"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



domingo, 7 de outubro de 2012

DIGA NÃO A POLITICO LADRÃO!!!

IMAGEM DO DIA

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  • Trabalhadores indianos empurram sacas de tempero em um armazém no mercado de especiarias de Nova Délhi, na Índia
    Trabalhadores indianos empurram sacas de tempero em um armazém no mercado de especiarias de Nova Délhi, na Índia - Kevin Frayer/AP
     
    07 de outubro de 2012

    A SABUJICE DE DELFIM NETTO

     


     
     
     
     
     
    O ex ministro Delfim Netto publicou na Folha de São Paulo (http://migre.me/b2tbb) inacreditável artigo puxando o saco do ex-presidente Lula. Segundo Delfim, o suposto ótimo governo feito por ele justifica todos os malfeitos, inclusive os do mensalão.
     
    Delfim acusa a imprensa de destilar aleivosias sobre o ex-presidente, esquecendo-se que Lula foi o chefe do mensalão, o mais completo e espetacular esquema de corrupção já praticado no Brasil.
     
    07 de outubro de 2012
    Nivaldo Cordeiro

    CGU APONTA PAGAMENTOS POR SERVIÇOS NÃO EXEUTADOS EM EVENTOS PARA REGULAMENTAÇÃO DA MÍDIA

    Conferência desviou recursos públicos, confirma fiscalização

    FGV, contratada para organizar encontro, diz ter encaminhado esclarecimentos para o governo federal

     A Controladoria-Geral da União (CGU) apontou desvio de R$ 1,26 milhão em recursos públicos durante a realização da Confecom, a Conferência Nacional de Comunicação, realizada pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva em 2009 para discutir a regulamentação da mídia.

    Segundo o relatório preliminar da auditoria feita pela CGU, ao qual a Folha teve acesso, a Fundação Getulio Vargas (FGV), contratada para realizar o evento, recebeu do Ministério das Comunicações pagamentos por serviços não executados ou sem serventia, "causando prejuízo ao erário".
     
    Procurada pela Folha, a FGV disse que já prestou os esclarecimentos ao Executivo e que, portanto, não iria se manifestar.
     
    No total, a FGV recebeu R$ 2,7 milhões. Foi contratada por dispensa de licitação -fato contestado pela CGU, para quem a fundação não comprovou ter experiência em planejar e coordenador eventos desse porte.
     
    No relatório, a controladoria aponta que o governo pagou, por exemplo, R$ 438 mil para que a FGV monitorasse as conferências estaduais que antecederam a nacional.
     
    Ocorre que a fundação só foi contratada quando 15 dos encontros locais já haviam se encerrado e dois estavam em andamento. Nove ocorreram no dia seguinte à assinatura e um, dois dias depois.
    Além disso, quando o extrato do contrato foi publicado no "Diário Oficial da União", todas as conferências já haviam se encerrado. "Evidentemente é impossível monitorar um evento já encerrado", diz a CGU.
     
    De acordo com o órgão de controle, os responsáveis pela Confecom sabiam que "serviços contratados eram irrealizáveis", pois se referiam a eventos "exauridos".
     
    Outros R$ 390 mil foram pagos para a elaboração de um caderno com as propostas que seriam discutidas na etapa nacional do evento, mas que só foi entregue quatro meses depois do encerramento da Confecom, segundo o relatório. O Ministério das Comunicações só recebeu cópia em julho de 2010.
     
    "Não pode a administração pagar à FGV serviços que não foram por ela prestados", diz o texto da auditoria.
     
    A FGV reconheceu aos auditores que não executou alguns dos serviços, mas não esclareceu por qual razão aceitou os pagamentos.
     
    O relatório aponta ainda pagamento de R$ 486 mil para a FGV pela transmissão em tempo real das conferências estaduais e da nacional -o que também não foi executado. "É impossível transmitir em tempo real algo que aconteceu no passado", escreveram os auditores.
     
    O relatório não cita nomes de eventuais responsáveis pelas irregularidades. O presidente da Confecom, Marcelo Bechara, é hoje conselheiro da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
    A auditoria foi realizada de março de 2010 a junho daquele ano e retomada quase dois anos depois. O relatório parcial foi concluído em junho deste ano. Não há data para apresentação do texto final.
     
    07 de outubro de 2012
    ANDREZA MATAIS - folha de são paulo

    "BRASIL, O PESADÃO DA TURMA"

     
    Mais pesadão e, portanto, bem menos ágil que grande parte dos vizinhos, o Brasil deve chegar ao fim do ano com um crescimento econômico de apenas 1,6%, metade do projetado para a região, segundo projeções da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal). Confirmadas as previsões, a economia brasileira será um destaque negativo também sob outro aspecto.

    Será um dos poucos países do hemisfério com desempenho pior que o do ano passado, quando sua expansão, de 2,7%, já foi muito modesta e bem inferior à média regional, de 4,2%. Os resultados da economia latino-americana deverão ser bem melhores em 2013, com avanço geral de 4%. A atividade no Brasil deverá acompanhar esse ritmo, segundo as novas estimativas. Depois de dois anos de estagnação, será uma recuperação muito modesta.


    A melhora do quadro no Brasil e na maior parte do hemisfério dependerá em boa parte do enfrentamento da crise no mundo rico. O cenário global de 2013 foi construído, no relatório, com base em uma hipótese um tanto otimista. Tanto nos EUA quanto na Europa haverá arranjos políticos para impedir um aperto fiscal mais severo e mais recessivo. Isso dependerá, nos dois lados do Atlântico Norte, de complicadas negociações entre partidos e até entre governos.

    A mesma hipótese tem sido adotada em outras projeções. Em qualquer caso, as perspectivas do Brasil parecem bem menos favoráveis, neste momento, que as do Chile, da Colômbia, do Peru, do México e de vários outros países latino-americanos.

    O maior dinamismo desses países fica evidente quando se compara sua expansão ao longo de três anos. Tomem-se as médias aritméticas de crescimento em 2010, 2011 e 2012, admitindo-se como corretas as previsões para este ano, que são as seguintes: Brasil, 3,9%; Chile, 5,7%; Colômbia, 4,8%; México, 4,5%; Peru, 7,2%; e Uruguai, 6%. A média anual latino-americana é de 4,5%. A sul-americana, 4,6%.

    As comparações seriam mais desfavoráveis ao Brasil, se os autores se aprofundassem mais no exame de certos detalhes. Segundo eles, a maior parte dos governos latino-americanos ainda tem espaço, nas contas públicas, para a adoção de políticas anticíclicas, em caso de choques recessivos. No caso do Brasil, poderiam ter acrescentado, o espaço é hoje bem menor do que em 2008, porque o governo pouco fez para tornar o orçamento mais sólido e mais flexível.

    Apesar da redução dos juros pagos pelo Tesouro, neste ano, o déficit nominal (a medida mais ampla do resultado fiscal) aumentou desde março. Isso se explica tanto pela piora da arrecadação quanto pela rigidez dos gastos.

    Sem pormenores desse tipo, o relatório oferece um balanço geral das políticas dos últimos dez anos, com algumas recomendações à maioria dos governos. Antes de recorrer de novo a estímulos, será bom reavaliar as limitações orçamentárias. Observação semelhante foi feita recentemente por economistas do FMI: há menos folga para ações anticíclicas do que há quatro anos.

    O espaço para estímulos de curto prazo, no entanto, é apenas uma das questões relevantes neste momento. Mesmo essa margem de manobra depende de políticas de mais longo alcance, destinadas à acumulação de gordura fiscal nas fases de prosperidade para ser queimada nos períodos de baixo dinamismo. Outros governos - o chileno, por exemplo - seguiram essa estratégia.

    O brasileiro preferiu gastar nos bons e nos maus tempos. Normalmente as metas fiscais foram alcançadas graças à elevação da receita.

    Uma política fiscal sadia, combinada com uma gestão competente dos programas públicos, é essencial também para a expansão do investimento produtivo, governamental e privado. No Brasil, o investimento tem-se mantido na faixa de 18% a 20% do PIB.

    Em vários países latino-americanos a taxa tem sido superior a 22% e em alguns tem oscilado entre 24% e 30%. Será essencial aumentar a capacidade de investimento, se os brasileiros quiserem manter, por um longo período, um crescimento igual ou superior a 5% ao ano. O governo sabe disso. Falta agir com a seriedade necessária.

    07 de outubro de 2012
    Editorial do Estadão

    "EXCESSO DE ZELO"

     
    Na tentativa de justificar a absolvição de José Dirceu, voto de Lewandowski no mensalão colhe efeito contrário ao pretendido

    Seria necessário nada mais que um programa avançado de inteligência artificial -e não o concurso de magistrados humanos- se qualquer dose de convicção subjetiva devesse ser excluída das decisões judiciais.

    Foi na proporção do maior ou menor grau de convencimento íntimo por parte dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), assim, que se dividiram bastante as opiniões sobre alguns réus no processo do mensalão.

    É possível admitir, no que respeita ao réu mais insigne de todo o caso, ponderações discrepantes quanto às evidências de sua culpabilidade. Não se encontraram mensagens eletrônicas ou documentos assinados a vincular, de forma inequívoca, o ex-chefe da Casa Civil no governo Lula, José Dirceu, aos esquemas do mensalão.

    Decidindo absolvê-lo, o ministro revisor Ricardo Lewandowski poderia cingir-se a esse tipo de argumento; fizera o mesmo, por vezes com apoio de seus pares, no caso de outros imputados. Lewandowski pretendeu, contudo, ir além -e, no afã de justificar a absolvição, terminou sem dúvida produzindo efeito inverso ao pretendido.

    Foi assim que, seguindo a laboriosa argumentação da defesa, referiu-se a dezenas de depoimentos de lideranças petistas, espalhadas por todo o território nacional. Nada se extraía desses testemunhos -que certamente contribuíram para atrasar o ritmo do processo- além da tese de que José Dirceu, na chefia da Casa Civil, não se ocupava das finanças do partido, notoriamente entregues a Delúbio Soares.

    Dirceu não foi levado ao tribunal, entretanto, porque cuidasse das dívidas específicas da agremiação no Acre ou no Pará. Foi seu papel de articulador político do governo o motivo das graves suspeitas que suscita.

    Lewandowski descartou, ademais, os depoimentos de Roberto Jefferson, maior responsável pelas denúncias, com o argumento de que o presidente do PTB os desmentira na presença do juiz. Não é verdade -e, logo após seu voto, a ministra Rosa Weber leu o trecho dos autos em que Jefferson dizia confirmar tudo.

    Em momentos ainda mais confusos, para não dizer constrangedores, Lewandowski terminou negando a própria existência de relação entre os recursos recebidos pelos parlamentares da base aliada e seus votos no Congresso.

    Os múltiplos indícios dos contatos entre Marcos Valério, dirigentes do Banco Rural e José Dirceu foram desprezados por Lewandowski. É prerrogativa sua, com certeza, acreditar que entre esses personagens se trocavam apenas impressões genéricas sobre a situação política nacional.

    O convencimento de outros juízes do STF, na sessão de quinta-feira, não foi nessa direção. Com efeito, presumir tanta inocência de José Dirceu, pelo menos nos termos propostos por Lewandowski, contribui mais para trazer descrédito à Justiça do que para confiar no exame rigoroso, ainda que pessoal, das provas apresentadas.

    07 de outubro de 2012
    Editorial da Folha

    "ORGULHO DE QUÊ?"


    Fiel ao seu estilo estrepitoso, o ex-presidente Luiz Inácio da Silva, dedo em riste, protagonizou, semana passada, mais um dos seus costumeiros ataques de modéstia.
    Tomado pela crônica obnubilação, disse, sem ao menos um segundo de intervalo crítico, o que lhe veio à mente. Produziu pérolas como esta:
     
    “Quando fazem críticas ao PT, a gente tem de fechar os olhos e imaginar o País sem o PT. Sem o PT, o Brasil não seria esse País alegre que é, nem esse País orgulhoso que é”, afirmou, insistindo no vezo de usar o pronome demonstrativo equivocado.

    Orgulhoso de quê?

    Orgulhoso da violência reinante ou das favelas governadas por traficantes?

    Orgulhoso da carga tributária escorchante?

    Orgulhoso do IDH humilhante ou do analfabetismo aviltante?

    Orgulhoso da corrupção acachapante ou da dívida interna ¯ R$ 1, 5 trilhão ¯ avassalante?

    Orgulhoso dos assaltantes, dos ignorantes ou das filas acabrunhantes dos hospitais públicos, pululantes de doentes abandonados pelos corredores?

    Orgulhoso daquela entrevista afrontante em Paris, reconhecendo que sua campanha à Presidência fora paga com dinheiro não declarado?

    Orgulhoso dos inúmeros ministros ¯ só no governo atual foram sete ¯ exonerados por corrupção, mas só depois das denuncias da imprensa inquietante?

    Pensando bem, há de ser orgulho de tudo isso, mas, principalmente, orgulho do mensalão, essa obra de uma deletéria engenharia financeira tão criativa quanto nociva.

    Por falar em mensalão, as palavras do ex-presidente foram pronunciadas em comício de apoio à candidatura de Carlos Grana à prefeitura de Santo André. Grana...

    Para Luiz Inácio da Silva, o Brasil não seria o mesmo sem o PT.

    Pensando bem, ele tem razão. Não seria mesmo!
     
    07 de outubro de 2012
    Marcelo Alcoforado

    A LIBERDADE DO GOOGLE É A NOSSA LIBERDADE

    bucci2


    Mais uma vez, uma irracionalidade vem ganhando ares de verdade no Brasil. Fruto, talvez, da polarização abrutalhada do debate público, essa nova irracionalidade traz um potencial destrutivo considerável.
    Podemos resumi-la numa frase curta:
    “A defesa da liberdade de imprensa é coisa da direita, é uma agenda patronal”. Trata-se de uma proposição absurda, irrefutavelmente absurda, tanto quanto esta outra, muito difundida na seara da direita, segundo a qual “essa conversa de direitos humanos só serve para proteger bandidos”.
    Mesmo assim, esse absurdo comove pequenas multidões.

    Nesse caldo de cultura marcado pela animosidade, a censura judicial encontra uma estrada aberta, desimpedida, e cresce. “É o de menos”, dizem uns. Outros até comemoram: “Finalmente a grande imprensa vem tendo o que merece”. Foi assim no dia 31 de julho de 2009, quando este jornal foi proibido pela Justiça de veicular informações sobre a Operação Boi Barrica, então conduzida pela Polícia Federal.

    Logo apareceu quem argumentasse que a violência da medida judicial não constituía censura, que não se podia exagerar, que o episódio não era grave. Já se conheciam, naquele ano, algo como 40 decisões judiciais impondo proibições prévias a blogs e jornais de médio ou de pequeno porte, mas nem isso estimulou os indiferentes a abandonarem a indiferença. Como resultado, o quadro piorou.

    Desde então a mentalidade censória só fez recrudescer. Em 2010 um juiz eleitoral do Tocantins, Liberato Póvoa, proibiu 84 veículos de comunicação de diversos estados de publicar informações sobre irregularidades no governo de Carlos Gaguim (PMDB) – que, não nos esqueçamos, era candidato à reeleição.
    A decisão de Póvoa foi modificada logo em seguida, mas serviu para ridicularizar a liberdade de imprensa. De novo, os que achavam e continuam achando que falar de liberdade de imprensa é coisa de direita não se abalaram.

    Agora em setembro, em Macapá, outro juiz eleitoral mandou que fosse suprimido do blog do jornalista João Bosco Rabello, no portal Estadão.com.br, uma nota informando que um dos candidatos à prefeitura respondia a ações penais.
    Outra vez a liberdade de imprensa saiu desmoralizada. E a moda se alastra. A esta altura, já são dezenas de processos, no Brasil inteiro, em que candidatos a cargos municipais suplicam ao Judiciário que vete todas as notícias que lhes desagradam.
    Cabe às lideranças políticas a tarefa de sepultar a crença obscurantista de que a liberdade só interessa à burguesia
     
    Há pouco mais de uma semana, em Mato Grosso do Sul, o juiz eleitoral Flávio Saad Peron determinou que o Google retirasse do YouTube um vídeo que criticava o candidato do PP à prefeitura de Campo Grande.
    Como não foi obedecido no prazo de 24 horas, ordenou a prisão do executivo Fabio Coelho, diretor-geral do Google no Brasil. Coelho chegou a ser detido no dia 26 de setembro e só foi libertado porque o mesmo magistrado que mandara encarcerá-lo mudou de ideia e, convencido de que o crime era de “menor potencial ofensivo”, expediu o alvará de soltura.

    Passado o desgaste, o saldo é um só: em Campo Grande quem levou a melhor foi o candidato do PP, pois o vídeo que ele queria vetar foi efetivamente banido do YouTube. A censura venceu e, atenção, quem mais perdeu não foi o Google. O gigante da internet enfrenta pendengas semelhantes em 28 países, mas segue a todo o vapor, incólume. Quem perdeu foi o eleitor. A liberdade do Google, nesse caso, não é a liberdade privada de uma empresa: é a nossa liberdade, é o nosso direito de ter acesso à informação. Se queremos defender o direito à informação, precisamos defender a liberdade do Google.

    Por certo, ninguém aqui vai argumentar que o diretor do Google agiria bem se descumprisse a ordem do juiz.
    Na democracia, ordens judiciais devem ser obedecidas. Mas, com a mesma legitimidade, podem também ser questionadas na própria Justiça, como o próprio Google tenta fazer. A batalha jurídica é necessária. Só ela, porém, não basta.
    Para superar a mentalidade autoritária, que vem aumentando, precisamos superar também o equívoco de acreditar que “a bandeira da liberdade de imprensa é uma agenda da direita”.

    O jornal Folha de S.Paulo, na sexta-feira passada, afirmou em editorial que “a maior ameaça à liberdade e expressão no Brasil, hoje, parte do Judiciário”.
    É isso mesmo, o editorial tem razão, mas falta dizer que essa ameaça conta com o apoio silencioso (e confortável) de lideranças políticas – algumas das quais, aliás, se vêm beneficiando das mordaças judiciais.

    A liberdade de imprensa está longe de ser um consenso entre nós. O Brasil unificou-se para derrotar a inflação, assim como agora se articula para combater a pobreza, mas não enxerga na liberdade de imprensa um direito fundamental de todos, independentemente da preferência ideológica de cada um.

    Mais um pouco e correremos o risco de ter o Poder Judiciário exercendo as funções de editar jornais e sites. Será possível estancar essa onda censória?

    A resposta passa pelo Supremo e pelo Poder Legislativo, mas, no principal, depende dos agentes políticos. Do primeiro se espera uma decisão que faça valer para todo o Judiciário o que foi definido com total clareza, em 2009, no acórdão assinado por Carlos Ayres Britto pondo fim à velha Lei de Imprensa. “A crítica jornalística”, escreveu ele, “não é aprioristicamente suscetível de censura, mesmo que legislativa ou judicialmente intentada”.
    Do segundo se espera que o Marco Civil da Internet tramite na direção certa, reafirmando a liberdade – que, vale reforçar, é a liberdade da sociedade, não das empresas.

    Acima disso, por fim, cabe às lideranças políticas a tarefa de sepultar a crença obscurantista de que a liberdade só interessa à burguesia. Já é tempo de saber que a nossa liberdade somente encontra espaço para prosperar quando a gente se empenha em expandir a liberdade do outro. A liberdade de imprensa não é um privilégio de jornalistas ou dos meios de comunicação: é um direito de todos nós.

    Eugenio Bucci
    Fonte: O Estado de São Paulo, 07/10/2012

    OMESSA! PAPAGAIO!

     

    Procurado por jornalistas antes de consumar a sagrada obrigação de votar, Zé Genoíno, tomando já 3 a 1 na cola pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, deu duro na cara dos jornalistas que ainda se prestam a ouvir um malfeitor de malfeitos como ele: "Vocês são urubus que torturam a alma humana".

    ELEIÇÕES NO RJ: DEBATE, DESPREPARO E O AZAR DE UMA CIDADE


    Se você assistiu ao debate de ontem (04/10) na TV Globo teve uma enorme dificuldade de chegar ao final sem dormir.
    Candidatos despreparados e sem qualquer proposta séria para apresentar aos eleitores. Muitas generalidades, disse-me-disse e uma infinidade de “conversas-para-boi-dormir” deram a tônica a um debate chato, sem empolgação e que não acrescentou absolutamente nada como auxiliar na escolha do eleitorado.
    Melhor teria sido assistir a um “enlatado” qualquer.
     
    De todos os candidatos, Rodrigo Maia foi o de pior desempenho. Gaguejando, preocupado mais em falar das possíveis realizações passadas de seu pai do que de seus projetos futuros, sentia na pele o medo e o nervosismo provocado pelo fato de ter uma herança política ruim e como vice a representante de uma das famílias políticas mais denunciadas por corrupção e irregularidades no Estado – a Família Garotinho.
     
    Eduardo Paes pouco disse e preferiu dançar sobre os cadáveres políticos de seus rivais despreparados, numa enorme demonstração de arrogância política e de desrespeito ao eleitorado. Nada diferente poderia ser esperado dele, já que apresenta exatamente a mesma postura frente a prefeitura carioca. Foi pouco incomodado pelos adversários que parecem ter esquecido as gravíssimas denúncias de corrupção e a cópia do Mensalão aplicada por seu partido aqui no RJ e desmascarada nos últimos dias, colocando sua campanha e lisura em cheque. Talvez, o silêncio dos adversários tenha se explicado pelos próprios “rabos presos” da maioria.
     
    Freixo, só falava de sua luta contra as milícias e da enorme “saia justa” em ter vários milicianos em seu próprio partido. Propostas pouco factíveis e um partido que ainda pensa estar em plena Guerra Fria não fizeram sua candidatura palatável aos cariocas. Sua maior força é entre estudantes empolgados e facilmente iludidos pelo discurso pseudo revolucionário, uma parte da elite cultural da cidade que ainda se ilude com a esquerda romântica do Brasil e com partidos medievais como o PSOL.
     
    Otávio Leite tentou ”vender” a ideia de defensor dos deficientes e de eficiência administrativa e política. Mas, sua atuação parlamentar extremamente apagada e desconhecida do grande público não lhe conferem qualquer vantagem ou veracidade. Além disso, suas propostas apesar de atraentes em alguns pontos soam muito mais como um “sonho de verão” do que uma realidade.
     
    Aspásia Camargo parece uma senhora prestes a servir bolinhos e chá para a audiência a qualquer momento. Sem empolgação, sem encantamento, sem carisma e com propostas limitadas a reciclagem de lixo e na preocupação com o legado das olimpíadas (ela ainda acredita nisso, mesmo diante dos desastres que esses espetáculos provocaram em outras cidades que os sediaram).
    Preocupada em fazer caminhadas pelos morros e pelas praias da Zona Sul, parece ter esquecido que a eleição é decidida no bom e velho subúrbio (Zonas Norte e Oeste da cidade).
    Faz uma campanha acima do eleitor médio e impenetrável para os mais pobres.
    Esqueceu de que não adianta falar em reciclar o lixo e cuidar do meio ambiente para quem não tem trabalho, coleta de lixo e nem esgoto em casa. Teses “para o amanhã” vendidas para um povo atolado “no agora”.
     
    A mais pura verdade é que esse formato de debate está saturado e não empolga ninguém. Mantém os candidatos em redomas impermeáveis aos reais anseios da população e do eleitorado. Tudo é muito limpinho, certinho e perfumadinho.
     
    Fazer um debate sem perguntas previamente estudadas, com a participação interativa da Internet e dos eleitores via telefone, redes sociais e quaisquer outros meios é a única forma de gerar empolgação, informar melhor o eleitorado e mostrar quem realmente tem propostas factíveis, sérias e está bem preparado para resolver os problemas gravíssimos que assolam nossa cidade.
     
    Ainda mais quando damos o azar de ter candidatos tão ruins como estes.
     
    E você, eleitor carioca, o que pensa disso?
     
    07 de outubro de 2012
    visão panorâmica

    DIA NACIONAL SEM MENSALÃO

    NASCIMENTO, VIDA E CONSUMPÇÃO DE UM PARTIDO POLÍTICO


    “Nascimento” do PT.

    O PT nasceu de cesariana, há 29 anos (na época do artigo). O pai foi o movimento sindical, e a mãe, a Igreja Católica, através das Comunidades Eclesiais de Base.
    Os orgulhosos padrinhos foram, primeiro, o general Golbery do Couto e Silva, que viu dar certo seu projeto de dividir a oposição brasileira.


    Da árvore frondosa do MDB nasceram o PMDB, o PDT, o PTB e o PT… Foi um dos únicos projetos bem-sucedidos do desastrado estrategista que foi o general Golbery.

    Outros orgulhosos padrinhos foram os intelectuais, basicamente paulistas e cariocas, felizes de poder participar do crescimento e um partido puro, nascido na mais nobre das classes sociais, segundo eles: o proletariado.

    “Crescimento” do PT.

    O PT cresceu como criança mimada, manhosa, voluntariosa e birrenta. Não gostava do capitalismo, preferia o socialismo. Era revolucionário. Dizia que não queria chegar ao poder, mas denunciar os erros das elites brasileiras.

    O PT lançava e elegia candidatos, mas não “dançava conforme a música”. Não fazia acordos, não participava de coalizões, não gostava de alianças. Era uma gente pura, ética, que não se misturava com picaretas.

    O PT entrou na juventude como muitos outros jovens: mimado, chato e brigando com o mundo adulto.
    Mas nos estados, o partido começava a ganhar prefeituras e governos, fruto de alianças, conversas e conchavos.
    E assim os petistas passaram a se relacionar com empresários, empreiteiros, banqueiros. Tudo muito chique, conforme o figurino.

    “Maioridade” do PT.

    E em 2002 o PT ingressou finalmente na maioridade. Ganhou a presidência da República.
    Para isso, teve que se livrar de antigos companheiros, amizades problemáticas. Teve que abrir mão de convicções, amigos de fé, irmãos camaradas.

    Pessoas honestas e de princípios se afastam do PT. A primeira desilusão se deu entre intelectuais. Gente da mais alta estirpe, como Francisco de Oliveira, Leandro Konder e Carlos Nelson Coutinho se afastou do partido, seguida de um grupo liderado por Plínio de Arruda Sampaio Junior.

    Em seguida, foi a vez da esquerda. A expulsão de Heloisa Helena em 2004 levou junto Luciana Genro e Chico Alencar, entre outros, que fundaram o PSOL.
    Os militantes ligados a Igreja Católica também começaram a se afastar, primeiro aqueles ligados ao deputado Chico Alencar, em seguida, Frei Betto.
    E agora, bem mais recentemente, o senador Flávio Arns, de fortíssimas ligações familiares com a Igreja Católica.

    Os ambientalistas, por sua vez, começam a se retirar a partir do desligamento da senadora Marina Silva do partido.

    Quem ficou no PT? Afinal, quem do grupo fundador ficará no PT? Os sindicalistas.
    Por isso é que se diz que o PT está cada vez mais parecido com o velho PTB de antes de 64.

    Controlado pelos pelegos, todos aboletados nos ministérios, nas diretorias e nos conselhos das estatais, sempre nas proximidades do presidente da República. Recebendo polpudos salários, mantendo relações delicadas com o empresariado. Cavando benefícios para os seus.

    Aliando-se ao coronelismo mais arcaico, o novo PT não vai desaparecer, porque está fortemente enraizado na administração pública dos estados e municípios. Além do governo federal, naturalmente.
    É o triunfo da pelegada.

    07 de outubro de 2012
    Magu

    VOTAR EM CANDIDATOS DO PT É RENUNCIAR À DEMOCRACIA E À LIBERDADE!


    As eleições deste domingo que ocorrem no Brasil abrangem apenas a esfera municipal. Entretanto, revestem-se de importância especial já que ocorrem num momento em que se revela à Nação o julgamento do mensalão, a maior tramóia política da história da República, com a qual o PT tentou dar o golpe final da democracia brasileira.

    Os eleitores devem atentar para o seguinte: o mensalão não se reume apenas na corrupção e roubalheira, ainda que esses dois crimes são afrontosos. Mas a questão principal pouco se discute, ou seja, o mensalão foi uma articulação do PT para obter apoio da totalidade do parlamento na aprovação de seus projetos.

    Dentre esses projeto estava e continua a estar, um objetivo permanente do PT, que é a implantação do socialismo. Caso o ex-deputado Roberto Jefferson não tivesse feito a denúncia do esquema do mensalão, é bem possível que o plano comunista do PT já estivesse num estágio avançado e a tal "reforma política" do PT, que pretende rasgar a Constituição, já estivesse tramitando pelas comissões do Congresso. E notem, com apoio da maioria da grande imprensa brasileira que continua conspirando contra a democracia. Basta ler com atenção os jornais e ver cuidadosamente o que passa na televisão.

    E atentem para um fato: se o Supremo Tribunal Federal (STF) seguir fielmente a lei - por enquanto está fazendo isso - e ao final fazer justiça condenando os culpados do mensalão -, ainda assim a ameaça à democracia brasileira continuará sendo o projeto do PT. O que mudará é a estratégia de sua execução. Neste caso votar em candidatos do PT é fomentar mais mensalões e esquemas análogos.

    Esta é a questão descurada pela maioria da população brasileira, submetida há uma geração - o PT já está há uma década no poder - a uma lavagem cerebral diária operada em doses homeopáticas. A ausência de uma oposição organizada e forte facilita o ataque do PT à democracia.

    Infere-se a partir desta constatação que votar nos candidatos do PT e seus satélites comunistas siginifica votar contra a democracia e a liberdade. É o mesmo que fazer um acerto com o satanás.

    Nenhum cidadão honesto e consciente votará nos candidatos PT. Isto já é um fato. Quem votar nesses comunistas pertencentes ao PT, PSOL, PCdoB, PSTU e assemelhados está coonestando com o crime, porquanto essas seitas políticas são criminososas porque seus estatutos partidários defendem a transformação do Brasil numa República Comunista do tipo cubano.

    Não estou dizendo nenhuma novidade. Comunistas sempre lutaram contra a democracia. A única novidade - prestem a atenção - é que o modo de ação desses partidos difere do comunismo de antigamente. Tanto é que o primeiro conceito que desnaturaram foi o de "democracia". O desmantelamento das instituições democráticas se dá, assim, pela conquista de corações e mentes tornando-as cativas do pensamento único comunista. Acompanhem o meu raciocínio.

    Quando evocam a democracia não estão lhe conferindo a denotação consagrada pela filosofia política. A democracia para esses comunistas significa o controle de todos os cidadãos pelo Estado, sustentado por um falso assembleísmo onde a decisão sempre será de acordo com o que preconiza o partido, embora pareça ser coletiva. Por isso falam tanto em "coletivos" disso e daquilo. Assim, mesmo sendo punidos os mensaleiros o PT não desistirá de implantar o socialismo no Brasil.

    Em suma: votar nos candidatos do PT significa renunciar à democracia e a liberdade e mergulhar o Brasil num lodaçal de corrupção e roubalheira perene.
     
    07 de outubro de 2012
    in aluizio amorim

    SINAL DE VIDA

     



    A condenação clara e indignada, por ministros do Supremo Tribunal Federal, do mau uso da máquina pública revigora a crença na democracia

    Tenho dito e escrito que o Brasil construiu o arcabouço da democracia, mas falta dar-lhe conteúdo. A arquitetura é vistosa: independência entre os poderes, eleições regulares, alternância no poder, liberdade de imprensa e assim por diante. Falta, entretanto, o essencial: a alma democrática.

    A pedra fundamental da cultura democrática, que é a crença e a efetividade de todos sermos iguais perante a lei, ainda está por se completar. Falta-nos o sentimento igualitário que dá fundamento moral à democracia. Esta não transforma de imediato os mais pobres em menos pobres. Mas deve assegurar a todos oportunidades básicas (educação, saúde, emprego) para que possam se beneficiar de melhores condições de vida. Nada de novo sob o sol, mas convém reafirmar.

    Dizendo de outra maneira, há um déficit de cidadania entre nós. Nem as pessoas exigem seus direitos e cumprem suas obrigações, nem as instituições têm força para transformar em ato o que é princípio abstrato.

    Ainda recentemente um ex-presidente disse sobre outro ex-presidente, em uma frase infeliz, que diante das contribuições que este teria prestado ao país não deveria estar sujeito às regras que se aplicam aos cidadãos comuns… O que é pior é que esta é a percepção da maioria do povo, nem poderia ser diferente, porque é a prática habitual.

    Pois bem, parece que as coisas começam a mudar. Os debates travados no Supremo Tribunal Federal e as decisões tomadas até agora (não prejulgo resultados, nem é preciso para argumentar) indicam uma guinada nessa questão essencial. O veredicto valerá por si, mas valerá muito mais pela força de sua exemplaridade.

    Condenem-se ou não os réus, o modo como a argumentação se está desenrolando é mais importante do que tudo. A repulsa aos desvios do bom cumprimento da gestão democrática expressada com veemência por Celso de Mello e com suavidade, mas igual vigor, por Ayres Britto e Cármen Lúcia, são páginas luminosas sobre o alcance do julgamento do que se chamou de “mensalão”.

    Ele abrange um juízo não político-partidário, mas dos valores que mantêm viva a trama democrática. A condenação clara e indignada do mau uso da máquina pública revigora a crença na democracia. Assim como a independência de opinião dos juízes mostra o vigor de uma instituição em pleno funcionamento.

    É esse, aliás, o significado mais importante do processo do mensalão. O Congresso levantou a questão com as CPIs, a Polícia Federal investigou, o Ministério Público controlou o inquérito e formulou as acusações, e o Supremo, depois de anos de dificultoso trabalho, está julgando.

    A sociedade estava tão desabituada e descrente de tais procedimentos quando eles atingem gente poderosa que seu julgamento — coisa banal nas democracias avançadas — transformou-se em atrativo de TV e do noticiário, quase paralisando o país em pleno período eleitoral. Sinal de vida. Alvíssaras!

    Não é a única novidade. Também nas eleições municipais o eleitorado está mandando recados aos dirigentes políticos. Antes da campanha acreditava-se que o “fator Lula” propiciaria ao PT uma oportunidade única para massacrar os adversários. Confundia-se a avaliação positiva do ex-presidente e da atual com submissão do eleitor a tudo que “seu mestre” mandar.

    É cedo para dizer que não foi assim, pois as urnas serão abertas esta noite. Mas, ao que tudo indica, o recado está dado: foi preciso que os líderes aos quais se atribuía a capacidade milagrosa de eleger um poste suassem a camisa para tentar colocar seu candidato no segundo turno em São Paulo. Até agora o candidato do PT não ultrapassou nas prévias os minguados 20%.

    No Nordeste, onde o lulismo com as bolsas-família parecia inexpugnável, a oposição leva a melhor em várias capitais. São poucos os candidatos petistas competitivos. Sejam o PSDB, o DEM, o PPS, sejam legendas que formam parte “da base”, mas que se chocam nestas eleições com o PT, são os opositores eleitorais deste que estão a levar vantagem.

    No mesmo andamento, em Belo Horizonte, sob as vestes do PSB (partido que cresce), e em Curitiba são os governadores e líderes peessedebistas, Aécio Neves e Beto Richa, que estão por trás dos candidatos à frente. Em um caso podem vencer no primeiro turno, noutro no segundo.

    Não digo isso para cantar vitória antecipadamente, nem para defender as cores de um partido em particular, mas para chamar a atenção para o fato de que há algo de novo no ar. Se os partidos não perceberem as mudanças de sentimento dos cidadãos e não forem capazes de expressá-las, essa possível onda se desfará na praia.

    O conformismo vigente até agora, que aceitava os desmandos e corrupções em troca de bem-estar, parece encontrar seus limites. Recordo-me de quando Ulysses Guimarães e João Pacheco Chaves me procuraram em 1974, na instituição de pesquisas onde eu trabalhava, o Cebrap, pedindo ajuda para a elaboração de um novo programa de campanha para o partido que se opunha ao autoritarismo.

    Àquela altura, com a economia crescendo a 8% ao ano, com o governo trombeteando projetos de impacto e com a censura à mídia, pareceria descabido sonhar com vitória. Pois bem, das 22 cadeiras em disputa para o Senado, o MDB ganhou 17. Os líderes democráticos da época sintonizaram com um sentimento ainda difuso, mas já presente, de repulsa ao arbítrio.

    Faz falta agora, mirando 2014, que os partidos que poderão eventualmente se beneficiar do sentimento contrário ao oportunismo corruptor prevalecente, especialmente PSDB e PSB, disponham-se cada um a seu modo ou aliando-se a sacudir a poeira que até agora embaçou o olhar de segmentos importantes da população brasileira.

    Há uma enorme massa que recém alcançou os níveis iniciais da sociedade de consumo que pode ser atraída por valores novos. Por ora atuam como “radicais livres” flutuando entre o apoio a candidatos desligados dos partidos mais tradicionais e os candidatos daqueles dois partidos.

    Quem quiser acelerar a renovação terá de mostrar que decência, democracia e bem-estar social podem novamente andar juntos. Para isso, mais importante do que palavras são atos e gestos. Há um grito parado no ar. É hora de dar-lhe consequência.

    07 de outubro de 2012
    Fernando Henrique Cardoso
    Fernando Henrique Cardoso é ex-presidente da República

    TEMPOS MODERNOS DE URNAS ...

     





    DISPUTA ACIRRADA PELO COMANDO DAS CAPITAIS DO BRASIL PODE LEVAR SEGUNDO TURNO A 21 CIDADES

     




    Nas 26 capitais do País, a disputa é bem acirrada, com previsão de segundo turno em até 21 cidades. Em Boa Vista (RR) e Palmas (TO), cidades que têm menos de 200 mil eleitores, a eleição só tem um turno. Apenas Rio de Janeiro, Aracaju (SE) e Porto Alegre (RS) têm cenário praticamente definido, e salvo grandes surpresas, o prefeito deverá ser conhecido hoje.

    A maior disputa entre as capitais é em São Paulo, onde José Serra (PSDB), Celso Russomanno (PRB) e Fernando Haddad (PT) estão tecnicamente empatados. Só dois chegarão ao segundo turno.

    Para o cientista político Antônio Lavareda, a vitória nas eleições da capital paulista fortalece muito o partido com pretensões de disputar a presidência em 2014, casos de PT e PSDB. “Em São Paulo, o peso político de uma eleição municipal é quase o dobro do que em outra cidade do País. Mas é bom ressaltar que a derrota também será amplamente repercutida. Isso explica o acirramento da disputa”, analisa.

    PSDB e PT também lutam pela hegemonia no País em número de capitais a serem conquistadas. Hoje, o PT lidera em cinco capitais: Rio Branco (AC), Salvador (BA), Goiânia (GO), Cuiabá (MT) e João Pessoa (PB). O PSDB lidera em quatro capitais: Maceió (AL), Manaus (AM), Vitória (ES) e São Luís (MA).

    Partido da base do governo federal, o PSB é o partido que mais deverá se fortalecer nacionalmente. Em Recife, o candidato a prefeito Geraldo Júlio (PSB) deve chegar ao segundo turno contra Daniel Coelho (PSDB), deixando fora da disputa o aliado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro da Saúde Humberto Costa (PT).

    Em Belo Horizonte, outro candidato do PSB, Márcio Lacerda, tem chances de vitória até no primeiro turno. O adversário é outro petista, Patrus Ananias.

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    SÃO PAULO INDEVIDO

    Com pequenas diferenças, dois dos maiores institutos de pesquisa do País, Datafolha e Ibope revelam que José Serra (PSDB), Celso Russomanno (PRB) e Fernando Haddad (PT), o candidato do ex-presidente Lula, têm chances reais de chegar ao segundo turno.

    Enquanto pesquisa do Datafolha, divulgada ontem, revelou Serra com 24%, Russomanno, com 23%, e Haddad, com 20%, na do Ibope, divulgada ontem, registrada no TRE, nº 01824/2012, os três estão rigorosamente empatados, com 23%.

    07 de outubro de 2012
    Marcos Galvão (O Dia)

    ÓCIO CIRATIVO

     

    Hoje, depois de votar, gostaria de assistir, no Camp Nou, ao clássico entre Barcelona e Real Madri. Melhor, só os grandes jogos dos anos 60, no Maracanã, entre Botafogo e Santos.


     Apesar de adorar meu trabalho de colunista e de estar presente em grandes jogos, como em uma Copa do Mundo, gostaria hoje de sentar na arquibancada do estádio e ver o clássico espanhol apenas como um amante do futebol, sem nenhum compromisso profissional.

    Teria ainda a gostosa sensação de não ser objeto de curiosidade. Recuso muitos convites porque sei de minha insignificância. Sou apenas um colunista, que foi um excelente jogador e que gosta de falar de futebol. Nada mais do que isso.

    Uma de minhas fantasias é interromper, em certas épocas, meu trabalho de colunista e viajar pelo Brasil e pelo mundo para ver, nos estádios, as grandes partidas, como a de hoje.

    O ideal, inatingível, seria que todos os profissionais pudessem parar por um tempo suas atividades para refletir sobre o trabalho, os acertos e as besteiras. É o ócio criativo, como escreveu o sociólogo italiano Domenico De Masi.

    Tenho saudades também da festa das torcidas nos estádios. No campo, poderia ver alguns detalhes táticos, que não consigo pela TV, como a posição de uma defesa quando seu time está no ataque.

    Modéstia a parte, vejo e deduzo, com segurança, pela TV, a maioria das coisas que preciso para minhas análises. Além disso, tenho milhares de informações e assisto, imediatamente, à repetição dos melhores lances.

    Hoje, o Barcelona, sem Piqué e Puyol, continua com a defesa enfraquecida. O elenco do Real é melhor que o do Barcelona.

    A seleção da Espanha reúne não só vários jogadores dos dois times, como seus estilos. Mistura a posse de bola, a troca de passes curtos e a marcação por pressão do Barcelona, com os contra-ataques, os lançamentos longos e os maiores cuidados defensivos do Real.

    A Espanha, como o Real, joga com dois volantes, mais Xavi. O Barcelona atua com um, além de Xavi. O lateral-direito Arbeloa é mais marcador do que Daniel Alves.

    Noto ainda que o Real, cada vez mais, marca por pressão e troca mais passes, como faz o Barcelona, e que o time catalão, cada vez mais, usa os contra-ataques e os passes longos, de um lado para o outro, como o Real. Um aprende com o outro.

    Uma das vantagens do Real é fazer mais gols de bolas cruzadas. Se o Barcelona fizesse o mesmo, sem alterar o estilo, ficaria ainda mais eficiente.
    Os técnicos brasileiros deveriam ir a Barcelona para aprender como se joga com a bola de pé em pé, e o técnico do Barcelona deveria vir ao Brasil para aprender a tática do chuveirinho, do bololô na área, de como se faz tantos gols em jogadas aéreas.

    GENOÍNO COMPARA IMPRENSA À DITADURA E NÃO CONSEGUE VOTAR

     

    O ex-presidente do PT, José Genoino, comparou na manhã deste domingo a imprensa brasileira à ditadura militar (1964-85) em seu colégio eleitoral.

    “Vocês são urubus e torturadores da alma humana”, afirmou Genoino por volta das 8h15 deste domingo.

    Genoino diz que hoje é torturado pela mídia A comparação feita pelo também ex-deputado federal (por cinco mandatos, sendo o último entre 2006 e 2010) foi repetida mais de dez vezes, a cada pergunta feita pela reportagem da Folha. Ele alternava entre repetir a frase e se silenciar.

    “Dá pra respeitar o direito dele de votar? Ele não é mais um homem público”, disse Rioco Kayano, mulher do petista.

    A Polícia Militar de São Paulo e os seguranças da Universidade São Judas, onde ele votaria, tentaram impedir que a reportagem da Folha falasse com Genoino, um dos réus no julgamento do mensalão. Por conta da presença de jornalistas, ele desistiu de votar, por enquanto. Apenas sua mulher votou.

    Durante o período em que esteve dentro do colégio eleitoral, eleitores perguntaram para ele “cadê a ficha limpa?” Genoíno é acusado pelos crimes de formação de quadrilha e corrupção ativa (compra de apoio político para a base de sustentação do governo lula [2003-2010]). Questionado se tinha medo de ser preso após o julgamento do mensalão, ele não respondeu.

    Quando foi perguntado sobre outros assuntos, como o motivo de desistir da votação. Ele permaneceu calado.

    Lembrete: o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa (relator do caso), afirmou que Genoino era “um dos braços executores mais diretos” do então ministro José Dirceu (Casa Civil).
    Os ministros Luiz Fux e Rosa Weber acompanharam voto do relator. Já o revisor do processo, Ricardo Lewandowski, votou pela absolvição do petista.

    07 de outubro de 2012
    Matheus Magenta (Folha)

    LULA: "O POVO NÃO ESTÁ PREOCUPADO COM MENSALÃO, ELE QUER SABER SE O PALMEIRAS VAI CAIR..."

    Um Lula belicoso e agressivo ataca Serra e Russomanno.
    O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na manhã deste domingo, 7, que o julgamento do mensalão não deve influenciar o eleitor.
     
    “O povo não está preocupado com isso. Está preocupado em saber se o Palmeiras vai cair e se o Haddad vai ganhar”, disse ao falar com a imprensa durante café da manhã com líderes petistas na capital paulista.
     
    O candidato Fernando Haddad estava entre os presentes. Lula afirmou que Haddad chegará ao segundo terno. Nessa etapa, avalia ele, os candidatos poderão “mostrar melhor suas ideias”.
     
    Para o ex-presidente, Haddad enfrentará uma pessoas “de ontem, com ideias de anteontem”, referindo-se ao candidato José Serra (PDSB), “ou um candidato que não tem uma perspectiva de projeto”, numa citação indireta ao candidato Celso Russomanno (PRB). (Estadão)
     
    07 de outubro de 2012
    in coroneLeaks

    ENQUANTO A IMPRENSA NACIONAL NÃO DEU UM PIO SOBRE ESTE ASSUNTO, EM PORTUGAL O CORREIO DA MANHÃ PUBLICOU A NOTÍCIA NA PRIMEIRA PÁGINA




    Na Internet a notícia já tem vários links. Para confirmar digite no GOOGLE:
     
     "Ministério Público pede bloqueio de bens do ex-presidente Lula"
    lic no link abaixo para acessar o CORREIO DA MANHÃ
     
    http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/internacional/mundo/ministerio-publico-pede-bloqueio-de-bens-de-lula
     
    O Ministério Público Federal (MPF) de Brasília pediu à justiça o bloqueio dos bens do ex-presidente Lula da Silva, a quem acusa de improbidade administrativa por ter usado verba pública com claro intento de promoção pessoal.


    A acção interposta pede O bloqueio de bens tem como finalidade garantir a devolução aos cofres públicos de quatro milhões de euros que Lula, segundo o MPF, usou indevidamente.

    O MPF refere-se ao gasto desses quatro milhões de euros com a impressão e o envio pelo correio de mais de dez milhões de cartas enviadas pela Segurança Social a reformados entre Outubro e Dezembro de 2004, segundo ano do primeiro mandato de Lula.


    A missiva avisava os reformados que um convénio estabelecido entre a Segurança Social e o até então desconhecido Banco BMG lhes permitia a partir de então pedirem empréstimos a juros baixos e sem qualquer burocracia àquela instituição bancária, com o desconto das parcelas sendo feito directamente nas reformas.


    Até aí não haveria problema, não fossem dois detalhes, que chamaram a atenção dos promotores. O BMG, único banco privado a ser autorizado na altura a realizar esse tipo de empréstimo, conseguiu a autorização em menos de duas semanas, quando o normal seriam vários meses, e as cartas, simples correspondência informativa, eram assinadas por ninguém menos que o próprio presidente da República, algo nada comum para esse tipo de aviso.

    Para o Ministério Público, não há dúvida de que Lula e o então ministro da Segurança Social, Amir Lando, que também assinou as cartas e é igualmente acusado na acção, usaram a correspondência para obterem promoção pessoal e lucro político e que a acção do presidente da República favoreceu a extrema rapidez com que o BMG conseguiu autorização para operar o negócio, desrespeitando as normas do mercado.
     
    A 13.ª Vara Federal, em Brasília, a quem a acção foi distribuída, ainda não se pronunciou sobre o pedido do MPF.
     
    07 de outubro de 2012
    Graça no País das Maravilhas
     

    OS MILAGRES DA MADRUGADA

    Pois,

    As madrugadas televisivas de algumas TVs brasileira são cheias de milagres, que fariam Jesus Cristo, um mero personagem de fábulas. São cegos, deficientes físicos e mentais curados pelos simples toques das mãos ou das rezas de BISPOS realmente agraciados pelos dons divinos.
     
    A ciência não pode explicar, mas a polícia e o ministério público tinham a obrigação social de buscar as verdades. São várias curas e tão rápidas que em breve não seria necessário hospitais e postos de saúde, bastaria enviar os doentes àquelas igrejas.

    Não quero abalar a fé de ninguém, mas algumas perguntas se fazem necessárias:


    - Esse DEUS magnífico, onipotente, onisciente, onipresente, precisaria de 300 representantes, de 300 velas, ou de alguma rosa, ou óleo proveniente de determinado lugar para realizar suas bem aventuranças?

    - Deus precisa de 10% de sua remuneração para recompensá-lo?

    A política e a religião no Brasil são verdadeiras catástrofes intelectuais.

    Deus até poderia dispor de 10% de seu tempo de ócio, mas jamais de 10% do suor de seu trabalho, mas isso é algo particular de cada um, e de qual Deus cada um acredita.

    No Brasil quase tudo e todos são corruptos, mas na política e na religião os índices são absurdos.

    O governo fica com 45% de meu trabalho, e os religiosos ainda gastam 10% com suas religiões, sendo mais exato, os deuses políticos e religiosos destes crentes toam 55% da renda de seus seguidores.

    O pastor ou bispo R. R. Soares, chega ser cômico, e a infra-estrutura de segurança dentro dessas igrejas é maior que a do congresso nacional.

    Religiões corruptas e políticos corruptos são provenientes da educação e cultura do povo.

    A semelhança entre o dízimo e o bolsa família é óbvia, no bolsa família trabalhadores sustentam vagabundos funcionais, no dízimo trabalhadores sustentam religiosos funcionais vagabundos.

    Deus não precisa de dinheiro, a oração e a fé são seu alimento.
    Quem precisa do dinheiro é o homem, por trás dos títulos.
     
    07 de outubro de 2012
    VSRocha