"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 19 de abril de 2012

NADA MAIS QUE UM TRAPACEIRO PÉ DE CHINELO

Em 6 de junho de 2005, o deputado Roberto Jefferson, em entrevista à Folha SP, denuncia o mensalão

(Roberto Jefferson denuncia mensalão em entrevista à Folha SP …).

O escândalo foi se agravando, o todo poderoso ministro da Casa Civil, que estava asfaltando o caminho para ser o substituto de Lula na presidência da República, acusado como sendo o chefe do mensalão se vê obrigado a renunciar ao cargo de ministro (16/6/2005).


Com a crise fungando-lhe o cangote, o então presidente Lula fez, da Granja do Torto, no dia 12 de agosto um pronunciamento transmitido em cadeia de televisão em que disse: “eu não tenho nenhuma vergonha de dizer ao povo brasileiro que nós temos que pedir desculpas. O PT tem que pedir desculpas. O governo, onde errou, tem que pedir desculpas…”. Sem citar nomes ele diz: “Eu me sinto traído”.

(Discurso de Lula sobre o mensalão – 12/09/2005) – (Leia a íntegra do pronunciamento)

Todavia, ele não consegue e não quer, se livrar de suas característica marcante de trapaceiro. Passados pouco mais de 5 anos de ter pedido desculpas à nação, ele numa cara de pau incomensurável, de público, negou a existência do mensalão.
No dia 18 de novembro de 2010 afirmou que vai desmontar a “farsa do mensalão” quando deixar o governo, em janeiro de 2011. O bravata de Lula foi feito durante café da manhã com o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, no Palácio da Alvorada.

Não satisfeito com esse insulto à inteligência dos brasileiros, ele voltou à carga em sua última entrevista como presidente,concedida a rádios comunitárias, o presidente, a certa altura, abriu a fossa de falar besteiras e sem nunca identificar “quem tentaram”, disse: “Tentaram fazer comigo o que vocês viram em 2005 e só não foram mais adiante porque eles tinham medo da minha relação com a sociedade brasileira e eles não sabiam o que poderia acontecer neste país”.

Mais tarde, numa espécie de solenidade de despedida dos integrantes do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, Lula soltou a seguinte pérola: “No auge da crise de 2005 — eu nunca tinha falado isso — mas naquela tentativa de golpe, vocês permaneceram no Conselho. Vocês não misturaram o trabalho que estavam fazendo para o Brasil (sic)”.

O processo do mensalão está entrando em sua fase decisiva, está difícil retardar mais e a prescrição irá levantar o perigoso clamor público, contra o Supremo Tribunal Federal (STF).

Ele pensa que o escândalo Cachoeira, vai blindar o mensalão, portanto lançou-se com tudo a favor da CPI, dando a impressão que quer ver sangue, mas comete um erro de estratégia, que certamente lhe sairá caro, pois o seu PT e ele mesmo estão envolvidos com Carlinhos Cachoeira.

Seus desvairos, suas mentiras, seus delírios, sua certeza de que esteja enganando todo mundo, me dá vontade de dizer-lhe: “Ora Lula, provisoriamente, vá tomar dentro, até que eu arrume um lugar melhor para te mandar”.

(*) Fotomontagem: Carlinhos “Cachoeira” e Lula “Mensalão”
(*) Texto de apoio: Ricardo Setti.

19 de abril de 2012
Giulio Sanmartini

RESTOS DO MESMO PENICO




Diz Lula a Collor: “Ta vendo ‘cumpanheiro’, rodei a baiana e disse, que a CPI tem que ser feita ‘doa a quem doer!”

Collor: “Cuidado amigão, eu disse na Argentina que ia punir ‘duela quien duela’ e até hoje me sacaneiam por causa disso.

Lula: “Porra cumpanheiro’. Você errou falando a mesma coisa, mas em estrageiro. Sabe como é?, a imprensa não gosta que a gente fale a língua lá das ‘estranjas”

19 de abril de 2012
Giulio Sanmartini

ESTÁ EM CURSO A "OPERAÇÃO SALVA-DELTA"

Anotem aí: está em curso a “Operação Salva-Delta”. Vejam o que fez hoje o peemedebita Pezão, governador de fato do Rio

Anotem aí: está em curso uma “Operação Salva-Delta”. Não sei se a construtora já contratou uma dessas empresas especializadas em “cuidar da imagem” de seus clientes — o que inclui trabalho de assessoria de imprensa, relações públicas e, sobretudo, plantação de notas em colunas influentes, mas tudo indica que sim. Esse é um dos ramos que mais prosperam no Brasil, que fazem milionários. Governos, governantes, políticos no geral e estatais estão entre os seus bons clientes.

Aos poucos, vamos tomando ciência, ora vejam!, do lado verdadeiramente heroico de Fernando Cavendish, o dono da Delta. Entre outras coisas, somos convidados a condescender com a hipótese de que, quando atua em Goiás, a empresa mete o pé na jaca. No Rio, não! No Rio, certamente tudo é feito segundo o mais absoluto rigor.

Nesta quinta, MAIS UMA VEZ, o vice-governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, que é do PMDB (um dos partidos que vai comandar a CPI), saiu em defesa da construtora e de seu proprietário, Fernando Cavendish. Nota à margem: Pezão é o governador de fato do Estado, para o bem e para o mal. Sérgio Cabral é só uma espécie de garoto-propaganda.

Pezão deu atestado de idoneidade à empresa: “A Delta é uma empresa muito agressiva, pratica preços menores, tem uma estrutura menor e é uma empresa agressiva, por isso ela tem mais contratos.” Foi além, informa o Estadão Online: “Os contratos obedeceram a todos os editais. Na lei de emergência a gente caracterizou muito bem. Era uma empresa que tinha muitos contratos em volta daquela tragédia, contratos com o governo federal, então era a empresa que tinha mais facilidade para nós acessarmos as máquinas, pedirmos as máquinas, então não temos problema nenhum. Sobre a quantidade, o valor que ela tem de contratos com o Estado, todas as empresas cresceram sua participação, o Estado aumentou cinco vezes o investimento, então não tem problema nenhum.” Também se disse amigo de todos os empreiteiros, não só de Cavendish: “Eu sou amigo de todos, fui secretário de obras. Então eu não vejo problema nenhum na CPI”, disse Pezão.

Já fez antes
Ah, essa memória que não me abandona. Não é a primeira vez que Pezão faz a defesa entusiasmada de Cavendish. No dia 7 de julho do ano passado, inaugurando uma obra do PAC no Complexo do Alemão, na presença de Dilma Rousseff, o vice-governador exaltou o empresário e atacou os órgãos de fiscalização do Estado. Escrevi um post a respeito, que os convido a reler. Serve para lembrar as circunstâncias em que o elogio foi feito. Volto para encerrar.
*
Não há político no Brasil que tenha aprendido tanto com Luiz Inácio Lula da Silva como Sérgio Cabral, governador do Rio: imita-o na falta de limites, na disposição de afrontar a ordem legal, na marquetagem pessoal, no destemor com que desafia o ridículo. Todos o viram há pouco a lançar uma espécie de código de ética para o governo do estado. Seria uma iniciativa meritória não estivesse em questão o comportamento do próprio Cabral, chegado a receber favores de bilionários com sólidos interesses na administração.

A promiscuidade, há muito conhecida, ganhou tinturas dramáticas com o acidente de helicóptero que matou piloto, duas crianças, uma babá e três mulheres: Mariana Noleto, namorada de um filho de Cabral do primeiro casamento; Jordana Kfuri, mulher do empreiteiro Fernando Cavendish, e Fernanda, irmã de Jordana e namorada de Cabral, que se divorciou só ontem de sua segunda mulher. No Rio, todos sabem disso, mas preferem falar do barquinho que vai e da tardinha que cai. Estavam reunidos na Bahia para comemorar o aniversário de Cavendish, um homem de trajetória empresarial, como dizer?, um tanto conturbada. A Delta toca obras de mais R$ 1 bilhão no estado do Rio, mais de R$ 200 milhões desse total sem concorrência.

A proximidade do governador Sérgio Cabral com Cavendish, dono da Delta, e favores outros recebidos de Eike Batista, somados ao drama pessoal vivido pelo homem Sérgio Cabral lançaram o seu governo numa espécie de crise de credibilidade. De súbito, o político que consegue dosar com grande competência, admito, fanfarronice, dramaticidade, populismo e até certos ecos daquela estereotipia do “malandragem” carioca se viu sorumbático, um tanto abatido, atropelado pela sua falta de senso de medida, como uma espécie de ressaca que sobreviesse à alegria que leva um jovem a exagerar na dose. Foi, assim, nesse seu momento taciturno, que o tal código veio à luz, como se não houvesse leis que desaconselhassem Cabral a usar o jatinho de um ou a participar do convescote de outro…

Pois bem. Ontem, a presidente Dilma Rousseff foi ao Rio inaugurar o teleférico no Complexo do Alemão. Em um mês, a presidente teve de demitir dois ministros: Antonio Palocci saiu no dia 7 de junho, e Alfredo Nascimento, no dia 6 de julho. Embora os dois estejam envolvidos em casos de natureza distinta, pode-se dizer que uma coisa os une: a falta de liturgia ao lidar com o interesse público. O caso de Nascimento é mais grave para o governo porque envolve uma fatia da base de apoio no Congresso. Muito bem.
Cabral ainda está na sua fase de recolhimento. O grande orador do governo do Rio foi o vice-governador, Luiz Fernando Pezão. E ele não hesitou:
 “Ninguém sabe no Brasil mais do que a senhora (Dilma Rousseff) o que é fazer obra pública neste País (…) Eu queria aqui dividir esse momento (…) por nós estarmos celebrando de vencer a burocracia toda, de vencer os ministérios públicos, de vencer todas as dificuldades que existem num processo como esse”.

Em seguida, metendo os pezões pelas mãos, mostrou-se grato às empreiteiras, inclusive à Delta, a empresa de Cavendish, também citada nominalmente.

Eu sempre me emociono quando vejo um governante falar das enormes dificuldades legais que os patriotas enfrentam para governar o Brasil, como se todos eles nos fizessem um enorme favor, abrindo mão dos próprios interesses para defender os nossos. Eu estou entre aqueles que, de vez em quando, enroscam com uma exigência ou outra do Ministério Público, mas eu posso! A homens públicos não cabe fazer proselitismo contra órgãos encarregados de fiscalizar a conduta de… homens públicos! Essa era uma das peças de resistência de Lula, que atacou de modo sistemático, nos seus oito anos de governo, o Tribunal de Contas da União, por exemplo.

São dias realmente muito especiais estes que vivemos. Uma presidente que acaba de demitir a cúpula de um Ministério diante de evidências gritantes de corrupção ouve um vice-governador ser grato às empreiteiras - inclusive àquela que é pivô da crise que enfrenta o governador - e atacar os “ministérios públicos”. Esta mesma presidente impôs ao Congresso um regime de concessão de obras públicas para a Copa do Mundo que poderá, por comparação, fazer gente como Valdemar Costa Neto parecer um coroinha. Na prática, o texto devolve o país à selvageria pré-lei de licitações.
Estamos sendo governados por heróis que descobriram as virtudes revolucionárias de jogar no lixo as leis.

Encerro
Pezão assegurar que tudo está certo em seu governo é do jogo. Atestar a idoneidade de um empresário que vai ser investigado pela CPI, de que seu partido é um dos comandantes, está fora das regras. Se o elogio à Delta em julho do ano passado já era impróprio, muito mais despropositado se mostra agora.

Quando o vice-governador do Rio (e governante de fato) — o estado mais rico administrado pelo PMDB — assevera que o empresário que deveria ser um dos principais focos da CPI está acima de qualquer suspeita, algo de muito errado está em curso. Ou a CPI não vai investigar o essencial ou servirá apenas como instrumento de vingança contra dois ou três desafetos da maioria influente.

19 de abril de 2012
Por Reinaldo Azevedo

NOVAS GRAVAÇÕES LIGAM JUDAS A CACHOEIRA


FOZ DO IGUAÇU - Historiadores da Polícia Federal divulgaram interceptações telefônicas que ligam o crupiê Carlinhos Cachoeira a Antonio Conselheiro, Judas Iscariotes, Calabar, Policarpo Quaresma, Dick Vigarista, Galvão Bueno e Mun-Ha. "A influência de Cachoeira não é cascata.

Precisamos atualizar os livros escolares. Isso será feito assim que elucidarmos as relações entre o meliante e Pedro de Lara", explicou o professor Joel Lindomar. Em seguida, ponderou:

"Mas a influência do cidadão não é totalmente negativa. Nosso departamento de economia calculou que a conta de telefone de Cachoeira elevou o PIB em 2 pontos percentuais".

Imbuído da nobre missão de levar a seus milhões de leitores informações ágeis e independentes, este piauí herald antecipa a seguir, em furo histórico, algumas das principiais denúncias que cercam nosso personagem.



Em conversa interceptada na costa da Itália, Cachoeira conversa com o capitão Schettino: "Pode chegar mais perto aqui da margem, deixa de ser cagão. Aliás, duvido você dar um cavalo de pau", provocou o empresário, enquanto apostava na roleta.



"Garanto que o nome do país é Estados Unidos do Brasil. Acabei de checar num livro didático revisado pelo Ministério da Educação", disse, de forma enfática, o bicheiro, enquanto blefava no pôquer.



"Mas não vai dar problema?", perguntou José Dirceu. "Claro que não. O Brasil te adora. Não é por causa de uma mesadinha que o povo vai te sacrificar", respondeu Carlinhos, enquanto sonhava com um pintassilgo para jogar no bicho.



Decidido, Cachoeira ligou para Napoleão e foi enfático: "Leva todo mundo para Waterloo. Não tem erro", previu, enquanto jogava pinball.



"Julio, pode ir pro Senado sem problemas", avisou Cachoeira. "Brutus tá aqui do meu lado garantindo que vão te tratar super bem". Em seguida, comprou uma raspadinha.



"Deu na revista Quatro Rodas. O Fiat Elba é a melhor relação custo x benefício", arrematou Cachoeira numa conversa interceptada com Fernando Collor. No dia seguinte, convidou PC Farias para uma disputa de porrinha.

19 de abril de 2012
the i´-piaui herald

LULA 2012, BEM PIOR DO QUE O POLÍTICO DE 2003

 

Depois de passar pelo apartamento de Sarney, no SUS das Elites, um grupo de puxassacos, esteve na terça-feira no palácio Sírio-Libanês do Governo Invisível seguindo a liturgia do beija-mão de Lula.
Michel Temer, Henrique Eduardo Alves, Garibaldi Alves e Valdir Raupp foram até lá para bater papo e tirar uma lasquinha dos ensinamentos do infalível guru da República dos Calamares.

Div/Inst.Lula

A disposição de Lula para conversar - ele passou o tempo todo, quase uma hora, perguntando e palpitando sobre tudo - deixou o deslumbrado Valdir Raupp deveras impressionado:
– Não sei da onde tiraram que ele tem dificuldade de falar. Ele falou quase uma hora sem parar.
Pois é. Isso é mais que admirável; isso é uma revelação do que é, e quem é, na verdade, esse animal político.

O diabo é que o tempo passa. Hoje estamos em abril de 2012. Em maio de 2003, lá em Aracaju, falando para uma claque de 65 prefeitos, Lula foi loquaz e convincente como de hábito, quando não é poeta e abre a boca:

"Tenho adotado como filosofia política que político bom é o que pensa e depois fala. E, como dizem os mineiros, o político melhor é aquele que pensa e não fala".

Nem é porque lá se foram nove longos anos; é mais porque a sua voz continua a mesma, mas os seus cabelos... Como se vê, nessa arte de pensar, falar, calar para ser um bom político, Lula está pior do que nunca antes na história desse país.
 
19 de abril de 2012
sanatório da notícia

AMARGO REGRESSO

Demóstenes Fones, qual Fênix que renasceu das brumas, reaparece no Senado e, entre abatido e cordato, avisa: "Estou retomando aos poucos".
Exatamente, o quê? Isso é um aviso de um amargo regresso às lides senatoriais, ou uma singela e pura ameaça de que já não será tão impetuoso nas ligações telefônicas?
 
19 de abril de 2012
sanatório da notícia

NOTÍCIAS LÁ DAS BANDAS DO SANATÓRIO

Republicanagens
 
 
DOMICILIADO

O presidente-inativo da República, Zé Sarney continua internado no Hospital Sírio-Libanês, o SUS das Elites. O outro, Luiz Erário da Silva, no pleno e informal exercício do seu terceiro mandato, não está internado; ele está morando lá.

VOLTA, LULA!

A primeira-presidenta Dilma está tiririca com a palhaçada de Lula incentivar a criação da CPI do Cachoeira. Não é por nada, não; é que ela só agora percebeu o quanto fez mal ao fígado de Lula aqueles 77% de popularidade que ela alcançou na semana passada. A CPI do Cachoeira pelo efeito cascata que vai provocar é o caminho mais curto para desestabilizar o governo. Dilma vê com toda clareza agora que, antes mesmo de ser lançada a CPI, a campanha "Volta, Lula!" já está nas ruas.

POLÍCIA X BANDIDO
Essa operação de pacificação nos morros e favelas do Rio é, hoje, o melhor replay do "jeito Figueiredo" de tocar a ditadura: - Eu prendo e arrebento!

NOTÍCIA VELHA
Empreiteiro Fernando Cavendish, da Delta Construções, um estuário de toma lá, dá cá na República dos Calamares, para o jornal Folha de S. Paulo: "Vou quebrar. Agora virei leproso, eu sou bandido"! A notícia é que vai quebrar e está com lepra. O resto é jornal de ontem. Todo mundo já está careca de saber.

CRIME ORGANIZADO
CV, no Rio de Janeiro; PCC, em São Paulo; CC, na Papuda; PT no poder, em Brasília.

CADÊ?!?

Só o Carlinhos Cachoeira está preso até agora. Será que ele se corrompia sozinho? Cadê os outros, cadê?!?

CELA COMUM
Carlinhos Cachoeira, recebe tratamento de preso comum em Brasília; ele reparte uma cela apertada da Papuda com dois outros presos na mesma Operação Monte Carlo. Banho de sol é de duas a quatro horas por dia; é proibido o acesso a jornais, tablets, celulares ou smartphones. Ninguém fala nada em bingo, roleta e maquinetas caça-níqueis. Quanto a visita íntima, Cachoeira anda meio inibido.

CUMPRA-SE A LEI
Em 3 de abril, a primeira-presidenta Dilma, sancionou a lei n° 12.605....
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
Art. 1º — As instituições de ensino públicas e privadas expedirão diplomas e certificados com a flexão de gênero correspondente ao sexo da pessoa diplomada, ao designar a profissão e o grau obtido. Então tá, o Lula não é careca; o Lulo é careco.
 
19 de abril de 2012
sanatório da notícia

CULTO À PERSONALIDADE: O EGITO É AQUI

 

Os vereadores paulistanos, tais e quais sacerdotes a serviço do escriba Kassab, aprovaram a cessão por 99 anos de um terreno no centro da capital dos paulistas com uma área de mais de 4 mil metros quadrados, avaliado em R$ 20 milhões, para o inútil e árido Instituto Lula instalar o Museu da Democracia - assim, como se a democracia já estivesse morta e sepultada.

A estapafúrdia e servil patifaria operou o milagre, em primeira instância, de transformar São Paulo em um antigo Egito. É como se o Tietê fosse agora o Rio Nilo. O monumento, na realidade, é um enorme sarcófago em honra e glória ao faraó Luiz Erário Lula da Silva, ídolo dos escravos e

MESA DO SENADO APROVA O FIM DOS 14o. E 15o. SALARIOS...

(Imagem: Dida Sampaio)
Com o seu prezidenti na base do vai não vai internado no Circo Libanês em SP.
 
A mesa do senado presidida por Marta Botox Suplicy aprovou o projeto de lei que coloca fim aos imorais 14º e 15º salários.
 
Coisa que vossas indecências foram colocando em seus vencimentos através do tempo por meio de leis estúpidas, imorais e estelionatárias que são votadas por lá desde os tempos da nova república.
 
Com a pressão popular, e com a imprensa independente e os blogs de oposição noticiando e cobrando, esses assuntos sempre vem a tona. E com a constante exposição da safadeza explicita dos nobres políticos da pocilga sempre acaba os deixando em situação desconfortável diante do povo.
"Pero no mucho..."
Até parece que político Brasuca tem um pingo de consciência, mas a aprovação dessa lei é prova de que a mobilização popular surte algum efeito na cabeça de vossas indecências.
 
Mas nem tudo é para comemorar. A lei aprovada pela mesa quer dizer que para ter efeito ela ainda precisa ser votada no plenário. E é justamente aí onde mora o perigo, pois a imensa maioria dos senadores é contra o fim dos benefícios, e só irão votar contra si próprios se a votação for aberta. Se o voto for secreto o fim dos imorais salários adicionais não passa.
 
E se passar, em menos de uma semana algum gênio da picaretagem vai enfiar um projeto de aumento nos vencimentos dos senadores para compensar as perdas. Alguém duvida?
 
Ser eleito politico no Brasil é acertar na sorte grande, e se o cidadão for se perpetuando no poder por vários mandatos, é certeza de ficar rico.
E é justamente pensando nisso que teremos milhares de candidatos a vereador para as próximas eleições. Todo mundo quer se dar bem. E depois do evento do Tiririca, o que vai ter de "jegue" se candidatando será uma piada.
É esperar para ver.
Temos que ficar de olho no Senado, se a população bobear os salários a mais continuam e eles ainda serão capazes de enfiar um 16º na conta...
De políticos no Brasil devemos esperar qualquer absurdo. Principalmente quando se trata de enfiarem as mãos em nossos bolsos.
 
19 de abril de 2012
omascate

O VISIONARIO DE TAUBATE PARTE 2


Taubateano antecipa a Internet - Além de aventar uma possível evolução da questão negra nos Estados Unidos, Lobato angustiava-se com o desperdício de energia e "os milhões de veículos atravancadores de espaço" - e isso nos primórdios do século - necessários para o deslocamento do homem até o trabalho ou lazer. Via a salvação na "fecunda descoberta das ondas hertzianas e afins". O trabalho, o teatro, o concerto passam então a vir ao encontro do homem. As condições do mundo se transformam quando a maior parte das tarefas, industriais e comerciais começam a ser feitas de longe pelo que Lobato chama de "rádio-transporte".

Há três quartos de século, antes mesmo de sua viagem aos Estados Unidos, Lobato antevia o fim da maneira de fazer jornalismo da época e antecipava o que hoje é rotina em qualquer redação deste final de milênio. Através de miss Jane, o escritor de Taubaté começa a descrever a sociedade americana do futuro:

"Pelo sistema atual - Lobato refere-se a 1926, quando ainda escrevia no Estado de São Paulo - o colaborador ou escreve em casa o seu tópico ou vai escrevê-lo na redação; depois de escrito, passa-o ao compositor; este o compõe, passa-o ao formista, este o enforma e passa-o ao tirador de provas; este tira as provas e manda-o ao revisor; este o revê e envia-o ao corretor; este faz as emendas e... e a coisa não acaba mais! É uma cadeia de incontáveis elos, isto dentro das oficinas, pois que o jornal na rua dá início à nova cadeia que desfecha no leitor - correio, agentes, entregadores, vendedores, o diabo".

Toda essa complicação desapareceria. Cada colaborador do Remember, jornal criado na ficção lobatiana, "radiava" de sua casa - como estou fazendo agora -, numa certa hora, o seu artigo, e imediatamente suas idéias surgiam impressas em caracteres luminosos na casa dos assinantes.

Numa época em que computador, fibras óticas e satélites pertenciam ao universo mental de visionários, Lobato fala de rádio-transporte. Se substituirmos esta expressão por modem, temos o criador de Bentinho e Jeca Tatu antecipando, há sete décadas, um jornal que já existe. Seus correspondentes há muito enviam seus "caracteres luminosos" para suas redações. Daí ao leitor recebê-los numa tela em sua casa, basta uma decisão administrativa, já tomada por centenas de empresas no Brasil e no mundo ocidental. E quando o acervo da literatura universal estiver digitalizado, poderá consultar, de sua casa, todas as bibliotecas do mundo.

Além da era da roda - "As ruas tornaram-se amáveis, limpas e muito mansas de tráfego" - continua Lobato -. "Por elas deslizavam ainda veículos, mas raros, como outrora nas velhas cidades provincianas de pouca vida comercial. O homem tomou gosto no andar a pé e perdeu os seus hábitos antigos de pressa. Verificou que a pressa é índice apenas de uma organização defeituosa e anti-natural. A natureza não criou a pressa. Tudo nela é sossegado".

Esta previsão, melhor creditá-la ao pendor utópico do escritor, que não chegou a vislumbrar este lado provinciano do brasileiro, que se sente despido e humilhado se não tiver uma carroça sobre quatro rodas. Enfim, para sonhar não se paga imposto. Mas Lobato vai mais longe. Miss Jane considera superada a revolução da roda. Segundo a moça, "o homem deu o primeiro grande passo em matéria de transporte com a invenção da roda. Mas ficou nisso. Repare que a nossa civilização industrial se cifra em desenvolver a roda e extrair dela todas as possibilidades. Daqui a séculos, quando for possível ao homem uma ampla visão de seu panorama histórico, todo este período que vem do albor da história e ainda vai prolongar-se por muitas gerações receberá o nome de Era da Roda".

O rádio matará a roda, segundo Miss Jane. "A roda, que foi a maior invenção mecânica do homem e hoje domina soberana, terá seu fim. Voltará o homem a andar a pé. O que se dará é o seguinte: o rádio-transporte tornará inútil o corre-corre atual. Em vez de ir todos os dias o empregado para o escritório e voltar pendurado num bonde que desliza sobre barulhentas rodas de aço, fará ele o seu serviço em casa e o radiará para o escritório. Em suma: trabalhar-se-á à distância".

Lobato fala em rádio, o must dos anos 20. Se não podia prever as nuvens de terabytes diariamente transmitidas de um ponto a outro do planeta pela WEB, intuiu muito bem suas conseqüências. O teletrabalho - trabalho "radiado" para o escritório, como diria Lobato - já é um fenômeno em expansão. Hoje, qualquer trabalhador intelectual, desde que tenha um telefone por perto, pode enviar sua produção para qualquer canto do mundo, refugiado num chalé no Itatiaia ou em busca de solidão e deserto em Tamanrasset. Jornais impressos a milhares de quilômetros de suas redações há muito não constituem mais novidade.

Segundo o historiador francês Roger Chartier, a revolução hoje em curso é muito mais ampla que a de Gutenberg, de 1455, "pois transforma as próprias formas de transmissão do escrito. A passagem do livro, do jornal ou do periódico, como os conhecemos hoje, para a tela de computador, rompe com as estruturas materiais do texto escrito. A única comparação histórica possível é a revolução no início do cristianismo, nos séculos II e III, quando o livro da Antiguidade, em forma de rolo, deu lugar ao livro herdado por Gutenberg, o códice, com folhas e páginas reunidas em cadernos".

Habitantes deste final de milênio, somos testemunhas privilegiados da revolução intuída por Lobato. Revolução das boas, sem sangue e sem volta. Sem sequer imaginar a existência de computadores, o escritor paulista anuncia a Internet. Cabe lembrar que, em 1996, o Brasil foi um dos primeiros países do mundo a instituir o voto informatizado, instituição já em funcionamento nesta ficção escrita há sete décadas.

A biblioteca de Borges - Também ao sul do Equador, um vizinho nosso, situado às margens do Prata, imaginava um acervo que hoje começa a tomar corpo com a Internet. Falava de uma biblioteca em forma de esfera cujo centro cabal é qualquer hexágono. Sua circunferência é inacessível. Existe ab aeterno e nela não há dois livros idênticos. É ilimitada e periódica. Assim definia o Jorge Luis Borges, em um conto datado de 1941, "A Biblioteca de Babel". Em alguma prateleira de algum hexágono existiria um livro que era a chave e o compêndio de todos os demais. "Algum bibliotecário o terá percorrido e é análogo a um deus".

Na Babel de Borges, há um grave problema de comunicação. A Biblioteca abarca todos os livros. Todo conhecimento humano está disperso pelos hexágonos. O problema é encontrar o que se busca. Milhares de funcionários lutam, se estrangulam e morrem em busca dos livros nos corredores da biblioteca, muitas vezes derrubados por homens de hexágonos remotos. Outros enlouquecem. O autor exagera, o que é direito de todo ficcionista. Mas em muitas bibliotecas contemporâneas os funcionários já usam bicicletas ou patins para buscar os livros.

Em 41, estávamos a meio século da Internet. Hoje, aos buscadores desta ficção de Borges bastaria digitar um endereço eletrônico e teriam em segundos os livros desejados, sem a necessidade de estrangular-se ou enlouquecer, pedalar ou patinar, subir escadas ou cair em poços sem fundo. Hoje, um leitor de qualquer parte do mundo, com uma placa modem em seu computador, pode acessar a Congress Library em Washington, a Bibliothèque Nationale em Paris ou a Biblioteca Nacional de Madri. Ou as bibliotecas da USP, Unesp e Unicamp em São Paulo. Por enquanto, apenas bibliografia, é bom salientar. Mas a tendência é colocar o próprio livro à disposição do usuário, o que está sendo feito pelo projeto Gutenberg e a ABU , entre outros sites. Nestes últimos, estão a seu alcance, desde Plutarco e Platão, até Descartes ou Marx, passando pela Bíblia, Voltaire ou Dostoievski. Por enquanto em francês e inglês, mas já estão sendo digitalizados acervos em português e espanhol.

Teoricamente, já se pode pensar na biblioteca total de Borges. Chegar lá é uma questão de tempo. A biblioteca faraônica iniciada por François Mitterrand - Tontonkhamon, para os inimigos íntimos - em Paris, concebida para armazenar acervos futuros, com seus quatro prédios mastodônticos em forma de livro, já nasce mais ou menos obsoleta. Seu design pertence ao passado.

A pergunta "quantos livros tem sua biblioteca?" inclusive perdeu o sentido e não mais permite uma resposta precisa. Vivemos uma época em que ninguém sabe de quantos livros dispõe em seu gabinete de trabalho. Os livros ao alcance de sua mão - ou de seu mouse - são tantos quanto os que estão digitalizados e disponíveis na grande rede, esteja você morando em qualquer aldeia do fim do mundo. Desde, é claro, que tenha uma linha telefônica por perto.

Borges plagia Lobato - Borges, sonhador irrecuperável, antecipa em suas ficções a biblioteca sonhada por todo bibliófilo, hoje em construção. Mas o autor vai mais longe em seu desejo de futuro. Em "El Aleph", conto publicado em 1949, Borges nos fala do peculiar poeta Carlos Argentino, que se propõe nada menos que "versificar toda a redondez do planeta". Carlos, que está construindo sua obra a partir de seu quarto, entra em pânico quando lhe noticiam a demolição de sua velha casa na Calle Garay. Pois nela, em algum ponto de uma escada no porão, existe um aleph, "o lugar onde estão, sem confundir-se, todos os lugares do mundo". A partir daquela pequena esfera, de dois ou três centímetros de diâmetro, Carlos Argentino perscrutava o mundo, a fonte de seu poema colossal. Vejamos a descrição do aleph, feita por Borges em 1949.

O diâmetro do Aleph seria de dois ou três centímetros, mas o espaço cósmico estava ali, sem diminuição de tamanho. Cada coisa (a face do espelho, digamos) era infinitas coisas, porque eu claramente a via desde todos os pontos do universo. Vi o populoso mar, vi a alba e vi a tarde, vi as multidões da América, vi uma teia prateada no centro de uma negra pirâmide, vi um labirinto rompido (era Londres), vi intermináveis olhos imediatos perscrutando-se em mim como em um espelho, vi todos os espelhos do planeta e nenhum me refletiu, vi em um pátio da rua Soller os mesmos ladrilhos que há trinta anos vi no saguão de uma casa em Fray Bentos, vi racimos, neve, tabaco, veios de metal, vapor de água, vi convexos desertos equatoriais e cada um de seus grãos de areia, vi em Inverness uma mulher que não esquecerei, vi a violenta cabeleira, vi o altivo corpo, vi um câncer no peito, vi um círculo de terra seca em uma vereda, onde antes houve uma árvore, vi um sítio em Adrogué, um exemplar da primeira versão inglesa de Plínio, a de Philemon Holland, vi ao mesmo tempo cada letra de um volume (quando criança, eu me maravilhava com o fato de que as letras de um volume fechado não se misturassem e se perdessem no transcurso da noite), vi a noite e o dia contemporâneo, vi um pôr-de-sol em Querétaro que parecia refletir a cor de uma rosa em Bengala, vi meu dormitório sem ninguém, vi em um gabinete de Alkmaar um globo terrestre entre dois espelhos que o multiplicavam ao infinito, vi cavalos de crinas enredadas. Em uma praia do mar Cáspio vi a alba, vi a delicada ossadura de uma mão, vi os sobreviventes de uma batalha, enviando cartões postais, vi em uma vitrine de Mirzapur um baralho espanhol, vi as sombras oblíquas de fetos no chão de uma estufa, vi tigres, êmbolos, bisões, maremotos e exércitos, vi todas as formigas que há na terra, vi um astrolábio persa, vi em uma caixa do escritório (e a letra me fez tremer) cartas obscenas, incríveis, precisas, que Beatriz havia dirigido a Carlos Argentino, vi um adorado monumento em La Chacarita, vi a relíquia atroz do que deliciosamente havia sido Beatriz Viterbo, vi a circulação da morte, vi o Aleph, desde todos os lados, vi no Aleph a terra, e na terra outra vez o Aleph e no Aleph a terra, vi meu rosto e minhas vísceras, vi teu rosto, e senti vertigem e chorei, porque meus olhos haviam visto esse objeto secreto e conjetural, cujo nome os homens usurpam, mas que nenhum homem mirou: o inconcebível universo.

Contemporaneamente, não falaríamos em aleph, mas em webcams, a rede incipiente de câmeras onde, se não podemos ver o universo em sua totalidade, podemos bisbilhotar cada vez mais seus pontos mais longínquos. Hoje, de minha mesa de trabalho, posso ver o quarto de Jennifer e a praça do Kremlin, uma ponte em Liljestrom, na Suécia, e a faina diária de uma formiga, uma universidade imersa na escuridão no norte da Noruega e um papagaio na Austrália, a torre Eiffel e as lavas candentes de um vulcão. Sem falar, é claro, nos livros da biblioteca de Babel em construção.

Monteiro Lobato, para consultar o futuro, cria em O Presidente Negro um aparelho semelhante, o porviroscópio, uma espécie de globo cristalino, através do qual Miss Jane perscruta o mundo do século 23. O professor Benson obtem, neste aparelho,

uma corrente contínua, que é o presente. Tudo se acha impresso em tal corrente. Os cardumes de peixe que neste momento agonizam no seio do oceano ao serem apanhados pela água tépida do Golfo, o juiz bolchevista que neste momento assina a condenação de um mujik relapso num tribunal de Arkangel; a palavra que, em Zorn, neste momento, o kronprinz dirige ao ex-imperador da Alemanha, a flor do pessego que no sopé do Fushiama recebe a visita de uma abelha; o leucócito a envolver um micróbio malévolo que penetrou no sangue dum fakir da Índia; a gota d'água que espirra do Niágara e cai num líquen de certa pedra marginal; a matriz de linotipo que em certa tipografia de Calcutá acaba de cair no molde; a formiguinha que no pampa argentino foi esmagada pelo casco do potro que passou a galope; o beijo que num estudio de Los Angeles Gloria Swanson começa a receber de Valentino...

A forma como o visionário de Taubaté descreve o universo vislumbrado no porviroscópio é quase idêntica à descrição do Aleph, publicada 23 anos mais tarde. O achado de Borges revela-se uma paráfrase do texto lobatiano. Se considerarmos que Borges conhecia a literatura de Lobato, e que este viveu em Buenos Aires em 1946, três anos antes da publicação de "El Aleph", é bastante pertinente supormos que o autor argentino andou bebendo na cacimba de nosso taubateano. Enquanto os sedizentes modernistas de 22 papagueavam Marinetti, Marx e outros doutrinadores totalitários europeus, Lobato, o escritor excluído do universo intelectual pelos seus contemporâneos, olhava meio século adiante.
19 de abril de 2012
janer cristaldo
* Junho de 1998

O VISIONARIO DE TAUBATE PARTE 1

In memoriam:


Quando nos deparamos com algum evento insólito na sociedade ou na área da tecnologia, logo saímos à busca de precursores ou anunciadores. Em geral os buscamos entre os ficcionistas anglo-saxões ou germânicos, afinal toda literatura de antecipação tem suas raízes nos Estados Unidos ou Europa. No entanto, nestas terras de Pindorama, já em 1926, um visionário de Taubaté antevia nada menos que a radicalização da questão negra nos Estados Unidos, a discussão separatista no Brasil, o voto eletrônico, o teletrabalho, a Internet e suas conseqüências. Falamos de Monteiro Lobato, é claro, e de sua obra mais premonitória, O Presidente Negro ou O Choque das Raças. Como este livro hoje só pode ser encontrado em sebos ou bibliotecas, não serei mesquinho em citações.

Estamos no ano 2.228. Nos Estados Unidos, a elite governante está alarmada: as estatísticas apontam uma população de 108 milhões de negros para 206 milhões de brancos. Como o coeficiente de natalidade negra continua subindo, o instinto de preservação dos brancos se eriça em legítima defesa. Fala-se em uma "solução branca" e uma "solução negra". A solução branca é, obviamente, expatriar os negros. Quem propõe este panorama é Miss Jane, personagem de Lobato na ficção citada.

Na mesma época, o antigo Brasil está cindido em dois países, um centralizador de toda a grandeza sul-americana, filho que era do imenso foco industrial surgido às margens do rio Paraná e o outro, uma república tropical, agitando-se ainda em velhas convulsões políticas e filológicas, discutindo sistemas de voto e a colocação dos pronomes da semimorta língua portuguesa. De clima temperado, o Brasil branco fundia no mesmo bloco a Argentina, o Uruguai e o Paraguai. Os portugueses, aclimatados na zona quente, haviam-se mesclado com o negro, formando um povo de mentalidade incompatível com a do sul.

Miss Jane é filha de um cientista de origem americana radicado no Brasil, o professor Benson, que pode obter um corte anatômico do futuro através de uma espécie de globo cristalino chamado porviroscópio. (Esta idéia será retomada por Jorge Luís Borges, como veremos adiante). Através deste aparelho Jane perscruta o mundo do século 23. A ação do romance transcorre em 1926. O Sr. Ayrton, seu interlocutor brasileiro, manifesta tristeza ante o futuro do país. Jane, pelo contrário, considera um erro inicial a mistura de raças e acha que a divisão do país constituí uma solução ótima, a melhor possível. Pois "a muita terra não é o que faz a grandeza de um povo e sim a qualidade de seus habitantes".

Esta idéia de um fracionamento territorial do Brasil não é nova nos dias de Lobato. Em Cartas Inéditas de Fradique Mendes, escritas nos estertores do século passado, Eça de Queiroz já antecipava esta possibilidade, em texto intitulado "A Revolução no Brasil". Para o escritor português, com o Império acaba também o Brasil, que ficaria fragmentado em Repúblicas independentes, em virtude da divisão histórica das províncias, das rivalidades entre elas, da diversidade do clima, do carácter e dos interesses e a força das ambições locais. Uma vez separados, os estados não poderão manter paz entre si, em função das delimitações de fronteira, questões hidrográficas e alfândegas. "Cada estado, abandonado a si, desenvolverá uma história própria, sob uma bandeira própria, segundo o seu clima, a especialidade de sua zona agrícola, os seus interesses, os seus homens, a sua educação e a sua imigração. Uns prosperarão, outros deperecerão. Haverá talvez Chiles ricos e haverá certamente Nicaráguas grotescos. A América do Sul ficará toda coberta com os cacos dum grande Império!"

Se o Brasil ainda não se dividiu - apesar de todos os anos surgirem "nações" indígenas, com pretensões de autonomia -, aí estão os Chiles ricos e os Nicaráguas grotescos, confirmando a aguda intuição de Eça. Mas voltemos a O Presidente Negro.


A inflação do pigmento - Para Miss Jane, a América seria a privilegiada zona que havia atraído os elementos mais eugênicos das melhores raças européias. O Mayflower trouxera homens de uma têmpera superior que não hesitaram um segundo "entre abjurar das convicções e emigrar para o deserto". As leis de imigração se tornam seletivas e as massas que procuravam a América, já em si boas, são peneiradas. A Europa é drenada de seus melhores elementos e no novo mundo resta a flor dos imigrantes. Ocorre então o que Miss Jane chama de "o erro inicial": entra no país, à força, o negro arrancado da África. O Sr. Ayrton observa que o mesmo erro foi cometido no Brasil, mas nossa solução foi admirável: em cem ou duzentos anos teria desaparecido o nosso negro em virtude de cruzamentos sucessivos com o branco.

Miss Jane não julga admirável tal solução, mas medíocre, pois estraga as duas raças ao fundi-las. Prefere que ambas se desenvolvam paralelas dentro do mesmo território, separadas por uma barreira de ódio, a mais profunda das profilaxias. Para ela, o ódio impede a miscigenização e mantém as raças em estado de relativa pureza.

- Não há mal nem bem no jogo das forças cósmicas. O ódio desabrocha tantas maravilhas quanto o amor. O amor matou no Brasil a possibilidade de uma suprema expressão biológica. O ódio criou na América a glória do eugenismo humano...

Os exemplares mais belos, fortes e inteligentes eram descobertos onde quer que se encontrassem e atraídos para a Canaã americana. Estando o país bastante povoado, fecha-se as portas ao fluxo europeu e a nação passa a crescer apenas vegetativamente.

É quando surge a inflação do pigmento. As elites pensantes haviam-se convencido que a restrição da natalidade se impunha, pois qualidade vale mais que quantidade. Rompe-se então o equilíbrio: "Os brancos entraram a primar em qualidade, enquanto os negros persistiam em avultar em quantidade. Mais tarde, quando a eugenia venceu em toda a linha e se criou o Ministério da Seleção Artificial, o surto negro já era imenso".

Urge desembaraçar-se dos negros. A solução branca é simples: exportar, despejar os cem milhões de negros americanos no Vale do Amazonas. O que não era fácil "não só em virtude de tremendas dificuldades materiais como por ferir de face a Constituição Americana".

Monteiro Lobato escreveu seu romance - ou ensaio, como quisermos - no início deste século. Ao transportar a ação da obra para três séculos depois, fazia ficção. Mas, bom conhecedor da história dos Estados Unidos, escorava-se em projetos nada ficcionais já alimentados pelos americanos.

Um país para os negros americanos - Entre 1840 e 1860, um obscuro tenente da Marinha dos Estados Unidos, Matthew Fontaine Maury, funcionário do Departamento de Cartas e Instrumentos do Departamento da Marinha de Washington, pensou seriamente no assunto. O projeto do oficial americano era simples e pragmático: uma vez alforriados os escravos negros de seu país, estes seriam enviados para colonizar a Amazônia brasileira. A república da Libéria, na África, resultou de um destes projetos.

E por que não colonizar a região amazônica com brancos? Maury empunhava argumentos de ordem geográfica, Se o europeu e o índio haviam lutado com suas florestas por 300 anos sem imprimir-lhe a menor marca, sua vegetação só poderia ser subjugada e aproveitada, seu solo só poderia ser retomado à floresta, aos répteis e aos animais selvagens e submetido ao arado e à enxada, pela mão-de-obra do africano. "É a terra dos papagaios e macacos e só o africano está à altura da tarefa que o homem aí tem de realizar".

O projeto de Maury, em verdade, só tinha de original a insistência em colonizar a Amazônia com os negros libertos. Desde os últimos anos da década de 1830, os Estados Unidos pretendiam a abertura da navegação do rio Amazonas a todas as nações. Antes do oficial sonhador, um certo Joshua Dodge pretendia estabelecer 20 mil imigrantes norte-americanos nas margens do Amazonas. Todos se comprometendo a reconhecer a soberania brasileira, pelo menos nos primeiros anos de colonização.

No fundo, à semelhança do que foi feito com o Texas, pretendia-se anexar a região aos Estados Unidos. A estratégia era simples. Bastaria comprar alguns brasileiros em Manaus, que passariam a ser "legítimos representantes de uma República da Amazônia, que se declararia estado independente do Império do Brasil, inclusive por discordar da forma como o país era governado, com sua monarquia".

Caso o governo brasileiro enviasse navios e tropas para restabelecer sua soberania, os cidadãos do novo estado amazônico independente apelariam para a proteção norte-americana. E uma força de proto-capacetes azuis se apresentaria na foz do Amazonas para "proteger a vida e os bens ameaçados dos cidadãos americanos".

Quem nos conta este quase desconhecido projeto de expansão americana é a professora Nícia Vilela Luz, em A Amazônia para os Negros Americanos. Neste ensaio, a autora mostra que muitos americanos, bem antes da eclosão da Guerra Civil, achavam ser mais interessante libertar todos os escravos e enviá-los para fora da América. O intérprete maior desta vontade é o tenente Maury:

"Preocupava-o o problema do negro nos Estados Unidos, tendo em vista a abolição da escravidão que se aproximava inexoravelmente. Convencido da superioridade do branco, só podia admitir o negro na condição de escravo e nunca numa posição de igualdade com o branco. Que fazer então com essa população negra uma vez posta em liberdade e cuja multiplicação ainda poderia submergir a raça branca?"

Para Maury, "Deus em Sua própria e sábia providência ditará o destino a ser cumprido pelas raças preta e branca, seja ele qual for".

"E Deus preservara a Amazônia deserta e desocupada para que os problemas do Sul pudessem ser resolvidos - prossegue Vilela Luz -. Acuados ao Norte onde não encontrariam mais terras do Mississipi por desbravar nem mais campos de algodão por subjugar, os sulistas, para se livrarem do seu excesso de população negra, salvando ao mesmo tempo sua economia e sua 'peculiar' instituição, encontrariam a safety valve mais ao Sul, no vale amazônico. Era 'o único raio de esperança' a iluminá-los naquele momento dramático em que se discutia o destino do regime da escravidão nos Estados Unidos".

Estados desunidos - Voltemos à ficção de Lobato. Para Miss Jane, os negros se batiam por uma solução muito mais viável: queriam a divisão do país em dois, o sul para os negros e o norte para os brancos, já que a América surgira do esforço conjunto de ambas as raças. Se não era possível gozar juntas da obra feita em comum, o razoável seria dividir o território em dois pedaços. Temos então, já no início deste século, um escritor brasileiro antecipando as propostas de líderes negros contemporâneos como Farrakhan. É bom lembrar que nessa época Lobato ainda não havia viajado para os Estados Unidos.

Os brancos nada queriam ceder de seu status quo e o problema tornava-se ameaçador. É quando surge um candidato capaz de unir o eleitorado negro: Jim Roy, de tez levemente acobreada, parecendo um mestiço de senegalês e pele-vermelha. A cor de sua pele em nada lembrava os negros de hoje (isto é, 1926). Na época, a ciência havia resolvido o caso de cor pela destruição do pigmento. Jim Roy, negro de raça puríssima e cabelo carapinha, era "horrivelmente esbranquiçado". O espírito visionário de Lobato antecipa, en passant, a tendência negra americana que gerou um Michael Jackson, por exemplo. Inaugurando, já no início do século, a atual categoria do "politicamente incorreto", diz o estupefato sr. Ayrton:

- Barata descascada, sei...

No entanto, nem os recursos da ciência faziam os negros deixarem de ser negros na América. Os brancos não lhes perdoavam aquela camouflage da despigmentação. Jim Roy, líder do partido Associação Negra, não chega a ser uma ameaça para o poder. Representa cem milhões de negros, contra 200 milhões de brancos. Ocorre que entre os brancos surge uma séria dissidência, um partido de mulheres. Os velhos partidos Democrático e Republicano haviam-se fundido num forte bloco sob a denominação de Partido Masculino, liderado por Kerlog, presidente em exercício e candidato à reeleição. Este bloco não tinha certeza da vitória, pois o partido contrário, o Feminino, dispunha de maior número de vozes, lideradas por miss Evelyn Astor. As estatísticas davam ao Partido Masculino 51 milhões de votos; ao Feminino 51,5 milhões e à Associação Negra, 54 milhões. A eleição dependia pois da atitude de Jim Roy.

Aproximam-se as eleições. Que, no ano da graça de 2.228, ocorrem em poucos minutos, em função de avanços tecnológicos previstos por Lobato, que anunciam nosso mundo de hoje, 1998.

A vitória negra - É esta possibilidade de "radio-transportar" os dados que opera uma reviravolta nas eleições de 2.228, nos Estados Unidos. Jim Roy vai explorar com habilidade este dado novo, a velocidade. As eleições haviam sido marcadas para as 11h da manhã e durariam apenas 30 minutos. O candidato da Associação Negra avisa os agentes distritais que só às 10h anunciará o nome em que os negros devem votar. Ao anunciá-lo, a desconfortável surpresa: Jim Roy se anuncia como candidato.

Para pasmo de todos, depois de 87 presidentes brancos, surgia o primeiro presidente negro, eleito por 54 milhões de irmãos de sangue. Os partidos Masculino e Feminino haviam mais ou menos empatado, com algo em torno de 50 milhões e meio de votos. Passada a perplexidade, negros e brancos caem na realidade do dia seguinte. Para Kerlog, 87º presidente dos Estados Unidos e candidato derrotado, surge uma dor de cabeça histórica: ele vê na vitória negra a América transformada num vulcão e ameaçada de morte. Considera que se não forem mantidas presas as rédeas dos dois monstros - a ebriedade negra e o orgulho branco -, a chacina será espantosa. Seis líderes brancos reúnem-se em convenção e discutem uma solução para o impasse. A solução, mantida em sigilo, é aceita por unanimidade. Na época, John Dudley, inventor e um dos membros da convenção, descobrira os raios Omega, que tinham a propriedade miraculosa de modificar o cabelo africano. Com o tratamento, o mais rebelde pixaim se tornava não só liso, mas também fino e sedoso como o cabelo do mais apurado tipo de branco. Os raios Omega influíam no folículo e eliminavam o encarapinhamento, último estigma da raça negra, que já havia resolvido o problema da pigmentação. Lobato, em sua ficção, está antecipando a "escova progressiva" dos dias atuais.

A solução branca - Ainda não recuperados das emoções da vitória, cem milhões de criaturas agradeciam aos céus a nova descoberta, que redundaria em um aperfeiçoamento físico da raça. O pigmento fora destruído mas o esbranquiçamento da pele não revelava cor agradável à vista. Com os raios Omega, tinham esperança de obter com o tempo a perfeita equiparação cutânea.

Em todos os bairros de todas as cidades, a Dudley Uncurling Company estabeleceu Postos Desencarapinhantes, que se multiplicaram ao infinito, como se uma força oculta empurrasse a empresa do inventor dos raios Ômega ao desencarapinhamento da América Negra no menor espaço de tempo possível.

Era dos mais simples o processo. Três aplicações apenas, de três minutos cada uma, ao custo de dez centavos por cabeça, faziam com que os negros acorressem aos postos como cães famintos. Os brancos, inicialmente irritados com o que chamavam de "a segunda camouflage do negro", acabaram se divertindo com o espetáculo da súbita transformação capilar de cem milhões de criaturas.

Na véspera do dia da posse, Jim Roy, em sua residência particular, sonhava o maior sonho já sonhado no continente, quando seu criado lhe anuncia a visita de "um homem branco natural". Era o presidente Kerlog, o adversário derrotado. Que anuncia ao líder negro não existir moral entre raças, como não há moral entre povos. Há vitória ou derrota.

- Tua raça morreu, Jim...

Os raios Omega de John Dudley tinham uma dupla virtude: ao mesmo tempo que alisam os cabelos, esterilizavam o homem. No dia em que seria empossado o 88º presidente dos Estados Unidos, o primeiro presidente negro da América, Jim Roy aparece morto em seu gabinete de trabalho. Os negros pensaram imediatamente em crime e chegou a haver um movimento de revolta. Mas o fatalismo ancestral superou o ódio e o imenso corpo sem cabeça recuou instintivamente e repôs-se no humilde lugar de onde a vitória de Roy o tirara. Procederam-se novas eleições e Kerlog foi reeleito por 100 milhões de votos. A vida da América voltou à normalidade.

Estrangulada a circulação da seiva, a raça extinguiu-se num crepúsculo indolor.
Nem exportação para a Amazônia, nem divisão do país, nem esbranquiçamento com a eliminação do pigmento e da carapinha. Mas extinção pura e simples de uma raça para o pleno desabrochar da Super-Civilização Ariana...

Em sua autobiografia, Testamento para El Greco, Nikos Kazantzakis nos fala de certos lábios e pontas de dedos sensíveis que sentem um formigamento ao aproximar-se a tempestade. Monteiro Lobato, criador sensível, sentia aproximar-se a catástrofe, o mais colossal empreendimento de extermínio em massa já ousado na História. Antes de morrer, ainda viu o bisturi germânico tentando extirpar uma etnia. Só enganou-se quanto à geografia.

Nestes dias de junho de 98, a imprensa internacional nos traz uma espantosa confirmação da hipótese de Lobato. Dan Goosen, cientista responsável por um laboratório secreto durante o apartheid na África do Sul, revela que o governo daquele país tentou desenvolver uma bactéria que poderia ser mortal ou causar infertilidade somente em pessoas com pigmentação de pele escura. Em declarações à Comissão da Verdade e Reconciliação para a África do Sul (CVR), disse um outro pesquisador, o dr. Daan Jordan: "Meu trabalho era desenvolver um produto que reduzisse a taxa de natalidade da população negra". Este produto, que não chegou a ser desenvolvido, seria distribuído entre os negros, possivelmente misturado à cerveja de sorgo ou à farinha de milho (consumidos basicamente pela população negra) ou usado em uma campanha de vacinação. Por pouco, a vida não imitou a arte.

19 de abril de 2012
janer cristaldo




EINSTEIN, ROBESPIERRE E SHAKESPEARE ASSINAM MANIFESTO PRO-DILMA



Einstein, Robespierre e Shakespeare assinam manifesto pró-Dilma
Dilma recebeu uma carta de Rafael com um esboço de um desenho para decorar as paredes do Palácio da Alvorada

ATENAS – Dezenas de artistas e intelectuais se reuniram ontem à noite no auditório da Escola de Frankfurt para manifestar apoio à Dilma Rousseff.
Platão, Maria Rita Kehl, Sócrates, Freud, Aristóteles, Chico Buarque, Robespierre, Walter Benjamin, Wagner Tiso, Freud, Fernando Pessoa, Hegel, Ziraldo e Karl Marx estiveram presentes à solenidade.
"Há algo de podre na licitação de metrô em São Paulo”, disse Shakespeare.
“Não podemos nos vergar às calúnias tucanas, pois há mais coisas entre o FHC e o Serra do que sonham nossa vã filosofia".

Em nota publicada em seu blog, Dilma agradeceu também um manifesto assinado por intelectuais Mouros, Templários e Vikings. "Quero agradecer também os telefonemas de apoio do primeiro ministro da Pérsia e o apoio do pessoal da Mespotâmia", diz o texto.

Egdar Allan Poe enviou nota à imprensa repudiando o fato de seu nome constar na lista pró-Dilma. "Não assinei nenhum manifesto. Não participo de abaixos-assinados a favor de coisa nenhuma. Fiz isso uma vez e nunca mais!".

19 de abril de 2012
the i-piaui herald
(adaptado)

SEM CONSENTIMENTO, BBB VIOLA PACIENCIA DE ESPECTADORES



Sem consentimento, BBB viola paciência de espectadores
Ao sobrevoar a casa do Big Brother, as Mulheres Ricas ficaram horrorizadas com o tamanho exíguo da piscina e a decoração classe média dos aposentos

PROJAC – Pressionada pela sociedade civil, a alta cúpula da TV Globo decidiu demover Boninho do comando do Big Brother Brasil. "Chega de complôs, fofoquinhas e desinteligência! De 2002 para cá o Brasil evoluiu, ganhou relevância internacional. E nós? O que fizemos? Despejamos mais de 100 ex-BBBs na sociedade!", teria desabafado um dos Robertos, segundo fontes anônimas. Exasperado, um dos dois restantes Robertos aduziu: "Nem o pai dele aguenta mais esse programa!"

Ao cabo de uma reunião tensa na qual assistiram a sequências intermináveis das doze edições do programa, os Robertos admitiram que o BBB violou a paciência dos espectadores. “Podemos ser processados pela Corte Internacional de Haia”, afligiram-se pelo menos dois Robertos, simultaneamente.

Acusado de estimular o rock and roll e usar camisas com estampas de gosto duvidoso, Boninho pediu para Pedro Bial escrever seu texto de despedida. "Do grito fez-se o pranto / Silencioso e branco como linho tratado a OMO / E da nave louca fez-se intriga / E dos edredons fez-se o espanto", dizem os primeiros versos. Os próximos serão divulgados assim que assinados os contratos de merchandising.

No final do dia, o delegado que investiga o caso foi convidado a posar para um ensaio sensual. Seu assessor de imprensa informou que o policial aceitou, por julgar que se trata de um trabalho artístico e de bom gosto.

Porta-vozes do PMDB estão a caminho da Globo para negociar as vagas abertas com as expulsões de Boninho e Daniel.

19 de abril de 2012
the i-piaui herald

AHHHHHHHH !!! VA PRA POTAQUEPAREU !

Por 37 votos a favor e 10 contra, a câmara municipal de São Paulo aprovou por 99 anos a doação de um terreno de 4.3 mil m² avaliado em mais de VINTE MILHETAS de reaus.
 
Para que lá seja erguido mais um monumento a desfaçatez e a mediocridade de governantes populistas e extremamente vaidosos.
O memorial da Democracia.
 
Que em tese já começa errado por usar um terreno público, doado sem consulta popular para um instituto do qual o "Presidente" ainda é um político atuante, que por isso já fere todas as noções democráticas e o estado de direito da população que é a verdadeira dona do terreno.
O terreno é localizado no centro velho de São paulo, justamente na área onde a prefeitura quer implantar o "NOVA LUZ" que é um projeto de revitalização do centro histórico da cidade de São Paulo.
 
A idéia de doação do terreno partiu do prefeito Gilberto Kassab, e foi prontamente agarrada com unhas e dentes pela esquerdrilha das Ratazanas Vermelhas, que não vêem a hora de possuirem um mausoléu para adorarem seu Mestre o EX presidente, o enfermo Defuntus Sebentus.
 
O Ministério da cultura, como não poderia deixar de ser, vai enfiar uma puta grana para ajudar a construção de mais essa aberração, assim como em São Bernardo do Campo que também vai construir um centro de adoração ao Oráculo de Garanhuns com dinheiro público e muita filhadaputagem ideológica. E do jeito que vai teremos um museu do Sebento em cada cidade da pocilga. Nem Fidel conseguiu tanto.

Em uma cidade como São Paulo onde os problemas sociais são gigantescos, incluindo-se a cracolândia que foi desmontada naquela região e parou por aí.
Com a população das áreas centrais precisando de escolas e de postos de saúde.
 
Os governantes genialmente decidem criar uma ode a auto adoração de um ser mentiroso, estelionatário verbal e odiosamente grotesco, onde em sua vida se entrou em algum museu foi por puro acidente e jamais em busca de cultura.
 
E a cidade de São Paulo vai servindo de trampolinagem para político vagabundo se perpetuar no poder como um herói macunaímico e vaidoso.
 
Mais uma vez o votar errado da população penaliza a mesma população que elege vereadores sem compromisso algum com seus eleitores e que acabam votando apenas por cretina ideologia, ou burrice mesmo.
O que menos importa são as necessidades do povo.
O que vale mesmo é lamber o saco do padrinho da imoralidade e da bandalheira.
 
E o prefeito Kassab deveria ser cassado e preso por tornar mais essa aberração contra o povo de São Paulo uma próxima realidade.
E o povão sem nada em matéria de estrutura de estado vai continuar na merda enquanto os políticos fazem lambanças imorais com o patrimônio e o dinheiro do povo.
 
E o mais interessante é ver que o PT que passou décadas querendo moralidade e responsabilidade com a coisa pública, é o primeiro a cagar e andar para a imoralidade desse museu.
 
19 de abril de 2012
omascate

ASSISTA A PERFORMANCE DO PRIMATA TRIPOLI...



 
O comportamento irracional desse sujeito que atende pelo nome de Tripoli, não é de hoje.
Eu o considero um psicopata perigoso. Pois bem, Tripoli perde o controle como sempre, e agride admistradores da Organização Revoltados OnLINE na Câmara Municipal de São Paulo. Os admistradores estavam democraticamente calados.
 
Assista o vídeo e veja como esse povo vota mal, sem o mínimo conhecimento. Ele sempre se comporta dessa maneira quando se sente contrariado.
De acordo com as informações obtidas, o grupo foi até a Câmara Municipal de São Paulo, protestar contra a concessão de terreno para o Instituto Lula da Silva, no valor de 20 milhões.
 
O bom senso não se aplica nos dias de hoje. Esse dinheiro podia ser revertido em políticas públicas para os cidadãos da cidade de São Paulo, mas o prefeito e seus vereadores da base alugada, preferem fantasiar o imaginário popular, sobre a mentira registrada em cartório do Brasil maravilha de Lula da Silva.
Enfim, os dentes estão sempre arreganhados em direção ao mundo civilizado.
 
19 de abril de 2012
Movcc/Gabriela.

AS LAVADEIRAS DO STF

O país assiste, abismado, ao bate-boca das lavadeiras do STF, mostrando que alguns dos ministros, além de não resistirem às pressões políticas, também não resistem aos arroubos dos próprios egos.

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa afirmou ontem que seu colega e presidente da corte, Cezar Peluso, "se acha" e "tentou criar" obstáculos à corregedora do CNJ, Eliana Calmon.
A declaração, dada a jornalistas após a posse da ministra Carmem Lúcia na presidência do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), foi uma resposta ao que disse Peluso em entrevista anteontem ao site Consultor Jurídico.
Nela, o presidente, que deixa hoje o cargo, chamou Barbosa de "inseguro" e disse que quando a denúncia do mensalão foi aceita, em 2007, o ministro chegou a ser aplaudido em um bar no Rio e pensou em tomar um rumo político.

Ao mesmo site Peluso criticou a presidente Dilma Rousseff, dizendo que ela descumpriu decisão judicial sobre o aumento dos salários do Judiciário, e Calmon, afirmando que ela também pode ter pretensões políticas e que não apresentou "resultado concreto algum".
"O Peluso se acha. Ele não sabe perder. A Eliana [Calmon] ganhou todas. E ele diz que ela não fez.
E ela fez muito, não obstante os inúmeros obstáculos que ele tentou criar", afirmou Barbosa. Questionado sobre seus supostos planos políticos, disse: "Eles [que aventam a possibilidade] que sabem. Estão inventando essa história. Jamais falei com qualquer pessoa sobre candidatura".
 
19 de abril de 2012
(Folha de São Paulo)
coroneLeaks

A NOTA ASQUEROSA DA EMBAIXADA DO IRÃ EM DEFESA DE UM MOLESTADOR DE CRIANÇAS

Ou: A reação de uma ditadura que odeia as mulheres

A Embaixada do Irã no Brasil emitiu uma nota nojenta sobre o seu molestador de crianças. Leiam trechos de uma reportagem da Agência Brasil. Volto em seguida.

A Embaixada do Irã reagiu às denúncias de abuso sexual, atribuídas a um diplomata, de 51 anos, do país. Em nota divulgada na quarta-feira à noite, a representação diplomática informou que houve um “mal-entendido” na interpretação dos fatos devido às “diferenças culturais” entre iranianos e brasileiros.
Também condenou a imprensa nacional por considerá-la tendenciosa e discriminatória no que se refere ao Irã.

“Essa missão diplomática declara que a acusação levantada contra o diplomata iraniano é exclusivamente um mal-entendido decorrente das diferenças nos comportamentos culturais [entre iranianos e brasileiros]“, diz a nota.
(…)
“Nesse sentido também expressamos energicamente o nosso protesto e indignação relativo ao tratamento e à maneira como a mídia, geralmente tendenciosa, trata as coisas relativas a alguns países, entre eles o Irã”, diz ainda o comunicado. “[A reação da mídia brasileira] demonstra nitidamente um comportamento intencional, propositado e imparcial“, acrescenta.

Na quarta-feira, o Ministério das Relações Exteriores recebeu informações da Polícia Civil do Distrito Federal sobre as acusações envolvendo o diplomata iraniano e decidiu notificar oficialmente a Embaixada do Irã no Brasil. Mas, antes, serão conduzidas investigações em relação ao caso. O iraniano dispõe de imunidade diplomática e não pode ser investigado nem incriminado como os cidadãos comuns.

Parentes das crianças estiveram no Itamaraty para pedir ao governo federal providências em relação ao caso. O diplomata iraniano é acusado de ter assediado sexualmente crianças e adolescentes de 9 a 14 anos na piscina de um clube da capital federal, localizado em área nobre da cidade.Segundo relato das famílias e dos salva-vidas do clube, o homem acariciou as partes íntimas das crianças quando mergulhava na piscina, no sábado passado (14). Pais e mães das crianças e adolescentes fizeram um boletim de ocorrência na 1ª Delegacia de Polícia Civil. O diplomata foi ouvido e liberado em seguida.

De acordo com a Convenção de Viena, um diplomata não pode ser processado ou preso no Brasil. Nesses casos, pode sofrer punições somente se o país de origem retirar a imunidade diplomática ou for declarado persona non grata pelo governo brasileiro, sendo expulso do território e impedido de ingressar. No entanto, o diplomata não está isento de ser alvo de processo em sua terra natal.
No Irã, crimes sexuais são julgados de acordo com a Sharia - código de conduta e moral regido pelo Alcorão, livro sagrado do islamismo. Desde a revolução islâmica em 1979, o país é uma república orientada pelos preceitos da religião.

Voltei
Reparem na palavra em negrito. Ou a Agência Brasil errou na transcrição de trecho da nota, ou a Embaixada do Irã no Brasil não sabe, a exemplo dos petralhas, a diferença entre “parcial” e “imparcial”. Eles vivem botando as patas na área de comentários do blog me exortando a ser “menos imparcial”, se é que vocês me entendem… Mas vamos ao caso.

“Diferenças culturais”??? Por quê? No Irã, a cultura permite que um canalha de 51 anos acaricie a genitália de meninas? Ou o taradão, de fato desacostumado a conviver em ambientes públicos com mulheres e crianças em trajes de banho — já que aquela ditadura asquerosa o proíbe —, achou que tinha o direito de manifestar sua “cultura diferenciada”? Por que, então, em nome dos seus valores, não ficou longe da piscina?

É muito atrevimento a embaixada de um país que vive sob uma ditadura religiosa, que trata a divergência na base da bala e do porrete, que discrimina as mulheres, que as condena ainda ao apedrejamento, criticar a imprensa de um país livre. Preconceito contra o Irã? É mesmo?

O molestador, consta, já deixou o país. O Itamaraty não tem o que fazer nesse particular. Mas caberia, sim, uma manifestação de repúdio à nota da Embaixada, que representa, afinal, o governo do Irã. Ela é acintosa.

Aguardo a reação das ONGs e movimentos sociais que defendem crianças e mulheres. Ou vão silenciar diante da óbvia ofensa proferida pelo governo dos “companheiros” iranianos? E Lula? Resistirá à tentação de se solidarizar com seu amigo Mahamoud Ahmadinejad?

Para arrematar: antes dessa nota, vá lá, estávamos diante de um desvio de comportamento de um cidadão iraniano. Depois dela, temos o endosso do governo do Irã à ação do molestador.

19 de abril de 2012
Por Reinaldo Azevedo