"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 10 de julho de 2012

AS "MECÂNICAS POLÍTICAS" DE TIRIRICA


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Tiririca na Câmara: deputado é um dos parlamentares mais assíduos do país (Wilson Dias/Agência Brasil)
Parlamentar mais votado na última eleição, ex-palhaço comenta aliança entre PT e Maluf e elogia experiência de ex-prefeitos da capital paulista

Apesar de – ou talvez justamente por conta de – ter afirmado que não fazia ideia do que um deputado federal fazia, o ex-palhaço Tiririca (PR-SP) foi o parlamentar mais votado nas eleições de 2010. Desde então, diz ter aprendido muitas lições em sua passagem pelo Congresso. A mais recente delas veio com a polêmica união entre Lula e o deputado paulista Paulo Maluf (PP), arqui-inimigo do PT e eterno desafeto de Lula. “Mecânica política. Isso faz parte”, explicou Tiririca. “Estou há pouco tempo na política, mas já aprendi que política é assim”, concluiu o intérprete de Florentina, que chegou a ser cogitado para disputar a prefeitura de São Paulo e que se autointitulava “o prefeito do povão”.

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Para Tiririca, o raciocínio que explica o apoio de Maluf à candidatura de Fernando Haddad também explica porque o PR, partido da base aliada de Dilma, decidiu apoiar em São Paulo a candidatura de José Serra, um dos principais ícones da oposição ao PT e ao governo. “Mecânica política”.
Explicando que os candidatos nas disputas buscam de forma empenhada ampliar seu leque de apoios para aumentar os tempos de propaganda gratuita de rádio e TV, e ganhar os votos e as militâncias desses partidos, Tiririca não poupou elogios a Serra. “Quando o líder do meu partido me chamou para falar sobre o apoio a Serra, eu concordei na hora. O cara é o mais preparado, o mais experiente, e conhece São Paulo como ninguém. Quem desses candidatos é mais preparado?”, pergunta o deputado.

Embora repleto de admiração pelo tucano, Tiririca também se derrete em elogios pelo polêmico deputado do PP. Para ele, não importa se um político “rouba, mas faz”, ou se recorre ao vale-tudo da política sem compromisso com a ética. De acordo com seu “aprendizado” diário com políticos no Congresso, o importante é a “genialidade” política na hora das urnas. “O povo não quer saber disso, não. Quer saber é se o cara é bom, se faz boa política”, diz Tiririca. “E Maluf, aqui pra nós, é um gênio. O cara sabe fazer política como ninguém. Veja o que ele já fez por São Paulo”.

“Quantos mandatos o Maluf tem? Muitos. Ele está há muito tempo na política, sabe tudo. Se o cara quiser ganhar, ele tem que se aliar com quem sabe fazer política, quem é mais experiente. Eu estou no Congresso há pouco tempo, mas já entendi como é a prática da política, como funcionam as coisas aqui”, diz Tiririca, que compara a desenvoltura de políticos experientes como Serra e Maluf com a sua trajetória como “palhaço, cantor e ator”. Para o deputado, um dos mais assíduos do Congresso ao lado do atacante Romário, a experiência leva a um desempenho “eficiente”.

10 de julho de 2012

Fontes:Congresso em Foco - Tiririca: aliança PT/Maluf “faz parte do jogo”
 

FRESCURA POPULAR?


Uma ONG denominada Rio de Paz está realizando uma manifestação na Praia de Copacabana com objetivo de pedir a cassação do senador Demóstenes Torres.
A tal ONG parece ser um engodo semelhante ao " engodo parlamentar" para o qual pedem a cassação de mandato.
Será que existe alguém de sã consciência, neste país, que duvida da cassação de Demóstenes?
Será que existe alguém que não saiba do ódio que Renan e Sarney ( os donos do Senado ) nutrem por Demóstenes e babam, literalmente, diante da possibilidade de destruí-lo como político?
Será que existe alguém que desconheça o ódio que Lula tem de Demóstenes e que, com certeza, determinou aos seus serviçais, com mandato no Senado da República, para cassá-lo?
Será que alguém desconhece a falta de ética e o conluio de Demóstenes com gente suja, assim como,dizem, muitos dos seus demais companheiros procedem?
Será que se Demóstenes fosse do PT ou de um dos partidos subservientes ao governo, seria cassado?
A cassação de Demóstenes é óbvia e uma questão de ética parlamentar. Cassá-lo é um dever do senado, como deveria ser um dever cassar Sarney ( a quem Lula defendeu dizendo não ser uma pessoa comum ), Renan e outros que, segundo a imprensa e comentários da rádio corredor do senado, estão mais sujos quanto um monturo.
A tal ONG perde tempo. Aliás, ocupa-se para mostrar alguma coisa já que nada faz de produtivo.
Apenas mais uma pergunta, para encerrar: Quem mantém essa tal ONG Rio da Paz, hein???
Vocês não se surpreenderão com a resposta!
10 de julho de 2012
in blog do mario fortes

CUT IRÁ ÀS RUAS PARA DEFENDER GALVÃO BUENO

MOSCOU - Em assembleia realizada na Praça Vermelha, membros da CUT, UNE e MST realizaram uma votação para definir os temas das próximas manifestações de rua de seus correligionários. "Decidimos apoiar Galvão Bueno, Carminha, Milton Neves, Maluf, a obra de Jorge Vercilo e os acusados do mensalão. Nessa ordem. Segunda-feira que vem, faremos um piquete no Pacaembu denominada 'Fala, Galvão'", explicou o líder José Maria José.
Acionistas do movimento sindical estudam a fusão de CUT, UNE, MST e Juventude Malufista

Os integrantes, que viajaram a convite do Ministério da Pesca, também definiram as diretrizes para o triênio 2012-2015. "Acreditamos que há causas importantes a serem defendidas em nome da classe trabalhadora.
A separação de Tom Cruise tem deixado a maioria das companheiras muito desassossegadas, e as forças progressistas precisam se manifestar a respeito. Também não podemos nos esquecer de esclarecer qual a linha justa das tendências para cabelos cacheados e nos pronunciar sobre as declarações de Seedorf na coletiva de imprensa realizada na sede da prefeitura do Rio de Janeiro, ao lado do companheiro socialista Paes”, enumerou o líder, enquanto tirava fotos com campesinos usando seu iPhone.

Integrantes do movimento sindical estudam a contratação de Anderson Silva para pressionar o Supremo Tribunal Federal a adiar o julgamento do mensalão.

Em notícia paralela, agências de notícia informam que no Maranhão tudo está indo de vento em popa.

10 de julho de 2012
The i-Piaui Herald

HUMOR NIGÉRRIMO 2




10 de julho de 2012

FRASE DO DIA

A diferença é que eu não menti. Ninguém deve mentir. Senador não deve mentir. Mas, se mentir, não se configura quebra de decoro. A tribuna é inviolável, segundo a própria Constituição.
Senador Demóstenes Torres

DEPOIS DAS PRIMAVERAS

No ano passado, três países da África do Norte - Tunísia, Egito e Líbia - viveram a chamada Primavera Árabe: nos três casos, a população nas ruas derrubou velhas tiranias podres. Mas, uma vez derrubadas as casas, seria preciso reconstruí-las. E a reconstrução seguiu caminhos bastante diferentes, dependendo dos países.

A Tunísia está aparentemente calma. Ela é dirigida por islâmicos, parte dos quais de tendência moderada, e outros salafistas, que gostariam de instaurar no país, tão agradável e tão aberto para a felicidade, a justiça implacável da sharia.

Na Líbia, que votou domingo, ao contrário, o mundo teve uma extraordinária surpresa. Esta pequena nação, próspera graças ao petróleo, sofreu durante 40 anos sob o punho de ferro de um indivíduo alucinado, Muamar Kadafi. Com a ajuda da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), o país conseguiu derrubar e matar Kadafi.

Agora, está dilacerado entre violentas facções (islâmicos radicais, liberais, federalistas e diversas tribos mais ou menos autônomas). Por isso, temia-se o pior. Mas eis que aconteceu o milagre! Nas urnas, os líbios escolheram a sabedoria.

Eles votaram em massa nos liberais do ex-primeiro-ministro Mahmud Jibril. Reagrupados na Aliança das Forças Nacionais, eles estão na frente, às vezes com folga, incluindo as duas maiores cidades, Trípoli e Benghazi. Jibril e seus liberais receberam a recompensa da luta que travaram pela independência. Jibril não só foi onipresente durante os oito meses da revolução, como também foi o elemento determinante da intervenção da Otan. Em contraposição, sua rival, a Irmandade Muçulmana, que vivia no exílio há dezenas de anos, só voltou à Líbia com a eclosão dos tumultos, em fevereiro de 2011. Os "irmãos" eram portanto totalmente desconhecidos dos eleitores, que os menosprezavam, considerando-os "gente de fora".

Mas a política, as guerras e as revoluções adoram os paradoxos e as acrobacias. Assim, o mesmo Jibril, que hoje está à frente dos liberais e dos que derrubaram Kadafi, foi um estreito colaborador, nos anos 2000, de Saif al-Islam, nada menos que o filho de Kadafi, que hoje está na cadeia em Trípoli. É por isso que não está tão certo que, no futuro próximo, Jibril venha a ocupar novamente o cargo de premiê, por ele abandonado em novembro.

O Egito apresenta um quadro diferente. Lá, o combate opõe os militares que estavam ligados a Mubarak, velho tirano condenado à prisão perpétua, próximo da morte, à Irmandade Muçulmana, que venceu com ampla margem as eleições recentes (lembremos que o movimento nasceu no Egito antes da última guerra mundial). Portanto, pela norma, a Irmandade deveria constituir o governo. Ocorre que os militares, encarregados do governo provisório depois da queda de Mubarak, tomaram a precaução, um pouco antes das eleições, no dia 16 de junho, de dissolver o Parlamento. Estava criado assim um monumental imbróglio: um Parlamento regularmente eleito deveria entregar o poder à Irmandade Muçulmana. Entretanto, na verdade, esse Parlamento não podia entregar nenhum poder a quem quer que fosse por ter sido dissolvido pelos militares antes das eleições.

Desse modo, o novo chefe de Estado, Mohamed Morsi, da Irmandade Muçulmana, foi ao mesmo tempo vencedor e vencido. Consagrado chefe de Estado pelas eleições, porém privado de todo poder porque os militares haviam dissolvido o Parlamento que constituía o fundamento do poder, Morsi se aborreceu. E como não tem reputação de homem dotado de grande coragem, a vitória parecia garantida para os militares.

Entretanto, esbarraram num "grão de areia". Morsi, o homem considerado medroso, reagiu como um leão. Anulou a dissolução do Parlamento decretada pelos militares e optou por desafiar o terrível Exército egípcio, que agora deu o troco por meio do tribunal.

Gilles Lapouge
10 de julho de 2012

TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA

LIVRE-ARBÍTRIO

O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, não poderia ter sido mais claro na entrevista que deu à Folha de S. Paulo neste domingo.
Por enquanto não quer briga nem rompimentos com a presidente Dilma Rousseff, muito menos com o ex-presidente Lula, só que não renuncia à sua autonomia político-partidária.
Não vincula seu destino e seus movimentos às conveniências do PT, tem uma visão bastante objetiva sobre o significado de alianças e nem de longe considera que a parceria com o governo federal inclua cláusula de submissão incondicional.

Portanto, qualquer que tenha sido o teor da conversa durante o jantar marcado para ontem com a presidente da República, certamente não se poderá dar ao encontro a conotação de "enquadramento" tão ao gosto das versões oriundas do Palácio do Planalto.

O governador pernambucano vem se destacando no cenário como um fato novo: não faz o esparramo de um Ciro Gomes, não vocifera no vazio como alguns oposicionistas, não é ladino ao molde de diversos aliados do governo e fala com todos os efes e erres exatamente o que dez entre dez políticos ditos governistas vivem resmungando pelos cantos.

E o que murmuram? Que o PT não respeita procedimentos, desqualifica os aliados (os adversários, aniquila), faz jogo duplo, atropela regras e só pensa em si. Atua com o único propósito de consolidar seu projeto de poder numa dinâmica de desconsideração total em relação aos projetos dos parceiros que são tratados como meros anexos.

Com isso, cria problemas e não constrói soluções para o governo.
Por ora Eduardo Campos não parece se apresentar como candidato a presidente da República em 2014, embora seja ótimo para ele que assim apareça nas análises do quadro político: vai configurando-se como uma opção fora da dicotomia PT-PSDB e atrai possibilidades de alianças. "Adensa o entorno", como se costuma dizer.

Se o governo se perder, a oposição não se achar, as circunstâncias permitirem e as condições objetivas estiverem postas, evidentemente o governador poderá ser uma hipótese viável de alternância já na próxima eleição.
Nada demais, não fosse o fato de o PT não lidar bem com a autonomia alheia e, por isso, enxergar em Eduardo Campos um inimigo a ser combatido.

Na perspectiva petista exibe o pior dos defeitos: tem projeto (aqui não entramos no mérito se bom ou ruim) e o executa nos limites da independência permitida a quem atua no mesmo campo em âmbito nacional sem, contudo, abrir mão do livre-arbítrio.
Assim ocorreu na decisão de lançar candidato no Recife quando enxergou o risco de se tornar refém das brigas do PT e assim, pelo jeito, Eduardo Campos atuará daqui em diante.

Politizado está.
CUT promete ir "às ruas" contra a politização do julgamento do processo do mensalão.

Como não é de se supor que os sindicalistas pretendam transmitir ensinamentos legais aos ministros do Supremo Tribunal Federal nem tratar tecnicamente do conteúdo dos autos nessas manifestações, a central fará exatamente o que nega aos que pensam de forma diferente em relação ao processo: vai expor politicamente suas posições.

Tem todo direito. Desde que não pretenda se associar a ações de insurgência contra quaisquer que sejam as decisões do STF ou impor como verdade versões manipuladas dos fatos.

Caso isolado.
O apoio do PMDB ao candidato do PT à Prefeitura de Belo Horizonte tem sido visto como uma tentativa de aumentar o cacife do partido junto ao Planalto, mas a decisão se baseou na conveniência local.

É como diz um dirigente pemedebista: se quisesse fazer algum gesto de impacto nacional, o vice-presidente Michel Temer teria aproveitado o momento da desistência de Luiza Erundina e tentado levar Gabriel Chalita a desistir da candidatura em São Paulo para ocupar o lugar de vice de Fernando Haddad.

Dora Kramer - O Estado de S.Paulo
10 de julho de 2012

REMÉDIOS DE BAIXA QUALIDADE APROVADOS PELA OMS SÃO VENDIDOS EM PAÍSES POBRES

Uma proporção significativa dos tratamentos e antibióticos vendidos principalmente na África e aprovados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) não contém a dosagem adequada, e apresenta sérios problemas de qualidade, afirmam dois estudos publicados nesta terça-feira.
Duas pesquisas publicadas na revista "Research and Reports in Tropical Medicine" sugerem que problemas no processo de fabricação, mais do que falsificações, podem estar entre as causas desta queda de padrão de remédios destinados a países de baixa e média receita.

Até 8% dos remédios contra a malária aprovados pela OMS não contêm a dosagem adequada, ou potencializam a resistência ao tratamento.

Os remédios de fabricação inadequada e as falsificações são alguns dos grandes problemas mundiais, principalmente no momento em que surgem sinais de resistência crescente à artemisina, principal tratamento contra a malária, doença que, segundo a OMS, matou 655 mil pessoas em 2010.

Um estudo testou 104 medicamentos à base de artemisina em farmácias de Gana e Nigéria, oferecidos pela iniciativa Medicamentos Acessíveis contra a Málária, do Fundo de Luta Global contra a Aids, criado para ampliar o acesso aos tratamentos. Oito remédios continham doses significativamente baixas de artemisina, ou menos de 75%, segundo os autores do estudo.

Outro estudo, envolvendo 2.652 medicamentos essenciais, entre eles remédios para malária, tuberculose e infecções bacterianas, constatou que o nível de falha entre os produtos aprovados pela OMS era de 6,8%. As amostras eram originárias de África, Índia, São Paulo, Moscou, Bangcoc, Istambul e Pequim.

O índice mais alto de falhas, ou 17,65%, foi constatado nos produtos chineses aprovados pela OMS, aponta o estudo. Os pesquisadores afirmam que a organização abriu uma investigação.

Frederic J. Brown
10 de julho de 2012

AGIR HONESTAMENTE LOGO VAI VIRAR MANCHETE


Na madrugada de domingo para segunda-feira, Rejaniel Santos e Sandra Domingues, catadores de papelão em São Paulo, encontraram R$ 20 mil, colocados em sacos plásticos abandonados atrás de uma árvore próxima ao viaduto onde dormem. Imediatamente, ambos entregaram o dinheiro à polícia.
Logo se descobriu que as cédulas haviam sido roubadas de um restaurante, cujos donos já receberam de volta uma quantia suficiente para mudar a vida dos dois moradores de rua. Nesta terça-feira, os principais jornais do país divulgaram com destaque o episódio.

É sempre um belo exemplo. Mas há algo de errado com um país onde quem age honestamente vira notícia de primeira página. Como explicar o espanto causado por um casal de brasileiros que, a rigor, apenas fizeram o que deve ser feito?

Uma das respostas está na imagem abaixo, que registra a calorosa recepção oferecida ao companheiro José Dirceu pelos participantes do 11° Congresso da Central Única dos Trabalhadores. Dezenas deles disputaram a honra de ser fotografados ao lado do réu que aguarda julgamento no Supremo Tribunal Federal por corrupção ativa e formação de quadrilha.

“A minha mãe me ensinou que não devo roubar”, disse o trabalhador não sindicalizado Rejaniel Santos. “E que devia contar à polícia se visse alguém roubando”. Os trabalhadores filiados à CUT aprendem que todo pecador companheiro é inocente. E que o crime compensa.

10 de julho de 2012

NOTA AO PÉ DO TEXTO

Mas eu insisto: claro que há algo errado num país que louva a honestidade escandalosamente nas mídias! Não deixa de ser um fato insólito um acontecimento como o que foi divulgado, mostrando um morador de rua - note-se: um morador de rua! - devolver um valor significativo - R$ 20 mil - por que falou mais alto, acima das suas necessidades, o princípio da honestidade.
Muitos fizeram piadas, outros exibiram charges debochadas, e leitores manifestaram a sua incredulidade ante um gesto considerado estúpido.
Como entender o gesto de Rejaniel que afronta a "esperteza" do enriquecimento  ilícito, da sonegação, do estelionato, da corrupção? Como entender a "ingenuidade" que coloca princípios acima da desonestidade?
Claro que tal afronta é um escândalo! Boquiabertos, vemos um habitante do submundo da desigualdade ferir o 'status quo' de uma sociedade que se acostumou a pensar, como diz o ditado, "farinha pouca, meu pirão primeiro"...
Como gosto de afirmar, "A verdade será sempre um escândalo".
m.americo

"DISTANCIADOS DA RAZÃO, LULA DEBOCHA DOS BRASILEIROS ENQUANTO O PT DEVASTA O PAÍS"



Nada mais me surpreende neste grande bordel que um dia foi a promissora República Federativa do Brasil. O mais lamentável é que não consigo vislumbrar no horizonte político o raiar de algum indício de melhora; ao contrário.
É desalentador ver uma nação, vocacionada para conduzir, ser conduzida por porteiros de casas de tolerância de quinta categoria.
O gigante continua deitado, só que não mais em berço tão esplêndido. Apequena-se com disseminação da desfaçatez e sente diminuir seu fulgor ante a sanha destruidora dos que teimam em reduzí-lo a mais uma mera republiqueta terceiromundista.

Prova disso é a reportagem de Otávio Cabral, publicada no site de VEJA, com informações sobre o escândalo dos aloprados, descoberto em 2006. Em conversas com amigos, o delegado Edmilson Pereira Bruno, da Polícia Federal, revelou que tanto o então presidente Lula quanto o hoje ministro Aloizio Mercadante, à época candidato a governador de São Paulo, sabiam da montagem de um dossiê contendo acusações forjadas para prejudicar o adversário tucano José Serra.

A gravidade das revelações é ampliada pela paralisação das investigações, determinada pelos superiores de Bruno. Essa obscenidade adicional ilumina as profundezas do submundo da política e escancara a face verdadeira da escória que governa o Brasil desde 2003. De costas para o cumprimento do dever, o então ministro da Justiça mostrou-se preocupado com um único detalhe: queria saber se o nome de Lula aparecia naquela conspiração.

Em vez disso, deveria, por exemplo, enquadrar o diretor executivo da PF, Severino Alexandre, por ter orientado Gedimar Passos, um dos detidos no hotel sobraçando a dinheirama suja, para excluir de seu depoimento nomes estrelados. Também o superintende Geraldo Araújo se valeu do cargo para dificultar as investigações. A trama descambou para o campo da criminalidade quando um dos envolvidos comunicou ao delegado Bruno que temia por sua vida porque a a missão que lhe fora atribuída era do conhecimento de Lula, Mercadante e dos principais dirigentes do PT. A pergunta é inevitável: se Gedimar temia ser morto, de quem partiria a ordem para eliminá-lo?

Distanciados da razão, Lula e o PT já não se preocupam em pelo menos disfarçar suas tr
ansgressões. Confiantes na impunidade perpétua, perambulam faceiros pelos sinuosos caminhos da arrogância e fazem, convencidos de que se tornaram inatingíveis. Engano. Pode demorar, mas haverá de chegar o dia em que serão obrigados a prestar contas à Justiça.

A inquietação decorrente dessa realidade perturbadora é potencializada pela constatação de que o o líder supremo de um governo que encalhou num pântano de escândalos é festejado pelos seguidores como benfeitor da humanidade. Semialfabetizado, recebe títulos e honrarias reservadas somente aos doutos e é frequentemente convidado para conferências caríssimas.

Na deformação haddadiana concebida, o apedeuta ridiculariza o erudito. Na inconsequência tomasiana assumida, o mito vulgariza a lei. Na Era da Mediocridade, Lula debocha dos brasileiros e o PT devasta o Brasil.

10 de julho de 2012
MAURO PEREIRA

QUEM FINANCIA A CAMPANHA DAS CENTRAIS SINDICAIS A FAVOR DOS MENSALEIROS? VOCE

Quem financia a campanha das centrais sindicais a favor dos mensaleiros ? Você!


As duas maiores centrais sindicais -- CUT e Força Sindical -- prometem mobilizar suas "bases" para pressionar o STF a absolver os mensaleiros. O engajamento, anunciado pela CUT, logo foi seguido pela Força Sindical, como noticiou o blog nesta terça-feira.

Pergunto: quem financia a campanha pela impunidade da quadrilha do Mensalão? Respondo: você, com o que lhe é descontado do salário a título de pagamento da contribuição sindical equivalente a um dia de trabalho por ano.

A quase totalidade do dinheiro arrecadado na marra dos trabalhadores para manter a paquidérmica organização sindical brasileira não é pequeno. 60% do que é arrecadado vão para os sindicatos; federações e confederações ficam com outros 20%; as centrais sindicais recebem 10%. Não é pouca coisa. Só no ano passado, a CUT recebeu quase R$ 32 milhões; a Força Sindical ficou com R$ 29 milhões.

Por obra e graça do companheiro Lula, que regulamentou as centrais sindicais em 2008, essas organizações receberam o beneplácito da imunidade. Foram desobrigadas de prestar contas da aplicação dos recursos inclusive ao Tribunal de Contas da União.
A rigor, podem fazer o que quiserem coma dinheirama -- inclusive prover meios para a arregimentação de uma massa-de-manobra para ressionar o Poder Judiciário a absolver criminosos.

Dilma Rousseff, que tem sido mais dura com as centrais do que seu criador, ainda assim foi extremamente cordata com relação à fiscalização. Ao sancionar a Lei de Acesso à Informação, que obrigou sindicatos a prestar contas da fração que recebem da contribuição sindical, manteve a imunidade das centrais sindicais.

Hoje, portanto, elas gozam de um privilégio que não é dado a nenhum outro segmento da economia ou da política. Ninguém sabe, a rigor, e não existem instrumentos legais que permitam saber, o que é feito do donheiro arrancado na marra do trabalhador e destinado pelo governo a essas organizações.

Certo mesmo é que pelo menos uma parte dele vai financiar atividades como a reabilitação de Delúbio Soares, cuja volta da proscrição foi marcada por um regabofe custeado pela pelegada cutista.
Não satisfeitos em transformar a entidade numa trincheira partidária -- o que é compreensível, dada a imbricação histórica entre o partido e a central -- os novos pelegos agora se dispõe a fazer o papel de reabilitadores de deliquentes caídos.
E tudo isso às suas custas.

10 de julho de 2012

VERGONHA: A CUT VAI AS RUAS EM DEFESA DOS "MENSALEIROS"

A Central Única dos Trabalhadores, entidade sincalista ligada diretamente ao então partido das vestais (PT), criticava tudo que era amoral e antiético no país e agora sairá as ruas (quem diria?) para cobrar do Supremo Tribunal Federal um julgamento técnico e não político dos mensaleiros (muitos filiados ao PT) acusados de formação de quadrilha, peculato, lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito, num esquema ardiloso de propina, que corrompia parlamentares, conforme disse o denunciante, o então deputado federal Roberto Jefferson (PTB), cassado em seguida, e também acusado no processo.

Antes do início da votação, na Câmara Federal, que o cassou em 2005, Jefferson fez um duro discurso contra o PT e o presidente Lula, com “farpas” para o relator de seu processo de cassação – Jairo Carneiro (PFL-BA): “Tirei a roupa do rei. Mostrei ao Brasil quem são esses fariseus”, gritou Jefferson, ao final do discurso, em uma referência aos integrantes do PT envolvidos no escândalo do Mensalão.

Dias atrás, como se não bastasse a tentativa (antiética) do ex-presidente Lula para empurrar, para depois das eleições municipais, o julgamento do processo do ‘mensalão’, há mais de 6 anos em apuração, para fazer cair no esquecimento o maior escândalo da história republicana deste país, o deputado federal André Vargas (PR), secretário nacional de comunicação do PT, tentou desacreditar, perante a sociedade brasileira, a independência e a honradez do próprio Supremo Tribunal Federal.

“Já imaginávamos que ia ter pressão, mas não imaginávamos que segmentos do Supremo seriam tão suscetíveis assim. Infelizmente , as ações do Supremo não são cercadas de austeridade exigida para uma Corte Suprema. Ministro do Supremo não é para ficar sendo aplaudido em restaurante por decisão contra o PT. Nos EUA, eles não podem nem tirar foto, mas aqui tem ministro do Supremo com vocação para pop star”, disse o parlamentar.

Ou seja, tentam de todas as formas possíveis e antiéticas enlamear o Supremo Tribunal Federal e consequentemente a seriedade do julgamento do esquema do ‘mensalão’. No entanto, a sociedade brasileira, em nome do estado democrático, tem o direito à verdade e de ver punidos, com o máximo rigor da lei, os que forem julgados culpados. Que o seja o mais breve possível.

A Central Única dos Trabalhadores posiciona-se, no episódio do mensalão, ao lado do corporativismo, na tentativa desesperada de encobrir a lama na política. Profundamente lamentável.

Que se indigne o povo brasileiro contra a falta de ética e decência na política e contra o sindicalismo tendencioso. Os caras-pintadas que compareçam as ruas para sufocar o grito insensato da CUT. Urgentemente, dentro da lei e da ordem democrática.
Milton Corrêa da Costa

A SAÚDE PRIVADA, MUITO CARA E RUIM

Por conta de um desastre de automóvel, o meu irmão teve fratura de fêmur exposta. Foi prontamente socorrido pelo Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, que eficientemente, retirou-lhe das ferragens do carro, em imediato transporte via helicóptero para o Hospital Miguel Couto.


Como o meu irmão possuía plano médico privado, caro, até aquele momento, considerado sério, a família resolveu deixar ele aos cuidados médicos desse grande e conhecido plano de saúde privada. O resultado dessa fatal medida, só mais adiante ficou constatado com a morte de meu irmão decorrente de uma simples fratura de fêmur, aos cuidados de um plano médico privado, muito conhecido e grande.

Entreguei à viúva um relatório detalhado de 10 páginas, mostrando todos os absurdos cometidos por esse plano privado, que por pura falta de competência geral no atendimento, conduziram ao óbito de meu irmão. Mas ela alegou não possuir recursos suficientes para fazer frente ao poderoso plano médico, além de não acreditar em nossa justiça, a exemplo de quase todos os brasileiros.

Diante disso, dei entrada no CRM/RJ de meu detalhado relatório de 10 páginas, cujo resultado final das investigações terminou por não chegar a lugar algum. E tudo ficou por isso mesmo. Foi mais um dos inúmeros casos de comprovação sobre a baixa competência dos planos de saúde privada, salvo as exceções.

Welinton Naveira e Silva
10 de julho de 2012

GOOGLE LANÇA CAMPANHA MUNDIAL CONTRA PAÍSES "HOMOFÓBICOS"

    
          Artigos - Movimento Revolucionário        
A mega-empresa de busca Google, famosa por apoiar o homossexualismo e o “casamento” de mesmo sexo, anunciou uma nova campanha no final de semana cujo foco será forçar sua ideologia homossexual em países que o Google descreve como “homofóbicos”.

Mark Palmer-Edgecumbe, diretor de diversidade do Google, fez o anúncio oficial durante a Cúpula Mundial do Ambiente de Trabalho LGBT em Londres em 7 de julho, e indicou que a iniciativa seria chamada de “Legalizem o Amor”.

“A iniciativa ‘Legalizem o Amor’ promoverá direitos humanos e atacará a discriminação no ambiente de trabalho em países que têm leis contra o homossexualismo”, o Google disse numa declaração escrita, de acordo com a CNN.

A campanha eventualmente se expandirá para todos os países em que o Google tem um escritório, disse Palmer-Edgecumbe, mas primeiro “focará em países com cultura homofóbica, onde existem leis contrárias ao homossexualismo”.
De acordo com o site Dot429, a estratégia do Google envolve “desenvolver parcerias entre empresas e organizações para apoiar campanhas de base”.

Entre os palestrantes da Cúpula Mundial do Ambiente de Trabalho LGBT constavam Bob Amnnibale, do conglomerado financeiro internacional Citigroup, e Claire Lucas, da Agência Americana de Desenvolvimento Internacional, organização do governo dos EUA (conhecida pela sigla USAID) que louvou a campanha do Google.

Claire disse: “O que vemos é que uma parceria entre empresas e o governo dos EUA tem muito poder. O governo dos EUA está trabalhando com algumas ONGs e algumas empresas numa parceria homossexual mundial. As empresas, juntamente com o governo dos EUA, estão financiando essas ONGs no mundo inteiro”. A USAID é famosa por forçar a contracepção, o aborto legal e a esterilização nos países em desenvolvimento em seus programas de controle populacional.

Bob Amnnibale, executivo do Citigroup assumidamente homossexual, disse: “O fato de que o Google é muito virtual e tem um apelo muito amplo, principalmente entre jovens, significa que o Google poderá espalhar a campanha muito, muito rapidamente”. Outro executivo, Harry Gaskell, comentou que as empresas ricas podem forçar seu influente peso financeiro nos países pequenos.

“Se estamos tentando mudar algo, os governos podem exercer poder diplomático, as ONGs podem avançar informações e argumentos, mas as empresas têm poder econômico para avançar tudo. Com essa força, até os países mais passivos darão atenção”, ele disse na cúpula, segundo o site Dot429.

Dot429 havia declarado em sua cobertura original que a campanha “Legalizem o Amor” foi lançada pelo Google “com a intenção de inspirar países a legalizar o casamento para lésbicas, gays e bissexuais no mundo inteiro”.
Subsequentemente, o Google divulgou uma correção, dizendo que a reportagem do Dot429 não é “precisa” e que a campanha não tem como alvo específico legalizar o “casamento” gay.

Para entrar em contato com o Google nos EUA:

Eric Schmidt, Chairman of the Board and Chief Executive Officer
Google Inc.
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Do LifeSiteNews: Google launches worldwide campaign against ‘homophobic’ countries

Thaddeus Baklinski
10 de julho de 2012

Tradução e adaptação: Julio Severo

FERNANDO PESSOA, A ERA DA GNOSE E O PROBLEMA DA MODERNIDADE

    
          Artigos - Cultura 
A capacidade do homem comum e vulgar, em geral, de discernir o futuro mais próximo por intermédio da intuição de “probabilidades pesadas”, não existe no gnóstico devido a uma fé metastática que o possui e controla.

Ao estudar os textos em prosa publicados de Fernando Pessoa — porque eu não os li, apenas: estudei-os, literalmente —, cheguei à conclusão de que não concordo com a mundividência dele em mais de 50%, embora também reconheça que ele foi mudando substancialmente de opinião à medida que avançava na idade, e não posso deixar de lhe reconhecer muita originalidade e mesmo genialidade na forma como construiu o seus raciocínios, mesmo que, a espaços, ideologicamente opostos entre si.

E mesmo com a formação do partido de Hitler na década de 1920, e com a sua ascensão ao poder a partir do início da década de 1930, Fernando Pessoa — que faleceu em 1935 — não conseguiu prever ou intuir o horror da II Guerra Mundial que teve o seu início em 1939 [apenas quatro anos após a sua morte]. E mais: Fernando Pessoa, que criticou duramente D. Manuel I pela expulsão dos judeus, e sendo ele próprio descendente de judeus, sempre foi um germanófilo de boa cepa, defendendo por exemplo a posição dos alemães na I Guerra Mundial. O que diria Fernando Pessoa dos seus ilustres alemães se pudesse ter assistido ao horror do holocausto nazi?

O caso de Fernando Pessoa e a sua relação próxima com os alemães é sintomático da dificuldade de alguém, vivendo as circunstâncias do seu presente, poder prever sequer o futuro mais imediato. Karl Popper fala-nos nas “possibilidades pesadas” de acontecimentos futuros, comparando-as com a probabilidade quase certa de nos sair um determinado número em um jogo de dados viciado: se o peso de um dos lados dos dados estiver viciado com chumbo, a “probabilidade pesada” é a que o número viciado nos calhe sistematicamente em sorte.


Mas Fernando Pessoa não conseguiu intuir qualquer “probabilidade pesada” em relação à capacidade dos seus admiráveis alemães em exterminar os seus queridos judeus: morreu convencido de que o partido nazi alemão seria apenas uma insignificante corruptela germânica de Mussolini. E a razão pela qual Fernando Pessoa não conseguiu intuir um futuro tão próximo do seu presente, prende-se com a sua fé metastática gnóstica — a Gnose. Fernando Pessoa era um gnóstico.

Um gnóstico não é alguém que não tenha um senso firme da realidade. Pelo contrário, no caso de Pessoa, ele tinha um conhecimento imenso da História, e fazia análises políticas do seu presente muito bem fundamentadas e com um raro sentido crítico.
O problema de Fernando Pessoa não era o passado e o presente, que ele conhecia muito bem: o problema dele era o futuro e a sua obsessão com o futuro.
E é com o futuro que os gnósticos se enredam e se vêem com “os burros na água”, porque perderam o sentido do senso-comum do homem vulgar.
A capacidade do homem comum e vulgar, em geral, de discernir o futuro mais próximo por intermédio da intuição de “probabilidades pesadas”, não existe no gnóstico devido a uma fé metastática que o possui e controla.

Com o advento da revolução francesa e do Positivismo, entramos todos na Era da Gnose, o tempo de predomino cultural e social dos novos gnósticos, em que se misturou a Gnose da antiguidade tardia, com a nova Gnose cientificista.
É assim, por exemplo, que Fernando Pessoa consegue ser um acérrimo defensor da ciência positivista e, simultaneamente, anunciar o seu místico apoio à maçonaria, por um lado, e por outro lado defender a veracidade absoluta das profecias do Bandarra e de Nostradamus — para além de se dizer, ele próprio, membro da Ordem dos Templários que, como sabemos, foi o esteio medieval da maçonaria operativa.
Portanto, a Gnose é no presente, como foi no passado, a confirmação absoluta do poder que Prometeu concedeu ao Homem.

No plano da ciência moderna, a Gnose passa pela afirmação da validade do cientismo. E na tipologia da religião moderna, a Gnose passa, por um lado, pela preponderância quase absoluta da imanência [seja nas religiões políticas, como por exemplo o marxismo, seja na imanência da Cabala ou do ocultismo, teosófico ou outro], herdada da tradição gnóstica antiga ou adotada pelos Templários; e, por outro lado, passa pela validação de uma visão maniqueísta do mundo — maniqueísmo entendido no sentido da religião de Mani, em que o Bem e o Mal são duas forças equivalentes — que adoptou de Heraclito a complementaridade dos opostos. Tudo isto se pode verificar, com uma cristalina clareza, nos textos em prosa de Fernando Pessoa

A partir do momento em que o gnóstico moderno — seja ele cientista ou um místico imanente [o que em termos da Gnose vai dar no mesmo] — encara o futuro a partir de uma perspectiva prometeica — segundo o conceito de Protágoras do “homem como medida de todas as coisas” — e imanente — na medida em que prepondera nele o determinismo absoluto em relação à realidade, ou o absolutismo tirânico do Destino segundo Fernando Pessoa —, a sua capacidade natural de intuir o futuro próximo das “probabilidades pesadas” fica altamente comprometida. E esta é uma das razões, por exemplo, por que a maçonaria [imanência] tem falhado rotundamente em quase todas as “apostas de futuro” que fez no século XX.

O século XX pode ser classificado como a Era em que as apostas dos gnósticos modernos no futuro redundaram em hecatombes humanitárias indizíveis. Tentando “forçar” o futuro em determinado sentido, os eventos entraram em retroacção, e a imprevisibilidade que é característica do futuro traiu os sonhos e as utopias traduzidos pela fé metastática dos novos gnósticos, com consequências catastróficas para a humanidade.

Corolário: o problema do nosso tempo, e da nossa crise, não é só de 2008: o problema vem de trás, dos Idos do século XVII. E enquanto não tivermos todos, embora obviamente uns mais do que outros, consciência do problema complexo que nos trouxe a Nova Gnose, não iremos sair do delírio interpretativo colectivo que obnubila o espírito do Homem moderno.
Orlando Braga

EM 4 DE JULHO, LEMBRE-SE: AMERICANOS NÃO SÃO FRANCESES

    
          Internacional - Estados Unidos
        
Existem livros de sermões cristãos que incentivavam a Revolução Americana. Aliás, foi a própria irreligiosidade da Revolução Francesa que mais tarde iria atemorizar tanto americanos quanto britânicos, antes mesmo que o derramamento de sangue começasse.

Hoje em dia é moda equiparar as revoluções francesa e americana, mas elas não têm absolutamente nada em comum além da palavra “revolução”. A Revolução Americana foi um movimento baseado em ideias, meticulosamente debatido por homens sérios no processo de criar o que se tornaria a nação mais livre e mais próspera na história do mundo.

A Revolução Francesa foi uma revolta da plebe. Ela foi a primogênita dos horrores da Revolução Bolchevique, do Partido Nazista de Hitler, da Revolução Cultural de Mao, do massacre de Pol Pot e do periódico levante de massas nos EUA, desde a Rebelião de Shay até os atuais vagabundos da turma do “Occupy Wall Street”.

A Revolução Francesa é a antítese ímpia da fundação dos EUA.

Uma diferença muito importante é que os americanos de fato conquistaram a liberdade e mais direitos individuais com a sua revolução, criando uma república. A Revolução Francesa consistiu em uma brutalidade inútil e bestial, seguida da ditadura de Napoleão, seguida por outra monarquia, para finalmente, 80 anos depois, chegar a algo que se parecia com uma atual república.

Dizem que ambas as revoluções vieram das ideias dos pensadores iluministas, a Revolução Francesa informada pelos escritos de Jean-Jacques Rousseau e a Revolução Americana influenciada pelos de John Locke. Isso é como dizer que tanto Reagan quanto Obama extraíram suas ideias de economistas do século XX: Reagan dos escritos de Milton Friedman e Obama dos de Paul Krugman.

Locke estava preocupado com os direitos de propriedade privada. Sua ideia era a de que o governo deveria permitir que os homens protegessem sua propriedade em tribunais de justiça, em vez de cada homem ser seu próprio juiz e sua própria força policial. Rousseau via o governo como o receptáculo para implantar a “vontade geral” e criar homens mais morais. Por meio do poder incontrolado do Estado, o governo iria “forçar os homens a serem livres”.

O historiador Roger Hancock resumiu as teorias dos revolucionários franceses dizendo que eles não tinham respeito pela humanidade ”exceto aquilo que eles propuseram criar. Para libertar a humanidade da tradição, os revolucionários estavam prontos para transformá-la completamente em produto da nova sociedade, reconstruí-la toda para satisfazer os desejos da vontade geral”.

Ao contrário das afirmações medíocres dos esquerdistas, que desejam de coração que os fundadores dos EUA tivessem sido mais como os camponeses iníquos da França, que saltavam alegremente com cabeças humanas em espetos, os fundadores dos EUA eram tementes a Deus, descendentes dos puritanos e de outros colonos cristãos.

Como escreve Steven Waldman no seu livro decisivo sobre o assunto, “Founding Faith” (”Fé Fundadora”), a Revolução Americana foi “intensamente moldada pelo Grande Despertamento”, um reavivamento evangélico nas colônias no início do século XVIII, liderado, entre outros, pelo famoso teólogo puritano Jonathan Edwards. Aaron Burr, o terceiro vice-presidente dos Estados Unidos, era neto de Edwards.

Existem livros de sermões cristãos que incentivavam a Revolução Americana. Aliás, foi a própria irreligiosidade da Revolução Francesa que mais tarde iria atemorizar tanto americanos quanto britânicos, antes mesmo que o derramamento de sangue começasse.
Os americanos celebram o 4 de julho, data em que a nossa solicitação por escrito pela independência da Inglaterra com base no “Deus da natureza” foi lançada ao mundo.

Os franceses comemoram a Festa da Federação Nacional, homenagem ao dia em que mil parisienses armados atacaram a Bastilha, assassinaram brutalmente seis guardas, desfiguraram seus corpos e colocaram suas cabeças em espetos, tudo isso para capturar armas e pólvora para mais tumultos do tipo. Seria como se os EUA tivessem um feriado nacional para comemorar os distúrbios em Los Angeles em 1992.
Entre as citações mais famosas da Revolução Americana está a de Patrick Henry: “Dê-me liberdade ou dê-me a morte!”

Entre os slogans mais famosos da Revolução Francesa está o de Jacobin Club, "Fraternidade ou morte”, remodelado por Nicolas-Sebastien de Chamfort, um satírico da revolução, como “Seja meu irmão ou te mato”.
O símbolo revolucionário americano é o Sino da Liberdade, tocado pela primeira vez para anunciar o novo Congresso Continental, logo após as batalhas de Lexington e Concord, e tocou pela segunda vez para convocar os cidadãos da Filadélfia para uma leitura pública da recém-adotada Declaração da Independência.
O símbolo da Revolução Francesa é a “Lâmina Nacional”: a guilhotina.

Dos 56 signatários da Declaração da Independência, todos morreram de causas naturais na velhice, com exceção de Button Gwinnett da Geórgia, baleado em um duelo não relacionado à revolução.
De todos os fundadores dos EUA, apenas mais um morreu de causas não naturais: Alexander Hamilton. Ele morreu em um duelo com Aaron Burr porque, como cristão, considerava um pecado maior matar outro homem do que ser morto. Antes do duelo, por escrito, Hamilton jurou que não atiraria em Burr.
Um presidente após o outro da nova república americana morreu tranquilamente em casa por 75 anos, até que Abraham Lincoln fosse assassinado em 1865.

Enquanto isso, os líderes da Revolução Francesa todos morreram violentamente, guilhotina por guilhotina.
O Quatro de Julho também marca a morte de dois dos maiores fundadores dos EUA: Thomas Jefferson e John Adams, que morreram da mesma forma, exatamente 50 anos depois que a Declaração de Independência foi assinada.
Fizemos isso por outros quase 200 anos, até que os democratas decidiram jogar a liberdade fora e nos transformar em franceses.

Ann Coulter

SUBSIDIARIEDADE E ECONOMIA DE MERCADO


          Artigos - Economia        

O chamado princípio da subsidiariedade é um dos preceitos que devem reger uma sociedade de indivíduos livres. Ele deve ser universal, basilar e imutável no tempo, o que o qualifica como parâmetro de referência para a análise e interpretação dos fenômenos sociais, assim como para a orientação da ação humana no campo social, em uma perspectiva ampla, que Mises denominava de Praxeologia — o estudo da ação humana. Esse princípio possui um profundo significado moral, por nos remeter aos próprios elementos ordenadores da vida em sociedade.

Este artigo pretende mostrar a importância da subsidiariedade dentro do pensamento libertário. Em particular, argumentar que é um dos pressupostos básicos da economia de mercado.

Se você tiver um problema com o seu vizinho de porta, o ideal é resolvê-lo sem recorrer ao síndico. Se a questão é no condomínio, o correto é levá-la ao síndico e não à administração regional de seu bairro. Se o problema for do bairro, melhor recorrer à administração e não à prefeitura. Caso seja da cidade, para que recorrer ao governador, se existe a figura do prefeito, que ganha para isso?
Da mesma forma, se as dificuldades são em um estado, deve-se buscar o governador e não o presidente do país. Estas regras básicas, que são respeitadas nas sociedades razoavelmente organizadas, compõem o princípio da subsidiariedade, a pedra angular do federalismo, da limitação do poder do estado e da liberdade individual.
O referido princípio baseia-se na ideia de que é moralmente perigoso retirar-se a autoridade e a responsabilidade inerentes à pessoa humana, para entregá-la a um grupo, porque nada pode ser feito de melhor por uma organização maior e mais complexa do que pode ser conseguido pelas organizações ou indivíduos envolvidos diretamente com os problemas. A subsidiariedade é consequência de três importantes aspectos da própria existência humana.

O primeiro é a dignidade da pessoa humana, que é decorrente do fato de termos sido criados à imagem e semelhança do Criador ou, para quem é ateu e/ou acha que fé e razão não se misturam, é decorrente do simples fato dos homens serem racionais. Assim, remover ou sufocar a responsabilidade e a autoridade individuais equivale a não reconhecer suas habilidades e sua dignidade.

O segundo é a complexa questão da limitação do conhecimento, soberbamente analisada por Hayek e outros estudiosos, especialmente os economistas da Escola Austríaca de Economia. Como o conhecimento na sociedade é incompleto e apresenta-se sempre espalhado desigualmente, a negação do princípio da subsidiariedade, que ocorre quando as soluções dos problemas são passadas para o estado ou para organizações hierarquicamente superiores, na prática, acarreta uma ilusão de ótica, uma crença em um "olho central" que pode enxergar todas as coisas, conhecer todas as necessidades e demandas individuais, regular os setores envolvidos a contento e solucioná-las da forma socialmente correta. Ora, o planejamento central sempre fracassou e haverá de fracassar exatamente porque esse "olho" não apenas não existe, mas principalmente porque jamais poderá existir.

Por fim, o terceiro aspecto que justifica a regra da subsidiariedade é a solidariedade com os pobres e menos favorecidos, simplesmente porque essas pessoas são mais do que meramente a sua própria pobreza, por possuírem o atributo da dignidade, a despeito de suas carências materiais. Com relação a esse terceiro aspecto, é sempre importante lembrar que individualismo e egoísmo são atributos distintos e que a Escola Austríaca se caracteriza pelo individualismo metodológico, que nega a existência de entidades agregadas (e não por algo como um "egoísmo metodológico").
Alguns libertários pretendem negar a necessidade de sermos solidários; isto, além de negar a própria vida em sociedade, pois nos levaria, em seu extremo, a uma economia autística (a do ser solitário, em contraposição à do ser solidário) parece desconhecer que solidariedade não significa aceitar políticas redistributivistas impostas pelo estado (esta é, talvez, a razão que leva os libertários bem intencionados a negarem a importância da solidariedade); solidariedade — como qualquer outra virtude — deve ser voluntária. Ademais, não existe exemplo maior de como é importante esse atributo da solidariedade do que o do próprio funcionamento do processo de mercado. O mercado, sim senhor, é um exemplo claro de solidariedade uns para com os outros, cada um buscando individualmente os seus fins!

Os programas governamentais de transferências de rendas, mesmo se fossem bem intencionados e bem gerenciados (não acredito que possam ser), só são capazes de enxergar as necessidades materiais. Além disso, os engarrafamentos quilométricos provocados pela burocracia, somados à insuficiência de conhecimento total dos problemas, impedem esses programas de atenderem a todas as necessidades das pessoas humanas.

Como a pobreza se manifesta de várias formas, bastante complexas e às vezes muito distantes da mera falta de bens materiais, quem vive mais perto dos necessitados está necessariamente melhor posicionado, em termos de conhecimento, não apenas para ajudar a resolver as necessidades materiais, mas para dar um tratamento mais adequado às demais. Em outras palavras — e para me fazer entender de vez — quem, por exemplo, conhece melhor as necessidades de transporte de Dona Chica? Seu vizinho ou um político que mora em outra cidade?

Nas palavras de Madre Teresa de Calcutá, solidariedade significa que "o rico salve o pobre e o pobre salve o rico", uma vez que ambos tendem a ganhar com sua interação. A erradicação da miséria e o alívio da pobreza, em sua forma correta, não são unidirecionais, porque levam ambos — o que doa e o que recebe — a serem abençoados, na linguagem cristã.

Tais reflexões parecem-nos particularmente importantes, especialmente em países em que prevalece o péssimo hábito — secular e cultural — de cultivar a centralização política, econômica e administrativa.

Uma economia de mercado plena, isto é, sem qualquer interferência do estado, requer a subsidiariedade também plena e um sistema político em que a representatividade seja completa também requer completo respeito à subsidiariedade.
Em termos práticos, parece impossível tanto um caso quanto o outro, bem como a ocorrência simultânea de ambos, mas o que pretendemos destacar é a importância do princípio da subsidiariedade para as sociedades de indivíduos livres, definidas à la Hayek, como sendo grupamentos de indivíduos agindo em economias de mercado e sujeitos a normas gerais de justa conduta, prospectivas e iguais para todos.

Como estudioso da Escola Austríaca, tenho a firme convicção de que os problemas econômicos devem ser solucionados pelo processo de mercado, ou seja, pela interação entre compradores e vendedores, cada um agindo de acordo com suas preferências e expectativas e sem qualquer controle por parte de um mecanismo centralizador e, por definição, opressor.

Nesse sentido, jamais acreditei, apenas a título de exemplo, que algo como a Comunidade Europeia, o Banco Central Europeu e o Euro pudessem dar bons resultados de forma duradoura, exatamente porque negam e desrespeitam flagrantemente o princípio da subsidiariedade, já que os três são exemplos claros de centralização e sabendo que onde há centralização não pode haver ação humana individual livre e, portanto não pode existir liberdade, ou economia de mercado. E como, onde não há economia de mercado não pode haver progresso duradouro, essas experiências já nasceram fadadas ao fracasso. Podem iludir muita gente durante algum tempo, mas um dia revelam sua verdadeira face de fracassos.

Da mesma forma, jamais acreditei que algo como o Mercosul pudesse dar certo, porque, além dos contratempos citados, temos que incluir o caráter de verdadeiros primatas do século XXI de alguns governantes latino-americanos...

Imaginemos um condomínio em que um morador seja alemão, outro italiano, outro português, outro grego, outro espanhol, outro francês e assim por diante. E suponhamos que as decisões do condomínio sejam centralizadas. Se os moradores português, italiano, grego, espanhol, francês, etc. gastarem água, luz e gás das áreas comuns muito acima dos padrões normais, as respectivas contas do condomínio serão infladas. Estará o alemão interessado em bancar os excessos de seus vizinhos?
E, supondo que os gastadores fiquem endividados, será que ele vai querer ajudá-los, deixando, por exemplo, de realizar uma festa no casamento de sua filha primogênita? Assim ocorreu na Europa. Na América do Sul, nem chegou a ocorrer, dado o caráter primata que predomina entre os políticos da área, cujo exemplo mais recente é o da "punição" ao Paraguai e a admissão da Venezuela ao bloco...

Outro exemplo claro de que o princípio da subsidiariedade, quando não é respeitado, prejudica a economia de mercado é o da própria existência dos bancos centrais. Em outras palavras, a existência mesma de um banco central agride o princípio da subsidiariedade e, portanto, a economia de mercado. E por quê? Bem, parece ser inegável que cada agente econômico tem uma necessidade de moeda característica e bastante específica.
Sendo assim, como pode uma autoridade central, localizada distante de cada agente, determinar qual deve ser a quantidade de moeda "ótima" para o total dos agentes? Além disso, como pode essa autoridade, sendo monopolista, atender bem aos interesses reais de cada agente? É evidente, então, que um sistema de moedas competitivas atende melhor a esses interesses, por estar baseado no nosso princípio da subsidiariedade.

Poderia dar outros exemplos, mas creio que esses já são suficientes argumentos para mostrar que subsidiariedade e economia de mercado são as duas faces de uma mesma moeda.
O ideário libertário, portanto, não pode deixar de levar em conta a importância do princípio da subsidiariedade para o desenvolvimento de autênticas economias de mercado, com os bons frutos daí decorrentes. 

Ubiratan Iorio
10 de julho de 2012

ENTENDENDO O 9 DE JULHO



Em 1932 o Estado de São Paulo rebelou-se contra o Estado Novo e foi derrotado. Foi a última tentativa de lutar contra o Estado gigante, centralizado e patrocinador do desenvolvimento. Esta é de fato a verdadeira crença de nossa elite política, de todos os matizes. Desde então firmou-se o consenso em torno da centralização de poder típica do Estado moderno.
Assista em vídeo ao comentário de Nivaldo Cordeiro.
http://www.youtube.com/watch?v=s09LSRDMchs&feature=player_embedded

Nivaldo Cordeiro