"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 5 de agosto de 2013

CONSIDERANDO AINDA QUE UM CÚMPLICE NUNCA APONTA...



05 de agosto de 2013

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE



05 de agosto de 2013

ONDE ESTÁ AMARILDO?




05 de agosto de 2013
 

A LÓGICA DO IMPOSTO E A DO IOIÔ

Charge do Duke

Charge O Tempo 31/07


05 de agosto de 2013

MAS AFINAL, O QUE É A INTELIGÊNCIA?


Isaac Asimov
Quando eu estava no Exército russo, fiz um teste de aptidão, solicitado a todos os soldados, e consegui 160 pontos. A média era 100. Ninguém na base tinha visto uma nota dessas e durante duas horas eu fui o assunto principal..
(Não significou nada – no dia seguinte eu ainda era um soldado raso da KP – Kitchen Police, que trabalhava na cozinha)
Durante toda minha vida consegui notas como essa, o que sempre me deu uma ideia de que eu era realmente muito inteligente. E eu imaginava que as outras pessoas também achavam isso.
Porém, na verdade, será que essas notas não significam apenas que eu sou muito bom para responder um tipo específico de perguntas acadêmicas, consideradas pertinentes pelas pessoas que formularam esses testes de inteligência, e que provavelmente têm uma habilidade intelectual parecida com a minha?
MEU MECÂNICO
Por exemplo, eu conhecia um mecânico que jamais conseguiria passar em um teste desses, acho que não chegaria a fazer 80 pontos. Portanto, sempre me considerei muito mais inteligente que ele.
Mas, quando acontecia alguma coisa com o meu carro e eu precisava de alguém para dar um jeito rápido, era ele que eu procurava. Observava como ele investigava a situação enquanto fazia seus pronunciamentos sábios e profundos, como se fossem oráculos divinos.No fim, ele sempre consertava meu carro.
Então imagine se esses testes de inteligência fossem preparados pelo meu mecânico.Ou por um carpinteiro, ou um fazendeiro, ou qualquer outro que não fosse um acadêmico… Em qualquer desses testes eu comprovaria minha total ignorância e estupidez. Na verdade, seria mesmo considerado um ignorante, um estúpido.
Em um mundo onde eu não pudesse me valer do meu treinamento acadêmico ou do meu talento com as palavras e tivesse que fazer algum trabalho com as minhas mãos ou desembaraçar alguma coisa complicada eu me daria muito mal.
A minha inteligência, portanto, não é algo absoluto mas sim algo imposto como tal, por uma pequena parcela da sociedade em que vivo.
UMA BOA PIADA
Vamos considerar o meu mecânico, mais uma vez. Ele adorava contar piadas.
Certa vez ele levantou sua cabeça por cima do capô do meu carro e me perguntou:
“Doutor, um surdo-mudo entrou numa loja de construção para comprar uns pregos. Ele colocou dois dedos no balcão como se estivesse segurando um prego invisível e com a outra mão, imitou umas marteladas. O balconista trouxe então um martelo. Ele balançou a cabeça de um lado para o outro negativamente e apontou para os dedos no balcão. Dessa vez o balconista trouxe vários pregos, ele escolheu o tamanho que queria e foi embora. O cliente seguinte era um cego. Ele queria comprar uma tesoura. Como o senhor acha que ele fez?”
Eu levantei minha mão e “cortei o ar” com dois dedos, como uma tesoura.
“Mas você é muito burro mesmo! Ele simplesmente abriu a boca e usou a voz para pedir.”
Enquanto meu mecânico gargalhava, ele ainda falou: “Tô fazendo essa pegadinha com todos os clientes hoje.”
“E muitos caíram?” perguntei esperançoso.
“Alguns. Mas com você eu tinha certeza absoluta que ia funcionar.”
“Ah é? Por quê?”
“Porque você tem muito estudo, doutor, sabia que não seria muito esperto.”
E algo dentro de mim dizia que ele tinha alguma razão nisso tudo.
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O extraordinário escritor russo Isaac Azimov, emigrado para os EUA, escreveu esta deliciosa crônica sobre a inteligência humana.  Azimov, falecido em 1992, aos 72 anos, legou-nos grandes obras de ficção científica, numa delas previu, com 20 anos de antecedência, o que seria a Internet.
 
05 de agosto de 2013
Isaac Asimov

LIVRE PENSAR É SÓ PENSAR...





05 de agosto de 2013
Millôr Fernandes

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE




05 de agosto de 2013

A RAPOSA DE VOLTA AO GALINHEIRO...

Sérgio Cabral engana a população do Rio de Janeiro e mantém a farra dos helicópteros com novo decreto

Sujeito abusado – Quando um político deixa de honrar a palavra dada, o melhor que o povo pode fazer é exigir sua saída.
Até esta segunda-feira (5), o ucho.info defendia a permanência de Sérgio Cabral Filho à frente do governo do Rio de Janeiro por respeito ao chamado estado democrático de direito.
A partir de agora, este site defende abertamente a sua saída, pois a forma irresponsável e infantil como Cabral vem tratando a população do Rio é simplesmente absurda.

Depois de afirmar que sua família deixou de usar os helicópteros do governo fluminense para as farras em Mangaratiba, o decreto publicado no domingo (4) não mudou as regras para o uso das aeronaves.

De acordo com o decreto, as autoridades poderão usar os helicópteros “por questões de segurança”, o que levou Cabral, ao longo dos últimos anos, a percorrer a distância de sete quilômetros entre o seu apartamento, no Leblon, e o Palácio Guanabara pelo ar.

As supostas novas regras foram criadas depois que o governador foi duramente criticado, nas manifestações e na imprensa, pelo uso irregular e excessivo das aeronaves. Sem o menor constrangimento por parte de Sérgio Cabral, os helicópteros oficiais eram utilizados também pelos filhos do governador, babás, manicures, cabeleireira e até o cachorro da família, em viagens a Mangaratiba, onde o clã possui uma luxuosa casa de veraneio, cuja aquisição continua rendendo polêmicas nos bastidores do poder.

De acordo com o decreto, os helicópteros podem ser usados pelo governador, vice, chefes de poderes, secretários e presidentes de autarquias ou empresas públicas. A nova regulamentação estabelece que o uso das aeronaves só é permitido em missões oficiais ou “por questões de segurança da autoridade, conforme recomendação da Subsecretaria Militar da Casa Civil”.

Resumindo, Sérgio Cabral enganou de forma escandalosa a população do Rio de Janeiro e garantiu, com o novo decreto, a continuidade da farra no ar, bastando para isso apenas uma orientação da Casa Civil. A continuar assim, em breve Cabral terá de trocar os helicópteros por um tanque de guerra, porque até circular pelos ares será perigoso.


05 de agosto de 2013
ucho.info

UM DIA A CASA CAI... PIOR É QUE NO CASO, EM CIMA DA GENTE!

Rosamaria Murtinho revela sua insatisfação com o PT e chama Lula de “covarde e idiota”

Tiro certeiro – Para enfrentar à altura a quadrilha que se instalou no poder central nada melhor do que gente politizada.
E é exatamente isso que o Brasil mais precisa neste momento em que o desgoverno do PT alcance o ápice.

Que Lula e Dilma Rousseff mentem sem a menor cerimônia todos sabem, mas há certas declarações que são inaceitáveis.

Dias antes do XIX Encontro do Foro de São Paulo, grupo que congrega a escória da política latino-americana, Dilma Rousseff ousou dizer que as manifestações que ganharam as ruas do País representavam o desejo do povo de continuar avançando, mas jamais um desejo de voltar ao passado.

Incompetente como “nunca antes na história deste país”, Dilma precisava aparecer diante dos camaradas da esquerda criminosa vestindo uma fantasia feminina de Aladim. E por causa dessa necessidade se atirou na vala da mitomania, como se o povo não soubesse o vexame que é o seu desgoverno.

Como criador da criatura, Lula repetiu a cantilena embusteira e falou aos comunistas que compareceram ao Foro como se fosse a última solução do planeta.
Lula, como se sabe, foi o patrono do Mensalão do PT e de outros tantos escândalos de corrupção, como é o caso do Rosegate, imbróglio protagonizado por sua amante, Rosemary Noronha, a Marquesa de Garanhuns.

Desde janeiro de 2013, o ucho.info vem afirmando que o PT arremessaria o Brasil no universo do caos, uma vez que o partido é acéfalo de incompetência, mas os palacianos insistiram no plano de enganar a opinião pública até o último limite. A economia verde-loura foi pelo ralo, no vácuo do ufanismo criminoso inaugurado por Lula e continuado por Dilma.

O escárnio patrocinado por Lula e Dilma, que há muito assusta os adversários, agora leva alguns eleitores do PT ao arrependimento público.
Nesta segunda-feira (5), em entrevista à rádio Jovem Pan, Rosamaria Murtinho não economizou palavras para se referir ao ex-metalúrgico.
Disse a atriz que “o PT arrasou o Brasil” e que “Lula é covarde e idiota”.

05 de agosto de 2013
ucho.info

UM "ARRAZUADO" SOBRE DANIEL ORTEGA


Em comentário, Razumikhin exibe o fantástico currículo de Daniel Ortega.

Há 33 anos, José Daniel Ortega Saavedra tornou-se um símbolo da guerrilha de inspiração marxista, na vanguarda de um levante popular contra uma das mais corruptas e sanguinárias ditaduras latino-americanas apoiada pelos Estados Unidos: o governo de Anastasio Somoza, na Nicarágua.

Líder da Frente Sandinista de Libertação Nacional, Ortega comandou a derrubada do ditador, que estava há 43 anos no poder e passara a dominar mais de dois terços das atividades de produção e de comércio na economia nicaraguense.

Três décadas depois de abandonar o fuzil, Ortega é o homem mais poderoso da Nicarágua e, pela segunda vez, ocupa a Presidência da República. Tornou-se, também, um dos homens mais ricos do país. A família Ortega já rivaliza com a família Somoza em fortuna acumulada durante o exercício do poder.

Em patrimônio, o velho guerrilheiro está cada vez mais parecido com o antigo ditador: sua família passou a controlar cinco redes de televisão, múltiplos empreendimentos na internet, redes hoteleiras, além de deter a hegemonia na produção de gado e de leite.

O principal negócio dos Ortega é o lucrativo monopólio privado estabelecido sobre o petróleo enviado pela Venezuela ao governo nicaraguense em condições maternais (preço subsidiado e pagamento de 50% em 30 dias, com 25 anos para saldar a outra metade). São 10 milhões de barris de petróleo por ano, uma dávida financeira de Hugo Chávez com recursos do caixa dois da petroleira venezuelana PDVSA.

Ortega continua a ser uma figura simbólica, mas agora como anti-herói, o oposto a tudo aquilo que a guerrilha sandinista projetou como imagem e grupos organizados da esquerda simpatizante fez ecoar pela América Central e do Sul, no final dos 70.

Entrou para o clube de presidentes latino-americanos que, chegando ao poder, rapidamente ascenderam à categoria de milionários, sempre em circunstâncias obscuras e sob o escudo da veemente pregação contra o "capitalismo", o "imperialismo" e, sobretudo, contra os "inimigos do povo, golpistas" que em algum momento cobraram mais transparência na condução dos negócios com o dinheiro público.

É expressiva a lista de governantes latino-americanos que multiplicaram sua fortuna em pleno exercício do poder. A presidente argentina Cristina e seu falecido marido, o ex-presidente Néstor Kirchner, constituem caso exemplar: chegaram ao poder, em 2003, com um patrimônio familiar declarado de US$ 1,9 milhão e neste ano, segundo a mais recente declaração de bens feita pela presidente, a riqueza dos Kirchner somou US$ 17 milhões. Ou seja, em pouco mais de 110 meses de poder, a fortuna da família presidencial foi multiplicada por nove.

Não se conhecem dados oficiais sobre o patrimônio do ex-presidente da Venezuela, mas é notória a exuberância de riqueza e dos hábitos de luxo que alguns integrantes da família Chávez fazem questão de divulgar.
A rarefeita transparência das contas públicas venezuelanas deixa entrever no orçamento governamental que em 13 anos no poder Chávez habituou-se a custosas mordomias, que incluem entre outros gastos "de gabinete":

● US$ 10,4 milhões (US$ 866,6 mil por mês) em despesas com festas, alimentos, bebidas e “relações sociais”;
● US$ 320,3 mil (US$ 26,7 mil mensais) em roupas e sapatos;
● US$ 151 mil (US$ 12,5 mil ao mês) em produtos de toilette;
● US$ 408 mil (US$ 34 mil mensais) em lavanderia;
● US$ 3,2 milhões (US$ 266,6 mil ao mês) em manutenção de “residências”.

Em patrimônio e em mordomias, Ortega e Cristina e Chávez contrastam com a sobriedade do presidente uruguaio, José Mujica, cuja propriedade declarada e avaliada em US$ 240 mil se resume a um carro velho (fusca) e a um pequeno sítio nos arredores de Montevidéu.
 
*** *** ***

Observação minha: Mujica não bate bem da cabeça.
 
05 de agosto de 2013

"O PRIMEIRO MILAGRE DE FRANCISCO"

 

     Perdoemos os que erram e confessam seus pecados. E os ajudemos a trilhar outra vez o caminho do bem.
A essa altura, quantas pessoas não revisam seu modo de vida depois do que ouviram do Papa Francisco? Quantas não seguraram o choro diante daquela figura simples, amorosa e completamente desprovida de medo? E quantas não choraram, e talvez ainda chorem, tocadas pela infinita bondade que emana dele?
 
Não sei se o governador Sérgio Cabral, do Rio, tem de fato religião. E se a pratica com moderação ou afinco. Também não sei dizer se é uma pessoa que se comove com facilidade. Sei que não somos mais perfeitos ou imperfeitos do que ele. E que pelo menos por enquanto deveríamos acreditar no que repete desde a passagem do Papa. Quando nada porque “é preciso reabilitar a política”, como ditou Francisco. E só se reabilita a política reabilitando-se os políticos.

Com a popularidade reduzida à microscópica marca de 12% de ótimo e bom, Cabral bateu no peito outro dia em sinal de arrependimento e disse: “Sou cristão. Nunca fiz uso da religiosidade para minha vida pública. Mas como governador e ser humano, o Papa muito me tocou”. Foi além: “Acho que estava trabalhando mal determinadas questões. Estava me faltando autocrítica. Cometi erros de diálogo, de incapacidade de dialogar, que sempre foi a minha marca”.

Perguntaram sobre as manifestações contra ele. Cabral respondeu, modesto: “Acho que da minha parte faltou mais diálogo, uma capacidade maior de entendimento e de compreensão”. Para emendar em seguida de maneira um tanto confusa: “Não sou uma pessoa soberba, que não está aberta ao diálogo. Para mim a democracia é um bem intangível”. E concluiu: “Ouço com muito prazer as críticas da opinião pública”.

Ouvir só não basta. Então Cabral resolveu doar ao Rio seu segundo Código de Ética. O primeiro decorreu das viagens que fez em jatinhos cedidos por prestadores de serviços ao Estado. O código proibiu tais viagens. O segundo código tem a ver com o uso feito por Cabral de helicópteros do governo. Helicóptero de R$ 12 milhões servia para ele ir trabalhar e, nos fins de semana, usufruir de sua casa de veraneio junto com a família. Acabaram os voos de recreio.

Aumentou o desejo de Cabral de agradar seus governados. O carioca jamais se conformou com a demolição do Parque Aquático Júlio Delamare e do Estádio de Atletismo Célio de Barros, partes do complexo do Maracanã? Cabral anunciou que eles não serão mais demolidos. Resta saber o que fará o consórcio de empresas que reformou o Maracanã. E que lucraria com a demolição do parque e do estádio. Na prática, Cabral rasgou o contrato que ele mesmo assinara.

Em troca de sua rendição aos bons costumes, Cabral gostaria de ser deixado em paz por aqueles que regularmente protestam nas vizinhanças do seu apartamento, no Leblon. Que peçam seu impeachment, tudo bem. É direito de qualquer um. Mas infernizar a vida de uma família a ponto de forçá-la a mudar de endereço contra sua vontade e a viver na clandestinidade…

A reclamação de Cabral procede. O problema dele é que Francisco animou os jovens a saírem às ruas para lutar por suas utopias mesmo que elas pareçam inalcançáveis. E foi logo avisando que não gosta nem um pouquinho de jovens acomodados. Como conciliar, pois, a pretensão de Cabral, o mais novo discípulo do Papa, com a da rapaziada disposta a mostrar o seu valor? Essa é uma missão para o super Francisco.

05 de agosto de 2013
Ricardo Noblat


NOTA AO PÉ DO TEXTO

Pessoas trabalham todos os dias, enfrentando as péssimas condições dos transportes coletivos, não andam de helicóptero...
Pessoas não têm mordomias, e nem dispõem do poder arbitrário de usar o bem público em seu próprio proveito. Pessoas estão aí, nos seus afazeres pagando o preço da corrupção.
Logo, a lógica dos fatos nos mostra que pessoas são pessoas, e Cabral é Cabral...
No caso Cabral, assustado com a queda da sua popularidade, com o desgaste político, nada mais razoável do que arrepender-se dos seus "mal feitos". Nada mais inteligente do que procurar vestir a pele de ovelha para continuar no galinheiro. É o sonho de toda raposa felpuda.
Suas aspirações ao Senado o obrigam a isso. Sua necessidade de fazer seu sucessor é outra causa imperiosa, que o impulsiona à "humildade".
Quem viu Cabral em Paris de guardanapo na cabeça, na dança da garrafinha, ou 'bicicletando' em Paris, alheio a causa pública, usufruindo do 'bem-bom' que o poder da prática política brasileira concede aos ditos "homens públicos", dificilmente acreditará na ovelha. Preferirá acreditar no lobo, que humilde espera a recompensa do futuro, mistificando o presente. E que se cuide a ovelha para não ser novamente devorada...
É ruim o "panelaço" na porta da sua mansão suspensa? É claro que é ruim... Mas ruim também é para o cidadão que mora no Rio de Janeiro, que paga seus impostos, e que é obrigado a conviver com a insegurança pública, com a falta de saúde, de educação, da péssima mobilidade urbana... Isso também é ruim!
A reclamação de Cabral procede, quando lamenta a zoeira na rua em que mora? E de que outra forma poderia toda essa gente  que cobra decência, que reclama do que paga em impostos sem nada receber, dessa gente que já anda de saco cheio de politicagens e sorrisos e promessas em período eleitoral? Será que os reclamos desse povo que está nas ruas, procede? Será que eles também têm direito de cobrar o fim da corrupção, dos contratos com a Delta, do que se esconde debaixo do tapete?
Penso que sim...
É preciso cobrar de Catilina... E já que não há tribuna para discursos e denúncias, fica a rua como palco para as vozes anônimas que exigem respeito.
Champanhotas e helicópteros não retrata um homem público sério...
Vamos reabilitar Cabral, deixando que se retire do governo e da política, ainda que temporariamente (pois a memória do povo é curta e facilmente ludibriável), para que faça o seu 'mea culpa' e vá trabalhar em outra horta, colhendo os pepinos que plantou.
Aliás este seria de fato o segundo milagre do papa Francisco, pois o primeiro foi fazer o brasileiro gostar de um argentino.
m.americo

ESTES SÃO OS CANDIDATOS A DITADORES DA "MÍDIA ALTERNATIVA"

Ou: Imprensa presta servilismo ético e estético a autoritários disfarçados de libertários


Vejam estas fotos.
 
 
 
Este rapaz que aparece ao lado de José Dirceu, Dilma Rousseff e Fernando Haddad é Pablo Capilé.
 
Na terceira foto, a seu lado, está Bruno Torturra. Ambos são as principais referências da chamada “Mídia Ninja”. Os dois são os entrevistados de hoje do programa “Roda Viva”. Volto ao ponto mais tarde. Sigamos
 
Prometi, no post anterior, que falaria um tantinho sobre o papel da imprensa, que certa delinquência chama da “mídia tradicional”, nos protestos de rua. E é o que passo a fazer agora.
De maneira geral, os veículos de comunicação decidiram competir com a Internet, aderindo à estética, quando não à ética, dessa tal “Mídia Ninja”, um grupo que pode ser acusado de tudo, menos de ser ideologicamente neutro e de fazer jornalismo.
 
Essa gente realiza uma suposta cobertura jornalística a partir de um ponto de vista: o dos manifestantes.
Tente encontrar um só vídeo ou uma só abordagem que não caracterizem os manifestantes como anunciadores de uma nova era e os policiais como brucutus a serviço da repressão.
Não há! Além da ideologia, há razões que poderíamos chamar, de algum modo, “de mercado”. A “Mídia Ninja” não quer trair o seu público…
A palavra “NINJA” é uma sigla: significa “Narrativas Independentes, Jornalismo e Ação”. Independente de quem ou do quê? As companhias frequentes parecem falar por si.
 
Não existe, de fato, isenção absoluta — não na boa imprensa ao menos, aquela que, ao longo dos anos, contribuiu para criar as sociedades mais democráticas e mais abertas do planeta. Mais do que contribuir: ela foi e tem sido um dos seus pilares.
 
Essa boa imprensa de que falo se torna ainda melhor a partir, justamente, do ponto em que deixa de ser isenta para assumir um lado. Qual lado? O dos valores democráticos! Isto mesmo: nas sociedades livres, o jornalismo não está comprometido apenas com a isenção no relato das partes em conflito. A depender dos atores, a depender do objeto que esteja em disputa, a depender da contenda, assumir um lado é um imperativo ético.
 
Que isenção pode haver, por exemplo, entre a ordem democrática e um grupo que tente solapá-la por intermédio de ações terroristas? Ser “isento”, nesse caso, corresponde a uma forma covarde e não assumida de alinhamento com o terrorismo.

Peguemos o caso dos sedizentes anarquistas que estão nas ruas, que dizem atacar a propriedade privada como forma de ataque ao capitalismo.
A imprensa que os vigaristas chamam “tradicional” estará cometendo algum adernamento condenável se defender, de maneira clara e inequívoca, a propriedade privada? Parece-me que não. Quando menos porque não se inventou ainda um sistema de liberdades públicas que não tivesse a defesa da dita-cuja como um de seus pilares
 
Parece-me evidente que cumpre, sim, em respeito aos fundamentos da Constituição brasileira, que tem um compromisso com os direitos fundamentais do homem, criticar a truculência e os exageros da polícia.
Mas calma lá! Há uma diferença enorme entre cobrar que essa polícia se comporte segundo as regras e simplesmente declarar, ainda que por vias oblíquas, como se tem feito, a sua ilegitimidade.
E é, infelizmente, o que se vem verificando mesmo naqueles setores da imprensa cuja RAZÃO DE SER é a defesa da ordem democrática.
Recorre-se a um sem-número de truques — não cabe outra palavra — que transformam em pacifistas os teóricos da violência e numa horda de truculentos os que detêm o monopólio do uso legítimo da força.
 
Ocorre, meus caros, que foram necessários alguns séculos até que esse monopólio pudesse ser garantido pela ordem democrática e regulamentado por leis. Não é coisa que se possa jogar fora assim, do nada, de repente. Sem isso, estamos de volta ao estado da natureza.
 
Por que é assim? Porque a imprensa está sob uma patrulha como nunca houve. A multiplicação de meios para vender versões nunca foi tão grande — e vai se expandir cada vez mais.
É evidente que haverá na rede tantas versões interessadas quantos forem os manifestantes como uma câmera na mão e algumas ideias (ou titicas) na cabeça.
As tais “mídias ninjas” das ruas estão tentando convencer alguns incautos de que eles são, sim, parte “dessa luta”, mas com isenção suficiente para passar uma versão crível dos fatos.
Mentira! Então me digam onde estão as narrativas produzidas por essa gente que façam a apologia da ordem.
De qual ordem? Da ordem fascista? Não! Da ordem do estado democrático e de direito. Não há!
 
Não estou aqui a acusar esses valentes de tentar usurpar um espaço que não lhes pertence. O seu papel é tentar ganhar adeptos. Não há nem mesmo ineditismo nisso. A dita imprensa alternativa é muito mais antiga do que essa gente.
Não é a primeira vez que verdades parciais tentam se vender como o bem universal. Estou aqui a indagar — e dirijo a minha questão não a esses que se querem os arautos da nova ordem (mero papo-furado), mas àquela dita imprensa tradicional — é que “alternativa” é essa de que falam. Recoloco a questão: com quais valores?
 
Oficialismo de segunda geração

De que alternativa se cuida? Antes que responda, uma pequena digressão.
Vocês conhecem aquelas pessoas estranhas que se intitulam, como é mesmo?, adversárias do “Partido da Imprensa Golpista”. Já as classifiquei aqui de JEG (Jornalismo da Esgotosfera Governista).
 
Esses caras, uns sem-vergonhas, vivem à custa do dinheiro público, especialmente das estatais, e se alinham escancaradamente com o PT.
Os que têm ainda menos vergonha do que eles são petistas na esfera federal e podem ser tucanos, peemedebistas ou outra coisa qualquer nos estados e capitais. Quem paga leva os elogios.
Quem resiste ao achaque vira alvo. Fiquei sabendo que o negociador que falava em nome de certo governante gravou a conversa em que foi vítima da abordagem delinquente. Cedeu, mas gravou. Paga religiosamente a bolsa-elogio, mas guarda a prova para o caso de a relação azedar.
 
Bandido não confia em bandido. É da tradição. Esses grandes moralistas se querem uma “alternativa” à dita “imprensa tradicional”. Faz parte da boa tradição do jornalismo deixar que o departamento comercial cuide do caixa. A redação é que cuida das notícias. Foi assim que a democracia avançou.
 
Muito bem. Leio no Globo que a tal “Mídia Ninja” já está de olho em financiamento público. Caso se investigue a rede de interesses a que essa gente está ligada, o capilé oficial já se faz presente por intermédio da ONG Fora do Eixo, que traz o logo oficial da Lei Rouanet. Reproduzo, em azul, trecho da excelente reportagem de Chico Otávio. Volto depois.
 
A reunião patinava, sem que os presentes se entendessem sobre o uso ou não de recursos públicos, até que um homem barbudo, de blusa molhada, interrompeu o recinto para anunciar: “Invadimos a Câmara Municipal!” Uma explosão de vivas e aplausos tirou o terceiro encontro da Mídia Ninja (de Narrativas Independentes, Jornalismo e Ação) no campus da UFRJ, na Praia Vermelha, da encruzilhada do impasse.

A novidade, ao ser anunciada na primeira pessoa do plural, seria um escândalo em qualquer redação. Mais ou menos como se um repórter de Política soltasse um “ganhamos a eleição” ou o colega de Esportes festejasse um gol com algo como “vencemos o clássico”. Para os ninjas, porém, não há campo neutro.
O movimento que saiu às ruas do país, registrando as manifestações de protesto com transmissões ao vivo, de celulares com acesso 3G (internet de alta velocidade), não esconde seu lado: “Fazemos uma cobertura ao vivo, em tempo real, chapa quente. Nossos atos de jornalismo são multifacetados, parciais, com impressões e avaliações de cada um”, sintetiza Pablo Capilé.

Oficialmente, a Mídia Ninja não tem uma voz de comando. Mas era para Capilé, um mato-grossense de 32 anos que considera o australiano Julian Assange, criador do WikiLeaks, a versão moderna de Jimmy Hendrix, que a atenção dos 80 ninjas presentes à reunião de quarta-feira estava voltada. Fundador da ONG paulista “Fora do Eixo”, de onde saiu a estrutura e a inspiração para o grupo, ele se valia da popularidade conquistada nas transmissões ao vivo para convencer os militantes da necessidade de disputar as verbas federais destinadas à área de Comunicação. Sua defesa, recheada de termos como “midia-livrismo”, “hackear”, “downloadear” e “espraiar”, não foi suficiente para remover desconfianças.
 
Polêmica entrevista com Paes


Com celulares que mobilizam manifestantes, os ninjas ecoam as vozes das ruas e caçam P2 (agentes secretos da Polícia Militar) nos protestos. Entendem-se como jornalistas. Porém, ao executar suas “pautas” com a paixão de um ativista, confundem-se com os personagens de suas histórias.

Em campo, aproximam seus celulares da ponta do nariz dos policiais e exigem deles respostas sobre o desfecho da manifestação, por exemplo. Quem assiste pela web sente que eles, muitas vezes, provocam a notícia — em vez de apenas revelá-la.
(…)
 
Retomo

É evidente que isso pode ser qualquer coisa — jornalismo não é. Jornalistas não comemoram invasão de prédios públicos, ainda que, intimamente, possam concordar com ela e até vibrar. Isenção e neutralidade absolutas, reitero, não existem porque, numa democracia, a imprensa livre é um dos esteios da democracia e está comprometida com os seus valores.
 
Não estou aqui a escrever um texto para tentar demonstrar que o tal Capilé e o tal Torturra não são lá de confiança…
Cada um faça o juízo que achar melhor. Meu ponto, reitero, é outro: estou, isto sim, a afirmar que a ética e a estética perturbadas dessa gente estão contaminando o jornalismo que tem compromisso com os fatos, não com a militância; que tem compromisso — ou deveria ter — com os valores de uma sociedade democrática, não com a imposição da vontade de um pequeno grupo na base do berro.
 
De volta ao Roda Viva

Mas lá estão os dois representantes da Mídia Ninja numa emissora pública de TV, que é expressão, salvo melhor juízo, daquele estado democrático que os tais ninjas não reconhecem — ou não comemorariam invasões…
 
As companhias do sr. Capilé, como se pode ver lá no alto, são bastante eloquentes, não é mesmo? Parece que a sua suposta independência se encaixa melhor no figurino petista
 
Mas estará hoje no Roda Viva. Vamos ver se assistiremos a uma entrevista de fato.
O seu companheiro de programa é o notório Torturra. Já é um conhecido de vocês.
Ele ficou encarregado do Twitter quando o entrevistado era o médico Ronaldo Laranjeira, que coordena o programa do governo de São Paulo contra o crack.
Torturra é simpatizante do grupo “Existe Amor em SP”, que ganhou um cargo na gestão do petista Fernando Haddad na Prefeitura de São Paulo.
Enquanto o entrevistado defendia seus pontos de vista, o tuiteiro o difamava. Agora o rapaz ocupa o centro da roda…
 
Capilé tem, com efeito, algumas ideias muito interessantes sobre o que é mídia alternativa e coisa e tal.
Vejam este textinho singelo postado no Facebook.
 
 
A exemplo de Lula e da turma do Foro de São Paulo, ele acha que o Brasil tem o que aprender com os bolivarianos da Venezuela. Isso é que é ser… alternativo!
 
05 de agosto de 2013
Por Reinaldo Azevedo

SOB O SIGNO DA ESTUPIDEZ

Ou: Trata-se de escolher se vamos dizer “sim” ou “não” à violência

Num mundo em que triunfassem os valores dele, você seria mais livre ou menos?
 
Sabem os leitores que, desde as primeiras manifestações, quando ainda conduzidas pela meia dúzia de gatos-pingados do Movimento Passe Livre (o queridinho de alguns anarquistas velhuscos da “mídia tradicional”), repudio os atos de violência.
Com a ajuda da imprensa — sim, a dita “tradicional” (existe alguma outra?), criou-se a farsa de que o confronto das ruas se dava entre manifestantes essencialmente pacíficos e uma polícia essencialmente violenta.
Não se atentava, e não se atenta ainda, para o óbvio: impedir, ao bel-prazer dos donos do espaço público, o livre direito de ir e vir viola um direito constitucional. Pode parecer um direito besta, irrelevante, mas ele é o resultado de alguns séculos de luta em favor de prerrogativas individuais. Num estado democrático e de direito, a ágora é terra de todos; na barbárie, é terra de ninguém.
 
O Estadão de domingo traz uma reportagem de Bruno Paes Manso intitulada “Black Blocks já se articulam em 23 Estados do País”, vazada numa abordagem, como posso dizer?, benigna, para dizer pouco, com o movimento que faz a apologia da violência.
 
Embora se dê de barato que, para a turma, a “violência é uma intervenção simbólica que atinge o cerne do capitalismo: a propriedade privada”, não há a menor sombra de reprovação — ao contrário até — de tal escolha.
 
Alguém poderia dizer:
“A função do jornalismo não é julgar, mas apenas retratar…”. É? Isso vale também para outros crimes (como corrupção, por exemplo), ou essa suposta neutralidade só é considerada obrigatória no caso dos ataques à “propriedade privada”?
 
Deve-se, assim, supor que, a partir de agora, também para o Estadão, “toda propriedade é um roubo”?
Paes Manso resolveu ouvir “especialistas” nessa tática de violência. E aí nos damos conta da miséria intelectual que toma conta também da academia.
 
Leiam isto:
“Muitos dos jovens que estão usando essa estratégia da violência nas manifestações vieram das periferias brasileiras. Eles já são vítimas da violência cotidiana por parte do Estado e por isso os protestos violentos passam a fazer sentido para eles”. A afirmação e do professor Rafael Alcadipani Silveira, que é coordenador de pesquisas organizacionais da Fundação Getulio Vargas (FGV-SP). Segundo informa o texto, ele acompanha as discussões virtuais dos anarquistas e esteve nos últimos protestos.
 
Cadê os dados? Cadê os presos que violaram uma penca de leis? Cadê os estudos sobre o perfil de tais “jovens”? Ao contrário do que ele diz, os que ganharam alguma visibilidade são estudantes de classe média, que não precisam nem mesmo trabalhar para ganhar a vida. Podem depredar a propriedade alheia porque pais abastados se encarregam de cuidar de seu futuro patrimônio.
 
Outro “estudioso” ouvido por Manso é um notório extremista de esquerda chamado Pablo Ortellado. Já escrevi sobre ele neste blog. Uma rápida pesquisa na Internet dirá quem é o valente. Reproduzo mais um trecho da reportagem (em vermelho):
 
“Depois de Seattle, os movimentos sociais passaram a aceitar a violência como uma das estratégias políticas e a debater abertamente a questão”, explica o filósofo Pablo Ortellado, coautor do livro Estamos Vencendo! (Conrad), sobre os movimentos autonomistas no Brasil. Além da estratégia dos Black Blocs, há nos movimentos globais as ações lúdicas e festivas (chamadas de Pink Blocs), estratégias no Brasil representadas pelas Paradas Gays, Marchas da Maconha e das Vadias, e as pacifistas (White Blocs).
 
Notem que, então, a diferença entre o pacifismo e a violência não é de convicção; será ditada apenas pela necessidade. Assim, entende-se que os “pobres da periferia” do professor Alcadipani são participantes do “movimento global” do professor Ortellado… Ou Manso não encontrou ou não teve tempo de falar com “especialistas” que criticam a violência… E por que não?
 
Porque a imprensa brasileira — com raras exceções —, na ânsia de competir com grupelhos da Internet, deixou que as redações fossem ocupadas NÃO PELO JORNALISMO, MAS PELA MILITÂNCIA POLÍTICA. Isso se verificou especialmente nas TVs, que pareciam tomadas por uma horda de adolescentes arruaceiros.
 
Conservadores equivocados

Muitos liberais e muitos conservadores se deixaram e se deixam ainda trair pelo que vai nas ruas. Por quê? Porque também o governo Dilma e as gestões petistas foram tragados pela voragem. A questão que sempre me pareceu pertinente — e que segue mais relevante do que nunca — é esta: esse movimento em favor, como direi?, da superação do petismo se dá pela esquerda ou pela direita?
Essa pressão se exerce em favor de mais eficiência, de mais ordem e de um uso mais racional dos recursos, ou se dá em prejuízo da ordem democrática, dos canais institucionais de representação e da racionalidade mais comezinha? A resposta me parece óbvia.
 
Sei que o que vou dizer agora marcha na contramão do confortável descontentamento difuso “contra tudo o que está aí”, mas precisa ser dito. Apesar da sem-vergonhice que vigora no Brasil, a despeito de toda roubalheira, mesmo com uma das piores elites políticas do planeta, o fato é que, ora vejam!, os dados sobre mortalidade infantil e expectativa de vida recentemente divulgados indicam que o Brasil avançou bastante. “Mas não é o suficiente!” Ora, é claro que não é! Mas certamente não foi a anarquia que nos conduziu até aqui.
 
Eu quero conhecer a base de dados do professor Rafael Alcadipani Silveira — do tal Ortellado, nada me interessa porque eu o considero só um prosélito vulgar. Leio em seu currículo que Silveira ensina “disciplinas relacionadas com estudos organizacionais, métodos de pesquisa e perspectivas críticas em análise das organizações em cursos de graduação, mestrado, doutorado e educação executiva”. Parece ser coisa séria.
Suponho que tenha um sólido banco de informações demonstrando que são mesmo os pobres que estão botando pra quebrar nas ruas.
 
Meu currículo perto do dele é de dar pena. Por isso, humildemente, aguardo a sua pesquisa. Até onde acompanho — analiso comportamentos, fragmentos de significação como roupa, estilo, pele e até os dentes dos manifestantes (é um método mais próximo de Nelson Rodrigues) —, não só não há pobres nas manifestações como estes não estão quebrando é nada. O movimento Passe Livre tentou, por exemplo, organizar protestos na periferia de São Paulo.
Deu-se mal. Compareceram apenas algumas dezenas de manifestantes — a maioria oriunda de bairros ricos, que não tinham a menor noção do que era periferia. Imaginem se a Rocinha ou o Complexo do Alemão, no Rio, decidirem descer para o asfalto…
Não dá para chamar de “povo” os vermelhos do Leblon, Copacabana e Ipanema, né?
 
A mesma lógica do terror

Atenção! Ainda que fosse verdade — e não é! — que os vândalos que estão nas ruas apenas reagem a um histórico de violências de que teriam sido vítimas, cumpriria indagar: deveria, por isso, a sociedade aceitar essa forma de expressão política (notem que nem me refiro a, sei lá, “método de solução de conflitos”)?
A resposta, claro!, é negativa. Essa é, sem tirar nem pôr, a lógica que justifica o terrorismo: recorre-se, então, à violência indiscriminada porque, de algum modo, os potenciais alvos da barbárie seriam os verdadeiros responsáveis pelos males que passam a afligi-los.
 
Os black blocs e outros são mesmo “anarquistas”, como informa a reportagem de Manso, e atacam a propriedade privada porque julgam que, assim, estão a fragilizar o capitalismo?
De que anarquismo se cuida? Alguma referência teórica há de haver. São partidários, por exemplo, de Bakunin ou apenas se aproveitam de um momento em que a imprensa, temerosa de perder a batalha para a informalidade da Internet, decidiu aderir à onda demencial, demonizando os fundamentos da ordem democrática, de que fazem parte, sim, as polícias?
 
Notem que as Polícias Militares do Brasil inteiro estão inermes. A chamada mídia tradicional resolveu dar as mãos à tal “Mídia Ninja” — como ninguém se alimenta de maná, é o caso de saber quem financia essa gente — e passou a selecionar, de maneira meticulosa, imagens que caracterizam os policiais como truculentos, violentos, autoritários etc.
Já aqueles que, de modo deliberado, vão para as ruas para quebrar e para impor a sua vontade na porrada surgem como anunciadores de uma nova ordem.
 
Assim, tanto a “mídia tradicional” como aquela que se quer alternativa passam a ser cúmplices e promotoras, voluntárias ou não, da violência. Por que aquela gente está de rosto coberto? Por que não pode expor a cara no estado democrático e de direito? A resposta é óbvia: porque está ocupando o espaço público para, deliberadamente, impor a sua vontade por intermédio da pancadaria. O nome disso é banditismo.
 
Pessoas eventualmente flagradas quebrando o que encontram pela frente são detidas pela polícia e postas em liberdade em seguida — afinal, estavam, como é mesmo?, apenas combatendo o capitalismo por intermédio da agressão “à propriedade privada”.
E, como a gente pode ler, o Ministério Público e as Defensorias Públicas logo se mobilizam para pôr na rua esses partidários da truculência. A impunidade conduz à reincidência e convida outros a agir de igual modo. Assim, a violência passa a ser admitida como uma forma aceitável e eficiente de expressão de uma contrariedade.
 
Caminhando para a conclusão

Vou caminhando para a conclusão deste texto, mas volto ao assunto. O papel da dita “imprensa tradicional” precisa ser visto com mais cuidado.
O jornalismo, meus caros, tem obrigações que vão muito além da isenção, palavra que também requer algumas considerações.
Entre a depredação da ordem democrática e essa própria ordem, a isenção se chama “flerte com o terror” — quando não se trata mesmo de uma forma velada de apologia da barbárie.
 
05 de agosto de 2013
Por Reinaldo Azevedo

UMA PEQUENEZ DA GRANDE MÍDIA

Após mais de 23 anos resolvi tirar da minha carteira um “bilhetinho” que guardei todo esse tempo com muito cuidado, a fim de que aqueles que estão envolvidos na discussão que é moda, sobre a Mídia, dele tomassem conhecimento.
A denúncia que ora faço é tardia. Mas “interessantíssima”. Pode oferecer algum material para enriquecer a discussão.
 
Um dos temas que mais tem ocupado espaço na Mídia é justamente a mobilização política para rever suas próprias regras na legislação brasileira. Uns pretendem, fundamentalmente, a intervenção do Estado no sentido de quebrar os alegados privilégios dos “grandes”.
 
A primeira questão a ser enfrentada seria o eventual interesse público em ver as normas legais vigentes modificadas. No fundo, toda essa polêmica reside na disputa pelas verbas governamentais. Não fora isso, essa regulação viria ao natural em virtude das forças de mercado.
Claro que os “grandes” continuariam com larga vantagem. Mas essa vantagem não seria nada diferente da que ocorre na atividade econômica de qualquer tipo de empresa. O problema particular na mídia é a acirrada disputa pelos recursos financeiros dos governos.
 
Na verdade dá para concluir que as propostas que até agora surgiram na mesa de discussão não são boas e têm interesses escusos no meio. 
O problema reside no “poder discricionário” que tem a administração pública, ou seja, de livremente escolher o veículo de comunicação que receberá a incumbência de divulgar as coisas governamentais, ou, em palavras diversas, qual se “venderá”, ou será “comprado”, para fazer propaganda do governo.
 
Por seu turno, a “Grande Mídia” não oferece argumentos para defendê-la, frente ao “ataque” dos que dizem lutar pelo interesse dos pequenos. Suas estratégias mais têm em vista atrair para seus cofres o máximo do dinheiro governamental. 
Aí é um “vale tudo”. Por um lado, ela “bate” com uma mão nos governos, fazendo com que tenham que despejar muito dinheiro para que sejam “perdoados”. E ao mesmo tempo “acariciados”, com a outra mão. Ataca e defende, concomitantemente. É a “roda viva”, Comunicação-Poder.
 
Questiono, portanto, a própria honradez da Grande Mídia. E nela estão incluídos não só as grandes redes e veículos de comunicação Nacionais, quanto Regionais. O exemplo que vou invocar é de um grande jornal do RS.
Mas não gosto de “matar-a-cobra”, sem “mostrar-o-pau” (que a matou, claro).
Vamos, agora, ao tal “bilhetinho”.
No dia 30 de maio de 1990, realizou-se no “Plenarinho” da Assembléia Legislativa do RS uma histórica reunião assemblear, para fundação do Partido da República Farroupilha-PRF, cujos objetivos seriam em última análise encontrar fórmulas legais para independenciar o Sul do Brasil (PR, SC e RS), constituindo essa Região em país próprio
 
Sabendo desse evento, a “grande mídia” de Porto Alegre saiu apressadamente às ruas para “silenciar”, ”desmoralizar”, ou “esculachar” o evento, sem nem mesmo ter qualquer idéia do que se tratava. Muita “competência” foi mostrada. Porém nenhum conhecimento de causa e honestidade. Muito menos isenção.
 
Aconteceu que por um dos “azares”da vida, um dos repórteres que fazia a cobertura desse evento, deixou cair no chão do “Plenarinho” um bilhete altamente comprometedor. Esse documento “histórico” foi guardado por mim com muito “carinho” dentro da própria carteira, durante todos esses anos (fui eleito, na ocasião, Presidente do PRF). Talvez por não ter acreditado que uma coisa dessas pudesse partir de um prestigiado e tradicional jornal gaúcho.
 
 
Não deve ser ressaltada somente a “tendenciosidade” programada na cobertura do evento. Também a ignorância se fez presente. O editor “trocou as bolas”. O objetivo do projeto do partido em formação era separar o “SUL”, através de permissivos legais, não quebrar o Rio Grande ao meio, como pretendia o então Dep. Irajá Rodrigues.
Quem tiver um pouco de habilidade jornalística “investigativa”, poderá identificar de “pronto” qual é o jornal, já que o “bilhetinho” encontrado tem rabiscos e alguns outros dados que a ele remetem, bem como a própria edição do jornal no dia seguinte ao evento, 31.5.90.
 
Mas também a “Justiça” acabou indeferindo o registro do partido como pessoa jurídica. Seguiu o mesmo trilho da imprensa maliciosa. O que a “Justiça” fez foi impedir que se discutisse o dispositivo constitucional que alegadamente impediria a Independência do Sul.
Agrediu frontalmente o espírito democrático e todas as teorias que presidem o direito ao nascimento de novos estados. Nunca se poderia impedir um partido político de propor reforma, ou mesmo substituição, de uma constituição. Muito menos negar seu registro como simples pessoa jurídica.
 
Isso foi dito inclusive pelo maior jurista brasileiro, de todos os tempos, Pontes de Miranda. Foi uma decisão que envergonharia qualquer outra Justiça do Mundo Livre que tivesse alguma dignidade. 
Para que não se cometa injustiças, na verdade o único voto favorável à criação do PRF, no TJRGS (dissidente), foi do Desembargador Sérgio Pilla da Silva, recém e precocemente falecido, a quem, num futuro próximo, a nova pátria certamente renderá suas homenagens.
 
05 de agosto de 2013
Sérgio Alves de Oliveira é Sociólogo e Advogado
 

VÂNDALOS MASCARADOS, NINJAS, CAPILÉS, BLACK BLOCS: TODOS AGITAM E VANDALIZAM SEMPRE EM FAVOR DOS INTERESSES DE LULA E DO PT


A REDE DA BARRA DE FERRO 
Aquele protesto violento que cercou o Congresso Nacional em Brasília tendo na sequência vandalizadas as instalações do Itamaraty teve entre seus enfurecidos vândalos um membro da comissão provisória da Rede Sustentabilidade, o partido da Marina Silva, ex-ministra do governo de Lula, que foi pilhado com uma barra de ferro nas mãos. Acusado, admitiu o ocorrido e inclusive desligou-se da comissão da Rede.

Agora, reportagem do site da revista Veja foi às ruas para descobrir quem são os "Black Blocs", constatando que na maioria são jovens alunos dos cursos da área de Ciências Humanas das Universidades. Num dos quebra-quebras protagonizado pelos Black Blocs estava um professor universitário. É de se notar que as áreas de ciências humanas e sociais das universidades, inclusive as particulares, são verdadeiros aparelhos de doutrinação comunista da juventude. Transcrevo ao final deste análise a reportagem completa.

PERGUNTAR NÃO OFENDE
Antes é necessário que se faça algumas indagações. A primeira: onde estavam esses agitadores quando explodiram os escândalo do mensalão, dos dólares na cueca, dos cartões corporativos, do dossiê fajuto da maleta de R$ 1,750 milhão em espécie, da quebra de sigilo bancário e fiscal de líderes oposicionistas e ainda das roubalheiras ocorridas em ministérios que derrubaram vários ministros do governo do PT ou ainda o escândalo milionário que derrubou o então todo poderoso Antonio Palocci, ou ainda, o caso de Rosemary Noronha, a namorada do Lula que decorou a representação do governo federal em São Paulo com fotos gigantes do Lula e operava como lobbista valendo-se do cargo que ocupava e da proximidade com ex-presidente?
Isto para ficar apenas nos escândalos, digamos assim, mais escandalosos que chegaram ao conhecimento público. Continue lendo a matéria completa, AQUI

O CASO SIEMENS À LUZ DE KAFKA

Ou: O vídeo em que o Carvalho do Cade se mostra muito grato ao Carvalho de Lula. Ou ainda: Teoria conspiratória uma ova!
 

“Por que não fala sobre a Siemens?”, esgoela-se a petralhada. E logo vem a suposição, que a súcia pretende seja uma resposta: “Só porque, desta vez, envolve o PSDB?”. Ora, ora… Os tucanos, e com razão, são sempre os primeiros a negar o parentesco entre o que eles pensam e o que eu penso. Já afirmei aqui umas 300 vezes, e posso repetir outras tantas, que — para fazer uma blague influente, nestes dias — o PSDB não me representa. Mas votarei, sim, em Geraldo Alckmin em 2014 — e não vejo por que alguém deva supor algo diferente disso. Ou me imaginam escolhendo, deixem-me ver, Alexandre Padilha, do PT, ou Paulo Skaf, do PMDB? Falo, sim, sobre o caso Siemens, um troço que guarda mais parentesco com uma novela de Kafka do que com um processo conduzido num país em que vige um estado democrático e de direito. Vamos ver.

Se alguém cometeu alguma safadeza nas licitações do metrô, que seja punido. Por que haveria de ser diferente? Mas é evidente que não dá para ignorar os absurdos que envolvem essa denúncia. Vejamos. O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), uma autarquia subordinada ao Ministério da Justiça — cujo titular é o notório José Eduardo Cardozo —, conduz uma, atenção!, “INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR” para apurar se houve uma espécie de formação de cartel, com combinação de preços, que teria resultado em prejuízos aos cofres do estado — fala-se de irregularidades em São Paulo e no Distrito Federal. Primeira dúvida: nos demais estados, a Siemens agiria de modo diferente? Por quê? E quando negocia com o governo federal? Adiante.

Ficamos sabendo que existe o chamado “Acordo de Leniência”, por meio do qual executivos da Siemens — a empresa nega que seja a fonte de informação — teriam revelado as irregularidades, sustentando que o governo de São Paulo (no caso, o de Mário Covas) teria ciência das irregularidades, compactuando com elas. Contratos renovados nos governos seguintes carregariam, então, o mal de origem. Essas informações, ou suposições, vieram a público em reportagens da Folha e do Estadão.

Notem que, obviamente, não estou aqui a negar que tenha havido safadeza. Como poderia? Não conheço o processo. Não tenho os dados em mãos. Ocorre que há uma coisa espantosa: o governo de São Paulo, o principal interessado nessa história, também não tem. Assim, o ente “governo do estado” está sendo acusado na imprensa de ter compactuado com uma tramoia, mas — e eis o dado kafkiano — não tem acesso à investigação porque, afinal de contas, ela está resguardada pelo sigilo de Justiça.

Então vamos ver se a gente consegue entender direito: jornalistas, como resta evidente, tiveram acesso a pelo menos parte da investigação que está no Cade. O principal acusado, no entanto, está a chupar o dedo. NÃO TEM COMO SE DEFENDER PORQUE NÃO SABE DIREITO DO QUE É ACUSADO. A justificativa do Cade é que o papelório está protegido por sigilo de Justiça. Leio na Folha:

"O procurador-geral do Estado de São Paulo, Elival da Silva Ramos, disse que a lei permite ao CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) fornecer à administração paulista documentos da investigação sobre a suposta formação de cartel em licitações de trens em São Paulo, independentemente de autorização judicial.
O CADE, órgão federal de combate às práticas empresariais prejudiciais à livre concorrência, sustenta que só pode fornecer os papéis após decisão da Justiça. Segundo Ramos, a recusa de entrega de dados atrasa eventuais ações de reparação de danos a serem iniciadas pelo Estado caso haja provas de conluio nas concorrências.
A Procuradoria-Geral do Estado, órgão responsável pela defesa jurídica do Executivo paulista, afirma que foi obrigada a preparar um mandado de segurança para pedir ao Judiciário o acesso às informações da investigação."
Retomo
Não se trata de exercitar teoria conspiratória, não! Estamos diante de uma matéria de fato. Há uma investigação preliminar no Cade; dados dessa apuração chegam à imprensa em tom acusatório — com um genérico “o governo sabia de tudo” —, mas não se sabe que “tudo” é esse, quais as pessoas envolvidas e que irregularidade foi cometida.
Pode até ser que o escândalo tenha mesmo acontecido — e, se assim foi, cadeia para a turma. No momento, o único escândalo incontroverso é esse vazamento seletivo de dados de uma investigação sem que o principal acusado consiga ter acesso aos autos. Esse é um procedimento muito comum, hoje em dia, nas ditas repúblicas bolivarianas. Chávez (e agora Nicolás Maduro), Rafael Correa e Evo Morales costumam recorrer a acusações de corrupção para se livrar de seus adversários políticos.
Falas suspeitas

Ademais, não dá para ignorar certas falas, não é? O site “Implicante” levou ao ar o vídeo que registra a solenidade de posse de Vinícius Marques de Carvalho, presidente do Cade. Prestem atenção:
Notem a sua verdadeira devoção a um outro Carvalho, o Gilberto. A proximidade é de tal sorte que, rompendo com o protocolo, trata o ministro como “você”. Trata-se, mesmo, de uma relação de profunda amizade; se os “Carvalhos” do sobrenome traduzem parentesco, isso não sei. Há quem diga que sim. Pouco importa. Por que um chefe do Cade recorre a esse tom laudatório para se referir ao “engajamento” de um ministro?
“O que você está querendo dizer com isso, Reinaldo?” Nada de muito misterioso: um órgão técnico como o Cade não poderia, parece-me, estar sujeito a esse tipo de sotaque político. Não é preciso ser um gênio da raça para que se perceba a óbvia influência de Carvalho, o Gilberto — braço operante de Lula no Planalto —, na autarquia.
Mais: o Cade pertence ao Ministério da Justiça. Dos ministros de Dilma, Cardozo tem sido o mais dedicado à tarefa de criar dificuldades para a gestão do PSDB em São Paulo. Teoria conspiratória? Não! Mais uma vez, matéria de fato.
O ministro está na raiz da crise que resultou na demissão de Ferreira Pinto, ex-secretário de Segurança do estado.
O ministro tentou tirar uma casquinha dos protestos em São Paulo. Escrevi vários textos a respeito. 
É evidente que o vazamento obedece a um propósito político. Sem que a investigação seja tornada pública, a coisa fica como o PT e o diabo gostam, não é mesmo?
 
A suspeita recai genericamente sobre os “tucanos” e suas sucessivas gestões no estado. Nestes dias em que qualquer grupinho de 20 para a Paulista, o objetivo é fornecer combustível aos protestos de rua em São Paulo.
E justamente na área que está a origem das mobilizações de rua: transporte público.
Concluo
A turma não brinca em serviço. E olhem que o jogo mal começou.
 
05 de agosto de 2013
Por Reinaldo Azevedo, Veja online