorado. A conferir.
12 de janeiro de 2012
Por Reinaldo Azevedo
MUÇULMANOS: LÍDERES MUNDIAIS EM PERSEGUIÇÃO AOS CRISTÃOS
Notícias Faltantes - Perseguição Anticristã
9 dos 10 piores países agressores seguem leis islâmicas.
O relatório também aponta que na Coréia do Norte, a população cristã, entre 200 e 400 mil, continua na completa clandestinidade, enquanto que outros 50 a 70 mil estão em “terríveis campos de trabalhos forçados”.
Nove das 10 nações que mais perseguem cristãos seguem principalmente a lei islâmica, e a “Primavera Árabe” que percorre partes do norte da África gerou um surto de repressão, de acordo com relatório publicado pela organização Open Doors (Portas Abertas).
O país restante da lista dos 10 é a Coréia do Norte, liderada por um regime comunista fanático que considerava os seus dois antigos líderes como deuses.
Os 10 classificados pelo relatório este ano são, na ordem, Coréia do Norte, Afeganistão, Arábia Saudita, Somália, Irã, Maldivas, Uzbequistão, Iêmen, Iraque e Paquistão.
Segundo o relatório, chamado World Watch List, os maiores avanços na perseguição de cristãos vieram de dois países africanos no calor da “Primavera Árabe”. O Sudão subiu da posição 35 para 16, e a Nigéria subiu de 23 para o 13.
Os resultados do relatório, de acordo com o presidente do escritório americano da Open Doors, Carl Moeller, podem ser atribuídos ao extremismo islâmico.
Moeller afirma que: “De acordo com nossa pesquisa, a tendência está na Nigéria, no Sudão, por toda aquela região da África, onde o extremismo do norte pretende pressionar os cristãos e animistas do sul.
Estamos vendo muita violência, e a Nigéria é um grande exemplo disso. O sul do país é praticamente todo cristão, evangélico, pentecostal, bastante vigorosos no seu cristianismo”.
Moeller diz ainda que o norte do país é completamente diferente.
“O norte é dominado politica e religiosamente por elementos extremistas caracterizados pelo grupo radical Boko haram”.
Esse nome, que vem de uma região da Nigéria que viu aumentar a violência anticristã, significa "a educação ocidental é um pecado”.
A rejeição ao Ocidente parece total para os membros desse grupo, segundo Moeller.
“O Boko Haram, em pleno Natal, bombardeou cinco igrejas na Nigéria, e há poucos dias explodiu bombas na cidade de Kano, onde diversas áreas estão em estado de emergência”, acrescenta.
Moeller acredita que a maioria dos muçulmanos não aspira à violência.
“Há um grande debate dentro do próprio islã. Ainda há vários estudos abrangentes que indicam que a grande maioria dos muçulmanos não possuem perspectivas violentas. Isso ocorre no Ocidente e em todos os outros lugares. Milhões de muçulmanos são capazes de viver em paz com seus vizinhos de outras religiões pelo mundo” observa Moeller.
No entanto, o problema é quem parece estar guiando o movimento.
“A forma como as ideias muçulmanas são propagadas pelo mundo está em sua maioria nas mãos dos extremistas. São eles que clamam fidelidade aos ensinamentos de Maomé e do Corão. Ao fazer isso, eles se posicionam como verdadeiros crentes do islã, e isso é um forte argumento para aqueles que querem ser fieis à sua herança religiosa”, afirma Moeller.
O extremismo está crescendo como uma proporção do islã mundial.
“Estamos vendo a natureza dos atos de violência se tornando mais extremos e mais difundidos. Há uma ou duas décadas atrás, ela era bastante limitada a homens-bomba no centro do Oriente Médio, da Palestina e alguns outros lugares. Hoje estamos vendo ataques de homens-bomba na Ásia, na Indonésia, na África, na Nigéria, por todo o mundo, e isso é preocupante para todos os cristãos que vivem nesses países”, afirma Moeller.
Embora concorde com os números da perseguição, a editora do site Atlas Shrugs questiona a questão do extremismo.
“O que o Dr. Moeller chama, na melhor das intenções, de ‘extremismo’ é na verdade o comportamento islâmico predominante”, afirma Geller.
“Ele é sancionado, e mesmo estimulado pelo Corão e por Maomé. Os ‘extremistas’ são na verdade os muçulmanos que ousam ser pacíficos”, afirma.
Moeller diz que há uma tendência visível que se segue a um aumento da população muçulmana de qualquer país.
“Vemos claramente que em lugares onde a educação islâmica é dominante, o extremismo tende a ser mais popular. Podemos ver as revoluções que aconteceram no ano passado como um exemplo disso. Derrubar um ditador é maravilhoso, e como americanos na nossa liberdade, ecoamos isso. A grande questão no momento é pelo que esses ditadores estão sendo substituídos, pois parece que o islamismo radical está saindo na vantagem em todas as eleições e em todas as novas formações de governo que estão acontecendo no norte da África.
O Egito, por exemplo, pode em breve estar sob controle da Irmandade Islâmica, uma organização cujo propósito é criar um califado mundial, uma sociedade muçulmana.
Em 2012, talvez vejamos uma transição para o extremismo apoiado pelo governo, e isso também é preocupante”, afirma Moeller.
Jonathan Racho, do International Christian Concern, uma organização cristã de direitos humanos, diz que concorda com as conclusões do relatório sobre o aumento da perseguição.
“Como se pode ver no relatório, a perseguição de cristãos acontece em sua maioria nos países islâmicos”, afirma. “A perseguição de cristãos está piorando, e o mundo precisa estar atento a esse problema”.
Os países de 11 a 20 na classificação são Eritréia, Laos, Nigéria, Mauritânia, Egito, Sudão, Butão, Turcomenistão, Vietnã e Chechênia, também dominados por interesses muçulmanos.
Os “aliados” dos EUA que estão entre os 50 países que mais perseguem cristãos são China, Kuwait, Turquia e Índia.
O relatório aponta que na Coréia do Norte, a população cristã, entre 200 e 400 mil, continua na completa clandestinidade, enquanto que outros 50 a 70 mil estão em “terríveis campos de trabalhos forçados”.
Segundo Moeller, “Como a morte de Kim Jong-il no mês passado e a sucessão do seu filho Kim Jong-Un irão afetar a condição dos cristãos na Coréia do Norte é difícil de determinar ainda tão cedo. Certamente a situação para os crentes continua perigosa.
Ser um cristão árabe ou praticar o cristianismo secretamente em um país dominado pelo islamismo é um desafio enorme.
Os cristãos geralmente são perseguidos por extremistas, pelo governo, pela comunidade e até pelas próprias famílias. Como reflete o relatório World Watch List publicado este ano, a perseguição de cristãos nesses países muçulmanos continua a crescer. Embora muitos tivessem achado que a Primavera Árabe traria mais liberdade, incluindo a liberdade religiosa para as minorias, é certo que isso ainda não foi o caso”.
O relatório afirma que mais de 300 cristãos foram mortos por sua fé na Nigéria no ano passado, embora se acredite que o número real seja o dobro ou o triplo disso.
Ele afirma ainda que a China possui a maior igreja perseguida, com 80 milhões de membros, mas sua posição caiu dos principais 20 este ano para a posição 21. No ano passado o país estava em 16. Isso se deve em grande parte ao fato de os pastores de igrejas domésticas terem aprendido a brincar de “gato e rato” com o governo.
A lista é baseada em um questionário desenvolvido pela Open Doors para medir o grau de perseguição em mais de 60 países. Os questionários são preenchidos pela equipe da Open Doors atuando nos países, e então cruzados com a ajuda de especialistas independentes para chegar a uma pontuação numérica por país. Os países então são classificados de acordo com a pontuação.
Escrito por Michael Carl, 11 Janeiro 2012
Tradução: Luis Gustavo Gentil
Original: Muslims global leaders in persecuting christians
9 dos 10 piores países agressores seguem leis islâmicas.
O relatório também aponta que na Coréia do Norte, a população cristã, entre 200 e 400 mil, continua na completa clandestinidade, enquanto que outros 50 a 70 mil estão em “terríveis campos de trabalhos forçados”.
Nove das 10 nações que mais perseguem cristãos seguem principalmente a lei islâmica, e a “Primavera Árabe” que percorre partes do norte da África gerou um surto de repressão, de acordo com relatório publicado pela organização Open Doors (Portas Abertas).
O país restante da lista dos 10 é a Coréia do Norte, liderada por um regime comunista fanático que considerava os seus dois antigos líderes como deuses.
Os 10 classificados pelo relatório este ano são, na ordem, Coréia do Norte, Afeganistão, Arábia Saudita, Somália, Irã, Maldivas, Uzbequistão, Iêmen, Iraque e Paquistão.
Segundo o relatório, chamado World Watch List, os maiores avanços na perseguição de cristãos vieram de dois países africanos no calor da “Primavera Árabe”. O Sudão subiu da posição 35 para 16, e a Nigéria subiu de 23 para o 13.
Os resultados do relatório, de acordo com o presidente do escritório americano da Open Doors, Carl Moeller, podem ser atribuídos ao extremismo islâmico.
Moeller afirma que: “De acordo com nossa pesquisa, a tendência está na Nigéria, no Sudão, por toda aquela região da África, onde o extremismo do norte pretende pressionar os cristãos e animistas do sul.
Estamos vendo muita violência, e a Nigéria é um grande exemplo disso. O sul do país é praticamente todo cristão, evangélico, pentecostal, bastante vigorosos no seu cristianismo”.
Moeller diz ainda que o norte do país é completamente diferente.
“O norte é dominado politica e religiosamente por elementos extremistas caracterizados pelo grupo radical Boko haram”.
Esse nome, que vem de uma região da Nigéria que viu aumentar a violência anticristã, significa "a educação ocidental é um pecado”.
A rejeição ao Ocidente parece total para os membros desse grupo, segundo Moeller.
“O Boko Haram, em pleno Natal, bombardeou cinco igrejas na Nigéria, e há poucos dias explodiu bombas na cidade de Kano, onde diversas áreas estão em estado de emergência”, acrescenta.
Moeller acredita que a maioria dos muçulmanos não aspira à violência.
“Há um grande debate dentro do próprio islã. Ainda há vários estudos abrangentes que indicam que a grande maioria dos muçulmanos não possuem perspectivas violentas. Isso ocorre no Ocidente e em todos os outros lugares. Milhões de muçulmanos são capazes de viver em paz com seus vizinhos de outras religiões pelo mundo” observa Moeller.
No entanto, o problema é quem parece estar guiando o movimento.
“A forma como as ideias muçulmanas são propagadas pelo mundo está em sua maioria nas mãos dos extremistas. São eles que clamam fidelidade aos ensinamentos de Maomé e do Corão. Ao fazer isso, eles se posicionam como verdadeiros crentes do islã, e isso é um forte argumento para aqueles que querem ser fieis à sua herança religiosa”, afirma Moeller.
O extremismo está crescendo como uma proporção do islã mundial.
“Estamos vendo a natureza dos atos de violência se tornando mais extremos e mais difundidos. Há uma ou duas décadas atrás, ela era bastante limitada a homens-bomba no centro do Oriente Médio, da Palestina e alguns outros lugares. Hoje estamos vendo ataques de homens-bomba na Ásia, na Indonésia, na África, na Nigéria, por todo o mundo, e isso é preocupante para todos os cristãos que vivem nesses países”, afirma Moeller.
Embora concorde com os números da perseguição, a editora do site Atlas Shrugs questiona a questão do extremismo.
“O que o Dr. Moeller chama, na melhor das intenções, de ‘extremismo’ é na verdade o comportamento islâmico predominante”, afirma Geller.
“Ele é sancionado, e mesmo estimulado pelo Corão e por Maomé. Os ‘extremistas’ são na verdade os muçulmanos que ousam ser pacíficos”, afirma.
Moeller diz que há uma tendência visível que se segue a um aumento da população muçulmana de qualquer país.
“Vemos claramente que em lugares onde a educação islâmica é dominante, o extremismo tende a ser mais popular. Podemos ver as revoluções que aconteceram no ano passado como um exemplo disso. Derrubar um ditador é maravilhoso, e como americanos na nossa liberdade, ecoamos isso. A grande questão no momento é pelo que esses ditadores estão sendo substituídos, pois parece que o islamismo radical está saindo na vantagem em todas as eleições e em todas as novas formações de governo que estão acontecendo no norte da África.
O Egito, por exemplo, pode em breve estar sob controle da Irmandade Islâmica, uma organização cujo propósito é criar um califado mundial, uma sociedade muçulmana.
Em 2012, talvez vejamos uma transição para o extremismo apoiado pelo governo, e isso também é preocupante”, afirma Moeller.
Jonathan Racho, do International Christian Concern, uma organização cristã de direitos humanos, diz que concorda com as conclusões do relatório sobre o aumento da perseguição.
“Como se pode ver no relatório, a perseguição de cristãos acontece em sua maioria nos países islâmicos”, afirma. “A perseguição de cristãos está piorando, e o mundo precisa estar atento a esse problema”.
Os países de 11 a 20 na classificação são Eritréia, Laos, Nigéria, Mauritânia, Egito, Sudão, Butão, Turcomenistão, Vietnã e Chechênia, também dominados por interesses muçulmanos.
Os “aliados” dos EUA que estão entre os 50 países que mais perseguem cristãos são China, Kuwait, Turquia e Índia.
O relatório aponta que na Coréia do Norte, a população cristã, entre 200 e 400 mil, continua na completa clandestinidade, enquanto que outros 50 a 70 mil estão em “terríveis campos de trabalhos forçados”.
Segundo Moeller, “Como a morte de Kim Jong-il no mês passado e a sucessão do seu filho Kim Jong-Un irão afetar a condição dos cristãos na Coréia do Norte é difícil de determinar ainda tão cedo. Certamente a situação para os crentes continua perigosa.
Ser um cristão árabe ou praticar o cristianismo secretamente em um país dominado pelo islamismo é um desafio enorme.
Os cristãos geralmente são perseguidos por extremistas, pelo governo, pela comunidade e até pelas próprias famílias. Como reflete o relatório World Watch List publicado este ano, a perseguição de cristãos nesses países muçulmanos continua a crescer. Embora muitos tivessem achado que a Primavera Árabe traria mais liberdade, incluindo a liberdade religiosa para as minorias, é certo que isso ainda não foi o caso”.
O relatório afirma que mais de 300 cristãos foram mortos por sua fé na Nigéria no ano passado, embora se acredite que o número real seja o dobro ou o triplo disso.
Ele afirma ainda que a China possui a maior igreja perseguida, com 80 milhões de membros, mas sua posição caiu dos principais 20 este ano para a posição 21. No ano passado o país estava em 16. Isso se deve em grande parte ao fato de os pastores de igrejas domésticas terem aprendido a brincar de “gato e rato” com o governo.
A lista é baseada em um questionário desenvolvido pela Open Doors para medir o grau de perseguição em mais de 60 países. Os questionários são preenchidos pela equipe da Open Doors atuando nos países, e então cruzados com a ajuda de especialistas independentes para chegar a uma pontuação numérica por país. Os países então são classificados de acordo com a pontuação.
Escrito por Michael Carl, 11 Janeiro 2012
Tradução: Luis Gustavo Gentil
Original: Muslims global leaders in persecuting christians
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