"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 24 de abril de 2012

A CONSTITUCIONALIDADE DAS COTAS RACIAIS NO BRASIL

Abrir o jornal e ver a foto de Barack Obama sentado em um ônibus antigo do sul dos EUA, olhando de lado pela janela, já produz emoção. Logo abaixo as imagens do mesmo veículo, há cinquenta anos atrás, e de Rosa Parks, a americana que foi retirada do ônibus pela polícia e presa por se recusar a ceder o lugar a um homem branco, no Alabama, trazem recordações sobre o estopim dos movimentos civis americanos que culminaram com a assinatura da Lei de Direitos Civis de 1964 e, um ano depois, a Lei de Direito ao Voto para os negros.

Andei em um ônibus parecido com este em 1961 no Tennessee, sul dos EUA e, desavisada, sentei-me no último banco. Não percebi que os passageiros se dividiam em brancos e negros – brancos na frente e negros atrás –, pois para mim, brasileiríssima, aos dezesseis anos, todos eram simplesmente pessoas. Senti muitos olhares estranhos na viagem de Nashville a Knoxville, uma cidade nas montanhas, sem atinar com o motivo. Quando paramos no meio da viagem, em uma lanchonete de beira de estrada, vi duas portas; em uma delas estava escrito colored only.
Não percebi o significado daquele aviso e entrei pela porta reservada apenas às pessoas ditas negras. Lá dentro, no balcão, os sucos e sanduíches servidos eram iguais para todos os passageiros, mas as pessoas mais escuras estavam de um lado e as mais claras do outro. Fiquei entre os mais escuros apesar dos meus cabelos longos e louros e minha pele clara.
Só quando cheguei ao destino e me encontrei com minha irmã e meu cunhado americano, que lá viviam e me explicaram as regras, pude entender porque havia aquela porta e porque o ônibus era assim dividido. Os americanos do Sul viviam sob a lei Jim Crow. Os cidadãos não eram iguais diante da lei e negros não votavam. Moravam em bairros separados e eram tratados de modo diverso.

Dez anos mais tarde voltei aos EUA, depois da Lei dos Direitos, promulgada em 1964. Nos ônibus não havia mais separação legal entre negros e brancos graças a Rosa Parks, mas os EUA continuavam cindidos racialmente. No Texas, em 1971, tive a exata noção do que significa viver em um país construído pela segregação legal.

Em Thirteen ways of looking at a black man, de Henry Louis Gates Junior, professor de Harvard, há uma história reveladora do que se passou depois da lei dos direitos. Neste livro, Harry Belafonte conta que alguns anos depois de 1964 fora convidado para fazer um filme. O produtor, muito animado, lhe dissera: “Harry, será maravilhoso, vamos fazer um filme dirigido e estrelado por negros, produzido por negros, com música feita por negros e vai ser belíssimo”. Ao que o ator, nervoso, respondeu:
“Não quero fazer parte disso, passei tantos anos lutando para sair do gueto, não serei eu a me enfiar de novo nele”.
Gates conta que durante a entrevista, após esta declaração de Harry, seguiu-se um silêncio constrangedor, só quebrado com uma sonora gargalhada do entrevistado e a seguinte frase:
 “Eu não aceitei a armadilha, mas é claro que Sidney Poitier aceitou e ficou rico estrelando todos aqueles filmes”.

No país da segregação racial e da lei Jim Crow cotas raciais foram consideradas inconstitucionais em 1978, no famoso caso Regents of the University of Califórnia versus Bakke (1978), e a decisão foi reafirmada em 2003, nos julgamentos envolvendo a Universidade de Michigan, Grutter versus Bollinger et al. A Suprema Corte nos dois casos considerou inconstitucional a reserva de vagas para minorias em universidades.
Em 2007, novamente, a Corte Suprema americana se viu diante da mesma questão, desta vez a respeito de crianças brancas que haviam sido preteridas em algumas escolas do distrito de Seattle que praticavam uma política de discriminação positiva.
A corte decidiu que a cor da pela não deveria mais ser usada para matricular crianças em uma escola ou outra, pois segundo a maioria dos juízes, obrigar os indivíduos a se definirem racialmente tinha o efeito de perpetuar a proeminência da “raça” na vida pública americana. Um dos juízes da Suprema Corte Americana foi além ao dizer: “Fazer com que a raça tenha existência agora para que não tenha no futuro fortalece os preconceitos que queremos extinguir”.

Diante da eminência do julgamento, dia 25 de abril, da constitucionalidade das cotas raciais na UnB pelo STF, penso que os juízes de nossa Corte Suprema devem levar a sério a posição majoritária na decisão da Corte em 2007. Muitos dos intelectuais que assinaram a Carta dos cento e treze cidadãos antirracistas contra as leis raciais entregue ao Presidente do STF em abril de 2008 já disseram em várias ocasiões que, no Brasil, as cotas raciais não só consolidarão as categorias raciais, mas as farão literalmente existir.

O gesto de Rosa Parks em 1955 visava extinguir a diferença e a desigualdade legal entre brancos e negros nos EUA e acabar com o gueto.Vemos, porém, que até hoje os americanos se veem às voltas com a questão registrada por Harry Belafonte em 1960, porque não conseguem se livrar da terrível desgraça que lhes foi imposta pelos dominadores britânicos e perpetuada pelas leis até os anos 1950. A foto de Barack Obama naquele ônibus representa a necessidade de lembrar sempre dos heróis, anônimos ou não, que optaram por sair do gueto, não aceitá-lo jamais, nem que seja por força da discriminação positiva, ou afirmativa.

Os brasileiros que como eu, nos meus dezesseis anos e até hoje, não se veem e não foram legalmente divididos em brancos e negros, em sua grande maioria não aceitam as leis raciais. Mas quem os representa? Na audiência pública realizada em 2010 no STF a maioria dos convidados a se pronunciar era favorável às cotas raciais. Neste julgamento que se avizinha apenas duas vozes estarão defendendo a posição de Rosa Parks.
A maioria quer reforçar a “raça” para depois extingui-la. Nem sempre a posição majoritária prevalece nestas situações, mas neste caso temo pela sorte do povo brasileiro, que preferiu ao longo de séculos se pensar a partir da metáfora dos três rios que se juntam em um novo e caudaloso, que não criou leis segregacionistas e não proibiu o casamento entre pessoas de cores diferentes. Será mesmo que estes juízes conhecem suficientemente a História para decidirem sobre o destino de todos os brasileiros?


Obama no histórico ônibus em que Rosa Parks foi presa em 1955 por ter se recusado a dar o seu lugar para um homem branco. Foto Pete Souza/Casa Branca

24 de abril de 2012


por yvonnemaggie

COMISSÃO DA CÂMARA AFIRMA QUE SÓ 5% DAS OBRAS ESTRUTURAIS DA COPA FORAM REALIZADAS



Quase parando – Quando o secretário-geral da FIFA, Jérôme Valcke, disse que o Brasil precisava de um “chute no traseiro” para acelerar o ritmo das obras para a Copa do Mundo de 2014, autoridades do governo federal se inflamaram e partiram para o contra-ataque.

Como sempre afirmou o ucho.info, Valcke errou na forma da crítica, mas acertou em cheio no conteúdo. O ministro Aldo Rebelo, do Esporte, um dos rebelados, exigiu da FIFA o imediato afastamento do secretário-geral das negociações com o governo brasileiro, mas o presidente da entidade, Joseph Blatter, ignorou a tentativa de ingerência do governo brasileiro.

A preocupação de Jérôme Valcke, duramente criticada pelos integrantes do governo da presidente Dilma Rousseff, agora é referendada por um dado que chega a assustar.
A Comissão de Desenvolvimento Urbano (CDU) da Câmara dos Deputados informou nesta terça-feira (24) que apenas 5% dos mais de R$ 12 bilhões destinados para as obras de infraestrutura e transporte da Copa do Mundo de 2014 foram efetivamente utilizados. Em cinco cidades-sede, os projetos nem foram iniciados e em outras três a execução não chega a 1%. De acordo com o deputado Domingos Neto (PSB-CE), o atraso é grande se comparado com as obras dos estádios, que estão com “22% do total proposto executado”.

Na quarta-feira (26), a Comissão realizará uma audiência pública na Câmara com o ministro Valmir Campelo, do Tribunal de Contas da União (TCU), para analisar os atrasos. “Isso é preocupante porque seria justamente na infraestrutura urbana que a Copa poderia deixar algum legado”, declarou o parlamentar.

De acordo com o levantamento feito pela CDU em Brasília, Cuiabá, Fortaleza, Salvador e São Paulo os projetos de mobilidade urbana ainda não foram iniciados. Em Natal, Manaus e Curitiba nem 1% dos trabalhos foi executado. A comissão pretende cruzar os dados do levantamento com os resultados das auditorias realizadas pelo TCU.
Outro dado apontado pela CDU mostra que das 34 obras previstas na primeira matriz, firmada em 2010, 79% tiveram os cronogramas atrasados, e 83% tiveram aumento dos valores previstos.
(Com informações da Agência Câmara)

24 de abril de 2012
ucho.info

VINGANDO-SE DOS ICEBERGS




Meus caros leitores vão me perdoar a extensão deste texto. Eu aluguei um filme mais antigo sobre o RMS Titanic, porque neste mês de Abril de 2012 completar-se-ão 100 anos de seu soçobro. Peguei um mais antigo porque assistir ao do Cameron outra vez não dá. Muito majestático e ficcionista para o meu gosto. Preferi o inglês “A night to remember” (Somente Deus por testemunha) de 1958, quase um documentário, sem casal de namorados licencioso (não no sentido de lascivo, sim no abuso de liberdade). Já o tinha visto na década de 1960.
Depois de assistí-lo, estava refletindo sobre outro filme, “Uma verdade Inconveniente”, que trata do aquecimento global. Aliás, quis também escrever sobre o aquecimento blogal mas, o senhor editor, com a finura que lhe é peculiar, mandou que eu fosse procurar minha turma. Pois é, como já estou no meio dela, retrocedi da idéia. E vai mesmo no global.


No site Ambiente Já, temos notícia contrária a todo esse forrobodó midiático: “Algumas camadas de gelo das montanhas de Karakoram, na Ásia (próxima do Himalaia), desafiam o aquecimento global e ficam cada vez mais grossas, afirmam cientistas franceses. Os pesquisadores usaram dados obtidos por satélites para mostrar que geleiras em parte do território das montanhas, a oeste do Himalaia, estão aumentando”.
Apenas um aperitivo. Leiam completo em Contrariando tendência global, geleiras da Ásia.
Mas o DNA (Data de Nascimento Antiga) está me fazendo perder o foco. A base seria as previsões que foram feitas ao longo do tempo e se provaram furadas.
O Clube de Roma, em 1973, anunciou como verdade absoluta que o petróleo iria acabar antes de 1992. Aqui estamos em 2012, vinte anos depois, o petróleo não acabou e as suas reservas conhecidas quase triplicaram desde então.


Oráculos desde o século XIX, que se tornaram ridículos:


“O telefone tem muitas desvantagens para ser considerado, seriamente, um meio de comunicação. O aparelho não tem valor para nós.” (Memorando da Western Union, entre 1876 e 1878)


– “O meu invento pode ser explorado como uma curiosidade científica por algum tempo, mas não tem futuro comercial.” (Auguste Lumière, inventor do cinema, 1895)


– “O cavalo está aqui para ficar, mas o automóvel é apenas uma novidade, uma moda.” (Presidente do banco de Michigan alertando o advogado de Henry Ford para não investir na montadora, em 1903)


– “A televisão não vai durar porque, logo, as pessoas irão ficar cansadas de olhar para uma caixa de madeira todas as noites.”(Darryl Zanuck, produtor de cinema da 20th Century Fox, em 1946)


– “Não há praticamente nenhuma chance dos satélites espaciais de comunicação serem usados para prover melhores serviços de telefone, telégrafo, televisão ou rádio dentro dos Estados Unidos.” (T. Craven, membro do conselho da Comissão Federal de Comunicações dos EUA, em 1961).
Vamos deixar de lado a previsão que dizem ser do calendário maia, que o mundo acabará em dezembro deste ano. O Aquecimento Global, um novo estudo financiado pela NASA concluiu que a Floresta Amazônica praticamente não foi afetada pela seca de 2005, a maior em um século:


“A Floresta Amazônica não sofreu prejuízo ou benefício, contrariamente ao relatório e alegações feitas pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC)”, dizem os cientistas em nota divulgada nesta quinta-feira.
No Estadão de 22 de Janeiro, o excelente Ethevaldo Siqueira escreveu um ótimo artigo de nome na epígrafe que, licenciosamente, plagiei. Como é longo, não caberia aqui em nosso parco espaço. O link na íntegra: Previsíµes furadas, geniais « Ethevaldo Siqueira
Outro muito interessante e verdadeiro, As previsões mais furadas da história da tecnologia, pode ser acessado em Veja as previsões mais furadas da história


Hoje, com a segurança da distância daquelas datas, é até saboroso ler-se sobre elas.
Para mim, a mais significativa foi sobre o cometa Halley:
“No dia 19 de maio de 1910, o cometa Halley voltou a se aproximar da Terra, depois de 76 anos. O fato gerou pânico entre os que acreditavam ser o final do mundo. Os charlatães enriqueceram com a venda de máscaras de gás, garrafas de oxigênio e até comprimidos milagrosos que protegeriam do cometa.”
No entanto, até eu, que nem em projeto estava, pois meu pai nasceu em 1909, ainda estou aqui escrevendo este texto. O mundo não acabou.


Nosso co-editor Ralph localizou uma beleza de filme, “Prevendo o futuro em 1954″, produzido pela GE (General Eletric), em que acertaram quase tudo (menos a limpadora de pratos por ondas ultrassônicas e a obtenção de nitrogênio do ar), que divido com os leitores: enigmasonline : Mensagens


Voltando, queria encerrar com uma pergunta que está me afligindo: O aquecimento Global será uma vingança do Titanic contra os icebergs?

(*) Ilustração: Titanic chocando-se com um iceberg.

24 de abril de 2012
Magu

RESPEITÁVEL PÚBLICO !!!


Amanhã, o Gran Circus CPMI, estréia o espetáculo "Nas águas do cachoeira".
 
Uma obra de ficção onde os palhaços de sempre terão a oportunidade de virar ilusionistas e transformar a ética e a honestidade em piada de péssimo gosto.
 
Um espetáculo que conta com a direção de Sebentus da Silva. E montagem do grupo, Sou, mas quem não é?
 
E elenco: grupo circense, As raparigas do congresso.
Apoio cultural, PF, MP, TCU, e STF.
Ingressos a venda em qualquer urna eleitoral da pocilga!
 
24 de abril de 2012
omascate

CRESCE O NÚMERO DE AÇÕES TRABALHISTAS CONTRA A TERCEIRIZAÇÃO


Os números do Ministério do Trabalho e Emprego indicam que desde 2006 a terceirização, é o segmento que mais gera empregos, 60% do total da força de trabalho. Todavia, de nada adiantará reformular preceitos de lei, sem atacar prudentemente o universo laboral, até porque a margem desses acontecimentos tecnojurídicos está uma massa de 65 milhões (fonte do Dieese) de trabalhadores informais, que poderia ao menos estar protegido se estivesse dentro da terceirização, a saída seria uma discussão, alem desse ponto.
Até porque, se houvesse a previsão legal para retenção de valores pelas tomadoras, para o recolhimento da cota previdenciária e o depósito fundiário, a lesão social seria menor.

Nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, temos números alarmantes de ações trabalhistas envolvendo terceirizadas, parte (40%) são empresas públicas.
O problema é generalizado, os prestadores de serviços, constituem empresas que fecham as portas quando encerram o contrato e deixam seus empregados sem rescisão, chegando a ponto de desaparecerem do cenário produtivo, inclusive com indícios de fraude ao trabalho e ao fisco.

As execuções são inicialmente contra a empresa e seus sócios, as notificações são feitas por edital, e a inclusão da empresa subsidiária, tomadora dos serviços, no pólo passivo. Ocorre que essas empresas normalmente dispõem de departamento jurídico bem aparelhado, jogam com valores baixos para acordos e não logrado êxito se defende protelando por todas as formas, fazendo com que a ação se prolongue por anos.

Enquanto a magistratura trabalhista permanecer condenando as contratações terceirizadas, estendendo o vínculo para as tomadoras, e data vênia, sem poder executar o próprio Estado, (existe preceito de lei quanto ao patrimônio indisponível da União), a questão sócio laboral continuará pendente.
A discussão temática da terceirização não é nenhuma heresia jurídica. Devem os atores (leia-se governo e setor privado), encontrar um ponto de equilíbrio, este deve ser capitaneado pelos sindicatos que são os reais interlocutores na questão.

O legislador não pode continuar refém dos juízes, a esses deve ser reservado o papel de futuro julgador e não de interventor nas propostas, como se essas só teriam validade se previamente aprovados por eles. O fato é que o governo vem discutindo medidas paliativas, parlamentares apoiam projetos chancelados por juízes.

Em vez de reformular o emaranhado de 2,4 mil leis trabalhistas e aplicativos subsidiários, que sufocam os contratantes, avaliam-se propostas como licença-maternidade de 180 dias, licença-paternidade de 15 dias, dia do santo padroeiro, do clube de futebol, e as inusitadas folgas para comemorar o aniversário ou realizar concursos públicos.

Roberto Monteiro Pinho
24 de abril de 2012

CHARGE DO SPONHOLZ


A FALÊNCIA MÚLTIPLA DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS

Os corruptos ajudam-nos a descobrir o País. Há sete anos, Roberto Jefferson nos abriu a cortina do mensalão. Agora, com a dupla personalidade de Demóstenes Torres, descortinamos rios e florestas e a imensa paisagem de Cachoeira.

Jefferson teve uma importância ideológica. Cachoeira é uma inovação sociológica. Cachoeira é uma aula magna de ciência política sobre o Sistema do País. Vamos aprender muito com essa crise.
É um esplendoroso universo de fatos, de gestos, de caras, de palavras que eclodiram diante de nossos olhos nas últimas semanas. Meu Deus, que riqueza, que profusão de cores e ritmos em nossa consciência política!
Que fartura de novidades da sordidez social, tão fecunda quanto a beleza de nossas matas, cachoeiras, várzeas e flores.


Roberto Jefferson denunciou os bolchevistas no poder, os corruptos que roubavam por “bons motivos”, pelo “bem do povo”, na base dos “fins que justificam os meios”. E, assim, defenestrou a gangue de netinhos de Lenin que cercavam o Lula que, com sua imensa sorte, se livrou dos mandachuvas que o dominavam.

Cachoeira é uma alegoria viva do patrimonialismo, a desgraça secular que devasta a história de nosso País. Sarney também seria ‘didático’, mas nada gruda nele, em seu terno de ‘teflon’; no entanto, quem estudasse sua vida entenderia o retrato perfeito do atraso brasileiro dos últimos 50 anos.

Cachoeira é a verdade brasileira explícita, é o retrato do adultério permanente entre a coisa pública e privada, aperfeiçoado nos últimos dez anos, graças à maior invenção de Lula: a ‘ingovernabilidade’. Cachoeira é um acidente que rompeu a lisa aparência da ‘normalidade’ oficial do País.

Sempre soubemos que os negócios entre governo e iniciativa privada vêm envenenados pelas eternas malandragens: invenção de despesas inúteis (como as lanchas do Ministério da Pesca), superfaturamento de compras, divisão de propinas, enfrentamento descarado de flagrantes, porque perder a dignidade vale a pena, se a grana for boa, cabeça erguida negando tudo, uns meses de humilhações ignoradas pelo cinismo e pela confiança de que a Justiça cega, surda e muda vai salvá-los. De resto, com a grana na ‘cumbuca’, as feridas cicatrizam logo.
O governo do PT desmoralizou o escândalo e Cachoeira é o monumento que Lula esculpiu. Lula inventou a ingovernabilidade em seu proveito pessoal.

Não foi nem por estratégia política por um fim ‘maior’ – foi só para ele.
Achávamos a corrupção uma exceção, um pecado, mas hoje vemos que o PT transformou a corrupção em uma forma de governo, em um instrumento de trabalho.


A corrupção pública e a privada é muito mais grave e lesiva que o tráfico de drogas. Lula teve a esperteza de usar nossa anomalia secular em projeto de governo. Essa foi a realização mais profunda do governo Lula: o escancaramento didático do patrimonialismo burguês e o desenho de um novo e ‘peronista’ patrimonialismo de Estado.

Quando o paladino da moralidade Demóstenes ficou nu, foi uma mão na roda para dezenas de ladrões que moram no Congresso: “Se ele também rouba, vamos usá-lo como um Omo, um sabão em pó para nos lavar, vamos nos esconder atrás dele, vamos expor nosso escândalo por seu comportamento e, assim, seremos esquecidos!”

Os maiores assaltantes se horrorizaram, com boquinha de nojo e olhos em alvo: “Meu Deus… como ele pôde fazer isso?…” Usam-no como um oportuno bode expiatório, mas ele é mais um ‘boi de piranha’ tardio, que vai na frente para a boiada se lavar atrás.

Demóstenes foi uma isca. O PT inventou a isca e foi o primeiro a mordê-la.
“Otimo!” – berrou o famoso estalinista Rui Falcão – “Agora vamos revelar a farsa do mensalão!” – no mesmo tom em que o assassino iraniano disse que não houve holocausto. “Não houve o mensalão; foi a mídia que inventou, porque está comprada pela oposição!”

Os neototalitários não desistem da repressão à imprensa democrática… E foi o Lula que estimulou a CPI, mesmo prejudicando o governo de Dilma, que ele usa como faxineira também das performances midiáticas que cometeu em seu governo.

Dilma está aborrecida. Ela não concorda que as investigações possam servir para que o Partido se vingue dos meios de comunicação e não quer paralisar o Congresso. Mas Lula não liga. “Ela que se vire…” – ele pensa em seu egoísmo, secretamente, até querendo que ela se dane, para ele voltar em 14.
Agora, todo mundo está com medo, além da presidente. O PT está receoso – talvez vagamente arrependido. Pode voltar tudo: aloprados, caixas 2 falsas, a volta de Jefferson, Celso Daniel, tantas coisinhas miúdas… A CPI é um poço sem fundo.

O PMDB, liderado pelo comandante do atraso Sarney, também está com medo. A velha raposa foi contra, pois sabe que merda não tem bússola e pode espirrar neles. Vejam o pânico de presidir o Conselho de Ética, conselho que tem membros com graves problema na Justiça.
Se bem que é maravilhoso o povo saber que Renan, Jucá, Humberto Alves, Gim Argello, Collor serão os ‘catões’, os puros defensores da decência…
Não é sublime tudo isso?


Nunca antes, em nossa história, alianças tão espúrias tiveram o condão de nos ensinar tanto sobre o Brasil. A cada dia nos tornamos mais sábios, mais cultos sobre essa grande chácara de oligarquias.
E eu estou otimista. Acho que tudo que ocorre vai nos ensinar muito.
Há qualquer coisa de novo nessa imundície. O mundo atual demanda um pouco mais de decência política. Cachoeira, Jefferson, Durval Barbosa nos ensinam muito.


Estamos progredindo, pois aparece mais a secular engrenagem latrinária que funciona abaixo dos esgotos da pátria. A verdade está nos intestinos da política. Mas, o País é tão frágil, tão dependente de acasos, que vivemos com o suspense do julgamento do mensalão pelo STF.
Se o ministro Ricardo Lewandowski não terminar sua lenta leitura do processo, nada acontecerá e a Justiça estará desmoralizada para sempre.

Arnaldo Jabor (Estadão)
24 de abril de 2012

E TUDO É CARNAVAL...

PT indica deputado ligado a José Dirceu para a relatoria da CPMI que investigará Cachoeira



Coincidência zero – Depois de muita polêmica e suspense, o Partido dos Trabalhadores anunciou nesta terça-feira (24) o nome do relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito criada para investigar as conexões do contraventor goiano Carlos Augusto Ramos. Trata-se do deputado federal Odair Cunha, de Minas Gerais, tido como um moderado dentro do partido, se que moderação é algo possível no PT.
A escolha surpreendeu a bancada petista, que apostava na indicação de Paulo Teixeira, mas a explicação dada pelo PT é que Cunha fará a conexão entre o Palácio do Planalto, onde goza de bom trânsito, e a legenda. Fora isso, a escolha de Odair Cunha se deve ao fato de o PT não querer estrear na CPI a reboque de um confronto com a oposição.
Logo após o anúncio do seu nome, Odair Cunha disse que a CPI não pretende blindar o governo na CPI do Cachoeira e que inicialmente trabalhará com as informações contidas no inquérito da Polícia Federal.
Para quem pouco conhece os bastidores da política nacional, as explicações acerca da escolha do relator chegam a convencer, mas Odair Cunha, para quem não sabe, é ligado ao ex-ministro José Dirceu, que foi contratado como consultor pela Delta Construções, empreiteira que mais cresceu sob o manto do governo Lula.

24 de abril de 2012
ucho,info

DIRETO DA CORTE

Planalto deflagra ação teatral para neutralizar efeitos da CPI do Cachoeira


Marcando em cima – Engana-se quem pensa que o Palácio do Planalto está empenhado para que a CPI do Cachoeira seja um pleno sucesso. Temendo os desdobramentos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito criada para investigar os tentáculos do contraventor goiano Carlos Augusto Ramos, palacianos agiram rápido para blindar o PT e o governo da presidente Dilma Rousseff.

A estratégia foi colocar a Controladoria-geral da União no circuito, que investigará os contratos da Delta Construções com o governo federal e com nove estados. Essa ação será uma espécie de antídoto para a peçonha dos partidos que fazem oposição ao Palácio do Planalto.

No DIRETO DA CORTE, o jornalista Ucho Haddad, editor do ucho.info, comenta sobre a manobra do governo da neopetista Dilma, que nem de longe está disposto a combater a corrupção.

24 de abril de 2012

CUIDADO! PÓLVORA !!!

Se cumprir a promessa de evitar blindagens, relator da CPI do Cachoeira deve implodir o governo




Rastilho de pólvora – Como informou o ucho.info na matéria anterior, o deputado federal Odair Cunha (PT-MG), indicado para a relatoria da CPMI do Cachoeira, disse que no cargo não blindará o governo da companheira Dilma Rousseff durante as investigações. Em hipótese alguma a promessa em questão deve ser levada a sério, pois, mesmo que o parlamentar negue, sua indicação teve a interferência do Palácio do Planalto.


O relator afirmou que usará os dados da Operação Monte Carlo como base dos trabalhos Comissão. Em outras palavras, por enquanto não há qualquer sinalização de que o PT e o governo federal serão incomodados.


No caso de cumprir a promessa, Odair Cunha seria uma espécie de homem-bomba à porta do Palácio do Planalto. A primeira faísca atende pelo nome de Olavo Noleto, que durante a era de José Dirceu aterrissou na Casa Civil e agora está no guarda-chuva laboral da ministra Ideli Salvatti, da Secretaria de Relações Institucionais, pasta que tem deixado a bancada petista desorientada em relação à CPI.


Como já noticiado, Noleto, subchefe de Assuntos Federativos da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), é acusado de conexões com Wladimir Garcez, ex-presidente da Câmara Municipal de Goiânia e “número dois” do esquema do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.


A segunda centelha ficaria por conta de José Dirceu de Oliveira e Silva, ex-chefe da Casa Civil e deputado cassado no vácuo do escândalo do Mensalão do PT. Dirceu, segundo consta, foi contratada por Fernando Cavendish, dono da Delta Construções, como consultor de negócios, mas acabou atuando como operador da empreiteira que mais cresceu sob a égide de Lula.


A ligação entre José Dirceu e Fernando Cavendish foi confirmada pelos empresários José Augusto Quintella Freire e Romênio Marcelino Machado, antigos proprietários da Sigma Engenharia, que acabou incorporada pela Delta. Quintella e Machado acusam o ex-comissário palaciano e chefão do PT de fazer tráfico de influência em favor da Delta. De acordo com os dois empresários, Dirceu foi contratado por Cavendish para facilitar negócios com o governo federal. O negócio entre o trio – Cavendish, Quintella e Machado – deu errado e acabou na Justiça.


Para não levantar suspeitas, a Delta contratou José Dirceu como consultor para negócios no Mercosul. Receberia modestos R$ 20 mil mensais pelo trabalho. Segundo relataram os antigos donos da Sigma, a empresa de engenharia passou a ser usada por Cavendish para fazer transferências bancárias a Dirceu.


O terceiro item detonador é uma gravação, que integra a temida videoteca da de Cachoeira, na qual um destacado petista, que teria participado do núcleo duro da campanha de Dilma Rousseff, aparece recebendo R$ 1,5 milhão em dinheiro vivo. A tal gravação estaria sendo mantida em segurança e seria uma espécie de trunfo do contraventor preso pela Polícia Federal em 29 de fevereiro.

24 de abril de 2012
ucho.info

PARA DEVASSAR TODAS AS CATACUMBAS DA QUADRILHA, É NECESSÁRIA UMA CPI DA DELTA




Um post publicado em 22 de junho de 2011 registrou a repulsa dos brasileiros honestos com o desempenho de Lula num encontro do PT em Sumaré. No Sermão aos Companheiros Pecadores, clímax da missa negra, o mestre ensinou a seus discípulos que, sem união, nenhum bando escapa de perdas dolorosas.
Explicou que Antonio Palocci, por exemplo, perdeu o empregão na Casa Civil não pelo que fez, mas pelo que o rebanho deixou de fazer. Foi despejado não por excesso de culpa, mas por falta de braços solidários.

Para ilustrar a tese, o pregador evocou o escândalo do mensalão ─ sem mencionar a expressão banida do vocabulário do bordel das antigas vestais. “Eu sei, o Zé Dirceu sabe, o João Paulo sabe, o Ricardo Berzoini sabe, que um dos nossos problemas em 2005 era a desconfiança entre nós, dentro da nossa bancada”, disse o pregador.
“A crise de 2005 começou com uma acusação no Correio, de três mil reais, o cara envolvido era do PTB, quem presidia o Correio era o PMDB e eles transformaram a CPI dos Correios, para apurar isso, numa CPI contra o PT, contra o Zé Dirceu e contra outros companheiros. Por quê? Porque a gente tava desunido”.

Com o cinismo dos que espancam a verdade desde o berço, o sumo-sacerdote da seita omitiu o essencial. Foi ele quem entregou o controle dos Correios ao condomínio formado pelo PMDB e pelo PTB. O funcionário filmado embolsando propinas era afilhado do deputado Roberto Jefferson, presidente do PTB, que merecera do amigo presidente “um cheque em branco”.
O desconfiado da história foi Jefferson, que resolveu afundar atirando ao descobrir que o Planalto não o livraria do naufrágio. Ao contar o que sabia, desmatou a trilha que levaria ao pântano do mensalão.

Não podemos errar de novo, advertiu o embusteiro. Para tanto, é preciso preservar a coesão do PT e da base alugada recorrendo à receita caseira: “A gente se reúne, tranca a porta e se atraca lá dentro”, prescreveu. Encerrada a briga de foice, unifica-se o discurso em favor dos delinquentes em perigo. “Eu tô de saco cheio de ver companheiro acusado, humilhado, e depois não se provar nada”, caprichou na indignação de araque o padroeiro dos gatunos federais.

Aos olhos do país que presta, gente como o mensaleiro José Dirceu, a quadrilheira Erenice Guerra ou o estuprador de sigilo bancário Antonio Palocci têm de prestar contas à Justiça. Para Lula, todos só prestaram relevantes serviços à pátria. A lealdade ao chefe purifica.
“Os adversários não brincam em serviço”, fantasiou. “Toda vez que o PT se fortalece, eles saem achincalhando o partido”.
Milhões de brasileiros não conseguem enxergar no homem que brinca de xerife o vilão do faroeste de quinta categoria. Ao longo de oito anos, enquanto cuidava de transformar a ignorância em virtude, Lula acelerou a decomposição moral do país. O Brasil deste começo de século lembra um grande clube dos cafajestes sustentado por multidões de sobreviventes para os quais a vida consiste em não morrer de fome. Essa sim é a herança maldita.

Se conseguisse envergonhar-se com alguma coisa, o ex-presidente estaria pedindo perdão aos brasileiros por ter institucionalizado a impunidade dos corruptos companheiros. Se não fosse portador da síndrome de Deus, saberia que ninguém tem poderes suficientes para revogar os fatos e decretar a inexistência do mensalão. Como Lula é o que é, continua convencido de que livrará do merecidíssimo castigo os bandidos de estimação.

Neste outono, para perseguir inimigos e, simultaneamente, dispersar os holofotes concentrados no processo à espera de julgamento no Supremo Tribunal Federal, o Grande Pastor ordenou ao rebanho que apressasse a instauração da CPI do Cachoeira. Má ideia. As escavações mal começaram e a Delta Construção, a empreiteira que mais lucrou com as licitações bandalhas do PAC, vai assumindo o papel principal na ópera dos ladrões.

Uma CPI do Cachoeira abrange as maracutaias protagonizadas por um sócio da empresa que ganhou bilhões na construção do Brasil Maravilha de cartório. Para devassar por inteiro a rede de catacumbas, é necessária uma CPI da Delta.
É essencial ouvir o que tem a dizer Fernando Cavendish, porque as coisas vão muito além de Goiás e do Distrito Federal. “Como está o Serginho?”, quis saber Lula de um amigo comum na semana passada. Serginho é Sérgio Cabral, compadre, amigo do peito e parceiro de Cavendish em aventuras bilionárias. Se já não está, logo estará muito mal no retrato.

Lula acha que os leais prontuários infiltrados na CPI manterão as investigações sob controle. Vai descobrir outra vez que pode muito, mas não pode tudo. A CPI acabará tropeçando nos incontáveis corruptos de bom tamanho espalhadas pelo caminho. Um dos mais graúdos está no trecho que passa por Belo Horizonte.

24 de abril de 2012
Augusto Nunes

AQUELA MÍDIA A SERVIÇO DA PLUTOCRACIA

PENSE NISSO...

A percepção do cidadão mediano sobre os mais variados assuntos mundiais é formada a partir de suas fontes de informação. Seja por intermédio da TV, do rádio ou de jornais e revistas, toda a informação provém de algumas poucas agências de notícias internacionais, as quais por sua vez, pertencem aos grandes conglomerados financeiros.

“Ela é vã, injusta, mentirosa”

“A liberdade é o direito de fazer o que a lei permite. Tal interpretação da palavra nos tempos que vão vir fará com que toda liberdade esteja em nossas mãos, porque as leis destruirão ou criarão o que nos for agradável, segundo o programa que já expusemos.

Com a imprensa, agiremos do seguinte modo. Que papel desempenha agora a imprensa? Serve para acender as paixões ou conservar o egoísmo dos partidos. Ela é vã, injusta, mentirosa e a maioria das pessoas não compreende absolutamente para que serve. Nós lhe poremos rédeas, fazendo o mesmo com todas as obras impressas, por que de que nos serviria os desembaraçamentos da imprensa, se servíssemos de alvo a brochura e ao livro? (…)

Nada será comunicado à sociedade sem nosso controle. Este resultado já foi alcançado em nossos dias, porque todas as notícias são recebidas por diversas agências, que as centralizam de toda a parte do mundo. Essas agências estarão, então, inteiramente em nossas mãos e só publicarão o que consentirmos.

(…)

Quem quer que deseje ser editor, bibliotecário ou impressor, será obrigado a obter um diploma, o qual, no caso de seu possuidor se tornar culpado de um malefício qualquer, será imediatamente confiscado. Com tais medidas, o instrumento de pensamento se tornará um meio de educação nas mãos de nosso governo, o qual não permitirá mais às massas populares divagarem sobre os benefícios do progresso. (…)

Se houver quem deseje escrever contra nós, não haverá ninguém que imprima. Antes de aceitar uma obra para imprimir, o editor ou impressor consultará as autoridades a fim de obter a necessária autorização. Desse modo conheceremos de antemão as emboscadas que nos armam e as destruiremos, dando explicações com antecedência sobre o assunto tratado.

A literatura e o jornalismo são as duas forças educativas mais importantes, por isso, nosso governo será o proprietário da maioria dos jornais. Assim, a influência perniciosa da imprensa particular será neutralizada e adquiriremos enorme influência sobre os espíritos. Se autorizarmos dez jornais, fundaremos logo trinta, e assim por diante.

O público nem desconfiará disso. Todos os jornais editados por nós terão, aparentemente, tendências e opiniões as mais opostas, o que despertará a confiança neles e atrairá a eles nossos adversários confiantes, que cairão na armadilha e se tornarão inofensivos.”

Extrato do capítulo XII do livro apócrifo “Os Protocolos dos Sábios de Sião”, um suposto plano para domínio mundial, editado pela Editora Centauro. Aqui se percebe claramente que independente ou não de sua origem, a plutocracia usa de tal estratégia em sua plenitude.

Nota: Em janeiro de 2006, o Ministério Público promoveu uma ação de busca e apreensão de mais de 1.500 exemplares do livro, devido a uma representação por parte da Federação Israelita do Estado de São Paulo.

24 de abril de 2012

http://www.overbo.com.br/modules/news/article.php?storyid=578

NEM O FIM DO MUNDO?!



24 de abril de 2012

MAROLA, BOLHA, TSUNAMI, TERREMOTO?

O genial Dr., Professor, Laureado do Encouraçado Potemkine, Nobre Comandante Supremo, Marechal de Campo. Senhor dos Fracos e Zorro dos Oprimidos, Membro da Confraria do Achaque, Cavalheiro da Ordem de Conan “O Bárbaro”, Mestre da Confraria dos Ternos Italianos, Colecionador Emérito de Epítetos Ludwig Ignazius Octopussy Cefalopodus decretou há alguns anos:
“No Brasil não haverá Tsunami. No máximo uma marola”.


Por outro lado sabemos que o bater das asas de uma borboleta nas encostas do monte Fuji no Japão, poderá, nas devidas condições resultar num ciclone no litoral catarinense.
Sabemos igualmente que não foi possível, nem mesmo com decreto lei ou qualquer derivado deste, revogar a “Lei da Gravidade”, donde tudo que sobe sem alicerce ou voa, com ou sem motor, um dia deve descer.
E como se o alicerce for fraco ou o trem de pouso idem a queda será fragorosa, até catastrófica.
Sugerimos que se preparem para o mau tempo que vem por aí, conforme o artigo abaixo publicado em Videversus pelo jornalista Victor Vieira.
Lembramos que um veículo de empresa pode ser amortizado contabilmente à base de 20% ao ano, donde aos 60 meses praticamente deixa de existir.
O PERIGOSISSIMO ENDIVIDAMENTO DAS FAMÍLIAS BRASILEIRAS"
22/4/2012

Desde o surgimento da avassaladora crise do sistema financeiro internacional, que começou nos Estados Unidos com o estouro da bolha imobiliária e a explosão dos chamados títulos “sub-prime”, o governo brasileiro, sob o comando do “genial economista” Lula, determinou que se abrissem as portas dos cofres oficiais (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, BNDES e outros instrumentos) do crédito.
Um carro passou a ser financiado em até 100 meses ( oito anos e três meses), sem qualquer entrada. Ninguém do PT, do governo petista, Lula ou qualquer outro dos seus liderados, disse ao povo brasileiro que um carro implica em outros gastos, como pagamento de IPTU, garagem, estacionamento em qualquer lugar na rua, combustível, manutenção.
Menos ainda que um carro não dura mais do que cinco anos. Imagine a dívida perdurar por oito anos.
Pois bem…. todo mundo se atirou a comprar carros. Lula foi incensado como um gênio, o maior estadista do mundo, o único com a lanterna do conhecimento para ditar como se enfrenta uma crise econômica. Segundo ele, é preciso manter o consumo, e até aumentá-lo, para manter os empregos e a renda. Como se isso fosse um movimento inesgotável.
Agora se vê o momento em que a conta é apresentada para o povo brasileiro. Conforme o Banco Central, nos últimos 12 meses, a inadimplência saltou 44%.

Diz o ex-ministro Paulo Brossard: “A partir daí, quando o quadro se agrava, o financiado verificou que não terá condições para liquidar aar sua dívida, e o próprio bem empenhado deixa de ser a garantia do credor, sabido que o uso do carro reduz significativamente seu valor de venda.
Ora, isto importa em reconhecer que, muito antes do termo dos 60 meses, o bem dado como garantia torna-se insuficiente para quitá-la. Segundo informam os conhecedores do mercado, um carro pode depreciar até 40% em um ano.

Agora a gravidade maior veio à luz, na angústia em que se encontra o devedor que, até de graça entrega o seu automóvel, para liberar-se da dívida impagável e, cada vez mais, se repete o expediente”.
Esse é o ponto. Está formada a bolha. Milhares e milhares de consumidores no País não estão conseguindo pagar suas dívidas, o financiamento do seu carro. E não adianta a retomada do carro pelo agente financiador, porque o valor dele não cobre o que foi financiado e os juros.
O exemplo do consumidor paulista, que deu o carro para outra pessoa que se comprometeu a ficar com a dívida restante, em troca de se livrar da sua própria dívida, não é sistema que possa ser usado por todos os consumidores endividados.

Está formada a bola, e é muito mais do que sub-prime, porque não tem garantia alguma. Isso, inevitavelmente, alcançará os bancos, que estão encalacrados com gigantescas carteiras de financiamento de veículo. A situação não é nada boa.
Mas, parece que está tudo bem, haja vista os altos índices de aprovação da presidente Dilma Rousseff.

Uma nação caminha para a crise assim, negando-se a ver o que está à frente dos seus olhos. No caso, não há um só político que aponte os riscos que está vivendo, nenhum deputado ou senador, apesar de terem mais de 20 mil assessores que, teoricamente, deveriam fazer estudos e mostrar os resultados para os parlamentares.
Preparem-se os virtuosos que não se deixaram seduzir por essa orgia de consumo sem lastro”.

24/04/2012
Ralph J. Hofmann

É CRIVEL?

Vez por outra, leio um artigo que me atinge sobremaneira. Caso deste, de José Roberto Guzzo, que já foi editor chefe de Veja, e hoje faz a última página, quinzenalmente.
Francamente, deixa com inveja este escrivinhador bissexto, mesmo deixando a revista para literatura de banheiro, enquanto faz um depósito no Banco de Boston.




Excetuando o vezo coprológico, e comentando sobre a Argentina, Guzzo perpetra um saboroso texto sobre a veracidade dos números divulgados pelo governo que ficou conhecido no Brasil como Barbie Dazaméricas. Reproduzo aqui a primeira parte do artigo na edição 2264, de 11/04/2012.

” A revista The Economist tomou algum tempo atrás uma decisão muito interessante: decidiu que não iria mais publicar nenhum número oficial fornecido pelas autoridades econômicas da Argentina. O motivo é que não dá para acreditar, há anos, em quase nenhum dado que vem do governo argentino. Seus números são patentemente suspeitos, ou incoerentes, ou incompreensíveis – ou pura e simplesmente falsos.
Publicar para quê, se no fundo é tudo mentira? Para a Argentina, obviamente, tanto faz. Seus governantes vão continuar fabricando e divulgando as cifras que bem entenderem, sem a mais remota preocupação com o fato de que a revista inglesa não acredita neles; é duvidoso, por sinal, que estejam interessados em saber se os próprios argentinos acreditam ou não naquilo que dizem.
Os jornalistas da Economist, de qualquer forma, deixam de perder seu tempo tentando encontrar algum nexo nos dados econômicos da presidente Cristina Kirchner.
Toda a imprensa mundial, na verdade, talvez fizesse um bom negócio se deixasse de dar tanta atenção às cifras econômicas que saem de dentro dos governos, da Argentina e de muito país levado a sério por este planeta afora. É, realmente, um mundo de trevas.
Se Dante resolvesse acrescentar mais um círculo aos nove que colocou no inferno de sua Divina Comédia, é possível que esse décimo patamar ficasse reservado às estatísticas oficiais.”
(*) Fotomontagem: Cristina Kirchner e José Roberto Guzzo.

24 de abril de 2012
Magu

A CAFAJESTAGEM ESTÁ NO DNA

A mais baixa manifestação de cafajestagem é o desrespeito às filas, estas constituem a forma mais democrática de esperar.

Resposta boa a uma das caras de pau furadoras de fila a teve meu amigo Adilson Rachid. Estávamos na fila do caixa eletrônica de uma agência da Caixa Econômica no Rio, uma senhora atrapalhara-se com o uso do aparelho eletrônico e assim a fila foi se alongando, o senhor que lhe estava imediatamente atrás se propôs a ajudá-la, nisso aparece a esperta de plantão, sem entrar na fila, disse ao cavalheiro que socorria a outra:



“Quando terminar também me ensina?

Rachid que percebera a manobra respondeu:

“Lhe ensino eu – a outra iluminou-se pois achou que sua farsa fora engolida, mas meu amigo continuou – primeira lição, vá para o fim da fila e espere sua vez”.

“Eu estava na fila você é que não viu” – continuou a deseducada.

“Não lembro de conhecê-la, nem de ter-lhe dado intimidade de tratar-me por você”. – respondeu Rachid.

“Te trato por você porque podia ser sua mãe”

“Não podia de jeito nenhum. Minha mãe é u’a mulher séria!”.

Estou contando isso devido a uma nota de Cláudio Humberto.
Que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja um velhaco não constitui novidade, mas agora está abusando e passa dos limites da tolerância:

“Lula encontra todos os dias pelas 9h, no hospital Sírio Libanês, quase os mesmos pacientes em tratamento contra câncer ou fonoaudiologia, como ele. Todos os dias, a mesma desfeita: com ajuda de seguranças, ele fura a fila do elevador que leva doentes à radioterapia e outros setores. Após inúmeros dias fazendo a mesma coisa, esta semana um paciente reclamou. Ele fez que não ouviu, e furou a fila novamente.
Encantador, o ex-presidente Lula sempre cumprimenta os pacientes quando chega ao hospital, mas não abre a mão de furar a fila”.

Pois é esse sujeito quando não tem o que roubar, rouba o lugar na fila dos brasileiros.

Giulio Sanmartini

PRESENTE ENVENENADO

É natural que a honrada senhora presidente ande de ceca e meca e olivais de Santarém a semear otimismo ao seu reino e em outros reinos, pois se ela se dedicasse a propagar o derrotismo estaria o país em maus lençóis. Mas também é preciso a necessária serena coragem de dar tratamento próprio a respeito de um tema que interessa a todo o mundo; a propósito, no auge do cataclismo, quando o mundo parecia desfazer-se sob seus pés, Churchill não hesitou em proclamar, perante o império e o mundo, que nada tinha a oferecer senão trabalho, sangue, suor e lágrimas e com essa franqueza demarcou os tempos que estavam por vir.
Dir-se-á que as condições do Brasil de hoje não se poderiam comparar às da Inglaterra de 1940 e disso ninguém duvida, da mesma maneira que nossa presidente em nada se parece com a figura de Churchill, mas a lembrança se me apresenta oportuna por mostrar que há situações que um governante não pode escamotear.

Se faço essas observações, de resto, vulgares, é porque a despeito do lirismo político e partidário coroado com a popularidade da senhora presidente, a situação social de larga faixa da nação vem se depauperando de maneira implacável e, se continuar nesse rumo, o quadro se tornará terrível. É que o endividamento familiar do Brasil é motivo preocupante e crescente.
É tamanha a minha preocupação a respeito que dele já me ocupei mais de uma vez.

Ocorre que, em edição de domingo, na primeira página, jornal de reconhecida influência pela objetividade de suas informações publicava notícia segundo a qual a “inadimplência bate recorde e o consumidor dá carro de graça para se livrar de dívida”. Esta realidade não era imprevisível e não faltou advertência no sentido de que a receita dos financiados se tornaria insuficiente para o resgate da dívida contraída, especialmente depois da generosa dilatação dos prazos em se tratando de veículos, 60 meses e até mais. Ora, os prazos longos são fáceis de aceitar, a imaginação os faz infinitos, segundo o nosso Machado de Assis.

Historicamente, o carro era privilégio de um número pequeno de pessoas, que foi se alargando com o tempo e o progresso e agora muito mais, graças à facilidade de sua aquisição mediante financiamento em cinco ou mais anos de prazo.
O devedor que saboreava o prazer de ter o seu carro agora se vê de calças na mão.
Segundo dados do Banco Central, nos últimos 12 meses, a inadimplência saltou 44%. A partir daí, quando o quadro se agrava, o financiado verificou que não terá condições para liquidar a sua dívida, e o próprio bem empenhado deixa de ser a garantia do credor, sabido que o uso do carro reduz significativamente seu valor de venda. Ora, isto importa em reconhecer que, muito antes do termo dos 60 meses, o bem dado como garantia torna-se insuficiente para quitá-la.

Segundo informam os conhecedores do mercado, um carro pode depreciar até 40% em um ano. Agora a gravidade maior veio à luz, na angústia em que se encontra o devedor que, até de graça entrega o seu automóvel, para liberar-se da dívida impagável e, cada vez mais, se repete o expediente. A indústria automobilística se expandiu como nunca, o governo arrecadou como nunca e, como nunca, o devedor que saboreava o prazer de ter o seu carro agora se vê de calças na mão.
Este aspecto do fenômeno chega a ser patético dados seus efeitos perniciosos. E isso pode ser perigoso.

Paulo Brossard
24 de abril de 2012
Fonte: Zero Hora

SOBRE A GUERRA DO RIO: 'O ESTADO POLICIALESCO É UTOPIA'


Dois assaltos a imóveis ocorreram no ultimo final de semana no bairro do Jardim Botânico, na Zona Sul do Rio, num período de seis horas, entre a noite de sábado e a madrugada de domingo. No assalto a uma residência os moradores, amigos da família e o próprio vigia da rua tiveram pertences roubados e permaneceram como reféns por cerca de 45 minutos no interior do imóvel.
Uma das vítimas disse que os bandidos, durante o assalto, estariam sendo instruídos de fora por radiostransmissores.

No outro caso, de assalto a uma produtora de vídeos, ao soar o alarme a PM logrou prender um dos três assaltantes. Era residente na ladeira dos Tabajaras, em Copacabana.
Tais fatos nos trazem reflexões e nos remetem a uma análise conjuntural que envolve o contexto da violência urbana observada no Rio e em suas cercanias há alguns anos.


Com a recente implantação das UPPs em morros e favelas da capital e a permanente repressão ao tráfico de drogas, o banditismo, além de migrar para outras regiões do entorno do Rio vem desenvolvendo outras modalidades de práticas criminosas na tentativa de repor suas perdas financeiras com o comércio de drogas.

O assalto a residência, o sequestro-relâmpago e o roubo de veículos e de cargas são modalidades de delito, com base na ação do elemento surpresa, praticado pela criminalidade que tem desafiado a inteligência policial ultimamente.

É inimaginável, no entanto, pensar na criação do estado policialesco, a sociedade total de controle, como solução de todos os problemas da violência. Isso é utopismo.
A polícia onipresente não existe e nunca existirá. O estado, ainda que tenha como projeto incorporar aos seus quadros, somente este ano, 7 mil novos policiais militares, conforme noticiado em recente matéria jornalística, tem limites de dotação orçamentária e de caixa para contratação de pesssoal e há outras áreas também prioritárias da administração pública como saúde, educação, habitação, saneamento básico.
A polícia sempre terá o cobertor curto por mais que se contrate novos policiais. Isso é fato real.

Por outro lado, o crime é um fenômeno cíclico, dinâmico, cuja finalidade precípua é o lucro. Também é certo que a cobrança por mais e mais policiamento ostensivo sempre existirá. É preciso, porém, relativizar as possibilidades do aparelho policial.
As 11 cracolândias existentes na cidade do Rio, com os 3 mil dependentes da ‘droga da morte’, são, por exemplo, muito mais problema de saúde pública do que de polícia.
Há que se considerar ainda que a violência é um fenômeno presente e crescente no trânsito, nas redes sociais, no interior de escolas públicas e particulares, entre torcidas organizadas de futebol, contra minorias e mesmo em atos reivindicatórios por justiça social no mundo. Vivemos num mundo mais violento. Também não há dúvida disso.

Entretanto, a melhor estratégia, para conter a criminalidade atípica do Rio, é tornar a polícia permanentemente proativa – a que se antecipa ao crime com base em dados da inteligência policial.
É preciso operar permanentemente e sufocar os redutos do tráfico, neutralizando o crime em sua origem.
A polícia reativa, a que reage pós-fato, acabou no mundo. Assaltantes de residência, ladrões de carro ou os que cometem sequestro-relâmpago geralmente saem de morros e favelas e para lá retornam.
Ou a polícia se torna definitivamente proativa ou o elemento surpresa sempre a surpreenderá. O estado policialesco é inimaginável e irreal.

HOSPITAL CENTRAL DO IASERJ LUTA PARA NÃO FECHAR

O Hospital Central do Instituto de Assistência aos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (Iaserj), no Centro do Rio, que foi construído através da captação de recursos dos próprios servidores, apresenta claros sinais de abandono e luta para continuar em atividade, apesar da necessidade de reformas, que vem prejudicando toda a estrutura da unidade. Com a redução sistemática nos investimentos por parte do governo, o hospital, que teria capacidade para atender um grande número de pacientes, hoje opera de forma muito reduzida.

O descaso com o hospital teve início, em 1987, no governo Moreira Franco e, atualmente, a sua estrutura é visível desde a fachada do prédio, com janelas quebradas, paredes rachadas e portões improvisados. Mesmo assim, médicos e funcionários do instituto se esforçam e continuam atendendo na maioria das 44 especialidades antes oferecidas. O instituto abriga, inclusive, o Instituto Estadual de Infectologia São Sebastião, transferido para o Iaserj após o fechamento do Hospital do Caju.

O Iaserj foi inaugurado em 1932 para fornecer assistência médica aos servidores públicos do Rio, mas além de atender os mais de um milhão de servidores, atualmente também abre as portas para receber pacientes do SUS, ajudando a desafogar a rede pública de saúde.

A presidente da Associação dos Funcionários do Iaserj(Afiaserj), Mariléa Ormond, confirma que, apesar da necessidade de reformas, os atendimentos ainda são oferecidos, mas, segundo ela, o instituto vem sendo prejudicado anualmente com cortes no orçamento. Só no ano passado a redução foi de 11%.

Mariléa explica que, “se depender do governo do estado, o instituto fecha as portas. É uma falta de respeito o que se faz com a saúde pública. Temos um laboratório que faz uma média de 35 mil exames por mês. Tudo que está funcionando, funciona muito bem.
A presidente da Afiaserj defende reformas no prédio e lembra que o Iaserj foi construído através da captação de recursos dos próprios servidores, que desde a década de 30 contribuíam com 2% de seus contra-cheques para o Iaserj.

“Para funcionar plenamente, precisamos de investimentos na recuperação do prédio, que foi se deteriorando. Temos um pavilhão de seis andares todo fechado. E um centro cirúrgico com 8 salas desativadas. Enquanto pessoas morrem sem atendimento em outros lugares, poderíamos criar mais de 100 leitos no Iaserj”, salienta Mariléa, acrescentando que “ os funcionários do instituto lamentam o atual estado dos prédio e reclamam das condições de trabalho.

O salário dos funcionários é muito baixo”. Este descaso do governo com a manutenção do instituto agravou-se em 2008, quando o governador autorizou a cessão do terreno do Iaserj para o Instituto Nacional do Cancer (Inca). Em 2010, chegou a ser apresentado o projeto de ampliação do Inca, que incluía a demolição do prédio do Iaserj, mas graças à mobilização dos servidores públicos, o Tribunal de Contas da União considerou irregular a cessão do terreno e suspendeu a demolição.

Para o presidente do Sindicato dos Médicos do Estado do Rio de Janeiro, Jorge Darze, o fechamento do Iaserj é injustificável no atual cenário da saúde no Rio, e faz parte do “modelo absurdo de privatização da saúde no estado. Essa decisão é criminosa. É um hospital com excelência de atendimento, que tinha 400 leitos para atender a população em todas as especialidades. É injustificavel desativar mais um hospital”.

24 de abril de 2012
Paulo Peres

SUPOSTO ENVOLVIMENTO DE MINISTROS, MANCHA O PODER JUDICIÁRIO

 
STF E STJ COVIS DE BANDIDOS DE TOGA COM A FALÊNCIA DEFINITIVA DO PODER JUDICIÁRIO?
 
Divulgada na Internet uma suposta ordem do STF para que a Polícia Federal lhe entregasse toda a documentação das operações Monte Carlo (Demóstenes vrs Cachoeira) e Las Vegas (Cachoeira vrs Cúpula do Judiciário).A mesma fonte denuncia que nos bastidores do Covil de Bandidos – poder público – corre a informação do envolvimento, em maior ou menor grau, de nove ministros do STJ e quatro do STF com esses escândalos de corrupção.
 
O fato de supostamente e inexplicavelmente o STF ter ordenado que não ficasse nenhuma cópia de qualquer documento de posse da Polícia Federal (me engana que eu gosto) agrava e muito que as denúncias possam ter embasamento real.Esse cenário institucional – embasamento real – poderá definir a falência definitiva do Poder Judiciário no país.
Diante dessa suposição, se comprovada totalmente ou parcialmente verdadeira, qual será a reação da sociedade? Qual será a reação das Forças Armadas diante da suposta Falência do Poder Judiciário? Qual será a reação da banda boa do Poder Judiciário e da Polícia Federal, absolutamente desqualificada por essa ordem do STF que é totalmente ilegal e denuncia um hediondo abuso de poder porque não foi submetida previamente ao seu plenário para ser votada?
 
Estamos diante – se comprovado – de um gravíssimo cenário de desordem institucional que poderá ter três consequências prováveis:
 
- Um abafa geral o que significaria a formalização pública do Regime Fascista Civil com o aval das Forças Armadas e a desqualificação formal do Poder Judiciário como defensor da ordem legal no país, ficando ainda absolutamente comprovada que o termo Covil de Bandidos é a única qualificação possível para o poder público,
 
- Uma dura reação nascida no próprio poder público para promover a destituição desse Regime Fascista Civil disfarçado com o apoio da Polícia Federal e das Polícias Civil, Militar e com total apoio de oficiais das Forças Armadas - não vendidos ao poder executivo
 
- e a convocação de novas eleições gerais,- Uma reação social – podendo descambar para uma guerra civil com a convocação das milícias petistas pela presidente para saírem às ruas – em larga escala com o apoio de instituições civis e das Forças Armadas, impondo através de uma junta civil-militar a destituição do desgoverno petista e do destituição do Congresso Nacional, com a prisão de todos os envolvidos e o consequente cancelamento de qualquer foro privilegiado,
 
- Será que a Sra. Hillary Clinton está acompanhando pela mídia a comprovação do teor da sua absurda idiotice ao declarar em entrevista coletiva que o governo brasileiro estaria dando um exemplo para o mundo sobre o combate à corrupção?- Será que as malas e os passaportes italianos já estão prontos para partir levando de lembrança o crucifixo do gabinete presidencial?
 
24 de abril de 2012
Geraldo Almendra

JÁ ESTÁ NA HORA DE O STF TOMAR JEITO


O encerramento do mandato de Cezar Peluso à frente do Supremo Tribunal Federal pode significar uma mudança positiva no rumo daquela Corte?

É difícil supor que subitamente o STF passe a agir de forma republicana, cumprindo suas funções constitucionais. O clima interno é de beligerância. A cerimônia de posse do presidente Ayres Britto sinalizou que o provincianismo continua em voga. Foi, no mínimo, constrangedora a presença de Daniela Mercury cantando (mal) o Hino Nacional.

Mas pior, muito pior, foi o momento em que a cantora recitou um poema do presidente recém empossado, já chamado de ministro pirilampo: “Não sou como camaleão que busca lençóis em plena luz do dia. Sou como pirilampo que, na mais densa noite, se anuncia”.

Mas como tudo o que é ruim pode piorar, o discurso de posse foi recheado de metáforas. Numa delas disse algo difícil de supor que seria pronunciado naquele recinto (e mais ainda por um presidente): “A silhueta da verdade só assenta em vestidos transparentes.”

O clima circense (os mais otimistas dirão: descontraído) da posse é uma mostra de como as instituições republicanas estão desmoralizadas. Teremos uma curta presidência de Ayres Britto. Logo o ministro vai se aposentar. Pouco antes, Cezar Peluso também vai seguir o mesmo caminho. A presidente Dilma Rousseff dificilmente vai nomear dois ministros para preencher as vagas. Assim, teremos um STF com nove membros, paralisado, com milhares de processos para julgar. E, para dar mais emoção, tendo na presidência Joaquim Barbosa. Ah, teremos um segundo semestre inesquecível naquela Corte.

Peluso saiu da presidência atirando. Foi sincero. Demonstrou o que é: autoritário, provinciano, conservador, corporativista e com uma questionável formação jurídica. Fez Direito na Faculdade Católica de Santos. Depois teve na USP como orientador Alfredo Buzaid, ministro da Justiça do presidente Médici. Não viu nada de anormal. Devia comungar das ideias de Buzaid. Afinal, a tese foi feita quando ele era ministro do governo mais repressivo da ditadura. Com a redemocratização, Peluso buscou outras companhias. Acabou se aproximando dos chamados setores progressistas. O poder tinha se deslocado e ele, também.

Na entrevista ao saite Consultor Jurídico, disse que organizava reuniões domésticas com os teólogos Leonardo Boff e Gustavo Gutierrez. Relatou que ficou impressionado quando Gutierrez alertou sobre a importância do ato de comer na Bíblia.

Sim, leitor, o que chamou a atenção de Peluso, na Bíblia, foi a comida. Sem nenhum pudor, disse que uma carta do cardeal Dom Paulo Evaristo Arns foi determinante para sua escolha para o STF pelo ex-presidente Lula. Como se um assunto de Estado fosse da esfera da religião, esquecendo que a Constituição (e desde a primeira Carta republicana, a de 1891) separou a Igreja do Estado.

Atacou frontalmente a ministra Eliana Calmon, corregedora do CNJ. Afirmou que sua atuação estava pautada pela mídia e pelo desejo de fazer carreira política. E, mais, que não obteve nenhum resultado prático da sua ação. Fugiu à verdade. Se não fosse a corajosa atuação da corregedora, por exemplo, não ficaríamos sabendo dos fabulosos “ganhos eventuais” dos desembargadores paulistas (Peluso incluso - teria recebido 700 mil reais).

Peluso foi descortês com os colegas do STF. Na votação sobre as atribuições do CNJ, fez de tudo para ganhar a votação. Interrompeu votos, falou diversas vezes defendendo seu ponto de vista e mesmo assim perdeu. Imputou a derrota à ministra Rosa Weber, que teria dado o voto decisivo. Deixou no ar que ela votou sem ter conhecimento pleno do processo.

Nos ataques aos colegas, não poupou o ministro Joaquim Barbosa. Insinuou que ele não gostava de trabalhar. Era inseguro. Que frequentava bares. E que não tinha nenhuma doença nas costas. O estereótipo sobre Barbosa é tão vil como aqueles produzidos logo após 13 de maio de 1888.

Apontei em três artigos no Globo alguns problemas do STF (“Um poder de costas para o país”, “Triste Judiciário” e “Resta, leitor, rir”). O mau funcionamento daquela Corte não deve ser atribuído somente aos bate-bocas de botequim ou a alguma questão conjuntural. O STF padece de problemas estruturais. Deveria ser um tribunal constitucional, mas não é. Virou um tribunal de última instância. É lento, pesado. Tem de melhorar o desempenho administrativo. E o problema, certamente, não é a escassez de funcionários. São 3 mil. Os ministros tiram muitas licenças. Tudo é motivo para a suspensão dos trabalhos. E não é de hoje. A demora para a indicação de vagas abertas no tribunal também é um complicador.

Tudo indica que a questão central para o bom funcionamento do STF é a forma de como são designados os ministros. De acordo com a Constituição, a iniciativa é do Executivo. O nome é encaminhado, também segundo o rito constitucional, para o Senado. E lá deveria - deveria - ser sabatinado pelos senadores.

São dois problemas. Um é a escolha presidencial. Não tem se mostrado o melhor método. Os nomes são questionáveis, as vinculações pessoais e partidárias são evidentes. E o selecionado geralmente está muito abaixo do que seria aceitável para uma Corte superior. Já a sabatina realizada pelos senadores não passa de uma farsa.

A última, da ministra Rosa Weber, foi, no mínimo, constrangedora. A ministra mal conseguia articular uma frase com ponto final. Disse que estava muito nervosa. Foi dado um intervalo para café. No retorno, infelizmente para nós brasileiros, o desempenho da senhora Weber continuou o mesmo. Já passou da hora de o STF tomar jeito.
 
24 de abril de 2012
Marco Antonio Villa        
Fonte: O Globo

ILHA DE CURUPU, MARANHÃO, PROPRIEDADE DOS SARNEY.

Ali onde está a mansão do Zequinha Sarney, era uma floresta nativa.
 
Zequinha Sarney, cria de José Sarney, é deputado federal pelo Maranhão. Se quisesse ser governador, prefeito, interventor, empreiteiro, bicheiro, dono de motel, também poderia, porque naquele estado sendo Sarney pode tudo. Zequinha Sarney é do Partido Verde, é presidente nacional. Amanhã o Zequinha Sarney quer interditar o deputado federal Paulo Piau (PMDB-MG) invalidando o relatório da Câmara sobre o Código Florestal. Zequinha Sarney é daqueles que defendem que mais de um milhão de pequenos agricultores brasileiros sejam expulsos das margens dos rios que ocuparam quando não havia lei ambiental. No lugar do milho, da mandioca, do feijão, Zequinha Sarney quer que eles plantem pinus ou eucalipto.
 

Olhando a foto acima, vemos que a Família Sarney abriu uma clareira na mata nativa da Ilha de Curupu para construir uma mansão onde o Zequinha Sarney refestela-se com a sua prole e família.
 
Ali onde está mansão do Zequinha é uma APP, uma Área de Preservação Permanente. Mas APP só vale para agricultor pobre e miserável, jamais para um Sarneyzinho.
 
É por este tipo de prepotência que o Maranhão é o estado mais miserável do Brasil. Por pouco, o pai do Zequinha não transformou o Brasil num grande Maranhão, quando passou pela presidência.
 
Alguém, amanhã, no debate da Câmara, poderia fazer o favor de esfregar esta foto da Ilha de Curupu nas fuças do Zequinha Sarney. Pode ser que assim ele crie vergonha naquela cara de pau.
Pau de árvore nativa que ele a sua família devastaram numa Área de Preservação Permanente lá no Maranhão.
(Publicado originalmente no dia de ontem)
 
24 de abril de 2012
coroneLeaks