De acordo com a revista, o Núcleo de Inteligência da PF enviou o relatório sigiloso à Procuradoria-Geral da República, já que governadores só podem ser investigados pelo procurador-geral da República.
Segundo o relatório, são contundentes os indícios de que a Delta deu dinheiro a Perillo. Foi explicado, por exemplo, o nebuloso caso da venda da casa de Perillo a Cachoeira.
A partir de diálogos interceptados, a PF concluiu que, logo após assumir o governo de Goiás, em 2011, Perillo e a Delta firmaram um compromisso, intermediado por Cachoeira: para que a Delta recebesse em dia o que era devido pelo governo goiano, a construtora teria de pagar Perillo.
Segundo a reportagem, o primeiro acordo envolveu a casa onde Perillo morava. O governador queria vender o imóvel e receber uma “diferença” de R$ 500 mil. Cachoeira e a Delta toparam e pagariam com cheques de laranjas em três parcelas. Perillo nega até hoje que tenha vendido a casa para o bicheiro.
Os cheques de Cachoeira foram recebidos por Perillo, e o dinheiro para os pagamentos, feitos entre março e maio de 2011, saía da Delta, era lavado por empresas fantasmas do bicheiro e depois era repassado ao governador. Depois do processo, de acordo com a reportagem, o governo de Goiás fazia o pagamento do que era devido à empreiteira. A “diferença” de R$ 500 mil relativa ao imóvel foi entregue pela Delta a um assessor de Perillo. Tudo com a chancela da direção nacional da Delta, que autorizou os pagamentos.
Segundo a revista, as transações do esquema tiveram a participação de Wladmir Garcez, amigo do governador e ex-presidente da Câmara de Vereadores de Goiânia. Ele fazia pedidos, cobrava valores e dava recados para a Delta e pessoas ligadas a Cachoeira. Outro personagem presente nas negociações era Cláudio Abreu, então diretor da Delta no Centro-Oeste, que era responsável por obter contratos públicos para a empreiteira.
As investigações da PF começaram no dia 27 de fevereiro de 2011, quando Perillo cobrava o pagamento do “compromisso” da Delta. Em um dos diálogos gravados pela PF, Cachoeira pede pressa a Abreu: “E aquele trem (dinheiro) do Marconi (governador), hein? Marconi já falou com o Wladmir (Garcez), viu”. Abreu tenta negociar, de acordo com o material de investigação obtido pela “Época”. Cachoeira continua: “Mas não é (sic) 2 milhões e meio, não.
Ele (Marconi) quer só a diferença”, referência de Cachoeira à operação da venda da casa. Abreu responde: “Do mesmo jeito que o estado tá com orçamento fechado, eu também tô”. Nesse episódio, Perillo queria o dinheiro antes de liberar a fatura e Abreu queria a fatura paga antes de enviar o dinheiro a Perillo.
O governador preferiu não prestar esclarecimentos à revista. Em nota à “Época”, disse que já prestou todos os esclarecimentos solicitados pela imprensa, pela sociedade e pela CPI.
14 de julho de 2012
Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
sábado, 14 de julho de 2012
AS LIGAÇÕES PERIGOSAS
Revista Época revela as ligações perígosas entre Perillo, Cachoeira e Cavendish. Só falta o Sergio cabral.
Relatório da Polícia Federal obtido pela revista “Época” revela evidências de que o governador de Goiás, Marconi Perillo, se envolveu com o esquema da Delta (empreiteiro Fenando Cavendish) e do bicheiro Carlinhos Cachoeira.
DILMA, A CAMINHO DE 9144 METROS DE PROFUNDIDADE: "UM ABRAÇO NO CORAÇÃO"
Nem transformada em abóbora Dilma Rousseff consegue acertar uma frase ─ mesmo feita. A frase feita — o chavão, o clichê, o lugar comum – é o prêt-à-porter do mundo das palavras. Um figurino pronto e acabado, no qual é impossível mexer, seja para melhorar, seja para deformar, porque tal sucessão de palavras já se cristalizou no tempo e nos costumes, se tornou una, indivisível, imutável.
Na frase feita, cada palavra sabe onde tem de estar ─ e por automatismo psíquico as pessoas a assimilam, repetindo-a ipsis literis sempre que um pensamento a reclama, das expressões populares a versículos bíblicos. Assim também nascem e se consagram os bordões.
Até pessoas sem educação formal, ignaras, analfabetas mesmo, têm a capacidade de repetir um bordão sem hesitação, tartamudeio ou mau enunciado ─ ok, esta semana, o prefeito de Palmas, na CPI do Cachoeira, queixou-se de ser um “boi expiatório”. Mas estava sem dúvida sob o terrível stress de se sentir acuado por uma CPI que não acua ninguém.
Em Maragojipe, na Bahia, o momento não era de stress, mas de festa: o batismo da Plataforma P-59. Em meio a uma miríade de plataformas imaginárias – as seis mil creches, os três milhões de casas, a Ferrovia Norte-Sul e múltiplos etc ─ a P59, felizmente, já tem vida própria, ou quase: ainda falta ser levada ao poço Peroá Profundo, no litoral do Espírito Santo, para perfurar a até 9.144 metros de profundidade.
Antes de comemorar, é bom lembrar do petroleiro João Cândido, lançado ao mar por Lula e recolhido no mesmo dia — sob risco de cruzar com a P59 no caminho vertical — para reparos básicos de 300 milhões de dólares. Os construtores do fiasco devem ter levado a sério o coro então puxado por Lula no estouro da garrafa de espumante contra o casco:
– É pique, é pique. É pique, é pique, é pique…
De volta ao raso. Dilma, exultante, trocando juras de amor com os operários logo no começo do vídeo ─ desconfio que o macacãozinho abóbora que lhe arrumaram venha a ser o destaque absoluto da sexta-feira 13 no Diário de Dilma de julho, mas essa é outra história.
Nossa história, aqui, tem início aos 3:56 deste vídeo – após penosos minutos satanizando “eles”, ou seja, o resto do mundo, que cisma de estar em crise, “cortando 30% dos salários dos vereadores”.
Dilma quer repercutir mais uma redução de meio ponto na taxa Selic.
Para colorir o feito, ocorre-lhe valer-se do mais surrado bordão criado por seu mentor e padrinho, “nunca antes na história deste país”. Os peixinhos de um aquário doméstico colocado diante da TV nos últimos oito anos saberão repetir as seis palavras exatamente nesta ordem – inclusive o “deste”, que Lula aprendeu a muito custo.
Não Dilma:
“Os juros nesse país estão num nível que nunca antes, como diria Lula, na história desse país eles atingiram”.
Não, nem Lula diria isso. Seria o caso de perguntar à presidente: que país é esse, se não é este?
É capaz de feitos históricos, como o anunciado no final deste vídeo. Afinal, presidente, como será o Brasil do futuro, o Brasil de Dilma, imune à crise?
“Em primeiro lugar, vai olhá pro seu povo, pra suas, pra suas, pra sua população, pro seus brasileiros e pra suas brasileiras. Um abraço no coração. E um beijo também”.
Nunca antes na história deste país uma presidente falou desse jeito.
Na frase feita, cada palavra sabe onde tem de estar ─ e por automatismo psíquico as pessoas a assimilam, repetindo-a ipsis literis sempre que um pensamento a reclama, das expressões populares a versículos bíblicos. Assim também nascem e se consagram os bordões.
Até pessoas sem educação formal, ignaras, analfabetas mesmo, têm a capacidade de repetir um bordão sem hesitação, tartamudeio ou mau enunciado ─ ok, esta semana, o prefeito de Palmas, na CPI do Cachoeira, queixou-se de ser um “boi expiatório”. Mas estava sem dúvida sob o terrível stress de se sentir acuado por uma CPI que não acua ninguém.
Em Maragojipe, na Bahia, o momento não era de stress, mas de festa: o batismo da Plataforma P-59. Em meio a uma miríade de plataformas imaginárias – as seis mil creches, os três milhões de casas, a Ferrovia Norte-Sul e múltiplos etc ─ a P59, felizmente, já tem vida própria, ou quase: ainda falta ser levada ao poço Peroá Profundo, no litoral do Espírito Santo, para perfurar a até 9.144 metros de profundidade.
Antes de comemorar, é bom lembrar do petroleiro João Cândido, lançado ao mar por Lula e recolhido no mesmo dia — sob risco de cruzar com a P59 no caminho vertical — para reparos básicos de 300 milhões de dólares. Os construtores do fiasco devem ter levado a sério o coro então puxado por Lula no estouro da garrafa de espumante contra o casco:
– É pique, é pique. É pique, é pique, é pique…
De volta ao raso. Dilma, exultante, trocando juras de amor com os operários logo no começo do vídeo ─ desconfio que o macacãozinho abóbora que lhe arrumaram venha a ser o destaque absoluto da sexta-feira 13 no Diário de Dilma de julho, mas essa é outra história.
Nossa história, aqui, tem início aos 3:56 deste vídeo – após penosos minutos satanizando “eles”, ou seja, o resto do mundo, que cisma de estar em crise, “cortando 30% dos salários dos vereadores”.
Dilma quer repercutir mais uma redução de meio ponto na taxa Selic.
Para colorir o feito, ocorre-lhe valer-se do mais surrado bordão criado por seu mentor e padrinho, “nunca antes na história deste país”. Os peixinhos de um aquário doméstico colocado diante da TV nos últimos oito anos saberão repetir as seis palavras exatamente nesta ordem – inclusive o “deste”, que Lula aprendeu a muito custo.
Não Dilma:
“Os juros nesse país estão num nível que nunca antes, como diria Lula, na história desse país eles atingiram”.
Não, nem Lula diria isso. Seria o caso de perguntar à presidente: que país é esse, se não é este?
É capaz de feitos históricos, como o anunciado no final deste vídeo. Afinal, presidente, como será o Brasil do futuro, o Brasil de Dilma, imune à crise?
“Em primeiro lugar, vai olhá pro seu povo, pra suas, pra suas, pra sua população, pro seus brasileiros e pra suas brasileiras. Um abraço no coração. E um beijo também”.
Nunca antes na história deste país uma presidente falou desse jeito.
CELSO ARNALDO ARAÚJO
14 de julho de 2012
BOLÍVIA OPOSIÇÃO REFORÇA SUSPEITA CONTRA MINISTRO
O governo de Evo Morales se nega a investigar denúncias reveladas por VEJA
Nas últimas linhas da reportagem de VEJA sobre a visita do ministro da Presidência da Bolívia Juan Ramón Quintana e da ex-miss e diretora da Agência para o Desenvolvimento das Macrorregiões e Zonas Fronteiriças em Beni, Jéssica Jordan, à casa do narcotraficante brasileiro Maximiliano Dorado, em Santa Cruz de la Sierra, no dia 18 de novembro de 2010 (“A República da cocaína”, 11 de julho), afirma-se que o presidente Evo Morales tem sistematicamente ignorado as denúncias feitas contra membros de seu governo.
Ele se nega a investigá-las. “Em vez disso, tenta-se punir os mensageiros”, lia-se na reportagem de VEJA. Dito e feito. Na semana passada, a cúpula boliviana, liderada por Quintana, reagiu à reportagem com ameaças de processo judicial.
Nenhuma palavra de Morales, é claro, sobre averiguar os fatos descritos no relatório da unidade de inteligência da polícia boliviana, cujo conteúdo foi revelado por VEJA. Jéssica, que segundo os agentes bolivianos acompanhou Quintana no encontro com Dorado, disse que estava em outro lugar no momento da reunião, sem dar detalhes. Nenhuma das revelações foi desmontada. Na semana passada, veículos de imprensa e políticos bolivianos validaram muitas delas.
Na terça-feira 10, o jornal El Día, de Santa Cruz de la Sierra, e a Rádio Fides bateram à porta do imóvel apontado como sendo a casa do brasileiro Max.
Ao consultarem a Força Especial de Luta contra o Narcotráfico (FELCN), que cuida do local, descobriram que o endereço era mesmo do traficante.
No mesmo dia, deputados indígenas pediram explicações ao governo, e o senador Bernard Gutiérrez declarou que ele e o colega Roger Pinto, atualmente refugiado na embaixada brasileira em La Paz, entregaram em 2011 o relatório citado por VEJA ao presidente boliviano Evo Morales.
Pinto depois foi acusado de liderar uma conspiração contra Morales, apesar de o documento ter saído de dentro do próprio governo e do partido do presidente, o MAS. Na quarta-feira passada, Morales e Quintana anunciaram a substituição de seu embaixador em Brasília.
Quem assumirá é o socialista Jerjes Justiniano, um ex-reitor de universidade sem experiência diplomática.
Segundo o próprio, sua primeira tarefa será “sentar a mão” em VEJA. Muito sutil, embaixador.
14 de julho de 2012
Transparência - o deputado Adrián Oliva mostra edição de VEJA e pede investigação, em La Paz (ANF)
Ele se nega a investigá-las. “Em vez disso, tenta-se punir os mensageiros”, lia-se na reportagem de VEJA. Dito e feito. Na semana passada, a cúpula boliviana, liderada por Quintana, reagiu à reportagem com ameaças de processo judicial.
Nenhuma palavra de Morales, é claro, sobre averiguar os fatos descritos no relatório da unidade de inteligência da polícia boliviana, cujo conteúdo foi revelado por VEJA. Jéssica, que segundo os agentes bolivianos acompanhou Quintana no encontro com Dorado, disse que estava em outro lugar no momento da reunião, sem dar detalhes. Nenhuma das revelações foi desmontada. Na semana passada, veículos de imprensa e políticos bolivianos validaram muitas delas.
Na terça-feira 10, o jornal El Día, de Santa Cruz de la Sierra, e a Rádio Fides bateram à porta do imóvel apontado como sendo a casa do brasileiro Max.
Ao consultarem a Força Especial de Luta contra o Narcotráfico (FELCN), que cuida do local, descobriram que o endereço era mesmo do traficante.
No mesmo dia, deputados indígenas pediram explicações ao governo, e o senador Bernard Gutiérrez declarou que ele e o colega Roger Pinto, atualmente refugiado na embaixada brasileira em La Paz, entregaram em 2011 o relatório citado por VEJA ao presidente boliviano Evo Morales.
Pinto depois foi acusado de liderar uma conspiração contra Morales, apesar de o documento ter saído de dentro do próprio governo e do partido do presidente, o MAS. Na quarta-feira passada, Morales e Quintana anunciaram a substituição de seu embaixador em Brasília.
Quem assumirá é o socialista Jerjes Justiniano, um ex-reitor de universidade sem experiência diplomática.
Segundo o próprio, sua primeira tarefa será “sentar a mão” em VEJA. Muito sutil, embaixador.
14 de julho de 2012
"FALTA CORAGEM PARA ENFRENTAR A DITADURA GAY"
Autor da proposta de criação do Dia do Orgulho Heterossexual, o vereador evangélico Carlos Apolinário garante que não tem nada contra os homossexuais, só combate o que classifica como privilégios da opção sexual: 'Eles querem ser uma categoria especial de pessoas'
Ele figura na lista dos dez brasileiros mais homofóbicos, já propôs a criação do Dia do Orgulho Heteressexual, mas o vereador paulistano Carlos Apolinário, do PMDB, garante que não tem nenhum preconceito contra gays. “O que eu não aceito é alguém querer se esconder atrás de sua opção sexual”, afirma.
Evangélico, Apolinário é um dos apoiadores da Marcha para Jesus, que acontece neste sábado na cidade e é o evento que mais rivaliza com a Parada Gay.
Ele recebeu o site de VEJA para explicar, afinal, qual é a sua posição em relação aos homossexuais: “Eu combato os privilégios. O dia em que os gays lutarem por leis que valham tanto para eles quanto para os heterossexuais, eles terão muito mais sucesso.”
Confira os principais trechos da entrevista:
O senhor é homofóbico?
De maneira nenhuma. Pode procurar, você não vai encontrar uma única declaração minha em que eu desrespeite a figura humana do gay.
Então por que o senhor está na lista dos dez mais homofóbicos do Brasil?
Porque eu combato os excessos deles. Não acho que eu tenha o direito de ir à piscina coletiva do meu prédio, ou a um restaurante, e ficar dando beijos exagerados ou acariciando a minha mulher em público. Se um heterossexual agir dessa maneira, vão chamar a polícia e ele pode ser enquadrado por atentado violento ao pudor. Mas se chamarem a atenção de duas pessoas do mesmo sexo que estejam se beijando excessivamente dentro de um restaurante, por exemplo, eles acusam quem os repreendeu de homofobia.
Os gays não podem demonstrar afeto?
Podem, mas dentro do razoável. Se eles chegam de mãos dadas num restaurante, por exemplo, é razoável. O que eu combato é o excesso, que muitas vezes eles adotam não por amor, mas para chocar, confrontar a sociedade, para dizer: ‘vocês têm que nos engolir’. Como diz o Agnaldo Silva, autor de novelas da Globo, o gay no Brasil é folgado. Não é o Apolinário quem está dizendo, é o autor da novela Fina Estampa. E eu concordo com ele, apesar de acreditar que nem todos sejam assim.
Por que o senhor propôs a criação do Dia do Orgulho Heterossexual?
Meu objetivo era o de levantar o debate em relação aos privilégios dos gays.
Privilégios? Em geral os gays reclamam de que são perseguidos...
Pois eu digo que hoje eles são cada vez mais protegidos. A OAB está fazendo um verdadeiro tratado a favor dos gays, a ONU está preocupada com eles, o mundo está preocupado com os gays. Parece que vamos ter dois mundos: um antes e outro depois dos gays.
E os casos de violência contra homossexuais?
Essa é uma mentira das maiores que tem. Aqui em São Paulo, por exemplo, o único lugar onde tem havido esse problema é na Avenida Paulista, de vez em quando. Mas eu não tenho tomado conhecimento de outros casos em São Paulo ou no Brasil. O que acontece é o seguinte: se você bate o carro e o cidadão do outro automóvel é heterossexual, o máximo que vai acontecer é uma ocorrência da batida; mas se o motorista do outro carro é gay e acontece uma briga, uma discussão, vai sair no jornal “motorista bate em casal de gays”. A briga não aconteceu em função da opção sexual, mas eles transformam nisso.
Os gays se dizem discriminados...
Pelo contrário. Eu não conheço um único restaurante em São Paulo que proíba a entrada de gay. Não conheço nenhuma igreja católica, evangélica ou espírita que proíba a entrada de gay. Eu, que sou evangélico, já sofri muito preconceito. Quando era criança, na escola, zombavam de mim. Eu levava a Bíblia escondida dentro da blusa, quando ia para a igreja, para não ser gozado. Eu sei o que é o preconceito. Hoje, vale a pena dizer que é gay. Virou um escudo. Estamos na seguinte situação: se um gay furar a fila no supermercado, é melhor deixar ele lá. Porque se você for brigar, vão dizer que você é homofóbico.
O que o senhor acha da proposta de emenda constitucional do deputado Jean Wyllys, que permite o casamento gay?
Se eu estivesse no Congresso, votaria contra. Só que eu vivo em um país democrático. Mesmo que eu seja contrário, se o Congresso aprovar o casamento entre pessoas do mesmo sexo, vou respeitar a lei. O que não significa que vou passar a ser favorável a isso. São coisas diferentes. Continuarei acreditando que o casamento deve acontecer entre um homem e uma mulher. Mas mesmo sendo contrário, eu respeito, se essa for a vontade da sociedade. E isso nós não sabemos, porque o casamento foi autorizado pelo Supremo Tribunal Federal e não pelo Congresso Nacional.
O STF não tem poder para decidir a questão?
Na minha opinião, não. Essa matéria deveria ser discutida por deputados e senadores e, uma vez aprovada, teria de ser sancionada pela presidente da República. São etapas necessárias para que a sociedade amadureça a ideia. Ao decidir daquela forma, o Supremo legislou no lugar do Congresso e isso é errado.
Por que o STF assumiu o papel do Congresso Nacional nessa questão?
Porque o STF está sendo acionado pelos gays para se pronunciar. Eles têm pressa, querem acelerar esse processo. A maioria do Congresso Nacional, hoje, não quer o casamento entre pessoas do mesmo sexo, nem aceita a adoção de crianças por casais de homossexuais. Só que os gays querem enfiar isso tudo goela abaixo do Congresso e da sociedade. Os gays precisam aprender a conviver com quem não concorda com eles. Eles têm de se acostumar ao fato de existirem pessoas que continuarão contrárias ao casamento gay, mesmo que ele seja aprovado. É um direito individual, e a democracia me dá o direito de me expressar. Mas eles não aceitam isso. Eles querem a lei da mordaça, querem ser uma categoria especial de pessoas. E é contra isso que eu luto. Se ninguém falar nada, vai chegar o tempo em que os jornais não poderão mais fazer reportagens sobre os gays porque a lei vai proibir. Eles querem calar a sociedade e ninguém tem coragem de enfrentá-los.
14 de julho de 2012
Thais Arbex
O vereador Carlos Apolinário: 'Gays querem a lei da mordaça para quem não concorda com eles' (Mario Rodrigues)
Evangélico, Apolinário é um dos apoiadores da Marcha para Jesus, que acontece neste sábado na cidade e é o evento que mais rivaliza com a Parada Gay.
Ele recebeu o site de VEJA para explicar, afinal, qual é a sua posição em relação aos homossexuais: “Eu combato os privilégios. O dia em que os gays lutarem por leis que valham tanto para eles quanto para os heterossexuais, eles terão muito mais sucesso.”
Confira os principais trechos da entrevista:
O senhor é homofóbico?
De maneira nenhuma. Pode procurar, você não vai encontrar uma única declaração minha em que eu desrespeite a figura humana do gay.
Então por que o senhor está na lista dos dez mais homofóbicos do Brasil?
Porque eu combato os excessos deles. Não acho que eu tenha o direito de ir à piscina coletiva do meu prédio, ou a um restaurante, e ficar dando beijos exagerados ou acariciando a minha mulher em público. Se um heterossexual agir dessa maneira, vão chamar a polícia e ele pode ser enquadrado por atentado violento ao pudor. Mas se chamarem a atenção de duas pessoas do mesmo sexo que estejam se beijando excessivamente dentro de um restaurante, por exemplo, eles acusam quem os repreendeu de homofobia.
Os gays não podem demonstrar afeto?
Podem, mas dentro do razoável. Se eles chegam de mãos dadas num restaurante, por exemplo, é razoável. O que eu combato é o excesso, que muitas vezes eles adotam não por amor, mas para chocar, confrontar a sociedade, para dizer: ‘vocês têm que nos engolir’. Como diz o Agnaldo Silva, autor de novelas da Globo, o gay no Brasil é folgado. Não é o Apolinário quem está dizendo, é o autor da novela Fina Estampa. E eu concordo com ele, apesar de acreditar que nem todos sejam assim.
Por que o senhor propôs a criação do Dia do Orgulho Heterossexual?
Meu objetivo era o de levantar o debate em relação aos privilégios dos gays.
Privilégios? Em geral os gays reclamam de que são perseguidos...
Pois eu digo que hoje eles são cada vez mais protegidos. A OAB está fazendo um verdadeiro tratado a favor dos gays, a ONU está preocupada com eles, o mundo está preocupado com os gays. Parece que vamos ter dois mundos: um antes e outro depois dos gays.
E os casos de violência contra homossexuais?
Essa é uma mentira das maiores que tem. Aqui em São Paulo, por exemplo, o único lugar onde tem havido esse problema é na Avenida Paulista, de vez em quando. Mas eu não tenho tomado conhecimento de outros casos em São Paulo ou no Brasil. O que acontece é o seguinte: se você bate o carro e o cidadão do outro automóvel é heterossexual, o máximo que vai acontecer é uma ocorrência da batida; mas se o motorista do outro carro é gay e acontece uma briga, uma discussão, vai sair no jornal “motorista bate em casal de gays”. A briga não aconteceu em função da opção sexual, mas eles transformam nisso.
Os gays se dizem discriminados...
Pelo contrário. Eu não conheço um único restaurante em São Paulo que proíba a entrada de gay. Não conheço nenhuma igreja católica, evangélica ou espírita que proíba a entrada de gay. Eu, que sou evangélico, já sofri muito preconceito. Quando era criança, na escola, zombavam de mim. Eu levava a Bíblia escondida dentro da blusa, quando ia para a igreja, para não ser gozado. Eu sei o que é o preconceito. Hoje, vale a pena dizer que é gay. Virou um escudo. Estamos na seguinte situação: se um gay furar a fila no supermercado, é melhor deixar ele lá. Porque se você for brigar, vão dizer que você é homofóbico.
O que o senhor acha da proposta de emenda constitucional do deputado Jean Wyllys, que permite o casamento gay?
Se eu estivesse no Congresso, votaria contra. Só que eu vivo em um país democrático. Mesmo que eu seja contrário, se o Congresso aprovar o casamento entre pessoas do mesmo sexo, vou respeitar a lei. O que não significa que vou passar a ser favorável a isso. São coisas diferentes. Continuarei acreditando que o casamento deve acontecer entre um homem e uma mulher. Mas mesmo sendo contrário, eu respeito, se essa for a vontade da sociedade. E isso nós não sabemos, porque o casamento foi autorizado pelo Supremo Tribunal Federal e não pelo Congresso Nacional.
O STF não tem poder para decidir a questão?
Na minha opinião, não. Essa matéria deveria ser discutida por deputados e senadores e, uma vez aprovada, teria de ser sancionada pela presidente da República. São etapas necessárias para que a sociedade amadureça a ideia. Ao decidir daquela forma, o Supremo legislou no lugar do Congresso e isso é errado.
Por que o STF assumiu o papel do Congresso Nacional nessa questão?
Porque o STF está sendo acionado pelos gays para se pronunciar. Eles têm pressa, querem acelerar esse processo. A maioria do Congresso Nacional, hoje, não quer o casamento entre pessoas do mesmo sexo, nem aceita a adoção de crianças por casais de homossexuais. Só que os gays querem enfiar isso tudo goela abaixo do Congresso e da sociedade. Os gays precisam aprender a conviver com quem não concorda com eles. Eles têm de se acostumar ao fato de existirem pessoas que continuarão contrárias ao casamento gay, mesmo que ele seja aprovado. É um direito individual, e a democracia me dá o direito de me expressar. Mas eles não aceitam isso. Eles querem a lei da mordaça, querem ser uma categoria especial de pessoas. E é contra isso que eu luto. Se ninguém falar nada, vai chegar o tempo em que os jornais não poderão mais fazer reportagens sobre os gays porque a lei vai proibir. Eles querem calar a sociedade e ninguém tem coragem de enfrentá-los.
14 de julho de 2012
DITADURA BOLIVARIANA: ARGENTINA VAI VIGIAR ATÉ CONTA DE LUZ
A ditadora bolivariana Cristina Kirchner, dá um passo
a mais na intervenção na privacidade do cidadão argentino
O governo Cristina Kirchner determinou que o
fisco seja informado quando o consumidor gastar mais de US$ 220 com telefone,
energia, gás e água.
O governo da presidente Cristina Kirchner
intensificou o controle sobre a vida econômica dos cidadãos argentinos ao
publicar a resolução 3.349 da Administração Federal de Ingressos Públicos
(Afip), a receita federal local, que obriga as empresas de serviços públicos a
informarmensalmente os agentes do Fisco sobre os clientes que gastam mais de 1
mil pesos (US$220) em telefoniafixa, celulares, energia elétrica,gás e
água.
O governo Kirchner alega que a medida é para
"otimizar a função fiscalizadora" da receita federal.
Mas os críticos do governo sustentam que a
medida deixa, cada vez, mais o governo Kirchne rparecido com uma versão
argentina do Big Brother, do escritor inglês George Orwell (uma tirania que
observava cada movimento de seus cidadãos).
Desde maio, o governo observa de perto os
argentinos que compram dólares para viajar ao exterior. Para realizar a compra
de dólares, os argentinos devem fazer um pedido à A fip, no qual, além das datas
de ida e volta da viagem, precisam explicar detalhadamente os motivos da ida ao
exterior, os lugares onde farão escala e onde ficarão.
O governo também proibiu os argentinos de
comprar dólares par a aplicar nos Estados Unidos, tradição de mais de quatro
décadas.
Também acabou com as operações imobiliárias na
moeda americana (100% das compras eram realizadas em dólares).
Os empresários que ousam criticar o governo correm o risco de serem acusados de "golpistas" em rede nacional de rádio e TV pela presidente Cristina. Na quinta-feira, ela voltou a protagonizar o papel policial ao vivo em discurso de inauguração de uma fábrica de máquinas agrícolas.
Bruscamente, deixou de lado sua fala sobre
tratores para relatar que havia lido no jornal Clarín que o empresário
imobiliário Jorge Toselli havia declarado em entrevista que as restrições sobre
as compras de dólares haviam provocado uma grande queda nos negócios. Cristina
aproveitou para acusar Toselli de estar em situação irregular com o Fisco. Horas
depois, o "Cuit" (equivalente ao CNPJ) do empresário foi suspenso.
Ontem, o presidente da Câmara Imobiliária
Argentina, Néstor Walenten, afirmou que seus colegas expressaram "solidariedade"
a Toselli. "Acho que toda a sociedade está com medo. Com esses métodos, até eu
tenho." Desde2009, o governo de Cristina Kirchner também obriga as empresas de
cartão de crédito a informar sobre os clientes que gastam mais de 3 mil pesos
(US$ 655). Por esse motivo, muitos argentinos optam por fazer seus pagamentos em
dinheiro.
Inflação. Os deputados dos partidos da oposição
anunciaram que a inflação em junho, foi de 1,63%. De acordo com os parlamentares
que elaboram uma média dos índices estimados pelas principais consultorias
econômicas, a inflação acumulada nos primeiros seis meses do ano foi de
11,6%.
Dessa forma, a Argentina ocupa o primeiro lugar no ranking de inflação na América do Sul, ultrapassando a Venezuela, onde a inflação foi de 7,5%. Nos últimos 12 meses, a inflação na Argentina alcançou 23,96%. Já o governo da presidente Cristina Kirchner anunciou ontem que a inflação oficial de junho foi de apenas 0,7%, menos da metade do índice calculado pelas consultorias econômicas.
* Por ARIEL PALACIOS ,correspondente
em Buenos Aires, para o estadao.com.br
As vítimas da política econômica de Cristina
Kirchner
14 de julho de 2012
DEMÓSTENES INVESTIGARÁ DEMÓSTENES
Demóstenes afirmou que o judiciário tem
força na peruca
GOIÁS - Em seu primeiro dia no Ministério Público, o procurador Demóstenes Torres convocou uma coletiva de imprensa para anunciar que investigará o ex-senador Demóstenes Torres.
"Não economizarei esforços em nome dos Mosqueteiros da Ética.
Não é porque o elemento se evadiu do Senado que daremos mole agora", discursou, enquanto telefonava para Carlinhos Cachoeira para informar suas novas atribuições.
Em poucos minutos, o procurador Demóstenes encontrou ligações entre José Dirceu, a sexta-feira 13 e o julgamento do mensalão. "Há indícios de que o PT esteja por trás da cassação do ex-senador Demóstenes, da sexta-feira 13, do dia do Rock e desse programa do Pedro Bial.
Tudo isso para desviar a atenção do julgamento do mensalão", denunciou. Em seguida, lembrou que sonhou com o coelho e pediu para um assistente jogar no bicho.
Ao final da tarde, apresentou um dossiê, em papel timbrado do Cassino da Urca, com a defesa do senador Demóstenes Torres para o STF.
14 de julho de 2012
The i-Piaui Herald
GOIÁS - Em seu primeiro dia no Ministério Público, o procurador Demóstenes Torres convocou uma coletiva de imprensa para anunciar que investigará o ex-senador Demóstenes Torres.
"Não economizarei esforços em nome dos Mosqueteiros da Ética.
Não é porque o elemento se evadiu do Senado que daremos mole agora", discursou, enquanto telefonava para Carlinhos Cachoeira para informar suas novas atribuições.
Em poucos minutos, o procurador Demóstenes encontrou ligações entre José Dirceu, a sexta-feira 13 e o julgamento do mensalão. "Há indícios de que o PT esteja por trás da cassação do ex-senador Demóstenes, da sexta-feira 13, do dia do Rock e desse programa do Pedro Bial.
Tudo isso para desviar a atenção do julgamento do mensalão", denunciou. Em seguida, lembrou que sonhou com o coelho e pediu para um assistente jogar no bicho.
Ao final da tarde, apresentou um dossiê, em papel timbrado do Cassino da Urca, com a defesa do senador Demóstenes Torres para o STF.
14 de julho de 2012
The i-Piaui Herald
PURGATÓRIO DEFINIRÁ SUPLENTE DE SUPLENTE DE DEMÓSTENES
Ilustração acima mostra a descrição do
Purgatório feita por Dante Alighieri em edição atualizada de A Divina
Comédia
QUINTO DOS INFERNOS - Animado com a possibilidade de emplacar mais um suplente no Senado Federal, Belzebu anunciou a realização de uma eleição interna para escolher o suplente do suplente de Demóstenes.
Soez, o Capiroto decidiu buscar no Purgatório o candidato ideal. “Longe de mim desmerecer o Inferno”, declarou o Coisa-à-Toa a RedeTV!, “o problema desses quadros puro-sangue é que eles costumam dar bandeira e acabam sendo cassados. Vejam só o que aconteceu com o Luis Estevão, um companheiro no qual depositávamos tantas esperanças.”
Pedro Botelho explicou que o Purgatório tem a vantagem de ser um território de dupla jurisdição. Como Deus Pai também manda para lá os Seus, é mais fácil encontrar um suplente que, não obstante a forte proximidade ideológica com Inferno, seja filiado ao partido do Bem Supremo.
Até o momento, o Bode Preto já formou três chapas: "ACM de Novo com a Força do Fogo" trabalha por um oligarca baiano e conta com o apoio do blogueiro Hozalo Azedo; "Estrela Vermelha" apresentou o nome de José Dirceu na boca do sapo barbudo, confiante na redenção do deputado após o julgamento do mensalão; correndo por fora, o " Oi-Oi-Oi da Cultura de Massas" traz Carminha à testa da chapa, tendo como vice os responsáveis pela trilha sonora da novela Avenida Brasil.
No final do dia, acomodado no Nono Círculo do Inferno – erguido, sem licitação, pela Delta – o Excomungado negou ter enviado um SMS de apoio a Demóstenes. "Mas não acreditem em mim", gracejou, enquanto polia o seu tridente ganho em rifa organizada por Cachoeira.
14 de julho de 2012
The i-Piaui Herald
QUINTO DOS INFERNOS - Animado com a possibilidade de emplacar mais um suplente no Senado Federal, Belzebu anunciou a realização de uma eleição interna para escolher o suplente do suplente de Demóstenes.
Soez, o Capiroto decidiu buscar no Purgatório o candidato ideal. “Longe de mim desmerecer o Inferno”, declarou o Coisa-à-Toa a RedeTV!, “o problema desses quadros puro-sangue é que eles costumam dar bandeira e acabam sendo cassados. Vejam só o que aconteceu com o Luis Estevão, um companheiro no qual depositávamos tantas esperanças.”
Pedro Botelho explicou que o Purgatório tem a vantagem de ser um território de dupla jurisdição. Como Deus Pai também manda para lá os Seus, é mais fácil encontrar um suplente que, não obstante a forte proximidade ideológica com Inferno, seja filiado ao partido do Bem Supremo.
Até o momento, o Bode Preto já formou três chapas: "ACM de Novo com a Força do Fogo" trabalha por um oligarca baiano e conta com o apoio do blogueiro Hozalo Azedo; "Estrela Vermelha" apresentou o nome de José Dirceu na boca do sapo barbudo, confiante na redenção do deputado após o julgamento do mensalão; correndo por fora, o " Oi-Oi-Oi da Cultura de Massas" traz Carminha à testa da chapa, tendo como vice os responsáveis pela trilha sonora da novela Avenida Brasil.
No final do dia, acomodado no Nono Círculo do Inferno – erguido, sem licitação, pela Delta – o Excomungado negou ter enviado um SMS de apoio a Demóstenes. "Mas não acreditem em mim", gracejou, enquanto polia o seu tridente ganho em rifa organizada por Cachoeira.
14 de julho de 2012
The i-Piaui Herald
REPUBLICANAGEM
ÓRGÃO AGROPECULIAR
Mendes Ribeiro, verdadeiro lápis sem ponta do Ministério da Agricultura e Negócios Agropeculiares determinou a criação de um Grupo de Trabalho para estruturar um novo sistema de assistência técnica e extensão rural para atender o agronegócio.
SEM VOZ
Não adianta disfarçar, o PT está "desesperado" que nem Zé Dirceu: perdeu o discurso desde que Lula perdeu a voz.
Pronto PIB é isso, pode ser pequeno. Não
há nada de forçoso nisso, afinal - como perguntaria Paulo Coelho diante de uma
vírgula - o que é uma letrinha E no fim de uma palavra?!? Mas
se PIB é assim mesmo como Dilma Vana diz, então tá. Só falta cuidar das
crianças.
E DEU...
Bem que o Valdemar Costa Neto disse que "aquele negócio malfeito com o Dnit" ia "dar merda"!... Taí ó, a Justiça de Goiás mandou confiscar os bens do Juquinha, aquele que debochou da CPI do Cachoeira.
O DESESPERADO
E o Zé Dirceu já não sabe mais o que fazer. A primeira coisa foi pedir pro Lula não dizer mais para os ministros do Supremo que ele anda "desesperado"; outra foi pedir lá no Rio, há coisa de duas ou três semanas, que os amestrados que sobraram da UNE pintassem as caras e fossem protestar na praça dos Três Poderes em Brasília contra o julgamento do Mensalão;
DE GATO A BODE
Se você não espera nada do julgamento de Ali Babá, Dirceu e os 40 mensaleiros no Supremo Tribunal Federal, pode esperar porque de lá não vai sair nada mesmo. Todos, ou quase todos - haverá meia dúzia de gatos pingados convertidos em bodes expiatórios condenados por alguma coisinha - mas, todos ou quase todos serão absolvidos. Por falta de provas, não por que sejam inocentes. Ali, como sempre ensina o mestre Lulalelé, "não tem freira, ninguém é anjo".
SÓ RINDO
Goiás começa a investigar Demóstenes Torres. O Ministério Público iniciou investigação contra o agora ex-senador, que voltou a exercer o cargo de procurador. Grandes coisas, ele já é autoridade de novo. Daqui a alguns anos, depois de ser diretor de futebol do Atlético Goianenses ou coisa que o valha, ele volta a ser candidato a algum carguinho bom de bola. E ganha. É a versão goiana do gaúcho Ibsen Pinheiro.
O pedido da Prefeitura para reaver US$ 22 milhões de contas malúficas pode ser decidido pela corte do paraíso fiscal até dia 20. Diante disso, HaHaHaddad saltou de banda e já disse que o processo não afeta a aliança com Maluf.
Claro que não. HaHaHaddad já se acostumou a ser o poste preferido de Lula.
Mendes Ribeiro, verdadeiro lápis sem ponta do Ministério da Agricultura e Negócios Agropeculiares determinou a criação de um Grupo de Trabalho para estruturar um novo sistema de assistência técnica e extensão rural para atender o agronegócio.
A ideia é criar um novo órgão que sistematize a
política de liberação de recursos do Plano Mafra, que este ano destina R$ 118
bilhões para o setor. É bom lembrar que Mendes Ribeiro é tão afilhado de Michel
Temer quanto Wagner Rossi que foi varrido sozinho do ministério, mas deixou lá
dentro a sua pandilha inteirinha. Cuide só os nomes da irmandade que vão formar
esta nova confraria de grandes empresas e grandes negócios. Você não vai se
surpreender.
SEM VOZ
Não adianta disfarçar, o PT está "desesperado" que nem Zé Dirceu: perdeu o discurso desde que Lula perdeu a voz.
PIB E PIBE
Dilma Vana disse que para um país ser grande não
interessa o tamanho do seu PIB, o que importa mesmo é cuidar de suas crianças e
adolescentes, "presente e futuro desse País". É nisso que dá andar aos abraços e
queijos com Cristina Kirchner pelo Merdosul afora. Fala portunhol daqui, fala
portunhol dali, Dilma já sabe que criança na Argh!entina se chama pibe.
E DEU...
Bem que o Valdemar Costa Neto disse que "aquele negócio malfeito com o Dnit" ia "dar merda"!... Taí ó, a Justiça de Goiás mandou confiscar os bens do Juquinha, aquele que debochou da CPI do Cachoeira.
O sujeitinho atrevido foi até presidente do PR, por
acaso, partido de Costa Neto que era dono de Alfredo Nascimento, por um bom
tempo proprietário indébito do Ministério dos Transportes de Valores do
Brasil.
O DESESPERADO
E o Zé Dirceu já não sabe mais o que fazer. A primeira coisa foi pedir pro Lula não dizer mais para os ministros do Supremo que ele anda "desesperado"; outra foi pedir lá no Rio, há coisa de duas ou três semanas, que os amestrados que sobraram da UNE pintassem as caras e fossem protestar na praça dos Três Poderes em Brasília contra o julgamento do Mensalão;
outra mais é que cutucucou a CUT que tentou fazer o
que os guris medonhos da UNE não fizeram e também deu com os burros n'água.
Assim é que Zé Dirceu continua mesmo "desesperado"... É que vem aí agosto, o mês
do desgosto.
DE GATO A BODE
Se você não espera nada do julgamento de Ali Babá, Dirceu e os 40 mensaleiros no Supremo Tribunal Federal, pode esperar porque de lá não vai sair nada mesmo. Todos, ou quase todos - haverá meia dúzia de gatos pingados convertidos em bodes expiatórios condenados por alguma coisinha - mas, todos ou quase todos serão absolvidos. Por falta de provas, não por que sejam inocentes. Ali, como sempre ensina o mestre Lulalelé, "não tem freira, ninguém é anjo".
SÓ RINDO
Que
trinca! Lulalelé da Cuca e Malúfico da Cabeça...
HaHaHaddad.
Goiás começa a investigar Demóstenes Torres. O Ministério Público iniciou investigação contra o agora ex-senador, que voltou a exercer o cargo de procurador. Grandes coisas, ele já é autoridade de novo. Daqui a alguns anos, depois de ser diretor de futebol do Atlético Goianenses ou coisa que o valha, ele volta a ser candidato a algum carguinho bom de bola. E ganha. É a versão goiana do gaúcho Ibsen Pinheiro.
ACOSTUMADO
A Justiça da ilha de Jersey
recusou recursos interpostos pela defesa de Maluf e vai julgar a "sessão de
vomitório" da grana escondida contra o confrade de Lulalelé e HaHaHaddad.
O pedido da Prefeitura para reaver US$ 22 milhões de contas malúficas pode ser decidido pela corte do paraíso fiscal até dia 20. Diante disso, HaHaHaddad saltou de banda e já disse que o processo não afeta a aliança com Maluf.
Claro que não. HaHaHaddad já se acostumou a ser o poste preferido de Lula.
14 de julho de 2012
sanatório da notícia
A ESQUECIDA MEMÓRIA HISTÓRICA
O BRASIL É UM CIRCO
DOS HORRORES DA IMORALIDADE
Pode existir algo mais grotesco e calhorda do que uma CPI constituída majoritariamente pela base aliada, com um time talhado para covardemente tentar acabar com o pouco da oposição que ainda existe ao desgoverno Dilma, ao mesmo tempo em que arma um muro de proteção para os canalhas do outro lado?
Sabemos que escolher uma Comissão Parlamentar de Inquérito com a finalidade de trazer à tona as articulações marginais entre bandidos de carteirinha e bandidos fantasiados de políticos deve ser uma tarefa absolutamente complexa e difícil.
Mas os caras conseguem se superar a cada dia na sua capacidade de qualificar a sociedade dos contribuintes dignos e honrados em absolutos idiotas e palhaços do Circo do Retirante Pinóquio, o mentor e executor principal da devastação moral das relações públicas e privadas, um “impoluto” cidadão que em breve será eleito como o “homem mais importante dos últimos cem anos” graças ao submundo da maior fraude marqueteira que está sendo armada por uma dos maiores grupos de comunicação do país.
Somos testemunhas de como acabou a CPI do Mensalão, com todos seus integrantes, graças ao STF, próximos de serem absolvidos por todos os seus crimes, ou apenas sendo condenados a cumprir penalidades para inglês ver, ridículas para a gravidade dos crimes que cometeram, sendo que o mais grave – formação de quadrilha – já está extinto por prescrição.
Apenas dois dos integrantes, Collor e Renan, com seus currículos repletos de escândalos são suficientes para desqualificar, na formação, esta nova CPI.
O óbvio vai acontecer: os corruptos-chaves do Covil de Bandidos – à exceção dos oposicionistas aos desgovernos mais corruptos da história do país –, diretamente ou indiretamente envolvidos, serão todos protegidos no que for possível. Na hora do impossível o STF – o provedor de “milagres” da impunidade aos canalhas da situação – vai ajudar.
A maior dificuldade para essa escória da política vai ser administrar a Síndrome do Telhado de Vidro. O difícil vai ser alguém ficar isento de tentar tirar o seu da reta.
O resultado da CPI não é difícil de ser previsto: acaba a oposição no país e se firma definitivamente o Regime Fascista que já controla o poder público.
A única maneira de salvar o país desse golpe final é o investigado – Carlinhos Cachoeira – botar a boca no trombone com seus registros, gravações e filmagens particulares chegando às mãos de jornalistas da Revista Veja. Mas se sua covardia for, também, na linha do denunciante do Mensalão ou então um armário cair na sua cabeça como forma de aviso de “acidentes” mais graves, babou.
Parabéns para a sociedade mais idiota, omissa e corrupta do mundo que assiste a tudo sem qualquer alteração de comportamento, pelo contrário, deve haver algumas centenas de esclarecidos canalhas planejando tirar proveito de mais essa falta de vergonha na cara dos habitantes do Paraíso de Patifes.
Uma pergunta final: por que a Polícia Federal não aprontou um festival de gravações telefônicas antes, durante e depois do escândalo do Mensalão e por que a Justiça cancelou investigações ou outras operações feitas pela mesma Polícia Federal que comprometiam, em sua maioria, integrantes do PT?
- Precisamos responder?
O Senador Demóstenes que de inocente não tem nada vai se transformar – ou será transformado – no mais famoso boi de piranha da história do país.
Uma perguntinha para a Polícia Federal? – Será vocês conseguiriam descobrir e prender quem roubou o crucifixo do gabinete presidencial? – Se quiserem peço para alguém fazer uma denúncia anônima com nome e endereços completos.
Geraldo Almendra
14 de julho de 2012
A POLUIÇÃO DO FACEBOOK
Autoajuda e lugares comuns estão poluindo o Facebook?
As linhas do tempo foram invadidas por um ronrom virótico da autoajuda e edificâncias que tais que nos chegam via 'curtir' e 'compartilhar'
Há poucos meses correu a notícia de que o fundador e CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, teria feito a seguinte declaração ao canal de notícias norte-americano CNN sobre o comportamento dos usuários do Brasil na maior e mais famosa rede social do planeta: “Se por um lado, os brasileiros fazem o Facebook crescer, por outro estragam tudo”.
A notícia era falsa, mas vejam como a redação da “matéria” soou tão factível que enganou muita gente: “Os engenheiros do Facebook estavam pensando em permitir a inserção de imagens no formato gifs animados (imagens com movimento), mas Mark impediu a ideia por causa do Brasil. Segundo Mark, se o Facebook abrir espaço para os gifs, o compartilhamento entre os usuários brasileiros ficará igual ao Orkut, cheio de letrinhas coloridas, se mexendo, com mensagens de carinho e amor”.
Quem usa diariamente o Facebook, e o usa em português, sabe muito bem: as linhas do tempo foram invadidas por frases pretensamente inteligentes, mas de lógicas duvidosas, lugares comuns postados como se fossem descobertas da pólvora, e — as campeãs — mensagens motivacionais, como se a própria rede social tivesse se transformado em um grande e virtual guru de autoajuda, isso sem contar as fotos escatológicas, de animais mutilados e constrangedoras confissões públicas de problemas pessoais.
Algumas das pérolas mais famosas
Umas das mensagens motivacionais mais compartilhadas e “curtidas” no Facebook mostra a imagem da silhueta de uma pessoa escalando um rochedo à beira mar e tendo como pano de fundo o sol ao horizonte. A mensagem exorta ao otimismo: “se você tem 1% de chance, tenha 99% de fé”.
Crítico ao culto da autoajuda, o blog Auto Atrapalha (http://www.autoatrapalha.com.br) observou com perspicácia: “Este é o tipo de mensagem que deveria ter um aviso do Ministério da Saúde. 99% de chances de morrer é maior do que qualquer cigarro, bebida ou os dois juntos!”.
Uma outra mensagem, essa de cunho ativista, diz que se o usuário do Facebook “é contra a violência doméstica e QUALQUER tipo de desrespeito as (sic) mulheres”, então ele tem que compartilhar uma mensagem que, entre outras advertências, faz esta, cujo autor talvez mal tenha notado o machismo implícito na maneira como se diz que uma mulher mal tratada é enxergada:
“Enquanto você a machuca, há um homem pensando que poderia fazer amor com ela”.
‘Eu queria morar no Facebook’
Uma outra mensagem, que começou a circular recentemente no Facebook, ironiza o bom-mocismo-atuante-feliz-e-pseudo-intelectualizado que corre e impera nas linhas do tempo afora:
“Queria morar no Facebook, aqui todo mundo é do bem, ama os animais, todo mundo odeia os falsos, todo mundo é amigo, odeia corrupção, é fiel, prefere namorar do que sair, tem a família perfeita, só tem momentos felizes e gosta das pessoas pelo caráter e inteligência e não pela beleza exterior ou pelos bens materiais”.
Isso mostra que, como em tudo na via, também em meio à pieguice, ao politicamente correto e às maçantes correntes pra frente que inundaram o Facebook, em particular, e a internet em geral, há o outro lado da moeda, cunhado por quem consegue fugir um pouco do ronrom virótico da autoajuda e edificâncias que tais via “curtir” e “compartilhar”.
Hugo Souza
14 de julho de 2012
DELAÇÃO PREMIADA
Carlinhos Cachoeira receberá a oferta da delação premiada na próxima semana
Na audiência em que será interrogado na próxima quarta-feira, em Goiânia, Carlinhos Cachoeira receberá a oferta da delação premiada. Procuradores e policiais que trabalham no caso acham que o tempo de prisão (139 dias), a cassação de Demóstenes Torres, a possibilidade de pena reduzida e os sinais de que a ruína se avizinha conspiram a favor de um acordo em que ele entregue os anéis para não perder os dedos. Um eventual acordo passaria, no entanto, por seu advogado, o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos.
Mãos limpas
O presidente da Associação Nacional de Procuradores da República (ANPR), Alexandre Camanho, acha que Cachoeira tem potencial para dar uma grande contribuição ao país, como fizeram os alvos da Operação Mãos Limpas, na Itália.
Capilaridade
“Ele pode mostrar até onde vai o envolvimento de agentes públicos com o crime organizado e a corrupção”, diz Camanho. Como se sabe, o poder do contraventor é de impressionante capilaridade e não se restringe ao legislativo e a governos.
14 de julho de 2012
Leandro Mazzini
"QUEM É IMPORTANTE?"
Por que conferir benefícios aos ricos? Não devemos considerá-los mais do que os demais trabalhadores
"ONDE FICA a entrada VIP? Porque nós somos VIPs." A declaração, feita por um doador que estava na fila de entrada de um dos recentes eventos de arrecadação de fundos que a campanha de Mitt Romney promoveu nos Hamptons, serve como resumo à atitude da elite endinheirada dos Estados Unidos.
A base política de Mitt Romney é formada por pessoas que se acham muito importantes.
Especificamente, estamos falando de pessoas que acreditam ser, como declarou outro doador de verbas para Romney, "o motor da economia": elas deveriam ser celebradas, e os impostos que pagam, já os mais baixos em 80 anos, deveriam ser reduzidos ainda mais.
Infelizmente, disse ainda outro doador, "as pessoas comuns" -por exemplo, "as manicures"- não são capazes de entender o fato.
Está bem, é fácil zombar dessa gente, mas quem ri por último são eles. Porque a turma do "eu sou VIP" capturou completamente o moderno Partido Republicano, a ponto de líderes importantes do partido considerarem que o aparente uso de contas multimilionárias no exterior por seu candidato à Presidência é aceitável e digno de elogios.
"Evitar pagar impostos, usando métodos legais, é uma atitude muito americana", declarou o senador Lindsey Graham, republicano da Carolina do Sul.
E existe uma boa chance de que os republicanos capturem tanto a Casa Branca quanto o Congresso.
Se isso acontecer, teremos uma virada radical na direção de políticas econômicas cuja proposta básica é a de que devemos ser muito solícitos para com os muito ricos.
Por isso é importante que compreendamos por que essas políticas não funcionam.
A primeira coisa que é preciso saber é que os Estados Unidos nem sempre foram assim. Quando John Kennedy foi eleito presidente, em 1960, a riqueza do 0,01% dos norte-americanos mais endinheirados era equivalente a um quarto do valor atual, na comparação com uma família média -e os muito ricos pagavam impostos muito mais elevados do que pagam hoje.
E ainda assim conseguíamos ter uma economia dinâmica e inovadora que causava inveja ao mundo. Os muito ricos podem imaginar que é sua riqueza a Terra girar, mas a história afirma o oposto.
A essa observação histórica devemos acrescentar outra nota: diversos dos muito ricos atuais, entre os quais Romney, ganharam ou ganham seu dinheiro no setor financeiro, comprando e vendendo ativos em lugar de criar empresas no sentido tradicional.
De fato, a disparada na riqueza dos mais endinheirados com relação à média nacional aconteceu no mesmo período em que Wall Street passava por crescimento explosivo.
Será que lembrei de mencionar que os banqueiros resgatados agora apoiam Romney por maioria esmagadora, já que ele promete reverter as modestas reformas financeiras introduzidas depois da crise?
É claro que muitos, provavelmente a maioria, dos ricos fazem contribuição positiva para a economia. E recebem generosas recompensas monetárias por isso. No entanto, rendas anuais de US$ 20 milhões ou mais não bastam.
Eles também querem ser reverenciados e receber tratamento especial na forma de impostos baixos. E isso é algo que não merecem. Afinal, a "pessoa comum" também contribui com a economia. Por que conferir benefícios aos ricos?
Não devemos considerá-los mais importantes que os demais trabalhadores norte-americanos.
Paul Krugman
14 de julho de 2012
Tradução de PAULO MIGLIACCI
"ONDE FICA a entrada VIP? Porque nós somos VIPs." A declaração, feita por um doador que estava na fila de entrada de um dos recentes eventos de arrecadação de fundos que a campanha de Mitt Romney promoveu nos Hamptons, serve como resumo à atitude da elite endinheirada dos Estados Unidos.
A base política de Mitt Romney é formada por pessoas que se acham muito importantes.
Especificamente, estamos falando de pessoas que acreditam ser, como declarou outro doador de verbas para Romney, "o motor da economia": elas deveriam ser celebradas, e os impostos que pagam, já os mais baixos em 80 anos, deveriam ser reduzidos ainda mais.
Infelizmente, disse ainda outro doador, "as pessoas comuns" -por exemplo, "as manicures"- não são capazes de entender o fato.
Está bem, é fácil zombar dessa gente, mas quem ri por último são eles. Porque a turma do "eu sou VIP" capturou completamente o moderno Partido Republicano, a ponto de líderes importantes do partido considerarem que o aparente uso de contas multimilionárias no exterior por seu candidato à Presidência é aceitável e digno de elogios.
"Evitar pagar impostos, usando métodos legais, é uma atitude muito americana", declarou o senador Lindsey Graham, republicano da Carolina do Sul.
E existe uma boa chance de que os republicanos capturem tanto a Casa Branca quanto o Congresso.
Se isso acontecer, teremos uma virada radical na direção de políticas econômicas cuja proposta básica é a de que devemos ser muito solícitos para com os muito ricos.
Por isso é importante que compreendamos por que essas políticas não funcionam.
A primeira coisa que é preciso saber é que os Estados Unidos nem sempre foram assim. Quando John Kennedy foi eleito presidente, em 1960, a riqueza do 0,01% dos norte-americanos mais endinheirados era equivalente a um quarto do valor atual, na comparação com uma família média -e os muito ricos pagavam impostos muito mais elevados do que pagam hoje.
E ainda assim conseguíamos ter uma economia dinâmica e inovadora que causava inveja ao mundo. Os muito ricos podem imaginar que é sua riqueza a Terra girar, mas a história afirma o oposto.
A essa observação histórica devemos acrescentar outra nota: diversos dos muito ricos atuais, entre os quais Romney, ganharam ou ganham seu dinheiro no setor financeiro, comprando e vendendo ativos em lugar de criar empresas no sentido tradicional.
De fato, a disparada na riqueza dos mais endinheirados com relação à média nacional aconteceu no mesmo período em que Wall Street passava por crescimento explosivo.
Será que lembrei de mencionar que os banqueiros resgatados agora apoiam Romney por maioria esmagadora, já que ele promete reverter as modestas reformas financeiras introduzidas depois da crise?
É claro que muitos, provavelmente a maioria, dos ricos fazem contribuição positiva para a economia. E recebem generosas recompensas monetárias por isso. No entanto, rendas anuais de US$ 20 milhões ou mais não bastam.
Eles também querem ser reverenciados e receber tratamento especial na forma de impostos baixos. E isso é algo que não merecem. Afinal, a "pessoa comum" também contribui com a economia. Por que conferir benefícios aos ricos?
Não devemos considerá-los mais importantes que os demais trabalhadores norte-americanos.
Paul Krugman
14 de julho de 2012
Tradução de PAULO MIGLIACCI
FARRA DO GOVERNO COM PUBLICIDADE NA MIRA DOS PARLAMENTARES
Publicidade institucional poderá ter regras mais duras. Gastos com mídia são alvo de projetos de parlamentares que defendem mais transparência
Um dos autores dessas propostas, o deputado Francisco Praciano (PT-AM), presidente da Frente Parlamentar de Combate à Corrupção, se inspirou, em parte, na Lei de Acesso à Informação, que entrou em vigor em maio.
No dia 5 deste mês, o deputado apresentou um projeto que torna obrigatória a divulgação do que é gasto em cada peça publicitária divulgada. Assim, por exemplo, um comercial televisivo que custou R$ 1 milhão deverá informar isso enquanto é veiculado na TV.
Segundo ele, o cidadão, ao tomar conhecimento do quanto é gasto, poderá questionar se aquela despesa realmente vale a pena.
— A gente vê muita propaganda desnecessária, sem função social, sem educação, muito mais elevando o prestígio das lideranças do que promovendo o serviço de educação e informação à sociedade — disse Praciano.
Na justificativa do projeto, o deputado cita a Lei de Acesso à Informação. Segundo ele, a lei “estipulou que, em certos casos, não é suficiente disponibilizar as informações ao público. Nestas situações, é dever dos órgãos e entidades públicas promover, independentemente de requerimentos, a divulgação de informações de interesse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas.”
Outra proposta, apresentada no mesmo dia, é do deputado Ruy Carneiro (PSDB-PB). Pelo projeto de lei, um mínimo de 20% do gasto de publicidade da União deverá ser destinado à campanhas educativas.
— Hoje, o governante tem 100% de liberdade da mídia que ele faz. Se ele quiser investir hoje R$ 1 milhão e fazer mídia com a inauguração de um hospital ou uma obra pública, que, às vezes, é muito mais mídia do governo dele e interessa muito menos para a população, ele tem essa liberdade — argumentou.
Os dois projetos se aplicam apenas à União. Segundo os dois deputados, haveria o risco de a lei ser inconstitucional, caso se estendesse a estados, municípios e Distrito Federal. Mas ambos acreditam que seus projetos podem inspirar autoridades estaduais e municipais. Ainda assim, Praciano antevê dificuldades na tramitação da matéria.
— Os representantes dos estados aqui (no Congresso) normalmente vão falar a linguagem dos governadores. Não tem governo que goste disso. Transparência é uma coisa que, normalmente, os governos, os Executivos, não gostam. Então, como em todos os projetos aqui, nós teremos também dificuldades. Há representantes de governos (estaduais) e municípios que tentarão evitar a transparência. Mas como esta Casa tem aprovado várias leis de transparência, acredito que já há uma tendência desta Casa de aprovar — disse o petista.
André de Souza - O Globo
14 de julho de 2012
Os gastos governamentais com publicidade estão na mira de alguns parlamentares, que apresentaram, este ano, projetos tornando mais duras as regras para com esse tipo de despesa. Ainda há um longo caminho para que eles venham a ser aprovados, mas a intenção é tornar mais transparente e eficiente a forma como o governo trata as campanhas publicitárias.
Um dos autores dessas propostas, o deputado Francisco Praciano (PT-AM), presidente da Frente Parlamentar de Combate à Corrupção, se inspirou, em parte, na Lei de Acesso à Informação, que entrou em vigor em maio.
No dia 5 deste mês, o deputado apresentou um projeto que torna obrigatória a divulgação do que é gasto em cada peça publicitária divulgada. Assim, por exemplo, um comercial televisivo que custou R$ 1 milhão deverá informar isso enquanto é veiculado na TV.
Segundo ele, o cidadão, ao tomar conhecimento do quanto é gasto, poderá questionar se aquela despesa realmente vale a pena.
— A gente vê muita propaganda desnecessária, sem função social, sem educação, muito mais elevando o prestígio das lideranças do que promovendo o serviço de educação e informação à sociedade — disse Praciano.
Na justificativa do projeto, o deputado cita a Lei de Acesso à Informação. Segundo ele, a lei “estipulou que, em certos casos, não é suficiente disponibilizar as informações ao público. Nestas situações, é dever dos órgãos e entidades públicas promover, independentemente de requerimentos, a divulgação de informações de interesse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas.”
Outra proposta, apresentada no mesmo dia, é do deputado Ruy Carneiro (PSDB-PB). Pelo projeto de lei, um mínimo de 20% do gasto de publicidade da União deverá ser destinado à campanhas educativas.
— Hoje, o governante tem 100% de liberdade da mídia que ele faz. Se ele quiser investir hoje R$ 1 milhão e fazer mídia com a inauguração de um hospital ou uma obra pública, que, às vezes, é muito mais mídia do governo dele e interessa muito menos para a população, ele tem essa liberdade — argumentou.
Os dois projetos se aplicam apenas à União. Segundo os dois deputados, haveria o risco de a lei ser inconstitucional, caso se estendesse a estados, municípios e Distrito Federal. Mas ambos acreditam que seus projetos podem inspirar autoridades estaduais e municipais. Ainda assim, Praciano antevê dificuldades na tramitação da matéria.
— Os representantes dos estados aqui (no Congresso) normalmente vão falar a linguagem dos governadores. Não tem governo que goste disso. Transparência é uma coisa que, normalmente, os governos, os Executivos, não gostam. Então, como em todos os projetos aqui, nós teremos também dificuldades. Há representantes de governos (estaduais) e municípios que tentarão evitar a transparência. Mas como esta Casa tem aprovado várias leis de transparência, acredito que já há uma tendência desta Casa de aprovar — disse o petista.
André de Souza - O Globo
14 de julho de 2012
CÁ COMIGO
A semana termina com a presidente Dilma criando um novo conceito para o PIB-Produto Interno Bruto, toda a riqueza produzida por um País. Agora, este produto econômico se mede pelo o que o País pode fazer pelas suas crianças, pelos seus adolescentes. Termina também com o julgamento, pelo Senado Federal, do Senador Demóstenes Torres e com uma cena incrível: a TV mostra em um quadro os Senadores Collor de Mello, Renan Calheiros, Humberto Costa, Jader Barbalho e Romero Jucá, todos juntinhos a observar a defesa indefensável do paladino do Congresso Nacional. Deviam estar pensando: o babaca não renunciou agora quer escapar, foi soberbo, vai pagar por isso. Assim é o Brasil, basta renunciar e tudo é esquecido.
Mais a frente, todos de volta.
O discurso da presidente Dilma começa a dar sinais do esgotamento do rumo tomado pelo Brasil para enfrentar a “marolinha”. O crime praticado pelo governo nesses últimos nove anos, via propaganda enganosa das condições econômicas do País e sua perspectivas, está se consumando. A indústria brasileira em queda produtiva começa a perder o fôlego e a capacidade de gerar riquezas e abastecer o mercado com empregos.
O governo criou um mundinho próprio para suas intempéries administrativas ignorando o fator básico que move o mundo atual que é a globalização, coisa antiga, mas sem a devida crença do Palácio do Planalto. Como todos os outros governantes deste terceiro mundo, embarcou no reino da fantasia comandado pelo seu grande mentor, o alucinógeno Hugo Chávez.
O Brasil desprezou as economias mais avançadas do planeta sem levar em conta a capacidade delas para, em pouco tempo, estabilizar ou mesmo reverter o processo de crise. É muito simples esta ponderação e o básico para isso é a forte capacidade tecnológica e de conhecimento que dispõe essas economias.
Mesmo em queda de preços, a produção externa chega no nosso mercado muito mais baratos que o da indústria nacional. Qual a razão do mesmo carro aqui produzido ser muito mais caro que o produzido no México, por exemplo.
O motivo principal é o dispêndio de dinheiro que a indústria tem para financiar a farra de governo, inclusas as administrações estaduais e municipais.
O custo Brasil é gigantesco. Só a corrupção leva mais de 80 bilhões do dinheiro produtivo.
O empresário já não consegue ânimo para investir, são poucos os que ainda encontram forças para tal. Nossa legislação trabalhista é arcaica, nosso sistema tributário é um “canibal”, a infraestrutura é uma sangria desatada e a capacidade de tocar investimentos públicos é nula.
O que pode então nos aguardar? Caso o Brasil, pelo menos, tivesse um parque de conhecimento em expansão pela qualidade de nosso ensino, existiria uma luz no fim do túnel, mas não é o que acontece.
As universidades não conseguem preencher seus quadros com pessoal capacitado e condições de serem desenvolvedores de conhecimento. A própria estrutura física das universidades são uma lástima e sua grande maioria no setor privado, meros caça níqueis. Como o empresário pode investir se não dispõe no mercado de profissionais de qualidade.
O outro lado da moeda, e intrinsecamente ligado a produção, é o ensino fundamental e médio. Aos trancos e barrancos o aluno chega ao final do curso e uma massa enorme não consegue realizar as mais simples operações de multiplicar, dividir e somar. São várias gerações jogadas na lata de lixo pela irresponsabilidade de governos, federal, estadual e municipal, e mantenedores de escolas privadas. Esse é o motivo que leva a precariedade do ensino superior diante de um quadro, por si só, já devastador para a educação universitária.
Não temos doutores para ministrar aulas e transmitir conhecimentos. Até há pouco, segundo consta, em Dourados/MS os médicos, de forma voluntária, é quem davam aulas na universidade federal. As universidades não conseguem preencher por concurso as vagas.
Há um espanto de minha parte quando dizem que o Brasil cresceu. Esquecem que, na verdade, estamos recuperando o que foi perdido até aqui e mesmo assim em altos e baixos movimentos. A nossa situação começa a ficar crítica ao sabermos que toda nossa economia está sustentada por quatro/cinco produtos e que mais de 60% da exportação deles tem o mercado chinês como endereço. Isto quer dizer, cá comigo, que já estamos em processo de fritura.
Acho até, que jacaré já é tronco.
Rapphael Curvo
14 de julho de 2012
Jornalista, advogado pela PUC-RIO e pós graduado pela Cândido Mendes
Mais a frente, todos de volta.
O discurso da presidente Dilma começa a dar sinais do esgotamento do rumo tomado pelo Brasil para enfrentar a “marolinha”. O crime praticado pelo governo nesses últimos nove anos, via propaganda enganosa das condições econômicas do País e sua perspectivas, está se consumando. A indústria brasileira em queda produtiva começa a perder o fôlego e a capacidade de gerar riquezas e abastecer o mercado com empregos.
O governo criou um mundinho próprio para suas intempéries administrativas ignorando o fator básico que move o mundo atual que é a globalização, coisa antiga, mas sem a devida crença do Palácio do Planalto. Como todos os outros governantes deste terceiro mundo, embarcou no reino da fantasia comandado pelo seu grande mentor, o alucinógeno Hugo Chávez.
Mesmo em queda de preços, a produção externa chega no nosso mercado muito mais baratos que o da indústria nacional. Qual a razão do mesmo carro aqui produzido ser muito mais caro que o produzido no México, por exemplo.
O motivo principal é o dispêndio de dinheiro que a indústria tem para financiar a farra de governo, inclusas as administrações estaduais e municipais.
O custo Brasil é gigantesco. Só a corrupção leva mais de 80 bilhões do dinheiro produtivo.
O empresário já não consegue ânimo para investir, são poucos os que ainda encontram forças para tal. Nossa legislação trabalhista é arcaica, nosso sistema tributário é um “canibal”, a infraestrutura é uma sangria desatada e a capacidade de tocar investimentos públicos é nula.
O que pode então nos aguardar? Caso o Brasil, pelo menos, tivesse um parque de conhecimento em expansão pela qualidade de nosso ensino, existiria uma luz no fim do túnel, mas não é o que acontece.
As universidades não conseguem preencher seus quadros com pessoal capacitado e condições de serem desenvolvedores de conhecimento. A própria estrutura física das universidades são uma lástima e sua grande maioria no setor privado, meros caça níqueis. Como o empresário pode investir se não dispõe no mercado de profissionais de qualidade.
O outro lado da moeda, e intrinsecamente ligado a produção, é o ensino fundamental e médio. Aos trancos e barrancos o aluno chega ao final do curso e uma massa enorme não consegue realizar as mais simples operações de multiplicar, dividir e somar. São várias gerações jogadas na lata de lixo pela irresponsabilidade de governos, federal, estadual e municipal, e mantenedores de escolas privadas. Esse é o motivo que leva a precariedade do ensino superior diante de um quadro, por si só, já devastador para a educação universitária.
Não temos doutores para ministrar aulas e transmitir conhecimentos. Até há pouco, segundo consta, em Dourados/MS os médicos, de forma voluntária, é quem davam aulas na universidade federal. As universidades não conseguem preencher por concurso as vagas.
Há um espanto de minha parte quando dizem que o Brasil cresceu. Esquecem que, na verdade, estamos recuperando o que foi perdido até aqui e mesmo assim em altos e baixos movimentos. A nossa situação começa a ficar crítica ao sabermos que toda nossa economia está sustentada por quatro/cinco produtos e que mais de 60% da exportação deles tem o mercado chinês como endereço. Isto quer dizer, cá comigo, que já estamos em processo de fritura.
Acho até, que jacaré já é tronco.
Rapphael Curvo
14 de julho de 2012
Jornalista, advogado pela PUC-RIO e pós graduado pela Cândido Mendes
CADÊ A FAXINA DONA DILMA?
A faxina feita por Dilma Rousseff, no ministério dos Transportes, teve início no dia 2/7/2011 . Além do ministro Alfredo Nascimento, tinham sido exonerados 24 funcionários, envolvido nas denuncias de superfaturamentos em obras.
No dia 22 desse mesmo mês, a “presidenta” deu uma entrevista ao jornalista Jorge Bastos Moreno, sendo questionada de até onde ia a faxina. Dilma, com pose de rainha da cocada preta e com estudada ênfase:
“A ‘faxina’ não tem essa coisa de limite.
O limite é mudar o Ministério dos Transportes.
É transformar o Ministério dos Transportes naquilo que é o seu próprio papel: a base da infra-estrutura do país. Mas também é bom que todos saibam que não estamos agindo politicamente contra um partido. A ação é sobre pessoas que agiram de forma errada, e nem todas essas pessoas são de um mesmo partido. Isso precisa ser esclarecido”.
Mas a “presidenta” esqueceu de combinar com o deputa Valdemar da Costa Neto (PR-SP), pois a Polícia Federal, em dezembro de 2011, isto é bem depois da mega-faxina, gravou uma conversa dele com José Francisco das Neves, o Juquinha ex-presidente da Valec Engenharia Construções e Ferrovias S.A., vinculada ao Ministério dos Transportes, que foi divulgada pela imprensa nessa semana.
O que se pode entender da conversa, é que mesmo Juquinha tendo sido demitido, continuou a dar as cartas na Valec. E que o deputado se mostra conivente com falcatruas pois na gravação (Conversa entre o deputado Valdemar Costa Neto e o ex-presidente da …), ele diz: “Tem só um negócio errado lá. Só um, de tudo que nós vimos: é um negócio no Dnit. Você não sabe o que eles faziam. Isso vai dar merda. Tinha uma empresa que lançava as multas nas estradas e o Correio não mandava cobrança para o camarada. Tinha um camarada que era responsável pelo setor.
Vai ter que aparecer o nome dele, que era o Varejão, coitado, aí tá morto. Porque, então, o Correio cancelou, falou que não mandava mais. Uma loucura dessas e você continua pagando a firma para fazer o cadastro das multas”.
Como se não bastasse, mostrar não querer entender que a ocultação do nome de um criminoso, o faz cúmplice do mesmo crime, Valdemar diz que sabe quem é o culpado, mas manterá o nome em sigilo: “Tem nome do culpado, tem o responsável. Entendeu? Não é que nós queremos ferrar ninguém. Não vamos dar notícia disso aí. Só prá você entender”.
A mega-faxina, por metamorfose virou uma mega-cagada governamental, como sói.
Giulio Sanmartini
14 de julho de 2012
(*) Fotomontagem: Juquinha & Valdemar
No dia 22 desse mesmo mês, a “presidenta” deu uma entrevista ao jornalista Jorge Bastos Moreno, sendo questionada de até onde ia a faxina. Dilma, com pose de rainha da cocada preta e com estudada ênfase:
“A ‘faxina’ não tem essa coisa de limite.
O limite é mudar o Ministério dos Transportes.
É transformar o Ministério dos Transportes naquilo que é o seu próprio papel: a base da infra-estrutura do país. Mas também é bom que todos saibam que não estamos agindo politicamente contra um partido. A ação é sobre pessoas que agiram de forma errada, e nem todas essas pessoas são de um mesmo partido. Isso precisa ser esclarecido”.
O que se pode entender da conversa, é que mesmo Juquinha tendo sido demitido, continuou a dar as cartas na Valec. E que o deputado se mostra conivente com falcatruas pois na gravação (Conversa entre o deputado Valdemar Costa Neto e o ex-presidente da …), ele diz: “Tem só um negócio errado lá. Só um, de tudo que nós vimos: é um negócio no Dnit. Você não sabe o que eles faziam. Isso vai dar merda. Tinha uma empresa que lançava as multas nas estradas e o Correio não mandava cobrança para o camarada. Tinha um camarada que era responsável pelo setor.
Vai ter que aparecer o nome dele, que era o Varejão, coitado, aí tá morto. Porque, então, o Correio cancelou, falou que não mandava mais. Uma loucura dessas e você continua pagando a firma para fazer o cadastro das multas”.
Como se não bastasse, mostrar não querer entender que a ocultação do nome de um criminoso, o faz cúmplice do mesmo crime, Valdemar diz que sabe quem é o culpado, mas manterá o nome em sigilo: “Tem nome do culpado, tem o responsável. Entendeu? Não é que nós queremos ferrar ninguém. Não vamos dar notícia disso aí. Só prá você entender”.
A mega-faxina, por metamorfose virou uma mega-cagada governamental, como sói.
Giulio Sanmartini
14 de julho de 2012
(*) Fotomontagem: Juquinha & Valdemar
A BOLÍVIA TORNA A ATACAR
No dia 1° de maio de 2006, o Exército boliviano ocupou duas refinarias da Petrobras O governo boliviano não encampou somente a Petrobras. Toda a indústria petrolífera boliviana, incluindo 53 campos produtores, dutos e refinarias também estão sendo tomados pelo exército. Pelo menos 54 postos de gasolina particulares de empresários bolivianos já foram ocupados.
A operação foi confirmada pelo vice-presidente da Bolívia, Alvaro García Linera, durante um discurso por ocasião do Dia do Trabalho ocorrido na principal praça de La Paz. A medida também cerca de 20 empresas multinacionais, entre elas a Repsol (Espanha), a British Gas e British Petroleum (Grã-Bretanha) e a Total (França).
“Nestes minutos, na cidade de Cochabamba e em Santa Cruz, (duas refinarias da Petrobras – foto) estão sendo ocupadas e controladas pelas Forças Armadas e pela YPFB. Hoje as refinarias são de propriedade majoritária dos bolivianos”, disse García Linera.
“Nacionalizamos os recursos naturais de hidrocarbonetos do país; o Estado recupera a propriedade, a posse e o controle total e absoluto destes recursos”, disse o presidente cocaleiro Evo Morales, ao ler o decreto de nacionalização para um grupo de trabalhadores.
A nacionalização dos hidrocarbonetos foi a principal promessa eleitoral que permitiu a Morales receber em dezembro passado a presidência da Bolívia, com a maior parte de sua população na pobreza apesar de ter a segunda maior reserva de gás natural na América do Sul, atrás apenas da Venezuela. “Estamos cumprindo, não somos um governo de promessas. O que prometemos e o que o povo pede nós cumprimos”, completou Morales, na ocasião estava no poder há 100 dias.
O bravateiro presidente do Brasil, na época Luiz Inácio Lula da Silva, ao sentir a jiripoca boliviana piar, botou rapidamente o galho dentro, e deixou que a nação perdesse na mão grande o que lhe pertencia.
Como isso passou em brancas nuvens, o governo boliviano, sentiu-se forte para cagar sua goma em território brasileiro.
Chegou nesse da 12 o novo embaixador da Bolívia no Brasil, trata-se de Jeries Justiniano e foi logo dizendo que sua primeira tarefa será exigir da revista Veja uma retratação sobre reportagem que associa o nome de burocratas.
Em coletiva de imprensa na sede do governo boliviano, Justiniano, que é um veterano líder socialista, afirmou que tem o apoio do Brasil na defesa de seu governo. “Já recebemos a aprovação do Brasil. É uma farsa, é uma publicação grosseira, é simplesmente querer prejudicar o Estado”, anunciou ao lado do ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana, um dos apontados como envolvido com o tráfico. As informações são do Portal Terra.
É do conhecimento geral a bronca do governo contra a Veja, mas os petistas covardemente, estão tendo orgasmos com a ferramenta dos outros.
(*) Fotomontagem: o embaixador Jeries Justiniano e a Petrobrás em Cochabamba, tomada pelo exército.
Giulio Sanmartini
14 de julho de 2012
(*) Texto de apoio: Jacqueline Patrocínio
A operação foi confirmada pelo vice-presidente da Bolívia, Alvaro García Linera, durante um discurso por ocasião do Dia do Trabalho ocorrido na principal praça de La Paz. A medida também cerca de 20 empresas multinacionais, entre elas a Repsol (Espanha), a British Gas e British Petroleum (Grã-Bretanha) e a Total (França).
“Nestes minutos, na cidade de Cochabamba e em Santa Cruz, (duas refinarias da Petrobras – foto) estão sendo ocupadas e controladas pelas Forças Armadas e pela YPFB. Hoje as refinarias são de propriedade majoritária dos bolivianos”, disse García Linera.
“Nacionalizamos os recursos naturais de hidrocarbonetos do país; o Estado recupera a propriedade, a posse e o controle total e absoluto destes recursos”, disse o presidente cocaleiro Evo Morales, ao ler o decreto de nacionalização para um grupo de trabalhadores.
A nacionalização dos hidrocarbonetos foi a principal promessa eleitoral que permitiu a Morales receber em dezembro passado a presidência da Bolívia, com a maior parte de sua população na pobreza apesar de ter a segunda maior reserva de gás natural na América do Sul, atrás apenas da Venezuela. “Estamos cumprindo, não somos um governo de promessas. O que prometemos e o que o povo pede nós cumprimos”, completou Morales, na ocasião estava no poder há 100 dias.
Como isso passou em brancas nuvens, o governo boliviano, sentiu-se forte para cagar sua goma em território brasileiro.
Chegou nesse da 12 o novo embaixador da Bolívia no Brasil, trata-se de Jeries Justiniano e foi logo dizendo que sua primeira tarefa será exigir da revista Veja uma retratação sobre reportagem que associa o nome de burocratas.
Em coletiva de imprensa na sede do governo boliviano, Justiniano, que é um veterano líder socialista, afirmou que tem o apoio do Brasil na defesa de seu governo. “Já recebemos a aprovação do Brasil. É uma farsa, é uma publicação grosseira, é simplesmente querer prejudicar o Estado”, anunciou ao lado do ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana, um dos apontados como envolvido com o tráfico. As informações são do Portal Terra.
É do conhecimento geral a bronca do governo contra a Veja, mas os petistas covardemente, estão tendo orgasmos com a ferramenta dos outros.
(*) Fotomontagem: o embaixador Jeries Justiniano e a Petrobrás em Cochabamba, tomada pelo exército.
Giulio Sanmartini
14 de julho de 2012
(*) Texto de apoio: Jacqueline Patrocínio
RÉGUA E COMPASSO
Diante da expectativa de mais um pibinho pela frente, a presidente Dilma Rousseff mudou da água para o vinho seu discurso econômico, passando a valorizar mais outras medidas que não a do Produto Interno Bruto, que até outro dia era festejado pelo governo como comprovação de que o país passara a ser a sexta economia do mundo, superando a Inglaterra e ameaçando a França, que está em quinto lugar.
Com o crescimento pífio previsto para este ano — por volta de 2% ou até menos, segundo algumas previsões — e o dólar valorizando, o país corre o risco de fechar o ano caindo novamente de patamar entre as maiores economias do mundo.
Pelo terceiro ano consecutivo, o país crescerá menos que os emergentes, a ponto de o economista Jim O’Neill, criador da sigla Brics para um estudo da Goldman Sachs sobre as principais economias emergentes do mundo, dizer que o Brasil corre o risco de perder sua posição no grupo.
A presidente se referiu à capacidade de um país tratar bem seu futuro, isto é, as crianças e os adolescentes, como mais importante do que o mero crescimento econômico medido pela acumulação de bens, e, se pode ter razão em teoria, na prática está lidando com medidas complementares e não dissociadas.
A não ser que esteja pensando em um tipo de modelo à la Cuba, onde o governo teoricamente dá mais valor ao desenvolvimento social do que ao econômico, isto é, mais ao IDH do que ao PIB, o que na prática se mostra um desastre.
Estamos em 84º lugar no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e perdemos para países da região como Chile, Uruguai, Argentina. Cuba, que voltou a ter seu desenvolvimento humano medido depois de anos ausente do relatório do programa das Nações Unidas, aparece em 51º lugar.
Já tratei desse assunto diversas vezes aqui, mas é sempre bom repetir. Em uma coluna de março lembrei que a Noruega, por exemplo, não está entre as maiores economias do mundo, mas é a número um em IDH, método criado pelo economista paquistanês Mahbub ul Haq e pelo Prêmio Nobel Amartya Sen para avaliar outras dimensões na medição da qualidade de vida de um povo.
Além do PIB per capita corrigido pela paridade do poder de compra de cada país, o IDH leva em conta a longevidade e a educação.
Para aferir a longevidade, o indicador usado é a expectativa de vida ao nascer. O item “educação” é avaliado pelo analfabetismo e pela taxa de matrícula em todos os níveis de ensino.
O ideal é unir os dois indicadores, e por enquanto são os países desenvolvidos que conseguem isso. A maior economia do mundo continua sendo a dos Estados Unidos, que também são o 4º colocado em IDH.
A China já é o segundo PIB do mundo e, tudo indica, alcançará os Estados Unidos em alguns anos, mas, quando se trata de qualidade de vida, está na rabeira da lista do IDH, em 101º lugar.
O Japão, que caiu para o terceiro lugar no ranking do PIB, está em 12º lugar no IDH. A Alemanha é a mais bem colocada entre os grandes da Zona do Euro, em 9º lugar.
A França está em 20º lugar. O Reino Unido, que ultrapassamos pelo PIB, está em 28º lugar na relação do IDH, enquanto a Itália está em 24º.
Os dois últimos do ranking das dez maiores economias do mundo, Rússia e Índia, estão também na rabeira da lista do IDH: Rússia em 66º (melhor que o Brasil) e Índia em 124º (pior que a China).
A presidente Dilma Rousseff tem toda a razão. Como já escrevi aqui quando saiu a notícia de que passáramos a ser a sexta economia do mundo, mais importante que isso é sabermos que estamos em 84º lugar no IDH; em 88º no Índice de Desenvolvimento Educacional; ainda somos um dos mais desiguais na distribuição de renda do mundo, apesar dos avanços recentes.
E entender que, para deixarmos de ser o 73º país no ranking de renda per capita, temos que encarar as reformas estruturais de que o país necessita para crescer sustentavelmente, principalmente na educação.
Temos tido sinais permanentes de que o ensino de Matemática entre nós está abaixo das necessidades do país. O professor Arnaldo Niskier, membro da Academia Brasileira de Letras, fez uma relação de indícios de nosso atraso nesse setor: aprovação de apenas 42,8% dos alunos do 3º ano do ensino fundamental com os conhecimentos básicos de matemática; em apenas 35 cidades do país, mais da metade dos alunos do 9º ano do ensino fundamental sabe Matemática, teriam nota superior a 5; apenas 11% dos jovens que alcançam a 3ª série do ensino médio têm aprendizado suficiente na matéria.
De 2000 a 2009, o Brasil aparece entre as três nações que mais evoluíram no Pisa — exame internacional de avaliação — segundo boletim da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgado em 2010.
E, no entanto, ainda ocupa a 53ª posição entre 65 países. Os países que fazem parte da OCDE, os mais avançados do mundo, aplicam cerca de 7% do PIB em pesquisa e desenvolvimento.
O Brasil não passa de 1%, sendo suplantado largamente por Coreia do Sul e China, países que estavam atrás de nós nesse setor nos anos 1980. Em 1960, a Coreia já tinha escolaridade média superior à do Brasil em 1,4 ano de estudo, e essa diferença só fez aumentar de lá para cá, estando atualmente em mais de seis anos.
Depois de aparentemente desistir da possibilidade de crescer acima de 3% ainda este ano, a presidente Dilma Rousseff tenta encarnar a personalidade de seu tutor, repetindo como Lula que “nunca antes neste país” se fez tanto pela distribuição de renda.
E repete até mesmo as gafes do antecessor, ao comemorar o desastre econômico europeu para fazer um contraponto ao modelo brasileiro.
Segundo ela, o Brasil usa uma fórmula mais eficiente: fomentar o desenvolvimento “distribuindo o bônus para o povo. Hoje eles (os espanhóis) estão cortando o 13º salário, 30% do salário dos vereadores e aumentando os impostos, e (mesmo assim) o país vai de mal a pior” — disse a presidente.
Fez lembrar o ex-presidente Lula, que criou um embaraço diplomático ao dizer, para se vangloriar, que “é muito bom terminar o mandato e ver que os EUA continuam em crise”, em contraste com o Brasil, que crescera naquele ano 7,5%.
Deu no que deu. Este ano, é possível que os Estados Unidos em crise cresçam mais que nós.
Merval Pereira, O Globo
14 de julho de 2012
Com o crescimento pífio previsto para este ano — por volta de 2% ou até menos, segundo algumas previsões — e o dólar valorizando, o país corre o risco de fechar o ano caindo novamente de patamar entre as maiores economias do mundo.
Pelo terceiro ano consecutivo, o país crescerá menos que os emergentes, a ponto de o economista Jim O’Neill, criador da sigla Brics para um estudo da Goldman Sachs sobre as principais economias emergentes do mundo, dizer que o Brasil corre o risco de perder sua posição no grupo.
A presidente se referiu à capacidade de um país tratar bem seu futuro, isto é, as crianças e os adolescentes, como mais importante do que o mero crescimento econômico medido pela acumulação de bens, e, se pode ter razão em teoria, na prática está lidando com medidas complementares e não dissociadas.
A não ser que esteja pensando em um tipo de modelo à la Cuba, onde o governo teoricamente dá mais valor ao desenvolvimento social do que ao econômico, isto é, mais ao IDH do que ao PIB, o que na prática se mostra um desastre.
Estamos em 84º lugar no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e perdemos para países da região como Chile, Uruguai, Argentina. Cuba, que voltou a ter seu desenvolvimento humano medido depois de anos ausente do relatório do programa das Nações Unidas, aparece em 51º lugar.
Já tratei desse assunto diversas vezes aqui, mas é sempre bom repetir. Em uma coluna de março lembrei que a Noruega, por exemplo, não está entre as maiores economias do mundo, mas é a número um em IDH, método criado pelo economista paquistanês Mahbub ul Haq e pelo Prêmio Nobel Amartya Sen para avaliar outras dimensões na medição da qualidade de vida de um povo.
Além do PIB per capita corrigido pela paridade do poder de compra de cada país, o IDH leva em conta a longevidade e a educação.
Para aferir a longevidade, o indicador usado é a expectativa de vida ao nascer. O item “educação” é avaliado pelo analfabetismo e pela taxa de matrícula em todos os níveis de ensino.
O ideal é unir os dois indicadores, e por enquanto são os países desenvolvidos que conseguem isso. A maior economia do mundo continua sendo a dos Estados Unidos, que também são o 4º colocado em IDH.
A China já é o segundo PIB do mundo e, tudo indica, alcançará os Estados Unidos em alguns anos, mas, quando se trata de qualidade de vida, está na rabeira da lista do IDH, em 101º lugar.
O Japão, que caiu para o terceiro lugar no ranking do PIB, está em 12º lugar no IDH. A Alemanha é a mais bem colocada entre os grandes da Zona do Euro, em 9º lugar.
A França está em 20º lugar. O Reino Unido, que ultrapassamos pelo PIB, está em 28º lugar na relação do IDH, enquanto a Itália está em 24º.
Os dois últimos do ranking das dez maiores economias do mundo, Rússia e Índia, estão também na rabeira da lista do IDH: Rússia em 66º (melhor que o Brasil) e Índia em 124º (pior que a China).
A presidente Dilma Rousseff tem toda a razão. Como já escrevi aqui quando saiu a notícia de que passáramos a ser a sexta economia do mundo, mais importante que isso é sabermos que estamos em 84º lugar no IDH; em 88º no Índice de Desenvolvimento Educacional; ainda somos um dos mais desiguais na distribuição de renda do mundo, apesar dos avanços recentes.
E entender que, para deixarmos de ser o 73º país no ranking de renda per capita, temos que encarar as reformas estruturais de que o país necessita para crescer sustentavelmente, principalmente na educação.
Temos tido sinais permanentes de que o ensino de Matemática entre nós está abaixo das necessidades do país. O professor Arnaldo Niskier, membro da Academia Brasileira de Letras, fez uma relação de indícios de nosso atraso nesse setor: aprovação de apenas 42,8% dos alunos do 3º ano do ensino fundamental com os conhecimentos básicos de matemática; em apenas 35 cidades do país, mais da metade dos alunos do 9º ano do ensino fundamental sabe Matemática, teriam nota superior a 5; apenas 11% dos jovens que alcançam a 3ª série do ensino médio têm aprendizado suficiente na matéria.
De 2000 a 2009, o Brasil aparece entre as três nações que mais evoluíram no Pisa — exame internacional de avaliação — segundo boletim da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgado em 2010.
E, no entanto, ainda ocupa a 53ª posição entre 65 países. Os países que fazem parte da OCDE, os mais avançados do mundo, aplicam cerca de 7% do PIB em pesquisa e desenvolvimento.
O Brasil não passa de 1%, sendo suplantado largamente por Coreia do Sul e China, países que estavam atrás de nós nesse setor nos anos 1980. Em 1960, a Coreia já tinha escolaridade média superior à do Brasil em 1,4 ano de estudo, e essa diferença só fez aumentar de lá para cá, estando atualmente em mais de seis anos.
Depois de aparentemente desistir da possibilidade de crescer acima de 3% ainda este ano, a presidente Dilma Rousseff tenta encarnar a personalidade de seu tutor, repetindo como Lula que “nunca antes neste país” se fez tanto pela distribuição de renda.
E repete até mesmo as gafes do antecessor, ao comemorar o desastre econômico europeu para fazer um contraponto ao modelo brasileiro.
Segundo ela, o Brasil usa uma fórmula mais eficiente: fomentar o desenvolvimento “distribuindo o bônus para o povo. Hoje eles (os espanhóis) estão cortando o 13º salário, 30% do salário dos vereadores e aumentando os impostos, e (mesmo assim) o país vai de mal a pior” — disse a presidente.
Fez lembrar o ex-presidente Lula, que criou um embaraço diplomático ao dizer, para se vangloriar, que “é muito bom terminar o mandato e ver que os EUA continuam em crise”, em contraste com o Brasil, que crescera naquele ano 7,5%.
Deu no que deu. Este ano, é possível que os Estados Unidos em crise cresçam mais que nós.
Merval Pereira, O Globo
14 de julho de 2012
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