Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
AFINAL, O QUE QUER O SUPREMO?
Tenho mais umas coisinhas a dizer sobre o Supremo Tribunal Federal.
O mensalão é certamente o caso mais importante que já passou pela corte. É esse julgamento que vai nos dizer o que é e o que não é considerado aceitável numa República. Se os principais envolvidos no maior escândalo da República saírem com os ombros leves, então o baixíssimo padrão de moralidade pública se degrada ainda mais. Se forem punidos — POR CRIMES COMETIDOS, É BOM FICAR CLARO! —, resta ao menos a força do exemplo.
Já não basta, convenham, que esse troço dormite lá há quase seis anos? O escândalo estourou em meados de 2005. Vejam quanta coisa se deu na República depois disso. Já não basta, convenham, que o principal beneficiário do mensalão e chefe inconteste do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, não tenha sido nem sequer citado? Permitir, agora, que as coisas “se resolvam” por falta de tempo é um esculacho!
O que pretende ser o Supremo? Uma casa que gosta de debater temas moralmente polêmicos — e nada além disso?
O que pretende ser o Supremo?
- Uma Casa conhecida por ignorar a letra da Constituição no caso da união estável? Afinal, o Supremo é progressista!
- Uma Casa conhecida por ignorar o Código Penal no caso das marchas que fazem a apologia da maconha? Afinal, o Supremo é progressista!
- Uma Casa que, não tarda, há de relativizar o direito à vida no debate sobre o aborto? Afinal, o Supremo é progressista!
O que pretende ser o Supremo? Uma espécie de Madre Superiora liberada, assim, um tantinho porra-louca, capaz de confundir a vontade de queimar um mato com uma tertúlia sobre direitos civis, MAS INCAPAZ DE DAR UMA RESPOSTA PARA UMA SÚCIA QUE ASSALTA A CONSTITUIÇÃO?
Sim, o Supremo atuou em questões importantes: o alcance da Lei da Anistia, o caso Cesare Battisti, os arroubos autoritários da Polícia Federal etc. De toda sorte, para a larga maioria dos brasileiros, eram temas um tanto arcanos.
O julgamento do mensalão tem um efeito também didático. Não estou aqui cobrando que a corte decida segundo o clamor desse ou daquele grupo. Tenho a minha opinião, como sabem. Mas estou cobrando simplesmente é que decida! Estou cobrando é que seja “progressista” cumprindo a letra da Constituição.
Por Reinaldo Azevedo
O CASO JADER - NÃO É O QUE PARECE!
PEÇO BASTANTE ATENÇÃO A ESTE POST! TUDO CAMINHAVA PARA DAR POSSE A UM PETISTA QUE NEM ELEITO TINHA SIDO!
Bem, vamos ver: se tudo fosse como parece; se a aparência das coisas coincidisse com a sua essência, o jornalismo seria desnecessário, eu seria desnecessário, até a ciência seria desnecessária — a rigor, ela nem existiria. Pra quê? “Ah, o Sol gira em torno da Terra, né? É o que a gente vê…”
Pois é. O ministro Cezar Peluso fez valer o chamado voto de qualidade — o presidente da Casa pode votar duas vezes em caso de empate — e decidiu dar posse a Jader Barbalho no Senado. Eu admiro Jáder??? Não!!!! Zero! Mas atenção!, minhas caras e meus caros: se não fosse ele, sabem que assumiria a vaga? O mensaleIro petista Paulo Rocha!!! “Ah, para evitar um mensaleiro petista, vale até apoiar Jader, Reinaldo?” Não! Eu não apóio ninguém! Ocorre que tanto Jader como Rocha haviam sido barrados pela lei da Ficha Limpa. Por que valeria para um e não para outro? Eu explico.
O Ficha Limpa é um baita imbróglio jurídico, e há ministros no Supremo fazendo tudo o que um magistrado não deve fazer: ouvir a voz rouca das ruas, ignorando a voz clara das leis. Vamos item por item.
1 - A lei da Ficha Limpa foi aprovada a menos de um ano das eleições de 2010, o que impedia, por dispositivo constitucional, a sua aplicação naquele pleito. Mas foi aplicada mesmo assim, o que é uma aberração.
2 - Em setembro do ano passado, Joaquim Roriz recorreu contra a sua aplicação ainda em 2010. Roriz é quem é (nota: Agnelo Queiroz ainda é mais “Roriz” do que o original), mas estava certo nesse caso. O tribunal estava com apenas 10 ministros. Luiz Fux ainda não havia sido indicado. Houve um empate: 5 a 5. Cesar Peluso poderia ter dado o voto de desempate. O Artigo 13º do Regimento do Supremo permite que o presidente vote duas vezes. Ele preferiu aguardar a chegada do 11º elemento.
3 - Em outubro, foi a vez de o Supremo, ainda com 10, julgar outra ação, esta de Jader Barbalho. Repetiu-se o empate de cinco a cinco. Peluso, mais uma vez, decidiu não decidir; não quis usar o voto qualificado. Celso de Mello correu em seu socorro com um truque e evocou o artigo 97 da Constituição, que estabelece o seguinte: “Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público”. Tio Rei, que gosta dessas questões, escreveu um texto no dia 17 de outubro intitulado Jader é pequeno demais para o estrago que ministros provocaram hoje no Supremo: renúncia à Constituição e ao Regimento Interno da Casa.
4 - Fux chegou e votou: ele também entendeu, em março deste ano, que a lei não poderia ter sido aplicada em 2010. Pronto! Seis a cinco contra a aplicação da lei em 2010. Flecha de Lima (PSDB) foi o candidato ao Senado mais votado no Pará e ficou com uma das duas vagas. Jader ficou em segundo lugar. Em terceiro, o petista e mensaleiro Paulo Rocha. Marinor Brito (PSOL), atualmente no cargo, obteve apenas a quarta colocação. Jader entrou com um embargo de declaração, cobrando que o Supremo deixasse claro, então, que a vaga era sua, já que a havia perdido em razão de um expediente que o tribunal, por maioria, decidiu que não poderia ter sido aplicado.
5 - Ledo engano! Joaquim Barbosa, o relator, indeferiu o pedido de Jader, no que foi seguido por Ayres Britto, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia e, pasmem!!!, o mesmo Luiz Fux que havia votado contra a aplicação da Ficha Limpa em 2010. Por que Fux votou contra a sua aplicação geral e, na prática, a favor de sua aplicação só para Jader? Não sei! A sua vasta cabeleira deve esconder segredos que escapam à lógica comezinha. A tese de Joaquim Barbosa, à qual aderiu alegremente um Ricardo Lewandowski, que passou de duro adversário da lei a admirador, é que embargos de declaração não podem ser tornar ações rescisórias… Ah! Ocorre que, naquele outubro de 2010, ficou evidente a validade apenas temporária da decisão do TSE, que havia declarado a inelegibilidade de Jader. A definitiva veio com o voto de Fux: pela elegibilidade!
6 - Mas atenção! De modo correto, a meu ver, Dias Toffoli havia votado pelo acolhimento de uma ação do petista Paulo Rocha, o terceiro colocado na disputa, que também havia sido barrado pela Lei do Ficha Limpa, como Jader, igualzinho! Toffoli foi coerente. Ele já havia se posicionado contra a aplicação do Ficha Limpa em 2010 e a favor da posse de Jader.
7 - Então vejam que coisa fabulosa: certo como a luz do dia, o tribunal acolheria a representação de Paulo Rocha! Afinal, por seis a cinco, o STF havia decidido, em março, que a lei não poderia ter sido aplicada em 2010, certo?. Mas e o caso de Jader? Ah, teria caído naquela suposta firula técnica. Assim, viver-se-ia a situação esdrúxula, absurda mesmo!, de aquele dispositivo derrubado da Lei da Ficha Limpa valer só para Jader! Tanto ele como o petista foram barrados pelo mesmo mecanismo: valeria para um, mas não para outro. Curiosamente, não valeria justamente para o menos votado; curiosamente, não valeria justamente para um petista!
Coisa certa
Desta vez, Peluso fez o que lhe cabia fazer: usar a prerrogativa de que dispõe, de votar duas vezes, segundo o Artigo 13º do Regimento do Supremo. Tenho a máxima, como sabem, de que aquele que ignora a lei para fazer justiça acaba cometendo uma nova injustiça. Se Peluso tivesse feito o que lhe cabia fazer desde a primeira vez — pouco importando que decisão tomasse —, o imbróglio não teria se arrastado. Sim, é isto mesmo. Tivesse feito a coisa certa desde o começo, não teria de arcar com a suspeita de que agiu pressionado pelos senadores do PMDB.
Se, já no caso Roriz, tivesse tomado uma decisão (pouco importa se contra ou a favor), o rolo não teria acontecido. Sua hesitação e aquele truque lamentável na votação do caso Jader quase empurram o Supremo para a condição de um tribunal discricionário, que serve para punir um só.
Posso lamentar a posse de Jader junto com todos vocês, mas o Supremo cumpriu a lei. Não a tivesse cumprido, em vez de Jader, estaria lá o mensaleiro petista Paulo Rocha. Aí, meus queridos, quando menos, fica-se com o mal menor. A Alternativa A era “Lei + Jader”; a Alternativa B era “Violação da Lei + Paulo Rocha”…
Encerro
“Reinaldo, e se tivesse prevalecido a opinião de que a Lei do Ficha Limpa deveria ter sido aplicada já em 2010? Não teria sido melhor?” Cuidado, meus queridos, para que não joguemos a criancinha fora junto com a água servida do banho. Se o STF tivesse permitido uma mudança nas condições de elegibilidade a menos de um ano da eleição, a Constituição teria sido violada. E eu estou entre aqueles que acham que ESSE PRAZO É ATÉ PEQUENO. Por quê? Pensem num eventual governo que enfrente queda de popularidade ou que se perceba na iminência de perder a eleição; pensem num partido que tenha vocação para se esatabelecer como Partido Único… Se for permitido a essa gente meter a mão na lei a qualquer momento, abrem-se as portas para uma ditadura.
E Jader não deve servir de pretexto para violar um princípio democrático — tampouco para dar a posse a um petista que havia sido rejeitado nas urnas.
Por Reinaldo Azevedo
Bem, vamos ver: se tudo fosse como parece; se a aparência das coisas coincidisse com a sua essência, o jornalismo seria desnecessário, eu seria desnecessário, até a ciência seria desnecessária — a rigor, ela nem existiria. Pra quê? “Ah, o Sol gira em torno da Terra, né? É o que a gente vê…”
Pois é. O ministro Cezar Peluso fez valer o chamado voto de qualidade — o presidente da Casa pode votar duas vezes em caso de empate — e decidiu dar posse a Jader Barbalho no Senado. Eu admiro Jáder??? Não!!!! Zero! Mas atenção!, minhas caras e meus caros: se não fosse ele, sabem que assumiria a vaga? O mensaleIro petista Paulo Rocha!!! “Ah, para evitar um mensaleiro petista, vale até apoiar Jader, Reinaldo?” Não! Eu não apóio ninguém! Ocorre que tanto Jader como Rocha haviam sido barrados pela lei da Ficha Limpa. Por que valeria para um e não para outro? Eu explico.
O Ficha Limpa é um baita imbróglio jurídico, e há ministros no Supremo fazendo tudo o que um magistrado não deve fazer: ouvir a voz rouca das ruas, ignorando a voz clara das leis. Vamos item por item.
1 - A lei da Ficha Limpa foi aprovada a menos de um ano das eleições de 2010, o que impedia, por dispositivo constitucional, a sua aplicação naquele pleito. Mas foi aplicada mesmo assim, o que é uma aberração.
2 - Em setembro do ano passado, Joaquim Roriz recorreu contra a sua aplicação ainda em 2010. Roriz é quem é (nota: Agnelo Queiroz ainda é mais “Roriz” do que o original), mas estava certo nesse caso. O tribunal estava com apenas 10 ministros. Luiz Fux ainda não havia sido indicado. Houve um empate: 5 a 5. Cesar Peluso poderia ter dado o voto de desempate. O Artigo 13º do Regimento do Supremo permite que o presidente vote duas vezes. Ele preferiu aguardar a chegada do 11º elemento.
3 - Em outubro, foi a vez de o Supremo, ainda com 10, julgar outra ação, esta de Jader Barbalho. Repetiu-se o empate de cinco a cinco. Peluso, mais uma vez, decidiu não decidir; não quis usar o voto qualificado. Celso de Mello correu em seu socorro com um truque e evocou o artigo 97 da Constituição, que estabelece o seguinte: “Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público”. Tio Rei, que gosta dessas questões, escreveu um texto no dia 17 de outubro intitulado Jader é pequeno demais para o estrago que ministros provocaram hoje no Supremo: renúncia à Constituição e ao Regimento Interno da Casa.
4 - Fux chegou e votou: ele também entendeu, em março deste ano, que a lei não poderia ter sido aplicada em 2010. Pronto! Seis a cinco contra a aplicação da lei em 2010. Flecha de Lima (PSDB) foi o candidato ao Senado mais votado no Pará e ficou com uma das duas vagas. Jader ficou em segundo lugar. Em terceiro, o petista e mensaleiro Paulo Rocha. Marinor Brito (PSOL), atualmente no cargo, obteve apenas a quarta colocação. Jader entrou com um embargo de declaração, cobrando que o Supremo deixasse claro, então, que a vaga era sua, já que a havia perdido em razão de um expediente que o tribunal, por maioria, decidiu que não poderia ter sido aplicado.
5 - Ledo engano! Joaquim Barbosa, o relator, indeferiu o pedido de Jader, no que foi seguido por Ayres Britto, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia e, pasmem!!!, o mesmo Luiz Fux que havia votado contra a aplicação da Ficha Limpa em 2010. Por que Fux votou contra a sua aplicação geral e, na prática, a favor de sua aplicação só para Jader? Não sei! A sua vasta cabeleira deve esconder segredos que escapam à lógica comezinha. A tese de Joaquim Barbosa, à qual aderiu alegremente um Ricardo Lewandowski, que passou de duro adversário da lei a admirador, é que embargos de declaração não podem ser tornar ações rescisórias… Ah! Ocorre que, naquele outubro de 2010, ficou evidente a validade apenas temporária da decisão do TSE, que havia declarado a inelegibilidade de Jader. A definitiva veio com o voto de Fux: pela elegibilidade!
6 - Mas atenção! De modo correto, a meu ver, Dias Toffoli havia votado pelo acolhimento de uma ação do petista Paulo Rocha, o terceiro colocado na disputa, que também havia sido barrado pela Lei do Ficha Limpa, como Jader, igualzinho! Toffoli foi coerente. Ele já havia se posicionado contra a aplicação do Ficha Limpa em 2010 e a favor da posse de Jader.
7 - Então vejam que coisa fabulosa: certo como a luz do dia, o tribunal acolheria a representação de Paulo Rocha! Afinal, por seis a cinco, o STF havia decidido, em março, que a lei não poderia ter sido aplicada em 2010, certo?. Mas e o caso de Jader? Ah, teria caído naquela suposta firula técnica. Assim, viver-se-ia a situação esdrúxula, absurda mesmo!, de aquele dispositivo derrubado da Lei da Ficha Limpa valer só para Jader! Tanto ele como o petista foram barrados pelo mesmo mecanismo: valeria para um, mas não para outro. Curiosamente, não valeria justamente para o menos votado; curiosamente, não valeria justamente para um petista!
Coisa certa
Desta vez, Peluso fez o que lhe cabia fazer: usar a prerrogativa de que dispõe, de votar duas vezes, segundo o Artigo 13º do Regimento do Supremo. Tenho a máxima, como sabem, de que aquele que ignora a lei para fazer justiça acaba cometendo uma nova injustiça. Se Peluso tivesse feito o que lhe cabia fazer desde a primeira vez — pouco importando que decisão tomasse —, o imbróglio não teria se arrastado. Sim, é isto mesmo. Tivesse feito a coisa certa desde o começo, não teria de arcar com a suspeita de que agiu pressionado pelos senadores do PMDB.
Se, já no caso Roriz, tivesse tomado uma decisão (pouco importa se contra ou a favor), o rolo não teria acontecido. Sua hesitação e aquele truque lamentável na votação do caso Jader quase empurram o Supremo para a condição de um tribunal discricionário, que serve para punir um só.
Posso lamentar a posse de Jader junto com todos vocês, mas o Supremo cumpriu a lei. Não a tivesse cumprido, em vez de Jader, estaria lá o mensaleiro petista Paulo Rocha. Aí, meus queridos, quando menos, fica-se com o mal menor. A Alternativa A era “Lei + Jader”; a Alternativa B era “Violação da Lei + Paulo Rocha”…
Encerro
“Reinaldo, e se tivesse prevalecido a opinião de que a Lei do Ficha Limpa deveria ter sido aplicada já em 2010? Não teria sido melhor?” Cuidado, meus queridos, para que não joguemos a criancinha fora junto com a água servida do banho. Se o STF tivesse permitido uma mudança nas condições de elegibilidade a menos de um ano da eleição, a Constituição teria sido violada. E eu estou entre aqueles que acham que ESSE PRAZO É ATÉ PEQUENO. Por quê? Pensem num eventual governo que enfrente queda de popularidade ou que se perceba na iminência de perder a eleição; pensem num partido que tenha vocação para se esatabelecer como Partido Único… Se for permitido a essa gente meter a mão na lei a qualquer momento, abrem-se as portas para uma ditadura.
E Jader não deve servir de pretexto para violar um princípio democrático — tampouco para dar a posse a um petista que havia sido rejeitado nas urnas.
Por Reinaldo Azevedo
OPINIÃO: O QUE FAZER COM POMPÉIA?
Nos últimos meses, o distinto público tem sido convidado a um passeio “de grátis” pelas entranhas da OAB paraense, envolta num pega-pra-capar nunca visto, a fazer corar até as nossas ilustres lavadeiras do Tucunduba.
É claro que não há santos em toda essa história, caríssimo leitor, mas uma impressionante disputa de poder, no seio de uma entidade que teve um papel fundamental na redemocratização brasileira.
E é a importância desse posto avançado da luta pela Democracia, num estado com as mazelas do Pará, onde a Justiça tem sido um mero porrete nas mãos dos poderosos de plantão, que talvez explique, em boa parte, essa disputa intestina.
Há, de fato, muitos “borrões”, muita informação “nebulosa”, nessa venda supostamente irregular de um terreno da OAB de Altamira, que culminou com o afastamento de Jarbas Vasconcelos da presidência da seccional paraense da entidade.
Em primeiro lugar, boa parte dos fatos midiáticos que resultaram no afastamento de Jarbas foi produzida por seus adversários, na própria entidade e na política em geral, que opõe os petistas aos tucanos.
Além disso, Jarbas também acabou se tornando “inimigo”de parcela dos magistrados paraenses, em especial, desembargadores, ao denunciar uma suposta troca de favores com o Executivo, a partir do emprego, em assessorias especiais do governador, de parentes de meritíssimos.
E tudo isso, por uma daquelas “meras coincidências”, tendo como pano de fundo pelo menos duas circunstâncias importantes.
A primeira, o retorno do tucanato, com o seu projeto de poder de uma hegemonia para décadas, o que pressupõe o silêncio, a cooptação, das instituições, entre elas a imprensa e, é claro, entidades com o peso de uma OAB.
A segunda, a brigalhada entre os dois principais veículos de comunicação do Pará, que vem atingindo decibéis inimagináveis e que tende a arrastar para a lama quem comete a burrice de se deixar usar nessa disputa.
O que o leitor precisa entender é que nem Ophir Cavalcante Junior nem Jarbas Vasconcelos são bandidos ou “demônios” – mas também não são exatamente “querubins ungidos”.
Ophir Cavalcante Junior e Jarbas Vasconcelos são apenas cidadãos de seu tempo. Cada qual com a sua visão de mundo. Cada qual com as suas circunstâncias. E ambos, apesar dos pesares, extremamente importantes para a guerra da sociedade brasileira pela Cidadania.
Tanto isso é verdade que, enquanto estiveram juntos, Jarbas e Ophir ajudaram a dar um novo fôlego, trouxeram uma vivacidade como há muito tempo não se via, na OAB local e nacional.
Sob o comando de ambos, a OAB ajudou a sociedade paraense e brasileira a refletir sobre questões importantíssimas, como o nepotismo, o comportamento dos homens públicos e o combate à corrupção.
E ainda hoje seria assim, se ambos não tivessem resolvido chafurdar numa disputa de poder, que, é preciso admitir, acabou por assumir sórdidos contornos.
Quando se examina a questão da suposta venda irregular de um terreno da OAB de Altamira, salta aos olhos a possibilidade de que Jarbas Vasconcelos tenha sido objeto de uma armação, de uma “casinha”, como se diz.
Ora, a ser verdadeira a informação de que o presidente da OAB de Altamira, que avaliou o terreno, é também corretor de imóveis, das duas, uma: ou ele é extremamente incompetente como corretor, a ponto de não perceber que a especulação imobiliária provocada por Belomonte levaria a duplicar ou triplicar o preço daquele imóvel; ou há aí alguma coisa que precisa ser mais bem explicada.
Outra nota nebulosa dessa história: se a advogada Cynthia Portilho, que falsificou a assinatura do vice-presidente da OAB local, Evaldo Pinto, trabalhava diretamente com ele e era da confiança dele, por que, então, ela se prestaria a uma armação em benefício do adversário de seu chefe? E uma armação, diga-se de passagem, que poderia lhe custar não apenas um emprego, mas, até mesmo a carreira.
Mas, de outro lado, como é possível que o ilustre advogado Robério D’Oliveira, que trabalha em Altamira e seria, inclusive, assessor da Prefeitura de Altamira, também desconhecesse a valorização dos imóveis daquele município, em função de Belomonte?
Acaso essa especulação era algum segredo altamirense? Acaso Robério nunca ouviu falar nisso, ainda que durante um cafezinho na prefeitura ou em algum boteco da esquina, ou em alguma conversa com o presidente da OAB de Altamira?
Tais lacunas, se devidamente preenchidas, talvez ajudem a formar um quadro mais veraz de toda essa história.
No entanto, isso inocenta Jarbas Vasconcelos?
É claro que não. Afinal, ele, no mínimo, aquiesceu à uma transação imoral, como a venda de um terreno da OAB a um conselheiro da mesmíssima OAB.
É aquela história: nem tudo que é legal é moral. E à mulher de César compete também PARECER de moral ilibada.
O mesmo se pode dizer em relação a Ophir Cavalcante Junior.
É legal ele advogar a favor e contra empresas públicas, apesar de afastado há 13 anos da Procuradoria Geral do Estado e da Universidade Federal do Pará, para dedicar-se à OAB, e apesar de continuar a receber remuneração da PGE?
Pode ser, sim, que isso até seja legal, apesar do que sustentam vários advogados, com base no Estatuto da categoria.
Mas, com toda a certeza, é, sim, imoral o comportamento de Ophir.
Pode ser que Jarbas não tenha visto qualquer imoralidade na venda do terreno de Altamira a Robério D’Oliveira.
Ou que Ophir tenha encarado como absolutamente normal o fato de estar de licença remunerada do cargo de procurador, mas continuar a advogar contra e a favor do Estado.
Pode ser que para ambos nada signifique ser flagrado na alcova, em companhia de um Clódio qualquer.
Pode-se até alegar, como atenuante, que ambos, como cidadãos de seu tempo, apenas agiram de acordo com a lassidão moral da sociedade que os pariu.
Mas aí só restará à “plebe rude” gritar: o tempora! O mores!
Afinal, se até esses dois grandes guerreiros da luta pela Cidadania se enrolam na separação entre o público e o privado, o que será de nós?
Será que em nenhum momento passou pela cabeça de Jarbas ou de Ophir o que pensaria a “plebe rude” acerca de tudo isso?
Será que nenhum deles conseguiu de fato compreender o papel que desempenhava como homem público; como representante de uma entidade com a história extraordinária da OAB; como linha de frente de campanhas contra a corrupção, a improbidade e o patrimonialismo que assalta, há 500 anos, o Pará e o Brasil?
De igual forma, de nada adianta ambos recorrerem a argumentos falaciosos, para intentarem a absolvição por esta “plebe rude”, que dantes os encarava com outros olhos.
No caso de Jarbas, o recurso é o “apelo à piedade”, por ter sido vítima, eventualmente, de uma armação.
No caso de Ophir, o recurso é o “argumento contra o homem”, com esse rame-rame de que tudo não passa de uma “vingança de Jarbas, o nefasto”.
Ora, se até um rábula sabe reconhecer tais falácias, que dirá, então, os nossos nobres causídicos, que todos os dias as utilizam em seus “considerandos” e nos tribunais?
Em verdade, o recurso a tais falácias só demonstra a falta de argumentos de ambos, diante da cristalina imoralidade dos comportamentos que adotaram.
E é possível que, se tivessem ao menos consultado um adolescente desta nossa “plebe rude”, até ele lhes dissesse: “tios, não façam isso, não, porque vocês vão se enrolar”.
O pior é que essa sórdida disputa de poder entre Jarbas e Ophir já arrasta para o olho do furacão todas as OABs e todos os advogados brasileiros.
Hoje, após Jarbas protocolar um pedido de afastamento de Ophir da presidência nacional da OAB, o colégio de presidentes de OABs emitiu uma nota graciosa, que recorre ao mesmíssimo lári-lári de que as acusações contra Ophir não passam de “vingança de Jarbas, o cruel”. No mesmo tom havia sido a nota de Ophir à imprensa, anteontem.
Como já visto, porém, pouco importa o porquê de cada qual: os fatos, e justamente porque são fatos, permanecem intocáveis por todas as falácias do mundo.
E a pergunta que fica é: o que fazer com Pompéia, essa esposa tão bela e amada?
Mas isso só quem poderá responder são os nobres Césares da advocacia nacional e paraense.
Postado por Ana Célia Pinheiro
É claro que não há santos em toda essa história, caríssimo leitor, mas uma impressionante disputa de poder, no seio de uma entidade que teve um papel fundamental na redemocratização brasileira.
E é a importância desse posto avançado da luta pela Democracia, num estado com as mazelas do Pará, onde a Justiça tem sido um mero porrete nas mãos dos poderosos de plantão, que talvez explique, em boa parte, essa disputa intestina.
Há, de fato, muitos “borrões”, muita informação “nebulosa”, nessa venda supostamente irregular de um terreno da OAB de Altamira, que culminou com o afastamento de Jarbas Vasconcelos da presidência da seccional paraense da entidade.
Em primeiro lugar, boa parte dos fatos midiáticos que resultaram no afastamento de Jarbas foi produzida por seus adversários, na própria entidade e na política em geral, que opõe os petistas aos tucanos.
Além disso, Jarbas também acabou se tornando “inimigo”de parcela dos magistrados paraenses, em especial, desembargadores, ao denunciar uma suposta troca de favores com o Executivo, a partir do emprego, em assessorias especiais do governador, de parentes de meritíssimos.
E tudo isso, por uma daquelas “meras coincidências”, tendo como pano de fundo pelo menos duas circunstâncias importantes.
A primeira, o retorno do tucanato, com o seu projeto de poder de uma hegemonia para décadas, o que pressupõe o silêncio, a cooptação, das instituições, entre elas a imprensa e, é claro, entidades com o peso de uma OAB.
A segunda, a brigalhada entre os dois principais veículos de comunicação do Pará, que vem atingindo decibéis inimagináveis e que tende a arrastar para a lama quem comete a burrice de se deixar usar nessa disputa.
O que o leitor precisa entender é que nem Ophir Cavalcante Junior nem Jarbas Vasconcelos são bandidos ou “demônios” – mas também não são exatamente “querubins ungidos”.
Ophir Cavalcante Junior e Jarbas Vasconcelos são apenas cidadãos de seu tempo. Cada qual com a sua visão de mundo. Cada qual com as suas circunstâncias. E ambos, apesar dos pesares, extremamente importantes para a guerra da sociedade brasileira pela Cidadania.
Tanto isso é verdade que, enquanto estiveram juntos, Jarbas e Ophir ajudaram a dar um novo fôlego, trouxeram uma vivacidade como há muito tempo não se via, na OAB local e nacional.
Sob o comando de ambos, a OAB ajudou a sociedade paraense e brasileira a refletir sobre questões importantíssimas, como o nepotismo, o comportamento dos homens públicos e o combate à corrupção.
E ainda hoje seria assim, se ambos não tivessem resolvido chafurdar numa disputa de poder, que, é preciso admitir, acabou por assumir sórdidos contornos.
Quando se examina a questão da suposta venda irregular de um terreno da OAB de Altamira, salta aos olhos a possibilidade de que Jarbas Vasconcelos tenha sido objeto de uma armação, de uma “casinha”, como se diz.
Ora, a ser verdadeira a informação de que o presidente da OAB de Altamira, que avaliou o terreno, é também corretor de imóveis, das duas, uma: ou ele é extremamente incompetente como corretor, a ponto de não perceber que a especulação imobiliária provocada por Belomonte levaria a duplicar ou triplicar o preço daquele imóvel; ou há aí alguma coisa que precisa ser mais bem explicada.
Outra nota nebulosa dessa história: se a advogada Cynthia Portilho, que falsificou a assinatura do vice-presidente da OAB local, Evaldo Pinto, trabalhava diretamente com ele e era da confiança dele, por que, então, ela se prestaria a uma armação em benefício do adversário de seu chefe? E uma armação, diga-se de passagem, que poderia lhe custar não apenas um emprego, mas, até mesmo a carreira.
Mas, de outro lado, como é possível que o ilustre advogado Robério D’Oliveira, que trabalha em Altamira e seria, inclusive, assessor da Prefeitura de Altamira, também desconhecesse a valorização dos imóveis daquele município, em função de Belomonte?
Acaso essa especulação era algum segredo altamirense? Acaso Robério nunca ouviu falar nisso, ainda que durante um cafezinho na prefeitura ou em algum boteco da esquina, ou em alguma conversa com o presidente da OAB de Altamira?
Tais lacunas, se devidamente preenchidas, talvez ajudem a formar um quadro mais veraz de toda essa história.
No entanto, isso inocenta Jarbas Vasconcelos?
É claro que não. Afinal, ele, no mínimo, aquiesceu à uma transação imoral, como a venda de um terreno da OAB a um conselheiro da mesmíssima OAB.
É aquela história: nem tudo que é legal é moral. E à mulher de César compete também PARECER de moral ilibada.
O mesmo se pode dizer em relação a Ophir Cavalcante Junior.
É legal ele advogar a favor e contra empresas públicas, apesar de afastado há 13 anos da Procuradoria Geral do Estado e da Universidade Federal do Pará, para dedicar-se à OAB, e apesar de continuar a receber remuneração da PGE?
Pode ser, sim, que isso até seja legal, apesar do que sustentam vários advogados, com base no Estatuto da categoria.
Mas, com toda a certeza, é, sim, imoral o comportamento de Ophir.
Pode ser que Jarbas não tenha visto qualquer imoralidade na venda do terreno de Altamira a Robério D’Oliveira.
Ou que Ophir tenha encarado como absolutamente normal o fato de estar de licença remunerada do cargo de procurador, mas continuar a advogar contra e a favor do Estado.
Pode ser que para ambos nada signifique ser flagrado na alcova, em companhia de um Clódio qualquer.
Pode-se até alegar, como atenuante, que ambos, como cidadãos de seu tempo, apenas agiram de acordo com a lassidão moral da sociedade que os pariu.
Mas aí só restará à “plebe rude” gritar: o tempora! O mores!
Afinal, se até esses dois grandes guerreiros da luta pela Cidadania se enrolam na separação entre o público e o privado, o que será de nós?
Será que em nenhum momento passou pela cabeça de Jarbas ou de Ophir o que pensaria a “plebe rude” acerca de tudo isso?
Será que nenhum deles conseguiu de fato compreender o papel que desempenhava como homem público; como representante de uma entidade com a história extraordinária da OAB; como linha de frente de campanhas contra a corrupção, a improbidade e o patrimonialismo que assalta, há 500 anos, o Pará e o Brasil?
De igual forma, de nada adianta ambos recorrerem a argumentos falaciosos, para intentarem a absolvição por esta “plebe rude”, que dantes os encarava com outros olhos.
No caso de Jarbas, o recurso é o “apelo à piedade”, por ter sido vítima, eventualmente, de uma armação.
No caso de Ophir, o recurso é o “argumento contra o homem”, com esse rame-rame de que tudo não passa de uma “vingança de Jarbas, o nefasto”.
Ora, se até um rábula sabe reconhecer tais falácias, que dirá, então, os nossos nobres causídicos, que todos os dias as utilizam em seus “considerandos” e nos tribunais?
Em verdade, o recurso a tais falácias só demonstra a falta de argumentos de ambos, diante da cristalina imoralidade dos comportamentos que adotaram.
E é possível que, se tivessem ao menos consultado um adolescente desta nossa “plebe rude”, até ele lhes dissesse: “tios, não façam isso, não, porque vocês vão se enrolar”.
O pior é que essa sórdida disputa de poder entre Jarbas e Ophir já arrasta para o olho do furacão todas as OABs e todos os advogados brasileiros.
Hoje, após Jarbas protocolar um pedido de afastamento de Ophir da presidência nacional da OAB, o colégio de presidentes de OABs emitiu uma nota graciosa, que recorre ao mesmíssimo lári-lári de que as acusações contra Ophir não passam de “vingança de Jarbas, o cruel”. No mesmo tom havia sido a nota de Ophir à imprensa, anteontem.
Como já visto, porém, pouco importa o porquê de cada qual: os fatos, e justamente porque são fatos, permanecem intocáveis por todas as falácias do mundo.
E a pergunta que fica é: o que fazer com Pompéia, essa esposa tão bela e amada?
Mas isso só quem poderá responder são os nobres Césares da advocacia nacional e paraense.
Postado por Ana Célia Pinheiro
DECISÃO DO STF DÁ POSSE A JADER BARBALHO NO SENADO
Presidente do Tribunal, ministro Cezar Peluso, deu voto de minerva em julgamento iniciado em novembro e que estava empatado à espera da 11ª ministra.
O Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu hoje o julgamento que garante a posse de Jader Barbalho (PMDB-PA) no Senado.
O julgamento tinha começado em novembro , mas na ocasião a votação terminou empatada (cinco votos favoráveis e cinco contrários) e foi suspensa na espera da chegada do 11º integrante da corte, o que permitiria o desempate. Essa vaga será ocupada pela ministra Rosa Weber, que teve a indicação aprovada esta semana no Senado. Ela, no entanto, deverá tomar posse somente em fevereiro.
Nesta quarta-feira, 14, entretanto, o presidente do STF, ministro Cezar Peluso, anunciou que a defesa de Jader Barbalho havia protocolado uma petição requerendo que o julgamento fosse concluído antes de o tribunal se manifestar sobre um pedido semelhante de Paulo Rocha (PT-PA), que também disputou uma vaga ao Senado e, assim como Jader, foi excluído da disputa por causa da Lei da Ficha Limpa.
Para desempatar o julgamento, o presidente do STF deu hoje voto de qualidade, ou seja, votou duas vezes, as duas favoráveis a Jader, desempatando a votação do caso.
14 de dezembro de 2011
Mariângela Gallucci, de O Estado de S.Paulo
O Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu hoje o julgamento que garante a posse de Jader Barbalho (PMDB-PA) no Senado.
O julgamento tinha começado em novembro , mas na ocasião a votação terminou empatada (cinco votos favoráveis e cinco contrários) e foi suspensa na espera da chegada do 11º integrante da corte, o que permitiria o desempate. Essa vaga será ocupada pela ministra Rosa Weber, que teve a indicação aprovada esta semana no Senado. Ela, no entanto, deverá tomar posse somente em fevereiro.
Nesta quarta-feira, 14, entretanto, o presidente do STF, ministro Cezar Peluso, anunciou que a defesa de Jader Barbalho havia protocolado uma petição requerendo que o julgamento fosse concluído antes de o tribunal se manifestar sobre um pedido semelhante de Paulo Rocha (PT-PA), que também disputou uma vaga ao Senado e, assim como Jader, foi excluído da disputa por causa da Lei da Ficha Limpa.
Para desempatar o julgamento, o presidente do STF deu hoje voto de qualidade, ou seja, votou duas vezes, as duas favoráveis a Jader, desempatando a votação do caso.
14 de dezembro de 2011
Mariângela Gallucci, de O Estado de S.Paulo
UM JUIZ, TRÊS PRONTUÁRIOS E UMA CAPIVARA
Nos países em que a lei vale para todos, um juiz de Direito e três prontuários só são vistos juntos no tribunal ─ o magistrado no centro da mesa e a trinca no banco dos réus.
No Brasil, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Cezar Peluso, foi ao encontro dos senadores Renan Calheiros, Romero Jucá e Valdir Raupp com a placidez sem remorso de quem vai a uma festa de formatura. Tampouco pareceu incomodá-lo a chegada de um quarto bucaneiro do PMDB: Henrique Eduardo Alves, líder da bancada na Câmara dos Deputados. Nem se permitiu ficar ruborizado com o tema a ser discutido: Jader Barbalho.
Eleito senador pelo Pará em outubro de 2010, Barbalho coleciona delinquências há tanto tempo, e com tamanha intensidade, que a capivara que carrega conseguiu enredar-se nas malhas da Lei da Ficha Suja, rasgadas pela passagem de delinquentes de grosso calibre.
Não se sabe o que conversaram o ministro do Supremo e os candidatos permanentes a uma temporada na cadeia. O que importa é a consequência do encontro: nesta quarta-feira, Peluso desempatou a favor de Barbalho a votação no STF. Por seis togas contra cinco, o velho caso de polícia voltou ao Senado.
Oremos.
Augusto Nunes
No Brasil, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Cezar Peluso, foi ao encontro dos senadores Renan Calheiros, Romero Jucá e Valdir Raupp com a placidez sem remorso de quem vai a uma festa de formatura. Tampouco pareceu incomodá-lo a chegada de um quarto bucaneiro do PMDB: Henrique Eduardo Alves, líder da bancada na Câmara dos Deputados. Nem se permitiu ficar ruborizado com o tema a ser discutido: Jader Barbalho.
Eleito senador pelo Pará em outubro de 2010, Barbalho coleciona delinquências há tanto tempo, e com tamanha intensidade, que a capivara que carrega conseguiu enredar-se nas malhas da Lei da Ficha Suja, rasgadas pela passagem de delinquentes de grosso calibre.
Não se sabe o que conversaram o ministro do Supremo e os candidatos permanentes a uma temporada na cadeia. O que importa é a consequência do encontro: nesta quarta-feira, Peluso desempatou a favor de Barbalho a votação no STF. Por seis togas contra cinco, o velho caso de polícia voltou ao Senado.
Oremos.
Augusto Nunes
TRANSPARÊNCIA E COERÊNCIA
Lembram da pesquisa sobre a classe média postada em primeira mão aqui no Blog? Agora leiam a notícia abaixo, da coluna Panorama Político, de O Globo:
Presidente da CNA e senadora do PSD, Kátia Abreu (TO) quer que seu partido desça do muro.
"Temos de assumir um discurso de centro-direita. Quem tem medo de assumir posições não tem torcida", diz, referindo-se à pesquisa feita por sua entidade entre integrantes da classe "C", que são 55% da popula$ção do país.
Entre as propostas que a senadora quer que seu partido assuma estão a diminuição da maioridade penal para 16 anos (81% a favor), a pena de morte para assassinos (60%), a adoção de medidas para ampliar os empregos (74%), concursos para funcionários públicos (65%) e a redução de impostos (45%).
(Comentário:
nada de novo no posicionamento da senadora Kátia Abreu, que hoje é um dos raros nomes que, pela competência, coerência e transparência - não vou esquecer o ência de independência -, circula à vontade tanto junto ao Governo Federal quanto junto à oposição.
Outra declaração dada pela senadora é que votou a favor da DRU porque com o orçamento engessado que o país tem nenhum presidente consegue fazer investimentos se não tiver alguma flexibilidade.
Que votou em 2011 exatamente como o DEM e o PSDB votaram em 2007.
Por fim, o prestígio da senadora atraiu a presidente Dilma Rousseff para o aniversário da CNA, há alguns dias atrás, assim como trouxe José Serra(PSDB), com direito a discurso de improviso, para a sua posse na entidade, realizada ontem à noite.
Aliás, Serra sintetizou a importância do agronegócio para o país ao referir que o PIB do terceiro semestre só não foi abaixo de zero por causa da agropecuária. Segundo ele, a salvação da lavoura foi....a lavoura!, arrancando risos e aplausos da platéia. )
coroneLeaks
Presidente da CNA e senadora do PSD, Kátia Abreu (TO) quer que seu partido desça do muro.
"Temos de assumir um discurso de centro-direita. Quem tem medo de assumir posições não tem torcida", diz, referindo-se à pesquisa feita por sua entidade entre integrantes da classe "C", que são 55% da popula$ção do país.
Entre as propostas que a senadora quer que seu partido assuma estão a diminuição da maioridade penal para 16 anos (81% a favor), a pena de morte para assassinos (60%), a adoção de medidas para ampliar os empregos (74%), concursos para funcionários públicos (65%) e a redução de impostos (45%).
(Comentário:
nada de novo no posicionamento da senadora Kátia Abreu, que hoje é um dos raros nomes que, pela competência, coerência e transparência - não vou esquecer o ência de independência -, circula à vontade tanto junto ao Governo Federal quanto junto à oposição.
Outra declaração dada pela senadora é que votou a favor da DRU porque com o orçamento engessado que o país tem nenhum presidente consegue fazer investimentos se não tiver alguma flexibilidade.
Que votou em 2011 exatamente como o DEM e o PSDB votaram em 2007.
Por fim, o prestígio da senadora atraiu a presidente Dilma Rousseff para o aniversário da CNA, há alguns dias atrás, assim como trouxe José Serra(PSDB), com direito a discurso de improviso, para a sua posse na entidade, realizada ontem à noite.
Aliás, Serra sintetizou a importância do agronegócio para o país ao referir que o PIB do terceiro semestre só não foi abaixo de zero por causa da agropecuária. Segundo ele, a salvação da lavoura foi....a lavoura!, arrancando risos e aplausos da platéia. )
coroneLeaks
OS DOIS SENHORES DA CNBB
Artigos - Religião
O relativismo moral e ético das maquinações parlamentares da CNBB é mais que visível. É virtualmente delinquente. E o catolicismo? Jogaram na privada. A confissão religiosa é petista.
Escapou pela internet a notícia de que a CNBB fez um acordo secreto com a senadora Marta Suplicy, para aprovar tacitamente o PLC 122, a famigerada “lei anti-homofobia”.
Em nota publicada na página da CNBB, de 7 de dezembro de 2011, a mesma negou que houve um acordo. Deu a entender que ocorreu apenas uma conversa, em audiência no dia 1º de dezembro de 2011, quando a entidade escutou a proposta da senadora, e reiterou o compromisso de “combater todo tipo de discriminação”.
Linguajar visivelmente suspeito o do emissor da nota, o Cardeal Raimundo Damasceno Assis, de Aparecida.
Revelam-se aí duas versões diferentes e contraditórias.
A pergunta que não quer calar é: quem está mentindo? Dona Marta Suplicy, que confirmou o apoio da CNBB? Ou a autonomeada entidade representante dos bispos do Brasil, que diz negá-lo?
Se for verdade que existiu um acordo entre a política petista e os bispos (e muitas fontes confiáveis confirmam), a CNBB mostrou que é covarde, mentirosa e indigna do mínimo respeito de qualquer católico sério deste país. Diria mais, indigna do respeito de qualquer cristão.
A resposta do cardeal Raimundo Damasceno parece denunciar seu crime. Em nenhum momento ele falou em condenar o PLC 122 ou em denunciar a campanha homossexual de criminalização das opiniões religiosas incutidas na lei.
Ou mais, nenhum pio sobre a proposta de Marta Suplicy, de transformar o cristianismo numa espécie de religião de gueto, onde as opiniões fora da Igreja podem ser marginalizadas, perseguidas ou excluídas da vida pública, através de medidas judiciais. Pelo contrário, sua opinião parece não querer assumir posições, para não afetar suscetibilidades políticas atuantes e comprometedoras. Suscetibilidades petistas, para deixar bem claro.
Está evidente demais a intenção de Marta Suplicy e do movimento gay. A lei é visivelmente perigosa para as liberdades individuais, uma vez que fere o princípio da liberdade religiosa e de pensamento, e cria mecanismos de censura contra qualquer indivíduo de criticar, contestar ou rejeitar publicamente o homossexualismo. O movimento gay quer destruir os padrões da família, espalhar educação homossexual nas escolas e, ainda, criar expedientes legais para prender quaisquer pessoas dissidentes desse projeto. No entanto, dentro da CNBB, o resto é só silêncio.
Mas não é o primeiro incidente envolvendo o nome da associação dos bispos.
Recentemente, o Conselho Indigenista Missionário da CNBB fez lobby político contra um projeto de lei que puniria agentes da FUNAI que não salvassem crianças indígenas do infanticídio. Ou seja, o direito à vida, que supostamente é defendido pelos bispos contra o aborto, não é válido para os menores indígenas.
Nas palavras de alguns acólitos do Conselho Indigenista, isso criaria “preconceito” contra os índios. A CNBB abre uma exceção. Como na cabeça de certos antropólogos e padres esquerdistas de passeata, os silvícolas não passam de animaizinhos de laboratório de sua engenharia social, devem ficar eternamente isolados da civilização e dos direitos que ela promove, em favor de suas tradições culturais abjetas.
Matar crianças indígenas? Isso é “direito” dos índios de viverem sua cultura criminosa. A CNBB contribui com a ideologia da morte. Ou mais, recusa a salvação das almas dos índios para o Evangelho de Cristo.
Se as leis de Deus não chegam aos corações indígenas, pior é presumir que não cheguem ao coração do clero da CNBB. Esta transformou a fé católica num composto utilitário, tal como o New Age, o I Ching ou o horóscopo de jornal. O relativismo moral e ético das maquinações parlamentares da CNBB é mais que visível. É virtualmente delinquente. E o catolicismo? Jogaram na privada. A confissão religiosa é petista.
Ademais, o CIMI, pra quem não sabe, é uma entidade esquerdista sustentada pela Fundação Ford. Foi ele, junto com o CIR (Conselho Indigenista de Roraima), o idealizador da expulsão dos arrozeiros de Roraima na região de Raposa Serra do Sol. Através de uma articulação mafiosa, que envolveu políticos e até o STF, os clérigos esquerdistas da CNBB colaboraram para as manobras de um crime contra a nação brasileira.
Em outras palavras, a economia de Roraima foi prejudicada pela demarcação de sua região e seu território entregue de mão beijada para ONG’s indigenistas parasitárias, financiadas com dinheiro estrangeiro. Milhares de brasileiros agricultores foram expulsos de suas terras e enviados para as favelas de Boa Vista, a capital do estado, levando os próprios índios. E atualmente a região, outrora rica e exportadora de uma das maiores produções de arroz no país, é um poço de miséria, que não poupa nem mesmo os nativos que perderam seus empregos.
A CNBB também agiu contra o arcebispo de Olinda, Dom José Sobrinho, que fez uma declaração relatando sobre a possível excomunhão dos médicos que participaram de um aborto de gêmeos, filhos de uma jovem que foi estuprada aos nove anos pelo padrasto. Embora o Vaticano tenha apoiado o arcebispo, a conferência dos bispos não moveu um apoio sequer. Pelo contrário, a CNBB resolveu atender à gritaria da turba e da imprensa, que queria crucificar o eclesiástico. Deixou o arcebispo em banho-maria. Na prática, jogou-o aos leões.
Na verdade, a CNBB pode ser qualquer coisa, menos uma entidade católica. Embora venda a idéia de representar os católicos do país, é apenas uma associação burocrática sem valor hierárquico na Igreja. Na prática, ela se tornou um braço ideológico do PT na Igreja Católica, falando indevidamente em nome dela e por ela, ainda que os católicos autênticos ou o Vaticano nem tenham sido solicitados.
Porém, quem cala consente. Se os católicos realmente sinceros se calam diante do que é uma infiltração descarada dentro dos quadros da Igreja, pode-se dizer que também são covardes.
Fatos como os acima citados revelam dois comportamentos diferentes e seletivos: a CNBB é incisiva quando o assunto é o MST, a defesa do governo petista, o desarmamento civil, a reforma agrária e demais bandeiras de esquerda. E, no entanto, é tímida e omissa, quando a questão é a defesa intransigente dos valores católicos!
Já virou normalidade: muitos católicos militantes e pretensamente intelectuais se escandalizam quando os bispos, cardeais e padres são criticados pelas suas ações anti-religiosas e contrárias aos princípios da Igreja. Na prática, existe uma reverência inepta e cega ao sacerdócio, como se isso se confundisse com o papel das opiniões visivelmente heréticas e apóstatas do clero brasileiro. Escandalizam-se, porque também são cúmplices, são medrosos, não querem se comprometer combatendo essas violações indignas ao sacramento sacerdotal. A questão é elementar e bastante visível: se alguns padres e bispos, envolvidos com grupos ou partidos de esquerda, não respeitam a sua própria batina, por que o povo católico a respeitaria?
Eu já fui virulentamente criticado por católicos conservadores, pelo fato de atacar duramente a esquerda católica. Inclusive, fui chamado de "herético", por não respeitar comunistas travestidos de padres. Uma vez fiz a seguinte pergunta a um desses católicos "laboriosos", numa lista de rede de emails: “você teria reverência e respeito a um padre ou bispo introduzido pela KGB soviética? Imaginemos a KGB ministrando missa ou ouvindo a confissão católica”. Acabei expulso da lista. Em nome do respeito à batina e ao sacerdócio, os católicos omissos acabam por proteger e acobertar as ações da esquerda no clero, como se a batina fosse uma espécie de imunidade para qualquer atitude irresponsável e contrária às obrigações eclesiásticas e doutrinárias. É esta ação que afasta os católicos das igrejas, fartos da politização comunista descarada de padres e bispos comprometidos com a causa petista. E neste ponto, a CNBB é culpada pela destruição da Igreja Católica no Brasil. É a KGB do petismo com ordenação sacerdotal, é o esquerdismo sacramentado.
Julio Severo, o combativo militante evangélico que faz na internet um belo trabalho de denúncia às políticas gayzistas na sociedade brasileira, recebeu várias mensagens de católicos no seu blog, por conta da publicação do suposto conluio da CNBB com o movimento homossexual.
Os católicos, mesmo os mais sinceros, querendo enganar a si mesmos, tentam corrigir o blogueiro, afirmando que a CNBB negou a aliança tácita. Por que será que os católicos se contentam com tão pouco? Percebe-se o quanto a Igreja Católica no Brasil está desorientada e perdida. Com exceção de alguns grupos dentro da Igreja, os católicos estão completamente omissos ao estado de coisas a que chegou o país. Viraram uma classe insignificante de pessoas, representada por um clero inepto e espiritualmente corrupto, inimigo da ortodoxia e do próprio Vaticano.
Não me espante que os católicos estejam virando cidadãos de segunda classe neste país. Se não fosse por uma parte barulhenta da bancada evangélica no Congresso, a ditadura politicamente correta estaria bem mais avançada. É supreendente pensar que um dos poucos defensores da integridade da Igreja Católica no Brasil seja um evangélico.
De fato, foi por conta do alcance das notícias de Julio Severo é que sabemos da podridão que se tornou o clero católico e seu comprometimento subserviente com a esquerda. Podridão que muitos dos católicos resistem em combater e denunciar.
Essa desorientação psicológica não se limita a CNBB. Ela foi também revelada quando a "Canção Nova", um dos berços da Renovação Carismática Católica, queria dar espaço em sua programação televisiva a um deputado, o tal Edinho do PT, apologeta do movimento gay e do aborto. O pior de tudo é que este mesmo deputado foi o responsável pelo confisco de panfletos emitidos por alguns bispos que criticaram a defesa do aborto, declarada pela presidente Dilma Rousseff, na época das eleições de 2010. Se não bastasse patrocinar a farsa da religiosidade de Dilma Rousseff numa igreja, quando ela mal sabia fazer o sinal da cruz, o deputado picareta Gabriel Chalita queria transformar a Canção Nova num novo curral do PT. Parece que não colou. E por quê? Por denúncia de alguns corajosos católicos e de Julio Severo, o evangélico!
Ao que parece, os católicos não sofrem apenas de desorientação psicológica. Sofrem mesmo de amnésia, ao não reconhecerem seus próprios inimigos. Eles se iludem em achar que algo vai cair do céu. Deus não respeita os covardes. Ele nos exige o dever de defender à sua Causa.
A CNBB, na Campanha da Fraternidade de 2010, dizia que não se pode servir a Deus e ao dinheiro, deturpando as palavras do Evangelho para seu credo comunista. E a mensagem que se encerra é: não se pode também servir a dois senhores. Qual senhor a CNBB serve? A Igreja de Cristo ou a religiãozinha laica do PT?
Leonardo Bruno, 14 Dezembro 2011
O relativismo moral e ético das maquinações parlamentares da CNBB é mais que visível. É virtualmente delinquente. E o catolicismo? Jogaram na privada. A confissão religiosa é petista.
Escapou pela internet a notícia de que a CNBB fez um acordo secreto com a senadora Marta Suplicy, para aprovar tacitamente o PLC 122, a famigerada “lei anti-homofobia”.
Em nota publicada na página da CNBB, de 7 de dezembro de 2011, a mesma negou que houve um acordo. Deu a entender que ocorreu apenas uma conversa, em audiência no dia 1º de dezembro de 2011, quando a entidade escutou a proposta da senadora, e reiterou o compromisso de “combater todo tipo de discriminação”.
Linguajar visivelmente suspeito o do emissor da nota, o Cardeal Raimundo Damasceno Assis, de Aparecida.
Revelam-se aí duas versões diferentes e contraditórias.
A pergunta que não quer calar é: quem está mentindo? Dona Marta Suplicy, que confirmou o apoio da CNBB? Ou a autonomeada entidade representante dos bispos do Brasil, que diz negá-lo?
Se for verdade que existiu um acordo entre a política petista e os bispos (e muitas fontes confiáveis confirmam), a CNBB mostrou que é covarde, mentirosa e indigna do mínimo respeito de qualquer católico sério deste país. Diria mais, indigna do respeito de qualquer cristão.
A resposta do cardeal Raimundo Damasceno parece denunciar seu crime. Em nenhum momento ele falou em condenar o PLC 122 ou em denunciar a campanha homossexual de criminalização das opiniões religiosas incutidas na lei.
Ou mais, nenhum pio sobre a proposta de Marta Suplicy, de transformar o cristianismo numa espécie de religião de gueto, onde as opiniões fora da Igreja podem ser marginalizadas, perseguidas ou excluídas da vida pública, através de medidas judiciais. Pelo contrário, sua opinião parece não querer assumir posições, para não afetar suscetibilidades políticas atuantes e comprometedoras. Suscetibilidades petistas, para deixar bem claro.
Está evidente demais a intenção de Marta Suplicy e do movimento gay. A lei é visivelmente perigosa para as liberdades individuais, uma vez que fere o princípio da liberdade religiosa e de pensamento, e cria mecanismos de censura contra qualquer indivíduo de criticar, contestar ou rejeitar publicamente o homossexualismo. O movimento gay quer destruir os padrões da família, espalhar educação homossexual nas escolas e, ainda, criar expedientes legais para prender quaisquer pessoas dissidentes desse projeto. No entanto, dentro da CNBB, o resto é só silêncio.
Mas não é o primeiro incidente envolvendo o nome da associação dos bispos.
Recentemente, o Conselho Indigenista Missionário da CNBB fez lobby político contra um projeto de lei que puniria agentes da FUNAI que não salvassem crianças indígenas do infanticídio. Ou seja, o direito à vida, que supostamente é defendido pelos bispos contra o aborto, não é válido para os menores indígenas.
Nas palavras de alguns acólitos do Conselho Indigenista, isso criaria “preconceito” contra os índios. A CNBB abre uma exceção. Como na cabeça de certos antropólogos e padres esquerdistas de passeata, os silvícolas não passam de animaizinhos de laboratório de sua engenharia social, devem ficar eternamente isolados da civilização e dos direitos que ela promove, em favor de suas tradições culturais abjetas.
Matar crianças indígenas? Isso é “direito” dos índios de viverem sua cultura criminosa. A CNBB contribui com a ideologia da morte. Ou mais, recusa a salvação das almas dos índios para o Evangelho de Cristo.
Se as leis de Deus não chegam aos corações indígenas, pior é presumir que não cheguem ao coração do clero da CNBB. Esta transformou a fé católica num composto utilitário, tal como o New Age, o I Ching ou o horóscopo de jornal. O relativismo moral e ético das maquinações parlamentares da CNBB é mais que visível. É virtualmente delinquente. E o catolicismo? Jogaram na privada. A confissão religiosa é petista.
Ademais, o CIMI, pra quem não sabe, é uma entidade esquerdista sustentada pela Fundação Ford. Foi ele, junto com o CIR (Conselho Indigenista de Roraima), o idealizador da expulsão dos arrozeiros de Roraima na região de Raposa Serra do Sol. Através de uma articulação mafiosa, que envolveu políticos e até o STF, os clérigos esquerdistas da CNBB colaboraram para as manobras de um crime contra a nação brasileira.
Em outras palavras, a economia de Roraima foi prejudicada pela demarcação de sua região e seu território entregue de mão beijada para ONG’s indigenistas parasitárias, financiadas com dinheiro estrangeiro. Milhares de brasileiros agricultores foram expulsos de suas terras e enviados para as favelas de Boa Vista, a capital do estado, levando os próprios índios. E atualmente a região, outrora rica e exportadora de uma das maiores produções de arroz no país, é um poço de miséria, que não poupa nem mesmo os nativos que perderam seus empregos.
A CNBB também agiu contra o arcebispo de Olinda, Dom José Sobrinho, que fez uma declaração relatando sobre a possível excomunhão dos médicos que participaram de um aborto de gêmeos, filhos de uma jovem que foi estuprada aos nove anos pelo padrasto. Embora o Vaticano tenha apoiado o arcebispo, a conferência dos bispos não moveu um apoio sequer. Pelo contrário, a CNBB resolveu atender à gritaria da turba e da imprensa, que queria crucificar o eclesiástico. Deixou o arcebispo em banho-maria. Na prática, jogou-o aos leões.
Na verdade, a CNBB pode ser qualquer coisa, menos uma entidade católica. Embora venda a idéia de representar os católicos do país, é apenas uma associação burocrática sem valor hierárquico na Igreja. Na prática, ela se tornou um braço ideológico do PT na Igreja Católica, falando indevidamente em nome dela e por ela, ainda que os católicos autênticos ou o Vaticano nem tenham sido solicitados.
Porém, quem cala consente. Se os católicos realmente sinceros se calam diante do que é uma infiltração descarada dentro dos quadros da Igreja, pode-se dizer que também são covardes.
Fatos como os acima citados revelam dois comportamentos diferentes e seletivos: a CNBB é incisiva quando o assunto é o MST, a defesa do governo petista, o desarmamento civil, a reforma agrária e demais bandeiras de esquerda. E, no entanto, é tímida e omissa, quando a questão é a defesa intransigente dos valores católicos!
Já virou normalidade: muitos católicos militantes e pretensamente intelectuais se escandalizam quando os bispos, cardeais e padres são criticados pelas suas ações anti-religiosas e contrárias aos princípios da Igreja. Na prática, existe uma reverência inepta e cega ao sacerdócio, como se isso se confundisse com o papel das opiniões visivelmente heréticas e apóstatas do clero brasileiro. Escandalizam-se, porque também são cúmplices, são medrosos, não querem se comprometer combatendo essas violações indignas ao sacramento sacerdotal. A questão é elementar e bastante visível: se alguns padres e bispos, envolvidos com grupos ou partidos de esquerda, não respeitam a sua própria batina, por que o povo católico a respeitaria?
Eu já fui virulentamente criticado por católicos conservadores, pelo fato de atacar duramente a esquerda católica. Inclusive, fui chamado de "herético", por não respeitar comunistas travestidos de padres. Uma vez fiz a seguinte pergunta a um desses católicos "laboriosos", numa lista de rede de emails: “você teria reverência e respeito a um padre ou bispo introduzido pela KGB soviética? Imaginemos a KGB ministrando missa ou ouvindo a confissão católica”. Acabei expulso da lista. Em nome do respeito à batina e ao sacerdócio, os católicos omissos acabam por proteger e acobertar as ações da esquerda no clero, como se a batina fosse uma espécie de imunidade para qualquer atitude irresponsável e contrária às obrigações eclesiásticas e doutrinárias. É esta ação que afasta os católicos das igrejas, fartos da politização comunista descarada de padres e bispos comprometidos com a causa petista. E neste ponto, a CNBB é culpada pela destruição da Igreja Católica no Brasil. É a KGB do petismo com ordenação sacerdotal, é o esquerdismo sacramentado.
Julio Severo, o combativo militante evangélico que faz na internet um belo trabalho de denúncia às políticas gayzistas na sociedade brasileira, recebeu várias mensagens de católicos no seu blog, por conta da publicação do suposto conluio da CNBB com o movimento homossexual.
Os católicos, mesmo os mais sinceros, querendo enganar a si mesmos, tentam corrigir o blogueiro, afirmando que a CNBB negou a aliança tácita. Por que será que os católicos se contentam com tão pouco? Percebe-se o quanto a Igreja Católica no Brasil está desorientada e perdida. Com exceção de alguns grupos dentro da Igreja, os católicos estão completamente omissos ao estado de coisas a que chegou o país. Viraram uma classe insignificante de pessoas, representada por um clero inepto e espiritualmente corrupto, inimigo da ortodoxia e do próprio Vaticano.
Não me espante que os católicos estejam virando cidadãos de segunda classe neste país. Se não fosse por uma parte barulhenta da bancada evangélica no Congresso, a ditadura politicamente correta estaria bem mais avançada. É supreendente pensar que um dos poucos defensores da integridade da Igreja Católica no Brasil seja um evangélico.
De fato, foi por conta do alcance das notícias de Julio Severo é que sabemos da podridão que se tornou o clero católico e seu comprometimento subserviente com a esquerda. Podridão que muitos dos católicos resistem em combater e denunciar.
Essa desorientação psicológica não se limita a CNBB. Ela foi também revelada quando a "Canção Nova", um dos berços da Renovação Carismática Católica, queria dar espaço em sua programação televisiva a um deputado, o tal Edinho do PT, apologeta do movimento gay e do aborto. O pior de tudo é que este mesmo deputado foi o responsável pelo confisco de panfletos emitidos por alguns bispos que criticaram a defesa do aborto, declarada pela presidente Dilma Rousseff, na época das eleições de 2010. Se não bastasse patrocinar a farsa da religiosidade de Dilma Rousseff numa igreja, quando ela mal sabia fazer o sinal da cruz, o deputado picareta Gabriel Chalita queria transformar a Canção Nova num novo curral do PT. Parece que não colou. E por quê? Por denúncia de alguns corajosos católicos e de Julio Severo, o evangélico!
Ao que parece, os católicos não sofrem apenas de desorientação psicológica. Sofrem mesmo de amnésia, ao não reconhecerem seus próprios inimigos. Eles se iludem em achar que algo vai cair do céu. Deus não respeita os covardes. Ele nos exige o dever de defender à sua Causa.
A CNBB, na Campanha da Fraternidade de 2010, dizia que não se pode servir a Deus e ao dinheiro, deturpando as palavras do Evangelho para seu credo comunista. E a mensagem que se encerra é: não se pode também servir a dois senhores. Qual senhor a CNBB serve? A Igreja de Cristo ou a religiãozinha laica do PT?
Leonardo Bruno, 14 Dezembro 2011
O QUE PENSAM E DIZEM OS LEITORES DO ARTIGO "TRISTE JUDICIÁRIO"
Os leitores de O Globo comentando o artigo "Triste Judiciário"
Postado por Villa em 14/12/2011
O GLOBO
Dos Leitores
Marcos Valério livre
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Bela decisão do Superior Tribunal de Justiça de como punir a iminência parda do governo Lula. E tem mais: a sociedade deve ficar atenta, a decisão pelo arquivamento do mensalão é quase certa pela Justiça. Essa procrastinação tem tudo a ver: o próprio ministro relator vive em licença médica. Tudo isso é uma estratégia. No Brasil de hoje, os três poderes estão rezando na mesma cartilha. É uma vergonha o que estamos passando.
ROBERVAL FERNANDES
Niterói, RJ
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Triste Judiciário
O artigo “Triste Judiciário” (Marco Antonio Villa, 13/12) é, nada menos, do que um revoltante relato da exploração a que está submetido o povo brasileiro por aqueles que mais teriam a obrigação de ser justos, sobretudo honestos. Criado pela Constituição de 1988, o STJ é nada menos do que a antítese da Justiça que deveria praticar, abrigando legiões de funcionários e seus ministros sustentados por impensáveis salários faraônicos. A Constituição de 1988, que criou esse tribunal, é aquela que foi dita “cidadã”, sob aplausos do Congresso.
RODOLPHO HEGGENDORN DONNER
Rio
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A análise de Marco Antonio Villa sobre o STJ demonstra didaticamente que a aposentadoria compulsória dos juízes que são apanhados no pulo é, realmente, uma punição. A partir dela, passam a ter que se contentar com “míseros” R$ 25 mil por mês. Perdem ganhos mensais que por vezes alcançam a casa das centenas de milhares, perdem mordomias e, pior, não mais poderão apreciar causas e precificar sentenças. Ficam à beira da indigência...
CÂNDIDO ESPINHEIRA FILHO
Rio
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O STJ, com 33 ministros, teve um orçamento, em 2010, de R$ 940 milhões para custeio de suas despesas. Já a Inglaterra gasta, anualmente, C 49 milhões (aproximadamente R$ 125 milhões) para manter sua — propalada cara — nobreza (com carruagens de ouro e tudo mais). A pergunta que me veio à mente foi: quem realmente são os nobres, os ministros do STJ ou Sua majestade, a Rainha, e sua corte (é só fazer a conta). Imagine se somássemos as despesas de todos os tribunais do país. Cidadãos brasileiros, acordemos.
EDUARDO MOREIRA DA SILVA
Niterói, RJ
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Ao ler o artigo “Triste Judiciário”, senti imensa vergonha de mim mesmo por ser tão rigoroso e impaciente com meninos que limpam para-brisas, com meninos-flanelinhas e com meninas que distribuem pequenos panfletos de empréstimos pelas ruas da cidade. Senti-me envergonhado e covarde.
LUIS CARLOS MAGALHÃES RIBEIRO
Rio
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Embora enquadrado naquela maioria silenciosa que assiste, atônita e impotente, ao constante desenrolar de escândalos protagonizados por integrantes dos mais elevados níveis dos poderes constituídos, concordo com o articulista Marco Antonio Villa. Esses fatos são de estarrecer, já que praticados sob a cobertura de um aparato legal e ao mando de membros do STJ, o segundo nível mais elevado doJudiciário, a quem cabe a preservação do nexo entre a ética e a legalidade, a última expressão do direito. Sentimo-nos até temerosos de que esses personagens poderosos não possam impedir essas manifestações de descontentamento e revolta expressas sob o manto da liberdade de imprensa.
FRANCISCO XAVIER DO NASCIMENTO JR.
Rio
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Alguém precisa ter coragem e propor a revogação de parte do caput do Art. 5 oda Constituição Federal, quando diz que “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”. Quem leu “TristeJudiciário” tem a medida exata de que não existe essa igualdade, e o pior, inexistem órgãos dispostos a combater as aberrações ali descritas, porque seria inocência de minha parte acreditar que o CNJdesconhece subsídios e salários praticados no STJ. Essas remunerações, além de imorais e descoladas da realidade da maioria da população, burlam outro preceito constitucional, o Art. 37 XI, que limita o teto remuneratório dos ocupantes de cargos públicos. O mais triste é saber que o Brasil ainda levará séculos para ser um país justo para todos os cidadãos.
JOSÉ ANTONIO PORTELLA DA SILVA
Rio
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Parabenizo a audácia e a coragem do articulista Marco Antonio Villa. Num país onde a presidente chama a roubalheira imunda de malfeito, e salafrários contumazes são por ela elogiados em público, o professor traz um gratificante perfume ético aos cidadãos trabalhadores deste país.
GILSON ESSENFELDER ABRAHÃO
Governador Valadares, MG
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O artigo “Triste Judiciário”, do professor Marco Antonio Villa, informa-nos como o nosso Judiciário esbanja dinheiro. Enquanto isso, nós, militares, e outras categorias padecemos com salários miseráveis, com o pouco caso dos governantes. Eles podem fazer greve?
FERNANDO MANUEL DO NASCIMENTO
Rio
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Estarrecedor o artigo do historiador Marco Antonio Villa. Ministros do STJ recebendo “salários” de R$ 200 mil, ou mais, e gastos de verbas absurdas com despesas “domésticas”, além de 160 automóveis para 33 ministros. O art. 93, item V da Constituição Federal determina: “Os vencimentos dos magistrados serão fixados com diferença não superior a 10% de uma para outra das categorias, não podendo, a título nenhum, exceder os vencimentos dos ministros do Supremo Tribunal Federal.” Ainda no seu art. 102: “Compete ao STF a guarda da Constituição, cabendo (item I, alínea “C”) julgar os ministros dos tribunais superiores.” Em face das denúncias, o povo pergunta: o STF vai tomar providências, ou vai prevalecer o corporativismo? E oMinistério Público?
REYNALDO CHRISTIANO DA SILVA
Rio
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Postado por Villa em 14/12/2011
O "JORNALISTA" SEGUIDOR DE LÚCIFER, A DISPOSIÇÃO DO PT
Serra chama de 'lixo' livro sobre privatizações do governo FHC
Amaury Ribeiro Júnior, autor do liivro, foi acusado durante a campanha eleitoral de 2010 de ter encomendado a quebra de sigilo fiscal de pessoas ligadas ao PSDB
O ex-governador José Serra (PSDB-SP) chamou de “lixo” o livro “Privataria Tucana” do jornalista Amaury Ribeiro Júnior. Na publicação, o repórter fala de um suposto esquema de corrupção no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que envolveria Serra, que ocupou a pasta do Planejamento.
“Vou comentar o que sobre lixo? Lixo é lixo”, afirmou Serra ao ser questionado sobre o livro. O senador Aécio Neves (PSDB-MG) também evitou comentar a publicação e a classificou como “literatura menor”. Os dois participaram nesta tarde da inauguração de uma sala da liderança tucana na Câmara batizada de Artur da Távola.
Amaury Ribeiro Júnior foi acusado no ano passado durante a campanha eleitoral de ter encomendado a quebra de sigilo fiscal de pessoas ligadas ao PSDB. Tiveram o sigilo violado o vice-presidente do partido, Eduardo Jorge Caldas Pereira, a filha de Serra, Verônica, entre outros.
O jornalista negociou participação na pré-campanha da presidente Dilma Rousseff. Amaury afirmou na época que estava buscando informações para seu livro e negou a prática de ilegalidade.
Eduardo Bresciani, do estadão.com.br
"MANIFESTO DA IGUALDADE POLACA" - OLAVO DE CARVALHO
Camaradas! No vídeo a seguir podemos ver Olavo de Carvalho, representante da burguesia exploradora, em sua luta odienta contra o Partido do Proletariado, isto é, contra o Povo, no sentido de abalá-lo e enfraquecê-lo! Companheiros, qual é o significado deste pronunciamento reacionário completamente assombroso? Será mais uma campanha de violências e calúnias? Desconfio que um novo golpe se aproxima. Às armas!
Escrito por Emmanuel Goldstein
(O Partido determinou que todas as denúncias contra Olavo de Carvalho sejam encaminhadas ao Ministério da Verdade, sob os cuidados do companheiro Bobão Quartim de Moraes).
Escrito por Emmanuel Goldstein
(O Partido determinou que todas as denúncias contra Olavo de Carvalho sejam encaminhadas ao Ministério da Verdade, sob os cuidados do companheiro Bobão Quartim de Moraes).
MENTINDO COM CANDURA
Artigos - Movimento Revolucionário
Na cabeça do sr. Toledo, o sentimento de unidade grupal é um critério de veracidade superior aos modos consagrados de demonstração lógica e documentação factual.
No Brasil, a onda de autodestruição mental que descrevi em "O império do clichê" acabou por engolfar praticamente toda a intelectualidade esquerdista ao longo do processo mesmo da conquista da hegemonia e do poder pelos partidos de esquerda, o sucesso político reforçando a loucura ao mesmo tempo que se beneficiava dela.
Há anos não leio uma só linha escrita por intelectual de esquerda neste país onde não note esse fenômeno. Um exemplo entre milhares é o artigo recém-espalhado na internet pelo sr. Caio Navarro de Toledo, professor (felizmente aposentado) da Unicamp, no qual ele informa a um estupefato mundo que nada vai dizer contra minhas opiniões, apenas expressar sua indignação ante o fato de que algumas delas tenham saído nas páginas da Folha de S. Paulo.
O espírito com que ele redigiu essa coisa revela-se sobretudo em três pontos: (1) Ele inverte a fórmula célebre de Voltaire: sem nem mesmo sugerir em quê e por que não concorda com o que eu disse, nega apenas o meu direito de dizê-lo. (2) Da sua recusa de argumentar ele deduz que quem não tem argumentos sou eu. Tira a roupa e, olhando-se no espelho, jura que estou pelado. (3) A renúncia a provar o que diz mostra que ele não deseja persuadir ninguém, apenas reforçar a atitude de quem já está persuadido, isto é, dos seus companheiros de militância.
Como, no mesmo instante, ele me acusa de falta de argumentos, e obviamente não o faria caso se sentisse culpado de cometer o mesmo delito, torna-se claro que ele considera esse apelo à solidariedade do grupo não só um argumento, mas um argumento probante que prescinde de razões suplementares.
Fica aí evidenciado que, na cabeça do sr. Toledo, o sentimento de unidade grupal é um critério de veracidade superior aos modos consagrados de demonstração lógica e documentação factual. É um exemplo didático do que expus no artigo anterior. Para chegar a isso, no entanto, ele começa por um longo rodeio em que, após evocar a tradição de boas relações entre a Folha de S. Paulo e os "intelectuais críticos" (eufemismo que quer dizer "comunistas"), relembra os protestos furiosos desencadeados por um editorial daquele jornal (o mesmo referido no meu artigo “Todo es igual, nada es peor”), que, de passagem, ousava mencionar a diferença dos graus respectivos de brutalidade entre o nosso regime militar e outras ditaduras da época, chegando à conclusão de que, ao lado delas, a brasileira não tinha passado de uma "ditabranda".
Foi esta palavra que desencadeou a ira dos manifestantes. Omitindo-se, com astuciosa modéstia, de contar que ele mesmo organizou os protestos, o prof. Toledo tenta dar a impressão de que surgiram espontaneamente de um treco que ele chamaria "opinião nacional", mas que consistiu apenas na opinião dos seus cupinchas, convocados às pressas para dar uma lição exemplar no atrevido jornal que ousava desobedecê-los, quando já o consideravam propriedade sua.
Por que esses comunistas, já que segundo o próprio sr. Toledo tinham tanto espaço aberto na Folha, não se contentaram com opor ao editorial uma réplica escrita, em espaço equivalente ao da argumentação abominada? Por que, em vez disso, armaram um escarcéu dos diabos, inundando a redação com cartas de protesto, fazendo circular mais um "manifesto de intelectuais", promovendo uma gritaria de rua e uma campanha de boicote que resultou, ainda segundo o sr. Toledo, na saída de vários articulistas e até no cancelamento de algumas assinaturas do jornal? Por que fizeram todo esse barulho para contestar uma palavra, uma só palavra?
É simples: o que aquela palavra expressava era uma realidade incontestável, irrespondível. Ninguém, no uso normal dos seus neurônios, pode negar que em matéria de violência assassina o governo militar do Brasil, tendo matado três centenas de terroristas e seus colaboradores, nunca foi páreo para a ditadura cubana (cem mil mortos) e muito menos para a chinesa (76 milhões de mortos), isto é, para os dois governos genocidas que orientaram, armaram, subsidiaram, treinaram e ajudaram os comunistas brasileiros empenhados na derrubada do regime.
Diante de tamanha obviedade, só restava à patota enragée apelar a dois recursos desesperados, fingindo não perceber que eram contraditórios entre si: negar a importância dos números e ao mesmo tempo tentar vencer pela força do número.
Da primeira dessas operações incumbiu-se a sra. Maria Vitória Benevides, com os resultados grotescos que assinalei no artigo anterior. Da segunda, o próprio sr. Toledo, como quem acreditasse que multiplicar por centenas de vozes uma alegação insensata faria dela um argumento racional. Ora, se ao reclamar agora contra a publicação de um artigo meu naquele jornal, o sr. Toledo se dispensa de fornecer qualquer argumento contra o que eu disse ali, e em vez disso procura apenas instigar um sentimento de ódio grupal, torna-se igualmente clara a razão pela qual, em vez de entrar logo no assunto, ele preferiu relembrar antes o episódio da punição que infligiu à Folha.
É, sem a menor sombra de dúvida, uma advertência ao sr. Frias: tire logo esse reacionário do seu rol de articulistas, ou armaremos o mesmo rolo de novo. Um sujeito que se esquiva de argumentar contra o que um articulista disse, e recorre à força do grupo e à chantagem intimidatória, não deveria em seguida proclamar que o articulista, e não ele próprio, carece de argumentos. Se o faz, é com toda a evidência um fingido, um mentiroso cínico. Com um atenuante: ele não sabe que é nada disso.
Como aconteceu com todos os "intelectuais críticos" neste país, nele a mentira e o fingimento já se tornaram naturais, costumeiros, quase inocentes e cândidos.
Olavo de Carvalho, 13 Dezembro 2011
Publicado no Diário do Comércio.
Na cabeça do sr. Toledo, o sentimento de unidade grupal é um critério de veracidade superior aos modos consagrados de demonstração lógica e documentação factual.
No Brasil, a onda de autodestruição mental que descrevi em "O império do clichê" acabou por engolfar praticamente toda a intelectualidade esquerdista ao longo do processo mesmo da conquista da hegemonia e do poder pelos partidos de esquerda, o sucesso político reforçando a loucura ao mesmo tempo que se beneficiava dela.
Há anos não leio uma só linha escrita por intelectual de esquerda neste país onde não note esse fenômeno. Um exemplo entre milhares é o artigo recém-espalhado na internet pelo sr. Caio Navarro de Toledo, professor (felizmente aposentado) da Unicamp, no qual ele informa a um estupefato mundo que nada vai dizer contra minhas opiniões, apenas expressar sua indignação ante o fato de que algumas delas tenham saído nas páginas da Folha de S. Paulo.
O espírito com que ele redigiu essa coisa revela-se sobretudo em três pontos: (1) Ele inverte a fórmula célebre de Voltaire: sem nem mesmo sugerir em quê e por que não concorda com o que eu disse, nega apenas o meu direito de dizê-lo. (2) Da sua recusa de argumentar ele deduz que quem não tem argumentos sou eu. Tira a roupa e, olhando-se no espelho, jura que estou pelado. (3) A renúncia a provar o que diz mostra que ele não deseja persuadir ninguém, apenas reforçar a atitude de quem já está persuadido, isto é, dos seus companheiros de militância.
Como, no mesmo instante, ele me acusa de falta de argumentos, e obviamente não o faria caso se sentisse culpado de cometer o mesmo delito, torna-se claro que ele considera esse apelo à solidariedade do grupo não só um argumento, mas um argumento probante que prescinde de razões suplementares.
Fica aí evidenciado que, na cabeça do sr. Toledo, o sentimento de unidade grupal é um critério de veracidade superior aos modos consagrados de demonstração lógica e documentação factual. É um exemplo didático do que expus no artigo anterior. Para chegar a isso, no entanto, ele começa por um longo rodeio em que, após evocar a tradição de boas relações entre a Folha de S. Paulo e os "intelectuais críticos" (eufemismo que quer dizer "comunistas"), relembra os protestos furiosos desencadeados por um editorial daquele jornal (o mesmo referido no meu artigo “Todo es igual, nada es peor”), que, de passagem, ousava mencionar a diferença dos graus respectivos de brutalidade entre o nosso regime militar e outras ditaduras da época, chegando à conclusão de que, ao lado delas, a brasileira não tinha passado de uma "ditabranda".
Foi esta palavra que desencadeou a ira dos manifestantes. Omitindo-se, com astuciosa modéstia, de contar que ele mesmo organizou os protestos, o prof. Toledo tenta dar a impressão de que surgiram espontaneamente de um treco que ele chamaria "opinião nacional", mas que consistiu apenas na opinião dos seus cupinchas, convocados às pressas para dar uma lição exemplar no atrevido jornal que ousava desobedecê-los, quando já o consideravam propriedade sua.
Por que esses comunistas, já que segundo o próprio sr. Toledo tinham tanto espaço aberto na Folha, não se contentaram com opor ao editorial uma réplica escrita, em espaço equivalente ao da argumentação abominada? Por que, em vez disso, armaram um escarcéu dos diabos, inundando a redação com cartas de protesto, fazendo circular mais um "manifesto de intelectuais", promovendo uma gritaria de rua e uma campanha de boicote que resultou, ainda segundo o sr. Toledo, na saída de vários articulistas e até no cancelamento de algumas assinaturas do jornal? Por que fizeram todo esse barulho para contestar uma palavra, uma só palavra?
É simples: o que aquela palavra expressava era uma realidade incontestável, irrespondível. Ninguém, no uso normal dos seus neurônios, pode negar que em matéria de violência assassina o governo militar do Brasil, tendo matado três centenas de terroristas e seus colaboradores, nunca foi páreo para a ditadura cubana (cem mil mortos) e muito menos para a chinesa (76 milhões de mortos), isto é, para os dois governos genocidas que orientaram, armaram, subsidiaram, treinaram e ajudaram os comunistas brasileiros empenhados na derrubada do regime.
Diante de tamanha obviedade, só restava à patota enragée apelar a dois recursos desesperados, fingindo não perceber que eram contraditórios entre si: negar a importância dos números e ao mesmo tempo tentar vencer pela força do número.
Da primeira dessas operações incumbiu-se a sra. Maria Vitória Benevides, com os resultados grotescos que assinalei no artigo anterior. Da segunda, o próprio sr. Toledo, como quem acreditasse que multiplicar por centenas de vozes uma alegação insensata faria dela um argumento racional. Ora, se ao reclamar agora contra a publicação de um artigo meu naquele jornal, o sr. Toledo se dispensa de fornecer qualquer argumento contra o que eu disse ali, e em vez disso procura apenas instigar um sentimento de ódio grupal, torna-se igualmente clara a razão pela qual, em vez de entrar logo no assunto, ele preferiu relembrar antes o episódio da punição que infligiu à Folha.
É, sem a menor sombra de dúvida, uma advertência ao sr. Frias: tire logo esse reacionário do seu rol de articulistas, ou armaremos o mesmo rolo de novo. Um sujeito que se esquiva de argumentar contra o que um articulista disse, e recorre à força do grupo e à chantagem intimidatória, não deveria em seguida proclamar que o articulista, e não ele próprio, carece de argumentos. Se o faz, é com toda a evidência um fingido, um mentiroso cínico. Com um atenuante: ele não sabe que é nada disso.
Como aconteceu com todos os "intelectuais críticos" neste país, nele a mentira e o fingimento já se tornaram naturais, costumeiros, quase inocentes e cândidos.
Olavo de Carvalho, 13 Dezembro 2011
Publicado no Diário do Comércio.
FRENTE NA CÂMARA DEFENDE VOTAÇÃO DA PEC DO VOTO ABERTO
A Frente Parlamentar em Defesa do Voto Aberto vai realizar nesta quarta-feira, às 16 horas, um ato público para defender a realização do segundo turno de votação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 349/2001, que acaba com o voto secreto nas Casas Legislativas de todo o País.O coordenador do grupo, deputado Ivan Valente (PSOL-SP), afirma: “Os brasileiros, que votam nos parlamentares, têm o direito de saber como eles votam dentro do Congresso Nacional.
Em nome do interesse público, da democracia, da transparência e do respeito à cidadania brasileira não dá mais para prorrogar essa votação”. Os parlamentares que compõem a Frente, que já conta com a adesão de 191 deputados, vão soltar 308 balões representando o número de votos necessários para aprovação da PEC. O evento está marcado para as 10 horas, no Salão Verde da Câmara.
A PEC já foi aprovada em primeiro turno de votação em 2006 e até hoje não entrou em pauta, apesar das promessas dos presidente da Câmara que estiveram no cargo nos últimos seis anos. Entre os convidados para o lançamento da Frente estão representantes do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e da Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB);
Como se recorda, com 383 votos a favor, nenhum contrário e quatro abstenções, foi aprovado no dia 6 de setembro de 2006, em primeiro turno, o fim do voto secreto em todas as decisões do Legislativo. O texto é o resultado de uma série de Propostas de Emenda à Constituição (PECs) aglutinadas em torno da PEC n° 349/01. A votação em segundo turno na Câmara ainda não tem data marcada, mas deveria ter ocorrido em um prazo de cinco sessões.
No entanto, por não haver interesse da maioria aprová-la, o que somente aconteceu em 2006 por pressão da sociedade, que em sua maioria já esqueceu da campanha que fez naquela ocasião pela aprovação da PEC e estabelecendo o voto aberto no Senado, na Câmara, nas assembleias legislativas e nas câmaras municipais.
Espera-se agora que com o assunto voltando à midia os eleitores voltem a se mobilizar para exigir de seus representantes que votem de modo aberto, para que seus representados possam saber como os parlamentares votam em seus nomes.
Postado por Airton Leitão
14 de dezembro de 2011
Em nome do interesse público, da democracia, da transparência e do respeito à cidadania brasileira não dá mais para prorrogar essa votação”. Os parlamentares que compõem a Frente, que já conta com a adesão de 191 deputados, vão soltar 308 balões representando o número de votos necessários para aprovação da PEC. O evento está marcado para as 10 horas, no Salão Verde da Câmara.
A PEC já foi aprovada em primeiro turno de votação em 2006 e até hoje não entrou em pauta, apesar das promessas dos presidente da Câmara que estiveram no cargo nos últimos seis anos. Entre os convidados para o lançamento da Frente estão representantes do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e da Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB);
Como se recorda, com 383 votos a favor, nenhum contrário e quatro abstenções, foi aprovado no dia 6 de setembro de 2006, em primeiro turno, o fim do voto secreto em todas as decisões do Legislativo. O texto é o resultado de uma série de Propostas de Emenda à Constituição (PECs) aglutinadas em torno da PEC n° 349/01. A votação em segundo turno na Câmara ainda não tem data marcada, mas deveria ter ocorrido em um prazo de cinco sessões.
No entanto, por não haver interesse da maioria aprová-la, o que somente aconteceu em 2006 por pressão da sociedade, que em sua maioria já esqueceu da campanha que fez naquela ocasião pela aprovação da PEC e estabelecendo o voto aberto no Senado, na Câmara, nas assembleias legislativas e nas câmaras municipais.
Espera-se agora que com o assunto voltando à midia os eleitores voltem a se mobilizar para exigir de seus representantes que votem de modo aberto, para que seus representados possam saber como os parlamentares votam em seus nomes.
Postado por Airton Leitão
14 de dezembro de 2011
MAIS PROTECIONISMO ARGENTINO
O protecionismo comercial, especialmente contra a indústria brasileira, deverá ser uma das marcas do segundo mandato da presidente Cristina Kirchner, como foi no primeiro e como tem sido há muitos anos, especialmente a partir de 2008, quando se agravou a crise mundial. Em seu discurso de posse, a presidente reeleita anunciou a criação de uma Secretaria de Comércio Exterior subordinada ao Ministério da Economia. A nova secretaria será dirigida pela economista Beatriz Paglieri, até então subordinada ao secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno, responsável nos últimos anos pela ampliação de barreiras contra produtos brasileiros. Conhecido por seu destempero verbal e por suas ações autoritárias, Moreno forçou empresários, por meio de ameaças, a reduzir as compras de produtos estrangeiros. Também tratou de impor a política do "um por um", condicionando as importações a exportações de igual valor.
Beatriz Paglieri tornou-se conhecida por suas afinidades com o secretário Moreno e por sua disposição de usar os mesmos métodos. Dirigiu o Indec, o instituto oficial de estatísticas, hoje famoso internacionalmente por seus índices de inflação desacreditados dentro e fora do país. Enquanto a inflação oficial da Argentina não passa de 9,3% ao ano, pesquisas e cálculos produzidos por especialistas do setor privado apontam uma alta de preços na faixa de 24% a 30%. Por causa do controle político dos números divulgados pelo Indec, estatísticas oficiais da Argentina vêm sendo há anos publicadas com ressalvas em relatórios do FMI. Nenhum outro país é distinguido dessa forma nas publicações do Fundo.
Anunciada a criação da Secretaria de Comércio Exterior, os mais importantes jornais argentinos logo interpretaram a decisão como mais um lance da política protecionista e evocaram a figura de Guillermo Moreno. Oficialmente, no entanto, ele permanecerá como secretário do Comércio Interior, sem autoridade para comandar o novo departamento.
A recém-nomeada Beatriz Paglieri confirmou numa entrevista os extensos poderes conferidos à nova Secretaria: será sua responsabilidade cuidar de todas as questões vinculadas a importações e exportações. Mas não se trata, segundo ela, de uma supersecretaria, embora deva absorver funções antes atribuídas ao Ministério de Relações Exteriores e à Secretaria de Indústria e Comércio. Não será subordinada a Moreno, mas os dois setores - de Comércio Interior e Comércio Exterior - deverão "estar absolutamente coordenados".
Disso não parece haver dúvida, tantas são as afinidades entre Moreno e sua ex-funcionária. Além disso, a presidente Cristina Kirchner nunca fez segredo de suas inclinações protecionistas, manifestadas claramente em contatos com empresários. Na melhor hipótese, portanto, a tendência é a continuidade das políticas atuais.
Essas políticas incluem a suspensão de licenças automáticas de importação mesmo de produtos originários do Mercosul. A emissão de licenças tem com frequência demorado mais que os 60 dias permitidos pela OMC. Além disso, o governo argentino tem conseguido há anos, até com o apoio de Brasília, impor a indústrias brasileiras cotas e acordos de restrição de exportações. Uma das prioridades é a renovação de um desses acordos com os fabricantes brasileiros de calçados.
Neste ano, houve alguma reação do governo brasileiro aos abusos comerciais praticados pelas autoridades argentinas. Foram impostas, como retaliação, barreiras burocráticas à entrada de veículos argentinos, mas a medida foi logo suspensa, em troca do compromisso - nunca respeitado integralmente - de redução dos prazos de licenciamento de importações. Graças à complacência cúmplice das autoridades brasileiras, o governo argentino tem conseguido impor seu jogo no comércio bilateral. Isso dispensa o empresariado argentino de investir para se tornar competitivo. A anunciada criação de uma Subsecretaria de Competitividade na Argentina será um ato sem grande consequência, se os empresários continuarem confortavelmente protegidos por barreiras.
13 de dezembro de 2011
O Estado de S.Paulo
Beatriz Paglieri tornou-se conhecida por suas afinidades com o secretário Moreno e por sua disposição de usar os mesmos métodos. Dirigiu o Indec, o instituto oficial de estatísticas, hoje famoso internacionalmente por seus índices de inflação desacreditados dentro e fora do país. Enquanto a inflação oficial da Argentina não passa de 9,3% ao ano, pesquisas e cálculos produzidos por especialistas do setor privado apontam uma alta de preços na faixa de 24% a 30%. Por causa do controle político dos números divulgados pelo Indec, estatísticas oficiais da Argentina vêm sendo há anos publicadas com ressalvas em relatórios do FMI. Nenhum outro país é distinguido dessa forma nas publicações do Fundo.
Anunciada a criação da Secretaria de Comércio Exterior, os mais importantes jornais argentinos logo interpretaram a decisão como mais um lance da política protecionista e evocaram a figura de Guillermo Moreno. Oficialmente, no entanto, ele permanecerá como secretário do Comércio Interior, sem autoridade para comandar o novo departamento.
A recém-nomeada Beatriz Paglieri confirmou numa entrevista os extensos poderes conferidos à nova Secretaria: será sua responsabilidade cuidar de todas as questões vinculadas a importações e exportações. Mas não se trata, segundo ela, de uma supersecretaria, embora deva absorver funções antes atribuídas ao Ministério de Relações Exteriores e à Secretaria de Indústria e Comércio. Não será subordinada a Moreno, mas os dois setores - de Comércio Interior e Comércio Exterior - deverão "estar absolutamente coordenados".
Disso não parece haver dúvida, tantas são as afinidades entre Moreno e sua ex-funcionária. Além disso, a presidente Cristina Kirchner nunca fez segredo de suas inclinações protecionistas, manifestadas claramente em contatos com empresários. Na melhor hipótese, portanto, a tendência é a continuidade das políticas atuais.
Essas políticas incluem a suspensão de licenças automáticas de importação mesmo de produtos originários do Mercosul. A emissão de licenças tem com frequência demorado mais que os 60 dias permitidos pela OMC. Além disso, o governo argentino tem conseguido há anos, até com o apoio de Brasília, impor a indústrias brasileiras cotas e acordos de restrição de exportações. Uma das prioridades é a renovação de um desses acordos com os fabricantes brasileiros de calçados.
Neste ano, houve alguma reação do governo brasileiro aos abusos comerciais praticados pelas autoridades argentinas. Foram impostas, como retaliação, barreiras burocráticas à entrada de veículos argentinos, mas a medida foi logo suspensa, em troca do compromisso - nunca respeitado integralmente - de redução dos prazos de licenciamento de importações. Graças à complacência cúmplice das autoridades brasileiras, o governo argentino tem conseguido impor seu jogo no comércio bilateral. Isso dispensa o empresariado argentino de investir para se tornar competitivo. A anunciada criação de uma Subsecretaria de Competitividade na Argentina será um ato sem grande consequência, se os empresários continuarem confortavelmente protegidos por barreiras.
13 de dezembro de 2011
O Estado de S.Paulo
PIMENTEL NÃO DEVE FALAR DE "VIDA PRIVADA" - DIZ DILMA
Presidente "estranha" convocação por atividades de consultoria e deixa ida ao Congresso a critério de ministro, mas base barra pedido da oposição
A presidente Dilma Rousseff afirmou ontem achar "estranha" a vontade da oposição de que o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, seja convocado a dar explicações sobre sua atividade como consultor no Congresso, pois seriam "da vida pessoal passada dele", e não assuntos de governo.
As atividades de sua empresa, a P-21, levaram Pimentel a virar alvo de suspeitas de tráfico de influência.
"O governo só acha o seguinte: é estranho que o ministro preste satisfações no Congresso da vida privada, da vida pessoal passada dele. Se ele achar que deve ir, ele pode ir. Se achar que não deve ir, ele não vai", disse Dilma, em viagem a Porto Alegre. Em seguida, a presidente ressalvou: "Agora, sobre assuntos do governo, é obrigado a ir".
Pimentel foi prefeito de Belo Horizonte e, após deixar o cargo, prestou consultoria através da P-21 a empresas que têm com a administração da capital mineira. O ministro é o primeiro da cota pessoal de Dilma a sofrer desgaste após a demissão de sete ministros neste primeiro ano de mandato. Na quinta-feira, a presidente incentivara Pimentel, de quem é amigo desde a juventude, a "resistir" às denúncias.
Convocação. Mais do que palavras, a posição de Dilma surtiu efeito. Ontem, a tropa de choque do governo entrou em campo e barrou a convocação de Pimentel na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado. As bancadas do PT e do PMDB se mobilizaram para rejeitar o pedido da oposição, apesar de senadores do PDT e do PP apoiarem o convite ao ministro, sob alegação de que seus correligionários na Esplanada foram ao Congresso dar explicações.
O requerimento do líder do PSDB, Álvaro Dias (PR), foi rejeitado por 8 votos a 5. "Os ministros do PT são blindados com a força da maioria esmagadora do governo e os demais podem ser jogados ao mar. Há dois pesos e duas medidas", atacou o tucano.
Embora da base aliada, o senador Ivo Cassol (PP-RO) lembrou que o ministro das Cidades, Mário Negromonte (PP), foi ao Senado dar explicações sobre irregularidades na pasta. E provocou Pimentel: "Ministro que tem medo de vir numa comissão não pode ser ministro".
Ao defender o ministro petista, o líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), seguiu a mesma argumentação de Dilma e disse que as acusações contra Pimentel não envolvem "ações do governo federal". O líder do PT, Humberto Costa (PE), argumentou que o ministro não exercia cargo público quando prestou as consultorias e que as empresas que o contrataram não mantinham contratos com o governo federal.
O Estado de S. Paulo - 14/12/2011
FERNANDO GALLO, ENVIADO ESPECIAL / PORTO ALEGRE, ANDREA JUBÉ VIANNA
A presidente Dilma Rousseff afirmou ontem achar "estranha" a vontade da oposição de que o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, seja convocado a dar explicações sobre sua atividade como consultor no Congresso, pois seriam "da vida pessoal passada dele", e não assuntos de governo.
As atividades de sua empresa, a P-21, levaram Pimentel a virar alvo de suspeitas de tráfico de influência.
"O governo só acha o seguinte: é estranho que o ministro preste satisfações no Congresso da vida privada, da vida pessoal passada dele. Se ele achar que deve ir, ele pode ir. Se achar que não deve ir, ele não vai", disse Dilma, em viagem a Porto Alegre. Em seguida, a presidente ressalvou: "Agora, sobre assuntos do governo, é obrigado a ir".
Pimentel foi prefeito de Belo Horizonte e, após deixar o cargo, prestou consultoria através da P-21 a empresas que têm com a administração da capital mineira. O ministro é o primeiro da cota pessoal de Dilma a sofrer desgaste após a demissão de sete ministros neste primeiro ano de mandato. Na quinta-feira, a presidente incentivara Pimentel, de quem é amigo desde a juventude, a "resistir" às denúncias.
Convocação. Mais do que palavras, a posição de Dilma surtiu efeito. Ontem, a tropa de choque do governo entrou em campo e barrou a convocação de Pimentel na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado. As bancadas do PT e do PMDB se mobilizaram para rejeitar o pedido da oposição, apesar de senadores do PDT e do PP apoiarem o convite ao ministro, sob alegação de que seus correligionários na Esplanada foram ao Congresso dar explicações.
O requerimento do líder do PSDB, Álvaro Dias (PR), foi rejeitado por 8 votos a 5. "Os ministros do PT são blindados com a força da maioria esmagadora do governo e os demais podem ser jogados ao mar. Há dois pesos e duas medidas", atacou o tucano.
Embora da base aliada, o senador Ivo Cassol (PP-RO) lembrou que o ministro das Cidades, Mário Negromonte (PP), foi ao Senado dar explicações sobre irregularidades na pasta. E provocou Pimentel: "Ministro que tem medo de vir numa comissão não pode ser ministro".
Ao defender o ministro petista, o líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), seguiu a mesma argumentação de Dilma e disse que as acusações contra Pimentel não envolvem "ações do governo federal". O líder do PT, Humberto Costa (PE), argumentou que o ministro não exercia cargo público quando prestou as consultorias e que as empresas que o contrataram não mantinham contratos com o governo federal.
O Estado de S. Paulo - 14/12/2011
FERNANDO GALLO, ENVIADO ESPECIAL / PORTO ALEGRE, ANDREA JUBÉ VIANNA
A TRISTE HISTÓRIA DO MENSALÃO, UMA VERGONHA NACIONAL
NA REPUBLICA CANALHA, UM BRASIL FICHA SUJA.
Este ano de 2011 foi marcado pela eclosão de seguidos casos de corrupção no governo federal. Trata-se de uma das mais malditas heranças da gestão Lula, que se notabilizou pela leniência com que os malfeitos perpetrados por seus subordinados eram tratados.
Quando o exemplo não vem de cima, a situação tende a piorar.
É o que pode acontecer com o mensalão.
Sabe-se agora que o mais grave caso de corrupção ocorrido na história política do país pode acabar sem nenhum acusado punido. As penas do esquema gigante de compra de apoio parlamentar e desvio de dinheiro público posto em marcha pelo governo Lula podem prescrever antes que o julgamento chegue ao fim, segundo a edição de hoje da Folha de S.Paulo.
O jornal se baseia em declaração dada por Ricardo Lewandowski. Ele é um dos 11 ministros responsáveis por julgar o caso no Supremo Tribunal Federal (STF), onde tramita desde abril de 2006, quando foi oferecida denúncia pela Procuradoria Geral da República (PGE).
Sua participação é destacada:
será o responsável por revisar o voto do relator, Joaquim Barbosa.
O principal trecho da entrevista de Lewandowski à Folha é este:
"Como há réus primários, corre-se então o risco de que as penas para muitos ali sejam prescritas? 'Sem dúvida nenhuma. Com relação a alguns crimes não há dúvida nenhuma que poderá ocorrer a prescrição'.
Formação de quadrilha, cuja pena varia de um a três anos de reclusão, é um dos crimes que podem ficar sem punição.
Como o caso está em curso, não é possível saber quais os crimes imputados que irão prescrever. É necessário primeiro saber se serão condenados e a extensão das penas", completa o jornal.
Se a prescrição se concretizar, terá sido coroada de êxito a estratégia insistentemente perseguida pelo PT de varrer o escândalo para debaixo do tapete. O partido de Lula, Dilma Rousseff e José Dirceu vem, dia após dia, buscando transformar em cidadãos acima de qualquer suspeita os corruptos denunciados pela PGE pela prática de sete crimes.
A lista de falcatruas atribuídas a 40 acusados (um morreu, outro foi excluído do processo e hoje são apenas 38) pelo mensalão pelo então procurador-geral, Antonio Fernando de Souza, é extensa e bem fornida.
Os crimes são os seguintes:
formação de quadrilha - 22 suspeitos, incluindo
José Dirceu,
Marcos Valério,
José Genoino e Delúbio Soares);
corrupção ativa (11 suspeitos);
corrupção passiva (13 suspeitos, incluindo João Paulo Cunha);
lavagem de dinheiro (34 suspeitos, incluindo Duda Mendonça, Paulo Rocha e Professor Luizinho);
evasão de divisas (12 suspeitos),
peculato (11 suspeitos)
e falsidade ideológica (Marcos Valério).
A denúncia chegou ao STF em agosto de 2007 e hoje aguarda parecer do relator para ser votada. São mais de 130 volumes e 600 páginas de depoimentos.
Quando eu receber o processo eu vou começar do zero. Tenho que ler volume por volume", disse Lewandowski. Para completar, a corte deve perder dois integrantes no ano que vem, alongando o processo.
O PT também joga com o calendário eleitoral para empurrar a discussão ainda mais para frente e aumentar a chance de ninguém pagar pelos malfeitos: sustenta que as eleições municipais de 2012 poderiam "contaminar" o processo, que deveria, então, só ser deliberado no ano seguinte.
O escândalo, recorde-se, surgiu em 2005.
Quando, naquela época, se viram acuados pelo mensalão, os petistas dobraram a aposta e investiram fundo no submundo do crime, como mostra a edição da revista Veja desta semana.
Para tentar se contrapor às acusações, próceres do PT encomendaram a falsificação de um dossiê com supostas irregularidades cometidas por parlamentares do PSDB e do DEM. Tudo agora devidamente desmascarado pela Polícia Federal.
Não espanta que um partido cujo projeto de poder ancorou-se em esquema tão criminoso, considere natural que assaltos ao dinheiro do contribuinte continuassem a acontecer diuturnamente, como foi sendo revelado, semana após semana, ao longo deste 2011.
Ou que um caso de tráfico de influência explícito, como o do ministro Fernando Pimentel, seja considerado assunto "privado" pela presidente da República.
O exemplo de honradez e moralidade no trato da coisa pública deve vir de cima. Nestes nove anos de gestão petista, os sinais recebidos pela sociedade foram justamente o contrário do que se espera dos governantes.
Se a previsão de Ricardo Lewandowski se realizar, o Brasil estará, indelevelmente, fadado a ser um país sem futuro. E com um passado de ficha suja.
Exemplo que não vem de cima.
Fonte: Instituto Teotônio Vilela
TRISTE JUDICIÁRIO
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) é formado por 33 ministros. Foi criado pela Constituição de 1988.
Poucos conhecem ou acompanham sua atuação, pois as atenções nacionais estão concentradas no Supremo Tribunal Federal. No site oficial está escrito que é o tribunal da cidadania. Será?
Um simples passeio pelo site permite obter algumas informações preocupantes.
O tribunal tem 160 veículos, dos quais 112 são automóveis e os restantes 48 são vans, furgões e ônibus. É difícil entender as razões de tantos veículos para um simples tribunal. Mais estranho é o número de funcionários. São 2.741 efetivos.
Muitos, é inegável. Mas o número total é maior ainda. Os terceirizados representam 1.018. Desta forma, um simples tribunal tem 3.759 funcionários, com a média aproximada de mais de uma centena de trabalhadores por ministro!!
Mesmo assim, em um só contrato, sem licitação, foram destinados quase R$2 milhões para serviço de secretariado.
Não é por falta de recursos que os processos demoram tantos anos para serem julgados. Dinheiro sobra. Em 2010, a dotação orçamentária foi de R$ 940 milhões. O dinheiro foi mal gasto.
Só para comunicação e divulgação institucional foram reservados R$11 milhões, para assistência médica a dotação foi de R$47 milhões e mais 45 milhões de auxílio-alimentação.
Os funcionários devem viver com muita sede, pois foram destinados para compra de água mineral R$170 mil. E para reformar uma cozinha foram gastos R$114 mil.
Em um acesso digno de Oswaldo Cruz, o STJ consumiu R$225 mil em vacinas. À conservação dos jardins - que, presumo, devem estar muito bem conservados - o tribunal reservou para um simples sistema de irrigação a módica quantia de R$286 mil.
Se o passeio pelos gastos do tribunal é aterrador, muito pior é o cenário quando analisamos a folha de pagamento. O STJ fala em transparência, porém não discrimina o nome dos ministros e funcionários e seus salários.
Só é possível saber que um ministro ou um funcionário (sem o respectivo nome) recebeu em certo mês um determinado salário bruto. E só.
Mesmo assim, vale muito a pena pesquisar as folhas de pagamento, mesmo que nem todas, deste ano, estejam disponibilizadas. A média salarial é muito alta. Entre centenas de funcionários efetivos é muito difícil encontrar algum que ganhe menos de 5 mil reais.
Mas o que chama principalmente a atenção, além dos salários, são os ganhos eventuais, denominação que o tribunal dá para o abono, indenização e antecipação das férias, a antecipação e a gratificação natalinas, pagamentos retroativos e serviço extraordinário e substituição. Ganhos rendosos.
Em março deste ano um ministro recebeu, neste item, 169 mil reais.
Infelizmente há outros dois que receberam quase que o triplo:
um, R$404 mil; e outro, R$435 mil. Este último, somando o salário e as vantagens pessoais, auferiu quase meio milhão de reais em apenas um mês!
Os outros dois foram "menos aquinhoados", um ficou com R$197 mil e o segundo, com 432 mil. A situação foi muito mais grave em setembro. Neste mês, seis ministros receberam salários astronômicos: variando de R$190 mil a R$228 mil.
Os funcionários (assim como os ministros) acrescem ao salário (designado, estranhamente, como "remuneração paradigma") também as "vantagens eventuais", além das vantagens pessoais e outros auxílios (sem esquecer as diárias).
Assim, não é incomum um funcionário receber R$21 mil, como foi o caso do assessor-chefe CJ-3, do ministro 19, os R$25,8 mil do assessor-chefe CJ-3 do ministro 22, ou, ainda, em setembro, o assessor chefe CJ-3 do do desembargador 1 recebeu R$39 mil (seria cômico se não fosse trágico: até parece identificação do seriado "Agente 86").
Em meio a estes privilégios, o STJ deu outros péssimos exemplos.
Em 2010, um ministro, Paulo Medina, foi acusado de vender sentenças judiciais. Foi condenado pelo CNJ. Imaginou-se que seria preso por ter violado a lei sob a proteção do Estado, o que é ignóbil.
Não, nada disso.
A pena foi a aposentadoria compulsória.
Passou a receber R$25 mil.
E que pode ser extensiva à viúva como pensão. Em outubro do mesmo ano, o presidente do STJ, Ari Pargendler, foi denunciado pelo estudante Marco Paulo dos Santos. O estudante, estagiário no STJ, estava numa fila de um caixa eletrônico da agência do Banco do Brasil existente naquele tribunal.
Na frente dele estava o presidente do STJ. Pargendler, aos gritos, exigiu que o rapaz ficasse distante dele, quando já estava aguardando, como todos os outros clientes, na fila regulamentar.
O presidente daquela Corte avançou em direção ao estudante, arrancou o seu crachá e gritou:
"Sou presidente do STJ e você está demitido. Isso aqui acabou para você." E cumpriu a ameaça. O estudante, que dependia do estágio - recebia R$750 -, foi sumariamente demitido.
Certamente o STJ vai argumentar que todos os gastos e privilégios são legais. E devem ser. Mas são imorais, dignos de uma república bufa. Os ministros deveriam ter vergonha de receber 30, 50 ou até 480 mil reais por mês.
Na verdade devem achar que é uma intromissão indevida examinar seus gastos. Muitos, inclusive, podem até usar o seu poder legal para coagir os críticos. Triste Judiciário.
Depois de tanta luta para o estabelecimento do estado de direito, acabou confundindo independência com a gastança irresponsável de recursos públicos, e autonomia com prepotência.
Deixou de lado a razão da sua existência: fazer justiça.
MARCO ANTONIO VILLA é historiador e professor da Universidade Federal de São Carlos (SP).
UMA ODE EM DEFESA DA LIBERDADE
Chamo a atenção para essa pessoa: Ron Paul. Ele é candidato nas prévias Americanas do partido Republicano, para escolher o adversário de Obama, ano que vem.
É um discurso que exalta a Liberdade, e é de arrepíar. Fiquem a vontade, e é legendado.
Postado por Stenio Guilherme Vernasque da Silva
É um discurso que exalta a Liberdade, e é de arrepíar. Fiquem a vontade, e é legendado.
Postado por Stenio Guilherme Vernasque da Silva
DENUNCIADO COMPLÔ: VENEZUELA, CUBA E IRÃ, QUE ARTICULA ATAQUE CIBERNÉTICO, TENDO COMO ALVO SISTEMA DE SEGURANÇA DOS EUA
[amplie para leitura]
A Organização dos Venezuelanos no Exílio (ORVEX) e VEPPEX - Venezuelanos Perseguidos Políticos no Exílio, estão fazendo ampla veiculação na internet de vídeo abaixo com entrevistas de seus dirigentes e, ainda, do ex-assessor de tecnologia do Ministério da Justiça da Venezuela, que vive atualmente nos Estados Unidos, Anthony Daquin.
Este ex-assessor tecnológico da governo de Chávez, denunciou recentemente o esquema de controle de dados de todos os cidadãos venezuelanos pelo governo chavista que estaríam hospedados numa empresa de tecnologia do governo cubano em Havana.
Tanto a ORVEX como a VEPPEX acusam a consulesa da Venezuela em Miami, Livia Antonieta Acosta Noguera de integrar um complô articulado pela Venezuela, Cuba e Irã, cujo objetivo seria desferir um ataque cibernético contra os Estados Unidos tendo em mira os sistemas de segurança americanos.
As duas entidades em seus respectivos sites acusam a diplomacia venezuelana baseada em Miami (EE.UU), de perseguir os dissidentes venezuelanos que buscam refúgio e segurança nos Estados Unidos, particularmente no Sul da Estado da Flórida.
A denúncia também está reportada no site do The Washington Times, conforme facsímile acima, e também no primeiro vídeo, em documentário da Univisión que aborda a tentativa Irã, com ajuda de países latino-americanos como a Venezuela e México de promover um ataque cibernético contra alvos dos Estados Unidos tendo em vista colher informações para um posterior ataque físico!
Vale a pena ver esta reportagem especial.
aluizio amorim
PENAS DO MENSALÃO IRÃO PRESCREVE, O QUE POR SI SÓ JÁ É UM NOVO ESCÂNDALO!!! UMA COISA VERGONHOSA!!! UM DEBOCHE!!!
Réus do mensalão terão as penas prescritas antes que o julgamento esteja concluído. O escândalo é de 2005 e não há ainda prazo para finalizar o processo no Supremo Tribunal Federal, diz o ministro Ricardo Lewandowski.
O mensalão tem 38 réus e está à espera do voto do ministro-relator, Joaquim Barbosa. Em seguida, Lewandowski terá incumbência de revisar o processo. Só então poderá ser marcado um julgamento pelo plenário do STF.
"Terei que fazer um voto paralelo ao voto do ministro Joaquim. São mais de 130 volumes. São mais de 600 páginas de depoimentos. Quando eu receber o processo eu vou começar do zero. Tenho que ler volume por volume porque não posso condenar um cidadão sem ler as provas", disse Lewandowski em entrevista à Folha e ao UOL.
Indagado se dificilmente o mensalão seria concluído em 2012, respondeu:
"Sim, porque eu não posso, não tenho uma previsão clara".
Como há réus primários, corre-se então o risco de que as penas para muitos ali sejam prescritas? "Sem dúvida nenhuma. Com relação a alguns crimes não há dúvida nenhuma que poderá ocorrer a prescrição."
Quando um réu é primário, a pena imputada pode ser menor em relação a um criminoso com ficha suja. Entre os crimes que podem caducar, disse Lewandowski, está o de formação de quadrilha.
No processo original do mensalão, 24 pessoas eram denunciadas por formação de quadrilha, crime para o qual a pena pode ser de um a três anos de reclusão.
"[Alguns] podem não ser punidos. Mas essa foi uma opção que o Supremo Tribunal Federal fez de fazer com que todos os réus fossem julgados no mesmo processo. Se apenas aqueles que tivessem foro privilegiado, exercendo mandato no Congresso fossem julgados no STF, talvez esse problema da prescrição não existiria por conta de uma tramitação mais célere."
Na ocasião, o ministro se manifestou pelo desmembramento do processo.
Como o caso está em curso, não é possível saber quais os crimes imputados que irão prescrever. É necessário primeiro saber se serão condenados e a extensão das penas.
Se os que são acusados por formação de quadrilha receberem penas de apenas dois anos de reclusão, essa punição já estaria prescrita agora.
É que a prescrição é calculada de acordo com as regras do Código de Processo Penal. No atual estágio do processo do mensalão, toma-se como base a data do recebimento da denúncia, ocorrida no final de agosto de 2007.
Uma condenação a dois anos de reclusão prescreve em quatro anos.
Ou seja, se mais da metade dos réus do mensalão receber penas iguais ou menores que esse tempo (pelo crime de formação de quadrilha), ninguém irá para a prisão por isso.
Ao vocalizar a possibilidade da prescrição de penas, Lewandowski mais uma vez diz em público o que é conhecido nos bastidores do STF.
Em 2012, outro fato deve atrapalhar a tramitação do processo: dois dos 11 ministros do STF devem se aposentar por completar 70 anos (Cezar Peluso e Ayres Britto).
Como o Planalto tem demorado a indicar substitutos, é improvável que a corte possa julgar o caso sem que sua composição esteja completa.
Da Folha de S. Paulo, em 14 de dezembro de 2011
O mensalão tem 38 réus e está à espera do voto do ministro-relator, Joaquim Barbosa. Em seguida, Lewandowski terá incumbência de revisar o processo. Só então poderá ser marcado um julgamento pelo plenário do STF.
"Terei que fazer um voto paralelo ao voto do ministro Joaquim. São mais de 130 volumes. São mais de 600 páginas de depoimentos. Quando eu receber o processo eu vou começar do zero. Tenho que ler volume por volume porque não posso condenar um cidadão sem ler as provas", disse Lewandowski em entrevista à Folha e ao UOL.
Indagado se dificilmente o mensalão seria concluído em 2012, respondeu:
"Sim, porque eu não posso, não tenho uma previsão clara".
Como há réus primários, corre-se então o risco de que as penas para muitos ali sejam prescritas? "Sem dúvida nenhuma. Com relação a alguns crimes não há dúvida nenhuma que poderá ocorrer a prescrição."
Quando um réu é primário, a pena imputada pode ser menor em relação a um criminoso com ficha suja. Entre os crimes que podem caducar, disse Lewandowski, está o de formação de quadrilha.
No processo original do mensalão, 24 pessoas eram denunciadas por formação de quadrilha, crime para o qual a pena pode ser de um a três anos de reclusão.
"[Alguns] podem não ser punidos. Mas essa foi uma opção que o Supremo Tribunal Federal fez de fazer com que todos os réus fossem julgados no mesmo processo. Se apenas aqueles que tivessem foro privilegiado, exercendo mandato no Congresso fossem julgados no STF, talvez esse problema da prescrição não existiria por conta de uma tramitação mais célere."
Na ocasião, o ministro se manifestou pelo desmembramento do processo.
Como o caso está em curso, não é possível saber quais os crimes imputados que irão prescrever. É necessário primeiro saber se serão condenados e a extensão das penas.
Se os que são acusados por formação de quadrilha receberem penas de apenas dois anos de reclusão, essa punição já estaria prescrita agora.
É que a prescrição é calculada de acordo com as regras do Código de Processo Penal. No atual estágio do processo do mensalão, toma-se como base a data do recebimento da denúncia, ocorrida no final de agosto de 2007.
Uma condenação a dois anos de reclusão prescreve em quatro anos.
Ou seja, se mais da metade dos réus do mensalão receber penas iguais ou menores que esse tempo (pelo crime de formação de quadrilha), ninguém irá para a prisão por isso.
Ao vocalizar a possibilidade da prescrição de penas, Lewandowski mais uma vez diz em público o que é conhecido nos bastidores do STF.
Em 2012, outro fato deve atrapalhar a tramitação do processo: dois dos 11 ministros do STF devem se aposentar por completar 70 anos (Cezar Peluso e Ayres Britto).
Como o Planalto tem demorado a indicar substitutos, é improvável que a corte possa julgar o caso sem que sua composição esteja completa.
Da Folha de S. Paulo, em 14 de dezembro de 2011
MÉDICO DE LULA JÁ FOI ACUSADO DE HOMÍCIDIO
O médico José Guilherme Vartanian, um dos responsáveis pelo tratamento do câncer diagnosticado no ex-presidente Lula, foi acusado de matar, em dezembro de 1992, o maringaense Marcos Takashi Kawamoto, a socos e pontapés, na frente de um bar. De acordo com informações do Superior Tribunal de Justiça, no dia 31 de dezembro de 1992, Kawamoto morreu após ser chutado diversas vezes. Os golpes estouraram sua caixa torácica, quebrando ossos e afetando pulmões e coração.
Na denúncia, o Ministério Público informou que o agressor, na época estudante de medicina, seria praticante de artes marciais e teria ciência dos efeitos fatais que os golpes poderiam provocar na vítima. Kawamoto trabalhava no Japão e havia retornado ao Brasil para passar o aniversário e as festas de fim de ano com a família.
Não houve prisão em flagrante e José Guilherme Vartanian aguardou o julgamento em liberdade. O caso tramitou em primeira e segunda instância e decidiu-se que ele iria a júri popular. Quando o caso chegou a Brasília, ficou cinco anos parado, até obter o voto do ministro Hamilton Carvalhido, que apontou a prescrição. A lei estabelece que o prazo para a prescrição é reduzido à metade quando o réu tem menos de 21 anos.
Atualmente, 18 anos depois do fato, José Guilherme Vartanian é especialista em cirurgia de cabeça e pescoço, além de ter doutorado em Oncologia pela Fundação Antonio Prudente, do Hospital A.C. Camargo, o mesmo onde o presidente Lula está tratando o câncer na laringe.
Henrique Miranda/DOL
01/11/2011
Na denúncia, o Ministério Público informou que o agressor, na época estudante de medicina, seria praticante de artes marciais e teria ciência dos efeitos fatais que os golpes poderiam provocar na vítima. Kawamoto trabalhava no Japão e havia retornado ao Brasil para passar o aniversário e as festas de fim de ano com a família.
Não houve prisão em flagrante e José Guilherme Vartanian aguardou o julgamento em liberdade. O caso tramitou em primeira e segunda instância e decidiu-se que ele iria a júri popular. Quando o caso chegou a Brasília, ficou cinco anos parado, até obter o voto do ministro Hamilton Carvalhido, que apontou a prescrição. A lei estabelece que o prazo para a prescrição é reduzido à metade quando o réu tem menos de 21 anos.
Atualmente, 18 anos depois do fato, José Guilherme Vartanian é especialista em cirurgia de cabeça e pescoço, além de ter doutorado em Oncologia pela Fundação Antonio Prudente, do Hospital A.C. Camargo, o mesmo onde o presidente Lula está tratando o câncer na laringe.
Henrique Miranda/DOL
01/11/2011
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