Reportagem de Ana D’Angelo e Cristiane Bonfanti no Correio Braziliense mostra que Marcus Pereira Aucélio, engenheiro florestal e analista de controle do Tesouro Nacional, é realmente o homem do dinheiro.
Segundo na hierarquia do Tesouro Nacional, como subsecretário de Política Fiscal, Aucélio é mais conhecido como a autoridade que de fato diz não aos pedidos de recursos de parlamentares e até de ministros para todo tipo de despesa, incluindo reajustes salariais para servidores públicos.
Tão potente quanto o poder da sua canetada é o tamanho do seu contracheque. embolsa por mês R$ 51 mil por causa do cargo, quase o dobro do teto do funcionalismo previsto na Constituição, atualmente de R$ 26.723,13.
É bem mais que os salários recebidos por ministros, que abocanham remunerações de até R$ 45,7 mil, conforme mostrou o Correio Braziliense no domingo. Os contracheques são inflados por jetons, recebidos pela participação em conselhos de estatais e de empresas privadas com capital da União.
O salário do subsecretário do Tesouro é de R$ 23,7 mil, mas ele ganha mais R$ 27,3 mil de dois conselhos — da Petrobras e da AES Eletropaulo — e do Comitê de Auditoria do Banco Regional de Brasília (BRB). Mas seus vencimentos podem chegar a R$ 70 mil num mês. Basta que ele participe de uma reunião mensal do Conselho Fiscal da Vale, do qual é suplente, caso o titular não possa comparecer.
***
FORA DA LEI
Decreto presidencial determina que os representantes da União nessas companhias só podem receber por, no máximo, dois conselhos. Mas quem se preocupa com isso?
Procurado pelas repórteres, o Ministério da Fazenda se negou a informar quais entidades o subsecretário do Tesouro integra e a base legal para que ele embolse jetons de três delas. Da AES Eletropaulo, em que a União tem uma participação minoritária, o segundo homem do Tesouro ganha R$ 3,8 mil brutos por mês. Pela participação no Conselho Fiscal da petrolífera, embolsa outros R$ 7.090. O que lhe rende mais, no entanto, é o trabalho na auditoria do Banco Regional de Brasília, R$ 16.405,78 brutos.
Embora também receba um megassalário, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ganha um pouco menos que Aucélio, seu subordinado. A participação nos conselhos da BR Distribuidora e da Petrobras elevou os rendimentos de Mantega de R$ 26,7 mil para R$ 40,9 mil. O mesmo ocorreu com sua colega do Planejamento, Miriam Belchior.
Já o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, embolsa, no total, R$ 38,7 mil. Ele engorda o salário de R$ 26,7 mil de ministro em mais R$ 12 mil ao participar da administração das empresas privadas Brasilprev e Brasilcap.
Conforme já publicamos, Celso Amorim, da Defesa, é agraciado com R$ 45,7 mil, por participar do conselho da Itaipu, além da aposentadoria como embaixador, é claro. E o secretário executivo da Fazenda, Nelson Barbosa, abocanha R$ 41,1 mil brutos mensais.
Com salários nesse nível, pagos pelo povo, mais o cartão corporativo, como diz Helio Fernandes, que maravilha viver!.
11 de janeiro de 2012
NOTA AO PÉ DO TEXTO
Vai que é tua, Tafarel !!!
Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
quarta-feira, 11 de janeiro de 2012
ESSES SERVIDORES COM SALÁRIOS DE ATÉ R$ 51 MIL SÃO FASCISTÕES INCRUSTADOS NO ESTADO
O problema do capitalismo para ganhar apoio do povo é que você não cria uma empresa para gerar empregos, mas sim para ganhar dinheiro. É onde entra a função redistribuidora do Estado, com sua atuação reguladora.
Alguns Estados fazem isso corretamente, mas outros ainda estão infestados pelo vírus fedorento dos capitalistas, verdadeiros microgametas ensandecidos, e pelo espírito anacrônico e maldito dos senhores de escravos, “serpens antique, immundissime spiritus, omnis incursio adversarii”, como diziam os exorcistas sobre o hipotético demônio na Idade Média.
O Estado moderno e socialista permite, e até incentiva, a iniciativa privada, mas fiscalizando-a estreitamente e dela cobrando também forte contribuição social. Assim mesmo, quid pro quod. Mas não se exime de exercer, ele próprio, primordial e efetiva função produtiva, reservando-se o direito de ser o mais forte em benefício da integridade nacional e da defesa do povo.
Defesa econômica, social, armada e nuclear. A defesa de uma nação precisa conter uma forte conotação ideológica.
Existem os que desejam um Estado forte para melhor poderem roubá-lo.
Quando os burgueses putrefactos percebem um Estado forte e poderoso, atiram-se a ele como um bando de bacantes, gritando pela boca de seus demônios que é preciso enfraquecer o Estado, roubando, evidentemente, o patrimônio público. Eis a necessidade vital de uma KGB nacional com seu patíbulo, com seu cadafalso.
11 de janeiro de 2012
Paulo Solon
Alguns Estados fazem isso corretamente, mas outros ainda estão infestados pelo vírus fedorento dos capitalistas, verdadeiros microgametas ensandecidos, e pelo espírito anacrônico e maldito dos senhores de escravos, “serpens antique, immundissime spiritus, omnis incursio adversarii”, como diziam os exorcistas sobre o hipotético demônio na Idade Média.
O Estado moderno e socialista permite, e até incentiva, a iniciativa privada, mas fiscalizando-a estreitamente e dela cobrando também forte contribuição social. Assim mesmo, quid pro quod. Mas não se exime de exercer, ele próprio, primordial e efetiva função produtiva, reservando-se o direito de ser o mais forte em benefício da integridade nacional e da defesa do povo.
Defesa econômica, social, armada e nuclear. A defesa de uma nação precisa conter uma forte conotação ideológica.
Existem os que desejam um Estado forte para melhor poderem roubá-lo.
Quando os burgueses putrefactos percebem um Estado forte e poderoso, atiram-se a ele como um bando de bacantes, gritando pela boca de seus demônios que é preciso enfraquecer o Estado, roubando, evidentemente, o patrimônio público. Eis a necessidade vital de uma KGB nacional com seu patíbulo, com seu cadafalso.
11 de janeiro de 2012
Paulo Solon
O BRASIL E A CULTURA DO ROUBO
Em maio passado, o Tribunal de Contas da União (TCU) identificou mais de 8 mil processos de prestação de contas de projetos culturais, envolvendo R$ 3,8 bilhões pendentes de análise no Ministério da Cultura (MinC).
Isso ocorre porque a força de trabalho disponível no MinC não consegue acompanhar o montante de projetos aprovados anualmente.
O TCU realizou auditoria para verificar a regularidade da concessão das renúncias de receitas previstas na lei e constatou que o MinC não verifica como o recurso público está sendo gasto, nem examina notas fiscais ou outros comprovantes de despesa para fins de liberação dos incentivos fiscais.
“A intempestividade na análise das prestações de contas dificulta a recuperação de eventuais danos aos cofres públicos além de comprometer a concessão segura de novos incentivos”, alertou o relator da auditoria, ministro-substituto André Luís de Carvalho. ( Agência TCU)
A pergunta é: o que o governo do PT fez de maio até agora para que estas prestações de contas fossem feitas? Quando é para recuperar dinheiro público, a Dilma não monta força-tarefa.
11 de janeiro de 2012
coroneLeaks
NOTA AO PÉ DO TEXTO
Sem pretender negligenciar o questionamento do Coronel, insisto na minha pergunta, que venho fazendo ao longo de algum tempo, muito embora a pergunta do texto seja importantíssima, prefiro continuar insistindo na minha, a semelhança daquele senador romano, que na tribuna repetia insistentemente ao final de seus discursos, incitando os cidadãos romanos e o Senado à guerra com Cartago, com a frase "delenda Cartago est".*
Leio na Revista Forbes que o sr. Luis Inácio Lula da Silva acumula uma fortuna de US$ 2 bilhões. Não quero nem citar o seu filho Lulinha, que de empregado no Jardim Zoológico, tornou-se um mega-empresário. Fico com o pai, entre tantos outros personagens dramaticamente corruptos, porque considero esse cidadão, a raiz do mal, o fundamento de todo o caos, a origem da corrupção institucionalizada. Essa a razão porque escolho o sr. Lula da Silva, e claro, pela assustadora "denúncia" da Forbes.
Um simples metalúrgico, que trabalhou apenas 22 anos, divididos entre o Sindicato e o trabalho, acumula uma fortuna de US$ 2 bilhões?! Exatamente após cumprir 2 mandatos de presidente da república? E um pequeno adendo: dados de 2006. De lá para a frente, com certeza mais alguns zeros se somaram...
E se mais não fosse, que tal discutirmos a preterição do Brasil na posição de 5o. colocado no ranking dos políticos mais corruptos?
O grupo Transparência Internacional elaborou uma lista com a relação dos políticos mais corruptos de todos os tempos. Veja quem são eles:
o campeão é o ex-ditador da Indonésia MOHAMED SUHARTO, acusado de roubar entre US$ 15 bilhões e US$ 35 bilhões.
O vice-campeão é o ex-presidente das Filipinas FERDINAND MARCOS, que desviou entre US$ 5 bilhões e US$ 10 bilhões.
A terceira colocação fica com MOBUTU SEKO, ex-presidente do Zaire. Ele desviou US$ 5 bilhões entre 1965 e 1997.
Em quarto lugar SANI ABACHA, presidente da Nigéria, entre 1993 e 1998. Estima-se um roubo de US$ 2 bilhões a US$ 5 bilhões enquanto ele esteve no poder.
E finalmente em quinto lugar, vem o crudelíssimo genocida SLOBODAN MILOSEVIC, ex-presidente da ex-Iuguslávia. Calcula-se que ele tenha desviado cerca de US$ 1 bilhão entre 1989 e 2000.
Esse quinto lugar é que deveria ser do Brasil, ou melhor, do sr. Lula, preterido injustamente pelo Slobodan, se acreditarmos na revista Forbes. Ao sr. Lula coube US$ 2 bilhões, que até prova em contrário, de origem duvidosa.
Eu creio que cabe discutir com essa tal de Transparência Internacional, depois de ratificar-se a informação da Forbes, a performance do sr. Lula e o seu merecido lugar...
Volto assim, como Catão, a minha pergunta...
Ela é a seguinte: não há no Congresso quem interrogue legalmente sobre a origem dessa dinheirama? Não há no Congresso quem investigue a procedência da notícia? Não há quem mobilize a Receita Federal para que peça explicações ao sr. Lula da Silva e ao seu filho? E na mídia? Nenhum jornalista investigativo trouxe para Pindorama a veracidade de tal informação? Ninguém investigou?! Por que tamanho desinteresse?!
Porque paira tamanho silêncio sobre um fato da maior gravidade? Porque a Receita Federal, não interroga a procedência dessa grana, depois de apurar a veracidade da fonte? Ninguém no Congresso para cutucar o vespeiro?
Diante de tanta corrupção, que transformou esse país num paraíso de ladrões, paira o silêncio sobre as origens obscuras da fortuna do sr. Lula da Silva. A sombra de frondosos laranjais, a Forbes aponta a fortuna do sr. Lula da Silva, e nós, brasileiros, boquiabertos, sem compreender nadica de nada, pasmos, esboçamos a admiração estupefata própria dos imbecis...
Penso que o Brasil se transformou numa gigantesca "caixa-preta"... Ou numa "caixa-verde", tantas são as "verdinhas" que pairam, como a espada de Damocles, sobre as cabeças de nossos indigníssimos políticos...
Pobre Brasil, pobre povo, usurpado em sua cidadania, em sua dignidade, em seus direitos, passivamente cumprindo suas obrigações de cidadão, bovinamente caminhando para o matadouro.
m.americo
* "Delenda Cartago est". Depois das muitas batalhas, o ódio dos romanos contra os cartagineses transformou-se em sentimento nacionalista. No século II a.C., coube a Catão, o censor, personificar obsessivamente uma campanha pela destruição de Cartago.
Nos seus discursos, no Senado, Catão sempre os encerrava com a frase Delenda Cartago est (Cartago seja destruída).
O sucesso dessas pregações selou o destino da cidade. Cartago seria arrasada e teria suas terras aradas e saturadas de sal, além de receber uma grande maldição.
Isso ocorre porque a força de trabalho disponível no MinC não consegue acompanhar o montante de projetos aprovados anualmente.
O TCU realizou auditoria para verificar a regularidade da concessão das renúncias de receitas previstas na lei e constatou que o MinC não verifica como o recurso público está sendo gasto, nem examina notas fiscais ou outros comprovantes de despesa para fins de liberação dos incentivos fiscais.
“A intempestividade na análise das prestações de contas dificulta a recuperação de eventuais danos aos cofres públicos além de comprometer a concessão segura de novos incentivos”, alertou o relator da auditoria, ministro-substituto André Luís de Carvalho. ( Agência TCU)
A pergunta é: o que o governo do PT fez de maio até agora para que estas prestações de contas fossem feitas? Quando é para recuperar dinheiro público, a Dilma não monta força-tarefa.
11 de janeiro de 2012
coroneLeaks
NOTA AO PÉ DO TEXTO
Sem pretender negligenciar o questionamento do Coronel, insisto na minha pergunta, que venho fazendo ao longo de algum tempo, muito embora a pergunta do texto seja importantíssima, prefiro continuar insistindo na minha, a semelhança daquele senador romano, que na tribuna repetia insistentemente ao final de seus discursos, incitando os cidadãos romanos e o Senado à guerra com Cartago, com a frase "delenda Cartago est".*
Leio na Revista Forbes que o sr. Luis Inácio Lula da Silva acumula uma fortuna de US$ 2 bilhões. Não quero nem citar o seu filho Lulinha, que de empregado no Jardim Zoológico, tornou-se um mega-empresário. Fico com o pai, entre tantos outros personagens dramaticamente corruptos, porque considero esse cidadão, a raiz do mal, o fundamento de todo o caos, a origem da corrupção institucionalizada. Essa a razão porque escolho o sr. Lula da Silva, e claro, pela assustadora "denúncia" da Forbes.
Um simples metalúrgico, que trabalhou apenas 22 anos, divididos entre o Sindicato e o trabalho, acumula uma fortuna de US$ 2 bilhões?! Exatamente após cumprir 2 mandatos de presidente da república? E um pequeno adendo: dados de 2006. De lá para a frente, com certeza mais alguns zeros se somaram...
E se mais não fosse, que tal discutirmos a preterição do Brasil na posição de 5o. colocado no ranking dos políticos mais corruptos?
O grupo Transparência Internacional elaborou uma lista com a relação dos políticos mais corruptos de todos os tempos. Veja quem são eles:
o campeão é o ex-ditador da Indonésia MOHAMED SUHARTO, acusado de roubar entre US$ 15 bilhões e US$ 35 bilhões.
O vice-campeão é o ex-presidente das Filipinas FERDINAND MARCOS, que desviou entre US$ 5 bilhões e US$ 10 bilhões.
A terceira colocação fica com MOBUTU SEKO, ex-presidente do Zaire. Ele desviou US$ 5 bilhões entre 1965 e 1997.
Em quarto lugar SANI ABACHA, presidente da Nigéria, entre 1993 e 1998. Estima-se um roubo de US$ 2 bilhões a US$ 5 bilhões enquanto ele esteve no poder.
E finalmente em quinto lugar, vem o crudelíssimo genocida SLOBODAN MILOSEVIC, ex-presidente da ex-Iuguslávia. Calcula-se que ele tenha desviado cerca de US$ 1 bilhão entre 1989 e 2000.
Esse quinto lugar é que deveria ser do Brasil, ou melhor, do sr. Lula, preterido injustamente pelo Slobodan, se acreditarmos na revista Forbes. Ao sr. Lula coube US$ 2 bilhões, que até prova em contrário, de origem duvidosa.
Eu creio que cabe discutir com essa tal de Transparência Internacional, depois de ratificar-se a informação da Forbes, a performance do sr. Lula e o seu merecido lugar...
Volto assim, como Catão, a minha pergunta...
Ela é a seguinte: não há no Congresso quem interrogue legalmente sobre a origem dessa dinheirama? Não há no Congresso quem investigue a procedência da notícia? Não há quem mobilize a Receita Federal para que peça explicações ao sr. Lula da Silva e ao seu filho? E na mídia? Nenhum jornalista investigativo trouxe para Pindorama a veracidade de tal informação? Ninguém investigou?! Por que tamanho desinteresse?!
Porque paira tamanho silêncio sobre um fato da maior gravidade? Porque a Receita Federal, não interroga a procedência dessa grana, depois de apurar a veracidade da fonte? Ninguém no Congresso para cutucar o vespeiro?
Diante de tanta corrupção, que transformou esse país num paraíso de ladrões, paira o silêncio sobre as origens obscuras da fortuna do sr. Lula da Silva. A sombra de frondosos laranjais, a Forbes aponta a fortuna do sr. Lula da Silva, e nós, brasileiros, boquiabertos, sem compreender nadica de nada, pasmos, esboçamos a admiração estupefata própria dos imbecis...
Penso que o Brasil se transformou numa gigantesca "caixa-preta"... Ou numa "caixa-verde", tantas são as "verdinhas" que pairam, como a espada de Damocles, sobre as cabeças de nossos indigníssimos políticos...
Pobre Brasil, pobre povo, usurpado em sua cidadania, em sua dignidade, em seus direitos, passivamente cumprindo suas obrigações de cidadão, bovinamente caminhando para o matadouro.
m.americo
* "Delenda Cartago est". Depois das muitas batalhas, o ódio dos romanos contra os cartagineses transformou-se em sentimento nacionalista. No século II a.C., coube a Catão, o censor, personificar obsessivamente uma campanha pela destruição de Cartago.
Nos seus discursos, no Senado, Catão sempre os encerrava com a frase Delenda Cartago est (Cartago seja destruída).
O sucesso dessas pregações selou o destino da cidade. Cartago seria arrasada e teria suas terras aradas e saturadas de sal, além de receber uma grande maldição.
VERANEIO NO RIO GRANDE DO SUL. BAH, TCHÊ!!! QUE DELÍCIA!!!
(Para conhecimento nacional e reconhecimento regional)
Está chegando o verão e com ele o veraneio, como chamamos aqui no Sul.
Não sei se vocês, de outros Estados, sabem, mas temos o mais fantástico litoral do País: de Torres ao Chuí, uma linha reta, sem enseadas, baias, morros, reentrâncias ou recortes. Nada! Apenas uma linha reta: areia de um lado, o mar do outro.
Torres, aliás, é um equívoco geográfico, contrário às nossas raízes farroupilhas, deveria estar em Santa Catarina! Característica nossa, não gostamos de intermediários.
Nosso veraneio consiste em pisar na areia, entrar no mar, sair do mar e pisar na areia. Nada de vistas deslumbrantes, vegetações verdejantes, montanhas e falésias, prainhas paradisíacas e outras frescuras cultivadas aí para cima.
O mar gaúcho não é verde, não é azul, não é turquesa. É marrom.
Cor de barro iodado, é excelente para a saúde e para a pele! E nossas ondas são constantes, nem pequenas nem gigantes, não servem para pegar jacaré ou furar onda. O solo do nosso mar é escorregadio, irregular, rico em buracos. Quem entra nele tem que se garantir.
Não vou falar em inconvenientes como as estradas engarrafadas, balneários hiper-lotados, supermercados abarrotados, falta de produtos, buzinaços de manhã de tarde e de noite, areia fervendo, crianças berrando, ruas esburacadas, tempestades e pele ardendo, porque protetor solar é coisa de fresco e em praia de gaúcho não tem sombra.
Nem nos dias de chuva, quase sempre nos fins-de-semana, provocando o alegre, intermitente, reincidente e recorrente coaxar dos sapos e assustadoras revoadas de mariposas.
<> <> Dois ventos predominam, em nosso veraneio: o nordeste – também chamado de Nordestão – e o Sul, cuja origem é a Antártida.
O Nordestão é vento com grife e estilo.... estilo vendaval. Chega levantando areia fina que bate em nosso corpo como milhões de mosquitos a nos pinicar. Quem entra no mar, ao sair rapidamente se transforma no – como chamamos com bom-humor – veranista à milanesa.
A propósito, provoca um fenômeno único no Universo, fazendo com que o oceano se coloque em posição diagonal à areia: você entra na água bem aqui e quando sai, está a quase um quilômetro para sul. Essa distância é variável, relativa ao tempo que você permanecer dentro da água.
Outra coisa: nosso mar é pra macho: água gelada. Vai congelando seus pés e termina nos cabelos. Se você prefere sofrer tudo de uma vez, mergulhe e erga-se, sabendo que nos próximos quinze minutos sua respiração voltará ao normal: é o tempo que leva para recuperar-se do choque térmico.
Noventa por cento do nosso veraneio é agraciado pelo Nordestão que, entre outras coisas, promove uma atividade esportiva praiana, inusitada e exclusiva do sul: caça ao guardassol.
Guardassol, você sabe, é o antigo guarda-sol, espécie de guarda-chuva de lona, colorida de amarelo, verde, vermelho, cores de verão, enfim, cujo cabo tem uma ponta que você enterra na areia e depois senta embaixo dele, em pequenas cadeiras de alumínio que não agüentam seu peso e se enterram na areia.
Chega o Nordestão e... lá se vai o guardassol, voando alegremente pela orla. E você correndo atrás. Ganha quem consegue pegá-lo antes de ele se cravar na perna de alguém ou desmanchar o castelo de areia que, há três horas, você está construindo com seu filho de cinco anos.
O vento Sul, por sua vez, é menos espalhafatoso. Se você for para a praia de sobretudo, cachecol e meias de lã, mal perceberá que ele está soprando. É o vento ideal para se comprar milho verde e deixar a água fervente escorrer em suas mãos, para aquecê-las.
Atenta a essas questões, nossa indústria da construção civil, conhecida mundialmente por suas soluções criativas e inéditas, inventou um sistema maravilhoso que nos permite veranear no litoral a uma distância não inferior a quinhentos metros da areia e, na maioria dos casos, jamais ver o mar: os famosos condomínios fechados.
A coisa funciona assim: a construtora adquire uma imensa área de terra (areia), em geral a preço barato (porque fica longe do mar), cerca tudo com um muro e, mal começa a primavera, gasta milhares de reais em anúncios na mídia, comunicando que, finalmente agora você tem ao seu dispor o melhor estilo de veranear na praia: longe dela. Oferece terrenos de ponta a ponta. Quanto mais longe da praia, mais caro é o terreno.
Você, como gaúcho legítimo, vai lá e compra um.
Enquanto isso a construtora urbaniza o lugar: faz ruas, obras de saneamento, hidráulica, elétrica, salão de festas comunitário, piscina comunitária com águas térmicas, jardins e até lagos e lagoas artificiais onde coloca peixes para você pescar. Sem falar no ginásio de esportes, quadras de tênis, futebol, futebol-sete.
Se o lago for grande, uma lancha e um professor para você esquiar na água e todos os demais confortos de um condomínio fechado de Porto Alegre, além de um sistema de segurança quase, repito, quase invulnerável.
Feliz proprietário de um terreno, você agora tem que construir sua casa, obedecendo, é claro, ao plano-diretor do condomínio, que abrange desde a altura do imóvel até o seu estilo. O que fazemos nós, gaúchos, diante dessa fabulosa novidade? Aderimos, é claro.
Construímos as nossas casas que, de modo algum, podem ser inferiores às dos vizinhos. Colocamos piscinas térmicas nos nossos terrenos para não precisar usar a comunitária, mobiliamos e equipamos a casa com o que tem de melhor, sobretudo na questão da tecnologia: internet, TV a cabo, plasma ou LCD, linhas telefônicas, enfim, construímos as nossas casas que, de modo algum, podem ser inferiores às dos vizinhos. E veraneamos no litoral como se não tivéssemos saído da nossa casa na cidade.
Nossos veraneios costumam começar aí pela metade de janeiro e terminar aí pela metade de fevereiro, depende de quando cai o Carnaval.
Somos um povo trabalhador, não costumamos ficar vagabundeando nas nossas praias. Vamos para lá nas sextas-feiras de tarde e voltamos de lá nos domingos à noite.
Quase todos na mesma hora, ida e volta.
É assim que, na sexta-feira, lá pelas quatro ou cinco da tarde, entramos no engarrafamento. Chegamos ao nosso condomínio, depois de percorrer uns 120 Km, lá pelas nove ou dez da noite. Usufruímos nosso novo estilo de veranear no sábado – manhã, tarde e noite – e no domingo, quando fechamos a casa.
Adoramos o trabalhão que dá para abrir, arrumar e prover a casa na sexta de noite, e o mesmo trabalhão que dá no domingo de noite. E nem vou contar quando, ao chegarmos, a geladeira estragou, o sistema elétrico pifou ou a empregada contratada para o fim-de-semana não veio.
Temos, aqui no Sul, uma expressão regional que vou revelar ao resto do mundo: "Graças a Deus que terminou esta bosta e veraneio!
11 de janeiro de 2012
Darcy Dickel
Está chegando o verão e com ele o veraneio, como chamamos aqui no Sul.
Não sei se vocês, de outros Estados, sabem, mas temos o mais fantástico litoral do País: de Torres ao Chuí, uma linha reta, sem enseadas, baias, morros, reentrâncias ou recortes. Nada! Apenas uma linha reta: areia de um lado, o mar do outro.
Torres, aliás, é um equívoco geográfico, contrário às nossas raízes farroupilhas, deveria estar em Santa Catarina! Característica nossa, não gostamos de intermediários.
Nosso veraneio consiste em pisar na areia, entrar no mar, sair do mar e pisar na areia. Nada de vistas deslumbrantes, vegetações verdejantes, montanhas e falésias, prainhas paradisíacas e outras frescuras cultivadas aí para cima.
O mar gaúcho não é verde, não é azul, não é turquesa. É marrom.
Cor de barro iodado, é excelente para a saúde e para a pele! E nossas ondas são constantes, nem pequenas nem gigantes, não servem para pegar jacaré ou furar onda. O solo do nosso mar é escorregadio, irregular, rico em buracos. Quem entra nele tem que se garantir.
Não vou falar em inconvenientes como as estradas engarrafadas, balneários hiper-lotados, supermercados abarrotados, falta de produtos, buzinaços de manhã de tarde e de noite, areia fervendo, crianças berrando, ruas esburacadas, tempestades e pele ardendo, porque protetor solar é coisa de fresco e em praia de gaúcho não tem sombra.
Nem nos dias de chuva, quase sempre nos fins-de-semana, provocando o alegre, intermitente, reincidente e recorrente coaxar dos sapos e assustadoras revoadas de mariposas.
<> <> Dois ventos predominam, em nosso veraneio: o nordeste – também chamado de Nordestão – e o Sul, cuja origem é a Antártida.
O Nordestão é vento com grife e estilo.... estilo vendaval. Chega levantando areia fina que bate em nosso corpo como milhões de mosquitos a nos pinicar. Quem entra no mar, ao sair rapidamente se transforma no – como chamamos com bom-humor – veranista à milanesa.
A propósito, provoca um fenômeno único no Universo, fazendo com que o oceano se coloque em posição diagonal à areia: você entra na água bem aqui e quando sai, está a quase um quilômetro para sul. Essa distância é variável, relativa ao tempo que você permanecer dentro da água.
Outra coisa: nosso mar é pra macho: água gelada. Vai congelando seus pés e termina nos cabelos. Se você prefere sofrer tudo de uma vez, mergulhe e erga-se, sabendo que nos próximos quinze minutos sua respiração voltará ao normal: é o tempo que leva para recuperar-se do choque térmico.
Noventa por cento do nosso veraneio é agraciado pelo Nordestão que, entre outras coisas, promove uma atividade esportiva praiana, inusitada e exclusiva do sul: caça ao guardassol.
Guardassol, você sabe, é o antigo guarda-sol, espécie de guarda-chuva de lona, colorida de amarelo, verde, vermelho, cores de verão, enfim, cujo cabo tem uma ponta que você enterra na areia e depois senta embaixo dele, em pequenas cadeiras de alumínio que não agüentam seu peso e se enterram na areia.
Chega o Nordestão e... lá se vai o guardassol, voando alegremente pela orla. E você correndo atrás. Ganha quem consegue pegá-lo antes de ele se cravar na perna de alguém ou desmanchar o castelo de areia que, há três horas, você está construindo com seu filho de cinco anos.
O vento Sul, por sua vez, é menos espalhafatoso. Se você for para a praia de sobretudo, cachecol e meias de lã, mal perceberá que ele está soprando. É o vento ideal para se comprar milho verde e deixar a água fervente escorrer em suas mãos, para aquecê-las.
Atenta a essas questões, nossa indústria da construção civil, conhecida mundialmente por suas soluções criativas e inéditas, inventou um sistema maravilhoso que nos permite veranear no litoral a uma distância não inferior a quinhentos metros da areia e, na maioria dos casos, jamais ver o mar: os famosos condomínios fechados.
A coisa funciona assim: a construtora adquire uma imensa área de terra (areia), em geral a preço barato (porque fica longe do mar), cerca tudo com um muro e, mal começa a primavera, gasta milhares de reais em anúncios na mídia, comunicando que, finalmente agora você tem ao seu dispor o melhor estilo de veranear na praia: longe dela. Oferece terrenos de ponta a ponta. Quanto mais longe da praia, mais caro é o terreno.
Você, como gaúcho legítimo, vai lá e compra um.
Enquanto isso a construtora urbaniza o lugar: faz ruas, obras de saneamento, hidráulica, elétrica, salão de festas comunitário, piscina comunitária com águas térmicas, jardins e até lagos e lagoas artificiais onde coloca peixes para você pescar. Sem falar no ginásio de esportes, quadras de tênis, futebol, futebol-sete.
Se o lago for grande, uma lancha e um professor para você esquiar na água e todos os demais confortos de um condomínio fechado de Porto Alegre, além de um sistema de segurança quase, repito, quase invulnerável.
Feliz proprietário de um terreno, você agora tem que construir sua casa, obedecendo, é claro, ao plano-diretor do condomínio, que abrange desde a altura do imóvel até o seu estilo. O que fazemos nós, gaúchos, diante dessa fabulosa novidade? Aderimos, é claro.
Construímos as nossas casas que, de modo algum, podem ser inferiores às dos vizinhos. Colocamos piscinas térmicas nos nossos terrenos para não precisar usar a comunitária, mobiliamos e equipamos a casa com o que tem de melhor, sobretudo na questão da tecnologia: internet, TV a cabo, plasma ou LCD, linhas telefônicas, enfim, construímos as nossas casas que, de modo algum, podem ser inferiores às dos vizinhos. E veraneamos no litoral como se não tivéssemos saído da nossa casa na cidade.
Nossos veraneios costumam começar aí pela metade de janeiro e terminar aí pela metade de fevereiro, depende de quando cai o Carnaval.
Somos um povo trabalhador, não costumamos ficar vagabundeando nas nossas praias. Vamos para lá nas sextas-feiras de tarde e voltamos de lá nos domingos à noite.
Quase todos na mesma hora, ida e volta.
É assim que, na sexta-feira, lá pelas quatro ou cinco da tarde, entramos no engarrafamento. Chegamos ao nosso condomínio, depois de percorrer uns 120 Km, lá pelas nove ou dez da noite. Usufruímos nosso novo estilo de veranear no sábado – manhã, tarde e noite – e no domingo, quando fechamos a casa.
Adoramos o trabalhão que dá para abrir, arrumar e prover a casa na sexta de noite, e o mesmo trabalhão que dá no domingo de noite. E nem vou contar quando, ao chegarmos, a geladeira estragou, o sistema elétrico pifou ou a empregada contratada para o fim-de-semana não veio.
Temos, aqui no Sul, uma expressão regional que vou revelar ao resto do mundo: "Graças a Deus que terminou esta bosta e veraneio!
11 de janeiro de 2012
Darcy Dickel
NA CABRALÂNDIA, SÓ 8 DAS 170 ÁREAS DE RISCO DO RIO PASSARAM POR OBRAS
“O planejamento não inclui apenas fazer o diagnóstico. Também é necessário fazer o tratamento. E foi a parte do tratamento que não foi feita durante esse um ano”, afirma o presidente do Crea-RJ
Após a tragédia que matou quase mil pessoas na Região Serrana, em 2011, foram detectadas 170 áreas com alto risco de deslizamento de encostas. Passado um ano, em apenas oito desses lugares as obras de recuperação do talude foram iniciadas - e não necessariamente terminadas.
A informação consta no relatório do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de janeiro de Janeiro (Crea -RJ), divulgado nesta quarta-feira. Segundo o presidente da entidade, Agostinho Guerreiro, essas obras deveriam ter sido finalizadas no período de estiagem, que foi até outubro de 2011.
“O planejamento não inclui apenas o diagnóstico. Também é necessário fazer o tratamento. E foi a parte do tratamento que não foi feita durante esse um ano”, afirma Guerreiro.
Um dos responsáveis pelo relatório foi o assessor de Meio Ambiente do Crea e engenheiro civil sanitarista Adacto Ottoni. Ele foi à Região Serrana na semana passada para elaborar o balanço do que foi feito e do que precisa ser executado.
Conclusão: “Basta cair metade da chuva que atingiu a serra no ano passado para se ter uma nova tragédia”, disse Ottoni.
O relatório lista medidas que deveriam ser adotadas, mas que foram negligenciadas pelo poder público. Uma delas é a falta de providências em relação aos deslizamentos e às enchentes.
A conseqüência é o entupimento do sistema de drenagem na parte baixa das encostas, o assoreamento e a poluição. A desocupação desordenada do solo também foi ponto de destaque. São desmatadas áreas de preservação permanente para que famílias morem ou para a execução de atividades agrícolas e de pecuária.
A ocupação de topos de morros, taludes de encostas com inclinação acima de 45º e faixas marginais de proteção de rios vai contra o próprio Código Florestal. “É um total descumprimento da lei”, diz Guerreiro.
Já é o terceiro estudo feito pelo Crea sobre os riscos que assombram a serra. Os três apontam saídas possíveis, mas, até o momento, o documento pouco foi usado pelos órgãos públicos. O Conselho afirma ainda que o poder público só executou medidas de curto prazo, e deixou de lado obras estruturais, de médio e longo prazo, que devem ser postas em prática logo após o período das chuvas.
(…)
Por Cecília Ritto, na VEJA Online
Por Reinaldo Azevedo
Após a tragédia que matou quase mil pessoas na Região Serrana, em 2011, foram detectadas 170 áreas com alto risco de deslizamento de encostas. Passado um ano, em apenas oito desses lugares as obras de recuperação do talude foram iniciadas - e não necessariamente terminadas.
A informação consta no relatório do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de janeiro de Janeiro (Crea -RJ), divulgado nesta quarta-feira. Segundo o presidente da entidade, Agostinho Guerreiro, essas obras deveriam ter sido finalizadas no período de estiagem, que foi até outubro de 2011.
“O planejamento não inclui apenas o diagnóstico. Também é necessário fazer o tratamento. E foi a parte do tratamento que não foi feita durante esse um ano”, afirma Guerreiro.
Um dos responsáveis pelo relatório foi o assessor de Meio Ambiente do Crea e engenheiro civil sanitarista Adacto Ottoni. Ele foi à Região Serrana na semana passada para elaborar o balanço do que foi feito e do que precisa ser executado.
Conclusão: “Basta cair metade da chuva que atingiu a serra no ano passado para se ter uma nova tragédia”, disse Ottoni.
O relatório lista medidas que deveriam ser adotadas, mas que foram negligenciadas pelo poder público. Uma delas é a falta de providências em relação aos deslizamentos e às enchentes.
A conseqüência é o entupimento do sistema de drenagem na parte baixa das encostas, o assoreamento e a poluição. A desocupação desordenada do solo também foi ponto de destaque. São desmatadas áreas de preservação permanente para que famílias morem ou para a execução de atividades agrícolas e de pecuária.
A ocupação de topos de morros, taludes de encostas com inclinação acima de 45º e faixas marginais de proteção de rios vai contra o próprio Código Florestal. “É um total descumprimento da lei”, diz Guerreiro.
Já é o terceiro estudo feito pelo Crea sobre os riscos que assombram a serra. Os três apontam saídas possíveis, mas, até o momento, o documento pouco foi usado pelos órgãos públicos. O Conselho afirma ainda que o poder público só executou medidas de curto prazo, e deixou de lado obras estruturais, de médio e longo prazo, que devem ser postas em prática logo após o período das chuvas.
(…)
Por Cecília Ritto, na VEJA Online
Por Reinaldo Azevedo
JAQUES WAGNER INSTALA CONSELHO PARA "ORIENTAR" ÓRGÃOS ESTADUAIS DE COMUNICAÇÃO
Folha de São Paulo
O governador Jaques Wagner (PT) empossou ontem os 27 membros de um conselho para criar a política de comunicação da Bahia e "orientar" a atuação dos órgãos estatais de TV e rádio.
Criado por lei estadual de maio de 2011, o Conselho de Comunicação da Bahia é o primeiro do gênero do país. Tem sete membros do governo baiano, dez indicados por empresas de comunicação e dez de movimentos sociais.
Wagner negou que o colegiado vá interferir ou controlar o conteúdo de veículos de comunicação, mas o texto genérico da lei confere atribuições aos conselheiros também na esfera privada.
A Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV) disse que a criação do conselho é inconstitucional porque cabe à esfera federal legislar sobre o tema.
O governador Jaques Wagner (PT) empossou ontem os 27 membros de um conselho para criar a política de comunicação da Bahia e "orientar" a atuação dos órgãos estatais de TV e rádio.
Criado por lei estadual de maio de 2011, o Conselho de Comunicação da Bahia é o primeiro do gênero do país. Tem sete membros do governo baiano, dez indicados por empresas de comunicação e dez de movimentos sociais.
Wagner negou que o colegiado vá interferir ou controlar o conteúdo de veículos de comunicação, mas o texto genérico da lei confere atribuições aos conselheiros também na esfera privada.
A Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV) disse que a criação do conselho é inconstitucional porque cabe à esfera federal legislar sobre o tema.
DENGUE, A POSSIBILIDADE DE CONTRAIR A DOENÇA NESTE VERÃO É BEM MAIOR
Enquanto a Medicina, hoje extremamente evoluída em alguns de seus ramos, dispondo de novas e eficazes ferramentas de combate a graves doenças, porém ainda atrasada e involuída em outros de seus vetores, não consegue produzir, em caráter de urgência urgentíssima, a vacina como único instrumento de defesa concreto contra o mosquito Aedes Aegypti, popularmente conhecido como mosquito da dengue, hoje distribuído por quase todo mundo, basicamente nas regiões tropicais e subtropicais.
Todos nós, brasileiros, somos, cada vez mais, sobretudo na estação mais quente e das enchentes, vítimas em potencial do pequeno e perigoso inseto. O que é pior e mais agravante é que não dispomos de infraestrutura suficiente do poder público -observe inclusive a ineficiência na prevenção das recentes enchentes – para minimizar os efeitos da grave questão de saúde pública produzida por um simples mosquito.
Na cidade do Rio de Janeiro, até o prefeito Eduardo Paes reconheceu publicamente a flagrante ineficiência do poder público, onde leva-se 10 (dez) dias, no mínimo, para se checar um denúncia (tel 1746) do foco do mosquito. Parece piada, mas não é. Associe-se à flagrante incapacidade do poder público, no combate eficaz ao Aedes Aegypti, a arraigada cultura brasileira da aversão ao trabalho comunitário, de servir ao próximo e a todos, calcada no pressuposto da predominância do individualismo e da ilusão de invulnerabilidade.
Ou seja, “enquanto não ameaçar a minha vida e a de meus familiares, o problema não é meu”. Alguns sequer têm o espirito preventivo de observar e extinguir os possíveis focos do mosquito dentro do seu próprio quintal, quiçá ter o trabalho de pegar um telefone para denunciar a existência de focos no terreno do vizinho. Desconhecem inclusive que o mosquito, bem adaptado a zonas urbanas, mais precisamente ao domicilio humano onde consegue reproduzir-se e pôr os seus ovos em pequenas quantidades de água limpa, pode atacar até num raio superior a 500 metros do seu foco.
Convém inclusive ressaltar que o Aedes Aegypti é um inseto democrático. Ataca a gregos e troianos, pobres e ricos, famosos ou anônimos. O exemplo mais típico foi o do ex-jogador Ronaldo, que por pura sorte não foi acometido da dengue do tipo hemorrágica, sua versão perigosamente mortal.
“Maldito mosquito”, disse o Fenômeno, ao contrair recentemente a dengue em Trancoso, numa de suas residências, no extremo sul do litoral da Bahia, um dos locais turíticos mais belos e aprazíveis do mundo, onde o Aedes Aegypti também já se instalou.
Para o Rio de Janeiro, segundo constantes declarações das autoridades municipais, está prevista a ocorrência, no Verão 2012, da maior epidemia de dengue que já se teve notícia na história da capital do Estado, com números superiores ao 150 mil casos do ano de 2008, o de maior incidência até aqui.
Em 2011 foram 76 mil casos envolvendo 51 óbitos na cidade. O que é pior, é provável que chegue ao Rio de Janeiro o Aedes Tipo 4, o mais mortal e devastador de todos, fato que coloca a cidade maravilhosa em situação de alerta máximo. Não há anúncios de alarmismos. Há sim uma iminente e perigosa ambiência de epidemia a ser enfrentada.
Resumo da ópera: ou todos nos unimos de mãos dadas, numa só corrente para minimizar a inevitável epidemia ou alguns de nós, ou nossos entes mais próximos ou amigos, podem ser a próxima vitima fatal. Faça portanto a sua parte de cidadão para salvar vidas e a sua própria. Preserve a vida. Comece já combatendo a dengue. O preconceito, o individualismo e a ilusão de invulnerabilidade só tornam a proliferação do Aedes Aegypti ainda maior. Pense nisso. Esse comportamento é perigosamente mortal.
Milton Corrêa da Costa
11 de janeiro de 2012
Todos nós, brasileiros, somos, cada vez mais, sobretudo na estação mais quente e das enchentes, vítimas em potencial do pequeno e perigoso inseto. O que é pior e mais agravante é que não dispomos de infraestrutura suficiente do poder público -observe inclusive a ineficiência na prevenção das recentes enchentes – para minimizar os efeitos da grave questão de saúde pública produzida por um simples mosquito.
Na cidade do Rio de Janeiro, até o prefeito Eduardo Paes reconheceu publicamente a flagrante ineficiência do poder público, onde leva-se 10 (dez) dias, no mínimo, para se checar um denúncia (tel 1746) do foco do mosquito. Parece piada, mas não é. Associe-se à flagrante incapacidade do poder público, no combate eficaz ao Aedes Aegypti, a arraigada cultura brasileira da aversão ao trabalho comunitário, de servir ao próximo e a todos, calcada no pressuposto da predominância do individualismo e da ilusão de invulnerabilidade.
Ou seja, “enquanto não ameaçar a minha vida e a de meus familiares, o problema não é meu”. Alguns sequer têm o espirito preventivo de observar e extinguir os possíveis focos do mosquito dentro do seu próprio quintal, quiçá ter o trabalho de pegar um telefone para denunciar a existência de focos no terreno do vizinho. Desconhecem inclusive que o mosquito, bem adaptado a zonas urbanas, mais precisamente ao domicilio humano onde consegue reproduzir-se e pôr os seus ovos em pequenas quantidades de água limpa, pode atacar até num raio superior a 500 metros do seu foco.
Convém inclusive ressaltar que o Aedes Aegypti é um inseto democrático. Ataca a gregos e troianos, pobres e ricos, famosos ou anônimos. O exemplo mais típico foi o do ex-jogador Ronaldo, que por pura sorte não foi acometido da dengue do tipo hemorrágica, sua versão perigosamente mortal.
“Maldito mosquito”, disse o Fenômeno, ao contrair recentemente a dengue em Trancoso, numa de suas residências, no extremo sul do litoral da Bahia, um dos locais turíticos mais belos e aprazíveis do mundo, onde o Aedes Aegypti também já se instalou.
Para o Rio de Janeiro, segundo constantes declarações das autoridades municipais, está prevista a ocorrência, no Verão 2012, da maior epidemia de dengue que já se teve notícia na história da capital do Estado, com números superiores ao 150 mil casos do ano de 2008, o de maior incidência até aqui.
Em 2011 foram 76 mil casos envolvendo 51 óbitos na cidade. O que é pior, é provável que chegue ao Rio de Janeiro o Aedes Tipo 4, o mais mortal e devastador de todos, fato que coloca a cidade maravilhosa em situação de alerta máximo. Não há anúncios de alarmismos. Há sim uma iminente e perigosa ambiência de epidemia a ser enfrentada.
Resumo da ópera: ou todos nos unimos de mãos dadas, numa só corrente para minimizar a inevitável epidemia ou alguns de nós, ou nossos entes mais próximos ou amigos, podem ser a próxima vitima fatal. Faça portanto a sua parte de cidadão para salvar vidas e a sua própria. Preserve a vida. Comece já combatendo a dengue. O preconceito, o individualismo e a ilusão de invulnerabilidade só tornam a proliferação do Aedes Aegypti ainda maior. Pense nisso. Esse comportamento é perigosamente mortal.
Milton Corrêa da Costa
11 de janeiro de 2012
CIÊNCIAS DA NATUREZA
"Estudante" que levou tabefes da PM quer a exoneração dos puliça.
E fecharam a boca de fumo na USP
Após levar alguns bem dados tabefes da PM, o "estudante" de ciencias da natureza, (ciências da natureza? háháhá!!).
Agora virou celebridade dos sem noção e dos babacas de sempre, já começou a desandar em vomitar asneiras. Entre outras coisas vai querer uma indenização, em dinheiro, é claro. E quer também a exoneração dos policiais que encheram aquele fucinho esfumaçado de porradas.
O "estudante" tem 31 anos, é vocês leram direito, TRINTA E UM ANOS, e que estuda na USP LESTE estava a 30KM do seu campus, e é reincidente em presepadas porque já havia sido preso na ocupação da reitoria no ano passado.
Bom moço esse hein?
E o governador picolé de chuchu, demonstrando uma covardia absurda e um servilismo eleitoreiro odioso, já sinaliza nas entrevistas que os puliça irão se phoder, e o "estudante" vai sair de cú lambido dessa situação.
Agora, o que causa realmente estranheza é que a ficha escolar desse cidadão não vem à público.
O cara tem 31 anos, faz uma porra de um curso de merda, vive enfiado no centro de vivência, ou, "boca de fumo" da cidade universitária. E depois diz que é "estudante"?
Reiterando. ele estava a 30 KM do campus onde ele "supostamente" estuda.
Só não vê quem não quer.
O "estudante" já recebeu apoio de um padreco comunistóide PTralha, que está tentando virar a situação para racismo. E alguns orgãos totalmente inuteis para a sociedade brasileira, como a OAB, se posicionam favoravelmente ao "estudante".
Certamente que o PM abusou um pouquinho na truculência, só que a imensa maioria da população está de acordo com a polícia, então, nada mais justo do que colocar para o público a situação estudantil do saco de pancadas. Só após a apresentação do histórico do cidadão é que poderiam tirar conclusões e fazer juízo de valores.
Pois é notório que o "estudante" é um tranqueira e agitador que se infiltra na USP para trabalhar em favor das Ratazanas Vermelhas.
E não custa nada a secretária de segurança de SP apresentar o atestado de antecedentes do "ofendido" aluno.
O que importa na verdade é que após essa confusão toda, a USP conseguiu fechar a boca de fumo, o reitor sai dessa sem nenhum arranhão, os fumetas vão continuar fumando em outro lugar, e quem se phodeu de verde e amarelo foi o PM que só estava lá como boi de piranha da hipocrisia de um governador do estado frouxo e servil, e da covardia do comando da PM.
*** *** ***
CIÊNCIAS DA NATUREZA
No meu tempo de universitário eram conhecidos como fiscais da natureza, piloto de provas de baseado, fiscal de praia ou gerente do banco Sóares Marinho.
Carga horária segundo a USP é de 2.430 horas aula. E no total do curso somando-se o estágio mínimo de 800 horas o total gasto em quatro anos de universidade é de 4.070 horas.
Ou seja, levando-se em conta que a média diária de aulas é de 4 horas e dividindo esse valor pelos 4.070 é igual a 1.017 horas por ano. O ano letivo na USP é de 200 dias ou 5 dias por semana de aulas no final do ano. Isso se o aluno não tiver dependências a cumprir. Senão a conta só aumenta.
Se você for pensar que um aluno estuda em média 20 horas por semana, e no caso de um certo cidadão ele ainda tem que tocar na noite e trabalhar como professor provisório na secretaria de educação de SP, chega-se a conclusão que levando a sério a universidade, o dia desse cidadão durante a semana é de aproximadas 15/16 horas, somando-se os deslocamentos, pausas para refeições e etc.
Sobram no dia 8/9 horas para cuidar do corpo, se relacionar com as pessoas, visitar a família, namorar, ESTUDAR, fumar uns baseados, fazer os trabalhos e dormir.
Então, um aluno que fica por dias e dias ocupando uma reitoria de universidade, ou passa horas a fio em centro de "vivência" a 30 KM do seu Campus, certamente não deve levar a universidade a sério, ou é um puta mentiroso quando diz que ainda trabalha durante o dia e toca na noite paulistana.
Pois o mundo sabe quanto é duro andar 60KM por dia de busão em SP. 30 por cada ida e volta, se é que o indivíduo volta para o seu Campus.
Tem que olhar no prontuário escolar desse cidadão o número de faltas que ele possui e o porque de com 31 anos, ele ainda está cursando universidade enquanto a maioria dos alunos normais aos 23 já estão fazendo pós ou trabalhando efetivamente.
A conta desse cidadão não fecha nunca. Ou ele é o super homem.
E ainda tem gente idiota que sai em defesa do coitadinho.
É muita hipocrisia
E o PM que encheu o fucinho dele de tabefes provavelmente será o bilhete premiado que o "estudante" precisava para sair da merda.
11 de janeiro de 2012
o mascate
E fecharam a boca de fumo na USP
Após levar alguns bem dados tabefes da PM, o "estudante" de ciencias da natureza, (ciências da natureza? háháhá!!).
Agora virou celebridade dos sem noção e dos babacas de sempre, já começou a desandar em vomitar asneiras. Entre outras coisas vai querer uma indenização, em dinheiro, é claro. E quer também a exoneração dos policiais que encheram aquele fucinho esfumaçado de porradas.
O "estudante" tem 31 anos, é vocês leram direito, TRINTA E UM ANOS, e que estuda na USP LESTE estava a 30KM do seu campus, e é reincidente em presepadas porque já havia sido preso na ocupação da reitoria no ano passado.
Bom moço esse hein?
E o governador picolé de chuchu, demonstrando uma covardia absurda e um servilismo eleitoreiro odioso, já sinaliza nas entrevistas que os puliça irão se phoder, e o "estudante" vai sair de cú lambido dessa situação.
Agora, o que causa realmente estranheza é que a ficha escolar desse cidadão não vem à público.
O cara tem 31 anos, faz uma porra de um curso de merda, vive enfiado no centro de vivência, ou, "boca de fumo" da cidade universitária. E depois diz que é "estudante"?
Reiterando. ele estava a 30 KM do campus onde ele "supostamente" estuda.
Só não vê quem não quer.
O "estudante" já recebeu apoio de um padreco comunistóide PTralha, que está tentando virar a situação para racismo. E alguns orgãos totalmente inuteis para a sociedade brasileira, como a OAB, se posicionam favoravelmente ao "estudante".
Certamente que o PM abusou um pouquinho na truculência, só que a imensa maioria da população está de acordo com a polícia, então, nada mais justo do que colocar para o público a situação estudantil do saco de pancadas. Só após a apresentação do histórico do cidadão é que poderiam tirar conclusões e fazer juízo de valores.
Pois é notório que o "estudante" é um tranqueira e agitador que se infiltra na USP para trabalhar em favor das Ratazanas Vermelhas.
E não custa nada a secretária de segurança de SP apresentar o atestado de antecedentes do "ofendido" aluno.
O que importa na verdade é que após essa confusão toda, a USP conseguiu fechar a boca de fumo, o reitor sai dessa sem nenhum arranhão, os fumetas vão continuar fumando em outro lugar, e quem se phodeu de verde e amarelo foi o PM que só estava lá como boi de piranha da hipocrisia de um governador do estado frouxo e servil, e da covardia do comando da PM.
*** *** ***
CIÊNCIAS DA NATUREZA
No meu tempo de universitário eram conhecidos como fiscais da natureza, piloto de provas de baseado, fiscal de praia ou gerente do banco Sóares Marinho.
Carga horária segundo a USP é de 2.430 horas aula. E no total do curso somando-se o estágio mínimo de 800 horas o total gasto em quatro anos de universidade é de 4.070 horas.
Ou seja, levando-se em conta que a média diária de aulas é de 4 horas e dividindo esse valor pelos 4.070 é igual a 1.017 horas por ano. O ano letivo na USP é de 200 dias ou 5 dias por semana de aulas no final do ano. Isso se o aluno não tiver dependências a cumprir. Senão a conta só aumenta.
Se você for pensar que um aluno estuda em média 20 horas por semana, e no caso de um certo cidadão ele ainda tem que tocar na noite e trabalhar como professor provisório na secretaria de educação de SP, chega-se a conclusão que levando a sério a universidade, o dia desse cidadão durante a semana é de aproximadas 15/16 horas, somando-se os deslocamentos, pausas para refeições e etc.
Sobram no dia 8/9 horas para cuidar do corpo, se relacionar com as pessoas, visitar a família, namorar, ESTUDAR, fumar uns baseados, fazer os trabalhos e dormir.
Então, um aluno que fica por dias e dias ocupando uma reitoria de universidade, ou passa horas a fio em centro de "vivência" a 30 KM do seu Campus, certamente não deve levar a universidade a sério, ou é um puta mentiroso quando diz que ainda trabalha durante o dia e toca na noite paulistana.
Pois o mundo sabe quanto é duro andar 60KM por dia de busão em SP. 30 por cada ida e volta, se é que o indivíduo volta para o seu Campus.
Tem que olhar no prontuário escolar desse cidadão o número de faltas que ele possui e o porque de com 31 anos, ele ainda está cursando universidade enquanto a maioria dos alunos normais aos 23 já estão fazendo pós ou trabalhando efetivamente.
A conta desse cidadão não fecha nunca. Ou ele é o super homem.
E ainda tem gente idiota que sai em defesa do coitadinho.
É muita hipocrisia
E o PM que encheu o fucinho dele de tabefes provavelmente será o bilhete premiado que o "estudante" precisava para sair da merda.
11 de janeiro de 2012
o mascate
BEZERRA COELHO, O BODE VAI AO CONGRESSO
Partido político no Brasil é partido político à brasileira. Tudo farinha do mesmo saco de gatos. O DEM é outro dos tantos que o trem não pega, mas desta vez está cheio de razão. Entrou na Procuradoria Geral da República com pedido de ação contra o híbrido Bezerra Coelho, ministro lulático de Dilma para efeitos de Desintegração Nacional.
Bezerra Coelho - que tem na Arena o seu melhor respaldo no governo petista - pediu para ir ao Congresso dar explicações sobre sua trajetória de malfeitos no ministério. Foi atendido pelo imortal Zé Sarney.
Em pleno gozo de recesso pra/lamentar, o inventor de Marimbondos de Fogo convocou comissão especial do Congresso Nacional para ouvir as lamúrias do indefinido ministro que não sabe se atende quando é chamado de Bezerra, ou se responde quando o tratam como Coelho.
A ínclita e insuspeita comissão é composta por 21 senhores de anéis e colarinhos brancos. Apenas quatro deles integram o bloco de oposição.
O bode da vez na sala de Dilma vai deitar, rolar e ganhar uma das famosas cartas brancas para continuar sendo quem ele é, isso que é, e fazendo o que faz.
É aí que o DEM está com razões de sobra. Ora, malfeitor tem que responder sobre seus malfeitos é na Justiça. Bater papo com amigos é coisa para mesa de botequim e não para as salas de comissões do Congresso Nacional.´
Que ninguém se iluda: Bezerra Coelho vai para o Congresso Nacional porque Dilma, para respirar melhor e inspirar limpeza, retirou mais um bode de sua sala.
11 de janeiro de 2012
sanatório da notícia
Bezerra Coelho - que tem na Arena o seu melhor respaldo no governo petista - pediu para ir ao Congresso dar explicações sobre sua trajetória de malfeitos no ministério. Foi atendido pelo imortal Zé Sarney.
Em pleno gozo de recesso pra/lamentar, o inventor de Marimbondos de Fogo convocou comissão especial do Congresso Nacional para ouvir as lamúrias do indefinido ministro que não sabe se atende quando é chamado de Bezerra, ou se responde quando o tratam como Coelho.
A ínclita e insuspeita comissão é composta por 21 senhores de anéis e colarinhos brancos. Apenas quatro deles integram o bloco de oposição.
O bode da vez na sala de Dilma vai deitar, rolar e ganhar uma das famosas cartas brancas para continuar sendo quem ele é, isso que é, e fazendo o que faz.
É aí que o DEM está com razões de sobra. Ora, malfeitor tem que responder sobre seus malfeitos é na Justiça. Bater papo com amigos é coisa para mesa de botequim e não para as salas de comissões do Congresso Nacional.´
Que ninguém se iluda: Bezerra Coelho vai para o Congresso Nacional porque Dilma, para respirar melhor e inspirar limpeza, retirou mais um bode de sua sala.
11 de janeiro de 2012
sanatório da notícia
AS TRAGÉDIAS E A DIVINA MARAVILHOSA
Primeiro foi Luiz Erário Lula da Silva: com o veredicto de câncer na garganta, ele descobriu que é apenas um ex-presideus e não uma divindade.
Agora é Dilma que, com a estiagem no Sul, a tragédia da natureza em Minas Gerais, Espírito Santo e o replay da hecatombe na zona serrana do Rio de Janeiro, já sabe que longe de ser a musa do paraíso e a deusa-herdeira do seu criador, não chega nem mesmo a ser a Mulher do Brasil Maravilha.
Ela repete o discurso agora, ao nomear meia dúzia de ineptos para resolver de uma vez por todas com essa revolta da mãe natureza - bem do jeito que prometeu há exatamente um ano, às lágrimas e abraços com Sérgio Cabral, o parlapatão carioca.
Dilma acaba de tomar as mesmas providências que não tirou do papel que desempenhou no desastre do verão passado no Rio de Janeiro que continua lindo.
Convocou a Ceia do Apocalipse, juntou seis abjetos apóstolos, deu-lhes a missão de acabar com a desgraça, mentiu que cumpriu a promessa de qualificar seis mil treinados agentes da Defesa Civil para agir nas "áreas de risco" para distribuir seis mil casas para os flagelados do ano passado.
Eis que estão sentados a sua mão direita: Gleisi Hoffmann, dona de Casa Civil; Bezerra Coelho, o híbrido da Des/Integração Nacional; Aloizio Mercadante, irrevogável cientista, tecnólogo e inovador; Alexandre Padilha, que ainda não foi pra casa e está na maior Saúde; Paulo Passos, motorista dos Transportes e Valores e Enzo Peri, coma andante do Exército, patrão interino da Defesa.
A essa altura dos acontecimentos, com os pratos limpos à mesa, Dilma mais se parece com Iscariotes do que com o Divino Mestre.
Deve ter ordenado a imediata acomodação dos seis mil desabrigados do ano passado nas até hoje inexistentes seis mil creches que prometeu nos palanques da campanha eleitoral que a tornaram primeira-mulher-presidenta da República Federativa do Brasil da Silva.
11 de janeiro de 2012
sanatório da notícia
Agora é Dilma que, com a estiagem no Sul, a tragédia da natureza em Minas Gerais, Espírito Santo e o replay da hecatombe na zona serrana do Rio de Janeiro, já sabe que longe de ser a musa do paraíso e a deusa-herdeira do seu criador, não chega nem mesmo a ser a Mulher do Brasil Maravilha.
Ela repete o discurso agora, ao nomear meia dúzia de ineptos para resolver de uma vez por todas com essa revolta da mãe natureza - bem do jeito que prometeu há exatamente um ano, às lágrimas e abraços com Sérgio Cabral, o parlapatão carioca.
Dilma acaba de tomar as mesmas providências que não tirou do papel que desempenhou no desastre do verão passado no Rio de Janeiro que continua lindo.
Convocou a Ceia do Apocalipse, juntou seis abjetos apóstolos, deu-lhes a missão de acabar com a desgraça, mentiu que cumpriu a promessa de qualificar seis mil treinados agentes da Defesa Civil para agir nas "áreas de risco" para distribuir seis mil casas para os flagelados do ano passado.
Eis que estão sentados a sua mão direita: Gleisi Hoffmann, dona de Casa Civil; Bezerra Coelho, o híbrido da Des/Integração Nacional; Aloizio Mercadante, irrevogável cientista, tecnólogo e inovador; Alexandre Padilha, que ainda não foi pra casa e está na maior Saúde; Paulo Passos, motorista dos Transportes e Valores e Enzo Peri, coma andante do Exército, patrão interino da Defesa.
A essa altura dos acontecimentos, com os pratos limpos à mesa, Dilma mais se parece com Iscariotes do que com o Divino Mestre.
Deve ter ordenado a imediata acomodação dos seis mil desabrigados do ano passado nas até hoje inexistentes seis mil creches que prometeu nos palanques da campanha eleitoral que a tornaram primeira-mulher-presidenta da República Federativa do Brasil da Silva.
11 de janeiro de 2012
sanatório da notícia
GOVERNO FEDERAL COMANDA A OPERAÇÃO CONTRA A CRACOLÂNDIA
A verdade asquerosa é a seguinte: o governo federal comanda a difamação contra a operação de retomada da Cracolândia pelo poder público
Governo Federal comanda difamação da operação contra a Cracolândia em São Paulo. A campanha de Haddad já começou, e setores da imprensa atuam como cabos eleitorais
Pois é… Eu sei bem como a música toca porque os conheço. Escrevi ontem que a resistência à ação da Polícia na Cracolândia, em São Paulo, era organizada por franjas do petismo presentes em todo canto, muito especialmente na imprensa. Não deu outra! Reportagem do Estadão desta terça, de Bruno Paes Manso, que foi parar na manchete do jornal, deve, entendo, ser objeto de investigação acadêmica. Evidentemente, foi pautada pelo governo federal. Há muto tempo não lia algo dessa natureza. Reproduzo trechos em vermelho e comento em azul. Escandalizem-se.
O cronograma traçado pelo governo federal para ser discutido com o Estado e a cidade de São Paulo previa o começo das ações policiais na cracolândia apenas em abril.
Em duas linhas, o texto viola a Constituição Federal e a Constituição estadual. O governo federal não poderia ter cronograma nenhum porque isso, forçosamente, deveria ter sido discutido com o governo de São Paulo, o que não aconteceu. Pergunta óbvia: o Estadão teve acesso a um cronograma que o próprio Palácio dos Bandeirantes ignorava? Dilma Rousseff, por acaso, havia decretado intervenção em São Paulo ao arrepio do Congresso?
A proposta era começar o ano fortalecendo serviços de retaguarda nas áreas de saúde e proteção social e inaugurar os consultórios de rua em fevereiro. Só depois seriam instaladas bases móveis da Polícia Militar em locais com alta concentração de consumidores de drogas e iniciado o policiamento ostensivo na região, com monitoramento das ruas por câmeras. Em maio, o policiamento dessas áreas ganharia apoio de equipes de ronda ostensiva - no caso de São Paulo, a Rota.
Ah, bom! E isso tudo foi debatido exatamente com quem? A Polícia Militar de São Paulo, por acaso, foi federalizada? O governo federal, que protagoniza sucessivos vexames na segurança pública, decidiu agora dar aulas ao Estado que, nos últimos 15 anos, é exemplo de combate ao crime? Só para ilustrar com números: se os mortos por 100 mil habitantes no Brasil fossem iguais aos de São Paulo, 30 mil vidas seriam poupadas por ano no país. Releiam o texto: VEJAM COMO O GOVERNO DILMA É DE UMA ESCANDALOSA EFICIÊNCIA NO PAPEL. A mesma eficiência demonstrada, por exemplo, na prevenção às catástrofes, não é mesmo? O mais encantador é constatar que o Planalto teria na ponta do lápis até a definição do momento em que se empregaria a Rota!
Uma das ações dificultadas pela ocupação da PM na cracolândia foi, por exemplo, o mapeamento pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) dos mais de cem pontos de consumo de crack em São Paulo - chamados no estudo de “cenas do crack”. Os 12 pesquisadores da entidade - que estão conversando com usuários para identificar necessidades de tratamento e equipamentos públicos - enfrentam problemas por causa da migração de dependentes pela região central. O plano do governo federal previa ainda estratégias para o caso de dispersão de consumidores, com deslocamento de bases policiais e escritórios de rua.
Entenderam? O governo de São Paulo está prejudicando o plano do governo federal, que, como se depreende da leitura do texto, era perfeito e previa até a reação à possível dispersão dos viciados. Agora está tudo explicado: os petistas, como sempre, tinham a solução — a Bahia, por exemplo, mostra como eles são bons em segurança pública! —, mas vieram os tucanos e estragaram tudo. Agora a Fiocruz encontra dificuldades para o seu estudo como nome de tese de cinema da USP: “Cenas do Crack”. Notem que, no texto de Manso, o governo federal estaria no comando da PM, ensinando a Polícia de São Paulo como se faz policiamento ostensivo. É um troço escandaloso! Calma que vem mais!
O detalhamento e a sequência das ações eram uma tentativa de facilitar que o pacote de R$ 4 bilhões em ações para combater o crack, divulgadas em dezembro pela presidente Dilma Rousseff, começassem rapidamente a sair do papel. Na estratégia discutida pela União, os policiais ainda têm tarefas bem detalhadas.
Ah, mas não há de ser nada! Dilma pode começar a gastar rapidamente os R$ 4 bilhões em outras cidades — Salvador, por exemplo! Ou Belo Horizonte. Ou, ainda, Brasília, que tem uma cracolândia em plena Esplanada dos Ministérios — região de altíssima concentração de drogas!
No caso de encontrarem uma pessoa inconsciente ou correndo risco de morte, por exemplo, devem chamar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Caso um adulto seja flagrado com droga, deve ser encaminhado ao Distrito Policial, onde será indicada uma Unidade Básica de Saúde, Centro de Apoio Psicossocial ou Centros de Referência Especializado de Assistência Social.
Que governo humano! E os drogados, sob o comando dos petistas, fariam, naturalmente, tudo o que lhes fosse pedido.
A secretária de Estado da Justiça, Eloisa de Sousa Arruda, diz, no entanto, que não teve acesso a nenhum documento do governo federal com definição de datas para ações na cracolândia. Mas isso, segundo ela, não significa que Estado e União não pretendam conversar daqui para a frente. Eloisa diz que a parceria com a União já permitiu a São Paulo montar um Centro de Atendimento de Saúde Mental em Perdizes, na zona oeste. “Queremos ampliar as conversas para termos mais recursos.”
O texto dá a entender que se trata de uma guerra de versões. Eloísa se Souza Arruda “diz (sic) que não teve acesso a nenhum documento…”??? Errado! “Diz” coisa nenhuma! Ela, de fato, não teve acesso. Era um plano secreto, revelado pelo faro jornalístico da reportagem!!! No texto do Estadão, reitero, temos um estado sob intervenção, com a Polícia Militar sob o comando de alguma autoridade federal… Agora vejam este mimo:
A Assessoria de Comunicação do Ministério da Justiça ressaltou que constitucionalmente o governo federal não pode tomar medidas unilaterais sem que Estado e município sejam ouvidos, pois são eles que tomam as decisões locais.
Ah, bom! Então a matéria, que é manchete do jornal, caiu no último parágrafo. Se o governo federal “não pode tomar medidas” e se as tais “medidas”, ainda que apenas previstas, não tinham sido nem sequer discutidas com Estado e município, então o tal plano não passa de uma fantasia de urgência, criada apenas para fazer a guerrilha política. O que se tem acima é o vazamento de um suposto plano federal de ocupação da Cracolândia cujo objetivo único é a guerrilha política.
Criminalização da polícia
O Estadão, nesse caso, perdeu a mão. Um outro texto, na mesma página, traz o relato de uma garota viciada. Ela acusa um policial de lhe ter dado, de forma deliberada, um tiro na boca com bala de borracha. Título da reportagem: “Tiro de borracha vira 1º BO de tortura”. No texto, com todas as letras, lê-se: “É o primeiro caso de tortura registrado desde o início da ação na área”. Vocês entenderam direito, sim. O relato de uma viciada em crack é passado ao leitor como expressão da verdade. E ponto! Quem não merece credibilidade é a polícia!
Mais adiante, no mesmo texto: “A Defensoria Pública está na Cracolândia registrando queixas sobre violações de direitos humanos. O órgão recebeu relatos de agressões, atropelamentos e prisões forjadas. Entre as denúncias, está a de uma mulher que teria sido obrigada a ficar nua.” E vai por aí. Os viciados em crack estão sendo tratados como juízes competentes dos policiais.
Os defensores públicos decidiram migrar para a Cracolândia??? Vá lá! Que ouçam os relatos. Mas é evidente que o vazamento das denúncias para a imprensa, antes de qualquer apuração, tem o fito exclusivo de difamar a Polícia e atacar a operação. Se há quem ache o Ministério Público bastante contaminado pelo petismo, então é porque não conhece, com as exceções de praxe, a Defensoria Pública de São Paulo. Notem que se trata de uma ação coordenada, que começa em Brasília, chega à defensoria e encontra a sua caixa de ressonância em setores da imprensa.
Tenho uma curiosidade: quantas vezes os defensores já tinham dado plantão na Cracolândia? Interessaram-se, alguma vez, pelas meninas e meninos que habitavam aquele inferno, prostituindo-se por uma miserável pedra de crack? Quantas vezes mergulharam no inferno, sem a proteção da polícia, de que gozam hoje, para ouvir relatos das mulheres estupradas e espancadas?
Mudo um pouco o foco: quantas vezes estes mesmos defensores foram à região para ouvir os reclamos dos moradores que ficavam sitiados em seus apartamentos, seqüestrados pelo traficantes e pelos viciados? Quantas vezes se interessaram em ouvir os comerciantes honestos que ainda resistem por ali? Escarafunchei o noticiário de vários veículos. Não encontrei nada!
A verdade asquerosa é a seguinte: o governo federal comanda a difamação contra a operação de retomada da Cracolândia pelo poder público. A campanha de Fernando Haddad à Prefeitura já começou. E setores da imprensa atuam como cabos eleitorais.
Por Reinaldo Azevedo
Governo Federal comanda difamação da operação contra a Cracolândia em São Paulo. A campanha de Haddad já começou, e setores da imprensa atuam como cabos eleitorais
Pois é… Eu sei bem como a música toca porque os conheço. Escrevi ontem que a resistência à ação da Polícia na Cracolândia, em São Paulo, era organizada por franjas do petismo presentes em todo canto, muito especialmente na imprensa. Não deu outra! Reportagem do Estadão desta terça, de Bruno Paes Manso, que foi parar na manchete do jornal, deve, entendo, ser objeto de investigação acadêmica. Evidentemente, foi pautada pelo governo federal. Há muto tempo não lia algo dessa natureza. Reproduzo trechos em vermelho e comento em azul. Escandalizem-se.
O cronograma traçado pelo governo federal para ser discutido com o Estado e a cidade de São Paulo previa o começo das ações policiais na cracolândia apenas em abril.
Em duas linhas, o texto viola a Constituição Federal e a Constituição estadual. O governo federal não poderia ter cronograma nenhum porque isso, forçosamente, deveria ter sido discutido com o governo de São Paulo, o que não aconteceu. Pergunta óbvia: o Estadão teve acesso a um cronograma que o próprio Palácio dos Bandeirantes ignorava? Dilma Rousseff, por acaso, havia decretado intervenção em São Paulo ao arrepio do Congresso?
A proposta era começar o ano fortalecendo serviços de retaguarda nas áreas de saúde e proteção social e inaugurar os consultórios de rua em fevereiro. Só depois seriam instaladas bases móveis da Polícia Militar em locais com alta concentração de consumidores de drogas e iniciado o policiamento ostensivo na região, com monitoramento das ruas por câmeras. Em maio, o policiamento dessas áreas ganharia apoio de equipes de ronda ostensiva - no caso de São Paulo, a Rota.
Ah, bom! E isso tudo foi debatido exatamente com quem? A Polícia Militar de São Paulo, por acaso, foi federalizada? O governo federal, que protagoniza sucessivos vexames na segurança pública, decidiu agora dar aulas ao Estado que, nos últimos 15 anos, é exemplo de combate ao crime? Só para ilustrar com números: se os mortos por 100 mil habitantes no Brasil fossem iguais aos de São Paulo, 30 mil vidas seriam poupadas por ano no país. Releiam o texto: VEJAM COMO O GOVERNO DILMA É DE UMA ESCANDALOSA EFICIÊNCIA NO PAPEL. A mesma eficiência demonstrada, por exemplo, na prevenção às catástrofes, não é mesmo? O mais encantador é constatar que o Planalto teria na ponta do lápis até a definição do momento em que se empregaria a Rota!
Uma das ações dificultadas pela ocupação da PM na cracolândia foi, por exemplo, o mapeamento pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) dos mais de cem pontos de consumo de crack em São Paulo - chamados no estudo de “cenas do crack”. Os 12 pesquisadores da entidade - que estão conversando com usuários para identificar necessidades de tratamento e equipamentos públicos - enfrentam problemas por causa da migração de dependentes pela região central. O plano do governo federal previa ainda estratégias para o caso de dispersão de consumidores, com deslocamento de bases policiais e escritórios de rua.
Entenderam? O governo de São Paulo está prejudicando o plano do governo federal, que, como se depreende da leitura do texto, era perfeito e previa até a reação à possível dispersão dos viciados. Agora está tudo explicado: os petistas, como sempre, tinham a solução — a Bahia, por exemplo, mostra como eles são bons em segurança pública! —, mas vieram os tucanos e estragaram tudo. Agora a Fiocruz encontra dificuldades para o seu estudo como nome de tese de cinema da USP: “Cenas do Crack”. Notem que, no texto de Manso, o governo federal estaria no comando da PM, ensinando a Polícia de São Paulo como se faz policiamento ostensivo. É um troço escandaloso! Calma que vem mais!
O detalhamento e a sequência das ações eram uma tentativa de facilitar que o pacote de R$ 4 bilhões em ações para combater o crack, divulgadas em dezembro pela presidente Dilma Rousseff, começassem rapidamente a sair do papel. Na estratégia discutida pela União, os policiais ainda têm tarefas bem detalhadas.
Ah, mas não há de ser nada! Dilma pode começar a gastar rapidamente os R$ 4 bilhões em outras cidades — Salvador, por exemplo! Ou Belo Horizonte. Ou, ainda, Brasília, que tem uma cracolândia em plena Esplanada dos Ministérios — região de altíssima concentração de drogas!
No caso de encontrarem uma pessoa inconsciente ou correndo risco de morte, por exemplo, devem chamar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Caso um adulto seja flagrado com droga, deve ser encaminhado ao Distrito Policial, onde será indicada uma Unidade Básica de Saúde, Centro de Apoio Psicossocial ou Centros de Referência Especializado de Assistência Social.
Que governo humano! E os drogados, sob o comando dos petistas, fariam, naturalmente, tudo o que lhes fosse pedido.
A secretária de Estado da Justiça, Eloisa de Sousa Arruda, diz, no entanto, que não teve acesso a nenhum documento do governo federal com definição de datas para ações na cracolândia. Mas isso, segundo ela, não significa que Estado e União não pretendam conversar daqui para a frente. Eloisa diz que a parceria com a União já permitiu a São Paulo montar um Centro de Atendimento de Saúde Mental em Perdizes, na zona oeste. “Queremos ampliar as conversas para termos mais recursos.”
O texto dá a entender que se trata de uma guerra de versões. Eloísa se Souza Arruda “diz (sic) que não teve acesso a nenhum documento…”??? Errado! “Diz” coisa nenhuma! Ela, de fato, não teve acesso. Era um plano secreto, revelado pelo faro jornalístico da reportagem!!! No texto do Estadão, reitero, temos um estado sob intervenção, com a Polícia Militar sob o comando de alguma autoridade federal… Agora vejam este mimo:
A Assessoria de Comunicação do Ministério da Justiça ressaltou que constitucionalmente o governo federal não pode tomar medidas unilaterais sem que Estado e município sejam ouvidos, pois são eles que tomam as decisões locais.
Ah, bom! Então a matéria, que é manchete do jornal, caiu no último parágrafo. Se o governo federal “não pode tomar medidas” e se as tais “medidas”, ainda que apenas previstas, não tinham sido nem sequer discutidas com Estado e município, então o tal plano não passa de uma fantasia de urgência, criada apenas para fazer a guerrilha política. O que se tem acima é o vazamento de um suposto plano federal de ocupação da Cracolândia cujo objetivo único é a guerrilha política.
Criminalização da polícia
O Estadão, nesse caso, perdeu a mão. Um outro texto, na mesma página, traz o relato de uma garota viciada. Ela acusa um policial de lhe ter dado, de forma deliberada, um tiro na boca com bala de borracha. Título da reportagem: “Tiro de borracha vira 1º BO de tortura”. No texto, com todas as letras, lê-se: “É o primeiro caso de tortura registrado desde o início da ação na área”. Vocês entenderam direito, sim. O relato de uma viciada em crack é passado ao leitor como expressão da verdade. E ponto! Quem não merece credibilidade é a polícia!
Mais adiante, no mesmo texto: “A Defensoria Pública está na Cracolândia registrando queixas sobre violações de direitos humanos. O órgão recebeu relatos de agressões, atropelamentos e prisões forjadas. Entre as denúncias, está a de uma mulher que teria sido obrigada a ficar nua.” E vai por aí. Os viciados em crack estão sendo tratados como juízes competentes dos policiais.
Os defensores públicos decidiram migrar para a Cracolândia??? Vá lá! Que ouçam os relatos. Mas é evidente que o vazamento das denúncias para a imprensa, antes de qualquer apuração, tem o fito exclusivo de difamar a Polícia e atacar a operação. Se há quem ache o Ministério Público bastante contaminado pelo petismo, então é porque não conhece, com as exceções de praxe, a Defensoria Pública de São Paulo. Notem que se trata de uma ação coordenada, que começa em Brasília, chega à defensoria e encontra a sua caixa de ressonância em setores da imprensa.
Tenho uma curiosidade: quantas vezes os defensores já tinham dado plantão na Cracolândia? Interessaram-se, alguma vez, pelas meninas e meninos que habitavam aquele inferno, prostituindo-se por uma miserável pedra de crack? Quantas vezes mergulharam no inferno, sem a proteção da polícia, de que gozam hoje, para ouvir relatos das mulheres estupradas e espancadas?
Mudo um pouco o foco: quantas vezes estes mesmos defensores foram à região para ouvir os reclamos dos moradores que ficavam sitiados em seus apartamentos, seqüestrados pelo traficantes e pelos viciados? Quantas vezes se interessaram em ouvir os comerciantes honestos que ainda resistem por ali? Escarafunchei o noticiário de vários veículos. Não encontrei nada!
A verdade asquerosa é a seguinte: o governo federal comanda a difamação contra a operação de retomada da Cracolândia pelo poder público. A campanha de Fernando Haddad à Prefeitura já começou. E setores da imprensa atuam como cabos eleitorais.
Por Reinaldo Azevedo
A BAIXINHA
Cenário de uma sequência de escândalos na história recente da República, a Casa Civil ficou conhecida no governo por supostamente “amaldiçoar” seus ocupantes: os que não foram degolados, conquistaram a fama de autoritários e arrogantes.
Com Gleisi Hoffmann não é diferente. Ao receber o telefonema da Casa Civil na semana passada, um ministro lamuriou:
– Lá vem a baixinha…
“Baixinha”, aliás, é o apelido pejorativo de Gleisi mais ouvido pelos lados da Integração Nacional nos últimos dias.
Por Lauro Jardim - Radar Veja
PS - O Clube do Climatério: Climatério é uma palavra de origem grega que significa período de crise ou mudança, estendendo-se dos 40 aos 65 anos e tendo um significado de passagem entre a vida reprodutiva e a menopausa. Pois é. As duas "bruacas" fazendo coraçãozinho com a mão, como se fossem duas adolescentes. As ridículas do serpentário! O preço de ser a serpente da serpente. Movcc
LIÇÃO DE PUXA-SAQUISMO
Dilma sempre que ficou sozinha aos microfones falou besteira. Sua fama de administradora deriva unicamente da sua veia autoritária, que tratava funcionários e negociantes com o governo a pontapés.
A coluna do jornalista Fernando Rodrigues, na Folha de São Paulo de hoje, é um exemplo de como se planta notícias e se constrói, em doses homeopáticas, a imagem do governante do dia. Pinço aqui duas informações que foram ali colocadas, absolutamente incompatíveis com a realidade dos fatos:
“A presidente Dilma Rousseff já ganhou a batalha da imagem. Mandou embora seis ministros e ficou com a fama de não transigir com o erro. Pouco importa se no miolo de alguns ministérios a bandalha continue ou se alguns outros ministros também já devessem estar no olho da rua. Para efeito externo, a petista é durona e está fazendo uma faxina na política”.
“Nos seus três próximos anos, é possível que Dilma avance sobre outras áreas e de maneira mais real. Uma delas é a notória ineficiência do setor público”.
O artifício retórico é introduzir uma mentira como se fosse um fato consumado (Dilma Roussef como “faxineira”), fato incompatível com o noticiário que dá destaque à vida e à ação administrativa pouco proba de dois ministros, Carlos Lupi e Mário Negromonte, sobre os quais a presidente não exerce qualquer autoridade moralizadora. E também incompatível com todos os ministros do PT caídos em desgraça, desde o “mensalão”. Aliás, este deveria ser o mote de um artigo decente, a incompatibilidade entre o discurso ético e a ação deletéria da presidente acobertando os malfeitos de seus auxiliares ilustres.
Assim, Fernando Rodrigues se comporta como se fosse uma pena de aluguel, mesmo que não tenha a intenção deliberada de fazê-lo. Está ajudando a criar a imagem mitológica da “faxineira” comprometida com a ética.
Quanto à competência, esse campo nunca foi o forte do PT e da antiga ministra da Casa Civil, ora presidente. Lula assumiu que era despreparado do ponto de vista técnico e levou a vida presidencial em cima de palanque, fazendo populismo barato. Dilma sempre que ficou sozinha aos microfones falou besteira, revelando despreparo equivalente. Sua fama de administradora deriva unicamente da sua veia autoritária, que tratava funcionários e negociantes com o governo a pontapés. Isso não é e nunca foi competência, apenas despreparo, falta de liderança.
Fernando Rodrigues é dos melhores jornalistas em atividade. Dá para imaginar o que são os piores. E os alugados.
Nivaldo Cordeiro, 26 Novembro 2011
Folha de S. Paulo
A coluna do jornalista Fernando Rodrigues, na Folha de São Paulo de hoje, é um exemplo de como se planta notícias e se constrói, em doses homeopáticas, a imagem do governante do dia. Pinço aqui duas informações que foram ali colocadas, absolutamente incompatíveis com a realidade dos fatos:
“A presidente Dilma Rousseff já ganhou a batalha da imagem. Mandou embora seis ministros e ficou com a fama de não transigir com o erro. Pouco importa se no miolo de alguns ministérios a bandalha continue ou se alguns outros ministros também já devessem estar no olho da rua. Para efeito externo, a petista é durona e está fazendo uma faxina na política”.
“Nos seus três próximos anos, é possível que Dilma avance sobre outras áreas e de maneira mais real. Uma delas é a notória ineficiência do setor público”.
O artifício retórico é introduzir uma mentira como se fosse um fato consumado (Dilma Roussef como “faxineira”), fato incompatível com o noticiário que dá destaque à vida e à ação administrativa pouco proba de dois ministros, Carlos Lupi e Mário Negromonte, sobre os quais a presidente não exerce qualquer autoridade moralizadora. E também incompatível com todos os ministros do PT caídos em desgraça, desde o “mensalão”. Aliás, este deveria ser o mote de um artigo decente, a incompatibilidade entre o discurso ético e a ação deletéria da presidente acobertando os malfeitos de seus auxiliares ilustres.
Assim, Fernando Rodrigues se comporta como se fosse uma pena de aluguel, mesmo que não tenha a intenção deliberada de fazê-lo. Está ajudando a criar a imagem mitológica da “faxineira” comprometida com a ética.
Quanto à competência, esse campo nunca foi o forte do PT e da antiga ministra da Casa Civil, ora presidente. Lula assumiu que era despreparado do ponto de vista técnico e levou a vida presidencial em cima de palanque, fazendo populismo barato. Dilma sempre que ficou sozinha aos microfones falou besteira, revelando despreparo equivalente. Sua fama de administradora deriva unicamente da sua veia autoritária, que tratava funcionários e negociantes com o governo a pontapés. Isso não é e nunca foi competência, apenas despreparo, falta de liderança.
Fernando Rodrigues é dos melhores jornalistas em atividade. Dá para imaginar o que são os piores. E os alugados.
Nivaldo Cordeiro, 26 Novembro 2011
Folha de S. Paulo
DESVENDANDO O SEGREDO DO SUCESSO DO PRESIDENTE LULA
(Lula 2002)
Existe alguma outra frase que possa expressar com tamanha clareza a natureza do nosso sistema político? Desse covil que ainda tem o poder de nos surpreender, de nos indignar? José Sarney, presidente do Senado, tenta nos fazer esquecer seus antigos pecados utilizando-se, para isso, e a cada dia, pecados novos. Quando estamos nos esquecendo das proezas de algum de seus filhos, aparece sua neta para nos lembrar que ainda estamos muito distantes da idéia de sermos um país sério.
O país acostumou-se a viver num eterno escândalo. Políticos são vistos pela sociedade como seres desprezíveis, desnecessários mesmo. Todos eles. De qualquer partido. Menos um! Sim, um deles resiste bravamente. Justamente o principal político do Brasil: seu presidente Luis Inácio Lula da Silva.
Lula será analisado pela História como o político que mais traiu seus eleitores, mais frustrou as esperanças de seu povo. No entanto, no presente, sai imune a todos estes escândalos e alcança altos índices de aprovação. Qual seu segredo?
Da mesma maneira com que Basil Hallward pintou o retrato de Dorian Gray, no romance de Oscar Wilde, Lula foi pintado pela Imprensa, na realidade brasileira. Lula e seu PT surgiram como o novo, os donos absolutos da verdade, da ética, da pureza. Ele estava acima de qualquer análise, de qualquer crítica. Não era como um de nós, que trazemos em nosso interior tanto o Céu como o Inferno. Lula era o oprimido que assumiria o poder e transformaria a política nacional. Como faria isso? Não importava. Ele representava a beleza do sonho em que o operário chega ao poder. E, como sabemos, a beleza não necessita de explicações.
Como Dorian Gray percebeu que seus excessos e seus vícios não afetavam sua aparência – pois se mantinha sempre belo, enquanto era seu retrato que adquiria as imperfeições resultantes de noites sem dormir, de bebedeiras, de toda sorte de perversões – seguiu sua vida certo de que assim seria eternamente. O mesmo ocorre com Lula: como todos os escândalos de corrupção, de “mensalão”, de caixa-dois que marcaram seu governo não afetavam sua popularidade, Lula sentiu-se livre para todo tipo de “acordo” com todo e qualquer tipo de gente. Hoje vemos nosso operário-presidente abraçado hora com Ahmadinejad, hora com Collor, hora com Sarney, com Renan Calheiros…
Não há limites para Lula, como não houve para Dorian Gray. O retrato para Dorian, assim como a Imprensa para Lula, impede que a cada pecado cometido haja em seguida o respectivo castigo. E no castigo há a purificação. Como não há castigo, Lula segue em sua trajetória de autodestruição.
Mas, então, qual a verdadeira face de Lula? Quem representa a imagem do retrato que envelhece e se deteriora?
Enquanto oposição, os feios e estúpidos do PT eram imbatíveis. Não queriam nem saber. Na dúvida, detonavam qualquer figura política que não lhes fosse simpática. E hoje, no governo, o que faz o PT?
É o Partido dos Trabalhadores quem sofre os desgastes das depravações ideológicas de Lula. Na verdade, Lula já destruiu o PT. Olhem nas fisionomias do Mercadante, do Suplicy, daqueles que abandonaram o partido fundando o PSOL ou seguindo para o PSTU. São seres apáticos, envergonhados, constrangidos. Olhem a UNE, transformada em chapa-branca. Olhem os sindicatos, hoje bajuladores e dependentes do governo. Lula não acabou apenas com o PT, acabou com toda a esquerda, de maneira geral.
Pois é! Assim como um artista, a Imprensa tem o poder de fabricar seus ídolos. Criaram um Lula acima do Bem e do Mal. Lula tem hoje o poder de salvar ou destruir a reputação de quem quer que seja. No passado destruiu a reputação de muitos. No presente salva políticos que mereceriam estar nas páginas policiais, não nas de Política. Mas será que salva mesmo? Será que Sarney, por exemplo, está sendo salvo? Ou Sarney terá o mesmo destino do PT?
O Partido dos Trabalhadores é o verdadeiro retrato do Lula. O PT ficou a cara do Sarney! E o Brasil ficou a cara do Maranhão!
E a imprensa?
Basil Hallward, apesar de considerar o retrato de Dorian Gray sua mais bela obra, nunca o expôs. Dizia que o retrato tinha muito de si mesmo. Lula, esse semideus criado pela Imprensa, também tem muito dela. Cuidado, B(r)asil! Dorian vai lhe enfiar uma faca na cabeça!
(Lula 2009)
(Do blog do Gerald, 2009)
Existe alguma outra frase que possa expressar com tamanha clareza a natureza do nosso sistema político? Desse covil que ainda tem o poder de nos surpreender, de nos indignar? José Sarney, presidente do Senado, tenta nos fazer esquecer seus antigos pecados utilizando-se, para isso, e a cada dia, pecados novos. Quando estamos nos esquecendo das proezas de algum de seus filhos, aparece sua neta para nos lembrar que ainda estamos muito distantes da idéia de sermos um país sério.
O país acostumou-se a viver num eterno escândalo. Políticos são vistos pela sociedade como seres desprezíveis, desnecessários mesmo. Todos eles. De qualquer partido. Menos um! Sim, um deles resiste bravamente. Justamente o principal político do Brasil: seu presidente Luis Inácio Lula da Silva.
Lula será analisado pela História como o político que mais traiu seus eleitores, mais frustrou as esperanças de seu povo. No entanto, no presente, sai imune a todos estes escândalos e alcança altos índices de aprovação. Qual seu segredo?
Da mesma maneira com que Basil Hallward pintou o retrato de Dorian Gray, no romance de Oscar Wilde, Lula foi pintado pela Imprensa, na realidade brasileira. Lula e seu PT surgiram como o novo, os donos absolutos da verdade, da ética, da pureza. Ele estava acima de qualquer análise, de qualquer crítica. Não era como um de nós, que trazemos em nosso interior tanto o Céu como o Inferno. Lula era o oprimido que assumiria o poder e transformaria a política nacional. Como faria isso? Não importava. Ele representava a beleza do sonho em que o operário chega ao poder. E, como sabemos, a beleza não necessita de explicações.
Como Dorian Gray percebeu que seus excessos e seus vícios não afetavam sua aparência – pois se mantinha sempre belo, enquanto era seu retrato que adquiria as imperfeições resultantes de noites sem dormir, de bebedeiras, de toda sorte de perversões – seguiu sua vida certo de que assim seria eternamente. O mesmo ocorre com Lula: como todos os escândalos de corrupção, de “mensalão”, de caixa-dois que marcaram seu governo não afetavam sua popularidade, Lula sentiu-se livre para todo tipo de “acordo” com todo e qualquer tipo de gente. Hoje vemos nosso operário-presidente abraçado hora com Ahmadinejad, hora com Collor, hora com Sarney, com Renan Calheiros…
Não há limites para Lula, como não houve para Dorian Gray. O retrato para Dorian, assim como a Imprensa para Lula, impede que a cada pecado cometido haja em seguida o respectivo castigo. E no castigo há a purificação. Como não há castigo, Lula segue em sua trajetória de autodestruição.
Mas, então, qual a verdadeira face de Lula? Quem representa a imagem do retrato que envelhece e se deteriora?
Enquanto oposição, os feios e estúpidos do PT eram imbatíveis. Não queriam nem saber. Na dúvida, detonavam qualquer figura política que não lhes fosse simpática. E hoje, no governo, o que faz o PT?
É o Partido dos Trabalhadores quem sofre os desgastes das depravações ideológicas de Lula. Na verdade, Lula já destruiu o PT. Olhem nas fisionomias do Mercadante, do Suplicy, daqueles que abandonaram o partido fundando o PSOL ou seguindo para o PSTU. São seres apáticos, envergonhados, constrangidos. Olhem a UNE, transformada em chapa-branca. Olhem os sindicatos, hoje bajuladores e dependentes do governo. Lula não acabou apenas com o PT, acabou com toda a esquerda, de maneira geral.
Pois é! Assim como um artista, a Imprensa tem o poder de fabricar seus ídolos. Criaram um Lula acima do Bem e do Mal. Lula tem hoje o poder de salvar ou destruir a reputação de quem quer que seja. No passado destruiu a reputação de muitos. No presente salva políticos que mereceriam estar nas páginas policiais, não nas de Política. Mas será que salva mesmo? Será que Sarney, por exemplo, está sendo salvo? Ou Sarney terá o mesmo destino do PT?
O Partido dos Trabalhadores é o verdadeiro retrato do Lula. O PT ficou a cara do Sarney! E o Brasil ficou a cara do Maranhão!
E a imprensa?
Basil Hallward, apesar de considerar o retrato de Dorian Gray sua mais bela obra, nunca o expôs. Dizia que o retrato tinha muito de si mesmo. Lula, esse semideus criado pela Imprensa, também tem muito dela. Cuidado, B(r)asil! Dorian vai lhe enfiar uma faca na cabeça!
(Lula 2009)
(Do blog do Gerald, 2009)
OS PARCEIROS INESCRUPULOSOS ENCENAM A FARSA DA 6a. ECONOMIA MAIS POBRE DO MUNDO
Encerradas as comemorações de fim de ano, sobrou a sensação de que 2011, no coletivo, não deixará saudade: ficará marcado como um dos mais medíocres anos políticos, caracterizado por crises sucessivas envolvendo os três Poderes da República. Não sei qual deles mais assombra os meus medos, mas sei que todos eles exacerbam minha mais profunda desconfiança.
Como tem acontecido nos últimos anos, o governo federal manteve sua aposta no turbilhão publicitário para amenizar o desmoronamento moral que o acompanha desde 2003. A propaganda oficial se destacou pelo conteúdo distorcido, mais preocupado em promover a logomarca do governo, e pelo indisfarçável viés eleitoreiro. Exibindo uma desfaçatez muito bem articulada, Lula e Dilma foram os principais protagonistas dos comerciais que vendem a imagem falsificada do Brasil.
Ambos também tiveram desempenho notável na manifestação mais sórdida de desrespeito à inteligência dos brasileiros, concebida para fazer de conta que tanto o escândalo do mensalão quanto os quinze ministros exonerados por envolvimento em casos de corrupção, se existiram, não foram produzidos por suas administrações. Tripudiaram sobre a parte da sociedade abandonada por uma oposição omissa, que se escondeu atrás de uma pretensa preservação da ordem institucional e, como tributo à covardia, se qualificou como a principal avalista do clima de desordem que hoje ameaça as instituições. Medrosa, traiu a confiança dos eleitores com as mesuras exageradas de seus governadores e contentou-se em ser espectadora privilegiada da farra bilionária proporcionada por ministros corruptos indicados por Lula e nomeados pela presidente Dilma Rousseff.
Ao entrarmos no décimo ano do governo petista, pouco há a ser comemorado. Os telejornais se engalanaram para encenar mais um ato de bajulação explícita ao governo federal, festejando com estardalhaço o ingresso do Brasil no grupo das cinco maiores economias do planeta. Pirotecnia demais e informação de menos, pois em momento algum registraram que o país figura entre as sete economias mais desenvolvidas desde o tempo da ditadura militar. A manobra inescrupulosa minimiza a verdade crua: um enorme vazio separa dezenas de milhões de brasileiros desse suposto avanço.
É desumano o júbilo que reveste a 5ª riqueza mais pobre do mundo. Não pode haver alegria quando os números do Brasil real apontam para um cenário desolador, que mostra mais de 19 milhões de filhos bastardos da opulência petista, que sobrevivem abaixo da linha da miséria. É imoral justificar qualquer presunção de sucesso econômico quando mais da metade da população não tem acesso ao esgoto tratado e à água potável, enquanto outra parcela considerável desfila pela avenida da submissão o estandarte da pobreza remunerada. Da mesma forma, é inadmissível vangloriar-se de uma fortuna que, se abarrota os cofres do governo, não chega até aos adolescentes que, desassistidos, perambulam entre os 40% de miseráveis e os 20% de analfabetos, realidade assustadora que coloca em xeque o futuro da nação e destrói no nascedouro o sentimento de nacionalidade.
Eleita com os votos da maioria esmagadora desses humilhados pelo esquecimento, a presidente Dilma Rousseff deixou escapar uma oportunidade única de reconciliar-se com o seu mandato ao esquivar-se da responsabilidade de comunicar à nação o sucesso da economia brasileira e, por conta disso, manifestar seu pesar pela incompetência na gestão dos recursos financeiros disponíveis ─ e, solidária aos miseráveis, expressar sua vergonha pelo acinte do trem-bala, pela ação criminosa de ONGs companheiras, pelo desvio de dinheiro público que passou de bilhão praticado por seis de seus ministros, pelo seu reveillon constrangedor que custou ao erário mais de meio milhão. Para concluir o ritual de reconciliação, deveria pedir perdão por todas as promessas que ficaram perdidas em algum lugar da campanha.
Tal postura seria menos comprometedora do que isolar-se numa base militar e transferir ao pior ministro da Fazenda da história republicana a tarefa de explicar que se os mensaleiros forem condenados e presos, se os ministros deixarem de assaltar os cofres públicos e se não houver superfaturamento nas obras da Copa do Mundo, daqui a vinte anos o governo do PT estará preparado para resgatar esses cidadãos da condição de sub-brasileiros.
Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Guido Mantega são a confirmação inequívoca de que, em se tratando de desenvolvimento humano, a sexta economia mais poderosa do planeta ainda continua com um dos seus tentáculos firmemente atolado nas cercanias da idade da pedra.
Mauro Pereira
08 de janeiro de 2012
Como tem acontecido nos últimos anos, o governo federal manteve sua aposta no turbilhão publicitário para amenizar o desmoronamento moral que o acompanha desde 2003. A propaganda oficial se destacou pelo conteúdo distorcido, mais preocupado em promover a logomarca do governo, e pelo indisfarçável viés eleitoreiro. Exibindo uma desfaçatez muito bem articulada, Lula e Dilma foram os principais protagonistas dos comerciais que vendem a imagem falsificada do Brasil.
Ambos também tiveram desempenho notável na manifestação mais sórdida de desrespeito à inteligência dos brasileiros, concebida para fazer de conta que tanto o escândalo do mensalão quanto os quinze ministros exonerados por envolvimento em casos de corrupção, se existiram, não foram produzidos por suas administrações. Tripudiaram sobre a parte da sociedade abandonada por uma oposição omissa, que se escondeu atrás de uma pretensa preservação da ordem institucional e, como tributo à covardia, se qualificou como a principal avalista do clima de desordem que hoje ameaça as instituições. Medrosa, traiu a confiança dos eleitores com as mesuras exageradas de seus governadores e contentou-se em ser espectadora privilegiada da farra bilionária proporcionada por ministros corruptos indicados por Lula e nomeados pela presidente Dilma Rousseff.
Ao entrarmos no décimo ano do governo petista, pouco há a ser comemorado. Os telejornais se engalanaram para encenar mais um ato de bajulação explícita ao governo federal, festejando com estardalhaço o ingresso do Brasil no grupo das cinco maiores economias do planeta. Pirotecnia demais e informação de menos, pois em momento algum registraram que o país figura entre as sete economias mais desenvolvidas desde o tempo da ditadura militar. A manobra inescrupulosa minimiza a verdade crua: um enorme vazio separa dezenas de milhões de brasileiros desse suposto avanço.
É desumano o júbilo que reveste a 5ª riqueza mais pobre do mundo. Não pode haver alegria quando os números do Brasil real apontam para um cenário desolador, que mostra mais de 19 milhões de filhos bastardos da opulência petista, que sobrevivem abaixo da linha da miséria. É imoral justificar qualquer presunção de sucesso econômico quando mais da metade da população não tem acesso ao esgoto tratado e à água potável, enquanto outra parcela considerável desfila pela avenida da submissão o estandarte da pobreza remunerada. Da mesma forma, é inadmissível vangloriar-se de uma fortuna que, se abarrota os cofres do governo, não chega até aos adolescentes que, desassistidos, perambulam entre os 40% de miseráveis e os 20% de analfabetos, realidade assustadora que coloca em xeque o futuro da nação e destrói no nascedouro o sentimento de nacionalidade.
Eleita com os votos da maioria esmagadora desses humilhados pelo esquecimento, a presidente Dilma Rousseff deixou escapar uma oportunidade única de reconciliar-se com o seu mandato ao esquivar-se da responsabilidade de comunicar à nação o sucesso da economia brasileira e, por conta disso, manifestar seu pesar pela incompetência na gestão dos recursos financeiros disponíveis ─ e, solidária aos miseráveis, expressar sua vergonha pelo acinte do trem-bala, pela ação criminosa de ONGs companheiras, pelo desvio de dinheiro público que passou de bilhão praticado por seis de seus ministros, pelo seu reveillon constrangedor que custou ao erário mais de meio milhão. Para concluir o ritual de reconciliação, deveria pedir perdão por todas as promessas que ficaram perdidas em algum lugar da campanha.
Tal postura seria menos comprometedora do que isolar-se numa base militar e transferir ao pior ministro da Fazenda da história republicana a tarefa de explicar que se os mensaleiros forem condenados e presos, se os ministros deixarem de assaltar os cofres públicos e se não houver superfaturamento nas obras da Copa do Mundo, daqui a vinte anos o governo do PT estará preparado para resgatar esses cidadãos da condição de sub-brasileiros.
Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Guido Mantega são a confirmação inequívoca de que, em se tratando de desenvolvimento humano, a sexta economia mais poderosa do planeta ainda continua com um dos seus tentáculos firmemente atolado nas cercanias da idade da pedra.
Mauro Pereira
08 de janeiro de 2012
NOVIDADES NO CAPIMUNISMO TUPINIQUIM
A República Popular do Brasil já está implantada na prática, mas muita gente prefere ignorar ou fingir que não percebe. O sistema em vigor não obedece à tradicional ideologia comunista que subverteu até as mal formuladas ideias do velho Karl Marx. Aqui obedecemos ao Capimunismo – modelo político-econômico que combina crescente e cínica intervenção estatal sobre a produção, o consumo e a vida das pessoas.
Juros altíssimos, impostos elevadíssimos, leis e regras inventadas e impostas para causar desordem jurídica e inviabilizar a democracia e a soberania são alguns dos fundamentos do Governo do Crime Organizado. A máquina estatal aumenta seu poder, gradualmente, para interferir cada vez mais na vida das pessoas, tornando-as reféns do esquema cada vez mais concentrado nos sujeitos que se acostumaram a usar a política como meio de garantir poder, dinheiro, hegemonia e prestígio.
Cada dia que passa, o Capimunismo Tupiniquim avança, sempre trabalhando para o Poder Real Globalitário, em seu projeto de reduzir ou eliminar a soberania nacional dos países. Nesta estratégia, criam-se instrumentos para controlar, cada vez mais, os direitos individuais para que as pessoas se sintam obrigadas a obedecer à ordem coletivista imposta pelo Estado Capimunista. O esquema é tão eficiente que o gado não percebe como nem quando vai para o abatedouro.
A mais recente jogada do Governo do Crime Organizado para ampliar o controle sobre o cidadão leva o pomposo nome de Lei de Diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana. Sem muito alarde, foi sancionada pela presidenta Dilma Rousseff no dia 3 de janeiro. O negócio ficou 17 anos em debate no Congresso Nacional, aguardando a hora mais oportuna de ser aplicado. O momento chegou, porque os controladores da República Popular (soviética) do Brasil têm pressa.
De cara, a regra é inconstitucional. A Constituição não aceita leis que limitem ou tentem controlar o direito e ir e vir dos cidadãos. A Lei de Mobilidade Urbana é mais um instrumento para gerar receita para as empreiteiras pagadoras de mensalões aos ocupantes da máquina capimunista.
Uma das propostas nela inseridas na Lei é a permissão aos municípios para cobrar pedágios urbanos. A esfarrapada desculpa é que isto serviria para diminuir o trânsito de automóveis, estimulando o transporte coletivo (palavrinha mágica do capimunismo) e reduzindo a emissão de poluentes (a manjada propaganda ecológica da Nova Ordem Mundial).
A novidade tem tudo para atingir moradores de 1663 municípios com mais de 20mil habitantes. Todos ficam obrigados a elaborar, em três anos, Planos de Mobilidade Urbana. Quem não obedecer a mais este preceito capimunista tupiniquim corre o risco de sofrer a suspensão de repasses federais para o setor de transportes.
As empreiteiras já estão prontas para o negócio dos pedágios. O cartel também está prontinho para ampliar, em todos os municípios possíveis, o sistema picareta que tem o sugestivo nome de “controlar”. Trata-se da obrigatória inspeção veicular com a desculpa de verificar se o veículo automotivo obedece às normas de poluição ambiental (fixadas, logicamente, pelos gênios da empresa Controlar). O esquema já funciona, a todo vapor, em São Paulo. Toma dinheiro, anual e facilmente, dos otários donos de veículos.
Com a Lei de Mobilidade, o caminho pode ficar escancarado para uma proposta de controle que ainda não vingou por um mero desacerto de contas entre a indústria automobilística e o Governo do Crime Organizado. A obrigatoriedade de instalar chips nos veículos – ou em documentos do seu condutor – para colaborar, ainda mais, com a indústria das multas e com a indústria da segurança – já que automóveis e pessoas se tornam objetos “rastreáveis”. Mais um serviço para ser cobrado...
Nosso capimunismo é diferente. Não precisa de ditadores, nem de ideologias. Basta a passividade do gado tupiniquim para obedecer – e pagar o preço cobrado – pelas regras inventadas pelos esquemas mafiosos do Governo do Crime Organizado.
Nada acontece enquanto a vaca não descobre que está indo para o brejo am alta velocidade, cada vez mais perdendo sua “mobilidade”. Mas se o gado acordar a tempo e descobrir a malandragem, pode ser que algo de novo aconteça... Quem sabe?
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor. Editor-chefe do blog e podcast Alerta Total: www.alertatotal.net. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos.
11 de janeiro de 2012
Jorge Serrão
Juros altíssimos, impostos elevadíssimos, leis e regras inventadas e impostas para causar desordem jurídica e inviabilizar a democracia e a soberania são alguns dos fundamentos do Governo do Crime Organizado. A máquina estatal aumenta seu poder, gradualmente, para interferir cada vez mais na vida das pessoas, tornando-as reféns do esquema cada vez mais concentrado nos sujeitos que se acostumaram a usar a política como meio de garantir poder, dinheiro, hegemonia e prestígio.
Cada dia que passa, o Capimunismo Tupiniquim avança, sempre trabalhando para o Poder Real Globalitário, em seu projeto de reduzir ou eliminar a soberania nacional dos países. Nesta estratégia, criam-se instrumentos para controlar, cada vez mais, os direitos individuais para que as pessoas se sintam obrigadas a obedecer à ordem coletivista imposta pelo Estado Capimunista. O esquema é tão eficiente que o gado não percebe como nem quando vai para o abatedouro.
A mais recente jogada do Governo do Crime Organizado para ampliar o controle sobre o cidadão leva o pomposo nome de Lei de Diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana. Sem muito alarde, foi sancionada pela presidenta Dilma Rousseff no dia 3 de janeiro. O negócio ficou 17 anos em debate no Congresso Nacional, aguardando a hora mais oportuna de ser aplicado. O momento chegou, porque os controladores da República Popular (soviética) do Brasil têm pressa.
De cara, a regra é inconstitucional. A Constituição não aceita leis que limitem ou tentem controlar o direito e ir e vir dos cidadãos. A Lei de Mobilidade Urbana é mais um instrumento para gerar receita para as empreiteiras pagadoras de mensalões aos ocupantes da máquina capimunista.
Uma das propostas nela inseridas na Lei é a permissão aos municípios para cobrar pedágios urbanos. A esfarrapada desculpa é que isto serviria para diminuir o trânsito de automóveis, estimulando o transporte coletivo (palavrinha mágica do capimunismo) e reduzindo a emissão de poluentes (a manjada propaganda ecológica da Nova Ordem Mundial).
A novidade tem tudo para atingir moradores de 1663 municípios com mais de 20mil habitantes. Todos ficam obrigados a elaborar, em três anos, Planos de Mobilidade Urbana. Quem não obedecer a mais este preceito capimunista tupiniquim corre o risco de sofrer a suspensão de repasses federais para o setor de transportes.
As empreiteiras já estão prontas para o negócio dos pedágios. O cartel também está prontinho para ampliar, em todos os municípios possíveis, o sistema picareta que tem o sugestivo nome de “controlar”. Trata-se da obrigatória inspeção veicular com a desculpa de verificar se o veículo automotivo obedece às normas de poluição ambiental (fixadas, logicamente, pelos gênios da empresa Controlar). O esquema já funciona, a todo vapor, em São Paulo. Toma dinheiro, anual e facilmente, dos otários donos de veículos.
Com a Lei de Mobilidade, o caminho pode ficar escancarado para uma proposta de controle que ainda não vingou por um mero desacerto de contas entre a indústria automobilística e o Governo do Crime Organizado. A obrigatoriedade de instalar chips nos veículos – ou em documentos do seu condutor – para colaborar, ainda mais, com a indústria das multas e com a indústria da segurança – já que automóveis e pessoas se tornam objetos “rastreáveis”. Mais um serviço para ser cobrado...
Nosso capimunismo é diferente. Não precisa de ditadores, nem de ideologias. Basta a passividade do gado tupiniquim para obedecer – e pagar o preço cobrado – pelas regras inventadas pelos esquemas mafiosos do Governo do Crime Organizado.
Nada acontece enquanto a vaca não descobre que está indo para o brejo am alta velocidade, cada vez mais perdendo sua “mobilidade”. Mas se o gado acordar a tempo e descobrir a malandragem, pode ser que algo de novo aconteça... Quem sabe?
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor. Editor-chefe do blog e podcast Alerta Total: www.alertatotal.net. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos.
11 de janeiro de 2012
Jorge Serrão
EDITOR DEFENDE FETICHE
Falava ontem sobre Umberto Eco, o erudito neoludita que ainda não entendeu a Internet. Um leitor me alerta:
- Eco ainda não sabe usar os recursos dos tablets na leitura de livros. Ele diz que não é possível fazer anotações em livros lidos nos tablets. Mas é claro que podemos anotar. Aliás, no tablet há mais espaço para anotações do que no livro em papel. E com a vantagem da facilidade de localizar as informações que nos interessam. Não há nada melhor do que os tablets para ler e-books. Na semana passada, comprei o Samsung Galaxy Tab 10.1 e estou satisfeito com o aparelho.
É verdade, não havia lembrado disto. Fica o registro. É que ainda não tenho nenhum tablet. Mais dia menos dia chego lá. Por enquanto, estou sem tempo para ler sequer meus livros em papel. Esqueci também de outro recurso, o search. Se preciso buscar uma palavra em um livro, não preciso relê-lo. Com alguns toques, chego à palavra. Isto não existe no livro em papel e é recurso excelente para quem pesquisa.
Li ontem, no Estadão, entrevista de um outro neoludita, no caso um editor brasileiro, Quartim de Moraes. Apesar de velho, tampouco entendeu o mundo em que vivemos. Falando da indústria do livro, afirma:
- Longe de mim a pretensão de mudar o imutável. Satisfaço-me com a ambição de tocar o bumbo - já usei essa expressão em título recente -, ajudando a despertar consciências adormecidas pelo efeito inebriante e ilusório da "razão de mercado" aplicada ao mundo dos livros. E também com a possibilidade de levar algum ânimo aos que se renderam ao conformismo. Não sou um agente vermelho tramando contra o lucro nem um idealista ingênuo em luta com moinhos de vento. O que me move é a fé na missão civilizadora do livro. Uma convicção que a vida, o ofício de jornalista e o trabalho de editor, paixão tardia, só têm feito se fortalecer.
Missão civilizadora do livro, diz o editor. Nada contra. Mas uma faca serve tanto para cortar pão como também para matar alguém. Da mesma forma o livro. Serve tanto para educar como para emburrecer. O ror dos livros que emburrecem ultrapassa de longe o dos que edificam. Para cada Nietzsche ou Renan publicado no Brasil, há vinte Brunas Surfistinhas ou Chicos Buarques. É a lógica do mercado.
Quartim fala do rebaixamento da qualidade dos conteúdos - particularmente nos livros de interesse geral, ficção e não ficção -, provocado pela preterição dessa qualidade em benefício do potencial de venda de cada título.
- É a tal história: livro bom é livro que vende bem. Então, vale tudo. Depois, mas não menos grave, o crescente estreitamento do espaço para conteúdos ficcionais brasileiros, pelas mesmas razões. Em outras palavras, literatura brasileira não vende bem, portanto, não se publica, como preferem acreditar editores e livreiros para quem livro é um produto como qualquer outro e, como tal, em nada difere de um tubo de dentifrício ou de um saco de batatas.
A questão é antiga. Desde há muito se discute se livro pode ser vendido como se vende sabonete. Poder, pode. Para uma clientela idiota, o livro ideal é o livro idiota.
Os editores sabem disto. A difusão da boa literatura não depende do editor, mas do público leitor. Não adianta tentar vender Dostoievski para quem prefere Paulo Coelho ou Machado de Assis. Mas o equívoco do editor está mais adiante: literatura brasileira não vende bem, portanto, não se publica.
Como não se publica? O mercado nacional do livro está tomado por mediocridades tupiniquins, empurrados goela abaixo nos vestibulares e currículos acadêmicos. Literatura brasileira é de venda forçada. Costumo falar do livro estatal. Como nos antigos países comunistas, no Brasil escritor precisa ser amigo do rei. Ou pelo menos amigo da crítica universitária. Nisto reside a pobreza da literatura nacional.
Quartim cita o “mestre Antonio Candido”:
- "Comparada às grandes, a nossa literatura é pobre e fraca. Mas é ela, não outra, que nos exprime. Se não for amada, não revelará a sua mensagem; e se não a amamos, ninguém o fará por nós".
Pois é. Se dependesse do amor do big business editorial, e, em escala menor, vá lá, de nossas mais prestigiosas páginas literárias, a literatura brasileira já seria defunta.
Que seja defunta. No Brasil estão sendo distribuídos livros de graça, tanto em pontos de ônibus como em presídios. É que ninguém compra autor nacional. Não vejo razão alguma para gostar de uma literatura só porque é “nossa”. Só porque o Machadinho é carioca tenho a obrigação de lê-lo? Quartim me desculpe. Prefiro Cervantes, Swift, Orwell. Mas a grande bobagem de Quartim vem logo adiante:
- Como editor e como leitor, mas, sobretudo, como cidadão, preocupa-me a enorme dificuldade que os escritores brasileiros, aqueles que se dedicam à arte literária, encontram para publicar suas obras.
Que dificuldade? Editor, ele ainda acredita no fetiche do livro em papel. Nunca foi tão fácil publicar. Hoje, ninguém pode queixar-se da falta de editor. Basta você digitar seu livro e jogá-lo na Internet. Escritor, hoje, não depende de editoras.
Dependem de editoras os pavões que querem ver seus títulos em vitrine e dar tardes de autógrafos. Nestes dias de e-books, todo autor pode ser editor. A um custo zero de publicação.
O mundo mudou e os editores parecem não ter entendido isto.
Janer Cristaldo
08 de janeiro de 2012
BLOGUEIRO USA DOLOROSO EPISÓDIO DO HOLOCAUSTO PARA CONDENAR AÇÃO DA POLÍCIA CONTRA TRÁFICO DE DROGAS EM SÃO PAULO
Clique sobre a imagem para vê-la ampliada
Embora o racismo seja considerado crime pela legislação brasileira assacar contra judeus ou utilizar fatos históricos que culminaram com o assassinato em massa dos judeus de forma jocosa ou em sentido dúbio, ou seja, de forma racista, nada acontece.
Tanto é que o jornalista Paulo Henrique Amorim, em seu blog, como se pode verificar no facsímile acima, se utiliza de um episódio de horror ocorrido sob as ordens de Adolf Hitler e que desatou a perseguição e a morte de milhares de judeus ao longo da ditadura nazista na Alemanha para condenar ação da PM paulista contra o crack.
Trata-se a "Noite dos Cristais", como ficou conhecida aquela noite de 9 de novembro de 1938, quando os bate-paus nazistas destruiram sinagogas, lojas e residências de judeus, enquanto milhares foram presos e enviados para os campos de concentração dando início a Holocausto.
Incrível é que Paulo Henrique Amorim invoca esse acontecimento horroroso de forma jocosa para criticar a ação da polícia de São Paulo empenhada em combater o tráfico de drogas.
Como é áulico do PT, antecipa como será a campanha eleitoral para a prefeitura de São Paulo este ano.
Trata-se de uma leviandade inadmissível e que envergonha e afronta o que resta de jornalismo inteligente no Brasil.
EX-CHEFE DO TJ-SP LIBEROU R$ 1,5 MILHÃO PARA SI PRÓPRIO...
Por Uirá Machado, na Folha O desembargador Roberto Bellocchi, ex-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, aprovou para si próprio um pagamento milionário, aponta investigação conduzida pela corte paulista. Segundo a Folha apurou, Bellocchi recebeu cerca de R$ 1,5 milhão no biênio 2008-2009, quando presidiu o TJ.
De acordo com a investigação, o valor é o maior benefício pago pelo tribunal a um único desembargador. Bellocchi, hoje aposentado, afirma que os recursos eram créditos a que tinha direito. Ele não quis, porém, comentar o valor recebido, mas diz que o fato de ser presidente à época dos pagamentos não retira sua legitimidade.
Em reportagem publicada ontem pelo jornal “O Estado de S. Paulo”, Bellocchi diz ter recebido “500 e poucos mil” para quitar dívidas. Questionado sobre a legitimidade do pagamento, o atual presidente do TJ, Ivan Sartori, disse que não comentaria o caso, mas lembrou que o tribunal deve recursos a magistrados e servidores.
“São créditos acumulados por circunstâncias funcionais: férias não pagas, licença-prêmio e auxílio-moradia”, afirma Sartori. O TJ, que possui uma folha com cerca de 60 mil pagamentos mensais, tem uma dívida com servidores e magistrados que supera os R$ 3 bilhões, segundo a assessoria da presidência da corte.
A dívida é em regra paga em pequenas parcelas mensais, mas há situações em que o presidente do TJ, após pedido do magistrado e avaliação da Comissão de Orçamento, aprova uma verba maior. “Em tese, são casos de doença ou alguma desgraça extraordinária”, diz Sartori. “E desde que o magistrado tenha direito ao crédito, que seja um pedido bem fundamentado e com um valor proporcional”, completa.
(…)
Uirá Machado, na Folha
11 de janeiro de 2012
Por Reinaldo Azevedo
De acordo com a investigação, o valor é o maior benefício pago pelo tribunal a um único desembargador. Bellocchi, hoje aposentado, afirma que os recursos eram créditos a que tinha direito. Ele não quis, porém, comentar o valor recebido, mas diz que o fato de ser presidente à época dos pagamentos não retira sua legitimidade.
Em reportagem publicada ontem pelo jornal “O Estado de S. Paulo”, Bellocchi diz ter recebido “500 e poucos mil” para quitar dívidas. Questionado sobre a legitimidade do pagamento, o atual presidente do TJ, Ivan Sartori, disse que não comentaria o caso, mas lembrou que o tribunal deve recursos a magistrados e servidores.
“São créditos acumulados por circunstâncias funcionais: férias não pagas, licença-prêmio e auxílio-moradia”, afirma Sartori. O TJ, que possui uma folha com cerca de 60 mil pagamentos mensais, tem uma dívida com servidores e magistrados que supera os R$ 3 bilhões, segundo a assessoria da presidência da corte.
A dívida é em regra paga em pequenas parcelas mensais, mas há situações em que o presidente do TJ, após pedido do magistrado e avaliação da Comissão de Orçamento, aprova uma verba maior. “Em tese, são casos de doença ou alguma desgraça extraordinária”, diz Sartori. “E desde que o magistrado tenha direito ao crédito, que seja um pedido bem fundamentado e com um valor proporcional”, completa.
(…)
Uirá Machado, na Folha
11 de janeiro de 2012
Por Reinaldo Azevedo
O OVO DA SERPENTE
Eliana Calmon: “Estou vendo a serpente nascer, não posso calar”
Alvo de 9 entre 10 juízes, e também do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), que não aceitam seu estilo e determinação, a ministra Eliana Calmon, corregedora nacional da Justiça, manda um recado àqueles que querem barrar seu caminho.
“Eles não vão conseguir me desmoralizar, isso não vão conseguir.”
Na noite desta segunda feira, 9, o ministro do STF disparou a mais pesada artilharia contra a corregedora desde que ela deu início à sua escalada por uma toga transparente, sem regalias. No programa Roda Viva, da TV Cultura, Marco Aurélio partiu para o tudo ou nada ao falar sobre os poderes dela no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). “Ela tem autonomia? Quem sabe ela venha a substituir até o Supremo.” Ao Estado, a ministra disse que seus críticos querem ocultar mazelas do Judiciário.
Estado: A sra. vai esmorecer?
MINISTRA ELIANA CALMON: Absolutamente, pelo contrário. Eu me sinto renovada para dar continuidade a essa caminhada, não só como magistrada, inclusive como cidadã. Eu já fui tudo o que eu tinha de ser no Poder Judiciário, cheguei ao topo da minha carreira. Eu tenho 67 anos e restam 3 anos para me aposentar.
ESTADO: Os ataques a incomodam?
ELIANA CALMON: Perceba que eles atacam e depois fazem ressalvas. Eu preciso fazer alguma coisa porque estou vendo a serpente nascer e eu não posso me calar. É a última coisa que estou fazendo pela carreira, pelo Judiciário. Vou continuar.
ESTADO: O que seus críticos pretendem?
ELIANA CALMON: Eu já percebi que eles não vão conseguir me desmoralizar. É uma discussão salutar, uma discussão boa. Nunca vi uma mobilização nacional desse porte, nem quando se discutiu a reforma do Judiciário. É um momento muito significativo. Não desanimarei, podem ficar seguros disso.
ESTADO: O ministro Marco Aurélio deu liminar em mandado de segurança e travou suas investigações. Na TV ele foi duro com a sra.
ELIANA CALMON: Ele continua muito sem focar nas coisas, tudo sem equidistância. Na realidade é uma visão política e ele não tem motivos para fazer o que está fazendo. Então, vem com uma série de sofismas. Espero esclarecer bem nas informações ao mandado de segurança. Basta ler essas informações. A imprensa terá acesso a essas informações, a alguns documentos que vou juntar, e dessa forma as coisas ficarão bem esclarecidas.
ESTADO: O ministro afirma que a sra. violou preceitos constitucionais ao afastar o sigilo de 206 mil investigados de uma só vez e comparou-a a um xerife.
ELIANA CALMON: Ficou muito feio, é até descer um pouco o nível. Não é possível que uma pessoa diga que eu violei a Constituição. Então eu não posso fazer nada. Não adianta papel, não adianta ler, não adianta documentos. Não adianta nada, essa é a visão dele. Até pensei em procura-lo, eu me dou bem com ele, mas acho que é um problema ideológico. Ou seja, ele não aceita abrir o Judiciário.
ESTADO: O que há por trás da polêmica sobre sua atuação?
ELIANA CALMON: Todo mundo vê a serpente nascendo pela transparência do ovo, mas ninguém acredita que uma serpente está nascendo. Os tempos mudaram e eles não se aperceberam, não querem aceitar. Mas é um momento que eu tenho que ter cuidado para não causar certo apressamento do Supremo, deixar que ele (STF) decida sem dizer, ‘ah, mas ela fez isso e aquilo outro, ela é falastrona, é midiática’. Então eu estou quieta. As coisas estão muito claras.
(…)
Por Fausto Macedo, no Estadão Online
Por Reinaldo Azevedo
11 de janeiro de 2012
Alvo de 9 entre 10 juízes, e também do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), que não aceitam seu estilo e determinação, a ministra Eliana Calmon, corregedora nacional da Justiça, manda um recado àqueles que querem barrar seu caminho.
“Eles não vão conseguir me desmoralizar, isso não vão conseguir.”
Na noite desta segunda feira, 9, o ministro do STF disparou a mais pesada artilharia contra a corregedora desde que ela deu início à sua escalada por uma toga transparente, sem regalias. No programa Roda Viva, da TV Cultura, Marco Aurélio partiu para o tudo ou nada ao falar sobre os poderes dela no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). “Ela tem autonomia? Quem sabe ela venha a substituir até o Supremo.” Ao Estado, a ministra disse que seus críticos querem ocultar mazelas do Judiciário.
Estado: A sra. vai esmorecer?
MINISTRA ELIANA CALMON: Absolutamente, pelo contrário. Eu me sinto renovada para dar continuidade a essa caminhada, não só como magistrada, inclusive como cidadã. Eu já fui tudo o que eu tinha de ser no Poder Judiciário, cheguei ao topo da minha carreira. Eu tenho 67 anos e restam 3 anos para me aposentar.
ESTADO: Os ataques a incomodam?
ELIANA CALMON: Perceba que eles atacam e depois fazem ressalvas. Eu preciso fazer alguma coisa porque estou vendo a serpente nascer e eu não posso me calar. É a última coisa que estou fazendo pela carreira, pelo Judiciário. Vou continuar.
ESTADO: O que seus críticos pretendem?
ELIANA CALMON: Eu já percebi que eles não vão conseguir me desmoralizar. É uma discussão salutar, uma discussão boa. Nunca vi uma mobilização nacional desse porte, nem quando se discutiu a reforma do Judiciário. É um momento muito significativo. Não desanimarei, podem ficar seguros disso.
ESTADO: O ministro Marco Aurélio deu liminar em mandado de segurança e travou suas investigações. Na TV ele foi duro com a sra.
ELIANA CALMON: Ele continua muito sem focar nas coisas, tudo sem equidistância. Na realidade é uma visão política e ele não tem motivos para fazer o que está fazendo. Então, vem com uma série de sofismas. Espero esclarecer bem nas informações ao mandado de segurança. Basta ler essas informações. A imprensa terá acesso a essas informações, a alguns documentos que vou juntar, e dessa forma as coisas ficarão bem esclarecidas.
ESTADO: O ministro afirma que a sra. violou preceitos constitucionais ao afastar o sigilo de 206 mil investigados de uma só vez e comparou-a a um xerife.
ELIANA CALMON: Ficou muito feio, é até descer um pouco o nível. Não é possível que uma pessoa diga que eu violei a Constituição. Então eu não posso fazer nada. Não adianta papel, não adianta ler, não adianta documentos. Não adianta nada, essa é a visão dele. Até pensei em procura-lo, eu me dou bem com ele, mas acho que é um problema ideológico. Ou seja, ele não aceita abrir o Judiciário.
ESTADO: O que há por trás da polêmica sobre sua atuação?
ELIANA CALMON: Todo mundo vê a serpente nascendo pela transparência do ovo, mas ninguém acredita que uma serpente está nascendo. Os tempos mudaram e eles não se aperceberam, não querem aceitar. Mas é um momento que eu tenho que ter cuidado para não causar certo apressamento do Supremo, deixar que ele (STF) decida sem dizer, ‘ah, mas ela fez isso e aquilo outro, ela é falastrona, é midiática’. Então eu estou quieta. As coisas estão muito claras.
(…)
Por Fausto Macedo, no Estadão Online
Por Reinaldo Azevedo
11 de janeiro de 2012
DANDO RESULTADO - INTERNAÇÕES DE DEPENDENTES DA CRACOLÂNDIA CRESCEM 68%
Na Folha:
Equipes de saúde que trabalham na cracolândia detectaram aumento de 68% na internação de dependentes químicos — de 28, anteontem, para 47, ontem.
Segundos técnicos, começa a surtir efeito a estratégia de não dar “descanso” aos usuários: sem “zona de conforto”, buscam ajuda para largar o vício.
Levantamento feito pela reportagem em seis das sete clínicas conveniadas à prefeitura e na única unidade de internação municipal apontou que apenas 27 das 329 vagas existentes estavam disponíveis.
Por Reinaldo Azevedo
11 de janeiro de 2012
Equipes de saúde que trabalham na cracolândia detectaram aumento de 68% na internação de dependentes químicos — de 28, anteontem, para 47, ontem.
Segundos técnicos, começa a surtir efeito a estratégia de não dar “descanso” aos usuários: sem “zona de conforto”, buscam ajuda para largar o vício.
Levantamento feito pela reportagem em seis das sete clínicas conveniadas à prefeitura e na única unidade de internação municipal apontou que apenas 27 das 329 vagas existentes estavam disponíveis.
Por Reinaldo Azevedo
11 de janeiro de 2012
BOLSA-BANDIDO: R$ 915,05 - SALÁRIO MÍNIMO: R$ 622,00
O país que paga um “auxílio-bandido” maior do que o salário mínimo só poderia tratar o viciado como majestade. Ou: A praça é dos drogados e traficantes como o céu é do urubu
Mau negócio hoje em dia é ser apenas um homem comum, esse tipo vulgar que trabalha, que estuda, que se dedica à família, que paga impostos, que sustenta, em suma, a máquina do estado. Se, na pior das hipóteses, ele nem mesmo pertencer a uma das minorias influentes, então está mesmo lascado. Ninguém se interessa por ele. As políticas sociais não lhe são, obviamente, destinadas, e sim às chamadas “populações em situação de vulnerabilidade”, como costuma dizer o humanismo burocrático nativo.
Os entes do estado que se dedicam à defesa do interesse coletivo e à proteção dos indivíduos, como o Ministério Público e a Defensoria, tampouco lhe dão alguma atenção. Do próprio Judiciário chegam hoje ecos dando conta de que a função dos tribunais é fazer justiça social — e não apenas… Justiça, sem adjetivos! O homem comum — gente como você, leitora e leitor deste blog, e eu — só é chamado na hora de pagar a conta. Arca, inclusive, com o custo da máquina que sustenta seus algozes.
O Ministério Público Estadual e a Defensoria Pública de São Paulo armaram um pampeiro contra a ação da Prefeitura e do Estado na cracolândia. Juntam, assim, seus esforços aos do governo federal, que tenta, lá de Brasília, sabotar a operação.
O QG do que chega a ter ares de conspiração é a Secretaria Nacional de Direitos Humanos, cuja titular é a petista Maria do Rosário. Seu braço operativo nesse caso é Ramais de Castro Silveira, secretário-executivo da pasta. Aí está a origem daquele tão magnífico quanto fantasioso plano federal para a cracolândia que ganhou ontem manchete no Estadão — plano que jamais chegou a ser negociado com o Estado ou com a Prefeitura porque nunca existiu.
Em nove anos, a gestão petista jamais deu um centavo para o combate ao crack. Na campanha eleitoral, diga-se, os petistas criticaram o governo de São Paulo, que começou a criar clínicas para a internação de dependentes químicos. Volto ao ponto.
Ontem, assistimos a uma cena verdadeiramente patética. Quatro braços do MP estadual decidiram instaurar um inquérito civil para apurar detalhes da ação. Depois de fazer 32 “considerandos”, quatro promotores dizem que a finalidade do inquérito é entender o objetivo da operação, “discutir o fundamento terapêutico da imposição de dor e sofrimento”, apurar episódios de violência e apurar responsabilidades. Muito bem!
Ocorre que tanta “apuração” nem foi feita ainda, e os promotores já se comportaram como juízes, expedindo a sua sentença condenatória. Na entrevista coletiva de ontem, Arthur Pinto Filho, Eduardo Ferreira Valério, Luciana Bergamo Tchorbadjian e Maurício Antonio Ribeiro Lopes demonizaram a ação da Prefeitura e do Estado. Fazer inquérito para quê? Eles já têm o resultado!
Se vocês querem saber como a cracolândia chegou a ser a cracolândia e por que outras tantas estão se formando Brasil afora, o texto do Ministério Público Estadual que anuncia o inquérito fornece a resposta. No “considerando” nº 17, por exemplo, ao fazer o elenco dos motivos que embasam a investigação, os promotores lembram condições estabelecidas já em 2009 para o poder público intervir na região. Leiam com atenção:
“17. Considerando que naquele inquérito civil a Promotoria de Justiça consolidou o entendimento de que a solução do grave problema enfrentado pressupõe, no mínimo, as seguintes características:
ação articulada dos órgãos da Assistência Social e da Saúde em todas as etapas; abordagem social eficiente, com criação de vínculos, destinada ao convencimento; encaminhamentos de acordo com cada situação, a equipamentos que funcionem durante 24 horas; tratamento médico adequado, de acordo com as prescrições terapêuticas aplicáveis, com internações forçadas apenas como exceções, por prazo determinado e ordem médica; acompanhamento social destinado ao retorno à família; implantação de “portas de saída”, isto é, residências terapêuticas ou similares, programas de distribuição de renda, programas de profissionalização, acesso à educação e, por fim, à moradia; “
Entendi
Mau negócio, reitero, é ser um homem comum. Aliás, serei mais específico: mau negócio é ser um pobre comum, a exemplo da esmagadora maioria do povo brasileiro, QUE NÃO SE DROGA!
No ritmo em que estão sendo construídas as casas do programa federal, já demonstrei aqui, a promessa dos três milhões de unidades será cumprida daqui a… 22 anos! A menos, como querem os promotores, que o sujeito seja viciado em crack. Nesse caso, o Brasil vai lhe render todas as homenagens e colocará à sua disposição equipamentos urbanos com os quais os trabalhadores não-viciados não podem nem sonhar. Na fila dos que receberão atenção do estado, quem está na frente é o viciado em crack. Ao fim do processo, ele será premiado com uma… moradia.
Faz ou não faz sentido? No Brasil, faz!!! Afinal, em Banânia, o auxílio-reclusão, pago pelo INSS aos dependentes dos presos, passou a ser de R$ 915,05 a partir do dia 1º de janeiro deste ano.
>
Mau negócio por aqui, minhas caras e meus caros, é ser pobre, ter bom caráter e ganhar o salário mínimo, que é de R$ 622,00. O “auxílio-reclusão” — ou “auxílio-bandido”, como queiram — está previsto no Artigo 201 da Constituição.
Há aquela parolagem cretina sobre a índole pacífica do nosso povo. Um país que tem mais de 50 mil homicídios por ano não é, evidentemente, pacífico. O povo brasileiro, coitado!, é desinformado, isso sim! Quantos pobres do salário mínimo têm consciência de que o estado prefere paparicar marginais?
Darei um jeito de tornar disponível a íntegra do texto do MP para que vocês tenham acesso a todos os “considerandos”, um bom roteiro do surrealismo tapuia.
Um dos promotores que assinam o documento é Maurício Antonio Ribeiro Lopes, conhecido deste blog. É aquele senhor que decidiu acusar de “racismo”, chamando-os de “nazistas”, moradores de Pinheiros que lhe encaminharam uma reclamação contra a mudança de endereço de um albergue.
Relatei este caso escandaloso num post. Na cabeça de Ribeiro Lopes, vejam que coisa!, quando “racistas” e “nazistas” estão inconformados, recorrem a instâncias do estado de direito… Não! Errado! Quem teve um comportamento fascistóide foi ele: usou da autoridade que tem para intimidar cidadãos pagadores de impostos que estavam encaminhando uma petição ao poder público, nada menos do que um direito constitucional.
O episódio dos moradores de Pinheiros é emblemático. Cidadãos comuns foram transformados em bandidos por braços do poder público. Agora, essas mesmas forças, em consonância com os petistas do Planalto, tentam mandar Prefeitura e governo do Estado para o banco dos réus.
Entendi! Ministério Público e Defensoria Pública resolveram reler Castro Alves: a praça é dos viciados e dos traficantes como o céu é do urubu!
PS - Eu ainda acabarei fã dos referendos e plebiscitos. Talvez esteja na hora de MP e Defensoria se exporem à opinião do povo honesto, que paga seus salários.
Por Reinaldo Azevedo
11 de janeiro de 2012
Mau negócio hoje em dia é ser apenas um homem comum, esse tipo vulgar que trabalha, que estuda, que se dedica à família, que paga impostos, que sustenta, em suma, a máquina do estado. Se, na pior das hipóteses, ele nem mesmo pertencer a uma das minorias influentes, então está mesmo lascado. Ninguém se interessa por ele. As políticas sociais não lhe são, obviamente, destinadas, e sim às chamadas “populações em situação de vulnerabilidade”, como costuma dizer o humanismo burocrático nativo.
Os entes do estado que se dedicam à defesa do interesse coletivo e à proteção dos indivíduos, como o Ministério Público e a Defensoria, tampouco lhe dão alguma atenção. Do próprio Judiciário chegam hoje ecos dando conta de que a função dos tribunais é fazer justiça social — e não apenas… Justiça, sem adjetivos! O homem comum — gente como você, leitora e leitor deste blog, e eu — só é chamado na hora de pagar a conta. Arca, inclusive, com o custo da máquina que sustenta seus algozes.
O Ministério Público Estadual e a Defensoria Pública de São Paulo armaram um pampeiro contra a ação da Prefeitura e do Estado na cracolândia. Juntam, assim, seus esforços aos do governo federal, que tenta, lá de Brasília, sabotar a operação.
O QG do que chega a ter ares de conspiração é a Secretaria Nacional de Direitos Humanos, cuja titular é a petista Maria do Rosário. Seu braço operativo nesse caso é Ramais de Castro Silveira, secretário-executivo da pasta. Aí está a origem daquele tão magnífico quanto fantasioso plano federal para a cracolândia que ganhou ontem manchete no Estadão — plano que jamais chegou a ser negociado com o Estado ou com a Prefeitura porque nunca existiu.
Em nove anos, a gestão petista jamais deu um centavo para o combate ao crack. Na campanha eleitoral, diga-se, os petistas criticaram o governo de São Paulo, que começou a criar clínicas para a internação de dependentes químicos. Volto ao ponto.
Ontem, assistimos a uma cena verdadeiramente patética. Quatro braços do MP estadual decidiram instaurar um inquérito civil para apurar detalhes da ação. Depois de fazer 32 “considerandos”, quatro promotores dizem que a finalidade do inquérito é entender o objetivo da operação, “discutir o fundamento terapêutico da imposição de dor e sofrimento”, apurar episódios de violência e apurar responsabilidades. Muito bem!
Ocorre que tanta “apuração” nem foi feita ainda, e os promotores já se comportaram como juízes, expedindo a sua sentença condenatória. Na entrevista coletiva de ontem, Arthur Pinto Filho, Eduardo Ferreira Valério, Luciana Bergamo Tchorbadjian e Maurício Antonio Ribeiro Lopes demonizaram a ação da Prefeitura e do Estado. Fazer inquérito para quê? Eles já têm o resultado!
Se vocês querem saber como a cracolândia chegou a ser a cracolândia e por que outras tantas estão se formando Brasil afora, o texto do Ministério Público Estadual que anuncia o inquérito fornece a resposta. No “considerando” nº 17, por exemplo, ao fazer o elenco dos motivos que embasam a investigação, os promotores lembram condições estabelecidas já em 2009 para o poder público intervir na região. Leiam com atenção:
“17. Considerando que naquele inquérito civil a Promotoria de Justiça consolidou o entendimento de que a solução do grave problema enfrentado pressupõe, no mínimo, as seguintes características:
ação articulada dos órgãos da Assistência Social e da Saúde em todas as etapas; abordagem social eficiente, com criação de vínculos, destinada ao convencimento; encaminhamentos de acordo com cada situação, a equipamentos que funcionem durante 24 horas; tratamento médico adequado, de acordo com as prescrições terapêuticas aplicáveis, com internações forçadas apenas como exceções, por prazo determinado e ordem médica; acompanhamento social destinado ao retorno à família; implantação de “portas de saída”, isto é, residências terapêuticas ou similares, programas de distribuição de renda, programas de profissionalização, acesso à educação e, por fim, à moradia; “
Entendi
Mau negócio, reitero, é ser um homem comum. Aliás, serei mais específico: mau negócio é ser um pobre comum, a exemplo da esmagadora maioria do povo brasileiro, QUE NÃO SE DROGA!
No ritmo em que estão sendo construídas as casas do programa federal, já demonstrei aqui, a promessa dos três milhões de unidades será cumprida daqui a… 22 anos! A menos, como querem os promotores, que o sujeito seja viciado em crack. Nesse caso, o Brasil vai lhe render todas as homenagens e colocará à sua disposição equipamentos urbanos com os quais os trabalhadores não-viciados não podem nem sonhar. Na fila dos que receberão atenção do estado, quem está na frente é o viciado em crack. Ao fim do processo, ele será premiado com uma… moradia.
Faz ou não faz sentido? No Brasil, faz!!! Afinal, em Banânia, o auxílio-reclusão, pago pelo INSS aos dependentes dos presos, passou a ser de R$ 915,05 a partir do dia 1º de janeiro deste ano.
>
Mau negócio por aqui, minhas caras e meus caros, é ser pobre, ter bom caráter e ganhar o salário mínimo, que é de R$ 622,00. O “auxílio-reclusão” — ou “auxílio-bandido”, como queiram — está previsto no Artigo 201 da Constituição.
Há aquela parolagem cretina sobre a índole pacífica do nosso povo. Um país que tem mais de 50 mil homicídios por ano não é, evidentemente, pacífico. O povo brasileiro, coitado!, é desinformado, isso sim! Quantos pobres do salário mínimo têm consciência de que o estado prefere paparicar marginais?
Darei um jeito de tornar disponível a íntegra do texto do MP para que vocês tenham acesso a todos os “considerandos”, um bom roteiro do surrealismo tapuia.
Um dos promotores que assinam o documento é Maurício Antonio Ribeiro Lopes, conhecido deste blog. É aquele senhor que decidiu acusar de “racismo”, chamando-os de “nazistas”, moradores de Pinheiros que lhe encaminharam uma reclamação contra a mudança de endereço de um albergue.
Relatei este caso escandaloso num post. Na cabeça de Ribeiro Lopes, vejam que coisa!, quando “racistas” e “nazistas” estão inconformados, recorrem a instâncias do estado de direito… Não! Errado! Quem teve um comportamento fascistóide foi ele: usou da autoridade que tem para intimidar cidadãos pagadores de impostos que estavam encaminhando uma petição ao poder público, nada menos do que um direito constitucional.
O episódio dos moradores de Pinheiros é emblemático. Cidadãos comuns foram transformados em bandidos por braços do poder público. Agora, essas mesmas forças, em consonância com os petistas do Planalto, tentam mandar Prefeitura e governo do Estado para o banco dos réus.
Entendi! Ministério Público e Defensoria Pública resolveram reler Castro Alves: a praça é dos viciados e dos traficantes como o céu é do urubu!
PS - Eu ainda acabarei fã dos referendos e plebiscitos. Talvez esteja na hora de MP e Defensoria se exporem à opinião do povo honesto, que paga seus salários.
Por Reinaldo Azevedo
11 de janeiro de 2012
O DIA EM QUE A LANCHA DA RECEITA FEDERAL RECUPEROU PARTE DO TERRITÓRIO NACIONAL
A Receita Federal realizou recentemente um concurso sobre “Histórias da Receita Federal”. O vencedor foi o Reginaldo César Cardoso, Ex-Inspetor em Tabatinga/AM, na época em que o José Barroso Tostes Neto era o Superintendente Regional.
A história é um resgate não apenas da nossa fronteira, mas de um sentimento muito forte de brasilidade. Vale a pena conferir.
A fronteira mais inóspita do Brasil, sem dúvida, é Tabatinga, no Amazonas. Em 1753 um punhado de heróis, brasileiros e portugueses, chegou ao alto Rio Solimões e lá assentou acampamento. Reivindicaram a terra para “El Rei” de Portugal. Diz-se que foi uma luta terrível, contra os índios, contra os espanhóis, contra a malária, mas venceram e ergueram o forte de São Francisco Xavier de Tabatinga.
Neste local foi estabelecido um posto militar e fiscal, consolidando o domínio colonial português para muito (e muito mesmo) adiante da linha imaginária de Tordesilhas. Desde essa época, a Alfândega Brasileira está lá, “onde começa o Brasil…”
Já corria o ano de 2006, Tabatinga continuava inóspita, mas os servidores do Fisco tentavam dar um choque de legalidade, fazendo campanha para que todos comerciantes se cadastrassem, emitissem nota, declarassem o “Simples Nacional” e ficassem em dia com o Leão.
Um bom colaborador era o presidente da pequena Associação Comercial da cidade: Seu Izidoro era cearense de nascimento, mas tabatinguense de coração. O pai fora soldado da borracha e ele chegara naquelas paragens ainda criança, adotando aquela terra como sua.
Numa tarde o inspetor-chefe da Receita Federal em Tabatinga recebeu uma comitiva de comerciantes brasileiros, que, indignados, exigiam uma ação contra um “flutuante” estrangeiro, que se instalara irregularmente na margem brasileira, em detrimento das autoridades e dos comerciantes legalmente estabelecidos. A comitiva era chefiada pelo Seu Izidoro. Homem sábio e experiente, sabia que se aquele flutuante se instalasse ali, outros viriam, e todo comércio formal da cidade iria ser prejudicado.
Para quem não conhece, na Amazônia chama-se “flutuante” qualquer coisa que flutue, esteja ancorado à margem do rio e preste algum tipo de serviço ou venda de mercadoria às embarcações e à população ribeirinha. Existe flutuante que é posto de gasolina, flutuante que é posto de saúde, flutuante supermercado, flutuante igreja e assim por diante.
Este era um flutuante “tem-de-tudo”: vendia combustíveis, víveres, gás, motores, motocicletas e ainda consertava qualquer coisa. O proprietário do estabelecimento era um colombiano truculento e mal educado.
Relatados os fatos, concluiu-se que a denúncia era gravíssima, cabia à Receita Federal e à Polícia Federal tomar providências urgentes. Formou-se a comissão de diligência: o inspetor-chefe, o delegado federal, um auditor e três policiais rumaram ao local. A comissão optou pela via diplomática: apresentação de identidades funcionais e solicitação de documentos. “Vamos pegar leve e dar um dia para eles se retirarem”.
A diplomacia durou apenas 3 minutos. O colombiano puxando de um pedaço de ferro ergueu a voz e xingou-os de vários nomes, alguns difícil de entender, outros impróprios para serem reproduzidos neste texto. Daí a surpresa: estavam preparados para a truculência, mas não para os argumentos: o flutuante estava em território colombiano!
- Mire, mire el arroyo! Estamos en la margen derecha! És Colombia, cabron!
Confusão formada, chegou a polícia colombiana, cônsul, coronel do exército, enfim, quase um incidente internacional. Logo os brasileiros deram-se por vencidos e decidiram “abandonar o barco” (sem trocadilhos). Na saída, em meio à confusão, não teve jeito: um chute no traseiro do chefe da comissão brasileira. Não viu quem foi, mas provavelmente era o colombiano dono do barco, que emanava um sorriso sarcástico, cheio de dentes amarelados. Acabou com o que restava da dignidade da comissão brasileira. Doía mais pela humilhação do que pelo impacto. Mas… o que fazer?
Realmente extrapolou-se, talvez ainda haveria a necessidade de pedir desculpas ao dono do estabelecimento. Passados alguns dias, Seu Izidoro voltou à Inspetoria. Chamou o inspetor para um “particular”:
- Chefe, eu não engoli aqueles colombianos. Cheguei aqui com dois anos, aprendi a nadar naquele riacho e morei naquelas palafitas que eles dizem ser deles. Aquilo é território brasileiro. Quando servi o Exército, cheguei a ver um marco de concreto, tenho certeza que ainda está lá. Pesquisou-se entre os antigos da terra e todos diziam a mesma coisa: a foz do córrego Santo Antônio foi o marco inicial da fronteira, mas lá pelos idos dos anos 30, houve a instalação de marcos de concreto. Hoje, a floresta deve ter engolido tal marco. Além disso, houve o assoreamento das margens do córrego, empurrando a foz para dentro do território brasileiro. Mas o fato é que aquele pedaço de terra ainda é nossa “pátria mãe gentil”, não se pode simplesmente abrir mão dele. Estamos sendo esbulhados!
A teoria era boa e tinha certa razoabilidade, o inspetor-chefe decidiu comprar a briga: bastava achar o tal “marco de fronteira”. Foi ao homem mais poderoso da fronteira: o coronel responsável pelo batalhão do Exército Brasileiro. Militar sábio e experiente, já tinha sido informado do ocorrido e também estava convencido da brasilidade daquele pedaço de terra, mas após a malfadada diligência fiscal, o tema tinha tomado certa sensibilidade.
Colombianos e brasileiros, em geral, eram povos amigos, de cerveja e festa, mas neste caso, havia sido criado um certo revanchismo. O militar ponderou:
- Inspetor, eu entendo e até concordo. Todas as anotações daqui do Batalhão apontam que os comerciantes têm razão. Mas mandar uma expedição militar para encontrar o tal marco, nesse momento, não é aconselhável. A terra está cheia de colombianos, que acreditam mesmo que é território deles porque a população sempre tomou a foz do Santo Antônio como marco de fronteira.
Realmente ele tinha razão. Não tinham a menor idéia de onde estava o tal marco, se é que ele ainda existia. A floresta era densa, seria preciso uns 30 soldados para entrar, limpar e catalogar a área. Uma expedição assim poderia ser tida pelos colombianos como uma invasão. Era muito arriscado… Paciência.
Mas o destino e a tecnologia estavam do lado brasileiro. Naquela semana chegava a tão esperada “lancha da Receita Federal”. Logo o barco virou atração pública: 15 metros, dois motores, 600 cavalos, blindagem, capacidade para até 12 pessoas, construído com tudo que a indústria náutica brasileira tinha de melhor. Engenheiros navais vieram do Rio de Janeiro para ensinar os bravos aduaneiros a operar a máquina e seus modernos equipamentos. E foi durante a apresentação dos equipamentos de navegação que algo chamou a atenção do Inspetor: a lancha tinha um GPS. O Global Positioning System ainda não era tão popular, naquela época, nem o Exército tinha isso, mas o fiscal percebeu que aquele aparelhinho ser-lhe-ia muito útil:
- Me explica melhor como funciona isso?
- Simples. Olhando essa telinha você sabe exatamente onde está navegando e quais as coordenadas cartesianas.
- E se eu der a latitude e longitude, o barco me leva lá.
- Perfeitamente, com uma margem de erro de 70 centímetros.
- É tudo que precisamos! Vamos retomar nossa terra.
Na hora ninguém entendeu. Mas logo depois do almoço, o inspetor convidou uma extensa comitiva ao barco: o coronel do Exército Brasileiro, o cônsul colombiano, o cônsul brasileiro, policiais federais e, é claro, Seu Izidoro, o representante da Associação Comercial. Era a primeira missão oficial do veículo: achar a fronteira entre os dois países.
Todos a bordo, o inspetor ordenou ao marinheiro-chefe:
- Francisco, nós vamos navegar com piloto automático.
- Certo, patrão! Dá as coordenadas e eu coloco aqui no computador.
- Coronel, o Senhor trouxe “aquela” informação?
O Coronel trouxera consigo um papel com a anotação da localização exata do marco de fronteira, através da longitude e latitude.
- Taí! Leva a gente para essa coordenada. Velocidade de três “knós”… Bem devagar.
Em poucos segundos, os pesados motores começaram a roncar, e, sem ninguém colocar a mão em nada, o barco manobrou vagarosamente tomando o rumo da Colômbia, rio acima. Todos ficaram atentos: passaram o porto brasileiro, passaram o comércio ribeirinho, passaram o posto de observação do Exército e já chegavam à foz do ribeirão Santo Antônio. A lancha ia firme, sem desacelerar, sinal de que o ponto marcado ainda estava distante:
- Chefe, chegamos à fronteira… desligo o barco?
O marinheiro Francisco estava nervoso, afinal tínhamos autoridades colombianas a bordo e estávamos invadindo o território deles, sem nem ao menos pedir permissão.
- Não! Deixa ele ir.
Passou-se o “flutuante da discórdia” e todos ribeirinhos pararam o que estavam fazendo: era estranho ver um barco oficial brasileiro entrando daquele jeito em suposto território colombiano. E os motores continuavam firmes. Após 300 metros, o barco inclinou para a margem direita e desacelerou, estavam o mais próximo possível do ponto determinado como destino. Os colombianos não estavam entendo muito bem, mas perceberam as intenções do inspetor, quando dois soldados saíram da Lancha e chegaram à margem. O militar brasileiro desfez o mistério:
- Senhores, precisamos saber realmente onde é a fronteira. O barco da Receita tem a tecnologia necessária para isso e essa tecnologia está dizendo que o marco de fronteira está exatamente neste ponto da margem. Os soldados vão entrar na floresta para achá-lo.
- Sí lo entiendo. En este lugar sólo hay colombianos. Pero si hay punto de referencia de la frontera. Vamos a despegar!
O cônsul colombiano deu o veredito: concordava que se o marco de concreto estivesse ali, os colombianos sairiam. Em poucos minutos ouviram-se gritos na mata:
- Achamos! Vamos fotografar! A missão foi cumprida! Os colombianos reconheceram que aquele pedaço de terra era brasileiro e no mesmo dia todos se retiraram daquelas margens. O flutuante do colombiano chutador de traseiros mereceu atenção especial da Receita Federal, ficando retido para futura pena de perdimento. No final do cansativo dia, os brasileiros voltaram ao ponto próximo ao marco de fronteira e lá ancoraram novamente a bela nau fiscal. O sol escaldante da Amazônia já dava trégua e o inspetor deu o dia por encerrado. Na geladeira da lancha havia água e refrigerante e todos brindaram ao sucesso:
- Se a lancha foi cara, tá paga! – dizia um.
- Você viu a cara do dono do flutuante?- ria outro.
Todos contemplaram aquela linda paisagem e pairava o silêncio dos justos. De repente, o Seu Izidoro perguntou ao marinheiro:
- Francisco, essa “belezinha” tem som?
- Tem sim Seu Izidoro. O que o senhor quer ouvir? Um forrozinho?
- Coloque lá este CD que eu trouxe especialmente para essa ocasião. Volume máximo, hein!
Todos esperavam uma música regional animada, quando, de repente, soaram os primeiros acordes do nosso Hino Nacional. Os militares, de maneira quase automática, postaram-se de frente para a pequena bandeira brasileira que estava hasteada na antena da Lancha e, em posição de sentido, entoaram nosso hino. Os civis os acompanharam com a mão no peito. Alguns pescadores em canoas próximas fizeram o mesmo.
Naquele momento todos se sentiram mais brasileiros, um pouco do sangue daqueles bravos do século XVIII ainda corria nas veias daqueles homens. O inspetor olhou de relance para o personagem chave daquela história: Seu Izidoro cantava, com força e avidez: “dos filhos desse solo és mãe gentil…” Dos olhos daquele velho lobo da Amazônia brotavam duas pequenas lágrimas, que logo escorreram e se juntaram à água barrenta do Solimões. O sol se pôs.
Luiz Fernando Brito Pereira
11 de janeiro de 2012
A história é um resgate não apenas da nossa fronteira, mas de um sentimento muito forte de brasilidade. Vale a pena conferir.
A fronteira mais inóspita do Brasil, sem dúvida, é Tabatinga, no Amazonas. Em 1753 um punhado de heróis, brasileiros e portugueses, chegou ao alto Rio Solimões e lá assentou acampamento. Reivindicaram a terra para “El Rei” de Portugal. Diz-se que foi uma luta terrível, contra os índios, contra os espanhóis, contra a malária, mas venceram e ergueram o forte de São Francisco Xavier de Tabatinga.
Neste local foi estabelecido um posto militar e fiscal, consolidando o domínio colonial português para muito (e muito mesmo) adiante da linha imaginária de Tordesilhas. Desde essa época, a Alfândega Brasileira está lá, “onde começa o Brasil…”
Já corria o ano de 2006, Tabatinga continuava inóspita, mas os servidores do Fisco tentavam dar um choque de legalidade, fazendo campanha para que todos comerciantes se cadastrassem, emitissem nota, declarassem o “Simples Nacional” e ficassem em dia com o Leão.
Um bom colaborador era o presidente da pequena Associação Comercial da cidade: Seu Izidoro era cearense de nascimento, mas tabatinguense de coração. O pai fora soldado da borracha e ele chegara naquelas paragens ainda criança, adotando aquela terra como sua.
Numa tarde o inspetor-chefe da Receita Federal em Tabatinga recebeu uma comitiva de comerciantes brasileiros, que, indignados, exigiam uma ação contra um “flutuante” estrangeiro, que se instalara irregularmente na margem brasileira, em detrimento das autoridades e dos comerciantes legalmente estabelecidos. A comitiva era chefiada pelo Seu Izidoro. Homem sábio e experiente, sabia que se aquele flutuante se instalasse ali, outros viriam, e todo comércio formal da cidade iria ser prejudicado.
Para quem não conhece, na Amazônia chama-se “flutuante” qualquer coisa que flutue, esteja ancorado à margem do rio e preste algum tipo de serviço ou venda de mercadoria às embarcações e à população ribeirinha. Existe flutuante que é posto de gasolina, flutuante que é posto de saúde, flutuante supermercado, flutuante igreja e assim por diante.
Este era um flutuante “tem-de-tudo”: vendia combustíveis, víveres, gás, motores, motocicletas e ainda consertava qualquer coisa. O proprietário do estabelecimento era um colombiano truculento e mal educado.
Relatados os fatos, concluiu-se que a denúncia era gravíssima, cabia à Receita Federal e à Polícia Federal tomar providências urgentes. Formou-se a comissão de diligência: o inspetor-chefe, o delegado federal, um auditor e três policiais rumaram ao local. A comissão optou pela via diplomática: apresentação de identidades funcionais e solicitação de documentos. “Vamos pegar leve e dar um dia para eles se retirarem”.
A diplomacia durou apenas 3 minutos. O colombiano puxando de um pedaço de ferro ergueu a voz e xingou-os de vários nomes, alguns difícil de entender, outros impróprios para serem reproduzidos neste texto. Daí a surpresa: estavam preparados para a truculência, mas não para os argumentos: o flutuante estava em território colombiano!
- Mire, mire el arroyo! Estamos en la margen derecha! És Colombia, cabron!
Confusão formada, chegou a polícia colombiana, cônsul, coronel do exército, enfim, quase um incidente internacional. Logo os brasileiros deram-se por vencidos e decidiram “abandonar o barco” (sem trocadilhos). Na saída, em meio à confusão, não teve jeito: um chute no traseiro do chefe da comissão brasileira. Não viu quem foi, mas provavelmente era o colombiano dono do barco, que emanava um sorriso sarcástico, cheio de dentes amarelados. Acabou com o que restava da dignidade da comissão brasileira. Doía mais pela humilhação do que pelo impacto. Mas… o que fazer?
Realmente extrapolou-se, talvez ainda haveria a necessidade de pedir desculpas ao dono do estabelecimento. Passados alguns dias, Seu Izidoro voltou à Inspetoria. Chamou o inspetor para um “particular”:
- Chefe, eu não engoli aqueles colombianos. Cheguei aqui com dois anos, aprendi a nadar naquele riacho e morei naquelas palafitas que eles dizem ser deles. Aquilo é território brasileiro. Quando servi o Exército, cheguei a ver um marco de concreto, tenho certeza que ainda está lá. Pesquisou-se entre os antigos da terra e todos diziam a mesma coisa: a foz do córrego Santo Antônio foi o marco inicial da fronteira, mas lá pelos idos dos anos 30, houve a instalação de marcos de concreto. Hoje, a floresta deve ter engolido tal marco. Além disso, houve o assoreamento das margens do córrego, empurrando a foz para dentro do território brasileiro. Mas o fato é que aquele pedaço de terra ainda é nossa “pátria mãe gentil”, não se pode simplesmente abrir mão dele. Estamos sendo esbulhados!
A teoria era boa e tinha certa razoabilidade, o inspetor-chefe decidiu comprar a briga: bastava achar o tal “marco de fronteira”. Foi ao homem mais poderoso da fronteira: o coronel responsável pelo batalhão do Exército Brasileiro. Militar sábio e experiente, já tinha sido informado do ocorrido e também estava convencido da brasilidade daquele pedaço de terra, mas após a malfadada diligência fiscal, o tema tinha tomado certa sensibilidade.
Colombianos e brasileiros, em geral, eram povos amigos, de cerveja e festa, mas neste caso, havia sido criado um certo revanchismo. O militar ponderou:
- Inspetor, eu entendo e até concordo. Todas as anotações daqui do Batalhão apontam que os comerciantes têm razão. Mas mandar uma expedição militar para encontrar o tal marco, nesse momento, não é aconselhável. A terra está cheia de colombianos, que acreditam mesmo que é território deles porque a população sempre tomou a foz do Santo Antônio como marco de fronteira.
Realmente ele tinha razão. Não tinham a menor idéia de onde estava o tal marco, se é que ele ainda existia. A floresta era densa, seria preciso uns 30 soldados para entrar, limpar e catalogar a área. Uma expedição assim poderia ser tida pelos colombianos como uma invasão. Era muito arriscado… Paciência.
Mas o destino e a tecnologia estavam do lado brasileiro. Naquela semana chegava a tão esperada “lancha da Receita Federal”. Logo o barco virou atração pública: 15 metros, dois motores, 600 cavalos, blindagem, capacidade para até 12 pessoas, construído com tudo que a indústria náutica brasileira tinha de melhor. Engenheiros navais vieram do Rio de Janeiro para ensinar os bravos aduaneiros a operar a máquina e seus modernos equipamentos. E foi durante a apresentação dos equipamentos de navegação que algo chamou a atenção do Inspetor: a lancha tinha um GPS. O Global Positioning System ainda não era tão popular, naquela época, nem o Exército tinha isso, mas o fiscal percebeu que aquele aparelhinho ser-lhe-ia muito útil:
- Me explica melhor como funciona isso?
- Simples. Olhando essa telinha você sabe exatamente onde está navegando e quais as coordenadas cartesianas.
- E se eu der a latitude e longitude, o barco me leva lá.
- Perfeitamente, com uma margem de erro de 70 centímetros.
- É tudo que precisamos! Vamos retomar nossa terra.
Na hora ninguém entendeu. Mas logo depois do almoço, o inspetor convidou uma extensa comitiva ao barco: o coronel do Exército Brasileiro, o cônsul colombiano, o cônsul brasileiro, policiais federais e, é claro, Seu Izidoro, o representante da Associação Comercial. Era a primeira missão oficial do veículo: achar a fronteira entre os dois países.
Todos a bordo, o inspetor ordenou ao marinheiro-chefe:
- Francisco, nós vamos navegar com piloto automático.
- Certo, patrão! Dá as coordenadas e eu coloco aqui no computador.
- Coronel, o Senhor trouxe “aquela” informação?
O Coronel trouxera consigo um papel com a anotação da localização exata do marco de fronteira, através da longitude e latitude.
- Taí! Leva a gente para essa coordenada. Velocidade de três “knós”… Bem devagar.
Em poucos segundos, os pesados motores começaram a roncar, e, sem ninguém colocar a mão em nada, o barco manobrou vagarosamente tomando o rumo da Colômbia, rio acima. Todos ficaram atentos: passaram o porto brasileiro, passaram o comércio ribeirinho, passaram o posto de observação do Exército e já chegavam à foz do ribeirão Santo Antônio. A lancha ia firme, sem desacelerar, sinal de que o ponto marcado ainda estava distante:
- Chefe, chegamos à fronteira… desligo o barco?
O marinheiro Francisco estava nervoso, afinal tínhamos autoridades colombianas a bordo e estávamos invadindo o território deles, sem nem ao menos pedir permissão.
- Não! Deixa ele ir.
Passou-se o “flutuante da discórdia” e todos ribeirinhos pararam o que estavam fazendo: era estranho ver um barco oficial brasileiro entrando daquele jeito em suposto território colombiano. E os motores continuavam firmes. Após 300 metros, o barco inclinou para a margem direita e desacelerou, estavam o mais próximo possível do ponto determinado como destino. Os colombianos não estavam entendo muito bem, mas perceberam as intenções do inspetor, quando dois soldados saíram da Lancha e chegaram à margem. O militar brasileiro desfez o mistério:
- Senhores, precisamos saber realmente onde é a fronteira. O barco da Receita tem a tecnologia necessária para isso e essa tecnologia está dizendo que o marco de fronteira está exatamente neste ponto da margem. Os soldados vão entrar na floresta para achá-lo.
- Sí lo entiendo. En este lugar sólo hay colombianos. Pero si hay punto de referencia de la frontera. Vamos a despegar!
O cônsul colombiano deu o veredito: concordava que se o marco de concreto estivesse ali, os colombianos sairiam. Em poucos minutos ouviram-se gritos na mata:
- Achamos! Vamos fotografar! A missão foi cumprida! Os colombianos reconheceram que aquele pedaço de terra era brasileiro e no mesmo dia todos se retiraram daquelas margens. O flutuante do colombiano chutador de traseiros mereceu atenção especial da Receita Federal, ficando retido para futura pena de perdimento. No final do cansativo dia, os brasileiros voltaram ao ponto próximo ao marco de fronteira e lá ancoraram novamente a bela nau fiscal. O sol escaldante da Amazônia já dava trégua e o inspetor deu o dia por encerrado. Na geladeira da lancha havia água e refrigerante e todos brindaram ao sucesso:
- Se a lancha foi cara, tá paga! – dizia um.
- Você viu a cara do dono do flutuante?- ria outro.
Todos contemplaram aquela linda paisagem e pairava o silêncio dos justos. De repente, o Seu Izidoro perguntou ao marinheiro:
- Francisco, essa “belezinha” tem som?
- Tem sim Seu Izidoro. O que o senhor quer ouvir? Um forrozinho?
- Coloque lá este CD que eu trouxe especialmente para essa ocasião. Volume máximo, hein!
Todos esperavam uma música regional animada, quando, de repente, soaram os primeiros acordes do nosso Hino Nacional. Os militares, de maneira quase automática, postaram-se de frente para a pequena bandeira brasileira que estava hasteada na antena da Lancha e, em posição de sentido, entoaram nosso hino. Os civis os acompanharam com a mão no peito. Alguns pescadores em canoas próximas fizeram o mesmo.
Naquele momento todos se sentiram mais brasileiros, um pouco do sangue daqueles bravos do século XVIII ainda corria nas veias daqueles homens. O inspetor olhou de relance para o personagem chave daquela história: Seu Izidoro cantava, com força e avidez: “dos filhos desse solo és mãe gentil…” Dos olhos daquele velho lobo da Amazônia brotavam duas pequenas lágrimas, que logo escorreram e se juntaram à água barrenta do Solimões. O sol se pôs.
Luiz Fernando Brito Pereira
11 de janeiro de 2012
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