"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 23 de novembro de 2012

DISPUTA ENTRE PODERES

 

Com isso o Brasil cresceu, houve um aumento da classe média, enfim tivemos bons resultados. Mas, do ponto de vista de ética e seriedade no trato com as coisas públicas, tivemos um retrocesso nos últimos 10 anos.

 O mensalão conhecido no Brasil inteiro e no exterior, é campeão da corrupção. Finalmente chegou o tempo do julgamento. O STF julgou o processo 470 sem levar em conta período eleitoral.
Os réus foram finalmente julgados. Alguns absolvidos e parte deles condenados. Restam algumas sentenças a serem completadas com a chamada dosimetria, ou seja, o tamanho das penas.

Interessante notar os comentários de amigos e partidários dos réus quanto às definições. Eles na verdade nunca se preocuparam, pois levaram em conta o que sempre aconteceu no país. 
Tempo para julgamento, quais as instâncias que julgariam, se uns tem outros não, o chamado “foro privilegiado”, enfim esperava-se que tudo terminasse em pizza ou melhor dizendo, segundo o “nosso” Delúbio em mais uma “piada de salão”.

Mas, felizmente não foi isso que aconteceu. O julgamento vai se completando e podemos estar certos de uma conclusão favorável à mudança de atitudes de muitos políticos que usam nossos impostos para fins de poder e enriquecimento.

Mas algo ainda surpreende. Pelo menos dois estão terminando em “pizzas”. Um deles, o do enriquecimento rápido e estranho do filho do presidente Lula: O processo foi aberto, levado ao setor da justiça e, não estranhamente, nunca foi estudado, nunca foi realmente investigado e finalmente foi arquivado assim, “sem mais nem menos”. 
 
O acusado inocentado sem julgamento e tudo continua bem para ele. Outro processo que acaba de ser arquivado pela justiça federal (felizmente ainda cabe recurso, já impetrado pela procuradora Luciana Loureiro) foi o que obrigava Lula a devolver R$ 9,5 milhões irregularmente usados em 2004 para favorecer um Banco (cujos proprietários são hoje envolvidos no processo mensalão) no chamado empréstimo consignado.

Na avaliação das penalidades impostas, eis que o ministro da justiça declara que “preferiria a morte a cumprir pena em presídios brasileiros”.
Nesse ponto ele se esqueceu, ou deixou propositadamente de lado, que a terrível situação dos presos é de responsabilidade do ministério que ele dirige.

E tem mais: A Receita Federal analisou e concluiu que os senadores não pagaram imposto de renda devido pelo recebimento dos 14º e 15º salários entre 2007 e 2011, eles devem 65 mil reais (mais correção e multa) cada um.
Em poucos instantes foi feita uma “lei” no plenário para definir que o que receberam seria isento de imposto. Como assim? Quem está isento no país? Só os senadores? Falando ainda em senado, o que dizer do novo código de processo penal criado pelo eterno presidente e incomum cidadão Sarney? Nenhum jurista concordou com o tal projeto.

A esperança persiste, principalmente se levarmos em conta a posição da presidente Dilma que, contrariando a nota oficial do seu partido, PT, declarou que respeita e que não cabe comentários à decisão da Suprema Corte.
E então, concluímos que, apesar dos extraordinários avanços, a “luta continua”.

23 de novembro de 2012
Plínio Zabeu

VALOR DO APRENDIZADO


Outro dia estava conversando com o sr. editor. Falávamos de nossa infância, muito parecida, e das lições que aprendemos em casa, com pais italianos. Diante disso, resolvi botar no papel as coisas que aprendemos com nossas mães e pais e, embora tardiamente, agradecermos por nos terem colocado no bom caminho da vida. Hoje, infelizmente, é tudo muito diferente…




Minha mãe me ensinou a dar valor ao trabalho dos outros:
“Se você e seu irmão querem se matar, vão pra fora. Acabei de limpar a casa!”


Me ensinou a ter fé:
“É melhor voce rezar para sair essa mancha do tapete”.

Minha mãe me ensinou lógica e hierarquia:
“Porque eu estou dizendo, acabou, ponto final!”

Minha mãe me ensinou o que é motivação:
“Continua chorando que eu vou te dar um bom motivo para chorar”.

Me ensinou a contradição:
“Fecha a boca e come!”

Minha mãe me ensinou a ter força de vontade:
“Você vai ficar aí sentado até comer tudo”.

Me ensinou a valorizar um sorriso:
“Me responde de novo e eu te arrebento os dentes!”

Minha mãe me ensinou a retidão:
“Eu te ajeito nem que seja no tapa!”

Obrigado, mamãe…



23 de novembro de 2012
magu
 

ESTE SIM, É O VERDADEIRO FILHO DO BRASIL

 

Estes poderão até enganar o tempo todo, mas jamais serão filhos do Brasil, falta-lhes patriotismo para tal.

O verdadeiro filho do Brasil, tem a tenacidade de um leal guerreiro, estabelece sua meta e luta com lisura para atingi-la.

O exemplo mais exuberante, nesse momento em que o país vive uma crise de valores, é o Joca. Nasceu em Paracatu de Minas (1954). Primogênito dos oito filhos de um pedreiro a mãe, com tantos filhos, só podia ser dona de casa.
Ele passou a ser arrimo de família quando os pais se separam, mas aos 16 anos começou a voar sozinho, partindo para Brasília, com um objetivo muito claro: fugir da pobreza e da irrelevância, sina reservada a milhares de outros jovens de mesma origem social.
E foi o que ele fez. Depois de alguns bicos, foi chamado para trabalhar como digitador na gráfica do Senado.

Não era um grande emprego, mas ele não tinha escolha. O jovem Joca trabalhava das 18h às 4h da madrugada digitando textos para o “Jornal do Senado”, que, às 7h, já deveria estar sendo entregue no Senadinho, no Rio.

Neste período, passou no vestibular para Direito, na Universidade de Brasília, e teve que se desdobrar para se manter na faculdade e no trabalho.

Segundo antigos colegas, algumas vezes, ele dormia na oficina porque não sobrava tempo para voltar para casa.
Sempre estudando em escolas públicas, obteve seu bacharelado em Direito na Universidade onde, em seguida, fez mestrado em Direito do Estado.

Não vou me estender muito no vasto e brilhante corrículo do Joca, pois fugiria do meu objetivo principal. Vale ainda dizer, que por concurso foi procurador da República, quando em 2003 foi escolhido para ser ministro no Supremo Tribunal Federal STF.

Nessa quinta feira 22/11, ele assumiu o posto mais alto do poder Judiciário, o de presidente do STF, passando a ser o 4° na linha de sucessão presidencial.

Os leitores já perceberam que o Joca é o ministro Joaquim Benedito Barbosa Gomes, a parte principal de sua vitória é que ele servirá de exemplo à juventude humilde, que se pode ser vencedor, lutando com hombridade e lisura.

A nós que amamos o Brasil, que temos filhos e netos brasileiros, só nos cabe dizer: Muito Obrigado ministro Joaquim Barbosa.

23 de novembro de 2012
Giulio Sanmartini

(1) Fotomontagem: Benedita Barbosa e Joaquimmm

CONDENADO À PRISÃO, O MENSALEIRO JOSÉ DIRCEU DECIDE DAR PALPITE NA SEGURANÇA PÚBLICA DE SÃO PAULO

 


Audácia vermelha – Diz a sabedoria popular que o lobo perde o pelo, mas não perde o viço. Assim é o agora condenado José Dirceu de Oliveira e Silva, que decidiu palpitar sobre a mudança na Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo.

Dirceu afirmou que troca de comando em secretaria ou ministério é admissão de erro.

José Dirceu, como se sabe, tenta organizar um movimento da esquerda para protestar contra a decisão do Supremo Tribunal Federal, que o condenou a dez anos e dez meses de prisão no processo do Mensalão do PT. Para não sair de cena e muito menos da mídia, Dirceu continua destilando suas sandices, como se tivesse autoridade moral para fazer qualquer tipo de comentário.

Se a tese de José Dirceu é válida, o ex-presidente Lula agiu corretamente ao ejetá-lo do comando da Casa Civil, onde foi arquitetado e operado o maios escândalo de corrupção da história nacional.
Em relação à onda de violência que assola São Paulo, o movimento criminoso só cessará quando o governo federal decidir patrulhar as fronteiras, combatendo o tráfico de entorpecentes e o contrabando de armas.

Como o PCC, facção criminosa responsável pelos ataques em São Paulo, é ligada às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), dificilmente o governo fará algo que comprometa a fonte de financiamento do grupo guerrilheiro colombiano.

José Dirceu está sendo utilizado como ponta de lança pelo PT para o projeto de o partido tomar de assalto o Palácio dos Bandeirantes, sede do Executivo paulista. Mais destacada unidade da federação, São Paulo é grande e importante demais para se tornar refém da incompetência e do banditismo político que domina o PT.

23 de novembro de 2012
ucho.info

RETRATO DE CABECEIRA

joaquim_barbosa_113-jose-cruz-abr

CARA AMARRADA – Visivelmente contrariada, a presidente Dilma Rousseff destilou sua conhecida antipatia durante a posse do ministro Joaquim Barbosa na presidência do Supremo Tribunal Federal (José Cruz – ABr)

23 de novembro de 2012

POR QUE SETORES DA IMPRENSA TRATAM DIRCEU DIFERENTE DE CACHOEIRA?

Por que setores da imprensa paulistana viraram porta-vozes de Dirceu, mas tratam Cachoeira como bandido?

Vocês estão certamente acompanhando tudo. A imprensa, especialmente setores da paulistana, é agora porta-voz de José Dirceu. Os posts de seu blog têm o conteúdo reproduzido pelos grandes portais. As bobagens que ele diz a seus “interlocutores” — é truque: sempre é o próprio Dirceu falando — transformam-se em sentenças.
Dirceu é tratado como pensador. Fala sobre o Judiciário — claro! —, sobre reforma política, sobre as oposições, sobre o futuro da humanidade… E quem é este pensador? Deixem-me ver: foi cassado por corrupção pelo plenário da Câmara. Foi condenado em última instância por formação de quadrilha e corrupção ativa. Ah, sim: com esse currículo, ele continua “consultor de empresas privadas”. Até outro dia, esgueirava-se em quartos de hotel com autoridades de governo. Tudo consultoria!
E Cachoeira?

O que a imprensa está esperando para fazer o “Diário de Cachoeira”? Tem mais: se José Dirceu, condenado sem mais chance de recurso, não é chamado pelos jornalistas de “corruptor” e “quadrilheiro”, por que o “empresário goiano” é, então, chamado de “bicheiro” e “contraventor”? Ele nem mesmo foi definitivamente condenado por esse crime…
Aliás, Cachoeira tem uma condenação em primeira instância, contra a qual cabe recurso. Por enquanto, a sua situação jurídica é um pouco melhor do que a de Dirceu. Por tudo o que se ouviu, praticou um monte de crimes — mas não se o acuse, ao menos, de ter fraudado o regime democrático, não é mesmo? Quanto a Dirceu, não custa lembrar a manifestação de diversos ministros do Supremo: o mensalão foi uma tentativa de golpe nas instituições.
Os idiotas não perceberão que faço uma ironia, claro! Idiotas comem a ironia junto com o capim sem notar nada de estranho.
Cachoeira poderia fazer um blog, como Dirceu. Dinheiro para contratar mão de obra não lhe falta. A exemplo do companheiro, opinaria sobre fatos da vida nacional. Pode até temperar um texto ou outro com alguma ameaça velada, o que sempre excita alguns jornalistas. Por uma questão de isonomia — e, ainda assim, imperfeita —, acredito que também ele ganhará várias notícias. A isonomia é imperfeita considerando as possibilidades de recurso…
Se um condenado em última instância por formação de quadrilha e corrupção ativa merece o status de pensador, por que um condenado em primeira instância tem de ser tratado como bandido?
Com a palavra, esses setores do jornalismo paulistano a que me refiro.
 
23 de novembro de 2012
Por Reinaldo Azevedo - Veja Online

IMPRENSA INTERNACIONAL DESTACA FATO DE JOAQUIM CONDENAR GANGUE DE LULA

 
Imprensa internacional destaca origem humilde de Joaquim Barbosa. Jornais ressaltam mérito do novo presidente do STF e atuação no caso do mensalão

O jornal espanhol ‘El País’ informou que Joaquim Barbosa é filho de uma ex-empregada doméstica e um pedreiro e que ele fala vários idiomas
Foto: Reprodução

O jornal espanhol ‘El País’ informou que Joaquim Barbosa é filho de uma ex-empregada doméstica e um pedreiro e que ele fala vários idiomasReprodução

A posse de Joaquim Barbosa como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) repercutiu na imprensa internacional, que ressalta já nos títulos das reportagens o fato de o ministro ser o primeiro negro a assumir o comando da mais alta corte do país. Todos lembraram a origem humilde de Barbosa, o mérito do ministro para chegar ao cargo e a atuação dele como relator do processo do mensalão.
 
Com o título “O primeiro presidente negro da Corte cativa o Brasil”, a reportagem publicada na página da internet do jornal argentino “La Nación” fala em uma “incrível história de superação” que converteu o ministro em um modelo social. Segundo o texto, a chegada de Joaquim Barbosa ao comando da mais alta Corte do Brasil é mais um sinal da grande transformação pela qual está passando o país. Diz ainda que a posse foi uma cerimônia histórica e, após citar a origem de Joaquim Barbosa, filho de um pedreiro e uma ex-empregada doméstica, relembrou a atuação do ministro no julgamento do mensalão.

“Sua história de superação pessoal e de seu protagonismo no chamado ‘julgamento do século’ o transformou nos últimos meses em um tipo de ídolo justiceiro da sociedade (...). A cerimônia de sua ascensão à presidência do Supremo Tribunal Federal foi seguida com lágrimas por muitos no país, onde 51% da população é de cor negra”, diz o texto da reportagem, citando ainda o currículo de Joaquim Barbosa, que fala espanhol, inglês, francês e alemão, fez doutorado na Sorbonne, em Paris, lecionou nas universidades de Columbia e da Califórnia, e hoje, apesar dos problemas no quadril e nas costas, ainda toca piano e violino em seu tempo livre.

O jornal espanhol “El País” afirma que a posse do relator do processo do mensalão foi especial por seu simbolismo e também reafirmou o mérito do ministro.

“Chegado ao topo do poder judiciário do país por seus próprios méritos e por um currículo impecável, o que fez com que o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva o escolhesse para fazer parte da mais alta Corte de Justiça, Barbosa esteve rodeado ontem por representantes dos três poderes, liderados pelo presidente da República, Dilma Rousseff”, publicou o jornal, que relembra que Joaquim Barbosa é o mais velho de nove filhos.

Após informar que o ministro condenou à prisão líderes importantes do PT, o jornal diz que o temperamento dele é considerado forte e polêmico.

“O centro de seu discurso não tratou sobre a cor de sua pele, nem ele se apresentou como o líder do poder negro no país. Ele disse que a essência da justiça é a ‘igualdade’, o que faz com que todos os brasileiros ‘são iguais perante a lei’, mas que isso ‘ainda não existe’, já que ‘nem todos são tratados igualmente em processos judiciais’”.

O jornal francês “Libération” foi outro veículo que lembrou a atuação de Joaquim Barbosa como relator do mensalão, informando que ele condenou três ex-colaboradores próximos de Lula. O jornal, no entanto, não citou os nomes do ex-ministro José Dirceu, do ex-presidente do PT José Genoino e do ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares.

“O juiz de origem humilde leva a mão de ferro desde agosto o maior processo de corrupção do país. Durante uma cerimônia com mais de 2.000 convidados do mundo da política, jurídico, de artistas e ativistas negros, foi confirmado como chefe da mais alta instância judiciária do país de 194 milhões de habitantes, onde os negros e mestiços são a maioria, mas continuam a estar no fundo da escala social, 124 anos após a abolição da escravatura”, publicou o jornal.

O jornal americano “The Washington Post” também diz que, num país da dimensão do Brasil e com tamanha população descendente de africanos, Joaquim Barbosa é o único negro a servir no STF. O jornal publicou que ele ganhou renome nacional e internacional com o julgamento do processo do mensalão.

23 de novembro de 2012
O Globo

O PIB PER CAPITA DO DISTRITO FEDERAL É TRÊS VEZES MAIOR QUE O DO BRASIL

Maranhão tem pior PIB per capita do país, informa IBGE

De acordo com o órgão, o crescimento do PIB não acompanhou o aumento populacional; estado assume o lugar que era do Piauí

Rua sem asfalto e com erosão, no bairro São Francisco, na periferia de Balsas, no Maranhão
Rua sem asfalto e com erosão, no bairro São Francisco, na periferia de Balsas, no Maranhão (Cristiano Mariz)
O estado do Maranhão apresentou o menor Produto Interno Bruto (PIB) per capita no Brasil em 2010, informou nesta sexta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado foi de 6 888,60 reais. Já o maior PIB per capita do país é o do Distrito Federal, com 58 489,46 reais.

"O menor PIB per capita era o do Piauí, agora é o do Maranhão", disse Frederico Cunha, gerente da Coordenação de Contas Nacionais Anuais, explicando que o crescimento da população no Maranhão foi maior que a do Piauí e, como a expansão do PIB não a acompanhou, o PIB per capita maranhense ficou menor.

De qualquer maneira, a segunda pior posição na lista de PIB per capita ficou com o Piauí: 7 072,80 reais. O estado de Alagoas ficou em terceiro lugar, com um PIB per capita de 7 874,21 reais. "A concentração dos menores PIBs per capita é nas regiões Norte e Nordeste", declarou.

Já a performance do Distrito Federal é explicada pela baixa densidade populacional aliada ao elevado nível de renda. "A fatia do Distrito Federal no PIB é muito maior que a fatia da região no total da população. O PIB per capita do Distrito Federal é três vezes maior que o do Brasil", acrescentou o especialista.

Leia também: Participação do Sudeste no PIB encolhe, mostra IBGE

Melhores e piores resultados – O PIB per capita do Distrito Federal é ainda duas vezes maior que o de São Paulo, de 30 243,17 reais, o segundo estado no ranking.

No total nacional, o PIB per capita é de 19 766,33 reais. Em 2010, sete unidades da federação tiveram resultado acima da média nacional: Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Paraná.

Concentração – Apesar do ligeiro movimento de desconcentração da riqueza no país, oito unidades da federação ainda concentram 77,8% do PIB brasileiro: São Paulo (33,1%), Rio de Janeiro (10,8%), Minas Gerais (9,3%), Rio Grande do Sul (6,7%), Paraná (5,8%), Bahia (4,1%), Santa Catarina (4,0%) e Distrito Federal (4,0%).

Na direção oposta, os dez estados com as menores participações no PIB somavam uma fatia de apenas 5,3% da geração total de riqueza, relatou o IBGE. Todos estavam localizados nas regiões Norte e Nordeste: Rio Grande do Norte (0,9%), Paraíba (0,8%), Alagoas (0,7%), Sergipe (0,6%), Rondônia (0,6%), Piauí (0,6%), Tocantins (0,5%), Acre (0,2%), Amapá (0,2%) e Roraima (0,2%).

No entanto, o grupo ganhou participação de 0,3 ponto porcentual no PIB em relação a 2002, enquanto o grupo dos oito estados mais ricos perdeu 1,9 ponto porcentual.

Já o grupo intermediário, formado pelos nove estados restantes, abocanhava 16,9% do PIB: Goiás, Pernambuco, Espírito Santo, Ceará, Pará, Amazonas, Mato Grosso, Maranhão e Mato Grosso do Sul, todos com participações entre 1,2% e 2,6%. A fatia do grupo intermediário foi a que mais cresceu entre 2002 e 2010, em 1,5 ponto porcentual.

Norte — Entre as regiões, o Norte foi o que mais cresceu na passagem de 2009 e 2010, com alta de 9,9%. No mesmo período, o PIB brasileiro registrou expansão menor, de 7,5%. Tanto no Sul quanto no Sudeste, o aumento no PIB foi de 7,6%, enquanto o Centro-Oeste cresceu 6,2%, e o Nordeste expandiu-se em 7,2%.

Na região Norte, o destaque foi Tocantins, com crescimento de 14,2% ante 2009 – a maior expansão entre as 27 unidades da federação. O Tocantins foi o estado que mais cresceu entre 2002 e 2010: 74,2%.

Houve destaque também para Rondônia e Acre, com expansão de 63,9% e 61,6%, respectivamente. Como resultado, no mesmo período, a região Norte destacou-se entre as demais, com alta de 53,2% no PIB.

No Sudeste, destacaram-se Espírito Santo (13,8%), Minas Gerais (8,9%) e São Paulo (7,9%), puxado pela indústria de transformação. Já o Rio de Janeiro ficou bem abaixo da média nacional, com alta de 4,5%. No Sul, o Paraná teve alto crescimento, de 10%.

Entre 2002 e 2010, o Brasil cresceu 37,1% em volume do PIB, uma média anual de 4,0%. O Nordeste teve expansão de 42,4%; Centro-Oeste aumentou 45,9%; Sudeste evoluiu 35,6%; e Sul teve alta de 29,5%. Em oito anos, os Estados que menos cresceram foram Rio Grande Sul (24,3%), Rio de Janeiro (25,6%) e Santa Catarina (30,1%).

23 de novembro de 2012
Veja Online
(com Estadão Conteúdo)

DA INFÂNCIA POBRE PARA O COMANDO DO STF

Joaquim Barbosa: filho de pedreiro e faxineira assume a presidência do STF

Novidade no Supremo. Barbosa ao lado de Lula, na solenidade de nomeação ao STF, por indicação do próprio ex-presidente, que buscava um negro para um cargo representativo Foto: Jamil Bittar/Reuters/7-5-2003
Novidade no Supremo. Barbosa ao lado de Lula, na solenidade de nomeação ao STF, por indicação do próprio ex-presidente, que buscava um negro para um cargo representativoJAMIL BITTAR/REUTERS/7-5-2003
Joca, um dos oito filhos de um pedreiro que deixou Paracatu, Minas Gerais, para tentar a sorte em Brasília, no início da década de 1970, assume hoje, às 15h, a presidência do Supremo Tribunal Federal (STF). Joca era o apelido de infância do ministro Joaquim Benedito Barbosa Gomes, de 58 anos, o primeiro negro a comandar a mais alta Corte do país. Implacável na condenação dos réus do mensalão e, às vezes, incisivo na forma de lidar com outros ministros, Barbosa assume gerando a expectativa de inaugurar uma nova fase no Judiciário.
Barbosa chegou ao STF em 2003 por indicação do ex-presidente Lula. O presidente queria um negro para um cargo tão representativo e escolheu Barbosa, até ali um pouco conhecido procurador da República no Rio. Barbosa teve, então, que mostrar que a cor da pele poderia ter sido um ponto de partida, mas não o fator determinante na escolha. Ele tinha atrás de si uma carreira e notório saber jurídico, tal qual os demais colegas da Corte.
Em 2006, ainda um novato no STF, Barbosa deu mostras da independência e da firmeza que marcariam sua trajetória de juiz. Diante da desconfiança de alguns, o ministro acolheu quase na íntegra a denúncia do ex-procurador Antônio Fernando de Souza contra 40 réus do mensalão, entre eles o ex-ministro José Dirceu e o ex-deputado José Genoino, dois ex-dirigentes do PT, partido que viabilizara a chegada dele ao tribunal. Mas as surpresas não param por aí.
Barbosa conduziu com mãos de ferro o processo e acabou produzindo um relatório final considerado mais contundente e mais consistente que a denúncia do procurador-geral. Avesso a firulas, atropelou a resistência do revisor Ricardo Lewandowski a aspectos do relatório, ignorou arestas com o ministro Gilmar Mendes e, numa costura política com o ex-presidente Ayres Britto, conseguiu a condenação de 25 dos 40 réus, inclusive dos petistas.
Transmitido pela TV Justiça e com ampla cobertura da imprensa, o julgamento confirmou que Barbosa é mesmo direto no trato com os colegas. Nada muito diferente da assertividade que ele revelou nas votações de outros projetos importantes, que acabaram sendo aprovados pelo STF depois de acaloradas discussões.
— Ele foi muito duro (no julgamento do mensalão). Mas não podemos deixar de dizer que a atuação dele é coerente com tudo o que ele foi ao longo da vida. Ele sempre foi assim sério, cara fechada. Ele foi do Ministério Público e sempre expôs o que pensa. Ele é assim — resume Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, advogado de Duda Mendonça, um dos réus do mensalão.
Barbosa marcou pontos importantes também na aprovação da Lei da Ficha Limpa, na permissão para pesquisas com células-tronco, e na união entre pessoas do mesmo sexo. Hoje, Barbosa é o juiz mais conhecido no país. Ele já negou que tenha intenção de fazer carreira política. Antes de se tornar celebridade, teve que percorrer longo caminho, marcado por disciplina, estudo e superação
Negro, pobre e migrante, desembarcou em Brasília no início dos conturbados anos 1970 com um objetivo muito clarosocial. E foi o que ele fez. Depois de alguns bicos, foi chamado para trabalhar como digitador na gráfica do Senado.
Não era um grande emprego, mas ele não tinha escolha. O jovem Barbosa trabalhava das 18h às 4h da madrugada digitando textos para o “Jornal do Senado”, que, às 7h, já deveria estar sendo entregue no Senadinho, no Rio. Neste período, passou no vestibular para Direito, na Universidade de Brasília, e teve que se desdobrar para se manter na faculdade e no trabalho. Segundo antigos colegas, algumas vezes, Barbosa dormia na oficina porque não sobrava tempo para voltar para casa.
— Ele era compenetrado, muito atento no serviço. Era um dos melhores digitadores. Escrevia rápido e quase não cometia erros. Não nos dava nenhum trabalho — derrama-se o ex-coordenador de Produção Mário César Pinheiro Maia, chefe de Barbosa na gráfica e ainda hoje amigo do ministro.
Maia também era técnico do Photon, o time da gráfica em que Barbosa jogava como ponta-esquerda:
— Ele gostava de driblar, não soltava a bola. Era fominha, mas jogava bem.
Maia e outros amigos dos tempos de gráfica foram convidados para a posse de Barbosa, ou Quinca, como ele era conhecido no Senado.
— Quando ele não estava trabalhando, estava estudando. Teve uma vida sofrida, mas era bom menino — lembra José de Lourdes, parceiro de Barbosa em longas madrugadas de trabalho.
Quase sempre calado, Barbosa não aceitava provocação. Segundo Lourdes, certa vez, um colega faixa preta em judô fez uma brincadeira de mau gosto. Barbosa rasgou um palavrão e exigiu que o lutador se retratasse. Assim, impôs respeito.
Na UnB, Barbosa teve uma passagem discreta. No período, os estudantes estavam divididos entre progressistas, que queriam derrubar a ditadura militar, e conservadores, alinhados com o regime. Segundo o ex-reitor da UnB José Geraldo de Sousa, contemporâneo de faculdade do ministro, Barbosa era um reformista, queria mudar o sistema, mas dentro das regras estabelecidas:
— Era um período difícil. Os estudantes começaram a ser organizar com a criação do Centro Acadêmico e com o Escritório Modelo de Advocacia. Ele fazia parte das discussões, mas não me lembro de ter integrado a direção.
Para ele, naquele período Barbosa estava mais concentrado nos estudos do que no movimento estudantil. Ainda na UnB, Barbosa passou no concurso para oficial de chancelaria do Itamaraty. A partir daí, a carreira deslanchou. Foi procurador jurídico do Ministério da Saúde, fez mestrado, doutorado e passou no concurso do Ministério Público Federal. Aprendeu a falar francês, inglês e alemão.
Em 2003, quando Lula procurava por um negro para indicar ao STF, Barbosa já tinha o currículo recheado de referências nacionais e internacionais. Mas a escolha não foi fácil. O advogado Kakay afirma que marcou um encontro de Barbosa com o então ministro José Dirceu, num restaurante. Logo depois, o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos entrou no circuito e ajudou a assegurar a indicação do então procurador da República para o STF. A rede de apoios não impediu que, nove anos depois, Barbosa levasse o julgamento do mensalão às últimas consequências.
A trajetória também foi marcada por desavenças públicas com colegas do tribunal. O ministro discutiu abertamente com Marco Aurélio, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski. Também teve entreveros com o ex-ministro Cezar Peluso.
Uma das primeiras discussões que Barbosa protagonizou no tribunal foi com Marco Aurélio, em 2004. Barbosa criticou o colega, que tinha autorizado, por liminar, uma mulher a abortar um feto com anencefalia. Barbosa disse que a decisão era muito polêmica para Marco Aurélio tomar sozinho. O colega ficou irritado e disse que, se estivesse na Idade Média, resolveria a pendenga com um duelo fora do tribunal.
Outra briga famosa foi quando Peluso sugeriu que o colega era inseguro. Barbosa respondeu, em entrevista ao GLOBO, que o ministro era “desleal, caipira e tirano”. Em 2009, Barbosa disse, em discussão acirrada no plenário, que Gilmar Mendes estava “destruindo a credibilidade da Justiça brasileira”. A Corte quis divulgar uma nota de repúdio à fala de Barbosa. Lewandowski se recusou a assinar o texto, obrigando os colegas a mudar de posição.
Hoje, o ministro mais próximo de Barbosa é Luiz Fux, que inclusive já o acompanhou a uma consulta médica no Rio, para tratamento de seu problema crônico nos quadris. Mas os dois não são íntimos. Os amigos de Barbosa estão no Rio, onde ele morou por muitos anos. Na capital fluminense também mora o filho, Felipe, jornalista de 26 anos. Barbosa tem um apartamento no Leblon. A mãe, Benedita, ex-faxineira de 70 anos, mora em Brasília, bem como os sete irmãos e os sobrinhos do ministro. O pai, Joaquim, morreu há dois anos.
23 de novembro de 2012
JAILTON DE CARVALHO e CAROLINA BRÍGIDO - O Globo
 

OS DONOS DA BOLA

 

Se algum bilionário internacional quisesse fazer um ótimo investimento em esporte profissional e avaliasse diversos mercados, o Brasil seria o país ideal. Pela popularidade do futebol, pela qualidade dos jogadores e a paixão das torcidas, nem seria preciso gastar em propaganda. Com a economia bombando, não haveria mercado melhor, seria impossível não dar certo - a menos que se fizesse como as elites dirigentes que dominam o futebol brasileiro como famiglias mafiosas.

Hoje um time de futebol é um negócio, um grande negócio que não pode se confundir com um clube social recreativo, por total incompatibilidade de atividades, objetivos e recursos. Quem dá dinheiro ao time e valor à marca não são os sócios nem o clube, são os milhões de torcedores que pagam ingresso, compram camisa, boné e pay-per-view, movidos por paixão e fidelidade. Eles é que deveriam eleger o presidente do clube.

É o que farão os "sócios-torcedores" do Fluminense, aplicando uma jogada de sucesso do Barcelona, que tem quase 200 mil associados. Por uma módica mensalidade, eles ganham descontos em ingressos e lojas e acesso aos treinos. E votam! Um gol de placa democrático e empresarial do presidente Peter Siemsen, virando o jogo.

Profundos conhecedores do mundo do futebol, os cronistas Juca Kfouri e Renato Maurício Prado e o técnico Carlos Alberto Parreira publicaram esta semana artigos cabeludos sobre o futebol brasileiro - sem falar em bola, juiz ou jogador. Só sobre negócios, administração e gestão, porque quase todos os clubes são deficitários ou estão quebrados e só sobrevivem às custas de patrocínios. No rico país do futebol.

Por que só no Brasil os times de futebol não podem, ou querem, ser empresas? Aqui os clubes sociais não pagam impostos nem podem ter lucros, só prejuízos, e os presidentes são eleitos por restritos conselhos deliberativos, que elegem os presidentes das federações, que elegem o da CBF, como nas quadrilhas.

Enquanto isso, em Brasília, o deputado Romário tenta viabilizar a CPI da CBF, driblando a "bancada da bola" da Câmara, que bem merece o nome, com duplo sentido.

23 de novembro de 2012
Nelson Motta - O Estado de S.Paulo

REVER PARA CRER! UM REPETECO MEMORÁVEL!!! MAIS UMA HISTÓRIA MACABRA...

O presente mostra que o Lula está feliz com o escroque de estimação

PUBLICADO EM 12 DE AGOSTO DE 2009

Renan Calheiros entrou no saloon da política pela última porta do corredor à esquerda de quem chega: nos anos 70, enquanto cursava a Faculdade de Direito em Maceió, matriculou-se no PCdoB.
O rebanho tinha mudado de pastor. Trocara a China pela Albânia, Mao Tsé-tung por Enver Hoxja, o mato pela capoeira.

O livro de pensamentos do ditador albanês era tão profundo que as cabras montanhesas daquele grotão europeu poderiam, como a formiguinha de Nelson Rodrigues, atravessá-lo com água pelas canelas. O alagoano de Murici fingiu não saber disso até eleger-se deputado estadual com o apoio da seita.

Quem serve voluntariamente nas galés de um Enver Hoxja embarca em qualquer canoa, confirma a trajetória de Renan.
Achou boa ideia atirar no concorrente Fernando Collor. “É o príncipe herdeiro da corrupcão”, recitou anos a fio. Achou melhor ainda a ideia de aceitar o convite do governador Fernando Collor e assumir a Secretaria da Educação. “Apesar de adversários no passado, sempre fomos amigos”, fantasiou.
Amigos nunca haviam sido, mas logo seriam cúmplices.

Renan estava no jantar em Pequim durante o qual emergiu a ideia que parecia conversa de fim de noite em botequim: que tal transformar o homem na cabeceira da mesa em presidente da República? Meses depois, ambos instalados numa esperteza batizada de Partido da Reconstrução Nacional, Collor e o líder da bancada do governo na Câmara dos Deputados subiram juntos a rampa do Planalto.

O aliado Renan Calheiros defendeu com veemência o conjunto de medidas hediondas que incluiu o confisco da poupança. “Quem não entender que o Brasil mudou perderá o bonde da História”, comunicou à nação. O inimigo Renan Calheiros defendeu com igual veemência o impeachment do ex-parceiro que não subira no bonde que fretou para eleger-se governador. “O presidente da República tinha pleno conhecimento das ações do senhor PC Farias porque foi por mim advertido e informado, enquanto fui seu líder na Câmara”, acusou em 1992 ao depor na CPI que apressou o impeachment.

O bucaneiro de aluguel mandou chumbo em tudo que se movesse no navio corsário do qual saltara ao pressentir o naufrágio. Só poupou Itamar Franco. Ninguém discursou a favor do vice de Collor com tanta ferocidade quanto Renan, infiltrado no Senado desde 1994. Depois trocou Itamar por Fernando Henrique Cardoso e ganhou o Ministério da Justiça.

Em seguida trocou Fernando Henrique por Lula e ganhou a carteirinha de sócio do Clube dos Amigos de Infância do Cara.
Em fevereiro de 2005, com 55 anos, virou presidente do Senado. O céu era o limite, equivocou-se. O escândalo em que contracenou com Mônica Veloso, mais um andor na interminável procissão de horrores, apressou a barganha repulsiva: em 4 de dezembro de 2007, para escapar da cassação do mandato por quebra de decoro, o escroque irrecuperável renunciou ao comando da Casa do Espanto e seguiu usando a carteirinha de congressista.

Pois nem dessa abjeção Lula poupou os brasileiros decentes.

Contratado pelo presidente para liderar a guerra pela sobrevida de José Sarney e pelo sepultamento da CPI da Petrobras, o general sem pudores convocou o agora ajudante-de-ordens Fernando Collor e foi à luta.
Insultou adversários com linguagem de cangaceiro, ameaçou adversários com chantagens e extorsões, ordenou a Romero Jucá que desmoralizasse a CPI, achincalhou o Conselho de Ética pelas mãos e pela voz de um velhote debochado chamado Paulo Duque.

O PT se acovarda, a oposição negocia, Renan faz o que quer. No faroeste de Brasília, os xerifes sumiram. Quem manda é a bandidagem. Milhões de brasileiros se sentem afrontados. Lula está feliz. Acaba de presentear o jagunço de estimação com outra emissora de rádio.

23 de novembro de 2012
Augusto Nunes

IMAGEM DO DIA

 
Homem descansa com uma bandeira da Palestina diante da polícia durante protestos contra Israel nos arredores da embaixada dos Estados Unidos em Jacarta, Indonésia
Homem descansa com uma bandeira da Palestina diante da polícia durante protestos contra Israel nos arredores da embaixada dos Estados Unidos em Jacarta, Indonésia - Mast Irham/EFE
 
23 de novembro de 2012

A VOLTA DE RENAN AO COMANDO DA 'CASA DO ESPANTO' AVISA: NAO HÁ PERIGO DE MELHORAR

Não há perigo de melhorar, confirma a escolha de Renan Calheiros para substituir José Sarney na presidência do Senado. Depois de quatro anos sob o comando de Madre Superiora, a Casa do Espanto será gerenciada pelo líder da bancada do cangaço. É mais que a troca de seis por meia dúzia.

É outra prova contundente de que, no Brasil que Lula reinventou e Dilma Rousseff vem aperfeiçoando, o que está péssimo sempre pode piorar.

Em dezembro de 2007, afundado até o pescoço no pântano das maracutaias, Renan renunciou à presidência do Senado em troca da preservação do mandato e, sobretudo, das imunidades parlamentares. Escapou da cassação, livrou-se da cadeia e, passados cinco anos, vai recuperar o cargo graças aos bons serviços prestados ao Palácio do Planalto (e aos dossiês que juntam casos de polícia protagonizados pelos colegas).

Como demonstra o post republicado na seção Vale Reprise, a Casa do Espanto será presidida por mais um prontuário. Como registra o comentário de 1 minuto para o site de VEJA, a reincidência tem o aval do PT, o endosso da base alugada e o apoio militante da presidente Dilma Rousseff.
Em fevereiro, ela certamente estará ao lado do eleito na cerimônia de posse.

O figurino será parecido com o exibido na solenidade que oficializou a substituição de Ayres Britto por Joaquim Barbosa na presidência do Supremo Tribunal Federal. Os trajes de Dilma parecem sempre o mesmo. O que muda é a cara. Forçada pelas circunstâncias a participar de um festa protagonizada pelo relator do julgamento do mensalão, a chefe de governo apareceu com a carranca de tia rabugenta. Foi uma manifestação fisionômica de solidariedade aos companheiros condenados pelo STF.

Dilma só premiou com um beijinho em cada face e o sorriso possível o revisor Ricardo Lewandowski, agora vice-presidente do Supremo e sempre ministro da defesa dos mensaleiros. Renan Calheiros certamente terá direito a tratamento idêntico.
A campeã brasileira de mau humor até consegue ser gentil com bandidos de estimação instalados em cargos importantes.
A subserviência do Senado, prorrogada por mais dois anos, merece um sorriso de aeromoça e dois beijinhos regimentais.

23 de novembro de 2012
Augusto Nunes

MARGARET BOURKE-WHITE

(Semana dos Fotógrafos)




Margaret Bourke-White foi uma pioneira do fotojornalismo. Teve sempre a sorte - ou o dom? - de estar no lugar certo na hora certa. Por exemplo, ela entrevistou Gandhi horas antes dele ser assassinado. Seu colega e amigo Alfred Eisenstaedt dizia que seu sucesso era devido ao fato dela não recusar nenhuma missão, de achar que fotografar era sempre importante.

Durante sua carreira ela foi torpedeada no Mediterrâneo, bombardeada pela Luftwaffe em Moscou, encontrada como náufraga numa ilha do Ártico, vítima de um acidente quando o helicóptero em que viajava afundou na baía de Cheasapeake.

Foi a primeira ocidental a documentar em fotos a indústria soviética depois da Revolução de 17, a criar um guia fotográfico da Tchecoslováquia e outros estados balcânicos antes que Hitler invadisse a região e desse início à II Guerra Mundial. Estava em Moscou quando a Alemanha começou a bombardear sua antiga aliada.

De 1940 a 1945 ela foi a correspondente de guerra da Revista Life. Foi a primeira mulher habilitada a servir em zonas de ocupação militar como documentarista para o Exército americano.


Única foto de Stalin sorrindo: acabara de receber o emissário de Roosevelt



Pleno blackout, o Kremlim iluminado pelo traçado das bombas e holofotes



Civis alemães obrigados pelos americanos a ver o inferno de perto em Buchenwald



sem legenda



Suicídio do tesoureiro de Leipzig, mulher e filha, para não se renderem aos aliados.



Parada da Vitória em Berlim: Jhukov, entre Patton e um oficial inglês.

Bourke-White tem fotos em muitos museus e é reconhecida como uma das grandes em sua arte. Mas creio que testemunhar o que testemunhou, e deixar para a posteridade os documentos que deixou, foi seu maior feito. Ela, ao contrário do que possam pensar, sofreu para fazer algumas dessas fotos, mas se declarou grata por ter entre ela e o que via sua Leica que lhe serviu de escudo contra o horror.

Margaret Bourke-White nasceu em junho de 1904 e faleceu em agosto de 1971.

O SORRISO E O ESGAR


A foto de Dida Sampaio é mais que o registro do momento em que Dilma Rousseff, presidente da República há quase dois anos, cumprimentou o ministro Joaquim Barbosa, que acabara de assumir a presidência do Supremo Tribunal Federal.
A imagem documenta a colisão frontal, estridentemente silenciosa, entre sentimentos antagônicos.

O chefe do Poder Judiciário está feliz. A chefe do Poder Executivo está contrafeita, nas fímbrias da amargura.

Joaquim Barbosa é o anfitrião de uma festa. Dilma Rousseff é a conviva involuntária que nada tem a festejar. Ele se sente em casa e pensa no que fará. Ela pensa no que ele anda fazendo e se sente obrigada a enviar um recado fisionômico aos condenados no julgamento do mensalão: se pudesse, estaria longe dali.

Só ele sorri. O sorriso contido informa que o ministro não é homem de exuberâncias e derramamentos. Mas é um sorriso. Os músculos faciais se distenderam, os dentes estão expostos, o movimento da pálpebra escava rugas nas cercanias do olho esquerdo.
O que se vê no rosto da presidente é um esgar. A musculatura contraída multiplica os vincos na face direita, junta os lábios num bico assimetricamente pronunciado e desvia o olhar do homem à sua frente.

O descompasso das almas é sublinhado pelas mãos que não se apertam. A dele ao menos se abre. A dela, nem isso. Dilma apenas toca Joaquim com a metade dos quatro dedos. Ele cumprimenta como quem chegou. Ela cumprimenta como quem não vê a hora de partir.

Conjugados, tais detalhes sugerem que, se Joaquim Barbosa sabe que chefia um dos três Poderes independentes, Dilma Rousseff imagina chefiar um Poder que dá ordens aos outros. O julgamento do mensalão já deixou claro que não é assim.

A maioria dos ministros é imune a esgares. Os que temem carrancas nem precisam disso para atender aos interesses do governo. Não são juízes. São companheiros.

23 de novembro de 2012
Veja

VEJA VIRA MORALISTA


A última Veja não resistiu ao jornalismo marrom e deu sua capa à prostitutazinha catarinense que fez leilão de sua virgindade. Até aí, nada surpreendente, a revista está gostando cada vez mais de atrair o populacho. Veja raramente comenta um filme ou livro que preste. Comenta o que o povão gosta. É direito seu. Mas o que é difícil de engolir é a pergunta retórica que se faz a mais importante revista do país. Será que estamos virando uma sociedade em que tudo se compra?

Santa ingenuidade! Tudo sempre foi comprável neste país, desde o corpo de uma mulher aos votos de um congressista. Para o redator, até parece que vivemos em uma sociedade onde sempre vigeu a ética. A indignação da revista teria talvez algum sentido se a prostituição fosse crime no Brasil. Não é. O que parece chocar no caso é o fato de a menina ter vendido suas primícias. Mas se é normal vender o corpo, por que não vendê-lo mais caro? Com um valor agregado, o não-uso. Se é que não foi usado. Não há como conferir.

“O mercado é a melhor ferramenta para criar e distribuir riquezas, mas há um enorme perigo em acreditar que se possa pôr um preço em tudo. Valores familiares, ideais e senso cívico são inegociáveis” – afirma a reportagem. Veja de repente virou moralista.

Desde quando valores familiares, ideais e senso cívico são inegociáveis? São perfeitamente negociáveis, tanto que estão sendo negociados. A membraninha da moça foi avaliada em 1,6 milhão de reais. Ora, milhões de meninas devem estar sonhando com uma proposta destas. Está estipulado que a contrapartida deve durar uma hora. Só mesmo um Maluf ou Zé Dirceu para faturar tanto em tão pouco tempo. Sem falar que a moça não prejudica o erário nem gera leis espúrias.

Veja aponta, sem ousar afirmar claramente, para a imoralidade da prostituição. Ora, ética depende de cada um. Se a lei é coercitiva, a moral não o é. Cada um tem a sua. Pode ferir certos setores da sociedade, mas crime não é.

Curiosamente, a decisão da moça de vender seu hímen tem sido vista pela imprensa como um direito seu, jamais como prostituição. Que é um direito dela, disso não resta dúvidas. Como tampouco restam dúvidas de que é prostituição. Não que eu tenha restrições ao ofício. Mas as coisas devem ser chamadas pelo nome.

Quem não gosta de um milhão e meio de uma tacada só? No que a mim diz respeito, depende. Se alguém me desse tal bolada para promover um bom livro, eu aceitaria prazerosamente. Mas nutro um sonho. Irrealizável, é claro. Adoraria que uma agência me oferecesse não um, mas cinco milhões de reais, para dizer uma palavrinha louvando a Pepsi. Eu teria sumo prazer em dizer não.

Princípios é para quem os tem. Antigamente, falava-se em um “homem de princípios”. As gerações novas certamente não conhecem a expressão. Adelante! Prostituição é vender o corpo? Quantas mulheres não o vendem, ao leiloá-lo a eventuais maridos? O mundo está cheio de mulheres em leilão, dispostas a entregar-se a quem paga mais. Só que não se vendem no varejo. Mas por atacado e a um só cliente. O amor sublime amor é coisa dos tempos das cruzadas.

Tudo depende de assessoria de imprensa. Quem era Marilyn Monroe senão uma vagabundinha que se entregava aos homens do poder? Alguém acha que Jaqueline Kennedy casou com Onassis por seus belos olhos? Ocorre que no mundo das artes e da política tudo é permissível. E tudo se transfigura numa aura de liberalismo e sofisticação.

O insólito no caso da catarinense é o preço. Insólito também é o gesto do cliente. É preciso ser muito pobre de espírito – e rico em dinheiro – para pagar tal preço por um reles capricho. E com regras definidas. Como em qualquer puta de rua, não pode beijar na boca. Nem tentar outras modalidades que não o papai-mamãe. Haja panacas neste mundo. Se eu pago um milhão e meio, quero tudo, ora bolas. Além do mais, a moça está inflacionando o preço dos hímens. Virgens se consegue por muito menos, nas boas casas do ramo.

Veja apela a Kant para analisar o caso da catarinense. “Um pensador moral como Kant discorda. Trocar sexo por dinheiro é degradante para ambos os parceiros, pois fere a dignidade humana. ‘O homem não pode dispor de si próprio como se fosse uma coisa; ele não é sua propriedade’”.

Ou o redator quis matar um mosquito com um canhão, ou quis demonstrar erudição. Voltamos à batida e obsoleta noção de coisificação do ser humano, muito em voga nos anos 70, por obra das feministas. O homem toda ora vende seu corpo, seja para um banco, uma loja, enfim, uma empresa qualquer. Neste sentido, a prostituição tem até uma vantagem. Enquanto a mulher cede seu corpo, seu espírito permanece livre.

A revista chama o “filósofo” Michael Sandel, estrela em Harvard, cujo livro O que o Dinheiro Não Compra discute os limites éticos do mercado. Sandel disse à Veja que os casos de Ingrid Migliorini e do mensalão são exemplos da aplicação da lógica de mercado em domínios em que ela deveria ficar ausente.

O “filósofo” está confundindo as coisas. A venda do hímen da catarinense pode ser uma transgressão ética, pelo menos para alguns. A compra de votos é crime.

Nestes dias que correm, a reportagem de Veja parece mais os conselhos de uma tia velha, daquelas que ainda acreditam em valores como virgindade e moral familiar.


23 de novembro de 2012
janer cristaldo

PF INDICIA CHEFE DE GABINETE DA PRESIDÊNCIA EM SP E Nº.2 DA AGU

Operação prende servidores acusados de fraudes em agências reguladoras


SÃO PAULO E BRASÍLIA - A Polícia Federal (PF) prendeu nesta sexta-feira seis pessoas acusadas de participação em um esquema de fraudes de pareceres técnicos em agências reguladoras e órgãos federais. A operação, batizada de “Porto Seguro”, foi realizada no estado de São Paulo e em Brasília.

Dois dos presos são os irmãos Paulo Rodrigues Vieira, diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), e Rubens Carlos Vieira, diretor de Infraestrutura Aeroportuária da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Ambos foram indicados por Rosemary Novoa de Noronha, chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, que também foi indiciada nesta sexta-feira por corrupção ativa.
Ela é acusada de tráfico de influências e de agir junto aos diretores da ANA e Anac para favorecer empresas. Em troca, Rosemary receberia agrados, como viagens e até camarotes em carnaval. Foram presos ainda três advogados e um empresário.
O número dois na hierarquia da Advocacia Geral da União (AGU), José Weber Holanda, também foi indiciado.

Rosemary Noronha era secretária do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no escritório da presidência em São Paulo. Quando Lula fazia viagens internacionais, ela acompanhava o então presidente ao exterior. Agendava todos os compromissos de Lula em São Paulo. Além de indicar os irmãos Vieira para os cargos em Brasília, ela mantinha com eles estreita ligação, inclusive no esquema de fraude de pareceres, segundo suspeita a PF de São Paulo.

Rosemary foi indiciada pela PF por corrupção ativa, depois de prestar depoimento ainda pela manhã. A acusação que pesa contra ela diz que a chefe de gabinete da Presidência em São Paulo teria indicado pessoas para empresas e, em troca, receberia presentes. A PF chegou a pensar em levar seus computadores do escritório da Presidência em São Paulo, localizado na avenida Paulista, mas ela protestou. Então, os delegados da PF fizeram cópias dos seus arquivos pessoais.

Ela assessorou o então presidente nacional do PT, José Dirceu, na década de 90, quando então conheceu Lula. Rose, como é conhecida, começou no governo Lula em 2003 como assessora especial do gabinete da presidência em São Paulo e depois, em 2005, foi nomeada chefe da gabinete do escritório regional da Presidência, cargo que ocupa até hoje. Ela tinha uma relação muito próxima a Lula.

Outras 11 pessoas foram indiciadas nesta sexta-feira, entre elas servidores da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), da Anac, da Superintendência do Patrimônio da União (SPU), do Tribunal de Contas da União (TCU), da Advocacia Geral da União (AGU) e do Ministério da Educação (MEC).

José Weber Holanda, advogado-geral da União adjunto, chegou a prestar depoimento à PF nesta sexta-feira. O grupo atuava também agilizando processos em órgãos públicos e fraudando documentos em troca de dinheiro e vantagens. Esses pareceres fraudados eram usados em órgãos públicos por empresas interessadas em processos de licitação junto ao governo, entre outras coisas. AGU informou que vai abrir investigação interna para apurar os possíveis envolvidos no caso.

Durante a operação “Porto Seguro”, realizada nesta sexta-feira, foram cumpridos 26 mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, Santos (SP), Dracena (SP) e Cruzeiro (SP) e outros 17 em Brasília. Os policiais levaram papéis e dados de computadores, que serão analisados nos próximos dias. As prisões aconteceram nas cidades de Santos, São Paulo e Brasília. Foram apreendidos ainda dois veículos, entre eles uma Land Rover.

A investigação começou em março de 2011, depois que um servidor do Tribunal de Contas da União procurou a PF para relatar que integrantes de um esquema ofereceram a ele R$ 300 mil para que ele elaborasse um parecer técnico de modo a beneficiar uma empresa do setor portuário. O servidor contou que recebeu R$ 100 mil, fez o parecer falso, mas, arrependido, devolveu o dinheiro para o corruptor e procurou a Polícia Federal em São Paulo para denunciar o esquema.

Segundo o superintendente regional da PF em São Paulo, Roberto Troncon Filho, no decorrer da investigação, a polícia percebeu que não se tratava de um caso isolado.

— Os dois servidores presos tinham como função identificar e cooptar outros servidores de órgãos públicos federais, de segundo e terceiro escalão. Os demais membros (da quadrilha), três advogados e um empresário, se encarregavam de entrar em contato com grupos empresariais e pessoas físicas interessadas em vantagens ilegais na administração federal — disse o superintendente, que não dá nomes dos presos ou dos indiciados.

Troncon Filho informou que não há indícios de envolvimento dos diretores máximos dos órgãos públicos envolvidos.

— Os dois agentes públicos, um da ANA e outro da Anac, agiram por conta própria, sem o conhecimento dos seus superiores e da cúpula dessas agências reguladoras. Os servidores corrompidos de outros órgãos, que eram de segundo e terceiro escalão, também agiram por conta própria e sem o conhecimento de seus superiores ou dos dirigentes desses órgãos mencionados — disse Troncon Filho.

Segundo ele, as autoridades máximas dos órgãos públicos onde os servidores trabalham colaboraram com as investigações.

Em nota divulgada em seu site, a ANA informou que a operação da PF, iniciada às 6h30m e concluída às 10h45m de nesta sexta-feira, restringiu-se ao interior do gabinete do diretor da área de Hidrologia Paulo Rodrigues Vieira, para coleta de documentos. Vieira faz parte do alto escalão da ANA, pois é um dos cinco diretores do colegiado da agência, instância máxima do órgão.

Hierarquicamente acima de Vieira está apenas o presidente do colegiado, o diretor Vicente Andreu Guillo. Vieira foi indicado para o órgão pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ele foi preso em sua residência em Brasília, por volta das 6h da manhã. Depois de prestar depoimento na PF de Brasilia por duas horas, foi recolhido à carceragem. A ANA informou ainda que, segundo mandado da PF, a operação não envolve a agência. O GLOBO não conseguiu contato com Vieira.

A conclusão da apuração, com a análise dos documentos apreendidos deve ocorrer em 60 dias.
A Polícia Federal pretende compartilhar as informações que obteve com as corregedorias dos órgãos federais envolvidos, para que elas abram procedimentos administrativos disciplinares contra os suspeitos.

Os investigados na operação “Porto Seguro”, vão responder pelos crimes de corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha, tráfico de influência, violação de sigilo funcional, falsidade ideológica e falsificação de documento particular. As penas para esses crimes variam de dois a 12 anos de prisão. Cerca de 180 policiais da PF de São Paulo participaram da ação policial.
O superintendente da PF não informou o prejuízo aos cofres públicos que o grupo causou.

Troncon Filho não descartou a possibilidade de servidores de outros órgãos públicos estarem envolvidos no esquema. Policiais federais apreenderam computadores nesta sexta-feira na sede dos Correios em Brasília, mas a PF não confirma se há funcionários da empresa pública envolvidos.

Em nota, os Correios informaram que a polícia recolheu “equipamentos usados por empregados que receberam e-mails de pessoas investigadas em outros órgãos, por fazerem parte de listas de distribuição”. “Os empregados dos Correios não possuem envolvimento com os fatos apurados pela PF na operação e colocaram também seus equipamentos pessoais à disposição da investigação”, diz a nota.

No final da tarde de nesta sexta-feira, a Anac divulgou nota informando que o mandado de busca e apreensão relativo à agência foi cumprido pela manhã, e ficou "restrito ao gabinete do diretor de Infraestrutura Aeroportuária, Rubens Carlos Vieira, com retenção de documentos e arquivos". Segundo a agência, o mandado não inclui a apreensão de processos da agência. "A ANAC ressalta que continuará colaborando integralmente com as investigações em andamento", declarou, em nota.

23 de novembro de 2012
Marcelle Ribeiro, O Globo

DESGASTADO, CABRAL TENTA MOBILIZAR A POPULAÇÃO CONTRA MUDANÇAS NOS ROYALTIES

 

Na votação do projeto da lei que redistribui os royalties do petróleo, o governador Sérgio Cabral Filho esbanjou arrogância e incompetência. Demonstrou total incapacidade de articulação no Congresso Nacional. Preferiu depositar todas as fichas no veto presidencial. Agora, diante da possibilidade de ser jogado às feras, tenta criar fatos com mobilização na Avenida Rio Branco.

 
A imagem do fracasso

Sérgio Cabral não está à altura da importância do Estado do Rio de Janeiro. É um fanfarrão. Desde que foi flagrado com secretários em festas suspeitas com o empreiteiro Fernando Cavendish, em Paris, mergulhou num processo de desmoralização pública sem precedentes no atual governo.

Em qualquer país sério, um governador flagrado nessas circunstâncias teria renunciado a bem da administração pública. Mas aqui são poucos os homens públicos que tem vergonha, e no Estado do Rio, não é de hoje, a sarjeta chegou ao poder.

O governador do Estado não tem a menor credibilidade para se impor diante de uma bancada parlamentar. Até há pouco estava de joelhos implorando para que não fosse investigado pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investigava as relações entre empreiteira Delta, do seu ex-amigo Cavendish, e o bicheiro Carlinhos Cachoeira.

O desgaste moral do governador é visível. Ele não tem a menor condição de representar o interesse do Estado do Rio neste debate, por mais que sua arrogância persista.

23 de novembro de 2012
Roberto Barbosa

NEGROS SÃO OS QUE MAIS SOFREM COM O DESEMPREGO

 

Apesar de maioria da população economicamente ativa (PEA), os negros são os que mais sofrem com o desemprego. Os dados constam da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), referente a 2011, feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em parceira com a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Fundação Seade) e o Ministério do Trabalho (MTE).


O levantamento leva em consideração as regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, do Recife, de Salvador, São Paulo e do Distrito Federal.

Nas regiões pesquisadas, verificou-se uma participação superior da população negra na PEA, comparada à da parcela não negra. De acordo com a pesquisa, à exceção de Fortaleza e Porto Alegre, onde as taxas de participação de negros e não negros eram semelhantes em 2011, nas demais regiões, as inserções no mercado de trabalho dos negros foram sempre mais elevadas.

Em Belo Horizonte, 57,3% da população negra participam da PEA, ante 56,7% da população não negra; no Distrito Federal o percentual é 63,7% (negra) e 62,7% (não negra); em Fortaleza, negra (58,1%) e não negra (58,4%); Porto Alegre, negra (57%) e não negra (57,1%); no Recife, 54,7% (negra) e 54,3% (não negra), em Salvador, negra (56,5%) e não negra (56,4%); e São Paulo, 63,7% (negra) e 62,9%(não negra).

“Apesar da intensidade da presença dos negros no mercado de trabalho metropolitano, esse segmento populacional ainda convive com patamares de desemprego mais elevados. No último ano, a proporção de negros no contingente de desempregados na maioria das regiões foi superior a 60%, exceto nas regiões metropolitanas de Porto Alegre (18,2%) e São Paulo (40,0%)”, diz a pesquisa.

Quando a análise é com base na cor da pele e também no sexo, destaca-se a discriminação sobre as mulheres negras — que sofrem as mais elevadas taxas de desemprego em comparação aos demais grupos, inclusive as mulheres não negras. Na região metropolitana do Recife, a taxa de desemprego das mulheres negras (18,1%) e de não negras (13,60%). Em Fortaleza, mulheres negras (11%) e não negras (9,9%).

A pesquisa mostra ainda que a remuneração dos negros é inferior em todas as regiões metropolitanas pesquisadas. Em Salvador e São Paulo, a hora trabalhada dos negros correspondia, respectivamente, a 60,9% e 61%. As situações menos desiguais foram encontradas em Fortaleza e Porto Alegre, onde os valores das horas trabalhadas dos ocupados negros equivaliam a 73,3% e 70,6% dos não negros, respectivamente.

(Matéria transcrita da Agência Brasil, enviada pelo jornalista e poeta Paulo Peres)

23 de novembro de 2012
Bruno Bocchini (Agência Brasil)

FRASE DO DIA


"A noção de justiça é indissociável da noção de igualdade. Quando se associam justiça e igualdade, emerge o cidadão."



Joaquim Barbosa, novo presidente do Supremo Tribunal Federal