"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

PORTA DA RUA

 

O âncora Ricardo Boechat termina a notícia com um belo comentário:

porta
 
28 de fevereiro de 2013
Magu

SEGUNDO JOAQUIM BARBOSA, JOSÉ DIRCEU JÁ DEVE PASSAR O INVERNO NA CADEIA


O presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, disse esperar que as penas de todos os condenados na ação penal do mensalão sejam aplicadas até julho deste ano. Isso significa que, se não houver qualquer medida protelatória das defesas dos réus, 22 dos 25 condenados a prisão poderão ser presos até esse prazo.

Joaquim Barbosa, presidente do STF


O mensalão, caso considerado o maior escândalo de corrupção da gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), foi julgado pelo Supremo no ano passado. Em quase cinco meses de julgamento, o STF concluiu que houve desvio de recursos públicos para abastecer um esquema de compra de apoio político no Congresso nos primeiros anos do governo Lula.
Para que as penas sejam de fato executadas, porém, a Corte ainda deve publicar o acórdão do julgamento. A previsão, segundo o presidente do Supremo, é que isso ocorra em março. Na semana passada, 3 dos 11 ministros do STF que participaram do julgamento concluíram a revisão de seus votos para posterior publicação. "Por mim, encerraria [o processo] ontem. Infelizmente, tenho que respeitar os prazos", disse Barbosa. Questionado se os demais ministros estão demorando a liberar seus votos para constar do acórdão, ele disse que isso é "detalhezinho". "Por que vocês gostam de detalhezinhos? Vamos falar de coisas mais substanciais, grandiosas."
Para Joaquim, julho é um prazo razoável para que a ação transite em julgado e, uma vez concluída, a pena deve ser aplicada automaticamente. "[Uma vez] encerrado, acabou. Encerrado você aplica a decisão tanto no cível quanto no crime. 'Executa-se' é a palavra que se usa tanto para matéria criminal quanto civil." Ele não descarta, contudo, que haja tentativas de se adiar a aplicação das penas. "Tudo é possível, mas há meios de se coibir isso também", disse.
As penas variam entre os 40 anos de prisão aplicados ao publicitário Marcos Valério Fernandes, considerado o operador do mensalão, e os dois anos que recebeu o ex-deputado José Borba, do PMDB. Entre os 25 condenados figuram nomes como o de José Dirceu, ex-ministro-chefe da Casa Civil de Lula, o ex-presidente do PT José Genoino, seu ex-tesoureiro Delúbio Soares e o atual deputado João Paulo Cunha (PT-SP).
Mais cedo, ele disse, em entrevista restrita a correspondentes estrangeiros, que "as ordens de prisão devem ser expedidas" antes de 1º de julho. Na ocasião, o presidente do STF, no entanto, afirmou que as prisões dependerão do cumprimento das últimas etapas do processo. "Eu espero encerrar toda essa ação até julho deste ano", afirmou, segundo a agência Reuters.
Na entrevista a jornalistas estrangeiros, o ministro rebateu a alegação de que as penas aplicadas no julgamento do mensalão foram "duras". Para ele, pela magnitude do caso -- que significou o desvio estimado em mais de R$ 100 milhões de verbas públicas--, na realidade, as penas foram "baixíssimas".
Barbosa disse também que, devido a diversos benefícios legais, a maioria das penas será reduzida com o tempo e nenhuma delas chegará a ser cumprida em sua totalidade. O presidente do Supremo opinou que esses benefícios são sintomas de um sistema penal "fraco", que "favorece o réu", acaba ajudando os "corruptos" e faz com que o sistema penal não tenha o devido efeito. Para Barbosa, esse conjunto de fatores reforça a "sensação de impunidade" que existe no Brasil em relação aos políticos corruptos. Barbosa, no entanto, diz acreditar que o mensalão apontou um "caminho" na direção contrária.
"Seguramente muitos juízes se sentirão mais encorajados agora" quando tiverem que processar algum político, argumentou Barbosa, para quem, no entanto, isto não acabará com as "incoerências" do processo penal no país. Sobre a popularidade adquirida após o julgamento, Barbosa diz acreditar que o fenômeno nada tem a ver com seu carisma social, mas sim porque "a sociedade está cansada dos políticos profissionais".
 
(Folha Poder)
 
28 de fevereiro de 2013
in coroneLeaks

RIO 448 ANOS: EM VÍDEO, UMA VIAGEM AO PASSADO DESSA MARAVILHOSA CIDADE

 
Coluna mergulha nos arquivos do CPDoc JB e seleciona imagens históricas da charmosa aniversariante

Tarde de sexta-feira no Centro do Rio de Janeiro em 2013. Emoldurado por arranha-céus espelhados, um mar de ternos em tons de cinza e preto e roupas sociais abraça a Avenida Rio Branco, que termina no Aterro do Flamengo, tendo o Theatro Municipal à direita como fiel escudeiro.

Tarde de sexta-feira no Centro do Rio de Janeiro no comecinho do século XX. Alguns homens usando ternos completos, com direito a suspensório, chapéu e sapatos bem engraxados, caminham pela Avenida Rio Branco, emoldurados por alguns prédios de, no máximo, três andares. No fim do trajeto, são recebidos pelas águas da Baía de Guanabara, que, em dias de ressaca, avançavam alguns metros para ficar mais próximas do Theatro Municipal.
 
Em meio às comemorações dos 448 anos do Rio de Janeiro, completados amanhã (1), investigamos os arquivos do CPDoc do Jornal do Brasil à procura de pistas sobre como era a vida na cidade de São Sebastião antes do Aterro do Flamengo, quando o Copacabana Palace era o maior prédio da Avenida Atlântica, a moda das mulheres nas areias não tinha nem duas peças, os trilhos de bonde atravessavam a rua Jardim Botânico e o Leme era como uma reserva natural de Mata Atlântica. Porque toda festa de aniversário é uma celebração do passado pensando no futuro.
 
Confira o trabalho lapidado pelo videomaker Vinícius Pereira e embarque nesta viagem com a gente.

Colaborou Beatriz Medeiros

28 de fevereiro de 2013
Jornal do Brasil com Pedro

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE


28 de fevereiro de 2013

ANTROPÓLOGO DENUNCIA ATUAÇÃO DO INDIGENISMO INTERNACIONAL

 

Em uma contundente entrevista à Revista Infovias de janeiro de 2013 (Ano 3, no. 11), o antropólogo Edward M. Luiz, ex-funcionário da Fundação Nacional do Índio (Funai), fez graves acusações ao aparato indigenista internacional e sua atuação no Brasil, cujo objetivo, em suas palavras, é frear o processo de desenvolvimento do País.



O antropólogo, que participou de oito processos de delimitação de terras indígenas, afirma que alguns grupos indígenas estão sendo manipulados por organizações não-governamentais (ONGs) estrangeiras e jogados contra os projetos de desenvolvimento de interesse do Estado e da sociedade brasileira, processo que, segundo ele, ameaça travar o desenvolvimento do País.

Edward M. Luiz é mestre e doutorando em Antropologia pela Universidade de Brasília (UnB) e consultor privado, prestando serviços a municípios, estados, associações e empresas ameaçadas pela demarcação de terras indígenas. Para ele, os indígenas não são obstáculos ao desenvolvimento:

(…) Os indígenas nunca foram contrários ao desenvolvimento. Sempre buscaram acesso àquilo que julgavam ser tecnologias mais desenvolvidas do que as que possuíam. Sempre desejaram com toda força os novos produtos e avanços com os quais se deparavam desde os terçados, machados, até o isqueiro, panelas de alumínio, chegando ao rádio, à televisão e mais recentemente até ao acesso a internet, que uma boa parte já utiliza. (…) O que salta aos olhos deste analista neste início de século XXI, é a forma como alguns grupos indígenas estão sendo sorrateira e inteligentemente manipulados, sendo jogados contra os projetos de desenvolvimento de interesse do estado e da sociedade brasileira.

Em seguida, explica o que está por trás desse conflito:

Isso acontece porque sem a bandeira comunista para se opor ao desenvolvimento do capitalismo, restou o ambientalismo e o indigenismo, que ao final so século XX, uniram-se formando um movimento misógeno, absolutamente contrário a qualquer projeto desenvolvimentista. No Brasil esse processo é tão forte a ponto de seguir freando por mais de três décadas o processo de desenvolvimento do país.

Foram poucos os projetos de desenvolvimento no Brasil que não esbarraram e estagnaram ante alguma resistência, seja de terra indígena, unidade de conservação, comunidade quilombola ou comunidade tradicional.
Certamente essas comunidades tem todo o direito nessas reinvindicações, estabelecendo acordos com o estado para serem ressarcidas dos danos provocados, e para encontrarem alternativas à minorar os efeitos deletérios do desenvolvimento.
Mas o que se vê são grupos se opondo de forma veemente e sistemática contra qualquer iniciativa ou obra de desenvolvimento. Eles parecem ser contrários à aberturas de estradas, ferrovias, hidrovias ou usina hidrelétrica, o que gera animosidade crescente entre eles e o restante da sociedade brasileira que quer e precisa do desenvolvimento.

Questionado sobre os interesses que se encontram por trás dessa manipulação de minorias étnicas, para colocá-las contra os projetos de desenvolvimento brasileiros, ele respondeu:

Faz alguns anos que me faço esta pergunta. Por que? Creio que ainda preciso me aprofundar em analises e maiores estudos. Isto porque nunca foram feitos estudos de forma sistemática pelas nossas academias. Nossa elite pensante é tão comprometida que foi preciso pensadores de fora para detectar este fenômeno no Brasil, entre eles Elaine Dewar, Lorenzo Carrasco e Sílvia Palacios.

A primeira é canadense e os outros dois são mexicanos. Carrasco me parece ser o mais produtivo e que poderíamos chamar de investigador sobre o assunto. É ele quem responde estas perguntas, e eu reconheço que só consegui comprendê-las depois de contato profundo com as obras dele: Máfia Verde 1 e 2, Ambientalismo à serviço do Governo Mundial.
 
(…) A principal hipótese que Carrasco levanta, é que estes fatores somados, tornam o Brasil uma clara ameaça ao poder das superpotências mundiais. Os países do hemisfério norte, sobretudo os países da Europa, se vêem ameaçados por um país emergente, ágil e agressivo em suas políticas econômicas e desenvolvimentistas.
 
O Brasil é atualmente a sexta economia do mundo e tem tudo para chegar até 2015 como a quinta maior economia mundial, ameaçando o ordenamento econômico do hemisfério norte, deixando potências bélicas e econômicas, como Inglaterra e França, para trás.
Daí o empenho de estados estrangeiros se utilizarem de ONGs para manipular as minorias étnicas e botar freios e barreiras, capazes de impedir este crescimento.
As primeiras e mais versáteis barreiras são as socioambientais, ou seja, o vetor indígena e as sociedades tradicionais e quilombolas, que somadas ao elemento vetor ambiental, que juntos formam um enorme exército irregular de ONGs, um aparato indigenista/ambientalista no país.
 
Este é o termo cunhado por Lorenzo Carrasco, que demonstra com dados estatísticos, que há um verdadeiro batalhão de ONGs, instituições e pesquisadores orientados por uma agenda ideológica, escrita e orquestrada por potências do hemisfério norte – Estados Unidos, Inglaterra, Canadá, Noruega, Dinamarca e Alemanha, que pagam a conta e financiam este aparato indigenista e ambientalista que opera vigorosamente no Brasil.
 
Entre os financiadores do aparato indigenista, Luiz aponta as agência de cooperação internacional de vários governos do Hemisfério Norte:
 
Eu diria, uma parte significativa do movimento indigenista brasileiro, está sim recebendo dinheiro de organizações não governamentais, de agências de cooperações internacionais dos países do hemisfério norte. Por exemplo; a GTZ, ONG [na verdade, agência governamental - n.e.] alemã, foi quem financiou por décadas todas as iniciativas de demarcação de terras indígenas no Brasil. Praticamente todas as demarcações ocorridas na década de 90 foram financiadas pela agência alemã de cooperação.
 
Em sua visão, há claras evidências de que interesses internacionais estão engajados em frear o desenvolvimento nacional, manipulando causas aparentemente legítimas:
 
As provas e evidências que eu coletei até o momento, indicam que sim. Há um crescente interesse no controle e domínio de recursos naturais nacionais.
Tais interesses escusos se escondem por trás de iniciativas e atividades aparentemente legítimas, como por exemplo, demarcar terras indígenas, criação de territórios quilombolas, de comunidades tradicionais e unidades de conservação.
Adiante, o antropólogo explica os vícios do processo demarcatório:
 
(…) FUNAI e antropólogos são partes altamente interessadas na demarcação e, daí em diante, é só enfiar a demarcação goela abaixo e torcer para que o povo permaneça passivo. Já disse e repito: nem o Ministério da Justiça, nem qualquer outro órgão do Executivo, tem condições nem o devido conhecimento para identificar os vícios de origem, os vícios internos que acontecem em um processo de demarcação. Porque isto demanda um conhecimento muito preciso e específico.

Em meu entendimento há um monopólio perigoso. É um monopólio que não oferece segurança jurídica, nem a produtores e nem a entes federados. Na verdade o que há é um processo totalmente controlado por um braço do executivo, que é a FUNAI, um órgão pró-indígena. Me parece óbvio e urgente a necessidade de uma reformulação do processo demarcatório, que garanta e assegure os direitos à sociedades tradicionais indígenas, mas ao mesmo tempo, assegure os direitos da outra parte afetada com total imparcialidade. Seja ela privada ou governamental. (…)
 
(…) Temos um processo demarcatório onde os seis ou sete indivíduos responsáveis, não precisam dar qualquer explicações à sociedade brasileira, que desde Raposa Serra do Sol, não aceita mais estas arbitrariedades. As demarcações são assim irresponsáveis, porque não há nenhum custo político e baixíssimo custo financeiro nas indenizações advindas do processo demarcatório. As mudanças propostas visam corrigir estes defeitos no processo.
O Congresso é e será atuante, mas, certamente, encontrará barreiras e dificuldades advindas do aparato indigenista/ambientalista na votação dos projetos de lei que visam solucioná-los. (…)
28 de fevereiro de 2013
Gelio Fregapani

FADIGA ELEITORAL

 

À “esquerda”, Lula, o Pai do Povo. À “direita”, Fernando Henrique, o Pai da Estabilidade Econômica. Lula lança a candidatura de Dilma Rousseff à reeleição. FHC acusa Lula de se tornar o “presidente adjunto”. “Nós não herdamos nada, nós construímos (tudo no decênio glorioso sob a Presidência do PT)”, alardeou a presidente Dilma. “Os petistas não podem mais falar de ética, porque têm o mensalão na testa”, retruca FHC, que patrocina o lançamento da candidatura de Aécio Neves.



Mais uma vez, a tentativa de polarização da disputa entre tucanos e petistas. Caso funcione, completam seis mandatos, quase um quarto de século no poder. Gramsci estaria orgulhoso. Não há mais oposição, apenas uma velha “esquerda” hegemônica. “Não há mais disputa ideológica, basta saber quem comanda a vanguarda do atraso”, confessou com extraordinária propriedade o ex-presidente FHC.

Poderia estar se referindo aos conservadores que lhe garantiram a emenda constitucional da reeleição. Agora não há mesmo oposição. Só a disputa pela gigantesca engrenagem estatal de comando centralizado que controla 40% do Produto Interno Bruto.
Por isso a ferocidade das disputas. Por isso também o extemporâneo lançamento de candidaturas presidenciais. Por isso as degeneradas práticas políticas. Por isso a interrupção da agenda de reformas.

E, como o primeiro a trocar o aprofundamento das reformas por um prolongamento do mandato, espero que se orgulhe FHC de ser também o pai dessa obsessão reeleitoral de presidentes passados e futuros.

A permanente batalha de PSDB e PT acabou cristalizando práticas políticas disfuncionais, alianças espúrias entre facções social-democratas e conservadores do Antigo Regime que lhes dão sustentação parlamentar. A Rede de Marina Silva pode ser uma novidade na política brasileira.

Já o PSB de Eduardo Campos, situacionista que pode se tornar uma alternativa oposicionista, não se comportou bem em seus primeiros ensaios de questões nacionais, como a distribuição dos royalties do petróleo. E a imagem do partido só piora quando o governador cearense Cid Gomes, sempre às voltas com sua alegada preferência por jatinhos, atropela a Constituição na tentativa de desviar recursos dos royalties para financiar show de inauguração de hospital cuja fachada desabou.

Como alternativa à polarização entre tucanos e petistas na disputa presidencial, a Rede de Marina Silva pode ser uma novidade. (na minha opinião, o artigo dispensaria este último parágrafo

(Artigo enviado por Mário Assis, transcrito do Globo)

28 de fevereiro de 2013
Paulo Guedes

CUBA E OS DESINFORMADORES DE OPINIÃO


O colunista Samuel Celestino, de A Tarde, escreveu um artigo sobre Cuba e a visita da blogueira Yoani cujo titulo era: "Os idiotas perdidos no tempo" e baseado nisso pergunto: Seria então um idiota esse mesmo colunista que escreveu há alguns anos, depois de um retorno de uma viagem a Cuba, que o País tinha lhe ensinado a não prejulgar aquilo que não conhecia e encheu o país caribenho de elogios?

Samuel, que já esteve em Cuba quatro vezes, não conhece Cuba. Além de desconhecer todo o passado e presente da Yoani, deixa transparecer que desconhece os 50 anos do bloqueio norte-americano. E que a quase totalidade dos países membros da ONU vem condenando o bloqueio e os Estados Unidos não dão à mínima e isso parece não ferir os sentimentos democráticos dos colunistas havidos em criticar Cuba, o que, com a presença da Yoani, virou a mania nacional dos desinformadores de opinião.

Tentam desconhecer todo o imbróglio que envolve Cuba e os Estados Unidos, desde as lutas pela independência contra a Espanha, que foi derrotada, mas quem se sentou à mesa em Paris para discutir a capitulação foram os americanos, que fizeram explodir o barco Maine no porto de Havana onde morreram mais de 300 marines, acusaram a Espanha e declararam guerra aos espanhóis, isso quando a Espanha já estava derrotada pelos cubanos.

Nas negociações em Paris com os espanhóis, nenhum cubano e sim norte-americanos. Quem conhece um "pouquito" da história da América sabe que todas as desavenças entre cubanos e norte-americanos vêm dai.

O resto é jogar para a plateia informações pobre de conteúdo e que na verdade só faz desinformar o leitor, levando-o a ter uma ideia errônea dos fatos e fazendo coro com aqueles, que mesmo sabendo a história, a escondem e vão na onda dos desinformadores de opinião.

ÍNDICES DE CUBA

Será que os que encheram os jornais com ataques a Cuba e dando eco as informações de Yoani têm acompanhando as informações divulgadas pela ONU de que o índice de mortalidade em Cuba chega a 4,4 por mil nascidos vivos? E que esses índices superam em muito vários países do primeiro mundo e que nos envergonham. Apesar de sermos a 5ª ou 6ª economia do planeta, nossos números beiram a casa dos 30?
Será que eles desconhecem as informações de que a expectativa de vida do cubano é maior que a do brasileiro?


E a blogueira afirma e eles acreditam ou acreditam por conveniência ideológica de que o povo passa fome e segundo alguns colunistas, o país está na miséria e a pergunta aqui é: como pode esta o povo passando fome e o país na miséria se ostenta índices sociais que muitos países desenvolvidos não têm?

Parecem desconhecer a solidariedade de Cuba para com os países africanos e da América Latina. Nenhum médico americano está no Haiti enquanto de Cuba são milhares sem nenhum ônus para o governo haitiano, todos mantidos pelo governo cubano.

Somente na ELAM – Escola Latino Americana de Ciências Médicas, milhares de latinos lá estudam medicina gratuitamente, assim como centenas de brasileiros que aqui nunca teriam condições de fazer o curso.

APARTHEID

O líder sul-africano Nelson Mandela não cansa de afirmar que Cuba foi um dos principais fatores do desmantelamento do apartheid. Os nossos bravos colunistas sabem por que Mandela afirma isso? É só procurar se informar sobre a participação dos cubanos na África e principalmente na Batalha de Cuito Cuanavale, onde as tropas sul-africanas que invadiram Angola pelo território da Namíbia, foram derrotadas pelos angolanos com o apoio dos cubanos que chegaram a ter no continente africano mais de 300 mil homens.

Ah! Mas isso, com certeza, é desconhecido pela maioria dos escrevinhadores que se pautam pelas informações das agências noticiosas norte-americanas, e que pautam nossas publicações e assim fica valendo a opinião deles que é o poço onde nossos "bravíssimos" desinformadores de opinião, buscam as "informações".

28 de fevereiro de 2013
(Valter Xéu é editor dos sites Pátria Latina e Irã News)

MIGUEL REALE JÚNIOR CONSIDERA UMA VERGONHA INTERNACIONAL A PROPOSTA DE REFORMA DAS LEIS PENAIS

 


Esta quinta-feira, a controvertida e polêmica proposta de reformulação do Código Penal será demolida pelo jurista e ex-ministro da Justiça Miguel Reale Júnior, que vai comparecer à comissão especial do Senado que analisa o assunto.


Reportagem da Agência Brasil mostra que Reale é declaradamente um dos maiores críticos do texto – entregue aos senadores em junho por uma comissão de 15 juristas – e foi convidado para apresentar sua análise sobre a proposta. Em nome da comissão de juristas, o relator-geral do trabalho, o procurador da República Luiz Carlos dos Santos Gonçalves também vai participar do debate.

“Eu vou levar a nossa contribuição que não é só uma manifestação minha, mas, na verdade, retrata a posição de cerca de 20 entidades, seja do Ministério Publico, da associação de advogados, e dos institutos de direito e criminologia. Vamos levar nossas preocupações e muito tecnicamente analisar as questões que nos preocupam intensamente com relação às impropriedades que o projeto apresenta”, adiantou o criminalista à Agência Brasil.

Para Miguel Reale Júnior, o andamento da atual proposta traz “o risco de uma vergonha internacional”. Entre os pontos criticados pelo jurista, está o que trata de crimes de imprensa. Para ele, a proposta é rigorosa demais no que diz respeito à difamação e calúnia por meio da mídia.
“A pena mínima, de três meses, passa a ser de dois anos, por uma difamação por meio de imprensa.
 Isso é oito vezes superior à da Lei de Imprensa, que foi revogada por ser ditatorial”, argumenta.

BRIGA DE GALOS

Ainda segundo o criminalista, outro trecho prevê condenação de dois a quatro anos para quem assiste a um confronto entre animais como, por exemplo, uma rinha de galo. “É uma pena elevadíssima. Se o animal morre, a pena é de quatro anos, no mínimo.
 O sujeito assiste e é responsabilizado pelo galicídio?”, questiona. Ele também critica o perdão judicial no caso da eutanásia ser praticada por parentes, independentemente do diagnóstico médico.
O texto aborda ainda o uso de drogas, terrorismo e prostituição.

O jurista discorda da forma e a “pressa” com que a discussão está sendo feita. Na avaliação de Miguel Reale Júnior, uma reforma da legislação penal teria de ser diferente.

“Eu mexeria pouco na parte geral, exclusivamente, no sistema de penas para adequá-lo. O sistema de penas foi modificado por uma lei de 98 e com a Lei dos Juizados Especais Criminais, precisa ser recomposto. Na parte da estrutura dos crimes, eu não mexeria em nada”, diz. “Isso exige um trabalho imenso de proporção e de revisão porque essas leis são feitas atabalhoadamente.

Não se pode apenas transportar essa legislação extravagante para dentro do código. É necessário fazer uma cautelosa revisão dos tipos que são criados nessas leis. É um trabalho de detalhe que demandaria, no mínimo, um ano e meio, dois anos”.

28 de fevereiro de 2013
 

TENTATIVA DE DEFENDER O MINISTRO ADAMS, DA AGU, PIORA AINDA MAIS A SITUAÇÃO DELE

 

As tentativas de defesa do ministro Luís Inácio Adams estão se tornando cada vez mais patéticas. A nota “oficial” divulgada por outros dirigentes da Advocacia Geral da União (AGU) beira ao ridículo, ao classificar como “de caráter eminentemente político” a representação que o Sindicato dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz) fez à Comissão de Ética da Presidência colocando em “suspeição” o trabalho da Corregedoria da AGU.


“Estou tranquilo…”

Segunda-feira, a Comissão de Ética pediu explicações ao advogado geral da União, Luís Inácio Adams, sobre possíveis irregularidades na emissão de pareceres técnicos no esquema deflagrado pela operação Porto Seguro, da Polícia Federal. Como se sabe, a Corregedoria da AGU já tinha sido acionada e arquivou o caso.

Terça-feira, em nota “oficial”, os dirigentes saíram em defesa dos trabalhos do órgão. “A referida entidade sindical, em sua atitude de caráter eminentemente político, acaba colocando em dúvida a importância da Corregedoria, suas competências e a autonomia na realização de suas atividades, bem como o histórico da sua atuação”, diz o texto, assinado pelo advogado-geral da União substituto, Fernando Luiz Albuquerque Faria, e o procurador-geral, Paulo Kuhn, dentre outros.

Só faltou a assinatura do próprio corregedor, Ademar Passos Veiga, que é amigo de Adams e por ele foi nomeado para o cargo. Veiga deveria ter se declarado suspeito, mas não se pode esperar esse tipo de atitude num relacionamento promíscuo como esse.
28 de fevereiro de 2013
Carlos Newton

A PETROBRAS NÃO ESTÁ MORRENDO, APENAS 'DORMITANDO'.

Há 5 anos, na euforia do desconhecido pré-sal, escrevi: “Para valer, só em 2018 ou 2020”. Agora, apontam com muita segurança para 2030.


Nem seria necessário assinalar, as posições e convicções do repórter estão aí mesmo, não de hoje mas de sempre: sou “petrobrasista” desde o primeiro sinal de surgimento do petróleo é nosso. Só que a “minha” Petrobras era e continua sendo inteiramente diferente.



Desde o início marquei posição com uma Petrobras estatal-total. Que para início de conversa não teria acionistas particulares privados, seria administrada unicamente pelo governo. O que significaria isso?

Enriquecimento duplo para o cidadão-contribuinte-eleitor, que eu já identificava assim. Pois sem corrupção e desadministração, é impossível ter prejuízo. O lucro certo e colossal iria então para o governo, ou seja, para o povo. Com a segurança de preços baixos para o combustível, e a utilização desse lucro para financiamento de empresas igualmente e obrigatoriamente estatais, única e totalmente estatais. Fizeram completamente o contrário.

O resultado está aí. Se a Petrobras tivesse sido fundada e preservada da corrupção e da incompetência, não estaria sendo discutida negativamente como está. Mas não é apenas o lucro potencial e indireto do cidadão, que está sendo desbaratado, desperdiçado, desacreditado.

A PROPAGANDA ENGANOSA: “LUCREM COM A PETROBRAS”

De todos os modos e formas, tentaram o cidadão, ofereceram lucro fácil e permanente. Jogaram esse cidadão no mais vergonhoso, tumultuado e corrupto centro de enriquecimento de uns poucos, e no empobrecimento dos que não têm jeito de se defenderem. Tomando por base apenas 1929, quantas crises econômicas do mundo (com o terrorismo financeiro) surgiram de Wall Street e congêneres, e dos bancos, sempre associados ao que existe de maior enriquecimento privilegiado?

Paul Getty, o homem que mais ganhou dinheiro nas Bolsas, não perdia nem mesmo no auge das crises (aí ganhava mais e com mais tranqüilidade) falava muito com jornalistas. E quando lhe perguntavam como ganhava sempre, respondia invariavelmente: “Compro na baixa e vendo na alta”. Não estava mentindo, era assim mesmo, só precisava “estar lá dentro”.

O INDEFESÁVEL ACIONISTA DA PETROBRAS

De tanta insistência para que adquirissem essas ações maravilhosas e lucrativas, foram comprando. E acumulando prejuízos, que não existiriam, se a “minha” Petrobras fosse totalmente estatal. Agora isso é praticamente impossível, a empresa teria que ser “despopularizada”, as ações privadas e particulares precisariam ser compradas pela Petrobras.

Qual seria o total de dinheiro necessário para transformar a Petrobras no que deveria ter sido desde o início? Não adianta a repetição, mas é obrigação estatal-total. E não é a preocupação apenas com o montante de dinheiro, mas como calcular o que deveria ser pago a cada acionista-cidadão?

Sem pesquisar muito, utilizando números que estão disponíveis. A partir da ofensiva publicitária “compre ações da Petrobras”, elas estavam a 52 reais. (Pode até ser mais, o valor armazenado na memória é esse).

Agora, oscilam entre 15 e 17 reais. 15 as ON (Ordinárias Nominativas, com direito a voto, que voto?), 17 as PN (Preferenciais Nominativas, que são obrigadas a receber na frente os dividendos, que dividendos?), mas o cálculo não pode ser feito unicamente pelo valor atual.

Quem comprou ações há 8 anos, digamos que a 52 reais, está perdendo nominalmente, 35 reais em cada. Mas e os lucros que poderiam obter com outros investimentos? A popularíssima Caderneta de Poupança teria preservado pelo menos o capital inicial e acrescentado alguma coisa. Por mínimo que fosse, não seria menos zero.

A DISPUTA SELVAGEM PELOS ROYALTIES DO PRÉ-SAL

Os dividendos do petróleo convencional são pagos rigorosamente aos três estados produtores, o do Rio, Espírito Santo, São Paulo. E quase todo dia, jornais, rádios, televisões, internet, divulgam que “a Petrobras descobriu petróleo de alta qualidade”, nas mais diversas localidades. E esses estados imediatamente recebem um volume maior de compensação. É o contrato.

Ninguém briga por esses royalties do petróleo convencional, a Petrobras não descumpre o que foi acertado. O que se discute desvairadamente são os royalties do chamado pré-sal, que se pensava que estaria disponível a partir de 2018-2020. Mas que agora oficialmente passa constar do calendário a partir de 2030.

E já que estamos falando de royalties, uma revelação: esses três estados vão entrar no Supremo, reivindicando a garantia do recebimento dos royalties do pré-sal. Vão perder, talvez até por unanimidade, que só não será obtida por causa dos ministros “estadualistas”.

ONDE ESTÁ O PETROLÉO DO PRÉ-SAL?

Foi descoberto (mas ainda não extraído) a 200 quilômetros da costa. Em áreas rigorosamente da União. Portanto, de propriedade, sem contestação, da própria Petrobras. Sem distribuição de royalties para nenhum estado.

Apesar da data estar anunciada para 2030, pode representar um grande alento e progresso para a empresa, que já foi considerada a maior do Brasil. E que hoje tem patrimônio menor até do que cervejarias.

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PS – Os acionistas particulares que foram iludidos, podem sonhar com uma recuperação financeira. Mas com 17 anos à frente?

PS2 – De qualquer maneira, temos que “revolucionar” o modelo administrativo da Petrobras, para que acorde de uma vez, não fique dormitando miseravelmente.

28 de fevereiro de 2013
Helio Fernandes

UMA VELHA FÁBULA TROPICAL

 

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Reunida com seus empresários amestrados do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o “Conselhão”, a presidente Dilma repetiu ontem o que o dr. Guido Mantega tinha ido dizer anteontem a uma plateia de investidores internacionais em Nova York: que “o governo vai trabalhar para garantir que os investimentos necessários sejam feitos com estabilidade juridica clara, remunerados devidamente e tenham financiamentos de longo prazo”.

Esse tipo de promessa, porém, é uma contradição em termos posto que “segurança jurídica” é, exatamente, o investidor privado poder prescindir de ou ignorar olimpicamente as promessas presidenciais porque onde ela existe de fato o presidente não tem força para mudar as regras do jogo com a bola em campo, nem para bem, nem para mal.

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Depois de cinco trimestres seguidos de quedas nos investimentos Dilma corre atras do prejuízo acumulado nos dez anos de cigarra em que o PT entoava loas a si mesmo e dava lições ao mundo enquanto distribuia automóveis e eletrodomésticos baratos à farta e deixava displicentemente de lado o trabalho de formiga para prover o país de estradas, ferrovias, portos, aeroportos e outros elementos imprescindíveis de infraestrutura.

Agora que se anuncia o inverno do PIB, corre atras de R$ 235 bi para repor a toque de caixa o que dispersou comprando popularidade fácil nos tempos de fartura.

É por isso que a presidente tem feito das tripas coração para recitar o script que todo investidor gostaria de ouvir. Ontem recorreu até à “cola” desastradamente flagrada em fotografia publicada no Valor.

Mas quanto mais esperneia mais se enreda.

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A promessa de taxas de retorno de 15% ao ano para a exploração de rodovias e de 12,5% para a de ferrovias, por exemplo, provocaria a entrada em cena da polícia em qualquer país onde houvesse segurança jurídica de fato, tão escandalosamente infladas que são num mundo de juros negativos.

No país do PT, no entanto, nem essa quantidade de sangue na água é suficientes para reverter o “instinto animal” dos empresários da condição de defesa para a de ataque, e não é difícil entender porque.

Menos de 48 horas antes dessa promessa, para não irmos longe, o governo suspendia a implementação da MP 595, que trata da modernização da gestão dos portos, diante da simples ameaça de uma greve dos portuários cujos “direitos adquiridos” graças aos esforços de sindicalistas do partido em tempos idos implicam a imposição de um imposto proibitivo e arrasador sobre todo produto que entra ou sai do país.

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É essa a “trave” onde batem todas as bolas levantadas pelo “Conselhão” que a presidente tenta cabecear para o gol. Seus ingentes esforços para recriar uma “lógica de mercado” à sua imagem e semelhança esbarram sempre nos privilégios intocáveis de alguma clientela importante ou mesmo no cerne do esquema de poder em que o PT se apoia.

Primeiro aumentam-se os salários sem aumentar a produtividade. Aí os empresários amestrados avisam que a conta não vai fechar. Então ela reduz por decreto o peso dos impostos sobre as folhas de pagamento aqui e ali, corta na marra as contas de luz e comprime o preço dos combustíveis para promover o “ganho de podutividade” ausente da equação.

Mas a redução na arecadação sem a correspondente redução de gastos pressiona o déficit público, o corte na conta de luz no tranco afugenta os investidores, o tamponamento do preço dos combustíveis detona as contas da Petrobrás.

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A inflação começa, então, a por a cebeça para fora da toca. Mas como não da para cortar nem o assistencialismo que compra votos, nem o numero de funcionários que são o núcleo duro da militância petista, nem os “direitos especiais” dos sindicatos que mandam nos portos, o Copom fica balbuciando desculpas enquanto entra em cena a “matemática criativa” com que o dr. Mantega, todo pressuroso, trata de por os resultados onde sua magnânima excelência quer vê-los…

E aí não adianta jurar de pés juntos que “o controle da inflação é um valor em si”: ninguém consegue ver no frankenstein costurado por dona Dilma a pin-up que, em sua imaginação, ela pensa estar desfilando para os empresários, e o pibinho dos investidores encolhe cada vez mais.
Até Jorge Gerdau, que se senta na cabeceira do Conselhão, anunciou a redução dos investimentos nas suas próprias empresas para os próximos cinco anos…

O problema é que nestes nossos trópicos as cigarras é que fazem as leis e, na hora do vamos ver, as formigas sempre ficam com a conta da festa de que que não participaram.

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28 de fevereiro de 2013
vespeiro

VERBORRAGIA DESCONTROLADA DE PETISTAS MOSTRA QUE PARTIDO NÃO TEM COMPETÊNCIA PARA GERIR UM LUPANAR

 


Dicionário chulo – Diariamente o PT demonstra que não tem estofo para gerenciar um boteco de esquina, mas insiste em fazer do Brasil uma borracharia mequetrefe de beira de estrada, onde a eventual solução dos problemas é precedida por marretadas e, em seguida, surge algum remendo.

Comandar uma nação, por mais inexpressiva que seja, exige consciência da realidade, responsabilidade em relação aos atos praticados e civilidade.

Contudo, o PT, como muitos já sabem, é carente desses ingredientes básicos para a condução de um país tão grande quanto complexo.

Na quarta-feira (27), em duas ocasiões distintas e separadas por alguns bons quilômetros, o PT deu mostras de que é incapaz até mesmo de gerenciar uma reles borracharia, daquelas com calendário de mulher nua pregado na parede e cujo dono vive embriagado.

Durante evento em comemoração aos 30 anos da Central Única dos Trabalhadores (CUT), em São Paulo, Lula abusou da verborragia e da arrogância, o que mereceu artigo do editor.

O ex-presidente abriu a caixa de palavras desnecessárias e cometeu a sandice de se comparar a Abraham Lincoln, como se o ex-presidente norte-americano fora um néscio oportunista.
De “imbecil” para frente, Lula usou outras tantas palavras descabidas para aparecer, pois só na esteira de absurdos é que consegue alguma evidência.

Em Brasília, mais precisamente no plenário da Câmara dos Deputados, um destempero do petista Devanir Ribeiro – autor da fracassada proposta de um terceiro mandato para Lula – reforçou o perfil do partido político que acredita ser uma reunião de gênios e intelectuais que frequentam as árvores genealógicas de Messias e Aladim.

Inconformado com a decisão do Democratas de inserir na exposição que retrata os 33 do PT um painel com os episódios de 2005, ano em que veio à tona o escândalo do Mensalão e foi propositalmente ocultado da mostra, Devanir Ribeiro chamou o colega Onyx Lorenzoni (DEM-RS), de “canalha”. “Esse canalha aqui [Onyx] não tem nada de fazer isso”, disparou Devanir Ribeiro.

A atitude de Ribeiro confirma a tese que o ucho.info destaca há mais de uma década. O PT e seus veneráveis (sic) integrantes não sabem conviver com o contraditório. Quando uma opinião divergente surge em cena, uma reação truculenta em termos verbais é o mínimo que acontece, sempre lembrando que nos bastidores as ações são covardes e sórdidas.

Por mais que os petistas neguem a existência do Mensalão, o partido, sob o comando e a anuência de Lula, protagonizou o maior escândalo de corrupção da história política nacional, fato que não poderia faltar nessa exposição histórica em que o partido tenta se mostrar como uma usina de acertos, quando na verdade é uma catapulta de escândalos.

Em termos históricos, os parlamentares do Democratas foram minimalistas e cometeram uma falha, pois faltou inserir um painel com o episódio do assassinato de Celso Daniel, então prefeito de Santo André, que acabou morto, como direito a sessões de tortura, apenas porque discordou da destinação dada ao dinheiro das propinas cobradas na cidade do ABC paulista.
Não custa destacar que havendo boa vontade por parte dos integrantes da Procuradoria-Geral da República não será difícil identificar a conexão entre o assassinato de Celso Daniel e o Mensalão do PT.

28 de fevereiro de 2013
ucho.info

EM SETE ANOS E MEIO, O CANDIDATO A COMANDANTE DA ONU ESCREVEU 19 PALAVRAS

 



A coluna errou ao afirmar que a letra de Lula deu as caras pela última vez em 7 de novembro de 1981, no bilhete acima reproduzido.
Os garranchos titubeantes de quem trocou salas de aula por campinhos de futebol apenas mergulharam na clandestinidade.

Em 2005, pela primeira vez depois da chegada de Lula à presidência, a raridade foragida fez uma ligeiríssima aparição em Brasília.
Nesta terça-feira, foi vista em São Paulo, durante o lançamento do livro de Aloizio Mercadante, por 20 leitores premiados com o autógrafo do único presidente que escreve como um aluno do pré-primário.

Na mensagem de 1981, endereçada ao sobrinho Dogival, Lula desenhou 22 palavras e 6 algarismos, fuzilou uma preposição, degolou uma vírgula e demitiu um acento agudo para cumprimentar o aniversariante.

Em dezembro de 2005, a ararinha-azul da caligrafia apareceu inesperadamente em 19 palavras rabiscadas numa folha de papel. Avistada pelo repórter Alan Marques e capturada por um fotógrafo do Globo, foi exposta à visitação pública na primeira página.



Como se vê na reprodução acima, o texto se divide em duas anotações. Primeira: “Tem demandas do Conselho que precisa ser discutido”. Não é fácil juntar numa só linha uma troca de verbo, um erro de concordância e dois assassinatos do plural. Lula conseguiu. O segundo tópico informa que Lula acabou de receber uma notícia boa (“Pnad” ) e duas ruins: “PIB – Zé Dirceu”.
Na foto, os dedos do presidente encobrem parcialmente o nome do companheiro despejado meses antes da chefia da Casa Civil.

O manuscrito revela o que Lula de fato sentiu quando confrontado com três notícias. Alegrou-se com o crescimento da renda total detectado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 2005 (8,7%).
Não gostou do crescimento pífio do PIB (2,2%) nem da cassação do mandato de José Dirceu, aprovada pela Câmara dos Deputados em 1° de dezembro. Ao discursar na reunião, Lula escondeu o desconforto causado pelas notícias ruins e concentrou-se na boa para decolar rumo ao palavrório triunfalista.

O confronto entre as anotações e a discurseira reafirma que registros escritos revelam a verdade que registros orais tentam ocultar. Escrever é um ato solitário. Falar só faz sentido se há alguém ouvindo. Quase todos os políticos usam a voz para iludir plateias. Raríssimos rabiscam mentiras que só eles lerão. Historiadores sérios reconstituem os fatos baseados em registros escritos.
Os presidentes brasileiros deixaram montanhas de manuscritos. Lula produziu só um. Em sete anos e meio, escreveu 19 palavras.

Não há manifestação mais perversa de elitismo do que autorizar quem nasceu pobre a morrer ignorante. Lula, insista-se, só não estudou porque não quis. Sobra-lhe tempo há pelo menos 30 anos. O que falta é a obstinação e a coragem que fizeram Marina Silva aprender a expressar-se como os louros de olhos azuis que vivem assombrando os discursos de Lula. Nascida num seringal do Acre, Marina sobreviveu à malária e à miséria, alfabetizou-se aos 16 anos e, aos 28, concluiu a Faculdade de História.

O despreparo assombroso não impede que Lula continue a sonhar com a secretaria-geral da ONU. Arquivaria imediatamente a ideia se algum integrante da entidade lhe pedisse que justificasse a candidatura num manuscrito de cinco linhas. Confrontado com o perigo, o homem que jamais manuseou um apontador de lápis cumpriria a promessa de, depois de desocupar o Planalto, gastar o tempo contando vantagem nos botequins de São Bernardo.

28 de fevereiro de 2013
Augusto Nunes
(PUBLICADO EM 30 DE JUNHO DE 2010)

AFINAL, QUAL É A CARA DO CONGRESSO?






28 de fevereiro de 2013

DISPUTA ELEITORAL ANTECIPADA ACIONA O JOGO RASTEIRO E FAZ DA MINISTRA ELIANA CALMON A PRIMEIRA VÍTIMA

 


Covardia explícita – A antecipação da campanha presidencial, que oficialmente só começará em meados de 2014, teve um propósito específico. Dar tempo aos eventuais candidatos para organizarem a artilharia que apontarão para os adversários.

Como a situação do PT é mais delicada por causa dos inúmeros escândalos de corrupção da era Lula e a letargia do governo de Dilma Rousseff diante da crise econômica, o jogo sujo já começou, mas capítulos mais sórdidos e rasteiros ainda hão de surgir adiante.

A primeira vítima da peçonha político-eleitoral é a ministra Eliana Calmon, do Superior Tribunal de Justiça e ex-corregedora do CNJ. Dona de currículo e trajetória irrepreensíveis e sem jamais ter seu nome ventilado nas coxias insanas do Direito, como costuma acontecer na órbita do poder, a ministra Eliana Calmon está a um passo de se filiar ao PSB, partido do governador Eduardo Campos (PE), e em 2014 concorrer ao Senado Federal ou disputar o governo da sua terra natal, a Bahia.

Contudo, não se deve descartar o fato de que a ministra seria uma candidata a vice de peso em eventual chapa de Eduardo Campos, que continua de olho no Palácio do Planalto.
Ora, se o Brasil elegeu uma presidente, por qual razão não pode eleger uma mulher para a vice-presidência.
A ministra do STJ é acusada de ter recebido em setembro de 2012, de uma só vez, R$ 84,8 mil sob a rubrica de auxílio-alimentação. Naquele mês, o contracheque de Eliana Calmon foi de R$ 113.009,50.
Além do salário de ministra e o auxílio-alimentação, Eliana Calmon recebe mensalmente um adicional de R$ 2.792,56, como abono de permanência por já ter alcançado o período necessário para a aposentadoria e permanecer em atividade. O que é excelente para um país onde o desmando e a impunidade é a cartilha do cotidiano.

A verba de auxílio-alimentação segue norma do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que concede o benefício a todos os magistrados do País, por meio da Resolução 133 do órgão. Ora, se nada de errado ou ilegal há no fato de a ministra Eliana Calmon ter recebido aquilo a que tem direito, não havia razão para essa denúncia barata e muito menos para que o assunto reverberasse na imprensa na condição de maior das transgressões.

No momento em que deveria mostrar à população a realidade dos fatos que têm levado o País ao retrocesso, permitindo a cada brasileiro a oportunidade de raciocinar diante da verdade, a imprensa brasileira se curva a interesses escusos e transforma o ofício da informação em fofoca de fundo de quintal.

Se o desejo da grande imprensa é causar polêmica e construir manchetes, na Esplanada dos Ministérios há um sem fim de enredos. No Congresso Nacional, por exemplo, o auxílio-moradia concedido aos parlamentares foi destinado, em alguns casos e durante anos para a compra de imóveis na capital dos brasileiros, quando o valor deveria ser utilizado para custear despesas de hospedagem. Como conseguir informações nos meandros da política exige um acordo de cavalheiros, esses assuntos normalmente repousam eternamente nos subterrâneos.
 
Na Praça dos Três Poderes, mais precisamente no Palácio do Planalto, há também vários assuntos que merecem ser explorados. O crucifixo que estava no gabinete presidencial foi levado por Lula, mas nenhum veículo de imprensa, exceto o ucho.info, se preocupou em continuar cobrando de Lula a devolução de um patrimônio público. A assessoria de imprensa da Presidência informou que o ex-presidente levou o objeto que lhe foi presenteado por um amigo português, mas o crucifixo está no gabinete presidencial desde a era Itamar Franco.
 
Há nos escaninhos palacianos, escondido com a devida vênia oficial, a compra de um caro relógio Cartier, na loja da conhecida marca em Nova York, com um dos cartões corporativos da Presidência da República. O então presidente Lula foi questionado sobre o assunto, mas não respondeu. Dilma Rousseff, então ministra da Casa Civil, também foi cobrada a dar explicações sobre o tema, durante depoimento na Comissão de Infraestrutura do Senado, mas preferiu ignorar a cobrança.
 
Isso mostra que mesmo sem ainda ter se filiado ao PSB ou qualquer outra legenda que seja do seu agrado, a ministra Eliana Calmon já preocupa alguns políticos acostumados ao jogo rasteiro e sórdido.

28 de fevereiro de 2013
ucho.info

PENAS DO MENSALÃO DO PT SERÃO APLICADAS ATÉ JULHO, MAS HÁ MAIS CRIMES SENDO INVESTIGADOS NO CASO

 


Sem saída – Durante entrevista a jornalistas estrangeiros que cobrem o cotidiano da política nacional, o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, disse que as penas decorrentes da Ação Penal 470 (Mensalão do PT) serão aplicadas até 1º de julho, como anunciado pelo ucho.info por ocasião da conclusão do julgamento em plenário.

Com a publicação do acórdão, os advogados dos réus condenados terão direito a recursos, os chamados embargos de declaração e embargos infringentes. Encerrada essa fase, as penas começarão a ser aplicadas.

De acordo com Joaquim Barbosa, as penas de prisão dependem da conclusão do processo para que sejam executadas. “As ordens de prisão devem ser expedidas antes desta data”, declarou o presidente do STF.

Questionado se as penas impostas aos réus no maior escândalo de corrupção da história política do País não foram duras, Barbosa disse que as penas foram “baixíssimas” se considerada a magnitude do caso, que até então se resume ao desvio de mais de R$ 100 milhões dos cofres públicos, dinheiro que foi utilizado na compra de parlamentares no Congresso Nacional, os quais garantiram a aprovação de inúmeros projetos de interesse do então presidente Lula.

Entre os 25 condenados estão José Dirceu, ex-ministro-chefe da Casa Civil; José Genoino, ex-presidente do PT; Delúbio Soares, ex-tesoureiro do partido; e o atual deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP).

Fase II

Engana-se quem pensa que o caso do Mensalão do PT termina com o fim do julgamento da Ação Penal 470 e a aplicação das respectivas penas. O esquema criminoso foi muito maior do que anunciado até agora e há muito mais crimes a serem investigados.
Em termos financeiros, o caixa do Mensalão do PT movimentou mais de R$ 300 milhões, sendo que o objetivo da operação, segundo o ex-petista Silvio Pereira, era chegar à casa de R$ 1 bilhão. Ou seja, o que foi julgado pelo STF é a ponta de um enorme iceberg de crimes.

Além do dinheiro público desviado por meio do Banco do Brasil (leia-se Visanet), o Mensalão serviu para repatriar o dinheiro das propinas arrecadadas em Santo André, que estava depositado em contas no exterior e culminou com o assassinato do ex-prefeito Celso Daniel. Reforçou o caixa do Mensalão do PT o dinheiro disponibilizado por alguns empresários que, interessados em realizar com o governo Lula, usaram Marcos Valério como rota de passagem.

Quando essas duas conexões adicionais do caso do Mensalão do PT forem elucidadas pelas autoridades, o estrago será ainda maior nas searas política, financeira e empresarial, principalmente no setor de telecomunicações, onde vez por outra sobram oportunistas.

28 de fevereiro de 2013
ucho.info

O LINCO DE GARANHUNS, GUERRA DA FUFEFÃO E A INVENÇÃO DO TELEX

Desculpem, mas eu não resisto...

Leiam bem o que o Línco de Garanhuns disse em evento da CUT:
 
“Esses dias eu estava lendo o livro do Lincoln. Eu fiquei impressionado como a imprensa batia no Lincoln em 1860, igualzinho batem em mim. E o coitado não tinha nem computador. Ia para o telex ficar esperando. Hoje a resposta é em tempo real. Eu quero parar de reclamar dos que não gostam de mim e não dão espaço. Eu não convido eles para minha festa e não sou convidado.”
 
Mentira um: “Eu estava lendo”.
 
Mentira dois: “A imprensa batia no Lincoln em 1860, igualzinho batem em mim”.
 
Mentira três (burrice mesmo): “[Lincoln] ia para o telex ficar esperando” (o Telex foi inventado em 1926).
 
Pois é, já que o cumpanhero Línco fez a Guerra da Fefefão ele começou a Guerra da Fufefão...
 
28 de fevereiro de 2013

ABRAHAM INÁCIO LINCOLN DA SILVA MENTIU MAIS UMA VEZ: DISSE QUE ESTAVA LENDO...

“Esses dias eu estava lendo o livro do Lincoln. Eu fiquei impressionado como a imprensa batia no Lincoln em 1860, igualzinho batem em mim. E o coitado não tinha nem computador. Ia para o telex ficar esperando. Hoje a resposta é em tempo real. Eu quero parar de reclamar dos que não gostam de mim e não dão espaço. Eu não convido eles para minha festa e não sou convidado.”

Abraham Inácio Lincoln da Silva contando uma das suas famosas mentiras, aliás, a maior delas: disse que estava lendo...
 
28 de fevereiro de 2013

MAUS CONSELHOS


Dilma Rousseff aproveitou ontem uma plateia classe A para destilar, mais uma vez, o veneno de seu discurso sectário. Apropriou-se, de novo, de feitos que não são exclusividade sua, fez previsões temerárias e celebrações tão apressadas quanto extemporâneas.
Exercitou, novamente, a desonestidade e a arrogância que marcam o PT, o partido dos mensaleiros.
A ocasião exigia sobriedade, mas a candidata-presidente engatou o ritmo de campanha que move seus passos desde que se aboletou em cima de um palanque, cinco anos atrás, e de lá nunca mais saiu.
Foi a nona vez que o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social reuniu-se nesta gestão, mas apenas o terceiro encontro do qual Dilma participou.
Óbvio: queria ribalta.
A presidente da República deveria ter aproveitado a presença da nata do PIB brasileiro no encontro de ontem para discutir seriamente os problemas que afligem o país - amanhã, por exemplo, seremos oficialmente apresentados ao pibinho que Sua Excelência produziu em seu segundo ano de mandato, deixando-nos na vice-lanterna do continente...

Mas ela usou o espaço e o tempo valioso para, novamente, fazer proselitismo político. Desancou, raivosamente, as ações sociais da gestão tucana e enalteceu, talvez precipitadamente, a política energética de seu governo - num momento em que, neste ano de poucas chuvas, nem São Pedro é capaz de garantir o suprimento de energia.

Na reunião de ontem, a presidente da República avocou ao PT todo e qualquer mérito por ter montado a rede de proteção social que hoje existe no país. Em linhas gerais, mimetizou sua abjeta declaração de uma semana atrás, em que desdenhou o esforço dos brasileiros ao longo de 500 anos de história:
"Não herdamos nada; construímos".
Desta vez, ela apegou-se a um aspecto acessório para desmerecer a criação, pelo governo Fernando Henrique, dos programas sociais posteriormente enfeixados sob o Bolsa Família.
Alegou aos empresários que coube ao PT criar o cadastro que permite identificar os beneficiários:
"É conversa que tinha cadastro", destrambelhou-se.
Passou longe da verdade.

O Cadastro Único para Programas Sociais foi criado ainda em julho de 2001, por meio do decreto n° 3.877. Naquela época, os programas sociais ainda eram fragmentados, mas já existiam.
Posteriormente, o PT unificou-os e, obviamente, ampliou progressivamente seu alcance, dando sequência natural a um legado que poderia até ser incipiente, mas que não se pode negar que existisse.
Ou seja, herdaram, não construíram.

Se sua apreciação sobre os programas sociais é maldosa e falsa, a abordagem da presidente sobre a questão energética é temerária. Aos empresários classe A que lá estavam, Dilma não poderia ter
dito, se agisse honestamente, que "não vai haver racionamento" neste ano.
Não quando transcorreram apenas dois meses do ano e os reservatórios ainda penam.

A questão que se coloca é: a que preço esta suposta segurança energética está sendo obtida? E, dois: são verdadeiras as premissas nas quais a presidente se baseia para dar aos empresários uma garantia que não existe?

O racionamento só não veio - ainda - por duas razões: o péssimo desempenho da economia em 2012 e o acionamento recorde do parque termoelétrico gestado na época da crise energética de 2001 e legado ao governo petista. Há um custo alto nisso, além de uma estiagem acima da desejada no horizonte. Vejamos. O acionamento das térmicas em razão do baixo nível de armazenamento dos reservatórios das hidrelétricas está implodindo as contas das empresas do setor elétrico. As geradoras já estão arcando com um gasto extra de R$ 4 bilhões e as distribuidoras, de R$ 1,5 bilhão por mês.

O aumento exponencial dos custos da energia termelétrica já foi suficiente para anular o ganho que as indústrias teriam com a redução tarifária.
A associação dos grandes consumidores de energia calcula que a tarifa da indústria tenha caído R$ 24 por megawatt-hora em razão da lei, mas o custo das térmicas comeu R$ 22, informa hoje a Folha de S.Paulo.

Infelizmente também talvez seja muito, muito cedo para Dilma cantar vitória contra o racionamento. Os reservatórios da região Centro-sul, onde se concentra o grosso do parque gerador nacional, terminarão março com nível de armazenamento de apenas 54% e os do Nordeste, com 41%, segundo o
Valor Econômico.
Para aquilatar:
chegaram ao fim do verão de 2012 com 78% e 82%, respectivamente.

Além disso, Dilma voltou ontem a repetir que o país ganhará mais 10 mil MW de energia neste ano - no discurso em rede nacional feito em janeiro, havia dito que seriam 8,5 mil novos MW. "Esse país tem segurança energética. Nunca tivemos isso na vida".
Será?
Ocorre que, em 2012, o governo petista partira da mesma premissa - agregar 8,7 mil novos MW ao longo do ano - mas chegou a dezembro passado tendo cumprido apenas 40% da promessa, segundo a agência Canal Energia.

Percebe-se que, mais uma vez, faltou serenidade à presidente e sobrou destemperança à candidata. Não será fazendo de cada compromisso de governo um ato de campanha que Dilma Rousseff conseguirá enfrentar as questões que interessam para melhorar a vida dos brasileiros.
Ontem, a presidente deu um novo soco na verdade e mais um salto no escuro.

Fonte: Instituto Teotônio Vilela
28 de fevereiro de 2013