"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sábado, 20 de julho de 2013

ESCÂNDALO: MARINA FAZ A CAMPANHA PRESIDENCIAL MAIS CARA!

 



Como os auditores, policiais ou contadores sabem quando alguém lava dinheiro? Fácil, a pessoa começa a ter um padrão de vida bem superior aos seus rendimentos. Em outras palavras, o suspeito tem um carro que está muito além do seu salário, vive em uma casa com tamanho luxo e não há o que explique a origem dos recursos para a compra da tal casa.

Na campanha presidencial deste ano, uma candidata desponta como aquela que leva um padrão bem acima daquilo que é declarado: é a verde Marina Silva.

Em setembro deste ano, as doações da campanha da candidata superavam a marca de 13 milhões de reais, tornando a campanha de Marina mais cara que a de Lula em 2006.

Ainda sim, Marina e Guilherme Leal, seu vice bilionário e cuja empresa é acusada de biopirataria e tem mais de R$ 1,5 bilhão em multas da Receita Federal, afirmam fazer uma campanha modesta frente aos candidatos José Serra e Dilma Rousseff.

Aos moldes da campanha vitoriosa de Barack Obama nos Estados Unidos, Marina foi a primeira a pedir doações na internet. O objetivo, segundo a candidata, era garantir que as doações fossem transparentes (aqui). As doações são pífias, não tendo passado de pouco mais de R$ 160 mil até a semana passada.

Não foi o que aconteceu. No começo do pleito, Marina viajava o país todo dentro de um jatinho Legacy, propriedade da Natura, empresa do vice do PV.

Há alguns dias, em imagem exibida no Jornal Nacional, percebe-se que o avião agora é outro: um luxuoso e exclusivo jato Falcon 2000 Easy, no valor de mais de 50 milhões de dólares.  Veja a prova irrefutável:


Veja o avião por dentro



Os custos deste avião são tão caros que havia apenas dois modelos no Brasil. Agora temos um terceiro, o de Marina. Na imagem do Jornal Nacional, podemos observar no canto esquerdo da tela a logomarca da Colt Aviation, conhecida por administrar e alugar jatos de potentados, banqueiros e grandes empresas nacionais e internacionais, além dos altos valores que cobra por seus serviços.

Agora , nesta reta final de campanha, surgem dúvidas pertinentes aos eleitores:
Por que Marina trocou de avião?

Por que Dilma voa em um Citation e Serra em um Learjet, aviões bastante inferiores aos da falsa humilde ex-Marina, e ela gasta milhões em seu raid aéreo por todo o Brasil?

Por que a candidata do PV prega vida simples e sustentável aos outros, mas para si ostenta o luxo e polui o meio-ambiente voando numa máquina de US$ 50 milhões?
E a pergunta mais importante de todas: QUEM PAGA POR ESTE AVIÃO E QUE INTERESSES TÊM NISSO?

Marina Silva tem que vir a público para explicar estas questões. A sua máscara de boazinha já caiu faz tempo. Caiu com um super jato, com comissária de bordo, navegação e telefonia por satélite, interior luxuosíssimo, cama de casal, bar, escritório e um custo aproximado de US$ 10 mil por hora de vôo?

Barack Obama voou em sua campanha num jato Legacy, da JetBlue Airlines, fabricado no Brasil. Marina silva voa num avião que custo o dobro. Chique, não?
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20 de julho de 2013

CASAL DE COELHOS

           
          Artigos - Cultura        

A elite inculta se deixa levar pela mídia e pelos prestígios fosfóricos do dia em vez de examinar e testar, e acaba somando erros e desastres com uma persistência obscena.

Como quebrar o círculo vicioso de uma elite inculta guiada por palpiteiros tão ineptos quanto ela mesma?

Ainda a propósito da entrevista do sr. Alberto Carlos Almeida, suspeito que uma pergunta continua zumbindo nas cabeças dos leitores: se a culpa da má educação brasileira não foi da Igreja Católica, foi de quem?

Não sei, nem me considero presidente de um Tribunal de Crimes Educacionais, mas uma coisa é certa: o desprezo pelo conhecimento, neste país, veio sempre junto com o culto dos signos exteriores que o representam e que, aparentemente com vantagem, o substituem: títulos, diplomas, cargos, honrarias, espaço na mídia, boas amizades nos altos círculos, etc. O fenômeno já foi tão amplamente documentado e satirizado na nossa melhor literatura (Lima Barreto e Graciliano Ramos, por exemplo), que não vejo necessidade de insistir nele.

Mas o pior é que entre esses dois vícios complementares já se formou, há tempos, um círculo de reforço mútuo que parece impossível de romper.

Funciona assim: como nossa elite empresarial e política não é das mais cultas, as almas bem intencionadas que dela emergem com o propósito louvável de remediar os males nacionais não têm por si próprias a capacidade de avaliar, pelo exame direto das obras e idéias, quem, entre os intelectuais disponíveis, é competente e quem é um emérito medalhão de cabeça oca. Resultado: têm de julgá-los pelos sinais exteriores, os benditos títulos e cargos, e acabam dando ouvidos a quem não tem nada de sério a lhes informar nem de útil a lhes sugerir. A incultura gera incultura com a fecundidade de um casal de coelhos.

Mais grave ainda é quando o prestígio enganador vem de fora, desembarcando aqui com as pompas do “ultramoderno”. No governo Vargas, um belo projeto de educação popular acabou tomando por modelo as idéias de John Dewey, então muito celebrado na mídia dos EUA como um grande inovador. Hoje sabe-se que Dewey foi, de fato, o destruidor da educação americana, que até então era a melhor do mundo. Dos anos 60 em diante – sim, já em pleno governo militar – veio a moda do socioconstrutivismo, adornado com os nomes de Jean Piaget, Emilia Ferrero, Vigotsky e não sei mais quantos.

Há meio século a aplicação dessa teoria insensata vem embrutecendo a inteligência das nossas crianças com uma constância admirável, ao mesmo tempo que a expansão triunfal do número de escolas e o controle cada vez mais centralizado da educação nacional levam a democratização da inépcia aos rincões mais afastados e às populações mais pobres. Com muita coerência aliás, o sr. Almeida prefere culpar por isso os jesuítas do tempo do Brasil-Colônia em vez de enxergar o que está acontecendo bem diante do seu nariz.

E por que acontecem essas coisas? Porque a elite inculta se deixa levar pela mídia e pelos prestígios fosfóricos do dia em vez de examinar e testar, e acaba somando erros e desastres com uma persistência obscena.

Quem nota esse fenômeno não pode deixar de concluir que o problema do Brasil é precisamente o inverso daquele apontado pelo sr. Almeida: em vez de educar somente a elite sem dar atenção ao povo, temos tentado dar educação a todo o povo antes de ter uma elite qualificada para educá-lo, ou mesmo para examinar seriamente o problema da educação popular.

Quem quer que tenha lecionado ao menos por um dia percebe, imediatamente, que o processo educacional tem uma estrutura irradiante: primeiro você educa dez, que educam cem, que educam mil, que educam um milhão e assim por diante. Inverter essa ordem é como querer que os filhos gerem os pais. Os governos deste país prometem educação a milhões antes de poder reunir dez educadores sérios para discutir como fazê-lo. Por que não formar os dez primeiro? E aqueles que objetem que isso é elitismo direitista deveriam antes ler Lênin e perguntar por que ele organizou primeiro a elite do Partido e depois a massa. Lênin sabia que o rabo não abana o cachorro.

Como quebrar o círculo vicioso de uma elite inculta guiada por palpiteiros tão ineptos quanto ela mesma?

Só há um jeito, no meu entender: criar, fora do sistema educacional, longe da grande mídia, longe dos prestígios consolidados, uma nova intelectualidade preparadíssima, sincera e, ademais, agressiva o bastante para, no momento devido, cortar as cabeças ocas, expulsar as vacas sagradas e começar a tratar dos problemas com seriedade.


* * *

Não por coincidência, é por isso mesmo que, em geral, acho inútil ficar “tomando posição”, a cada momento, ante os descalabros do dia. Pois já não sabemos de onde, em última análise, provêm todos eles? Não sabemos que, por trás de tudo de mau que acontece neste país, está a ignorância pomposa e irresponsável de uma elite que só dá ouvidos a medalhões ainda mais ignorantes, pomposos e irresponsáveis? Para que ficar criticando políticos de alta rotatividade se sabemos que um só pseudo-intelectual basta para gerar milhares deles e substituí-los por outros piores a cada dez ou quinze anos? Para que ficar tentando matar baratas pelo método de jogar uma naftalina na cabeça de cada uma que aparece? O que é preciso é armar umas quantas centenas de jovens com um spray intelectual capaz de, amanhã ou depois, sanear o ambiente.


* * *

Mudando de assunto: a revista alemã Spiegel está chamando os EUA de “United Stasi of America”. Stasi era a polícia secreta da Alemanha Oriental, comunista. Depois de instituir o grampo universal que resultou no maior vazamento de informações de todos os tempos, o sr. Barack Hussein Obama quer agora que todos os funcionários públicos se espionem obrigatoriamente uns aos outros. É uma idéia que já aparece em Maquiavel, no seu projeto da “Terceira Roma” – a tirania indestrutível.
 
Publicado no Diário do Comércio.

20 de julho de 2013
Olavo de Carvalho

RENDA E VIOLÊNCIA EM ALTA NAS REGIÕES NORTE E NORDESTE DO PAÍS

 
RIO, SÃO PAULO E MACEIÓ - Entre 2001 e 2011, período em que estados das regiões Norte e Nordeste registraram aumento na renda per capita acima da média nacional, um efeito indesejado ocorreu: o crescimento das mortes violentas. Para especialistas, a causa dessa aparente contradição é que as mudanças sociais e econômicas não foram acompanhadas por estruturas de segurança pública de melhor qualidade.
 
O contraste entre o bom momento econômico e a piora nos indicadores de segurança pode ser constatado num cruzamento de indicadores de renda per capita e taxa de mortes violentas por 100 mil habitantes feito pelo GLOBO nos microdados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do IBGE) e nos registros do DataSus.

No grupo de dez estados que mais registraram aumento na taxa de mortes violentas, nove são do Norte e do Nordeste, e oito tiveram crescimento da renda per capita acima da média nacional (22%). No período analisado, só seis unidades da federação viram suas taxas de violência diminuir: Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco, Amapá, Roraima e Rondônia. Desse grupo, apenas os dois últimos tiveram crescimento da renda acima da média nacional.
 
Os dados utilizados pelo GLOBO contemplam todos os tipos de óbitos registrados no SUS por causas não naturais. Incluem homicídios, vítimas de trânsito, suicídios e acidentes. Os homicídios, no entanto, são o fator que mais explica o crescimento da violência, de acordo com especialistas, seguido de acidentes de trânsito.
 
Especialistas em segurança pública consideram inusitado que a renda melhor não tenha sido acompanhada por menos mortes violentas.
 
— A violência está aumentando no Norte e no Nordeste. O que espanta é que o Nordeste é a região que mais se beneficiou da redução da pobreza. Houve um crescimento demográfico, econômico e social importante em vários estados do Nordeste, que, no entanto, foi acompanhado de mais violência e maior presença do tráfico de drogas — disse Ignacio Cano, professor de Ciências Sociais e pesquisador do Laboratório de Análise da Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

Descuido com a segurança pública
 
Para Claudio Beato, coordenador do Centro de Estudos em Criminalidade e Segurança Pública da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), estados que foram beneficiados por mais investimentos econômicos e por programas de renda, como Bolsa Família, descuidaram do sistema de segurança:
 
— O que ocorreu é um paradoxo. Houve uma desestruturação do sistema de segurança em vários estados, como Alagoas e Bahia. Esses estados nunca cuidaram muito bem da questão da segurança, e agora a coisa está dando resultados negativos — disse Beato.
 
Em 2011, Alagoas estava em primeiro lugar na lista de estados com mais mortes violentas, superando o Espírito Santo (que encabeçava o ranking em 2010). Em 2011, Alagoas teve 115 mortes violentas por 100 mil habitantes; 63% delas foram por agressões (homicídios). O Espírito Santo teve 108 mortes violentas por 100 mil habitantes em 2011, sendo 44% por agressões. O resultado dos dois estados é bem pior do que a média nacional de mortes violentas naquele ano: 76 por 100 mil habitantes.

— O Espírito Santo está sempre entre os piores e mais violentos do país. Até a década de 1990, Alagoas era um estado tranquilo, a taxa de homicídio era baixa, mas cresceu na última década. Em Alagoas o problema tem a ver com a difusão das armas de fogo. No Espírito Santo o problema é mais antigo, o crime organizado tomou o estado. Conter as mortes violentas nesses estados não é algo fácil — diz o pesquisador e diretor de Estado e Instituições do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Daniel Cerqueira.
 
— O governo federal está fazendo esforços para conter os problemas de violência em Alagoas. É um estado pequeno. É como um teste tentar resolver os problemas de lá — disse Ignacio Cano.
 
No Rio de Janeiro, a situação melhorou, segundo os dados do DataSus. Os índices de mortes violentas tiveram pequena queda na comparação de 2010 com 2011, e uma redução significativa, quando se analisa a série histórica desde 2001. As mortes por homicídio também caíram. O estado, que ocupava a 10ª posição entre os com maior índice de mortes violentas em 2010, passou à 12ª posição em 2011, atrás de estados do Norte e do Nordeste, além de Minas Gerais e Goiás.

— O Rio vem melhorando desde 2002, pois foram feitos investimentos nas polícias — disse Beato.
 
Para Daniel Cerqueira, os resultados do Rio têm relação com a expansão das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs):
 
— A queda do índice de mortes por agressão tem a ver com as UPPs, que começaram a ser implantadas em favelas pequenas. As UPPs só tomaram corpo no final de 2009 e em 2010, quando a região da Tijuca começou a ter unidades — afirmou Cerqueira.
 
São Paulo também melhorou seus índices de mortes violentas entre 2001 e 2011. No caso paulista, no entanto, como os dados do DataSus, recém-liberados pelo Ministério da Saúde, vão somente até 2011, ainda não é possível analisar o efeito da onda de violência verificada na Região Metropolitana do estado este ano:
 
— O Sudeste, de maneira geral, fez um dever de casa que o Nordeste vai ter que começar a fazer agora, que é ter uma gestão melhor da área de segurança, ter um investimento mais acentuado — disse Beato.

Falta de ciclovias favorece acidentes
 
Em Alagoas, o crescimento do trânsito em Maceió e nas cidades vizinhas não foi acompanhado de providências, como a construção de ciclovias, um dos fatores que levou à morte de Álvaro Vasconcelos Júnior, de 26 anos, uma promessa no triatlon, na última segunda-feira. Ele morreu enquanto pedalava, durante um treino na AL-101 Sul. Um ônibus atropelou o rapaz, herdeiro de uma das maiores fortunas do estado. O motorista foi indiciado por homicídio. Disse que chovia muito e, por isso, não viu o rapaz.
 
O salto de Alagoas nas estatísticas do DataSus assustou o presidente do Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil do estado, Daniel Pereira.
 
— Não há como saber as causas dessa violência porque não temos um observatório, um instrumento para analisar e combater esses casos. Aqui na comissão trabalhamos só com homicídios.
 
A Secretaria estadual de Defesa Social informou que vai instalar bases comunitárias nas áreas consideradas mais violentas.

20 de julho de 2013
Antônio Gois e Marcelle Ribeiro - O Globo
Colaborou Odilon Rios (Especial para O GLOBO)

"O COPOM DESTOA DE DILMA"

A inflação continuará acima da meta em 2013 e o Banco Central (BC) manterá a política de aperto para frear e conduzir a alta de preços ao nível desejado, segundo a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada quinta-feira passada. Oito dias antes o comitê havia elevado os juros básicos de 8% para 8,5% ao ano.
 
Em pontos muito importantes, o texto repete a ata da reunião anterior, mencionando inflação elevada e resistente e apresentando uma longa lista de fatores de risco - incluídas as contas públicas - para justificar a "continuidade do ritmo de ajuste das condições monetárias".
 
 
Na quarta-feira, numa arenga em reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, a presidente havia descrito a inflação brasileira como um fenômeno de "caráter cíclico sazonal". É difícil dizer de onde ela tirou essa espantosa confusão entre sazonalidade e processo inflacionário. Mas um ponto é certo: ela se esqueceu de combinar com os dirigentes do BC o recado otimista sobre os preços e sobre a situação das contas fiscais.
 
Em seu discurso, a presidente mencionou a inflação nove vezes, num esforço para tranquilizar a opinião pública - ou os formadores de opinião? - e criticar quem fala em descontrole dos preços e das finanças públicas. A ata da reunião do Copom já deveria estar pronta nessa altura.

Talvez por isso, ou porque nenhuma pessoa responsável pudesse levar a sério a peroração presidencial, a ata descreve o balanço do setor público, nos parágrafos 22 e 30, como "em posição expansionista".
 
Pelo menos desde o ano passado os documentos do BC têm apontado os resultados fiscais como componentes importantes do quadro inflacionário. O desajuste das contas públicas favorece o descompasso entre a demanda e a oferta de bens e serviços. Além disso, a gestão das finanças do governo afeta a avaliação econômica e as expectativas em relação aos preços. Os autores das atas têm repetidamente batido nesses pontos.
 
Além disso, o documento repete a lista costumeira de fatores inflacionários: a expansão do crédito, a "estreita margem de ociosidade no mercado de trabalho", os aumentos salariais acima dos ganhos de produtividade e os mecanismos remanescentes de indexação. O texto menciona, também, os efeitos de curto prazo da valorização do dólar.
 
Todos esses fatores são bem conhecidos e têm sido apontados no dia a dia por analistas independentes. Não há, na análise formulada pelo pessoal do Copom, nenhum elemento surpreendente ou fora do comum, com exceção, talvez, de um detalhe.
 
Ao contrário de altos funcionários do governo e de alguns especialistas do mercado, os economistas do BC parecem imunes ao otimismo gerado, em alguns meios, pelo recuo de alguns indicadores de preços. Esse aparente pessimismo é um bom sinal. A persistente inflação brasileira é um fenômeno bem mais complexo que a oscilação de alguns preços, mesmo alguns muito importantes, como os dos alimentos.
 
Embora os autores da ata mencionem alguns preços ou grupos de preços, como as cotações das commodities, a maior parte de sua análise se concentra nos fatores determinantes da demanda, como o crédito, a renda dos consumidores e o resultado das contas públicas. Seu critério, portanto, é exatamente oposto ao da presidente: fatores sazonais podem produzir efeitos de curto ou curtíssimo prazo, mas a inflação depende de outras variáveis.
 
A ata do Copom também chama a atenção para a importância das expectativas. O texto menciona "informações recentes" sobre a retomada do investimento e a continuidade do consumo privado, mas acrescenta uma ressalva: para preservar essa tendência positiva, o governo terá de reverter a perda de confiança dos empresários e das famílias. A piora das expectativas tem sido apontada por pesquisas com executivos e consumidores.
 
Para mudar esse quadro, a presidente continua apostando numa retórica mal ajambrada e em gestos improvisados, como a proposta de plebiscito e a imposição de serviço obrigatório aos médicos.

20 de julho de 2013
Editorial do Estadão

SENADORA ANA AMÉLICA LEMOS É CORTEJADA POR PRESIDENCIÁVEIS

Aécio e Eduardo Campos procuraram parlamentar do PP em busca de palanque no Rio Grande do Sul



A senadora Ana Amélia (PP-RS): marmita diária para almoçar no gabinete
Foto: O Globo / Ailton de Freitas
A senadora Ana Amélia (PP-RS): marmita diária para almoçar no gabineteO Globo / Ailton de Freitas

Novata no mandato, mas não no cenário político nacional, a jornalista Ana Amélia Lemos (PP-RS) foi eleita com 3,5 milhões de votos para o Senado em 2010. Ela veste a camisa do agronegócio e da indústria do Rio Grande do Sul, e encarna o perfil do novo que pode enfrentar o PT, do governador Tarso Genro, na disputa pelo Palácio Piratini no ano que vem.

Por causa das bandeiras que defende, seus adversários a chamam de “Miss Farsul” — Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul, que agrega arrozeiros e fumicultores. Ela diz que é alvo de preconceito.
 
— Não gosto de rótulos: conservadora, vanguardista, liberal. Para mim têm pouco significado. Acredito em causas, em ter agilidade e resultados — diz ela.
 
Com posições firmes, é considerada conservadora na defesa dos interesses econômicos de seu estado. No Senado, é uma das primeiras a chegar e das últimas a sair. Come de marmita que esquenta no gabinete e, pelo perfil de “operária” do Parlamento, tem sido alvo de cobiça dos presidenciáveis Eduardo Campos (PSB) e Aécio Neves (PSDB), para formação de palanque no Sul.
 
Ela admite as conversas, mas se nega a avançar sobre seu futuro político:
 
— Tenho conversado com o Eduardo Campos e o Aécio. Os dois têm no DNA um patrimônio histórico que tem que ser levado em conta, são gestores modernos de um capitalismo ajustado à nossa realidade.
 
No Senado, faz dobradinha com outro independente, o senador Pedro Taques (PDT-MT), em quem votou, contra Renan Calheiros (PMDB-AL), para presidente do Senado. Frisa que não deseja cargos no governo.
 
Ana aparece bem cotada em sondagens de primeiro ou segundo lugar na disputa pelo governo gaúcho. Uma aliança nacional com o PP seria muito bem-vinda para Campos, que busca tempo de TV para sua campanha.

20 de julho de 2013
Maria Lima - O Globo

A CHARGE DO AMARILDO




20 de julho de 2013

O FRACASSO DA "NOVA MATRIZ ECONÔMICA"

 

A prévia da inflação de julho, dada pelo IPCA-15, foi de 0,07% contra 0,38% em junho. Confirma-se, assim, a esperada diminuição da pressão inflacionária neste início de segundo semestre. Em bases anualizadas, o IPCA volta a ficar abaixo do teto da meta (6,5%) — o que não significa que ele esteja “dentro da meta”, na verdade, de 4,5%, com dois pontos percentuais a mais ou a menos.

Desanuvia-se um pouco o cenário econômico, dentro de sua mediocridade. O ministro Guido Mantega acha que a economia poderá crescer este ano entre 2,5% e 3%. Como ministro da Fazenda é um otimista profissional, chegar aos 2,5% será um resultado muito bom, depois do 0,9% de 2012.
O front inflacionário, por sua vez, continua insolúvel, até onde a vista alcança.
Na melhor hipótese, fechará o ano nas redondezas dos 6%, talvez um pouco abaixo, se tudo der certo, e não será muito diferente em 2014, quando a presidente Dilma encerrará o mandato sem ter alcançado a meta de 4,5% — já elevada, até para os padrões de economias emergentes.

E há problemas pela frente, devido à contenção artificial de preços administrados — combustíveis, tarifas de transportes, por exemplo. Um dia, mostra a própria experiência brasileira, estes preços terão de ser descomprimidos, por razões fiscais. Com um óbvio efeito na inflação.

No plano das contas externas, há a ameaça de um déficit comercial, o primeiro desde 2000. Existem, por trás desta previsão — impensável há pouco tempo —, efeitos da queda de cotações de commodities, provocada pelo desaquecimento chinês, e da incapacidade brasileira de, por meio da redução consistente do “custo Brasil”, dotar a economia de capacidade de competição em outros segmentos, além das matérias-primas. Ao contrário, a reação tem sido o protecionismo defensivista.

Não se irá a qualquer lugar por esta rota — como também mostra a história da economia brasileira, rica em experimentos heterodoxos fracassados.

Todo este quadro pouco animador deriva de um meticuloso projeto — hoje visivelmente fracassado — de desmontagem da política do “tripé” — câmbio flutuante, metas rígidas de inflação e de superávit primário —, substituído por uma “nova matriz econômica”. Sem que esta mudança fosse assumida formalmente.

A operação-desmonte do “tripé”, iniciada a partir do final do primeiro mandato de Lula, foi acelerada com Dilma na Presidência: queda de juros, sem maiores cuidados com a inflação e gastos públicos.
O BC foi hábil em aproveitar o agravamento da crise europeia e cortar a Selic.
Os exageros nos gastos e o turbinamento excessivo no consumo, somados ao desestímulo ao investidor privado devido a um intervencionismo preocupante do governo, produziram a atual conjuntura de baixo crescimento, inflação alta, escassos investimentos e pouco dinamismo exportador.
O BC já começou a agir na luta contra a inflação. Falta o resto.

20 de julho de 2013
O Globo, Editorial

O NOVO ATRAPALHA A TEORIA

 

No quebra-quebra da última quarta-feira no Leblon e em Ipanema, arruaceiros infiltrados em uma manifestação pacífica conseguiram envenená-la. Eram poucos, o estrago foi imenso. Os manifestantes são agora acusados por autoridades de serem manipulados, o que esvazia sua autenticidade e desvia o conteúdo das demandas da rua para a querela personalista. Como se as ruas nada fossem senão marionetes coadjuvantes da tragicomédia partidária. Essa acusação injusta desfigura um movimento cuja causa é nobre.

Os jovens têm o desafio e a responsabilidade de, sem ambiguidades, demarcar-se dos vândalos preservando a lição de democracia que vêm dando ao país. Violência não rima com liberdade.

É difícil entender o novo. O novo atrapalha a teoria.

Quem foi jovem em 68, com saudades de si mesmo, busca similitudes entre os manifestantes de hoje e aqueles de quase meio século atrás. Em vão. Não se é jovem duas vezes, a escultura do tempo é impiedosa. Os jovens de hoje nada têm a ver com aqueles, só a indignação.

Na efervescência em que vive o país, com partidos políticos e sindicatos agonizantes tentando um ultrapassado protagonismo, são os jovens, esses desconhecidos, que esboçam o futuro. Enquanto os partidos se aferram à tomada do poder, eles tomam a palavra e dão exemplo de exercício democrático em que o poder se distribui em múltiplas instâncias de participação.

Quem veio às ruas nesse último mês nasceu depois da queda do muro de Berlim e fez-se adulto quando aluíram as torres gêmeas. Não se define como esquerda ou direita. Não atende a convocatórias de fulano ou beltrano. São cidadãos da nação Facebook, um estado virtual sem fronteiras.

A rede é a grande revolução social que viram nascer e crescer, proeza tecnológica de que são contemporâneos onde se geram os valores de que estão imbuídos: partilha, liberdade de expressão e gratuidade. Diferentes no conteúdo, as manifestações, mundo afora, são similares na forma de organização e expressão porque emergem da cibercultura que é a cultura global contemporânea.

Pós-ideológicos, nossos jovens concentram suas exigências na liberdade, no bem viver e na condenação da corrupção. A liberdade herdada da luta de outras gerações, um patrimônio cujo valor mal avaliam; quando ameaçada, defendem.

Acusados de individualistas, vivem do compartilhamento da informação e, à sua maneira, têm uma vida em comum, posta a nu e acessível a todos, fazendo da transparência uma regra que querem válida em todos os espaços. Daí a ojeriza às zonas de sombra, à trapaça, que consideram a regra do jogo partidário.

Criados na liberdade de expressão absoluta, tocando às vezes as raias da irresponsabilidade, a irreverência juvenil encontrou na rede seu instrumento ideal, que lhes garante não só o direito de se exprimir, mas sobretudo o de ser ouvido, quiçá por milhões de interlocutores.

A gratuidade que experimentam no consumo dos bens culturais disponíveis na rede — ou o que percebem como tal, apesar de essa gratuidade ter valido ao criador do Facebook uma das maiores fortunas do mundo — se traduz na demanda radical de um mundo sem dono.

Na contramão do “tudo tem seu preço”, a juventude “face” tudo disponibiliza, o que é seu e o que é dos outros, tem uma espantosa intimidade com a ideia de que tudo lhe pertence e de graça. O que exacerba sua indignação quando privada daquilo pelo que paga, ou pagam seus pais sob a forma de impostos.

São contra escolas sucateadas, a doença da saúde pública, a infelicidade feliciana e o transporte que não chega a lugar nenhum. Sua meta-demanda é o fim da corrupção. Não merecem a pecha de apolíticos. A rede não os faz individualistas, e sim autônomos e conectados. Capta e traz à tona, na palavra de cada um, tendências de opinião, cria solidariedades que se inscrevem nos seus cartazes.

Sua mobilização instantânea e geométrica provocou um curto-circuito no enferrujado motor das máquinas partidárias que entraram em pane e em pane continuam. Envelheceram no diálogo de surdos com essa população, esmagadoramente jovem, que de repente entrou em cena.

Considere-se um progresso, um retrocesso ou um progresso que contém riscos, nada muda o fato que as redes existem, são um ator político relevante, o Ágora da Pólis do século XXI.

Não há que pôr a culpa nos jovens. Cabe às autoridades identificar quem pratica atos criminosos, dizer à população quem são, impedir sua ação. Confundir os manifestantes com os baderneiros é dar ganho de causa a esses criminosos que tentam, na multidão, se confundir com eles.

20 de julho de 2013
Rosiska Darcy de Oliveira é escritora.

FRASE DO DIA

"É simples: querem o ''volta, Lula'' porque querem recuperar o poder que perderam com Dilma. É assim que o jogo é jogado."


Deputado Danilo Forte (PMDB-CE), sobre as disputas internas do PT por espaço no governo

20 de julho de 2013

MATEUS 24


E, quando Jesus ia saindo do templo, aproximaram-se dele os seus discípulos para lhe mostrarem a estrutura do templo.

Jesus, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada.

E, estando assentado no Monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos em particular, dizendo: Dize-nos, quando serão essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?

E Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane;

Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos.

E ouvireis de guerras e de rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim.

Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares.

Mas todas estas coisas são o princípio de dores.

Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome.

Nesse tempo muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se odiarão.

E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos.

E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos esfriará.

Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo.

E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim.

Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo; quem lê, atenda;

Então, os que estiverem na Judéia, fujam para os montes;

E quem estiver sobre o telhado não desça a tirar alguma coisa de sua casa;

E quem estiver no campo não volte atrás a buscar as suas vestes.

Mas ai das grávidas e das que amamentarem naqueles dias!

E orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem no sábado;

Porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco há de haver.

E, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias.

Então, se alguém vos disser: Eis que o Cristo está aqui, ou ali, não lhe deis crédito;

Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos.

Eis que eu vo-lo tenho predito.

Portanto, se vos disserem: Eis que ele está no deserto, não saiais. Eis que ele está no interior da casa; não acrediteis.

Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho do homem.

Pois onde estiver o cadáver, aí se ajuntarão as águias.

E, logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas.

Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória.

E ele enviará os seus anjos com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus.

Aprendei, pois, esta parábola da figueira: Quando já os seus ramos se tornam tenros e brotam folhas, sabeis que está próximo o verão.

Igualmente, quando virdes todas estas coisas, sabei que ele está próximo, às portas.

Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas estas coisas aconteçam.

O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar.

Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, mas unicamente meu Pai.

E, como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem.

Porquanto, assim como, nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca,

E não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do homem.

Então, estando dois no campo, será levado um, e deixado o outro;

Estando duas moendo no moinho, será levada uma, e deixada outra.

Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor.

Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que vigília da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria minar a sua casa.

Por isso, estai vós apercebidos também; porque o Filho do homem há de vir à hora em que não penseis.

Quem é, pois, o servo fiel e prudente, que o seu senhor constituiu sobre a sua casa, para dar o sustento a seu tempo?

Bem-aventurado aquele servo que o seu senhor, quando vier, achar servindo assim.

Em verdade vos digo que o porá sobre todos os seus bens.

Mas se aquele mau servo disser no seu coração: O meu senhor tarde virá;

E começar a espancar os seus conservos, e a comer e a beber com os ébrios,

Virá o senhor daquele servo num dia em que o não espera, e à hora em que ele não sabe,

E separá-lo-á, e destinará a sua parte com os hipócritas; ali haverá pranto e ranger de dentes.

SUBSERVIÊNCIA, JAMAIS!



Aos meus colegas médicos: nosso país nos últimos 12 anos transformou-se em um antro de corruptos e corruptores, onde ética e moral passam longe. Não temos um governo voltado para os interesses da sociedade. Temos uma verdadeira mega quadrilha formada por fisiológicos, cínicos e ladrões do erário que usam de todos os meios para atingir um fim - perpetuarem-se no poder.

 A  última vítima escolhida pelo bando para fazer proselitismo foi a nossa classe. Não podemos permitir. Somos profissionais sérios, exercemos nossa profissão com dignidade, não frequentamos a praça dos Três Poderes, não circulamos nos sujos porões dessas fossas chamadas Palácio do Planalto e Congresso Nacional, não participamos do mensalão, não usamos cartões corporativos para pagar motéis e prostitutas, não usamos o suado dinheiro de nossos impostos para distribuir com ditadores mundo afora, não somos donatários de capitanias hereditárias, não fazemos da nossas bases aéreas praças de taxi a serviço de políticos de caráter duvidoso, esses mesmos que na república de Macunaíma presidem as duas casa do Congresso, não transformamos o avião presidencial em motel aéreo, não usamos banco de fomento (BNDES) para financiar nossos materiais de trabalho, não colocamos o dedo na prensa a troco de aposentadoria precoce, nós cirurgiões precisamos dos dez dedos para trabalhar.

 Enfim, nós temos o respeito da sociedade esclarecida, e acredito que também o apoio da população, portanto temos força e deveremos usá-la. Como profissional liberal há 35 anos, conhecendo meus deveres e direitos,  jamais me submeterei a imposições de quadrilheiros. Obediência civil é fator que legitima governos e esse governo não merece nosso respeito. Serei o primeiro da classe a não aceitar o cabresto desses corruptos e espero que as entidades de classe mantenham sua posição independente e de preferência que sejam mais incisivas em sua declarações públicas.

 Baixar a cabeça diante dessas imposições é subserviência e covardia e nós não somos covardes. Fazer medicina no Brasil hoje, além de brigarmos contra a morte, temos de brigar contra os corruptos desse governo que agora se bandearam contra nós. Tentam desmoralizar a profissão, mas com a nossa união eles não conseguirão, pelo menos no que depender de mim. A desobediência civil se faz necessária quando a incompetência e a corrupção tomam conta de um governo.

20 de julho de 2013
Humberto de Luna Freire Filho é Médico - CREMESP - 35.196.

MORAL E MARXISMO: O PENSAMENTO TRANSVERSAL

  
 
Certa vez escrevi que quando uma determinada teoria provoca uma revolução muito grande numa  área do conhecimento humano, a primeira coisa que acontece é escapar do seu campo original e “ocupar” (já que o termo está na moda) outros. Convido vocês a imaginarem a história da Medicina, da Arte ou do Direito... Enfim, quem sabe até da própria Ciência e da Filosofia como estradas.

Essas estradas podem não ter fim, mas certamente tiveram um início. Fica fácil, para qualquer um,  entender se alguém está avançando ou retornando no tempo, né? Pois bem, pergunto agora – e se ao invés de nos preocuparmos com o comprimento da estrada nós pensássemos na sua “largura”??

Começo assim esse pequeno artigo sobre a chamada “transversalidade” - expressão adorada por certos expoentes da “Unidiversidade” Brasileira. Duvido muito que exista, em toda história do pensamento contemporâneo duas doutrinas que tenham provocado um impacto tão grande na cultura ocidental quanto o marxismo e a psicanálise.

Não vou me estender aqui sobre o que poderia haver de comum na origem delas. Teríamos que falar sobre Nietzsche, e aí o texto perderia o seu sentido. Não pretendo também discorrer sobre a psicanálise  - é sobre marxismo, meus amigos, que  vamos escrever  agora.

Recentemente foi divulgada na internet a informação (pouco me importa se verdadeira ou falsa) de que o Ministério da Educação e Cultura (MEC) teria iniciado uma campanha estimulando as adolescentes brasileiras a praticarem sexo oral com seus namorados afim de evitar a gravidez não desejada. Pois bem, Milton, e o que isso “tem a ver” com teu artigo??

Tem “a ver” da seguinte maneira: essa notícia provoca no leitor uma reação emocional. Essa reação está vinculada ao terreno da moralidade. As pessoas vão gostar da ideia e estimulá-la (considerando a proposta moral)  ou vão se revoltar e dizer claramente que trata-se de algo imoral. Ora, meus amigos, está na restrição a essas duas opções a evidência de um erro extremamente perigoso quando tratamos de pensar sobre o movimento revolucionário.

Não é preciso investir tempo no estudo de Antônio Gramsci para entender como o marxismo, desde os seus primórdios, opera dentro do campo da moralidade. Sabem como ele opera?? Ele NÃO opera! Isso mesmo, leitores, o marxismo não é uma doutrina moral e muito menos imoral -  ele é AMORAL! Existe na troca da letra “i” pela “a” uma mudança total de significado.

Se não; vejamos. Todo movimento revolucionário da esquerda sustenta que a história tem regras próprias que podem ser estudadas cientificamente, que a base formadora da sociedade é econômica e que é a luta entre as classes que faz com que ela “vá pra frente”. Decorre que dessa definição, que mudou toda história do pensamento a partir do século XIX, a idéia de que a cultura e os seus valores – principalmente os morais – são mera consequência de uma relação de trabalho. 

Destruindo-se a relação de trabalho, destrói-se a moralidade. Toda genialidade de Gramsci foi compreender que poderia se operar de maneira inversa e destruir a cultura para mudar o modo de produção. O que os dois métodos tem em comum é o fanatismo revolucionário. Vejam que não há, em nenhuma das hipóteses, lugar para sobrevivência de uma moral considerada “arcaica”.

Pois bem, já vimos o tamanho do impacto do marxismo na estrada do pensamento. Ele mudou muito mais a “largura” do que o “comprimento” do caminho, não é? Tornou-se uma espécie de “pensamento transversal” capaz de invadir outras áreas do conhecimento provocando nelas uma revolução muitas vezes maior do que a do seu campo original e concluímos que não há espaço para moralidade na revolução.

Talvez tendo isso em mente seja mais fácil se livrar da impressão de “esquizofrenia” petista. “Como podem, Milton, os petralhas dar dinheiro para que as mulheres mostrem seus corpos na Marcha das Vadias e ao mesmo tempo apoiar regimes em que elas andam de burca??”  Quem leu o texto até aqui já sabe a resposta – Por que isso não tem o menor significado dentro do processo revolucionário, gente! A proposta de discussão do tema como “paradoxo” não faz sentido algum na cabeça de um marxista.

Lembrem sempre disso quando usarem “padrões morais” para avaliar se aquilo que o PT faz é certo ou errado... essa discussão não existe. Estudem por exemplo Mao Tse Tung (Do Manejo Correto das Contradições no Seio do Povo) e verão que é “bom ou correto” aquilo que serve ao partido e a revolução ...Todo, prestem bem atenção, TODO o resto não faz a mínima diferença..

Talvez um dia os brasileiros saiam às ruas perplexos e assistindo duas passeatas ao mesmo tempo...uma delas pedindo para as meninas “praticarem sexo oral” e outra sugerindo que se “casem virgens”. As duas vão estar sendo financiadas pelo mesmo Partido... As duas vão servir para esse Partido desviar dinheiro público... e entre elas não vai haver “contradição” alguma. O Brasil finalmente vai ter adotado completamente outro tipo de “pensamento” - um Pensamento Transversal.

Porto Alegre, 19 de julho de 2013 AVC (antes da vinda dos cubanos)

20 de julho de 2013 Milton Simon Pires é Médico.

OS VERDADEIROS INIMIGOS


 
Tudo indica que os vândalos e os baderneiros que destruíram um bairro do Rio de Janeiro estão promovendo, propositadamente, a desmoralização e a criminalização das manifestações populares que denunciam as mazelas do governo Cabral.
Querem acovardar os verdadeiros manifestantes e desestimular as futuras manifestações. São bandidos, criminosos, especialistas em arrastões a soldo dos corruPTos e de seus aliados.
A OAB, hipocritamente, chama os facínoras de “fascistas”, aludindo tratar-se de um movimento de direita radical, e, ao defender seus supostos “direitos”, criminaliza a ação da Polícia que, pela lei física da “ação e reação”, deveria ter a mesma intensidade da violência dos bandidos, sejam eles maiores ou menores.
A extensão da violência criminosa deve ser a medida da reação policial!
O combate à criminalidade privilegia estudos e medidas sociais, já o combate à violência planejada, organizada e indiscriminada requer a desorganização e a intimidação dos violentos e estas não se obtém com diálogo, medidas ou estudos de socialização, mas com a ação efetiva, seletiva, inteligente, rigorosa e determinada dos órgãos de segurança pública.
Para que o objetivo dos criminosos não seja atingido, será preciso que os verdadeiros manifestantes cooperem com as forças de segurança e ajudem-nas a identificar, isolar, neutralizar e prender os vândalos e seus apoiadores.
Operações de inteligência, identificação de planos, neutralização de líderes e patrocinadores, planejamento e ação de choque são algumas das ações a realizar, mas será que as “autoridades governamentais” têm interesse em que sejam realizadas?
É preciso saber quem de fato é o inimigo. A Polícia, com certeza, não é!

20 de julho de 2013 Paulo Chagas é General de Divisão na Reserva.

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE

 
20 de julho de 2013

NOTAS POLÍTICAS DO JORNALISTA JORGE SERRÃO

                    Até quando seremos tão canalhas?
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O imortal jornalista e dramaturgo Nelson Rodrigues (1912-1980) definia a expressão “canalha” de forma dúbia. Ora condenando: “O sujeito era tão canalha, mas tão canalha, que não perdoava a própria cunhada”. Ora elogiando, com ironia: “Todo canalha tem boa memória”. Nelson também reclamava: “O brasileiro, quando não é canalha na véspera, é canalha no dia seguinte”.
Nelson, que “invejava a burrice, porque ela é eterna” não teve tempo de se aprofundar, em suas reflexões, sobre a figura de Luiz Inácio Lula da Silva - uma fonte inesgotável de inspiração para quem tenta entender e traduzir o Brasil. A interpretação de sua oratória contribui para o entendimento prático de como funciona a mitomania (para uns cínicos uma arte, para outros mais realistas uma doença, caracterizada pela pregação de uma mentira em que o contador dela acredita piamente).
A postura de Lula lembra muito aquela estorinha da lagarta que se apaixonou por um girino – com ambos decidindo casar. No dia do casamento a lagarta se meteu no casulo e por lá ficou. Demorou tanto que, quando saiu, já transformada em uma linda borboleta, lamentou que o belo noivo tinha virado um sapo gordo, feio e barbudo.

Recusando-se a casar, a borboleta tentou bater asas e voar. Mas língua grande e certeira do contrariado sapo acabou pegando-a e comeu-a. Lamentável é a moral imoral dessa historinha pragmática: “Se você está ficando velho, gordo e feio, mas tem uma língua grande e rápida, sempre vai comer alguém”. 
Tal como o bicho da fábula, com sua língua ferina aos adversários e inimigos, Lula estupra a paciência de quem não aguenta mais tanta mentira e ilusionismo saindo da boca da politicagem tupiniquim. Lula ainda tem sorte porque seus fanáticos seguidores, como membros de uma seita política, ainda o seguem e engolem.
O curioso é que Lula um dia já foi apelidado de “Sapo Barbudo” por Leonel Brizola – que o achava um sujeito difícil de engolir. O caudilho também chegou a incluir Lula entre os “filhotes da ditadura”. E chamava a atenção que Lula seria um daqueles que seria capaz de pisar no pescoço da própria mãe para conseguir o que queria...
Brizola parece que conhecia bem Lula. Na mais recente palestra, evento fechado na Universidade Federal do ABC (SP), a língua afiada do endeusado chefão petista voltou a atacar quem agora mais lhe incomoda: os ativistas no mundo virtual. Mas a queixa de Lula deu ganchos para uma análise justa e perfeita sobre ele e nossa lamentável realidade brasileira.
Lula classificou de “canalhas” os imbecis que promovem “vandalismo na internet”. Como de costume, é assim que Lula sempre se refere a adversários ou inimigos. Mas o alvo recente são os que espalham “boatos” sobre sua doença ou sobre o patrimônio daquele que a mídia e alguns críticos apelidam de Lulinha – seu filho Fábio, um gênio-prodígio do empreendedorismo tupiniquim.
O mais bacana e útil da palestra foi o conselho dado pelo Lula aos jovens: “Mesmo quando vocês estiverem putos da vida, mas putos de verdade, tipo não gosto do Lula, não gosto da Dilma, não neguem a política”. Lula fez outra constatação importante: “De protesto em protesto, a gente vai consertando o telhado”.
O telhado de Lula é de vidro e se quebrou. Como Presidente, ele inviabilizou nosso futuro como Nação-Potência. Seguindo a receita do Diálogo Interamericano, junto com seu companheiro FHC (com quem finge ter rusgas, mas são parceiros na “Nova Ordem Mundial”), Lula manteve o Brasil longe de ter um Projeto de Defesa, com alto e real poder de dissuasão, para inibir os reais inimigos do Brasil. Sem isso, nenhum País é respeitado e vai se desenvolver soberanamente.
Lula atrasou qualquer projeto Democrático para o Brasil. Democracia é segurança do Direito e garantia do exercício da razão pública. Como Presidente, Lula desrespeitou sistematicamente o princípio básico do Estado democrático. Não acabou indiciado e condenado no Mensalão por malabarismo conjuntural.
Foi poupado em nome dos interesses externos que controlam o Brasil e nos mantém no subdesenvolvimento. O trabalho que sua equipe econômica fez para nos desindustrializar e para gerar uma massa empobrecida cada vez mais dependente dos favores estatais foi uma aula de Capimunismo. Lula matou o Brasil e não será punido pelo crime de traição à Pátria!
Lula deu outro péssimo exemplo no escândalo Rosegate – que envolvia, diretamente, uma de suas melhores amigas e assessoras diretas. Lula nada fala sobre o caso (providencialmente abafado) em um silêncio comprometedor para a democracia. E os esquemas vigentes o manterão inimputável, até conseguir um mandatozinho de senador que lhe garantirá o foro privilegiado e a imunidade parlamentar até o fim da vida.
Nelson Rodrigues proclamava que “toda a unanimidade é burra, porque quem pensa com a unanimidade não precisa pensar”. Lula tem todo o perfil do Stalinácio (apelido cunhado pela turma do Casseta na falecida coluna do canalha Agamenon Mendes Pedreira em O Globo). Gostaria de ter a unanimidade a seu favor. Mas como não tem chuta a lata com a língua.
Os discursos irresponsáveis de Lula só confirmam uma outra “tese” do Nelson Rodrigues: “O Brasileiro não está preparado para ser o maior do mundo em coisa nenhuma. Ser o maior do mundo em qualquer coisa, mesmo em cuspe à distância, implica uma grave, pesada e sufocante responsabilidade”.
Nossa irresponsabilidade cidadã e política permitiu que os esquemas globalitários de fabricação de pseudo-lideranças, segundo o método do Instituto Tavistoc londrino, produzissem uma figura como Lula para tomar conta do Brasil.
Por negarmos a Política de verdade, sem definir um projeto para o Brasil, estamos pagando caro, e devemos pagar um preço ainda mais alto pela histórica falta de investimento em infraestrutura, educação, ciência & tecnologia – por falta de real espírito empreendedor, desenvolvimentista e realmente democrático.
Até quando seremos canalhas, corruptos, irresponsáveis e omissos politicamente como cidadãos-eleitores-contribuintes?
Quem ele pensa que é?

Divina Diferença
O Papa Francisco chega ao Rio de Janeiro e tem condições morais e espirituais de desfilar em carro aberto, sem vidros à prova de bala, com muitas chances de receber aplausos e carinho pelos bons exemplos que vem dando, sobretudo como chefe de Estado e homem público.
Lula deve estar morrendo de inveja porque não tem condições de fazer o mesmo...
Para um sujeito que já foi idolatrado, endeusado e até comparado a Jesus (como nas faixas das greves do ABC na década de 80), o atual estágio decadente de Lula parece pior que a morte física, moral e espiritual.
Alto risco de Excomunhão


 
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.

20 de julho de 2013
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.