Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
PEQUENO ORGANIZADO OU GRANDE DESORDENADO?
O Brasil tem um Judas que o trai todos os dias: a corrupção.
Talvez seja justamente o que serve de orgulho para muitos brasileiros, um grande aliado da corrupção: o tamanho do nosso território, pois quanto "maior o governo", maior a corrupção.
Frases retiradas de um vídeo no blog do Noblat:
Quanto maior o controle do estado sobre o cidadão maior a corrupção. Quanto maior a arrecadação de impostos maior a corrupção. A corrupção castiga grande quantidade de pessoas que dependem dos serviços públicos; castiga empresários e profissionais liberais que pagam impostos altíssimos. Embora alguns não percebam, a corrupção castiga todos, pois é grande responsável pelo aumento do preço dos produtos nos supermercados, farmácias...
Quanto maior o número de pessoas num país de corruptos, maior a quantidade de analfabetos e ignorantes.
Nada melhor para os mal intencionados do que se elegerem a cargo político num país como o nosso, onde se torna quase impossível acompanhar tudo o que ocorre. Sem contar que, mesmo quando apanhados com a mão no bolso alheio, além de não sofrerem punição alguma, não são obrigados nem a devolver o fruto do roubo.
Talvez uma das saídas, para diminuir a bandalheira atual, fosse a divisão em Brasil 1, 2, 3 4 e 5... Como se fossem grandes Regiões Administrativas. Sem a possibilidade de criarem mais órgãos públicos e consequente distribuição de cargos a amigos. Como é sabidamente exorbitante o número de funcionários e órgãos estatais, muitos completamente inúteis, bastaria distribuí-los pelas regiões.
E ainda veríamos a "brasilidade" de cada região mais de acordo com suas características, pois ao comparar o norte com o sul, por exemplo, dá até para pensar que são países diferentes.
Talvez seja justamente o que serve de orgulho para muitos brasileiros, um grande aliado da corrupção: o tamanho do nosso território, pois quanto "maior o governo", maior a corrupção.
Frases retiradas de um vídeo no blog do Noblat:
Quanto maior o controle do estado sobre o cidadão maior a corrupção. Quanto maior a arrecadação de impostos maior a corrupção. A corrupção castiga grande quantidade de pessoas que dependem dos serviços públicos; castiga empresários e profissionais liberais que pagam impostos altíssimos. Embora alguns não percebam, a corrupção castiga todos, pois é grande responsável pelo aumento do preço dos produtos nos supermercados, farmácias...
Quanto maior o número de pessoas num país de corruptos, maior a quantidade de analfabetos e ignorantes.
Nada melhor para os mal intencionados do que se elegerem a cargo político num país como o nosso, onde se torna quase impossível acompanhar tudo o que ocorre. Sem contar que, mesmo quando apanhados com a mão no bolso alheio, além de não sofrerem punição alguma, não são obrigados nem a devolver o fruto do roubo.
Talvez uma das saídas, para diminuir a bandalheira atual, fosse a divisão em Brasil 1, 2, 3 4 e 5... Como se fossem grandes Regiões Administrativas. Sem a possibilidade de criarem mais órgãos públicos e consequente distribuição de cargos a amigos. Como é sabidamente exorbitante o número de funcionários e órgãos estatais, muitos completamente inúteis, bastaria distribuí-los pelas regiões.
E ainda veríamos a "brasilidade" de cada região mais de acordo com suas características, pois ao comparar o norte com o sul, por exemplo, dá até para pensar que são países diferentes.
GRAVE COMPORTAMENTO INADEQUADO
Grave comportamento inadequado
Daniel foi eliminado do "Big Brother Brasil 12" no início da noite de ontem devido a um grave comportamento inadequado.
Foi detonado pela suposta violência sexual que teria praticado contra a estudante Mônica Amin, de 23 anos, que bebeu demais e foi para a cama com ele no programa.
O modelo Daniel Echaniz, de 31 anos, terá sua atitude investigada pela Polícia Civil a pedido do Ministério Público do Rio de Janeiro.
Pressão funciona
A Rede Globo, que no começo tentou minimizar o caso, só tomou a decisão radical depois que o assunto bombou na internet.
Foi pesada a pressão para que fosse tomada alguma atitude contra Daniel.
Já pensou se nos bastidores do poder todo mundo também tivesse acesso a câmeras 24 horas como no hediondo BBB Globalitário?
E o Daniel que foi vítima?
O ex-prefeito de Santo André Celso Daniel foi brutalmente assassinado, após torturas e sevícias.
O Ministério Público, a Polícia e a Justiça não agiram com tanta velocidade para solucionar o caso – que se arrasta por 10 anos.
A conclusão lógica que se tira é: o assassino de Daniel não atuava no Big Brother Brasil...
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.
Daniel foi eliminado do "Big Brother Brasil 12" no início da noite de ontem devido a um grave comportamento inadequado.
Foi detonado pela suposta violência sexual que teria praticado contra a estudante Mônica Amin, de 23 anos, que bebeu demais e foi para a cama com ele no programa.
O modelo Daniel Echaniz, de 31 anos, terá sua atitude investigada pela Polícia Civil a pedido do Ministério Público do Rio de Janeiro.
Pressão funciona
A Rede Globo, que no começo tentou minimizar o caso, só tomou a decisão radical depois que o assunto bombou na internet.
Foi pesada a pressão para que fosse tomada alguma atitude contra Daniel.
Já pensou se nos bastidores do poder todo mundo também tivesse acesso a câmeras 24 horas como no hediondo BBB Globalitário?
E o Daniel que foi vítima?
O ex-prefeito de Santo André Celso Daniel foi brutalmente assassinado, após torturas e sevícias.
O Ministério Público, a Polícia e a Justiça não agiram com tanta velocidade para solucionar o caso – que se arrasta por 10 anos.
A conclusão lógica que se tira é: o assassino de Daniel não atuava no Big Brother Brasil...
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.
LUCIA NA GENRO JUSTIFICA CEM MILHÕES DE CADÁVERES
O ano era 1980 e eu vivia em Paris. Hospedei por alguns dias o namorado de uma advogada trabalhista gaúcha, que se dirigia a Moscou para um curso de cinco anos na Patrice Lumumba. Muito ingênuo, uns vinte anos antes eu havia postulado a mesma bolsa. Queria sair do Brasil, não importava para onde fosse. Quis o bom deus dos ateus que minha aplicação fosse interceptada pelos serviços de segurança, o que me valeu um interrogatório e uma noite de prisão em Dom Pedrito. Dos males, o menor. Ganhasse a bolsa, faria de minha vida um inferno e, na época, teria dificuldades para voltar ao Brasil.
Mas falava do gaúcho que ia para Moscou. Eu o recebi com meus melhores vinhos e charlamos por pelo menos duas noites. Que vais fazer em Moscou? – perguntei. “Vou fazer arquitetura, na Patrice. Um curso de cinco anos”. Sabes desenhar caixas de fósforos? – voltei à carga. Ele me olhou com um gesto de que eu não merecia resposta. Bom, meu caro, se sabes desenhar caixas de fósforo, já dominas toda a arquitetura soviética. Nem precisa ir.
Ofendeu-se, o gaúcho. Queria ir embora lá de casa. Instei-o a ficar, eu apenas fazia um comentário. Mas predisse: tu vives boa vida em Porto Alegre. Não vais agüentar nem seis meses em Moscou. Despediu-se de mim irritado.
Mês seguinte, chega sua namorada, a advogada trabalhista. Iria visitá-lo em Moscou. Ficou um mês esperando pelo visto. Nesse meio tempo, fui lhe apresentando as delícias do capitalismo. Bom, vai daí que a moça acabou indo ao paraíso socialista. Voltou um mês depois. De cabeça gacha. Como é que foi? – perguntei. Ela não falou muito. Disse apenas que era uma cidade concebida para gigantes. Antes de voltar ao Brasil, fez-me algumas confidências. “Tudo é escasso lá. E não há escolha. Os absorventes higiênicos são enormes”.
Pois é, minha querida. País de gigantes é assim mesmo. Mas a história não termina aqui. Continuamos a trocar correspondência. Era a época das cartas, que demoravam pelo menos uma semana para chegar. Três meses depois, ela me dá notícias de Porto Alegre e fala que o namorado havia decidido voltar, que não via muito sentido em ficar cinco anos estudando agronomia em Moscou. (Agora, era agronomia. O curso inicial era arquitetura). Continuou escrevendo e, ao final, um PS: “Tche, o Rui chegou ontem”.
O bravo militante comunista, que fora à Rússia para um curso de cinco anos, não agüentou nem seis meses, como eu previra. Nos encontramos mais tarde em Porto Alegre. Viu? – perguntei –. Nem seis meses.
- Ah! Não vou te explicar. Não vais entender.
Não iria entender mesmo. Só afirmei que ele não suportaria nem seis meses em Moscou. Mas bom cabrito não berra.
Digo isto a propósito do retorno de Cuba de Luciana Genro. A ex-deputada stalinista nos prometeu um relato de seu périplo, pelo qual esperei ansiosamente. Boa stalinista também não berra. Apesar de todos os relatos da miséria que assola a ilha, da fuga em massa dos cubanos para Miami, dos fuzilamentos sumários ordenados por Castro e Guevara, Luciana Genro encontra palavras para louvar uma ditadura de mais de cinqüenta anos – a mais longa do século passado.
“A vitória da guerrilha de Fidel e Che Guevara foi o coroamento de uma luta de massas que derrubou uma ditadura sangrenta que fazia do país o quintal de recreação da burguesia americana, à custa da pobreza extrema dos cubanos – escreve Genro – . Por isso esta revolução ainda é reivindicada pelo povo. Mesmo quem critica o regime sabe que a revolução cumpriu um papel fundamental para a libertação do país”.
Se antes era o quintal de recreação da burguesia americana, hoje é o bordel de todo Ocidente. Castro conseguiu um milagre. Banalizou a tal ponto a prostituição, que hoje um cubano oferece alegremente aos turistas sua mulher, em troca dos malditos dólares do império. Quando perguntaram a Fidel porque em sua ilha as universitárias se prostituíam, o Líder Máximo foi olímpico: é que em Cuba até as prostitutas têm grau universitário.
Quanto a pobreza extrema dos cubanos, esta não é exatamente dos dias de Fulgencio Batista. O salário médio de um médico cubano, hoje, é de 15 dólares por mês, quantia que um mendigo tira fácil por dia no Brasil. As libretas de racionamento são achados do regime castrista, não do governo de Batista. Naqueles dias, quem queria sair de Cuba saía quando bem entendesse. Na ditadura de Castro, só fugindo e arriscando a vida no mar do Caribe.
A ex-deputada consegue ser um pouco mais honesta que Michael Moore em Sicko, mas acaba enredando-se em suas dialéticas contradições: “Depois do fim da URSS a situação econômica de Cuba piorou terrivelmente”. Qual era o subsídio da extinta à Cuba? Cinco bilhões de dólares anuais. Para uma ilhota de 10 milhões de habitantes. O que dá 500 dólares per capita ao ano. Hoje, um médico ganha 180 dólares por ano, menos da metade do subsídio soviético. Em uma frase, Genro atesta o fracasso total da dita revolução cubana.
“Não conheci a Cuba de antes, mas hoje a miséria anda nas ruas e contrasta com a opulência ostentada pelos turistas, que inclusive utilizam outra moeda para consumir o que é inacessível ao cidadão nacional. O que um turista paga por uma refeição em um restaurante médio equivale ao salário de um mês inteiro de um cubano, ou mais, dependendo da profissão. É verdade que o abismo entre ricos e pobres que vivemos no capitalismo não existe entre os cubanos, mas ele revela-se de forma cruel no contraste entre a capacidade de consumo dos cubanos versus a dos turistas”.
O turista usa outra moeda porque o regime não permite que os cubanos usem a mesma moeda do turista. E se um turista paga por uma refeição em um restaurante médio o equivalente ao salário de um mês inteiro de um cubano, a culpa não é do turista, mas do regime que oferece tais salários. Desde há muito um cubano não come não mesmo restaurante que um turista, e isto sempre foi assim em todo país socialista. Genro estabelece uma espécie de luta de classes entre os malvados turistas – esquecendo que ela também é turista – e os coitadinhos cubanos. Mas turistas vêm de economias capitalistas e conseguem pagar o preço dos restaurantes cubanos... para turistas.
Quanto aos cubanos, vivem em economia socialista ... e que se lixem. Diga-se de passagem, é o turismo que traz a Cuba os raros dólares que entram na ilha. Outros dólares são enviados pelos familiares refugiados naquele malvado país capitalista, os Estados Unidos.
A deputada até que reconhece algumas manchas no paraíso: “As glórias da revolução não anulam um fato que é claro como o dia: a população não tem canais de expressão. A direção do Partido Comunista Cubano é uma burocracia fossilizada que mantém a política interditada no país. Quem diverge é tratado como traidor e enquadrado como agente imperialista. Se eles lessem este meu relato eu possivelmente seria assim qualificada”.
Mas... qual partido comunista não é fossilizado? Ou ela conhece algum que seja ágil e moderno? Por que a ex-deputada não disse isto lá em Cuba? Mesmo assim, a militante do PSOL endossa todas as ditaduras do século passado:
“Pois finalizo reiterando as minhas convicções socialistas, reivindicando a revolução russa, chinesa, cubana… e a minha aversão aos burocratas ditos comunistas que desfiguraram o projeto comunista, que na tradição marxista registrada no Manifesto escrito por Marx e Engels é um projeto de igualdade, solidariedade e libertação de toda a exploração e opressão, seja ela exercida pela burguesia ou pela burocracia”.
Genro está endossando o preço das revoluções que louva: cem milhões de cadáveres. Desvios do projeto original. Quem sabe, numa outra tentativa... Afinal, quando as estatísticas estão na ordem dos milhões, centenas de milhares de cadáveres constituem apenas um detalhe. Tanto faz como tanto fez.
janer cristaldo
16 de janeiro de 2012
Mas falava do gaúcho que ia para Moscou. Eu o recebi com meus melhores vinhos e charlamos por pelo menos duas noites. Que vais fazer em Moscou? – perguntei. “Vou fazer arquitetura, na Patrice. Um curso de cinco anos”. Sabes desenhar caixas de fósforos? – voltei à carga. Ele me olhou com um gesto de que eu não merecia resposta. Bom, meu caro, se sabes desenhar caixas de fósforo, já dominas toda a arquitetura soviética. Nem precisa ir.
Ofendeu-se, o gaúcho. Queria ir embora lá de casa. Instei-o a ficar, eu apenas fazia um comentário. Mas predisse: tu vives boa vida em Porto Alegre. Não vais agüentar nem seis meses em Moscou. Despediu-se de mim irritado.
Mês seguinte, chega sua namorada, a advogada trabalhista. Iria visitá-lo em Moscou. Ficou um mês esperando pelo visto. Nesse meio tempo, fui lhe apresentando as delícias do capitalismo. Bom, vai daí que a moça acabou indo ao paraíso socialista. Voltou um mês depois. De cabeça gacha. Como é que foi? – perguntei. Ela não falou muito. Disse apenas que era uma cidade concebida para gigantes. Antes de voltar ao Brasil, fez-me algumas confidências. “Tudo é escasso lá. E não há escolha. Os absorventes higiênicos são enormes”.
Pois é, minha querida. País de gigantes é assim mesmo. Mas a história não termina aqui. Continuamos a trocar correspondência. Era a época das cartas, que demoravam pelo menos uma semana para chegar. Três meses depois, ela me dá notícias de Porto Alegre e fala que o namorado havia decidido voltar, que não via muito sentido em ficar cinco anos estudando agronomia em Moscou. (Agora, era agronomia. O curso inicial era arquitetura). Continuou escrevendo e, ao final, um PS: “Tche, o Rui chegou ontem”.
O bravo militante comunista, que fora à Rússia para um curso de cinco anos, não agüentou nem seis meses, como eu previra. Nos encontramos mais tarde em Porto Alegre. Viu? – perguntei –. Nem seis meses.
- Ah! Não vou te explicar. Não vais entender.
Não iria entender mesmo. Só afirmei que ele não suportaria nem seis meses em Moscou. Mas bom cabrito não berra.
Digo isto a propósito do retorno de Cuba de Luciana Genro. A ex-deputada stalinista nos prometeu um relato de seu périplo, pelo qual esperei ansiosamente. Boa stalinista também não berra. Apesar de todos os relatos da miséria que assola a ilha, da fuga em massa dos cubanos para Miami, dos fuzilamentos sumários ordenados por Castro e Guevara, Luciana Genro encontra palavras para louvar uma ditadura de mais de cinqüenta anos – a mais longa do século passado.
“A vitória da guerrilha de Fidel e Che Guevara foi o coroamento de uma luta de massas que derrubou uma ditadura sangrenta que fazia do país o quintal de recreação da burguesia americana, à custa da pobreza extrema dos cubanos – escreve Genro – . Por isso esta revolução ainda é reivindicada pelo povo. Mesmo quem critica o regime sabe que a revolução cumpriu um papel fundamental para a libertação do país”.
Se antes era o quintal de recreação da burguesia americana, hoje é o bordel de todo Ocidente. Castro conseguiu um milagre. Banalizou a tal ponto a prostituição, que hoje um cubano oferece alegremente aos turistas sua mulher, em troca dos malditos dólares do império. Quando perguntaram a Fidel porque em sua ilha as universitárias se prostituíam, o Líder Máximo foi olímpico: é que em Cuba até as prostitutas têm grau universitário.
Quanto a pobreza extrema dos cubanos, esta não é exatamente dos dias de Fulgencio Batista. O salário médio de um médico cubano, hoje, é de 15 dólares por mês, quantia que um mendigo tira fácil por dia no Brasil. As libretas de racionamento são achados do regime castrista, não do governo de Batista. Naqueles dias, quem queria sair de Cuba saía quando bem entendesse. Na ditadura de Castro, só fugindo e arriscando a vida no mar do Caribe.
A ex-deputada consegue ser um pouco mais honesta que Michael Moore em Sicko, mas acaba enredando-se em suas dialéticas contradições: “Depois do fim da URSS a situação econômica de Cuba piorou terrivelmente”. Qual era o subsídio da extinta à Cuba? Cinco bilhões de dólares anuais. Para uma ilhota de 10 milhões de habitantes. O que dá 500 dólares per capita ao ano. Hoje, um médico ganha 180 dólares por ano, menos da metade do subsídio soviético. Em uma frase, Genro atesta o fracasso total da dita revolução cubana.
“Não conheci a Cuba de antes, mas hoje a miséria anda nas ruas e contrasta com a opulência ostentada pelos turistas, que inclusive utilizam outra moeda para consumir o que é inacessível ao cidadão nacional. O que um turista paga por uma refeição em um restaurante médio equivale ao salário de um mês inteiro de um cubano, ou mais, dependendo da profissão. É verdade que o abismo entre ricos e pobres que vivemos no capitalismo não existe entre os cubanos, mas ele revela-se de forma cruel no contraste entre a capacidade de consumo dos cubanos versus a dos turistas”.
O turista usa outra moeda porque o regime não permite que os cubanos usem a mesma moeda do turista. E se um turista paga por uma refeição em um restaurante médio o equivalente ao salário de um mês inteiro de um cubano, a culpa não é do turista, mas do regime que oferece tais salários. Desde há muito um cubano não come não mesmo restaurante que um turista, e isto sempre foi assim em todo país socialista. Genro estabelece uma espécie de luta de classes entre os malvados turistas – esquecendo que ela também é turista – e os coitadinhos cubanos. Mas turistas vêm de economias capitalistas e conseguem pagar o preço dos restaurantes cubanos... para turistas.
Quanto aos cubanos, vivem em economia socialista ... e que se lixem. Diga-se de passagem, é o turismo que traz a Cuba os raros dólares que entram na ilha. Outros dólares são enviados pelos familiares refugiados naquele malvado país capitalista, os Estados Unidos.
A deputada até que reconhece algumas manchas no paraíso: “As glórias da revolução não anulam um fato que é claro como o dia: a população não tem canais de expressão. A direção do Partido Comunista Cubano é uma burocracia fossilizada que mantém a política interditada no país. Quem diverge é tratado como traidor e enquadrado como agente imperialista. Se eles lessem este meu relato eu possivelmente seria assim qualificada”.
Mas... qual partido comunista não é fossilizado? Ou ela conhece algum que seja ágil e moderno? Por que a ex-deputada não disse isto lá em Cuba? Mesmo assim, a militante do PSOL endossa todas as ditaduras do século passado:
“Pois finalizo reiterando as minhas convicções socialistas, reivindicando a revolução russa, chinesa, cubana… e a minha aversão aos burocratas ditos comunistas que desfiguraram o projeto comunista, que na tradição marxista registrada no Manifesto escrito por Marx e Engels é um projeto de igualdade, solidariedade e libertação de toda a exploração e opressão, seja ela exercida pela burguesia ou pela burocracia”.
Genro está endossando o preço das revoluções que louva: cem milhões de cadáveres. Desvios do projeto original. Quem sabe, numa outra tentativa... Afinal, quando as estatísticas estão na ordem dos milhões, centenas de milhares de cadáveres constituem apenas um detalhe. Tanto faz como tanto fez.
janer cristaldo
16 de janeiro de 2012
CANDIDATA PRESIDENCIAL FUSTIGA CHÁVES NA ASSEMBLÉIA NACIONAL SOB OS RELINCHOS DA MALTA BOLIVARIANA!!!
Um vídeo que está bombando no YouTube mostra a deputada e candidata às primárias da Oposição, Maria Corina Machado, detonando o caudilho Hugo Chávez que esteve na Assembléia Nacional.
Maria Corina admoesta o tiranete cara a cara que lhe responde com evasivas e é ovacionado pela maioria sabuja do chavismo.
Chávez, há algum tempo, fechou o Senado e hoje a Venezuela possui um sistema parlamentar unicameral dominado pelo seu partido.
Com o peito coberto de medalhas e a faixa presidencial, Chávez é uma completa caricatura da América Latina eternamente dominada por tiranos que se encastelam no poder. Diferentes das tiranias de outrora, as deste século se mantêm no poder por meio dos mecanismos institucionais democráticos, como eleições aparentemente livres e a existência de um arremedo de oposição e de liberdade de expressão.
Esse tipo de "democracia" é viabilizada de um lado pela existência das massas ignorantes e históricamente dependentes de esmolas estatais e, de outro, de políticos corruptos que garantem maioria nas casas legislativas e revestem de legalidade a aprovação de leis espúrias que fornecem os mecanismos institucionais que conferem aos chefes de Estado poderes discricionários.
Tanto é que no caso da Venezuela, Chávez promove expropriações de propriedades privadas com base em leis aprovadas pelo Poder Legislativo. O órgão legislativo emasculado serve serve apenas para conferir um viés de legitimidade democrática que, a rigor, não existe.
Tanto é que Chávez manteve recentemente na prisão o líder oposicionista Alejandro Peña Esclusa libertando-o sob condições, depois de um amplo movimento internacional. E Chávez só o libertou após ser atacado pelo câncer. Peña Esclusa já sofria de câncer de próstata quando foi preso pela polícia política de Chávez. A liberdade de Esclusa foi utilizada politicamente por Chávez!
Recentemente, Chávez expropriou a propriedade do produtor rural Franklin Brito que, em protesto, entrou em greve de fome o que o levou à morte.
O resultado disso tudo é que a Venezuela amarga os maiores índices de inflação do continente latino-americano, o crônico desabastecimento e uma escalada de violência feroz. É tido como um dos países com maior nível de insegurança do planeta.
É difícil acreditar que isso esteja acontecendo num país que deveria ser um oásis latino-americano, já que a Venezuela é o quinto maior produtor de petróleo do mundo dispondo de uma reserva fantástica de fácil prospecção.
A intervenção da deputada Maria Corina Machado é uma voz solitária no meio de uma oposição covarde e que se sujeita a ouvir calada por horas a fio o discurso mentiroso e debochado do tiranete venezuelano.
Tanto é que Chávez, como mostra o vídeo, responde com evasivas a adomoestação completamente procedente de Maria Corina que fustiga o modelo que Chávez importou da decadente ditadura cubana para governar esta que poderia ser uma Nação rica, moderna e próspera.
Corina argumenta que expropriar propriedades privadas, sobretudo empresas produtivas, é um roubo, como de fato é.
Chávez veste a carapuça e exclama que a deputada está chamando o presidente de ladrão!, enquanto se ouve a malta bolivariana relinchar.
Janeiro 17, 2012
aluizio amorim
RACISMO NO BBB?
Pronto já começou a campanha politicamente correta da internet.
Alguns Zémanés já ventilam a hipótese do tal Daniel ter sio expulso do Big Bosta Brasil por RACISMO.
Isso mesmo que vocês leram, RACISMO!!
Essa é a lógica dos idiotas para justificar a expulsão do "brother".
O comportamento dele não conta. E na cabeça desses politicamente corretos e patrulheiros raciais de plantão, tudo é visto como uma forma de preconceito contra os negros.
Se o "istrupo" for realmente comprovado ele cometeu um crime SIM. E isso está previsto no código penal. Quem quiser põe no GOOGLE e procure. E a pena dele poderá chegar a 15 anos de cana dura.
Infelizmente a educação do povo brasileiro está nivelada tão por baixo que quando algum negro (que esteja em evidência, é claro) comete um ato criminoso e é punido, sempre aparece alguém levantando a bandeira racial.
O Brasil mesmo que veladamente tinha preconceito racial, sempre teve, e do jeito que vai...sempre terá.
Essa história de que aqui não existe preconceito é pura mentira. O preconceito acima de tudo começa na falta de educação e de cultura do povo.
Um povo culto e educado não se comporta tão cinicamente como uma parcela dos brasileiros.
Acontece que de uns anos para cá alguns membros "políticos" da comunidade negra perceberam que levantando a bandeira racial a polêmica é instalada e seus membros ganham notoriedade, votos e alguns holofotes.
Vejam o caso da USP, no vídeo é claro que o "estudante" falou algo que não devia e também não respeitou o policial. Para quem não sabe, um PM no exercício da função está investido de autoridade. E o PM teve que usar a força para conter o suspeito. Que dizia estar sem a carteira de estudante e que a palavra dele bastava.
E alguns minutos após a pendenga, o "estudante" aparece diante das câmeras exisbindo carteiras de aluno da USP. Ou seja, desrespeito ao trabalho da polícia e muita má fé. Mas...
Já foi motivo para um padreco vermelho muito do sem vergonha, rapidinho se enfiar no campus da universidade e levantar a bandeira raciasta para "alisar" o lado do "estudante" e jogar um crime racial no policial.
Muito simples, um negro agora quando cometer um crime, ou uma falta grave no trabalho, e se for punido ou demitido poderá alegar racismo e o lado prejudicado pela atitude que levou a punição ainda poderá ser responsabilizado criminalmente.
Até quando o povo brasileiro vai deixar que crimes raciais continuem acontecendo por pura falta de cultura? Mas até quando legisladores burros irão continuar fazendo leis duvidosas que podem levar a um ódio social absurdo?
Não existe nada mais segregador do que essas leis contra o racismo. O que deveriam fazer é ensinar a população a aceitar as diferentes raças, credos, e opções sexuais sem a imposição de leis para salvaguardar o direito de muitos em detrimento da maioria.
Afinal, na nossa constituição diz que todos são iguais perante a lei.
E no caso do BBB se ele cometeu um crime não é porque ele é negro que o crime seja menor, mesmo que a Grobo tenha agido com preconceito. Coisa que eu duvido.
Mas a bandeira do preconceito nessa questão é apenas um movimento dos patrulheiros raciais e dos idiotas de sempre para criar polêmica e formar opinião.
E garanto que muitos virão até esta página para me acusar de preconceituoso e de racista. É esperar para ver.
Infelizmente a imensa maioria do povo que assiste a Big Bosta precisa de ajuda do estado até para limpar o próprio rabo.
E esse é um nicho eleitoral gigantesco, onde quem for mais esperto vai levar alguns milhões de votos. Seja dos gays, dos brancos dos índios ou dos negros.
O negócio é confundir para conquistar.
o mascate
Alguns Zémanés já ventilam a hipótese do tal Daniel ter sio expulso do Big Bosta Brasil por RACISMO.
Isso mesmo que vocês leram, RACISMO!!
Essa é a lógica dos idiotas para justificar a expulsão do "brother".
O comportamento dele não conta. E na cabeça desses politicamente corretos e patrulheiros raciais de plantão, tudo é visto como uma forma de preconceito contra os negros.
Se o "istrupo" for realmente comprovado ele cometeu um crime SIM. E isso está previsto no código penal. Quem quiser põe no GOOGLE e procure. E a pena dele poderá chegar a 15 anos de cana dura.
Infelizmente a educação do povo brasileiro está nivelada tão por baixo que quando algum negro (que esteja em evidência, é claro) comete um ato criminoso e é punido, sempre aparece alguém levantando a bandeira racial.
O Brasil mesmo que veladamente tinha preconceito racial, sempre teve, e do jeito que vai...sempre terá.
Essa história de que aqui não existe preconceito é pura mentira. O preconceito acima de tudo começa na falta de educação e de cultura do povo.
Um povo culto e educado não se comporta tão cinicamente como uma parcela dos brasileiros.
Acontece que de uns anos para cá alguns membros "políticos" da comunidade negra perceberam que levantando a bandeira racial a polêmica é instalada e seus membros ganham notoriedade, votos e alguns holofotes.
Vejam o caso da USP, no vídeo é claro que o "estudante" falou algo que não devia e também não respeitou o policial. Para quem não sabe, um PM no exercício da função está investido de autoridade. E o PM teve que usar a força para conter o suspeito. Que dizia estar sem a carteira de estudante e que a palavra dele bastava.
E alguns minutos após a pendenga, o "estudante" aparece diante das câmeras exisbindo carteiras de aluno da USP. Ou seja, desrespeito ao trabalho da polícia e muita má fé. Mas...
Já foi motivo para um padreco vermelho muito do sem vergonha, rapidinho se enfiar no campus da universidade e levantar a bandeira raciasta para "alisar" o lado do "estudante" e jogar um crime racial no policial.
Muito simples, um negro agora quando cometer um crime, ou uma falta grave no trabalho, e se for punido ou demitido poderá alegar racismo e o lado prejudicado pela atitude que levou a punição ainda poderá ser responsabilizado criminalmente.
Até quando o povo brasileiro vai deixar que crimes raciais continuem acontecendo por pura falta de cultura? Mas até quando legisladores burros irão continuar fazendo leis duvidosas que podem levar a um ódio social absurdo?
Não existe nada mais segregador do que essas leis contra o racismo. O que deveriam fazer é ensinar a população a aceitar as diferentes raças, credos, e opções sexuais sem a imposição de leis para salvaguardar o direito de muitos em detrimento da maioria.
Afinal, na nossa constituição diz que todos são iguais perante a lei.
E no caso do BBB se ele cometeu um crime não é porque ele é negro que o crime seja menor, mesmo que a Grobo tenha agido com preconceito. Coisa que eu duvido.
Mas a bandeira do preconceito nessa questão é apenas um movimento dos patrulheiros raciais e dos idiotas de sempre para criar polêmica e formar opinião.
E garanto que muitos virão até esta página para me acusar de preconceituoso e de racista. É esperar para ver.
Infelizmente a imensa maioria do povo que assiste a Big Bosta precisa de ajuda do estado até para limpar o próprio rabo.
E esse é um nicho eleitoral gigantesco, onde quem for mais esperto vai levar alguns milhões de votos. Seja dos gays, dos brancos dos índios ou dos negros.
O negócio é confundir para conquistar.
o mascate
CARREGAR A CRUZ
Internacional - Estados Unidos
Mais um grande “escândalo”, mais uma grande “polêmica”: foram reveladas e divulgadas imagens de soldados norte-americanos no Afeganistão a urinarem sobre cadáveres de talibãs que tinham abatido. Envergonhada, indignada, a actual administração norte-americana não tardou… a pedir desculpa. Hillary Clinton e Leon Panetta exigiram investigações às chefias militares e deram explicações a Hamid Karzai, esse tão grande “aliado” e “amigo” dos EUA…
Pelo que até agora foi possível observar, Barack Obama não é responsabilizado pessoalmente por este caso como George W. Bush o foi pelo de Abu-Ghraib. E não seria inteiramente despropositado se assim acontecesse: de fato, o Nº 44 retirou tropas do Iraque e reforçou-as no Afeganistão – esta tornou-se efetivamente a “sua” guerra. Mais um caso de dualidade de critérios? Que ideia! Aliás, nenhuma ligação com os presentes inquilinos da Casa Branca fora estabelecida aquando de outros dois casos recentes: o de (alegados) abusos sobre prisioneiros e o de assassinato de civis afegãos, por outros grupos de militares dos EUA. No segundo desses casos os envolvidos já foram julgados e condenados em tribunal, tal como haviam sido os da famigerada prisão de Bagdad. Enfim, é a hipocrisia em todo o seu esplendor: pode-se matar terroristas, não só cara a cara com balas ou à distância com drones, mas não se deve “desrespeitar” as suas carcaças. Porque, afinal, os talibãs são tão “dignos” de respeito…
…E, segundo Joe Biden, não são o inimigo! Como é que os secretários de Estado e da Defesa não tremeriam de medo da reação à “profanação” de terroristas muçulmanos quando é o próprio vice-presidente a declarar que eles não são os “maus da fita” e merecem ser parceiros de negociação? É a “lógica” democrata de apaziguamento, demonstrada também por: John Kerry, ao encontrar-se no Egito com representantes da Irmandade Muçulmana, tendo saudado os resultados das eleições naquele país que deram a maioria dos votos a fundamentalistas islâmicos; Jeffrey Feltman (adjunto de Hillary Clinton), ao declarar que o seu governo quer dialogar com todos os partidos islâmicos que tomarem o poder nos seus países na sequência da “Primavera Árabe”; Dalia Mogahed, conselheira (muçulmana) de Barack Obama para “assuntos árabes e islâmicos”, ao cancelar um encontro do presidente com o patriarca maronita (cristão) do Líbano; Mike Quigley, representante do Illinois, ao pedir desculpa “em nome da América” numa conferência islâmica em Chicago (nada de especial, estava só a seguir o exemplo do “chefe”); Leon Panetta, de novo, ao ratificar a classificação de “violência no local de trabalho” atribuída ao massacre em Fort Hood pelos seus subordinados no Departamento de Defesa! E convém lembrar que até a NASA foi “reorientada” para um “intercâmbio cultural” com o Médio-Oriente…
Não se pode, pois, dizer que os homens e as mulheres em uniforme que combatem no Afeganistão contam com uma “retaguarda” consistente e credível em casa. E, fora, no estrangeiro, no terreno, estão constantemente à mercê de ataques traiçoeiros: na semana passada um soldado afegão disparou sobre “colegas” norte-americanos que… jogavam voleibol, matando um e ferindo três. Este caso (o mais recente de vários semelhantes) mereceu igual destaque na comunicação social? Hamid Karzai pediu desculpa e prometeu que iria investigar? Não custa a acreditar que, lá longe, o moral das tropas esteja em baixo, sintam dúvidas e fiquem mais furiosos e predispostos a cometerem atos… menos honrosos. E nem sequer são autorizados (aqueles que o são) a mostrarem que são cristãos: até uma simples cruz que adornava uma capela improvisada, numa das bases da OTAN, foi retirada pouco tempo antes do Natal!
Mesmo que metaforicamente, os soldados que se “aliviaram” de tanta insegurança terão de “carregar a cruz” de terem desrespeitado, sim, a instituição a que pertencem, e não os que mataram. Eles erraram, “pecaram” (um pouco…), mas quem é que lhes pode “atirar a primeira pedra”? Os talibãs “bons” são os talibãs mortos: merecem, tanto na vida como na morte, serem tratados com violência e com desprezo; para eles não deve haver compreensão nem compaixão. E àqueles que disserem que tais sentimentos não são compatíveis com o Cristianismo, eu contraponho que no Afeganistão, e em outros países que têm o crescente nas bandeiras, trocar Maomé por Jesus pode traduzir-se numa execução. Há limites para “dar a outra face”.
Octávio dos Santos, português, é jornalista
17 Janeiro 2012
CAUSAS SAGRADAS
Artigos - Cultura
O fundo da degradação se atinge quando algumas "causas" são tão valorizadas que parecem infundir virtudes, automaticamente, em qualquer vagabundo, farsante ou bandido que consinta em representá-las.
É um impulso natural do ser humano evadir-se da estreiteza da rotina pessoal e familiar para aventurar-se no universo mais amplo da História, onde sente que sua vida se transcende e adquire um "sentido" superior.
A maneira mais banal e tosca de fazer isso, acessível até aos medíocres, incapazes e pilantras, é a militância num partido ou numa "causa", isto é, em algum egoísmo grupal embelezado de palavras "liberdade", "igualdade", "justiça", "patriotismo", "moralidade" ou "direitos humanos".
Essas palavras podem representar algum valor substantivo, mas não quando o indivíduo adquire delas todo o valor que possa ter, em vez de preenchê-las com sua própria substância pessoal.
A mais criminosa ilusão da modernidade foi persuadir os homens de que podem enobrecer-se mediante a identificação com uma "causa", quando na verdade todas as causas, enquanto nomes de valores abstratos, só adquirem valor concreto pela nobreza dos homens que a representam.
O fundo da degradação se atinge quando algumas "causas" são tão valorizadas que parecem infundir virtudes, automaticamente, em qualquer vagabundo, farsante ou bandido que consinta em representá-las.
A palavra mesma "virtude" provém do latim vir, viri, que significa "varão", designando que é qualidade própria do ser humano individual e não de ideias gerais abstratas, por mais lindos e atraentes que soem os seus nomes.
Não há maior evidência disso do que o próprio cristianismo, o qual, antes de ser um "movimento", uma "causa", uma instituição ou mesmo uma doutrina, foi uma pessoa de carne e osso, a pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo, da qual, e unicamente da qual, tudo o que veio depois na história da Igreja adquire qualquer validação a que possa aspirar.
Quando tomada como medida máxima ou única de aferição do bem e do mal, a "causa" adquire o prestígio das coisas sagradas e se torna objeto de alienação idolátrica.
Ora, em maior ou menor medida isso acontece com todas, absolutamente todas as causas políticas, sociais e econômicas do mundo moderno, sem exceção. O comunismo, o fascismo, o feminismo, a negritude, o movimento gay, às vezes o próprio liberalismo ou, em escala menor e local, o petismo, não admitem virtude maior que a de aderir à sua causa, nem pecado mais hediondo que o de combatê-la.
Para os militantes, "bom" é quem está do seu lado, "mau" quem está contra. É um julgamento de última instância, contra o qual não se pode alegar, nem como atenuante, qualquer valor mais universal encarnado numa pessoa concreta.
Embora todos esses movimentos sejam historicamente localizados, não fazendo sentido fora de um estrito limite cronológico, os julgamentos morais baseados neles vêm com uma pretensão de universalidade atemporal, abolindo até mesmo o senso da relatividade cultural: para as feministas engagées, a autoridade do macho é odiosa em qualquer época, mesmo naquelas em que a dureza das condições econômicas, os perigos naturais e a ameaça das guerras constantes tornavam impensável qualquer veleidade de igualitarismo sexual.
Mais ainda: o esforço desenvolvido em público a favor da "causa" é um critério tão absoluto e definitivo de julgamento, que, uma vez atendido, dispensa o indivíduo de praticar na sua vida pessoal as próprias virtudes que o movimento diz representar.
Alegar, por exemplo, que Karl Marx instaurou em casa a mais rígida discriminação de classe, excluindo da mesa da família o filho ilegítimo que tivera com a empregada, é considerado um "mero" argumentum ad hominem que nada prova contra o valor excelso da "causa" marxista.
Do mesmo modo, o sr. Luiz Mott é louvado por seu combate em favor do casamento gay, embora se gabe de ter ido para a cama com mais de quinhentos homens, isto é, de não ter o mínimo respeito pela instituição do casamento, seja hetero, seja homo. Mutatis mutandis, as mais óbvias virtudes pessoais do adversário tornam-se irrelevantes ou desprezíveis em comparação com o fato de que ele está "do lado errado".
Moralmente falando, Francisco Franco, Charles de Gaule ou Humberto Castelo Branco, homens de uma idoneidade pessoal exemplar, foram infinitamente superiores a Fidel Castro ou Che Guevara, assassinos em série de seus próprios amigos, isto para não falar de Mao Dzedong, estuprador compulsivo. Mas qual comunista admitiria enxergar nesse detalhe um sinal, mesmo longínquo, de que a nobreza da causa que defende talvez não seja tão absoluta quanto lhe parece? Mesmo as virtudes dos mártires e dos santos nada significam, em comparação com um alto cargo no Partido.
Quando digo que esse fenômeno traduz a sacralização do contingente e do provisório, não estou fazendo figura de linguagem. Mircea Eliade, e na esteira dele praticamente todos os historiadores da religião, definem o "sagrado" como tudo aquilo a que se atribui um valor último, uma autoridade julgadora soberana e insuperável, imune, por sua vez, a todo julgamento.
Na medida em que tomam a adesão ou rejeição à sua causa como critério derradeiro e irrecorrível de julgamento das condutas humanas, os movimentos a que me referi acima se tornam caricaturas grotescas da religião e da moralidade, e por sua simples existência já produzem a degradação moral da espécie humana ao nível da simples criminalidade politicamente oportuna.
Olavo de Carvalho, 17 Janeiro 2012
Publicado no Diário do Comércio.
O fundo da degradação se atinge quando algumas "causas" são tão valorizadas que parecem infundir virtudes, automaticamente, em qualquer vagabundo, farsante ou bandido que consinta em representá-las.
É um impulso natural do ser humano evadir-se da estreiteza da rotina pessoal e familiar para aventurar-se no universo mais amplo da História, onde sente que sua vida se transcende e adquire um "sentido" superior.
A maneira mais banal e tosca de fazer isso, acessível até aos medíocres, incapazes e pilantras, é a militância num partido ou numa "causa", isto é, em algum egoísmo grupal embelezado de palavras "liberdade", "igualdade", "justiça", "patriotismo", "moralidade" ou "direitos humanos".
Essas palavras podem representar algum valor substantivo, mas não quando o indivíduo adquire delas todo o valor que possa ter, em vez de preenchê-las com sua própria substância pessoal.
A mais criminosa ilusão da modernidade foi persuadir os homens de que podem enobrecer-se mediante a identificação com uma "causa", quando na verdade todas as causas, enquanto nomes de valores abstratos, só adquirem valor concreto pela nobreza dos homens que a representam.
O fundo da degradação se atinge quando algumas "causas" são tão valorizadas que parecem infundir virtudes, automaticamente, em qualquer vagabundo, farsante ou bandido que consinta em representá-las.
A palavra mesma "virtude" provém do latim vir, viri, que significa "varão", designando que é qualidade própria do ser humano individual e não de ideias gerais abstratas, por mais lindos e atraentes que soem os seus nomes.
Não há maior evidência disso do que o próprio cristianismo, o qual, antes de ser um "movimento", uma "causa", uma instituição ou mesmo uma doutrina, foi uma pessoa de carne e osso, a pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo, da qual, e unicamente da qual, tudo o que veio depois na história da Igreja adquire qualquer validação a que possa aspirar.
Quando tomada como medida máxima ou única de aferição do bem e do mal, a "causa" adquire o prestígio das coisas sagradas e se torna objeto de alienação idolátrica.
Ora, em maior ou menor medida isso acontece com todas, absolutamente todas as causas políticas, sociais e econômicas do mundo moderno, sem exceção. O comunismo, o fascismo, o feminismo, a negritude, o movimento gay, às vezes o próprio liberalismo ou, em escala menor e local, o petismo, não admitem virtude maior que a de aderir à sua causa, nem pecado mais hediondo que o de combatê-la.
Para os militantes, "bom" é quem está do seu lado, "mau" quem está contra. É um julgamento de última instância, contra o qual não se pode alegar, nem como atenuante, qualquer valor mais universal encarnado numa pessoa concreta.
Embora todos esses movimentos sejam historicamente localizados, não fazendo sentido fora de um estrito limite cronológico, os julgamentos morais baseados neles vêm com uma pretensão de universalidade atemporal, abolindo até mesmo o senso da relatividade cultural: para as feministas engagées, a autoridade do macho é odiosa em qualquer época, mesmo naquelas em que a dureza das condições econômicas, os perigos naturais e a ameaça das guerras constantes tornavam impensável qualquer veleidade de igualitarismo sexual.
Mais ainda: o esforço desenvolvido em público a favor da "causa" é um critério tão absoluto e definitivo de julgamento, que, uma vez atendido, dispensa o indivíduo de praticar na sua vida pessoal as próprias virtudes que o movimento diz representar.
Alegar, por exemplo, que Karl Marx instaurou em casa a mais rígida discriminação de classe, excluindo da mesa da família o filho ilegítimo que tivera com a empregada, é considerado um "mero" argumentum ad hominem que nada prova contra o valor excelso da "causa" marxista.
Do mesmo modo, o sr. Luiz Mott é louvado por seu combate em favor do casamento gay, embora se gabe de ter ido para a cama com mais de quinhentos homens, isto é, de não ter o mínimo respeito pela instituição do casamento, seja hetero, seja homo. Mutatis mutandis, as mais óbvias virtudes pessoais do adversário tornam-se irrelevantes ou desprezíveis em comparação com o fato de que ele está "do lado errado".
Moralmente falando, Francisco Franco, Charles de Gaule ou Humberto Castelo Branco, homens de uma idoneidade pessoal exemplar, foram infinitamente superiores a Fidel Castro ou Che Guevara, assassinos em série de seus próprios amigos, isto para não falar de Mao Dzedong, estuprador compulsivo. Mas qual comunista admitiria enxergar nesse detalhe um sinal, mesmo longínquo, de que a nobreza da causa que defende talvez não seja tão absoluta quanto lhe parece? Mesmo as virtudes dos mártires e dos santos nada significam, em comparação com um alto cargo no Partido.
Quando digo que esse fenômeno traduz a sacralização do contingente e do provisório, não estou fazendo figura de linguagem. Mircea Eliade, e na esteira dele praticamente todos os historiadores da religião, definem o "sagrado" como tudo aquilo a que se atribui um valor último, uma autoridade julgadora soberana e insuperável, imune, por sua vez, a todo julgamento.
Na medida em que tomam a adesão ou rejeição à sua causa como critério derradeiro e irrecorrível de julgamento das condutas humanas, os movimentos a que me referi acima se tornam caricaturas grotescas da religião e da moralidade, e por sua simples existência já produzem a degradação moral da espécie humana ao nível da simples criminalidade politicamente oportuna.
Olavo de Carvalho, 17 Janeiro 2012
Publicado no Diário do Comércio.
HISTÓRIAS DO SEBASTIÃO NERY
O Bosco da PUC
Às 20 horas de 13 de dezembro de 1968, em Recife, no auditório da Universidade Católica, o estudante de Direito Bosco Barreto (João Bosco Braga Barreto), paraibano, orador da turma, começava o discurso de formatura fazendo comovida e entusiástica saudação ao “grande comandante revolucionário Ernesto Che Guevara”, que morrera um ano antes.
Muito azar. Naquele exato momento, em todas as rádios e TVs, Costa e Silva apavorava o País, lançando o AI-5 (Ato Institucional nº 5), jogando a Nação no mais fundo porão da ditadura. De manhã cedo, o Exército mandou buscar em casa “o Bosco da PUC”. Erraram de Bosco. Em vez do Bosco Barreto, o orador da turma de Direito, levaram o Bosco Tenório, também “Bosco da PUC”, aluno da PUC, jovem vereador recém-eleito de Recife. No quartel, foi recebido pelo major Raimundo Sá Peixoto.
***
BOSCO TENÓRIO
Desafiante, com o discurso na mão, o major lia uma frase e interrogava:
– Senhor Bosco, o senhor confirma este elogio desbragado a Che Guevara que o senhor fez ontem no seu discurso?
– Não confirmo não, major.
– Como não confirma? O senhor está louco? O senhor falou ontem à noite e hoje de manhã já não confirma? E este trecho aqui, o senhor confirma?
E o major Peixoto leu mais um longo pedaço do discurso e perguntou:
– E isso, confirma ou não confirma? Não sustenta o que disse ontem?
– Major, eu até concordo com o discurso que o senhor está lendo. Mas não confirmo nem sustento, porque não fui eu que disse isso. Quem falou foi o orador da formatura. Como é que eu podia ser orador de formatura, se não me formei e ainda sou estudante? Esse Bosco aí é outro Bosco, major.
O major quase esganou o Bosco numero 2. Em outubro de 69, o Bosco Tenório, valente vereador do MDB de Recife, hoje advogado, foi cassado.
***
BOSCO BARRETO
O Bosco Barreto, formado, voltou para sua terra, Cajazeiras, na Paraíba. Advogado dos camponeses fugidos da seca e do povão das periferias, ganhou enorme popularidade. Em 72, saiu candidato a prefeito pelo MDB, quase ganhou. Logo em seguida, organizou uma romaria a Juazeiro do Norte para agradecer os votos ao Padre Cícero. 30 mil romeiros atrás dele, todos a pé.
Em 74, Bosco Barreto se elegeu deputado estadual pelo MDB, com 9.326 votos, quase todos em Cajazeiras. Mas havia alguém muito importante que não gostava nada dele, e que ele também detestava e se combatiam: era o bispo de Cajazeiras por 40 anos, dom Zacarias Rolim de Moura.
Culto, dedicado ao ensino, diretor de colégios e do seminário, criador da Faculdade de Filosofia, dom Zacarias era um poço de conservadorismo e reacionarismo, crítico de dom Helder Câmara e dom José Maria Pires, o dom Pelé arcebispo de João Pessoa, e inimigo da Teologia da Libertação.
De repente, em 2 de julho de 75, às 21 horas, durante a exibição do filme Sublime Renúncia, que contava a história de um assalto a banco com bomba-relógio, uma bomba poderosa explodiu no cinema de Cajazeiras, abalando a cidade de 30 mil habitantes, matando duas pessoas, ferindo muitos.
***
DOM ROLIM
Escândalo nacional, em plena ditadura. A bomba explodiu exatamente ao lado da cadeira cativa do bispo, apaixonado por cinema, que escolhia os filmes em Recife e levava para lá. Naquela noite, por sorte, estava em Recife.
– “Atentado terrorista”, gritaram os jornais. O primeiro “suspeito” de organizar o atentado tinha que ser ele, o “subversivo” deputado Bosco Barreto. Outros suspeitos foram à linha-dura militar, para desestabilizar a “abertura” do general Geisel, como mais tarde fizeram no Riocentro e na OAB, no Rio.
Dez anos depois, já morando em Brasília, como advogado do CNPq e suplente de senador, Bosco Braga tentou reabrir o caso, mas nada se apurou.
Essa história está toda em um livro sobre a política da Paraíba e do Nordeste (Do Bico de Pena à Urna Eletrônica – Editora Bagaço, Recife, 2006), de Francisco Cartaxo Rolim, paraibano de Cajazeiras, advogado, economista, escritor, secretario de Planejamento do Estado, chefe de gabinete da Sudene e parente de dom Zacarias Rolim.
***
DIRCEU
José Dirceu, embora tenha aprendido em Cuba, também não instala bomba. Muito menos embaixo de bispo. Mas insiste em dizer que era um “Bosco da PUC”: quem fazia nunca era ele, era sempre o outro. Quem criou e comandou o Mensalão, para comprar a maioria da Câmara, não foi ele, foi o “fazendeiro” Delúbio.
Até que afinal o Supremo Tribunal vai começar a julgar a “quadrilha” dos 40, cuja “cabeça” era Dirceu, com Waldemar Costa Neto, João Paulo Cunha, José Mentor, o Professor Luizinho, a Baleia Amarela, mensaleiros, cuequeiros, sanguessugas e aloprados.
Sebastião Nery
17 de janeiro de 2012
Às 20 horas de 13 de dezembro de 1968, em Recife, no auditório da Universidade Católica, o estudante de Direito Bosco Barreto (João Bosco Braga Barreto), paraibano, orador da turma, começava o discurso de formatura fazendo comovida e entusiástica saudação ao “grande comandante revolucionário Ernesto Che Guevara”, que morrera um ano antes.
Muito azar. Naquele exato momento, em todas as rádios e TVs, Costa e Silva apavorava o País, lançando o AI-5 (Ato Institucional nº 5), jogando a Nação no mais fundo porão da ditadura. De manhã cedo, o Exército mandou buscar em casa “o Bosco da PUC”. Erraram de Bosco. Em vez do Bosco Barreto, o orador da turma de Direito, levaram o Bosco Tenório, também “Bosco da PUC”, aluno da PUC, jovem vereador recém-eleito de Recife. No quartel, foi recebido pelo major Raimundo Sá Peixoto.
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BOSCO TENÓRIO
Desafiante, com o discurso na mão, o major lia uma frase e interrogava:
– Senhor Bosco, o senhor confirma este elogio desbragado a Che Guevara que o senhor fez ontem no seu discurso?
– Não confirmo não, major.
– Como não confirma? O senhor está louco? O senhor falou ontem à noite e hoje de manhã já não confirma? E este trecho aqui, o senhor confirma?
E o major Peixoto leu mais um longo pedaço do discurso e perguntou:
– E isso, confirma ou não confirma? Não sustenta o que disse ontem?
– Major, eu até concordo com o discurso que o senhor está lendo. Mas não confirmo nem sustento, porque não fui eu que disse isso. Quem falou foi o orador da formatura. Como é que eu podia ser orador de formatura, se não me formei e ainda sou estudante? Esse Bosco aí é outro Bosco, major.
O major quase esganou o Bosco numero 2. Em outubro de 69, o Bosco Tenório, valente vereador do MDB de Recife, hoje advogado, foi cassado.
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BOSCO BARRETO
O Bosco Barreto, formado, voltou para sua terra, Cajazeiras, na Paraíba. Advogado dos camponeses fugidos da seca e do povão das periferias, ganhou enorme popularidade. Em 72, saiu candidato a prefeito pelo MDB, quase ganhou. Logo em seguida, organizou uma romaria a Juazeiro do Norte para agradecer os votos ao Padre Cícero. 30 mil romeiros atrás dele, todos a pé.
Em 74, Bosco Barreto se elegeu deputado estadual pelo MDB, com 9.326 votos, quase todos em Cajazeiras. Mas havia alguém muito importante que não gostava nada dele, e que ele também detestava e se combatiam: era o bispo de Cajazeiras por 40 anos, dom Zacarias Rolim de Moura.
Culto, dedicado ao ensino, diretor de colégios e do seminário, criador da Faculdade de Filosofia, dom Zacarias era um poço de conservadorismo e reacionarismo, crítico de dom Helder Câmara e dom José Maria Pires, o dom Pelé arcebispo de João Pessoa, e inimigo da Teologia da Libertação.
De repente, em 2 de julho de 75, às 21 horas, durante a exibição do filme Sublime Renúncia, que contava a história de um assalto a banco com bomba-relógio, uma bomba poderosa explodiu no cinema de Cajazeiras, abalando a cidade de 30 mil habitantes, matando duas pessoas, ferindo muitos.
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DOM ROLIM
Escândalo nacional, em plena ditadura. A bomba explodiu exatamente ao lado da cadeira cativa do bispo, apaixonado por cinema, que escolhia os filmes em Recife e levava para lá. Naquela noite, por sorte, estava em Recife.
– “Atentado terrorista”, gritaram os jornais. O primeiro “suspeito” de organizar o atentado tinha que ser ele, o “subversivo” deputado Bosco Barreto. Outros suspeitos foram à linha-dura militar, para desestabilizar a “abertura” do general Geisel, como mais tarde fizeram no Riocentro e na OAB, no Rio.
Dez anos depois, já morando em Brasília, como advogado do CNPq e suplente de senador, Bosco Braga tentou reabrir o caso, mas nada se apurou.
Essa história está toda em um livro sobre a política da Paraíba e do Nordeste (Do Bico de Pena à Urna Eletrônica – Editora Bagaço, Recife, 2006), de Francisco Cartaxo Rolim, paraibano de Cajazeiras, advogado, economista, escritor, secretario de Planejamento do Estado, chefe de gabinete da Sudene e parente de dom Zacarias Rolim.
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DIRCEU
José Dirceu, embora tenha aprendido em Cuba, também não instala bomba. Muito menos embaixo de bispo. Mas insiste em dizer que era um “Bosco da PUC”: quem fazia nunca era ele, era sempre o outro. Quem criou e comandou o Mensalão, para comprar a maioria da Câmara, não foi ele, foi o “fazendeiro” Delúbio.
Até que afinal o Supremo Tribunal vai começar a julgar a “quadrilha” dos 40, cuja “cabeça” era Dirceu, com Waldemar Costa Neto, João Paulo Cunha, José Mentor, o Professor Luizinho, a Baleia Amarela, mensaleiros, cuequeiros, sanguessugas e aloprados.
Sebastião Nery
17 de janeiro de 2012
MANUAL ANTIABUTRE
Entre as cidades atingidas em 2011 pela tragédia das chuvas na região serrana do Rio de Janeiro, Nova Friburgo foi a que mais sofreu.
Das 918 vidas ceifadas, 426 feneceram na cidade. Os desabrigados ali somaram 12000, ou 7% da população.
O hospital chegou a ficar submerso e 27 escolas foram invadidas pela lama. Exatamente um ano depois da tragédia 7000 pessoas continuam sem casa, três escolas deixaram de existir e nenhuma das quarenta pontes levadas pela enxurrada foi reconstruída - cenário parecido com o das vizinhas Teresópolis e Petrópolis.
Os escândalos que se seguiram à tragédia culminaram, em novembro, com a cassação do prefeito de Teresópolis, Jorge Mário, e o afastamento por decisão judicial do prefeito de Friburgo, Dermeval Barboza.
Em dezembro, uma CPI concluiu um relatório de 3000 páginas sobre os desvios e um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) determinou a devolução de 4,3 milhões dos 12 milhões de reais enviados à cidade pelo governo federal.
Na semana passada, VEJA teve acesso aos dois documentos. Encontrou um enredo de desmandos que, esmiuçado, bem poderia servir para ajudar a, evitar a ação dos abutres que lucram com a desgraça alheia - e, certamente, estão prontos para faturar com o espólio das chuvas deste ano.
A CPI da Tragédia rastreou o destino dos 24 milhões em dinheiro federal, estadual e doações enviados a Friburgo. Foram fechados 45 contratos. Todos irregulares.
Como não havia necessidade de licitação, dado o caráter emergencial das despesas, os abutres não se preocuparam nem em disfarçar. Lançaram mão de falsificações toscas de notas fiscais e planilhas de serviço, simularam pesquisas de preço com firmas-fantasma e compraram uma quantidade abissal de material hospitalar.
A farra maior ocorreu na limpeza e retirada dos escombros.
Dos 8,3 milhões de reais destinados a esses serviços, metade foi paga sem comprovação. Uma única empresa, a Vital Engenharia, recebeu 4,3 milhões de reais para tirar o entulho de sete bairros, mas limpou somente dois. Apenas dois fiscais vigiavam a aplicação do dinheiro.
Segundo o Ministério Público Federal, eles integraram o esquema.
Assinaram planilhas em branco, atestaram ter visitado obras que nem sequer haviam começado e ignoraram o fato de duas empresas terem sido pagas para limpar a mesma rua.
Nem a tentativa de fazer com que as crianças retomassem a rotina escapou da sanha dos inescrupulosos.
A empresa contratada para levar 1700 alunos para as escolas municipais durante quarenta dias não conseguiu comprovar que eles foram de fato transportados. Descobriu-se que pelo menos quatro vans fizeram trajetos já cobertos pelo transporte público.
E mais:
de acordo com as notas fiscais, cada van teria percorrido, em média, 140 quilômetros - o suficiente para levar a todos de Friburgo ao Rio de Janeiro diariamente. Os contratos para a saúde não causam espanto menor.
Foram comprados 2 milhões de pares de luvas cirúrgicas e 532 000 seringas. Será possível atender cada friburguense pelo menos dez vezes e ainda aplicar três injeções.
O pagamento foi embargado judicialmente. mas metade do material foi entregue. "Até hoje há seringas se estragando nos depósitos da cidade", diz o relator da CPI, Pierre Moraes (PDT).
Não é só no Brasil que grandes tragédias são vistas por pilantras como oportunidade de lucro. Nos Estados Unidos, constatou-se que houve desvio de pelo menos 1 bilhão dos 40 bilhões gastos após a devastação provocada pelo furacão Katrina.
Pagaram-se de ingressos para shows a custas de divórcios e até entradas em clubes de striptease com o dinheiro das vítimas.
Lá, centenas foram processados e muitos acabaram presos - algo que até agora não se viu por aqui. Mas, se serve de consolo, pelo menos o governo federal adotou alguma medida para tentar evitar mais lambança.
As prefeituras atingidas pelas chuvas deste ano receberão uma espécie de cartão de débito para usar os recursos federais. Assim, o governo espera poder acompanhar os gastos pela internet, via Portal da Transparência - e coibir no ato as irregularidades.
Em Friburgo, o cartão poderia ter ajudado a prevenir o desvio de 4,3 milhões de reais que a CGU está cobrando.
Mas não teria evitado a farra com o dinheiro das doações e do governo estadual.
Diz o procurador da República Marcelo Medina, que instaurou nove inquéritos contra a prefeitura de Friburgo:
"O ideal é que todos os gastos, e não só uma parte, sejam acompanhados on-line".
Enquanto não for assim, os abutres continuarão a bicar o dinheiro das vítimas.
Leslie Leitão/Veja
MARCELO SERRADO É UM ÓTIMO ATOR E SEU COMPROMISSO É COM A ARTE
Na edição de 13 de Janeiro da Folha de São Paulo, o professor e diplomata Alexandre Vidal Porto publicou artigo criticando fortemente o ator Marcelo Serrado por ter afirmado à coluna de Mônica Bérgamo que não gostaria que sua filha, de 10 anos, assistisse na TV a um beijo gay.
Marcelo Serrado é um ator muito bom e seu compromisso é com a arte, de modo geral, e com a interpretação de seus personagens em particular. Vive o homossexual Crô na novela de Aguinaldo Silva, alcançando êxito reconhecido por todos.
Viveu, ao longo da carreira, diversos outros papeis. Está brilhante na representação do homossexual sufocado por dúvidas e pela tentativa impossível de passar para o sexo feminino.
Ao responder uma pergunta de Mônica, domingo 8, Serrado apenas disse que não gostaria que sua filha visse um beijo gay na tela. O diplomata, de forma não diplomática, acusa Serrado de homofobia.
Não é nada disso. O ator apenas achou o beijo gay (na boca) algo demais para uma menina de dez anos assistir. Não para a arte. São coisas distintas.
A aproximação gay, e o beijo na boca, está presente na história do teatro e do cinema. Por sinal as duas únicas manifestações artísticas que focalizam o comportamento humano, além do sentimento transmitido pela música que, inclusive, encontra-se presente tanto na tela quanto no palco.
Está numa das versões cinematográficas sobre Oscar Wilde, quando interpretado por Peter Fisher. Está nas Horas, inspirado em Virgínia Woolf. Encontra-se, neste caso de forma agressiva, no Panorama Visto da Ponte, de Arthur Miller. Na peça de Sartre, Huis Clos, entre duas mulheres. Enfim os exemplos são muitos.
Existem centenas de interpretações homossexuais a que Alexandre Vidal Porto poderia se referir e nenhuma delas significa nem rejeição, tampouco apologia ou propaganda do homossexualismo.
Dois grandes atores, como Richard Burton e Rex Harrison, viveram tal situação na arte. Encontra-se homossexualismo em Toda Nudez Será Castigada, de Nelson Rodrigues, envolvendo um dos personagens. Está no Beijo no Asfalto. Aparece em Perdidos na Noite, aproximando John Voight e Dustin Hofman.
Serrado não condenou homossexuais ou homossexualismo. Ele está seguindo com grande brilho a história de Aguinaldo Silva e a direção de Wolf Maia. Que deseja o articulista? Que ele recusasse o papel? Ou que Aguinaldo tivesse escrito outra história?
Esse é um problema que os artistas, especialmente os autores, enfrentam. Os críticos não se conformam em analisar. Em muitos casos tentam arrasar a obra propondo mudanças até no conteúdo.
Nesta hipótese, seria um outro romance, um outro ensaio, um outro filme, uma outra peça. Ao tocar neste ponto, me veio à lembrança uma excelente reportagem publicada no Jornal do Comércio há alguns anos, reproduzindo longo artigo do intelectual Silvio Romero contra Dom Casmurro, de Machado de Assis. Silvio Romero, aliás, detestava toda a obra machadiana.
Li com atenção porque meu avô, Pedro do Coutto, historiador, também fizera restrições, aliás sem razão, à obra machadiana.
Silvio Romero via inconsistência em tudo, expressão que utilizou ao comentar o desempenho dos personagens entre as páginas e as linhas do bruxo do Cosme Velho. Nenhum servia, nenhum convencia, nenhum era real. Como se personagens tivessem a obrigação de serem reais. Não há necessidade disso.
Os personagens e a arte estão em cada esquina, em cada praça, em cada residência, em cada local de trabalho. Existem. Ninguém, nem Shakespeare, escreveu até hoje algo que não tenha acontecido. Mover as situações é outro assunto.
O articulista da Folha confundiu o personagem com o ator que o desempenha. Errou. Apreciar beijo gay não tem a ver com tudo isso.
Pedro do Coutto
17 de janeiro de 2012
Marcelo Serrado é um ator muito bom e seu compromisso é com a arte, de modo geral, e com a interpretação de seus personagens em particular. Vive o homossexual Crô na novela de Aguinaldo Silva, alcançando êxito reconhecido por todos.
Viveu, ao longo da carreira, diversos outros papeis. Está brilhante na representação do homossexual sufocado por dúvidas e pela tentativa impossível de passar para o sexo feminino.
Ao responder uma pergunta de Mônica, domingo 8, Serrado apenas disse que não gostaria que sua filha visse um beijo gay na tela. O diplomata, de forma não diplomática, acusa Serrado de homofobia.
Não é nada disso. O ator apenas achou o beijo gay (na boca) algo demais para uma menina de dez anos assistir. Não para a arte. São coisas distintas.
A aproximação gay, e o beijo na boca, está presente na história do teatro e do cinema. Por sinal as duas únicas manifestações artísticas que focalizam o comportamento humano, além do sentimento transmitido pela música que, inclusive, encontra-se presente tanto na tela quanto no palco.
Está numa das versões cinematográficas sobre Oscar Wilde, quando interpretado por Peter Fisher. Está nas Horas, inspirado em Virgínia Woolf. Encontra-se, neste caso de forma agressiva, no Panorama Visto da Ponte, de Arthur Miller. Na peça de Sartre, Huis Clos, entre duas mulheres. Enfim os exemplos são muitos.
Existem centenas de interpretações homossexuais a que Alexandre Vidal Porto poderia se referir e nenhuma delas significa nem rejeição, tampouco apologia ou propaganda do homossexualismo.
Dois grandes atores, como Richard Burton e Rex Harrison, viveram tal situação na arte. Encontra-se homossexualismo em Toda Nudez Será Castigada, de Nelson Rodrigues, envolvendo um dos personagens. Está no Beijo no Asfalto. Aparece em Perdidos na Noite, aproximando John Voight e Dustin Hofman.
Serrado não condenou homossexuais ou homossexualismo. Ele está seguindo com grande brilho a história de Aguinaldo Silva e a direção de Wolf Maia. Que deseja o articulista? Que ele recusasse o papel? Ou que Aguinaldo tivesse escrito outra história?
Esse é um problema que os artistas, especialmente os autores, enfrentam. Os críticos não se conformam em analisar. Em muitos casos tentam arrasar a obra propondo mudanças até no conteúdo.
Nesta hipótese, seria um outro romance, um outro ensaio, um outro filme, uma outra peça. Ao tocar neste ponto, me veio à lembrança uma excelente reportagem publicada no Jornal do Comércio há alguns anos, reproduzindo longo artigo do intelectual Silvio Romero contra Dom Casmurro, de Machado de Assis. Silvio Romero, aliás, detestava toda a obra machadiana.
Li com atenção porque meu avô, Pedro do Coutto, historiador, também fizera restrições, aliás sem razão, à obra machadiana.
Silvio Romero via inconsistência em tudo, expressão que utilizou ao comentar o desempenho dos personagens entre as páginas e as linhas do bruxo do Cosme Velho. Nenhum servia, nenhum convencia, nenhum era real. Como se personagens tivessem a obrigação de serem reais. Não há necessidade disso.
Os personagens e a arte estão em cada esquina, em cada praça, em cada residência, em cada local de trabalho. Existem. Ninguém, nem Shakespeare, escreveu até hoje algo que não tenha acontecido. Mover as situações é outro assunto.
O articulista da Folha confundiu o personagem com o ator que o desempenha. Errou. Apreciar beijo gay não tem a ver com tudo isso.
Pedro do Coutto
17 de janeiro de 2012
O BIG BROTHER, O ESTUPRO E AS SALSICHAS COM ALHO
Sempre que alguém começa com esse negócio de que o Big Brother é irresistível e que todo mundo dá uma “espiadinha”, inventando um pretexto qualquer, ocorre-me a boutade de Karl Marx (sim, o dos furúnculos no traseiro), que era um excelente frasista, ao definir Luís Bonaparte, o sobrinho que seria a farsa do tio (ao menos na sua leitura), no “18 Brumário”: “Na sua qualidade de fatalista, ele [Luís Bonaparte] vivia e vive ainda imbuído da convicção de que existem certas forças superiores às quais o homem, e especialmente o soldado, não pode resistir. Entre essas forças estão, antes e acima de tudo, os charutos e o champanhe, as fatias de peru e as salsichas feitas com alho”. Pois é… Há quem realmente e de fato não assista ao Big Brother - assim como deveria haver soldados que detestassem salsicha com alho. Mas o caso grita, não é?, está em toda parte, ocupa as redes sociais. Impossível ignorar.
Aqui e ali, fiquei sabendo, como todo mundo, que esta edição do programa estaria mais, deixem-me procurar as palavras, “sensualizada”, com as peladas e os pelados atirados como nunca. Então tá! Um dos participantes, já expulso do programa, foi acusado de ter feito sexo não consensual, ou quase isso, com uma de suas colegas. Bêbada, a moça estaria sem condições de dizer “não” caso fosse essa a sua vontade. Bem, poupem-me dessa hora. Não vi e não verei. Já escrevi aqui sobre a mais recente redação da “lei do estupro”. Eu a considero conceitualmente falha. Se um caso, ainda que agressivo, de assédio já caracteriza um estupro, parece-me que o estupro propriamente dito perde um tanto de sua gravidade, o que é lamentável. Mas sigamos. A gritaria nas redes sociais contra o suposto estupro no Big Brother tem seu lado positivo. Acho bom e civilizado que não se dê de barato que a bêbada, afinal, escolheu o risco. Pode ter escolhido outros, não o de fazer sexo sem a sua explícita permissão. É evidente que o programa tentou ignorar os protestos, mas sentiu cheiro de carne queimada e teve de ceder. Quem faz um “Big Brother” que requer a participação de milhões tem de saber que pode acabar um dia no paredão. Foi o que aconteceu.
Realities shows são espetáculos deprimentes, seja o Big Brother, da Globo, a sua versão com alfafa, da Record, ou a da Band, com champanhe, besteirol e “mulheres ricas”. Nas férias, vi um troço inacreditável na televisão americana: um concurso de… cupcakes!!! As doceiras se matavam para cumprir as tarefas, diante de juízes muito rígidos, que faziam digressões sobre a “generosidade” do açúcar ou a “agressividade” da essência de amêndoas. Era de fazer inveja aos enólogos quando dissertam sobre o “caráter” e a “austeridade” dos vinhos - porque também os há “alegres” e “diletantes”. Entendo… Fiquei tão perplexo que uma das minhas filhas comentou, rindo: “Pai, você deixou cair o queixo…” O mundo, às vezes, é mau.
Não poderia haver nome mais estúpido para esses programas do que “reality show”. Tem-se tudo ali, menos a tal “realidade”. E daí? Ninguém é inocente: os participantes investem na criação de personagens para tentar ganhar o público; as TVs manipulam o material de modo a atrair sempre mais audiência, e os telespectadores aceitam ser enganados. Quando alguém é filmado 24 horas por dia, um trabalho competente de edição pode transformar um príncipe num ogro e um ogro num príncipe. Com um vasto material em mãos, a direção inventa uma narrativa e decide perdedores e vencedores. Já venceram o bobalhão, o matuto do interior, a pobrezinha, o gay, o valentão amoroso e cordial, a gostosa, o malcriado meio homofóbico… Um otimista diria que o brasileiro é mesmo um povo sem preconceitos. Um pessimista diria que é uma gente sem critério. Alguém apenas realista avalia a competência da edição para criar personagens que caiam no gosto popular.
Quando uma câmera é ligada, a primeira vítima, meus queridos, é sempre a verdade. Vale até para a fotografia. A luz, o corte escolhido, o flagrante congelado… Uma foto pode ser o testemunho de um fato, mas já é uma recriação. Repórteres de TV, alguns cobrindo eventos trágicos, sabem muito bem do que falo. Basta que se acendam as luzes, e indivíduos reais, com sofrimentos reais, transformam-se, quase sempre, em personagens um tanto estridentes da própria tragédia. Muitos, como diria o poeta, passam a fingir que é dor a dor que deveras sentem. O próprio jornalismo corre o risco de transitar para a ficção. Se é assim mesmo numa atividade que, se séria, tem o compromisso com a objetividade, imaginem quando falamos de programas em que as personagens dependem, para continuar no jogo, da aceitação do público. Digo sem medo de errar que há mais verdade nas novelas do que nos realities shows. Ainda que os autores estejam sempre atentos aos desejos do público e a seu afeto ou repulsa por essa ou por aquela personagens, o enredo é certamente mais fechado do que o desses programas.
Os que tentam nos convencer de que todos os soldados são fascinados por fatias de presunto e salsichas com alho insistem que os realities shows “dizem muito do Brasil” à medida que se debatem valores, preconceitos etc. É o caso de não forçar a amizade, né? É possível fazer psicologia, sociologia e antropologia até daquela viúva de Nelson Rodrigues que foi chupar Chicabom no portão logo depois de enterrar o marido. A rigor, em qualquer evento besta de rua, estamos, de alguma maneira, inteiros como povo. Essa história de que o Big Brother ou sua versão com alfafa, da Record, são um posto de observação privilegiado das vontades e do pensamento do Brasil é, vênia máxima, pura mistificação. Com um pouco de boa-vontade, dá para confundir até Ratinho com Malinowski…
O episódio do Big Brother talvez sirva, vamos ver, de um freio de arrumação - não tenho a menor esperança de que possa ser o canto do cisne dos realities shows. Infelizmente, como sabemos, eles se multiplicam. Está em todo canto que a tal cena que foi vista como estupro por muita gente se seguiu a uma noite de bebedeira e pé-na-jaca promovida pela direção do programa, como acontece em todas as edições. Num país em que o alcoolismo é um problema sério de saúde pública, a escolha me parece irresponsável - com desdobramentos nada agradáveis desta vez. Não estou entre aqueles que defendem uma televisão que só cultive os “bons valores do civismo e da moral”, definidos por um estado-patrão. Isso é uma besteira autoritária. Ocorre, queridos, que o contrário do vale-tudo não são a censura e o moralismo tacanho, mas o bom senso. É claro que o Big Brother está na 12ª edição porque milhões de pessoas, afinal, gostam de vê-lo. Mas poderiam gostar - e isso ficou claro algumas vezes - de coisa muito pior. Qual é o limite?
A Globo sabe muito bem que leva aos telespectadores - sempre lembrando que crianças e jovens gostam do programa e podem acessar informações na Internet - uma narrativa que é construída não dentro, mas fora da casa. Quando menos, pode-se dizer que o episódio alerta para a possibilidade de sexo de risco motivado por bebedeira. O dado nada desprezível é que a tal bebedeira faz parte da história.
É preciso saber quando se ultrapassa a linha. E o Big Brother ultrapassou. Não foi um erro ou distração deste ou daquela. O rapaz e a moça estavam, a seu modo, seguindo o roteiro. Hora de repensar. No curto prazo, a audiência deve bater nos píncaros da glória. No médio e no longo, pode-se perder bem mais do que pontos no Ibope: a reputação!
De novo: o contrário do vale-tudo não é o moralismo tacanho, mas o bom senso.
17/01/2012
Reinaldo Azevedo
Aqui e ali, fiquei sabendo, como todo mundo, que esta edição do programa estaria mais, deixem-me procurar as palavras, “sensualizada”, com as peladas e os pelados atirados como nunca. Então tá! Um dos participantes, já expulso do programa, foi acusado de ter feito sexo não consensual, ou quase isso, com uma de suas colegas. Bêbada, a moça estaria sem condições de dizer “não” caso fosse essa a sua vontade. Bem, poupem-me dessa hora. Não vi e não verei. Já escrevi aqui sobre a mais recente redação da “lei do estupro”. Eu a considero conceitualmente falha. Se um caso, ainda que agressivo, de assédio já caracteriza um estupro, parece-me que o estupro propriamente dito perde um tanto de sua gravidade, o que é lamentável. Mas sigamos. A gritaria nas redes sociais contra o suposto estupro no Big Brother tem seu lado positivo. Acho bom e civilizado que não se dê de barato que a bêbada, afinal, escolheu o risco. Pode ter escolhido outros, não o de fazer sexo sem a sua explícita permissão. É evidente que o programa tentou ignorar os protestos, mas sentiu cheiro de carne queimada e teve de ceder. Quem faz um “Big Brother” que requer a participação de milhões tem de saber que pode acabar um dia no paredão. Foi o que aconteceu.
Realities shows são espetáculos deprimentes, seja o Big Brother, da Globo, a sua versão com alfafa, da Record, ou a da Band, com champanhe, besteirol e “mulheres ricas”. Nas férias, vi um troço inacreditável na televisão americana: um concurso de… cupcakes!!! As doceiras se matavam para cumprir as tarefas, diante de juízes muito rígidos, que faziam digressões sobre a “generosidade” do açúcar ou a “agressividade” da essência de amêndoas. Era de fazer inveja aos enólogos quando dissertam sobre o “caráter” e a “austeridade” dos vinhos - porque também os há “alegres” e “diletantes”. Entendo… Fiquei tão perplexo que uma das minhas filhas comentou, rindo: “Pai, você deixou cair o queixo…” O mundo, às vezes, é mau.
Não poderia haver nome mais estúpido para esses programas do que “reality show”. Tem-se tudo ali, menos a tal “realidade”. E daí? Ninguém é inocente: os participantes investem na criação de personagens para tentar ganhar o público; as TVs manipulam o material de modo a atrair sempre mais audiência, e os telespectadores aceitam ser enganados. Quando alguém é filmado 24 horas por dia, um trabalho competente de edição pode transformar um príncipe num ogro e um ogro num príncipe. Com um vasto material em mãos, a direção inventa uma narrativa e decide perdedores e vencedores. Já venceram o bobalhão, o matuto do interior, a pobrezinha, o gay, o valentão amoroso e cordial, a gostosa, o malcriado meio homofóbico… Um otimista diria que o brasileiro é mesmo um povo sem preconceitos. Um pessimista diria que é uma gente sem critério. Alguém apenas realista avalia a competência da edição para criar personagens que caiam no gosto popular.
Quando uma câmera é ligada, a primeira vítima, meus queridos, é sempre a verdade. Vale até para a fotografia. A luz, o corte escolhido, o flagrante congelado… Uma foto pode ser o testemunho de um fato, mas já é uma recriação. Repórteres de TV, alguns cobrindo eventos trágicos, sabem muito bem do que falo. Basta que se acendam as luzes, e indivíduos reais, com sofrimentos reais, transformam-se, quase sempre, em personagens um tanto estridentes da própria tragédia. Muitos, como diria o poeta, passam a fingir que é dor a dor que deveras sentem. O próprio jornalismo corre o risco de transitar para a ficção. Se é assim mesmo numa atividade que, se séria, tem o compromisso com a objetividade, imaginem quando falamos de programas em que as personagens dependem, para continuar no jogo, da aceitação do público. Digo sem medo de errar que há mais verdade nas novelas do que nos realities shows. Ainda que os autores estejam sempre atentos aos desejos do público e a seu afeto ou repulsa por essa ou por aquela personagens, o enredo é certamente mais fechado do que o desses programas.
Os que tentam nos convencer de que todos os soldados são fascinados por fatias de presunto e salsichas com alho insistem que os realities shows “dizem muito do Brasil” à medida que se debatem valores, preconceitos etc. É o caso de não forçar a amizade, né? É possível fazer psicologia, sociologia e antropologia até daquela viúva de Nelson Rodrigues que foi chupar Chicabom no portão logo depois de enterrar o marido. A rigor, em qualquer evento besta de rua, estamos, de alguma maneira, inteiros como povo. Essa história de que o Big Brother ou sua versão com alfafa, da Record, são um posto de observação privilegiado das vontades e do pensamento do Brasil é, vênia máxima, pura mistificação. Com um pouco de boa-vontade, dá para confundir até Ratinho com Malinowski…
O episódio do Big Brother talvez sirva, vamos ver, de um freio de arrumação - não tenho a menor esperança de que possa ser o canto do cisne dos realities shows. Infelizmente, como sabemos, eles se multiplicam. Está em todo canto que a tal cena que foi vista como estupro por muita gente se seguiu a uma noite de bebedeira e pé-na-jaca promovida pela direção do programa, como acontece em todas as edições. Num país em que o alcoolismo é um problema sério de saúde pública, a escolha me parece irresponsável - com desdobramentos nada agradáveis desta vez. Não estou entre aqueles que defendem uma televisão que só cultive os “bons valores do civismo e da moral”, definidos por um estado-patrão. Isso é uma besteira autoritária. Ocorre, queridos, que o contrário do vale-tudo não são a censura e o moralismo tacanho, mas o bom senso. É claro que o Big Brother está na 12ª edição porque milhões de pessoas, afinal, gostam de vê-lo. Mas poderiam gostar - e isso ficou claro algumas vezes - de coisa muito pior. Qual é o limite?
A Globo sabe muito bem que leva aos telespectadores - sempre lembrando que crianças e jovens gostam do programa e podem acessar informações na Internet - uma narrativa que é construída não dentro, mas fora da casa. Quando menos, pode-se dizer que o episódio alerta para a possibilidade de sexo de risco motivado por bebedeira. O dado nada desprezível é que a tal bebedeira faz parte da história.
É preciso saber quando se ultrapassa a linha. E o Big Brother ultrapassou. Não foi um erro ou distração deste ou daquela. O rapaz e a moça estavam, a seu modo, seguindo o roteiro. Hora de repensar. No curto prazo, a audiência deve bater nos píncaros da glória. No médio e no longo, pode-se perder bem mais do que pontos no Ibope: a reputação!
De novo: o contrário do vale-tudo não é o moralismo tacanho, mas o bom senso.
17/01/2012
Reinaldo Azevedo
LÁ DO FUNDO DO BAÚ...
ACREDITEM! ISTO ACONTECEU! EU JURO!!!
24 de março de 2010
O limite de um petista é a falta de vergonha na cara de um outro petista.
Quem é o personagem que paga para pregar ética na política a universitários no interior de Goiás?
PATRONO
O professor e a turma de formandos em administração e gestão empresarial
A cena acima é um registro para a posteridade de um momento ímpar na vida de 22 formandos da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas de Goiatuba, no interior de Goiás. Sorriso no rosto, diploma nas mãos orgulhosamente levantadas e…, no alto, alguém que, aparentemente, não combina muito com o ambiente.
O homem de terno e gravata é um professor, o patrono da turma, o escolhido para render homenagens aos alunos. Parece o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares - aquele acusado de corrupção e formação de quadrilha? Parece. Mas, ouvindo suas palavras na solenidade de formatura, não é possível que seja. “É muito importante a ética na política, na educação e na cultura do povo”, afirmou o professor, diante dos olhares atentos de mais de quatro centenas de convidados.
E concluiu sua pregação: “É importante ter ética em tudo o que se faz na vida”.
O homem que está no epicentro do maior escândalo de corrupção da história do Brasil, que manuseou milhões de reais em dinheiro roubado dos cofres públicos, agora empenha seus fins de semana pregando ética a jovens. Bonito, se estivesse cumprindo uma expiação. Mas nem isso é o que parece.
O ex-tesoureiro petista foi homenageado pela turma de futuros administradores por seu principal talento - a capacidade de arrumar dinheiro.
Conta o presidente da comissão de formatura: “A gente ficou sabendo que o Delúbio gostava de participar desse tipo de festa, inclusive ajudando financeiramente. Fomos até sua fazenda e fizemos o convite para ele ser o nosso padrinho. Ele topou na hora e, aí, a gente perguntou se ele poderia dar uma ajudazinha nas despesas. Ele perguntou de quanto. Deixamos por conta dele”.
Dias depois do convite, em novembro, o ex-tesoureiro depositou 6 000 reais, o equivalente a 13% das despesas da festa, na conta da comissão.
“A gente sabe que a fama dele é horrível, mas fazer o quê, se ele pode bancar a festa?”, justifica Cezar Barros.
Tão impressionante quanto imaginar que um grupo de jovens universitários não se importe com a biografia de seus homenageados é perceber que a direção da faculdade também dá de ombros. “Nós respondemos ao MEC e ao Conselho Estadual de Educação, órgãos do governo. Por isso não vejo problema algum”, afirma Cleiton Camilo dos Santos, responsável pela instituição.
Segundo ele, Delúbio é ligado ao governo do PT, logo não vai haver problema algum em tê-lo como patrocinador da formatura. “A escolha, afinal, foi dos alunos.”
Delúbio fez dois depósitos, cada um de 3 000 reais, nas contas de dois formandos. Embora more em Buriti Alegre, no interior de Goiás, trabalhe na capital, Goiânia, e tenha sido patrono de uma festa em Goiatuba, parte do dinheiro, vivo, saiu de uma agência bancária de São Paulo. Hummm!
lilicarabina
ANITA LEOCÁDIA E A IMAGEM DO PAI, LUIZ CARLOS PRESTES
Anita Leocádia parece estar equivocada em relação à imagem do pai, Luiz Carlos Prestes de um revolucionário pelos grandes meios de comunicação
Em artigo publicado no jornal “Brasil de Fato”, Anita Leocadia Prestes queixou-se da banalização da imagem de seu pai, Luiz Carlos Prestes, pelos meios de comunicação. Leia o artigo.
*** *** ***
Já se passaram mais de 20 anos do desaparecimento de Luiz Carlos Prestes. Tendo sido sempre coerente consigo mesmo e com os ideais revolucionários a que dedicou sua vida, sem jamais se dobrar diante de interesses menores ou de caráter pessoal, Prestes despertou o ódio dos donos do poder, que se esforçaram por criar uma História Oficial deturpadora tanto de sua trajetória política quanto da história brasileira contemporânea.
Mesmo após seu falecimento, Prestes continua a incomodar os donos do poder, o que se verifica pelo fato de sua vida e suas atitudes não deixarem de serem atacadas e/ou deturpadas, com insistência aparentemente surpreendente, uma vez que se trata de uma liderança do passado, que não mais está disputando qualquer espaço político.
Num país em que praticamente inexiste uma memória histórica, em que os donos do poder sempre tiveram força suficiente para impedir que essa memória histórica fosse cultivada, presenciamos um esforço sutil, mas constante, desenvolvido através de modernos e possantes meios de comunicação, de dificultar às novas gerações o conhecimento da vida e da luta de homens como Luiz Carlos Prestes, cujo passado pode servir de exemplo para os jovens de hoje.
Atualmente tornou-se difícil e pouco convincente recorrer aos antigos expedientes para satanizar os comunistas: acusá-los de “comer criancinhas assadas na brasa”, de defender a “coletivização das mulheres”, de renegar a família, de desrespeitar as freiras, etc. etc. Hoje os expedientes são outros, mais de acordo com os novos tempos.
No caso de Prestes – o mais conhecido e o mais respeitado comunista brasileiro -, por tantos anos caluniado ou silenciado, uma nova tática de desmoralização foi adotada pelos grandes meios de comunicação, comprometidos com os interesses das classes dominantes.
Na impossibilidade de questionar sua reconhecida honestidade, assim como sua fidelidade aos princípios revolucionários por que sempre pautou sua existência, o novo expediente consiste na banalização de sua imagem.
Procura-se desviar a atenção do público do legado político e revolucionário de Luiz Carlos Prestes, chamando a atenção para aspectos de sua vida privada, tentando apresentá-lo apenas como um homem comum e inofensivo, portanto, para os poderosos deste país.
Da mesma maneira do que se passou há alguns anos atrás, com a ampla divulgação do filme “O Velho” – que apresentava Prestes como um comunista fracassado e dedicado a cultivar rosas -, agora a Revista de História da Biblioteca Nacional presta sua contribuição ao esforço de banalização da imagem de Prestes pelos grandes meios de comunicação.
Reproduz na capa de sua edição de janeiro de 2012, mês do aniversário natalício de Prestes, foto sua tirada em uma praia, com trajes de banho. Para isso, contou com a lamentável colaboração da viúva do personagem retratado, num flagrante desrespeito à sua vontade e à sua memória.
Todos que conviveram com Prestes sabem que ele não admitia confundir sua vida privada com suas atividades públicas e jamais concordaria com a publicação de semelhante foto na imprensa. Prestes era um homem sóbrio, que detestava qualquer gesto de exibicionismo, qualquer atitude na vida privada que pudesse vir a prejudicar sua atuação como dirigente comunista e revolucionário.
Frente à nova tática dos grandes meios de comunicação, voltados hoje para o expediente da banalização da imagem de revolucionários como Prestes e Guevara – cuja imagem vem sendo mercantilizada pelos donos do capital -, é necessário que todos aqueles, homens e mulheres, comprometidos com a luta pelo socialismo em nossa terra, reforcem a vigilância de classe e procurem contribuir para que o legado revolucionário desses grandes lutadores se torne acessível aos jovens de hoje, aos futuros combatentes de amanhã.
Anita Leocadia Prestes
*** *** ***
PARTIDÃO APOIA ANITA
Carta pessoal de Ivan Pinheiro, presidente do Partido Comunista Brasileiro, a Anita Leocádia Prestes:
A publicação de uma foto do camarada Luiz Carlos Prestes em trajes de praia no jornal mais reacionário do nosso país (que deveríamos voltar a chamar de The Globe, como outrora) me deixou perplexo.
De início, feliz, por ver o incansável Velho num raro momento de justo descanso. Não dá para perceber o ano em que a foto foi tomada, mas sabemos que ele nunca teve uma vida tranquila.Mas comecei a me indignar quando percebi que a foto foi imposta a Prestes. Cochilando, com um chapéu que lhe cobre os olhos, é óbvio que ele não se deixou fotografar naquele momento íntimo; a foto foi tirada à sua revelia.
Acho natural e saudável que entre amigos e familiares de confiança registremos nossos momentos de descontração, de relaxamento.Mas não é ético que uma foto reservada, como que roubada a uma pessoa (que talvez nunca a tenha visto!) seja tornada pública por quem a possuia. E se trata de uma foto de alguém falecido, que não pode concordar nem discordar de sua publicação.
Prestes não era um desses medíocres “famosos” globais cujas fotos íntimas aparecem nas ridículas revistas com que se manipulam as pessoas simples para sonharem com a possibilidade de também virem a ser ricas, bonitas e famosas.Prestes foi um revolucionário, um dos mais importantes da história.
O diário oficial do imperialismo no Brasil certamente não escolheu esta foto para homenagear o Cavaleiro da Esperança, que sem sombra de dúvidas foi o brasileiro mais perseguido e satanizado por este monopólio.Desta forma, Anita, solidarizo-me pessoalmente com você, compartilhando a justa indignação diante desta (vã) tentativa de banalizar a imagem de Prestes.
Ivan Pinheiro
*** *** ***
Comentário de Carlos Newton
Infelizmente, Prestes não está mais aqui para se posicionar sobre a própria imagem. Mas é possível lembrar seu pensamento, através da última entrevista que concedeu, poucos dias antes de morrer, à jornalista Jussara Martins, do Correio Braziliense.
Na matéria, Prestes disse ter parado de assistir à novela “Kananga do Japão” , da TV Manchete, na qual era um dos personagens principais, e estava sendo exibida à época. O líder comunista explicou que ficou indignado com o autor da novela, porque houve uma cena em que o pergonagem Prestes aparecia na praia de terno e gravata. Por isso, parou de assistir à novela.
Na entrevista, o líder comunista disse que a cena era absurda, porque ele ia normalmente à praia como qualquer outra pessoa, jamais apareceria de terno e gravata. E acrescentou que os policiais de Vargas não conseguiam prendê-lo justamente porque se vestia como uma pessoa normal e se misturava com o povo.
Anita Leocádia, é claro, idolatra a memória do pai. Ivan Pinheiro, também. Mas qual é o problema de se publicar uma foto de Prestes de calção de banho? Na verdade, isso apenas humaniza o líder comunista e mostra o ser humano extraordinário que ele era.
Carlos Newton
17 de janeiro de 2012
Em artigo publicado no jornal “Brasil de Fato”, Anita Leocadia Prestes queixou-se da banalização da imagem de seu pai, Luiz Carlos Prestes, pelos meios de comunicação. Leia o artigo.
*** *** ***
Já se passaram mais de 20 anos do desaparecimento de Luiz Carlos Prestes. Tendo sido sempre coerente consigo mesmo e com os ideais revolucionários a que dedicou sua vida, sem jamais se dobrar diante de interesses menores ou de caráter pessoal, Prestes despertou o ódio dos donos do poder, que se esforçaram por criar uma História Oficial deturpadora tanto de sua trajetória política quanto da história brasileira contemporânea.
Mesmo após seu falecimento, Prestes continua a incomodar os donos do poder, o que se verifica pelo fato de sua vida e suas atitudes não deixarem de serem atacadas e/ou deturpadas, com insistência aparentemente surpreendente, uma vez que se trata de uma liderança do passado, que não mais está disputando qualquer espaço político.
Num país em que praticamente inexiste uma memória histórica, em que os donos do poder sempre tiveram força suficiente para impedir que essa memória histórica fosse cultivada, presenciamos um esforço sutil, mas constante, desenvolvido através de modernos e possantes meios de comunicação, de dificultar às novas gerações o conhecimento da vida e da luta de homens como Luiz Carlos Prestes, cujo passado pode servir de exemplo para os jovens de hoje.
Atualmente tornou-se difícil e pouco convincente recorrer aos antigos expedientes para satanizar os comunistas: acusá-los de “comer criancinhas assadas na brasa”, de defender a “coletivização das mulheres”, de renegar a família, de desrespeitar as freiras, etc. etc. Hoje os expedientes são outros, mais de acordo com os novos tempos.
No caso de Prestes – o mais conhecido e o mais respeitado comunista brasileiro -, por tantos anos caluniado ou silenciado, uma nova tática de desmoralização foi adotada pelos grandes meios de comunicação, comprometidos com os interesses das classes dominantes.
Na impossibilidade de questionar sua reconhecida honestidade, assim como sua fidelidade aos princípios revolucionários por que sempre pautou sua existência, o novo expediente consiste na banalização de sua imagem.
Procura-se desviar a atenção do público do legado político e revolucionário de Luiz Carlos Prestes, chamando a atenção para aspectos de sua vida privada, tentando apresentá-lo apenas como um homem comum e inofensivo, portanto, para os poderosos deste país.
Da mesma maneira do que se passou há alguns anos atrás, com a ampla divulgação do filme “O Velho” – que apresentava Prestes como um comunista fracassado e dedicado a cultivar rosas -, agora a Revista de História da Biblioteca Nacional presta sua contribuição ao esforço de banalização da imagem de Prestes pelos grandes meios de comunicação.
Reproduz na capa de sua edição de janeiro de 2012, mês do aniversário natalício de Prestes, foto sua tirada em uma praia, com trajes de banho. Para isso, contou com a lamentável colaboração da viúva do personagem retratado, num flagrante desrespeito à sua vontade e à sua memória.
Todos que conviveram com Prestes sabem que ele não admitia confundir sua vida privada com suas atividades públicas e jamais concordaria com a publicação de semelhante foto na imprensa. Prestes era um homem sóbrio, que detestava qualquer gesto de exibicionismo, qualquer atitude na vida privada que pudesse vir a prejudicar sua atuação como dirigente comunista e revolucionário.
Frente à nova tática dos grandes meios de comunicação, voltados hoje para o expediente da banalização da imagem de revolucionários como Prestes e Guevara – cuja imagem vem sendo mercantilizada pelos donos do capital -, é necessário que todos aqueles, homens e mulheres, comprometidos com a luta pelo socialismo em nossa terra, reforcem a vigilância de classe e procurem contribuir para que o legado revolucionário desses grandes lutadores se torne acessível aos jovens de hoje, aos futuros combatentes de amanhã.
Anita Leocadia Prestes
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PARTIDÃO APOIA ANITA
Carta pessoal de Ivan Pinheiro, presidente do Partido Comunista Brasileiro, a Anita Leocádia Prestes:
A publicação de uma foto do camarada Luiz Carlos Prestes em trajes de praia no jornal mais reacionário do nosso país (que deveríamos voltar a chamar de The Globe, como outrora) me deixou perplexo.
De início, feliz, por ver o incansável Velho num raro momento de justo descanso. Não dá para perceber o ano em que a foto foi tomada, mas sabemos que ele nunca teve uma vida tranquila.Mas comecei a me indignar quando percebi que a foto foi imposta a Prestes. Cochilando, com um chapéu que lhe cobre os olhos, é óbvio que ele não se deixou fotografar naquele momento íntimo; a foto foi tirada à sua revelia.
Acho natural e saudável que entre amigos e familiares de confiança registremos nossos momentos de descontração, de relaxamento.Mas não é ético que uma foto reservada, como que roubada a uma pessoa (que talvez nunca a tenha visto!) seja tornada pública por quem a possuia. E se trata de uma foto de alguém falecido, que não pode concordar nem discordar de sua publicação.
Prestes não era um desses medíocres “famosos” globais cujas fotos íntimas aparecem nas ridículas revistas com que se manipulam as pessoas simples para sonharem com a possibilidade de também virem a ser ricas, bonitas e famosas.Prestes foi um revolucionário, um dos mais importantes da história.
O diário oficial do imperialismo no Brasil certamente não escolheu esta foto para homenagear o Cavaleiro da Esperança, que sem sombra de dúvidas foi o brasileiro mais perseguido e satanizado por este monopólio.Desta forma, Anita, solidarizo-me pessoalmente com você, compartilhando a justa indignação diante desta (vã) tentativa de banalizar a imagem de Prestes.
Ivan Pinheiro
*** *** ***
Comentário de Carlos Newton
Infelizmente, Prestes não está mais aqui para se posicionar sobre a própria imagem. Mas é possível lembrar seu pensamento, através da última entrevista que concedeu, poucos dias antes de morrer, à jornalista Jussara Martins, do Correio Braziliense.
Na matéria, Prestes disse ter parado de assistir à novela “Kananga do Japão” , da TV Manchete, na qual era um dos personagens principais, e estava sendo exibida à época. O líder comunista explicou que ficou indignado com o autor da novela, porque houve uma cena em que o pergonagem Prestes aparecia na praia de terno e gravata. Por isso, parou de assistir à novela.
Na entrevista, o líder comunista disse que a cena era absurda, porque ele ia normalmente à praia como qualquer outra pessoa, jamais apareceria de terno e gravata. E acrescentou que os policiais de Vargas não conseguiam prendê-lo justamente porque se vestia como uma pessoa normal e se misturava com o povo.
Anita Leocádia, é claro, idolatra a memória do pai. Ivan Pinheiro, também. Mas qual é o problema de se publicar uma foto de Prestes de calção de banho? Na verdade, isso apenas humaniza o líder comunista e mostra o ser humano extraordinário que ele era.
Carlos Newton
17 de janeiro de 2012
PRIVATARIA PETISTA
(são todos mancomunados pra roubar do povo brasileiro)
Sauer, ex-homem do governo do PT, conta como Zé Dirceu, Lula e Dilma ajudaram Eike Batista na rapinagem do Pré-Sal.
Em longa entrevista de 27 páginas à edição trimestral de outubro de 2011 da Revista Adusp, da Universidade de São Paulo, aos repórteres Pedro Estevam da Rocha Pomar, Thaís Carrança e Daniel Garcia, o professor Ildo Sauer, Diretor de Gás e Energia da Petrobrás entre 2003 e 2007, período que cobriu o primeiro mandato do Presidente Lula e o início do segundo, participante ativo das decisões que levaram à descoberta, em 2005-2006, das jazidas do Pré-Sal, denuncia que Eike contratou, como consultores, dois ex-Ministros do ex-governo FHC, Pedro Malan, da Fazenda, e Rodolfo Tourinho, das Minas e Energia, e um do ex-governo Lula, José Dirceu, ex-Ministro da Casa Civil, para assessorá-lo, depois que arregimentou para a sua empresa OGX o engenheiro Rodolfo Landim, um dos maiores especialistas da estatal em petróleo.
. De longe, as denúncias são devastadoras para o ex-Presidente Lula e para Dilma. Não é por menos que nenhum dos dois quis falar. Ildo Sauer foi homem de confiança de ambos - nomeados pelos dois.
. Integrante da equipe de especialistas que conduziu as pesquisas vitoriosas em 2005-2006, que culminaram com as descobertas de petróleo na camada de pré-sal, primeiro, no poço Paraty(2005), em seguida, o poço Tupi(2006), cuja estimativa de produção vai até os 80 bilhões de barris, Landim e seu colega, também, engenheiro, Paulo Mendonça, ambos, ex-integrantes da Gerência Executiva de Exploração, centro nevrálgico da Petrobrás, saíram da estatal, criaram uma empresa de consultoria e foram trabalhar para Eike, que havia sido recomendado pelo ex-Ministro Tourinho para entrar no negócio do petróleo.
. Ou seja, o empresário X, já milionário, com uma fortuna estimada em 200 milhões de dólares, deu, graças às informações que teria sido a ele repassadas por ex-Ministro e ex-especialistas da Petrobrás, tacada bilionária, para se transformar em homem de fortuna potencial de 100 bilhões de dólares, a partir de compra via leilão de poço de petróleo avaliado em 10 bilhões de barris de reservas.
. Não seria, portanto, impossível que Eike, como declarou à repórter Sônia Bridi, do Fantástico, em 2015 e 2016, venha ser o homem mais rico do mundo. Só para ter-se ideia da grandeza das reservas arrematadas por Batista, atualmente, os Estados Unidos têm 29,4 bilhões de barris, não mais que o dobro do que passa deter o empresário brasileiro.
CLIQUE AQUI para ler as 27 páginas de denúncias. Vale a pena. A mídia nãos se ocupou do assunto e nem a oposição, também acusada por Sauer.
Enviado por Varlei Disiuta
Sauer, ex-homem do governo do PT, conta como Zé Dirceu, Lula e Dilma ajudaram Eike Batista na rapinagem do Pré-Sal.
Em longa entrevista de 27 páginas à edição trimestral de outubro de 2011 da Revista Adusp, da Universidade de São Paulo, aos repórteres Pedro Estevam da Rocha Pomar, Thaís Carrança e Daniel Garcia, o professor Ildo Sauer, Diretor de Gás e Energia da Petrobrás entre 2003 e 2007, período que cobriu o primeiro mandato do Presidente Lula e o início do segundo, participante ativo das decisões que levaram à descoberta, em 2005-2006, das jazidas do Pré-Sal, denuncia que Eike contratou, como consultores, dois ex-Ministros do ex-governo FHC, Pedro Malan, da Fazenda, e Rodolfo Tourinho, das Minas e Energia, e um do ex-governo Lula, José Dirceu, ex-Ministro da Casa Civil, para assessorá-lo, depois que arregimentou para a sua empresa OGX o engenheiro Rodolfo Landim, um dos maiores especialistas da estatal em petróleo.
. De longe, as denúncias são devastadoras para o ex-Presidente Lula e para Dilma. Não é por menos que nenhum dos dois quis falar. Ildo Sauer foi homem de confiança de ambos - nomeados pelos dois.
. Integrante da equipe de especialistas que conduziu as pesquisas vitoriosas em 2005-2006, que culminaram com as descobertas de petróleo na camada de pré-sal, primeiro, no poço Paraty(2005), em seguida, o poço Tupi(2006), cuja estimativa de produção vai até os 80 bilhões de barris, Landim e seu colega, também, engenheiro, Paulo Mendonça, ambos, ex-integrantes da Gerência Executiva de Exploração, centro nevrálgico da Petrobrás, saíram da estatal, criaram uma empresa de consultoria e foram trabalhar para Eike, que havia sido recomendado pelo ex-Ministro Tourinho para entrar no negócio do petróleo.
. Ou seja, o empresário X, já milionário, com uma fortuna estimada em 200 milhões de dólares, deu, graças às informações que teria sido a ele repassadas por ex-Ministro e ex-especialistas da Petrobrás, tacada bilionária, para se transformar em homem de fortuna potencial de 100 bilhões de dólares, a partir de compra via leilão de poço de petróleo avaliado em 10 bilhões de barris de reservas.
. Não seria, portanto, impossível que Eike, como declarou à repórter Sônia Bridi, do Fantástico, em 2015 e 2016, venha ser o homem mais rico do mundo. Só para ter-se ideia da grandeza das reservas arrematadas por Batista, atualmente, os Estados Unidos têm 29,4 bilhões de barris, não mais que o dobro do que passa deter o empresário brasileiro.
CLIQUE AQUI para ler as 27 páginas de denúncias. Vale a pena. A mídia nãos se ocupou do assunto e nem a oposição, também acusada por Sauer.
Enviado por Varlei Disiuta
RELENDO A CRÔNICA POLÍTICA DA CORRUPÇÃO
Nas contas dos ladrões federais, 1 milhão de dólareS...
Nos anos 80, a capa dos sonhos de todos os diretores e editores de VEJA seria magnificamente singela. Para o resumo da ópera, bastaria uma pilha de cédulas verdes com o rosto de Benjamin Franklin sublinhando a chamada feita de cinco palavras e um algarismo:
COMO GANHAR 1 MILHÃO DE DÓLARES
Valorizada por acrobacias gráficas ou manuscrita por Lula com uma Bic, a chamada para a reportagem de capa pareceria igualmente irresistível até aos olhos dos bebês de colo e dos napoleões-de-hospício.
Nas bancas ou nas portas dos assinantes, cada exemplar seria disputado a socos e pontapés por gente disposta a tudo para conhecer a fórmula que ensinava a ficar milionário ─ em moeda americana ─ sem precisar assaltar um banco, dar um golpe na praça ou ganhar na loteria.
Passados menos de 30 anos, essa capa talvez fizesse menos estardalhaço que um comício do PCdoB.
No Brasil deste começo de século, conseguir 1 milhão de dólares parece menos complicado que subir o Corcovado de trenzinho.
Nada a ver com a crise econômica dos Estados Unidos, nem com o risco de calote, muito menos com a enganosa musculatura do real.
O que transformou essa quantia em dinheiro de troco foi o tsunami de bandalheiras que devasta o Brasil.
As cifras astronômicas movimentadas pelas quadrilhas especializadas no assalto aos cofres públicos informam que juntar 1 milhão de dólares é coisa de gatuno aprendiz.
Ladrão federal que se preza fatura mais que isso com qualquer negociata de baixo calibre.
As organizações criminosas da classe executiva não se contentam com pouco.
Cresceram em tamanho, sofisticação, safadeza e atrevimento.
As contas agora são feitas em bilhões.
Os bandos envolvidos na roubalheira incomparável agrupam ministros de Estado e funcionários do segundo escalão, figurões de estatais e “laranjas” obscuros, jornalistas iniciantes ou em fim de carreira, donos de partidos, senadores e prefeitos, deputados e vereadores, empresas portentosas e consultorias de fachada.
Mobilizam, além dos chefes, as mulheres, os filhos, parentes próximos ou distantes, amigos ou agregados.
Há centenas, milhares de larápios em ação.
Há bilhões de sobra à espera dos delinquentes.
Na edição da semana passada, VEJA divulgou os espantosos resultados da maior auditoria feita pelo Tribunal de Contas da União no sistema de compras do governo federal.
Depois de esquadrinhar 142.000 contratos celebrados na Era Lula, envolvendo gastos superiores a R$ 100 bilhões, o TCU encontrou mais de 80 mil irregularidades.
As somas surrupiadas ultrapassam R$ 10 bilhões.
Tudo é superlativo no Brasil Maravilha registrado no cartório.
Sobretudo a ladroagem institucionalizada, adverte o conjunto de informações perturbadoras divulgadas neste fim de semana.
As obras em andamento sob a supervisão do Dnit, segundo o Estadão, sofreram acréscimos de preços que chegam a R$ 2,2 bilhões.
Demitido pelas patifarias que andou cometendo no Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Oscar Jucá, irmão do líder do governo no Senado, garantiu a VEJA que os casos de corrupção na sigla envolvem o ministro da Agricultura, Wagner Rossi.
A revista IstoÉ revelou que em 2010, em troca de doações ao PP, três grandes empreiteiras embolsaram R$ 2,7 bilhões liberados ilegalmente pelo Ministério das Cidades.
A Folha conferiu tonalidades ainda mais escuras ao aluvião de más notícias com a descoberta de que a Procuradoria-Geral da Justiça Militar investiga a participação de generais do Exército em convênios fraudulentos celebrados com o Departamento de Infraestrutura de Transportes.
O Dnit, de novo, agora ameaçando arrastar para o pântano oficiais de alta patente.
Decididamente, as coisas foram longe demais.
Cadê a indignação dos brasileiros que pagam todas as contas e bancam todos os prejuízos?, perguntou na semana passada a Carta ao Leitor.
“Só a mobilização forte e permanente da sociedade”, alertou o editorial de VEJA, “obrigará a Justiça e os políticos a tomar medidas sumárias para limpar a administração pública dos ladrões, colocá-los na cadeia ─ sim, na cadeia ─ e fazê-los devolver as quantias roubadas ao Erário”.
A entrada do Exército no noticiário político-policial era o sinal vermelho que faltava.
Ou o Brasil reencontra a capacidade de indignar-se ─ e reage imediatamente ─ ou nunca passará de um arremedo de nação.
Augusto Nunes
01/08/2011
Nos anos 80, a capa dos sonhos de todos os diretores e editores de VEJA seria magnificamente singela. Para o resumo da ópera, bastaria uma pilha de cédulas verdes com o rosto de Benjamin Franklin sublinhando a chamada feita de cinco palavras e um algarismo:
COMO GANHAR 1 MILHÃO DE DÓLARES
Valorizada por acrobacias gráficas ou manuscrita por Lula com uma Bic, a chamada para a reportagem de capa pareceria igualmente irresistível até aos olhos dos bebês de colo e dos napoleões-de-hospício.
Nas bancas ou nas portas dos assinantes, cada exemplar seria disputado a socos e pontapés por gente disposta a tudo para conhecer a fórmula que ensinava a ficar milionário ─ em moeda americana ─ sem precisar assaltar um banco, dar um golpe na praça ou ganhar na loteria.
Passados menos de 30 anos, essa capa talvez fizesse menos estardalhaço que um comício do PCdoB.
No Brasil deste começo de século, conseguir 1 milhão de dólares parece menos complicado que subir o Corcovado de trenzinho.
Nada a ver com a crise econômica dos Estados Unidos, nem com o risco de calote, muito menos com a enganosa musculatura do real.
O que transformou essa quantia em dinheiro de troco foi o tsunami de bandalheiras que devasta o Brasil.
As cifras astronômicas movimentadas pelas quadrilhas especializadas no assalto aos cofres públicos informam que juntar 1 milhão de dólares é coisa de gatuno aprendiz.
Ladrão federal que se preza fatura mais que isso com qualquer negociata de baixo calibre.
As organizações criminosas da classe executiva não se contentam com pouco.
Cresceram em tamanho, sofisticação, safadeza e atrevimento.
As contas agora são feitas em bilhões.
Os bandos envolvidos na roubalheira incomparável agrupam ministros de Estado e funcionários do segundo escalão, figurões de estatais e “laranjas” obscuros, jornalistas iniciantes ou em fim de carreira, donos de partidos, senadores e prefeitos, deputados e vereadores, empresas portentosas e consultorias de fachada.
Mobilizam, além dos chefes, as mulheres, os filhos, parentes próximos ou distantes, amigos ou agregados.
Há centenas, milhares de larápios em ação.
Há bilhões de sobra à espera dos delinquentes.
Na edição da semana passada, VEJA divulgou os espantosos resultados da maior auditoria feita pelo Tribunal de Contas da União no sistema de compras do governo federal.
Depois de esquadrinhar 142.000 contratos celebrados na Era Lula, envolvendo gastos superiores a R$ 100 bilhões, o TCU encontrou mais de 80 mil irregularidades.
As somas surrupiadas ultrapassam R$ 10 bilhões.
Tudo é superlativo no Brasil Maravilha registrado no cartório.
Sobretudo a ladroagem institucionalizada, adverte o conjunto de informações perturbadoras divulgadas neste fim de semana.
As obras em andamento sob a supervisão do Dnit, segundo o Estadão, sofreram acréscimos de preços que chegam a R$ 2,2 bilhões.
Demitido pelas patifarias que andou cometendo no Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Oscar Jucá, irmão do líder do governo no Senado, garantiu a VEJA que os casos de corrupção na sigla envolvem o ministro da Agricultura, Wagner Rossi.
A revista IstoÉ revelou que em 2010, em troca de doações ao PP, três grandes empreiteiras embolsaram R$ 2,7 bilhões liberados ilegalmente pelo Ministério das Cidades.
A Folha conferiu tonalidades ainda mais escuras ao aluvião de más notícias com a descoberta de que a Procuradoria-Geral da Justiça Militar investiga a participação de generais do Exército em convênios fraudulentos celebrados com o Departamento de Infraestrutura de Transportes.
O Dnit, de novo, agora ameaçando arrastar para o pântano oficiais de alta patente.
Decididamente, as coisas foram longe demais.
Cadê a indignação dos brasileiros que pagam todas as contas e bancam todos os prejuízos?, perguntou na semana passada a Carta ao Leitor.
“Só a mobilização forte e permanente da sociedade”, alertou o editorial de VEJA, “obrigará a Justiça e os políticos a tomar medidas sumárias para limpar a administração pública dos ladrões, colocá-los na cadeia ─ sim, na cadeia ─ e fazê-los devolver as quantias roubadas ao Erário”.
A entrada do Exército no noticiário político-policial era o sinal vermelho que faltava.
Ou o Brasil reencontra a capacidade de indignar-se ─ e reage imediatamente ─ ou nunca passará de um arremedo de nação.
Augusto Nunes
01/08/2011
ANOTAÇÕES DO JORNALISTA CARLOS CHAGAS
Lula vai com Haddad até o fim
Estava nos cálculos do Lula, conforme confidência de companheiros mais chegados a ele: neste começo de ano seria desencadeada, como está sendo, campanha para a defenestração de Fernando Haddad a candidato à prefeitura de São Paulo. Seria o derradeiro esforço de alguns petistas e de muitos adversários para desestabilizar a indicação do ainda ministro da Educação. Não erra quem supuser Marta Suplicy na manobra. Ela perdeu a chance de candidatar-se, foi humilhada e acumulou mágoas sem conta por ter sido preterida. Estaria dando o troco, agora.
Não é de graça que a blitz contra Haddad começou antes de iniciada a reforma ministerial da presidente Dilma. Dessa confusão artificial bem que poderia sobrar um ministério para a senadora. Jamais a Educação, mas por que não Ciência e Tecnologia?
De todas essas marolas detectadas nos últimos dias sobressai uma evidência: o Lula não abrirá mão da candidatura de Haddad, que lançou antes de o PT paulista organizar-se. Obteve, como comandante em chefe, a adesão dos que o seguem sem pestanejar e até dos que pensaram mas não tiveram tempo de reagir à imposição. Como iria, agora, ao sinal de uma conspiração parecida com o Exercito Brancaleone, dar o dito pelo não dito e aceitar que o ministro seja lançado ao mar como carga supérflua?
Até porque, o ex-presidente pouco tem errado em suas indicações eleitorais. Ai está o exemplo de Dilma Rousseff, que quando apontada candidata à sucessão presidencial, despertou em muitos companheiros sorrisos de superioridade, mas emplacou de forma indiscutível por força da liderança do chefe. O mesmo acontecerá, prevê o Lula, com a candidatura de Fernando Haddad. Se vai dar certo, só o futuro dirá, mas substituí-lo, nem pensar.
***
UM PRESIDENTE OU UM CANTOR DE ÓPERA?
Quando pela primeira vez candidato à presidência dos Estados Unidos, em 1932, Franklin Roosevelt sofreu ampla resistência de alguns democratas e de todos os republicanos: como a América escolheria para governá-la um aleijado, um político que nem podia andar, fruto da paralisia infantil? Com muito humor ele rebateu, indagando se queriam um presidente da República ou um corredor da maratona.
Vem agora alguns desocupados para imaginar a próxima sucessão, por enquanto impossível de ser detectada, supondo que se Dilma não pleitear a reeleição, o Lula não poderia tornar-se candidato por conta do câncer na garganta, que provavelmente afetará sua voz, deixando-o rouco. Seria o caso de perguntar se querem no palácio do Planalto um cantor de ópera ou um presidente da República…
***
ME ENGANA QUE EU GOSTO
Líderes do PMDB, do PT e de outros partidos da base oficial estão trocando idéias para, dizem eles, aprovar ainda este ano pelo menos uma fatia da reforma política. Falam do financiamento público das campanhas, iniciativa que proibiria as doações particulares para candidatos, limitando ao máximo a famigerada Caixa Dois.
O problema é que a proposta vem sendo debatida de mentirinha há muitos anos, pois jamais deputados e senadores votariam a extinção das doações eleitorais, passaporte para a sobrevivência de todos.
Como é preciso enganar a opinião pública, dando a impressão de que cuidam da reforma política, em mais um lance de prestidigitação, Suas Excelências preparam uma armadilha. Pensam estabelecer que o financiamento público das campanhas só entraria em vigor caso aprovado em plebiscito nacional. Voltam-se, assim, para a opinião pública, que jamais consideraram, sabendo que a maioria do eleitorado estranharia a entrega de dinheiro público para os políticos quando falta para saúde, educação, saneamento, segurança e muita coisa a mais. Acresce que já prevêem esse plebiscito para 2014, quer dizer, mesmo se por milagre aprovado, o financiamento público só valeria para as eleições de 2018.
Traduzindo: até lá as doações e o Caixa Dois ficariam valendo.
***
QUEM PARTE E REPARTE FICA COM A MELHOR PARTE
Vamos imaginar uma empresa privada que no fim do ano registrou um lucro de 549 milhões de reais, mas na hora de distribuir dividendos a seus acionistas, destinou-lhes apenas 170 milhões. A diferença, de 379 milhões, ficou para ser repartida entre seus diretores.
Uma operação dessas determinaria a indignação dos acionistas, seguida de ações na Justiça, cadeia para os diretores e até o fechamento da empresa.
Pois é exatamente o que aconteceu em dezembro passado, quando dezenas de milhões de brasileiros separaram um dinheirinho para jogar na mega-sena da virada, totalizando 549 milhões arrecadados em todo o país. Só que o prêmio, por sinal dividido entre cinco felizardos, totalizou 170 milhões.
O resto, quer dizer, 379 milhões, o gato comeu, ou seja, o governo embolsou, como tem feito inúmeros governos anteriores. E não se culpe a Caixa Econômica, operadora dos sorteios, porque a decisão de dividir o bolo dessa forma canhestra veio de cima, há tempos, e continua prevalecendo. Se pelo menos essa diferença tiver sido usada para atender os carentes e os miseráveis, ainda será desculpável. Mas garantir, quem garante?
17 de janeiro de 2012
Carlos Chagas
Estava nos cálculos do Lula, conforme confidência de companheiros mais chegados a ele: neste começo de ano seria desencadeada, como está sendo, campanha para a defenestração de Fernando Haddad a candidato à prefeitura de São Paulo. Seria o derradeiro esforço de alguns petistas e de muitos adversários para desestabilizar a indicação do ainda ministro da Educação. Não erra quem supuser Marta Suplicy na manobra. Ela perdeu a chance de candidatar-se, foi humilhada e acumulou mágoas sem conta por ter sido preterida. Estaria dando o troco, agora.
Não é de graça que a blitz contra Haddad começou antes de iniciada a reforma ministerial da presidente Dilma. Dessa confusão artificial bem que poderia sobrar um ministério para a senadora. Jamais a Educação, mas por que não Ciência e Tecnologia?
De todas essas marolas detectadas nos últimos dias sobressai uma evidência: o Lula não abrirá mão da candidatura de Haddad, que lançou antes de o PT paulista organizar-se. Obteve, como comandante em chefe, a adesão dos que o seguem sem pestanejar e até dos que pensaram mas não tiveram tempo de reagir à imposição. Como iria, agora, ao sinal de uma conspiração parecida com o Exercito Brancaleone, dar o dito pelo não dito e aceitar que o ministro seja lançado ao mar como carga supérflua?
Até porque, o ex-presidente pouco tem errado em suas indicações eleitorais. Ai está o exemplo de Dilma Rousseff, que quando apontada candidata à sucessão presidencial, despertou em muitos companheiros sorrisos de superioridade, mas emplacou de forma indiscutível por força da liderança do chefe. O mesmo acontecerá, prevê o Lula, com a candidatura de Fernando Haddad. Se vai dar certo, só o futuro dirá, mas substituí-lo, nem pensar.
***
UM PRESIDENTE OU UM CANTOR DE ÓPERA?
Quando pela primeira vez candidato à presidência dos Estados Unidos, em 1932, Franklin Roosevelt sofreu ampla resistência de alguns democratas e de todos os republicanos: como a América escolheria para governá-la um aleijado, um político que nem podia andar, fruto da paralisia infantil? Com muito humor ele rebateu, indagando se queriam um presidente da República ou um corredor da maratona.
Vem agora alguns desocupados para imaginar a próxima sucessão, por enquanto impossível de ser detectada, supondo que se Dilma não pleitear a reeleição, o Lula não poderia tornar-se candidato por conta do câncer na garganta, que provavelmente afetará sua voz, deixando-o rouco. Seria o caso de perguntar se querem no palácio do Planalto um cantor de ópera ou um presidente da República…
***
ME ENGANA QUE EU GOSTO
Líderes do PMDB, do PT e de outros partidos da base oficial estão trocando idéias para, dizem eles, aprovar ainda este ano pelo menos uma fatia da reforma política. Falam do financiamento público das campanhas, iniciativa que proibiria as doações particulares para candidatos, limitando ao máximo a famigerada Caixa Dois.
O problema é que a proposta vem sendo debatida de mentirinha há muitos anos, pois jamais deputados e senadores votariam a extinção das doações eleitorais, passaporte para a sobrevivência de todos.
Como é preciso enganar a opinião pública, dando a impressão de que cuidam da reforma política, em mais um lance de prestidigitação, Suas Excelências preparam uma armadilha. Pensam estabelecer que o financiamento público das campanhas só entraria em vigor caso aprovado em plebiscito nacional. Voltam-se, assim, para a opinião pública, que jamais consideraram, sabendo que a maioria do eleitorado estranharia a entrega de dinheiro público para os políticos quando falta para saúde, educação, saneamento, segurança e muita coisa a mais. Acresce que já prevêem esse plebiscito para 2014, quer dizer, mesmo se por milagre aprovado, o financiamento público só valeria para as eleições de 2018.
Traduzindo: até lá as doações e o Caixa Dois ficariam valendo.
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QUEM PARTE E REPARTE FICA COM A MELHOR PARTE
Vamos imaginar uma empresa privada que no fim do ano registrou um lucro de 549 milhões de reais, mas na hora de distribuir dividendos a seus acionistas, destinou-lhes apenas 170 milhões. A diferença, de 379 milhões, ficou para ser repartida entre seus diretores.
Uma operação dessas determinaria a indignação dos acionistas, seguida de ações na Justiça, cadeia para os diretores e até o fechamento da empresa.
Pois é exatamente o que aconteceu em dezembro passado, quando dezenas de milhões de brasileiros separaram um dinheirinho para jogar na mega-sena da virada, totalizando 549 milhões arrecadados em todo o país. Só que o prêmio, por sinal dividido entre cinco felizardos, totalizou 170 milhões.
O resto, quer dizer, 379 milhões, o gato comeu, ou seja, o governo embolsou, como tem feito inúmeros governos anteriores. E não se culpe a Caixa Econômica, operadora dos sorteios, porque a decisão de dividir o bolo dessa forma canhestra veio de cima, há tempos, e continua prevalecendo. Se pelo menos essa diferença tiver sido usada para atender os carentes e os miseráveis, ainda será desculpável. Mas garantir, quem garante?
17 de janeiro de 2012
Carlos Chagas
ÁLVARO DIAS, LÍDER DO PSDB, SE COLOCA COMO ALTERNATIVA PARA 2014
Em entrevista, Álvaro Dias defende a realização de prévias partidárias, diz-se disposto a encarar a corrida presidencial e espera a unidade no ninho tucano com o fim da imposição dos nomes de Aécio Neves e José Serra
Há 23 anos, senador paranaense disputou a indicação no PMDB. Ulysses Guimarães foi o escolhido na época. Foto: Pedro França/Agência Senado
POR FÁBIO GÓIS | 17/01/2012 07:00
CONGRESSO EM FOCO
Em 1989, o atual líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), disputou com Ulysses Guimarães a indicação do PMDB, seu ex-partido, para a Presidência da República. Mas, além do prestígio do “doutor Constituinte”, Dias ainda teria de enfrentar os presidenciáveis peemedebistas Íris Rezende e Waldyr Pires. Sem respaldo da maioria, o então governador do Paraná (1986-1989) saiu do páreo. Vinte e três anos depois, o tucano volta a colocar seu nome como possível candidato à presidência. A intenção é fazer o partido sair da polarização entre o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o ex-governador de São Paulo José Serra.
“Imposição da cúpula desestimula militância”
Para Alvaro Dias, a imposição dos nomes de Aécio e Serra atrapalha a “unidade partidária”. Por isso, defende a realização de prévias partidárias para a escolha do novo candidato. Nas últimas eleições presidenciais, os candidatos tucanos foram escolhidos por um pequeno grupo, composto em sua maioria por partidários paulistas. Uma vez chamado, o senador garante que encara nova disputa. “Não podemos fugir a esta responsabilidade. O PSDB tem uma enorme responsabilidade, que é apresentar uma proposta alternativa de poder para o país. Uma proposta consequente, inteligente, responsável, mas que signifique mudança desta realidade”, afirmou o tucano, em entrevista gravada pelo jornalista José Maria Trindade, da Rádio Jovem Pan, na última quinta-feira (12). Para ele, é o partido quem deve estimular o debate.
“O melhor ambiente para a proposta do debate é a realização de eleições primárias. Assim, todos os postulantes, de perfis diversos, poderão colocar seus nomes para que o debate ocorra. Nós vamos revitalizar o partido, conferindo a ele uma maior organização, com filiações em massa. Nós vamos, certamente, construir uma unidade – porque quem participa de um processo democrático não tem autoridade moral e política para ser dissidente”, acrescentou Dias.
Álvaro Dias acredita que o partido deve começar agora, quase três anos antes das eleições de 2014, a discutir os nomes para a corrida presidencial. Na visão dele, é preciso produzir um “ambiente de convocação” que legitime a escolha do presidenciável tucano. Nesse sentido, a convocação de eleições primárias, ou prévias partidárias, deve indicar o perfil ideal da candidatura.
“Acho que o PSDB tem o dever de, logo no início das atividades deste ano, definir o modelo de escolha do candidato à Presidência da República, optando pela democratização do processo. Usando esse expediente das eleições primárias, que envolveriam todos os militantes do partido. Eles não seriam convocados apenas para aplaudir no dia da convenção”, defendeu. O tucano sugere que os pré-candidatos poderiam, no processo de disputa, multiplicar os procedimentos de filiação em massa, em estratégia que levaria à unidade do PSDB.
“Ainda não fui chamado”
Líder do PSDB desde que seu antecessor no posto, Arthur Virgílio (AM), não conseguiu se reeleger em 2010, Alvaro Dias iniciou a carreira política como vereador, em 1968, pelo antigo MDB. Em sua trajetória no Legislativo e Executivo estaduais, até chegar ao Senado, Alvaro integrou partidos de diferentes correntes ideológicas, como PMDB, PST e PDT. A pluralidade não o impede, diz, de ser o representante do PSDB nas eleições presidenciais de 2014.
“É preciso consultar os militantes. Tenho a cautela de não antecipar as decisões pessoais. Não cabe priorizar uma ambição pessoal. É necessário convocação”, ponderou o senador ao Congresso em Foco, acrescentando que o cronograma do partido deve obedecer à definição do processo de escolha, em busca de um perfil ideal, e à valorização da militância. “Se eu fosse chamado [pela maioria do PSDB], atenderia. Mas ainda não fui chamado.”
Na ausência dos demais líderes oposicionistas no Senado – como Aécio Neves, José Agripino (DEM-RN) e o líder demista Demóstenes Torres (GO) –, o paranaense foi a voz isolada entre os senadores a contestar o ministro, respaldado pela ampla maioria governista na comissão – ele é o único senador da oposição a integrar o colegiado. Autor de um dos requerimentos de convocação de Bezerra, o tucano se valeu dos holofotes do plenário para marcar posição em um cenário de oposição mais forte entre os deputados, com as presenças de Rodrigo Maia (RJ), ex-presidente nacional do DEM, e do líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP).
POR FÁBIO GÓIS
17/01/2012
congressoemfoco.uol.com.br/noticias
OAB COBRA. RESTA AGUARDAR AS EXPLICAÇÕES DO TRT
Escândalo com dinheiro público: TRT do Rio precisa explicar movimentação atípica de R$ 282,9 milhões
Como se não bastassem às agruras sofridas pelos que litigam no Judiciário trabalhista, onde sob a soberba de seus integrantes, a lentidão se tornou uma cultura sedimentada ad eterna, a sociedade amarga mais uma vez, outro escândalo, – o de suposto desvio de dinheiro público, que teve origem, a partir de 2002, quando ocorreu o incêndio que destruiu os 13° e 14° andares da sede do TRT do Rio de Janeiro, conforme denúncia veiculada nos principais órgãos de imprensa escrita e eletrônica do país.
Tudo partiu após a conclusão de um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), enviado à Corregedora Geral do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em fevereiro de 2011. R|evelou que foram identificadas movimentações financeiras “atípicas” de R$ 855,7 milhões de 3.426 juízes e servidores do Poder Judiciário entre 2000 e 2010. De acordo com o documento enviado pelo Coaf (órgão de inteligência financeira do Ministério da Fazenda) à corregedora nacional de Justiça, Eliana Calmon, não indicou nomes ou CPFs individualmente – somente mencionou o volume e a natureza das chamadas movimentações atípicas dentre os magistrados e servidores sujeitos à fiscalização do Conselho Nacional de Justiça.
Ao que tudo indica “uma nuvem negra” paira no céu do Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro, e a situação não é nada alentadora, eis que as denÚncias estão embasadas em documentos fáticos e de fácil entendimento. Segundo fonte do Coaf, (que é composto entre outros, por membros do corpo de inteligência do governo), não existe a menor possibilidade de nenhum dois titulares envolvidos escaparem da responsabilidade. De acordo com o relatório do Coaf, as movimentações consideradas atípicas foram realizadas por meio de depósitos, saques, pedidos de provisionamento, emissão de cheques administrativos e transferências bancárias.
O documento explicita que, “as pessoas relacionadas receberam depósitos em espécie, em suas respectivas contas, de cerca de R$ 77,1 milhões e efetuaram, em contas de terceiros, depósitos, também em espécie, da ordem de R$ 29,7 milhões”.
Segundo ainda o Coaf, as movimentações atípicas concentram-se em tribunais dos estados de São Paulo (R$ 169,7 milhões), Rio de Janeiro (R$ 149,3 milhões) e Bahia (R$ 145,4 milhões).
Roberto Monteiro Pinho
17 de janeiro de 2012
Como se não bastassem às agruras sofridas pelos que litigam no Judiciário trabalhista, onde sob a soberba de seus integrantes, a lentidão se tornou uma cultura sedimentada ad eterna, a sociedade amarga mais uma vez, outro escândalo, – o de suposto desvio de dinheiro público, que teve origem, a partir de 2002, quando ocorreu o incêndio que destruiu os 13° e 14° andares da sede do TRT do Rio de Janeiro, conforme denúncia veiculada nos principais órgãos de imprensa escrita e eletrônica do país.
Tudo partiu após a conclusão de um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), enviado à Corregedora Geral do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em fevereiro de 2011. R|evelou que foram identificadas movimentações financeiras “atípicas” de R$ 855,7 milhões de 3.426 juízes e servidores do Poder Judiciário entre 2000 e 2010. De acordo com o documento enviado pelo Coaf (órgão de inteligência financeira do Ministério da Fazenda) à corregedora nacional de Justiça, Eliana Calmon, não indicou nomes ou CPFs individualmente – somente mencionou o volume e a natureza das chamadas movimentações atípicas dentre os magistrados e servidores sujeitos à fiscalização do Conselho Nacional de Justiça.
Ao que tudo indica “uma nuvem negra” paira no céu do Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro, e a situação não é nada alentadora, eis que as denÚncias estão embasadas em documentos fáticos e de fácil entendimento. Segundo fonte do Coaf, (que é composto entre outros, por membros do corpo de inteligência do governo), não existe a menor possibilidade de nenhum dois titulares envolvidos escaparem da responsabilidade. De acordo com o relatório do Coaf, as movimentações consideradas atípicas foram realizadas por meio de depósitos, saques, pedidos de provisionamento, emissão de cheques administrativos e transferências bancárias.
O documento explicita que, “as pessoas relacionadas receberam depósitos em espécie, em suas respectivas contas, de cerca de R$ 77,1 milhões e efetuaram, em contas de terceiros, depósitos, também em espécie, da ordem de R$ 29,7 milhões”.
Segundo ainda o Coaf, as movimentações atípicas concentram-se em tribunais dos estados de São Paulo (R$ 169,7 milhões), Rio de Janeiro (R$ 149,3 milhões) e Bahia (R$ 145,4 milhões).
Roberto Monteiro Pinho
17 de janeiro de 2012
DIA NACIONAL DOS APOSENTADOS
DIA DE LUTA PELA CIDADANIA
"24 DE JANEIRO DE 2012"
-Considerando que, a Variação Total Acumulada dos Benefícios Previdenciários nos últimos dez anos é mais de 100% inferior à Variação Total Acumulada do Salário Mínimo;
-Considerando que, o princípio de igualdade determinado pela nossa Constituição Federal não está sendo observado pelas autoridades governamentais com vistas a Idosos Aposentados e Pensionistas Segurados da Previdência Social, que recebem valor mensal acima do Salário Mínimo;
-Considerando que, os Idosos Segurados da Previdência Social contribuíram sempre para, após cumprirem os anos de trabalho determinados em Lei, receberem um "Seguro Previdenciário" para manutenção própria e da família, conforme "reza" a nossa Carta Magna e o ESTATUTO DO IDOSO;
-Considerando que, os Auxílios pagos aos Assistidos pelos Serviços Assistenciais do Governo devem continuar sendo pagos tendo como fonte de recursos os Órgãos Governamentais responsáveis pelo atendimento a esta População Carente, deixando de "sangrar" os cofres da Previdência Social, e
-Considerando que, passando a efetuar somente os pagamentos aos "Segurados da Previdência Social", o Sistema Previdenciário Público continuará sempre contando com "sobra de caixa", desde que administrado de forma correta, que os devedores do Sistema sejam cobrados (inclusive o Governo)... e os fraudadores punidos e obrigados a restituírem (atualizados) o valores que nos subtrairam furtivamente,
LEMBRAMOS que já foram aprovados pelo Senado Federal e se encontram tramitando na Câmara dos Deputados, os seguintes Projetos de Lei:-
1 - Projeto de Lei nº 0001/07, que visa estender o mesmo critério de reajuste do salário mínimo ao reajuste de benefícios da Previdência Social;
2 - Projeto de Lei nº 3299/08, que visa acabar com o perverso "Fator Previdenciário", cujas regras, adotadas ainda no governo FHC, retardam e causam grande prejuízo no cálculo da aposentadoria inicial; e
3 - Projeto de Lei nº 4434/08, que visa recuperar perdas acumuladas nos pagamentos de proventos de idosos, aposentados e pensionistas.
Essas medidas, quando aprovadas, representarão o respeito à Constituição Federal e ao ESTATUTO DO IDOSO e terão grande alcance social, representando estímulo à uma melhor distribuição de rendas, crescimento econômico e geração de empregos.
SE FAZ NECESSÁRIO...
a) - Fazer cientes todos os segmentos da Sociedade Brasileira e acionarmos as Organizações Governamentais e Não Governamentais convidando a todos para lutarem conosco, lançando mão dos vários recursos legais (inclusive campanhas eleitorais), exercendo forte pressão no Legislativo;
b) - SOLICITAR COM INSISTÊNCIA AOS DEPUTADOS FEDERAIS para que ocorra a imediata apreciação e aprovação dos Projetos de Lei acima mencionados, que há mais de dois anos foram aprovados pelo Senado Federal e, desde então, tramitam "em passo de tartaruga" pela Câmara dos Deputados;
c) - Usar todos os órgãos de divulgação disponíveis (principalmente a Internet) para divulgação do andamento destes Projetos de Lei, hoje na Câmara dos Deputados, até que ocorram suas aprovações e homologações;
d) - Acionar os Conselhos Municipais do Idoso, Conselhos Estaduais do Idoso, Conselho Nacional do Direito do Idoso, Entidades Religiosas, Centrais Sindicais, Sindicatos, Organizações Governamentais e Não Governamentais que visam o bem estar e respeito aos direitos dos Idosos Aposentados ou Pensionistas, para que encaminhem aos Deputados Federais Ofícios e Moções de Apelo visando a imediata aprovação dos PL's nºs 0001/07, 3299/08 e 4434/08, e
d) - Ao final, DIVULGAR COM ÊNFASE os nomes dos Deputados Federais e autoridades do Poder Executivo que colaborarem para a aprovação e, principalmente, os nomes dos que "ficarem em cima do muro" ou se posicionarem contra tais Projetos de Lei.
Santos/SP, 16 de janeiro de 2012.
José Luiz Lopes dos Santos -
Membro do Conselho Muncipal do Idoso de Santos e do Conselho Estadual do Idoso/SP
"24 DE JANEIRO DE 2012"
-Considerando que, a Variação Total Acumulada dos Benefícios Previdenciários nos últimos dez anos é mais de 100% inferior à Variação Total Acumulada do Salário Mínimo;
-Considerando que, o princípio de igualdade determinado pela nossa Constituição Federal não está sendo observado pelas autoridades governamentais com vistas a Idosos Aposentados e Pensionistas Segurados da Previdência Social, que recebem valor mensal acima do Salário Mínimo;
-Considerando que, os Idosos Segurados da Previdência Social contribuíram sempre para, após cumprirem os anos de trabalho determinados em Lei, receberem um "Seguro Previdenciário" para manutenção própria e da família, conforme "reza" a nossa Carta Magna e o ESTATUTO DO IDOSO;
-Considerando que, os Auxílios pagos aos Assistidos pelos Serviços Assistenciais do Governo devem continuar sendo pagos tendo como fonte de recursos os Órgãos Governamentais responsáveis pelo atendimento a esta População Carente, deixando de "sangrar" os cofres da Previdência Social, e
-Considerando que, passando a efetuar somente os pagamentos aos "Segurados da Previdência Social", o Sistema Previdenciário Público continuará sempre contando com "sobra de caixa", desde que administrado de forma correta, que os devedores do Sistema sejam cobrados (inclusive o Governo)... e os fraudadores punidos e obrigados a restituírem (atualizados) o valores que nos subtrairam furtivamente,
LEMBRAMOS que já foram aprovados pelo Senado Federal e se encontram tramitando na Câmara dos Deputados, os seguintes Projetos de Lei:-
1 - Projeto de Lei nº 0001/07, que visa estender o mesmo critério de reajuste do salário mínimo ao reajuste de benefícios da Previdência Social;
2 - Projeto de Lei nº 3299/08, que visa acabar com o perverso "Fator Previdenciário", cujas regras, adotadas ainda no governo FHC, retardam e causam grande prejuízo no cálculo da aposentadoria inicial; e
3 - Projeto de Lei nº 4434/08, que visa recuperar perdas acumuladas nos pagamentos de proventos de idosos, aposentados e pensionistas.
Essas medidas, quando aprovadas, representarão o respeito à Constituição Federal e ao ESTATUTO DO IDOSO e terão grande alcance social, representando estímulo à uma melhor distribuição de rendas, crescimento econômico e geração de empregos.
SE FAZ NECESSÁRIO...
a) - Fazer cientes todos os segmentos da Sociedade Brasileira e acionarmos as Organizações Governamentais e Não Governamentais convidando a todos para lutarem conosco, lançando mão dos vários recursos legais (inclusive campanhas eleitorais), exercendo forte pressão no Legislativo;
b) - SOLICITAR COM INSISTÊNCIA AOS DEPUTADOS FEDERAIS para que ocorra a imediata apreciação e aprovação dos Projetos de Lei acima mencionados, que há mais de dois anos foram aprovados pelo Senado Federal e, desde então, tramitam "em passo de tartaruga" pela Câmara dos Deputados;
c) - Usar todos os órgãos de divulgação disponíveis (principalmente a Internet) para divulgação do andamento destes Projetos de Lei, hoje na Câmara dos Deputados, até que ocorram suas aprovações e homologações;
d) - Acionar os Conselhos Municipais do Idoso, Conselhos Estaduais do Idoso, Conselho Nacional do Direito do Idoso, Entidades Religiosas, Centrais Sindicais, Sindicatos, Organizações Governamentais e Não Governamentais que visam o bem estar e respeito aos direitos dos Idosos Aposentados ou Pensionistas, para que encaminhem aos Deputados Federais Ofícios e Moções de Apelo visando a imediata aprovação dos PL's nºs 0001/07, 3299/08 e 4434/08, e
d) - Ao final, DIVULGAR COM ÊNFASE os nomes dos Deputados Federais e autoridades do Poder Executivo que colaborarem para a aprovação e, principalmente, os nomes dos que "ficarem em cima do muro" ou se posicionarem contra tais Projetos de Lei.
Santos/SP, 16 de janeiro de 2012.
José Luiz Lopes dos Santos -
Membro do Conselho Muncipal do Idoso de Santos e do Conselho Estadual do Idoso/SP
SERÁ?
Num país onde a lei nem sempre é igual para todos, pelo menos a Lei Seca trata a todos igualmente.
Passados três anos e meio da entrada em vigor da Lei Seca, ela vem mostrando que não distingue gregos e troianos. Num país onde burlar as leis é sempre rotina e mau exemplo, a Lei Seca continua surpreendendo os que a descumprem, aí incluídas autoridades e celebridades, ainda que a recusa de submissão ao teste do bafômetro venha também se tornando uma regra, como um caso ocorrido, no último final de semana, no Rio, envolvendo um deputado estadual.
Políticos de renome, autoridades governamentais, como o caso de um subsecretário de estado do Rio de Janeiro – alcoolizado ao volante, praticou homicídio – celebridades, artistas, cantores, apresentadores de TV, famosos jogadores de futebol e até magistrados já foram incursos nas penalidades previstas pela dura lei.
Vale esclarecer que são os seguintes os diferentes procedimentos de comprovação da direção alcoolizada: etiloteste (bafômetro), exame de sangue, exame médico-pericial (auto de exame de embriaguez); teste da saliva (ainda não aplicado em território nacional), outros exames técnico-científicos e a própria prova testemunhal, conforme prevista no parágrafo segundo do Artigo 277 do CTB ( redação dada pela Lei Seca), detectada e relatada pelos agentes e autoridades de trânsito através dos notórios sinais de embriaguez apresentados condutor: fala desarticulada, hálito etílico, andar trôpego e descoordenado, roupas em desalinho, comportamento exaltado, estado de torpor etc.
A margem de tolerância para a infração administrativa é de dois decigramas de álcool por litro de sangue, o equivalente, no teste do bafômetro, a 0,1 mg de álcool por litro de ar expelido dos pulmões. Por outro lado, a concentração igual ou superior a seis decigramas de álcool, ou 0,3 mg acusados no bafômetro, configura a infração penal que prevê pena de detenção de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
A lei prevê as penalidades de multa (R$ 957,70), suspensão do direito de dirigir pelo prazo de 12 meses, além de frequência obrigatória a curso de reciclagem de motoristas infratores, com carga horária de 30 horas/aula.
O médico José Mauro Braz Lima, professor da UFRJ, em sua obra científica “Alcoologia – uma visão sistêmica dos problemas relacionados ao uso do álcool”, explica que uma dose padrão de 300 ml de cerveja (uma latinha tem 350 mg) atinge, em média, no organismo humano, a taxa de teor alcoólico da ordem de dois decigramas por litro de sangue ou 0,1 mg por litro de ar expelido dos pulmões.. Uma dose de vinho. de 150 ml ou uma de uísque de 40 ml, também atingem a dosagem de dois decigramas. O estudioso afirma ainda que a concentração de 4 a 6 dg ou 0,2 a 0,3 mg no bafômetro é suficiente para duplicar o risco de acidentes. De 6 a 10 decigramas ou 0,3 a 0,5 mg o risco de acidentes triplica.
Aqui vale também recordar uma decisão tomada pela 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, que manteve uma ação penal contra um condutor que apresentava sinais claros de embriaguez numa fiscalização de trânsito em Mato Grosso, e não havia bafômetro. No entendimento dos ministros, a autoridade e seus agentes têm autonomia para relatar a embriaguez. Ou seja, não é necessário que se estabeleça nem a dosagem alcoólica mínima de 6 dg de álcool para o enquadramento do infrator. E aquela turma do STJ fez apenas fez corroborar o já previsto na Lei Seca: a prova testemunhal pelos sinais da alcoolemia.
A recusa à submissão ao teste do bafômetro depõe contra o próprio condutor. Quem cumpre a lei, está ao volante e não bebeu, nada tem a temer. É cristalino, na jurispudência de tribunais do mundo, o entendimento de que o direito individual não pode sobrepujar-se ao interesse (maior) coletivo.
Não importa se você sempre bebeu, dirigiu e nunca bateu. A Lei 11.705/08 surgiu para evitar tragédias.
Milton Corrêa da Costa
17 de janeiro de 2012
Passados três anos e meio da entrada em vigor da Lei Seca, ela vem mostrando que não distingue gregos e troianos. Num país onde burlar as leis é sempre rotina e mau exemplo, a Lei Seca continua surpreendendo os que a descumprem, aí incluídas autoridades e celebridades, ainda que a recusa de submissão ao teste do bafômetro venha também se tornando uma regra, como um caso ocorrido, no último final de semana, no Rio, envolvendo um deputado estadual.
Políticos de renome, autoridades governamentais, como o caso de um subsecretário de estado do Rio de Janeiro – alcoolizado ao volante, praticou homicídio – celebridades, artistas, cantores, apresentadores de TV, famosos jogadores de futebol e até magistrados já foram incursos nas penalidades previstas pela dura lei.
Vale esclarecer que são os seguintes os diferentes procedimentos de comprovação da direção alcoolizada: etiloteste (bafômetro), exame de sangue, exame médico-pericial (auto de exame de embriaguez); teste da saliva (ainda não aplicado em território nacional), outros exames técnico-científicos e a própria prova testemunhal, conforme prevista no parágrafo segundo do Artigo 277 do CTB ( redação dada pela Lei Seca), detectada e relatada pelos agentes e autoridades de trânsito através dos notórios sinais de embriaguez apresentados condutor: fala desarticulada, hálito etílico, andar trôpego e descoordenado, roupas em desalinho, comportamento exaltado, estado de torpor etc.
A margem de tolerância para a infração administrativa é de dois decigramas de álcool por litro de sangue, o equivalente, no teste do bafômetro, a 0,1 mg de álcool por litro de ar expelido dos pulmões. Por outro lado, a concentração igual ou superior a seis decigramas de álcool, ou 0,3 mg acusados no bafômetro, configura a infração penal que prevê pena de detenção de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
A lei prevê as penalidades de multa (R$ 957,70), suspensão do direito de dirigir pelo prazo de 12 meses, além de frequência obrigatória a curso de reciclagem de motoristas infratores, com carga horária de 30 horas/aula.
O médico José Mauro Braz Lima, professor da UFRJ, em sua obra científica “Alcoologia – uma visão sistêmica dos problemas relacionados ao uso do álcool”, explica que uma dose padrão de 300 ml de cerveja (uma latinha tem 350 mg) atinge, em média, no organismo humano, a taxa de teor alcoólico da ordem de dois decigramas por litro de sangue ou 0,1 mg por litro de ar expelido dos pulmões.. Uma dose de vinho. de 150 ml ou uma de uísque de 40 ml, também atingem a dosagem de dois decigramas. O estudioso afirma ainda que a concentração de 4 a 6 dg ou 0,2 a 0,3 mg no bafômetro é suficiente para duplicar o risco de acidentes. De 6 a 10 decigramas ou 0,3 a 0,5 mg o risco de acidentes triplica.
Aqui vale também recordar uma decisão tomada pela 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, que manteve uma ação penal contra um condutor que apresentava sinais claros de embriaguez numa fiscalização de trânsito em Mato Grosso, e não havia bafômetro. No entendimento dos ministros, a autoridade e seus agentes têm autonomia para relatar a embriaguez. Ou seja, não é necessário que se estabeleça nem a dosagem alcoólica mínima de 6 dg de álcool para o enquadramento do infrator. E aquela turma do STJ fez apenas fez corroborar o já previsto na Lei Seca: a prova testemunhal pelos sinais da alcoolemia.
A recusa à submissão ao teste do bafômetro depõe contra o próprio condutor. Quem cumpre a lei, está ao volante e não bebeu, nada tem a temer. É cristalino, na jurispudência de tribunais do mundo, o entendimento de que o direito individual não pode sobrepujar-se ao interesse (maior) coletivo.
Não importa se você sempre bebeu, dirigiu e nunca bateu. A Lei 11.705/08 surgiu para evitar tragédias.
Milton Corrêa da Costa
17 de janeiro de 2012
OAB EXIGE EXPLICAÇÕES
Diante do quadro alarmante, nesta semana o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Rio (OAB-RJ), Wadih Damous, encaminhou ofício à presidente do Tribunal Regional do Trabalho do Rio, Maria de Lourdes Sallaberry, pedindo explicações e a identificação do responsável por ter feito 16 movimentações financeiras no órgão, em 2002, totalizando R$ 282,9 milhões.
O site da OAB publicou a matéria, onde o dirigente, (…) destacou que em todas as democracias, o Poder Judiciário, mais do que qualquer outro, não pode tolerar suspeitas sobre a conduta dos seus membros. “O cidadão comum espera do juiz um comportamento irrepreensível, transparente e obediente aos mais rígidos preceitos éticos”.
E acrescentou: “causa perplexidade a todos nós saber que servidores públicos, sobretudo magistrados, tiveram movimentações aparentemente inexplicáveis em suas contas bancárias”.
Se não irônico, oportuno, autoridades do Judiciário e do Executivo dos setores de orçamento, planejamento e controle interno defendem, como fatores fundamentais para a adequada e eficiente administração dos órgãos de Justiça, a elaboração e execução de planejamentos estratégicos, o cumprimento da legislação, a melhoria dos gastos e a transparência na gestão pública.
Essas “condicionantes” foram destaques no I Seminário sobre a Gestão Orçamentária e Financeira dos Tribunais, realizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) no mês de abril de 2010, no Auditório do Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília.
Na palestra de encerramento do seminário, presidida pelo conselheiro Jefferson Kravchychyn, o secretário de Prevenção da Corrupção e Informação Estratégica da Controladoria Geral da União (CGU), Mário Vinícius Claussen Spinelli, defendeu o acesso da população a informações públicas como uma das principais ferramentas de combate à corrupção e de aprimoramento da transparência nos tribunais.
O encontro foi dirigido a presidentes e assessores técnicos dos 91 tribunais do país com o objetivo de analisar as atuais questões sobre orçamento visando o aumento do grau de eficiência da gestão e de transparência das contas do Judiciário.
O ex-corregedor nacional de Justiça, ministro Gilson Dipp, falou sobre “Gestão orçamentária e financeira dos tribunais na visão da Corregedoria Nacional de Justiça”.
Durante a palestra, ele solicitou empenho dos servidores para aquilo que chamou de “grave problema” no Judiciário: a má administração dos recursos públicos. – se não sabia o que está por vir, o douto ministro vaticinou o quadro que assistimos.
sanatório da notícia
17 de janeiro de 2012
O site da OAB publicou a matéria, onde o dirigente, (…) destacou que em todas as democracias, o Poder Judiciário, mais do que qualquer outro, não pode tolerar suspeitas sobre a conduta dos seus membros. “O cidadão comum espera do juiz um comportamento irrepreensível, transparente e obediente aos mais rígidos preceitos éticos”.
E acrescentou: “causa perplexidade a todos nós saber que servidores públicos, sobretudo magistrados, tiveram movimentações aparentemente inexplicáveis em suas contas bancárias”.
Se não irônico, oportuno, autoridades do Judiciário e do Executivo dos setores de orçamento, planejamento e controle interno defendem, como fatores fundamentais para a adequada e eficiente administração dos órgãos de Justiça, a elaboração e execução de planejamentos estratégicos, o cumprimento da legislação, a melhoria dos gastos e a transparência na gestão pública.
Essas “condicionantes” foram destaques no I Seminário sobre a Gestão Orçamentária e Financeira dos Tribunais, realizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) no mês de abril de 2010, no Auditório do Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília.
Na palestra de encerramento do seminário, presidida pelo conselheiro Jefferson Kravchychyn, o secretário de Prevenção da Corrupção e Informação Estratégica da Controladoria Geral da União (CGU), Mário Vinícius Claussen Spinelli, defendeu o acesso da população a informações públicas como uma das principais ferramentas de combate à corrupção e de aprimoramento da transparência nos tribunais.
O encontro foi dirigido a presidentes e assessores técnicos dos 91 tribunais do país com o objetivo de analisar as atuais questões sobre orçamento visando o aumento do grau de eficiência da gestão e de transparência das contas do Judiciário.
O ex-corregedor nacional de Justiça, ministro Gilson Dipp, falou sobre “Gestão orçamentária e financeira dos tribunais na visão da Corregedoria Nacional de Justiça”.
Durante a palestra, ele solicitou empenho dos servidores para aquilo que chamou de “grave problema” no Judiciário: a má administração dos recursos públicos. – se não sabia o que está por vir, o douto ministro vaticinou o quadro que assistimos.
sanatório da notícia
17 de janeiro de 2012
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