"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



domingo, 21 de abril de 2013

O PT E A EDUCAÇÃO - UM RESUMO

 

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21 de abril de 2013

PÂNICO NO PT E NO INSTITUTO LULA, COM A VOLTA DE ROSEMARY AO NOTICIÁRIO POLÍTICO-POLICIAL

 

No xadrez da política, Rosemary Noronha faz muita diferença. Ao movimentar suas peças, pela primeira vez desde novembro, quandofoi atingida pela a Operação Porto Seguro, Rosemary balançou as estruturas do Instituto Lula e do próprio PT.

Como no célebre filme de Hitchcock, Rosemary é a mulher que sabia demais. Se falar, causará um tsunami na política, podem ter certeza. Lula e o PT arranjaram advogados, mas abandonaram Rose às feras, quando a saída seria sustentá-la para o resto da vida, de maneira a evitar maiores problemas, digamos assim.
Dinheiro não falta à Lula, ele está sendo avarento e ingrato com quem lhe proporcionou grandes momentos, durante quase 20 anos de uma paixão estonteante.

Este fim de semana é como se fosse um pesadelo para o PT e o instituto Lula. Rosemary precisa ser contida, o mais rápido possível. E a sucessão presidencial depende disso. Se o escândalo aumentar, prejudicará Lula e favorecerá Dilma Rousseff, que está num momento de rara felicidade.
Amanhã voltamos ao assunto, que é apaixonante.Como se sabe na política, ex-mulher é um perigo. Ex-segunda-dana, muito pior…

21 de abril de 2013
Carlos Newton

A QUESTÃO DAS BARREIRAS AOS NOVOS PARTIDOS, QUEM DIRIA, TAMBÉM FOI PARAR NO SUPREMO...

 

O deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (PDT-SP), entrou com um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a suspensão da tramitação do projeto que pretende inibir a criação de novos partidos. O relator é o ministro Gilmar Mendes.



Apresentado em setembro do ano passado, o projeto do deputado Edinho Araújo (PMDB-SP) cria barreiras para a distribuição de verbas do Fundo Partidário e no tempo de propaganda no rádio e na televisão às legendas recém-criadas. Paulinho questiona a tramitação do projeto em regime de urgência na Câmara dos Deputados.

O deputado do PDT destaca que as questões eleitorais não podem ser tratadas em regime de urgência, pois é um tema que exige extenso debate e não está previsto nas exceções do Regimento Interno da Casa, como de segurança nacional.

Paulinho da Força também defende que o regime de urgência não poderia ter sido escolhido por simples maioria, pois essa é uma decisão grave que implicará na supressão de etapas importantes do processo legislativo.

Apontando nova falha regimental, o parlamentar disse que o plenário da Câmara dos Deputados estava impedido de votar regime de urgência sem provocação da maioria absoluta dos parlamentares, uma vez que solicitação semelhante havia sido rejeitada poucos dias antes.

21 de abril de 2013
Débora Zampier (Agência Brasil)

PALAVRAS, PALAVRAS, PALAVRAS. DEGRINGOLOU DE VEZ

 


A popular expressão é geralmente usada para traduzir bagunça, caos, falta de bom senso. O que dizer, porém, quando o título deste artigo aponta para um dos três Poderes da República? E se este for o Judiciário, considerado o mais sagrado por abrigar a função de distribuir a justiça?

Pois essa é, infelizmente, a impressão causada pela acusação que as três principais entidades de juízes fizeram ao presidente da Corte Suprema do país, ministro Joaquim Barbosa, a quem acusam de agir de forma antidemocrática, “desrespeitosa, premeditadamente agressiva, grosseira e inadequada para o cargo”.


Sem papas na língua…

O destampatório adjetivado lapidou uma resposta a Barbosa, que, ao receber os presidentes das entidades que representam a magistratura, insinuou que juízes saem com pires na mão em busca de promoção na carreira, chamou de “líder sindical” um deles e acusou-os de atuar de maneira sorrateira para aprovar novos tribunais regionais federais, arrematando: “Os senhores não representam a nação, são representantes de classe. Não vim para debater com os senhores”.

O presidente do STF é uma figura sem papas na língua. Ao correr da história do Judiciário, nunca a locução que emana da cúpula e de suas bases chegou a patamar tão baixo. A linguagem de feição grotesca, que passou a ser ouvida nos (ex-)solenes ambientes do Judiciário, tem que ver com a intenção desse Poder de se aproximar da sociedade. Mesmo assim, causa surpresa o destempero verbal de atores a quem cabe interpretar as leis e contribuir para a harmonia social.

A liturgia do poder, que tem na palavra um dos seus eixos, está em descenso. Ela confere a mandatários o cetro da autoridade.

A ÍNDOLE DA FALA

A palavra carrega o dom de desvendar a condição do interlocutor. Retrata a índole da fonte, deixando ver o território em que atua. As circunstâncias propiciam a nobres e plebeus falar de coisas comuns. Sob essa perspectiva, altos dignitários, em instantes de descontração, chegam a empregar expressão menos pomposa.

Do alto de sua autoridade, o ministro Joaquim Barbosa não é obrigado a discorrer em juridiquês durante o tempo todo, da mesma forma que a presidente Dilma deixa de lado o politiquês ou o governês para apresentar sua receita de omelete no programa de Ana Maria Braga.
Os problemas ocorrem quando o verbo ultrapassa o limite de educada conjugação. Ou seja, quando mexe com os brios de outros, gerando prejuízo ético/moral. Ou quando adentra “o perigoso terreno da galhofa”.

No mais, muitos oradores se esforçam para conferir eficácia à palavra, por saberem que ela tem o poder de cooptar, criar rejeição, exprimir autoridade e buscar a conformidade social. Lula também é afeito à palavra que cala fundo. Às vezes, exagera na dose. Uma das suas:
“O vermelho da bandeira do partido é a cor do sangue de Cristo”.
No Judiciário, a ex-corregedora Eliana Calmon não escapa à linguagem ferina: juízes “decentes” não podem ser confundidos com “meia dúzia de vagabundos”.

Churchill dizia: “Somos mestres das palavras não ditas, mas escravos das que deixamos escapar”.

21 de abril de 2013
Gaudêncio Torquato

VOZES DA DIVERGÊNCIA


A aparente serenidade no Supremo Tribunal Federal dilui-se e, em seu lugar, apareceram as divergências e os sinais da tensão que antecede a nova etapa da ação 470, ou julgamento do mensalão.

O surgimento simultâneo ontem, em diferentes publicações, de revelações de três ministros do STF sobre sua discordância com o ministro Joaquim Barbosa estava longe de ser apenas coincidência. Indicava, isso sim, a percepção conjunta da necessidade dessas atitudes públicas. A concessão, por oito a um, do dobro do prazo para apresentação dos últimos recursos pelas defesas explica parte das divergências expostas. Mas ainda há o complemento, com o tratamento a ser dado aos recursos finais.

Na afirmação, feita pelos três ministros, de que a Joaquim Barbosa não cabe decidir sozinho um agravo interposto contra ele próprio, revelava-se a preocupação instalada no STF: a apropriação excessiva do poder por um ministro, a ponto de até decidir em causa própria um agravo contra ele, além de relegar atribuições do plenário, implicaria, provavelmente, em restrição ao pleno direito de defesa. Ninguém esperava que Joaquim Barbosa concedesse o prazo pedido pelas defesas, como não concedeu ontem, com seu voto negativo.

Os ministros Marco Aurélio Mello, Ricardo Lewandowski e um terceiro, que pediu a omissão do nome, não foram os únicos a externar tal preocupação. O ministro Celso de Mello os precedera, com opinião similar. Mas é certo que a divergência já incluía ao menos outras duas vozes do tribunal.

As divergências e a tensão agora constatáveis explicam, por exemplo, a ansiedade do ministro Gilmar Mendes pela conclusão rápida da ação 470, com o argumento sem sentido de que "o Brasil não pode continuar refém desse julgamento". E ainda, como a Folha noticiou ontem, com sua declaração de que "é no mínimo naífico [ingênuo]" crer que os recursos das defesas possam mudar decisões do Supremo.

Se não há tal possibilidade, de que serviria o direito constitucional aos recursos? Pelo visto, só para mostrar que o juiz Gilmar Mendes já prejulgou as novas defesas. Caso o ilustre ministro admita esclarecer a plebe a respeito, não precisa fazer cerimônia no uso do seu patético pedantismo vocabular. A plebe também sabe ir ao dicionário.

PRÓ-ABUSO
De Marcos Mendonça, em campanha estilo Fux para substituir João Sayad na presidência da Fundação Padre Anchieta, que administra a TV Cultura de São Paulo: "O governo do Estado é o principal financiador e tem que ser um grande aliado".

É tudo o que a TV Cultura e o governo não devem ser. Ela é do Estado, não do governo. Financiada pelo povo do Estado, não pelo governo. Não pode haver proposta de administração menos ética do que a "aliança" da TV com o governo: é uso de dinheiro público em benefício de políticos e de partido.

DITO E FEITO
As manifestações contrárias a Margaret Thatcher em sua morte, admiráveis pela sinceridade contra a hipocrisia, lembra a atitude única do jornalista Hélio Fernandes na morte do general e ex-ditador Castello Branco, em 1967. Em minucioso artigo na primeira página da sua "Tribuna da Imprensa", Hélio acusou todas as violações de hierarquia, da Constituição que o militar jurara respeitar, a conspiração, o descumprimento dos compromissos assumidos mesmo já no poder. Hélio não dispensou nada ao repassar a vida pública de Castello Branco.

Hélio Fernandes sabia o que o aguardava. E recebeu. Foi preso e mandado para Fernando de Noronha. Hoje, sem a edição impressa da "Tribuna", tem um blog. Com a mesma gana.

 
21 de abril de 2013
Jânio de Freitas (Folha)

A FALTA QUE VOLTAIRE FAZ


Mal completados vinte anos, chegou a Paris François Marie Arouet, que ainda não se assinava Voltaire. Logo escandalizava a capital francesa com acres comentários a respeito dos costumes e da política. Naqueles idos, a França era governada por um Regente, Felipe d’Orleans, tendo em vista a morte de Luis XIV e o fato de que Luis XV, seu bisneto, era ainda criança.
Cioso das dificuldades que envolviam o tesouro real, o Regente determinou que fosse posta em leilão metade das cavalariças a seu serviço, quase mil cavalos. O irreverente jovem escreveu que melhor faria o governante se tivesse dispensado não a metade, mas a totalidade dos jumentos que povoavam a corte.

Pouco depois, passeando no Bois de Boulogne, o Regente defrontou-se com o detrator e foi sutil: "Monsieur Arouet, vou proporcionar-lhe uma visão de Paris que o senhor jamais imaginou pudesse existir." E despachou Voltaire para uma cela na Bastilha, onde ele ficou por nove meses.
Depois, arrependido, o Regente mandou soltá-lo e, como compensação, deu-lhe uma pensão vitalícia. Por carta, o jovem agradeceu porque sua alimentação estaria garantida até o fim da vida, mas disse ao Regente que não mais se preocupasse com sua hospedagem, que ele mesmo proveria. Perdeu a pensão e teve de exilar-se na Inglaterra, para não voltar à Bastilha.

Conta-se essa história não apenas em homenagem ao extraordinário Voltaire, que viveu até quase os noventa anos polemizando e batendo de frente com o poder e os poderosos, mas porque, na política brasileira, através da História, sempre encontramos seus discípulos. Falamos daqueles que não se curvam nem perdem oportunidade para opor-se aos detentores do poder, mesmo às custas da própria tranquilidade e bem-estar.

Seria perigoso começar a citá-los, sob o risco de graves esquecimentos, mas do padre Antônio Vieira a Evaristo da Veiga, nos primórdios da nação, até o Barão de Itararé, Carlos Mariguela, Luis Carlos Prestes, Gregório Bezerra, Agildo Barata, João Amazonas e mesmo Carlos Lacerda e Leonel Brizola, nos tempos modernos, algum erudito poderia dedicar-se à sua exegese. Seria excepcional contribuição apontar quantos se insurgiram contra a prepotência, cada um à sua maneira, tanto faz se pelo humor, pela agressividade, a veemência e até a violência.

Todo esse preâmbulo se faz para uma conclusão: no Brasil de hoje desapareceram quase por completo os Voltaires caboclos. Usando uma lupa, pode-se citar os irmãos Millor e Hélio Fernandes.
Porque instalou-se no país uma pasmaceira, de alguns anos para cá, a ponto de transformar até mesmo os líderes do PT em dóceis beneficiários de pensões concedidas pelo Regente e sua sucessora.
Não se encontra quem se insurja, ainda que através do humor, contra a verdade absoluta da globalização e do neoliberalismo que assolam o país e o planeta, transformando o cidadão comum em mero apêndice dos ditames das elites. Substituíram a liberdade pela competição. O trabalho pela prevalência do capital. O livre arbítrio pela acomodação. A independência pela submissão.

Convenhamos, tanto faz se o Regente ou a Regenta tenham vindo da realeza ou dos porões. Desde que se acomodem e aceitem as regras dessa nova escravidão, todos continuarão reverenciando-os. Uns por interesse, outros por falta de coragem. Voltaire faz falta, como inspiração.

21 de abril de 2013
Carlos Chagas

O RESGATE DA FIGURA DO EX-PRESIDENTE


Dizem que ninguém considera o ex como alguém importante. E, para resgatar o papel social dessa figura, foi criado o dia do ex-namorado – aliás, comemorado ontem. Como exatamente foi a comemoração, é difícil de dizer, mas as mensagens pelo Twitter não foram poucas. Ou seja, homenagem tal como merece todo ex-namorado: respeitosa e à distância.



Mas, se nas relações afetivas, o ex está cada vez mais desvalorizado, na política brasileira, ex é quase tudo. Não se trata do retorno dos próprios, mas da volta dos discursos deles. Coisa de ventríloquo. Um personagem aparece, mas é outro quem fala.

Os dois partidos que devem polarizar a eleição de 2014 – PT e PSDB – vivem situações muito semelhantes. Ambos avaliam que resgatar os tons dos discursos de seus ex-presidentes, Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso, respectivamente, é uma boa estratégia eleitoral.

O PSDB tem se mostrado muito preocupado com a herança deixada por Fernando Henrique Cardoso. O partido quer mostrar que tudo o que Lula fez somente foi possível porque o tucano deixou bases sólidas. E, para o PSDB, a estabilidade da moeda é o principal legado.
Os tucanos avaliam que, após a derrota para Lula, eles próprios esqueceram o legado de Fernando Henrique Cardoso, que teria sido apropriado pelos petistas.
E, depois de mais duas derrotas consecutivas diante do PT, agora, o partido quer mostrar que foi na gestão do sociólogo que tudo começou. O tudo se refere ao desenvolvimento econômico e social.

BANDEIRAS DE AÉCIO

Certamente, o futuro candidato tucano à Presidência, que deve ser o senador mineiro Aécio Neves, vai incluir em sua campanha algumas bandeiras, como a privatização, a redução do papel do Estado na economia, a diminuição da máquina administrativa – marcas da gestão de Fernando Henrique Cardoso.

Pelo lado petista, nenhuma novidade. A presidente Dilma Rousseff vai tentar a reeleição com aquele mesmo discurso de seu padrinho político. Prioridade para as questões sociais, manutenção de baixa taxa de juros e combate à inflação com criação de empregos por meio de ampliação dos investimentos públicos e privados.
As propostas estiveram na ponta da língua de Lula nas suas duas eleições e também na última, quando Dilma foi eleita.

A grande dúvida é como o eleitorado vai reagir ao retorno do discurso tucano e à manutenção da plataforma petista. O fato é que nenhum dos dois lados deve apresentar grandes novidades.

Considerando a máxima popular que diz que “figurinha repetida não completa álbum”, é possível que haja rejeição às duas propostas e, consequentemente, as imagens dos ex-presidentes já não consigam provocar o eleitorado como nas eleições anteriores. Afinal, ex é ex, mesmo quando se trata de presidente.

CADA DIA MAIS DIFÍCIL A POSIÇÃO DOS EUA NO AFEGANISTAÇÃO, ENQUANTO EUA-OTAN CONTINUAM A MATAR CIVIS

 

A matança de civis inocentes, entre os quais mulheres e crianças, em ataques recentes pela Força Internacional de Assistência à Segurança [orig. International Security Assistance Force (ISAF)] comandada pelos EUA-OTAN, contra insurgentes Talibãs, só faz aumentar os sentimentos antiamericanos entre os afegãos e põe sob risco qualquer possibilidade de assinar-se qualquer acordo bilateral de segurança entre Cabul e Washington.




Nos recentes ataques do dia 6/4, na província de Kunar, forças dos EUA-OTAN assassinaram 11 crianças afegãs e feriram seis mulheres. O presidente Hamid Karzai denunciou a matança de civis pela coalizão EUA-OTAN e alertou que os repetidos ataques contra civis afegãos pode ter impacto negativo nas relações entre EUA e Afeganistão.

Declaração emitida pelo gabinete da presidência do Afeganistão diz que Karzai fez saber ao presidente dos EUA Barak Obama de suas graves preocupações com a continuada matança de civis afegãos, e citou especificamente a recente operação militar das forças de EUA-OTAN na província de Kunar.

Karzai disse a Obama que a repetição desse tipo de ação cria impedimentos adicionais à assinatura de qualquer acordo bilateral de segurança, pelo qual os EUA esperam conseguir manter presença militar, embora limitada, no Afeganistão, mesmo depois da retirada de todas as tropas estrangeiras, em 2014.

“Não há dúvidas de que a matança de civis por tropas da coalizão EUA-OTAN tem impacto adverso na percepção, entre os afegãos, de qual é o objetivo das forças estrangeiras no país.
E já está comprometendo a credibilidade de nosso governo, ao qual cabe proteger os cidadãos nessa sempre prolongada guerra ao terror” – disse Pariani Nazari, editor-chefe do jornal afegão Daily Mandegar.

Residentes em Shalton, no distrito de Shigal na província de Kunar, onde as 11 crianças foram mortas, levaram os cadáveres para o centro administrativo do distrito, semana passada. Exigiam que o governo levasse a julgamento os  responsáveis pela carnificina.

ERRO DE ESTRATÉGIA

Karzai tem dito em várias ocasiões que a guerra contra terroristas nas vilas afegãs não é abordagem acertada, dado que, segundo o presidente afegão, os verdadeiros esconderijos e santuários dos Talibãs e outros grupos insurgentes armados não estão em território afegão, mas nas áreas de fronteira entre o Afeganistão e o Paquistão.
O Paquistão porém negou que haja bases dos Talibã em solo paquistanês.

Em março, o principal porta-voz de Karzai, Aimal Faizy, criticou a guerra ao terror liderada pelos militares de EUA-OTAN no Afeganistão, como “pouco inteligente e sem objetivo claro”; disse também que a maioria dos afegãos querem o fim dos ataques que se fazem como parte daquela “guerra ao terror”.

Ao longo de todo o ano passado, funcionários do Afeganistão e dos EUA tentaram alinhavar um Acordo do Estado das Forças [ing. State of the Forces Agreement, SOFA], até agora sem terem chegado a coisa alguma. Washington insiste em que o acordo assegure plena imunidade aos militares norte-americanos que cometerem crimes de guerra.

21 de abril de 2013
Abdul Haleem (Xinhuanet, Pequim)

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE





21 de abril de 2013

REFLEXÕES SOBRE O DESENVOLVIMENTO DA CIVILIZAÇÃO

 


”Os homens e as mulheres, perdem a saúde para ganhar dinheiro,
depois perdem dinheiro para recuperar a saúde. (…) e vivem como se
nunca fossem morrer e morrem como se nunca tivessem vivido” – (Dalai Lama)


A nossa natureza não se satisfaz com o que tem. Se não fôssemos insatisfeitos não conseguiríamos atingir o desenvolvimento tecnológico que atualmente possuímos e que, indiscutivelmente, melhorou em demasia as nossas vidas em conforto, transporte, saúde, comunicação e lazer.



A vida destituída de desejos inexiste, salvo exceções como Buda, Cristo, o filósofo Diógenes que morava em um barril, enfim, pessoas que vieram a este mundo não para nos ensinar a renunciar ao progresso, mas para que saibamos usá-los convenientemente.

E, o problema, é exatamente o mau uso que fazemos dos avanços tecnológicos, que mais alimentam a ganância e o egoísmo que a solidariedade e a possibilidade que outras pessoas possam compartilhar desses benefícios.

Se, atualmente, o telefone e suas várias maneiras que nos possibilita falar com alguém – fixo, celular, rádio – é comum na maioria dos países, encontramos na África e Ásia nações que desconhecem esses aparelhos. A televisão idem para algumas aldeias e povoados distantes das cidades.

O automóvel para quem mora ao pé do Himalaia e dos Andes, serviria para quê?! No entanto, mesmo um calhambeque teria utilidade para comprar mantimentos nos locais distantes para o cavalo, mulas e para o homem ir caminhando.

PARA QUEM PRECISA…

Os remédios E as vacinas também seriam de grande auxílio se nos lembrássemos de enviá-los para quem precisa, de igual sorte a ajuda para quem necessita de comida, roupas, agasalhos, cobertores, camas, um fogão que seja.

Sou partidário do progresso, do avanço científico e tecnológico, do desenvolvimento, e tenho lamentado profundamente que milhões de seres humanos os desconhecem, que não usufruem dessas facilidades, desses meios de se levar a vida mais agradavelmente, e por nossa culpa, pelo nosso egocentrismo, pelo nosso descaso com o próximo.

Certamente quando Buda proferiu esta frase, ele sabia do nosso interior com relação à utilidade do que a Ciência nos possibilitaria, razão pela qual a sua advertência quanto aos desejos, que seria melhor não tê-los, haja vista a infelicidade que recairia sobre aqueles que não poderiam comprá-los.

No entanto, deixou exatamente uma brecha ao não criticar que os tivéssemos – os desejos -, se acompanhados da intenção em distribuir os bens aos que não os têm, gerando alegria, menos diferenças e frustrações àquelas pessoas que vieram a este mundo destituídas do poder em adquiri-los.

AS RELIGIÕES

Sem querer fugir ao tema, mas exatamente por essas circunstâncias de alguns terem muito mais que a maioria, custo a entender as religiões que não praticam a caridade, angariando fortunas imensuráveis e incalculáveis em detrimento à felicidade ou para, no mínimo, amenizar o sofrimento do ser humano, se vendessem parte de seus tesouros e os doassem aos pobres, aos miseráveis, aos que desconhecem uma geladeira, um refrigerante, um analgésico.

Gosto do Budismo, mas Buda nos pede o impossível e sem a esperança do que o Cristianismo deixa em nossos corações, a começar pelas definição do Nirvana:

“Existe, monges, um não nascido, um não tornado, não feito, não composto. Se, monges, não houvesse um não nascido, não tornado, não feito, não composto, não haveria uma fuga do nascido, do tornado, do feito, do composto. Mas como existe um não nascido, não tornado, não feito, não composto, portanto, há uma fuga do nascido, do tornado, do feito, do composto”.

Resumo: enquanto a última alma estiver na Terra, ninguém conhecerá o Nirvana, diante da possibilidade de haver um nascido, um tornado, um feito, um composto.
Cristo, pelo menos, foi mais racional e atalhou: Amai o próximo como a ti mesmo.

21 de abril de 2013
Francisco Bendl

DESTEMPEROS

“Do alto de sua autoridade, o ministro Joaquim Barbosa não é obrigado a discorrer em juridiquês durante o tempo todo, da mesma forma que a presidente Dilma deixa de lado o politiquês ou o governês para apresentar sua receita de omelete no programa de Ana Maria Braga. Os problemas ocorrem quando o verbo ultrapassa o limite de educada conjugação. Ou seja, quando mexe com os brios de outros, gerando prejuízo ético/moral. Ou quando adentra ‘o perigoso terreno da galhofa’.”

Não sei quem é Gaudêncio Torquato, mas pelamordedeus!, comparar os destemperos de Joaquim Barbosa chamando às falas os juízes de araque a Dilma dando receita de omelete, como ele o fez em um artigo na Tribuna da Imprensa, é dose! Nem bem temperada Dilma consegue ser palatável, enquanto Barbosa, até destemperado, não deixa de agradar o gosto do freguês!
21 de abril de 2013

O VERÍSSIMO QUE EU GOSTO


O debate (Estadão)
O apresentador entra no palco, onde estão três cadeiras.
Apresentador – Boa noite. Teremos hoje o último debate da nossa série Criacionismo ou Evolucionismo: Qual é a sua?. Afinal, fomos feitos por Deus ou descendemos dos macacos? O debate desta noite é o que todos estavam esperando, o que explica o auditório lotado e as cadeiras extras. Durante toda a semana tivemos aqui embates memoráveis entre defensores do criacionismo e defensores do evolucionismo, culminando com o debate de ontem, entre Richard Dawkins e o padre Rossi, que foi abandonado por Dawkins aos gritos de “Não. Não!” na metade, quando o padre Rossi ameaçou cantar.
E quem poderá esquecer o debate de quarta-feira sobre racionalismo empírico versus dogmatismo religioso entre Rene Descartes e Blaise Pascal, o desentendimento que começou quando Descartes confundiu “dogma” com“dogman” e perguntou se o Homem Cachorro era um novo super-herói dos quadrinhos e continuou quando Descartes reagiu a um argumento teológico de Pascal gritando“Au secours!” e Pascal ouviu mal e protestou “Olha o nível”, até se esclarecer que Descartes estava pedindo socorro.
Depois disso não houve entendimento possível e todos se lembram de como acabou a noite. Por sinal, para os que ficaram preocupados, informo que Descartes já saiu do hospital e está em repouso, em casa. Mas vamos ao grande debate desta noite. Os dois participantes não precisam de apresentações. O primeiro é... Charles Darwin em pessoa! Mr. Darwin, por favor.
Charles Darwin entra no palco e é aplaudidíssimo por parte da plateia. O resto da plateia aplaude educadamente.
Apresentador – Charles Darwin, quem não sabe, é o fundador do evolucionismo. Foram seus estudos sobre a adaptação dos genes ao meio e a seleção natural que deram origem a teoria da evolução das espécies, inclusive a espécie humana, que descenderia dos macacos. Apesar de estar morto desde 1882, Mr. Darwin concordou, gentilmente, em participar do nosso simpósio, principalmente quando soube quem seria o outro debatedor. Não é, Mr. Darwin?
Darwin – É. Será uma oportunidade para esclarecer alguns pontos.
Apresentador – E aqui está ele, senhoras e senhores. O outro debatedor desta noite. O grande, o eterno, o nunca assaz louvado... Deus Nosso Senhor!
Deus entra no palco saudando o público e é recebido com uma ovação. Parte da plateia grita “Senhor! Senhor! Senhor!”. Deus senta à direita do apresentador, Darwin à esquerda.
Darwin – Senhor, eu queria aproveitar esta oportunidade para dizer que, em momento algum a minha teoria negou a sua existência, ou desrespeitou o seu poder. Eu vivi e morri como um cristão. Só não podia esconder minha descoberta.
Deus – Eu sei, meu filho, eu sei. E você estava certo.
Darwin (surpreso) – Eu estava certo?!
Deus – Estava. Aquela história que eu criei o homem do barro, à minha imagem, e depois fiz a mulher da sua costela... Tudo literatura. Licença poética. O homem descende do macaco. Eu quis que fosse assim. E quis que você descobrisse. A sua obra é a maior prova de que eu (aliás, Eu) existo. E mando. Num mundo regido pelo acaso você dificilmente chegaria aonde chegou.
Apresentador – Então o senhor acredita num...
Deus – Evolucionismo dirigido. Um pouco como o capitalismo na China.
Darwin – Mas então por que tanta gente resiste à ideia de que o homem descende do macaco e não foi criado por Deus à sua imagem?
Deus – Ah, meu filho. A vaidade humana nem Eu controlo.

Dos chatos (O Globo)
Há chatos e chatos. Há o chato pegajoso, o chato que telefona muito, o chato que cutuca. Há o enochato, que faz questão que você saiba que ele sabe tudo sobre vinhos, e o ecochato, assim chamado porque se preocupa demais com ecologia ou porque vive se repetindo, como um eco. Há o egochato, cujo único assunto é ele mesmo, e o chato hipocondríaco, uma especialização do egochato, cujo único assunto é sua própria saúde, ou falta dela. Há o chato invasivo, que fala a centímetros do seu nariz, e o chato hiperglota, que não para de falar. Mas também há – embora seja raro – o chato que se flagra, que tem consciência de que é chato e quer se regenerar, e que diz muito “Eu estou sendo chato? Hein? Hein?”, e portanto é o pior chato de todos.
Tem o caso daquele chato com autocrítica que decidiu pedir ajuda, mas não sabia quem procurar. Chatice não se cura com remédios ou com exercícios, muito menos com cirurgia. Não existem clínicas para a recuperação de chatos. O que fazer? Nosso chato resolveu consultar um psicanalista.
– É que eu sou chato, doutor, e sei que sou chato.
– Deve ter alguma coisa a ver com sua mãe.
– Minha mãe? Por que minha mãe?
– É que na psicanálise sempre partimos da hipótese de que, seja o que for, a culpada é a mãe. Facilita o tratamento. Mas me fale da sua infância.
– Bem, na escola meu apelido era “Sarna”. Também me chamavam de “Desmancha Bolinho” porque assim que eu chegava num grupo, o grupo se desfazia.
– Sua família também o achava chato?
– Não sei. Mas desconfiei quando, nos meus dezoito anos, eles me deram as chaves da casa e em seguida mudaram todas as fechaduras.
– E sua vida amorosa?
– É normal, eu acho. Até me casei, embora minha mulher alegue que meu pedido de casamento a fez dormir e que só saiu do estado comatoso no altar, onde teve que dizer “sim” para não dar vexame. Hoje vivemos bem, em casas separadas, apesar de eu só poder visitá-la nos dia 29 de fevereiro, se ela não mandar dizer que não está. Tivemos um filho que eu ninava quando era bebê, mas ele fingia que dormia para eu parar. É o efeito que eu tenho nas pessoas, doutor.
Ser chato é uma fatalidade biológica ou a chatice é um produto do meio? É possível deixar de ser chato com algum programa de reorientação? É o meu tom de voz que chateia ou o que eu digo? Ou as duas coisas juntas? Hein, doutor? Doutor...? Doutor...? Acorde, doutor!
21 de abril de 2013

Soberania, reciprocidade: Noruega

A Noruega, conta decisão que relato abaixo, dá uma lição ao mundo, do que significa realmente soberania de uma nação, que não se vende por dinheiro algum e não se corrompe, aplicando a reciprocidade de direitos, aos povos extremistas que pretendem difundir seu radicalismo a vários países da Europa e que isto sirva de exemplo aos países emergentes que se vendem por um prato de lentilhas.
Reciprocidade é isso. Se não há igrejas cristãs na Arábia Saudita, não haverá mesquitas na Noruega. Este país proibiu o outro de financiar mesquitas em seu território, enquanto não permitirem a construção de igrejas cristãs naquele país. O governo norueguês acabou de dar um passo importante na hora de defender a liberdade de culto na Europa, frente ao totalitarismo islâmico. Jonas Gahr Stor, ministro dos negócios estrangeiros, decretou que não seriam aceitos os donativos milionários da Arábia Saudita, assim como de empresários muçulmanos para financiar a construção de mesquitas na Noruega. Segundo o referido ministro, as comunidades religiosas tem direito a receber ajuda financeira, mas o governo norueguês, excepcionalmente e por razões óbvias, não aceitarão o financiamento islâmico de milhões de Euros. O ministro argumenta que seria um paradoxo e antinatural aceitar essas fontes de financiamento de um país onde não existe liberdade religiosa. Afirma também que a aceitação desse dinheiro seria um contra-senso, recordando a proibição que existe nesse país árabe para a construção de igrejas de outras religiões. O ministro anunciou que a Noruega levará este assunto ao Conselho da Europa, onde defenderá esta decisão baseada na mais estrita reciprocidade com a Arábia Saudita.
Claro que esta notícia quase que passou despercebida em boa parte da Europa e, principalmente, em Portugal, onde, por medo de represálias, os meios de comunicação… preferem se calar!
21 de abril de 2013
Giulio Sanmartini

AS VÉSPERAS DE IR PARA A CADEIA, JOSÉ DIRCEU FAZ TOUR MILIONÁRIO PARA ENCONTRAR PETISTAS E CONTAR MENTIRAS

Apesar de não ter mais poder, o ex-ministro José Dirceu mostra que tem muito, muito dinheiro. Ele começou na última quinta-feira um roteiro que até a segunda passará por quatro capitais: Teresina, Macapá, Belém e São Luís, segundo relatou a amigos. E só ficará em hotéis 5 estrelas – em Teresina, hospedou-se no Petropolitan. Dirceu viaja em jatinho fretado em São Paulo, um Citation CJ2 prefixo PT-LLU com capacidade para seis lugares, que diz ser bancado por ele. Cada trecho não sai por menos de R$ 30 mil. Só de frete, então, gastará cerca de R$ 150 mil até voltar para casa.
 
Em palestra para militantes petistas em Teresina, na Quinta, Dirceu revelou que recorrerá às cortes internacionais para tentar anular sua condenação. Ele ficou animado com o voto no acórdão do ministro do STF Celso de Mello: que o Supremo poderá acatar o que a Corte Interamericana de Direitos Humanos decidir. O petista disse também que vai usar as viagens a convite do PT para defender o legado de Lula e o governo de Dilma.
 
Dirceu foi condenado a 10 anos e 10 meses de prisão e a pagar multa de R$ 676 mil à Justiça. Mas pelo visto, a militância perde tempo em jantares para arrecadar fundos que o ajudem. Em sua defesa, o ex-ministro se diz injustiçado, que o Mensalão é uma farsa e carrega um livro em que detona a tese dos ministros do STF que o condenaram. O ex-ministro chega amanhã à noite em São Luís. Contam no Palácio dos Leões que, para driblá-lo, a governadora Roseana Sarney (PMDB) deixará o vice petista no cargo para recebê-lo. (Da coluna Esplanada)
José Dirceu tem o desplante de dizer que dinheiro roubado no Mensalão era privado, não era público. Aí pode, né ladrão?
 
Durante esse "tour", José Dirceu afirmou que a divulgação, pelo Supremo Tribunal Federal, do acórdão do julgamento do mensalão está longe de encerrar o caso. Um resumo foi publicado nesta sexta-feira, 19, e o acórdão completo deve estar disponível na próxima segunda-feira, 22. A partir daí, começam a contar os prazos para recursos.
 
Condenado a 10 anos e 10 meses de prisão, o ex-ministro diz que ingressará com embargos declaratórios e também com os chamados embargos infringentes em que tentará anular a condenação por formação de quadrilha, já que nesse caso específico teve quatro votos favoráveis.
 
Caso não obtenha sucesso nessa fase, Dirceu deve pedir ainda revisão criminal, alegando que o Supremo errou ao considerar, públicos, recursos da Visanet, um fundo ligado ao Banco do Brasil. A Visanet abasteceu as empresas de Marcos Valério condenado como operador do mensalão. “Há um erro jurídico grave. O Supremo foi induzido a erro pela perícia. Recursos da Visanet não são públicos. Não são do Banco do Brasil e não foram desviados. Os serviços foram pagos e prestados e nós vamos provar”, disse.
 
O último passo, segundo Dirceu, será um recurso ao Tribunal Penal Internacional, onde vai argumentar que não teve direito ao duplo grau de jurisdição, uma vez que foi julgado pelo Supremo, última instância da Justiça brasileira. “Todo cidadão tem o direito de, ao ser processado, poder recorrer para uma segunda instância. A Constituição é clara. Eu não tenho foro privilegiado. Eu não era ministro, não era deputado, quando da denúncia em agosto de 2007”. Dirceu contou que está em contato com juristas internacionais que já estudam o assunto. “Estamos levantando casos em que a corte decidiu a favor da demanda de dupla jurisdição”,explicou. “A acusação é de que sou chefe da quadrilha e de que sou corruptor, mas vamos ler o acórdão e ver onde está a prova. Nesses quase oito anos, eu sofri uma devassa na minha vida. Não há nada que me relacione com os fatos que são denunciados na ação penal 470”.
 
Indagado se a movimentação dele pelo Brasil não criaria embaraços ao governo da presidente Dilma Rousseff, afirmou que é uma ilusão achar o assunto morreria se ele ficasse quieto. “E eu estou buscando justiça. Quem não busca justiça está se enterrando vivo. Eu sou de luta”. (Estadão)
Mentiroso! De luta coisa nenhuma! Sempre foi um medroso, desde os tempos das passeatas, quando era sempre o primeiro a fugir e deixar seus bois de piranha apanhando da polícia!
 
21 de abril de 2013
 

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE





21 de abril de 2013

SANATÓRIO DA "POLÍTICA" BRASILEIRA

Chanceler de bolso

“Tenho confiança nas Instituições Venezuelanas”.

Antonio Patriota, ministro das Relações Exteriores, candidatando-se a substituir Celso Amorim no cargo de chanceler de bolso da comunidade bolivariana.

Neurônio meteorológico

“Eu chamei os governadores todos do Nordeste. Eu chamei os governadores e falei: olha, alguns governadores, como o do Ceará, também tinham essa mesma informação, por causa do serviço deles, ele também tem um bom serviço meteorológico, o Cid Gomes”.

Dilma Rousseff, diretamente do Portal do Planalto, informando que Cid é o melhor serviço meteorológico do Nordeste.

Organização é isso aí

“A operação foi organizada. Foi necessária”.

Ronaldo Ribeiro dos Santos, capitão que participou do massacre do Carandiru, ao explicar por que 111 presos foram assassinados na invasão do presídio.

Relações perigosas

“Não tenho certeza de que esse avião era do Olívio”.

Cândido Vaccarezza, deputado federal do PT de São Paulo, depois que o ministério público estadual descobriu que sua assessora pediu um avião emprestado ao empreiteiro Olívio Scamatti, preso sob a acusação de chefiar uma quadrilha que fraudava licitações municipais com verbas de emendas parlamentares, confirmando que acha que todo mundo é imbecil, menos ele.

Tremenda sacada

“Os moradores estão tendo dor de barriga, mas não sei se é por causa dos carros-pipa”.

Maria de Fátima Mourão, prefeita de Hidrolândia (CE), ao explicar que, embora a água dos carros-pipa esteja contaminada com coliformes fecais e níveis de resíduos acima do normal, a dor de cabeça dos moradores pode ter origem psicológica.

Descoberta da década

“São Paulo vive uma epidemia de insegurança. Precisamos de um plano de intolerância zero ao crime”.

Guilherme Afif Domingos, vice-governador de São Paulo, confessando que só depois da tentativa de assalto sofrida por sua filha descobriu o que os outros paulistanos sabem desde o dia do nascimento.

Em busca do troféu

“A inflação está sob controle e tende a cair”.

Guido Mantega, ministro da Fazenda, decidido a garantir já na largada da campanha o troféu de Homem sem Visão de Abril.
 

Doutora em geografia

“No ano passado, se não me engano no final do ano, teve uma baita enchente no Rio Amazonas, alagou o mercado inteiro de Manaus”.

Dilma Rousseff, diratamente do Portal do Planalto, ensinando que uma baita enchente no Rio Amazonas alaga a cidade que fica às margens do Rio Negro.

21 de abril de 2013
in Augusto Nunes

CELSO ARNALDO: O ESTADÃO DESCOBRIU O DILMÊS

 

Entrou para o folclore da grande imprensa brasileira a patética pretensão de um solene editorialista de O Estado de S. Paulo dos anos 60 que, depois de tentar ensinar o Padre Nosso ao vigário — no caso, o Papa Paulo VI — através de seguidos editoriais criticando determinada posição do Vaticano, assim começa um texto aplaudindo tomada de posição do Sumo Pontífice que coincidia com a mudança de rumos defendida pelo jornal: “Conforme alertáramos Sua Santidade…”

Diante do editorial deste domingo no Estadão intitulado “Dilmês castiço”, é o caso de dizer: “Conforme alertáramos…”. Não tenhamos a pretensão de imaginar que o grande periódico dos Mesquita andou bebendo na coluna de Augusto Nunes – embora cite, entre os desastres linguísticos que justificam o editorial, ipsis literis, dois sanatórios localizados, enquadrados e aqui internados esta semana.

Mas esse editorial, na verdade, poderia ter sido escrito por qualquer ser pensante que se dispusesse a ouvir atentamente um improviso de Dilma sobre virtualmente qualquer assunto – nos últimos três anos, esta coluna facilitou as coisas para eventuais interessados, divulgando e arquivando pelo menos duas mil amostras do trôpego dialeto falado por uma única pessoa na face da Terra. Conforme alertáramos….

De qualquer forma, modéstia à parte, mas às favas, a edição de O Estado de S. Paulo deste domingo é histórica também para esta coluna — enfim, ali se revela uma Dilma que, embora constrangedoramente exposta quase todos os dias diante de um microfone, ainda era tão clandestina quanto a Estela dos anos de chumbo: a Dilma cuja real capacidade de presidir o país é gravemente questionada sempre que ela abre a boca.

O editorial do Estadão, que usa como título um neologismo criado neste espaço e que ainda era um jargão só usado por nossos leitores e comentaristas, é a tardia, mas muito bem-vinda, chancela da grande mídia à descoberta pioneira da coluna de Augusto Nunes: já dura três anos, somando-se o período de campanha, não interrompidos por uma única, solitária frase de três palavras com algum sentido ou lampejo, a mais explícita demonstração pública de despreparo de um chefe de estado na história deste país. Despreparo incomum até em pessoas comuns.

Da saudação à despedida, qualquer agrupamento de palavras pinçado do palavrório sem forma e conteúdo de Dilma, seja diante de ex-miseráveis do Bolsa Família ou de governadores e pesos-pesados do empresariado, impediria qualquer pessoa de exercer um cargo de quinto escalão num governo sério, se houvesse no processo de seleção alguma meritocracia. Numa empresa de porte médio, um candidato a emprego que falasse como Dilma não resistiria 30 segundos de pé na sala do RH.

O mais importante: em “Dilmês castiço”, o editorialista do Estadão não apenas destaca a “dificuldade que a presidente Dilma Rousseff tem de concatenar ideias, vírgulas e concordâncias quando discursa de improviso” como vincula essa miséria vernacular – outra posição antiga e solitária da coluna – à própria incapacidade de governar, haja vista seu grotesco ato falho sobre a “conquista” da inflação:

“Se a presidente não consegue se expressar com um mínimo de clareza em relação a um assunto tão importante, se ela é capaz de cometer deslizes tão primários, se ela quer dizer algo expressando seu exato oposto, como esperar que tenha capacidade para conduzir o governo de modo a debelar a escalada dos preços e a fazer o País voltar a crescer? Se o distinto público não consegue entender o que Dilma fala, como acreditar que seus muitos ministros consigam?”.

Aqui, um singelo reparo ao questionamento do jornal: ao citar o Ministério de Dilma como uma espécie de “referência nobre” para esse dilema, o editorial gasta boa vela com péssimo defunto. Dilma não tem um Ministério, mas um minestrone estragado – uma sopa de letras supostamente partidárias que ali se amalgamam para operar no fundo do prato.
Nenhum ministro reclama clareza nas ordens de Dilma. Nenhum questiona a lógica infantil das 6 mil creches, a viabilidade completamente aérea dos 800 aeroportos, a sandice expressa do Trem-Bala. Nada sairá como ela ordenou – e não importa a forma como ordenou.

E também não adianta especular se Dilma só fala tão mal em público e seria cristalina na zona de conforto dos gabinetes, seu habitat natural. Se fosse o caso, por que a caríssima Secretaria de Comunicação Social da Presidência ainda não lhe arrumou um midia trainer decente?
Será porque a quase doutora que diz ser voraz consumidora de livros e de artes múltiplas nunca assimilou nada do que podia ter aprendido nas escolas que frequentou, nas reuniões que comandou, nos seminários a que assistiu? Estamos lidando com um fenômeno?
Ou você conhece mais alguém que diria isto?

“A Rede Cegonha é um tratamento da mãe antes do parto, durante a gravidez, no parto e depois no pós-parto, o tratamento da mãe e da criança. Em todas as fases, a gente olha duas pessoas que são essenciais para a saúde do povo brasileiro: a mãe a criança”.
Alguma chance de a Rede Cegonha decolar?

Mas, ministros e cegonhas à parte, o simples reconhecimento do Estadão de que há algo profundamente errado numa presidente incapaz de iniciar, concatenar ou terminar um raciocínio ao se expressar sobre virtualmente qualquer tema, sinalizando provavelmente um erro de pessoa, pode ser o começo de um novo nível de percepção da opinião pública em relação ao governo Dilma,cuja sintaxe é representada por obras que não começam, não terminam ou se desfazem no meio.
Como os pensamentos em dilmês castiço.

21 de abril de 2013
in Augusto Nunes

"HÁ SINCERIDADE NISSO"

 



Numa cerimônia oficial, dia 16, em Minas Gerais, disse a presidente Dilma Rousseff: “A inflação foi uma conquista desses dez últimos anos do presidente Lula e do meu governo.” Esta reveladora frase está gravada em vídeo.

Quando o ex-presidente Fernando Henrique fez 80 anos, em junho de 2011, disse a presidente Dilma Rousseff, por escrito, sobre ele e sua obra: “(…) o ministro-arquiteto de um plano duradouro de saída da hiperinflação e o presidente que contribuiu decisivamente para a consolidação da estabilidade econômica”.

Faz sentido: para quem condena severamente, e há tantos anos, a “herança maldita” de Fernando Henrique, nada mais justo do que se orgulhar da luta de dez anos do ex-presidente Lula e dela própria pelo retorno triunfal da inflação.
É uma questão de coragem – que começa pela ousadia de nomear e manter um ministro como Guido Mantega num posto-chave, o Ministério da Fazenda.
Dilma Rousseff tem uma qualidade rara entre os políticos: fala aquilo em que acredita, não se preocupando em agradar quem quer que seja, nem em ser politicamente correta.
Na Conferência Internacional sobre Mudanças Climáticas, em Copenhague, Dinamarca, disse: “O meio-ambiente é, sem dúvida nenhuma, uma ameaça ao desenvolvimento sustentável e isso significa que é uma ameaça para o futuro do nosso planeta e do nosso país”. Sim, é bobagem; mas é opinião dela.
Dilma Rousseff é sincera. E quem fala o que pensa não merece castigo.

Alckmin, o que não sabia

Quem comanda corre dois riscos graves:
1- Decidir errado;
2 - Não saber o que seus subordinados andam fazendo.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, PSDB, não faz concessões: às vezes diz que não sabe, às vezes toma as decisões erradas (e, como bom tucano, antes de errar ainda passa um tempão decidindo que não é hora de decidir).

1 - Três de seus secretários traíram o acordo, do qual participou o próprio Alckmin, pelo qual Andrea Matarazzo, o vereador mais votado, seria presidente do Diretório Municipal do PSDB. Alckmin diz que não soube de nada – mas os três secretários foram mantidos. Se os secretários desobedecem o governador e nada sofrem, de duas uma: ou ele sabia, e finge que não sabia, ou quem recebe suas ordens dá risada.

2 - Na esteira do assassínio cometido por um menor que completaria 18 anos dois dias depois, pede que a Justiça possa mantê-los internados por até oito anos, em vez dos três atuais, quando cometerem crimes hediondos. E por que está errado? Primeiro, porque o prazo de oito anos pode ser muito e pode ser pouco, conforme o caso. Os três anos hoje permitidos para internação de menores, de acordo com a lei, podem ser mudados pela Justiça (o estuprador e assassino Champinha, por exemplo, está internado desde 2003).

E está errado também porque a insegurança em São Paulo não se deve apenas a menores infratores: deve-se muito mais a maiores de idade e o Governo não consegue lidar com eles.

Dimenor e dimaior

Este colunista não é a favor da redução da maioridade para responsabilidade criminal. Hoje, reclama-se do caso do assassino de 17 anos, 11 meses e 28 dias, que já avisa os policiais que é “dimenor”. Se a maioridade for aos 16 anos, haverá casos de “dimenores” com 15 anos, 11 meses e 28 dias – e assim por diante.

Este colunista defende uma lei como a inglesa: o juiz decide, com assessoria especializada, se o infrator tem discernimento, e em que nível, e decide o que fazer. Há casos em que, mesmo não entendendo o que fazem, as pessoas, maiores ou menores, oferecem perigo. Os dois meninos de pouco mais de dez anos que amarraram um bebê nos trilhos da ferrovia estão presos há anos. São perigosos.

Este colunista vai mais longe: a maioridade deve ser ampliada, para 21 anos ou mais. E os adultos que levarem menores consigo para cometer crimes devem ter a pena pesadamente agravada, com a progressão penal muito reduzida. Vai funcionar? Depende – depende de ação policial que os leve à Justiça.

Mensalão, enfim

O acórdão do Mensalão deve ser publicado amanhã e, a partir de terça, conta-se o prazo de dez dias para embargos. O prazo foi duplicado, a pedido dos advogados de defesa. Depois vêm as outras etapas, que podem estender-se longamente. Mas este colunista não entende por que advogados de primeiro time, renomados, experientes e bem formados, precisaram pedir mais prazo para analisar o acórdão.

Jornalistas sem qualquer experiência na área jurídica escreveram artigos, reportagens, até livros provando que os réus do Mensalão são mais inocentes que crianças recém-nascidas.
E, para isso, nem precisaram ler o processo.

Corra, corra

A presidente Dilma Rousseff assinou no dia 17 o decreto nº 7.988, que regulamenta e legaliza doações para o programa de combate ao câncer. Ótimo – mas o prazo para entrega da declaração de renda termina no dia 30. O Governo teve sete meses para regulamentar a Lei 12.715, de setembro de 2012, mas deixou só duas semanas para o contribuinte enquadrar-se no decreto e usar as isenções.

21 de abril de 2013
CARLOS BRICKMANN