Na linda imaginação dos revolucinários patrióticos e psicopatas.
Em 1988 o ilustre Lula da Silva, ex-POBRE, disse o seguinte: " No Brasil é assim: quando um pobre ROUBA vai para a cadeia, mas quando um rico rouba ele vira ministro"
Quem tal atualizar a frase depois que o ilustre se tornou presidente do Brasil?
Lembram do programa "Café com bobagens", em que presidente Lula explicava que pretendia ser uma "mãe" com o regime dos jegues cubano? Esse senhor durante todo o seu governo demonstrou sentir uma atração irresistível aos cruéis assassinos e ditaduras, resta perguntar: solidariedade não é algo voluntário, feito com nosso próprio sacrifício? O ex-presidente Lula acredita em solidariedade com o sacrifício alheio; pensa que pode usar os NOSSOS recursos, obtidos pelos impostos, para os SEUS fins nefastos. O ex- presidente Lula acredita ser o DONO do Estado...
Dilma quando visitou CUBA anunciou ao presidente Raúl Castro que abrirá crédito rotativo à Cuba, no valor de 400 milhões de dólares, para que aquele país compre alimentos no Brasil. Também haverá financiamento para que Cuba adquira máquinas agrícolas e o Brasil vai investir na construção do Porto de Ariel...Quem conhece a índole nefasta dos irmãos assassinos sabe que, o dinheiro vai ser embolsado. Faz cinquenta anos que os Cubanos vivem no buraco da miséria sem chance de NADA, enquanto esses dinossauros repousam a vida em palácios, enchendo a PANÇA com deliciosas refeições e o povo cubano se alimentando de pés de galinha. E, como sempre, o EX-POBRE, e hoje milionário, fez a sua sucessora consolidar o presente à custa do sacrifício do povo brasileiro. Aqui só mostramos as estradas.....
O resto da desgraça brasileira mostraremos em outra oportunidade.MOVCC
Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
domingo, 25 de março de 2012
BENTO XVI NO MÉXICO ENTRE A VIRGEM, IXIPTLAS E PEDÓFILOS
Ontem, em sua primeira visita ao México, Bento XVI rezou diante de uma imagem da Virgem de Guadalupe, padroeira da América Latina. O mesmo fez João Paulo II, em suas três visitas ao país. Papas, quando vão ao México, não perdem a ocasião de reverenciar a origem do embuste.
Em 1990, comentei a segunda visita de João Paulo II ao México. Na época, o vice-Deus de plantão foi até lá, não para degustar tequila ou ouvir mariachis, e sim para beatificar Juan Diego, o índio em cuja túnica as rosas teriam deixado gravada a imagem da Virgem de Tepeyac, mais conhecida como Virgem de Guadalupe, não por acaso a mesma venerada nas montanhas de Estremadura, e muito querida pelos conquistadores. João Paulo, padre astuto, intuindo que a tal de teologia de libertação está em franca decadência com o desmoronamento do fascismo eslavo, investiu no mistério. E conferiu odor de santidade ao coitado do íncola manipulado pelo barroco europeu.
Tudo começou nos anos 1550, quando na colina de Tepeyac os indígenas mexicanos prestavam culto a um ixiptla, ou seja, estátua ou imagem de uma deidade que, na linguagem dos conquistadores, é traduzida como ídolo. O ixiptla, no caso, é o da deusa Toci-Tonantzin, nome que, traduzido do náuatle, dá - maravilhosa coincidência! - Nossa Mãe. Alonso de Montufar, arcebispo do vice-reino, não vai perder esta oportunidade - como direi? - divina, de sobrepor, como sempre fez a Igreja romana, aos símbolos e cultos pagãos, a tralha católica. Encomenda a Marcos, um pintor indígena, uma obra inspirada em um modelo europeu e a coloca ao lado do ixiptla asteca, gesto aparentemente inocente se visto daqueles dias, mas carregado de conseqüências quando o olhamos com o distanciamento de quatro séculos.
Pelo período de aproximadamente um século, a imagem da Virgem permanece, sem trocadilhos, em banho-maria, sem que se fale de epifanias ou milagres. Em 1648, com a publicação de Imagen de la Virgen Madre de Diós de Guadalupe, do padre Miguel Sánchez, o culto mariano toma novo impulso.
"Segundo esta versão destinada a tornar-se canônica" – escreve Serge Gruzinski, em La Guerre des images - a Virgem teria aparecido três vezes em 1531 a um índio chamado Juan Diego. Segundo Juan de Zumárraga, primeiro bispo e arcebispo do México, Juan Diego abriu sua capa sob os olhos do prelado: "em lugar das rosas que ela envolvia, o índio descobriu uma imagem da Virgem, miraculosamente impressa, até hoje conservada, guardada e venerada no santuário de Guadalupe".
Mas nada surge do nada, muito menos imagens. Antes da publicação do livro de Miguel Sánchez, que oficializa a versão das rosas imprimindo os traços da Virgem na capa de Juan Diego, haviam chegado ao México pelo menos duas levas de pintores e arquitetos, profundamente influenciados pela escola flamenga. Colocando seus talentos a serviço da Igreja, estes artistas transportam ao novo continente o imaginário europeu. Vasto é o mercado.
Para Gruzinski, a clientela dos artistas cresce e se diversifica: "A corte, a igreja, as autoridades municipais, a universidade, a Inquisição, as confrarias e os ricos entregam-se a uma concorrência cada vez mais viva e rivalizam em encomendas que afirmam publicamente, aqui como alhures, poder, prestígio e influência social. Eis então reunidos todos os meios de uma predileção pela imagem e de uma produção em larga escala, conforme o gosto europeu, impulsionada pela Igreja, posta sob a vigilância da Inquisição e de prelados de zelo por vezes intempestivo".
Faltava apenas o ingênuo para descobrir, sob as rosas, a imagem da Virgem. Como seria pouco convincente apresentar uma imagem sendo descoberta por seus criadores, foi escolhido Juan Diego, hoje alçado à condição de beato pela igreja que destruiu seus ixiptlas e sua cultura. E assim, como quem não quer nada, semeando marias mundo afora, vai o Vaticano alastrando seus domínios.
Nesta visita, Bento enfrentou problemas dos quais João Paulo – coincidentemente o responsável por tais problemas – conseguiu furtar-se. Enquanto o papa orava diante da imagem da virgem, as vítimas dos abusos sexuais cometidos pelo fundador da Legião de Cristo, o sacerdote mexicano já falecido Marcial Maciel, manifestaram sua repulsa pela ocultação do escândalo por parte do Vaticano durante décadas. Leio a notícia no El País. A imprensa tupiniquim, pelo menos até hoje, não deu um pio sobre o assunto. Bento XVI não aceitou receber a vítimas da sanha de seus padres.
Se há algo que não invejo na vida, é a condição destes senhores que regem o mundo, sejam estadistas ou religiosos. Por questão de ofício, mais dia menos dia têm de posar junto a outros dignitários que mais tarde se revelam nada frequentáveis. O caso mais recente foi o de Kadafi. Tony Blair recebeu afavelmente o ditador e o qualificou como parceiro na guerra contra o terror. Logo Kadafi, que deu apoio aos terroristas que explodiram um avião sobre Lockerbie, matando 270 pessoas. Silvio Berlusconi encontrou em Kadafi uma alma gêmea. Condoleeza Rice foi homenageada pelo assassino com jantar de gala. Obama apertou alegremente sua mão em um encontro na ONU.
Em 2007, Nikolas Sarkozy, sorridente, em gesto afável apertou a mão do ditador, que por sua vez ergueu o braço esquerdo em sinal de plena adesão. Lula o considerava “amigo e irmão”. Ao longo de seus oito anos de mandato, teve quatro encontros com o ditador. Em um deles posa com Kadafi, ornado com um de seus berrantes parangolés, de um amarelo de doer os olhos. Justifica:
- Quando o primeiro-ministro britânico se reúne com o Kadafi, todo mundo acha o máximo, mas quando eu me reúno com ele, todos criticam - rebateu Lula à época do segundo encontro.
Cidadão comum e anônimo, me reservo o luxo de jamais ter de apertar a mão destes senhores. O mesmo não ocorre, por exemplo, com papas, que muitas vezes têm de confraternizar alegremente com celerados.
Karol Wojtyla, por exemplo, mais conhecido como João Paulo II. Além de notório acobertador de pedófilos - sobre sua mesa haviam-se acumulado acusações de pedofilia contra milhares de sacerdotes e também queixas pelo encobrimento desses delitos por alguns prelados nos EUA, Irlanda, Itália, Áustria e inclusive na Espanha - foi o grande protetor de Marcial Maciel.
Ainda no ano passado, comentei a biografia do fundador dos Legionários de Cristo. Acusado de abusar sexualmente de mais de 20 seminaristas - incluindo os próprios filhos - Maciel teve filhos com várias mulheres e, como um outro santo moderno, o Martin Luther King, foi plagiador emérito: plagiou descaradamente o livro de cabeceira da legião, intitulado Saltério de Meus Dias, e impôs a toda a organização um quarto voto de silêncio para se proteger de denúncias. Um de seus antigos colaboradores o acusa inclusive de ter envenenado seu tio-avô, o bispo Guízar, que apoiou a bem-sucedida carreira eclesiástica do sobrinho no México dos anos 1930.
Deste santo senhor, temos fartas fotos sendo abençoado pelo papa João Paulo II, recebido em audiência especial no Vaticano. Centenas de denúncias sobre o padre Maciel chegaram à mesa de Wojtyla. O papa as desprezou. Maciel enchia praças e estádios de futebol em suas viagens pelo mundo. Era merecedor da benção papal. Como também da proteção de Bento XVI. Verdade que Ratzinger o expulsou do Vaticano, obrigando o padre Maciel a levar "uma vida reservada de oração e penitência, renunciando a qualquer forma de ministério público". Punição no mínimo carinhosa para um notório pedófilo.
Mas em 1999, quando responsável pela Congregação para a Doutrina da Fé, Ratzinger recebeu uma carta do ex-legionário Alberto Athié, na qual os desmandos de Marcial Maciel eram denunciados. Na ocasião, respondeu o papa que ora visita o México:
- Lamentavelmente, o caso de Marcial Maciel não pode ser aberto porque é uma pessoa muito querida do papa João Paulo II e além disso fez bem à Igreja. Lamento, não é possível.
Bento XVI quer beatificar João Paulo II. Beatificar criminosos está se tornando norma no Vaticano. João Paulo II não beatificou aquela freira albanesa, Agnes Bojaxhiu, mais conhecida como madre Teresa de Calcutá, vigarista de alto bordo e apoiadora de ditadores como Envers Hodja e Baby Doc?
Ano passado, Bento XVI,papa protetor de pedófilos, beatificou seu antecessor, outro notório protetor de pedófilos. A seqüência lógica é a canonização. Entende-se porque Bento, em sua visita ao México, procura evitar as vítimas de Maciel. Melhor visitar a virgem descoberta pelo bugre mexicano.
25 de março de 2012
janer cristaldo
Em 1990, comentei a segunda visita de João Paulo II ao México. Na época, o vice-Deus de plantão foi até lá, não para degustar tequila ou ouvir mariachis, e sim para beatificar Juan Diego, o índio em cuja túnica as rosas teriam deixado gravada a imagem da Virgem de Tepeyac, mais conhecida como Virgem de Guadalupe, não por acaso a mesma venerada nas montanhas de Estremadura, e muito querida pelos conquistadores. João Paulo, padre astuto, intuindo que a tal de teologia de libertação está em franca decadência com o desmoronamento do fascismo eslavo, investiu no mistério. E conferiu odor de santidade ao coitado do íncola manipulado pelo barroco europeu.
Tudo começou nos anos 1550, quando na colina de Tepeyac os indígenas mexicanos prestavam culto a um ixiptla, ou seja, estátua ou imagem de uma deidade que, na linguagem dos conquistadores, é traduzida como ídolo. O ixiptla, no caso, é o da deusa Toci-Tonantzin, nome que, traduzido do náuatle, dá - maravilhosa coincidência! - Nossa Mãe. Alonso de Montufar, arcebispo do vice-reino, não vai perder esta oportunidade - como direi? - divina, de sobrepor, como sempre fez a Igreja romana, aos símbolos e cultos pagãos, a tralha católica. Encomenda a Marcos, um pintor indígena, uma obra inspirada em um modelo europeu e a coloca ao lado do ixiptla asteca, gesto aparentemente inocente se visto daqueles dias, mas carregado de conseqüências quando o olhamos com o distanciamento de quatro séculos.
Pelo período de aproximadamente um século, a imagem da Virgem permanece, sem trocadilhos, em banho-maria, sem que se fale de epifanias ou milagres. Em 1648, com a publicação de Imagen de la Virgen Madre de Diós de Guadalupe, do padre Miguel Sánchez, o culto mariano toma novo impulso.
"Segundo esta versão destinada a tornar-se canônica" – escreve Serge Gruzinski, em La Guerre des images - a Virgem teria aparecido três vezes em 1531 a um índio chamado Juan Diego. Segundo Juan de Zumárraga, primeiro bispo e arcebispo do México, Juan Diego abriu sua capa sob os olhos do prelado: "em lugar das rosas que ela envolvia, o índio descobriu uma imagem da Virgem, miraculosamente impressa, até hoje conservada, guardada e venerada no santuário de Guadalupe".
Mas nada surge do nada, muito menos imagens. Antes da publicação do livro de Miguel Sánchez, que oficializa a versão das rosas imprimindo os traços da Virgem na capa de Juan Diego, haviam chegado ao México pelo menos duas levas de pintores e arquitetos, profundamente influenciados pela escola flamenga. Colocando seus talentos a serviço da Igreja, estes artistas transportam ao novo continente o imaginário europeu. Vasto é o mercado.
Para Gruzinski, a clientela dos artistas cresce e se diversifica: "A corte, a igreja, as autoridades municipais, a universidade, a Inquisição, as confrarias e os ricos entregam-se a uma concorrência cada vez mais viva e rivalizam em encomendas que afirmam publicamente, aqui como alhures, poder, prestígio e influência social. Eis então reunidos todos os meios de uma predileção pela imagem e de uma produção em larga escala, conforme o gosto europeu, impulsionada pela Igreja, posta sob a vigilância da Inquisição e de prelados de zelo por vezes intempestivo".
Faltava apenas o ingênuo para descobrir, sob as rosas, a imagem da Virgem. Como seria pouco convincente apresentar uma imagem sendo descoberta por seus criadores, foi escolhido Juan Diego, hoje alçado à condição de beato pela igreja que destruiu seus ixiptlas e sua cultura. E assim, como quem não quer nada, semeando marias mundo afora, vai o Vaticano alastrando seus domínios.
Nesta visita, Bento enfrentou problemas dos quais João Paulo – coincidentemente o responsável por tais problemas – conseguiu furtar-se. Enquanto o papa orava diante da imagem da virgem, as vítimas dos abusos sexuais cometidos pelo fundador da Legião de Cristo, o sacerdote mexicano já falecido Marcial Maciel, manifestaram sua repulsa pela ocultação do escândalo por parte do Vaticano durante décadas. Leio a notícia no El País. A imprensa tupiniquim, pelo menos até hoje, não deu um pio sobre o assunto. Bento XVI não aceitou receber a vítimas da sanha de seus padres.
Se há algo que não invejo na vida, é a condição destes senhores que regem o mundo, sejam estadistas ou religiosos. Por questão de ofício, mais dia menos dia têm de posar junto a outros dignitários que mais tarde se revelam nada frequentáveis. O caso mais recente foi o de Kadafi. Tony Blair recebeu afavelmente o ditador e o qualificou como parceiro na guerra contra o terror. Logo Kadafi, que deu apoio aos terroristas que explodiram um avião sobre Lockerbie, matando 270 pessoas. Silvio Berlusconi encontrou em Kadafi uma alma gêmea. Condoleeza Rice foi homenageada pelo assassino com jantar de gala. Obama apertou alegremente sua mão em um encontro na ONU.
Em 2007, Nikolas Sarkozy, sorridente, em gesto afável apertou a mão do ditador, que por sua vez ergueu o braço esquerdo em sinal de plena adesão. Lula o considerava “amigo e irmão”. Ao longo de seus oito anos de mandato, teve quatro encontros com o ditador. Em um deles posa com Kadafi, ornado com um de seus berrantes parangolés, de um amarelo de doer os olhos. Justifica:
- Quando o primeiro-ministro britânico se reúne com o Kadafi, todo mundo acha o máximo, mas quando eu me reúno com ele, todos criticam - rebateu Lula à época do segundo encontro.
Cidadão comum e anônimo, me reservo o luxo de jamais ter de apertar a mão destes senhores. O mesmo não ocorre, por exemplo, com papas, que muitas vezes têm de confraternizar alegremente com celerados.
Karol Wojtyla, por exemplo, mais conhecido como João Paulo II. Além de notório acobertador de pedófilos - sobre sua mesa haviam-se acumulado acusações de pedofilia contra milhares de sacerdotes e também queixas pelo encobrimento desses delitos por alguns prelados nos EUA, Irlanda, Itália, Áustria e inclusive na Espanha - foi o grande protetor de Marcial Maciel.
Ainda no ano passado, comentei a biografia do fundador dos Legionários de Cristo. Acusado de abusar sexualmente de mais de 20 seminaristas - incluindo os próprios filhos - Maciel teve filhos com várias mulheres e, como um outro santo moderno, o Martin Luther King, foi plagiador emérito: plagiou descaradamente o livro de cabeceira da legião, intitulado Saltério de Meus Dias, e impôs a toda a organização um quarto voto de silêncio para se proteger de denúncias. Um de seus antigos colaboradores o acusa inclusive de ter envenenado seu tio-avô, o bispo Guízar, que apoiou a bem-sucedida carreira eclesiástica do sobrinho no México dos anos 1930.
Deste santo senhor, temos fartas fotos sendo abençoado pelo papa João Paulo II, recebido em audiência especial no Vaticano. Centenas de denúncias sobre o padre Maciel chegaram à mesa de Wojtyla. O papa as desprezou. Maciel enchia praças e estádios de futebol em suas viagens pelo mundo. Era merecedor da benção papal. Como também da proteção de Bento XVI. Verdade que Ratzinger o expulsou do Vaticano, obrigando o padre Maciel a levar "uma vida reservada de oração e penitência, renunciando a qualquer forma de ministério público". Punição no mínimo carinhosa para um notório pedófilo.
Mas em 1999, quando responsável pela Congregação para a Doutrina da Fé, Ratzinger recebeu uma carta do ex-legionário Alberto Athié, na qual os desmandos de Marcial Maciel eram denunciados. Na ocasião, respondeu o papa que ora visita o México:
- Lamentavelmente, o caso de Marcial Maciel não pode ser aberto porque é uma pessoa muito querida do papa João Paulo II e além disso fez bem à Igreja. Lamento, não é possível.
Bento XVI quer beatificar João Paulo II. Beatificar criminosos está se tornando norma no Vaticano. João Paulo II não beatificou aquela freira albanesa, Agnes Bojaxhiu, mais conhecida como madre Teresa de Calcutá, vigarista de alto bordo e apoiadora de ditadores como Envers Hodja e Baby Doc?
Ano passado, Bento XVI,papa protetor de pedófilos, beatificou seu antecessor, outro notório protetor de pedófilos. A seqüência lógica é a canonização. Entende-se porque Bento, em sua visita ao México, procura evitar as vítimas de Maciel. Melhor visitar a virgem descoberta pelo bugre mexicano.
25 de março de 2012
janer cristaldo
O CORONEL CURIÓ DA ESQUERDA
A ONU e o Ministério Público Federal deveriam ler os livros do ex-guerrilheiro Carlos Eugênio da Paz. O último comandante da ALN revela que, como líder de um Estado paralelo, executou friamente um capitão do Exército e um esquerdista que cometeu o crime de revelar que queria deixar a luta armada.
Sebastião Curió e Carlos Eugênio da Paz - as diferenças entre o militar do Exército e o militante da esquerda talvez sejam meramente ideológicas. Ambos agiram com crueldade
Editorial do Jornal Opção, 18/24 de março de 2012
Com algum alarde, mas sem que a mídia explorasse suficientemente suas caudalosas revelações, as editoras Civilização Brasileira e Bertrand Brasil publicaram dois livros histórica e humanamente honestos em 1996 e 1997. Viagem à Luta Armada (225 páginas) e Nas Trilhas da ALN (206 páginas) são memórias romanceadas do último comandante militar da Ação Libertadora Nacional, Carlos Eugênio Sarmento Coelho da Paz. Na guerrilha, era mais conhecido como comandante Clemente e Clamart. O ex-guerrilheiro promete fechar a trilogia autobiográfica com A Grande Noite Escura — com foco no exílio e na volta ao Brasil, depois da Lei da Anistia do governo João Figueiredo. Hoje, Carlos Eugênio sobrevive como músico no Rio de Janeiro e é um cidadão pacífico e cumpridor das leis do país. Na guerrilha contra os militares, com o objetivo de derrubar a ditadura civil-militar e implantar a ditadura do proletariado, era um homem duro, inflexível. Sua lógica, plausível: era uma questão de sobrevivência.
No livro Nas Trilhas da ALN, na página 160, Carlos Eugênio conta a história da execução de um capitão do serviço reservado do Exército, que estava tentando se infiltrar na guerrilha. Descoberto, o capitão disse ao comandante Clemente: “O que vai fazer?... todos os órgãos de repressão querem sua cabeça, não adianta nada me matar. Palhares vai mandar outros...”. O líder guerrilheiro redarguiu: “Sei disso, mas são nossas leis... você foi condenado à morte por infiltração na Ação Libertadora Nacional...”. Carlos Eugênio relata a execução do capitão — desarmado e, naquele momento, inofensivo — com objetividade, e sem tergiversar: “Ele se cala diante do inevitável, apontamos as pistolas e executamos a sentença. Descarregamos as armas no capitão, trocamos os pentes e batemos em retirada. Sete homens jogam as cartas da vez no jogo da sobrevivência e vencem a mão”.
A execução ocorreu em São Paulo. Ao leitor cabe reter que o comandante Clemente fala em “nossas leis” e “sentença”. Havia, pois, a noção de um Estado paralelo — com leis específicas e uma espécie de poder judiciário guerrilheiro-justiceiro. Os agentes da esquerda tinham mesmo que “assassinar” o capitão — usa-se aspas para ressalvar que, no entendimento dos esquerdistas, não se tratava de um assassinato, e sim de uma execução definida por uma suprema corte da ALN — ou poderiam tê-lo deixado “amarrado” em algum lugar e, assim, escaparem tranquilamente? Como “não” estavam cometendo um “crime”, porque estavam em conflito, numa guerra entre dois Estados, o da ditadura e o da guerrilha, Clemente avalia que o “julgamento” e a execução foram justos. Entre os executantes, revela Clemente, estava Tato, o goiano Paulo de Tarso Celestino. Paulo de Tarso foi preso “em julho de 1971 e torturado até a morte”.
No livro Viagem à Luta Armada, Carlos Eugênio conta uma das histórias mais excruciantes da guerrilha urbana. Clemente faz um relato objetivo, sem tergiversação, como se fosse um longo depoimento judicial ou estivesse elaborando e divulgando um documento histórico. Com crueza, narra o “julgamento” e a execução — assassinato, se visto de outro ponto de vista — do guerrilheiro Márcio Leite de Toledo. As informações estão nas páginas 202, 203, 204, 205 e 222 e, se puder, o leitor deveria consultá-las. Márcio era conhecido na guerrilha como Mário.
Carlos Eugênio diz que Mário/Márcio era um guerrilheiro exemplar e atirava bem. Mas um dia, ao roubar um carro, Mário, que estava com uma metralhadora, não conseguiu dispará-la e saiu correndo, abandonando os companheiros “à própria sorte”. “Vacilou pela segunda vez, não pode haver uma terceira, está fora de ação, vamos pensar o que fazer, talvez seja melhor que saia do país, assim terá condições de escolher o melhor para o seu futuro”, decidiu o exigente e competente comandante Clemente. Ao ser confrontado com a oportunidade de sair do país, Mário/Márcio teria desafiado o comando: “Eu não vacilei, foi uma escolha, era melhor não combater...”.
Num primeiro momento, o comandante Clemente decidiu que Mário/Márcio ficaria afastado, com a possibilidade de ser reintegrado aos poucos, depois de uma autocrítica, ou sair para o exterior, que, na época, significava quase sempre Cuba. O guerrilheiro Célio, que havia sido indicado como tutor ou vigia do jovem guerrilheiro, avisa ao líder Clemente que Mário/Márcio pretendia “se desligar da organização”, acusando os companheiros de “isolá-lo por motivos políticos, diz que não reconhece o vacilo, não tem motivos para sair do país e vai procurar uma organização que o queira”.
Clemente, um líder em guerra, fica preocupado: “Urge tomar uma decisão a respeito, o companheiro conhece esquemas, pode nos prejudicar seriamente, fugiu quando Diogo (Joaquim Câmara Ferreira, líder da ALN, abaixo apenas de Carlos Marighella) caiu e repetiu a dose em ação. Para se desligar, deve aceitar nossas exigências e viajar, é a maneira correta. Ele nega, mas sabemos que está abalado pelas dificuldades da luta, que é bem diferente de um treinamento em Cuba. Caindo com o estado de ânimo que apresenta e sem controle direto nosso, seria uma catástrofe”.
Numa reunião com Célio (o ex-sargento José Milton Barbosa), Hermes (Antônio Sérgio de Matos) e Marcela (Ana Maria Nacinovic), o comandante Clemente transmite o que chama de “decisão fatal”: “Vamos executar Mário... ele é um perigo para a organização, está vacilando e não admite sair do país, escondendo suas fraquezas atrás de supostas divergências políticas. (...) É uma ação de sobrevivência, não nos trará glórias, nem conseguiremos jamais saber se foi ou não acertada, simplesmente os tempos exigem...”.
Antônio Sérgio de Matos e Ana Maria Nacinovic apoiaram a decisão do comandante Clemente. José Milton Barbosa concordou, mas se recusou a participar da execução. “Um comando é designado, os componentes fazem pacto de silêncio, o ato mais polêmico da história da ALN é cometido.” Márcio é julgado e condenado por Clemente e executado pelo comandante da ALN e outros guerrilheiros. Sua culpa: queria sair da guerrilha, mas não havia dedurado nenhum de seus companheiros. Foi morto, por um “tribunal militar”, sem ter qualquer direito a defesa e sem ter cometido qualquer crime. O tribunal guerrilheiro avaliou que “poderia” cometer um crime — dedurar os combatentes em caso de prisão.
Numa avaliação posterior, publicada no livro citado, Carlos Eugênio mostra que, sim, sente profunda culpa pela injustiça cometida: “Foi terrível... hoje não me interessa se tínhamos ou não razão, quero falar, contar... ajudar a que nunca mais um agrupamento de seres humanos tenha direito a tal escolha... já posso me encarar, não importa que outros não assumam comigo, prometi a Felipe (Alex de Paula Xavier Pereira) prestar contas à História... Mário não pode passar por traidor, e os companheiros que tomaram a decisão e executaram a sentença não podem ser conhecidos como frios assassinos políticos que matavam para tomar o poder na organização”. Adiante, Carlos Eugênio diz: “Não assumirei o papel de vítima, fomos combatentes de uma causa justa”. A causa pode ter sido justa, do ponto de vista da esquerda, mas o assassinato, e suposto julgamento, de Márcio Leite de Toledo, um garoto de pouco mais de 20 anos, foram justos? Ele sequer era, admite Carlos Eugênio, “traidor”.
Apesar da confissão de que, junto com outros companheiros, matou um capitão do Exército e um militante da esquerda, Mário Leite de Toledo, Carlos Eugênio nunca foi chamado para depor, para se explicar. Parte-se do pressuposto de que o Estado, ao acionar militares das Forças Armadas e policiais civis, cometeu um crime contra os guerrilheiros. É óbvio que, nos (e fora dos) porões da ditadura, ocorreram atos bárbaros, mas, se aceitarmos a versão de Carlos Eugênio, teremos de aceitar a versão de policiais, como o falecido delegado Sérgio Paranhos Fleury, e de militares, como o coronel Sebastião “Curió” Rodrigues de Moura, de que estavam “apenas” defendendo a Pátria, a soberania do país, ao combater, torturar e matar guerrilheiros. É absolutamente inaceitável o que Curió fez no cenário da Guerrilha do Araguaia, torturando e executando pessoas indefesas, que, manietadas, não ofereciam qualquer perigo aos militares e ao país.
Detidas, não fariam mais guerrilha. Bastava, portanto, encaminhá-las para presídios e, depois, julgá-las. A chamada Operação Limpeza foi de uma brutalidade ímpar — sugerindo um sadismo oficial —, e absolutamente desnecessária.
O Ministério Público Federal denunciou à Justiça o coronel Curió pelo crime de “sequestro qualificado” de cinco esquerdistas que participaram da Guerrilha do Araguaia (1972-1975) — Maria Célia Corrêa (Rosinha), Hélio Luiz Navarro Magalhães (Edinho — suspeita-se que esteja vivo), Daniel Ribeiro Callado (Doca), Antônio de Pádua Costa (Piauí) e Telma Regina Corrêa (Lia). Apesar das investigações, os corpos das vítimas não foram localizados. A Organização das Nações Unidas pediu ao Supremo Tribunal Federal que acate a denúncia do MPF. A ONU diz que se trata do “primeiro passo crucial para lutar contra a impunidade que permeia o período do regime militar no Brasil”.
Concedamos: dizer que Carlos Eugênio é o Curió da esquerda talvez seja mesmo exagero, mas, por aquilo que conta em seus livros, denota-se que avaliava-se praticamente como chefe de um Estado guerrilheiro, com leis próprias e direito de tirar a vida de aliados, ex-aliados e adversários-inimigos políticos e militares. A guerrilha era uma espécie de Estado dentro do Estado e contra o Estado. Os procuradores da República e os funcionários e dirigentes da ONU deveriam ler, cuidadosa e seriamente, o relato de Carlos Eugênio. Poderão colher informações que, de algum modo, sinalizem para um coronel Curió nas esquerdas. O próprio Carlos Eugênio admite que, no caso de Márcio Leite de Toledo, a ALN cometeu um “erro”, ou seja, foi responsável por um crime bárbaro, sem nenhuma razoabilidade.
O Jornal Opção é contra a tortura — seja cometida por esquerdistas ou direitistas. Avalia-a como um crime inominável — mesmo que se considere que chumbo trocado não dói e que se estava, entre 1968 e 1975, em guerra (estar em guerra não significa abolir o mínimo de civilidade e respeito às leis). Sugere, apenas, que a violência ocorreu dos dois lados, porque se estava numa guerra, e que não se deve investigar tão somente os militares. Houve abusos dos dois lados — o dos militares e policiais aparecendo mais porque seus efetivos eram maiores e seus armamentos mais potentes.
Agora mesmo, estão falando em rever a Lei de Anistia e exatamente no momento em que a Comissão da Verdade mais precisa de aliados para colher depoimentos e documentos sobre a violência política. Historiadores e jornalistas sabem, por experiência própria, que grande parte dos documentos, especialmente os que envolveram as Forças Armadas e os guerrilheiros, não está guardada nas gavetas, armários e computadores militares. Vários documentos foram levados para casa por generais, coronéis, majores, capitães, entre outros. No caso de um diálogo sem vingança, é possível que vários documentos apareçam. O próprio coronel Curió, que está sendo biografado pelo jornalista Leonencio Nossa, de O Estado de S. Paulo, pode refluir e não liberar sua documentação sobre a Guerrilha do Araguaia.
Há, por fim, os chamados documentos orais (depoimentos), igualmente valiosos, sobretudo quando escasseiam documentos oficiais escritos. Alguns militares, especialmente aqueles que não tiveram participação direta na violência contra os guerrilheiros, poderiam falar — se o clima não fosse de caça às bruxas. No entanto, quando se fala que o produto da Comissão da Verdade pode ser usado para punir e até para rever a Lei da Anistia, poucos (sic) militares, mesmo os não envolvidos com os porões da ditadura civil-militar, podem silenciar-se. O Jornal Opção tem insistido que a história verdadeira do pós-1964 só poderá ser contada se se aceitar que é impossível construir uma história oficial, e com o objetivo mais de punir do que de esclarecer. Não somos contra punições, notadamente para sádicos, como Curió e Sérgio Fleury. Mas iluminar, antes de penalizar, talvez seja mais eficaz.
A história exime-se das verdades absolutas e, para se tornar mais objetiva e, talvez, completa, precisa conter as versões essenciais dos episódios. Com o tempo, com várias pesquisas e interpretações, são os historiadores, e não os governos, ou os militares e os ex-guerrilheiros, que vão estabelecer uma história, digamos, mais aceitável (nunca é inteiramente) para todos. A objetividade total é uma impossibilidade, mas os historiadores buscam uma objetividade possível, descortinando versões e buscando definir os fatos como ocorreram. Historiadores da esquerda, como Jacob Gorender e Luís Mir, têm publicado trabalhos consistentes sobre a guerrilha. Apesar dos arroubos de Gorender, que chama os militares de “milicos”, seu livro Combate nas Trevas, sobre a ação da esquerda no pós-64, é um clássico que tem sido confirmado por livros mais recentes. Os livros do historiador Carlos Fico e do jornalista Elio Gaspari são uma espécie de comissão da verdade não-oficial — tal o volume de informações relevantes, que, somadas com outros trabalhos (universidades e jornalistas, como Luiz Maklouf e Hugo Studart, têm feito um trabalho meritório), resultarão numa história mais próxima da verdade e menos infensa à partidarização.
A direita tenta impor sua verdade, o que não é ruim, e a esquerda tenta impor sua verdade, o que também não é ruim. Quanto mais as duas se revelam, apresentando suas versões, mais contribuem para o debate e, assim, para a construção de uma história geral. Entretanto, o mais importante é que aceitem que é do choque dessas verdades que os historiadores vão extrair uma história mais aceitável para a sociedade. A história de todos não é de ninguém em especial. É, como se disse, de todos. Mas as histórias que mais compreendem do que condenam — ainda que torturadores e assassinos, que matavam fora de combate, devam mesmo ser julgados pelo Judiciário (um juiz diz que os crimes estão prescritos, mas o Ministério Público Federal contesta, apontando a questão dos sequestros) — são as que têm utilidade para firmar um país sério e democrático.
Fonte: Jornal Opção
COMENTO: o editorialista tenta passar a imagem de isento mas escorrega em partes do seu texto, deixando que se perceba sua tendência esquerdista. Particularmente ao citar que "É absolutamente inaceitável o que Curió fez no cenário da Guerrilha do Araguaia, torturando e executando pessoas indefesas, que, manietadas, não ofereciam qualquer perigo aos militares e ao país. Detidas, não fariam mais guerrilha. Bastava, portanto, encaminhá-las para presídios e, depois, julgá-las. A chamada Operação Limpeza foi de uma brutalidade ímpar — sugerindo um sadismo oficial —, e absolutamente desnecessária." Aí se verifica que o "Major Curió", na ótica do redator, já foi processado, julgado e condenado pois afirma com base não se sabe no que, que o militar inativo torturou e executou pessoas indefesas. Por outro lado, não havia necessidade de interrogar os presos para localizar os demais bandoleiros: Bastava encaminhá-las para presídios e julgá-las. E encerra adjetivando Curió e o delegado Fleury como são vistos pela esquerdalha: "sádicos". Diferentes de Clemente et caterva, que são simplesmente bandidos.
25 de março de 2012
fonte mujahdin cucaracha
Sebastião Curió e Carlos Eugênio da Paz - as diferenças entre o militar do Exército e o militante da esquerda talvez sejam meramente ideológicas. Ambos agiram com crueldade
Editorial do Jornal Opção, 18/24 de março de 2012
Com algum alarde, mas sem que a mídia explorasse suficientemente suas caudalosas revelações, as editoras Civilização Brasileira e Bertrand Brasil publicaram dois livros histórica e humanamente honestos em 1996 e 1997. Viagem à Luta Armada (225 páginas) e Nas Trilhas da ALN (206 páginas) são memórias romanceadas do último comandante militar da Ação Libertadora Nacional, Carlos Eugênio Sarmento Coelho da Paz. Na guerrilha, era mais conhecido como comandante Clemente e Clamart. O ex-guerrilheiro promete fechar a trilogia autobiográfica com A Grande Noite Escura — com foco no exílio e na volta ao Brasil, depois da Lei da Anistia do governo João Figueiredo. Hoje, Carlos Eugênio sobrevive como músico no Rio de Janeiro e é um cidadão pacífico e cumpridor das leis do país. Na guerrilha contra os militares, com o objetivo de derrubar a ditadura civil-militar e implantar a ditadura do proletariado, era um homem duro, inflexível. Sua lógica, plausível: era uma questão de sobrevivência.
No livro Nas Trilhas da ALN, na página 160, Carlos Eugênio conta a história da execução de um capitão do serviço reservado do Exército, que estava tentando se infiltrar na guerrilha. Descoberto, o capitão disse ao comandante Clemente: “O que vai fazer?... todos os órgãos de repressão querem sua cabeça, não adianta nada me matar. Palhares vai mandar outros...”. O líder guerrilheiro redarguiu: “Sei disso, mas são nossas leis... você foi condenado à morte por infiltração na Ação Libertadora Nacional...”. Carlos Eugênio relata a execução do capitão — desarmado e, naquele momento, inofensivo — com objetividade, e sem tergiversar: “Ele se cala diante do inevitável, apontamos as pistolas e executamos a sentença. Descarregamos as armas no capitão, trocamos os pentes e batemos em retirada. Sete homens jogam as cartas da vez no jogo da sobrevivência e vencem a mão”.
A execução ocorreu em São Paulo. Ao leitor cabe reter que o comandante Clemente fala em “nossas leis” e “sentença”. Havia, pois, a noção de um Estado paralelo — com leis específicas e uma espécie de poder judiciário guerrilheiro-justiceiro. Os agentes da esquerda tinham mesmo que “assassinar” o capitão — usa-se aspas para ressalvar que, no entendimento dos esquerdistas, não se tratava de um assassinato, e sim de uma execução definida por uma suprema corte da ALN — ou poderiam tê-lo deixado “amarrado” em algum lugar e, assim, escaparem tranquilamente? Como “não” estavam cometendo um “crime”, porque estavam em conflito, numa guerra entre dois Estados, o da ditadura e o da guerrilha, Clemente avalia que o “julgamento” e a execução foram justos. Entre os executantes, revela Clemente, estava Tato, o goiano Paulo de Tarso Celestino. Paulo de Tarso foi preso “em julho de 1971 e torturado até a morte”.
No livro Viagem à Luta Armada, Carlos Eugênio conta uma das histórias mais excruciantes da guerrilha urbana. Clemente faz um relato objetivo, sem tergiversação, como se fosse um longo depoimento judicial ou estivesse elaborando e divulgando um documento histórico. Com crueza, narra o “julgamento” e a execução — assassinato, se visto de outro ponto de vista — do guerrilheiro Márcio Leite de Toledo. As informações estão nas páginas 202, 203, 204, 205 e 222 e, se puder, o leitor deveria consultá-las. Márcio era conhecido na guerrilha como Mário.
Carlos Eugênio diz que Mário/Márcio era um guerrilheiro exemplar e atirava bem. Mas um dia, ao roubar um carro, Mário, que estava com uma metralhadora, não conseguiu dispará-la e saiu correndo, abandonando os companheiros “à própria sorte”. “Vacilou pela segunda vez, não pode haver uma terceira, está fora de ação, vamos pensar o que fazer, talvez seja melhor que saia do país, assim terá condições de escolher o melhor para o seu futuro”, decidiu o exigente e competente comandante Clemente. Ao ser confrontado com a oportunidade de sair do país, Mário/Márcio teria desafiado o comando: “Eu não vacilei, foi uma escolha, era melhor não combater...”.
Num primeiro momento, o comandante Clemente decidiu que Mário/Márcio ficaria afastado, com a possibilidade de ser reintegrado aos poucos, depois de uma autocrítica, ou sair para o exterior, que, na época, significava quase sempre Cuba. O guerrilheiro Célio, que havia sido indicado como tutor ou vigia do jovem guerrilheiro, avisa ao líder Clemente que Mário/Márcio pretendia “se desligar da organização”, acusando os companheiros de “isolá-lo por motivos políticos, diz que não reconhece o vacilo, não tem motivos para sair do país e vai procurar uma organização que o queira”.
Clemente, um líder em guerra, fica preocupado: “Urge tomar uma decisão a respeito, o companheiro conhece esquemas, pode nos prejudicar seriamente, fugiu quando Diogo (Joaquim Câmara Ferreira, líder da ALN, abaixo apenas de Carlos Marighella) caiu e repetiu a dose em ação. Para se desligar, deve aceitar nossas exigências e viajar, é a maneira correta. Ele nega, mas sabemos que está abalado pelas dificuldades da luta, que é bem diferente de um treinamento em Cuba. Caindo com o estado de ânimo que apresenta e sem controle direto nosso, seria uma catástrofe”.
Numa reunião com Célio (o ex-sargento José Milton Barbosa), Hermes (Antônio Sérgio de Matos) e Marcela (Ana Maria Nacinovic), o comandante Clemente transmite o que chama de “decisão fatal”: “Vamos executar Mário... ele é um perigo para a organização, está vacilando e não admite sair do país, escondendo suas fraquezas atrás de supostas divergências políticas. (...) É uma ação de sobrevivência, não nos trará glórias, nem conseguiremos jamais saber se foi ou não acertada, simplesmente os tempos exigem...”.
Antônio Sérgio de Matos e Ana Maria Nacinovic apoiaram a decisão do comandante Clemente. José Milton Barbosa concordou, mas se recusou a participar da execução. “Um comando é designado, os componentes fazem pacto de silêncio, o ato mais polêmico da história da ALN é cometido.” Márcio é julgado e condenado por Clemente e executado pelo comandante da ALN e outros guerrilheiros. Sua culpa: queria sair da guerrilha, mas não havia dedurado nenhum de seus companheiros. Foi morto, por um “tribunal militar”, sem ter qualquer direito a defesa e sem ter cometido qualquer crime. O tribunal guerrilheiro avaliou que “poderia” cometer um crime — dedurar os combatentes em caso de prisão.
Numa avaliação posterior, publicada no livro citado, Carlos Eugênio mostra que, sim, sente profunda culpa pela injustiça cometida: “Foi terrível... hoje não me interessa se tínhamos ou não razão, quero falar, contar... ajudar a que nunca mais um agrupamento de seres humanos tenha direito a tal escolha... já posso me encarar, não importa que outros não assumam comigo, prometi a Felipe (Alex de Paula Xavier Pereira) prestar contas à História... Mário não pode passar por traidor, e os companheiros que tomaram a decisão e executaram a sentença não podem ser conhecidos como frios assassinos políticos que matavam para tomar o poder na organização”. Adiante, Carlos Eugênio diz: “Não assumirei o papel de vítima, fomos combatentes de uma causa justa”. A causa pode ter sido justa, do ponto de vista da esquerda, mas o assassinato, e suposto julgamento, de Márcio Leite de Toledo, um garoto de pouco mais de 20 anos, foram justos? Ele sequer era, admite Carlos Eugênio, “traidor”.
Apesar da confissão de que, junto com outros companheiros, matou um capitão do Exército e um militante da esquerda, Mário Leite de Toledo, Carlos Eugênio nunca foi chamado para depor, para se explicar. Parte-se do pressuposto de que o Estado, ao acionar militares das Forças Armadas e policiais civis, cometeu um crime contra os guerrilheiros. É óbvio que, nos (e fora dos) porões da ditadura, ocorreram atos bárbaros, mas, se aceitarmos a versão de Carlos Eugênio, teremos de aceitar a versão de policiais, como o falecido delegado Sérgio Paranhos Fleury, e de militares, como o coronel Sebastião “Curió” Rodrigues de Moura, de que estavam “apenas” defendendo a Pátria, a soberania do país, ao combater, torturar e matar guerrilheiros. É absolutamente inaceitável o que Curió fez no cenário da Guerrilha do Araguaia, torturando e executando pessoas indefesas, que, manietadas, não ofereciam qualquer perigo aos militares e ao país.
Detidas, não fariam mais guerrilha. Bastava, portanto, encaminhá-las para presídios e, depois, julgá-las. A chamada Operação Limpeza foi de uma brutalidade ímpar — sugerindo um sadismo oficial —, e absolutamente desnecessária.
O Ministério Público Federal denunciou à Justiça o coronel Curió pelo crime de “sequestro qualificado” de cinco esquerdistas que participaram da Guerrilha do Araguaia (1972-1975) — Maria Célia Corrêa (Rosinha), Hélio Luiz Navarro Magalhães (Edinho — suspeita-se que esteja vivo), Daniel Ribeiro Callado (Doca), Antônio de Pádua Costa (Piauí) e Telma Regina Corrêa (Lia). Apesar das investigações, os corpos das vítimas não foram localizados. A Organização das Nações Unidas pediu ao Supremo Tribunal Federal que acate a denúncia do MPF. A ONU diz que se trata do “primeiro passo crucial para lutar contra a impunidade que permeia o período do regime militar no Brasil”.
Concedamos: dizer que Carlos Eugênio é o Curió da esquerda talvez seja mesmo exagero, mas, por aquilo que conta em seus livros, denota-se que avaliava-se praticamente como chefe de um Estado guerrilheiro, com leis próprias e direito de tirar a vida de aliados, ex-aliados e adversários-inimigos políticos e militares. A guerrilha era uma espécie de Estado dentro do Estado e contra o Estado. Os procuradores da República e os funcionários e dirigentes da ONU deveriam ler, cuidadosa e seriamente, o relato de Carlos Eugênio. Poderão colher informações que, de algum modo, sinalizem para um coronel Curió nas esquerdas. O próprio Carlos Eugênio admite que, no caso de Márcio Leite de Toledo, a ALN cometeu um “erro”, ou seja, foi responsável por um crime bárbaro, sem nenhuma razoabilidade.
O Jornal Opção é contra a tortura — seja cometida por esquerdistas ou direitistas. Avalia-a como um crime inominável — mesmo que se considere que chumbo trocado não dói e que se estava, entre 1968 e 1975, em guerra (estar em guerra não significa abolir o mínimo de civilidade e respeito às leis). Sugere, apenas, que a violência ocorreu dos dois lados, porque se estava numa guerra, e que não se deve investigar tão somente os militares. Houve abusos dos dois lados — o dos militares e policiais aparecendo mais porque seus efetivos eram maiores e seus armamentos mais potentes.
Agora mesmo, estão falando em rever a Lei de Anistia e exatamente no momento em que a Comissão da Verdade mais precisa de aliados para colher depoimentos e documentos sobre a violência política. Historiadores e jornalistas sabem, por experiência própria, que grande parte dos documentos, especialmente os que envolveram as Forças Armadas e os guerrilheiros, não está guardada nas gavetas, armários e computadores militares. Vários documentos foram levados para casa por generais, coronéis, majores, capitães, entre outros. No caso de um diálogo sem vingança, é possível que vários documentos apareçam. O próprio coronel Curió, que está sendo biografado pelo jornalista Leonencio Nossa, de O Estado de S. Paulo, pode refluir e não liberar sua documentação sobre a Guerrilha do Araguaia.
Há, por fim, os chamados documentos orais (depoimentos), igualmente valiosos, sobretudo quando escasseiam documentos oficiais escritos. Alguns militares, especialmente aqueles que não tiveram participação direta na violência contra os guerrilheiros, poderiam falar — se o clima não fosse de caça às bruxas. No entanto, quando se fala que o produto da Comissão da Verdade pode ser usado para punir e até para rever a Lei da Anistia, poucos (sic) militares, mesmo os não envolvidos com os porões da ditadura civil-militar, podem silenciar-se. O Jornal Opção tem insistido que a história verdadeira do pós-1964 só poderá ser contada se se aceitar que é impossível construir uma história oficial, e com o objetivo mais de punir do que de esclarecer. Não somos contra punições, notadamente para sádicos, como Curió e Sérgio Fleury. Mas iluminar, antes de penalizar, talvez seja mais eficaz.
A história exime-se das verdades absolutas e, para se tornar mais objetiva e, talvez, completa, precisa conter as versões essenciais dos episódios. Com o tempo, com várias pesquisas e interpretações, são os historiadores, e não os governos, ou os militares e os ex-guerrilheiros, que vão estabelecer uma história, digamos, mais aceitável (nunca é inteiramente) para todos. A objetividade total é uma impossibilidade, mas os historiadores buscam uma objetividade possível, descortinando versões e buscando definir os fatos como ocorreram. Historiadores da esquerda, como Jacob Gorender e Luís Mir, têm publicado trabalhos consistentes sobre a guerrilha. Apesar dos arroubos de Gorender, que chama os militares de “milicos”, seu livro Combate nas Trevas, sobre a ação da esquerda no pós-64, é um clássico que tem sido confirmado por livros mais recentes. Os livros do historiador Carlos Fico e do jornalista Elio Gaspari são uma espécie de comissão da verdade não-oficial — tal o volume de informações relevantes, que, somadas com outros trabalhos (universidades e jornalistas, como Luiz Maklouf e Hugo Studart, têm feito um trabalho meritório), resultarão numa história mais próxima da verdade e menos infensa à partidarização.
A direita tenta impor sua verdade, o que não é ruim, e a esquerda tenta impor sua verdade, o que também não é ruim. Quanto mais as duas se revelam, apresentando suas versões, mais contribuem para o debate e, assim, para a construção de uma história geral. Entretanto, o mais importante é que aceitem que é do choque dessas verdades que os historiadores vão extrair uma história mais aceitável para a sociedade. A história de todos não é de ninguém em especial. É, como se disse, de todos. Mas as histórias que mais compreendem do que condenam — ainda que torturadores e assassinos, que matavam fora de combate, devam mesmo ser julgados pelo Judiciário (um juiz diz que os crimes estão prescritos, mas o Ministério Público Federal contesta, apontando a questão dos sequestros) — são as que têm utilidade para firmar um país sério e democrático.
Fonte: Jornal Opção
COMENTO: o editorialista tenta passar a imagem de isento mas escorrega em partes do seu texto, deixando que se perceba sua tendência esquerdista. Particularmente ao citar que "É absolutamente inaceitável o que Curió fez no cenário da Guerrilha do Araguaia, torturando e executando pessoas indefesas, que, manietadas, não ofereciam qualquer perigo aos militares e ao país. Detidas, não fariam mais guerrilha. Bastava, portanto, encaminhá-las para presídios e, depois, julgá-las. A chamada Operação Limpeza foi de uma brutalidade ímpar — sugerindo um sadismo oficial —, e absolutamente desnecessária." Aí se verifica que o "Major Curió", na ótica do redator, já foi processado, julgado e condenado pois afirma com base não se sabe no que, que o militar inativo torturou e executou pessoas indefesas. Por outro lado, não havia necessidade de interrogar os presos para localizar os demais bandoleiros: Bastava encaminhá-las para presídios e julgá-las. E encerra adjetivando Curió e o delegado Fleury como são vistos pela esquerdalha: "sádicos". Diferentes de Clemente et caterva, que são simplesmente bandidos.
25 de março de 2012
fonte mujahdin cucaracha
CARTA A UM JOVEM FÃ DE CHE GUEVARA
Este artigo reproduz carta que enviei a um jovem. Por e-mail, ele manifestara dissabor com o artigo “O vampiro argentino”. Bem educado, em texto correto e movido por evidente boa intenção, ele expressou sua contrariedade ante a referência que fiz ao fato de “jovens que não sabem apontar com o nariz para que lado fica a Bolívia e que não conseguiriam escrever meia página sobre os episódios de Cuba andarem pelas ruas ostentando camisetas com a estampa do Che”. O meu leitor sabia as duas coisas e se magoou.
Nas correspondências que trocamos, pedi a ele que em vez de apontar para Bolívia, me indicasse suas razões para reverenciar a memória do argentino. Respondeu-me ele que seu herói “renunciou às comodidades de que desfrutava como médico, buscou viver e alcançar seus ideais, lutou e deu a própria vida pelas suas convicções”. E acrescentou que se havia algo que ele prezava e respeitava era “a coragem e a iniciativa de uma pessoa”.
Imagino que esse leitor não seja o único que firma sua admiração a Che Guevara nas mesmas bases. Eis, a seguir, o que lhe respondi. Transcrevo na esperança de que sirva para outros em idêntica situação.
Caro jovem: as razões que apontas estão muito mais no plano da reverência a certos sentimentos do que em fatos que os expressem de modo louvável. Valorizaste a coragem, os ideais, a renúncia aos confortos e bens materiais e à disposição de dar a vida por algo em que se crê. O problema do Che não estava obviamente aí, mas no uso que fez desses atributos de seu caráter.
Tua referência à renúncia aos bens materiais, aliás, me fez lembrar o filme Diários de Motocicleta. Certamente o assististe. Nele, o diretor Walter Salles Jr. comete amazônica injustiça contra as religiosas que atendiam os índios no leprosário de San Pablo, no meio da selva, dezenas de quilômetros a jusante de Iquitos. Che é apresentado nas manipulações do filme como um anjo de bondade e as irmãs como megeras. No entanto, aquelas mulheres passaram suas vidas inteiras enfiadas em barracos de madeira, no meio do mato, cuidando de leprosos. Não uma semana. Vida inteira! E não por ódio a alguém, mas por puro amor ao próximo. Quem sabe passas a usar uma camiseta com a estampa das irmãs de San Pablo?
E já que falei em cuidar de doentes, lembro outro caso. Em 1913, um talentoso jovem alemão, com doutorado em filosofia, teologia, medicina e música, exímio organista, considerado o maior intérprete de Bach em seu tempo, muito bem sucedido profissionalmente, decidiu instalar por conta própria um hospital às margens do rio Ogowe, no Gabão. Ergueu-o com as próprias mãos. Como forma de mantê-lo, voltava periodicamente à Europa a dar recitais. Fez isso não por uns dias, mas por toda a vida desde os trinta anos.
Em 1953, sua contínua dedicação à tarefa que abraçou lhe valeu o Prêmio Nobel da Paz. É dele esta frase que bem serviria para a reflexão do vampiro argentino que se dizia sedento de sangue, médico como ele: “Tudo que é vivo deseja viver. Nenhum sofrimento pode ser imposto sobre as coisas vivas para satisfazer o desejo dos homens”. Quem sabe usas uma camiseta com a estampa do pastor Dr. Albert Schweitzer?
A fuga de um prisioneiro do campo de Auschwitz, em 1941, levou o comandante a sentenciar outros dez à morte por inanição. Entre os escolhidos para cumprir a condenação havia um pai de família que muito se lastimava pela orfandade que adviria aos filhos pequenos. Pois um senhor polonês, de nome Maximiliano Kolbe, que estava preso por haver dado fuga a mais de dois mil judeus, se apresentou para substituí-lo e cumpriu a sentença que recaíra sobre seu companheiro de prisão. Com tão justificado apreço pelos valores que apontas, por que não usas uma camiseta com a estampa do padre Kolbe?
As pessoas que mencionei, meu jovem (e existem inúmeras assim!) superam Che Guevara em tudo e por tudo. Exercitaram virtudes supremas sem qualquer ódio. Deram quanto tinham, inclusive suas vidas inteiras a seus ideais. Che fez isso? Fez. Mas, se colocou a própria vida em risco, como de fato podia fazer em nome de seus ideais, achou-se no direito de, pelo mesmo motivo, tomar a vida dos outros. E tal direito ele não tinha. Isso é muito diferente e satanicamente pior! O resultado dos exemplos que citei foram vidas salvas. O resultado da obra de Che foram vidas tomadas, sangue derramado, e liberdades extintas.
Cordial abraço,
Puggina.
Agora, escrevo a quem me lê aqui: mesmo diante do que acabo de expor, muitos persistirão achando Che Guevara o máximo. Mas estão forçados a admitir que é na revolução, na luta de classes, na tomada do poder pelas armas e no comunismo que repousam seus apreços. E nesse caso me permitam afirmar que camisetas do Che são tão ofensivas e ameaçadoras, quando portadas num país livre e democrático, quanto a suástica, a foice com martelo, ou a cruz flamejante da KKK.
25 de março de 2012
Percival Puggina
(Artigo publicado a pedido do comentarista Charles Carwal)
Nas correspondências que trocamos, pedi a ele que em vez de apontar para Bolívia, me indicasse suas razões para reverenciar a memória do argentino. Respondeu-me ele que seu herói “renunciou às comodidades de que desfrutava como médico, buscou viver e alcançar seus ideais, lutou e deu a própria vida pelas suas convicções”. E acrescentou que se havia algo que ele prezava e respeitava era “a coragem e a iniciativa de uma pessoa”.
Imagino que esse leitor não seja o único que firma sua admiração a Che Guevara nas mesmas bases. Eis, a seguir, o que lhe respondi. Transcrevo na esperança de que sirva para outros em idêntica situação.
Caro jovem: as razões que apontas estão muito mais no plano da reverência a certos sentimentos do que em fatos que os expressem de modo louvável. Valorizaste a coragem, os ideais, a renúncia aos confortos e bens materiais e à disposição de dar a vida por algo em que se crê. O problema do Che não estava obviamente aí, mas no uso que fez desses atributos de seu caráter.
Tua referência à renúncia aos bens materiais, aliás, me fez lembrar o filme Diários de Motocicleta. Certamente o assististe. Nele, o diretor Walter Salles Jr. comete amazônica injustiça contra as religiosas que atendiam os índios no leprosário de San Pablo, no meio da selva, dezenas de quilômetros a jusante de Iquitos. Che é apresentado nas manipulações do filme como um anjo de bondade e as irmãs como megeras. No entanto, aquelas mulheres passaram suas vidas inteiras enfiadas em barracos de madeira, no meio do mato, cuidando de leprosos. Não uma semana. Vida inteira! E não por ódio a alguém, mas por puro amor ao próximo. Quem sabe passas a usar uma camiseta com a estampa das irmãs de San Pablo?
E já que falei em cuidar de doentes, lembro outro caso. Em 1913, um talentoso jovem alemão, com doutorado em filosofia, teologia, medicina e música, exímio organista, considerado o maior intérprete de Bach em seu tempo, muito bem sucedido profissionalmente, decidiu instalar por conta própria um hospital às margens do rio Ogowe, no Gabão. Ergueu-o com as próprias mãos. Como forma de mantê-lo, voltava periodicamente à Europa a dar recitais. Fez isso não por uns dias, mas por toda a vida desde os trinta anos.
Em 1953, sua contínua dedicação à tarefa que abraçou lhe valeu o Prêmio Nobel da Paz. É dele esta frase que bem serviria para a reflexão do vampiro argentino que se dizia sedento de sangue, médico como ele: “Tudo que é vivo deseja viver. Nenhum sofrimento pode ser imposto sobre as coisas vivas para satisfazer o desejo dos homens”. Quem sabe usas uma camiseta com a estampa do pastor Dr. Albert Schweitzer?
A fuga de um prisioneiro do campo de Auschwitz, em 1941, levou o comandante a sentenciar outros dez à morte por inanição. Entre os escolhidos para cumprir a condenação havia um pai de família que muito se lastimava pela orfandade que adviria aos filhos pequenos. Pois um senhor polonês, de nome Maximiliano Kolbe, que estava preso por haver dado fuga a mais de dois mil judeus, se apresentou para substituí-lo e cumpriu a sentença que recaíra sobre seu companheiro de prisão. Com tão justificado apreço pelos valores que apontas, por que não usas uma camiseta com a estampa do padre Kolbe?
As pessoas que mencionei, meu jovem (e existem inúmeras assim!) superam Che Guevara em tudo e por tudo. Exercitaram virtudes supremas sem qualquer ódio. Deram quanto tinham, inclusive suas vidas inteiras a seus ideais. Che fez isso? Fez. Mas, se colocou a própria vida em risco, como de fato podia fazer em nome de seus ideais, achou-se no direito de, pelo mesmo motivo, tomar a vida dos outros. E tal direito ele não tinha. Isso é muito diferente e satanicamente pior! O resultado dos exemplos que citei foram vidas salvas. O resultado da obra de Che foram vidas tomadas, sangue derramado, e liberdades extintas.
Cordial abraço,
Puggina.
Agora, escrevo a quem me lê aqui: mesmo diante do que acabo de expor, muitos persistirão achando Che Guevara o máximo. Mas estão forçados a admitir que é na revolução, na luta de classes, na tomada do poder pelas armas e no comunismo que repousam seus apreços. E nesse caso me permitam afirmar que camisetas do Che são tão ofensivas e ameaçadoras, quando portadas num país livre e democrático, quanto a suástica, a foice com martelo, ou a cruz flamejante da KKK.
25 de março de 2012
Percival Puggina
(Artigo publicado a pedido do comentarista Charles Carwal)
"NÃO HÁ CRISE NENHUMA".
Dilma para Veja: "não há crise nenhuma". Se não houvesse crise, daria entrevista para Isto É ou para Carta Capital.
Na véspera da viagem para a Índia, que começa na noite deste sábado, ameaçada de perder na votação do novo Código Florestal e com uma base de apoio no Congresso cercada pela desobediência, a presidente Dilma Rousseff acha que não há crise nenhuma no governo, segundo entrevista que concedeu à revista Veja desta semana. "Não há crise nenhuma. Perder ou ganhar votações faz parte do processo democrático e deve ser respeitado. Crise existe quando se perde a legitimidade. Você não tem de ganhar todas. O Parlamento não pode ser visto assim. Em alguma circunstância sempre vai emergir uma posição de consenso do Congresso que não necessariamente será a do Executivo", disse a presidente.
A rebelião na base aliada deve-se, principalmente, ao corte de R$ 18 bilhões nas emendas dos parlamentares ao Orçamento da União no ano em que serão renovadas as prefeituras e as câmaras municipais. Os aliados reclamam ainda, como sempre, de que não conseguem nomear afilhados para cargos no governo e nas estatais. Na entrevista, Dilma disse que não é do "toma lá dá cá" que vem sendo praticado no País, a partir do governo de José Sarney (1985/1990). "Não gosto e não vou deixar que isso aconteça no meu governo", disse a presidente à Veja. Segundo ela, isso não teve nada a ver com a troca de líderes do governo no Congresso. Ela tirou o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e o substituiu por Eduardo Braga (PMDB-AM) e também trocou o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) pelo ex-presidente da Câmara Arlindo Chinaglia (PT-SP).
Dilma disse na entrevista que é "facílimo" substituir Lula (o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva). Lembrou que foi ministra da Casa Civil por cinco anos e que aprendeu muito com Lula despachando com ele "dezenas de vezes por dia". Para ela, Lula é o responsável por uma nova ordem mundial. "Lula teve momentos de gênio na política e um carisma que nunca vi em outra pessoa". Nem por isso, os dois sempre concordam, segundo disse a presidente na entrevista à revista Veja.
Perguntada se tem dificuldades em discordar do ex-presidente, ela disse que não tem "nem um pouco". E lembrou que os dois já divergiram muito no passado, mas que no essencial sempre concordaram. "Eu tenho uma profunda admiração por ele e uma profunda amizade nos une". Dilma afirmou que Lula "é uma pessoa divertidíssima, com uma capacidade de afeto descomunal".
No auge da crise com a base aliada, o ex-presidente Fernando Collor fez um discurso no Senado no qual alertou Dilma de que perdera o cargo em 1992 por falta de sustentação no Congresso. A presidente disse à Veja que não leu o discurso.
"É preciso ter em mente que as grandes crises institucionais no Brasil ocorreram não por questiúnculas, pequenas discordâncias entre o Executivo e o Legislativo. As grandes crises institucionais se originaram da perda de legitimidade do governante".
Na véspera da viagem para a Índia, que começa na noite deste sábado, ameaçada de perder na votação do novo Código Florestal e com uma base de apoio no Congresso cercada pela desobediência, a presidente Dilma Rousseff acha que não há crise nenhuma no governo, segundo entrevista que concedeu à revista Veja desta semana. "Não há crise nenhuma. Perder ou ganhar votações faz parte do processo democrático e deve ser respeitado. Crise existe quando se perde a legitimidade. Você não tem de ganhar todas. O Parlamento não pode ser visto assim. Em alguma circunstância sempre vai emergir uma posição de consenso do Congresso que não necessariamente será a do Executivo", disse a presidente.
A rebelião na base aliada deve-se, principalmente, ao corte de R$ 18 bilhões nas emendas dos parlamentares ao Orçamento da União no ano em que serão renovadas as prefeituras e as câmaras municipais. Os aliados reclamam ainda, como sempre, de que não conseguem nomear afilhados para cargos no governo e nas estatais. Na entrevista, Dilma disse que não é do "toma lá dá cá" que vem sendo praticado no País, a partir do governo de José Sarney (1985/1990). "Não gosto e não vou deixar que isso aconteça no meu governo", disse a presidente à Veja. Segundo ela, isso não teve nada a ver com a troca de líderes do governo no Congresso. Ela tirou o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e o substituiu por Eduardo Braga (PMDB-AM) e também trocou o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) pelo ex-presidente da Câmara Arlindo Chinaglia (PT-SP).
Dilma disse na entrevista que é "facílimo" substituir Lula (o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva). Lembrou que foi ministra da Casa Civil por cinco anos e que aprendeu muito com Lula despachando com ele "dezenas de vezes por dia". Para ela, Lula é o responsável por uma nova ordem mundial. "Lula teve momentos de gênio na política e um carisma que nunca vi em outra pessoa". Nem por isso, os dois sempre concordam, segundo disse a presidente na entrevista à revista Veja.
Perguntada se tem dificuldades em discordar do ex-presidente, ela disse que não tem "nem um pouco". E lembrou que os dois já divergiram muito no passado, mas que no essencial sempre concordaram. "Eu tenho uma profunda admiração por ele e uma profunda amizade nos une". Dilma afirmou que Lula "é uma pessoa divertidíssima, com uma capacidade de afeto descomunal".
No auge da crise com a base aliada, o ex-presidente Fernando Collor fez um discurso no Senado no qual alertou Dilma de que perdera o cargo em 1992 por falta de sustentação no Congresso. A presidente disse à Veja que não leu o discurso.
"É preciso ter em mente que as grandes crises institucionais no Brasil ocorreram não por questiúnculas, pequenas discordâncias entre o Executivo e o Legislativo. As grandes crises institucionais se originaram da perda de legitimidade do governante".
SÓ QUANDO O SARGENTO GARCIA PRENDER O ZORRO...
Estamos tão mal acostumados com as costuras políticas entre Executivo e Legislativo, aquele legislando no lugar do parlamento, através de Medidas Provisórias e Decretos, que quando os nossos representantes nas duas casas legislativas exercem seu papel constitucional, de vetar indicados do Executivo para cargos nas Agências Reguladoras e outras funções específicas (suprimir ou acrescentar emendas em projetos enviados pelo Executivo), o mundo vem abaixo.
Então, advém um cipoal de críticas notadamente de jornalistas de certo canal a cabo, que compungidos diante das câmaras, direto de Brasília acusam os parlamentares de chantagistas, de enfiarem a faca no pescoço do governo e de atuarem em causa própria no interesse de suas paróquias.
Penso que os nobres jornalistas se acostumaram com o toma lá dá cá da base aliada governamental criada nos diferentes governos desde o fim da ditadura militar. Esse é um dos males do presidencialismo de coalizão. Nenhum governo foi capaz de vencer com maioria absoluta dos votos e, portanto, para governar precisam se aliar para obter as condições de governabilidade.
Esse é o preço que pagamos para ter tantos ministérios, hoje chegando à casa dos 40, pois é preciso acomodar todas as legendas do arco de alianças com algum ministério ou comando de Agências e presidências de empresas estatais (enquanto elas existirem). Até as legendas nanicas exigem seu quinhão para votar no escuro em tudo que vem do Olimpo.
É voz corrente nas conversas das elites, de que o culpado de todas as nossas mazelas é do povo, pela sua ignorância na hora do voto. Ledo engano, o povo usa de toda a sua sabedoria ao depositar o voto na urna. Vejam só: Nenhum partido no Brasil conseguiu hegemonia nas casas legislativas federal e estadual. No dia em que isso vier a acontecer estaremos diante de um regime autoritário, o qual imporá todas as suas vontades sem oposição. A democracia em conseqüência iria para o ralo.
No frigir dos ovos, o povo “vota mal”, porque os partidos indicam os piores candidatos para concorrer aos mandatos. Diante daquelas listas compostas de palhaços, falsos profetas do apocalipse, craques de futebol, artistas, cantores das multidões, pagodeiros, sertanejos, representantes de empreiteiras, bancos, indústrias, comércio e também políticos profissionais e de uma minoria de bons candidatos, que se contam nos dedos da mão, o que fazer para mudar o quadro atual?
Certamente a resposta é investir mais em educação e cultura, mais isso só acontecerá quando o sargento Garcia prender o Zorro! Da década de 60 até os dias atuais, o investimento nas pessoas, no ensino fundamental só vem piorando.
25 de março de 2012
Roberto Nascimento
Então, advém um cipoal de críticas notadamente de jornalistas de certo canal a cabo, que compungidos diante das câmaras, direto de Brasília acusam os parlamentares de chantagistas, de enfiarem a faca no pescoço do governo e de atuarem em causa própria no interesse de suas paróquias.
Penso que os nobres jornalistas se acostumaram com o toma lá dá cá da base aliada governamental criada nos diferentes governos desde o fim da ditadura militar. Esse é um dos males do presidencialismo de coalizão. Nenhum governo foi capaz de vencer com maioria absoluta dos votos e, portanto, para governar precisam se aliar para obter as condições de governabilidade.
Esse é o preço que pagamos para ter tantos ministérios, hoje chegando à casa dos 40, pois é preciso acomodar todas as legendas do arco de alianças com algum ministério ou comando de Agências e presidências de empresas estatais (enquanto elas existirem). Até as legendas nanicas exigem seu quinhão para votar no escuro em tudo que vem do Olimpo.
É voz corrente nas conversas das elites, de que o culpado de todas as nossas mazelas é do povo, pela sua ignorância na hora do voto. Ledo engano, o povo usa de toda a sua sabedoria ao depositar o voto na urna. Vejam só: Nenhum partido no Brasil conseguiu hegemonia nas casas legislativas federal e estadual. No dia em que isso vier a acontecer estaremos diante de um regime autoritário, o qual imporá todas as suas vontades sem oposição. A democracia em conseqüência iria para o ralo.
No frigir dos ovos, o povo “vota mal”, porque os partidos indicam os piores candidatos para concorrer aos mandatos. Diante daquelas listas compostas de palhaços, falsos profetas do apocalipse, craques de futebol, artistas, cantores das multidões, pagodeiros, sertanejos, representantes de empreiteiras, bancos, indústrias, comércio e também políticos profissionais e de uma minoria de bons candidatos, que se contam nos dedos da mão, o que fazer para mudar o quadro atual?
Certamente a resposta é investir mais em educação e cultura, mais isso só acontecerá quando o sargento Garcia prender o Zorro! Da década de 60 até os dias atuais, o investimento nas pessoas, no ensino fundamental só vem piorando.
25 de março de 2012
Roberto Nascimento
CONSELHO DE JUSTIÇA DESCOBRE VENDAS SUSPEITAS DE PRECATÓRIOS COM DESÁGIO DE ATÉ 90%
Nem só de falta de pessoal, de organização e de uma ordem cronológica transparente sofrem os sistemas de precatórios (dívidas da Fazenda Pública) no Brasil. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ao percorrer até agora oito estados para estruturar os setores de pagamentos de débitos dos governos locais, decorrentes de sentenças judiciais em favor dos cidadãos, encontrou fraudes de toda ordem.
Em Alagoas, foi identificado um esquema de venda dos créditos, com deságio de até 90% e documentação irregular, a empresas, que rapidamente conseguem receber 100% dos valores em compensação tributária (veja quadro).
A estimativa é de que cerca de R$ 1 bilhão tenha sido movimentado dessa forma, envolvendo 500 credores — entre eles desembargadores, juízes, promotores e procuradores.
A falta de controle era tão grande que o Tribunal de Justiça alagoano tenta rastrear, agora, quem já recebeu por essa via, para evitar pagamentos em duplicidade. “Mandei ofício à Procuradoria do Estado e à Secretaria de Fazenda pedindo nomes e valores, mas, até agora, não recebemos retorno”, destaca Diógenes Tenório, juiz responsável pelo setor de precatórios.
Um problema crucial, verificado ao longo do trabalho de organização realizado pelo CNJ no estado, foi a emissão de certidões de crédito, por parte das varas de Fazenda Pública, especialmente a 17ª, sem organização alguma. Tal documento, que não traz o valor devido, era calculado e negociado por escritórios de advocacia a empresas, principalmente a Telemar, hoje Oi.
25 de março de 2012
Renata Mariz
(Transcrito do Correio Braziliense)
Em Alagoas, foi identificado um esquema de venda dos créditos, com deságio de até 90% e documentação irregular, a empresas, que rapidamente conseguem receber 100% dos valores em compensação tributária (veja quadro).
A estimativa é de que cerca de R$ 1 bilhão tenha sido movimentado dessa forma, envolvendo 500 credores — entre eles desembargadores, juízes, promotores e procuradores.
A falta de controle era tão grande que o Tribunal de Justiça alagoano tenta rastrear, agora, quem já recebeu por essa via, para evitar pagamentos em duplicidade. “Mandei ofício à Procuradoria do Estado e à Secretaria de Fazenda pedindo nomes e valores, mas, até agora, não recebemos retorno”, destaca Diógenes Tenório, juiz responsável pelo setor de precatórios.
Um problema crucial, verificado ao longo do trabalho de organização realizado pelo CNJ no estado, foi a emissão de certidões de crédito, por parte das varas de Fazenda Pública, especialmente a 17ª, sem organização alguma. Tal documento, que não traz o valor devido, era calculado e negociado por escritórios de advocacia a empresas, principalmente a Telemar, hoje Oi.
25 de março de 2012
Renata Mariz
(Transcrito do Correio Braziliense)
BEBIDA ALCOÓLICA EM ESTÁDIOS DA COPA: O COMPROMISSO, OS PATROCÍNIOS E A AMEAÇA À ORDEM PÚBLICA
Uma Copa do Mundo, assistida ao vivo hoje por bilhões de espectadores no planeta, gera importantes divisas para todos os segmentos envolvidos, além do legado, inclusive no setor turístico, para o país sede (vejam o exemplo da áfrica do Sul), que precisa preparar-se adequadamente em obras de infraestrutura, transportes, telecomunicações, aeroportos, rodovias em bom estado, rede hoteleira suficiente e de bom nível, medidas preventivas e repressivas de segurança pública, inclusive de defesa antiterrorismo.
É oportunidade para reaparelhamento das forças de segurança estaduais, da Polícia Federal e das próprias Forças Armadas, sem falar na geração de milhares de empregos pré-evento, para que se possa assim cumprir a contento o estabelecido no caderno de obrigações firmado com a entidade máxima do futebol, a Fifa.
Enfim, o mundo estará de olho voltado, entre12 de junho e 13 de julho de 2014, para o Brasil. “Teremos a chance – disse a presidente Dilma Rousseff – de realizar a melhor Copa do Mundo e a melhor Olimpíada, porque a realidade do país está mudando”.
Ocorre, no entanto, que o Brasil, numa complexa sinuca de bico, entre um país soberano, o protocolo firmado com a Fifa, a competência concorrente para legislar entre a União e os Estados-Membros e a ameaça à ordem pública, terá que decidir, o quanto antes, sobre a permissão ou não da venda de bebidas alcoólicas nos estádios onde serão realizados jogos da Copa. O acordo firmado pelo Brasil com a Fifa prevê a venda nos estádios, porém ela é proibida hoje em sete dos estados da federação onde os jogos serão realizados.
Para se ter uma ideia da importância da medida de proibição, basta observar a queda substancial nos registros de ocorrência e flagrantes delito na circunscrição da área de jurisdição da 18ª Delegacia Policial e na própria sede do Juizado de Instrução montado no Estádio do Maracanã, relativamente a conflitos entre torcedores.
É só analisar e comparar o antes e depois, tomando por base os números registrados e um determinado período de observação, para deixar comprovado, mis uma vez, que o uso excessivo de álcool é inegavelmente fonte geradora de incentivo à violência e causa permanente de tragédias, dentro e fora do mundo do futebol. Vejam a violência familiar, os trágicos acidentes de trânsito, os homicídios e lesões corporais causados pelo uso imoderado de bebida alcoólica, cuja propaganda midiática bombardeia, a todo instante, e influencia os mais jovens apresentando-o como uma ‘fonte irresistível de prazer’.
Nesse jogo de interesses, tem-se notícia de que a Budweiser, patrocinadora da Fifa, perderá pouco, em vendas, se proibirem cerveja nos estádios. Neles, comenta o jornalista Ancelmo Gois, telões exibem jogos, com muita música, suor e…. cerveja. A nota informa ainda que na Copa de 2006, na Alemanha, estima-se que cerca de 18 milhões de pessoas tenham passado pelos Fan Fest em 12 cidades daquele país. Quantos festivais da cerveja poderíamos promover, pois,durante a Copa, num país muito mais populoso como no caso o Brasil?
Aí está mais um argumento de que possam se valer parlamentares e autoridades contrários à autorização de venda de bebidas alcoólicas nos estádios. Por mais que as torcidas de jogos de Copa do Mundo sejam diferentes de violentas torcidas organizadas domésticas, até mesmo no poder aquisitivo e diferenças culturais, o uso de bebida alcoólica em campos de futebol é uma evidente ameaça à ordem pública e à paz social.
Evitar o uso do álcool em estádios de futebol e em suas cercanias será tarefa difícil e hercúlea – não impossível – para os que se posicionam contra a discutível permissividade da Fifa. Que se posicionem também as organizações não-governamentais de combate ao uso de drogas em todo o país e no mundo. Está em jogo uma intrigada questão que envolve segurança pública, soberania nacional, patrocínio do evento, compromisso com a Fifa e, acima de tudo, bom senso.
25 de março de 2012
Milton Corrêa da Costa
É oportunidade para reaparelhamento das forças de segurança estaduais, da Polícia Federal e das próprias Forças Armadas, sem falar na geração de milhares de empregos pré-evento, para que se possa assim cumprir a contento o estabelecido no caderno de obrigações firmado com a entidade máxima do futebol, a Fifa.
Enfim, o mundo estará de olho voltado, entre12 de junho e 13 de julho de 2014, para o Brasil. “Teremos a chance – disse a presidente Dilma Rousseff – de realizar a melhor Copa do Mundo e a melhor Olimpíada, porque a realidade do país está mudando”.
Ocorre, no entanto, que o Brasil, numa complexa sinuca de bico, entre um país soberano, o protocolo firmado com a Fifa, a competência concorrente para legislar entre a União e os Estados-Membros e a ameaça à ordem pública, terá que decidir, o quanto antes, sobre a permissão ou não da venda de bebidas alcoólicas nos estádios onde serão realizados jogos da Copa. O acordo firmado pelo Brasil com a Fifa prevê a venda nos estádios, porém ela é proibida hoje em sete dos estados da federação onde os jogos serão realizados.
Para se ter uma ideia da importância da medida de proibição, basta observar a queda substancial nos registros de ocorrência e flagrantes delito na circunscrição da área de jurisdição da 18ª Delegacia Policial e na própria sede do Juizado de Instrução montado no Estádio do Maracanã, relativamente a conflitos entre torcedores.
É só analisar e comparar o antes e depois, tomando por base os números registrados e um determinado período de observação, para deixar comprovado, mis uma vez, que o uso excessivo de álcool é inegavelmente fonte geradora de incentivo à violência e causa permanente de tragédias, dentro e fora do mundo do futebol. Vejam a violência familiar, os trágicos acidentes de trânsito, os homicídios e lesões corporais causados pelo uso imoderado de bebida alcoólica, cuja propaganda midiática bombardeia, a todo instante, e influencia os mais jovens apresentando-o como uma ‘fonte irresistível de prazer’.
Nesse jogo de interesses, tem-se notícia de que a Budweiser, patrocinadora da Fifa, perderá pouco, em vendas, se proibirem cerveja nos estádios. Neles, comenta o jornalista Ancelmo Gois, telões exibem jogos, com muita música, suor e…. cerveja. A nota informa ainda que na Copa de 2006, na Alemanha, estima-se que cerca de 18 milhões de pessoas tenham passado pelos Fan Fest em 12 cidades daquele país. Quantos festivais da cerveja poderíamos promover, pois,durante a Copa, num país muito mais populoso como no caso o Brasil?
Aí está mais um argumento de que possam se valer parlamentares e autoridades contrários à autorização de venda de bebidas alcoólicas nos estádios. Por mais que as torcidas de jogos de Copa do Mundo sejam diferentes de violentas torcidas organizadas domésticas, até mesmo no poder aquisitivo e diferenças culturais, o uso de bebida alcoólica em campos de futebol é uma evidente ameaça à ordem pública e à paz social.
Evitar o uso do álcool em estádios de futebol e em suas cercanias será tarefa difícil e hercúlea – não impossível – para os que se posicionam contra a discutível permissividade da Fifa. Que se posicionem também as organizações não-governamentais de combate ao uso de drogas em todo o país e no mundo. Está em jogo uma intrigada questão que envolve segurança pública, soberania nacional, patrocínio do evento, compromisso com a Fifa e, acima de tudo, bom senso.
25 de março de 2012
Milton Corrêa da Costa
DESONESTIDADE EM NOME DE JESUS!
Interessante.
Os evangélicos no congresso são contra o aborto, o kit gay, os simbolismos religiosos, os jogos de azar, bebidas, comerciais de cigarros, casamento entre homossexuais...etc..etc...
Só não são contra a imoralidade e bandalheira, os desvios de verbas, os acordos imorais nos bastidores onde sempre quem se ferra é o povo, superfaturamentos, 13º e 14º salários, trabalhar pouco e ganhar muito, parentes em cargos de confiança e toda sorte de roubalheira promovida no congresso.
Não são contra nem ao fisiologismo político que atua nos partidos.
Ou ao aluguel de legendas que apoiam as Ratazanas Vermelhas.
Mas são de uma "ética social" extremamente latente quando se trata em ditar regras de comportamento para a população.
Tudo em nome do Senhor!!
Mas se mexerem no bolso deles...
Ai a casa cai.
ALELUIA!!!
25 de março de 2012
omascate
Os evangélicos no congresso são contra o aborto, o kit gay, os simbolismos religiosos, os jogos de azar, bebidas, comerciais de cigarros, casamento entre homossexuais...etc..etc...
Só não são contra a imoralidade e bandalheira, os desvios de verbas, os acordos imorais nos bastidores onde sempre quem se ferra é o povo, superfaturamentos, 13º e 14º salários, trabalhar pouco e ganhar muito, parentes em cargos de confiança e toda sorte de roubalheira promovida no congresso.
Não são contra nem ao fisiologismo político que atua nos partidos.
Ou ao aluguel de legendas que apoiam as Ratazanas Vermelhas.
Mas são de uma "ética social" extremamente latente quando se trata em ditar regras de comportamento para a população.
Tudo em nome do Senhor!!
Mas se mexerem no bolso deles...
Ai a casa cai.
ALELUIA!!!
25 de março de 2012
omascate
UMA MENTIRA CHAMADA DILMA ROUSSEFF
Dilma Vana Rousseff é uma mentira. Não sou eu quem o digo. É a própria Dilma Vana Rousseff.
Querem uma prova? Leiam o discurso de posse dela na Presidência da República, em 1o de janeiro de 2011. Lá, ela diz o seguinte (destaquei alguns textos):
"Nossa política externa estará baseada nos valores clássicos da tradição diplomática brasileira: promoção da paz, respeito ao princípio de não intervenção, defesa dos Direitos Humanos e fortalecimento do multilateralismo."
Quem acompanhou pelo noticiário a recente visita de Dilma à ilha de Cuba percebe claramente que o que vai escrito aí em cima não é sincero. Dilma foi à ilha dos Castro para prestigiar a ditadura mais longeva do Ocidente. Recusou-se a se encontrar com dissidentes e ainda fez uma declaração das mais idiotas, criticando os EUA e negando-se a dizer qualquer palavra de crítica à tirania castrista. Nisso, seguiu fielmente o mesmo roteiro traçado por seu antecessor e criador, que, numa das cenas mais abjetas da história da diplomacia brasileira, comparou em 2010 os presos políticos da ilha-presídio a criminosos comuns.
No discurso de posse, ela disse ainda:
"Reafirmo meu compromisso inegociável com a garantia plena das liberdades individuais; da liberdade de culto e de religião; da liberdade de imprensa e de opinião."
As liberdades individuais, como a de culto e de religião, são justamente os alvos de projetos que contam com o apoio, velado ou não, do governo federal, como a PEC 122 (a chamada "lei da mordaça gay") e o PNDH-3, que o governo engavetou devido à repercussão negativa junto à opinião pública (mas que não desistiu de implantar). A referência no discurso à liberdade de culto e de religião deveu-se certamente à tentativa de aplacar setores evangélicos, principalmente depois da celeuma das declarações de Dilma a favor da legalização do aborto (que ela negou de rosário e crucifixo na mão durante a campanha eleitoral, enquanto seus assessores faziam contorcionismos verbais para tentar explicar que ela na verdade não quis dizer o que disse). Agora que o voto evangélico não é mais tão necessário, o governo volta à carga, e a questão da legalização do aborto retorna com força, com a nomeação, inclusive, de uma aborteira treinada para o cargo de ministra das Mulheres.
Mas, atenção!, o trecho do discurso de Dilma que mais ofendeu a verdade foi o seguinte (prestem atenção aos trechos em destaque):
"Reafirmo que prefiro o barulho da imprensa livre ao silêncio das ditaduras. Quem, como eu e tantos outros da minha geração, lutamos contra o arbítrio e a censura somos naturalmente, amante da mais plena democracia e da defesa intransigente dos direitos humanos, no nosso País e como bandeira sagrada de todos os povos."
Em claro desmentido à primeira frase, a já mencionada visita a Cuba escancarou que a preferência de Dilma está mesmo é com o silêncio das ditaduras companheiras. Quanto à afirmação seguinte, trata-se de um dos pilares fundamentais da lenda dilmista, reforçada pela hagiografia sobre ela publicada recentemente (e cujo título já diz tudo "A Vida Quer É Coragem" - sic). Pode ser resumido assim: "ela foi presa e torturada; logo, sabe o valor da liberdade". Muitos caíram nessa balela, e passaram a repeti-la como um mantra.
É uma falsidade total. Ninguém se torna "naturalmente amante da mais plena democracia e da defesa intransigente dos direitos humanos" porque passou pela experiência da prisão e da tortura. Jamais fui preso ou torturado, mas uma coisa sei com certeza: a tortura não faz de ninguém um democrata. Pelo contrário: a tendência é que a pessoa, pelo trauma da violência, fique ainda mais revoltada e amargurada, tornando ainda mais profundo seu ódio pelos inimigos. Consta que Aiman al-Zawahiry, o atual chefe da Al-Qaeda, foi preso e torturado no Egito antes de se juntar a Osama Bin Laden. Assim como ele, quantos terroristas islamitas da atualidade não se radicalizaram ainda mais por terem sido presos no passado por ditaduras árabes seculares? (Esse é um argumento, aliás, dos que condenam o tratamento dispensado aos terroristas islamitas em Guantánamo, por exemplo.)
A se levar a sério essa alegada relação causal entre ter sido torturada e amar a democracia, deveríamos agradecer aos torturadores, pois teria sido graças ao pau de arara e aos choques elétricos que os guerrilheiros presos descobriram o valor da democracia. Os lulodilmistas inventaram a tortura pedagógica.
Mais adiante no discurso, a criatura de Lula da Silva faz uma afirmação que, pouco mais de um ano e sete ministros a menos depois, soa como irônica:
"Serei rígida na defesa do interesse público. Não haverá compromisso com o erro, o desvio e o malfeito. A corrupção será combatida permanentemente, e os órgãos de controle e investigação terão todo o meu respaldo para aturem com firmeza e autonomia."
No final, Dilma Rousseff termina seu discurso repetindo uma mentira histórica:
"Chegamos ao final desse longo discurso. Dediquei toda a minha vida a causa do Brasil. Entreguei minha juventude ao sonho de um país justo e democrático. Suportei as adversidades mais extremas infligidas a todos que ousamos enfrentar o arbítrio. Não tenho qualquer arrependimento, tampouco ressentimento ou rancor."
Dilma Rousseff não se arrepende de ter, segundo suas palavras, lutado por um país justo e democrático. De fato, seria ilógico alguém se arrepender de ter-se entregue ao sonho da justiça e da democracia. Quem seria contra isso? Ninguém, obviamente. Mais foi por isso mesmo que Dilma lutou e foi presa e, dizem, torturada? Nesse ponto, é importante saber a que tipo de sonho realmente ela entregou sua juventude.
Vamos lembrar: Dilma Rousseff foi presa em 1970 e cumpriu três anos da sentença a que foi condenada por ter participado, como militante, de três organizações armadas de extrema-esquerda: a COLINA (Comandos de Libertação Nacional), a VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) e a VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária-Palmares). Pelo menos nesta última, ela teve algum papel de destaque, tendo sido uma das dirigentes.
O que queria a VAR-Palmares? Em seu Programa, elaborado em setembro de 1969 - provavelmente, com a participação de Dilma, que usava os codinomes de Estela, Vanda ou Luíza - está escrito o seguinte, na parte referente ao "caráter da revolução" (o texto consta da coletânea organizada por Daniel Aarão Reis Filho e Jair Ferreira de Sá, Imagens da Revolução: Documentos das Organizações Clandestinas de Esquerda dos Anos 1961-1971, Rio de Janeiro, Marco Zero, 1985):
"Só a Revolução Socialista poderá libertar os trabalhadores do campo da miséria e assegurar a expansão das forças produtivas na indústria, propiciando melhores condições de vida às massas trabalhadoras. Só a Revolução poderá assegurar a expansão da economia e a independência nacional, até que, com a destruição do imperialismo em escala internacional e com a construção do comunismo, possam desaparecer todas as demarcações e antagonismos entre os povos". (p. 265)
Corrijam-me se entendi errado, mas, até onde sei, "revolução socialista" é uma coisa, e amor à democracia e defesa intransigente dos direitos humanos, é outra, completamente diferente e antagônica. O mesmo vale para "construção do comunismo": quem tem um mínimo de conhecimento sobre o que foi a URSS ou o que é hoje Cuba ou a Coréia do Norte sabe perfeitamente que tal regime político é incompatível com qualquer ideia de liberdade individual, sobretudo liberdade de culto e de expressão. Era esse o sonho de um país justo e democrático de que falou Dilma em seu discurso de posse?
Mais à frente, o mesmo documento explicita o tipo de regime político pelo qual se batia a organização a qual pertenceu Dilma Rousseff (mais uma vez, peço atenção aos termos destacados do texto):
"O objetivo da Revolução Brasileira é, assim, o da conquista do poder político pelo proletariado, com a destruição do poder burguês que explora e oprime as massas trabalhadoras. Este objetivo, resultado da vitória da guerra revolucionária de classes, será concretizado com a formação do Estado Socialista, dirigido pelo Governo Revolucionário dos Trabalhadores, expressão da Ditadura do Proletariado." (idem).
Aí está. O grupo de Dilma pugnava não pela democracia representativa que temos hoje, mas pelo "Estado Socialista" (assim, com maiúsculas), um "Governo Revolucionário dos Trabalhadores", expressão da - mais claro, impossível - "Ditadura do Proletariado". Alguma dessas expressões lembra, mesmo que remotamente, defesa da democracia e dos direitos humanos?
O documento da VAR-Palmares tem, não dá para negar, pelo menos o mérito da clareza. Em vários trechos, fica óbvio que seus militantes tinham em vista muito mais do que eleições livres e democráticas. Na parte concernente à "guerra revolucionária", por exemplo, está escrito textualmente:
"[...] Sendo uma guerra contra o sistema capitalista, a Guerra Revolucionária no Brasil deve ser encarada sob o prisma do socialismo, sendo esta sua lei básica. [...]" (p. 269 - grifo no original).
Duas páginas adiante há uma passagem que especifica a relação entre o objetivo e a forma de luta (a guerrilha). Ao analisar os motivos porque os guerrilheiros estariam isolados e dispersos, o texto afirma:
"Este isolamento e esta dispersão só serão rompidos pela atuação revolucionária da vanguarda, educando as massas na perspectiva da violência e do socialismo". (p. 271).
E, para que não paire qualquer sombra de dúvida sobre o que era e o que queria a organização na qual militou a jovem Dilma, há um trecho que diz:
"A Vanguarda Armada Revolucionária-Palmares, como organização partidária político-militar, constitui-se na vanguarda socialista que, orientada pela ciência e pelo método do marxismo-leninismo, enriquecidos teórica e praticamente pelo movimento revolucionário de todo o mundo, propõe-se a lutar pela revolução proletária e pela implantação do Socialismo no Brasil." (p. 275).
Creio que o parágrafo acima é suficientemente claro. Ou ainda resta alguma dúvida?
Comparem agora os trechos acima do documento-programa da VAR-Palmares com os trechos selecionados do discurso de posse de Dilma Rousseff na Presidência. Especialmente aqueles em que ela diz que, por ter lutado contra o arbítrio, é uma amante da democracia e defensora intransigente dos direitos humanos. E que não tem qualquer arrependimento. Pois é...
Uma nota pessoal. Participei, e não escondo isso de ninguém, de um grupo sectário de ultra-esquerda na universidade. Eu era um paspalho, mas não posso dizer que fui iludido. Sempre soube que o objetivo final daqueles aspirantes a Lênin e a Trotsky da província era destruir a sociedade capitalista e impor a ditadura do proletariado. Era, aliás, exatamente isso o que me atraía naquele grupelho radical: a retórica totalitária, o desprezo total à democracia (que chamávamos sempre de "burguesa"). Assim como Dilma Rousseff, acreditei um dia que o futuro da humanidade era o comunismo, e dediquei a essa causa um pedaço de minha juventude. Mas, ao contrário dela, não vejo razão alguma em ocultar esse fato, posando de defensor da liberdade.
Finalmente, vale recordar: em nome da "revolução proletária" e da "implantação do socialismo", grupos como a VAR-Palmares praticaram atos terroristas, como assassinatos, atentados à bomba, sequestros e assaltos, com dezenas de vítimas fatais (o primeiro marido de Dilma, Cláudio Galeno, chegou mesmo a sequestrar um avião comercial, desviado para Havana). Derrotados pelas forças da repressão política, os remanescentes da luta armada passaram a se apresentar, desde então, como democratas. E instituíram uma "comissão da verdade" revanchista que pretende, ao arrepio da Lei da Anistia, julgar e condenar os que os perseguiram. Com o aval da presidente da República. A mesma que afirmou, no discurso de posse, não ter qualquer arrependimento, assim como ressentimento ou rancor.
Desde que foi escolhida por Luiz Inácio Lula da Silva para ser sua sucessora, Dilma Rousseff, a ex-Estela da VAR-Palmares, passou por uma verdadeira transformação estética. Pelo visto, não foi só sua aparência física que sofreu uma mudança radical: também seu passado político é constantemente retocado por generosas doses de photoshop. Infelizmente para ela, os grupos da luta armada deixaram documentos.
Das duas uma: ou a VAR-Palmares não era uma organização revolucionária marxista-leninista que lutava para instaurar uma ditadura comunista no Brasil, e nesse caso a Dilma Rousseff de 1969 estava participando de uma farsa, ou era, e nesse caso a Dilma de 2011 estava querendo enganar a plateia posando de heroína da luta pelas liberdades democráticas. Em qualquer situação, estamos diante de uma descarada falsificação histórica...
Os aduladores da atual presidente gostam de dizer que ela se comportou bravamente na tortura, e que mentiu para seus interrogadores. Ela mesma faz questão de repetir essa versão quando lhe é conveniente.
Ao que parece, ela interiorizou essa tática. Esta se tornou mesmo sua segunda natureza. Quando se trata de Dilma Vana Rousseff, o que ela diz e a verdade quase nunca estão no mesmo lugar.
Como dizia o velho Paulo Francis: "Quer ver um comunista se desmoralizar? É só deixá-lo falar". (Ou lembrar o que disseram, eu acrescentaria).
25 de março de 2012
Fonte: Blog “Do Contra”
Postado por Pedro da Veiga
Querem uma prova? Leiam o discurso de posse dela na Presidência da República, em 1o de janeiro de 2011. Lá, ela diz o seguinte (destaquei alguns textos):
"Nossa política externa estará baseada nos valores clássicos da tradição diplomática brasileira: promoção da paz, respeito ao princípio de não intervenção, defesa dos Direitos Humanos e fortalecimento do multilateralismo."
Quem acompanhou pelo noticiário a recente visita de Dilma à ilha de Cuba percebe claramente que o que vai escrito aí em cima não é sincero. Dilma foi à ilha dos Castro para prestigiar a ditadura mais longeva do Ocidente. Recusou-se a se encontrar com dissidentes e ainda fez uma declaração das mais idiotas, criticando os EUA e negando-se a dizer qualquer palavra de crítica à tirania castrista. Nisso, seguiu fielmente o mesmo roteiro traçado por seu antecessor e criador, que, numa das cenas mais abjetas da história da diplomacia brasileira, comparou em 2010 os presos políticos da ilha-presídio a criminosos comuns.
No discurso de posse, ela disse ainda:
"Reafirmo meu compromisso inegociável com a garantia plena das liberdades individuais; da liberdade de culto e de religião; da liberdade de imprensa e de opinião."
As liberdades individuais, como a de culto e de religião, são justamente os alvos de projetos que contam com o apoio, velado ou não, do governo federal, como a PEC 122 (a chamada "lei da mordaça gay") e o PNDH-3, que o governo engavetou devido à repercussão negativa junto à opinião pública (mas que não desistiu de implantar). A referência no discurso à liberdade de culto e de religião deveu-se certamente à tentativa de aplacar setores evangélicos, principalmente depois da celeuma das declarações de Dilma a favor da legalização do aborto (que ela negou de rosário e crucifixo na mão durante a campanha eleitoral, enquanto seus assessores faziam contorcionismos verbais para tentar explicar que ela na verdade não quis dizer o que disse). Agora que o voto evangélico não é mais tão necessário, o governo volta à carga, e a questão da legalização do aborto retorna com força, com a nomeação, inclusive, de uma aborteira treinada para o cargo de ministra das Mulheres.
Mas, atenção!, o trecho do discurso de Dilma que mais ofendeu a verdade foi o seguinte (prestem atenção aos trechos em destaque):
"Reafirmo que prefiro o barulho da imprensa livre ao silêncio das ditaduras. Quem, como eu e tantos outros da minha geração, lutamos contra o arbítrio e a censura somos naturalmente, amante da mais plena democracia e da defesa intransigente dos direitos humanos, no nosso País e como bandeira sagrada de todos os povos."
Em claro desmentido à primeira frase, a já mencionada visita a Cuba escancarou que a preferência de Dilma está mesmo é com o silêncio das ditaduras companheiras. Quanto à afirmação seguinte, trata-se de um dos pilares fundamentais da lenda dilmista, reforçada pela hagiografia sobre ela publicada recentemente (e cujo título já diz tudo "A Vida Quer É Coragem" - sic). Pode ser resumido assim: "ela foi presa e torturada; logo, sabe o valor da liberdade". Muitos caíram nessa balela, e passaram a repeti-la como um mantra.
É uma falsidade total. Ninguém se torna "naturalmente amante da mais plena democracia e da defesa intransigente dos direitos humanos" porque passou pela experiência da prisão e da tortura. Jamais fui preso ou torturado, mas uma coisa sei com certeza: a tortura não faz de ninguém um democrata. Pelo contrário: a tendência é que a pessoa, pelo trauma da violência, fique ainda mais revoltada e amargurada, tornando ainda mais profundo seu ódio pelos inimigos. Consta que Aiman al-Zawahiry, o atual chefe da Al-Qaeda, foi preso e torturado no Egito antes de se juntar a Osama Bin Laden. Assim como ele, quantos terroristas islamitas da atualidade não se radicalizaram ainda mais por terem sido presos no passado por ditaduras árabes seculares? (Esse é um argumento, aliás, dos que condenam o tratamento dispensado aos terroristas islamitas em Guantánamo, por exemplo.)
A se levar a sério essa alegada relação causal entre ter sido torturada e amar a democracia, deveríamos agradecer aos torturadores, pois teria sido graças ao pau de arara e aos choques elétricos que os guerrilheiros presos descobriram o valor da democracia. Os lulodilmistas inventaram a tortura pedagógica.
Mais adiante no discurso, a criatura de Lula da Silva faz uma afirmação que, pouco mais de um ano e sete ministros a menos depois, soa como irônica:
"Serei rígida na defesa do interesse público. Não haverá compromisso com o erro, o desvio e o malfeito. A corrupção será combatida permanentemente, e os órgãos de controle e investigação terão todo o meu respaldo para aturem com firmeza e autonomia."
No final, Dilma Rousseff termina seu discurso repetindo uma mentira histórica:
"Chegamos ao final desse longo discurso. Dediquei toda a minha vida a causa do Brasil. Entreguei minha juventude ao sonho de um país justo e democrático. Suportei as adversidades mais extremas infligidas a todos que ousamos enfrentar o arbítrio. Não tenho qualquer arrependimento, tampouco ressentimento ou rancor."
Dilma Rousseff não se arrepende de ter, segundo suas palavras, lutado por um país justo e democrático. De fato, seria ilógico alguém se arrepender de ter-se entregue ao sonho da justiça e da democracia. Quem seria contra isso? Ninguém, obviamente. Mais foi por isso mesmo que Dilma lutou e foi presa e, dizem, torturada? Nesse ponto, é importante saber a que tipo de sonho realmente ela entregou sua juventude.
Vamos lembrar: Dilma Rousseff foi presa em 1970 e cumpriu três anos da sentença a que foi condenada por ter participado, como militante, de três organizações armadas de extrema-esquerda: a COLINA (Comandos de Libertação Nacional), a VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) e a VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária-Palmares). Pelo menos nesta última, ela teve algum papel de destaque, tendo sido uma das dirigentes.
O que queria a VAR-Palmares? Em seu Programa, elaborado em setembro de 1969 - provavelmente, com a participação de Dilma, que usava os codinomes de Estela, Vanda ou Luíza - está escrito o seguinte, na parte referente ao "caráter da revolução" (o texto consta da coletânea organizada por Daniel Aarão Reis Filho e Jair Ferreira de Sá, Imagens da Revolução: Documentos das Organizações Clandestinas de Esquerda dos Anos 1961-1971, Rio de Janeiro, Marco Zero, 1985):
"Só a Revolução Socialista poderá libertar os trabalhadores do campo da miséria e assegurar a expansão das forças produtivas na indústria, propiciando melhores condições de vida às massas trabalhadoras. Só a Revolução poderá assegurar a expansão da economia e a independência nacional, até que, com a destruição do imperialismo em escala internacional e com a construção do comunismo, possam desaparecer todas as demarcações e antagonismos entre os povos". (p. 265)
Corrijam-me se entendi errado, mas, até onde sei, "revolução socialista" é uma coisa, e amor à democracia e defesa intransigente dos direitos humanos, é outra, completamente diferente e antagônica. O mesmo vale para "construção do comunismo": quem tem um mínimo de conhecimento sobre o que foi a URSS ou o que é hoje Cuba ou a Coréia do Norte sabe perfeitamente que tal regime político é incompatível com qualquer ideia de liberdade individual, sobretudo liberdade de culto e de expressão. Era esse o sonho de um país justo e democrático de que falou Dilma em seu discurso de posse?
Mais à frente, o mesmo documento explicita o tipo de regime político pelo qual se batia a organização a qual pertenceu Dilma Rousseff (mais uma vez, peço atenção aos termos destacados do texto):
"O objetivo da Revolução Brasileira é, assim, o da conquista do poder político pelo proletariado, com a destruição do poder burguês que explora e oprime as massas trabalhadoras. Este objetivo, resultado da vitória da guerra revolucionária de classes, será concretizado com a formação do Estado Socialista, dirigido pelo Governo Revolucionário dos Trabalhadores, expressão da Ditadura do Proletariado." (idem).
Aí está. O grupo de Dilma pugnava não pela democracia representativa que temos hoje, mas pelo "Estado Socialista" (assim, com maiúsculas), um "Governo Revolucionário dos Trabalhadores", expressão da - mais claro, impossível - "Ditadura do Proletariado". Alguma dessas expressões lembra, mesmo que remotamente, defesa da democracia e dos direitos humanos?
O documento da VAR-Palmares tem, não dá para negar, pelo menos o mérito da clareza. Em vários trechos, fica óbvio que seus militantes tinham em vista muito mais do que eleições livres e democráticas. Na parte concernente à "guerra revolucionária", por exemplo, está escrito textualmente:
"[...] Sendo uma guerra contra o sistema capitalista, a Guerra Revolucionária no Brasil deve ser encarada sob o prisma do socialismo, sendo esta sua lei básica. [...]" (p. 269 - grifo no original).
Duas páginas adiante há uma passagem que especifica a relação entre o objetivo e a forma de luta (a guerrilha). Ao analisar os motivos porque os guerrilheiros estariam isolados e dispersos, o texto afirma:
"Este isolamento e esta dispersão só serão rompidos pela atuação revolucionária da vanguarda, educando as massas na perspectiva da violência e do socialismo". (p. 271).
E, para que não paire qualquer sombra de dúvida sobre o que era e o que queria a organização na qual militou a jovem Dilma, há um trecho que diz:
"A Vanguarda Armada Revolucionária-Palmares, como organização partidária político-militar, constitui-se na vanguarda socialista que, orientada pela ciência e pelo método do marxismo-leninismo, enriquecidos teórica e praticamente pelo movimento revolucionário de todo o mundo, propõe-se a lutar pela revolução proletária e pela implantação do Socialismo no Brasil." (p. 275).
Creio que o parágrafo acima é suficientemente claro. Ou ainda resta alguma dúvida?
Comparem agora os trechos acima do documento-programa da VAR-Palmares com os trechos selecionados do discurso de posse de Dilma Rousseff na Presidência. Especialmente aqueles em que ela diz que, por ter lutado contra o arbítrio, é uma amante da democracia e defensora intransigente dos direitos humanos. E que não tem qualquer arrependimento. Pois é...
Uma nota pessoal. Participei, e não escondo isso de ninguém, de um grupo sectário de ultra-esquerda na universidade. Eu era um paspalho, mas não posso dizer que fui iludido. Sempre soube que o objetivo final daqueles aspirantes a Lênin e a Trotsky da província era destruir a sociedade capitalista e impor a ditadura do proletariado. Era, aliás, exatamente isso o que me atraía naquele grupelho radical: a retórica totalitária, o desprezo total à democracia (que chamávamos sempre de "burguesa"). Assim como Dilma Rousseff, acreditei um dia que o futuro da humanidade era o comunismo, e dediquei a essa causa um pedaço de minha juventude. Mas, ao contrário dela, não vejo razão alguma em ocultar esse fato, posando de defensor da liberdade.
Finalmente, vale recordar: em nome da "revolução proletária" e da "implantação do socialismo", grupos como a VAR-Palmares praticaram atos terroristas, como assassinatos, atentados à bomba, sequestros e assaltos, com dezenas de vítimas fatais (o primeiro marido de Dilma, Cláudio Galeno, chegou mesmo a sequestrar um avião comercial, desviado para Havana). Derrotados pelas forças da repressão política, os remanescentes da luta armada passaram a se apresentar, desde então, como democratas. E instituíram uma "comissão da verdade" revanchista que pretende, ao arrepio da Lei da Anistia, julgar e condenar os que os perseguiram. Com o aval da presidente da República. A mesma que afirmou, no discurso de posse, não ter qualquer arrependimento, assim como ressentimento ou rancor.
Desde que foi escolhida por Luiz Inácio Lula da Silva para ser sua sucessora, Dilma Rousseff, a ex-Estela da VAR-Palmares, passou por uma verdadeira transformação estética. Pelo visto, não foi só sua aparência física que sofreu uma mudança radical: também seu passado político é constantemente retocado por generosas doses de photoshop. Infelizmente para ela, os grupos da luta armada deixaram documentos.
Das duas uma: ou a VAR-Palmares não era uma organização revolucionária marxista-leninista que lutava para instaurar uma ditadura comunista no Brasil, e nesse caso a Dilma Rousseff de 1969 estava participando de uma farsa, ou era, e nesse caso a Dilma de 2011 estava querendo enganar a plateia posando de heroína da luta pelas liberdades democráticas. Em qualquer situação, estamos diante de uma descarada falsificação histórica...
Os aduladores da atual presidente gostam de dizer que ela se comportou bravamente na tortura, e que mentiu para seus interrogadores. Ela mesma faz questão de repetir essa versão quando lhe é conveniente.
Ao que parece, ela interiorizou essa tática. Esta se tornou mesmo sua segunda natureza. Quando se trata de Dilma Vana Rousseff, o que ela diz e a verdade quase nunca estão no mesmo lugar.
Como dizia o velho Paulo Francis: "Quer ver um comunista se desmoralizar? É só deixá-lo falar". (Ou lembrar o que disseram, eu acrescentaria).
25 de março de 2012
Fonte: Blog “Do Contra”
Postado por Pedro da Veiga
BOLSA EMPRESA x BOLSA FAMÍLIA
Os empresários exercitando o "espírito animal" com Dilma.
O governo petista, nos últimos seis anos, distribuiu R$ 97,8 bilhões em subsídios a empresas. Destinados, principalmente, para meia dúzia de grandes grupos. Já o BNDES, nos últimos três anos, deu para esta mesma categoria privilegiada empréstimos da ordem de R$ 149,5 bilhões.
Salvou bancos quebrados. Pagou a conta de empresas doentes como a Sadia. Garantiu o pasto das boiadas da JBS. Apenas em subsídios e empréstimos chegamos à extraordinária soma de quase R$ 250 bilhões para a Bolsa Empresa, muito mais do que os investimentos realizados.
Já para a Bolsa Família, durante os oito anos de sua existência, completados em novembro passado, o governo do PT destinou R$ 76 bilhões. Para os pobres, menos de um terço do que para os ricos.
Na semana que passou, Dilma recebeu os mesmos beneficiados de sempre, um grupo de empresários que nadam em dinheiro público como cartéis, bancos e empreiteiras, pedindo mais investimentos, pedindo que o empresário fosse tomado de "espírito animal".
Novos subsídios serão concedidos na sua volta da Índia. Para os mesmos. A Bolsa Empresa é uma estratégia tão esperta quanto a Bolsa Família. A curto prazo, tem lá as suas vantagens eleitorais. No entanto, a indústria está dando sinais de fadiga e as obras do petismo não aparecem.
Nada do que é anunciado com pompa e circunstância se concretiza. Trem-bala, Ferrovia Norte-Sul, transposição do São Francisco, o primeiro navio que encalhou depois de ser entregue, aeroportos, portos, o que deveriam ser obras são meras ficções mercadológicas. Quase 30.000 escolas rurais fecharam nos últimos seis anos. Nenhuma creche das 6.000 prometidas foram construídas. As obras da Copa capengam.
Os dois únicos setores que seguram a economia são a agropecuária e a mineração. O primeiro está ameaçado pela burrice do governo federal em não aprovar o Código Florestal. O segundo por novos impostos criados pelos estados. Como diz J.R.Guzzo em seu artigo semanal para a Veja, "nada do que o governo manda resolver, ou quase nada, consegue ser resolvido". Mas a Bolsa Empresa e a Bolsa Família vão mantendo as ilusões.
NOTA AO PÉ DO TEXTO
Os franceses, a propósito de qualquer confusão, costumam dizer "cherchez la femme", o que significa que por trás de algum 'imbroglio', sempre encontraríamos uma mulher. Machismo francês, afirmará o sexo 'frágil'.
Já no Brasil, temos que procurar os números, melhor, as cifras... No caso, segundo me parece, podemos entender, pelos valores dos números apresentados, por que não houve o impeachment do Lula, quanto estourou o mensalão.
Prestem atenção aos valores! De subsídios, o governo distribuiu R$ 97,8 bilões! De empréstimos dados pelo BNDES R$ 149,5 bilhões! Chegamos assim, a impressionante cifra de aproximadamente R$ 250 bilhões!!!
Já para o Bolsa família, nos oito anos do governo lulopetista, cerca de R$ 76 bilhões. Para os pobres, menos de 1/3 do que para os ricos...
As duas bolsas, principalmente a Bolsa Empresa - já que a outra, a Bolsa Família, é apenas uma bolsa eleitoreira - não gostariam de perder tamanho privilégio. Com uma elite financeira tão bem servida, podemos entender as merecidas palmas que durante os dois mandatos o governo recebeu.
Palmas pelas magníficas 'doações', e silêncio pelos desatinos e escândalos.
Como diria o Sinhozinho Malta: "Tô certo, ou tou errado?"
m.americo
Nota
Cherchez la femme é uma frase em francês cuja tradução literal é "procure a mulher". A expressão vem do livro de 1854 Les Mohicans de Paris de Alexandre Dumas, pai. Na passagem original, lê-se
Il y a une femme dans toute les affaires; aussitôt qu'on me fait un rapport, je dis: 'Cherchez la femme'.
Cuja tradução para português é:
Há uma mulher em cada caso; assim que me trazem um relatório, eu digo: 'Procure a mulher'.
A frase resume um lugar-comum das histórias de detetive: não importa qual seja o problema, uma mulher é quase sempre por trás. É normalmente usado com o sentido de 'procura a raiz do problema'.
O governo petista, nos últimos seis anos, distribuiu R$ 97,8 bilhões em subsídios a empresas. Destinados, principalmente, para meia dúzia de grandes grupos. Já o BNDES, nos últimos três anos, deu para esta mesma categoria privilegiada empréstimos da ordem de R$ 149,5 bilhões.
Salvou bancos quebrados. Pagou a conta de empresas doentes como a Sadia. Garantiu o pasto das boiadas da JBS. Apenas em subsídios e empréstimos chegamos à extraordinária soma de quase R$ 250 bilhões para a Bolsa Empresa, muito mais do que os investimentos realizados.
Já para a Bolsa Família, durante os oito anos de sua existência, completados em novembro passado, o governo do PT destinou R$ 76 bilhões. Para os pobres, menos de um terço do que para os ricos.
Na semana que passou, Dilma recebeu os mesmos beneficiados de sempre, um grupo de empresários que nadam em dinheiro público como cartéis, bancos e empreiteiras, pedindo mais investimentos, pedindo que o empresário fosse tomado de "espírito animal".
Novos subsídios serão concedidos na sua volta da Índia. Para os mesmos. A Bolsa Empresa é uma estratégia tão esperta quanto a Bolsa Família. A curto prazo, tem lá as suas vantagens eleitorais. No entanto, a indústria está dando sinais de fadiga e as obras do petismo não aparecem.
Nada do que é anunciado com pompa e circunstância se concretiza. Trem-bala, Ferrovia Norte-Sul, transposição do São Francisco, o primeiro navio que encalhou depois de ser entregue, aeroportos, portos, o que deveriam ser obras são meras ficções mercadológicas. Quase 30.000 escolas rurais fecharam nos últimos seis anos. Nenhuma creche das 6.000 prometidas foram construídas. As obras da Copa capengam.
Os dois únicos setores que seguram a economia são a agropecuária e a mineração. O primeiro está ameaçado pela burrice do governo federal em não aprovar o Código Florestal. O segundo por novos impostos criados pelos estados. Como diz J.R.Guzzo em seu artigo semanal para a Veja, "nada do que o governo manda resolver, ou quase nada, consegue ser resolvido". Mas a Bolsa Empresa e a Bolsa Família vão mantendo as ilusões.
NOTA AO PÉ DO TEXTO
Os franceses, a propósito de qualquer confusão, costumam dizer "cherchez la femme", o que significa que por trás de algum 'imbroglio', sempre encontraríamos uma mulher. Machismo francês, afirmará o sexo 'frágil'.
Já no Brasil, temos que procurar os números, melhor, as cifras... No caso, segundo me parece, podemos entender, pelos valores dos números apresentados, por que não houve o impeachment do Lula, quanto estourou o mensalão.
Prestem atenção aos valores! De subsídios, o governo distribuiu R$ 97,8 bilões! De empréstimos dados pelo BNDES R$ 149,5 bilhões! Chegamos assim, a impressionante cifra de aproximadamente R$ 250 bilhões!!!
Já para o Bolsa família, nos oito anos do governo lulopetista, cerca de R$ 76 bilhões. Para os pobres, menos de 1/3 do que para os ricos...
As duas bolsas, principalmente a Bolsa Empresa - já que a outra, a Bolsa Família, é apenas uma bolsa eleitoreira - não gostariam de perder tamanho privilégio. Com uma elite financeira tão bem servida, podemos entender as merecidas palmas que durante os dois mandatos o governo recebeu.
Palmas pelas magníficas 'doações', e silêncio pelos desatinos e escândalos.
Como diria o Sinhozinho Malta: "Tô certo, ou tou errado?"
m.americo
Nota
Cherchez la femme é uma frase em francês cuja tradução literal é "procure a mulher". A expressão vem do livro de 1854 Les Mohicans de Paris de Alexandre Dumas, pai. Na passagem original, lê-se
Il y a une femme dans toute les affaires; aussitôt qu'on me fait un rapport, je dis: 'Cherchez la femme'.
Cuja tradução para português é:
Há uma mulher em cada caso; assim que me trazem um relatório, eu digo: 'Procure a mulher'.
A frase resume um lugar-comum das histórias de detetive: não importa qual seja o problema, uma mulher é quase sempre por trás. É normalmente usado com o sentido de 'procura a raiz do problema'.
A ADVOGADA E A VARA
Olha só esse inusitado pedido de uma advogada da OAB do Rio de Janeiro!!! Se achar que é mentira, entre no site da OAB/RJ, vá em 'coluna dos inscritos' e digite o nº de inscrição registrado na petição (abaixo)!!!
Exmº. Sr. Dr. juiz da 16ª. Vara do Trabalho do Rio de Janeiro.
Jocilene de tal, advogada do reclamante Valeira Gomes , vem, ante a presença de V. Exª., informar que, de uma forma ou de outra, resolveu renunciar aos poderes doados pelo autor na folha da procuração.
Que a presente renúncia tem motivos justificadores suficientes, trazendo desânimo até a alma; senão, vejamos agora:
1 - A ilustre advogada renunciante é considerada pela maioria a maior advogada de Duque de Caxias (RJ), a mais brilhante, pois sou competente, conheço muito o direito, o errado e o certo.
Minha insatisfação é originária da mudança no nome de 'Justiça do Trabalho'. Antes, chamava-se JCJ (Junta de Conciliação e Julgamento), e agora passou a chamar-se "Vara". Esta nova denominação me trouxe e me traz diariamente imensos e grandes constrangimentos.
2 - Antes, para vir fazer audiências ou acompanhar processos eu entrava na Junta, e agora sou obrigada a dizer "estou entrando na Vara", "fui à Vara", "fiquei esperando sentada na Vara".
Não concordo. Sou mulher, evangélica, não gosto de gracejos. Deixo a 'Vara' para quem gosta de 'Vara': funcionários 'varejistas', homossexuais, que tem muito, fiquem na 'Vara', permaneçam na 'Vara', trabalhem com 'Vara'.
Saio desgostosa por não concordar com termo pornográfico, vara pra lá, vara pra cá...
Em tempo - Outro dia, estava entrando no prédio da Justiça do Trabalho e o meu telefone celular tocou. Era meu marido. Ele perguntou: "onde você está"?
E olha só o constrangimento da minha resposta: "Entrando na décima Vara".
Assim, comunico minha renúncia. Já comuniquei verbalmente a meu ex-cliente, tudo na forma da lei.
Assim posto,
Peço e aguardo deferimento.
25 de março de 2012
Exmº. Sr. Dr. juiz da 16ª. Vara do Trabalho do Rio de Janeiro.
Jocilene de tal, advogada do reclamante Valeira Gomes , vem, ante a presença de V. Exª., informar que, de uma forma ou de outra, resolveu renunciar aos poderes doados pelo autor na folha da procuração.
Que a presente renúncia tem motivos justificadores suficientes, trazendo desânimo até a alma; senão, vejamos agora:
1 - A ilustre advogada renunciante é considerada pela maioria a maior advogada de Duque de Caxias (RJ), a mais brilhante, pois sou competente, conheço muito o direito, o errado e o certo.
Minha insatisfação é originária da mudança no nome de 'Justiça do Trabalho'. Antes, chamava-se JCJ (Junta de Conciliação e Julgamento), e agora passou a chamar-se "Vara". Esta nova denominação me trouxe e me traz diariamente imensos e grandes constrangimentos.
2 - Antes, para vir fazer audiências ou acompanhar processos eu entrava na Junta, e agora sou obrigada a dizer "estou entrando na Vara", "fui à Vara", "fiquei esperando sentada na Vara".
Não concordo. Sou mulher, evangélica, não gosto de gracejos. Deixo a 'Vara' para quem gosta de 'Vara': funcionários 'varejistas', homossexuais, que tem muito, fiquem na 'Vara', permaneçam na 'Vara', trabalhem com 'Vara'.
Saio desgostosa por não concordar com termo pornográfico, vara pra lá, vara pra cá...
Em tempo - Outro dia, estava entrando no prédio da Justiça do Trabalho e o meu telefone celular tocou. Era meu marido. Ele perguntou: "onde você está"?
E olha só o constrangimento da minha resposta: "Entrando na décima Vara".
Assim, comunico minha renúncia. Já comuniquei verbalmente a meu ex-cliente, tudo na forma da lei.
Assim posto,
Peço e aguardo deferimento.
25 de março de 2012
ASSASSINATOS E RESGATE: O SHOW DAS FARC
Desde o último fim de semana (17) a Colômbia tem vivido sob forte tensão, numa sucessão de acontecimentos dramáticos: primeiro com o brutal assassinato de 1O soldados e um cabo do Exército em Arauca.
Na madrugada de ontem (21), foi a vez das Forças de Segurança saírem vitoriosas num ataque neste mesmo município onde 39 terroristas das FARC foram dados baixa e 12 capturados, dentre eles o segundo cabeça da Frente 10 (a mesma que assassinou os 11 militares) que pertencia ao bando guerrilheiro há 20 anos, de cognome “Misael”. E finalmente, os preparativos para a libertação dos 10 militares e policiais seqüestrados há mais de 12 anos em poder das FARC.
Nada do que será relatado aqui é novidade para os colombianos, no entanto, não deixa de mexer com as emoções e os sentimentos da população porque, como eu disse no relato feito depois da primeira viagem àquele querido país, não há uma só pessoa que não tenha uma história de violência e morte por parte dos bandos narco-terroristas para contar, quer seja de um parente próximo, distante, amigo, conhecido, amigo de amigo, vizinho.
Todos, absolutamente todos os colombianos de bem são vítimas destes monstruosos bandos terroristas, direta ou indiretamente.
O cabo foi emboscado com seus 10 soldados, quando a Frente 10 das FARC os explodiu com dois cilindros-bomba e, não satisfeitos, encheram o corpo de um soldado com explosivos e o detonaram.
Nesse ataque dois soldados sobreviveram, entretanto, o presidente Santos e o Comandante Geral, General Alejandro Navas, acusam as vítimas de haver cometido “erros táticos” buscando a própria morte.
Tudo isto ocorreu enquanto as FARC negociavam a libertação dos 10 militares e policiais seqüestrados. E estes comuno-terroristas sempre agem assim: para cada libertação anunciada, o mesmo número de assassinados ou seqüestrados.
No magnífico artigo do Dr. Fernando Londoño publicado hoje, ele vai ao ponto-chave: ninguém quer saber o nome dos militares mortos, assim como não importa a ninguém o bem que eles puderam causar com suas presenças àquele lugar em que serviam.
Para esta “justiça” colombiana de hoje, vale mais a palavra de um bandido e a preocupação com “direitos humanos” destes que NUNCA respeitaram os direitos humanos de ninguém, nem mesmo de seus comparsas, porque os militares e policiais são sempre os culpados, até mesmo da própria morte.
A situação está dramática para os uniformizados: se cumprem com o seu dever de defender a Pátria, são julgados e condenados a sentenças que de tão longas tornam-se perpétuas.
Como foi com o Coronel Alfonso Plazas, com os generais Arias Cabrales e Uzcátegui, com o Major Ordóñez de que nos fala Dr Fernando Londoño. E está sendo assim com quase 3.000 (TRÊS MIL!!!) militares e policiais que hoje cumprem condenação por defenderem a Pátria, enquanto que para os bandidos capturados a justiça “esquece” de iniciar a fase de depoimentos até que eles “têm” que ser libertados por decurso de prazo. Se os militares descumprem com o seu dever de defender-se e defender a população abatendo terroristas em combate, esses heróis são igualmente culpados pela própria morte.
Na figura abaixo as normas de procedimento do militar EM COMBATE, vocês podem ver o que o tal “direito internacional humanitário” da ONU exige deles. É algo parecido com informar ao bandido que você tem uma arma, que ela dispara e pode matá-lo e que, diante disso, ele procure se proteger. Nunca vi nada mais absurdo numa guerra!
Para que se tenha idéia da perversidade das FARC, assistam ao vídeo abaixo qual a mais nova “modalidade” de extermínio de pessoas inocentes, porque estas armadilhas não são colocadas para atingir somente os “objetivos militares” senão ao povo comum, esta gente que eles dizem ser parte e defensores, dentre eles crianças.
Essas armadilhas são buracos de aproximadamente 50 cm. de diâmetro repletas de lanças pontiagudas, infectadas com cianureto e fezes, cobertas com folhagens da própria selva. Ao cair numa armadilha dessas, a pessoa além dos gravíssimos ferimentos, e se não for socorrida a tempo pode sofrer gangrena e perder os membros inferiores ou morrer.
Setenta e três horas depois do brutal assassinato dos 11 militares, as FARC sofreram uma grande baixa, com a perda de 39 de seus membros e a captura de outros 12, dentre eles o segundo comandante da Frente 10, através da “Operação Espártaco” que faz parte do Plano Espada de Honra. No vídeo abaixo pode-se ver as primeiras imagens do local bombardeado.
E já com todo o protocolo para a libertação confirmado pelo governo, de acordo com as exigências das FARC, o Secretariado do Estado-Maior Central envia no dia 16 de março um comunicado ao governo que diz, dentre outras coisas, que “só falta que o presidente Juan Manuel Santos permita a visita humanitária projetada por ‘Mulheres do Mundo pela Paz’ aos prisioneiros políticos e de guerra nos centros de reclusão do país”.
E no dia seguinte atacam os 11 militares de forma desumana! Quer dizer, fica muito claro que a única paz que estes monstros desejam é a paz dos cemitérios porque eles sempre mentiram e vão continuar mentindo porque este é seu modus operandi! E como o presidente Santos não consentiu tal visita, os terroristas presos enviaram um comunicado informando que iriam entrar em greve de fome a partir do dia 20, e terminam o informe dizendo que “os presos políticos não somos nem delinqüentes nem terroristas, somos lutadores do povo”. Toda a Colômbia e esta que vos escreve estamos torcendo para que eles obtenham êxito em sua empreitada!
O detalhe grotesco dessa libertação fica por conta da exigência das FARC de que Brasil participe do resgate dos seqüestrados que, para quem sabe das alianças do governo brasileiro com este bando comuno-terrorista há 22 anos através do Foro de São Paulo, isto não é “apenas” uma colaboração humanitária como eles sempre alegam, mas uma participação necessária para dar ao mundo a credibilidade na lisura da entrega e a elas, FARC, a certeza de que estão “entre amigos” para o caso de alguma “eventualidade”.
Só espero que não seja como da última vez em que os nossos militares da FAB foram feitos de idiotas e ainda humilhados pela moleca de recados, “Teodora de Bolívar”, que para ganhar tempo e dar fuga a Alfonso Cano deram-lhes as coordenadas erradas e depois alegaram que nossos militares “não souberam ler a carta de navegação”. O Brasil não precisa disso. Nossos militares e Forças Armadas não precisam disso tampouco.
O resgate está anunciado para ocorrer em duas entregas, a primeira das quais já mudou de data umas quantas vezes. Se nada for alterado a partir da última declaração, no dia 26 (já havia sido dito que era dia 30) saem de Villavicencio 5 militares e no dia 3 de abril os outro 5. E rogo a Deus que isto não seja mais uma diversão macabra e que eles não inventem alguma “ação militar” para justificar o assassinato dessas vítimas, como ocorreu em dezembro passado com 4 militares que constavam da lista de “devolução unilateral”.
Os brasileiros não têm idéia do que sofre a Colômbia diariamente porque a imprensa nacional só divulga os shows midiáticos que só servem para favorecer as FARC. Entretanto, a escalada de ataques das FARC e do ELN se incrementou enormemente desde que Santos tomou posse. Os ataques aumentaram em 2011 e nesse ano corrente a história se repetiu com graves atentados, como os ocorridos em 1 e 2 de fevereiro em Tumaco (Nariño) e Villa Rica (Cauca), que deixaram 20 mortos e cerca de uma centena de feridos, várias casas e locais comerciais destruídos.
Além disso, soma-se uma onda de atentados contra oleodutos, veículos e trabalhadores de empresas petroleiras que causaram alarme e reclamos de segurança ao Governo.
Para se ter uma idéia, os ataques aos oleodutos passaram de 31 em 2010, a 84 em 2011. Agora, quando há um sucesso nas operações militares tanto Santos, quanto seu ministro da Defesa vão aos meios de comunicação contabilizar os lucros para si, esquecendo-se por conveniência que é exclusivamente a esses heróis anônimos que se deve a vitória.
E, ao contrário, quando acontece uma infelicidade, como no caso dos 11 soldados, essa dupla sinistra não titubeia em acusá-los de ser responsáveis pelas próprias mortes, como se jovens com idades que variavam dos 19 aos 30 anos, preparados e bem treinados, fossem irresponsáveis o bastante para se deixar abater por diversão.
O Notalatina vai ficar atento a mais este espetáculo macabro, onde se brinca com a dor das famílias e dos seqüestrados para se promover politicamente e sobretudo promover as FARC, esperando que tudo ocorra como foi anunciado porque com os exemplos de que palavra de terrorista não merece crédito, tudo pode acontecer. Que Deus nos abençoe a todos e sobretudo aos militares que aguardam sua libertação. Até a próxima.
Posted: 22 Mar 2012
Comentários e traduções: G. Salgueiro
Na madrugada de ontem (21), foi a vez das Forças de Segurança saírem vitoriosas num ataque neste mesmo município onde 39 terroristas das FARC foram dados baixa e 12 capturados, dentre eles o segundo cabeça da Frente 10 (a mesma que assassinou os 11 militares) que pertencia ao bando guerrilheiro há 20 anos, de cognome “Misael”. E finalmente, os preparativos para a libertação dos 10 militares e policiais seqüestrados há mais de 12 anos em poder das FARC.
Nada do que será relatado aqui é novidade para os colombianos, no entanto, não deixa de mexer com as emoções e os sentimentos da população porque, como eu disse no relato feito depois da primeira viagem àquele querido país, não há uma só pessoa que não tenha uma história de violência e morte por parte dos bandos narco-terroristas para contar, quer seja de um parente próximo, distante, amigo, conhecido, amigo de amigo, vizinho.
Todos, absolutamente todos os colombianos de bem são vítimas destes monstruosos bandos terroristas, direta ou indiretamente.
O cabo foi emboscado com seus 10 soldados, quando a Frente 10 das FARC os explodiu com dois cilindros-bomba e, não satisfeitos, encheram o corpo de um soldado com explosivos e o detonaram.
Nesse ataque dois soldados sobreviveram, entretanto, o presidente Santos e o Comandante Geral, General Alejandro Navas, acusam as vítimas de haver cometido “erros táticos” buscando a própria morte.
Tudo isto ocorreu enquanto as FARC negociavam a libertação dos 10 militares e policiais seqüestrados. E estes comuno-terroristas sempre agem assim: para cada libertação anunciada, o mesmo número de assassinados ou seqüestrados.
No magnífico artigo do Dr. Fernando Londoño publicado hoje, ele vai ao ponto-chave: ninguém quer saber o nome dos militares mortos, assim como não importa a ninguém o bem que eles puderam causar com suas presenças àquele lugar em que serviam.
Para esta “justiça” colombiana de hoje, vale mais a palavra de um bandido e a preocupação com “direitos humanos” destes que NUNCA respeitaram os direitos humanos de ninguém, nem mesmo de seus comparsas, porque os militares e policiais são sempre os culpados, até mesmo da própria morte.
A situação está dramática para os uniformizados: se cumprem com o seu dever de defender a Pátria, são julgados e condenados a sentenças que de tão longas tornam-se perpétuas.
Como foi com o Coronel Alfonso Plazas, com os generais Arias Cabrales e Uzcátegui, com o Major Ordóñez de que nos fala Dr Fernando Londoño. E está sendo assim com quase 3.000 (TRÊS MIL!!!) militares e policiais que hoje cumprem condenação por defenderem a Pátria, enquanto que para os bandidos capturados a justiça “esquece” de iniciar a fase de depoimentos até que eles “têm” que ser libertados por decurso de prazo. Se os militares descumprem com o seu dever de defender-se e defender a população abatendo terroristas em combate, esses heróis são igualmente culpados pela própria morte.
Na figura abaixo as normas de procedimento do militar EM COMBATE, vocês podem ver o que o tal “direito internacional humanitário” da ONU exige deles. É algo parecido com informar ao bandido que você tem uma arma, que ela dispara e pode matá-lo e que, diante disso, ele procure se proteger. Nunca vi nada mais absurdo numa guerra!
Para que se tenha idéia da perversidade das FARC, assistam ao vídeo abaixo qual a mais nova “modalidade” de extermínio de pessoas inocentes, porque estas armadilhas não são colocadas para atingir somente os “objetivos militares” senão ao povo comum, esta gente que eles dizem ser parte e defensores, dentre eles crianças.
Essas armadilhas são buracos de aproximadamente 50 cm. de diâmetro repletas de lanças pontiagudas, infectadas com cianureto e fezes, cobertas com folhagens da própria selva. Ao cair numa armadilha dessas, a pessoa além dos gravíssimos ferimentos, e se não for socorrida a tempo pode sofrer gangrena e perder os membros inferiores ou morrer.
Setenta e três horas depois do brutal assassinato dos 11 militares, as FARC sofreram uma grande baixa, com a perda de 39 de seus membros e a captura de outros 12, dentre eles o segundo comandante da Frente 10, através da “Operação Espártaco” que faz parte do Plano Espada de Honra. No vídeo abaixo pode-se ver as primeiras imagens do local bombardeado.
E já com todo o protocolo para a libertação confirmado pelo governo, de acordo com as exigências das FARC, o Secretariado do Estado-Maior Central envia no dia 16 de março um comunicado ao governo que diz, dentre outras coisas, que “só falta que o presidente Juan Manuel Santos permita a visita humanitária projetada por ‘Mulheres do Mundo pela Paz’ aos prisioneiros políticos e de guerra nos centros de reclusão do país”.
E no dia seguinte atacam os 11 militares de forma desumana! Quer dizer, fica muito claro que a única paz que estes monstros desejam é a paz dos cemitérios porque eles sempre mentiram e vão continuar mentindo porque este é seu modus operandi! E como o presidente Santos não consentiu tal visita, os terroristas presos enviaram um comunicado informando que iriam entrar em greve de fome a partir do dia 20, e terminam o informe dizendo que “os presos políticos não somos nem delinqüentes nem terroristas, somos lutadores do povo”. Toda a Colômbia e esta que vos escreve estamos torcendo para que eles obtenham êxito em sua empreitada!
O detalhe grotesco dessa libertação fica por conta da exigência das FARC de que Brasil participe do resgate dos seqüestrados que, para quem sabe das alianças do governo brasileiro com este bando comuno-terrorista há 22 anos através do Foro de São Paulo, isto não é “apenas” uma colaboração humanitária como eles sempre alegam, mas uma participação necessária para dar ao mundo a credibilidade na lisura da entrega e a elas, FARC, a certeza de que estão “entre amigos” para o caso de alguma “eventualidade”.
Só espero que não seja como da última vez em que os nossos militares da FAB foram feitos de idiotas e ainda humilhados pela moleca de recados, “Teodora de Bolívar”, que para ganhar tempo e dar fuga a Alfonso Cano deram-lhes as coordenadas erradas e depois alegaram que nossos militares “não souberam ler a carta de navegação”. O Brasil não precisa disso. Nossos militares e Forças Armadas não precisam disso tampouco.
O resgate está anunciado para ocorrer em duas entregas, a primeira das quais já mudou de data umas quantas vezes. Se nada for alterado a partir da última declaração, no dia 26 (já havia sido dito que era dia 30) saem de Villavicencio 5 militares e no dia 3 de abril os outro 5. E rogo a Deus que isto não seja mais uma diversão macabra e que eles não inventem alguma “ação militar” para justificar o assassinato dessas vítimas, como ocorreu em dezembro passado com 4 militares que constavam da lista de “devolução unilateral”.
Os brasileiros não têm idéia do que sofre a Colômbia diariamente porque a imprensa nacional só divulga os shows midiáticos que só servem para favorecer as FARC. Entretanto, a escalada de ataques das FARC e do ELN se incrementou enormemente desde que Santos tomou posse. Os ataques aumentaram em 2011 e nesse ano corrente a história se repetiu com graves atentados, como os ocorridos em 1 e 2 de fevereiro em Tumaco (Nariño) e Villa Rica (Cauca), que deixaram 20 mortos e cerca de uma centena de feridos, várias casas e locais comerciais destruídos.
Além disso, soma-se uma onda de atentados contra oleodutos, veículos e trabalhadores de empresas petroleiras que causaram alarme e reclamos de segurança ao Governo.
Para se ter uma idéia, os ataques aos oleodutos passaram de 31 em 2010, a 84 em 2011. Agora, quando há um sucesso nas operações militares tanto Santos, quanto seu ministro da Defesa vão aos meios de comunicação contabilizar os lucros para si, esquecendo-se por conveniência que é exclusivamente a esses heróis anônimos que se deve a vitória.
E, ao contrário, quando acontece uma infelicidade, como no caso dos 11 soldados, essa dupla sinistra não titubeia em acusá-los de ser responsáveis pelas próprias mortes, como se jovens com idades que variavam dos 19 aos 30 anos, preparados e bem treinados, fossem irresponsáveis o bastante para se deixar abater por diversão.
O Notalatina vai ficar atento a mais este espetáculo macabro, onde se brinca com a dor das famílias e dos seqüestrados para se promover politicamente e sobretudo promover as FARC, esperando que tudo ocorra como foi anunciado porque com os exemplos de que palavra de terrorista não merece crédito, tudo pode acontecer. Que Deus nos abençoe a todos e sobretudo aos militares que aguardam sua libertação. Até a próxima.
Posted: 22 Mar 2012
Comentários e traduções: G. Salgueiro
ÁRABES ISRAELENSES, VIVENDO UM PARADOXO
Será que os árabes, que totalizam um quinto da população de Israel, podem ser cidadãos leais ao estado judaico?
Com essa pergunta em mente, visitei recentemente várias regiões habitadas pelos árabes de Israel (Jaffa, Baqa al-Gharbiya, Umm al-Fahm, Haifa, Acre, Nazaré, as Colinas de Golã, Jerusalém) e mantive uma troca de ideias com as principais correntes israelenses, tanto árabes como judaicas.
Constatei que a maioria dos cidadãos de língua árabe encontra-se intensamente ambivalente quanto a viver sob um sistema de governo judaico.
De um lado, ressentem o judaísmo, por ser a religião preponderante do país, a Lei do Retorno, que permite apenas aos judeus imigrarem de acordo com a sua vontade, o hebraico por ser o principal idioma do estado, a Estrela de David na bandeira e a menção da "alma judaica" no hino nacional. De outro lado, dão valor ao sucesso econômico do país, ao padrão do sistema de saúde pública, ao estado de direito e ao funcionamento da democracia.
Esses conflitos se manifestam de diversas maneiras. A pequena população árabe-israelense, sem instrução e derrotada em 1949 cresceu dez vezes, adquiriu habilidades modernas e recuperou a confiança. Alguns dessa comunidade adquiriram posições de prestígio e responsabilidade, incluindo o Juiz da Suprema Corte, Salim Joubran, o ex-embaixador Ali Yahya, o ex-ministro de estado Raleb Majadele e o jornalista Khaled Abu Toameh.
Mas esses poucos assimilados eclipsam-se diante das massas descontentes que se identificam com o Dia da Terra, Dia da Nakba e o relatório Future Vision (Visão do Futuro). E o mais revelador, a maioria dos parlamentares árabes israelenses, como Ahmed Tibi e Haneen Zuabi, são cabeças quentes que exalam violência antisionista. Os árabes israelenses têm recorrido cada vez mais à violência contra os seus compatriotas israelenses.
Na realidade, os árabes israelenses vivem dois paradoxos. Embora sofram de discriminação em Israel, desfrutam de mais direitos e maior estabilidade do que qualquer outra população árabe vivendo em seus próprios países soberanos (pense no Egito ou na Síria). Segundo, vivem em um país que seus patrícios árabes amaldiçoam e ameaçam aniquilar.
Minhas conversas em Israel levaram-me a concluir que essas complexidades impedem uma discussão sólida, tanto pelos judeus como pelos árabes, sobre todas as implicações da existência anômala dos árabes israelenses. Parlamentares extremistas e jovens violentos não são levados em conta, como se fossem marginalizados, não representativos. Em vez disso, ouve-se que se os árabes israelenses fossem tratados com mais respeito e recebessem mais ajuda municipal do governo central, já seria o suficiente para que o descontentamento atual fosse minorado, que é preciso distinguir entre (os bons) árabes de Israel e (os maus) árabes da Cisjordânia e Gaza, além de uma advertência que os árabes israelenses irão se transformar em palestinos a menos que Israel os trate melhor.
Meus interlocutores, em geral, deixam de lado as questões referentes ao islamismo. Até pareceu indelicado mencionar o imperativo islâmico de que os muçulmanos (que abrangem 84 porcento da população árabe-israelense) tratem de seus próprios negócios e interesses. Discutir a aspiração islâmica de aplicar a lei islâmica atraiu olhares estupefatos e a mudança para tópicos mais imediatos.
Essa rejeição me fez lembrar da Turquia anterior a 2002, quando a corrente predominante dos turcos presumiram que a revolução de Atatürk era permanente e que os islamistas assumidos permaneceriam um fenômeno marginal. Eles confirmaram seu enorme erro: uma década depois dos islamistas chegarem democraticamente ao poder em 2002, o governo eleito foi pouco a pouco aplicando mais leis islâmicas, montando uma potência regional neo-otomana.
Eu prevejo uma evolução semelhante em Israel, conforme os paradoxos árabes israelenses aumentem com mais vigor. Os cidadãos muçulmanos de Israel continuarão a crescer em número, habilidades e confiança, tornando-se simultaneamente mais integrados à vida do país e mais ambiciosos em derrubar a soberania judaica. O que leva a crer que à medida que Israel supera as ameaças externas, os árabes israelenses irão surgir como uma preocupação crescente. Aliás, eu prevejo que eles representem o derradeiro obstáculo para o estabelecimento de um lar judaico vislumbrado por Theodor Herzl e Lord Balfour.
O que há de se fazer? Os cristãos do Líbano perderam poder pelo fato de terem incorporado muçulmanos demais, tornando-se uma proporção pequena demais da população do país para governá-lo. Lembrando dessa lição, a identidade e a segurança de Israel requerem minimizar o número de cidadãos árabes – não reduzir seus direitos democráticos, muito menos deportá-los, mas sim implementar etapas como ajustar as fronteiras de Israel, construir muros ao longo das fronteiras, implantar rigorosas políticas de reunificação familiar, alterar as políticas pró natalidade e examinar cuidadosamente as petições de refugiados.
Ironicamente, o maior empecilho a essas ações é que a maioria dos árabes israelenses deseja enfaticamente continuar sendo desleal ao estado judeu (e contrariamente cidadão leal de um estado palestino). Além disso, muitos muçulmanos de outras regiões do Oriente Médio almejam tornarem-se israelenses (um fenômeno que eu chamo de aliyah muçulmana). Tais preferências, pressuponho, irão entravar o governo de Israel, que não irá criar respostas adequadas, tornando com isso a relativa calma de hoje na crise de amanhã.
por Daniel Pipes
The Washington Times
25 de março de 2012
.org) é o presidente do Middle East Forum e ilustre companheiro visit
O Sr. Pipes (DanielPipesante Taube da Instituição Hoover da Universidade de Stanford. © 2012 por Daniel Pipes.
Original em inglês: Israel's Arabs, Living a Paradox
Tradução: Joseph Skilnik
Com essa pergunta em mente, visitei recentemente várias regiões habitadas pelos árabes de Israel (Jaffa, Baqa al-Gharbiya, Umm al-Fahm, Haifa, Acre, Nazaré, as Colinas de Golã, Jerusalém) e mantive uma troca de ideias com as principais correntes israelenses, tanto árabes como judaicas.
Constatei que a maioria dos cidadãos de língua árabe encontra-se intensamente ambivalente quanto a viver sob um sistema de governo judaico.
De um lado, ressentem o judaísmo, por ser a religião preponderante do país, a Lei do Retorno, que permite apenas aos judeus imigrarem de acordo com a sua vontade, o hebraico por ser o principal idioma do estado, a Estrela de David na bandeira e a menção da "alma judaica" no hino nacional. De outro lado, dão valor ao sucesso econômico do país, ao padrão do sistema de saúde pública, ao estado de direito e ao funcionamento da democracia.
Esses conflitos se manifestam de diversas maneiras. A pequena população árabe-israelense, sem instrução e derrotada em 1949 cresceu dez vezes, adquiriu habilidades modernas e recuperou a confiança. Alguns dessa comunidade adquiriram posições de prestígio e responsabilidade, incluindo o Juiz da Suprema Corte, Salim Joubran, o ex-embaixador Ali Yahya, o ex-ministro de estado Raleb Majadele e o jornalista Khaled Abu Toameh.
Mas esses poucos assimilados eclipsam-se diante das massas descontentes que se identificam com o Dia da Terra, Dia da Nakba e o relatório Future Vision (Visão do Futuro). E o mais revelador, a maioria dos parlamentares árabes israelenses, como Ahmed Tibi e Haneen Zuabi, são cabeças quentes que exalam violência antisionista. Os árabes israelenses têm recorrido cada vez mais à violência contra os seus compatriotas israelenses.
Na realidade, os árabes israelenses vivem dois paradoxos. Embora sofram de discriminação em Israel, desfrutam de mais direitos e maior estabilidade do que qualquer outra população árabe vivendo em seus próprios países soberanos (pense no Egito ou na Síria). Segundo, vivem em um país que seus patrícios árabes amaldiçoam e ameaçam aniquilar.
Minhas conversas em Israel levaram-me a concluir que essas complexidades impedem uma discussão sólida, tanto pelos judeus como pelos árabes, sobre todas as implicações da existência anômala dos árabes israelenses. Parlamentares extremistas e jovens violentos não são levados em conta, como se fossem marginalizados, não representativos. Em vez disso, ouve-se que se os árabes israelenses fossem tratados com mais respeito e recebessem mais ajuda municipal do governo central, já seria o suficiente para que o descontentamento atual fosse minorado, que é preciso distinguir entre (os bons) árabes de Israel e (os maus) árabes da Cisjordânia e Gaza, além de uma advertência que os árabes israelenses irão se transformar em palestinos a menos que Israel os trate melhor.
Meus interlocutores, em geral, deixam de lado as questões referentes ao islamismo. Até pareceu indelicado mencionar o imperativo islâmico de que os muçulmanos (que abrangem 84 porcento da população árabe-israelense) tratem de seus próprios negócios e interesses. Discutir a aspiração islâmica de aplicar a lei islâmica atraiu olhares estupefatos e a mudança para tópicos mais imediatos.
Essa rejeição me fez lembrar da Turquia anterior a 2002, quando a corrente predominante dos turcos presumiram que a revolução de Atatürk era permanente e que os islamistas assumidos permaneceriam um fenômeno marginal. Eles confirmaram seu enorme erro: uma década depois dos islamistas chegarem democraticamente ao poder em 2002, o governo eleito foi pouco a pouco aplicando mais leis islâmicas, montando uma potência regional neo-otomana.
Eu prevejo uma evolução semelhante em Israel, conforme os paradoxos árabes israelenses aumentem com mais vigor. Os cidadãos muçulmanos de Israel continuarão a crescer em número, habilidades e confiança, tornando-se simultaneamente mais integrados à vida do país e mais ambiciosos em derrubar a soberania judaica. O que leva a crer que à medida que Israel supera as ameaças externas, os árabes israelenses irão surgir como uma preocupação crescente. Aliás, eu prevejo que eles representem o derradeiro obstáculo para o estabelecimento de um lar judaico vislumbrado por Theodor Herzl e Lord Balfour.
O que há de se fazer? Os cristãos do Líbano perderam poder pelo fato de terem incorporado muçulmanos demais, tornando-se uma proporção pequena demais da população do país para governá-lo. Lembrando dessa lição, a identidade e a segurança de Israel requerem minimizar o número de cidadãos árabes – não reduzir seus direitos democráticos, muito menos deportá-los, mas sim implementar etapas como ajustar as fronteiras de Israel, construir muros ao longo das fronteiras, implantar rigorosas políticas de reunificação familiar, alterar as políticas pró natalidade e examinar cuidadosamente as petições de refugiados.
Ironicamente, o maior empecilho a essas ações é que a maioria dos árabes israelenses deseja enfaticamente continuar sendo desleal ao estado judeu (e contrariamente cidadão leal de um estado palestino). Além disso, muitos muçulmanos de outras regiões do Oriente Médio almejam tornarem-se israelenses (um fenômeno que eu chamo de aliyah muçulmana). Tais preferências, pressuponho, irão entravar o governo de Israel, que não irá criar respostas adequadas, tornando com isso a relativa calma de hoje na crise de amanhã.
por Daniel Pipes
The Washington Times
25 de março de 2012
.org) é o presidente do Middle East Forum e ilustre companheiro visit
O Sr. Pipes (DanielPipesante Taube da Instituição Hoover da Universidade de Stanford. © 2012 por Daniel Pipes.
Original em inglês: Israel's Arabs, Living a Paradox
Tradução: Joseph Skilnik
REQUINTES DO MAQUIAVELISMO
Saiba o que está por trás do cabo de guerra que opõe Dilma e o Congresso
Na análise que o editor fez no Twitcam que disponibiliza diariamente na capa do site www.polibiobraga.com.br, sai uma comparação azeda entre as atuações de Mao e Lula de um lado e Zhou Enlai e Dilma Roussef do outro. É que o editor acaba de ler os livros Zhou Enlai, de Gad Wendian, e O que sei de Lula, de José Nêumanne Pinto, ambos à venda na Livraria Cultura, Bourbon Shopping, em Porto Alegre. Depois de ler as duas biografias, é impossível não comparar as ações traiçoeiras, aéticas e sem escrúpulos dos líderes Mao e Lula, com ênfase nas relações de Mao com seu premier Zhou Enlai e de Lula com sua pupila, a presidente Dilma Roussef.
. O caso é emergente porque esta semana a presidente parece ter escolhido o caminho do endurecimento político com seus aliados do PMDB, PR, PDT e PTB no Senado e na Câmara. O resultado foram derrotas sucessivas do governo na Câmara, o que já tinha acontecido há duas semanas no Senado.
. É claro que Lula está por trás do recrudescimento de Dilma Roussef.
. Vale a pena saber o que quer Lula e não o que quer Dilma, porque o poder real é do presidente de honra do Partido, no caso Lula, como na República Popular da China foi de Mao. Zhou, como Dilma, são protagonistas importantíssimos, gerentões de primeira linha, mas fazem o jogo de quem manda no Partido.
. O que quer Lula ?
1) Dar asas à pupila, cuja síndrome do escorpião é endurecer, visando amansar a base aliada, mas desgastar-se a ponto de não ser páreo na sucessão.
2) Voltar como o salvador da pátria dentro de dois anos, acertando alianças mais “baratas” com PMDB, PR, PDT e PTB.
. Resta saber se a jogada dará certo.
. O ex-presidente Fernando Collor, do alto da experiência que teve na presidência, avisou no Senado:
- Errei quando confrontei o Congresso. O resultado é que tomei um impeachment. Dilma vai no mesmo caminho.
. Antes de Fernando Collor, que tomou impeachment, outros dois presidentes também confrontaram o Congresso: Getúlio Vargas, 1954, que meteu uma bala na cabeça; e Jânio Quadros, 1961, que renunciou.
25 de março de 2012
Na análise que o editor fez no Twitcam que disponibiliza diariamente na capa do site www.polibiobraga.com.br, sai uma comparação azeda entre as atuações de Mao e Lula de um lado e Zhou Enlai e Dilma Roussef do outro. É que o editor acaba de ler os livros Zhou Enlai, de Gad Wendian, e O que sei de Lula, de José Nêumanne Pinto, ambos à venda na Livraria Cultura, Bourbon Shopping, em Porto Alegre. Depois de ler as duas biografias, é impossível não comparar as ações traiçoeiras, aéticas e sem escrúpulos dos líderes Mao e Lula, com ênfase nas relações de Mao com seu premier Zhou Enlai e de Lula com sua pupila, a presidente Dilma Roussef.
. O caso é emergente porque esta semana a presidente parece ter escolhido o caminho do endurecimento político com seus aliados do PMDB, PR, PDT e PTB no Senado e na Câmara. O resultado foram derrotas sucessivas do governo na Câmara, o que já tinha acontecido há duas semanas no Senado.
. É claro que Lula está por trás do recrudescimento de Dilma Roussef.
. Vale a pena saber o que quer Lula e não o que quer Dilma, porque o poder real é do presidente de honra do Partido, no caso Lula, como na República Popular da China foi de Mao. Zhou, como Dilma, são protagonistas importantíssimos, gerentões de primeira linha, mas fazem o jogo de quem manda no Partido.
. O que quer Lula ?
1) Dar asas à pupila, cuja síndrome do escorpião é endurecer, visando amansar a base aliada, mas desgastar-se a ponto de não ser páreo na sucessão.
2) Voltar como o salvador da pátria dentro de dois anos, acertando alianças mais “baratas” com PMDB, PR, PDT e PTB.
. Resta saber se a jogada dará certo.
. O ex-presidente Fernando Collor, do alto da experiência que teve na presidência, avisou no Senado:
- Errei quando confrontei o Congresso. O resultado é que tomei um impeachment. Dilma vai no mesmo caminho.
. Antes de Fernando Collor, que tomou impeachment, outros dois presidentes também confrontaram o Congresso: Getúlio Vargas, 1954, que meteu uma bala na cabeça; e Jânio Quadros, 1961, que renunciou.
25 de março de 2012
AS VANTAGENS DO BILINGUISMO
Estudo sugere que a experiência bilíngue melhora funções do cérebro como ignorar distrações, mudar o foco e manter informações na mente
Falar duas línguas ao invés de apenas uma tem benefícios práticos óbvios em um mundo cada vez mais globalizado. Mas nos últimos anos, os cientistas começaram a mostrar que as vantagens do bilinguismo são ainda mais fundamentais do que poder conversar com uma gama maior de pessoas. Ser bilíngue, ao que parece, torna você mais inteligente. Falar mais de um idioma pode ter um efeito profundo em seu cérebro, melhorar as habilidades cognitivas não relacionadas à linguagem e até mesmo proteger contra a demência na velhice.
Este ponto de vista do bilinguismo é notavelmente diferente da compreensão do século XX. Pesquisadores, educadores e formuladores de políticas consideravam o aprendizado de uma segunda língua uma interferência, cognitivamente falando, que impedia o desenvolvimento acadêmico e intelectual de uma criança.
Eles não estavam errados sobre a interferência: há ampla evidência de que o cérebro de uma pessoa bilingue ativa ambos os sistemas, mesmo quando ele está usando apenas uma língua, criando assim situações em que um sistema obstrui o outro. No entanto, de acordo com pesquisadores, esse tipo de interferência não é tanto uma desvantagem, mas uma bênção disfarçada, pois força o cérebro a resolver o conflito interno, dando à mente um treino que fortalece suas habilidades cognitivas.
Pesquisas
Bilíngues, por exemplo, parecem ser mais hábeis que os monolíngues em resolver certos tipos de quebra-cabeças mentais. Em um estudo, realizado em 2004 pelas psicólogas Ellen Bialystok e Michelee Martin-Rhee, crianças bilíngues e monolíngues em idade pré-escolar foram convidadas a classificar círculos azuis e quadrados vermelhos apresentados na tela do computador em suas caixas digitais, uma marcada com um quadrado azul e outra com um círculo vermelho.
Na primeira tarefa as crianças tiveram que classificar as formas, colocando círculos azuis na caixa marcada com os quadrados e os quadrados na caixa com círculo. Ambos os grupos fizeram isso com facilidade. Em seguida, as crianças foram solicitadas a classificar por tamanho, o que foi mais difícil porque era necessário colocar as imagens em um escaninho marcado com uma cor conflitante. Os bilíngues foram mais rápidos na execução dessa tarefa.
A prova coletiva do estudo sugere que a experiência bilíngue melhora a função do chamado “cérebro executivo” – um sistema de comando que direciona os processos de atenção que nós usamos para planejar, resolver problemas e executar várias outras tarefas mentalmente mais exigentes. Estes processos incluem: ignorar devios de atenção para manter o foco, mudar a atenção deliberadamente de uma coisa para outra e manter informações em mente – como lembrar uma sequência de direções enquanto estiver dirigindo.
Por que a disputa entre dois sistemas de linguagem ativos simultaneamente melhora esses aspectos da cognição? Até então, os investigadores pensaram que a vantagem bilíngue era resultado, principalmente, de uma capacidade de inibição, de suprimir, que foi aperfeiçoado pelo exercício de um sistema de linguagem: esta supressão, pensava-se, iria ajudar a treinar a mente bilíngue para ignorar distrações em outros contextos. Mas esta explicação cada vez mais parece ser inadequada, uma vez que estudos têm mostrado que o desempenho dos bilíngues é melhor do que os dos monolíngues mesmo em tarefas que não requerem a inibição, como passar uma linha através de uma série de números ascendentes dispersos aleatoriamente em uma página.
Adaptação e controle
A principal diferença entre bilíngues e monolíngues pode ser mais básica: a capacidade de monitorar o ambiente. “Bilíngues têm que mudar de idioma, muitas vezes – você pode conversar com seu pai em uma linguagem e sua mãe em outro idioma”, diz Albert Costa, pesquisador da Universidade de Pompeu Fabra, na Espanha. “É preciso manter o controle das mudanças ao seu redor”. Em um estudo comparando bilíngues alemão-italiano, com monolíngues italianos em tarefas de monitoramento, Costa e seus colegas descobriram que os indivíduos bilíngues não só tinham um desempenho melhor, como também fizeram o mesmo com menos atividades em regiões do cérebro envolvidas na vigilância, indicando mais eficiência para isso.
A experiência bilíngue parece influenciar o cérebro desde a infância até a velhice (e não há razão para acreditar que ela pode também se aplicar àqueles que aprendem uma segunda língua mais tarde na vida).
Em um estudo de 2009 conduzido por Kovacs Agnes, da Escola Internacional de Estudos Avançados, em Trieste, na Itália, bebês expostos a duas línguas desde o nascimento foram comparados com outros que tiveram contato apenas com uma língua. Em um conjunto inicial de ensaios, os bebês foram apresentados a um áudio e, em seguida, um boneco de um lado de uma tela. Ambos os grupos infantis aprenderam a olhar para o lado da tela após o som, em antecipação ao fantoche. Mas quando o boneco começou a aparecer do lado oposto da tela, os bebês expostos a um ambiente bilíngue aprenderam rapidamente a mudar o seu olhar para a nova direção, enquanto os outros bebês não.
Os efeitos do bilinguismo também se estendem até a velhice. Em um estudo recente com 44 idosos bilíngues em espanhol-inglês, os cientistas liderados pelo neuropsicólogo Tamar Gollan, da Universidade da Califórnia, San Diego, descobriram que os indivíduos com maior grau de bilinguismo – medido através de uma avaliação comparativa de proficiência em cada idioma– eram mais resistentes do que os outros idosos para o aparecimento de demência e outros sintomas da doença de Alzheimer: quanto maior o grau de bilinguismo, mais resistência aos sintomas.
Ninguém nunca duvidou do poder da linguagem. Mas quem teria imaginado que as palavras que ouvimos e as frases que falamos podem estar deixando uma marca profunda?
Fontes:The New York Times - Why Bilinguals Are Smarter
25 de março de 2012
opinião e notícia
Falar duas línguas ao invés de apenas uma tem benefícios práticos óbvios em um mundo cada vez mais globalizado. Mas nos últimos anos, os cientistas começaram a mostrar que as vantagens do bilinguismo são ainda mais fundamentais do que poder conversar com uma gama maior de pessoas. Ser bilíngue, ao que parece, torna você mais inteligente. Falar mais de um idioma pode ter um efeito profundo em seu cérebro, melhorar as habilidades cognitivas não relacionadas à linguagem e até mesmo proteger contra a demência na velhice.
Este ponto de vista do bilinguismo é notavelmente diferente da compreensão do século XX. Pesquisadores, educadores e formuladores de políticas consideravam o aprendizado de uma segunda língua uma interferência, cognitivamente falando, que impedia o desenvolvimento acadêmico e intelectual de uma criança.
Eles não estavam errados sobre a interferência: há ampla evidência de que o cérebro de uma pessoa bilingue ativa ambos os sistemas, mesmo quando ele está usando apenas uma língua, criando assim situações em que um sistema obstrui o outro. No entanto, de acordo com pesquisadores, esse tipo de interferência não é tanto uma desvantagem, mas uma bênção disfarçada, pois força o cérebro a resolver o conflito interno, dando à mente um treino que fortalece suas habilidades cognitivas.
Pesquisas
Bilíngues, por exemplo, parecem ser mais hábeis que os monolíngues em resolver certos tipos de quebra-cabeças mentais. Em um estudo, realizado em 2004 pelas psicólogas Ellen Bialystok e Michelee Martin-Rhee, crianças bilíngues e monolíngues em idade pré-escolar foram convidadas a classificar círculos azuis e quadrados vermelhos apresentados na tela do computador em suas caixas digitais, uma marcada com um quadrado azul e outra com um círculo vermelho.
Na primeira tarefa as crianças tiveram que classificar as formas, colocando círculos azuis na caixa marcada com os quadrados e os quadrados na caixa com círculo. Ambos os grupos fizeram isso com facilidade. Em seguida, as crianças foram solicitadas a classificar por tamanho, o que foi mais difícil porque era necessário colocar as imagens em um escaninho marcado com uma cor conflitante. Os bilíngues foram mais rápidos na execução dessa tarefa.
A prova coletiva do estudo sugere que a experiência bilíngue melhora a função do chamado “cérebro executivo” – um sistema de comando que direciona os processos de atenção que nós usamos para planejar, resolver problemas e executar várias outras tarefas mentalmente mais exigentes. Estes processos incluem: ignorar devios de atenção para manter o foco, mudar a atenção deliberadamente de uma coisa para outra e manter informações em mente – como lembrar uma sequência de direções enquanto estiver dirigindo.
Por que a disputa entre dois sistemas de linguagem ativos simultaneamente melhora esses aspectos da cognição? Até então, os investigadores pensaram que a vantagem bilíngue era resultado, principalmente, de uma capacidade de inibição, de suprimir, que foi aperfeiçoado pelo exercício de um sistema de linguagem: esta supressão, pensava-se, iria ajudar a treinar a mente bilíngue para ignorar distrações em outros contextos. Mas esta explicação cada vez mais parece ser inadequada, uma vez que estudos têm mostrado que o desempenho dos bilíngues é melhor do que os dos monolíngues mesmo em tarefas que não requerem a inibição, como passar uma linha através de uma série de números ascendentes dispersos aleatoriamente em uma página.
Adaptação e controle
A principal diferença entre bilíngues e monolíngues pode ser mais básica: a capacidade de monitorar o ambiente. “Bilíngues têm que mudar de idioma, muitas vezes – você pode conversar com seu pai em uma linguagem e sua mãe em outro idioma”, diz Albert Costa, pesquisador da Universidade de Pompeu Fabra, na Espanha. “É preciso manter o controle das mudanças ao seu redor”. Em um estudo comparando bilíngues alemão-italiano, com monolíngues italianos em tarefas de monitoramento, Costa e seus colegas descobriram que os indivíduos bilíngues não só tinham um desempenho melhor, como também fizeram o mesmo com menos atividades em regiões do cérebro envolvidas na vigilância, indicando mais eficiência para isso.
A experiência bilíngue parece influenciar o cérebro desde a infância até a velhice (e não há razão para acreditar que ela pode também se aplicar àqueles que aprendem uma segunda língua mais tarde na vida).
Em um estudo de 2009 conduzido por Kovacs Agnes, da Escola Internacional de Estudos Avançados, em Trieste, na Itália, bebês expostos a duas línguas desde o nascimento foram comparados com outros que tiveram contato apenas com uma língua. Em um conjunto inicial de ensaios, os bebês foram apresentados a um áudio e, em seguida, um boneco de um lado de uma tela. Ambos os grupos infantis aprenderam a olhar para o lado da tela após o som, em antecipação ao fantoche. Mas quando o boneco começou a aparecer do lado oposto da tela, os bebês expostos a um ambiente bilíngue aprenderam rapidamente a mudar o seu olhar para a nova direção, enquanto os outros bebês não.
Os efeitos do bilinguismo também se estendem até a velhice. Em um estudo recente com 44 idosos bilíngues em espanhol-inglês, os cientistas liderados pelo neuropsicólogo Tamar Gollan, da Universidade da Califórnia, San Diego, descobriram que os indivíduos com maior grau de bilinguismo – medido através de uma avaliação comparativa de proficiência em cada idioma– eram mais resistentes do que os outros idosos para o aparecimento de demência e outros sintomas da doença de Alzheimer: quanto maior o grau de bilinguismo, mais resistência aos sintomas.
Ninguém nunca duvidou do poder da linguagem. Mas quem teria imaginado que as palavras que ouvimos e as frases que falamos podem estar deixando uma marca profunda?
Fontes:The New York Times - Why Bilinguals Are Smarter
25 de março de 2012
opinião e notícia
PREVIDÊNCIA BRASILEIRA É UMA BOMBA-RELÓGIO
Para evitar desastre econômico, Brasil precisa reestruturar sistema, diminuindo pensões e aumentando o número de contribuintes
Depois de gastar boa parte de seu capital político lutando contra a corrupção política, Dilma Rousseff teve que escolher suas batalhas. Sete senadores de sua coalizão ressentida já saíram, e mais ameaçaram seguir por esse caminho. Dilma colocou a maioria de seus planos legislativos de lado até que as relações melhorem. Mas ela está treinando seu poder de fogo restante no que pode ser o maior problema das políticas públicas do Brasil: um sistema de pensões voraz que ameaça estourar o orçamento e prejudicar a economia.
No dia 29 de fevereiro, a Câmara dos Deputados aprovou uma reforma das pensões dos funcionários públicos. Ela limitaria os planos de benefício definido dos futuros funcionários do governo federal em R$ 3.916 por mês, o mesmo nível de trabalhadores do setor privado. Aqueles que querem mais teriam que contribuir para um fundo separado. Isto tornaria o sistema menos injusto e, a longo prazo, um pouco mais barato.
O projeto de lei ainda deve passar pelo Senado e os poderes de persuasão de Dilma podem não ser suficientes. Mesmo se for aprovado, no entanto, seria apenas um primeiro passo para a fixação de um sistema que Fabio Giambiagi, economista do Banco Nacional de Desenvolvimento, chama de “o mais generoso do mundo”. “A economia do Brasil é muito diferente da economia da Grécia. Mas em termos de regras de aposentadoria, somos piores”.
O Brasil é um país jovem, com o projeto de lei de pensões de um país velho. Na verdade, tão poucos brasileiros pagam pensões, e tantos conseguem obtê-las, que o país tem 35 pensionistas para cada 100 trabalhadores contribuintes, uma proporção maior que a dos Estados Unidos. As pensões do Brasil estão entre as mais generosas do mundo, também, substituindo 75% da renda média. Algumas delas são gastos sociais destinados a reduzir a pobreza. Os trabalhadores rurais com idade superior a 60, e qualquer pessoa pobre acima dos 65 anos, pode receber uma pensão de R$ 622 – o salário mínimo – sem nunca ter contribuído para o sistema. Mas isso custa apenas cerca de 2% do PIB por ano. Os verdadeiros culpados são as regras que permitem que contribuintes se aposentem mais cedo, com pensões maiores, do que em qualquer outro lugar.
Para se aposentar com salário por inteiro a maioria dos brasileiros só precisa contribuir por 15 anos e viver até os 65 anos para homens e 60 para mulheres. Mas depois de 35 anos pagando, um homem de qualquer idade pode aposentar-se em uma menor, embora ainda generosa pensão. Uma mulher deve pagar por apenas 30 anos. Todas as pensões devem ser superiores ao salário mínimo, que triplicou em termos reais desde 1995.
Como resultado, a maioria dos brasileiros se aposenta surpreendentemente cedo: aos 54 anos em média para um homem no setor privado, e aos 52 para uma mulher. Os benefícios dos sobreviventes não têm limites de idade. Famílias herdam as pensões na sua totalidade, o que significa que jovens viúvas sem filhos nunca precisarão trabalhar. 10% de todos os brasileiros com 45 anos já estão recebendo uma pensão.
Para evitar um desastre será preciso um aumento no número de contribuintes, pensões menos generosas, e uma proibição da aposentadoria antecipada. Revendo seus cálculos, Bernardo Queiroz, da Universidade Federal de Minas Gerais, descobriu que, juntos, estes fatores fariam com que o imposto sobre os salários das pensões em 2050 subisse para 40%. Mas essas reformas ainda não estão nem sendo discutidas. “É um quebra-cabeça”, diz ele. “Os sindicatos são contra mudanças. Mas sem eles, os trabalhadores que representam estão pagando para que outras pessoas obtenham pensões muito mais generosas do que eles mesmos serão capazes de conseguir”.
O Brasil terá, mais cedo ou mais tarde, que enfrentar a realidade. Mas o risco é que seja necessária uma crise econômica para que o governo entre em ação. Grandes reformas foram aprovadas em 1999, quando o país lutava para pagar suas dívidas externas.
Queiroz diz que a lição do exterior é que uma vez que aqueles já aposentados ou perto da aposentadoria são muito numerosos, a reforma torna-se tão urgente que acaba tendo que atingi-los também. Nesse ponto, eles vão mobilizar e bloquear todas as mudanças, mesmo à beira do colapso. Um sistema inacessível só pode ser fixado enquanto a percentagem de pessoas idosas é pequena. A chance do Brasil de mudar durará pouco, diz ele. Talvez dez anos.
Fontes:The Economist - Tick, tock
Depois de gastar boa parte de seu capital político lutando contra a corrupção política, Dilma Rousseff teve que escolher suas batalhas. Sete senadores de sua coalizão ressentida já saíram, e mais ameaçaram seguir por esse caminho. Dilma colocou a maioria de seus planos legislativos de lado até que as relações melhorem. Mas ela está treinando seu poder de fogo restante no que pode ser o maior problema das políticas públicas do Brasil: um sistema de pensões voraz que ameaça estourar o orçamento e prejudicar a economia.
No dia 29 de fevereiro, a Câmara dos Deputados aprovou uma reforma das pensões dos funcionários públicos. Ela limitaria os planos de benefício definido dos futuros funcionários do governo federal em R$ 3.916 por mês, o mesmo nível de trabalhadores do setor privado. Aqueles que querem mais teriam que contribuir para um fundo separado. Isto tornaria o sistema menos injusto e, a longo prazo, um pouco mais barato.
O projeto de lei ainda deve passar pelo Senado e os poderes de persuasão de Dilma podem não ser suficientes. Mesmo se for aprovado, no entanto, seria apenas um primeiro passo para a fixação de um sistema que Fabio Giambiagi, economista do Banco Nacional de Desenvolvimento, chama de “o mais generoso do mundo”. “A economia do Brasil é muito diferente da economia da Grécia. Mas em termos de regras de aposentadoria, somos piores”.
O Brasil é um país jovem, com o projeto de lei de pensões de um país velho. Na verdade, tão poucos brasileiros pagam pensões, e tantos conseguem obtê-las, que o país tem 35 pensionistas para cada 100 trabalhadores contribuintes, uma proporção maior que a dos Estados Unidos. As pensões do Brasil estão entre as mais generosas do mundo, também, substituindo 75% da renda média. Algumas delas são gastos sociais destinados a reduzir a pobreza. Os trabalhadores rurais com idade superior a 60, e qualquer pessoa pobre acima dos 65 anos, pode receber uma pensão de R$ 622 – o salário mínimo – sem nunca ter contribuído para o sistema. Mas isso custa apenas cerca de 2% do PIB por ano. Os verdadeiros culpados são as regras que permitem que contribuintes se aposentem mais cedo, com pensões maiores, do que em qualquer outro lugar.
Para se aposentar com salário por inteiro a maioria dos brasileiros só precisa contribuir por 15 anos e viver até os 65 anos para homens e 60 para mulheres. Mas depois de 35 anos pagando, um homem de qualquer idade pode aposentar-se em uma menor, embora ainda generosa pensão. Uma mulher deve pagar por apenas 30 anos. Todas as pensões devem ser superiores ao salário mínimo, que triplicou em termos reais desde 1995.
Como resultado, a maioria dos brasileiros se aposenta surpreendentemente cedo: aos 54 anos em média para um homem no setor privado, e aos 52 para uma mulher. Os benefícios dos sobreviventes não têm limites de idade. Famílias herdam as pensões na sua totalidade, o que significa que jovens viúvas sem filhos nunca precisarão trabalhar. 10% de todos os brasileiros com 45 anos já estão recebendo uma pensão.
Para evitar um desastre será preciso um aumento no número de contribuintes, pensões menos generosas, e uma proibição da aposentadoria antecipada. Revendo seus cálculos, Bernardo Queiroz, da Universidade Federal de Minas Gerais, descobriu que, juntos, estes fatores fariam com que o imposto sobre os salários das pensões em 2050 subisse para 40%. Mas essas reformas ainda não estão nem sendo discutidas. “É um quebra-cabeça”, diz ele. “Os sindicatos são contra mudanças. Mas sem eles, os trabalhadores que representam estão pagando para que outras pessoas obtenham pensões muito mais generosas do que eles mesmos serão capazes de conseguir”.
O Brasil terá, mais cedo ou mais tarde, que enfrentar a realidade. Mas o risco é que seja necessária uma crise econômica para que o governo entre em ação. Grandes reformas foram aprovadas em 1999, quando o país lutava para pagar suas dívidas externas.
Queiroz diz que a lição do exterior é que uma vez que aqueles já aposentados ou perto da aposentadoria são muito numerosos, a reforma torna-se tão urgente que acaba tendo que atingi-los também. Nesse ponto, eles vão mobilizar e bloquear todas as mudanças, mesmo à beira do colapso. Um sistema inacessível só pode ser fixado enquanto a percentagem de pessoas idosas é pequena. A chance do Brasil de mudar durará pouco, diz ele. Talvez dez anos.
Fontes:The Economist - Tick, tock
E OS OUTROS QUE COMERAM NA GAMELA DO CACHOEIRA?
Se for verdade o que está sendo divulgado, só resta ao Senado cassar o mandato de Demóstenes Torres, líder do DEM. Mas precisamos saber tudo também sobre os outros que “comeram na gamela de Cachoeira”.
Além de poderoso, Cachoeira tem uma audácia amazônica. É só lembrar: quando da primeira gravação com Waldomiro Diniz, ali foi dito por ele que tinha dinheiro para ajudar na eleição de Benedita e Rosinha.
Depois, o audacioso Cachoeira, que devia prestar depoimento aqui na Assembléia do Rio de Janeiro, fez beicinho e disse que não viria depor. Se quisessem, que fossem a Goiânia em seu escritório ouvi-lo; ele pagaria todas as despesas. Logo, logo, apareceram impolutos deputados dizendo que fariam o sacrifício de ouvi-lo em Goiânia.
A cambada está quase toda aí. Foram e voltaram sem nada dizer. Perguntinha íncômoda: todo esse sacrifício dos “impolutos” deputados foi A SECO? Está na hora de sabermos quais foram os “turistas” que foram atender Carlinhos Cachoeira, onde se hospedaram, qual foi a despesa e onde realmente o ouviram. Na presença de quem e outras coisa mais. Não podemos votar mais nesses pilantras.
Antonio Santos Aquino
25 de março de 2012
Além de poderoso, Cachoeira tem uma audácia amazônica. É só lembrar: quando da primeira gravação com Waldomiro Diniz, ali foi dito por ele que tinha dinheiro para ajudar na eleição de Benedita e Rosinha.
Depois, o audacioso Cachoeira, que devia prestar depoimento aqui na Assembléia do Rio de Janeiro, fez beicinho e disse que não viria depor. Se quisessem, que fossem a Goiânia em seu escritório ouvi-lo; ele pagaria todas as despesas. Logo, logo, apareceram impolutos deputados dizendo que fariam o sacrifício de ouvi-lo em Goiânia.
A cambada está quase toda aí. Foram e voltaram sem nada dizer. Perguntinha íncômoda: todo esse sacrifício dos “impolutos” deputados foi A SECO? Está na hora de sabermos quais foram os “turistas” que foram atender Carlinhos Cachoeira, onde se hospedaram, qual foi a despesa e onde realmente o ouviram. Na presença de quem e outras coisa mais. Não podemos votar mais nesses pilantras.
Antonio Santos Aquino
25 de março de 2012
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