"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 22 de julho de 2013

JORNALISTAS DISCUTEM REFORMA POLÍTICA. VEJA

Sistema eleitoral, financiamento de campanha e recall foram temas de debate; assista ao vídeo do Jornal da Noite



A reforma política volta a ser tema de debate, nesta sexta-feira, no Jornal da Noite. Os jornalistas Boris Casoy e Fernando Mitre, do Grupo Bandeirantes, comentam o tema com o jornalista Fernão Lara Mesquita, do jornal O Estado de S. Paulo.

"A reforma política quem faz é a imprensa ou o povo. Reforma precisa ser forçada, arrancada. A internet está aí, o povo está na rua. Se dermos foco para esta força, é possível que ela ocorra", afirma Mesquita.

Fernando Mitre concorda em partes. Segundo ele, "a novidade é que dessa vez o olho das ruas está mirando os políticos. É um tipo de pressão que pode funcionar. Mas no fim da história, quem fará a reforma é aquele grupo que se nutre do sistema que deve ser mostrado".
Sistema eleitoral
O sistema eleitoral foi debatido pelos jornalistas. Mitre defende um sistema aperfeiçoado, com qualidade da política. "O voto facultativo, por exemplo", defende.

Eles também levantam uma mudança polêmica: o voto proporcional, como ocorre hoje, ou o voto distrital - em que se deixa de votar no partido e o candidato com maioria das intenções vence.

Mitre explica que na Alemanha há uma mistura dos dois, o que "tem dado certo nos últimos anos".

Porém, ele faz uma observação. "Perfeito não existe, mas o distrital aproxima o eleito do eleitor", afirma o diretor nacional de jornalismo do Grupo Bandeirantes.

Já Mesquita defende o voto distrital com recall - que tira o eleito do cargo caso a população não tenha aprovado o trabalho.

"O voto distrital é um mecanismo. Troque o seu político com 'defeito' antes que ele provoque um 'desastre", diz o profissional do jornal O Estado de S. Paulo.
Leia mais: Entenda alguns dos pontos que podem mudar com a Reforma Política
Outros temas
Outro tema polêmico, alvo de debate entre os três, foi o financiamento público das campanhas.

"Pode haver uma falta de transparência maior ainda", diz Mitre.

A reeleição presidencial, na opinião do jornalista Fernando Mitre, é desnecessária. "Acho que cinco anos em um mandato está de bom tamanho".

Perguntado sobre o mesmo assunto por Boris Casoy, Mesquita diz que o problema não é a reeleição. "O problema é o excesso de poder que o presidente tem em pegar o dinheiro e fazer o que ele quiser".


22 de julho de 2013
Da Redação, com Jornal da Noite

A VISITA DO PAPA


Os católicos recebem o Papa Francisco em momento importante para o mundo, a Igreja e o Brasil. O mundo passa por uma crise histórica cujo desfecho ninguém pode arriscar hipótese viável.
Como já se tornou comum, nesta quadra difícil, não temos mais estadistas. A mediocridade impera em todos os centros do poder temporal.
O Papa – pela primeira vez um homem nascido fora da Europa – está sendo saudado, por alguns teóricos, como a esperança de reafirmação da Igreja. O Vaticano se encontra  combalido, nas três últimas décadas, por vários problemas políticos e de conduta ética. O primeiro dos problemas políticos ocorreu pela militância de Karol Wojtyla, ou João Paulo II, em favor da hegemonia mundial norte-americana – e contra a URSS – na Sagrada Aliança com Ronald Reagan,  de acordo com o jornalista Bob Woodward, em documentada reportagem na Revista Times.
No Papa polonês pesou mais a sua nacionalidade, e os dissídios seculares entre o seu país e os russos. Sendo assim, não titubeou em colocar a estrutura secreta do Vaticano a serviço da mobilização dos Estados Unidos na destruição da União Soviética, o que não foi difícil.
A tecnocracia soviética, que substituíra os velhos quadros revolucionários de 1917, estava ansiosa por renegar os rígidos princípios de igualdade de uma sociedade socialista.
Essa opção de Wojtyla desencantou uma ponderável parcela da Igreja, principalmente em nosso continente, que, com João XXIII, sentiu-se animada a propor uma Teologia da Libertação. Na verdade, Wojtyla, com a ajuda de Ratzinger, o seu teólogo oficial, foi contra os maiores pensadores da Igreja, a fim de esvaziá-la de seus compromissos com a Doutrina Social exposta por Leão 13, com a Rerum Novarum e o Povo de Deus.
Como se sabe, essa doutrina, que impunha a aproximação da Igreja com os trabalhadores e os pobres, foi bem defendida por Pio XI, 40 anos depois. Pio XI – o Cardeal Ambrogio Ratti – se opôs, com firmeza, ao anti-semitismo dos  nazistas e fascistas, posição que não foi a mesma de seu sucessor, o Cardeal Pacelli, Pio XII.
GESTOS ANIMADORES
Os primeiros gestos do novo Papa são, nesse sentido, animadores. O bispo de Roma, como chefe universal da Igreja, tem renunciado às pompas do cargo e reduz, com ousadia, a distância entre ele e o povo. Da mesma forma, vem atuando, com coragem, a fim de moralizar a Cúria Romana.
As reformas administrativas e  legais que conseguiu, nesse pouco tempo de ação, demonstram que está empenhado em fazer, pelo menos em parte, o que pensa ser necessário.
Leão XIII dissera que o grande escândalo de seu século, o 19, fora a Igreja perder a classe operária, que, decepcionada, procurava outros caminhos, como os do socialismo. O Concilio Vaticano II expôs o temor de que o grande escândalo do século 20 viesse a ser a perda dos países pobres.
O avanço significativo das religiões protestantes – entre elas as seitas pentecostais – confirma esse perigo. Uma das  missões que se atribui Francisco é a de voltar a imergir a Igreja, como fermento da Justiça, no mais profundo do Povo.
O Brasil está conhecendo tempos novos. Há uma pressão da sociedade para que o Estado sofra mudanças necessárias, com maior transparência dos Três Poderes da República.
É certo que as manifestações, que ainda persistem, foram contaminadas por agentes provocadores e tendem, com sua segmentação em grupos corporativos, a perder o impulso dos primeiros dias. Mas se trata de uma situação especial e que deve ser considerada.
UMA REPÚBLICA LAICA
O Brasil, apesar do catolicismo de expressiva parte de seus cristãos, é uma República Laica, que reconhece na liberdade de crença de seus cidadãos um  direito constitucional pétreo. Sendo assim, cabe aos católicos brasileiros encarregar-se das despesas das festas e do encontro religioso da juventude mundial.
É natural que, como gesto normal de cortesia – e, mesmo, tendo em vista a obrigação de oferecer, ao visitante, condições de total segurança, para que seu deslocamento, em nosso país, se faça em aeronaves do Estado.
Seria, no entanto, um contrassenso, que o Erário pagasse os custos do evento, como está sendo cogitado. Os não católicos teriam todo o direito de insurgir-se contra o uso de seus tributos para o custeio de uma crença que não é a sua.
Assim, não deveriam o governador do Rio de Janeiro, e o prefeito da Capital,  aproveitar-se do episódio, a fim de obter efeito eleitoral. Com as manifestações populares do Rio de Janeiro concentrando-se no protesto contra os dois, não se  esperava o privilégio concedido aos dois, e às suas famílias, de um encontro reservado na residência oficial do governador do Estado.
A visita do papa se faz em sua condição de pastor de uma religião. Não é  visita de Estado, e nas visitas de Estado, quem faz o programa é o governo que convida. Não é esse o caso.
 
22 de julho de 2013
Mauro Santayana

CONSELHEIRO E MARQUETEIRO DE DILMA DIVERGEM SOBRE RESPOSTAS AOS PROTESTOS DAS RUAS




A zona de turbulência enfrentada pelo governo da presidente Dilma Rousseff desde o início de junho, após a onda de manifestações que se espalhou pelo país, trouxe de volta à cena, mesmo que nos bastidores e de maneira informal, Franklin Martins, ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social do governo Lula. Oficialmente, ele não faz parte do Executivo de hoje.

No entanto, Martins despacha com Dilma e dá pitacos no auge da crise para agregar um discurso mais político, ideológico e denso em relação à pegada estritamente publicitária do marqueteiro da presidente, João Santana.

Nos bastidores do Planalto, circula a informação de que ocorreram pequenos ruídos entre os dois, que já trabalharam de maneira bastante afinada no governo Lula. Um dos interlocutores palacianos informa que, inicialmente, Franklin Martins teria feito críticas pontuais à condução da imagem do governo em relação à insatisfação das ruas.

Defendeu que era preciso mais conteúdo político e fortalecimento real dos programas sociais da gestão do que necessariamente ações de marketing.
Ele é partidário da teoria de que não adianta um embrulho bonito se o presente não é bom.

NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGNem mesmo os dois ministros sem pasta conseguem se entender – o 40º, João Santana, e o 41º, Franklin Martins. No caso, o jornalista teoricamente estaria certo, mas o governo vive hoje de marketing e não de realizações propriamente ditas. E marketing é assunto de João Santana. Eis a questão. (C.N.)

22 de julho de 2013
João Valadares (Correio Braziliense)

SEM NOÇÃO...

Papa Francisco: Dilma cumprimenta autoridades eclesiásticas como se fossem velhos amigos

Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, está no Brasil para participar da 28ª Jornada Mundial da Juventude, não como chefe do Estado do Vaticano.

Apesar desse detalhe é comum que o chefe do governo do país visitado sempre receba o sumo pontífice, mesmo que a visita não seja oficial.

Foi o que fez a presidente Dilma Rousseff e outros tantos políticos, que marcaram presença na Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro.

Comprovando mais uma vez que é carente de competência para ocupar cargo tão importante quanto o de presidente, a neopetista Dilma Rousseff abusou da informalidade ao cumprimentar autoridades eclesiásticas que estavam à espera do papa.
Após deixar o avião presidencial, Dilma dirigiu-se ao local onde estavam as autoridades políticas e eclesiásticas, cumprimentado uma a uma.

Ao se deparar com o arcebispo do Rio de Janeiro, Dilma ignorou o protocolo e beijou dom Orani João Tempesta no rosto, como se o religioso fosse seu velho conhecido.
Não contente, a presidente cumprimentou outro religioso, chacoalhando seu braço como se cumprimentasse o borracheiro da esquina mais próxima.

A cena se repetiu com o papa Francisco, tão logo o chefe da Igreja Católica chegou ao pé da escada do avião que lhe trouxe da Itália. É fato que o papa Francisco dispensa formalidades, mas não cabe à presidente a prerrogativa de atropelar o protocolo.

O contribuinte brasileiro torra parte do seu suado dinheiro para manter uma equipe palaciana responsável pelo cerimonial, mas Dilma Rousseff prefere ignorar a liturgia do cargo, para o qual foi eleita por alguém cujo pífio legado a presidente tem dado continuidade.

Quando o Brasil é alvo de chacotas nos bastidores do cenário internacional, os integrantes do governo se revoltam sem razão.

22 de julho de 2013
ucho.info

VERGONHA NACIONAL

Dilma desconhece a lei, ignora o protocolo e canta e aplaude o Hino Nacional em encontro com o papa

A presidente Dilma Rousseff desconhece até mesmo as mais simples leis, assim como o cerimonial palaciano, que permite que uma chefe de Estado cometa transgressões inaceitáveis.

Na abertura da recepção oficial oferecida ao papa Francisco no Palácio Guanabara, sede do Executivo fluminense, os presentes acompanharam a execução dos hinos do Vaticano e brasileiro, que contou com a atenção e o respeito do chefe da Igreja Católica.

Os convidados para o evento – autoridades, “caronistas” e os famosos papagaios de pirata – e a presidente Dilma Rousseff não se fizeram de rogados e cantaram o Hino Nacional, como se estivessem em um estádio de futebol.

Esses tropeços no protocolo oficial mostram o despreparo dos integrantes do governo petista em se portar adequadamente em cerimônias oficiais, muitas vezes encaradas como um churrasco na laje no final de semana.

Que os convidados desconheçam a legislação é compreensível, mas a presidente não poderia cometer uma gafe desse naipe.

O cerimonial do Palácio do Planalto já deveria ter informado à presidente sobre o que dispõe a Lei nº 5.700, de 1º de setembro de 1971, que trata dos símbolos nacionais e que em seu artigo 30º discorre sobre o respeito devido à Bandeira Nacional e ao Hino Nacional.

“Nas cerimônias de hasteamento ou arriamento, nas ocasiões em que a Bandeira se apresentar em marcha ou cortejo, assim como durante a execução do Hino Nacional, todos devem tomar atitude de respeito, de pé e em silêncio, o civis do sexo masculino com a cabeça descoberta e os militares em continência, segundo os regulamentos das respectivas corporações”, explicita de forma clara e inequívoca o artigo, que em parágrafo único estabelece que “é vedada qualquer outra forma de saudação”.

Para que o vexame fosse completo, Dilma e os convidados, não contentes com a cantoria, entregaram-se aos aplausos ao final da execução do Hino Nacional.
Sempre lembrando que a mencionada lei está disponível no site da Presidência da República.

Beira irresponsabilidade imaginar que o Brasil um dia dará certo sob o manto de um governo de incompetentes que fazem da fanfarra oficial a própria cortina de fumaça.
 
22 de julho de 2013
ucho.info

UNINDO FORÇAS

Voz das ruas: PSDB apoiará PEC do PMDB que limita a vinte o número de ministérios

Unindo forças – A bancada do PSDB na Câmara dos Deputados apoiará a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que será protocolada pelo PMDB e que limita o número de ministérios a vinte.

Segundo o líder tucano na Câmara, Carlos Sampaio (SP), diante da resistência do governo federal em fazer uma reforma administrativa para reduzir gastos, a PEC pode ampliar a discussão sobre a necessidade de se buscar eficiência na gestão pública e reduzir o peso do governo nas costas do contribuinte, que paga as contas.

“O país enfrenta um cenário econômico complicado e preocupante, com inflação alta, crescimento baixo, investimentos insuficientes. Numa situação como essa, é preciso cortar gastos, buscar eficiência. É o que as famílias fazem quando estão em dificuldades financeiras e é o que o governo deveria fazer também. Para que manter 39 ministérios, uma estrutura gigantesca e cara e que se mostra ineficiente?”, questiona o líder do PSDB na Câmara.

Segundo Sampaio, a redução do número de ministérios se tornou uma necessidade tão premente que a PEC é uma iniciativa do PMDB, principal aliado do governo federal e que comanda cinco pastas.

“Nós, da oposição, sempre defendemos a redução do número de ministérios como forma de reduzir os gastos públicos. Agora, se até o principal partido aliado da presidente Dilma defende o corte de ministérios é sinal de que o governo federal precisa deixar de ser intransigente e fazer uma reforma administrativa urgente”, afirmou o líder tucano.

22 de julho de 2013
ucho.info

DISCURSO DO CHICO, HÁ POUCO...

22 DE JULHO DE 2013

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE





22 de julho de 2013

UM GOVERNO ATOLADO VAI DESEMPERRAR A ECONOMIA?

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Governo está atolado na própria incompetência gerencial (Fonte: Reprodução/AE)
Sem o governo nenhum problema se resolverá, mas o próprio governo é o primeiro problema.
Tiririca estava errado. No Brasil, sempre dá para piorar, como têm provado com notável diligência a impropriamente chamada classe política e o governo da presidente Dilma Rousseff. Qual a distância, hoje, entre otimismo e pessimismo nas previsões econômicas?

A economia brasileira crescerá em média 3,2% ao ano entre 2014 e 2018, segundo a nova bola de cristal operada em parceria pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e pela instituição de pesquisas The Gonference Board, o indicador antecedente composto. No discurso oficial, um crescimento inferior a 4% ou 5% ao ano jamais foi admitido, até há pouco tempo, como padrão normal para o Brasil.

Poderia ocorrer como consequência de choques externos ou em fases de ajuste muito forte, mas sempre como situação excepcional. Hoje, até uma expansão pouco superior a 3% por vários anos pode parecer improvável, quando se considera a crise de produtividade da economia nacional.

Não há cálculo seguro do potencial de crescimento do país, mas os números estimados vêm caindo nos últimos anos – da faixa de 3,5% a 4% até há pouco tempo para algo entre 2,5% e 3% nas últimas avaliações. O número de 2,5% foi indicado esta semana pela economista Alessandra Ribeiro, da consultoria Tendências, segundo o jornal "Valor".

Calcular o produto potencial pode ser muito complicado, mas, apesar disso, economistas e formuladores de políticas têm excelentes motivos para levar em conta esse conceito. A existência de limites tem sido mostrada amplamente pela experiência.
Pode-se ultrapassá-los de vez em quando, mas insistir na aventura acaba normalmente em desastre. Inflação e desequilíbrio externo são consequências bem conhecidas e muito frequentes na história do Brasil.

Inflação e desajuste crescente no balanço de pagamentos já estão presentes no cenário brasileiro, apesar do crescimento pífio dos últimos dois anos e meio. Ninguém deveria iludir-se com o recuo de alguns índices desde o mês passado.

A redução dos preços dos alimentos tem efeito passageiro na formação dos indicadores, assim como a redução das tarifas de transporte coletivo. Grandes fatores inflacionários, como o desarranjo fiscal, a expansão do crédito e os aumentos salariais acima dos ganhos de produtividade, foram apontados, mais uma vez, na ata da última reunião do Comitê de política monetária (Copom), divulgada na quinta-feira. A ata destoou claramente do discurso presidencial do dia anterior.

Os autores do texto, no entanto, apontaram a possibilidade de um arrefecimento da demanda se nada for feito para reverter a tempo a crise de confiança do setor empresarial e das famílias. Por enquanto, "a demanda doméstica tende a se apresentar relativamente robusta, especialmente o consumo das famílias", segundo a ata. Mas os sinais de alerta já estão acesos.
 
O texto contém o suficiente para indicar o risco de uma estagnação mais ampla, mas seus autores poderiam ter ido mais longe. Se o consumo cair, o investimento continuar insuficiente e a indústria continuar em marcha lenta, como ficarão as já estropiadas finanças públicas?

Não há resposta para o problema do crescimento, no Brasil, sem a ação do governo, mas o governo está atolado na própria incompetência gerencial, na indigência de ideias de seus formuladores de políticas e num esquema pegajoso e sufocante de alianças políticas.

No Brasil, dizem especialistas, nenhum presidente pode governar sem acordos, às vezes com parceiros da pior espécie. Pode ser. Em muitos países coalizões são indispensáveis à operação do governo. Alianças, no entanto, são em geral precedidas de algum entendimento a respeito de objetivos e métodos. É o caso, em países da Europa, da formação de gabinetes para enfrentar a crise fiscal e financeira.

A peculiaridade brasileira é outra: programas são secundários e o fundamento das alianças é a partilha dos benefícios do poder. Não se divide o governo como responsabilidade, mas como butim. Esse padrão se fortaleceu com a disposição petista de aparelhar e lotear a máquina federal. Nada mais natural, quando um partido chega ao Palácio do Planalto com um projeto de poder e nenhum projeto real de governo.

Sem alianças em torno de um programa, o governo é forçado a negociar com a base a votação de cada projeto, como se nenhuma ideia geral desse um sentido comum às várias propostas. Não se pode sequer confiar na aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias, condicionada pelos companheiros à adoção de um impropriamente chamado orçamento impositivo – na prática, uma simples manobra para tornar obrigatória a liberação de verbas para emendas.

A um governo com essas condições de funcionamento – e comandado por uma presidente cada vez mais isolada – cabe a missão de promover a mudanças necessárias para destravar a economia, aumentar seu potencial de crescimento e impor ao País um ritmo de expansão mais parecido com o dos emergentes mais dinâmicos.

Nenhuma tarefa importante será cumprida se a presidente Dilma Rousseff e sua equipe forem incapazes de começar a arrumação das próprias contas. Para isso será necessário desfazer a confusão de incentivos temporários e permanentes, trocar as ações pontuais pelas chamadas políticas horizontais e cortar o vínculo incestuoso entre o Tesouro e os bancos controlados pela União.

Tudo isso deverá ser apenas o começo de uma lista enorme de mudanças. Elevar a eficiência na elaboração e na condução de projetos de infraestrutura será outro desafio tão duro quanto urgente. Sem isso, até como exportador de matérias-primas o País será cada vez menos competitivo.
Que dirão dessa agenda os marqueteiros eleitorais da presidente?

Sem o governo nenhum problema se resolverá, mas o próprio governo é o primeiro problema.

22 de julho de 2013
Rolf Kuntz
Fontes: Instituto Millenium - Um governo atolado vai desemperrar a economia?

MINISTRO JOAQUIM BARBOSA, O HOMEM DE UMA SÓ FACE.

RESOLUÇÃO DO PT COBRA MUDANÇAS NO GOVERNO

Documento do partido sugere reforma ministerial e ajustes na área econômica.  Petistas criticam política de alianças de Dilma; texto será submetido à direção executiva da sigla

 
 

Em documento discutido anteontem em reunião de seu diretório nacional, o PT defende a reforma ministerial e ajustes na política econômica entre as prioridades do governo Dilma Rousseff para o segundo semestre.
 
A Folha teve acesso ao texto, que ainda depende da aprovação do comando executivo petista. Dilma seria homenageada no evento em que o documento foi discutido, mas cancelou sua ida na véspera para participar de reunião sobre a visita do papa.
 
A resolução prevê a continuidade dos protestos que mobilizaram o país em junho até 2014, ano da Copa do Mundo e das eleições presidenciais. O partido entende que "nada indica que haverá refluxo das manifestações principalmente em ano eleitoral".
 
Numa prova de apreensão com a disputa do ano que vem, o comando do PT admite a realização de dois turnos na disputa pela Presidência.
 
"Sabemos ter pela frente um período de intensa luta política e ideológica, incluindo aí dois turnos de eleições presidenciais, para governo, Senado, deputados federais e estaduais", diz o texto, que será aprovado na próxima reunião da Executiva Nacional e ainda poderá sofrer modificações.
 
No documento, a cúpula do PT cobra a reaproximação dos movimentos sociais e mobiliza sua militância para recuperar a credibilidade da sigla e das instituições políticas, com a participação no "Grito dos Excluídos" no dia 7 de Setembro e nas organizações programadas para a segunda jornada de lutas da juventude", em agosto.
 
Os manifestantes que foram às ruas em junho rejeitaram a participação de partidos políticos. "As manifestações instalam e abrem já, aqui e agora, a disputa pelo futuro do Brasil. Por isto exigem novo tempo para o governo Dilma, para o PT e para os partidos aliados", diz o documento.
 
O texto afirma que os protestos mostram que há um "esgotamento e deterioração" de parte das atuais instituições políticas, o que inclui as alianças firmadas pelo PT desde o governo Lula.
 
ALIANÇAS
 
Mesmo sem citar o PMDB, principal aliado do governo, o documento cobra o rompimento com parceiros chamados de "conservadores".
 
"Vitoriosos nas eleições de 2002, mas sem condições de formar uma maioria parlamentar de esquerda, o PT e o governo tiveram de executar uma política de reformas baseada em alianças cujos parceiros não se dispunham, nem se dispõem, a romper com os limites da institucionalidade conservadora", diz a resolução.
 
O líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE), reclama da atuação dos aliados, inclusive o PMDB.
 
O PT e Dilma viram governistas barrarem dois dos "cinco pactos" divulgados no mês passado como resposta às ruas: o plebiscito sobre a reforma política com efeito nas eleições de 2014 e a destinação de 100% dos royalties do petróleo para educação.
 
O documento cobra ainda que Dilma faça um balanço de dez anos das ações do governo contra à corrupção, assim como o lançamento de um plano de combate ao crime.



22 de julho de 2013
CATIA SEABRAGABRIELA GUERREIRO - Folha de São Paulo

"NOVA ETAPA"

Brasil precisa se acostumar com novo patamar do dólar e mudar sua estratégia econômica para tirar o melhor proveito da situação
 
A economia mundial passa por um período de grandes transformações que trará consequências duradouras para o Brasil.
 
Chegou ao fim a fase de bonança externa, que durou de 2004 a 2011 e decorreu da alta dos preços das exportações brasileiras --ocasionada pela demanda chinesa por matérias-primas e, mais recentemente, pelo aumento do fluxo de capitais para países emergentes.
 
Nesse período, os termos de troca (a relação entre os preços das exportações e os das importações) subiram 40%, algo inédito nas últimas décadas. Foi um presente externo que equivaleu, em seu melhor momento, a uma afluência de riqueza para o Brasil da ordem de 3% do PIB ao ano.
 
Graças a esses fatores, o Brasil acumulou US$ 370 bilhões em reservas internacionais. Os resultados dessa sobra de recursos foram a persistente valorização cambial --com a chegada de mais dólares ao país, a cotação cai-- e a redução estrutural da taxa de juros real (já descontada a inflação), que passou de cerca de 8% no início da década passada para 2,5%.
 
Aspectos internos também favoreceram a aceleração temporária do crescimento. Em 2004, havia enorme capacidade ociosa no mercado de trabalho --a taxa de desemprego caiu de 12,2% naquele ano para 5,5% em 2012-- e amplo espaço para a expansão do crédito --o volume de empréstimos ainda era muito baixo no Brasil.
 
Políticas de distribuição de renda completaram o ciclo, propiciando uma grande expansão do consumo e a ascensão da chamada nova classe média.
 
As consequências de tais episódios de abundância de liquidez externa são bem documentadas na história. Se não houver escolhas domésticas que a direcione mais para investimentos produtivos e menos para gastos do governo e consumo privado, a tendência é que se acumulem desequilíbrios.
 
Alguns dos principais: valorização excessiva do câmbio (que prejudica a competitividade da indústria local), aumento da inflação nos setores de serviços (propiciado pelo ganho de renda) e crescimento desmedido nos preços de ativos, especialmente imóveis.
 
São padrões visíveis no Brasil nos últimos anos, sobretudo após 2008, quando o governo resolveu dobrar sua aposta no crescimento do consumo e no afrouxamento dos gastos públicos.
 
Hoje, o ambiente é outro. Os EUA superam a crise e retomam uma trajetória de crescimento --o que deve absorver recursos direcionados aos países emergentes. A China cresce mais devagar --o que deve forçar uma diminuição dos preços de matérias-primas.
 
Vêm pela frente condições externas mais difíceis para o Brasil: não haverá a mesma abundância de recursos disponíveis, e os termos de troca já estão caindo --desde 2011, a redução foi de 10%.
 
Nesse ambiente, são mais rígidos os limites para a expansão do consumo que não seja abastecido pela produção doméstica. Recorrer às importações para satisfazer à demanda interna torna-se demasiado custoso. O deficit externo já disparou, e deve chegar a US$ 80 bilhões neste ano --o modelo é, como se vê, insustentável.
 
O resultado é um movimento estrutural de desvalorização do real. Com o dólar mais caro, diminui o poder de compra do trabalhador brasileiro. Em um cenário adverso como esse, os bancos reduzem a disposição para emprestar (até porque os clientes já estão endividados) e o preço dos imóveis tende a estacionar.
 
As empresas, por sua vez, param de contratar novos trabalhadores --e não se descarta que venham a demitir parte de sua mão de obra.
 
Ao lado desses novos riscos há oportunidades para corrigir rumos. É necessário que as estratégias empresariais mudem. O governo, por sua vez, precisa repensar a inserção do Brasil na economia mundial --o país, voltado para o mercado interno, ficou à margem das cadeias globais de produção.
 
A desvalorização estrutural do câmbio, em si, favorece uma nova etapa de industrialização --ao menos em tese, a produção nacional ganhará competitividade sobre os importados, ora mais caros.
 
Para que o setor tire proveito desse rearranjo, porém, é preciso focar em produtividade, redução de custos, infraestrutura e capacidade de inovação. Nada disso ocorrerá sem a reconstrução da competência gerencial do Estado e das parcerias com o setor privado.
 
Outro ponto crítico é o combate à inflação --mais difícil no novo cenário cambial--, para evitar que a vantagem obtida com um real mais fraco seja corroída pelos custos internos ao longo do tempo.
 
A agenda dos próximos anos exige renovação. Se o governo insistir em manter sua estratégia (ou a falta dela), sem reconhecer a necessidade de mudanças, o país continuará a perder tempo e, provavelmente, passará por adversidades.

22 de julho de 2013
Editorial da Folha

"CORTE MINGUANTE"

As contas públicas vão mal e os apuros do governo ficarão evidentes, mais uma vez, quando o Executivo mandar ao Congresso, hoje, o relatório de execução orçamentária do terceiro trimestre. O documento conterá as novas projeções oficiais de crescimento econômico, da arrecadação e dos gastos e, naturalmente, do superávit primário, isto é, da economia planejada para o pagamento dos juros da dívida pública.
 
Na sexta-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi ao Palácio do Planalto para examinar com a presidente Dilma Rousseff as possibilidades de corte do gasto federal. Diante da arrecadação minguante, só um ajuste rigoroso poderia evitar um resultado fiscal muito inferior àquele prometido até o mês passado. Mas as promessas de cortes também minguaram nas últimas semanas, enquanto se intensificavam em Brasília as discussões sobre a contenção de gastos aceitável numa crise como a deste ano.
 
O governo prometeu inicialmente um superávit primário equivalente a 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB) estimado para 2013. Isso deveria corresponder a cerca de R$ 155 bilhões. As autoridades anunciaram depois a intenção de abater até R$ 45 bilhões da meta.
 
Esse valor foi em pouco tempo elevado a R$ 65,2 bilhões. A redução, nesse caso, equivaleria à soma das desonerações tributárias previstas para o ano e dos valores aplicados no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Isso reduziria o resultado primário a 2,3% do PIB.
 
Essa porcentagem foi reafirmada como resposta às manifestações de rua, num esforço do governo para mostrar compromisso com a austeridade. A presidente Dilma Rousseff chegou a propor aos governadores um pacto de responsabilidade fiscal, como se o governo da União estivesse em condições de dar o exemplo e de cobrar o envolvimento de todos num espetáculo de seriedade. Essa atitude foi também uma tentativa de compensar o desgaste provocado por declarações do secretário do Tesouro, Arno Augustin, sobre novos padrões de política orçamentária.
 
A nova orientação, segundo ele, seria ajustar a execução fiscal ao ciclo econômico, com mais economia nos períodos de bonança e mais gastos nas fases de vacas magras. Como a tradição, no setor público, tem sido muito mais de gasto que de economia, essas declarações foram interpretadas como um anúncio de relaxamento geral da política. O pacto de responsabilidade proposto pela presidente deveria ser uma reafirmação dos compromissos de austeridade - de fato, jamais cumpridos pelo governo há muitos anos.
 
Para cumprir a meta fiscal, mesmo com o desconto de R$ 65,2 bilhões, o governo deveria, segundo as avaliações correntes, cortar alguns gastos. Começaram a circular números possíveis, com base em declarações tanto públicas quanto reservadas de autoridades federais.
 
Falou-se inicialmente num corte de cerca de R$ 20 bilhões. Seria mais realista interpretar essa promessa como anúncio de um contingenciamento, isto é, de uma contenção de gasto sujeita à evolução da receita do governo. Se a arrecadação fosse mais satisfatória do que se havia previsto, o dinheiro seria liberado.
 
Nunca se levou muito a sério essa promessa de austeridade. Afinal, o governo já estava providenciando a antecipação de dividendos de bancos e empresas sob controle da União. Além disso, já se previa o ingresso de R$ 15 bilhões como bônus de uma licitação de área do pré-sal. O corte de gasto acabaria sendo em boa parte uma encenação de austeridade.
 
Mas a história continuou. Em pouco tempo o corte estimado foi reduzido a R$ 15 bilhões e, logo em seguida, a algo abaixo desse valor. A conversa mudou de novo nos últimos dias. Diante da evidente fraqueza da economia, até no mercado financeiro analistas começaram a admitir a ideia de se chegar ao fim do ano sem nenhum corte de gasto. Para o governo, será um alívio abandonar o assunto neste ano. Mas a economia pouco ganhará com isso, por causa da baixa qualidade da gastança federal.
 
E no próximo ano? Em 2014 haverá eleição. Mais prático será deixar o assunto para depois.

22 de julho de 2013
Editorial do Estadão

"VAI PASSAR"

 
Nunca se viu até hoje o caso de dois cachorros que tenham trocado, de livre e espontânea vontade, o osso de um pelo osso do outro, ensina Adam Smith. Ninguém como o velho Smith para dizer cenas verdades. No caso, ele falava do livre-comércio — uma característica exclusiva do ser humano, assim como a palavra, a escrita e outras coisas que distinguem os homens dos animais.
 
O pensador escocês que informou ao mundo, mais de 200 anos atrás, que o capitalismo existia, explicou como funcionava e demonstrou por que era indispensável para a evolução racional da sociedade, ia direto ao ponto em matéria de economia — mas sua clareza é a mesma quando transportada para a política. Nenhum partido, em nenhuma democracia do mundo, entra numa eleição para perder.
 
Não quer trocar seu osso com ninguém, quando está no governo — e quando está fora não quer trocar nada, e sim tirar o osso de quem está dentro. O Brasil, é claro, vive segundo essa mesma regra.
 
Mas a história, aqui, é muito mais quente, porque o osso em disputa é muito maior. Perder uma eleição lá fora é ruim — mas no fim é apenas isso, uma derrota. Aqui não. Se o PT perder a eleição presidencial de 2014. seja com a presidente Dilma Rousseff ou com o ex-presidente Lula, vai haver um terremoto na vida pessoal de dezenas de milhares de pessoas, possivelmente muito mais, a começar por seus bolsos. No caso, iriam embora o governo, os anéis e os dedos.

É disso, e só disso, que se trata. Fala-se uma enormidade, e cada vez mais, sobre o "quadro sucessório"; todo mundo "trabalha com a hipótese" de alguma coisa. (É uma das curiosidades da nossa atual linguagem política: aboliu-se o verbo "pensar". Hoje o indivíduo não pensa — só "trabalha com a hipótese".)

 
Mas o que está valendo mesmo, no jogo a dinheiro, é a corrida de uma multidão de gente para salvar o próprio couro. Até dois ou três meses atrás, esse era um problema inexistente: o governo tinha certeza de que Dilma "estava eleita já no primeiro turno". Mas a coisa mudou de repente, e o medo de perder invadiu o PT e a base aliada. Já apareceu um "volta Lula", tramado no escuro por ele mesmo, para desmanchar a candidatura de Dilma à reeleição; e os aliados, assim que sentiram o primeiro cheirinho de pólvora no ar, voltaram ao bazar de compra e venda do seu apoio.

As perdas materiais, aí, envolvem gente que não acaba mais. Quantos serão? É difícil saber ao certo. Entram, logo de cara, além dos 39 ministros que pretendem estar no próximo governo, perto de 25 000 funcionários de "confiança" nomeados livremente pelo presidente e sua turma — aos quais se devem somar os empregos que podem dar nas empresas estatais.

 
Muitos desses cargos são coisa de cachorro grande: a prova mais recente foi a batalha que o senador Fernando Collor ("aliado") travou para substituir os ocupantes de dois empregos na Petrobras por gente sua. Brigou e levou: Dilma. que já não tinha escolhido os dois que estavam lá, também não escolheu os seus substitutos, em mais um belo retrato de como funciona seu governo.
 
Some-se a isso a grossa maioria dos 594 deputados federais e senadores, e a miudeza política que sobrevive nos subúrbios mais distantes do poder central.

 Não se pode esquecer, é claro, todo o mundo multibilionário e opaco dos fundos de pensão gerenciados pelo PT e chefes sindicais — adicione-se a eles, aliás, a nata do mundo sindical petista. Multiplique-se, enfim, tudo isso pelo número de parentes, amigos, amantes, sócios etc. dessa turma, e já estamos falando numa quantidade de gente na casa dos seis algarismos.
 
O leitor fica convidado a fazer sua conta pessoal.
Falta acrescentar, ainda, os privilégios dos donos do poder, e que valem tanto quanto dinheiro sonante. Um caso, entre milhares, ajuda a entender com perfeita clareza por que é indispensável, para o PT e a base aliada, manter o governo em 2014.

 
Trata-se da última obra que o governador Sérgio Cabral, do Rio de Janeiro, colocou em sua biografia. Cabral, que há anos vive ajoelhado diante de Lula, mandou buscar seu cachorro "Juquinha", em sua casa de praia em Mangaratiba, num Agusta AW109 Grand New que faz pane da frota de sete helicópteros do governo estadual, mantidos ao custo estimado de 10 milhões de reais por ano. República?
 
Está mais para corte de Maria Antonieta tropical. Ao povão do Rio, nessa fantasia, fica reservado o papel dos barões famintos e napoleões retintos que desfilam no samba Vai Passar, de Chico Buarque.
Talvez esteja aí, no fundo, o problema real da política brasileira de hoje. Se o PT cair fora, quem vai mandar o helicóptero buscar "Juquinha" em Mangaratiba?


22 de julho de 2013
J.R. Guzzo, Veja

JOVENS NÃO TÊM MEDO DE ARRISCAR A ÚNICA VIDA QUE POSSUEM - DIZ PAPA FRANCISCO

 

 
O papa Francisco afirmou na noite desta segunda-feira (22), no primeiro discurso desde que chegou ao Brasil, que Jesus Cristo abre espaço para os jovens porque eles "não têm medo de arriscar a única vida que possuem".
A declaração foi feita ao lado da presidente da República, Dilma Rousseff, no Palácio Guanabara, sede do governo do Rio de Janeiro, em Laranjeiras (zona sul).
 
"Cristo abre espaço para eles [jovens], pois sabe que energia alguma pode ser mais potente que aquela que desprende do coração dos jovens quando conquistados pela experiência da sua amizade. Cristo 'bota fé' nos jovens e confia-lhes o futuro de sua própria causa: 'ide, fazei discípulos". Ide para além das fronteiras do que é humanamente possível e criem um mundo de irmãos. Também os jovens 'botam fé' em Cristo. Eles não têm medo de arriscar a única vida que possuem porque sabem que não serão desiludidos", declarou o pontífice.
 
No início do discurso, o pontífice argentino referiu-se aos brasileiros. "Aprendi que para ter acesso ao povo brasileiro é preciso bater no portal de seu coração", afirmou Francisco, que disse ter vindo ao Rio "nos braços abertos do Cristo Redentor."

 O papa disse também que "a juventude é a janela pela qual o futuro entre pelo mundo" e se colocou na posição de "amigo" dos brasileiros. "Peço a todos a delicadeza da atenção para estabelecer um diálogo de amigos, e os braços do papa se alongam para abraçar a nação brasileira."


No final do discurso, o sumo pontífice citou expressões tipicamente brasileiras, como "menina dos olhos" e referiu-se a locais do país, como o Pantanal.
 
 
Veja a íntegra do 1º discurso do papa Francisco em sua visita ao Brasil

Veja abaixo a íntegra do primeiro discurso do papa Francisco em sua viagem ao Brasil. O discurso foi feito no início da noite desta segunda-feira (22) no Palácio Guanabara, em Laranjeiras, na zona sul do Rio de Janeiro.
O pontífice estava ao lado da presidente Dilma Rousseff e era acompanhado por autoridades como o governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes.


Senhora Presidenta,
Ilustres Autoridades,
Irmãos e amigos!

 
Quis Deus na sua amorosa providência que a primeira viagem internacional do meu pontificado me consentisse voltar à amada América Latina, precisamente ao Brasil, nação que se gloria de seus sólidos laços com a Sé Apostólica e dos profundos sentimentos de fé e amizade que sempre a uniram de modo singular ao Sucessor de Pedro. Dou graças a Deus pela sua benignidade.
 
Aprendi que para ter acesso ao Povo Brasileiro, é preciso ingressar pelo portal do seu imenso coração; por isso permitam-me que nesta hora eu possa bater delicadamente a esta porta. Peço licença para entrar e transcorrer esta semana com vocês. Não tenho ouro nem prata, mas trago o que de mais precioso me foi dado: Jesus Cristo! Venho em seu Nome, para alimentar a chama de amor fraterno que arde em cada coração; e desejo que chegue a todos e a cada um a minha saudação: "A paz de Cristo esteja com vocês!"
 
Saúdo com deferência a senhora presidenta e os ilustres membros do seu governo. Obrigado pelo seu generoso acolhimento e por suas palavras que externaram a alegria dos brasileiros pela minha presença em sua Pátria. Cumprimento também o Senhor Governador deste Estado, que amavelmente nos recebe na Sede do Governo, e o Senhor Prefeito do Rio de Janeiro, bem como os Membros do Corpo Diplomático acreditado junto ao Governo Brasileiro, as demais Autoridades presentes e todos quantos se prodigalizaram para tornar realidade esta minha visita.
 
Quero dirigir uma palavra de afeto aos meus irmãos no Episcopado, sobre quem pousa a tarefa de guiar o Rebanho de Deus neste imenso País, e às suas amadas Igrejas Particulares.
Esta minha visita outra coisa não quer senão continuar a missão pastoral própria do Bispo de Roma de confirmar os seus irmãos na Fé em Cristo, de animá-los a testemunhar as razões da Esperança que d'Ele vem e de incentivá-los a oferecer a todos as inesgotáveis riquezas do seu Amor.
 
O motivo principal da minha presença no Brasil, como é sabido, transcende as suas fronteiras. Vim para a Jornada Mundial da Juventude. Vim para encontrar os jovens que vieram de todo o mundo, atraídos pelos braços abertos do Cristo Redentor. Eles querem agasalhar-se no seu abraço para, junto de seu Coração, ouvir de novo o seu potente e claro chamado: "Ide e fazei discípulos entre todas as nações".
 
Estes jovens provêm dos diversos continentes, falam línguas diferentes, são portadores de variegadas culturas e, todavia, em Cristo encontram as respostas para suas mais altas e comuns aspirações e podem saciar a fome de verdade límpida e de amor autêntico que os irmanem para além de toda diversidade.
 
Cristo abre espaço para eles, pois sabe que energia alguma pode ser mais potente que aquela que se desprende do coração dos jovens quando conquistados pela experiência da sua amizade. 
Cristo "bota fé" nos jovens e confia-lhes o futuro de sua própria causa: "Ide, fazei discípulos". Ide para além das fronteiras do que é humanamente possível e criem um mundo de irmãos. Também os jovens "botam fé" em Cristo. Eles não têm medo de arriscar a única vida que possuem porque sabem que não serão desiludidos.
 
Ao iniciar esta minha visita ao Brasil, tenho consciência de que, ao dirigir-me aos jovens, falarei às suas famílias, às suas comunidades eclesiais e nacionais de origem, às sociedades nas quais estão inseridos, aos homens e às mulheres dos quais, em grande medida, depende o futuro destas novas gerações.
 
Os pais usam dizer por aqui: "os filhos são a menina dos nossos olhos". Que bela expressão da sabedoria brasileira que aplica aos jovens a imagem da pupila dos olhos, janela pela qual entra a luz regalando-nos o milagre da visão!
O que vai ser de nós, se não tomarmos conta dos nossos olhos? Como haveremos de seguir em frente? O meu auspício é que, nesta semana, cada um de nós se deixe interpelar por esta desafiadora pergunta.
 
A juventude é a janela pela qual o futuro entra no mundo e, por isso, nos impõe grandes desafios.
A nossa geração se demonstrará à altura da promessa contida em cada jovem quando souber abrir-lhe espaço; tutelar as condições materiais e imateriais para o seu pleno desenvolvimento; oferecer a ele fundamentos sólidos, sobre os quais construir a vida; garantir-lhe segurança e educação para que se torne aquilo que ele pode ser; transmitir-lhe valores duradouros pelos quais a vida mereça ser vivida, assegurar-lhe um horizonte transcendente que responda à sede de felicidade autêntica, suscitando nele a criatividade do bem; entregar-lhe a herança de um mundo que corresponda à medida da vida humana; despertar nele as melhores potencialidades para que seja sujeito do próprio amanhã e corresponsável do destino de todos.
 
Concluindo, peço a todos a delicadeza da atenção e, se possível, a necessária empatia para estabelecer um diálogo de amigos.
Nesta hora, os braços do Papa se alargam para abraçar a inteira nação brasileira, na sua complexa riqueza humana, cultural e religiosa. Desde a Amazônia até os pampas, dos sertões até o Pantanal, dos vilarejos até as metrópoles,ninguém se sinta excluído do afeto do Papa. Depois de amanhã, se Deus quiser, tenho em mente recordar-lhes todos a NossaSenhora Aparecida, invocando sua proteção materna sobre seus lares e famílias. Desde já a todos abençôo.
Obrigado pelo acolhimento!

22 de julho de 2013

Hanrrikson de Andrade e Paula Bianchi
Do UOL

UMA NOTA SOBRE O FORO DE SÃO PAULO


 


Eu havia decidido não me meter nessa questão mas fatos novos surgiram e me vejo no dever de fazer este esclarecimento. Com a proximidade do encontro anual do Foro de São Paulo (FSP) a ser realizado no Brasil entre 31 de julho e 4 de agosto em São Paulo, evidentemente que o tema foi abordado por Olavo de Carvalho em seus artigos e notas que tiveram ampla divulgação pela rede e FaceBook (FB) e também por mim.

Olavo sugeriu uma auditoria no FSP e logo a idéia ganhou a adesão de muitas pessoas. Com a “moda” de manifestações públicas e de se falar do FSP mesmo sem conhecer nada, um grupo de pessoas no FB pensou em fazer cartazes exigindo a auditoria ao Ministério Público e se postar na frente do hotel onde vão acontecer os eventos do Foro. Fui convidada a participar mas, desde o início, fui contra a manifestação, principalmente porque os membros dessa organização não são pessoas comuns e sabemos que há entre eles muitos terroristas perigosos e com extensa ficha criminal. Achei imprudente e inócuo, sobretudo porque não é possível controlar a adesão e nesse meio poderia aparecer pessoas infiltradas, com más intenções, estragando o objetivo primeiro que era a auditoria.

Certo dia uns amigos (de longa data) me chamaram para uma conversa no Skype, porque algumas pessoas queriam saber mais sobre o FSP e como estudo esta organização criminosa há 14 anos, de boa vontade concordei e discutimos até quase 4 da manhã. Apesar de todo o meu esforço, no dia seguinte tomei conhecimento que as pessoas novas que participaram da conversa não aceitaram minhas orientações e insistiam em fazer a manifestação. Decidi, a partir desse momento, não mais colaborar com essas pessoas, quando junto com esses amigos resolvemos criar o “Fora Foro”. A concepção e elaboração tecnológica é deles e eu apenas “alimento” com informações.

O que é o “Fora Foro”? É uma página no FB e um site na internet que se propõe APENAS a informar ao público as atividades do FSP, onde será alimentado freqüentemente com material de fonte primária (do próprio FSP), artigos e vídeos do Olavo de Carvalho, meus e de pessoas que sabemos serem conhecedoras do assunto, nacionais e internacionais.

Ato contínuo, as pessoas que formaram o outro grupo, mas que desejam fazer uma manifestação de rua, utilizaram o mesmo nome criado por este grupo que estou apoiando acrescentando a ele a palavra “conservador”. Ora, nós não somos proprietários de coisa alguma em relação ao FSP, coisa que sempre deixei claro e isso não nos incomodou, até que fui visitá-lo e vi que há incorreções graves que desmerecem todo o esforço de quem, como eu e o Olavo, vimos há décadas denunciando esta organização com base em fontes primárias. Além disso, eles incluíram como informações um artigo meu, e os links do vídeo da palestra que proferi ano passado no CIRCAPE. Não gostei de ver aquilo lá e me queixei pelo FB de que sequer fora consultada. Um dos membros respondeu que não havia nada de ilegal porque haviam indicado as fontes, no que tenho de concordar. Entretanto, não me agrada ver trabalhos meus publicados num site cuja orientação é radicalmente contrária ao que penso e que vem, com estas publicações, enganando os visitantes que assim acreditam que a manifestação conta com meu apoio e aval. NÃO CONTA!

Outra aberração encontra-se na lista de mandatários onde está escrito “Presidente e primeiro-ministros (sic). Ora, durante esses 14 anos estudando com dedicação exclusiva o tema Foro de São Paulo NUNCA vi o nome de nenhum primeiro-ministro como membro da organização, então, diante de tamanha novidade perguntei de onde era (ou eram) os tais e só muitas horas mais tarde me veio a resposta. Publico aqui tal como me foi dito no FB para que não restem dúvidas sobre a seriedade deste grupo:

Quer dizer, “... por ser um dos possíveis nomes para o chefe de governo de uma república...” é querer ser futurista, usar de “achismos” e não um trabalho sério e responsável. Em vez de estudar o que é o FSP e só depois se posicionar a respeito, as pessoas falam daquilo que sua imaginação determina sem nenhum compromisso com a verdade. A única coisa que conseguem com esta atitude irresponsável é danar o trabalho sério de quem quer de fato ver este tema tabu ser posto às claras pela justiça, e enganar quem entra lá pensando que vai finalmente conhecer o que é, o que faz e como opera o Foro de São Paulo.

Não tenho o direito nem muito menos a intenção de ditar regras de vida para ninguém além de mim mesma mas, por questão de honestidade, sobretudo com amigos e leitores, necessitei fazer este esclarecimento que me envergonha e constrange muitíssimo. Quem quiser assinar uma petição em branco e/ou participar da manifestação pública que eles estão programando para o dia 31 de julho, sinta-se livre para fazê-lo mas saiba, com a mais absoluta certeza, de que este grupo NÃO TEM O MEU APOIO, NEM MINHA COLABORAÇÃO, NEM QUALQUER RELAÇÃO COMIGO, SEJA NA MANIFESTAÇÃO, NA ORIENTAÇÃO OU NA PETIÇÃO.

Fiquem com Deus e até a próxima!
 
Comentários: G. Salgueiro
 
22 de julho de 2013

GOVERNO HONESTO E ATUANTE É PRIORIDADE PRA 63,5% DOS JOVENS BRASILEIROS, APONTA PESQUISA

Educação de qualidade ficou em primeiro lugar entre os temas considerados mais importantes para entrevistados de 15 a 29 anos

Pesquisa divulgada nesta segunda pelo Instituto de.Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que, para 63,5% dos jovens brasileiros, aqueles com idade entre 15 e 29 anos, ter um governo honesto e atuante é uma das prioridades.
 
O Ipea pediu para cada entrevistado escolher, entre 16 temas, seis que seriam prioritários.
 
 
Em primeiro lugar ficou a educação de qualidade, apontada por 85,2% dos jovens. Em seguida, aparece a melhoria dos serviços de saúde, com 82,7%.
 
A pesquisa mostra ainda que a população jovem nunca foi e nem nunca será tão grande no país como agora: atualmente, o grupo é formado por cerca de 50 milhões de pessoas
 
22 de julho de 2013
JULIANA CASTRO - O Globo

NO RIO, LICITAÇÃO DE HELICÓPTERO USADO POR CABRAL TEVE CONCORRENTE ÚNICO

 

Apenas a Synergy, offshore com sede no Panamá, foi considerada habilitada a concorrer no final do processo, realizado em 2011

 
Apenas uma empresa, a offshore Synergy Aerospace Inc, sediada no Panamá (um paraíso fiscal) e com capital social de US$ 10 mil, foi considerada habilitada no final da licitação que terminou com a venda ao Estado do Rio do helicóptero Agusta AW109 Grand New, avaliado em quase US$ 10 milhões e usado pelo governador Sérgio Cabral Filho (PMDB).
A história da compra do aparelho está documentada no processo de licitação, obtido pela reportagem do Estado por meio da Lei de Acesso à Informação.
Apesar de não ter como fornecer certidões negativas de dívidas, nem livros contábeis, exigidos pelo edital - e de cuja apresentação foi eximida, por ser estrangeira, segundo a Lei 8.666/93 - a companhia, do empresário German Efromovich, controlador da antiga OceanAir e hoje Avianca, pôde participar do certame.
A outra concorrente, a Helibras, em nome da francesa Eurocopter, foi desclassificada e desistiu de recorrer. Sozinha na disputa, a Synergy foi vencedora.
O Agusta está no centro de uma polêmica envolvendo Cabral, que até poucos dias embarcava nele na Lagoa Rodrigo de Freitas e voava até o Palácio Guanabara, sede do governo, em Laranjeiras - menos de dez quilômetros depois.
Após reportagem da revista Veja que registrou o embarque de familiares do governador no helicóptero, ele anunciou que não voaria mais para o trabalho, mas continuaria a usá-lo para ir a Mangaratiba, onde tem casa de veraneio.
O uso do transporte é citado por pessoas próximas ao governador, como o presidente do PMDB local, Jorge Picciani, como precaução de segurança, devido a medidas de combate ao crime, como as Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) nas favelas. "Vocês acham que o Cabral e sua família não correm risco?"
No "projeto básico para aquisição de uma aeronave tipo helicóptero biturbina de pequeno porte VFR/IFR", porém, o item segurança pública não é citado. No documento de 15 de fevereiro de 2011, alega-se que o Rio tem características de relevo próprias, com vias terrestres espremidas entre montanhas e o mar e condições de tráfego difíceis, "sendo muitas vezes impossível de se (sic) prever o tempo dispensado para um determinado trajeto".
E prossegue: "A capacidade de rápido deslocamento permite ao governante manter presença constante nos pontos mais distantes do Estado, bem como ter uma agenda de trabalho mais dinâmica e eficiente."
Segundo o governo, quatro empresas manifestaram interesse no negócio, mas só a Synergy (representante da anglo-italiana AgustaWestland) e a Helibras (em nome da francesa Eurocopter) apresentaram propostas. A TAM (pela americana Bell Helicopter) e a Helicentro (credenciada pela MacDonald Douglas, também dos EUA) terminaram por não disputar.
O preço-base foi reduzido, depois que o valor médio, inicialmente fixado em R$ 18.200.201,04, foi corrigido, após intervenção do Tribunal de Contas do Estado (TCE), por reinterpretação da pesquisa de preços, para R$ 16.038.060,96. Tanto a Synergy como a Helibras, porém, foram inicialmente desclassificadas, em julho de 2011, por problemas de documentação, e recorreram.
"Não existe equivalência no Panamá para as certidões da Fazenda estadual e dívida pública ou certidões da Fazenda municipal (referente ao recolhimento de ISS) e dívida pública para empresas que tenham sido constituídas sob as leis panamenhas com o objetivo de exercer suas atividades comerciais fora do território do Panamá", afirmara a empresa, em documento de 17 de junho.
"Assim, sendo a empresa uma ‘offshore’ constituída sob as leis da República do Panamá especialmente para realizar negócios fora do território panamenho e que, até a presente data, não emprega funcionários, não está obrigada a cumprir com quaisquer encargos sociais ou trabalhistas equivalentes à Seguridade Social (INSS) e ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS)."
De acordo com o governo estadual, as duas empresas desclassificadas ganharam, segundo a Lei 8.666/93, oito dias úteis de prazo para apresentar os documentos que faltavam.
"A Helicópteros do Brasil-Helibras formalizou, por ofício, a desistência de participação no processo, alegando não possuir a documentação técnica exigida. Na pesquisa de preços, a empresa chegara a cotar o aparelho a R$ 13.015.968,00.
Já a Synergy/Agusta apresentou a documentação necessária e foi considerada habilitada a entregar sua proposta", explicou por escrito a administração. A empresa panamenha apresentou documento afirmando ter patrimônio líquido disponível equivalente a 10% do valor/preço do objeto da concorrência. Por isso, o valor do capital social da empresa foi considerado irrelevante.
Em 25 de agosto de 2011, a Synergy foi declarada vencedora, com a proposta de US$ 9.732.934,00, equivalente, na época, a R$ 15.233.015,00. O pagamento foi feito em três parcelas.
O dinheiro foi depositado na conta 01-0087148-3, da Synergy, no HSBC Bank Panama S.A., com intermediação do HSBC de Nova York. O negócio foi isento de impostos, porque o Estado do Rio, por lei, tem imunidade tributária.
A Synergy foi procurada peloEstado, mas não quis se pronunciar.
22 de julho de 2013
Wilson Tosta - O Estado de São Paulo