JAZZ ESPECIAL: JANE MONHEIT & JOHN PIZZARELLI
Este vídeo é uma preciosidade. A excelente Jane Monheit com o quarteto do extraordinário guitarrista John Pizzarelli, mandando de forma magistral o conhecido standard do jazz, "They Can't Take That Away From Me".
Vídeo em HD. Clique em tela cheia e veja esse espetáculo.
17 de fevereiro de 2012
aluizio amorim
Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
RICARDO TEIXEIRA DIZ QUE NÃO SAI DA CBF E VIAJA PARA BOCA RATON, VEJAM SÓ QUE COINCIDÊNCA...
Ricardo Teixeira viajou para Miami, onde passará o feriado de carnaval na cidade de Boca Raton (sem trocadilho, é apenas coincidência). Viajou em um avião particular, acompanhado de Wagner Abrãao, dono da agência de turismo Pallas, do grupo Águia. A empresa é parceira da CBF e foi escolhida para comercializar os pacotes VIP’s da Copa do Mundo de 2014, no Brasil.
Antes de por o pé no jato, o presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Ricardo Teixeira, divulgou uma nota nesta sexta-feira informando que “retomará as atividades que constam da sua agenda de trabalho na CBF após o carnaval”.
“O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, bem como todos os membros de sua família, tem sua situação tributário-fiscal devidamente regularizada, nada devendo ao fisco federal, estadual e municipal, sendo certo que todos os seus bens e propriedades estão devidamente declarados perante as repartições competentes”, diz a nota divulgada no site da entidade.
Teixeira anunciou também que irá processar o jornalista Juca Kfouri, que divulgou uma foto da filha do dirigente no seu blog no Uol. A imagem foi publicada junto com a informação de que Sandro Rosell, presidente do Barcelona, depositou R$ 3,8 milhões na conta da herdeira do cartola, que tem 11 anos.
Rosell é sócio da Alianto, empresa que recebeu R$ 9 milhões do governo do Distrito Federal pelo amistoso da Seleção Brasileira contra Portugal, em 2008. O evento está sendo investigado pelo Ministério Público por superfaturamento.
Sem apoio da Fifa, que já trata da Copa do Mundo de 2014 diretamente com o Governo Federal, e sem diálogo com a presidente Dilma Rousseff, o cartola sofre novas denúncias de corrupção. Segundo pessoas próximas ao cartola, Teixeira já estaria cogitando deixar a CBF desde o final de 2011. Mas será mesmo?
17 de fevereiro de 2012
Carlos Newton
Antes de por o pé no jato, o presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Ricardo Teixeira, divulgou uma nota nesta sexta-feira informando que “retomará as atividades que constam da sua agenda de trabalho na CBF após o carnaval”.
“O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, bem como todos os membros de sua família, tem sua situação tributário-fiscal devidamente regularizada, nada devendo ao fisco federal, estadual e municipal, sendo certo que todos os seus bens e propriedades estão devidamente declarados perante as repartições competentes”, diz a nota divulgada no site da entidade.
Teixeira anunciou também que irá processar o jornalista Juca Kfouri, que divulgou uma foto da filha do dirigente no seu blog no Uol. A imagem foi publicada junto com a informação de que Sandro Rosell, presidente do Barcelona, depositou R$ 3,8 milhões na conta da herdeira do cartola, que tem 11 anos.
Rosell é sócio da Alianto, empresa que recebeu R$ 9 milhões do governo do Distrito Federal pelo amistoso da Seleção Brasileira contra Portugal, em 2008. O evento está sendo investigado pelo Ministério Público por superfaturamento.
Sem apoio da Fifa, que já trata da Copa do Mundo de 2014 diretamente com o Governo Federal, e sem diálogo com a presidente Dilma Rousseff, o cartola sofre novas denúncias de corrupção. Segundo pessoas próximas ao cartola, Teixeira já estaria cogitando deixar a CBF desde o final de 2011. Mas será mesmo?
17 de fevereiro de 2012
Carlos Newton
NÃO DEU CERTO A TENTATIVA DOS SERVIDORES MARAJÁS DO CONGRESSO, QUE TENTAM OCULTAR O VALOR DE SEUS SALÁRIOS
O juiz Ruitemberg Nunes Pereira, substituto do 6º Juizado Especial Cível de Brasília, negou pedido de indenização por danos morais de uma funcionária do Senado contra o site “Congresso em Foco” por ter divulgado o salário dela.
Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, em sua decisão, o juiz afirmou que o fato de se divulgar o salário de um servidor não é motivo para danos morais. Cabe recurso.
O trabalho do site tem sido prejudicado por dezenas de ações judiciais motivadas por uma série de reportagens que revelaram quais servidores do Senado receberam, em 2009, salários acima do teto constitucional (R$ 26,7 mil).
Os dados – nome e ganhos de 464 funcionários – foram levantados pelo TCU (Tribunal de Contas da União). O site os publicou em agosto do ano passado.
Desde então, servidores da Casa moveram 43 ações contra o Congresso em Foco, cada uma pedindo uma indenização de R$ 21,8 mil. Eles argumentam que tiveram sua intimidade e privacidade invadidas pela publicação de seus ganhos.
Todos os 43 pedidos na Justiça são idênticos e foram propostos pela mesma advogada, mas foram distribuídas a juízes diferentes.
Ruitemberg Nunes Pereira é juiz de outras nove ações. Em decisão preliminar, o mesmo juiz já entendeu que todas as ações devem ser unidas em uma só e receber uma decisão única. Se condenado em todos os casos, o site poderia pagar quase R$ 1 milhão –montante que afirma não ter.
O Congresso em Foco diz que as ações foram orquestradas pelo Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal e do Tribunal de Contas da União.
Na internet, a associação propôs que “sindicalizados que foram prejudicados com a disponibilização de tais informações” o procurassem. O sindicato disse que não vai se pronunciar até que haja uma conclusão definitiva da Justiça sobre a questão.
17 de fevereiro de 2012
Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, em sua decisão, o juiz afirmou que o fato de se divulgar o salário de um servidor não é motivo para danos morais. Cabe recurso.
O trabalho do site tem sido prejudicado por dezenas de ações judiciais motivadas por uma série de reportagens que revelaram quais servidores do Senado receberam, em 2009, salários acima do teto constitucional (R$ 26,7 mil).
Os dados – nome e ganhos de 464 funcionários – foram levantados pelo TCU (Tribunal de Contas da União). O site os publicou em agosto do ano passado.
Desde então, servidores da Casa moveram 43 ações contra o Congresso em Foco, cada uma pedindo uma indenização de R$ 21,8 mil. Eles argumentam que tiveram sua intimidade e privacidade invadidas pela publicação de seus ganhos.
Todos os 43 pedidos na Justiça são idênticos e foram propostos pela mesma advogada, mas foram distribuídas a juízes diferentes.
Ruitemberg Nunes Pereira é juiz de outras nove ações. Em decisão preliminar, o mesmo juiz já entendeu que todas as ações devem ser unidas em uma só e receber uma decisão única. Se condenado em todos os casos, o site poderia pagar quase R$ 1 milhão –montante que afirma não ter.
O Congresso em Foco diz que as ações foram orquestradas pelo Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal e do Tribunal de Contas da União.
Na internet, a associação propôs que “sindicalizados que foram prejudicados com a disponibilização de tais informações” o procurassem. O sindicato disse que não vai se pronunciar até que haja uma conclusão definitiva da Justiça sobre a questão.
17 de fevereiro de 2012
A SANGRENTA LIBERDADE DA ÁFRICA DO SUL
É triste. Um país antes bem sucedido e com uma economia próspera está se tornando uma bagunça e caindo no status de país de terceiro mundo do século XXI.
Não, não estou falando do Zimbábue, que após se tornar “livre” entrou no caos, na fome e no desamparo econômico sob o seu ditador “eleito”, Robert Mugabe.
A África do Sul parece o Iraque, que agora que é “livre”, possui “eleições”, e, é claro, há a “Primavera Árabe” em andamento abundantemente elogiada pelos EUA e pelo Ocidente como uma mudança em direção à democracia e à liberdade.
Certo.
A única pessoa que conheci que possui a visão mais clara da verdade sobre a África do Sul, antes e depois do apartheid, e suas implicações para os EUA é a escritora, comentarista e, sim, filósofa da realidade, Ilana Mercer.
Ela coloca isso em detalhes explícitos e bastante assustadores no seu novo livro “Into the Cannibal’s Pot — Lessons for America from Post-Apartheid South Africa” (No Caldeirão do Canibal — Lições para os EUA da África do Sul no pós-Apartheid)
O livro de Mercer enxerga padrões na dissolução de um governo e um país supostamente a caminho da democracia, à medida que os políticos e pessoas influentes abraçam o socialismo/marxismo. Ela não tem papas na língua, seja escrevendo sobre negros ou brancos.
Mercer nasceu na África do Sul e viveu lá até a década de 60, quando seu pai, o rabino Bem Isaacson, mudou-se com a família para Israel devido a abusos por parte do governo do apartheid.
Na década de 80, ela retornou à África do Sul. Casou-se, teve um filho e depois emigrou para o Canadá. E por último, a família se estabeleceu nos Estados Unidos.
Tive um interesse especial por seu livro porque estive na África do Sul duas vezes, não como turista, mas convivendo com algumas pessoas de lá, conversando, vendo como vivem, lendo jornais locais e observando o país, não com óculos cor-de-rosa, mas como ele realmente é. Isso me levou a buscar me informar também dos horrores do Zimbábue. O padrão é claro e quase idêntico.
Infelizmente, a cegueira do nosso país continua, mais recentemente com a ministra da Suprema Corte dos EUA Ruth Bader Ginsburg viajando para a África.
Ela visitou a Tunísia e principalmente o Egito, onde buscava “escutar e aprender” enquanto o país fazia a sua “transição constitucional para a democracia”.
Será que ela viu baderna, incêndios e espancamentos no "florescer” da Primavera Árabe?
Durante uma entrevista à emissora egípcia Al Hayat, Ginsburg arriscou sua opinião e seu conselho aos egípcios a respeito de como estruturar a sua nova constituição.
Essa mulher, ministra da maior corte dos EUA, que fez o juramento de "preservar, proteger e defender a Constituição dos Estados Unidos", aconselhou o Egito a não basear o seu governo no dos EUA.
Ginsburg afirmou que ela “não iria olhar para a Constituição americana se fosse elaborar uma constituição no ano de 2012...”
Em vez disso, ela acredita que eles devem utilizar a Constituição da África do Sul como modelo.
Deixando de lado o mérito de ela estar humilhando o seu próprio país, fica claro que a sua afinidade com a África do Sul a cegou para a realidade daquele país “livre”.
Será que ela viu as estatísticas sul-africanas da violência? São mais de 50 assassinatos por dia. O país lidera os índices de estupros de crianças e bebês, para não falar dos de adultos. O número de fazendeiros brancos e suas famílias, incluindo crianças, visados, brutalmente torturados e sadicamente assassinatos nas suas próprias fazendas ou casas, cerca de 4.000 desde que o apartheid terminou em 1994, literalmente tornando a agricultura na África do Sul a ocupação mais perigosa do mundo. Roubos de automóveis são acontecimentos diários, com os motoristas frequentemente sequestrados e assassinados. As frequentes invasões e assaltos a casas forçam as pessoas a viverem como prisioneiras em casas protegidas por paredes, cercas elétricas, cães treinados, segurança particular, sistemas de alarme, sensores de movimento dentro e fora, salas-cofre e, se possível, armas (embora sejam ilegais).
Nunca vou me esquecer de uma reportagem de um jornal local quando estava na África do Sul. Era sobre um roubo de veículo de um indivíduo branco, que foi jogado de um penhasco antes que seu carro fosse levado.
Chega de constituição moderna governando um país livre. Um pedaço de papel não é nada se o império das leis não funciona. Não importa o que os comunicados do governo e folhetos turísticos digam, a África do Sul é claramente um país perigoso para visitantes, para negócios e para os seus próprios cidadãos, não importando a cor da pele.
A contagem total de corpos naquele país desde que foram "libertos” do domínio branco é estimada em mais de 300.000, e aumentando a cada ano. Há crimes de negro contra branco, negro contra negro e negro contra qualquer outra cor de pele. A criminalidade é sempre perpetuada com condescendência da polícia e do governo. Chega dessas estórias de “governo negro e livre”. Corrupção é corrupção.
A atrocidade do que está acontecendo na África do Sul desde que Nelson Mandela assumiu o poder após o apartheid pode ser chocante pela violência, mas não surpreendeu Mercer. Ela conhece a história e vê a transição da meta de liberdade democrática para a forma de ditadura e escravidão que existe lá agora.
Ao apresentar seu livro, Ilana Mercer a chama de “Nação Rambo”, e não tem papas na língua:
“Quando a África do Sul era governada por uma minoria branca e racista, ela era desdenhada pelo Ocidente e tratada tal qual Saddam Hussein, com boicotes e sanções. Agora que um governo racista da maioria negra controla o país, que está tão violento quanto o Iraque, a Libéria ou o Congo e se tornando rapidamente outro estado africano falido e islamizado, ele é a estrela do Ocidente”.
O livro de Mercer mostra a dissolução de um governo e um país supostamente a caminho da democracia, à medida que os políticos e pessoas influentes abraçam o socialismo/marxismo. Ela vê paralelos nos EUA.
Ironicamente, dia 11 de fevereiro foi o 22º aniversário da libertação de Mandela da prisão e o começo da sua ascensão à presidência, e agora à sua santidade virtual.
Nada negativo pode ser escrito a respeito dele, e a mídia mundial é cúmplice do encobrimento maciço e politicamente correto da destruição gradual daquele país.
Mas Mercer põe tudo à mostra. Se você consegue lidar com a verdade, leia o livro. Essa é uma mulher corajosa.
17 Feb 2012
Exclusivo: Barbara Simpson observa a transição da meta de democracia para escravidão
Traduzido por Luis Gustavo Gentil do artigo original do WND: “South Africa’s bloody freedom”
Não, não estou falando do Zimbábue, que após se tornar “livre” entrou no caos, na fome e no desamparo econômico sob o seu ditador “eleito”, Robert Mugabe.
A África do Sul parece o Iraque, que agora que é “livre”, possui “eleições”, e, é claro, há a “Primavera Árabe” em andamento abundantemente elogiada pelos EUA e pelo Ocidente como uma mudança em direção à democracia e à liberdade.
Certo.
A única pessoa que conheci que possui a visão mais clara da verdade sobre a África do Sul, antes e depois do apartheid, e suas implicações para os EUA é a escritora, comentarista e, sim, filósofa da realidade, Ilana Mercer.
Ela coloca isso em detalhes explícitos e bastante assustadores no seu novo livro “Into the Cannibal’s Pot — Lessons for America from Post-Apartheid South Africa” (No Caldeirão do Canibal — Lições para os EUA da África do Sul no pós-Apartheid)
O livro de Mercer enxerga padrões na dissolução de um governo e um país supostamente a caminho da democracia, à medida que os políticos e pessoas influentes abraçam o socialismo/marxismo. Ela não tem papas na língua, seja escrevendo sobre negros ou brancos.
Mercer nasceu na África do Sul e viveu lá até a década de 60, quando seu pai, o rabino Bem Isaacson, mudou-se com a família para Israel devido a abusos por parte do governo do apartheid.
Na década de 80, ela retornou à África do Sul. Casou-se, teve um filho e depois emigrou para o Canadá. E por último, a família se estabeleceu nos Estados Unidos.
Tive um interesse especial por seu livro porque estive na África do Sul duas vezes, não como turista, mas convivendo com algumas pessoas de lá, conversando, vendo como vivem, lendo jornais locais e observando o país, não com óculos cor-de-rosa, mas como ele realmente é. Isso me levou a buscar me informar também dos horrores do Zimbábue. O padrão é claro e quase idêntico.
Infelizmente, a cegueira do nosso país continua, mais recentemente com a ministra da Suprema Corte dos EUA Ruth Bader Ginsburg viajando para a África.
Ela visitou a Tunísia e principalmente o Egito, onde buscava “escutar e aprender” enquanto o país fazia a sua “transição constitucional para a democracia”.
Será que ela viu baderna, incêndios e espancamentos no "florescer” da Primavera Árabe?
Durante uma entrevista à emissora egípcia Al Hayat, Ginsburg arriscou sua opinião e seu conselho aos egípcios a respeito de como estruturar a sua nova constituição.
Essa mulher, ministra da maior corte dos EUA, que fez o juramento de "preservar, proteger e defender a Constituição dos Estados Unidos", aconselhou o Egito a não basear o seu governo no dos EUA.
Ginsburg afirmou que ela “não iria olhar para a Constituição americana se fosse elaborar uma constituição no ano de 2012...”
Em vez disso, ela acredita que eles devem utilizar a Constituição da África do Sul como modelo.
Deixando de lado o mérito de ela estar humilhando o seu próprio país, fica claro que a sua afinidade com a África do Sul a cegou para a realidade daquele país “livre”.
Será que ela viu as estatísticas sul-africanas da violência? São mais de 50 assassinatos por dia. O país lidera os índices de estupros de crianças e bebês, para não falar dos de adultos. O número de fazendeiros brancos e suas famílias, incluindo crianças, visados, brutalmente torturados e sadicamente assassinatos nas suas próprias fazendas ou casas, cerca de 4.000 desde que o apartheid terminou em 1994, literalmente tornando a agricultura na África do Sul a ocupação mais perigosa do mundo. Roubos de automóveis são acontecimentos diários, com os motoristas frequentemente sequestrados e assassinados. As frequentes invasões e assaltos a casas forçam as pessoas a viverem como prisioneiras em casas protegidas por paredes, cercas elétricas, cães treinados, segurança particular, sistemas de alarme, sensores de movimento dentro e fora, salas-cofre e, se possível, armas (embora sejam ilegais).
Nunca vou me esquecer de uma reportagem de um jornal local quando estava na África do Sul. Era sobre um roubo de veículo de um indivíduo branco, que foi jogado de um penhasco antes que seu carro fosse levado.
Chega de constituição moderna governando um país livre. Um pedaço de papel não é nada se o império das leis não funciona. Não importa o que os comunicados do governo e folhetos turísticos digam, a África do Sul é claramente um país perigoso para visitantes, para negócios e para os seus próprios cidadãos, não importando a cor da pele.
A contagem total de corpos naquele país desde que foram "libertos” do domínio branco é estimada em mais de 300.000, e aumentando a cada ano. Há crimes de negro contra branco, negro contra negro e negro contra qualquer outra cor de pele. A criminalidade é sempre perpetuada com condescendência da polícia e do governo. Chega dessas estórias de “governo negro e livre”. Corrupção é corrupção.
A atrocidade do que está acontecendo na África do Sul desde que Nelson Mandela assumiu o poder após o apartheid pode ser chocante pela violência, mas não surpreendeu Mercer. Ela conhece a história e vê a transição da meta de liberdade democrática para a forma de ditadura e escravidão que existe lá agora.
Ao apresentar seu livro, Ilana Mercer a chama de “Nação Rambo”, e não tem papas na língua:
“Quando a África do Sul era governada por uma minoria branca e racista, ela era desdenhada pelo Ocidente e tratada tal qual Saddam Hussein, com boicotes e sanções. Agora que um governo racista da maioria negra controla o país, que está tão violento quanto o Iraque, a Libéria ou o Congo e se tornando rapidamente outro estado africano falido e islamizado, ele é a estrela do Ocidente”.
O livro de Mercer mostra a dissolução de um governo e um país supostamente a caminho da democracia, à medida que os políticos e pessoas influentes abraçam o socialismo/marxismo. Ela vê paralelos nos EUA.
Ironicamente, dia 11 de fevereiro foi o 22º aniversário da libertação de Mandela da prisão e o começo da sua ascensão à presidência, e agora à sua santidade virtual.
Nada negativo pode ser escrito a respeito dele, e a mídia mundial é cúmplice do encobrimento maciço e politicamente correto da destruição gradual daquele país.
Mas Mercer põe tudo à mostra. Se você consegue lidar com a verdade, leia o livro. Essa é uma mulher corajosa.
17 Feb 2012
Exclusivo: Barbara Simpson observa a transição da meta de democracia para escravidão
Traduzido por Luis Gustavo Gentil do artigo original do WND: “South Africa’s bloody freedom”
COMO ENTENDER A POLÍTICA DE OBAMA PARA O IRÃ
O primeiro livro de Trita Parsi, “Treacherous Alliance” [Aliança Traiçoeira] (2008), trouxe compreensão extremamente clara das negociações públicas e secretas entre Irã, EUA e Israel, ao longo dos últimos 35 anos. Chega agora, em momento excepcionalmente oportuno, essa impressionante continuação daquele trabalho, em que Parsi estuda os eventos desde a posse do presidente Barack Obama em 2009 (“A Single Roll of the Dice: Obama’s Diplomacy with Iran”, ou “Um único lance de dados: a diplomacia de Obama para o Irã”).
O novo governo começou com esperanças de abertura na direção do Irã, mas, apesar do início promissor, não houve qualquer avanço diplomático. Parsi atribui esse resultado à inflexibilidade em Teerã, Washington, Jerusalém e Riad. Políticos e gabinetes interpretaram mal praticamente todos os sinais que chegavam do outro lado, resistiram a demonstrações de flexibilidade, por medo de parecerem fracos, e ignoraram os muitos esforços de países mediadores. O conflito acabou por incorporar-se ao pensamento e às instituições de todos os países envolvidos.
Teerã não acreditou nos primeiros passos do governo Obama. O Irã ajudara os EUA a expulsar os talibãs do Afeganistão em 2001 e a instalar lá um novo governo, no ano seguinte; mas o governo George W Bush manteve a atitude de hostilidade. Depois da derrubada de Saddam Hussein, pelos EUA, em 2003, o Irã movimentou-se na direção de ampla abertura e diálogo com os EUA. Mas o movimento foi rejeitado: os EUA não se interessaram por dialogar com o mal.
O Irã, então, via pouca probabilidade de Obama conseguir livrar-se dos impedimentos políticos que o bloqueavam. A escolha de Dennis Ross e Rahm Emanuel como principais conselheiros não contribuiu para abalar o ceticismo dos iranianos, para quem os dois sempre foram ativos militantes pró-Israel.
A inimizade com os EUA já penetrou toda a máquina da administração e a identidade nacional iranianas. Já é parte do que os iranianos são. E garante narrativa poderosa de legitimação e justificação para o governo que, em outras circunstâncias, estaria enfrentando crescente descontentamento popular em função da economia estagnada.
Além do mais, qualquer acordo com os EUA reduziria a capacidade do Irã para atrair apoio árabe das ruas, elemento importante de uma política já de vários anos para enfraquecer os ditadores e reduzir a influência dos EUA na região.
No início do governo Obama discutiram-se vias para uma aproximação com o Irã – promessa de campanha eleitoral do presidente e também do discurso de posse. O Departamento de Estado e o Pentágono cogitaram de negociar questões do Afeganistão, com a criação de um estado estável sem os talibãs, o que interessaria aos EUA e ao Irã.
Mas decidiu-se que qualquer colaboração com o Irã no Afeganistão poria os EUA em posição de devedor, no início das negociações, muito mais críticas, sobre a pesquisa nuclear. O governo Obama optou pela política híbrida de Dennis Ross, de abrir negociações e, simultaneamente, aprofundar as sanções – cenoura e porrete.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e forças pró-Israel nos EUA não gostaram da aproximação; e pressionaram forte na direção de prazos mais apertados e sanções mais duras – cenoura menos atraente e porrete maior.
A Arábia Saudita e outros estados sunitas também pressionaram o governo Obama na direção de posição mais firme depois de tantas tolices e inação durante o governo Bush. As ações do governo Bush no Afeganistão e o Iraque fortaleceram tanto a influência do Irã, que os sauditas chegaram a considerar o risco de o Irã estar modelando as políticas dos EUA – uma lição de que a obsessão pela segurança nacional e o pensamento paranóico andam muito frequentemente de mãos dadas em muitas capitais do mundo.
Os estados sunitas também temeram que o interesse de Obama por alcançar algum acordo pudesse levá-lo a ceder demais ao Irã. Isso poderia converter o Irã em potência hegemônica no comando de potente movimento xiita na região, e levar à expansão do Islã, em oposição e à custa dos governos árabes.
Mas, apesar das muitas pressões diplomáticas e domésticas, o novo presidente manteve-se firme. Prosseguiriam os esforços para aproximação mais flexível na direção de Teerã.
Até que essa abordagem mudou, mas não pelas razões previstas. A fraude nas eleições de 2009 e, em seguida, a repressão brutal da oposição, assustaram o governo Obama e deram novas energias aos que o criticavam. Senadores e deputados denunciaram o Irã no Congresso dos EUA e exigiram sanções mais agressivas. A equação política havia mudado decisivamente.
Dividido na questão de como responder, o governo cedeu à pressão do Congresso que exigia sanções mais duras. As negociações levaram a nada e os dois países chegaram à atual situação de crise. O que Israel e a Arábia Saudita não fizeram, para conseguir mudar a política de Obama, o próprio Irã fez – e com grande eficácia.
17 de fevereiro de 2012
Brian M Downing (Asia Times Online)
O novo governo começou com esperanças de abertura na direção do Irã, mas, apesar do início promissor, não houve qualquer avanço diplomático. Parsi atribui esse resultado à inflexibilidade em Teerã, Washington, Jerusalém e Riad. Políticos e gabinetes interpretaram mal praticamente todos os sinais que chegavam do outro lado, resistiram a demonstrações de flexibilidade, por medo de parecerem fracos, e ignoraram os muitos esforços de países mediadores. O conflito acabou por incorporar-se ao pensamento e às instituições de todos os países envolvidos.
Teerã não acreditou nos primeiros passos do governo Obama. O Irã ajudara os EUA a expulsar os talibãs do Afeganistão em 2001 e a instalar lá um novo governo, no ano seguinte; mas o governo George W Bush manteve a atitude de hostilidade. Depois da derrubada de Saddam Hussein, pelos EUA, em 2003, o Irã movimentou-se na direção de ampla abertura e diálogo com os EUA. Mas o movimento foi rejeitado: os EUA não se interessaram por dialogar com o mal.
O Irã, então, via pouca probabilidade de Obama conseguir livrar-se dos impedimentos políticos que o bloqueavam. A escolha de Dennis Ross e Rahm Emanuel como principais conselheiros não contribuiu para abalar o ceticismo dos iranianos, para quem os dois sempre foram ativos militantes pró-Israel.
A inimizade com os EUA já penetrou toda a máquina da administração e a identidade nacional iranianas. Já é parte do que os iranianos são. E garante narrativa poderosa de legitimação e justificação para o governo que, em outras circunstâncias, estaria enfrentando crescente descontentamento popular em função da economia estagnada.
Além do mais, qualquer acordo com os EUA reduziria a capacidade do Irã para atrair apoio árabe das ruas, elemento importante de uma política já de vários anos para enfraquecer os ditadores e reduzir a influência dos EUA na região.
No início do governo Obama discutiram-se vias para uma aproximação com o Irã – promessa de campanha eleitoral do presidente e também do discurso de posse. O Departamento de Estado e o Pentágono cogitaram de negociar questões do Afeganistão, com a criação de um estado estável sem os talibãs, o que interessaria aos EUA e ao Irã.
Mas decidiu-se que qualquer colaboração com o Irã no Afeganistão poria os EUA em posição de devedor, no início das negociações, muito mais críticas, sobre a pesquisa nuclear. O governo Obama optou pela política híbrida de Dennis Ross, de abrir negociações e, simultaneamente, aprofundar as sanções – cenoura e porrete.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e forças pró-Israel nos EUA não gostaram da aproximação; e pressionaram forte na direção de prazos mais apertados e sanções mais duras – cenoura menos atraente e porrete maior.
A Arábia Saudita e outros estados sunitas também pressionaram o governo Obama na direção de posição mais firme depois de tantas tolices e inação durante o governo Bush. As ações do governo Bush no Afeganistão e o Iraque fortaleceram tanto a influência do Irã, que os sauditas chegaram a considerar o risco de o Irã estar modelando as políticas dos EUA – uma lição de que a obsessão pela segurança nacional e o pensamento paranóico andam muito frequentemente de mãos dadas em muitas capitais do mundo.
Os estados sunitas também temeram que o interesse de Obama por alcançar algum acordo pudesse levá-lo a ceder demais ao Irã. Isso poderia converter o Irã em potência hegemônica no comando de potente movimento xiita na região, e levar à expansão do Islã, em oposição e à custa dos governos árabes.
Mas, apesar das muitas pressões diplomáticas e domésticas, o novo presidente manteve-se firme. Prosseguiriam os esforços para aproximação mais flexível na direção de Teerã.
Até que essa abordagem mudou, mas não pelas razões previstas. A fraude nas eleições de 2009 e, em seguida, a repressão brutal da oposição, assustaram o governo Obama e deram novas energias aos que o criticavam. Senadores e deputados denunciaram o Irã no Congresso dos EUA e exigiram sanções mais agressivas. A equação política havia mudado decisivamente.
Dividido na questão de como responder, o governo cedeu à pressão do Congresso que exigia sanções mais duras. As negociações levaram a nada e os dois países chegaram à atual situação de crise. O que Israel e a Arábia Saudita não fizeram, para conseguir mudar a política de Obama, o próprio Irã fez – e com grande eficácia.
17 de fevereiro de 2012
Brian M Downing (Asia Times Online)
O JEITO PT, EVANGÉLICOS E UM PAÍS REFÉM DO FANATISMO
Todo mundo sabe que política, religião e futebol ninguém deve discutir. Pois, cada um tem a sua opinião e ninguém muda de lado.
Exageros à parte, esse antigo dito popular encerra uma certa sabedoria. Afinal, mesmo querendo negar, somos todos influenciados por nossas convicções religiosas, políticas e por nossas preferências. São hábitos adquiridos desde a infância e propagados no seio da família de cada um. Portanto, ninguém joga seus valores fora e os substitui por outros da noite para o dia.
No entanto, desde que assumiu o governo federal e se viu enrolado numa verdadeira rede de falcatruas, mamatas e atos inconfessáveis de toda forma, o PT descobriu que a única chance de se manter no poder era mandar “às favas” todas as suas convicções e formar alianças com todos os deuses e com todos os demônios possíveis e imagináveis.
Daí surgiram as mais esdrúxulas situações como as defesas veementes de “grandes socialistas históricos” como Sarney, Renan Calheiros, Maluf, Joaquim Roriz, Fernando Collor e toda sorte integrantes das oligarquias corruptas dessa terra de Pindorama. Agora, diante do mais novo integrante da quadrilha de oportunistas – Kassab – o PT faz das tripas coração para justificar o injustificável.
Um dos principais pontos negativos desse jeitinho petista de governar é lançar o país num dos períodos mais negros de sua história em matéria de política partidária. Não há mais qualquer viés ideológico em qualquer partido político. Vivemos uma situação de quase ditadura pelo simples fato de um partido reinar magnânimo e inatingível e não termos oposição competente e atuante para barrar as sandices que transbordam do Palácio do Planalto.
Ao mesmo tempo, vivemos uma situação extremamente perigosa ao percebemos como é fraco o governo petista. Diante do que você leu até agora e vê dia a dia nos noticiários políticos, essa afirmação pode parecer um paradoxo. Mas, na verdade, ela reflete a mais profunda realidade.
Exatamente por ter abraçado uma enorme quantidade de partidos e a maioria deles não ter qualquer vínculo ideológico ou programático com o PT, as alianças se apoiam unicamente no fisiologismo e no interesse barato por tirar o máximo de vantagens possíveis das instituições nacionais da forma mais pura e simplesmente descarada.
Assim, assistimos ao episódio da revolta da Bancada Evangélica com as declarações do Secretário-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho. Não que esse senhor seja digno de nota ou uma sumidade intelectual, cujos pronunciamentos levem o país a refletir sobre seus argumentos, mas pelo simples fato de mostrar como um “simples ninguém” pode colocar em perigo a tal governabilidade que o PT tanto diz prezar e, ao mesmo tempo, expor com toda clareza possível os pés de barro do todo poderoso Partido dos Trabalhadores.
Ao simplesmente declarar o óbvio, num desses eventos regados a dinheiro público que o PT adora bancar, Gilberto Carvalho foi ofendido e humilhado publicamente por elementos da Bancada Evangélica e foi obrigado a pedir perdão – também de forma pública – diante da claque de fanáticos que brandia suas bíblias e preparava a fogueira para queimá-lo vivo.
Vivendo em um Estado que se declara laico (não influenciável por questões religiosas), foi um absurdo e fonte de preocupação ver – em um piscar de olhos – como o Governo Brasileiro se viu de joelhos frente à gritaria dos evangélicos que só podem pensar no Estado como um elemento sempre subordinado às suas opções filosóficas e doutrinárias.
Não sou particularmente favorável ao aborto. Mas, também não sou hipócrita de imaginar que a ilegalidade do ato impeça a sua ocorrência. O Estado gasta milhões com o tratamento médico de emergência de mulheres que se submeteram a abortos clandestinos nas mãos de açougueiros das mais diversas estirpes.
Ninguém em sã consciência pode imaginar que uma mulher vá usar o aborto como meio contraceptivo constante. Por isso mesmo, já passou da hora de encararmos o problema pelo que ele verdadeiramente é: Um problema de saúde pública.
Lembrar ao PT que um governante deve governar a todos e, numa democracia, ser influenciado pela maioria dos habitantes de uma nação e não por uma ou outra corrente religiosa (ou mesmo ideológica) é algo que ninguém parece querer. Afinal, quem vai querer bater de frente com o Pai e com a Mãe dos Pobres ou com o Grão-Mestre José Dirceu?
Enquanto isso retroagimos à Idade Média e assistimos a uma Igreja (ou determinada corrente religiosa) ditar livremente os caminhos e as metas que o Estado Brasileiro deve seguir; impondo sua vontade pela intimidação e pela ameaça pública e notória.
Quem sabe amanhã, para não perder a Bancada Evangélica, Dilma não publicará uma lei obrigando todos os infiéis ou ateus a se converterem a uma seita evangélica qualquer, sob pena de perder as garantias da Constituição?
Tenho certeza de que a Bancada Evangélica ia adorar.
Afinal, a arrecadação do dízimo na Igreja ia “bombar”.
E você leitor, o que pensa disso?
17 de fevereiro de 2012
visão panorâmica
Exageros à parte, esse antigo dito popular encerra uma certa sabedoria. Afinal, mesmo querendo negar, somos todos influenciados por nossas convicções religiosas, políticas e por nossas preferências. São hábitos adquiridos desde a infância e propagados no seio da família de cada um. Portanto, ninguém joga seus valores fora e os substitui por outros da noite para o dia.
No entanto, desde que assumiu o governo federal e se viu enrolado numa verdadeira rede de falcatruas, mamatas e atos inconfessáveis de toda forma, o PT descobriu que a única chance de se manter no poder era mandar “às favas” todas as suas convicções e formar alianças com todos os deuses e com todos os demônios possíveis e imagináveis.
Daí surgiram as mais esdrúxulas situações como as defesas veementes de “grandes socialistas históricos” como Sarney, Renan Calheiros, Maluf, Joaquim Roriz, Fernando Collor e toda sorte integrantes das oligarquias corruptas dessa terra de Pindorama. Agora, diante do mais novo integrante da quadrilha de oportunistas – Kassab – o PT faz das tripas coração para justificar o injustificável.
Um dos principais pontos negativos desse jeitinho petista de governar é lançar o país num dos períodos mais negros de sua história em matéria de política partidária. Não há mais qualquer viés ideológico em qualquer partido político. Vivemos uma situação de quase ditadura pelo simples fato de um partido reinar magnânimo e inatingível e não termos oposição competente e atuante para barrar as sandices que transbordam do Palácio do Planalto.
Ao mesmo tempo, vivemos uma situação extremamente perigosa ao percebemos como é fraco o governo petista. Diante do que você leu até agora e vê dia a dia nos noticiários políticos, essa afirmação pode parecer um paradoxo. Mas, na verdade, ela reflete a mais profunda realidade.
Exatamente por ter abraçado uma enorme quantidade de partidos e a maioria deles não ter qualquer vínculo ideológico ou programático com o PT, as alianças se apoiam unicamente no fisiologismo e no interesse barato por tirar o máximo de vantagens possíveis das instituições nacionais da forma mais pura e simplesmente descarada.
Assim, assistimos ao episódio da revolta da Bancada Evangélica com as declarações do Secretário-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho. Não que esse senhor seja digno de nota ou uma sumidade intelectual, cujos pronunciamentos levem o país a refletir sobre seus argumentos, mas pelo simples fato de mostrar como um “simples ninguém” pode colocar em perigo a tal governabilidade que o PT tanto diz prezar e, ao mesmo tempo, expor com toda clareza possível os pés de barro do todo poderoso Partido dos Trabalhadores.
Ao simplesmente declarar o óbvio, num desses eventos regados a dinheiro público que o PT adora bancar, Gilberto Carvalho foi ofendido e humilhado publicamente por elementos da Bancada Evangélica e foi obrigado a pedir perdão – também de forma pública – diante da claque de fanáticos que brandia suas bíblias e preparava a fogueira para queimá-lo vivo.
Vivendo em um Estado que se declara laico (não influenciável por questões religiosas), foi um absurdo e fonte de preocupação ver – em um piscar de olhos – como o Governo Brasileiro se viu de joelhos frente à gritaria dos evangélicos que só podem pensar no Estado como um elemento sempre subordinado às suas opções filosóficas e doutrinárias.
Não sou particularmente favorável ao aborto. Mas, também não sou hipócrita de imaginar que a ilegalidade do ato impeça a sua ocorrência. O Estado gasta milhões com o tratamento médico de emergência de mulheres que se submeteram a abortos clandestinos nas mãos de açougueiros das mais diversas estirpes.
Ninguém em sã consciência pode imaginar que uma mulher vá usar o aborto como meio contraceptivo constante. Por isso mesmo, já passou da hora de encararmos o problema pelo que ele verdadeiramente é: Um problema de saúde pública.
Lembrar ao PT que um governante deve governar a todos e, numa democracia, ser influenciado pela maioria dos habitantes de uma nação e não por uma ou outra corrente religiosa (ou mesmo ideológica) é algo que ninguém parece querer. Afinal, quem vai querer bater de frente com o Pai e com a Mãe dos Pobres ou com o Grão-Mestre José Dirceu?
Enquanto isso retroagimos à Idade Média e assistimos a uma Igreja (ou determinada corrente religiosa) ditar livremente os caminhos e as metas que o Estado Brasileiro deve seguir; impondo sua vontade pela intimidação e pela ameaça pública e notória.
Quem sabe amanhã, para não perder a Bancada Evangélica, Dilma não publicará uma lei obrigando todos os infiéis ou ateus a se converterem a uma seita evangélica qualquer, sob pena de perder as garantias da Constituição?
Tenho certeza de que a Bancada Evangélica ia adorar.
Afinal, a arrecadação do dízimo na Igreja ia “bombar”.
E você leitor, o que pensa disso?
17 de fevereiro de 2012
visão panorâmica
A SINGULARIDADE
Se você acha muito tudo que já viu e leu sobre a internet, prepare-se para surpresas cada vez maiores. Neste momento, dezenas de cientistas, principalmente nos Estados Unidos, na Inglaterra e em Cingapura, trabalham firme na busca da fusão do sistema nervoso humano com a internet. Seria a criação da rede mundial de mentes.
Cerca de trinta anos atrás, um autor científico chamado David Ritchie escreveu um livro chamado O CÉREBRO BINÁRIO ( Bookstore.com e Amazon.com a US 6,95) em inglês The Binary Brain. Nesta obra ele comemora “a síntese da inteligência humana e da inteligência artificial”, encontrada em algo que ele chamou de biochip. Ele se maravilhava com o encontro de tal possibilidade a ponto de escrever que “plugaríamos à memória de um computador tão facilmente como calçamos nossos sapatos. Nossa mente será preenchida pelas informações armazenadas no computador e poderíamos virar especialistas em qualquer assunto instantaneamente”. E previa que veríamos isso antes do final do século XX.Ainda não chegamos lá, mas...
Pesquisa realizada pela revista The New York Review of Books localizou na Universidade de Brown, em Washington, nos Estados Unidos, o professor Theodore Berger que pesquisa há décadas próteses neurais. Ele começou a implantar em ratos um dispositivo que contorna o hipocampo de um cérebro danificado e trabalha no lugar da região afetada. Essa invenção está próxima de uma solução para a perda de memória corriqueira quanto para a perda patológica, principalmente, aquela associada ao Alzheimer. A esse processo também se dá o nome de SINGULARIDADE.
A mesma revista americana localizou um escritor chamado Michael Chorost. Ele ficou totalmente surdo no ano de 2001. Ele nasceu nos EUA com grave perda de audição devido à rubéola. Sua audição foi recuperada quando fez implantes cocleares em seus ouvidos. O resultado mudou radicalmente a sua vida, a ponto de escrever um livro sobre o assunto chamado REDE MUNDIAL DE CÉREBROS: a integração vindoura entre a humanidade, máquinas e a internet. Na obra, ele defende a idéia de instalar computadores intracerebrais em todos os seres humanos. Assim, “assegura que a internet seria parte integral do ser humano e seu uso seria tão natural quanto o de nossas próprias mãos”. Não é uma idéia nova.
Já no século XVII, o pensador e filósofo francês Descartes (1596 a 1650) que também era físico e matemático, em sua obra O DISCURSO DO MÉTODO ( saraiva.com a RS 6,90) trazia a idéia de que “eu sou uma máquina que pensa. Os meus músculos são comandados pelo cérebro através do sistema nervoso” - Tratado do Homem. Ele acreditava que certas atividades humanas poderiam ser realizadas por máquinas, mas com algumas restrições. Na mesma obra, ele nega ao homem a capacidade de compreender de modo a responder ao sentido de tudo o que se diz na sua presença.
É claro que Descartes não previa computadores, e nem mesmo a SINGULARIDADE. Seus estudos buscavam ou negavam Deus. Por isso a Igreja não lhe deu sossego e o excomungou. Sua visão de máquina humana estava mais ligada à metafísica que à evolução tecnológica. Mas um dado curioso em minhas pesquisas é que todos os gênios da era tecnologicamente avançada justificam seus inventos a partir de raciocínios filosóficos.
Descartes negava Deus diante de sua extraordinária capacidade de razão. Mas que razão era essa que nem sempre o levava à sensatez? No mesmo “Discurso do Método”, uma das obras-primas da filosofia moderna, Descartes nos diz que, “de todos os que procuraram a verdade científica, só os matemáticos a encontraram, só os matemáticos formularam algumas demonstrações. Conseguiram demonstrar alguma coisa, com razões certas e evidentes”. É nessa época que ele encontra um método para tentar fundir as vantagens da lógica, da geometria e da álgebra. E é também quando formula as famosas quatro regras fundamentais.
A SINGULARIDADE começa a nascer na Idade Média, no Renascimento, quando surge a mecânica e com ela o aperfeiçoamento do mecanismo do relógio, uma nova concepção do homem. Dando um salto gigantesco na história, temos também Bill Joy, no século XX, fundador da Sun Microsystems, em 1992, publicou no ano 2000 o artigo “Por que o futuro não precisa de nós?”, em que defende a idéia de que as máquinas inteligentes são perigosas demais e poderão facilmente fugir do nosso controle.
Com o tempo a SINGULARIDADE (etimologicamente se origina do substantivo SINGULAR) encampou toda a síntese de explicações para a Singularidade Matemática. A enciclopédia Wikipédia define como o ponto onde uma função matemática assume valores infinitos e sem comportamento definido. Complicado. E daí saltamos para a Singularidade Tecnológica quando o computador desenvolve sua própria inteligência.
Nas palavras de Ray Kurzweil, um dos fundadores da Microsoft e inventor da máquina de leitura para cegos, em 2045, a parte artificial da inteligência da civilização de homens-máquinas será um bilhão de vezes mais poderosa do que a parte biológica. Isso significa que teremos ampliado um bilhão de vezes a inteligência dessa civilização. É uma mudança tão profunda que a chamamos de SINGULARIDADE.
Ray Kurzweil é autor, pesquisador e inventor. É também um dos profetas da tecnologia mais respeitados no mundo. Em recente livro, The Singularity is Near (A Singularidade está Próxima- Amazon.com) ainda sem tradução para o português, afirma que em 2029 a humanidade terá disponíveis os recursos de inteligência artificial necessários para que máquinas atinjam a inteligência humana, inclusive a inteligência emocional.
E se você quiser saber mais, busque na internet ou nas livrarias outro livro desse gênio chamado A ERA DAS MÁQUINAS ESPIRITUAIS, em inglês The Age of Spiritual Machines ( Amazon.com). Vai se maravilhar com a leitura fascinante e assustadora. Sobre o livro, a melhor definição vem de seu sócio Bill Gattes:
- Quando Ray faz uma previsão, é melhor prestar atenção.
Ray Kurzweil é ousado, audacioso, porém realista e possuidor de um profundo conhecimento histórico da evolução do homem. Sendo assim, observa com propriedade que “há quinhentos anos atrás, pouca coisa acontecia em um século. Agora muita coisa acontece em apenas seis meses. A tecnologia alimenta a si própria e fica cada vez mais rápida e não vai parar. E daqui a quarenta anos, o ritmo da mudança será tão assustadoramente rápido que não seremos capazes de acompanhá-lo, a menos que aumentemos nossa própria inteligência fundindo-se com a tecnologia inteligente que estamos criando”.
Esse avanço científico HOMEM-COMPUTADOR é o que nos leva à Inteligência Artificial (I.A.), a superinteligência. Mas, tudo que as equações matemáticas não conseguem mais explicar, os cientistas passam para a ciência física criando a integração tecnológica. E com ela, eles estudam os buracos negros do universo. Tudo isso está muito longe de nós, fora do nosso alcance e do entendimento dos mortais. Estudos e pesquisas realizados ao longo dos tempos garantem que imprescindíveis para o avanço da I.A. foram os trabalhos dos matemáticos dos séculos XVII a XIX. E que no século XX, quando surge a figura de Alan Turing, em 1956, é que a Inteligência Artificial começa a ser reconhecida como ciência.( Alan Turing - Home Page www.turing.org.uk/turing/Em )
Hoje, o desenvolvimento da SINGULARIDADE está ligado à ciência dos computadores e cada vez mais a I. A.Incompreensível para os mortais, mas muito importante para o desenvolvimento do homem e do prolongamento da vida. De nossas vidas.
17 de fevereiro de 2012
Aleluia Hildeberto
Cerca de trinta anos atrás, um autor científico chamado David Ritchie escreveu um livro chamado O CÉREBRO BINÁRIO ( Bookstore.com e Amazon.com a US 6,95) em inglês The Binary Brain. Nesta obra ele comemora “a síntese da inteligência humana e da inteligência artificial”, encontrada em algo que ele chamou de biochip. Ele se maravilhava com o encontro de tal possibilidade a ponto de escrever que “plugaríamos à memória de um computador tão facilmente como calçamos nossos sapatos. Nossa mente será preenchida pelas informações armazenadas no computador e poderíamos virar especialistas em qualquer assunto instantaneamente”. E previa que veríamos isso antes do final do século XX.Ainda não chegamos lá, mas...
Pesquisa realizada pela revista The New York Review of Books localizou na Universidade de Brown, em Washington, nos Estados Unidos, o professor Theodore Berger que pesquisa há décadas próteses neurais. Ele começou a implantar em ratos um dispositivo que contorna o hipocampo de um cérebro danificado e trabalha no lugar da região afetada. Essa invenção está próxima de uma solução para a perda de memória corriqueira quanto para a perda patológica, principalmente, aquela associada ao Alzheimer. A esse processo também se dá o nome de SINGULARIDADE.
A mesma revista americana localizou um escritor chamado Michael Chorost. Ele ficou totalmente surdo no ano de 2001. Ele nasceu nos EUA com grave perda de audição devido à rubéola. Sua audição foi recuperada quando fez implantes cocleares em seus ouvidos. O resultado mudou radicalmente a sua vida, a ponto de escrever um livro sobre o assunto chamado REDE MUNDIAL DE CÉREBROS: a integração vindoura entre a humanidade, máquinas e a internet. Na obra, ele defende a idéia de instalar computadores intracerebrais em todos os seres humanos. Assim, “assegura que a internet seria parte integral do ser humano e seu uso seria tão natural quanto o de nossas próprias mãos”. Não é uma idéia nova.
Já no século XVII, o pensador e filósofo francês Descartes (1596 a 1650) que também era físico e matemático, em sua obra O DISCURSO DO MÉTODO ( saraiva.com a RS 6,90) trazia a idéia de que “eu sou uma máquina que pensa. Os meus músculos são comandados pelo cérebro através do sistema nervoso” - Tratado do Homem. Ele acreditava que certas atividades humanas poderiam ser realizadas por máquinas, mas com algumas restrições. Na mesma obra, ele nega ao homem a capacidade de compreender de modo a responder ao sentido de tudo o que se diz na sua presença.
É claro que Descartes não previa computadores, e nem mesmo a SINGULARIDADE. Seus estudos buscavam ou negavam Deus. Por isso a Igreja não lhe deu sossego e o excomungou. Sua visão de máquina humana estava mais ligada à metafísica que à evolução tecnológica. Mas um dado curioso em minhas pesquisas é que todos os gênios da era tecnologicamente avançada justificam seus inventos a partir de raciocínios filosóficos.
Descartes negava Deus diante de sua extraordinária capacidade de razão. Mas que razão era essa que nem sempre o levava à sensatez? No mesmo “Discurso do Método”, uma das obras-primas da filosofia moderna, Descartes nos diz que, “de todos os que procuraram a verdade científica, só os matemáticos a encontraram, só os matemáticos formularam algumas demonstrações. Conseguiram demonstrar alguma coisa, com razões certas e evidentes”. É nessa época que ele encontra um método para tentar fundir as vantagens da lógica, da geometria e da álgebra. E é também quando formula as famosas quatro regras fundamentais.
A SINGULARIDADE começa a nascer na Idade Média, no Renascimento, quando surge a mecânica e com ela o aperfeiçoamento do mecanismo do relógio, uma nova concepção do homem. Dando um salto gigantesco na história, temos também Bill Joy, no século XX, fundador da Sun Microsystems, em 1992, publicou no ano 2000 o artigo “Por que o futuro não precisa de nós?”, em que defende a idéia de que as máquinas inteligentes são perigosas demais e poderão facilmente fugir do nosso controle.
Com o tempo a SINGULARIDADE (etimologicamente se origina do substantivo SINGULAR) encampou toda a síntese de explicações para a Singularidade Matemática. A enciclopédia Wikipédia define como o ponto onde uma função matemática assume valores infinitos e sem comportamento definido. Complicado. E daí saltamos para a Singularidade Tecnológica quando o computador desenvolve sua própria inteligência.
Nas palavras de Ray Kurzweil, um dos fundadores da Microsoft e inventor da máquina de leitura para cegos, em 2045, a parte artificial da inteligência da civilização de homens-máquinas será um bilhão de vezes mais poderosa do que a parte biológica. Isso significa que teremos ampliado um bilhão de vezes a inteligência dessa civilização. É uma mudança tão profunda que a chamamos de SINGULARIDADE.
Ray Kurzweil é autor, pesquisador e inventor. É também um dos profetas da tecnologia mais respeitados no mundo. Em recente livro, The Singularity is Near (A Singularidade está Próxima- Amazon.com) ainda sem tradução para o português, afirma que em 2029 a humanidade terá disponíveis os recursos de inteligência artificial necessários para que máquinas atinjam a inteligência humana, inclusive a inteligência emocional.
E se você quiser saber mais, busque na internet ou nas livrarias outro livro desse gênio chamado A ERA DAS MÁQUINAS ESPIRITUAIS, em inglês The Age of Spiritual Machines ( Amazon.com). Vai se maravilhar com a leitura fascinante e assustadora. Sobre o livro, a melhor definição vem de seu sócio Bill Gattes:
- Quando Ray faz uma previsão, é melhor prestar atenção.
Ray Kurzweil é ousado, audacioso, porém realista e possuidor de um profundo conhecimento histórico da evolução do homem. Sendo assim, observa com propriedade que “há quinhentos anos atrás, pouca coisa acontecia em um século. Agora muita coisa acontece em apenas seis meses. A tecnologia alimenta a si própria e fica cada vez mais rápida e não vai parar. E daqui a quarenta anos, o ritmo da mudança será tão assustadoramente rápido que não seremos capazes de acompanhá-lo, a menos que aumentemos nossa própria inteligência fundindo-se com a tecnologia inteligente que estamos criando”.
Esse avanço científico HOMEM-COMPUTADOR é o que nos leva à Inteligência Artificial (I.A.), a superinteligência. Mas, tudo que as equações matemáticas não conseguem mais explicar, os cientistas passam para a ciência física criando a integração tecnológica. E com ela, eles estudam os buracos negros do universo. Tudo isso está muito longe de nós, fora do nosso alcance e do entendimento dos mortais. Estudos e pesquisas realizados ao longo dos tempos garantem que imprescindíveis para o avanço da I.A. foram os trabalhos dos matemáticos dos séculos XVII a XIX. E que no século XX, quando surge a figura de Alan Turing, em 1956, é que a Inteligência Artificial começa a ser reconhecida como ciência.( Alan Turing - Home Page www.turing.org.uk/turing/Em )
Hoje, o desenvolvimento da SINGULARIDADE está ligado à ciência dos computadores e cada vez mais a I. A.Incompreensível para os mortais, mas muito importante para o desenvolvimento do homem e do prolongamento da vida. De nossas vidas.
17 de fevereiro de 2012
Aleluia Hildeberto
INTOLERANTE E PRECONCEITUOSO SÓ É O LOIRINHO DE OLHOS AZUIS
Faltou algo ainda sobre a mensagem da leitora que defende o Islã. A moça me acusa de preconceito e intolerância. Vamos por partes.
Preconceito é o novo palavrão que as esquerdas brandem quando criticamos os crimes e atrocidades praticadas por negros, índios, árabes e imigrantes em geral. O branco ocidental pode ser criticado com gosto. A elite branca, o loirinho de olhos azuis, é o responsável por todos os males da humanidade. Como dizia Darcy Ribeiro, a raça branca destrói tudo por onde passa. Logo Darcy Ribeiro, que só existe graças ao Ocidente branco e europeu. Confunde-se muito preconceito com pós-conceito. O exemplo mais cabal de preconceito, a meu ver, é o sofrido pelo abominável homem das neves. Por que abominável, se ninguém nunca o viu?
Eu nada tinha contra muçulmanos antes de conhecê-los. Os imigrantes árabes que chegaram ao Brasil logo se deixaram fundir neste caldeirão de culturas e pouco ligam para as prescrições de Maomé. Verdade que a situação está mudando. A Arábia dos Saud está investindo milhões de dólares na construção de mesquitas no país e na formação de mulás. O número de mulheres veladas tem aumentado sensivelmente nas grandes cidades. O trabalho dos sauditas é de proselitismo e tem atingido principalmente as mulheres. Que passam a negar a evidência. Há alguns anos, eu discutia com uma convertida que negava de pés juntos que Maomé fosse um guerreiro e que a expansão do Islã fora feita a ferro e fogo. Isto é, a moça negava a própria história.
Nada tinha contra os muçulmanos, dizia. Em Paris, os vi de perto e me enfronhei na cultura islâmica. São abomináveis. E o nó górdio que separa as duas civilizações, a ocidental e a muçulmana, é a mulher. Enquanto a mulher for tida como escrava de seu amo e senhor, todo e qualquer diálogo é inviável. Nenhum respeito à cultura alheia pode justificar a mutilação sexual de crianças e a redução da mulher a um fantasma embuçado, sem identidade própria. Isto não é um pré-conceito, mas um pós-conceito.
Quanto à intolerância, se um muçulmano considera as ocidentais prostitutas porque mostram o corpo, isto não é intolerância, mas recato, respeito à mulher. Se querem expulsar os cães das cidades européias, isto não é intolerância, mas respeito às palavras do Profeta. Intolerância só existe quando o Ocidente denuncia a condição escrava das muçulmanas, a excisão do clitóris e a ablação da vagina.
Em fevereiro de 2006, comentei a pretensão de países muçulmanos que queriam criar uma cláusula contra a blasfêmia nos estatutos do novo Conselho de Direitos Humanos da ONU. Os 57 países que integram a OIC (Organização da Conferência Islâmica) pediram a inclusão de um parágrafo para "prevenir casos de intolerância, discriminação, incitação ao ódio e à violência, gerados por ações contra religiões e crenças".
A blasfêmia, de pecado, infração que diz respeito a teólogos, passaria a ser crime punido pela legislação. Os muçulmanos, cujo calendário começou em 622 da era cristã, queriam nada mais nada menos que arrastar a Europa de volta à Idade Média, onde discussões sobre o destino do prepúcio de Cristo podiam levar um homem à fogueira.
Em fevereiro de 2009, os muçulmanos conseguiram oficializar esta volta à Idade Média. Naquele mês, o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU) aprovou uma resolução que condena a difamação religiosa e passa a considerar o ato como uma violação aos direitos humanos. O documento também pede que governos adotem leis protegendo as religiões de ataques. Em um tour de force, a ONU conseguiu – ou pelo menos tentou - instituir a censura à crítica das religiões no Ocidente todo.
Evidentemente, só haverá punições quando as blasfêmias se referirem ao Islã. Já que o velho deus cristão vem sendo insultado há séculos. Proibir insultos a Jeová seria proibir a edição de monumentos como Nietzsche ou Voltaire.
Coincidentemente – ou talvez nem tanto – citei há pouco os livros de Ayaan Hirsi Ali, esta menina que saiu de um clã tribal na Somália e tornou-se deputada do Parlamento holandês. Convidada a Berlim em fevereiro de 2006, a então deputada pronunciou um discurso sobre a affaire das caricaturas de Maomé, contra o islamismo e pela defesa da liberdade.
- Estou aqui para defender o direito de ofender. Tenho a convicção que esta empresa vulnerável que se chama democracia não pode existir sem livre expressão, em particular nas mídias. Os jornalistas não devem renunciar à obrigação de falar livremente, da qual são privados os homens de outros continentes.
Ao decretar a censura sobre a crítica de religiões, a ONU ignorou solenemente o acórdão Handyside, de 1976, reconhecido pela Corte Européia de Direitos do Homem. Que declara:
“A liberdade de expressão vale não apenas para as informações ou idéias acolhidas com favor, mas também para aquelas que ferem, chocam ou inquietam o Estado ou uma fração qualquer da população. Assim o querem o pluralismo, a tolerância e o espírito de abertura, sem o qual não existe sociedade democrática”.
O que a ONU propôs – e que algum países europeus começam a aceitar - é uma Idade Média total. Se na Idade Média eram proibidos apenas os livros e autores que contestavam a Igreja de Roma, a entidade agora quer a proibição de qualquer livro ou autor que conteste toda e qualquer religião.
A leitora que me cataloga como preconceituoso e intolerante tem forte respaldo na ONU. Se quisermos apoio à liberdade de expressão e a defesa da cultura européia, temos de pedir ajuda a uma refugiada somali.
17 de fevereiro de 2012
janer cristaldo
Preconceito é o novo palavrão que as esquerdas brandem quando criticamos os crimes e atrocidades praticadas por negros, índios, árabes e imigrantes em geral. O branco ocidental pode ser criticado com gosto. A elite branca, o loirinho de olhos azuis, é o responsável por todos os males da humanidade. Como dizia Darcy Ribeiro, a raça branca destrói tudo por onde passa. Logo Darcy Ribeiro, que só existe graças ao Ocidente branco e europeu. Confunde-se muito preconceito com pós-conceito. O exemplo mais cabal de preconceito, a meu ver, é o sofrido pelo abominável homem das neves. Por que abominável, se ninguém nunca o viu?
Eu nada tinha contra muçulmanos antes de conhecê-los. Os imigrantes árabes que chegaram ao Brasil logo se deixaram fundir neste caldeirão de culturas e pouco ligam para as prescrições de Maomé. Verdade que a situação está mudando. A Arábia dos Saud está investindo milhões de dólares na construção de mesquitas no país e na formação de mulás. O número de mulheres veladas tem aumentado sensivelmente nas grandes cidades. O trabalho dos sauditas é de proselitismo e tem atingido principalmente as mulheres. Que passam a negar a evidência. Há alguns anos, eu discutia com uma convertida que negava de pés juntos que Maomé fosse um guerreiro e que a expansão do Islã fora feita a ferro e fogo. Isto é, a moça negava a própria história.
Nada tinha contra os muçulmanos, dizia. Em Paris, os vi de perto e me enfronhei na cultura islâmica. São abomináveis. E o nó górdio que separa as duas civilizações, a ocidental e a muçulmana, é a mulher. Enquanto a mulher for tida como escrava de seu amo e senhor, todo e qualquer diálogo é inviável. Nenhum respeito à cultura alheia pode justificar a mutilação sexual de crianças e a redução da mulher a um fantasma embuçado, sem identidade própria. Isto não é um pré-conceito, mas um pós-conceito.
Quanto à intolerância, se um muçulmano considera as ocidentais prostitutas porque mostram o corpo, isto não é intolerância, mas recato, respeito à mulher. Se querem expulsar os cães das cidades européias, isto não é intolerância, mas respeito às palavras do Profeta. Intolerância só existe quando o Ocidente denuncia a condição escrava das muçulmanas, a excisão do clitóris e a ablação da vagina.
Em fevereiro de 2006, comentei a pretensão de países muçulmanos que queriam criar uma cláusula contra a blasfêmia nos estatutos do novo Conselho de Direitos Humanos da ONU. Os 57 países que integram a OIC (Organização da Conferência Islâmica) pediram a inclusão de um parágrafo para "prevenir casos de intolerância, discriminação, incitação ao ódio e à violência, gerados por ações contra religiões e crenças".
A blasfêmia, de pecado, infração que diz respeito a teólogos, passaria a ser crime punido pela legislação. Os muçulmanos, cujo calendário começou em 622 da era cristã, queriam nada mais nada menos que arrastar a Europa de volta à Idade Média, onde discussões sobre o destino do prepúcio de Cristo podiam levar um homem à fogueira.
Em fevereiro de 2009, os muçulmanos conseguiram oficializar esta volta à Idade Média. Naquele mês, o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU) aprovou uma resolução que condena a difamação religiosa e passa a considerar o ato como uma violação aos direitos humanos. O documento também pede que governos adotem leis protegendo as religiões de ataques. Em um tour de force, a ONU conseguiu – ou pelo menos tentou - instituir a censura à crítica das religiões no Ocidente todo.
Evidentemente, só haverá punições quando as blasfêmias se referirem ao Islã. Já que o velho deus cristão vem sendo insultado há séculos. Proibir insultos a Jeová seria proibir a edição de monumentos como Nietzsche ou Voltaire.
Coincidentemente – ou talvez nem tanto – citei há pouco os livros de Ayaan Hirsi Ali, esta menina que saiu de um clã tribal na Somália e tornou-se deputada do Parlamento holandês. Convidada a Berlim em fevereiro de 2006, a então deputada pronunciou um discurso sobre a affaire das caricaturas de Maomé, contra o islamismo e pela defesa da liberdade.
- Estou aqui para defender o direito de ofender. Tenho a convicção que esta empresa vulnerável que se chama democracia não pode existir sem livre expressão, em particular nas mídias. Os jornalistas não devem renunciar à obrigação de falar livremente, da qual são privados os homens de outros continentes.
Ao decretar a censura sobre a crítica de religiões, a ONU ignorou solenemente o acórdão Handyside, de 1976, reconhecido pela Corte Européia de Direitos do Homem. Que declara:
“A liberdade de expressão vale não apenas para as informações ou idéias acolhidas com favor, mas também para aquelas que ferem, chocam ou inquietam o Estado ou uma fração qualquer da população. Assim o querem o pluralismo, a tolerância e o espírito de abertura, sem o qual não existe sociedade democrática”.
O que a ONU propôs – e que algum países europeus começam a aceitar - é uma Idade Média total. Se na Idade Média eram proibidos apenas os livros e autores que contestavam a Igreja de Roma, a entidade agora quer a proibição de qualquer livro ou autor que conteste toda e qualquer religião.
A leitora que me cataloga como preconceituoso e intolerante tem forte respaldo na ONU. Se quisermos apoio à liberdade de expressão e a defesa da cultura européia, temos de pedir ajuda a uma refugiada somali.
17 de fevereiro de 2012
janer cristaldo
FICHA-SUJA COM CARA DE FICHA-LIMPA
O Supremo Tribunal Federal decidiu por 7 votos a 4 que a lei da Ficha Limpa, que torna inelegíveis políticos condenados por órgãos formados por mais de um juiz, já vale para as eleições de outubro.
Isso, no entanto, não quer dizer que nenhum Ficha-Suja não engane os eleitores e acabe sendo eleito a qualquer coisa que lhe valha a pena.
O Brasil padece de uma epidemia de malfeitores que ainda não foram nem sequer julgados.
O lado perverso dessa lei é que, ao mesmo tempo em que ela expurga os condenados, livra a cara dos craques consagrados em malfeitorias que até agora escaparam da lei e da justiça.
A pior espécie de malfeitor político é a do ficha-suja com cara de ficha-limpa.
17 de fevereiro de 2012
sanatório da notícia
Isso, no entanto, não quer dizer que nenhum Ficha-Suja não engane os eleitores e acabe sendo eleito a qualquer coisa que lhe valha a pena.
O Brasil padece de uma epidemia de malfeitores que ainda não foram nem sequer julgados.
O lado perverso dessa lei é que, ao mesmo tempo em que ela expurga os condenados, livra a cara dos craques consagrados em malfeitorias que até agora escaparam da lei e da justiça.
A pior espécie de malfeitor político é a do ficha-suja com cara de ficha-limpa.
17 de fevereiro de 2012
sanatório da notícia
GILBERTO CARVALHO PEDE "PERDÃO" AOS EVANGÉLICOS
Josias de Souza - Uol Notícias
Como previsto, o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Previdência) reuniu-se com congressistas evangélicos nesta quarta (15). No encontro, ele expiou um pseudopecado que assegura não ter cometido.
A bancada da Bíblia levou o ex-seminarista Gilbertinho à fogueira por causa de declarações que o auxiliar de Dilma fizera em Porto Alegre, numa reunião com representantes de movimentos sociais.
Ao penitenciar-se, o ministro fez o que fazem todas as autoridades pilhadas em declarações mal proferidas. Pôs a culpa na imprensa. Em enredos desse gênero, o repórter cumpre o papel reservado aos mordomos nos romances de Agatha Christie.
Gilbertinho disse aos seis inquisidores que foi mal interpretado pelos jornalistas, os culpados de sempre. Negou ter dito o que disseram que ele disse. A despeito disso, pediu “perdão“. O irmão Anthony Garotinho (PR-RJ), evangélico da seita dos molequinhos, desafiou o ministro-pecador a assinar um documento desdizendo o que jura que não declarou.
Gilbertinho refugou a sugestão. Comprometeu-se, porém, a veicular no site da Secretaria-Geral da Presidência uma nota. No texto, dará por não dito o dito que supostamente jamais foi realmente dito.
Em texto levado ao seu blog, Garotinho ironizou: Gilberto Carvalho diz que a imprensa inventou tudo e pede perdão pelo que não disse.”
A nota prometida por Gilbertinho ainda não veio à luz. Por ora, não se sabe que mágica retórica o ministro vai usar para fazer desaparecer as declarações que declara não ter declarado. Para reposicionar-se em cena, terá de dar sumiço ao seguinte lero-lero, despejado no famigerado encontro de Porto Alegre:
“É muito importante que nós façamos nosso trabalho social pensando nesse novo Brasil, conhecendo essa nova realidade, não tendo ciúmes daquelas políticas de governo que atingem as nossas clientelas, que não batem mais às nossas portas muitas vezes, porque já caminharam por outros caminhos.” Hã?!?
“E aí [vem] uma necessidade importantíssima de uma disputa ideológica, de uma disputa de projeto frente a esse nosso público. Que nós sabemos, quem conhece a periferia desse país, que é um público hegemonizado muitas vezes por setores conservadores.” Heimm?!?
“Lembro aqui, sem nenhum preconceito, o papel e a hegemonia das igrejas evangélicas, das seitas pentecostais que são a grande presença nesse [meio]… É esse público que está emergindo, é esse público que até hoje é organizado por esses setores que estão emergindo e que carecem da nossa generosidade e da nossa atenção, para estabelecermos um debate dialético, um debate em torno do novo projeto para o nosso país.”
Antes mesmo de ser apresentada ao prometido milagre da subtração das frases, parte da banda evangélica do Congresso já parece propensa a perdoar Gilbertinho. O deputado João Campos (PSDB-GO), líder dos cristãos da Câmara, disse que a polêmica é “matéria vencida”.
Para Campos, a expiação do ministro no Legislativo contribui para desintoxicar a atmosfera. De resto, disse o deputado de Cristo, “o episódio tem um aspecto pedagógico”. Como assim? O governo, agora, vai “procurar ser mais zeloso na forma de se expressar.”
Afora o caso que o envolve diretamente, Gilbertinho foi crivado de perguntas também sobre a encrenca que indispõe a colega Eleonora Menicucci, nova ministra-chefe da Secretaria de Políticas para Mulheres com os evangélicos. Na reunião, o ministro disse que a nomeação de Eleonora, conhecida ativista pró aborto, não dissolve os compromissos assumidos por Dilma na campanha de 2010.
Quer dizer: a presidente mantém a disposição de não mexer na legislação que trata do tema. Uma legislação que considera aceitáveis os abortos em dois escassos casos: quando a gravidez decorre de aborto ou quando o feto é comprovadamente mal formado.
E quanto à presença de Eleonora no Comitê da ONU para a Eliminação da Discriminação contra as Mulheres em relação ao aborto? Segundo Gilbertinho, a nova ministra defenderá na ONU as posições oficiais do governo, não suas opiniões pessoais sobre o tema. Amém, irmãos!
- Atualização feita às 19h15 desta quarta (15): saiu a nota que Gilberto Carvalho prometeu aos evangélicos. Na peça, que pode ser lida aqui, o ministro diz coisas definitivas sem definir muito bem as coisas que lhe haviam sido atribuídas.
17 de fevereiro de 2012
Josias de Souza - Uol Notícias
Como previsto, o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Previdência) reuniu-se com congressistas evangélicos nesta quarta (15). No encontro, ele expiou um pseudopecado que assegura não ter cometido.
A bancada da Bíblia levou o ex-seminarista Gilbertinho à fogueira por causa de declarações que o auxiliar de Dilma fizera em Porto Alegre, numa reunião com representantes de movimentos sociais.
Ao penitenciar-se, o ministro fez o que fazem todas as autoridades pilhadas em declarações mal proferidas. Pôs a culpa na imprensa. Em enredos desse gênero, o repórter cumpre o papel reservado aos mordomos nos romances de Agatha Christie.
Gilbertinho disse aos seis inquisidores que foi mal interpretado pelos jornalistas, os culpados de sempre. Negou ter dito o que disseram que ele disse. A despeito disso, pediu “perdão“. O irmão Anthony Garotinho (PR-RJ), evangélico da seita dos molequinhos, desafiou o ministro-pecador a assinar um documento desdizendo o que jura que não declarou.
Gilbertinho refugou a sugestão. Comprometeu-se, porém, a veicular no site da Secretaria-Geral da Presidência uma nota. No texto, dará por não dito o dito que supostamente jamais foi realmente dito.
Em texto levado ao seu blog, Garotinho ironizou: Gilberto Carvalho diz que a imprensa inventou tudo e pede perdão pelo que não disse.”
A nota prometida por Gilbertinho ainda não veio à luz. Por ora, não se sabe que mágica retórica o ministro vai usar para fazer desaparecer as declarações que declara não ter declarado. Para reposicionar-se em cena, terá de dar sumiço ao seguinte lero-lero, despejado no famigerado encontro de Porto Alegre:
“É muito importante que nós façamos nosso trabalho social pensando nesse novo Brasil, conhecendo essa nova realidade, não tendo ciúmes daquelas políticas de governo que atingem as nossas clientelas, que não batem mais às nossas portas muitas vezes, porque já caminharam por outros caminhos.” Hã?!?
“E aí [vem] uma necessidade importantíssima de uma disputa ideológica, de uma disputa de projeto frente a esse nosso público. Que nós sabemos, quem conhece a periferia desse país, que é um público hegemonizado muitas vezes por setores conservadores.” Heimm?!?
“Lembro aqui, sem nenhum preconceito, o papel e a hegemonia das igrejas evangélicas, das seitas pentecostais que são a grande presença nesse [meio]… É esse público que está emergindo, é esse público que até hoje é organizado por esses setores que estão emergindo e que carecem da nossa generosidade e da nossa atenção, para estabelecermos um debate dialético, um debate em torno do novo projeto para o nosso país.”
Antes mesmo de ser apresentada ao prometido milagre da subtração das frases, parte da banda evangélica do Congresso já parece propensa a perdoar Gilbertinho. O deputado João Campos (PSDB-GO), líder dos cristãos da Câmara, disse que a polêmica é “matéria vencida”.
Para Campos, a expiação do ministro no Legislativo contribui para desintoxicar a atmosfera. De resto, disse o deputado de Cristo, “o episódio tem um aspecto pedagógico”. Como assim? O governo, agora, vai “procurar ser mais zeloso na forma de se expressar.”
Afora o caso que o envolve diretamente, Gilbertinho foi crivado de perguntas também sobre a encrenca que indispõe a colega Eleonora Menicucci, nova ministra-chefe da Secretaria de Políticas para Mulheres com os evangélicos. Na reunião, o ministro disse que a nomeação de Eleonora, conhecida ativista pró aborto, não dissolve os compromissos assumidos por Dilma na campanha de 2010.
Quer dizer: a presidente mantém a disposição de não mexer na legislação que trata do tema. Uma legislação que considera aceitáveis os abortos em dois escassos casos: quando a gravidez decorre de aborto ou quando o feto é comprovadamente mal formado.
E quanto à presença de Eleonora no Comitê da ONU para a Eliminação da Discriminação contra as Mulheres em relação ao aborto? Segundo Gilbertinho, a nova ministra defenderá na ONU as posições oficiais do governo, não suas opiniões pessoais sobre o tema. Amém, irmãos!
- Atualização feita às 19h15 desta quarta (15): saiu a nota que Gilberto Carvalho prometeu aos evangélicos. Na peça, que pode ser lida aqui, o ministro diz coisas definitivas sem definir muito bem as coisas que lhe haviam sido atribuídas.
17 de fevereiro de 2012
Josias de Souza - Uol Notícias
VERGONHA: 713 PROFESSORES DE BRASÍLIA APRESENTARAM ATESTADOS MÉDICOS NA VÉSPERA DO CARNAVAL
Professores da rede pública do DF apresentaram 713 atestados médicos para justificar ausência ao trabalho. Somente nesta quinta (16) foram apresentados oitenta atestados.
A informação foi confirmada pela Secretaria de Educação. Uma escola em Ceilândia dispensou os alunos quatro horas antes do fim das aulas por falta de professores.
Parte desses professores faz parte da lista de 2 mil que desempenhavam funções administrativas e foram convocados, no final do ano passado, para voltar às salas de aulas.
A secretaria informou 1.600 professores se apresentaram para o início das aulas no dia 8, mas quase metade apresentou atestado médico depois.
Sem falar na sem-vergonhice dos médicos, que distribuem atestados por atacado, é assim que o PT diz que melhora a Educação?
17 de fevereiro de 2012
Por Ricardo Froes
A informação foi confirmada pela Secretaria de Educação. Uma escola em Ceilândia dispensou os alunos quatro horas antes do fim das aulas por falta de professores.
Parte desses professores faz parte da lista de 2 mil que desempenhavam funções administrativas e foram convocados, no final do ano passado, para voltar às salas de aulas.
A secretaria informou 1.600 professores se apresentaram para o início das aulas no dia 8, mas quase metade apresentou atestado médico depois.
Sem falar na sem-vergonhice dos médicos, que distribuem atestados por atacado, é assim que o PT diz que melhora a Educação?
17 de fevereiro de 2012
Por Ricardo Froes
O PEDIDO DE "PERDÃO" DOS SAFADOS E MANIPULADORES
Artigos - Governo do PT
Ora, se o ministro nem admitiu que tenha feito tais declarações, como aceitar o seu “pedido de perdão”?
O secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, cuja principal função é articular a Presidência da República com os segmentos sociais, inclusive com os movimentos religiosos (Carvalho, inclusive, é egresso dos movimentos sociais católicos da década de 1970, 1980), em palestra dada no Fórum Social Mundial, em Porto Alegre/RS, disse que o PT deveria se preparar para o “embate ideológico” com os “setores conservadores” da sociedade brasileira na “conquista da nova classe média”, formando um “sistema de comunicação” que neutralizasse os “telepastores” neopentecostais e pentecostais que, por “terem conquistado a mídia”, estariam impedindo a aprovação de pontos programáticos do PT como a descriminalização do aborto e a criminalização da "homofobia".
Ele afirmou também que toda a oposição política ao PT está liquidada e que o último obstáculo são os telepastores e suas posturas conservadoras sobre aborto e homossexualismo.
Essas afirmações revelaram o verdadeiro propósito do governo petista e, com uma clareza sem igual, qual é o foco do petismo para concretizar o seu projeto de poder no Brasil, a instituição de um regime político que seja capaz não só de instituir o seu modelo socialista, mas de exportá-lo para os demais países da América Latina.
Numa franqueza rara e que mais parece um deslize, o articulador do governo Dilma com os segmentos religiosos da sociedade mostrou qual é o propósito governamental em toda essa articulação: manter os segmentos religiosos da sociedade atrelados ao governo, inertes, enquanto, vagarosa mas persistentemente, se irá tentando isolar e desacreditar as poucas lideranças religiosas fiéis aos princípios cristãos, até o instante em que a população, devidamente doutrinada pelos valores anticristãos defendidos pelo governo, venha a aceitar a adoção de medidas radicalmente contrárias à fé em Cristo Jesus.
As afirmações do ministro repercutiram como uma “bomba” nos segmentos religiosos e a Frente Parlamentar Evangélica não teve outra alternativa senão romper com o ministro e, assim, pôr em risco todo o trabalho de articulação que o PT começou a construir a partir de 1994, data em que o programa Pare & Pense, de Caio Fábio, apresentou, juntamente com Valnice Milhomens, o candidato Lula, com o objetivo de desdemonizar o PT e Lula.
Caio Fábio foi pioneiro em que pela primeira vez na história do Brasil um programa evangélico de TV mostrou Lula de forma positiva. Esse “trabalho” foi decisivo para que se começasse a quebrar o “veto evangélico” ao PT e que era um dos principais fatores que impedia o PT de vencer eleições presidenciais.
Pode-se então definir a relação do PT com os evangélicos do Brasil como a.C.F. (antes de Caio Fábio) e d.C.F. (depois de Caio Fábio).
Antes de Caio Fábio, que era considerado por muitos como um papa evangélico, a maior parte do apoio ao PT vinha de igrejas históricas, com mídias evangélicas como a revista Ultimato, de linha presbiteriana, como carro-chefe do apoio à ideologia socialista.
Vários dos colunistas da Ultimato eram membros do PT, inclusive Robinson Cavalcanti e Paul Freston. Caio Fábio, que também era colunista, era o maior pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil.
Contudo, em grande parte as igrejas pentecostais neopentecostais “demonizavam” o PT. Essa “demonização” foi vencida com o trabalho sutil ou não tão sutil do Movimento Evangélico Progressista, fundado pelo Bispo Robinson Cavalcanti, e por mídias evangélicas atreladas aos interesses progressistas de Caio Fábio e seus seguidores.
Foi um trabalho de muitos anos.
Então, a declaração de Gilberto Carvalho apontando a necessidade do PT confrontar os telepastores pentecostais e neopentecostais, cria o perigo, para o PT, de destruir todo o trabalho de “desdemonização” que foi feito durante anos entre os setores pentecostais e neopentecostais.
Além disso, a declaração de confronto revelou-se extremamente inoportuna, pois ocorreu precisamente no momento em que, sutilmente, a presidente Dilma nomeava para a Secretaria de Política para Mulheres uma das maiores defensoras do aborto no país, a sua ex-colega de cela por atividades terroristas comunistas para derrubar o governo do Brasil, a feminista Eleonora Minenucci, cuja primeira tarefa será explicar à ONU a política abortista do governo brasileiro, que está aquém das expectativas daquela organização internacional, onde se engendra toda a estratégia contrária à vida humana no planeta.
Diante desta situação, o ministro pediu para se encontrar com a “bancada evangélica” e “pediu desculpas”, embora, ao mesmo tempo, tenha negado ter feito as referidas declarações, uma negativa que só se entende dentro da mentalidade aética que caracteriza o “modus operandi” marxista, já que não há como negar as declarações, gravadas que foram.
Depois de duas horas de conversas a portas fechadas, o presidente da Frente Parlamentar Evangélica, o deputado João Campos (PSDB-GO), deu o caso por “superado”, dizendo que a “bancada evangélica” ficou “satisfeita com o pedido de perdão”.
O ministro, na saída da reunião, fez questão de dizer aos jornalistas que a presidente Dilma mantém o seu compromisso de deixar ao Congresso Nacional a discussão a respeito do aborto, compromisso assumido no meio da campanha presidencial junto a lideranças católicas e evangélicas.
A atitude da bancada evangélica é esquisita. O ministro pediu desculpas, embora tenha negado ter feito as declarações e, mesmo que as tivesse admitido e formulasse o referido pedido, não se poderia simplesmente dar o caso por “superado”.
As declarações do ministro revelam como o governo está agindo e que, portanto, é de absoluta má-fé a sua postura diante dos segmentos religiosos da sociedade.
O governo Dilma, e isso está claro no relatório que apresentará à ONU sobre a questão do aborto, está decididamente operando em torno da implementação dos pontos programáticos do PT, que incluem a criminalização da "homofobia" e a descriminalização do aborto.
Apenas, por uma questão de estratégia, “cozinhar em banho-maria” tais temas, buscando, junto aos meios de comunicação, obter apoio popular para tais causas, o que, inclusive, leva à ridicularização e descrédito de lideranças que têm se mantido fiéis aos princípios e valores cristãos.
Diante dessa postura, não caberia outra atitude senão o rompimento das relações com o governo de Dilma Rousseff e do PT e o início de uma verdadeira luta para que os princípios e valores cristãos prossigam sendo acolhidos e defendidos na convivência social, na legislação pátria.
O Senhor Jesus foi bem claro ao dizer que “quem não é comigo, é contra mim e quem comigo não ajunta, espalha” (Mt.12:30; Lc.11:23).
O profeta Amós afirmou que: “Andarãos dois juntos se não estiverem de acordo?” (Am.3:3).
Já o apóstolo Paulo assim se manifestou: “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?” (II Co.6:14).
Ao contrário do que se disse na campanha eleitoral, o PT não abandonou o seu primeiro programa de governo, aprovado em seu congresso nacional, e que continha diversos pontos incompatíveis com a sã doutrina, e a prova disso foi a revelação feita pelo ministro Gilberto Carvalho de como o PT está agindo para implementá-los, inclusive escolhendo como seu inimigo prioritário os “telepastores”, ou seja, os defensores do Evangelho que têm visibilidade na mídia.
Ao contrário do que se disse na campanha eleitoral, o governo Dilma não tem interesse em defender a liberdade religiosa, mas quer “montar um sistema de comunicação” para desacreditar os líderes religiosos que se mostrarem contrários a seus projetos anticristãos.
Um “pedido de desculpas”, um “pedido de perdão” é suficiente para que a revelação desse projeto, totalmente contrário ao Evangelho, seja considerado “um fato superado”?
É certo que, como cristãos, devemos perdoar, que é dever de todo servo de Cristo dar perdão a quem o pedir (Mt.6:12; 18:21,22). Mas perdão pressupõe confissão e arrependimento, ou seja, que a pessoa admita o erro e mude a sua mentalidade, seu modo de ser, não mais cometendo aquele erro, pois há “um afastamento do pecado” (cf. § 1423 do Catecismo da Igreja Católica).
Ora, se o ministro nem admitiu que tenha feito tais declarações, como aceitar o seu “pedido de perdão”? Se o governo Dilma não mudou sua trajetória no sentido de implementar os pontos programáticos do programa de governo supostamente abandonado, radicalmente contrários ao que ensinam as Escrituras, como entender que há confissão e arrependimento necessários para que haja perdão?
Será que, em vez de seguirmos o que nos ensina o sábio Salomão, de quem só confessa e deixa é que alcança misericórdia (Pv.28:13), nossos ilustres parlamentares preferiram seguir o poeta Mário Lago e dizer que “perdão foi feito pra gente pedir”, mas se esquecendo de que o ministro, ao contrário do homem que veio se humilhar naquele poema, está seguindo, mesmo, a filosofia do sambista Manoel Santana, que pediu perdão a Deus por pecar ao sambar, mas, mesmo assim, sambou até morrer?
Escrito por GIBEÁ & Julio Severo, 17 Fevereiro 2012
GIBEÁ - Grupo Interdisciplinar Bíblico de Estudos e Análises, um grupo de estudos formado originariamente de ex-alunos e ex-professores da Faculdade Evangélica de São Paulo (FAESP) e que agora atua em parceria com a Associação para a Promoção do Ensino Bíblico (APEB). Com a colaboração de Julio Severo.
Ora, se o ministro nem admitiu que tenha feito tais declarações, como aceitar o seu “pedido de perdão”?
O secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, cuja principal função é articular a Presidência da República com os segmentos sociais, inclusive com os movimentos religiosos (Carvalho, inclusive, é egresso dos movimentos sociais católicos da década de 1970, 1980), em palestra dada no Fórum Social Mundial, em Porto Alegre/RS, disse que o PT deveria se preparar para o “embate ideológico” com os “setores conservadores” da sociedade brasileira na “conquista da nova classe média”, formando um “sistema de comunicação” que neutralizasse os “telepastores” neopentecostais e pentecostais que, por “terem conquistado a mídia”, estariam impedindo a aprovação de pontos programáticos do PT como a descriminalização do aborto e a criminalização da "homofobia".
Ele afirmou também que toda a oposição política ao PT está liquidada e que o último obstáculo são os telepastores e suas posturas conservadoras sobre aborto e homossexualismo.
Essas afirmações revelaram o verdadeiro propósito do governo petista e, com uma clareza sem igual, qual é o foco do petismo para concretizar o seu projeto de poder no Brasil, a instituição de um regime político que seja capaz não só de instituir o seu modelo socialista, mas de exportá-lo para os demais países da América Latina.
Numa franqueza rara e que mais parece um deslize, o articulador do governo Dilma com os segmentos religiosos da sociedade mostrou qual é o propósito governamental em toda essa articulação: manter os segmentos religiosos da sociedade atrelados ao governo, inertes, enquanto, vagarosa mas persistentemente, se irá tentando isolar e desacreditar as poucas lideranças religiosas fiéis aos princípios cristãos, até o instante em que a população, devidamente doutrinada pelos valores anticristãos defendidos pelo governo, venha a aceitar a adoção de medidas radicalmente contrárias à fé em Cristo Jesus.
As afirmações do ministro repercutiram como uma “bomba” nos segmentos religiosos e a Frente Parlamentar Evangélica não teve outra alternativa senão romper com o ministro e, assim, pôr em risco todo o trabalho de articulação que o PT começou a construir a partir de 1994, data em que o programa Pare & Pense, de Caio Fábio, apresentou, juntamente com Valnice Milhomens, o candidato Lula, com o objetivo de desdemonizar o PT e Lula.
Caio Fábio foi pioneiro em que pela primeira vez na história do Brasil um programa evangélico de TV mostrou Lula de forma positiva. Esse “trabalho” foi decisivo para que se começasse a quebrar o “veto evangélico” ao PT e que era um dos principais fatores que impedia o PT de vencer eleições presidenciais.
Pode-se então definir a relação do PT com os evangélicos do Brasil como a.C.F. (antes de Caio Fábio) e d.C.F. (depois de Caio Fábio).
Antes de Caio Fábio, que era considerado por muitos como um papa evangélico, a maior parte do apoio ao PT vinha de igrejas históricas, com mídias evangélicas como a revista Ultimato, de linha presbiteriana, como carro-chefe do apoio à ideologia socialista.
Vários dos colunistas da Ultimato eram membros do PT, inclusive Robinson Cavalcanti e Paul Freston. Caio Fábio, que também era colunista, era o maior pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil.
Contudo, em grande parte as igrejas pentecostais neopentecostais “demonizavam” o PT. Essa “demonização” foi vencida com o trabalho sutil ou não tão sutil do Movimento Evangélico Progressista, fundado pelo Bispo Robinson Cavalcanti, e por mídias evangélicas atreladas aos interesses progressistas de Caio Fábio e seus seguidores.
Foi um trabalho de muitos anos.
Então, a declaração de Gilberto Carvalho apontando a necessidade do PT confrontar os telepastores pentecostais e neopentecostais, cria o perigo, para o PT, de destruir todo o trabalho de “desdemonização” que foi feito durante anos entre os setores pentecostais e neopentecostais.
Além disso, a declaração de confronto revelou-se extremamente inoportuna, pois ocorreu precisamente no momento em que, sutilmente, a presidente Dilma nomeava para a Secretaria de Política para Mulheres uma das maiores defensoras do aborto no país, a sua ex-colega de cela por atividades terroristas comunistas para derrubar o governo do Brasil, a feminista Eleonora Minenucci, cuja primeira tarefa será explicar à ONU a política abortista do governo brasileiro, que está aquém das expectativas daquela organização internacional, onde se engendra toda a estratégia contrária à vida humana no planeta.
Diante desta situação, o ministro pediu para se encontrar com a “bancada evangélica” e “pediu desculpas”, embora, ao mesmo tempo, tenha negado ter feito as referidas declarações, uma negativa que só se entende dentro da mentalidade aética que caracteriza o “modus operandi” marxista, já que não há como negar as declarações, gravadas que foram.
Depois de duas horas de conversas a portas fechadas, o presidente da Frente Parlamentar Evangélica, o deputado João Campos (PSDB-GO), deu o caso por “superado”, dizendo que a “bancada evangélica” ficou “satisfeita com o pedido de perdão”.
O ministro, na saída da reunião, fez questão de dizer aos jornalistas que a presidente Dilma mantém o seu compromisso de deixar ao Congresso Nacional a discussão a respeito do aborto, compromisso assumido no meio da campanha presidencial junto a lideranças católicas e evangélicas.
A atitude da bancada evangélica é esquisita. O ministro pediu desculpas, embora tenha negado ter feito as declarações e, mesmo que as tivesse admitido e formulasse o referido pedido, não se poderia simplesmente dar o caso por “superado”.
As declarações do ministro revelam como o governo está agindo e que, portanto, é de absoluta má-fé a sua postura diante dos segmentos religiosos da sociedade.
O governo Dilma, e isso está claro no relatório que apresentará à ONU sobre a questão do aborto, está decididamente operando em torno da implementação dos pontos programáticos do PT, que incluem a criminalização da "homofobia" e a descriminalização do aborto.
Apenas, por uma questão de estratégia, “cozinhar em banho-maria” tais temas, buscando, junto aos meios de comunicação, obter apoio popular para tais causas, o que, inclusive, leva à ridicularização e descrédito de lideranças que têm se mantido fiéis aos princípios e valores cristãos.
Diante dessa postura, não caberia outra atitude senão o rompimento das relações com o governo de Dilma Rousseff e do PT e o início de uma verdadeira luta para que os princípios e valores cristãos prossigam sendo acolhidos e defendidos na convivência social, na legislação pátria.
O Senhor Jesus foi bem claro ao dizer que “quem não é comigo, é contra mim e quem comigo não ajunta, espalha” (Mt.12:30; Lc.11:23).
O profeta Amós afirmou que: “Andarãos dois juntos se não estiverem de acordo?” (Am.3:3).
Já o apóstolo Paulo assim se manifestou: “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?” (II Co.6:14).
Ao contrário do que se disse na campanha eleitoral, o PT não abandonou o seu primeiro programa de governo, aprovado em seu congresso nacional, e que continha diversos pontos incompatíveis com a sã doutrina, e a prova disso foi a revelação feita pelo ministro Gilberto Carvalho de como o PT está agindo para implementá-los, inclusive escolhendo como seu inimigo prioritário os “telepastores”, ou seja, os defensores do Evangelho que têm visibilidade na mídia.
Ao contrário do que se disse na campanha eleitoral, o governo Dilma não tem interesse em defender a liberdade religiosa, mas quer “montar um sistema de comunicação” para desacreditar os líderes religiosos que se mostrarem contrários a seus projetos anticristãos.
Um “pedido de desculpas”, um “pedido de perdão” é suficiente para que a revelação desse projeto, totalmente contrário ao Evangelho, seja considerado “um fato superado”?
É certo que, como cristãos, devemos perdoar, que é dever de todo servo de Cristo dar perdão a quem o pedir (Mt.6:12; 18:21,22). Mas perdão pressupõe confissão e arrependimento, ou seja, que a pessoa admita o erro e mude a sua mentalidade, seu modo de ser, não mais cometendo aquele erro, pois há “um afastamento do pecado” (cf. § 1423 do Catecismo da Igreja Católica).
Ora, se o ministro nem admitiu que tenha feito tais declarações, como aceitar o seu “pedido de perdão”? Se o governo Dilma não mudou sua trajetória no sentido de implementar os pontos programáticos do programa de governo supostamente abandonado, radicalmente contrários ao que ensinam as Escrituras, como entender que há confissão e arrependimento necessários para que haja perdão?
Será que, em vez de seguirmos o que nos ensina o sábio Salomão, de quem só confessa e deixa é que alcança misericórdia (Pv.28:13), nossos ilustres parlamentares preferiram seguir o poeta Mário Lago e dizer que “perdão foi feito pra gente pedir”, mas se esquecendo de que o ministro, ao contrário do homem que veio se humilhar naquele poema, está seguindo, mesmo, a filosofia do sambista Manoel Santana, que pediu perdão a Deus por pecar ao sambar, mas, mesmo assim, sambou até morrer?
Escrito por GIBEÁ & Julio Severo, 17 Fevereiro 2012
GIBEÁ - Grupo Interdisciplinar Bíblico de Estudos e Análises, um grupo de estudos formado originariamente de ex-alunos e ex-professores da Faculdade Evangélica de São Paulo (FAESP) e que agora atua em parceria com a Associação para a Promoção do Ensino Bíblico (APEB). Com a colaboração de Julio Severo.
ESCOLA PÚBLICA: UMA PEDAGOGIA DE RISCO
Artigos - Educação
Professora manda aluna de 12 anos se encontrar com um pedófilo. Estava aplicando a pedagogia libertina das universidades, que infantiliza os adultos e apodrece as crianças.
Polemista corajoso, dono de uma corrosiva ironia, o jornalista e escritor Benjamin Costallat (1897-1961) foi um dos mais apreciados cronistas de seu tempo, retratando a sociedade carioca com uma visão quase futurista, que, já nos anos 20, o fazia perceber a favela como uma “cidade dentro da cidade”, chamando a atenção para o apartheid carioca que continua a dar trabalho ao país. Em uma de suas crônicas, intitulada “Instrução?” e publicada no Jornal do Brasil em 3 de março de 1927, Costallat chama a atenção para o ensino público da então Capital Federal.
Como sugere a interrogação do título, tratava-se de uma crítica à “instrução pública”, como era chamado, na época, o emergente ensino público no país, em luta com a hegemonia católica na educação.
Ainda faltavam cinco anos para que sociólogo Fernando Azevedo (1894-1974) liderasse o Manifesto da Escola Nova, que defendia a educação laica, com mais investimento na instrução pública.
Em seu artigo, Benjamin Costallat descreve uma escola pública do Rio de Janeiro, em que as crianças conviviam com entulhos, animais, esgoto a céu aberto, “sem as mais elementares regras de higiene, na promiscuidade sórdida”, como afirma o autor.
Diante desse cenário de sordidez, Costallat clama pelo fechamento das escolas, afirmando que “melhor é ver aumentar o número de brasileiros analfabetos” do que ver “aumentar o número dos porcos brasileiros”.
Hoje, passados 84 anos, o Brasil vive uma situação ainda mais trágica do que aquela descrita pelo jornalista carioca. As escolas deixaram de ser chiqueiros físicos – viraram pocilgas morais. Se no seu tempo, os alunos refocilavam na lama, hoje a escola lhes enodoa a alma. Já não se trata de escolher entre o analfabeto e o porquinho; se depender da criminosa pedagogia progressista, ou se fecham as escolas ou o país terá de escolher entre o analfabeto e o bandidinho – devidamente acompanhado da prostitutazinha.
Mandantes de um crime
Para quem acha que estou exagerando, recomendo a leitura de uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, publicada em 15 de novembro de 2011. A reportagem relata um inacreditável trabalho escolar idealizado por uma professora de português de uma escola estadual da cidade de São Carlos (221.950 habitantes), no interior paulista. A professora pediu a uma aluna de 12 anos que marcasse um encontro com um pedófilo na internet, com o objetivo de analisar as propostas que receberia e, dessa forma, mostrar a todos os alunos o risco que esse tipo de conversa acarreta.
De acordo com a orientação da professora, a menina deveria usar um nome fictício e sua idade real no bate-papo da Internet. Deveria também imprimir toda a conversa com o pedófilo e marcar um encontro com ele no centro da cidade, quando deveria fotografá-lo.
Indignada com a tarefa, a mãe conversou com o padrasto da menina e eles decidiram reclamar na direção da escola e levar o caso ao conselho tutelar do município.
A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo determinou a investigação do caso e o afastamento da professora, “em caráter exclusivamente preventivo”.
As autoridades educacionais paulistas estão certas: é preciso avaliar o caso com isenção e, para isso, convém que a professora seja afastada. Mas não basta – é preciso chegar até os mandantes desse crime. E, sem dúvida, eles estão nos grandes centros universitários do país, começando pela USP e suas congêneres públicas pelo país afora.
Hoje, grande parte da ciência produzida nas universidades brasileiras não passa de uma espécie de pederastia intelectual. Já não existe ensino. O que há é manipulação de crianças e adolescentes por parte de ideólogos adultos, que querem fazer a revolução socialista a partir das escolas.
Escola sem limites
A professora que mandou a aluna se encontrar com um pedófilo está apenas aplicando aquilo que a universidade brasileira vem pregando – o protagonismo sem limites de crianças, adolescentes e jovens na suposta tarefa de transformação do mundo.
Já não existe assunto proibido para criança em idade escolar. De acordo com as teses acadêmicas e as diretrizes do MEC, crianças e adolescentes podem discutir tudo, menos estudar.
Vivemos uma completa inversão de valores: enquanto os adultos têm ojeriza a temas polêmicos, por entender que eles estragam o jantar e a cerveja, as crianças não fazem outra coisa na escola senão buscar soluções para todos os problemas milenares (e insolúveis) da humanidade – desde a fome na África até a criminalidade urbana, passando pela violência contra a mulher, o aborto, as drogas, o racismo, as perversões sexuais.
Pautando-se pela fé vygostkiana na construção coletiva do conhecimento e da moral, a pedagogia estimula o debate de temas inimagináveis entre as crianças, muitos deles espinhosos até para adultos.
No livro Limites: Três Dimensões Educacionais (Ática, 2001), o psicólogo Yves de La Taille, professor titular da USP, critica esse excesso de protagonismo juvenil da pedagogia, que coloca a criança diante de dilemas que estão muito além de sua capacidade de discernimento.
Ele conta o caso de uma professora que reuniu uma turma de crianças de 6 e 7 anos em torno de uma churrasqueira em brasas e, referindo-se a uma aluna da classe, propôs a seguinte questão:
“Podemos jogar Fulana no fogo?”. Um aluno, “com seriedade pelo menos aparente, respondeu que a Fulana em questão devia, sim, ser jogada no fogo” – para o total desconcerto da professora.
A própria ONU – que não passa de uma Internacional Socialista – é a principal defensora do protagonismo juvenil, não admitindo nenhuma distinção entre crianças e adultos.
Prova disso é que sua Convenção sobre os Direitos da Criança (macaqueação da Declaração Universal dos Direitos do Homem, que inspirou o Estatuto da Criança e do Adolescente) diz textualmente em seu artigo 13, parágrafo 1º:
“A criança terá o direito à liberdade de expressão; este direito incluirá liberdade para procurar, receber e partilhar informações e ideias de todos os tipos, independentemente de fronteiras, oralmente, por escrito ou na forma impressa ou de arte, ou através de qualquer outro meio de escolha da criança”.
Caso se leve a sério este artigo da Convenção da ONU, uma criança tem o direito inalienável de dizer palavrões de qualquer espécie (“direito à liberdade de expressão”);
ler manuais de tortura e distribuir panfletos racistas (“receber e partilhar ideias de todos os tipos”);
ver, pela internet, cenas de pedofilia com crianças asiáticas e estupros coletivos nos Bálcãs (“procurar informações e ideias de todos os tipos na forma impressa ou de arte”).
Ou seja, a ONU preconiza para crianças de qualquer idade a mesma liberdade de um adulto, esquecendo-se que não se pode falar em liberdade sem responsabilidade.
É obvio que as crianças, uma vez que não podem se responsabilizar por seus atos, também não podem ser totalmente livres.
Fanatismo revolucionário
Nesse contexto de verdadeira putrefação ética, aprendida nos bancos das faculdades, é quase inevitável que uma professora ache natural mandar uma aluna de 12 anos entrevistar um pedófilo.
Trata-se de uma consequência direta do ensino ministrado nas universidades, especialmente nas faculdades de pedagogia. Até as pesquisas científicas da área costumam ser batizadas com um nome imbecil, “pesquisação”, em que a palavra “ação” desnuda o fanatismo revolucionário da pedagogia, toda ela calcada na auto-ajuda marxista de Paulo Freire.
E o que é mais grave: a ação tem de ser sempre coletiva, pois o pensamento hegemônico nas academias abomina a consciência individual – tratada como mero epifenômeno burguês, a ser extinto com a revolução socialista.
Hoje, todas as universidades brasileiras desenvolvem programas de mediação de conflitos nas escolas, em que crianças e adolescentes são chamados a mediar a verdadeira guerra civil que viceja entre as gangues estudantis. Isso quando a própria escola não se torna a principal fábrica de conflitos, através da ideologia marxista, que joga negros contra brancos, pobres contra ricos, ateus contra religiosos, drogados contra sóbrios, nordestinos contra demais paulistas e gays contra as demais pessoas.
Baseando-se na tese da filósofa Marilena Chauí de que a única ética possível é a ética de esquerda, a universidade especializou-se em atiçar as turbas contra o indivíduo, como se vê na USP.
Prova disso é que o aluno que se esquiva das más companhias é visto como preconceituoso.
A psicóloga e socióloga Sílvia Ramos, doutora em Saúde Pública pela Fiocruz e coordenadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Cândido Mendes, numa entrevista à Agência Brasil, chegou a criticar os adolescentes e jovens que se afastam dos usuários de crack:
“Os próprios jovens são muito preconceituosos e contribuem para isolar o adolescente que usa crack. Ele se descontrola e rapidamente se torna dependente. E isso não contribui para que ele peça ajuda, peça socorro”.
Convém ressaltar que essa afirmação absurda, que não tem sustentação sociológica, psicológica, médica ou ética, foi feita por uma profissional com doutorado numa das mais importantes instituições cientificas do país – a Fiocruz.
Pedofilia como invenção
Se uma autoridade acadêmica considera que é dever do adolescente se aproximar do usuário de crack para ajudá-lo a sair do vício, por que uma professora da escola básica não pode pedir a uma aluna que converse com um pedófilo? Não tenho dúvida que o usuário de crack é muito mais perigoso do que o pedófilo, inclusive porque o fenômeno da pedofilia – com a dimensão que adquiriu nos bancos das academias e nas páginas dos jornais – não passa de um espectro inventado pelo movimento gay e pelas feministas.
Já o viciado em droga é um perigo ambulante. Quantos usuários de crack não são mortos por traficantes devido a dívidas do vício? Um pai pode trabalhar tranquilo se souber que na escola os doutores universitários acusam seu filho de ser preconceituoso por não andar com o drogado, arriscando-se, no mínimo, a levar uma bala perdida?
O casuístico mito do pedófilo ofuscou até a bárbara concretude do estuprador. Ninguém liga mais para o monstro que violenta mulheres – a ordem agora é perseguir pedófilo, mesmo que sua vítima seja uma voluntária de 17 anos, que vive de vender o corpo de modelo.
Mas o pedófilo, convém frisar, não se define pelo que faz na cama e, sim, pelo que representa socialmente. Para ser pedófilo é preciso ser branco e, de preferência, rico, tendo pago pelo sexo que a menor – voluntariamente – fez com ele.
Se o sujeito é bandido, a coisa muda de figura: em nome dos direitos humanos, ele passa a ter o monopólio da presunção de inocência, negada ao cidadão honesto. Por isso, quando é preso, mesmo que seja latrocida, traficante e até estuprador, passa a ter o inalienável direito a visitas íntimas, inclusive com menor, caso sua namorada declarada tenha menos de 18 anos.
Todos os sábados e domingos as cadeias brasileiras são transformadas em parques de diversões. Suas portas se abrem para as famílias dos presos, inclusive crianças e adolescentes, entre elas, meninas com os seios em botão.
Vão acompanhando a mãe, que vai visitar o marido ou o filho preso. Como entram no presídio de manhã e só podem sair no final da tarde, seu universo social se estreita e não é raro que essas meninas, ainda menores, comecem a namorar um colega de cela do pai ou do irmão.
Logo, se tornam repasto de assassinos, ladrões e traficantes nas famigeradas visitas íntimas e acabam presas na porta da cadeia com a vagina entulhada de droga, como aconteceu com uma adolescente no final de outubro, num presídio do interior de São Paulo.
Amélias dos gays
Essa trágica realidade – um verdadeiro genocídio físico e moral das mulheres – não preocupa as autoridades do Executivo, Legislativo e Judiciário, muito menos os intelectuais das universidades, inclusive as feministas, que viraram Amélias dos gays.
Essa gente prefere se ocupar dos direitos humanos dos presos. Prova disso é a dissertação “Crianças Pré-escolares e Prisão Paterna”, defendida em 2007 pela psicóloga Márcia Valéria Reis Beckman no Mestrado em Psicologia da PUC de Campinas.
Ela entrevistou familiares de presos e critica a visão que eles têm do presídio como “um lugar ruim”, chegando a ironizar o fato de que não consideram o ambiente carcerário adequado para uma criança, “um ser puro e ingênuo” – segundo a sarcástica expressão da pesquisadora.
Esse desrespeito com o sofrimento alheio se torna ainda mais chocante quando se sabe que a pesquisadora tinha conhecimento do tratamento que as crianças, inevitavelmente, recebem no presídio.
Uma das mães entrevistadas (com 23 anos e um filho de 4 anos, cujo pai estava preso por tráfico de drogas) disse que a revista das visitas era muito invasiva e que as mulheres dos presos ficavam fazendo piadinhas com os guardas e fazendo posições pornográficas, na frente do seu filho.
Outra mãe, de 39 anos, contou à pesquisadora que entrava numa sala junto com outras cinco ou seis mulheres e todas elas, completamente nuas, agachavam-se e levantavam três vezes para que as guardas vissem se nenhum droga iria cair de suas partes íntimas. E a criança presenciando tudo isso.
Mesmo assim, a pesquisadora da Unicamp minimiza os evidentes danos que essa situação causa nas crianças, preferindo preocupar-se com o bem-estar os presos e sua suposta ressocialização:
“Muito embora não haja muito debate sobre os prós e contras das visitas de crianças aos pais encarcerados, tais visitas podem ser vistas como atividades positivas e de grande apoio, pois elas ajudam o pai preso, a família, a instituição prisional e, em último caso, a sociedade como um todo, pois as visitas amortecem as tensões pessoais e facilitam a gestão do espaço prisional".
Mais grave é que essa não é uma posição isolada da pesquisadora: toda a universidade brasileira pensa assim e induziu o Estado a pensar o mesmo, destruindo crianças inocentes a pretexto de consertar seus pais criminosos.
Sexo precoce e oficial
Se pesquisadores universitários e autoridades constituídas acham normal criancinhas de três, quatro, cinco anos responsabilizarem-se pela recuperação do pai criminoso, sendo obrigadas a contribuir para evitar rebeliões no presídio, mesmo ao preço de ver a mãe pelada, em meio a vaginas balançantes, por que uma professora mal formada e mal paga da rede pública não pode pedir à sua aluna de 12 anos que faça um trabalho escolar com um pedófilo?
Reconheço que a professora foi até mais decente do que os mestres e doutores que a formaram: ela passou a absurda tarefa para a menina, mas mandou um bilhete aos pais pedindo que acompanhassem de perto todo o trabalho.
Ou seja, a menina não corria nenhum risco físico. O dano seria moral se ela conversasse com o pedófilo. É óbvio que uma criança nessa idade deveria ser preservada das misérias do mundo.
Infelizmente, isso não ocorre. Vive-se nas escolas a pedagogia do Marquês de Sade. Os textos paradidáticos adotados na educação básica submetem as crianças a um verdadeiro festival de violência, que vai da chacina à tortura, passando pelo estupro e o incesto.
Para a universidade, a infância é uma invenção burguesa, que precisa ser destruída. A morte da infância dispensa a autoridade paterna; com isso, crianças, jovens e adolescentes tornam-se presas fáceis da ideologia revolucionária, sempre em busca de marionetes humanas.
Mas não é preciso ir muito longe para compreender a loucura pedagógica da professora de São Carlos. Em 2003, o Ministério da Saúde começou a distribuir camisinhas para meninas a partir dos 13 anos. Na época, a cantora Kelly Key, que fazia sucesso com a música “Baba” (uma indisfarçável defesa da pedofilia) foi contratada para promover a campanha. O então ministro da Saúde, Humberto Costa, afirmou textualmente à Folha de S. Paulo: “Ela passa uma imagem de menina que tem poderes de decisão em uma relação”.
Reparem: o ministro não estava falando de uma mulher, mas de uma menina de 13 anos – filha dos outros, dos pobres, obviamente.
Como se não bastasse, dois anos depois, o mesmo Ministério da Saúde decidiu estimular ainda mais o sexo precoce e anunciou que sua prioridade seriam os alunos de 10 a 15 anos, que passaram a ser o foco da distribuição de camisinhas.
Na Folha de S. Paulo, em 16 de março de 2005, intelectuais universitários defenderam essa política. O psicólogo Áderson Costa, professor da UnB, chegou a afirmar que “uma criança de três anos pode ter orientação sexual” e sustentou que, “aos 10, 11 anos acaba a infância” e que, “nessa hora a informação é bem-vinda”.
Já a psicóloga Maria Cecília Pereira da Silva, do Conselho Federal de Psicologia, defendeu que se deve dar camisinha para as crianças de 10 anos, acompanhada de orientação, para que “a criança possa refletir, discutir e ser responsável pelas suas escolhas”.
Como se vê, a professora de São Carlos, ao mandar sua aluna de 12 anos conversar e se encontrar com um pedófilo, estava apenas pondo em prática o que a universidade ensina e o governo federal impõe.
Mas, como eu disse, ela foi até mais responsável do que as autoridades acadêmicas e ministeriais. Ao menos procurou envolver a família na tarefa absurda. Já o governo federal – à revelia dos pais – entrega camisinha na mão das meninas de dez anos e, repetindo as autoridades acadêmicas, diz: “Seja responsável por suas escolhas”.
Esses e não os pedófilos de ficção são os verdadeiros inimigos da infância.
Publicado originalmente no Jornal Opção.
17 Fevereiro 2012
José Maria e Silva é sociólogo e jornalista.
Professora manda aluna de 12 anos se encontrar com um pedófilo. Estava aplicando a pedagogia libertina das universidades, que infantiliza os adultos e apodrece as crianças.
Polemista corajoso, dono de uma corrosiva ironia, o jornalista e escritor Benjamin Costallat (1897-1961) foi um dos mais apreciados cronistas de seu tempo, retratando a sociedade carioca com uma visão quase futurista, que, já nos anos 20, o fazia perceber a favela como uma “cidade dentro da cidade”, chamando a atenção para o apartheid carioca que continua a dar trabalho ao país. Em uma de suas crônicas, intitulada “Instrução?” e publicada no Jornal do Brasil em 3 de março de 1927, Costallat chama a atenção para o ensino público da então Capital Federal.
Como sugere a interrogação do título, tratava-se de uma crítica à “instrução pública”, como era chamado, na época, o emergente ensino público no país, em luta com a hegemonia católica na educação.
Ainda faltavam cinco anos para que sociólogo Fernando Azevedo (1894-1974) liderasse o Manifesto da Escola Nova, que defendia a educação laica, com mais investimento na instrução pública.
Em seu artigo, Benjamin Costallat descreve uma escola pública do Rio de Janeiro, em que as crianças conviviam com entulhos, animais, esgoto a céu aberto, “sem as mais elementares regras de higiene, na promiscuidade sórdida”, como afirma o autor.
Diante desse cenário de sordidez, Costallat clama pelo fechamento das escolas, afirmando que “melhor é ver aumentar o número de brasileiros analfabetos” do que ver “aumentar o número dos porcos brasileiros”.
Hoje, passados 84 anos, o Brasil vive uma situação ainda mais trágica do que aquela descrita pelo jornalista carioca. As escolas deixaram de ser chiqueiros físicos – viraram pocilgas morais. Se no seu tempo, os alunos refocilavam na lama, hoje a escola lhes enodoa a alma. Já não se trata de escolher entre o analfabeto e o porquinho; se depender da criminosa pedagogia progressista, ou se fecham as escolas ou o país terá de escolher entre o analfabeto e o bandidinho – devidamente acompanhado da prostitutazinha.
Mandantes de um crime
Para quem acha que estou exagerando, recomendo a leitura de uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, publicada em 15 de novembro de 2011. A reportagem relata um inacreditável trabalho escolar idealizado por uma professora de português de uma escola estadual da cidade de São Carlos (221.950 habitantes), no interior paulista. A professora pediu a uma aluna de 12 anos que marcasse um encontro com um pedófilo na internet, com o objetivo de analisar as propostas que receberia e, dessa forma, mostrar a todos os alunos o risco que esse tipo de conversa acarreta.
De acordo com a orientação da professora, a menina deveria usar um nome fictício e sua idade real no bate-papo da Internet. Deveria também imprimir toda a conversa com o pedófilo e marcar um encontro com ele no centro da cidade, quando deveria fotografá-lo.
Indignada com a tarefa, a mãe conversou com o padrasto da menina e eles decidiram reclamar na direção da escola e levar o caso ao conselho tutelar do município.
A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo determinou a investigação do caso e o afastamento da professora, “em caráter exclusivamente preventivo”.
As autoridades educacionais paulistas estão certas: é preciso avaliar o caso com isenção e, para isso, convém que a professora seja afastada. Mas não basta – é preciso chegar até os mandantes desse crime. E, sem dúvida, eles estão nos grandes centros universitários do país, começando pela USP e suas congêneres públicas pelo país afora.
Hoje, grande parte da ciência produzida nas universidades brasileiras não passa de uma espécie de pederastia intelectual. Já não existe ensino. O que há é manipulação de crianças e adolescentes por parte de ideólogos adultos, que querem fazer a revolução socialista a partir das escolas.
Escola sem limites
A professora que mandou a aluna se encontrar com um pedófilo está apenas aplicando aquilo que a universidade brasileira vem pregando – o protagonismo sem limites de crianças, adolescentes e jovens na suposta tarefa de transformação do mundo.
Já não existe assunto proibido para criança em idade escolar. De acordo com as teses acadêmicas e as diretrizes do MEC, crianças e adolescentes podem discutir tudo, menos estudar.
Vivemos uma completa inversão de valores: enquanto os adultos têm ojeriza a temas polêmicos, por entender que eles estragam o jantar e a cerveja, as crianças não fazem outra coisa na escola senão buscar soluções para todos os problemas milenares (e insolúveis) da humanidade – desde a fome na África até a criminalidade urbana, passando pela violência contra a mulher, o aborto, as drogas, o racismo, as perversões sexuais.
Pautando-se pela fé vygostkiana na construção coletiva do conhecimento e da moral, a pedagogia estimula o debate de temas inimagináveis entre as crianças, muitos deles espinhosos até para adultos.
No livro Limites: Três Dimensões Educacionais (Ática, 2001), o psicólogo Yves de La Taille, professor titular da USP, critica esse excesso de protagonismo juvenil da pedagogia, que coloca a criança diante de dilemas que estão muito além de sua capacidade de discernimento.
Ele conta o caso de uma professora que reuniu uma turma de crianças de 6 e 7 anos em torno de uma churrasqueira em brasas e, referindo-se a uma aluna da classe, propôs a seguinte questão:
“Podemos jogar Fulana no fogo?”. Um aluno, “com seriedade pelo menos aparente, respondeu que a Fulana em questão devia, sim, ser jogada no fogo” – para o total desconcerto da professora.
A própria ONU – que não passa de uma Internacional Socialista – é a principal defensora do protagonismo juvenil, não admitindo nenhuma distinção entre crianças e adultos.
Prova disso é que sua Convenção sobre os Direitos da Criança (macaqueação da Declaração Universal dos Direitos do Homem, que inspirou o Estatuto da Criança e do Adolescente) diz textualmente em seu artigo 13, parágrafo 1º:
“A criança terá o direito à liberdade de expressão; este direito incluirá liberdade para procurar, receber e partilhar informações e ideias de todos os tipos, independentemente de fronteiras, oralmente, por escrito ou na forma impressa ou de arte, ou através de qualquer outro meio de escolha da criança”.
Caso se leve a sério este artigo da Convenção da ONU, uma criança tem o direito inalienável de dizer palavrões de qualquer espécie (“direito à liberdade de expressão”);
ler manuais de tortura e distribuir panfletos racistas (“receber e partilhar ideias de todos os tipos”);
ver, pela internet, cenas de pedofilia com crianças asiáticas e estupros coletivos nos Bálcãs (“procurar informações e ideias de todos os tipos na forma impressa ou de arte”).
Ou seja, a ONU preconiza para crianças de qualquer idade a mesma liberdade de um adulto, esquecendo-se que não se pode falar em liberdade sem responsabilidade.
É obvio que as crianças, uma vez que não podem se responsabilizar por seus atos, também não podem ser totalmente livres.
Fanatismo revolucionário
Nesse contexto de verdadeira putrefação ética, aprendida nos bancos das faculdades, é quase inevitável que uma professora ache natural mandar uma aluna de 12 anos entrevistar um pedófilo.
Trata-se de uma consequência direta do ensino ministrado nas universidades, especialmente nas faculdades de pedagogia. Até as pesquisas científicas da área costumam ser batizadas com um nome imbecil, “pesquisação”, em que a palavra “ação” desnuda o fanatismo revolucionário da pedagogia, toda ela calcada na auto-ajuda marxista de Paulo Freire.
E o que é mais grave: a ação tem de ser sempre coletiva, pois o pensamento hegemônico nas academias abomina a consciência individual – tratada como mero epifenômeno burguês, a ser extinto com a revolução socialista.
Hoje, todas as universidades brasileiras desenvolvem programas de mediação de conflitos nas escolas, em que crianças e adolescentes são chamados a mediar a verdadeira guerra civil que viceja entre as gangues estudantis. Isso quando a própria escola não se torna a principal fábrica de conflitos, através da ideologia marxista, que joga negros contra brancos, pobres contra ricos, ateus contra religiosos, drogados contra sóbrios, nordestinos contra demais paulistas e gays contra as demais pessoas.
Baseando-se na tese da filósofa Marilena Chauí de que a única ética possível é a ética de esquerda, a universidade especializou-se em atiçar as turbas contra o indivíduo, como se vê na USP.
Prova disso é que o aluno que se esquiva das más companhias é visto como preconceituoso.
A psicóloga e socióloga Sílvia Ramos, doutora em Saúde Pública pela Fiocruz e coordenadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Cândido Mendes, numa entrevista à Agência Brasil, chegou a criticar os adolescentes e jovens que se afastam dos usuários de crack:
“Os próprios jovens são muito preconceituosos e contribuem para isolar o adolescente que usa crack. Ele se descontrola e rapidamente se torna dependente. E isso não contribui para que ele peça ajuda, peça socorro”.
Convém ressaltar que essa afirmação absurda, que não tem sustentação sociológica, psicológica, médica ou ética, foi feita por uma profissional com doutorado numa das mais importantes instituições cientificas do país – a Fiocruz.
Pedofilia como invenção
Se uma autoridade acadêmica considera que é dever do adolescente se aproximar do usuário de crack para ajudá-lo a sair do vício, por que uma professora da escola básica não pode pedir a uma aluna que converse com um pedófilo? Não tenho dúvida que o usuário de crack é muito mais perigoso do que o pedófilo, inclusive porque o fenômeno da pedofilia – com a dimensão que adquiriu nos bancos das academias e nas páginas dos jornais – não passa de um espectro inventado pelo movimento gay e pelas feministas.
Já o viciado em droga é um perigo ambulante. Quantos usuários de crack não são mortos por traficantes devido a dívidas do vício? Um pai pode trabalhar tranquilo se souber que na escola os doutores universitários acusam seu filho de ser preconceituoso por não andar com o drogado, arriscando-se, no mínimo, a levar uma bala perdida?
O casuístico mito do pedófilo ofuscou até a bárbara concretude do estuprador. Ninguém liga mais para o monstro que violenta mulheres – a ordem agora é perseguir pedófilo, mesmo que sua vítima seja uma voluntária de 17 anos, que vive de vender o corpo de modelo.
Mas o pedófilo, convém frisar, não se define pelo que faz na cama e, sim, pelo que representa socialmente. Para ser pedófilo é preciso ser branco e, de preferência, rico, tendo pago pelo sexo que a menor – voluntariamente – fez com ele.
Se o sujeito é bandido, a coisa muda de figura: em nome dos direitos humanos, ele passa a ter o monopólio da presunção de inocência, negada ao cidadão honesto. Por isso, quando é preso, mesmo que seja latrocida, traficante e até estuprador, passa a ter o inalienável direito a visitas íntimas, inclusive com menor, caso sua namorada declarada tenha menos de 18 anos.
Todos os sábados e domingos as cadeias brasileiras são transformadas em parques de diversões. Suas portas se abrem para as famílias dos presos, inclusive crianças e adolescentes, entre elas, meninas com os seios em botão.
Vão acompanhando a mãe, que vai visitar o marido ou o filho preso. Como entram no presídio de manhã e só podem sair no final da tarde, seu universo social se estreita e não é raro que essas meninas, ainda menores, comecem a namorar um colega de cela do pai ou do irmão.
Logo, se tornam repasto de assassinos, ladrões e traficantes nas famigeradas visitas íntimas e acabam presas na porta da cadeia com a vagina entulhada de droga, como aconteceu com uma adolescente no final de outubro, num presídio do interior de São Paulo.
Amélias dos gays
Essa trágica realidade – um verdadeiro genocídio físico e moral das mulheres – não preocupa as autoridades do Executivo, Legislativo e Judiciário, muito menos os intelectuais das universidades, inclusive as feministas, que viraram Amélias dos gays.
Essa gente prefere se ocupar dos direitos humanos dos presos. Prova disso é a dissertação “Crianças Pré-escolares e Prisão Paterna”, defendida em 2007 pela psicóloga Márcia Valéria Reis Beckman no Mestrado em Psicologia da PUC de Campinas.
Ela entrevistou familiares de presos e critica a visão que eles têm do presídio como “um lugar ruim”, chegando a ironizar o fato de que não consideram o ambiente carcerário adequado para uma criança, “um ser puro e ingênuo” – segundo a sarcástica expressão da pesquisadora.
Esse desrespeito com o sofrimento alheio se torna ainda mais chocante quando se sabe que a pesquisadora tinha conhecimento do tratamento que as crianças, inevitavelmente, recebem no presídio.
Uma das mães entrevistadas (com 23 anos e um filho de 4 anos, cujo pai estava preso por tráfico de drogas) disse que a revista das visitas era muito invasiva e que as mulheres dos presos ficavam fazendo piadinhas com os guardas e fazendo posições pornográficas, na frente do seu filho.
Outra mãe, de 39 anos, contou à pesquisadora que entrava numa sala junto com outras cinco ou seis mulheres e todas elas, completamente nuas, agachavam-se e levantavam três vezes para que as guardas vissem se nenhum droga iria cair de suas partes íntimas. E a criança presenciando tudo isso.
Mesmo assim, a pesquisadora da Unicamp minimiza os evidentes danos que essa situação causa nas crianças, preferindo preocupar-se com o bem-estar os presos e sua suposta ressocialização:
“Muito embora não haja muito debate sobre os prós e contras das visitas de crianças aos pais encarcerados, tais visitas podem ser vistas como atividades positivas e de grande apoio, pois elas ajudam o pai preso, a família, a instituição prisional e, em último caso, a sociedade como um todo, pois as visitas amortecem as tensões pessoais e facilitam a gestão do espaço prisional".
Mais grave é que essa não é uma posição isolada da pesquisadora: toda a universidade brasileira pensa assim e induziu o Estado a pensar o mesmo, destruindo crianças inocentes a pretexto de consertar seus pais criminosos.
Sexo precoce e oficial
Se pesquisadores universitários e autoridades constituídas acham normal criancinhas de três, quatro, cinco anos responsabilizarem-se pela recuperação do pai criminoso, sendo obrigadas a contribuir para evitar rebeliões no presídio, mesmo ao preço de ver a mãe pelada, em meio a vaginas balançantes, por que uma professora mal formada e mal paga da rede pública não pode pedir à sua aluna de 12 anos que faça um trabalho escolar com um pedófilo?
Reconheço que a professora foi até mais decente do que os mestres e doutores que a formaram: ela passou a absurda tarefa para a menina, mas mandou um bilhete aos pais pedindo que acompanhassem de perto todo o trabalho.
Ou seja, a menina não corria nenhum risco físico. O dano seria moral se ela conversasse com o pedófilo. É óbvio que uma criança nessa idade deveria ser preservada das misérias do mundo.
Infelizmente, isso não ocorre. Vive-se nas escolas a pedagogia do Marquês de Sade. Os textos paradidáticos adotados na educação básica submetem as crianças a um verdadeiro festival de violência, que vai da chacina à tortura, passando pelo estupro e o incesto.
Para a universidade, a infância é uma invenção burguesa, que precisa ser destruída. A morte da infância dispensa a autoridade paterna; com isso, crianças, jovens e adolescentes tornam-se presas fáceis da ideologia revolucionária, sempre em busca de marionetes humanas.
Mas não é preciso ir muito longe para compreender a loucura pedagógica da professora de São Carlos. Em 2003, o Ministério da Saúde começou a distribuir camisinhas para meninas a partir dos 13 anos. Na época, a cantora Kelly Key, que fazia sucesso com a música “Baba” (uma indisfarçável defesa da pedofilia) foi contratada para promover a campanha. O então ministro da Saúde, Humberto Costa, afirmou textualmente à Folha de S. Paulo: “Ela passa uma imagem de menina que tem poderes de decisão em uma relação”.
Reparem: o ministro não estava falando de uma mulher, mas de uma menina de 13 anos – filha dos outros, dos pobres, obviamente.
Como se não bastasse, dois anos depois, o mesmo Ministério da Saúde decidiu estimular ainda mais o sexo precoce e anunciou que sua prioridade seriam os alunos de 10 a 15 anos, que passaram a ser o foco da distribuição de camisinhas.
Na Folha de S. Paulo, em 16 de março de 2005, intelectuais universitários defenderam essa política. O psicólogo Áderson Costa, professor da UnB, chegou a afirmar que “uma criança de três anos pode ter orientação sexual” e sustentou que, “aos 10, 11 anos acaba a infância” e que, “nessa hora a informação é bem-vinda”.
Já a psicóloga Maria Cecília Pereira da Silva, do Conselho Federal de Psicologia, defendeu que se deve dar camisinha para as crianças de 10 anos, acompanhada de orientação, para que “a criança possa refletir, discutir e ser responsável pelas suas escolhas”.
Como se vê, a professora de São Carlos, ao mandar sua aluna de 12 anos conversar e se encontrar com um pedófilo, estava apenas pondo em prática o que a universidade ensina e o governo federal impõe.
Mas, como eu disse, ela foi até mais responsável do que as autoridades acadêmicas e ministeriais. Ao menos procurou envolver a família na tarefa absurda. Já o governo federal – à revelia dos pais – entrega camisinha na mão das meninas de dez anos e, repetindo as autoridades acadêmicas, diz: “Seja responsável por suas escolhas”.
Esses e não os pedófilos de ficção são os verdadeiros inimigos da infância.
Publicado originalmente no Jornal Opção.
17 Fevereiro 2012
José Maria e Silva é sociólogo e jornalista.
INAUGURAÇÃO: O PRIMEIRO ABJETO DA SEMANA
O ABJETO DA SEMANA
Gilberto Carvalho, super-ministro de Dilma, católico fervoroso, com curso de teologia, tornou-se o Abjeto da Semana. Nunca antes na história desse país, um ministro de Estado confessou com tanta humilhação o pecado de ter falado a verdade para pastores de rebanhos que acreditam e anseiam por uma fazendola no céu. Em obediência aos desígnios da sua divina e poderosa mestra Dilma, Carvalho caiu de joelhos diante da bancada evangélica, influente portadora de votos. Ajoelhou e rezou. Pediu perdão até para quem o chamou de "cara-de-pau e safado". Deveria pedir para sair do gabinete e entrar no purgatório.
17 de fevereiro de 2012
sanatório da notícia
Gilberto Carvalho, super-ministro de Dilma, católico fervoroso, com curso de teologia, tornou-se o Abjeto da Semana. Nunca antes na história desse país, um ministro de Estado confessou com tanta humilhação o pecado de ter falado a verdade para pastores de rebanhos que acreditam e anseiam por uma fazendola no céu. Em obediência aos desígnios da sua divina e poderosa mestra Dilma, Carvalho caiu de joelhos diante da bancada evangélica, influente portadora de votos. Ajoelhou e rezou. Pediu perdão até para quem o chamou de "cara-de-pau e safado". Deveria pedir para sair do gabinete e entrar no purgatório.
17 de fevereiro de 2012
sanatório da notícia
BRASIL MARAVILHA 'TEMULENTO" E MAMBEMBE: PIB NO TETO. BRASIL NA LANTERNA
A economia brasileira voltou a seu cercadinho habitual no ano passado. O crescimento do PIB ficou abaixo até das previsões mais pessimistas e foi quase dois terços menor do que em 2010.
No primeiro ano de Dilma Rousseff, o Brasil voltou a segurar a lanterninha.
O Banco Central divulgou ontem seu número final para o PIB de 2011. Deu 2,79%, para desespero do Planalto. O dado oficial, calculado pelo IBGE, só sai em 6 de março, mas o Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br) tem funcionado como prévia bastante aderente.
Variação, se houver, será mínima.
Se confirmado o crescimento da população brasileira de 1%, como prevê o IBGE, nossa renda per capita terá crescido apenas 1,77% no ano passado. É muito pouco, por quaisquer ângulos que se olhe: apenas para comparação, a América do Sul deve ter alcançado 4,6% neste indicador em 2011.
O PIB minguado é herança da gastança de Lula para eleger Dilma. Descontrole fiscal, irresponsabilidade orçamentária e crédito em alta jogaram gasolina na inflação no ano eleitoral.
Como preço, foi necessária uma freada em 2011 e o crescimento da economia brasileira despencou de 7,5% para os menos de 3% agora divulgados pelo BC.
Não custa lembrar que o governo Dilma estreara acenando com um horizonte de crescimento de 5% em 2011. Aos poucos, o otimismo foi cedendo, ao mesmo tempo em que doses maiores de juros e restrição no crédito foram esfriando a economia.
Foi o remédio amargo administrado para não deixar que a inflação explodisse. Não que ela já esteja comportada:
em nenhum país sério do mundo, taxas recorrentemente na faixa de 6% ao ano, como tem ocorrido no Brasil, podem ser tidas como normais.
"O país ficou dentro do círculo: se cresce um pouco mais, a inflação sobe; aí o Banco Central tem que subir os juros, que atraem mais capital externo de curto prazo. Isso derruba o dólar, que tem efeitos diretos na capacidade da indústria de sustentar o crescimento. A indústria pede medidas contra o produto importado, mas é ele que ajuda a impedir a alta da inflação. São esses círculos que precisam ser rompidos para que o país cresça de forma sustentada e com inflação sob controle", resume Miriam Leitão, n'O Globo.
Confirmada a previsão do Banco Central, o Brasil terá o terceiro pior desempenho entre as economias da América Latina e Caribe.
Segundo a Cepal, só superaremos El Salvador, com 1,4%, e Cuba, com 2,5%.
Na outra ponta do ranking, de acordo com a instituição, estarão
Panamá (10,5%),
Argentina (9%),
Equador (8%),
Peru (7%)
e Chile (6,3%).
Dá até inveja.
Novamente repete-se o que tem sido a tônica da economia brasileira desde os anos Lula:
o país cresce, mas sempre menos do que poderia.
Ao contrário do discurso ufanista do governo petista, o Brasil manteve-se recorrentemente abaixo do seu potencial, sem aproveitar todo o vento de cauda que uma das fases mais excepcionais da economia mundial produziu na história.
Para 2012, a cantilena de promessas e previsões vãs parece se repetir. O governo diz que os investimentos previstos para este ano serão capazes de esquentar a economia, que, por enquanto, ainda está morna.
Mas a mesma ladainha foi desfiada em 2011, sem que as obras federais decolassem. Deu no que deu.
Na virada deste ano, o governo falava em perseguir um crescimento de 5% em 2012. Nas premissas fiscais, como as que usou para fazer os cortes no Orçamento, já se baseou em 4,5% e, agora, começa a admitir coisa pior, bem pior.
"O governo começa a receber indicadores de que a economia brasileira pode ter um resultado menor do que esperado este ano. O temor é de que o crescimento estacione, mais uma vez, em patamar próximo aos 3%", especula a Folha de S.Paulo hoje.
Na realidade, o governo já vai, aos poucos, alinhando-se a outras projeções disponíveis. Em janeiro, o FMI, por exemplo, cortou sua expectativa para o crescimento brasileiro em 2012 para 3%, ante 3,6% previstos em setembro passado.
Pelo Boletim Focus, do BC, não serão mais que 3,3%.
Se for como em 2011, mais à frente tudo pode ficar ainda mais nublado...
Quem sabe, neste ano, o governo não erre tanto.
17 de fevereiro de 2012
Fonte: Instituto Teotônio Vilela
No primeiro ano de Dilma Rousseff, o Brasil voltou a segurar a lanterninha.
O Banco Central divulgou ontem seu número final para o PIB de 2011. Deu 2,79%, para desespero do Planalto. O dado oficial, calculado pelo IBGE, só sai em 6 de março, mas o Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br) tem funcionado como prévia bastante aderente.
Variação, se houver, será mínima.
Se confirmado o crescimento da população brasileira de 1%, como prevê o IBGE, nossa renda per capita terá crescido apenas 1,77% no ano passado. É muito pouco, por quaisquer ângulos que se olhe: apenas para comparação, a América do Sul deve ter alcançado 4,6% neste indicador em 2011.
O PIB minguado é herança da gastança de Lula para eleger Dilma. Descontrole fiscal, irresponsabilidade orçamentária e crédito em alta jogaram gasolina na inflação no ano eleitoral.
Como preço, foi necessária uma freada em 2011 e o crescimento da economia brasileira despencou de 7,5% para os menos de 3% agora divulgados pelo BC.
Não custa lembrar que o governo Dilma estreara acenando com um horizonte de crescimento de 5% em 2011. Aos poucos, o otimismo foi cedendo, ao mesmo tempo em que doses maiores de juros e restrição no crédito foram esfriando a economia.
Foi o remédio amargo administrado para não deixar que a inflação explodisse. Não que ela já esteja comportada:
em nenhum país sério do mundo, taxas recorrentemente na faixa de 6% ao ano, como tem ocorrido no Brasil, podem ser tidas como normais.
"O país ficou dentro do círculo: se cresce um pouco mais, a inflação sobe; aí o Banco Central tem que subir os juros, que atraem mais capital externo de curto prazo. Isso derruba o dólar, que tem efeitos diretos na capacidade da indústria de sustentar o crescimento. A indústria pede medidas contra o produto importado, mas é ele que ajuda a impedir a alta da inflação. São esses círculos que precisam ser rompidos para que o país cresça de forma sustentada e com inflação sob controle", resume Miriam Leitão, n'O Globo.
Confirmada a previsão do Banco Central, o Brasil terá o terceiro pior desempenho entre as economias da América Latina e Caribe.
Segundo a Cepal, só superaremos El Salvador, com 1,4%, e Cuba, com 2,5%.
Na outra ponta do ranking, de acordo com a instituição, estarão
Panamá (10,5%),
Argentina (9%),
Equador (8%),
Peru (7%)
e Chile (6,3%).
Dá até inveja.
Novamente repete-se o que tem sido a tônica da economia brasileira desde os anos Lula:
o país cresce, mas sempre menos do que poderia.
Ao contrário do discurso ufanista do governo petista, o Brasil manteve-se recorrentemente abaixo do seu potencial, sem aproveitar todo o vento de cauda que uma das fases mais excepcionais da economia mundial produziu na história.
Para 2012, a cantilena de promessas e previsões vãs parece se repetir. O governo diz que os investimentos previstos para este ano serão capazes de esquentar a economia, que, por enquanto, ainda está morna.
Mas a mesma ladainha foi desfiada em 2011, sem que as obras federais decolassem. Deu no que deu.
Na virada deste ano, o governo falava em perseguir um crescimento de 5% em 2012. Nas premissas fiscais, como as que usou para fazer os cortes no Orçamento, já se baseou em 4,5% e, agora, começa a admitir coisa pior, bem pior.
"O governo começa a receber indicadores de que a economia brasileira pode ter um resultado menor do que esperado este ano. O temor é de que o crescimento estacione, mais uma vez, em patamar próximo aos 3%", especula a Folha de S.Paulo hoje.
Na realidade, o governo já vai, aos poucos, alinhando-se a outras projeções disponíveis. Em janeiro, o FMI, por exemplo, cortou sua expectativa para o crescimento brasileiro em 2012 para 3%, ante 3,6% previstos em setembro passado.
Pelo Boletim Focus, do BC, não serão mais que 3,3%.
Se for como em 2011, mais à frente tudo pode ficar ainda mais nublado...
Quem sabe, neste ano, o governo não erre tanto.
17 de fevereiro de 2012
Fonte: Instituto Teotônio Vilela
O ABJETO DA SEMANA
Está lançada, qual obra do PAC, a pedra fundamental do quadro ABJETO DA SEMANA.
Um espaço que destaca os mais ridículos e deploráveis personagens da vida brasileira, semana por semana. Seus feitos e malfeitos serão compilados para a triunfal edição mensal do ABJETO DO MÊS.
Depois, mês a mês, os malfeitores terão colocados os seus malfeitos, para que seja eleito o detentor do troféu ABJETO DO ANO.
O conceito principal para a eleição de cada um desses fichas-sujas com cara de fichas-limpas é rápido e rasteiro: Assim como são as pessoas, são as criaturas; assim como são coisas, são os abjetos. Todo abjeto, independente de qualquer de todos os sexos, é uma coisa.
Como é criado à imagem e semelhança das obras sempre inacabadas do PAC, é bem possível que este projeto também não saia do papel.
RODAPÉ - O conceito básico que norteia a criação do ABJETO DA SEMANA e suas extensões mensais e anual, é inspirado na filosofia do Gordo Renato, mano do editor-geral deste Sanatório que, pelo tremendo fastio por essa sociedade de falsos poetas, se foi mais cedo do que todos queriam e esperavam.
FICHA PERNICIOSA
Tem um bando de ficha-limpa que é o mais pernicioso de todos os malfeitores políticos. O ficha-limpa mais comum na política desse Brasil da Silva não deixa pistas dos seus malfeitos.
FICHA-ESPERTEZA
Nem de longe são aqueles que não conseguem ocultar seu caráter de ficha-suja os que formam a identidade dessa pobre geração brasileira. Quem governa, manda e comanda um povo é aquele que é ficha-limpa porque não se deixa flagrar caindo em tentação.
17 de fevereiro de 2012
sanatório da notícia
Um espaço que destaca os mais ridículos e deploráveis personagens da vida brasileira, semana por semana. Seus feitos e malfeitos serão compilados para a triunfal edição mensal do ABJETO DO MÊS.
Depois, mês a mês, os malfeitores terão colocados os seus malfeitos, para que seja eleito o detentor do troféu ABJETO DO ANO.
O conceito principal para a eleição de cada um desses fichas-sujas com cara de fichas-limpas é rápido e rasteiro: Assim como são as pessoas, são as criaturas; assim como são coisas, são os abjetos. Todo abjeto, independente de qualquer de todos os sexos, é uma coisa.
Como é criado à imagem e semelhança das obras sempre inacabadas do PAC, é bem possível que este projeto também não saia do papel.
RODAPÉ - O conceito básico que norteia a criação do ABJETO DA SEMANA e suas extensões mensais e anual, é inspirado na filosofia do Gordo Renato, mano do editor-geral deste Sanatório que, pelo tremendo fastio por essa sociedade de falsos poetas, se foi mais cedo do que todos queriam e esperavam.
FICHA PERNICIOSA
Tem um bando de ficha-limpa que é o mais pernicioso de todos os malfeitores políticos. O ficha-limpa mais comum na política desse Brasil da Silva não deixa pistas dos seus malfeitos.
FICHA-ESPERTEZA
Nem de longe são aqueles que não conseguem ocultar seu caráter de ficha-suja os que formam a identidade dessa pobre geração brasileira. Quem governa, manda e comanda um povo é aquele que é ficha-limpa porque não se deixa flagrar caindo em tentação.
17 de fevereiro de 2012
sanatório da notícia
PSD: FOGO AMIGO NÃO IDENTIFICADO
Parlamentares que foram infiltrados em Minas Gerais, Bahia e outros estados, por tucanos e até mesmo petistas, na fundação do PSD, começam a fazer fogo amigo contra as decisões de Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo e presidente do partido, querendo obrigá-lo a desistir da aliança vitoriosa com José Serra (que sempre foi prioritária) e a manter a união com o PT (o plano C).
Um PSD aliado ao PT interessa, de forma muito especial e por incrível que pareça, aos tucanos que querem destruir e isolar Serra no PSDB. Interessa ao próprio Alckmin que prefere ver Chalita eleito do que Serra ou Afif. Interessa a Aécio Neves e ao seu grupo que querem destruir qualquer possibilidade futura do paulista na corrida presidencial.
Ao mesmo tempo, interessa a Jacques Wagner e a outros petistas Brasil a fora arrasar com a aliança vitoriosa de São Paulo, criando condições para o PT retomar a prefeitura paulistana. Tanto é que, até agora, não apareceu nenhum membro do PSD para botar a cara à tapa e contestar Kassab, publicamente.
O que existe são as famosas fontes. O que existe é fogo amigo não identificado pelo nome, mas fartamente identificado pelas más intenções.
A imprensa que até agora perdeu todas batalhas contra Kassab e contra o PSD dá ressonância.
NOTA AO PÉ DO TEXTO
Replico este texto somente para mostrar a baixeza e o nível da política brasileira, se é que podemos chamar de "política" e esse jogo de interesses partidários, quase obsceno, mas mafioso com certeza.
Infiltrar sabujos a serviço da delação e da mentira, para desacreditar interesses que se contrapõem aos seus objetivos, é no mínimo, para não ferir a sensibilidade de leitores, uma calhordice, uma canalhice.
m.americo
Um PSD aliado ao PT interessa, de forma muito especial e por incrível que pareça, aos tucanos que querem destruir e isolar Serra no PSDB. Interessa ao próprio Alckmin que prefere ver Chalita eleito do que Serra ou Afif. Interessa a Aécio Neves e ao seu grupo que querem destruir qualquer possibilidade futura do paulista na corrida presidencial.
Ao mesmo tempo, interessa a Jacques Wagner e a outros petistas Brasil a fora arrasar com a aliança vitoriosa de São Paulo, criando condições para o PT retomar a prefeitura paulistana. Tanto é que, até agora, não apareceu nenhum membro do PSD para botar a cara à tapa e contestar Kassab, publicamente.
O que existe são as famosas fontes. O que existe é fogo amigo não identificado pelo nome, mas fartamente identificado pelas más intenções.
A imprensa que até agora perdeu todas batalhas contra Kassab e contra o PSD dá ressonância.
NOTA AO PÉ DO TEXTO
Replico este texto somente para mostrar a baixeza e o nível da política brasileira, se é que podemos chamar de "política" e esse jogo de interesses partidários, quase obsceno, mas mafioso com certeza.
Infiltrar sabujos a serviço da delação e da mentira, para desacreditar interesses que se contrapõem aos seus objetivos, é no mínimo, para não ferir a sensibilidade de leitores, uma calhordice, uma canalhice.
m.americo
MANTEGA NO COLESTEROL DE DILMA
Dilma escorrega mais uma vez. Desta feita, em Mantega. Está engolindo Mantega pelo cardápio de Lula. Para não fazer desfeita ao chef de cousine do seu governo, Dilma fica engasgada com Mantega em quem já passou um "sabão" por deslizar no contato com o tunguista Delucci na Casa da Moeda.
Dilma prefere dispensar Mantega para o bem de seu colesterol e substituí-lo por Nelson Barbosa que ela considera um bom rótulo contra azia e má-gestão. Mas, por enquanto, segue a bula de Lula.
17 de fevereiro de 2012
sanatório da notícia
UM SONHO QUE ACABOU
O sempre atento comentarista Mauro Julio Vieira nos envia mais um instigante artigo de Ferreira Gullar, publicado pela Folha. Desta vez, o poeta mostra sua decepção com Cuba e com o próprio comunismo.
Ferreira Gullar
Nenhum defensor do regime cubano desejaria viver num país de onde não se pode sair sem permissão. É com enorme dificuldade que abordo este assunto: mais uma vez – a 19ª – o governo cubano nega permissão a que Yoani Sánchez saia do país.
A dificuldade advém da relação afetiva e ideológica que me prende à Revolução Cubana, desde sua origem em 1959. Para todos nós, então jovens e idealistas, convencidos de que o marxismo era o caminho para a sociedade fraterna e justa, a Revolução Cubana dava início a uma grande transformação social da América Latina. Essa certeza incendiava nossa imaginação e nos impelia ao trabalho revolucionário.
Nos primeiros dias de novo regime, muitos foram fuzilados no célebre “paredón”, em Havana. Não nos perguntamos se eram inocentes, se haviam sido submetidos a um processo justo, com direito de defesa. Para nós, a justiça revolucionária não podia ser questionada: se os condenara, eles eram culpados.
E nossas certezas ganharam ainda maior consistência, em face das medidas que favoreciam aos mais pobres, dando-lhes enfim o direito a estudar, a se alimentar e a ter atendimento médico de qualidade. É verdade que muitos haviam fugido para Miami, mas era certamente gente reacionária, em geral cheia da grana, que não gozaria mais dos mesmos privilégios na nova Cuba revolucionária.
Sabíamos todos que, além do açúcar e do tabaco, o país não dispunha de muitos outros recursos para construir uma sociedade em que todos tivessem suas necessidades plenamente atendidas. Mas ali estava a União Soviética para ajudá-lo e isso nos parecia mais que natural, mesmo quando pôs na ilha foguetes capazes de portar bombas atômicas e jogá-las sobre Washington e Nova York. A crise provocada por esses foguetes pôs o mundo à beira de uma catástrofe nuclear.
Mas nós culpávamos os norte-americanos, porque eles encarnavam o Mal, e os soviéticos, o Bem. Só me dei conta de que havia algo de errado em tudo isso quando visitei Cuba, muitos anos depois, e levei um susto: Havana me pareceu decadente, com gente malvestida, ônibus e automóveis obsoletos.
Comentei isso com um companheiro que me respondeu, quase irritado: “O importante é que aqui ninguém passa fome e o índice de analfabetismo é zero”. Claro, concordei eu, muito embora aquela imagem de país decadente não me saísse da cabeça.
Impressão semelhante – ainda que em menor grau – causaram-me alguns aspectos da vida soviética, durante o tempo que morei em Moscou. O alto progresso tecnológico militar contrastava com a má qualidade dos objetos de uso. O que importava era derrotar o capitalismo e não o bem-estar e o conforto das pessoas. Mas os dirigentes do partido usavam objetos importados e viam os filmes ocidentais a que o povo não tinha acesso.
Se a situação econômica de Cuba era precária, mesmo quando contava com a ajuda da URSS, muito pior ficou depois que o socialismo real desmoronou. É isso que explica as mudanças determinadas agora por Raúl Castro.
Mas, antes delas, já o regime permitira a entrada de capital norte-americano para construir hotéis, que hoje hospedam turistas ianques, outrora acusados de transformar o país num bordel. Agora, o governo estimula o surgimento de empresas capitalistas, como o faz a China. Está certo desde que permita preservar o que foi conquistado, já que a alternativa é o colapso econômico.
Tudo isso está à mostra para todo mundo ver, exceto alguns poucos sectários que se negam a admitir ter sido o comunismo um sonho que acabou. Mas há também os que se negam a admiti-lo por impostura ou conveniência política.
Do contrário, como entender a atitude da presidente Dilma Rousseff que, em recente visita a Cuba, forçada a pronunciar-se sobre a violação dos direitos humanos, preferiu criticar a manutenção pelos americanos de prisioneiros na base aérea de Guantánamo, o que me fez lembrar o seguinte: um norte-americano, em visita ao metrô de Moscou, que, segundo os soviéticos, não atrasava nunca nem um segundo sequer, observou que o trem estava atrasado mais de três minutos. O guia retrucou: “E vocês, que perseguem os negros!”.
A verdade é que nem eu nem a Dilma nem nenhum defensor do regime cubano desejaria viver num país de onde não se pode sair sem a permissão do governo.
17 de fevereiro de 2012
Ferreira Gullar
Nenhum defensor do regime cubano desejaria viver num país de onde não se pode sair sem permissão. É com enorme dificuldade que abordo este assunto: mais uma vez – a 19ª – o governo cubano nega permissão a que Yoani Sánchez saia do país.
A dificuldade advém da relação afetiva e ideológica que me prende à Revolução Cubana, desde sua origem em 1959. Para todos nós, então jovens e idealistas, convencidos de que o marxismo era o caminho para a sociedade fraterna e justa, a Revolução Cubana dava início a uma grande transformação social da América Latina. Essa certeza incendiava nossa imaginação e nos impelia ao trabalho revolucionário.
Nos primeiros dias de novo regime, muitos foram fuzilados no célebre “paredón”, em Havana. Não nos perguntamos se eram inocentes, se haviam sido submetidos a um processo justo, com direito de defesa. Para nós, a justiça revolucionária não podia ser questionada: se os condenara, eles eram culpados.
E nossas certezas ganharam ainda maior consistência, em face das medidas que favoreciam aos mais pobres, dando-lhes enfim o direito a estudar, a se alimentar e a ter atendimento médico de qualidade. É verdade que muitos haviam fugido para Miami, mas era certamente gente reacionária, em geral cheia da grana, que não gozaria mais dos mesmos privilégios na nova Cuba revolucionária.
Sabíamos todos que, além do açúcar e do tabaco, o país não dispunha de muitos outros recursos para construir uma sociedade em que todos tivessem suas necessidades plenamente atendidas. Mas ali estava a União Soviética para ajudá-lo e isso nos parecia mais que natural, mesmo quando pôs na ilha foguetes capazes de portar bombas atômicas e jogá-las sobre Washington e Nova York. A crise provocada por esses foguetes pôs o mundo à beira de uma catástrofe nuclear.
Mas nós culpávamos os norte-americanos, porque eles encarnavam o Mal, e os soviéticos, o Bem. Só me dei conta de que havia algo de errado em tudo isso quando visitei Cuba, muitos anos depois, e levei um susto: Havana me pareceu decadente, com gente malvestida, ônibus e automóveis obsoletos.
Comentei isso com um companheiro que me respondeu, quase irritado: “O importante é que aqui ninguém passa fome e o índice de analfabetismo é zero”. Claro, concordei eu, muito embora aquela imagem de país decadente não me saísse da cabeça.
Impressão semelhante – ainda que em menor grau – causaram-me alguns aspectos da vida soviética, durante o tempo que morei em Moscou. O alto progresso tecnológico militar contrastava com a má qualidade dos objetos de uso. O que importava era derrotar o capitalismo e não o bem-estar e o conforto das pessoas. Mas os dirigentes do partido usavam objetos importados e viam os filmes ocidentais a que o povo não tinha acesso.
Se a situação econômica de Cuba era precária, mesmo quando contava com a ajuda da URSS, muito pior ficou depois que o socialismo real desmoronou. É isso que explica as mudanças determinadas agora por Raúl Castro.
Mas, antes delas, já o regime permitira a entrada de capital norte-americano para construir hotéis, que hoje hospedam turistas ianques, outrora acusados de transformar o país num bordel. Agora, o governo estimula o surgimento de empresas capitalistas, como o faz a China. Está certo desde que permita preservar o que foi conquistado, já que a alternativa é o colapso econômico.
Tudo isso está à mostra para todo mundo ver, exceto alguns poucos sectários que se negam a admitir ter sido o comunismo um sonho que acabou. Mas há também os que se negam a admiti-lo por impostura ou conveniência política.
Do contrário, como entender a atitude da presidente Dilma Rousseff que, em recente visita a Cuba, forçada a pronunciar-se sobre a violação dos direitos humanos, preferiu criticar a manutenção pelos americanos de prisioneiros na base aérea de Guantánamo, o que me fez lembrar o seguinte: um norte-americano, em visita ao metrô de Moscou, que, segundo os soviéticos, não atrasava nunca nem um segundo sequer, observou que o trem estava atrasado mais de três minutos. O guia retrucou: “E vocês, que perseguem os negros!”.
A verdade é que nem eu nem a Dilma nem nenhum defensor do regime cubano desejaria viver num país de onde não se pode sair sem a permissão do governo.
17 de fevereiro de 2012
O ANTROPÓLOGO CLAUDE-LÉVI-STRAUSS DETESTOU A BAHIA DE GUANABARA...
Sim, é verdade. Está em Tristes Trópicos, misto de relato de memórias e ensaio antropológico que resume as passagens do teórico estruturalista pelo Brasil – e inspirou o verso da canção ‘O Estrangeiro’, de Caetano Veloso. Está também na recém-lançada biografia Claude Lévi-Strauss – O Poeta no Laboratório, de Patrick Wilcken (Objetiva, 398 pgs. 44,90), que lá pelas tantas escreve:
“Quando o navio entrou no porto do Rio, Lévi-Strauss sentiu uma decepção que se tornou famosa. Apesar do esforço mental, o cenário feria seu senso de proporções clássicas. O Pão de Açúcar e o Corcovado pareciam grandes demais em relação ao conjunto, como ‘tocos… numa boca desdentada’, como se a natureza tivesse deixado para trás uma obra inacabada, assimétrica.”
O trecho é revelador por mostrar que o gosto do jovem antropólogo estava relacionado desde cedo com a ideia de simetria que faltava na paisagem carioca – o que é coerente com as melhores impressões que lhe causaram as geometrias urbanas de São Paulo e Brasília. Essa ideia seria fundamental na formulação do movimento estruturalista, que revolucionou as ciências humanas nos anos 60 e teve repercussões profundas nas obras de autores tão distintos quanto Roland Barthes e Jacques Lacan.
Ele próprio um pesquisador dedicado, também autor do excelente Império à Deriva, sobre a Corte portuguesa no Rio de Janeiro, Patrick Wilcken constrói um retrato convincente de seu biografado, ainda que nem sempre consiga superar o muro de silêncio e introspecção com que o antropólogo protegia a sua privacidade. Lévi-Strauss, como se sabe, morreu em 2009, pouco antes de completar 101 anos, mas a longevidade foi inversamente proporcional à sua projeção na mídia. Distante da imagem pública de intelectual engajado associada a pensadores como Jean-Paul Sartre (a quem atacou no último capítulo de O Pensamento Selvagem) e Michel Foucault, Lévi-Strauss foi um pensador solitário, cético em relação à política, encerrado em suas pesquisas, que parecia não viver além dos limites de sua obra. Como declarou numa entrevista em 1990, “O que importa é a obra, não o autor que por acaso veio a escrevê-la; eu diria antes que ela se escreveu através dele. O indivíduo não passa de um meio de transmissão.” Ou ainda: “Não tenho vida social, não tenho amigos. Passo metade de meu tempo no laboratório, e o resto em meu escritório”.
Wilcken demonstra que não foi bem assim – por exemplo, quando, narrando a infância do antropólogo em Paris, revela que a vanguarda nas artes plásticas na França representou a ruína financeira de seu pai, pintor acadêmico; ou quando sugere que a separação de Lévi-Strauss de sua primeira mulher, Dina, também antropóloga, teve relação com cartas amorosas trocadas por ela com Mário de Andrade; ou, ainda, quando descreve as aventuras boêmias de Lévi-Strauss em seu forçado exílio novaiorquino – sendo judeu, precisou deixar a França, que vivia uma atmosfera de anti-semitismo crescente.
É curioso observar que as primeiras viagens ao Mato Grosso, Goiás e Paraná em 1935, pelas quais Lévi-Strauss ficou mais conhecido, foram de certa forma um fracasso. O planejado trabalho de campo esbarrou, já naquela época, no processo de aculturação e empobrecimento da maioria dos povos indígenas com que conseguiu estabelecer contato, e o antropólogo registra essa frustração em suas memórias. Wilcken escreve:
“Ansioso em consagrar-se como antropólogo, agora ele estava na iminência de ter os contatos exóticos sobre os quais tanto lera em Paris. Mas o que encontrou ao entrar num pequeno acampamento de Tibagi nas matas do parané foi um banho de realidade. Espalhados no chão de terra das palhoças estavam os refugos da industrialização – pratos de alumínio esmaltado, utensílios vagabundos, os ‘restos da carcaça de uma máquina de costura. (…) Ele saiu com a impressão de que ‘não eram índios de verdade, nem, omais importante, selvagens. (…) Chegara tarde demaisO que sobrara era a borra cultural, uma triste mistura de tradição e modernidade mutuamente corrompidas.”
Isso não o impediu, por outro lado, de trocar miçangas coloridas, cortes de tecido e bugingangas por centenas de peças de artesanato, que levou para Paris, onde seriam expostas em museus – para deleite dos civilizados. O que Lévi-Strauss assume com naturalidade, aliás: confrontado com a crítica de que os museus criam uma aura de exotismo em torno das culturas alheias, ele respondeu, simplesmente, que “a Antropologia é uma ciência etnocêntrica por excelência”.
Leia um trecho do livro aqui.
Foi na expedição seguinte ao Brasil Central, em 1938 – narrada em detalhes por Wilcken, que prenche os “brancos” deixados em Tristes Trópicos – que se plantou na mente de Lévi-Strauss a primeira semente do Estruturalismo. Foi quando chamou sua atenção, no contato com os Bororos, a disposição da aldeia – um círculo de ocas das famílias em volta de uma casa comprida central reservada aos homens:
“Lévi-Strauss examinou todas as ocas e marcou todas as relações entre elas. No chão do terreiro, desenhou diagramas das várias divisas imaginárias, os setores assim formados e a divisão de direitos, deveres, hierarquias e reciprocidades que definia esses setores. (…) Resultava um balé, ‘no qual as duas metades da aldeia lutam para viver e respirar uma pela outra e para a outra. trocando mulheres, posses e serviços numa reciprocidade intensa: entrecasando os filhos, enterrando mutuamente os mortos’. O sistema era tão entranhado nos bororos (…) que uma mudança na planta da aldeia levava a uma rápida deterioração cultural.”
A segunda semente foi mais prosaica. Às vésperas da invasão da França pela Alemanha, o antropólogo passeava por uma floresta na fronteira com Luxemburgo quando se deparou com um punhado de dentes-de-leão e se entregou a uma “intensa contemplação intelectual”:
“Examinou o halo cnza da cabeça de um dente-de-leão, com suas centenas de milhares de filamentos criando uma atmosfera perfeita. Como aquela planta, e todas as outras, tinha chegado a uma finalização tão geométrica e regular? ‘Foi lá que descobri o princípio organizador do meu pensamento’, comentou mais tarde. O dente-de-leão era o resultado do jogo entre suas propriedades estruturais, calibrado numa forma única e instantaneamente identificável. (…) A ideia de que a cultura, tal como a natureza, podia ter seus próprios princípios de estruturação – ocultos, mas em última instância determinantes, como os códigos genéticos que produziam a geometria da natureza – iria moldar grande parte do trabalho subsequente de Lévi-Strauss, quando deu início à sua análise de fenômenos culturais e sociológicos como o parentesco, o totemismo e o mito.”
A partir daí os desdobramentos do pensamento e da obra de Lévi-Strauss foram quase naturais, consistindo na aplicação sistemática da ideia de estrutura às relações de parentesco, à mitologia, às formas de preparar alimentos, a questões estéticas etc. Tratava-se de identificar padrões comuns a diferentes culturas, mostrando a complexidade oculta na organização social dos povos “selvagens”, repensando de forma radical a oposição entre natureza e cultura e deslocando o interesse do sentido para a forma. Livros como As Estruturas Elementares do Parentesco (1949), Antropologia Estrutural (1958), O Pensamento Selvagem (1962) e O Cru e o Cozido (1964) são ilustrações desse projeto essencial – desvendar as simetrias invisíveis que se encontram entre todas as culturas, identificar elementos universais na atividade do espíritoque atravessariam os grupos humanos no tempo e no espaço. Foram também etapas da consolidação de uma bem-sucedida carreira acadêmica e de uma vasta produção intelectual, que merece ser regularmente revisitada.
LEIA TAMBÉM:
Tristes Trópicos de Claude Lévi-Strauss. Companhia das Letras, 456 pgs. R$72,50.
“Narrativa de viagem ou ensaio de ciência? Em sua prosa poética, melancólica, irônica, Lévi-Strauss desloca parâmetros consagrados, questionando ao mesmo tempo viajantes e cientistas. Sua imaginação criadora nunca abre mão da reflexão lógica mais rigorosa. O Brasil que aqui se revela está muito além da provinciana cidade de São Paulo. Pois o mundo perdido dos cadiueu, dos bororo, dos nambiquara e dos tupi-cavaíba tem seus próprios estilos e linguagens. Tristes trópicos é não só um clássico da etnologia e dos “estudos brasileiros”, mas uma obra universal, sem fronteiras, sobre a crise do processo civilizatório na modernidade.”
De Perto e de Longe de Claude Lévi-Strauss e Didier Éribon. Cosac Naify, 272 pgs. R$39
“Dom Quixote da antropologia, é assim que Lévi-Strauss aceita se definir aos 80 anos, ao conceder ao filósofo francês Didier Eribon esta longa entrevista. O antropólogo faz um balanço que entremeia história pessoal, formação intelectual e conceitos-chave de sua teoria. Além de relatos sobre o fascinante convívio com grandes pensadores do século XX (Lacan, Duchamp, Ernst, Jakobson, Braudel, Merleau-Ponty, Boas), Lévi-Strauss enreda o leitor pela fluidez no trato das questões espinhosas que levantaram polêmica em torno de sua obra. O conceito de estrutura, , o mal-entendido da definição de sociedades “quentes” e “frias”, o debate com Sartre, o destino da antropologia.”
10/02/12
por Luciano Trigo
“Quando o navio entrou no porto do Rio, Lévi-Strauss sentiu uma decepção que se tornou famosa. Apesar do esforço mental, o cenário feria seu senso de proporções clássicas. O Pão de Açúcar e o Corcovado pareciam grandes demais em relação ao conjunto, como ‘tocos… numa boca desdentada’, como se a natureza tivesse deixado para trás uma obra inacabada, assimétrica.”
O trecho é revelador por mostrar que o gosto do jovem antropólogo estava relacionado desde cedo com a ideia de simetria que faltava na paisagem carioca – o que é coerente com as melhores impressões que lhe causaram as geometrias urbanas de São Paulo e Brasília. Essa ideia seria fundamental na formulação do movimento estruturalista, que revolucionou as ciências humanas nos anos 60 e teve repercussões profundas nas obras de autores tão distintos quanto Roland Barthes e Jacques Lacan.
Ele próprio um pesquisador dedicado, também autor do excelente Império à Deriva, sobre a Corte portuguesa no Rio de Janeiro, Patrick Wilcken constrói um retrato convincente de seu biografado, ainda que nem sempre consiga superar o muro de silêncio e introspecção com que o antropólogo protegia a sua privacidade. Lévi-Strauss, como se sabe, morreu em 2009, pouco antes de completar 101 anos, mas a longevidade foi inversamente proporcional à sua projeção na mídia. Distante da imagem pública de intelectual engajado associada a pensadores como Jean-Paul Sartre (a quem atacou no último capítulo de O Pensamento Selvagem) e Michel Foucault, Lévi-Strauss foi um pensador solitário, cético em relação à política, encerrado em suas pesquisas, que parecia não viver além dos limites de sua obra. Como declarou numa entrevista em 1990, “O que importa é a obra, não o autor que por acaso veio a escrevê-la; eu diria antes que ela se escreveu através dele. O indivíduo não passa de um meio de transmissão.” Ou ainda: “Não tenho vida social, não tenho amigos. Passo metade de meu tempo no laboratório, e o resto em meu escritório”.
Wilcken demonstra que não foi bem assim – por exemplo, quando, narrando a infância do antropólogo em Paris, revela que a vanguarda nas artes plásticas na França representou a ruína financeira de seu pai, pintor acadêmico; ou quando sugere que a separação de Lévi-Strauss de sua primeira mulher, Dina, também antropóloga, teve relação com cartas amorosas trocadas por ela com Mário de Andrade; ou, ainda, quando descreve as aventuras boêmias de Lévi-Strauss em seu forçado exílio novaiorquino – sendo judeu, precisou deixar a França, que vivia uma atmosfera de anti-semitismo crescente.
É curioso observar que as primeiras viagens ao Mato Grosso, Goiás e Paraná em 1935, pelas quais Lévi-Strauss ficou mais conhecido, foram de certa forma um fracasso. O planejado trabalho de campo esbarrou, já naquela época, no processo de aculturação e empobrecimento da maioria dos povos indígenas com que conseguiu estabelecer contato, e o antropólogo registra essa frustração em suas memórias. Wilcken escreve:
“Ansioso em consagrar-se como antropólogo, agora ele estava na iminência de ter os contatos exóticos sobre os quais tanto lera em Paris. Mas o que encontrou ao entrar num pequeno acampamento de Tibagi nas matas do parané foi um banho de realidade. Espalhados no chão de terra das palhoças estavam os refugos da industrialização – pratos de alumínio esmaltado, utensílios vagabundos, os ‘restos da carcaça de uma máquina de costura. (…) Ele saiu com a impressão de que ‘não eram índios de verdade, nem, omais importante, selvagens. (…) Chegara tarde demaisO que sobrara era a borra cultural, uma triste mistura de tradição e modernidade mutuamente corrompidas.”
Isso não o impediu, por outro lado, de trocar miçangas coloridas, cortes de tecido e bugingangas por centenas de peças de artesanato, que levou para Paris, onde seriam expostas em museus – para deleite dos civilizados. O que Lévi-Strauss assume com naturalidade, aliás: confrontado com a crítica de que os museus criam uma aura de exotismo em torno das culturas alheias, ele respondeu, simplesmente, que “a Antropologia é uma ciência etnocêntrica por excelência”.
Leia um trecho do livro aqui.
Foi na expedição seguinte ao Brasil Central, em 1938 – narrada em detalhes por Wilcken, que prenche os “brancos” deixados em Tristes Trópicos – que se plantou na mente de Lévi-Strauss a primeira semente do Estruturalismo. Foi quando chamou sua atenção, no contato com os Bororos, a disposição da aldeia – um círculo de ocas das famílias em volta de uma casa comprida central reservada aos homens:
“Lévi-Strauss examinou todas as ocas e marcou todas as relações entre elas. No chão do terreiro, desenhou diagramas das várias divisas imaginárias, os setores assim formados e a divisão de direitos, deveres, hierarquias e reciprocidades que definia esses setores. (…) Resultava um balé, ‘no qual as duas metades da aldeia lutam para viver e respirar uma pela outra e para a outra. trocando mulheres, posses e serviços numa reciprocidade intensa: entrecasando os filhos, enterrando mutuamente os mortos’. O sistema era tão entranhado nos bororos (…) que uma mudança na planta da aldeia levava a uma rápida deterioração cultural.”
A segunda semente foi mais prosaica. Às vésperas da invasão da França pela Alemanha, o antropólogo passeava por uma floresta na fronteira com Luxemburgo quando se deparou com um punhado de dentes-de-leão e se entregou a uma “intensa contemplação intelectual”:
“Examinou o halo cnza da cabeça de um dente-de-leão, com suas centenas de milhares de filamentos criando uma atmosfera perfeita. Como aquela planta, e todas as outras, tinha chegado a uma finalização tão geométrica e regular? ‘Foi lá que descobri o princípio organizador do meu pensamento’, comentou mais tarde. O dente-de-leão era o resultado do jogo entre suas propriedades estruturais, calibrado numa forma única e instantaneamente identificável. (…) A ideia de que a cultura, tal como a natureza, podia ter seus próprios princípios de estruturação – ocultos, mas em última instância determinantes, como os códigos genéticos que produziam a geometria da natureza – iria moldar grande parte do trabalho subsequente de Lévi-Strauss, quando deu início à sua análise de fenômenos culturais e sociológicos como o parentesco, o totemismo e o mito.”
A partir daí os desdobramentos do pensamento e da obra de Lévi-Strauss foram quase naturais, consistindo na aplicação sistemática da ideia de estrutura às relações de parentesco, à mitologia, às formas de preparar alimentos, a questões estéticas etc. Tratava-se de identificar padrões comuns a diferentes culturas, mostrando a complexidade oculta na organização social dos povos “selvagens”, repensando de forma radical a oposição entre natureza e cultura e deslocando o interesse do sentido para a forma. Livros como As Estruturas Elementares do Parentesco (1949), Antropologia Estrutural (1958), O Pensamento Selvagem (1962) e O Cru e o Cozido (1964) são ilustrações desse projeto essencial – desvendar as simetrias invisíveis que se encontram entre todas as culturas, identificar elementos universais na atividade do espíritoque atravessariam os grupos humanos no tempo e no espaço. Foram também etapas da consolidação de uma bem-sucedida carreira acadêmica e de uma vasta produção intelectual, que merece ser regularmente revisitada.
LEIA TAMBÉM:
Tristes Trópicos de Claude Lévi-Strauss. Companhia das Letras, 456 pgs. R$72,50.
“Narrativa de viagem ou ensaio de ciência? Em sua prosa poética, melancólica, irônica, Lévi-Strauss desloca parâmetros consagrados, questionando ao mesmo tempo viajantes e cientistas. Sua imaginação criadora nunca abre mão da reflexão lógica mais rigorosa. O Brasil que aqui se revela está muito além da provinciana cidade de São Paulo. Pois o mundo perdido dos cadiueu, dos bororo, dos nambiquara e dos tupi-cavaíba tem seus próprios estilos e linguagens. Tristes trópicos é não só um clássico da etnologia e dos “estudos brasileiros”, mas uma obra universal, sem fronteiras, sobre a crise do processo civilizatório na modernidade.”
De Perto e de Longe de Claude Lévi-Strauss e Didier Éribon. Cosac Naify, 272 pgs. R$39
“Dom Quixote da antropologia, é assim que Lévi-Strauss aceita se definir aos 80 anos, ao conceder ao filósofo francês Didier Eribon esta longa entrevista. O antropólogo faz um balanço que entremeia história pessoal, formação intelectual e conceitos-chave de sua teoria. Além de relatos sobre o fascinante convívio com grandes pensadores do século XX (Lacan, Duchamp, Ernst, Jakobson, Braudel, Merleau-Ponty, Boas), Lévi-Strauss enreda o leitor pela fluidez no trato das questões espinhosas que levantaram polêmica em torno de sua obra. O conceito de estrutura, , o mal-entendido da definição de sociedades “quentes” e “frias”, o debate com Sartre, o destino da antropologia.”
10/02/12
por Luciano Trigo
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