"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 24 de agosto de 2012

O JANTAR QUE UNE ACUSAÇÃO, DEFESA E JUIZ


Os atores do mensalão frequentam dois cenários distintos em Brasília. Nos dias de sessão do Supremo Tribunal Federal, à tarde, advogados e ministros guardam distância protocolar e, não raras vezes, os bacharéis são tratados rispidamente. À noite, em festas pela capital, os doutos se confraternizam.

"Foi uma festa absolutamente democrática", disse ontem o advogado José Gerardo Grossi, de 80 anos, ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral, aniversariante da noite de quarta-feira. Carismático, recebeu no tradicional Palace Brasília Hotel muitos convidados. Estavam no mesmo ambiente protagonistas e coadjuvantes do mensalão - acusação, defesa e julgador - como o ministro Marco Aurélio Mello e a mulher do ex-ministro José Dirceu, Evanise Santos.

O próprio Dirceu, que está recluso enquanto transcorre o julgamento, fez questão de ligar para o anfitrião e o felicitou. "Ele (Dirceu) me ligou parabenizando, é outra pessoa de quem gosto muito", disse Grossi.

A festa reuniu os notáveis da advocacia criminal, ora defensores dos réus do esquema que abalou o governo Lula. Márcio Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça e advogado do executivo José Roberto Salgado, do Banco Rural, Arnaldo Malheiros Filho, que representa Delúbio Soares, Alberto Zacharias Toron, defensor do deputado João Paulo Cunha (PT-SP), Pierpaolo Bottini, constituído pelo ex-deputado Professor Luizinho (PT-SP).

No mesmo ambiente, estavam o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e seu antecessor, Antonio Fernando de Souza, acusadores do mensalão. Assim como o deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG), réu de outro mensalão - o mineiro.

Num canto, faceiro, Marco Aurélio estava rodeado pelos convivas e, com a língua afiada, de tudo falava. Indagado sobre o que quis dizer com contraponto no julgamento, ele assim se manifestou: "Pretendi restabelecer a harmonia na corte".

Aqui e ali, o tema das rodinhas era o julgamento. "O comentário geral era a expectativa em relação à conclusão do voto do relator", disse Marco Aurélio. "Houve uma inversão na apreciação da conduta dos réus."

O anfitrião ficou emocionado com o carinho recebido dos amigos. "A festa foi absolutamente democrática. Veio o José Batista Sobrinho, do Friboi, maior abatedouro de carne bovina do mundo, e a Maria José, que passa a nossa roupa há muitos anos", disse Grossi.

24 de agosto de 2012
FAUSTO MACEDO, FELIPE RECONDO e VERA ROSA
O Estado de S. Paulo (SP)

OS BODES DO MENSALÃO


A coincidência de votos entre o revisor e o relator em relação a duas figuras emblemáticas do escândalo do mensalão — Henrique Pizzolato e Marcos Valério — praticamente desmonta a principal tese de defesa da maioria dos réus no processo em julgamento no Supremo Tribunal Federal: a de que se tratava apenas de caixa dois de campanha eleitoral e de que não houve desvio de dinheiro público para o esquema. Ora, tanto o ministro Joaquim Barbosa quanto Ricardo Lewandowski foram enfáticos ao apontar, com fartura de provas e indícios, a suposta falcatrua.

Mais do que isso. Ambos fizeram questão de ser didáticos ao descrever em detalhes como funcionaria a engenharia da corrupção, que de sofisticada não teria nada, e concluíram: recursos saídos dos cofres do Banco do Brasil irrigaram a organização que o procurador-geral da República chamou de criminosa e disse ser chefiada pelo então ministro José Dirceu.

Quando digo que o argumento maior da defesa foi pro beleléu é porque quando há coincidência de posicionamento entre relator e revisor, no julgamento de ação penal, os demais ministros de tribunais superiores costumam endossar o voto dos dois. Nesse caso, basta que mais quatro dos 11 magistrados concordem com Barbosa e Lewandowski para que Henrique Pizzolato, ex-diretor do BB, e o empresário Marcos Valério, acusado de ser o operador do mensalão, acabem condenados. Além de considerados culpados, há até o risco, acreditem, de eles cumprirem pena de prisão em regime fechado. Isso porque Pizzolato pode pegar de 8,4 a até 46 anos de detenção. Para Valério, dizem especialistas, a pena máxima chegaria a 36 anos. A mínima, a seis.

Agora, no caso de João Paulo Cunha, Lewandowski e Barbosa divergiram frontalmente. Se votasse, eu fecharia com o relator: é difícil de engolir essa história de que não houve corrupção na entrega dos R$ 50 mil de Valério para João Paulo Cunha, supostamente autorizada por Delúbio, para pagar pesquisa eleitoral. Quando a "generosidade" é demais, o santo desconfia.

24 de agosto de 2012
Plácido Fernandes Vieira

Correio Braziliense (DF)

PORTUGAL CUMPRIU A PROMESSA: REAL FORTE DO PRÍNCIPE DA BEIRA (RO)

 

"A soberania e o respeito de Portugal impõem que neste lugar se erga um Forte, e isso é obra e serviço dos homens de El-Rei nosso senhor e, como tal, por mais duro, por mais difícil e por mais trabalhoso que isso dê, (...) é serviço de Portugal. E tem que se cumprir."

E assim foi feito: na margem direita do rio Guaporé (hoje Guajará-Mirim), fronteira com a Bolívia, em plena floresta amazônica, ergueram o Real Forte Príncipe da Beira, um feito que não poderia ter sido desmerecido com o abandono...


Após a assinatura do Tratado de Madri (1750), Portugal preocupou-se em assegurar a posse do território que lhe cabia segundo o Tratado de Tordesilhas e dessa forma garantir a fronteira do Brasil. Houve tratados posteriores e algumas reformas da linha demarcada em Tordesilhas, mas o Príncipe da Beira colaborou pela manutenção de nosso território.

Em sua pedra fundamental está gravado: “Sendo José I, Rei Fidelíssimo de Portugal e do Brasil, Luiz Albuquerque de Mello Pereira e Cáceres, por escolha da Majestade Real, Governador e Capitão-General desta vastíssima Província do Mato Grosso, planejou para ser construída a sólida fundação desta Fortaleza sob o Augustissimo nome do Príncipe da Beira com o consentimento daquele Rei Fidelíssimo e colocou a primeira pedra no dia 20 do mês de junho do ano de Cristo de 1776”.

No século XIX foi usado como presídio político. Abandonado à época da Proclamação da República, já em ruínas foi visitado pelo marechal Rondon que, muito surpreso com obra tão surpreendente naquele local, mandou que limpassem a mata que o sufocava e se empenhou para que dele cuidassem. Desde 1930, é novamente guarnecido pelo Exército Brasileiro.


Em 1950, tombado pelo IPHAN após quase 200 anos de abandono, foi iniciado um amplo programa de restauração. As pesquisas arqueológicas mostram grande quantidade de artefatos de funções militares e elementos da vida cotidiana na fortaleza, peças cujas informações serão fundamentais nas etapas subseqüentes de revitalização e transformação do forte em museu. Sua plena restauração foi iniciada em 2009.

É quase inacreditável a existência desse gigantesco forte no local onde está. Em nossos dias seria muito trabalhosa a sua construção. Imaginemos então o que deve ter sido no século XVIII. Tirando o barro com que se podia fazer os tijolos, e a água em abundância, tudo o mais foi levado para lá debaixo dos maiores sacrifícios e esforços.

Aos portugueses devemos a criação do Forte. Ao nosso marechal Rondon devemos o fato do governo federal, no século passado, voltar seus olhos para essa relíquia. E ao Exército Brasileiro o cuidado com que cuida do que é nosso.

Mas nada como a associação de imagens e palavras para que nós tenhamos pelo menos uma ideia do que é o Forte que, espero, ainda será uma das maiores atrações turísticas de nossa Amazonia. Assistam:



Município de Costa Marques, Rondônia.
 
24 de agosto de 2012
in blog do noblat

"ENTÃO NÃO VENHA!"


Vocês já imaginaram se ao ouvir o ministro Lewandowski dizer que se não lhe dessem o direito da tréplica ele não compareceria à sessão do julgamento do Mensalão na próxima segunda, os demais ministros, a tal da egrégia corte, se comportasse egregiamente e dissesse em uníssono: “Então não venha!”, que maravilha seria?




Uma ameaça, uma chantagem velada ser enfrentada assim de frente, com um taxativo não venha!, pode não ser o que diz o Regimento do STF, mas é o que com certeza sente todo brasileiro independente e altivo.

É o cúmulo um juiz se comportar como um astucioso – ou fazem como quero eu, ou não venho mais – e o tal do colendo tribunal sujeitar-se à Sua Excelência!

O que o ministro Lewandowski tem é que explicar porque o Pizzolato é culpado e o João Paulo Cunha, não.
Explicar muito bem explicadinho onde ele viu a diferença entre os dois fatos.
E esclarecer, para o brasileiro comum que está muito ligado no julgamento, muito mais do que os preclaros colendos podem pensar, porque ele se comportou como advogado de defesa dos réus e não como revisor do voto do relator.
E qual seu real interesse em atrasar tudo.

Noutro dia, aqui no blog, li um artigo de Augusto Nunes que chamava a atenção pelo título:

No STF fala-se o dialeto que usa fraque, cartola e polainas

De pronto, ao recordar as dezenas de vezes que ouvimos Vossa Excelência pra lá e pra cá, egrégia corte, insigne, preclaro, douto, o tempo que perdem com esses rapapés, a decalagem entre o linguajar dos venerandos juízes naquele recinto fechado ao sol e a linguagem aqui fora, além de rir com o texto delicioso, pensei que já era mais do que hora do Regimento Interno do STF atualizar sua linguagem.

Boa ideia aposentar o fraque, as polainas e a cartola e... mal o pensamento invadiu meu coração, gelei. Deus nos livre! Com esse atávico pendor que temos para um excesso de à vontade dali a pouco tempo teríamos juízes em plenário envergando belas camisetas, bermudas e havaianas!

E nas discussões e debates o mesmo tempo seria perdido com um linguajar mais pobre e mais ridículo ainda. Em vez de egrégia corte seria a galera amiga; em vez de Vossa Excelência, ei, psiu, cara!; em vez de pela ordem, um dá um tempo aí, brother.

Não, não, vamos esquecer os fraques e seus complementos e os capinhas e todas as mordomias: o importante é insistirmos, como verdadeiros detentores do Poder – assim reza a Constituição que o STF guarda – mas insistir para valer, na mudança do sistema de escolha dos Juízes do Supremo. Como está, não pode continuar.

Já pensaram no risco que corremos ainda este ano? Em 3 de setembro, se aposenta o ministro Peluso. E em 18 de novembro, o presidente do Tribunal...

Aí, amigos, se esse julgamento ainda não estiver concluído...

Melhor nem pensar.

24 de agosto de 2012
Maria Helena RR de Sousa

FRASE DO DIA


                   "Meu Deus do céu!"

Ministro Joaquim Barbosa, relator do Caso do Mensalão, diante da ameaça de Ricardo Lewandowski, ministro-revisor, de faltar à próxima sessão do julgamento se não puder replicar tudo o que Barbosa diga.

ÓDIO PARA TODOS

  

Na Itália democrática de 1986, a anárquica Rádio Radicale queria saber o que pensavam seus ouvintes e ofereceu um número de telefone grátis, prometendo colocar no ar, sem cortes, todas as mensagens de um minuto que fossem gravadas anonimamente nas suas secretárias eletrônicas.
Durante um mês, dia e noite, todo o país ouviu estupefato uma torrente dantesca de insultos, xingamentos, preconceitos, canalhices, palavrões, blasfêmias e covardias.

Milaneses contra napolitanos, romanos esculachando sicilianos, napolitanos detonando florentinos, pobres amaldiçoando ricos, ricos debochando de pobres, fascistas achincalhando comunistas e vice-versa, mulheres barbarizando homens, gays, o papa, num vale tudo de todos contra todos, até a rádio ser fechada sob a acusação de vilipendiar as instituições e fazer apologia do fascismo.

Para um estrangeiro como eu, o festival de ódio turbinado pela exuberante verve peninsular era de matar de rir, mas para meus amigos italianos era de matar de vergonha. Como se odiavam, como eram ressentidos, invejosos, intolerantes, apesar dos seus séculos de cultura e civilização, lamentavam os intelectuais.

Os políticos tentavam minimizar como um "desabafo nacional" passageiro. O vero é que a combinação de liberdade e anonimato trouxe o pior dos italianos à tona, sem censura, do fundo do coração. E, como dizia minha avó, a boca fala das abundâncias do coração. Pelo menos eles perderam algumas velhas ilusões e ficaram se conhecendo melhor.

Mas, nem o anarquista mais otimista poderia imaginar que era apenas uma modesta antecipação da plena liberdade de opinião na era da internet. Hoje, qualquer um pode descarregar anonimamente todos os seus ódios, insultos e maldições sobre quem ou o que quiser, em texto, áudio ou vídeo. Não apenas suas opiniões, crenças ou ideologias, mas todos os dejetos digitais que revelam mais do malfalante que do malfalado.

Nelson Rodrigues dizia que, se todo mundo soubesse da vida sexual de todo mundo, ninguém falaria com ninguém. Imaginem se todos soubessem os nomes e as caras dos autores das mensagens de ódio na internet.

24 de agosto de 2012
Nelson Motta - O Estado de São Paulo 

NÃO USARAM BLACK-TIE

 

A facilidade e a clareza com que o relator Joaquim Barbosa e o revisor Ricardo Lewandowski desmontaram as versões dos advogados de defesa sobre a acusação do desvio de dinheiro para as empresas de Marcos Valério em troca de vantagens pessoais para o então diretor de Marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, dão conta da existência de uma organização criminosa sim, mas muito pouco sofisticada.

No aspecto examinado pelos dois ministros, a definição usada na denúncia da Procuradoria-Geral da República estaria mais bem traduzida se a qualificasse como tosca, face à privação de sutileza na arquitetura da obra.

Há muito a ser contado ainda, mas pelo que se sabe até agora não existiu preocupação com o requinte. Ao contrário: as ações eram feitas às escâncaras como se não houvesse amanhã, nem limites para um grupo que se sentia seguro na posse de um Estado aparelhado.

Foram usadas notas frias para justificar serviços não prestados, adulterados documentos para dar veracidade a versões falsas, autorizados repasses de dinheiro pelo telefone, no que o revisor descreveu como um ambiente de "total balbúrdia" reinante na administração do departamento de marketing do Banco do Brasil.

As desculpas esfarrapadas também dão conta da ausência de fino trato. Na defesa são citadas como evidências de boa-fé. Exemplo: por que o deputado João Paulo Cunha teria enviado a mulher à boca do caixa de uma agência de shopping center do Banco Rural em Brasília para receber um dinheiro contra assinatura de recibo se tivesse algo a esconder?

Porque era a pessoa de mais confiança, um seguro de que o assunto ficaria em família. Por que o deputado mentiu inicialmente dizendo que a mulher havia ido ao banco para pagar fatura de TV a cabo se não tivesse nada a esconder?

Sorte dele é que o revisor levou em conta a "verdade processual", que não inclui a contradição anterior.

Já da grosseira explicação de Henrique Pizzolato a respeito das andanças de um envelope com R$ 326 mil, relator e revisor fizeram picadinho. Uma lorota simbólica da ausência de rigor na montagem de um esquema baseado na confiança da impunidade.

Calma no Brasil. As reiteradas tentativas de se adivinhar o comportamento do Supremo, em particular o voto dos ministros, têm levado a precipitações que ora contribuem para a desinformação ora para uma exacerbação artificial do clima de beligerância na Corte.
De onde por vezes se tem a impressão de que estejam sob o crivo da suspeita os magistrados e não os réus.

Desde o início o contraditório natural, e até essencial, de um processo complexo como esse vem sendo confundido com uma guerra de egos, de posicionamentos políticos pessoais e de desacerto na condução das audiências.

A realidade, porém, contradiz essas suposições em boa medida alimentadas pelas defesas dos acusados às quais se tem dado ouvidos de maneira pouco criteriosa. Lançam-se dúvidas sobre a imparcialidade dos juízes sem levar em conta a parcialidade inerente à função dos advogados.
Nessas três semanas, não obstante previsões, algumas catastróficas, restou demonstrado que a sistemática escolhida pelo relator facilita o entendimento e que o revisor tem exata noção do conceito de submissão ao rito.

O modelo inclusive o permitiu fazer uma exposição bastante clara, organizada e concatenada. Digna de registro é a opção de ambos pelo uso do português, em detrimento do habitual juridiquês, numa mostra de respeito ao sagrado direito do público de compreender.

Haverá discordâncias? Muitas, como a primeira exposta ontem. Mas o colegiado é maior de idade, resolve os conflitos desviando-se dos atropelos e conduz o julgamento sem protelação.

Observação final: voto é convicção, mas Ricardo Lewandowski não precisaria ter transformado o seu em celebração ao fazer um "desagravo" a Luiz Gushiken. Bastava absolvê-lo.

24 de agosto de 2012
Dora Kramer - O Estado de S.Paulo

DROGAS: DESCONSTRUINDO, COM IMPIEDADE, O PENSAMENTO INFANTIL DO DOUTOR GADELHA, UM FIGUR'AO DA FUNDA;'AO OSWALDO CRUZ

Cuidado, senhores parlamentares! Querem transformá-los em “vapores” do PCC e do Comando Vermelho
 
O pessoal que quer descriminar as drogas afirma que gosta do debate. Eu também gosto. Então vamos colaborar. Espalhem este texto para animar a conversa.
 
Está em curso uma campanha nacional pela descriminação do uso de drogas. À frente dela, os bacanas de sempre. Acham que esse é um assunto que concerne, digamos assim, às classes médias ilustradas. Quanto mais distante do debate ficar o povo, melhor. Os progressistas odeiam o povo reacionário. O governo do Uruguai foi mais estúpido, porém mais honesto: propôs logo de cara a estatização da maconha. Por aqui, tenta-se revestir a legalização branca de “descriminação do consumo”. Frauda-se a lógica, ignoram-se os fatos, mistifica-se.
 
Os sites e fóruns da turma “pró-descriminação” adoram me demonizar. Um amigo com acesso a um desses debates fechados, que requerem senha, me enviou alguns comentários que fazem por lá a meu respeito. Apareço como uma pessoa má. Só não são capazes de responder aos argumentos porque gostam de discutir o assunto entre os que concordam. É um jeito de fazer as coisas.
 
Um dos líderes da campanha é o médico Paulo Gadelha, presidente da Fundação Oswaldo Cruz. Reproduzo em vermelho entrevista que ele concedeu a Márcio Allemand, no Globo Online. Houve um tempo em que entrevistar alguém compreendia buscar também eventuais contradições em seu pensamento. A depender do tema, a nossa imprensa transforma uma entrevista num release entremeado de perguntas. Leiam. Comento em azul.
 
À frente da Comissão Brasileira sobre Drogas e Democracia (CBDD), que na quarta-feira entregou um anteprojeto de lei ao presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), propondo a descriminalização dos usuários de drogas no país, está o médico Paulo Gadelha. Graduado em medicina pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, tem mestrado em Medicina Social e doutorado em Saúde Pública, Gadelha ocupa a presidência da Fundação Oswaldo Cruz desde 2009. É lá que ele costuma se reunir para discutir questões a respeito da legislação brasileira sobre drogas e garantir uma diferenciação mais clara entre usuários e traficantes. O anteprojeto entregue em Brasília já conta com mais de 100 mil assinaturas de apoio. Mas a expectativa de Gadelha é que este número chegue a mais de um milhão em três meses.
 
Qual o teor do anteprojeto entregue ao presidente da Câmara?

PAULO
GADELHA: É centrado na visão de que o usuário não pode ser considerado criminoso. Desde 2006 a lei garante que o usuário não seja preso, mas é preciso diferenciar o que é um traficante do que é um usuário. Apesar de a lei dizer que o usuário não pode ser preso, ela não diz se uma pessoa que está portando 1 ou 100 gramas seja usuário ou traficante. Fica a cargo da autoridade policial decidir, criando insegurança para todos os agentes envolvidos e uma enorme vulnerabilidade para os usuários.
 
Não sei onde este senhor estudou lógica elementar, mas não foi na faculdade de medicina. Se ele cuidar de gente tão bem quanto cuida do raciocínio, estamos feitos. É bem verdade que sua área é “medicina social”, “saúde pública” (e cargo público). Parece que não precisa receitar nem aspirina, o que é bom. Entendo que o doutor pretende que a lei estabeleça quantidades para definir o que é o que não é tráfico. Aquele projeto aloprado de reforma do Código Penal prevê que deixaria de ser tráfico quem portar o suficiente para cinco dias de consumo. Isso é quanto? Tomar-se-á como média quantos cigarros de maconha, de que tamanho? Quantas carreiras de cocaína? Quantas pedras de crack? Quantos comprimidos de ecstasy?
 
Gente que gosta de enfiar o pé na jaca (não estou dizendo que seja o caso do doutor), especialmente os maconheiros, detesta precisão. Eu adoro. Quero saber. Quero também que o doutor Gadelha me explique por que, uma vez definida a quantidade, os traficantes não fariam com que seus “vapores” — os distribuidores da droga — passassem a portar, no máximo, a quantidade permitida. Mais: Gadelha tem de me explicar outra coisa. Peguemos o indivíduo X como exemplo, flagrado numa segunda-feira qualquer com uma quantidade Y de droga para o seu consumo por Z dias. Como isso não é crime, não se lavra boletim de ocorrência, nada. Zero de documentação!. Na terça, o mesmo indivíduo X é flagrado de novo com a mesma quantidade Y, e de novo na quarta, na quinta, na sexta… O nome disso, meu senhor, é legalização do narcotráfico. É isso o que o senhor está propondo e ainda que não se deu conta — ao menos espero que não.
 
Vejam lá… O doutor Gadelha está preocupado é com a “vulnerabilidade do usuário”… Huuumm… Mais adiante, ele vai cobrar que a sociedade também lhe dê tratamento — se ele quiser, é claro! Entendi! Um usuário precisa consumir o que bem entender em segurança. Caso decida se tratar, isso passa a ser, então, um problema nosso. Se ele quiser puxar fumo, cheirar pó, cachimbar um crack na pracinha em frente de sua casa, leitor, perto de suas crianças, você deve considerar que isso é um direito porque crime não é — sendo só pra consumo e ele prometendo que não vai oferecer pra mais ninguém, não podemos impedi-lo (com a lei atual, isso ao menos é possível). Mas, quando ele se cansar dessa vida, aí, então, avança no nosso bolso. Aí passa a ser problema nosso!
 
O que mudou depois da lei que entrou em vigor em 2006?

PAULO GADELHA: Dobrou o número de prisões de supostos traficantes por porte de drogas e aumentou a população prisional. Isso porque há em nossa sociedade traços de discriminação e preconceito social e racial. No caso de um dependente, o que ele está precisando é de ajuda e tratamento de saúde, e não ser penalizado com detenção. Ele acaba preso e sem tratamento.
 
Essa resposta escandaliza a lógica, o bom senso, o pensamento matemático e a razão. Como é que uma lei que NÃO MANDA para a cadeia os usuários poderia estar na raiz do aumento da população prisional de consumidores? É um pensamento cretino, infantiloide, mágico. Mais: quem disse que o “dependente precisa de ajuda e tratamento de saúde”? Precisa se ele quiser! Se não quiser, não! Se a droga é, nessa perspectiva, só uma doença, acredito que o doutor não esteja pensando em tornar compulsório o tratamento de drogados e diabéticos… O senhor entendeu ou tento agora com desenho? Como o argumento é furado — e o repórter não lhe cobrou que explicitasse a relação entre causa e efeito —, resta a velha e boa tecla do “preconceito”. Houvesse uma categoria chamada “vergonha na cara argumentativa”, o doutor teria optado pelo descaramento: o que a questão racial faz no meio desse imbróglio? O aumento da população prisional rende outro bom debate. Aumentou, sim! Em São Paulo, onde se costuma prender bandido. Não por acaso, o índice de homicídios despencou quase 80% em 12 anos.
 
Como a sociedade deveria lidar com isso?

PAULO GADELHA: O álcool, por exemplo, que é considerado uma droga lícita, também causa um sofrimento enorme e é responsável por 70% das internações por dependência de drogas e por 90% da mortalidade. Precisamos educar a população. Nossa proposta no que se refere às drogas ilícitas é para que haja um debate com a sociedade para que ela saiba lidar com o problema. Atualmente a guerra contra as drogas tem como principal bandeira a repressão ao tráfico e ao usuário. Gastam uma fortuna e fracassam. O consumo aumenta, aumenta a violência.
 
Jamais, nem que fosse o último médico, eu me consultoria com doutor Gadelha! Se ele me mandar tomar a tal aspirina, bebo suco de laranja. Seu pensamento frauda a lógica de uma maneira escandalosa. Está na Fundação Oswaldo Cruz? Tomara que a burocracia por lá ande sozinha. É CLARO QUE O ÁLCOOL RESPONDE PELO MAIOR NÚMERO DE OCORRÊNCIAS DE TUDO O QUE HÁ DE RUIM EM MATÉRIA DE DROGA. O DOUTOR NÃO SABE POR QUÊ? EU SEI! PORQUE É LEGAL. PORQUE SEU CONSUMO NÃO É COIBIDO.
 
Quando a droga — só para consumo, claro! —, circular livremente, o que vai acontecer? Uma elevação do consumo e, pois, dos casos a elas relacionados. Na sua lógica estupidamente infantil, o doutor diz que o aumento do consumo é fruto, ora vejam!, do combate ao consumo. Por quê? Porque, se a lógica fosse um ser bípede, o doutor a enfrentaria com quatro patas.
 
Ele pensa assim:
 
a) existe uma política de repressão ao tráfico e ao consumo;
b) houve aumento do consumo;
c) logo, aquela política é a responsável por isso;
d) então por que não testar o contrário, a saber: descriminar as drogas — e, pois, pôr fim a qualquer interdição no consumo — para a gente diminuir… o consumo???
Um homem do povo que pensasse desse modo não chegaria à idade adulta. Mas sabem como é… As classes médias protegem os seus rebentos…
De novo, não adianta me xingar e me satanizar em forunzinhos mixurucas. Não dou a mínima!
 
A propósito do álcool: a venda é proibida para menores — embora aconteça. O doutor, claro!, vai dizer que a questão não é concernente à droga porque o tráfico continuaria proibido. Entendo. Mas entendo também que um policial que flagrasse uma criança de 15 anos com droga “apenas para consumo”, dada a descriminação, não teria o que fazer, não é? Não caberia nem mesmo avisar aos pais. Reitero! Essa gente acha que o Brasil é o Posto 9!
 
Quem usa a droga é criminoso?

PAULO GADELHA: Nossa proposta vai justamente contra esta máxima. Antes de mais nada é preciso encarar o problema das drogas como problema de saúde pública. Se a legislação continuar como está, o usuário ou dependente dificilmente vai procurar um serviço de saúde para se tratar. O que estas pessoas precisam é de tratamento e elas não querem e nem podem ser confundidas ou rotuladas como criminosas.
 
Não sei como o repórter se prepara antes de uma entrevista, e Paulo Gadelha, como a gente nota, não ajuda ou também não sabe. Sim, meu valente entrevistador! Quem usa droga é criminoso porque o consumo não foi descriminado, não. Apenas não rende prisão. Por isso, à polícia cabe reprimir também o consumo da droga em locais públicos. No dia em que não for mais, aí é o vale-tudo. Quanto ao mais, dizer o quê? É mentira! Ninguém deixa de procurar tratamento porque consumir droga é crime! Qualquer pessoa que se apresente e se diga dependente químico em busca de reabilitação não sofrerá qualquer sanção penal. Não sei se por ignorância ou por má-fé, o doutor está misturando alhos com bugalhos.
 
O senhor procurou exemplos bem-sucedidos de outros países?

PAULO GADELHA: Sem dúvida. Hoje há uma consciência internacional de que é preciso mudar. Estudos mostram que nos 21 países que resolveram despenalizar o usuário, como Portugal, por exemplo, houve vários avanços importantes. Não houve aumento do consumo, a população prisional reduziu, os recursos para o aparato policial foram transferidos para outras áreas e os índices de saúde relacionados às drogas melhoraram sensivelmente.
 
Não é pergunta, mas levantada de bola na rede. E o doutor corta com outra mentira escandalosa. Atenção! Em Portugal:

 – houve aumento do consumo;
– houve aumento do tráfico;
– houve aumento de homicídios.

 Escrevi a respeito no dia 28 de julho. Reproduzo um trecho.
 
Houve um aumento de 53,8 % no número de pessoas que experimentaram drogas ao menos uma vez: de 7,8% para 12% . Em Portugal, existe o IDP (Instituto de Drogas e de Toxicodependência). Lá como cá, os defensores fanáticos da descriminação tendem a ignorar a realidade. Caso se leiam as entrevistas de seus diretores, seremos informados de que o sucesso é retumbante. É??? Vejam estes dados do próprio IDP. As drogas foram descriminadas em 2001. Reparem no que aconteceu nos anos seguintes. Mais: a taxa de homicídios por 100 mil habitantes em 2003 (1,43 por 100 mil habitantes) cresceu 43% em relação a 2001, ano da descriminação (1,02 por 100 mil). Em 2010, ficou em 1,26 (crescimento de 24% em relação a 2001). Os homicídios relacionados às drogas cresceram 40%.
 

 
Não obstante, o sucesso da política do país é alardeado pelos tais fanáticos dentro e fora dos domínios portugueses. Ainda que fosse verdade (não é, como se vê), note-se: Portugal é menor do que Pernambuco e tem uma população INFERIOR À DA CIDADE DE SÃO PAULO. Quando as drogas foram descriminadas por lá, reitero, a taxa de homicídios era de 1,02 por 100 mil. E cresceu 24% ao longo de 9 anos. A do Brasil é quase VINTE E QUATRO VEZES MAIOR HOJE! Ah, sim: Portugal não é rota preferencial do tráfico. O Brasil é.
 
Observem o que aconteceu com a apreensão de drogas nos anos subsequentes. A parte continental do país, com o mar a oeste e ao sul, tem uma costa de 1.230 km apenas; ao norte e ao leste, um único vizinho: a Espanha. Banânia tem 9.230 km de Litoral a serem vigiados e faz fronteira com nove países.
Quatro deles são produtores de coca: Colômbia, Venezuela, Peru e Bolívia. O Paraguai é um grande exportador de maconha. Mas o especialista Abramovay acredita que Portugal pode servir de exemplo a um gigante com as características do Brasil, com uma população 18 vezes maior, num quadro de brutal desigualdade, desaparelhamento da polícia, fronteiras desguarnecidas… Pior não é dizer o que diz; pior é lhe darem trela.
 
E qual a importância da sociedade nesse debate?

PAULO GADELHA: O mais importante do processo é o debate público. Uma mudança desta natureza só acontece se toda a sociedade participar. A questão da AIDS, por exemplo, só foi possível porque houve um programa de enfrentamento e iniciativas de discutir tudo o que envolvia a doença: religião, diversidade sexual, uso de camisinha, liberdade sexual. A sociedade inteira foi mobilizada para permitir ações eficazes. Queremos algo semelhante. Se a questão das drogas continuar a ser abordada e carregada de muito preconceito não haverá regressão nem de consumo, nem de tráfico, nem de violência e, sim, haverá aumento de sofrimento.
A associação é cretina, estúpida, indevida, intelectualmente vigarista. No caso da Aids, tratava-se de sugerir às pessoas menos exposição ao risco — é isso o que significa a camisinha. A descriminação do consumo de drogas significa exatamente o contrário: maior exposição ao risco.
 
Quais serão os próximos passos da comissão?

PAULO GADELHA: Vamos começar um debate junto ao pessoal da educação e tentar angariar apoio de formadores de opinião. Nesse ponto, a mídia será fundamental. Nossa proposta em nenhum momento propõe o incentivo ao uso e muito menos à legalização. Nossa proposta é para despenalizar criminalmente o usuário.
 
É isso aí. É uma campanha feita pelos bacanas. Se o país enfrenta já o flagelo do crack mesmo havendo uma interdição ao consumo, imaginem o que vai acontecer quando não houver mais. O doutor também quer revolucionar a lei da oferta e da procura. Pretende aumentar brutalmente a demanda, mas supõe que não haverá elevação do suprimento. Ele é membro da tal Comissão Brasileira Sobre Droga e Democracia. Aqui estão os integrantes do grupo. Foram eles que levaram ao ar aquela propaganda “É preciso mudar”, pedindo uma nova lei — na verdade, defendiam a descriminação, mas não deixaram isso claro ao telespectador.
 
O orientador da turma é Pedro Abramovay, que já foi Secretário Nacional de Justiça. Foi chutado por Dilma quando estava prestes a assumir a secretaria responsável pelo combate às drogas. É autor, embora negue, da tese de que também os “pequenos traficantes” devem ficar soltos. É considerado gênio por alguns. Transita com desenvoltura entre petistas e entre tucanos que só não são petistas porque não podem, não porque, no fundo, não quisessem. Abramovay é mesmo um portento. Não faz tempo, em entrevista ao Globo, atribuiu a queda de homicídios em São Paulo ao PCC… Prêmio Nobel da Paz para o PCC!
 
Eis as mentalidades que estão por trás de campanhas nessa natureza.
Podem babar à vontade em seus respectivos fóruns. Eu os acuso de:

- ignorar a lógica quando pensam;- ignorar os fatos quando fazem propostas;- mentir de forma descarada quando se referem a Portugal como exemplo bem sucedido de política de drogas.
 
Podem fazer vodu ideológico com a minha foto entre um relaxamento e outro. Não ligo. Mas tentem ao menos argumentar na vertical e com sobriedade! Quero fatos e lógica, e não “preconceituosos do bem”.
 
PS – Se eu fosse do PCC, do Comando Vermelho ou do Amigos dos Amigos, mobilizaria minhas franjas para apoiar essa proposta. O QUE PODE HAVER DE MELHOR PARA O CRIME ORGANIZADO DO QUE DESCRIMINAÇÃO DO CONSUMO E PROIBIÇÃO DO TRÁFICO? É o paraíso na terra. E tudo isso no Brasil, um país que faz fronteira com quatro altos produtores de droga e que é rota do tráfico internacional. Marcola e Fernandinho Beira-Mar já aderiram.
 
24 de agosto de 2012
Por Reinaldo Azevedo

ÁRVORE GENEALÓGICA

Língua ancestral do português se originou na Turquia

Pesquisa mostra que todas as línguas da família indo-europeia, incluindo as latinas, tiveram origem na mesma região

 
linguas indo-europeias
Pesquisadores compararam palavras semelhantes em todas as línguas indo-europeias. No mapa acima, eles mostram como a palavra “mãe” é dita nesses idiomas 
                                
Uma nova pesquisa publicada nesta quinta-feira na revista Science mostrou que línguas tão diferentes como o português, alemão, inglês, persa e russo tiveram origem na mesma região da Turquia.
Todos esses idiomas fazem parte da família indo-europeia, e teriam se espalhado pelo mundo com o avanço da agricultura.

Saiba mais

FAMÍLIA LINGUÍSTICA
Os idiomas que fazem parte da mesma família linguística têm uma origem comum. Por isso, acabam herdando algumas características dessa língua original, como palavras cognatas e construções linguísticas. A família com mais línguas é a Niger-Congolesa, que tem mais de 1.510 idiomas registrados, e 382 milhões de falantes. Já a família indo-europeia tem 426 idiomas catalogados, mas é falada por quase 3 bilhões de pessoas.
PALAVRAS COGNATAS
Palavras de línguas diferentes com uma origem comum. Elas evoluem diferentemente, mas muitas vezes mantém algumas características originais na pronúncia e grafia.
A família linguística indo-europeia reúne alguns dos idiomas mais falados em todo o planeta. Até o século 16, eles se restringiam à Europa e ao leste asiático, mas se espalharam pela América, África e Oceania. Hoje em dia, é falada por quase três bilhões de pessoas em todo o mundo (ver mapa abaixo).
A segunda maior família de línguas é a sino-tibetana, que inclui o chinês, o tibetano e o birmanês, e é falada por 1,3 bilhão de pessoas.

Até agora, os cientistas haviam desenvolvido duas teorias para explicar a origem da família indo-europeia. Uma delas propunha que ela era descendente de um idioma falado por um povo seminômade que habitava estepes ao norte do Mar Cáspio, na Rússia, há 6.000 anos.


A outra hipótese previa que a língua havia surgido na região da Anatólia, no extremo oeste asiático, onde hoje se encontra a Turquia. Segundo essa teoria, ela teria se espalhado pelo mundo entre 9.500 ou 8.000 anos atrás, com a expansão da agricultura.

mapa mundi
DNA dos idiomas - Os pesquisadores da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, resolveram testar qual desses cenários era mais provável. Para isso, resolveram adaptar um método estatístico utilizado por biólogos evolutivos para estudar a evolução de algumas espécies. Esses cientistas costumam usar semelhanças e diferenças no DNA para traçar as origens dessas espécies e montar uma árvore genealógica com seus ancestrais.

Os pesquisadores usaram a mesma abordagem para montar a árvore genealógica dos idiomas indo-europeus. Em vez de procurar por semelhanças no DNA, buscaram por palavras cognatas em 103 idiomas da família, desde os mais modernos aos já extintos.

Depois de montar a árvore genealógica e de traçar como cada língua se espalhou pela Europa e Ásia, eles estimaram onde cada uma delas havia surgido, chegando até o idioma original.

Como resultado, confirmaram que a família indo-europeia surgiu na Turquia entre 8.000 e 9.500 anos atrás. Segundo os pesquisadores, o desenvolvimento da agricultura levou essa “língua-mãe” ao resto da Europa e oeste da Ásia.

Com a evolução do idioma e a relação com outras culturas, acabaram surgindo diversas subfamílias no decorrer do tempo. As cinco principais, que são faladas ainda hoje - o céltico, germânico, itálico, balto-eslavo e indo-iraniano – começaram a se diferenciar entre 4.000 e 6.000 anos atrás.

(ver infográfico abaixo).
mapa
 
24 agosto de 2012
Veja - Guilherme Rosa

IMAGEM DO DIA

 
Militar sírio conforta criança em hospital, na cidade de Aleppo
Militar sírio conforta criança em hospital, na cidade de Aleppo - Aris Messinis/AFP

24 de agosto de 2012

O "CAUSO" DO FUGITIVO POLÍTICO

 

Pois não é que dizem que no tempo do governo militar um sujeito muito covarde decidiu que seria bom passar uns tempos na Banda Oriental, também conhecida por Uruguay.
Convenceu os familiares e amigos e a si mesmo, de que estava em perigo de vida, que o DOPS (Delegacia de Ordem Política e Social) estava a horas de levá-lo preso. Vestiu uma roupa de prenda e saiu de seu pago no centro do Rio Grande do Sul tomando o caminho do Sudoeste.
Infelizmente atraiu a atenção de alguns motoristas de caminhão, encantados com prenda tão atraente que trataram de servir-se dele como se uma Geny do Zeppelin fosse.
Seduzido e abandonado, com um intensa ardência nas artes posteriores, temeroso de ter contraído alguma doença sexualmente transmitida decidiu que tinha necessidade de cambiar seu disfarce. Passando por uma modesta casa de peão de estância arrombou-a e serviu-se de um traje completo de gaúcho. De lambujem apropriou-se de um cavalo encilhado.
Errou pelos campos durante alguns dias, alimentando-se de restos de comida do lixo das churrascarias.
Em dado momento, tendo roubado a guaiaca de uma guasca que se banhava numa sanga, estava lá pras bandas do Alegrete, quando caiu a noite!
Tendo dinheiro achegou a uma pousada e foi entrando e pedindo pouso, arremedando um legítimo sotaque de gaúcho, coisa que normalmente, na condição de pseudo-intelectual não fazia.
- Mais óia, vivente! Não tem mais quarto vago! Tá tudo ocupado! – exclamou o dono da pousada.
- Mas não tem nem uma cama pra mim encostá o lombo? Tô viajando o dia todo!
- Tem um quarto com duas camas, mas já tem um peão dormindo lá, serve?
- Não tô pra escolhê, serve!
- O índio é meio chegado numa canha! Deve tá borracho e não vai protestá!

Chegando no quarto tava lá o índio, apagado, com um litro vazio no chão e outro na mão!
O sujeito tirou as botas e se deitou! Lá pelas tantas, de madrugada, acordou com uma baita caganeira! Levantou-se e saiu correndo pra casinha, mas não deu tempo… deu-se a tragédia! E o pior é que ele estava convencido de que precisava seguir viagem de manhãzita, senão o DOPS poderia alcançá-lo!
E agora? Olhando para o índio estabacado na cama, viu que a bombacha dele era igualzinha a sua e o tamanho também!
O sujeito teve uma idéia: tirou a bombacha carimbada, lavou-se como pôde, tirou a bombacha do borracho e lhe enfiou a sua! Antes de sair o sol, encilhou o seu pingo e se mandou mundo a fora!
Muitos anos depois, o sujeito andava em campanha política pela região. Já fora ministro, prefeito e outros cargos. Agora queria ser governador. De repente lembrou-se do vivente e do causo da bombacha trocada! Mordido pela curiosidade, chegou na pousada e perguntou pelo índio com quem dividira o quarto naquela fatídica noite!
- Pois ficô? lôco, tchê! Tá internado no hospício!
- Ué, mais por quê??!
- De tanto pensá em como é que ele conseguiu cagá as bombacha sem cagá as cueca!
Dizem que o fugitivo desta história continua colocando suas roupas emerdadas nos outros, mas agora, como governador, em todo o povo de seu estado.

24 de agosto de 2012
Ralph J. Hofmann

PECADO ORIGINAL, OU DESVIOS ÉTICOS

 

A notícia confirma o inegável. A expectativa de vida das mulheres é de poderem usufruir sete anos a mais do que os homens. O homem deixou-se levar pelo relaxamento, pela intemperança e só ficou a ouvir os lamentos, atualmente irreal, das mulheres. Elas estão de parabéns.

Tudo foi planejado em 1942 quando a expectativa era de o homem viver 5 anos a mais, e os números indicavam que a média de vida para os homens era de 53 anos e das mulheres, 48 anos.


QUEM SE ARVORAR EM DEFENDER OS DIREITOS ADQUIRIDOS QUEIMARÁ A LÍNGUA. Direitos adquiridos devem ser banidos, não deve restar exceção nenhuma: nem juízes, nem militares, nem ninguém; a ninguém deveria ser lícito gozar (de gozação) mais do que uma aposentadoria: nem Presidente da República, nem Deputado ou Senador e tampouco Professor ou sindicalista.

Direito adquirido não se coaduna com bom senso ou harmonia. A CONTA NÃO FECHA E FICARÁ CADA VEZ MAIS ARROMBADA. A média da expectativa de vida de hoje é de 77 anos para as mulheres e de 70 anos para os homens, aproximadamente.

“Não basta refrear o mal; é preciso ser ativo no bem”. “O grande sucesso na vida está em reduzir o número de erros e em aumentar as idéias que conduzem à verdade”.“Não interessa a ninguém saber o que estudaste, decoraste ou sabes – interessa apenas o que és”.


“O grande homem é silenciosamente bom…/ Genial, mas não exibe gênio,/ Poderoso, mas não ostenta poder,/ Socorre a todos sem precipitação./ Adora o que é sagrado, mas sem fantasmas,/
Carrega fardos pesados com leveza e sem gemido/ Domina, mas sem insolência,/ É humilde, mas sem servilismo,/ Ama, sem se ofuscar,/ Rasga caminhos novos, sem esmagar ninguém”.
“Ninguém pode fazer mal ao próximo sem primeiro fazer mal a si mesmo”.

Os brasileiros, por economia, não usam cueca/ Nem precisam, pois cessou a atividade do careca/
Cuecas perfumadas ninguém quer ou herda/ Jamais! Porque no lugar de dólares só cheiram merda.

Todo direito adquirido e o nosso sistema tributário discriminam (micro, pequeno, médio, incentivo fiscal, grande ou gigante, 1º escalão com ou sem dragonas) e concedem incentivos diretos, que, de lambuja, ainda geram avalanches de corrupção e alimentam o voto cabresteado.
 As discussões e resultados do nosso Congresso Nacional acabam de ficarem provadas, deixam um “puro” cheiro de cueca no ar. O Supremo Tribunal Federal há de usar um potentíssimo desinfetante.

Fomos criados para confiar, respeitar, servir e aplaudir com afeto. Estamos tristes com o que ocorre no Brasil: corrupção, mentira no Executivo, no Legislativo e até o Judiciário não está imune, direitos adquiridos, desproporcionalidade do voto, anistia para corruptos e passou a valer o parecer e não o ser.
A MENTIRA ESTÁ INSTITUCIONALIZADA, O CAIXA DOIS É INSTITUIÇÃO GOVERNAMENTAL, JUSTIFICADA ATÉ PELO PRESIDENTE. Estamos curiosos do significado da ênfase dada por Lewandowski ao ato de ofício. Hum!

“Não existe vento favorável para o marinheiro que não sabe aonde ir” (Sêneca).

24 de agosto de 2012
Walter Marquart

PETISTA NÃO É NADA CRIATIVO!

                                 MENSUALÓN (1)

Os leitores talvez imaginem que o Mensalão é criação brasileira. Não é não! O nosso é pura cópia.
Políticos filhos da puta também não são exclusividade brasileira, como poderiam pensar.

Em 1999/2001, o governo argentino, sob o comando do presidente Fernando De La Rua (foto), precisava de apoio de senadores peronistas (que eram oposição) para facilitar e aprovar a reforma trabalhista que era exigida pelo FMI, para dar seqüência aos empréstimos.
 
Os “legisladores” pediram dinheiro para apoiar a lei. Foi montada uma operação de suborno em que saíram dos cofres da Secretaria de Inteligência (Side) o valor de 5 milhões de pesos.
 
Mas sempre tem um que, quando o rabo esquenta muito, abre a boca. Mario Pontaquarto, que foi o portador do dinheiro aos políticos, foi o delator do esquema, considerado no país dos hermanos como “o caso de corrupção institucional mais grave desde o retorno à democracia, em 1983″.

O caso está no Tribunal Oral Federal nº 3, em Buenos Aires, capital da Argentina, e o juiz Delgado conceituou que o então presidente teria dado o aval para o pagamento da propina.

Nosso Inimputável Imperador Etílico de Caetés nem foi original. Vejam a defesa de De La Rua:
Posso garantir que nenhum conhecimento ou participação pode ser atribuído a mim. Mas, examinando o caso, os subornos não existiram.
 
Só faltou mesmo dizer que o traíram… BINGO!

Apesar de aparentar calma, De La Rua pode ser condenado a 10 anos de prisão por “corrupção ativa agravada e desvio de fundos públicos.
Santa periquita, parece que vamos passar mais uma vergonha perante nossos hermanos, porque eles julgam ex-presidentes. Nós não!
 
24 de agosto de 2012
Magu

(1) Em espanhol, mensal se diz mensual.
(2) Fonte: Bandnews e Correio Brasiliense.

CRÍTICOS DE JOAQUIM BARBOSA NADA FALAM SOBRE ENCONTRO DE MAGISTRADOS E ADVOGADOS DO MENSALÃO

 


Dois pesos – a Cobrar coerência no mundo político é tarefa hercúlea, quiçá não seja missão impossível, mas não custa insistir no tema.
Quando o ministro Joaquim Barbosa, relator do caso do Mensalão do PT (Ação Penal 470), foi flagrado em uma mesa de bar de Brasília no período em que estava de licença médica, os petistas centraram esforços na divulgação do fato, como forma de comprometer a imagem do magistrado.

Portador de dores crônicas no quadril, o que o obriga a trocar constantemente de cadeira no plenário do STF e a se ausentar das sessões de julgamento para rápidas massagens, Joaquim Barbosa se vale das licenças médicas nos momentos de crises agudas, o que não pode ser interpretado como um atestado de óbito. Quem é afastado do trabalho por ordem médica não está proibido de viver, como quiseram os petistas por ocasião de encontro de Barbosa com amigos.

A falta de coerência que reina na política não deixa de fora do seu alcance os petistas, muito pelo contrário. Esses são os primeiros a abusar no chamado “non sense” para justificar atitudes que eles próprios condenaram no passado.
Na noite de quarta-feira (22), o ministro Marco Aurélio Mello, o procurador Roberto Gurgel e alguns dos advogados que defendem os mensaleiros – Márcio Thomaz Bastos, Alberto Zacharias Toron e Arnaldo Malheiros Filho, entre outros – participaram de forma amigável de festa, na capital federal, em homenagem aos 80 anos do também advogado José Gerardo Grossi, um dos grande nomes do Direito verde-louro.
Até mesmo a namorada de José Dirceu, Evanise Santos, representou o chefe do mensalão na festa de Grossi.

No salão de um hotel de Brasília, os convivas chegaram a fazer algumas brincadeiras relacionadas ao julgamento do maior escândalo de corrupção da história nacional. O que há de errado nesse episódio? absolutamente nada, assim como normal foi a saída de Joaquim Barbosa.
Se para os petistas a ida de Barbosa a um bar durante licença médica foi o maior dos escárnios, resta saber o que esses paladinos da moralidade têm a dizer sobre o regabofe que reuniu defensores de mensaleiros e magistrados incumbidos de dar um basta à corrupção e à impunidade.

24 de agosto de 2012
ucho.info

RICARDO LEWANDOWSKI ESQUECE A TOGA DE MINISTRO DO STF E ATUA COMO ADVOGADO DE JOÃO PAULO CUNHA

Apagão jurídico – O Brasil foi repentinamente transformado em palco de decisões judiciais absurdas, o que coloca o Estado democrático de direito sob risco iminente. Com o julgamento do Mensalão do PT dominando o noticiário nacional, até porque a sociedade espera uma punição exemplar que salve o País da nefasta onda de corrupção e impunidade, as mazelas do Judiciário surgem com facilidade assustadora e derrubam a folclórica formalidade que escapa das togas peçonhentas e esvoaçantes.
Há quem diga que interpretações díspares sobre um mesmo tema representam antagonismo de doutrinas, mas a realidade é diferente e tenebrosa.

Relator do processo do mensalão, o ministro Joaquim Barbosa encontrou provas suficientes para condenar quatro dos acusados no maior escândalo de corrupção da história nacional: João Paulo Cunha, Marcos Valério Fernandes de Souza, Cristiano Paz e Ramon Hollerbach.
Todos envolvidos em um esquema que desviou dinheiro público da Câmara dos Deputados. Em seu voto, Barbosa replicou o entendimento do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, não facilitando a vida dos réus.
O ministro-revisor Ricardo Lewandowski, por sua vez, preferiu inocentar o quarteto por falta de provas. Em outras palavras, o que Barbosa e Gurgel enxergam com facilidade, Lewandowski não vê. Não se sabe se por visão turva ou olhar encomendado.

A repentina cegueira de Lewandowski faz a opinião pública suspeitar da ligação de sua família com a ex-primeira-dama Marisa Letícia, que o teria apadrinhado em sua escalada ao Supremo.
O ministro tem sido alvo de acusações de toda ordem, algumas das quais injustas e outras difíceis de provar, mas, independentemente do que vociferam os indignados, nenhum caso como o mensalão pode ter decisões tão antagônicas.
Não se trata de discordar de uma opinião divergente, mas de rasgar o conceito básico do Direito e produzir interpretações opostas acerca de um crime que conta com um cipoal de provas inquestionáveis. Ao contrariar a lógica do Direito o ministro Ricardo Lewandowski ingressa na seara da suspeição, por sua obra e graça.

Lewandowski citou, de forma rebuscada e cansativa, inúmeros juristas para justificar seu surpreendente voto em favor dos réus, o que já era esperado. Contudo, ainda como ministro, Ricardo Lewandowski não pode ignorar a confissão inicial do próprio João Paulo Cunha, que por ocasião do escândalo reconheceu ter recebido dinheiro do esquema criminoso comandado por Marcos Valério.
Como se não bastasse, João Paulo mentiu ao dar desencontradas explicações para o fato. De chofre, o então presidente da Câmara dos Deputados disse que sua esposa, Márcia Milanésia da Cunha, que recebeu o dinheiro em seu nome, fora ao banco pagar faturas de empresa de televisão a cabo. Uma desmedida ode à mitomania.
Meses mais tarde, ao perceber que a esfarrapada desculpa não emplacava, o petista alegou que o dinheiro foi utilizado na contratação de pesquisas de opinião em Osasco, seu reduto eleitoral. Outra monumental inverdade.

Em dado momento, durante a leitura do voto, Ricardo Lewandowski chegou a citar o ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, a quem teceu loas rasgadas e excessivas, apenas para dar sustentação à vergonhosa defesa que fez de João Paulo Cunha.
Possivelmente com inenarráveis motivos para tomar tão esdrúxula decisão, Lewandowski não pode, nem mesmo no mais absurdo dos devaneios, querer provar à sociedade que Joaquim Barbosa e Roberto Gurgel sofrem de incompetência crônica.
O próprio ministro da Justiça, incensado por Lewandowski, reconheceu a existência do Mensalão do PT e sugeriu a punição dos envolvidos.

Ruim de mira e com vocação para tiros pela culatra, o ministro-revisor usou tese contrária para condenar Henrique Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil e também acusado de envolvimento no Mensalão do PT.
Pizzolato foi condenado porque autorizou contratos bisonhos do BB com a agência de Marcos Valério, mas atitude idêntica tomada por João Paulo Cunha foi considerada normal e não passível de condenação.
Se sob a ótica jurídica há algo estranho nessa mal contada história, sob o prisma político há explicações para esses dois casos. Após acusar Luiz Gushiken de ser o mandante das operações com Marcos Valério, o ex-dirigente do BB foi abandonado pelo PT.
E agora paga caro por sua delação antecipada e nada premiada. Já o ex-presidente da Câmara continua amparado pela cúpula do Partido dos Trabalhadores, pois sabe além do que muitos companheiros gostariam. Atitudes típicas de grupos mafiosos.

Nos últimos tempos, muitos julgamentos no Supremo passaram a contar com o viés político, o que compromete sobremaneira o entendimento do Direito, mas a atuação de Lewandowski na quinta-feira (23) foi escandalosamente partidária, mesmo ele não sendo filiado ao PT.
De tal modo, faltou muito pouco para que o ministro passasse para o time dos bem remunerados rábulas que defendem os mensaleiros, tamanho foi seu esforço para inocentar o deputado petista e, por conseguinte, Marcos Valério e seus dois sócios.

24 de agosto de 2012
ucho.info