"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sábado, 11 de maio de 2013

IMAGINE OS ADESISTAS!!!

 

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Ja deve fazer bem uns 10 anos eu estava hospedado em casa de uma amiga em Mar Grande e, depois de alguma resistência, tomamos um barco de aluguel e, superadas as peripécias imagináveis para atravessar uma cidade conflagrada, fomos parar num desses camarotes patrocinados do carnaval de Salvador.

Era um ambiente enorme, cheio de praças diferentes que se distribuiam em desníveis ligados por escadarias precárias de variadas inclinações, até chegar ao grande salão, lá em cima, que dava visão para a rua e para aquela folia frenética e violenta que caracteriza essa festa na capital da Bahia.

A estrutura apoiava-se numa encosta de modo que víamos o povo pulando como que dois ou tres andares abaixo. Os trios elétricos, quando passavam por ali, alinhavam o teto em cima do qual iam os cantores e as bandas quase exatamente com o assoalho desse salão.
Ficava-se literalmente cara-a-cara com eles no momento da passagem.

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Artistas, autoridades, socialites, “famosos”, garçons-equilibristas se esgueirando com suas bandejas carregadas lá no alto, “gostosas”, “porras-loucas”, traficantes…
O povo do costume nesses eventos misturava-se e confraternizava daquele jeito de que só brasileiro é capaz.

No centro exato desse grande terraço, cercado dos puxa-sacos do costume, o governador da Bahia em pessoa e sua primeira-dama presidiam a esbórnia.
Para qualquer momento, corria o zum-zum pelo camarote, esperava-se a chegada do rei da Suécia e sua rainha brasileira.

E bebida. Muita bebida em cima…
De repente, o burburinho foi subindo, junto com uma agitação que empurrava a boiada toda para o fundo em direção à escada que desembocava no salão principal do camarote:

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_ O rei chegou, o rei chegou…
Um desavisado ao meu lado, forte sotaque baiano, pergunta:
_ Que rei, ACM?
_ Não, um outro aí; um mané… retruco-lhe, divertido.
Alarme falso.
E as caipirinhas rolando…

O som do trio elétrico vai subindo. É o de Gilberto Gil que se aproxima.
O camarote trepida. Lá embaixo é um frenesi dos blocos dos abadás, que compram o direito de pular junto aos carros.

O monstrengo, despejando seus milhões de decibéis, já está alinhado com o canto final do camarote e o mundo parece estar vindo abaixo. Ele avança mais um pouco e o governador e sua entourage soltam a franga.
Estão frente a frente; o camarote ferve e …

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De repente a música estanca!
Surpreso, começo a procurar. É briga? É pane?
Gilberto Gil resolve a minha dúvida.
Cara-a-cara com o governador, ele se desfaz numa mesura…
_ Eu queria aqui saudar o nosso governador que tão gentilmente, etc, etc, etc…

O povo lá embaixo parado, esperando. A festa nacional foi interrompida mas não há nenhuma reação dos foliões.
Nem uma vaia. Nem mesmo um “Óóóhh!
Mais uns tantos rapapés e o dilúvio de som recomeça. Segue a festa como se não tivesse havido nada.
Aquilo foi um choque!
Afinal, eu sou de Sampa, de onde não se vê quem sobe ou desce a rampa!

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Dei parte do meu escândalo aos meus anfitriões, mas vá lá. Abafa o caso…
Vai daqui, vai dali, mais umas tantas caipirinhas pra dentro e lá vem outro trio elétrico.

Não me lembro se era o dele ou se ele vinha lá em cima de convidado, mas este carregava ninguém menos que Caetano Veloso, o revolucionário das palavras e dos sons do português de minha tamanha admiração.

Caí das nuvens! Não é que ele repete o ritual de Gil!
_ Boa noite, excelência. Eu queria comprimentar aqui o senhor governador que tanto tem feito pela Bahia… (e lero, lero, lero…)

Não me segurei mais. As caipirinhas “bateram” todas de uma vez.
Com gestos de estadista em palanque e pra lá de “torto“, abri o verbo, carregando no sotaque baiano.
_ E estes, senhoras e senhores, são os révolucionarios! Imaginem os adesistas!

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Não parei mais. Indignação e álcol são uma mistura perigosa. Estava de uma inconveniência tal que meus constrangidos anfitriões tiveram de me levar de lá para fora, enquanto eu seguia gesticulando para trás e vociferando para sua excelência ouvir.

E assim segui torturando os meus queridos amigos baianos durante toda a travessia até Mar Grande, onde fui curtir a minha ressaca e, no dia seguinte, a minha vergonha monstro.

Hoje de manhã, quando vi a foto de Guilherme Afif Domingos, o nosso sôfrego vice-governador e ministro, beijando as mãos de Dilma Roussef na capa dos jornais, tão sóbrio quanto no dia em que nasci, foi essa a história que veio-me à cabeça.

_ Esta, senhoras e senhores, é a oposição! Imaginem os adesistas! E segui com o meu indignado discurso imaginário: Dos flagelados do Bolsa Família ao Jorge Gerdau todo mundo se vende neste país! O que varia é só o preço…

Deixa pra lá. Abafa o caso.

Resolvi que esta noite vou tomar umas, à saúde dos poucos de nós, coitados, que não temos preço.

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11 de maio de 2013
vespeiro

PRIVATIZAÇÃO E ABANDONO DA SAÚDE


Levantamentos estatísticos recentes traçam um perfil interessante, e que precisa ser avaliado, sobre saúde, a maior preocupação e a maior necessidade lembrada por cerca de 75% dos cidadãos brasileiros.

Sempre se tratou de um grande desafio. Entretanto, a forma de se enfrentar esse tema pelo poder público, a partir do governo federal e seguindo até os municipais, na última década, foi desastrosa. Segundo as pesquisas, a opinião dos entrevistados aponta um abandono. Se, no começo do século em curso, encontravam-se insatisfações na ordem de 45%, atualmente, elas passam dos 75%.

O que houve? Nada, é isso, nada de sério foi implementado, os postos de saúde estão cada vez mais abarrotados, os hospitais, insuficientes, o atendimento geral, lastimável. O sonho do brasileiro passou a ser um “plano de saúde” de uma boa operadora, especialmente para quem se aproxima da terceira idade, aparecendo, com ela, os sintomas do envelhecimento.

Mas problema mais grave ainda atinge os jovens casais nos cuidados com suas crianças. A obrigação com saúde paulatinamente foi se deslocando para os governos municipais, mas os repasses de recursos sofreram uma corrosão impressionante com a falta de atualizações monetárias.

QUASE ESTELIONATO

Um quase estelionato de Estado, cortando sistematicamente recursos de um bolo inicialmente modesto. O cidadão ignora a relação de causa e efeito, de poder central em relação aos entes periféricos, e, assim, encara as prefeituras como as grandes culpadas, quando, na realidade, sem repasses, mesmo sacrificando elevadas parcelas de recursos próprios, elas acabam não suportando a procura de atendimentos.

O governo federal, nos últimos dez anos, conseguiu ampliar sua participação sobre as receitas arrecadadas de 45% para 67%. Ou seja, tirou fôlego de Estados e municípios e, ainda, diminuiu, em termos reais, as transferências. A situação é gravíssima, já que não existe a possibilidade de se aumentar a carga tributária, já aos píncaros da tolerabilidade, nem de transferir o que já está comprometido. O governo federal estourou seu custeio, correndo, em média, 10% mais rápido que o PIB, e nada disso se destinou à saúde, aliás, foi subtraído dela.

Na região metropolitana de Belo Horizonte, alguns municípios chegam e ultrapassam 20% de tudo o que se arrecada para atender mal e insuficientemente à demanda de saúde, apesar de 25% da população já ter seu plano médico privado. Pesa efetivamente uma gestão pouco eficiente; esta, pode-se dizer, é um “quebra-galho”. Prefeitos têm feito malabarismos, tapando buracos de um lado e deixando abrir outros; fato é que os sistemas municipais se reduziram a peneiras que não tapam um sol cada vez mais escaldante.

Mais que com intervenções objetivas, a saúde é tratada por estrategistas de marketing, iludindo com siglas e propaganda. “Carinhoso”, “cegonha” e balela de marqueteiros, uma afronta para quem tem percepção do engodo jogado no meio de um cipoal de estruturas sucateadas. Vidas perdidas inutilmente, sofrimentos e desgraças que não têm um endereço certo de reclamação.

AUSENTAR DO PODER

Os governantes se esquivam, o povo não entende, não cobra, fica na lamúria. O governo federal tem sido magistral na capacidade de se ausentar do dever; suas “bases” de apoio e até a oposição resolvem seus problemas no Sírio Libanês, de São Paulo, ou no hospital de Base, em Brasília. O povo que se vire. As “bolsas” se contrapõem ao abandono.
Sem indignação, não há reação. Falta, enfim, a percepção das correlações.

Parece mais simples dar a cada um o seu plano de saúde? Se um convênio razoável custa R$ 1.000 por ano, com R$ 200 bilhões, os 200 milhões de “sobreviventes” do país poderiam ter o seu plano e seu “sonhado” atendimento. Não será atendimento no Sírio Libanês, mas será razoável e com direito à portabilidade, ou mudança de operadora de saúde.

E repare-se que, desses R$ 200 bilhões, pelo menos 50% podem e devem entrar, como ocorre nos planos corporativos mantidos por empresas, de contribuições do cidadão e patronais. Ou seja, uma adição de R$ 100 bilhões de sacrifício público acena para uma solução geral.

Será melhor privatizar o sistema público de saúde? Creio que, num referendo popular, a grande maioria se daria por satisfeita com essa solução radical.

MÉDICOS RECLAMAM DA "SITUAÇÃO EXTREMA" DAS EMERGÊNCIAS NOS HOSPITAIS DO RIO


 

A falta de médicos em emergências de hospitais municipais, estaduais e federais foi o principal problema destacado hoje na abertura do 12º Congresso Médico dos Hospitais Públicos de Emergência do Rio de Janeiro, organizado pelo Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj).

A presidente da organização, Maria Rosa Araújo, chegou a classificar a situação de “extrema” e o vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Aloísio Tibiriçá, disse que uma das causas da deficiência é a falta de dinheiro. “Todos os problemas têm como pano de fundo a falta de financiamento para a saúde. A base da questão é o financiamento”, defendeu o cardiologista.

Aloísio Tibiriçá tratou também de questões corporativas. Disse que a desvalorização da profissão avança com o aumento do número de médicos temporários, com o pagamento de salários baixos e com as condições de trabalho precárias. “Há um limite para a vocação”, resumiu.

Outras críticas do representante do conselho foram contra o que chamou de várias formas de contratação adotadas principalmente pelo governo do estado. “Não é possível que haja profissionais com seis formas diferentes de contratação trabalhando em um mesmo hospital”, criticou Tibiriçá.

MERITOCRACIA???

A subsecretária de Unidades Próprias, Ana Lúcia Neves, discordou das críticas e afirmou que existem duas formas de contratação: a estatutária e a celetista, por meio de Organizações Sociais, Fundações de Saúde ou a Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Saúde. Para ela, o modelo celetista aumenta a meritocracia: “Não nivela os profissionais por baixo, mas pelo mérito, pela capacitação e pelas responsabilidades que assumem”.

A subsecretária do governo do estado afirmou que o problema de falta de médicos em unidades de saúde não se dá pela falta de vagas, mas pela falta de interessados em preenchê-las. “Está havendo uma inversão, porque existem muitos postos de trabalho e poucos profissionais. Talvez porque sua formação não tenha sido adequada ou porque o mercado de saúde está muito ampliado. Não há pessoas interessadas em salários de R$ 6 mil, 7 mil e até 8 mil. Em qual profissão um recém-formado consegue um emprego com esse salário?”

NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O governador Sergio Cabral e o prefeito Eduardo Paes privatizaram os serviços de saúde e instauraram o caos, misturando funcionários públicos e terceirizados em cooperativas fajutas, num mar de corrupção. É uma vergonha. (C.N.)

11 de maio de 2013
Vinícius Lisboa (Agência Brasil)

VICE-GOVERNADOR E MINISTRO, GUILHERME AFIF ABUSA E TRATA A DUALIDADE DE CARGOS COM BAZÕFIA

 

Face lenhosa – Quando o ucho.info afirmou, em recente matéria, que o agora ministro Guilherme Afif Domingos (Secretaria da Micro e Pequena Empresa) tornou-se um Cavalo de Tróia no Palácio dos Bandeirantes, colocado na sede do Executivo paulista por obra do PT, muitos leitores acharam graça na comparação, mas a cada dia esse status se confirma.

Ocupando o 39º ministério do paralisado governo de Dilma Rousseff, Afif, que é vice-governador do estado de São Paulo, disse que acumulará os cargos e que não vê qualquer problema nisso. Filiado ao PSD, partido de Gilberto Kassab, o ministro afirmou, logo após a cerimônia de posse, que “não serve a dois senhores” e só deixará o cargo de vice-governador mediante determinação judicial.

Questionado nesta sexta-feira (10) sobre como faria na necessidade de assumir o governo paulista, mediante eventual ausência do governador Geraldo Alckmin, Afif disse que recorrerá à exoneração temporária do ministério.

Nenhum governante sério convidaria alguém para assumir uma pasta ministerial nessas condições. A estratégia rasteira do PT palaciano teve como objetivo não apenas infiltrar um suposto aliado no Palácio dos Bandeirantes, mas garantir que o PSD não embarcaria no projeto de reeleição de Alckmin. Isso porque, a mando do fugitivo Luiz Inácio da Silva, o Partido dos Trabalhadores trabalha para tomar de assalto o mais importante e rico estado da federação.

Os brasileiros de bem precisam reagir diante do avanço de um projeto criminoso que pode culminar com a instalação de uma ditadura comunista no Brasil, a exemplo do que ocorre na vizinha e bolivariana Venezuela.

11 de maio de 2013
ucho.info

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE




11 de maio de 2013

IMPOSTO

TRÊS MOMENTOS...

Momentos Nojentos de um Brasil Fedorento 3
Enquanto a ministra da Justiça de Israel, Tzipi Livni, anuncia ter instruído o ministério a preparar uma legislação ampla proibindo, por exemplo, que mulheres sejam obrigadas a sentar-se na parte traseira dos ônibus em bairros e cidades religiosas com o objetivo de fazer com que qualquer segregação em espaço público ou humilhação com base no gênero - práticas obrigatórias na igreja ultraortodoxa - seja considerada crime, deputados crápulas da Assembleia Legislativa do Rio sob o comando do deputado estadual Paulo Ramos (PDT) cria uma corrente de apoio ao “pastor” Marcos Pereira, da Igreja Assembleia de Deus dos Últimos Dias - que além de ser acusado de estupros, é suspeito de lavar dinheiro do tráfico, por meio de empresas abertas em nome de fiéis da sua  “igreja” e da compra de imóveis -, argumentando que a investigação da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod), que prendeu Marcos, é falha. Ramos questionará o trabalho da unidade junto ao procurador geral de Justiça, Marfan Vieira, ao lado de outros deputados. Um deles é Edino Fonseca (PEN). Assim como Ramos, ele diz que as mulheres que acusam o pastor de estupro são ligadas ao AfroReggae, ONG liderada por José Júnior, autor das primeiras denúncias contra Marcos.

Colega da Alerj, o deputado Geraldo Pudim (PR) deu apoio ao pastor comparecendo à Dcod na noite da prisão. Já o deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Deputados, defendeu-o no Twitter: “Imprensa tem provas contra Marcos Pereira? Talvez: um delegado sem crimes para investigar”.

Brasil: país onde crentes filhos da puta roubam, estupram, matam e depois se escondem em nome de um falso deus. País onde os otários elegem petralhas e frequentam as seitas de bandidos que fazem mais “milagres” em uma sessão do que Cristo fez em sua vida inteira.


O pilantra:

Momentos Nojentos de um Brasil Fedorento 2

“Renan Calheiros tem me surpreendido positivamente.”
Senador Cristovam Buarque (PDT-DF) sobre a atuação do atual presidente do Senado esquecendo que o lugar que Renan deveria estar é a cadeia!

Momentos Nojentos de um Brasil Fedorento


 
Afif comendo no prato nojento em que cuspiu (notem a presença de Renan Calheiros atrás para compor a nojeira)
Cadê o passarinho?
 
11 de maio de 2013

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE





11 de maio de 2013

A (DES)VANTAGEM DE NASCER ANTES

 



Afinal, o que é melhor, ser o primogênito ou o caçula? Qual a vantagem ou a desvantagem em nascer antes, já que em geral esses irmãos não convivem bem na infância, disputando o amor dos pais?

Aliás, a rivalidade é de origem. A Bíblia já mostrou como ela às vezes pode acabar em tragédia. Por inveja, o primeiro homem concebido por sêmen humano, Caim, assassinou o irmão Abel, cometendo o homicídio inaugural da história da humanidade.

Essa herança meio maldita teria chegado até nós, de forma amenizada, mas mesmo assim deixando como sequelas essas relações pouco fraternas entre irmãos (conheço casos em que o mais velho ameaçou furar os olhos do irmãozinho).

Preocupadas com a questão, duas universidades, a de Oslo e a da Flórida, resolveram medir, através de pesquisas, o quociente de inteligência dos dois grupos. A academia norueguesa chegou à conclusão de que o QI dos primogênitos é de 3% a 5% mais alto, ou seja, eles seriam mais bem dotados. Mas não por causas naturais, congênitas, e sim porque recebem mais atenção dos pais quando pequenos.


Já o estudo da universidade americana concorda só em parte com esse resultado. Trabalhando com 12 mil entrevistados, admite que nos primeiros anos de vida os primogênitos “demonstram um desenvolvimento cognitivo maior” do que... e aí vem a surpresa... o dos filhos do meio, não necessariamente o dos caçulas.

O tema me interessa de perto por causa de meus netos Alice, de três anos e meio, e Eric, de seis meses. Mas como a diferença de idade não permite ainda comparar com rigor os níveis das duas inteligências, as observações têm que se restringir ao campo emocional, onde o comportamento da primogênita é um prato para os pais. Mimada com todas as regalias a que tinha direito, por ser neta única de vários avôs e avós, Alice sofreu um forte choque de rejeição quando o irmãozinho nasceu.

De um dia para o outro, descobriu que o mundo não era só dela, e que as pessoas que lhe dedicavam atenção e carinho exclusivos as estavam “traindo” com aquele recém-chegado indesejado. A sua reação foi um misto de manha, pirraça e birra. Na verdade, de dor. Aprendeu precocemente que não só a inveja é uma merda, o ciúme também.

11 de maio de 2013
Zuenir Ventura é jornalista.
O Globo

DILMA ROUSSEFF EXPLICA O SEGUNDO EMPREGO DE AFIF DOMINDOS

 

“Não vou renunciar ao cargo de vice-governador porque fui eleito”, reincidiu Guilherme Afif Domingos nesta sexta-feira. Mais uma tapeação de quinta categoria.

Em 2010, o eleito foi Geraldo Alckmin, que voltou ao Palácio dos Bandeirantes com o apoio de uma aliança antipetista. Brasileiro vota no cabeça de chapa. Vice vem na garupa.

Afif não foi escolhido pelos eleitores, mas pelos pajés do DEM oposicionista ─ que depois trocaria pelo invertebrado PSD.

Sem ficar ruborizado, o 39° ministro de Dilma Rousseff alega que resolveu continuar no posto que abandonou para não decepcionar os eleitores atraiçoados, que já lhe riscaram a testa com a marca da infâmia.


Quem ouve Afif sem se sentir nauseado deve ter achado muito claro e convincente o palavrório despejado por Dilma Rousseff para justificar a engorda do primeiro escalão.

“E por que um novo ministério?”, perguntou a presidente na cerimônia de posse em que Afif ensinou como deve beijar a mão da dona quem acabou de juntar-se à criadagem da casa-grande. Em países que fazem sentido, a resposta à própria pergunta induziria um bebê de colo a imediata internação da declarante num hospício de segurança máxima.

“No Brasil nós temos de ter e de reconhecer que é necessário um processo de expansão para depois abrir um processo de redução e assinamento”, desandou a Doutora em Nada.

O Brasil que resiste à Era da Mediocridade ficaria menos perplexo se os dois parceiros contassem a verdade. Como sabe até a caxirola que a madrinha dos inventores de araque ganhou de Carlinhos Brown, Afif foi incorporado à multidão de ministros porque contrato é contrato.

Numa das cláusulas do acordo costurado por Dilma e Gilberto Kassab, ficou combinado que parte do aluguel do PSD seria paga com o repasse de um pedaço do primeiro escalão (cofres incluídos) ao ex-adversário que hoje não é de esquerda, nem de direita e nem de centro; é do governo, qualquer governo.

O resto é conversa de 171, número que rima tanto com o vendedor que não diz o que sabe quanto com a compradora que não sabe o que diz.

11 de maio de 2013
Blog de Augusto Nunes

FRASE DO DIA

"Lutamos contra o terrorismo. Eles atacavam quartéis, roubavam armas, incendiavam rádio patrulhas e explodiram dezenas de bombas. Enfrentei várias organizações de esquerda, entre elas quatro nas quais a atual presidente da República atuou."


Coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra, que dirigiu o DOI-Codi em São Paulo, centro de torturas e assassinatos durante a ditadura militar

11 de maio de 2013

ATÉ AZERBAIDJÃO É MAIS COMPETITIVO QUE O BRASIL


A ex-república soviética do Azerbaijão, no Cáucaso, está à frente do Brasil no Índex Global de Competitividade 2012-2013 do Fórum Econômico Mundial. Em 48º lugar, o Brasil perde também para o Chile, em 33º, e só ganha de Portugal, arrasado pela crise da zona do euro. O relatório atribui às condições macroeconômicas brasileiras os cinco pontos acima do ranking anterior “apesar da inflação beirando os 7%”.

11 de maio de 2013
Claudio Humberto

DÍVIDA EXTERNA BRASILEIRA CRESCE 60% DESDE A CRISE FINANCEIRA DE 2008

 
Desde a crise financeira de 2008, que provocou uma parada súbita nas linhas de crédito internacionais, a dívida externa brasileira aumentou 60%, impulsionada pelo endividamento das empresas.
 
A dívida das instituições financeiras no exterior praticamente dobrou entre dezembro de 2008 e este ano. No mesmo período, as empresas não financeiras aumentaram sua exposição em moeda estrangeira em 72%.
 
Com isso, o endividamento externo do país subiu do equivalente a 12% do PIB (Produto Interno Bruto) para 13,9% neste ano, após quatro anos de relativa estabilidade.
 
O levantamento foi feito pela equipe do banco Credit Suisse, que atribui parte desse aumento à fixação de barreiras à entrada de capital externo, iniciada em 2010.
 
 
Para tentar refrear o fluxo de recursos estrangeiros que entrava no país e valorizava o real em relação ao dólar, o governo impôs IOF de 6% na compra de títulos públicos por estrangeiros.
 
"Quando o governo decide impor IOF para operações com seus papéis, esses recursos deixam de entrar, mas as empresas percebem que há demanda por títulos brasileiros e vão para o mercado externo captar com taxas mais baixas", afirma o economista-chefe do Credit Suisse, Nilson Teixeira.
 
Diante de um cenário de abundância de recursos e juros mais baixos no exterior, as empresas aumentaram sua dívida lá fora.
 
A questão é que, simultaneamente, elas passaram a assumir riscos de prejuízo em caso de uma repentina desvalorização cambial.
 
Em 2008, a alta do dólar em decorrência da crise bancária nos EUA, levou Aracruz e Sadia a dificuldades. Ambas tinham operações com derivativos atrelados ao dólar e acabaram vendidas.
 
 Editoria de Arte/Folhapress 
Para Teixeira, não há risco no médio prazo: "De fato a dívida aumentou, mas, quando comparada com a de outros países, é baixíssima".
 
Além disso, observa o economista, o prazo é longo (em média, 6,5 anos) e o montante é pouco superior ao que o Brasil arrecada com exportações --a dívida externa equivale a 1,3 vezes o auferido com as exportações, segundo cálculos de Teixeira.
 
Para Daniela Prates, professora da Unicamp, contudo, o enfraquecimento recente das exportações são um fator de vulnerabilidade.
 
"A capacidade de gerar divisas [para honrar as dívidas] se dá por meio das exportações. E o cenário pós-crise ficou mais grave nesse ponto, porque a concorrência ficou mais acirrada", afirma.
 
"A composição da nossa pauta de exportações faz com que sejamos mais vulneráveis ao preço das commodities e à demanda da China. Isso traz preocupação quanto à solvência da dívida", diz ela.


11 de maio de 2013
MARIANA CARNEIRO - FOLHA DE SÃO PAULO

CONGRESSO TEM 108 EMENDAS À CONSTITUIÇÃO "ESQUECIDAS"

Sem consenso ou relevância, propostas de deputados e senadores buscam todos os tipos de alterações na Constituição - e ficam décadas estagnadas
 
 
Plenário da Câmara Federal em Brasília
Plenário da Câmara Federal em Brasília (Rodolfo Stuckert/Agência Câmara)
Em vigor desde 1787, a Constituição dos Estados Unidos teve 28 emendas; a brasileira, de 1988, já contabiliza 72
A aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), no último dia 24, pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, mostrou o quão longe radicais e réus do PT no mensalão estão dispostos a ir para amordaçar o Poder Judiciário.
Um grupo de deputados, entre eles dois condenados pela Justiça que sequer deveriam estar no Congresso, os petistas João Paulo Cunha (SP) e José Genoino (SP), aproveitou uma reunião vazia da CCJ para fazer avançar uma tentativa de golpe à Constituição e à independência entre os poderes.
A manobra abriu uma crise com o Supremo Tribunal Federal (STF) até que o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), decidiu jogar água na fervura. Sem meias palavras, o peemedebista anunciou que a PEC petista terá o mesmo destino de outras dezenas: ficará esquecida na gaveta do Legislativo.
 Assim como a proposta petista, que pretende submeter decisões do Supremo ao Congresso, um grande número de emendas à Constituição apresentadas por deputados e senadores permanece décadas engavetado, seja por falta de amarração política, amparo jurídico ou, como no caso da PEC petista, bom senso e apreço à democracia. Segundo cálculos da direção da Câmara, a fila contabiliza hoje outras 108 emendas à espera de análise por uma comissão especial.
 Para chegar à promulgação, a PEC precisa enfrentar um longo rito. Após a aprovação na CCJ, que dá aval justamente à constitucionalidade da proposta, o passo seguinte é a criação de uma comissão especial para discutir detalhadamente as alterações sugeridas. Na Câmara, porém, 93 PECs já aprovadas pela CCJ ainda aguardam a criação das comissões especiais. Outras quinze esperam a indicação de seus integrantes e uma já está instalada, mas não começou a funcionar de fato. 
 Há situações ainda mais inusitadas em que o parlamentar encerra o mandato ou morre sem ver seu projeto levado adiante. Uma das propostas mais antigas na lista, a obrigatoriedade do serviço civil para isentos do serviço militar, aguarda criação de uma comissão especial desde 1998. O autor é o ex-senador baiano Antônio Carlos Magalhões, morto em 2007. Nesses casos, o texto tem de ser desarquivado para ter continuidade.
Para o deputado Otávio Leite (PSDB-RJ), faltam critérios para definir quais projetos terão prioridade. O tucano é autor de uma proposta que proíbe a privatização da Petrobras, medida colocada na geladeira há quase dois anos. Para ele, a morosidade é proposital. “O objetivo do meu texto é acabar com essa brincadeira do PT em atribuir ao PSDB a ideia de privatizar a Petrobras. Além disso, o país passa por um momento delicado e seria um período fértil para discutir os rumos da estatal”, justifica o parlamentar. Para acelerar o processo de formação das comissões especiais, Leite sugere que seja formado um colegiado para discutir temas diversos com assuntos correlatos. 
Sem relevância – O próprio Nazareno Fonteles (PT-PI), autor da desvairada tentativa de amordaçar o STF, criou outra proposta controversa: quer incluir na Constituição, entre as atribuições do Congresso, "sustar os atos normativos dos outros poderes que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa". O texto foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça em abril do ano passado.
Na lista de temas sem consenso, também está uma proposta que torna o voto facultativo - a PEC está parada há mais de dois anos e o autor da medida, o deputado federal Pedro Irujo (PMDB-BA), aposentou-se em 2007.
Mais um tema que dificilmente será levado adiante é o que reserva percentual de cargos e empregos públicos para os residentes em municípios de até vinte mil habitantes, do deputado Efraim Filho (DEM-PB). Na proposta, o parlamentar aponta a concentração de recursos no centro do país e ainda prevê facilidades para os jovens que estão em busca do primeiro emprego, dando-lhes oportunidades “sem a necessidade de migrar para os centros urbanos que já se encontram saturados nos mais diversos âmbitos”. 
Um dos fortes candidatos ao prêmio de pior proposta, porém, é Sebastião Bala Rocha (PDT-AP), autor de uma PEC que inclui a internet de alta velocidade entre os direitos fundamentais do cidadão. O deputado Valadares Filho (PSB-SE) quer, por sua vez, que o esporte seja incluído como direito social na Constituição.
O excessivo número de PECs, acompanhado pela irrelevância da maioria, é um sinal claro de duas características do funcionamento do Congresso: a seletividade da vontade política dos donos do poder e o furor legiferante que é parcialmente responsável pelo gigantismo da burocracia brasileira. "A questão é que existem alguns políticos que têm necessidade de demonstrar trabalho. Eles apresentam PECs mesmo sabendo que elas têm chance mínima de aprovação, pois julgam que com isso mostram serviço ao seu eleitor", diz Ricardo Caldas, cientista político e professor da Universidade de Brasília (UnB).
O que Nazareno Fonteles, Sebastião Bala Rocha e Efraim Filho parecem não compreender é que as Propostas de Emenda à Constituição, por alterarem o texto legal mais importante do país, deveriam se restringir a tratar de diretrizes permanentes e relevantes - sem se imiscuir em temas secundários ou transitórios, como a internet de banda larga - e a preservar a harmonia entre os poderes, não o contrário. O efeito prático dos excessos dos legisladores é mensurável: a Constituição dos Estados Unidos, que está em vigor desde 1787, teve 28 emendas até hoje. A brasileira, de 1988, já contabiliza 72.
Por boas ou más razões, a maioria das PECs encostadas deve continuar onde sempre esteve. Nos três últimos biênios da Câmara, foram instaladas 62 comissões especiais para o exame de cada proposta. Na gestão do presidente Arlindo Chinaglia (PT-SP), foram 14. Na de Michel Temer (PMDB-SP), 36. Na de Marco Maia (PT-RS), 12. O ritmo é insuficiente para fazer avançar - ou derrubar de vez - todas as propostas adormecidas. Mas, pelo menos no caso da recente tentativa dos radicais e mensaleiros do PT de impor sua agenda bolivariana, o melhor mesmo talvez seja o esquecimento.
11 de maio de 2013
Marcela Mattos e Gabriel Castro - Veja
 

LICENÇAS MÉDICAS DE FUNCIONÁRIOS DO SENADO SOMAM 87,5 MIL DIAS EM 2 ANOS

Dados foram obtidos pelo ‘Estado’ por meio da Lei de Acesso; boom de afastamentos (78,4 mil dias) está entre concursados, que não estão submetidos ao Regime Geral de Previdência
 
 
Nos 100 primeiros dias desde que voltou ao comando do Senado, o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), adota um discurso da moralização e transparência dos gastos públicos. Mas as medidas tomadas por Renan, até o momento, não tocaram em um ponto que pode ser considerado uma verdadeira caixa-preta do Senado: a concessão de licenças médicas. Entre 2011 e 2012, servidores efetivos e funcionários comissionados do Senado tiraram 87,5 mil dias de licenças.

Discurso. Reforma ‘moralizadora’ pregada por Renan Calheiros não toca nas licenças - André Dusek/Estadão
André Dusek/Estadão
 
Discurso. Reforma ‘moralizadora’ pregada por Renan Calheiros não toca nas licenças


Os dados inéditos, obtidos pelo Estado por meio da Lei de Acesso à Informação, apontam que, desde o início da atual legislatura, cada trabalhador da Casa afastou-se por motivo de saúde em média por 14 dias. O Senado não forneceu à reportagem os dados dos quatro primeiros meses de 2013 – Renan assumiu em fevereiro, depois de suceder José Sarney (PMDB-AP).
 
O levantamento revela que a imensa maioria das licenças em 2011 e 2012 foi tirada por servidores efetivos – que ingressaram por concurso público ou foram incorporados ao quadro por estarem na Casa antes de 1988, ano da promulgação da Constituição. De cada dez dias de licença, praticamente nove foram desses servidores.
 
Os chamados efetivos são uma "população" bem remunerada, onde um garçom, por exemplo, pode ganhar salário de até R$ 17 mil.
 
No período, os efetivos tiraram 78,4 mil dias de licenças. Considerando o salário médio desses servidores em abril – de R$ 19 mil, segundo a folha de pagamento que consta no Portal da Transparência da Casa –, o Senado gastou no período cerca de R$ 50 milhões por dias não trabalhados por seus servidores efetivos nos últimos dois anos.
 
Os servidores comissionados do Senado, por sua vez, tiraram 9,1 mil dias de licença.
 
Distorções
 
Hoje, o Senado tem praticamente a mesma proporção entre servidores efetivos e comissionados licenciados – são apenas 59 comissionados a mais que os efetivos, o que, na prática, evidencia critérios de concessão de licenças desiguais.
 
Todo trabalhador do Senado pode se afastar por até 15 dias sem prejuízos salariais, desde que apresente um atestado médico – a mesma regra geral da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). A diferença é que todo trabalhador que ultrapassa esse período de licença passa a receber pelo INSS. No Senado a regra é distinta. Os efetivos continuam recebendo seus salários normalmente mesmo após esse período de 15 dias, tendo que passar por uma avaliação médica. Esse médico pode ser ou não da Casa. Só se a licença ultrapassa 120 dias é que o caso é analisado por uma junta médica, mas não há regra sobre suspensão do salário.
 
No caso dos comissionados, o rigor é maior. Acima do período de 15 dias, ficam sujeitos às regras dos contratados pelo Regime Geral da Previdência, fazendo jus ao auxílio-doença do INSS – benefício bem inferior ao salário.
 
Espanto geral
 
Confrontados com os números, senadores se espantaram com o volume de licenças concedidas. Ao considerarem as licenças muito alta para a quantidade de trabalhadores da Casa, os parlamentares defenderam uma auditoria na concessão de afastamentos. "A menos que o Senado seja um paraíso de doentes, é no mínimo um exagero inominável. Acho uma fraude repetida. O Senado não é hospital", disse o senador Alvaro Dias (PSDB-PR).
 
Funcionários da Casa, que conversaram com o Estado sob a condição do anonimato por temer represálias, relataram que os comissionados, além de não quererem entrar na regra do auxílio-doença, também admitem reservadamente o receio de perder o emprego e, por isso, freiam os pedidos de licenças.
 
Um mês de trabalho
 
O Estado apurou um caso de licença médica que chama a atenção. Um servidor emendou licença médica de 120 dias atrás de outra entre outubro de 2010 e março de 2012. O período máximo que o servidor, lotado como técnico legislativo, trabalhou foi de outubro a novembro de 2011. Ele se aposentou voluntariamente em junho de 2012, com salário de R$ 16 mil, sem indicar que a aposentadoria ocorreu por problema de saúde.
 
Entre os anos de 2011 e 2012, o Senado apresentou uma redução de 1,1% no número de licenças tiradas por servidores e comissionados. De 44.024 afastamentos dois anos atrás, as licenças caíram para 43.525 no ano passado – uma redução de 499 dias no período.

11 de maio de 2013
Ricardo Brito e Débora Álvares - O Estado de S. Paulo

A SAGA DA CONSTRUÇÃO DO ESTÁDIO MAIS CARO DA COPA DO MUNDO

O Estádio Mané Garrincha, em Brasília, é um exemplo de como as obras públicas no Brasil são delirantes, demoradas e absurdamente caras
 
Cabiam no banguela 42 mil pessoas, capacidade mais que suficiente para atender o público de clássicos como Planalto e Jaguar ou do time da gráfica do Senado contra o Coenge, um combinado dos servidores do governo de Brasília. A capital federal sempre viveu o futebol pela TV, torcendo pelos times grandes do Rio de Janeiro e de São Paulo.
 
“Recentemente, Brasília contribuiu para a menor renda mundial verificada num campeonato, quando apenas um torcedor compareceu para assistir a uma partida final de um torneio local (Grêmio Brasiliense 2 x 1 Coenge)”, disse o então presidente da Federação Desportiva de Brasília, Wilson de Andrade, pouco antes da construção do Mané Garrincha. Ele afirmou que havia estádios inacabados na capital e que os poucos times locais não tinham torcedores nem sequer dinheiro para pagar a conta de luz. Esse estado de coisas lastimável não mudaria com o novo estádio.
 
Logo se quebrou a promessa, feita pelo governo de Brasília, de continuar a construção dos demais anéis. Quebrou-se também a promessa, feita pela CBD, antigo nome da CBF, de promover no novo estádio jogos dos grandes times do país. Com os anos, o Mané Garrincha e suas linhas interrompidas tornaram-se apenas um elemento fora do lugar no desenho curvo da paisagem de Brasília.


O tempo voltou a andar para o Mané no começo de janeiro de 2007, quando Arruda recebeu, em seu gabinete no Palácio do Buriti, o arquiteto Castro Mello. Do Buriti, Arruda e Castro Mello avistavam, pela janela, a silhueta do inacabado Mané, a menos de 1 quilômetro.
 
“Apresentei um pré-estudo, e, depois de 20 minutos de reunião, ele anunciou que Brasília seria a sede da Copa, e eu o autor do novo Mané Garrincha”, disse Castro Mello numa tarde de março deste ano, ao lado do filho, Vicente, também arquiteto, terceira geração da família a desenhar o Mané.
 
Eles estavam numa sala de reuniões no pequeno prédio que abriga a administração do novo Mané, rebatizado mais uma vez. (De Estádio Hélio Prates da Silveira, passara a se chamar Mané Garrincha em 1983, logo após a morte do jogador.) Agora, passaria a se chamar Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha. Na antessala, acarpetada de verde-grama do chão ao teto, uma maquete de 4 metros quadrados materializava o projeto do novo estádio. Um vídeo institucional repetia na tela LCD os números grandiosos da obra. Faltava um número especial: R$ 1,5 bilhão – o custo, até aquele momento, do estádio mais caro da Copa (o orçamento inicial era de aproximadamente R$ 697 milhões).
 
“Não interessa se é o mais caro, é o melhor”, disse Castro Mello. Ele assegurava que o novo Mané “colocará Brasília no mapa”. “Tem de quebrar o ovo para fazer a omelete.” Atrás da sala onde perorava, erguia-se, quase pronta, a colossal omelete de 1 quilômetro de diâmetro, cercada por 288 pilares de 36 metros de altura.


Qualquer aspecto do estádio envolve números hiperbólicos. Em sua construção, trabalharam cerca de 6 mil pessoas. Empregaram-se 177.000 metros cúbicos de concreto na obra – mais do que nas Petronas Towers, as torres gêmeas de Kuala Lumpur, na Indonésia, que estão entre os prédios mais altos do mundo. A cobertura é um espetáculo de tecnologia: 9.100 placas captam energia solar para transformá-la em 2,4 megawatts de energia, suficientes para abastecer o estádio e mais 2 mil casas da cidade. Haverá 8.420 vagas de estacionamento, 22 elevadores, 50 rampas e 12 vestiários.


Naquele momento, em março, a omelete já estava bem atrasada. Tudo atrasou na construção do Mané, como atrasou, ressalte-se, nos demais estádios da Copa. A licitação atrasou. O início das obras atrasou. O estádio deveria ficar pronto em dezembro do ano passado. Não ficou. O novo prazo da Fifa encerrava-se em abril.
 
O governador de Brasília, Agnelo Queiroz, marcou a inauguração para o aniversário da capital, em 21 de abril. Parecia um prazo impossível de cumprir. Chove muito em Brasília nesse período. Agnelo desafiou as previsões pessimistas – e perdeu. Seis dias antes do prazo, Agnelo adiou a inauguração para 18 de maio, menos de um mês antes da abertura da Copa das Confederações, quando o Mané receberá o jogo do Brasil contra o Japão.
 
O governo de Brasília argumenta que as obras não estão atrasadas. “Estamos oito meses adiantados”, afirma Cláudio Monteiro, secretário da Copa do Distrito Federal. O calendário de Monteiro é peculiar: estabelece que o estádio só deveria ficar pronto em dezembro, para ser usado na Copa do Mundo.


Portanto, se não houver mais um adiamento, no próximo sábado – quatro décadas após o inesquecível clássico de um só espectador entre Grêmio Brasiliense e Coenge –, o novo Mané, aquele estádio que parara no tempo, será finalmente reaberto. A ocasião é especial: final do Candangão, como é conhecido o campeonato brasiliense de futebol. Em campo, em vez de Grêmio Brasiliense e Coenge, Brasília contra Brasiliense.

11 de maio de 2013
 
FLÁVIA TAVARES - Época

>>Leia os outros capítulos desta história em ÉPOCA que está nas bancas

NA VEJA: NO MEIO DOS SEIS MIL MÉDICOS, ESPIÕES DA POLÍCIA SECRETA CUBANA


 
 
 
A revista “Veja” deste fim de semana analisa o anúncio, feito pelo governo brasileiro, de que pretende trazer para o Brasil cerca de seis mil médicos cubanos, para trabalhar em cidades afastadas e do interior. Segundo a reportagem da revista, o acordo, anunciado pelos chanceleres Antonio Patriota, do Brasil, e Bruno Rodrigues, de Cuba, colocará em risco a saúde dos pacientes, uma vez que a ilha dominada há décadas pela ditadura dos irmãos Castro não teria um sistemas de saúde de excelência, como propagandeado.
 
“Veja” também denuncia que a importação de médicos cubanos esconde a intenção dos dois governos de instalar no Brasil espiões da polícia secreta de Cuba, na proporção de um espião para cada cinco médicos importados do regime castrista. Apesar da disposição do governo do PT de trazer os médicos/espiões cubanos, uma decisão tomada nesta semana pelo Superior Tribunal de Justiça pode inviabilizar a iniciativa.
 
Ao julgar um recurso da Universidade Federal de mato Grosso do Sul, contra uma sentença que beneficiava um profissional graduado na Bolívia, o STJ manteve a rigidez dos critérios para a revalidação de diplomas estrangeiros de medicina.
 
Com isso, o governo não poderá trazer os médicos cubanos sem que eles passem por provas para avaliar os seus conhecimentos profissionais.
 
Nesta semana, o Conselho Federal de Medicina já havia classificado como “temerária” a intenção do governo brasileiro de trazer os cubanos sem submetê-los à revalidação de seus diplomas. (Postado por Eduardo Mota – assessoria de imprensa)

11 de maio de 2013
blog do Álvaro Dias

10 CITAÇÕES DE CHE GUEVARA

DA PROXIMA VEZ QUE SEU FILHO CHEGAR EM CASA COM UMA CAMISETA DO CHE GUEVARA, PERGUNTE-LHE SE ELE SABE O QUE O ASSASSINO CUBANO REALMENTE REPRESENTAVA.  FAÇA-O SE SENTAR, FALE COM ELE, TIRE AS VENDAS DA IGNORÂNCIA DE SEUS OLHOS E MOSTRE-LHE ESTAS CITAÇÕES DE GUEVARA: 10 CITAÇÕES DE CHE GUEVARA QUE A ESQUERDA PREFERE NÃO FALAR.
 



Em seguida, queime a maldita camiseta.
1. “Louco de fúria, mancharei de vermelho meu rifle estraçalhando qualquer inimigo que caia em minha mãos!  Com a morte de meus inimigos preparo meu ser para a sagrada luta, e juntar-me-ei ao proletariado triunfante com um berro bestial!”

2. “O ódio cego contra o inimigo cria um impulso forte que quebra as fronteiras de naturais das limitações humanas, transformando o soldado em uma eficaz máquina de matar, seletiva e fria. Um povo sem ódio não pode triunfar contra o adversário. “

3. “Para mandar homens para o pelotão de fuzilamento, não é necessário nenhuma prova judicial … Estes procedimentos são um detalhe arcaico burguês. Esta é uma revolução!”

4. “Um revolucionário deve se tornar uma fria máquina de matar motivado pelo puro ódio. Nós temos que criar a pedagogia do Paredão!” (O Paredão é uma referência para a parede onde os inimigos de Che eram mortos por seus pelotões de fuzilamento).

5. “Eu não sou o Cristo ou um filantropo, velha senhora, eu sou totalmente o contrário de um Cristo … eu luto pelas coisas em que acredito, com todas as armas à minha disposição e tento deixar o outro homem morto, de modo que eu não seja pregado numa cruz ou qualquer outro lugar. “

6. “Se qualquer pessoa tem qualquer coisa boa para dizer sobre o governo anterior, para mim é bom o suficiente matá-la.”

7. Che queria que o resultado da crise dos mísseis em Cuba fosse uma guerra atômica. “O que nós afirmamos é que devemos proceder ao longo do caminho da libertação, mesmo que isso custe milhões de vítimas atômicas”.

8. “Na verdade, se o próprio Cristo estivesse no meu caminho eu, como Nietzsche, não hesitaria em esmagá-lo como um verme.”

9. “Deixe-me dizer, correndo o risco de parecer ridículo, que o verdadeiro revolucionário é guiado por grandes sentimentos de amor.”

10. “É muito triste não ter amigos, mas é ainda mais triste não ter inimigos.”

Tenha cuidado para não perder as nossas 13 razões porque você deve jogar fora a sua camiseta do Che Guevara.
11 de maio de 2013
Fonte: http://www.ihatethemedia.com/
Tradução: Emerson de Oliveira