"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 20 de setembro de 2012

AS DATAS

 

Há duas datas importantes para o julgamento da primeira acusação contra o núcleo político do mensalão, formado pelo ex-chefe da Casa Civil José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino e o ex-tesoureiro petista Delúbio Soares.
A primeira é o dia 26 de setembro, na qual o plenário do Senado, num esquema de esforço concentrado que não tem explicação, vai aprovar o novo ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki. A outra é em 4 de outubro, dia da última sessão antes do primeiro turno da eleição municipal, dia 7 de outubro.

Uma pode interferir na outra, intervenção que, se houver, produzirá um dos maiores escândalos políticos dos últimos tempos. Sendo aprovado pelo Senado, cuja sabatina é apenas formal, o novo ministro poderá estar apto a assumir seu cargo a ponto de pegar a primeira sessão do julgamento do mensalão de outubro, dia 1º, quando estará sendo julgado por corrupção passiva o ex-ministro José Dirceu, acusado de ser o chefe da quadrilha pelo procurador-geral da República e todos os demais réus dos núcleos político e operacional.

Se pedir vista do processo, para se inteirar dele, o julgamento estará suspenso em tese por 20 dias, mas na verdade por tempo indeterminado.

Todas as informações são de que o futuro ministro não faria um papel desses, e deverá se abster de participar do julgamento justamente por desconhecer o processo, mas o ritmo acelerado do Senado, incomum num período de recesso branco devido às eleições municipais, tem levantado suspeitas de que está em andamento uma manobra para permitir que Zavascki assuma o cargo no Supremo a tempo de participar da fase decisiva do julgamento do mensalão.

Dependerá dele, e somente dele, não apenas a rapidez da posse — pela tradição, é o novo ministro que define a data — como a participação no julgamento.

A decisão anunciada ontem pelo relator Joaquim Barbosa, em comum acordo com o revisor Ricardo Lewandowski, de deixar para o final a parte referente aos acusados de corrupção ativa significa que a votação dos demais ministros sobre os políticos do PP, PTB, PMDB e PR envolvidos no mensalão, acusados de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, será realizada, na melhor hipótese, na quarta-feira dia 26, podendo se prolongar até a quinta, 27.

Isso quer dizer que o núcleo político ligado ao PT será acusado de corrupção ativa na primeira semana de outubro, antes do primeiro turno, e a votação para eventuais condenações se dará nas semanas entre o primeiro e o segundo turnos.

Essa divisão de temas proposta pelo relator, que o revisor Lewandowski comparou a “uma guerra”, tem o objetivo de deixar claras todas as etapas do processo que Joaquim Barbosa descreve, assumindo quase que integralmente as acusações do procurador-geral.

A leitura de seu voto, que começou na segunda-feira e só deve terminar amanhã, é uma descrição detalhada do sistema montado para a compra de apoio político e lavagem de dinheiro por parte do núcleo operacional com requintes de sofisticação, com entregas de remessas de dinheiro em casa — um sistema delivery, como definiu sarcasticamente o presidente do Supremo Ayres Britto — e utilização de financeiras para a circulação camuflada do dinheiro roubado.

Por isso, o deputado André Vargas, secretário de Comunicação do PT, criticou duramente mais uma vez o Supremo, dizendo que a transmissão ao vivo do julgamento do mensalão interfere na vida democrática brasileira, acusando o STF de não estar tendo um comportamento técnico e neutro no julgamento.

Essa sistemática, descrita pelo relator Joaquim Barbosa detalhadamente, torna quase ridícula a frase do senador petista Jorge Viana, que, na tentativa vã de defender seu partido, disse da tribuna do Senado que os petistas foram “alunos mal aplicados” que tentaram repetir “o modelo profissional do PSDB e do PFL”.

Modéstia do orador. O esquema petista desenvolvido por Marcos Valério, ao contrário, é um sistema aperfeiçoado a partir do que havia sido feito na eleição de Minas em 1998 para o PSDB.
Em escala nacional, e em quantidades maiores tanto de dinheiro quanto de pessoas envolvidas, o mensalão do PT está se mostrando uma sofisticada máquina de corrupção do Estado brasileiro montada para garantir o controle de um dos Poderes da República pelo Executivo.

20 de setembro de 2012
Merval Pereira, O Globo
 

IMAGEM DO DIA

 
Capela histórica Nossa Senhora da Imaculada Conceição, localizada no bairro Inhayba em Sorocaba, SP, construída em 1930, destruída após o bairro ser atingido por um incêndio de grande proporção nesta quinta-feira (20)
Capela histórica Nossa Senhora da Imaculada Conceição, localizada no bairro Inhayba em Sorocaba, SP, construída em 1930, destruída após o bairro ser atingido por um incêndio de grande proporção nesta quinta-feira (20) - Bruno Cecim/Futura Press
 
20 de setembro de 2012

MÁQUINA DE FAZER DOIDO

Máquina de Fazer Doido foi o nome dado por Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto), para a televisão. Mas o fato é que a implantação desse sistema de comunicações, mudou o sistema de vida da humanidade.
 
No Brasil tudo aconteceu há 62 anos. No dia 18 de setembro de 1950, foi inaugurada a primeira televisão brasileira, TV Tupi, que pertencia aos Diários . O início foi às 17 horas nos estúdios do Sumaré, São Paulo (SP).
 
“Está no ar a TV no Brasil”, frase dita por Sônia Maria Dorce, então com 5 anos, como uma indiazinha com um cocar e uma tiara de anteninha na cabeça, como a logomarca.
Sua imagem é a primeira a aparecer na TV brasileira (foto).
 
Logo depois discursaram David Sarnoff (1) e Assis Chateaubriand, o Chatô (Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo 1892/1968), dono dos Diários Associados. Às 19 horas, a transmissão passou a ser direto do Jockey Club de São Paulo, onde se realizariam diversas apresentações musicais, infantis, humorísticas e até esportivas no especial “TV na Taba”.
 
Nessa fase foi cantada a primeira música da TV; Noite de Luar, autoria de José Maria de Abreu, Alberto Ribeiro e Ivon Curi (1951), interpretada por Hebe Camargo e Ivon Curi (vídeo Hebe Camargo e Ivon Curi.). A transmissão foi encerrada às 23h.30mim, com Lolita Rodrigues cantando o “Hino da TV”.

Entre os convidados para o show de estréia, TV na Taba, estava Mazzaropi, que com isso se tornou o primeiro humorista na TV. Em poucos dias a emissora lançou Mazzaropi à frente do programa Rancho Alegre. Ia ao ar toda 4ª feira, às 21h00, sob a direção de Cassiano Gabus Mendes e patrocínio da PHILCO, que se tornou então o primeiro patrocinador de programas da TV brasileira.



A parte curiosa na inauguração da televisão fica por conta fica de dois fatos. Faltavam dias para o evento, quando alguém lembrou que no Brasil não existiam aparelhos receptores, portanto ninguém poderia assistir televisão.
Chateaubriand, mandou importar dos Estados Unidos 300 aparelhos. Outro estraga festas lembrou, que pela burocracia alfandegária não chegariam a tempo.
 
Mas essa observação foi resolvida de forma fácil por Chatô: “Então traz de contrabando”. Assim foi feito, e no dia da estréia, as principais lojas do centro de São Paulo puseram nas vetrines os aparelhos ligados, para que o povo pudesse assistir a grande novidade.
 
O segundo fato aconteceu no final da festa, quando outro chato perguntou qual seria o programa para o dia seguinte? Simplesmente ninguém havia pensado nisso e assim no dia 19 foi ao ar “Imagens do Dia,” primeiro tele-jornal. O apresentador somente lia a notícia, que já havia saído na imprensa escrita e no rádio.
 
O final desse registro histórico ficará por minha conta, se trata do primeiro cameraman da América Latina, Walter Tasca (fotomontagem), muito ligado a minha família, pois era primo irmão de minha mãe.

20 de setembro de 2012
Giulio Sanmartini

(1) David Sarnoff, presidente do conselho de administração da RCA, que vendeu as câmeras da TV Tupi
(2) Na foto com Walter Tasca, Sônia Maria Dorce

NADA ALÉM DE DOIS MINUTOS...

 

Na matéria vídeo ele apresentou uma produção que lhe requereu o trabalho de juntar, centenas de imagens Internet até formar numa projeção de 2 minutos contando a história da humanidade, desde o “Big Bang”, passando pelos faraós, guerras, nazismo e indo até a destruição do planeta por um cataclismo espacial.



(1) Foto: O “Big Bang” de Joe.

20 de setembro de 2012
Giulio Sanmartini

SÓ SEI QUE NADA SEI

O ex-presidente Lula não sabia de nada, gente! O Paulo Okamoto, que ele conhecia desde muito jovem, deve ter arrumado dinheiro com algum amigo para generosamente cobrir despesas que ele havia feito e que não o deixavam nem dormir de tanta preocupação.

O líder de uma igreja que dizia que “o demônio tem nove dedos” aliou-se a ele graças ao charme, à simpatia e à compulsão de ambos de ajudar os pobres.

Os parlamentares que fizeram dura campanha contra ele e depois viraram lulistas desde criancinhas foram levados a isso porque, eleitos para beneficiar o povo mais humilde, reconheceram em Lula a mesma tendência benemérita que os fez sacrificar-se para exercer seus mandatos com dignidade, apesar dos baixos salários e do gigantesco trabalho que realizam.

Os golpistas horrorosos de sempre andaram inventando histórias de emissários com dólares na cueca, de jatinhos carregados de dinheiro, quanta mentira!
Tudo bem, foram flagrados por autoridades federais, mas uma autoridade federal também pode se enganar, não é verdade?
Até o próprio Lula já se enganou, na época em que o Mensalão foi revelado, e declarou-se traído.

Como poderia ter sido traído, uma vez que hoje sabe e proclama que o Mensalão não existiu?
Dizem até que o Delúbio Soares foi expulso do PT – mas não deve ser verdade, pois não está aí o nosso Delúbio, mais dentro do partido do que nunca?

Sócrates – o grego, que provavelmente jogava no Panathinaikos – dizia: “Só sei que nada sei”. Isso é sabedoria. Esta é a sabedoria de nossos líderes políticos.

Quem sabe, sabe

O debate sobre o Mensalão, travado agora, foi resumido em 2004 pelo Bloco do Pacotão, formado por jornalistas de Brasília, pouco após a queda de Waldomiro Diniz, assessor da Casa Civil de José Dirceu. Waldomiro foi filmado ao negociar propina com (lembra? Faça um esforço!) Carlinhos Cachoeira, o bicheiro.

Waldomiro pegou 12 anos de prisão. Cachoeira? Esqueceram dele até 2012.

A imprensa demorou, mas os jornalistas não. A marchinha daquele ano do Bloco do Pacotão trazia a seguinte letra: “Ô Waldomiro, ô Waldomiro/ me responda por favor/ Se neste rolo, o bicho pega/ o Lulinha paz e amor/ Ô Waldomiro, ô Waldomiro/ Diga o bicho que deu/ e o Zé Dirceu?/ E o Zé Dirceu?/ O Zé Dirceu também comeu?”.
Aí entra o refrão: “ô Zé Dirceu, ô Zé Dirceu, ô Zé Dirceu que bicho deu? Ô Zé Dirceu, ô Zé Dirceu/ ô Zé Dirceu eu quero o meu”.

Relembrar é preciso

Essa história do Waldomiro com o Cachoeira talvez ajude a entender por que a CPI do Cachoeira foi suspensa até depois das eleições (e talvez seja esquecida).

A hora do confronto

O PT está convocando sua militância, seus parlamentares, prefeitos e governadores, “para uma batalha do tamanho do Brasil”. A convocação é assinada pela Executiva Nacional.

Não há referência a Mensalão, nem às denúncias atribuídas a Marcos Valério contra Lula: fala-se em “fazer a defesa do partido, de Lula, dos mandatos e lideranças, bem como do legado dos nossos governos, que melhoraram as condições de vida e fortaleceram a dignidade do povo brasileiro”.

Entenda direitinho

Fernando Haddad, candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, criticou duramente seu adversário José Serra por ter deixado o mandato no meio para disputar o Governo (Serra ganhou, com ampla votação na capital). Mas disse que a situação de Marta Suplicy, que abandonou o mandato de senadora para ganhar um Ministério e em troca apoiar sua candidatura, é muito diferente: ela pode, ele não.

Da mesma maneira, quando Lula convidou Gilberto Kassab a apoiar a candidatura de Haddad, e o levou à convenção do PT, Kassab era um excelente prefeito. Quando Kassab preferiu apoiar Serra, passou a ser um prefeito muito ruim.

Muita maldade

Cabeça de jornalista às vezes se deixa levar pela maldade. Meio mundo está dizendo que Marta Suplicy foi nomeada ministra da Cultura para apoiar a candidatura de Fernando Haddad, que está longe de ser seu preferido, à Prefeitura de São Paulo. Mas há algo curioso nessa história: a ministra anterior, Ana de Hollanda, tinha como credencial maior ser irmã de Chico Buarque, petista histórico, de indiscutível prestígio. Pois foi só ele participar de um espetáculo em homenagem a Marcelo Freixo, do PSOL, candidato a prefeito do Rio contra Eduardo Paes, favorito de Lula e Dilma, que sua irmã foi demitida. Deve ser coincidência.

Coincidências

Os gastos de publicidade da Presidência da República, em julho, foram maiores que os ocorridos de abril a junho. Em um mês, gastou-se mais do que nos três anteriores, segundo o Contas Abertas. Em julho de 2011, os gastos atingiram a metade dos de julho de 2012. Mas certamente a proximidade das eleições nada tem a ver com o aumento dos gastos publicitários. Haverá explicações estritamente técnicas a respeito de targets, etc.
Eleição, é claro, não entra nisso.

Frase italiana

Console-se: não é só aqui.
Uma frase que está sendo distribuída pela Internet italiana sugere que se vote em Ali Babá, porque os ladrões serão só 40.

20 de abril de 2012
Carlos Brickmann é jornalista e consultor de comunicação.

PRESIDENTE DO PPS AFIRMA QUE LULA DEVE EXPLICAR À SOCIEDADE SE É OU NÃO O CHEFE DO MENSALÃO

 



Desespero total – “Lula deveria é vir a público e responder à sociedade brasileira as graves denúncias de que ele é o chefe do mensalão, e não ficar arrumando solidariedade de quem se associa a mensaleiros para emitir nota em sua defesa”, disse o presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire (SP), ao comentar nota divulgada pelos partidos da base aliada em defesa do ex-presidente da República.

Lula foi acusado pelo publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza, operador financeiro do Mensalão do PT, de chefiar o esquema que desviou dinheiro público para a compra de partidos e parlamentares no Congresso Nacional.

Para Freire, Lula “não tem que falar, por meio de partidos – que, se não são mensaleiros, se associaram ao mensalão ao reunir-se na defesa do ex-presidente; ele tem que provar que não é (o chefe do mensalão), já que a acusação partiu de um dos pilares na operacionalização do esquema”.

O presidente do PPS frisa que “ao invés de querer responder à oposição, Lula deve responder à sociedade brasileira se é ou não o chefe do mensalão”.

História

Ao analisar o teor da nota, que acusa a oposição de golpismo e comprara-a às forças que derrubaram Getúlio Vargas e João Goulart, Freire diz que “não adianta falar da história para querer se livrar da pecha de ser mensaleiro”.
O deputado disse que o PT enxovalhou a esquerda brasileira com um escândalo de corrupção sem precedentes na história do Brasil.

“Lula, fala, diga à sociedade que você não é o chefe dos mensaleiros; acaba com esse negócio de falar em golpismo e deixe de escapismo e de usar o nome da esquerda brasileira que sempre foi honrada, apesar de ter cometido erros”, afirmou Roberto Freire.

Roubo

“Vocês deveriam era ter cuidado de não roubar”, disse Freire, em recado a Lula e seus aliados. “E não vir agredir as instituições democráticas e a alta corte de Justiça do país”, continuou.

Na avaliação de Freire, mesmo os partidos que não estavam envolvidos no mensalão se associaram aos mensaleiros ao se juntar para elaborar a nota que visava responder a documento que os partidos de oposição lançaram prometendo entrar com representação contra Lula após o fim do julgamento do Supremo Tribunal Federal. “Mesmo os que não estavam envolvidos no escândalo de corrupção, nessa nota estão se associando ao mensalão”.

20 de setembro de 2012
ucho.info

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE


Sponholz

 
20 de setembro de 2012


O MENSALÃO, O ICEBERG E O TITANIC

 
O julgamento do Mensalão prossegue e, para desespero cada vez maior dos envolvidos, o gigante Joaquim Barbosa continua enfiando a mamona com vigor renovado nos lombos gordos das excelências envolvidas.

Para qualquer pessoa com meio neurônio e que não estivesse lobotomizada pela cegueira ideológica promovida pelo falso operário "Pai dos Pobres"; a tese de que Lula não sabia de nada era ridícula.
Um esquema tão grande, envolvendo tantas pessoas dos mais altos escalões partidários e tocado pela elite petista diretamente ligada (até por relacionamentos pessoais) ao ex-presidente, jamais teria condições de ser posto em movimento sem que sua participação tivesse sido ativa.
Aceitar tal imbecilidade seria como aceitar a ideia de uma grande empresa distribuir seu patrimônio e seus lucros aos concorrentes sem o conhecimento de seu diretor ou presidente.

Ao mesmo tempo, os ratos começam a pular dos porões do Titanic e as declarações de Marcos Valério são um sintoma inequívoco disso. Certo de que será o principal "bode respiratório" (assim mesmo) a ser oferecido em sacrifício no altar de imolação dos "cumpanheiros", Valério já teme o mesmo destino de Celso Daniel, Zeca e Gilberto Morgado (todos prefeitos do PT mortos "misteriosamente" logo após denunciarem desvios de verbas de contratos públicos que beneficiavam o Partido dos Trabalhadores). Segundo as últimas notícias, Valério se garante em vídeos espalhados pelo Brasil onde conta tudo o que sabe.

O certo mesmo é que todas as barbaridades cometidas no Mensalão estão sendo levadas ao conhecimento do público durante as sessões do STF e demonstram que toda essa lama é meramente a ponta de um iceberg gigantesco, encimado por um partido – o PT – que foi convertido numa verdadeira máfia a serviço de um grupo quadrilheiro disposto a enriquecer com o auxílio dos cofres públicos e da vida do povo mais humilde do país.

A pergunta que precisa ser feita é: Por onde andam os homens do Ministério Público e do Judiciário, dispostos a livrar o país dessa corja maldita, que não se aproximam de Marcos Valério e lhe oferecem benefícios de redução de pena ou até mesmo o livramento total em troca de todas as provas que ele possui em seu poder?

Para Valério, seria muito mais seguro botar a "boca no trombone" e garantir que seus cúmplices percam o poder e o prestígio de que dispõem do que permanecer em silêncio e correr o risco de ser assassinado ou silenciado como foram os outros que ousaram buscar moralizar o Partido dos Trabalhadores.

O grande problema de nosso país é que a população pouco se importa com a verdade. Mesmo morrendo aos milhares pela desativação de hospitais, ausência de médicos, negativas de tratamento, falta de remédios; tendo que pisar em seus dejetos para entrar e sair de casa, pela total ausência de esgoto em suas casas ou sendo condenados a uma vida sem oportunidades por uma educação idiotizante e falsamente apregoada como excelente pela máquina estatal.
O brasileiro é incapaz de entender que tudo isso tem ligação direta com a corrupção e com sua própria subserviência a essa corja política (de qualquer partido) que se disfarça de salvadora. Mas, na verdade, o mantém na escravidão da obscuridade intelectual e na eterna dependência das migalhas atiradas pelos poderosos.

Afinal, desde que continuem pingando essas esmolas para calar suas necessidades imediatas e que coisas fundamentais como samba, carnaval e futebol continuem sendo oferecidas livremente como a solução para todos os problemas da vida; o brasileiro continuará seguindo sorrindo, pacífico, alienado e cordeiro. Caminhando alegremente com "samba no pé" e "um grito de gol" na garganta; rumo ao seu próprio altar de sacrifício.

Pense nisso

20 de setembro de 2012

Arthurius Maximus

O MAIOR CALUNIADOR DA HISTÓRIA DO BRASIL COM SUA ÚNICA FRASE: LULA FAZ COMÍCIO EM MANAUS E DIZ QUE ARTHUR VIRGÍLIO "NÃO GOSTA DE POBRE"

 
 

Lula da Silva foi denunciado por Marcos Valério na VEJA como chefe do Mensalão.
 
Que moral ? Qual é o crédito que se dá a esse homem? Devia ser impedido de minar a mente dos pobres deste nosso Brasil.
 
O mais atrevido e ignorante, porém, o mais esperto ladrão dos cofres públicos, devia ser proibido de continuar degradando o Brasil e políticos que sempre contestaram contra o roubo público.
 
Hoje, ele vive uma vida milionária com a força da sua única bandeira, a "calúnia" - que o fez sair da miséria. 
Ao longo do tempo com esse discurso enganador e estelionatário que ele chegou ao maior cargo do País.
O maior mentiroso que rebaixa a política brasileira com sua doença de se considerar um deus.
Um vagabundo que enriqueceu caluniando homens de bem e governos anteriores como se tivesse moral graduada para isso.
Um vulgar, analfabeto e imoral que inveja todos os homens letrados.
 
O Senador Arthur Virgílio foi um dos senadores que mais combateu o governo Lula. Que vergonha ter que escrever "governo Lula", mas enfim, tomara que a nossa justiça investigue e finalmente o leve para o lugar mais apropriado a ele. CADEIA.
 
MOVCC
 
*****
 
MANAUS - Apesar das dificuldades para falar e com aparência cansada, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não poupou esforços para atacar na noite desta quarta-feira um dos maiores opositores de seus dois governos, o ex-senador Arthur Virgílio Neto (PSDB), candidato a prefeito de Manaus (AM), e pedir votos para sua candidata na capital, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB).
 
 
20 de setembro de 2012

LULA EM SEU LABIRINTO

PT vai à Justiça, na Paraíba, contra decisão tomada por Lula! É sério!
 
Como é mesmo? Os deuses primeiro tiram o juízo daqueles a quem querem destruir. Leiam esta nota deliciosa, de Lauro Jardim, na coluna “Radar”:
 
Veja como as coisas andam mesmo mudadas para Lula e o PT. Na segunda-feira, Lula foi a estrela do programa de TV de Daniella Ribeiro (PP), a irmã do ministro Aguinaldo Ribeiro, que é candidata em Campina Grande (PB).
O apoio de Lula à irmã de um ministro de Dilma Rousseff seria algo normal, não fosse por um detalhe: o próprio PT tem candidato à prefeitura na cidade e é, portanto, adversário da “candidata do Lula”.

Como não poderia ser diferente, a aparição do “deus” petista no horário eleitoral da candidatura adversária fez o PT de Campina Grande pedir (e conseguir) a proibição da propaganda na Justiça Eleitoral. Que fase, Lula!
 
Voltei

O PT é uma máquina gigantesca de assalto — no sentido da “tomada” — ao estado, sob o comando inequívoco de Lula. Dentro dessa estrutura, ele atua como um autocrata: faz e desfaz, manda e desmanda, bota pra quebrar.
No Maranhão, por exemplo, pôs o partido a serviço de Sarney, e quem reagiu foi afastado do comando. Em São Paulo, deu uma cotovelada em Marta Suplicy e nomeou Haddad, o Bell’Antonio, candidato à Prefeitura.

E assim vai… Às vezes, acontece isso que se vê: o PT recorrendo à Justiça para tirar do ar um depoimento que Lula gravou espontaneamente.
 
20 de setembro de 2012
Por Reinaldo Azevedo

COMÍCIO-CHACRINHA DE LULA, MESMO PAGANDO A PLATÉIA, FOI UM FRACASSO GERAL


VÍDEO REVELA QUE COMÍCIO DE LULA EM SALVADOR FOI UM FRACASSO GERAL. "MILITANTES" PAGOS PARA FAZER FIGURAÇÃO. ALGAZARRA NÃO DEIXAVA LULA FALAR.


Este vídeo já circula intensamente pelas redes sociais mostra que o comício de Lula na Bahia, para tentar desempacar o candidato do PT a Prefeito, Nelson Pelegrino, em Salvador, foi um fracasso total.
 
Tiveram que implorar por silêncio na hora em que Lula pegou o microfone para falar.
Os "militantes" entrevistados afirmam que foram pagos para fazer figuração e ganharam R$ 50,00 reais e lanche.

Sobre o palanque o sinal de desapontamento geral. É isso aí. Vejam o vídeo.
 
20 de setembro de 2012
in aluizio amorim

VERGONHA ALHEIA

 



Tudo bem, o senador Jorge Viana, o presidente da Câmara, Marco Maia, e companhia bela resolveram transitar na contramão, senão da História, porque esta não se faz de imediato, mas da lógica. É um direito que os assiste.

Atacam o Supremo Tribunal Federal, reclamam da imprensa e denunciam "preconceito das elites" sem levar em conta que reagem na realidade às consequências de atos cometidos pelo próprio partido.
Os juízes fazem justamente o que desde sempre se cobra da Justiça: a aplicação rigorosa da lei sem olhar a quem.

Maia chama de falacioso (capcioso, intencionalmente enganador) o voto do relator Joaquim Barbosa que reconhece a existência da compra de apoio de partidos ao primeiro governo Lula.

Viana fala em "golpe" contra o PT e o secretário de comunicação do partido, André Vargas, aponta "risco para a democracia" nas transmissões ao vivo das sessões do STF.

Graças à bem articulada transição democrática da qual o PT se afastou quando renegou o sentido da eleição indireta de Tancredo Neves como ato de imposição de derrota política à ditadura, o País vive desde o século passado em estado de liberdade plena.

Defendem-se quaisquer ideias e teoricamente ninguém tem nada com isso. É sagrado todo direito, inclusive ao esperneio.

Afastada a ameaça à democracia apontada pelo deputado Vargas, uma vez que as transmissões do que se passa no tribunal é garantia do preceito constitucional da transparência, resta sempre o risco do ridículo.

O que dirão os autores das pesadas críticas ao Supremo se ao fim do julgamento houver absolvições inesperadas?

E se não prevalecer totalmente a posição do relator Joaquim Barbosa? Se, por hipótese, José Genoino for considerado mero "mequetrefe" e José Dirceu não puder ser enquadrado na categoria "chefe de quadrilha" por falta de provas? Como ficarão os difamadores do STF?
É uma possibilidade remota? É altamente improvável, mas não impossível.

Nesse caso os detratores virarão defensores da Justiça do Brasil. Portanto, até como precaução – uma vez que parece inútil pedir respeito à Corte – seria conveniente que prestassem atenção ao que fazem.
Tratam o Supremo como uma facção partidária em vias de cometer crimes de lesa-pátria apenas porque seus interesses e expectativas estão sendo contrariados.

Condenações havendo de cima a baixo, que fique bem claro: não terão sido produto de arbítrio, mas de decisão da Justiça.
Do mesmo tribunal tão festejado por decisões tidas como inovadoras em outros campos que não o da política (ciência, costumes, direitos sociais), cuja atuação tem ido muito além da guarda da Constituição e da representação da cúpula do Poder Judiciário.

Depois de longos períodos de restrição de autonomia por força de governos arbitrários, desde 1988 o Supremo vem se aperfeiçoando no papel a ele conferido pela nova Carta: a de indutor da construção de um modelo mais avançado de relação entre Estado e sociedade.

É um ganho para todos. Independentemente de governos e partidos. Estes passam, mas a República permanece.

20 de setembro de 2012
Dora Kramer – O Estado de S.Paulo

IANQUES ASSASSINOS VERSUS PACÍFICOS TUPINIQUINS

    
          Artigos - Desarmamento 
Enquanto os “ianques belicistas” de Utah possuem a taxa de 1,9 homicídios por 100 mil habitantes, os “pacifistas tupiniquins” de Alagoas engolem a taxa de 66,8 por 100 mil habitantes.

Todos os dias, pela manhã, recebo a clipagem das notícias de interesse do MVB, veiculadas pelos diversos órgãos de impressa de todo o país. Hoje, um texto me chamou a atenção, não pelo seu conteúdo, uma vez que é, maxima data venia, claudicante e simplório, mas sim por ser de autoria de um proeminente membro da magistratura brasileira e, também, coincidentemente, um ex-professor de quando cursei direito.

 
Nesse artigo, basicamente ele sustenta a velha tese que quanto mais armas, mais homicídios, externando parecer-lhe absurdo querer copiar os “ianques” em suas leis sobre a posse e o porte de armas.
Obviamente, ele se baseou tão somente eu sua ideologia e não em fatos e dados, repetindo apenas aquelas velhas cantilenas que nos chegam aos ouvidos e nem mesmo nos lembramos de onde partiram.
Não fosse isso, não teria escrito o descalabro de que o comércio de armas aumentou no Brasil, quando, em verdade, sofreu uma redução superior a 90% desde o ano 2000.
 
Ainda assim, levando-se em conta apenas e tão somente a teoria sustentada no artigo, no sentido de que a arma de fogo causa homicídios da mesma forma que o mosquito Aedes Aegypti causa a dengue - teoria esta abandonada até mesmo pela ONU, diga-se de passagem -, comparei um estado “ianque” e um estado “tupiniquim”, Utah e Alagoas, respectivamente.
 
Ambos os estados possuem aproximadamente três milhões de habitantes. Utah é um dos mais armados dos EUA, com quase 2,5 milhões de armas, ou seja, praticamente uma arma para cada morador.
Alagoas é um dos estados mais desarmados do Brasil, com apenas 9.558 registradas, de acordo com informações da Polícia Federal, ou seja, 0,003186 arma por habitante.
 
O porte de armas em Alagoas é proibido, como em todo o Brasil, e a Polícia Federal não informa quantos portes há neste estado. Em Utah, o porte de arma, isto é, a permissão para que o cidadão ande armado, é do tipo “Shall-Issue”, que consiste na permissão de porte desde que o cidadão apresente certas prerrogativas, como, por exemplo, idade mínima, comprovante de residência, tenha um curso preparatório para o uso de armas, dentre outros. Porém, uma vez que o cidadão se enquadre nestes requisitos, obrigatoriamente o órgão policial é obrigado a expedir o porte de arma. Lá, diferente daqui, não existe a temerária discricionariedade, que coloca o cidadão ao jugo dos humores das autoridades.
 
Em todo ano de 2010 – últimos dados disponíveis pelo FBI –, Utah registrou 53 homicídios. Alagoas, terra de desarmamentistas como Renan Calheiros, registrou em 2010 a assustadora soma 2.084!
Enquanto os “ianques belicistas” de Utah possuem a taxa de 1,9 homicídios por 100 mil habitantes, os “pacifistas tupiniquins” de Alagoas engolem a taxa de 66,8 por 100 mil habitantes. Os “belicistas” matam 40 vezes menos que os “pacifistas”.
 
Uma vez provado, com dados e fatos, que armas não significam crimes, gostaria apenas de frisar que o termo “ianque” é tão depreciativo quanto o “tupiniquim” aqui utilizado. Não, os brasileiros não são assassinos natos, não são violentos propensos ao homicídio e barbárie.
 
A diferença é que lá quem é punido é quem comete o crime, e não sua vítima, como acontece no Brasil, onde se desarma o cidadão e os criminosos podem agir com segurança, invadindo casas, roubando, estuprando e, quando lhes dá vontade, matando sem piedade.
Escrito por Bene Barbosa

A "GUERRA CIVIL" AMERICANA - UMA DEFESA DO SEPARATISMO SULISTA

       
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southernflagEmpreendo a difícil e politicamente incorreta tarefa de tentar defender os direitos dos estados norte-americanos do sul durante o período que ficou conhecido como o da "guerra civil" americana (1861-1865). Difícil porque o assunto encontra-se impregnado de um senso-comum que costuma desqualificar e impedir a exposição de outra interpretação e de visões distintas acerca dos fatos históricos.
 
Recorrentemente, os que ousam tentá-lo são tachados de racistas, de escravistas e de preconceituosos, sendo injustamente desmerecidos. Por este motivo, em respeito ao trabalho destes acadêmicos, propus-me a tentar prestar alguns esclarecimentos para o leitor, expondo-lhe uma concepção não usual sobre o assunto, a fim de que tenha acesso a outros lados da questão.
 
Começo, pois, por me referir a um grande erro, perpetrado pelo uso incorreto da terminologia "guerra civil". Nunca houve uma guerra civil nos Estados Unidos da América. O que ocorreu foi uma guerra de secessão. A diferença é grande. Numa guerra civil, dois ou mais grupos rivais disputam o controle de um país, como foi, verbi gratia, o notável episódio espanhol, em que republicanos comunistas e nacionalistas franquistas beligeraram durante três anos pelo controle do estado espanhol.
No caso americano, os estados do sul não lutaram porque queriam o domínio do país; eles lutaram porque queriam se separar do país. Os sulistas não almejavam comandar a União em Washington; seu real desejo era se separar da União. O mesmo pode ser dito acerca da Revolução Farroupilha (1835-1845) no Rio Grande do Sul.
 
Elucidada essa questão de mera nomenclatura, podemos, destarte, nos aventurar pela problemática jurídica em torno da guerra de secessão americana. Ocorre que, ao contrário do que muitos pensam (ou são levados a pensar), os estados do sul tinham ao seu dispor teses jurídicas que salvaguardavam o seu direito de se separar da União federal. Não se olvide que a federação era uma criação relativamente recente na época, e que não havia nenhum "manual" universitário que a definisse e impedisse a criação de teses contrárias. Analisemos, então, a situação.
 
Segundo as aulas de Teoria do Estado ou de Direito Constitucional I, qual é a diferença entre a federação estadunidense e a brasileira (esta última sempre vista como sendo mais autoritária)? O Brasil era um estado centralizado que se "federalizou", ao passo que as treze colônias americanas, após uma guerra em conjunto pela sua independência, eram treze estados distintos, que, por tratados de direito internacional, aceitaram formar uma confederação e, ad posteriori, uma federação constitucional (a qual, é sabido, podemos meritar aos esforços argumentativos de Hamilton, Madison e Jay).
 
A consequência desse processo ímpar de formação é que os estados americanos gozam de uma autonomia incomparável com a dos entes federativos estaduais brasileiros. A organização política idealizada pelos founding fathers para os EUA rege-se pelo princípio de que tudo aquilo que não for competência expressa da União cabe aos Estados, o que pode ser inconfundivelmente atestado pela leitura da décima emenda.[1]
 
Esse princípio foi de vital importância para a argumentação dos estados do sul, pois, eis que, ao contrário da constituição brasileira (CF art. 1º, caput), a carta magna americana não prevê em nenhum de seus artigos que a União é indissolúvel. Uma vez que a constituição é silente em relação à possibilidade de secessão, e tudo aquilo que não estiver na mesma é de competência dos estados, deduziu-se que os estados teriam o direito de se separar da União, à qual eles aderiram por livre e espontânea vontade.
 
Além disso, os estados de Virginia, New York e Rhode Island, ao assinarem a constituição americana — aceitando, portanto, participar da federação —, incluíram uma cláusula em suas adesões que lhes permitiria se separar da União no caso de o novo governo tornar-se "opressor". Ora, outro princípio que rege a federação americana é o que diz que não há, nem pode haver, direitos diferentes entre os estados, os quais devem ser radicalmente iguais em dignidade e direitos. Deste modo, podemos concluir que absolutamente todos os estados teriam o direito, conferido aos três supracitados, de se apartar da União.
 
Hoje, a visão de que as federações são indissolúveis é incontestável e pacífica na doutrina;[2] mas nem sempre foi assim. Até aquela época, o conceito do que seria uma federação ainda estava sendo construído. A Guerra de Secessão americana foi responsável por sepultar e impedir o ressurgimento de qualquer tipo de interpretação que desse azo à liberdade dos estados integrantes da federação. Ela consolidou uma unificação nacional forçada e uma centralização de poderes na União até então nunca antes vista.
 
A partir desse momento, os estados passariam a ser encarados como uma mera subdivisão política de uma única e indivisível nação. Isto é algo de surpreender, pois esta concepção nacionalista era praticamente inexistente na América do Norte daquela época. Prova disso é que a própria consciência da população americana, juntamente com o modo como se referiam ao seu país, mudou.
 
Anteriormente falava-se em "THESE United States", passando-se a um "THE United States"[3]. Vale dizer, o sentimento nacionalista e a própria "nação americana" estavam sendo inventados naquele momento; mais ou menos na mesma época em que um processo semelhante estava ocorrendo no Brasil, com o movimento romântico do II Reinado (1840-1889) e o esforço destes autores em criar uma identidade nacional brasileira.[4]
 
Penso, pois, ter ficado claro a questão de que, nos seus aspectos jurídicos, os estados do sul tinham sim um embasamento para a sua decisão de se separar. Mas e quanto à questão da escravidão, que sempre penetra o debate acerca da secessão? Não há dúvidas de que a escravidão é um fenômeno hediondo e que atenta contra o direito natural.[5] Contudo, o que estava em debate não era se a escravidão era certa ou não, mas o direito constitucional de secessão.
Aliás, a escravidão, igualmente, jamais fora o debate central naquela época. A guerra não foi travada para libertar os escravos e, talvez com a exceção do Haiti, os EUA foram o único país da América que "precisou" de uma guerra para libertar seus escravos... Todos os demais, Brasil incluso, o fizeram de maneira pacífica (o que não quer dizer, evidentemente, que não houve ao longo da História louváveis resistências negras).
 
O real motivo pelo qual a guerra foi travada foi a discordância entre os projetos políticos dos estados do norte e do sul americanos. O sul, agroexportador, pretendia o estabelecimento de uma nação pró-livre comércio, com baixas tarifas alfandegárias, ao passo que o norte, mais voltado para uma incipiente produção industrial, intentava proteger seus mercados internos. Uma vez que a União comanda a política externa do país, ambos os lados pelejavam no Congresso propugnando seus interesses. O norte, entretanto, levava vantagem, pois dominava ambas as casas do Congresso, devido a um fato curioso que merece ser referido.
 
O voto para a House of Representatives (Câmara dos Deputados) é proporcional, como todos os leitores hão de saber, mas, como os negros não eram considerados cidadãos, os estados do norte exigiam que eles não fossem contados como população, de modo que os estados do sul tivessem menos deputados. Um consenso foi encontrado quando os estados do norte concordaram em computar a população negra dos estados do sul como três quintos da branca, ou seja: 1 negro = 3/5 de um branco. Mesmo assim, os estados do sul continuaram em minoria no legislativo federal.[6]
 
A situação tornou-se incontornável quando da eleição do candidato republicano Abraham Lincoln em 1860. A vitória deste político racista [7] e abolicionista (por mais incoerente que possa parecer) fez com que a Carolina do Sul, seguida depois por Flórida, Texas, Alabama, Georgia, Mississipi e Louisiana, declarassem sua independência, formando os Estados Confederados da América. O resto é história.
 
Lincoln lutou incansavelmente para preservar a União (e não para libertar os escravos), deixando um saldo de mais de 600 mil mortos (baixas quatro vezes maiores que as da guerra do Vietnã e três vezes as da I Grande Guerra Mundial).[8] Ele saiu vitorioso, mas morreu sem sabê-lo: faleceu assassinado antes do fim da guerra, enquanto assistia à peça Our American Cousin no teatro Ford de Washington, aos 14 de abril de 1865.

20 de setembro de 2012
Escrito por Rafael Salomão Aguillar

Notas:

[1]"X Amendment: The powers not delegated to the United States by the Constitution, nor prohibited by it to the States, are reserved to the States respectively, or to the people."
[2] Por todos, conferir: Dallari, Dalmo de Abreu. "Elementos de Teoria Geral do Estado". 28ª edição. Ed. Saraiva. 2009. Pág. 259. "Na federação não existe direito de secessão. Uma vez efetivada a adesão de um Estado este não pode mais se retirar por meios legais. Em algumas Constituições é expressa tal proibição, mas ainda que não o seja, ela é implícita." [Grifo no original].
[3] Katcher, Phillip. "The Civil War Day by Day". 2nd edition. Chartwell Books, Inc. 2010. Pág. 189.
[4] Cereja, William Roberto e Magalhães, Thereza Cochar. "Literatura Brasileira". 3ª edição. Editora Atual. 2005. Pág. 201 e 202.
[5] Para uma condenação da escravidão, conferir: carta-encíclica Catholicae Ecclesiae (1890), de Sua Santidade o Papa Leão XIII (1878-1903).
[6] Woods Jr., Thomas E. "The Politically Incorrect Guide to American History". 1st edition. Regnery Publishing, Inc. 2004. Pág. 18.
Em um discurso de 1848, Lincoln chegou a declarar:
"I will say then that I am not, nor ever have been in favor of bringing about in any way the social and political equality of the white and black races, that I am not nor ever have been in favor of making voters or jurors of negroes, nor of qualifying them to hold office, nor to intermarry with white people; and I will say in addition to this that there is a physical difference between the white and black races which I believe will forever forbid the two races living together on terms of social and political equality. And inasmuch as they cannot so live, while they do remain together there must be the position of superior and inferior, and I as much as any other man am in favor of having the superior position assigned to the white race."
"Digo, portanto, que não sou, nem jamais fui, a favor de criar, de qualquer maneira que seja, a igualdade social e política das raças branca e preta; que não sou, nem nunca fui, a favor de transformar negros em eleitores ou jurados, nem de habilitá-los a exercer cargos públicos, nem de permitir seu casamento com pessoas brancas; e direi, adicionalmente, que há uma diferença física entre as raças branca e preta que, creio eu, irá para sempre proibir as duas de viverem juntas em termos de igualdade social e política. E, visto que elas não podem conviver desta forma, enquanto elas permanecerem em coexistência terá de haver a posição do superior e do inferior, e eu, assim como qualquer outro homem, sou a favor de que a posição superior seja atribuída à raça branca."
 
Abraham Lincoln, Debate with Stephen Douglas, Sept. 18, 1858, in Abraham Lincoln: Speeches and Writings, 1832-1858 (New York: Library of America, 1989), pp. 636-637.
Por que, então, ele era abolicionista? Acredita-se que ele desejava, destarte, reservar as novas terras do oeste para os brancos; o que ajudaria a explicar, outrossim, os seus programas de deportação de negros de volta para a África, em especial para a colônia americana da Libéria, sob o pretexto de permitir-lhes "a volta para casa".
 
Rafael Salomão Aguillar é graduando de direito da PUC-Rio, está no 7º período e é fã do Tom Woods.

Publicado no site do Instituto Ludwig Von Mises Brasil.

CUT ADERE A RETÓRICA GOLPISTA EM ATO PÚBLICO COM MEIA-DÚZIA DE GATOS-PINGADOS E ATACA O STF E A VEJA... A NAÇÃO TREME DE MEDO!

 
A CUT (Centra Única dos Trabalhadores) não nega aquilo que é: mero instrumento do PT lulista. Era assim quando o partido estava na oposição; é assim agora.
 
A central resolveu promover um ato público na Avenida Paulista para “fortalecer” a campanha salarial de cinco categorias, inclusive a dos bancários, que estão em greve, infernizando a vida de milhões de pessoas.
 
Obedecendo à convocação do PT, o presidente da entidade, Vagner Freitas, não hesitou e atacou o Supremo:
“O que querem fazer em Brasília é derrotar a classe trabalhadora. Querem colocar na nossa cabeça que não podemos governar o Brasil porque trouxemos ao País a corrupção”.
 
Depois Freitas iniciou uma arenga contra a VEJA, que, em reportagem de capa desta semana, informa que Marcos Valério tem afirmado a seus interlocutores que Lula era o real chefe do mensalão e que o esquema movimentou pelo menos R$ 350 milhões.
 
Os gatos-pingados que acompanhavam o “protesto” não deram muita bola. Uma meia-dúzia se limitou a responder ‘Lula é meu amigo, mexeu com ele, mexe comigo”.
A nação treme de medo, não é mesmo?
 
20 de setembro de 2012
Por Reinaldo Azevedo

BRASIL MARAVILHA DOS FARSANTES E DO "GUVERNO DUS TRABALHADORIS" GERENCIADO FRENETICAMENTE PELA "CARINHOSA"



O governo petista gosta de se dizer "dos trabalhadores", mas só faz agrados a patrões.

Em seu balcão de negócios, distribui benesses bilionárias e isenções fiscais a grandes empresas com acesso aos gabinetes de Brasília, mas veta benefícios que se destinam diretamente à parcela mais pobre da população.

É o que aconteceu com a desoneração da cesta básica, vítima das mãos de tesoura de Dilma Rousseff.


A proposta de isentar alimentos e produtos da cesta básica da incidência de tributos federais foi vetada sem dó ontem pela presidente da República. O texto havia sido incorporado à medida provisória n° 563 por iniciativa do deputado Bruno Araújo, líder tucano na Câmara, e aprovado no Congresso.

Talvez tenha sido seu maior pecado:

Dilma não aceita repartir louros com a oposição; dane-se a população.

A postura mesquinha ficou evidente com as declarações dadas ontem pelo burocrata do Ministério da Fazenda escalado pelo governo para tentar explicar o inexplicável: por que os alimentos e os itens mais básicos e essenciais para a vida dos brasileiros não podem ter o mesmo tratamento tributário que têm, por exemplo, os tablets, os smartphones, os carrões de luxo?

Segundo Dyogo Henrique de Oliveira, secretário-executivo-adjunto do Ministério da Fazenda, o governo aceita, sim, a desoneração. Mas desde que patrocinada pelo próprio governo, jamais por meio de ousadia da oposição. A presidente promete aposentar suas reluzentes tesouras mais adiante e anunciar ela mesma as isenções.

Neste ínterim, a população que continue a pagar mais - a Fiesp estima que 70% das famílias brasileiras comprometam mais de um terço de sua renda com a compra de alimentos.

Pelas estimativas do PSDB, a desoneração permitiria reduzir em cerca de 10% os gastos das famílias com produtos da cesta básica. Seriam isentos de PIS/Pasep, Cofins e IPI, todos tributos de âmbito federal.

No veto, o governo também argumentou que a proposta da oposição era imperfeita "técnica e juridicamente", por não incorporar, também, a isenção de ICMS.

Mas como o Congresso Nacional pode legislar sobre tributo da alçada dos estados?

Mais:

se esta esdrúxula justificativa fosse válida, a desoneração das contas de luz - proclamada em rede nacional de rádio e televisão pela presidente no último dia 6 - é igualmente capenga, porque não alcança o tributo estadual, sabidamente o que mais onera as faturas de energia.

Desde a eclosão da crise de 2008, o governo petista já anunciou pelo menos dez pacotes de incentivos tributários. No ano passado, as isenções distribuídas por Brasília alcançaram a estupenda cifra de R$ 187 bilhões, segundo o TCU.

Mas para ter acesso a esta dinheirama é preciso ser amigo do rei e ter portas abertas nos gabinetes acarpetados de Brasília.

Não é de hoje que o governo do PT usa a distribuição de benefícios fiscais para amealhar apoios e calar protestos. Este é também um dos componentes do toma lá dá cá que o Planalto estabelece com os que estão dispostos a se alinhar ao projeto de poder em voga.

Enquanto isso, ao povo sobram as batatas, na forma de impostos cada vez mais altos a pagar.

Até o fim de agosto, os brasileiros haviam deixado mais de R$ 1 trilhão nos cofres do fisco. A cada ano do governo do PT que passa, a marca é atingida mais cedo.


Para se ter ideia, em 2008, quando pela primeira vez a arrecadação de tributos no país foi trilionária, a soma só foi alcançada em 15 de dezembro.



No ritmo atual, os brasileiros pagamos R$ 4 bilhões de tributos por dia.



Mas as mãos de tesoura de Dilma não barbarizaram apenas os alimentos e a cesta básica.


Também ceifaram emenda à mesma MP, incluída pelo senador tucano Flexa Ribeiro (PA), que alterava regras para a cobrança da CFEM (Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais), tributo pago pelas empresas mineradoras a municípios, estados e União.

Com isso, estados como Minas e Pará - ambos atualmente governados pelo PSDB - deixarão de acrescentar cerca de R$ 300 milhões e R$ 200 milhões por ano, respectivamente, a suas receitas com royalties de minério.

Para se ter ideia, neste ano foram recolhidos a título de CFEM menos de R$ 1 bilhão, enquanto apenas as exportações de minério de ferro já tinham superado US$ 22 bilhões até julho.

É evidente que a presidente pretende posar mais à frente de benfeitora, quando, e se, anunciar as desonerações que ela mesma acaba de vetar. Ainda que tardia, a bondade ainda será bem-vinda, em favor da população mais carente.

Mas ninguém esquecerá que Dilma Rousseff ontem, mais uma vez, abriu seu saco de maldades e as distribuiu sem piedade aos brasileiros mais pobres.

20 de setembro de 2012
Fonte: Instituto Teotônio Vilela