"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 2 de abril de 2012

AGRESSORES DOS MILITARES NO CLUBE MILITAR DO RIO DE JANEIRO



Grupos provocadores fascio-comunitas tentam evitar à força, reunião no Clube Militar do Rio. O que fazia Tarso Genro nas imediações?
Quem acompanhou o noticiário do Jornal da Band e do Jornal Nacional desta quinta-feira a noite, percebeu as cenas de violência com que manifestantes ligados ao PT, PCdoB, PSOL, PSTU e até do PDT, usaram para impedir a entrada dos militares da reserva que ingressaram na sede do Clube Militar, Rio, onde participaram de ato de apoio ao movimento militar de 64 que depôs o presidente João Goulart.

Os manifestantes são provocadores fascio-comunistas do mesmo gênero dos que radicalizaram o regime em 1964, sem ter acumulado forças políticas e militares para enfrentar a reação dos militares e da sociedade. CLIQUE AQUI para ler o artigo de Reinaldo Azevedo, que explica melhor o caráter perverso da atuação fascistóide.

. O mais notável do ato desta sexta-feira para os gaúchos nem foi o cerco selvagem dos grupos agressivos e intolerantes da extrema esquerda, mas foi a repentina presença do governador Tarso Genro, que "casualmente" passava pelo local, conforme registro do jornal O Globo.
Tarso Genro não se negou a falar aos jornalistas e jogar mais lenha na fogueira. Como se sabe, o ato provocador foi organizado e sua execução foi fiscalizada.

Leia este trecho da notícia desta sexta-feira de O Globo, que registra a presença de Tarso Genro (na agenda oficial do governador, não estava prevista nenhuma viagem dele ao Rio e no Palácio Piratini ninguém soube explicar o que ele fazia diante do Clube Militar na hora da manifestação).

. No fim do evento, os militares ficaram acuados dentro do prédio e foram saindo aos poucos. O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, ex-ministro da Justiça, passou em frente à sede por causa de um outro evento. Ele considerou a comemoração dos militares uma provocação. Já o general Nilton Cerqueira, que comandou a operação que acabou na morte do ex-capitão Carlos Lamarca, em 1971, enfrentou os manifestantes.

02 de abril de 2012
(Polibio Braga)

CLIMA TENSO MARCA 30 ANOS DA GUERRA DAS MALVINAS

Em fevereiro deste ano o governo argentino solicitou a reabertura de negociações sobre a soberania das Malvinas

O início da Guerra das Malvinas, conflito entre Argentina e Grã-Bretanha pelo controle do arquipélago de mesmo nome no Atlântico Sul, completa 30 anos nesta segunda-feira, 2, em meio a um clima de tensão provocado pela insistência da Argentina em reivindicar soberania sobre as ilhas, que permaneceram sob controle dos britânicos, os vencedores da guerra.

Em fevereiro deste ano o governo argentino solicitou a reabertura de negociações sobre a soberania das Malvinas e acusou o Reino Unido de estar militarizando o arquipélago. Um grupo de seis prêmios Nobel da Paz, liderado pelo argentino Adolfo Pérez Esquivel, assinou um documento apoiando a retomado das negociações.

Entenda o litígio

A Argentina entende que as ilhas Malvinas passaram a ser seu território a partir da independência do país, em 1822, tendo em vista que o arquipélago também era domínio espanhol. Já os britânicos dizem que dominam as “Falklands” desde 1833, quando colonizaram a região.

A Guerra das Malvinas começou após a invasão do arquipélago pelo exército da Argentina em 1982.
Historiadores dizem que a guerra foi um estratagema do general Leopoldo Galtiere para dar sobrevida ao governo militar que vigorava no país, mas que estava enfraquecido.
A guerra durou 75 dias. Ao todo morreram 258 britânicos e 649 argentinos.

02 de abril de 2012
opinião e notícia

BRASIL AUMENTA RESTRIÇÃO À ENTRADA DE ESPANHÓIS

Ministro disse que 'situações arbitrárias' criadas pela Espanha afetam 'pessoas que têm a documentação em dia'.

A partir desta segunda-feira, 2, o governo brasileiro vai aumentar a restrição à entrada de espanhóis que vierem ao país. Trata-se do início oficial de um programa que vai adotar o princípio da reciprocidade, uma resposta aos relatos de brasileiros que vêm sendo barrados em aeroportos da Espanha.

Os espanhóis que chegarem ao Brasil agora terão que mostrar passaporte válido por seis meses, bilhete aéreo de ida e volta, comprovação de recursos para estadia e hospedagem garantida. Essas são as mesmas exigências feitas aos brasileiros que viajam para a Espanha.

A troca de acusações de maus tratos a turistas entre Brasil e Espanha já dura dois anos. O Itamaraty diz que, em 2007, 3.013 brasileiros foram barrados no aeroporto de Madri, em 2008, 2.196, em 2009, foram 1.714 e, em 2010, 1.695. Ainda não há dados oficiais referentes ao ano passado.

O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse em entrevista ao jornal espanhol El País que “as situações arbitrárias” criadas pela Espanha afetam “pessoas que têm a documentação em dia e são levadas a uma sala separada do aeroporto [de Madri] para serem investigadas pela polícia”.

Brasil barra 28 estrangeiros por dia.

O governo espanhol afirma que as exigências feitas aos brasileiros são requisitos de entrada do espaço Schengen, ao qual o país pertence.

Também nesta segunda, uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo revelou que o Brasil barra em média a entrada de 28 estrangeiros por dia.

02 de abril de 2012

A ECONOMIA DA ÍNDIA ESTÁ PERDENDO O ENCANTO

A política está impedindo a Índia de realizar seu imenso potencial econômico

A Índia é um país de grandes números: um lugar com mais de um bilhão de pessoas, um milhão de revoltas e mil línguas diferentes. Mas não é muito exagerado dizer que desde a independência em 1947 só houve dois tipos de economia indiana.

A primeira produziu um crescimento preguiçoso, com protocolos enlouquecedores e uma burocracia sufocante. A segunda engatou gradualmente após a liberalização dos anos 90, de modo que em meados da primeira década dos anos 2000, a Índia era um país com otimismo em alta – aberta e cheia de empreendedores que triunfavam sobre um setor público caquético, ainda que em ritmo de diminuição. O país parecia destinado a experimentar uma onda de supercrescimento, graças à sua demografia favorável, empresas entusiasmadas, reformas graduais e uma predisposição para poupar e investir.

Mas nos últimos tempos, como um vilão de Bollywood que se recusa a morrer, a velha Índia fez um reaparecimento assustador. A principal razão é a política desesperada do país.

De volta a um crescimento em ritmo de meditação

Ninguém duvida que a economia da Índia continuará a crescer, mas o ângulo de sua trajetória econômica diminuiu. O crescimento diminuiu para 6,1% no último trimestre. Ainda que, como espera o governo, este volte a aumentar, muitas pessoas preocupam-se que o ritmo de crescimento não voltará a ultrapassar os 7%.

O episódio recente ilustra o lamaçal sob o qual se encontra a cúpula. Primeiro, o governo anunciou que finalmente abriria o seu ineficiente setor manufatureiro a empresas estrangeiras – apenas para mudar de ideia dias depois. Neste mês, de modo a proteger a indústria doméstica, a exportação de algodão foi proibida, irritando os produtores indianos e seus compradores internacionais; em dias voltou atrás desta decisão também. E na última semana o governo movimentou-se para indeferir uma decisão da Suprema Corte e mudar o código tributário de modo a taxar investimentos estrangeiros retroativamente, sem excluir a compra da Vodafone de sua subsidiária indiana.

Alguns se preocupam que o estado de direito, um dos pontos fortes da Índia, esteja sendo erodido. Não é surpresa que os empresários estejam pessimistas e os investimentos em queda.

02 de abril de 2012
Fontes:The Economist - Losing its magic

CHINA FECHA SITES APÓS BOATOS DE GOLPE DE ESTADO

Notícias sobre o golpe circularam na internet na semana passada, dando conta de supostos disparos na Praça da Paz Celestial, além de veículos militares entrando em Pequim

Seis pessoas foram detidas em Pequim por “fabricar ou disseminar” boatos online, 16 sites foram fechados e duas das mais populares redes sociais do país foram censuradas após a circulação de notícias na rede de um suposto golpe de Estado.

As notícias sobre o golpe circularam na internet na semana passada, dando conta de supostos disparos na Praça da Paz Celestial, além de veículos militares entrando em Pequim. A operação, considerada um dos maiores ataques das autoridades chinesas contra a rede, fechou páginas populares como “meizhou.net”, “xn528.com” e “cndy.com.cn”.

Informação nas redes sociais

Os serviços de microblog “Sina Weibo” e o “QQ”, os mais populares da China, terão bloqueada a opção de publicar comentários até o próximo dia 3 de abril.

O Escritório Estatal de Informação na Internet informou neste sábado, 31, que os boatos sobre o suposto golpe de Estado “causaram uma influência muito ruim na opinião pública”. A China tem a maior comunidade de internautas do mundo: 513 milhões de pessoas conectadas. Muitas delas utilizam as redes sociais para se informar, uma vez que nelas encontram dados não divulgados pela imprensa oficial.

02 de abril de 2012
Fontes:G1 - Após rumores de golpe de Estado, China fecha 16 sites e detém seis

TESTEMUNHAS OCULARES DA ASCENSÃO DO MAL

Em 'Hitlerland', Andrew Nagorski reúne relatos de norte-americanos na Alemanha durante os anos que antecederam a chegada de Adolf Hitler ao poder

Alguns livros sobre a Alemanha nazista suscitam a questão, “O que eu teria feito?” Os leitores de Hitlerland: American Eyewitnesses to the Nazi Rise to Power (Terra de Hitler: Testemunhas oculares norte-americanas da ascensão dos nazistas ao poder) podem, ao invés disso perguntar: “O que eu teria pensado?” Andrew Nagorski escreveu uma crônica interessante das opiniões dos norte-americanos na Alemanha durante os anos entre as guerras até o ataque do Japão a Pearl Harbor, em 1941. O que acham do país que passou da desordem de Weimar para a loucura do Hitlerismo?

A Alemanha era um lugar popular na época, dando a Nagorski um rico elenco de personagens. “O mundo estava sendo criado aqui”, escreveu Philip Johnson, um arquiteto norte-americano, da Berlim pré-nazista. A ascensão de Hitler trouxe ainda mais fascínio. Charles Lindbergh, um aviador americano, foi tolo o suficiente para ser usado por ambos os nazistas e os norte-americanos. John F. Kennedy faz uma aparição energética nas páginas do livro, como um estudante universitário.

Este livro nos reapresenta a Ernst “Putzi” Hanfstaengl, um excessivamente benevolente pós-graduando teuto-americano de Harvard, que se posicionou entre Hitler e a imprensa estrangeira e que se gabava de ser a ponte do Führer para os Estados Unidos. Hitler, por sua vez, cobiçava a esposa de Hanfstaengl, que pegou sua arma antes que ele pudesse atirar em si mesmo após o fracasso do Putsch da Cervejaria, uma mal sucedida tentativa de golpe, em 1923. Hanfstaengl eventualmente caiu em desgraça, e escapou por pouco de ser arremessado de um avião (com um paraquedas) sobre os territórios dominados pelos republicanos na Espanha. Sua paixão por Hitler permaneceu.

Mais sábia era Martha Dodd, a namoradeira filha do embaixador norte-americano. Ela flertou com o nazismo (por meio de nazistas bonitos), mas depois arranjou um amante soviético e tornou-se uma espiã.


Um jornalista veterano, com passagem pela Newsweek, Nagorski parece mais interessado nas histórias de diplomatas e companheiros jornalistas. Eles ganham um retrato melhor do que seus compatriotas de passeios, mesmo que seus pontos de vista iniciais tenham estado longe da verdade. Dorothy Thompson, jornalista de celebridades e esposa do romancista Sinclair Lewis, publicou um livro em 1932 chamado “I Saw Hitler!” (“Vi Hitler”). Ela o considerou um “homem pequeno com um rosto do ator … capaz de ser empurrado para fora ou para dentro”, enquanto o Presidente Hindenburg parecia “esculpido numa rocha”. A “tragédia” de Hitler, escreveu ela, “é que ele subiu muito alto”. No ano seguinte, ele chegou ao poder.

Em 1934 o tom de Thompson tinha mudado, e seus relatos fizeram dela a primeira jornalista a ser expulsa pelos nazistas. Em seu retorno aos Estados Unidos, ela disse: “A Alemanha já está em guerra e o resto do mundo não acredita nisso”.

George Messersmith, um cônsul geral norte- americano em Berlim, que já antevia a ameaça hitlerista “desenvolveu o hábito de não se deixar enganar pelos nazistas”, escreve Nagorski. “Um homem pequeno tomou as rédeas de homens ainda menores”, observou Edgar Mowrer, que ganhou o prêmio Pulitzer para o Chicago Daily News. No momento em que Hitler se tornou Führer em 1933, sua selvageria era mais difícil de ser ignorada.

Em geral, os norte-americanos na Berlim pré-guerra tiveram a inteligência para perceber o que estava por vir, e assim ajudaram a preparar seus compatriotas para “os anos de derramamento de sangue e luta pela frente”. No entanto, Hitlerland traz de volta à vida algumas ilusões iniciais sobre a ascensão de Hitler que agora parecem impensáveis. Qualquer leitor tentando decifrar o mundo de hoje será perturbado pela lembrança de como é fácil fazer as coisas erradas.

02 de abril de 2012
Fontes:The Economist - Without hindsight

É...

FAZ DIFERENÇA...

O ÁRTICO ESTÁ NA MODA

À medida que o gelo recua, os ricos depósitos árticos de petróleo, gás e outros minerais se tornam acessíveis, despertando a cobiça de governos distantes

O Ártico já foi uma periferia, tanto burocrática como literalmente. Não mais. “O Ártico está em voga”, diz Gustaf Lind, o embaixador sueco que irá presidir o congresso do Conselho Ártico em Estocolmo nos dias 28 e 29 de março. Os outros membros são Estados Unidos, Canadá, Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Rússia, bem como seis representantes não votantes de povos indígenas do Ártico como os Sami e os Inuit.

O topo do mundo está se aquecendo cerca de duas vezes mais rápido que o resto do planeta: a água em Fram Strait, entre a Groelândia e o arquipélago norueguês de Svalbard, é mais ou menos 3,5° C mais quente do que há um século. A água escura e absortiva do mar substitui o gelo brilhante e reflexivo, e retém mais calor. Isto acelera o aquecimento global. Como resultado, o Ártico tem agora menos gelo marinho nesta época do ano do que ao longo de um milênio. A maioria dos cientistas espera que o Oceano Ártico torne-se livre de gelo no verão entre os anos de 2020 e 2050.

À medida que o gelo recua, os ricos depósitos árticos de petróleo, gás e outros minerais se tornam acessíveis. Os altos preços das commodities os tornam lucrativos. A US Geological Survey estima que o Ártico tenha cerca de um quarto das reservas não exploradas, mas prospectáveis, de petróleo e gás.

Agora rotas comerciais transárticas reduzirão dramaticamente a distância entre Europa e Ásia. Em 2011, um superpetroleiro russo, auxiliado por dois navios quebra-gelo nucleares, tornaram-se as primeiras embarcações navais a cruzar a passagem norte-leste do Ártico, navegando em torno de toda a costa da Sibéria (os russos a chamam de “rota do norte”). Os países que utilizam as vias de comércio marinho globais, e constroem os navios que o fazem, percebem o potencial. China, Coreia do Sul, Japão e Cingapura, além da Itália, entraram na fila para integrar o Conselho Ártico como observadores; assim como a União Europeia.

Apesar de previsões a respeito de acirradas disputas por recursos árticos, a soberania da região está razoavelmente definida com clareza. O Ártico é o oposto polar da Antártica, tanto figurativa quanto literalmente. Não se trata de uma disputada massa de terra cercada por um oceano, mas sim de um oceanomais alguns trechos de solo quase totalmente delimitados. Não se faz necessário um tratado internacional como aquele que rege a Antártida.


Fontes:The Economist - Cozy amid the thaw

A CULPA PELA IMPUNIDADE DA CORRUPÇÃO É DE TODOS NÓS

As denúncias de corrupção são gravíssimas e se somam às que apareceram nos últimos dias, cada uma mais escabrosa do que a outra. E aos poucos vamos formando a consciência de que o problema crucial do Brasil é a corrupção generalizada.

Corrupção que vai minando nossa resistência, nossas esperanças. Os malandros vão enchendo os bolsos, comprando bens, se dando bem, não há punição. Só os pobres mofam nas cadeias imundas e insalubres. O sonho de um Brasil grande escorre pelo ralo da corrupção.

Quando vejo uma criança pedindo esmolas nas ruas, dormindo ao relento nas noites quentes e frias, sem tomar banho, com fome, sem escola, sem dignidade, penso nesse dinheiro que vai para a corrupção.

A culpa é de todos nós, da sociedade que se queda inerte a todos esses desmandos. Um país sério já teria assumido essas crianças. Dinheiro tem. É só acabar com as férias de 60 dias do Judiciário. É só acabar com as vantagens do Parlamento e suas mordomias. Diminuir o número de Ministérios de 40 para no máximo 10. E por último, que se consiga o retorno do dinheiro roubado do povo, tirando até as calças dos corruptos.

Mas acontece que as leis brasileiras contêm tantas armadilhas e brechas, que os famosos advogados deitam na sopa. Têm recursos de montão que duram uma eternidade nos escaninhos da justiça. Os processos acabam prescrevendo. Os advogados também têm contas para pagar, não é verdade??!!

Esses luminares do Direito sempre afirmam que o linchamento moral eles não podem evitar, mas da prisão com certeza seus clientes certamente estarão livres. E então somos açoitados sem tréguas pela corrupção, e as “autoridades” insistem no eufemismo do “malfeito” – que palavra, como diria o mestre Helio Fernandes.

A culpa é de todos nós.

02 de abril de 2012
Roberto Nascimento

UMA CENA PATÉTICA: DEMÓSTENES TENTA EXPLICAR O INEXPLICÁVEL

O Correio Braziliense anuncia que o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) deverá se explicar ao partido agora à noite, nesta segunda-feira. Em reunião com a executiva do Democratas, o parlamentar falará sobre as denúncias que pesam sobre ele, após denúncias divulgadas há duas semanas sobre suas ligações com o empresário-bicheiro Carlos Cachoeira, que está preso sob a acusação de explorar jogos ilegais em Goiás.

A assessoria da liderança do DEM disse que Demóstenes pediu que avisassem ao líder e presidente da legenda, o senado José Agripino (RN), que ele estava “pronto para falar”. A tentativa de defesa, portanto, ocorre um dia antes do prazo estipulado pelo líder do partido na Câmara, o deputado ACM Neto (BA), para que Demóstenes apresentasse explicações.

Perguntado sobre uma eventual abertura de processo de expulsão de Demóstenes pela Executiva Nacional, José Agripino, disse que é preciso antes ouvir o parlamentar. “Temos que ouvir as explicações dele. Não vou antecipar uma conversa que nem tive com o Demóstenes Torres…”

02 de abril de 2012

UM NAZISMO "BEM INTENCIONADO" E "CARIDOSO"

Artigos - Governo do PT
Hitler estaria perfeitamente satisfeito com nossas democracias ocidentais. Aliás, não foram os alemães que votaram nele?

Ouvimos uma história trágica, para não dizer terrível: a de que famílias holandesas são autorizadas a praticar eutanásia contra parentes considerados “inválidos”.
A atuação em si, já demonstra um sinal claro da mudança moral dos nossos tempos. Não vou longe: uma mudança para pior, uma baixeza moral com precedentes dos mais abjetos possíveis. Aquele zelo, aquele amor cristão, até então arraigado em nossa consciência sobre o sofrimento alheio, foi simplesmente apagado.
Não vemos mais o incapaz, o aleijado, o inválido, como um irmão a ser cuidado. Eles agora são considerados tão somente um estorvo, um peso a ser carregado pela sociedade.

E é bem pior que isso: esse sentimento de estorvo, esse peso, essa carga de suposta inutilidade, está sendo internalizada pelas famílias, que vêem o pais, filhos, irmãos ou cônjuges como figuras dispensáveis, como meras quinquilharias jogadas ao buraco do lixo.

Tal reivindicação da eutanásia não se restringe à Holanda. Agora se torna moda no mundo europeu e também norte-americano. O argumento é sofrível: em nome da caridade ao doente, se mata. Tudo em nome de algo tão subjetivo como a tal “qualidade de vida”.

Este relativismo não é de hoje. Antes de patrocinar a política de extermínio dos judeus, Hitler já tinha movimentado a campanha de eutanásia por toda a Alemanha. Dezenas, senão centenas de milhares de pessoas deficientes e débeis mentais foram eliminadas. Isso incluía até crianças recém-nascidas portadoras de algum tipo de deficiência física ou mental. Ou seja, nem velhos, nem crianças, nem mulheres foram poupados. A campanha de eliminação dos incapazes só terminou em 1941, por pressão da opinião silenciosa dos alemães e de protestos da Igreja Católica.

Atualmente, o Estado não precisa mais aplicar esses expedientes. Basta legalizá-los e legitimá-los. As famílias de outrora que defendiam seus incapazes, agora são fiéis colaboradores da eliminação dos fracos.
E tais práticas têm o beneplácito de uma boa parte da intelligentsia, seja ela a brasileira ou a mundial. Percebe-se, por todos os meios, a tentativa de dessacralizar a vida humana, reduzi-la ao status biológico de meros animais.
Neste ínterim, os militantes pró-aborto, com sua pregação de niilismo e morte, são companheiros de viagem, junto com ONG’s riquíssimas, sustentadas por fundações bilionárias.

Os argumentos pró-aborto não são os mesmos dos argumentadores pró-eutanásia e pró-eugenia? O de que a qualidade de vida ou a utilidade física e mental de alguém é um fator determinante para a sua existência? Sim, e com a ânsia de eliminar os fracos, os doentes, os incapazes, os pobres, os infelizes e demais rejeitados, tudo em nome da vida utópica e perfeita.

O governo brasileiro está perfeitamente concatenado com esse projeto demoníaco em escala mundial. A presidente Dilma Rousseff colocou como Ministra da Secretaria Especial das Políticas Públicas para As Mulheres uma açougueira determinada, uma Himmler de saias, ainda que não se saiba a verdadeira sexualidade dela.
Se alguém visse as credenciais morais da nova ministra, ficaria assustado. Eleonora Meninucci mais parece um homem frio e misógino do que realmente uma fêmea. Não nos assustemos: ela tem credenciais petistas, e destes se espera qualquer coisa.
Na verdade, Nelson Rodrigues tinha razão: a feminista é a inimiga da mulher. Como uma nazista caridosa para com os fracos, a ministra assevera, repetindo as ladainhas das ONG’s abortistas: matar nascituros é uma questão de saúde pública. Para ela, está se fazendo um grande favor à humanidade matar nascituros considerados indesejáveis.

Nada mais macabro do que uma ministra que se auto-intitula a "avó do aborto": eis uma avó de netos inexistentes ou de cadáveres. Eis, aí, finalmente, uma caricatura grotesca da esterilidade feminina. Algo digno do jornalismo policial.

E o Senado, na calada da noite, com a colaboração de juristas esquerdistas, já aprovou um anteprojeto de legalização do aborto e da eutanásia. O pior de tudo é que os abortistas venderam a idéia de que não queriam legalizar o aborto, mas tão somente criar exceções à lei vigente. Aparecia na imprensa algum urso sábio da legalidade, com as seguintes palavras:

“Nossa proposta não despenaliza o aborto, mas ela leva em consideração a situação de mulheres que abortam, portanto, ela se preocupa com a saúde da gestante que hoje não está contemplada na Lei Penal.”

E o Ministro do STJ, Gilson Dipp, que presidia a comissão relatora do anteprojeto de lei, ainda acrescentou mais casos nos quais seria permitido o aborto:

“Quando a mulher for vítima de inseminação artificial com a qual não tenha concordância; e quando o feto estiver irremediavelmente condenado à morte por anencefalia e outras doenças físicas e mentais graves”.

Percebe-se o caráter semi-divino do ministro. Ele deve prever o futuro para justificar a eliminação dos doentes físicos e mentais graves que ainda vão nascer. Sem contar o precedente da inseminação artificial, onde uma mulher poderá abortar um filho se não for de acordo com o sexo ou a cor desejada.

Na Inglaterra já se pode abortar, se o sexo da criança não for satisfatório ao desejo dos pais.

Hitler estaria perfeitamente satisfeito com nossas democracias ocidentais. Aliás, não foram os alemães que votaram nele? Por que seria diferente com Dilma Rousseff e os seus capachos do Senado?

Leonardo Bruno
02 Abril 2012

MÍDIA ESTATAL RUSSA EXPÕE A FARSA DA CERTIDÃO DE OBAMA

Internacional - Estados Unidos

“Onde quer que eu vá, as pessoas me elogiam pelo que fiz”, disse Arpaio à rádio Voz da Rússia. “Então é claro que esse é provavelmente o maior caso de censura e acobertamento na história do jornalismo, pois ninguém em nível nacional está noticiando o caso”.


Enquanto os principais jornais americanos fogem de notícias sobre a investigação da elegibilidade de Obama, a rádio estatal da Rússia mantém o mundo a par do escândalo que gerou “a maior censura e acobertamento da história do jornalismo”.

A Voz da Rússia, sucessora da Rádio Moscou, rádio oficial da União Soviética, publicou uma entrevista exclusiva com o xerife Joe Arpaio em 26 de março intitulada “Certidão de nascimento de Obama pode ser uma falsificação”. Conforme noticiado pelo WND, Arpaio e seu Grupo do Caso Arquivado (Cold Case Posse) anunciou que há uma suspeita indicando que os documentos divulgados pela Casa Branca em abril passado como sendo a certidão de nascimento completa e a carteira de reservista originais de Obama são na verdade falsificações.

“Onde quer que eu vá, as pessoas me elogiam pelo que fiz”, disse Arpaio ao Voz da Rússia. “Então é claro que esse é provavelmente o maior caso de censura e acobertamento na história do jornalismo, pois ninguém em nível nacional está noticiando o caso”.

Ele continua, “Quando eu faço algo, seja [inaudível], as cuecas rosa dos presidiários, os grupos de trabalho voluntários, a comida que eles comem, tudo isso tem repercussão nacional. Estive em cerca de 4000 projeções internacionais, internacionais e nacionais, e mesmo assim isso tem sido acobertado quando comecei a investigar o caso”.

A investigação de Arpaio sobre a elegibilidade constitucional de Obama foi classificada na semana passada pelo ranking de sites da Alexa.com como uma das notícias mais lidas do mundo, quase inteiramente graças à cobertura do WND e do Drudge Report; não apenas a imprensa alinhada com o governo, mas a mídia “conservadora” também fez vista grossa para o caso.

O WND noticiou recentemente que o Pravda, site de notícias russo, publicou uma acusação de que a mídia americana é “mansa”, receosa em publicar notícias e que está “deliberadamente escondendo provas publicadas na internet a respeito da fraude [do presidente Obama] contra o público americano e da “estripação” da constituição americana”.

No entanto, na recente entrevista da Voz da Rússia, o entrevistador argumentou que o caso da elegibilidade de Obama tem sido noticiado por “centenas” de agências americanas por anos, depois que Donald Trump e Arpaio levantaram a questão.

“Bem, gostaria que me dissesse quais são elas. Tenho certeza que não são nacionais. CBS, ABC, TV a cabo?” Pergunta Arpaio. “Mostre-me quem esteve cobrindo o caso. Isso não está sendo noticiado. Não vou passar por agências que dizem que não querem cobrir o caso. Esse é outro problema quando se trata da mídia. Mas onde estão as notícias? Vocês estão me chamando, vocês estão lidando com a Rússia, e é com a Rússia que preciso falar para soltar essa história”.

Arpaio explicou que ele é convidado a vários noticiários da TV a cabo regularmente para tratar de outros assuntos, mas os produtores não o estão chamando para falar das investigações do Bando do Caso Arquivado.

“Você poderia pensar que isso seria algo de interesse, principalmente a última investigação sobre a carteira de reservista que eu acabei de liberar para o público... não vejo nenhuma das principais fontes de notícias falando sobre isso”.

Arpaio observou que as principais agências de notícia apareceram na sua última comitiva de imprensa em 1º de março apenas para ridicularizar seus esforços em responsabilizar Obama.

“Eles apareceram para me insultar, e não para ver os fatos e provas que colocamos na tela”, afirma. “Eles não questionaram as provas, o que é interessante. Eles queriam perguntar das minhas motivações”.

Arpaio refutou as alegações de que a investigações do grupo tivesse algo a ver com seus esforços de se reeleger.

“Já fui eleito e reeleito cinco vezes”, afirma. “Certamente não preciso disso para me eleger este ano, acredite. Posso ser eleito pela cueca rosa que faço os prisioneiros vestirem. É claro que não preciso desse caso. Estou fazendo algo que sei que pode ser um tanto controverso. Mas quando algumas pessoas me procuraram e pediram que eu investigasse, por que não passar o caso ao meu grupo voluntário? Então eu o fiz. E eu disse a eles que livrassem o presidente do caso da certidão de nascimento, mas as provas que eles estão descobrindo não estão livrando o presidente. É assim que as coisas acontecem no o cumprimento da lei”.

Arpaio explicou que qualquer leigo poderia concluir que a certidão de nascimento de Obama apresentada online é uma falsificação.

“Bem, fizemos nossa pesquisa”, afirma. “Acredito que qualquer amador poderia olhar para o que apresentamos e chegar à teoria de que essa não é a verdadeira certidão de nascimento”.

Arpaio acrescenta: “Eu não administro o Havaí, então acredito que iremos escrever para lá. E, sabe, desde o primeiro dia, tudo o que eu disse, para esclarecer tudo, foi: ‘vamos ver a microfilmagem no Havaí, se o presidente nasceu naquele hospital, vamos ver a microfilmagem para provar’, só isso. Houve dois outros gêmeos que nasceram um dia antes e um dia depois.

A microfilmagem mostra que eles nasceram lá, então vamos vê-la; esqueça a certidão de nascimento, se essa for a causa do desentendimento. Mostrem o microfilme, e isso esclarece tudo. Onde ele está?”

Escute a entrevista com o xerife Joe Arpaio para a Voz da Rússia.

Leia as descobertas preliminares da investigação do Grupo do Caso Arquivado de Joe Arpaio após seis meses investigando a elegibilidade constitucional de Obama para assumir o cargo de presidente em “A Question of Eligibility,” com a coautoria de Jerome Corsi e Mike Zullo.

Chelsea Schilling
02 Abril 2012
Tradução: Luis Gustavo Gentil

Do WND: “Russian media expose Obama birth ‘forgery’”

O PARTIDO COMUNISTA, AS FARC E A LUTA ARMADA

Artigos - Terrorismo

As FARC jamais ocultaram suas intenções. Para estes comunistas, a luta armada continua vigente e não está em questão; a tomada do poder pelas armas e a insurreição, melros dourados de Lenin, estão presentes e jamais conseguirão tira-lhes o fuzil.


Desmascarada aquela fanfarronada de que o terrorismo é contrário ao marxismo ou ao marxismo-leninismo, a luta armada ganha para os comunistas uma das formas de luta que Lenin brandia. Sim, a luta armada é “uma” das formas de luta com que os comunistas combatem a democracia, a liberdade. Não obstante, é oportuno perguntarmos: As FARC promovem ou praticam a luta armada? Sim, e ainda a promovem com orgulho. Outra vez, deixemos que sejam os cabeças das FARC e ínclitos membros do Partido Comunista Colombiano que nos iluminem em tão densas trevas.

Gilberto Vieira, o histórico Secretário Geral do Partido Comunista (PCC), confirma no ano de 1973 o seguinte: “O fato real é que o Partido Comunista participa da luta armada, tem uma organização, as FARC, e acredita que este movimento tem perspectivas de crescimento e desenvolvimento”. (Valverde, Humberto. Colombia tres vías a la revolución, 1973, p. 53). O mesmo Vieira reconhece a participação do partido na luta armada e, ao mesmo tempo, reconhece o parto das FARC desde as entranhas do PCC. Por que a grande maioria dos “analistas” não puderam ver a indissolúvel união Partido Comunista-FARC quando o mesmíssimo Vieira o confirma?

Prossigamos. Na entrevista que William Parra faz a Luciano Marín, cognome ‘Iván Márquez’, o integrante do Secretariado das FARC declara: “A luta armada na Colômbia é vigente e tem lugar porque os problemas políticos, econômicos e sociais que a motivaram não desapareceram”. E mais adiante sublinha: “A luta armada não está em questão. As causas que a motivaram não se modificaram [...] Quero lembrar que nos fuzis guerrilheiros das FARC residem os povos de Nossa América [...] Enquanto as FARC existirem, ninguém poderá tirar-lhes o fuzil do Che”. E se alguma dúvida se alberga, Iván Márquez insiste em que deve-se continuar “o caminho traçado pelo inolvidável Comandante-em-Chefe Manuel Marulanda Vélez, quer dizer, o da política total, que é a luta estratégica pela tomada do poder pela via das armas e da insurreição com o qual se chegaria a um governo revolucionário, ou pela via das alianças políticas para a instauração de um governo verdadeiramente democrático, em consonância com a Plataforma Bolivariana pela Nova Colômbia”. Esta entrevista foi oferecida em 2008, depois da morte de Pedro Antonio Marín, cognome ‘Manuel Marulanda Vélez’. Por outro lado, William Parra jamais controverte as declarações de ‘Iván Márquez’. Curiosa maneira de fazer jornalismo crítico.

Estas declarações do cabeça mostram com clareza que as FARC jamais ocultaram suas intenções. Para estes comunistas, a luta armada continua vigente e não está em questão; a tomada do poder pelas armas e a insurreição, melros dourados de Lenin, estão presentes e jamais conseguirão tira-lhes o fuzil. É possível, senhoras e senhores da esquerda, se chegar a um acordo de paz quando, segundo estes revolucionários integrais, a luta armada continua vigente e, além disso, jamais abandonarão o fuzil? Não há pior cego que o que não quer ver, reza o refrão popular. E isto não é nada novo. Luis Alberto Morantes Jaimes, cognome ‘Jacobo Arenas’, repete em seu livro Cese al fuego: as FARC têm “como fim político a tomada do poder” (p. 135).

Deixar-se levar pelas brumas de que o terrorismo e o seqüestro - que são maneiras de combinar todas as formas de luta - desviaram as “nobres” intenções das FARC é, a meu ver, uma ilusão vã e perigosa. A que se deve tal fato? O marxismo tem exercido uma fascinação potente em muitas pessoas e intelectuais. A esperança de construir nesta terra um mundo igualitário onde todos os males seriam superados, supõe uma idéia de altruísmo por melhorar pela vida toda as condições materiais do ser humano. Esse atrativo não vem de uma análise econômica nem social e sim, provém de duas premissas: primeiro, um ideal de justiça e igualdade, inclusive de liberdade; segundo, a presunção de que estes ideais foram obstruídos desde sempre pelas “classes exploradoras”, que impediram a devida e “justa” distribuição dos bens para todos. Esta é, basicamente, a idéia que circula entre as pessoas comuns e intelectuais.

O marxismo pretende trazer o céu à terra mediante a supressão daqueles obstáculos - “os exploradores”, “a classe dominante”, “os imperialistas” - que impediriam essa pretensão, porém, ao despersonalizar a culpa e a responsabilidade, cria uma falsa libertação no homem, torna-o “inocente”, enquanto que a culpabilidade recai totalmente nos denominados como “exploradores”, “burgueses”, “imperialistas”, “fascistas”, “a direita”. Contra esses declarados “inimigos do povo”, tudo fica justificado, pelo bem do “proletariado”, do “povo trabalhador”, da “classe explorada”, dos “menos favorecidos”, dos “despossuídos”, pois isso é o “justo” para todos. Desta maneira funciona o marxismo e, portanto, a esquerda. Indubitavelmente, o marxismo é um pensamento messiânico que crê resolver de uma tacada todos os males da sociedade: só basta varrer, liquidar, suprimir, esmagar os obstáculos, para tornar possível o céu na terra.

E assim, com esta lógica, a ideologia das FARC posa de altruísta. Sob a bandeira dos “sem terra”, do “povo explorado”, dos pobres que foram repreendidos sem misericórdia pelos ricos, razão pela qual “os pobres são mais pobres e os ricos mais ricos”, as FARC e os diversos grupos terroristas marxistas (EPL, ELN, M-19) têm sido aplaudidos por suas “heróicas” ações. Ao estar, segundo estes bandos, ao lado dos pobres, de imediato ganham a simpatia das pessoas comuns, dos intelectuais e a atenção dos meios de comunicação. Aqui começa a falácia que conduz ao equívoco de que a utilização do terrorismo e do seqüestro os desviou de seus ideais marxistas ou que os traiu, pois alguém do povo se perguntará: como é possível que um grupo que luta pelos pobres e pela reforma agrária seqüestre, faça extorsões e utilize o terror? Então responde: eles fazem isso porque já não têm ideologia. Esta conclusão incorreta circula com autoridade, entre outros, nos meios acadêmicos. As FARC seqüestram, assassinam, torturam e utilizam o terrorismo, não porque abandonaram o marxismo-leninismo: elas seqüestram, assassinam, torturam e utilizam o terrorismo porque são marxistas-leninistas.

Para deixar claro de uma vez por todas que a ideologia tem um papel vital e que os fins totalitários das FARC persistem, vamos, pois, à alocução do cabeça máximo das FARC [1], Guillermo León Sáenz Vargas, cognome ‘Alfonso Cano’, intitulada “Ao governo de Santos, à UNASUL e à Colômbia”, publicada na página web “Revista Nacional do Secretariado das FARC-EP”. Lá, ele nos diz: “Temos convicções, equivocadas ou justas, acertadas ou desacertadas, porém temos convicções, profundas convicções ideológicas, estamos aqui na lida de todos os dias arriscando a vida [...] exercendo nossa atividade política e militar”.

O mesmíssimo ‘Alfonso Cano’ revela que os terroristas das FARC têm profundas convicções ideológicas e que, como ensina Lenin, exercem atividade política e militar. Tanto uma como a outra são de caráter “permanente”. A atividade política, a chamada a falar na assembléia da UNASUL; a atividade militar, o massacre de 14 policiais em Doncello, Caquetá.

Por outro lado, no final desta alocução ‘Alfonso Cano’ sintetiza todas as ações das FARC e o que nos espera aos colombianos se não consentirmos com suas “propostas”:

Primeiro: as FARC impõem o limite e o conteúdo dos diálogos: “O que estamos em disposição de analisar é até que ponto necessitamos combater na Colômbia com armas na mão para que haja democracia e para poder abrir passagem a uma nova Colômbia”.

Segundo: mostram de novo, para os desinformados “analistas”, sua ideologia e seus fins: “Queríamos buscar as possibilidades da luta por uma sociedade igualitária, pelo socialismo que é o que nós levamos impregnado em nossa consciência e em nossa concepção, pelas vias políticas, pelas vias de massas”.

Terceiro: ameaçam o povo colombiano se não nos ajoelharmos ante suas imposições: “Porém, se não nos deixam, não há remédio: a luta armada revolucionária continuará na Colômbia até que consiga os objetivos a que se propôs. É a mensagem, rapazes, é uma mensagem ao povo colombiano de decisão de que aqui nas FARC ninguém está amedrontado, estamos é absolutamente cheios de dignidade e de moral, moral de combate. Ponto, rapazes”.

Por que a maioria dos “analistas” deixam de lado estas declarações? Por que? Ainda não tenho resposta. A síntese de ‘Alfonso Cano’ nos revela toda a estratégia das FARC: os diálogos como meio para se oxigenar e assim fazer a luta armada, a guerra jurídica e a propaganda negra no exterior sobre as instituições do Estado colombiano. Tudo isso sob a égide da ideologia liberticida por excelência: o marxismo-leninismo.

Cada uma das tentativas de diálogo com as FARC fracassaram por este choque de trens: as FARC procuram impor sua distorcida “visão sobre o conflito armado” com todos os seus objetivos estratégicos, e os diversos governos convencidos de que as FARC vão fazer a paz e se integrar à sociedade e ao Estado de Direito. Pois não é assim. Estamos falando de totalitarismo versus democracia. Estamos falando de uma ideologia demonstradamente criminosa que nega o respeito ao indivíduo e à propriedade privada. Tanto os meios como os fins das FARC, levados estritamente à prática, encaminham-se para demolir a democracia, para abolir a liberdade.

Bem, agora é pertinente concluir que os chamados das FARC para conversar, falar, dialogar, não devem ser levados em conta. Seus chamados são outra maneira de combinar todas as formas de luta para ganhar um terreno que nos últimos oito anos eles perderam e que os colombianos ganhamos com muitíssimo esforço pela política de Segurança Democrática propugnada pelo ex-presidente Álvaro Uribe Vélez. É certo, as FARC são uma guerrilha perigosa, porém são muitíssimo mais perigosos os políticos que afirmam que deve-se dialogar com esse grupo marxista-leninista e terrorista (perdão pelo pleonasmo).

Nota da tradutora:

Esse artigo foi escrito em maio de 2011, época em que o cabeça máximo das FARC ainda era ‘Alfonso Cano’, abatido pelas Forças Militares da Colômbia em 4 de novembro de 2011, na “Operação Odisséia”. Entretanto, não perde sua vigência, pois a falácia de que com os seqüestros e sobretudo com o narcotráfico as FARC “abandonaram” seu caráter político de ideologia comunista, marxista-leninista, continua sendo divulgado aos quatro ventos, numa tentativa maliciosa de atenuar seus crimes e mascarar os reais objetivos dos partidos comunistas através de todas as formas de luta. E as FARC são o braço armado do Partido Comunista Colombiano, desde sua criação.

Carlos Alberto Romero Sánche
02 Abril 2012
Tradução: Graça Salgueiro

IDENTIFICAR PAUL KRUGMAN

Artigos - Economia

A esquerda sem dúvida evoluiu. Desistiu de tomar conta do mundo pelas armas e partiu para criar embaraços entre países, defendendo programas que tornam o Estado mais forte e influente na economia.

A propaganda política tem uma irresistível atração para esconder perfis de pessoas, pensamentos e tentar vender gato por lebre. Desde que a II Guerra Mundial terminou, a Internacional Comunista optou em usar, em sua propaganda, intelectuais, escritores e jornalistas. Servindo-se deles para a defesa aberta ou disfarçada de teses que pudessem enfraquecer o capitalismo e, em especial, prejudicar a imagem dos Estados Unidos. Para tal, a seleção de instrumentos sempre incluiu autores norte-americanos, que, supostamente, seriam incapazes de defenderem posições antiamericanas e capitalistas. Era como se os EUA fossem uma democracia sem marxistas e seu modelo político e econômico fosse uma unanimidade nacional.

O nome do momento é o economista e jornalista do New York Times Paul Krugman, publicado em centenas de jornais de todo o mundo. O Prêmio Nobel de Economia é badalado como um economista insuspeito, o que está longe da verdade. Ele defende teses da esquerda americana, que, hoje, com o fim a URSS, é a maior fonte de propaganda do neo-marxismo. Na economia, a ordem é se combater o capitalismo, através da desmoralização de suas instituições, de se ignorar o papel social da livre empresa, sua ligação com a liberdade política.

Para abater o capitalismo, o doublé de economista e jornalista sabe aproveitar a crise mundial, em especial a europeia e americana, para lançar as teses mais confusas com vistas a impedir definições pragmáticas pelos governos envolvidos. Na política americana, está sempre afinado com os liberais do Partido Democrata, eufemismo para denominar a esquerda americana. Certamente o amor ao palco e seus refletores o influenciou na evolução ideológica, uma vez que, no início dos anos 80, participou de grupo de assessoramento econômico ao presidente Reagan. Caso, talvez, semelhante ao do ministro da Defesa, Celso Amorim, com formação de esquerda desde sempre, que aceitou alegremente à presidência da Embrafilme, no governo do presidente João Figueiredo.

A esquerda sem dúvida evoluiu. Desistiu de tomar conta do mundo pelas armas e partiu para criar embaraços entre países, defendendo programas que tornam o Estado mais forte e influente na economia. Além de usar nomes que possam passar por independentes. Outro novo personagem é o ex-juiz espanhol Balthazar Garzon, que circula pela América Latina, paparicando os regimes cercados de suspeições de toda ordem, como Equador e Argentina.

Krugman foi festejado, mês passado, em Lisboa, dando palestras e entrevistas em conflito com a política de austeridade que está sendo implantada no país em crise. Quando fala sobre questões que envolvem as ameaças do Irã, sua condição de judeu e americano valoriza suas opiniões em favor dos radicais. Assim também é quando aborda a confusão em que mergulharam os países livres de regimes ditatoriais condenáveis, mas que pelos anos de estabilidade estavam de certa maneira, como o Egito, servindo de segurança para a região em conflitos internos graves. Ocorre que, embora tenha nascido em lar israelita, o professor de Princeton é ateu.

Não quero tirar seus méritos, e muito menos o seu direito de ter opiniões e posições. Mas é importante que o público saiba que ser americano, e do New York Times, não implica em não ter um alinhamento mais à esquerda.

02 de abril de 2012
Aristoteles Drummond, jornalista, é vice-presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro.

MILLÔR, O FRASISTA IRÔNICO

“Ele foi um grande intelectual, livre pensador, é um grande exemplo para o Brasil, tinha posições sempre claras, sempre corajosas. Eu acho que, pelo fato de ser rotulado como humorista, talvez muita gente não tenha prestado
atenção a esse outro lado dele”.
Luís Fernando Veríssimo – escritor


Retiro da minha estante o livro Millôr definitivo – A bíblia do caos. Nas suas 524 páginas, o pensamento dele em 5142 máximas, aliás, máximas no melhor sentido do termo. Aos 88 anos, Millôr Fernandes morreu após uma complicada enfermidade que principiou com um AVC. Jornalista, escritor, desenhista, dramaturgo, tradutor e humorista, tinha uma notável e criativa intelectualidade, marcada pela independência e por uma lucidez crítica e contundente.

Acompanhando a enorme repercussão da morte dele, lembrei as inúmeras vezes em que tive que recorrer ao dicionário para conhecer o significado de palavras que o Millôr punha nos seus textos, incluindo as participações dele nos outros meios de comunicação como a revista Veja. Aqui neste espaço foram inúmeras as vezes que transcrevi as suas célebres frases, e continuarei citando-o.

Aliás, em referência aos meios de comunicação, sobretudo como jornalista e humorista, Millôr foi quem batizou o Jornal Pasquim, tão odiado pela ditadura militar, que acabou sendo fechado por fazer pesadas críticas ao regime e pelos constantes recordes de vendas.

Para homenageá-lo, o melhor é transcrever alguns dos seus célebres aforismos, os que anotei ao longo de muitas leituras, bem como do livro Millôr definitivo.

Abreviação – Palavra comprida para coisa curta.

Abstinência – Não beber é o vício dos abstinentes.

A suprema ambição é não tê-la.

Os banqueiros não perdem por esperar. Ganham.

Animal – Acho que se os animais falassem não seria conosco que iam bater papo.

Ateísmo – É uma espécie de religião em que ninguém acredita.

Autobiografia – Estou escrevendo minha autobiografia. Mas ainda não decidi se vou morrer no fim.

Político é um sujeito que convence todo mundo a fazer uma coisa da qual ele não tem a menor convicção.

Brasil, país do faturo.

Brasil, país do futuro, sempre.

Carioca – Eu sou carioca de algema.

Quando você chega de madrugada em casa e sua mulher nem reclama é porque já é tarde demais.

A cobra é um rabo autossuficiente.

Coerente é o sujeito que nunca teve outra ideia.

Pobre é muito mais barato!

Ética política é o ato de jamais passar alguém pra trás sem antes consultar os companheiros de partido.

O eufemismo é cheio de rodeios.

Tenho certas dúvidas, nenhuma delas certa.

A Justiça é igual pra todos. Aí já começa a injustiça.

Política é a mais antiga das profissões.

A pontualidade é uma longa solidão.

A riqueza não traz felicidade. A pobreza muito menos.

Deus fez o homem. O homem aí construiu uma Igreja e aprisionou Deus.

Quem sofre de insônia não ronca.

A xerox não tem nada de original.

Volta e meia tem alguém que não volta.

Chama-se de herói o caro que não teve tempo de fugir.

Toda lei é boa desde que seja usada legalmente.

Todo homem nasce original e morre plágio.

Um rato não pode ser juiz na partilha de um queijo.

02 de abril de 2012
José Eugênio Maciel

A ESCARRADA DA PODRIDÃO IDEOLÓGICA MARXISTA

Aos prezados companheiros de jornada. Abrs do gen Marco Felicio
Durante a revolução comunista na Rússia, o líder Lenine ensinava aos seus fanáticos agitadores e propagandistas: “Acuse-os do que você faz; Xingue-os do que você é.” E eles, os ativistas comunistas estavam preparados para tudo: mentir, fingir, roubar, assaltar, agredir física e moralmente, seqüestrar, praticar o terrorismo sistemático e seletivo, assassinar, torturar e tudo mais que de pior se possa imaginar. Não poupavam pais, nem parentes e amigos, quanto mais os inimigos e indiferentes!

Tais ações passaram a fazer parte do Instrumental Teórico Marxista-Leninista para a tomada do poder e a implantação da “Ditadura do Proletariado”. Todas essas ações, consubstanciando total podridão de caráter, correspondem a um princípio largamente usado pelos revolucionários comunistas em todo o mundo: “Os fins justificam os meios”.

Aqui no Brasil não poderia ser diferente, ainda mais que já atingiram o poder. Embora na contramão da História, ainda temos comunistas, fanáticos agitadores e propagandistas, organizados e articulados, distribuídos em um sem número de organizações, incluso partidos políticos, cujos líderes, travestidos de democratas, paladinos dos direitos humanos e da justiça, se aproveitam das massas carentes e, principalmente, dos mais jovens, através de programas assistencialistas e da impregnação psicológica, para a consecução de seus objetivos.

O que ocorreu, no dia 29 de Março, durante a comemoração por parte de Oficiais das Forças Armadas, já inativos, no Clube Militar do Rio de Janeiro, em sua sede central, do 31 de Março de 1964, foi um exemplo do acima citado.

Os ativistas representando o que chamam de “Levante Popular Socialista da Juventude”, movimento organizado em brigadas por 17 estados da Federação, formadas e incentivadas por conhecidas lideranças criminosas, impunes, pois, acobertadas pelo governo, se concentraram na frente do Clube Militar para tumultuar (chamam de escrachar) a comemoração, portando bandeiras, ovos, tintas, megafones, etc..., a exemplo do que já haviam feito em locais onde moravam ou trabalhavam cidadãos que acusam de torturadores.

Durante a saída da comemoração, sob proteção policial, o marginal Felipe Garcez, que se diz, em seu facebook, ativista, socialista e radical, admirador de Karl Max, Che Guevara, Lênin, Lula e Vladmir Palmeira, um fanático comunista, agrediu criminosamente, moral e fisicamente, um coronel aviador octogenário, com vasta folha de serviços prestados à Nação, xingando e cuspindo no rosto do mesmo.

Esta foi a escarrada da podridão ideológica marxista, que vem de uma mente impregnada psicológicamente, um criminoso fanático, que atinge a dignidade não só da pessoa e do militar, mas atinge a todos nós militares, seus camaradas e irmãos de ideais. Atinge a imagem das Forças Armadas, quer queiram quer não queiram. Atinge à Nação, pois, atinge, profundamente, às liberdades individuais.

É conseqüência de proibição inaceitável, pois, trata-se de um fato Histórico que, por mais que irrite a sua comemoração aos áulicos do poder, subversivos e criminosos de ontem, não se apaga da memória dos militares de todas as gerações e da tradição de atender ao chamamento da Nação com o intuito de, sempre, bem servir à Pátria.

Após tal ocorrido, é estarrecedor que um Procurador da República, Ivan Claudio Marx, um defensor da lei, afirme, publicamente (O Globo de1/4/2012,pg15),que “com o escracho (movimento comunista de intimidação, de constrangimentos a pessoas, presumidamente inocentes, e de perturbação da ordem pública) a sociedade civil está solicitando que o poder público tome providências. Que o Estado instaure a Comissão da Verdade, que o MPF investigue e que a justiça puna os responsáveis.”

Torna-se necessário esclarecer ao Sr. Procurador, acima citado, que não existe sociedade civil, a não ser aquelas de cunho comercial, e sim sociedade brasileira. Que é constrangedor saber-se que é necessário, para que o MPF tome providências, que ele seja acionado por um movimento ilegal.

Quanto à Sra. Mirian Leitão, colunista do O Globo, ao se referir a comemoração do Clube Militar ( O Globo, 31/3/2012, pg 2, não esconde todo o seu ressentimento contra os militares, que nenhuma culpa têm de que , Ela, em 1964, estava do outro lado, lutando por uma ditadura do proletariado.

ELES QUE VENHAM! POR AQUI, NÃO PASSARÃO !

02 de abril de 2012
Gen Marco Antonio Felício da Silva

MORADORES DENUNCIAM HELIPONTO ILEGAL USADO POR SERGIO CABRAL EM LARANJEIRAS


Liderados pelo síndico do Edifício Guarapes, Luiz Fernando Araujo, moradores de Laranjeiras denunciam que está começando uma obra de ampliação de um heliponto irregular, situado no Parque Guinle, junto ao Palácio Laranjeiras, que vem sendo ilegalmente usado pelo governador Sergio Cabral, ao invés de utilizar o heliponto do Bope, que fica bem próximo ao palácio e não incomoda ninguém.

Os trabalhos já foram iniciados no heliponto irregular, que é usado diariamente não só pelo governador, mas também por sua família e seus auxiliares, de manhã, à tarde e à noite, 365 dias por ano.

Já houve denúncias à Agência Nacional da Aviação Civil (ANAC) e à Divisão de Fiscalização de Infraestrutura Aeroportuária (DFIS – RIO). Foi aberto um processo e ficou comprovado que o local é impróprio para pouso e decolagem de helicópteros, mas o governador diz que ninguém conseguirá impedi-lo de usar o local como heliponto, e estamos conversados.

Os moradores já cadastrarami mais de 20 reclamações no site da ANAC, que eles chamam de ANARQ ( de Anarquia ), e nenhuma delas prosperou. Enviaram denúncia ao jornalista Ricardo Boechat, da BandNews, e ele, consultando a ANAC, descobriu que os voos do governador Cabral são considerados como de “segurança”, o que retira toda e qualquer possibilidade de proibição.

Os moradores então entraram com uma representação no Ministério Público, e até agora nada. Não acreditam que algo aconteça, a não ser que caia um helicóptero no local, vitime várias autoridades, e saia no noticiário nacional. Aí é capaz de tomarem alguma providencia a respeito.

Já houve vários riscos para os moradores, que têm de conviver com o barulho ensurdededor e a poeira levantada pelas hélices das aeronaves, em plena área de reserva florestal. Vários helicópteros apresentaram defeitos e recentemente, num dia de chuva e ventos fortes, uma dessas aeronaves quase colidiu com o prédio situado na Rua Paulo César de Andrade, 296.

Mas quem manda é mesmo o governador, as demais autoridades se omitem, e fica tudo por isso mesmo.

02 de abril de 2012
Carlos Newton

AS PAREDES NUAS, SEM CRUCIFIXOS, NO TRIBUNAL GAÚCHO

Não é demais voltar ao assunto quando não passa um dia sem que a mídia abra espaços para a decisão do Conselho de Magistratura do TJ/RS. Viva! Mais uma façanha do Rio Grande. Noutra despachamos a Ford. Nesta, os crucifixos, enxotados e empacotados.

Há uma peculiaridade passando batida nessa história. Quem é, mesmo, que quer a remoção? Até hoje, não vi, entre as manifestações de apoio à determinação, uma única que tenha sido emitida por qualquer das centenas de confissões religiosas em consideração às quais se diz que foi decretada.

Embora o relator do processo tenha escrito que o cidadão judeu, o muçulmano, o ateu, ou seja, o não cristão, tem o mesmo direito constitucionalmente assegurado de não se sentir discriminado pela ostentação de símbolo expressivo de outra religião em local público, ninguém, de crença alguma, se manifestou, mesmo que fosse para um simples e protocolar “muito obrigado”. Por quê? Por que lhes ficou inequívoco terem sido usados para intenções que também lhes são hostis!

As próprias entidades que requereram a retirada dos crucifixos articulam-se em torno de comportamentos sexuais e não sobre religião ou religiões. Nesse mesmo viés, se observamos com acuidade iniciativas análogas, será forçoso perceber que tampouco provêm de crentes ou ateus num sentido genérico, mas de pequena parcela destes últimos – os ateus militantes.

Suas manifestações, sistematicamente, se voltam contra o que os símbolos representam, ou seja, as religiões, cuja influência na sociedade anseiam por eliminar. Mostram, especialmente em relação ao cristianismo, animosidade e um conhecimento de panfleto. Sempre mencionam Cruzadas, Inquisição e Galileu, mas parecem incapazes de escrever meia página séria sobre esses temas pois tudo que repetem, vida afora, foi o que ouviram por aí, servido como nutrição ideológica.

Desculpem-me o sarcasmo, mas passei os últimos dias lendo tais tolices aportadas anacronicamente como se fossem argumentos para justificar a retirada dos crucifixos! Pior do que desconhecer pelo não uso da inteligência é conhecer raivosamente pelo uso do fígado. Corre-se o risco de passar por cima do tesouro e ir catar lixo logo adiante.

Esse exótico discernimento, assumido nos poderes de Estado, resulta danoso à identidade nacional, ofensivo à história do Brasil, depreciativo ao que há de melhor na civilização ocidental e agressivo a um bem do espírito e da cultura considerado precioso pela imensa maioria do povo deste país! Mas a história ensina: é preciso gerar descrédito ao que merece respeito para, depois, exigir respeito ao que não merece.

Quando os constituintes de 1988 promulgaram nossa Constituição declarando que o faziam “sob a proteção de Deus” estavam querendo dizer que a essência dos preceitos esculpidos na nossa lei maior e a ordem jurídica de convivência a que ela nos submete não decorrem de uma ideologia ou da mera vontade humana, não foram achados na rua ou numa mesa de bar, mas provêm de uma lei natural, transcendente e superior. Com efeito, do Estado recebemos a cidadania, mas não é dele que nos vêm a dignidade humana nem os correspondentes direitos.

Ora, o ateísmo militante não tolera isso. Deseja manipular a natureza humana a seu bel-prazer e a sociedade inteira através da política. O Estado, como o concebem, não pode conviver com juízos morais divergentes.

Por isso, reitero: a remoção dos crucifixos é muito menos um ato jurídico e muito mais um ato político que contradiz nossa história e tradição. Paredes nuas não têm passado nem memória. Assemelham-se a santuários do nada.

02 de abril de 2012
Percival Puggina

ATÉ EX-MINISTRO PETISTA REPUDIA COMPRA DE LANCHAS E DOAÇÃO AO PARTIDO

A excelente repórter Marta Salomon, que denunciou o caso das lanchas do Ministério da Pesca, entrevistou o sucessor de Ideli Salvatti no cargo, o deputado petista Luiz Sérgio, que classificou de “malfeito” a ação de cobrar dinheiro para o PT de Santa Catarina de uma empresa contratada pelo governo federal.

Como se sabe, a Intech Boating, que forneceu por R$ 31 milhões lanchas-patrulha para o ministério, doou R$ 150 mil ao comitê financeiro do PT, que bancou 81% dos custos da candidatura de Ideli em 2010 ao governo de Santa Catarina, como revelou com exclusividade o Estadão. O contrato das lanchas é considerado suspeito pelo Tribunal de Contas da União (TCU), e a petista, hoje, é titular da pasta de Relações Institucionais.

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LANCHAS NÃO TINHAM USO

“Em relação à iniciativa do ministério de buscar contribuições, minha posição é contrária a isso. Não é função de ministério arrecadar dinheiro para candidaturas ou para partidos”, disse o ex-ministro da Pesca, a quem coube dar destino à maior parte das 28 embarcações compradas.

As lanchas-patrulha estavam estragando, sem uso, num caso de desperdício de dinheiro público investigado pelo TCU. O Ministério da Pesca optou por doar a maioria à Marinha.

Questionado se enxergava corrupção no caso, Luiz Sérgio optou pelo vocabulário adotado pela presidente Dilma Rousseff. “Eu diria, como a nossa presidente tem feito, que é um malfeito”, disse Luiz Sérgio, que ficou no Ministério da Pesca apenas seis meses, após perder o posto de articulador político do governo para a ministra Ideli Salvatti, em junho do ano passado.

BANDITISMO CEIFA BRUTALMENTE DUAS VIDAS, CRESCE O NÚMERO DE CRIMES DELITOS E A INTELIGÊNCIA POLICIAL FICA EM XEQUE

O crescimento de alguns delitos considerados estratégicos na redução da violência urbana, comparativamente ao mês de fevereiro deste ano com o mesmo período do ano passado – só o roubo de veículos subiu 31% – conforme dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), é mais do que suficiente para acender a luz vermelha e colocar em alerta o setor de segurança pública do Estado.

Especialmente diante dos brutais assassinatos, no último final de semana, onde perderam a vida a arquiteta Renata da Trindade Mendonça (29 anos), em princípio por crime de latrocínio, ao tentar desvencilhar-se de um assalto, na madrugada de sábado, no Alto da Boa Vista, tendo resultado baleada com tiro no coração, além do assassinato, durante um assalto na porta de sua residência, em Icaraí (Niterói), do médico Carlos Vieira Carvalho Sobrinho (65 anos), na manhã do mesmo sábado – saiu do carro com a mulher, pediu apenas para pegar os documentos e baleado friamente no peito.

Quem imaginou que o projeto de implantação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) tivesse enfraquecido por completo o narcoterrorismo, mormente após os memoráveis episódios de invasão e tomada, pelas forças de segurança, da Favela da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão, em novembro de 2010, terá que repensar a análise inicial face ao contexto de violência que ora se apresenta.

Ainda que duramente enfrentado, combalido em suas finanças e com importantes lideranças recolhidas a penitenciárias de segurança máxima, o narcoterrorismo não sucumbiu em sua essência. Necessitando manter-se atuante adotou outras táticas de atuação. A mais lógica foi migrar, com seus arsenais de guerra, para localidades ainda não contempladas com UPPs -vejam o caso de Niterói, São Gonçalo, Baixada Fluminense e Zona Oeste- aumentando substancialmente o temor ao crime em tais regiões.

A queixa da população de tais localidade é a carência de um efetivo maior de policiamento, reivindicação que a polícia terá sempre dificuldade em atender de pronto. É sabido que o crime é resultante da conjugação de dois fatores: vontade e oportunidade do cometimento. E os bandidos, na procura do lucro – finalidade precípua do crime – tem a seu favor o chamado elemento surpresa.

Não sendo a polícia uma instituição onipresente, portanto, surge a necessidade de se torná-la um órgão de defesa social sobretudo proativo,que se antecipe ao ato delituoso atuando nos nascedouros da criminalidade violenta (morros e favelas), através de dados de seu setor de inteligência. A polícia reativa acabou no mundo.

Permanecer imaginando que o vitorioso projeto da UPP, policiamento comunitário de proximidade (estático), restrito a uma localidade e a suas cercanias, que depende fundamentalmente de mais e mais efetivos policiais, é a única solução para o controle da criminalidade violenta no Rio de Janeiro, é desconhecer o potencial do inimigo e o próprio contexto criminal.
Se quiséssemos saber hoje, por exemplo, qual o número aproximado de traficantes e soldados do tráfico que circulam em morros e favelas do Rio e em toda Região Metropolitana e qual o arsenal de guerra de que dispõem, certamente que teríamos dificuldades em responder. Outra intrigante pergunta seria saber como chegam aos redutos do tráfico, em morros e favelas, as armas de guerra e as drogas que continuam a ameaçar a paz social.

Sun Tzu lembra um velho ditado em seu tratado “A Arte da Guerra”: “Se conhecer seu inimigo e a si mesmo, ainda que você enfrente 100 batalhas, nunca será derrotado. Se não conhecer seu inimigo mas conhecer a si mesmo, sua chances de derrota e de vitória são as mesmas. Se não conhecer o inimigo nem a si mesmo, pode ter certeza de que perderá todas as batalhas.

Assim sendo, chega-se a conclusão de que as estratégias policias de prevenção e repressão ao crime precisam ser neste momento urgentemente replanejadas. A polícia proativa é sem dúvida a estratégia mais eficaz no combate à criminalidade atípica que atemoriza e coloca em risco a vida de todos, policiais ou não, a qualquer hora em qualquer lugar.

Profundamente lamentável que a criminologia misericordiosa e o direito penal mínimo continuem a desproteger toda a sociedade. Com a palavra o Congresso Nacional. A prisão perpétua não pode mais deixar de ser discutida. É mecanismo de defesa por demais necessário à sociedade.

02 de abril de 2012
Milton Corrêa da Costa

NÃO TEM JEITO MESMO! DEMITIDO POR SUSPEITA DE CORRUPÇÃO, PAGOT CONTINUA A MANDAR NO MINISTÉRIO

Pagot despacha direto com o ministro Passos
Oportuna reportagem de Guilherme Amado, no Correio Braziliense, mostra que a situação realmente fugiu ao controle e a desfaçatez domina completamente o governo federal, um dos três poderes apodrecidos da União.

A matéria mostra que, nos gabinetes e corredores do Ministério dos Transportes, Luiz Antonio Pagot ainda é saudado como “Doutor Pagot”. Pivô da crise que levou a presidente Dilma Rousseff a demitir toda a cúpula da pasta, em julho do ano passado, o ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) ainda é figurinha fácil no ministério, por onde circula com liberdade, com acesso inclusive ao ministro Paulo Sérgio Passos.

Só entra pelo acesso privativo, cumprimenta os vigias e avisa que “vai ao gabinete”. O vaivém pelos andares do Ministério dos Transportes — cobiçado até hoje por seu partido, o PR — tem a ver com a nova atividade de Pagot. Antes todo-poderoso do setor de transportes, ele agora atua como consultor de empresas do segmento hidroviário.

Leva clientes ao ministério, faz o meio de campo entre políticos e o ministro, e troca informações sobre a rotina do órgão. Por coincidência, apenas coincidência, é claro, o lobby ocorre num momento em que o governo decidiu entregar a manutenção de algumas hidrovias à iniciativa privada, com a promessa de crescimento do setor. “Ponto para Pagot”, ironiza o repórter Guilherme Amado.

Traduzindo tudo isso: nada de novo no front ocidental, como dizia o genial escritor alemão Erich Maria Remarque. o Dnit, antigo DNER, continua a ser um dos maiores antros de corrupção do Planalto.

Detalhe importante: o atual ministro Paulo Sérgio Passos, não pode ser considerado um cidadão acima de qualquer suspeita. Servidor de carreira do DNIT, ele já tinha tempos para aposentadoria, mas continuava trabalhando, numa dedicação mais do que suspeita ao serviço público, e num órgão onde a corrupção sempre falou mais alto. Esta é a realidade. O resto é silêncio, como dizia outro escritor genial, Erico Veríssimo.

02 de abril de 2012
Carlos Newton

EUA DESCONHECEM PLANO DE PAZ DA ONU E AMEAÇAM A SÍRIA DE "SÉRIAS CONSEQUÊNCIAS"

A Agência Reuters informa que a secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, cobrou dos membros do governo do presidente sírio, Bashar al-Assad, o fim das operações contra civis, caso contrário o país enfrentará “sérias consequências”.

“Nossa mensagem precisa ser clara para aqueles que dão ordens e aqueles que as executam: Parem de matar seus cidadãos ou enfrentarão sérias consequências”, disse Hillary Clinton em discurso durante conferência em Istambul sobre o conflito sírio.

Ela justificou sua posição dizendo que, apesar de ter aceito um novo plano de paz proposto pelo enviado da ONU-Liga Árabe, Kofi Annan, o governo de Assad parece não ter cumprido suas promessas.

Por fim, a secretária admitiu que os EUA estão fornecendo equipamentos de comunicação para a oposição civil síria.

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NOTA DA REDAÇÂO DO BLOG

Não interessa ONU, não interessa Liga Árabe, não interessa existir um plano de paz já aceito. A única coisa que interessa são os interesses dos Estados Unidos, que no fim de semana ganharam o apoio de cerca de 70 nações árabes e ocidentais, reunidas na conferência “Amigos da Síria”. em Istambul

Estes “aliados” dos EUA reconheceram os rebeldes do Conselho Nacional Sírio como legítima força representativa da população e principal interlocutor da comunidade internacional, como se a Síria fosse um país sem governo próprio. E pior: atribuíram um salário a quem for rebelde, vejam a que ponto de interferência se chegou.

Ainda segundo o comunicado final do grupo, obtido antecipadamente pela Reuters, o grupo deu apoio à missão de paz na Síria do enviado da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan, mas defendeu que o plano tenha prazos definidos. Caso contrário…

02 de abril de 2012

GRAVAÇÕES REVELAM QUE DEMÓSTENES FAZIA FAVORES PARA O EMPREITEIRO MAIS LIGADO A SÉRGIO CABRAL

Gravações da Polícia Federal mostram que o empresário-bicheiro Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, pediu que o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) se esforçasse para impedir a convocação do empresário Fernando Cavendish, dono da construtora Delta, para depor numa comissão da Câmara, em maio do ano passado.

Como se sabe, a Delta cresceu nos últimos anos fazendo negócios com o governo federal e vários Estados, especialmente o Rio de Janeiro, onde Cavendish se tornou amigo íntimo do governador Sergio Cabral, que passa fins de semana com ele.

As investigações da Polícia Federal indicam que o senador usou o cargo para atender pedidos de Cachoeira, que tinha interesse em promover negócios da construtora com o governo de Goiás.

Em nota, a construtora Delta informou que as “áreas de relacionamento institucional da empresa e o presidente do Conselho de Administração do Grupo Delta, Fernando Cavendish, desconhecem o teor, a motivação e a natureza do diálogo”.

Outras gravações divulgadas pelo jornal O Globo mostram Demóstenes discutindo com Cachoeira um projeto de lei que transforma em crime a exploração de jogos de azar, nomeações de funcionários do Senado e o andamento de um processo judicial de interesse do empresário em Goiás.

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DEFENSORES

O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, responsável pela defesa do senador, afirmou à Folha que não vai comentar o teor dos grampos da Polícia Federal. “Ainda não tive acesso a essas gravações”. Castro, contudo, voltou a dizer que as gravações não têm valor jurídico e que elas são totalmente nulas, vejam só a que ponto chega a desfaçatez de certos advogados.

Já Cachoeira, que está preso por explorar ilegalmente jogos de azar, é defendido pelo advogado Márcio Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça de Lula. Procurado pela imprensa, Thomaz Bastos afirmou que preferia não se manifestar.

Realmente, não é para menos. Ou quem sabe o ex-ministro resolveu se retrair por ter lido o Código de Conduta Ética que Sérgio Cabral recentemente mandou redigir, para tentar entender o que é certo ou errado para um homem público fazer, depois que foram descobertas suas ligações íntimas com Cavendish. Mas parece que o governador é meio burro e até agora não conseguiu compreender os ensinamentos do tal Código de Conduta Ética.

02 de abril de 2012
Carlos Newton

SOBRE O PARAÍSO E A DEMOCRACIA

Duas historinhas do passado servem para a interpretação do presente: na recém-criada União Soviética, entre vasta propaganda, expurgos aos montes e monumentais sacrifícios exigidos da população para a industrialização, corria entre os russos a versão de que Adão e Eva eram os maiores entusiastas do novo regime. Por que? Porque moravam no paraíso mas não tinham roupas para vestir…

Na mesma época, no México, as tropas de Pancho Villa e de Emiliano Zapata invadiram a capital do país em nome da revolução, com os peões dando tiros para cima e gritando do alto de suas montarias: “Viva La Democracia! Viva La Democracia!” Jornalistas americanos procuraram saber dos revolucionários o que queriam dizer e a imensa maioria respondia estarem homenageando “a mui honrada e virtuosa esposa do dr. Francisco Madero, chefe do movimento rebelde, Dona Democracia…”

Com todo respeito, os dois episódios se contam a propósito de nossa realidade, nove anos e três meses depois da tomada do poder pelo PT. A propaganda inundou o Brasil, apregoando a criação de milhões de empregos, a ascensão das massas à classe média, a extirpação da miséria, nossa transformação na sexta economia mundial e demais chavões que nos enchem de orgulho.

O diabo é que quando deixamos o paraíso dos sonhos e abrimos os olhos, as imagens são de velhos, crianças e adultos esmolando, vendendo óculos e garrafinhas de água em qualquer semáforo. Famílias à míngua, quando não reunidas fumando crack, gente assaltando, seqüestrando, depredando transportes coletivos.

Para não falar na corrupção desenfreada e na impunidade permanente que cercam instituições e elites. A democracia alardeada pelos donos do poder resume-se à conquista de empregos na máquina estatal por medíocres e inescrupulosos sem talento, à formação de ONGs fajutas, ao abandono dos ideais revolucionários e às saudações continuadas ao sistema que continua privilegiando benesses, favores e sinecuras no andar de cima. Se Adão e Eva vivessem nesse paraíso, seriam os primeiros-companheiros…

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MEIA SEMANA EXECUTIVA

Caberá à presidente Dilma, de novo no Brasil, criar fatos e produzir iniciativas capazes de compensar o vazio legislativo que a Semana Santa criou no Congresso. Em maioria, escafederam-se deputados e senadores, desde o último dia 30, não devendo voltar a Brasília senão no dia 10. A exceção envolve apenas os dirigentes e os senadores do DEM, por conta da crise que cerca Demóstenes Torres.

A presidente poderá anunciar um pacote de redução de impostos para a indústria, talvez nomeie o novo ministro do Trabalho e quem sabe promova nova reunião do ministério. Mesmo assim, o governo não terá como trabalhar no feriado da Sexta-Feira Santa, nem na sua véspera, apesar de dia normal de trabalho. Como no domingo, dia 8, Dilma viaja para os Estados Unidos, não são nada promissoras as perspectivas.

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TORRES DE UM CASTELO SITIADO

Aguarda-se para hoje a defesa do senador Demóstenes Torres, da tribuna do Senado, mas há controvérsias, tanto pela semana enfraquecida por conta da Sexta-feira Santa, quanto pelos conselhos do advogado dele, para manter-se calado. Mesmo assim, caso decida quebrar o silêncio, o ex-líder do DEM não contará com o plenário cheio. A sucessão de denúncias divulgadas a conta-gotas, contra Demóstenes, faz supor que sairão dos arquivos da Polícia Federal mais detalhes de seu relacionamento com o bicheiro Carlinhos Cachoeira.

O castelo do senador encontra-se sitiado e sua torres sob fogo batido, mas seria bom, para ele, iniciar a resistência. Caso contrário, perderá o mandato.

02 de abril de 2012
Carlos Chagas

GOVERNO DO RJ PAGA R$ 2,5 BILHÕES DE JUROS E INVESTE APENAS R$ 79 MILHÕES

Os números incontestáveis e surpreendentes estão no Diário Oficial de 29 de dezembro de 2011 que publica lei orçamentária para 2012, sancionada pelo governador Sergio Cabral. O orçamento eleva-se a 64 bilhões de reais, cerca de 12% maior que o do exercício passado. As despesas com o funcionalismo civil e militar, incluindo aposentados, reformados e pensionistas gira em torno de 23 bilhões. Trinta e cinco por cento, praticamente, do montante da lei de meios.

Para a Saúde 4,5 bilhões. Para a Educação, 4,3 bilhões de reais. Pouco em ambos os casos. Pois pela lei complementar recentemente sancionada pela presidente Dilma Roussef, em face da emenda constitucional 20, os estados têm que aplicar 12% da receita tributária em Saúde. E 15% em Educação.

O orçamento estadual do RJ é de 64 bilhões. Mas aí está incluída a receita previdenciária. A receita originária de tributos é de 50 bilhões. Assim, a rubrica Saúde tem de ser elevada para 6 bilhões de reais. A da Educação para 7,5 bilhões. As diferenças entre a lei estadual e a obrigação federal são muito grandes. Difícil cumprir as metas este ano.

A receita dos royalties do petróleo está prevista numa escala de 5 a 6 bilhões de reais. Corre risco.O projeto que muda (absurdamente) o critério, prejudicando o Rio de Janeiro, está para ser votado pelo Senado. O ministro Edison Lobão, durante a comemoração pelos 55 anos de Furnas, disse que se trata de matéria que está demorando tempo demais para ser decidida. Entretanto, a presidente Dilma Roussef afirmou ao governador Sérgio Cabral que vetará qualquer dispositivo que prejudique o RJ.

Mas o problema não é só este. É que antes da discussão final da nova lei, é preciso que o Congresso aprecie o veto do ex-presidente Lula ao projeto Pedro Simon e Ibsen Pinheiro que propõe a redistribuição daquela receita e atinge os estados produtores. Se o veto cair é um desastre. Sem volta.

Retornando ao tema que está no título, e que sintetiza a dificuldade maior que envolve o Rio de janeiro, com suas favelas crescendo, encontramos no DO de 29 de dezembro o grande contraste. Enquanto o programa de investimentos públicos estaduais está fixado em apenas 79,1 milhões de reais, as despesas com o pagamento de juros da dívida alcançam 2,5 bilhões. Trinta e duas vezes mais. São dívidas internas e também externas assumidas pelo Palácio Guanabara.

Não foram só contraídas ao longo dos últimos cinco anos, período Sérgio Cabral. Vêm de longe. E numa distância difícil de calcular, passaram a atingir, hoje, está no Diário Oficial, 58,3 bilhões. Seis degraus abaixo, apenas pode-se dizer assim, do teto orçamentário de 64 bilhões de reais para este ano. Poder-se-á argumentar que provavelmente os prazos de resgate são altos e os juros baixos. Porém a estimativa de desembolso com a taxa cresceu. Em 2011, DO de 22 de novembro de 2011, era de 1 bilhão e 965 milhões. Para 2012, como vimos há pouco, 2,5 bilhões de reais.

Os investimentos projetados são mínimos: 79,1 milhões. Numa lei de meios de 64 bilhões representam somente 1,2%. Não pode haver desenvolvimento econômico tampouco avanço social com uma injeção tão pequena de recursos multiplicadores.Este, aliás, não é um problema restrito ao Rio de Janeiro. É brasileiro.

Compare-se o orçamento do governo federal (2,2 trilhões de reais) com os investimentos federais (107 bilhões), Diário Oficial da União de 31 de janeiro de 2012. Cinco por cento. Um ponto de partida muito fraco para os desafios nacionais do momento. Investimentos diminutos, avanços frágeis. Abalam a auto sustentabilidade das aplicações de capital. E não adianta recorrer aos investimentos privados, pois estes, na verdade são financiados pelo BNDES e Fundos de Pensão das Estatais. A juros zero, ainda por cima. Apenas seis por cento ao ano, pela TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) , numa inflação de 6,3% para doze meses.

02 de abril de 2012
Pedro do Coutto

HISTÓRIAS DO JORNALISTA SEBASTIÃO NERY

O ANJO E O FOGUETE

BUDAPESTE – No alto do pedestal enorme, de mármore branco, a mulher de bronze, soprada pelo vento, levanta para os céus a pena da paz. Mas aquela mulher não ia ser uma mulher, ia ser um anjo. E a pena não ia ser uma pena, Ia ser um foguete. Era um memorial ao jovem piloto, filho do ditador fascista aliado de Hitler, que morreu na Segunda Guerra.

Mas o ditador fascista fugiu em 1944, em 45 os nazistas perderam a guerra e os soviéticos entraram no país e precisavam de um monumento. O escultor, que tinha terminado seu trabalho, deu um jeito rápido: tirou as asas do anjo, pôs nele seios imensos, trocou o foguete por uma pena e, embaixo instalou, de pé, com uma tocha na mão, um soldado russo.

Em 1990, quando a Hungria se libertou dos soviéticos, arrancou o soldado russo do pé da estátua e deixou lá em cima, no mármore branco, soprada pelo vento, a mulher que ia ser anjo com a pena que ia ser foguete.

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HUNGRIA

“Sic transit gloria mundi” (assim passa a glória do mundo) reza a Igreja. Assim passa a historia das nações. Andando pelas ruas milenares de Budapeste, vou vendo, nas catedrais, monumentos, estátuas, a história em pedra e bronze de um povo que, desde o ano 1000, construiu seu rosto à custa de guerra e paz, lutas e revoluções, trocas de impérios e sistemas políticos, muito sangue e muita dor.

O hino nacional (do poeta Forense Kolesey) diz que “este povo já pagou por seu passado e seu futuro”. Mesmo assim o cancioneiro popular gaba-se de que “fora da Hungria não há vida e, se há, não é como esta”.

A coroa sobre o escudo nacional é uma novela de mil anos. Quando, no primeiro dia do primeiro milênio (ano 1001), a Europa se apavorava com a ameaça do fim do mundo e do Anticristo, o papa Silvestre mandou uma coroa real para Santo Estevão coroar-se “rei apostólico”. Ai nasceu a Hungria, reunindo as sete tribos magiares que, no ano 896 antes de Cristo, saíram das margens do Volga para as margens do Danúbio.

A coroa passou por aventuras incríveis. Talvez nenhuma obra de arte no mundo tenha sofrido tantas vicissitudes históricas, escondida em tantos países, palácios, castelos, fortalezas. Até que, no fim da última guerra, com a chegada das tropas soviéticas, a coroa foi parar nas mãos do exército americano e, em 78, o presidente Carter devolveu à Hungria.

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BUDA E PEST

Buda e Pest são duas cidades que só se juntaram em 1872, ligadas por belas pontes sobre o Danúbio, muitas vezes destruídas e reconstruídas. Antes de 1848, só havia uma ponte de madeira. Cada manhã e cada entardecer era levantada para deixar os barcos passarem. No inverno, era desmontada para que as correntes geladas não a destruíssem.

Em 1820, o conde Istvan ficou uma semana em Peste esperando que o rio congelasse, para poder ir ao enterro do pai, em Buda. Tentou construir uma ponte de pedra, não deu certo. Foi ã Inglaterra, viu pontes de ferro, construiu a ponte movediça (pronta em 1848)e passou a cobrar pedágio. Os nobres, que não pagavam taxas nem imposto, acharam uma indignidade. Viajavam dois dias, rio acima, só para não se rebaixarem a pagar pedágio.

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MIL ANOS

Ao longo de mil anos, muita água rolou por baixo e por cima da Hungria. Em 1240, os tártaros invadiram e devastaram Buda e Pest. O Castelo de Buda é de 1243 (imigrantes alemães, italianos e judeus foram trazidos para aumentar a população). Em 1458, o rei Corvinas fez das duas cidades centros da cultura, da arquitetura e da impressão de livros.

Em 1514, uma rebelião de sem-terras, liderada por Gyorgy Dozsa, foi brutalmente reprimida e a escravidão implantada. Em 1541, Buda e Peste foram ocupadas pelos turcos, só expulsos em 1686. Em 1848-49, a revolução e a guerra da independência, lideradas pelo jornalista, nobre e pobre Kossut, e pelo poeta Sandor Petofi, expulsaram o império austríaco,

Em 1919, Bela Kun proclamou a República Soviética, que durou 133 dias e o almirante Horthy tomou o poder, matou milhares, aliou-se a Hitler e ficou até 1944. Os soviéticos chegaram em 1945, entregaram o Governo aos comunistas e voltaram em 25 de outubro de 56, assassinando milhares e fuzilando Imry Nagi (como quase vi e veremos amanhã, terça, dia 3 de abril).

02 de abril de 2012
Sebastião Nery

A SOCIEDADE SE TORNOU REFÉM DA DITADURA DOS MAGISTRADOS

A sociedade se tornou refém da ditadura dos magistrados. O enfrentamento às medidas determinadas pela corregedora do Conselho Nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, mostrou, no recente episódio da prática de atos ilícitos de juízes, o quanto este grupo seleto pretende sob uso de exacerbado processualismo, atrofiar o processo democrático e do Estado de Direito do País.

Se não irônico, é bom lembrar que durante o regime militar da Ditadura de 64, esse mesmos juízes nunca se insurgiram contra o regime, e o sinal latente dessa omissão foi que no ato público do lançamento do ”Manifesto dos Juristas” na escadaria da Faculdade de Direito no Largo do São Francisco, em São Paulo, enquanto lá estavam Raymundo Faoro, Evaristo de Moraes, Ulisses Guimarães entre outros ícones da resistência ao regime. naquele histórico dia, até mesmo os magistrados que ali lecionavam, não deram “as caras”, e suas entidades se escondiam atrás dos acontecimentos.
Este episódio, (eu militava) no movimento dos estudantes secundaristas, presente registrei. Mas não são poucas as vozes que denunciam este quadro deformado do judiciário brasileiro, em particular o trabalhista, onde existe um exagero de questões a serem resolvidas, “novatio legis”, todas engenhadas no seio da sua magistratura, sem que tenha a seu favor resultado positivo para atender o vilão a morosidade.

O que deseja o juiz? Por que seus interesses sobrepujam aos da sociedade? E a morosidade e qualidade das sentenças, por que estão a cada dia mais condimentada, com aplicativos de alta rejeição? De toda forma uma coisa é certa: “summum ius summa iniuria”, e dentro dessa razão cristalina, a sociedade exige resposta.

Infelizmente outra questão crucial se avizinha é que o novo Processo Civil (PL 8046/10) em curso no Congresso, ao contrário de proteger a sociedade, dá ao juiz mais autonomia do que a já existente, e com isso pode consolidar de vez a “ditadura do judiciário”, será tudo para o juiz e nada para as partes e advogados, em suma, o litigantes estará sumariamente sujeito a vontade do juiz.

02 de abril de 2012
Roberto Monteiro Pinho

DINHEIRO PÚBLICO PARA SHOW DE ATHINA ONASSIS SERÁ INVESTIGADO

Em 2009, divulguei que o milionário evento de hipismo Athina Onassis Horse Show, anualmente realizado no Brasil, contava com verbas da Lei de Incentivo ao Esporte.

O dinheiro aprovado foi em torno de R$ 6,5 milhões, mas o captado ficou em R$ 4,8 milhões.

Ou seja, dinheiro público que o governo abre mão para incentivar o desenvolvimento do nosso esporte destinou-se à bolsa promocional-esportiva de uma das mais ricas herdeiras do mundo, a senhora Athina Onassis.

Pior: o projeto, apresentado pela Federação Paulista de Hipismo, justificava que o dinheiro serviria para o “desenvolvimento do hipismo brasileiro”.

Mas foi para o espetáculo que tem o apelo de “hipismo, moda, música e gastronomia”. Enganaram o governo.

Foi isso que me chamou atenção e comecei a pesquisar. Em 2008…

RESULTADO

Na sexta-feira, a assessoria do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, me informou que, de fato, “há indícios de irregularidades” no uso do dinheiro para a Federação Paulista de Hipismo, comparativamente à proposta do projeto.

Resultado: o ministro determinou a abertura de uma “Tomada de Contas Especiais” – investigação rigorosa – e acionou a Controladoria Geral da União para saber o que ocorreu de fato, com a grana dos nossos cofres públicos.

URGÊNCIA

Diante de mais essa falha gravíssima, o ministro Aldo Rebelo precisa abrir um espaço na sua agenda de Copa do Mundo e fazer uma avaliação rigorosa nos critérios para liberar verbas da Lei de Incentivo.

Outro dia, comentei sobre o dinheiro público da mesma origem para a escola de pilotos de Galvão Bueno; depois, para a carreira do neto de Emerson Fittipaldi.

Outros milhões e milhões saem dos cofres públicos para clubes de futebol profissional formarem atletas, negociando mais tarde, enriquecendo seus patrimônios e o dos empresários.

E a Lei de Incentivo não foi criada para isso. Mas para incentivar o esporte na base, na iniciação.

É aí que está nossa maior carência. Tanto, que o Comitê Olímpico não vê renovação na equipe para Londres 2012 e sequer arrisca projetar evoluções no pódio.Volto a empregar a expressão “desordem institucional”.

É isso o que temos diante da fartura de dinheiro disponível para o esporte e a total ausência de critérios para o seu uso, de prioridades e metas.E só faltam quatro anos para 2016…

Agora, vai?

02 de abril de 2012
Jornalista José Cruz