"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 24 de maio de 2012

OTIMISMO E CAUTELA NA CHINA

Merval Pereira
O professor Chen Changshen, do Instituto de Filosofia da Academia de Ciências Sociais de Xangai, fez no seminário promovido em conjunto com a Academia da Latinidade uma análise muito aguda da situação atual da China, partindo da constatação de que a globalização é a principal tendência e a ideologia dominante em nosso tempo.


O governo chinês respondeu a ela com reformas e uma política de abertura, e em consequência disso nos últimos 30 anos a economia chinesa foi se transformando, lenta, mas irrevogavelmente, de planejada centralmente em uma economia de confiança no mercado.


Como responsável pelo bem-estar de 1/5 da população da Terra, os desafios e oportunidades da globalização têm sido tema de muita reflexão nos últimos anos na China, gerando um otimismo cauteloso.


Otimismo porque a globalização é uma oportunidade para a China, mas ao mesmo tempo a cautela está presente por que é sabido que a globalização traz desafios nunca vistos, e crises que podem ser fatais.


Reformas e abertura, necessárias para aproveitar a globalização, podem trazer para a China, porém, subversões internas. Com uma sociedade fechada em si mesma durante séculos, a cultura da inércia pode provocar uma espécie de “instinto básico” de rejeição à onda de globalização que vem do Ocidente.


Na análise do professor, o governo chinês está fazendo um esforço significativo para superar esse “instinto cultural”, já que é predominante a ideia que é melhor tomar a iniciativa de mudar conceitos para participar da globalização do que, por receio, deliberadamente evitá-la. Chen Changshen admite que para muitos ocidentais os chineses são imprevisíveis, e o socialismo de características chinesas nem sempre é compreendido. Não existe uma única resposta para essas dúvidas, ele ressalta, e a política oficial é avançar com o tempo, sem questões pré-definidas.


Por isso, os “especialistas” em China têm previsões tão discrepantes em relação ao futuro do país. Enquanto uns consideram que o século XXI será da China, que desafiará o poder dos Estados Unidos em algumas áreas, há os pessimistas que acham que a China entrará em colapso dentro de pouco tempo.
Para o professor Chen Changshen, ambos estão errados. Ele considera inevitável que existam conflitos entre os chineses e a sociedade ocidental, e admite que, para a China, integrar-se à comunidade internacional é um problema angustiante, às vezes beirando o vexatório.


A globalização é uma oportunidade para a China, mas ao mesmo tempo a cautela está presente por que é sabido que a globalização traz desafios nunca vistos, e crises que podem ser fatais
Ele considera que a maior dificuldade está em que as culturas chinesa e ocidental não seguem as mesmas regras. Mesmo os chineses dispostos a seguir regras internacionais, se elas ameaçam seus compatriotas, as abandonarão e voltarão às regras tradicionais.


E quais são essas regras? A família tem um papel todo especial na vida chinesa. Estado e casa têm, em chinês, um vínculo que os ideogramas revelam, levando à noção de país, o que significa que o país é uma expansão de sua casa.
Isso significa que o povo chinês dá muita importância às relações interpessoais em detrimento do individualismo, e também da ordem ou da moral públicas.


As relações pessoais e as leis da sociedade são diferentes formas de vida na China, as primeiras dando destaque às relações interpessoais ou intergrupos (família, clã), e as outras lidando com aspectos objetivos onde não interessa quem violou a lei ou quem será o juiz do caso.
Teoricamente, ética, lei, regras e regulamentações são questões objetivas e iguais para todos. Nas relações interpessoais, no entanto, vale mais o “quem fez”.


Como lidar com as situações depende exclusivamente das relações entre o agente e as partes interessadas. Chen Changshen dá um exemplo: Se eu vejo alguém roubando, normalmente estarei disposto a testemunhar contra ele, mas se o ladrão é meu irmão, provavelmente não testemunharei “para preservar a família”.
Talvez até pense que o que ele fez foi “objetivamente” errado, mas nesse caso pesará mais o princípio das relações pessoais.


Por isso o professor considera que a China precisa de tempo para reformar suas instituições e valores para se acomodar ao desenvolvimento da “aldeia global”, o que virá em seu próprio benefício.
Mas a comunidade internacional precisa também entender que é melhor para todos que se dê à China um pouco mais de tempo e de espaço para que ela possa mudar sem grandes conflitos.


Na análise do professor Changshen, a China hoje rivaliza em poder e influência com os Estados Unidos, sendo que o ambicioso plano de modernização militar a transformou em um poder formidável, genuíno competidor estratégico dos Estados Unidos.
Mas ao mesmo tempo, ambos os países são interdependentes, parceiros comerciais com laços econômicos cada vez mais estreitos.


Mas as profundas diferenças de seus sistemas políticos, valores e interesses nacionais fazem permanecer entre os dois desconfianças profundas: Beijing teme que os Estados Unidos tentem preventivamente constranger o crescimento da China, enquanto os Estados Unidos não estão certos de qual será a trajetória futura que a China escolherá.


Há, no entanto, interesses comuns que unem os dois países: segundo o professor, além de combater o terrorismo e as armas de destruição em massa, os dois têm interesse em manter o mundo crescendo e estável, e também dividem a mesma preocupação com a degradação ambiental e as mudanças climáticas.


É também interesse estratégico dos Estados Unidos ajudar a liberalização política na China. O professor Changshen tem uma visão bastante pragmática sobre a China: historicamente, seria uma sociedade que amadurece rápido e declina muito cedo.


Apesar do crescimento econômico das últimas três décadas, a moderna China não produz ciência e tecnologia, não fez uma revolução industrial, não aderiu à economia de mercado nem à democratização, o que a torna um país emergente que é “grande, mas não forte”.


O professor considera que mesmo que a China consiga manter o ritmo de crescimento que vem experimentando nos últimos anos – o que considera discutível -, dificilmente superará no curto e médio prazos seus problemas maiores como pobreza, injustiça social, declínio moral, segurança jurídica. Por isso, garantir que a China seja um país próspero dentro das regras internacionais é de interesse não apenas dos Estados Unidos, mas da própria “aldeia global”.

Merval Pereira
24 de maio de 2012
Fonte: O Globo

NOVO CÓDIGO FLORESTAL EXIGIRÁ QUE EIKE REIMPLANTE O CABELO


Novo código florestal exigirá que Eike reimplante o cabelo
Ruralistas e ambientalistas concordam que o bigode de Aloísio Mercadante ultrapassa os limites aceitáveis da cobertura capilar. “Há parques nacionais menos densos”, espantou-se Carlos Minc.

WERNER’S CABELEIREIRO – Os ruralistas obtiveram ontem grande vitória ao aprovar, na íntegra, o novo código que regerá a preservação da cobertura vegetal das terras brasileiras. A lei, considerada leniente por ambientalistas, tornará legal desmatar até 98% das matas com mais de sete árvores.

Abatendo uma caramboleira em frente ao Congresso, o deputado Ronaldo Caiado explicou: “Seremos rigorosos e não deixaremos ninguém derrubar nenhuma dessas sete árvores, contanto, claro, que não se tratem de espécies exógenas, estejam no caminho do gado, façam sombra para a soja ou sejam consideradas feiosas por uma comissão liderada pela deputada Katia Abreu.”
A poda, contudo, será permitida.

Petistas, ruralistas e comunistas do PCdoB estavam alinhados e não divergiram sequer em relação à medida que obriga todos os condomínios residenciais a liberarem pelo menos 70% da área de lazer para o plantio de transgênicos. Também houve pouco dissenso quanto à medida que propõe transformar o que resta da Mata Atlântica em estacionamento.

A oposição tentou obstruir a sessão, sem sucesso. A única clausula do novo código que contou com o apoio unânime dos 513 deputados da Casa foi a que dispõe sobre o implante de Eike Batista. “Aquilo é uma afronta à sensibilidade ecológica nacional”, exaltou-se o senador Blairo Maggi, “não é possível que esta seja a imagem capilar que o Brasil projeta para o mundo.”

Eike terá até trinta dias para reimplantar o cabelo. Caso não cumpra, será obrigado a prestar serviços comunitários ao topete do ministro Edison Lobão.

24 de maio de 2012
The i-Piaui Herald

DEMÓSTENES REVELA: "FUI ABUSADO POR CACHOEIRA".


Demóstenes revela:
A assessoria do Senado estuda contratar um tradutor de libras para interpretar o silêncio de Cachoeira


SHOW DA VIDA – O Brasil inteiro se comoveu com o depoimento corajoso do senador Demóstenes Torres ontem à CPI do Fantástico. Com os olhos marejados, o parlamentar revelou pela primeira vez que durante a infância foi repetidamente levado para trás de uma queda d’água onde recebeu propinas à força e concedeu contratos licitatórios.

"Fui abusado por Cachoeira", disse com um esgar. Após dolorida pausa, completou: "Não foi uma nem duas vezes. Foram várias". Enfático, Demóstenes negou ter namorado Pelé: "Foi só uma tabelinha. Todo mundo sabe que a Delta foi o grande amor da minha vida", explicou.

O parlamentar também contou que o cantor Elton John teria lhe proposto casamento.
Aos prantos, Demóstenes contou que disse sim. As núpcias só foram canceladas por que o megastar não concordou em contratar Fernando Cavendish para organizar o cerimonial.
“Elton me disse que tanto ele quanto a Rainha jamais concordariam em colocar um guardanapo na cabeça, e eu não poderia me entregar a alguém tão desprovido de noção”, soluçou o senador.

No Congresso, o depoimento de Carlinhos Cachoeira foi marcado por bem menos emoção. Após empregar todas as variações linguísticas existentes para explicar que ficaria calado, Carlinhos Cachoeira resolveu ceder: "Só falo se me derem um Nextel."
Apreensivos, todos os parlamentares desligaram os seus celulares.

Sem alarde, agentes da Polícia Federal anunciaram a operação Charles Chaplin: "Grampearam o silêncio de Carlinhos Cachoeira. Divulgaremos o resultado nos próximos dias", anunciou o superintendente Jean Dujardin.

Anderson Silva foi convocado para tentar quebrar o sigilo de Cachoeira.


24 de maio de 2012
The i-Piaui Herald

REVANCHISTAS QUEREM USAR DISPOSIÇÃO TRANSITÓRIA DA CONSTITUIÇÃO PARA TORNAR NULA A LEI DA ANISTIA

Tratem de se cuidar os militares (ainda vivos) que atuaram na repressão contra guerrilhas urbanas e rurais que promoveram a violenta luta armada, assaltos, seqüestros e mortes para implantar o comunismo no Brasil, nas décadas de 60 e 70. A ala ideologicamente radical do governo já inventou um jeitinho criativo de neutralizar e, tecnicamente, revogar a Lei de Anistia (Lei n° 6.683), promulgada pelo presidente João Baptista de Figueiredo, em 28 de agosto de 1979.

A não concessão de anistia e reparação financeira ao “Cabo” Anselmo pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça foi apenas o primeiro teste para uma nova tese que invalida a Lei de Anistia promulgada no governo dos presidentes militares. Para anulá-la de uma vez, permitindo a punição unilateral de agentes do Estado (e não dos militantes que cometeram crimes hediondos), os criativos revanchistas apelam para uma manobra pseudo-constitucional.

Os membros da Comissão de Anistia, da Comissão da Verdade e os autoproclamados promotores da tal “Justiça de Transição” (transição para quê (?), ninguém ainda explicou) defendem a questionável ideia de que a Lei de Anistia de Figueiredo de nada vale. Para derrubá-la, alegam que ela foi superada e anulada pela regra de anistia escrita nas disposições transitórias da Constituição de 1988, que foi regulamentada pela Lei nº 10.559, de 13 de novembro de 2002. Malandramente, a regra não fala em anistia aos militares da ativa. É esta brecha que os revanchistas querem usar para passar por cima da Lei de Anistia de 1979.

O Artigo 8º das disposições transitórias prescreve: “É concedida anistia aos que, no período de 18 de setembro de 1946 até a data da promulgação da Constituição, foram atingidos, em decorrência de motivação exclusivamente política, por atos de exceção, institucionais ou complementares, aos que foram abrangidos pelo Decreto Legislativo nº 18, de 15 de dezembro de 1961, e aos atingidos pelo Decreto-Lei nº 864, de 12 de setembro de 1969, asseguradas as promoções, na inatividade, ao cargo, emprego, posto ou graduação a que teriam direito se estivessem em serviço ativo, obedecidos os prazos de permanência em atividade previstos nas leis e regulamentos vigentes, respeitadas as características e peculiaridades das carreiras dos servidores públicos civis e militares e observados os respectivos regimes jurídicos.

No parágrafo 5º está escrito: - A anistia concedida nos termos deste artigo aplica-se aos servidores públicos civis e aos empregados em todos os níveis de governo ou em suas fundações, empresas públicas ou empresas mistas sob controle estatal, exceto nos Ministérios militares, que tenham sido punidos ou demitidos por atividades profissionais interrompidas em virtude de decisão de seus trabalhadores, bem como em decorrência do Decreto-Lei nº 1.632, de 4 de agosto de 1978 , ou por motivos exclusivamente políticos, assegurada a readmissão dos que foram atingidos a partir de 1979, observado o disposto no § 1º. Os revanchistas se aproveitam da malandra interpretação do termo “exceto nos Ministérios militares” para alegar a nulidade da Lei de 1979.

Outra indicação de que a Comissão da Verdade é um passo para o revanchismo veio de um dos personagens mais ligados à banda da Teologia da Libertação que opera no PT e no governo Dilma Rousseff. Em entrevista a O Globo, o frade dominicano Carlos Alberto Libânio Christo, o Frei Betto, lamenta que a comissão seja da “verdade e não da justiça”. No entanto, Frei Betto defende que a CV pode ser o primeiro passo para a responsabilização dos torturadores.

A tese de Frei Betto é claramente revanchista: “O Brasil é uma exceção. Todos os países que passaram por ditaduras militares ou civis, na América Latina, tiveram investigação, punição. O Brasil está amordaçado por uma lei injusta, que é a Lei da Anistia, que nivela assassinos e assassinados, torturadores e torturados. Isso é uma aberração”. Aberrante mesmo é a tese do “religioso” para pregar que a CV puna os militares e demais agentes do Estado que atuaram na repressão sos radicalóides da luta armada: “Pode-se ouvir todo mundo, mas não querer comparar os dois lados. Uma coisa é uma ditadura, uma opressão, um Estado de violência. Outra coisa são aqueles que defendem princípios e ideias e que seguiram o princípio tomista, de Santo Tomás de Aquino, de que, quando uma tirania é violenta e irremovível por via pacífica, é direito do cidadão reagir com as armas”.

O Alerta Total alerta novamente: Se a Lei de Anistia foi rasgada e violentada pelos 12 conselheiros da Comissão de Anistia que justiçaram o “Cabo” Anselmo”, os militares que se preparem para o espetáculo de revanchismo que será deflagrado com a pretensa Comissão da Verdade. O alvo preferencial do revanchismo será o Coronel Reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra – cuidadosamente escolhido como “símbolo dos repressores”. Se os militares continuarem dando mole, acabarão justiçados pelos revanchistas...

Primeira Vítima

José Anselmo dos Santos é vítima de uma grave violação dos direitos humanos cometida pelo Estado brasileiro.

Aos 23 anos de idade, marinheiro de primeira classe, teve os direitos políticos cassados pelo Ato Institucional número 1, de 9 de abril de 1964.

Aos 72 anos, ainda luta judicialmente para ter de volta seu nome de batismo, uma simples Carteira de Identidade (RG) e uma anistia.

Sobrevivendo há quase 50 anos na clandestinidade, contando com a ajuda de pouquíssimos amigos, em 22 de maio de 2012, Anselmo teve negado seu direito líquido e certo à anistia pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça.

Anselmo é punido pelo revanchismo histórico de uma esquerda radical que não se conforma por ele ter sido um dos homens que colaborou para evitar um banho de sangue com uma guerra civil que pretendia implantar uma ditadura comunista no Brasil, via luta armada.

Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.

24 de maio de 2012
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.

MADALENA FOI PRO MAR E EU FIQUEI A VER NAVIOS

O título desta matéria é só para fazer charminho. Devem lembrar que este é o nome de uma simpática música do Chico Buarque. O link é Chico Buarque – Madalena foi pro Mar – 1965 E a música poderá servir de fundo musical para ler este artigo.

Na verdade estamos comemorando o inimaginável. Não imaginamos que ainda nesta meia década o navio João Cândido fosse chegar a fazer seus testes em alto mar.


Surpreendentemente, com dois anos de atraso, após ter passado algumas horas boiando precariamente depois de batizado com champanhe ou espumante nacional, amadrinhado pela hoje presidente e pelo, na época, presidente Lula o navio foi recolhido de volta para o estaleiro para ser finalizado.

Em matéria de navios e alto mar toda a superstição é pouca. Marinheiros acreditam que não se deve entrar num navio de pé esquerdo. Padres a bordo dão azar (São homens , usam vestido preto e realizam funerais.) Mulheres a bordo também trazem azar.

Nunca assobie na ponte e preferivelmente nunca assobie a bordo. Matar um albatroz azara viagem. Nunca use a roupa de um marinheiro morto na mesma viagem em que ele morreu. A bolsa de viagem de um marinheiro nunca deve ser preta.
Estou tentando descobrir qual é a sina de navios que são inaugurados antes de estar prontos. Desconfio que os augúrios não sejam nada bons. Ainda mais quando o navio já começa sua vida como elemento para enganar toda uma nação.

Sugiro que a Transpetro, a empresa armadora do João Cândido, evite mares em torno do Chifre da África. Com as emanações que minha bola de cristal está captando acho que ele vai ser capturado por piratas somalis. Vamos ter marinheiros brasileiros como reféns.
Por outro lado de reféns o governo Dilma entende. Nas décadas de sessenta e setenta tomou uns quantos.

24 de maio de 2012
Ralph J. Hofmann
(*) Fotomontagem: É tudo mentirinha, o petroleiro, a inauguração de Lula e a simpatia de Dilma.

MAIS UMA FARSA: TRANSPOSIÇÃO DO SÃO FRANCISCO

As obras da Transposição do São Francisco, começaram em 2007, a justificativa usada pelo presidente da República, para essa faraônica obra, que visa a construção de 720 quilômetros de canais; é a transferência de 1% a 3% das águas do São Francisco, para abastecer açudes e rios intermitentes (que desaparecem nos períodos de seca) dos estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.



Dois anos depois, em 15 outubro de 2009, o presidente foi “vistoriar” as obras em Sertânia (PE) e, como de hábito fez um demagógico e enganoso discurso, onde empolgado determinou: “Nordeste não precisa produzir mais pedreiros; precisa produzir mais engenheiros.(vide vídeo “Nordeste não precisa produzir mais pedreiros).

Passados mais 3 anos, isto é, com 5 anos do início das obras da tão badalada “Transposição”, e está tem apenas 36,12% de execução. Além disso, cinco dos 14 lotes tocados por empreiteiras estão paralisados.

Toda a obra deveria ficar pronta este ano, a um custo de R$ 4,6 bilhões. Agora a transposição só deve ser totalmente entregue no final de 2015, por R$ 8,2 bilhões.
Como se não bastasse, nessa construção confusa, de falsas promessas e mirabolantes previsões, há a mão suja de Carlinhos Cachoeira.
O Ministério da Integração e a Controladoria Geral da União (CGU) no dia 21/5, resolveram realizar auditoria para investigar as obras da Construtora Delta na Transposição do Rio São Francisco no Ceará. A admissão de que possam existir irregularidades acontece três semanas após o Ministério dos Transportes anunciar investigações nas obras da Delta na BR-222, próximo a Sobral.

A auditoria CGU-Ministério da Integração deverá ser concluída no mês que vem e diz respeito a obras em Mauriti, na região Sul, de responsabilidade da Delta e outras duas empresas consorciadas. As atividades da Delta no Ceará estão sob suspeita desde que se comprovou o envolvimento do dono da empresa, Fernando Cavendish, com o contraventor Carlinhos Cachoeira, acusado de uma série de crimes contra a ordem pública.

Todavia, o ministério da Integração nada diz sobre as obras desse projeto que estão em estado de abandono, o GS&RJH, vem escrevendo sobre o assunto desde maio de 2011. (*)
A coisa é assim desde 2003, o cidadão paga, os petistas se fartam e nada vai para a frente.

24 de maio de 2012
Giulio Sanmartini

(*) Principais artigos:

Desvio do São Chico 31/5/2011,
Mentiras e corrupção 5/12/2011,
Dilma: um governo de fim de comédia 10/02/2012,
A cornucópia da transposição 12/3/2012 e
Esgoto a céu aberto 24/3/2012

STF VOLTA A NEGAR PEDIDO DE MENSALEIRO DE LULA PARA AFASTAR JOAQUIM BARBOSA


Mensalão: STF volta a negar pedido para afastar Barbosa. Defesa de Valério alega que ministro prejulgou o réu em ação anterior
O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) negou nesta quinta-feira um pedido da defesa do empresário Marcos Valério para impedir o ministro Joaquim Barbosa, relator do processo do mensalão, de continuar atuando no caso. O pedido foi negado em setembro de 2011 pelo então presidente da Corte, Cezar Peluso. Os advogados recorreram ao plenário, que manteve a decisão.

Segundo a defesa, Barbosa estaria impedido de julgar o processo porque, durante o recebimento da denúncia do chamado mensalão mineiro, caso conexo ao processo homônimo, teria feito prejulgamento de Valério. O ministro referiu-se ao réu como “expert em atividades de lavagem de dinheiro” e “pessoa notória e conhecida por atividades de lavagem de dinheiro”. Por isso, o ministro não teria isenção para julgar o caso.

Em setembro, Peluso disse que a fala de Barbosa representou apenas “fundamentação idônea e suficiente sobre a admissibilidade da ação penal, sobretudo no que tange à presença da materialidade e de indícios suficientes da autoria”. O relator teria apenas adiantado “razões convincentes” para que o STF abrisse a ação penal.

Peluso acrescentou que o Código de Processo Civil lista todas as causas de impedimento de um magistrado em um processo. E a alegação da defesa não faria parte desse rol. “O Supremo não admite a criação de causas de impedimento por via de interpretação”, escreveu o ministro.

Nesta quinta-feira, o atual presidente do STF, Carlos Ayres Britto, concordou com Peluso. Em seguida e de forma simplificada, os ministros apoiaram o presidente. A decisão foi unânime.

24 de maio de 2012
Carolina Brígido - O oGlob

BORIS CASOY COMENTA A COMISSÃO DA VERDADE


AOS VITORIOSOS DE 64 *


Os militares brasileiros costumam gabar-se de ter vencido o confronto que culminou com a chamada Revolução de 64. Graças à ação das Forças Armadas, foram derrotados os comunistas e compagnons de route que tentavam transformar o país em uma Cuba meridional. Três décadas depois, cabe a pergunta: foram?

Nunca foi tão pobre e minguado um 7 de Setembro no Brasil. Na capital federal, por escassez de combustível, apenas quatro blindados fizeram parte do desfile. O grupamento da Força Aérea Brasileira deixou os aviões estacionados e seus pilotos desfilaram a pé. Tampouco houve o tradicional sobrevôo de caças. Já no 25 de agosto, dia do soldado, faltou grana até para o coquetel de praxe e o desfile militar foi cancelado.

Faltasse verba apenas para comemorações, não seria tão grave. Mas as Forças Armadas avisaram o Tribunal Superior Eleitoral que nestas eleições não será fácil atender os pedidos de envio de tropas aos Estados diante da liberação antecipada de 44 mil recrutas no final de julho passado. Esta dispensa foi causada por cortes no Orçamento determinados pelo governo federal. Há algum tempo, os quartéis vinham liberando os recrutas para comerem em casa, já que o rancho andava escasso.

Enquanto o Exército nacional não tem verba sequer para alimentar seus soldados, o presidente Fernando Henrique Cardoso assina uma medida provisória que amplia a definição e os direitos dos anistiados políticos. Servidores públicos civis que foram punidos por adesão a greve serão reintegrados a seus cargos. Políticos, civis e militares que já haviam sido readmitidos poderão pedir indenização financeira à União – hipótese que era vedada na regulamentação da anistia do ano passado. As esquerdas e simpatizantes, que vivem protestando contra o arbítrio das medidas provisórias, contra esta certamente não terão objeções.

Em fevereiro deste ano, a Comissão de Anistia já havia aprovado concessão de indenização de R$ 59,4 mil para o presidente do PT, deputado José Dirceu, por ter sido obrigado a abandonar o País por onze anos, no regime militar. "O Estado brasileiro cassou minha nacionalidade e me baniu do País", afirmou o petista que, entre outras façanhas, trabalhou para os serviços de inteligência cubanos. A verdade é bastante diferente: José Dirceu era preso político e saiu do país em 1969 com mais 14 pessoas em troca da liberdade do embaixador norte-americano Charles Elbrick, seqüestrado por um grupo ligado ao MR-8. Saiu porque quis e mediante outra ação criminosa.

Na época, 2.600 esquerdistas foram beneficiados e sete mil outros pedidos esperavam decisão da comissão. Pela nova regra, passaram a ter direito ao benefício civis e militares atingidos por medidas de exceção desde o início da década de 30 até a promulgação da atual Constituição, em 1988. Ou seja, os pilotos da Força Aérea, marinheiros e fuzileiros navais que em 1964 atentaram contra a nação, serão agora regiamente recompensados por sua desobediência à hierarquia militar. O valor das indenizações pode ser de até R$ 100 mil e a pensão especial mensal de até R$ 10,8 mil – maior salário que pode ser pago com recursos da União. A expectativa do presidente da comissão, no início deste ano, era de que pelo menos 40 mil pessoas apresentassem requerimentos. Mesmo os punidos que não conseguirem provar vínculo com atividade laboral, serão contemplados com 30 salários mínimos para cada ano da punição.

E as vítimas do terror? Cerca de 120 militares foram mortos por militantes de esquerda durante o regime militar. Em janeiro de 2001, o presidente da República em exercício, Marco Maciel, enviou ao Congresso Nacional quatro projetos de lei concedendo pensão especial a vítimas de violência política durante o governo militar. O único vivo a ser beneficiado com uma pensão de R$ 500,00 foi o ex-piloto Orlando Lovecchio Filho, que, em março de 1968 perdeu uma perna, na explosão de uma bomba colocada no Consulado americano, em São Paulo. Lovecchio, que na época tinha 22 anos, estava prestes a tirar o brevê de piloto comercial. Não teve só a perna amputada, mas também sua carreira. Sérgio Ferro, o terrorista que colocou a bomba, vive hoje em Paris, a capital preferida de nove entre dez defensores do proletariado.

Segundo o então secretário de Estado dos Direitos Humanos, José Gregori, a medida não contemplaria os 120 militares mortos, já que eram partes envolvidas em conflito. Além de Lovecchio, abrangeu os herdeiros de mais duas pessoas mortas pelo terror. De carona, entraram no projeto os herdeiros de frei Tito de Alencar Lima, que se suicidou na França em 1974. O suicídio foi debitado a perturbações mentais em decorrência das agressões sofridas em dependências policiais.

Leio no site da Secretaria de Assuntos Legislativos do Congresso, que até junho passado o projeto de indenização a Lovecchio ainda não havia sido aprovado. Quanto à primeira leva de anistiados, estes há muito estão gozando as benesses do regime que pretendiam derrubar. Se terroristas são recompensados, nada mais justo que suas vítimas também o sejam, este é o primeiro raciocínio que nos ocorre. Mas se pensarmos um pouco adiante, logo se revela a ironia da situação. O terror mata e o Estado paga. Traduzindo melhor: o terror mata e você, contribuinte, paga. Pois o Estado nunca paga coisa alguma. Quem paga somos nós.

Foram derrotados os comunistas? O que vemos são seus líderes em prosa e verso cantados, na literatura e no ensino nacionais, ostentando aura de heróis, dando nomes a salas, ruas e rodovias e gozando de gordas aposentadorias. Os militares, que se pretendem vencedores, foram jogados à famosa lata de lixo da História e relegados ao papel de vilões.

Enquanto seu Exército não tem verba sequer para pagar o rancho de recrutas e sua Força Aérea desfila a pé, aos vitoriosos de 64 Fernando Henrique Cardoso confere honras, glória e gordas aposentadorias.

24 de maio de 2012
janer cristaldo

* 09/09/2002

JULGAMENTOS STALINISTAS?

Komitet Правда?

O que se vislumbra, afastadas as cortinas de fumaça dos ganhos pecuniários e da revanche, são julgamentos stalinistas ao estilo dos famosos julgamentos de Moscou da década de 30.

Então, pois, aconteceu: o que Graça Salgueiro, incansável estudiosa dos lances revolucionários do Foro de São Paulo – que obviamente, não existe, segundo a sapiência de alguns próceres liberais ligados ao Instituto Millenium – vinha advertindo, sem resultados, aos militares brasileiros – a destruição das Forças Armadas nos países da Iberoamérica - aí está: criado e instalado o Komitet Правда (1) para investigar os “crimes da ditadura”.

Não só Graça, mas Olavo de Carvalho, eu mesmo e Alejandro Peña Esclusa, em sua última viagem ao Brasil, quando pediu subsídios dos militares brasileiros para o livro El plan del Foro de Sao Paulo para destruir las Fuerzas Armadas, para o qual nada recebeu aqui, numa atitude que foi vista como arrogante pelos colegas fardados de outros países.

O livro foi editado com as contribuições de militares de Argentina, Bolívia, Colômbia, Peru, Uruguai e Venezuela. Na Introdução diz o livro: “As Forças Armadas da América Latina são objeto de um ataque sem precedentes. A ofensiva se realiza em todas as nações – para lograr um único fim: a destruição definitiva das instituições armadas”.

É exatamente esta compreensão que me faz insistir com amigos militares da reserva que me honram com convites, como o último, para integrar o Painel “1964 – A Verdade” em 29 de março passado, que não se deixem iludir pela idéia de que as investigações terão caráter revanchista. Como já se enganaram acreditando que os processos indenizatórios das “vítimas dos crimes da ditadura” tinham o caráter de investimento, como se o interesse fosse apenas pecuniário. É bem verdade, que pilantras safados como Ziraldo, Carlos Heitor Cony e outros intelectualóides estejam vivendo à larga com as indenizações, assim como o maior beneficiário, o causídico chapa branca Márcio Thomaz Bastos. Mas estes são side effects de um plano maior, como o demonstra o livro da UnoAmérica.

É possível que a idéia de destruir as Forças Armadas em nosso continente começou já em 1964, pela pronta reação contrarrevolucionária no Brasil. Khrushchev e Fidel se deixaram levar mais uma vez pelo incompetente Prestes e pensaram que seria um “passeio” tomar o Brasil. Não foi. Quando Brezhnev, mais agressivo, substituiu Khrushchev em outubro de 64, nada mais restava a fazer, o movimento contrarrevolucionário já se consolidara.

A primeira reação veio dois anos depois, por parte de Salvador Allende, então presidente do Chile, fundando, juntamente com Fidel Castro, a OLAS, Organización Latino-Americana de Solidariedad, uma organização de poder paralelo à OEA, de onde Cuba havia sido expulsa em 1962.

Em 1990 o mundo mudou. Já em 1988 tomara posse em Washington D.C. George Bush Sr, que oficializara a preparação de uma Nova Ordem Mundial. Com a farsa chamada Perestroika, a “guerra fria” acabou, o comunismo assumia o caminho gramscista detalhadamente planejado desde a década de 80, a atração pelas esquerdas tradicionais diminui e há uma retração do envolvimento estratégico dos EUA na Iberoamérica. As Forças Armadas e a Igreja Católica foram sempre vistas como os sustentáculos das elites no nosso continente e com o fim da necessidade de enfrentar o poder soviético o interesse americano mudou (2).

Passou a ser necessário diminuir o poder político das Forças Armadas e dar a elas uma nova destinação: forças de segurança regional submetidas paulatinamente ao comando da ONU como “forças de paz” internacional. E então, temos a fundação, por Lula e Fidel Castro, do Foro de São Paulo, cuja história é bem conhecida. Em 1994 a esquerda retoma o poder perdido trinta anos antes, FHC acaba com os ministérios militares submetendo-os a um Ministério da Defesa desenhado para retirar-lhes o que resta de poder de opinar sobre a política nacional e diplomática.

Não se enganem com as pesquisas que indicam alto índice de aprovação das Forças Armadas. A Igreja Católica também tem altos índices, num país cuja maioria segue rituais africanos, orientais ou coisa nenhuma. Por inércia, dão nota alta à Igreja. Mas pergunte: e quanto à pedofilia? Ah, bom aí a Igreja é culpada, os padres deveriam casar para resolver seus problemas sexuais! Já ouvi esta barbaridade de pessoas que se dizem católicas, até de blogueiros famosos! Ora, os casos de pedofilia na Igreja sequer atingem 3% do total, o restante é distribuído uniformemente pelos grupos gays – os mesmos que têm ojeriza à Igreja, à Bíblia e aos Mandamentos. E o celibato não é causa de nada patológico, se assumido integral e sinceramente.

O que se vislumbra, afastadas as cortinas de fumaça dos ganhos pecuniários e da revanche, são julgamentos stalinistas ao estilo dos famosos julgamentos de Moscou da década de 30. Não nos enganemos, pois como o demonstrou Jonah Goldberg: quando o novo fascismo chegar não haverá botas atropelando pessoas nem balas matando, mas belas palavras de amor e proteção contra as quais quem se insurgir é um mal agradecido e rancoroso. Tudo será feito por e com amor ao próximo. Pois, não estão tentando convencer os próprios milicos de que é melhor para eles mesmos esclarecer estas coisas de forma catártica? Quanta generosidade!

Estamos em via de, em pleno século XXI revertermos a ciência jurídica aos primórdios superados há 2.500 anos pela Grécia: até então as armas dos processos eram os testemunhos e juramentos, pessoal e solidário, que possuíam valor decisório. Mas, como o nascimento da Pólis o juiz passou a representar o corpo cívico, a comunidade em seu conjunto, julgando baseado não mais em testemunhos, mas em provas objetivas, não mais juramentos, mas relato de evidências. O processo passou a empregar uma técnica de demonstração, de reconstrução do plausível e do provável, de dedução a partir de indícios e sinais, isto é, instalava-se a noção de verdade objetiva que o processo antigo, num quadro pré-jurídico, ignorava (3).

É a este quadro pré-jurídico que o Komitet Правда nos conduzirá! É nisto que dá acrescentar a palavra “Democrático” ao conceito tradicional de Estado de Direito: a justiça deixa de se basear nas Leis e passa a ser controlada pelo sistema “democrático” do Direito Alternativo, “subordinado servilmente a todas as ciências sociais: à economia e, especialmente, à política, cuja prática propicia os ‘golpes decisivos da luta de classes’ (...) típico da redução materialista do direito a instrumento nas mãos de poucos teóricos que procuram impor à maioria neutra uma nova atitude mental” (4).

É o império do relativismo jurídico, que segundo Jacy de Souza Mendonça, é filho do ceticismo, da “dúvida sobre a capacidade da inteligência humana, a partir dos fenômenos, apreender, com objetividade, a natureza das coisas” (5).

Os militares que tendem a testemunhar deveriam pensar muito no massacre pré-jurídico que ocorrerá inevitavelmente no Komitet Правда: bastarão os testemunhos das supostas vítimas, sem adução de provas objetivas para culpá-los e, como anuncia no jornal O Globo (24/05/12) o Betto, que de frei não tem nada: os resultados apurados pela Comissão servirão de base para futuros processos legais.

Heitor de Paola
24 de maio de 2012

 Notas:
1 - Está em alfabeto cirílico para os “kamaradas” (Това́рищ) que o organizaram entenderem. Lê-se kâmitiet právda e numa tradução livre: Comissão da Verdade.
2 - Este assunto é bem estudado por Samuel P. Huntington no artigo As Mudanças nos Interesses Estratégicoa Americanos, Revista Política Externa, vol. 1, 1992, além do meu O Eixo do Mal Latino-Americano e a Nova Ordem Mundial, É Realizações, 2008
3 - Cf. Luis Gernet, Droit et societé dans la Grece Ancienne, Paris, 1955, citado por Jean-Pierre Vernant, Les origines de la pensée grecque, Presses Universitaires de France.
4 - Cf. Gilberto Callado de Oliveira, A Veradeira Face do Direito Alternativo – A Influência do Gramscismo, Ed. Juruá, Curitiba, 2006
5 - Curso de Filosofia do Direito – O Homem e o Direito, Quartier Latin, SP, 2006

NO FANTÁSTICO, XUXA DIZ QUE SOFREU ABUSO SEXUAL

    
          Artigos - Cultura        
Revelação irá abafar escândalo de filme de pedofilia que vem assombrando sua vida e carreira durante décadas?

No programa Fantástico de domingo passado, Xuxa alegou que sofreu abusos sexuais na infância. Supostamente, foram três homens.

Sua declaração forte trouxe uma alta em sua imagem num momento em que sua carreira já não tem o brilho que tinha antes. O brilho tem sido cada vez mais ofuscado por um sombrio esqueleto em seu armário: Em 1982 ela fez o papel principal do filme “Amor estranho amor”, que contém cenas de pedofilia explícita em que ela seduz um menino.

Xuxa vem travando uma batalha judicial sem tréguas para que o filme, que tem perturbado sua carreira e fama, não seja oficialmente comercializado em DVD. Seus produtores haviam chegado a exigir 100 mil reais por ano para manter o filme “extinto”. O desgaste com o obsceno filme pró-pedofilia tem sido um flagelo na fama e bolso da atriz.

A trajetória de Xuxa, com suas recentes revelações de pedofilia na infância, teve um início com contexto previsível. Sabe-se que ela, por costume da família ou vontade própria, gostava de andar nua dentro de casa quando era menina. Crianças de lares com tais “hábitos” não raramente enxergam com “naturalidade” o sexo.

Qualquer homem moralmente são teria dificuldade de visitar uma casa onde o pai permite que sua filha de oito, dez ou doze anos ande “ao natural”. Não chega a ser “fora do normal” um lar com nudez descarada produzir abusos sexuais. É um ambiente produtor de tentações.
Tais lares, além de tornarem suas crianças vulneráveis aos oportunistas sexuais, não veem nada de errado em revistas pornográficas.

Xuxa não só tinha essa visão, mas também chegou a posar nua para várias revistas pornográficas, inclusive a mais famosa, a Playboy. O que era “natural” para ela acabou também virando fonte de renda.
Mesmo com esse histórico moralmente turbulento, ela acabou entrando no mercado infantil, com um programa primeiramente na TV Manchete e depois na TV Globo, onde dançarinas mirins com trajes curtos e a garotada garantiram para ela e para a TV Globo IBOPE e audiência. Ela passou de coelhinha da Playboy à rainha dos baixinhos.

É uma carreira infantil de sucesso alicerçada em assombrações pornográficas e pedofílicas.
Ela não era, é claro, o exemplo ideal para as crianças. Mas o mundo imundo da TV tem valores inversos de uma família que protege os filhos com valores morais.

Durante o governo de Lula, Xuxa encabeçou a campanha nacional “Não Bata, Eduque!”, lançada por Lula em Brasília. A campanha, de modo ostensivo, buscava a criminalização de pais e mães que aplicam castigos físicos como disciplina para o mau comportamento dos filhos.

Xuxa mostrou sua rebelião a esse mundo com limites para as crianças. Talvez ela anseie um mundo onde as crianças possam tranquilamente andar livres dentro de casa — livres de roupas — e assim estar mais preparadas para ver com naturalidade o sexo e a revista Playboy.

Mas a experiência de uma infância sem limites e sem roupas não trouxe felicidade para a menina Xuxa. Trouxe, pelo que alega ela, estupros. E trouxe, pelo que mostra seu currículo, seu estrelato num filme de pedofilia explícita e participação em revistas pornográficas.

Em todas essas décadas, Xuxa jamais reclamou de ter sofrido peso na consciência pela óbvia incoerência entre sua vida no mercado pornográfico e no mercado infantil. O que importava, talvez, fosse obter dinheiro, fosse de qual fosse a procedência.

Na entrevista ao Fantástico, Xuxa se queixa de um pai ausente, mas quando ela teve oportunidade de fazer diferença na sua vida, ela escolheu ter uma filha sem um pai. Ela determinou que a figura do pai ficasse ausente da vida de sua filha.

Depois de sua recente confissão de abuso sexual na infância, Xuxa deveria abandonar seu ativismo contra os direitos dos pais disciplinarem seus filhos e imporem limites — inclusive o uso de roupas — neles. Abuso e violência não é impor limites nos filhos, conforme hoje esbraveja Xuxa com sua campanha anti-pais, mas a falta de limites.

Seu ativismo agora deveria se limitar aos malefícios da nudez dentro de casa, de como essa prática torna as crianças presas fáceis de pedófilos, do sexo casual e da pornografia.
O ativismo dela deveria também incluir uma campanha de alerta para que os pais bloqueiem toda pornografia em seus lares.

E ela poderia também aproveitar e aparecer novamente no Fantástico para pedir perdão às famílias e crianças do Brasil pelo filme “Amor estranho amor”, onde ela mesma, já adulta consciente e com fome de grana, fez descarada propaganda pró-pedofilia.

24 de maio de 2012
Julio Severo


O QUE A ESQUERDA ANUNCIA É ASSUSTADOR


          Artigos - Movimento Revolucionário        
A ditadura da “neutralidade de gêneros” é o novo absurdo da esquerda sueca: não basta a igualdade entre homens e mulheres, é necessária a proibição de todo e qualquer elemento cultural que aponte para a existência dos dois sexos.

“In 2010, the World Economic Forum designated Sweden as the most gender-equal country in the world.
But for many Swedes, gender equality is not enough. Many are pushing for the Nordic nation to be not simply gender-equal but gender-neutral. The idea is that the government and society should tolerate no distinctions at all between the sexes.”
(Via Hen: Sweden’s new gender neutral pronoun causes controversy, na Slate Magazine.)

A julgar pelos fatos, ser de esquerda é resultado de uma doença mental que se caracteriza por um defasamento em relação à realidade, e mesmo uma recusa da realidade. O indivíduo de esquerda recusa a realidade — a “Grande Recusa”, da Utopia Negativa de Marcuse e Adorno.

A esquerda, depois do desastre da queda do muro, começou por adotar a Teoria Crítica de Marcuse e Adorno. A Teoria Crítica consiste em criticar — critica tudo e todos —, mas não sugere soluções para os problemas. E depois da ação política demolidora e picareta da Teoria Crítica, a Esquerda passou à adoção dos princípios da Grande Recusa, segundo a Utopia Negativa.

A “grande recusa”, segundo Marcuse, significa a não-aceitação (neognosticismo) da realidade inerente à mais fundamental condição humana. O gnóstico atual recusa a condição fundamental da realidade humana e pretende escapar dela, e nesse movimento de escape em relação à realidade fundamental da condição humana, o gnóstico actual assume a irracionalidade e o absurdo como base de acção política ["delírio interpretativo", segundo o conceito de Paul Sérieux].

O gnóstico atual não consegue distinguir a injustiça, que pode ser corrigida, por um lado, e por outro lado, a condição fundamental da realidade humana, que o gnóstico atual também considera injusta, mas que não pode ser mudada sem que o indivíduo e a sociedade sofram a espécie de horrores perpetrados pela
 mente revolucionária durante o século XX (nazismo, comunismo, eugenismo, totalitarismos em geral).

***
A esquerda (ou o politicamente correto, ou o marxismo cultural), começou pela igualdade de oportunidades” entre os dois sexos, tendo como base o princípio da autonomia (Kant); mas agora, a esquerda entrou pela Grande Recusa e inicia, em nome da autonomia do indivíduo, a recusa da pré-determinação natural dos dois sexos.

Depois da política de “igualdade de gêneros”, eis que nos chega o conceito de “neutralidade de gênero”. Tudo o que identifique culturalmente (símbolos) a existência objetiva dos dois sexos, passa a ser proibido pelo Estado. Por exemplo, em algumas escolas suecas já é proibido às crianças o uso das palavras “rapazes” e “raparigas”, como se a realidade da natureza não estipulasse, de um modo fundamental, que existem rapazes e raparigas.

Na realidade, o que se passa é que a política repressiva de “neutralidade de gênero” vai desembocar em uma outra cultura de “não-neutralidade de gênero” — só que ainda não podemos saber os contornos dessa nova cultura não-neutral em relação aos dois sexos; e nem os próprios esquerdistas têm hoje a noção das consequências da sua política de neutralidade de gênero.


Provavelmente, países como a Suécia podem desembocar numa sociedade matriarcal, mas neste tipo de sociedade também não existe neutralidade entre os dois sexos porque isso é uma impossibilidade objetiva. “Neutralidade de gênero” é uma falácia e um absurdo. Resta saber se a sociedade matriarcal é melhor do que a sociedade patriarcal; eu tenho dúvidas.

A política de “neutralidade de gênero” é como o multiculturalismo: um dia destes, um político sueco virá a público dizer que essa concepção política já não faz sentido. Mas entretanto, já existem erros que serão pagos pela sociedade com “língua de palmo”, e devido ao delírio interpretativo dos intelectuais de esquerda.

24 de maio de 2012
Orlando Braga

BOLA MURCHA


Faltam 749 dias para o início da Copa do Mundo, mas, a julgar pelo ritmo que o governo petista tem dado às obras necessárias ao evento, parece que ainda temos uma eternidade pela frente. O mais desalentador é que a incúria em relação ao torneio de futebol não destoa do desempenho geral dos investimentos públicos federais.

Segundo balanço oficial divulgado ontem pelo governo Dilma Rousseff, apenas cinco das 101 obras previstas para o Mundial estão prontas. Na outra ponta, 41 empreendimentos ainda não saíram do papel:
estão em fase de licitação ou não passaram da etapa de elaboração de projeto, que, pelo cronograma oficial, deveria ter sido finalizada lá atrás, em 2010.

Apenas obras cosméticas em aeroportos foram concluídas - nos terminais de Cuiabá, Porto Alegre, São Paulo e Campinas. Dos R$ 27 bilhões de investimentos previstos para estádios, aeroportos, portos e obras de mobilidade urbana, somente 1%, ou R$ 200 milhões, foi executado.

Na área de mobilidade urbana - das raras que, efetivamente, podem vir a gerar algum benefício duradouro para a população - nenhuma das 51 obras previstas foi entregue até agora. O mais preocupante é que, destas, somente 28 estão em execução neste momento; o resto ainda dormita nas gavetas.

Aldo Rebelo não vê problema algum em empreendimentos que, a esta altura, já deveriam ser areia, cimento e concreto não passarem de rascunhos. Sua frase é lapidar:
"Não sei por que o preconceito com obras no papel. Não é porque está no papel que significa necessariamente um atraso".

A manifestação do ministro do Esporte faria algum sentido se já não tivesse transcorrido quatro anos e meio desde que o Brasil foi escolhido pela Fifa para sediar o Mundial de 2014. Teria alguma lógica se, daqui a um ano, o país já não fosse abrigar os jogos da Copa das Confederações e daqui a pouco mais de dois anos não tivéssemos de receber a Copa do Mundo.

Outro lado perverso da negligência da gestão petista, tanto de Lula quanto de Dilma, em lidar com os preparativos para o Mundial é o custo para os cofres públicos. Se, a princípio, dizia-se que o investimento seria eminentemente privado, ao longo do tempo ele foi se tornando preponderantemente custeado pelo governo.

Dos R$ 27 bilhões ora estimados, 84% serão bancados por fontes públicas, seja por meio de investimento direto da União (R$ 4,7 bilhões), financiamentos federais (R$ 11,1 bilhões) ou aportes de estados e municípios (R$ 7,1 bilhões). Da iniciativa privada, virão apenas R$ 4,2 bilhões.

Ressalte-se que o orçamento atual já cresceu mais de 54% em relação à primeira estimativa oficial, de R$ 17,5 bilhões, divulgada no início de 2010, como mostrou a
Folha de S.Paulo há duas semanas. Quanto mais lerda a execução, mais cara a obra. E quem paga pela ineficiência somos nós, contribuintes.

O desleixo não é marca dos petistas apenas nos preparativos para a Copa. Também se espraia para a execução orçamentária como um todo, como bem manifestou o Tribunal de Contas da União (TCU) ao julgar as contas do primeiro ano da gestão Dilma.

Embora aprovadas, elas foram alvo de 25 ressalvas e 40 recomendações, entre elas uma que beira o pleonasmo, mas que, nos governos do PT, parece algo impossível: serem "efetivamente priorizadas as execuções das ações definidas como prioritárias". Para o petismo, prioridades nunca são o que é mais importante para a população.

Segundo o TCU, as obras públicas federais apresentam hoje atraso médio de 437 dias. "Por causa de projetos malfeitos e fatores que deveriam ter sido dimensionados no tempo oportuno, várias obras prioritárias para a infraestrutura do País estão atrasadas", mostra
O Estado de S.Paulo.
Como se fosse possível, o desempenho executivo foi cadente no primeiro ano de Dilma.

A presidente reduziu de 652 para 92 as ações que considerava prioritárias em seu governo. Mesmo assim, somente 54% delas apresentaram o que o TCU classifica como "execução alta".
Em 2010, 63% estiveram nesta condição.

A preocupação com o bom andamento e a efetiva realização das obras com vistas à Copa do Mundo não repousa em fazer bonito para o resto do mundo. Dirige-se a aproveitar uma oportunidade única, de alta visibilidade global, para gerar benefícios duradouros para o desenvolvimento do país e para o bem-estar da população.

Mas, se depender do governo do PT, vamos chegar atrasados e bater uma bolinha murcha daqui a dois anos.

24 de maio de 2012
Fonte: Instituto Teotônio Vilela

ADVOGADO DEBOCHA DE PARLAMENTARES

 

  CPI - Wladmir Garcez: escutas da PF foram montadas

Único a falar nesta quinta-feira à CPI do Cachoeira, o ex-presidente da Câmara de Vereadores de Goiânia Wladmir Garcez surpreendeu ao ler um texto na abertura da sessão para se defender.

O ex-vereador disse que é amigo de diversos parlamentares, governistas e de oposição e contou que ele mesmo quis comprar a casa do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), por R$ 1,4 milhão, e pediu dinheiro para o ex-diretor da Delta Centro-Oeste, Cláudio Abreu, para fazer a compra.

Também com depoimentos marcados para esta quinta-feira, o sargento da reserva da Aeronáutica, Idalberto Matias, o Dadá, e o sargento da Policia Militar Jairo Martins de Souza, preferiram não se pronunciar e foram logo liberados.

Wladmir Garcez contou ainda que teria recebido três cheques de Cláudio Abreu, apontado pela Polícia Federal como braço direito de Cachoeira. Porém, disse que não conseguiu dinheiro para pagar o empréstimo e, assim, repassou a casa para o empresário Valter Paulo.

- O Cláudio me arrumou três cheques. Não sei quem são os emitentes. Repassei os cheques ao Lúcio, assessor do governador. Cheques do banco Itaú, em nome do governador. O Cláudio passou a me pressionar. Queria vender por um valor maior, mas não consegui vender (pelo) valor maior. O professor Valter me deu R$ 10 mil como comissão pela venda da casa. Dizem que o professor seria laranja do Carlinhos, mas o professor Valter poderia comprar a própria Delta - afirmou Garcez.

Ele disse ainda que a casa foi emprestada pelo professor Valter Paulo para que a mulher de Cachoeira, Andressa Mendonça, ocupasse o imóvel, enquanto outra casa, no mesmo condomínio, estivesse em construção. E negou que tivesse entregue dinheiro no Palácio do governo de Goiás, conforme indicam interceptações telefônicas feitas pela PF.

- Pedi a casa do professor Valter para que me emprestasse até que a casa da Andressa ficasse pronta. Nunca houve a história de entrega de dinheiro no palácio do governo de Goiás. Essas gravações foram montadas. Nem sequer fui atendido nesse dia pelo governador.

Garcez diz que prestava consultoria a Delta e a Cachoeira

Garcez lembrou que é amigo do senador Paulo Paim (PT-RS), do subsecretário da Secretaria de Relações Institucionais, Olavo Noleto, e do governador Marconi Perillo, e até do ex-governador de São Paulo, Mario Covas que já morreu. Ele disse também que era funcionário da Delta e de Carlinhos Cachoeira. Recebia R$ 5 mil do contraventor e R$ 20 mil da Delta para a prestação de serviços de consultoria.

Ele justificou que está preso há 86 dias, longe da família, sem nunca ter cometido crime algum. Segundo ele, algumas gravações são ilícitas e somente o Supremo Tribunal Federal (STF) poderia conduzir o processo.

Advogado de depoente debocha de parlamentares da CPI

Depois de orientar seu cliente, o ex-vereador de Goiânia Wladimir Garcez, a permanecer em silêncio e a citar nomes de autoridades de quem se disse amigo, o advogado Ney Moura Teles zombou dos parlamentares, acusando-os de não conhecerem a Constituição, disse que o processo contra Garcez irá resultar em nada no Supremo Tribunal Federal (STF) e ainda lançou dúvidas de que as gravações realizadas pela Polícia Federal, com autorização da Justiça, estão manipuladas para beneficiar alguém - que ele não disse.
- Os senadores desta CPI não entendem nada de direito - afirmou, ao deixar a sala da CPMI de Cachoeira, lembrando que a senadora Kátia Abreu (PSD-TO) chegou a falar em mandar prendê-lo por orientar seu cliente.
Teles afirmou que, para ele, Wladimir respondeu as perguntas dos parlamentares e mostrou que não integra nenhuma quadrilha. O advogado disse que o ex-vereador é funcionário da Delta e admitiu que ele faz lobby. Porém, para Teles, isso não é uma atividade criminosa.
- Lobby não é crime. Quantos fazem lobby aqui no Congresso? Deveria-se regulamentar o lobby. O que é lobby? Apresentar pessoas, abrir portas?
Teles também desqualificou o trabalho da Polícia Federal.
- Ele mostrou que as gravações da Operação Monte Carlo, muitas delas, senão quase todas, são montagens, são fraudadas. É preciso fazer uma perícia no sistema. Muitas gravações feitas estão ocultadas (sic) e eu queria saber por que ficaram dois ou três meses sem gravar ninguém e depois voltam a gravar - questionou, para, em seguida, lançar uma acusação:
- Eles esconderam gravações que, com certeza, podem apontar ligações com pessoas que querem proteger.
Teles confirmou que Wladimir é amigo de Cachoeira e de muitos políticos.
- Isso não é crime. Isso demonstra que ele priva da intimidade - disse-
O advogado reafirmou várias vezes que o processo não dará em nada na Justiça porque o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) foi flagrado nas conversas e a investigação não foi enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), já que ele tem foro privilegiado.
- Isso tudo vai acabar em nada. Todas essas gravações vão ser anuladas pelo Supremo porque o Supremo tem coragem de anular. O Supremo não se pauta pela opinião manipulada.
Ele reclamou que seu cliente está preso há 86 dias quando, segundo ele, deveria ser no máximo 81 dias. Perguntado se as investigações acabariam em pizza, ele foi irônico:
- Não falei em pizza. Disse que não vai dar em nada. Pizza é uma coisa gostosa. Vai acabar em nada.
O Globo
24 de maio de 2012
 

1,9 MILHÃO DE ECOTERRORISTAS A SOLDO DO AGRONEGÓCIO GLOBAL PEDEM UM VETO CONTRA O BRASILN

Nesta manhã, o governo federal recebeu uma petição com 1,9 milhão de assinaturas pedindo que a presidente vete o texto aprovado pela Câmara dos Deputados. O documento foi entregue pela Avaaz --organização global de campanhas-- nesta quinta-feira (24) aos ministros Gleisi Hoffmann, Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência e Izabela Teixeira. Este site dá bônus para quem assina as coisas que eles colocam lá. Quem entregou o abaixo-assinado dos produtores rurais europeus e americanos foi Pedro Abramovay, aquele mesmo que foi capa da Veja...

 
Como se vê, o tal Abramovay continua sendo um expert em dossiês... Qual o tamiflu que ele está levando nesse?
 
24 de maio de 2012
coroneLeaks

A ENCRUZILHADA DO EURO

 
O recrudescimento da crise econômica na Comunidade Européia está sendo devastador tanto para os patinhos feios, Grécia, Irlanda e Portugal, como para os intermediários, Holanda, Espanha e Itália, e até para os do primeiro time, Alemanha e França.

Sarkozy perdeu a presidência na França, entregando o poder ao socialista François Hollande. Ângela Merkel, a poderosa chanceler da Alemanha, perdeu as eleições legislativas na Renania, a região mais populosa do país, mais um indicativo de que o Partido Democrata Cristão será alijado do poder nas eleições de 2013. O Partido Social Democrata já prepara o figurino da posse para assumir os destinos do Estado alemão nessa nova fase do país.

Na raiz das mudanças emergem as medidas de austeridade e corte nos benefícios sociais, sempre a primeira ação a ser tomada ao menor sinal de crise na economia.

O rombo nas finanças européias começou a partir da quebradeira dos bancos, principalmente nos Estados Unidos, os quais foram socorridos pelo Tesouro americano com a injeção de trilhões de dólares para evitar o colapso do sistema financeiro ocidental. No entanto, pouco se falou em punição para os executivos desses bancos, detentores de salários e dividendos astronômicos.

A fatura do rombo financeiro foi creditada na conta do desemprego dos trabalhadores, do aumento dos impostos e cortes nos serviços de saúde. Em consequência, houve um aumento dos sem-teto e da pobreza na nação mais rica do globo. Até hoje, os conservadores do partido Republicano relutam em aprovar o projeto de regulação do sistema financeiro enviado ao Congresso pelo presidente Barak Obama. Lógico, se ocorrerem novos rombos, a conta será dividida com os contribuintes.

Ângela Merkel, a líder da Europa, insiste no aperto financeiro e no corte dos gastos dos governos do velho continente, a mesma receita perversa do FMI, que derruba o doente antes da retomada da recuperação do corpo desgastado.

Os brasileiros conhecem muito bem os efeitos da dose cavalar exigida pelo FMI, a qual gerou a hiperinflação, acompanhada de recessão (estagflação) na década de 80.
Agora chegou a vez dos europeus. Entretanto, as urnas estão dando o seu recado. Persistir na receita de austeridade do governo alemão e do FMI poderá desaguar no fim do Euro, minando o sonho de unificação econômica e social da Europa.
Vamos aguardar os acontecimentos.