Artigos - Governo do PT
Um monte de idiotas úteis nas ruas que nem sabem quem os está conduzindo, só pode pedir o quê? Idiotices! E um governo – Executivo e Legislativo – mentiroso só pode oferecer o quê? Mentiras! Tais respostas, de tão óbvias, nem deveriam ser dadas. Isto se fosse apenas para meus leitores habituais, mas como alguns imbecis arruaceiros podem ler este texto, elas são necessárias.
Uma destas promessas em resposta ao "grito rouco" (ou louco?) das ruas poderá morrer na praia, literalmente: o destino de 75% dos royalties do pré-sal para a educação e 25% para a saúde. Reportagem da BBC News Business de 14/05 revela a próxima revolução nas fontes de energia que pode tornar a prospecção do pré-sal economicamente inviável por desnecessária.
Tais promessas são como um cheque sem fundos de um governo reconhecidamente estelionatário.A reportagem diz:
"Um mais do que esperado incremento nas reservas americanas de gás de xisto pode mudar a balança de poder entre os novos produtores e os antigos’. Nos próximos cinco anos os EUA possuirão um terço das reservas de óleo, de acordo com a International Energy Agency (IEA). Os EUA passarão de maiores importadores para um dos mais lucrativos exportadores de energia".
Como resultado, ‘as necessidades de importação de petróleo do Oriente Médio devem cair muito, provocando uma onda mundial’, declarou a diretora executiva da IEA, Maria van der Hoeven. Este desapontamento ocorrerá não só no Oriente Médio, mas também nos exportadores da Iberoamérica e o Brasil em sua expectativa de tornar-se um deles.
O texto que segue não é de minha autoria, recebi pronto de um correspodente, com exceção do parágrafo de conclusão.
Shale oil production adds economic value, but critics say the costs to the environment are also large
Gás de Xisto (Shale gás) e pré-sal: o mundo é pequeno para os dois
Duas tecnologias novas desenvolvidas recentemente nos Estados Unidos estão revertendo todos os prognósticos de rápida alteração no equilíbrio de forças econômico do planeta e podem afetar seriamente o sonho brasileiro de achar um corte de caminho para o clube dos grandes do mundo.
A primeira envolve injetar uma mistura de água, areia e produtos químicos em estruturas rochosas que contêm microporos cheios de gás de modo a liberar os hidrocarbonetos aprisionados nelas. A segunda torna muito mais fácil chegar às mais finas camadas dessas rochas enterradas a baixas profundidades, além de permitir a perfuração de diversos poços a partir de um único ponto de partida.
Essa nova fonte de energia é resultante de esforço paralelo para a descoberta de energias alternativas algumas, já descobertas, estão na busca de escala economicamente viável.
Essas duas novas técnicas de extração do que por lá se chama de “shale gas” estão provocando uma verdadeira explosão nos números de produção de gás e petróleo dos Estados Unidos e barateando de tal forma os custos de diversas industrias intensivas em energia que todos os prognósticos sobre a “crise sistêmica” da economia americana, que estaria irremediavelmente condenada a ser engolida por economias emergentes, estão sendo refeitos.
Os entornos de Pittsburgh que, nos últimos anos, pareciam um cemitério de velhas siderúrgicas desativadas, assistem hoje a uma corrida frenética de capitais americanos, russos, franceses e até chineses para voltar a fabricar aço com a energia mais barata do mundo.
O Maciço Marcellus, uma formação geológica de rochas arenosas impregnadas de gás e óleo se estende por quase 1.000 quilômetros ao longo das montanhas Apalaches do estado de Nova York até o de West Virgínia.
Somente no ano passado o governo da Pennsylvania emitiu 2.484 permissões para a perfuração desse novo tipo de poço de petróleo.
Somente os poços da porção do Maciço Marcellus nesse estado produziram 895 bilhões de pés cúbicos de gás em 2012, partindo de 435 bilhões no ano anterior.
Em 2008 essa produção era igual a zero.
Isso representou uma injeção de US$ 14 bilhões na economia da Pennsylvania no ano passado (dados da Economist). Arkansas, Louisiana, Oklahoma e Texas viveram explosões semelhantes. A produção de gás e petróleo extraído dessas rochas quadruplicou nos Estados Unidos entre 2007 e 2010 e acrescentou 20% à produção nacional de petróleo em geral nos últimos cinco anos. Técnicos da British Petroleum afirmam que a produção deve continuar crescendo à base de 5,3% ao ano até 2030 e que, já no fim deste ano os Estados Unidos ultrapassarão a Rússia e a Arábia Saudita e se tornarão o maior produtor de petróleo e gás do mundo.
O preço do gás nessa região caiu de US$ 13 o BTU em 2008 para US$ 1 a 2 no ano passado, o segundo preço mais baixo do mundo depois do Canadá. As fabricas americanas consumidoras de gás estão pagando 1/3 do que pagam as alemãs e ¼ do que pagam as coreanas.
Gás barato também se traduz em eletricidade barata. Em 2011 as fábricas americanas nessas regiões já estavam pagando metade do custo da energia no Chile ou no México e ¼ do que se paga na Itália.
Não é só a indústria de metalurgia que se beneficia com isso. Além de todas as demais, as de uso intensivo de energia, como as de plásticos, fertilizantes e outras também se tornam imbatíveis. E, além disso, os Estados Unidos têm a maior rede do mundo de oleodutos e gasodutos, o que espalha facilmente essa riqueza a preço baixo para todo o país.
A Costa do Golfo, onde existe outro maciço dessas rochas, também vive um forte renascimento industrial. Fábricas instaladas no Chile estão sendo desmontadas e transportadas inteiras para a Louisiana.
A Bridgestone, a Continental e a Michelin, revertendo um longo processo de declínio, estão reativando e aumentando suas fábricas de pneus na Carolina do Sul.
Tudo gira em torno do início da exploração de novas jazidas de rochas porosas como as da Bacia Permian, na Louisiana, a de Eagle Ford Shale, no Texas, a da Formação Baken em Dakota do Norte e a Mississipi Lime, que atravessa o subsolo de Oklahoma até o Kansas.
O efeito da redução das importações de petróleo no déficit comercial americano foi de US$ 72 bilhões no ano passado, ou 10% do déficit total. Esse “petróleo não convencional” gerou US$ 238 bilhões em atividades econômicas diretas, 1,7 milhão empregos e US$ 62 bilhões em impostos só no ano passado, sem contar os efeitos indiretos decorrentes da redução nos preços da eletricidade, do gás e dos produtos químicos.
Analistas do Citigroup e do UBS calculam que só essa indústria vai gerar um crescimento de 0,5% do PIB norte-americano por ano nos próximos anos além de ensejar um renascimento das industrias de manufaturas nos Estados Unidos. As decisões recém anunciadas da GE de trazer de volta da China e do México para o Kentucky a produção de sua linha branca, e da Lenovo, o gigante chinês de hardware que comprou a linha de computadores pessoais da IBM, de produzi-los na Carolina do Norte são apontados como os primeiros passos desse processo de reversão.
O efeito dessa inovação nos preços internacionais do petróleo ainda são pequenos. Mas os Estados Unidos, que foram os maiores importadores do mundo e rapidamente se tornarão autosuficientes, não são o único lugar do mundo onde existe esse tipo de formação rochosa que, lá, praticamente aflora do chão.
De modo que o Brasil, que já está gastando por conta de reservas de petróleo enterradas a seis ou sete quilômetros debaixo do fundo do oceano, cuja extração começa a se tornar economicamente palatável com o barril acima de US$ 100 no mercado internacional, deveria por as barbas de molho e pensar melhor antes de jogar dinheiro fora. Pois, por tudo que já se sabe por enquanto, o mundo ainda é pequeno demais para o “shale gas” e o pré-sal ao mesmo tempo.
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À guisa de conclusão para posterior investigação: uma América auto-suficiente em energia ameçaria muito aos três sistemas globalizantes: o metacapitalista, o eurasiano e o islâmico. Aposto mil contra um que não tardam as manifestações de ecologistas, ambientalistas e outros istas contra a extração de xisto pelos danos ao meio ambiente. E com a atual administração americana os apoiando...
05 de julho de 2013
Heitor De Paola