08 de agosto de 2013
Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
quinta-feira, 8 de agosto de 2013
DILMA ANUNCIA OBRAS E IMEDIATAMENTE É DESMENTIDA PELO MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES
Pela manhã, Dilma disse que o contrato de seis dos 11 lotes da duplicação dos 303 quilômetros da BR–381 estavam prontos para ser assinados e que os outros cinco estavam em negociação, mas que todos seriam assinados em setembro próximo. As obras, segundo a presidente, começariam em dezembro.
“Na BR–381 nós temos boas notícias. Para seis (lotes) não há problemas. Eles estão em processo de assinatura de contrato e a gente acredita que até setembro isso esteja sanado.
Cinco estão sendo negociados porque o preço é acima do mínimo, e acredito que vai estar tudo pronto até setembro. Essas obras vão ser iniciadas em dezembro”, prometeu a presidente, em entrevista às rádios Itatiaia e Vanguarda.
No início da noite, a assessoria do Dnit, em Brasília, negou a informação. “Não sei de onde a presidente tirou isso”, disse um funcionário. Segundo o órgão, a licitação ainda não foi concluída, e sequer foram decretadas as empresas vencedoras de cada lote.
Ainda conforme a assessoria, os técnicos estão analisando as propostas, entregues em junho. Essa fase não tem data para terminar, pois os servidores do Dnit estão em greve desde 25 de junho.
ANEL RODOVIÁRIO
Sobre a revitalização do Anel Rodoviário, a presidente anunciou que parte das obras ficaria a cargo do governo do Estado, que afirmou, por meio de nota, ainda não ter recebido a incumbência.
As obras seriam realizadas de forma emergencial da avenida Amazonas até a BR–040, no complexo da avenida Pedro II e próximo a praça São Vicente.
No entanto, a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Transportes e Obras (Setop) afirmou, por meio de nota, que está responsável apenas pelo projeto de engenharia.
A presidente também estabeleceu prazo para licitar as obras em fevereiro do ano que vem, no entanto o Estado afirma que o projeto de engenharia, que antecede a licitação, deve ficar pronto entre maio e junho de 2014.
O PSDB divulgou nota criticando a presidente. “Primeiro diz que vai fazer. Depois que não fez, anuncia que vai dar o dinheiro para que o Estado faça. Ao invés de dar o dinheiro, manda apenas uma parte, e o resto joga para o Estado”, afirma a nota.
08 de agosto de 2013
Tâmara Teixeira, Natália Oliveira e Larissa Arantes (O Tempo)
SENADOR IVO CASSOL CUMPRIRÁ MAIS DE QUATRO ANOS EM REGIME SEMIABERTO, DECIDE STF
O senador Ivo Cassol (PP-RO) foi condenado a quatro anos, oito meses e 26 dias pelo crime de fraude em licitação, segundo definiu hoje (8) o Supremo Tribunal Federal (STF). Ele cumprirá a pena em regime inicialmente semiaberto e terá que pagar multa de R$ 201,8 mil em valores ainda não atualizados.
Ao contrário do que ocorreu na Ação Penal 470, o processo do mensalão, a maioria dos ministros decidiu que o STF não pode cassar o mandato do parlamentar automaticamente a partir da condenação.
Seis dos dez ministros entenderam que, segundo a Constituição, somente o Congresso Nacional pode decidir pela cassação, após informado sobre a condenação criminal.
O resultado mudou porque dois novos ministros, que não participaram do julgamento do mensalão, chegaram à Corte, Teori Zavascki e Roberto Barroso. Ambos aderiram à tese mais benéfica ao parlamentar. O ministro Luiz Fux, que havia votado pela cassação automática no mensalão, não participou do julgamento de hoje porque estava impedido.
Votaram pela decisão final do Congresso sobre a cassação os ministros Cármen Lúcia, Antonio Dias Toffoli, Roberto Barroso, Teori Zavascki, Rosa Weber e Ricardo Lewandowski. A cassação automática dos mandatos foi defendida pelos ministros Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e pelo presidente Joaquim Barbosa.
Barbosa destacou a “incoerência” da decisão, pois a Corte não interferiu no mandato do parlamentar, mas decretou a perda de eventual função pública ocupada pelos outros dois réus. “Pune-se mais gravemente quem exerce responsabilidade maior, essa deve ser a regra. Quanto mais elevada a responsabilidade maior deve ser a punição, e não o contrário. Esse é o erro da nossa República”, criticou.
Os dois réus condenados com Cassol são o presidente da Comissão de Licitação do município na época dos fatos, Salomão da Silveira, e o vice-presidente da mesma comissão, Erodi Matt. Eles receberam pena de quatro anos, oito meses e 26 dias em regime inicialmente aberto. A única diferença em relação a Cassol está na multa, mais amena, de R$ 134,5 mil, sem atualização.
Ao final do julgamento, o advogado dos réus, Marcelo Bessa, disse que ainda cabe recurso da decisão, mas que vai aguardar a publicação do acórdão, documento que resume o julgamento, para decidir o que fazer. “É muito pouco recurso que cabe, depende, tenho que ver a publicação”.
Bessa disse que, teoricamente, é possível entrar com embargos de declaração, mas que “ordinariamente eles não têm efeito modificativo”.
Os embargos de declaração são usados para esclarecer pontos omissos ou contraditórios do julgamento. Esses são os recursos que o STF começa a julgar na semana que vem no caso do mensalão.
08 de agosto de 2013
Débora Zampier
Agência Brasil
Ao contrário do que ocorreu na Ação Penal 470, o processo do mensalão, a maioria dos ministros decidiu que o STF não pode cassar o mandato do parlamentar automaticamente a partir da condenação.
Seis dos dez ministros entenderam que, segundo a Constituição, somente o Congresso Nacional pode decidir pela cassação, após informado sobre a condenação criminal.
O resultado mudou porque dois novos ministros, que não participaram do julgamento do mensalão, chegaram à Corte, Teori Zavascki e Roberto Barroso. Ambos aderiram à tese mais benéfica ao parlamentar. O ministro Luiz Fux, que havia votado pela cassação automática no mensalão, não participou do julgamento de hoje porque estava impedido.
Votaram pela decisão final do Congresso sobre a cassação os ministros Cármen Lúcia, Antonio Dias Toffoli, Roberto Barroso, Teori Zavascki, Rosa Weber e Ricardo Lewandowski. A cassação automática dos mandatos foi defendida pelos ministros Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e pelo presidente Joaquim Barbosa.
Barbosa destacou a “incoerência” da decisão, pois a Corte não interferiu no mandato do parlamentar, mas decretou a perda de eventual função pública ocupada pelos outros dois réus. “Pune-se mais gravemente quem exerce responsabilidade maior, essa deve ser a regra. Quanto mais elevada a responsabilidade maior deve ser a punição, e não o contrário. Esse é o erro da nossa República”, criticou.
Os dois réus condenados com Cassol são o presidente da Comissão de Licitação do município na época dos fatos, Salomão da Silveira, e o vice-presidente da mesma comissão, Erodi Matt. Eles receberam pena de quatro anos, oito meses e 26 dias em regime inicialmente aberto. A única diferença em relação a Cassol está na multa, mais amena, de R$ 134,5 mil, sem atualização.
Ao final do julgamento, o advogado dos réus, Marcelo Bessa, disse que ainda cabe recurso da decisão, mas que vai aguardar a publicação do acórdão, documento que resume o julgamento, para decidir o que fazer. “É muito pouco recurso que cabe, depende, tenho que ver a publicação”.
Bessa disse que, teoricamente, é possível entrar com embargos de declaração, mas que “ordinariamente eles não têm efeito modificativo”.
Os embargos de declaração são usados para esclarecer pontos omissos ou contraditórios do julgamento. Esses são os recursos que o STF começa a julgar na semana que vem no caso do mensalão.
08 de agosto de 2013
Débora Zampier
Agência Brasil
FILA DO ABATE
Gurgel pede ao TSE a cassação do mandato de Roseana Sarney, que após anos prova o próprio veneno
Procurador-geral da República, Roberto Gurgel requereu ao Tribunal Superior Eleitoral a cassação do mandato da governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), e do vice Washington Luiz Oliveira (PT).Há muito aguardado nos bastidores da política nacional e maranhense, o pedido de cassação demorou a chegar à instância máxima da Justiça Eleitoral.
No pedido encaminhado ao TSE, Gurgel alegou que Roseana Sarney, na campanha eleitoral de 2010, cometeu abuso de poder econômico e de autoridade ao firmar, às vésperas do pleito, convênios eminentemente eleitoreiros com diversas prefeituras do Maranhão.
Internado no melhor hospital do País por causa de dengue, o senador José Sarney tentou como pode evitar que o processo chegasse a tal ponto.
Para que os leitores entendam a forma peçonhenta de agir do clã Sarney, o senador conseguiu emplacar como ministra efetiva do TSE a advogada Luciana Christina Guimarães Lóssio. Como no mundo da política coincidências não existem, Luciana já advogou para Roseana Sarney e é a relatora do recurso em que o ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB) pede cassação do mandato da filha do caudilho do Maranhão.
Nenhum membro da família Sarney pode criticar a decisão do procurador Roberto Gurgel, uma vez que a própria Roseana valeu-se do mesmo expediente para requerer a cassação do mandato do então governador Jackson Lago (PDT), já falecido, que em 2006 venceu a corrida ao Palácio dos Leões, sede do Executivo maranhense. À época, Roseana Sarney perdeu a eleição para Lago e usou alegações idênticas em sua cruzada contra o adversário político.
De acordo com a acusação, Roseana Sarney assinou convênios com prefeituras no valor de quase R$ 1 bilhão com nítido caráter eleitoreiro. Na petição, os advogados alegam que os convênios foram utilizados “como meio de cooptação de prefeitos e lideranças políticas e sindicais”.
Uma das provas do uso eleitoral dos convênios, segundo os advogados, é a concentração da celebração de vários acordos nas vésperas da data da convenção partidária que homologou o nome de Roseana Sarney para disputar as eleições de 2010, em 24 de junho daquele ano.
Uma tabela revela que nos quatro dias que antecederam a convenção, a governadora assinou 670 convênios que previram a liberação de mais de R$ 165 milhões para diversos municípios do estado.
O processo também aponta que, em pleno período eleitoral, o governo maranhense começou a construir moradias por meio do programa chamado Viva Casa, com gastos de R$ 70 milhões que não estavam previstos no orçamento.
As alegações finais, que somam 79 páginas, trazem planilhas que mostram que a votação de Roseana foi expressiva justamente nos municípios beneficiados com os recursos dos convênios fechados em ano eleitoral.
Ainda na peça, os advogados sustentam que a influência das ações da governadora no resultado eleitoral é facilmente perceptível. Roseana ganhou as eleições no primeiro turno por 0,08% dos votos a mais que a metade dos votos válidos.
No mês de junho de 2010, quatro meses antes da eleição para o governo do Maranhão, foram celebrados pelo governo Roseana Sarney 979 convênios eleitoreiros, totalizando R$ 400 milhões, segundo processo de cassação (RCED 809) movido pelo ex-governador José Reinaldo Tavares contra a diplomação dos atuais governantes maranhenses.
Somente nos dias 23 e 24 de junho, no dia da convenção que homologou a candidatura da filha do senador José Sarney, foram 545 convênios. Incluindo fundo a fundo, prefeituras, associações, foram mais de R$ 1 bilhão em convênios de caráter meramente eleitoreiro.
08 de agosto de 2013
FACE LENHOSA
Roseana reage ao pedido de cassação e mostra que legislação só vale para os adversários do clã Sarney
Nesta quinta-feira (8), a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), reagiu ao pedido de cassação do seu mandato formulado pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, em parecer enviado ao Tribunal Superior Eleitoral.Por meio da Secretaria de Comunicação Social do governo, Roseana informou que seu mandato “é legítimo, conquistado por meio do voto direto e dentro de um processo democrático e limpo”.
No parecer que já se encontra no TSE, Gurgel é claro ao defender a perda do mandato da governadora e do seu vice, o petista Washington Luiz Oliveira, do Partido dos Trabalhadores.
A decisão do procurador tem como justificativa o cometimento de abuso do poder econômico e de autoridade por Roseana Sarney, que na campanha eleitoral de 2010 firmou com prefeituras maranhenses convênios c de caráter meramente eleitoreiro.
“As minhas ações foram transparentes e dentro da lei. A minha eleição para o cargo de governadora foi legítima. Por isso, a minha consciência está tranquila e tenho confiança que exercerei meu mandato até o fim”, declarou a governadora do Maranhão, que não consegue ter um momento de humildade e reconhecer o equívoco cometido.
O fato de Roseana alegar que seu mandato é legítimo não significa que o mesmo não possa ser contestado. A legitimidade de um mandato se estabelece no momento em que o candidato vitorioso é diplomado pela Justiça Eleitoral, mas isso não é garantia de que a campanha transcorreu dentro da legalidade. Enquanto não houver qualquer contestação acerca da legalidade da campanha, o mandato só pode ser considerado legítimo nesse aspecto.
A grande questão envolvendo Roseana Sarney é que ela não aceita para si o que impõe aos adversários. Derrotada na eleição de 2006 pelo pedetista Jackson Lago, já falecido, Roseana usou as mesmas alegações que ora a colocam na fila da degola do Tribunal Superior Eleitoral.
A ação que culminou com o pedido de cassação de Roseana foi impetrada pelo ex-governador José Reinaldo Tavares, candidato do PSB derrotado na corrida ao Senado Federal.
Que a governadora romperia o silêncio com declarações falaciosas todos sabiam, mas é preciso que não apenas Roseana, mas toda a família Sarney compreenda que o Maranhão está cansado do banditismo político que leva a marca da Praia do Calhau, em São Luís.
Assim como a vida, a política tem um ciclo e seus operadores precisam estar preparados para o fim. Do contrário, o caudilhismo que há cinco décadas reina no mais pobre estado brasileiro pode se tornar regra. Eis o perigo!
08 de agosto de 2013
CONFIRMADO: LÍDERES DO "FORA DO EIXO" E DE OUTROS MOVIMENTOS POPULARES ESTÃO NA FOLHA DE PAGAMENTO DE HADDAD
O prefeito Fernando Haddad (PT) levou para seu governo alguns dos jovens que organizaram no ano passado o Festival Existe Amor em SP, evento que levou cerca de 10 mil pessoas para a Praça Roosevelt, no centro paulistano. Na época, os integrantes da festa tinham como um dos bordões “Fora Russomano”, então segundo colocado nas pesquisas na disputa das eleições municipais, à frente de Haddad.
Para ser chefe de gabinete de Juca Ferreira, secretário municipal de Cultura, Haddad chamou Rodrigo Savazoni, um dos criadores da Casa de Cultura Digital e um dos principais organizadores do Existe Amor em SP. O prefeito também chamou integrantes de coletivos dedicados à cultura alternativa, como Matilha Cultural, Fora do Eixo e Voodoohop, para ter assentos no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social e para conselhos da Secretaria Municipal de Direitos Humanos.
Pedro Alexandre Sanches, um dos agitadores do evento na Praça Roosevelt em 2012, hoje faz o blog oficial da Virada Cultural. Integrantes dos coletivos de cultura alternativa também vão participar das discussões sobre o novo Plano Diretor, que o governo petista deve encaminhar à Câmara Municipal até o final do ano. Alê Yousseuf, também agitador do Existe Amor em SP, é o curador da virada.
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG - O grupo Fora do Eixo, liderado por Pablo Capilé e que tem assentos em importantes conselhos da Prefeitura de São Paulo, é justamente aquele que criou e patrocina o Coletivo Mídia Ninja ( não confundir com o movimento Mídia Ninja, que é independente de partidos e ideologias). Na foto acima, Bruno Torturra, criador do Coletivo Mídia Ninja e Capilé, aparecem com Haddad num evento do PT.
A estranha ONG recebe ajuda federal e municipal do PT, e Capilé é considerado “militante do partido” pelo próprio presidente nacional do PT, Rui Falcão, em video já exibido aqui no Blog da Tribuna. Mas Capilé diz que não recebe ajuda do PT, porque sua ONG seria autossustentável, acredite se quiser. Por fim, devemos reconhecer que essa “armação” do PT, usando as ONGs cooptadas para ajudar a derrubar Russomano, foi mesmo um golpe de mestre. (C.N.)
08 de agosto de 2013
Marília Neustein (Estadão)
TENSÃO NO PLANETA
Ameaça terrorista da rede Al Qaeda é séria, avaliam especialistas
O alerta terrorista emitido no último final de semana pelo governo dos Estados Unidos é preocupante e deve ser levado a sério, afirmam especialistas.“Este é o alerta terrorista mais amplo em uma década”, diz o especialista em Oriente Médio Bruce Riedel, da Brookings Institution, um “think tank” de Washington, e ex-funcionário da CIA.
“Nunca houve tantas representações diplomáticas fechadas, e não somente dos Estados Unidos, mas também da Europa. E o alerta foi ampliado para todo o mês de agosto, o que sugere que a ameaça é real e muito, muito séria”, afirma Riedel.
A comunicação entre integrantes da rede terrorista Al Qaeda, interceptada por agentes de segurança dos EUA, é aparentemente comparável à comunicação que antecedeu o atentado de setembro de 2001.
A situação parece ser tão séria que o governo do presidente Barack Obama tomou logo duas medidas. A primeira foi fechar 21 representações diplomáticas no exterior durante o final de semana – a maioria ficará fechada até 10 de agosto. A segunda foi a emissão de um alerta global de viagem pelo Departamento de Estado.
Após as medidas, vários Estados europeus, incluindo a Alemanha, fecharam suas embaixadas em alguns países.
O alerta terrorista baseia-se em informações obtidas pela Agência de Segurança Nacional (NSA), a mesma instituição que, nas últimas semanas, foi alvo de críticas por causa de suas atividades de espionagem.
Além disso, por causa da abrangência da reação dos EUA, especialistas supõem que algum informante tenha confirmado as informações levantadas pela agência. A amplitude do alerta também sugere que os Estados Unidos não sabem nem o local nem a data exata do possível atentado.
Especialistas em segurança avaliam que, possivelmente, a Al Qaeda e principalmente suas células na Península Arábica querem se vingar de três ataques de drones americanos na semana passada no Iêmen, nos quais nove pessoas morreram. O líder da rede terrorista, Ayman al-Zawahiri, deu algumas declarações nesse sentido.
Os recentes acontecimentos são preocupantes, avalia Riedel. “Estamos vendo a terceira geração da Al Qaeda, ou Al Qaeda 3.0.” A primeira era a geração antes dos ataques de 11 de Setembro. A segunda vai dos ataques até a morte de Osama bin Laden.
“A terceira geração é produto da morte de Bin Laden e da Primavera Árabe, que introduziu o caos no mundo árabe”, diz Riedel. O especialista afirma que a Al Qaeda saiu ganhando com essa situação e soube se expandir e se regionalizar. “Podemos estar certos de que, em 2013, há mais células da Al Qaeda no mundo árabe do que jamais houve.”
As recentes notícias sobre fugas em massa de suspeitos de terrorismo em prisões do Iraque, do Paquistão e da Líbia teriam elevado ainda mais o grau de preocupação das autoridades.
“O fato de a Al Qaeda ter conseguido libertar os detentos mostra que ela está em condições de executar ações desse tipo”, diz o professor de Relações Internacionais Joseph Wippl, da Universidade de Boston e também ex-funcionário da CIA.
Ele diz acreditar que, em alguns governos, trabalhem pessoas que simpatizam com os extremistas e que possivelmente auxiliaram na fuga dos presos. No entanto, para Wippl, as fugas não estão diretamente relacionadas ao recente alerta de atentado terrorista.
Tanto na opinião pública e no Congresso americanos como também na Europa há suspeitas de que o governo de Obama estaria usando o alerta para desviar as atenções das denúncias de espionagem envolvendo a NSA.
“Não acredito que o alerta tenha sido fabricado pelo governo”, diz Riede. Também Wippl afirma que o alerta não é uma manobra política. Uma estratégia assim fatalmente viria à tona, argumenta, arranhando ainda mais a credibilidade do governo Obama.
(Deutsche Welle)
08 de agosto de 2013
ucho.info
A MESMICE DO SORRISO HÁ 50 ANOS... ATÉ QUANDO, CATILINA?
Eventual cassação de Roseana desmontará o projeto político do clã comandado pelo caudilho Sarney
Encaixando as peças – Cassar ou não cassar? Eis a questão. Essa pergunta nove entre dez brasileiros têm feito desde que foi anunciada, na noite de quarta-feira (7), a decisão do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, de requerer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a cassação do mandato da governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), e do vice Washington Luiz Oliveira (PT).
Roseana é acusada de abuso de poder econômico e de autoridade durante a campanha eleitoral de 2010, quando a peemedebista, que estava no Executivo estadual, firmou com prefeituras maranhenses centenas de convênios com viés eleitoreiro.
A ação pedindo a cassação do mandato de Roseana foi protocolada pelo ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB), que no passado integrou o grupo político comandado por José Sarney.
A grande questão é se de fato a cassação do mandato da governadora Roseana Sarney será consumada. A dúvida se justifica, porque no Brasil, onde as leis são desrespeitadas de maneira contínua, ainda prevalece a teoria obtusa e tacanha do “manda quem pode, obedece quem tem juízo”.
No processo, que no TSE aguardava um parecer do Ministério Público Federal, sobram provas dos crimes eleitorais cometidos por Roseana, que não pode reclamar de uma eventual decisão desfavorável, pois ela própria se valeu dos mesmos argumentos para pedir a cassação do então governador Jackson Lago (PDT), quem em 2006 derrotou a filha do “coronel” Sarney nas urnas.
O senador José Sarney atuou intensamente nos bastidores para evitar a cassação do mandato da filha, inclusive com indicação da advogada Luciana Christina Guimarães Lóssio, que já defendeu Roseana, como ministra efetiva do TSE. Luciana Lóssio, não por acaso, é a relatora do processo de perda de mandato da governadora maranhense. Acontece que o momento atual é inadequado para qualquer manobra radical nas coxias do Judiciário.
As recentes manifestações populares deixaram as autoridades alertas, incluindo nesse rol as do Judiciário, que continua olhando e ouvindo os protestos.
O processo tem provas suficientes e incontestáveis, o que reforça a tendência pela perda do mandato da integrante do clã que em cinco décadas conseguiu a proeza de transformar o Maranhão na mais pobre unidade da federação.
Confirmada a cassação de Roseana, o projeto político de José Sarney irá pelos ares. Com 83 anos e problemas sequenciais de saúde, o senador anunciou, há meses, a intenção de não concorrer a novo mandato eletivo.
Para manter o controle político no estado, Sarney decidira que, em 2014, Roseana seria a candidata do clã ao Senado Federal, onde a governadora já cumpriu mandato. Caso o TSE decida pela cassação, Roseana ficará inelegível, obrigando o pai a encontrar outro nome para disputar uma vaga na Câmara Alta.
Apesar desse imbróglio, que com o parecer de Roberto Gurgel fica mais nítido, no Amapá, estado pelo qual o maranhense elegeu-se senador, havia um acordo entre partidos para que Sarney fosse o único candidato ao Senado, concorrendo à vaga que se abrirá ao final da corrente legislatura.
O grande senão nesse enxadrismo político é que, prevalecendo as hipóteses acima mencionadas, a família perderá boa parte do poder político que detém, principalmente no Maranhão. Com isso, alguns integrantes do grupo de Sarney podem orquestrar uma rebelião de última hora, provocando uma cizânia na política local. E candidatos ao papel de desertor não faltam na terra do arroz de cuxá e da vinagreira.
08 de agosto de 2013
ucho.info
CHAVE DE HOSPÍCIO
Tarso Genro atropela a Constituição e transforma empresa privada de segurança em “puxadinho” do PT
No Brasil, ao que parece, leis são criadas e colocadas em vigência com um único objetivo: serem desrespeitadas. A situação torna-se ainda mais escandalosa quando o desrespeito à lei conta com o apoio e a conivência de um ex-ministro da Justiça.A Constituição Federal proíbe que militares da ativa sejam filiados a partidos políticos, mas no Rio Grande do Sul, governado pelo peremptório Tarso Genro, oficiais da Brigada Militar são filiados ao PT. Ex-ministro da Justiça, o petista Tarso Genro entende a situação como normal, o que é não causa espanto se considerarmos o histórico bandoleiro do seu partido.
O Estatuto da Brigada Militar (Lei 10.990/197) proíbe que militares da ativa participem de empresas privadas, mas sob a batuta de Tarso Genro regras podem ser atropeladas. Na terra de chimangos e maragatos, uma empresa, originalmente batizada com o nome de Montepio da Brigada Militar, passou a se chamar MBM Segurança Privada. Escárnio típico das administrações petistas.
No começo do corrente mês, tomou posse o novo Conselho Deliberativo e Fiscal da MBM Segurança Privada, mas a surpresa dos brigadianos ficou por conta da indicação como conselheiro da empresa do atual comandante-geral da Brigada Militar, coronel Fábio Duarte Fernandes, filiado ao PT, e de outros oficiais da ativa, entre eles o major Kleiton, integrante da Casa Militar do governo do petista Tarso Genro.
Que petistas são avessos ao cumprimento das leis todos sabem. De igual modo não é novidade que petistas indicam companheiros, aliados e apaniguados para cargos com altos salários, como forma de aumentar a remuneração dos mesmos. Porém, quando esse absurdo ocorre com militares de uma corporação com 200 anos de existência, conhecida por ser legalista, é caso de polícia.
Tarso Genro faz jus à fama de ser um advogado incompetente, algo que provou com muita facilidade enquanto esteve à frente do Ministério da Justiça, cargo que só alcançou por um dos muitos acertos que acontecem nos partidos políticos. Tarso, o falastrão, já estaria preso fosse o Brasil um país minimamente sério. Talvez, as autoridades verde-louras estejam aguardando o governador gaúcho nomear o terrorista italiano Cesare Battisti para a presidência da MBM Segurança Privada para só então entra em ação.
Como disse um conhecido comunista de botequim, “nunca antes na história deste país”. E na história do Rio Grande do Sul também!
08 de agosto de 2013
ucho.info
EM BUSCA DO TORAH PERDIDO
Fui ler uma notícia sobre os haredi - judeus ultraortodoxos -, que sempre criaram caso em Israel em virtude do seu radicalismo religioso que os impede de ser cidadãos comuns - e continuam criando -, e resolvi que ia escrever alguma coisa sobre o tema. Como eu gosto de pesquisar sempre que vou escrever sobre o que não conheço muito bem, pesquisei demais e acabei me embarafustando em tantos assuntos que lá se foi a manhã inteira. Um deles foi a busca de traduções em português da Torah e do Talmud e descobri que elas simplesmente não existem - sem querer fazer gracinhas, e já fazendo, para vender, tem aos montes...
Apesar de saber que a Torah corresponde ao Pentateuco da nossa Bíblia - Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio -, mas como os judeus insistem que as versões desses livros foram adulteradas para uso em outras religiões (“E, como outras religiões adotaram o texto da Torá Escrita - Torá she-bichtav, mesmo a tendo traduzido de forma errada, adicionando ou removendo partes da mesma e a interpretando de forma proibida pelo judaísmo...”), saí procurando uma suposta “tradução oficial” e não achei.
O Talmud, então, nem pensar. O mais próximo que achei para download foi em inglês e chama-se “Talmud for dummies”. Baixei mas não sei se vale a pena ler alguma coisa. Só pelo introito dá para ver que quando os americanos se referem a “dummies”, querem dizer que é de idiota completo para baixo.
Diga-se de passagem, segundo os próprios judeus, o Talmud define e dá forma ao judaísmo, alicerçando todas as leis e rituais judaicos. Dizem eles que enquanto o Chumash (o Pentateuco, ou os cinco livros de Moisés) apenas cita os Mandamentos, o Talmud os explica, discute e esclarece. Além de tudo eles afirmam que os judeus que, individualmente ou em grupo, negaram a validade do Talmud, acabaram por se assimilar a outras culturas ou mesmo desaparecer.
Aliás, o judaísmo é diferente de todas as outras religiões quando se trata de divulgar e disseminar a sua fé. Os judeus não fazem a mínima questão de fazer propaganda do seu deus e nem saem dizendo aos quatro ventos que a sua crença é o “verdadeiro caminho”. Alguém já viu judeu discutindo religião? Pois é, fé não se discute: ou se tem ou não se tem - e isso me agrada.
Essa dificuldade em achar os seus livros sagrados é um exemplo disso: quem quiser facilidade(!) tem que aprender hebraico primeiro...
Como lá se foi uma manhã, deixo os haredi para depois.
08 de agosto de 2013
Ricardo Froes
"FORA DO EIXO", A SEITA QUE ESTÁ NA RAIZ DA "MÍDIA NINJA"
Cineasta rompe o silêncio e denuncia como trabalha o “Fora do Eixo”, a seita que está na raiz da “Mídia Ninja”: ela acusa a exploração de mão de obra similar à escravidão, a apropriação indébita do trabalho alheio e ódio à cultura e aos artistas
Beatriz Seigner é cineasta (“Bollywood dreams — Sonhos bollywoodianos”). Uma rápida pesquisa no Google indica a sua intimidade com a área. Ela postou no Facebook um impressionante depoimento sobre a sua experiência com o tal “Fora do Eixo” — a ONG (ou sei lá que nome tenha) comandada por Pablo Capilé, o chefão do grupo que está na origem da tal “Mídia Ninja”, que vem sendo reverenciada por alguns bobalhões da imprensa como a nova, moderna e mais aguda expressão do jornalismo.
O depoimento é longuíssimo, mas vale a pena ler. Beatriz sustenta, e os fatos que ela elenca parecem lhe dar razão, que o tal Capilé é uma espécie de chefe de uma seita. O jornalismo investigativo, se quiser, pode fazer a festa. A Mídia Ninja — que parecia tanger todas as cordas do lirismo, coisa de jovens ousados dispostos a afrontar os limites do conservadorismo —, como se pode depreender do texto de Beatriz, é uma máquina ideológica muito bem organizada, azeitada, que obedece ao comando político de um líder acima de qualquer questionamento: Capilé
Em seu depoimento, Beatriz acusa o Fora do Eixo — que não tem existência legal e não pode, portanto, ser acionado na Justiça — de:
- apropriar-se indevidamente do trabalho dos artistas;
- de explorar uma forma moderna — ou “pós-moderna” — de mão de obra escrava;
- de passar a patrocinadores públicos e privados informações falsas sobre a real dimensão do Fora do Eixo;
- de ameaçar as pessoas que tentam se desligar do grupo.
- apropriar-se indevidamente do trabalho dos artistas;
- de explorar uma forma moderna — ou “pós-moderna” — de mão de obra escrava;
- de passar a patrocinadores públicos e privados informações falsas sobre a real dimensão do Fora do Eixo;
- de ameaçar as pessoas que tentam se desligar do grupo.
Uma seita
Eu, confesso, ignorava — e não havia lido isso em lugar nenhum — que o Fora do Eixo mantém “casas”, onde, vejam só, moram pessoas mesmo, mais ou menos como essas seitas religiosas que estimulam os jovens a abandonar a família
Segundo Beatriz, esses moradores não recebem salário nenhum — vivem com o que lhes fornece o “coletivo” — e se dedicam integralmente ao Fora do Eixo: não têm individualidade, não assinam seus trabalhos, não põem sua marca pessoal em nada. Se deixam a casa, saem sem nada.
Isso tem explicação. A cineasta acusa Capilé de ter enorme desprezo pela arte e pelos artistas — parece que esse rancor é especialmente devotado aos livros (“uma tecnologia ultrapassada”), em particular aos clássicos. Os abduzidos do Fora do Eixo, que entregam graciosamente a sua mão de obra a Capilé, não têm tempo de usufruir de bens culturais nem acham isso necessário: tudo pela causa.
Neste primeiro post (ainda volto ao assunto), seleciono alguns trechos do depoimento de Beatriz. Leiam. É estarrecedor.
O primeiro contato com o “Fora do Eixo”
Conheci um representante da rede Fora do Eixo durante um trajeto de ônibus do Festival de Cinema de Gramado de 2011, onde eu havia sido convidada para exibir meu filme “Bollywood Dream – O Sonho Bollywoodiano” e ele havia sido convidado a participar de um debate sobre formas alternativas de distribuição de filmes no Brasil. Meu filme havia sido lançado naquele mesmo ano no circuito comercial de cinemas, em mais de 19 cidades brasileiras, distribuído pela Espaço Filmes, e o rapaz me contava de como o Fora do Eixo estava articulando pela internet os cerca de 1000 cineclubes do programa do governo Cine Mais Cultura, assim como outros cineclubes de pontos de cultura, escolas, universidades, coletivos e pontos de exibição alternativos, que estavam conectados à internet nas cidades mais longínquas do Brasil, para fazerem exibição simultânea de filmes com debate tanto presencialmente, quanto ao vivo, por skype. Eu achei a ideia o máximo. Me disponibilizei, a mim e ao meu filme para participar destas exibições (…)
Remuneração?
Com relação à remuneração eles me explicaram que aquele ainda era um projeto embrionário, sem recursos próprios, mas que podiam pagá-lo com “Cubo Card”, a moeda solidária deles, que poderia ser trocada por serviços de design, de construção de sites, entre outras coisas. Já adianto aqui que nunca vi nem sequer nenhum centavo deste cubo card, ou a plataforma com ‘menu de serviços’ onde esta moeda é trocada. E fiquei sabendo que algumas destas exibições com debate presencial no interior de SP seriam patrocinadas pelo SESC – pois o SESC pede a assinatura do artista que vai fazer a performance ou exibir seu filme nos seus contratos, independente do intermediário. E só por eles pedirem isso é que fiquei sabendo que algumas destas exibições tinham sim, patrocinador. Fui descobrir outros patrocinadores nos pôsteres e banners do Grito Rock de cada cidade. Destes eu não recebi um centavo.
Os sustos de Beatriz
Meu primeiro susto foi quando perguntaram se podiam colocar a logomarca deles no meu filme – para ser uma ‘realização Fora do Eixo’, em seu catálogo. Eu disse que o filme havia sido feito sem nenhum recurso público e que a cota mínima para um patrocinador ter sua logomarca nele era de 50 mil reais. Eles desistiram.
O segundo susto veio justamente na exibição com debate em um SESC do interior de SP, quando recebi o contrato do SESC, e vi que o Fora do Eixo estava recebendo por aquela sessão, em meu nome, e não haviam me consultado sobre aquilo. Assinei o contrato minutos antes da exibição e cobrei do Fora do Eixo aquele valor descrito ali como sendo de meu cachê, coisa que eles me repassaram mais de 9 meses depois, porque os cobrei, publicamente.
O terceiro susto veio quando me levaram para jantar na casa da diretora de marketing da Vale do Rio Doce, no Rio de Janeiro, onde falavam dos números fabulosos (e sempre superfaturados) da quantidade de pessoas que estavam comparecendo às sessões dos filmes, aos festivais de música, e do poder do Fora do Eixo em articular todas aquelas pessoas em todas estas cidades. Falavam do público que compareciam a estas exibições e espetáculos como sendo filiados a eles. Ou como se eles tivessem qualquer poder sobre este público.
O mundo do pensador Capilé. Ou: Ele precisa de duto, de esgoto
Foi aí que conheci pela primeira vez o Pablo Capilé, fundador da marca/rede Fora do Eixo (…). Até então haviam me dito que a rede era descentralizada, e eu havia acreditado, mas imediatamente, quando vi a reverência com que todos o escutam, o obedecem, não o contradizem ou criticam, percebi que ele é o líder daqueles jovens e que, ao redor dele, orbitavam aqueles que eles chamam de “cúpula” ou “primeiro escalão” do FdE.
(…) Capilé dizia que não deveria haver curadoria dos filmes a serem exibidos neste circuito de cineclubes (…) e que ele era contra pagar cachês aos artistas, pois, se pagasse, valorizaria a atividade dos mesmos e incentivaria a pessoa “lá na ponta” da rede, como eles dizem, a serem artistas e não “DUTO”, como ele precisava. Eu perguntei o que ele queria dizer com “duto”, ele falou sem a menor cerimônia: “Duto, os canos por onde passam o esgoto”.
Eu fiquei chocada. Não apenas pela total falta de respeito por aqueles que dedicam a maior quantidades de horas de sua vida para o desenvolvimento da produção artística (e, quando eu argumentava, isso ele tirava sarro dizendo “todo mundo é artista”’ao que eu respondia “todo mundo é esportista também”)
(…)
(…)
Ódio à cultura e aos livros
E o meu choque, ao discutir com o Pablo Capilé, foi ver que ele não tem paixão alguma pela produção cultural ou artística, que ele diz que ver filmes é “perda de tempo”, que livros, mesmo os clássicos (que continuam sendo lidos e necessários há séculos), são “tecnologias ultrapassadas” e que ele simplesmente não cultiva nada daquilo que ele quer representar. Nem ele nem os outros moradores das casas Fora do Eixo (já explico melhor sobre isso).
Ou seja, ele quer fazer shows, exibir filmes, peças de teatro, dança, simplesmente porque estas ações culturais/artísticas juntam muita gente em qualquer lugar, que vão sair nas fotos que eles tiram e mostram aos seus patrocinadores dizendo que mobilizam “tantas mil pessoas” junto ao poder público e privado, e que por tanto, querem mais dinheiro, ou privilégios políticos.
A manipulação
Vejam que esperto: se Pablo Capilé disser que vai falar num palanque, não iria aparecer nem meia-dúzia de pessoas para ouvi-lo, mas se disserem que o Criolo vai dar um show, aparecem milhares. Ou seja, quem mobiliza é o Criolo, não ele. Mas, depois, ele tira as fotos do show do Crioulo, e vai na Secretaria da Cultura dizendo que foi ele e sua rede que mobilizou aquelas pessoas. E assim, consequentemente, com todos os artistas que fazem participação em qualquer evento ligado à rede FdE. Acredito que, como eu, a maioria destes artistas não saiba o quanto Pablo Capilé capitaliza em cima deles e de seus públicos.
As planilhas
[Capilé] diz que as planilhas do orçamento do Fora do Eixo são transparentes e abertas na internet, sendo isso outra grande mentira deslavada — tais planilhas não se encontram na internet, nem os próprios moradores das casas Fora do Eixo as viram ou sabem onde estão. Em recente entrevista no Roda Viva, Capilé disse que arrecadam entre 3 e 5 milhões de reais por ano. Quanto disso é redistribuído para os artistas que se apresentam na rede? O último dado que tive é que o Criolo recebia cerca de 20 mil reais para um show com eles, enquanto outra banda desconhecida não recebe nem 250 reais, na casa FdE São Paulo.
Os patrocinadores
Mas seria extremamente importante que os patrocinadores destes milhões exigissem o contrato assinado com cada um destes artistas, baseado pelo menos no mínimo sindical de cada uma das áreas, para ter certeza de que tais recursos estão sendo repassados, como faz o SESC.
A seita tem “casas”. Ou: Trabalho similar à escravidão?
Depois desse choque com o discurso do Pablo Capilé, ainda acompanhei a dinâmica da rede por mais alguns meses (foi cerca de 1 ano que tive contato constante com eles), pois queria ver se esse ódio que ele carrega contra as artes e os artistas era algo particular dele, ou se estendia à toda a rede. Para a minha surpresa, me deparei com algo ainda mais assustador: as pessoas que moram e trabalham nas casas do Fora do Eixo simplesmente não têm tempo para desfrutar os filmes, peças de teatro, dança, livros, shows, pois estão 24 horas por dia, 7 dias por semana, trabalhando na campanha de marketing das ações do FdE no Facebook, Twitter e demais redes sociais.
E como elas vivem e trabalham coletivamente no mesmo espaço, gera-se um frenesi coletivo por produtividade, que, aliado ao fato de todos ali não terem horário de trabalho definido, acreditarem no mantra “trabalho é vida” e não receberem salário — e, portanto, se sentirem constantemente devedores ao caixa coletivo, da verba que vem da produção de ações que acontecem “na ponta”, em outros coletivos aliados à rede — faz com que simplesmente, na casa Fora do Eixo em São Paulo, não se encontre nenhum indivíduo lendo um livro, vendo uma peça, assistindo a um filme, fazendo qualquer curso, fora da rede. Quem já cruzou com eles em festivais nos quais eles entraram como parceiros sabem do que estou falando: eles não entram para assistir a nenhum filme, nem assistem/participam de nenhum debate que não seja o deles. O que faz com que, depois de um tempo, eles não consigam falar de outra coisa que não seja deles mesmos.
(…)
(…)
Expropriação do trabalho
(…) reparei que aquela massa de pessoas que trabalham 24 horas por dia naquelas campanhas de publicidade das ações da rede FdE não assinam nenhuma de suas criações: sejam textos, fotos, vídeos, pôsteres, sites, ações, produções. Pois assinar aquilo que se diz, aquilo que se mostra, que se faz, ou que se cria é considerado “egóico” para eles. Toda a produção que fazem é assinada simplesmente com a logomarca do Fora do Eixo, o que faz com que não saibamos quem são aquele exercito de criadores, mas sabemos que estão sob o teto e comando de Pablo Capilé, o fundador da marca.
Sem existência legal
(…) a marca do fora do Eixo não está ligada a um CNPJ, nem de ONG, nem de Associação, nem de Cooperativa, nem de nada — pois, se estivesse, ele [Capilé] seguramente já estaria sendo processado por trabalho escravo e estelionato (…) por dezenas de pessoas que passaram um período de suas vidas nas casas Fora do Eixo e saem das mesmas ao se deparar com estas mesmas questões que exponho aqui, e outras ainda mais obscuras e complexas.
Os escravos
(…) o que talvez seja mais grave: os que moram nas casas Fora do Eixo abdicam de salários por meses e anos — e, portanto, não têm um centavo ou fundo de garantia para sair da rede. Também não adquirem portfólio de produção, uma vez que não assinaram nada do que fizeram lá dentro – nem fotos, nem cartazes, nem sites, nem textos, nem vídeos. E, portanto, acabam se submetendo àquela situação de escravidão (pós)moderna simplesmente porque não veem como sobreviver da produção e circulação artística fora da rede.
Capilé incentiva que se abandone a universidade
Muitas destas pessoas são incentivadas pelo próprio Pablo Capilé a abandonar suas faculdades para se dedicarem integralmente ao Fora do Eixo. Quanto menos autonomia intelectual e financeira estas pessoas tiverem, melhor para ele.
Medo da retaliação: o poder de Capilé
E, quando algumas destas pessoas conseguem sair, pois têm meios financeiros independentes da rede FdE para isso, ficam com medo de retaliação, pois veem o poder de intermediação que o Capilé conseguiu junto ao Estado e aos patrocinadores de cultura no país, e temem ser “queimados” com estes. Ou mesmo sofrer agressões físicas. Já três pessoas me contaram ouvir de um dos membros do FdE, ao se desligarem da rede, ameaças tais quais “você está falando demais, se estivéssemos na década de 70 ou na Faixa de Gaza, você já estaria morto/a.” Como alguns me contaram, “eles funcionam como uma seita religioso-política, tem gente ali capaz de tudo” na tal ânsia de disputa por cada vez mais hegemonia de pensamento, por popularidade e poder político, capital simbólico e material, de adeptos. Por isso se calam.
(…)
08 de agosto de 2013
PLEBISCITO EM COPACABANA
Artigos - Cultura
Se Dona Dilma Rousseff queria um plebiscito, já o teve: o recente encontro entusiástico e triunfal do Papa Francisco com três milhões de fiéis na Praia de Copacabana, a maior manifestação de massas de toda a nossa história, mostrou que o povo brasileiro ama tudo o que a presidenta odeia e odeia tudo o que ela ama: feminismo, gayzismo, abortismo, comunismo, tudo o que é anticristão só sobrevive neste país graças à proteção do governo e de bilionários imbecis. Não tem raízes na nossa sociedade, não tem eco na alma popular, não tem nada a ver com a nossa vida. Quem tem é a Igreja, quem tem é o Papa.
É assim que uma minoria ínfima, estrambótica e grotesca adquire, artificialmente, foros de respeitabilidade, no instante mesmo em que se avilta a si própria com micagens dignas de doentes mentais e violações ostensivas do Código Penal (art. 280, "vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso") e da lei federal 7716/89, art. 20 ("praticar, induzir ou incitar a discriminação ou o preconceito de religião").
Essa legitimação forçada vai espalhando entre as vítimas o sentimento de inibição que as impede de reagir contra a ofensa e as vai habituando, pouco a pouco, mas cada vez mais velozmente, a curvar-se caladas ante os mais cínicos e despudorados, até reconhecê-los, por fim, como únicas encarnações concebíveis do bem e da autoridade moral. É esse processo de autocastração voluntária induzida que a socióloga alemã Elizabeth Noëlle-Neumann descreveu como "Espiral do Silêncio
Quando Dona Dilma, com a mesma prótese de sorriso inócuo encaixilhada na boca, posa para fotografias ao lado do Papa e das "Vadias", ela nos ensina que na democracia a fé e o crime são igualmente valiosos e dignos de respeito. E ela faz isso com plena consciência de que algum gemido de protesto, por mais discreto e inaudível que seja, será imediatamente estigmatizado como "terrorismo de direita", anunciando para breve – muito breve, nas esperanças do sr. Mauro Santayana – o encarceramento do impudente e imprudente reclamão.
Mas o aparente indiferentismo democrático, por mais asqueroso que seja em si mesmo, é uma pura camuflagem provisória. Por baixo dele, Dona Dilma e seu governo já mostraram de que lado estão. Para sabê-lo basta perguntar: quanto se esforçaram pela cristianização do povo e quanto pela vitória de tudo o que as "Vadias" representam?
A lógica aí subentendida é a mesma que enaltece a prática do aborto em massa, mas pune como obscena incitação ao ódio a divulgação de vídeos que simplesmente descrevem o que é um aborto. Assim, gradativamente, tudo o que é abjeto e monstruoso vai-se transformando primeiro em coisa permitida, em seguida protegida, por fim obrigatória.
Essas tendências começam a germinar nos bas fonds da classe universitária e do ativismo organizado, quase inconscientemente de início, mas a velocidade da sua transformação postiça em "clamor público" é cada vez maior. O próprio elemento caricatural e grotesco que carregam em si inerentemente protege-as contra qualquer reação inicial, de modo que elas vão crescendo até o ponto em que toda reação se torna inviável.
Tudo o que os conservadores e a população em geral consideram demasiado absurdo, demasiado louco para ser verdade, acaba acontecendo precisamente porque julgavam que era impossível.
A transmutação do criminoso em vítima e do denunciante em criminoso torna-se por fim regra geral, até que o país inteiro se transforme numa societas sceleris onde só criminosos psicopatas são admitidos nas altas esferas da fama e do poder.
As grandes mudanças da mentalidade das massas são, por definição, invisíveis e insensíveis para as próprias massas. Tanto mais invisíveis e insensíveis quanto mais velozes. Apenas o recuo no tempo permite ao historiador, depois do fato consumado, retraçar a transmutação violenta e radical que levou milhões de pessoas a aceitar passivamente aquilo que de início lhes parecia não só horroroso como impensável.
Alguém, no Facebook, lembrou o contraste entre dois Brasis: aquele que anos atrás protestou em massa quando um único fanático anticatólico chutou diante das câmeras de TV uma imagem de Nossa Senhora Aparecida, e aquele que agora contempla inerme e passivo o espetáculo das "Vadias" num canto da praia de Copacabana lotada de fiéis.
O povo brasileiro que expressa entre gritos e lágrimas o seu amor ao Papa e a Nosso Senhor Jesus Cristo já é também o mesmo que emudece, com um sentimento que se aproxima do temor reverencial, diante do ataque mais brutal já desferido contra a religião católica neste país.
Talvez Dona Dilma, não sem alguma perspicácia, considere que este segundo aspecto é, entre os resultados do plebiscito de Copacabana, a parte mais significativa.
08 de agosto de 2013
Olavo de Carvalho
Publicado no Diário do Comércio.
EQUIVOCOS DE ROBERTO DAMATTA
Artigos - Governo do PT
Em síntese:
1 - As manifestações, na origem, não foram espontâneas. Grupos ligados ao PT e patrocinados por verbas estatais acenderam o estopim;
2 - Também consta a articulação internacional com os chamados “globalistas”, aqueles que querem implantar o governo mundial imediatamente, em prejuízo dos Estados nacionais;
3 - Os alvos prioritários dos grupos ligados ao PT são os governos do Estado de São Paulo e do Rio de Janeiro. A motivação eleitoreira dos atos é inegável;
4 - O movimento cresceu além do controle dos que acenderam o estopim, mas têm sido basicamente manobrados contra os dois governadores citados;
5 - As polícias estão manietadas para controlar a multidão, seja porque as leis foram abrandadas, seja porque falta vontade política de reprimir a baderna, tida agora como um “direito”;
6 - Os meios de comunicação ficaram fascinados com as manifestações, vendo nelas um bem e um exercício de liberdade, aclamando os manifestantes e, com isso, inflando as manifestações subsequentes. Exemplo disso foi a atuação de Leilane Neubarth, da GloboNews, que insistia que as manifestações eram pacíficas mesmo diante das imagens em contrário. Virou a musa dos quebra-quebras;
7 - O efeito colateral das manifestações foi a perda de popularidade de Dilma Rousseff. A população identificou corretamente que a falta de ordem deriva diretamente da falta de autoridade da presidente;
8 - Outro efeito colateral administrativamente desastroso foi o impedimento do repasse dos custos aos preços dos transportes. O sistema econômico brasileiro precisa da inflação. Essa renúncia aos atos legítimos administrativos pode levar a uma situação econômica insustentável. Basta notar que a elevação do câmbio impõe uma revisão dos preços dos combustíveis e de toda a cadeia de transportes;
9 - É fato que os manifestantes abraçaram, de forma proposital, bandeiras utópicas, como a estatização dos transportes e o passe livre. Isso prova que suas reinvindicações não passam de pretexto para praticar a “ação direta”, tão ao gosto dos militantes de esquerda e de triste memória.
Voltemos ao artigo de Roberto Damatta. Seu primeiro grande equívoco:
“A velha oposição entre direita e esquerda, que sempre ajudou a montar a nossa cosmopolítica, dividindo o mundo entre mal e bem, burgueses vendidos e nós, esboroou-se com as manifestações que trouxeram ao palco uma multidão de reivindicações, a maioria pedindo o final de dois pesos e medidas, de uma ética de condescendência típica das posições lulistas e messiânicas”.
Ora, os movimentos nas ruas são basicamente de esquerda e negar esse fato é negar a realidade imediata. A direita não saiu às ruas. Ainda bem, porque do contrário teríamos tido o confronto entre turbas contrárias, com provável morticínio. Roberto Damatta, como outros esquerdistas da mídia, insistem na lorota de que não há mais direita e esquerda, mas bem vemos que seus cérebros operam basicamente dentro dessa dicotomia. Tanto que, ao se referir à direta, o faz como esta fosse os burgueses maus. Não perde nunca a viagem para fazer a propaganda da revolução gramsciana.
A rigor, nem erro é, é má fé.
O segundo erro do autor é considerar que as manifestações de rua foram contra a maneira messiânica de Lula conduzir a política no Brasil, desde que assumiu a presidência. Foram soldados de Lula que originalmente foram às ruas e a imprensa noticiou o empenho pessoal de Gilberto Carvalho, escudeiro de Lula, nos quebra-quebras de Brasília. O certo seria dizer que o grupo de Lula aproveitou a confusão para difundir vigorosamente o “Volta, Lula”, em prejuízo de Dilma Rousseff.
“O fato novo é o elo entre individualismo, transparência e igualdade em tempo real e global”. Pura balela ideológica. Insisto que os movimentos são teleguiados e financiados pelo governo do PT e pelos globalistas. O modus operandi da ação nas ruas é similar àqueles verificados recentemente em todo o mundo. Engenharia psicológica em ação.
“Vivemos hoje a rejeição de um mundo ideológico tão a gosto de um desonesto receituário político”. Isso é apenas mentira. Quem reivindica passe livre e estatização dos transportes faz unicamente proselitismo de esquerda. É pura ideologia, ao contrário do que sugere o sociólogo.
“Um lado meu teme pela ausência de atores mais conscientes dos seus papéis; um outro, otimista, acha que começamos a descobrir que democracia tem a ver com uma anarquia controlada”.
Democracia é e será sempre ordem, senão vira baderna e incapacidade de governar. Acabará em ditadura se o caos persistir. Filme velho na história política. A tal “anarquia controlada” não passa de um sonho de uma noite de verão. Será que as forças esquerdistas ora no poder não querem a desordem precisamente para implantar sua sonhada ditadura?
08 de agosto de 2013
Nivaldo Cordeiro
IMPRENSA GOLPISTA
Artigos - Governo do PT
O PT, para esconder suas falcatruas, pretende atacar a imprensa livre, apresentando projetos fascistas, como o “marco regulatório da comunicação” ou a “regulamentação dos meios de comunicação”, ou seja, estabelecer uma censura prévia como existe em Cuba e na China.
Toda vez que a imprensa publica que petralhas foram pegos metendo a mão no dinheiro, os honoráveis petistas e os jornalistas aduladores falam em “imprensa golpista”, que deseja derrubar o governo do PT. “A esquerda vive acusando a grande imprensa de ‘golpista’, de ‘conservadora’, de ‘neoliberal’. Globo, Folha, Estadão e Veja, todos na lista negra desses que vibram de tanta emoção com a ‘nova mídia do povo’, os Ninja. ‘Finalmente alguém para desbancar esses reacionários!’, eles bradam” (Rodrigo Constantino - O paradoxo de Epicuro aplicado aos ninjas).
A esquerda até inventou uma sigla, PIG - Partido da Imprensa Golpista. Para os petralhas, a revista Veja é seu objeto de ódio predileto. Tentam diabolizar o mensageiro da notícia (Veja), de modo que a mensagem (os crimes cometidos) seja esquecida. No entanto, como se pode comprovar abaixo, a sigla correta para o “porco” imundo é Partido da Imprensa Governista, composta, principalmente, pelas redes de TVs, que recebem milhões de reais em publicidade para bajular o governo.
“Os lulistas reclamam da imprensa. Não entendo o motivo. Lula já teria sido deposto se jornais, revistas e redes de televisão não estivessem tomados por seus partidários. (...) O Globo tem Tereza Cruvinel. É lulista do PC do B. Repete todos os dias que o mensalão ainda não foi provado. E que, de fato, José Dirceu não deveria ter sido cassado. Cruvinel aparelhou o jornal da mesma maneira como os lulistas aparelharam os órgãos públicos. (...) Franklin Martins é José Dirceu até a morte. Eliane Cantanhêde é da turma de Aloizio Mercadante. Luiz Garcia é lulista, sem dúvida nenhuma, mas não consigo identificar sua corrente. Vinicius Mota é do grupo de Marta Suplicy. Quem mais? Alberto Dines é seguidor de Dirceu. Alon Feurwerker, do Correio Braziliense, é do partidão, e apoia quem o partidão mandar. Paulo Markun, da TV Cultura, tem simpatia por qualquer um que seja minimamente de esquerda. Paulo Henrique Amorim é lulista de linha bolivariana. Ricardo Noblat era lulista ligado a Dirceu, mas pulou fora no momento oportuno”. (MAINARDI, 2007: 53-54). [1] Diogo Mainardi acrescenta, ainda, que Leonardo Attuch, da IstoÉ Dinheiro, é subordinado a Daniel Dantas; e Mino Carta, a Carlos Jereissati (pg. 54).
“Gramsci, que queria ‘o partido’ como o Moderno Príncipe, dizia que ele deveria ser o ‘imperativo categórico’ da sociedade e que tudo deveria existir e ser feito em função de suas necessidades. Até mesmo a crítica deveria ser autorizada por ele e tê-lo como referência. Em certos setores da imprensa, já experimentamos algo parecido. Só se aceita que petistas contestem petistas”. (AZEVEDO, 2008: 26-27) [2]
O PT, para esconder suas falcatruas, pretende atacar a imprensa livre, apresentando projetos fascistas, como o “marco regulatório da comunicação” ou a “regulamentação dos meios de comunicação”, ou seja, estabelecer uma censura prévia como existe em Cuba e na China. “A imprensa revelou o caso da Gamecorp, a empresa do filho de Lula comprada pela Telemar. Como a Telemar reunia interesses de lulistas e oposicionistas, o escândalo foi acobertado com o argumento de que era necessário salvaguardar a família do presidente” (MAINARDI, 2007: 23). Ou seja, quando os “malfeitos” são simultaneamente cometidos por petistas e tucanos, os fatos são varridos para debaixo do tapete - como também ocorreu no caso da CPI do Banestado, comprovando que o PT e o PSDB são irmãos siameses.
No mundo virtual, é crescente o uso da internet para ataques contra a imprensa e desafetos políticos, configurando-se verdadeira guerrilha digital. Um exemplo foi o “tuitaço” promovido por Rui Falcão, presidente do PT, e simpatizantes contra a revista Veja, que publica tanto os “malfeitos” da petralhada, quanto os dos tucanos. Eles utilizam robôs e perfis peões, para enganar que houve grande adesão a um movimento, como #vejabandida. O # (hashtag ou marcador) colocado na frente de uma palavra ou expressão compete por atenção na rede. Em 2011, o PT lançou o Núcleo de Militância em Ambientes Virtuais. “A utilização massiva da internet, das redes sociais e de blogueiros amestrados faz parte das táticas de engodo e manipulação da verdade no Brasil” (cfr.Falcão e os insetos: guerrilha digital envenena o Twitter”). Na China, os “peões” que defendem o governo comunista recebem 50 centavos por cada inserção de apoio. No Brasil, quanto ganham os insetos petralhas?
Sobre a imprensa, aprecie esse “bate-asas” da libélula da USP, Marilena Chauí, que ostenta orgulhosamente o título de filósofa e disse que “odeia a classe média”: “A imprensa? Não, pois embora os jornalistas aspirem pela universalidade e desejem ser guardiões da moralidade pública, trabalham para uma particularidade, a empresa capitalista de que são funcionários. Na medida em que insistem em fazê-lo, transformam a imprensa, no melhor dos casos, em igreja e, no pior, em servidora de interesses totalitários, uma vez que não reconhecem ao fato político ‘sua necessária aura de amoralidade’ e ‘zonas de indefinição’ (...) E fazemos o jogo da chamada ‘tolerância passiva’, em que toleramos o governante que nos engana porque é ele quem faz as regras da ausência de regras” (in “Acerca da moralidade pública”, Folha de S. Paulo, 24/5/2001). Chauí é um chuá de tolices, que ainda hipnotiza uma legião de idiotas. “Seu ideal [da intelectualidade moderna] é reduzir a consciência do historiador à condição do sapo da fábula, habitante de um poço, que, indagado sobre o que era o céu, responde: ‘É um buraquinho no teto da minha casa’.”(CARVALHO, 2000: 191). [3]
Atualmente, nada é mais vergonhoso na imprensa do que a distorção da História recente do Brasil promovida pela famigerada Comissão Nacional da Verdade - ou “Comissão da Vaidade”, segundo o comissário Gilson Dipp, que se atém a requentar apenas fatos envolvendo os agentes do Estado que combateram o comunismo, deixando de fora as atrocidades cometidas pelos terroristas de esquerda. Lembrando o livro 1984, de George Orwell, a campanha midiática "Dois Minutos de Ódio" foi transformada por Dilma Rousseff em "Dois Anos de Ódio contra os Militares", já que o trabalho do “Esquadrão de Reescritores” – os tais comissários bolcheniquins - terá pelo menos dois anos de duração. A mídia em geral se comporta como servil “caixa de ressonância” desse embuste fenomenal. E o que vem a ser isso? A “caixa de ressonância” é uma das fases do processo da desinformação. “Na publicidade, as primeiras caixas de ressonância são os media que fazem passar as mensagens publicitárias. (...) Na desinformação o caso é mais complexo. O tema, equipado com os seus suportes, é geralmente confiado a um agente influenciador que vai encontrar forma de o passar adiante. (...) Mas para levar a bom termo uma operação não basta apenas uma caixa de ressonância. É preciso que o tema da sinfonia desinformadora seja retomado por toda a orquestra, o que não é tão difícil como se julga, pois os media têm tendência a copiar-se uns aos outros, a falar ‘do que se fala’, além de existirem jornais ou programas considerados os mais importantes e pelos quais os outros acertam o passo. Basta assim ter um conhecimento no ‘bom’ jornal ou na ‘boa’ emissora para que a orquestração do tema esteja no ‘bom’ caminho”.(VOLKOFF, 2004: 104-5). [4]
“O ‘revanchismo’ grassa à solta, oriundo do próprio Governo; a mídia, primordialmente ‘revanchista’, reflete a história recontada e não a história verdadeira. É essa história recontada que os estudantes aprendem atém mesmo, pasmem, na AMAN, cujos professores do QCO e os contratados tiveram formação universitária com essa distorção” (Gen Ex Carlos Tinoco Ribeiro Gomes - História Oral do Exército - HOE/1964,Tomo 10, pg. 39). [5] “Mas a história, ela própria, acontece duas vezes. Uma no instantâneo eclodir dos fatos. Outra nas obras literárias, históricas, memorialísticas e, hoje, no audiovisual, na TV, no cinema, em CD-ROM. Se na primeira perdemos fragorosamente, na segunda não nos saímos de todo mal”. (Alfredo Sirkis, gabando-se da "vitória midiática" da esquerda no prefácio da 14ª. edição de seu livro Os Carbonários - cit. pelo Gen Div Raymundo Maximiliano Negrão Torres –HOE/1964, Tomo 14, pg. 49).
“O silêncio das Forças Armadas tem sido mantido pela crença ética, mas ingênua, nos resultados da Anistia concedida. A falta de versão oficial permitiu que os comunistas transformassem seus atos abomináveis em lenda e esta lenda se transformou em mito perverso que, até hoje, ganha gordos espaços e manchetes na mídia infiltrada e doutrinada pelas esquerdas, sem nenhum compromisso com a verdade histórica”.(Cel Aluisio Madruga de Moura e Souza - HOE/1964, Tomo 15 pg. 356).
“A memória do que se passou nos últimos quarenta anos está sendo totalmente apagada, caricaturada, recontada, reescrita, safenada, já fizeram ‘o diabo’ com essa história” (Otto Maria Carpeaux - HOE/1964, Tomo 3, pg. 102).
Enganando a sociedade, a esquerda tenta seguir a máxima de Aristóteles Onassis: “Não ser descoberto na mentira é o mesmo que viver na verdade”. O que dizer sobre essa neurose da esquerda, de tentar modificar sua biografia, destruindo o passado? Freud explica: “O passado rejeitado volta com redobrada força”. Por que perpetuar esse conflito com o passado? É Hitler que responde ao “fascismo gay”: “Deve-se permitir que as pessoas entrem em atrito mútuo. O atrito produz calor, e calor é energia”.
Imprensa golpista? A imprensa, na verdade, sempre esteve cheia de golpistas - de esquerda. Durante o governo dos militares, Frei Betto infiltrou muitos comunistas na Editora Abril e na Folha da Tarde. Frei Betto, o "Vítor" ou "Ronaldo", ficou encarregado do sistema de imprensa dos terroristas e também dos contatos com Joaquim Câmara Ferreira, que coordenava as atividades do Agrupamento Comunista em São Paulo (AC/SP), precursor da Ação Libertadora Nacional (ALN), de Carlos Marighella.
Na Folha da Tarde, Frei Betto recrutou os jornalistas Jorge Miranda Jordão (Diretor), Luiz Roberto Clauset, Rose Nogueira e Carlos Guilherme de Mendonça Penafiel. Clauset e Penafiel cuidavam da preparação de “documentos”, e Rose, do encaminhamento de pessoas para o exterior.
Na editora Abril, a base de apoio era de aproximadamente 20 pessoas, comandadas pelo jornalista Roger Karman, e composta por Karman, Raymond Cohen, Yara Forte, Paulo Viana, George Duque Estrada, Milton Severiano, Sérgio Capozzi e outros, que elaboraram um arquivo secreto sobre as organizações armadas (servia também como fonte de informações para organizações subversivas). Roberto Civitta, criador da revista Veja, em suas memórias, fala com mágoa de Mino Carta, que trabalhou muitos anos na Editora Abril, a favor do esquerdismo.
“Nesse livro [O Repórter e o Poder, do jornalista José Carlos Bardawil], ele dá vários depoimentos que mostrou o poder imenso que, já na década de 1970, o Partido [PCB] tinha sobre a classe jornalística” (Otto Maria Carpeaux - HOE/1964, Tomo 3, pg. 122).
Assim como a Igreja Católica ajudou a criar o PT (com suas Comunidades Eclesiais de Base - CEBs) e o MST (com a Comissão Pastoral da Terra - CPT), Golbery, o bruxinho que era bom, influiu diretamente no aparelhamento esquerdista de toda a sociedade brasileira:
“Antes da Revolução, meu irmão fez, aqui no III Exército, um Manual de Guerra Psicológica, no qual mostrava isso tudo. (...) Acontece que o nosso Golbery do Couto e Silva, uma das eminências do Governo, não era favorável ao combate sistemático e radical da subversão. Ele dizia que os subversivos tinham que ter alguma coisa para fazer, para se expandir e assim permitiu que eles se infiltrassem. Então, com o consentimento dos governos militares, a esquerda apossou-se de todos os pontos-chave da mídia e dos estabelecimentos de ensino, inclusive das cadeiras de Organização Social e Política do Brasil (OSPB) e de Moral e Cívica, que tinham sido criados justamente para difundir os nossos ideais” (Gen Ex Ruy de Paula Couto - HOE/1964, 1964, Tomo 13, pg 45).
“Paradoxal e surpreendentemente, a primeira publicação no Brasil dos Cadernos do Cárcere, do comunista italiano Antonio Gramsci - uma iniciativa de Ênio Silveira e de sua Editora Civilização Brasileira - veio à luz entre 1966 e 1968, com uma reedição em 1970, em plena ‘ditadura’. Um ‘cochilo’ da censura ou a ‘mordaça’ não era tão severa como muitos na época e ainda hoje querem fazer crer? Isto é a confirmação do que afirmou Olavo de Carvalho, ao dizer que ‘por uma coincidência das mais irônicas, foi a própria brandura do governo militar que permitiu a entronização da mentira esquerdista como história oficial’ quando ‘o governo, influenciado pela teoria golberiana, jamais fez o mínimo esforço para desafiar a hegemonia da esquerda nos meios intelectuais, considerados militarmente inofensivos’ ” (Gen Div Negrão Torres -HOE/1964, Tomo 14, pg. 80).
Deu no que deu.
A esquerda sonha com o dia em que não haverá mais “imprensa golpista” no Brasil, a exemplo do que ocorre em Cuba, na China e na Venezuela. O que ela deseja é que apenas a imprensa composta por pelegos ideológicos sobrevivam, como a Mídia Ninja, cujos integrantes já foram entrevistados pela esquerdosa Roda Viva. Eu espero não estar mais vivo quando essa desgraça ocorrer.
08 de agosto de 2013
Félix Maier
Notas:
[1] MAINARDI, Diogo. Lula é minha anta. Record, Rio e São Paulo, 2007.
[2] AZEVEDO, Reinaldo. O País dos Petralhas. Record, São Paulo e Rio, 2008.
[3] CARVALHO, Olavo de. O Jardim das Aflições (2ª edição, revista). Realizações, São Paulo, 2000.
[4] VOLKOFF, Vladimir. Pequena História da Desinformação - do Cavalo de Troia à Internet. Editora Vila do Príncipe Ltda., Curitiba, 2004.
[5] MOTTA, Aricildes de Moraes (Coordenador Geral). História Oral do Exército - 1964 - 31 de Março - O Movimento Revolucionário e sua História. Tomos 1 a 15. Bibliex, Rio, 2003.
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