"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sábado, 12 de novembro de 2011

OS JUDEUS E O DESARMAMENTO

Os judeus têm armas, os judeus têm armas!
Grito de soldado alemão no início do levante do Gueto de Varsóvia (abril, 1943).


Um dos aspectos que mais nos surpreende na campanha de desarmamento civil em curso no país é a passividade com que certos segmentos da sociedade aceitam sem críticas este movimento. Como exemplo podemos citar a bancada ruralista na Câmara dos Deputados. Apesar de ser óbvio aos olhos de todos que um dos objetivos primordiais desta campanha é facilitar e estimular o esbulho no campo, estes senhores permanecem em incrível silêncio cúmplice, quando não a apóiam abertamente.

Em nosso entender isso só pode ser explicado pelo temor de enfrentar a mídia capitaneada pelas organizações GLOBO e assim prejudicar suas carreiras políticas. Para esses senhores a carreira política tornou-se mais importante que seus negócios e suas raízes.
Outro grupo que surpreende por seu silêncio é o da Comunidade Israelita no Brasil. É surpreendente porque, por séculos, o povo judeu foi perseguido em inúmeros países e culturas diversas. Humilhação, esbulho, desapropriação, confisco, deportação, prisão e morte fazem parte do passado judeu.

Parece-nos que os judeus brasileiros ignoram, esqueceram ou nada aprenderam com a história. Será que não sabem que o desarmamento sempre precedeu essas ações?
Um dos casos mais conhecidos e documentados de desarmamento dos judeus (mas não o único) ocorreu em 11 de novembro de 1938, quando o Ministro do Interior da Alemanha, Hermann Goering, determinou que os judeus não poderiam mais “adquirir, possuir e portar armas de fogo e munições (...). Os que possuíssem armas e munições deveriam entregá-las imediatamente à autoridade policial mais próxima.”

1
Para que essa ordem fosse cumprida, os judenrat (1) foram encarregados de alardear os “malefícios” de possuir uma arma. Diziam que as armas são perigosas, que causam acidentes e que as pessoas cometem crimes passionais com elas (soa familiar?). Como bons cidadãos, todos deveriam colaborar com o governo entregando suas armas particulares.
O que se seguiu a este ato todos conhecem, mas parece que os judeus brasileiros esqueceram. Esqueceram mesmo, ou isso não passa de receio de se expor ou ser politicamente incorreto?

Alguns dirão que no Brasil é diferente. Que aqui não há anti-semitismo como havia na Alemanha e na Europa em geral no início do século XX. É verdade. Este é um país maravilhoso que acolhe de braços abertos todos os imigrantes. A miscigenação é uma realidade no Brasil e as poucas manifestações racistas sempre foram casos isolados e nunca uma política oficial de Estado na República. Ao menos até hoje!

A verdade é que o governo Lula tem tomado ações bastante duvidosas nesta questão. Políticas “aparentemente equivocadas” levam o racismo para as salas de aula, tais como a criação de cotas para negros nas universidades públicas e a obrigatoriedade de declaração da “raça” nas escolas do primeiro grau (2). A noção de “raça” voltou a fazer parte da política oficial do governo, num retrocesso aos tempos da colônia e do império. No caso específico dos judeus, o governo Lula está mais para Filinto Müller (3) do que para Oswaldo Aranha (4), basta ver sua recente viagem ao Oriente Médio, que não incluiu Israel, e as declarações da Cúpula Países Árabes / América do Sul.

Mas não é só isso. Vejam como os sindicatos ligados à CUT (o braço sindical do PT) proclamam seu apoio ao “pobre povo palestino subjugado pelo imperialismo sionista-israelense” e esclareçam-nos o que tem a ver o conflito no Oriente Médio com o movimento sindical brasileiro.

Será que algum desses sindicalistas conhece algum árabe de origem palestina? Provavelmente não. Mas, muito possivelmente estes sindicalistas têm colegas de trabalho judeus. Não será, então, este assunto totalmente alheio às relações trabalhistas, uma manifestação disfarçada de anti-semitismo?
Outros ainda dirão: - Ah, mas no Brasil nunca houve nada parecido com um pogrom (5).
Sim, mas é preciso lembrar que a imigração israelita para o Brasil aconteceu de forma paulatina e em pequenos números (6). Na Alemanha também não havia anti-semitismo oficial até a década de 30. Soldados judeus combateram nas guerras de 1870 e 1ª Guerra Mundial (1914 -18), como qualquer cidadão alemão. Então, repentinamente em janeiro de 1933, tudo mudou.
Devemos ter a consciência de que o ódio e a intolerância podem brotar a qualquer momento e em qualquer lugar, com muitos fatores capazes de iniciá-los. Conhecemos alguns descendentes de alemães que ainda têm bem viva em suas

2
memórias as agressões e humilhações que seus pais passaram quando o Brasil juntou-se aos Aliados na Segunda Guerra Mundial – alguns tiveram suas casas apedrejadas. Os jornais trazem, amiúde, cenas de populares depredando ônibus e trens pelo país afora - às vezes apenas por estarem atrasados. Isto nos mostra que uma kristallnacht (7) não é uma ocorrência impossível num país tropical.

A urgência.

É preciso ver bem claramente que a campanha de desarmamento visa acabar com o direito à Legítima Defesa, uma ordenação jurídica presente na Constituição e no Código Penal Brasileiro, além de ser um direito natural do homem constante na Torah (8). É preciso que todos saibam que a aprovação da Lei 10.826 (o Estatuto do Desarmamento) desrespeitou diversos itens da Constituição e não foi aprovada no plenário da Câmara dos Deputados. Diversas Ações Diretas de Inconstitucionalidade contra esta lei estão no STF aguardando um julgamento que nunca virá.

A frase que foi aprovada para o referendo de outubro próximo, além da proibição da venda de armas, inclui a proibição da venda de munição no país. Isto também é inconstitucional, por representar um confisco disfarçado das armas existentes (confiscaram a função), além de ferir direitos adquiridos dos proprietários de armas legais (9). Portanto, a partir de 23 de outubro próximo, todas as armas em mãos de civis honestos no Brasil serão paulatinamente transformadas em meras curiosidades ou objetos de decoração.

Todas essas arbitrariedades, aberrações jurídicas e atropelos constitucionais típicos de uma ditadura, revelam uma motivação muito forte e um sentido de urgência que deveria colocar todos os brasileiros, e principalmente os judeus, com “as barbas de molho”. Mais ainda, os efeitos desta lei não se limitarão à nossa geração, pois com o referendo popular de outubro, ela jamais será revogada. Nestes 1870 anos de diáspora, sempre foram os governos os principais inimigos dos judeus. Será que nossos filhos e netos não precisarão de armas? Quem pode prever o futuro?

Diversos brasileiros lúcidos e corajosos já se manifestaram contra o desarmamento. Pessoas tão díspares entre si como o escritor João Ubaldo Ribeiro, o jornalista Carlos Chagas, o ministro do STM Flávio Flores da Cunha Bierrenbach, o filósofo Olavo de Carvalho e a senadora Heloisa Helena (ex PT, atual PSOL-AL) já se pronunciaram a respeito. Não conhecemos um único judeu que tenha escrito uma simples frase contra o desarmamento. Muito pelo contrário, diversos judeus com prestígio e amplo aceso à mídia têm se manifestado pró-desarmamento e participado ostensivamente desta campanha.
Essas manifestações não lembram as dos judenrat de ontem? Surpreende-nos, também, que nenhum empresário judeu esteja apoiando as instituições que combatem o desarmamento. Da mesma forma, estranhamos nenhum acadêmico judeu se manifestar, nem ao menos com dúvidas, diante das pesquisas do ISER / Viva Rio, obviamente manipuladas e distorcidas para apresentar os resultados que lhes convém e apresentadas pela mídia como se ciência fossem.

3
Lembrem-se do Purim (10).
A passividade e subserviência entraram para a tradição cultural do judaísmo europeu em sua tentativa de sobrevivência. Os sabras (11) mais radicais costumam chamar os judeus que permaneceram na Europa ou imigraram para outros países de covardes ou de coitadinhos.

Recentemente, Ariel Sharon (Primeiro Ministro de Israel), falando aos judeus da França, declarou: Vocês judeus franceses moram num país anti-semita e são covardes de não imigrar para Israel! A frase retrata bem o espírito sabra. Eles têm toda razão e é fácil entender porque. Tal como no Brasil de hoje, na Europa do final do século XIX e início do XX, os judeus detinham, na maioria dos países, importante parcela do PIB, da produção científica, artística e acadêmica em geral, ocupavam cargos públicos e possuíam expressivo acesso à imprensa. Apesar disso, não souberam identificar as ameaças que surgiam ou se organizar para neutralizá-las em tempo hábil. Não souberam ou não quiseram se unir e preferiam imigrar a lutar por seus direitos.

É essa passividade e subserviência aos governantes que desperta o desprezo dos sabras. Eles resgatam o espírito valente e indomável dos judeus de antanho, que tanto trabalho deram aos egípcios, persas, gregos e romanos. E fazem isso com seu exemplo: não só nas batalhas que travaram para assegurar a sobrevivência de seu país, mas também na segurança do dia a dia.

Em Israel o governo incentiva todos que fizeram serviço militar (quase toda população) a portar armas ocultas como forma de inibir o terrorismo. Foi esta política que forçou os terroristas árabes a empreender ataques suicidas com bombas, pois a prática anterior de metralhar multidões e fugir não estava mais dando resultado – as vítimas revidavam ao fogo!
Muito embora a imprensa brasileira omita este fato, a maioria dos terroristas mortos em Israel o foi por cidadãos comuns e não pela polícia ou forças de segurança. Certamente a ladainha anti-armas do Viva Rio (Entregue sua arma agora!) não faria, em Israel, o sucesso que faz com os judeus brasileiros.

Nos EUA, diversos intelectuais judeus e rabinos opinam francamente a favor do direito à posse de armas. Existe até uma organização chamada Judeus pela Preservação do Direto de Ter Armas de Fogo (Jews for the Preservation of Firearms Ownership – http://www.jpfo.org) que é muito atuante. Colhemos a ilustração que encabeça este artigo de um desses sítios na internet. Nela está escrito: “Armadas – as pessoas exibem suas cores; Desarmadas - as vítimas são discriminadas por elas” (em tradução livre). Nada parecido existe na internet brasileira.
Mais uma vez, outra vez.

A história está se repetindo no Brasil e os sinais estão aí para quem tem olhos e bom senso para ver. Mais uma vez os judeus assumem a atitude irresponsável da omissão diante de uma situação de alto risco potencial. O movimento pelo desarmamento civil não é um movimento especificamente anti-semita, mas tem um componente de totalitarismo fascista que não pode ser ignorado. É uma “Espada de Dâmocles” ameaçando todas as minorias étnicas e

4
políticas do país. A criminalização da mera posse de uma arma será usada como pretexto para buscas em domicílios, prisões, execração pública e outras formas de coação sobre adversários políticos e inimigos pessoais de alguma autoridade, tal como já ocorreu em inúmeros outros países e ocasiões. É também um gatilho armado para o genocídio e só o tempo dirá como, quando e quem o disparará. É um assunto muito sério para ser tratado da forma leviana como está sendo tratado, ainda mais diante das outras posturas de nossos atuais governantes que incluem a tolerância com ações violentas de grupos radicais, tais como o MST.

Que boa parte da população brasileira, devido a seu baixo nível cultural, seja iludida pelo circo armado pelo governo e TV GLOBO, é compreensível. Mas que os judeus, devido a seu grau de escolaridade acima da média e seu passado ainda recente, compactuem com essa impostura é inconcebível e inadmissível.

Walter C. Merling Jr.
Economista, museólogo e historiador.
Presidente da Associação Brasileira dos Colecionadores de Armas - ABCA
Leonardo Arruda
Engenheiro
Diretor da Associação Nacional dos Proprietários e Comerciantes de Armas - ANPCA

(1) Judenrat: Conselho de representantes judeus criados pelos nazistas nas comunidades e guetos paraexecutarem suas instruções.
(2) Programa “Mostre sua raça – declare sua cor” – Portaria 156 de 20/out/2004 do Ministério daEducação
(3) Filinto Muller: Chefe da Polícia do Distrito Federal durante o Estado Novo (1937 – 1945). Era favorávelàs potências do Eixo. Perseguiu e torturou muitos judeus acusados de serem comunistas.
(4) Oswaldo Aranha: Chanceler brasileiro durante o Estado Novo. Era favorável aos Aliados. Presidiu aseção da ONU que criou o Estado de Israel em 1947.
(5) Pogrom: Chacinas e saques de comunidades judias realizadas na Europa desde o séc. XI.
(6) Não considerando o período holandês (1630 – 1654)
(7) Kristallnacht: Noite dos Cristais (09/11/1938) – Noite em que sinagogas foram queimadas eestabelecimentos judeus foram atacados e saqueados por nazistas e simpatizantes. O nome deriva doscacos de vidros das vitrines que encheram as ruas de várias cidades alemãs. Foi o primeiro pogromalemão na era contemporânea e considerado o início do Holocausto.
(8) Torah: A Bíblia judaica - The Torah and Self-Defense, por David Kopel. - Penn State Law Review
(9) Armas legais: São aquelas devidamente registradas nos órgãos competentes.
(10) Purim: Festa comemorada em 23 de Shevat (fev./mar) lembrando os judeus que se armaram,lutaram e derrotaram o exército do ministro persa que queria exterminá-los.
(11) Sabras: nativos de Israel
Ilustração: cortesia de Oleg Volk
Artigo publicado originalmente no jornal Monitor Mercantil do RJ em 28/jun/05

NÃO ACEITA A POLÍCIA? MESMO FASCISMO DE QUEM QUER ACABAR COM O CONGRESSO...


De quando em vez, surge o papo de acabar com o Congresso Nacional. Sugerem bombas nucleares, mísseis de todo gênero ou mesmo um grande corredor polonês formado por todos os brasileiros. A idéia é sumir com o legislativo pelo fato de que muitos ali são corruptos.

Por mais que se compreenda a raiva do povo, a idéia é inescapavelmente fascista. Trata-se de um poder (função…) da República e ACABAR COM ELE é acabar com um pilar do Estado de Direito. É ditadura (Costa e Silva fechou o Congresso, vale lembrar).

E isso vale para quem não quer saber de polícia, tentando “expulsá-la” de determinados ambientes – sobretudo os mais assanhados, que propõem ACABAR com toda e qualquer polícia. O mesmo erro de quem deseja explodir o Congresso: fascismo. Sim, fascismo é um erro.

Há os que odeiam o legislativo, há os que odeiam a polícia, mas graças a Odin também há os que não são exatamente indigentes mentais a ponto de desconhecer a diferença entre “parte ruim” e “todo necessário”. O legislativo é necessário, assim como uma força estatal para garantir a segurança pública.

Quem faria as leis e fiscalizaria o executivo com o hipotético fim do Congresso? Quem garantiria a segurança da população com a extinção do policiamento? Pois é…

Há policiais corruptos? Sim. Violentos? Sim. É preciso acabar com a polícia por causa disso? Não. A solução é punir exemplarmente esses indivíduos, assim mantendo e MELHORANDO uma função obviamente necessária do Estado.

Eis a síntese simplória de como deveria funcionar o debate, mas muitos – alguns considerados inteligentes por gente burra – defendem A SÉRIO que se acabe com TODA a polícia (outros, não inteligentes mas efetivamente “espertos”, apenas pedem que ela não patrulhe locais onde pretendem cometer uma ou outra contravençãozinha…)

Deve ser um ranço da época militar, é compreensível. O policial era o “inimigo”. Ok, ok. Mas isso foi há décadas! E em que época, afinal, os deputados e senadores foram/eram os “amigos”? Nem por isso se justifica a idéia de acabar com o Congresso.

Uma população esclarecida deveria fiscalizar o estado, o legislativo, a polícia, tendo poder para cobrar medidas severas contra quem comete os excessos – em qualquer setor do poder público. Lutar por isso é justíssimo. Mas muitos que condenam policiais corruptos ou violentos são aqueles que pedem anistia aos mensaleiros, ou acham ruim que um ministro caia só porque se meteu em corrupção.

Que critério é esse?

implicante

A MACONHA E A INVASÃO DA USP

Artigos - Direito
Ora, se uma ocorrência policial comum dava causa suficiente aos atos que se seguiram, apenas por envolver maconha, era óbvio que ela, independentemente dos efeitos psicotrópicos, se faz perigosa, também, sob o ponto de vista social.

Quando leio sobre a violência dos assaltos praticados hoje em dia, fico com saudade do tempo dos trombadinhas. Era uma época tranquila, em que o gatuno esbarrava na vítima, tomava-lhe algo e saía correndo. Tinha medo, e por isso fugia. Era um infeliz constrangido. Hoje, o ladrão ofende e maltrata. Anda armado e aperta o gatilho sem que nem por quê. Sente-se como grande senhor da selva urbana onde impõe sua própria lei. O medo fica por conta apenas da vítima. É a vítima que corre para longe. Se puder.

O que foi que mudou? O que fez o trombadinha transformar-se nesse monstro urbano? Foi a droga. A droga converteu as necessidades sob cujo impulso agia o trombadinha em insaciável demanda por dinheiro para as urgências do vício. Estendeu suas malhas sobre a sociedade, multiplicou a dependência e o exército do crime urbano. Gerou recursos para aquisição de armas letais. Organizou as redes criminosas do tráfico e corrompeu setores do Estado (não apenas na área de segurança pública). Por isso, tenho saudade do tempo dos trombadinhas.

A maconha - nunca esqueça que foi com ela, com a maconha, que tudo começou - abriu a porta desse cofre de perversões e perversidades. Primeiro gerando o hábito social, em seguida o vício, e, depois, desfiando a longa sequência das drogas cada vez mais pesadas que invadiram o mercado com seu poder de destruição.

Outro dia, participando do programa Conexão Band, da rádio Bandeirantes de Porto Alegre, eu disse que a invasão da reitoria da USP tinha sito mais uma evidência dos males causados pela maconha. Imediatamente, um ouvinte protestou dizendo que a erva não leva alguém a agir daquela maneira. Obriguei-me, então, a explicar algo que me parecera óbvio: a sequência de fatos que levara à invasão havia iniciado com a detenção, pela Polícia Militar, de alguns estudantes que curtiam seus baseados no estacionamento da universidade.

Ora, se uma ocorrência policial comum dava causa suficiente aos atos que se seguiram, apenas por envolver maconha, era óbvio que ela, independentemente dos efeitos psicotrópicos, se faz perigosa, também, sob o ponto de vista social. A desproporção na relação de causa e efeito - a detenção de alguns maconheiros e a violência que se seguiu - era apenas mais uma amostra desses tantos males. E, aquele fato em si, um dos muitos episódios diários que têm curso em toda parte exibindo a terrível face social da droga.

Ouvir - não raro de autoridades - um discurso de tolerância em relação à maconha, ou, o que talvez seja ainda pior, perceber que se difunde por repetição a ideia de que maconha não faz mal algum, é profundamente perturbador para quem tem informação verdadeira e objetiva sobre o assunto. Pergunte a profissionais da área de saúde que lidam com dependência química. Ouça peritos a respeito dos efeitos da maconha sobre a atividade cerebral. Indague a pais, mães e professores sobre o impacto que o uso dessa droga determina na capacidade intelectiva, na concentração, na disciplina e na vida escolar dos jovens.

A maconha pode não estar na reta final de muitas tragédias existenciais, mas está no início de boa parte delas. E os enlouquecidos vândalos da reitoria da USP talvez não estivessem sob direto efeito dos seus baseados, mas agiram tendo-os como causa da violência que empregaram.

Percival Puggina, 12 Novembro 2011

ENGANA-SE MUITA GENTE ALGUM TEMPO, MAS NÃO SE ENGANA TODA GENTE TODO TEMPO...

A incompetência do petralha Fernando Haddad: Santa Maria e Fortaleza inauguram protestos contra o Enem

CLICAR SOBRFE A IMAGEM

Pelo menos 300 estudantes em Santa Maria, mais 300 estudantes em Fortaleza, inauguraram nesta sexta-feira o que prometem pela internet ser uma onda de protestos contra o Enem.

Nesta manhã, no interior do Rio Grande do Sul, a manifestação foi na Praça Saldanha Marinho, no Centro. Alguns estudantes falavam de cima de um carro de som. Outros usavam nariz de palhaço, e em frente ao espelho de uma loja havia até uma fila para os estudantes pintarem a cara. Algumas das palavras entoadas pelos estudantes foram: Um, dois, três, quatro, cinco, mil! Queremos que o Enem vá para a… e também: Ei MEC, cadê o respeito? Não se trata estudante desse jeito. Uma professora pediu a anulação das 14 questões idênticas às do material distribuído no Colégio Christus, em Fortaleza. Outros estudantes pediam o retorno do vestibular das federais ou a criação de Enems regionais, em substituição a uma prova para todo o Brasil.

Poucas horas depois e a 4.100 quilômetros dali, na capital do Ceará, outros 300 estudantes, de vários colégios, fizeram uma manifestação contra o Enem na Praça da Imprensa, no bairro Dionísio Torres. A maioria estava sem uniforme, mas outros trajavam roupas de diferentes escolas. Alguns portavam cartazes questionando a lisura da prova, com dizeres como “Vazou ou não vazou?”, “Haddad, pede pra sair”, e “Não foram só 639 que tiveram acesso às questões”. A iniciativa do protesto foi de alunos do colégio Ari de Sá.

“O motivo dessa manifestação é que o Enem tem tido problemas consecutivos nas três edições. O que a gente quer é que seja sério”, disse o estudante Guilherme Almeida, do 3º ano do Ari de Sá. Ele diz ser contra o cancelamento do Enem apenas para os alunos do 3º ano do Christus. “Ou cancelam as questões repetidas, ou cancelam a prova para todo mundo”.

Alguns dos manifestantes cearenses também usam nariz de palhaço. Outros pintaram o número 14 no rosto, em referência às questões do material do colégio idênticas às aplicadas no Enem neste fim de semana.

“Alunos na rua, Enem a culpa é sua”, gritam os estudantes. Eles deram a volta em dois quarteirões e fecharam a rua enquanto andavam. Eles se descolaram para não atrapalhar as aulas de uma escola, e caminharam rumo ao prédio do Ministério Público Federal. Estadão Online

AS SAFADEZAS DO PETRALHA BANDIDO AGNELO QUEIROZ

CLICAR SOBRE A IMAGEM

Na semana passada, ISTOÉ obteve com exclusividade o inteiro teor de um explosivo depoimento gravado em vídeo por Geraldo Nascimento de Andrade, testemunha-chave das denúncias sobre o esquema de desvio de verbas com ONGS do programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte. Como motorista, arrecadador e até como laranja para empresas fantasmas, Andrade serviu por mais de quatro anos a essa rede de corrupção. Ele é um homem simples, de 25 anos, que na maior parte do tempo esteve preocupado em garantir uma subsistência modesta. Numa gravação de quase duas horas, Andrade conta tudo o que testemunhou e executou para o grupo. Seu relato, nunca revelado na íntegra, impressiona pela riqueza de detalhes e foi repetido por ele à Polícia Civil e ao Ministério Público. As declarações de Andrade foram checadas pelas autoridades, cruzadas com documentos e ofícios internos do Ministério, aos quais ISTOÉ também teve acesso exclusivo. O material embasou duas denúncias já acolhidas pela Justiça Federal e que correm sob segredo de Justiça. Com esse conjunto é possível traçar pela primeira vez um organograma de quando foi instalado, como atuavam, como era feita a distribuição da propina e o papel de cada operador no complexo esquema de dreno de recursos públicos montado no Esporte. A gravação deixa evidente que a teia de falcatruas que irrigou o caixa do PCdoB foi iniciada e bem azeitada pelo ex-ministro do Esporte e antecessor de Orlando Silva, Agnelo Queiroz, hoje governador do Distrito Federal. O depoimento de Andrade ajuda a demonstrar, com minúcias, como Agnelo organizou esse propinoduto para sugar dinheiro no Ministério do Esporte – operação que se manteve sob administração do PCdoB com Orlando Silva.


"O cabeça dessa quadrilha era o Agnelo, porque ele
liberava o dinheiro para o esquema. Ele liberava o
dinheiro, o João Dias pegava e fazia os contatos. O Miguel
abria as empresas e arranjava pessoas. O esquema
foi até 2009 (…) A gente fazia 20 saques por semana"
Geraldo Nascimento de Andrade, funcionário das ONGs beneficiadas,
laranja em empresas fornecedoras e encarregado de repassar as propinas

Ofícios internos do Ministério do Esporte e dados do processo sigiloso que corre na 10ª Vara Criminal da Justiça Federal em Brasília, obtidos por ISTOÉ, dão ainda mais substância à denúncia de Andrade e confirmam que o policial militar João Dias Ferreira tem motivos de sobra para poupar Agnelo das denúncias que acabaram derrubando Orlando Silva. Esses documentos atestam que a Federação Brasileira de Kung-Fu (Febrak), de João Dias, foi a primeira ONG do esquema a entrar no Ministério, ainda na gestão Agnelo, em 2005. E os convênios assinados em 2006, após sua saída, com a Associação João Dias de Kung Fu, o Instituto Novo Horizonte e a Associação Gomes de Matos – todas elas ligadas ao PM – levam a chancela de um intrigante personagem: Rafael Barbosa. Médico por formação, homem da mais inteira confiança de Agnelo, Barbosa era, na época, secretário Nacional de Esporte Educacional. A ligação entre os dois é tão estreita que o ex-ministro, depois de deixar a pasta, nomeou Rafael Barbosa como seu adjunto na diretoria da Anvisa. Mais tarde, eleito governador do DF, Agnelo entregou-lhe a Secretaria de Saúde, cargo que ele ocupa até hoje.


"Estou gravando isso aqui porque, se alguma coisa acontecer comigo,
foi Agnelo, o Miguel (Santos de Souza, empresário que operacionalizou
o esquema) e o João Dias (Ferreira, o PM que denunciou as fraudes).
A atual esposa do Miguel já me falou que tinham dois ou três carros
me procurando…Vou gravar isso aqui, deixar para todo mundo ver.
Vou falar a verdade de tudo o que aconteceu"

Uma análise mais detalhada do contrato com a Febrak, de João Dias, com o ministério dá um exemplo bastante preciso de como funcionou o conluio. A proposta do convênio de R$ 2,5 milhões para atender dez mil crianças, pelo Segundo Tempo, teve tramitação acelerada. Ganhou carimbo de “urgente” e, em apenas três dias, chegou à mesa de Rafael Barbosa. Em 12 de abril, ele assinou ato de autorização, atestando a “proficiência” da Febrak e dando prazo de dois dias para que a comissão constituída pelo ministro concluísse sua análise. O ato de Barbosa desconsiderou o despacho do coordenador técnico do Ministério, Marcos Roberto dos Santos. O analista, em 22 de março, registrou que vinha se manifestando “diversas vezes em reuniões e documentos à diretoria” sobre a necessidade de averiguação in loco das “atividades inerentes ao desenvolvimento do programa”. O próprio Orlando Silva, então secretário-executivo, alertou para a recomendação de “vistoria prévia das instalações”, antes que se assinasse o contrato.

Diante da pressão interna, a secretária-adjunta de Barbosa, Luciana Homrich, determinou a vistoria e recomendou o nome de Santos, o coordenador técnico, “por ter sido ele mesmo a proceder a análise técnica”. Mas, misteriosamente, isso não aconteceu. A vistoria acabou nas mãos de dois companheiros partidários, o técnico Denizar Dourado e a assessora internacional do Ministério, Flaurizia Rodrigues. A dupla assinou a declaração, datada de 3 de maio, obtida por ISTOÉ, atestando “as boas condições” para a execução do projeto Segundo Tempo nas instalações da Febrak. Um ano depois, no entanto, uma auditoria do próprio ministério constataria o oposto. Registre-se que Dourado é membro da diretoria estadual do PCdoB e Flaurizia, além de integrar as fileiras do partido, ganhou cargo comissionado no governo de Agnelo no DF. Além de não ter estrutura física para prestar o serviço encomendado, a Febrak, conforme um relatório com balanço patrimonial de dezembro de 2004, consultado por ISTOÉ, detinha patrimônio de apenas R$ 90 mil. Ou seja, não possuía recursos para arcar com a contrapartida de R$ 462 mil exigida pelo governo.


“Vi o rosto do Agnelo (quando entregou o dinheiro), vi o rosto do rapaz
que trabalha com ele, um homem forte e calvo. Eles me conhecem, não têm
como mentir. Bota esses caras no detector de mentiras! Eu provo que
saquei o dinheiro. Tem filmagem minha e do Eduardo (Tomaz, o tesoureiro
do esquema), tem filmagem minha e do João Dias, tem filmagem minha
e do Miguel entrando no banco, sacando dinheiro”

No tempo em que trabalhou para o esquema, Geraldo Nascimento de Andrade pôde testemunhar a desenvoltura de outras empresas e ONGs de fachada. O procedimento era sempre o mesmo. “O cabeça dessa quadrilha era o Agnelo, porque ele liberava o dinheiro”, afirma a testemunha. Numa tentativa de tentar abafar o caso, Agnelo chegou a mover um processo, também obtido pela reportagem, contra o delegado da Polícia Civil Giancarlos Zuliani, responsável pela operação que prendeu João Dias e mais quatro pessoas envolvidas na corrupção do Ministério do Esporte. Sem prerrogativa para investigar o ex-ministro, o delegado concentrou-se nas atividades do PM e em seu círculo de relações. Obteve, com autorização judicial, a quebra do sigilo telefônico dessas pessoas e comprovou a ligação umbilical entre Agnelo e o policial militar. “João Dias é quase um filho para Agnelo”, confirma Andrade. Segundo ele, o PM e o ex-ministro lucraram juntos nas fraudes. “O ministro Agnelo ganhou bastante dinheiro. Dá para ver o roubo, tá na cara de todo mundo! Se o João Dias tem R$ 2 milhões em imóveis e tem duas academias, cada uma no valor de R$ 1 milhão, quanto é que o Agnelo não tem?”, ironiza.

As acusações de Andrade são fortes, e ele pagou por elas com limites à sua liberdade. Há um ano, quando gravou o vídeo, ele foi ameaçado de morte por João Dias e acabou entrando para o Programa de Proteção a Testemunhas. Hoje vive escondido. Em vários trechos do DVD, explica que gravou o depoimento como garantia de vida. Temia ser morto pelo PM, a quem acusa de chefiar uma milícia na cidade-satélite de Sobradinho, sede da maior parte das ONGs. “Havia um esquema para me matar. O João Dias tem uma miliciazinha. Eles queriam me apagar por queima de arquivo, só para proteger o Agnelo e toda essa corja aí”, diz. Durante a campanha eleitoral de 2010, assessores do candidato Joaquim Roriz (PSC) tentaram usar pequena parte do depoimento de Geraldo Nascimento Andrade contra Agnelo Queiroz. No trecho, ele confessava ter entregue pessoalmente a Agnelo, quando ministro, a quantia de R$ 256 mil, fruto do esquema de corrupção. A campanha petista recorreu à Justiça Eleitoral e conseguiu proibir a veiculação da denúncia na campanha de Welian Roriz, candidata ao governo do DF. Partes do relato, no entanto, foram parar no Youtube [ver vídeo no final da postagem]. Somente a íntegra do depoimento agora revelado por ISTOÉ, no entanto, permite que, com o cruzamento dos dados disponíveis em processos judiciais, se chegue aos nomes e papel de cada membro do esquema.


"Os saques eram feitos em dinheiro vivo. Sempre. A distribuição era
quase na hora. Às vezes, eles ficavam na porta do banco esperando a gente
em carros diferentes. Todas as empresas tinham a mesma conta. Todas as
empresas tinham o mesmo endereço: na 711 Norte e na 303. O Miguel colocou
algumas das empresas que tinha num apartamento lá, que usava para outros fins”

A importância do testemunho de Andrade é indiscutível. Ele trabalhava para o empresário Miguel Santos Souza, responsável por criar empresas de fachada e recrutar ONGs interessadas em participar do esquema. Antes de desaparecer do mapa, Andrade apontou pessoas que poderiam confirmar sua versão. “Se um dia acontecer alguma coisa comigo, podem procurar o Carlos Eduardo Chuquer, o Murilo Quirino, o George Paul Wright. Eles vão falar o que acontecia nas empresas, porque eles também vão estar em risco”, afirmou. Ele explica, ao longo da fita, que essas pessoas também foram contratadas como laranjas do esquema. Miguel, por exemplo, ficou incumbido de criar empresas de fachada em nome dessas pessoas. A partir daí, emitia notas fiscais frias para forjar gastos das ONGs que recebiam o dinheiro do Ministério dos Esportes. Chuquer era o representante da empresa Transnutri Distribuidora de Alimentos Ltda., com sede no Rio de Janeiro, e cujo diretor é Wright. Quirino, por sua vez, era da Infinita Comércio. O motorista acrescenta que fez pagamentos em cash a ONGs no Rio, em Santa Catarina e Goiás. As fraudes também atingiram convênios do Ministério do Trabalho e do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT). Documentos obtidos por ISTOÉ comprovam a versão. A empresa JG Comércio, que tinha o motorista Andrade como sócio e que emitia notas frias, foi contratada por mais de R$ 1 milhão pela Fundação Oscar Rudge, do Rio, num convênio do Programa Primeiro Emprego. Já o MCT firmou com o Instituto Novo Horizonte três convênios fraudados e hoje cobra ressarcimento de R$ 3,6 milhões.


"Está no meu nome a JG (empresa que fornecia alimentos para
as ONGs). Mas não tenho os 100 mil que estão no contrato.
Dos 5 milhões que passaram na JG, não tenho nenhum real na
minha conta. O que eu fazia? Minha função era sacar dinheiro
e entregar para o pessoal, os donos das ONGs"

Outra prova irrefutável do tratamento privilegiado dado a João Dias na gestão Agnelo é que a Febrak recebeu do Ministério do Esporte, um mês após a assinatura do contrato, todo o material prometido: dez mil camisetas “Segundo Tempo”, 2,5 mil bolas para práticas esportivas e 80 pares de redes de vôlei, futebol de campo, futsal e basquete. Os ofícios de liberação de material esportivo, obtidos com exclusividade por ISTOÉ, trazem a assinatura de próprio punho de Agnelo Queiroz. Da mesma forma, o secretário Rafael Barbosa – sempre ele, o amigo fiel – assina o pedido de liberação da segunda parcela do convênio com a Febrak, no valor de R$ 730 mil, sem que a entidade tivesse entregado a prestação de contas parcial – como exige a norma. Em apenas cinco dias, o pagamento foi feito, com autorização do subsecretário de Orçamento do Ministério, Cláudio Monteiro, que acompanha Agnelo desde os tempos de deputado federal. Ressalte-se que, durante a gestão de Agnelo no Esporte também foram firmados convênios fraudulentos de mais de R$ 5 milhões com três entidades ligadas ao PCdoB e a Agnelo: a Federação dos Trabalhadores no Comércio (Fetracom), a Liga de Futebol Society do DF e o Sindicato de Clubes e Entidades de Classe Promotoras do Lazer (Sinlazer). A Fetracom, por exemplo, é dirigida por Geralda Godinho, nomeada pelo governador como administradora do Riacho Fundo II, uma cidade-satélite da capital.

CLICAR SOBRE AS IMAGENS






Claudio Dantas Sequeira, IstoÉ Online
abobado

MINISTÉRIO DO TRABALHO: POR BAIXO, QUSE MEIO BILHÃO EM TRETA


Exposto por centenas de convênios mal gerenciados, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) analisa precariamente a prestação de contas de seus parceiros públicos e privados. A “situação é crítica”, definiu o Tribunal de Contas da União (TCU) em acórdão aprovado pelo plenário no último dia 19 de outubro, após análise dos contratos da pasta. Mais de 500 relatórios de prestação de contas apresentados por entidades que receberam dinheiro público estão nas gavetas do ministério e metade deles corre o risco de ficar sem análise por mais de cinco anos, segundo o TCU.

Em 2010, auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) já alertava que a falta de controle e as falhas no processo de escolha de entidades que fazem convênios para qualificação profissional são uma porta aberta para os desvios – ainda assim, o ministério não analisou as prestações de contas.

Desde 2007, quando Carlos Lupi (PDT) assumiu o ministério, a pasta já firmou R$ 1,55 bilhão em convênios, dos quais quase um terço (R$ 448,8 mil) abasteceu instituições privadas sem fins lucrativos, as ONGs. Antes mesmo de a presidente Dilma Rousseff determinar a suspensão de todos os convênios federais com ONGs, semana passada, o TCU já recomendava, em outubro, que o Trabalho não firmasse novos contratos por 60 dias. O TCU pede que “a Casa Civil e o Ministério do Planejamento sejam informados da situação crítica vivida pelo ministério”.

No parecer aprovado em plenário, o TCU cobra mais eficácia do ministério: “Deve o MTE enfrentar a questão com mais intensidade, tanto em razão do dever e da inexorável necessidade de avaliar a eficiência das transferências realizadas e de zelar pelo adequado uso dos recursos públicos, quanto da obrigação de observar os prazos prescritos para apreciação das prestações de contas (90 dias)”.

Muitas falhas na gestão de convênios

O relatório, de autoria do ministro Weder de Oliveira, lembra de outras irregularidades já apontadas pelo tribunal: “Razões específicas e contingências também recomendam celeridade e acuidade no exame das prestações de contas em estoque. Reiteradas auditorias realizadas por este tribunal apontaram irregularidades na aplicação de recursos transferidos pelo MTE e falhas na gestão dos convênios, e novos casos estão sendo denunciados e publicizados pelos veículos de comunicação.”

O relator diz ainda, sobre o papel do TCU: “Esta Corte não pode ser tolerante com essa situação. (…) A excessiva demora na apreciação das prestações de contas, ou mesmo de cobrança de sua apresentação (…) é uma das causas mais relevantes de impunidade e do baixo nível de recuperação dos prejuízos causados ao erário federal.”,

Ontem, O GLOBO mostrou que as irregularidades em convênios do MTE com entidades em Sergipe já resultaram em 20 inquéritos na Polícia Federal. Ao todo, a CGU aponta irregularidades em convênios com 26 organizações, em vários estados. Os desvios levaram o ministro Carlos Lupi a afastar do cargo o coordenador-geral de Qualificação Profissional, Anderson Alexandre dos Santos, filiado ao PDT no Rio. Reportagem da revista “Veja” diz que Anderson teria envolvimento em um suposto esquema de cobrança de propina das ONGs com problemas, com a promessa de resolvê-los. Ele coordenava uma das ações nas quais as irregularidades prosperam com mais vigor: o Plano Setorial de Qualificação (PlanSeq), vinculado à Secretaria de Políticas Públicas de Emprego (SPPE).

Relatório da CGU, finalizado em 2010, faz ressalvas ao trabalho dos dirigentes da SPPE/MTE ao apontar “acompanhamento intempestivo dos convênios do PlanSeq, falta de providências por parte do MTE para sanar falhas detectadas em supervisões e permanência das pendências em inserções/aprovações de planos de trabalho no PlanSeq”.

A CGU afirma que foram observadas falhas no processo de seleção das ONGs, por meio das chamadas públicas no âmbito do PlanSeq, alertando que podem resultar na baixa qualidade dos cursos e em desvio de recursos públicos. O relatório da CGU lista os problemas encontrados, entre eles, “a falta de habilitação legal e pedagógica; a aprovação de entidades com situação patrimonial negativa; sem corpo docente qualificado e sem estrutura física compatível com as ações de qualificação acordadas”.

Procurado, o Ministério do Trabalho não comentou o resultado das auditorias do TCU e da CGU. No site, a pasta informa que a auditoria da CGU é de “inteira responsabilidade e representa a opinião daquela Controladoria”, não caracterizando imputação de responsabilidade aos gestores, tendo em vista que as contas não foram julgadas pelo Tribunal de Contas da União.

O Globo Online
abobado

ROUBALHEIRA DOS PETRALHAS: LOBISTA CITA SEIS PAGAMENTOS A AGNELO


Na gravação que a Polícia Federal recebeu na terça-feira, 8, das deputadas distritais Celina Leão (PSD) e Eliana Pedrosa (DEM), o lobista Daniel Almeida Tavares acusa diretamente o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, de ter recebido pelo menos seis pagamentos do empresário Fernando de Castro Marques, dono do laboratório União Química, quando era diretor da Agência Nacional De Vigilância Sanitária (Anvisa). Na conversa com Celina, Tavares disse que cada pagamento era de R$ 50 mil ou R$ 100 mil, entregues por ele mesmo na casa de Agnelo.

Veja também:

Agnelo Queiroz diz que acusações de corrupção ‘não merecem crédito’
Em gravação, lobista acusa governador do Distrito Federal

O depoimento teria sido gravado na casa de Eliana. O lobista, no entanto, não quis assiná-lo. Segundo a deputada, ao sair de sua casa depois da gravação, alegando que iria buscar documentos e então voltaria para assinar o depoimento, Tavares pediu a ela dinheiro ou um emprego porque teria de sair de Brasília. "Disse a ele que não trabalhávamos daquela forma e ele então não voltou mais", afirmou.

A transcrição do texto foi distribuída à tarde pelo líder do PT na Câmara Distrital, Chico Vigilante – segundo quem o depoimento foi tomado "clandestinamente em um domingo" e não tinha validade.

No depoimento, Tavares diz que a relação financeira entre Agnelo e Fernando Marques é antiga. O empresário até teria "cedido" uma cota de R$ 100 mil reais em combustíveis e Tavares seria o responsável por entregar os vouchers no comitê de campanha do candidato. Em 2010, na eleição para o governo do DF, Marques teria contribuído de novo, com mais R$ 200 mil para o caixa 2 da campanha.

Ainda de acordo com o lobista, os dois teriam se afastado quando Agnelo não foi eleito para o Senado, mas se reaproximaram quando foi escolhido para uma diretoria da Anvisa – justamente a que concedia os Certificados de Boas Práticas de Fabricação (CBPF), exigidos de todos os laboratórios. Tavares explica que Marques entrava com os pedidos de licença e Agnelo pedia dinheiro, então entregue em sua casa.

O lobista acrescenta, ainda, que o empresário depositava o dinheiro em sua conta e ele, então, fazia os pagamentos. Em uma das vezes, em vez de entregar os R$ 50 mil, ficou com R$ 5 mil. Agnelo, então, teria lhe cobrado o que faltava. Em janeiro de 2008, Tavares depositou os R$ 5 mil na conta do governador. Essa é a transferência bancária já comprovada que, segundo Agnelo, seria o pagamento de um empréstimo.

Reação

Em nota, Agnelo repudiou as acusações. "Fui alvo de manobra sórdida, montada por aqueles que não se conformam com a legitimidade do meu mandato. Alvo de uma farsa fabricada por aqueles que perderam privilégios e o poder político", disse. "Venho sofrendo, nos últimos dias, violentos ataques que tentam me associar a atos irregulares. Estou confiante de que tudo será apurado e que a verdade começa a ser, agora, reestabelecida." Estadão Online

abobado

OPINIÃO DO ESTADÃO: A DESOCUPAÇÃO DA REITORIA


Pichação em uma das paredes da Reitoria da USP feita por bandidos invasores: A democracia da imbecilidade

Determinada pela Justiça, a desocupação da Reitoria da USP ocorreu com base no script tradicional. Assim como aconteceu no cumprimento de outras ordens judiciais idênticas, no mesmo local, a Polícia Militar (PM) realizou a operação de madrugada. Com 400 homens, a tropa de choque chegou de surpresa, cercou o prédio e, sem uso de armas de fogo, deteve os invasores. Estes, por seu lado, saíram repetindo a lengalenga "revolucionária" de sempre, apresentando-se, no momento em que foram detidos, como "presos políticos", denunciando a opressão policial e acusando o governo estadual de "militarizar" a Cidade Universitária.

A novidade é que, ao inspecionar o prédio invadido, a PM descobriu mais do que pichações e sujeira. Além de portas arrombadas e móveis e câmeras de segurança destruídos, desta vez foram apreendidos morteiros e coquetéis molotov, o que deixou clara a intenção dos baderneiros de sempre, que há duas semanas tumultuam o câmpus. Falam em "diálogo democrático", mas assumem sempre posições radicais que não podem levar a qualquer tipo de acordo.

Desde o início da baderna, que começou no final de outubro, quando três estudantes foram detidos depois de flagrados fumando maconha no estacionamento do prédio da História e da Geografia, os protestos contra a presença da PM no câmpus e as invasões do prédio administrativo da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas e da Reitoria tiveram a participação de cerca de 700 estudantes. No total, a USP tem quase 89 mil alunos, dos quais 50 mil só na Cidade Universitária.

Por causa da apreensão de morteiros e coquetéis molotov, que poderiam ter causado um incêndio de grandes proporções, a PM levou os 73 invasores da Reitoria para o 91.º DP. Como foram transportados em ônibus comuns, sem banheiro e ar-condicionado, os líderes do grupo chegaram ao desplante de classificar o tratamento como "tortura". Depois de submetê-los a exame de corpo de delito, o delegado seccional abriu inquérito por crime de formação de quadrilha, dano patrimonial e desobediência a ordem judicial e fixou fiança no valor de R$ 545, mantendo encarcerado quem se recusasse a pagar.

Se a Justiça acolher a denúncia que o Ministério Público fará com base nesses inquéritos, os invasores podem ser condenados no plano criminal, perdendo a primariedade, e obrigados a ressarcir os prejuízos patrimoniais sofridos pela USP no plano civil.

Além disso, a condenação judicial pode pôr fim à velha hipocrisia que está por trás das greves, piquetes e invasões promovidos por minorias radicais no câmpus.

Elas se acostumaram a fazer reivindicações absurdas e a impor condições disparatadas nas "negociações" com as autoridades acadêmica, porque não lhes interessa qualquer espécie de acordo. Sem acordo, partem para atos de vandalismo e, depois, exigem que não sejam punidas pelo vandalismo. Lenientes, as autoridades universitárias acatam essas exigências – e a impunidade estimula os estudantes a voltarem à baderna com violência cada vez maior, como se não houvesse limites legais.

Isso ficou evidente no final da semana passada, quando a Justiça acolheu a ação de reintegração de posse impetrada pela Reitoria. Em vez de cumprir a ordem de desocupação, os invasores tentaram impor à Justiça, como condição para a desocupação do prédio da Reitoria, a retirada da PM do câmpus – o que devolveria a USP à infestação dos traficantes de drogas, assaltantes, estupradores e assassinos. E, mais grave ainda, mesmo depois do acintoso desacato a uma determinação judicial, eles continuaram sendo cortejados.

Esquecendo-se de que no Estado de Direito todos são iguais perante a lei e ninguém tem prerrogativa de transgredir o que o direito penal classifica como crime, o ministro da Educação [Fernando Haddad], numa declaração das mais infelizes, disse que a USP "não pode ser tratada como se fosse a cracolândia".

O que se está vendo na USP nada tem a ver com questões ideológicas ou com a discussão sobre autonomia universitária. Por trás do discurso ideológico das minorias de arruaceiros – e daqueles que irresponsavelmente os cortejam – o que se tem é delinquência praticada por quem não aprendeu a respeitar a lei e a viver numa democracia.

abobado

E dá-lhe lama: Sindicalista denuncia propina no ministério de Lupi

ESQUEMA: João Carlos Cortez diz que a corrupção poderia chegar a R$ 12 milhões

Sindicalista diz que assessores diretos do ministro do Trabalho queriam 60% do imposto sindical para regularizar sua entidade

Claudio Dantas Sequeira, ISTOÉ Online

Uma acusação pesada bate às portas do gabinete do ministro do Trabalho, Carlos Lupi. Além das denúncias envolvendo o desvio de dinheiro público por meio de ONGs, agora o gabinete do ministro é acusado de extorquir sindicatos para desviar recursos do imposto sindical à central controlada pelo PDT e por assessores de Lupi. Quem faz a denúncia é o presidente do Sindicato de Trabalhadores em Bares e Restaurantes da Baixada Santista, Litoral Sul e Vale do Ribeira (Sindrest), João Carlos Cortez. Na semana passada, ele gravou uma entrevista à ISTOÉ, na qual afirma que existe um esquema de venda de cartas sindicais montado dentro do Ministério do Trabalho. O sindicalista afirma que “tudo é operado por pessoas ligadas diretamente ao ministro”, que falam e agem em nome dele.

“Prometeram reativar nosso registro desde que eu repassasse um percentual da arrecadação do sindicato”, afirma Cortez. “Exigiram-me propina numa sala do gabinete onde funciona a Secretaria de Relações do Trabalho”.
O caso aconteceu no fim de julho de 2007. Ele conta que procurou Lupi para tentar regularizar o registro de sua entidade. Segundo ele, foi marcada uma reunião pelo deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (PDT-SP). Ela aconteceu no quarto andar do ministério, na sala onde despachava o então secretário de Relações do Trabalho, Luiz Antônio de Medeiros – homem da total confiança do ministro. No organograma do ministério, a Secretaria de Relações do Trabalho integra o gabinete do ministro Lupi. Eram cerca de 10h30 da manhã. Além de Medeiros e Paulinho, participaram do encontro o assessor especial Eudes Carneiro e Luciano Martins Lourenço, presidente do PDT de Santos e braço direito de ­Paulinho. Eles conversaram sentados em volta de uma mesa de madeira redonda, usada para reuniões. “Esperei uns 15 minutos, eles nos serviram café. Medeiros me cumprimentou e indicou seu assessor, Eudes Carneiro, um homem extremamente gentil, que foi quem conduziu a reunião”, lembra. Quem mais falou durante o encontro foi Lourenço.


NO FOGO
Negociações de cartas sindicais são feitas por secretarias que integram o gabinete ministerial de Lupi

Cortez alega que não tinha ideia de que estava diante de um esquema ilegal de arrecadação. Em seguida, diz ele, na presença de todos, perguntou o que poderia ser feito e mostrou um parecer da AGU favorável à regulamentação do seu sindicato. Carneiro, um ex-policial federal que acompanha Lupi há anos, sorriu e falou para o sindicalista ficar tranquilo. “Vamos resolver o seu problema, me disse.” Em seguida, Lourenço explicou o que precisava ser feito. Em vez de procedimentos burocráticos, o sindicalista recebeu uma orientação pouco republicana. “Me fizeram uma proposta indecente, um pedido de propina ali dentro do ministério”, conta. Coagido, ele aceitou. “Eu não tinha outra saída,” justifica. O pedágio consistia em repassar à conta bancária da Força Sindical (central ligada ao PDT e comandada pela dupla Paulinho-Medeiros) um total de 60% de toda a arrecadação sindical que seria obtida pelo Sindrest nos três anos seguintes. Um valor superior a R$ 12 milhões, segundo cálculos do próprio Cortez, com base nos 100 mil trabalhadores que compõem a categoria na região de atuação do sindicato e que têm descontados seus contracheques anualmente em cerca de R$ 205.

A reunião durou aproximadamente 20 minutos. Lourenço avisou Cortez que esperasse um novo contato dentro de poucos dias. “Saí de lá confiante de que estava resolvido”, afirma. Coube ao dirigente do PDT tocar o negócio. Lourenço explicou a João Carlos Cortez que o valor da propina poderia ser parcelado em três vezes, em percentuais decrescentes. No primeiro ano, seriam repassados 30% da contribuição sindical; no segundo ano, 20%; e no terceiro ano, 10%. Para escapar à fiscalização das autoridades, as transferências deveriam ser feitas diretamente para a conta bancária da Força. Embora recebam dinheiro do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), as centrais sindicais não estão sujeitas à análise do TCU, da CGU e outros órgãos de controle externos, o que dificulta o rastreamento de golpes como os denunciados por Cortez.


O negócio, segundo o sindicalista, teria sido sacramentado duas semanas depois. Luciano Martins Lourenço marcou novo encontro com Cortez, desta vez em Santos (SP), numa tradicional padaria perto do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas da Baixada Santista (Sindquim). Lourenço, além de presidente do PDT de Santos, é membro da diretoria do Sindquim. Enquanto tomavam um café, ele retirou de uma pasta três folhas de papel e mandou Cortez assiná-las. Consistiam num chamado “Termo de Compromisso de Doação”, pelo qual João Carlos Cortez, na qualidade de presidente do Sindrest, se comprometia a realizar os repasses pré-combinados nos anos de 2008, 2009 e 2010. “O Luciano me disse que estava a mando do deputado e do Medeiros, que falava em nome do ministro Lupi. Ele levou os documentos prontos para eu assinar. O termo de compromisso, a título de doação à Força Sindical, servia para encobrir, na realidade, o pagamento da propina. Tudo foi presenciado por outro diretor do Sindrest, Luiz Claudino da Silva”, diz Cortez. Depois daquele dia, o sindicalista diz ter participado de várias audiências com Medeiros e Luciano Lourenço, além de assessores, tanto no gabinete em Brasília como na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo, onde o secretário também fazia plantão.

Passados alguns meses, no entanto, a situação do sindicato não foi regularizada. Cortez suspeita que o grupo de Lupi sofreu pressão de lideranças do PDT em São Paulo, como Francisco Calazans Lacerda, presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de São Paulo (Sinhores). Este teria se associado ao Sinthoresp, entidade que disputa com o sindicato de Cortez a organização da categoria na Baixada Santista. Um acordo entre eles naquele momento também evitaria o desgaste de um enfrentamento com a CUT e o próprio PT. “Ouvi que eles pagaram mais para arquivar nosso pedido. Tudo no Ministério do Trabalho é movido a dinheiro”, afirma Cortez. Ele conta que procurou Paulinho e Lupi em diversas oportunidades. Nas comemorações do Dia do Trabalho em maio de 2010, o sindicalista diz ter entregue nas mãos de Lupi um dossiê contando toda a história, na esperança de que o ministro não tivesse conhecimento da operação de seus assessores. “Foi a mesma coisa que nada. Ele nunca deu retorno da denúncia. Logicamente o ministro também está no esquema”, afirma.

ÍNTIMOS
O ex-secretário Luiz Antônio de Medeiros (à esq.) sempre foi homem da confiança de Carlos Lupi

Hoje quem representa os trabalhadores de hotéis, bares, restaurantes e similares naquela região é o Sinthoresp, mas nem sempre foi assim. O Sindrest conseguiu em 1994 fracionar a base sindical a fim de representar apenas funcionários de restaurantes, bares e similares. Recebeu seu registro e até o código sindical, que dá acesso à conta na Caixa Econômica em que são depositadas as contribuições sindicais. Em 2003, no entanto, a CUT passou a controlar a Secretaria de Relações do Trabalho e, por pressão do Sinthores, cancelou o registro do Sindrest. Cortez recorreu e conseguiu obter da AGU um parecer que considerou ilegal o ato do Ministério. “Não cabe ao Ministério do Trabalho e Emprego interferir na conveniência e oportunidade de determinada categoria para fundar ou extinguir sindicato”, escreveu a advogada da União Carmen Tomasi de Abreu.

Questões sindicais à parte, a denúncia de Cortez reforça a suspeita de que o Ministério do Trabalho virou um grande balcão de negócios para abastecer os cofres da Força Sindical e de dirigentes do PDT. Na edição de 5 de agosto de ISTOÉ, a presidente da Federação Nacional dos Terapeutas (Fenate), Adeilde Marques, revelou que foi forçada a pagar pedágio para conseguir a liberação das cartas sindicais dos sindicatos filiados. Ela apontou o presidente da Força Sindical em Sergipe, Willian Roberto Arditti, como chefe do esquema no Estado. Segundo Adeilde, o registro custaria até R$ 40 mil. ISTOÉ mostrou ainda como Lupi e Paulinho da Força têm fabricado entidades sindicais para atender a interesses políticos e partidários. Em apenas três anos e meio, foram concedidos mais de 1,6 mil registros sindicais e outros 2,4 mil estão na fila de espera. Em média, surge um novo sindicato por dia no Brasil. O esquema está na mira do Ministério Público do Trabalho, que criou uma comissão especial de 16 procuradores para investigar as denúncias de ISTOÉ. O subprocurador geral do Trabalho, Ricardo Macedo, diz que a decisão foi tomada no fim de agosto, durante reunião nacional dos procuradores. “São denúncias graves que atentam contra a liberdade sindical”, afirma. Também devem integrar as investigações o MPF e a Polícia Federal. “É um caso que envolve não só o aspecto trabalhista, mas o criminal também.”

SEM CARTA
Sindicato dos Trabalhadores em Bares e Restaurantes não teve registro reativado

As suspeitas envolvendo a concessão de cartas sindicais fragilizam ainda mais a posição de Lupi, que perdeu apoio dentro do PDT e do Palácio do Planalto. Na semana passada, ele teve de se defender de novas acusações de desvio de recursos em convênios com ONGs para capacitação técnica. Dois assessores tiveram seus nomes associados ao escândalo e já foram exonerados. Os deputados pedetistas Miro Teixeira (RJ), José Antônio Reguffe (DF) e o senador Pedro Taques (MT) pediram à PGR abertura de investigação. Lupi, confiante na relação de amizade com a presidente Dilma Rousseff, disse que não seria abatido facilmente e só deixaria o Ministério “à bala”. Dilma não gostou e mandou o ministro se retratar. Foi o que ele fez em depoimento na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara, na quinta-feira 10. “Presidente, peço desculpas. Eu te amo!”, disse Lupi. Declarações de amor, contudo, não explicam as denúncias que pesam sobre o ministro e seus auxiliares.


Escrito por Abobado

SÃO TANTAS EMOÇÕES...


Com declarações de amor para lá e para cá, o primeiro escalão do governo fica em ritmo de Roberto Carlos, cheio de emoções.

Era só o que faltava. Depois da declaração de amor do ainda ministro Carlos Lupi (“Eu te amo”), apareceu outro pretendente ao coração da presidente da República, que ninguém sabe a quem pertence. Embora seja casado com a chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, o ministro da Comunicação, Paulo Bernardo, disse que também declararia seu amor a Dilma…


A romãntica promiscuidade faz lembrar o célebre poema “Quadrilha”, de Carlos Drummond de Andrade, que dizia: “João amava Teresa/ que amava Raimundo/ que amava Maria/ que amava Joaquim/ que amava Lili/ que não amava ninguém./ João foi para os Estados Unidos,/ Teresa para o convento, Raimundo morreu de desastre,/ Maria ficou para tia,/ Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes/ que não tinha entrado na história”.



Depois, o poema foi adaptado por Chico Buarque na canção “Flor da Idade”, e ficou assim: “Carlos amava Dora/ que amava Pedro/ que amava tanto/ que amava a filha/ que amava Carlos/ que amava Dora/ que amava toda a quadrilha”.

A respeito desses amores em sequencia, lembro que dia 9 de julho, um destacado colunista de O Globo, Jorge Bastos Moreno, bem-informadíssimo sobre os bastidores políticos de Brasília, publicou uma nota, em linguagem mais ou menos cifrada, a respeito do misterioso sumiço de Dilma Rousseff, durante cinco horas, no Rio de Janeiro, na semana anterior. Sob o título “O desaparecimento da presidente Dilma”, a nota era do seguinte teor:

“O amor verdadeiro é o maior antídoto contra intriga. Onde existe amor, não há desconfiança".

Na última quarta-feira, depois de uma visita oficial ao Rio, a presidente Dilma simplesmente desapareceu. Avisou aos ministros da sua comitiva, já dentro da base aérea do Galeão: “Me esperem aqui. Vou ali e volto já”.

Dilma só reapareceu para o embarque cinco horas depois. Perguntem-me se, na volta, alguém teve a coragem de perguntar o que ela esteve fazendo nesse tempo todo.

Durante cinco horas, Dilma esteve reunida, em algum lugar da cidade, com Lula.

Vejam que gracinha: Lula estava na base aérea de São Paulo, onde teria uma conversa com a presidente. Quando soube que Dilma se atrasara na cerimônia do Rio, resolveu esperá-la na base aérea do Rio e, assim, evitar seu deslocamento.

- Presidente da República é Dilma. Eu, que não sou mais nada, é que tenho que ir ao encontro dela – ponderou Lula ao cerimonial do Palácio.

Mesmo com uma baita crise sobre as costas, Dilma voltou a Brasília tão feliz, mas tão feliz, que até parecia ter visto um passarinho azul.

E viu!”

Portanto, com tantas demonstrações de amor envolvendo o primeiro escalão do governo, é impossível que não fiquemos sensibilizados. O amor realmente é lindo. E o poder apaixona.

Carlos Newton

A MORTE DE ALFONSO CANO

Transcendência político-estratégica da morte de Alfonso Cano
Escrito por Cel. Luis Alberto Villamarín Pulido
A baixa em combate de Alfonso Cano, cabeça das FARC, significa um ponto de quebra a favor do Estado na guerra da Colômbia contra o narco-terrorismo comunista, a possibilidade máxima que o governo nacional tem para endurecer a ofensiva militar, política e psicológica contra as estruturas farianas, a oportunidade de ouro para desmascarar e julgar todos os cúmplices nacionais e internacionais do grupo terrorista, a necessária revitalização e solução aos problemas de bem-estar das Forças Militares e da Polícia, e a possibilidade para incrementar avanços para a paz, com base em uma estratégia integral que contenha elementos de desenvolvimento sócio-econômico e combate ao narco-tráfico para evitar a incorporação de jovens às quadrilhas.

Não é certo, como afirmam alguns “especialistas”, que as FARC se “bandoleirizarão” devido à morte de Cano, pois desde sempre foram bandoleiros e em sua etapa mais recente, narco-terroristas. Tampouco é certo que haverá luta interna entre os cabeças do Secretariado para ocupar a direção das FARC. Esse problema é solucionado de acordo com os estatutos farianos.

O Plano Estratégico e os documentos programáticos das FARC indicam que o Secretariado tomará uma decisão coletiva para eleger o novo cabeça e escolher o suplente do “Estado Maior” que preencherá o vazio deixado por Cano, o qual poderia ser Carlos Antonio Lozada. Como é óbvio, dadas as condições atuais este processo tomará um tempo prudencial, período durante o qual podem ocorrer deserções, novos combates e inclusive mais golpes contra outros cabeças.

Em essência o novo cabeça será eleito por consenso do Secretariado. Nesse lapso as FARC continuarão a linha imposta por Cano de sobreviver acomodadas às novas circunstâncias da guerra. Assim fizeram durante cinco décadas e esse é o legado de Tirofijo e dos guerrilheiros marquetalianos [1].

Nessa ordem de idéias, todos os méritos e todas as honras do transcendental golpe tático correspondem aos soldados colombianos, verdadeiros arquitetos das conquistas. Como sempre costuma acontecer em um grande triunfo, os oportunistas querem tomar o trem da vitória com ânsias de protagonismo e busca de dividendos politiqueiros.

Sem se comover nem aceitar a verdadeira responsabilidade da situação de desordem pública que houve na Colômbia derivada de sua miopia estratégica e falta de caráter, o ex-presidente Pastrana se atreveu a dizer que seu trabalho como mandatário originou este tipo de operações. E a ex-ministra de Defesa, Lucía Ramírez, ousou dizer que ela traçou toda essa estratégia. Porém, quando há fracassos, todos atuam do mesmo modo que Santos ou Samper, cujo critério indica que as coisas más ocorrem pelas suas costas.

As Forças Militares da Colômbia são hoje o paradigma universal em operações aero-táticas contra objetivos de alto valor estratégico. Com base em um esquema simples mas efetivo e bem articulado, os serviços de inteligência militar, dotados com elementos de inteligência técnica, localizam os cabeças e as estruturas de comando terroristas, a Força Aérea bombardeia com alta precisão e as Forças Espaciais terrestres desembarcam de aeronaves em vôo estacionário sobre os núcleos de resistência terrorista, e combatem com arrojo até consolidar o objetivo.

São operações táticas com profundas conotações político-estratégicas que nos casos de Fênix, Xeque, Sodoma, Camaleão e agora Odisséia, contra Cano, que não só fortalecem o espírito combativo das tropas, como aumentam a sensação de segurança entre os colombianos, e geram enorme inquietação e pressão psicológica entre os terroristas.

O caso específico da morte de Cano em combate traz consigo várias conseqüências político-estratégicas:

1. Pela enésima vez, Chávez, Correa, Evo Morales, Daniel Ortega, Fidel Castro, Cristina de Kirchner, Dilma Rousseff e Lula da Silva encontram um insuperável obstáculo em seu propósito totalitarista de colocar a Colômbia na órbita da pobreza estrutural, ansiada pela ditadura cubana e seus peões sobre o hemisfério latino-americano.

2. Ficam sem chão todos os planos secretos e tretas manhosas que os auto-denominados Colombianos pela Paz vêm realizando, com a finalidade de legitimar as FARC em conchavo com o Foro de São Paulo e os partidos comunistas do continente.

3. O Plano Estratégico das FARC e seu apêndice, o Plano Renascer orientado por Cano, sofrem um novo revés e encontram um novo obstáculo que chegará a ser insuperável se se mantiver o ímpeto da ofensiva militar do Estado.

4. A doutrina político-militar da Defesa Nacional colombiana recebe novos elementos e reforça conceitos que necessitavam mais argumentos para dar cariz científico-acadêmico.

5. Abre-se uma possibilidade muito ampla para reverter o Plano Laço, idealizado em 1962 pelo general Alberto Ruiz Novoa, por meio de ação psicológica, cooperação civil-militar e integração com a comunidade em projetos sócio-econômicos que juntem os camponeses e pessoas das camadas 1 e 2, em processos produtivos que os tenham ocupados no desenvolvimento nacional e afastados dos convites para integrar grupos terroristas.

MEU REINO POR UMA CAUSA

Um jovem é um ser imaculado por natureza, e por ser puro é inimputável.

Antes de crescer, ele tem direito a uma cota de desatino que já lhe é concedida não só pela natureza mas pela má consciência dos adultos, que veem neles a encarnação dos sonhos que perseguiram na juventude e abandonaram para tocar a maldita, prosaica e material vida.

Por isso é muito malvado e reacionário querer impor freios à natural energia criadora dos jovens.

É isso que faz, por exemplo, o repórter da TV Globo chamar de “meninos” meia dúzia de marmanjos jubilados que usam o campus da universidade para exercitar seu peculiar senso de democracia, onde 300 se acham no direito de dizer o que os outros 84.700 devem fazer ou pensar da vida.

É muito “libertador” querer expulsar do campus universitário uma polícia que foi chamada para reprimir o crime (e conseguiu reduzi-lo em quase 90%) mas que não pode aplicar a mesma lei a todos, porque, como sabemos, no nosso modelo de democracia, todos são iguais perante a lei, mas alguns são mais iguais que os outros.

A lei é para os comuns, e alguns vetustos senadores e alguns sobredotados estudantes universitários são incomuns - portanto, fora do alcance da lei.

Desde maio de 1968 a efervescência política juvenil foi alçada à categoria de pensamento, ainda que a memória daquela época não tenha deixado legados muito mais concretos do que a mitificação de alguns danny-le-rouges e alguns filmes épico-existenciais de Godard e Bertolucci.

O episódio da reitoria da USP está mais para uma estética J.B.Tanko do que uma estética Bertolucci, mas mesmo assim é compreensível que jovens ajam como jovens e demonstrem toda a sua monumental ignorância histórica comparando o chega-pra-lá da PM com a repressão da ditadura e chamando de “tortura” as duas horas de calorão forçado dentro de um ônibus.

O cômico quase desaparecimento de um aluno filho de pai militante, que esteve a ponto de transformar em mártir o pimpolho que estava bem protegido na casa da mamãe, encerrou com chave de ouro a épica jornada dos estudantes à procura de uma causa.

A desocupação da reitoria, em cumprimento a uma decisão judicial de reintegração de posse, foi executada com a devida serenidade e cautela pela tropa da PM, e os estudantes e seus apoiadores procuraram com minúcias um hematoma que fosse para transformar em bandeira, mas não conseguiram achar sequer um mísero arranhão para chamar de arbitrariedade ou violência. Um fiasco.

Sandro Vaia

O MITO GUEVARISMO, ALGO COMO USAR GRAVATA BORBOLETA...

Os playboys do guevarismo perderam! Pesquisa demonstra que esmagadora maioria dos paulistas apóia entrada da tropa de choque na USP e fala de Alckmin em defesa da lei. E aí, Gugu-dadá Haddad?
A população de São Paulo gosta de lei e de ordem. Aliás, é assim faz tempo. Em 1932, foi à luta para que o país tivesse uma Constituição, não é mesmo? Os invasores de reitorias, depredadores de bens públicos, maconheiros e afins devem refletir sobre alguns números. O mesmo deve fazer Fernando Gudu-dadá Haddad, que resolveu flertar com baderneiros - além de sugerir que polícia é coisa pra pobre.


O governo de São Paulo tem em mãos uma pesquisa que indica o amplo, acachapante mesmo!, apoio da população à entrada da tropa de choque na USP para desalojar os seqüestradores da ordem pública. Querem ver?

Tomaram conhecimento da ação da PM 92% dos entrevistados. Destes, 78% concordam com a ação; apenas 14% discordam; 8% não souberam responder. A pesquisa também indaga se a polícia agiu na medida ou se excedeu: 72% responderam que foi tudo conforme manda o figurino; apenas 16% viram excessos.

A pesquisa ainda indaga quem tinha razão. Responderam que certa estava a polícia 65%, contra apenas 10% que ficaram com os estudantes. Não souberam ou não quiseram responder 25%. O governador Geraldo Alckmin fez uma excelente declaração sobre os episódios: nada menos de 86% concordam com a sua fala, contra apenas 9%, que não concordam; 6% não souberam responder. Que fala era mesmo? Esta:
“Ninguém tolera nenhum excesso. Agora, não tem nenhum estudante ferido, e nós tivemos policial ferido e várias viaturas danificadas. A lei é para todos, ninguém está acima da lei”.

É isso aí. Há um mito de que a população sempre apóia protestos de estudantes, de professores etc. Depende! Essa gente que comece a pôr as barbas (literalmente) de molho. As coisas não são bem assim, não!

A população sabe que sustenta a USP com seus impostos. Não há como apoiar um bando de maconheiros que, para exercer livremente o seu vício, transforma uma ação regular da democracia num suposto atentado às garantias públicas e individuais.

Perderam, playboys do guevarismo!
Por Reinaldo Azevedo

AS MAIORIAS SILENCIOSAS, MAS NÃO TANTO...

Mais um sinal de que as maiorias silenciosas estão se manifestando: esquerda perde eleição do XI de Agosto, Centro Acadêmico da Faculdade de Direito da USP

Para o presente do Brasil ou o futuro imediato, a notícia mais importante do dia remete a uma reportagem da VEJA desta semana que evidencia que o ministro Carlos Lupi pode amar demais a presidente Dilma Rousseff, mas ama pouco a ética pública. E caberá à presidente decidir se fica com a baba amorosa de seu auxiliar ou com a decência (ver posts abaixo).

Para o futuro um pouco mais distante, para as gerações vindouras, a principal notícia do dia é outra. O Fórum de Esquerda, que presidia o XI de Agosto, o Centro Acadêmico da Faculdade de Direito da USP, a lendária São Francisco, não conseguiu se reeleger: perdeu a eleição para a chapa Resgate Arcadas. E foi uma derrota convincente: 820 a 529!

A vitória da Resgate foi mais significativa ainda porque a eleição se dava enquanto o Fórum de Esquerda abria o Salão Nobre da São Francisco para a LER-QI, PCO, MNN e outras minoridades. Muita gente da Faculdade de Direito sentiu, certamente, o cheiro da bagunça, da desordem, da anomia.

Nem poderia ser diferente, não é? Afinal, é direito que se estuda ali. A São Francisco não é imune à delinqüência intelectual, não, como já demonstrei aqui. Mas tem uma história respeitável de defesa dos direitos democráticos.

Fico imaginando com que argumentos professores e estudantes de direito defenderiam que a Polícia Militar não pode pisar na USP ou que a Cidade Universitária, ao arrepio da lei, deva ser uma zona livre para o tráfico e consumo de drogas. Muito bem! O Fórum de Esquerda escolheu a LER-QI, e a maioria dos alunos escolheu a Resgate Arcadas.

Filiação partidária
Não sei se as moças e os moços da Resgate têm ou não filiação partidária. Não sou cartório eleitoral. Isso, em si, pode ser irrelevante. Aliás, filiar-se a partidos não é crime; ao contrário, é um direito.

Eu tomei umas boas borrachadas para que isso acontecesse e tive de enfrentar um agente do Dops com 16 anos - é por isso que maconheiro vagabundo não me assusta… O problema, em suma, não está em ser filiado ou não, mas em usar uma instituição como aparelho do partido.

Quando a Fórum de Esquerda abriu as portas a depredadores do bem público, pergunto: ESTAVA HONRANDO A SÃO FRANCISCO? Estava honrando a tradição do direito? Não! Estava fazendo mera luta político-ideológica. E isso é inaceitável!

Recebeu o troco nas urnas. A maioria dos alunos da São Francisco não quer isso. Os futuros advogados, juízes, promotores, defensores públicos devem ter, desde já, um compromisso com o estado democrático E DE DIREITO. O direito achado nas leis, não nas ruas. Porque as ruas se fazem ouvir por meio dos caminhos institucionais para mudar as leis.

Ou é assim, ou será a luta de todos contra todos.

Parabéns, alunos da São Francisco! Parabéns, Resgate Arcadas! As maiorias silenciosas mandam mais um recado.

Por Reinaldo Azevedo

POR DETRÁS DO MURO CAÍDO

Argumentacao otima para calar a boca dos vermelhos que usam so palavras de ordem.
Por Detrás do Muro Caído - Resposta ao jornalista Paulo Moreira Leite

O jornalista Paulo Moreira Leite, escreveu um texto interessante em sua página eletrônica na revista Época. Peço que leia o texto primeiro para depois continuar neste post. A matéria está aqui.

E, no tuiter, Paulo indaga: "Por que se fala "comunista corrupto" mas não "conservador corrupto" ou "liberal ladrão"?
A Guerra Fria voltou?"

E eu respondo pautado em minha humilde visão

Caro, Paulo Moreira Leite, quem ainda fala Por Detrás do Muro Caído são os socialistas/comunistas, não os liberais ou conservadores. São aqueles que sempre estiveram em guerra com estes, e isso vem desde Rousseau, acentuada em Marx e posta em prática via Gramsci.

Legislador/educador, produção de consciência, usar a democracia para acabar com a mesma foram e são práticas que só trouxeram ao mundo aberrações como Robespierre, Lenin, Stalin, Mao Tse Tung, Pol Pot, Ceausescu, Hoxha, Fidel, Hitler, Mussolini et caterva. Estes, sim, os de bases socialistas, estiveram/estão/estarão sempre em guerra com liberais e conservadores.

Basta ver as declarações dos partidos brasileiros de esquerda, e incluo o PSDB, para constatar que o alvo deles é o capitalismo e, por conseqüência, o Liberalismo. E aí te faço uma pergunta, caro Paulo: por que passam a idéia de que o Liberalismo é só econômico ignorando o político?

Em seu texto, Moreira, você faz o mesmo ao citar Collor como adepto do Liberalismo, já que o ex-presidente deixou como marca suas medidas econômicas - evidencio que a "abertura dos portos" collorida foi, sim, medida liberal, mas, a invasão da Folha de SP, não foi. E você sabe muito bem disso, não é?

Talvez, se o Brasil tivesse respirado um pouco mais de Liberalismo enquanto filosofia, estaríamos um passo a frente. Ah, que saudades de José Bonifácio e Joaquim Nabuco...

Por que "comunista corrupto"?

Muito fácil de responder, caro Paulo.

Desde a redemocratização do país, a Direita vem sendo demonizada por esquerdistas infiltrados em todos os pilares democráticos da sociedade - sem falar no Instituto 631 muito antes disso. Passam a idéia de que liberais e conservadores são ditadores - ligam-nos ao Regime Militar e ainda espalham a falácia de que somos retrógrados, pois, na visão vermelha, são "progressistas" aqueles que, veja que fofo!, almejam o que não deu certo em lugar nenhum do planeta: o socialismo/comunismo. Ainda pautado na desonestidade intelectual da esquerda, a Direita é corrupta há 500 anos.

Ora! Se a Direita sempre foi corrupta, não é preciso nos adjetivar. Agora o povo brasileiro está vendo que socilaista/comunista é, sim, corrupto, e digo mais, o pior corrupto que existe. Sempre que um esquerdista de "nome" é pego com as mãos nos cofres públicos vem a defesa canalha: "ah! Isso não pode ser verdade, ele lutou contra a ditadura*." E aí, meu caro jornalista, ninguém tem coragem de meter um bandido desses na cadeia.

Collor caiu, Maluf foi preso... Arruda foi preso. Mas não vi um único mensaleiro na cadeia. O único que seria condenado por corrupção acordou com Justiça e prestou serviços à sociedade, Silvio 'Land Rover' Pereira. Resumindo, a Direita é impichada ou vai para o xilindró, a esquerda nem passa perto de uma delegacia.

Veja pelo lado bom, Moreira Leite, não é questão de querer degradar o comunismo ao adjetivar o indivíduo comunista, mas estar estupefato por existir um rubro corrupto, já que TODO SOCIALISTA/COMUNISTA TEM COMO BANDEIRA A HONESTIDADE. São os esquerdistas que se enchem de predicados ao falar de sua doutrina bolchevique como pura, casta, ilibada, honesta etc

Comento trecho do seu interessante texto
"Os comunistas não tem direito a essa separação. Em seu caso, o roubo apresentado como se fosse parte da doutrina. Não estamos, assim, denunciando um indivíduo ou um grupo de indivíduos mas uma idéia." - Paulo Moreira Leite

Mas é claro que o roubo faz parte da doutrina. Direitista rouba para si, esquerdista rouba para o partido com objetivo de fortalecê-lo e atingir a Revolução**. É a doutrina coletivista.

Disse a ministra Gleisi que seria difícil sair em defesa de Palocci porque o ex-ministro havia cometido supostas irregularidades para seu bem próprio. Ou seja, Leite, se fosse em nome do partido, teria ampla e irrestrita defesa. Basta ver os já citados mensaleiros.

Acho muito engraçado socialista/comunista pregar o coletivismo e, na hora de assumir seus crimes, clamar pelo individualismo. Não faz sentido. Oxímoro? Parece Che Guevara que pregava socialismo ou a morte e, ao estar de cara com o de "capa preta e foice", clamou pela vida. Não consigo entender essas coisas, sabe?

É isso!

Abraço, Paulo Moreira Leite.

* A palavra ditadura é usada de forma errada quando falamos dos Anos de Chumbo. O certo seria regime autoritário. Mas os esquerdistas infiltrados não explicam isso. O próprio Lulla disse que nossa ditadura foi ditabranda. Leia aqui

** Disse Roberto Campos: "- O problema dos comunistas é que colocam a letra R na frente da palavra Evolução."