"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 26 de setembro de 2012

COMPARAÇÃO INDEVIDA

 

A determinada altura da sessão desta segunda-feira o revisor Ricardo Lewandowski justificou assim o voto pela condenação de três réus por formação de quadrilha: "Era um mecanismo permanentemente em funcionamento. Isso caracteriza a quadrilha, e esses crimes eram praticados à medida da necessidade demonstrada pelos parlamentares que se deixaram corromper".

Portanto, se alguém se deixou corromper, houve também o agente corruptor e um motivo para corrupção.

A forma da prova, entretanto, continua em debate. A manifestação majoritária dos ministros em relação ao crime de corrupção passiva em "fatia" anterior do julgamento do mensalão provoca revolta aqui e ali.

Advogados de defesa, políticos e agora até um grupo de intelectuais, artistas e acadêmicos alegam que o Supremo Tribunal Federal está inovando. Invocam o julgamento que absolveu Fernando Collor de Mello em 1994, reivindicando tratamento semelhante.

O próprio Lewandowski qualificou de "heterodoxo" o entendimento preponderante no tribunal e justificou a absolvição de João Paulo Cunha do crime de corrupção passiva dizendo que havia se baseado na jurisprudência da ação penal 307, a do caso Collor.

Na essência da lei o STF não está criando nada. A condenação de Cunha decorreu do artigo 317 do Código Penal, cuja definição do ilícito é a mesma: "Solicitar ou receber, para si ou outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função, mas em razão dela, vantagem indevida ou aceitar promessa de tal vantagem".

O único dos atuais ministros a participar do julgamento de Collor, Celso de Mello, na época apontou a exigência de "precisa identificação de um ato de ofício" na esfera das atribuições do presidente, para que se caracterizasse a corrupção.

Justamente o que a Procuradoria-Geral da República não conseguiu demonstrar na ocasião: a denúncia não descreveu uma parte do crime, não apontou que interesses as pessoas que deram dinheiro ao operador de Collor, Paulo César Farias, teriam nos atos do presidente.

E, naquele voto em 94, Celso de Mello falou também sobre a necessidade de haver "uma relação entre a conduta do agente que solicita, recebe ou aceita a promessa de vantagem indevida e a prática, que pode até não ocorrer, de um ato determinado de ofício".

E o que demonstra a denúncia ora em exame? Exatamente a existência de uma relação de trocas indevidas entre parlamentares, partidos e um governo mediante práticas ilegais.
Ou seja, o Supremo não inventa. Os casos é que são diferentes.

Conceito de ética. Quando deixou a presidência da Comissão de Ética Pública em fevereiro de 2008, três meses antes do fim do mandato, Marcílio Marques Moreira disse o seguinte: "Não temos nenhuma força, não temos nenhuma tropa, temos apenas a nossa consciência e a nossa autoridade moral".

Autoridade solapada pelo então presidente Luiz Inácio da Silva ao ignorar por diversas vezes a recomendação de que Carlos Lupi optasse entre o Ministério do Trabalho e a presidência do PDT pelo evidente conflito de interesses entre as duas funções.

Quando renunciou na segunda-feira à presidência da Comissão de Ética Pública um ano antes do fim do mandato, Sepúlveda Pertence nem precisou repetir as palavras de Marcílio para que deixasse perfeitamente entendida a razão de sua saída.

Demolição de autoridade moral.

Desta vez pela presidente Dilma Rousseff, que resolveu retaliar contra dois conselheiros que cobravam mais duramente explicações do ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, a respeito de contratos de consultoria cujos serviços não foram comprovados.

26 de setembro de 2012
Dora Kramer - O Estado de S.Paulo

IMAGEM DO DIA

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  • Crianças dormem em barcos ancorados nesta quarta-feira (26) às margens do rio Ganges, em Varanasi, na Índia
    Crianças dormem em barcos ancorados nesta quarta-feira (26) às margens do rio Ganges, em Varanasi, na Índia - Rajesh Kumar Singh/AP
     
    26 de setembro de 2012

    A LONGEVIDADE DA DUPLA DE POLÍTICOS BANDIDOS AVISA AOS BERROS QUE PELÉ ESTAVA CERTO

     

    Depois de impedir que eleitores sem vergonha tentassem instalar na prefeitura de Osasco o ex-presidente da Câmara do mensalão, João Paulo Cunha, o Supremo Tribunal Federal vai livrar a Mogi das Cruzes que presta de envergonhar-se com o representante que milhares de moradores sem cérebro teimam em manter no Congresso: Valdemar Costa Neto, o Boy, será o segundo deputado federal transferido sem escalas da Casa dos Horrores para uma casa de detenção. Até que enfim.

    Já condenado pelo relator Joaquim Barbosa e pelo revisor Ricardo Lewandowski, o parlamentar paulista pode escalar o cadafalso sem direito a uma escala no ombro sempre amigo de Dias Toffoli. É muito prontuário para um só portador, sabe-se desde meados de 2005. Como gritam os vídeos na seção História em Imagens, o retrato do velho Boy foi desenhado há sete anos pela ex-mulher Maria Cristina Mendes Caldeira.

    Desenhado com tão perturbadora nitidez que, horas depois da performance da depoente na Comissão de Ética da Câmara, o retratado renunciou ao mandato para preservar seus direitos políticos. A malandragem funcionou. Valdemar rebatizou o velho PL de PR, recuperou o gabinete no Congresso em 2006 e ali foi mantido pelas urnas de 2010. Continuaria no emprego até a morte se não aparecesse um Supremo no caminho.

    Ao formular uma de suas frases mais famosas, Pelé incorreu em três erros que não comprometem o acerto essencial. O primeiro foi radicalizar na generalização. O segundo foi ter dito o que disse no momento errado: na virada dos anos 70, a ditadura militar sonhava com a completa erradicação das urnas. Enfim, faltou ressalvar, depois de uma vírgula, que só votando é que se aprende a votar. Mas o Rei do Futebol estava coberto de razão quando afirmou que milhões de brasileiros não sabiam mesmo votar.

    Ainda não aprenderam, avisa aos berros a longevidade afrontosa de um joãopaulocunha, de um valdemarboy e de tantas outras abjeções que infestam a paisagem política do Brasil. Todas ungidas pelo voto popular.

    26 de setembro de 2012
     

    DEBATE O MITO DO PT ESTÁ RUINDO

    ACUADO PELA CONFIRMAÇÃO DE QUE ERA O CHEFE DO MENSALÃO, LULA REDUZ CAMPANHA

     Atuação de Lula na campanha de Haddad perde força. Especialistas atribuem saída de cena a ataques de Serra que o associam ao mensalão
     
    Principal cabo eleitoral do candidato petista a prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, o ex-presidente Lula recuou do front da campanha nas últimas semanas, acuado pelos ataques dos adversários que o ligam ao mensalão, em julgamento no Supremo Tribunal Federal. Lula deixou a cena do programa de TV e reduziu sua participação no horário eleitoral no rádio, onde atuava como apresentador e DJ.

    — O mensalão é um golpe forte. Foi estratégico Lula dar uma saída de cena na campanha de Haddad, no momento em que ele foi citado em declarações do empresário Marcos Valério como chefe do esquema do mensalão. Lula neste momento está mais atrapalhando Haddad do que ajudando porque carrega o ônus do mensalão — avalia o cientista político David Fleischer, da Universidade de Brasília (UnB).

    Visita ao méxico afastou Lula, diz PT

    O cientista político da UnB pondera, entretanto, que Lula teve papel decisivo no começo da campanha, ao alavancar a figura de Haddad, um candidato praticamente desconhecido do eleitor paulistano.

    Já o cientista político Cláudio Couto (FGV) avalia que os marqueteiros de Haddad “podem ter chegado à conclusão de que este é o momento para Lula não aparecer tanto”.

    — Talvez Lula vá sair destas eleições menor do que se pensava que ele fosse. Temos de considerar que um ex-presidente ou presidente não “faz” um prefeito. Ele faz um sucessor, mas não um prefeito.

    Os petistas justificaram a ausência de Lula nos últimos dias por causa de sua viagem ao México, para uma palestra. Desde que voltou ao Brasil, o ex-presidente participou de comícios pelo ABC, berço do PT. Segundo a assessoria de Lula, ele já voltou a gravar para o programa eleitoral de Haddad, mas não se sabe quando as participações serão usadas.

    — Ele está gravando o programa e está tendo todo o empenho. Nada do que pedimos ao ex-presidente ele deixou de fazer — disse Haddad ontem, durante visita à Zona Leste da capital.

    26 de setembro de 2012
    O Globo

    COMPRA DE VOTOS PELO PT DE LULA ESTÁ CARACTERIZADA - DIZ MARCO AURÉLIO

     
    Ministro avalia que transferências de dinheiro entre partidos indicam venda de apoio político

    O ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta quarta-feira que está, sim, caracterizada a compra de votos pelo PT, conforme denunciou a Procuradoria-Geral da República na origem do processo do mensalão. Para o ministros, as transferências de dinheiro de Marcos Valério, apontado como operador do mensalão, ao PL, PP, PTB e PMDB a mando de ex-dirigentes petistas, são indicações claras do comércio de apoio político. A ajuda financeira não seria mero favor entre aliados.

    - A disputa por caixa é muito grande e um partido não fortalece o outro, viabilizando portando uma melhor campanha eleitoral. A natureza em si, o antagonismo afasta totalmente a possibilidade de um partido cobrir o caixa um do outro - disse o ministro, pouco antes do início da 28º sessão de julgamento.

    Marco Aurélio afirmou ainda que a tendência de condenação de réus acusados de corrupção passiva nesta semana pode ser decisiva na definição da situação dos réus acusados de corrupção ativa, capítulo que entra na pauta de votação na próxima semana. Entre os réus acusados de corrupção ativa estão o ex-ministro José Dirceu, o ex-deputado José Genoíno e o ex-tesoureiro Delúbio Soares, todos da antiga cúpula do PT.

    - Eu penso que, tendo em conta que se está assentando o recebimento, haverá a definição de quem realmente pagou, o corruptor - disse Marco Aurélio.

    26 de setembro de 2012
    Jailton de Carvalho, O Globo
     

    EMBATE ENTRE JOAQUIM BARBOSA E LEWANDOWSKI MOSTRA QUE É FORTE A PRESSÃO PELA IMPUNIDADE

     



    Frente de batalha – Transparência. Eis o ponto que provocou novas faíscas entre o ministro Joaquim Barbosa, relator do processo do “Mensalão do PT” (Ação Penal 470) no Supremo Tribunal Federal, e o também ministro Ricardo Lewandowski, revisor. Durante a leitura do seu voto, que vem ocorrendo de forma confusa e arrastada, Lewandowski classificou Emerson Palmieri, ex-primeiro-secretário do PTB, como “um coadjuvante, um protagonista secundário”.

    Na sequência, o revisor foi mais explícito e declarou: “Penso que permanecem sérias dúvidas quanto à participação de Emerson Palmieri nos fatos delituosos”. Inconformado com o tratamento dispensado pelo revisor a Palmieri, o ministro Joaquim Barbosa protestou. Foi então que a polêmica tomou conta do plenário, sendo necessária a intervenção do presidente da Corte, ministro Carlos Ayres Britto, e do decano Celso de Mello.

    O rebuscado bate-boca avançou e acabou resvalando na imprensa, que foi citada por Barbosa e Lewandowski. Em dado momento, Lewandowski passou a relatar uma conversa com jornalistas, quando Barbosa interveio e afirmou: “Eu não ligo para o que dizem os jornalistas.” Mesmo assim, o ministro-revisor continuou: “Às vezes, os jornalistas presenciam o mesmo fato e voltam para as redações e escrevem questões opostas”, disse na tentativa de explicar a disparidade de opiniões.
    Barbosa, que anteriormente havia pedido que o revisor distribuísse seu voto, foi mais firme e contundente ao dizer: “Para ajudá-los [os jornalistas] eu distribuo meu voto, para prestar contas à sociedade, eu distribuo meu voto. Vossa Excelência deveria fazer o mesmo”.

    Foi o que bastou para Ricardo Lewandowski revidar: “Vossa Excelência não dirá o que tenho que fazer. Eu cumprirei meu dever.” E Barbosa emendou: “Mas faça-o corretamente”. Neste momento entrou novamente na discussão o ministro Marco Aurélio Mello, que mais uma vez defendeu o revisor. “Policie sua linguagem”, disse Marco Aurélio a Barbosa, que respondeu no mesmo tom. “Estou usando muito bem o vernáculo.”

    Conforme são vencidas as etapas do julgamento do maior escândalo de corrupção da história nacional, fica claro que há nos bastidores uma enorme pressão exercida pelo Partido dos Trabalhadores, em todos os flancos, para que impere o tumulto, pois só assim réus como José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoino conseguiriam eventualmente escapar de condenações maiores, pois a aposta está centrada na prescrição de alguns dos crimes a eles creditados.

    Com a proximidade do julgamento do núcleo político do mensalão, o que deve acontecer na semana que antecede o primeiro turno das eleições municipais, o PT tentará de tudo para que essa etapa seja postergada, evitando assim os efeitos colaterais do caso, que já repercute em diversas candidaturas pelo Brasil afora.

    Sem questionar o conhecimento jurídico de cada um dos ministros, fica cada vez mais evidente que há no STF duas correntes distintas. Uma favorável à condenação da maioria dos réus do Mensalão do PT, outra que tenta proteger, de maneira transversa e não tão camuflada, os petistas estrelados.

    Joaquim Barbosa, que tem o incondicional apoio da parcela do bem e pensante da opinião pública, tenta salvar o País de uma quadrilha que se não for interrompida continuará agindo impunemente, sempre à sombra da desculpa esfarrapada de que o fim justifica os meios.

    No contraponto, Lewandowski, cujo posicionamento em relação ao escândalo não ficou claro nem mesmo em seu voto, tem como parceiro de empreitada o nada convincente ministro Dias Toffoli, que como o revisor tem ligações umbilicais com o PT de Lula.

    Independentemente do resultado do julgamento, uma coisa é absolutamente certa. Barbosa e Lewandowski entrarão para a história, O primeiro pela porta da frente, o segundo, pela dos fundos.

    26 de setembro de 2012
    ucho.info

    AMIGOS, AMIGOS, FACEBOOK À PARTE

     

    RUTH DE AQUINO  é colunista de ÉPOCA raquino@edglobo.com.br (Foto: ÉPOCA)
    "Fingir orgasmos... quem nunca?” O post-alfinetada é da publicitária Mara Rocha, de 23 anos, no Facebook. Tinha endereço certo: seu ex-marido, Carlos Cavalcanti, de 43 anos. O “círculo de amizades” dos dois pegou fogo. Carlos cobrou explicações de Mara. Ela foi além: “Não citei nomes, mas, se a carapuça serviu, fique à vontade”. E deu a estocada maldosa: “O infeliz, em vez de ficar tentando satisfazer seu ego, deveria é aprender a satisfazer uma mulher na cama”.

    O “infeliz” processou Mara, alegando que sua honra foi ferida pelos comentários da ex-mulher no Facebook. O juiz Antonio Ribeiro Rocha, do 2º Juizado Cível de Vitória, aceitou a denúncia por difamação e calúnia. Condenou Mara a indenizar o ex-marido em dez salários mínimos, de acordo com a história divulgada no site jurídico www.jusbrasil.com.br e na coluna de Joaquim Ferreira dos Santos, do jornal O Globo. Mara não se calou. Incansável no Facebook, disse: “Ele (Carlos) é tão consciente de sua incapacidade que só me processou por injúria e difamação, porque calúnia ele sabe que não é”.

    Os nomes dessa história são todos fictícios – e o processo também. “Mara” e “Carlos” são criações do professor de Geografia Fábio Flores, 39 anos, colaborador de um site de humor. Ele escreve uma coluna onde tudo é mentira, mas tem um fundo de verdade. Fábio me disse ter-se inspirado em casos constrangedores de lavação de roupa suja no Facebook para dar vida à ex-mulher insatisfeita e ao ex-marido vingativo, figurinhas batidas nas redes sociais. Dez salários mínimos seriam suficientes para lavar a honra de “Carlos” perante seus amigos virtuais?


    Esse tipo de episódio começa a ficar frequente nas redes sociais. Facebook, Twitter e outras redes têm benefícios imensos para a livre expressão de anônimos. Mas começam a virar confessionário. Há de tudo.

    Há os depoimentos compungidos de amigos ou parentes que revelam estar falidos, sozinhos ou doentes, quase implorando uma atenção. Há uma turma cada vez maior que publica fotos de filhos, cachorros, gatos e netos para uma legião de gente que não está nem aí.


    Há quem aceite qualquer “amigo” em nome de uma popularidade fictícia. Há os que correm para o Facebook no minuto seguinte de levar um “pé na bunda” para mudar o status de relacionamento – e se declarar disponível.
    Há os militantes religiosos, políticos e esportivos, sempre torcendo para seu deus, seu partido e seu time. Há, como sempre, os malas invasivos, para quem você mesmo abriu as portas de sua linha do tempo, de sua página e até de sua casa.

    As redes sociais viraram confessionário. É constrangedor testemunhar tanta lavação de roupa suja
     
    A reportagem de capa desta edição de ÉPOCA destrincha mitos e verdades sobre o Facebook: 54 milhões de brasileiros estão lá, e muitos admitem ser dependentes dessa relação. Ficariam infelizes se perdessem essa troca, superficial ou profunda. Muitos são tão viciados que, antes de tomar café da manhã, dão “bom-dia” no “Face”, dizem que tiveram insônia ou dormiram bem, revelam o que sonharam, o que estão comendo, o que farão à noite.

    E há os destrambelhados que perdem o pudor nas redes, fazendo das tripas coração. Isso é humano. É mais típico do humano brasileiro que do humano sueco. Duro é ser coagido a tomar uma posição nos barracos sentimentais e políticos. Quem acompanha o Facebook já percebeu broncas públicas e até amizades desfeitas, porque um se excede e ofende o amigo comum. Quantas saias justas de amigos que não compartilham a mesma ideologia. Por essas e por outras, aumenta o movimento dos que abandonam o “Face” e se dizem aliviados.

    Já fui repreendida por amigos e amigas de verdade, porque não curti, nem cutuquei, nem compartilhei algo que foi postado – como se eu tivesse obrigação de ter visto aquilo e estar plugada dia e noite. Não adianta dizer que raramente entro no Facebook e uso a rede para mensagens particulares, de um para um. É uma heresia confessar isso hoje. Como se aplicasse na testa um adesivo: sou antissocial e arrogante, não me importo com meus amigos. Quando, na verdade, sinto o oposto.

    O ator George Clooney, solteirão charmoso que adora um armário, afirmou preferir um exame de próstata em público a ter um perfil no Facebook. Não vou a esse extremo... mas está claro que a vulgarização do uso das redes sociais afugenta cada vez mais gente. A falta de regras de privacidade é outro temor real. O Facebook coleta nome de usuário, senha, contatos e localização. Cada vez que você visita uma página na web com o botão “curtir”, a rede social é avisada. Qualquer um acessa seus dados a partir de visitas a seu perfil por pessoas de sua rede de contatos.

    Digamos que é isso mesmo que você deseja. Que todos – até mesmo desconhecidos – conheçam seus hábitos, seus sonhos, suas frustrações, suas conquistas, suas indignações, seus problemas, sua família. Quanto mais gente, melhor. Esse mundo foi feito para você. É preciso, porém, estar consciente das consequências, divertidas e nefastas, da festança virtual com penetras.


    26 de setembro de 2012
    Ruth de Aquino, Época

    PROTÓGENES QUER PROIBIR A EXIBIÇÃO DO FILME TED


    O Deturpado Fedemal, Protógenes Queirós, aquele que era delegado da PF que investigou a Operação Satiagraha, que levou à prisão do Banqueiro Daniel Dantas.
     
    E chegou muito próximo do "fenômeno" dos negócios o filhote do EX presidente Defuntus Sebentus. o Sebentinho.

    Agora Deturpado pelo PCdo B, foi eleito graças a trampolinagem do quociente eleitoral que o alçou ao cargo por conta das sobras de votos do Tiririca. Tudo atravez das duvidosas alianças que esses partidinhos de merda fazem nas eleições. Se não, o delegado não teria votos para arrumar essa boquinha. Além de tudo levou uma puta sorte.

    O mesmo cidadão que há algum tempo atrás junto com o atual Sinistro do Trabalho, Brizolinha, gastou uma puta baba de dinheiro público para ir se enfiar no conflito da Líbia em defesa do finado ditador Kagadafi, e o mais bizarro, é saber que a "comitiva" de paralamentares Brasucas nem conseguiram atravessar a fronteira daquele país. E tiveram que retornar a pocilga com o rabicó entre as pernas, e nenhuma satisfação a dar aos eleitores e contribuíntes.

    Agora deu de virar o paladino da moral e dos bons costumes e quer censurar a exibição do filme TED.
    Este filme é uma bobageira enlatada Duzestaduzunidos, onde um adulto meio retardado interage com um urso de pelúcia mal humorado de nome TED.
    Uma bobageira "TEEN" com classificação etária de 16 anos, portanto recomendado para adultos.

    Fez com que o tão zeloso deputado ficasse indignado com umas cenas de apologias as drogas.
    Acontece que o filme é recomendado para maiores de 16 anos e o deturpado levou o filho de 11 para assisti-lo. Ou seja, a indignação além de ser exagerada, vai além de sua capacidade de pensar, uma vez que uma criança de 11 anos não deveria assistir a filmes de 16.

    Ou então que se retirem as classificações etárias na recomendação das obras.
    O filme faz apologia as drogas e o deturpado sentiu-se ofendido, mas e o uso indiscriminado delas nas ruas e escolas do país, onde o partido que ele apóia é favorável a liberação. Como é que fica?

    É muita hipocrisia, e acima de tudo, muito oportunismo barato para aparecer na mídia.
    No Brasil de hoje, ainda mais na classe política, não existem pessoas de moral ilibada a ponto se se sentirem ofendidas com um filme babaca onde os protagonistas usam drogas.
     
    Pois, se o deturpado prestar bem atenção, dentro do Cãogresso Fedemal devem existir centenas de ususários das mais diferentes drogas, que vão do cigarro até a cocaína.

    E o resto é babaquice e falsa moralidade de um cidadão que não respeita a classificação etária recomendada para o filme e ainda se diz preocupado com a mensagem que o filme passa.

    Faz tudo errado e ainda quer reclamar. Pode?
    E se bem conheço o brasileiro, depois dessa polêmica, certamente a bilheteria desse filme vai "arrebentar a boca do balão" aqui em Banânia.

    Sem contar que um Deturpado do PCdoB quando pretende proibir a exibição de uma obra, é no mínimo preocupante, certamente estaremos voltando aos anos de chumbo da ditadura.
    Onde o DESgoverno ou seus representantes decidem o que a população pode ou não assistir.
    E isso é muito perigoso para a democracia.

    E no mais...
     
    26 de setembro de 2012
    omascate

    VOX POPULI, VOX DEI... MAS QUE MENTIRINHA SAFADA!!!

                                 Deus jamais falaria "menas"...


    É uma das frases mais burras de todos os tempos: "A VOZ DO POVO É A VOZ DE DEUS"
     
    26 de setembro de 2012
    movcc

    LÁ DAS BANDAS DO SANATÓRIO

    Engana que a gente gosta!

    E o Brasil continua acreditando em pesquisas "científicas" que saem melhor do que a encomenda nas antevésperas eleitorais.
    Um dia, o Ibope atende à Rede Globo; no outro, o Sensus se acomoda com a CNT; mais adiante o Datafolha diz o que a Folha de São Paulo quer saber; um pouco mais pra lá do que pra cá, o Vox Populi responde ao PT e seu governo.

    Esses institutos realizam de mil a 1.500 entrevistas com respostas certas e sabidas e são tidos e havidos como exatos.
     
    É que todo mundo sabe que os 3 ou 4 pontos de margem de erro - ou de lucro, no viés de Ulysses Guimarães - se consertam na boca da urna, feita no dia da eleição - uma metodologia científica que qualquer rádio comunitária de subúrbio pode fazer com perfeição.

    O Brasil de hoje vive sob o domínio da democracia lulática que se alimenta de números impostos a um povo que aprende com o MEC que dez menos sete é igual a quatro. E assim, "nós pega os peixe". Engana que a gente gosta.
    Turma de Zavascki vai ter que esperar
    Na prática, não adiantou nada a estratégia da velocidade adotada pela primeira-presidenta Dilma Vana em indicar Teori Zavascki para a cadeira vazia de Cezar Peluso.
    A sabatina de ontem foi adiada para depois do primeiro turno das eleições municipais. Mesmo goleada por 14 x 6 no pedido de adiamento, a oposição saiu vencedora nesse jogo de empurra.
    Reprodução/iG
    A suspensão se deu porque havia votação no plenário da Casa. O presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Eunicio Oliveira (PMDB-CE), explicou que estava seguindo o regimento do Senado, segundo o qual os trabalhos das comissões temáticas devem ser encerrados em casos como este.

    Os senadores estavam nesta terça-feira em Brasília para o esforço concentrado, voltado à aprovação do novo Código Florestal.

    Assim é que a turma do Bardahl foi fragorosamente derrotada. Lula, Zé Dirceu, os mensaleiros e a própria Dilma Vana, caíram diante de uma regrinha corriqueira no Senado.
    Murchou a expectativa da pandilha mensaleira em torno da participação de Zavascki participar no julgamento do mensalão, em andamento no STF.

    Reprodução/Div/PR
    Assim pois, a sabatina e não o julgamento do Mensalão é que foi postergada. Zavascki, apesar da pressa palaciana, vai ter que esperar sentado para ocupar a cadeira de Peluso.

    E então, para felicidade geral da nação, Zé Dirceu, Zé Genoíno e Delúbio Soares continuam na pauta que os lamblanfa. É que - vale a pena repetir - a sabatina só será retomada após o primeiro turno da eleição municipal, pois para que os trabalhos sejam reiniciados, a Comissão de Constituição e Justiça precisa de quorum.

    A Casa de tolerância senatorial está entrando em recesso branco por causa do pleito, marcado para o dia 7.
     
    26 de setembro de 2012
    sanatório da notícia

    SUTIS CORRUPTOS

     
    Leitores querem saber por que não escrevo sobre as grandes corrupções nacionais. Ora, isto está na primeira página de todos os jornais.
    A crônica é tão vasta que já existem extensas compilações on line, para orientar o leitor no organograma da corrupção.
     
    Prefiro falar sobre o que os jornais não trazem. Por exemplo, o Chico Buarque sendo traduzido na Coréia às custas do contribuinte. Não sei se o leitor notou, mas a dita grande imprensa não disse um pio sobre isto. O que sabemos vem da blogosfera.
    Prefiro falar de corrupções mais sutis, quase imperceptíveis, mas corrupções. A imprensa denuncia com entusiasmo a corrupção no congresso, na política, nos tribunais. Não diz uma palavrinha sobre a corrupção no santo dos santos, a universidade. Corrupção esta mais difícil de ser detectada, já que em geral foi legalizada. Mordomias para encontros literários internacionais inúteis, concursos com cartas marcadas, endogamia universitária, tudo isto se tornou rotina no mundo acadêmico e não é visto como corrupção.
    Tampouco se fala sobre a corrupção no mundo literário, que há muito se prostituiu. Jorge Amado, que passou boa parte de sua vida escrevendo a soldo de Moscou, está sendo homenageado nestes dias no país todo. Devo ter sido o único jornalista que o denuncia – e isto há décadas – como a prostituta-mor das letras tupiniquins.
    Corrupção só existe quando em uma ponta está o Estado. Se o dono de meu boteco me cobra 50 reais por uma cerveja e eu pago com meu dinheiro, pode ter ocorrido um abuso, mas jamais corrupção. O dinheiro é meu e a ele dou a destinação que quiser, por estúpida que seja. Mas se um fornecedor de cervejas as vende por 50 reais ao governo, está caracterizada a corrupção. Porque governo não tem dinheiro. Governo paga com os meus, os teus, os nossos impostos. E obviamente alguém do governo vai levar algo nessa negociata.
    Escritores, esses curiosos profissionais que querem transformar suas inefáveis dores-de-cotovelo em fonte de renda, adoram subsídios do Estado. Não falta quem pretenda a regulamentação da profissão. O que não seria de espantar, neste país onde até a profissão de benzedeira acaba de ser reconhecida no Paraná. (Voltarei ao assunto).
    Em 2002, Mário Prata, medíocre cronista do Estadão, pedia a Fernando Henrique Cardoso o reconhecimento da profissão de escritor: “O que eu quero, meu presidente, é que antes de o senhor deixar o governo, me reconheça como escritor”. Claro que não era apenas a oficialização de uma profissão que estava em jogo. Mas o financiamento público da guilda. Cabe observar como o cronista, subserviente, se habilita ao privilégio: “meu presidente”.
    Esquecendo que existe um Congresso neste país, o cronista pedia ao presidente a elaboração de uma lei. Mais ainda. Citava a Inglaterra como exemplo de país onde o escritor é reconhecido. Lá, segundo o cronista, toda editora que publicar um livro, tinha que mandar um exemplar para cada biblioteca pública do país. “Claro que os 40 mil exemplares são comprados pelo governo. Quem ganha? Em primeiro lugar o público. Ganha a editora, ganha o escritor. Ganha o País. Ganha a profissão”.
    E quem perde? – seria de perguntar-se. A resposta é simples: como o governo não paga de seu bolso coisa alguma, perde o contribuinte, que com os impostos tem de sustentar autores até mesmo sem público. É o que chamo de indústria textil. Textil assim mesmo, sem acento: a indústria do texto. É uma indústria divina: você pode não ter nem um mísero leitor e vender 40 mil exemplares. O personagem mais venal que conheço é o escritor profissional. Ele segue os baixos instintos de sua clientela. O público quer medo? Ele oferece medo. O público quer lágrimas? Ele vende lágrimas. O público quer auto-ajuda? Ele a fornece. É preciso salvar o famoso leite das criancinhas.
    No fundo, saudades da finada União Soviética, onde os escritores eram pagos pelo Estado comunista para louvar o Estado comunista. Seguidamente comento – e creio ser o único a comentar – o livro A Sombra do Kremlin, relato de viagem do jornalista gaúcho Orlando Loureiro, que viajou a Moscou em 1952, mais ou menos na mesma época que outro jornalista gaúcho, Josué Guimarães. Enquanto Josué, comunista de carteirinha, vê o paraíso na União Soviética em As Muralhas de Jericó, Loureiro vê uma rígida ditadura, que assume o controle de todo pensamento. Comentando a literatura na então gloriosa e triunfante URSS, escreve Loureiro:
    A União dos Escritores funciona como um Vaticano para a moderna literatura soviética. O julgamento das obras a serem lançadas obedece a um critério estreito e sectário de crítica literária. Esta função é exercida por um conselho reunido em assembléia, que discute os novos livros e sobre eles firma a opinião oficial da sociedade. A exegese não se restringe aos aspectos literários ou artísticos da obra julgada, senão que abrange com particular severidade seu conteúdo filosófico, que deve estar em harmonia absoluta com os conceitos de “realidade socialista” e guardar absoluta fidelidade aos princípios ideológicos da doutrina marxista. Se o livro apresentar méritos dentro do ponto de vista dessa moral convencionada, se resistir a esse teste de eliminatória, então passará por um rigoroso trabalho de equipe dentro dos órgãos técnicos da União, podendo vir a tornar-se num legítimo best-seller, com tiragens astronômicas de 2 a 3 milhões de exemplares. E o seu modesto e obscuro autor poderá ser um nouveau riche da literatura e será festejado e exaltado e terminará ganhando o cobiçado prêmio Stalin…
    Foi o que aconteceu com a prostituta-mor das letras brasileiras. Em 1950, o ex-nazista e militante comunista Jorge Amado passou a residir no Castelo da União dos Escritores, em Dobris, na ex-Tchecoslováquia, onde escreveu O Mundo da Paz, uma ode a Lênin, Stalin e ao ditador albanês Envers Hodja. No ano seguinte, quando o livro foi publicado, recebeu em Moscou o Prêmio Stalin Internacional da Paz, atribuído ao conjunto de sua obra, condecoração geralmente omitida em suas biografias.
    Não que hoje se peça profissão de fé marxista ou louvores a Stalin. No Brasil, para ter sucesso, o escritor hoje tem de aderir ao esquerdismo governamental. Não precisa louvar abertamente o PT. Mas se tiver dito uma única palavrinha contra, não é convidado nem para tertúlia nos salões literários de Não-me-toques. Você jamais ouvirá um Luís Fernando Verissimo, Mário Prata, Inácio de Loyola Brandão ou Cristóvão Tezza fazendo o mínimo reproche às corrupções do PT. Perderiam as recomendações oficiais como leituras escolares e acadêmicas… e uma considerável fatia de seus direitos de autor. O livro de Loureiro não mais existe, só pode ser encontrado em sebos. Os de Josué continuam nas livrarias. Et pour cause…
    Escritor financiado pelo Estado é escritor que vendeu sua alma ao poder. É o que acontece quando literatura vira profissão. Alguns se rendem aos baixos instintos do grande público e fazem fortuna considerável. Uma minoria consegue exercer honestamente a literatura e manter a cabeça acima da linha d’água.
    Uma imensa maioria, que não consegue ganhar a vida nem honesta nem desonestamente, apela à cornucópia mais ao alcance de suas mãos, o bolso do contribuinte. É o caso de Chico Buarque, o talentoso escritor cujo talento maior parece ser descolar financiamento para sua “obra” junto ao contribuinte. Mas Chico está longe de ser o único. Está cometendo algum crime? Nenhum, seus subsídios são perfeitamente legais. Mas por que cargas eu ou você temos de pagar pelas traduções e viagens a congressos internacionais de um escritor que se dá ao luxo de ter uma maison secondaire às margens do Sena?
    Ainda há pouco, eu comentava o absurdo de o contribuinte financiar a tradução de Chico na Coréia. Leio agora que o programa de bolsas de tradução da Biblioteca Nacional vai apoiar mais autores best-sellers no Brasil. O Diário de um Mago, de Paulo Coelho, será lançado na China pela editora Thinkingdom Media Group. Já As Esganadas, de Jô Soares, estará nas livrarias francesas. Ora, Coelho tornou-se milionário graças a suas obras de auto-ajuda, já traduzidas em quase 60 idiomas. Jô, que deve ganhar salário milionário na televisão, tem seus livros entre os mais vendidos, graças ao fator Rede Globo. Será que estes senhores precisam enfiar a mão em nosso bolso para pagarem seus tradutores na China e na França?
    É destas corrupções, perfeitamente legais, que prefiro falar. Porque delas ninguém fala. Em verdade, nem mesmo os leitores. Não há quem não chie contra a carga tributária imposta ao contribuinte no Brasil. Mas todos pagam sem chiar as mordomias destas prostitutas das Letras.
     
    26 de setembro de 2012
    janer cristaldo

    CUECA EM AÇÃO

    “O Lula pertence ao patrimônio da democracia brasileira. Criminalizar o Lula é criminalizar a democracia brasileira”.

    José Guimarães, deputado federal do PT cearense e irmão de José Genoíno, que ainda não conseguiu explicar o caso do assessor que inventou a cueca-cofre durante o escândalo do mensalão, acusando a democracia de ser igual a Lula.

    26 de setembro de 2012

     

    HÁ MALES QUE ÀS VEZES VÊM PARA O BEM: EM 1990 LULA SERIA UM DELES


    Outro dia eu estava pensando – sim senhores, eu de vez em quando penso – que se o Lula tivesse sido eleito em 1990, teria sido tão melhor para os brasileiros, que se livrariam dele e dessa corja que o segue, tão ou mais rápido que se livraram do Collor.
     
    Há quem diga que Collor perto de Lula é um aprendiz de ladrão. Também não é assim. Acontece que Collor agia praticamente sozinho com PC Farias e Lula tem toda uma quadrilha do PT ao seu dispor, mais os quadrilheiros terceirizados do PMDB, PTB, etc., além de dispor do “auxílio luxuoso” de toda a pelegada dos sindicatos de vagabundos e dos ditos “movimentos sociais”, que também não passam de mão de obra contratada. É uma senhora folha de pagamento.
     
    É tanta gente a roubar que neguinho já está conformado em roubar um pouco menos porque não há grana para tanta gente e, afinal, com R$ 291 por mês, segundo a nova classificação petralha, o sujeito já é classe média.
    Não sabe escrever, lê mal, não come direito, não tem água e nem esgoto em casa, mas é “craçe” média...
     
    Mas voltando às vacas frias, o que faria Lula sem a segurança de um Plano Real? O que faria Lula sem poder seguir os programas sociais que seguiu, roubando-lhes, inclusive, a autoria? De onde Lula iria tirar o dinheiro que tirou durante seus oito anos de mandato se em 1990 não havia dinheiro porque Sarney raspou o fundo do tacho que restava?

    Se Collor à época foi pras cucuias por merrecas, imaginem Lula com tantos cúmplices para sustentar...
     
    Em tudo e por tudo, caso Lula tivesse sido eleito em 1990, muito provavelmente nem o PT – como o conhecemos hoje – existiria mais e, mais provavelmente ainda, o apedeuta estivesse amargando o ostracismo dos medíocres – merecidíssimo – talvez ainda em uma cadeia.
     

    Se eu tivesse uma bola de cristal, em 1990 certamente teria votado em Lula.
    26 de setembro de 2012

    OBAMA'S MUSLIN CHILDHOOD


    Illustration Muslim Obama by Alexander Hunter for The Washington Times
     
    Transcrevo trecho inicial de artigo de Daniel Pipes, um dos maiores experts do mundo em Oriente Médio, no original em inglês. Para quem quiser ler a tradução para o português completa - A INFÂNCIA MUÇULMANA DE OBAMA deve clicar AQUI.
     
    A postagem em inglês deve-se ao fato de que é o idioma planetário.
    O português, infelizmente, é lido apenas em países como o Brasil pertecentes à área compreendida pelo "lixo ocidental".
     
    Além disso, este blog dedica-se à análise política não apenas no que diz respeito ao Brasil, mas também em nível internacional, razão pela qual o blog é muito lido nos Estados Unidos, Europa e na América Latina, além de outros continentes. Por isso faço também, às vezes, postagens em espanhol.

    Este artigo de Daniel Pipes é minucioso e instigante, remetendo o leitor a dezenas de links. Aborda uma questão que continua gerando muita polêmica nos Estados Unidos. Afinal, permanece a dúvida se Obama é realmente americano. Alude-se com frequência que Obama é muçulmano. O título do post é o mesmo do original do artigo.

    Barack Obama has come out swinging against his Republican rival, sponsoring television advertisements that ask, "What is Mitt Romney hiding?" The allusion is to such relatively minor matters as Romney's prior tax returns, the date he stopped working for Bain Capital, and the non-public records from his service heading the Salt Lake City Olympics and as governor of Massachusetts. Obama defended his demands that Romney release more information about himself, declaring in Aug. 2012 that "The American people have assumed that if you want to be president of the United States that your life's an open book when it comes to things like your finances." Liberals like Paul Krugman of the New York Times enthusiastically endorse this focus on Mitt Romney's personal history.

    If Obama and his supporters wish to focus on biography, of course, this is a game two can play. Already, the temperate, mild-mannered Romney criticized Obama's reelection campaign as "based on falsehood and dishonesty" and a television ad went further, asserting that Obama "doesn't tell the truth."

    A focus on openness and honesty are likely to hurt Obama far more than Romney. Obama remains the mystery candidate with an autobiography full of gaps and even fabrications. For example, to sell his autobiography in 1991, Obama falsely claimed that he "was born in Kenya." He lied about never having been a member and candidate of the 1990s Chicago socialist New Party; and when Stanley Kurtz produced evidence to establish that he was a member, Obama's flacks smeared and dismissed Kurtz. Obama's 1995 autobiography, Dreams from My Father, contains a torrent of inaccuracies and falsehoods about such his maternal grandfather, his father, his mother, his parents' wedding, his stepfather's father, his high school friend, his girlfriend, Bill Ayers and Bernardine Dohrn, and the Rev. Jeremiah Wright. As Victor Davis Hanson puts it, "If a writer will fabricate the details about his own mother's terminal illness and quest for insurance, then he will probably fudge on anything."
    Into this larger pattern of mendacity about his past life arises the question of Obama's discussion of his faith, perhaps the most singular and outrageous of his lies.
    Contradictions

    Asked about the religion of his childhood and youth, Obama offers contradictory answers. He finessed a Mar. 2004 question, "Have you always been a Christian?" by replying: "I was raised more by my mother and my mother was Christian." But in Dec. 2007 he belatedly decided to give a straight answer: "My mother was a Christian from Kansas. … I was raised by my mother. So, I've always been a Christian." In Feb. 2009, however, he offered a completely different account:

    I was not raised in a particularly religious household. I had a father who was born a Muslim but became an atheist, grandparents who were non-practicing Methodists and Baptists, and a mother who was skeptical of organized religion. I didn't become a Christian until … I moved to the South Side of Chicago after college.

    He further elaborated this answer in Sept. 2010, saying: "I came to my Christian faith later in life."

    Which is it? Has Obama "always been a Christian" or did he "become a Christian" after college? Self-contradiction on so fundamental a matter of identity, when added to the general questioning about the accuracy of his autobiography, raises questions about veracity; would someone telling the truth say such varied and opposite things about himself? Inconsistency is typical of fabrication: when making things up, it's hard to stick with the same story. Obama appears to be hiding something. Was he the areligious child of irreligious parents? Or was he always a Christian? A Muslim? Or was he, in fact, something of his own creation – a Christian/Muslim?

    Obama provides some information on his Islamic background in his two books, Dreams and The Audacity of Hope (2006). In 2007, when Hillary Clinton was still the favored Democratic candidate for president, a number of reporters dug up information about Obama's time in Indonesia. Obama's statements as president have provided important insights into his mentality. The major biographies of Obama, however, whether friendly (such as those by David Maraniss, David Mendell, and David Remnick) or hostile (such as those by Jack Cashill, Jerome R. Corsi, Dinish D'Souza, Aaron Klein, Edward Klein, and Stanley Kurtz), devote little attention to this topic.

    I shall establish his having been born and raised a Muslim, provide confirming evidence from recent years, survey the perceptions of him as a Muslim, and place this deception in the larger context of Obama's autobiographical fictions. CLICK HERE TO READ THE FULL ARTICLE
     
    26 de setembro de 2012
    in aluizio amorim
     

    CETEGISMO E DITADURA

    Saí de Porto Alegre em 1975, ou seja, há quase quatro décadas. Embora sempre procure informar-me sobre o que acontece no Sul, há uma razoável diferença entre estar longe e estar presente.
    A questão do cetegismo parece ser bem mais grave do que eu supunha. Me escreve Patrício Almeida:
    25/09/2012 - 15:59
    São eles: Paixão Cortes, Barbosa Lessa, Glauco Saraiva....Ideólogos da burguesia guasca, criaram o MTG (Movimento Tradicionalista Gaúcho) e o clubinho preconceituoso do CTG (Centro de Tradições Gaúchas).

    Algumas Características do MTG e do CTG:

    - estrutura do latifúndio-, patrão, capataz, peão, prenda.


    - o "gaúcho" não possui um lugar na estrutura do CTG.

    - herdeiro de uma ordem ditatorial e transformou-se no desaguadouro do pensamento e das práticas de caserna.

    - O tradicionalista é um ser fragmentado.

    - Sempre tem um piquete de estúpidos para agredir pessoas "fora do padrão".

    - usam o método da estupidez para converter à obediência – a chamada pedagogia da doma usada com animais.

    - tradicionalismo assumiu oficialmente um caráter “oficialista”, cívico-fundamentalista.

    - Paixão Cortês fora tocado pelos rodeios e estilo de vida dos caubóis norte-americanos.

    - o Tradicionalismo acabou se transformando em uma cultura de caserna, de inspiração de um positivismo desilustrado, dominado, em especial, pelos oficiais brigadianos, funcionários públicos e pela direita culturalmente limitada, líderes dlegiões de "e artistas" do lumpesinato.

    -Na fase espontânea, lúdica e telúrica do Tradicionalismo foi colocada uma canga disciplinadora, controladora, de obediência.

    - o Tradicionalismo expressou a sua hegemonia na instituição do MTG como instrumento da Ditadura Militar.Nessa arreada, o Tradicionalismo transformou-se na "cultura oficial" do Rio Grande do Sul como expressão do poder e assumiu seu aspecto militantemente ideológico. Terminava qualquer inocência em seu interior.

    - A trilha sonora da tortura foi a música tradicionalista. Todo preposto da ditadura no Piratini teve um lacaio pilchado para servir o mate, assar o churrasco e animar a tertúlia. Cada quartel construiu seu galpão crioulo como eco desse tempo obscurantista, de tortura, de morte, de repressão e de controle popular, especialmente da alma e da sensibilidade.

    -O núcleo fundamental do Tradicionalismo, do qual deve emanar o comportamento e a cultura, é a estância simbólica. A arte da elite era preferencialmente palaciana. Admitiam-se somente as expressões "aceitas". Na verdade, a oligarquia real era universal. O Tradicionalismo não é sequer uma extensão cultural da oligarquia, de cuja propriedade retirou seu ícone fundante. Ele é uma leitura equivocada, uma adoção ilusória de sua rusticidade. Sequer abagualada e xucra, pois isso poderia remeter para a insubmissão.

    - No CTG se encontram o peão, o agregado, o posteiro, o capataz, todas as figuras obedientes, atreladas ao mando da sede, do núcleo inquestionável do poder do patrão.

    - MTG é um movimento de defesa de uma moralidade conservadora, de uma idéia pastoril cristã de família.

    - CTG não é lugar de gaúcho; é lugar de patrão e peão, de gente obediente, conformada e militante da ordem, mesmo que o sistema trate o povo como gaúcho e excluído.

    - MTG é uma entidade privada, mas que, colocando-se como "cultura oficial", invadiu instituições, domina espaços do governo e possui reservas vitalícias nos órgãos públicos. Além disso, arrecada considerável verba pública para os seus eventos. Invadiu a escola para converter os alunos ao seu culto, quando a educação republicanamente é o espaço do saber, do estudo.

    - MTG é um movimento militante ideológico-cultural, cada vez mais fundamentalista e intolerante, que procura converter-se em um poder dentro do Estado, invariavelmente pressionando, quando não elegendo governantes.

    - O "orgulho gaúcho" é completamente inútil para protagonizar a modernidade, apesar de o próprio tradicionalista ser um ente pós-moderno, no sentido que postula uma identidade pela imagem e pelo culto ritualístico. A sua energia e militância, no entanto, cria um cenário dogmático.

    - a missa crioula é uma ode ao mundo estancieiro. A propriedade foi sacralizada. O latifúndio, por sua extensão, é ressignificado como a "estância do Céu"; Deus, como o "Patrão celestial"; São Pedro, como o "capataz"; Jesus Cristo, como o "tropeiro" que andou pela terra mangueirando o rebanho; e, Nossa Senhora, como a "prenda" disso tudo.

    - MTG fortalece o dogmatismo. Essa "dureza" de pensamento se evidencia na sala de aula, na política, na cultura. Não existe nada pior do que o ignorante com "certezas" imutáveis. Praticamente é um insensível com o outro. O mundo é uma pirâmide, com o patrão no topo; e ele, psicologicamente, junto... O fundamentalismo é uma totalidade. No seu último congresso, o MTG adotou o projeto de fundar as suas próprias escolas de ensino fundamental e médio, além de uma universidade. É simplesmente assustador para a vida republicana.

    - o MTG, ao menos no Rio Grande do Sul, possui um forte impulso militaresco; as pilchas já não são mais expressões da vestimenta civil, pois os CTGs andam uniformizados; e os piquetes parecem grupos militares ou de milicianos, invariavelmente ocorrendo escaramuças entre eles, em disputas inócuas, mas de intensa mobilização.

    - O autoritarismo castilhista colocou-se, por fim, como herdeiro dessa tradição, e, por meio da difusão educacional, disseminou-se a falsa visão de que os farrapos eram republicados e que o povo lutou ao seu lado contra o Império.

    - O auge do processo de colaboração entre a Ditadura e o MTG foi a instituição do IGTF - Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore, em 1974, consagrando uma ação que vinha em operação desde 1954. A missão era aparentemente nobre: pesquisar e difundir o folclore e a tradição. Mas do papel para a realidade existe grande diferença. Havia um interesse perverso e não revelado.

    - A lei que instituiu a "Semana Farroupilha" é de dezembro de 1964, determinando que os festejos e comemorações fossem realizados através da fusão estatal e civil, pela organização de secretarias governamentais (Cultura, Desportos, Turismo, Educação, etc.) e de particulares (CTGs, mídia, comércio, etc.)

    - Durante a Ditadura Militar, o Tradicionalismo foi praticamente a única "representação" com origem na sociedade civil que fez desfiles juntamente com as forças da repressão.

    - o Tradicionalismo engrossou os piquetes da ditadura - seus serviçais pilchados animaram as solenidades oficiais, chulearam pelos gabinetes e se responsabilizaram pelas churrasqueadas do poder. Esse processo de oficialização dos tradicionalistas resultou na "federalização" autoritária, com um centro dominador (ao estilo do positivismo), com a fundação do Movimento Tradicionalista Gaúcho, em 1967. Autoritário, ao estilo do espírito de caserna dos donos do poder, nasceu como órgão de coordenação e representação.


    26 de setembro de 2012
    janer cristaldo

    E ELE LIDERA AS PESQUISAS... M'ENGANA QU'EU GOSTO...

                             VAZA FOTO-BOMBA DE RUSSOMANO
    Russomanno na casa do Abbud, com Adir Assad e o presidente estadual do PRB. Clique sobre a imagem para vê-la ampliada.


    Veja como esse mundo é mesmo pequeno. Quem poderia imaginar uma festinha entre os fornecedores de notas fiscais do laranjal da Delta Construções Adir Assad e Marcelo Abbud (leia mais em Se a PF procurar, acha) com o líder das pesquisas em São Paulo, Celso Russomanno?

    Pois a imagem aí de cima mostra tudo isso e mais alguns personagens, como o presidente estadual do PRB, Vinicius Carvalho, em uma alegre noite de maio deste ano na casa de Abbud. Qual será a justificativa de Russomanno para conviver tão intimamente com essa dupla que a Delta e outras grandes empreiteiras usam para lavar dinheiro? Será que ano eleitoral é também ano de fazer novas amizades?
    Para quem não lembra, Assad e seu sócio Abbud estão por trás de um conjunto de empresas fantasmas identificado pelo Coaf como destinatário de pelo menos 93 milhões de reais em recursos da empreiteira de Fernando Cavendish, entre janeiro de 2010 e julho de 2011. Registradas no nome de laranjas, as empresas foram abertas nos anos eleitorais de 2008 e 2010.
    Mas a dinheirama não foi usada para abonar serviços de engenharia. Ela saiu do caixa da Delta principalmente para pagar propina a servidores públicos e abastecer caixa dois de campanhas eleitorais. O esquema de Assad e Abbud está tão enraizado nos partidos que o seu silêncio na CPI mista do Cachoeira é garantido a peso de ouro.
     
    26 de setembro de 2012
    Da coluna Radar do jornalista Lauro Jardim, no site da revista Veja texto e foto:

    CENAS DE CONFRONTO E PROVOCAÇÕES: MINISTROS BARBOSA E LEWANDOWSKI

    Barbosa cede a provocação, vai além do razoável e da asas ao provocador
     
    O julgamento evolui para o bate-boca. Ricardo Lewandowski recheia o seu voto de pequenas provocações, e, infelizmente, Joaquim Barbosa cede a todas.
     
    Ao comentar a atuação de Emerson Palmieri, tesoureiro do PTB, Lewandowski resolveu ignorar alguns depoimentos, que estão nos autos, indicando que ele tinha controle do dinheiro que circulava pelo PTB, inclusive o irregular.
     
    Barbosa se abespinhou. E o fez, com efeito, em termos impróprios para um ministro, questionando a competência e o rigor do outro. Eu posso fazer isso.
    Ele não pode. Marco Aurélio e o próprio Ayres Britto acabaram dando socorro a Lewandowski, que exibia um ar compungido.
    Num dado momento, ameaçou até interromper o seu voto… E acabará fazendo isso se a ficha de Barbosa não cair. E mais um dia precioso se perderia.
     
    26 de setembro de 2012
    Por Reinaldo Azevedo

    Provocações de Lewandowski – O exemplo infeliz

    Nesta quarta, Ricardo Lewandowski está abusando do seu temperamento provocador. O comportamento coincide — se existe correlação ou relação de causa e efeito, não sei — com o acirramento de ânimos da tropa de choque de José Dirceu, que agora acusa o STF de não seguir o devido processo legal. Hoje, veio à luz um manifesto de supostos “intelectuais” e “artistas” em defesa do Zé. O alvo é o tribunal.
     
    Muito bem! O ministro revisor resolveu fazer a sua leitura do que seja “lavagem de dinheiro”. Ok. Tem o direito de fazê-lo. A sua interpretação ignora o caput da Lei 9.613. Mas ele, convenha-se, não é o único a fazê-lo.
     
    Ocorre que, mais uma vez, aproveitando-se, ele deixou claro, da presença de alunos de direito, resolveu dar uma de professor — e alguns de seus alunos reais, já revelei aqui, não têm exatamente uma boa memória de sua atuação.
     
    O Professor Raimundo do Supremo decidiu dar um exemplo para demonstrar que nem todo crime que envolva dinheiro supõe lavagem — coisa, aliás, que ninguém afirmou. E evocou o caso do sujeito que tomou uns aperitivos e, flagrado pela polícia, suborna o guarda. Com ar de quem tinha acabado de dizer alguma coisa óbvia, perguntou: “O guarda que recebeu o dinheiro pode ser acusado de lavagem?”
     
    Não, ministro! Isso não é lavagem. Lewandowski é craque em usar um argumento “ab absurdo” para tentar ridicularizar a tese alheia e provar a sua própria. A Lei 9.613, senhor ministro, releia-a (ver transcrição do trechos no post anterior), fala na dissimulação ou ocultação do recebimento de dinheiro e estabelece os crimes anteriores que podem caracterizá-la. Entre esses crimes anteriores, está lá o Inciso V, a saber:

     “V – [crime] contra a Administração Pública, inclusive a exigência, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, de qualquer vantagem, como condição ou preço para a prática ou omissão de atos administrativos”
     
    Pergunto: é um caso de “crime contra a administração pública”? O exemplo de Lewandowski é infeliz e procura banalizar as práticas de um articuladíssimo sistema criminoso. O exemplo é absolutamente descabido.
     
    26 de setembro de 2012
    Por Reinaldo Azevedo

    A CRISE EMBUTIDA NUM INDULTO A MENSALEIROS

    Vencida parte do julgamento do mensalão, não é mesmo exagero afirmar que o Supremo Tribunal Federal tem feito História. Poucas vezes, em mais de 120 anos de República, houve um caso judicial com tantos e tão poderosos interesses políticos em jogo.
    Há a referência recente do ex-presidente da República Fernando Collor, julgado por corrupção pelo STF e inocentado. Mas ele já havia sido destituído do cargo, num - também memorável - processo de impeachment aprovado no Congresso.
    No mensalão, sentam-se no banco dos réus políticos de partidos no poder, alguns com mandatos no Congresso:
    João Paulo Cunha (PT-SP),
    Valdemar Costa Neto (PR-SP)
    e Pedro Henry (PP-MT), já com algumas condenações no julgamento.
    Há, ainda, no "núcleo político" da "organização criminosa", duas estrelas graduadas do PT - José Dirceu e José Genoíno - e o tesoureiro do partido durante a operação de desvio de dinheiro público para o valerioduto, já comprovado pelo STF, Delúbio Soares.
    O julgamento, portanto, envolve a espinha dorsal do poder político, a ponto de estimular o ex-presidente Lula a cometer a temeridade de, numa conversa indevida com o ministro do STF Gilmar Mendes, tentar convencê-lo a propor a postergação do julgamento para depois das eleições.
    Mendes se sentiu pressionado e até chantageado, denunciou a operação e o início do julgamento se tornou irreversível. Não fazia mesmo sentido adiá-lo.
    Mas não parecem cessar articulações para ajudar réus mensaleiros. A mais recente, detectada pelo Ministério Público, envolveria um indulto, prerrogativa do presidente da República, a mensaleiros que sejam obrigados a cumprir pena em reclusão.
    Este perdão é concedido na época de Natal e segue requisitos estabelecidos em decreto pelo presidente da República - pena mínima, tempo de prisão, bom comportamento, por exemplo. Nada impediria o Planalto de calibrar o decreto deste ano para libertar mensaleiros condenados.
    Agem como aprendizes de feiticeiros aqueles que porventura engendram a manobra, pois colocarão o Executivo em rota de colisão com o Judiciário. Será uma ingerência indevida do Executivo na Justiça.
    Na prática, num golpe de esperteza, o Planalto terá revisto veredictos de juízes da mais alta Corte do país. Há cheiro de crise institucional no ardil.
    Promotores e procuradores já alertaram o Ministério da Justiça.
    Como cabe a ele enviar os decretos anuais de indulto à Casa Civil, deve o ministério, como pedido pelo MP, excluir do perdão os condenados por corrupção,
    lavagem de dinheiro
    e delitos contra o sistema financeiro,
    os crimes enquadrados no processo do mensalão.
    A reivindicação é sensata e precisa ser aceita pelo Executivo.
    O Globo
    26 de setembro de 2012