Em sua coluna na 'Folha de S. Paulo', Ferreira Gullar adverte que, em breve, a falta de um projeto estratégico para o país vai custar caro ao governo Dilma. Por Luiz Alberto Machado
Em sua coluna semanal ao jornal Folha de S. Paulo, o poeta Ferreira Gullar revela-se um grande analista econômico e um brilhante cientista político, alertando para o agravamento da situação brasileira que caminha, a passos mais largos do que a maior parte da população consegue perceber, para um quadro preocupante.
No plano econômico, Ferreira Gullar afirma que o sucesso do presidente Lula deveu-se, acima de tudo, pela manutenção da espinha dorsal da política econômica concebida nos governos de seus antecessores Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso. Foi graças a essas medidas que o Brasil se livrou da inflação crônica que inviabilizava o crescimento da produção e consumia o valor dos salários. A abertura da economia e a conquista da estabilidade, tantas vezes criticadas por Lula e pelo PT, somadas ao prolongado crescimento da economia mundial permitiram que Lula adotasse seus programas assistencialistas e concedesse aumentos salariais que beneficiaram o crescimento da população mais pobre. Isso foi feito, como bem observa o ex-presidente do Conselho Federal de Economia, Carlos Roberto de Castro, “sem que Lula tivesse um programa de governo nem muito menos um projeto estratégico para o país”.
No plano político, Ferreira Gullar observa que “desde que o petismo assumiu o governo, nenhuma medida foi tomada para atender às novas condições criadas pelo próprio crescimento da economia. De fato, o que se fez foi onerar os setores produtivos, ampliar a máquina estatal e aumentar as despesas públicas. O número de ministros subiu de 27 para 39 – ou 40, já nem sei – e, com eles o número de funcionários concursados e não concursados”.
A combinação da melhora do padrão de vida de ampla camada da população brasileira e o aumento considerável do consumo foi suficiente para que o país passasse sem grandes traumas pela crise financeira internacional. Isso, por sua vez, foi essencial para que Lula deixasse o governo com índices de aprovação jamais vistos na história da República e conseguisse eleger Dilma Rousseff para sucedê-lo na presidência.
Como adverte o poeta, o preço para conseguir isso, porém, foi alto, e a hora de pagar a fatura está chegando. Estará Dilma Rousseff preparada e, acima de tudo, disposta a pagar o preço?
04 de abril de 2012
Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
quarta-feira, 4 de abril de 2012
"BIG BROTHER" ISRAELENSE VIRA PALCO DE DISCUSSÕES POLÍTICAS
Saar Szekely, de 27 anos, se tornou o novo galã da edição israelense do reality show graças a suas posições pró-Palestina
No Reino Unido, o Big Brother é conhecido por transformar concorrentes sedentos pela fama – as Nadias, Chantelles e Jade Goodys deste mundo – em celebridades instantâneas. Embora normalmente não seja muito mais intelectual, o equivalente israelense do programa alcançado uma reviravolta surpreendente em 2012, transformando em super-estrela Saar Szekely, um “simpatizante da Palestina”.
Szekely, 27, é o candidato azarão cujo objetivo declarado era o de expressar pontos de vista de esquerda no horário nobre da televisão. Em uma casa cheia de reacionários e com um público predominantemente de direita, a missão de Szekely parecia destinada a ser de curta duração. Mas mesmo com tantas páginas do Facebook clamando por sua aniquilação, o artista de Tel Aviv chegou à final na noite desta terça-feira, 3, e ao longo do caminho se tornou uma espécie de galã.
Entrando na casa, em janeiro, Szekely foi, durante as primeiras semanas, ofuscado pelo excêntricos extremos habituais – um casal recém-casado, uma prostituta, uma “visitante” do Big Brother Argentina. Nove semanas mais tarde, no entanto, suas conversas começaram a ficar mais tempo no ar, e se tornaram o foco do programa.
“Gosto da maneira como ele se expressa”, diz Shelly Malnick, uma espectadora de 23 anos, de Haifa. “Eu não concordo com tudo o que ele diz. Há coisas duras que ele disse sobre os soldados que são realmente difíceis de ouvir. Mas ele não se interessa em brigas – Ele tem um argumentos fortes e nunca foge de uma discussão bem educada. É por isso que a maioria dos israelenses o adora”. Segundo ela, o fato de ele ser “muito bonito” também ajuda. Mais espectadores de esquerda, é desnecessário dizer, estão apaixonados.
Mas foi o desenvolvimento de sua amizade improvável com outro participante, Eran Tartakovsky – um antigo oficial do exército israelense – que, segundo o vice-editor do diário Maariv, Shai Golden, provocou o sucesso de Szekely. “Um abraço de Eran era como dar a ele um selo kosher”, disse Golden.
Eran, que alegou “odiar árabes mais do que eu odeio o câncer” em sua fita de testes, foi o contraponto direitista de Szekely no programa. Mas a manobra saiu pela culatra quando a dupla se afeiçoou: “Eles se aproximaram. Isso deixou o o extremismo de esquerda fora de Saar e colocou o homem na frente”, afirma Golden.
Embora o nível do debate político no Big Brother do Reino Unido estagnou na saga racista envolvendo Shilpa Shetty, ou a violenta “festa dos gritos” de 2004 – com Emma ameaçando “matar” Victor e Jason, e “arrancar a cabeça” de Marco, a versão israelense tornou-se bem mais profunda. Tomando banho de sol com outros participantes, Tartakovsky e Szekely alternavam bate-papos tradicionais com discussões sobre a finalidade do exército israelense e vice-versa. Enquanto outros housemates se retiravam em sinal de protesto, perguntando em estado de choque como ele pode ouvir Szekely “chamar seus amigos de assassinos”, Tartakovsky parecia inabalado.
“Eles têm as conversas mais incríveis, com muita calma, bastante diferente do que se vê normalmente no Big Brother“, diz Ami Kaufman, co-criador da 972 Magazine, que colocou um dos debates políticos virais de Szekely no Twitter. “Eu acho que é uma das únicas coisas que eu gosto sobre este reality show: os diálogos são muito representativos do discurso político que corre por este país. Em termos percentuais, é provavelmente o equivalente ao que está acontecendo fora da casa também. É muito simbólico do que está acontecendo em Israel”.
Mesmo trazendo em outro direitista radical, Tzvi Portal, no meio da temporada não foi suficiente para atiçar o fogo. Szekely era amável com o falastrão Portal, que logo foi expulso.
A animosidade contra Szekely, no entanto, tem sido vocal. O debate postado por Kaufman mostra Szekely se referindo a Ariel (um distrito de Someron) como “uma esmola intencionalmente projetada para impedir a criação de um Estado palestino”. A província respondeu publicando sua própria declaração depreciativa contra ele. A reação se estendeu à sua cidade natal, Ashkelon. “Geralmente”, explica Kaufman, “quando as pessoas descobrem quem são os cinco finalistas, cada uma de suas cidades natais entra em uma grande campanha de votação a favor do “conterrâneo”. Isso não está acontecendo agora em Ashkelon, eles são realmente muito envergonhados de Saar Szekely. Ele não os representa, e realmente não representa muitos israelenses”.
Mas Golden acha que a mistura se tornou um grande sucesso. “Até agora, os reality shows de Israel têm relutado em colocar a política em primeiro plano, porque isso não é o que se chama de bom entretenimento”, diz ele. “Acho que há dois elementos para a obsessão dos israelenses com os realities: escapismo e um substituto para a violência. Colocar Saar foi um verdadeiro risco”.
Yoram Zak, produtor do Big Brother, certamente não se arrepende: “Eu realmente gostei do estilo dele”, comentou. “Quando eu lhe perguntei porque ele queria se juntar à casa, ele disse, ‘Se você vai transmitir esse lixo, o mínimo que posso fazer é trazer algum conteúdo real a ele’. Gostei disso”.
O programa tem recebido alguns dos maiores índices de audiência da história da TV israelense já teve (uma média de três em cada 10 israelenses por noite), sem dúvida, por causa da polêmica criada por Szekely. Embora seja um dos favoritos, o consenso geral é de que seus pontos de vista controversos vão lhe custar a vitória. Mas de qualquer forma, existem vitórias nesta história para Szekely, para o Big Brother e para Israel.
04 de abril de 2012
Fontes:The Guardian - How Israeli Big Brother became a hotbed of thoughtful debate
No Reino Unido, o Big Brother é conhecido por transformar concorrentes sedentos pela fama – as Nadias, Chantelles e Jade Goodys deste mundo – em celebridades instantâneas. Embora normalmente não seja muito mais intelectual, o equivalente israelense do programa alcançado uma reviravolta surpreendente em 2012, transformando em super-estrela Saar Szekely, um “simpatizante da Palestina”.
Szekely, 27, é o candidato azarão cujo objetivo declarado era o de expressar pontos de vista de esquerda no horário nobre da televisão. Em uma casa cheia de reacionários e com um público predominantemente de direita, a missão de Szekely parecia destinada a ser de curta duração. Mas mesmo com tantas páginas do Facebook clamando por sua aniquilação, o artista de Tel Aviv chegou à final na noite desta terça-feira, 3, e ao longo do caminho se tornou uma espécie de galã.
Entrando na casa, em janeiro, Szekely foi, durante as primeiras semanas, ofuscado pelo excêntricos extremos habituais – um casal recém-casado, uma prostituta, uma “visitante” do Big Brother Argentina. Nove semanas mais tarde, no entanto, suas conversas começaram a ficar mais tempo no ar, e se tornaram o foco do programa.
“Gosto da maneira como ele se expressa”, diz Shelly Malnick, uma espectadora de 23 anos, de Haifa. “Eu não concordo com tudo o que ele diz. Há coisas duras que ele disse sobre os soldados que são realmente difíceis de ouvir. Mas ele não se interessa em brigas – Ele tem um argumentos fortes e nunca foge de uma discussão bem educada. É por isso que a maioria dos israelenses o adora”. Segundo ela, o fato de ele ser “muito bonito” também ajuda. Mais espectadores de esquerda, é desnecessário dizer, estão apaixonados.
Mas foi o desenvolvimento de sua amizade improvável com outro participante, Eran Tartakovsky – um antigo oficial do exército israelense – que, segundo o vice-editor do diário Maariv, Shai Golden, provocou o sucesso de Szekely. “Um abraço de Eran era como dar a ele um selo kosher”, disse Golden.
Eran, que alegou “odiar árabes mais do que eu odeio o câncer” em sua fita de testes, foi o contraponto direitista de Szekely no programa. Mas a manobra saiu pela culatra quando a dupla se afeiçoou: “Eles se aproximaram. Isso deixou o o extremismo de esquerda fora de Saar e colocou o homem na frente”, afirma Golden.
Embora o nível do debate político no Big Brother do Reino Unido estagnou na saga racista envolvendo Shilpa Shetty, ou a violenta “festa dos gritos” de 2004 – com Emma ameaçando “matar” Victor e Jason, e “arrancar a cabeça” de Marco, a versão israelense tornou-se bem mais profunda. Tomando banho de sol com outros participantes, Tartakovsky e Szekely alternavam bate-papos tradicionais com discussões sobre a finalidade do exército israelense e vice-versa. Enquanto outros housemates se retiravam em sinal de protesto, perguntando em estado de choque como ele pode ouvir Szekely “chamar seus amigos de assassinos”, Tartakovsky parecia inabalado.
“Eles têm as conversas mais incríveis, com muita calma, bastante diferente do que se vê normalmente no Big Brother“, diz Ami Kaufman, co-criador da 972 Magazine, que colocou um dos debates políticos virais de Szekely no Twitter. “Eu acho que é uma das únicas coisas que eu gosto sobre este reality show: os diálogos são muito representativos do discurso político que corre por este país. Em termos percentuais, é provavelmente o equivalente ao que está acontecendo fora da casa também. É muito simbólico do que está acontecendo em Israel”.
Mesmo trazendo em outro direitista radical, Tzvi Portal, no meio da temporada não foi suficiente para atiçar o fogo. Szekely era amável com o falastrão Portal, que logo foi expulso.
A animosidade contra Szekely, no entanto, tem sido vocal. O debate postado por Kaufman mostra Szekely se referindo a Ariel (um distrito de Someron) como “uma esmola intencionalmente projetada para impedir a criação de um Estado palestino”. A província respondeu publicando sua própria declaração depreciativa contra ele. A reação se estendeu à sua cidade natal, Ashkelon. “Geralmente”, explica Kaufman, “quando as pessoas descobrem quem são os cinco finalistas, cada uma de suas cidades natais entra em uma grande campanha de votação a favor do “conterrâneo”. Isso não está acontecendo agora em Ashkelon, eles são realmente muito envergonhados de Saar Szekely. Ele não os representa, e realmente não representa muitos israelenses”.
Mas Golden acha que a mistura se tornou um grande sucesso. “Até agora, os reality shows de Israel têm relutado em colocar a política em primeiro plano, porque isso não é o que se chama de bom entretenimento”, diz ele. “Acho que há dois elementos para a obsessão dos israelenses com os realities: escapismo e um substituto para a violência. Colocar Saar foi um verdadeiro risco”.
Yoram Zak, produtor do Big Brother, certamente não se arrepende: “Eu realmente gostei do estilo dele”, comentou. “Quando eu lhe perguntei porque ele queria se juntar à casa, ele disse, ‘Se você vai transmitir esse lixo, o mínimo que posso fazer é trazer algum conteúdo real a ele’. Gostei disso”.
O programa tem recebido alguns dos maiores índices de audiência da história da TV israelense já teve (uma média de três em cada 10 israelenses por noite), sem dúvida, por causa da polêmica criada por Szekely. Embora seja um dos favoritos, o consenso geral é de que seus pontos de vista controversos vão lhe custar a vitória. Mas de qualquer forma, existem vitórias nesta história para Szekely, para o Big Brother e para Israel.
04 de abril de 2012
Fontes:The Guardian - How Israeli Big Brother became a hotbed of thoughtful debate
INFIEL?! NÃO!!! FIDELÍSSIMO!!!
De Agripipino Maia sobre o pedido do mandato do Óstenes:
" Não vamos pedir que ele renuncie ao mandato por que não houve infidelidade partidária!"
Claro que não, o Óstenes continuou fiel à tradição e ideais do partido, roubando, atendendo interesses privados e pessoais, se envolvendo com criminosos enquanto posava de ético, mentindo e tramando, envolvido em falcatruas e maracutayas, seu único erro foi ser pego, mas isso os amigos DEMos perdoam, com reservas!
04 de abril de 2012
René Amaral
" Não vamos pedir que ele renuncie ao mandato por que não houve infidelidade partidária!"
Claro que não, o Óstenes continuou fiel à tradição e ideais do partido, roubando, atendendo interesses privados e pessoais, se envolvendo com criminosos enquanto posava de ético, mentindo e tramando, envolvido em falcatruas e maracutayas, seu único erro foi ser pego, mas isso os amigos DEMos perdoam, com reservas!
04 de abril de 2012
René Amaral
GURGEL: GRAMPOS CONTRA DEMÓSTENES SÃO LEGAIS
Segundo o procurador-geral da República, não há qualquer ilegalidade nas apurações da Polícia Federal que levaram à exposição das relações entre o senador Demóstenes Torres e o bicheiro Carlinhos Cachoeira; defesa de Demóstenes pretende desqualificar gravações que não passaram pelo STF.
Agência Brasil – O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse hoje (3) que não há qualquer ilegalidade nas apurações da Polícia Federal que levaram à conexão entre o senador goiano Demóstenes Torres (ex-DEM) e o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Demóstenes tem prerrogativa de foro por ser parlamentar, e sua defesa alega que a Justiça Federal de Goiás deveria ter obtido autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para investigá-lo. Como isso não ocorreu, seu advogado disse que entrará com uma reclamação no STF na próxima segunda-feira (9) pedindo a nulidade das provas.
Para Gurgel, trata-se de uma estratégia que não terá respaldo no STF.
“Claro que a defesa tem que procurar socorrer-se daquilo que lhe parece, já que o mérito está cada vez mais complicado”.
Segundo o procurador-geral, não há ilegalidade no trabalho da Justiça Federal em Goiás porque o senador não era o alvo da investigação, e sim Cachoeira.
“Agora, o senador ligava com uma frequência imensa para Cachoeira, por isso há muitos áudios com o senador”.
Ele também garante que em nenhum momento foram iniciadas apurações a partir das falas de Demóstenes e que não houve ilegalidade na retenção do caso em Goiás por três anos. “Isso [a ilegalidade] se justificaria se a investigação tivesse avançado em relação a ele”.
04 de abril de 2012
René Amaral
Agência Brasil – O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse hoje (3) que não há qualquer ilegalidade nas apurações da Polícia Federal que levaram à conexão entre o senador goiano Demóstenes Torres (ex-DEM) e o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Demóstenes tem prerrogativa de foro por ser parlamentar, e sua defesa alega que a Justiça Federal de Goiás deveria ter obtido autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para investigá-lo. Como isso não ocorreu, seu advogado disse que entrará com uma reclamação no STF na próxima segunda-feira (9) pedindo a nulidade das provas.
Para Gurgel, trata-se de uma estratégia que não terá respaldo no STF.
“Claro que a defesa tem que procurar socorrer-se daquilo que lhe parece, já que o mérito está cada vez mais complicado”.
Segundo o procurador-geral, não há ilegalidade no trabalho da Justiça Federal em Goiás porque o senador não era o alvo da investigação, e sim Cachoeira.
“Agora, o senador ligava com uma frequência imensa para Cachoeira, por isso há muitos áudios com o senador”.
Ele também garante que em nenhum momento foram iniciadas apurações a partir das falas de Demóstenes e que não houve ilegalidade na retenção do caso em Goiás por três anos. “Isso [a ilegalidade] se justificaria se a investigação tivesse avançado em relação a ele”.
04 de abril de 2012
René Amaral
HISTÓRIAS DO FOLCLORE POLÍTICO BRASILEIRO
RIO – Amaral Peixoto, 74 anos, senador do MDB do Rio, no dia 15 de dezembro de 79, quando o PMDB e o PDS estavam sendo criados, passou três horas trancado com o ministro da Justiça Petrônio Portela, 54 anos, traçando seu destino político, por causa do controle do PMDB do Rio por Chagas Freitas. Petrônio queria uma resposta de Amaral para levar a Figueiredo :
- Como é, senador, então o senhor vem mesmo para o PDS?
- Vou. Mas há uma condição inarredável. Preciso do aval do Presidente. - Não há problema. O Presidente o convocará. Amaral pega o avião, voa para o Rio.
AMARAL
No dia seguinte, o deputado José Alves Torres, o Zeca Torres, liderado fiel de Amaral, vai visita-lo :
- Como é, comandante? Tudo resolvido? Os jornais dizem que o senhor conversou longamente com Petrônio e acertou a ida para o partido do governo.
- Conversamos, sim. Mas ainda não acertei com o governo. Só vamos com o aval pessoal do Presidente.
- Por que a duvida, comandante? - Ora, meu filho, não basta fazer o acerto com o Petrônio. Ele pode sair do ministério, pode morrer, quem é que vai continuar a cumprir o acordo?
- Mas, comandante, o Petrônio está forte no ministério e é muito jovem. - Sei disso. Mas tudo pode acontecer. Ele pode cair, morrer. No dia 6 de janeiro, Petrônio morria de enfarte. Que boca!
JURACY
Amaral Peixoto contou à revista “Visão” :
- “Quando ia ser promulgado o Ato Institucional nº 2 (27 de outubro de 65), Juracy Magalhães, ministro da Justiça de Castelo Branco, me declarou que, pelo seu passado revolucionário, de liberal, não poderia permanecer no governo. Que o presidente Castelo Branco, dada a pressão que havia nos meios militares, seria obrigado de qualquer maneira a baixar um Ato, fazendo aquilo que o Congresso não queria fazer”.
“Eu respondi que seria preferível que Castelo fizesse um Ato Institucional, porque o Congresso se desmoralizaria votando aquelas medidas. E Juracy me disse que aconselharia o presidente Castelo a fazer, embora, pelo seu passado, não pudesse continuar no ministério”.
“Juracy dizia que não ficaria no ministério porque o AI-2 era uma medida ditatorial. Tanto assim que, se tivesse querido, teria sido ministro do doutor Getulio (depois de 37), com quem tinha boas relações – e realmente tinha – e nunca aceitou. Mas acho que depois ele se esqueceu disso, porque assinou o AI-2 e continuou no ministério da Justiça”.
GETULIO
Eleito presidente da Republica em 1950, Getulio Vargas foi jantar na noite de Natal na casa da filha Alzirinha e do genro Ernani do Amaral Peixoto, também eleito governador do Estado do Rio.
O jovem jornalista José Lino Grunwald, estudante, comentou o abatimento em que estava Cristiano Machado, candidato do PSD, derrotado por ele. Getulio perguntou a Amaral:
- Já me falaram. É verdade mesmo, Amaral?
- É, presidente.E, pior do que abatido, está muito maguado, sofrido.
- Ora, Amaral, mais do que o Cristiano, sofreu o Cristo.
50 ANOS
Durante 50 anos, de 1937 a 87, Amaral Peixoto liderou o Estado do Rio e, depois da fusão com a Guanabara, em 74, comandou o MDB e, a partir de 80, o PDS do Rio.
Interventor do Estado do Rio de 37 a 45, fundador do PSD em 45, deputado constituinte de 46, governador do Estado do Rio de 51 a 55, embaixador do governo Kubitschek nos Estados Unidos, de 56 a 59, ministro da Viação de JK de 59 a 61, ministro do Tribunal de Contas da União de 61 a 62, ministro da Reforma Administrativa do governo João Goulart em 63, deputado federal de 63 a 71, senador de 71 a 87.
Presidente nacional do PSD de 51 até 65, quando Castelo Branco extinguiu os partidos com o AI-2, a firme e corajosa liderança de Amaral Peixoto, desafiando os vetos militares e do governo udenista de Café Filho, e as dissidencias do PSD do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Pernambuco, foi decisiva para a consolidação da candidatura de Juscelino e sua vitória na eleição.
Veio o golpe de 64, fundou o MDB e nele ficou até ser dissolvido.
100 ANOS
Amaral nasceu no Rio, antigo Distrito Federal, em 14 de julho de 1905 e morreu em 12 de março de 89. Bom livro sobre ele: “Artes da Política, Diálogo com Amaral Peixoto”-CPDOC-FGV (Nova Fronteira).
04 de abril de 2012
sebastião nery
- Como é, senador, então o senhor vem mesmo para o PDS?
- Vou. Mas há uma condição inarredável. Preciso do aval do Presidente. - Não há problema. O Presidente o convocará. Amaral pega o avião, voa para o Rio.
AMARAL
No dia seguinte, o deputado José Alves Torres, o Zeca Torres, liderado fiel de Amaral, vai visita-lo :
- Como é, comandante? Tudo resolvido? Os jornais dizem que o senhor conversou longamente com Petrônio e acertou a ida para o partido do governo.
- Conversamos, sim. Mas ainda não acertei com o governo. Só vamos com o aval pessoal do Presidente.
- Por que a duvida, comandante? - Ora, meu filho, não basta fazer o acerto com o Petrônio. Ele pode sair do ministério, pode morrer, quem é que vai continuar a cumprir o acordo?
- Mas, comandante, o Petrônio está forte no ministério e é muito jovem. - Sei disso. Mas tudo pode acontecer. Ele pode cair, morrer. No dia 6 de janeiro, Petrônio morria de enfarte. Que boca!
JURACY
Amaral Peixoto contou à revista “Visão” :
- “Quando ia ser promulgado o Ato Institucional nº 2 (27 de outubro de 65), Juracy Magalhães, ministro da Justiça de Castelo Branco, me declarou que, pelo seu passado revolucionário, de liberal, não poderia permanecer no governo. Que o presidente Castelo Branco, dada a pressão que havia nos meios militares, seria obrigado de qualquer maneira a baixar um Ato, fazendo aquilo que o Congresso não queria fazer”.
“Eu respondi que seria preferível que Castelo fizesse um Ato Institucional, porque o Congresso se desmoralizaria votando aquelas medidas. E Juracy me disse que aconselharia o presidente Castelo a fazer, embora, pelo seu passado, não pudesse continuar no ministério”.
“Juracy dizia que não ficaria no ministério porque o AI-2 era uma medida ditatorial. Tanto assim que, se tivesse querido, teria sido ministro do doutor Getulio (depois de 37), com quem tinha boas relações – e realmente tinha – e nunca aceitou. Mas acho que depois ele se esqueceu disso, porque assinou o AI-2 e continuou no ministério da Justiça”.
GETULIO
Eleito presidente da Republica em 1950, Getulio Vargas foi jantar na noite de Natal na casa da filha Alzirinha e do genro Ernani do Amaral Peixoto, também eleito governador do Estado do Rio.
O jovem jornalista José Lino Grunwald, estudante, comentou o abatimento em que estava Cristiano Machado, candidato do PSD, derrotado por ele. Getulio perguntou a Amaral:
- Já me falaram. É verdade mesmo, Amaral?
- É, presidente.E, pior do que abatido, está muito maguado, sofrido.
- Ora, Amaral, mais do que o Cristiano, sofreu o Cristo.
50 ANOS
Durante 50 anos, de 1937 a 87, Amaral Peixoto liderou o Estado do Rio e, depois da fusão com a Guanabara, em 74, comandou o MDB e, a partir de 80, o PDS do Rio.
Interventor do Estado do Rio de 37 a 45, fundador do PSD em 45, deputado constituinte de 46, governador do Estado do Rio de 51 a 55, embaixador do governo Kubitschek nos Estados Unidos, de 56 a 59, ministro da Viação de JK de 59 a 61, ministro do Tribunal de Contas da União de 61 a 62, ministro da Reforma Administrativa do governo João Goulart em 63, deputado federal de 63 a 71, senador de 71 a 87.
Presidente nacional do PSD de 51 até 65, quando Castelo Branco extinguiu os partidos com o AI-2, a firme e corajosa liderança de Amaral Peixoto, desafiando os vetos militares e do governo udenista de Café Filho, e as dissidencias do PSD do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Pernambuco, foi decisiva para a consolidação da candidatura de Juscelino e sua vitória na eleição.
Veio o golpe de 64, fundou o MDB e nele ficou até ser dissolvido.
100 ANOS
Amaral nasceu no Rio, antigo Distrito Federal, em 14 de julho de 1905 e morreu em 12 de março de 89. Bom livro sobre ele: “Artes da Política, Diálogo com Amaral Peixoto”-CPDOC-FGV (Nova Fronteira).
04 de abril de 2012
sebastião nery
CONSELHO ESTADUAL DOS DIREITOS DOS NEGRO-RJ QUER TABELAR PREÇO DE BONECAS BRANCAS E NEGRAS NA FEIRA
Não há limites para a boçalidade quando o assunto é racismo.
O Conselho Estadual dos Direitos do Negro (Cedine), após reunião com representantes do Conselho de Entidades Negras do Interior do Estado do Rio e da Associação das Comunidades Quilombolas do Estado do Rio, decidiu enviar três representantes à Feira Hippie de Ipanema, no domingo, para checar a diferença de preço entre bonecas de pano vendidas em uma das barracas, porque o preço das bonecas brancas é R$ 85 e o das negras R$ 65, embora as duas sejam praticamente iguais.
O Presidente do Cedine, Paulo Roberto dos Santos, disse: “Nós resolvemos que, antes de qualquer atitude, vamos lá no domingo ver de perto essa situação, se tem a ver com algum preconceito. E vamos, primeiramente, convencer a pessoa a tratar com isonomia, com igualdade (brancas e negras). Se ela se recusar, vamos fazer uma denúncia formal ao Ministério Público e procurar a Defensoria Pública”.
Não bastasse mais nada, agora esses defensores dos frascos e comprimidos resolveram revogar a lei da oferta e da procura, incorporando ao estatuto racial a tarefa de alterar os preços de produtos comercializados. Não demora muito, vão obrigar as lojas e feiras a adotarem cotas raciais para bonecas.
Seguindo essa tendência, sugiro também que sejam criadas cotas para vender mulato-velho (uma espécie de bagre seco e salgado) no lugar do bacalhau norueguês, cotas para o arroz selvagem (negro) e para o feijão preto e que proíbam a banda-branca nos pneus.
Desculpem, mas só fazendo piada (mesmo que sem graça).
04 de abril de 2012
Por Ricardo Froes
O Conselho Estadual dos Direitos do Negro (Cedine), após reunião com representantes do Conselho de Entidades Negras do Interior do Estado do Rio e da Associação das Comunidades Quilombolas do Estado do Rio, decidiu enviar três representantes à Feira Hippie de Ipanema, no domingo, para checar a diferença de preço entre bonecas de pano vendidas em uma das barracas, porque o preço das bonecas brancas é R$ 85 e o das negras R$ 65, embora as duas sejam praticamente iguais.
O Presidente do Cedine, Paulo Roberto dos Santos, disse: “Nós resolvemos que, antes de qualquer atitude, vamos lá no domingo ver de perto essa situação, se tem a ver com algum preconceito. E vamos, primeiramente, convencer a pessoa a tratar com isonomia, com igualdade (brancas e negras). Se ela se recusar, vamos fazer uma denúncia formal ao Ministério Público e procurar a Defensoria Pública”.
Não bastasse mais nada, agora esses defensores dos frascos e comprimidos resolveram revogar a lei da oferta e da procura, incorporando ao estatuto racial a tarefa de alterar os preços de produtos comercializados. Não demora muito, vão obrigar as lojas e feiras a adotarem cotas raciais para bonecas.
Seguindo essa tendência, sugiro também que sejam criadas cotas para vender mulato-velho (uma espécie de bagre seco e salgado) no lugar do bacalhau norueguês, cotas para o arroz selvagem (negro) e para o feijão preto e que proíbam a banda-branca nos pneus.
Desculpem, mas só fazendo piada (mesmo que sem graça).
04 de abril de 2012
Por Ricardo Froes
TORNE-SE UM GAY E REDUZA SUAS CHANCES DE SER ASSASSINADO EM 30 VEZES...
Segundo Luiz Mott, o gay-chefe do Grupo Gay da Bahia, 15% da população masculina do Brasil é de viados – nossaaaaaa… O número me parece exagerado, mas já que ele é entendido, vamos dar crédito.
No Brasil, assassinaram 266 gays entre os 47 mil homens assassinados em 2011 (que me conste, todo viado é homem, embora em uma ou outra discussão, ao sermos chamados de viados, respondemos “viado é a mãe”, uma impossibilidade).
Então vamos analisar segundo os dados de Mott:
Se há 14 milhões de viados no Brasil (15% da população masculina) e morreram 266, a chance de um deles morrer assassinado é de uma em 52 mil;
Se há 81 milhões de não-viados no Brasil e morreram 47 mil, a chance de um não-viado morrer assassinado é de uma em 1,7 mil;
Fazendo as contas, a chance de um viado morrer assassinado no Brasil é 30 vezes menor do que a de um heterossexual.
Agora me respondam: os gays estão reclamando de quê?
04 de abril de 2012
Por Ricardo Froes
No Brasil, assassinaram 266 gays entre os 47 mil homens assassinados em 2011 (que me conste, todo viado é homem, embora em uma ou outra discussão, ao sermos chamados de viados, respondemos “viado é a mãe”, uma impossibilidade).
Então vamos analisar segundo os dados de Mott:
Se há 14 milhões de viados no Brasil (15% da população masculina) e morreram 266, a chance de um deles morrer assassinado é de uma em 52 mil;
Se há 81 milhões de não-viados no Brasil e morreram 47 mil, a chance de um não-viado morrer assassinado é de uma em 1,7 mil;
Fazendo as contas, a chance de um viado morrer assassinado no Brasil é 30 vezes menor do que a de um heterossexual.
Agora me respondam: os gays estão reclamando de quê?
04 de abril de 2012
Por Ricardo Froes
"O QUE O PT FEZ, DO PONTO DE VISTA ELEITORAL, É O QUE É FEITO NO BRASIL SISTEMATICAMENTE." (LULA)
Pesca em águas turvas e Ideli atolada até o pescoço na corrupção
Roubalheira e vagabundagem: As lanchas da corrupção encalhadas e apodrecendo em estaleiro da Intech Boating, na cidade de Biguaçu, Grande Florianópolis. A empresa, beneficiada em licitação dirigida de R$ 28 milhões, fez doação de R$ 150 mil à campanha de Ideli Salvatti ao Governo de Santa Catarina no ano de 2010
Bem que o então presidente Lula avisou: "O que o PT fez, do ponto de vista eleitoral, é o que é feito no Brasil sistematicamente". À época, em meados de 2005, ele falava do caixa 2 dos partidos e seus candidatos. Tratava-se de uma marota tentativa de calar a denúncia do mensalão, reduzindo o escândalo sem precedentes da compra sistemática de votos de deputados em benefício do seu governo ao que seria o pecadilho – amplamente difundido – do recebimento e dispêndio de "recursos não contabilizados" para ganhar eleições, conforme o eufemismo do memorável tesoureiro petista Delúbio Soares.
Mas não será por falta de empenho de sua gente que o álibi confeccionado por Lula há quase sete anos perderá atualidade. Que o digam, por exemplo, os seus companheiros de Santa Catarina. E que o diga a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvati, alçada pela presidente Dilma ao cargo de coordenadora política do Planalto depois de ocupar, entre janeiro e junho do ano passado, o semiclandestino Ministério da Pesca – como parco prêmio de consolação por ter perdido a disputa pelo governo do Estado, em outubro de 2010. Em recursos contabilizados, o PT estadual bancou 81% dos R$ 3,6 milhões que a campanha custou. No meio do caminho, o partido recebeu uma doação de R$ 150 mil.
Aí que a história começa a ficar parecida com tantas outras que fazem parte dos usos e costumes políticos do País – com a suposta diferença de que o PT "tem na ética uma de suas marcas mais extraordinárias", nas palavras de Lula para exorcizar o mensalão. Entre 2009 e 2010, sendo o titular da Pesca o também catarinense Altemir Gregolin, a pasta encomendou a uma empresa local, Intech Boating, um total de 28 lanchas-patrulha, ao custo de R$ 31 milhões. Nesse meio tempo, o sócio majoritário da Intech, o paulista José Antonio Galízio Neto, de longa data filiado ao PT, recebeu o irrecusável convite de doar os referidos R$ 150 mil ao comitê financeiro do partido – o que aceitou prazerosamente.
"Não achei nada demais", disse Galízio ao Estado, "porque no governo para quem eu estava trabalhando, faturando naquele momento R$ 23 milhões, R$ 24 milhões, não havia (sic) nenhum tipo de irregularidade." No entanto, como quem quer que o interlocutor confunda popa com proa, ele ora afirmou que "a solicitação de doação veio pelo Ministério da Pesca, é obvio", ora que veio de um político local, que estaria querendo "se aproveitar do negócio" e cujo nome ele se recusou a dar. "Com a insistência, falei: ‘tudo bem, vou fazer a doação para o partido’." Seria o toma lá dá cá das enlameadas relações entre a área pública enfeudada pelos partidos e os seus fornecedores, não fossem alguns agravantes.
Primeiro, o Ministério não tinha nada que comprar lanchas para coibir a pesca irregular, simplesmente porque isso ainda não fazia parte de suas atribuições. Segundo, a pasta não foi capaz de encontrar nem serventia nem abrigo para a flotilha. Tanto que 23 das 28 embarcações ficaram no estaleiro dos próprios fornecedores. "O Ministério me deve quase R$ 400 mil porque fiquei guardando os barcos, limpos e funcionando", reclama Galízio. Uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) comprovou a enormidade. Em terceiro lugar, a investigação apontou indícios de superfaturamento e licitação dirigida. Sintomaticamente, no último dia de seu mandato, em 2010, o ministro Gregolin encomendou à Intech mais cinco lanchas, embora não soubesse o que fazer com as outras.
Dificilmente a ministra Ideli Salvatti conseguirá navegar politicamente ao largo do escândalo. Se é verdade que não era ela quem conduzia o momentoso Ministério da Pesca, é verdade também que ela não ficou alheia ao arrastão do dinheiro público na pasta. Com bons motivos, decerto, ela aparece no centro da foto da assinatura de uma compra das inúteis lanchas-patrulha – bem no ano em que tentou se eleger governadora de Santa Catarina e pouco antes de substituir o companheiro Gregolin.
Já ao partido só resta agarrar-se à boia lançada por Lula em 2005: "Não é por causa do erro de um dirigente ou de outro que você pode dizer que o PT está envolvido em corrupção".
04 de abril de 2012
abobado
Roubalheira e vagabundagem: As lanchas da corrupção encalhadas e apodrecendo em estaleiro da Intech Boating, na cidade de Biguaçu, Grande Florianópolis. A empresa, beneficiada em licitação dirigida de R$ 28 milhões, fez doação de R$ 150 mil à campanha de Ideli Salvatti ao Governo de Santa Catarina no ano de 2010
Bem que o então presidente Lula avisou: "O que o PT fez, do ponto de vista eleitoral, é o que é feito no Brasil sistematicamente". À época, em meados de 2005, ele falava do caixa 2 dos partidos e seus candidatos. Tratava-se de uma marota tentativa de calar a denúncia do mensalão, reduzindo o escândalo sem precedentes da compra sistemática de votos de deputados em benefício do seu governo ao que seria o pecadilho – amplamente difundido – do recebimento e dispêndio de "recursos não contabilizados" para ganhar eleições, conforme o eufemismo do memorável tesoureiro petista Delúbio Soares.
Mas não será por falta de empenho de sua gente que o álibi confeccionado por Lula há quase sete anos perderá atualidade. Que o digam, por exemplo, os seus companheiros de Santa Catarina. E que o diga a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvati, alçada pela presidente Dilma ao cargo de coordenadora política do Planalto depois de ocupar, entre janeiro e junho do ano passado, o semiclandestino Ministério da Pesca – como parco prêmio de consolação por ter perdido a disputa pelo governo do Estado, em outubro de 2010. Em recursos contabilizados, o PT estadual bancou 81% dos R$ 3,6 milhões que a campanha custou. No meio do caminho, o partido recebeu uma doação de R$ 150 mil.
Aí que a história começa a ficar parecida com tantas outras que fazem parte dos usos e costumes políticos do País – com a suposta diferença de que o PT "tem na ética uma de suas marcas mais extraordinárias", nas palavras de Lula para exorcizar o mensalão. Entre 2009 e 2010, sendo o titular da Pesca o também catarinense Altemir Gregolin, a pasta encomendou a uma empresa local, Intech Boating, um total de 28 lanchas-patrulha, ao custo de R$ 31 milhões. Nesse meio tempo, o sócio majoritário da Intech, o paulista José Antonio Galízio Neto, de longa data filiado ao PT, recebeu o irrecusável convite de doar os referidos R$ 150 mil ao comitê financeiro do partido – o que aceitou prazerosamente.
"Não achei nada demais", disse Galízio ao Estado, "porque no governo para quem eu estava trabalhando, faturando naquele momento R$ 23 milhões, R$ 24 milhões, não havia (sic) nenhum tipo de irregularidade." No entanto, como quem quer que o interlocutor confunda popa com proa, ele ora afirmou que "a solicitação de doação veio pelo Ministério da Pesca, é obvio", ora que veio de um político local, que estaria querendo "se aproveitar do negócio" e cujo nome ele se recusou a dar. "Com a insistência, falei: ‘tudo bem, vou fazer a doação para o partido’." Seria o toma lá dá cá das enlameadas relações entre a área pública enfeudada pelos partidos e os seus fornecedores, não fossem alguns agravantes.
Primeiro, o Ministério não tinha nada que comprar lanchas para coibir a pesca irregular, simplesmente porque isso ainda não fazia parte de suas atribuições. Segundo, a pasta não foi capaz de encontrar nem serventia nem abrigo para a flotilha. Tanto que 23 das 28 embarcações ficaram no estaleiro dos próprios fornecedores. "O Ministério me deve quase R$ 400 mil porque fiquei guardando os barcos, limpos e funcionando", reclama Galízio. Uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) comprovou a enormidade. Em terceiro lugar, a investigação apontou indícios de superfaturamento e licitação dirigida. Sintomaticamente, no último dia de seu mandato, em 2010, o ministro Gregolin encomendou à Intech mais cinco lanchas, embora não soubesse o que fazer com as outras.
Dificilmente a ministra Ideli Salvatti conseguirá navegar politicamente ao largo do escândalo. Se é verdade que não era ela quem conduzia o momentoso Ministério da Pesca, é verdade também que ela não ficou alheia ao arrastão do dinheiro público na pasta. Com bons motivos, decerto, ela aparece no centro da foto da assinatura de uma compra das inúteis lanchas-patrulha – bem no ano em que tentou se eleger governadora de Santa Catarina e pouco antes de substituir o companheiro Gregolin.
Já ao partido só resta agarrar-se à boia lançada por Lula em 2005: "Não é por causa do erro de um dirigente ou de outro que você pode dizer que o PT está envolvido em corrupção".
04 de abril de 2012
abobado
ISRAEL x IRÃ: MENOS "ALIADOS", MAIS INIMIGOS
Internacional - Oriente Médio
Khamenei é muito mais perigoso e mais capacitado que Ahmadinejad para formar novas alianças, como a já iniciada com o Egito. O Irã afirma que ajudará a qualquer país que lute contra Israel.
Como afirmei no artigo anterior, Obama rejeitou qualquer atitude mais efetiva em relação ao Irã, dizendo que novas “ações diplomáticas” ainda podem surtir efeito. Tal como Chamberlain em 1938 o queniano que preside os Estados Unidos prefere ações pacifistas. Com a enorme diferença que Chamberlain, ao que tudo consta, acreditava piamente em Herr Hitler, mas Obama sabe muito bem com quem está tratando, mas prefere negociar porque não se considera intimamente comprometido com o estado judeu. Pelo contrário, ao que tudo indica, é muçulmano e implicitamente prefere uma vitória do Irã que o livraria da chatice de ter que dialogar com Netanyahu ou outros líderes judeus.
Por outro lado, até os grãos de areia do Saara sabiam que a “primavera árabe” nada mais era do que a tomada do poder pelos fundamentalistas islâmicos em todos os países no entorno de Israel. Além dos mal intencionados que sabiam do que se tratava, só os tolos e idiotas úteis, que vibraram com o “fim das ditaduras” árabes e a queda dos terríveis ditadores Mubarak, Kadhafi, e ainda torcem contra Assad, comemoraram a vitória destes movimentos antissionistas.
Após a revolução que derrubou Mubarak as relações entre Egito e Israel se deterioraram. A Fraternidade Muçulmana, apesar de dizer que respeitará os Acordos de Camp David, não descarta negociar aquelas partes que considera “humilhantes” para o Egito. O Parlamento votou a favor da deportação do embaixador de Israel, Yaakov Amitai e a retirada do embaixador egípcio em Israel, já que “o Egito, após a revolução, nunca será amigo da ‘entidade sionista’ (note-se o uso desta terminologia que tinha acabado no Egito desde a paz selada por Begin e Sadat), o inimigo número um da nação árabe, e pediu um boicote por parte dos países árabes às companhias que fazem negócios com Israel como “apoio à resistência palestina”. O presidente do Parlamento, Saad al Katatni, formou um comitê parlamentar para monitorar as demandas exigidas do Executivo, como informou o jornal Al Masry al Youm. Estas exigências incluem a revisão de todas as relações e convênios com “este inimigo” que representa uma ameaça verdadeira para a segurança e os interesses nacionais egípcios. Além de exigir o fim imediato da exportação de gás, ainda sugere que o país deveria rever sua posição de subscritor do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP) até que Israel o subscreva também.
O historiador libanês Kamal Salibi afirmou que os árabes não são bons na guerra. Se pudessem guerrear como, por exemplo, os russos, Israel teria deixado de existir há muitos anos, nem teria comemorado seu primeiro aniversário [1]. “A Síria e o Egito tentaram três vezes e a Jordânia duas. O Hamas e OLP há décadas fustigam Israel com guerrilha, terrorismo e ataques de baixa densidade de foguetes, mas jamais chegaram sequer perto de ameaçar a existência de Israel”.
No entanto, a ameaça agora não é de um país árabe mal armado, mas de um Irã com capacidade de ataques de grande densidade com armas nucleares. Ninguém se engane que a derrota de Ahmadinejad perante Ali Khamenei, que conseguiu maioria no Majlis, mudará alguma coisa para melhor: só conterá, talvez, as diatribes furiosas do primeiro contra Israel, mas Khamenei é muito mais perigoso e mais capacitado a formar novas alianças, como a já iniciada com o Egito. O Irã afirma que ajudará a qualquer país que lute contra Israel. Não ficou claro se exportaria armas ou expertise nuclear, mas dada a ameaça do Parlamento egípcio de rever o TNP, é bem possível.
Enquanto isto, a guerra de nervos prossegue: Netanyahu ameaça a toda hora atacar o Irã, mas como disse Bernard Shapiro [2] numa entrevista ao site Accuracy In Media: “Estou farto de israelenses, americanos – todos que falam demais! Se tenciona atacar o Irã, faça-o logo. Não fiquem falando sem parar de uma forma desagradável e nauseante!
Por seu lado o Irã novamente ameaçou ontem (18/03) o fechamento do Estreito de Hormuz: o Ministro da Inteligência, Ali Falahian, afirmou que os EUA e a Europa devem esperar respostas duras do Irã, como o fechamento do Estreito, às sanções, principalmente o corte de relações com os bancos iranianos[3]. Como já escrevi antes, é muito mais ameaças visando relaxamento de sanções, pois existem na área quatro porta-aviões nucleares americanos e franceses e mais de uma dúzia de caça-minas e helicópteros com a mesma finalidade dos dois lados do estreito.
Heitor De Paola
04 Abril 2012
Notas:
[1] Nicholas Blanford, Warriors of God: Inside Hezbollah’s Thirty-Year Struggle Against Israel
[2] Shapiro é Fundador e Chairman de Strategic Studies e Editor da revista The Maccabean Online e publicou recentemente o livro The Battle for Eretz Yisrael: Jews, G-d, and Israel, 1992-2011. A entrevista pode ser ouvida ou lida na íntegra aqui.
[3] http://www.debka.com/article/21837/
Publicado no jornal Visão Judaica, de Curitiba.
POLITIQUEIROS: NÃO BRINQUEM COM O EXÉRCITO COLOMBIANO
Internacional - América Latina
Por que estes ilustres demagogos congressistas não se dedicam a estudar o Plano Estratégico das FARC, para que, com leis e ações legítimas, blindem as Forças Militares da guerra jurídica dos comunistas armados e desarmados?
Insólito. Com reprovável oportunismo, um grupo de demagogos congressistas colombianos utilizou a morte de 11 militares em Arauca para pôr em dúvida a preparação das tropas para combater o narcoterrorismo comunista, e dar a entender que o parlamento pode intervir na organização interna e direção das Forças Militares.
Esquecem os ilustres e doutos congressistas que esses soldados deram suas vidas em defesa da imperfeita democracia, que permite ter um parlamento infestado por enfermidades letais para a institucionalidade materializadas em corrupção, politicagem, salários imerecidos, ameaças de planos tartaruga, pensões escandalosas, viagens desnecessárias, diárias de turismo parlamentar, carros, escoltas, nuvens de improdutivos assessores, etc.
Também “esquecem”, estes oportunistas congressistas, que as FARC existem porque estão contra um parlamento que elas consideram corrupto, decomposto e traidor dos interesses nacionais.
Inclusive esquecem que mil e uma vezes Tirofijo, Jojoy, Cano, Timochenko e os demais bandidos do Secretariado das FARC, disseram em mais de uma ocasião que as FARC existem para combater e destruir essas castas corruptas, e que não vão entregar as armas para se incorporar ao “sistema podre” que eles têm combatido durante décadas.
Do mesmo modo, os mencionados congressistas esquecem que os colombianos que os elegeram necessitam deles obras, ações concretas e soluções para os problemas que afligem suas regiões, entre outras coisas, causados por eles e seus antecessores.
As pessoas humildes das classes 1, 2, 3 e 4 são fonte nutriente de oficiais, sub-oficiais, soldados e agentes de polícia mas, por desgraça, também veia que alimenta as guerrilhas comunistas, os narcotraficantes e muitos delinqüentes comuns, inclusive os corruptos que assaltam o erário público.
Essa massa sem poder político que não quer dar seu voto ao demagogo de turno e sua respectiva maquinaria, espera que a pobreza, a miséria e a violência sejam erradicadas como produto das ações governamentais, legislativas e jurisdicionais, nunca da demagogia ou da politicagem barata.
Seria muito melhor que os loquazes congressistas interessados em tirar vantagens baratas com a dor do povo colombiano e o drama das Forças Militares - que em contraste os mantêm em seus cargos -, pensassem e atuassem na necessidade de melhorar os salários das tropas, em fazer com que o governo nacional cumpra com o estabelecido desde 1992 com o nivelamento salarial, em melhorar o cada vez mais insuficiente serviço de saúde militar, e em fortalecer o Foro Militar e a defesa jurídica dos que, para defender castas corruptas ou ineptas, entregam até suas vidas ou acabam encarcerados.
A Colômbia está em guerra contra o narcoterrorismo comunista e os cúmplices das FARC enquistados no Foro de São Paulo. O único bastião que tem claro o problema e que cumpre a missão constitucional está nas Forças Militares. Inclusive, desgraçadamente, muitos dos que hoje são julgados podem ter cometido erros, convencidos de que estavam salvando a pátria. Em contraste, os primeiros beneficiados desse sacrifício são personagens sempre intocáveis incrustados no alto governo, nas altas cortes e no Congresso da república.
Entretanto, com disciplina e demasiada fé em que a Colômbia mudará, os soldados desprotegidos no campo jurídico vêem atônitos como uma corte vulnera a lei na “estranha” escolha da Promotora Viviane Morales, e depois, por obra e graça da dialética bajuladora, um ilustre advogado de toga e poder infinito diz que houve sim uma conduta atípica mas que tudo “foi de boa-fé” [1].
Isso significaria que a conduta irregular de um funcionário público de nível baixo chama-se prevaricar, mas nos altos escalões judiciais muda de nome e se denomina “equívoco de boa-fé”.
O curioso é que essa mesma corte, que considerou inválidas as provas dos computadores de Reyes por razões que não são muito claras e se justificam com o argumento de que as decisões dos juízes se respeitam, hoje elegeram em três horas outro promotor, em que pese que durante o governo Uribe dilataram três anos o promotor em interinidade, por razões que tampouco são claras nem convincentes.
Cabe perguntar aos loquazes congressistas que querem pôr as Forças Militares contra a parede, se não seria mais saudável para a Colômbia que o questionado parlamento colombiano indagasse e se aprofundasse em assuntos pontuais, tais como:
Por que não investigar o Congresso em seu conjunto pelas responsabilidades política, moral e judicial que lhe assiste, pelo atraso que campeia na Colômbia derivado da corrupção e politicagem?
Por que não investigar até às últimas conseqüências as altas cortes, por decisões aberrantes contrárias aos interesses nacionais que, além disso, ao que parece estão infectadas por atos de corrupção e carrosséis de nomeações e situações não muito claras de alguns deles com um italiano amigo do criminoso Mancuso?
Por que não investigar os presidentes da República e ministros de Defesa que desde 1992 fizeram vista grossa com o nivelamento salarial dos sacrificados militares que os mantiveram em seus cargos, não previram o colapso do sistema de saúde, nem fizeram nada tangível pela defesa jurídica das tropas?
Por que não dotar com melhores equipes de inteligência, meios de transporte e logística adequada os soldados de contra-guerrilhas que, como o caracol, andam com a casa nas costas e às vezes com a lápide?
Por que o Congresso da República não legisla para fazer com que a corrupção seja declarada delito de lesa- humanidade, para que todos os ladrões de colarinho branco que roubaram o erário público sejam encarcerados e obrigados a devolver o dinheiro que exauriram dos orçamentos oficiais?
Por que estes ilustres demagogos congressistas não se dedicam a estudar o Plano Estratégico das FARC, para que, com leis e ações legítimas, blindem as Forças Militares da guerra jurídica dos comunistas armados e desarmados, e para que obriguem os funcionários públicos corruptos e ineptos a renunciar ou a cumprir com sua missão sob pena de ser encarcerados?
Isso, e muito mais, é o que deveriam fazer os congressistas frente ao problema da guerra que eles e seus antecessores geraram. Tudo, menos fazer lenha da árvore caída e procurar ave-marias com a hipocrisia do derramamento de sangue dos soldados, que pelos complexos descaminhos da democracia sustenta a estrutura do que as FARC chamam de “sistema podre”.
Nota da tradutora:
[1] O caso citado pelo autor refere-se à ex-Promotora Geral que assumiu o cargo e permaneceu até há poucos dias, quando era aposentada por invalidez em decorrência da perda de um olho o que, teoricamente, a impedia de trabalhar. Além disso, a referida senhora fora casada com o “ex” terrorista do M-19, Carlos Alonso Lucio, separou-se dele para assumir o cargo e depois reataram a relação. Foi esta mesma senhora, que participava de encontros políticos com o marido, então miliciano do M-19, que julgou o caso do Palácio da Justiça, assaltado, massacrado e parcialmente destruído por terroristas do M-19. Em qualquer país democrático do mundo, onde vige o Estado de Direito, a promotora Viviane Morales estaria impedida (sem contar o caso da aposentadoria para à qual a deixa “incapaz” de exercer qualquer atividade profissional, além da respectiva remuneração) de exercer essa função por conflito de interesses. No entanto, na Colômbia ela pôde exercê-lo e o seu colega viu nesta aberração apenas um “equívoco de boa-fé”.
Cel. Luis Alberto Villamarín Pulido
04 Abril 2012
Tradução: Graça Salgueiro
Por que estes ilustres demagogos congressistas não se dedicam a estudar o Plano Estratégico das FARC, para que, com leis e ações legítimas, blindem as Forças Militares da guerra jurídica dos comunistas armados e desarmados?
Insólito. Com reprovável oportunismo, um grupo de demagogos congressistas colombianos utilizou a morte de 11 militares em Arauca para pôr em dúvida a preparação das tropas para combater o narcoterrorismo comunista, e dar a entender que o parlamento pode intervir na organização interna e direção das Forças Militares.
Esquecem os ilustres e doutos congressistas que esses soldados deram suas vidas em defesa da imperfeita democracia, que permite ter um parlamento infestado por enfermidades letais para a institucionalidade materializadas em corrupção, politicagem, salários imerecidos, ameaças de planos tartaruga, pensões escandalosas, viagens desnecessárias, diárias de turismo parlamentar, carros, escoltas, nuvens de improdutivos assessores, etc.
Também “esquecem”, estes oportunistas congressistas, que as FARC existem porque estão contra um parlamento que elas consideram corrupto, decomposto e traidor dos interesses nacionais.
Inclusive esquecem que mil e uma vezes Tirofijo, Jojoy, Cano, Timochenko e os demais bandidos do Secretariado das FARC, disseram em mais de uma ocasião que as FARC existem para combater e destruir essas castas corruptas, e que não vão entregar as armas para se incorporar ao “sistema podre” que eles têm combatido durante décadas.
Do mesmo modo, os mencionados congressistas esquecem que os colombianos que os elegeram necessitam deles obras, ações concretas e soluções para os problemas que afligem suas regiões, entre outras coisas, causados por eles e seus antecessores.
As pessoas humildes das classes 1, 2, 3 e 4 são fonte nutriente de oficiais, sub-oficiais, soldados e agentes de polícia mas, por desgraça, também veia que alimenta as guerrilhas comunistas, os narcotraficantes e muitos delinqüentes comuns, inclusive os corruptos que assaltam o erário público.
Essa massa sem poder político que não quer dar seu voto ao demagogo de turno e sua respectiva maquinaria, espera que a pobreza, a miséria e a violência sejam erradicadas como produto das ações governamentais, legislativas e jurisdicionais, nunca da demagogia ou da politicagem barata.
Seria muito melhor que os loquazes congressistas interessados em tirar vantagens baratas com a dor do povo colombiano e o drama das Forças Militares - que em contraste os mantêm em seus cargos -, pensassem e atuassem na necessidade de melhorar os salários das tropas, em fazer com que o governo nacional cumpra com o estabelecido desde 1992 com o nivelamento salarial, em melhorar o cada vez mais insuficiente serviço de saúde militar, e em fortalecer o Foro Militar e a defesa jurídica dos que, para defender castas corruptas ou ineptas, entregam até suas vidas ou acabam encarcerados.
A Colômbia está em guerra contra o narcoterrorismo comunista e os cúmplices das FARC enquistados no Foro de São Paulo. O único bastião que tem claro o problema e que cumpre a missão constitucional está nas Forças Militares. Inclusive, desgraçadamente, muitos dos que hoje são julgados podem ter cometido erros, convencidos de que estavam salvando a pátria. Em contraste, os primeiros beneficiados desse sacrifício são personagens sempre intocáveis incrustados no alto governo, nas altas cortes e no Congresso da república.
Entretanto, com disciplina e demasiada fé em que a Colômbia mudará, os soldados desprotegidos no campo jurídico vêem atônitos como uma corte vulnera a lei na “estranha” escolha da Promotora Viviane Morales, e depois, por obra e graça da dialética bajuladora, um ilustre advogado de toga e poder infinito diz que houve sim uma conduta atípica mas que tudo “foi de boa-fé” [1].
Isso significaria que a conduta irregular de um funcionário público de nível baixo chama-se prevaricar, mas nos altos escalões judiciais muda de nome e se denomina “equívoco de boa-fé”.
O curioso é que essa mesma corte, que considerou inválidas as provas dos computadores de Reyes por razões que não são muito claras e se justificam com o argumento de que as decisões dos juízes se respeitam, hoje elegeram em três horas outro promotor, em que pese que durante o governo Uribe dilataram três anos o promotor em interinidade, por razões que tampouco são claras nem convincentes.
Cabe perguntar aos loquazes congressistas que querem pôr as Forças Militares contra a parede, se não seria mais saudável para a Colômbia que o questionado parlamento colombiano indagasse e se aprofundasse em assuntos pontuais, tais como:
Por que não investigar o Congresso em seu conjunto pelas responsabilidades política, moral e judicial que lhe assiste, pelo atraso que campeia na Colômbia derivado da corrupção e politicagem?
Por que não investigar até às últimas conseqüências as altas cortes, por decisões aberrantes contrárias aos interesses nacionais que, além disso, ao que parece estão infectadas por atos de corrupção e carrosséis de nomeações e situações não muito claras de alguns deles com um italiano amigo do criminoso Mancuso?
Por que não investigar os presidentes da República e ministros de Defesa que desde 1992 fizeram vista grossa com o nivelamento salarial dos sacrificados militares que os mantiveram em seus cargos, não previram o colapso do sistema de saúde, nem fizeram nada tangível pela defesa jurídica das tropas?
Por que não dotar com melhores equipes de inteligência, meios de transporte e logística adequada os soldados de contra-guerrilhas que, como o caracol, andam com a casa nas costas e às vezes com a lápide?
Por que o Congresso da República não legisla para fazer com que a corrupção seja declarada delito de lesa- humanidade, para que todos os ladrões de colarinho branco que roubaram o erário público sejam encarcerados e obrigados a devolver o dinheiro que exauriram dos orçamentos oficiais?
Por que estes ilustres demagogos congressistas não se dedicam a estudar o Plano Estratégico das FARC, para que, com leis e ações legítimas, blindem as Forças Militares da guerra jurídica dos comunistas armados e desarmados, e para que obriguem os funcionários públicos corruptos e ineptos a renunciar ou a cumprir com sua missão sob pena de ser encarcerados?
Isso, e muito mais, é o que deveriam fazer os congressistas frente ao problema da guerra que eles e seus antecessores geraram. Tudo, menos fazer lenha da árvore caída e procurar ave-marias com a hipocrisia do derramamento de sangue dos soldados, que pelos complexos descaminhos da democracia sustenta a estrutura do que as FARC chamam de “sistema podre”.
Nota da tradutora:
[1] O caso citado pelo autor refere-se à ex-Promotora Geral que assumiu o cargo e permaneceu até há poucos dias, quando era aposentada por invalidez em decorrência da perda de um olho o que, teoricamente, a impedia de trabalhar. Além disso, a referida senhora fora casada com o “ex” terrorista do M-19, Carlos Alonso Lucio, separou-se dele para assumir o cargo e depois reataram a relação. Foi esta mesma senhora, que participava de encontros políticos com o marido, então miliciano do M-19, que julgou o caso do Palácio da Justiça, assaltado, massacrado e parcialmente destruído por terroristas do M-19. Em qualquer país democrático do mundo, onde vige o Estado de Direito, a promotora Viviane Morales estaria impedida (sem contar o caso da aposentadoria para à qual a deixa “incapaz” de exercer qualquer atividade profissional, além da respectiva remuneração) de exercer essa função por conflito de interesses. No entanto, na Colômbia ela pôde exercê-lo e o seu colega viu nesta aberração apenas um “equívoco de boa-fé”.
Cel. Luis Alberto Villamarín Pulido
04 Abril 2012
Tradução: Graça Salgueiro
AOS AMIGOS, TUDO, AOS INIMIGOS A LEI
Artigos - Governo do PT
A fraqueza de políticos como Demóstenes Torres é ignorar que não estão mais numa realidade democrática elementar.
Curioso o alarido histérico de parte da imprensa em torno do senador Demóstenes Torres, que acaba de sair do DEM. Não que os pecados dele devam ir para debaixo do pano. Todavia, o pecado maior não foi o de ser amigo de um delinqüente vulgar, de um bicheiro de caça-níqueis. O pecado maior mesmo foi de não ter sido amigo de delinqüentes bem maiores. E, lembremos delinqüentes maiores de esquerda. Alguém supera o PT neste ínterim? Duvido.
As safadezas do governo Lula e Dilma são coisas de crime organizado, perto das delinqüências menores de pivete de Demóstenes. Lula e Dilma podem ser amigos do tiranete Hugo Chávez, do narcotraficante Evo Morales, dos terroristas das FARCs, do fanático islâmico Ahmadinejad ou do jurássico stalinista do Caribe, Fidel Castro. Ou bem menos, podem ser amiguinhos de Zé Dirceu e Marcos Valério. Mas na imprensa, tudo isso é só silêncio...
Quase sempre desconfio de marchas contra a corrupção. Pois, no final das contas, por trás de tais moralismos, sempre há um corrupto acusando o outro. Neste caso particular, os petistas se promoveram justamente com a tal “ética na política”, criando dossiês e fábrica de espionagem na vida privada alheia, parasitando os podres alheios, enquanto escondiam os seus. Criaram uma ética de delação generalizada, digna dos piores esquemas de patrulhamento soviético.
E foi assim que movimentaram uma turba estudantil de moleques analfabetos funcionais de cara pintada, para fazer coro à derrubada do ex-presidente Collor de Mello. Essa mesma juventude cretina e ignorante, que cospe na cara de inermes velhinhos militares da Reserva, enquanto bajulam e cantam loas à memória de terroristas, assaltantes de bancos e assassinos comunistas.
Concomitante a isso, o PT nos brindou com o mais ardiloso esquema de corrupção que a república presenciou em sua história, o mensalão. Isto porque o esquema petista foi apenas a ponta do iceberg de um completo e descarado aparelhamento do Estado pelo partido. A imprensa, com algumas exceções notáveis, foi condescendente com as falcatruas monumentais do governo. Aliás, foi por causa dela (além da covardia da oposição), que Lula conseguiu se reeleger e ainda colocar sucessora, um poste chamado Dilma.
Foi diferente com Demóstenes? Sim. A Polícia Federal agiu como a KGB, quebrando a sua privacidade, sem qualquer reserva legal. E o STF, omisso, quase pondo na gaveta o processo das falcatruas petistas, foi rápido no ataque ao senador. Quebrou seu sigilo bancário e concluiu a destruição de sua reputação.
Surpreendente foi o posicionamento do DEM com relação a Demóstenes. O partido pediu sua cabeça e a deu de bandeja para os inimigos. Talvez o “problema” dos democratas é que seu espírito de máfia é fraco demais ou talvez ainda sobre uma certa aparência de decoro público. Decoro, inclusive, com o próprio governo, já que a oposição demonstra uma apática e infame covardia. Lula foi bem mais blindado pelos seus acólitos de partido, quando cinicamente dizia que o mensalão não existia e que não sabia de nada. Ou será que alguém acredita que o ex-presidente, com seu entourage todo envolvido com a bandalheira mensaleira, e com José Dirceu, depois cassado, não sabia de nada mesmo? Nem era necessária uma gravação para derrubar o ex-presidente. Bastava o Congresso vergonha na cara, e acabaria com a carreira do PT. Ultimamente, porém, o Congresso prefere cassar ladrões de galinha ou batedores de carteira.
Mas não me iludo com políticos como Demóstenes Torres, ainda que tenha sido um grande estrago para uma oposição cada vez mais insignificante. A fraqueza de políticos como ele é ignorar que não estão mais numa realidade democrática elementar. Daí ter sido espionado e massacrado com relativa facilidade. Por isso, não me surpreendente mais a desproporção do caso. Dentro de uma república cada vez mais deformada, no que diz respeito ao cumprimento da legalidade, o pecado maior do senador foi não ter sido petista. Ou melhor, ter sido opositor do governo. Claro está que aos amigos tudo, aos inimigos, a lei.
E o jugo da lei está nas mãos do PT.
Leonardo Bruno
04 Abril 2012
SEGUNDO O IBOPE, MAIORIA DOS BRASILEIROS ACHA O GOVERNO MUITO ...
Agora, bom mesmo é o brasileiro… Pesquisa é divulgada com 17 dias de atraso.
O Ibope divulgou uma nova pesquisa sobre a avaliação do governo Dilma. A maioria, vocês verão, o considera muito bom! Mas bom mesmo é o povo. Vejam só: 65% desaprovam a política de impostos; 63% reprovam a de saúde, e 61%, a de segurança pública. Não obstante, sua gestão é acolhida por 56% dos entrevistados, segundo o Ibope. A aprovação pessoal de Dilma chegou a 77%.
Leiam texto de Breno Costa, na Folha Online.
Volto depois.
A presidente Dilma Rousseff bateu um novo recorde desde o início do seu mandato e ampliou a sua popularidade mesmo depois da divulgação de um crescimento modesto do PIB (Produto Interno Bruto) em 2011 e em meio a turbulências de uma crise política em sua base de apoio no Congresso. Segundo pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta quarta-feira (4), a aprovação pessoal da presidente (aqueles que acham o jeito Dilma de governar “ótimo” ou “bom”) subiu cinco pontos percentuais desde dezembro, de 72% para 77%.
É o maior índice registrado desde março do ano passado, quando a primeira pesquisa sobre seu governo foi divulgada. A presidente tem usado como trunfo em sua relação com o Congresso as altas taxas de popularidade alcançadas desde o início de seu governo.
A avaliação de sua gestão, contudo, manteve-se a mesma na comparação com dezembro, estacionada em 56%. O índice tinha sido o melhor para um primeiro ano de governo desde que a pesquisa da Confederação Nacional da Indústria começou a ser feita, em 1995. Comparativamente, o governo Luiz Inácio Lula da Silva tinha avaliação “ótima” ou “boa” de 34% no início de seu segundo ano de mandato, em 2004. Na época, o governo estava abalado pelo seu primeiro escândalo de corrupção, após a revelação do caso Waldomiro Diniz, ex-assessor da Casa Civil. Ainda assim, é maior o número de entrevistados que considera o governo Dilma pior do que o governo Lula (23%). A gestão Dilma é considerada superior por 15%.
Lembranças
A pesquisa aponta que os assuntos mais espinhosos, e que poderiam abalar a avaliação positiva do governo, foram pouco lembrados pelos entrevistados. É o caso do crescimento do PIB de 2,7% em 2011, citado por apenas 1%. A crise política, que levou à troca da liderança do governo no Senado, foi citado por 4%. De acordo com o levantamento, os assuntos mais lembrados espontaneamente pelos entrevistados sobre o governo foram os “programas sociais voltados para mulheres” e as “viagens da presidente Dilma”.
A pouco mais de dois meses da Conferência Rio +20 e com a votação do novo código florestal voltando à pauta do Congresso, a pesquisa apontou que as ações e políticas para o meio ambiente foram aquelas que apresentaram maior crescimento na aprovação em relação a dezembro, saltando de 48% para 53%. As áreas com pior avaliação são, de acordo com a pesquisa, impostos (65% de desaprovação), saúde (63%) e segurança pública (61%). A pesquisa foi realizada entre os dias 16 e 19 de março. No levantamento, foram ouvidas 2.002 pessoas em 142 municípios.
Voltei
Os índices robustos e em alta de popularidade do governo Dilma já haviam sido apontados na pesquisa que o Datafolha fez em janeiro. Não tenho muito a acrescentar à análise que fiz então. O governo soube transformar seus limões em limonada. Os seis ministros demitidos sob suspeita de corrupção — eram, afinal, governo e foram nomeados por Dilma — viraram um trunfo da presidente! Esse levantamento do Ibope foi feito entre os dias 16 e 19 de março, em meio à crise do governo com a base aliada. Também essa a governanta faturou: ela apareceu como heroína da luta contra a fisiologia.
Há fatores que não são primariamente políticos que explicam esses números. Apesar do baixo crescimento da economia no ano passado, as dificuldades ainda não chegaram ao “povão”.
O modelo continua ancorado no consumo acelerado. Não há, pois, razão, nesse particular, para mudança de humores. Mas é o elemento político o mais importante. Poderia resumi-lo numa pergunta: “Se não for Dilma, é quem?” Inexiste discurso organizado de oposição na esfera federal. Cadê o líder?
Reproduzo um trecho da análise que fiz da pesquisa Datafoolha, em janeiro:
“Ok, os aecistas do PSDB podem se regozijar. Hoje, e tudo o mais constante, o nome do PSDB para disputar a Presidência da República é Aécio Neves. Digamos que a questão interna esteja mais do que precocemente resolvida. E daí? Com que eleitor, e sobre quais temas, os tucanos pretendem conversar? Como é que vão convencer os brasileiros, COM QUAIS VALORES?, de que Dilma não merece uma segunda chance? FHC parece apostar que um “político tradicional”, aliancista, tem mais chances. Pode ser. Desde que a equação não ignore o eleitor…”
Encerrando
Uma coisa chama a atenção: a pesquisa foi feita entre os dias 16 e 19 de março. Por que foi divulgada só agora? Quanto tempo demora para computar 2002 entrevistas? Dois dias, não 17. Bem, se há um bom momento para demonstrar que Dilma está com tudo, convenham, é este.
04 de abril de 2012
Reinaldo Azevedo
O Ibope divulgou uma nova pesquisa sobre a avaliação do governo Dilma. A maioria, vocês verão, o considera muito bom! Mas bom mesmo é o povo. Vejam só: 65% desaprovam a política de impostos; 63% reprovam a de saúde, e 61%, a de segurança pública. Não obstante, sua gestão é acolhida por 56% dos entrevistados, segundo o Ibope. A aprovação pessoal de Dilma chegou a 77%.
Leiam texto de Breno Costa, na Folha Online.
Volto depois.
A presidente Dilma Rousseff bateu um novo recorde desde o início do seu mandato e ampliou a sua popularidade mesmo depois da divulgação de um crescimento modesto do PIB (Produto Interno Bruto) em 2011 e em meio a turbulências de uma crise política em sua base de apoio no Congresso. Segundo pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta quarta-feira (4), a aprovação pessoal da presidente (aqueles que acham o jeito Dilma de governar “ótimo” ou “bom”) subiu cinco pontos percentuais desde dezembro, de 72% para 77%.
É o maior índice registrado desde março do ano passado, quando a primeira pesquisa sobre seu governo foi divulgada. A presidente tem usado como trunfo em sua relação com o Congresso as altas taxas de popularidade alcançadas desde o início de seu governo.
A avaliação de sua gestão, contudo, manteve-se a mesma na comparação com dezembro, estacionada em 56%. O índice tinha sido o melhor para um primeiro ano de governo desde que a pesquisa da Confederação Nacional da Indústria começou a ser feita, em 1995. Comparativamente, o governo Luiz Inácio Lula da Silva tinha avaliação “ótima” ou “boa” de 34% no início de seu segundo ano de mandato, em 2004. Na época, o governo estava abalado pelo seu primeiro escândalo de corrupção, após a revelação do caso Waldomiro Diniz, ex-assessor da Casa Civil. Ainda assim, é maior o número de entrevistados que considera o governo Dilma pior do que o governo Lula (23%). A gestão Dilma é considerada superior por 15%.
Lembranças
A pesquisa aponta que os assuntos mais espinhosos, e que poderiam abalar a avaliação positiva do governo, foram pouco lembrados pelos entrevistados. É o caso do crescimento do PIB de 2,7% em 2011, citado por apenas 1%. A crise política, que levou à troca da liderança do governo no Senado, foi citado por 4%. De acordo com o levantamento, os assuntos mais lembrados espontaneamente pelos entrevistados sobre o governo foram os “programas sociais voltados para mulheres” e as “viagens da presidente Dilma”.
A pouco mais de dois meses da Conferência Rio +20 e com a votação do novo código florestal voltando à pauta do Congresso, a pesquisa apontou que as ações e políticas para o meio ambiente foram aquelas que apresentaram maior crescimento na aprovação em relação a dezembro, saltando de 48% para 53%. As áreas com pior avaliação são, de acordo com a pesquisa, impostos (65% de desaprovação), saúde (63%) e segurança pública (61%). A pesquisa foi realizada entre os dias 16 e 19 de março. No levantamento, foram ouvidas 2.002 pessoas em 142 municípios.
Voltei
Os índices robustos e em alta de popularidade do governo Dilma já haviam sido apontados na pesquisa que o Datafolha fez em janeiro. Não tenho muito a acrescentar à análise que fiz então. O governo soube transformar seus limões em limonada. Os seis ministros demitidos sob suspeita de corrupção — eram, afinal, governo e foram nomeados por Dilma — viraram um trunfo da presidente! Esse levantamento do Ibope foi feito entre os dias 16 e 19 de março, em meio à crise do governo com a base aliada. Também essa a governanta faturou: ela apareceu como heroína da luta contra a fisiologia.
Há fatores que não são primariamente políticos que explicam esses números. Apesar do baixo crescimento da economia no ano passado, as dificuldades ainda não chegaram ao “povão”.
O modelo continua ancorado no consumo acelerado. Não há, pois, razão, nesse particular, para mudança de humores. Mas é o elemento político o mais importante. Poderia resumi-lo numa pergunta: “Se não for Dilma, é quem?” Inexiste discurso organizado de oposição na esfera federal. Cadê o líder?
Reproduzo um trecho da análise que fiz da pesquisa Datafoolha, em janeiro:
“Ok, os aecistas do PSDB podem se regozijar. Hoje, e tudo o mais constante, o nome do PSDB para disputar a Presidência da República é Aécio Neves. Digamos que a questão interna esteja mais do que precocemente resolvida. E daí? Com que eleitor, e sobre quais temas, os tucanos pretendem conversar? Como é que vão convencer os brasileiros, COM QUAIS VALORES?, de que Dilma não merece uma segunda chance? FHC parece apostar que um “político tradicional”, aliancista, tem mais chances. Pode ser. Desde que a equação não ignore o eleitor…”
Encerrando
Uma coisa chama a atenção: a pesquisa foi feita entre os dias 16 e 19 de março. Por que foi divulgada só agora? Quanto tempo demora para computar 2002 entrevistas? Dois dias, não 17. Bem, se há um bom momento para demonstrar que Dilma está com tudo, convenham, é este.
04 de abril de 2012
Reinaldo Azevedo
GUERRA ACUSA VAZAMENTOS SELETIVOS PARA ATINGIR A OPOSIÇÃO
Perillo nega vínculos com Cachoeira
Do Portal G1:
Por Nathalia Passarinho
O presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra, afirmou nesta quarta-feira (4) que o partido “confia” no governador de Goiás, Marconi Perillo. Guerra criticou o que chamou de “vazamento seletivo” de conversas entre políticos da oposição e o contraventor Carlos Augusto Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso pela PF em fevereiro sob a acusação de comandar um esquema de jogo ilegal em Goiás.
(…)
Sérgio Guerra disse ainda achar “estranho” que apenas tenha sido revelado o envolvimento de políticos da oposição com Cachoeira. O senador Demóstenes Torres, suspeito de ter usado o mandato para beneficiar Cachoeira, pediu desfiliação do DEM na terça para evitar a expulsão do partido após denúncia de que usou seu mandato para favorecer o bicheiro.
“Está havendo um vazamento seletivo de gravações. Sabemos que existe o envolvimento muito amplo de Cachoeira [com políticos]. Até agora nao saiu nome de governista. Tudo isso é muito suspeito”, afirmou o presidente do PSDB, para quem está havendo um “jogo político” na divulgação das gravações. “Os fatos têm que ser públicos. Deixem o Cachoeira falar.”
O deputado disse ainda que “o PSDB reitera a confiança no governador” de Goiás. “Ele é um homem público testado que já participou de campanhas eleitorais. “Não há o que investigar ainda, mas se houver vamos apurar. O mais prudente é colher mais informações para, a partir daí, tomar as atitudes necessárias.”
Marconi nega
O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), afirmou nesta quarta-feira (4) que conhecia o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, mas que se encontrou com ele “pouquíssimas vezes”. Em entrevista à TV Anhanguera, Perillo disse confiar na chefe de gabinete, que pediu exoneração após grampos da Polícia Federal apontarem elo com Cachoeira, e disse não haver “qualquer relação do governo com atos ilícitos”.
Segue nota do governo de Goiás
Em resposta a reportagem publicada na última quarta-feira, 4, o governo de Goiás esclarece que não existe em absoluto, qualquer conexão entre o governador Marconi Perillo (PSDB) e o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso por exploração de jogos ilegais durante a Operação Monte Carlo.
É injusta e dissociada da verdade a tentativa de relacionar o governador às investigações policiais, uma vez que não há fatos ou quaisquer indícios que o associem à contravenção. A respeito deste assunto, Marconi reafirma que condena veementemente e repudia qualquer sugestão de envolvimento entre a administração estadual e o crime. Desde que assumiu o governo, cumpre com rigor a sua missão de combater atos que não estejam rigorosamente dentro da lei.
Cabe também esclarecer que na noite de terça-feira, 3, a Chefe de Gabinete da Governadoria, Eliane Gonçalves Pinheiro, ora citada como suposto elo entre os contraventores e o governo de Goiás, deixou o cargo por opção própria. O pedido de exoneração foi encaminhado em carta, anexa a esta mensagem, e se deu ainda que não haja qualquer decisão judicial definitiva que a incrimine apenas investidas agressivas da imprensa no sentido de condená-la por antecipação, o que o governo também repudia.
Isanulfo Cordeiro
Assessor Chefe do Gabinete de Imprensa do Governador Marconi Perillo”
04 de abril de 2012
Reinaldo Azevedo
Do Portal G1:
Por Nathalia Passarinho
O presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra, afirmou nesta quarta-feira (4) que o partido “confia” no governador de Goiás, Marconi Perillo. Guerra criticou o que chamou de “vazamento seletivo” de conversas entre políticos da oposição e o contraventor Carlos Augusto Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso pela PF em fevereiro sob a acusação de comandar um esquema de jogo ilegal em Goiás.
(…)
Sérgio Guerra disse ainda achar “estranho” que apenas tenha sido revelado o envolvimento de políticos da oposição com Cachoeira. O senador Demóstenes Torres, suspeito de ter usado o mandato para beneficiar Cachoeira, pediu desfiliação do DEM na terça para evitar a expulsão do partido após denúncia de que usou seu mandato para favorecer o bicheiro.
“Está havendo um vazamento seletivo de gravações. Sabemos que existe o envolvimento muito amplo de Cachoeira [com políticos]. Até agora nao saiu nome de governista. Tudo isso é muito suspeito”, afirmou o presidente do PSDB, para quem está havendo um “jogo político” na divulgação das gravações. “Os fatos têm que ser públicos. Deixem o Cachoeira falar.”
O deputado disse ainda que “o PSDB reitera a confiança no governador” de Goiás. “Ele é um homem público testado que já participou de campanhas eleitorais. “Não há o que investigar ainda, mas se houver vamos apurar. O mais prudente é colher mais informações para, a partir daí, tomar as atitudes necessárias.”
Marconi nega
O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), afirmou nesta quarta-feira (4) que conhecia o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, mas que se encontrou com ele “pouquíssimas vezes”. Em entrevista à TV Anhanguera, Perillo disse confiar na chefe de gabinete, que pediu exoneração após grampos da Polícia Federal apontarem elo com Cachoeira, e disse não haver “qualquer relação do governo com atos ilícitos”.
Segue nota do governo de Goiás
Em resposta a reportagem publicada na última quarta-feira, 4, o governo de Goiás esclarece que não existe em absoluto, qualquer conexão entre o governador Marconi Perillo (PSDB) e o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso por exploração de jogos ilegais durante a Operação Monte Carlo.
É injusta e dissociada da verdade a tentativa de relacionar o governador às investigações policiais, uma vez que não há fatos ou quaisquer indícios que o associem à contravenção. A respeito deste assunto, Marconi reafirma que condena veementemente e repudia qualquer sugestão de envolvimento entre a administração estadual e o crime. Desde que assumiu o governo, cumpre com rigor a sua missão de combater atos que não estejam rigorosamente dentro da lei.
Cabe também esclarecer que na noite de terça-feira, 3, a Chefe de Gabinete da Governadoria, Eliane Gonçalves Pinheiro, ora citada como suposto elo entre os contraventores e o governo de Goiás, deixou o cargo por opção própria. O pedido de exoneração foi encaminhado em carta, anexa a esta mensagem, e se deu ainda que não haja qualquer decisão judicial definitiva que a incrimine apenas investidas agressivas da imprensa no sentido de condená-la por antecipação, o que o governo também repudia.
Isanulfo Cordeiro
Assessor Chefe do Gabinete de Imprensa do Governador Marconi Perillo”
04 de abril de 2012
Reinaldo Azevedo
MAIS SOBRE O 'EMBRULHO'
O governo lançou mais um plano de socorro à indústria, no momento em que o setor encontra-se na UTI. Mais uma vez, repete-se a sina de medidas pontuais, limitadas, sem um caráter estruturante ou capacidade de produzir algum salto relevante. O pacote tem coisas boas e novas:
infelizmente, o que é bom não é novo e o que é novo não é bom.
As medidas são a sexta tentativa, desde 2008, de ajudar a indústria a sair do poço profundo em que se encontra. A própria repetição do enredo já é capaz de sugerir que a estrada pela qual o governo petista persevera não leva a bom destino - apenas para ilustrar, a indústria já caiu 3,4% nos dois primeiros meses deste ano, informou ontem o IBGE.
Em suma, o que foi anunciado ontem pelo governo limita-se a desonerações tributárias, aumento e barateamento do crédito e incentivos a exportações. A cifra é portentosa: R$ 60,4 bilhões. Mas também enganosa: a maior parte serão novos aportes ao BNDES e uma ínfima parcela apenas, renúncia fiscal.
Para apoiar a indústria, o governo deixará de arrecadar R$ 3,1 bilhões neste ano. Parece muito? Não é: equivale a cerca de um dia de arrecadação do leão, de acordo com os números do primeiro bimestre. Não é capaz, portanto, nem de fazer cócegas. A carga tributária total continuará em alta - alguns tributos serão, inclusive, majorados agora, como o PIS/Cofins.
O grosso do pacote virá de aportes ao BNDES, para que o banco conceda financiamentos a custos menores. Serão mais R$ 45 bilhões. Com isso, subirá para R$ 285 bilhões o que a instituição recebeu do Tesouro desde 2009, de forma pouco transparente e a um custo fiscal completamente nebuloso.
Para disponibilizar estes recursos às empresas, o Tesouro os tomará no mercado a juros de quase 10% ao ano e irá repassá-los ao BNDES, que dará crédito a juro de 5,5% a 7,7%. "O plano peca por depender excessivamente do BNDES no financiamento das políticas, o que acaba sobrecarregando o Tesouro", comenta Julio Gomes de Almeida, do Iedi.
Há, como se percebe facilmente, um custo não desprezível na operação e a única forma de controlar estes gastos seria submeter ao Congresso a aprovação dos aportes ao banco - como, aliás, previa proposta do senador Aécio Neves vetada pela presidente Dilma Rousseff no ano passado.
Entre as medidas de ontem, o governo ressuscita câmaras setoriais, que, no passado, só serviram para atender lobbies, tanto de empresários quanto de trabalhadores. Também erige novas barreiras protecionistas no comércio exterior: o novo regime automotivo dará condição privilegiada às quatro mais tradicionais montadoras instaladas no país, em detrimento das demais. E permite compras governamentais com sobrepreços de até 25%.
O governo elegeu 11 dos 127 setores em que se decompõe o parque produtivo para receber os benefícios. Quem garante que escolheu os mais adequados? Mais: quem garante que não deixou de fora alguns que mais precisavam, mas cujo lobby em Brasília não foi tão eficiente?
Justamente para evitar esta arbitragem temerária, melhor seria se as medidas contemplassem toda a indústria, de forma a aumentar a combalida competitividade do setor - neste quesito, somos apenas a 53ª nação entre 142 pesquisadas pelo Banco Mundial.
"Os grandes gargalos que afetam a indústria brasileira só serão removidos com medidas horizontais, que atinjam todos os setores de forma abrangente. Nenhum país conseguiu se tornar desenvolvido sem garantir provisão satisfatória de infraestrutura, mão de obra qualificada e ambiente macroeconômico adequado", sintetiza Mauricio Canêdo Pinheiro, professor e pesquisador do Ibre/FGV, na Folha de S.Paulo.
Não será repetindo receitas carcomidas que o governo Dilma conseguirá ressuscitar a indústria brasileira, abatida por barbeiragens decorrentes das políticas adotadas pelo PT nos últimos anos. Só mudanças mais profundas, reformas estruturais, melhorias institucionais teriam o condão de catapultar, de fato, o ambiente produtivo no país. Com o que foi anunciado ontem, o voo deverá ser curto.
04 de abril de 2012
Fonte: Instituto Teotônio Vilela
Muito pouco para ressuscitar a indústria
infelizmente, o que é bom não é novo e o que é novo não é bom.
As medidas são a sexta tentativa, desde 2008, de ajudar a indústria a sair do poço profundo em que se encontra. A própria repetição do enredo já é capaz de sugerir que a estrada pela qual o governo petista persevera não leva a bom destino - apenas para ilustrar, a indústria já caiu 3,4% nos dois primeiros meses deste ano, informou ontem o IBGE.
Em suma, o que foi anunciado ontem pelo governo limita-se a desonerações tributárias, aumento e barateamento do crédito e incentivos a exportações. A cifra é portentosa: R$ 60,4 bilhões. Mas também enganosa: a maior parte serão novos aportes ao BNDES e uma ínfima parcela apenas, renúncia fiscal.
Para apoiar a indústria, o governo deixará de arrecadar R$ 3,1 bilhões neste ano. Parece muito? Não é: equivale a cerca de um dia de arrecadação do leão, de acordo com os números do primeiro bimestre. Não é capaz, portanto, nem de fazer cócegas. A carga tributária total continuará em alta - alguns tributos serão, inclusive, majorados agora, como o PIS/Cofins.
O grosso do pacote virá de aportes ao BNDES, para que o banco conceda financiamentos a custos menores. Serão mais R$ 45 bilhões. Com isso, subirá para R$ 285 bilhões o que a instituição recebeu do Tesouro desde 2009, de forma pouco transparente e a um custo fiscal completamente nebuloso.
Para disponibilizar estes recursos às empresas, o Tesouro os tomará no mercado a juros de quase 10% ao ano e irá repassá-los ao BNDES, que dará crédito a juro de 5,5% a 7,7%. "O plano peca por depender excessivamente do BNDES no financiamento das políticas, o que acaba sobrecarregando o Tesouro", comenta Julio Gomes de Almeida, do Iedi.
Há, como se percebe facilmente, um custo não desprezível na operação e a única forma de controlar estes gastos seria submeter ao Congresso a aprovação dos aportes ao banco - como, aliás, previa proposta do senador Aécio Neves vetada pela presidente Dilma Rousseff no ano passado.
Entre as medidas de ontem, o governo ressuscita câmaras setoriais, que, no passado, só serviram para atender lobbies, tanto de empresários quanto de trabalhadores. Também erige novas barreiras protecionistas no comércio exterior: o novo regime automotivo dará condição privilegiada às quatro mais tradicionais montadoras instaladas no país, em detrimento das demais. E permite compras governamentais com sobrepreços de até 25%.
O governo elegeu 11 dos 127 setores em que se decompõe o parque produtivo para receber os benefícios. Quem garante que escolheu os mais adequados? Mais: quem garante que não deixou de fora alguns que mais precisavam, mas cujo lobby em Brasília não foi tão eficiente?
Justamente para evitar esta arbitragem temerária, melhor seria se as medidas contemplassem toda a indústria, de forma a aumentar a combalida competitividade do setor - neste quesito, somos apenas a 53ª nação entre 142 pesquisadas pelo Banco Mundial.
"Os grandes gargalos que afetam a indústria brasileira só serão removidos com medidas horizontais, que atinjam todos os setores de forma abrangente. Nenhum país conseguiu se tornar desenvolvido sem garantir provisão satisfatória de infraestrutura, mão de obra qualificada e ambiente macroeconômico adequado", sintetiza Mauricio Canêdo Pinheiro, professor e pesquisador do Ibre/FGV, na Folha de S.Paulo.
Não será repetindo receitas carcomidas que o governo Dilma conseguirá ressuscitar a indústria brasileira, abatida por barbeiragens decorrentes das políticas adotadas pelo PT nos últimos anos. Só mudanças mais profundas, reformas estruturais, melhorias institucionais teriam o condão de catapultar, de fato, o ambiente produtivo no país. Com o que foi anunciado ontem, o voo deverá ser curto.
04 de abril de 2012
Fonte: Instituto Teotônio Vilela
Muito pouco para ressuscitar a indústria
OCIOSIDADE CONGRESSUAL E REMUNERADA
Para qualquer trabalhador responsável, faltar a um dia de serviço só em caso de extrema necessidade e, mesmo assim, quando isso acontece, é preciso apresentar ao patrão justificativas e atestados médicos que comprovem o por quê da ausência.
Porém, no Senado e na Câmara faltas e ausências parecem não ser motivo para muita dor de cabeça.
De acordo com levantamento feito pelo site Congresso em Foco, das 1.158 faltas registradas pelos senadores em 2011, foram abonadas 70%.
Na Câmara, este índice foi ainda maior:
91% das 8.573 ausências dos deputados foram perdoadas em função das justificativas apresentadas.
Outra coisa que chama a atenção é que os parlamentares têm prazo até o final do mandato para justificar suas ausências, o que deve aumentar ainda mais o percentual de faltas justificadas.
Faltar a sessões reservadas a votações implica em desconto no salário e perda de mandato (caso as ausências representem um terço das reuniões realizadas no ano).
Procurada pela reportagem do GLOBO para dar explicações a respeito de tantas faltas abonadas, a Câmara dos Deputados justificou que licença para tratamento saúde,
licença em razão de doença grave ou falecimento de pessoa da família,
desempenho de missão autorizada pela Câmara no país ou no exterior,
atendimento de obrigações político-partidárias,
reuniões do Parlamento do Mercosul, realização de trabalho externo de CPI,
além de licenças gestante e paternidade são justificativas previstas na Constituição, no Regimento Interno da Câmara, na Resolução nº 1 do Congresso e nos Atos da Mesa nº 66/2010 e nº 22/2008.
Em todos os casos, é preciso abrir um processo e apresentar comprovação. Tais processos precisam ser deferidos pelo 3º secretário da Câmara. Apenas no caso de missão oficial autorizada, os processos não vão para o 3º secretário e, sim, para o presidente da Câmara.
No Senado Federal, a pessoa indicada a dar alguma informação a respeito dos abonos das faltas, a secretária-geral da Mesa, Claudia Lyra, estava em plenário e não retornou as ligações.
Ainda pelo levantamento do Congresso em Foco, 23 deputados e quatro senadores deixaram de comparecer a mais de um terço dos dias reservados às votações, que geralmente acontecem às terças e quartas-feiras, o que poderia acarretar perda de mandato.
Na Câmara, o campeão das faltas sem justificativa foi o deputado federal Wladimir Costa (PMDB-PA), que das 107 sessões, faltou a 48 e justificou apenas 19.
Procurado pela reportagem, o deputado não foi encontrado em Brasília porque, segundo seus assessores, perdeu o voo em Belém do Pará.
Wladimir Costa está em seu terceiro mandato - sempre foi eleito pelo PMDB - e é locutor.
Já teve vários programas de rádio e foi o deputado federal mais votado no seu estado nas últimas eleições. Aos 47 anos, alega sofrer de problemas de coluna.
Outra campeã de falta é a deputada federal Nice Lobão (PSD-MA), esposa do ministro das Minas e Energia Edison Lobão. A deputada compareceu a apenas 19 das 107 sessões deliberativas do ano passado e já acumula 101 faltas na atual legislatura.
Seus assessores dizem que as ausências se justificam devido ao tratamento de saúde que ela se submete desde 2006.
A parlamentar, de 76 anos, sofre de problemas em sua estrutura óssea que se agravaram nos últimos dois anos. Mesmo assim, Nice Lobão não pensa em se afastar e se recusa a se licenciar do mandato.
No Senado, o campeão de faltas é o senador Lobão Filho (PMDB-MA), filho da deputada Nice Lobão. No caso dele, a justificativa foi grave acidente automobilístico sofrido em maio de 2011. Ele esteve ausente em 59 das 126 sessões do ano passado.
Além dele, os senadores Garibaldi Alves (PMDB-RN) - pai do ministro da Previdência -, que está licenciado por motivo de saúde, e Marinor Brito (PSOL-PA) - que deixou o Senado com a volta de Jader Barbalho (PMDB-PA), - completam o quorum dos mais faltosos.
O senador Mario Couto (PSDB-PA), com 45 faltas, quatro não justificadas, vem logo atrás. Procurado nesta quarta-feira para falar sobre o assunto, ele não foi encontrado. A secretária do gabinete do parlamentar afirmou que a sua assessora e o próprio senador só voltariam ao Distrito Federal na terça-feira, após o recesso da Páscoa.
Entre os mais presentes, o senador José Pimentel (PT-CE) teve somente uma falta, e Eunício Oliveira (PMDB-CE) e Lindbergh Farias (PT-RJ) só deixaram de comparecer a duas sessões. A assessoria de Lindbergh diz que ele apenas não registrou voto nestas duas sessões e que estava presente nelas.
04 de abril de 2012
O Globo
camuflados
OUTRO "EMBRULHO": APORTE DE R$ 45 BILHÕES AO BNDES TEM 'CUSTO FICAL BRUTAL', DIZ ECONOMISTA
O governo está usando mais uma vez o BNDES para turbinar a economia, por meio de um novo aporte do Tesouro Nacional ao banco de fomento, de até R$ 45 bilhões. A operação é criticada por especialistas pela falta de transparência.
O economista Mansueto Almeida destaca que os repasses feitos pelo Tesouro para capitalizar e dar mais poder de fogo à instituição escapam da contabilidade oficial, já que o custo fiscal total desses aportes não passa pelo Orçamento da União.
- Isso tem um custo fiscal brutal que ninguém sabe ao certo qual é - afirma.
Almeida estima que R$ 300 bilhões do Tesouro estão nos cofres do BNDES. Segundo ele, a única forma de controle desses gastos seria submeter ao Congresso a aprovação dos aportes ao banco.
Como isso não acontece, diz, o total de recursos do Tesouro na instituição é mantido numa caixa preta. A única despesa registrada no Orçamento é com subsídios diretos:
quando o governo promete pagar parte da parcela do financiamento para estimular um setor carente. É assim que funciona no crédito rural, por exemplo.
Mas Almeida destaca que nem nesse tipo de gasto fica claro o real custo para o Estado:
- O orçamento do ano passado dizia que R$ 4 bilhões iriam para subsídios do BNDES, mas o governo só pagou R$ 420 milhões do PSI (Programa de Sustentação do Investimento). E olha que esse foi o primeiro pagamento do programa que existe desde 2009.
Falta dizer qual é o fluxo de gastos anual.
Fábio Kanzuc, professor de economia da USP, lembra que a nova política industrial repete os erros que dá um poder desmedido ao BNDES para escolher setores que serão beneficiados com financiamentos a juros baixos:
- Estes financiamentos aumentam as diferenças entre setores e ampliam problemas de competitividade.
Presidente do BNDES quer investimento em qualidade
O aporte de recursos ao banco anunciado ontem faz parte do PSI. Com o dinheiro novo, que vai se somar aos cerca de R$ 100 bilhões de recursos próprios do BNDES, várias linhas de crédito terão as taxas de juros rebaixadas e os prazos para o pagamento das parcelas devidas ampliados.
No financiamento de ônibus e caminhões, por exemplo, os juros cairão de 10% para 7,7% ao ano. O prazo total da operação subirá de 96 meses para 120 meses. Em bens de capital, a taxa de juros para grande empresa cairá de 8,7% para 7,3% ao ano. Para micro, pequena e média empresas, os juros terão uma queda de 6,5% para 5% ao ano.
Para estimular as exportações, houve ampliação do prazo de financiamento de 24 para 36 meses. A inovação tecnológica também será incentivada com a redução dos juros do Capital Inovador de 5% para 4% ao ano.
Foi criado um subprograma do PSI, com o objetivo de apoiar a sofisticação tecnológica do setor industrial brasileiro: o BNDES PSI Projetos Transformadores, que vai financiar, com taxa de 5% ao ano e prazo de até 144 meses, investimentos em setores de alta intensidade de conhecimento e engenharia. O foco é a produção de bens que ainda não são fabricados no país e que possam induzir encadeamentos e ganhos de produtividade e qualidade.
- Queremos mais investimentos e com qualidade. Queremos investimentos associados à inovação - disse o presidente do BNDES, Luciano Coutinho.
Ele anunciou que o programa Revitaliza, voltado à revitalização de empresas afetadas por uma conjuntura internacional adversa, terá R$ 4,7 bilhões para atender não mais 11, mas 19 setores da economia, como o de calçados e informática.
04 de abril de 2012
Gabriela Valente, Eliane Oliveira, Martha Beck e O Globo
"SE TODOS SÃO LADRÕES, NINGUÉM É LADRÃO, PARECEM RACIOCINAR. NADA MAIS FALSO."
A crise política em que se envolveu o senador Demóstenes Torres, agora sem partido, depois de se desfiliar do DEM para não ser expulso, está excitando a imaginação de uma ala dos governistas, que vê, na desgraça do oposicionista antigo paladino da ética na política, a negação de qualquer tipo de crítica aos famosos "malfeitos" dos aliados do governo, mesmo os mais antigos como o mensalão, que está para ser julgado pelo Supremo.
A coincidência dos dois fatos - a derrocada de Demóstenes e o julgamento do STF - seria uma boa notícia para os mensaleiros e leva a que esses governistas considerem que o enfraquecimento da oposição os fortalece no tribunal.
Nada mais absurdo. A tese geral de que um político que fazia o papel de ético se revelando um corrupto enfraquece as críticas oposicionistas à corrupção no governo só serve para os que querem igualar os contrários.
Se todos são ladrões, ninguém é ladrão, parecem raciocinar. Nada mais falso.
Os padrões éticos de fazer política continuarão valendo, e é por isso que o senador Demóstenes Torres corre o sério risco de perder seu mandato no Conselho de Ética do Senado.
É certo que o perderá apenas porque colecionou inimizades no papel de justiceiro que desempenhava com raro brilho, e agora receberá o troco dos adversários que um dia combateu, como os senadores Renan Calheiros e José Sarney.
Mas a base para a sua punição continuará sendo a conduta fora dos padrões considerados éticos e a quebra do decoro parlamentar ao mentir da Tribuna do Senado dizendo que não sabia o que todo mundo sabia, que Carlinhos Cachoeira era um contraventor.
Não importa que muitos outros, que quebraram o decoro ou mentiram, continuem incólumes no Congresso.
As gravações da Polícia Federal demonstram que Demóstenes tanto sabia o que seu amigo Carlinhos Cachoeira era que o flagraram aconselhando o bicheiro a não apoiar o projeto que criminalizava o jogo do bicho. " E aí pega você".
Cachoeira, que via mais longe, tranquilizou seu amigo:
"Mas aí legaliza também, né?"
As circunstâncias estão levando o senador Demóstenes Torres para a cassação de seu mandato por caminhos tortos, mas razões corretas.
A tese específica de que foi o bicheiro Carlinhos Cachoeira quem armou a gravação que provocou a ira do então deputado federal Roberto Jefferson, originando sua denúncia sobre o mensalão, não justifica, como querem alguns, o enfraquecimento das denúncias contra os mensaleiros, em especial contra o ex-ministro José Dirceu, acusado pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, de ser o chefe da quadrilha.
As imagens conseguidas pela revista "Veja" em que um diretor dos Correios, Maurício Marinho, recebe um suborno de R$ 3 mil, divulgadas no "Jornal Nacional" e que se tornaram um ícone do combate à corrupção, teriam sido gravadas, segundo a nova versão divulgada pelo jornalismo oficial, a mando do bicheiro Carlinhos Cachoeira para vingar seu amigo Demóstenes Torres.
Nessa versão novinha em folha, que surge agora às vésperas do julgamento do mensalão, para tentar misturar alhos com bugalhos, o senador goiano teria pleiteado ser nomeado secretário nacional de Justiça e foi vetado pelo então todo-poderoso chefe da Casa Civil José Dirceu.
A represália teria como objetivo criar um problema para o PTB, que indicara o diretor dos Correios, e provocar uma crise na base aliada.
Mas o que essa intrigalhada toda tem a ver com o mensalão?
Já se sabia há muito tempo que o vídeo da propina provocou a reação do presidente do PTB contra José Dirceu porque Jefferson considerou que ele havia sido feito a mando do PT para tirar do PTB uma fatia de poder dos Correios, a mesma disputa de bastidores, aliás, que se desenrola hoje entre o PT e partidos da base.
Se o vídeo foi feito por um empresário ligado ao Partido dos Trabalhadores, como se acreditava até recentemente, ou a mando do bicheiro Carlinhos Cachoeira, não importa.
O fato é que, sentindo-se traído por Dirceu, o então deputado Roberto Jefferson disparou sua metralhadora giratória, revelando o maior escândalo de corrupção política registrado no país nos anos recentes.
Não existisse o esquema, a reação de Roberto Jefferson seria outra, mas como existia - de acordo com o procurador-geral da República e o relator do processo no Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa - ele se vingou revelando o plano que fora concebido dentro da Casa Civil da Presidência da República.
Aliás, a existência desse mensalão já fora denunciada ao próprio presidente Lula pelo então governador de Goiás, Marconi Perillo.
Portanto, a nova versão em nada muda a essência da questão:
o mensalão existiu e estará sendo julgado em breve pelo Supremo Tribunal Federal com base no que foi apurado em mais de sete anos de tramitação do processo.
Já é hora de uma decisão final da Justiça.
Merval Pereira
Hora de julgar
A coincidência dos dois fatos - a derrocada de Demóstenes e o julgamento do STF - seria uma boa notícia para os mensaleiros e leva a que esses governistas considerem que o enfraquecimento da oposição os fortalece no tribunal.
Nada mais absurdo. A tese geral de que um político que fazia o papel de ético se revelando um corrupto enfraquece as críticas oposicionistas à corrupção no governo só serve para os que querem igualar os contrários.
Se todos são ladrões, ninguém é ladrão, parecem raciocinar. Nada mais falso.
Os padrões éticos de fazer política continuarão valendo, e é por isso que o senador Demóstenes Torres corre o sério risco de perder seu mandato no Conselho de Ética do Senado.
É certo que o perderá apenas porque colecionou inimizades no papel de justiceiro que desempenhava com raro brilho, e agora receberá o troco dos adversários que um dia combateu, como os senadores Renan Calheiros e José Sarney.
Mas a base para a sua punição continuará sendo a conduta fora dos padrões considerados éticos e a quebra do decoro parlamentar ao mentir da Tribuna do Senado dizendo que não sabia o que todo mundo sabia, que Carlinhos Cachoeira era um contraventor.
Não importa que muitos outros, que quebraram o decoro ou mentiram, continuem incólumes no Congresso.
As gravações da Polícia Federal demonstram que Demóstenes tanto sabia o que seu amigo Carlinhos Cachoeira era que o flagraram aconselhando o bicheiro a não apoiar o projeto que criminalizava o jogo do bicho. " E aí pega você".
Cachoeira, que via mais longe, tranquilizou seu amigo:
"Mas aí legaliza também, né?"
As circunstâncias estão levando o senador Demóstenes Torres para a cassação de seu mandato por caminhos tortos, mas razões corretas.
A tese específica de que foi o bicheiro Carlinhos Cachoeira quem armou a gravação que provocou a ira do então deputado federal Roberto Jefferson, originando sua denúncia sobre o mensalão, não justifica, como querem alguns, o enfraquecimento das denúncias contra os mensaleiros, em especial contra o ex-ministro José Dirceu, acusado pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, de ser o chefe da quadrilha.
As imagens conseguidas pela revista "Veja" em que um diretor dos Correios, Maurício Marinho, recebe um suborno de R$ 3 mil, divulgadas no "Jornal Nacional" e que se tornaram um ícone do combate à corrupção, teriam sido gravadas, segundo a nova versão divulgada pelo jornalismo oficial, a mando do bicheiro Carlinhos Cachoeira para vingar seu amigo Demóstenes Torres.
Nessa versão novinha em folha, que surge agora às vésperas do julgamento do mensalão, para tentar misturar alhos com bugalhos, o senador goiano teria pleiteado ser nomeado secretário nacional de Justiça e foi vetado pelo então todo-poderoso chefe da Casa Civil José Dirceu.
A represália teria como objetivo criar um problema para o PTB, que indicara o diretor dos Correios, e provocar uma crise na base aliada.
Mas o que essa intrigalhada toda tem a ver com o mensalão?
Já se sabia há muito tempo que o vídeo da propina provocou a reação do presidente do PTB contra José Dirceu porque Jefferson considerou que ele havia sido feito a mando do PT para tirar do PTB uma fatia de poder dos Correios, a mesma disputa de bastidores, aliás, que se desenrola hoje entre o PT e partidos da base.
Se o vídeo foi feito por um empresário ligado ao Partido dos Trabalhadores, como se acreditava até recentemente, ou a mando do bicheiro Carlinhos Cachoeira, não importa.
O fato é que, sentindo-se traído por Dirceu, o então deputado Roberto Jefferson disparou sua metralhadora giratória, revelando o maior escândalo de corrupção política registrado no país nos anos recentes.
Não existisse o esquema, a reação de Roberto Jefferson seria outra, mas como existia - de acordo com o procurador-geral da República e o relator do processo no Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa - ele se vingou revelando o plano que fora concebido dentro da Casa Civil da Presidência da República.
Aliás, a existência desse mensalão já fora denunciada ao próprio presidente Lula pelo então governador de Goiás, Marconi Perillo.
Portanto, a nova versão em nada muda a essência da questão:
o mensalão existiu e estará sendo julgado em breve pelo Supremo Tribunal Federal com base no que foi apurado em mais de sete anos de tramitação do processo.
Já é hora de uma decisão final da Justiça.
Merval Pereira
Hora de julgar
O "EMBRULHO" DO PACOTINHO E EMBRULHINHO: INDÚSTRIA GANHA 6o. DE INCENTIVOS PARA SAIR DA CRISE
Sob fortes críticas de empresários, economistas e sindicalistas, o governo lançou ontem o sexto pacote de estímulo à economia desde 2008. O plano de R$ 60,4 bilhões, anunciado como a segunda etapa do programa Brasil Maior, incluiu medidas de desonerações, aumento e barateamento do crédito, incentivos às exportações e à produção nacional de veículos, entre outras, para tentar fazer o país crescer 4,5% este ano.
Na área tributária, a principal ação foi a redução dos encargos sobre a folha de pagamento de 11 novos setores, incluindo autopeças e bens de capital. Já para reforçar o crédito aos empresários, o Tesouro Nacional fará um aporte de R$ 45 bilhões no BNDES e vai equalizar linhas de financiamento da instituição num total de R$ 6,5 bilhões.
Para Fábio Kanzuc, professor da USP, as medidas são tímidas e repetem o que ocorreu no passado:
- O governo deveria ter dado medidas gerais, que elevariam a competitividade da indústria. Mas, ao contrário, elegeu alguns setores. E pode ter escolhido mal - questiona.
O economista Rafael Bacciotti, da Tendências Consultoria, afirmou que o impacto do pacote no total da economia é reduzido e, por isso, não alterou suas previsões de crescimento da produção industrial (2%) e do Produto Interno Bruto (PIB, de 3,2%) para 2012.
- As medidas não atrapalham, mas também não resolvem nossos entraves. São positivas, mas sem grande projeção - disse o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf.
Sem medidas cambiais, dólar cai
O presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, reclamou que o plano não toca em juros altos e câmbio:
- Com o câmbio a R$ 1,80, não tem empresa que aguente. Temos 127 setores e o governo desonerou 11.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Miguel Torres, também classificou as medidas de "tímidas e pouco abrangentes", que não aliviam a situação de segmentos mais afetados como o autopeças, máquinas e equipamentos e eletroeletrônicos.
- Tem fábrica com 80% da produção parada e as medidas, apesar de importantes, só trarão resultados no médio e longo prazos. A situação delas é de desespero e, partir de maio, devem começar a demitir - disse Torres.
Após o detalhamento das medidas feito pelos ministro da Fazenda, Guido Mantega, do Desenvolvimento, Fernando Pimentel e pelo presidente do BNDES, Luciano Coutinho, diante de uma plateia de mais de 400 empresários. além de sindicalistas e parlamentares, a presidente Dilma Rousseff fez um discurso enfático em defesa da indústria nacional.
- O governo não vai abandonar a indústria brasileira. Não concebemos o nosso desenvolvimento sem uma indústria forte, inovadora e competitiva. Ao lema do meu governo, "País Rico é País sem Miséria", queremos acrescentar que país rico é país que investe, que cria empregos e se torna cada vez mais competitivo - disse.
Para discutir o pacote e o processo de desindustrialização no país, essas e outras entidades empresariais e de trabalhadores esperam reunir na manhã de hoje mais de 100 mil trabalhadores na Assembleia Legistiva de São Paulo, no evento intitulado "Grito de Alerta em defesa da produção e do emprego".
Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, avaliou que cada vez mais o governo dá a entender que a solução para conter a desindustrialização passa pelo câmbio depreciado e medidas protecionistas, que têm efeitos inflacionários.
Fernando Zelveti, professor de tributação e política fiscal da Fundação Getulio Vargas (FGV), de São Paulo, disse que o pacote não passa de um "tapa buracos" para remediar a ausência de uma política industrial.
Já o advogado trabalhista Maurício Tanabe, do TozziniFreire, aprovou a desoneração da folha. Ele lembra que isso reduz o custo fixo das empresas, que vão pagar mais quando faturarem mais:
- Em todos os locais onde houve esta mudança o emprego cresceu quase que imediatamente.
A ausência de medidas no câmbio fez o dólar cair, fechando em baixa de 0,27%, a R$ 1,827, após o Banco Central comprar dólares.
04 de abril de 2012
O Globo
camuflados
CAUSA E EFEITO: REPÚBLICA TORPE = MINISTÉRIO FICHA SUJA
O governo Dilma Rousseff tem hoje dois ministros sob investigação de órgãos de fiscalização e controle e um terceiro na berlinda.
Para uma gestão que, em seu primeiro ano de vida, notabilizou-se pelas quedas em série de integrantes envolvidos em denúncias de corrupção, trata-se de uma ficha corrida e tanto de "malfeitos".
Fernando Pimentel está tendo de se explicar à Comissão de Ética Pública da Presidência da República. Ele tem até esta semana para mostrar como embolsou cerca de R$ 2 milhões por consultorias que até agora ninguém conseguiu comprovar que sequer existiram de fato.
As denúncias surgiram em dezembro e até hoje o ministro do Desenvolvimento esquivou-se de dar explicações públicas. Queridinho da presidente, contou com uma verdadeira tropa de choque para impedir que fosse ao Congresso prestar contas.
A hora do acerto está chegando para ele.
Já o caso de Guido Mantega ficará sob a jurisdição da Procuradoria-Geral da República, depois que o ministro da Fazenda apelou e conseguiu suspender, no Supremo Tribunal Federal, uma investigação por suspeita de improbidade administrativa que seria realizada pelo Ministério Público Federal (MPF).
Sobre ele, pesa a suspeita de omissão em relação a um suposto esquema de corrupção na Casa da Moeda. Mantega nunca conseguiu explicar como nomeou Luiz Felipe Denucci e o manteve no cargo por mais de três anos, mesmo com reiteradas denúncias de que o presidente do órgão teria recebido US$ 25 milhões de propina por meio de empresas no exterior.
O que será que o ministro tanto teme, a ponto de barrar o MPF?
O mais novo caso da lista de assaltos aos cofres públicos pelo esquema petista de poder deu-se no Ministério da Pesca. Sem ter sequer a atribuição legal de fiscalizar a pesca ilegal no país, que cabe à Polícia Ambiental, a pasta torrou R$ 31 milhões na compra de lanchas de patrulhamento.
O negócio é, em tudo, nebuloso e eivado de suspeitas.
O contrato para aquisição das 28 lanchas-patrulha foi pago entre 2009 e 2011. Destas, apenas três embarcações estavam funcionando poucas semanas atrás. Outras 23 ainda não entraram em operação ou estão com avarias no pátio do estaleiro - localizado, não por acaso, na Grande Florianópolis, berço político de três dos ex-ministros petistas da Pesca.
A parte rumorosa do caso inclui a doação, sob coação, de R$ 150 mil para a campanha eleitoral petista em Santa Catarina em 2010, feita pela empresa contratada para construir as lanchas, a Intech Boating.
Até o ex-ministro Luiz Sérgio, defenestrado do cargo no mês passado, considerou que houve um "malfeito" na Pesca.
O dinheiro foi parar nas contas do comitê financeiro da campanha catarinense, que, por sua vez, bancou a maior parte (81%) dos gastos da malsucedida campanha de Ideli Salvatti - hoje no comando do Ministério de Relações Institucionais de Dilma - ao governo do estado.
O Tribunal de Contas da União já pediu abertura de processo para recuperar o dinheiro desviado. Para o ministro Aroldo Cedraz, a licitação que resultou na compra de lanchas que não navegam e em dinheiro nos cofres do PT foi um negócio claramente direcionado para a empresa catarinense ganhar.
"O edital reproduzia os requisitos técnicos do modelo de estreia da empresa no mercado. (...) Além disso, o aviso de licitação foi publicado em jornal que circula apenas no Distrito Federal, onde não há estaleiros.
A licitação exigia que as lanchas fossem entregues em São Luís (MA) e Belém (PA)", informa O Estado de S.Paulo em sua edição desta terça-feira.
São, portanto, muitas as evidências de que, embora tenham saído do foco diário da imprensa, os esquemas de corrupção continuam ativos na Esplanada.
Não houve faxinas, não houve reformas, não se tem sequer notícia de algum constrangimento presidencial diante dos novos "malfeitos".
Uma equipe de governo formada por tão ilustres investigados e demitidos só pode ser classificada como um ministério ficha suja.
Fonte: Instituto Teotônio Vilela
Ministerio ficha suja
Para uma gestão que, em seu primeiro ano de vida, notabilizou-se pelas quedas em série de integrantes envolvidos em denúncias de corrupção, trata-se de uma ficha corrida e tanto de "malfeitos".
Fernando Pimentel está tendo de se explicar à Comissão de Ética Pública da Presidência da República. Ele tem até esta semana para mostrar como embolsou cerca de R$ 2 milhões por consultorias que até agora ninguém conseguiu comprovar que sequer existiram de fato.
As denúncias surgiram em dezembro e até hoje o ministro do Desenvolvimento esquivou-se de dar explicações públicas. Queridinho da presidente, contou com uma verdadeira tropa de choque para impedir que fosse ao Congresso prestar contas.
A hora do acerto está chegando para ele.
Já o caso de Guido Mantega ficará sob a jurisdição da Procuradoria-Geral da República, depois que o ministro da Fazenda apelou e conseguiu suspender, no Supremo Tribunal Federal, uma investigação por suspeita de improbidade administrativa que seria realizada pelo Ministério Público Federal (MPF).
Sobre ele, pesa a suspeita de omissão em relação a um suposto esquema de corrupção na Casa da Moeda. Mantega nunca conseguiu explicar como nomeou Luiz Felipe Denucci e o manteve no cargo por mais de três anos, mesmo com reiteradas denúncias de que o presidente do órgão teria recebido US$ 25 milhões de propina por meio de empresas no exterior.
O que será que o ministro tanto teme, a ponto de barrar o MPF?
O mais novo caso da lista de assaltos aos cofres públicos pelo esquema petista de poder deu-se no Ministério da Pesca. Sem ter sequer a atribuição legal de fiscalizar a pesca ilegal no país, que cabe à Polícia Ambiental, a pasta torrou R$ 31 milhões na compra de lanchas de patrulhamento.
O negócio é, em tudo, nebuloso e eivado de suspeitas.
O contrato para aquisição das 28 lanchas-patrulha foi pago entre 2009 e 2011. Destas, apenas três embarcações estavam funcionando poucas semanas atrás. Outras 23 ainda não entraram em operação ou estão com avarias no pátio do estaleiro - localizado, não por acaso, na Grande Florianópolis, berço político de três dos ex-ministros petistas da Pesca.
A parte rumorosa do caso inclui a doação, sob coação, de R$ 150 mil para a campanha eleitoral petista em Santa Catarina em 2010, feita pela empresa contratada para construir as lanchas, a Intech Boating.
Até o ex-ministro Luiz Sérgio, defenestrado do cargo no mês passado, considerou que houve um "malfeito" na Pesca.
O dinheiro foi parar nas contas do comitê financeiro da campanha catarinense, que, por sua vez, bancou a maior parte (81%) dos gastos da malsucedida campanha de Ideli Salvatti - hoje no comando do Ministério de Relações Institucionais de Dilma - ao governo do estado.
O Tribunal de Contas da União já pediu abertura de processo para recuperar o dinheiro desviado. Para o ministro Aroldo Cedraz, a licitação que resultou na compra de lanchas que não navegam e em dinheiro nos cofres do PT foi um negócio claramente direcionado para a empresa catarinense ganhar.
"O edital reproduzia os requisitos técnicos do modelo de estreia da empresa no mercado. (...) Além disso, o aviso de licitação foi publicado em jornal que circula apenas no Distrito Federal, onde não há estaleiros.
A licitação exigia que as lanchas fossem entregues em São Luís (MA) e Belém (PA)", informa O Estado de S.Paulo em sua edição desta terça-feira.
São, portanto, muitas as evidências de que, embora tenham saído do foco diário da imprensa, os esquemas de corrupção continuam ativos na Esplanada.
Não houve faxinas, não houve reformas, não se tem sequer notícia de algum constrangimento presidencial diante dos novos "malfeitos".
Uma equipe de governo formada por tão ilustres investigados e demitidos só pode ser classificada como um ministério ficha suja.
Fonte: Instituto Teotônio Vilela
Ministerio ficha suja
A MÁQUINA MAFIOSA DO PT
Lanchas superfaturadas da Ideli expõem a rede de extorsão montada pelo PT.
As 28 lanchinhas compradas com emendas desviadas e sem finalidade, por cerca de R$ 30 milhões, flagradas pelo TCU, mostram as profundezas do esquema que o PT montou no Brasil, ao longo destes quase 10 anos de poder.
Um petista recebe todo apoio para montar uma empresa. Vira empresário. O governo vai lá e compra a sua produção com dinheiro desviado dentro da máquina pública. O petista empresário doa parte da venda ao governo para as campanhas do partido. Se isto acontece com as lanchinhas da Ideli, com o paupérrimo e inútil Ministério da Pesca, imaginem o que não acontece no Ministério da Saúde, no Ministério da Educação e em outras pastas mais recheadas.
Recentemente, Dilma ligou para o dono de uma construtora e ordenou:
" Sérgio, faça as obras do Beira-Rio".
Ele está fazendo. São centenas de milhões de reais ordenados pela presidente da República, sem empenho, sem concorrência, com apenas um telefonaço.
Não é à toa que esta construtora é uma das maiores doadoras do PT. Se 28 lanchinhas da Ideli renderam R$ 150 mil, quanto não rendeu o navio João Cândido, até hoje encalhado e sem condições de navegabilidade?
04 de abril de 2012
coroneLeaks
As 28 lanchinhas compradas com emendas desviadas e sem finalidade, por cerca de R$ 30 milhões, flagradas pelo TCU, mostram as profundezas do esquema que o PT montou no Brasil, ao longo destes quase 10 anos de poder.
Um petista recebe todo apoio para montar uma empresa. Vira empresário. O governo vai lá e compra a sua produção com dinheiro desviado dentro da máquina pública. O petista empresário doa parte da venda ao governo para as campanhas do partido. Se isto acontece com as lanchinhas da Ideli, com o paupérrimo e inútil Ministério da Pesca, imaginem o que não acontece no Ministério da Saúde, no Ministério da Educação e em outras pastas mais recheadas.
Recentemente, Dilma ligou para o dono de uma construtora e ordenou:
" Sérgio, faça as obras do Beira-Rio".
Ele está fazendo. São centenas de milhões de reais ordenados pela presidente da República, sem empenho, sem concorrência, com apenas um telefonaço.
Não é à toa que esta construtora é uma das maiores doadoras do PT. Se 28 lanchinhas da Ideli renderam R$ 150 mil, quanto não rendeu o navio João Cândido, até hoje encalhado e sem condições de navegabilidade?
04 de abril de 2012
coroneLeaks
LANCHAS SUPERFATURADAS DA IDELI. MINISTÉRIO "ROUBOU" EMENDAS PARA COMPRAR A FROTA
O Ministério da Pesca usou como justificativa para a compra de 28 lanchas-patrulha emendas do Congresso que destinavam recursos, na verdade, para atividades produtivas no Pará e no Maranhão.
A aquisição das embarcações, no valor total de R$ 31 milhões, é questionada pelo TCU (Tribunal de Contas da União) e algumas delas estão paradas há cerca de um ano. A empresa fornecedora também teria sido cobrada a fazer doação eleitoral ao PT de Santa Catarina.
Uma das emendas usada pela pasta foi da bancada maranhense, que destinou R$ 16,7 milhões do Orçamento federal para obras de infraestrutura pesqueira na região metropolitana de São Luís, visando a geração de renda. A maior obra seria a implantação de um mercado de peixe. A proposta foi dos deputados Domingos Dutra (PT), Julião Amin (PDT) e Ribamar Alves (PSB).
Dutra negou saber do redirecionamento do dinheiro da emenda: "Se houve isso, vou entrar com ação judicial contra a Pesca. Ali é uma região que só tem urubu, cachorro leproso, rato, lixo e gente pobre. Isso foi desonestidade".
Outra emenda usada foi da bancada paraense, no valor de R$ 28 milhões, que previa o apoio a unidades da cadeia produtiva pesqueira, como fábricas de gelo e mecanização de cultivos.
Após a compra das lanchas, a empresa fornecedora, a Intech Boating, doou R$ 150 mil em 2010 para a campanha do PT de Santa Catarina, partido do então ministro, Altemir Gregolin, e da candidata ao governo Ideli Salvatti, que depois também seria ministra da Pesca.
Das 28 embarcações, 16 foram entregues e distribuídas para 14 Estados e dois órgãos federais. Maranhão e Pará receberam uma cada um.
Auditoria do TCU apontou "falhas graves de planejamento" da Secretaria da Pesca, tanto que 23 das 28 lanchas estão fora de operação. O patrulhamento das águas não é competência do órgão. O Ministério da Pesca firmou acordo de cooperação com a Secretaria de Segurança do Maranhão, em junho do ano passado, para colocar uma lancha em atividade. Mas o barco também não estava em operação. Técnico da Consultoria de Orçamento da Câmara ouvido pela Folha afirmou que a patrulha e fiscalização da pesca, destinação final das lanchas, não estava prevista na "ação" orçamentária das emendas. O Ministério da Pesca não quis se manifestar sobre o desvio de finalidade dos recursos das emendas.
04 de abril de 2012
coroneLeaks
(Folha de São Paulo)
A aquisição das embarcações, no valor total de R$ 31 milhões, é questionada pelo TCU (Tribunal de Contas da União) e algumas delas estão paradas há cerca de um ano. A empresa fornecedora também teria sido cobrada a fazer doação eleitoral ao PT de Santa Catarina.
Uma das emendas usada pela pasta foi da bancada maranhense, que destinou R$ 16,7 milhões do Orçamento federal para obras de infraestrutura pesqueira na região metropolitana de São Luís, visando a geração de renda. A maior obra seria a implantação de um mercado de peixe. A proposta foi dos deputados Domingos Dutra (PT), Julião Amin (PDT) e Ribamar Alves (PSB).
Dutra negou saber do redirecionamento do dinheiro da emenda: "Se houve isso, vou entrar com ação judicial contra a Pesca. Ali é uma região que só tem urubu, cachorro leproso, rato, lixo e gente pobre. Isso foi desonestidade".
Outra emenda usada foi da bancada paraense, no valor de R$ 28 milhões, que previa o apoio a unidades da cadeia produtiva pesqueira, como fábricas de gelo e mecanização de cultivos.
Após a compra das lanchas, a empresa fornecedora, a Intech Boating, doou R$ 150 mil em 2010 para a campanha do PT de Santa Catarina, partido do então ministro, Altemir Gregolin, e da candidata ao governo Ideli Salvatti, que depois também seria ministra da Pesca.
Das 28 embarcações, 16 foram entregues e distribuídas para 14 Estados e dois órgãos federais. Maranhão e Pará receberam uma cada um.
Auditoria do TCU apontou "falhas graves de planejamento" da Secretaria da Pesca, tanto que 23 das 28 lanchas estão fora de operação. O patrulhamento das águas não é competência do órgão. O Ministério da Pesca firmou acordo de cooperação com a Secretaria de Segurança do Maranhão, em junho do ano passado, para colocar uma lancha em atividade. Mas o barco também não estava em operação. Técnico da Consultoria de Orçamento da Câmara ouvido pela Folha afirmou que a patrulha e fiscalização da pesca, destinação final das lanchas, não estava prevista na "ação" orçamentária das emendas. O Ministério da Pesca não quis se manifestar sobre o desvio de finalidade dos recursos das emendas.
04 de abril de 2012
coroneLeaks
(Folha de São Paulo)
SITUAÇÃO DE DEMÓSTENES TORRES SE COMPLICA CADA VEZ MAIS
Reportagem de Fábio Fabrini, da Agência Estado, revela que grampos da Polícia Federal indicam que o prédio funcional em que mora o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) em Brasília servia de ponto de encontro para reuniões da cúpula da máfia dos caça-níqueis em Goiás e no Distrito Federal. Em conversas interceptadas durante a Operação Monte Carlo, o sargento Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, apontado como um dos operadores de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, relata uma reunião de integrantes do esquema no local.
No telefonema de 17 minutos, gravado no dia 21 de dezembro de 2010, Dadá diz a Lenine Araújo de Souza – segundo homem na hierarquia da organização, responsável pela administração contábil do grupo, conforme a PF – que está no Bloco C da Quadra 309, na Asa Sul, em Brasília. Trata-se do chamado bloco dos senadores, onde Demóstenes e outros parlamentares ocupam apartamentos funcionais cedidos pelo Senado.
“Está aonde“, pergunta Lenine? “Aqui na 309, Bloco C, no estacionamento, na Sul, na Asa Sul“, responde o sargento. Segundo as transcrições do diálogo, às quais o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso, também foram ao bloco Cachoeira, ao qual Dadá e outros integrantes do grupo se referem como “o homem”; Cláudio Dias de Abreu, citado no inquérito da operação como sócio do empresário em negócios ilegais; e Wladimir Garcez Henrique, que seria seu braço-direito, encarregado de obter facilidades nas polícias Militar e Civil de Goiás. O bloco C e o Bloco G, onde mora Demóstenes, são conjugados, unidos, e possuem um estacionamento comum.
Eram cerca de 16h40 e, na conversa, Dadá dizia estar em frente ao prédio desde a hora do almoço. “O homem está aqui, Cláudio está aqui, não posso sair“, explicou a Lenine, que o questionava sobre sua ausência em outro compromisso.
Demóstenes Torres estava em Brasília no mesmo dia da reunião, conforme os registros do Senado, tendo discursado em plenário no fim da tarde. Procurado pelo repórter, o advogado do senador, Antonio Carlos Almeida Castro, o Kakay, não se pronunciou sobre esse trecho das gravações.
Segundo o inquérito, após o encontro no prédio dos senadores, o grupo seguiu para reunião com um advogado. Não fica claro quem é o profissional. “Encontramos com o homem aqui na 309. A gente está indo lá pro Gustavo, advogado no Lago Sul“, afirma o sargento.
O inquérito da Monte Carlo comprova a extensa teia de relações do grupo, que se valia de contatos nos mais diversos órgãos para emplacar seus interesses. Numa das conversas, Gleyb Ferreira da Cruz – elo de Cachoeira com o delegado da PF Deuselino Valadares, também preso na Monte Carlo – comenta com um interlocutor sobre a possibilidade de “entrar com um interesse” na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para resolver um negócio de R$ 300 mil.
Segundo o inquérito, Cachoeira controlava o jogo não só em Goiás, mas no Distrito Federal. O dinheiro obtido como comissão de operadores das casas de jogos era “lavado” em diversas empresas, boa parte em nome de laranjas. Dadá identificava e coordenava o fechamento de casas concorrentes, algumas em áreas nobres da capital federal, como o Lago Sul e Plano Piloto.
04 de abril de 2012
No telefonema de 17 minutos, gravado no dia 21 de dezembro de 2010, Dadá diz a Lenine Araújo de Souza – segundo homem na hierarquia da organização, responsável pela administração contábil do grupo, conforme a PF – que está no Bloco C da Quadra 309, na Asa Sul, em Brasília. Trata-se do chamado bloco dos senadores, onde Demóstenes e outros parlamentares ocupam apartamentos funcionais cedidos pelo Senado.
“Está aonde“, pergunta Lenine? “Aqui na 309, Bloco C, no estacionamento, na Sul, na Asa Sul“, responde o sargento. Segundo as transcrições do diálogo, às quais o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso, também foram ao bloco Cachoeira, ao qual Dadá e outros integrantes do grupo se referem como “o homem”; Cláudio Dias de Abreu, citado no inquérito da operação como sócio do empresário em negócios ilegais; e Wladimir Garcez Henrique, que seria seu braço-direito, encarregado de obter facilidades nas polícias Militar e Civil de Goiás. O bloco C e o Bloco G, onde mora Demóstenes, são conjugados, unidos, e possuem um estacionamento comum.
Eram cerca de 16h40 e, na conversa, Dadá dizia estar em frente ao prédio desde a hora do almoço. “O homem está aqui, Cláudio está aqui, não posso sair“, explicou a Lenine, que o questionava sobre sua ausência em outro compromisso.
Demóstenes Torres estava em Brasília no mesmo dia da reunião, conforme os registros do Senado, tendo discursado em plenário no fim da tarde. Procurado pelo repórter, o advogado do senador, Antonio Carlos Almeida Castro, o Kakay, não se pronunciou sobre esse trecho das gravações.
Segundo o inquérito, após o encontro no prédio dos senadores, o grupo seguiu para reunião com um advogado. Não fica claro quem é o profissional. “Encontramos com o homem aqui na 309. A gente está indo lá pro Gustavo, advogado no Lago Sul“, afirma o sargento.
O inquérito da Monte Carlo comprova a extensa teia de relações do grupo, que se valia de contatos nos mais diversos órgãos para emplacar seus interesses. Numa das conversas, Gleyb Ferreira da Cruz – elo de Cachoeira com o delegado da PF Deuselino Valadares, também preso na Monte Carlo – comenta com um interlocutor sobre a possibilidade de “entrar com um interesse” na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para resolver um negócio de R$ 300 mil.
Segundo o inquérito, Cachoeira controlava o jogo não só em Goiás, mas no Distrito Federal. O dinheiro obtido como comissão de operadores das casas de jogos era “lavado” em diversas empresas, boa parte em nome de laranjas. Dadá identificava e coordenava o fechamento de casas concorrentes, algumas em áreas nobres da capital federal, como o Lago Sul e Plano Piloto.
04 de abril de 2012
ROGER WATERS, DO EXTINTO GRUPO PINK FLOYD, DEFENDEU OS PALESTINOS
Ativista da causa palestina desde 2006, quando decidiu conhecer a Cisjordânia depois de um show em Tel Aviv, Waters, em entrevista coletiva realizada no Rio de Janeiro, defendeu os palestinos, criticou o governo israelense e declarou apoio à campanha BDS, que boicota produtos fabricados em Israel. Também divulgou o Fórum Social Palestina Livre, encontro internacional a ser realizado em Porto Alegre de 28 de novembro a 1º. de dezembro de 2012.
As declarações desagradaram a Federação Israelita do Rio de Janeiro (FIERJ). Segundo nota publicada na coluna de Alcelmo Gois, em O Globo, o advogado da FIERJ, Ricardo Brajterman, tentou impedir na Justiça que Roger Walters voltasse a fazer “declarações antissionistas” no show realizado no Engenhão em 29 de março.
Acostumados à submissão europeia e estadunidense, os sionistas não esperavam a reação dos brasileiros, de afirmação da liberdade de expressão e de rejeição a todas as tentativas de calar as pessoas, em especial as que fazem críticas a Israel pela violação dos direitos humanos dos palestinos.
Várias organizações, como o Comitê de Solidariedade e Apoio ao Povo Palestino do Rio de Janeiro, a Frente em Defesa do Povo Palestino e a Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) divulgaram notas públicas de apoio às declarações de Roger e de repúdio à atitude da FIERJ.
“Israel ocupa territórios palestinos em desacordo com todas as leis internacionais, ergueu o muro do apartheid e da colonização, que foi declarado ilegal pelo Tribunal Internacional [de Justiça]. Constrói assentamentos na Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel, em desacordo com todas as resoluções internacionais. Cerca e bombardeia a Faixa de Gaza, onde 1,5 milhão de palestinos estão sujeitos a sobreviver abaixo das mínimas condições de alimentação, educação e saúde. Israel não respeita e não cumpre as resoluções da ONU e do direito internacional, em total isolamento com a comunidade internacional. O governo de Israel faz tudo isso em nome do sionismo e quer impedir as pessoas de criticar essas ilegalidades e ações desumanas e opressoras?”, escreveram os ativistas da Fepal.
“Repudiamos toda tentativa de intimidação e censura à liberdade de expressão por parte dessa [FIERJ] ou de qualquer outra organização. Tal atitude – inconstitucional, nos moldes da ditadura militar que vigorou no Brasil dos anos 1960 aos anos 1980 –, não tem mais espaço no Brasil”, afirmaram o Comitê de Solidariedade e Apoio ao Povo Palestino e a Frente em Defesa do Povo Palestino, citando, em seguida, artigos da Constituição brasileira e da Declaração de Direitos Humanos.
Reclamações também foram feitas ao Ministério Público, que pode abrir processo contra a FIERJ.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Esse negócio de artista se meter em política sempre dá confusão. Como o Brasil é democrático e aceita opiniões díspares, Walters sabia que ganharia espaço na mídia. A reação da Federação Israelita foi inoportuna, porque teve efeito contrário e fez com que as declarações de Walters ganhassem mais repercussão do que normalmente teriam.
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LEIA A CARTA DE WALTERS
Desde minha visita a Israel e aos territórios ocupados, em 2006, eu faço parte de um movimento internacional para apoiar o povo palestino em sua luta por liberdade, justiça e igualdade.
Sinto-me honrado por ter sido convidado pelo Comitê Nacional Palestino BDS para anunciar a iniciativa da realização do Fórum Social Mundial Palestina Livre em Porto Alegre, Brasil, em novembro deste ano, em cooperação com o movimento social brasileiro e redes internacionais da sociedade civil.
O objetivo será a criação de um encontro internacional que irá incentivar o instinto humano básico em todos os homens e mulheres de boa fé para se unirem em apoio ao povo palestino em sua luta por autodeterminação.
Em todo o mundo, nosso movimento está crescendo. Incentivado por eventos como o que acontecerá aqui no Brasil, a nossa voz vai crescer.
Continuaremos o nosso apelo pelo fim da ocupação israelense de terras palestinas, pela derrubada dos muros de colonização e de apartheid, pela criação de um Estado palestino com sua capital em Jerusalém, pela concessão de direitos plenos e iguais aos cidadãos árabe-palestinos de Israel e pelo direito dos refugiados palestinos de voltar para suas casas, conforme exigido pela Convenção de Genebra, como estipulado na resolução 194 da ONU de 1949 e também reafirmado pelo Tribunal Internacional de Justiça em 9 de julho de 2004.
Estou muito encorajado pelo crescimento desse movimento em Israel, especialmente entre os jovens judeus israelenses, e também pelo não menos importante “Boicote de Dentro”, com quem estou em contato.
Nós estamos com vocês. Eventos em Israel e nos territórios ocupados não são amplamente relatados nem com precisão no Ocidente. Em novembro próximo, o Fórum Social Mundial Palestina Livre, em Porto Alegre, vai ajudar a quebrar os muros de desinformação e cumplicidade.
Conclamo as pessoas de consciência para que apoiem este fórum e ajudem a torná-lo um divisor de águas na solidariedade internacional ao povo palestino.
A verdade nos libertará.
04 de abril de 2012
Baby Siqueira Abrão
Transcrito do site Brasil de Fato
As declarações desagradaram a Federação Israelita do Rio de Janeiro (FIERJ). Segundo nota publicada na coluna de Alcelmo Gois, em O Globo, o advogado da FIERJ, Ricardo Brajterman, tentou impedir na Justiça que Roger Walters voltasse a fazer “declarações antissionistas” no show realizado no Engenhão em 29 de março.
Acostumados à submissão europeia e estadunidense, os sionistas não esperavam a reação dos brasileiros, de afirmação da liberdade de expressão e de rejeição a todas as tentativas de calar as pessoas, em especial as que fazem críticas a Israel pela violação dos direitos humanos dos palestinos.
Várias organizações, como o Comitê de Solidariedade e Apoio ao Povo Palestino do Rio de Janeiro, a Frente em Defesa do Povo Palestino e a Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) divulgaram notas públicas de apoio às declarações de Roger e de repúdio à atitude da FIERJ.
“Israel ocupa territórios palestinos em desacordo com todas as leis internacionais, ergueu o muro do apartheid e da colonização, que foi declarado ilegal pelo Tribunal Internacional [de Justiça]. Constrói assentamentos na Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel, em desacordo com todas as resoluções internacionais. Cerca e bombardeia a Faixa de Gaza, onde 1,5 milhão de palestinos estão sujeitos a sobreviver abaixo das mínimas condições de alimentação, educação e saúde. Israel não respeita e não cumpre as resoluções da ONU e do direito internacional, em total isolamento com a comunidade internacional. O governo de Israel faz tudo isso em nome do sionismo e quer impedir as pessoas de criticar essas ilegalidades e ações desumanas e opressoras?”, escreveram os ativistas da Fepal.
“Repudiamos toda tentativa de intimidação e censura à liberdade de expressão por parte dessa [FIERJ] ou de qualquer outra organização. Tal atitude – inconstitucional, nos moldes da ditadura militar que vigorou no Brasil dos anos 1960 aos anos 1980 –, não tem mais espaço no Brasil”, afirmaram o Comitê de Solidariedade e Apoio ao Povo Palestino e a Frente em Defesa do Povo Palestino, citando, em seguida, artigos da Constituição brasileira e da Declaração de Direitos Humanos.
Reclamações também foram feitas ao Ministério Público, que pode abrir processo contra a FIERJ.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Esse negócio de artista se meter em política sempre dá confusão. Como o Brasil é democrático e aceita opiniões díspares, Walters sabia que ganharia espaço na mídia. A reação da Federação Israelita foi inoportuna, porque teve efeito contrário e fez com que as declarações de Walters ganhassem mais repercussão do que normalmente teriam.
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LEIA A CARTA DE WALTERS
Desde minha visita a Israel e aos territórios ocupados, em 2006, eu faço parte de um movimento internacional para apoiar o povo palestino em sua luta por liberdade, justiça e igualdade.
Sinto-me honrado por ter sido convidado pelo Comitê Nacional Palestino BDS para anunciar a iniciativa da realização do Fórum Social Mundial Palestina Livre em Porto Alegre, Brasil, em novembro deste ano, em cooperação com o movimento social brasileiro e redes internacionais da sociedade civil.
O objetivo será a criação de um encontro internacional que irá incentivar o instinto humano básico em todos os homens e mulheres de boa fé para se unirem em apoio ao povo palestino em sua luta por autodeterminação.
Em todo o mundo, nosso movimento está crescendo. Incentivado por eventos como o que acontecerá aqui no Brasil, a nossa voz vai crescer.
Continuaremos o nosso apelo pelo fim da ocupação israelense de terras palestinas, pela derrubada dos muros de colonização e de apartheid, pela criação de um Estado palestino com sua capital em Jerusalém, pela concessão de direitos plenos e iguais aos cidadãos árabe-palestinos de Israel e pelo direito dos refugiados palestinos de voltar para suas casas, conforme exigido pela Convenção de Genebra, como estipulado na resolução 194 da ONU de 1949 e também reafirmado pelo Tribunal Internacional de Justiça em 9 de julho de 2004.
Estou muito encorajado pelo crescimento desse movimento em Israel, especialmente entre os jovens judeus israelenses, e também pelo não menos importante “Boicote de Dentro”, com quem estou em contato.
Nós estamos com vocês. Eventos em Israel e nos territórios ocupados não são amplamente relatados nem com precisão no Ocidente. Em novembro próximo, o Fórum Social Mundial Palestina Livre, em Porto Alegre, vai ajudar a quebrar os muros de desinformação e cumplicidade.
Conclamo as pessoas de consciência para que apoiem este fórum e ajudem a torná-lo um divisor de águas na solidariedade internacional ao povo palestino.
A verdade nos libertará.
04 de abril de 2012
Baby Siqueira Abrão
Transcrito do site Brasil de Fato
REFLEXÕES SOBRE A EXCESSIVA VALORIZAÇÃO DO REAL, JUROS, CARGA TRIBUTÁRIA
Em decorrência da política monetária de juro zero nas economias dos países desenvolvidos, Estados Unidos e Zona do Euro, há uma quantidade enormede moeda estrangeira, principalmente de dólares, entrando no mercado nacional. E, como conseqüência da alta taxa de juros brasileira, que agora começa a ser baixada, há uma inundação de dólares no mercado brasileiro buscando a alta rentabilidade causada pela elevadíssima taxa de juros interna do Brasil, fazendo a operação de arbitragem, tomando dinheiro barato no exterior e investindo em títulos públicos brasileiros remunerados pela alta taxa Selic.
Em função disso, da elevada quantidade de dólares no Brasil e da taxa de juros ainda bastante elevada, tem-se uma situação em que há enorme montante de dólares e uma reduzida quantidade de reais em função da política monetária restritiva executada pelo Banco Central brasileiro.
Como efeito, muitos dólares e poucos reais, o preço do dólar, que é a taxa de câmbio, fica baixo, o que barateia as importações e encarece as exportações, causando déficit na balança comercial.
Há outras causas apontadas que também são corretas como fatores que encarecem o preço das exportações nacionais, quais sejam, a carga tributária elevada, a taxa de juros interna extremamente alta (somente as empresas grandes conseguem tomar empréstimos a juros menores no exterior ou no BNDES), além da infraestrutura deficiente (rodovias e portos em péssimo estado, o que onera o valor do frete e eleva o preço final da mercadoria a ser exportada, o chamado custo Brasil).
É uma lástima que o Brasil não tenha feito a opção pelo transporte ferroviário para escoamento da sua produção agrícola e industrial, muito mais barato. Outro fator que afeta negativamente a situação das exportações brasileiras é o fato de o Governo Brasileiro, na execução da sua política fiscal agora mais restritiva, estar cortando a despesa pública nos investimentos em infraestrutura, que não estão aumentando, e sim sendo reduzidos, e não no custeio, como seria desejável.
Como tudo na vida, também a questão da sobreapreciação cambial tem aspectos favoráveis e desfavoràveis: se por um lado contribui para controlar a inflação, por outro contribui para o encarecimento das exportações, o que as torna mais caras que os produtos das outras nações, causando o encalhe dos produtos brasileiros exportados, a redução dos lucros dos empresários dos setores exportadores do Brasil e o consequente desemprego nesses mesmos setores.
Para diminuir esse desemprego, o governo aumenta a tributação sobre os importados, podendo conseguir deter um pouco a escalada do desemprego, o que ocorre às custas da eficiência produtiva e do bem estar do consumidor, que acaba comprando o produto brasileiro de pior qualidade do que o rival importado, encarecido artificialmente péla tributação do Governo sobre as importações.
04 de abril de 2012
Carlos Frederico Alverga
Em função disso, da elevada quantidade de dólares no Brasil e da taxa de juros ainda bastante elevada, tem-se uma situação em que há enorme montante de dólares e uma reduzida quantidade de reais em função da política monetária restritiva executada pelo Banco Central brasileiro.
Como efeito, muitos dólares e poucos reais, o preço do dólar, que é a taxa de câmbio, fica baixo, o que barateia as importações e encarece as exportações, causando déficit na balança comercial.
Há outras causas apontadas que também são corretas como fatores que encarecem o preço das exportações nacionais, quais sejam, a carga tributária elevada, a taxa de juros interna extremamente alta (somente as empresas grandes conseguem tomar empréstimos a juros menores no exterior ou no BNDES), além da infraestrutura deficiente (rodovias e portos em péssimo estado, o que onera o valor do frete e eleva o preço final da mercadoria a ser exportada, o chamado custo Brasil).
É uma lástima que o Brasil não tenha feito a opção pelo transporte ferroviário para escoamento da sua produção agrícola e industrial, muito mais barato. Outro fator que afeta negativamente a situação das exportações brasileiras é o fato de o Governo Brasileiro, na execução da sua política fiscal agora mais restritiva, estar cortando a despesa pública nos investimentos em infraestrutura, que não estão aumentando, e sim sendo reduzidos, e não no custeio, como seria desejável.
Como tudo na vida, também a questão da sobreapreciação cambial tem aspectos favoráveis e desfavoràveis: se por um lado contribui para controlar a inflação, por outro contribui para o encarecimento das exportações, o que as torna mais caras que os produtos das outras nações, causando o encalhe dos produtos brasileiros exportados, a redução dos lucros dos empresários dos setores exportadores do Brasil e o consequente desemprego nesses mesmos setores.
Para diminuir esse desemprego, o governo aumenta a tributação sobre os importados, podendo conseguir deter um pouco a escalada do desemprego, o que ocorre às custas da eficiência produtiva e do bem estar do consumidor, que acaba comprando o produto brasileiro de pior qualidade do que o rival importado, encarecido artificialmente péla tributação do Governo sobre as importações.
04 de abril de 2012
Carlos Frederico Alverga
SÍRIA IMPLANTA PLANO PARA REDUZIR A VIOLÊNCIA ATÉ 10 DE ABRIL. E AGORA, O QUE FARÃO OS EUA?
A agência France Presse informa que o mediador da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Kofi Annan, afirmou segunda-feira ao Conselho de Segurança da ONU que Damasco havia aceitado a data limite de 10 de abril para pôr em prática o plano de reduzir a violência no páis, um anúncio recebido com “ceticismo” pelos Estados Unidos.
Por sua vez, o governo dos EUA admitiu que mandará 1,25 milhão de dólares para financiar um Centro de Informação para a Justiça na Síria, encarregado de contar as violações dos direitos humanos cometidos no país. Com isso, concretiza-se de imediato a decisão de fornecer salários mensais aos rebeldes sírios, conforme ficou acertado domingo, na reunião internacional realizada em Instambul pelos chamados “Amigos da Síria”, que verdadeiramente de amigos não têm nada…
Um pouco mais cedo, a Rússia, fiel ao regime sírio de Bashar al-Assad, rejeitou qualquer prazo para aplicar o plano de Annan, solicitado no domingo em Istambul pelos “Amigos da Síria”. Ou seja, a Rússia seguirá vetando qualquer possibilidade de agressão externa à Síria pela ONU.
Annan, que se dirigiu ao Conselho de Segurañça através de videoconferência de Genebra, disse que o governo de Damasco aceitou começar a aplicar o plano no dia 10 de abril e que respeitará um cessar-fogo dentro de 48 horas depois desse prazo, disseram fontes diplomáticas.
Annan pediu aos 15 membros do Conselho de Segurança da ONU que apoiem a data limite, explicaram as mesmas fontes. E também disse que o Conselho de Segurança deve começar a considerar a possibilidade de mobilizar uma missão de observadores para monitorar os acontecimentos na Síria, onde mais de 10 mil pessoas morreram desde o começo do conflito há um ano, segundo dados da ONU.
O plano de Annan defende o fim da violência por todas as partes, sob a supervisão da ONU, o fornecimento de ajuda humanitária às regiões afetadas pelos combates e a libertação das pessoas detidas arbitrariamente.
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EUA SAEM PERDENDO
Depois do anúncio, os Estados Unidos expressaram suas dúvidas a respeito da vontade real de Damasco de aplicar esse plano. Mas o maior problema de Washington é que a reunião de domingo os “Amigos da Síria” não aprovaram o envio de mais armamentos militares aos rebeldes.
Diante deste cenário, os representantes do Exército Livre da Síria (ELS, formado por militares dissidentes e desertores do exército regular) não escondiam sua frustração e reiteraram que, sem armamento do exterior, o regime de Assad não cairá.
Com isso se afasta temporariamente a possibilidade de uma intervenção ocidental semelhante à desfechada contra o Iraque, o Afeganistão ou a Líbia. Melhor assim.
04 de abril de 2012
Carlos Newton
Por sua vez, o governo dos EUA admitiu que mandará 1,25 milhão de dólares para financiar um Centro de Informação para a Justiça na Síria, encarregado de contar as violações dos direitos humanos cometidos no país. Com isso, concretiza-se de imediato a decisão de fornecer salários mensais aos rebeldes sírios, conforme ficou acertado domingo, na reunião internacional realizada em Instambul pelos chamados “Amigos da Síria”, que verdadeiramente de amigos não têm nada…
Um pouco mais cedo, a Rússia, fiel ao regime sírio de Bashar al-Assad, rejeitou qualquer prazo para aplicar o plano de Annan, solicitado no domingo em Istambul pelos “Amigos da Síria”. Ou seja, a Rússia seguirá vetando qualquer possibilidade de agressão externa à Síria pela ONU.
Annan, que se dirigiu ao Conselho de Segurañça através de videoconferência de Genebra, disse que o governo de Damasco aceitou começar a aplicar o plano no dia 10 de abril e que respeitará um cessar-fogo dentro de 48 horas depois desse prazo, disseram fontes diplomáticas.
Annan pediu aos 15 membros do Conselho de Segurança da ONU que apoiem a data limite, explicaram as mesmas fontes. E também disse que o Conselho de Segurança deve começar a considerar a possibilidade de mobilizar uma missão de observadores para monitorar os acontecimentos na Síria, onde mais de 10 mil pessoas morreram desde o começo do conflito há um ano, segundo dados da ONU.
O plano de Annan defende o fim da violência por todas as partes, sob a supervisão da ONU, o fornecimento de ajuda humanitária às regiões afetadas pelos combates e a libertação das pessoas detidas arbitrariamente.
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EUA SAEM PERDENDO
Depois do anúncio, os Estados Unidos expressaram suas dúvidas a respeito da vontade real de Damasco de aplicar esse plano. Mas o maior problema de Washington é que a reunião de domingo os “Amigos da Síria” não aprovaram o envio de mais armamentos militares aos rebeldes.
Diante deste cenário, os representantes do Exército Livre da Síria (ELS, formado por militares dissidentes e desertores do exército regular) não escondiam sua frustração e reiteraram que, sem armamento do exterior, o regime de Assad não cairá.
Com isso se afasta temporariamente a possibilidade de uma intervenção ocidental semelhante à desfechada contra o Iraque, o Afeganistão ou a Líbia. Melhor assim.
04 de abril de 2012
Carlos Newton
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