"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

CAIXINHA, OBRIGADO? NÃO! CAIXINHA COMPULSÓRIA!!!

De tudo o que foi revelado sobre a caixinha do PSC, nas reportagens Militão, o mais impressionante é a entrevista do presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), publicada na semana passada, em que ele declara achar “normal” a prática do partido de exigir que todos os seus funcionários – em todos os níveis, em todos os cargos espalhados pelo país –paguem 5% de contribuição.

Leia a entrevista de Marco Maia a Eduardo Militão no Congresso em Foco

Na última sexta-feira (9), a entrevista de Marco Maia ganhou um generoso espaço no Jornal da Cultura, o interessante noticioso da TV Cultura de São Paulo.
Apresentado por Maria Cristina Poli, o jornal tem sempre dois debatedores, que comentam com Maria Cristina as notícias apresentadas por ela.
Na sexta-feira, estava presente o cientista político Carlos Novaes. E ele foi preciso na avaliação da entrevista de Marco Maia e na falta de maiores consequências no Congresso até agora para a importante denúncia feita por Eduardo Militão.

Veja o primeiro bloco do Jornal da Cultura da última sexta-feira. A reportagem sobre a caixinha do PSC começa aos 12 minutos e 45 segundos

Recapitulando, para entender a história. O PSC – Partido Social Cristão – cobra de cada pessoa que trabalha por indicação do partido em algum órgão público uma caixinha de 5%.
O Congresso em Foco obteve uma lista que mostrava quanto paga cada um dos servidores acomodados no gabinete do deputado Zequinha Marinho (PSC-PA). Confrontado com o documento, ele admitiu que o expediente do partido é, de fato, exigir de todo mundo esse pagamento. Somente na Câmara, isso garante mais de R$ 600 mil de caixinha por ano.

Verificou-se que não se trata de uma contribuição, de uma colaboração voluntária. Nem de algo cobrado apenas dos filiados, como é feito por outros partidos. Trata-se de algo compulsório.

O jornalista Humberto Azevedo, ao se recusar a pagar os 5% de seu salário, acabou demitido do gabinete de Zequinha Marinho. E não é mesmo só em Brasília que acontece. Três deputados estaduais de São Paulo acabaram expulsos do PSC porque se recusavam a cobrar de seus funcionários a caixinha.
Eles mostraram ao Congresso em Foco que tinham, quando se candidatavam, que assinar um termo de compromisso, no qual diziam estar cientes que tinham de arrancar um percentual do vencimento de seus funcionários para o partido.

Leia tudo sobre a caixinha

Políticos que misturam o público e o privado, que não têm noção da diferença entre as duas coisas, sempre existiram. Mas quando essa confusão acontece com o próprio presidente da Câmara, ela ganha graves contornos institucionais.

É isso o que pontua Carlos Novaes no Jornal da Cultura. “O mais escandaloso é a naturalidade dele”, comenta o cientista político sobre a fala de Marco Maia. “Ele realmente acredita nisso [que é algo banal um partido político obrigar seus funcionários a pagar 5% de caixinha]”, continua. E fulmina, então: “Ele acha que o partido é dono de uma fatia do Estado”.

Eis o ponto. E dele até já falamos aqui outras vezes. Desde a sua formação, desde as capitanias hereditárias, estabeleceu-se que a administração do Brasil se daria literalmente por um loteamento do país.
Quinhentos anos depois, o pensamento da elite política brasileira não mudou. É por conta desse processo que os partidos, por exemplo, exigem em troca, quando apoiam um governo, “um ministério de porteira fechada”.

A expressão não poderia ser mais precisa: o partido está em busca de uma fazenda, de uma propriedade, e não exatamente de uma pasta na qual possa exercitar na prática seus conceitos de políticas públicas.

São donos dos espaços que ocupam e do dinheiro público destinado à sua manutenção. Assim, não é feio usar carro oficial para fazer compras, não é feio pagar tapioca com cartão corporativo, não é feio trocar milhas de passagens usadas em serviço. E não é feio pegar parte do salário dos funcionários que contrata para financiar seu partido. Ou pior: para botar no bolso.

Há um trecho da entrevista de Marco Maia que não foi reproduzido no noticiário do Jornal da Cultura. “Por que tu insistes tanto nessa matéria?”, pergunta Marco Maia a Eduardo Militão, como se o repórter do Congresso em Foco estivesse sendo impertinente. “Sabe por que nenhum partido fez isso até agora? Nenhuma representação?”, pergunta o presidente da Câmara. “Porque todos têm a fonte de contribuição”, conclui. Ou seja, segundo o presidente da Câmara, todos de alguma forma se apropriam do dinheiro público. Como, de fato, até agora ninguém fez nada, o que disse Marco Maia deve mesmo ser verdade.

rudolfo lago

MENSALÃO: STF ENTRE A BAGUNÇA E A SUSPEIÇÃO

A declaração do ministro do STF Ricardo Lewandowski de que crimes como formação de quadrilha poderão prescrever antes que o processo do mensalão se encerre não pegou ninguém de surpresa. A morosidade da nossa Justiça de um modo geral é fato público e notório. A do Supremo, nem se fala.

No entanto, é pelo menos estranho que um ministro aceite tacitamente essa prescrição e venha a público acenar com essa possibilidade, como se a confessar a incompetência do STF, que está “trabalhando” no mensalão desde 2005.
Não poderia essa admissão ser entendida como uma ajuda aos réus, já que Lewandowski, em voto polêmico, foi o único que se posicionou contra o relator com relação a José Dirceu, alegando que não havia indícios suficientes para acusá-lo de formação de quadrilha?

Sabendo dessa possibilidade, que se torna real ao ser confirmada por um ministro do Supremo, qualquer advogado de porta de cadeia sabe o que fazer para procrastinar ou mesmo impedir que o julgamento de seu cliente se realize, sob a falsa alegação de garantir o direito de defesa.

Mas tem mais: Lewandowski disse também que vai começar do zero ao receber o voto de Barbosa, isto é, estudar, pelo menos, 130 volumes com 600 páginas só de acusações. Ora, por que não pediu ao relator que lhe enviasse todos os documentos relativos ao processo para acompanhá-lo passo a passo?

Depois dessas declarações, Cezar Peluso parece que acordou da pasmaceira e mandou distribuir cópias dos processos a todos os ministros. Meio tarde, não é?

Some-se a isso tudo o fato do ministro Joaquim Barbosa, cheio de problemas de saúde faz tempo, não ter passado a tarefa para outro juiz, a fim de não atrasar ainda mais o processo.

E é sob esse clima que oscila entre a bagunça e a suspeição que os mensaleiros vão ser julgados.
Por Ricardo Froes

CONFISSÃO

Com quatro anos de atraso — oficialmente o Brasil foi anunciado como promotor da Copa de 2014 em outubro de 2007, mas desde 2006 sabia-se que a decisão da Fifa seria essa — o país começa a tentar montar um mínimo de organização para receber a competição, e já dá demonstrações de que assumiu compromissos maiores do que sua capacidade de realização de grandes eventos.

Questões relacionadas com os estádios de futebol e seu entorno são perfeitamente negociáveis e é aceitável que algumas regras ou leis mudem temporariamente, como a permissão de venda de bebidas alcoólicas durante a Copa do Mundo.

Fez bem o relator da Lei Geral da Copa em não aceitar que a mudança sobre venda de bebidas fosse definida como permanente.

Mesmo que ache ridículo dar meia-entrada para índios e participantes do Bolsa Família, mais essa agora para quem entregar armas de fogo, tudo bem que se negocie com a Fifa essas nossas “especificidades”.

Essa categoria mais barata de ingressos faz parte do chamado “grupo quatro”, que prevê uma cota de 300 mil entradas, da mesma maneira como foi feito na África do Sul. Nesse caso específico, a Fifa já tem essa experiência com países “emergentes” e não deve haver problemas.

Metade seria para os estudantes e o restante dividido entre torcedores de baixa renda, indígenas e aqueles que entregarem armas, incentivo ao desarmamento que deverá ser regulamentado pelo Congresso.

Idosos e estudantes já teriam esse direito por lei, mas agora também aprovaram o “estatuto do menor”, que abrange pessoas de 15 a 29 anos. Exageros brasileiros, mas nada também que “quebre” a poderosa Fifa.

A Fifa, como todos sabem, tem seus patrocinadores, seus interesses econômicos, e o governo brasileiro, que assinou o compromisso de aceitar as suas regras, fez muito bem de não colocar a “soberania nacional” no meio da discussão sobre a meia-entrada e a venda de bebidas alcoólicas.

Proibir venda de bebidas alcoólicas nos estádios de futebol faz parte de uma legislação federal, e sua suspensão no período da Copa do Mundo tem que ser negociada com o Congresso.

Mas é uma negociação de fácil resolução, já que não temos razões de fundo religioso nem cultural para proibir venda de bebidas alcoólicas nos estádios de futebol.

Trata-se de uma medida preventiva, para evitar brigas e confusões entre as torcidas, que pode ser substituída naquele mês da Copa por outra.

O fato é que quando se candidatou a sediar a Copa do Mundo — ninguém obrigou o país a fazer isso —, o Brasil sabia dos interesses econômicos da Fifa, e se comprometeu a acatá-los.

Ou você quer realizar o evento e aceita as regras, ou chega à conclusão que não vale a pena e não aceita sediar a Copa do Mundo, que no final das contas não passa de um negócio, um grande negócio, que movimenta bilhões e bilhões de pessoas e de dólares em todo o mundo.

É bom para a Fifa que se realize aqui, no país do futebol, único pentacampeão mundial. As imagens que as televisões transmitirão para todo o mundo certamente serão das mais belas já mostradas, mas nos pareceu ser também um bom negócio para o país.

Mas mudar as férias escolares e decretar feriado em dias de jogos, isso é o retrato de um país desorganizado, que não consegue promover um evento dessa magnitude sem mudar a rotina de seu cidadão.

Mostra que o país não conseguiu, apesar do tempo mais que suficiente, fazer as obras viárias que permitiriam a circulação da massa de turistas pelas ruas das cidades que receberão os jogos da Copa do Mundo, juntamente com os seus habitantes.

Trata-se de uma confissão de que não haverá tempo suficiente para terminar as obras necessárias, como corredores de transporte rápido, ampliação do metrô, além dos problemas de atrasos por denúncias de corrupção.

Os aeroportos serão improvisados com puxadinhos patéticos e até mesmo aeroportos militares precisarão ser utilizados para que o trânsito dos turistas seja possível.

Quando há Copa do Mundo, em muitas cidades brasileiras é decretado ponto facultativo, e a maioria das empresas dispensa seus funcionários, ou faz uma pausa durante os jogos, coloca telões para que possam ver os jogos.

Mas nesse caso é uma questão cultural, todos estão empenhados em torcer pela Seleção Brasileira e a produtividade seria fatalmente afetada se os trabalhadores, de todos os níveis, não pudessem acompanhar os jogos.

Mas mudar a rotina do país porque não consegue fazer duas coisas ao mesmo tempo é simplesmente ridículo.

Vamos ter feriado em cidades, como o Rio, que não verá nenhum jogo da Seleção Brasileira, a não ser se ela chegar à final.

A cidade vai parar para que os torcedores de outras seleções possam se locomover com comodidade pelo Rio, ou outra das 12 sedes da Copa, sem notar nossas falhas.

Mas elas continuarão lá, a denunciar nossa incúria.

* * * * * * * * * * * * * *

A versão para a palavra inglesa lobby, que em português já existe com a mesma grafia, que deu origem à denominação de grupos de pressão, tem origem controversa.

Além daquela que dei na coluna de ontem, de conversas de membros do Parlamento com amigos nos lobbies do Congresso, há a história de que o termo se originou no Willard Hotel em Washington DC, frequentado pelo General Ulysses S. Grant, comandante das tropas federais durante a Guerra Civil e presidente dos Estados Unidos.

Grant ia lá para fumar charutos, tomar brandy e conversar, ocasião em que políticos e comerciantes ficavam no lobby tentando aproximar-se dele.

15 de dezembro de 2011
Merval Pereira
Fonte: O Globo, 14/12/2011

PANELADA...

Ciro manda o recado

Escanteado no PSB pelo presidente do partido e rival interno, Eduardo Campos, governador de Pernambuco, Ciro Gomes voltou dos Estados Unidos, onde estudava, com bala no coldre. Diante da aproximação de Campos com o presidente do PSD, o prefeito paulistano Gilberto Kassab, Ciro mandou um recado para ambos: seu título de eleitor agora é de São Paulo. Um claro sinal de que o ex-presidenciável pode se movimentar no diretório da capital para se lançar candidato a prefeito.

Sai da frente


Ciro não esquece o dia em que o ex-presidente Lula e Campos o tiraram da disputa presidencial em 2010. Hoje, é só mágoa contra todos eles, inclusive Dilma Rousseff.

Opção


Os irmãos Gomes – Ciro e Cid, governador do Ceará – cogitaram trocar o PSB pelo PRB. Apesar da insatisfação com o PSB, nada ainda concreto.

Lobão & Sarney


Já não é segredo nas rodas de Brasília: o ministro Edison Lobão será o candidato apoiado por José Sarney e Roseana ao governo em 2014 no Maranhão. A sociedade informal inclui o domínio das principais secretarias pelos clãs, com alguma rebarba para o aguerrido PT local, sempre atropelado pela executiva nacional.

Projeto prorrogado

O comunista Flávio Dino, maior nome da oposição, recarrega suas baterias para a disputa em 2014, como opção de voto. Em Brasília, o PSDB E PT, cada qual a seu modo, já movimentam seus homens para acompanhar a disputa. Mas a de 2012.

Magia do Natal

O Palácio do Buriti, sede do governo do DF, foi inundado com cartões de felicitações. Um deles é da rival ferrenha do governador Agnelo Queiroz, deputada distrital Celina Leão: “Meu voto é por você”. Interpretam como provocação ou erro de endereço.

Só de cima

O deputado Sandro Mabel (PMDB) procura jato novo, avaliado em US$ 22 milhões. No Maranhão, o senador Lobão Filho (PMDB) constrói heliponto na sua empresa.

Terrorista escritor

Cesare Battisti, o terrorista italiano liberto no Brasil pela mão amiga do poder, vai a Fortaleza na segunda, 19, lançar o seu livro Ao pé do muro.

Cena

Ao receber um calhamaço de reivindicações de representantes da Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior, no Palácio do Planalto, a presidente Dilma soltou, séria: “Olha, eu leio relatório, hein!”.

Scripti

Não se sabe o que é pior: a Polícia Civil do Rio só agora “descobrir” que há jogo do bicho na Serra, ou revelar que tinha camarote na Sapucaí, cedido pela Liesa, controlada pelos bicheiros que bancam o Carnaval.

Gelo enxugado

O Fundeb distribuiu este ano R$ 10 bilhões para ajudar prefeituras de todo o país a pagarem os salários dos professores, para cumprirem o piso nacional. Nota dez para quem descobrir se isso foi feito.

Cerco federal

O Ministério Público do Trabalho faz levantamento detalhado do trabalho escravo urbano no Brasil, principalmente com estrangeiros ilegais – maioria bolivianos, peruanos e equatorianos. São Paulo e cidades do Centro Oeste na mira.

Ponto final

“A Rio + 20 caminha para um retumbante fracasso”
Senador Fernando Collor, sobre o evento de 2012 que marcará o reencontro dos países após a Eco 92

coluna esplanada

FALTA DE COMPROMISSO DO HOMEM PÚBLICO COM O DINHEIRO PÚBLICO

Durante muitos anos do governo PSDB com PMDB (este é sanguessuga... ataca em todas as frentes...) e outras agremiações da mesma linha, a imprensa não conseguia (se o fez, foi de modo tímido) mostrar os desmandos, falcatruas, apadrinhamento, desvios de verba e tantas outras mazelas da política brasileira. Hoje, melhor dizendo, desde o governo do soberano Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003, a mídia vem desempenhando um papel fundamental na revelação de tudo aquilo que se encontra nos covis brasiliense (entenda, Congresso Nacional e Planalto).

Mais ativa do que nunca, a imprensa faz uma varredura pelas gestões estaduais e municipais desse país afora (ainda tem muito a mostrar) e nos apresenta uma total falta de homem público comprometido com o dinheiro público. Excetuando, claro, a revelação protagonizada pelo então “d'Artagnan” tupiniquim, Roberto Jefferson (PTB), que denunciou a prática de compra de votos na Câmara, o chamado mensalão, bomba suficiente para criar a maior crise políticasofrida pelo governodo presidente Lulaem 2005/2006, a imprensa está navegando por mares revoltos e tsunamis políticos.

Instigante, veloz e eficaz no modo de apresentar a roubalheira do governo PT com seus agregados, PCdoB, PMDB (sempre...), PDT e o restante da corja, a imprensa é sempre muito questionada, apedrejada e apelidada como “mídia golpista”, “a ditadura da mídia” e tantas outras desqualificações aberrantes. “Nunca antes na história deste país”, imitando um pouco o discurso do nobre convalescente ex-eterno presidente Lula, se viu tanta lama no ventilador quando o assunto é dinheiro público X representante do povo.

Para além da “pauta pronta”

Que isso tudo sempre aconteceu neste vasto território brasileiro não é novidade nenhuma. O espanto talvez seja o modo avassalador, veloz e absurdo como isso vem se processando. Das duas uma: ou a imprensa antes (na época do PSDB e demais asseclas) não foi suficientemente investigativa e possivelmente conivente com alguns grupos, ou atualmente ela reassumiu sua função prioritária de ouvidoria da sociedade.

É impossível não reconhecer que a imprensa tem contribuído, e muito, para desmascarar lobos com peles de cordeiros, santos de pau oco e bandidos que estão conectados às grandes corporações financeiras e políticas.
É impossível não reconhecer que a Polícia Federal e o Ministério Público Federal e demais unidades estão fazendo o dever de casa direitinho. Também é impossível aceitar que a justiça é rápida e sempre justa (às vezes é).

Um fator primordial nisso tudo é que estamos sem oposição. Sim, porque oposição neste país só o PT sabia fazer. O PT sempre foi (e é) ímpar neste quesito. Depois dele nenhum partido assumiu o front. Nenhum. Afinal, a escola foi específica para alunos vermelhos e futuros governantes.

Os demais estudantes da chamada direita desse país ficaram na janela vendo a banda passar tocando “não, não, não vou não...minha mulher não deixa não”. Você pensava que era a música “Banda” de Chico Buarque? Uhhh golou o ovo....Chico foi na época em que existia uma intelectualidade e visão socialista/transformadora da sociedade.
Hoje? Ou você se contenta com as músicas vulgares e as piadas do Pânico, ou assiste aos BBBs e às Fazendas da vida, ou Ana Maria Braga debatendo reforma política no horário da manhã com as donas de casas. Depois escolhe uma dessas figuras para representar o povo no Congresso e ponto final.

Voltando ao papel da imprensa falada, escrita, televisionada, facebookada, blogada, twittada e conectada, que bom que ela está alerta, ativa, operante, reveladora. Que bom que ela se renova e amplia suas fronteiras para além da condicionante “pauta pronta”. Se ela erra? Muito e muito. Mas ainda assim é considerada a voz ativa de uma sociedade. Sem ela, estamos fadados ao fracasso e perderemos o timing para consolidar o sistema democrático.

***
13/12/2011
[Teresa Leonel é socióloga e jornalista, professora de Jornalismo e Publicidade, especialista em Ensino da Comunicação Social e mestranda em Comunicação]

O FASCINANTE EXERCÍCIO DE ACOMPANHAR AS MUDANÇAS

A crise do euro vai para a editoria de Economia ou de Internacional? Em que página será noticiada a primeira fissura na coalizão conservadora-liberal que governa a Inglaterra, se o gatilho deste desentendimento político foi uma decisão econômica tomada solitariamente pelo premiê David Cameron ao ficar na contramão da União Europeia, toda ela empenhada em salvar a moeda única?

Comunicadores e consultores que nunca trabalharam na mídia impressa consideram inevitável o fim da Era Gutenberg, por isso não percebem que a autarquização do noticiário em especialidades estanques e artificiais caminha na direção contrária do jornalismo holista (ou holístico) que sempre caracterizou os grandes jornais e revistas.

A interdependência de hoje não ocorre apenas na esfera geopolítica – os temas interagem, infiltram-se e tornam-se velozmente convergentes, contíguos. O noticiário sobre as mudanças climáticas é imperiosamente abrangente, não pode se resumir às questões puramente científicas, desdobrando-se pelo terreno da economia e também da política.

O jornal ou revista que não atender à múltipla curiosidade e ao olhar circular do leitor contemporâneo está fadado a perdê-lo. Este é um dado que as cassandras apocalípticas não perceberam porque cassandras são, por definição, lineares e simplistas.

Perspectivas estreitas

Os desafios oferecidos pelo jornalismo contemporâneo contêm um espectro temático tão amplo quanto os oferecidos conjuntamente pela revolução industrial, o iluminismo e o liberalismo no fim do século 18.

O problema não se resume apenas à distribuição do material informativo nas páginas e cadernos dos veículos impressos. A mesma elasticidade deverá fatalmente ser empregada na avaliação dos acontecimentos e tendências. O mau-humor das agências internacionais de rating com a dupla Mer+kozy não acontece por acaso, não se trata de idiossincrasia pessoal: os dois líderes europeus estão empenhados em regular o mercado financeiro e esta regulação compreende a atuação e até mesmo a lisura das entidades classificadoras. Os ratings são um negócio que controla outros negócios e esses outros negócios compõem o processo econômico como um todo. Têm contas a prestar, não são infalíveis, podem liquidar uma geração.

O momento é fascinante – pelo teor do que está acontecendo, mas também pelos incríveis encadeamentos com que os fenômenos se processam. Nestas circunstâncias tão amplas e tão sutis, o jornalismo digital fica limitado pelo seu fluxo ininterrupto. Em movimento, as perspectivas são sempre mais estreitas. E o jornalismo impresso – desde que aproveitadas suas vantagens intrínsecas – fica livre para relatar e relacionar as transformações como tem feito nos últimos duzentos anos. (Alberto Dines)

***

Alberto Dines responde

Aos agitadores políticos que tentam passar por observadores da imprensa:

** O último programa ao vivo do Observatório da Imprensa da presente temporada foi apresentado na 3ª feira, 13/12. Como o nosso foco há quase 14 anos é a qualidade da mídia, optamos por tratar conjuntamente dois tópicos de grande atualidade, notório interesse público e relevância institucional, ambos embargados pela imprensa: a questão do diploma para o exercício do jornalismo e a classificação indicativa da programação de TV. Os próximos programas até o fim do ano (22 e 27/12) foram gravados.

** Os telespectadores que discordam da escolha de assuntos ou da apresentação do programa devem dirigir-se à Ouvidoria da TVBrasil e/ou ao Conselho Curador da EBC.

** No dia em que este observador se assustar, vacilar ou dobrar-se às provocações, xingamentos e linchamentos de baderneiros digitais estará deixando de ser um observador isento. Isto vai demorar.

** Este observador assina tudo o que escreve e assume plenamente todas as suas convicções. Por esta razão está na “lista negra” de alguns dos mais importantes veículos nacionais, não apenas como jornalista, mas também como escritor e biógrafo. Está habituado a enfrentar o rancor, a brutalidade e a intolerância.

** O jornalista independente não é pautado, pauta-se.

(Alberto Dines, 16/12/11)

OS VELHOS VÍCIOS DA URGÊNCIA

Corrupção e crise econômica mundial foram os temas predominantes na imprensa brasileira durante este ano. Se estendermos o período de observação, vamos chegar à conclusão de que o tema corrupção domina o noticiário como pauta mais frequente há pelo menos seis anos, e as instabilidades da economia estão presentes na rotina da imprensa desde setembro de 2008.

No entanto, observa-se que em nenhum momento a imprensa conseguiu ou pretendeu apresentar ao público análises capazes de desvendar tanto as raízes da crise financeira global como a natureza mais profundas da corrupção no Brasil.

O noticiário tem como características principais o imediatismo, a superficialidade e a fragmentação. Não se pode esquecer que é da natureza do jornalismo diário o eterno combate entre a urgência e a profundidade. Pois é justamente na resolução desse dilema que reside a capacidade da imprensa tradicional de manter sua relevância no mundo contemporâneo.

Sem discussão

O amadurecimento das novas tecnologias de informação deveria ser uma oportunidade para os jornais investirem em grandes reportagens. Pode-se aproveitar as amplas possibilidades da comunicação multimídia na internet, utilizando o meio digital como instrumento para suprir a demanda da urgência, consolidar o tema no meio papel e remeter o leitor de volta à internet para informações complementares, com acesso a bancos de dados, arquivos de som e vídeo, análises e estatísticas.
Mas, nesse período, foram raras as ocasiões em que os chamados jornais de circulação nacional aproveitaram esses recursos para brindar seus leitores com conteúdos mais consistentes.

No caso do noticiário sobre a crise financeira internacional, por exemplo, a imprensa chegou a divulgar informações sobre o comprometimento das agências de avaliação de risco em possíveis fraudes ou omissões que mantiveram o mercado americano de ações aquecido artificialmente. Mas não seguiu explorando esse filão.

Também foram poucas as referências ao sistema de remuneração dos executivos nos grandes bancos dos Estados Unidos, que levou à estratégia desastrada da busca de resultados em curtíssimo prazo.

Em quase todos os casos, o material mais crítico em relação à falta de sustentabilidade do sistema econômico mundial foi produzido por analistas estrangeiros ou por agências internacionais.
Essa constatação impõe uma conclusão: a imprensa brasileira, de modo geral, se nega a discutir o sistema capitalista.

Jogando o jogo

Quanto ao noticiário sobre a corrupção, é evidente a mesma falha, que se caracteriza pela incapacidade ou desinteresse da imprensa em discutir sistemas. A maioria das pesquisas de entidades que se dedicam a estudar a ação de organizações criminosas dentro das instituições públicas – como a Transparência Internacional, Artigo 19, Instituto Ethos, Amaribo ou Movimento Nacional de Combate à Corrupção Eleitoral – apontam para a compreensão da corrupção como um problema sistêmico e não como uma questão moral circunstancial.

Pois a cobertura da imprensa brasileira se caracteriza pela abordagem pontual, fragmentada e seletiva do tema. Quando admitem avançar na abordagem, os jornais procuram convencer o leitor de que a corrupção é um fenômeno restrito basicamente ao governo federal, com origem na política de alianças partidárias e no sistema de financiamento de campanhas.
Essa visão produz nos cidadãos um sentimento de indignação difuso, tornando difícil superar a contradição entre a sensação de bem-estar criada pela ação governamental com relação à economia, e o mal-estar produzido pelo noticiário sobre corrupção.

Sem interesse

Esses sentimentos contraditórios causam uma indignação sem objeto específico, paralisam a sociedade e desmoralizam a democracia, porque a percepção geral é de que todos os políticos são ladrões ou apenas esperam uma oportunidade para meter a mão no dinheiro público.

Portanto, não há uma direção clara para onde conduzir o desejo de mudança. Ao mesmo tempo, a imprensa estimula a consolidação de uma cultura política personalista, que dissimula os problemas estruturais do sistema representativo. Com isso, embora faça campanhas formais em favor da consciência de cidadania, a ação objetiva da imprensa se dá no sentido contrário.

A omissão da chamada grande imprensa brasileira em discutir sistemas segue sendo seu principal pecado. Pode-se especular sobre as razões dessa deficiência, mas acerta quem imaginar que a imprensa, como sistema corporativo, é beneficiária desse jogo de poder e por esse motivo não tem interesse em reformas no sistema.

Luciano Martins Costa, em 16/12/2011

A PESQUISA CNI-IBOPE

“Não vai falar da pesquisa Ibope?” Sim, claro que vou!

O chato, eu juro!, não é noticiar que, segundo pesquisa CNI-Ibope, 56% dos brasileiros consideram o governo Dilma “bom ou ótimo”. O chato é os petralhas acharem que estou arrasado com isso, como se eu esperasse outro resultado. E eu não esperava. Até porque já escrevi aqui umas 200 vezes que as sucessivas demissões de ministros mais beneficiam do que prejudicam a reputação do governo. Leiam as informações sobre a pesquisa, publicadas pelo Globo Online. Ficam aqui como registro. No próximo post, analiso os resultados.
*
Prestes a completar um ano, o governo da presidente Dilma Rousseff é considerado bom ou ótimo por 56% da população brasileira, aponta pesquisa Ibope divulgada nesta sexta-feira e encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Houve um crescimento em relação à última pesquisa Ibope encomendada pela CNI, de setembro, quando 51% avaliaram o governo como bom ou ótimo.
O índice de Dilma é o melhor se comparado às avaliações do primeiro ano dos governos de FH e Lula. Outros 32% avaliam o governo como regular e 9% como ruim ou péssimo, enquanto 3% não responderam.
Na pesquisa de setembro, 34% o classificaram como regular e 11% disseram que é ruim ou péssimo. Outros 4% não responderam na ocasião.

Ao que parece, os escândalos que levaram seis ministros a deixarem o governo não pesaram contra a avaliação da presidente. A aprovação da maneira como Dilma está governando o Brasil alcançou 72%. O índice era de 71% em setembro. Outros 21% desaprovam (mesmo percentual de setembro) e 7% não responderam (eram 8% na última pesquisa).
“Você tem uma população bastante satisfeita com a economia, com o emprego e a renda, e isso se reflete na aprovação do governo”, explicou o gerente executivo de Pesquisa da CNI, Renato da Fonseca. “Melhorou a avaliação do governo. Mas em termos da aprovação e confiança na presidente não houve alteração”, acrescentou.

Em todas as regiões do país, mais da metade da população considerou o governo Dilma bom ou ótimo. O Sul, que foi a região com maior avaliação positiva do governo em setembro, permanece na dianteira, acompanhada pelo Nordeste, que voltou ao topo.
Em ambas as regiões, 61% disseram que o governo é bom ou ótimo. No Norte/Centro-Oeste, o percentual foi de 55% e no Sudeste de 53%. O Ibope ouviu 2.002 pessoas entre 2 e 5 de dezembro em 142 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

De nove áreas, população aprova o governo em apenas três
A pesquisa revela também que 68% confiam na presidente, enquanto 26% não confiam e 6% não responderam. Os percentuais são exatamente os mesmos de setembro.
No geral, Dilma apresentou um desempenho melhor na avaliação do governo, na aprovação pessoal e na confiança quando comparada ao fim do primeiro ano de mandato dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso.
Apenas no quesito confiança, ela aparece empatada com Lula. Em dezembro de 2003 (primeiro ano do primeiro mandato de Lula), 69% afirmaram que o governo era bom ou ótimo.

Apesar dos números positivos para a presidente, de nove áreas de atuação, a população aprova o governo em apenas três - combate à fome e à pobreza (56% contra 39% que desaprovam), combate ao desemprego (50% a 45%) e meio ambiente (48% a 44%). Ainda assim, a diferença em meio ambiente está dentro da margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Nas outras seis áreas, a desaprovação superou a aprovação. A mais desaprovada foi saúde (67%), seguida de impostos (66%), segurança (60%), taxa de juros (56%), combate à inflação (52%) e educação (51%).

Em relação a setembro, não houve alteração quanto às áreas aprovadas e desaprovadas. Por outro lado, Fonseca destacou que, mesmo nas três áreas bem avaliadas, caiu a aprovação quando se compara com a pesquisa de setembro.
Quando perguntados sobre as expectativas com o restante do governo Dilma, 59% disseram esperar um governo ótimo ou bom. Outros 24% acreditam que ele será regular e 10% disseram que ele será ruim ou péssimo.
Não responderam 6%. Na comparação com o governo Lula, a maioria - 57% - considera que Dilma faz uma gestão igual. Para 28%, Lula foi melhor, enquanto 12% tem uma opinião contrária e preferem o governo da presidente Dilma Rousseff.

Corrupção é o tema mais lembrado

O assunto relacionado ao governo Dilma mais citado pela população foram as denúncias de corrupção contra o ex-ministro do Trabalho, Carlos Lupi, e a sua manutenção no cargo por um mês mesmo após o início das acusações.
Do total, 23% lembraram disso. Em segundo lugar, com 10%, vem outro tópico relacionado à corrupção: a queda de ministros do governo.
Em setembro, as denúncias de corrupção que atingiram vários ministérios foram o fato mais lembrado (19%), seguido pela “faxina” contra a corrupção (13%). No total, 28% das pessoas citaram alguma denúncia de corrupção. A soma dos tópicos relacionados ao tema dá uma percentual maior porque uma mesma pessoa pode citar vários casos diferentes.

“Já é a terceira pesquisa em que aparece a corrupção, denúncia contra algum ministro, em primeiro lugar”, disse Renato da Fonseca, que, no entanto, fez uma ressalva: “Mesmo com alguma demora em alguns casos, como no caso do Lupi, você percebe que a presidente conseguiu se distanciar dessas denúncias. Elas ficaram restritas aos respectivos ministros.

Ele comparou Dilma e Lula
“Dilma se distanciou das denúncias assim como o presidente Lula conseguiu se descolar da questão do mensalão. A minha percepção é que houve um descolamento. As pessoas estão culpando mais os ministros que a presidente”.

O Ibope mostrou também que 21 % consideraram o noticiário favorável ao governo, 35% nem favorável nem desfavorável, 19% desfavorável, e 25% não responderam. O eleitor com renda familiar de até um salário mínimo e com residência no interior é o que mais aprova o governo Dilma.
Por grau de instrução, a avaliação das pessoas com ensino superior é inferior a de outros grupos. Por sexo, 56% dos homens consideram o governo como ótimo ou bom, percentual que vai a 58% no caso das mulheres. A diferença está dentro da margem de erro.

Na solenidade em que foi divulgado o balanço do programa Brasil Sem Miséria, no Palácio do Planalto, Dilma não quis comentar o resultado da pesquisa. “De pesquisa nós já conversamos 500 vezes. Pesquisa é pesquisa”, afirmou ela. A presidente estava bem-humorada. Após a longa solenidade, ela ainda gravou uma mensagem de Natal e Ano Novo para rádio e TV, desejando que o país tenha um ano extremamente próspero em 2012.

Reinaldo Azevedo

O GOLPE FINAL À LIBERDADE DE IMPRENSA NA ARGENTINA

POVO ARGENTINO DÁ O SEU APOIO AO ATO GOVERNAMENTAL QUE PODE REPRESENTAR O GOLPE FINAL À LIBERDADE DE IMPRENSA. A AMÉRICA LATINA JAMAIS DEIXARÁ DE SER UM LIXÃO!

A Câmara dos Deputados argentina aprovou ontem, por 134 votos a favor, 92 contra e 13 abstenções o projeto do governo federal que declara o papel-jornal um bem de interesse público.

O Senado já começaria a tratar do tema em comissões ontem à noite, e espera-se a aprovação nesse plenário até hoje. Para virar lei, terá depois de passar apenas pela presidente Cristina Kirchner.
A lei permitirá ao Estado regular a produção e a comercialização do papel-jornal em todo o país.

O projeto é uma das prioridades do novo governo de Cristina, que começou no último sábado. Se realmente for aprovado com a rapidez com que foi levado à discussão, será a primeira lei importante do novo governo a começar a vigorar.

Na prática, a lei permite que o governo aumente sua participação na empresa Papel Prensa S.A., a principal fornecedora de papel-jornal aos diários do país. Atualmente, a empresa tem participação do Estado de 27%. São também sócios no negócio o Grupo Clarín (com 47%) e o "La Nación" (com 22%).
A lei obrigará a Papel Prensa a trabalhar em seu limite máximo e a prover de papel todos os meios que dele necessitarem.


"Pode-se dizer que se trata de um confisco. Além disso, viola-se a Constituição no que diz respeito aos artigos que garantem a liberdade de expressão na Argentina", disse à Folha o porta-voz do Grupo Clarín, Martín Etchevers.

Em um longo editorial publicado ontem, o jornal "La Nación" reagiu ao avanço do governo nesta questão dizendo que, desde o confisco promovido pelo general Juan Domingo Perón (1895-1974) contra o jornal "La Prensa", em 1951, "nunca um governo eleito pelo voto popular havia avançado tanto como este, nem com maior hostilidade contra a liberdade de imprensa".

O discurso de Cristina no último sábado, em sua posse, e declarações dadas nos dias anteriores já apontavam para a intenção do governo de ampliar seu controle sobre os meios de comunicação.

Cristina disse que a Lei de Meios, aprovada parcialmente em 2009, era uma conquista da sociedade, porque partira de uma decisão tomada por um conjunto significativo da mesma. E reforçou a necessidade de sua aprovação por completo.

Para isso, falta que a Justiça libere o artigo que trata da "desinversão" de grandes grupos. Por meio dele, o "Clarín" teria de se desfazer de alguns de seus meios. O grupo hoje possui emissoras de TV, jornais, rádios e sites.

A ofensiva do governo contra meios como "Clarín", "La Nación" e "Perfil" começou em 2009, quando criticaram as ações do governo no embate com produtores rurais. Da Folha de São Paulo desta segunda-feira

A NOVA MINISTRA DO SUPREMO

EDITORIAL PUBLICADO NO ESTADÃO DESTE DOMINGO, 14.12.2011

Pouco conhecida nos meios jurídicos, apesar de integrar o Tribunal Superior do Trabalho, a ministra Rosa Weber foi indicada pela presidente Dilma Rousseff para substituir no Supremo Tribunal Federal (STF) a ministra Ellen Gracie, que se aposentou há cinco meses. Apesar de a indicação ter sido aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado por 19 votos contra 3, graças à maioria da bancada governista, Rosa Weber não se saiu bem na sabatina a que foi submetida. Deixou, por exemplo, de responder a quase todas as perguntas técnicas – especialmente em matéria de direito penal, civil e processual – formuladas por senadores da oposição. Várias indagações tratavam de temas que têm sido debatidos nas sessões plenárias do STF e sobre os quais os membros da Corte estão divididos, em termos doutrinários.

Na sabatina, Rosa Maria Weber mostrou desconhecer o teor desses debates. Quando perguntada sobre questões complexas, que exigem conhecimento de direito positivo e teoria jurídica, afirmou que não poderia respondê-las, por estar impedida de comentar assuntos sub judice. Às perguntas politicamente mais embaraçosas, deu respostas vagas. “A corrupção é inerente à natureza humana, assim como a bondade e a moralidade”, disse Rosa Weber, ao ser questionada sobre casos de corrupção no Judiciário.

Após a sabatina, que durou mais de seis horas, alguns ministros mais antigos do STF não esconderam a insatisfação com o desempenho da futura colega. Mais explícitos, os parlamentares da oposição afirmaram que as respostas evasivas de Rosa Weber mostraram que ela não atende a um dos requisitos básicos para integrar a mais alta Corte do País – o notório saber jurídico.

O mais surpreendente é que a ministra concordou com as críticas. Admitiu que conhece pouco de direito civil, penal e processual por estar há 35 anos julgando processos trabalhistas. E também afirmou que aprenderá, no dia a dia do STF, as matérias que não domina. “Penso que hoje em dia, dada a tamanha complexidade e o número de matérias, dificilmente alguém consiga abarcar todos os temas. O que me anima a enfrentar esses desafios é que podemos estudar. Somos eternos aprendizes”, disse ela.

A ministra Rosa Weber merece aplauso por sua franqueza. Mas a última instância do Judiciário – que tem a palavra final sobre praticamente todos os aspectos da vida dos cidadãos brasileiros – exige em seu plenário magistrados com sólidos conhecimentos e comprovada experiência em temas de alta complexidade, e não aprendizes, que terão de recorrer aos manuais introdutórios, pois, entre outras funções, cabe ao STF julgar ações diretas de inconstitucionalidade, ações penais impetradas contra o presidente da República e concessão de habeas corpus.

Repetiu-se com a indicação da sucessora da ministra Ellen Gracie o que ocorreu com outras recentes indicações para o Supremo. O ministro Dias Tófoli, por exemplo, antigo assessor jurídico da direção do PT, em 20 anos de carreira jamais produziu um artigo doutrinário digno de nota, tendo um currículo exíguo. Ele só foi aprovado pela CCJ do Senado graças à hegemonia da bancada governista, mas assumiu o STF desgastado. O mesmo está acontecendo com Rosa Weber, como observou o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP).

No passado, os presidentes da República indicavam para o STF juristas, professores e advogados consagrados. A partir do presidente Lula, os critérios passaram a obedecer a estratégia do marketing “politicamente correto”, o que levou as indicações a serem objeto de acirrada competição política e corporativa.

No caso de Rosa Weber prevaleceu, além da condição de gênero, o fato de ser amiga de familiares da presidente da República. A indicação de ministros indicados por critérios de marketing político ou compadrio poderia ser evitada se os membros da CCJ do Senado fossem rigorosos nas sabatinas, preocupando-se mais com os interesses da Nação do que em cortejar quem poderá julgar seus processos. Infelizmente, não é isso o que acontece, o que está levando o STF a se empobrecer.

DEU PRA TI, LULA. DESCANSE EM PAZ.


Dilma é melhor do que Lula, segundo o eleitor. Esta é a única boa notícia da pesquisa. De resto, é bom que a oposição encontre um dicurso, já que não tem nenhum.


Ao que tudo indica, os eleitores estão querendo resultados, pouco se lixando se estão roubando, mentindo, caluniando... Algum tempo atrás este blog disse: a única forma de retomar o poder é juntar todos os governadores de oposição e montar um plano de governo com pelo menos algumas metas e marcas comuns. Não fizeram. O resultado está aí embaixo. E não adianta falar mal do eleitor brasileiro. Ele é o eleitor que temos.


Na comparação entre os governos Dilma Rousseff, Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso, a avaliação de "ótimo ou bom" da presidente é a melhor da série histórica do final do primeiro ano de mandato, segundo pesquisa CNI/Ibope divulgada na manhã desta sexta-feira (16).
Dilma registrou 56% (mesmo índice alcançado em março), enquanto Lula tinha 41% e Fernando Henrique, 43%.

Avaliação positiva do governo Dilma sobe para 56%, diz CNI/Ibope

No começo do primeiro ano de mandato, avaliado em março, Dilma também tinha 56%. Já Lula estava 51% e FHC, com 41%.
A pesquisa mostra que a avaliação positiva do governo da presidente Dilma Rousseff voltou a subir entre setembro e dezembro.

O índice de pessoas que consideram a gestão como ótima/boa passou de 51% para 56%. A aprovação pessoal da presidente ficou praticamente estável --passou de 71% para 72%.
Essa é a quarta pesquisa CNI divulgada neste ano. A margem de erro é de dois pontos percentuais. Foram entrevistados 2.002 pessoas em 142 municípios, entre os dia 2 e 5 de dezembro. (Da Folha Poder)

CRIME E CASTIGO

E se houvesse uma prisão-escola para corruptos?

Procurador pede a reeducação de corruptos condenados, o que seria feito em uma prisão especial construída exclusivamente para eles.

Já nos apagar das luzes de 2011 surgiu uma das ideias mais, digamos, originais do ano. No início de dezembro o procurador da República no Mato Grosso do Sul Ramiro Rockenbach ajuizou uma ação civil pública pedindo que a União construa uma penitenciária federal exclusiva para um clientela pouco habitual do sistema penal brasileiro: os corruptos.

Sim, uma prisão só para corruptos. Por que? Para “dar uma resposta à sociedade brasileira”. Segundo o pai da ideia, uma penitenciária exclusiva para mensaleiros e que tais teria um valor “simbólico” para uma sociedade que, no seu entender, estaria se mobilizando com frequência cada vez maior contra a corrupção.

“São poucos presos pela corrupção que a gente vê. A Polícia Federal trabalha, o Ministério Público trabalha, o Judiciário trabalha e só tem 1,4 mil corruptos? Dá a impressão que no fundo, a corrupção é tolerável e não precisa ser punida”, disse o procurador Rockenbach ao jornal O Globo.

‘Estudar o cérebro do corrupto’

Mas a penitenciária para corruptos que o procurador Ramiro Rockenbach solicitou ao governo federal não é uma prisão qualquer. Trata-se de uma prisão-escola. Na ação civil pública ajuizada por Rockenbach, o procurador de ideias férteis pede, além de grades, guardas e guaritas, a contratação de uma equipe profissional multidisciplinar para “reeducar os presos corruptos com ensinamentos sobre ética, moralidade, honestidade e trato correto com a coisa pública”.

A ação pede ainda a construção de um museu contra a corrupção e que as fotos dos condenados sejam colocadas na entrada da prisão só para corruptos. “Vamos estudar o cérebro do corrupto”, diz o procurador Rockenbach.

Ele acredita na recuperação do criminoso pela via do sistema penal para fins de ressocialização, algo que no Brasil só se ouve falar quando o preso não pertence às classes populares. Quando é pobre, prevalece o discurso de Lombroso, Cesare Lombroso, o italiano que desde o século XIX convence muita gente de que existem pessoas nascidas para delinquir.

Concepção vingativa da pena

Até hoje ninguém pensou em “equipe multidisciplinar” para ajudar os ladrões de galinha a entenderem por que eles ficam presos indefinidamente em celas superlotadas e insalubres à espera de um julgamento que não vem, contrariando todas as leis do país.

O procurador também acredita na função dissuasória da prisão, o que fica claro com a inclusão na argumentação da sua ação civil a informação de que o Brasil ocupa apenas a 73ª posição no ranking de nações menos corruptas, segundo pesquisa com 182 países feita pela organização Transparência Internacional neste ano.
Pela lógica da qual se vale o procurador, uma prisão federal para corruptos vai inibir a corrupção, relação de causa e efeito que até hoje não foi cientificamente comprovada para qualquer tipo de crime.

Por fim, o autor da proposta da prisão só para corruptos parece um entusiasta da concepção vingativa da pena, típica do direito penal arcaico, na qual o afã para “dar uma resposta à sociedade” costuma se sobrepor à própria razão.

*** *** ***

Caro leitor, dê a sua opinião:

Você acha que uma prisão-escola só para corruptos pode ajudar no combate à corrupção?

A ênfase na solução penal — e portanto, individual — para a corrupção pode acabar fazendo fumaça às razões estruturais da sua disseminação no Brasil?

Você concorda com o uso de dinheiro público para a contratação de professores de ética para corruptos?

Hugo Souza, 16.12.2011

NOTA AO PÉ DO TEXTO

De fato. O sr. procurador, apesar da boa idéia de colocar político
corrupto na cadeia, ficou um pouco sofrível a sugestão de agregar o valor de ressocialização com uma equipe multidisciplinar.
Ademais, se houver uma prisão federal para políticos corruptos, sem que primeiro, ou até mesmo depois de enfiá-los no xilindró, não se altere a estrutura institucional com uma belíssima reforma política - uma grande faxina legal - aconteceria o inevitável: o tal presídio seria um paraíso! Não duvide minha gente! De sauna e piscina, com salão de jogos e área de lazer, até motéis internos, onde os referidos corruptos pudessem procriar corruptozinhos, ou meramente praticar a arte do prazer amoroso com suas visitas íntimas.
Para os solteiros, ou até mesmo casados se assim o desejassem, uma "Bolsa Meninas de Programas", patrocinada por alguma Fundação cujo nome poderia ser Fundação para o Bem-Estar Sexual de Políticos Arrependidos.
Salva-se da idéia do ilustre procurador a ação de enfiar a cambada no xilindró. Quanto a isso não há dúvida. Já ressocialização...hummmmm. Sei não. E como disse o Hugo, além da sociedade não estar disposta a pagar com mais impostos, um novo, por exemplo: IMPOSTO PRESÍDIO PARA POLÍTICOS CORRUPTOS (IPPPC) - sim, pois se criaria um novo imposto para sustentar a vagabundagem diferenciada, pois não se trata de vagabundo comum, mas da elite de vagabundos, acostumada com elevado padrão de existência.
E seria possível ensinar Ética para corruptos?!
Seria desejável, aproveitando a idéia - já antiga, pois tenho ouvido muito nos coletivos que servem a população, que lugar de corrupto é na cadeia. Mas não ouvi alguém sugerir um Presídio Federal para Corruptos. Cadeia no duro, mesmo! Crime é crime, creme é creme!!! "Dura lex, sed lex."
Acabar com a corrupção? Sugiro:

- agilidade no julgamento de políticos corruptos;
- Presídio de segurança máxima, em cela privada, sem privilégios (nada de comidinha vinda dos melhores restaurantes, TV a cabo, X-Box etc);
- bloqueio dos bens com desapropriação e leilão;
- bloqueio das contas bancárias;
- investigação de contas nos paraísos fiscais e em outros países, com o conseqüente bloqueio;
- perda definitiva dos direitos políticos;
- liberdade plena para a Polícia Federal investigar qualquer suspeita;
- absoluta transparência dos tribunais, nada de "segredo de justiça".

Mais alguma sugestão?
Então pergunto: com reforma política e implacabilidade no justiçamento de políticos corruptos, essa história seria ou não resolvida?
m.americo

AS MENTIRAS, OS MENTIROSOS E AQUELES QUE OS FINANCIAM

MAS EU TENHO UMA NOVIDADE PRA ELES: A VERDADE, OS FATOS

Eu não sabia que o ex-jornalista Amaury Ribeiro Jr. havia tocado no meu nome numa “entrevista” que concedeu a um grupo de gente de sua espécie. Fui informado hoje. E eu vou processá-lo por isso. Não tenho o menor receio dessa gente — não, ao menos, de enfrentá-la com palavras e na Justiça, se é que me entendem. Depois de Santo André e Campinas, algum temor sempre existe. Quem é capaz de mentir de maneira tão desabrida, tão escandalosa, tão escancarada, estejam certos, é capaz de tudo e se sente com as costas quentes. Não escreverei aqui o que tenho vontade, vocês podem imaginar, mas o que precisa ser escrito. Já constituí advogado. Essas coisas são uma encheção de saco, tomam tempo — e, obviamente, dinheiro.

Podem me achar bobo, feio, chato, o diabo… Se fosse processar todos os que vão por aí, não sobraria dinheiro para o feijão. Mas ele enveredou por outro terreno que parece conhecer bem, segundo a Polícia Federal. Este senhor foi indiciado por quatro crimes: violação de sigilo fiscal, corrupção ativa, uso de documentos falsos e por dar ou oferecer dinheiro ou vantagem a testemunhas. É um sinal do universo em que transita. Quem teria mais credibilidade para escrever um livro recheado de acusações delirantes? Ah, sim: o dito-cujo não traz prova nenhuma de coisa nenhuma! Os energúmenos podem parar de encher o meu saco com isso. Essa é uma das farsas que estão em circulação. Neste texto, explico o seu método de trabalho, também compatível com um indiciado em quatro crimes. Aliás, a forma como sou citado evidencia esse método.

Há um dado prévio adicional. Aquele que paga o salário de Amaury diz bem quem é Amaury. Personagem central na invasão do sigilo fiscal de dirigentes tucanos e de familiares de José Serra, candidato à Presidência pelo PSDB em 2010, esse cara foi premiado, DEPOIS DO ESCÂNDALO, com um cargo na TV Record, do autoproclamado “bispo” Edir Macedo — e isso também explica o ataque feito a mim. Está cumprindo mais uma tarefa, sempre fiel a seus senhores. Macedo, um defensor fanático do aborto, ficou bravo comigo porque provei que ele distorce o sentido da Bíblia também nesse particular. Chegarei ao ponto.

Segundo funcionários da emissora, o ex-jornalista não apita nada por lá. A TV Record, que todos sabem alinhadíssima com o PT, pagava e paga o seu salário, e seu “trabalho” era escrever o “livro”; agora é cuidar da sua divulgação. Nos tempos em que um pastor da Igreja Universal chutava Nossa Senhora Aparecida, o comando da seita afirmava que Lula era uma manifestação do demônio. Hoje, estão alinhados, o que já me levou a afirmar que a Universal é o PT das igrejas, e o PT, a Universal dos partidos. Mas cuido de um dos patrões de Amaury daqui a pouco.

Intimidação
Não é a primeira vez que tentam me intimidar com falsas acusações e ilações malandras. Não será a última. Eles me atacam, e os meus leitores crescem, o que os deixa furiosos. O funcionário do autoproclamado “bispo” Edir Macedo, na conversa com outros de sua espécie — está lá, por exemplo, Luis Nassif, funcionário da TV Brasil e devedor do BNDES — chama-me “vagabundo”. Sim, um sujeito indiciado pela PF por violação de sigilo fiscal, corrupção ativa, uso de documentos falsos e por dar ou oferecer dinheiro ou vantagem a testemunhas acha que sou “vagabundo”. Faz sentido! Segundo ele, minha mulher foi sócia de Luiz Carlos Mendonça de Barros, acusando-me de ter obtido vantagens com as privatizações. Vamos ver como atua Amaury.

A Vale foi privatizada em maio de 1997, e a parte pública da Telebras, em julho de 1998. Eu trabalhava na Editora Dávila, do sociólogo e empresário Luiz Felipe Dávila. Tinha saído da Folha de S. Paulo em agosto de 1996. Nunca tinha falado com Mendonça de Barros nem ao telefone.

Eu lhe era devedor, sim, mas de outro modo, que nem ele sabia. Tinha marcado uma entrevista com ele, então presidente do BNDES, no Rio, no dia 31 de outubro de 1996. Tinha assento reservado no vôo 402 da TAM, aquele Fokker que caiu assim que decolou, matando todos os passageiros. Por que eu, que tenho pavor de avião, ainda estou aqui para melancolia de muitos? Porque a sua assessoria havia desmarcado a entrevista, o que me deixou bem irritado. Quando me dei conta da tragédia, o frio na espinha. Também devo a ele, dez anos depois, outra intervenção importante. Faltei ao trabalho para fazer alguns exames. Ele ligou para saber o que estava acontecendo, e eu lhe fiz um relato do que me haviam dito — um diagnóstico errado. Ele não gostou do que ouviu, achou que a coisa não estava certa e mobilizou seu médico, hoje também meu, que me telefonou na mesma noite. Bem, o resto da história é contado pelos tais buracos na minha cabeça. Tivesse me fiado no primeiro diagnóstico, teria me dado muito mal.

Meu amigo, sim! Meu querido amigo, com muito orgulho! Há gente que só acredita em relações pusilânimes, marcadas pela velhacaria, porque se toma como medida de todas as coisas.

A verdade
Só conheci Mendonça, como o chamo, em 2000, quando ele se tornou sócio de Dávila no site Primeira Leitura, no qual só comecei a trabalhar — eu pertencia à editora — em 2001. Foi Dávila quem me apresentou o já então ex-ministro havia mais de dois anos. Amaury terá de provar que me beneficiei das privatizações. Na sua conversa cheia de bazófia, dá a entender que tem provas disso e daquilo. Não tem! Isso é tão mentiroso quanto o conjunto do seu livro. Mendonça comprou em 2002, se não erro a data, a parte de Dávila e se tornou o dono único do site e da revista Primeira Leitura. Manteve o empreendimento até 2004, quando decidiu que não queria continuar na área. Se nós quiséssemos continuar, muito bem! Se não, ele iria fechar. Decidimos continuar. Minha mulher e a de Rui Nogueira compraram a editora e o título — sim, somos gente que trabalha para viver. E Primeira Leitura resistiu até meados de 2006. Amaury é um mau araponga. Tudo bem pra ele! Seu compromisso não é com a verdade!

Atenção!
Nem eu nem Rui, ou nossas respectivas mulheres, fomos sócios de Mendonça de Barros. Tivéssemos sido, reitero, isso muito nos honraria. Ele foi um dos homens mais injustamente perseguidos pela escória no país. E justamente porque é um dos homens mais brilhantes e capazes do país. A competência ofende a canalha, que, por isso, precisa se agarrar às tetas do governo e ser financiada na sombra por bandidos.

As privatizações foram viradas do avesso pelo Tribunal de Contas da União, pelo Ministério Público, pela Justiça. E nada! Havia uma coleção de acusações infundadas, pautadas pela ideologia mais cretina e pela política mais vil. Vale a pena ler, a título de exemplo, o que escreveu Moacir Ferreira Ramos, então juiz titular da 17ª Vara Federal de Brasília, ao inocentá-lo num ação de improbidade administrativa. Prestem atenção:
“Penso ser importante enfatizar que esta ação foi promovida em decorrência de representação feita por alguns políticos que, à época das privatizações do setor de telefonia, ostentavam notória oposição ao governo do Sr. Fernando Henrique Cardoso, que então administrava o país (…) Ora, se havia a preocupação com a apuração destes fatos, por que esses nobres políticos não interferiram junto ao governo atual, ao qual têm dado suporte, para que fosse feita, a fundo, a investigação dessas denúncias - sérias, enfatize-se - que apontaram na representação”.

A pergunta do juiz é estupenda; vai ao cerne da questão. Por que os mesmos que denunciaram as supostas irregularidades não tomaram, uma vez no poder, as devidas providências? A resposta é simples: porque nada havia de errado com as privatizações. As acusações eram frutos ou da má fé ou da ignorância. A sentença as desmonta de modo desmoralizante.

No dia 28 de abril de 2010, escrevi um post sobre essa sentença. O juiz desfaz, vejam depois se tiverem curiosidade, as mentiras contadas sobre a privatização. A íntegra está aqui. ISSO, SIM, É DOCUMENTO, NÃO O FESTIVAL DE PALHAÇADAS DO SENHOR AMAURY.

No dia 9 de janeiro de 2004 — o PT estava no governo havia apenas um ano —, e Pedro Jaime Ziller, o homem escolhido pelo partido e pelos sindicatos para cuidar da Anatel, declarava: “Eu fui um futurólogo de segunda categoria. A privatização é um absoluto sucesso”. Os petistas, de vez em quando, fazem mea-culpa, quando isso é do seu interesse. Em 2005, afirmou ninguém menos do que José Dirceu sobre Eduardo Jorge Caldas Pereira, que eles tentaram massacrar: “Prejulguei de maneira errada. Reconheço que cometi um erro”. Mas não se emendaram: uma das pessoas que tiveram o seu sigilo fiscal quebrado pela quadrilha na eleição de 2010 foi… Eduardo Jorge Caldas Pereira, secretário-geral do PSDB.

Mendonça tem um atestado de inocência dado pela Justiça e até pelo PT. Eu fui, sim, beneficiário, e sou ainda, mas da sua amizade. Amaury não deve saber o que é isso porque lida com outros valores.

Provas uma ova!
Umas das tolices ditas por aí sobre aquele panfleto, escrito numa língua parecida com o português, é que estaria recheado de provas. Provas? O método usado para me acusar é emblemático de sua prática. Como procede o rapaz? “Fulano é representante de uma empresa que investe no Brasil; dinheiro da privatização foi desviado para o exterior; aquele dinheiro que entrou no país por intermédio da empresa de Fulano era das privatizações”. E que prova ele tem de que era? Nenhuma! Aí é preciso acreditar no que diz um sujeito indiciado por violação de sigilo fiscal, corrupção ativa, uso de documentos falsos e por dar ou oferecer dinheiro ou vantagem a testemunhas.

Ou ainda: “Fulano tem uma empresa que faz internação ilegal de recursos no país. Querem a prova? Está aqui!” E ele exibe o documento público de que a empresa existe. Sim, mas cadê a evidência de que faz internação ilegal? Bem, aí é preciso acreditar nele de novo. Essa é a tática de sempre dos difamadores.

É claro que Amaury e seus amigos serão processados pelas pessoas caluniadas e difamas por seu panfleto sujo. E se terá, então, a chance de saber que todas as entradas de recursos no país, feitas por intermédio de empresas que ele acusa, foram registradas no Banco Central. Não há — ATENÇÃO, NÃO HÁ! — uma só evidência de que eram recursos de origem ilegal. Como acabará ficando claro, o sujeito ignora alguns critérios e procedimentos básicos do mercado financeiro. Não sabe, literalmente, o que diz.

A canalha de plantão e a suposta montanha de livros
Os canalhas de plantão ficam fazendo suas ridículas correntes na Internet, falando das tais “provas”, certamente sem nem saber do que se trata. Basta-lhes a difamação. Eles já estavam cansados de ter de justificar a demissão de seis ministros; eles já estavam cansados de ter de explicar as mentiras sobre as “consultorias” de Fernando Pimentel; eles estavam cansadas de ter de explicar a moral profunda do governo de Agnelo Queiroz. Para tentar sair das cordas, vale qualquer coisa. Ora, não vimos lá os petistas tramando a lista e os recibos falsos de Furnas para incriminar inocentes? Desde o primeiro dia, lembrei aqui o Dossiê Cayman, outra farsa asquerosa.

Mentem! Mentem descaradamente! Inclusive sobre a suposta fantástica vendagem de livros, anunciando sucessivas edições esgotadas. Sim, a operação de marketing foi grande, mas eles sabem que, até quarta-feira, tinham conseguido vender pouco mais de 2.400 exemplares — e não os tais 15 mil. Pode até ser que cheguem lá porque há, certamente, mais de 15 mil petistas no país.

A CPI do outro indiciado
Uma farsa não está com todos os seus personagens se faltar o agora deputado Protógenes (PCdoB-SP), aquele que se elegeu com os votos de Tiririca e anseia tomar o seu lugar como comediante. Este senhor resolveu propor uma CPI e anuncia ter conseguido 173 assinaturas. E o mundo petralha vibra: “A CPI foi instalada!” Bem, em primeiro lugar, é preciso ver a lista, que, por enquanto, é secreta. Em segundo lugar, não foi instalada coisa nenhuma! É preciso ver se a CPI tem um objeto definido. Qual será? Não há uma só acusação que pare em pé no livro. “Ah, e se o governo quiser instalar?” Bem, aí estaremos diante da versão tupiniquim dos, sei lá eu, Processos de Moscou talvez. Reitero: NÃO HÁ NADA NO BRASIL QUE TENHA SIDO TÃO INVESTIGADO QUANTO AS PRIVATIZAÇÕES.

Mas não deixa de ser saboroso que a iniciativa seja de Protógenes. Afinal, ele também é indiciado pela Polícia Federal por violação de sigilo funcional e da Lei de Interceptações. É acusado de monitoramento clandestino de políticos e autoridades e uso irregular de servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Não se esqueçam que este senhor, na Operação Satiagraha, queria prender até jornalistas.

Que encontro! Um indiciado propõe uma CPI com base nas calúnias de outro indiciado!

Quem move a mão do caluniador?
Na entrevista que concedeu a uma revista que atua como porta-voz oficial do governo, Amaury afirmou que deu início à sua “investigação” — esse trabalho sujo — por ordem da direção do jornal O Estado de Minas, que, por sua vez, obedeceria a uma determinação de Aécio Neves. Verdade ou mentira? Eu estou aqui apontando as mentiras de Amaury. O senador, por enquanto, só chamou a coisa de “literatura menor”. Ainda segundo a sua versão, Aécio teria desistido da publicação, e ele teria seguido por conta própria. Quando foi desbaratado o bunker de espionagem que estava sob a gerência de Fernando Pimentel, o ex-jornalista era uma das personagens.

O subjornalismo que deu divulgação entusiasmada às calúnias do rapaz vive do dinheiro oficial. Ou é financiado diretamente pelo governo federal ou é patrocinado por estatais. Assim, não adianta o Planalto se fingir de besta. Ainda que esse cara estivesse falando a verdade sobre a origem da operação, o fato é que o governo federal financia a rede encarregada de fazer terrorismo contra adversários e de caluniá-los. São as mesmas vozes que clamam por uma lei dos meios de comunicação semelhante à que existe na Venezuela. Um dos métodos de Chávez para liquidar seus inimigos é acusá-los de cometer ilegalidades. Essa gente sonha com a ditadura.

Macedo
Não apareci por acaso nessa pantomima criminosa. Eles não gostam de mim, eu sei. E sabem que também não gosto deles. Vi o tal Amaury falar por alguns segundos. Não soubesse eu que ele tem método, tenderia a sentir pena. O que é aquilo, santo Deus?! Mas aí me lembrei de seu patrão. Edir Macedo tem razões pra não ir com a minha cara. Eu não vou com a cara é da “bíblia” que ele resolveu escrever. Porque Bíblia não é. Eu já o esculhambei não no terreno em que ele vive sendo esculhambado: a forma como financia a sua emissora de televisão. Eu peguei foi mesmo no pé do “pastor”. Macedo faz a defesa mais asquerosa que já vi do aborto. Publiquei o filme outras vezes. Eles dão um jeito de tirar do Youtube. Mas volta. Gravem. Aqui está. Transcrevo depois, em vermelho, a cor do sangue, o que diz este senhor a partir dos 4 minutos.



“Eu pergunto: o que e melhor? Um aborto ou uma criança mendigando, vivendo num lixão? A Bíblia fala que é melhor a pessoa não ter nascido do que nascer e viver o inferno. Eu sou a favor do aborto, sim, e digo isso alto e bom som, com toda a fé do meu coração. E não tenho medo nenhum de pecar! E, se estou pecando, eu cometo esse pecado consciente. Se… Eu não acredito nisso porque é uma questão de inteligência, não é uma questão nem de fé. É uma questão de inteligência, de razão. (…) Porque a criança revoltada é uma arma contra nós. É uma arma contra a sociedade. (…) É preferível abortar do que ter a criança saudável, mas criando problemas pra si, mendigando, comendo o pão que o diabo amassou, enfim, e sendo nociva à sociedade. Esse é o meu pensamento. E, se alguém me condena por isso, paciência."

Vamos ver
Macedo interpretando a Bíblia lembra Amaury, o seu funcionário, manejando documentos e a língua portuguesa. O que está escrito no Eclesiastes (6,3)? Isto:

“Se o homem gerar cem filhos e viver muitos anos, e os dias dos seus anos forem muitos, e se a sua alma não se fartar do bem e, além disso, não tiver sepultura, digo que um aborto é melhor do que ele”.

Não! A exegese desse trecho, sabe-o qualquer teólogo razoável, tem o sentido oposto ao que diz este senhor em suas palavras malignas, que fazem a apologia da morte. O aborto é considerado justamente o extremo da fealdade — tão feio, sugere o texto, que só é superado por uma vida DELIBERADAMENTE afastada de Deus. Nada no Eclesiastes, e em lugar nenhum da Bíblia, autoriza o aborto profilático para limpar a sociedade de futuros maus elementos.

Sim, eu já critiquei Macedo por isso em outros posts, e Amaury dá uma puxadinha de saco no “bispo” pra mostrar que é um bom rapaz. Voltem às apalavras daquele senhor. O que vai ali é a defesa da pena de morte de quem não pode nem mesmo dizer uma palavra em sua defesa; o que vai ali É A DEFESA DA PENA PREVENTIVA DE MORTE. Cristão? Como pode ser cristão quem acredita que pode se livrar, assim, das almas? Como pode ser cristão quem não acredita que o corpo é a morada inviolável de Deus?

Ah, sim: é inútil tentar me indispor com os evangélicos. DESCONHEÇO OUTRO LÍDER RELIGIOSO QUE ENDOSSE A OPINIÃO DESTE SENHOR. SE HOUVER, QUE SE MANIFESTE. Mais: as lideranças evangélicas que conheço abominam essas palavras de Macedo.

Encerro
Não me intimidaram antes. Não vão me intimidar agora. Não vão me intimidar depois. O livro de Amaury é uma farsa. De cafofo semelhante saíram o Dossiê Cayman, o dossiê dos aloprados, o dossiê da Casa Civil, as violações de sigilo em períodos eleitorais…

Isso tudo é parte de uma ação deliberada que está em curso faz tempo para tentar eliminar a oposição, calar o jornalismo independente e, assim, deixar em paz os verdadeiros ladrões e salafrários da República.

Parece que setores da grande imprensa ainda não aprenderam o suficiente com o dossiê Cayman e continuam a exercer o mesmo triste papel: o elemento A acusa, o elemento B diz que não é verdade, e tudo fica no empate. Bandidos e inocentes são postos no mesmo patamar. É o paraíso dos caluniadores! Deveriam ter em mente que, se a quadrilha dos aloprados não tivesse sido pega com a boca da botija, em 2006, um dossiê fabricado contra Serra teria sido publicado como verdade numa revista semanal, que participava da tramóia.

Pra cima de mim, não, bando de vigaristas! Quanto mais vocês agridem, mais cresce a massa de leitores.

Dois avisos

À rede petralha - Temos mecanismos para manter a sanidade do blog. Não insistam. Vão procurar sua turma.
Aos leitores - Sejam comedidos nas palavras. Eles contam com o nosso destempero para tentar justificar suas calúnias. Faz parte do processo de intimidação.

Por Reinaldo Azevedo

CHARGE DO CHICO CARUSO


NOTA AO PÉ DA CHARGE

Imagino como deva sentir-se o cidadão medianamente informado dos acontecimentos políticos cotidianos, ante a próxima prescrição dos crimes cometidos no que se alcunhou de MENSALÃO, como anunciou o ministro Lewandowski.
A charge expressa sarcasticamente, associando os programas-chanchadas da TV às eminentes 'celebridades' acusadas 'injustamente' de práticas criminosas, como por exemplo formação de quadrilha, peculato, estelionato, lavagem de dinheiro etc.
Causa uma certa náusea saber que mais cedo do que esperávamos, todos estarão livres, leves e soltos, prontos para novos cargos públicos, novos mandatos, com as reputações absolutamente 'clean', como cabe a impunidade, marca já registrada nos anais políticos recentes.
Admira-me o efeito da lavagem cerebral processada nos últimos 10 ou 15 anos na sociedade brasileira, que tartamuda assiste aos mais tenebrosos escândalos registrados na História do Brasil.
Multidão silenciosa, mais preocupada com o destino dos personagens das novelas do que com o futuro de seus filhos e netos, com o futuro da civilização brasileira, salvo os recentes ruídos de manifestações ainda inexpressivas, de marchas contra a corrupção.
Pouco, muito pouco, o número dado pelo movimento NASRUAS, o primeiro, parece-me, que ganha organização política, de cidadãos que estariam envolvidos e prontos para manifestações contra a corrupção: 150.000 pessoas.
Quase inexpressivo, considerando que tais manifestações realizar-se-iam em em várias capitais do país. Necessário que se agregassem a essas marchas alguns milhões de manifestantes, com freqüência de pelo menos duas por mês. Que o programa a ser levado às ruas, apresentasse enfaticamente a corrupção, como raiz maléfica de todas as misérias que afetam a sociedade, mas uma agenda de temas também relevantes como o fim do voto secreto, aprovação da ficha limpa, transparência dos atos públicos, liberdade de imprensa e de blogs na internet, fim da impunidade, agilidade dos tribunais no julgamento de políticos, redução da máquina administrativa, redução dos ministérios, fim das mordomias do Congresso, fim dos salários irreais de políticos, de aspones, de togados, e tantos outros males que, como cupins, corroem esse país.
É vergonhoso assistir a prescrição de crimes políticos! É criminoso! É um escárnio! Uma cusparada na cara da sociedade brasileira!
É impressionante o número de parlamentares que respondem a processos por crimes variados! E que continuam sendo eleitos e gozando de forum privilegiado... Como pessoas, a semelhança de Sarney, no entender de Lula, que não são cidadãos comuns... São pessoas que têm história!
Alguém sabe dizer-me se, por mero acaso, leram na imprensa investigativa, que se proponha levantar a fortuna e os bens das eminências, catapultadas para grandes fortunas, como por exemplo, de Lula, do Lulinha, do Sarney, por exemplo? Por que o silêncio? Por que a blindagem em torno de cidadãos "acima do bem e do mal? Acima "de qualquer suspeita?
A exemplo de Agnelo, por que não se investiga esses cidadãos? E outros que ficam arrulhando o canto do poder nos fundos do quintal?
Qual a continuação das vergonhosas histórias de corrupção levantadas durante várias semanas nos principais meios de informação? O que aconteceu com as 'celebridades' defenestradas, aparentemente do poder, mas que continuam como eminências pardas nos corredores mal iluminados, sombrios conselheiros?
São tantas questões que envergonham esse país...
m.americo

SEGURANÇA E FALATÓRIO

Apesar de todo o falatório do Governo Federal sobre o tema, o índice nacional de violência homicida é extremamente alto e resiste a cair: o número de homicídios por 100 mil habitantes – acima de 26 por ano – manteve-se praticamente igual nos último decênio. Comentei isso ontem neste site, com números do Mapa da Violência – 2012.

De fato, o Brasil é o país com o maior número de assassinatos em todo o mundo, tendo atingido a marca de 43 mil mortes dessa natureza em 2009, de acordo com o relatório do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime. Nos últimos oito anos, foram mais de 400 mil homicídios.

Onde houve queda acentuada, como em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Pernambuco, ela se deveu aos esforços dos governos estaduais.
Nos estados onde seria mais necessário do que nunca o apoio federal, como é o caso da Bahia ou do Maranhão, onde os homicídios aumentaram vertiginosamente, nada foi feito.

Brasília contempla de camarote essa realidade mórbida. Programas com nomes pomposos e metas fantasiosas são lançados na mídia, para depois caírem no esquecimento ou serem estrangulados por inépcia administrativa e/ou sucessivos cortes de recursos.

Tome-se como exemplo a ação mais badalada do Governo Lula na área da segurança, o Pronasci. Quando lançado, em 2007, foi fixada meta de redução da taxa de homicídios do conjunto do país superior a 50% – de 26 para 12 mortes por 100 mil habitantes! Obviamente, nada disso aconteceu – pelo contrário, o índice nacional permaneceu o mesmo, com um detalhe: em algumas regiões, como Norte e Nordeste, a violência aumentou brutalmente, como mencionei no texto de ontem (O mapa do crime).

Na trilha do seu antecessor e do talento publicitário petista, o atual governo lançou o Plano Estratégico de Fronteiras (tratei deste tema nos textos As fronteiras abertas da América Latina, Armas de destruição em massa, A prática desmente o discurso) que previa ações de impacto, como o aumento do efetivo da Polícia Federal nas fronteiras e a concessão de gratificações especiais aos policiais designados para essas áreas; criação de três dezenas de novos postos de policiamento de fronteira; entrada em operação de 14 veículos aéreos não tripulados para melhorar a vigilância da região (lembram-se daquele disco voador anunciado na campanha eleitoral do ano passado?), entre outras medidas.

Como é rotina na esfera federal, seis meses depois do seu lançamento praticamente nada do que se previa nesse Plano Estratégico foi feito.
O efetivo não aumentou, as gratificações não saíram do papel, nenhum novo posto de vigilância foi entregue, e dos 14 veículos não tripulados previstos para fotografar as fronteiras, apenas um levantou vôo, em fase de testes.
Provavelmente, o mesmo aparelho que já foi dado como voando e operando em meados do ano passado, em um dos debates dos candidatos a presidente. Quando também foi dito que as fronteiras brasileiras eram as mais seguras e defendidas do mundo.

Não foi por menos, aliás, que os policiais federais que atuam nas fronteiras, indignados com o escárnio, fizeram recentemente um protesto nacional. Suas queixas já são antigas: falta de equipamentos básicos, como coletes à prova de balas; armamentos defasados; meios de comunicação e transporte precários; efetivo altamente insuficiente, deixando os policiais em desvantagem nos enfrentamentos com bandidos fortemente armados.

No caso dos presídios, a situação é calamitosa. Nos oito anos do governo Lula, pouco mais de 800 vagas foram criadas em presídios federais em todo o Brasil.
Só para comparar, no mesmo período, o Governo de São Paulo criou 26 mil novas vagas. O resultado é a transferência de encargos aos governos estaduais, e, naturalmente, mais superlotação de presídios.

A Força Nacional continua sendo um apanhado de policiais recrutados junto às PMs estaduais e em determinadas ocasiões. É, de fato, uma polícia heterogênea, pequena e tardia, pois sua mobilização demora semanas. Volto a insistir: o Brasil precisa de uma Guarda Nacional, ou uma Polícia Federal fardada, de caráter permanente, com sólida qualificação e capacidade de pronta atuação, na rotina e em situações críticas.

O Pronasci, além de nascer defeituoso e inepto, passou ao largo de questões difíceis de resolver sem o apoio federal. Não há programas efetivos de apoio ao treinamento e seleção para polícias de todo o país, com exceção de sugestões para os currículos das academias.


Por exemplo, a formação dos soldados da PM durante um ano, com padrão de qualidade, tal como é feita em São Paulo, deveria ser estendida a todo o país. Já os investimentos federais para aumentar a capacidade de perícia e investigação das polícias estaduais, hoje razoavelmente elevada em São Paulo com recursos próprios, são insignificantes. E v
ejam bem: tudo o que se refere à formação de recursos humanos e tecnologia acaba sendo muito barato se confrontarmos seus custos com os resultados obtidos. Como diriam os economistas, uma elevadíssima relação produto-capital.

Por fim, um exemplo que surpreenderá o leitor: inexiste hoje um banco de dados nacional integrado, com informações sobre os principais delitos cometidos e cadastro dos criminosos. Nem números fidedignos sobre a população carcerária do país existem! Como na Saúde, na Segurança são necessários bons diagnósticos para saber-se como agir. Sem essas informações básicas, a realidade do crime no país fica envolta numa espessa nuvem de poeira. Como prever bons resultados se não consegue enxergar nem mesmo aquilo que se pretende enfrentar?

16/12/2011 Por jose serra

É ISSO AÍ...


LULA CONSTRÓI CUBA COM DINHEIRO DO BRASIL

A ALTA TRAIÇÃO DO PT COMETIDA CONTRA O POVO BRASILEIRO É GRANDE

ALÉM DA DOAÇÃO DE TERRÍTÓRIOS , ENTREGA DE RIQUEZAS , AINDA DÁ-SE DINHEIRO DE UM POVO MISERÁVEL, DOENTE E INFELIZ

E EU DIGO COMO CASTRO ALVES- ´O SENHOR DEUS, ONDE ESTÁS SENHOR, QUE NÃO RESPONDES?"


lilicarabina

PIMENTEL, O CAMARADA FANTASMINHA...

O ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento) e o ex-presidente da Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais) Robson de Andrade silenciaram diante de uma contradição apontada nos serviços prestados por uma empresa de consultoria de Pimentel à federação.

Na semana passada, Andrade afirmou que parte do R$ 1 milhão pago pela federação para Pimentel a título de consultoria foi para a realização de palestras dele em unidades regionais da Fiemg em Minas Gerais. Segundo reportagem publicada ontem pelo jornal "O Globo", porém, essas palestras nunca aconteceram. O jornal publica declarações de representantes dessas unidades negando que Pimentel tenha dado qualquer palestra.


Procurado, Pimentel afirmou, via assessoria, que não comentaria a acusação de que teria recebido por 'palestras-fantasmas'.
Robson Andrade, atualmente presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), não participou de nenhum dos dois eventos públicos nos quais estaria presente, em Brasília.
Ele era esperado em um almoço para discutir parcerias entre empresas brasileiras e europeias e, à tarde, na cerimônia em que receberia da presidente Dilma a medalha Ordem do Mérito da Defesa, na Base Aérea de Brasília.

Segundo a assessoria da confederação, ele teve que viajar às pressas para resolver problemas familiares. A assessoria disse que ele não faria comentários em relação aos serviços contratados pela Fiemg a Pimentel.

A direção da federação não quis comentar as declarações dadas por funcionários de suas regionais. Em nota divulgada na noite de ontem, a direção da federação disse que não tem mais nada a falar. "Com relação a este assunto, não temos mais informações a prestar. Também não temos quaisquer outras declarações a fazer, uma vez que consideramos que todas as informações já foram devidamente prestadas."

Durante o dia, em entrevista na sede entidade, o atual presidente, Olavo Machado Júnior, se esquivou de responder aos questionamentos sobre o caso. "É um assunto polêmico. Deixa eu pensar um pouco o que está acontecendo e volto a responder."
Diante do questionamento sobre o porquê de a Fiemg não conseguir comprovar se as palestras ocorreram, ele disse: "Acho que não é pergunta para fazer agora, mande as perguntas [por e-mail]".
Ao longo do dia, ninguém nas regionais procuradas pela Folha se manifestou.(Folha de São Paulo)

REPROVAÇÃO EM MASSA NA USP

Professor reprova turma inteira de maconheiros da USP.

Cerca de 60 alunos do curso de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP) foram reprovados por não atingirem a frequência mínima por conta da greve, que durou um mês, dos estudantes da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) no início de novembro - quando a reitoria foi invadida, após disputa com a presença da PM no câmpus.
O professor Carlos Alberto Ribeiro de Moura, que ministra História da Filosofia Contemporânea II, reprovou todos os estudantes dos períodos diurno e noturno da disciplina.
Para ser aprovado, além das notas acima da média, o aluno deve ter um mínimo de 70% de frequência.

“As aulas foram interrompidas antes de completar o mínimo exigido e os alunos foram avisados sobre isso”, disse o docente. “Não posso fazer nada. Não vou emitir um documento público falso. Não sou eu quem aprova ou reprova por falta. As pessoas têm presença ou não têm.”

No site do Departamento de Filosofia, há uma nota de esclarecimento do professor. O texto diz: “Segundo a legislação em vigor, o cálculo de frequência em disciplinas deve levar em conta a totalidade do semestre letivo. Assim, aulas não ministradas em função de piquetes, ‘cadeiraços’, etc. são computadas como dadas e não frequentadas.”

De acordo com a USP, haveria a necessidade de reposição das aulas caso a paralisação ocorrida fosse dos docentes.
Alguns professores optam por repor as aulas perdidas ou aplicam provas em trabalhos para compensar.
Mas segundo a universidade, como foram os alunos que decidiram não comparecer às aulas, o professor agiu dentro das regras da instituição.
Os alunos podem entrar com recurso na unidade.
Na página aberta por alunos de Filosofia da USP no Facebook, os estudantes discutiam formas de revogar a reprovação e comentavam a reprovação.

Era possível também ler comentários como “criminalizou a greve” ou “Carlos Alberto, amigo do (Geraldo) Alckmin, fez como sugeriu o amigo governador: ‘Deu aula de democracia aos alunos da USP...’” A reportagem tentou entrar em contato com o centro acadêmico na tarde de quinta-feira, 15, mas ninguém atendeu o telefone.(Do Estadão)

coroneLeaks

RELEVANTES SERVIÇOS?!

Parece piada. Pimentel recebe medalha por relevantes serviços (não) prestados.

No mesmo dia em que ficou provado que as palestras que justificariam o recebimento de R$ 1 milhão da FIEMG nunca foram dadas, Fernando Pimentel, ministro do Desenvolvimento, juntamente com Robson Andrade, que era presidente da entidade à época do pagamento, foram agraciados com a Medalha Ordem do Mérito da Defesa.

Ambos não compareceram à cerimônia, que contou com a presença de Dilma Rousseff. Esta condecoração é dada a quem tenha se "distinguido no exercício da profissão, além de organizações militares e instituições civis que também tenham prestado relevantes serviços ao Ministério da Defesa e às Forças Armadas no desempenho de suas missões constitucionais".

No caso de Pimentel, os relevantes serviços não foram prestados.

coroneLeaks

FAZ SENTIDO: PIMENTEL ERA O REPRESENTANTE EM GENEBRA E BRASIL NÃO ASSINA TRATADO ANTICORRUPÇÃO

O Brasil ficou de fora do acordo de licitações públicas, considerado pela Organização Mundial do Comércio (OMC) como um tratado 'anticorrupção'.

Países ricos assinaram nesta quinta-feira, 15, uma ampliação do entendimento que já tinham, garantindo abertura do mercado de compras governamentais e estabelecimento de regras para garantir a transparência nos contratos.
'Esse acordo é um instrumento contra a corrupção' , afirmou o diretor-geral da OMC, Pascal Lamy. Para Michel Barnier, comissário da Europa, o acordo garantirá uma abertura de mercados de 600 bilhões de euros.

Em declarações ao 'Estado', insistiu que americanos e europeus esperam a adesão do Brasil. 'Todos temos muito a ganhar', disse. O chanceler Antonio Patriota, porém, insistiu que o acordo 'não era de interesse do Brasil'.
O motivo, segundo ele, é a natureza do acordo, restrito a um grupo pequeno de países. O Brasil ainda insiste que antes de mais nada quer abrir seu mercado de compras governamentais primeiro aos países latino-americanos.

A reserva de mercado tem sido alvo de cobiça internacional. Afinal, com Copa do Mundo e Jogos Olímpicos, empresas europeias e americanas acreditam que poderiam ter fortes ganhos no Brasil.

Hillary.

Patriota rejeitou a tese de que isso seria um sinal de que o Brasil não está interessado em acordos que combatam a corrupção. 'Mais comprometidos que estamos nisso?' questionou.

Segundo ele, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, virá em março ao Brasil para participar de uma reunião ministerial para fortalecer o projeto de combate à corrupção no setor público, liderado pelos presidentes Barack Obama e Dilma Rousseff . ( Do Estadão)

TSE: TRIBUNAL SUNTUOSO ELEITORAL


Com tantos quartéis vazios, este prédio também vai armazenar as urnas eletrônicas... Sem dúvida, é o depósito mais caro do mundo, nem banco suiço tem igual.

O presidente do TSE, Ricardo Levandowski, aquele mesmo que disse que o Mensalão vai prescrever, relaciona o tamanho do prédio com o aumento do número de eleitores, como se a capacidade dos computadores não tivesse aumentado.

A verdade é que os novos prédios da Justiça em Brasília são um verdadeiro acinte e uma prova escancarada de um poder ineficiente, perdulário, que perdeu completamente os limites.

[coroneLeaks]

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O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) inaugurou, ontem à noite, a sua nova sede, localizada próxima ao prédio do Superior Tribunal de Justiça (STJ), no Setor de Administração Federal Sul. Com 115,5 mil m² e investimento de R$ 327 milhões, o edifício arquitetado por Oscar Niemeyer abrigará sessões administrativas e servirá de depósito para as urnas eletrônicas.

O presidente do TSE, Ricardo Lewandowski, fez uma homenagem a Niemeyer, que completou ontem 104 anos. Segundo o ministro, o arquiteto sempre se colocou à disposição de uma sociedade mais justa, humana e igualitária.
No discurso, Lewandowski destacou que a nova sede do TSE é necessária, uma vez que o eleitorado brasileiro cresceu de 40 milhões para mais de 130 milhões nos últimos 40 anos.

O prédio inaugurado ontem é a sexta sede da história do TSE e a terceira em Brasília. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, lembrou que a Corte funcionou provisoriamente na Esplanada dos Ministérios desde a inauguração de Brasília até fevereiro de 1971, quando foi transferida para a Praça dos Tribunais Superiores, onde o TSE funcionou até anteontem.

A antiga sede será ocupada pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região. A solenidade de inauguração da nova sede foi prestigiada por autoridades de todos os poderes. (Correio Braziliense)

PRESTENÇÃO!!! ESSE NEGÓCIO DE HONESTIDADE... SEI NÃO...

EU NÃO VOTEI NELE!!!