A oposição protocolou na tarde desta quarta-feira na Secretaria Geral da Mesa do Congresso pedido de instauração de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar irregularidades no uso de recursos públicos nas obras da Copa do Mundo.
No pedido, o deputado Izalci (PSDB-DF), afirma que foi retirado dinheiro do orçamento público federal e repassado a empreendimentos privados, além do governo ter oferecido renúncia fiscal às empresas que atuaram nas obras da Copa.
Para o deputado, houve omissão das autoridades em prestar contas a respeito do volume de recursos públicos federais empregados nas obras dos estádios.
Para o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), há indícios concretos de superfaturamento na execução das obras.
O senador comparou os valores investidos nos estádios brasileiros – o Mané Garrincha custou cerca de R$ 1,5 bilhão – com aqueles feitos em outros países para alegar que houve desvio de recursos.
Para Dias, o Congresso poderá aproveitar o descontrole do governo sobre sua base aliada, que aumentou desde que a popularidade da presidente Dilma Rousseff começou a despencar, para fazer uma CPMI com resultados objetivos.
- Fazer uma CPMI agora é um teste decisivo da mensagem que o Congresso quer passar após as manifestações populares. Há um escandaloso superfaturamento de obras da Copa, que está a exigir essa apuração.
É preciso verificar quem são os responsáveis. Com o trator governista desgovernado, há uma perspectiva de que a CPMI funcione melhor.
A obtenção do número de assinaturas já é uma consequência dessa ausência de comando que se agravou com a queda na popularidade da presidente Dilma - afirmou Álvaro Dias.
O requerimento de CPMI defende que há “graves suspeitas de superfaturamento” em obras de diversos estádios, o que, segundo Izalci, foi registrado pelo grupo de trabalho da Copa, composto pelo Ministério Público, Tribunal de Contas e Controladoria-Geral. A CPMI deverá apurar o destino dos recursos, como foram gastos e irregularidades na aplicação.
Até o momento, há assinaturas de 192 deputados e de 28 senadores. No entanto, a leitura da CPMI, passo que precede sua instalação, só será feita na próxima sessão do Congresso, marcada para 12 de agosto.
Até a meia-noite dessa data, os parlamentares ainda podem retirar ou incluir suas assinaturas.
O deputado Izalci pretende usar as redes sociais para expor à pressão popular aqueles que se posicionarem contrariamente à CPMI.
O deputado Izalci pretende usar as redes sociais para expor à pressão popular aqueles que se posicionarem contrariamente à CPMI.
O líder do PT no Senado, Wellington Dias (PI), é um deles. Logo após o pedido ser protocolado, o senador afirmou ser contrário à investigação.
Em seu julgamento, não há fatos concretos que justifiquem a abertura de uma CPMI da Copa do Mundo.
- Existe um fato, provas, indícios que justifiquem uma investigação do Parlamento? A avaliação do PT é que não foram apresentados fatos concretos para isso, como manda a Constituição - defendeu Wellington.
- Existe um fato, provas, indícios que justifiquem uma investigação do Parlamento? A avaliação do PT é que não foram apresentados fatos concretos para isso, como manda a Constituição - defendeu Wellington.
(O Globo)
17 de julho de 2013
in coroneLeaks