"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

LULOGRAMA: COMO ESCAPAR DE ESCÂNDALOS

 


BRIZOLA SOBRE LULA EM 1989: "DESCONFIO MNUITO DESSE CANDIDATO. DELE E DO PT".

O PT vive louvando o “instinto político” do chefe supremo. O de Leonel Brizola era bem mais aguçado, prova o vídeo de 54 segundos. Confira:




16 de janeiro de 2013

O ASSASSINATO DE LICO E A INDÚSTRIA DE PROTEÇÃO AOS JOVENS BANDIDOS


Amauri Matos. 51 anos. Apelidado de Lico pelos amigos.
E são muitos os amigos.
Um trabalhador de uma cidade famosa em Minas Gerais pela Universidade. Lavras.
Universidade: universalidade. Centro de cultura e conhecimento. De diversidade e respeito. De futuro.
Lico, motorista da Universidade Federal de Lavras era reconhecido pela maneira honesta e digna com que encarava a vida.

A vida na Universidade ajudou a moldar o comportamento democrático, amigável e prestativo do funcionário que tinha orgulho de ser o que era.
E orgulho legítimo. Fez por merecer. Mais ainda, as amizades conquistadas.
Casado, dois filhos pequenos.
Em luta contra um câncer de garganta que o fazia fraco e, talvez, temeroso do futuro.
Mas não era a doença maligna que iria o matar. A esta conseguia sobreviver.
Mas perdeu a luta contra uma sociedade sem limites que dominada por ideologias baratas e “ideologismos” imbecilizantes que faz da defesa cega de adolescentes quase adultos uma bandeira que envergonha a quem tem vergonha.
A ideia de proteção de crianças e adolescentes ─ justa e defensável ─ foi substituída por uma indústria de movimentos, ONGS, OSCIPS e outras representações da sociedade civil que, antes de defender a sociedade, defendem a visão que as permitem sobreviver. Sem reavaliarem o gesto, insistem na prática. Sem observar o dano, se escondem no discurso.
Assim, de proteção social passamos a uma barreira legal que impede a defesa maior: do Estado de Direito e da sociedade. Da vida. Da cidadania.
É hora de rever o ECA (Estatuto da Criança e Adolescente) que pensa proteger crianças e atemoriza a sociedade.
O politicamente correto que nos afeta e oprime, impede a discussão séria. O receio de acusações políticas sectárias, como direitismo ou conservadorismo (como se fossem palavrões ou não merecessem o respeito democrático em um Estado democrático de Direito), impede que vozes se façam ouvir com um basta!
Basta!
Até quando veremos assassinatos cometidos e acobertados por uma lei absurdamente injusta e anacrônica?
Em um mundo onde o entendimento de fatos e valores se faz com 12 ou 14 anos de idade, a defesa da inimputabilidade covarde por parte de quem se pretende “defensor” de direitos individuais (que se sobrepõem ao direito coletivo, entre estes o direito à vida!) garante a manutenção da barbárie e do medo.
Substitui-se o direito comparado pela comparação cretina de posturas abjetas e ignorantes. Substitui-se o Direito Penal comparado (o praticado na maioria dos países desenvolvidos) por uma demagogia que custa vidas. De vítimas diversas. Dos adolescentes incentivados a contar com uma imputabilidade imoral que os garante a continuar a delinquir (e são vítimas do próprio sistema que alguns julgam combater, mas só reforçam!) a famílias que enterram pais e filhos sem entender o aspecto legal que permite ao assassino ficar impune. Sob a proteção da lei.
Defendem-se absurdos sociais em nome de um respeito que inexiste na educação, na saúde e na inserção social de crianças e adolescentes. Mas é exigido para o homicida protegido.
As entidades assistencialistas nunca defendem o direito à saúde de adolescentes. Ou à educação e lazer. Ou ainda, à cultura e acesso ao conhecimento.
Mas sempre estarão nas portas das cadeias, nas calçadas de tribunais a exigir que se inocentem ─ de acordo com a lei ─ os quase-adultos que por meses deixam de serem apenados a mais de 20 anos de prisão.
É mais fácil. Mais mediático. Mais revolucionário.
O retorno ao obscurantismo. Em nome de que mesmo?
Lico foi assassinado por um jovem prestes a completar 18 anos.
Não será apenado. Sequer podemos nos referir ao mesmo como preso: está acautelado.
Não cometeu crime, mas atos infracionais.
(Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção penal.
Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei.
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser considerada a idade do adolescente à data do fato.)
ECA (Lei 8069 e as modificações posteriores).
Tem 17 anos, sorri e despreza os policiais que o prendeu.
Com o sarcasmo derivado da certeza da impunidade. Já vimos este filme antes. Morremos no final.
Confessou o crime sem mostrar o mais remoto receio. Ou um mínimo de consternação. Apenas sorria…
Sabe dos “direitos” que tem e sabe que em dias, até mesma a internação (jamais prisão!) será cancelada.
Basta completar 18 anos.
E estará livre. Sem sequer uma anotação judicial em seu nome.
Já contam com os tais defensores de menores à porta da cadeia, para garantir a integridade de ambos e a aplicação do Estatuto que os liberta.
Amauri foi assassinado a socos! O jovem a ser protegido pelo ECA usou da força física para matá-lo.
Com mais de 1.90m aos 17 anos, foi fácil matar a pancadas um doente de câncer e jogá-lo no mato à beira de uma estrada.
O que teria feito Lico merecer este fim?
Deu uma carona em seu carro (que foi roubado e achado com o “jovem protegido” um dia após o homicídio), como é comum em pequenas cidades de Minas Gerais, a seu algoz.
Morador da cidade de Itumirim ─ a poucos quilômetros de Lavras, onde trabalhava ─ retornava à UFLA em seu próprio carro.
E como é comum, enxergou no garoto, os mesmos universitários a que tantos, todos os dias, se disponibilizam a transportar em seus próprios carros.
Este foi o crime.
Teve os dentes quebrados a socos.
O celular roubado.
O carro usado para festas e passeios.
Com mais dois adolescentes de 16 anos.
Alguma está fora da ordem. Da nova ordem.
Não vou derivar para valores morais e éticos.
Nem para a análise da falta de fé ou de entendimento de um Universo maior que minha compreensão.
Basta entender que uma sociedade não se faz com o incentivo à impunidade.
Com a visão míope que confunde proteção com isenção.
É bíblico: “Quem semeia a injustiça colherá a desgraça.”
A família de Amauri Matos e seus amigos já colheram a parte da desgraça que a injustiça teima em oferecer. E que Lico jamais contribui para tal.
O Brasil decente pede desculpas.
E, de algum modo, chora.

16 de janeiro de 2013
REYNALDO ROCHA

IMAGENS DO DIA

 
Em Mukoya, ativistas queimam caixões em frente ao parlamento queniano durante um protesto contra o aumento de benefícios para os parlamentares
Em Mukoya, ativistas queimam caixões em frente ao parlamento queniano durante um protesto contra o aumento de benefícios para os parlamentares - Thomas Mukoya/Reuters
 
 
Membro da banda punk "Pussy Riot" Maria Alyokhina, durante uma audiência judicial em Berezniki na região de Perm, perto dos Montes Urais, Rússia
Membro da banda punk "Pussy Riot" Maria Alyokhina, durante uma audiência judicial em Berezniki na região de Perm, perto dos Montes Urais, Rússia - Sergei Karpukhin/Reuters
 
16 de janeiro de 2013

VALE À PENA LER DE NOVO...

O cinismo dos governistas não é mais indecoroso que a covardia da oposição


PUBLICADO EM 04 DE FEVEREIRO DE 2011

Em meados de 2009, como lembra o post reproduzido na seção Vale Reprise, a descoberta de mais de mil atos secretos nas catacumbas do Senado só não devolveu José Sarney à capitania hereditária do Maranhão porque Lula socorreu a tempo o Homem Incomum.

Os focos de resistência foram sufocados pela ofensiva brutal empreendida por milicianos do PT, veteranos mercenários e cangaceiros arrendados. A quadrilha do faroeste subjugou o vilarejo.

Passados menos de dois anos, os mocinhos sumiram. Nas imagens da animadíssima festa de abertura do ano legislativo, os rebeldes de 2009 ─ um punhado de petistas constrangidos, dissidentes do PMDB e tucanos ou demos não domesticados ─ apareceram misturados à multidão de vilões para reverenciar o chefe do bando.

Desde quarta-feira, Sarney está no comando da instituição em adiantado estado de decomposição moral não porque Dilma Rousseff exigiu. O morubixaba octogenário manteve o bastão de mando porque assim decidiram 70 dos 81 integrantes da tribo.

Diante de um plenário lotado, o orador enfadonho transformou o portentoso prontuário num monumento à ética, à transparência e aos bons costumes.

Ninguém discordou. Faltou plateia para o curto discurso em que o senador Randolfe Rodrigues, do PSOL do Amapá, acendeu um fósforo na escuridão ao justificar a decisão de concorrer sem chances:
“Minha candidatura é uma forma de dizer não à prática de jogar os graves problemas éticos do Senado para debaixo do tapete. Defendo a revisão de todos os contratos e profunda auditoria nas contas da casa. E, principalmente, total transparência nas contas da casa”.
Teve oito votos. Um senador anulou o voto e dois votaram em branco.

Não cabe ao governador fazer oposição, recitam de meia em meia hora os governadores eleitos por partidos de oposição. Nem aos senadores, berrou a rendição sem luta à turma das cavernas.
O cinismo dos governistas não é mais indecoroso que a covardia dos oposicionistas.
A transformação de uma instituição indissociável do Estado Democrático de Direito numa Casa do Espanto a serviço do Planalto é uma obra coletiva. Deve ser debitada na conta da vigarice suprapartidária.

No mundo inteiro, são os partidos que procuram eleitores. Só aqui milhões de eleitores, inconformados com os estragos produzidos pela Era da Mediocridade, procuram há muito tempo um partido que saiba representá-los.
Nesta semana, não encontraram sequer um senador com suficiente altivez para avisar que cada voto dado a Sarney por um oposicionista seria um tapa na cara do Brasil decente. Foram muitos. Nenhum será esquecido.

16 de janeiro de 2013
Augusto Nunes

GUIDO MANTEGA: ILUSIONISTA ESTATÍSTICO

 


O jornal inglês 'Financial Times' diz que o ministro da fazenda é "especialista em jeitinho brasileiro". A palavra certa para o que Mantega anda fazendo é estelionato.
 
16 de janeiro de 2013
Augusto Nunes

"O HOMEM QUE SABE DE TUDO"




Geovani Pereira da Silva

Congresso, Assembleias e Câmaras em recesso, ministros de Estado em férias ─ e há até quem note que não estão trabalhando (ainda bem: sai mais barato). Os condenados estão soltos, alguns subindo na vida, assumindo seus carguinhos bem remunerados. Mês morno, este janeiro. Há tanta falta de notícia que estão até descobrindo que Henrique Alves e Renan Calheiros, futuros comandantes do Congresso Nacional, dificilmente poderiam ser candidatos à canonização.

Mas as coisas podem mudar de uma hora para outra: o homem que sabe tudo, Geovani Pereira da Silva, foragido há quase um ano, condenado a 13 anos de cadeia, contador do bicheiro Carlinhos Cachoeira, de repente resolveu se entregar.
Geovani tinha sido o único a escapar da prisão na Operação Monte Carlo e, de lá para cá, ninguém foi capaz de encontrá-lo. Mas quem sabe os sentimentos que se escondem no coração humano? Segundo seu advogado, ele decidiu se entregar “porque ninguém consegue viver escondido”. Preferiu viver preso. Então, tá.

Mas imaginemos que ele tenha chegado a um acordo para contar o que sabe. Será um terremoto: o relacionamento legal ou ilegal de Carlinhos Cachoeira passa pela gigantesca empreiteira Delta e seu dono Fernando Cavendish (companheiro do governador fluminense Sérgio Cabral naquela grotesca Noite dos Guardanapos e dos Sapatos Vermelhos, em Paris), pelo governador goiano Marconi Perillo, por tudo o que se possa imaginar, envolvendo partidos diversos e dinheiro à vontade.
Haverá quem tenha saudades dos dias mornos de até agora.

Só ele?

Geovani Pereira da Silva disse que passou todo esse tempo foragido “porque tinha medo”. Quem sabe o que se imagina que ele saiba certamente terá medo.
E medo mesmo devem ter aqueles que gostariam que Geovani continuasse sumido.

Bandidos com voto

Um dos melhores repórteres do país, Eduardo Faustini, da Rede Globo, num trabalho excepcional, mostra o Brasil de verdade: aquele em que os prefeitos que deixam os cargos devastam o que podem para prejudicar seus sucessores, e o cidadão que se dane.

Em doze cidades distribuídas pelo país, Faustini encontrou a luz desligada por falta de pagamento, computadores com informações essenciais desaparecidos, abastecimento de água cortado (e só R$ 2,10 nos cofres municipais para todas as despesas, inclusive aluguel de caminhões-pipa).
Arquivos? Sumiram. Uma prefeita levou o computador e os móveis para casa, alegando que eram dela. Em outros municípios, os computadores estavam no lugar, mas os discos rígidos tinham sido formatados, apagando toda e qualquer informação. Levaram até o aparelho de raios-X do hospital e o motor de um carro oficial.

16 de janeiro de 2013
CARLOS BRICKMANN

BOSA FAMÍLIA PAGA R$ 21,1 BILHÕES E BATE RECORDE EM 2012

É o maior montante pago desde a criação do programa; especialistas destacam, porém, que renda não funciona como forma de acabar com a pobreza

 
Fila de cadastramento do Programa Bolsa Família em Recife
Fila de cadastramento do Bolsa Família em Recife (Alexandro Auler/Jornal do Comércio)

Um dos programas vitrine do governo federal, o Bolsa Família teve execução orçamentária recorde no ano de 2012, desembolsando 21,1 bilhões de reais – o maior montante desde que o programa foi criado, há nove anos.
Segundo levantamento da ONG Contas Abertas, o valor pago no ano das eleições municipais representa um crescimento de 15,3% em relação aos 18,3 bilhões de reais pagos em 2011 (em valores atualizados pelo IPG-DI, da Fundação Getúlio Vargas).
Comparadas as evoluções anuais em porcentagem, esse é o segundo maior aumento de um exercício para o outro desde 2006.

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Bolsa Família ajuda a educação, mas carece de eficiência


Criado por medida provisória em outubro de 2003 para suplantar o fracasso do Fome Zero, o Bolsa Família começou atendendo a 3,6 milhões de famílias, ao custo de 3,3 bilhões de reais. Em 2012, foram atendidas 13,9 milhões de famílias, segundo o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). São contempladas as famílias em situação de pobreza (com renda familiar per capita de 70,01 a 140,00 reais) e de extrema pobreza (renda familiar per capita de até 70 reais). Estima-se que 16 milhões de pessoas vivem em extrema pobreza no Brasil.

Para o professor de ciências políticas da Universidade de Brasília (UnB) Ricardo Caldas, o Bolsa Família contribui para o aumento do consumo entre as pessoas de baixa renda. “O ponto positivo deste programa é que as pessoas que viviam em uma situação de miséria e em um sistema de trocas passaram a ter acesso à moeda e uma renda para consumir”.

O Bolsa Família, de fato, contribuiu para a diminuição da desigualdade de renda no país, tirou milhões de brasileiros do poço da miséria e abriu horizontes para um enorme contingente de crianças que, sem ele, poderiam estar fadadas a passar a infância capinando numa roça, sem nunca ter estudado.
No entanto, a expansão ilimitada do número de cadastrados e o fato de o benefício não ter prazo para terminar sempre foram pontos fracos do programa e contribuíram para pespegar-lhe a pecha de assistencialista e eleitoreiro.
Caldas salienta que este não deve ser o único estímulo para o desenvolvimento da população pobre e aponta falhas no programa. “Há famílias que vivem somente com a renda do Bolsa Família”, afirma. “Cem reais é melhor do que zero, mas o programa não deve ser pensado como um fim [para a exclusão da miséria], e sim como um meio das pessoas se inserirem no mercado de trabalho.”

A assessoria do MDS informou que o crescimento das verbas do Bolsa Família está relacionada, basicamente, a quatro fatores: aumento no número de famílias favorecidas, aumento do limite de benefícios variáveis por famílias de três para cinco, reajuste de benefícios em abril de 2011 e criação do benefício extraordinário para superação da extrema pobreza.
O ministério defende os impactos positivos do programa, “não apenas quanto à melhoria da renda familiar, mas também no que se refere ao cumprimento das condicionalidades, como frequência escolar, realização de pré-natal, vacinação e a amamentação”.

No ano de 2013, os recursos previstos para o Bolsa Família obedeceram à tendência de crescimento e devem chegar ao montante de 22,1 bilhões de reais, conforme o Projeto de Lei Orçamentária que deve ser votado em fevereiro pelo Congresso.
A quantia representa aumento de 15% em relação a 2012, quando a previsão era de 19,3 bilhões. Segundo o MDS, estima-se que o Bolsa Família feche 2013 com o mesmo número de famílias beneficiárias de 2012.

Com base nos dados do Cadastro Único, a estimativa é de que 2,5 milhões de beneficiário do Bolsa Família premanecem na extrema pobreza mesmo com a ampliação do programa. São famílias que não têm crianças e adolescentes de até 15 anos e, portanto, estão fora do critério da ação Brasil Carinhoso, que também faz parte do plano de combate à miséria do governo federal.
Pesquisas indicam que o programa brasileiro é bem direcionado e contribui para reduzir a desigualdade de renda no país. No entanto, peca ao não abrir portas de saída para seus assistidos.

Uma vez inscritos no programa, são pouquíssimos os que o deixam. Assim, o Bolsa Família, por vezes, transforma-se num meio de vida, e não numa ajuda emergencial e transitória. Para reverter a pobreza, o ponto vital é mesmo a educação.

Quanto maior a diferença do nível educacional entre as pessoas, mais desigual tende a ser a distribuição de riqueza. E, nesse ponto, a ação federal peca. Em entrevista ao site de VEJA em outubro de 2012, o economista americano Paul Glewwe, da Universidade de Minnesota, resumiu:
"A questão primordial agora é analisar como seria possível modificar o programa para torná-lo mais eficiente a um custo menor".

16 de janeiro de 2013
Veja

OCIDENTE COMEÇA A COLHER AS PRIMEIRAS FLORES DO MAL DA DITA "PRIMAVERA ÁRABE"

 
Um dia, creio, o mundo terá clareza das burradas que Estados Unidos, Reino Unido e França fizeram durante a chamada “Primavera Árabe”. Tudo sob a liderança deste Demiurgo das Esferas chamadas Barack Obama. Leiam o que vai no Estadão Online. Volto em seguida.
 
*
Militantes islamitas do Mali atacaram um campo de gás natural, operado pela British Petroleum (BP), no sul da Argélia nesta quarta-feira, 16. Os agressores mataram um agente de segurança e sequestraram oito pessoas, incluindo um cidadão britânico, um norueguês e um japonês, segundo a mídia local e autoridades.
 
No entanto, as forças argelinas conseguiram cercar os sequestradores e negociações estão ocorrendo para a libertação dos reféns, disse uma fonte, que preferiu não se identificar.
 
A agência estatal de notícias da Argélia disse que um guarda foi morto durante o ataque e sete outros ficaram feridos, incluindo dois estrangeiros.
 
O ministério de Relações Exteriores do Reino Unido confirmou que “um incidente terrorista está ocorrendo” próximo ao campo de gás natural em Ain Amenas, a 100 quilômetros da fronteira com a Líbia e 1,3 mil quilômetros da capital do país, Argel. O órgão britânico não confirmou se algum cidadão do Reino Unido está envolvido no incidente.
 
A BP, junto com a empresa norueguesa Statoil e a estatal argelina Sonatrach, operam o campo. A JGC Corp, do Japão, também realiza serviços no local. A Statoil confirmou o ataque, acrescentando que possui 20 empregados no campo. Em um comunicado, a BP também confirmou que houve “um incidente de segurança nesta manhã” em Ain Amenas.
 
O braço da Al-Qaeda no norte da África tem agido no norte da Argélia e, ocasionalmente, no sul do deserto, mas nunca havia atacado um campo de petróleo ou de gás.
 
Voltei

A França do “pacifista” François Hollande interveio no Mali. Pode ter arrumado uma dor de cabeça e tanto. Não o fizesse, no entanto, boa parte do país cairia nas mãos do terrorismo islâmico. Pois é…
 
E de onde saíram alguns dos terroristas do Mali? Estavam combatendo o finado Muamar Kadafi, na Líbia, ao lado dos supostos “heróis de Benghazi” e, bem…, da Otan. Barack Obama, David Cameron e Nicolas Sarkozy não viram mal nenhum em abrir caminho, com bombardeios aéreos, para o avanço das forças terrestres anti-Kadaki.
O chato é que elas estavam coalhadas de jihadistas islâmicos.
Vejam este mapa do Norte da África. Observem que, entre a Líbia e o Mali, existe a Argélia.
 
 
Notem, agora, onde fica Ain Amenas, alvo do ataque terrorista.
 
 
Isso significa o óbvio: os terroristas se espalham hoje pelo Sul da Líbia e da Argélia e transitam livremente pelo Norte do Chade, Niger e, como é sabido, do Mali, onde encontraram as condições adequadas para uma organização de caráter militar. Convém não esquecer: são forças ligadas à Al Qaeda que lideram o confronto com o carniceiro Bashar Al Assad, na Síria.
 
Chamei Assad de “carniceiro”? Como eram, diga-se, Hosni Mubaraki e, muito especialmente, Muamar kadafi. O ponto não é saber se eles mereciam ser derrubados. A questão relevante é avaliar se os terroristas são aliados objetivos nessa causa. E eu acho que não são.
 
Esse flerte com o terror e com extremismo, tendo como pretexto a “Primavera Árabe” e o fim de ditaduras mal começou a cobrar o seu preço. Um equívoco não deixa de ser um equívoco, ainda que unanimemente aplaudido.
 
Lá vou eu fazer uma ironia que Jeca não entende: eu bem que adverti Obama, Cameron e Sakozy… O óbvio costuma acontecer.
 
16 de janeiro de 2013
Por Reinaldo Azevedo

A MENOR E MAIS IMPACTANTE MANCHETE DE TODOS OS TEMPOS

 

Não é uma efeméride “redonda”, 115 anos é um aniversário pífio, desprovido da magia numerológica, incapaz de incendiar a criatividade de pauteiros, pesquisadores e colunistas. E, no entanto, a data deveria ser lembrada anualmente a cada 13 de janeiro. Sobretudo pelos jornais – as sentinelas da memória – cujas fileiras estão cada vez mais esgarçadas e suas manchetes, cada vez menos veementes.

“Eu acuso” não marca o início do denuncismo como os apressados poderiam supor; ao contrário, é o marco inicial da caminhada da imprensa em busca da verdade e da justiça. Aquela manchete com apenas sete letras, apóstrofo, três pontos e uma exclamação converteu-se em ícone de bravura e generosidade.

Os 38 parágrafos da carta-aberta ao presidente da República Francesa, Felix Faure, terminam com oito acusações formais e nominais a generais e à própria instituição militar francesa. Foram escritos com paixão e argúcia por um famoso escritor francês e deveriam ser publicados num panfleto para ser vendido nos quiosques – a nova mídia daqueles tempos irados.

O redator-chefe do diário L’Aurore (“A Aurora – Literária, Artística e Social”), Georges Clemenceau, preferiu colocar o texto na primeira página (a continuação vem na página interna), encimado pelo título em letras garrafais ocupando as seis colunas: “Eu acuso...! Carta ao Presidente da República, por Émile Zola”. A edição vendeu 300 mil exemplares.


O Tigre, como depois ficou conhecido, pretendia transformar aquele jornal recém-lançado (começou a circular em 18/10/1897) no principal baluarte do dreyfusismo (o pequeno grupo de gente decente que não se deixara enredar pelo veneno destilado por meio da imprensa antissemita). Acreditavam na inocência do capitão judeu, Alfred Dreyfus, mas ficaram sem voz depois da vergonhosa capitulação do jornal Le Figaro às pressões militares e clericais.

O inspirado rasgo de convicção jornalística colocou Clemenceau no topo do ranking de mancheteiros de todos os tempos. Iniciou o jornalismo horizontal, trepidante e eloquente, em oposição ao verticalismo e à algidez até então vigentes. E efetivamente reverteu o affaire Dreyfus, o “caso Dreyfus”, que se arrastava havia quatro anos, abafado pelo secretismo e arbítrio da justiça militar.

Zola sabia que suas acusações infringiam a Lei de Imprensa de 1881, poderia ser processado e condenado por difamação – como de fato foi –, mas o caso seria julgado abertamente pela justiça civil e a incrível sucessão de falsificações e fraudes seria facilmente desmascarada. Zola precisou refugiar-se na Inglaterra, acabou inocentado, ainda escreveu um romance – Verité (inspirado no caso Dreyfus) – e morreu misteriosamente em 1902, em casa, intoxicado pela fumaça da lareira. Persistem até hoje fortes suspeitas de assassinato.

Sirenes de alerta

O caso Dreyfus pode ser visto como a emblemática explosão da Era das Ideologias. Estendeu-se ao longo de doze anos (1894-1906), mas só foi encerrado em 1945, quando alguns dos seus protagonistas foram condenados por colaborar com a ocupação nazista [ver links abaixo].

O meio-século Dreyfus ocupou metade do século 20. Marcou um momento decisivo na história da imprensa e vai muito além da guerra de manchetes travada na França entre os jornais da extrema direita que conspiravam para condenar sumariamente, por traição, o capitão Dreyfus, e a imprensa democrática e progressista que, afinal, venceu a parada e obteve sua total reabilitação.

O affaire Dreyfus deu à imprensa um status institucional. Dois dias depois da manchete “Eu acuso”, o mesmo jornal publicou a primeira lista de adesões ao manifesto dos sábios, acadêmicos, escritores e artistas dreyfusistas. Uma nova palavra e uma nova força se arremessaram na arena política: os intelectuais.

A partir daquele momento, a imprensa tornou-se a plataforma onde se desenrolaram (e ainda se desenrolam) capítulos cruciais da história moderna. No momento em que esta plataforma se expande e se fragmenta, o perigo da diluição das grandes causas torna-se perceptível. Pior: é real.

No sábado (12/1), o Nobel de Literatura Imre Kertész estava na capa do “Babelia”, o esplêndido caderno de cultura do El País, tentando invocar aquelas mesmas forças morais que ajudaram a derrotar os inimigos de Dreyfus:

“Uma crise como a atual permitiu a ascensão de Hitler ao poder. Deveriam soar todos os alarmes. Não soam.”
Kertész está com mal de Parkinson, talvez não perceba que os alarmes estão acionados e as sirenes estridentes advertem para o perigo. O milagre maior da tecnologia é tornar os ruídos tão intensos que ninguém os ouve.

16 de janeiro de 2013
Alberto Dines

Leia também

100 anos de “Eu Acuso” no ano da crítica – A.D. (20/1/1998)
Cem anos de “J'Accuse”, as Listas Negras – A.D. (3/1/1998)
“O processo do Capitão Dreyfus de Rui Barbosa” – o texto, seus contextos e desdobramentos – Celso Lafer, rolar a página (Revista Brasileira, ano XVII, nº 67, pp. 51-69)

UNIÃO APLICA APENAS 23% DA VERBA PARA SEGURANÇA

 

Dos 3,1 bilhões de reais previstos, apenas 738 milhões foram utilizados. Para especialista, burocracia e má vontade política contribuem para o quadro

Comissão dos Direitos Humanos dos Policiais de São Paulo, profissionais de segurança pública e familiares de policiais militares mortos se reuniram em ato ecumênico no vão livre do MASP, em homenagem aos servidores mortos neste ano
Comissão dos Direitos Humanos dos Policiais de São Paulo, profissionais de segurança pública e familiares de policiais militares mortos se reuniram em ato ecumênico no vão livre do MASP, em 2012 (Marlene Bergamo/Folhapress)
 
A criminalidade é um dos temas que mais afligem o brasileiro. E é fácil entender por que: o país registra estatísticas de homicídios comparáveis a nações em guerra, a violência se espalha entre jovens e pelo interior do território.

O governo federal acaba por manter certa distância do tema, uma vez que, por determinação constitucional, o controle das polícias militar e civil fica a cargo dos estados. Levantamento da ONG Contas Abertas revela, porém, que nem mesmo nas áreas em que é obrigada a atuar, a União faz sua parte como deveria.
Dos 3,1 bilhões de reais previstos em orçamento para a segurança pública em 2012, 1,5 bilhão sequer foi empenhado. O governo aplicou apenas 738 milhões de reais – 23,8% do total.

O total desembolsado pelo governo para aquisição de veículos e equipamentos, além da melhoria da infraestrutura de presídios e departamentos de polícia, foi maior do que o registrado em 2010 e 2011, mas muito aquém, por exemplo da cifra gasta em 2007: 1,2 bilhão de reais.

Para Antônio Flávio Testa, cientista político especializado em criminalidade, as dificuldades federais em aplicar os recursos estão muito ligadas ao excesso de burocracia, à inoperância sistêmica dos diversos órgãos do governo e ao descompromisso com resultados nas chamadas áreas meio do governo.
“Não há coordenação, nem cobrança efetiva de resultados. É preciso modernizar o processo administrativo. Se o governo quiser, de fato, agilizar a solução dos problemas de segurança pública, precisa pressionar, com muita ênfase, o Congresso, pois é preciso rever atribuições da União, dos estados e municípios”, explica.

Na opinião do cientista político, o Ministério da Justiça, o Tribunal de Contas da União e a Controladoria-Geral da União, poderiam ter uma postura mais ativa, fiscalizando e assumindo um modelo de gestão em que atuassem preventivamente, e não apenas após as ações.
“Seguramente muitos equívocos, desvios e outros malefícios gerenciais seriam evitados. Isso não ocorre porque não há vontade política, nem do Executivo, nem do Judiciário e, principalmente, do Legislativo. O resultado é a ineficiência gerencial, o crescimento da violência e a insatisfação popular”, conclui.

O levantamento do Contas Abertas levou em conta gastos com Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Fundo Penitenciário Nacional (Funpen), Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP) , o Fundo de Aparelhamento da PF e o Ministério da Justiça (MJ). A maior parcela foi investida pelo FNSP: 324,5 milhões de reais.

Os recursos foram destinados ao Sistema Único de Segurança Pública (Susp), criado para articular as ações federais, estaduais e municipais na área da segurança pública e da Justiça Criminal (130,7 milhões de reais), e às ações do programa Segurança Pública e Cidadania (193,8 milhões de reais).

16 de janeiro de 2013
Veja

SUPERPODER DA FUNAI


Poder-se-ia dizer, impatriótico, desastrado e desumano. Impatriótico porque as suas ações solapam as bases da unidade nacional historicamente definida e consolidada como nação e Estado brasileiro; desenho político definido por tratados, sem os quistos raciais ultimamente implementados por governantes a serviço dos ditames externos, ingênua ou maquiavelicamente designados como nações indígenas.
 
Desastrado, pois anulam a atividade produtiva de onde brotam o sustento e a sobrevivência das famílias de origem indígena ou não, carentes de outros meios de subsistência, como na criação da reserva Raposa Serra do Sol e o processo de desintrusão dos arrozeiros. Repete-se tal ato politicamente incorreto no distrito de Estrela do Araguaia, MT, na expulsão de sete mil habitantes da área de Suiá Missu; são 165 mil hectares para 150 índios, aos quais foram oferecidos 230 mil hectares no Parque Araguaia. Mas, os silvícolas não querem a floresta querem é fazenda, terra formada pelo trabalho e capital dos que lá estão há 30, 40 anos. Conflitos entre índios e brancos agora revividos que só víamos nos filmes americanos, com a diferença de que nossos brancos — grande parte — têm sangue de índio e negro.
 
Desumano, pois negam o progresso aos índios que não aceitam mais a vida contemplativa na natureza, a caçar, pescar ou nadar nos rios. Querem partilhar do bem-estar proporcionado aos demais viventes, com assistência médica, moradia, televisão, luz elétrica, educação, trabalho. Ao longo de tantos anos integraram-se às sociedades decorrentes das ondas migratórias, para mais recentemente o grupo dos “direitos humanos” confiná-los nas matas do jardim zoológico, verde-amarelo não por muito tempo.
 
A FUNAI existe desde 5/12/1967 (Lei 5.371), que, entre outros, tem por princípios: garantia à posse permanente das terras que habitam, resguardo à aculturação espontânea do índio, de forma a que sua evolução sócio-econômica se processe a salvo de mudanças bruscas, promover a educação de base apropriada do índio visando à sua progressiva integração na sociedade nacional.
 
O Estatuto do Índio foi aprovado pela Lei 6.001, de 19/12/73, que no Art. 1º confere “o propósito de preservar a sua cultura e integrá-los, progressiva e harmoniosamente, à comunhão nacional.” Que forma harmoniosa é essa, posta em prática pelo governo central? Vemos conflitos e não paz; raiva entre índios e não índios, palavras de rancor e de guerra, “vamos ficar na terra até a morte”.
A refletir: Quanta terra dispõe este país para acomodar a sua gente! Para a reforma agrária que está hibernando, a mando de quem? Idem para os silvícolas, que têm a opção de se manterem isolados, em vias de integração ou integrados. Se na vida nativa, a floresta é o meio. Se lá não habita, é um direito/dever de se enquadrar como os demais cidadãos.
 
Não obstante, a Lei de 1967 e o Estatuto de 73, aprovados na fase do regime militar (64/85), rotulado de “entreguista” pela esquerda revolucionária e simpatizantes, foram os governos de Collor, FHC e Lula/Dilma que decretaram as maiores reservas. Reserva Ianomâmi (9,5 milhões de hectares), Raposa Serra do Sol (1,7 milhão de hectares), Trombetas Mapuera (4 milhões, como o estado do Espírito Santo). Juntando todas, a área protegida tem mais de 100 milhões de hectares, 13% do território brasileiro. Conflitos e violência presentes, intranquilidade e ingerência de entidades e próceres estrangeiros nas questões nacionais.
 
Uma retaliação do território sem a participação do Congresso Nacional, baseada no relatório de um antropólogo nomeado pela FUNAI, complementado pelo trabalho de um grupo técnico desse órgão, submetido à aprovação da presidência do mesmo órgão, publicado para contestações se houver e, encaminhado ao ministro da Justiça que o aprova e publica portaria para a sua demarcação e ao fim, a homologação por decreto do Presidente da República. Questão de magna importância à decisão de poucos!
 
Se encontrarem as ossadas de Arariboia em Niterói/RJ, vai ser um problema dispor de espaços onde não existam ossos dos brasileiros primitivos para alojar os não índios vivos.
 
A legislação precisa evoluir, silvícola integrado à comunhão nacional, tem carteira de trabalho assinada, mora nas cidades, frequenta escola, tem assistência médica pelo SUS, precisa ter carteira de identidade como qualquer brasileiro.
 
16 de janeiro de 2013
Ernesto Caruso é Coronel Reformado do EB.

PARDAIS FATAIS

    
          Artigos - Direito 
Onde já se viu cobrar IPVA? Por que o estado deve me arrancar dinheiro se eu tenho um automóvel?
O objetivo dessa gente é só um: arrecadar, recolher, coletar, amealhar, roubar os motoristas. Quem tem carro é visto e tratado pelas autoridades como uma fonte inexaurível de receitas.
Temos que colocar o estado em seu devido lugar, que é o de nos servir.

Está lá, no jornal de ontem, domingo, uma notícia capaz de abalar a paciência até do velho Jó, mas insuficiente para mexer sequer com o brio ou mesmo com um fio de cabelo da maioria dos brasileiros, daqueles fios do braço que ficam ouriçados sempre que nos enraivecemos. A prefeitura - ou "malfeitura" - carioca arrecadou em 2012 perto de R$ 175 milhões com multas de trânsito, mas sabem quanto aplicou em "ações educativas"? Apenas ínfimos 0,3 % desse total.
Foram impostas na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro simplesmente 2,4 milhões de multas no ano passado, o que equivale a 0,75 infrações por segundo, 4,6 por minuto, 277 por hora, 6.666 por dia, ou 200.000 por mês.


Desse impressionante e revoltante total cerca de 70%, isto é, R$ 168 milhões em multas, foram aplicadas pelos execráveis, imponderáveis, intragáveis, irracionais e infernais “pardais” - que, cá entre nós, deveriam ser chamados de corvos, já que pardais são avezinhas simpáticas e incapazes de fazer mal a qualquer mosca, mesmo alguma mais simpática ao libertarianismo que venha a pousar na cabeça do prefeito.

Não vou escrever sobre a atuação dos guardas municipais, incapazes em sua maioria de rabiscar frases com sujeito, verbo na conjugação certa e objeto direto, mas com capacidade enorme de rabiscar placas alfanuméricas, nem do fato de que se você não parar o seu carro em um sinal (farol, para meus amigos paulistas) munido com a famigerada e traiçoeira arma fotográfica – aquela que tudo vê - será imediatamente assaltado pelas autoridades municipais; mas se parar corre alto risco de ser abordado por bandidos.
É uma típica escolha de Hortênsio, entre duas maçãs podres: ser roubado pelo estado ou assaltado por meliantes.
Até o Tribunal de Contas do Município, que não é de pegar no pé dos governantes, vem investigando as contas do ex-prefeito Cesar Maia e do atual alcaide carioca, porque a margem de recursos de multas para atividades não previstas no código de trânsito, como indenizações judiciais, foi insignificante.

O presidente do TCM solicitou uma auditoria no uso das receitas. Segundo os egrégios conselheiros, no entanto, mesmo não havendo uma “indústria de multas” – ninguém sabe como eles concluíram essa barbaridade! – “faltam investimentos para “educar” os motoristas”.
O secretário de transportes declarou que gastar com orientadores de trânsito, com melhorias na sinalização e com radares (!) é uma forma de aplicar dinheiro em educação...
Há também inúmeros casos em que as notificações chegam depois do prazo de pagamento e, nesse caso, tome multas e juros de mora... Enfim, um total desrespeito para com os cidadãos que cometem o crime de possuir um carro.

Ora, pois, conta outra, Bonifácio! Existe, sim, uma criminosa indústria de multas! O objetivo dessa gente é só um: arrecadar, recolher, coletar, amealhar, roubar os motoristas. Quem tem carro é visto e tratado pelas autoridades como uma fonte inexaurível de receitas, uma cornucópia da qual não para um segundo de jorrar dinheiro para os cofres “públicos”!

A tungagem já começa quando você vai a uma concessionária comprar o seu carro e paga por ele praticamente o dobro do que teria que pagar, caso os preços dos veículos no Brasil não tivessem embutidos perto de 50% do valor em tributos.
Mas a ladroagem está longe de ficar só aí. Adicionalmente, o estado parece ser incoerente, porque ao mesmo tempo em que taxa alucinadamente, estimula com incentivos a compra de veículos, com abatimentos exíguos de impostos.
Mas não existe incoerência nenhuma, simplesmente porque seu objetivo é arrecadar e, sendo assim, quanto mais carros nas ruas e estradas, maior será sua receita!

Onde já se viu cobrar IPVA? Por que o estado deve me arrancar dinheiro se eu tenho um automóvel? Além disso, por que, para dar um exemplo, dois carros Corsa do mesmo modelo e peso, um de 2003 e outro de 2010, têm que ser tributados de maneiras diferentes, já que o que eventualmente “estraga” a pavimentação das ruas não é o modelo, nem a marca e nem o ano de fabricação, mas sim o peso?
Já que acham essencial cobrar esse imposto, pela pressão dos “ecochatos”, por que não fazem como nos Estados Unidos, onde em média se paga cerca de US$ 60 por ano, sendo que carros mais pesados pagam mais (algo em torno de US$ 80) e carros leves pagam menos (perto de US$ 40)?

A resposta é clara, evidente, patente, confrangente, contundente e indecente: arrancar dinheiro dos proprietários de automóveis e encher as burras fazendárias de dinheiro!
E que dizer do chamado “seguro obrigatório”, algo tão absurdo quanto, por exemplo, um “suicídio involuntário”? E as famigeradas vistorias anuais, em que você é obrigado a pagar uma taxa para ter seu carro examinado geralmente por pessoas mal humoradas e arrogantes e que não sabem certamente nem resolver equações de segundo grau? E o que falar da corrupção que envolve sempre esse tipo de dificuldades criadas para aborrecer os cidadãos?
E onde vai parar toda essa receita? O que o prefeito carioca vai fazer com os R$ 175 milhões arrecadados em 2012? Alguém sabe a resposta?

Basta de sermos roubados, esbulhados, despojados e espoliados! Temos que colocar o estado em seu devido lugar, que é o de nos servir. Se por suas características ele é incapaz disso, então vamos seguir Hans Hermann Hoppe e os libertários mais exaltados: acabemos de vez com o estado! Vão roubar do raio que os parta!

16 de janeiro de 2013
Ubiratan Iorio

AJUDEM PORTAS ABERTAS DO BRASIL

    
          Notícias Faltantes - Comunismo 
O Irmão André arriscava a própria vida e recebia clara ajuda divina para entregar Bíblias aos cristãos além da cortina comunista de ferro em seu fusca. Ariovaldo viaja de avião com os confortos providos pelos ricaços do tal capitalismo selvagem para entregar uma “epístola” não de admoestação, mas de apoio ao tiranete comunista Hugo Chávez.

FARC e ELN são quem fazem da Colômbia um dos 50 países que mais perseguem os cristãos.

Algo de nefasto está acontecendo à Missão Portas Abertas Brasil nestes dias. Após o adeus amargurado do então secretário-geral, Carlos Alfredo de Sousa, quem escreveu uma mensagem de véspera de Natal, destaque no site dessa querida organização foi o pastor progressista Ariovaldo Ramos. Não há nada de pernicioso nesse artigo; só um falso enunciado dizendo que o artigo é sobre a igreja perseguida, mas mais parece um devocional chinfrim. No site há outro artigo dele de 2009, falando sobre o caráter “geocida” do pecado, o que me recende a neologismo ecolouco. Mas o que há de mais grave sobre este senhor não é o que ele está escrevendo ali, e sim seu passado que ainda não passou.

 
Um artigo de 2010 do jornalista Edson Camargo dá-nos um panorama daquilo e daqueles que ele preza. Caio Fábio, Ed René Kivitz e Robinson Cavalcanti são seus amigos de missão integral. Quando da brutal morte deste último, ele o chamou de “representante maior do Evangelho de Cristo, na América Latina”. Ele deu encorajamento ao MST, que prega a revolução comunista no Brasil e recebe treinamento das FARC, na comemoração dos seus 25 anos. Hugo Chávez é-lhe um estadista exemplar.
 
Este facínora dá abrigo e armas às FARC e ao ELN, que o transformaram em sócio do narcotráfico latino-americano, como pode ser comprovado aqui, aqui, aqui e aqui (é muita maldade mesmo). FARC e ELN são quem fazem da Colômbia um dos 50 países que mais perseguem os cristãos. Veja duas reportagens, uma de 2009, onde consta que 132 igrejas haviam sido fechadas pelas FARC desde 2004 até então, e outra deste ano sobre o mesmo assunto, ambas usando informações da Missão Portas Abertas, e entenda como esses grupos terroristas tratam os cristãos.
 
Tudo indica que, para Ariovaldo, o PT pode apoiar o aborto, usar dinheiro público para fazer paradas gays, associar-se ao narcotráfico, tentar comprar o congresso, enviar dinheiro público ao Hamas, mas nunca, jamais, poderia ter perdoado o Sarney.
 
Além disso, a filial brasileira da World Vision é presidida por ele. O trabalho da organização segue todos os padrões da caridade globalista, inclusive o recebimento de dinheiro e apoio sujos. A Bill and Melinda Gates Foundation e a Rockefeller Foundation — potentados econômicos ao mesmo tempo “caridosos” e apoiadores do abortismo, gayzismo, feminismo etc. — estão entre os que lhes enviam dinheiro. Inclua aí o UNICEF e até a Feminist Majority Foundation. No Brasil, a Visão Mundial ainda recebe apoio da cafeteria do senador esquerdopata Eduardo Suplicy. Essa organização é mais um galho (ou tronco) da árvore podre da missão integral denunciada pelo Pr. Gustavo Abadie.
 
Duvido muito que a Open Doors international fosse capaz de transgredir as leis que impedem a propagação do evangelho nas nações perseguidoras se tivesse como “protetoras” as mesmas organizações da Visão Mundial. O Irmão André arriscava a própria vida e recebia clara ajuda divina para entregar Bíblias aos cristãos além da cortina comunista de ferro em seu fusca. Ariovaldo viaja de avião com os confortos providos pelos ricaços do tal capitalismo selvagem para entregar uma “epístola” não de admoestação, mas de apoio ao tiranete comunista. Um chefia hoje o maior esquema de contrabando de Bíblias, que é a própria Portas Abertas, o outro louva um chefe do maior esquema de contrabando de drogas.
 
Se a Portas Abertas Brasil, segundo as palavras do mesmo Carlos Alfredo de Sousa, afirma que “não nos colocamos como defensores ou opositores de nenhum sistema político, nossa razão de ser passa longe disso”, porque então convidar para escrever uma mensagem de destaque um igrejeiro progressista tão politicamente engajado? O Julio Severo, por exemplo, é um dos poucos representantes da igreja perseguida brasileira e tem muito a ensinar ao público — que é também patrocinador — da Missão Portas Abertas.Por que ele não é convidado a escrever-lhes um artigo? Certamente por conta de seu anticomunismo inflexível.
 
Mesmo que confundam apolitismo com a ausência de engajamento político, o que no Brasil é normal e perdoável, há aí, sem dúvidas, dois pesos e duas medidas. Jamais veremos no site da Open Doors USA uma mensagem de um radical esquerdista como Jeremiah Wright, de um Louis Farrakhan ou de um Jesse Jackson, mas na República da Banânia tudo é possível àquele que perverte.
 
Pouco sabemos sobre o tipo de problema que está acontecendo com os decisores da Portas Abertas Brasil, como no caso do ex-secretário geral que publicou um texto elogioso à revolução marxista armada no site da PA, mas creio que o que há de ser revelado será em breve.
 
Contudo, sabemos que se ficarmos parados ante a invasão desses igrejeiros vendilhões a instituições tão importantes como esta, as igrejas brasileiras apodrecerão e se venderão rapidamente, como ocorreu na União Soviética e na Alemanha Nazista e está ocorrendo hoje na Europa e EUA.
 
Conclamo os leitores para que, como eu, visitem o site e protestem contra a presença ou a influência desse senhor na mais capacitada instituição de auxílio à igreja que sofre. Eis o que eu escrevi nos comentários à mensagem:
 
Por mais bela que fosse a mensagem de Ariovaldo Ramos, ele jamais deveria escrever no site desta organização. Ele prestou seu apoio, digamos, presencial a Hugo Chávez e ao MST. Estes dão e recebem auxílio das FARC, que por sua vez são responsáveis por colocar a Colômbia entre os 50 países onde os cristãos são mais perseguidos. Há anos as FARC vêm explodindo igrejas e fazendo viúvas de pastores que ousam pregar o evangelho em seus domínios. Ademais, Hugo Chávez não só apoia, mas declarou que deseja unificar Cuba — 41º país mais perseguidor de cristãos — e seu país, a Venezuela.
 
Fica difícil saber se a Missão Portas Abertas e o autor da mensagem estão ao lado dos algozes ou das vítimas e fica difícil contribuir, seja materialmente ou espiritualmente, com a organização se esta não se mostra consciente dos perigos que a ameaçam desde dentro.

16 de janeiro de 2013
Rafael Resende Stival

NÚMEROS GAYZISTAS

    
          Media Watch - Folha de S. Paulo 
No dia 10 de janeiro a Folha de São Paulo publicou um levantamento realizado pelo Grupo Gay da Bahia (GGB): 336 gays, lésbicas e travestis foram assassinados em 2012 – dado que significa um homicídio a cada 26 horas [1].

O propósito do movimento gayzista [2] é demonstrar que existe uma matança generalizada de homossexuais no país e, consequentemente, provar que o Brasil é um país “homofóbico”. A exposição dos dados – estabelecendo a relação homicídio/tempo – não é por acaso – é um formato que sensibiliza o público em geral, e também o leitor da reportagem. Mas, será que existe, realmente, este banho de sangue gay?

Seria prudente analisar os números do Grupo Gay da Bahia e os critérios adotados para a pesquisa. Mas, que se dê um crédito à organização: 336 gays, lésbicas e travestis foram assassinados em 2012. Acontece que, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública (2012), 45.308 pessoas foram assassinadas em 2011 [3]. Adotando a forma expositiva do GGB, o homicídio no Brasil produz 5 cadáveres por hora. Portanto, estabelecer o comparativo – 336/45.308 – é uma obscena falta do senso das proporções.

Ademais, qual foi a motivação dos assassinatos daqueles homossexuais? Foi uma motivação “homofóbica”, quer dizer, os homossexuais foram assassinados por pessoas perturbadas que têm ódio mortal contra os homossexuais?
Quando a questão foi colocada para Dudu Michels, analista responsável pelo material gayzista, ele imediatamente respondeu: “quando o movimento negro, os índios, ou as feministas divulgam suas estatísticas, não se questiona se o motivo foi racismo ou machismo”.
Bom, se a questão sobre a motivação dos crimes não é posta para outros movimentos e grupos, é um grave equívoco, porque a motivação é elemento caracterizador do preconceito e da discriminação. Mas, o erro com relação aos outros não desobriga o Sr. (ou Sra.) Michels, que deve sim responder sobre a motivação dos crimes contra homossexuais, para fundamentar o alarde contra a suposta homofobia. Um caso pode esclarecer a necessidade desta obrigação.

Em 2011 um ativista do movimento gay noticiou o seguinte: “O dia de hoje foi atípico. Sentimento de dor, perda, injustiça. Na noite de ontem, mais um jovem gay assassinado no Brasil. Dessa vez, em São João del-Rei/MG. Um jovem de 18 anos perde a vida de forma brutal e injusta. No velório amigos, família e comunidade. Um só discurso: foi injusto, queremos justiça”.

Este homicídio entraria automaticamente nas estatísticas do Grupo Gay da Bahia. Mas, qual foi a motivação do crime? Foi por ódio contra homossexuais? “Homofobia”? O próprio texto esclarece a dúvida:
“Até que a Polícia Civil investigue e conclua o inquérito o que se tem como certo é um jovem gay assassinado pelo próprio companheiro por não aceitar o término do relacionamento conturbado dos últimos meses” (o destaque é meu) [4].

Um homossexual assassinou outro homossexual. Quantos casos semelhantes a este compõem os dados apresentados pela militância gayzista? A julgar pela experiência do delegado Marcelo Falcone – que trabalhou na Delegacia Especializada em Crimes Homofóbicos em João Pessoa – não são poucos. Ele observa que em muitos casos os autores dos homicídios são acompanhantes das vítimas: “Isto acontece muito entre os homossexuais do sexo masculino que contratam garotos de programa. Existe um preconceito muito grande porque esses rapazes não se sentem gays” [5]. Ou seja, são gays matando gays.

A propósito, em 2010, Marcelo Cerqueira – membro do Grupo Gay da Bahia – afirmou que a maioria dos crimes de ódio e assassinatos de homossexuais era promovida por garotos de programa [6].

O artigo da Folha de São Paulo ainda apresenta as considerações de um “especialista”. Luiz Mott - “decano” do movimento gayzista no Brasil [7] – assume a autoridade de um “antropólogo” e afirma: 99% dos homicídios listados pelo GGB – entidade da qual é presidente – é de natureza “homofóbica”.
Porém, Luiz Mott acrescenta à “homofobia” uma série de categorias – “individual”, “cultural”, e “institucional” –, ampliando de tal modo o seu significado, que qualquer violência praticada contra o homossexual, e qualquer sofrimento ou dor dele, torna-se “homofobia”. Um caso explícito de manipulação conceitual.

O “antropólogo” e líder gayzista observa que o número de casos deve ser ainda maior, porque muitos não são conhecidos. Mas, se os casos não são conhecidos, como ele pode dizer que existem mais? Ora, Luiz Mott tem o dom de transformar uma hipótese em realidade concreta.

Enfim, a pesquisa do Grupo Gay da Bahia é mais uma peça panfletária produzida pelo movimento gayzista. Instrumento fraudulento de promoção política, mecanismo para reivindicar privilégios e realizar uma obscura engenharia social. 

16 de janeiro de 2013
Bruno Braga

Notas:
[1]. Cf. Folha de São Paulo, 10 de Janeiro de 2013 [http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1212866-um-homossexual-e-morto-a-cada-26h-no-brasil-diz-grupo-gay.shtml].
[2]. Observar a diferença entre o homossexual e o movimento gayzista. Este último é a transformação da sexualidade em princípio de organização política e de promoção de engenharia social.
[3]. Cf. Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2012, Tabela 10, p. 28. [http://www2.forumseguranca.org.br/node/32131].
[4]. Cf. [http://carllosbem.blogspot.com.br/2011/07/perdemos-mais-um-jovem-gaye-podemos.html]. E o narrador ainda revela: “Pude ver um adolescente gay de 15 anos chorando copiosamente porque também está sendo ameaçado de morte pelo assassino que continua solto pelas ruas da cidade”.
[5]. Cf. G1, 26 de Agosto de 2011. [http://g1.globo.com/pb/paraiba/noticia/2011/08/paraiba-tem-12-assassinatos-por-homofobia-em-2011-diz-levantamento.html].
[6]. Cf. Mix Brasil, 2005. [http://mixbrasil.uol.com.br/print/NjYzNjA].
[7]. Sobre Luiz Mott, Cf. BRAGA, Bruno. “A vanguarda gayzista” [http://b-braga.blogspot.com.br/2012/05/vanguarda-gayzista-1.html]; “Os herdeiros de Kinsey” [http://b-braga.blogspot.com.br/2013/01/os-herdeiros-de-kinsey.html].

http://b-braga.blogspot.com.br