"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sábado, 27 de julho de 2013

O MARXISMO E A DESTRUIÇÃO DAS FAMÍLIAS



O tema abordado neste Parresía é o fundamento filosófico e histórico da guerra que está sendo travada atualmente contra a família. Ela se manifesta de diversas formas: divórcio, depravação moral, perversão na educação, uniões diversas, principalmente, a união homossexual. De onde vem essas ideias? Serão elas produtos da "evolução" da sociedade? Surgiram de maneira natural? Seria possível interferir, parar o processo?

Algumas pessoas poderão se surpreender ao serem informadas de que existe um objetivo bem claro nessa luta e que nada nela acontece ao acaso. A origem remonta a Karl Marx e seu ideal socialista.
Assim, baseando-se nos escritos marxistas, Padre Paulo Ricardo faz uma reflexão sobre a tentativa persistente de destruição da família.
 
Assista ao vídeo

http://padrepauloricardo.org/episodios/o-marxismo-e-a-destruicao-das-familias?utm_source=Lista+-+padrepauloricardo.org&utm_campaign=6a4644e7cc-26jul2013-newsletter&utm_medium=email&utm_term=0_a39ff6e1ce-6a4644e7cc-405949281

A GUERRA INVISÍVEL PARA ALGUNS


 
 
"Todo plano estratégico de grande envergadura e longa duração é,
por definição, inverossímil aos olhos da população média
e também, necessariamente, aos da maior parcela da militância incumbida de realizar as inúmeras operações parciais destinadas a implementá-lo.
Se dissermos a um militante petista que ele está trabalhando
para tal ou qual finalidade geral que lhe escapa, ele garantirá que estamos completamente loucos
ou que fomos pagos para mentir contra o seu partido.


Hoje os historiadores conhecem em detalhe, por exemplo, o plano global de Stálin
para desencadear a II Guerra Mundial mediante o incentivo simultâneo ao crescimento do poder nazista na Alemanha
e à campanha antinazista no resto da Europa.

Isso era segredo de Estado, e nenhum dos milhões de militantes entusiastas que,
na época, bradavam slogans antinazistas na França
ou em Londres tinha a menor idéia de que o inimigo que odiavam
era ao mesmo tempo alimentado
pela mesma fonte da qual recebiam instruções.


Pierre Massé dizia que planos são "o anti-acaso", o que significa que todo plano deve poder absorver, no curso da sua execução,
toda e qualquer mudança imprevista, mas também utilizar em seu proveito
a impressão de casualidade e inconexão na mente de seus executores menores e
principalmente de seus adversários."
 
27 de julho de 2013
Olavo de Carvalho

CIENTISTAS OFICIALMENTE RELACIONAM ALIMENTOS PROCESSADOS A DOENÇAS AUTO-IMUNES


 
A dieta moderna de alimentos processados, de entrega rápida e pratos de microondas pode ser a responsável por um aumento acentuado de doenças auto-imunes como a esclerose múltipla, incluindo alopecia, asma e eczema.

Uma equipe de cientistas da Universidade de Yale, nos EUA e a Universidade de Erlangen-Nuremberg, na Alemanha, dizem que uma dieta de alimentos industrializados pode ser parcialmente responsável pelas doenças auto-imunes.

"Este estudo é o primeiro a indicar que o excesso de sal refinado e processado pode ser um dos fatores ambientais que impulsionam o aumento da incidência de doenças auto-imunes", eles disseram. Comidas rápidas em restaurantes de fast food, assim como alimentos processados em supermercados representam as maiores fontes de ingestão de sódio de sais refinados.

O periódico da Canadian Medical Association enviou uma equipe internacional de pesquisadores para comparar o teor de sal de 2.124 itens de estabelecimentos de fast food como Burger King, Pizza Domino, Kentucky Fried Chicken, McDonalds, Pizza Hut e Subway. Eles descobriram que o teor médio de sal variou entre as empresas e entre os mesmos produtos vendidos em diferentes países.

O pão é o nº 1 em fonte de sal refinado na dieta americana, de acordo com os Centros para Controle e Prevenção de Doenças. Apenas 15 cm de pão de alho assado do Subway - apenas o pão, sem a carne, sem o queijo, sem nada, tem 1.260 mg de sódio, o tanto quanto 14 tiras de bacon.

Como o sal refinado causa Doenças Auto-Imunes

A equipe da Universidade de Yale estudou o papel das células T no corpo. Estas ativam e "ajudam" as outras células para combater patógenos perigosos, como bactérias ou vírus e infecções de batalha.

Estudos anteriores sugerem que um subconjunto destas células - conhecidas como células Th17 - também desempenham um papel importante no desenvolvimento das doenças auto-imunes.

No último estudo, os cientistas descobriram que a exposição dessas células em laboratório em uma solução de sal de cozinha fez elas agirem de forma mais "agressiva".

Eles descobriram que camundongos alimentados com uma dieta rica em sais refinados tiveram um aumento dramático no número de células Th17 em seus sistemas nervosos, o que promoveu a inflamação.

Eles também eram mais propensos a desenvolver uma forma grave de uma doença associada à esclerose múltipla em seres humanos.

Os cientistas, em seguida, realizaram um exame mais detalhado desses efeitos em um nível molecular.

Os exames laboratoriais revelaram que a exposição ao sal aumentou os níveis de citocinas liberadas por células Th17, 10 vezes mais do que o habitual. As citocinas são proteínas usadas para transmitir mensagens entre células.

O co-autor do estudo, Linker Ralf, da Universidade de Erlangen-Nuremberg, disse: "Estes resultados são uma importante contribuição para o entendimento da esclerose múltipla e pode oferecer novas metas para um melhor tratamento da doença, pois no momento não há nenhuma cura".

A doença desenvolve-se quando o sistema imunitário confunde a mielina que circunda as fibras nervosas do cérebro e da medula espinhal por um corpo estranho.

Isso remove a mielina das fibras dos nervos, o que perturba mensagens passadas entre o cérebro e o corpo, causando problemas com a fala, visão e equilíbrio.

Outro autor do estudo, o professor David Hafler, da Universidade de Yale, disse que a natureza claramente não tem a intenção de fazer seu próprio sistema imunológico atacar seu corpo, pois ele espera que um fator externo esteja envolvido.

Ele disse: "Estas não são doenças de genes ruins por si só ou doenças causadas pelo ambiente, mas as doenças de uma má interação entre genes e o ambiente.

"Os seres humanos foram selecionados geneticamente para as condições na África sub-saariana, onde não havia sal. É uma das razões que ter um gene em particular pode tornar os afro-americanos muito mais sensíveis ao sal. Hoje, as dietas ocidentais têm alto teor de sal e isso levou ao aumento da hipertensão e, talvez, da doença auto-imune também."

O próximo plano da equipe é estudar o papel que as células Th17 têm em doenças auto-imunes que afetam a pele.

"Seria interessante descobrir se os pacientes com psoríase podem aliviar os sintomas, reduzindo a ingestão de sal", eles disseram.

"No entanto, o desenvolvimento de doenças auto-imunes é um processo muito complexo que depende de muitos fatores ambientais e genéticos."

Atenha-se a Bons Sais

Sais refinados, processados e branqueados são o problema. O sal é crítico para a nossa saúde e é o mineral não metálico mais prontamente disponível no mundo. Nossos corpos não são projetados para o cloreto de sódio refinado processado, uma vez que não tem nenhum valor nutricional. No entanto, quando um sal é preenchido com dezenas de minerais, como em sal de rocha composto por cristais cor de rosa do Himalaia ou a textura cinza do sal Céltico, nossos corpos se beneficiam enormemente com sua incorporação em nossa dieta.

Sais minerais são saudáveis, porque eles dão o seu corpo a variedade de íons minerais necessários para equilibrar suas funções, manter-se saudável e se curar. Estas propriedades curativas têm sido reconhecidos na Europa central. Em Wieliczka na Polônia, um hospital foi esculpido em uma montanha de sal. Asmáticos e pacientes com doenças pulmonares e alergias descobriram que respirar o ar nas câmaras subterrâneas salinas ajuda a melhorar os sintomas em 90% dos casos.

Dr. Hendel acredita que muito poucos minerais, ao invés de muito sal, pode ser o culpado por problemas de saúde. É uma visão que é repetida por outros acadêmicos, como David McCarron, da Oregon Health Sciences University, nos EUA.

Ele diz que o sal tem sido sempre parte da dieta humana, mas o que mudou é o conteúdo mineral de nossa alimentação. Em vez de comer alimentos ricos em minerais, tais como nozes, frutas e hortaliças, as pessoas estão se empanturrando com "mineral vazio" de alimentos processados e refrigerantes.
27 de julho de 2013
Fonte: Expression of Truth

98 MILHÕES DE AMERICANOS RECEBERAM VACINA DE PÓLIO CONTAMINADAS COM VÍRUS CAUSADORES DE CÂNCER


Os Centros dos EUA para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) admitiu que vacinou 98 milhões de americanos com um vírus causador de câncer.


A informação foi divulgada em um artigo oficial do CDC intitulado Cancer, Simian Virus 40 (SV40) and Polio Vaccine, o qual já foi removido do site do CDC. Felizmente, a RealFarmacy.com foi capaz de arquivar a página condenatória antes do CDC, finalmente, ter removido, presumivelmente porque o SV40 tem recebido atenção considerável nos últimos tempos devido à sua ligação com o surgimento de câncer.

Você pode ver a página da CDC completa
arquivada aqui.

Embora a CDC negue uma relação causal definitiva entre SV40 e câncer, ela implica que o vírus, que supostamente foi removido de todas as vacinas contra a poliomielite, em 1963, foi problemático em relação ao desenvolvimento do câncer. Mais de 98 milhões de pessoas, na verdade, podem ter sido expostas ao SV40 como uma consequência da recepção de vacinas da poliomielite recomendadas pelo governo na década de 1960, e muitos deles podem ter desenvolvido câncer como resultado.

"Mais do que 98 milhões de americanos receberam uma ou mais doses de vacina contra a poliomielite entre 1955-1963 quando uma proporção da vacina estava contaminada com SV40," explica o CDC. "Tem sido estimado que 10 a 30 milhões de americanos poderiam ter recebido uma dose de vacina contaminada com SV40."

"Muitas autoridades já admitem que muitos, possivelmente a maioria, dos casos de câncer do mundo vieram das vacinas Sabin e Salk, e vacinas da hepatite B, produzidas em macacos e chimpanzés", acrescenta RealFarmacy.com. "Diz-se que a mesotelioma é um resultado da exposição ao amianto, mas a pesquisa revela que 50 por cento dos mesoteliomas atuais sendo tratados não ocorrem devido ao amianto, mas devido ao vírus SV40 contido na vacinação contra a poliomielite."
27 de julho de 2013
 Fonte: Natural News

VALE À PENA VER E OUVIR DE NOVO...

DILMA, FAÇA UM ESFORÇO E VEJA SE CONSEGUE LER A MENSAGEM DE "FRANCISCO"



Quando isolamos os jovens cometemos uma injustiça. Tiramos-lhes a pertença: a uma família, a uma pátria, a uma fé Não devemos isolá-los da sociedade. Eles são o futuro, disse Francisco .
Os jovens são o futuro, repetiu, mas um povo não são só os jovens.

*** *** ***
Eles são o futuro porque têm a força, são jovens, avançam. Mas no outro extremo da vida, os mais velhos são também o futuro de um povo. Têm a sabedoria da vida, da história, da pátria, da família, e nós também precisamos disso, disse o Papa de 76 anos. "
"E por isso digo-vos que vim ao Rio encontrar os jovens, mas no seu tecido social, principalmente ao lado dos mais velhos.

Tente Dilma...Tente!
27 de julho de 2013
 ANA MERIJ

O CERIMONIAL PALACIANO NÃO ME INFORMOU...

                                                 A DUVIDA DA TAL PRESIDENTA
 
27 de julho de 2013

A NOVA DITADURA EGIPCIA PROMOVE MATANÇA DE MANIFESTANTES NAS RUAS


As Forças Armadas egípcias confrontaram com violência partidários do presidente deposto Mohamed Mursi que protestavam no Cairo. Segundo o Ministério da Saúde, os confrontos na madrugada deste sábado mataram 72 pessoas.
O número oficial, entretanto, diverge de outras contagens.

Médicos em um hospital de campanha no distrito de Cidade de Nasser, centro de protestos a favor de Mursi, relataram à rede de televisão al-Jazeera que o número de vítimas chega a 120.
Enquanto isso, Ahmed Aref, porta-voz da Irmandade Muçulmana, aliada de Mursi, afirmou que 66 pessoas morreram, 61 estão “clinicamente mortas”, e outras 4.500 encontram-se feridas. Mais cedo, o próprio grupo afirmara que a cifra podia passar de 200.

De acordo com Gehad al-Haddad, porta-voz da Irmandade, os confrontos foram iniciados antes da primeira oração do dia, por volta das 4h (23h de sexta-feira no horário de Brasília). Milhares de islâmicos que faziam vigília em uma mesquita no bairro de Medina Náser tentaram bloquear a ponte Seis de Outubro, uma das principais do Cairo e que atravessa o Rio Nilo, o que levou a uma reação da polícia.
- Eles não estão atirando para ferir, estão atirando para matar – disse
 al-Haddad.
Não há ainda versão oficial detalhada de eventos, mas as autoridades dizem que eles usaram apenas gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes. No entanto, fontes do hospital confirmaram que a maioria das vítimas morreu de ferimentos de bala.
De acordo com várias testemunhas, a batalha era claramente desigual, a polícia com armas de fogo, enquanto a maioria dos manifestantes estavam armados apenas com paus e pedras.

27 de julho de 2013
Deu em O Globo

AS DIABRURAS DO PREFEITO EDUARDO PAES PARA FAVORECER O MEGAEMPRESÁRIO JACOB BARATA




O que vem acontecendo neste evento religioso é coisa do diabo. Fora o desempenho simpático do Papa, que ainda está em lua de mel com o trono, tudo cheira mal.

Esse cancelamento do grandioso ato final no terreno do empresário de ônibus Jacob Barata Filho, em Guaratiba, é a própria exposição explícita de um crime continuado: Estado e Município gastaram dinheiro na dragagem do rio Piraquê, construção de passarelas e ainda deram uma mãozinha no aterramento do terreno em área DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE, programado para ser comercializado em 2014 num grande loteamento de 3 milhões e meio de metros quadrados.

Agora, a constatação de que o terreno do último ato era de fato um manguezal,  cuja escolha aconteceu burlando normas ambientais, favorecia  a um amigo e financiador de políticos corruptos, virou um charco e não tem como sediar a apoteose deixou meio mundo mal na fita.

Essa área não tinha condições para nada, como vinha alertando o Ministério Público, mas ganhou aterro a custo zero (para seus donos) e seu metro quadrado seria valorizado para a comercialização prevista para 2014, ao ganhar visibilidade internacional.

Todo mundo sabia, conforme revelou o jornal O DIA no último dia 3 de julho, que esse manguezal pertence ao todo poderoso Jacob Barata, o  generoso chefão do sistema de transportes, amigo, irmão, camarada de uma fileira de políticos corruptos.
Só o prefeito Eduardo da Costa Paes teve a cara de pau de dizer em entrevista coletiva que não sabe quem é seu proprietário, com que tenta encobrir o ato de favorecimento com confissões de incompetência.

27 de julho de 2013
Pedro Porfírio
(artigo enviado por Sergio Caldieri)

OS EQUÍVOCOS, AS OMISSÕES E AS OBSCURIDADES DO MARCO REGULATÓRIO DA MINERAÇÃO

 
A crescente demanda por commodities durante a última década impulsionou o  aumento de requerimentos para pesquisa mineral, que saltou de 70 mil processos  minerários em 2000 para cerca de 180 mil em 2013. Esta demanda foi um fenômeno  global, mas certamente teve maior impacto em países com grande potencial  mineral, como o Brasil. O vigoroso crescimento interno também contribuiu com  maior demanda por insumos agrícolas, matéria-prima para indústria siderúrgica e  agregados utilizados na construção civil.

Destacam-se ainda os sucessivos resultados positivos da balança comercial  brasileira, ano após ano, muito em função da forte contribuição da exportação de  minérios. Segundos dados do Ministério de Minas e Energia – MME, em 2010 o setor  mineral obteve faturamento de US$ 157 bilhões, gerando divisas de US$ 51  bilhões, representando 25% das exportações brasileiras. Em 2010, as exportações  de minério de ferro somaram US$ 29 bilhões, dos quais cerca de US$ 12,2 bilhões  somente para a China.

Em face disto, a demanda por serviços relacionados à cadeia mineral avançou  consideravelmente, proporcionando a criação de um círculo virtuoso com dinâmica  própria e jamais presenciada pelo setor de mineração no país.

Este círculo permaneceu vigoroso até final de 2011 quando, sem qualquer amparo  na legislação, o Ministério das Minas e Energia suspendeu de forma  discricionária a outorga de autorizações de pesquisa e concessões de lavra para  minerais metálicos (ouro, cobre, chumbo, zinco, ferro, etc). Atualmente, cerca  de trinta (30) mil requerimentos estão pendentes nas superintendências regionais  do DNPM. Em números percentuais isto significa quase 60% dos processos  minerários ativos para commodities metálicas, que somam cerca de 50 mil títulos  minerais na base de dados do DNPM. Segundo o Instituto Brasileiro de Mineração  (IBRAM), esta interferência do MME cancelou investimentos em mineração na ordem  de R$ 22 bilhões.

MARCO REGULATÓRIO
O governo federal justificou à imprensa e empresas do setor que esta suspensão é  necessária até que o Congresso Nacional aprove o novo projeto de lei (Marco  Regulatório da Mineração). Projeto este, encaminhado apenas em junho de 2013,  após quase dois anos de suspensão das concessões e outorgas. Uma onda de  demissões e o forte retrocesso da exploração mineral em todo o país já são  resultados, em parte, desta medida.
Outro indicativo do impacto desta decisão,  apesar do recuo no preço das commodities, são os indicadores de crescimento da  economia do Brasil (PIB) para o 1º trimestre de 2013, recentemente divulgado.

Acontece que o desempenho relativo dos principais setores da economia brasileira em  2013, evidenciado por forte declínio do setor mineral com reflexos nas  exportações e consequentemente na Balança Comercial do país.

A necessidade de reformulação do código mineral brasileiro sempre foi consenso  entre governo e setor mineral. Contudo, estas mudanças deveriam diminuir a  discricionariedade do corpo burocrático do Estado e primar pela efetividade,  transparência, competitividade e descentralização do setor. A falta de  transparência do governo federal durante a elaboração do MRM impossibilitou a  participação da sociedade brasileira.

Apenas após o envio da proposta do novo marco da mineração (PL 5807/2013) ao  Congresso Nacional, em junho de 2013, tornaram-se públicas as propostas do  governo. Nos últimos dois anos por diversas vezes os responsáveis pelo MRM  cancelaram a presença ou recusaram convites para palestras e debates acerca do  tema.

O teor das 372 emendas parlamentares ao PL 5807/13 refletem a falta de consenso  e apontam grande divergência entre as proposta do novo marco e as reais  necessidades do setor mineral.

27 de julho de 2013
(artigo enviado pelo geólogo Ricardo Sales)

PRESIDENTE DO BNDES TEM DE EXPLICAR NO SENADO OS EMPRÉSTIMOS FAVORECIDOS A EIKE

O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, Lindbergh Farias (PT-RJ), deve agendar para logo depois do recesso parlamentar, em agosto, a convocação do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, para explicar as operações de crédito realizadas entre o banco e o grupo empresarial de Eike Batista.

O pedido, apresentado pela senadora Ana Amélia (PP-RS) e pelo líder do PSDB na Casa, Aloysio Nunes Ferreira (SP), teve como base reportagem do jornal Estado  que revelou que o BNDES adiou prazos de cobrança e alterou exigências em contratos de financiamentos com empresas de Eike.

Documentos oficiais do banco mostraram que foram firmados 15 contratos no valor de R$ 10,7 bilhões com empresas do grupo de Eike Batista, de janeiro de 2009 a dezembro de 2012, com juros baixos, garantias em ações das próprias companhias ou bens que ainda seriam adquiridos.

“Essas operações que foram objeto de muitos comentários, inclusive por parte do presidente do BNDES, com afirmações peremptórias em defesa das operações de crédito em direção a esse grupo”, afirmou o líder tucano.

A comissão também aprovou requerimento de convite para ouvir o presidente da Eletrobrás, José da Costa Carvalho Neto. A pedido do senador Francisco Dornelles (PP-RJ), ele será chamado a explicar uma operação que a estatal fez com o BNDES. Dornelles quer esclarecimentos sobre operação de empréstimo do banco à Eletrobrás e a distribuição de dividendos com base nesse empréstimo.

27 de julho de 2013
Ricardo Brito (da Agência Estado)

NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG - Em recente entrevista à Folha, Luciano Coutinho teve a desfaçatez de dizer que os empréstimos a Eike Batista (quase 11 bilhões) eram “baixíssimos” e não havia risco para o BNDES. Na verdade, o risco é total, porque Eike é como a Dilma e o Cabral – vem descendo a ladeira direto. (C.N.)

O BRASIL EM PENÚLTIMO LUGAR NO RANKING DE EDUCAÇÃO QUE COMPAROU 40 PAÍSES


A pesquisa foi encomendada à consultoria britânica Economist Intelligence Unit (EIU), pela Pearson, empresa que fabrica sistemas de aprendizado e vende seus produtos a vários países.

Em primeiro lugar está a Finlândia, seguida da Coreia do Sul e de Hong Kong.
 
Os 40 países foram divididos em cinco grandes grupos de acordo com os resultados.
Ao lado do Brasil, mais seis nações foram incluídas na lista dos piores sistemas de educação do mundo: Turquia, Argentina, Colômbia, Tailândia, México e Indonésia, país do sudeste asiático que figura na última posição.
 
Os resultados foram compilados a partir de notas de testes efetuados por estudantes desses países entre 2006 e 2010. Além disso, critérios como a quantidade de alunos que ingressam na universidade também foram empregados.
 
PROFESSOR VALORIZADO
 
Para Michael Barber, consultor-chefe da Pearson, as nações que figuram no topo da lista valorizam seus professores e colocam em prática uma cultura de boa educação.
Ele diz que no passado muitos países temiam os rankings internacionais de comparação e que alguns líderes se preocupavam mais com o impacto negativo das pesquisas na mídia, deixando de lado a oportunidade de introduzir novas políticas a partir dos resultados.
 
Dez anos atrás, no entanto, quando pesquisas do tipo começaram a ser divulgadas sistematicamente, esta cultura mudou, avalia Barber. “A Alemanha, por exemplo, se viu muito mais abaixo nos primeiros rankings Pisa [sistema de avaliação europeu] do que esperava.
O resultado foi um profundo debate nacional sobre o sistema educacional, sérias análises das falhas e aí políticas novas em resposta aos desafios que foram identificados. Uma década depois, o progresso da Alemanha rumo ao topo dos rankings é visível para todos”.
 
No ranking da EIU-Person, por exemplo, os alemães figuram em 15º lugar. Em comparação, a Grã-Bretanha fica em 6º, seguida da Holanda, Nova Zelândia, Suíça, Canadá, Irlanda, Dinamarca, Austrália e Polônia.
 
“SUPERPOTÊNCIAS”
 
Tidas como “superpotências” da educação, a Finlândia e a Coreia do Sul dominam o ranking, e na sequência figura uma lista de destaques asiáticos, como Hong Kong, Japão e Cingapura.
Alemanha, Estados Unidos e França estão em grupo intermediário, e Brasil, México e Indonésia integram os mais baixos.
 
O ranking é baseado em testes efetuados em áreas como matemática, ciências e habilidades linguísticas a cada três ou quatro anos, e por isso apresentam um cenário com um atraso estatístico frente à realidade atual. Mas o objetivo é fornecer uma visão multidimensional do desempenho escolar nessas nações, e criar um banco de dados que a Pearson chama de “Curva do Aprendizado”.
 
Ao analisar os sistemas educacionais bem-sucedidos, o estudo concluiu que investimentos são importantes, mas não tanto quanto manter uma verdadeira “cultura” nacional de aprendizado, que valoriza professores, escolas e a educação como um todo. Daí o alto desempenho das nações asiáticas no ranking.
 
Nesses países o estudo tem um distinto grau de importância na sociedade e as expectativas que os pais têm dos filhos são muito altas. Comparando a Finlândia e a Coreia do Sul, por exemplo, vê-se enormes diferenças entre os dois países, mas um “valor moral” concedido à educação muito parecido.
 
O relatório destaca ainda a importância de empregar professores de alta qualidade, a necessidade de encontrar maneiras de recrutá-los e o pagamento de bons salários.
Há ainda menções às consequências econômicas diretas dos sistemas educacionais de alto e baixo desempenho, sobretudo em uma economia globalizada baseada em habilidades profissionais.

27 de julho de 2013
Da BBC

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE


 
27 de julho de 2013



 

DESCOBERTA A IMAGEM QUE RETRATA O BRASIL ATUAL... CLARO, QUE FALTA ALGUÉM!


OLHANDO BEM, O SORRISO E A CARA DE PAISAGEM É A MARCA REGISTRADA.
 
27 de julho de 2013

"LULA NÃO VOLTA, PORQUE NÃO SAIU": O POSTE CAÍDO DÁ ENTREVISTA PARA PORTA-VOZ DOS MENSALEIROS


 

Mônica Bergamo, a jornalista porta-voz do partido do Mensalão, entrevistou Dilma e publica a matéria chapa-branca neste domingo, na Folha de São Paulo.
Segundo a boca do José Dirceu na mídia, " a presidente ressaltou ainda que a reforma política, que encontra resistência no Congresso é um pedido de "todo mundo". Para Dilma, o plebiscito --sugerido por ela e rechaçado pela maior parte do Parlamento-- daria mais legitimidade às mudanças no sistema político."
 
27 de julho de 2013
in coroneLeaks
 

REFORMA DA PREVIDÊNCIA SERÁ INEVITÁVEL

 

O chamado bônus demográfico no Brasil deve se estender até meados da década seguinte. Isso significa que, até lá, o país terá um número crescente de pessoas em idade para estudar, trabalhar, poupar, investir e consumir, simultaneamente.

Chama-se bônus porque nesse período há proporcionalmente menos pessoas nos dois extremos do “octógono” demográfico (antes havia uma “pirâmide”). Ou seja, a população economicamente ativa supera, por considerável margem, a não ativa.

No entanto, as curvas demográficas também mostram que, ao fim desse período do “bônus”, a população “envelhecerá” gradativamente. A redução nos índices de fecundidade por mulher — um fenômeno característico de países que se urbanizam, superam o analfabetismo e gradualmente aumentam a média de anos de estudo dos habitantes — fará com que a população se estabilize dentro de um prazo que já não está tão distante.

O número de crianças e adolescentes até 15 anos deve diminuir não só em termos relativos mas também absolutos. E tal tendência ocorrerá ao mesmo tempo em que aumentará a expectativa média de vida dos brasileiros. Cada vez mais pessoas viverão por mais anos.

Essa transformação de “pirâmide” para “octógono” demográfico exigirá mudanças substanciais das políticas públicas, no que se refere à educação, à saúde, à mobilidade urbana e, principalmente, ao sistema previdenciário.

Enquanto que, por um lado, o número de beneficiários da previdência oficial crescerá progressivamente, o de contribuintes se estabilizará, e até declinará. Trata-se de uma equação explosiva no longo prazo, pois, se hoje o déficit do sistema previdenciário já é elevado, ao fim do “bônus” demográfico virará uma bola de neve, se nada for feito.

Por isso, a reforma da previdência, para torná-la financeiramente mais sustentável no longo prazo, terá de ser realizada ainda nessa fase do “bônus”. O governo Dilma conseguiu negociar com o Congresso a regulamentação do fundo de previdência complementar para os novos servidores públicos federais, substituindo o atual sistema de aposentadoria dos funcionários.

Todos os novos servidores ficarão sujeitos ao teto de benefícios do INSS, e acima disso vão auferir rendimentos provenientes do fundo de previdência complementar. Desarmou-se, assim, uma bomba-relógio, no caso do sistema de aposentadoria dos servidores federais.

Mas no Regime Geral de Previdência Social, sob responsabilidade do INSS, há ainda uma reforma para ser concluída. As regras em vigor estimulam a aposentadoria precoce por tempo de contribuição e embute graves distorções no pagamento de pensões aos cônjuges e dependentes de segurados que faleceram. Politicamente é uma reforma difícil de ser negociada em fim de mandato, inclusive porque no Congresso há uma pressão no sentido contrário. Trata-se, então, de uma agenda inadiável para o início do próximo governo, independentemente de quem vencer as eleições presidenciais de 2014.

27 de julho de 2013
Editorial d'O Globo

A MÁSCARA DO RIO PRECISA CAIR

Está valendo mais sentar sobre a propaganda que ter a coragem cívica de dar o próximo passo

Lembro-me bem da manhã ensolarada, dois anos atrás, em que fui visitar o Pavão-Pavãozinho, em Ipanema, que havia virado UPP. Achei interessante, mas estranhei aquela fachada com cara de prédio residencial, o elevador bonito, panorâmico, e o grande corredor estilo sci-fi levando a uma porta, uma simples porta, que, ao abrir-se, dava, finalmente, para a realidade: a favela de sempre, com suas vielas e sua miséria.

Tomava guaraná numa birosca quando se iniciou um tumulto. Nada demais, briga familiar, um primo louco mamado levando um “pedala”. Chamou-me atenção um pitbull solto que resolveu não atacar ninguém, embora tenha me olhado com desconfiança.

De lá para cá, o Rio viveu uma euforia: outros morros libertos, choque de ordem, Copa do Mundo e Olimpíadas no papo, pré-Sal: anunciava-se um ciclo de ouro para a cidade, com explosão hoteleira, maquiagem das praias, Porto Maravilha, BRTs, algo jamais visto, nem quando o Rio era capital.
Cabral não cabia em si.
Paes era só paz. Beltrame, o paladino da Justiça. Não havia quem, impunemente, não comprasse a ideia. E quem ousasse dizer um “ai”, pedir prudência, era tachado de inimigo, espírito de porco, na contramão das evidências.

Hoje, passada a primeira onda recente de manifestações (que não foi um fenômeno carioca, mas nacional), parece que a máscara da cidade, saturada por essa bolha de otimismo acrítico, quer cair. Como se tivéssemos saído do túnel mágico do morro ipanemense, abríssemos a cortina do passado e descobríssemos que as mazelas estão todas aí, remexidas pelos exageros, ansiando por uma análise mais pormenorizada, menos marqueteira.

Se não, vejamos. O que vemos? O AfroReggae, símbolo da conexão morro-asfalto, sai praticamente fugido do Alemão. Não é bom sinal. O morro está melhor, virou ponto turístico, com bondinho, mas devagar com o andor: tem boi na linha.
O caso Amarildo está aí, a assombrar as noites das famílias. A palavra pacificação, em que pesem todas as advertências feitas por Beltrame (que várias vezes disse tratar-se apenas de um primeiro passo), tornou-se um termo absoluto que não leva em conta sua outra face: está valendo mais sentar sobre a propaganda que ter a coragem cívica de dar o próximo passo

O próprio Beltrame, para quem Cabral repassa todas as culpas, agora, da vergonhosa ação da PM diante dos últimos tumultos de rua, já não é mais aquele. Fico imaginando se o rapaz fichado e demonizado rapidinho pela opinião pública fosse de fato processado criminalmente.
O militante, que estava, é bom dizer, na “linha de frente”, já ia se convertendo num Dreyfus carioca, bode expiatório ideal para o agora impopular Cabral despejar sua tendência autoritária (sua fome de inconstitucionalidade ficou clara com a primeira versão do decreto da comissão dos vândalos). No final, com auxílio da engajada, mas útil, Mídia Ninja e de um cinegrafista amador, a farsa caiu por terra numa reportagem do “Jornal Nacional”.

E o que vemos nos transportes, mal o Papa põe os pés na cidade? A completa pane dos trens e metrôs ao primeiro verdadeiro teste de capacidade. E a ignorância sobre o trajeto do pontífice, que podia ter desandado em tragédia.

O slogan “Imagina na Copa”, que uma cervejaria tentou inverter a favor da espuma otimista, cada vez mais significa o que significa mesmo: a cidade-evento está pagando mico, sendo zoada por ciumentos estrangeiros, deixando inseguros os exploradores dos referidos eventos e os turistas. Ainda bem que o Rio continua lindo. Mas... e os preços? Pizzas a R$ 70, águas a R$ 10... somos a cidade mais cara do mundo, um risoto em Milão é pechincha perto de qualquer espelunca chique do lado de cá. Temos cacife para tanto?

O Rio continua lindo sim, e o caixa alto vai manter os eventos aqui (é o que salva). Seu povo bom continua bom mas... cadê o Rio?, cadê o povo?, numa malha urbana lotada de equipamentos que apagam o sol, o céu e o mar?
O Engenhão foi para a UTI, e amanhã, no Maracanã, a torcida do Flamengo, a torcida do povo, a mais querida, está proibida de entrar, a não ser que se disponha a gastar meio salário mínimo (um pouco menos se não levar a patroa) para ver o jogo contra o Botafogo. Teremos mais um espetáculo Zona Sul no maior do mundo, que virou um pequenino estádio colorido parecido com tantos outros pequeninos estádios coloridos obedientemente retroFIFAdos.

É isto o que o Rio está se tornando: uma cidade-padrão. Um colosso chato e besta. Ordem confunde-se com uniformização, e uniformização, como todo mundo sabe, é o primeiro passo para a exclusão. A cidade partida continua partida. A partida mal começou.

Se o Rio e suas autoridades não baixarem a bola, vai chover a chuva furiosa dos céus na etapa final, vai vazar a lama do Posto 5 que continua fedendo, e o consolo vai ser uma leitura pública do “Ai de Ti Copacabana” nas exéquias. Mas sobreviveremos.

27 de julho de 2013
 Arnaldo Bloch, O Globo

OS ERROS DA SEMANA

Foi uma semana de frio inusitado no Brasil todo, até em cidades pouco acostumadas com isso, como o Rio. De presença intensa do Papa Francisco, com palavras e gestos aos quais é difícil ficar indiferente, concordando ou discordando. De confirmação da queda da popularidade da presidente e de governadores. De indicadores econômicos com a fraqueza da economia.

Campo de Guaratiba alagado
 
A viagem do Papa mostrou que o Rio exibiu falhas flagrantes de planejamento e logística. A pior delas foi o alagamento do Campo de Guaratiba. A chuva previsível afundou na lama um espaço onde havia riscos enormes de tal fato acontecer.

O trânsito frustrou os visitantes e atormentou a vida dos moradores. Os governantes estavam achando que bastavam alguns dias de feriado que tudo se resolveria; só que a vida segue seu curso, muitas atividades não podem, nem querem parar. Houve momentos em que os cariocas se sentiram sem direito de ir e vir.

A estrutura de TI mostrou sua falha. Para atender ao crescimento da demanda, a qualidade da conexão piorou muito; a telefonia celular, que sempre foi péssima, virou uma calamidade. A cidade é hoje uma coleção de pontos cegos das várias operadoras.

Tudo isso tem um custo de imagem difícil de mensurar. Cada um desses visitantes de outros países será propagador do que não funcionou, a imprensa estrangeira vai usar todo o seu poder de propagação para falar das dificuldades que enfrentou para realizar seu trabalho.

Na chegada do Papa Francisco, a presidente submeteu o líder da Igreja Católica a um discurso cansativo e despropositado. Quando ela apresentou os avanços do país, fazendo o corte político — ao falar apenas “nos dez últimos anos” —, excluiu parte do Brasil.

Um estadista, em momentos assim, fala em nome de todo o país, e quem não professa a fé petista sabe que os avanços sociais brasileiros foram conquistas do período democrático; com marcos importantes na Constituição de 1988 e na estabilização de 1994.

Ela poderia enaltecer os avanços conduzidos pelo seu grupo político, dentro de um contexto mais amplo, mas o melhor seria fazer um discurso não eleitoreiro.
Há momento para tudo debaixo do céu, e aquele não era de campanha política.

A pesquisa da CNI-Ibope confirmou o movimento, ainda não encerrado, de perda de apoio da presidente Dilma. Parte dessa perda se deve à enorme distância entre a maneira como sua campanha eleitoral a apresentou e o que ela demonstrou ser: a gerente que tudo administraria com competência e a estadista em movimento constante num país de trens modernos e ágil mobilidade não têm relação com a realidade dos últimos anos.
Os obstáculos ficaram mais fortes, a crise de mobilidade urbana e interurbana se agravou, e o governo de 39 ministérios tem se mostrado cada vez menos administrável. Outra desdita foi jogada sobre ela por seus próprios companheiros com a campanha para que volte o ex-presidente Lula.

A economia está dando sinais cada vez mais eloquentes de dificuldade. Esta semana foi a de ficar de frente com o crescimento de 70% do déficit em transações correntes; e com mais uma encenação de corte de gastos.
Depois de espremido, nada ficou da redução das despesas anunciada pelo ministro Guido Mantega e pela ministra Miriam Belchior.

Até o Banco Central tinha pedido que o governo anunciasse de forma clara as metas fiscais e como se chegou a esse número.
Dizer que vai cortar em gastos de viagens, em material de limpeza, em contas de luz, e na decisão de enviar menos recursos para o deficitário INSS é não informar com clareza a situação fiscal do país.

27 de julho de 2013
Míriam Leitão, O Globo

MULTIS RECLAMAM DE ECONOMIA FRACA DO BRASIL, MANIFESTAÇÕES E CÂMBIO

Resultados no 2º tri de gigantes como Coca-Cola são afetados por desaceleração brasileira. Empresas já começam a reduzir estimativas de crescimento; outros emergentes também enfrentam problemas
 

 
O aumento do consumo dos brasileiros perdeu a vez nos resultados das multinacionais que atuam no país e deu lugar a queixas sobre baixo crescimento econômico, inflação, depreciação cambial e os impactos dos protestos nas vendas de junho.
 
As reclamações sobre o Brasil marcam o tom dos balanços do segundo trimestre e das entrevistas a analistas de gigantes como Coca-Cola, Electrolux, Whirlpool, Unilever e Lexmark. Muito diferente dos anos anteriores, quando o gasto crescente dos brasileiros era comemorado.

Até o empresário Eike Batista foi citado: a derrocada de seu conglomerado afetou o lucro líquido da norte-americana General Electric. A empresa registrou uma baixa contábil de US$ 108 milhões no balanço do segundo trimestre por causa de um investimento de US$ 300 milhões feito no grupo EBX.
 
QUEIXAS
 
A Coca, cuja taxa de aumento de vendas na América Latina caiu à metade entre o primeiro e o segundo trimestre (de 4% para 2%), citou "desafios macroeconômicos" nos principais mercados --leem-se Brasil e México--, como nível de endividamento, inflação e protestos no país.
 
"A taxa de crescimento da indústria de bebidas está de 1,5 a 2 pontos percentuais abaixo da média dos últimos quatro anos na América Latina", disse Muhtar Kent, presidente da Coca, durante teleconferência com analistas.
 
A desaceleração do setor afetou também a Ingredion, fornecedora de insumos para os fabricantes de bebidas.
 
"A economia brasileira está, de certa forma, estagnada e as nossas vendas para a indústria de cerveja continuam fracas", disse Ilene Gordon, presidente da Ingredion.
 
Em companhias com custos em dólar, a depreciação cambial afetou os balanços. "Nossos resultados foram impactados por aumento de custos. A valorização do dólar ante o real tornou matérias-primas mais caras", afirmou a analistas Keith McLoughlin, presidente da Electrolux.
 
A rival Whirlpool, dona da Brastemp, reduziu a sua estimativa de crescimento para o setor. "Vimos uma desaceleração da indústria, principalmente em junho, devido aos protestos no Brasil. Então decidimos reduzir nossa expectativa para a demanda na região", disse Jeff Fettig, presidente da empresa.
 
A maioria dos problemas, no entanto, não é exclusiva do Brasil. A desaceleração no consumo é destacada em vários países emergentes. Por outro lado, as multinacionais comemoram a recuperação dos Estados Unidos.
 
"Após uma desaceleração da indústria em junho, devido aos protestos, reduzimos a nossa expectativa para a demanda na região"
Jeff Fettig, presidente da Whirlpool

27 de julho de 2013
TATIANA FREITAS - FOLHA DE SÃO PAULO

O PREVISÍVEL LEWANDOWSKI


Nos poucos dias em que está comandando o STF, substituindo Joaquim Barbosa, o ministro Ricardo Lewandowski não está frustrando os poderosos.
 
Declarou ilegal uma greve de médicos na Bahia, onde o governo é petista; suspendeu o pagamento de uma multa de R$ 200 mil que o blogueiro chapa branca e processado por racismo Paulo Henrique Amorim deveria pagar a Daniel Dantas; interrompeu o processo de impeachment contra Guilherme Afif, por ocupação de um ministério mesmo sendo vice-governador de São Paulo; e, finalmente, indeferiu liminarmente o mandado de segurança impetrado pela AMB contra o Programa Mais Médicos.
 
Sem dúvida alguma, Lewandowski é o sonho de STF dos governistas e petistas.
 
27 de julho de 2013
in coroneLeaks

ACUADA, DILMA "TRAMBIQUE" APRESSA LANÇAMENTO DO PAC MOBILIDADE URBANA

Governo apressa lançamento do PAC mobilidade urbana.  Com a decisão, Planalto quer mostrar que está agindo para dar respostas às manifestações de rua que continuam a acontecer no País
  
Os últimos números das pesquisas de opinião pública, que atingiram não apenas a presidente Dilma Rousseff mas também os governadores estaduais avaliados, apontaram a necessidade de haver uma reação conjunta de todos os setores e segmentos governamentais para suprir os anseios da população. A avaliação feita no Palácio do Planalto aponta para a necessidade de união de esforços. Por isso, a presidente Dilma apressou o lançamento do PAC mobilidade urbana para a terça-feira (30) da semana que vem, em São Paulo.
 
O governo está preocupado em mostrar que está agindo para tentar ajudar a reverter as manifestações que continuam acontecendo pelo País. A presidente Dilma Rousseff tem reiterado que há dinheiro disponível para que sejam executadas as obras, mas que os governos estaduais e municipais precisam de ajuda para colocar em prática os projetos e fazer os planos e programas saiam do papel e comecem a beneficiar a população.
 
Nesta tarde desta sexta-feira, 25, mesmo ainda convalescendo de uma forte gripe que lhe rendeu uma faringite e rouquidão, a presidente Dilma fez uma longa reunião com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior; o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin; o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro; além do ministro-chefe da Advocacia-Geral da União, Luís Inácio Adams, entre outros, para avaliar a execução do programa de aceleração do crescimento.
 
Os problemas de mobilidade no Rio de Janeiro preocuparam o governo e deixaram claro a necessidade de apressar os trabalhos para melhorar a questão de transportes para os próximos eventos a serem realizados na cidade. Mas a decisão de transferir a vigília da noite de sábado e a missa de domingo de Guaratiba para Copacabana foi recebida com alívio pelo Planalto.
 
Mesmo com os problemas já previstos, por causa da grande quantidade de pessoas na orla de Copacabana, o governo entende que seria muito pior a imagem das pessoas na lama, no cenário montado na zona norte da cidade. O entendimento é que a tradição de Copacabana para receber eventos com milhões de pessoas ajudará para que tudo ocorra sem problemas.
 
Apesar das dificuldades pontuais até agora envolvendo segurança, transporte e até manifestações, entre outros, o saldo tem sido positivo, já que não houve nenhum incidente grave que atrapalhasse a visita do Papa.

27 de julho de 2013
Tânia Monteiro - O Estado de S. Paulo

"OS EUA CORREM NA FRENTE!

Com crescimento previsto de 1,7% neste ano e 2,7% no próximo, a economia americana, a maior do mundo, continuará liderando a recuperação das potências mais desenvolvidas - talvez acompanhada de perto pelo Japão. Na zona do euro a crise continuará severa ainda por algum tempo, com produção em ritmo lento e alto desemprego pelo menos até 2015. Pode-se montar este quadro resumido com os últimos relatórios do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre os países mais avançados.
 
Para dar um pouco mais de movimento ao cenário é preciso um detalhe: além de arrancar na frente, os Estados Unidos poderão sair da crise com uma indústria mais eficiente e mais competitiva. Seu setor empresarial retomou mais cedo os investimentos tanto em capacidade produtiva como em inovação e a exploração do xisto como fonte energética poderá ser uma importante fonte de redução de custos.
 
 
Sem acordo político sobre o ritmo e a forma de ajuste das contas públicas, o governo foi obrigado a aceitar um corte severo dos gastos federais. Isso explica, em boa parte, a redução do crescimento, de 2,2% no ano passado para uma taxa provável de 1,7% neste ano.
 
Apesar disso, os sinais de dinamismo permanecem fortes, o mercado imobiliário volta a crescer e a criação de empregos continua. Um dado especialmente importante, apontado no relatório do FMI, é o avanço do investimento. O valor investido em equipamentos e instalações deve aumentar 4,3% neste ano e 7,8% em 2014, puxado pelo setor privado.
 
O relatório do Fundo contém uma ampla análise das transformações no setor produtivo, incluído o desenvolvimento recente da exploração de combustível de xisto, uma provável fonte de redução de custos. Sem respostas definitivas, mas a partir de uma análise bem informada, os autores do relatório dão como provável uma renovada importância do setor industrial no crescimento econômico e no comércio externo.
 
A indústria continua proporcionando cerca de 75% do investimento privado em pesquisa e desenvolvimento, mais de 50% da receita de exportações e ainda é a principal fonte de empregos bem remunerados.
 
Os formuladores da política econômica brasileira, mais ocupados em estimular o consumo do que o aumento da capacidade produtiva, deveriam dar uma espiada nesses pontos do relatório. Mas talvez precisassem pedir licença ao gabinete presidencial. Segundo a chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, o Brasil é credor do FMI e pode dispensar seus palpites.
 
Os políticos americanos de escalão mais alto parecem mais modestos. Não reagem tão duramente, mesmo quando o pessoal do FMI sugere, por exemplo, um novo esquema de ajuste fiscal, com mais espaço para despesas a curto prazo, e muito cuidado na mudança da política monetária.
 
Para a zona do euro, os técnicos do FMI projetam para este ano uma contração econômica de 0,6%, igual à do ano passado. O crescimento poderá chegar a 0,9% em 2014 e a 1,3% em 2015. O desemprego deve continuar muito alto - 12,3% neste ano, 12,4% em 2014 e 12,1% em 2015.
 
Nos Estados Unidos, a taxa deverá cair de 7,6% em 2013 para 7,3% no próximo ano. Também foram formulados palpites para os europeus. É preciso avançar nas reformas, para tornar as economias mais eficientes, e, ao mesmo tempo, adotar políticas fiscais mais favoráveis ao crescimento a curto prazo e mais severas na etapa seguinte.
 
Esta sugestão havia sido formulada há mais de um ano, para as economias com situação fiscal menos complicada. Mas havia sido rejeitada pelo governo da Alemanha, o país mais forte da região. O pessoal do Fundo insiste na recomendação, repetindo um ponto de vista aprovado, em termos gerais, em reunião ministerial do Grupo dos 20, há poucos dias, na Rússia.
 
Do outro lado do mundo, a China se mantém como a economia de crescimento mais rápido, mas forçada a ajustes para evitar consequências mais sérias do endividamento público e privado. As notícias mais animadoras, nesse quadro, são mesmo as dos Estados Unidos.

27 de julho de 2013
Editorial do Estadão

MERCADANTE PROCUROU TEMER PARA TENTAR DERRUBAR MANTEGA

O ministro da Educação foi ao vice-presidente da República para propor um plano insólito: convencer Dilma Rousseff a demitir o ministro da Fazenda
 

Em encontro com o vice-presidente Michel Temer, Mercadante (à dir.) propôs plano para forçar a demissão do colega de partido e ministério Guido Mantega (à esq.)
Em encontro com o vice-presidente Michel Temer, Mercadante (à dir.) propôs plano para forçar a demissão do colega de partido e ministério Guido Mantega (à esq.) (Mauricio Camargo/Folhapress e Jorge William Ag. Globo)
 
A meteórica queda de popularidade dos governantes não foi a única consequência imediata dos protestos que tomaram as ruas do país há pouco mais de um mês. Eles também desestabilizaram governos e alianças políticas que se mantinham unidos diante da perspectiva -- cada vez mais incerta -- de vitória nas eleições de 2014. Na semana passada, um graduado auxiliar da presidente Dilma Rousseff fez o seguinte diagnóstico: “O clima no governo nunca esteve tão ruim.
 
É um clima de barata voa, muito fogo amigo, ministro atacando ministro, uma situação caótica. Está todo mundo brigando com todo mundo, falando mal de todo mundo”.
 
O melhor exemplo dessa atmosfera de desentendimento ocorreu na quinta-feira 18, numa reunião entre o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), e o ministro da Educação, Aloizio Mercadante (PT). Era para ser uma agenda de rotina, mas a conversa trilhou o caminho de uma insólita conspiração que teve como alvo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, já devidamente acossado por políticos, empresários e sindicatos devido ao desempenho pífio da economia brasileira.
 
Com a autoridade de quem desfila pelos gabinetes de Brasília como uma espécie de primeiro-ministro informal de Dilma, e de quem foi conselheiro econômico do ex-presidente Lula, Mercadante propôs o plano para forçar a demissão de Mantega.
 
A estratégia teria de ser posta em prática logo, para que as mudanças ocorressem em setembro. O alvo e o argumento do petista foram escolhidos a dedo. O péssimo desempenho da economia é uma das explicações para a queda vertiginosa de popularidade de Dilma. Nesse contexto, mudar o comando da equipe econômica seria fundamental para que a aliança PT-PMDB tenha chance de vencer a próxima sucessão presidencial.

27 de julho de 2013
Robson Bonin - Veja

"ELEIÇÕES LIMPAS" QUE DILMA 'TRAMBIQUE' DISTANTE DO PROJETO DE INICIATIVA POPULAR

‘Eleições Limpas’ quer Dilma distante do projeto de iniciativa popular.  Para Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, projeto que propõe mudanças em regras já em 2014 será visto como ‘chapa branca’ se presidente declarar publicamente que apoia a ideia

Na corrida contra o tempo para coletar 1,5 milhão de assinaturas, com o objetivo de tornar viável uma reforma política que valha para as eleições de 2014, o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) teme que o respaldo do Palácio do Planalto carimbe a proposta como "chapa branca", antes mesmo de a oposição ser convencida sobre as virtudes da iniciativa. O objetivo dos organizadores é fazer com que o projeto popular siga autônomo e ganhe apoio da sociedade.
 
Ciente das dificuldades políticas para aprovar um plebiscito no Congresso e das resistência dos partidos, inclusive os da base aliada, para agilizar uma reforma política que tenha validade para a próxima eleição, a presidente Dilma Rousseff afirmou a auxiliares, conforme antecipou o Estado em sua edição do último dia 5, que poderá declarar apoio ao projeto de iniciativa popular.
 
Entre as principais mudanças defendidas pelo movimento intitulado "Eleições Limpas" estão o sistema de voto em dois turnos nas eleições proporcionais (com votação primeiro nos partidos e depois nos candidatos), proibição da doação de empresas a campanhas (cada eleitor poderá doar até R$ 700), criminalização do caixa dois (com pena de reclusão de dois a cinco anos) e a escolha dos candidatos de cada partido por meio de prévias fiscalizadas pelo Ministério Público e Justiça Eleitoral.
 
Caso o modelo já tivesse sido adotado nas últimas eleições municipais, estimam os organizadores, o número de candidatos despencaria 73,5%.
 
"Não queremos que a proposta seja vinculada ao governo ou à oposição, queremos deixar clara a qualidade da nossa proposta para a vida política brasileira", afirmou o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcus Vinícius Furtado, que aposta no trâmite do projeto no Congresso em agosto, antes mesmo da conclusão da coleta de assinaturas.
 
"Não interessa para o movimento que ele seja adotado pela presidente Dilma. Isso seria ruim porque queremos justamente evitar a partidarização. Não seria justo (que o projeto) recebesse qualquer tipo de vinculação. O que queremos e precisamos do apoio de todas as forças políticas na hora da aprovação (no Congresso). Uma aproximação partidária ou com o governo nesse momento poderia inviabilizar a proposta", admite o juiz Márlon Reis, do MCCE, e presidente da Associação Brasileira dos Magistrados e Promotores Eleitorais.
 
Encabeçado pela OAB, o MCCE é composto por 55 entidades dos mais diversos segmentos sociais, como Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal e União Nacional dos Estudantes (UNE), além de lideranças evangélicas e do movimento de gays e lésbicas (movimento LGBT).
 
Presidenciáveis. Dos presidenciáveis de 2014, a OAB já teve conversas com a presidente Dilma, o senador Aécio Neves (PSDB) e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). Todos teriam demonstrado interesse e simpatia à proposta – Campos chegou inclusive a pedir que o fim da reeleição fosse incorporado ao projeto. A ex-senadora Marina Silva, que tenta viabilizar a sua Rede Sustentabilidade, já está sendo procurada pelo grupo.
 
O projeto "Eleições Limpas", se aprovado, acabaria com a doação de empreiteiras, bancos e grandes empresas. Esses segmentos são os principais doadores em campanhas eleitorais no País, sobretudo presidenciais.
 
A presidente Dilma demonstrou simpatia ao projeto de iniciativa popular ao se encontrar com Furtado e outros integrantes do MCCE no Planalto no mês passado. Estaria até disposta a se manifestar publicamente favorável a ele, mas foi convencida a aguardar a coleta de assinaturas.
 
Declarações do ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, de que o governo poderia "dar força" à proposta, no entanto, preocuparam integrantes do MCCE.
 
Para Márlon Reis (veja entrevista abaixo), a população de imediato rejeitaria uma proposta gestada por partidos. Ele conta que, ao coletar assinaturas, basta dizer que ‘o movimento que fez o Ficha Limpa quer fazer uma reforma política’ para que as pessoas se interessem pelo tema e colaborem. 

27 de julho de 2013
Rafael Moraes Moura - O Estado de S. Paulo
COLABOROU PEDRO VENCESLAU

"DILMA NÃO PODE SER MELHOR QUE SEU GOVERNO"

Nenhum governante, diz o bom senso, pode ter desempenho melhor que o de seu governo. No caso do Brasil, trata-se de uma administração fracassada, com dois anos e meio de estagnação econômica, inflação alta, contas públicas em mau estado, contas externas em deterioração e resultados gerais muito inferiores aos de outros latino-americanos.
 
Além disso, as possibilidades de melhora até o fim do mandato parecem muito escassas. Mas o senso comum dos brasileiros tem algumas peculiaridades notáveis. Parte substancial dos cidadãos considera a presidente Dilma Rousseff melhor que seu pífio governo. Enquanto só 31% avaliam o governo como ótimo ou bom, 45% aprovam o desempenho da presidente. Os dados são da última pesquisa CNI-Ibope e confirmam, de modo geral, as tendências indicadas em sondagens recentes.

Quanto à avaliação da presidente, é importante ressaltar o detalhe: a pergunta é sobre sua maneira de governar. Não se trata de sua pessoa. O entrevistado poderia considerá-la honesta, esforçada, gentilíssima, simpática e movida pelas melhores intenções, mas frustrada em seu empenho por divindades invejosas. O Olimpo é um ninho de maldades.

 
Mas a história é outra, e aí está o dado intrigante. O modo de agir da chefe de governo é avaliado mais favoravelmente que a ação do próprio governo, embora ela seja responsável pela escolha dos ministros e, como todos sabem, centralizadora, mandona e habituada a distribuir broncas e a maltratar seus subordinados.

Essa notável dicotomia entre o presidente e a administração federal pode parecer misteriosa, mas é um velho componente da política nacional. Para milhões de brasileiros, houve sempre uma distância imensa entre a figura de Getúlio e as práticas de seus subordinados. O presidente João Figueiredo sempre foi mais popular que seu governo, embora seu período tenha sido marcado por uma recessão pavorosa, com muito desemprego, empobrecimento e fome.

 
Nessa fase, muitas famílias só conseguiram consumir alguma proteína de origem animal, de vez em quando, porque supermercados passaram a vender separadamente asas de frango. Mas o presidente nunca foi tão mal avaliado quanto qualquer de seus ministros.

Apesar da estranha separação entre o Palácio do Planalto e os ministérios, ainda mais estranha no caso de uma presidente centralizadora, os brasileiros parecem ter noções claras de alguns dos principais defeitos da administração. A avaliação dos impostos e do uso do dinheiro público é inequívoca. Os entrevistados deveriam dizer se, em sua opinião, "o governo já arrecada muito e não precisa aumentar mais os impostos para melhorar os serviços públicos".

 
Essa dupla afirmação foi classificada como total ou parcialmente verdadeira por 87% dos consultados. Para 82%, "a baixa qualidade dos serviços públicos deve-se mais à má utilização dos recursos públicos do que à falta deles". Para 91%, os impostos são elevados ou muito elevados.

A presidente discorda. Na quinta-feira, quando a CNI divulgou a nova pesquisa realizada pelo Ibope, o Diário Oficial registrou o veto ao projeto de extinção da multa adicional de 10% do FGTS nos casos de demissão sem justa causa. Segundo a mensagem presidencial, os parlamentares deixaram de indicar fontes para compensar a perda de cerca de R$ 3 bilhões e, além disso, a falta desse dinheiro forçaria o governo a reduzir investimentos em infraestrutura e no programa habitacional.

As duas alegações são furadas. A multa adicional, paga diretamente ao governo, foi criada para compensar o custo de esqueletos fiscais deixados pelos Planos Verão e Collor 1. Essa função, segundo informou há um ano e meio a Caixa Econômica, gestora do fundo, estaria concluída em julho do ano passado. Não tem sentido, portanto, cobrar dos congressistas a indicação de como compensar a "perda". Em segundo lugar, o governo jamais deveria ter tratado essa receita como recurso permanente.

Esse erro, uma velha tendência da administração brasileira, torna-se mais forte num governo propenso à confusão na área fiscal. A maior parte dos cidadãos acompanha muito de longe as aventuras da administração. Acaba sentindo, depois de algum tempo, os efeitos dos erros acumulados, como os problemas de saúde, segurança e educação. Nenhuma das grandes questões apontadas pelos entrevistados é nova na imprensa independente.


 A comparação entre o governo atual e o do presidente Lula é outra aparente esquisitice revelada pela pesquisa. Para 46% dos entrevistados, o governo da presidente Dilma Rousseff é pior que o do antecessor. Em junho, 25% dos consultados haviam expressado essa opinião. Essa avaliação seria mantida, se as pessoas se dispusessem a pensar alguns minutos?

 Afinal, o presidente Lula quase se limitou a aproveitar, durante a maior parte de seus oito anos, da herança de reformas deixada pela administração anterior e de um quadro internacional muito favorável até o fim de 2008. Elevou o salário mínimo, transferiu renda com recursos públicos e ampliou o mercado interno, sem nada ter feito para fortalecer a capacidade produtiva do País.

 Sua melhor realização foi também a mais fácil. Ele jamais enfrentou para valer as tarefas mais complicadas. Além disso, rejeitou a proposta do ministro Antônio Palocci de iniciar um programa sério de equilíbrio das contas públicas.
 
A presidente Dilma Rousseff apenas manteve o estilo de seu antecessor. Ao insistir nesse caminho, acelerou a desorganização das contas federais, alimentou a inflação e deixou a economia estagnar-se, porque as fontes internas e externas de dinamismo estavam esgotadas. "Dilma não é mais do que uma extensão da gente", disse Lula a companheiros, na terça-feira, num aparente impulso de veracidade. Não faz sentido, neste caso, avaliar a extensão sem levar em conta sua fidelidade à origem.

27 de julho de 2013
Rolf Kuntz, O Estado de São Paulo