Exclusivo
– A Polícia Federal está atrás de um motoboy chamado Roberto. O
motociclista profissional, que está desaparecido, tem em seu poder 10
comprometedores envelopes com documentos de alto interesse para a Operação Porto
Seguro. O rapaz simplesmente não cumpriu a missão de entregar o material enviado
ao consultor José Dirceu de Oliveira e Silva pela agora exonerada chefe de
Gabinete da Presidência da República, Rosemary Novoa de Noronha.
Amiga
pessoal do ex-Presidente Lula da Silva, ela foi indiciada por coordenar um mega
esquema de corrupção ativa e tráfico de influência para beneficiar empresas que
faziam negócios com o Governo Federal. A avaliação geral é que Rose não tinha
competência para comandar, sozinha, um esquema tão complexo. Logo, Rose tinha um
chefão por trás dela. Quem era? A PF e o MPF só não descobrem se não
quiserem.
Outra bomba mantida em sigilo da Operação Porto Seguro deixa
Lula e Rose na maior saia justa. A Superintendência da Polícia Federal, em
Brasília, já está de posse de 122 gravações de conversas telefônicas entre Luiz
Inácio Lula da Silva e Rosemary Novoa de Noronha. Ele a chamava de “Rose” ou
“Rosa”. Ela o tratava pelo amoroso apelido de “Tio”. Nas conversas, Rose passava
ao amigo informações sobre quem deveria receber em audiência e para quem deveria
mandar documentos.
Todo esse material sigiloso – que pode ser varrido do
mapa pelas conveniências do poder – foi recuperado por uma empresa de alta
tecnologia paulista que pode tornar públicas as informações, caso sofra ameaças
ou retaliações.
Os arquivos foram recuperados de um computador cujo Hard Disk
(HD) fora formatado, na vã tentativa de esconder e eliminar informações
comprometedoras.
O azar dos bandidos é que a empresa, com tecnologia israelense,
consegue salvar 100% dos dados de um disco rígido que tenha sido formatado até
oito vezes seguidas.
Agora, o medo maior do Palácio do Planalto é que
vazem documentos ainda mais comprometedores sobre Rose e suas ligações pessoais
e de negócios com Lula – e também com José Dirceu.
A Presidenta Dilma Rousseff
fará neste domingo sua terceira reunião seguida do desesperado Gabinete de
Crise. Neste sábado, em mais uma tensa sessão de espinafração, Dilma resolveu
exonerar Rosemary Novoa de Noronha.
Como ela não pediu exoneração, conforme fora
aconselhada a fazer, acabou saída por Dilma.
A Presidenta escalou seu
Secretario-Geral Gilberto Carvalho para transmitir a terrível notícia a Lula,
assim que ele desembarcou da viagem à Índia.
Dilma também canetou José
Weber Holanda Alves (Advgado-Geral-Adjunto da União. Só não se sabe se o
superior dele Luis Inacio (com S) Adams tenha repetido a costumeira artimanha do
Luiz Inácio (com Z), alegando que nada sabia sobre o que seu imediato fazia de
errado.
Dilma pode também afastá-lo, assim que puder. Adams, que sonhava com o
STF, agora vive um pesadelo acordado e tem tudo para ficar desempregado.
Mais uma bomba! A Agência Brasileira de Inteligência foi alertada em
outubro de que haveria uma investigação sobre Rosemary. No informe de
classificação A1A, a Abin informou ao Gabinete de Segurança Institucional da
Presidência de que Rosemary enviava documentos para apartamentos em Interlagos e
nos Jardins. O material seria destinado, pessoalmente, a José Dirceu e Luiz
Inácio Lula da Silva
Lula teria falado sobre o delicadíssimo assunto da
investigação sobre Rose com a Presidenta Dilma durante o último jantar antre
ambos.
Dilma cobrou da PF se havia tal investIgação. Foi-lhe alegado que nada
havia na PF, mas que poderia ter algo sendo engendrado no Ministério Público.
Quinze dias atrás, Dilma soube que o caso era gravíssimo e poderia estourar a
qualquer momento.
E explodiu feio! Na verdade, tudo parece um grande
contra-golpe. O que teria desencadeado o ápice da Operação Porto Seguro foi o
movimento radical do PT contra a Justiça, o Ministério Público e,
especificamente, contra o Procurador-Geral Roberto Gurgel – ameaçado de
indiciamento da CPI do Cachoeira. O “troco” ao radicalismo burro da petralhada
veio em alta velocidade.
Agora, a PF e o MPF têm um complicado
quebra-cabeças para montar – que mais parece o roteiro de uma novela mexicana.
Também não será fácil provar que a Dilma não tinha “domínio dos fatos”.
Parece
que se repete a novela do Mensalão – com milhões de reais de agravantes, já que
não dá para crer que uma super-secretária e amiga de Lula tinha poder para
coordenar todo o crime que agora lhe atribuem.
Foi o
“Black Friday de Lula”
Em tese, um mito nunca morre. Mas
os poderes míticos se enfraquecem. Seja por influência do Poder da Justiça ou do
Poder Divino. O risco de condenação judicial provoca danos à imagem, ainda mais
se acabar em condenação, com pagamento de multas, prisão e, pior ainda, perda de
direitos políticos.
Já a condenação divina pode custar mais cara ainda. Perder a
voz ou a vida, por acaso, tem preço?
Eis os dois perigos atualmente
sofridos pelo mito Luiz Inácio Lula da Silva. Não resta dúvidas de que a
temporada de caça a Lula está abertíssima. A estrela máxima do PT corre o risco
de sair ofuscada ou até apagada por várias investigações judiciais já públicas
ou que ainda correm em segredo judicial: Mensalão parte 2, BMG-PT-Lula,
Delta-Cachoeira, Petrobrás e Eletrobrás.
Mas sexta-feira estourou a gota d´água
contra Lula e seus parceiros: a Operação Porto Seguro – que até podia ter sido
criativamente batizada de “Aguenta, Coração”...
O caso
mais grave é o conjunto de provas materias sobre a existência de um Gabinete
Paralelo da Presidência da República, operando no 3º andar do prédio da Previ,
na esquina da Rua Augusta com Avenida Paulista, em São Paulo.
O “escritório”
servia para práticas de crimes de tráfico de influência e corrupção ativa. Em
troca de muita grana, favores, “presentinhos” ou viagens, a quadrilha promovia
fraudes de documentos públicos ou soluções pouco convencionais de problemas para
empresas interessadas em fazer negócios ou licitações com o Governo
Federal.
O batom na cueca vermelha de Lula é que todo o esquema era
comandado por uma amiga muito íntima dele: Rosemary Novoa de Noronha, chefe de
gabinete da Presidência da República em São Paulo – que acabou exonerada neste
sábado pela irada Presidenta Dilma Rousseff.
As investigações da PF indicam que
a “Doutora Rose”, como era mais conhecida, recebia salário de de R$ 11.179,36
para servir ao ex-Presidente.
Até sexta-feira, Rose era um “Porto Seguro” para o
“Tio” Lula. Agora, se transforma em uma “Atração
Fatal”.
Nos bastidores petistas, todo mundo sabe que Rose talvez
só seja menos importante para Lula que a ex-primeira dama Mariza Letícia.
Literalmente, Lula tomou um tiro no coração com a operação Porto Seguro da PF e
do MPF.
A desagradável surpresa aconteceu no momento em que Lula recebia, no
palácio presidencial Rashtrapati Bhavan, em Nova Déli, na Índia, o prêmio Indira
Gandhi pela Paz, Desarmamento e Desenvolvimento 2010.
Em São Paulo, sem dúvida,
foi armada uma arapuca para declarar guerra total a Lula, acabando com a paz
dele – inclusive e principalmente dentro de seu apartamento, em São Bernardo do
Campo.
Como o caso corre no famoso e providencial “segredo judicial”, são
gigantescas as chances de não serem tornadas públicas as ligações telefônicas
entre os super amigos Rose e Lula. As Velhinhas de Taubaté do PT já espalham na
mídia amestrada a fantasiosa versão de que “não resta dúvida de que Lula não
sabia das atividades ilegais atribuídas ao grupo, que integrava um esquema que
produzia pareceres favoráveis aos interesses de grandes empresas junto ao
governo federal”.
CPI da
Rose?
A previsão do tempo para segunda-feira é: O Brasil
explode politicamente. Dilma tentará se blindar, com discurseira de combate à
corrupção, justificada com as exonerações em alta velocidade. Tudo pode piorar
se o dólar subir, sem controle do Banco Central, alimentando o risco de
problemas econômicos.
Segunda-feira também recomeça o julgamento para
definição de penas dos condenados no Mensalão. No Congresso, a oposição falará
grosso contra Lula e o PT, pedindo uma CPI sobre a escandalosa Operação Porto
Seguro que também mexe com o ex-senador Gilberto Miranda – que é ligadíssimo ao
poderoso presidente do Senado, José Sarney.
Investigações da PF indicam
que “Doutora Rose” era responsável pela nomeação e pelas ações fora da lei
promovidas pelos “Irmãos Vieira”: Paulo Rodrigues Vieira, diretor da Agência
Nacional de Águas (ANA), Rubens Carlos Vieira, diretor de Infraestrutura
Aeroportuária da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e Marcelo Rodrigues
Vieira, também da Anac. Detalhe importante: os irmãos Vieira eram apadrinhados
de Lula, Rose e Dirceu.
O escândalo transforma em “roubo de galinha” o
Mensalão agora julgado no STF. Envolve servidores da Agência Nacional de
Transportes Aquaviários (Antaq), da Anac, da Superintendência do Patrimônio da
União (SPU), do Tribunal de Contas da União (TCU), da Advocacia Geral da União
(AGU) e do Ministério da Educação (MEC). A organização criminosa atuava também
agilizando processos em órgãos públicos e falsificando documentos em troca de
dinheiro e vantagens. Os pareceres fraudados eram usados por empresas
interessadas em processos de licitação junto ao governo.
“Doutora Rose”
era poderosa e muito influente. Na década de 90, foi assessora de José Dirceu de
Oliveira e Silva. Naquela época, conheceu Luiz Inácio.
Rose começou a trabalhar
no governo Lula em 2003 como assessora especial do gabinete da Presidência em
São Paulo. Em 2005, virou a “Doutora Rose, ao ser nomeada chefe de gabinete do
escritório regional da Presidência, na Avenida Paulista.
Rose já esteve
envolvida em problemas no governo Lula. Em 2006, quando explodiu o escândalo
dos gastos com cartões de crédito corporativos, o nome dela estava na lista de
65 servidores que fizeram saques para pagamento de despesas da Presidência.
O
deputado Indio da Costa (DEM-RJ), então candidato a vice-presidente na chapa de
José Serra (PSDB), e o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) pediram a convocação de
Rose para depor na CPI criada para investigar o uso dos cartões corporativos. O
caso, como tantos outros, deu em nada.
Rosemary é tão ligada Lula que
costumava participar da maioria de suas viagens internacionais, nos oito anos de
governo. Chegou a fazer 17 viagens presidenciais, entre 2005 e 2010. Somando
todas, teria embolsado R$ 45 mil em diárias. Rose costuma integrar o Escav
(escalão avançado), equipe que preparava a chegada de Lula aos países. Rose
estaria separada de José Cláudio de Noronha.
O ex-marido marido ocupa um cargo
de assessoria especial na administração regional da Infraero em São Paulo. Deve
ser também “justiçado” pela ira de Dilma.
A cúpula petista sabia que Rose
era amiga íntima de Lula. Logo, se ele “não sabia de nada” que ela fazia, o
maior mito apedeuta do universo poderia se considerar um sujeito traído?
Se for, e voltar ao Brasil jurando pela felicidade da nação corinthiana
que de nada sabia, Lula merecerá ser tratado como uma espécie de “Grande
Corno Político”.
Talvez a ele se aplique uma versão atualizada e
parodiada de um velho provérbio:
“Diga-me com quem amas que vos
direi quem és”.
O risco real: esse perigoso caso pode acabar em
ruptura institucional ou na pizza podre de sempre...
Vida que segue... Ave atque Vale!
Fiquem com Deus.
25 de novembro de 2012
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e
Professor.