Brasil cai para 30º no ranking de crescimento
Presidente Dilma Rousseff discursa durante entrega o premio Jovem Cientista no palacio do Planalto: desacelaração da economia teria sido fruto de ação deliberada do governo Gustavo Miranda / O Globo
SÃO PAULO — O fraco desempenho da economia no terceiro trimestre fez o Brasil perder seis posições no ranking dos países que mais crescem no mundo. Com a expansão de 2,1% do PIB em relação ao terceiro trimestre de 2010, o país caiu para a 30ª posição do ranking, que continua sendo liderado pela China, que, mesmo em desaceleração, cresceu 9,1% entre julho e setembro.
O Brasil também ficou atrás de todos os países do Brics (grupo das maiores economias emergentes, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
A Índia, com expansão de 6,9%, aparece em quinto lugar no ranking, enquanto a Rússia, com 4,8%, é a 12ª. Até a África do Sul, que no ranking do segundo trimestre estava na lanterna do grupo, cresceu mais, 3,1%, e figura no 25º posto agora.
Mesmo perdendo fôlego em relação a 2010, quando cresceu a uma vigorosa taxa de 7,5%, o Brasil deve manter-se como a sétima maior economia do mundo este ano. Simulação feita pela Austin Rating com base nas mais recentes projeções de crescimento do PIB para as principais economias indica que o PIB brasileiro deve atingir este ano US$ 2,28 trilhões — valor que leva em conta uma alta anual de 3% do PIB.
Mesmo com uma expectativa de crescer apenas 1,7%, o PIB dos Estados Unidos deve passar de R$ 15 trilhões. O PIB chinês deve crescer 9,2%, para US$ 6,75 trilhões, consolidando-se como a segunda maior economia do planeta, à frente do Japão, que continuará encolhendo ( -0,5%), com US$ 5,3 bilhões.
Expansão fica abaixo até da registrada pela Alemanha
A freada do trimestre passado fez a economia brasileira crescer menos do que a da Alemanha, que, mesmo estando no epicentro da crise europeia, teve uma expansão de 2,6% do PIB no período. Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, ressalta que esse dado deve ser visto com cuidado, uma vez que a economia alemã vem crescendo pouco já há algum tempo, enquanto o Brasil se expandiu fortemente em 2010. No terceiro trimestre de 2010, o PIB alemão avançara 3,9%, enquanto o brasileiro saltou 6,7%.
— Em termos qualitativos, o Brasil cresceu mais. Uma taxa um pouco menor, mas sobre uma base ampliada, de renda e produção muito maior — disse Agostini.
Sobre o fato de o país ter ido para a lanterna do Brics, o economista observa que China e Índia seguem firmes movidos por processos muito fortes de urbanização, transformações sociais e crescimento da demanda interna, fatores que minimizam os efeitos da piora do cenário externo. A expansão mais robusta da Rússia, segundo ele, é parecida com a da Alemanha, já que o país também acumulou taxas muito baixas de crescimento em 2010. Na África do Sul, o economista vê características comuns ao Brasil, como a evolução do consumo interno, a expansão do mercado financeiro e dos investimentos.
Para a Europa, apesar de desempenhos melhores como os da Alemanha, da Suécia (4,6% no trimestre passado), da Polônia (4,2%) e da Romênia (4,4%), as perspectivas não são boas.
— A perspectiva é ruim por causa do impasse atual, que deve contaminar a atividade da região em 2012 — diz Agostini.
Dilma fiz que redução do ritmo foi uma ação deliberada do governo
Em resposta ao anúncio de que o ritmo de crescimento do PIB não alcançou a meta desejada inicialmente pelo governo, a presidente Dilma Rousseff afirmou, nesta terça-feira à noite, que o governo fez uma ação "deliberada" para evitar maior crescimento da economia.
—Tivemos que, deliberadamente, diminuir o ritmo de crescimento — disse Dilma, durante entrega do prêmio de brasileira do ano, concedido pela Editora Três.
A presidente destacou, no entanto, que a economia do país deve atingir um ritmo de aceleração de 3,2%, "apesar da crise", disse ela. No discurso, Dilma criticou os que, no início de seu governo, criticaram que o país passaria por uma crise cambial. Também lembrou que o ano de 2011 fechará com volume de exportação maior que de importação, e afirmou que o Brasil está situação mais confortável que os Estados Unidos e países europeus. Mas ressalvou:
— Sabemos também que num mundo globalizado nenhum país está imune aos efeitos da crise. O Brasil, tecnicamente, não está imune aos efeitos da crise — disse ela, que fez uma homenagem aos "griseldos e griseldas" que vivem no país, numa referência à personagem de Lilia Cabral na novela Fina estampa. A atriz também foi homenageada no evento desta terça-feira.
Ronaldo D’Ercole, Flávio Freire
Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
CHÁVEZ PERDERIA FRENTE A TRÊS CANDIDATOS DE LA OPOSICIÓN
Chávez espera que nuevo gobierno español preserve buena relación
Chávez celebra ‘contundente victoria’ del partido de Putin en elección rusa
Antonio Maria Delgado
Chávez celebra ‘contundente victoria’ del partido de Putin en elección rusa
Antonio Maria Delgado
Tres de los seis candidatos de la oposición derrotarían al presidente venezolano Hugo Chávez si las elecciones fuesen hoy y un cuarto empataría con él, reveló el martes una encuesta que muestra una pronunciada caída en los niveles de respaldo del mandatario.
La encuesta, elaborada por la firma Alfredo Keller y Asociados, también mostró un significativo deterioro en la confianza de los venezolanos en que un Chávez enfermo pueda atender los problemas del país, y que los representantes de la oposición están comenzando a posicionarse exitosamente frente al electorado.
“Estas son una buena noticia para la oposición”, dijo Alfredo Keller, presidente de la compañía que lleva su nombre, a El Nuevo Herald.
“La oposición está logrando avanzar no solamente a costa del deterioro en la imagen del presidente Chávez, sino que también está creciendo a consecuencia de sus propias acciones”, añadió.
Según el sondeo de opinión divulgado el martes, los tres candidatos punteros de la oposición --los gobernadores de los estados Miranda y Zulia, Henrique Capriles y Pablo Pérez respectivamente, así como el ex alcalde del municipio capitalino de Chacao, Leopoldo López-- derrotarían a Chávez en los comicios.
El mandatario perdería frente a Capriles, por una relación de 47 a 41 por ciento, y frente a Pérez y frente a López por la misma relación de 45 a 42 por ciento, según la encuesta realizada en base a un universo de 1,200 personas.
Una elección entre Chávez frente a la parlamentaria María Corina Machado dejaría a ambos empatados, en niveles cercanos al 42 por ciento.
El sondeo de opinión Mostró que Capriles, Pérez y López continúan encabezando, en ese orden, las preferencias de los electores, seguidos por Machado, el ex embajador ante las Naciones Unidas, Diego Arria y el ex diputado Pablo Medina.
No obstante, las opiniones fueron recogidas antes de la transmisión de dos debates televisados de los opositores y se desconoce el impacto que ambos eventos podrían haber tenido en las preferencias de los electores.
El sondeo de opinión mostró el sostenido deterioro de las bases de apoyo del presidente, quien admitió haber sido sometido a tres rondas de quimioterapias y a dos intervenciones quirúrgicas desde que un tumor del tamaño de una pelota de béisbol le fue detectado en Cuba
Inicialmente, la detección del cáncer había generado cierto grado de simpatía hacia Chávez entre la población, pero analistas insisten en que esa medición no se ha traducido en un incremento de la intención de voto.
Por el contrario, la enfermedad más bien le está jugando en contra, sostuvo Keller.
“El 60 por ciento ya no tiene más confianza en que el presidente Chávez pueda resolver los problemas. Y este es un factor, un indicador, muy importante de su deterioro”, comentó en una entrevista telefónica.
“Esto se debe básicamente a la lectura de que su enfermedad lo está inhabilitando para gobernar, y que por consecuencia, ya no cabe esperar que haya soluciones de su parte, con lo cual el discurso, la promesa, comienza a convertirse en irrealizable para la gente”, añadió.
Read more: http://www.elnuevoherald.com/2011/12/07/1078899/chavez-perderia-frente-a-tres.html#ixzz1fuEGklNs
PESQUISA APONTA CRESCIMENTO DA OPOSIÇÃO NA VENEZUELA E SE ELEIÇÕES FOSSEM HOJE, CHÁVEZ SERIA DERROTADO
O candidato Henrique Capriles é um dos nomes fortes da Oposição
Três dos seis candidatos da oposição derrotariam o caudilho Hugo Chávez se as eleições fossem hoje e um quarto empataria com ele, revelou uma pesquisa que mostra uma pronunciada queda nos níveis de apoio ao ditador venezuelano.
A pesquisa, elaborada pela empresa Alfredo Keller y Associados, também mostrou significativa deterioração na confiança dos venezuelanos em que um Chávez doente (o caudilho sofre de câncer) possa atender os problermas do país, e que os representantes da oposição começam a se posicionar com êxito frente ao eleitorado.
"Estas são boas notícias para a oposição", disse Alfredo Keller, presidente da empresa de pesquisas que leva seu nome, em entrevista ao jornal El Nuevo Herald, de Miami (EUA).
aluizio amorim
PÉSSIMAS INFLUÊNCIAS...
Sarney, Jucá e Calheiros entre os 10 parlamentares mais influentes
O Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP) que é o órgão de assessoria parlamentar dos sindicatos brasileiros, acabou de concluir a pesquisa que faz anualmente para a eleição dos 10 parlamentares mais influentes.
São eles, 1° deputado Marco Maia (PT-RS), 2° deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), 3° senador José Sarney (PMDB-AP), 4° deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), 5° senador Romeiro Jucá (PMDB-RR), 6° deputado ACM Neto (DEM-BA), 7° senador Renan Calheiros (PMDB-AL), 8° senador Demóstenes Torres (DEM-GO), 9° deputado Eduardo Nogueira (PSDB-SP) e 10° deputado Paulo Teixeira (PT-SP).
Dá ânsias de vômito. Fora os três ainda tem o Marco Maia e o Vacarezza pra piorar. Aliás, da lista eu só livro a cara do Demóstenes, que ontem quase saiu no tapa com o Sarney, que partiu pra cima dele de dedo em riste depois de ser chamado de torpe.
Tadinho. Se Demóstenes usasse os adjetivos corretos como peculador, ocultador de propriedades milionárias, criminoso eleitoral e tudo o mais que se sabe talvez ele não ficasse tão bravo, mas torpe?! Jamais!
Por Ricardo Froes
O Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP) que é o órgão de assessoria parlamentar dos sindicatos brasileiros, acabou de concluir a pesquisa que faz anualmente para a eleição dos 10 parlamentares mais influentes.
São eles, 1° deputado Marco Maia (PT-RS), 2° deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), 3° senador José Sarney (PMDB-AP), 4° deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), 5° senador Romeiro Jucá (PMDB-RR), 6° deputado ACM Neto (DEM-BA), 7° senador Renan Calheiros (PMDB-AL), 8° senador Demóstenes Torres (DEM-GO), 9° deputado Eduardo Nogueira (PSDB-SP) e 10° deputado Paulo Teixeira (PT-SP).
Dá ânsias de vômito. Fora os três ainda tem o Marco Maia e o Vacarezza pra piorar. Aliás, da lista eu só livro a cara do Demóstenes, que ontem quase saiu no tapa com o Sarney, que partiu pra cima dele de dedo em riste depois de ser chamado de torpe.
Tadinho. Se Demóstenes usasse os adjetivos corretos como peculador, ocultador de propriedades milionárias, criminoso eleitoral e tudo o mais que se sabe talvez ele não ficasse tão bravo, mas torpe?! Jamais!
Por Ricardo Froes
ROUBALHEIRA NO GOVERNO PETRALHA
Fora o grosso, Pimentel recebeu R$ 400 mil de empresa do filho de seu sócio
Uma "empresa de informática pequeninha", nas palavras do próprio ministro da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior, Fernando Pimentel (PT), pagou R$ 400 mil pelos serviços da P-21 Consultoria e Projetos Ltda., empresa mantida pelo petista entre sua saída do comando da prefeitura de Belo Horizonte, em 2009, e a chegada ao governo federal, em 2011.
Firma especializada em "cabeamento estruturado para rede de computadores", a QA Consulting Ltda. pertence a Alexandre Allan, de 36 anos, e Gustavo Prado, de 35, filho de Otílio Prado, sócio minoritário de Pimentel na P-21 Consultoria.
O pagamento pela consultoria de Pimentel se deu em duas parcelas de R$ 200 mil. A primeira foi paga em 19 de fevereiro de 2009, dois dias depois de a QA Consulting receber R$ 230 mil da construtora HAP Engenharia para prestar serviços de "infraestrutura para soluções de rede".
A título de tributação, o serviço foi declarado como de engenharia civil mas, segundo o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG), não há registro de Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) referente ao serviço alegado pela empresa. A segunda parcela foi paga em maio de 2010.
Construtora acusada de desviar recursos
A HAP é velha conhecida de Fernando Pimentel: em maio deste ano, o ex-prefeito de Belo Horizonte tornou-se réu em ação civil pública ao lado do dono da empresa, Roberto Senna.
A construtora é acusada de superfaturar obra da prefeitura de Belo Horizonte em R$ 9,1 milhões e de desviar recursos para a campanha de Pimentel em 2004, quando o petista disputou a reeleição para a prefeitura da capital mineira.
Na época, Pimentel contratou sem licitação a Ação Social Arquidiocesana (ASA), da Arquidiocese de Belo Horizonte, para construir 1,5 mil casas. A entidade subcontratou a HAP, e o custo da obra passou de R$ 12,7 milhões para R$ 26,7 milhões. Segundo o Ministério Público, metade das casas não foi entregue. O processo corre na 4ª Vara da Fazenda Pública Municipal de Belo Horizonte.
A QA Consulting é a terceira maior cliente da consultoria de Pimentel, que em dois anos faturou R$ 2 milhões. Conforme mostrou O GLOBO no domingo, a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) pagou R$ 1 milhão por serviços ao ministro, e a construtora mineira Convap, outros R$ 514 mil, meses antes de abocanhar em consórcio R$ 95,3 milhões em contratos no governo do aliado de Pimentel, Márcio Lacerda (PSB).
A QA pagou R$ 400 mil pela consultoria de Pimentel, apesar da sua peculiar situação financeira: de acordo com a Junta Comercial de Minas Gerais, está enquadrada como microempresa (faturamento anual de, no máximo, R$ 360 mil, de acordo com a nova legislação).
Procurado na segunda-feira de manhã na sede de sua empresa, o sócio Gustavo Prado não quis dizer se haviam contratado Pimentel. Também se recusou a dar qualquer detalhe a respeito dos serviços prestados pelo ministro à sua pequena empresa. Disse que se pronunciaria apenas por e-mail e pediu ao repórter que se retirasse.
À tarde, enviou e-mail dizendo que Pimentel havia prestado serviços de "consultoria econômica" e que a empresa teria perfeita "capacidade econômico-financeira para custear a consultoria contratada". Mas não quis dizer qual foi o faturamento de sua empresa em 2009 e 2010, alegando se tratar de informação estratégica.
Sobre a contratação de seus serviços pela HAP, Prado disse não ter registrado ART no CREA-MG porque, em sua opinião, "o serviço não era de relevância e nem houve exigência do cliente".
- Os serviços foram corretamente declarados às autoridades fiscais, tendo sido realizado em mais de um estabelecimento da empresa – afirmou Prado.
Ao ser questionado sobre o enquadramento como microempresa, a QA Consulting atribuiu a situação a um erro do escritório de contabilidade que presta serviço para eles e informou que, na prática, já teria alterado o formato de pagamentos de impostos pela empresa.
O GLOBO também procurou na segunda-feira o empresário Gustavo Henrique Duarte, que foi sócio da QA Consulting entre a consultoria de Pimentel, em 2009, e o início deste ano, quando ele deixou a empresa.
- Eu não cuidava da parte administrativa, não posso falar nada sobre isso – disse, ao desligar o telefone e não mais atender as ligações do GLOBO durante a tarde de ontem.
O dono da HAP Engenharia, Roberto Senna, informou, por meio de sua assessoria, que as instalações de cabeamento da QA Consulting na sua construtora foram adequadamente executadas e negou ter usado a empresa do filho do sócio de Pimentel para transferir recursos ao ex-prefeito de Belo Horizonte, de quem sempre se declarou amigo publicamente.
"Não existe nenhuma relação entre estes serviços e eventual contratação, pela QA Consulting, de serviços de terceiros, inclusive de eventual contratação de empresa de consultoria do ministro Fernando Pimentel", escreveu a assessoria de Senna na nota oficial.
Na ação civil pública em que Senna é réu ao lado de Pimentel, o Ministério Público questiona a proximidade dos dois, em especial a doação de R$ 235 mil à campanha de Pimentel pela reeleição em 2004. Laudos periciais solicitados pelo Ministério Público levaram o órgão a sustentar que o valor doado seria parte de uma parcela de R$ 1,2 milhão repassada pela prefeitura à ASA e, consequentemente à HAP, 11 dias antes do registro da doação. No processo, os advogados de Pimentel classificaram a acusação como "ilação do Ministério Público".
PSDB pretende convocar ministro
Os petistas saíram em defesa de Pimentel, e descartaram a possibilidade de o ministro vir a ser o próximo da lista a ser bombardeado pela oposição no Congresso. A oposição, porém, considerou insuficientes as explicações dadas por Pimentel. O PSDB entra hoje, na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, com pedido de convocação do ministro. O Globo Online
JUIZES CONTRA O ESTADO DE DIREITO
Para defenderem os invasores da USP, magistrados afirmam que algumas pessoas estão acima da lei
Fundada há pouco mais de dez anos, em 13 de maio de 1991, a Associação Juízes para a Democracia (AJD) se compromete, em seu estatuto, com "o respeito absoluto e incondicional aos valores jurídicos próprios do estado democrático de direito".
Não deveria ser preciso dizer isso de maneira explícita, em se tratando de juízes, mas está lá.
E, estando lá, é motivo mais do que suficiente para que os magistrados, se tiverem alguma honestidade intelectual, se reúnam de imediato e dissolvam a sua entidade.
Na semana passada, eles publicaram na internet um documento estarrecedor, que afronta justamente aquilo que prometem respeitar. Não há mistério no conceito de estado democrático de direito. Ele está fundado numa ideia cristalina: a de que todos são iguais perante a lei. E foi isso que os juízes decidiram negar, não nas entrelinhas ou com subentendidos, o que já seriam um escândalo, mas de maneira ululante, como diria Nelson Rodrigues.
O manifesto da AJD foi escrito em solidariedade à minoria de esquerdistas que invadiu e depredou a reitoria da Universidade de São Paulo no começo de novembro. Afirma que eles buscavam apenas "o aprimoramento da ordem jurídica, e não a sua negação".
Segue-se um arrazoado assustador:
"Não é verdade que ninguém está acima da lei, como afirmam os legalistas e pseudo-democratas: estão, sim, acima da lei todas as pessoas que vivem no cimo preponderante das normas e princípios constitucionais e que, por isso, rompendo com o estereótipo da alienação, e alimentados de esperança, insistem em colocar o seu ousio e a sua juventude a serviço da alteridade, da democracia e do império dos direitos fundamentais".
Convém traduzir. Em abstrato, os auto-intitulados juízes pela democracia asseveram que "jovens alimentados de esperança" estão acima da lei. Uma idéia tão ridícula quanto perigosa. Em concreto, os auto-intitulados juízes pela democracia afirmam que radicais encapuzados, que estocaram coquetéis-molotovs em um prédio público, são livres para fazer o que bem entenderem.
A idéia de um estado regido por leis que alcançam a todos, e não pelo arbítrio de um governante, nasceu no século XVII e levou mais de 200 anos para firmar raízes. É uma conquista da civilização ocidental, justamente por retirar de indivíduos, classes sociais ou partidos políticos o poder de decidir quem está acima da lei. No século XX, as nações que se afastaram desse pressuposto sofreram consequências calamitosas.
Como mostra o historiador inglês Richard Overy, tanto Hitler, na Alemanha nazista, quanto Stalin, na União Soviética, contaram com juristas dotados de um funesto desdém pelo império das leis para erigir suas ditaduras. A Alemanha deixou para trás uma extraordinária tradição jurídica ao adotar a máxima de Werner Best, chefe da divisão jurídica ao adotar a máxima de Wener Best, chefe da divisão jurídica da Gestapo, a polícia secreta nazista: "A lei e a vontade do Führer são uma e a mesma coisa".
Na União Soviética, Peter Stuchka, um preeminente filósofo do direito, declarou que a revolução bolchevique não significava "a vitória das leis socialistas, mas o triunfo do socialismo sobre todas as leis" (não é errado supor que Stuchka e os juízes da AJD se alimentem da mesma esperança).
Muitos indivíduos que ocuparam o poder sucumbiram, em algum momento, à tentação de acreditar que eles próprios e pessoas de seu círculo estavam acima da lei. Luiz Inácio Lula da Silva fez isso, em 2009, ao dizer que seu colega José Sarney, cercado de denúncias por todos os lados, não poderia ser tratado como "pessoa comum".
O Brasil tem hoje instituições democráticas consolidadas. Os juízes - todos eles - estão entre os principais guardiões dessas instituições e do estado de direito no qual elas se alicerçam. É julgando que exercem essa guarda - e não fundando associações políticas. Quem ataca o estado de direito não pode usar toga.
CARLOS GRAIEB
REVISTA VEJA | JUSTIÇA
04 de Dezembro de 2011.
Fundada há pouco mais de dez anos, em 13 de maio de 1991, a Associação Juízes para a Democracia (AJD) se compromete, em seu estatuto, com "o respeito absoluto e incondicional aos valores jurídicos próprios do estado democrático de direito".
Não deveria ser preciso dizer isso de maneira explícita, em se tratando de juízes, mas está lá.
E, estando lá, é motivo mais do que suficiente para que os magistrados, se tiverem alguma honestidade intelectual, se reúnam de imediato e dissolvam a sua entidade.
Na semana passada, eles publicaram na internet um documento estarrecedor, que afronta justamente aquilo que prometem respeitar. Não há mistério no conceito de estado democrático de direito. Ele está fundado numa ideia cristalina: a de que todos são iguais perante a lei. E foi isso que os juízes decidiram negar, não nas entrelinhas ou com subentendidos, o que já seriam um escândalo, mas de maneira ululante, como diria Nelson Rodrigues.
O manifesto da AJD foi escrito em solidariedade à minoria de esquerdistas que invadiu e depredou a reitoria da Universidade de São Paulo no começo de novembro. Afirma que eles buscavam apenas "o aprimoramento da ordem jurídica, e não a sua negação".
Segue-se um arrazoado assustador:
"Não é verdade que ninguém está acima da lei, como afirmam os legalistas e pseudo-democratas: estão, sim, acima da lei todas as pessoas que vivem no cimo preponderante das normas e princípios constitucionais e que, por isso, rompendo com o estereótipo da alienação, e alimentados de esperança, insistem em colocar o seu ousio e a sua juventude a serviço da alteridade, da democracia e do império dos direitos fundamentais".
Convém traduzir. Em abstrato, os auto-intitulados juízes pela democracia asseveram que "jovens alimentados de esperança" estão acima da lei. Uma idéia tão ridícula quanto perigosa. Em concreto, os auto-intitulados juízes pela democracia afirmam que radicais encapuzados, que estocaram coquetéis-molotovs em um prédio público, são livres para fazer o que bem entenderem.
A idéia de um estado regido por leis que alcançam a todos, e não pelo arbítrio de um governante, nasceu no século XVII e levou mais de 200 anos para firmar raízes. É uma conquista da civilização ocidental, justamente por retirar de indivíduos, classes sociais ou partidos políticos o poder de decidir quem está acima da lei. No século XX, as nações que se afastaram desse pressuposto sofreram consequências calamitosas.
Como mostra o historiador inglês Richard Overy, tanto Hitler, na Alemanha nazista, quanto Stalin, na União Soviética, contaram com juristas dotados de um funesto desdém pelo império das leis para erigir suas ditaduras. A Alemanha deixou para trás uma extraordinária tradição jurídica ao adotar a máxima de Werner Best, chefe da divisão jurídica ao adotar a máxima de Wener Best, chefe da divisão jurídica da Gestapo, a polícia secreta nazista: "A lei e a vontade do Führer são uma e a mesma coisa".
Na União Soviética, Peter Stuchka, um preeminente filósofo do direito, declarou que a revolução bolchevique não significava "a vitória das leis socialistas, mas o triunfo do socialismo sobre todas as leis" (não é errado supor que Stuchka e os juízes da AJD se alimentem da mesma esperança).
Muitos indivíduos que ocuparam o poder sucumbiram, em algum momento, à tentação de acreditar que eles próprios e pessoas de seu círculo estavam acima da lei. Luiz Inácio Lula da Silva fez isso, em 2009, ao dizer que seu colega José Sarney, cercado de denúncias por todos os lados, não poderia ser tratado como "pessoa comum".
O Brasil tem hoje instituições democráticas consolidadas. Os juízes - todos eles - estão entre os principais guardiões dessas instituições e do estado de direito no qual elas se alicerçam. É julgando que exercem essa guarda - e não fundando associações políticas. Quem ataca o estado de direito não pode usar toga.
CARLOS GRAIEB
REVISTA VEJA | JUSTIÇA
04 de Dezembro de 2011.
A ALEGRIA DE SILVIO SANTOS
Os milhões que a Caixa Econômica Federal deu por ações do quebrado Banco PanAmericano foram usados para pagar dívidas de empresas do apresentador
Em janeiro deste ano, logo depois de concluir a venda de sua parte no Banco PanAmericano, o apresentador Silvio Santos fez seu resumo particular do caso: disse que não teve "nem lucro nem prejuízo" com o escândalo que revelou um rombo de R$ 4,3 bilhões escondido em balanços maquiados.
O desfecho neutro do caso certamente não se aplica à Caixa Econômica Federal, banco público que meses antes de o escândalo vir à tona pagou R$ 739 milhões por 36% das ações do PanAmericano, com base em uma contabilidade que não informava o prejuízo bilionário.
Quanto a Silvio Santos, se não lucrou com o episódio, certamente foi beneficiado, ao aproveitar o negócio com a Caixa para pagar dívidas milionárias de suas empresas. Essa é a conclusão que se pode extrair de documentos a que ÉPOCA teve acesso e que constam das apurações sobre o caso feitas pela Polícia Federal, pelo Banco Central e por uma auditoria interna do PanAmericano.
Até pouco tempo atrás não se sabia o destino da bolada paga pela Caixa ao banco de Silvio Santos. Em setembro, ele foi indagado pela Polícia Federal se os recursos foram para o PanAmericano. "Respondeu que acredita que sim", registrou o escrivão. Três dias depois, a mesma pergunta foi repetida a seu irmão, Henrique Abravanel, sócio minoritário da holding e ex-integrante do Conselho de Administração do PanAmericano. A resposta: "Tem certeza que os valores foram aportados no banco".
As declarações dos irmãos estão tão erradas quanto os demonstrativos de contabilidade maquiados. Elas foram desmentidas em depoimento prestado no início de outubro por um personagem-chave das tratativas com a Caixa. Trata-se de Wadico Waldir Bucchi, presidente do Banco Central entre 1989 e 1990 e representante oficial de Silvio Santos na negociação.
Ele afirmou ao delegado Milton Fornazari Júnior que a holding do empresário não transferiu ao PanAmericano o dinheiro recebido no negócio.
A maior parte dos valores, disse ele, foi usada para pagar dívidas do Baú da Felicidade e da construtora Sisan, que na época faziam parte do Grupo Silvio Santos – o Baú foi vendido em junho deste ano para o Magazine Luiza. Alberto Toron, advogado de Silvio e de seu irmão, diz que o uso do pagamento da Caixa foi feito de forma transparente e negou qualquer ilegalidade no uso dos recursos para saldar dívidas do grupo.
Um documento que integra a investigação do Banco Central sobre o caso corrobora as afirmações de Bucchi e mostra com precisão o destino dos recursos.
Um total de R$ 129 milhões foi para o bolso dos acionistas da holding – Silvio Santos é o majoritário. Outra fatia (R$ 277 milhões) foi paga diretamente ao Bradesco e ao Itaú para quitar dívidas do conglomerado do empresário com os dois bancos, como previa o contrato assinado com a Caixa. Outros R$ 226 milhões foram transferidos para o Baú da Felicidade pagar suas dívidas. Quantias menos vultosas, com a mesma finalidade, foram destinadas à Sisan e à Jequiti Cosméticos, também de Silvio. A Jequiti e o Baú, com o SBT, foram citados no depoimento de Henrique Abravanel como empresas do grupo que davam prejuízo.
O uso do PanAmericano para o pagamento de dívidas do Grupo Silvio Santos se explica porque, segundo os balanços fraudados, o banco salvava a contabilidade do conglomerado. "O lucro dissimulado do Banco PanAmericano era altíssimo e influía no resultado geral do grupo Silvio Santos, o que refletia no bônus distribuído a todos os diretores do Banco PanAmericano", disse Silvio à Polícia Federal. O bônus a que ele se refere era uma forte preocupação dos diretores do banco, como mostram e-mails captados pelas investigações. Num deles, menos de um mês antes de o contrato com a Caixa ser assinado, o então presidente do banco, Rafael Palladino, narra a Luiz Sandoval, na ocasião presidente do grupo, a "última pendência" que conseguira resolver antes de vender parte do banco: o pagamento de bônus aos executivos do banco.
Diz que chegou a um acordo pelo qual, após a venda, seria mantida por dois anos a fórmula usada no Grupo Silvio Santos. Mas pede que o pagamento dos anos anteriores seja feito de imediato, para não prejudicar a venda. "Você dando o.k., comunicarei a eles e fechamos o negócio, pois esta é a última pendência que ainda não conseguimos resolver", diz. Conclui reclamando dos "caras" da Caixa: "Muito chatos", "se atêm a tudo que é picuinha", "não enchergando (sic) um palmo à frente do nariz as oportunidades que temos juntos".
O pagamento do bônus – calculado com base num resultado inflado – é um dos indícios que podem provar que executivos do PanAmericano se beneficiaram da fraude no balanço contábil.
Por enquanto, nove pessoas já foram indiciadas pela Polícia Federal nas investigações sobre o caso, incluindo os dirigentes do banco. Não há nenhuma acusação a Silvio Santos ou a seus parentes. Ele também não tem mais relação com o banco desde janeiro, quando vendeu sua parte ao BTG Pactual.
Na transação, além de se livrar de um banco quebrado, ele preservou suas empresas, que deixaram de garantir o empréstimo feito pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito) quando se pensava que o buraco era de "apenas" R$ 2,5 bilhões. O FGC reúne recursos de bancos privados, que servem como uma espécie de "seguro" para evitar falências que desestabilizem o sistema financeiro.
Embora não conste da lista de indiciados pela Polícia Federal, o nome de Henrique Abravanel apareceu em um relatório de inteligência financeira feito pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), ligado ao Ministério da Fazenda. O conselho é comunicado pelos bancos sempre que alguma transação financeira envolve pelo menos R$ 100 mil em espécie, regular ou não.
Em um informe sobre os envolvidos no caso do PanAmericano, o Coaf listou 31 movimentações do tipo realizadas por Henrique Abravanel numa conta de Silvio Santos no banco Itaú entre 2003 e 2010. São 29 saques de R$ 100 mil e um de R$ 130 mil, todos em espécie. Há ainda um depósito de R$ 100 mil atribuído a ele e dois saques do próprio Silvio Santos no mesmo valor. No total, foram movimentados dessa forma R$ 3,23 milhões, não se sabe ainda por quê. Toron diz que Henrique "foi ouvido pela Polícia Federal, que não o indiciou por crime algum, considerando regulares suas atividades".
Além da responsabilidade dos diretores do PanAmericano pelas fraudes no banco, a PF também investiga a natureza das ligações políticas da cúpula do banco.
Nas mensagens captadas, fica clara a importância que os diretores dão a isso. Em uma delas, de janeiro de 2009, Guilherme Stoliar, sobrinho de Silvio Santos e então integrante do Conselho de Administração do PanAmericano, escreve a Rafael Palladino. Stoliar diz ter relatado a Silvio Santos as tratativas para vender o banco e dito a ele que "provavelmente" teriam "a ajuda dos "amigos"" na venda. "Disse a Silvio quem eram os amigos, e ele ficou de boca aberta, como qualquer um ficaria", afirma. Stoliar hoje preside o grupo, em substituição a Luiz Sandoval. Palladino deixou a presidência do banco após a descoberta das fraudes.
Ainda não está claro quem são os "amigos" que teriam ajudado na venda de ações do PanAmericano para a Caixa. O vice-presidente de Finanças da Caixa, Márcio Percival, disse à PF que a motivação do negócio foi técnica e que a Caixa foi enganada por uma fraude tão bem feita que driblou duas auditorias externas. A apuração da PF, porém, mostrou que os dirigentes do PanAmericano se preocupavam em manter contatos políticos.
As apurações resultaram na abertura de duas novas linhas de investigação. Uma verifica acusações de doações disfarçadas ao PT e outra a possível prática de corrupção no governo de Alagoas e o pagamento a campanhas eleitorais do PSDB.
ANGELA PINHO, 6 de dezembro de 2011
ÉPOCA
Em janeiro deste ano, logo depois de concluir a venda de sua parte no Banco PanAmericano, o apresentador Silvio Santos fez seu resumo particular do caso: disse que não teve "nem lucro nem prejuízo" com o escândalo que revelou um rombo de R$ 4,3 bilhões escondido em balanços maquiados.
O desfecho neutro do caso certamente não se aplica à Caixa Econômica Federal, banco público que meses antes de o escândalo vir à tona pagou R$ 739 milhões por 36% das ações do PanAmericano, com base em uma contabilidade que não informava o prejuízo bilionário.
Quanto a Silvio Santos, se não lucrou com o episódio, certamente foi beneficiado, ao aproveitar o negócio com a Caixa para pagar dívidas milionárias de suas empresas. Essa é a conclusão que se pode extrair de documentos a que ÉPOCA teve acesso e que constam das apurações sobre o caso feitas pela Polícia Federal, pelo Banco Central e por uma auditoria interna do PanAmericano.
Até pouco tempo atrás não se sabia o destino da bolada paga pela Caixa ao banco de Silvio Santos. Em setembro, ele foi indagado pela Polícia Federal se os recursos foram para o PanAmericano. "Respondeu que acredita que sim", registrou o escrivão. Três dias depois, a mesma pergunta foi repetida a seu irmão, Henrique Abravanel, sócio minoritário da holding e ex-integrante do Conselho de Administração do PanAmericano. A resposta: "Tem certeza que os valores foram aportados no banco".
As declarações dos irmãos estão tão erradas quanto os demonstrativos de contabilidade maquiados. Elas foram desmentidas em depoimento prestado no início de outubro por um personagem-chave das tratativas com a Caixa. Trata-se de Wadico Waldir Bucchi, presidente do Banco Central entre 1989 e 1990 e representante oficial de Silvio Santos na negociação.
Ele afirmou ao delegado Milton Fornazari Júnior que a holding do empresário não transferiu ao PanAmericano o dinheiro recebido no negócio.
A maior parte dos valores, disse ele, foi usada para pagar dívidas do Baú da Felicidade e da construtora Sisan, que na época faziam parte do Grupo Silvio Santos – o Baú foi vendido em junho deste ano para o Magazine Luiza. Alberto Toron, advogado de Silvio e de seu irmão, diz que o uso do pagamento da Caixa foi feito de forma transparente e negou qualquer ilegalidade no uso dos recursos para saldar dívidas do grupo.
Um documento que integra a investigação do Banco Central sobre o caso corrobora as afirmações de Bucchi e mostra com precisão o destino dos recursos.
Um total de R$ 129 milhões foi para o bolso dos acionistas da holding – Silvio Santos é o majoritário. Outra fatia (R$ 277 milhões) foi paga diretamente ao Bradesco e ao Itaú para quitar dívidas do conglomerado do empresário com os dois bancos, como previa o contrato assinado com a Caixa. Outros R$ 226 milhões foram transferidos para o Baú da Felicidade pagar suas dívidas. Quantias menos vultosas, com a mesma finalidade, foram destinadas à Sisan e à Jequiti Cosméticos, também de Silvio. A Jequiti e o Baú, com o SBT, foram citados no depoimento de Henrique Abravanel como empresas do grupo que davam prejuízo.
O uso do PanAmericano para o pagamento de dívidas do Grupo Silvio Santos se explica porque, segundo os balanços fraudados, o banco salvava a contabilidade do conglomerado. "O lucro dissimulado do Banco PanAmericano era altíssimo e influía no resultado geral do grupo Silvio Santos, o que refletia no bônus distribuído a todos os diretores do Banco PanAmericano", disse Silvio à Polícia Federal. O bônus a que ele se refere era uma forte preocupação dos diretores do banco, como mostram e-mails captados pelas investigações. Num deles, menos de um mês antes de o contrato com a Caixa ser assinado, o então presidente do banco, Rafael Palladino, narra a Luiz Sandoval, na ocasião presidente do grupo, a "última pendência" que conseguira resolver antes de vender parte do banco: o pagamento de bônus aos executivos do banco.
Diz que chegou a um acordo pelo qual, após a venda, seria mantida por dois anos a fórmula usada no Grupo Silvio Santos. Mas pede que o pagamento dos anos anteriores seja feito de imediato, para não prejudicar a venda. "Você dando o.k., comunicarei a eles e fechamos o negócio, pois esta é a última pendência que ainda não conseguimos resolver", diz. Conclui reclamando dos "caras" da Caixa: "Muito chatos", "se atêm a tudo que é picuinha", "não enchergando (sic) um palmo à frente do nariz as oportunidades que temos juntos".
O pagamento do bônus – calculado com base num resultado inflado – é um dos indícios que podem provar que executivos do PanAmericano se beneficiaram da fraude no balanço contábil.
Por enquanto, nove pessoas já foram indiciadas pela Polícia Federal nas investigações sobre o caso, incluindo os dirigentes do banco. Não há nenhuma acusação a Silvio Santos ou a seus parentes. Ele também não tem mais relação com o banco desde janeiro, quando vendeu sua parte ao BTG Pactual.
Na transação, além de se livrar de um banco quebrado, ele preservou suas empresas, que deixaram de garantir o empréstimo feito pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito) quando se pensava que o buraco era de "apenas" R$ 2,5 bilhões. O FGC reúne recursos de bancos privados, que servem como uma espécie de "seguro" para evitar falências que desestabilizem o sistema financeiro.
Embora não conste da lista de indiciados pela Polícia Federal, o nome de Henrique Abravanel apareceu em um relatório de inteligência financeira feito pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), ligado ao Ministério da Fazenda. O conselho é comunicado pelos bancos sempre que alguma transação financeira envolve pelo menos R$ 100 mil em espécie, regular ou não.
Em um informe sobre os envolvidos no caso do PanAmericano, o Coaf listou 31 movimentações do tipo realizadas por Henrique Abravanel numa conta de Silvio Santos no banco Itaú entre 2003 e 2010. São 29 saques de R$ 100 mil e um de R$ 130 mil, todos em espécie. Há ainda um depósito de R$ 100 mil atribuído a ele e dois saques do próprio Silvio Santos no mesmo valor. No total, foram movimentados dessa forma R$ 3,23 milhões, não se sabe ainda por quê. Toron diz que Henrique "foi ouvido pela Polícia Federal, que não o indiciou por crime algum, considerando regulares suas atividades".
Além da responsabilidade dos diretores do PanAmericano pelas fraudes no banco, a PF também investiga a natureza das ligações políticas da cúpula do banco.
Nas mensagens captadas, fica clara a importância que os diretores dão a isso. Em uma delas, de janeiro de 2009, Guilherme Stoliar, sobrinho de Silvio Santos e então integrante do Conselho de Administração do PanAmericano, escreve a Rafael Palladino. Stoliar diz ter relatado a Silvio Santos as tratativas para vender o banco e dito a ele que "provavelmente" teriam "a ajuda dos "amigos"" na venda. "Disse a Silvio quem eram os amigos, e ele ficou de boca aberta, como qualquer um ficaria", afirma. Stoliar hoje preside o grupo, em substituição a Luiz Sandoval. Palladino deixou a presidência do banco após a descoberta das fraudes.
Ainda não está claro quem são os "amigos" que teriam ajudado na venda de ações do PanAmericano para a Caixa. O vice-presidente de Finanças da Caixa, Márcio Percival, disse à PF que a motivação do negócio foi técnica e que a Caixa foi enganada por uma fraude tão bem feita que driblou duas auditorias externas. A apuração da PF, porém, mostrou que os dirigentes do PanAmericano se preocupavam em manter contatos políticos.
As apurações resultaram na abertura de duas novas linhas de investigação. Uma verifica acusações de doações disfarçadas ao PT e outra a possível prática de corrupção no governo de Alagoas e o pagamento a campanhas eleitorais do PSDB.
ANGELA PINHO, 6 de dezembro de 2011
ÉPOCA
PROPOSTA AÇÃO POPULAR PARA ANULAR LEI QUE CRIOU A "COMISSÃO DA VERDADE".
Artigos - Direito
“A lei que criou a comissão, não se sabe com que intenção, excluiu uma das partes envolvidas nos acontecimentos que implicaram em graves violações de direitos humanos. Por que excluir, inexplicavelmente uma das partes quando são duas as envolvidas nos acontecimentos?"
A polêmica Comissão da Verdade (CV) é questionada na Justiça Federal e tem tudo para ser anulada judicialmente.
Em Brasília, um coronel reformado do Exército entrou ontem com um pedido de Ação Popular para anular a Lei que criou a Comissão Nacional da Verdade, sancionada pela Presidenta Dilma Rousseff.
Na petição de 27 páginas, o militar prega que a CV “não reconstituirá a verdade que todos desejam, devendo, portanto, ser atacada com veemência e declarada nula de pleno direito”.
O coronel reformado Pedro Ivo Moézia de Lima, que também é advogado, demonstra que a Lei n.º 12.528 é “inconstitucional, parcial, discriminatória, tendenciosa e lesiva ao Patrimônio Público, entendido como o direito à memória e à verdade histórica, que compõem o Patrimônio Histórico e Cultural do Brasil”.
Além disso, demonstra, tecnicamente, como a lei fere vários princípios constitucionais que devem nortear a administração pública.
Os clubes militares podem entrar com com ações identicas na Justiça Federal.
O militar indaga na petição:
“Por que não tornar públicos todos os acontecimentos que resultaram nas graves violações de direitos humanos, bem com os autores de tais violações? Por que excluir uma das partes, justamente a mais importante, se ela é imprescindível para o esclarecimento da verdade? A Administração Pública tem o dever de incluir todos os envolvidos para que não pairem dúvidas sobre os atos que pratica. Deve ser dada publicidade a tudo, todos os envolvidos devem ser convocados, o povo brasileiro tem o direito de conhecer a verdade”.
O coronel justifica por que pede a imediata suspensão de aplicação e anulação da Lei que criou a Comissão:
“Além da lesão ao direito de memória e do Patrimônio Histórico Nacional, poderão estar sendo lesados ou ameaçados de lesão, direitos e garantias individuais dos convocados pela CV, sem falar na lesão ao erário publico, com as despesas que serão efetivadas para instalar a CV, cuja lei que a criou, certamente será anulada”.
Pedro Ivo Moézia de Lima aponta uma clara injustiça da CV:
“A lei que criou a comissão, não se sabe com que intenção, excluiu uma das partes envolvidas nos acontecimentos que implicaram em graves violações de direitos humanos. Por que excluir, inexplicavelmente uma das partes quando são duas as envolvidas nos acontecimentos?
Não se exclui a possibilidade de que o fez com intuito de prejudicar alguém deliberadamente, ou com o intuito de favorecer alguém. Portanto, feriu o Princípio da Moralidade, violando mais um principio constitucional, praticando um ato inválido”.
O coronel aponta a má intenção e parcialidade da CV:
“O art. 1º da lei que criou a CNV decreta que a finalidade da CNV é examinar e esclarecer as graves violações dos direitos humanos praticados no período que vai de 1945 até 1985, a fim de efetivar o direito à memória e á verdade histórica e promover a reconciliação nacional.
Está claro o desvio de finalidade. Foram duas as partes envolvidas nos episódios do período acima citado, principalmente de 1966 a 1985, em que teriam acontecido graves violações de direitos humanos. Uma, a legal, os representantes da lei, a outra, a ilegal, os terroristas e subversivos, os fora da lei”.
Por isso, o militar indaga: “Como alcançar o direito à memória e à verdade histórica, se apenas uma das partes estará sendo chamada para depor, para dar o seu testemunho? Por que a outra parte não estará sendo chamada, se ela é peça fundamental para o esclarecimento da verdade?
Foi ela quem deu origem a tudo, foi a causadora dos problemas que obrigaram o governo a intervir, ativando seus órgãos de segurança interna”.
O coronel Pedro Ivo Moézia de Lima denuncia a verdadeira intenção da CV: “Claro está que os meios colocados à disposição da CV, são insuficientes para atingir a finalidade estabelecida para ela. Falta uma parte.
Que verdade histórica apurada será essa? Uma verdade pela metade? Essa não é a finalidade estabelecida para a CV. Ora, se não é essa, então podemos admitir que é outra, logo, está havendo um desvio de finalidade.
Na realidade, todos percebem que por trás de tudo isso, está o revanchismo, o desejo de vingança dos derrotados. Os fatos apurados hoje pela CV serão apenas o primeiro passo para punir amanhã, todos que caírem nas malhas dessa CV”.
Escrito por Jorge Serrão, 07 Dezembro 2011
“A lei que criou a comissão, não se sabe com que intenção, excluiu uma das partes envolvidas nos acontecimentos que implicaram em graves violações de direitos humanos. Por que excluir, inexplicavelmente uma das partes quando são duas as envolvidas nos acontecimentos?"
A polêmica Comissão da Verdade (CV) é questionada na Justiça Federal e tem tudo para ser anulada judicialmente.
Em Brasília, um coronel reformado do Exército entrou ontem com um pedido de Ação Popular para anular a Lei que criou a Comissão Nacional da Verdade, sancionada pela Presidenta Dilma Rousseff.
Na petição de 27 páginas, o militar prega que a CV “não reconstituirá a verdade que todos desejam, devendo, portanto, ser atacada com veemência e declarada nula de pleno direito”.
O coronel reformado Pedro Ivo Moézia de Lima, que também é advogado, demonstra que a Lei n.º 12.528 é “inconstitucional, parcial, discriminatória, tendenciosa e lesiva ao Patrimônio Público, entendido como o direito à memória e à verdade histórica, que compõem o Patrimônio Histórico e Cultural do Brasil”.
Além disso, demonstra, tecnicamente, como a lei fere vários princípios constitucionais que devem nortear a administração pública.
Os clubes militares podem entrar com com ações identicas na Justiça Federal.
O militar indaga na petição:
“Por que não tornar públicos todos os acontecimentos que resultaram nas graves violações de direitos humanos, bem com os autores de tais violações? Por que excluir uma das partes, justamente a mais importante, se ela é imprescindível para o esclarecimento da verdade? A Administração Pública tem o dever de incluir todos os envolvidos para que não pairem dúvidas sobre os atos que pratica. Deve ser dada publicidade a tudo, todos os envolvidos devem ser convocados, o povo brasileiro tem o direito de conhecer a verdade”.
O coronel justifica por que pede a imediata suspensão de aplicação e anulação da Lei que criou a Comissão:
“Além da lesão ao direito de memória e do Patrimônio Histórico Nacional, poderão estar sendo lesados ou ameaçados de lesão, direitos e garantias individuais dos convocados pela CV, sem falar na lesão ao erário publico, com as despesas que serão efetivadas para instalar a CV, cuja lei que a criou, certamente será anulada”.
Pedro Ivo Moézia de Lima aponta uma clara injustiça da CV:
“A lei que criou a comissão, não se sabe com que intenção, excluiu uma das partes envolvidas nos acontecimentos que implicaram em graves violações de direitos humanos. Por que excluir, inexplicavelmente uma das partes quando são duas as envolvidas nos acontecimentos?
Não se exclui a possibilidade de que o fez com intuito de prejudicar alguém deliberadamente, ou com o intuito de favorecer alguém. Portanto, feriu o Princípio da Moralidade, violando mais um principio constitucional, praticando um ato inválido”.
O coronel aponta a má intenção e parcialidade da CV:
“O art. 1º da lei que criou a CNV decreta que a finalidade da CNV é examinar e esclarecer as graves violações dos direitos humanos praticados no período que vai de 1945 até 1985, a fim de efetivar o direito à memória e á verdade histórica e promover a reconciliação nacional.
Está claro o desvio de finalidade. Foram duas as partes envolvidas nos episódios do período acima citado, principalmente de 1966 a 1985, em que teriam acontecido graves violações de direitos humanos. Uma, a legal, os representantes da lei, a outra, a ilegal, os terroristas e subversivos, os fora da lei”.
Por isso, o militar indaga: “Como alcançar o direito à memória e à verdade histórica, se apenas uma das partes estará sendo chamada para depor, para dar o seu testemunho? Por que a outra parte não estará sendo chamada, se ela é peça fundamental para o esclarecimento da verdade?
Foi ela quem deu origem a tudo, foi a causadora dos problemas que obrigaram o governo a intervir, ativando seus órgãos de segurança interna”.
O coronel Pedro Ivo Moézia de Lima denuncia a verdadeira intenção da CV: “Claro está que os meios colocados à disposição da CV, são insuficientes para atingir a finalidade estabelecida para ela. Falta uma parte.
Que verdade histórica apurada será essa? Uma verdade pela metade? Essa não é a finalidade estabelecida para a CV. Ora, se não é essa, então podemos admitir que é outra, logo, está havendo um desvio de finalidade.
Na realidade, todos percebem que por trás de tudo isso, está o revanchismo, o desejo de vingança dos derrotados. Os fatos apurados hoje pela CV serão apenas o primeiro passo para punir amanhã, todos que caírem nas malhas dessa CV”.
Escrito por Jorge Serrão, 07 Dezembro 2011
BRASIL ESTAGNADO: PIB VAI CRESCER ABAIXO DE 3%
O PIB brasileiro estacionou no terceiro trimestre, com crescimento zero em relação ao segundo, na série livre de influências sazonais. Foi o pior resultado desde o primeiro trimestre de 2009 (-1,7%).
A desaceleração foi generalizada. Como esperado, a indústria teve queda, e a surpresa ficou por conta do recuo dos serviços e da desaceleração do consumo das famílias. Com isso, para diversos analistas, ficou bem difícil o PIB crescer 3% em 2011. Alguns já acham improvável chegar a 3% também em 2012.
"Dificilmente o PIB cresce 3% este ano", diz Bráulio Borges, economista-chefe da consultoria LCA.
Levantamento da Agência Estado indica que várias instituições estão revisando suas projeções, para crescimento inferior a 3% em 2011. Mas a maioria acha que o quarto trimestre será melhor que o terceiro. Em relação a igual período de 2010, o PIB do terceiro trimestre cresceu 2,1%, o pior resultado desde a queda de 1,5% no terceiro trimestre de 2009, em plena crise global.
O mau desempenho do PIB no terceiro trimestre atingiu quase todos os setores e subsetores. A desaceleração foi puxada pela indústria e já atingiu o consumo das famílias, suporte da economia brasileira nos últimos anos.
Os investimentos também caíram ante o segundo trimestre. Segundo os analistas, a alta da Selic (taxa básica de juros), as medidas de contenção de crédito desde o fim de 2010 e o impacto da crise internacional brecaram a economia brasileira.
A indústria recuou 0,9% e os serviços caíram 0,3% no terceiro trimestre, ante o período de abril a junho, na série dessazonalizada. Na indústria, foi a primeira queda desde o primeiro trimestre de 2009 (-6,4%). Nos serviços, a primeira desde o último trimestre de 2008 (-2,6).
A agropecuária, porém, cresceu substanciais 3,2% no terceiro trimestre, impulsionada pela mandioca e laranja e pelo feijão.
O pior desempenho de todos subsetores do PIB foi o da indústria da transformação, que caiu 1,4% ante o segundo trimestre, na série dessazonalizada.
Serviços ligados à indústria também foram afetados, com o comércio recuando 1% e transportes e armazenagem crescendo só 0,2%.
Na indústria da transformação, houve queda em produtos como automóveis, prejudicados pelos altos estoques (e com férias coletivas em algumas montadoras no terceiro trimestre), e têxteis, vestuários e calçados, que vêm perdendo competitividade por causa do câmbio valorizado e da competição asiática.
As indústrias extrativa mineral e de serviços de utilidade pública foram melhor, crescendo respectivamente 0,9% e 0,8% ante o segundo trimestre. No primeiro caso, com ajuda de programas como o Luz para Todos. No segundo, do minério de ferro. Nos serviços, o destaque foi intermediação financeira e previdência complementar - alta de 1,7% ante o segundo trimestre.
(Do Estadão)
A desaceleração foi generalizada. Como esperado, a indústria teve queda, e a surpresa ficou por conta do recuo dos serviços e da desaceleração do consumo das famílias. Com isso, para diversos analistas, ficou bem difícil o PIB crescer 3% em 2011. Alguns já acham improvável chegar a 3% também em 2012.
"Dificilmente o PIB cresce 3% este ano", diz Bráulio Borges, economista-chefe da consultoria LCA.
Levantamento da Agência Estado indica que várias instituições estão revisando suas projeções, para crescimento inferior a 3% em 2011. Mas a maioria acha que o quarto trimestre será melhor que o terceiro. Em relação a igual período de 2010, o PIB do terceiro trimestre cresceu 2,1%, o pior resultado desde a queda de 1,5% no terceiro trimestre de 2009, em plena crise global.
O mau desempenho do PIB no terceiro trimestre atingiu quase todos os setores e subsetores. A desaceleração foi puxada pela indústria e já atingiu o consumo das famílias, suporte da economia brasileira nos últimos anos.
Os investimentos também caíram ante o segundo trimestre. Segundo os analistas, a alta da Selic (taxa básica de juros), as medidas de contenção de crédito desde o fim de 2010 e o impacto da crise internacional brecaram a economia brasileira.
A indústria recuou 0,9% e os serviços caíram 0,3% no terceiro trimestre, ante o período de abril a junho, na série dessazonalizada. Na indústria, foi a primeira queda desde o primeiro trimestre de 2009 (-6,4%). Nos serviços, a primeira desde o último trimestre de 2008 (-2,6).
A agropecuária, porém, cresceu substanciais 3,2% no terceiro trimestre, impulsionada pela mandioca e laranja e pelo feijão.
O pior desempenho de todos subsetores do PIB foi o da indústria da transformação, que caiu 1,4% ante o segundo trimestre, na série dessazonalizada.
Serviços ligados à indústria também foram afetados, com o comércio recuando 1% e transportes e armazenagem crescendo só 0,2%.
Na indústria da transformação, houve queda em produtos como automóveis, prejudicados pelos altos estoques (e com férias coletivas em algumas montadoras no terceiro trimestre), e têxteis, vestuários e calçados, que vêm perdendo competitividade por causa do câmbio valorizado e da competição asiática.
As indústrias extrativa mineral e de serviços de utilidade pública foram melhor, crescendo respectivamente 0,9% e 0,8% ante o segundo trimestre. No primeiro caso, com ajuda de programas como o Luz para Todos. No segundo, do minério de ferro. Nos serviços, o destaque foi intermediação financeira e previdência complementar - alta de 1,7% ante o segundo trimestre.
(Do Estadão)
CARTA ABERTA A QUARTIM DE MORAES
Artigos - Movimento Revolucionário
Respondendo a Quartim de Moraes
Já faz dois dias que o fundador do MSM enviou esta carta, e o Vermelho.org ainda não deu sinal de vida. Aquele jornal eletrônico maoísta tem mais pressa em publicar insultos do que em respeitar o direito de resposta.
Carta aberta a Quartim de Moraes
Prezado senhor,
1. A Folha de S. Paulo não me "incluiu como colunista", nem sequer como colaborador, se é que o senhor sabe a diferença. Apenas solicitou-me um artigo, único e isolado. Fique portanto o senhor tranqüilo, que o predomínio esquerdista nas páginas de opinião daquele jornal não foi abalado.
Bem sei que o predomínio não basta para contentá-lo, já que é compatível com a presença esporádica de uma ou outra opinião divergente, miúda e apertada no meio de tantos luminares de esquerda que ali, como bem assinalou o seu correligionário Caio Navarro de Toledo, ocupam espaço mais que confortável. Ao protestar contra essa presença, o senhor revela, acima de toda possibilidade de dúvida, que só ficará satisfeito quando o mero predomínio se transmutar em domínio.
Como o próprio Karl Marx, segundo depoimento de sua empregada e amante, fazia uns ritos estranhos nos quais acendia velas, não será vexame nenhum o senhor acender duas a Lúcifer e Belial para que o seu sonho se realize, seja com o nome de "Marco Regulatório da Mídia" ou qualquer outro.
2. O rótulo de "extremista", que o senhor cola na minha testa, aplica-se mais propriamente à sua. Isto não é uma opinião, muito menos um insulto: é um fato objetivo empiricamente verificável.
Extremista é, por definição, o sujeito que, na luta para impor suas preferências políticas, chega a medidas extremas. A medida mais extrema que existe, depois da qual o extremista não tem mais para onde avançar, consiste em matar o adversário.
O senhor foi dirigente de uma organização que se dedicava precisamente a isso, ou seja, não somente legitimou em teoria o assassinato político, mas aprovou ao menos tacitamente a sua prática em casos concretos.
Da minha parte, nunca fiz uma coisa nem a outra. Limito-me a falar contra certos partidos e personagens, sem propor contra eles nenhuma medida mais drástica do que a sua merecida desmoralização intelectual, por vezes também moral.
Por que seria eu então o extremista, e não o senhor? Por que desmantelar o senso das proporções mediante uma inversão e um exagero forçado? Por que, aliás, autodesmoralizar-se mediante o apelo a um recurso estilístico tão pueril e de mau gosto e depois ainda alegar que quem o injuria sou eu e não o senhor mesmo?
Se o senhor não tem nenhum respeito por si mesmo, respeite ao menos o título universitário que lhe deram.
3. O senhor diz que adquiri notoriedade "rosnando insultos contra a esquerda". Não senhor. Adquiri notoriedade com uma polêmica em torno de Aristóteles, na qual levei a melhor contra altos sacerdotes do establishment universitário nacional sem tocar nem de raspão em matéria política.
Foi esse episódio que me colocou nas primeiras páginas da "grande mídia" e levou O Globo a me contratar como colunista, fazendo da minha obscura pessoa, sem que eu lhe pedisse, nem o desejasse especialmente, uma figura de certa projeção nacional.
Posso, depois disso, ter proferido julgamentos que seus alvos, não sabendo o que lhes responder, fingiram considerar injuriosos. Se houvesse um pingo de sinceridade na sua alegação de injúria, teriam me processado, coisa que nunca fizeram.
Aqueles julgamentos, aliás, jamais foram simplesmente rosnados: foram fundamentados com sobra de razões, às quais os pretensos insultados jamais souberam responder exceto com rotulações pejorativas desacompanhadas de qualquer argumentação lógica ou prova factual que as sustentasse, exatamente como o senhor faz no seu artigo.
Por vezes esses esperneios histéricos vinham subscritos por milhares de adesões solidárias, na esperança de que o número de signatários compensasse a miséria de seus argumentos. Digo "miséria" por condescendência, porque aquilo que não existe não chega sequer a ser miserável.
4. Por fim, não me cabe defender a Folha, mas há três pontos no seu artigo que não podem passar sem correção.
Primeiro: Não é verdade que a mudança de orientação daquele jornal tenha sido uma manobra maquiavélica do "Sr. Frias", como o senhor o chama, para adaptar-se aos ventos novos que então sopravam de Brasília.
Aquela mudança reflete somente a troca de cabeças na direção do jornal e, logo depois, na presidência da empresa inteira. O senhor aí mistura, sob um mesmo nome, dois personagens.
Na sua imaginação, Octávio Frias e Octávio Frias Filho são a mesma pessoa, unidade substancial de genitor e gerado que só tem precedente, que eu saiba, na teologia. O velho Frias era, de fato, um reacionário de marca, mas o filho dele é um esquerdista soft, esquerdista demais para o meu gosto, soft demais para o seu.
O jornal simplesmente adaptou-se à orientação do novo diretor, não a uma mudança de identidade política do velho.
Segundo: Por mais que Frias pai gostasse do governo militar, é falso que transformasse seus jornais num reduto de direitismo militante.
Ao contrário, respeitava a autonomia da redação ao ponto de manter nos postos de direção e chefia dos vários jornais da empresa, os mais notórios esquerdistas, como Cláudio Abramo, Celso Kinjô, Jorge de Miranda Jordão, Múcio Borges da Fonseca e não sei mais quantos.
Direitistas nos altos postos, ali só houve três. O primeiro foi Jean Mellé, que já dirigia o Notícias Populares quando este pertencia ao então deputado Herbert Levy e foi mantido no cargo, como exigência contratual, quando a Empresa Folha da Manhã S/A comprou o jornal.
Notícias Populares era um jornal de crimes, espetaculoso ao ponto do ridículo, com uma redação minúscula e sem qualquer relevância política. (V. Nota sobre Jean Mellé no final desta carta.)
Depois de Mellé vieram Antonio Aggio Júnior e Sérgio Paulo Freddi, colaboradoradores ostensivos dos órgãos de repressão e protegidos do governo militar, devendo a esses dois fatores e não a seus escassos talentos a ascensão que tiveram na empresa. Ascensão modestíssima, no entanto.
Frias (pai) começou por tirá-los da redação principal, a do chamado "Folhão", onde representavam um perigo imediato, e isolá-los na chefia de um jornal regional de circulação irrisória, o Cidade de Santos.
Quando esse jornaleco fechou, foram chamados de volta a São Paulo, mas, de novo, encostados numa publicação menor, a vespertina Folha da Tarde, onde substituíram os esquerdistas radicais que, sob as bênçãos do Sr. Frias (pai), a haviam dirigido até então.
A dupla assumiu o cargo quando o jornal, também de circulação mínima, já estava agonizante. Idêntica mudança de orientação ideológica aconteceu simultaneamente, e também às pressas, em outro jornal anêmico da empresa, a Última Hora, cuja direção Jean Mellé acumulou com a de Notícias Populares por um período fugaz até à extinção daquele diário.
A Gazeta, que a empresa também havia comprado, foi entregue a um esquerdista histórico, Múcio Borges da Fonseca.
Fracos, moribundos, sem leitores, a Folha da Tarde e a Última Hora foram ossos secos que o velho Frias atirou aos cães governistas, para aplacá-los num momento de crise e temor subseqüente ao AI-5, preservando ao mesmo tempo a relativa independência do seu jornal principal, o "Folhão", que continuou sob a direção de Cláudio Abramo e superlotado de esquerdistas na redação.
Como arremedo de prova do direitismo radical daquele jornal na época, o senhor menciona a presença do prof. Plínio Correia de Oliveira entre os articulistas da sua página de opinião, como se um mero colaborador ocasional, no meio de tantos outros, pudesse por si só definir a orientação ideológica de toda uma publicação.
Muito mais significativas que os artigos de colaboradores externos são, em qualquer jornal, as colunas fixas, nas quais então se destacavam, entre outros esquerdistas notórios, Lourenço Diaféria, Jânio de Freitas, Newton Carlos, Flávio Rangel, Ruy Castro, Samuel Wainer, Antônio Callado e Paulo Francis (muito antes da virada liberal).
O senhor não deveria dar palpites sobre jornalismo se não conhece sequer a distinção entre colaboradores e colunistas, que o senhor confunde por duas vezes.
Terceiro ponto: Que a Folha emprestasse carros ao Doi-Codi, é possível, mas, num momento em que a pressão do governo ia assumindo as feições de ameaça direta, emprestar uns carros à polícia política ou ceder aos colaboradores dela duas publicações falidas, enquanto os esquerdistas permaneciam ilesos na redação do jornal principal, foi cálculo que, visto de hoje, parece antes ter obedecido ao princípio de entregar os anéis para salvar os dedos.
Se mostra uma certa esperteza oportunista da parte do velho Frias, o beneficiário maior dela não foi, decerto, o governo militar: foram aqueles que sobreviveram nos seus postos, com seus altos salários, em vez de ser reduzidos ao mutismo impotente, à marginalidade ou à condição de não-pessoas, como ocorre, nos países comunistas, com todos os inimigos do regime.
Ademais, o único índício a confirmar o empréstimo dos carros veio numa carta do ativista político Ivan Seixas, que, recusada pela Folha, recebeu ampla divulgação na revista Carta Maior.
Diz ali Seixas: "A Folha empregava carros para nos capturar e entregar para sessões de interrogatórios, como sofremos eu e meu pai. Ninguém me contou, eu vi carro da Folha na porta da Oban/Doi-Codi."
Astúcia proposital ou ato falho freudiano, a redação ambígua confere ao depoimento um valor que não tem.
Na primeira sentença, quem foi capturado pela Folha e entregue para interrogatórios? "Nós." Quem é "nós"? O fim da frase sugere que se tratava do próprio Seixas e de seu pai: "entregar para sessões de interrogatório, como sofremos eu e meu pai".
Na sentença seguinte, porém, Seixas dá com a língua nos dentes, afirmando que "ninguém me contou, eu vi carro da Folha na porta da Oban/Doi-Codi". Ora, se ele próprio houvesse sido transportado num carro da Folha, não veria o veículo estacionado na porta, mas o veria desde dentro, em movimento.
Se viu o carro da Folha na entrada do Doi-Codi, é que chegou ali trazido por outro meio de transporte. Com toda a evidência, Seixas nem foi levado àquele órgão policial em veículo da Folha nem cita o nome de um só prisioneiro que o tenha sido: em vez disso, redige a frase ambígua que passa ao leitor uma impressão logo desmentida na frase seguinte.
Não digo que Seixas mentisse de caso pensado, nem nego que fatos como os alegados possam ter acontecido, mas um depoimento vago e contraditório não serve de prova do que quer que seja.
O tom de certeza absoluta com que o senhor dá a coisa por provada é, no mínimo, sinal de leviandade.
Quase encerrando esta gentil mensagem, pergunto, sem esperança de uma resposta:
Por que o senhor, mencionando a minha presença meteórica na Folha como prova do direitismo crônico do jornal, puxa discussão com o anônimo autor do editorial de 2 de novembro, em vez de fazê-lo comigo?
E foi por inépcia literária ou pseudo-astúcia de moleque, que nas linhas finais o senhor deu a impressão de falar de mim, quando estava apenas respondendo àquele fracote?
É do seu costume bater em ursinho de pelúcia para pensar que está batendo num leão?
Agora, encerrando mesmo, faço-lhe um convite que é também um desafio, ou desafio que é também um convite. Se o senhor tem alguma diferença comigo que possa ser resolvida sem a minha supressão do mundo dos vivos, venha passar uns dias na Virginia e tirar o assunto a limpo.
Discutiremos a coisa exaustivamente, gravaremos tudo e colocaremos em circulação no Vermelho.org e no meu site Mídia Sem Máscara. Caso o senhor aceite, prometo pagar do meu próprio bolso a sua passagem, mais a de um(a) acompanhante e todas as despesas de hospedagem em hotel modesto, mas decente.
Colocarei ainda um carro à sua disposição, sem ônus da sua parte exceto o consumo de gasolina. A região é linda e dará ao senhor a oportunidade altamente pedagógica de contemplar em pessoa, os horrores do capitalismo. Não diga que os EUA não deixam comunistas entrarem no território. Deixaram até entrar um na presidência.
Nota -- Mellé, que com Aggio e Freddi compunha para mim na época um trio de bêtes noires, era um exilado romeno, que vivera sob o regime Ceaucescu e tinha excelentes razões -- que então eu não conhecia -- para odiar comunistas.
As palavras candentes com que o senhor verbera as crueldades da ditadura brasileira sugerem-me que deveria fazer uma comparação entre o Doi-Codi e o "centro de reeducação" de Pitesti, na Romênia natal de Jean Mellé, tal como descrito nos depoimentos de Dumitru Bacu e do pastor Richard Wurmbrand
(v. http://www.scribd.com/doc/2915282/The-AntiHumans-by-Dumitru-Bacu-About-ReEducation-in-PITESTI-ROMANIA-Mind-Control-Horror e http://www.scribd.com/doc/31067286/Marx-and-Satan-Richard-Wurmbrand).b>
Nenhum prisioneiro do Doi-Codi teve jamais seus dentes arrancados a sangue frio, um a um até o último, e isto não para obter alguma declaração dele e sim de outro prisioneiro que, amarrado, era obrigado a presenciar a cena e acusado, aos berros, de ser o responsável por ela.
Isso era prática usual em Pitesti, e aplicada especialmente em religiosos de confissões diferentes: arrancavam os dentes de um padre ortodoxo diante dos olhos de um rabino, depois os do rabino diante de um pastor protestante etc. etc. O senhor, que é abertamente um apologista do estalinismo (v. http://www.revan.com.br/catalogo/0269c.htm), acha tudo isso um preço módico a ser pago pelo advento de um reino da justiça que jamais veio nem virá, mas se escandaliza de que eu considere a nossa ditadura militar um preço módico que a nação pagou para evitar que viessem a ocorrer entre nós horrores semelhantes, que ultrapassam a denominação genérica de "tortura" e entram no campo do puro satanismo militante.
Olavo de Carvalho, 05 Dezembro 2011
Respondendo a Quartim de Moraes
Já faz dois dias que o fundador do MSM enviou esta carta, e o Vermelho.org ainda não deu sinal de vida. Aquele jornal eletrônico maoísta tem mais pressa em publicar insultos do que em respeitar o direito de resposta.
Carta aberta a Quartim de Moraes
Prezado senhor,
1. A Folha de S. Paulo não me "incluiu como colunista", nem sequer como colaborador, se é que o senhor sabe a diferença. Apenas solicitou-me um artigo, único e isolado. Fique portanto o senhor tranqüilo, que o predomínio esquerdista nas páginas de opinião daquele jornal não foi abalado.
Bem sei que o predomínio não basta para contentá-lo, já que é compatível com a presença esporádica de uma ou outra opinião divergente, miúda e apertada no meio de tantos luminares de esquerda que ali, como bem assinalou o seu correligionário Caio Navarro de Toledo, ocupam espaço mais que confortável. Ao protestar contra essa presença, o senhor revela, acima de toda possibilidade de dúvida, que só ficará satisfeito quando o mero predomínio se transmutar em domínio.
Como o próprio Karl Marx, segundo depoimento de sua empregada e amante, fazia uns ritos estranhos nos quais acendia velas, não será vexame nenhum o senhor acender duas a Lúcifer e Belial para que o seu sonho se realize, seja com o nome de "Marco Regulatório da Mídia" ou qualquer outro.
2. O rótulo de "extremista", que o senhor cola na minha testa, aplica-se mais propriamente à sua. Isto não é uma opinião, muito menos um insulto: é um fato objetivo empiricamente verificável.
Extremista é, por definição, o sujeito que, na luta para impor suas preferências políticas, chega a medidas extremas. A medida mais extrema que existe, depois da qual o extremista não tem mais para onde avançar, consiste em matar o adversário.
O senhor foi dirigente de uma organização que se dedicava precisamente a isso, ou seja, não somente legitimou em teoria o assassinato político, mas aprovou ao menos tacitamente a sua prática em casos concretos.
Da minha parte, nunca fiz uma coisa nem a outra. Limito-me a falar contra certos partidos e personagens, sem propor contra eles nenhuma medida mais drástica do que a sua merecida desmoralização intelectual, por vezes também moral.
Por que seria eu então o extremista, e não o senhor? Por que desmantelar o senso das proporções mediante uma inversão e um exagero forçado? Por que, aliás, autodesmoralizar-se mediante o apelo a um recurso estilístico tão pueril e de mau gosto e depois ainda alegar que quem o injuria sou eu e não o senhor mesmo?
Se o senhor não tem nenhum respeito por si mesmo, respeite ao menos o título universitário que lhe deram.
3. O senhor diz que adquiri notoriedade "rosnando insultos contra a esquerda". Não senhor. Adquiri notoriedade com uma polêmica em torno de Aristóteles, na qual levei a melhor contra altos sacerdotes do establishment universitário nacional sem tocar nem de raspão em matéria política.
Foi esse episódio que me colocou nas primeiras páginas da "grande mídia" e levou O Globo a me contratar como colunista, fazendo da minha obscura pessoa, sem que eu lhe pedisse, nem o desejasse especialmente, uma figura de certa projeção nacional.
Posso, depois disso, ter proferido julgamentos que seus alvos, não sabendo o que lhes responder, fingiram considerar injuriosos. Se houvesse um pingo de sinceridade na sua alegação de injúria, teriam me processado, coisa que nunca fizeram.
Aqueles julgamentos, aliás, jamais foram simplesmente rosnados: foram fundamentados com sobra de razões, às quais os pretensos insultados jamais souberam responder exceto com rotulações pejorativas desacompanhadas de qualquer argumentação lógica ou prova factual que as sustentasse, exatamente como o senhor faz no seu artigo.
Por vezes esses esperneios histéricos vinham subscritos por milhares de adesões solidárias, na esperança de que o número de signatários compensasse a miséria de seus argumentos. Digo "miséria" por condescendência, porque aquilo que não existe não chega sequer a ser miserável.
4. Por fim, não me cabe defender a Folha, mas há três pontos no seu artigo que não podem passar sem correção.
Primeiro: Não é verdade que a mudança de orientação daquele jornal tenha sido uma manobra maquiavélica do "Sr. Frias", como o senhor o chama, para adaptar-se aos ventos novos que então sopravam de Brasília.
Aquela mudança reflete somente a troca de cabeças na direção do jornal e, logo depois, na presidência da empresa inteira. O senhor aí mistura, sob um mesmo nome, dois personagens.
Na sua imaginação, Octávio Frias e Octávio Frias Filho são a mesma pessoa, unidade substancial de genitor e gerado que só tem precedente, que eu saiba, na teologia. O velho Frias era, de fato, um reacionário de marca, mas o filho dele é um esquerdista soft, esquerdista demais para o meu gosto, soft demais para o seu.
O jornal simplesmente adaptou-se à orientação do novo diretor, não a uma mudança de identidade política do velho.
Segundo: Por mais que Frias pai gostasse do governo militar, é falso que transformasse seus jornais num reduto de direitismo militante.
Ao contrário, respeitava a autonomia da redação ao ponto de manter nos postos de direção e chefia dos vários jornais da empresa, os mais notórios esquerdistas, como Cláudio Abramo, Celso Kinjô, Jorge de Miranda Jordão, Múcio Borges da Fonseca e não sei mais quantos.
Direitistas nos altos postos, ali só houve três. O primeiro foi Jean Mellé, que já dirigia o Notícias Populares quando este pertencia ao então deputado Herbert Levy e foi mantido no cargo, como exigência contratual, quando a Empresa Folha da Manhã S/A comprou o jornal.
Notícias Populares era um jornal de crimes, espetaculoso ao ponto do ridículo, com uma redação minúscula e sem qualquer relevância política. (V. Nota sobre Jean Mellé no final desta carta.)
Depois de Mellé vieram Antonio Aggio Júnior e Sérgio Paulo Freddi, colaboradoradores ostensivos dos órgãos de repressão e protegidos do governo militar, devendo a esses dois fatores e não a seus escassos talentos a ascensão que tiveram na empresa. Ascensão modestíssima, no entanto.
Frias (pai) começou por tirá-los da redação principal, a do chamado "Folhão", onde representavam um perigo imediato, e isolá-los na chefia de um jornal regional de circulação irrisória, o Cidade de Santos.
Quando esse jornaleco fechou, foram chamados de volta a São Paulo, mas, de novo, encostados numa publicação menor, a vespertina Folha da Tarde, onde substituíram os esquerdistas radicais que, sob as bênçãos do Sr. Frias (pai), a haviam dirigido até então.
A dupla assumiu o cargo quando o jornal, também de circulação mínima, já estava agonizante. Idêntica mudança de orientação ideológica aconteceu simultaneamente, e também às pressas, em outro jornal anêmico da empresa, a Última Hora, cuja direção Jean Mellé acumulou com a de Notícias Populares por um período fugaz até à extinção daquele diário.
A Gazeta, que a empresa também havia comprado, foi entregue a um esquerdista histórico, Múcio Borges da Fonseca.
Fracos, moribundos, sem leitores, a Folha da Tarde e a Última Hora foram ossos secos que o velho Frias atirou aos cães governistas, para aplacá-los num momento de crise e temor subseqüente ao AI-5, preservando ao mesmo tempo a relativa independência do seu jornal principal, o "Folhão", que continuou sob a direção de Cláudio Abramo e superlotado de esquerdistas na redação.
Como arremedo de prova do direitismo radical daquele jornal na época, o senhor menciona a presença do prof. Plínio Correia de Oliveira entre os articulistas da sua página de opinião, como se um mero colaborador ocasional, no meio de tantos outros, pudesse por si só definir a orientação ideológica de toda uma publicação.
Muito mais significativas que os artigos de colaboradores externos são, em qualquer jornal, as colunas fixas, nas quais então se destacavam, entre outros esquerdistas notórios, Lourenço Diaféria, Jânio de Freitas, Newton Carlos, Flávio Rangel, Ruy Castro, Samuel Wainer, Antônio Callado e Paulo Francis (muito antes da virada liberal).
O senhor não deveria dar palpites sobre jornalismo se não conhece sequer a distinção entre colaboradores e colunistas, que o senhor confunde por duas vezes.
Terceiro ponto: Que a Folha emprestasse carros ao Doi-Codi, é possível, mas, num momento em que a pressão do governo ia assumindo as feições de ameaça direta, emprestar uns carros à polícia política ou ceder aos colaboradores dela duas publicações falidas, enquanto os esquerdistas permaneciam ilesos na redação do jornal principal, foi cálculo que, visto de hoje, parece antes ter obedecido ao princípio de entregar os anéis para salvar os dedos.
Se mostra uma certa esperteza oportunista da parte do velho Frias, o beneficiário maior dela não foi, decerto, o governo militar: foram aqueles que sobreviveram nos seus postos, com seus altos salários, em vez de ser reduzidos ao mutismo impotente, à marginalidade ou à condição de não-pessoas, como ocorre, nos países comunistas, com todos os inimigos do regime.
Ademais, o único índício a confirmar o empréstimo dos carros veio numa carta do ativista político Ivan Seixas, que, recusada pela Folha, recebeu ampla divulgação na revista Carta Maior.
Diz ali Seixas: "A Folha empregava carros para nos capturar e entregar para sessões de interrogatórios, como sofremos eu e meu pai. Ninguém me contou, eu vi carro da Folha na porta da Oban/Doi-Codi."
Astúcia proposital ou ato falho freudiano, a redação ambígua confere ao depoimento um valor que não tem.
Na primeira sentença, quem foi capturado pela Folha e entregue para interrogatórios? "Nós." Quem é "nós"? O fim da frase sugere que se tratava do próprio Seixas e de seu pai: "entregar para sessões de interrogatório, como sofremos eu e meu pai".
Na sentença seguinte, porém, Seixas dá com a língua nos dentes, afirmando que "ninguém me contou, eu vi carro da Folha na porta da Oban/Doi-Codi". Ora, se ele próprio houvesse sido transportado num carro da Folha, não veria o veículo estacionado na porta, mas o veria desde dentro, em movimento.
Se viu o carro da Folha na entrada do Doi-Codi, é que chegou ali trazido por outro meio de transporte. Com toda a evidência, Seixas nem foi levado àquele órgão policial em veículo da Folha nem cita o nome de um só prisioneiro que o tenha sido: em vez disso, redige a frase ambígua que passa ao leitor uma impressão logo desmentida na frase seguinte.
Não digo que Seixas mentisse de caso pensado, nem nego que fatos como os alegados possam ter acontecido, mas um depoimento vago e contraditório não serve de prova do que quer que seja.
O tom de certeza absoluta com que o senhor dá a coisa por provada é, no mínimo, sinal de leviandade.
Quase encerrando esta gentil mensagem, pergunto, sem esperança de uma resposta:
Por que o senhor, mencionando a minha presença meteórica na Folha como prova do direitismo crônico do jornal, puxa discussão com o anônimo autor do editorial de 2 de novembro, em vez de fazê-lo comigo?
E foi por inépcia literária ou pseudo-astúcia de moleque, que nas linhas finais o senhor deu a impressão de falar de mim, quando estava apenas respondendo àquele fracote?
É do seu costume bater em ursinho de pelúcia para pensar que está batendo num leão?
Agora, encerrando mesmo, faço-lhe um convite que é também um desafio, ou desafio que é também um convite. Se o senhor tem alguma diferença comigo que possa ser resolvida sem a minha supressão do mundo dos vivos, venha passar uns dias na Virginia e tirar o assunto a limpo.
Discutiremos a coisa exaustivamente, gravaremos tudo e colocaremos em circulação no Vermelho.org e no meu site Mídia Sem Máscara. Caso o senhor aceite, prometo pagar do meu próprio bolso a sua passagem, mais a de um(a) acompanhante e todas as despesas de hospedagem em hotel modesto, mas decente.
Colocarei ainda um carro à sua disposição, sem ônus da sua parte exceto o consumo de gasolina. A região é linda e dará ao senhor a oportunidade altamente pedagógica de contemplar em pessoa, os horrores do capitalismo. Não diga que os EUA não deixam comunistas entrarem no território. Deixaram até entrar um na presidência.
Nota -- Mellé, que com Aggio e Freddi compunha para mim na época um trio de bêtes noires, era um exilado romeno, que vivera sob o regime Ceaucescu e tinha excelentes razões -- que então eu não conhecia -- para odiar comunistas.
As palavras candentes com que o senhor verbera as crueldades da ditadura brasileira sugerem-me que deveria fazer uma comparação entre o Doi-Codi e o "centro de reeducação" de Pitesti, na Romênia natal de Jean Mellé, tal como descrito nos depoimentos de Dumitru Bacu e do pastor Richard Wurmbrand
(v. http://www.scribd.com/doc/2915282/The-AntiHumans-by-Dumitru-Bacu-About-ReEducation-in-PITESTI-ROMANIA-Mind-Control-Horror e http://www.scribd.com/doc/31067286/Marx-and-Satan-Richard-Wurmbrand).b>
Nenhum prisioneiro do Doi-Codi teve jamais seus dentes arrancados a sangue frio, um a um até o último, e isto não para obter alguma declaração dele e sim de outro prisioneiro que, amarrado, era obrigado a presenciar a cena e acusado, aos berros, de ser o responsável por ela.
Isso era prática usual em Pitesti, e aplicada especialmente em religiosos de confissões diferentes: arrancavam os dentes de um padre ortodoxo diante dos olhos de um rabino, depois os do rabino diante de um pastor protestante etc. etc. O senhor, que é abertamente um apologista do estalinismo (v. http://www.revan.com.br/catalogo/0269c.htm), acha tudo isso um preço módico a ser pago pelo advento de um reino da justiça que jamais veio nem virá, mas se escandaliza de que eu considere a nossa ditadura militar um preço módico que a nação pagou para evitar que viessem a ocorrer entre nós horrores semelhantes, que ultrapassam a denominação genérica de "tortura" e entram no campo do puro satanismo militante.
Olavo de Carvalho, 05 Dezembro 2011
A CARA DE QUEM PINTA O BRASIL.
Crítico ríspido do governo e do partido de Lula da Silva, Roque Sponholz fala sobre a importância da charge e mostra sua peculiar visão de Brasil. Para o artista, o país está mais para garranchos que para arte final.
Se “charge sem crítica não é charge, é piada de salão”, podemos ter absoluta certeza de que o trabalho de Roque Sponholz é a charge. Paranaense de Imbituva, Sponholz é conhecido por ser crítico ferrenho do governo Lula e do Partido dos Trabalhadores.
Sempre atento ao ir e vir da política e com visão muito analítica do contexto do país, o chargista possui um acervo de charges das mais contundentes, grande parte da pimenta reservada ao “presiMente”, como o artista define Lula da Silva.
Roque Sponholz é arquiteto e urbanista formado na Universidade Federal do Paraná, e atualmente é professor da Universidade Estadual de Ponta Grossa, onde leciona planejamento urbano e desenho técnico.
Já foi vereador, mas atualmente participa da Política sem mandato, como chargista dos que pegam no pé, com contundência e talento inquestionáveis.
Em sua opinião, o que é uma charge?
Charge sem crítica, seja ela aos costumes, ao meio ambiente, ao esporte, ao cotidiano, aos governos, aos santos, diabos e tiranos, etc, não é charge; é piada de salão.
Qual a importância da imagem como linguagem para a transmissão da informação?
É fundamental. Dá para imaginar o que seria de um presidente de uma (ainda) república, que nada lê, sem a imagem gráfica, televisiva ou até mesmo “auditiva”? Pois, tal qual o presidente, o brasileiro tem preguiça de ler. Dezesseis milhões e um deles são analfabetos.
Para entender as charges, o público deve estar acompanhando as notícias sobre política ou, ao contrário, a imagem é que desperta o interesse para que o público procure informações sobre o assunto?
Ambos. Às vezes, a charge desperta o leitor para determinado assunto que poderia lhe passar despercebido. Por outro lado, naquelas em que o fato foi amplamente divulgado, a charge acaba sendo apenas um complemento.
Em alguma ocasião uma charge feita por você mudou o desfecho de algum fato político?
Infelizmente, desde os tempos de Daumier, isso nunca ocorreu com qualquer charge. Talvez alguma charge tenha ajudado a mudar alguma coisa, mas não foi somente ela o motivo para tal.
Enquanto vereador, foi alvo de algum chargista?
Motivos certamente eu dei, mas eu dos era amigo de todos os chargistas daquela época. Principalmente do mais crítico, mordaz e craque deles: Ireno José, já falecido. Tenho caricatura dele que guardo com carinho e honra, mas não charge.
A liberdade para criticar é maior na charge que no texto, em sua opinião?
Liberdade pressupõe igualdade. Portanto, é a mesma.
Se não fosse chargista, o que seria?
Como diria aquele ministro, estou chargista, não sou chargista. Sou arquiteto/urbanista, professor universitário de planejamento urbano, tentando com meus alunos entender por que este desgoverno prioriza e incentiva o transporte individual em detrimento do transporte coletivo, tornando nossas cidades desumanas, irrespiráveis, inseguras, enfim… Caóticas.
O Brasil por Sponholz
Desde a ditadura, fala-se que o Brasil é o país do futuro. Para o senhor, isso é verdade ou temos mais cara de passado?
Pelo andar da carruagem atrelada a pangarés que dão dois passos à frente e quatro para trás, o futuro fica cada vez mais com cara de passado.
Qual é a cor do Senado?
Marrom é a cor não só do Senado, mas também da Câmara e do Palácio do Planalto.
E de 2011?
2011 terá a cor da esperança de que nos próximos quatro anos se possa recuperar oito perdidos.
O Brasil está mais para rascunho ou arte final?
Está mais para garranchos. Está mais para o final da arte do que para a arte final.
Karina Trevizan e Ucho Haddad
Se “charge sem crítica não é charge, é piada de salão”, podemos ter absoluta certeza de que o trabalho de Roque Sponholz é a charge. Paranaense de Imbituva, Sponholz é conhecido por ser crítico ferrenho do governo Lula e do Partido dos Trabalhadores.
Sempre atento ao ir e vir da política e com visão muito analítica do contexto do país, o chargista possui um acervo de charges das mais contundentes, grande parte da pimenta reservada ao “presiMente”, como o artista define Lula da Silva.
Roque Sponholz é arquiteto e urbanista formado na Universidade Federal do Paraná, e atualmente é professor da Universidade Estadual de Ponta Grossa, onde leciona planejamento urbano e desenho técnico.
Já foi vereador, mas atualmente participa da Política sem mandato, como chargista dos que pegam no pé, com contundência e talento inquestionáveis.
Em sua opinião, o que é uma charge?
Charge sem crítica, seja ela aos costumes, ao meio ambiente, ao esporte, ao cotidiano, aos governos, aos santos, diabos e tiranos, etc, não é charge; é piada de salão.
Qual a importância da imagem como linguagem para a transmissão da informação?
É fundamental. Dá para imaginar o que seria de um presidente de uma (ainda) república, que nada lê, sem a imagem gráfica, televisiva ou até mesmo “auditiva”? Pois, tal qual o presidente, o brasileiro tem preguiça de ler. Dezesseis milhões e um deles são analfabetos.
Para entender as charges, o público deve estar acompanhando as notícias sobre política ou, ao contrário, a imagem é que desperta o interesse para que o público procure informações sobre o assunto?
Ambos. Às vezes, a charge desperta o leitor para determinado assunto que poderia lhe passar despercebido. Por outro lado, naquelas em que o fato foi amplamente divulgado, a charge acaba sendo apenas um complemento.
Em alguma ocasião uma charge feita por você mudou o desfecho de algum fato político?
Infelizmente, desde os tempos de Daumier, isso nunca ocorreu com qualquer charge. Talvez alguma charge tenha ajudado a mudar alguma coisa, mas não foi somente ela o motivo para tal.
Enquanto vereador, foi alvo de algum chargista?
Motivos certamente eu dei, mas eu dos era amigo de todos os chargistas daquela época. Principalmente do mais crítico, mordaz e craque deles: Ireno José, já falecido. Tenho caricatura dele que guardo com carinho e honra, mas não charge.
A liberdade para criticar é maior na charge que no texto, em sua opinião?
Liberdade pressupõe igualdade. Portanto, é a mesma.
Se não fosse chargista, o que seria?
Como diria aquele ministro, estou chargista, não sou chargista. Sou arquiteto/urbanista, professor universitário de planejamento urbano, tentando com meus alunos entender por que este desgoverno prioriza e incentiva o transporte individual em detrimento do transporte coletivo, tornando nossas cidades desumanas, irrespiráveis, inseguras, enfim… Caóticas.
O Brasil por Sponholz
Desde a ditadura, fala-se que o Brasil é o país do futuro. Para o senhor, isso é verdade ou temos mais cara de passado?
Pelo andar da carruagem atrelada a pangarés que dão dois passos à frente e quatro para trás, o futuro fica cada vez mais com cara de passado.
Qual é a cor do Senado?
Marrom é a cor não só do Senado, mas também da Câmara e do Palácio do Planalto.
E de 2011?
2011 terá a cor da esperança de que nos próximos quatro anos se possa recuperar oito perdidos.
O Brasil está mais para rascunho ou arte final?
Está mais para garranchos. Está mais para o final da arte do que para a arte final.
Karina Trevizan e Ucho Haddad
PARA O DIA COMEÇAR COM GRAÇA
Uma pequena anedota não faz mal a ninguém. Alegra o espírito, relaxa, e nos leva a crua realidade de que, se não somos competentes para realizar determinadas tarefas, o melhor que podemos fazer é transferi-las para outros.
Isso se aplica a qualquer cadeira em que estejamos sentados. Não adianta fingir que entendemos do 'riscado', pois acabamos metendo os pés pelas mãos.
É apenas uma questão de consciência...
Você acha que pode falar búlgaro? Não? Então não tente, pois ninguém irá entendê-lo e poderá criar uma celeuma internacional, preocupando governos e tudo mais...
Mas para o dia começar com muita graça e alegria, vai aí uma pequena anedota. Como sempre, claro, envolvendo o apedeuta.
Isso se aplica a qualquer cadeira em que estejamos sentados. Não adianta fingir que entendemos do 'riscado', pois acabamos metendo os pés pelas mãos.
É apenas uma questão de consciência...
Você acha que pode falar búlgaro? Não? Então não tente, pois ninguém irá entendê-lo e poderá criar uma celeuma internacional, preocupando governos e tudo mais...
Mas para o dia começar com muita graça e alegria, vai aí uma pequena anedota. Como sempre, claro, envolvendo o apedeuta.
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