Dois recentes episódios, de grave ofensa pública à honra de uma magistrada e a de um policial, ambos encontrando-se no pleno exercício de suas missões, fatos trazidos a conhecimento público pelos diferentes meios de comunicação social, precisam ser objeto de reflexão.
No primeiro caso, ocorrido na Zona Oeste do Rio, durante uma operação de fiscalização da Lei Seca, um delegado da Polícia Civil – o segundo caso em menos de um mês que envolve uma autoridade policial numa fiscalização de trânsito no Rio – que se encontrava como passageiro de um veículo, sem placas de identificação, sem que a nota fiscal de compra tivesse sido apresentada, insurgiu-se, de forma totalmente desrespeitosa, à um oficial da PM que ordenara o recolhimento do veículo à depósito.
Frise-se que pela lei de trânsito o proprietário do veículo Zero km tem até 15 dias da data de compra, expressa na nota fiscal, para a colocação das placas.
Salta aos olhos a reprovável e inaceitável conduta da referida autoridade policial – o episódio foi flagrado em vídeo – ao desacatar o oficial da PM e de forma genérica a todos os integrantes da instituição Polícia Militar, dizendo: “Se tu é PM, é um otário”.
Um mau exemplo para quem deveria ser o primeiro a zelar pelo cumprimento da lei e sobretudo respeitar agentes da autoridade no exercício legal da função. Ninguém está cima da lei pelo cargo ou função que ocupa. A reação agressiva e desproporcional, tentando desacreditar e constranger o policial em via pública, fere o bom comportamento social e ético que se espera de autoridades policiais. Inaceitável e reprovável conduta, sem nenhuma dúvida.
Os termos chulos e impróprios, empregados pela autoridade para desacatar o policial militar, num visível descontrole emocional, foram lamentáveis. É preciso que alguns ainda aprendam que a prepotência do (“Sabe com quem está falando?”) não se aplica ao Estado Democrático de Direito, onde o pressuposto constitucional é de que todos são iguais perante a lei.
Fica, portanto, a bicentenária Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, de relevantes e inestimáveis serviços prestados à sociedade fluminense, no dever de apurar também disciplinarmente a conduta inadequada do referido profissional de polícia.
O outro episódio, extremamente agressivo e desrespeitoso ao Estado de Direito e ao Poder Judiciário, foi protagonizado pela advogada de defesa durante o julgamento de Lindemberg Alves, um frio assassino condenado a 98 anos de prisão. A advogada Ana Lúcia Assad, em dado momento do julgamento, disse à juíza do caso Eloá: ‘’Você precisa voltar a estudar’’.
A juíza Milena Dias afirmou durante a leitura da exemplar sentença de condenação de Lindemberg, que requisitou ao Ministério Público, em sua legítima defesa e a do próprio Poder Judiciário, que apure a declaração dada pela advogada de defesa. A juíza considerou que houve crime contra a honra. A frase, segundo ela, foi proferida de “forma jocosa, irônica e desrespeitosa.” Também não há dúvida.
A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) fica também no dever, em nome da classe dos magistrados, de representar contra a advogada Ana Lúcia Assad pelo comportamento altamente desrespeitoso. Se não concordava com algum possível descumprimento quanto a formalidade processual que protestasse e se dirigisse à magistrada de forma respeitosa e educada.
Fica também a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) com a incumbência de apreciar o comportamento da referida profissional do Direito ante o seu Conselho de Ética. Sem respeito à Justiça e à Polícia não há respeito à lei, à ordem e ao Estado Democrático de Direito. Aprenda-se.
Milton Corrêa da Costa
19 de fevereiro de 2012
Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
domingo, 19 de fevereiro de 2012
ÍNDIA DESAFIA SANÇÕES DO EUA AO IRÃ
Nova Deli – A despeito das pressões dos Estados Unidos e da União Europeia, a Índia continuará importando petróleo iraniano e enviará também uma numerosa delegação comercial a Teerã para aumentar as exportações a esse país.
Organizada pela Federação de Associações de Exportadores da Índia, e com o consentimento e participação do governo, a viagem – a princípio programada de 10 a 14 de março – envolve diretores de 30 das mais importantes empresas do setor na terceira maior economia da Ásia.
Pragmática, a decisão foi de alguma forma induzida pelas próprias penalizações acordadas por Washington e Bruxelas para asfixiar economicamente o Irã mediante um embargo petroleiro ao qual a Índia, por elementares razões de segurança energética, não pode aderir.
Nesse contexto, na semana passada Nova Déli e Teerã acordaram que a primeira saldará em rupias 45 por cento de suas importações de petróleo iraniano, um sistema de pagamento que pretende evadir as sanções ocidentais sobre o tópico.
Sob essas condições, ainda ficava pendente como a Índia pagaria os 55 por cento restantes. A ideia de criar um mecanismo de compensação era esperada e foi então que começaram as negociações para aumentar as exportações ao Irã.
Adicionalmente, maneja-se a possibilidade de realizar investimentos indianos em projetos iranianos relacionados à indústria petroleira, à mineração e à construção de estradas e ferrovias.
O gigante asiático considera que, diferentemente das medidas aprovadas contra o Irã no seio da ONU, as impostas pelos Estados Unidos e a União Europeia são unilaterais, por isso não violaria nenhuma norma internacional se fomentasse seu comércio com o Estado persa.
“Honramos as disposições das Nações Unidas, mas estas não cobrem uma ampla gama de artigos suscetíveis de serem exportados ao Irã”, comentou um alto funcionário da pasta do Comércio.
Visto graficamente o assunto, ao menos no caso particular da Índia o embargo petroleiro ao Irã converteu-se em um tipo de bumerangue que regressou golpeando os narizes de seus promotores, e num setor de rendimentos que de repente se abriu para a nação sul-asiática.
Esta calcula em oito bilhões de dólares as eventuais novas vendas a Teerã, pouco mais que o necessário para pagar os mencionados 55 por cento faltantes, e quase o mesmo que deixarão de vender ao Irã outros países que acatarão a política de vendas restritivas decidida pelo Ocidente.
Concretizando-se, a decisão ajudará também a equilibrar a balança comercial bilateral, marcadamente favorável ao Irã: só por conceito de petróleo, a Índia paga cerca de 12 bilhões de dólares anualmente ao Irã, enquanto suas vendas de produtos diversos a esse país mal chegam aos três bilhões e meio.
Por enquanto, os setores identificados para impulsionar as exportações indianas incluem autopeças, maquinaria para as indústrias têxteis, açucareira e siderúrgica, lingotes de aço, produtos farmacêuticos, pneus, arroz, açúcar, soja, cevada, manteiga, trigo e carnes vermelhas.
Um dos mais prometedores é o de autopeças, pois as importações iranianas desses produtos rondam os dois bilhões de dólares anuais - o grosso, procedente dos Estados Unidos e Europa.
A Índia, quase é redundante dizê-lo, está resistindo fortes pressões para fazer valer seu direito e aproveitar uma conjuntura que se percebe ideal para revigorar sua economia, cujo crescimento no presente ano fiscal foi inferior ao dos exercícios precedentes.
No final do mês passado, ao final de uma visita de dois dias aos Estados Unidos, o ministro de Finanças, Pranab Mukherjee, disse que para a Índia é impossível reduzir e muito menos renunciar às importações de petróleo iraniano e reiterou que os vínculos energéticos entre ambos países não serão cortados.
Também em Washington, o Congresso Judeu Americano expressou à embaixadora indiana, Nirupama Rao, sua “profunda preocupação” pelos esforços de seu país para estreitar relações comerciais com o Irã “em momentos em que os Estados Unidos e outras democracias estão solicitando novas pressões econômicas” contra Teerã.
Há alguns dias, ao realizar-se aqui a cúpula Índia-UE, o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, falhou na tentativa de somar Nova Déli ao embargo petroleiro e às sanções ao Irã, conformando-se em pedir-lhe que usasse sua influência para levar a nação persa à mesa de negociações.
O premier Manmohan Singh concordou em que o assunto deve ser resolvido pela via diplomática, mas reiterou que seu país continuará comprando petróleo iraniano. “O Irã é um vizinho próximo. É uma fonte importante de nossa energia”, reafirmou.
(Transcrito da agência cubana Prensa Latina)
19 de fevereiro de 2012
Erica Soares
Organizada pela Federação de Associações de Exportadores da Índia, e com o consentimento e participação do governo, a viagem – a princípio programada de 10 a 14 de março – envolve diretores de 30 das mais importantes empresas do setor na terceira maior economia da Ásia.
Pragmática, a decisão foi de alguma forma induzida pelas próprias penalizações acordadas por Washington e Bruxelas para asfixiar economicamente o Irã mediante um embargo petroleiro ao qual a Índia, por elementares razões de segurança energética, não pode aderir.
Nesse contexto, na semana passada Nova Déli e Teerã acordaram que a primeira saldará em rupias 45 por cento de suas importações de petróleo iraniano, um sistema de pagamento que pretende evadir as sanções ocidentais sobre o tópico.
Sob essas condições, ainda ficava pendente como a Índia pagaria os 55 por cento restantes. A ideia de criar um mecanismo de compensação era esperada e foi então que começaram as negociações para aumentar as exportações ao Irã.
Adicionalmente, maneja-se a possibilidade de realizar investimentos indianos em projetos iranianos relacionados à indústria petroleira, à mineração e à construção de estradas e ferrovias.
O gigante asiático considera que, diferentemente das medidas aprovadas contra o Irã no seio da ONU, as impostas pelos Estados Unidos e a União Europeia são unilaterais, por isso não violaria nenhuma norma internacional se fomentasse seu comércio com o Estado persa.
“Honramos as disposições das Nações Unidas, mas estas não cobrem uma ampla gama de artigos suscetíveis de serem exportados ao Irã”, comentou um alto funcionário da pasta do Comércio.
Visto graficamente o assunto, ao menos no caso particular da Índia o embargo petroleiro ao Irã converteu-se em um tipo de bumerangue que regressou golpeando os narizes de seus promotores, e num setor de rendimentos que de repente se abriu para a nação sul-asiática.
Esta calcula em oito bilhões de dólares as eventuais novas vendas a Teerã, pouco mais que o necessário para pagar os mencionados 55 por cento faltantes, e quase o mesmo que deixarão de vender ao Irã outros países que acatarão a política de vendas restritivas decidida pelo Ocidente.
Concretizando-se, a decisão ajudará também a equilibrar a balança comercial bilateral, marcadamente favorável ao Irã: só por conceito de petróleo, a Índia paga cerca de 12 bilhões de dólares anualmente ao Irã, enquanto suas vendas de produtos diversos a esse país mal chegam aos três bilhões e meio.
Por enquanto, os setores identificados para impulsionar as exportações indianas incluem autopeças, maquinaria para as indústrias têxteis, açucareira e siderúrgica, lingotes de aço, produtos farmacêuticos, pneus, arroz, açúcar, soja, cevada, manteiga, trigo e carnes vermelhas.
Um dos mais prometedores é o de autopeças, pois as importações iranianas desses produtos rondam os dois bilhões de dólares anuais - o grosso, procedente dos Estados Unidos e Europa.
A Índia, quase é redundante dizê-lo, está resistindo fortes pressões para fazer valer seu direito e aproveitar uma conjuntura que se percebe ideal para revigorar sua economia, cujo crescimento no presente ano fiscal foi inferior ao dos exercícios precedentes.
No final do mês passado, ao final de uma visita de dois dias aos Estados Unidos, o ministro de Finanças, Pranab Mukherjee, disse que para a Índia é impossível reduzir e muito menos renunciar às importações de petróleo iraniano e reiterou que os vínculos energéticos entre ambos países não serão cortados.
Também em Washington, o Congresso Judeu Americano expressou à embaixadora indiana, Nirupama Rao, sua “profunda preocupação” pelos esforços de seu país para estreitar relações comerciais com o Irã “em momentos em que os Estados Unidos e outras democracias estão solicitando novas pressões econômicas” contra Teerã.
Há alguns dias, ao realizar-se aqui a cúpula Índia-UE, o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, falhou na tentativa de somar Nova Déli ao embargo petroleiro e às sanções ao Irã, conformando-se em pedir-lhe que usasse sua influência para levar a nação persa à mesa de negociações.
O premier Manmohan Singh concordou em que o assunto deve ser resolvido pela via diplomática, mas reiterou que seu país continuará comprando petróleo iraniano. “O Irã é um vizinho próximo. É uma fonte importante de nossa energia”, reafirmou.
(Transcrito da agência cubana Prensa Latina)
19 de fevereiro de 2012
Erica Soares
NOVAS DO ESTADO-BABÁ PETISTA
“Algum de vocês pode dizer sinceramente que a Carta dos Direitos passaria pelo Congresso atualmente? Ela sequer seria votada.” – F. Lee Batley
O governo está discutindo (de novo) se permite a comercialização de cigarros mentolados no Brasil. Um segredo para fumantes e não-fumantes: já fumaram um cigarro de tabaco puro e natural, desses que caipira enrola na palha? É uma merda. Ninguém que já experimentou algo mais saboroso do que larva de cupim cozida consegue gostar daquilo. Todo o sabor do cigarro é devido, oras, ás 300 mil substâncias cancerígenas que colocam ali (ou acham que a indústria do tabaco mata sua clientela por puro prazer?).
Vai lá o governo e… proibe a menta.
Não é um caso isolado. Enquanto tentamos nos tornar o primeiro país menta-free (epa! Free não!) e vamos vivendo nossa vidinha, uma turma da pesada está trabalhando arduamente para controlar nossas vidas: decidir o que comemos, quais valores devemos ter, o que assistimos na TV, em que horário, o que lemos, o que ouvimos, o que fumamos, o que vestimos. Quer dizer, até agora não votaram nada na Câmara – segundo diagnóstico de Romário (PSB-RJ), aquele que sempre fugia dos treinos, se diz ‘puto’ e pede ‘alguma porra pra fazer’ em Brasília. Agora tem Carnaval, então não há nenhum burocrata estatal cuidando de pensar em leis para nos proteger. Quer dizer, mais ou menos. O Estado Big Brother é tão repetitivo que há sites oferecendo projetos de lei prontos para vereadores comprarem. Quem precisa de um vereador, se podemos apenas decidir tudo na porrinha?
Na União Soviétia, o Big Brother assiste você
Esse é um lado da social-democracia (ou “Estado de Bem-Estar Social”, quando precisam de um nome pomposo em extenso para dar a entender que é um conceito etéreo e inalcançável, e não atentar para o fato de que já vivemos em uma social-democracia há tempos e é isso aí mesmo) que os românticos com a idéia insistem em nunca enxergar. Mais Estado controlando “desigualdade” e outros que tais significa, é claro, mais leis controlando a população para ela não fugir da linha. E se diferenciar muito do seu vizinho já é um risco bem alto. Quem decide? O poder maravilhoso do Estado. Mas como ‘Estado’ é uma abstração coletiva, o fato é que quem decide o que ler, ver, assistir, comer e fumar são burocratas. Vereadores, deputados e outra turma que entende tanto sobre a vida quanto um padre entende sobre sexo (sob corruptela de Paulo Francis).
Em livro recentemente lançado no Brasil, o hilário e obrigatório O Estado Babá: Como radicais, bons samaritanos, moralistas e outros burocratas cabeças-duras tentam infantilizar a sociedade, o colunista David Harsanyi mostra como uma população cada dia mais informada e com um padrão de vida cada geração melhor que a passada (pense na sua infância, na do seu pai, do seu avô e, depois, na do seu filho) está sendo tratada como retardada pela turma que depois dá entrevistas começando as respostas por “No meu governo…”.
“(…) Embora tragicamente mal utilizado, o bom senso é uma habilidade cerebral tão valiosa quanto qualquer outra. É também um dos melhores recursos – embora não seja o único – para farejar uma lei-babá: você identifica quando vê. O autor de sátira política P. J. O’Rourke uma vez descreveu os princípios básicos da administração em uma sociedade livre como: ‘Pense em sua própria empresa. Contenha-se’.”
Será um fator apenas americano? Vejamos algumas notícias só dessa semana que vimos partindo dos petistas e seus aliados por aqui.
19 de fevereiro de 2012
Flávio Morgenstern
O governo está discutindo (de novo) se permite a comercialização de cigarros mentolados no Brasil. Um segredo para fumantes e não-fumantes: já fumaram um cigarro de tabaco puro e natural, desses que caipira enrola na palha? É uma merda. Ninguém que já experimentou algo mais saboroso do que larva de cupim cozida consegue gostar daquilo. Todo o sabor do cigarro é devido, oras, ás 300 mil substâncias cancerígenas que colocam ali (ou acham que a indústria do tabaco mata sua clientela por puro prazer?).
Vai lá o governo e… proibe a menta.
Não é um caso isolado. Enquanto tentamos nos tornar o primeiro país menta-free (epa! Free não!) e vamos vivendo nossa vidinha, uma turma da pesada está trabalhando arduamente para controlar nossas vidas: decidir o que comemos, quais valores devemos ter, o que assistimos na TV, em que horário, o que lemos, o que ouvimos, o que fumamos, o que vestimos. Quer dizer, até agora não votaram nada na Câmara – segundo diagnóstico de Romário (PSB-RJ), aquele que sempre fugia dos treinos, se diz ‘puto’ e pede ‘alguma porra pra fazer’ em Brasília. Agora tem Carnaval, então não há nenhum burocrata estatal cuidando de pensar em leis para nos proteger. Quer dizer, mais ou menos. O Estado Big Brother é tão repetitivo que há sites oferecendo projetos de lei prontos para vereadores comprarem. Quem precisa de um vereador, se podemos apenas decidir tudo na porrinha?
Na União Soviétia, o Big Brother assiste você
Esse é um lado da social-democracia (ou “Estado de Bem-Estar Social”, quando precisam de um nome pomposo em extenso para dar a entender que é um conceito etéreo e inalcançável, e não atentar para o fato de que já vivemos em uma social-democracia há tempos e é isso aí mesmo) que os românticos com a idéia insistem em nunca enxergar. Mais Estado controlando “desigualdade” e outros que tais significa, é claro, mais leis controlando a população para ela não fugir da linha. E se diferenciar muito do seu vizinho já é um risco bem alto. Quem decide? O poder maravilhoso do Estado. Mas como ‘Estado’ é uma abstração coletiva, o fato é que quem decide o que ler, ver, assistir, comer e fumar são burocratas. Vereadores, deputados e outra turma que entende tanto sobre a vida quanto um padre entende sobre sexo (sob corruptela de Paulo Francis).
Em livro recentemente lançado no Brasil, o hilário e obrigatório O Estado Babá: Como radicais, bons samaritanos, moralistas e outros burocratas cabeças-duras tentam infantilizar a sociedade, o colunista David Harsanyi mostra como uma população cada dia mais informada e com um padrão de vida cada geração melhor que a passada (pense na sua infância, na do seu pai, do seu avô e, depois, na do seu filho) está sendo tratada como retardada pela turma que depois dá entrevistas começando as respostas por “No meu governo…”.
“(…) Embora tragicamente mal utilizado, o bom senso é uma habilidade cerebral tão valiosa quanto qualquer outra. É também um dos melhores recursos – embora não seja o único – para farejar uma lei-babá: você identifica quando vê. O autor de sátira política P. J. O’Rourke uma vez descreveu os princípios básicos da administração em uma sociedade livre como: ‘Pense em sua própria empresa. Contenha-se’.”
Será um fator apenas americano? Vejamos algumas notícias só dessa semana que vimos partindo dos petistas e seus aliados por aqui.
19 de fevereiro de 2012
Flávio Morgenstern
HUGO CHÁVEZ E DEMAIS TIRANETES ESQUERDISTAS TRANSFORMAM A AMÉRICA LATINA EM CAMPO DE TREINAMENTO E AÇÃO DO TERRORISMO INTERNACIONAL ISLÂMICO
A sinistra parceria de Chávez com o sanguinário Ahmadinejad
Transcrevo como segue após este prólogo, os destaques do testemunho do embaixador Roger Noriega perante a Comissão dos Assuntos Externos do Senado e Sub-comissão do Hemisfério Ocidental, Corpo da Paz, e Narcóticos, publicado no site do InterAmerican Security Watch.
Esse resumo dá uma ideia do que está ocorrendo na América Latina, continente que se tornou pelas mãos do caudilho Hugo Chávez, e demais governos esquerdistas latino-americanos, num campo de treinamento do terrorismo islâmico acumpliciado com os comunistas que, por sua vez, estão ligados aos grupos de narco-traficantes.
Com o controle da grande imprensa os governos esquerdistas impedem que informações como estas cheguem ao conhecido do grande público.
As televisões, sobretudo, transdormaram-se em máquinas de lavagem cerebral da grande massa em toda a América Latina, pela veiculação sistemática do anti-americanismo e do anti-semitismo e da louvação polticiamente correta do terrorismo islâmico e de grupos narco-terroristas travestidos de "guerrilheiros", como as FARC.
Em países como a Venezuela, onde ainda existe amplos setores de resistência, sobretudo na imprensa, Chávez age com repressão brutal.
Por isso já fechou mais de 30 emissoras de televisão e o propriprietário da Globovisión teve que fugir do país.
Todavia no Brasil, esse apoio da grande imprensa ao governo comunista do PT, ao escamotear informações importantíssimas no que respeita à segurança nacional, é feito de forma deliberada, já que a maioria dos jornalistas brasileiros é completamente idiota, descerebrada, mentirosa, preguiçosa e burra, pois é integrada por militantes esquerdistas que continuam com um pé fincado no terreiro do marxismo disseminado nas universidades que forma jornalistas.
Não fosse a internet muitas dessas informações que veiculo neste blog não seriam conhecidas! Isto é incrível, mas é verdadeiro.
Torna-se importante, então que leiam o que segue e, se possível, compartilhem este post em suas redes sociais, como Twitter, FaceBook, Linkedin entre outras.
Abaixo do post estão disponíveis essas ferramentas de compartilhamento.
aluizio amorim
O diretor da Inteligência Nacional, James R. Clapper disse no início deste mês que "as autoridades iranianas" de nível superior "estão mais dispostas a fazer um ataque nos Estados Unidos ...." O general Clapper também informou que o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, foi provavelmente cientificado das ações descobertas em outubro, onde supostos líderes do cartel de drogas mexicano conspirou com o Irã para cometer um ataque terrorista no coração da capital dos Estados Unidos”.
Com base em dezenas de entrevistas com especialistas de todo o mundo, com testemunhas na região e uma grande quantidade de documentos oficiais da Venezuela e do Irã se tiram as seguintes conclusões:
•Hugo Chávez e o iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, estão conspirando para travar uma luta contra a assimetria de segurança dos EUA e contribuir para o ilícito programa nuclear do Irã. Suas atividades clandestinas representam uma ameaça à paz e à segurança regionais.
•O Irã proporcionou armas convencionais para a Venezuela, capaz de atacar os Estados Unidos e nossos aliados na região.
•Irã usou US $ 30 bilhões de dólares em iniciativas econômicas na Venezuela como um meio para lavagem de dinheiro e fugir das sanções financeiras internacionais.
•Desde 2005, o Irã tem urânio encontrado na Venezuela, Equador e outros países da região, e realiza operações de mineração suspeitas em algumas áreas ricas em urânio.
•Duas redes de terroristas, uma na Venezuela e outra articulada por Mohsen Rabbani, que é um oficial da Força Quds da Guarda Revolucionária iraniana, faz proselitismo, recrutamento de recolhimento de fundos, treinamento de agentes para o Irã e do Hezbollah, em muitos países das Américas.
•Hezbollah conspira com redes de tráfico de drogas na América do Sul para obter recursos e benefícios táticos.
•A companhia aérea estatal venezuelana Conviasa, opera vôos regulares de Caracas para Damasco e Teerã - fornecendo ao Irã, ao Hezbollah e a narcotraficantes um meio de transporte para movimentar o pessoal, armas, contrabando e outros materiais.
As atividades do Irã e do Hezbollah perpetrados perto de nossas fronteiras, exigem uma estratégia de governo que inclui uma revisão da política atual para compreender e avaliar o problema transnacional e multifacetado, compartilhar informações com governos aliados, e insistem em investigar atividades suspeitas e instalações militares.
Nosso governo deve estar preparado para implementar medidas efetivas, de forma unilateral e com os parceiros, para permitir operações destinadas a neutralizar e desmantelar ações ilegais e neutralizar ameaças inaceitáveis.
19 de fevereiro de 2012
Do site Inter American Security Watch - Read also in english - Leia tambiém en español
Transcrevo como segue após este prólogo, os destaques do testemunho do embaixador Roger Noriega perante a Comissão dos Assuntos Externos do Senado e Sub-comissão do Hemisfério Ocidental, Corpo da Paz, e Narcóticos, publicado no site do InterAmerican Security Watch.
Esse resumo dá uma ideia do que está ocorrendo na América Latina, continente que se tornou pelas mãos do caudilho Hugo Chávez, e demais governos esquerdistas latino-americanos, num campo de treinamento do terrorismo islâmico acumpliciado com os comunistas que, por sua vez, estão ligados aos grupos de narco-traficantes.
Com o controle da grande imprensa os governos esquerdistas impedem que informações como estas cheguem ao conhecido do grande público.
As televisões, sobretudo, transdormaram-se em máquinas de lavagem cerebral da grande massa em toda a América Latina, pela veiculação sistemática do anti-americanismo e do anti-semitismo e da louvação polticiamente correta do terrorismo islâmico e de grupos narco-terroristas travestidos de "guerrilheiros", como as FARC.
Em países como a Venezuela, onde ainda existe amplos setores de resistência, sobretudo na imprensa, Chávez age com repressão brutal.
Por isso já fechou mais de 30 emissoras de televisão e o propriprietário da Globovisión teve que fugir do país.
Todavia no Brasil, esse apoio da grande imprensa ao governo comunista do PT, ao escamotear informações importantíssimas no que respeita à segurança nacional, é feito de forma deliberada, já que a maioria dos jornalistas brasileiros é completamente idiota, descerebrada, mentirosa, preguiçosa e burra, pois é integrada por militantes esquerdistas que continuam com um pé fincado no terreiro do marxismo disseminado nas universidades que forma jornalistas.
Não fosse a internet muitas dessas informações que veiculo neste blog não seriam conhecidas! Isto é incrível, mas é verdadeiro.
Torna-se importante, então que leiam o que segue e, se possível, compartilhem este post em suas redes sociais, como Twitter, FaceBook, Linkedin entre outras.
Abaixo do post estão disponíveis essas ferramentas de compartilhamento.
aluizio amorim
O diretor da Inteligência Nacional, James R. Clapper disse no início deste mês que "as autoridades iranianas" de nível superior "estão mais dispostas a fazer um ataque nos Estados Unidos ...." O general Clapper também informou que o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, foi provavelmente cientificado das ações descobertas em outubro, onde supostos líderes do cartel de drogas mexicano conspirou com o Irã para cometer um ataque terrorista no coração da capital dos Estados Unidos”.
Com base em dezenas de entrevistas com especialistas de todo o mundo, com testemunhas na região e uma grande quantidade de documentos oficiais da Venezuela e do Irã se tiram as seguintes conclusões:
•Hugo Chávez e o iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, estão conspirando para travar uma luta contra a assimetria de segurança dos EUA e contribuir para o ilícito programa nuclear do Irã. Suas atividades clandestinas representam uma ameaça à paz e à segurança regionais.
•O Irã proporcionou armas convencionais para a Venezuela, capaz de atacar os Estados Unidos e nossos aliados na região.
•Irã usou US $ 30 bilhões de dólares em iniciativas econômicas na Venezuela como um meio para lavagem de dinheiro e fugir das sanções financeiras internacionais.
•Desde 2005, o Irã tem urânio encontrado na Venezuela, Equador e outros países da região, e realiza operações de mineração suspeitas em algumas áreas ricas em urânio.
•Duas redes de terroristas, uma na Venezuela e outra articulada por Mohsen Rabbani, que é um oficial da Força Quds da Guarda Revolucionária iraniana, faz proselitismo, recrutamento de recolhimento de fundos, treinamento de agentes para o Irã e do Hezbollah, em muitos países das Américas.
•Hezbollah conspira com redes de tráfico de drogas na América do Sul para obter recursos e benefícios táticos.
•A companhia aérea estatal venezuelana Conviasa, opera vôos regulares de Caracas para Damasco e Teerã - fornecendo ao Irã, ao Hezbollah e a narcotraficantes um meio de transporte para movimentar o pessoal, armas, contrabando e outros materiais.
As atividades do Irã e do Hezbollah perpetrados perto de nossas fronteiras, exigem uma estratégia de governo que inclui uma revisão da política atual para compreender e avaliar o problema transnacional e multifacetado, compartilhar informações com governos aliados, e insistem em investigar atividades suspeitas e instalações militares.
Nosso governo deve estar preparado para implementar medidas efetivas, de forma unilateral e com os parceiros, para permitir operações destinadas a neutralizar e desmantelar ações ilegais e neutralizar ameaças inaceitáveis.
19 de fevereiro de 2012
Do site Inter American Security Watch - Read also in english - Leia tambiém en español
COERÊNCIA PARA RESOLVER A LENTIDÃO DA JUSTIÇA
Os números oficiais mais próximos da realidade e confiáveis do judiciário brasileiro, divulgados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), são os relativos ao ano de 2008, os quais indicam que 70 milhões de processos estavam nas mãos dos 15 mil magistrados federais, estaduais e do trabalho, que julgaram 25 milhões de ações no ano.
O relatório concluiu que o acúmulo de demandas atrasa as decisões, mas não justifica a lentidão do Judiciário no país, e sim uma vigente legislação processual excessivamente burocrática, que segundo analistas do governo, permite a multiplicação de recursos e todo tipo de artimanha protelatória, dificultando o acesso da população à Justiça. Com base nesta conclusão, uma Comissão de juristas dá o retoque final no anteprojeto do novo Código de Processo Civil (CPC), que no futuro (após sua aprovação) disponibilizando novos mecanismos para combater a morosidade.
Na avaliação do presidente da Comissão, Luiz Fux, ministro do Superior Tribunal de Justiça, a proposta levará a uma redução de até 50% no tempo de tramitação dos processos individuais na área cível e de até 70% nas demandas de massa.
*** *** ***
O PROBLEMA DA EXECUÇÃO
O que temos visto na realidade é o açodamento para questões omissas no texto relativo à execução, ramo dos mais polêmicos do judiciário, o Código de Processo Civil na esfera cível, e a CLT na trabalhista, ambos desprovidos de textos definidos para o instituto, notadamente na realização de Hasta Pública e Leilão de bens imóveis, onde a maioria ocorre com avaliação defasada, (de dois em dois anos requer avaliação), e geralmente com valor inferior a 30% da avaliação (valor vil), se consistindo em flagrante arrepio a lei, a qualidade e cultura do judiciário.
É de tal complexidade o atual texto executório, que muito embora as duas justiças utilizem préstimos do Código Civil (CC), Código de Defesa do Consumidor (CDC) e da Lei Fiscal, o resultado final, quase sempre é desastroso. Isso ocorre permissa vênia, não só pelo manejo das ferramentas disponibilizadas neste conjunto, mais pela interpretação adjetiva e a tentativa de inovar, com base numa simples linha do direito, – o de que o juiz deve atender ao mais relevante para a solução da lide, ou seja, para fazer dinheiro “vale tudo”, no judiciário, principalmente na JT, onde o juízo de primeiro grau quer zerar estatística e o segundo grau vetustamente acompanha.
Resta avaliar em definitivo, se adianta haver celeridade nos processos, sem que haja efetiva justiça. O nosso sistema legal sempre prevaleceu e por certo prevalecerá por muitos anos a Lei Adjetiva, ou seja, o processo, o rito, o procedimento, o meio pelo qual o direito material tramitará perante o Poder Judiciário, o que não se admite é a reconstrução defeituosa do instituto do direito na via infra-institucional, até porque “”consensus tollit errorem”.
O fato da prestação jurisdicional se tornar, menos lenta, não sobreporá à questão de fundo consubstanciada na “justiça” propriamente dita, posto que assim como a fome seja uma espécie de flagelo do corpo, a “injustiça” com mais razão pode ser tida como o flagelo da alma. Este é o âmago da questão, essa é a tônica que deve prevalecer no seio do judiciário brasileiro.
Os meios processuais colocados à disposição dos operadores do direito, atualmente pode ser o dispositivo malidicentemente manipulado para servir as elites, se não o fosse, porque será que uma arrematação de valor vil, que só beneficia o arrematante, contumaz investidor, e não os dois pólos da demanda?
Roberto Monteiro Pinho
19 de fevereiro de 2012
O relatório concluiu que o acúmulo de demandas atrasa as decisões, mas não justifica a lentidão do Judiciário no país, e sim uma vigente legislação processual excessivamente burocrática, que segundo analistas do governo, permite a multiplicação de recursos e todo tipo de artimanha protelatória, dificultando o acesso da população à Justiça. Com base nesta conclusão, uma Comissão de juristas dá o retoque final no anteprojeto do novo Código de Processo Civil (CPC), que no futuro (após sua aprovação) disponibilizando novos mecanismos para combater a morosidade.
Na avaliação do presidente da Comissão, Luiz Fux, ministro do Superior Tribunal de Justiça, a proposta levará a uma redução de até 50% no tempo de tramitação dos processos individuais na área cível e de até 70% nas demandas de massa.
*** *** ***
O PROBLEMA DA EXECUÇÃO
O que temos visto na realidade é o açodamento para questões omissas no texto relativo à execução, ramo dos mais polêmicos do judiciário, o Código de Processo Civil na esfera cível, e a CLT na trabalhista, ambos desprovidos de textos definidos para o instituto, notadamente na realização de Hasta Pública e Leilão de bens imóveis, onde a maioria ocorre com avaliação defasada, (de dois em dois anos requer avaliação), e geralmente com valor inferior a 30% da avaliação (valor vil), se consistindo em flagrante arrepio a lei, a qualidade e cultura do judiciário.
É de tal complexidade o atual texto executório, que muito embora as duas justiças utilizem préstimos do Código Civil (CC), Código de Defesa do Consumidor (CDC) e da Lei Fiscal, o resultado final, quase sempre é desastroso. Isso ocorre permissa vênia, não só pelo manejo das ferramentas disponibilizadas neste conjunto, mais pela interpretação adjetiva e a tentativa de inovar, com base numa simples linha do direito, – o de que o juiz deve atender ao mais relevante para a solução da lide, ou seja, para fazer dinheiro “vale tudo”, no judiciário, principalmente na JT, onde o juízo de primeiro grau quer zerar estatística e o segundo grau vetustamente acompanha.
Resta avaliar em definitivo, se adianta haver celeridade nos processos, sem que haja efetiva justiça. O nosso sistema legal sempre prevaleceu e por certo prevalecerá por muitos anos a Lei Adjetiva, ou seja, o processo, o rito, o procedimento, o meio pelo qual o direito material tramitará perante o Poder Judiciário, o que não se admite é a reconstrução defeituosa do instituto do direito na via infra-institucional, até porque “”consensus tollit errorem”.
O fato da prestação jurisdicional se tornar, menos lenta, não sobreporá à questão de fundo consubstanciada na “justiça” propriamente dita, posto que assim como a fome seja uma espécie de flagelo do corpo, a “injustiça” com mais razão pode ser tida como o flagelo da alma. Este é o âmago da questão, essa é a tônica que deve prevalecer no seio do judiciário brasileiro.
Os meios processuais colocados à disposição dos operadores do direito, atualmente pode ser o dispositivo malidicentemente manipulado para servir as elites, se não o fosse, porque será que uma arrematação de valor vil, que só beneficia o arrematante, contumaz investidor, e não os dois pólos da demanda?
Roberto Monteiro Pinho
19 de fevereiro de 2012
MINISTRO DA SAÚDE DESMENTE MINISTRA DAS POLÍTICAS PARA MULHERES SOBRE NÚMERO DE MORTES CAUSADAS POR ABORTO NO BRASIL
Ontem, o blog publicou que a ministra do aborto por sucção com MBA na Colômbia, deixou que a ONU mentisse para o mundo que, no Brasil, morriam 200.000 mulheres por ano por causa de abortos clandestinos.
Hoje veio o desmentido. O número é muito menor, mesmo assim não comprovado integralmente: pouco mais de 1.000 mortes.
Dilma nomeou mais uma ministra para denegrir a imagem do país lá fora.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, contestou informações divulgadas pela Organização das Nações Unidas segundo as quais 200 mil mulheres morrem anualmente no Brasil por causa de abortos de risco.
Ele acredita que pode ter havido confusão com outro dado, já que cerca de 200 mil mulheres se submetem a curetagens por ano no Brasil, procedimento muito utilizado após o processo abortivo.
A ONU cobrou posição do governo brasileiro durante a 51ª sessão do Comitê Para a Eliminação de Discriminação Contra as Mulheres, que ocorreu essa semana em Genebra, quando a perita suíça Patrícia Schulz pediu esclarecimentos ao governo brasileiro, sem poupar críticas.
"O que vocês vão fazer com esse problema politico enorme que têm"?
Padilha esteve em Recife para assistir ao desfile do Clube de Máscaras O Galo da Madrugada ao lado do governador Eduardo Campos (PSB).
O Ministro da Integração, Fernando Bezerra Coelho, também integrou o camarote do governador.
Padilha se disse surpreso com os números divulgados pela ONU:
- Primeiro que desconheço esse número de 200 mil mortes por ano decorrentes de aborto. Vi esse número apenas no jornal, e precisamos de mais detalhes a respeito desses dados. Temos cerca de mil e oitocentos óbitos por mortalidade materna. E todas em idade fértil são investigadas sobre a mortalidade materna. Então, volto a lembrar: o que nós temos são 200 mil procedimentos de curategem no sistema público de saúde e não necessariamente mortes por causa disso - afirmou.
Ele voltou a dizer que as gestantes são alvo de grande preocupação do Ministério da Saúde, que segundo o ministro, não tem medido esforços para dar atendimento completo às gestantes.
Reconheceu, no entanto, que as taxas ainda preocupam:
- O Brasil precisa reduzir mais ainda a mortalidade para que possamos alcançar os objetivos do milênio, lembrou, acrescentando que a Rede Cegonha está pronta para dar o atendimento pré-natal.
O ministro lembrou que, apesar das críticas, o governo não vai mudar a legislação sobre o aborto.
- Esse é um governo que assumiu um compromisso, inclusive durante a própria campanha. O compromisso de que não tomaria nenhuma medida para mudar a legislação do aborto no país.
Mas nós fazemos um grande esforço para organizar os serviços de saúde, para atender à gestante em qualquer intercorrência clínica que ela tenha ao longo da gravidez, disse.
19 de fevereiro de 2012
(O Globo)
A REVOLUÇÃO DOS BICHOS (CAP. 3)
CAPÍTULO III
E como trabalharam para juntar aquele feno! Mas o esforço foi recompensado, pois a colheita deu um resultado muito melhor do que esperavam.
Por vezes, a tarefa foi dura; os implementos destinavam-se ao uso de seres humanos e foi uma enorme desvantagem o fato de nenhum bicho poder utilizar ferramentas que exigissem a posição em pé sobre as patas traseiras. Mas os porcos eram tão imaginosos que conseguiram contornar todas as dificuldades. Os cavalos conheciam cada palmo do terreno e na realidade sabiam ceifar e raspar muito melhor do que Jones e os empregados, Os porcos não trabalhavam, propriamente, mas dirigiam e supervisionavam o trabalho dos outros. Donos de conhecimentos maiores, era natural que assumissem a liderança. Sansão e Quitéria atrelavam-se à ceifadeira ou à grade (naturalmente não havia mais necessidade de freios e rédeas) e andavam pelo campo para lá e para cá, com um porco atrás gritando "Eia, camarada!" ou "A volta, agora, camarada!", conforme o caso. E cada animal, até os mais modestos, trabalhou para colher e juntar o feno. Até os patos e as galinhas andavam o dia inteiro sob o sol, carregando no bico pequeninos feixes de feno. Enfim, terminaram a colheita dois dias antes do tempo que Jones e seus empregados normalmente levavam. Mas, além disso, foi a maior colheita que jamais se realizara ali. Não houve qualquer desperdício; as galinhas e os patos, com sua vista penetrante, juntaram até o menor talinho. E nenhum animal na granja roubou sequer uma bocada.
Durante todo aquele verão o trabalho da granja andou como um relógio. Os bichos, felizes como nunca. Cada bocado de comida constituía um extremo prazer, agora que a comida era realmente deles, produzida por eles e para eles, em vez de distribuída em pequenas quantidades por um dono cheio de má vontade.
Ausentes os inúteis parasitas humanos, mais sobrava para cada um. Havia também mais lazer, muito embora os animais fossem inexperientes nisso. Encontraram muitas dificuldades - por exemplo, no fim do ano, quando colheram os cereais, foram obrigados a pisá-los, à moda antiga, e soprar as cascas, pois a granja não possuía uma debulhadeira -, mas os porcos, com a inteligência, e Sansão, com seus músculos fantásticos, sobrepujavam-nas.
Cada qual trabalhava de acordo com sua capacidade. As galinhas e os patos, por exemplo, economizaram cinco baldes de trigo, na colheita, juntando os grãos extraviados. Ninguém roubava, ninguém resmungava a respeito das rações. A discórdia, as mordidas, o ciúme, coisas normais nos velhos tempos, tinham quase desaparecido. Ninguém se esquivava ao trabalho - ou quase ninguém. Ë bem verdade que Mimosa não gostava de levantar cedo e costumava abandonar o trabalho antes dos demais, sob o pretexto de estar com uma pedra encravada no casco. E o comportamento do gato era um tanto estranho.
Em seguida notou-se que ele nunca podia ser encontrado quando havia trabalho por fazer. Desaparecia durante várias horas consecutivas e voltava a aparecer à hora das refeições, ou à tardinha, após o fim dos trabalhos, como se nada houvesse acontecido. Apresentava, porém, desculpas tão boas e rosnava de maneira tão carinhosa, que era impossível não crer em suas boas intenções. O velho Benjamim, o burro, nada mudara, após a Revolução. Executava sua tarefa da mesma forma obstinadamente lenta com que o fazia nos tempos de Jones. Não se esquivava ao trabalho normal, mas nunca era voluntário para extraordinários. Sobre a Revolução e seus resultados, não emitia opinião. Quando lhe perguntavam se não era mais feliz, agora que Jones se havia ido, respondia apenas "Os burros vivem muito tempo. Nenhum de vocês jamais viu um burro morto", e os outros tinham que contentar-se com essa obscura resposta.
Aos domingos, não se trabalhava. A refeição da manhã era uma hora mais tarde e, depois dela, havia uma cerimônia que se realizava todas as semanas, indefectivelmente. Começava com o hasteamento da bandeira. Bola-de-Neve achara, no depósito, uma velha toalha verde de mesa e pintara no centro, em branco, um chifre e uma ferradura.
Essa era bandeira que subia ao topo do mastro todos os domingos pela manhã. O verde da bandeira, explicava Bola-de-Neve, representava os verdes campos da Inglaterra, ao passo que o chifre e a ferradura simbolizavam a futura República dos Bichos, cujo advento teria lugar no dia em que o gênero humano, enfim, desaparecesse. Após o hasteamento da bandeira, iam todos ao grande celeiro, para assistir a uma assembléia geral conhecida como "a Reunião".
Lá planejavam o trabalho da semana seguinte e discutiam as resoluções. Estas eram sempre apresentadas pelos porcos. Os outros animais aprenderam a votar, mas nunca conseguiram imaginar uma resolução por conta própria.
Bola-de-Neve e Napoleão eram sempre mais ativos nos debates. Notou-se, porém, que os dois nunca estavam de acordo: qualquer sugestão de um podia contar, na certa, com a oposição do outro.
Mesmo quando, se resolveu - coisa que, em si, não podia sofrer a objeção de ninguém - que o potreiro situado além do pomar seria reservado para os animais aposentados, houve uma agitada discussão a respeito da idade de aposentadoria para cada classe de animal. A Reunião era encerrada sempre com o hino Bichos da Inglaterra, e a tarde destinava-se à recreação.
Os porcos reservaram o depósito de ferramentas para sede da direção. Ali, à noite, estudavam mecânica, carpintaria e outras artes necessárias, em livros trazidos da casa-grande. Bola-de-Neve ocupava-se também da organização dos outros bichos por meio dos chamados Comitês de Animais. Formou o Comitê da Produção de Ovos, para as galinhas; a Liga das Caudas Limpas, para as vacas; o Comitê de Reeducação dos Animais Selvagens (cujo objetivo era domesticar os ratos e os coelhos); o Movimento Pró Mais Branca, que congregava as ovelhas; e outros mais, além da criação de classes para ensinar a ler e escrever.
No conjunto, esses projetos foram um fracasso. A tentativa de domesticar as criaturas selvagens, por exemplo, falhou em pouco tempo. Elas continuaram a portar-se como dantes, e simplesmente tiravam vantagem do fato de serem tratadas com generosidade. O gato ingressou no Comitê de Reeducação e por algum tempo andou muito ativo. Um dia foi visto, sentado num telhado, a doutrinar alguns pardais pousados pouco além do seu alcance. Dizia-lhes que todos os animais agora eram camaradas e qualquer pardal que o desejasse poderia vir pousar na sua mão; mas os pardais preferiram ficar de longe.
As classes de ler e escrever, ao contrário, constituíram enorme sucesso. Já no outono quase todos os bichos estavam, uns mais, outros menos, alfabetizados.
Os porcos já liam e escreviam muito bem. Os cachorros aprenderam a ler razoavelmente, porém se interessavam pela leitura de nada além dos Sete Mandamentos. Maricota, a cabra, lia um pouco melhor que os cachorros e costumava ler para os demais, à noite, os pedaços de jornal que achava no lixo.
Benjamim sabia ler tão bem quanto os porcos, mas não exercia sua faculdade. Ao que sabia – costumava dizer -, nada havia que valesse a pena ler. Quitéria aprendeu todo o alfabeto, mas não conseguia juntar as letras. Sansão não foi capaz de ir além da letra D. Desenhava na areia, com a pata, as letras A, B, C, D, e ficava olhando, com as orelhas murchas, às vezes sacudindo o topete, tentando com todas as suas forças lembrar-se do que vinha depois, inutilmente. É verdade que em várias ocasiões aprendeu E, F, G, H, mas ao consegui-lo, descobria sempre que havia esquecido A, B, C e D. Afinal, decidiu contentar-se com as quatro primeiras letras e costumava escrevê-las uma ou duas vezes por dia, a fim de refrescar a memória.
Mimosa recusou-se a aprender mais do que as seis letras que compunham seu nome. Formava-as, bem certinhas, com pedaços de ramos, enfeitava o conjunto com uma ou duas flores e ficava andando à volta, a admirá-las.
Nenhum dos outros animais da granja chegou além da letra A. Notou-se também que os mais estúpidos, tais como as ovelhas, as galinhas e os patos, eram incapazes de aprender de cor os Sete Mandamentos.
Depois de muito pensar, Bola-de-Neve declarou que, na verdade, os Sete Mandamentos podiam ser condensados numa única máxima, que era: "Quatro pernas bom, duas pernas ruim." Aí se continha segundo disse ele, o princípio essencial do Animalismo. Quem o seguisse firmemente, estaria a salvo das influências humanas. A princípio, os pássaros fizeram objeção, pois lhes parecia que estavam no caso das duas pernas, porém Bola-de-Neve provou que tal não acontecia:
- A asa de uma ave, camaradas, é um órgão de propulsão e não de manipulação. Deveria ser olhada mais como uma perna. O que distingue o Homem é a mão, o instrumento com que perpetra toda a sua maldade.
As aves não compreenderam as palavras de Bola-de-Neve, mas aceitaram a explicação, e os bichos mais modestos dedicaram-se a aprender de cor a nova máxima, QUATRO PERNAS BOM, DUAS PERNAS RUIM, e que foi escrita na parede do fundo do celeiro, acima dos Sete Mandamentos e com letras bem maiores. Depois que conseguiram decorá-la, as ovelhas tomaram-se de uma enorme predileção por essa máxima, e freqüentemente, deitadas na relva, ficavam a balir "Quatro pernas bom, duas pernas ruim! "Quatro pernas bom, duas pernas ruim!" durante horas a fio.
Napoleão não tomou interesse algum pelos comitês de Bola-de-Neve. Dizia que a educação dos jovens era mais importante do que qualquer coisa em favor dos adultos. Aconteceu que Lulu e Ferrabrás deram cria, logo após a colheita de feno, a nove robustos cachorrinhos. Tão logo foram desmamados, Napoleão tirou-os de suas mães dizendo que ele próprio se responsabilizaria por sua educação. Levou-os para um sótão que só podia ser atingido pela escada do depósito, e os manteve em tal reclusão que o resto da fazenda logo se esqueceu de sua existência.
O mistério do leite pronto se esclareceu. Era misturado à comida dos porcos. As maçãs estavam amadurecendo e a grama do pomar cobria-se de frutas derrubadas pelo vento. Os bichos tinham como certo que as frutas deveriam ser distribuídas eqüitativamente; certo dia, porém, chegou a ordem para que todas as frutas caídas fossem recolhidas e levadas ao depósito das ferramentas, para consumo dos porcos.
Alguns bichos murmuraram a respeito, mas foi inútil. Os porcos estavam todos de acordo sobre esse ponto, até mesmo Bola-de-Neve e Napoleão. Garganta foi enviado aos outros, para dar explicações.
- Camaradas! - gritou. - Não imaginais, suponho, que nós, os porcos, fazemos isso por espírito de egoísmo e privilégio. Muitos de nós até nem gostamos de leite e de maçã. Eu, por exemplo, não gosto. Nosso único objetivo ao ingerir essas coisas é preservar nossa saúde. O leite e a maçã (está provado pela Ciência, camaradas) contêm substâncias absolutamente necessárias à saúde dos porcos. Nós, os porcos, somos trabalhadores intelectuais. A organização e a direção desta granja repousam sobre nós. Dia e noite velamos por vosso bem-estar. É por vossa causa que bebemos aquele leite e comemos aquelas maçãs.
Sabeis o que sucederia se os porcos falhassem em sua missão? Jones voltaria! Jones voltaria! Com toda certeza, camaradas - gritou Garganta, quase suplicante, dando pulinhos de um lado para outro e sacudindo o rabicho -, com toda certeza, não há dentre vós quem queira a volta de Jones.
Ora, se algo havia sobre o que todos animais estavam de acordo, era o fato de nenhum desejar volta de Jones. Quando o assunto lhes foi posto sob essa luz, não tiveram mais o que dizer. A importância de manter a boa saúde dos porcos tornou-se óbvia. Foi, portanto, resolvido sem mais discussões que o leite e as maçãs caídas (bem como toda colheita de maçãs, quando amadurecessem) seriam reservados para os porcos.
*** *** ***
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CAP. 01 (arquivo dia 09/fev/12)
CAP. 02 (arquivo dia 11/fev/12)
E como trabalharam para juntar aquele feno! Mas o esforço foi recompensado, pois a colheita deu um resultado muito melhor do que esperavam.
Por vezes, a tarefa foi dura; os implementos destinavam-se ao uso de seres humanos e foi uma enorme desvantagem o fato de nenhum bicho poder utilizar ferramentas que exigissem a posição em pé sobre as patas traseiras. Mas os porcos eram tão imaginosos que conseguiram contornar todas as dificuldades. Os cavalos conheciam cada palmo do terreno e na realidade sabiam ceifar e raspar muito melhor do que Jones e os empregados, Os porcos não trabalhavam, propriamente, mas dirigiam e supervisionavam o trabalho dos outros. Donos de conhecimentos maiores, era natural que assumissem a liderança. Sansão e Quitéria atrelavam-se à ceifadeira ou à grade (naturalmente não havia mais necessidade de freios e rédeas) e andavam pelo campo para lá e para cá, com um porco atrás gritando "Eia, camarada!" ou "A volta, agora, camarada!", conforme o caso. E cada animal, até os mais modestos, trabalhou para colher e juntar o feno. Até os patos e as galinhas andavam o dia inteiro sob o sol, carregando no bico pequeninos feixes de feno. Enfim, terminaram a colheita dois dias antes do tempo que Jones e seus empregados normalmente levavam. Mas, além disso, foi a maior colheita que jamais se realizara ali. Não houve qualquer desperdício; as galinhas e os patos, com sua vista penetrante, juntaram até o menor talinho. E nenhum animal na granja roubou sequer uma bocada.
Durante todo aquele verão o trabalho da granja andou como um relógio. Os bichos, felizes como nunca. Cada bocado de comida constituía um extremo prazer, agora que a comida era realmente deles, produzida por eles e para eles, em vez de distribuída em pequenas quantidades por um dono cheio de má vontade.
Ausentes os inúteis parasitas humanos, mais sobrava para cada um. Havia também mais lazer, muito embora os animais fossem inexperientes nisso. Encontraram muitas dificuldades - por exemplo, no fim do ano, quando colheram os cereais, foram obrigados a pisá-los, à moda antiga, e soprar as cascas, pois a granja não possuía uma debulhadeira -, mas os porcos, com a inteligência, e Sansão, com seus músculos fantásticos, sobrepujavam-nas.
Cada qual trabalhava de acordo com sua capacidade. As galinhas e os patos, por exemplo, economizaram cinco baldes de trigo, na colheita, juntando os grãos extraviados. Ninguém roubava, ninguém resmungava a respeito das rações. A discórdia, as mordidas, o ciúme, coisas normais nos velhos tempos, tinham quase desaparecido. Ninguém se esquivava ao trabalho - ou quase ninguém. Ë bem verdade que Mimosa não gostava de levantar cedo e costumava abandonar o trabalho antes dos demais, sob o pretexto de estar com uma pedra encravada no casco. E o comportamento do gato era um tanto estranho.
Em seguida notou-se que ele nunca podia ser encontrado quando havia trabalho por fazer. Desaparecia durante várias horas consecutivas e voltava a aparecer à hora das refeições, ou à tardinha, após o fim dos trabalhos, como se nada houvesse acontecido. Apresentava, porém, desculpas tão boas e rosnava de maneira tão carinhosa, que era impossível não crer em suas boas intenções. O velho Benjamim, o burro, nada mudara, após a Revolução. Executava sua tarefa da mesma forma obstinadamente lenta com que o fazia nos tempos de Jones. Não se esquivava ao trabalho normal, mas nunca era voluntário para extraordinários. Sobre a Revolução e seus resultados, não emitia opinião. Quando lhe perguntavam se não era mais feliz, agora que Jones se havia ido, respondia apenas "Os burros vivem muito tempo. Nenhum de vocês jamais viu um burro morto", e os outros tinham que contentar-se com essa obscura resposta.
Aos domingos, não se trabalhava. A refeição da manhã era uma hora mais tarde e, depois dela, havia uma cerimônia que se realizava todas as semanas, indefectivelmente. Começava com o hasteamento da bandeira. Bola-de-Neve achara, no depósito, uma velha toalha verde de mesa e pintara no centro, em branco, um chifre e uma ferradura.
Essa era bandeira que subia ao topo do mastro todos os domingos pela manhã. O verde da bandeira, explicava Bola-de-Neve, representava os verdes campos da Inglaterra, ao passo que o chifre e a ferradura simbolizavam a futura República dos Bichos, cujo advento teria lugar no dia em que o gênero humano, enfim, desaparecesse. Após o hasteamento da bandeira, iam todos ao grande celeiro, para assistir a uma assembléia geral conhecida como "a Reunião".
Lá planejavam o trabalho da semana seguinte e discutiam as resoluções. Estas eram sempre apresentadas pelos porcos. Os outros animais aprenderam a votar, mas nunca conseguiram imaginar uma resolução por conta própria.
Bola-de-Neve e Napoleão eram sempre mais ativos nos debates. Notou-se, porém, que os dois nunca estavam de acordo: qualquer sugestão de um podia contar, na certa, com a oposição do outro.
Mesmo quando, se resolveu - coisa que, em si, não podia sofrer a objeção de ninguém - que o potreiro situado além do pomar seria reservado para os animais aposentados, houve uma agitada discussão a respeito da idade de aposentadoria para cada classe de animal. A Reunião era encerrada sempre com o hino Bichos da Inglaterra, e a tarde destinava-se à recreação.
Os porcos reservaram o depósito de ferramentas para sede da direção. Ali, à noite, estudavam mecânica, carpintaria e outras artes necessárias, em livros trazidos da casa-grande. Bola-de-Neve ocupava-se também da organização dos outros bichos por meio dos chamados Comitês de Animais. Formou o Comitê da Produção de Ovos, para as galinhas; a Liga das Caudas Limpas, para as vacas; o Comitê de Reeducação dos Animais Selvagens (cujo objetivo era domesticar os ratos e os coelhos); o Movimento Pró Mais Branca, que congregava as ovelhas; e outros mais, além da criação de classes para ensinar a ler e escrever.
No conjunto, esses projetos foram um fracasso. A tentativa de domesticar as criaturas selvagens, por exemplo, falhou em pouco tempo. Elas continuaram a portar-se como dantes, e simplesmente tiravam vantagem do fato de serem tratadas com generosidade. O gato ingressou no Comitê de Reeducação e por algum tempo andou muito ativo. Um dia foi visto, sentado num telhado, a doutrinar alguns pardais pousados pouco além do seu alcance. Dizia-lhes que todos os animais agora eram camaradas e qualquer pardal que o desejasse poderia vir pousar na sua mão; mas os pardais preferiram ficar de longe.
As classes de ler e escrever, ao contrário, constituíram enorme sucesso. Já no outono quase todos os bichos estavam, uns mais, outros menos, alfabetizados.
Os porcos já liam e escreviam muito bem. Os cachorros aprenderam a ler razoavelmente, porém se interessavam pela leitura de nada além dos Sete Mandamentos. Maricota, a cabra, lia um pouco melhor que os cachorros e costumava ler para os demais, à noite, os pedaços de jornal que achava no lixo.
Benjamim sabia ler tão bem quanto os porcos, mas não exercia sua faculdade. Ao que sabia – costumava dizer -, nada havia que valesse a pena ler. Quitéria aprendeu todo o alfabeto, mas não conseguia juntar as letras. Sansão não foi capaz de ir além da letra D. Desenhava na areia, com a pata, as letras A, B, C, D, e ficava olhando, com as orelhas murchas, às vezes sacudindo o topete, tentando com todas as suas forças lembrar-se do que vinha depois, inutilmente. É verdade que em várias ocasiões aprendeu E, F, G, H, mas ao consegui-lo, descobria sempre que havia esquecido A, B, C e D. Afinal, decidiu contentar-se com as quatro primeiras letras e costumava escrevê-las uma ou duas vezes por dia, a fim de refrescar a memória.
Mimosa recusou-se a aprender mais do que as seis letras que compunham seu nome. Formava-as, bem certinhas, com pedaços de ramos, enfeitava o conjunto com uma ou duas flores e ficava andando à volta, a admirá-las.
Nenhum dos outros animais da granja chegou além da letra A. Notou-se também que os mais estúpidos, tais como as ovelhas, as galinhas e os patos, eram incapazes de aprender de cor os Sete Mandamentos.
Depois de muito pensar, Bola-de-Neve declarou que, na verdade, os Sete Mandamentos podiam ser condensados numa única máxima, que era: "Quatro pernas bom, duas pernas ruim." Aí se continha segundo disse ele, o princípio essencial do Animalismo. Quem o seguisse firmemente, estaria a salvo das influências humanas. A princípio, os pássaros fizeram objeção, pois lhes parecia que estavam no caso das duas pernas, porém Bola-de-Neve provou que tal não acontecia:
- A asa de uma ave, camaradas, é um órgão de propulsão e não de manipulação. Deveria ser olhada mais como uma perna. O que distingue o Homem é a mão, o instrumento com que perpetra toda a sua maldade.
As aves não compreenderam as palavras de Bola-de-Neve, mas aceitaram a explicação, e os bichos mais modestos dedicaram-se a aprender de cor a nova máxima, QUATRO PERNAS BOM, DUAS PERNAS RUIM, e que foi escrita na parede do fundo do celeiro, acima dos Sete Mandamentos e com letras bem maiores. Depois que conseguiram decorá-la, as ovelhas tomaram-se de uma enorme predileção por essa máxima, e freqüentemente, deitadas na relva, ficavam a balir "Quatro pernas bom, duas pernas ruim! "Quatro pernas bom, duas pernas ruim!" durante horas a fio.
Napoleão não tomou interesse algum pelos comitês de Bola-de-Neve. Dizia que a educação dos jovens era mais importante do que qualquer coisa em favor dos adultos. Aconteceu que Lulu e Ferrabrás deram cria, logo após a colheita de feno, a nove robustos cachorrinhos. Tão logo foram desmamados, Napoleão tirou-os de suas mães dizendo que ele próprio se responsabilizaria por sua educação. Levou-os para um sótão que só podia ser atingido pela escada do depósito, e os manteve em tal reclusão que o resto da fazenda logo se esqueceu de sua existência.
O mistério do leite pronto se esclareceu. Era misturado à comida dos porcos. As maçãs estavam amadurecendo e a grama do pomar cobria-se de frutas derrubadas pelo vento. Os bichos tinham como certo que as frutas deveriam ser distribuídas eqüitativamente; certo dia, porém, chegou a ordem para que todas as frutas caídas fossem recolhidas e levadas ao depósito das ferramentas, para consumo dos porcos.
Alguns bichos murmuraram a respeito, mas foi inútil. Os porcos estavam todos de acordo sobre esse ponto, até mesmo Bola-de-Neve e Napoleão. Garganta foi enviado aos outros, para dar explicações.
- Camaradas! - gritou. - Não imaginais, suponho, que nós, os porcos, fazemos isso por espírito de egoísmo e privilégio. Muitos de nós até nem gostamos de leite e de maçã. Eu, por exemplo, não gosto. Nosso único objetivo ao ingerir essas coisas é preservar nossa saúde. O leite e a maçã (está provado pela Ciência, camaradas) contêm substâncias absolutamente necessárias à saúde dos porcos. Nós, os porcos, somos trabalhadores intelectuais. A organização e a direção desta granja repousam sobre nós. Dia e noite velamos por vosso bem-estar. É por vossa causa que bebemos aquele leite e comemos aquelas maçãs.
Sabeis o que sucederia se os porcos falhassem em sua missão? Jones voltaria! Jones voltaria! Com toda certeza, camaradas - gritou Garganta, quase suplicante, dando pulinhos de um lado para outro e sacudindo o rabicho -, com toda certeza, não há dentre vós quem queira a volta de Jones.
Ora, se algo havia sobre o que todos animais estavam de acordo, era o fato de nenhum desejar volta de Jones. Quando o assunto lhes foi posto sob essa luz, não tiveram mais o que dizer. A importância de manter a boa saúde dos porcos tornou-se óbvia. Foi, portanto, resolvido sem mais discussões que o leite e as maçãs caídas (bem como toda colheita de maçãs, quando amadurecessem) seriam reservados para os porcos.
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CAP. 01 (arquivo dia 09/fev/12)
CAP. 02 (arquivo dia 11/fev/12)
A MEMÓRIA COM FILTRO FACILITA A OFENSIVA DOS PECADORES DA PÁTRIA
PUBLICADO EM 6 DE SETEMBRO DE 2009
Na província do Québec, as placas de todos os carros exibem a mesma inscrição em francês: Je me souviens. As três palavras reiteram que, embora incorporada ao Canadá de fala inglesa, aquela gente não esquece as origens, o passado, a História, o que houve de bom e de ruim, os crimes impunes e as afrontas sem resposta. Eu me lembro, avisam muitos milhares de veículos. Permanecem vivas todas as lembranças. A esta altura, parece secundário aos québécoises saberem se um dia serão independentes. O essencial é reafirmar a identidade, exigir respeito a direitos adquiridos ou por conquistar e transferir para as gerações seguintes, intocada, a memória coletiva.
No Brasil, milhões de cabeças nem ficam sabendo do que outras tantas fingem ter esquecido e os sinuelos do rebanho preferem não lembrar. Parece um clarão no escuro de vidas passadas a roubalheira do mensalão — e no entanto o escândalo ultrajante ainda não foi julgado pelo Supremo Tribunal Federal. Parece velha de muitos séculos a execução dos prefeitos Celso Daniel e Toninho do PT, cujos mandantes seguem homiziados no coração do poder. Parece coisa de antigamente até o que ainda está acontecendo, como as patifarias protagonizadas por José Sarney, as bandalheiras embutidas nas licitações da Petrobras ou as fantasias de Dilma Rousseff.
Os habitantes do Québec lembram porque conhecem a história, são altivos e têm caráter. No Brasil, há os que nada lembram porque nada sabem e os que, por terem alma subalterna e nenhum caráter, são portadores de memória com filtro. Esses conseguem esquecer o que fizeram os dirceus, paloccis, silvinhos, okamottos, guadagnins, professores luizinhos, joões paulos, delúbios, genoínos, gushikens, valérios, dudas, sanguessugas, aloprados, toda a turma que posava de vestal antes de escancarar a vocação para o bordel e todo o bando que caiu na vida ainda no berço.
Esses se comportam como se não existissem nem os 40 gatunos a serviço do Ali Babá federal, inspirador e principal beneficiário da Grande Mentira, nem os escândalos deste inverno. Aplaudido por devotos e avalizado por jornalistas inscritos na versão daslu do Bolsa Família, o presidente da República festeja a miragem do pré-sal ao lado de José Sarney e Dilma Rousseff. Incensado por áulicos incuráveis e espertalhões da base alugada, usa a televisão para tentar transformar 6 de setembro no Dia da Proclamação da Segunda Independência. E acusa de inimigos da pátria os que vigiam a Petrobras com merecidíssima desconfiança.
Lula acha que a Petrobras precisa de mais contratos? Precisa é de uma dedetetização exemplar. Enxerga em Sarney um homem incomum que honra o Senado? A resistência democrática continua vendo no arquiteto da censura ao Estadão alguém desqualificado para presidir uma reunião de condomínio. Promove Dilma a guardiã do tesouro no fundo do mar? Quem mente como se respirasse precisa é cuidar da própria cabeça. Nomeou-se o maior dos patriotas? O patriotismo, constatou faz tempo Samuel Johnson, é o último refúgio dos canalhas.
O que os profissionais da fraude querem é que todo mundo esqueça. Continuemos lembrando.
augusto nunes
Na província do Québec, as placas de todos os carros exibem a mesma inscrição em francês: Je me souviens. As três palavras reiteram que, embora incorporada ao Canadá de fala inglesa, aquela gente não esquece as origens, o passado, a História, o que houve de bom e de ruim, os crimes impunes e as afrontas sem resposta. Eu me lembro, avisam muitos milhares de veículos. Permanecem vivas todas as lembranças. A esta altura, parece secundário aos québécoises saberem se um dia serão independentes. O essencial é reafirmar a identidade, exigir respeito a direitos adquiridos ou por conquistar e transferir para as gerações seguintes, intocada, a memória coletiva.
No Brasil, milhões de cabeças nem ficam sabendo do que outras tantas fingem ter esquecido e os sinuelos do rebanho preferem não lembrar. Parece um clarão no escuro de vidas passadas a roubalheira do mensalão — e no entanto o escândalo ultrajante ainda não foi julgado pelo Supremo Tribunal Federal. Parece velha de muitos séculos a execução dos prefeitos Celso Daniel e Toninho do PT, cujos mandantes seguem homiziados no coração do poder. Parece coisa de antigamente até o que ainda está acontecendo, como as patifarias protagonizadas por José Sarney, as bandalheiras embutidas nas licitações da Petrobras ou as fantasias de Dilma Rousseff.
Os habitantes do Québec lembram porque conhecem a história, são altivos e têm caráter. No Brasil, há os que nada lembram porque nada sabem e os que, por terem alma subalterna e nenhum caráter, são portadores de memória com filtro. Esses conseguem esquecer o que fizeram os dirceus, paloccis, silvinhos, okamottos, guadagnins, professores luizinhos, joões paulos, delúbios, genoínos, gushikens, valérios, dudas, sanguessugas, aloprados, toda a turma que posava de vestal antes de escancarar a vocação para o bordel e todo o bando que caiu na vida ainda no berço.
Esses se comportam como se não existissem nem os 40 gatunos a serviço do Ali Babá federal, inspirador e principal beneficiário da Grande Mentira, nem os escândalos deste inverno. Aplaudido por devotos e avalizado por jornalistas inscritos na versão daslu do Bolsa Família, o presidente da República festeja a miragem do pré-sal ao lado de José Sarney e Dilma Rousseff. Incensado por áulicos incuráveis e espertalhões da base alugada, usa a televisão para tentar transformar 6 de setembro no Dia da Proclamação da Segunda Independência. E acusa de inimigos da pátria os que vigiam a Petrobras com merecidíssima desconfiança.
Lula acha que a Petrobras precisa de mais contratos? Precisa é de uma dedetetização exemplar. Enxerga em Sarney um homem incomum que honra o Senado? A resistência democrática continua vendo no arquiteto da censura ao Estadão alguém desqualificado para presidir uma reunião de condomínio. Promove Dilma a guardiã do tesouro no fundo do mar? Quem mente como se respirasse precisa é cuidar da própria cabeça. Nomeou-se o maior dos patriotas? O patriotismo, constatou faz tempo Samuel Johnson, é o último refúgio dos canalhas.
O que os profissionais da fraude querem é que todo mundo esqueça. Continuemos lembrando.
augusto nunes
SEGURANÇA EM MEDICINA - DO TITANIC AO COSTA CONCÓRDIA: "VADA A BORDO, CAZZO..."
Frases curtas e densas passam para a história. Seus autores nem sempre. Neste caso do naufrágio na Itália, o autor tem um nada a declarar sereno, como um técnico cumpridor de sua missão – preservar vidas. “Fiz o que me cabia fazer…”
Na medicina tivemos alguns Titanics. Algumas vezes naufragamos após colidir em icebergs. Há a ilusão de termos atingido a perfeição e que coisas ruins jamais se repetirão. No Titanic, entre outros fatos, os botes e os coletes foram em número insuficiente. Por isso morreram mais passageiros embarcados nas classes inferiores e tripulantes. Foram trancafiados criminosamente. No sistema de saúde ainda existem cadeados.
Quando um moderno navio, Costa Concórdia, com mais de 4 mil pessoas naufraga e salvam-se mais de 95% das pessoas a bordo, poderíamos supor que foi feito o melhor. Ledo engano.
Este desastre poderia ser evitado e a evacuação foi inadequada. Não estamos em 1912. O navio tinha tudo de mais moderno. As pedras não saíram do fundo do mar para furar seu casco. Sonares e comunicação não faltavam. Havia botes e coletes para todos. Treinamentos são realizados para lidar com imprevistos. Não faltam normas.
As embarcações se modernizaram, pois houve demanda e tecnologia. Vikings e Fenícios viraram história. Navegar, além de ser preciso, virou um lucrativo negócio. O mesmo ocorreu na medicina.
Profissionais de saúde, como marinheiros, perderam o espírito de desbravadores. Na saúde o sacerdócio transformou-se na necessidade por múltiplos empregos. A maioria ainda acredita na forma antiga – vocação. Os vestibulares confirmam. Mas não temos como sustentar nossas famílias sem receber pelo nosso trabalho.
Ainda somos privilegiados se olharmos os professores de nossos filhos e outras categorias profissionais que fazem o espetáculo continuar. Como eles, também não temos acesso à bilheteria. Parecemos marionetes. Estamos numa estrada como Alices e seus imortais parceiros.
A medicina de hoje possui modernos “transatlânticos”. Dispomos de equipamentos de dar inveja ao nosso ancestral grego. Não somos mais os vikings do passado, polivalentes – em todos os sentidos. Somos uma equipe composta de médicos, com diversas especializações, dividindo o cuidar do paciente com enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, técnicos diversos e um número enorme de profissionais. Mas, mesmo assim, ocorrem naufrágios.
Hoje salvamos muito mais vidas do que no passado, mas poderíamos evitar alguns acidentes e salvar nossos náufragos em maior quantidade.
O Costa Concórdia já tem um culpado confesso. Tem pelo menos um herói que recusou o título. Alguns países inventam heróis para comercializá-los. Alguns “bons moços ou moças”, após tragédias, pegam carona no populismo e vão à busca de ganhos pessoais ou políticos.
Mas este naufrágio tem outras causas para ter ocorrido, pois não existe acidente sem precedente. As evidências começam a surgir. Em medicina ocorre o mesmo. Morte na porta de hospitais, troca de medicamentos, cirurgias no local errado decorrem de ações de pessoas, porém o sistema de saúde não tem uma cultura de segurança adequada.
Erraram e continuaram errando, sem dolo. Na maioria destes casos, existem outros fatores (sistêmicos) que uma caixa-preta ajudaria a desvendar. Enxergar os outros sistemas ajuda entender o que acontece em nosso convés – da medicina.
Como na navegação, a maioria dos profissionais de saúde não abandona o barco. Fiquemos juntos e mudaremos o sistema. Cidadãos de branco, no mar e na saúde, não devem abandonar suas raízes vikings e gregas.
Alfredo Guarischi
19 de fevereiro de 2012
Na medicina tivemos alguns Titanics. Algumas vezes naufragamos após colidir em icebergs. Há a ilusão de termos atingido a perfeição e que coisas ruins jamais se repetirão. No Titanic, entre outros fatos, os botes e os coletes foram em número insuficiente. Por isso morreram mais passageiros embarcados nas classes inferiores e tripulantes. Foram trancafiados criminosamente. No sistema de saúde ainda existem cadeados.
Quando um moderno navio, Costa Concórdia, com mais de 4 mil pessoas naufraga e salvam-se mais de 95% das pessoas a bordo, poderíamos supor que foi feito o melhor. Ledo engano.
Este desastre poderia ser evitado e a evacuação foi inadequada. Não estamos em 1912. O navio tinha tudo de mais moderno. As pedras não saíram do fundo do mar para furar seu casco. Sonares e comunicação não faltavam. Havia botes e coletes para todos. Treinamentos são realizados para lidar com imprevistos. Não faltam normas.
As embarcações se modernizaram, pois houve demanda e tecnologia. Vikings e Fenícios viraram história. Navegar, além de ser preciso, virou um lucrativo negócio. O mesmo ocorreu na medicina.
Profissionais de saúde, como marinheiros, perderam o espírito de desbravadores. Na saúde o sacerdócio transformou-se na necessidade por múltiplos empregos. A maioria ainda acredita na forma antiga – vocação. Os vestibulares confirmam. Mas não temos como sustentar nossas famílias sem receber pelo nosso trabalho.
Ainda somos privilegiados se olharmos os professores de nossos filhos e outras categorias profissionais que fazem o espetáculo continuar. Como eles, também não temos acesso à bilheteria. Parecemos marionetes. Estamos numa estrada como Alices e seus imortais parceiros.
A medicina de hoje possui modernos “transatlânticos”. Dispomos de equipamentos de dar inveja ao nosso ancestral grego. Não somos mais os vikings do passado, polivalentes – em todos os sentidos. Somos uma equipe composta de médicos, com diversas especializações, dividindo o cuidar do paciente com enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, técnicos diversos e um número enorme de profissionais. Mas, mesmo assim, ocorrem naufrágios.
Hoje salvamos muito mais vidas do que no passado, mas poderíamos evitar alguns acidentes e salvar nossos náufragos em maior quantidade.
O Costa Concórdia já tem um culpado confesso. Tem pelo menos um herói que recusou o título. Alguns países inventam heróis para comercializá-los. Alguns “bons moços ou moças”, após tragédias, pegam carona no populismo e vão à busca de ganhos pessoais ou políticos.
Mas este naufrágio tem outras causas para ter ocorrido, pois não existe acidente sem precedente. As evidências começam a surgir. Em medicina ocorre o mesmo. Morte na porta de hospitais, troca de medicamentos, cirurgias no local errado decorrem de ações de pessoas, porém o sistema de saúde não tem uma cultura de segurança adequada.
Erraram e continuaram errando, sem dolo. Na maioria destes casos, existem outros fatores (sistêmicos) que uma caixa-preta ajudaria a desvendar. Enxergar os outros sistemas ajuda entender o que acontece em nosso convés – da medicina.
Como na navegação, a maioria dos profissionais de saúde não abandona o barco. Fiquemos juntos e mudaremos o sistema. Cidadãos de branco, no mar e na saúde, não devem abandonar suas raízes vikings e gregas.
Alfredo Guarischi
19 de fevereiro de 2012
LÁ, COMO AQUI, NÃO SABEM A CAUSA DA PINDAÍBA NACIONAL
Deputado grego ganha duas vezes o salário do alemão
A manutenção de privilégios para alguns setores da Grécia ajuda a explicar a reação de parte da Europa a mais ajuda.
Na lista de privilegiados, os políticos ganham de todo mundo, segundo reportagem do jornal "Valor Econômico". O salário de um deputado grego chega a € 18 mil por mês, quase duas vezes o que ganha um deputado alemão. Seus privilégios chegam a ganhar dos parlamentares brasileiros. Eles têm, inclusive, direito a empréstimos bancários livres de juros.
A impaciência europeia se explica também pelo número extravagante de funcionários públicos: quase 1 milhão num país de 11 milhões.
A poderosa igreja ortodoxa escapou até agora de maior rigor. Uma nova taxa sobre a terra afeta todos os gregos, mas isenta a igreja ortodoxa, que é, porém, a segunda maior proprietária de terras do país, com patrimônio avaliado em mais de € 1 bilhão.
Os padres são funcionários públicos e o salário, mesmo reduzido agora, ainda é de causar inveja.
Fonte: Jornal Destak - 17 Fev 12
COMENTO:
nem é bom divulgar isso por aqui. Não é bom dar idéias desse tipo aos nossos paralamentares, digo, paralamentarmos, ops, parlamentares. Por outro lado, o povinho de lá, aparentemente também mal acostumado com as 'benesses públicas', vai às ruas indignado com as exigências que estão sendo feitas pelos credores europeus no sentido de melhor controle governamental sobre as despesas públicas.
Resta dizer: "tomem vergonha na cara e parem de desperdiçar o que não tem"!
19 de fevereiro de 2012
Postado por Tuaregue
NOTA AO PÉ DO TEXTO
Sei não... Mas alguma coisa me diz que o Tuaregue desconhece os privilégios dos parlamentares brasileiros, dos latifundiários brasileiros, dos empresários brasileiros, dos funcionários publicos brasileiros, dos togados brasileiros, dos...
m.americo
A manutenção de privilégios para alguns setores da Grécia ajuda a explicar a reação de parte da Europa a mais ajuda.
Na lista de privilegiados, os políticos ganham de todo mundo, segundo reportagem do jornal "Valor Econômico". O salário de um deputado grego chega a € 18 mil por mês, quase duas vezes o que ganha um deputado alemão. Seus privilégios chegam a ganhar dos parlamentares brasileiros. Eles têm, inclusive, direito a empréstimos bancários livres de juros.
A impaciência europeia se explica também pelo número extravagante de funcionários públicos: quase 1 milhão num país de 11 milhões.
A poderosa igreja ortodoxa escapou até agora de maior rigor. Uma nova taxa sobre a terra afeta todos os gregos, mas isenta a igreja ortodoxa, que é, porém, a segunda maior proprietária de terras do país, com patrimônio avaliado em mais de € 1 bilhão.
Os padres são funcionários públicos e o salário, mesmo reduzido agora, ainda é de causar inveja.
Fonte: Jornal Destak - 17 Fev 12
COMENTO:
nem é bom divulgar isso por aqui. Não é bom dar idéias desse tipo aos nossos paralamentares, digo, paralamentarmos, ops, parlamentares. Por outro lado, o povinho de lá, aparentemente também mal acostumado com as 'benesses públicas', vai às ruas indignado com as exigências que estão sendo feitas pelos credores europeus no sentido de melhor controle governamental sobre as despesas públicas.
Resta dizer: "tomem vergonha na cara e parem de desperdiçar o que não tem"!
19 de fevereiro de 2012
Postado por Tuaregue
NOTA AO PÉ DO TEXTO
Sei não... Mas alguma coisa me diz que o Tuaregue desconhece os privilégios dos parlamentares brasileiros, dos latifundiários brasileiros, dos empresários brasileiros, dos funcionários publicos brasileiros, dos togados brasileiros, dos...
m.americo
FALTA DE MEMÓRIA
Jânio Quadros percorria o País, na campanha presidencial de 1960, a bordo de um avião Convair e sempre na companhia do vice, Milton Campos. Dono de uma memória prodigiosa, Jânio repetia o mesmo discurso em todos os comícios, sublinhados por gestos teatrais. O vice, ao contrário, sempre mudava o tema. Certa vez em Governador Valadares (MG) Jânio o elogiou:
- Dr. Milton, que maravilha! Um discurso para cada comício. Que cultura!
- Não é cultura – respondeu Campos, modesto – é falta de memória mesmo.
- Dr. Milton, que maravilha! Um discurso para cada comício. Que cultura!
- Não é cultura – respondeu Campos, modesto – é falta de memória mesmo.
MIUDEZAS DE GAVETA 2
Glossário atualizado da novilíngua lulista
Em fevereiro de 2010, para socorrer os brasileiros que nem sempre conseguem entender o que diz a turma do PT, o comentarista Marcelo Fairbanks coordenou a edição de um pequeno dicionário da novilíngua lulista, contendo as expressões usadas com mais frequência tanto pelos pastores do rebanho quanto pelas ovelhas. O esforço feito pela companheirada para rebatizar de “concessão” a entrega do controle de três aeroportos à iniciativa privada induziu a coluna a publicar um glossário atualizado do estranho dialeto. Confira:
aloprado. Companheiro pilhado em flagrante durante a execução de bandalheiras encomendadas pela direção do partido ou pelo Palácio do Planalto.
analfabetismo.
1. Deficiência que ajuda um enviado da Divina Providência a virar presidente da República.
2. Qualidade depreciada por reacionários preconceituosos, integrantes da elite golpista e louros de olhos azuis.
asilo político. Instrumento jurídico que beneficia todo companheiro ou comparsa condenado em outros países por crimes comuns ou atos de terrorismo.
base aliada.
1.Bando formado por parlamentares de diferentes partidos ou distintas especialidades criminosas , que alugam o apoio ao governo, por tempo determinado, em troca de ministérios com porteira fechada (cofres incluídos), verbas no Orçamento da União, nomeações para cargos público, dinheiro vivo e favores em geral.
2. Quadrilha formada por deputados e senadores.
blecaute. Apagão
Bolívar (Simón). Herói das guerras de libertação da América do Sul que reencarnou no fim do século passado com o nome de Hugo Chávez.
bolivariano. Comunista que finge que não é comunista.
Bolsa Família. Maior programa de compra oficial de votos do mundo.
camarada de armas. Companheiro diplomado em cursinho de guerrilha que só disparou tiros de festim; guerrilheiro que ainda não descobriu onde fica o gatilho do fuzil. (Ex.: Dilma Rousseff e José Dirceu são camaradas de armas.)
cargo de confiança.
1. Empregão reservado a companheiros do PT ou parceiros da base alugada, que nem precisam perder tempo com concurso para ganhar um tremendo salário sem trabalhar.
2. Cala-boca (pop.).
cartão corporativo.
Objeto retangular de plástico que permite tungar o dinheiro dos pagadores de impostos sem dar satisfação a ninguém e sem risco de cadeia.
Comissão da Verdade.
1. Grupo de companheiros escalados para descobrir qualquer coisa que ajude a afastar a suspeita, disseminada por Millôr Fernandes, de que a turma da luta armada não fez uma opção política, mas um investimento.
2. Entidade concebida para apurar crimes cometidos pelos outros.
companheiro. Qualquer ser vivo ou morto que ajude Lula a ganhar a eleição.
concessão. Entrega ao controle da iniciativa privada de empresas, atividades ou setores administrados até então por governos do PT. (Ver privatização).
controle social da mídia. Censura exercida por censores treinados pelo PT para adivinhar o que o povo quer ver, ler ou ouvir. (Ver democratização da mídia).
corrupção.
1. Forma de ladroagem praticada por adversários do governo.
2. Forma de coleta de dinheiro que, praticada por companheiros, deve ser tratada como um meio justificado pelos fins.
3. Hobby preferido dos parceiros da base alugada.
Cuba.
1. Ditadura que só obriga o povo a ser feliz de qualquer jeito.
2. Forma de democracia que prende apenas quem discorda do governo.
cueca. Cofre de uso pessoal utilizado no transporte de moeda estrangeira adquirida criminosamente.
democratização da mídia.
1. Erradicação da imprensa independente.
2. Entrega do controle dos meios de comunicação a jornalistas companheiros, estatizados ou arrendados. (Ver controle social da mídia).
ditador. Tirano a serviço do imperialismo estadunidense. (Ver líder).
ditadura do proletariado. Forma de democracia tão avançada que dispensa o povo de votar ou dar palpites porque os companheiros dirigentes sabem tudo o que o povo quer.
erro.
1. Crime cometido por companheiros.
2. Caso comprovado de corrupção envolvendo ministros ou altos funcionários do segundo escalão ou de empresas estatais.
Fernando Henrique Cardoso.
1. Ex-presidente que, embora tivesse ampla maioria no Congresso, fez questão de aprovar a emenda da reeleição com a compra de três votos no Acre só para provocar o PT.
2. Governante que, depois de oito anos no poder, só conseguiu inaugurar a herança maldita.
FHC.
1. Grande Satã; demônio; capeta; anticristo;. satanás; diabo.
2. Assombração que vive aceitando debater com Lula só para impedir que o maior governante de todos os tempos se dedique a ganhar o Nobel da Paz.
3. Sigla que, colocada nas imediações do SuperLula, provoca no herói brasileiro efeitos semelhantes aos observados no Super-Homem perto da kriptonita verde.
líder. Ditador inimigo do imperialismo estadunidense. (Ver ditador).
malfeito. Ato criminoso praticado por bandidos companheiros.
MST.
1. Entidade financiada pelo governo para fazer a reforma agrária e levar à falência a agricultura.
2. Movimento formado por lavradores que não têm terra e, por isso mesmo, não sabem plantar nem colher.
no que se refere. Expressão usada pela Primeira Companheira para avisar que lá vem besteira.
nuncaantesnestepaís.
1. Expressão decorada pelo Primeiro Companheiro para ensinar ao rebanho que o Brasil começou em 1° de janeiro de 2003 e que foi ele quem fez tudo, menos Fernando Henrique Cardoso.
ou seja. Expressão usada pelo Primeiro Companheiro para avisar que, por não saber o que dizer, vai berrar o que lhe der na cabeça.
pedra fundamental. Obra do PAC inaugurada antes de começar a ser construída.
privatização: Entrega ao controle da iniciativa privada de empresas, atividades ou setores administrados até então por governos inimigos do PT. (Ver concessão).
recursos não-contabilizados.
1. Caixa dois.
2. Dinheiro extorquido sem recibo de donos de empresas que enriquecem com a ajuda do governo, empreiteiros de obras públicas ou publicitários presenteados com contratos sem licitação.
Em fevereiro de 2010, para socorrer os brasileiros que nem sempre conseguem entender o que diz a turma do PT, o comentarista Marcelo Fairbanks coordenou a edição de um pequeno dicionário da novilíngua lulista, contendo as expressões usadas com mais frequência tanto pelos pastores do rebanho quanto pelas ovelhas. O esforço feito pela companheirada para rebatizar de “concessão” a entrega do controle de três aeroportos à iniciativa privada induziu a coluna a publicar um glossário atualizado do estranho dialeto. Confira:
aloprado. Companheiro pilhado em flagrante durante a execução de bandalheiras encomendadas pela direção do partido ou pelo Palácio do Planalto.
analfabetismo.
1. Deficiência que ajuda um enviado da Divina Providência a virar presidente da República.
2. Qualidade depreciada por reacionários preconceituosos, integrantes da elite golpista e louros de olhos azuis.
asilo político. Instrumento jurídico que beneficia todo companheiro ou comparsa condenado em outros países por crimes comuns ou atos de terrorismo.
base aliada.
1.Bando formado por parlamentares de diferentes partidos ou distintas especialidades criminosas , que alugam o apoio ao governo, por tempo determinado, em troca de ministérios com porteira fechada (cofres incluídos), verbas no Orçamento da União, nomeações para cargos público, dinheiro vivo e favores em geral.
2. Quadrilha formada por deputados e senadores.
blecaute. Apagão
Bolívar (Simón). Herói das guerras de libertação da América do Sul que reencarnou no fim do século passado com o nome de Hugo Chávez.
bolivariano. Comunista que finge que não é comunista.
Bolsa Família. Maior programa de compra oficial de votos do mundo.
camarada de armas. Companheiro diplomado em cursinho de guerrilha que só disparou tiros de festim; guerrilheiro que ainda não descobriu onde fica o gatilho do fuzil. (Ex.: Dilma Rousseff e José Dirceu são camaradas de armas.)
cargo de confiança.
1. Empregão reservado a companheiros do PT ou parceiros da base alugada, que nem precisam perder tempo com concurso para ganhar um tremendo salário sem trabalhar.
2. Cala-boca (pop.).
cartão corporativo.
Objeto retangular de plástico que permite tungar o dinheiro dos pagadores de impostos sem dar satisfação a ninguém e sem risco de cadeia.
Comissão da Verdade.
1. Grupo de companheiros escalados para descobrir qualquer coisa que ajude a afastar a suspeita, disseminada por Millôr Fernandes, de que a turma da luta armada não fez uma opção política, mas um investimento.
2. Entidade concebida para apurar crimes cometidos pelos outros.
companheiro. Qualquer ser vivo ou morto que ajude Lula a ganhar a eleição.
concessão. Entrega ao controle da iniciativa privada de empresas, atividades ou setores administrados até então por governos do PT. (Ver privatização).
controle social da mídia. Censura exercida por censores treinados pelo PT para adivinhar o que o povo quer ver, ler ou ouvir. (Ver democratização da mídia).
corrupção.
1. Forma de ladroagem praticada por adversários do governo.
2. Forma de coleta de dinheiro que, praticada por companheiros, deve ser tratada como um meio justificado pelos fins.
3. Hobby preferido dos parceiros da base alugada.
Cuba.
1. Ditadura que só obriga o povo a ser feliz de qualquer jeito.
2. Forma de democracia que prende apenas quem discorda do governo.
cueca. Cofre de uso pessoal utilizado no transporte de moeda estrangeira adquirida criminosamente.
democratização da mídia.
1. Erradicação da imprensa independente.
2. Entrega do controle dos meios de comunicação a jornalistas companheiros, estatizados ou arrendados. (Ver controle social da mídia).
ditador. Tirano a serviço do imperialismo estadunidense. (Ver líder).
ditadura do proletariado. Forma de democracia tão avançada que dispensa o povo de votar ou dar palpites porque os companheiros dirigentes sabem tudo o que o povo quer.
erro.
1. Crime cometido por companheiros.
2. Caso comprovado de corrupção envolvendo ministros ou altos funcionários do segundo escalão ou de empresas estatais.
Fernando Henrique Cardoso.
1. Ex-presidente que, embora tivesse ampla maioria no Congresso, fez questão de aprovar a emenda da reeleição com a compra de três votos no Acre só para provocar o PT.
2. Governante que, depois de oito anos no poder, só conseguiu inaugurar a herança maldita.
FHC.
1. Grande Satã; demônio; capeta; anticristo;. satanás; diabo.
2. Assombração que vive aceitando debater com Lula só para impedir que o maior governante de todos os tempos se dedique a ganhar o Nobel da Paz.
3. Sigla que, colocada nas imediações do SuperLula, provoca no herói brasileiro efeitos semelhantes aos observados no Super-Homem perto da kriptonita verde.
líder. Ditador inimigo do imperialismo estadunidense. (Ver ditador).
malfeito. Ato criminoso praticado por bandidos companheiros.
MST.
1. Entidade financiada pelo governo para fazer a reforma agrária e levar à falência a agricultura.
2. Movimento formado por lavradores que não têm terra e, por isso mesmo, não sabem plantar nem colher.
no que se refere. Expressão usada pela Primeira Companheira para avisar que lá vem besteira.
nuncaantesnestepaís.
1. Expressão decorada pelo Primeiro Companheiro para ensinar ao rebanho que o Brasil começou em 1° de janeiro de 2003 e que foi ele quem fez tudo, menos Fernando Henrique Cardoso.
ou seja. Expressão usada pelo Primeiro Companheiro para avisar que, por não saber o que dizer, vai berrar o que lhe der na cabeça.
pedra fundamental. Obra do PAC inaugurada antes de começar a ser construída.
privatização: Entrega ao controle da iniciativa privada de empresas, atividades ou setores administrados até então por governos inimigos do PT. (Ver concessão).
recursos não-contabilizados.
1. Caixa dois.
2. Dinheiro extorquido sem recibo de donos de empresas que enriquecem com a ajuda do governo, empreiteiros de obras públicas ou publicitários presenteados com contratos sem licitação.
MIUDEZAS DE GAVETA
Mais 21 verbetes são incorporados ao glossário atualizado da novilíngua lulista
Todos sugeridos pelo timaço de comentaristas, mais 21 verbetes foram oficialmente incorporados ao glossário atualizado da novilíngua lulista. Confira:
anistiado político. Companheiro que só não aprovou o regime militar para garantir uma velhice confortável como pensionista do Bolsa Ditadura.
conselho de ética. Grupo formado por pessoas que não acham antiético roubar o cofrinho de moedas da filha, tungar a aposentadoria da avó ou vender a mãe.
Copa do Mundo. Negócio da China.
consultor
1. Companheiro traficante de influência. (Ex: Antonio Palocci é consultor)
2. Companheiro que facilita negócios escusos envolvendo o governo e capitalistas selvagens. (Ex: José Dirceu é consultor). 3. Companheiro que, enquanto espera um cargo no governo federal, recebe mesadas e indenizações de empresas que favoreceu no emprego antigo ou vai favorecer no emprego novo. (Ex: Fernando Pimentel é consultor)
contrato sem licitação. Assalto aos cofres públicos sem risco de cadeia.
convênio. Negociata envolvendo um ministério e ONGs fantasmas ou empresas pertencentes ao ministro, amigos do ministro ou parentes do ministro.
financiamento de campanha. Expressão usada por integrantes da quadrilha chefiada por José Dirceu e por testemunhas de defesa em depoimentos na polícia ou na Justiça sobre o escândalo do mensalão.
inundação. Desastre natural provocado por chuvas fortes que, embora se repitam em todos os verões desde o século passado, continuam surpreendendo o governo.
Mensalão. Maior escândalo que não existiu entre todos os outros ocorridos no Brasil desde o Descobrimento.
mercadante. Companheiro que revoga até o que considera irrevogável.
meu querido/minha querida. Expressões usadas por Dilma Rousseff quando está conversando em público com jornalistas ou ministros e não pode soltar o palavrão entalado na garganta.
ONG. Organização não-governamental sustentada por negociatas governamentais.
PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Maior concentração de canteiros de obras abandonados do planeta.
Predo II. Dom Pedro II segundo Lula. (Ver Transposição do São Francisco)
presidenta. Forma de tratamento usada por candidatos a Sabujo do Ano ou companheiros com medo daquele pito que fez José Sérgio Gabrielli cair na choradeira.
reforma ministerial.
1. Substituição de ministros pilhados em flagrante pela imprensa independente.
2. Substituição de ministros obrigados a deixar o cargo para disputar a próxima eleição.
3. Troca de seis por meia dúzia.
revisão de contrato. Reajuste de sobrepreços e propinas.
Sírio-Libanês. Hospital a que recorrem Altos Companheiros com problemas de saúde para que o SUS, que está perto da perfeição, tenha mais vagas para os miseráveis, os pobres e a nova classe média inventada pelo IPEA. (ver SUS)
SUS. Filial em tamanho gigante do Sírio-Libanês reservada a quem não tem dinheiro para internar-se na matriz. (ver Sírio-Libanês)
Transposição do São Francisco. Tapeação multibilionária inventada pelo ex-presidente Lula para ser promovido a Dom Pedro III. (Ver Predo II)
trem-bala. Trem fantasma que partiu da cabeça de Lula e estacionou na cabeça de Dilma Rousseff, onde vai atravessar o século em companhia do neurônio solitário.
19 de fevereiro de 2012
augusto nunes
Todos sugeridos pelo timaço de comentaristas, mais 21 verbetes foram oficialmente incorporados ao glossário atualizado da novilíngua lulista. Confira:
anistiado político. Companheiro que só não aprovou o regime militar para garantir uma velhice confortável como pensionista do Bolsa Ditadura.
conselho de ética. Grupo formado por pessoas que não acham antiético roubar o cofrinho de moedas da filha, tungar a aposentadoria da avó ou vender a mãe.
Copa do Mundo. Negócio da China.
consultor
1. Companheiro traficante de influência. (Ex: Antonio Palocci é consultor)
2. Companheiro que facilita negócios escusos envolvendo o governo e capitalistas selvagens. (Ex: José Dirceu é consultor). 3. Companheiro que, enquanto espera um cargo no governo federal, recebe mesadas e indenizações de empresas que favoreceu no emprego antigo ou vai favorecer no emprego novo. (Ex: Fernando Pimentel é consultor)
contrato sem licitação. Assalto aos cofres públicos sem risco de cadeia.
convênio. Negociata envolvendo um ministério e ONGs fantasmas ou empresas pertencentes ao ministro, amigos do ministro ou parentes do ministro.
financiamento de campanha. Expressão usada por integrantes da quadrilha chefiada por José Dirceu e por testemunhas de defesa em depoimentos na polícia ou na Justiça sobre o escândalo do mensalão.
inundação. Desastre natural provocado por chuvas fortes que, embora se repitam em todos os verões desde o século passado, continuam surpreendendo o governo.
Mensalão. Maior escândalo que não existiu entre todos os outros ocorridos no Brasil desde o Descobrimento.
mercadante. Companheiro que revoga até o que considera irrevogável.
meu querido/minha querida. Expressões usadas por Dilma Rousseff quando está conversando em público com jornalistas ou ministros e não pode soltar o palavrão entalado na garganta.
ONG. Organização não-governamental sustentada por negociatas governamentais.
PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Maior concentração de canteiros de obras abandonados do planeta.
Predo II. Dom Pedro II segundo Lula. (Ver Transposição do São Francisco)
presidenta. Forma de tratamento usada por candidatos a Sabujo do Ano ou companheiros com medo daquele pito que fez José Sérgio Gabrielli cair na choradeira.
reforma ministerial.
1. Substituição de ministros pilhados em flagrante pela imprensa independente.
2. Substituição de ministros obrigados a deixar o cargo para disputar a próxima eleição.
3. Troca de seis por meia dúzia.
revisão de contrato. Reajuste de sobrepreços e propinas.
Sírio-Libanês. Hospital a que recorrem Altos Companheiros com problemas de saúde para que o SUS, que está perto da perfeição, tenha mais vagas para os miseráveis, os pobres e a nova classe média inventada pelo IPEA. (ver SUS)
SUS. Filial em tamanho gigante do Sírio-Libanês reservada a quem não tem dinheiro para internar-se na matriz. (ver Sírio-Libanês)
Transposição do São Francisco. Tapeação multibilionária inventada pelo ex-presidente Lula para ser promovido a Dom Pedro III. (Ver Predo II)
trem-bala. Trem fantasma que partiu da cabeça de Lula e estacionou na cabeça de Dilma Rousseff, onde vai atravessar o século em companhia do neurônio solitário.
19 de fevereiro de 2012
augusto nunes
MIUÇALHAS DO SANATÓRIO
O ABJETO DA SEMANA
Nunca antes na história desse país uma escola que se diz de samba se propôs a rastejar tanto numa passarela como a Gaviões da Fiel. Misturou samba com vassalagem. Desfila neste domingo, sem um pingo de vergonha, puxassaquismo interesseiro e populista como o águia que escolheu para se acasalar com sua velha e tradicional águia no tema de seu enredo.
Ainda não caiu a ficha
A lei da Ficha-Limpa é só mais uma panacéia. Pega só os malfeitores que fazem malfeito. Os finórios por vocação e profissão não deixam pistas. Seus malfeitos são bem feitos. Raramente chegam à barra dos tribunais.
Ainda não caiu a ficha de que a lei consagrada pelo Supremo é, na realidade, um arrepio à Constituição.
Ainda que bem intencionada, ela fere de morte a "presumida inocência" que faz a alegria dos mensaleiros do PT e dos seus genéricos e similares. E este é o único lado bom dessa lei: ela provoca azia e dor de cabeça nos mafiosos que se instalaram nos poderes constituídos.
Enquanto os partidos escolherem os candidatos antes de consultar o povo, os fichas-sujas continuarão maquiados de fichas-limpas.
E a democracia brasileira continuará refém da ditadura partidária.
Essa lei é como você olhar para o céu e soprar as nuvens querendo mudar o seu formato. Meio assim como aquele colibri querendo apagar o incêndio na floresta.
DÍZIMO DE CARVALHO
A vingança evangelical é malígna. Sem medo de ser feliz ao humilhar Gilberto Carvalho que ajoelhou, rezou e pediu perdão à bancada evangélica por ter sido chamado de "safado" pelo senador bandleader gospel, Magno Malta, a TV Record, da igreja Universal, baixou o cacete no ministro dilmático.
O jornal da Record passou cerca de cinco minutos ligando Gilberto Carvalho ao caso Celso Daniel, prefeito insepulto do PT em Santo André.
É o dízimo que toca para quem fala mal dos pastores que estão sentados nas sesmarias do reino de Deus.
19 de fevereiro de 2012
sanatório da notícia
Nunca antes na história desse país uma escola que se diz de samba se propôs a rastejar tanto numa passarela como a Gaviões da Fiel. Misturou samba com vassalagem. Desfila neste domingo, sem um pingo de vergonha, puxassaquismo interesseiro e populista como o águia que escolheu para se acasalar com sua velha e tradicional águia no tema de seu enredo.
Ainda não caiu a ficha
A lei da Ficha-Limpa é só mais uma panacéia. Pega só os malfeitores que fazem malfeito. Os finórios por vocação e profissão não deixam pistas. Seus malfeitos são bem feitos. Raramente chegam à barra dos tribunais.
Ainda não caiu a ficha de que a lei consagrada pelo Supremo é, na realidade, um arrepio à Constituição.
Ainda que bem intencionada, ela fere de morte a "presumida inocência" que faz a alegria dos mensaleiros do PT e dos seus genéricos e similares. E este é o único lado bom dessa lei: ela provoca azia e dor de cabeça nos mafiosos que se instalaram nos poderes constituídos.
Enquanto os partidos escolherem os candidatos antes de consultar o povo, os fichas-sujas continuarão maquiados de fichas-limpas.
E a democracia brasileira continuará refém da ditadura partidária.
Essa lei é como você olhar para o céu e soprar as nuvens querendo mudar o seu formato. Meio assim como aquele colibri querendo apagar o incêndio na floresta.
DÍZIMO DE CARVALHO
A vingança evangelical é malígna. Sem medo de ser feliz ao humilhar Gilberto Carvalho que ajoelhou, rezou e pediu perdão à bancada evangélica por ter sido chamado de "safado" pelo senador bandleader gospel, Magno Malta, a TV Record, da igreja Universal, baixou o cacete no ministro dilmático.
O jornal da Record passou cerca de cinco minutos ligando Gilberto Carvalho ao caso Celso Daniel, prefeito insepulto do PT em Santo André.
É o dízimo que toca para quem fala mal dos pastores que estão sentados nas sesmarias do reino de Deus.
19 de fevereiro de 2012
sanatório da notícia
CORTE POSITIVO, MAS...
Mais do que o valor do corte anunciado – de R$ 55 bilhões no Orçamento da União deste ano -, uma frase do ministro Guido Mantega no anúncio das medidas dá o tom do que pode ser um passo importante na condução da política econômica daqui por diante.
Conforme o ministro, a busca da consolidação fiscal implica uma necessidade fundamental: “a contenção dos gastos de custeio, de modo a viabilizar recursos maiores para investimentos e programas sociais”.
A lógica é positiva: o governo contrata menos e, portanto, reduz os gastos com os salários do funcionalismo e, também, com a manutenção da frota, por exemplo. Na outra ponta, destina mais recursos às obras de infraestrutura necessárias para desfazer o nó que impede um crescimento mais rápido.
Gastos como esses têm um efeito duplamente positivo sobre o PIB. Em primeiro lugar porque o gasto, por si só, já é um estímulo considerável à geração de riqueza.
Em segundo lugar porque a utilização da energia das hidrelétricas, a agilidade dos portos modernizados e o transporte de mercadorias sobre ferrovias construídas com recursos federais terão um impacto formidável no que diz respeito à ativação da economia.
Além desse impacto sobre a economia, outro aspecto precisa ser ressaltado: o da mudança de postura do governo da presidente Dilma Rousseff em relação ao de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva. Para Lula, todo dinheiro destinado ao custeio da máquina (o que incluía aumentos dos salários, do vale-refeição e de outros benefícios ao funcionalismo) parecia pouco.
Para Dilma, pelo que se viu no ano passado (quando foi prometido um corte de R$ 50 bilhões) e pelo que se vê este ano (quando se fala num valor 10% superior), parece melhor destinar os gastos a projetos que movimentem a economia do que inchar ainda mais a máquina.
Visto pelo lado mencionado acima, o anúncio do corte é positivo. Os R$ 55 bilhões a serem cortados representam pouco menos de 3,5% do Orçamento da União, que é de R$ 1,6 trilhão. Por esse ponto de vista, o corte não é tão grande assim.
Mas, pelo ponto de vista da seriedade do documento e pelo impacto dos R$ 55 bilhões sobre a economia, o corte é enorme. É justamente aí que está o problema: o Orçamento é novo demais para ser posto de lado logo no início do ano.
Por que, em lugar de cortar, já não se elaborou um documento que refletisse a real intenção de gastos do governo?
Afinal de contas, nem o cenário brasileiro nem o mundial sofreram alterações importantes entre o dia da aprovação do Orçamento pelo Congresso Nacional (22 de dezembro do ano passado), sua sanção sem vetos pela presidente da República, Dilma Rousseff, (19 de janeiro deste ano) e o anúncio feito ontem por Mantega e pela ministra do Planejamento, Miriam Belchior.
Na hora de elaborar o documento, o governo encaminha ao Congresso uma proposta que acaba inflada por emendas de deputados e senadores. Depois que o documento é aprovado, o governo o adapta às suas necessidades e interesses.
Historicamente, os orçamentos no Brasil são tratados como peças de ficção – aquelas que só encontram semelhança com a realidade por mera coincidência. Está na hora de mudar isso. Mais do que na hora.
17 de fevereiro de 2012
Ricardo Galuppo
Fonte: BrasilEconômico, 16/02/2012
Conforme o ministro, a busca da consolidação fiscal implica uma necessidade fundamental: “a contenção dos gastos de custeio, de modo a viabilizar recursos maiores para investimentos e programas sociais”.
A lógica é positiva: o governo contrata menos e, portanto, reduz os gastos com os salários do funcionalismo e, também, com a manutenção da frota, por exemplo. Na outra ponta, destina mais recursos às obras de infraestrutura necessárias para desfazer o nó que impede um crescimento mais rápido.
Gastos como esses têm um efeito duplamente positivo sobre o PIB. Em primeiro lugar porque o gasto, por si só, já é um estímulo considerável à geração de riqueza.
Em segundo lugar porque a utilização da energia das hidrelétricas, a agilidade dos portos modernizados e o transporte de mercadorias sobre ferrovias construídas com recursos federais terão um impacto formidável no que diz respeito à ativação da economia.
Além desse impacto sobre a economia, outro aspecto precisa ser ressaltado: o da mudança de postura do governo da presidente Dilma Rousseff em relação ao de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva. Para Lula, todo dinheiro destinado ao custeio da máquina (o que incluía aumentos dos salários, do vale-refeição e de outros benefícios ao funcionalismo) parecia pouco.
Para Dilma, pelo que se viu no ano passado (quando foi prometido um corte de R$ 50 bilhões) e pelo que se vê este ano (quando se fala num valor 10% superior), parece melhor destinar os gastos a projetos que movimentem a economia do que inchar ainda mais a máquina.
Visto pelo lado mencionado acima, o anúncio do corte é positivo. Os R$ 55 bilhões a serem cortados representam pouco menos de 3,5% do Orçamento da União, que é de R$ 1,6 trilhão. Por esse ponto de vista, o corte não é tão grande assim.
Mas, pelo ponto de vista da seriedade do documento e pelo impacto dos R$ 55 bilhões sobre a economia, o corte é enorme. É justamente aí que está o problema: o Orçamento é novo demais para ser posto de lado logo no início do ano.
Por que, em lugar de cortar, já não se elaborou um documento que refletisse a real intenção de gastos do governo?
Afinal de contas, nem o cenário brasileiro nem o mundial sofreram alterações importantes entre o dia da aprovação do Orçamento pelo Congresso Nacional (22 de dezembro do ano passado), sua sanção sem vetos pela presidente da República, Dilma Rousseff, (19 de janeiro deste ano) e o anúncio feito ontem por Mantega e pela ministra do Planejamento, Miriam Belchior.
Na hora de elaborar o documento, o governo encaminha ao Congresso uma proposta que acaba inflada por emendas de deputados e senadores. Depois que o documento é aprovado, o governo o adapta às suas necessidades e interesses.
Historicamente, os orçamentos no Brasil são tratados como peças de ficção – aquelas que só encontram semelhança com a realidade por mera coincidência. Está na hora de mudar isso. Mais do que na hora.
17 de fevereiro de 2012
Ricardo Galuppo
Fonte: BrasilEconômico, 16/02/2012
DOCUMENTOS REVELAM COMO A INGLATERRA INVESTIGOU "COMUNISMO" DE CHAPLIN
Pressionado pelos EUA, o MI5, serviço secreto britânico, espionou Charlie Chaplin após o ator e diretor ter sua entrada nos EUA negada por suposta ligação com o comunismo. O ator foi proibido de voltar aos EUA em 1953, após morar no país por 30 anos.
Os documentos, agora publicados na Internet, não encontraram nenhum indício de atividades comunistas de Chaplin. Nem o MI5 nem o FBI (serviço secreto dos EUA) conseguiram determinar o local de nascimento nem o verdadeiro nome de Chaplin.
Um dos documentos tem muitos recortes de jornal e investiga se Chaplin foi citado pelo Pravda, o maior jornal soviético. Chaplin dizia ter nascido em Londres, mas uma fonte não-revelada dizia que o ator havia nascido na França. Outros especulavam que ele havia nascido na Rússia ou no Leste Europeu.
O segundo arquivo de documentos sobre o ator pedia que ele fosse investigado porque ele seria um espião do governo soviético. O arquivo especulava que o real nome do ator era Israel Thorstein. A investigação britânica nunca achou provas para essas duas teses.
(Transcrito do Yahoo Brasil)
19 de fevereiro de 2012
Charles Nisz
Os documentos, agora publicados na Internet, não encontraram nenhum indício de atividades comunistas de Chaplin. Nem o MI5 nem o FBI (serviço secreto dos EUA) conseguiram determinar o local de nascimento nem o verdadeiro nome de Chaplin.
Um dos documentos tem muitos recortes de jornal e investiga se Chaplin foi citado pelo Pravda, o maior jornal soviético. Chaplin dizia ter nascido em Londres, mas uma fonte não-revelada dizia que o ator havia nascido na França. Outros especulavam que ele havia nascido na Rússia ou no Leste Europeu.
O segundo arquivo de documentos sobre o ator pedia que ele fosse investigado porque ele seria um espião do governo soviético. O arquivo especulava que o real nome do ator era Israel Thorstein. A investigação britânica nunca achou provas para essas duas teses.
(Transcrito do Yahoo Brasil)
19 de fevereiro de 2012
Charles Nisz
OS INVASORES DA SINAGOGA NÃO FORAM IDENTIFICADOS ATÉ AGORA
SINAGOGA INVADIDA NA CAPITAL DA VENEZUELA
Um grupo de pessoas invadiu a sinagoga Beth Abraham, localizada em La Florida, em Caracas, a capital da Venezuela, segundo denunciou o presidente da Associação Israelita da Venezuela, Salomon Cohen. Os desconhecidos - segundo Cohen - invadiram o templlo, localizado na rua Apamares, após romper o cadeado da cerca, e colocaram outro.
Ao tratar de dialogar com os invasores, esses alegaram ter documentos que justificam a tomada da Sinagora, demonstrando atitude de calma, revelou o Rabino.
Autoridades se encontram no local negociando a desocupação da sinagora. Do site
Autoridades se encuentran en el sitio mediando para lograr el desalojo de la sinagoga. (Do site venezuela Últimas Notícias)
ANTI-SEMITISMO, ELEIÇÃO VENEZUELA
ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS REAGEM À ESCALADA ANTI-SEMITA DESENCADEADA POR HUGO CHÁVEZ
Artigo anti-semita no site da Rádio estatal de Chávez
Duas proeminentes organizações judias nos Estados Unidos condenam os ataques anti-semitas de partidários do caudilho Hugo Chávez contra o candidato da oposição Henrique Capriles.
Depois de arrasar nas eleições primárias do último domingo e converter-se no candidadto que disputará o pleito presidencial de outubro contra Chávez, endureceram os ataques contra o jovem governador do segundo Estado mais populoso do país, Miranda, e inclusive chegaram a chamá-lo de "nazista".
Um perfil publicado na web da emissora estatal Rádio Nacional da Venezuela, descreveu Capriles como "sionista", enquanto que durante a semana um apresentador da televisão estatal o acusou de homossexual e até veiculou uma caricatura mostrando o candidato oposicionista com roupa íntima rosa e uma suástica (o símbolo do nazismo) no braço.
"Como temos visto no passado, o flagrante e presistente anti-semitismo é usado pelo presidente Hugo Chávez e seu aparato governamental como um instrumento da divisão política e os judeus como bodes expiatórios", disse Abraham Foxman, diretor da Liga Anti-difamação (ADL na sua sigla em inglês) com sede em New York.
Por sua vez, o Centro Simon Wiesenthal em um comunicado exortou o caudilho Hugo Chávez "a por fim a esta campanha que seguramente se tornará mais ameaçadora `a medida que se aproximem as eleições". "Chávez detém a máxima responsabilidade pelos meios estatais e pode, pessoalmente, deter suas diatribes, nem caso, através de sua condenação pública", acrescentou.
O perfil de Capriles publicado pela Rádio Nacional e assinado por Adal Hernándes assegura que "em outubro há duas propostas claras para a Venezuela, a da revolução bolivariana "que vem reivindicando a unidade latino-americana e os interesses do povo e a do sionismo internacional que ameaça com a destruída dos planeta que habitamos".
Os ataques contra Capriles não são novos. Em 2008 lhe fizeram as mesmas acusações quando disputou e ganhou o governo de Miranda ante o chavista Diosdado Cabello, um ex-vice-presidente do governo de Chávez e atual presidente da Assembléia Nacional.
Os avós maternos de Capriles chegaram à Venezuela escapando do nazismo durante a Segunda Guerra Mundial. Ao estabelecer-se no país mudaram seu sobrenome e sua religião e seus filhos foram educados no catolicismo.
Apesar de sua ascendência judaica, Capriles professa a religião católica com fervor, sempre usa um rosário de madeira e após ganhar as primárias viajou à concorrida ilha turística Margarita para agradecer à Virgem do Valle, patrona dessa cidade, por haver conseguido vencer as eleições primárias.
"Até de nazista me chamam! Imagine o grau de ignorância", disse Capriles em recente entrevista. Do site Inter American Security Watch - Leia en español
Aluizio Amorim
2/18/2012
Um grupo de pessoas invadiu a sinagoga Beth Abraham, localizada em La Florida, em Caracas, a capital da Venezuela, segundo denunciou o presidente da Associação Israelita da Venezuela, Salomon Cohen. Os desconhecidos - segundo Cohen - invadiram o templlo, localizado na rua Apamares, após romper o cadeado da cerca, e colocaram outro.
Ao tratar de dialogar com os invasores, esses alegaram ter documentos que justificam a tomada da Sinagora, demonstrando atitude de calma, revelou o Rabino.
Autoridades se encontram no local negociando a desocupação da sinagora. Do site
Autoridades se encuentran en el sitio mediando para lograr el desalojo de la sinagoga. (Do site venezuela Últimas Notícias)
ANTI-SEMITISMO, ELEIÇÃO VENEZUELA
ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS REAGEM À ESCALADA ANTI-SEMITA DESENCADEADA POR HUGO CHÁVEZ
Artigo anti-semita no site da Rádio estatal de Chávez
Duas proeminentes organizações judias nos Estados Unidos condenam os ataques anti-semitas de partidários do caudilho Hugo Chávez contra o candidato da oposição Henrique Capriles.
Depois de arrasar nas eleições primárias do último domingo e converter-se no candidadto que disputará o pleito presidencial de outubro contra Chávez, endureceram os ataques contra o jovem governador do segundo Estado mais populoso do país, Miranda, e inclusive chegaram a chamá-lo de "nazista".
Um perfil publicado na web da emissora estatal Rádio Nacional da Venezuela, descreveu Capriles como "sionista", enquanto que durante a semana um apresentador da televisão estatal o acusou de homossexual e até veiculou uma caricatura mostrando o candidato oposicionista com roupa íntima rosa e uma suástica (o símbolo do nazismo) no braço.
"Como temos visto no passado, o flagrante e presistente anti-semitismo é usado pelo presidente Hugo Chávez e seu aparato governamental como um instrumento da divisão política e os judeus como bodes expiatórios", disse Abraham Foxman, diretor da Liga Anti-difamação (ADL na sua sigla em inglês) com sede em New York.
Por sua vez, o Centro Simon Wiesenthal em um comunicado exortou o caudilho Hugo Chávez "a por fim a esta campanha que seguramente se tornará mais ameaçadora `a medida que se aproximem as eleições". "Chávez detém a máxima responsabilidade pelos meios estatais e pode, pessoalmente, deter suas diatribes, nem caso, através de sua condenação pública", acrescentou.
O perfil de Capriles publicado pela Rádio Nacional e assinado por Adal Hernándes assegura que "em outubro há duas propostas claras para a Venezuela, a da revolução bolivariana "que vem reivindicando a unidade latino-americana e os interesses do povo e a do sionismo internacional que ameaça com a destruída dos planeta que habitamos".
Os ataques contra Capriles não são novos. Em 2008 lhe fizeram as mesmas acusações quando disputou e ganhou o governo de Miranda ante o chavista Diosdado Cabello, um ex-vice-presidente do governo de Chávez e atual presidente da Assembléia Nacional.
Os avós maternos de Capriles chegaram à Venezuela escapando do nazismo durante a Segunda Guerra Mundial. Ao estabelecer-se no país mudaram seu sobrenome e sua religião e seus filhos foram educados no catolicismo.
Apesar de sua ascendência judaica, Capriles professa a religião católica com fervor, sempre usa um rosário de madeira e após ganhar as primárias viajou à concorrida ilha turística Margarita para agradecer à Virgem do Valle, patrona dessa cidade, por haver conseguido vencer as eleições primárias.
"Até de nazista me chamam! Imagine o grau de ignorância", disse Capriles em recente entrevista. Do site Inter American Security Watch - Leia en español
Aluizio Amorim
2/18/2012
AS ELEIÇÕES SERÃO UM GRANDE CARNAVAL
E então caiu o último bastião da pura expressão popular brasileira de alegria de folia e emoção. A Gaviões da Fiel transformou a passarela num enorme e ensandecido palanque.
Nunca antes na história desse país o samba se requebrou tanto para parecer Carnaval. O desfile da Gaviões não teve jogo de cintura para esconder que o seu desfile foi apenas mais um culto à personalidade de um escorpião.
O carro Abre Alas já confessava tudo: águia, carcará e escorpiões pegavam carona num travessia de vida e morte Severina. O grande risco nesse enredo é que o escorpião acabe agradecendo ao feitio de como é da sua natureza. Uma ferroada.
Aí veio a Ala da Ditadura e nunca antes na história desse país se viu tanta euforia, tanta alegria em presos enjaulados. Os Lulas mascarados que se multiplicavam perigosamente na bateria da escola não apareceram atrás das grades.
E as bruxas, o que faziam as bruxas no sambódromo, a quem seria mesmo que elas estavam representando? E a Sabrina Sato, cercada de Lulas, a quem representava naqueles folguedos no Anhembi?!?
Teve ala de tudo quanto feitio para tudo que é gosto: Ala Prato Cheio, vazia de gingado por natureza; Ala Carteira Assinada, com cara de bloco Indenizados da Avenida; Ala Quem Casa, Quer Casa - pura fantasia de papel; Ala da Energia e Progresso, uma fraca representante do pré-carnaval-sem sal, ; Ala Carnaval, Futebol e Cerveja - que não tinha nem sequer uma boa ideia...
19/02/2012
aluizio amorim
ANA LÚCIA ASSAD E OS 15 MINUTOS DE FAMA...
Para quem não conhece, esta da foto ao lado é a advogada Ana Lúcia Assad, a defensora daquele vagabundo, o tal Lindenberg Alves que matou a Eloá em São Bernardo do Campo. O crime que na época foi transmitido ao vivo em rede nacional, acabou virando "líder" de audiência nas TVs mundo cão da pocilga.
O criminoso foi entrevistado ainda dentro do apartamento, ao vivo por telefone, pela Sônia Abrão. Naquele momento quase conseguem transformar o Lindenberg em celebridade.
O cara acabou matando a moça, feriu outra e saiu nos braços da gloriosa PM de São Paulo diretamente para a cana dura.
Passados pouco mais de três anos o bonitão finalmente vai a julgamento. E como era de se esperar o populacho mambembe e ignóbil da pocilga começou a se amontoar diante do Fórum de SBC.
O povaréu fica em busca de uma possível entrevista, ou uma imagem que seja ao vivo onde o paspalhão irá correndo se postar atrás do repórter e com o celular grudado a orelha liga para a Merdileyne Caroláine em casa e diz que ta na TV. Ou vice versa, quem liga é o parente para avisar que o idiotão está ao vivo feito papagaio de pirata com aquele olhar apalermado de sempre, ou fazendo caretas para a câmera.
Mas infelizmente ainda veremos esse comportamento por algumas décadas, afinal, um povo sem cultura e educação só pode dar nisso. Ninguém diante do Fórum estava em busca de justiça, estavam lá para aparecer ou porque alguém falou que é legal ver os "famosos" do julgamento entrando e saindo do local.
Revejam o caso Isabela Nardoni.
Bem, na verdade, o que é mais interessante nisso tudo é o fato da advogada com cabelos de espantalho se aproveitar dessa situação para se lançar nacionalmente nos odiosos 15 minutos de fama.
Sabedora que o caso era perdido, que o acusado já estava condenado pela opinião pública mesmo antes de ser julgado, a obscura causídica pegou o caso visivelmente para favorecimento pessoal.
E o que vimos foi um circo mambembe promovido pela cabeluda. Bateu de frente com todo mundo, causou tumulto com o povaréu diante do fórum, deu entrevistas e declarações bizarras aos repórteres burros que habitam a imprensa marrom da pocilga, desacatou a Juíza do caso, criticou, se rebelou e criou polêmica. Fez de tudo para aparecer mais que o réu e ter mais notoriedade que o julgamento. Só não vê quem não quer.
Mas na verdade o que ela menos fez foi lutar pela inocência de seu cliente. Entrou derrotada e buscou o máximo de exposição possível.
O que ela queria não era justiça, ela quer dividendos pessoais e futuras trampolinagens políticas.
E a verdade está aí, a advogada pensa em se lançar candidata a algum cargo eletivo por Guarulhos - SP.
A visibilidade e a polêmica que ela queria com esse julgamento, conseguiu, agora o sonho político é um caminho pré pavimentado por usar um crime como o caso Eloá como alpinismo político.
A advogada desacatou a juíza, fez comentários e hostilizou a promotoria, notoriamente se favoreceu do julgamento. E a OAB como sempre, caladinha.
Se ela sair candidata a cargo político está mais do que demonstrada a má fé e o oportunismo de momento que ela promoveu. E isso já é mais do que mérito e recomendação para se tornar uma típica política Tupiniquim. Começou errado, e assim é que pode dar certo. De resto...
Fevereiro 19, 2012
o mascate
O criminoso foi entrevistado ainda dentro do apartamento, ao vivo por telefone, pela Sônia Abrão. Naquele momento quase conseguem transformar o Lindenberg em celebridade.
O cara acabou matando a moça, feriu outra e saiu nos braços da gloriosa PM de São Paulo diretamente para a cana dura.
Passados pouco mais de três anos o bonitão finalmente vai a julgamento. E como era de se esperar o populacho mambembe e ignóbil da pocilga começou a se amontoar diante do Fórum de SBC.
O povaréu fica em busca de uma possível entrevista, ou uma imagem que seja ao vivo onde o paspalhão irá correndo se postar atrás do repórter e com o celular grudado a orelha liga para a Merdileyne Caroláine em casa e diz que ta na TV. Ou vice versa, quem liga é o parente para avisar que o idiotão está ao vivo feito papagaio de pirata com aquele olhar apalermado de sempre, ou fazendo caretas para a câmera.
Mas infelizmente ainda veremos esse comportamento por algumas décadas, afinal, um povo sem cultura e educação só pode dar nisso. Ninguém diante do Fórum estava em busca de justiça, estavam lá para aparecer ou porque alguém falou que é legal ver os "famosos" do julgamento entrando e saindo do local.
Revejam o caso Isabela Nardoni.
Bem, na verdade, o que é mais interessante nisso tudo é o fato da advogada com cabelos de espantalho se aproveitar dessa situação para se lançar nacionalmente nos odiosos 15 minutos de fama.
Sabedora que o caso era perdido, que o acusado já estava condenado pela opinião pública mesmo antes de ser julgado, a obscura causídica pegou o caso visivelmente para favorecimento pessoal.
E o que vimos foi um circo mambembe promovido pela cabeluda. Bateu de frente com todo mundo, causou tumulto com o povaréu diante do fórum, deu entrevistas e declarações bizarras aos repórteres burros que habitam a imprensa marrom da pocilga, desacatou a Juíza do caso, criticou, se rebelou e criou polêmica. Fez de tudo para aparecer mais que o réu e ter mais notoriedade que o julgamento. Só não vê quem não quer.
Mas na verdade o que ela menos fez foi lutar pela inocência de seu cliente. Entrou derrotada e buscou o máximo de exposição possível.
O que ela queria não era justiça, ela quer dividendos pessoais e futuras trampolinagens políticas.
E a verdade está aí, a advogada pensa em se lançar candidata a algum cargo eletivo por Guarulhos - SP.
A visibilidade e a polêmica que ela queria com esse julgamento, conseguiu, agora o sonho político é um caminho pré pavimentado por usar um crime como o caso Eloá como alpinismo político.
A advogada desacatou a juíza, fez comentários e hostilizou a promotoria, notoriamente se favoreceu do julgamento. E a OAB como sempre, caladinha.
Se ela sair candidata a cargo político está mais do que demonstrada a má fé e o oportunismo de momento que ela promoveu. E isso já é mais do que mérito e recomendação para se tornar uma típica política Tupiniquim. Começou errado, e assim é que pode dar certo. De resto...
Fevereiro 19, 2012
o mascate
GOVERNO QUER ENQUADRAR WEC COMO MEIO JORNALÍSTICO
A velha mídia esperneia e não se conforma, com seu modelo de negócio montado em cima de empresas cartoriais, os barões agem, no desespero, para sufocar a internet e as inovações. Eles não investem no novo e não desejam que outros o façam. E mais, querem manter o monopólio da informação, alijando o capital estrangeiro, sob argumentos toscos e coloniais.
A oposição deles é uma bobagem sem tamanho. Nada impede que The Huffington Post se instale no Uruguai, ou Angola, ou Moçambique, ou mesmo numa ilha do Caribe e realize seu trabalho. Perderemos investimentos, empregos e tecnologia. E é capaz do governo ceder, pois mais da metade do baronato está inscrustado no Congresso Nacional. Leia esta matéria da Redação Adnews e opine.
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SITES E BLOGS SÃO COMO JORNAIS?
Sites são jornalísticos? A possível vinda do jornal eletrônico norte-americano The Huffington Post para o Brasil trouxe de volta a discussão sobre as leis de comunicação do país.
Um questionamento da Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão) sobre o assunto junto à AGU (Advocacia-Geral da União) fez com que o órgão se unisse ao Ministério das Comunicações para debater o tema, segundo a Folha de S.Paulo.
A intenção é decidir se a internet pode ser considerada meio jornalístico, o que a colocaria no mesmo patamar de rádio, televisão, revistas etc., sendo então obrigada a respeitar regras da mídia tradicional – como o limite de capital estrangeiro, fixado em 30%.
Depois da discussão, será a AGU a responsável pelo parecer final, mas não há prazos fixados para isso acontecer. A medida, disse o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, à Folha, deve entrar em vigor a partir de julho.
Em 2010, esse assunto gerou polêmica após a acusação da Abert e da ANJ (Associação Nacional de Jornais) de que o portal Terra estivesse atuando ilegalmente no Brasil.
As entidades entraram com representação na Procuradoria Geral da República afirmando que o Terra (controlado pela espanhola Telefônica) e o jornal Brasil Econômico (parte do português Ongoing) desrespeitavam o Artigo 222 da Constinuição, o que limita a participação estrangeira.
Na ocasião, porém, o diretor-geral do Terra, Paulo Castro, usou como defesa justamente o fato de que a internet não está especificada como meio jornalístico. Caberia ao Congresso, então, a mudança que pode ocorrer agora.
E você, o que pensa sobre o assunto? Vá até a enquete da Redação Adnews
e comente se considera justa a restrição à web.
Hildeberto Aleluia
19 de fevereiro de 2012
A oposição deles é uma bobagem sem tamanho. Nada impede que The Huffington Post se instale no Uruguai, ou Angola, ou Moçambique, ou mesmo numa ilha do Caribe e realize seu trabalho. Perderemos investimentos, empregos e tecnologia. E é capaz do governo ceder, pois mais da metade do baronato está inscrustado no Congresso Nacional. Leia esta matéria da Redação Adnews e opine.
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SITES E BLOGS SÃO COMO JORNAIS?
Sites são jornalísticos? A possível vinda do jornal eletrônico norte-americano The Huffington Post para o Brasil trouxe de volta a discussão sobre as leis de comunicação do país.
Um questionamento da Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão) sobre o assunto junto à AGU (Advocacia-Geral da União) fez com que o órgão se unisse ao Ministério das Comunicações para debater o tema, segundo a Folha de S.Paulo.
A intenção é decidir se a internet pode ser considerada meio jornalístico, o que a colocaria no mesmo patamar de rádio, televisão, revistas etc., sendo então obrigada a respeitar regras da mídia tradicional – como o limite de capital estrangeiro, fixado em 30%.
Depois da discussão, será a AGU a responsável pelo parecer final, mas não há prazos fixados para isso acontecer. A medida, disse o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, à Folha, deve entrar em vigor a partir de julho.
Em 2010, esse assunto gerou polêmica após a acusação da Abert e da ANJ (Associação Nacional de Jornais) de que o portal Terra estivesse atuando ilegalmente no Brasil.
As entidades entraram com representação na Procuradoria Geral da República afirmando que o Terra (controlado pela espanhola Telefônica) e o jornal Brasil Econômico (parte do português Ongoing) desrespeitavam o Artigo 222 da Constinuição, o que limita a participação estrangeira.
Na ocasião, porém, o diretor-geral do Terra, Paulo Castro, usou como defesa justamente o fato de que a internet não está especificada como meio jornalístico. Caberia ao Congresso, então, a mudança que pode ocorrer agora.
E você, o que pensa sobre o assunto? Vá até a enquete da Redação Adnews
e comente se considera justa a restrição à web.
Hildeberto Aleluia
19 de fevereiro de 2012
BONNIE AND CLYDE TUPINIQUINS...
O Casal Garotinho, ainda em liberdade, é pego em mais uma: Mensalão Campista
Garotinho e Rosinha responderão a mais uma ação civil pública por improbidade administrativa, desta vez proposta pelo Ministério Público Federal. Bonnie and Clyde são acusados de integrar, com outras 17 pessoas, um esquema de desvio de verbas federais em favor de suas campanhas eleitorais. O esquema é idêntico ao Mensalão petralha. A sangria acontecia por meio de ONGs, contratadas, segundo o MPF, de modo fraudulento. Em março de 2010, o MP Estadual denunciou o casal por improbidade em ação semelhante.
Segundo o MPF, o esquema envolvia a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), a Fundação Escola de Serviço Público (Fesp), instituição estadual, e a ONG Instituto Nacional para Aperfeiçoamento da Administração Pública (Inaap). Em janeiro de 2004, quando Rosinha era governadora, a CPRM contratou emergencialmente a Fesp por R$ 780 mil para recrutar e treinar pessoal. A fundação, por sua vez, subcontratou, sem licitação, o Inaap por R$ 757 mil. A Fesp e o Inaap seriam braços para fraudes nos governos Garotinho.
- O serviço, pago, não foi executado. Notas de empenho não foram apresentadas - disse o procurador Edson Abdon, ao citar que a subcontratação é ilegal.
O MPF diz ainda que o presidente do Inaap à época, Nildo Jorge Nogueira, doou por uma de suas empresas R$ 200 mil à campanha de Garotinho à Presidência. Procurado em seu gabinete, Garotinho (PR), deputado federal, não foi encontrado. Rosinha (PR), prefeita de Campos, não retornou o contato. Eles podem ficar dez anos inelegíveis.
Só em pensar que esses dois facínoras foram governadores do Rio de Janeiro me dá arrepios. Êta povinho burro!
19 de fevereiro de 2012
Por Ricardo Froes
Garotinho e Rosinha responderão a mais uma ação civil pública por improbidade administrativa, desta vez proposta pelo Ministério Público Federal. Bonnie and Clyde são acusados de integrar, com outras 17 pessoas, um esquema de desvio de verbas federais em favor de suas campanhas eleitorais. O esquema é idêntico ao Mensalão petralha. A sangria acontecia por meio de ONGs, contratadas, segundo o MPF, de modo fraudulento. Em março de 2010, o MP Estadual denunciou o casal por improbidade em ação semelhante.
Segundo o MPF, o esquema envolvia a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), a Fundação Escola de Serviço Público (Fesp), instituição estadual, e a ONG Instituto Nacional para Aperfeiçoamento da Administração Pública (Inaap). Em janeiro de 2004, quando Rosinha era governadora, a CPRM contratou emergencialmente a Fesp por R$ 780 mil para recrutar e treinar pessoal. A fundação, por sua vez, subcontratou, sem licitação, o Inaap por R$ 757 mil. A Fesp e o Inaap seriam braços para fraudes nos governos Garotinho.
- O serviço, pago, não foi executado. Notas de empenho não foram apresentadas - disse o procurador Edson Abdon, ao citar que a subcontratação é ilegal.
O MPF diz ainda que o presidente do Inaap à época, Nildo Jorge Nogueira, doou por uma de suas empresas R$ 200 mil à campanha de Garotinho à Presidência. Procurado em seu gabinete, Garotinho (PR), deputado federal, não foi encontrado. Rosinha (PR), prefeita de Campos, não retornou o contato. Eles podem ficar dez anos inelegíveis.
Só em pensar que esses dois facínoras foram governadores do Rio de Janeiro me dá arrepios. Êta povinho burro!
19 de fevereiro de 2012
Por Ricardo Froes
RICARDO TEIXEIRA DIRETO PARA BOCA RATON...
Ricardo Teixeira torra todos os seus bens e vai morar em Boca Raton. O nome do lugar é apropriado.
Depois de 23 anos à frente da CBF, Ricardo Teixeira deve deixar nos próximos dias o comando da entidade. Encurralado por uma investigação que revelou um escândalo internacional de corrupção, chantageado pela Fifa, pressionado pelo governo e abandonado pelos aliados, ele sai de cena dois anos antes da Copa do Mundo de 2014, evento em que planejava fazer sua despedida de gala. Mas antes de sair do cargo, Teixeira trabalhou para preservar seu dinheiro, uma fortuna, avaliada em 50 milhões de reais.
Em outubro passado, leiloou todo o gado que tinha na Fazenda Santa Rosa, em Piraí (RJ). Arrecadou quase 2 milhões de reais. No mês seguinte, encerrou as atividades do laticínio Linda Linda (com o qual ganhava dinheiro vendendo queijo e leite à... isso mesmo, CBF). A própria fazenda, sede de grandes festas na fase do poder, está à venda. Um restaurante e uma boate que ele tinha no Rio de Janeiro foram fechados. E o apartamento onde vivia, no Leblon, já foi vendido.
Sua estratégia é desfazer-se de todos os bens e enviar o dinheiro para bem longe do alcance da Justiça brasileira, no caso de um pedido de bloqueio de bens. No último ano, ele comprou um apartamento em Paris e uma casa em Boca Raton, na Flórida.
É lá que, a partir de agora, pretende viver com a mulher e a filha de 9 anos.
Em seus últimos dias como presidente da CBF, Teixeira usou a caneta para demitir aliados fiéis e assinar cheques com indenizações polpudas.
Seu tio Marco Antonio Teixeira deixou a entidade com 2 milhões de reais no bolso. Antônio Osório, diretor financeiro, recebeu mais de 1 milhão de reais.
ricardo froes
Depois de 23 anos à frente da CBF, Ricardo Teixeira deve deixar nos próximos dias o comando da entidade. Encurralado por uma investigação que revelou um escândalo internacional de corrupção, chantageado pela Fifa, pressionado pelo governo e abandonado pelos aliados, ele sai de cena dois anos antes da Copa do Mundo de 2014, evento em que planejava fazer sua despedida de gala. Mas antes de sair do cargo, Teixeira trabalhou para preservar seu dinheiro, uma fortuna, avaliada em 50 milhões de reais.
Em outubro passado, leiloou todo o gado que tinha na Fazenda Santa Rosa, em Piraí (RJ). Arrecadou quase 2 milhões de reais. No mês seguinte, encerrou as atividades do laticínio Linda Linda (com o qual ganhava dinheiro vendendo queijo e leite à... isso mesmo, CBF). A própria fazenda, sede de grandes festas na fase do poder, está à venda. Um restaurante e uma boate que ele tinha no Rio de Janeiro foram fechados. E o apartamento onde vivia, no Leblon, já foi vendido.
Sua estratégia é desfazer-se de todos os bens e enviar o dinheiro para bem longe do alcance da Justiça brasileira, no caso de um pedido de bloqueio de bens. No último ano, ele comprou um apartamento em Paris e uma casa em Boca Raton, na Flórida.
É lá que, a partir de agora, pretende viver com a mulher e a filha de 9 anos.
Em seus últimos dias como presidente da CBF, Teixeira usou a caneta para demitir aliados fiéis e assinar cheques com indenizações polpudas.
Seu tio Marco Antonio Teixeira deixou a entidade com 2 milhões de reais no bolso. Antônio Osório, diretor financeiro, recebeu mais de 1 milhão de reais.
ricardo froes
NOTAS SOLTAS...
Presidente enquadra Gilberto Carvalho
Para Dilma, as palavras de Carvalho no Fórum Social Mundial sobre os evangélicos que são controlados por pastores de televisão soaram como provocação
A presidente Dilma Rousseff não gostou da repercussão negativa das declarações do secretário-geral do Planalto, Gilberto Carvalho, e o mandou dar satisfações à imprensa. No Fórum Social Mundial, as palavras de Carvalho – ex-seminarista e católico fervoroso – sobre os evangélicos que são controlados por pastores de televisão soaram como provocação. “Este tema deve ser tratado porque não deve prosperar”, disse a presidente Dilma para o secretário-geral, que em seguida convocou a frente parlamentar evangélica e explicou que suas afirmações foram distorcidas por sites.
Cuidado especial
Dilma Rousseff tem um cuidado especial com os evangélicos. A bancada é forte no Congresso e logo se rebelou, o que poderia atrapalhar votações importantes.
Bastidores
Na campanha, em meio à polêmica do aborto, o PT pagou jatinho para os senadores Magno Malta e Marcelo Crivella percorrerem templos no país e defenderem Dilma.
19/02/2012
l.mazzini
Para Dilma, as palavras de Carvalho no Fórum Social Mundial sobre os evangélicos que são controlados por pastores de televisão soaram como provocação
A presidente Dilma Rousseff não gostou da repercussão negativa das declarações do secretário-geral do Planalto, Gilberto Carvalho, e o mandou dar satisfações à imprensa. No Fórum Social Mundial, as palavras de Carvalho – ex-seminarista e católico fervoroso – sobre os evangélicos que são controlados por pastores de televisão soaram como provocação. “Este tema deve ser tratado porque não deve prosperar”, disse a presidente Dilma para o secretário-geral, que em seguida convocou a frente parlamentar evangélica e explicou que suas afirmações foram distorcidas por sites.
Cuidado especial
Dilma Rousseff tem um cuidado especial com os evangélicos. A bancada é forte no Congresso e logo se rebelou, o que poderia atrapalhar votações importantes.
Bastidores
Na campanha, em meio à polêmica do aborto, o PT pagou jatinho para os senadores Magno Malta e Marcelo Crivella percorrerem templos no país e defenderem Dilma.
19/02/2012
l.mazzini
LUPI. NOVAMENTE? É UMA VERGONHA!
Lupi diz que vai fazer ‘o meio de campo’ para Eduardo Paes em Brasília
Todos os jornais noticiaram que, três meses após sair do Ministério do Trabalho sob suspeita de irregularidades, Carlos Lupi (PDT) foi nomeado como assessor especial do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB). O que não se sabia é que o ex-ministro foi contratado exatamente para trabalhar em Brasília.
De acordo com o próprio Lupi, o prefeito o convidou para, “fazer a interação com o governo federal”. “Ele quer que eu faça um trabalho pelos interesses do Rio, possíveis emendas, projetos. Fazer a ponte com Brasília. Como fui ministro e tenho boa relação com todo mundo, vou fazer esse meio de campo”, afirmou Lupi.
Como todos sabem, Lupi saiu do ministério após graves denúncias de irregularidades em contratos com ONGs (organizações não governamentais). Ele também foi acusado de ter acumulado dois cargos públicos irregularmente por cinco anos, prática vedada pela Constituição.
Mesmo assim, foi reconduzido à presidência do PDT e agora volta à cena política, como assessor de Eduardo Paes, que em outubro disputa a reeleição para continuar prefeito do Rio de Janeiro, com apoio do PDT, é claro.
Carlos Newton
19 de fevereiro de 2012
Todos os jornais noticiaram que, três meses após sair do Ministério do Trabalho sob suspeita de irregularidades, Carlos Lupi (PDT) foi nomeado como assessor especial do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB). O que não se sabia é que o ex-ministro foi contratado exatamente para trabalhar em Brasília.
De acordo com o próprio Lupi, o prefeito o convidou para, “fazer a interação com o governo federal”. “Ele quer que eu faça um trabalho pelos interesses do Rio, possíveis emendas, projetos. Fazer a ponte com Brasília. Como fui ministro e tenho boa relação com todo mundo, vou fazer esse meio de campo”, afirmou Lupi.
Como todos sabem, Lupi saiu do ministério após graves denúncias de irregularidades em contratos com ONGs (organizações não governamentais). Ele também foi acusado de ter acumulado dois cargos públicos irregularmente por cinco anos, prática vedada pela Constituição.
Mesmo assim, foi reconduzido à presidência do PDT e agora volta à cena política, como assessor de Eduardo Paes, que em outubro disputa a reeleição para continuar prefeito do Rio de Janeiro, com apoio do PDT, é claro.
Carlos Newton
19 de fevereiro de 2012
A JUSTIÇA NO PAÍS DAS MARAVILHAS...
Juristas resolvem propor redução de 1/6 da pena de criminosos que forem atacados pela mídia
Qual é a função do xilindró?
Há controvérsias, mas presume-se que seja punir o criminoso, proteger a sociedade contra uma possível reincidência sua e reabilitá-lo.
Todos sabemos que o nosso sistema penitenciário não reabilita ninguém, muito pelo contrário: quando de lá se sai, quando muito se sai igual, mas na maioria das vezes se sai pior.
Mas talvez mais grave seja a parte que trata da aplicação da pena, em relação ao tempo de detenção. Não há Cristo que se conforme que um sujeito condenado a 98 anos de cadeia tenha direito a, após 12 anos de regime fechado, passar para o semiaberto e, após mais 12 anos, esteja completamente livre.
No caso do Lindemberg, que aliás já deu no saco, já que ele está a quase quatro anos preso, daqui a oito ele já pode dar suas saidinhas diárias e, quem sabe, arrumar uma outra Eloá para matar.
Quando eu vejo um Cacciola pulando Carnaval no bloco do Bola Preta e posando de celebridade para fotos me dá vontade de rir, ou chorar, sei lá. Condenado a 13 anos, ele agora cumpre, em um condomínio de luxo na avenida das Américas, Barra da Tijuca, o restante de sua condenação por ter ganho liberdade condicional após 3 anos e 11 meses de cadeia, aonde, aliás, ele costumava, entre outras regalias, a saborear lagostas e salmões.
Mas como não há nada tão ruim que não possa piorar, o grupo de juristas que ajuda o Senado em uma improvável – pelo menos por enquanto – reforma do Código Penal teve mais uma ideia de jerico a ser incorporada às inúmeras benesses de que gozam os condenados. Vejam o absurdo: sempre que forem considerados vítimas de excessos ou abusos por parte de algum órgão da impresa, os condenados serão beneficiados com a redução de um sexto da pena. Diz o texto original: “sofrer violação dos direitos do nome e da imagem pelo abuso degradante dos meios de comunicação social”.
Mais vago, impossível. Pior, improvável. Qual é a relação que há entre a pena que um criminoso tem que cumprir e um suposto excesso da imprensa? Qual é a lógica desse absurdo? O que vai impedir um criminoso de comprar uma matéria em um jornaleco para falar mal de si mesmo para beneficiar-se de mais essa excrescência legal? Quais seriam os critérios usados por um juiz para avaliar essa “violação”?
Mas é por aí que a coisa vai. Podendo piorar, para que melhorar?
19 de fevereiro de 2012
Por Ricardo Froes
Qual é a função do xilindró?
Há controvérsias, mas presume-se que seja punir o criminoso, proteger a sociedade contra uma possível reincidência sua e reabilitá-lo.
Todos sabemos que o nosso sistema penitenciário não reabilita ninguém, muito pelo contrário: quando de lá se sai, quando muito se sai igual, mas na maioria das vezes se sai pior.
Mas talvez mais grave seja a parte que trata da aplicação da pena, em relação ao tempo de detenção. Não há Cristo que se conforme que um sujeito condenado a 98 anos de cadeia tenha direito a, após 12 anos de regime fechado, passar para o semiaberto e, após mais 12 anos, esteja completamente livre.
No caso do Lindemberg, que aliás já deu no saco, já que ele está a quase quatro anos preso, daqui a oito ele já pode dar suas saidinhas diárias e, quem sabe, arrumar uma outra Eloá para matar.
Quando eu vejo um Cacciola pulando Carnaval no bloco do Bola Preta e posando de celebridade para fotos me dá vontade de rir, ou chorar, sei lá. Condenado a 13 anos, ele agora cumpre, em um condomínio de luxo na avenida das Américas, Barra da Tijuca, o restante de sua condenação por ter ganho liberdade condicional após 3 anos e 11 meses de cadeia, aonde, aliás, ele costumava, entre outras regalias, a saborear lagostas e salmões.
Mas como não há nada tão ruim que não possa piorar, o grupo de juristas que ajuda o Senado em uma improvável – pelo menos por enquanto – reforma do Código Penal teve mais uma ideia de jerico a ser incorporada às inúmeras benesses de que gozam os condenados. Vejam o absurdo: sempre que forem considerados vítimas de excessos ou abusos por parte de algum órgão da impresa, os condenados serão beneficiados com a redução de um sexto da pena. Diz o texto original: “sofrer violação dos direitos do nome e da imagem pelo abuso degradante dos meios de comunicação social”.
Mais vago, impossível. Pior, improvável. Qual é a relação que há entre a pena que um criminoso tem que cumprir e um suposto excesso da imprensa? Qual é a lógica desse absurdo? O que vai impedir um criminoso de comprar uma matéria em um jornaleco para falar mal de si mesmo para beneficiar-se de mais essa excrescência legal? Quais seriam os critérios usados por um juiz para avaliar essa “violação”?
Mas é por aí que a coisa vai. Podendo piorar, para que melhorar?
19 de fevereiro de 2012
Por Ricardo Froes
QUANTO VALE A `CESTA DE VOTOS` EVANGÉLICOS?
Quando Gilberto Carvalho dá uma dentro, Dilma o lança às feras.
Nunca antes na história desse país, a população assistiu a uma cena tão deprimente, degradante e humilhante: um ministro de Estado, cabisbaixo, constrangido, curvando-se diante de um monte de deputados evangélicos, clamando por perdão, como fazem os incautos diante do culto desses farsantes nos templos ou nos horários infindáveis das televisões.
A cena, uma das mais bizarras e toscas, foi mostrada para os brasileiros por todas as emissoras de TV. Lá estava um farrapo de gente, caminhando a passos trôpegos para o purgatório dos crentes que, como uns diabinhos, infernizaram o juízo do ministro, homem de confiança da presidente, até ele desmentir o que disse no Fórum Social Mundial de Porto Alegre.
Gilberto Carvalho é o ministro mais importante do país, homem de confiança da presidente Dilma, está no Planalto desde o primeiro mandato de Lula. Até, então, pelo que se sabe, era uma espécie de conselheiro, moderador e interlocutor político.
Pesava contra ele, entretanto, denúncias de envolvimento nas artimanhas que lavaram à morte o prefeito Celso Daniel, de Santo André, a quem serviu como secretário de Comunicação e de Governo. Paranaense de Londrina, católico fervoroso, de ainda beijar mão de padre, Carvalho foi mandado ao calvário pela presidente Dilma que, a exemplo de Lula que compartilhava seu governo com a esquerda, com a direita, com o centro, com o diabo e com Deus, manda também às favas a ética e os amigos se for para o partido continuar no poder sem arranhões.
O ministro foi crucificado porque disse no fórum social o que todo mundo já sabe. Pelos programas de televisão, os evangélicos iludem, ludibriam e extorquem as classes “c” e “d” . Alimentam suas gordas contas bancárias e se elegem com os milhares de votos dos miseráveis que se apegam à fé como instrumento de salvação da alma, deixando de comer para pagar o dízimo em dinheiro e até em bens materiais.
Antes de ir à Câmara, Gilberto Carvalho já havia sido satanizado pelo senador Magno Malta de forma baixa e vil. Malta extrapolou a ética para chamar o ministro de “safado” e “mentiroso” pelas suas declarações.
A irracionalidade do senador tinha recado certo: Malta sabe que o ministro estudou teologia por três anos e militou na Pastoral Operária, ligada à Igreja Católica da qual foi secretário-geral entre 1985 e 1986.
Os evangélicos incultos como Malta, que evocam a fome e a miséria na infância como exemplos de sucesso para atrair fiéis, não queriam apenas atingir Gilberto Carvalho, mas enfraquecer a igreja do ministro com um eficiente merchandising.
Mas o lamentável disso tudo é a agnóstica presidente Dilma entregar o seu ministro às feras. Ela mostra, com isso, que gente de confiança de Lula ao seu lado é coisa do passado. E a forma que encontrou para empurrar seu principal ministro de porta à fora foi expondo-o ao ridículo, conduzindo seu cordeiro à arena dos leões famintos.
Por Jorge Oliveira
17 de fevereiro de 2012
Por Ricardo Froes
Nunca antes na história desse país, a população assistiu a uma cena tão deprimente, degradante e humilhante: um ministro de Estado, cabisbaixo, constrangido, curvando-se diante de um monte de deputados evangélicos, clamando por perdão, como fazem os incautos diante do culto desses farsantes nos templos ou nos horários infindáveis das televisões.
A cena, uma das mais bizarras e toscas, foi mostrada para os brasileiros por todas as emissoras de TV. Lá estava um farrapo de gente, caminhando a passos trôpegos para o purgatório dos crentes que, como uns diabinhos, infernizaram o juízo do ministro, homem de confiança da presidente, até ele desmentir o que disse no Fórum Social Mundial de Porto Alegre.
Gilberto Carvalho é o ministro mais importante do país, homem de confiança da presidente Dilma, está no Planalto desde o primeiro mandato de Lula. Até, então, pelo que se sabe, era uma espécie de conselheiro, moderador e interlocutor político.
Pesava contra ele, entretanto, denúncias de envolvimento nas artimanhas que lavaram à morte o prefeito Celso Daniel, de Santo André, a quem serviu como secretário de Comunicação e de Governo. Paranaense de Londrina, católico fervoroso, de ainda beijar mão de padre, Carvalho foi mandado ao calvário pela presidente Dilma que, a exemplo de Lula que compartilhava seu governo com a esquerda, com a direita, com o centro, com o diabo e com Deus, manda também às favas a ética e os amigos se for para o partido continuar no poder sem arranhões.
O ministro foi crucificado porque disse no fórum social o que todo mundo já sabe. Pelos programas de televisão, os evangélicos iludem, ludibriam e extorquem as classes “c” e “d” . Alimentam suas gordas contas bancárias e se elegem com os milhares de votos dos miseráveis que se apegam à fé como instrumento de salvação da alma, deixando de comer para pagar o dízimo em dinheiro e até em bens materiais.
Antes de ir à Câmara, Gilberto Carvalho já havia sido satanizado pelo senador Magno Malta de forma baixa e vil. Malta extrapolou a ética para chamar o ministro de “safado” e “mentiroso” pelas suas declarações.
A irracionalidade do senador tinha recado certo: Malta sabe que o ministro estudou teologia por três anos e militou na Pastoral Operária, ligada à Igreja Católica da qual foi secretário-geral entre 1985 e 1986.
Os evangélicos incultos como Malta, que evocam a fome e a miséria na infância como exemplos de sucesso para atrair fiéis, não queriam apenas atingir Gilberto Carvalho, mas enfraquecer a igreja do ministro com um eficiente merchandising.
Mas o lamentável disso tudo é a agnóstica presidente Dilma entregar o seu ministro às feras. Ela mostra, com isso, que gente de confiança de Lula ao seu lado é coisa do passado. E a forma que encontrou para empurrar seu principal ministro de porta à fora foi expondo-o ao ridículo, conduzindo seu cordeiro à arena dos leões famintos.
Por Jorge Oliveira
17 de fevereiro de 2012
Por Ricardo Froes
CNJ SE PREPARA PARA INTERVIR EM DOIS CASOS QUE ESTÃO SEM SOLUÇÃO HÁ ANOS
Reportagem de Edson Luiz e Diego Abreu, do Correio Braziliense, mostra que, depois de apressar o julgamento dos responsáveis pela morte da deputada Ceci Cunha em Alagoas, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) se prepara para intervir em outros casos. E não apenas naqueles que envolvam crimes de morte, como o que está sendo acompanhado pelo CNJ no Ceará, com o julgamento de duas pessoas acusadas de integrar um grupo de extermínio.
O Conselho vai intensificar também a ação voltada a fatos insolúveis de desvio de dinheiro público. Um exemplo é o rombo na Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), ocorrido há mais de 10 anos e que deu prejuízos de mais de R$ 2 bilhões aos cofres públicos.
Esses casos fazem parte da pauta do Programa Justiça Plena, que reúne 71 ocorrências a serem tratadas com prioridade pelos tribunais. Neste ano, o CNJ pretende adiantar o julgamento dos processos que estão sem resolução há anos, como fez em 2011 em relação ao caso da deputada Ceci Cunha.
“São indicações de várias instituições e relacionadas a todas as instâncias da Justiça, com exceção dos tribunais superiores”, explica o auxiliar da corregedoria do CNJ, Erivaldo Ribeiro dos Santos. Em relação à parlamentar assassinada em 1998, o conselho interferiu na tramitação da ação, que estava travada por causa dos inúmeros recursos impetrados pelos defensores dos acusados.
O assassinato dos auditores fiscais em 2004, em Unaí (MG), também está no foco do conselho. Os fiscais Nelson José da Silva, Eratósteles de Almeida e João Batista Lage, e o motorista Airton Pereira de Oliveira, foram executados em 28 de janeiro daquele ano, quando realizavam uma vistoria em fazendas da região.
No último dia 7, o Supremo Tribunal Federal (STF) deu o último passo para que o julgamento dos acusados ocorra. A Corte negou o recurso de um dos supostos matadores. Segundo entendeu o ministro Ricardo Lewandowski, relator do processo, a ação impetrada tinha caráter meramente protelatório.
“Aqui se trata de uma questão muito conhecida, uma chacina de fiscais do trabalho, e pretende-se postergar, de forma indeterminada, o julgamento”, disse o ministro, durante a análise da questão.
19 de fevereiro de 2012
O Conselho vai intensificar também a ação voltada a fatos insolúveis de desvio de dinheiro público. Um exemplo é o rombo na Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), ocorrido há mais de 10 anos e que deu prejuízos de mais de R$ 2 bilhões aos cofres públicos.
Esses casos fazem parte da pauta do Programa Justiça Plena, que reúne 71 ocorrências a serem tratadas com prioridade pelos tribunais. Neste ano, o CNJ pretende adiantar o julgamento dos processos que estão sem resolução há anos, como fez em 2011 em relação ao caso da deputada Ceci Cunha.
“São indicações de várias instituições e relacionadas a todas as instâncias da Justiça, com exceção dos tribunais superiores”, explica o auxiliar da corregedoria do CNJ, Erivaldo Ribeiro dos Santos. Em relação à parlamentar assassinada em 1998, o conselho interferiu na tramitação da ação, que estava travada por causa dos inúmeros recursos impetrados pelos defensores dos acusados.
O assassinato dos auditores fiscais em 2004, em Unaí (MG), também está no foco do conselho. Os fiscais Nelson José da Silva, Eratósteles de Almeida e João Batista Lage, e o motorista Airton Pereira de Oliveira, foram executados em 28 de janeiro daquele ano, quando realizavam uma vistoria em fazendas da região.
No último dia 7, o Supremo Tribunal Federal (STF) deu o último passo para que o julgamento dos acusados ocorra. A Corte negou o recurso de um dos supostos matadores. Segundo entendeu o ministro Ricardo Lewandowski, relator do processo, a ação impetrada tinha caráter meramente protelatório.
“Aqui se trata de uma questão muito conhecida, uma chacina de fiscais do trabalho, e pretende-se postergar, de forma indeterminada, o julgamento”, disse o ministro, durante a análise da questão.
19 de fevereiro de 2012
GOVERNO INSTITUI A BOLSA-TURISMO
O Brasil é sem dúvida um país riquíssimo. Tem os deputados mais caros do mundo, os magistrados mais bem-remunerados do Ocidente, financia o sustento dos bugres, os maiores latifundiários do país – que ainda não descobriram como cultivar suas terras –, financia generosamente bandoleiros que invadem fazendas produtivas e remunera regiamente os celerados que um dia tentaram transformar o Brasil numa republiqueta soviética. E ainda sobra grana para mais favores.
Em 5 de outubro de 2011, a Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei que institui o Estatuto da Juventude e define um conjunto de direitos específicos para jovens entre 15 e 29 anos, como a meia-entrada em eventos artísticos e culturais. Atualmente, as leis que regem a meia-entrada são estaduais. A matéria, aprovada na forma de um substitutivo, foi enviada para análise do Senado. A autoria do projeto é a relatora da deputada comunista Manuela d’Ávila. Como hoje rock também é cultura, o projeto garante também meia-entrada para estes festivais de bate-estaca e drogas.
Quando se pensa que a capacidade dos deputados de criar leis idiotas se exauriu, nunca falta quem os supere. Quarta-feira passada, dia 15, foi aprovado 15, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ), o projeto de lei prevendo que jovens de 15 a 29 anos de baixa renda terão duas passagens gratuitas em todos os aviões, ônibus e barcos interestaduais que transitarem no País, além de duas passagens com desconto de 50%, se o benefício integral já tiver sido utilizado. Os jovens de 15 a 29 anos terão, ainda meia-entrada nos eventos culturais e esportivos financiados com dinheiro público e 40% de desconto nos eventos patrocinados pela iniciativa privada.
Você é jovem e cansou de puxar fumo nos festivais de rock em São Paulo? O governo garante passagens para você degustar novas ervas no Rio. Quem paga estas mordomias a nossos jovens? Adivinhe. Não é difícil.
Está instituída a bolsa-turismo. Antes privilégio de professores universitários que pretendiam doutorar-se no Exterior e de deputados e senadores “em missão”, agora são estendidas a “jovens” universitários em geral e “jovens” não-universitários. De iniciativa do governo de Lula, o estatuto tramitou sete anos na Câmara. No entender do senador Demóstenes Torres – leio no Estadão -, o estatuto é "totalmente demagógico", elaborado para atender à União Nacional dos Estudantes (UNE) e "outros movimentos que hoje estão perdidos, não têm bandeira alguma, não combatem o governo e não combatem a corrupção". Demóstenes tentou reduzir a idade dos jovens para 21 anos, mas o relator alegou que o teto da juventude, aos 29 anos, decorre de um tratado da Organização das Nações Unidas (ONU).
O relator mentiu. Segundo a definição da ONU, os jovens constituem a faixa de idade compreendida entre 15 e 24 anos. Se formos adotar um critério nacional, a Pesquisa Nacional por Amostras de Domícílios, a faixa é mais estrita, de 15 a 21 anos. O relator mentiu e o senador goiano sequer se deu ao trabalho de pesquisar. Caiu como um patinho na lorota do PT.
Temos agora, então, marmanjos de 29 anos considerados como jovens para efeitos de mordomias. Juventude, para mim, é um estado de espírito, e podemos ser jovens tanto aos 20, como aos 40 ou 60. Da mesma forma, há não pouca gente de 20 e poucos anos já irremediavelmente senis. Ocorre que a lei não pode definir estados de espírito. Precisa recorrer a critérios mais precisos. Nos dois projetos, os proponentes pretendem definir, de cambulhada, a idade legal dos jovens no Brasil.
Definir jovem como alguém entre 15 e 24 anos me parece sensato. A pessoa saiu da adolescência, teve tempo de fazer algum curso universitário ou preparar-se profissionalmente para algo. A partir daí, começa mesmo a vida. Se bem que, nos últimos anos, tenho visto a adolescência se prolongar até os 30 ou mais anos. Filhos que se encostam nos pais e pais que os sustentam até longa idade, eis a melhor fórmula para criar um inútil.
Já considerar jovem alguém entre 15 e 29 anos não passa de demagogia de político desonesto. Os autores de tais projetos, com olho em votos, estão distanciando os jovens da adultez. Que mais não seja, quem paga a fatura não são eles. Adulto, define o Houaiss, é aquele que se encontra na fase da vida posterior à juventude e anterior à velhice. Do ponto de vista jurídico, seria aquele que alcançou a maioridade, que chegou à idade em que a lei lhe concede capacidade para os atos da vida civil. Do ponto de vista psicológico, seria aquele que é emocional e intelectualmente maduro, que demonstra capacidade de agir, pensar ou realizar algo de maneira racional, equilibrada, sensata.
Tenho um conceito bastante pragmático do que é ser adulto, que não coincide com o dos dicionários. Adulto é aquele que já saiu do ninho paterno e provê seu sustento. O primeiro salário, por escasso que seja, já é um primeiro sinal de adultez. Pode até que nem supra as necessidades de um jovem, mas fá-lo sentir como é duro ganhar a vida.
Há alguns anos, um leitor me dizia não ver sentido nem sabor algum na vida. Deduzi logo que se tratava de um jovem pendurado nos pais. Não deu outra. Só o trabalho dá sentido e sabor à vida. Após um dia exaustivo de trabalho, o singelo fato de chegar em casa, pôr chinelos, tomar um uísque, abraçar a mulher querida ou dedicar-se a algum lazer dileto é uma ante-sala do paraíso. E nada melhor que passar no caixa e receber seu salário no final de cada mês, por parco que seja.
Neste momento, terminou a adolescência. Entre nós, isto pode ocorrer até mesmo aos 15 anos. No caso dos soldados do tráfico, por exemplo, bem antes. Não consigo conceber como se possa chamar de adolescente um menino com um revólver na cintura e disposto a matar se for preciso. Por vias transversas, ele já chegou à adultez.
Já afirmei, em algum momento, que me senti adolescente até os 40 anos. Me senti adolescente, não que o fosse. Até os 40, viver foi sempre festa. Gostava dos ofícios que exercia, trabalhar para mim era lazer. Comecei a trabalhar com carteira assinada aos 22 anos. Antes disso, fiz muito bico para custear minhas universidades. Mas desde meu primeiro trabalho em jornal, me senti autônomo. Aos 40, justo no dia em que os comemorava com meus colegas em Madri, após um curso de aperfeiçoamento em espanhol, me descobri desempregado e com o nada pela frente. Naquele momento, senti que a festa havia acabado.
Todos os amigos e amigas de meu pequeno círculo, nessa idade, os 22, ou mesmo antes, eram donos de seu nariz. Houve quem começasse a trabalhar aos dezoito anos. Os projetos em tramitação no Legislativo prolongam prejudicialmente a adolescência e dependência, no caso, do Estado.
Mas, no ritmo em que vai o País, seus autores até que foram tímidos. Um jovem gaúcho, se quiser, poderá ter direito a fazer turismo na Amazônia sem pagar passagem. Já um nordestino que trabalha duro em São Paulo, por exemplo, terá de suar a camiseta para visitar os seus no Nordeste.
Precisamos de mais audácia de nossos legisladores. Por que não duas passagens grátis ao ano para o Exterior? Assim nossos jovens poderão ter essas experiências vitais na existência de qualquer pessoa, como conhecer Paris, Londres, Nova York, ilhas gregas ou canárias. Me parece muito tímido isso de restringir as viagens gratuitas de nossos jovens ao território nacional.
Mais dois ingressos anuais a um bom motel, com acompanhante, é claro. Quando o ministério da Educação propõe um kit gay nas escolas, seria interessante proporcionar aos marmanjos local confortável para suas práticas sexuais. Quando se tornarem adultos, isto é, lá pelos trinta anos, estarão aptos a prover seu sustento.
Acho que até falei demais. Considerada a fúria legiferante de nossos legisladores, não me espantaria que amanhã tais propostas estejam sendo examinadas no Congresso.
19 de fevereiro de 2012
janer cristaldo
Em 5 de outubro de 2011, a Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei que institui o Estatuto da Juventude e define um conjunto de direitos específicos para jovens entre 15 e 29 anos, como a meia-entrada em eventos artísticos e culturais. Atualmente, as leis que regem a meia-entrada são estaduais. A matéria, aprovada na forma de um substitutivo, foi enviada para análise do Senado. A autoria do projeto é a relatora da deputada comunista Manuela d’Ávila. Como hoje rock também é cultura, o projeto garante também meia-entrada para estes festivais de bate-estaca e drogas.
Quando se pensa que a capacidade dos deputados de criar leis idiotas se exauriu, nunca falta quem os supere. Quarta-feira passada, dia 15, foi aprovado 15, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ), o projeto de lei prevendo que jovens de 15 a 29 anos de baixa renda terão duas passagens gratuitas em todos os aviões, ônibus e barcos interestaduais que transitarem no País, além de duas passagens com desconto de 50%, se o benefício integral já tiver sido utilizado. Os jovens de 15 a 29 anos terão, ainda meia-entrada nos eventos culturais e esportivos financiados com dinheiro público e 40% de desconto nos eventos patrocinados pela iniciativa privada.
Você é jovem e cansou de puxar fumo nos festivais de rock em São Paulo? O governo garante passagens para você degustar novas ervas no Rio. Quem paga estas mordomias a nossos jovens? Adivinhe. Não é difícil.
Está instituída a bolsa-turismo. Antes privilégio de professores universitários que pretendiam doutorar-se no Exterior e de deputados e senadores “em missão”, agora são estendidas a “jovens” universitários em geral e “jovens” não-universitários. De iniciativa do governo de Lula, o estatuto tramitou sete anos na Câmara. No entender do senador Demóstenes Torres – leio no Estadão -, o estatuto é "totalmente demagógico", elaborado para atender à União Nacional dos Estudantes (UNE) e "outros movimentos que hoje estão perdidos, não têm bandeira alguma, não combatem o governo e não combatem a corrupção". Demóstenes tentou reduzir a idade dos jovens para 21 anos, mas o relator alegou que o teto da juventude, aos 29 anos, decorre de um tratado da Organização das Nações Unidas (ONU).
O relator mentiu. Segundo a definição da ONU, os jovens constituem a faixa de idade compreendida entre 15 e 24 anos. Se formos adotar um critério nacional, a Pesquisa Nacional por Amostras de Domícílios, a faixa é mais estrita, de 15 a 21 anos. O relator mentiu e o senador goiano sequer se deu ao trabalho de pesquisar. Caiu como um patinho na lorota do PT.
Temos agora, então, marmanjos de 29 anos considerados como jovens para efeitos de mordomias. Juventude, para mim, é um estado de espírito, e podemos ser jovens tanto aos 20, como aos 40 ou 60. Da mesma forma, há não pouca gente de 20 e poucos anos já irremediavelmente senis. Ocorre que a lei não pode definir estados de espírito. Precisa recorrer a critérios mais precisos. Nos dois projetos, os proponentes pretendem definir, de cambulhada, a idade legal dos jovens no Brasil.
Definir jovem como alguém entre 15 e 24 anos me parece sensato. A pessoa saiu da adolescência, teve tempo de fazer algum curso universitário ou preparar-se profissionalmente para algo. A partir daí, começa mesmo a vida. Se bem que, nos últimos anos, tenho visto a adolescência se prolongar até os 30 ou mais anos. Filhos que se encostam nos pais e pais que os sustentam até longa idade, eis a melhor fórmula para criar um inútil.
Já considerar jovem alguém entre 15 e 29 anos não passa de demagogia de político desonesto. Os autores de tais projetos, com olho em votos, estão distanciando os jovens da adultez. Que mais não seja, quem paga a fatura não são eles. Adulto, define o Houaiss, é aquele que se encontra na fase da vida posterior à juventude e anterior à velhice. Do ponto de vista jurídico, seria aquele que alcançou a maioridade, que chegou à idade em que a lei lhe concede capacidade para os atos da vida civil. Do ponto de vista psicológico, seria aquele que é emocional e intelectualmente maduro, que demonstra capacidade de agir, pensar ou realizar algo de maneira racional, equilibrada, sensata.
Tenho um conceito bastante pragmático do que é ser adulto, que não coincide com o dos dicionários. Adulto é aquele que já saiu do ninho paterno e provê seu sustento. O primeiro salário, por escasso que seja, já é um primeiro sinal de adultez. Pode até que nem supra as necessidades de um jovem, mas fá-lo sentir como é duro ganhar a vida.
Há alguns anos, um leitor me dizia não ver sentido nem sabor algum na vida. Deduzi logo que se tratava de um jovem pendurado nos pais. Não deu outra. Só o trabalho dá sentido e sabor à vida. Após um dia exaustivo de trabalho, o singelo fato de chegar em casa, pôr chinelos, tomar um uísque, abraçar a mulher querida ou dedicar-se a algum lazer dileto é uma ante-sala do paraíso. E nada melhor que passar no caixa e receber seu salário no final de cada mês, por parco que seja.
Neste momento, terminou a adolescência. Entre nós, isto pode ocorrer até mesmo aos 15 anos. No caso dos soldados do tráfico, por exemplo, bem antes. Não consigo conceber como se possa chamar de adolescente um menino com um revólver na cintura e disposto a matar se for preciso. Por vias transversas, ele já chegou à adultez.
Já afirmei, em algum momento, que me senti adolescente até os 40 anos. Me senti adolescente, não que o fosse. Até os 40, viver foi sempre festa. Gostava dos ofícios que exercia, trabalhar para mim era lazer. Comecei a trabalhar com carteira assinada aos 22 anos. Antes disso, fiz muito bico para custear minhas universidades. Mas desde meu primeiro trabalho em jornal, me senti autônomo. Aos 40, justo no dia em que os comemorava com meus colegas em Madri, após um curso de aperfeiçoamento em espanhol, me descobri desempregado e com o nada pela frente. Naquele momento, senti que a festa havia acabado.
Todos os amigos e amigas de meu pequeno círculo, nessa idade, os 22, ou mesmo antes, eram donos de seu nariz. Houve quem começasse a trabalhar aos dezoito anos. Os projetos em tramitação no Legislativo prolongam prejudicialmente a adolescência e dependência, no caso, do Estado.
Mas, no ritmo em que vai o País, seus autores até que foram tímidos. Um jovem gaúcho, se quiser, poderá ter direito a fazer turismo na Amazônia sem pagar passagem. Já um nordestino que trabalha duro em São Paulo, por exemplo, terá de suar a camiseta para visitar os seus no Nordeste.
Precisamos de mais audácia de nossos legisladores. Por que não duas passagens grátis ao ano para o Exterior? Assim nossos jovens poderão ter essas experiências vitais na existência de qualquer pessoa, como conhecer Paris, Londres, Nova York, ilhas gregas ou canárias. Me parece muito tímido isso de restringir as viagens gratuitas de nossos jovens ao território nacional.
Mais dois ingressos anuais a um bom motel, com acompanhante, é claro. Quando o ministério da Educação propõe um kit gay nas escolas, seria interessante proporcionar aos marmanjos local confortável para suas práticas sexuais. Quando se tornarem adultos, isto é, lá pelos trinta anos, estarão aptos a prover seu sustento.
Acho que até falei demais. Considerada a fúria legiferante de nossos legisladores, não me espantaria que amanhã tais propostas estejam sendo examinadas no Congresso.
19 de fevereiro de 2012
janer cristaldo
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