"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 10 de agosto de 2012

MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES APROVA RODÍZIO DE PROPINAS


Ministério dos Transportes aprova rodízio de propinas
Políticos com quilometragem avançada e seguro em dia, como Valdemar Costa Neto, receberão cartões "sem parar", que serão abastecidos automaticamente cada vez que passarem perto do Ministério

SUCUPIRA - Estupefato com a desorganização com que são conduzidos os esquemas de corrupção no setor dos Transportes, o ministro Paulo Sérgio Passos apresentou um pacote de propostas para regular a arrecadação.

"Ontem, o flanelinha me pediu 20 reais para parar o carro porque tinha que dar 30% para um assessor do Dnit. O troço fugiu do controle", explicou.

O pacote prevê a construção de uma Central de Controle de Tráfego de Propinas (CECOTRAPRO). A CET instalará câmeras em gabinetes, radares e haverá um rigoroso sistema de controle, via GPS, para saber a localização exata de membros do DNIT, lobistas e malas pretas.

Paulo Sergio Passos também instituiu um sistema de rodízio. Os deputados e senadores cujo RG termina em 0, 1 ou 2 só poderão se envolver em escândalos às terças-feiras.
Quem portar o algarismo 3, 4 ou 5 poderá se comportar de forma inadequada todos os dias, exceto às quartas. Parlamentares com final 6, 7 8 ou 9 têm restrições para praticar atos ilícitos às quintas.

O sistema leva em conta a semana de trabalho no Congresso, que exclui as segundas e sextas. Funcionários com o sobrenome Passos podem se locupletar todos os dias, inclusive domingos e feriados.

10 de agosto de 2012
The i-Piaui Herald

EDUARDO PAES E DIEGO HYPÓLITO DISPUTAM OURO EM ESTABACO CARPADO


Eduardo Paes e Diego Hypólito disputam ouro em estabaco carpado
Um dos poucos que não se disse surpreso com a queda espetacular de Paes foi seu treinador, que pode ser visto ao fundo.

CIRCO VOSTOK – Empenhado em superar a família Hypólito em tombos olímpicos, o prefeito Eduardo Paes divulgou uma nova campanha na internet. “Desafio Diego Hypólito a tomar um estabaco carpado mais troncho que o meu”, postou o candidato, confiante depois de sua queda espetacular de um skate neste domingo.

Paes anunciou que vem treinando tombos olímpicos com a equipe do musical Xanadu, além de contar com a assessoria de José Serra para as caretas. “Venho forte para ganhar”, desafiou.
Aos prantos, Diego Hypólito lamentou ter sido ofuscado pelo prefeito carioca. “Estava confiante que minha atuação no sábado garantiria o ouro”, soluçou, “não sei o que se passa comigo: se não caio o suficiente, se treino demais, se me falta desconcentração, se devo amarelar com entusiasmo ainda maior.”

Apesar do contratempo, Hypólito se diz confiante pelo fato de continuar treinando no Flamengo, clube com larga tradição em ceder atletas que passam vergonha ao vestir a camisa amarela. De queixo trêmulo, o ginasta contou que extrairá a energia que lhe falta do fato de que seu clube passa por um momento particularmente feliz. “O Joel Santana foi derrubado pela enésima vez, a Joana Maranhão tropeçou no chuveiro e o time de futebol está empenhado em cair para a segunda divisão”, choramingou.

Dinho Ouro Preto, Caetano Veloso e Ana Hickman comporão o júri que julgará os estabacos de Paes e Hypólito. Especialista em quedas, especialmente as na Bolsa de Valores, o empresário Eike Batista emprestou o bairro da Glória para a realização do evento. Sérgio Cabral mandou avisar que não poderá estar presente.

10 de agosto de 2012
The i-Piaui Herald

BRASIL LIDERA MEDALHAS NA CATEGORIA CHORO COPIOSO

KLEENEX – Falando à imprensa neste domingo, o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, disse, aos prantos, que está extremamente comovido com a atuação lacrimejante de nossos atletas. “Uma verdadeira potência olímpica não é medida pelo domínio num só esporte, mas pela presença em pódios de diversas modalidades”, gemeu o dirigente, apontando para um quadro em que o Brasil aparece chorando com destaque em esportes tão diversos quanto judô, natação, ginástica, atletismo e futebol feminino, dentre outras 28 categorias.
“Do tiro ao florete, do salto em distância aos 50m nado livre, ninguém tem carpido como nós”, soluçou Nuzman. “Nossas glândulas lacrimais merecem reconhecimento internacional.”

O COB já entrou com um pedido junto ao COI para que a qualidade e a quantidade do choro sejam consideradas modalidades olímpicas já em 2016. Com isso, segundo contas de dirigentes brasileiros, teríamos possibilidades concretas de encostar na Coreia do Norte no quadro geral de medalhas.

O pleito vem somar-se a outro, encaminhado já na semana passada, para que os juízes levem em conta a avaliação dos comentaristas de televisão, dando pontos a atletas que, segundo narradores e especialistas, “fizeram uma excelente prova e ganharam experiência para 2016”, sem excluir aqueles – quase todos – desclassificados já na primeira rodada.

O presidente da Confederação Brasileira de Natação, Coaracy Nunes, incluiu um inciso exigindo que o COI conceda ao menos uma medalha de bronze a todos os nadadores brasileiros que, segundo o narrador Luis Carlos Junior, tiverem “largado bem” em suas respectivas provas.

  • Coaracy Nunes julga que, por esse critério, nenhum atleta da equipe de natação teria voltado para casa de mãos abanando.
    “Acreditamos que se o COI se mostrar razoável e acatar nossos pleitos – dentre os quais, claro, está a inclusão do futevôlei – ultrapassaremos a China já nas próximas olimpíadas”, lamuriou-se Nuzman.

  • Abaixo, alguns grandes momentos da equipe olímpica brasileira:


  • A judoca Rafaela Silva aplica um ippon lamurioso na técnica Rosiclea Campos.


  • Cielo passa raspando na semifinal dos 50m lágrimas.


  • Na grande final, o atleta do Flamengo não decepciona e verte quase 1 litro. Ouro chorado, emocionante


  • Jade Barbosa leva ouro na difícil categoria choro com lencinho.


  • Diego Hypólito dizimou os adversários com seu choro carpado contra divisória.


  • Daniele Hypólito impressionou os árbitros com a sutileza de seus movimentos na modalidade desabafo contido.


  • Fabiana Murer e o choro borboleta que lhe rendeu o ouro.


  • Daiane dos Santos recebeu nota 10 por sua tripla perplexidade grupada.

  • 10 de agosto de 2012
    The i-Piaui Herald

    DEMÓSTENES ASSINA CONTRATO E VAI GRAVAR CD


    Demóstenes assina contrato e vai gravar CD
    Roberto Medina confirmou a presença de Demóstenes na próxima edição do Rock In Rio.

    PIANTELLA – Animado com a reação efusiva da plateia à sua apresentação como crooner num restaurante da capital federal, Demóstenes Torres a certa altura montou na mesa e cantou com voz de barítono: “Eu não sou cachorro, nãããoooo!!!”.
    O sucesso foi tamanho que o ex-senador anunciou em coletiva à imprensa que já prepara seu primeiro CD, a ser lançado este ano.

    O disco vai sair pelo selo Delta, marcando a estreia da empreiteira no mercado fonográfico. Os custos da produção, porém, serão obtidos através de emenda parlamentar que prevê o repasse de verbas do Ministério da Pesca para a construtora, em razão do “óbvio interesse do projeto para o desenvolvimento cultural do país”.

    A assessoria de imprensa do Congresso informou que o encarte será impresso na gráfica do Senado, em “estilo sóbrio e recatado”, como convém à Casa.

    Demóstenes faz mistério quanto ao repertório do CD. Uma coisa, porém, está decidida: a primeira música será “Caçador de Mim”, de Milton Nascimento. Em ensaios secretos, o ex-senador chegou às lágrimas ao entoar os versos “Longe se vai/ Sonhando demais/ Mas onde se chega assim?”.

    Nos corredores do Congresso, dá-se por certo que o disco incluirá ainda interpretações de “Amigo”, de Roberto e Erasmo, “Cachoeira”, de Francis Hime, “Tente outra vez”, de Raul Seixas e Paulo Coelho, e “Começar de Novo”, de Ivan Lins e Victor Martins.

    O meio musical acolheu o novo colega com entusiasmo. Demóstenes está sendo estimulado inclusive a gravar a “Marcha do Barrigudinho” a fim de animar o Carnaval brasiliense, sempre tão injustiçado.


    O ex-senador, no entanto, disse não se identificar com os versos “O homem pode ser careca/ Baixinho e barrigudo/ Mas, se tiver dinheiro,/Ele está com tudo”. “Não sou barrigudinho”, reagiu, indignado, lembrando que se submeteu à cirurgia de redução do estômago justamente para evitar esse tipo de difamação e constrangimento.

    Os cantores sertanejos Zezé di Camargo e Luciano disseram que o ex-senador deveria fazer jus às raízes goianas e lançar logo a dupla sertaneja Demóstenes & Cachoeira. De São Paulo, Roberto Justus enviou um telegrama propondo um dueto no CD de estreia do ex-senador.

    A faixa bônus do CD será uma releitura do clássico “A Gente Somos Inútil”.


    10 de agosto de 2012
    The i-Piaui Herald

    LULA ACUSA JULGAMENTO DO MENSALÃO DE ABAFAR AS OLIMPÍADAS


    Lula acusa julgamento do mensalão de abafar as Olimpíadas
    No final da tarde, Gilmar Mendes interrompeu a fala de um dos advogados dos réus e pediu vênia para contar seu sonho.

    HOSPITAL SÍRIO-LIBANÊS – Liberado por sua equipe médica para fazer e falar o que bem entender, o ex-presidente Lula criticou o interesse desmedido da imprensa pelo julgamento do mensalão. “Nunca antes na história desse país se gastou tanta tinta e tanta saliva com algo tão irrelevante”, desdenhou. “Está claro que essa é uma manobra da imprensa burguesa e da TV Globo para desviar o foco das Olimpíadas”, vaticinou.

    Lula se solidarizou com os dorminhocos Joaquim Barbosa e Gilmar Mendes: “Esse julgamento está mais chato que arremesso de peso e nado sincronizado. Por falar nisso, o Joaquim e o Gilmar sincronizaram bem a soneca. Merecem medalha.”

    Questionado sobre a pauta da conversa que teve com a presidente Dilma Rousseff durante o longo almoço de ontem, Lula disse que não falaram do mensalão. “Ficamos assistindo à final do salto com vara feminino”, confidenciou. “Pena que bateu aquele vendaval no dia da Fabiana Murer, senão era ouro”.

    Lula disse que vai passar a tarde de terça colado na TV. Mais uma vez, nada de mensalão. “Imagina se eu vou ver julgamento? Olimpíada é só de quatro em quatro anos”, justificou. “Hoje tem Alemanha e Nova Zelândia no hóquei, um clássico. Vou até reunir os amigos e fazer um churrasco”.

    Por recomendação de Lula, a presidente Dilma enviou ao COI um ofício solicitando a inclusão do truco e da biriba como modalidades olímpicas a partir de 2016.


    10 de agosto de 2012
    The i-Piaui Herald

    OPOSIÇÃO ENTRA EM GREVE POR TEMPO INDETERMINADO


    Oposição entra em greve por tempo indeterminado
    Serra ameaça não participar da eleição paulistana por causa do vento.

    ZONA SUL – Depois de ser aviltada durante anos a fio, sem reajuste no caixa-dois nem boquinha em estatais, a oposição decidiu entrar em greve por prazo indeterminado. Em piquetes montados na manhã de hoje na Praça Vilaboim, em São Paulo, e em frente ao restaurante Piantella, em Brasília, uma multidão formada por 17 parlamentares dos partidos fora do governo distribuiu panfletos com as principais reivindicações da categoria.

    “Estamos trabalhando em turno dobrado, em condições subumanas, sem vale-transporte e sem vale-refeição”, bradou ACM Neto, montado sobre um caixote. “Exigimos um Mc Lanche Feliz por dia e mais 15 vagas nas comitivas das viagens de Dilma ao exterior”, disse, em tom ameaçador.

    À tarde, no Congresso, a oposição decidiu no par ou ímpar fazer uma operação-padrão. Ninguém quis saber da coleta de assinaturas para a CPI do Julgamento do Mensalão, que a própria oposição havia inventado na véspera para ter o que fazer : “Hoje só assino qualquer papel na presença dos meus advogados, depois de questionar os pontos obscuros”, anunciou o deputado Rodrigo Maia, de pantufas em seu gabinete .

    O senador Álvaro Dias, do PSDB, teve que ser socorrido no ambulatório da Casa após sofrer uma crise de abstinência. Dias nunca havia passado um dia inteiro sem olhar para uma câmera e dar entrevistas para denunciar o governo. Angustiado, o senador tentou ainda discursar na tribuna, mas foi impedido pela bancada tucana, sob pretexto de que estava “furando a greve”. Teve o microfone desligado e foi enxotado do plenário sob gritos de “Sai pra lá, Pelegão!”.

    Em solidariedade às reivindicações da oposição, o restaurante Fasano fechou as portas por 24 horas e anunciou que não servirá lagosta por um mês.

    Visivelmente abalado, João Dória Júnior anunciou o cancelamento do concurso anual do cachorro mais bonito em Campos do Jordão.

    De braços cruzados, José Serra entrou com uma representação na Justiça Eleitoral para exigir que cada voto dado aos opositores do PT na eleição municipal conte por dois. “É preciso preservar os princípios elementares da democracia”, disse.


    10 de agosto de 2012
    The i-Piaui Herald

    AS SAÚVAS FICARÃO IMPUNES

    Brasil, subserviente ao Foro de São Paulo, está aplaudindo e aumentando o formigueiro e as saúvas.
    Mesmo que no processo denominado de mensalão não fique caracterizado nenhum tipo de crime, vou firmando diversas convicções, pelo que está sendo exibido pela TV Senado: o prejuízo é inominável na área político eleitoral, a favor do lulopetismo.
    A organização criminosa, crime ou reunião em bando para vencer eleições e facilitar a tomada de posições para implementar o já provado projeto de poder.

    Tenho assistido as quilométricas defesas dos acusados no processo, até a tarde de hoje. Vã filosofia ou ignorância. Confesso que fico mais ignorante, não aprendo nada, me sinto confuso. É muito tempo para explicar o inexplicável, rebater o existente ou provar que pedra é pedra.

    É muita cultura jurídica ou vã filosofia? Pendo para a cultura jurídica, porque os defensores são luminares do direito e o ambiente é o STF. Mas desconfio que na ânsia de embaralhar e esconder os reais culpados, alguém criou ou acrescentou nomes criando dificuldades para vender facilidades. Pior, sonegaram o nome do principal.

    Quantas estrelas do direito, professores e sábios cuidando de uma teia, propositadamente criada, e fico muito desconfiado, porque todos cuidam para não tocar nos furúnculos: Lulla, Dirceu, PT, projeto de poder, compra da sólida base aliada, e tudo rigorosamente, à custa de muito dinheiro público. Querem que todos fiquem encantados, pois (dizem) a dinheirama origina-se da publicidade pública, não dinheiro público. Pode? E que Banco do Brasil, Petrobrás e outras similares são empresas privadas, com liberdade para contratarem a publicidade que quiserem e por quanto desejar.
    Tempo, muito tempo com estudos elaborados, pilhas de calhamaços para defender “lambaris”, que na realidade, apanhados não porque tivessem mordido o anzol, mas para preencher a necessidade de coletar uma rede cheia: lodo, folhas e lambaris, inocentes ou não, misturados com os (graúdos) reais criminosos. A barafunda, esperam, anulará o processo.

    Tempo, muito tempo para blindar Lula, o Dirceu e seus companheiros, reunidos para perpetrar os desígnios impostos pelo Foro de São Paulo, criminosamente fundado em 1990, contra os interesses da pátria brasileira. Tempo, muito tempo para embaralhar propositadamente, e no final, empastelar tudo e servir à nação a gigantesca pizza: houve crimes, delitos, peculato, roubo, mentira, lavagem ou clareamento de dinheiro, mas não ficou demonstrado que haja alguém envolvido.
    Nada “nadica”. É o que se depreende com o início, na tarde de hoje, da defesa dos primeiros políticos.

    O paralelo que podemos aferir, comparando os procedimentos do julgamento e da atual CPMI (também as anteriores), vai se firmando. No julgamento cuidam dos lambaris e do lodo, mas escondem os criminosos; na CPMI, outra cortina de fumaça inexplicável, chamada de foco.

    O relator, com muita “sinceridade”, não aprova nada que fuja do foco. O paralelo é a blindagem dos peixes graúdos e o fundado receio (certeza absoluta) de que entre os peixes graúdos o anzol alcance as empreiteiras, muitos administradores públicos, muitos Ministros e também o peixão, co-proprietário do Foro de São Paulo.

    O que foi repetido, mascado, fumado e tornado cônjuge (tudo tão meigo), foram as declarações de que não há provas, não há indícios, não consta nos autos, as testemunhas… E querem, na linguagem rebuscada, provar que houve crime, mas nenhum criminoso.

    O povo, pobre ou remediado, doente ou sadio, aposentado ou na ativa, que todo mês encontra no seu contracheque aquilo que não cobre as suas necessidades, confundido, fica ouvindo tantos casos envolvendo milhões e bilhões. Mais embrulhados ainda serão instados para repetir o voto, afinal, todos são inocentes, limpos, puros e angelicalmente preocupados com as necessidades do povo brasileiro. Povo inconseqüente, ainda irá elegê-los e aplaudi-los e livres, voltarão a ser representantes do povo. De minha parte, uma ova!

    Totalmente aturdidos, devemos parabenizar o governo e o legislativo; nunca tivemos, na história passada ou presente “dessssste” país, tantos santos servindo a pátria. A vontade do Foro de São Paulo é determinante: o povo deve continuar enganado, atordoado e crente que os santos não são de barro.
    (*) Foto:Discurso do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no ato político de celebração aos 15 anos do Foro de São Paulo. São Paulo, 2 de julho de 2005.

    Walter Marquart
    10 de agosto de 2012

    50% DE VAGAS RACIAIS NAS UNIVERSIDADES FEDERAIS

    Se você é branco, pobre e estudou em escola pública...
    Se phodeu três vezes.
    A primeira por ser pobre.
    A segunda por ser branco.
    E a terceira é por ter estudado em escola pública.
     
    Nos dias de hoje no Brasil do jeitinho, os Negros, os Índios e os pardos pobres que estudaram em escola pública tem direito a 50% das vagas em universidades federais.
     
    E se você é branco remediado e sua família se phodeu para pagar a escola particular, tá na mesma.
    Quem mandou ter uma família sem grana e metida a burguesa que se matou de trabalhar pensando no seu futuro?
     
    Ou a família vai continuar rachando de trabalhar para te pagar uma universidade particular, ou vais amargar a condição de excluído racial no apartheid eleitoreiro e safado criado na pocilga por governos populistas e irresponsáveis.
     
    E se você for louro de olhos azuis, te aconselho o suícidio. Pois, talvez nem em concurso público você passe.
     
    E em vez desse DESgoverno bandido melhorar as condições do ensino básico dando meios para que os alunos pobres, brancos ou negros, cheguem a universidade em igualdade de condições com os filhos de ricos, ou não tão ricos, oriundos das escolas particulares.
     
    Preferem fazer populismo e demagogia barata e irão empilhar milhares de semi alfabetizados em bancos universitários, onde os estudantes perceberão da maneira mais cruel que estão totalmente á margem do saber.
     
    E os que conseguirem terminar os cursos serão profissionais sofríveis, salvo algumas raras excessões. E toda essa maracutaia eleitoreira e irresponsável só vai atrasar ainda mais o Brasil, onde a falta de pessoal qualificado e mão de obra especializada está fazendo com que empresas saiam em busca de gente fora do país para preencher vagas de trabalho que o trabalhador brasileiro não está qualificado.
    E em alguns anos teremos uma legião de diplomados trabalhando em sub empregos ou sendo chefiados por gente que veio de fora do país.
     
    E na verdade de que adianta dar vagas divididas pelo conceito de raça em universidade federal? O pessoal está sem aulas há meses e isso só demonstra o quanto este DESgoverno não tem noção de porra nenhuma. O negócio deles e o compromisso, é apenas com o poder.
    O país que se phoda e a população que se vire.
    Em vez de proporcionarem qualificação técnica e profissional para que os jovens tenham uma profissão em um país que está em crescimento, preferem criar uma casta de doutores assistidos e mediocres que certamente no futuro o DESgoverno irá desenvolver alguma forma de manobra para que as empresas tenham a OBRIGAÇÃO de dar empregos a esses profissionais cotistas.
    É MUITA IRRESPONSABILIDADE!!!!
     
    Sem contar que esse sistema joga o pobre dividido racialmente na condição de inferioridade intelectual.
    Ou seja: o negro, o índio e o pardo serão vistos no futuro como seres inferiores intelectualemente que chegaram ao diploma na marra sem merecimento ou conhecimento.
    E vamo que vamo criando mais uma geração de idiotas e alienados, pois o que importa na verdade é o voto!!!
    E no mais....
     
    10 de agosto de 2012
    omascate

    CELSO ARNALDO LIGA PARA A PADARIA: "POR FAVOR, A DILMA ESTÁ AÍ? AQUI É O PEZÃO

    Lendo o nonsense de Dilma sobre o telefone mágico instalado na central de bolinhos de chuva de Nova Friburgo, presumi – embora o dilmês sempre dê margem a inúmeros sentidos em sua falta de sentido – que quem ficou na padaria, “na madrugada de vários dias”, foi o Pezão, não ela.

    Dilma fez aquele sobrevoo à la Capitão Hamilton na região devastada, deu uma descidinha básica para encenar uma careta compungida, solucionou na hora o problema das enchentes com uma represa construída na cabeça, separando o neurônio em duas metades, e embarcou de volta ao clima demi-sec de Brasília. O Pezão, a contragosto, ficou por lá – já que Cabral, enquanto a população serrana fazia splash, já tinha combinado um squash no condomínio Delta de Mangaratiba, onde graças a Deus fazia sol, com o Cavendish.

    Mas não importa se foi Dilma ou Pezão o náufrago da padaria. Essa história do telefone do padeiro, reproduzida pelo Blog do Planalto, não seria plausível nem no pândego Diário da presidenta publicado na revista piauí: Pezão ficou ali ilhado, sozinho, descalço, dia e noite, insone, heroico, comendo pão velho e duro, comandando os trabalhos de resgate na região a partir do único aparelho de telefone ativo em toda a cidade, enquanto seus auxiliares diretos, com potentes iPhones, flanavam por aí trocando SMS e atualizando seus Facebooks.

    Essa padaria fantástica, à parte a nova fornada de empulhações que agora já assa às cinzas o tal Programa Nacional de Gestão de Risco e Resposta a Desastres Naturais, ontem anunciado por Dilma, me trouxe à lembrança uma historinha que era contada, com muita verve, pelo veterano repórter Durval Ferreira ─ saudosíssimo colega da revista MANCHETE, remanescente da época romântica do jornalismo policial em São Paulo. Os chamados setoristas faziam plantão, juntos, nas delegacias centrais, à espera de crimes que valessem a saída ou da chegada de infratores que valessem a entrada.

    Numa tarde de domingo particularmente vazia de sangue e fatos, chega uma notícia que, num dia bom, não daria nem um rodapé de jornal: um português, dono de padaria na Liberdade ─ daqui para frente, vamos chamá-lo pelo exótico nome de Seu Mané, para não identificá-lo ─ tinha sido recolhido ao distrito por aplicar uma coça na mulher, mulata sestrosa de múltiplos talentos.

    Aos policiais, de homem para homem, contou sua desgraça: contratara um pintor para dar um trato na fachada do estabelecimento e o gajo acabou dando um trato na fachada e na retaguarda de sua mulher. Pega em flagrante, nos fundos da padaria, levou uma bifa.
    O pintor, bem, o pintor se mandou, para nunca mais ser visto na Liberdade ou na falta dela. Seu Mané acabaria perdoando a moça – que era mulata para muitos e incontáveis talheres e também perdoou Seu Mané.

    Mas os setoristas de plantão, que ouviram a história de um policial que deu com a língua nos dentes, não perdoaram a desdita do português. Figuraço: baixo, careca, roliço, irritadiço, um tipo do baixo mundo de Eça, língua armada com os piores palavrões desde Camões. No dia seguinte, num jornal mais popular, saiu a inevitável manchete:
    ─ Pintor passa o pincel na mulher do padeiro.
    Bem, no dia seguinte esses jornais embrulhariam bacalhau, o caso estaria encerrado. Mas o pior, para Seu Mané, ainda estava por vir. A temporada era fraca, nada acontecia de bom ─ ou ruim ─ nos plantões policiais daquela semana, os setoristas tinham tempo de sobra. E então começou o bullying que levaria o português à loucura:
    ─ É da padaria?
    ─ Sim senhôre.
    ─ O sr. faz pizza para viagem?
    ─ Perfeitamente.
    ─ Dá para mandar o pintor trazer?
    Antes que o jornalista desligasse, às gargalhadas, Seu Mané já tinha mandado o sujeitinho colocar a pizza nos lugares mais improváveis. No dia seguinte:
    ─ Seu Mané?
    ─ Sim senhôre.
    ─ Aqui é o pintor. Acho que esqueci a broxa aí.

    Mané caiu de novo. E cairia todos os dias, durante quase um mês, diante de um interminável estoque de variações de maldades em torno do pintor lançadas pelos jornalistas, que se revezavam na empreitada cruel. Até que os repórteres se cansaram. E desistiram de infernizá-lo. Deixaram Seu Mané em paz ─ que, provavelmente à la Nelson Rodrigues, deve ter pedido perdão à mulher por ter sido traído. Foram felizes para sempre ─ ou até aparecer o pedreiro, mas aí é outra história.

    Os flagelados sobreviventes das enchentes anuais de Nova Friburgo e da região serrana, iludidos sistematicamente pelo governo do Rio com a promessa de obras que nunca serão feitas, agora tem sobre suas cabeças, como manto protetor à prova de chuvas, deslizamentos e mortes, um certo Programa Nacional de Gestão de Risco e Resposta aos Desastres Naturais.

    Não forma nem sigla: PNGRRDN parece sequência de letras de câmbio automático. No lugar do telefone da padaria, um rádio transmissor móvel, para Pezão comunicar o próximo desastre sem precisar comer pão velho. Cabral, é certo, estará comendo brioche em Paris. Esse é o avanço que empolga Dilma: transmitir o temporal pela “central móvel de comunicação”. A chuva também é móvel, bem como as encostas.

    E mais: não faz sentido ligar para a padaria e aplicar no coitado do padeiro de Nova Friburgo uma pegadinha do tipo:
    ─ Por favor, a Dilma está? Aqui é o Pezão.
    O trote do pintor, numa escala muito mais dramática, porque eventualmente letal, vem sendo dado sistematicamente na população por governantes que traem descaradamente os pobres manés desta vida.

     Celso Arnaldo Araujo
    10 de agosto de 2012
    Augusto Nunes

    BLOG DO ALUIZIO AMORIM É DESTAQUE NO SITE DA "DIGITAL RÁDIO MADRID" DA ESPANHA

    
    O site da Digital Radio Madrid destacando artigo aqui do blog. Clique sobre a imagem para vê-la ampliada
    A Digital Radio Madrid, sediada na capital espanhola e que transmite para a União Européia, Brasil, Venezuela, México e América Latina, postou em seu site artigo meu que publiquei aqui no blog em março deste ano, em que faço uma análise sociológica e política tomando como referência episódio da agressão sofrida naquele mês pelos oficiais da reserva das Forças Armadas Brasileira, defronte ao Clube Militar no Rio de Janeiro.
     
    O título do artigo é "A civilização ocidental está morrendo", porquanto identifico que a nova geração mais sucetível à lavagem cerebral levada a efeito pelo movimento comunista internacional em todos os âmbitos da vida social, particularmente nas escolas, universidades e por meio da grande mídia, se transforma num verdadeiro grupo de ataque as valores que tipificam a civilização ocidental.
     
    Concluo intuindo que a destruição dos valores da civilização ocidental que permitiram o extraordinário progresso da humanidade faz do futuro uma incognita sinistra.
     
    Dirige La Digital Rádio Madrid o jornalista Gerardo Moreno, que me encontrou pelo Twitter e manifestou o desejo de publicar os meus escritos em português no site dessa emissora espanhola, já que a rádio postula alcançar também o público de língua portuguesa.
     
    Com a internet sobreveio a globalização emm decorrência do benéfico avanço da ciência e da tecnologia, o que fez o mundo ficar interconectado 24 horas por dia permitindo um intenso intercâmbio de idéias entre os cidadãos em nível planetário.
     
    Normalmente a memória das pessoas é curta. Mas quando a globalização se impôs pela disponibilidade das ferramentas tecnologicas de comunicação, o movimento esquerdista internacional gastou rios de tinta para satanizá-la.
     
    Hoje nem se fala mais em globalização, muito menos em criticá-la. Os próprios esquerdistas calaram sobre isso, já que se valem dela para operar internacionalmente. O lamentável é que usam os cada vez mais amplos recursos da tecnologia para destruir justamente o ambiente cultural que lhes deu vida
     
    Deixo aqui o meu abraço ao colega jornalista espanhol Gerardo Moreno, que imprime nessa emissora que dirige uma dinâmica defesa da democracia e da liberdade.
    Oxalá possa de alguma forma contribuir para intensificar o necessário debate em torno de temas tão urgentes como esse objeto do meu artigo e que infelizmente não ganham o destaque nos veículos da grande mídia ingernacional, na sua maioria difusora da maldição do pensamento politiamente correto.
    O debate está apenas começando e é o mais importante deste século XXI.
     
    10 de agosto de 2012
    in aluizio amorim

    A PERSEGUIÇÃO A MILITARES NO URUGUAI


              Notícias Faltantes - Foro de São Paulo  Nota da tradutora:

    Tenho insistido em alertar os militares brasileiros acerca do que está acontecendo com os militares dos países vizinhos, em especial os da Argentina, Uruguai, Chile e Colômbia, sob as ordens do Foro de São Paulo. Este artigo traduzido abaixo é mais um alerta da similitude entre o que eles estão sendo obrigados a suportar e o que está acontecendo entre nós, principalmente com a implantação da “Comissão da Verdade”. Repito: não façam caso omisso desses alertas, não fechem os olhos para esta realidade infame.


    Em várias e distintas oportunidades comparou-se a situação dos diferentes países da região a partir do retorno aos sistemas democráticos, uma vez concluídas as guerras contra o levante popular dos anos sessenta e setenta.

    Em todos os casos, cedo ou tarde produziu-se uma reação por parte dos que foram derrotados durante os enfrentamentos, reações similares ou quase calcadas entre si, embora com resultados diferentes no que se refere à projeção política do problema.

    Provavelmente, o exemplo do Chile pode-se situar em um extremo positivo, e no outro, o que ocorre em países como o nosso ou o vizinho Uruguai, onde o conflito se prolonga à luz do ideologismo, da arbitrariedade e de um indissimulado espírito de vingança.
    Contudo, o nosso é o segundo país com maior quantidade de presos políticos: o primeiro é a Colômbia com mais de dois mil [1], em que pese que lá a guerra continua e o narcotráfico está diretamente envolvido com o terrorismo

    No Uruguai há até o momento uns trinta presos, depois de mais de trinta anos de haver finalizado os fatos provocados pelo Movimento de Libertação Nacional Tupamaros (MLT-Tupamaros) e outros grupos revolucionários. Porém, as pressões aumentam. Chegou-se a deter e processar um general em atividade - Miguel Dalmao - Chefe de uma Divisão do Exército, e um coronel de idade avançada, José Nelson Chialanza, enquanto em Buenos Aires permanece detido o coronal Manuel Cordero Piacentini em discutíveis circunstâncias jurídicas, e outros três coronéis estão privados de sua liberdade no Chile.

    Tudo isto procede a uma escalada de denúncias, julgamentos e detenções que afetarão a estabilidade da República do Uruguai em termos parecidos aos que vivemos na Argentina. O caso de Dalmao é emblemático por diversos motivos, não só por sua condição de reservista como também - e isto há que destacar - pela vulnerabilidade das garantias e da norma jurídica, o que demonstra a animosidade com que atuam certos juízes e promotores contra civis, militares e policiais que exerceram suas funções naqueles anos.

    Tais juízes e promotores, conectados com organizações que se identificam como defensoras dos “direitos humanos”, seu comportamento integra a nova fase que configura uma forma de guerra que os analistas qualificam de diversas maneiras: de Quarta Geração, Assimétrica ou Molecular, segundo as principais denominações que se agrupam da genérica definição de “gramscismo”.

    Aqui sabemos do que se trata. O novo enfrentamento requer um primeiro passo fundamental de grande profundidade psicológica: dobrar a moral dos vencedores de ontem, suprimir toda a capacidade de reação, gerar o esquecimento do conteúdo verdadeiro do que historicamente aconteceu e criar melhores condições políticas para desdobrar novas ações.

    A tergiversação dos fatos integra esta estratégia. Quando se recorda a violência empreendida pelos oponentes, se apresentam os casos como uma agressão das Forças Legais, e os atacantes se apresentam ante a história como vítimas pelo único “delito” de ter aspirado a melhores condições para o conjunto da sociedade.

    Assim, em toda a região se utilizam idênticos argumentos, chavões e palavras de ordem, o que não é casualidade, senão que responde a um plano coordenado e em execução, com uma finalidade explosivos e lá se retomou a violência em termos exponenciais.
    específica: conquistar, manter e consolidar indefinidamente o poder político.
    Para isso inventou-se a auto-definição de “jovens idealistas” e, vitimizando-se, fala-se de torturas e execuções realizadas exclusivamente pelos que combateram o levante popular.

    Em 1973, as Forças Legais uruguaias haviam derrotado as organizações armadas, financiadas pela hoje desaparecida União Soviética através do governo cubano. Um ano depois, por petições do castrismo, criou-se a Junta Coordenadora Revolucionária com elementos argentinos, bolivianos, brasileiros, os chilenos que respaldaram Salvador Allende e os uruguaios que insistiram em continuar a guerra.
    Chegaram a Montevidéu pistolas e metralhadoras fabricadas artesanalmente pelos montoneros, fabricaram-se todo tipo de
    Enquanto isso, Juan Domingo Perón havia retornado, expulsou Cámpora da Casa Rosada, estabeleceu um governo de transição e em setembro de 1974 ganhou as eleições por esmagadora maioria.

    Em 1974 foi detida em Montevidéu Nibia Sabalsagaray Curutchet, dirigente da União de Juventudes Comunistas. Naquela época já se encontrava na prisão Tibaldo Rodney Arismendi Mattos Carrasco, histórico dirigente do Partido Comunista Uruguaio (PCU), que já havia oferecido toda a informação requerida pelas autoridades militares.

    Dentro do marco das particularidades especiais com que se desenvolveu o comunismo em quase toda a América Latina, Arismendi foi posto em liberdade um ano depois e viajou de imediato para Moscou, enquanto a jovem mencionada resolveu se suicidar.

    Passaram-se quase quarenta anos. O então jovem alferes Dalmao prosseguiu sua carreira até alcançar o grau que hoje ostenta com o conseguinte respaldo legal e político.

    Em função da etapa atual, a irmã da dirigente juvenil do comunismo conseguiu reabrir a causa, em petições de seus atuais advogados patrocinadores. Estes, adeptos do desprestígio dos integrantes das Forças Armadas, cuidaram de pôr em dúvida o suicídio e aprofundar a marcha para novas tensões ditadas pelo ressentimento e o transbordamento da imaginação, respaldados por uma midiatização parcializada e oportunista.

    Em conseqüência, não é difícil vaticinar que por determinação do Foro de São Paulo o Uruguai se prepare para viver momentos difíceis embora previsíveis, à luz da experiência argentina.

    Nota:

    [1] Segundo dados que me foram fornecidos por militares colombianos, o número real de militares atualmente presos - de soldados a generais - já chega à assombrosa casa dos 5 mil (CINCO MIL) e até o final do ano alcançarão os 8 mil (OITO MIL).

    Escrito por Carlos Manuel Acuña
    Tradução: Graça Salgueiro

    POSITIVISMO INCONSCIENTE


              Artigos - Cultura         C 395
    O enigma aparente de um povo conservador que só vota em candidatos de esquerda tem ao menos parte da sua explicação no esforço de esvaziamento ideológico da sociedade, empreendido pelos governos militares.

    Quando escrevi que os militares que governaram o Brasil de 1964 a 1985 eram positivistas, não quis dizer que fossem seguidores conscientes e devotos de uma doutrina, que estudassem dia e noite a filosofia de Augusto Comte ou qualquer das suas modernas versões neopositivistas, analíticas, etc.

    Ao contrário, se o fizessem acabariam adquirindo uma visão crítica das limitações dessa escola e talvez até rompendo abertamente com ela, à imagem do que aconteceu com tantos intelectuais nas hostes marxistas.

    O poder de influência de uma doutrina não se mede pelo número dos que a conhecem a fundo, mas pelo dos que a seguem sem ter a menor ideia de que o fazem. À medida mesma que uma corrente de pensamento se dilui no "senso comum", perdendo sua identidade própria, redobra a força com que seus símbolos, valores, critérios de julgamento e normas de ação determinam o comportamento dos homens na sociedade.

    O próprio marxismo não seria nada se tivesse a seu serviço somente intelectuais de elite capazes de conhecê-lo e meditá-lo: é a massa dos marxistas inconscientes – aqueles que acreditam não ser comunistas – que lhe dá seu tremendo poder de impregnação na sociedade.

    O mesmo sucedeu com o positivismo dos militares. Nos últimos anos do Império e nos primeiros da República, o Système de Politique Positive e o Catéchisme Positiviste passavam de mão em mão nas escolas militares como se fossem reedições da Bíblia. Pouco a pouco, à medida mesma que essas obras deixavam de ser lidas, suas lições se impregnaram nos hábitos mentais da comunidade castrense e aí continuaram, com a passagem das décadas, exercendo uma influência sem nome, tanto mais penetrante quanto mais despida de qualquer identidade reconhecível.
    A "ditadura tecnocrática" é a mais típica proposta política de Augusto Comte. Se sabemos que é de Comte, podemos ter a ideia maligna de estudá-la nos textos do mestre e discuti-la em voz alta, o que terminará por nos levar a analisá-la criticamente e relativizá-la, se não a rejeitá-la por completo. Se, ao contrário, ela boia invisivelmente no ar, começa a nos parecer a voz direta da realidade, com todo o prestígio do consensual, do óbvio e do indiscutível.
    Pior ainda, essa influência residual veio a se mesclar, numa confusão dos diabos, com outros elementos ideológicos de origem não conscientizada criticamente, como por exemplo o dogma do marxismo vulgar que institui o primado do econômico.
    Nossos militares acreditavam piamente que o sucesso da propaganda comunista era fomentado acima de tudo pela miséria e pelo subdesenvolvimento. Deram o melhor de si para combater esses dois males.
    Elevaram consideravelmente o PIB, construíram obras públicas fundamentais e, no conjunto, suas realizações nada perdem na comparação com as de outros governos criativos, como Getúlio Vargas e JK, com a diferença nada desprezível de que no tempo destes últimos a corrupção crescia junto com o país.
    Tudo isso é excelente em si mesmo, mas não ajudou em nada a deter o avanço do esquerdismo revolucionário. Nem poderia ajudar. O comunismo jamais recrutou o grosso dos seus militantes entre os miseráveis, mas entre jovens de classe média, inconformados de que a instrução que receberam não lhes dê a ascensão social e política que promete e que imaginam merecer.
    O progresso econômico dos anos 70-80 espalhou universidades por toda parte e multiplicou ilimitadamente o "proletariado intelectual", como o chamava Otto Maria Carpeaux, a massa de estudantes semi-instruídos aos quais, ao mesmo tempo, o governo sonegava toda formação política conservadora, deixando-os à mercê dos professores esquerdistas que já naquela época monopolizavam as cátedras universitárias. A crença no poder mágico do crescimento econômico e a completa ignorância do fator cultural (que àquela altura os próprios comunistas já haviam compreendido ser o mais decisivo) selaram o destino do regime.
    Outro elemento ideológico mesclado veio do cacoete "pragmatista" (entre sólidas aspas) segundo o qual as ideologias não fedem nem cheiram e tudo deve ser resolvido "com neutralidade" pela técnica e pela ciência. Essa ideia, posta em circulação sobretudo por interpretações populares do best seller de Daniel Bell, The End of Ideology , dominou a atmosfera mental de boa parte da direita nos anos 60-80 e, também sem exame crítico, contaminou os nossos governantes, reforçando consideravelmente sua aposta numa "ditadura tecnocrática" salvadora.
    Não espanta que nada fizessem para construir um partido de massas, uma militância popular, e reduzissem a política a conchavos de gabinete onde os "técnicos", pairando assepticamente acima de discussões ideológicas, tinham sempre a última palavra.
    Dizem que a Arena, nesse período, chegou a ser "o maior partido do Ocidente". Chegou, sim, em número de votos e de candidatos eleitos. Mas eleitores vão e vêm. O que fica, num partido, é a militância organizada, ideologicamente adestrada, espalhada e arraigada no fundo da sociedade civil, capaz de disseminar na opinião pública um corpo de crenças, valores e atitudes duráveis, não meros nomes de candidatos que no dia seguinte serão esquecidos.
    A Arena não tinha nada disso. Tinha apenas cabos eleitorais. Ao primeiro sopro de um vento contrário, seus eleitores bandearam-se para o PT e demais partidos de esquerda, sem nem mesmo perceber que haviam mudado de filiação ideológica. O enigma aparente de um povo conservador que só vota em candidatos de esquerda tem ao menos parte da sua explicação no esforço de esvaziamento ideológico da sociedade, empreendido pelos governos militares.
    10 de agosto de 2012
    Olavo de Carvalho
    Publicado no Diário do Comércio.

    POR QUE VOCÊ DEVERIA SER UM CONSERVADOR


              Artigos - Conservadorismo 
    Essa nossa obrigação de aumentar a felicidade humana, ou diminuir o sofrimento, é uma ideia de dez minutos atrás, historicamente falando.

    Uma sociedade primitiva está sendo devastada por uma doença, então você traz a medicina moderna para dar suporte e aniquilar a doença, apenas para descobrir depois que ao fazer isso você trouxe uma explosão populacional. Você introduz métodos contraceptivos para controlar a população e descobre ter desmantelado toda uma cultura.

    Em casa você elabora leis para aliviar a angústia das mães solteiras e descobre que você criou um incentivo financeiro para a produção de crianças ilegítimas. Você garante um salário mínimo e descobre que você extinguiu, não apenas algumas indústrias específicas, mas a própria indústria como traço pessoal [empreendedorismo]. Você dá a chance de todos viajarem, e como resultado, não resta nenhum lugar digno de viajar. E assim por diante.

    Esse é o melhor e mais velho argumento em favor do conservadorismo: o argumento advindo do fato de que nossas ações quase sempre têm consequências imprevisíveis e indesejáveis. É um argumento de tão grande e tão triste fundo de experiência, que nada pode superar isso racionalmente. Mas de forma alguma, pelo menos nas sociedades como a nossa, jamais se deu o devido valor a esse argumento. Quando as chamadas “reformas” provam, repetidamente, serem curas piores que a doença, assume-se sempre a necessidade de uma dose maior e mais drástica dessa “reforma”.

    Por que as pessoas são tão infelizes? De acordo com Malthus, as principais causas da tristeza humana são a fome, as guerras e as doenças. Certamente esse é um maravilhoso ponto de vista externo do assunto, não? Se isso fosse verdade, então neste momento, a maioria dos cidadãos de Nova York, Londres ou Sidney, agora na casa dos 30 anos, por não terem a mais remota experiência de fome, guerra e doenças, devem ter alcançado o patamar máximo de felicidade acessível a um ser humano.
    Alguém acredita que isso seja verdade? Essas próprias pessoas, não acreditam nisso de alguma maneira; o que seria suficiente em si mesmo para tornar-se uma inverdade, mesmo que não houvesse nenhum outro fator em jogo. Uma visão como essa de Malthus, negligencia completamente uma peculiaridade interna do Homo Sapiens: ele é equipado não apenas com um termostato, mas também com um “descontentamentostato”, que mantém sempre o seu descontentamento, se não em um nível constante, pelo menos em um nível mínimo determinado, e esse mínimo já é um valor alto.

    Mas mesmo quanto às causas externas da tristeza, a lista de Malthus omite uma causa que, em qualquer época do nosso século, é tão importante quanto à guerra, fome ou as doenças. Essa causa é na verdade a responsável pela maior parte das nossas guerras e surtos de fome. Falo da benevolência.

    Há milhões de exemplos para se dar: aqueles extraídos dos efeitos da legislação do “bem-estar” das sociedades como a nossa, outros acerca dos efeitos da tecnologia ocidental sobre sociedades primitivas e assim por diante. Mas eu irei direto ao maior e mais óbvio exemplo de todos: o comunismo do século XX. Ele é um mal tão pavoroso, que alguns ignorantes ou supersticiosos acreditam em uma raiz psicológica de natureza satanista, ou mesmo na possibilidade de ser uma obra do próprio Satã. Sobriamente falando, está além de qualquer questionamento que a raiz psicológica do comunismo do século XX é a benevolência.

    Lênin, Stálin e o resto, não fariam nada do que fizeram se não fosse pelo fato que eles começaram a desejar o bem da raça humana. O comunismo difere, é claro, da associação Friends of Humanity, na crença referente às condições necessárias para se alcançar a felicidade humana. Mas o combustível do comunismo sempre foi o mesmo dos utopistas: o apaixonado desejo de abolir, ou pelo menos suavizar, a tristeza humana.
    Ainda assim, todos sabem quais foram os verdadeiros efeitos do comunismo. Eles trouxeram um nível e extensão sem precedentes de sofrimento onde quer que eles tenham triunfado; e onde eles se frustraram, houve inextinguível guerra e, na maior parte dos casos, também fome.

    Quando eu digo que esses são os efeitos da benevolência, eu evidentemente me refiro à benevolência que toma a totalidade da humanidade como objeto. Para ser um pouco mais analítico, me refiro ao estado de espírito que não apenas põe a benevolência universal acima das obrigações morais, mas coloca a moralidade acima de tudo.

    É importante compreender que é apenas a combinação destes dois elementos a causa forte da miséria moderna. Cada um desses dois elementos separadamente levados em conta são sempre incomparavelmente inofensivos. Uma pessoa convencida de ter uma obrigação moral de ser benevolente, mas que na verdade coloca a moralidade nos baixos patamares, ou pelo menos em um grau menor; ou, novamente, uma pessoa também convencida que sua obrigação moral suprema é, não ser benevolente, mas ser piedosa, sábia ou criativa: em ambos os casos, é possível que elas possam vir a se tornar um flagelo para os outros humanos, embora na maior parte dos casos isso não aconteça.
    E mesmo no pior dos casos, o sofrimento causado por tal pessoa, tornar-se-á irrisório perto do sofrimento causado por Lênin, Stálin, Mao Tsé Tung, Ho Chi Minh, Kim I-Sung, Pol Pot ou Fidel Castro: pessoas convencidas de ambas as coisas, tanto da supremacia da benevolência entre as obrigações morais e da supremacia moral sobre todas as coisas. É essa combinação a infalível e enorme força destruidora da felicidade humana.

    O problema do mundo livre é que essa combinação letal não é de forma alguma peculiaridade dos comunistas. Pelo contrário, é compartilhada pelos utopistas do Iluminismo (como eu estava dizendo antes), os governantes de facto do mundo livre – e têm sido nos últimos vinte anos. Essas pessoas com certeza não são comunistas, apenas por conta deles nunca terem feito o “avanço intelectual” que, como eu disse, separa o “socialismo científico” de Marx do “socialismo utópico”. Mas eles são, pelas razões mencionadas anteriormente, quase tão perigosos quanto os comunistas.

    Essa nossa obrigação de aumentar a felicidade humana, ou diminuir o sofrimento, é uma ideia de dez minutos atrás, historicamente falando. A raça humana em geral, sempre supôs que sua obrigação moral primária residia em outro lugar: em ser santa, ser virtuosa ou praticar uma virtude específica: lealdade ou coragem, por exemplo. Uma obrigação de aumentar a felicidade geral ocupou pouco ou quase nenhum lugar na maioria dos sistemas morais, seja dos letrados ou dos ignorantes. Mas dos contemporâneos aos quais me refiro, qualquer coisa moralmente mais importante que a felicidade humana é simplesmente inconcebível. Você pode facilmente confirmar isso pedindo a qualquer um deles um exemplo de algo que eles considerem moralmente ruim. Você verá as respostas dadas; em todos os casos, virá um exemplo evocando essencialmente a dor.

    E então, essas são também pessoas que colocam a moralidade em primeiro lugar. Você pode perceber isso facilmente, pois (como eu disse anteriormente) todas elas supõem que essa é apenas uma pergunta retórica, “Não devem os erros ser corrigidos?”. Ainda não é nada do gênero; e é neste ponto ao qual a lógica pode pelo menos uma vez fazer algo digno de ser lembrado.

    Não se segue de algo ser moralmente errado a necessidade de removê-lo. Não se segue que seria moralmente preferível se essa coisa não existisse. Nem mesmo se segue que nós temos alguma obrigação moral de tentar remover isso. X deve estar errado, ainda assim toda alternativa à X é tão errada quanto X, ou até mais. Pode ser que, mesmo uma tentativa de remover X, seja tão errada quanto já é X, ou até mais. Pode ser que toda alternativa à X, e qualquer tentativa de remover X, embora não seja errada em si mesma, inevitavelmente terá efeitos tão errados quanto X, ou pior. A conclusão falha novamente se (como muitos filósofos acreditam) “dever” [ought] implicar “poder” [can]. Pois nesse caso há pelo menos alguns males, nomeadamente os males necessários, aos quais ninguém pode ter qualquer obrigação de remover.

    Essas são verdades puramente lógicas, mas elas também são verdades às quais, na maior parte da história, a experiência comum da vida as abrigou na casa das pessoas mesmo de inteligência moderada. Que quase toda decisão é uma escolha entre males; que o melhor é um inveterado inimigo do bem; que a estrada para o inferno está pavimentada de boas intenções; tais provérbios populares estão entre os mais certos, tais como as largamente conhecidas lições da experiência. Mas de uma forma ou outra, a imunidade completa a elas foi de uma vez por todas conferida a qualquer um que entrasse em uma universidade.

    Em 1967, pelo que mais foi admirada a oposição estudantil ao envolvimento americano no Vietnã? Pelo “idealismo” – todos sabem disso. Isso significou, essencialmente, a necessidade de convencê-los apenas do caráter errôneo desse envolvimento, apenas para concluir de uma vez por todas, que aquilo deveria terminar independente de quais fossem as consequências. Isso pode ou pode não ter sido idealismo, não sei; mas eu sei que isso foi uma péssima lógica. Os professores desses alunos poderiam ter feito um serviço público e intelectual apontando essa falácia. Mas eles não costumam fazer isso.

    Deve-se deixar de dizer que os conservadores, muitas vezes, erroneamente acreditam que uma quantidade de mal é necessária, ou pelo menos suas alternativas são pelo menos tão ruins quanto, ou que qualquer tentativa de remover esse mal pode ter consequências piores. Tais erros são, sem dúvida, a parte mais importante da retórica dos “reformistas”, e eles são de fato comuns. Nós precisamos simplesmente “dividir de um lado a outro” com eles, pois é certo que os conservadores erram pelo menos na mesma quantidade do outro lado. Há, assumidamente, uma assimetria entre os lados, onde o conservador terá frequentemente mais interesse no assunto do que o reformador utópico, algo pessoalmente a perder, na tentativa de suprimir certo mal. Mas mesmo essa assimetria é anulada por outra: a de que o conservador é mais provável de estar certo, porque o interesse pessoal, muitas vezes aguça a percepção intelectual, enquanto que a “fome e sede de justiça” sempre atrapalham.

    ***
    A maior parte deste ensaio até agora tratou em termos universais, e uma parte dele, filosóficos. Eu critiquei o único argumento universal do anti-conservadorismo que eu conheço, e minha principal objeção ao utopismo iluminista foi o precipício metafísico ao qual se abriu entre o passado e o presente.

    Em favor do conservadorismo eu avancei em direção ao argumento empírico da probabilidade das nossas ações terem consequências imprevisíveis e indesejáveis; também fiz um apontamento lógico de que não se segue, sobre algo ser mau ou errado, que o mundo seria melhor sem ele. Ambos são argumentos muito gerais em favor do conservadorismo: eles se mantêm a qualquer época ou circunstância. Mas seria absurdo para mim, mesmo eu sendo um filósofo, omitir completamente o argumento especial em favor do conservadorismo ao qual é fornecido pela nossa atual situação social.

    A fim de travar conhecimento com meus oponentes no único campo onde eles se sentem a vontade; não direi nada sobre nossa presente situação exceto nessa dimensão de alegria-tristeza. Deixarei de lado todas as questões de valor e falarei apenas de fatos. Eu vou evitar até mesmo levantar qualquer questão sobre os atos futuros: por exemplo, se uma sociedade tal como a nossa pode sobreviver dez anos. Apenas os fatos então: apenas fatos, e mesmo neles, sobre alegria ou o seu oposto; e apenas os fatos presentes ou passados.

    Há variadas determinantes operando sobre a felicidade humana, e algumas delas não são apenas internas, mas privadas, e dificilmente elas são acessíveis ao conhecimento público. Mas há outras externas, públicas, e até mesmo óbvias. Consideremos apenas duas das mais óbvias determinantes de felicidade ou sofrimento de uma sociedade: respeito pela vida humana e respeito pela propriedade. Ambas devem estar presentes no mais alto grau, é claro, e ainda a sociedade vai sofrer: dependerá sobre o quê os demais fatores estarão operando. Mas a sociedade precisa ser extremamente infeliz e exercer cada vez menos respeito pela vida ou pela propriedade privada; e onde um desses dois fatores for baixo, é certo que essa sociedade será extremamente infeliz, não importa quais outros fatores operam ali.

    Como estamos colocados então, aqui e agora, em relação ao respeito à vida humana e à propriedade privada, comparados a cem, cinquenta ou vinte e cinco anos atrás? Como todos sabem as respostas a essa questão, não há necessidade de dizer muito sobre isso, mas alguns fatos relevantes merecem ser mencionados.

    Falemos primeiro sobre o respeito pela propriedade. Toda escola, cabine telefônica, de fato todo prédio público ou instalação, se não é permanentemente guardado ou uma fortaleza, está agora ou sendo danificado, ou assaltado, ou desfigurado em uma questão de uma rotina quase diária. Todo domicílio privado ou local de trabalho é roubado frequentemente se não for uma fortaleza, e às vezes mesmo se for. A polícia, que naturalmente já temos bastante, tem apenas um morno interesse em resistir a onda de crimes que eles não poderiam conter nem se tivessem uma força dez vezes maior, e mesmo se eles fossem totalmente livres de toda a complacência tida em relação ao crime. As seguradoras cada vez mais reconhecem que o ramo de seguros – como a locomotiva a vapor e o respeito pelas mulheres, partes integrantes de um mundo que evanesceu– é também um ramo no rumo inevitável do desaparecimento.

    Quanto ao respeito pela vida humana: nas ruas, nos transportes públicos, mesmo em casa, toda criança, mulher e todo homem que não é um criminoso de média ou alta classificação, está constantemente exposto ao risco de assalto, estupro ou assassinato, ao qual não tem paralelo fora do mundo livre atual, ou mesmo existido previamente no mundo livre, excepcionalmente em épocas de guerra ou ocupação, e só nessas épocas.
    Em qualquer frondoso subúrbio, embora o governo local o proíba de cortar, mesmo que seja no seu próprio quintal, a vida de uma árvore, centenas de jovens humanos somem em banheiros todos os dias. Quase todas as famílias agora sentem os efeitos do desdém pela vida alheia mostrada pelos usuários de drogas, traficantes e afins. Homens homossexuais insistem sobre seu direito de pôr em perigo a vida de outras pessoas indiferentemente, sejam elas outros homossexuais, enfermeiros ou funcionários dos hospitais ou meras pessoas presentes; e eles insistem tão efetivamente que os doutores, que são obrigados por lei a notificar às autoridades públicas de saúde a identidade de qualquer portador de qualquer outra doença infectocontagiosa, são proibidos por lei a fazê-los nos casos dos portadores de AIDS.

    Seria meramente cansativo estender este catálogo de fatos tão excessivamente familiares. Mas esses são fatos que, sem exceção, são extremamente novos. Essas coisas ou não existiam, ou nada remotamente comparável a elas em escala existiu, seja, cem, cinquenta ou vinte e cinco anos atrás. O fato é que esse íngreme declive pelo respeito à vida humana e pela propriedade privada data precisamente a partir da ascensão ao poder desses novos governantes nossos, aos quais falei anteriormente; e este declive está pari passu com a extensão e consolidação de seus governos desde os últimos vinte e poucos anos.

    Se alguma pessoa acreditar que essa é uma mera coincidência temporal, dificilmente valerá a pena argumentar com essa pessoa. É óbvio o bastante que a dissolução interna dos países livres, e a irresolução externa que se instalou ao mesmo tempo, são dois efeitos de uma mesma causa: aquele deslocamento de percepção que se deu entre 1965 e 1970 e começou nos campos (ou nos passeios, para ser mais exato) de Berkeley.

    Esse argumento ‘aqui-e-agora’ em favor do conservadorismo poderia ser impugnado, claro, se outra lista pudesse ser compilada para coincidir com os argumentos dados por mim: uma lista de outras maneiras em que, no mesmo período, a felicidade na nossa sociedade foi obviamente e massivamente aumentada tanto quanto tenha sido diminuído do declínio do respeito pela vida e pela propriedade. Mas poderia tal lista ser compilada?

    Eu não estou tão desesperado com as sociedades como as nossas a ponto de acreditar que não se fez nenhum progresso na felicidade entre 1967 e 1987. Pelo contrário, estou convencido de que houve um real, e até mesmo desigual, progresso nessa dimensão.
    Beneficiários do mercado de drogas, por exemplo, são certamente mais felizes agora do que eram seus similares de 1967; assim como os beneficiários do mercado de vídeos pornográficos; assim como os funcionários da KGB afortunados o bastante para serem colocados entre nós. Mas essas são classes numericamente menores em relação à população em geral e, mesmo se eles fossem colocados todos juntos, o aumento de felicidade deles dificilmente compensaria o aumento geral no sofrimento humano resultante do íngreme declínio do respeito à vida humana e à propriedade.

    Alguém vai sugerir, imagino, que nas nossas sociedades a felicidade dos homens, crianças ou das próprias mulheres foram ampliadas pela convulsão feminista? Isso dificilmente seria sequer uma piada, seria uma indesculpável piada, que apenas uma olhada para o rosto de alguma convulsionária seria o bastante para se refrear. De qualquer forma, é óbvio que o próprio feminismo é uma importante causa no declínio da segurança legal e física a qual as mulheres sofreram nos últimos vinte e cinco anos.

    Bem, alguém pode compilar uma lista de positivos para contrabalancear a lista de negativos dados por mim? Do meu ponto de vista, essa compilação é assunto de segunda importância, pois mesmo se alguém pudesse, vai apenas compensar o argumento local, não os gerais em favor do conservadorismo. Contudo, estou confiante que tal tarefa não pode ser realizada. Alguém se habilita?

    Mais sobre David Stove (1927-1994), v. Who was David Stove?, por Roger Kimball.
    10 de agosto de 2012
    Primeiro ensaio: O Argumento de Colombo

    Tradução: Leonildo Trombela Junior

    NOVO CÓDIGO PENAL: PENALIZANDO INOCENTES E INOCENTAND CRIMINOSOS

        
              Artigos - Governo do PT        

    Promotores da reforma querem aprovação em menos de dois meses.


    Nesta quarta-feira (8) foi instalada no Senado Federal a comissão especial que tratará da reforma do Código Penal Brasileiro, conforme o Projeto de Lei do Senado PLS 236/2012.

    Diferente do atual Código Penal, que levou 20 anos para aprovar, o novo Código Penal tem dada marcada para a votação final de aprovação em 4 de outubro.

    Em menos de dois meses, em plena época de eleições, como os políticos conseguirão devidamente analisar o novo Código? A quem interessa tanta pressa? Por que aprovar o novo Código Penal em menos de dois meses?
    De novo, o Código só tem o nome, pois as barbaridades que ele impõe são antigas.

    Descriminalização do aborto (artigo 128)

    Para a interrupção da gravidez, aborto, será necessário apenas que a mulher apresente um laudo psicológico informando não está pronta ou não desejar ser mãe.

    Eutanásia (artigo 122)

    A Comissão sugere a regulamentação da eutanásia no Brasil

    Criminalização da “homofobia”

    A penalização por descriminação em virtude da orientação sexual está prevista em vários momentos, a saber:
    - como agravante de penas (art. 77)
    - homicídio qualificado ( art. 121)
    - lesões corporais (art. 129 § 6º)
    - injúria (art. 138, § 1º)
    - terrorismo (art. 239, III)
    - incitação ao crime (art. 254)
    - crime contra a humanidade - genocídio (art. 459)
    - crime de tortura (art. 468, I,c)
    - crime de racismo e preconceito (art. 472 a 474)

    Legalização dos prostíbulos (artigo 189)

    Permissão de casas de prostituição no Brasil. Proposta que já foi rejeitada por unanimidade na Câmara dos Deputados pois facilitará o trafico de mulheres

    Descriminalização das drogas (artigo 212 § 2º)

    Propõe a liberação do uso de todos os tipos de drogas no Brasil. O usuário poderá plantar, cultivar, guardar. Poderá transportar drogas em quantidade para ser usada até por cinco dias. Como se dará a mensuração desta quantidade?

    Violência contra crianças indígenas (artigo 36)

    Os índios não podem ser responsabilizados por ritos e práticas culturais, mesmo que envolvam violência, estupro e assassinato de crianças.

    Favorecimento a pedofilia – estupro de vulneráveis (artigo 186, 187, 188, 189)

    O Código Penal Brasileiro até o ano de 2009 previa no seu artigo 224 o estupro presumido, ou seja, quem mantivesse relação sexual com adolescente menor de 14 anos, era condenado por estupro presumido, mesmo que o adolescente ou a adolescente desse o consentimento.

    Em 2009 foi promulgada a Lei 12.015/2009 que passou a definir este tipo de crime não mais como estupro presumido, mas como estupro de vulneráveis. Ou seja, quem tiver relações sexuais, ou praticar relações sexuais com menor de 14 anos poderá ser condenado até 15 anos de reclusão.
    No PLS 236/2012 encontramos a absurda proposta para que se diminua a idade prevista para estupro de vulnerável de 14 para 12 anos de idade.

    Assim, se esta mudança acontecer, o sexo com crianças a partir de 12 anos não será mais criminalizado.
    Infelizmente a proposta ganha força a cada dia. Muitos defendem que a menina e o menino de 12 anos de idade já desejam ter relações sexuais, conforme argumentos dos promotores da educação sexual, cuja subsistência depende disso. No entanto, já se ouve rumores que alguns intelectuais no Brasil defendem que o ideal seria diminuir não para 12 anos de idade, mas para 10 anos de idade.

    Diminuir a idade do consentimento para a relação sexual no Brasil vai favorecer o abuso sexual de crianças e adolescentes, a prática da pedofilia e em especial a prostituição infantil e o turismo sexual.

    Crime cibernético

    Trará ameaças às pessoas que emitem opiniões pela internet.

    O perigo é real: manifeste-se!

    No PLS 236/2012 está explícito que falar da homossexualidade poderá ser considerado até mesmo crime contra a humanidade. Para os que acham que isso é um absurdo e que uma proposta desta jamais passará, queremos lembrar que este ano um pastor americano, o Rev. Scott Lively, está sendo processado por crime contra a humanidade por apenas ter se manifestado contra a homossexualidade.

    Telefone gratuitamente para Senado (0800 612 211) para se manifestar.
    Para obter o nome de todos os senadores envolvidos e cópia de comunicado detalhado da Dra. Damares sobre o perigo do novo Código Penal, envie uma solicitação para: juliosevero@outlook.com Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.

    Damares Alves
    10 de agosto de 2012
    Adaptado por Julio Severo.