"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sábado, 16 de fevereiro de 2013

QUANTO MAIS SE MUDA

 


quanto mais1Desde 1924 por influência da União Soviética, aderiu ao marxismo passando a chamar-se República Popular Mongólica. Com o término do comunismo na Europa Oriental (1989), a Mongólia empreendeu um lento e tortuoso caminho em direção à democracia, que culminou com a constituição liberal de 1962.

Foi um dos poucos países que manteve o culto a Lênin, mas depois de ter tirado a estátua de Lênin do centro da capital, decidiu fechar o museu dedicado ao líder soviético, que está sendo reformado e abrigara uma exposição de dinossauros.

Pois sai um jurássico para dar lugar a outros.


16 de fevereiro de 2013
Giulio Sanmartini

NÃO SE PODE CONFUNDIR PREVENÇÃO COM COVARDIA



Dos anos 70 para trás, toda família tinha uma arma em casa para se defender. Os números mostram que os crimes eram muito infinitamente menos numerosos que hoje. E mais: quem sempre praticou assassinatos com armas de fogo foram os bandidos. Porque arma para bandido sempre foi liberada.

Claro, as exceções existem com as armas caseiras, mas são poucas, como acidentes e um ou outro que esquenta a cabeça e mete fogo no vizinho.

Não se pode confundir prevenção com covardia, pois o Homem é ataque e defesa. A maioria não é de ataque, é defesa, por isso tem o direito à arma.

Por que as pessoas insistem em querer que os outros sejam iguais a elas? Se elas não gostam do azul, tem gente que gosta de azul. A resposta disso está nas religiões e ideologias com suas fantasias de mundo perfeito e falsa-moral. Essas coisa que não têm explicação científica.

Só servem aos fiéis com a sua fé cega. E a fé remove montanhas. O problema é que, com montanhas removidas, o campo que se abre pode ser uma neo-URSS ou o paraíso cubano. Aí o povo não tem direito a nada e armas só para os bandidos do poder.

16 de fevereiro de 2013
Mauro Julio Vieira

MARINA SILVA LANÇA SEU PARTIDO, O REDE SUSTENTABILIDADE, COM APOIO DE HERDEIRA DO BANCO ITAÚ

 

O novo partido que está sendo criado pela ex-senadora Marina Silva vai se chamar Rede Sustentabilidade. A partir desta segunda-feira, será iniciada a coleta de no mínimo 500 mil assinaturas, em ao menos nove Estados, para que na nova sigla seja aprovação pelo Tribunal Superior Eleitoral. Caso contrário, adeus candidatura.

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Marina Silva discursa durante evento para a criação de um novo partido.<br /><br /><br />
Foto: Givaldo Barbosa / O Globo
Marina dá “alfinetada” no PT

O trabalho de busca de adesões será feito pela internet e em ações de colaboradores nos Estados, que deverão seguir o mesmo esquema usado na eleição de 2010, quando voluntários montavam em suas residências comitês conhecidos como “Casa de Marina” para dar suporte à campanha presidencial da candidata.

O lançamento da Rede Sustentabilidade foi sábado de manhã no Unique Palace, o mais concorrido e caro point de Brasília, onde são realizadas as principais convenções e festas da corte federal. O luxo se explica e se justifica, porque Marina Silva não tem problema de patrocinador.

Depois de ter sua campanha presidencial em 2010 bancada pelo empresário Gilberto Leal, do grupo Natura, a ex-senadora agora é patrocinada pela socialite paulista Maria Alice Setubal, filha do banqueiro Olavo Setubal e detentora de 3,5% das ações da holding do grupo Itaú.

“SUJEITO POLÍTICO”

Em seu discurso, Marina Silva afirmou: “O que está acontecendo aqui é um partido para questionar a si próprio, e tem que ser assim. Não pode ser partido para eleição. Não é o principal. Estamos em uma nova visão de mundo, de sujeito político que não é mais espectador da política, esse sujeito é protagonista”.

Com isso, Marina deu uma alfinetada no PT, partido criado sob o critério da “permanente autocrítica”, mas que abandonou essa prática depois de chegar ao Poder.

A festa teve a presença da ex-senadora Heloisa Helena. O ex-ministro e cantor Gilberto Gil não compareceu ao evento, mas mandou uma mensagem gravada, exibida em um telão, dizendo que a ex-senadora Marina Silva cumpre uma “importantíssima” tarefa levando pelos quatro cantos do país a “modernização da vida política do Brasil” e tentando “requalificar a dimensão da política”.
16 de fevereiro de 2013
Carlos Newton

LIVRE PENSAR É SÓ PENSAR (MILLÔR FERNANDES)

 

 
16 de fevereiro de 2013

ECOS DO CARNAVAL: NA PROCISSÃO DO SAMBA, A FAVELA LEVOU A PIOR

 

Tem um quê antropológico o desfile das escolas de samba dos grupos B, C e D na Estrada Intendente Magalhães, no subúrbio de Campinho. Por ali se apresentam, todos os anos, em torno de trinta agremiações que, alijadas da Sapucaí, desfilam tradições e anseios para um público certamente inferior a qualquer bloco de sujos da Zona Sul.


Desfile em Campinho

Divididas em três noites, muitas delas têm mais de cordão do que de escola de samba: fantasias que se repetem todos os anos, alegorias sem acabamento e com ferros e madeiras de sua estrutura expostas ao escárnio da platéia e as indefectíveis baterias emprestadas de escolas maiores, que delas levam as marcas dos naipes de tamborins e os cortes secos ou malemolentes dos surdos.

Do carnaval da Intendente, há um dado com o qual é difícil brigar: nenhuma escola que andou pelo Grupo Especial de 2000 para cá desceu a estes grupos em algum momento.

CONDENAÇÃO AO OSTRACISMO

Ou seja: desfilar para as arquibancadas tubulares é quase uma condenação ao ostracismo. E não é de se espantar que ali estivessem escolas como a Em Cima da Hora, a Unidos de Lucas e o Arranco do Engenho de Dentro, todas com passagens marcantes pelo primeiro grupo nos tempos áureos do carnaval carioca e cujos dias de glória hoje se resumem aos sambas clássicos entoados durante o “esquenta” de suas baterias.

A própria Em Cima da Hora, campeã do Acesso B e que disputará a malfadada Série Ouro – monstrengo de 19 escolas de samba que desfilam na sexta e sábado de carnaval na Sapucaí, com as bençãos da Rede Globo – teve de se render a uma estranha coalizão de lideranças comunitárias do bairro de Cavalcanti que expulsou em 2009 os antigos diretores, ligados ao comércio da região e ao dia-a-dia dos terreiros de candomblé, e injetou recursos de origem duvidosa que proporcionaram uma ascensão meteórica do último grupo para o segundo em apenas três anos.

Fala-se, para 2014, na reedição do velho “Os Sertões”, de Edeor de Paula, samba de sucesso no carnaval de 1976. Parece a única oportunidade de concorrer com agremiações subvencionadas por prefeituras da Baixada Fluminense e garantir, ao menos, quatro notas dez no quesito “samba enredo”.

A VIZINHA NÃO FALA MAIS

Se em Cavalcanti a esperança por dias melhores está em um samba do passado, no Morro da Providência – a mais antiga favela da cidade ainda de pé – a Vizinha Faladeira assinou em 2013 o próprio atestado de óbito.
Pela segunda vez. A escola ficou de 1940 a 1990 sem desfilar após ter sido desfiliada da antiga União Geral das Escolas de Samba do Brasil, órgão rapidamente infectado pela bactéria xenofóbica do Estado Novo que decidiu a expulsão da escola de seus quadros após a apresentação do “tema estrangeiro” Branca de Neve e os Sete Anões.

Rebaixada este ano do último grupo para a irrisória federação dos blocos, incapaz de organizar um espetáculo minimamente atraente, a extinção surge como um caminho inevitável. Ao contrário de sua co-irmã suburbana, a Vizinha emendou o terceiro rebaixamento seguido, e desfilou com um contingente tão pequeno que, visto de cima, lembrava uma ala do Grupo Especial.

No Morro da Favela, até hoje os moradores mais antigos desmentem Ismael Silva e afirmam que a Vizinha Faladeira, e não a Deixa Falar, foi a primeira das escolas de samba.
No carnaval que passou, ao contar a própria história em “O Brasil Está em Festa, A Visão da Pioneira”, o mau gosto de uma “comissão de carnaval” que não se dignou a deixar nomes e sobrenomes encerrou, ao menos por mais uma janela do tempo, a trajetória de um patrimônio vivo da cultura carioca, que parece tão esquecido da historiografia quanto as versões contadas por seus torcedores.

PONTO DE CULTURA

Agir para manter vivas estas agremiações quase centenárias, seu repertório de sambas e a capacidade criativa de suas comunidades é medida imperiosa.
Afinal, nem tudo se resume a rebaixamentos e desfiles maltrapilhos: o cotidiano das quadras continua a fervilhar, em ensaios e concursos que revelam compositores e ritmistas de talento e, ao fim das contas, como ponto de encontro de populações que não têm outras opções de lazer saudável.

A criação da inchada Série Ouro, exibida pela televisão com bons índices de audiência, contribuiu para abrigar escolas de samba que estavam próximas da extinção e que, da noite para o dia, acordaram a um passo do Grupo Especial.

Para as outras três divisões, abrigadas em Campinho, não parece haver outra solução: profissionalização, divulgação e firmeza no relacionamento com a Prefeitura, a maior patrocinadora destas escolas. Afinal, se blocos que se reúnem um punhado de vezes por ano se mostram bem administrados e sustentáveis, escolas de samba que são espaços de socialização permanentes em regiões afastadas do centro também podem se manter vivas e progredir enquanto lugares de memória e pontos de cultura que são.
16 de fevereiro de 2013
Lucas Alvares

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE

 


16 de fevereiro de 2013

MARINA SILVA É UM FENÔMENO EM MATÉRIA DE ARRANJAR DINHEIRO PARA BANCAR SUA CARREIRA POLÍTICA

 

A ex-senador e ex-ministra Marina Silva revela um talento surpreendente na política, ao demonstrar enorme facilidade para conseguir patrocinadores. Na disputa presidencial de 2010, ele deu um golpe de mestre e conseguiu o apoio do empresário Gilberto Leal, fundador do grupo Natura e que saiu candidato a vice-presidente e bancou a campanha do PartidoVerde.



De lá para cá, não faltaram patrocinadores a Marina Silva, que lança neste sábado o projeto de seu novo “partido, frente ou rede”, até agora ninguém sabe ao certo. A festa será no Unique Palace, que fica a 500 metros da Ponte JK.
É o mais concorrido point de Brasília, onde são realizadas as principais convenções e festas da corte federal, inclusive casamentos de parar literalmente o trânsito.
O luxo se explica e se justifica, porque Marina Silva não tem problema de patrocinador.

Como o empresário Gilberto Leal cansou de aventuras políticas, a ex-senadora logo conseguiu o apoio da socialite Maria Alice Setubal, que se apresenta como “doutora em psicologia da educação pela PUC-SP e presidente dos Conselhos do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária, da Fundação Tide Setubal e do Instituto Democracia e Sustentabilidade.

Traduzindo: Maria Alice, conhecida socialmente como Neca, é filha do banqueiro Olavo Setubal e detentora de 3,5% das ações da holding do grupo Itaú, uma fortuna estimada em R$ 5 bilhões. É a própria Neca Setubal que está comandando a arrecadação de recursos do novo partido de Marina Silva e que assinou o cheque para patrocinar a festa do lançamento deste sábado em Brasília.

Portanto, para Marina Silva, arranjar dinheiro é fácil. Difícil vai ser conseguir as 500 mil assinaturas de eleitores, em nove estados, em tempo hábil para que o novo partido (ou frente ou rede) esteja registrado até o início de outubro, a tempo de participar da próxima eleição presidencial. Este é o verdadeiro desafio.

ESQUECEU OS BANQUEIROS…

O repórter Paulo Gama, da Folha, revela que o estatuto provisório do novo partido que a ex-senadora Marina Silva decidiu criar veta o recebimento de doações de fabricantes de bebidas alcoólicas, cigarros, armas e agrotóxicos.

A norma barraria até contribuições que a própria Marina recebeu em 2010, quando foi candidata à Presidência pelo PV. Naquela campanha, ela teve entre seus financiadores a Ambev, que fez doações que somaram R$ 400 mil. No total, ela recebeu R$ 25 milhões.

Para disputar as eleições de 2014, o partido tem de estar registrado até um ano antes da eleição, ou seja, até o próximo dia 4 de outubro. A minuta do estatuto e o manifesto de criação serão discutidos e votados neste sábado, em Brasília. Os setores banidos estão entre os grandes doadores eleitorais.

Sozinhos, os quatro maiores doadores da indústria de bebidas repassaram R$ 100 milhões a candidatos desde 2002.
Os banqueiros, curiosamente, foram esquecidos na lista de vetos. Por que será?

16 de fevereiro de 2013
Carlos Newton

QUEM FOTOGRAFOU OS 18 DO FORTE?

Siqueira Campos escapou do massacre de Copacabana, morreu num desastre de avião. Borges de Medeiros não se interessa em ser presidente, governou o Rio Grande por 25 anos.

 


Muita coisa não se guarda na memória nem se obtém com pesquisa. Exemplo: quem fotografou os heróis do primeiro 5 de julho, o de 1922. Já falaram dois nomes, não se tem certeza.


Também ninguém cita o capitão Euclides da Fonseca, comandante do Forte de Copacabana, filho do general-presidente Hermes da Fonseca. Que ficou detido no Quartel General, enquanto os companheiros cumpriam o combinado.

Não foi Siqueira Campos quem estimulou a revolta, e sim os 17, 48 horas antes de Euclides ser detido. Formaram os oficiais, Euclides falou: “Vamos enfrentar o governo, ninguém é obrigado, pode ir para casa”.

Em 1930, Siqueira Campos, (junto com João Alberto, os dois da Coluna Prestes) foi ao Uruguai convidar Prestes para chefiar a Revolução de 30. Prestes disse que aceitaria se “a Revolução fosse comunista”.
Os dois vieram embora, o avião caiu em frente a Montevideu. João Alberto não sabia nadar, se agarrou na asa do avião, foi salvo. Siqueira Campos, campeão de natação do Exército, morreu aos 30 anos de idade. O avião era um Latecoere da Condor, muitos anos mais tarde, Cruzeiro do Sul.

“CONTESTAÇÃO” CONTESTADA

Você é engraçadíssimo, Montalvão. Mesmo na Tribuna impressa, quando chegavam suas cartas, eram momentos hilariantes. Como agora. Você quer, pela força de sua pressão, que para participar do Tratado de Versalhes de 11 de novembro de 1918, Rui ou Epitácio não fossem convidados por Rodrigues Alves, presidente eleito,e sim por Artur Bernardes. Há!Há!Há!

Artur Bernardes só entraria em cena, eleito presidente, em 1º de março de 1922, 4 anos depois. E você finalmente tem razão. Bernardes tomaria posse em 15 de novembro, mas de 1922, 4 anos depois de tudo que estamos revendo.

Rodrigues Alves, que não assumiria nunca, morreu em janeiro de 1919. Quem poderia ficar no lugar dele seria Delfim Moreira, que sofria do que se chamava na época “faculdades mentais”. A doença dos dois permitiu a eleição de Epitácio.
E antes disso, os 11 meses da “regência Mello Franco”, como está na História e já contei. Em vez do Google, Montalvão, com toda a generosidade, você devia ler este repórter.

RUI NÃO FOI SENADOR EM 1921

Montalvão, desculpe, mas Rui não morreu senador. E por que ele renunciaria a um mandato (que não tinha) em março de 1921, para se eleger novamente em junho do mesmo 1921? Além do mais, acredite: no Império ou na República, nunca, MAS NUNCA MESMO, houve eleição de senador em ANO ÍMPAR.

No Império, os senadores eram 2, vitalícios, nomeados pelo Imperador. Na República, a primeira eleição direta foi em 15 de novembro de 1890, ano PAR, como você sabe há muito tempo.
 Em 1896, Rui seria reeleito, mas antes se exilou (primeiro na Argentina, depois em Londres) por causa de um rompimento com o Marechal Floriano, que assumiu a Presidência rasgando a Constituição.

E sabe por que não havia eleição em ano ÍMPAR? Porque todos os mandatos eram PARES. Excetuado o presidente da República, governadores, senadores, deputados federais e estaduais, precisavam do “referendo”.

Em 1896, Rui foi reeleito senador. Manuel Vitorino, baiano, vice-presidente de Prudente de Moraes, e J. J. Seabra, senador, queriam vetar Rui Barbosa.
O governador Luiz Viana, grande figura, nada a ver com o filho ou o neto, mais tarde também “governadores” (as aspas são indispensáveis), chamou o vice e o senador, repreendeu os dois: “Vocês estão malucos? Querem vetar um senador que é chamado de o maior brasileiro vivo?”. Recuaram, Rui foi empossado,

PINHEIRO MACHADO

Fica valendo que eu disse: “fazia” presidentes, mas jamais conseguiu “fazer” a si mesmo. Na primeira eleição para senador em 1890, Pinheiro Machado não se elegeu. Só chegou à capital, ao Distrito Federal, à Corte, em 1894, quando foi eleito o primeiro presidente civil, Prudente de Moraes.
Quanto a Borges de Medeiros, nada a contestar. Foi poderoso mesmo, governou o tempo que lhe interessava.

EM 1914, QUASE TODOS ERAM “REFORMISTAS”, MENOS RUI

Borges de Medeiros foi governador do Rio Grande do Sul de 1898 a 1908, 10 anos seguidos, num estado que tinha grandes lideranças que passaram à História. Quando Rui fez seu discurso violento contra Pinheiro machado, em 1914, renunciando à segunda candidatura, Borges de Medeiros era governador, não precisando de ninguém, nem queria ser presidente.

Quando Pinheiro machado foi assassinado em 1915, Borges continua governador, seu objetivo era o estado, que considerava mais importante do que qualquer coisa. Deixou o governo em 1915, foi eleito novamente em 1916, e aí bateu todos os recordes ficando até 1928, 12 anos seguidos. Por que estaria interessado em simples mudança numa Constituição?

Rui não admitia mudança, por convicção. Proclamava: “Por que mudar uma Constituição que só tem 23 anos?”. (1891/1914). Morreu com 97 anos, sem cargo, mas como presidente de honra da seção gaúcha da UDN, baluarte da derrubada da ditadura.

Meu grande amigo Helio Silva, que escreveu mais de 20 livros, com o título “A República não esperou o amanhecer”, deixou gravado: “Antes de escrever a História do Brasil, é preciso escrever a História do Rio Grande do Sul”. E confessava: “Principalmente por causa do Borges de Medeiros”.

Você, Montalvão, é mal informado, indelicado, grosseiro mesmo. A respeito do discurso de Rui em 1914, renunciando à candidatura presidencial, você diz, como se fosse o arauto de tudo: “Não existiu”. Eu nunca desminto ninguém, nem mesmo você, que pretendia que Bernardes (em 1922) convidasse Rui ou Epitácio (em 1918), anos antes de ser presidente.

O AUTOR DA FOTO DOS 18 DO FORTE

Confessei que esqueci o nome do autor da ótima foto dos 18 do Forte. Como eu sabia o nome do autor, e não sei mais, esqueci. Aqui mesmo, dois comentaristas deram nomes diferentes ao fotógrafo dos jovens tenentes.
Devem estar convencidos de que tinham razão. Podem até descobrir quem foi o autor da foto, mas ser grosseiro com que queria contribuir para o debate sem grosseira?
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PS – Em toda a História da República, só três presidentes foram eleitos diretamente, em ANOS ÍMPARES. Na República Velha, ninguém. Todos os outros cargos, sempre preenchidos em anos PARES. Desculpe.

PS2 – Muitas ditaduras, no fim de uma delas, em 1945, o marechal Dutra. Em 1946, a Constituinte aumentou o mandato presidencial para 5 anos, o primeiro ÍMPAR a partir daí, foi JK. Jango foi vice que tomou posse depois do “malabarismo” de Janio.

PS3 – Em 1994, FHC acreditava na vitoria de Lula, reduziu o mandato para 4 anos, acabou com a eleição em ano ÍMPAR.

16 de fevereiro de 2013
Helio Fernandes

RÁPIDO, UMA RENÚNCIA E UM CONCLAVE PARA O PT

 

Pode parecer má vontade, mas não é. Trata-se de simples reconhecimento da situação. O presidente do PT, Rui Falcão, anuncia para fevereiro de 2014 a realização do V Congresso Nacional do partido, “para debater erros, acertos e desafios”.


Pede para sair…

Ora bolas, como justificar que o PT vai perder mais um ano batendo cabeça, explicando o inexplicável que foi o mensalão, exaltando seus ex-dirigentes condenados a penas de prisão, escondendo companheiros e companheiras envolvidos em falcatruas e disputando palmo a palmo empregos no governo?
O que fazer para superar esse erros, ao mesmo tempo elaborando uma agenda de acertos, entre eles projetos de reforma política, social e tributária, revisão do pacto federativo e demais exigências do momento?

Não se duvida de que o PT, hoje, assemelha-se ao Vaticano, nas palavras de Bento XVI: dividido e pleno de hipocrisia por parte de muitos de seus representantes. Escondendo denúncias de pedofilia política e óbvia luta pelo poder. Seria demais esperar a renúncia do Papa, que não é o Lula, muito mais para São Pedro, mas bem que Rui Falcão poderia afastar-se para dar início imediato a um conclave capaz de substituir o velho pelo novo. Cardeais não faltarão. Imagine-se caso Joseph Ratzinger tivesse anunciado que só daqui a um ano deixaria o pontificado. A Igreja não suportaria tanto tempo: explodiria antes. Esses vinte dias já estão sendo difíceis de atravessar. Agora um ano, segundo o PT…
 
CONVITE AO LADRÃO
 
Escreveu Shopenhauer que o fato de o cidadão comum dormir com um revólver debaixo do travesseiro serviria apenas para a comodidade do ladrão.
Nada mais correto, valendo o conselho para quantos ainda mantém armas em casa, mesmo depois da proibição.
O diabo é que, em contrapartida da entrega dos nossos revolveres à polícia, deveríamos dispor de um sistema público de segurança em condições de impedir os meliantes de entrar em nossas casas. Como tal não acontece, permanece a dúvida cruel.
 
OS JOVENS E OS VELHOS
 
Desde que o mundo é mundo, prevalece a evidência de que só os jovens podem viver no futuro, enquanto os velhos vivem no passado.

Mais de cinqüenta anos atrás, dava gosto olhar para a frente. Havia Kennedy nos Estados Unidos, Kruschev na União Soviética, dois repositórios de esperança. Para não falar de De Gaulle, na França, Nehru, na Índia, João XXIII no Vaticano e até João Goulart, no Brasil.

Dá saudade lembrar de como os jovens acreditavam no futuro, assentados num presente fulgurante. O Circo de Moscou foi ao Rio de Janeiro e no encerramento do espetáculo apagavam-se todas as luzes, com o Maracanã lotado por mais de 100 mil pessoas.

Por um desses truques comuns mas surpreendentes, aparecia dando a volta no estádio, lá em cima, um Sputnik iluminado e ao som de intermináveis bips-bips. A multidão entrava em paroxismo. Era o socialismo ultrapassando os demais regimes.

Naquele mesmo ano, no primeiro Festival da Canção Popular, ganhou um russo gordo e simpático cantando “Noites de Moscou”, que a juventude inteira entoava sem entender uma só palavra daquela língua estranha.
 
Pois é. A nós, velhos, restam as lembranças. Aos jovens, duvidar de que Eduardo Campos será capaz de reviver o socialismo…
 
O FILHO E O GENRO
 
Bethowen entusiasmou-se com Napoleão, dedicando-lhe uma de suas mais belas sinfonias, a “Heróica”, homenagem ao general-estadista que empolgava a Europa. O tempo passou, o genial compositor desiludiu-se, rasgou a partitura em tiras e apenas explicou: “o filho da Revolução tornou-se o genro da reação”.
Porque se conta o episódio? Com todo o respeito, porque tem um certo herói do proletariado transformando-se celeremente no salvador do empresariado…

16 de fevereiro de 2013
 Carlos Chagas

CASCATA OU LOUCURA? AS FOTOS DE HUGO CHÁVEZ DIZEM UMA COISA, ENQUANTO O COMUNICADO DO GOVERNO DIZ OUTRA. QUEM ESTÁ MENTINDO?

 

De acordo com um comunicado lido pelo ministro da Comunicação da Venezuela, Ernesto Villegas, na quinta-feira, o presidente Hugo Chávez tem dificuldades para falar e respira com a ajuda de uma traqueostomia, devido a sequelas da infecção respiratória adquirida após a cirurgia para combater o câncer.


Traqueostomia???

“A infecção respiratória (…) foi controlada, mas ainda persiste um certo grau de insuficiência. Devido a essas circunstâncias, que estão sendo devidamente tratadas, o presidente Chávez respira através de cânula traqueal, que lhe dificulta temporariamente a fala”, disse Villegas, em pronunciamento transmitido em cadeia nacional de rádio e televisão.

Na sexta-feira, uma surpresa mundial. São divulgadas fotos em que Chávez aparece com as filhas, e em seu pescoço não há sinais da traqueostomia nem aparece a tal “cânula traqueal” citada por Viegas. Ou seja, as fotos não foram feitas agora, embora em algumas delas apareça um exemplar do jornal Granma do dia 14, quinta-feira. Tudo muito estranho.

E fica mais estranho ainda quando na mesma quinta-feira, o vice-presidente Nicolás Maduro tivesse anunciado que conversara com o presidente bolivariano, que estava conectado a equipamentos e sem condição de falar. Maduro disse ainda que Chávez enfrentava complicações em seu estado de saúde e seria submetido a tratamentos pesados.

Como é, então, que no dia seguinte Chávez aparece assim, sorridente e sem o menor vestígio da traqueostomia?
Traduzindo: as fotos são uma tremenda cascata ou o vice-presidente Maduro e o ministro Villegas são dois lunáticos que precisam ser internados com a máxima urgência. E la nave va…

16 de fevereiro de 2013
Carlos Newton

ALCKMIN NA VEJA: "PREFIRO SER CRITICADO A ME OMITIR".E UM SONORO "NÃO" À DESCRIMINAÇÃO DA MACONH A

 

Excelente a entrevista que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, concede a Otávio Cabral na VEJA desta semana.
Alckmin vai ao ponto: os tempos andam um tanto favoráveis a governantes omissos, desde que eles reproduzam a cartilha do politicamente correto.
Quem paga o pato são os pobres e os que mais precisam da ação do estado, eis a verdade.
 
Abaixo, reproduzo alguns trechos da entrevista, que tratam do programa de combate ao crack em São Paulo, da descriminação da maconha e da onda de violência em São Paulo no fim do ano passado.
Leia a íntegra na edição impressa da revista.
 
 
*** *** ***

Geraldo Alckmin é um homem fiel a suas origens. Em duas horas de entrevista no Palácio dos Bandeirantes, fez diversas referências à sabedoria da política no interior do estado. Citou o prefeito de Indaiatuba, para quem prender ladrões “é como pescar lambari. Ele invocou a etiqueta de chamar as pessoas como elas querem ser chamadas, aprendida em Pindamonhangaba, sua cidade natal, para explicar por que diz “presidenta” Duma. Sob o jeito pacato, no entanto, esconde-se um administrador decidido e sem medo de críticas. Alckmin respondeu aos que discordam de seu programa de internação compulsória de viciados em crack e anunciou que a bancada do PSDB submeterá ao Congresso um projeto que endurece as penas para menores infratores.
 
VEJA – O senhor lançou em janeiro um projeto que prevê a internação compulsória de dependentes de crack. Isso provocou reações da oposição e de algumas organizações, que alegaram que ele desrespeita os direitos individuais dos dependentes. Passado um mês do inicio do programa. O senhor acha que acertou?

ALCKMIN -
Sem dúvida. As críticas que recebemos se baseiam na ideia de que não se deve fazer nada com os dependentes a não ser que eles procurem ajuda. Trata-se de uma atitude muito cômoda e prejudicial ao viciado e à sociedade. E a lógica perversa da omissão. Ela se vale de uma total inversão de valores em que sai ganhando não o governante que faz. mas o que deixa de fazer. Se não combate o crime, não é acusado de encher as cadeias. Se não reprime o consumo de crack, não é acusado de truculência. Se não interna dependentes químicos, não é acusado de desrespeitar direitos individuais. É assim que o inoperante, o omisso se livra de críticas. Eu não me deixo paralisar pela lógica perversa da omissão. Prefiro agir e ser criticado a me omitir e não enfrentar o problema. Sei que as mães e os pais dos dependentes se sentiram atendidos. Ouço o clamor dessas mães e também o dos pais e até o de filhos desses dependentes. Vejam o caso da jovem que dopou o pai para levá-lo à internação. Não temos o direito de ignorar essa tragédia. Vou enfrentar quaisquer críticas, mas, repito, não vou me omitir.
 
Parte dos seus críticos sustenta que a política de redução de danos seria mais adequada. Eles estão errados?

Sim, claro. A política de redução de danos simplesmente não funciona com os viciados em crack. Os danos que essa droga provoca são devastadores. O tamanho e a intensidade do problema não permitem que esperemos mais. Hoje, o crack é uma questão gravíssima de saúde pública e também de segurança: em todas as capitais há cracolândias e 90% das cidades têm viciados, em sua maioria jovens vindos de famílias mais pobres. O programa que lançamos criou um centro que agora fica aberto 24 horas por dia, sete dias por semana, com médicos, psicólogos e assistentes sociais. E, pela primeira vez. há a presença de juízes, promotores e defensores públicos. A decisão judicial sobre a internação sai na hora, mesmo que o dependente não queira.
 
Qual é a sua opinião sobre a descriminalização da maconha, bandeira do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso?

FHC é um grande homem, um grande político, um grande intelectual e revela um senso de atualidade ao abordar o tema. Mas. nesse particular, discordamos. Penso o contrário disso. Como podemos descriminalizar a maconha se nem conseguimos impedir que o álcool seja vendido a menores? Acho que a prioridade é outra. O Brasil tornou-se o principal consumidor de crack do mundo. E o segundo de cocaína. Isso é um descalabro.
 
Foram mortos mais de 100 policiais em São Paulo em 2012. Qual é a responsabilidade de seu governo?

Nessa questão da violência, mais uma vez, o governo é criticado não por deixar de agir, mas por ter agido e reduzido significativamente os índices de criminalidade. No fim da década de 90, o estado de São Paulo tinha 14000 homicídios por ano, o que dava uma média de mais de 35 mortes por 100.000 habitantes — era o quarto estado mais violento do país. Treze anos depois, o número foi reduzido para 4 500 mortes, ou seja, onze assassinatos por 100000 habitantes. O Brasil tem 22.6 homicídios por 100000 habitantes. Isso é mais do que o dobro de São Paulo. Saímos da posição de quarto estado com maior índice de homicídios para o 25° lugar. O que ocorreu foi que, no segundo semestre de 2012, houve uma reação do crime organizado à ação dura da polícia, principalmente no combate ao tráfico. O bandido, ao matar policial e incendiar ônibus, quer desviar o foco para poder traficar em paz.

 
16 de fevereiro de 2013
Por Reinaldo Azevedo

A HERANÇA MALDITA DE LULA DA SILVA

 


Lula da Silva é louvado e exaltado não só no Brasil como no exterior. Sua fama de “pobre trabalhador” que chegou à presidência da República e acabou com a miséria no país fabricando uma “nova classe média”, impressiona.
O que a maioria não percebe é que tal falácia indica uma parcela de pessoas com renda familiar per capita entre R$ 291,00 e R$ 1.019,00.
 
A estapafúrdia classificação de renda é da SAE (Secretaria de Assuntos estratégicos da Presidência da República) e, segundo o órgão, a nova classe média representa 54% da população brasileira.
Aparentemente tais indivíduos são tão prósperos que podem comprar o que quiserem: carros zero, roupas de grife, eletrodomésticos de todos os tipos, além, é claro, de usufruir de quantas viagens internacionais desejem.
Como se vê, Lula faz mais milagre do que o Padim Padre Cícero ao multiplicar o pouco dinheiro de seus súditos.
 
A propaganda enganosa está tendo continuidade. Coube à sucessora Rousseff acabar com a pobreza extrema e ela disse que o fará até março.
O caridoso programa que objetiva o novo milagre foi apelidado de “Brasil Carinhoso”.
Consiste em adicionar R$2,00 à renda per capita de pessoas que vivem com menos de R$ 70,00 por mês. Somando-se os R$ 2,00 a alguns trocados de uma bolsa esmola e a pobreza extrema será extinta no próximo mês.
Portanto, senhores leitores, ajudem a presidente a acabar com a desigualdade no Brasil, se encontrarem um remanescente da pobreza sejam generosos, salve-o com R$ 2,00.
O paraíso Brasil, porém, está se desfazendo. E chega de dizer que o fiasco do governo Rousseff se deve apenas a crise externa.
Se isto conta, contam mais a herança maldita de Lula da Silva, a inaptidão da presidente, os erros cometidos pelo ministro da Fazenda e pelo obediente presidente do Banco Central. Esta é a realidade do Brasil dos “pibinhos”, lanterninha dos BRICS, campeão de violência urbana e da incompetência nas áreas da Saúde, Educação e infraestrutura.
Hoje não dá para saber se mais pessoas morrem por falta de atendimento hospitalar ou pelas armas dos bandidos.
Acrescente-se que Lula inaugurou universidades que não existem, privilegiou a quantidade em detrimento da qualidade em educação, inventou cotas para acirrar o preconceito racial.
Recorde-se ainda que seu ex-ministro da Educação, eleito por sua vontade prefeito de São Paulo foi um fracasso em termos do Enem e de orientação pedagógica através de livros que ensinavam que 10 - 7 = 4 ou forçavam a opção sexual de crianças de tenra idade.
 
Pesquisas mostram, contudo, que a popularidade da presidente sobe cada vez mais. Ela é a faxineira, tão ética que seguindo a orientação do seu mentor recebeu recentemente o ex-ministro do Trabalho Carlos Lupi e o ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento, ambos por ela defenestrados por conta de esquemas nada edificantes, quer dizer, pura corrupção.
Lula disse que os coitadinhos estavam chateados e mereciam um gesto de carinho de Rousseff, ou seja, esquecer a faxina de faz de conta e tratar de trazer o PR e o PDT ao aprisco petista tendo em vista apoios para a eleição presidencial de 2014. Prontamente a presidente obedeceu ao mestre.
 
A faxineira, sob o comando de Lula, também ajudou eleger Renan Calheiros presidente do Senado e Henrique Alves presidente da Câmara, ambos crivados de processos e notórios protagonistas de escândalos.
Vale tudo para o PT se manter no poder, incluindo o espetáculo degradante de Genoino tomando posse como deputado. Nada de cassação para ele e para os outros condenados como João Paulo Cunha (PT), Valdemar da Costa Neto (PR) e Pedro Henry (PP).
Henrique Alves afirmou que não obedeceria ao STF quanto a cassação dos indigitados e logo voltou atrás.
Espertamente, porém, enviará o caso para a Comissão de Ética que certamente demorará eticamente o tempo suficiente para que os criminosos terminem seus mandatos. Tudo bem. Afinal, Henrique Alves disse que seus pares foram abençoados pelo voto popular.
 
Entrementes, são claros os sintomas da herança maldita de Lula da Silva e de sua sucessora. Vejamos alguns:
 
A produção industrial caiu 2,7%, o pior resultado desde a crise internacional de 2009. O emprego industrial naufraga no ABC e serviços já tem mais de 50% das vagas.
O ano de 2012 ficou marcado pela alta da inadimplência que continuará a crescer.
A Petrobrás, arrebentada pelo PT, tem a primeira queda de produção em oito anos.
O Rio São Francisco, maior obra do PAC, está empacado e dando grandes prejuízos. Aliás, as obras do PAC não deslancham conforme persuade a propaganda. E o pior de tudo, a inflação disparou e o governo não está conseguindo deter o processo.
 
Ainda assim, Lula ou Rousseff estão certos de que poderão ser abençoados pelo voto popular.
 
16 de fevereiro de 2013
Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga.

COONESTANDO A ILEGALIDADE

Surpreendentemente, a Imprensa noticiou encontro realizado, sob rigoroso sigilo, em dezembro passado, por iniciativa do Ministro da Defesa, entre os comandantes da Marinha, do Exército, e da Aeronáutica, com representantes da famigerada "“Comissão da Verdade"”.
Os assuntos tratados foram tornados públicos, em entrevista a O Globo, pelo coordenador Claudio Fonteles, que falou pelos militares, lamentavelmente, e pela “"Comissão"”.
 
A posição colaborativa dos comandantes militares, segundo o publicado, demonstra, indubitavelmente, que tais comandantes inexplicavelmente, coonestam as ações de uma comissão que afronta o Estado Democrático de Direito, não cumprindo, ela, o que a lei determina, por viés ideológico, ações essas que vão além do espaço em que age a própria “"Comissão”" como o apoio aos violentos e criminosos “"escrachos"”.
 
Sem qualquer dúvida, os "escrachos" traduzem ilegalidade inaceitável, um acinte aos direitos individuais, podendo, a qualquer momento, levar a uma tragédia anunciada.
Assim, há que ressaltar que os integrantes da “"Comissão"” violam a lei que a criou por não satisfazerem o seu artigo 2º, o que estabelece as credenciais básicas para os seus componentes, entre elas a isenção política, a defesa da verdadeira democracia e dos direitos humanos.
 
As afrontas à lei em tela iniciaram-se quando o Sr. Gilson Dipp e um de seus auxilares, o advogado José Carlos Dias, ao assumirem os respectivos cargos, afirmaram, publicamente, que caberia à “"Comissão da Verdade"” ouvir e investigar os dois lados, agentes do Estado e guerrilheiros e terroristas subversivos, que cometeram supostamente os crimes capitulados na lei que a criou. Entretanto, no dia 12 de Junho de 2012, à página 11, do Caderno O País, do Jornal O Globo, o Sr. Gilson Dipp afirmou que “"o caráter da Comissão da Verdade será o de apurar os crimes cometidos pelo Estado e não os dois lados do conflito durante o regime militar: - Quais os dois lados? Vamos procurar as graves violações aos direitos humanos. Quem comete graves violações? A lei diz isso (que se trata de violações do Estado)"”. O Sr. José Carlos Dias o acompanhou nas afirmações acima.
 
Ambos se acovardaram diante das declarações dos demais membros, pois, a lei se refere apenas às graves violações dos direitos humanos, sem particularizar os agentes do estado como os passíveis de investigação. Diz a lei em seu artigo primeiro:
 
"Art. 1º Fica criada, no âmbito da Casa Civil da Presidência da República, a Comissão Nacional da Verdade, com a finalidade de examinar e esclarecer as graves violações de direitos humanos praticadas no período fixado no art. 8º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, a fim de efetivar o direito à memória e à verdade histórica e promover a reconciliação nacional."
 
Aliás, o tema já havia provocado, no governo anterior, embates entre o ex- ministro da Defesa e ex-Presidente do STF, Nelson Jobim, com o ex-ministro da Secretaria de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi.
 
O ex-ministro Jobim não aceitava e recriminava a possibilidade de a dita “"Comissão"” investigar apenas os crimes cometidos por Agentes do Estado (militares) e ameaçou pedir demissão do cargo se o seu ponto de vista não fosse o acordado, o que finalmente ficou assentado com o apoio dos atuais comandantes militares os quais, hoje, não fazem qualquer objeção à deformada e ilegal leitura da lei.
 
Há que enfatizar que metade dos crimes da chamada esquerda, cerca de mais de meia centena, não tem autoria definida, sendo que a lista respectiva foi encaminhada aos membros da “"Comissão da Verdade"” para apuração de violações contra direitos humanos.
 
A ilegalidade se torna, ainda, maior quando a “"Comissão da Verdade"” resolve "“legalizar”", recentemente, sua decisão de realizar investigações somente de agentes públicos e de excluir das apurações os crimes cometidos pelos subversivos, por meio de uma medida administrativa, publicando uma “"Resolução"”, no Diário Oficial da União.
 
Claudio Fonteles afirmou, durante a entrevista, terem “"colocado com muita clareza que uma experiência ditatorial não pode se repetir no país"”.
 
O jornal ainda transcreveu que os comandantes militares afirmaram que há boa vontade em localizar documentos e o propósito é de colaboração.
Segundo eles, não há restrições ao trabalho da comissão e nem resistência a convocações de oficiais do passado para prestarem depoimento ao grupo.
 
Em vista do acima, não se pode compreender como os comandantes militares são levados a colaborar com a Comissão da Verdade, coonestando ilegalidades, regadas a escrachos, prenhes de viés totalitário, aceitando reprimendas e, ao mesmo tempo, elogios de lobo em pele de cordeiro, visando o esfacelamento da coesão militar.
 
Não se pode compreender, também, o abandono de subordinados a própria sorte, antigos camaradas que cumpriram a missão recebida com denodo, coragem e brio, hoje alvos da sanha ressentida e ávida de revanche daqueles que, criando uma nova e mentirosa estória, tentam afastar as Forças Armadas do caminho que abrem para a conquista e consolidação do poder, sonhando com uma indesejável “"democracia radical”" para o nosso País.
 
Marco Antonio Felício da Silva é Gen Bda
16 de fevereiro de 2013
 
Fonte:Jornal Inconfidência nº 186
in mujahdin cucaracha

FBI INVESTIGA "SOFISTICADO ATAQUE" DE HACKERS CONTRA O FACEBOOK


Em Washington 16/02/2013
Uol Notícias
O FBI está colaborando na investigação de um "sofisticado ataque" cibernético contra o Facebook, no mês passado, que segundo a administração da rede social, não comprometeu os dados dos usuários.
O jornal "San Francisco Chronicle" publica neste sábado (16) que o FBI está trabalhando para determinar a origem deste ataque de hackers, que afetou os computadores de alguns funcionários da empresa californiana.
Em comunicado, a direção do Facebook explicou que "o ataque aconteceu quando funcionários acessaram um website para desenvolvedores de sites", que fez com que um vírus fosse instalado nos computadores.
Com mais de um bilhão de usuários no mundo todo, a rede social é alvo de contínuas tentativas de ataque, mas este foi considerado especialmente problemático, devido ao momento vulnerável em códigos Java.
O ataque ao Facebook acontece no mesmo mês em que os dados de 250 mil usuários foram obtidos por "hackers". Jornais americanos, como "The New York Times", "The Washington Post" e "The Wall Street Journal" também detectaram recentemente tentativas de ataque, que apontaram ter partido da China.
No domingo passado, o National Intelligence Estimate, que reúne informações de agências de inteligência do governo americano, divulgou relatório em que consta a informação de que o país está sendo vítima de sistemáticos ataques de piratas informáticos, além de ser vítima de uma campanha de ciber-espionagem proveniente da China, mas também de Rússia, França e Israel.
16 de fevereiro de 2013
in movcc

CAUSA MORTIS

  
          Artigos - Cultura 
A tal ponto chegou a padronização esquerdista da mídia, da qual falava o meu artigo anterior, que em 2001 O Globo, segundo confessou seu chefe de redação, Luís Garcia, teve de contratar pelo menos um colunista tido como “de direita”, para não dar muito na vista.
 
Esse colunista era eu, mas, assim que se tornou patente a minha insistência em denunciar as atividades do Foro de São Paulo – cuja simples existência o establishment iluminado negava --, fui expelido não somente daquele jornal, mas da Zero Hora, do Jornal da Tarde e da revista Época.
 
Fui substituído por uma geração de direitistas soft, que se limitam a defender genericamente a economia de mercado e as liberdades democráticas, sem deixar de fazer toda sorte de concessões ao programa sociocultural da esquerda.
E tanto se reduziu nesse ínterim a quota de “direitismo” admissível, que mesmo esses, hoje em dia, são rotulados de radicais, extremistas e golpistas, inclusive pela revista do sr. Carta.
 
A História já comprovou mil vezes que o rebaixamento da cultura a instrumento de um esquema de poder, acompanhado da supressão das vozes discordantes, é o caminho mais curto para a imbecilização geral.
 
É claro que a mídia, por si, não pode secar a criatividade das melhores inteligências. O que ela pode fazer, e fez, foi baixar o nível do debate geral para ajustá-lo a uma política que festejava o analfabetismo do sr. Lula como prova de suas “raízes populares” (uma ofensa brutal aos pobres estudiosos) e, coerentemente com o mais rasteiro populismo intelectual, entregava o Ministério da Cultura a homens incapazes de escrever três palavras sem errar duas e meia.
 
Isso começou com o dogma progressista-populista (já comentado no próprio Imbecil Coletivo), de que todo es igual, nada es mejor, de que toda distinção entre o mais alto e o mais baixo é um elitismo fascista, devendo portanto ser extinta a noção mesma de cultura superior e instaurado o cambalache universal que hoje arranca lágrimas de crocodilo do sr. Mino Carta.
 
Significativamente, o sr. Carta não diz uma palavra sobre a essencial causa mortis da cultura brasileira, a instrumentalização das universidades como centros de formação da militância comunista.
 
Num ambiente de compressiva uniformização doutrinal, intoxicados de slogans, chavões e cacoetes mentais obrigatórios, protegidos de todo desafio intelectual e cientes de que o menor desvio da ortodoxia dominante pode destruir suas carreiras, milhões de jovens entendem hoje a formação universitária como subserviência canina aos mandamentos de seus orientadores, incluindo, entre as demonstrações rituais de fidelidade, as expressões histéricas de ódio às bêtes noires da mitologia professoral -- eu, é claro, em primeiríssimo lugar.
 
Que alta cultura pode sobreviver nessa atmosfera? Não foi decerto coincidência que alunos da maior universidade brasileira, tendo descido da condição de estudiosos acadêmicos para a de ativistas e militantes, tenham caído daí para a de drogados e praticantes do sex lib e em seguida para a de bandidos comuns.
Qual será a próxima etapa?
 
Já que o sr. Carta deplora as diferenças entre a cultura brasileira dos anos 40 ou 50 e a de hoje, por que não diz que, dessas diferenças, a maior foi a passagem de um saudável pluralismo ideológico a uma atmosfera de monopolismo partidário, rancor insano e repressão do pensamento divergente?
 
Será possível imaginar, naquela época remota, um intelectual de boa reputação bloqueando o acesso dos seus adversários à mídia, ou baixando sobre eles uma cortina de silêncio em público ao mesmo tempo que, pelas costas, instigasse contra eles o ódio da juventude universitária?
 
Naquele tempo, o editor José Olympio costumava reunir no fundo da sua livraria os escritores das mais variadas tendências ideológicas, para conversações que hoje seriam impossíveis.
 
Naquele tempo, foram sobretudo os críticos de esquerda que fizeram a fama de Gilberto Freyre, o inverso de um esquerdista.
 
Naquele tempo, o socialista Álvaro Lins abria as portas do jornalismo a Otto Maria Carpeaux, que chegava da Áustria com a fama de doutrinário-mor do regime católico-autoritário do chanceler Dolfuss. Não que inexistissem antagonismos.
 
Existiam e eram feios. Mas ninguém fugia de lidar com eles no campo da palavra, ninguém seguia o preceito leninista de tentar destruir socialmente o adversário em vez de discutir com ele.
 
Diferença por diferença, pergunto se naqueles tempos áureos algum colunista de mídia seria capaz de falar de um problema já abundantemente denunciado e analisado por outro colunista, e fazê-lo com ares de pioneirismo absoluto, sem dar o menor sinal de ter ouvido falar do antecessor.
Se o sr. Carta diverge de mim, que seja homem e fale o português claro. Que pare de camuflar sua covardia por trás de uma afetação de superioridade olímpica.
 
Os exemplos poderiam multiplicar-se ad infinitum. Não foi só a produção de boas obras que diminuiu. Foi muito mais a estatura moral da classe opinante, hoje mais empenhada em consolidar o poder do PT e beneficiar-se financeiramente dele do que em preservar aquele mínimo de integridade e honradez sem o qual não existe vida intelectual nenhuma.
 
O sr. Carta imita enfim o mafioso que mandou matar o adversário e depois ainda foi ao enterro perguntar à viúva: “De quê morreu o seu marido, minha senhora?” A dona, não podendo dar nome aos bois, saiu-se com este maravilhoso eufemismo: “Foi de encontro a um projétil que vinha em sentido contrário.”
Pois bem, sr. Carta, foi disso que morreu a cultura brasileira: foi de encontro a um bloco de imbecis presunçosos que vinham em sentido contrário.

16 de fevereiro de 2013
Olavo de Carvalho

Publicado no Diário do Comércio.