Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
DOIS BRASIS: O DOS NEGROS, E O DO RESTO...
Agora só falta um projeto dividindo o país em Brasil dos negros e Brasil do resto...
Uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) do deputado Luiz Alberto (PT-BA) prevê a reserva de vagas na Câmara, nas assembleias legislativas e na Câmara Legislativa do Distrito Federal para parlamentares negros.
Segundo a proposta, o número de vagas seria definido com base no percentual de pessoas que tenham se declarado negras ou pardas no último censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Esse número não poderá ser menor que 1/5 do total das vagas no Parlamento ou maior que a metade das vagas. A proposta prevê ainda a prorrogação da reserva por mais cinco legislaturas, por intermédio de uma lei complementar.
"Para ter uma ideia do impacto disso, hoje nós temos cerca de 30 deputados negros na Casa. Com essa proposta, iriam para 150. Evidentemente que os partidos teriam interesse em disputar essas vagas. Não tenho nenhuma ilusão de que é fácil aprovar essa proposta, mas queremos fazer o debate público, com os movimentos sociais, com a sociedade, para que isso repercuta no Parlamento e possamos aprovar essa PEC", disse o deputado.
A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Casa vai analisar a admissibilidade da PEC. Caso aprovada, uma comissão especial será criada para avaliar a proposta.
Depois, o texto precisará ser votado em dois turnos no plenário da Câmara.(Da Folha)
coroneLeaks
19 de janeiro de 2012
VADA A BORDO, CAZZO!
Na varredura geral pelos jornais de cada dia, não há um caderno de variedades que não traga uma manchete sobre o que está acontecendo no fantástico Big Brother Brasil da alcandorada Rede Globo. Não há uma só biboca no raio da Internet que não fale dessa grande atração da vida nacional; desse notável e definitivo campeão de audiência.
Não há um só colunista, de respeito ou sem um pingo de moral, que não meta o olho e o bedelho por baixo dos panos da enorme casa de tolerância que reúne uma pandilha de ilustres desconhecidos escancarando as entranhas de suas vidas sem qualquer importância, até que viram estrelas de uma sociedade cadente que parece não ter mais o que fazer.
Um estupro pra lá de previsível, pelo comportamento de um grupo de confinados que só pensam naquilo, tomou conta das casas e do imaginário de um povinho que - antes a gente pensava - Deus colocou no Brasil para compensar o único país que Ele criara sem maremotos, terremotos e vulcões para ser apenas bonito por natureza.
Preocupa mais o que não disse o Grande Irmão Pedro Bial sobre a sacanagem que escapou do controle, do que a covardia do comandante Francesco Schettino que foi o primeiro a abandonar o navio Costa Concordia que bateu com os costados numa ilha da Toscana, às bordas da Itália.
Pais e filhos, psicólogos e cientistas sociais, padres, pastores e ateus convictos, pessoas e políticos tratam mais do mondo cane dessa velha patifaria televisiva que a Globo enfia goelas e cobertores abaixo de quem esteja no seu espectro de sintonia do que se importam com os destinos do Brasil da Silva que banaliza os escândalos e, qual um gigantesco e descontrolado BBB da Dilma, vem perdendo um ministro por mês e deixando uma quadrilha por dia na Esplanada dos Ministérios.
Pelo Big Brother Brasil - um reality show rasteiro, alienado e crápula que a Globo, em busca de audiência, trouxe para cá em 2002 - os brasileiros abandonaram o país na hora do mais evidente naufrágio da sua história política recente.
Interessa o estupro, muito mais que os escândalos cotidianos de corruptos contumazes que, num regime de máfias instalado nos porões do Estado já chegou ao convés dessa incomensurável nau de insensatos que aderna o Brasil.
Assim como o capitão Schettino abandonou o navio deixando a tripulação às voltas com os passageiros; assim como Dilma abandona a sua obrigação de cuidar do casco duro da República e fica à margem de tudo enquanto a nação afunda; assim está a sociedade brasileira, covarde e fujona de sua missão de ser um povo de bons costumes, com moral e vergonha na cara.
O brasileiro prefere discutir o Big Brother Brasil da Globo, do que mandar o governo fazer o que tem que fazer. O Brasil está afundando. Já está mais do que na hora de mandar Dilma trabalhar.
Na verdade, faz mais de nove anos que a voz rouca das ruas já deveria se fazer ouvir. Basta tropeçar e cair no bote salva-vidas gritando: - Vada a bordo, cazzo!
19 de janeiro de 2012
sanatório da notícia
Não há um só colunista, de respeito ou sem um pingo de moral, que não meta o olho e o bedelho por baixo dos panos da enorme casa de tolerância que reúne uma pandilha de ilustres desconhecidos escancarando as entranhas de suas vidas sem qualquer importância, até que viram estrelas de uma sociedade cadente que parece não ter mais o que fazer.
Um estupro pra lá de previsível, pelo comportamento de um grupo de confinados que só pensam naquilo, tomou conta das casas e do imaginário de um povinho que - antes a gente pensava - Deus colocou no Brasil para compensar o único país que Ele criara sem maremotos, terremotos e vulcões para ser apenas bonito por natureza.
Preocupa mais o que não disse o Grande Irmão Pedro Bial sobre a sacanagem que escapou do controle, do que a covardia do comandante Francesco Schettino que foi o primeiro a abandonar o navio Costa Concordia que bateu com os costados numa ilha da Toscana, às bordas da Itália.
Pais e filhos, psicólogos e cientistas sociais, padres, pastores e ateus convictos, pessoas e políticos tratam mais do mondo cane dessa velha patifaria televisiva que a Globo enfia goelas e cobertores abaixo de quem esteja no seu espectro de sintonia do que se importam com os destinos do Brasil da Silva que banaliza os escândalos e, qual um gigantesco e descontrolado BBB da Dilma, vem perdendo um ministro por mês e deixando uma quadrilha por dia na Esplanada dos Ministérios.
Pelo Big Brother Brasil - um reality show rasteiro, alienado e crápula que a Globo, em busca de audiência, trouxe para cá em 2002 - os brasileiros abandonaram o país na hora do mais evidente naufrágio da sua história política recente.
Interessa o estupro, muito mais que os escândalos cotidianos de corruptos contumazes que, num regime de máfias instalado nos porões do Estado já chegou ao convés dessa incomensurável nau de insensatos que aderna o Brasil.
Assim como o capitão Schettino abandonou o navio deixando a tripulação às voltas com os passageiros; assim como Dilma abandona a sua obrigação de cuidar do casco duro da República e fica à margem de tudo enquanto a nação afunda; assim está a sociedade brasileira, covarde e fujona de sua missão de ser um povo de bons costumes, com moral e vergonha na cara.
O brasileiro prefere discutir o Big Brother Brasil da Globo, do que mandar o governo fazer o que tem que fazer. O Brasil está afundando. Já está mais do que na hora de mandar Dilma trabalhar.
Na verdade, faz mais de nove anos que a voz rouca das ruas já deveria se fazer ouvir. Basta tropeçar e cair no bote salva-vidas gritando: - Vada a bordo, cazzo!
19 de janeiro de 2012
sanatório da notícia
SOBRE A DESIGUALDADE BRASILEIRA
Ministra segue exemplo de Lula e protesta contra números sobre a desigualdade brasileira
Uma coisa a gente tem de convir: eles têm método, e sua noção de pudor é muito particular. Em novembro do ano passado, o PNUD divulgou o IDH do Brasil — de 0,715 em 2010 para 0,718 em 2011. O país andou apenas uma posição.
Saiu do 85º lugar para o 84º. Lula ficou furioso. Achou pouco.
Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência — da Presidência de Dilma, bem entendido — não se constrangeu em revelar:
“Lula nos deu um telefonema iradíssimo hoje, disse que (o resultado) era injusto e que a gente tinha de reagir”.
Muito bem. Agora Leiam o que informa o Portal G1. Volto em seguida:
A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, rebateu nesta quinta-feira (19) a divulgação de um estudo da Oxfam (entidade de combate à pobreza e a injustiça social presente em 92 países) que coloca o Brasil em segundo lugar no ranking de desigualdade nos países do G20, atrás apenas da África do Sul.
Campello argumentou que é preciso fazer uma análise da evolução do país ao longo dos anos. “Uma coisa é a gente olhar a situação hoje, outra coisa é a gente olhar a evolução que nós tivemos”, afirmou a ministra, que participou, nesta terça, de uma reunião sobre o plano Brasil Sem Miséria com a presidente Dilma Rousseff.
“O Brasil reconhecidamente por todas as instituições internacionais é o pais que mais vem reduzindo desigualdade, agora, nós temos 500 anos de história, então temos que olhar o filme. Nós conseguimos retirar 28 milhões de pessoas da pobreza, 40 milhões de pessoas entraram na classe média, temos ainda uma meta de incluir 16 milhões de brasileiros. Achamos que é possível exatamente porque estamos partindo desse patamar”, disse ela.
Pesquisa
De acordo com a pesquisa “Deixados para trás pelo G20″, apenas a África do Sul fica mais mal colocada que o Brasil em termos de desigualdade.
Como base de comparação, a pesquisa também examina a participação na renda nacional dos 10% mais pobres da população de outro subgrupo de 12 países, de acordo com dados do Banco Mundial.
Neste quesito, o Brasil apresenta o pior desempenho de todos, com a África do Sul logo acima.
A pesquisa afirma que os países mais desiguais do G20 são economias emergentes. Além de Brasil e África do Sul, México, Rússia, Argentina, China e Turquia têm os piores resultados.
Já as nações com maior igualdade, segundo a Oxfam, são economias desenvolvidas com uma renda maior, como França (país com melhor resultado geral), Alemanha, Canadá, Itália e Austrália.
Voltei
Isso é método. Se um determinado resultado serve para o petismo demonstrar que seus adversários são homens perversos, maus, que não dão bola para a desigualdade, eles o alardeiam como verdade universal. Se, no entanto, os dados são ruins para o PT, eles questionam a régua, como fez Lula (que nem presidente era mais) e como faz agora a ministra Teresa Campello.
Nos tempos do governo FHC, por exemplo, os petistas não queriam saber do “processo”. Eles vieram a descobri-lo só em 2003.
A resposta da ministra não deixa dúvida: se há ainda algo a ser corrigido no Brasil, deve-se aos 503 anos anteriores à chegada do PT ao poder.
O que eventualmente houver de bom, bem, aí é coisa do PT, é evidente. Notem que o Plano Real, por exemplo, desapareceu de sua equação.
Tal método seria ridicularizado em qualquer país democrático do mundo. Por aqui, não são poucos os que começam a achar que o PNUD e a Oxfam não estão fazendo justiça ao PT. Afinal, o partido acha que suas intenções também têm de entrar na equação.
19/01/2012
Reinaldo Azevedo
Uma coisa a gente tem de convir: eles têm método, e sua noção de pudor é muito particular. Em novembro do ano passado, o PNUD divulgou o IDH do Brasil — de 0,715 em 2010 para 0,718 em 2011. O país andou apenas uma posição.
Saiu do 85º lugar para o 84º. Lula ficou furioso. Achou pouco.
Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência — da Presidência de Dilma, bem entendido — não se constrangeu em revelar:
“Lula nos deu um telefonema iradíssimo hoje, disse que (o resultado) era injusto e que a gente tinha de reagir”.
Muito bem. Agora Leiam o que informa o Portal G1. Volto em seguida:
A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, rebateu nesta quinta-feira (19) a divulgação de um estudo da Oxfam (entidade de combate à pobreza e a injustiça social presente em 92 países) que coloca o Brasil em segundo lugar no ranking de desigualdade nos países do G20, atrás apenas da África do Sul.
Campello argumentou que é preciso fazer uma análise da evolução do país ao longo dos anos. “Uma coisa é a gente olhar a situação hoje, outra coisa é a gente olhar a evolução que nós tivemos”, afirmou a ministra, que participou, nesta terça, de uma reunião sobre o plano Brasil Sem Miséria com a presidente Dilma Rousseff.
“O Brasil reconhecidamente por todas as instituições internacionais é o pais que mais vem reduzindo desigualdade, agora, nós temos 500 anos de história, então temos que olhar o filme. Nós conseguimos retirar 28 milhões de pessoas da pobreza, 40 milhões de pessoas entraram na classe média, temos ainda uma meta de incluir 16 milhões de brasileiros. Achamos que é possível exatamente porque estamos partindo desse patamar”, disse ela.
Pesquisa
De acordo com a pesquisa “Deixados para trás pelo G20″, apenas a África do Sul fica mais mal colocada que o Brasil em termos de desigualdade.
Como base de comparação, a pesquisa também examina a participação na renda nacional dos 10% mais pobres da população de outro subgrupo de 12 países, de acordo com dados do Banco Mundial.
Neste quesito, o Brasil apresenta o pior desempenho de todos, com a África do Sul logo acima.
A pesquisa afirma que os países mais desiguais do G20 são economias emergentes. Além de Brasil e África do Sul, México, Rússia, Argentina, China e Turquia têm os piores resultados.
Já as nações com maior igualdade, segundo a Oxfam, são economias desenvolvidas com uma renda maior, como França (país com melhor resultado geral), Alemanha, Canadá, Itália e Austrália.
Voltei
Isso é método. Se um determinado resultado serve para o petismo demonstrar que seus adversários são homens perversos, maus, que não dão bola para a desigualdade, eles o alardeiam como verdade universal. Se, no entanto, os dados são ruins para o PT, eles questionam a régua, como fez Lula (que nem presidente era mais) e como faz agora a ministra Teresa Campello.
Nos tempos do governo FHC, por exemplo, os petistas não queriam saber do “processo”. Eles vieram a descobri-lo só em 2003.
A resposta da ministra não deixa dúvida: se há ainda algo a ser corrigido no Brasil, deve-se aos 503 anos anteriores à chegada do PT ao poder.
O que eventualmente houver de bom, bem, aí é coisa do PT, é evidente. Notem que o Plano Real, por exemplo, desapareceu de sua equação.
Tal método seria ridicularizado em qualquer país democrático do mundo. Por aqui, não são poucos os que começam a achar que o PNUD e a Oxfam não estão fazendo justiça ao PT. Afinal, o partido acha que suas intenções também têm de entrar na equação.
19/01/2012
Reinaldo Azevedo
PAULIPETRO x PRÉ-SAL
Para quem não lembra ou não sabe, no final da década de 1970 e começo da de 1980, o então governador de SP, Paulo Maluf, investiu 890 milhetas de verdinhas em uma aventura idiota de buscar petróleo no estado de São Paulo. Criou até uma empresa com o sugestivo nome de 'PAULIPETRO".
A imprensa e a oposição, diga-se PT no nascedouro, passaram anos batendo no Maluf. E ao final da aventura, o xaropão encontrou apenas um poço de águas quentes e salgadas que acabou dando início ao parque aquático, Termas de Piratininga, em Piratininga -SP.
890 milhetas de verdinhas para acabar em um parque de águas quentes.
E no pré sal do Sebento a história parece ser bem parecida. Já foi criada a "PETRO SAL" para cuidar da exploração do óleo que um dia poderá ser retirado lá das profundezas da casa do caraleo.
Segundo um especialista da PTroubras, serão necessários 600 bilhões de verdinhas para a exploração desse petróleo, e a previsão de exploração comercial com a tecnologia que temos hoje no Brasil é para 2020.
Ou seja, ainda irão mais 8 anos pela frente injetando muita grana em um petróleo que nem se tem a dimensão exata de sua produtividade.
E pensar que esses mesmos que usaram o Pré Sal para ajudar a eleger uma fraude, chamavam o Maluf de megalomaníaco....
Volto a insistir, o Maluf perto do Sebento é aprendiz em megalomania, mitomania e cleptomania...
Janeiro 19, 2012
o mascate
A imprensa e a oposição, diga-se PT no nascedouro, passaram anos batendo no Maluf. E ao final da aventura, o xaropão encontrou apenas um poço de águas quentes e salgadas que acabou dando início ao parque aquático, Termas de Piratininga, em Piratininga -SP.
890 milhetas de verdinhas para acabar em um parque de águas quentes.
E no pré sal do Sebento a história parece ser bem parecida. Já foi criada a "PETRO SAL" para cuidar da exploração do óleo que um dia poderá ser retirado lá das profundezas da casa do caraleo.
Segundo um especialista da PTroubras, serão necessários 600 bilhões de verdinhas para a exploração desse petróleo, e a previsão de exploração comercial com a tecnologia que temos hoje no Brasil é para 2020.
Ou seja, ainda irão mais 8 anos pela frente injetando muita grana em um petróleo que nem se tem a dimensão exata de sua produtividade.
E pensar que esses mesmos que usaram o Pré Sal para ajudar a eleger uma fraude, chamavam o Maluf de megalomaníaco....
Volto a insistir, o Maluf perto do Sebento é aprendiz em megalomania, mitomania e cleptomania...
Janeiro 19, 2012
o mascate
HISTÓRIAS DO SEBASTIÃO NERY
Acontece que eu sou baiano
Magalhães Pinto saiu pelo interior de Minas, em 1960, fazendo sua campanha para governador do Estado, pela UDN, disputando com Tancredo Neves, do PSD, que derrotou. Com ele, assessor de imprensa, o jornalista Toninho Drummond, depois diretor da TV Globo em Brasília. Magalhães chegou a Santo Antonio do Monte. Começou o discurso:
- Esta é a minha cidade. Aqui… (e continuou).
Terminou, foi embora. Desceu em Lima Duarte:
- Esta é a minha cidade. Aqui…
Parou em Formiga:
- Esta é a minha cidade. Aqui…
Entrou carregado em Juiz de Fora :
- Esta é a minha cidade. Aqui…
Toninho não entendeu:
- Doutor Magalhães, de que cidade afinal o senhor é?
- Depois da campanha eu lhe conto.
E foi para Belo Horizonte. Sua cidade era Santo Antonio do Monte.
***
ALCKMIN
O governador Alckmin, ilustre paulista de Pindamonhangaba, descendente dos árabes Alkmin de Bocaiúva, em Minas (em São Paulo, acrescentaram um charmoso “c” para parecerem quatrocentões do Viaduto do Chá), descobriu agora que não é nem paulista nem mineiro. É mais. É baiano:
- “Eu sou nordestino, sou baiano, disse em Recife. Quando a minha família veio de Portugal, da Espanha (podia ter dito também: “das Arábias”), ela veio para a Bahia, para Carinhanha, lá nas barrancas do rio São Francisco. Nasci em São Paulo, mas minhas raízes são nordestinas. Eu sou baiano” (Folha).
Assim, o conterrâneo Alckmin acaba ganhando meu voto. E o de Caimmy.
sebastião nery
19 de janeiro de 2012
Magalhães Pinto saiu pelo interior de Minas, em 1960, fazendo sua campanha para governador do Estado, pela UDN, disputando com Tancredo Neves, do PSD, que derrotou. Com ele, assessor de imprensa, o jornalista Toninho Drummond, depois diretor da TV Globo em Brasília. Magalhães chegou a Santo Antonio do Monte. Começou o discurso:
- Esta é a minha cidade. Aqui… (e continuou).
Terminou, foi embora. Desceu em Lima Duarte:
- Esta é a minha cidade. Aqui…
Parou em Formiga:
- Esta é a minha cidade. Aqui…
Entrou carregado em Juiz de Fora :
- Esta é a minha cidade. Aqui…
Toninho não entendeu:
- Doutor Magalhães, de que cidade afinal o senhor é?
- Depois da campanha eu lhe conto.
E foi para Belo Horizonte. Sua cidade era Santo Antonio do Monte.
***
ALCKMIN
O governador Alckmin, ilustre paulista de Pindamonhangaba, descendente dos árabes Alkmin de Bocaiúva, em Minas (em São Paulo, acrescentaram um charmoso “c” para parecerem quatrocentões do Viaduto do Chá), descobriu agora que não é nem paulista nem mineiro. É mais. É baiano:
- “Eu sou nordestino, sou baiano, disse em Recife. Quando a minha família veio de Portugal, da Espanha (podia ter dito também: “das Arábias”), ela veio para a Bahia, para Carinhanha, lá nas barrancas do rio São Francisco. Nasci em São Paulo, mas minhas raízes são nordestinas. Eu sou baiano” (Folha).
Assim, o conterrâneo Alckmin acaba ganhando meu voto. E o de Caimmy.
sebastião nery
19 de janeiro de 2012
DÍVIDA FAMILIAR BRASILEIRA DEVE ATINGIR 51% DOS SALÁRIOS EM 2012
Estudo da Consultoria Tendências, reportagem de Valdo Cruz e Sheila Damorim, Folha de São Paulo de terça-feira 10, revela que o endividamento das famílias brasileiras deve bater o recorde em 2012 e atingir 51% da massa salarial. Como o volume de salários oscila em torno de 1 trilhão e 100 bilhões de reais, as dívidas vão somar aproximadamente 550 bilhões.
Em 2011, acentua a matéria, corresponderam a 47% dos salários pagos no exercício. Não é difícil calcular o total da massa de vencimentos.
A arrecadação do FGTS (8% das folhas) deve ter fechado em 61 bilhões de reais. Multiplicando-se por 12,5 podemos estimar o rendimento dos celetistas na escala de 750 bilhões. Mas há os servidores públicos e os prestadores de serviços, avulsos. Além disso, o rendimento do trabalho significa 35% do PIB.
A Consultoria Tendências produziu um gráfico comparando o comprometimento da renda dos assalariados brasileiros com os de outros países. Nos EUA, por exemplo, é de 124%. Como o PIB lá é de 15 trilhões de dólares e a massa salarial pesa 60% (o oposto da relação brasileira) conclui-se que as famílias norte-americanas devem 12,4 trilhões.
Mas é indispensável considerar que, em nosso país, são 60 milhões de famílias. Nos EUA 100 milhões de unidades familiares. A população lá é de 300 milhões de habitantes. Aqui de 200 milhões. Na França, a apropriação é de 99%. Na Alemanha de 97. No Reino Unido, a mais alta de todas, de 165%.
Mas ainda não é esta a questão essencial. A questão fundamental está na diferença dos juros cobrados. Nos EUA, de dois pontos apenas, ao ano. Em nosso país, há diversas taxas: 4% ao mês para o crédito junto aos bancos; 4,5% no comércio; de 6 a 8% nos cheques especiais. De 10 a 12% no refinanciamento de compras por cartões de crédito.
Nossas taxas são mensais. Para uma inflação anual de 7%, como o IBGE revelou há poucos dias, os sistemas comercial e financeiro cobram quase dez vezes mais.
Muito diverso, portanto, torna-se o efeito das dívidas familiares brasileiras com as dívidas das famílias de outros países.
No Brasil, os juros dos cheques especiais e dos cartões de crédito tornam os débitos na realidade impossíveis de resgatar. Uma calamidade. Tanto assim que a inadimplência subiu de 5,7, em 2010, para 7,3% do volume de crédito em 2011. A inadimplência, aliás, aumenta com a maior injeção de crédito no mercado.
Mantido o mesmo ritmo, agora, este ano, ela deve alcançar nível maior que o atingido no ano passado. Mas além desse aspecto, existe ainda um outro, consequência dos juros excessivos: a retração natural do consumo. Isso já se evidenciou no ano passado. As vendas cresceram 5% em relação a 2010, para uma inflação de 7 pontos que tem de ser somada, para efeito mercadológico, ao índice demográfico de 1,2%.
A comercialização, assim, recuou 2 pontos em relação à inflação e mais 1,2% tomando-se como base uma população dois milhões de pessoas maior. Esse é o panorama geral visto sob a lente de janeiro.
A Tendências, na versão de Valdo Cruz e Sheila Damorim, assinala que a política do governo Dilma Rousseff joga na elevação do consumo para manter adequado o nível de emprego e o crescimento do PIB.
Porém, digo eu, para que o consumo atenda a meta desejada é indispensável uma revisão nos juros cobrados. Porque aplicar uma taxa que supera de longe o ritmo inflacionário não vai contribuir positivamente para a economia. Muito menos para o desenvolvimento do país.
Os juros brasileiros são estratosféricos.
19 de janeiro de 2012
Pedro do Coutto
Em 2011, acentua a matéria, corresponderam a 47% dos salários pagos no exercício. Não é difícil calcular o total da massa de vencimentos.
A arrecadação do FGTS (8% das folhas) deve ter fechado em 61 bilhões de reais. Multiplicando-se por 12,5 podemos estimar o rendimento dos celetistas na escala de 750 bilhões. Mas há os servidores públicos e os prestadores de serviços, avulsos. Além disso, o rendimento do trabalho significa 35% do PIB.
A Consultoria Tendências produziu um gráfico comparando o comprometimento da renda dos assalariados brasileiros com os de outros países. Nos EUA, por exemplo, é de 124%. Como o PIB lá é de 15 trilhões de dólares e a massa salarial pesa 60% (o oposto da relação brasileira) conclui-se que as famílias norte-americanas devem 12,4 trilhões.
Mas é indispensável considerar que, em nosso país, são 60 milhões de famílias. Nos EUA 100 milhões de unidades familiares. A população lá é de 300 milhões de habitantes. Aqui de 200 milhões. Na França, a apropriação é de 99%. Na Alemanha de 97. No Reino Unido, a mais alta de todas, de 165%.
Mas ainda não é esta a questão essencial. A questão fundamental está na diferença dos juros cobrados. Nos EUA, de dois pontos apenas, ao ano. Em nosso país, há diversas taxas: 4% ao mês para o crédito junto aos bancos; 4,5% no comércio; de 6 a 8% nos cheques especiais. De 10 a 12% no refinanciamento de compras por cartões de crédito.
Nossas taxas são mensais. Para uma inflação anual de 7%, como o IBGE revelou há poucos dias, os sistemas comercial e financeiro cobram quase dez vezes mais.
Muito diverso, portanto, torna-se o efeito das dívidas familiares brasileiras com as dívidas das famílias de outros países.
No Brasil, os juros dos cheques especiais e dos cartões de crédito tornam os débitos na realidade impossíveis de resgatar. Uma calamidade. Tanto assim que a inadimplência subiu de 5,7, em 2010, para 7,3% do volume de crédito em 2011. A inadimplência, aliás, aumenta com a maior injeção de crédito no mercado.
Mantido o mesmo ritmo, agora, este ano, ela deve alcançar nível maior que o atingido no ano passado. Mas além desse aspecto, existe ainda um outro, consequência dos juros excessivos: a retração natural do consumo. Isso já se evidenciou no ano passado. As vendas cresceram 5% em relação a 2010, para uma inflação de 7 pontos que tem de ser somada, para efeito mercadológico, ao índice demográfico de 1,2%.
A comercialização, assim, recuou 2 pontos em relação à inflação e mais 1,2% tomando-se como base uma população dois milhões de pessoas maior. Esse é o panorama geral visto sob a lente de janeiro.
A Tendências, na versão de Valdo Cruz e Sheila Damorim, assinala que a política do governo Dilma Rousseff joga na elevação do consumo para manter adequado o nível de emprego e o crescimento do PIB.
Porém, digo eu, para que o consumo atenda a meta desejada é indispensável uma revisão nos juros cobrados. Porque aplicar uma taxa que supera de longe o ritmo inflacionário não vai contribuir positivamente para a economia. Muito menos para o desenvolvimento do país.
Os juros brasileiros são estratosféricos.
19 de janeiro de 2012
Pedro do Coutto
A SITUAÇÃO NO JUDICIÁRIO ESTÁ FICANDO PATÉTICA. JUÍZES E DESEMBARGADORES QUEREM SABER SE ESTÃO SENDO INVESTIGADOS.
Chega a ser constrangedor o empenho do novo presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Ivan Sartori, tentando conseguir informações sobre o relatório do Ministério da Fazenda indicando movimentações financeiras atípicas de servidores e magistrados paulistas. Juízes e desembargadores estão inquietos, embora a preocupação devesse se restringir apenas aos que fizeram “operações financeiras atípicas”.
“O senhor vai me conseguir uma ordem judicial”. Essa foi a resposta dada pelo presidente do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) do Ministério da Fazenda, Antonio Gustavo Rodrigues, ao presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Ivan Sartori, quando por ele foi indagado, na frente de jornalistas, sobre como obter detalhes do relatório, que aponta “operações atípicas” no valor de R$ 855 milhões.
Rodrigues foi ao Tribunal de São Paulo para prestar alguns esclarecimentos à direção sobre o relatório, que está sendo usado pelo Conselho Nacional de Justiça para preparar apurações em 22 tribunais do país. A primeira delas foi realizada de 5 a 14 de dezembro no tribunal paulista, mas as investigações foram interrompidas por liminares do Supremo Tribunal Federal.
O desembargador Sartori tenta tapar o sol com uma peneira, como se dizia antigamente. Após a reunião, disse ter ficado claro para ele que o relatório do Coaf traz apenas “informações estatísticas” e nenhuma acusação direta contra magistrados do TJ.
“Disseram que havia movimentação [financeira] suspeita em São Paulo. Estou tentando por todos os caminhos ver onde está isso, até fui à corregedoria [do CNJ]. Quero saber quem seriam essas pessoas, para que eu possa apurar aqui, e não estou recebendo dado algum. Então presumo que não haja ninguém [sob investigação]“, afirmou o Sartori.
O fato concreto é que, segundo o relatório do Coaf, dois integrantes do Tribunal paulista e um da Bahia movimentaram R$ 116 milhões em 2008.
De acordo com Rodrigues, os casos de São Paulo levantados pela Coaf envolveram um investidor de uma empresa e uma pessoa casada com um suspeito de participação na venda de títulos públicos falsificados, e já foram objeto de investigações pela polícia.
O presidente do Tribunal acha que essas duas ocorrências não têm relação com juízes e desembargadores, mas apenas com servidores. “Não se trata de desembargadores ou juízes, senão nós e a imprensa saberíamos. Vamos oficiar à polícia e ao Ministério Público para saber quem são essas pessoas”.
Contraditoriamente, Sartori disse também possuir informações de que há investigações em curso pelo CNJ em relação a membros do Tribunal. “Tenho notícia até de solicitações para o Banco Central para quebra de sigilo bancário”, afirmou o desembargador, lembrando que na terça-feira fez à corregedora do Conselho, ministra Eliana Calmon, uma solicitação formal de informações sobre as apurações.
Como se sabe, na segunda-feira a ministra-corregedora negou pedido feito pessoalmente por Sartori, lembrando ao desembargador paulista o óbvio – “dados sigilosos só são fornecidos quando formalmente solicitados”.
Vamos ver aonde isso vai parar.
19 de janeiro de 2012
Carlos Newton
“O senhor vai me conseguir uma ordem judicial”. Essa foi a resposta dada pelo presidente do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) do Ministério da Fazenda, Antonio Gustavo Rodrigues, ao presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Ivan Sartori, quando por ele foi indagado, na frente de jornalistas, sobre como obter detalhes do relatório, que aponta “operações atípicas” no valor de R$ 855 milhões.
Rodrigues foi ao Tribunal de São Paulo para prestar alguns esclarecimentos à direção sobre o relatório, que está sendo usado pelo Conselho Nacional de Justiça para preparar apurações em 22 tribunais do país. A primeira delas foi realizada de 5 a 14 de dezembro no tribunal paulista, mas as investigações foram interrompidas por liminares do Supremo Tribunal Federal.
O desembargador Sartori tenta tapar o sol com uma peneira, como se dizia antigamente. Após a reunião, disse ter ficado claro para ele que o relatório do Coaf traz apenas “informações estatísticas” e nenhuma acusação direta contra magistrados do TJ.
“Disseram que havia movimentação [financeira] suspeita em São Paulo. Estou tentando por todos os caminhos ver onde está isso, até fui à corregedoria [do CNJ]. Quero saber quem seriam essas pessoas, para que eu possa apurar aqui, e não estou recebendo dado algum. Então presumo que não haja ninguém [sob investigação]“, afirmou o Sartori.
O fato concreto é que, segundo o relatório do Coaf, dois integrantes do Tribunal paulista e um da Bahia movimentaram R$ 116 milhões em 2008.
De acordo com Rodrigues, os casos de São Paulo levantados pela Coaf envolveram um investidor de uma empresa e uma pessoa casada com um suspeito de participação na venda de títulos públicos falsificados, e já foram objeto de investigações pela polícia.
O presidente do Tribunal acha que essas duas ocorrências não têm relação com juízes e desembargadores, mas apenas com servidores. “Não se trata de desembargadores ou juízes, senão nós e a imprensa saberíamos. Vamos oficiar à polícia e ao Ministério Público para saber quem são essas pessoas”.
Contraditoriamente, Sartori disse também possuir informações de que há investigações em curso pelo CNJ em relação a membros do Tribunal. “Tenho notícia até de solicitações para o Banco Central para quebra de sigilo bancário”, afirmou o desembargador, lembrando que na terça-feira fez à corregedora do Conselho, ministra Eliana Calmon, uma solicitação formal de informações sobre as apurações.
Como se sabe, na segunda-feira a ministra-corregedora negou pedido feito pessoalmente por Sartori, lembrando ao desembargador paulista o óbvio – “dados sigilosos só são fornecidos quando formalmente solicitados”.
Vamos ver aonde isso vai parar.
19 de janeiro de 2012
Carlos Newton
INDEPENDÊNCIA SÓ NO FIM DO ANO
Alguns motivos terão levado a presidente Dilma a restringir a reforma ministerial ao preenchimento apenas de vagas em aberto, se é que algum dia pretendeu mudanças ampliadas em sua equipe de governo. O maior terá sido a avidez com que os partidos da base oficial lançaram-se à perspectiva de um troca-troca do qual pretendiam sair reforçados.
O jogo de pressões tinha começado, podendo até abalar a solidez do esquema parlamentar do governo. PMDB e PT imaginaram avançar nos ministérios das Cidades, do Trabalho, dos Transportes e da Agricultura. O PP ameaçou sair da base caso perdesse o ministério das Cidades, mesmo disposto a sacrificar Mário Negromonte. O PR aproveitou para forçar saída de Paulo Silva, desde que mantivesse o ministério dos Transportes.
Quaisquer que fossem as opções de Dilma, o quadro - de resto já precário - seria desarrumado. Além de a presidente não poder evitar a imagem de continuar prisioneira dos partidos e do fisiologismo, além da sombra do Lula, que, mesmo sem pretender, o transforma em condômino do poder.
Sendo assim, Dilma ficou com as substituições já efetuadas ao longo de 2011, na Casa Civil, na Defesa, no Turismo, na Agricultura, nos Esportes e no Trabalho, além do roque entre Coordenação Política e Pesca, optando apenas por nomear os novos ministros da Educação, da Ciência e Tecnologia, do Trabalho e da Política para Mulheres.
Salvo engano, é claro, porque apenas na próxima semana as mudanças serão anunciadas. Parece certo que Aloísio Mercadante irá para a Educação, provável que Marco Antônio Raupp será ministro da Ciência e Tecnologia e possível que Vieira da Cunha para o Trabalho, ignorando-se quem seria nomeada ministra da Política para Mulheres.
Não sobrevindo surpresas, em especial nas Cidades, resume-se a isso a reforma ministerial. 2012 por enquanto não será o ano da independência. Talvez possa ser depois de conhecidos os resultados das eleições municipais de outubro.
Uma nuvem de tranqüilidade paira sobre o ministério, parecendo que não vai chover na próxima terça-feira, quando da reunião da equipe inteira com a chefona. Entre mortos e feridos, salvaram-se todos, ou quase.
A pergunta que se faz é sobre as diretrizes de governo para o ano em curso, tema que prende mais as atenções da presidente da República do que a reforma ministerial.
19 de janeiro de 2012
Carlos Chagas
O jogo de pressões tinha começado, podendo até abalar a solidez do esquema parlamentar do governo. PMDB e PT imaginaram avançar nos ministérios das Cidades, do Trabalho, dos Transportes e da Agricultura. O PP ameaçou sair da base caso perdesse o ministério das Cidades, mesmo disposto a sacrificar Mário Negromonte. O PR aproveitou para forçar saída de Paulo Silva, desde que mantivesse o ministério dos Transportes.
Quaisquer que fossem as opções de Dilma, o quadro - de resto já precário - seria desarrumado. Além de a presidente não poder evitar a imagem de continuar prisioneira dos partidos e do fisiologismo, além da sombra do Lula, que, mesmo sem pretender, o transforma em condômino do poder.
Sendo assim, Dilma ficou com as substituições já efetuadas ao longo de 2011, na Casa Civil, na Defesa, no Turismo, na Agricultura, nos Esportes e no Trabalho, além do roque entre Coordenação Política e Pesca, optando apenas por nomear os novos ministros da Educação, da Ciência e Tecnologia, do Trabalho e da Política para Mulheres.
Salvo engano, é claro, porque apenas na próxima semana as mudanças serão anunciadas. Parece certo que Aloísio Mercadante irá para a Educação, provável que Marco Antônio Raupp será ministro da Ciência e Tecnologia e possível que Vieira da Cunha para o Trabalho, ignorando-se quem seria nomeada ministra da Política para Mulheres.
Não sobrevindo surpresas, em especial nas Cidades, resume-se a isso a reforma ministerial. 2012 por enquanto não será o ano da independência. Talvez possa ser depois de conhecidos os resultados das eleições municipais de outubro.
Uma nuvem de tranqüilidade paira sobre o ministério, parecendo que não vai chover na próxima terça-feira, quando da reunião da equipe inteira com a chefona. Entre mortos e feridos, salvaram-se todos, ou quase.
A pergunta que se faz é sobre as diretrizes de governo para o ano em curso, tema que prende mais as atenções da presidente da República do que a reforma ministerial.
19 de janeiro de 2012
Carlos Chagas
TUDO EM FAMÍLIA: FILHO DO MINISTRO FERNANDO BEZERRA BENEFICIOU OS HOSPITAIS DE SEU TIO-AVÔ
Cada vez aparecem mais atos “malefeitos” da família animalescamente hibrida Bezerra Coelho.
No jornal Correio Braziliense, o repórter Vinicius Sassine mostra que o favorecimento à família Coelho vai além das ações do Ministério da Integração Nacional. 19 de janeiro de 2012
O deputado Fernando Coelho Filho (PSB-PE) destinou recursos de duas emendas parlamentares a hospitais de seu tio-avô, Augusto de Souza Coelho. Augusto é diretor-presidente da Associação Petrolinense de Amparo à Maternidade e à Infância (Apami), uma entidade privada que faz atendimentos médicos em Petrolina (PE) pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e que também oferece consultas e exames particulares.
A primeira emenda, de R$ 200 mil, previu dinheiro do Orçamento da União de 2011. Os recursos, do Fundo Nacional de Saúde, chegaram a ser empenhados (autorizados) e liquidados (verificados para o pagamento final).
Para o Orçamento de 2012, Fernando Filho reservou mais R$ 200 mil, do mesmo fundo, para os hospitais do tio-avô em Petrolina, cidade onde o deputado deve sair candidato a prefeito nas eleições deste ano.
Para essa última emenda, ainda não há previsão de empenho, liquidação e pagamento.
Augusto é tio-avô de Fernando Filho e tio do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho. A família foi favorecida por diversas ações do ministério e da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), presidida até a semana passada por um dos irmãos de Fernando Bezerra, Clementino de Souza Coelho. Um tio do ministro, Osvaldo de Souza Coelho, foi indicado para o cargo de conselheiro do Comitê Técnico Consultivo para o Desenvolvimento da Agricultura Irrigada. Augusto, beneficiado pelas emendas do sobrinho, é irmão de Osvaldo.
A especialidade das unidades de saúde da Apami é o tratamento de câncer. Atendentes do Centro de Oncologia Dr. Muccini informam que a assistência médica é feita somente pelo SUS.
Ao Correio, Augusto reconheceu que um aparelho de mamografia é utilizado também para atendimento particular. “Nosso mamógrafo é de melhor qualidade e chama a atenção das pessoas da região. A Apami não é proibida de ganhar dinheiro. Só deve reinvestir tudo na entidade.”
A Policlínica Dr. Izaías e o Laboratório de Análises Clínicas também integram a Apami. Os dois fazem exames e consultas particulares, em diversas especialidades. O preço da consulta é de R$ 45, segundo os atendentes das unidades.
A primeira emenda, referente ao Orçamento da União de 2011, fez uma referência específica ao centro de oncologia. Os R$ 200 mil devem “apoiar na manutenção da unidade de saúde – Centro de Oncologia Dr. Muccini”. Já a emenda para o exercício de 2012 destina o dinheiro para a Apami como um todo.
###
BIOGRAFIA FAMILIAR
O diretor-presidente da associação foi prefeito de Petrolina na década de 1980. Antecedeu os mandatos de Fernando Bezerra Coelho na prefeitura. Augusto também é sócio de uma rádio na cidade e do Curtume Moderno, uma empresa de processamento de couro.
A biografia do ministro da Integração Nacional informa que ele foi superintendente do curtume entre 1979 e 1982. A Agência Nacional de Águas (ANA) concedeu no ano passado à indústria, entre outras empresas, uma outorga para uso de recursos hídricos da União.
“As emendas não são para mim. São para a instituição. Outros deputados propuseram emendas”, diz Augusto. Segundo ele, 95% dos atendimentos da Apami são pelo SUS. O presidente da associação afirma ter “relações plenas de amizade e familiares” com o deputado Fernando Filho, mas nega “interesses financeiros comuns” com o sobrinho.
As emendas foram pedidas por cartas circulares, encaminhadas para todos os parlamentares de Pernambuco, conforme Augusto. “Minha mãe teve 17 filhos. Minha família, para mim, são mulher, filhos e netos. Tem sobrinho que eu não conheço.”
O Correio tentou ouvir o deputado Fernando Filho, mas ele não deu retorno às ligações.
No jornal Correio Braziliense, o repórter Vinicius Sassine mostra que o favorecimento à família Coelho vai além das ações do Ministério da Integração Nacional. 19 de janeiro de 2012
O deputado Fernando Coelho Filho (PSB-PE) destinou recursos de duas emendas parlamentares a hospitais de seu tio-avô, Augusto de Souza Coelho. Augusto é diretor-presidente da Associação Petrolinense de Amparo à Maternidade e à Infância (Apami), uma entidade privada que faz atendimentos médicos em Petrolina (PE) pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e que também oferece consultas e exames particulares.
A primeira emenda, de R$ 200 mil, previu dinheiro do Orçamento da União de 2011. Os recursos, do Fundo Nacional de Saúde, chegaram a ser empenhados (autorizados) e liquidados (verificados para o pagamento final).
Para o Orçamento de 2012, Fernando Filho reservou mais R$ 200 mil, do mesmo fundo, para os hospitais do tio-avô em Petrolina, cidade onde o deputado deve sair candidato a prefeito nas eleições deste ano.
Para essa última emenda, ainda não há previsão de empenho, liquidação e pagamento.
Augusto é tio-avô de Fernando Filho e tio do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho. A família foi favorecida por diversas ações do ministério e da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), presidida até a semana passada por um dos irmãos de Fernando Bezerra, Clementino de Souza Coelho. Um tio do ministro, Osvaldo de Souza Coelho, foi indicado para o cargo de conselheiro do Comitê Técnico Consultivo para o Desenvolvimento da Agricultura Irrigada. Augusto, beneficiado pelas emendas do sobrinho, é irmão de Osvaldo.
A especialidade das unidades de saúde da Apami é o tratamento de câncer. Atendentes do Centro de Oncologia Dr. Muccini informam que a assistência médica é feita somente pelo SUS.
Ao Correio, Augusto reconheceu que um aparelho de mamografia é utilizado também para atendimento particular. “Nosso mamógrafo é de melhor qualidade e chama a atenção das pessoas da região. A Apami não é proibida de ganhar dinheiro. Só deve reinvestir tudo na entidade.”
A Policlínica Dr. Izaías e o Laboratório de Análises Clínicas também integram a Apami. Os dois fazem exames e consultas particulares, em diversas especialidades. O preço da consulta é de R$ 45, segundo os atendentes das unidades.
A primeira emenda, referente ao Orçamento da União de 2011, fez uma referência específica ao centro de oncologia. Os R$ 200 mil devem “apoiar na manutenção da unidade de saúde – Centro de Oncologia Dr. Muccini”. Já a emenda para o exercício de 2012 destina o dinheiro para a Apami como um todo.
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BIOGRAFIA FAMILIAR
O diretor-presidente da associação foi prefeito de Petrolina na década de 1980. Antecedeu os mandatos de Fernando Bezerra Coelho na prefeitura. Augusto também é sócio de uma rádio na cidade e do Curtume Moderno, uma empresa de processamento de couro.
A biografia do ministro da Integração Nacional informa que ele foi superintendente do curtume entre 1979 e 1982. A Agência Nacional de Águas (ANA) concedeu no ano passado à indústria, entre outras empresas, uma outorga para uso de recursos hídricos da União.
“As emendas não são para mim. São para a instituição. Outros deputados propuseram emendas”, diz Augusto. Segundo ele, 95% dos atendimentos da Apami são pelo SUS. O presidente da associação afirma ter “relações plenas de amizade e familiares” com o deputado Fernando Filho, mas nega “interesses financeiros comuns” com o sobrinho.
As emendas foram pedidas por cartas circulares, encaminhadas para todos os parlamentares de Pernambuco, conforme Augusto. “Minha mãe teve 17 filhos. Minha família, para mim, são mulher, filhos e netos. Tem sobrinho que eu não conheço.”
O Correio tentou ouvir o deputado Fernando Filho, mas ele não deu retorno às ligações.
OS CRIMES CIBERNÉTICOS
Atenção para os crimes cibernéticos aplicados através da internet
O famoso Facebook recorreu a hackers independentes pagando 40 mil dólares para que um grupo deles localizasse falhas em seu site. Com este gesto, a empresa pretende institucionalizar um programa de recompensa pela descoberta de vírus em seu site. Botou o ladrão dentro de casa para tomar conta do terreiro.
Para o diretor de segurança do Facebook, Joe Sullivan, “há muitos especialistas em segurança, talentosos e bem intencionados, em todas as partes do mundo que não trabalham para o Facebook. Estabelecemos um programa de recompensa à detecção de vírus em um esforço para reconhecer e remunerar esses indivíduos pelo seu bom trabalho e encorajar outros a se unirem a nós”, declarou ao jornal Financial Times, de Londres.
O Google e o Mozilla também oferecem pagamentos a pessoas de fora que encontram vulnerabilidades em seus softwares.
A melhor explicação para definir essa história de vírus em nossos computadores me foi dada pelo sérvio Zivota Nokolic, assistente técnico para problemas em rede do meu escritório e computadores pessoais. Desafiado pela falta de qualidade ampliada dos antivírus, gratuitos, ele com uma resposta sábia e objetiva atesta:
- E daí? As ruas estão cheias de policiais e nem por isso os bandidos deixam de agir.
Transfira essa sentença para o seu PC. Por mais protegido que ele esteja, convém estar sempre atento à questão dos vírus. O mesmo vale para as grandes e pequenas empresas, visto que estas são as mais vulneráveis para a atuação dos hackers. Sem conhecimento do proprietário Joe Angelastri, larápios cibernéticos implantaram softwares nos caixas de suas pequenas lojas de venda de revistas, em Chicago, EUA, que, por sua vez, enviou para a Rússia dados de clientes que pagaram com cartão de crédito. A Mastercard, emissora do cartão, exigiu dele uma investigação por conta própria na qual ele teve de gastar cerca de 22 mil dólares.
Em depoimento ao jornal Wall Street Journal, Angelastri se mostrou estupefato diante das evidências concretas de invasão de seu micro sistema de controle de pagamentos. Mas, segundo o jornal, a moda em terras americanas para os hackers é invadir os caixas das pequenas empresas. São mais fáceis em questão de defesa eletrônica e demoram a agir. Com isso os ladrões ficam com tempo de sobra para sumirem com as pegadas. Além disso, seus proprietários não costumam se precaver eletronicamente.
Nas palavras de Dean Kinsman, agente especial da divisão de crimes cibernéticos do FBI, a polícia federal americana, falando ao mesmo Wall Street, afirma que “a invasão a sistemas de pequenas empresas nos Estados Unidos é um problema fértil”. Revela que existem 400 inquéritos em andamento para esse tipo de crime e que “antes de melhorar, ainda vai ficar muito pior”.
O delegado Carlos Eduardo Miguel Sobral, da Polícia Federal brasileira e chefe da Unidade de Repressão a Crimes Cibernéticos, na mesma reportagem, adverte que as pequenas empresas são mais vulneráveis quando se informatizam. Ele acredita que é uma questão de tempo para que os hackers também comecem a atacar os sistemas de pequenas empresas brasileiras. E deixa uma sugestão:
“ O ideal é que toda empresa que armazena dados com valor econômico invista em segurança, usando dados criptografados e mais camadas de proteção.”
19 de janeiro de 2012
Hildeberto Aleluia
O famoso Facebook recorreu a hackers independentes pagando 40 mil dólares para que um grupo deles localizasse falhas em seu site. Com este gesto, a empresa pretende institucionalizar um programa de recompensa pela descoberta de vírus em seu site. Botou o ladrão dentro de casa para tomar conta do terreiro.
Para o diretor de segurança do Facebook, Joe Sullivan, “há muitos especialistas em segurança, talentosos e bem intencionados, em todas as partes do mundo que não trabalham para o Facebook. Estabelecemos um programa de recompensa à detecção de vírus em um esforço para reconhecer e remunerar esses indivíduos pelo seu bom trabalho e encorajar outros a se unirem a nós”, declarou ao jornal Financial Times, de Londres.
O Google e o Mozilla também oferecem pagamentos a pessoas de fora que encontram vulnerabilidades em seus softwares.
A melhor explicação para definir essa história de vírus em nossos computadores me foi dada pelo sérvio Zivota Nokolic, assistente técnico para problemas em rede do meu escritório e computadores pessoais. Desafiado pela falta de qualidade ampliada dos antivírus, gratuitos, ele com uma resposta sábia e objetiva atesta:
- E daí? As ruas estão cheias de policiais e nem por isso os bandidos deixam de agir.
Transfira essa sentença para o seu PC. Por mais protegido que ele esteja, convém estar sempre atento à questão dos vírus. O mesmo vale para as grandes e pequenas empresas, visto que estas são as mais vulneráveis para a atuação dos hackers. Sem conhecimento do proprietário Joe Angelastri, larápios cibernéticos implantaram softwares nos caixas de suas pequenas lojas de venda de revistas, em Chicago, EUA, que, por sua vez, enviou para a Rússia dados de clientes que pagaram com cartão de crédito. A Mastercard, emissora do cartão, exigiu dele uma investigação por conta própria na qual ele teve de gastar cerca de 22 mil dólares.
Em depoimento ao jornal Wall Street Journal, Angelastri se mostrou estupefato diante das evidências concretas de invasão de seu micro sistema de controle de pagamentos. Mas, segundo o jornal, a moda em terras americanas para os hackers é invadir os caixas das pequenas empresas. São mais fáceis em questão de defesa eletrônica e demoram a agir. Com isso os ladrões ficam com tempo de sobra para sumirem com as pegadas. Além disso, seus proprietários não costumam se precaver eletronicamente.
Nas palavras de Dean Kinsman, agente especial da divisão de crimes cibernéticos do FBI, a polícia federal americana, falando ao mesmo Wall Street, afirma que “a invasão a sistemas de pequenas empresas nos Estados Unidos é um problema fértil”. Revela que existem 400 inquéritos em andamento para esse tipo de crime e que “antes de melhorar, ainda vai ficar muito pior”.
O delegado Carlos Eduardo Miguel Sobral, da Polícia Federal brasileira e chefe da Unidade de Repressão a Crimes Cibernéticos, na mesma reportagem, adverte que as pequenas empresas são mais vulneráveis quando se informatizam. Ele acredita que é uma questão de tempo para que os hackers também comecem a atacar os sistemas de pequenas empresas brasileiras. E deixa uma sugestão:
“ O ideal é que toda empresa que armazena dados com valor econômico invista em segurança, usando dados criptografados e mais camadas de proteção.”
19 de janeiro de 2012
Hildeberto Aleluia
APONTADO DOLEIRO, COAF REFORÇA DENÚNCIA DE ELIANA CALMON NO CNJ
O presidente do Conselho de Atividades Financeiras, Antonio Gustavo Rodrigues, ao acusar um doleiro de responsável por movimentações atípicas no Tribunal Regional do Trabalho RJ, no montante de 282,9 milhões de reais (reportagem de Sílvia Amorim e Carolina Brígido, O Globo de quarta-feira 18), fortaleceu a denúncia formalizada pela ministra Eliana Calmon no Conselho Nacional de Justiça.
Por que fortaleceu e até reforçou? Porque, à luz da Constituição a atividade de doleiro é ilegal e, assim, princípio universal de Direito, de nenhum ato ilegal pode resultar qualquer efeito legítimo. Não se trata mais, objeto inicial de acusação, de quebra de sigilo bancário de magistrados.,O sigilo bancário do doleiro já foi quebrado pelo presidente daquele órgão do Ministério da Fazenda. Tanto assim que Gustavo Rodrigues tornou o fato público. Saiu com chamada no alto da primeira página de O Globo. A foto que acompanha a matéria é de Eugênio Moraes.
O dirigente do COAF apenas ainda não revelou o nome do responsável pelas operações, que, além de doleiro, é servidor do TRT-RJ. Em algumas movimentações agiu em dupla. Há um parceiro executor na história. Mas há muitos outros interessados porque não é possível que duas pessoas apresentem movimentos financeiros de 282,9 milhões de reais em dez anos à base de seus vencimentos como funcionários públicos.
E que movimentações foram essas? Quais os recebimentos, os depósitos, as transferências. Todo este dossier noir envolve paralela e inevitavelmente sonegação de Imposto de Renda, remessa ilegais de dinheiro para o exterior, perda de diversas para o país. Mas não é só. Foram praticadas infringência à Constituição do país.
Basta ler o que dizem os artigos 21, 22 e 163 da Carta de 88. Os artigos 21 e 22 definem competir diretamente à União administrar as operações financeiras de câmbio e transferência de valores. O item 6 do artigo 163 determina caber à União a fiscalização do sistema de câmbio. Por este motivo é que, no fundo da questão, como interpreta o economista Gilberto Paim, o Banco Central possui o monopólio de câmbio.
As entidades financeiras autorizadas a operar com moeda estrangeira no Brasil têm que ser credenciadas pelo Bacen. O mercado não é desregulamentado e portanto livre. As entidades que estão aptas a operar o fazem por delegação do Poder Público. Assim, qualquer atividade à margem de tal regime é ilegal.
No caso do doleiro, ou dos doleiros do TRT-RJ, não pode ser alegado sigilo fiscal. Dessa forma sherloquiana, identificados os operadores, vão surgir tacitamente os nomes dos titulares das contas nas quais os recursos foram movimentados. A maior parte inclui recebimentos e pagamentos em cheque, claro. Porque quem vai se dispor a transportar dólares ou títulos ao portador dentro de valises de couro por aí?
Mas existe um outro aspecto na questão, esta relativamente à denúncia formulada por Antonio Gustavo Rodrigues. Se para que alguém adquira, legal e regularmente, em bancos, quantias acima de dez mil dólares para viajar ao exterior, e a compra tenha que ser informada ao Banco Central, imaginem os leitores a aquisição de dólares correspondentes a 282,9 milhões de reais?
Não faz o menor sentido que essas transações possam passar de forma obscura pela fiscalização federal.O problema das operações atípicas desce, diante da evidencia e da denúncia da COAF, das escarpas escuras dos segredos para a luz da planície.
19 de janeiro de 2012
Pedro do Coutto
Por que fortaleceu e até reforçou? Porque, à luz da Constituição a atividade de doleiro é ilegal e, assim, princípio universal de Direito, de nenhum ato ilegal pode resultar qualquer efeito legítimo. Não se trata mais, objeto inicial de acusação, de quebra de sigilo bancário de magistrados.,O sigilo bancário do doleiro já foi quebrado pelo presidente daquele órgão do Ministério da Fazenda. Tanto assim que Gustavo Rodrigues tornou o fato público. Saiu com chamada no alto da primeira página de O Globo. A foto que acompanha a matéria é de Eugênio Moraes.
O dirigente do COAF apenas ainda não revelou o nome do responsável pelas operações, que, além de doleiro, é servidor do TRT-RJ. Em algumas movimentações agiu em dupla. Há um parceiro executor na história. Mas há muitos outros interessados porque não é possível que duas pessoas apresentem movimentos financeiros de 282,9 milhões de reais em dez anos à base de seus vencimentos como funcionários públicos.
E que movimentações foram essas? Quais os recebimentos, os depósitos, as transferências. Todo este dossier noir envolve paralela e inevitavelmente sonegação de Imposto de Renda, remessa ilegais de dinheiro para o exterior, perda de diversas para o país. Mas não é só. Foram praticadas infringência à Constituição do país.
Basta ler o que dizem os artigos 21, 22 e 163 da Carta de 88. Os artigos 21 e 22 definem competir diretamente à União administrar as operações financeiras de câmbio e transferência de valores. O item 6 do artigo 163 determina caber à União a fiscalização do sistema de câmbio. Por este motivo é que, no fundo da questão, como interpreta o economista Gilberto Paim, o Banco Central possui o monopólio de câmbio.
As entidades financeiras autorizadas a operar com moeda estrangeira no Brasil têm que ser credenciadas pelo Bacen. O mercado não é desregulamentado e portanto livre. As entidades que estão aptas a operar o fazem por delegação do Poder Público. Assim, qualquer atividade à margem de tal regime é ilegal.
No caso do doleiro, ou dos doleiros do TRT-RJ, não pode ser alegado sigilo fiscal. Dessa forma sherloquiana, identificados os operadores, vão surgir tacitamente os nomes dos titulares das contas nas quais os recursos foram movimentados. A maior parte inclui recebimentos e pagamentos em cheque, claro. Porque quem vai se dispor a transportar dólares ou títulos ao portador dentro de valises de couro por aí?
Mas existe um outro aspecto na questão, esta relativamente à denúncia formulada por Antonio Gustavo Rodrigues. Se para que alguém adquira, legal e regularmente, em bancos, quantias acima de dez mil dólares para viajar ao exterior, e a compra tenha que ser informada ao Banco Central, imaginem os leitores a aquisição de dólares correspondentes a 282,9 milhões de reais?
Não faz o menor sentido que essas transações possam passar de forma obscura pela fiscalização federal.O problema das operações atípicas desce, diante da evidencia e da denúncia da COAF, das escarpas escuras dos segredos para a luz da planície.
19 de janeiro de 2012
Pedro do Coutto
NOTÍCIAS POUCO AUSPICIOSAS DE BANÂNIA
No país da impunidade, servidora que desviou R$ 5,5 milhões do Tribunal Regional do Trabalho de Brasília só ficou 14 dias na prisão.
Reportagem de Guilherme Amado, do Correio Braziliense, mostra a que ponto chega a impunidade no país. A matéria exibe o caso de Márcia de Fátima Pereira e Silva Vieira, servidora do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 10ª Região, em Brasília, que confessou ter desviado pelo menos R$ 5,5 milhões, ao longo de 2011, de indenizações que deveriam ser pagas pelo tribunal.
Desde 5 de janeiro, Márcia e o companheiro, José Aílton da Conceição, respondem ao processo em liberdade. O Ministério Público Federal denunciou Márcia, José Aílton e outros dois acusados de envolvimento na fraude. Existe a suspeita de que mais de 20 pessoas estejam envolvidas no crime. Mas um habeas corpus concedido pela Justiça determinou a soltura da servidora e de José Aílton.
Os dois tinham 12 carros, muitos deles de luxo (Ssangyong Rexton, Hyundai Veracruz, Toyota RAV 4 e Toyota Hilux), dois caminhões,além de outros objetos apreendidos, como joias, relógios, seis televisões, 16 celulares, um monitor de computadores e eletrodomésticos ainda encaixotados. Os bens registrados em nome da família incluem uma casa de luxo no Park Way, outra residência no Guará II e uma pequena fazenda na Cidade Ocidental (GO), no Entorno.
Os caminhões faziam parte de uma empresa de terraplanagem que o marido de Márcia abriu, possivelmente, de acordo com a polícia, para lavar o dinheiro desviado. Segundo a PF, os carros apreendidos são avaliados em cerca de R$ 1 milhão.
A intenção da delegada responsável pelo caso, Fernanda Oliveira, é pedir a alienação dos bens passíveis de sofrer deterioração, como os 12 carros e os dois caminhões, que podem se deteriorar no pátio da Polícia Federal. Com a medida, o valor dos bens já seria ressarcido aos cofres do TRT.
No pedido à Justiça, a PF vai se basear no argumento de que já existem provas suficientes, incluindo a confissão da acusada. Existe, porém, a possibilidade de a Justiça negar o pedido e preferir esperar o trânsito em julgado, ou seja, quando não houver mais possibilidade de recurso por parte de Márcia. Após a operação, a intenção da PF era encaminhar os bens para o TRT, mas o tribunal teria se negado a receber os carros.
A PF aguarda informações do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, bancos de onde partiam as transferências das indenizações. Com os dados, o inquérito poderá mensurar o valor total que foi desviado por Márcia. Como ela tinha acesso às contas desde 2006, a polícia acredita que ela pode ter transferido muito mais recursos.
Os dados também serão importantes para que outras eventuais contas participantes do esquema sejam identificadas. As duas instituições não confirmaram ainda quão antigo é o registro das transferências. “Há a possibilidade de não conseguirmos saber o total de repasses”, preocupa-se a delegada.
Traduzindo tudo isso: a polícia às vezes prende, mas a Justiça sempre solta, porque está na lei, e não aparece um parlamentar para mudar a lei e torná-la mais rigorosa, de forma que realmente possa coibir a corrupção.
19 de janeiro de 2012
tribuna da internet
Reportagem de Guilherme Amado, do Correio Braziliense, mostra a que ponto chega a impunidade no país. A matéria exibe o caso de Márcia de Fátima Pereira e Silva Vieira, servidora do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 10ª Região, em Brasília, que confessou ter desviado pelo menos R$ 5,5 milhões, ao longo de 2011, de indenizações que deveriam ser pagas pelo tribunal.
Desde 5 de janeiro, Márcia e o companheiro, José Aílton da Conceição, respondem ao processo em liberdade. O Ministério Público Federal denunciou Márcia, José Aílton e outros dois acusados de envolvimento na fraude. Existe a suspeita de que mais de 20 pessoas estejam envolvidas no crime. Mas um habeas corpus concedido pela Justiça determinou a soltura da servidora e de José Aílton.
Os dois tinham 12 carros, muitos deles de luxo (Ssangyong Rexton, Hyundai Veracruz, Toyota RAV 4 e Toyota Hilux), dois caminhões,além de outros objetos apreendidos, como joias, relógios, seis televisões, 16 celulares, um monitor de computadores e eletrodomésticos ainda encaixotados. Os bens registrados em nome da família incluem uma casa de luxo no Park Way, outra residência no Guará II e uma pequena fazenda na Cidade Ocidental (GO), no Entorno.
Os caminhões faziam parte de uma empresa de terraplanagem que o marido de Márcia abriu, possivelmente, de acordo com a polícia, para lavar o dinheiro desviado. Segundo a PF, os carros apreendidos são avaliados em cerca de R$ 1 milhão.
A intenção da delegada responsável pelo caso, Fernanda Oliveira, é pedir a alienação dos bens passíveis de sofrer deterioração, como os 12 carros e os dois caminhões, que podem se deteriorar no pátio da Polícia Federal. Com a medida, o valor dos bens já seria ressarcido aos cofres do TRT.
No pedido à Justiça, a PF vai se basear no argumento de que já existem provas suficientes, incluindo a confissão da acusada. Existe, porém, a possibilidade de a Justiça negar o pedido e preferir esperar o trânsito em julgado, ou seja, quando não houver mais possibilidade de recurso por parte de Márcia. Após a operação, a intenção da PF era encaminhar os bens para o TRT, mas o tribunal teria se negado a receber os carros.
A PF aguarda informações do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, bancos de onde partiam as transferências das indenizações. Com os dados, o inquérito poderá mensurar o valor total que foi desviado por Márcia. Como ela tinha acesso às contas desde 2006, a polícia acredita que ela pode ter transferido muito mais recursos.
Os dados também serão importantes para que outras eventuais contas participantes do esquema sejam identificadas. As duas instituições não confirmaram ainda quão antigo é o registro das transferências. “Há a possibilidade de não conseguirmos saber o total de repasses”, preocupa-se a delegada.
Traduzindo tudo isso: a polícia às vezes prende, mas a Justiça sempre solta, porque está na lei, e não aparece um parlamentar para mudar a lei e torná-la mais rigorosa, de forma que realmente possa coibir a corrupção.
19 de janeiro de 2012
tribuna da internet
REVISTA THE ECONOMIST DIZ QUE BRASIL PRATICA CAPITALISMO DE ESTADO
A reportagem de capa da última edição da revista britânica “The Economist”, lançada nesta quinta-feira, comenta sobre a ação do governo brasileiro em empresas e o crescimento das corporações nas chamadas economias de “capitalismo de Estado”.
A revista, cuja manchete é “O crescimento do capitalismo de Estado”, informa que o país, que passou por uma “abrangente privatização nos anos 1990″, agora está interferindo em decisões da Vale e da Petrobras e “convencendo empresas menores a formar grupos campeões nacionais”. A publicação revela que a África do Sul “flerta” com o modelo brasileiro.
De acordo com a matéria, os países do BRICS, que, além do Brasil, é composto por China, Índia, Rússia e África do Sul, “não estão promovendo apenas mudanças duras de infraestrutura, mas também na infraestrutura de corporações nacionais”.
“The Economist” ressalta que os sustentadores do “capitalismo de Estado” argumentam que é possível prover estabilidade e crescimento ao mesmo tempo e que o sistema só pode ser dirigido por um Estado competente.
A reportagem revela que a relação com a cultura mandarim ajuda os países asiáticos a desenvolver a boa administração do Estado, mas não é vista no Brasil e na África do Sul, que também estão incluídos no grupo dos emergentes.
O texto ressalta que os países que aplicam esse modelo, especialmente a China, “não veem problemas em manter a mistura entre o Estado e as empresas” e questiona o sucesso do modelo e as perspectivas para os mercados emergentes.
A reportagem ainda compara a expansão da China e de outros países em desenvolvimento com a explosão japonesa na década de 1950, o crescimento alemão de 1870 e os Estados Unidos após a independência.
A revista, cuja manchete é “O crescimento do capitalismo de Estado”, informa que o país, que passou por uma “abrangente privatização nos anos 1990″, agora está interferindo em decisões da Vale e da Petrobras e “convencendo empresas menores a formar grupos campeões nacionais”. A publicação revela que a África do Sul “flerta” com o modelo brasileiro.
De acordo com a matéria, os países do BRICS, que, além do Brasil, é composto por China, Índia, Rússia e África do Sul, “não estão promovendo apenas mudanças duras de infraestrutura, mas também na infraestrutura de corporações nacionais”.
“The Economist” ressalta que os sustentadores do “capitalismo de Estado” argumentam que é possível prover estabilidade e crescimento ao mesmo tempo e que o sistema só pode ser dirigido por um Estado competente.
A reportagem revela que a relação com a cultura mandarim ajuda os países asiáticos a desenvolver a boa administração do Estado, mas não é vista no Brasil e na África do Sul, que também estão incluídos no grupo dos emergentes.
O texto ressalta que os países que aplicam esse modelo, especialmente a China, “não veem problemas em manter a mistura entre o Estado e as empresas” e questiona o sucesso do modelo e as perspectivas para os mercados emergentes.
A reportagem ainda compara a expansão da China e de outros países em desenvolvimento com a explosão japonesa na década de 1950, o crescimento alemão de 1870 e os Estados Unidos após a independência.
BAVIERA ENXUGA GELO
Não passa ano sem que alguma autoridade ou governo ressuscite Hitler. Desta vez, foi o governo da Baviera, que quer impedir a publicação de Mein Kampf, alegando ter os direitos sobre a obra (exceto nos Estados Unidos e no Reino Unido) do ditador. É o que leio nos jornais.
A editora britânica Albertas deve começar a vender, no fim do mês e em bancas de jornal da Alemanha, três edições de 16 páginas cada uma com excertos do livro de Hitler acompanhados de comentários críticos. A publicação terá uma tiragem de 100 mil exemplares e será encartada na revista Zeitungszeugen, da mesma editora, que traz capas de jornais nazistas que circularam entre 1920 e 1930 - também com uma análise.
Aqui no Brasil, toda a vez que algum editor pensa em publicar Mein Kampf, há toda uma grita generalizada entre judeus. Ora, proibir a publicação deste livro é de certa forma proibir o estudo do nazismo. Como entender o anti-semitismo sem ler Hitler? Quanto a incitações ao genocídio, o livrinho de Hitler é café pequeno diante da Bíblia. Se Hitler quer exterminar os judeus, os judeus, a mando de Jeová, exterminaram todos os povos que habitavam a Terra Prometida. Isto é o Lebensraum judaico, se me é permissível a ironia.
Na Torá, encontramos incitações ao genocídio a toda hora. Javé ordena Israel a matar os amorreus, heteus, ferezeus, cananeus, heveus, jebuseus, mais tribos do que massacrou Maomé. O bom deus dos judeus e cristãos manda massacrar, arrasar, degolar, destruir cidades, matar tudo que respire. Quanto a ódio aos judeus, só o santo homem Moisés mandou degolar três mil judeus. No Novo Testamento, no Apocalipse, o Cordeiro volta para exterminar o que sobrou da humanidade.
Outro livrinho que também deveria ser proibido, se é que se pode proibir algum livro por incitação ao genocídio, é o Alcorão. Maomé que também ordenou grandes degolas, deve ter-se inspirado na Bíblia. “Matai os idólatras”, diz a surata 9:5. “Matai-os onde quer que os encontreis e expulsai-os de onde vos expulsaram, porque a perseguição é mais grave do que o homicídio. Não os combatais nas cercanias da Mesquita Sagrada, a menos que vos ataquem. Mas, se ali vos combaterem, matai-os. Tal será o castigo dos incrédulos”, diz outra surata, a 2:191. Há ainda um hadith que proclama: “Fazei guerra, com sangue e extermínio, a todos que não crêem em Alá. Quando encontrardes com os infiéis, matai-os”.
Isso sem falar na abundante bibliografia que ainda existe no mundo todo, incensando assassinos em massa como Stalin e Mao e assassinos menores como Fidel ou Che Guevara. Durante boas décadas do século passado, Stalin e Mao – que mataram milhões que nenhum Hitler sonhou matar – foram celebrados como codnutores da humanidade. Guevara virou santo, a ponto de ser cultuado, na Bolívia, como San Ernesto de la Higuera. A louvação do Che quase virou gênero literário. Houve época em que as livrarias mantinham estantes exclusivas para a bibliografia em torno ao celerado.
Jamais me ocorreria pedir a proibição desses livros que transformam assassinos em santos, aliás tenho alguns deles em minha biblioteca. Entre estes, O Mundo da Paz, de Jorge Amado, abominável hagiolatria a Stalin e Envers Hodja. Ou ainda O Cavaleiro da Esperança, do mesmo Amado, babosa louvação de outro assassino, Luís Carlos Prestes. Estes livros, por estúpidos que sejam, são úteis para entendermos o mundo que nos cerca.
Quanto ao Mein Kampf, eu o tenho no computador. Não consegui lê-lo integralmente. Muito mal escrito. Proibi-lo é como enxugar gelo. Há diversas edições eletrônicas e gratuitas na Internet, inclusive em português.
19 de janeiro de 2012
janer cristaldo
A editora britânica Albertas deve começar a vender, no fim do mês e em bancas de jornal da Alemanha, três edições de 16 páginas cada uma com excertos do livro de Hitler acompanhados de comentários críticos. A publicação terá uma tiragem de 100 mil exemplares e será encartada na revista Zeitungszeugen, da mesma editora, que traz capas de jornais nazistas que circularam entre 1920 e 1930 - também com uma análise.
Aqui no Brasil, toda a vez que algum editor pensa em publicar Mein Kampf, há toda uma grita generalizada entre judeus. Ora, proibir a publicação deste livro é de certa forma proibir o estudo do nazismo. Como entender o anti-semitismo sem ler Hitler? Quanto a incitações ao genocídio, o livrinho de Hitler é café pequeno diante da Bíblia. Se Hitler quer exterminar os judeus, os judeus, a mando de Jeová, exterminaram todos os povos que habitavam a Terra Prometida. Isto é o Lebensraum judaico, se me é permissível a ironia.
Na Torá, encontramos incitações ao genocídio a toda hora. Javé ordena Israel a matar os amorreus, heteus, ferezeus, cananeus, heveus, jebuseus, mais tribos do que massacrou Maomé. O bom deus dos judeus e cristãos manda massacrar, arrasar, degolar, destruir cidades, matar tudo que respire. Quanto a ódio aos judeus, só o santo homem Moisés mandou degolar três mil judeus. No Novo Testamento, no Apocalipse, o Cordeiro volta para exterminar o que sobrou da humanidade.
Outro livrinho que também deveria ser proibido, se é que se pode proibir algum livro por incitação ao genocídio, é o Alcorão. Maomé que também ordenou grandes degolas, deve ter-se inspirado na Bíblia. “Matai os idólatras”, diz a surata 9:5. “Matai-os onde quer que os encontreis e expulsai-os de onde vos expulsaram, porque a perseguição é mais grave do que o homicídio. Não os combatais nas cercanias da Mesquita Sagrada, a menos que vos ataquem. Mas, se ali vos combaterem, matai-os. Tal será o castigo dos incrédulos”, diz outra surata, a 2:191. Há ainda um hadith que proclama: “Fazei guerra, com sangue e extermínio, a todos que não crêem em Alá. Quando encontrardes com os infiéis, matai-os”.
Isso sem falar na abundante bibliografia que ainda existe no mundo todo, incensando assassinos em massa como Stalin e Mao e assassinos menores como Fidel ou Che Guevara. Durante boas décadas do século passado, Stalin e Mao – que mataram milhões que nenhum Hitler sonhou matar – foram celebrados como codnutores da humanidade. Guevara virou santo, a ponto de ser cultuado, na Bolívia, como San Ernesto de la Higuera. A louvação do Che quase virou gênero literário. Houve época em que as livrarias mantinham estantes exclusivas para a bibliografia em torno ao celerado.
Jamais me ocorreria pedir a proibição desses livros que transformam assassinos em santos, aliás tenho alguns deles em minha biblioteca. Entre estes, O Mundo da Paz, de Jorge Amado, abominável hagiolatria a Stalin e Envers Hodja. Ou ainda O Cavaleiro da Esperança, do mesmo Amado, babosa louvação de outro assassino, Luís Carlos Prestes. Estes livros, por estúpidos que sejam, são úteis para entendermos o mundo que nos cerca.
Quanto ao Mein Kampf, eu o tenho no computador. Não consegui lê-lo integralmente. Muito mal escrito. Proibi-lo é como enxugar gelo. Há diversas edições eletrônicas e gratuitas na Internet, inclusive em português.
19 de janeiro de 2012
janer cristaldo
A CARTA DE UM BRASILEIRO AO STF
Carta ao Supremo Tribunal Federal
Artigos - Governo do PT
Prezados Ministros do STF,
Todos os brasileiros não comprometidos com a roubalheira petista esperam que cada um dos senhores ministros do Supremo cumpra com sua obrigação constitucional, no sentido de evitar que o dito processo do mensalão atrase de tal forma que os crimes dos malfeitores sejam prescritos.
A maioria dos senhores já decepcionou os brasileiros de bem, dos que realmente trabalham pela grandeza da Pátria, quando do nefasto desfecho sobre a TI Raposa Serra do Sol, um verdadeiro crime de lesa-pátria - para não dizer um crime racista, já que índios e não-índios não podem mais conviver no mesmo território onde há séculos havia uma miscigenação que só fazia engrandecer o Brasil, como modelo de convívio entre "raças" para o mundo.
Parabéns aos ministros César Peluso e Ayres Brito, por se posicionarem contra as artimanhas do ministro Lewandowsky, responsável pela revisão do processo, o qual deu a entender que deseja levar o mesmo em banho-maria até 2013 (disse que levaria todo o ano de 2012 para ler o extenso processo), de modo a beneficiar os réus, com os quais mantém ligações ideológicas (Lewandowsky foi o único ministro do STF a votar contra o recebimento da denúncia de formação de quadrilha contra José Dirceu).
Confiamos, todos nós brasileiros, que o STF conclua o mais rápido possível esse processo de rapinagem federal e coloque na cadeia todos os culpados por um longo período de tempo.
Infelizmente, o procurador-geral da República não encaminhou ao STF o nome do chefão da quadrilha dos "40 ladrões", que atende pela alcunha de "Lula", o verdadeiro responsável pela roubalheira, ainda que sempre tenha repetido - como o trio de macacos que tampam os olhos, os ouvidos e a boca -, dizendo que nada sabia, nada poderia dizer sobre o que nunca ouvira falar.
A imprensa, que não é golpista, mas adestrada, nada disse sobre o chefão do mensalão, quando este enviou mais de 12 milhões de cartas a aposentados e pensionistas de todo o Brasil, oferecendo, a juros baixos, empréstimos consignados via Banco BMG, o Banco Mensalão do Governo, origem de toda a maracutaia mensaleira. De banquinho de fundo de quintal, o BMG cresceu rapidamente e ostentou o distintivo petralha em 17 clubes de futebol em 2011. Quanto o PT arrecadou junto ao trio Marcos Valério-BMG-Banco Rural?
Enfim, está na hora de o STF colocar gente graúda na cadeia. A chance é essa. Não decepcionem, senhores ministros, a população brasileira ordeira, que espera que o Supremo Tribunal Federal se paute pela ética e pelos bons constumes, não pelo compadrismo ideológico que temos visto nos últimos anos, passando a mão na cabeça de malfeitores.
Atenciosamente,
Félix Maier
Brasília, DF, 17 de janeiro de 2012.
O ESTADO E O AUMENTO DO CONTROLE SOBRE A MÍDIA
Artigos - Governo do PT
O PT está fechando ainda mais o acesso do cidadão às concessões de rádio e TV.
Os grupos religiosos são atualmente a grande fonte de críticas ao governo do PT. Com as novas medidas o PT tenciona colocar esses grupos fora de circulação.
A presidente Dilma Rousseff assinou, nesta segunda-feira (16), o decreto que altera as regras para concessão de outorgas de rádio e TV.
Esse decreto é fruto de um projeto que foi elaborado pelo ministério das comunicações.
Entre as novas regras, o decreto estabelece que o valor do dinheiro depositado, garantia cobrada dos interessados em participar de licitações, vai subir de 1%, cobrado atualmente, para 10% do valor mínimo da outorga estipulado no edital.
Além disso, o governo exige que as entidades interessadas apresentem balanço patrimonial e demonstrações contábeis mais detalhadas. Também deverão enviar pareceres de dois auditores independentes para demonstrar a capacidade econômica da empresa e o projeto de investimento para apontar a origem dos recursos que serão aplicados.
De acordo com o governo, as novas regras visam a dar mais credibilidade ao processo de licitações e evitar que grupos que não tenham condições financeiras de manter uma concessão de rádio ou TV possam concorrer ao processo.
No entanto, é preciso observar que as medidas do governo apenas tornam o acesso às concessões de rádio e TV mais difícil, e para alguns grupos sociais, quase impossível. O governo não está desburocratizando o sistema de acesso aos canais de rádio e TV. Pelo contrário, está dificultando ainda mais.
Se realmente o governo quer tornar o processo de concessão de rádio e TV mais democrático, como foi o discurso do PT em todo o período que esteve fora do governo, é preciso eliminar toda forma de entrave para as concessões. O ideal é que qualquer cidadão ou grupo social, munido de alguns documentos, possam ir ao cartório ou junta comercial mais perto de sua casa e abrir, sem muita demora, uma emissora de rádio ou TV.
Essa é a verdadeira democracia da mídia. Dizer, como o governo do PT anda falando, que o problema é que grupos empresariais não têm dinheiro e ficam sem pagar o valor estipulado pelo ministério das comunicações, é uma grande inverdade. Se realmente tem algum grupo empresarial que não honrou com seus compromissos financeiros que seja denunciado à Justiça. É para esse tipo de situação que existe o Código Penal, o sistema SPC-SERASA e coisas semelhantes.
Na verdade o PT está fechando ainda mais o acesso do cidadão às concessões de rádio e TV. Com isso, o PT, que sempre criticou a concentração da mídia nas mãos de poucos empresários, está ajudando a centralizar ainda mais a mídia. Com as novas normas de concessão poucos grupos empresariais terão condições viáveis de concorrerem a alguma licitação para adquirir uma concessão de rádio ou TV.
É preciso ver que o governo do PT não está fazendo isso por acaso. Essas novas medidas tem por objetivo, entre outras coisas, de tentar eliminar a presença de grupos religiosos nas licitações por canais de rádio e TV. Os grupos religiosos são atualmente a grande fonte de críticas ao governo do PT. Com as novas medidas o PT tenciona colocar esses grupos fora de circulação. Sem contar que essas medidas abrem espaço para que o Estado tenha um controle ainda maior da mídia.
O PT lenta e discretamente está criando o sistema único estatal de informação. Estamos nos aproximando do tipo de controle da informação que existe em Cuba e na Coréia do Norte.
O que surpreende é que a grande mídia nada falou ou criticou. Há um triste consenso de silêncio. Não se viu na grande mídia uma única grande crítica às novas medidas do governo que, na prática, concentram ainda mais poder nas mãos do Estado.
O problema é que talvez quando a grande mídia quiser fazer alguma crítica já seja tarde demais, ou seja, o PT já terá conseguido realizar um dos seus objetivos maiores, isto é, concentrar o sistema de comunicação nacional nas mãos do Estado e, com isso, colocar um fim a qualquer possiblidade de livre expressão.
Ivanaldo Santos é escritor, filósofo e professor na Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
O PT está fechando ainda mais o acesso do cidadão às concessões de rádio e TV.
Os grupos religiosos são atualmente a grande fonte de críticas ao governo do PT. Com as novas medidas o PT tenciona colocar esses grupos fora de circulação.
A presidente Dilma Rousseff assinou, nesta segunda-feira (16), o decreto que altera as regras para concessão de outorgas de rádio e TV.
Esse decreto é fruto de um projeto que foi elaborado pelo ministério das comunicações.
Entre as novas regras, o decreto estabelece que o valor do dinheiro depositado, garantia cobrada dos interessados em participar de licitações, vai subir de 1%, cobrado atualmente, para 10% do valor mínimo da outorga estipulado no edital.
Além disso, o governo exige que as entidades interessadas apresentem balanço patrimonial e demonstrações contábeis mais detalhadas. Também deverão enviar pareceres de dois auditores independentes para demonstrar a capacidade econômica da empresa e o projeto de investimento para apontar a origem dos recursos que serão aplicados.
De acordo com o governo, as novas regras visam a dar mais credibilidade ao processo de licitações e evitar que grupos que não tenham condições financeiras de manter uma concessão de rádio ou TV possam concorrer ao processo.
No entanto, é preciso observar que as medidas do governo apenas tornam o acesso às concessões de rádio e TV mais difícil, e para alguns grupos sociais, quase impossível. O governo não está desburocratizando o sistema de acesso aos canais de rádio e TV. Pelo contrário, está dificultando ainda mais.
Se realmente o governo quer tornar o processo de concessão de rádio e TV mais democrático, como foi o discurso do PT em todo o período que esteve fora do governo, é preciso eliminar toda forma de entrave para as concessões. O ideal é que qualquer cidadão ou grupo social, munido de alguns documentos, possam ir ao cartório ou junta comercial mais perto de sua casa e abrir, sem muita demora, uma emissora de rádio ou TV.
Essa é a verdadeira democracia da mídia. Dizer, como o governo do PT anda falando, que o problema é que grupos empresariais não têm dinheiro e ficam sem pagar o valor estipulado pelo ministério das comunicações, é uma grande inverdade. Se realmente tem algum grupo empresarial que não honrou com seus compromissos financeiros que seja denunciado à Justiça. É para esse tipo de situação que existe o Código Penal, o sistema SPC-SERASA e coisas semelhantes.
Na verdade o PT está fechando ainda mais o acesso do cidadão às concessões de rádio e TV. Com isso, o PT, que sempre criticou a concentração da mídia nas mãos de poucos empresários, está ajudando a centralizar ainda mais a mídia. Com as novas normas de concessão poucos grupos empresariais terão condições viáveis de concorrerem a alguma licitação para adquirir uma concessão de rádio ou TV.
É preciso ver que o governo do PT não está fazendo isso por acaso. Essas novas medidas tem por objetivo, entre outras coisas, de tentar eliminar a presença de grupos religiosos nas licitações por canais de rádio e TV. Os grupos religiosos são atualmente a grande fonte de críticas ao governo do PT. Com as novas medidas o PT tenciona colocar esses grupos fora de circulação. Sem contar que essas medidas abrem espaço para que o Estado tenha um controle ainda maior da mídia.
O PT lenta e discretamente está criando o sistema único estatal de informação. Estamos nos aproximando do tipo de controle da informação que existe em Cuba e na Coréia do Norte.
O que surpreende é que a grande mídia nada falou ou criticou. Há um triste consenso de silêncio. Não se viu na grande mídia uma única grande crítica às novas medidas do governo que, na prática, concentram ainda mais poder nas mãos do Estado.
O problema é que talvez quando a grande mídia quiser fazer alguma crítica já seja tarde demais, ou seja, o PT já terá conseguido realizar um dos seus objetivos maiores, isto é, concentrar o sistema de comunicação nacional nas mãos do Estado e, com isso, colocar um fim a qualquer possiblidade de livre expressão.
Ivanaldo Santos é escritor, filósofo e professor na Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
ABSURDO: NA GRÉCIA, PEDOFILIA AGORA DÁ DIREITO A SALÁRIO
Artigos - Movimento Revolucionário
Levada ao extremo, a atitude do governo grego corre o risco de criar um incentivo realmente pervertido: para que indivíduos saudáveis se tornem (ou finjam ser) pedófilos meramente para obter os pagamentos de assistência do governo.
Esta semana trouxe ainda outro daqueles casos que fazem qualquer um dizer: “Você só pode estar brincando!”
A Associated Press noticiou que o governo grego expandiu sua lista de “deficiências físicas” oficialmente reconhecidas para incluir os pedófilos (e também os que gostam de exibir os órgãos sexuais, os cleptomaníacos e os piromaníacos [indivíduos que têm impulso doentio de provocar incêndios]).
Isso significa que os pedófilos na Grécia estão agora em condições de receber salários por deficiência física totalmente pagos pelo governo. Eles vão receber não apesar da pedofilia, mas por causa dela.
Presumo que a classificação de “deficiência física” tenha origem nas iniciativas que identificam a pedofilia como doença mental.
Mas nem toda “doença” é uma “deficiência física”.
A Wikipédia oferece várias definições de “deficiência física”, mas um conceito central é a existência de uma “restrição na capacidade de realizar uma atividade normal da vida diária”.
Os pedófilos não têm uma “restrição na capacidade de realizar uma atividade normal”. Eles têm uma inclinação de realizar uma atividade anormal. Isso não é deficiência física.
Remover a pedofilia da esfera da condenação moral e colocá-la na esfera da saúde mental é um passo a mais para normalizá-la. Alguns defensores da pedofilia, como aqueles que participaram de uma conferência de Baltimore no ano passado, gostariam de ir muito mais longe, removendo a pedofilia totalmente da lista de desordens mentais. Agora a Grécia esta a beira de efetivamente financiá-la.
Levada ao extremo, a atitude do governo grego corre o risco de criar um incentivo realmente pervertido: para que indivíduos saudáveis se tornem (ou finjam ser) pedófilos meramente para obter os pagamentos de assistência do governo.
Felizmente, os que defendem os deficientes físicos na Grécia estão condenando a atitude governamental como “incompreensível”. Yannis Vardakastanis, que é cega, disse: “Não é realmente certo dar aos predadores sexuais uma proporção de 20 a 30 por cento, e só 10 por cento aos diabéticos”.
Considerando a crise econômica que vem confrontando a Grécia em anos recentes, é de assustar que eles chegariam ao ponto de considerar dar pagamentos para pedófilos.
Peter Sprigg, 19 Janeiro 2012
Levada ao extremo, a atitude do governo grego corre o risco de criar um incentivo realmente pervertido: para que indivíduos saudáveis se tornem (ou finjam ser) pedófilos meramente para obter os pagamentos de assistência do governo.
Esta semana trouxe ainda outro daqueles casos que fazem qualquer um dizer: “Você só pode estar brincando!”
A Associated Press noticiou que o governo grego expandiu sua lista de “deficiências físicas” oficialmente reconhecidas para incluir os pedófilos (e também os que gostam de exibir os órgãos sexuais, os cleptomaníacos e os piromaníacos [indivíduos que têm impulso doentio de provocar incêndios]).
Isso significa que os pedófilos na Grécia estão agora em condições de receber salários por deficiência física totalmente pagos pelo governo. Eles vão receber não apesar da pedofilia, mas por causa dela.
Presumo que a classificação de “deficiência física” tenha origem nas iniciativas que identificam a pedofilia como doença mental.
Mas nem toda “doença” é uma “deficiência física”.
A Wikipédia oferece várias definições de “deficiência física”, mas um conceito central é a existência de uma “restrição na capacidade de realizar uma atividade normal da vida diária”.
Os pedófilos não têm uma “restrição na capacidade de realizar uma atividade normal”. Eles têm uma inclinação de realizar uma atividade anormal. Isso não é deficiência física.
Remover a pedofilia da esfera da condenação moral e colocá-la na esfera da saúde mental é um passo a mais para normalizá-la. Alguns defensores da pedofilia, como aqueles que participaram de uma conferência de Baltimore no ano passado, gostariam de ir muito mais longe, removendo a pedofilia totalmente da lista de desordens mentais. Agora a Grécia esta a beira de efetivamente financiá-la.
Levada ao extremo, a atitude do governo grego corre o risco de criar um incentivo realmente pervertido: para que indivíduos saudáveis se tornem (ou finjam ser) pedófilos meramente para obter os pagamentos de assistência do governo.
Felizmente, os que defendem os deficientes físicos na Grécia estão condenando a atitude governamental como “incompreensível”. Yannis Vardakastanis, que é cega, disse: “Não é realmente certo dar aos predadores sexuais uma proporção de 20 a 30 por cento, e só 10 por cento aos diabéticos”.
Considerando a crise econômica que vem confrontando a Grécia em anos recentes, é de assustar que eles chegariam ao ponto de considerar dar pagamentos para pedófilos.
Peter Sprigg, 19 Janeiro 2012
MAIS UMA RELEBRANÇA INDECOROSA DO LULISMO, OU A AVACALHAÇÃO DO MÉRITO
Ordem do Rio Branco pelo correio!
Barbara Gancia
FOLHA DE SÃO PAULO - 23/04/10
Alô, presidente Lula! Alô, ministro Celso Amorim! Cadê a minha medalha da Ordem do Rio Branco?
CERTA VEZ , perguntei a Olacyr de Morais qual era o segredo do seu sucesso. O rei da soja pensou e pensou e saiu-se com a genial conclusão: "Desde menino, sempre trabalhei de sol a sol".
Ora, não deixa de ser comovente e é sempre bom ter esse tipo de informação, mas fui obrigada a lembrá-lo de que minha empregada também observou estritamente a mesma rotina e nem por isso ficou milionária.
Olacyr abriu um baita olhão quando coloquei esse fato em perspectiva e imediatamente se pôs a pensar em resposta melhor.
Lembrei da passagem ocorrida com o amigo Olacyr quando soube que o Itamaraty havia usado o Dia do Diplomata, no último 20 de abril, para agraciar personagens insólitos com a Ordem do Rio Branco.
Até os pombos que costumam sujar as estátuas consagradas a Ruy Barbosa do Chuí a Haia sabem que a Ordem do Rio Branco é a mais alta honraria a que um brasileiro pode aspirar e que foi feita para "galardoar os que, por qualquer motivo ou benemerência, se tenham tornado merecedores do reconhecimento do governo brasileiro".
Pois, neste ano de fim de festa do governo Lula, parece que o critério da escolha das personalidades condecoradas fugiu um pouco do aspecto técnico. Isso ou as autoridades que escolhem quem será condecorado não conhecem ninguém fora da sua turminha.
Alô, presidente Lula! Alô, ministro Celso Amorim! Cadê minha comenda? Cadê a minha medalha da Ordem do Rio Branco? Se dona Marisa Letícia foi agraciada porque, como diz o ministro das Relações Exteriores, "Não se pode imaginar a atuação do presidente sem o apoio de sua mulher", eu queria dizer que também aguento Lula faz tempo. Sete anos e quatro meses, só desta feita, para ser mais precisa.
Mas isso não é nada, até aprendi a gostar do sapo barbudo. O pior é que aguento o Marco Aurélio Garcia e ainda sou obrigada a engolir o Celso Amorim desde janeiro de 2003. Isso não é digno de medalha? E olha que a gente pensava que já tinha visto tudo em matéria de ministro das Relações Exteriores trapalhão e cheio de empáfia, né não, Celso Lafer?
Eu sei que, além de importante, a Ordem do Rio Branco orna. E que vai combinar lindamente com os olhos de dona Marisa. Minha amiga, tucana de luxo, Claudia Matarazzo, que também recebeu a condecoração, explicou-me que o agraciado ganha um estojo com dois broches e um pin de lapela, e que as medalhas devem ser usadas apenas em cerimônias oficiais.
Mas, se dona Marisa e a mulher de Celso Amorim ganharam por esquentar a cadeira no jantar, a Thaís Araújo por ser a negra da novela e o amigo Fábio Barreto por fazer um filme que consegue ser pior do que essa coisa sem pé nem cabeça chamada "Chico Xavier", minha empregada, você e eu também merecemos. Ou não, meu caro leitor? Uma medalha da Ordem do Rio Branco, um Oscar, um Grammy, um Nobel e uma medalha olímpica pelo correio, já, para todos nós que vivemos a difícil aventura da cidadania tapuia!
Em tempo, depois de pensar melhor, Olacyr respondeu que seu sucesso se devia à persistência de ter seguido plantando por anos a fio, mesmo quando seus pés de soja não ultrapassavam os 12 cm de altura.
Barbara Gancia
FOLHA DE SÃO PAULO - 23/04/10
NOTA AO PÉ DO TEXTO
Como tudo já foi avacalhado neste país, e avacalhado é uma palavra que apesar de forte, quase obscena, é a que melhor traduz a esculhambação a que chegamos, dou-lhe passagem e preferência entre os mais de 10.000 verbos da primeira conjugação, e nesses tempos de mediocridade, talvez o primeiro entre os 6000 de uso mais frequente.
Pelo andar do último vagão, esse negócio de mérito nacional foi para o vinagre.
E parece que os pombos, apesar de uma espécie de limitada inteligência, souberam disso bem antes de nós, e resolveram aliviar-se nas cabeças mais solenes das nossas antigas celebridades.
Amerdalharam as mais nobres medalhas... O que se faz necessário, na era da mediocridade, para ser amerdalhado pela mais alta honraria - a Grã Cruz da Ordem de Rio Branco?
Entre tantas 'personalidades' condecoradas na cerimônia do Dia do Diplomata, nos idos de 20 de abril de 2010 em Brasília - que algum historiador do futuro registrará nos anais curiosos da História do Brasil - Lula condecorou a primeira-dama Marisa Letícia com a Grã-Cruz da "Ordem de Rio Branco", o mais alto grau da mais destacada condecoração da diplomacia brasileira.
Receberam também a condecoração as senhoras Mariza Campos Gomes da Silva, esposa do vice-presidente José Alencar, e Ana Maria Amorim, esposa do ministro das Relações Exteriores Celso Amorim.
Ao entregar a condecoração às três mulheres, o presidente manteve o tom protocolar. O jornal "Folha de São Paulo" classificou a cerimônia como uma "festa em família".
Perguntada sobre a razão da homenagem a senhora Alencar assim respondeu: "Acredito que [recebi] pelo meu trabalho desenvolvido junto às embaixatrizes, fazendo um entrosamento com elas".
Na semana passada, o Ministro Celso Amorim justificou a homenagem prestada a Dona Marisa Letícia: "Não se pode imaginar a atuação do presidente Lula sem o apoio da sua mulher".
Entre os assessores condecorados, estava Bruno Gaspar, que foi flagrado juntamente com o seu chefe Marco Aurélio Garcia fazendo gestos obscenos ao assistir na TV uma reportagem sobre o grave acidente da TAM ocorrido no aeroporto de Congonhas, em 2007.
Na cota das celebridades, constam: Fábio Barreto, diretor do filme "Lula, o Filho do Brasil", os jogadores Ronaldo "Fenômeno", do Corinthians, e Petkovic, do Flamengo, o ator Selton Mello e a atriz Taís Araújo.
Ronaldo não compareceu a cerimônia. A atriz Taís Araújo relatou que ao receber o telefonema comunicando a oferta da comenda perguntou intrigada: "Mas por quê?"
Não consigo entender porque a Ana Maria Braga não recebeu alguma comenda... E nem o Rei Roberto Carlos. Claro, sem qualquer exclusão de outras tantas celebridades, como o Ronaldinho gaúcho, o imperador Adriano etc...
m.americo
Barbara Gancia
FOLHA DE SÃO PAULO - 23/04/10
Alô, presidente Lula! Alô, ministro Celso Amorim! Cadê a minha medalha da Ordem do Rio Branco?
CERTA VEZ , perguntei a Olacyr de Morais qual era o segredo do seu sucesso. O rei da soja pensou e pensou e saiu-se com a genial conclusão: "Desde menino, sempre trabalhei de sol a sol".
Ora, não deixa de ser comovente e é sempre bom ter esse tipo de informação, mas fui obrigada a lembrá-lo de que minha empregada também observou estritamente a mesma rotina e nem por isso ficou milionária.
Olacyr abriu um baita olhão quando coloquei esse fato em perspectiva e imediatamente se pôs a pensar em resposta melhor.
Lembrei da passagem ocorrida com o amigo Olacyr quando soube que o Itamaraty havia usado o Dia do Diplomata, no último 20 de abril, para agraciar personagens insólitos com a Ordem do Rio Branco.
Até os pombos que costumam sujar as estátuas consagradas a Ruy Barbosa do Chuí a Haia sabem que a Ordem do Rio Branco é a mais alta honraria a que um brasileiro pode aspirar e que foi feita para "galardoar os que, por qualquer motivo ou benemerência, se tenham tornado merecedores do reconhecimento do governo brasileiro".
Pois, neste ano de fim de festa do governo Lula, parece que o critério da escolha das personalidades condecoradas fugiu um pouco do aspecto técnico. Isso ou as autoridades que escolhem quem será condecorado não conhecem ninguém fora da sua turminha.
Alô, presidente Lula! Alô, ministro Celso Amorim! Cadê minha comenda? Cadê a minha medalha da Ordem do Rio Branco? Se dona Marisa Letícia foi agraciada porque, como diz o ministro das Relações Exteriores, "Não se pode imaginar a atuação do presidente sem o apoio de sua mulher", eu queria dizer que também aguento Lula faz tempo. Sete anos e quatro meses, só desta feita, para ser mais precisa.
Mas isso não é nada, até aprendi a gostar do sapo barbudo. O pior é que aguento o Marco Aurélio Garcia e ainda sou obrigada a engolir o Celso Amorim desde janeiro de 2003. Isso não é digno de medalha? E olha que a gente pensava que já tinha visto tudo em matéria de ministro das Relações Exteriores trapalhão e cheio de empáfia, né não, Celso Lafer?
Eu sei que, além de importante, a Ordem do Rio Branco orna. E que vai combinar lindamente com os olhos de dona Marisa. Minha amiga, tucana de luxo, Claudia Matarazzo, que também recebeu a condecoração, explicou-me que o agraciado ganha um estojo com dois broches e um pin de lapela, e que as medalhas devem ser usadas apenas em cerimônias oficiais.
Mas, se dona Marisa e a mulher de Celso Amorim ganharam por esquentar a cadeira no jantar, a Thaís Araújo por ser a negra da novela e o amigo Fábio Barreto por fazer um filme que consegue ser pior do que essa coisa sem pé nem cabeça chamada "Chico Xavier", minha empregada, você e eu também merecemos. Ou não, meu caro leitor? Uma medalha da Ordem do Rio Branco, um Oscar, um Grammy, um Nobel e uma medalha olímpica pelo correio, já, para todos nós que vivemos a difícil aventura da cidadania tapuia!
Em tempo, depois de pensar melhor, Olacyr respondeu que seu sucesso se devia à persistência de ter seguido plantando por anos a fio, mesmo quando seus pés de soja não ultrapassavam os 12 cm de altura.
Barbara Gancia
FOLHA DE SÃO PAULO - 23/04/10
NOTA AO PÉ DO TEXTO
Como tudo já foi avacalhado neste país, e avacalhado é uma palavra que apesar de forte, quase obscena, é a que melhor traduz a esculhambação a que chegamos, dou-lhe passagem e preferência entre os mais de 10.000 verbos da primeira conjugação, e nesses tempos de mediocridade, talvez o primeiro entre os 6000 de uso mais frequente.
Pelo andar do último vagão, esse negócio de mérito nacional foi para o vinagre.
E parece que os pombos, apesar de uma espécie de limitada inteligência, souberam disso bem antes de nós, e resolveram aliviar-se nas cabeças mais solenes das nossas antigas celebridades.
Amerdalharam as mais nobres medalhas... O que se faz necessário, na era da mediocridade, para ser amerdalhado pela mais alta honraria - a Grã Cruz da Ordem de Rio Branco?
Entre tantas 'personalidades' condecoradas na cerimônia do Dia do Diplomata, nos idos de 20 de abril de 2010 em Brasília - que algum historiador do futuro registrará nos anais curiosos da História do Brasil - Lula condecorou a primeira-dama Marisa Letícia com a Grã-Cruz da "Ordem de Rio Branco", o mais alto grau da mais destacada condecoração da diplomacia brasileira.
Receberam também a condecoração as senhoras Mariza Campos Gomes da Silva, esposa do vice-presidente José Alencar, e Ana Maria Amorim, esposa do ministro das Relações Exteriores Celso Amorim.
Ao entregar a condecoração às três mulheres, o presidente manteve o tom protocolar. O jornal "Folha de São Paulo" classificou a cerimônia como uma "festa em família".
Perguntada sobre a razão da homenagem a senhora Alencar assim respondeu: "Acredito que [recebi] pelo meu trabalho desenvolvido junto às embaixatrizes, fazendo um entrosamento com elas".
Na semana passada, o Ministro Celso Amorim justificou a homenagem prestada a Dona Marisa Letícia: "Não se pode imaginar a atuação do presidente Lula sem o apoio da sua mulher".
Entre os assessores condecorados, estava Bruno Gaspar, que foi flagrado juntamente com o seu chefe Marco Aurélio Garcia fazendo gestos obscenos ao assistir na TV uma reportagem sobre o grave acidente da TAM ocorrido no aeroporto de Congonhas, em 2007.
Na cota das celebridades, constam: Fábio Barreto, diretor do filme "Lula, o Filho do Brasil", os jogadores Ronaldo "Fenômeno", do Corinthians, e Petkovic, do Flamengo, o ator Selton Mello e a atriz Taís Araújo.
Ronaldo não compareceu a cerimônia. A atriz Taís Araújo relatou que ao receber o telefonema comunicando a oferta da comenda perguntou intrigada: "Mas por quê?"
Não consigo entender porque a Ana Maria Braga não recebeu alguma comenda... E nem o Rei Roberto Carlos. Claro, sem qualquer exclusão de outras tantas celebridades, como o Ronaldinho gaúcho, o imperador Adriano etc...
m.americo
NÓS, OS CEGOS...
Descobriu-se há pouco, no meio do tumulto ora estrelado pelo ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, que uma certa Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba, repartição pública subordinada a ele, ficou sem presidente durante quase um ano inteiro.
É mais uma oportunidade, entre tantas outras, para fazer uma observação de ordem prática. Qualquer coisa que fica um ano sem presidente, e sem que ninguém perceba, pode ficar desse jeito por mais dois, ou três ou sabe-se lá quantos – e nesse caso provavelmente não precisa de presidente nenhum.
Economizam-se com isso o salário, o carro oficial e as outras despesas que pagamos para manter o emprego do doutor e não muda nada nos vales do São Francisco, do Parnaíba ou quaisquer outros.
Pensando bem, já que o presidente não faz nenhuma falta, essa Codevasf também não faz; por que, então, não fechar a tralha toda? Além da economia, ganha-se em sossego. O que a companhia mais produz atualmente são inquéritos policiais – só neste momento, segundo o noticiário, há cinco investigações em andamento na Polícia Federal para apurar ladroagens variadas em sua administração.
Enfim, pensando ainda mais um pouco, talvez a melhor ideia fosse acabar logo de uma vez com o próprio Ministério da Integração Nacional. Que diabo seria isso – “integração nacional”?
Ninguém é capaz de dar uma resposta coerente. Em compensação, sabe-se perfeitamente que funciona ali uma operosa central dedicada ao tráfico de verbas públicas, sempre em benefício dos que mandam no terreiro.
No momento, justamente, o ministro Fernando Bezerra tenta explicar por que deu a Pernambuco, onde tem sua base e planos políticos, 90% das verbas contra enchentes que o ministério tinha para gastar em 2011, conforme divulgado por O Estado de S. Paulo. Aliás, ficou-se sabendo, no caso da Codevasf, que a estatal vinha mantendo um interino no lugar do presidente – e que esse interino, imaginem que surpresa, é irmão do ministro.
Ainda não é tudo; as histórias de Bezerra, como a cebola, sempre têm uma camada a mais. Seu filho, deputado federal, revelou-se um campeão de “emendas” executadas com dinheiro do ministério ocupado pelo pai. Não se esqueceu da nora – seu pai e um tio foram nomeados para altos cargos na equipe do ministro.
Segundo a Folha de S.Paulo, enfim, Bezerra comprou duas vezes o mesmo terreno, com dinheiro público, quando era prefeito de Petrolina, em Pernambuco. Sua explicação é que fez a segunda compra porque a primeira não foi registrada nos papéis da prefeitura. Como assim? Será que o ministro achou que a melhor maneira de regularizar a situação seria comprar o terreno de novo e pagar mais uma vez por ele?
Não deu para entender nada. O que dá para entender, sem o menor trabalho, é algo bem simples. Se uma figura com esse desempenho pode ser ministro de estado, então o ministério que ele dirige não precisa existir.
Não falem de nada disso perto da presidente Dilma Rousseff: ela fica muito brava, quando alguém sugere que o governo poderia, quem sabe, aproveitar a próxima e anunciada reforma ministerial para fechar uma meia dúzia de ministérios, ou pelo menos um ou dois, entre os 38 que tem.
Recentemente, com a habitual cortesia que utiliza ao comentar opiniões diferentes das suas, disse que só “quem é cego” pode falar em redução de ministérios.
Será que não haveria algum mérito, por pequeno que fosse, na ideia de eliminar um ou outro ministério? Será que tocar no assunto é um absurdo tão grande assim? Afinal, há cinco ou seis ministros que só tiveram uma audiência com a presidente, ao longo de todo o seu primeiro ano de governo. Há um, inclusive, que conseguiu não ser recebido por Dilma uma única vez. O que esse homem está fazendo lá? E qual a utilidade que poderia ter o seu ministério?
Esqueçam. Quem pensa em levantar esse tipo de questão é cego; a presidente não deixa por menos. (Uma de suas ministras poderia observar que a palavra correta, no caso, seria “deficiente visual”; mas, pelo jeito, achou melhor não dizer nada.)
Um governo que se considera a encarnação terrestre do Senhor Deus Pai, dos Doze Apóstolos e de todos os santos não tem dúvida sobre nada; só tem certezas.
Mais um caso encerrado, portanto, principalmente quando se sabe que a maior disputa dentro do Palácio do Planalto, da “base aliada” e dos 38 ministérios é para ver quem concorda mais rápido com a presidente. O que continua em aberto, cada vez mais, é a comédia que eles apresentam todos os dias.
JRGuzzo
VEJA - 14/01/2012
É mais uma oportunidade, entre tantas outras, para fazer uma observação de ordem prática. Qualquer coisa que fica um ano sem presidente, e sem que ninguém perceba, pode ficar desse jeito por mais dois, ou três ou sabe-se lá quantos – e nesse caso provavelmente não precisa de presidente nenhum.
Economizam-se com isso o salário, o carro oficial e as outras despesas que pagamos para manter o emprego do doutor e não muda nada nos vales do São Francisco, do Parnaíba ou quaisquer outros.
Pensando bem, já que o presidente não faz nenhuma falta, essa Codevasf também não faz; por que, então, não fechar a tralha toda? Além da economia, ganha-se em sossego. O que a companhia mais produz atualmente são inquéritos policiais – só neste momento, segundo o noticiário, há cinco investigações em andamento na Polícia Federal para apurar ladroagens variadas em sua administração.
Enfim, pensando ainda mais um pouco, talvez a melhor ideia fosse acabar logo de uma vez com o próprio Ministério da Integração Nacional. Que diabo seria isso – “integração nacional”?
Ninguém é capaz de dar uma resposta coerente. Em compensação, sabe-se perfeitamente que funciona ali uma operosa central dedicada ao tráfico de verbas públicas, sempre em benefício dos que mandam no terreiro.
No momento, justamente, o ministro Fernando Bezerra tenta explicar por que deu a Pernambuco, onde tem sua base e planos políticos, 90% das verbas contra enchentes que o ministério tinha para gastar em 2011, conforme divulgado por O Estado de S. Paulo. Aliás, ficou-se sabendo, no caso da Codevasf, que a estatal vinha mantendo um interino no lugar do presidente – e que esse interino, imaginem que surpresa, é irmão do ministro.
Ainda não é tudo; as histórias de Bezerra, como a cebola, sempre têm uma camada a mais. Seu filho, deputado federal, revelou-se um campeão de “emendas” executadas com dinheiro do ministério ocupado pelo pai. Não se esqueceu da nora – seu pai e um tio foram nomeados para altos cargos na equipe do ministro.
Segundo a Folha de S.Paulo, enfim, Bezerra comprou duas vezes o mesmo terreno, com dinheiro público, quando era prefeito de Petrolina, em Pernambuco. Sua explicação é que fez a segunda compra porque a primeira não foi registrada nos papéis da prefeitura. Como assim? Será que o ministro achou que a melhor maneira de regularizar a situação seria comprar o terreno de novo e pagar mais uma vez por ele?
Não deu para entender nada. O que dá para entender, sem o menor trabalho, é algo bem simples. Se uma figura com esse desempenho pode ser ministro de estado, então o ministério que ele dirige não precisa existir.
Não falem de nada disso perto da presidente Dilma Rousseff: ela fica muito brava, quando alguém sugere que o governo poderia, quem sabe, aproveitar a próxima e anunciada reforma ministerial para fechar uma meia dúzia de ministérios, ou pelo menos um ou dois, entre os 38 que tem.
Recentemente, com a habitual cortesia que utiliza ao comentar opiniões diferentes das suas, disse que só “quem é cego” pode falar em redução de ministérios.
Será que não haveria algum mérito, por pequeno que fosse, na ideia de eliminar um ou outro ministério? Será que tocar no assunto é um absurdo tão grande assim? Afinal, há cinco ou seis ministros que só tiveram uma audiência com a presidente, ao longo de todo o seu primeiro ano de governo. Há um, inclusive, que conseguiu não ser recebido por Dilma uma única vez. O que esse homem está fazendo lá? E qual a utilidade que poderia ter o seu ministério?
Esqueçam. Quem pensa em levantar esse tipo de questão é cego; a presidente não deixa por menos. (Uma de suas ministras poderia observar que a palavra correta, no caso, seria “deficiente visual”; mas, pelo jeito, achou melhor não dizer nada.)
Um governo que se considera a encarnação terrestre do Senhor Deus Pai, dos Doze Apóstolos e de todos os santos não tem dúvida sobre nada; só tem certezas.
Mais um caso encerrado, portanto, principalmente quando se sabe que a maior disputa dentro do Palácio do Planalto, da “base aliada” e dos 38 ministérios é para ver quem concorda mais rápido com a presidente. O que continua em aberto, cada vez mais, é a comédia que eles apresentam todos os dias.
JRGuzzo
VEJA - 14/01/2012
É SEMPRE BOM RELEMBRAR
A CENSURA AO ESTADÃO E O NOSSO PLANETA DOS MACACOS
Estou revisando meu novo livro, que deve sair ainda neste ano - para vocês darem de presente de Natal, além de comprarem os próprios, é claro -, e encontrei lá uma frase, tirada deste blog, em que afirmo que, mais duas gerações nesta batida, e seremos governados pelos macacos.
Afinal, eles têm quatro polegares opositores, e a gente só tem dois.
No resto, empate!
Apelando a uma pilhéria meio lamarckista, há ainda o risco de o Homo brasilis perder o mindinho, né? A esculhambação e a ilogicidade vão tomando conta das mais altas esferas de decisão do estado.
Parece haver - ou melhor, há - uma crescente falta de pudor em decidir de modo discricionário, ao arrepio da lei, da sua letra, do seu espírito, de sua letra e de seu espírito. Instituições, as aparentemente mais sóbrias e mais vetustas, parecem nutrir especial prazer em declarar o que seria a sua independência. Na verdade, mostram-se tentadas a declarar a sua soberania.
Na democracia, ninguém, ninguém mesmo!, é soberano. Nem o povo o é; não sobre as leis que ele próprio votou. Até que não as mude, também ele é seu servo. Adiante.
Ontem, quase dois meses depois de estabelecida a aberração, os integrantes do Conselho Especial do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DF) decidiram afastar o desembargador Dácio Vieira do processo no qual ele proibiu o Estadão de publicar reportagens sobre a Operação Boi Barrica, da Polícia Federal, que investigou o empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). MAS ATENÇÃO! A CENSURA CONTINUA.
Vou tentar de novo, leitores, numa luta desesperada para fazer os nossos dois polegares opositores valerem mais do que os quatro dos macacos. O tribunal considerou o desembargador Dácio suspeito no caso, mas a decisão que ele tomou continua valendo.
O caso agora tem um novo relator, Lecir Manoel da Luz; é ele quem vai decidir se a censura continua ou não. Está lá no Regimento Interno do STF, artigo 285: “Afirmada a suspeição pelo argüido, ou declarada pelo Tribunal, ter-se-ão por nulos os atos por ele praticados.”
Como observa o jurista Luiz Flávio Gomes, o artigo “é recepcionado como lei pela Constituição, vale para o STF e é aplicado por analogia a todos os tribunais do País.”
Ora, se um juiz é declarado suspeito num caso, isso significa que se está reconhecendo, é óbvio, que ele não decidiu com “jus”, com equilíbrio, com justiça, com autoridade. E, pois, a decisão que tomou, por óbvio, não vale.
É o que a Suprema Corte decidiu para si mesma, com valor obviamente extensivo às outras cortes. A decisão de ontem, evidentemente, é uma aberração. Quanto tempo mais? Outros quase dois meses virão até que se decida, afinal de contas, se a censura prévia - porque se trata de censura prévia - foi ou não abrigada pela Constituição? Ajudo o novo relator do caso: não foi!
Santo Deus! Por que o Supremo tem lá o artigo 285? Porque só naquela corte poderia ocorrer um caso de suspeição? Não!!! Todas estão sujeitas. E, pois, ali está um princípio. A suspeição do desembargador Dácio, vocês devem se lembrar, tem até retrato para pôr na parede, não é? Ficaria difícil ao TJ-DF negar o óbvio. Temo que o tribunal tenha sido tomado pelo tal espírito de resistir àquilo que Sarney chamou ontem de “pressão da mídia”, exibindo uma musculatura descabida: “Ok, um dos nossos é suspeito, mas ninguém publica nada se a gente não deixar”.
O que está se espalhando no país, em todos os cantos - tribunais, ministérios, estatais (sim, até nas empresas estatais!) - é uma espécie de cultura de resistência àquilo que Sarney chama “mídia” ; na verdade, trata-se apenas do direito de informar e de ser informado.
Sim, eu mesmo sou um crítico da imprensa; eu mesmo aponto o que considero seus desvio. Mas a precondição para que essa crítica continue a ser exercida é que haja liberdade. Essa gente quer outra coisa. Nesse caso em particular, não se trata apenas de censura, mas de censura prévia. A demora para decidir já foi acintosa. A decisão, mesmo com a declaração de suspeição, é estúpida. Ou as vítimas - e a maior delas é o público - devem agora arcar com as conseqüências da decisão de um juiz suspeito?
Espero que não se esteja armando aquele que seria um dos maiores escândalos morais do Tribunal de Justiça do Distrito Federal: a manutenção da censura, hipótese, então, em que se tentaria provar que o juiz era suspeito, mas a sua sentença, exemplar. Ainda que ela jogue no lixo o artigo 5º da Constituição.
Um dia, ainda estaremos sobre as árvores, jogando frutinha na cabeça dos macacos. E com o risco de despencar lá de cima, já que não conseguiremos usar as patas traseiras para agarrar os galhos…
16 de setembro de 2009
Reinaldo Azevedo
Estou revisando meu novo livro, que deve sair ainda neste ano - para vocês darem de presente de Natal, além de comprarem os próprios, é claro -, e encontrei lá uma frase, tirada deste blog, em que afirmo que, mais duas gerações nesta batida, e seremos governados pelos macacos.
Afinal, eles têm quatro polegares opositores, e a gente só tem dois.
No resto, empate!
Apelando a uma pilhéria meio lamarckista, há ainda o risco de o Homo brasilis perder o mindinho, né? A esculhambação e a ilogicidade vão tomando conta das mais altas esferas de decisão do estado.
Parece haver - ou melhor, há - uma crescente falta de pudor em decidir de modo discricionário, ao arrepio da lei, da sua letra, do seu espírito, de sua letra e de seu espírito. Instituições, as aparentemente mais sóbrias e mais vetustas, parecem nutrir especial prazer em declarar o que seria a sua independência. Na verdade, mostram-se tentadas a declarar a sua soberania.
Na democracia, ninguém, ninguém mesmo!, é soberano. Nem o povo o é; não sobre as leis que ele próprio votou. Até que não as mude, também ele é seu servo. Adiante.
Ontem, quase dois meses depois de estabelecida a aberração, os integrantes do Conselho Especial do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DF) decidiram afastar o desembargador Dácio Vieira do processo no qual ele proibiu o Estadão de publicar reportagens sobre a Operação Boi Barrica, da Polícia Federal, que investigou o empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). MAS ATENÇÃO! A CENSURA CONTINUA.
Vou tentar de novo, leitores, numa luta desesperada para fazer os nossos dois polegares opositores valerem mais do que os quatro dos macacos. O tribunal considerou o desembargador Dácio suspeito no caso, mas a decisão que ele tomou continua valendo.
O caso agora tem um novo relator, Lecir Manoel da Luz; é ele quem vai decidir se a censura continua ou não. Está lá no Regimento Interno do STF, artigo 285: “Afirmada a suspeição pelo argüido, ou declarada pelo Tribunal, ter-se-ão por nulos os atos por ele praticados.”
Como observa o jurista Luiz Flávio Gomes, o artigo “é recepcionado como lei pela Constituição, vale para o STF e é aplicado por analogia a todos os tribunais do País.”
Ora, se um juiz é declarado suspeito num caso, isso significa que se está reconhecendo, é óbvio, que ele não decidiu com “jus”, com equilíbrio, com justiça, com autoridade. E, pois, a decisão que tomou, por óbvio, não vale.
É o que a Suprema Corte decidiu para si mesma, com valor obviamente extensivo às outras cortes. A decisão de ontem, evidentemente, é uma aberração. Quanto tempo mais? Outros quase dois meses virão até que se decida, afinal de contas, se a censura prévia - porque se trata de censura prévia - foi ou não abrigada pela Constituição? Ajudo o novo relator do caso: não foi!
Santo Deus! Por que o Supremo tem lá o artigo 285? Porque só naquela corte poderia ocorrer um caso de suspeição? Não!!! Todas estão sujeitas. E, pois, ali está um princípio. A suspeição do desembargador Dácio, vocês devem se lembrar, tem até retrato para pôr na parede, não é? Ficaria difícil ao TJ-DF negar o óbvio. Temo que o tribunal tenha sido tomado pelo tal espírito de resistir àquilo que Sarney chamou ontem de “pressão da mídia”, exibindo uma musculatura descabida: “Ok, um dos nossos é suspeito, mas ninguém publica nada se a gente não deixar”.
O que está se espalhando no país, em todos os cantos - tribunais, ministérios, estatais (sim, até nas empresas estatais!) - é uma espécie de cultura de resistência àquilo que Sarney chama “mídia” ; na verdade, trata-se apenas do direito de informar e de ser informado.
Sim, eu mesmo sou um crítico da imprensa; eu mesmo aponto o que considero seus desvio. Mas a precondição para que essa crítica continue a ser exercida é que haja liberdade. Essa gente quer outra coisa. Nesse caso em particular, não se trata apenas de censura, mas de censura prévia. A demora para decidir já foi acintosa. A decisão, mesmo com a declaração de suspeição, é estúpida. Ou as vítimas - e a maior delas é o público - devem agora arcar com as conseqüências da decisão de um juiz suspeito?
Espero que não se esteja armando aquele que seria um dos maiores escândalos morais do Tribunal de Justiça do Distrito Federal: a manutenção da censura, hipótese, então, em que se tentaria provar que o juiz era suspeito, mas a sua sentença, exemplar. Ainda que ela jogue no lixo o artigo 5º da Constituição.
Um dia, ainda estaremos sobre as árvores, jogando frutinha na cabeça dos macacos. E com o risco de despencar lá de cima, já que não conseguiremos usar as patas traseiras para agarrar os galhos…
16 de setembro de 2009
Reinaldo Azevedo
BIOGRAFIA DO BRIGADEIRO
O doce brigadeiro
Biografia traz a impressionante trajetória de Eduardo Gomes, militar com vocação democrática e forte senso de justiça social
Derrotado no pleito presidencial de 1974 que levou o general Ernesto Geisel ao poder, Ulysses Guimarães (1919-1992) fez um discurso em repúdio ao regime militar que perdurava no País: "Só na liberdade se criam valores estáveis para o desenvolvimento e a justiça social."
Essa marcante frase, porém, havia sido pronunciada dois anos antes, no Congresso, pelo brigadeiro Eduardo Gomes. Tinha peso pelo fato de partir da boca de um militar – e em plena ditadura. Mais impressionante ainda: um militar com a estatura de comandante da Aeronáutica nacional, ex-candidato à Presidência em duas oportunidades e tido como herói por defender a soberania brasileira durante a Segunda Guerra Mundial.
Ao evocar as palavras do brigadeiro, Ulysses pretendia que o novo chefe da nação fosse sensibilizado pela necessidade da reconquista da democracia, colocando luz sobre um dos personagens mais marcantes daquele período. Carioca, Gomes não presenciou a restauração completa dos direitos individuais dos brasileiros. Ele morreu em junho de 1981, aos 84 anos.
Trinta anos depois, a biografia "Brigadeiro Eduardo Gomes, Trajetória de um Herói" (Editora de Cultura), do escritor carioca Cosme Degenar Drumond, esmiúça como Gomes inspirou aliados e adversários com o seu senso de justiça social. A obra, que chega às livrarias na sexta-feira 20, traz depoimentos de contemporâneos do marechal do ar e um rosário de informações coletadas em arquivos públicos e na imprensa da época.
Não fosse o seu ingresso na política, a guloseima-símbolo de toda boa festa de aniversário, o brigadeiro, não existiria. Eduardo Gomes era um militar tipo galã. Tinha musculatura trabalhada pela educação física, boca pequena, rosto oval e nariz aquilino. Assim, foi cortejado pelas garotas de Petrópolis, onde nasceu, e viveu namoros furtivos.
Já cinquentão, em sua primeira campanha presidencial, um grupo de cariocas criou um doce feito de chocolate e leite condensado e passou a vendê-los nos comícios para levantar fundos. A iguaria recebeu o nome de sua patente: brigadeiro. Suas admiradoras ainda assinariam um marcante slogan: "Vote no Brigadeiro. Além de bonito, é solteiro."
Segundo Drumond, Gomes, que não se casou, nasceu para a revolução. "O brigadeiro viveu a juventude lutando, conspirando", diz o biógrafo. "Aos 25 anos já estava preso e dizia que não queria deixar uma viúva jovem. Por isso, não formou família e fez questão de viver com a mãe, Jenny, até o fim da vida dela, após ficar viúva."
Entre as ações heroicas do brigadeiro – participou da Revolução de 1924, em São Paulo, e lutou contra a Intentona Comunista, em 1935 –, está a sua ação na Revolta dos 18 do Forte de Copacabana em 1922. Empunhando uma espingarda e um pedaço da bandeira nacional, ele e alguns poucos militares marcharam pela orla carioca em direção aos três mil soldados do governo de Epitácio Pessoa, que se opunha ao ideal democrático pretendido por setores de baixa patente das Forças Armadas.
Alvejado por um tiro de fuzil, Gomes foi internado, preso e excluído da carreira militar (que seria retomada anos depois).
Após o seu retorno, o revolucionário exercitou a sua porção democrática até o fim. Ele foi duas vezes ministro da Aeronáutica, implantou o Correio Aéreo Nacional, um dos fatores da integração do Brasil, e se tornou o patrono da Força Aérea Brasileira.
19 de janeiro de 2012
Rodrigo Cardoso
Biografia traz a impressionante trajetória de Eduardo Gomes, militar com vocação democrática e forte senso de justiça social
Derrotado no pleito presidencial de 1974 que levou o general Ernesto Geisel ao poder, Ulysses Guimarães (1919-1992) fez um discurso em repúdio ao regime militar que perdurava no País: "Só na liberdade se criam valores estáveis para o desenvolvimento e a justiça social."
Essa marcante frase, porém, havia sido pronunciada dois anos antes, no Congresso, pelo brigadeiro Eduardo Gomes. Tinha peso pelo fato de partir da boca de um militar – e em plena ditadura. Mais impressionante ainda: um militar com a estatura de comandante da Aeronáutica nacional, ex-candidato à Presidência em duas oportunidades e tido como herói por defender a soberania brasileira durante a Segunda Guerra Mundial.
Ao evocar as palavras do brigadeiro, Ulysses pretendia que o novo chefe da nação fosse sensibilizado pela necessidade da reconquista da democracia, colocando luz sobre um dos personagens mais marcantes daquele período. Carioca, Gomes não presenciou a restauração completa dos direitos individuais dos brasileiros. Ele morreu em junho de 1981, aos 84 anos.
Trinta anos depois, a biografia "Brigadeiro Eduardo Gomes, Trajetória de um Herói" (Editora de Cultura), do escritor carioca Cosme Degenar Drumond, esmiúça como Gomes inspirou aliados e adversários com o seu senso de justiça social. A obra, que chega às livrarias na sexta-feira 20, traz depoimentos de contemporâneos do marechal do ar e um rosário de informações coletadas em arquivos públicos e na imprensa da época.
Não fosse o seu ingresso na política, a guloseima-símbolo de toda boa festa de aniversário, o brigadeiro, não existiria. Eduardo Gomes era um militar tipo galã. Tinha musculatura trabalhada pela educação física, boca pequena, rosto oval e nariz aquilino. Assim, foi cortejado pelas garotas de Petrópolis, onde nasceu, e viveu namoros furtivos.
Já cinquentão, em sua primeira campanha presidencial, um grupo de cariocas criou um doce feito de chocolate e leite condensado e passou a vendê-los nos comícios para levantar fundos. A iguaria recebeu o nome de sua patente: brigadeiro. Suas admiradoras ainda assinariam um marcante slogan: "Vote no Brigadeiro. Além de bonito, é solteiro."
Segundo Drumond, Gomes, que não se casou, nasceu para a revolução. "O brigadeiro viveu a juventude lutando, conspirando", diz o biógrafo. "Aos 25 anos já estava preso e dizia que não queria deixar uma viúva jovem. Por isso, não formou família e fez questão de viver com a mãe, Jenny, até o fim da vida dela, após ficar viúva."
Entre as ações heroicas do brigadeiro – participou da Revolução de 1924, em São Paulo, e lutou contra a Intentona Comunista, em 1935 –, está a sua ação na Revolta dos 18 do Forte de Copacabana em 1922. Empunhando uma espingarda e um pedaço da bandeira nacional, ele e alguns poucos militares marcharam pela orla carioca em direção aos três mil soldados do governo de Epitácio Pessoa, que se opunha ao ideal democrático pretendido por setores de baixa patente das Forças Armadas.
Alvejado por um tiro de fuzil, Gomes foi internado, preso e excluído da carreira militar (que seria retomada anos depois).
Após o seu retorno, o revolucionário exercitou a sua porção democrática até o fim. Ele foi duas vezes ministro da Aeronáutica, implantou o Correio Aéreo Nacional, um dos fatores da integração do Brasil, e se tornou o patrono da Força Aérea Brasileira.
19 de janeiro de 2012
Rodrigo Cardoso
TRIUNFO DA CHINELAGEM
Arte:Pedro Dreher sobre fotos - cp memória
Até que ponto o gosto do outro deve ser respeitado? O primado da tolerância deve silenciar a crítica? Toda crítica frontal a um tipo de gosto é preconceito?
A expulsão de um participante do BBB12, reality show da Rede Globo, por suspeita de estupro obriga a falar disso. Quem gosta do programa, escorado na ideia simples de que é brincadeira, lazer e um jogo inofensivo, detesta que se fale mal do baixo nível do que é exibido.
O Brasil parece ser um dos poucos ou o único país com 12 edições do Big Brother em rede nacional aberta e em horário nobre.
É inegável uma evolução no programa: a cada ano, fica pior. Como se sabe, a baixaria não tem piso nem teto. Mas estamos vivendo a era do consumidor mimado, triunfante, incriticável, infantilizado, agressivo, sempre com razão, que se regala espiando o gozo obsceno dos outros para satisfazer os seus mais baixos e selvagens instintos.
Não se trata de dar lições de moral ou de fazer pose de intelectual. A questão é outra: como chegamos a esse ponto?
Houve um tempo em que o elitismo sufocava os gostos populares. A hipocrisia se impunha como uma máscara social. Hoje, os gostos ditos populares, fabricados pela chamada indústria cultural, asfixiam qualquer crítica como expressão de preconceito, o que esconde um preconceito maior, a ideia de que as tais camadas populares só se divertem com chinelagem.
O que é mesmo chinelagem? Uma casa com um número de camas inferior ao de moradores para obrigá-los a dormir juntos em público. Um jogo em que o sexo deve ser o horizonte incontornável para delírio de milhões de voyeurs. Uma brincadeira que termina em suposto estupro, em Polícia nos domínios da televisão e em constrangimento nacional.
Chinelagem também é colocar fama e dinheiro absolutamente acima de tudo. Chinelagem é produzir um imaginário centrado na ideia de que o mais importante é se tornar celebridade e que esse objetivo justifica os maiores micos e o abandono de qualquer limite.
O suposto estupro do BBB12 é a cara de certo Brasil, o Brasil que quer cometer infrações de trânsito sem ter de pagar multas, o Brasil onde parlamentares são os primeiros a não respeitar normas, o Brasil onde estádios de futebol são prioridades em relação a hospitais, o Brasil onde os muito ricos pagam menos impostos, o Brasil que só quer gozar, ainda que seja um gozo passageiro, escabroso, cínico e feio.
Está mais do que na hora de se atacar em várias frentes: acabar com preconceitos, respeitar diferenças, levar na boa brincadeiras de estação e, ao mesmo tempo, defender uma utopia: a possibilidade de diversão para todos que exija um pouquinho mais do cérebro de cada um, o que, há alguns anos, era chamado de criatividade e inteligência.
O pior mesmo, enquanto a utopia não se realiza, é a hipótese radical que rola nas redes sociais: o suposto estupro do BBB12 seria apenas uma estratégia de marketing. Aí, claro, só resta gritar: que baita chinelagem! Esse pode ter sido o nosso 11 de Setembro. Ainda que, claro, tudo acabe na pizza do mal-entendido.
Juremir Machado da Silva
Fonte: Correio do Povo
COMENTO
Excelente texto do jornalista Juremir Machado, porém, me parece que não se trata de preconceito pensar que grande parcela da população brasileira "só se diverte com chinelagem". É um fato que se pode medir pela audiência que a cretinice televisiva alcança e os valores obtidos em função dos telefonemas dados em cada etapa eliminatória da disputa onde primam a falta de pudor e, mesmo, de vergonha dos participantes (não me refiro só os que estão confinados nos estúdios da emissora).
Não se pode esperar um bom futuro para um País onde a prioridade que muitos pais incentivam em seus filhos é a de ser jogador de futebol se for menino ou "modelo" se for menina.
Nossa "camada mais popular" já tem como objetivo de vida a obtenção de um "cartão de inclusão social", mesmo que não careça auxílio governamental para sobreviver. O que interessa é "levar vantagem", mesmo que seja uma vantagem miserável.
Quando juntam-se mais de cinco mil pessoas em "procissão a São Marcos" (e eu até acho que o goleiro paulista merece homenagens em sua aposentadoria por não conhecer fatos que desabonem sua conduta como exemplo de atleta bem sucedido, apesar de sempre ter sido remunerado, e bem, por sua atuação profissional) e não se consegue meio milhar de pessoas em uma manifestação contra a corrupção política; ou quando são contabilizados milhões de votos concedidos a políticos conhecidamente desonestos e/ou incompetentes, se pode medir a qualidade do povinho que habita estas terras.
Decididamente, é o que chamo "povinho de merda".
Como costuma dizer o jornalista Claudio Humberto, "Não há o menor risco de dar certo!"
Até que ponto o gosto do outro deve ser respeitado? O primado da tolerância deve silenciar a crítica? Toda crítica frontal a um tipo de gosto é preconceito?
A expulsão de um participante do BBB12, reality show da Rede Globo, por suspeita de estupro obriga a falar disso. Quem gosta do programa, escorado na ideia simples de que é brincadeira, lazer e um jogo inofensivo, detesta que se fale mal do baixo nível do que é exibido.
O Brasil parece ser um dos poucos ou o único país com 12 edições do Big Brother em rede nacional aberta e em horário nobre.
É inegável uma evolução no programa: a cada ano, fica pior. Como se sabe, a baixaria não tem piso nem teto. Mas estamos vivendo a era do consumidor mimado, triunfante, incriticável, infantilizado, agressivo, sempre com razão, que se regala espiando o gozo obsceno dos outros para satisfazer os seus mais baixos e selvagens instintos.
Não se trata de dar lições de moral ou de fazer pose de intelectual. A questão é outra: como chegamos a esse ponto?
Houve um tempo em que o elitismo sufocava os gostos populares. A hipocrisia se impunha como uma máscara social. Hoje, os gostos ditos populares, fabricados pela chamada indústria cultural, asfixiam qualquer crítica como expressão de preconceito, o que esconde um preconceito maior, a ideia de que as tais camadas populares só se divertem com chinelagem.
O que é mesmo chinelagem? Uma casa com um número de camas inferior ao de moradores para obrigá-los a dormir juntos em público. Um jogo em que o sexo deve ser o horizonte incontornável para delírio de milhões de voyeurs. Uma brincadeira que termina em suposto estupro, em Polícia nos domínios da televisão e em constrangimento nacional.
Chinelagem também é colocar fama e dinheiro absolutamente acima de tudo. Chinelagem é produzir um imaginário centrado na ideia de que o mais importante é se tornar celebridade e que esse objetivo justifica os maiores micos e o abandono de qualquer limite.
O suposto estupro do BBB12 é a cara de certo Brasil, o Brasil que quer cometer infrações de trânsito sem ter de pagar multas, o Brasil onde parlamentares são os primeiros a não respeitar normas, o Brasil onde estádios de futebol são prioridades em relação a hospitais, o Brasil onde os muito ricos pagam menos impostos, o Brasil que só quer gozar, ainda que seja um gozo passageiro, escabroso, cínico e feio.
Está mais do que na hora de se atacar em várias frentes: acabar com preconceitos, respeitar diferenças, levar na boa brincadeiras de estação e, ao mesmo tempo, defender uma utopia: a possibilidade de diversão para todos que exija um pouquinho mais do cérebro de cada um, o que, há alguns anos, era chamado de criatividade e inteligência.
O pior mesmo, enquanto a utopia não se realiza, é a hipótese radical que rola nas redes sociais: o suposto estupro do BBB12 seria apenas uma estratégia de marketing. Aí, claro, só resta gritar: que baita chinelagem! Esse pode ter sido o nosso 11 de Setembro. Ainda que, claro, tudo acabe na pizza do mal-entendido.
Juremir Machado da Silva
Fonte: Correio do Povo
COMENTO
Excelente texto do jornalista Juremir Machado, porém, me parece que não se trata de preconceito pensar que grande parcela da população brasileira "só se diverte com chinelagem". É um fato que se pode medir pela audiência que a cretinice televisiva alcança e os valores obtidos em função dos telefonemas dados em cada etapa eliminatória da disputa onde primam a falta de pudor e, mesmo, de vergonha dos participantes (não me refiro só os que estão confinados nos estúdios da emissora).
Não se pode esperar um bom futuro para um País onde a prioridade que muitos pais incentivam em seus filhos é a de ser jogador de futebol se for menino ou "modelo" se for menina.
Nossa "camada mais popular" já tem como objetivo de vida a obtenção de um "cartão de inclusão social", mesmo que não careça auxílio governamental para sobreviver. O que interessa é "levar vantagem", mesmo que seja uma vantagem miserável.
Quando juntam-se mais de cinco mil pessoas em "procissão a São Marcos" (e eu até acho que o goleiro paulista merece homenagens em sua aposentadoria por não conhecer fatos que desabonem sua conduta como exemplo de atleta bem sucedido, apesar de sempre ter sido remunerado, e bem, por sua atuação profissional) e não se consegue meio milhar de pessoas em uma manifestação contra a corrupção política; ou quando são contabilizados milhões de votos concedidos a políticos conhecidamente desonestos e/ou incompetentes, se pode medir a qualidade do povinho que habita estas terras.
Decididamente, é o que chamo "povinho de merda".
Como costuma dizer o jornalista Claudio Humberto, "Não há o menor risco de dar certo!"
QUANDO A FAMÍLIA BANCA A SAÚDE
Gasto "per capita" da população é de R$835,65, contra R$645,27 do governo
O sistema público de saúde é universalizado, mas apenas na teoria.
Pesquisa Conta Satélite de Saúde - Brasil, divulgada ontem pelo IBGE, mostra que o brasileiro gasta 29,5% a mais do que o governo para ter acesso a remédios, consultas médicas e odontológicas, plano de saúde, hospitais e exames.
Enquanto o Estado tem um dispêndio de R$645,27 por pessoa, o gasto per capita das famílias fica em R$835,65. No país, 55,4% das despesas totais do setor são arcadas pelas famílias, enquanto 43,6% são cobertas pela administração pública.
É a primeira vez que o IBGE calcula a despesa com saúde por pessoa.
Os dados são referentes a 2009, mas o panorama é confirmado nos anos anteriores. Para o gerente da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE, Ricardo Montes Moraes, o desequilíbrio entre os gastos de famílias e governo foge a um padrão normal.
- É algo atípico e que se deve ao fato de a saúde no Brasil ser tão privatizada - considera.
Em 2009, o consumo total com saúde ficou em R$283,566 bilhões. Mesmo num ano recessivo - o país encolheu 0,3% em 2009 -, o Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos) da saúde conseguiu avançar 2,7%.
No bolso das famílias, pesaram mais os serviços privados de saúde, que responderam por 52,7% dos gastos. Aumentou também a parcela do orçamento para compra de medicamentos. Eles abocanhavam 34,63% das despesas, em 2008, e passaram para 35,8%, em 2009.
Em países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), no mesmo ano, o gasto do governo na saúde foi muito superior, com o Estado respondendo por quase três quartos das despesas com saúde (72%) dos cidadãos, percentual que não sofreu muitas variações nos últimos 20 anos.
Diferentemente do Brasil, na conta dos países desenvolvidos, a administração pública contabiliza também gastos com investimento em saúde (construção de hospitais e compra de equipamentos).
O economista Antonio Correa de Lacerda, da PUC-SP, considera que o quadro tem se agravado nos últimos oito anos, com o aumento da renda e o envelhecimento da população.
- De um lado, temos a carência de um serviço público de qualidade, que empurra as pessoas para o privado e, de outro, milhões têm ascendido socialmente e contratado planos de saúde - afirma.
População mais velha aumenta gasto
No ano em que a economia brasileira encolheu 0,3%, os gastos de famílias e da administração pública com saúde como proporção do PIB subiram, como reflexo da expansão das despesas superiores ao desempenho do PIB. A parcela usada com medicamentos, exames, consultas e os custos da administração pública com salários e serviços subiram de 8,3% em 2008, para 8,8% do PIB em 2009.
Segundo Moraes, o aumento de gastos com saúde tendem a variar menos que a economia em geral em países em recessão.
- Essa tendência tem a ver com o aumento da renda, o envelhecimento da população - afirma.
Apesar de as famílias gastarem mais, foi o governo que registrou o maior crescimento de participação no PIB entre 2008 e 2009. Os gastos da administração pública com saúde passaram de 3,5% para 3,8% da economia, enquanto as despesas das famílias subiram de 4,7% para 4,9%.
As despesas com medicamentos pelas famílias corresponderam a 1,9% do PIB, um pequeno crescimento frente a 2008, quando correspondiam a 1,8%.
Marco Antônio Oliveira, proprietário de postos de gasolina no Rio e em Vitória, reclama do aumento dos preços de antialérgico e vitamina C, que consome com frequência. A maior preocupação, porém, cabe ao plano de saúde que tem que pagar:
- Deveríamos usar como parâmetro o serviço público oferecido nos países desenvolvidos, dada a carga tributária que temos aqui. A saúde pública não é boa, a escola pública não é boa e a segurança também não.
Emprego público na saúde ficou menor
O gasto maior da administração pública não se refletiu no mercado de trabalho. A abertura de vagas na área caiu:
com 58.961 postos a menos que em 2008. O volume de serviços de saúde ofertados pelo governo também desacelerou de 6,3%, em 2008, para 5,2%, em 2009.
Na contramão, a saúde privada experimentou um crescimento nos postos de trabalho. Atividades de internação privada e consultas e exames particulares tiveram ganho de vagas de 4.446 e 41.506 postos, respectivamente.
Ao todo, foram criadas 115 mil vagas na saúde em 2009. Os pesquisadores não sabem explicar se a redução no número de vagas está relacionada a servidores que se aposentaram e não tiveram a vaga reposta ou se houve aumento da contratação de terceirizados.
- A saúde pode estar perdendo postos diretos para indiretos - avalia Maria Angelica dos Santos, pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz.
A pesquisa mostrou também que o rendimento nominal dos profissionais da saúde pública subiu, passando de R$27.904,88, em 2008, para R$32.622,88, em 2009. Além disso, avalia que o rendimento do emprego na saúde é maior do que na média da economia em geral.
- Houve a criação de uma série de serviços que não existiam e já que não havia a expertise dentro do serviço público, eles foram contratados fora. Isso não ocorre somente com a saúde - acrescenta Roberto Olinto, coordenador de Contas Nacionais do IBGE.
19 de janeiro de 2012
O Globo
O sistema público de saúde é universalizado, mas apenas na teoria.
Pesquisa Conta Satélite de Saúde - Brasil, divulgada ontem pelo IBGE, mostra que o brasileiro gasta 29,5% a mais do que o governo para ter acesso a remédios, consultas médicas e odontológicas, plano de saúde, hospitais e exames.
Enquanto o Estado tem um dispêndio de R$645,27 por pessoa, o gasto per capita das famílias fica em R$835,65. No país, 55,4% das despesas totais do setor são arcadas pelas famílias, enquanto 43,6% são cobertas pela administração pública.
É a primeira vez que o IBGE calcula a despesa com saúde por pessoa.
Os dados são referentes a 2009, mas o panorama é confirmado nos anos anteriores. Para o gerente da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE, Ricardo Montes Moraes, o desequilíbrio entre os gastos de famílias e governo foge a um padrão normal.
- É algo atípico e que se deve ao fato de a saúde no Brasil ser tão privatizada - considera.
Em 2009, o consumo total com saúde ficou em R$283,566 bilhões. Mesmo num ano recessivo - o país encolheu 0,3% em 2009 -, o Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos) da saúde conseguiu avançar 2,7%.
No bolso das famílias, pesaram mais os serviços privados de saúde, que responderam por 52,7% dos gastos. Aumentou também a parcela do orçamento para compra de medicamentos. Eles abocanhavam 34,63% das despesas, em 2008, e passaram para 35,8%, em 2009.
Em países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), no mesmo ano, o gasto do governo na saúde foi muito superior, com o Estado respondendo por quase três quartos das despesas com saúde (72%) dos cidadãos, percentual que não sofreu muitas variações nos últimos 20 anos.
Diferentemente do Brasil, na conta dos países desenvolvidos, a administração pública contabiliza também gastos com investimento em saúde (construção de hospitais e compra de equipamentos).
O economista Antonio Correa de Lacerda, da PUC-SP, considera que o quadro tem se agravado nos últimos oito anos, com o aumento da renda e o envelhecimento da população.
- De um lado, temos a carência de um serviço público de qualidade, que empurra as pessoas para o privado e, de outro, milhões têm ascendido socialmente e contratado planos de saúde - afirma.
População mais velha aumenta gasto
No ano em que a economia brasileira encolheu 0,3%, os gastos de famílias e da administração pública com saúde como proporção do PIB subiram, como reflexo da expansão das despesas superiores ao desempenho do PIB. A parcela usada com medicamentos, exames, consultas e os custos da administração pública com salários e serviços subiram de 8,3% em 2008, para 8,8% do PIB em 2009.
Segundo Moraes, o aumento de gastos com saúde tendem a variar menos que a economia em geral em países em recessão.
- Essa tendência tem a ver com o aumento da renda, o envelhecimento da população - afirma.
Apesar de as famílias gastarem mais, foi o governo que registrou o maior crescimento de participação no PIB entre 2008 e 2009. Os gastos da administração pública com saúde passaram de 3,5% para 3,8% da economia, enquanto as despesas das famílias subiram de 4,7% para 4,9%.
As despesas com medicamentos pelas famílias corresponderam a 1,9% do PIB, um pequeno crescimento frente a 2008, quando correspondiam a 1,8%.
Marco Antônio Oliveira, proprietário de postos de gasolina no Rio e em Vitória, reclama do aumento dos preços de antialérgico e vitamina C, que consome com frequência. A maior preocupação, porém, cabe ao plano de saúde que tem que pagar:
- Deveríamos usar como parâmetro o serviço público oferecido nos países desenvolvidos, dada a carga tributária que temos aqui. A saúde pública não é boa, a escola pública não é boa e a segurança também não.
Emprego público na saúde ficou menor
O gasto maior da administração pública não se refletiu no mercado de trabalho. A abertura de vagas na área caiu:
com 58.961 postos a menos que em 2008. O volume de serviços de saúde ofertados pelo governo também desacelerou de 6,3%, em 2008, para 5,2%, em 2009.
Na contramão, a saúde privada experimentou um crescimento nos postos de trabalho. Atividades de internação privada e consultas e exames particulares tiveram ganho de vagas de 4.446 e 41.506 postos, respectivamente.
Ao todo, foram criadas 115 mil vagas na saúde em 2009. Os pesquisadores não sabem explicar se a redução no número de vagas está relacionada a servidores que se aposentaram e não tiveram a vaga reposta ou se houve aumento da contratação de terceirizados.
- A saúde pode estar perdendo postos diretos para indiretos - avalia Maria Angelica dos Santos, pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz.
A pesquisa mostrou também que o rendimento nominal dos profissionais da saúde pública subiu, passando de R$27.904,88, em 2008, para R$32.622,88, em 2009. Além disso, avalia que o rendimento do emprego na saúde é maior do que na média da economia em geral.
- Houve a criação de uma série de serviços que não existiam e já que não havia a expertise dentro do serviço público, eles foram contratados fora. Isso não ocorre somente com a saúde - acrescenta Roberto Olinto, coordenador de Contas Nacionais do IBGE.
19 de janeiro de 2012
O Globo
O REI ESTÁ NU...
O conto “A nova roupa do Rei” do Ativismo Homossexual e sua camisa de força
Todos se lembram do conto em que dois falsos alfaiates prometem a um rei vaidoso um belíssimo e precioso traje real, mas que apenas pessoas inteligentes e astutas poderiam vê-lo, por se tratar de uma roupa “invisível” para os simples mortais. Sua Majestade poderia assim saber quem em seu reino era digno das funções que exercia. O rei logo mandou confeccionar e encheu os impostores de riquezas. A notícia correu por todo reino… e todo que não visse o traje estaria demonstrando que não era digno do cargo que ocupava.
Mas os dias dos falsários estavam contados. Na ocasião anunciada o rei estrearia o traje “invisível” em um desfile diante de todo seu reino. Quando o dia chegou e o rei saiu às ruas, a multidão gritava ao avistá-lo “com” o traje: ‘Que lindas vestes!’, ‘Que cores
magníficas!’, ‘Deslumbrante!’. Todavia, ninguém tinha coragem de dizer a verdade da nudez do rei, para não passar por tolo, até que uma criança entre a multidão, em sua singeleza e inocência, achou aquilo estranho e gritou atônita: “Coitado!!! O rei está nu!!”
A população, convencida pela coragem e candura daquela criança enfim gritou: “O Rei está nu!…”
O Cortejo continuou… e o rei percebeu que foi enganado pelos falsos alfaiates e pela sua vaidade descomedida. Prometeu então a si e aos seus súditos de não ser mais vaidoso.
***
Pois bem, caro leitor. Assim como os falsos alfaiates por uma guerra psicológica conseguiram convencer o rei de ter vestido um traje verdadeiro, e a população de estar vendo tal traje, assim também o ativismo homossexual faz uma guerra psicológica, convencendo pessoas que têm tendência homossexual a vestirem uma “camisa de força”, como se sua tendência não pudesse ser curada ou ao menos neutralizada. A medicina terapêutica vem mostrando o contrário e com resultados formidáveis.
Para o movimento homossexual estes resultados são devastadores, pois não há mais fundamento para se alegar que a homossexualidade é genética, dominante e irreversível. Por isso o lobby homossexual é tão furioso com quem diga ao contrário.
Um exemplo deste antagonismo foi a represália feita na Espanha por este lobby contra a livre circulação da tradução do livro intitulado: “Comprender y sanar la homosexualidad” (“Compreender e curar a homossexualidade”, em tradução literal), de autoria do psicoterapeuta norte-americano Richard Cohen.
A obra foi retirada de uma grande cadeia de livraria virtual mediante um protesto via e-mails.
Assim relata o portal Globo, em 27/12/2011.
Cohen como psicoterapeuta afirma de ter curado, durante os últimos quinze anos, a milhares de homens e mulheres que sentiam atração por pessoas do mesmo sexo. A razão de escrever este livro foi a ‘sua própria experiência pessoal, já que garante que, após ser homossexual “durante décadas”, voltou a ser heterossexual’.
Em uma entrevista no site da editora Libros Livres, Richard Cohen demonstra os seus verdadeiros motivos para deixar a homossexualidade: ‘Se estamos decididos, contamos com o amor de Deus e o apoio de outras pessoas, a cura é possível’.
Para a Federação Andaluza de Associações LGTB, a retirada mesmo que restrita do livro é uma ‘vitória do ativismo’. Contudo, ressalta que um grande perigo deste livro é que ele provoca ‘não só a desinformação radical sobre a própria classe LGTB, mas uma clara ameaça para os jovens homossexuais e transexuais e suas famílias baseada nos tão condenados e temidos tratamentos reparadores’.
Por aí vemos com que tipo de camisa de força tal lobby homossexual veste as pessoas com tendência ao homossexualismo, principalmente os jovens! Uma vez entrando neste vício, quão difícil é sair dele…
O que nos resta é que apareça no horizonte brasileiro pessoas que desmascarem esse lobby, assim como aquela criança o fez, gritando: ‘Não se nasce homossexual!’ Opa! Desculpe, quis dizer: ‘O Rei está nu!’…
18, janeiro, 2012
Márcio de Sousa Coutinho
Todos se lembram do conto em que dois falsos alfaiates prometem a um rei vaidoso um belíssimo e precioso traje real, mas que apenas pessoas inteligentes e astutas poderiam vê-lo, por se tratar de uma roupa “invisível” para os simples mortais. Sua Majestade poderia assim saber quem em seu reino era digno das funções que exercia. O rei logo mandou confeccionar e encheu os impostores de riquezas. A notícia correu por todo reino… e todo que não visse o traje estaria demonstrando que não era digno do cargo que ocupava.
Mas os dias dos falsários estavam contados. Na ocasião anunciada o rei estrearia o traje “invisível” em um desfile diante de todo seu reino. Quando o dia chegou e o rei saiu às ruas, a multidão gritava ao avistá-lo “com” o traje: ‘Que lindas vestes!’, ‘Que cores
magníficas!’, ‘Deslumbrante!’. Todavia, ninguém tinha coragem de dizer a verdade da nudez do rei, para não passar por tolo, até que uma criança entre a multidão, em sua singeleza e inocência, achou aquilo estranho e gritou atônita: “Coitado!!! O rei está nu!!”
A população, convencida pela coragem e candura daquela criança enfim gritou: “O Rei está nu!…”
O Cortejo continuou… e o rei percebeu que foi enganado pelos falsos alfaiates e pela sua vaidade descomedida. Prometeu então a si e aos seus súditos de não ser mais vaidoso.
***
Pois bem, caro leitor. Assim como os falsos alfaiates por uma guerra psicológica conseguiram convencer o rei de ter vestido um traje verdadeiro, e a população de estar vendo tal traje, assim também o ativismo homossexual faz uma guerra psicológica, convencendo pessoas que têm tendência homossexual a vestirem uma “camisa de força”, como se sua tendência não pudesse ser curada ou ao menos neutralizada. A medicina terapêutica vem mostrando o contrário e com resultados formidáveis.
Para o movimento homossexual estes resultados são devastadores, pois não há mais fundamento para se alegar que a homossexualidade é genética, dominante e irreversível. Por isso o lobby homossexual é tão furioso com quem diga ao contrário.
Um exemplo deste antagonismo foi a represália feita na Espanha por este lobby contra a livre circulação da tradução do livro intitulado: “Comprender y sanar la homosexualidad” (“Compreender e curar a homossexualidade”, em tradução literal), de autoria do psicoterapeuta norte-americano Richard Cohen.
A obra foi retirada de uma grande cadeia de livraria virtual mediante um protesto via e-mails.
Assim relata o portal Globo, em 27/12/2011.
Cohen como psicoterapeuta afirma de ter curado, durante os últimos quinze anos, a milhares de homens e mulheres que sentiam atração por pessoas do mesmo sexo. A razão de escrever este livro foi a ‘sua própria experiência pessoal, já que garante que, após ser homossexual “durante décadas”, voltou a ser heterossexual’.
Em uma entrevista no site da editora Libros Livres, Richard Cohen demonstra os seus verdadeiros motivos para deixar a homossexualidade: ‘Se estamos decididos, contamos com o amor de Deus e o apoio de outras pessoas, a cura é possível’.
Para a Federação Andaluza de Associações LGTB, a retirada mesmo que restrita do livro é uma ‘vitória do ativismo’. Contudo, ressalta que um grande perigo deste livro é que ele provoca ‘não só a desinformação radical sobre a própria classe LGTB, mas uma clara ameaça para os jovens homossexuais e transexuais e suas famílias baseada nos tão condenados e temidos tratamentos reparadores’.
Por aí vemos com que tipo de camisa de força tal lobby homossexual veste as pessoas com tendência ao homossexualismo, principalmente os jovens! Uma vez entrando neste vício, quão difícil é sair dele…
O que nos resta é que apareça no horizonte brasileiro pessoas que desmascarem esse lobby, assim como aquela criança o fez, gritando: ‘Não se nasce homossexual!’ Opa! Desculpe, quis dizer: ‘O Rei está nu!’…
18, janeiro, 2012
Márcio de Sousa Coutinho
CULTO A MÚMIA DE LENINE ATRAPALHA MANOBRA COMUNISTA
O cadáver embalsamado do ditador Vladimir Lenine, exposto na Praça Vermelha em Moscou, poderá acabar num cemitério comum. O culto comunista à múmia de Lenine atrapalha a ficção de que o comunismo morreu, o que levou Vladimir Medinsky – deputado pelo partido Rússia Unida, do todo-poderoso primeiro ministro e ex-agente da KGB, Vladimir Putin – a propor que esse cadáver seja afinal depositado num túmulo comum.
Putin não desejaria tirar o corpo do mausoléu, mas vantagens revolucionárias o forçam a promover o traslado divulgado pelo deputado Medinsky.
O revolucionário Lenine talvez aconselhasse a mesma saída, em favor do mesmo culto à Revolução igualitária universal!
Fonte: Revista Catolicismo
Putin não desejaria tirar o corpo do mausoléu, mas vantagens revolucionárias o forçam a promover o traslado divulgado pelo deputado Medinsky.
O revolucionário Lenine talvez aconselhasse a mesma saída, em favor do mesmo culto à Revolução igualitária universal!
Fonte: Revista Catolicismo
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