"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 27 de março de 2013

SERIA UM PROTESTO CONTRA O PASTOR FELICIANO?!

Beijar na boca sai melhor na foto e dá mais ibope do que mostrar indignação? Fala Fernanda Montenegro...





Na festa de entrega do 7º Prêmio APTR de Teatro, segunda-feira, no Imperator, Tonico Pereira, que ganhou o troféu de Ator Coadjuvante por ‘A Volta ao Lar’ e ‘O Homem Travesseiro’, ao agradecer, aproveitou para mandar o Pastor Feliciano à puta que o pariu e tascou um beijo na boca do Ricardo Blat. Camila Amado e Fernanda Montenegro não perderam o embalo e também se beijaram na boca.

Que papelão!

Qual será a próxima palhaçada que a classe artística vai aprontar para protestar contra Feliciano? Será que Caetano vai ser sodomizado por Gilberto Gil, e vice-versa, no palco do Circo Voador? Será que Preta Gil e Bethânia vão protagonizar uma esfregação clitorial mútua no palco do Municipal?

Não, eu também não gosto do “pastor” Marco Feliciano, muito menos pelos conceitos que ele emite - que não são seus e sim da sua crença - do que por aquilo que ele representa, a própria crença.
Lugar desse tipo de pastoreio são as “igrejas” e não o Congresso! Mas não é por isso que vou sair por aí tascando chupões em homens para mostrar que o homossexualismo é “lindjo”, até porque essa prática é horrorosa só de pensar, que dirá feita em público.

Pergunto aqui o que já foi perguntado inúmeras vezes: por que será que em vez de se preocuparem com coisas tão sem importância os artistas não se unem dessa maneira para protestar contra um Renan Calheiros na presidência do Senado, contra a Justiça lerda que ainda não botou Zé Dirceu et caterva na cadeia, ou contra Dilma e Cabral pelo genocídio perpetrado por ambos contra a população fluminense?
Será porque beijar na boca sai melhor na foto e dá mais ibope do que a indignação?

Palhaçada! Com todo respeito aos palhaços que nos fazem rir, não estes, que dão nojo...
 
 
27 de março de 2013

ACREDITE, MAS É AO CONTRÁRIO

 



O senador Aécio Neves, provável candidato do PSDB à Presidência da República, conseguiu o apoio do governador paulista Geraldo Alckmin para presidir o partido e teve amplas promessas de apoio da liderança tucana de São Paulo.
Saiu consagrado – desde que a gente acredite naquilo que os políticos dizem.

Aécio, de maneira ostensiva, não participou das campanhas presidenciais de Serra e de Alckmin. Na última campanha de Serra, fez duros ataques aos paulistas que tentavam obrigar os mineiros a participar da chapa (Serra o queria para vice).

No segundo turno, depois de prometer empenhar-se na campanha tucana, deixou seu reduto, Minas, onde tem forte influência, e foi pedir votos no Norte e Nordeste, onde era menos conhecido do que plural em discurso de Lula. Deixou mágoas. As vítimas da época podem ficar a seus pés, mas na condição de calos.

Eduardo Campos trabalha em condições melhores. Tem bom relacionamento com Alckmin, Serra e Kassab; está formando uma frente pernambucana da qual só ficam de fora o PT de Dilma, e PSOL, PCdoB, PSTU, PCO e outros campeões de votos. Sua candidatura interessa ao PSDB, pois facilita a realização do segundo turno.
E o PT é obrigado a fazer-lhe declarações de amor, sempre correspondidas – sabe-se lá o que o futuro lhes reserva? Mas tanto o PT quanto o PSB iriam ao enterro político um do outro com grande prazer, mantendo embora a tristeza no rosto besuntado de óleo de peroba.

Como não dizia o escritor francês Stendhal, a palavra foi dada aos políticos para esconder seu pensamento.

Quem deita rola

Claro que nenhum candidato, nenhum de seus aliados e nenhum de seus estrategistas está perdendo tempo com planos de Governo, projetos para o país, essas bobagens: o foco é exclusivamente ganhar a eleição.
Não se surpreenda, portanto, se Serra mudar de partido e se candidatar ao Governo paulista, com Kassab para o Senado e Eduardo Campos para presidente. Ou, se Kassab ficar com Dilma, Alckmin para a reeleição, Serra para o Senado e Eduardo Campos para presidente.

E que tal o Partido dos Trabalhadores com Paulo Skaf, presidente da Fiesp, o patrão dos patrões, na vice de Aloízio Mercadante ou do ministro Padilha?

O tempo passa…

O julgamento do Mensalão foi concluído em 17 de dezembro de 2012. Três meses e dez dias depois, ainda não foi publicado o acórdão – basicamente, o texto da decisão. Após a publicação do acórdão, abre-se o prazo para os embargos da defesa; há a decisão dos ministros sobre esses embargos; só então a sentença se torna definitiva e se inicia o cumprimento da pena. O processo é imenso, envolve muita gente – mas mais de três meses para uma redação não é meio muito?

…o tempo voa

A Operação Porto Seguro, aquela que revelou Rosemary Póvoa de Noronha, ocorreu em 23 de novembro de 2012. De lá para cá, um retumbante, trovejante, ruidosíssimo silêncio – até mesmo do presidente Lula, sempre feliz ao dar entrevistas e desde então privado desta sua alegria.

São pouco mais de quatro meses. É preciso resolver logo o caso, pensando até na citada senhora. Perdeu o cargo, está afastada do amigo. Nem para as viagens empreiterais tem sido convidada!

A missa da Poderosa

Para as vítimas de Petrópolis, nada: as verbas sumiram, as casa prometidas não surgiram, as encostas desprotegidas de novo caíram. Para as vítimas de Petrópolis, nem missa.
O agente da Polícia Civil Paulo Roberto Filgueras fez sua parte, heroicamente; morreu salvando vítimas da tragédia de Petrópolis.
E sua família – viúva, mãe, irmão – foi impedida de entrar na Catedral Metropolitana porque quem nada sofreu com a tragédia, Sua Excelência a Presidenta Dilma Rousseff, estava lá, cercada por sua tropa de seguranças. Dilma fez todo mundo esperar: a missa estava marcada para as 17h, e ela só chegou às 18h30, quando enfim as orações começaram.

A família da vítima não pôde entrar: quem aquelas pessoas de luto pensavam que eram para ficar no mesmo recinto da Presidenta?

Crime em alta

Lembra da farta propaganda dos êxitos do Governo tucano de São Paulo na luta contra a criminalidade? Aquela propaganda que continuou sendo feita enquanto o crime organizado caçava e matava policiais e o secretário da Segurança tinha ido a Buenos Aires para assistir a um jogo de futebol?

Pois é: a criminalidade em São Paulo está crescendo rapidamente. O número de latrocínios (roubo com assassínio) cresceu 114% em janeiro e fevereiro, em comparação com o mesmo período do ano passado.
Os homicídios dolosos cresceram 15,4%. O número de estupros aumentou 29%.
Todos os números são oficiais, divulgados pela Secretaria da Segurança. Este colunista só não entende uma coisa: há dezenas de anos os secretários da Segurança são militares, ou desembargadores, ou advogados, ou juristas, ou promotores. Por que não policiais, que trabalham no ramo?

Quem os protege?

A Guarda Civil Metropolitana de São Paulo tomou os cobertores dos moradores de rua da zona central da cidade, sabe-se lá por que. Silêncio ensurdecedor. Alô, prefeito Fernando Haddad! É assim que se trata gente pobre e desabrigada?

27 de março de 2013
Carlos Brickmann é jornalista e consultor de comunicação.

A PREVALÊNCIA DA LEI E DA JUSTIÇA

 



Março está terminando e há quem imagine não passar de abril.
Fala-se da conclusão, no Supremo Tribunal Federal, da primeira versão do relatório do julgamento do mensalão.
A versão definitiva só será redigida depois do julgamento dos embargos que os advogados dos condenados apresentarem. Na teoria, é possível que o plenário da mais alta corte nacional de justiça modifique algumas sentenças, determinando alterações no texto do relatório.

Os embargos precisarão ser apresentados em prazo rápido, após a publicação inicial, mas deverá demorar a sua apreciação, pois cada um deles será votado por cada um dos ministros. A previsão é de que apenas no segundo semestre tenha o processo transitado em julgado, momento em que os condenados serão conduzidos à cadeia, para cumprimento das respectivas penas.

Melhor seria dizer “às cadeias”, pois terão a prerrogativa de ficar presos em estabelecimentos próximos de suas residências. Uns moram em São Paulo, outros em Minas, no Rio, até em Brasília encontram-se alguns.

A prisão parece o ponto culminante de todo o julgamento, tantos são os réus de renome e importância política. Uns precisarão apenas dormir nos presídios, passando o dia fora. Outros, porém, estão condenados ao regime fechado. Ignora-se a possibilidade de ocuparem celas comuns a outros presidiários, mas a hipótese permanece em aberto, na dependência das condições de cada penitenciária a que forem destinados.

Nos primeiros meses, serão objeto da curiosidade geral, a começar pela imprensa, mas com o passar do tempo estarão inseridos no conjunto da massa carcerária. Todas essas etapas demonstram que a Lei e a Justiça, não obstante tantos percalços, ainda prevalecem entre nós.

VESTIDO DE ALMIRANTE

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso endereçou ontem à presidente da Academia Brasileira de Letras seu pedido para concorrer à vaga aberta com a morte de João de Scatinburgo. O portador foi o acadêmico Celso Lafer, seu ex-ministro de Relações Exteriores.

Apesar da resistência de alguns imortais, prevê-se a eleição do sociólogo, bem como sua posse de fardão, espada e o que mais tiver direito. Como os demais acadêmicos, vai parecer um almirante do século XVIII. Imagina-se que será saudado pelo maior de seus cabos eleitorais, José Sarney.

Os poucos que contestam sua candidatura indagam com que credenciais ele se apresenta, a ser verdadeiro o pedido feito antes de sua posse no palácio do Planalto, sobre esquecerem tudo o que ele havia escrito.
Se os livros do passado não contam, os três escritos depois que deixou o poder bastariam?

27 de março de 2013
Carlos Chagas

QUATRO MINISTROS AINDA NÃO ENTREGARAM SEUS VOTOS NO PROCESSO DO MENSALÃO

 


A poucos dias do fim do prazo regimental para a publicação do acórdão do julgamento do Mensalão, os ministros Celso de Mello, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Rosa Weber até o momento não entregaram ao relator seus votos devidamente revisados para a conclusão do acórdão.

O acórdão resume a decisão do julgamento e só depois de sua publicação começa a correr o prazo para a interposição dos recursos.
Os condenados só poderão ser presos após o julgamento destes recursos.

O prazo terminaria dia 1º de abril, pois segundo prevê o regimento do STF,o acórdão deve ser publicado em até 60 dias após o julgamento, que terminou em 17 de dezembro.

O prazo para publicação, por várias vezes, não é obedecido pelo Tribunal. Mas o ministro Joaquim Barbosa, presidente da Corte e que foi o relator do processo, disse que cumpriria o prazo para a publicação do acórdão do Mensalão. 
O regimento prevê que o prazo não pode deixar de ser cumprido “salvo motivo justificado”.

25 CONDENADOS

Durante o julgamento, que durou quatro meses e meio, dos 37 réus, 25 foram condenados e 12 absolvidos. Os recursos podem ser interpostos tanto pelos condenados, quanto pela Procuradoria Geral da República. Roberto Gurgel, procurador-geral da República, declarou que aguardará a publicação do acórdão para decidir se vai recorrer.

Dos 11 ministros que participaram do julgamento, inclusive os que já se aposentaram, sete já liberaram seus votos: Ayres Britto, Cármen Lúcia, Cezar Peluso, Gilmar Mendes, Luiz Fux, Joaquim Barbosa e Marco Aurélio Mello .

Assessores da ministra Rosa Weber informaram que seu voto está em fase final e pode ser entregue ainda hoje.O ministro Ricardo Lewandowski, revisor do Mensalão, declarou que deve entregar seu voto nos próximos dias. Celso de Mello e Dias Toffoli também não liberaram seus votos, mas não disseram, até o momento, quando isso deve ocorrer.

O presidente Joaquim Barbosa quer publicar o acórdão até 1º de abril, mas o prazo poderá ser prorrogado.

RECURSOS CABÍVEIS

A partir da publicação, os réus poderão recorrer contra a condenação. Os recursos cabíveis são os embargos de declaração e os embargos infringentes. Os primeiros podem ser interpostos pelos 25 condenados e objetivam esclarecer contradições ou omissões no acórdão, não modificando a decisão. O prazo para interpor é até cinco dias, contados a partir da publicação da decisão.

Os embargos infringentes são um recurso exclusivo da defesa, previsto no regimento do Tribunal, para aqueles que, apesar de condenados, obtiveram pelo menos quatro votos favoráveis. Objetivam questionar pontos específicos da decisão e, caso aceitos, uma condenação pode vir a ser modificada.

Doze réus foram condenados com quatro votos favoráveis em um dos crimes aos quais respondiam: João Paulo Cunha, João Cláudio Genú e Breno Fischberg (lavagem de dinheiro); José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares, Marcos Valério, Simone Vasconcelos, Kátia Rabello, Ramon Hollerbach, Cristiano Paz e José Roberto Salgado (formação de quadrilha).

OUTRO RELATOR

O embargo infringente, segundo O regimento do Supremo, é distribuído para um ministro diferente daquele que relatou a ação penal. Este novo relator decidirá se aceita o recurso e se o levará à plenário. No caso dos embargos infringentes, não há revisor .

Ainda persistem divergências se o embargo infringente é um recurso cabível no caso, porque a lei 8.038, de 28 de maio de 1990, que regula as ações penais no Supremo, não previu a possibilidade desse recurso.
Na avaliação de ministros do Supremo e alguns juristas, a lei de 1990 derrubou a existência desses embargos.
27 de março de 2013
José Carlos Werneck

É ISSO Aí... UMA BOA PERGUNTA PARA O ELEITOR DO SÉRGIO GUARDANAPO CABRAL

O metrô do Rio está com 300 anos de atraso. O de Londres festejou 150 anos, até a rainha foi lá. O de Moscou dos Romanoffs tem mais do que isso. O mesmo no resto do mundo. E a incompetência com as enchentes?


O deputado Alexandre Molon fez restrições e acusações ao governador. Só em matéria de metrô, são as seguintes, assustadoras e arrasadoras. E todas com nome e sobrenome, dele e de Cabral.


Cabral, a “autoridade”

1 – Para expandir o metrô da Barra, foi necessário fechar por 10 meses a estação da General Osório.

2 – Abandonaram o projeto da Linha 4, essencial, que ligaria a Barra ao Centro da cidade, passando pelo Jardim Botânico. (Que tem um dos trânsitos mais congestionados dos bairros).

3 – A BBC fez estudo comparando o metrô do Rio com o de outras grandes capitais. Conclusão: o do Rio precisaria de 300 anos para chegar até onde já foi o metrô de Londres.

4 – A BBC lembra também que o metrô foi fundamental para a última Olimpíada, em Londres, e o que será da próxima, no Rio?

5 – Molon mostra que o metrô do Rio cresce 1,03 de estação, por ano. Enquanto o de Xangai cresce 16,2. Algum comentário do governador, ou ele explicará que está tentando levar o metrô até Mangaratiba?

O ABANDONO DAS CIDADES DESTROÇADAS PELAS CHUVAS

O povão fica assustado e impressionado com essas tragédias que acontecem ano após ano, sem a menor providência por parte das autoridades, desculpem identificar Cabral com esse nome. Xerém, Duque de Caxias, Magé, São Gonçalo, Petrópolis, Friburgo, Teresópolis, sofrem com a mesma incompetência de sempre.

No capítulo das enchentes, o senador Lindbergh faz críticas e pesadas acusações ao governador. 887 milhões repassados pela União, para a tragédia de 2011, ainda não foram utilizados.
E cita textualmente as obras não executadas:
"Construção de casas, contenção de encostas, dragagem de rios, drenagem da água das chuvas, reconstrução de pontes, obras do PAC”.
Isso em 2011, que lamentavelmente é passado, mas acontece novamente.


O ABANDONO DA TRÁGEDIA DE 2011 É MAIOR AINDA EM 2012

Cabral respondeu em nota oficial tola. Mas o secretário de Obras do Estado do Rio falou a O Globo. Disse, sem o menor constrangimento: “Logo depois da tragédia de 2011, aplicamos 70 milhões repassados pelo governo federal”. Só que o mais grave, que matou 28 pessoas e desabrigou milhares, vem depois, na mesma entrevista.

Gravíssimo e criminoso: “Temos 2 bilhões e 200 milhões, um total a ser ainda investido na região. Sendo que 1 bilhão e 200 milhões de recursos federais”. Por que não investem? Vão esperar as enchentes de 2013 no início de 2014? Nenhum exagero, o crime se repete todo ano.
E o governo federal que REPASSA os recursos e não cobra o investimento?

Desculpem, fui o mais sintético, fico horrorizado com o que acontece no Estado do Rio. Quando estou vendo na televisão as enchentes que atingem centenas de milhares de pessoas, as mesmas vítimas dos irresponsáveis governantes, desligo. Só os mais pobres são atingidos.
É vergonhoso que as pessoas que receberam doações pelos crimes de 2011, perderam tudo, novamente, nas enchentes de 2012/2013.

E como o secretário de Obras afirma candidamente que ainda não aplicou 1 bilhão ou 1 bilhão e 200 milhões, é fácil identificar: as vítimas das enchentes de 2013/2014 serão as mesmas. E Dona Dilma, que diz que “ninguém pode governar sozinho”, precisa explicar: fiscalizar não é governar?

PASTOR FELICIANO SÓ SAI POR ORDEM DE EDUARDO CUNHA

O assunto continua sendo discutido. Um racista, homofóbico e corrupto, presidindo a Comissão de Direitos Humanos (e de Minorias). Num dia o próprio presidente da Câmara pede para ele renunciar. No outro garante, “estou fortíssimo, aprovado pela opinião pública, fui eleito”.

A palavra de Henrique Eduardo Alves valeria quando ele era intimíssimo do lobista chefe, agora líder do PMDB. Rompidos, na questão a intervenção do fundador do PSC (o partido de Feliciano) vale mais do que a do presidente da Câmara. Feliciano só sai quando Cunha determinar: “Renuncie”. A opinião pública é ele.

O MISTÉRIO DE CHIPRE EA FALTA DE ORSON WELLES

O mundo inteiro e a economia global giram a 300 km por hora, na curtíssima pista bancária dessa ilha. O mistério, na verdade, tem que ser escrito entre aspas. Os bancos da ilha, pública e reconhecidamente, vivem e sobrevivem lavando dinheiro, da Rússia, principalmente, e de quem quiser ou precisar.

Que filme Orson Welles faria , como fez com o mais poderoso dono de jornal dos EUA, William Randolph Hearst. Foi “queimado” na indústria, arriscou e jogou fora a formidável carreira, “emparedado” pelos magnatas do cinema. Ah! Welles, não deixastes nem um herdeiro?

PARABÉNS AO CONSELHO DE MEDICINA NO CASO DO ABORTO

Todos os louvores ao Conselho Nacional de Medicina (apoiado por quase todos os Conselhos Regionais), a respeito do apoio ao aborto até três meses de gravidez. Essa é um reflexão e uma decisão sensata.

Num país em que são feitos mais de 1 milhão de abortos de risco, é total hipocrisia ficar contra a sugestão importante do Conselho. Obrigar a manter a gravidez, provocada das mais diversas formas (incluindo o estupro), é um absurdo, e mais grave: uma violência contra o direito das mulheres.

Segundo a Constituição, as mulheres (como qualquer cidadão) têm o direito de ir e vir. Mas só se não fizerem aborto. É uma restrição ditatorial, arbitrária e autoritária.

27 de março de 2013
Helio Fernandes

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE

 



27 de março de 2013

ELEIÇÃO JÁ, PARA NÃO TER QUE TRABALHAR

Governo e oposição não cuidam do embarque da soja, mas se preparam para o comício que vem



Todas as estradas que levam aos Portos de Santos e Paranaguá estão bloqueadas por filas de caminhões carregados com a supersafra de 38 milhões de toneladas de soja esperando para descarregar o produto em terminais portuários incapacitados para embarcar tanto grão.

A China, a maior compradora do mundo, está desistindo, à medida que o tempo passa, do que adquiriu e, por causa disso, o minério de ferro não foi ultrapassado pela leguminosa como o maior produto de exportação da nossa Pátria amada, idolatrada, salve, salve!
Enquanto tudo isso ocorre, a presidente Dilma Rousseff põe Antônio Andrade, peemedebista mineiro, no lugar de Mendes Júnior, peemedebista gaúcho, no Ministério da Agricultura. Mas não por causa do apagão da logística ou pelo colapso da infraestrutura, e sim porque trata de acomodar mais partidos em seu superpalanque da eleição de 2014.
 
A soja tinha de ser entregue faz tempo, mas a maior responsável pela operação desastrosa dos nossos portos só pensa no que vai ter de enfrentar em outubro do ano que vem – daqui a um ano e sete meses. Pode? Pois é!

Diante da expectativa de os paulistas não conseguirem passar o feriado da Páscoa no litoral ao pé da Serra do Mar porque a Piaçaguera-Guarujá está intransitável, não há um líder oposicionista empenhado em entender, explicar, traduzir e criticar o absurdo.

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) não foi solidarizar-se com os caminhoneiros paralisados, mas gastou todo o seu tempo e seu latim para apagar o fogo ateado com as manifestações de apreço de José Serra (PSDB-SP) pelo adversário Eduardo Campos, governador de Pernambuco e presidente nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB). Assim como o governo, a oposição só pensa naquilo para depois da Copa.
 
Os meios de comunicação não ficam atrás. Apesar de noticiarem o absurdo de uma burocracia que culpa o excesso de produtos a exportar, e não o descalabro dos portos mal administrados e das estradas esburacadas, dão destaque mesmo às potencialidades (se é que há alguma) da Rede de Marina Silva.
 
Na semana passada, o governo anunciou que a Petrobrás não venderá mais a refinaria de sua propriedade em Pasadena, no Texas (EUA), por causa do prejuízo que teria. Ora bolas, o prejuízo já foi dado!
Agora a questão se resume a ter um prejuízo de US$ 1 bilhão, se a estatal brasileira conseguir passar adiante o mico que comprou dos belgas, ou US$ 1, 180 bilhão, se mantiver em sua contabilidade a atividade gravosa da empresa mal comprada.
Não consta que haja um agente da republicana Polícia Federal do dr. José Eduardo Martins Cardozo investigando quem saiu ganhando na compra, que, aliás, só acrescenta mais um grão no areal de lambanças de uma empresa cujos donos somos nós.
 
Mas a oposição foi para o circuito Elizabeth Arden do tríduo momesco no Recife, em Salvador e no Rio de Janeiro e deixou a nau capitânia do “petróleo é nosso” afundar num mar de lama. Prometeu voltar depois da Quarta-Feira de Cinzas e ficou na muda esperando a Páscoa chegar, que, como diria o poeta pernambucano Ascenso Ferreira, conterrâneo do presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, “ninguém é de ferro”.
 
O ex-governador Serra trocou afagos em público com o neto do dr. Miguel Arraes para despertar a ciumeira de Aécio, a cuja indiferença atribui grande responsabilidade por sua derrota na eleição presidencial de 2010. Depois de perder de novo, em 2012, para outro poste de Lula, Fernando Haddad (PT), a Prefeitura de São Paulo, deixando desprotegido mais um bastião da oposição à invasão do bloco governista, formado por PT e PMDB, o furibundo tucano nem quis saber da surra que o partido dele levou da presidente Dilma Rousseff (PT) nas pesquisas Datafolha e Ibope divulgadas neste fim de semana. Como se diz sempre nessas pesquisas, “se a eleição fosse hoje”… Acontece que não é, e por isso mesmo a pesquisa de nada vale. Mas o professor Serra nem se deu ao trabalho de constatar.
 
Pesquisa de opinião pública é “o retrato do momento”, dizem os marqueteiros que fazem os seus clientes pagar uma fortuna por essa inutilidade. Ou seja, as pesquisas que dão como certa a vitória da presidente na eleição da qual ela é óbvia favorita são como se se fotografasse o treino do Corinthians para o próximo compromisso pelo Campeonato Paulista anunciando que o time será o campeão da Libertadores da América do ano que vem. Aécio Neves até lembrou isso – como destacou que o governo preenche os intervalos comerciais da programação da televisão e a chefe e candidata não se cansa de produzir “factoides” eleitorais –, mas já chega eivado de suspeita por ser o principal interessado. Ou melhor, prejudicado,
 
O cidadão continua morrendo nos buracos das estradas agora ocupadas pelos caminhões que não são descarregados nos portos, ou nos pisos nus de uma rede hospitalar pública sem vagas, sem macas e sem médicos.
Nossos filhos frequentam estabelecimentos de ensino incapazes de ensinar o bê-á-bá e a tabuada. Mas, empregada (ainda que mal remunerada) e de barriga cheia, com uma Bolsa-Família a receber e uma bolsa-escola a não frequentar, a maioria comemora até o advento de um papa argentino. Como a redução da tarifa elétrica e a isenção de impostos na cesta básica, que não baixou os preços dos alimentos, mas cristalizou o prestígio da presidente entre o povão, que nem carente mais é.
 
Carente mesmo é a democracia brasileira, que depende de ídolos como o mais popular de todos, Lula da Silva, padrinho de Dilma, por não dispor de instituições fortes capazes de formar políticos com cultura cívica e burocratas que sejam capazes de fazer algo mais útil do que furtar o erário.
 
Dependente de eleições, como o viciado da droga, nosso Estado Democrático de Direito toma doses de demagogia na veia todos os dias. Com 39 ministérios, o governo não tem como governar e apenas galga o palanque para passar o tempo prestando atenção na arenga que esconde a inércia e o malfeito nossos de cada dia.

27 de março de 2013
José Nêumanne Pinto é jornalista, poeta e escritor.

A TOMADA DO BRASIL

 


A nação está com as mãos erguidas e não é para rezar.
Ninguém escapa à sanha dos bandidos aos quais o Estado, miseravelmente, se rendeu. Era previsível. Foi prenunciado por uns poucos, entre os quais eu mesmo.

Agora está aí e todos percebem.
Num país com 200 milhões de habitantes, a atividade contra o patrimônio alheio, por exemplo, tornou-se tão intensa que, do pirulito da criancinha à minguada pensão mensal da vovozinha, tudo já foi levado e todos já foram assaltados. Alguns, muitas vezes.

Tenho nostalgia, já falei antes, do tempo dos trombadinhas. Eram meninos. Quase digo que eram meninos de boa formação, que sabiam estar fazendo coisa errada. Esbarravam na vítima, tomavam-lhe algo e saíam correndo. Tinham medo da vítima, da polícia, e de que outros transeuntes os detivessem. De uns tempos para cá, o ladrão é bandido que ataca, ofende, maltrata e mata, motivada ou imotivadamente.

Por uma dessas coisas da memória, vem-me à lembrança a descrição da Queda de Constantinopla, que o grande Daniel-Rops fez em sua História da Renascença e da Reforma. Após oito séculos da jihad contra a Roma do Oriente, Maomé II comandara a arremetida final.

Quando a orgulhosa cidade caiu, o sultão entregou-a aos seus janízaros por três dias e três noites, conforme prometera. Sobrou pouca gente para contar a história. Encerrado o prazo, sangue escorria pelas calhas das ruas e era impossível encontrar, em Bizâncio, um simples pires de porcelana.

Pois é isso que está acontecendo no Brasil, com a diferença de que o prazo é mais elástico. Sirvam-se os vitoriosos pelo tempo que quiserem! O que nos estão tomando são despojos de uma nação derrotada pelo que de pior nela existe. É a prerrogativa dos vencedores, quando os vencedores são criminosos. Sempre foi assim na história. A vitória dos bandidos representa estupro, morte e pilhagem. Coube-nos a fatalidade de viver nestes anos da Tomada do Brasil pelos maus brasileiros.

***
Ensinaram ao trombadinha de ontem que ele é a vítima. Sopraram-lhe uma ideologia de boca de fumo, que fala aos “manos” de seus direitos humanos. Vivendo, ele aprendeu que o crime compensa. Percebeu, com fartura de exemplos, que roubar é direito de todos e dever do Estado – mão grande e hábil para cobrar impostos, miúda e inábil para as tarefas que lhe cabem.

À sociedade, esse Estado confessou, por inúmeros modos, sua rendição. Num dia, a polícia fecha pela quarta vez um desmanche de automóveis e prende o mesmo sujeito. No outro, o bandido sai da delegacia antes de o lesado preencher o BO.
Não faz muito, um exército de policiais foi mobilizado para prender bandidos que … estavam presos. Deveriam estar, mas o semiaberto, sabe como é. Num assalto a mão armada, a ação do Poder Público começa e termina em burocrático “registro no sistema”.

É crime de baixa lesividade, sabe? E volta e meia a pistola dispara sem quê nem porquê e matam. Soltam-se presos porque os presídios estão superlotados. Por excesso de presos? Não. Por excessiva falta de presídios, que diabo! As vítimas, antes de mais nada, são vítimas da inutilidade do Estado.

Do Estado que quer desarmar os cidadãos de bem, não move palha pelos lesados e enlutados, mas lastima a morte de cada bandido em confronto com sua polícia.
E veja, leitor, eu apenas falei do submundo. Não disse uma palavra sobre o grand monde.

27 de março de 2013
Percival Puggina (68) é arquiteto, empresário, escritor

"ROLANDO LERO" EM AÇÃO

Lula justifica a corrupção do PT, alegando que é menor do que a dos outros partidos.

 
Ao tratar do tema da reforma política durante um debate promovido pelo jornal “Valor Econômico em São Paulo, o ex-presidente Lula justificou a corrupção praticada pelo governo do PT com uma curiosa argumentação. Disse que as pessoas devem ter cuidado com aqueles políticos que usam o combate à corrupção como bandeira de campanha. “Podem ser piores que quem está sendo acusado”.


Foi adiante, naquele seu estilo de “Rolando Lero” em versão política. E defendeu que o financiamento privado de campanha se torne crime inafiançável, esquecido de que o PT tem sido o partido mais financiado por empreiteiras, banqueiros e empresários nacionais e estrangeiros.

“Nós precisamos de uma reforma política. Eu sou defensor do financiamento público de campanha como forma de moralizar a política. E mais ainda, eu acho que não só se deveria aprovar o financiamento público de campanha como tornar crime inafiançável o financiamento privado”, defendeu o ex-presidente.

DESMEMORIADO

Esquecido também de que o governo tem ampla maioria no Congresso, que possibilita a aprovação de qualquer projeto de interesse do Planalto, Lula ressaltou a dificuldade de a reforma política ser concretizada porque, segundo ele, aqueles que estão no Congresso querem manter o “status quo”.

Defendeu então que se convoque uma Assembleia Nacional Constituinte exclusiva para a discussão de uma reforma política. “Se o Congresso não aprovar a reforma, teríamos de ter uma Constituinte só para isso”, disse o petista

Lula também defendeu o fortalecimento dos partidos políticos e criticou as “legendas de aluguel”, que existem “só para vender espaço na TV e fazer negociata no Congresso”. “Partido tem de ser representativo de uma parte da sociedade”, disse ele, fazendo dissertações sobre o óbvio.

27 de março de 2013
Carlos Newton

DILMA REAFIRMA QUE É PERFEITAMENTE POSSVEL CRESCER COM INFLAÇÃO CONTROLADAÍ

 


“Não acredito em políticas de combate à inflação que olhem a redução do crescimento econômico”, afirmou a presidente Dilma Rousseff, em encontro, em Durban, que reuniu chefes de Estado dos BRICS – grupo formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.


Para a presidente brasileira, essa é uma questão datada. “Não achamos que a inflação está fora de controle. Pelo contrário, ela está controlada”.

“Esse receituário que quer matar o doente, em vez de curar a doença é complicado. Vou acabar com o crescimento no país? Isso está datado. Isso eu acho que é uma política superada”, frisou, acrescentando:

“Isso não significa que o governo não está atento. Não só estamos atentos, como acompanhamos diuturnamente a questão da inflação. Não achamos que a inflação está fora de controle. Pelo contrário, ela está controlada. O que há são alterações e flutuações conjunturais. Mas nós estaremos sempre atentos.”

CRESCIMENTO

“Eu não concordo com políticas de combate à inflação que olhem a redução do crescimento econômico. Até porque temos a contraprova dada pela realidade. Tivemos um baixo crescimento no ano passado e houve um aumento de inflação, porque teve um choque de oferta devido à crise, e um dos fatores é externo. Não tem nada que possamos fazer a não ser expandir a nossa produção para conter o aumento dos preços das commodities derivado da quebra de safra nos Estados Unidos”, salientou.

A presidente criticou os analistas econômicos que pensam de modo oposto. “São sempre as mesmas vozes, você não ouviu isso do governo. Não achamos que há essa relação.” Dilma também afirmou que a recuperação do crescimento é um resultado de iniciativas do governo.

Quanto à absurda e desumana tese de se aumentar a taxa de desemprego para reduzir a inflação, foi tatativa em enfatizar que a questão do pleno emprego será resolvida com aumento da capacitação da mão-de-obra. “Você vai resolver, não é reduzindo o crescimento.
Nós temos uma demanda grande por emprego mais especializado, de maior qualidade, e temos uma sobra de emprego menos especializados. Estamos fazendo junto com o setor privado, um grande programa de especialização.”

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE

 



27 de março de 2013

DILMA FALA DEMAIS, DEPOIS PERDE A LINHA E DIZ QUE SUAS DECLARAÇÕES SOBRE INFLAÇÃO FORAM MANIPULADAS

 

Após declaração à imprensa na África do Sul, onde participa da 5ª Cúpula do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), a presidenta Dilma Rousseff disse hoje que seus comentários sobre inflação foram manipulados e mal interpretados.

Último dia da cúpula dos Brics
Falando bobagem sobre economia

A presidenta disse ser contrária a medidas de combate à inflação que comprometam o ritmo de crescimento econômico do país. “Não concordo com políticas de combate à inflação que olhem a questão da redução do crescimento econômico, até porque nós temos uma contraprova dada pela realidade”, disse.

“Esse receituário que quer matar o doente em vez de curar a doença, ele é complicado, você entende? Eu vou acabar com o crescimento do país? Isso daí está datado. Isso eu acho que é uma política superada”, acrescentou.

As declarações da presidenta, segundo nota divulgada pelo Blog do Planalto, foram mal interpretadas pelo mercado financeiro. “Foi uma manipulação inadmissível de minha fala. O combate à inflação é um valor em si mesmo e permanente do meu governo”, disse a presidenta, de acordo com nota oficial do Planalto.

Além de divulgar a nota, Dilma Rousseff determinou que o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, prestasse esclarecimentos sobre o assunto.

PRESSÃO DE BAIXA

Os comentários da presidente sobre a inflação trouxeram pressão de baixa para o mercado futuro de juros. Ao dizer que “não acredita em políticas de combate à inflação que olhem a redução do crescimento econômico”, Dilma disparou a redução das taxas na curva a termo, em meio à percepção de que a alta da Selic não está no horizonte.

À tarde, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, falou à Agência Estado, a pedido de Dilma. “Ela pede para que o mal entendido seja desfeito: não há tolerância com a inflação”, disse Tombini.

Com a segunda fala do presidente do BC, as taxas reduziram um pouco as perdas vistas pela manhã, mas ainda assim encerraram a sessão abaixo dos ajustes de ontem. As apostas na curva a termo na elevação da Selic em abril foram quase zeradas e analistas se questionam sobre a possibilidade de o ciclo de aperto monetário, de fato, começar em maio – como atualmente é precificado pelo mercado.

NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG - Presidente da República tem de tomar cuidado com o que declara. Como diz o ditado popular, “quem fala demais dá bom dia a cavalo”. Culpar a imprensa e o mercado foi ridículo. Mostra que é uma governante realmente despreparada. (C.N.)

27 de março de 2013
Luana Lourenço (Agência Brasil)

CHÁVEZ, NA VISÃO DE GABRIEL GARCIA MÁRQUEZ

 

Desde 5 de março, abundam no planeta midiático as notícias, os artigos e as análises sobre o panorama político da Venezuela. Textos que provavelmente estavam prontos e engavetados, à espera do anúncio da morte de Hugo Chávez. Também não faltam as tentativas de biografar a trajetória do presidente para chegar ao poder, de imaginar o chavismo sem Chávez e de resgatar fatos históricos que talvez lancem uma luz sobre o futuro do país. Grande parte desse esforço é válido, mas uma pergunta continua ecoando sem resposta: quem era Chávez?


Marques de dedo em riste…

É importante ressaltar: nem todas as perguntas foram feitas para ser simplesmente respondidas. Embora seguir os rastros de 100% delas seja sem dúvida o que há de mais relevante na nossa existência aqui, neste mesmo planeta onde somos varridos por uma enxurrada de notícias que serão rapidamente esquecidas, como água de chuva.

Passeando pela internet em busca de um esforço mais humano e portanto talvez mais perene de perfilar o Hugo, eis que me encontro com um texto em espanhol que anda circulando muito ultimamente, com o título original de “O enigma dos dois Chávez”. Data de 1999, quando Chávez foi eleito democraticamente presidente pela primeira vez, e seu autor é alguém sabe bem como se inventam os grandes personagens: o escritor colombiano Gabriel García Márquez.

EM HAVANA

García Márquez e Chávez se conheceram em Havana, ao redor de diferentes compromissos de um e de outro com Fidel Castro. Subiram juntos a um avião da Força Aérea Venezuelana para viajar a Caracas, e aproveitaram as horas mortas para falar da vida. Como bem se sabe, um político talentoso sabe falar, e um bom escritor sabe ouvir.
O que era um bate-papo virou “uma boa experiência de repórter em repouso”, conforme escreveu García Márquez, e, para nós, um par de linhas capazes de invocar a sensação de que Chávez era uma pessoa e não somente o primeiro dos chavistas.

Era inevitável para o colombiano não pensar em 4 de fevereiro de 1992, e ele trouxe para o papo a ocasião em que Chávez liderou um levante cívico-militar contra o governo venezuelano daquele então. Já naquele tempo, comenta García Márquez, difundia-se “a imagem de déspota através dos meios”, e ele se sentia influenciado por ela, ainda que quisesse ampliá-la.

“Chávez se rendeu, com a condição de que o deixassem dirigir-se, ele também, ao povo por televisão (…). O jovem coronel venezuelano, com boina de paraquedista e sua admirável facilidade de palavra assumiu a responsabilidade do movimento”, escreve García Márquez sobre o discurso da derrota que muitos acreditam ter sido, na verdade, o primeiro passo da campanha que embalou sua eleição menos de nove anos depois.

O texto, de maneira geral, se vale se um par de episódios marcantes na vida de Chávez – o levante de 1992, a fundação do movimento bolivariano no qual se associou com colegas militares, o impacto que teve a morte de Salvador Allende para seu despertar político, sua tentativa de resgatar o legado ao bisavô, suposto guerreiro em prol de causas inspiradas também por Simón Bolívar – para contar entre uma linha e outra amenidades que desenham um ser humano.

UM HOMEM SIMPLES

Descobrimos, talvez já sabendo de um ou outro detalhe, que Chávez foi filho de professores de primária, que vendeu doces e frutas no semáforo, era leonino (“signo do poder”), recitava de memória poemas de Neruda e de Walt Whitman, foi pintor de quadros, músico de serenatas, jogador de beisebol e sempre um pouco obcecado em cada tarefa que se impunha.

De que serve tudo isso? Politicamente, de nada. Mas aí resgatamos a ideia de uma esquecida condição humana e lembramos que quem não resistiu a um câncer no último 5 de março foi uma pessoa.
A viagem de García Márquez no avião a Caracas se deu justamente a isso: descobrir o homem, sem ter que eliminar o personagem. “Me estremeceu a inspiração de ter viajado e conversado a gosto com dois homens opostos.
Um a quem a sorte inveterada oferecia a oportunidade de salvar seu país. E o outro, um ilusionista, que podia passar à história como um déspota mais”, conclui o escritor

(transcrito do site Pátria Latina)

27 de março de 2013
(do portal Opera Mundi)

LULA TENTA EXPLICAR VIAGENS PATROCINADAS POR EMPREITEIRAS E AUMENTA A EXTENSÃO DA POLÊMICA

 

Perdendo o juízo – Dar explicações sobre escândalos não é o forte de Luiz Inácio da Silva, o que explica sua fuga contínua desde que a Polícia Federal flagrou Rosemary Noronha em um dos vértices do esquema criminoso de venda de pareceres, desbaratado durante a Operação Porto Seguro.

Sempre escapando dos jornalistas, Lula reduziu sobremaneira sua aparição na mídia, o que só ocorre por meio de notas divulgadas por sua assessoria e pelo instituto que leva o seu nome.

Responsável pelo período mais corrupto da história política nacional, Lula tem se enrolado a cada nova explicação sobre suas viagens ao exterior pagas por empreiteiras, o que não ilegal, mas é de imoralidade desmedida.

Em entrevista concedida ao jornal “Valor Econômico” e publicada nesta quarta-feira (27), Lula disse que as tais viagens serviram para “vender” produtos e serviços brasileiros no exterior.

“Se alguém tiver um produto brasileiro e tiver vergonha de vender, me dê que eu vendo. Não tenho nenhuma vergonha de continuar fazendo isso. Se for preciso vender carne, linguiça, carvão, faço com maior prazer. Só não me peça para falar mal do Brasil que eu não faço isso”, afirmou o ex-presidente.

Lula é um farsante conhecido que se esconde na pirotecnia dos seus discursos e nas desmerecidas honrarias que recebeu nos últimos anos por ter “redescoberto” o Brasil. O ex-metalúrgico conseguiu a proeza de arruinar a economia em menos de uma década e continua ajudando sua sucessora, Dilma Rousseff, mandar pelo ralo a última década.

Vivendo em uma ainda democracia, Lula tem o direito de dizer o que bem quiser, mas não pode desdenhar a capacidade de raciocínio da população. Esse bisonho conluio com as empreiteiras remonta aos financiamentos de campanha e advém dos contratos bilionários firmados com o governo federal. Até porque, a política não aceita inocentes em nenhuma parte.

27 de março de 2013
ucho.info

DECLARAÇÃO DESTRAMBELHADA DE DILMA ROUSSEFF SOBRE INFLAÇÃO CASA MAL ESTAR NA CÚPULA DO BANCO CENTRAL

 


Curto-circuito – A saia justa saiu da África do Sul, cruzou o Oceano Atlântico e desembarcou em Brasília, mas precisamente no gabinete do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. Na manhã desta quarta-feira (27), a presidente Dilma Rousseff, que no país africano participa da Cúpula dos Brics, disse que “não acredita em políticas de combate à inflação que olhem a redução do crescimento econômico”, conforme noticiamos anteriormente.

Dilma, que já não sabe como lidar com a herança maldita deixada por Lula, foi além em suas declarações. “Esse receituário que quer matar o doente, em vez de curar a doença é complicado. Vou acabar com o crescimento no país? Isso está datado. Isso eu acho que é uma política superada”, completou a nada diplomática mandatária verde-loura.

Mais tarde, o presidente do Banco Central veio a público para marcar território e esclarecer as palavras desastradas da presidente, que, dizem, é economista. Em entrevista ao “Estadão”, Tombini disse que as palavras de Dilma Rousseff foram entendidas de maneira equivocada. Segundo o presidente do BC, a própria Dilma pediu para que “mal entendido fosse desfeito e que não há tolerância em relação à inflação”, reforçando que, se necessário, os instrumentos de política monetária serão usados para combater o mais temido fantasma da economia.

“De inflação fala a equipe econômica. Em relação à política de juros, fala o Banco Central”, declarou Alexandre Tombini, reforçando ser essa a posição de Dilma Rousseff. Horas depois, o Blog do Planalto publicou uma declaração da presidente: “Foi uma manipulação inadmissível de minha fala. O combate à inflação é um valor em si mesmo e permanente do meu governo”.

Fato é que Dilma, do outro lado do Atlântico, precisou correr para estancar uma crise que poderia levar o governo ao descrédito, em meio a um encontro de chefes de Estado em que o Brasil tenta vender uma realidade equivocada. A declaração inicial da presidente colocou em xeque a atuação de Alexandre Tombini, que possivelmente reclamou e, por que não, colocado o cargo à disposição.

Esse cenário em que declarações antagônicas dão o tom do cotidiano mostra que o governo está perdido em relação à condução da economia e que os brasileiros devem reforçar a cautela, porque o futuro nada tem de sombrio.

27 de março de 2013
Ucho.info

BANCO CONJUNTO FICA NO PAPEL E REFLETE DIFICULDADE DE INTEGRAÇÃO DOS BRICS

 


Morrendo na praia – A quinta edição da cúpula do grupo dos Brics – formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – chegou ao fim nesta quarta-feira (27) em Durban, na África do Sul.

E uma das principais expectativas antes do encontro, que seria a criação de um banco de desenvolvimento, ficou limitada a promessas e ainda não saiu de fato do papel.

O futuro banco de desenvolvimento do Brics está no relatório final do encontro, porém permanece indefinido como será a capitalização, mandato, seleção dos projetos a serem financiados, assim como a sede da instituição. E assim o grupo perdeu mais uma oportunidade de enviar um sinal ao Banco Mundial e ao Fundo Monetário Internacional (FMI), para além da mera retórica.

“Não é uma tentativa de oposição a esses órgãos internacionais, mas sim de criar um instrumento adicional ao FMI para socorrer os países dos Brics. É medida preventiva e chega no momento em que nenhum desses países está precisando de socorro e tem caixa para realizar o aporte financeiro”, opina Celso Grisi, professor de economia da Fundação Instituto de Administração (FIA).

O banco – que segundo especialistas deve demorar alguns anos para sair do papel – será provavelmente nos moldes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e, em princípio, terá como objetivo financiar projetos de infraestrutura dos países-membros e de outras nações em desenvolvimento.

Mais dificuldades à vista

Para isso, a ideia inicial é que cada país contribua com 10 bilhões de dólares – totalizando, assim, um capital inicial de 50 bilhões de dólares. O aporte inicial é considerado pouco pelos especialistas, mas, ao decorrer do tempo, poderia ser multiplicado. Além disso, um sistema parecido com o do FMI pode ser usado. Nele, os países que fazem os maiores aportes financeiros têm, automaticamente, maior poder de decisão.

“É um banco talhado para as nossas necessidades. Temos de estreitar laços e criar mecanismos de apoio mútuos. É um mecanismo de estabilidade que pode criar linhas recíprocas de crédito, fortalecendo a solidez do mercado internacional”, destacou a presidente Dilma Rousseff.

A criação de um banco depende de know-how para aprovar a liberação de créditos e avaliar os riscos dos projetos a serem financiados. Por essa razão, o Banco Mundial já afirmou que vai colaborar com a futura instituição dos Brics. Ao mesmo tempo, informou indiretamente que não existirá concorrência entre as instituições.

Para Thomas Matussek, diretor da Sociedade Alfred Herrhausen – uma organização do banco alemão Deutsche Bank – os países deveriam investir energias políticas em uma verdadeira reforma das atuais estruturas existentes, como FMI e Banco Mundial, em vez de criar um banco. “Eles deveriam colocar em prática as reformas, e não fazer concorrência entre as instituições”, frisou.

A sinalização da criação do banco não representa muito, de acordo com Grisi. Para ele, a integração é ainda muito duvidosa: “A relação comercial do Brasil com a África do Sul não é muito extensa, a relação com a Rússia é marcada por conflitos protecionistas. Já a relação entre China e Rússia não é das mais felizes.”

Fundo anticrise emperra

Também não foi adiante o projeto de criação de um fundo comum anticrise, voltado para a superação de turbulências financeiras, em especial em países de moeda fraca como a África do Sul. Além disso, no futuro Brasil e China utilizarão mais suas próprias moedas no comércio biltateral, em vez do dólar americano. O volume anual dos negócios em reais e iuanes foi fixado no equivalente a 30 bilhões de dólares.

O maior avanço da cúpula em Durban foi a criação de um conselho econômico conjunto com 25 membros, para “agilizar a cooperação econômica e parcerias entre empresas e os países-membros”, como anunciou o presidente sul-africano, Jacob Zuma, durante o lançamento oficial do projeto.

Um dos focos das atenções em Durban foi o novo presidente chinês, Xi Jinping, que escolheu a África para sua primeira viagem oficial no cargo. Antes de participar da cúpula, ele visitou a Tanzânia, onde prometeu linhas de crédito para o continente no valor de 15 bilhões de euros e, ao mesmo tempo, procurou reduzir os temores dos africanos de supostas intenções hegemônicas por parte da China. Essa viagem é avaliada por diversos observadores como um sinal do recente interesse estratégico de Pequim pela África.

Após a decepcionante conclusão da conferência, peritos e analistas exigem passos concretos. Ruchir Sharma, especialista em Brics do Morgan Stanley Bank, criticou o “grau considerável de paciência” dos líderes do grupo, diante dos déficits de crescimento em alguns dos países-membros. “Sinto falta de um espírito de urgência, no sentido de ‘precisamos voltar a impulsionar o crescimento’”, comentou.
 
Jabu Mabusa, do Conselho Econômico Sul-Africano, bateu na mesma tecla. “Precisamos ser agora inovadores e perceber a urgência, de modo a traduzir possibilidades em termos de desenvolvimento real e campos de negócios reais”. E Glenn Ho, especialista em assuntos chineses da rede internacional de firmas de auditoria e assessoramento econômico KPMG, reivindicou que as reservas de divisas dos países do Brics, em especial da China, sejam agora direcionadas “ao fomento de pequenas e médias empresas”.
 
A cúpula se encerrou nesta quarta-feira com um encontro entre os líderes dos Brics e representantes da União Africana e chefes de Estado africanos, com o fim de deliberar sobre medidas voltadas para a infraestrutura e industrialização. Mas um plano conjunto, ainda não concretizado, de países que ainda têm uma série de diferenças a resolver. (Do Deutsche Welle)

27 de março de 2013
Ucho.info

O DINHEIRÃO DE DILMA É CONVERSA PARA BOI DORMIR

 
Conversa pra boi dormir
Na intenção de roubar a cena e ofuscar o governador Eduardo Campos em seu próprio terreiro, a presidente Dilma usou a estratégia do impressionismo. A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, anunciou R$ 3,1 bilhões em recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) para obras no Estado.
Do total, R$ 2,8 bilhões são do Governo Federal e R$ 330 milhões do Governo do Estado. Serão utilizados R$ 775 milhões na construção de adutoras e barragens e na próxima etapa da Adutora do Pajeú.
O Porto de Suape contará com mais R$ 279 milhões que serão empregados na construção de dois novos terminais, um de Cocaia e outro para contêineres. Serão realizadas também obras de dragagens. Belchior também anunciou investimentos para duas obras rodoviárias no valor total de R$ 1,65 bilhão.
Uma delas é a duplicação da BR-423, entre São Caetano e Garanhuns. A outra é a construção do Arco Metropolitano do Recife, que vai gerar um caminho alternativo da BR-101, beneficiando a Região Metropolitana e facilitando o acesso ao Porto de Suape e a nova fábrica da Fiat, que deverá ser instalada em breve.
A ministra do Planejamento também confirmou a concessão de incentivo tributário de R$ 4,5 bilhões e incentivo financeiro de R$ 2,5 bilhões a juros negativos para a instalação da fábrica. Nunca se viu tanto dinheiro!
E quando a esmola é grande o cego desconfia. E desconfia com razões! Basta dar uma olhada nas obras federais no Estado. Quando não estão praticamente paradas, a exemplo da Transposição e da refinaria de Suape, andam a passos de tartaruga, como o polo de hemoderivados em Goiânia.
Isso sem falar na duplicação da BR-101 e em todos os projetos de irrigação do São Francisco. Se o Governo não tem dinheiro para acabar o que já está tocando, por que anunciar mais recursos e novos projetos que vão ter o mesmo destino?
Por uma razão muito simples: Dilma já está em campanha há muito tempo e não quer ouvir falar na candidatura de Eduardo. Por isso, se voltou para o Nordeste.
SÓ PARA GANHAR– Deu no O Globo de ontem: “O governador Eduardo Campos só vai decidir sobre a sua candidatura à Presidência da República no ano que vem. Aos políticos e empresários que conversaram com ele, tem afirmado: “Se eu for candidato é para ganhar as eleições”. Não será para preparar 2018. Nunca fiz eleição teste”.
Pulga atrás da orelha - A desconfiança na liberação de tanto dinheiro para Pernambuco tem lá seus precedentes. Que o digam os criadores de gado. O Governo Dilma fez tanta propaganda, garantindo que a Conab distribuiria milho para salvar o rebanho ameaçado, mas nem 30% dos criadores tiveram acesso ao programa. Resultado: o rebanho está sendo dizimado pela seca.
 
A diferença - O presidente do PSDB de Minas Gerais, Marcus Pestana, foi acionado pelo pré-candidato do PSDB ao Planalto, Aécio Neves, para entrar na guerra com o PSB, que disputa o apoio de partidos de oposição para Eduardo. “Aécio está se reunindo com empresários e conversando com partidos, como Eduardo Campos. A diferença é que ele não publica a agenda no facebook”.
Rumo ao socialismo - Ex-líder do Governo João da Costa na Câmara do Recife, Josenildo Sinésio está de passaporte carimbado para o PSB, com a missão de atrair mais petistas insatisfeitos com o rumo do partido no Estado para o palanque do governador Eduardo Campos, caso este venha de fato a disputar à Presidência da República.
Falou grosso! - Um dia após a presidente Dilma anunciar R$ 279 milhões para Suape, o governador Eduardo Campos foi a Brasília, ontem, contrariar o Governo. Em depoimento no Senado, durante audiência sobre a MP dos Portos, afirmou que foi pego de surpresa e que vai trabalhar para retirar o porto pernambucano das regras impostas pela MP 595. Resta saber como Dilma reagirá!
27 de março de 2013
Magno Martins