"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 9 de novembro de 2012

AEROPORTOS EM ALERTA PARA EVITAR A FUGA DE JOSÉ E DEMAIS CONDENADOS


No mesmo dia em que determinou que os condenados pelo mensalão entregassem passaportes, o ministro do STF Joaquim Barbosa ordenou que os 25 nomes fossem incluídos na lista de "procurados e impedidos" da Polícia Federal nos aeroportos. O objetivo é impedir que qualquer um deles fuja do país. No documento enviado anteontem ao Ministério da Justiça e à PF, Barbosa decretou a proibição dos réus de saírem do país "sem prévio conhecimento e autorização do Supremo Tribunal Federal". Ele também havia pedido para que fossem informadas "todas as autoridades encarregadas de fiscalizar as saídas do território nacional".

O procurador-geral, Roberto Gurgel, disse também que as autoridades que fiscalizam as fronteiras serão avisadas. O ex-ministro José Dirceu classificou a decisão de reter os passaportes como "puro populismo jurídico" e violação dos direitos dos réus. O petista fez em seu blog duras críticas a Barbosa. "A decisão do relator (...) é puro populismo jurídico e uma séria violação aos direitos dos réus ainda não condenados, uma vez que o julgamento não acabou e a sentença não transitou em julgado", escreveu Dirceu, que chamou a medida de "exagerada". Segundo o ex-ministro, o argumento de Barbosa afronta a liberdade de expressão e o direito de defesa dos réus.

Ao proferir sua decisão, anteontem, o relator, sem citar nomes, disse que alguns réus "deram impressão de serem fora do alcance da lei". Dirceu reagiu afirmando que nunca desrespeitou o STF, "uma vez que lutei pela nossa democracia, mesmo com risco à minha própria vida". "Nenhum ministro encarna o Poder Judiciário -não estamos no absolutismo real. Nenhum ministro encarna a nação ou o povo -não estamos numa ditadura", disse. À noite, o STF informou que nenhum dos condenados havia entregue o passaporte ontem. Eles têm prazo de 24 horas após a notificação.
 
(Folha de São Paulo)
 
09 de novembro de 2012
in coroneLeaks

A LISTA

UMA INFORMAÇÃO INTERESSANTE DE 02 DE ABRIL DE 2009...

Tadinha da Suécia!!!
Título da inacreditável Agência Brasil:Brasil é vanguarda em instrumentos públicos de informação para o cidadão
(curiosamente uma notícia não encontrada...)

A notícia trata do projeto de lei que será enviado ao Congresso até o final deste mês tratando do direito de acesso a informações públicas. O que é muito legal, porque é o cumprimento de uma promessa que o Lula fez em 2006 para entregar em 2007. E é mais legal ainda porque vários países, incluindo o Zimbábue e o Uruguai, já fizeram lei de acesso antes do Brasil.

Veja só: a Suécia tem uma lei de acesso desde 1766. Há dez anos, é possível solicitar até os e-mails de autoridades porque eles são considerados documentos públicos. Os Estados Unidos têm lei de acesso desde 1966. O primeiro ato do Obama foi mandar que a Justiça tivesse sempre em conta o princípio de que a prioridade é a informação chegar ao cidadão.

Aqui, na VANGUARDA dos instrumentos públicos de informação segundo a inacreditável Agência Brasil, nem o Senado sabe direito quantos diretores tem. Imagine o cidadão. Pior: a Transparência Brasil foi repetir neste ano o estudo feito em 2007 e 2008 sobre os orçamentos dos Legislativos. Deu com o nariz na porta em alguns lugares. E olha que estamos na VANGUARDA.

Tadinha da Suécia, onde eu pedi pra ver os documentos da entrada da minha tataravó no navio e pude folhear os originais (de 1891) em 15 minutos. A Suécia ainda tem muito a aprender com o Brasil.


09 de novembro de 2012
in e você com isso

UMA LEI PARA A INTERNET - 3

 

Conflito e confusão não faltam na ausência de uma Lei para a internet no Brasil. IP quer dizer Identificação Pessoal do seu computador. Cada computador tem um número e através dele você jamais estará incógnito na rede. VoIP significa o tráfego de voz ou uma ligação telefônica feita por computador que hoje pode-se realizar gratuitamente através de serviços como o Skype. Acontece que as teles torcem o nariz e não gostam nem um pouco dessa história.

Por elas, esse tipo de serviço deveria ser pago também. Isso para não falar em aplicativos como o VIBER em que você consegue falar através de ligações gratuitas para qualquer lugar do mundo, desde que seu interlocutor tenha baixado no seu celular o mesmo aplicativo, e enviar SMS na quantidade que desejar. Tudo isso sem pagar um tostão a ninguém. Existem dezenas de aplicativos como esses no mercado. É uma briga de gigantes que nem a Anatel, Agência Nacional de Telecomunicações, órgão criado pelo governo para ser a agência reguladora do setor de telecomunicações no Brasil, consegue resolver.


Permanece, exatamente como foi durante muitos anos, a dúvida de quem iria cuidar dos jacarés brasileiros. Como ele é anfíbio, os legisladores das primeiras normas ambientais, em meados do Século XX, esqueceram-se de definir quem iria cuidar do bicho. E ficou a confusão: era o setor que cuidava de florestas ou o que cuidava do setor aquático? Com a importância que o meio ambiente, como um todo adquiriu nas últimas décadas e as atualizações realizadas nas leis e normas ambientais, o jacaré acabou por encontrar proteção específica no IBAMA, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente.


Com a internet não esta sendo diferente. Os ajustes realizados pelo relator do projeto, o Deputado Federal Alexandre Molon (PT-RJ), e que tramita no Congresso Nacional em Brasília com o nome de Marco Civil para a Internet, foi acrescentado ao texto algo como “neutralidade na rede”, em que nenhuma empresa poderá diferenciar serviços e usuários na rede”. Isso se refere, entre outros assuntos, às operadores de telefone que tentam e conseguem colocar dificuldades no uso do sistema de trânsito de voz sobre IP para celulares. Tudo isso, como expliquei acima, porque o serviço é gratuito.


Essas questões foram abordadas em matéria assinada pelo jornalista Danilo Fariello, a partir de Brasília, pelo jornal O Globo, do Rio de Janeiro, na sua edição de 12 julho de 2012, no Caderno de Economia, página 26. A quem caberia mediar, ajustar e deliberar sobre tais conflitos? Perguntou a matéria do jornal O Globo.


No próprio Congresso Nacional há quem defenda que este assunto fique a cargo da Anatel. Outra corrente defende que o assunto fique na órbita do Conselho Gestor da Internet no Brasil, o CGI.br que a exemplo de todos os países do mundo, possui um conselho gestor para a internet. O nosso foi criado no ano de 1995 e reúne iniciativas ligadas ao setor com a participação do governo, empresas, gente do terceiro setor e especialistas.


Nos ajustes realizados pelo Deputado Molon como relator do Marco Civil para a Internet o governo defende que o CGI tenha menos poder de que anteriormente lhe foi atribuído na versão que partiu do Centro de Tecnologia e Sociedade da Fundação Getúlio Vargas, a FGV, do Rio de Janeiro. Por este Centro, nas palavras de seu técnico Bruno Magrani o CGI deveria atuar como órgão consultivo. Na ocasião o Deputado Molon declarou ao repórter Fariello que iria defender “ um papel para o CGI mais preciso, de forma que não se possa alegar que ele vai avançar para além do seu papel”. Ora, esta declaração do Deputado não quer dizer nada, mas pode muito bem ser entendida como a defesa de mais poder para a Anatel como deseja o Executivo Federal. O Deputado Molon conclui na mesma matéria publicada pelo jornal observando que o texto final traz novidades “também para garantir mais transparência dos termos de uso dos provedores e normas menos controversas para a remoção de conteúdo a pedido de pessoas, que por exemplo, se sintam caluniadas por informação disponível na rede”.


O Deputado Molon concluiu seu parecer e iria encaminhar o projeto para votação em plenário no final de julho passado. Mas veio o recesso do Congresso Nacional acompanhado das campanhas para as eleições municipais de outubro, dia 7, de 2012. Até lá não haverá quorum para se votar nada no Congresso.


De tudo que li e pesquisei sobre as contribuições que foram incorporadas ao Projeto de Lei conhecido como Marco Civil da Internet para ele serão destinados todo tipo de delito na rede. Fica difícil conceber numa mesma Lei as penalidades previstas para assuntos eminentemente técnicos, como é o caso do VoIP, a reclamações sobre sites de compras. Alguns destes defendem abertamente que eles não devem ter um telefone disponível para os usuários pois não se encaixam na prática de prestadores de serviços. Se um site de compra e venda não se considera um prestador de serviço é necessário que exista um artigo de uma Lei, específico, sobre este assunto para que o consumidor não fique ao Deus dará como se encontra atualmente nesse caso.


Esse é apenas mais um aspecto a merecer do Congresso Nacional mais atenção e mais estudos e uma busca de contribuições mais abrangente antes da votação do Marco Civil. Pelo andar da carruagem o projeto será alcançado por aqueles grupos de poder na área empresarial e por outros que conhecem os escaninhos do Congresso na hora de defender seus interesses.


A imensa parte da população, aquela que é apenas usuária dos serviços continuará dependendo do entendimento genérico do Poder Judiciário para se defender se por acaso tiver seus direitos violados. E necessitará também de um bom advogado para esquadrinhar leis e códigos em busca de enquadramento para a sua queixa.
 
09 de novembro de 2012
aleluia hildeberto

GARGALHADAS VINGADORAS

 

Tenho muito respeito e gratidão por quem me faz rir. Dou imenso valor aos comediantes que se expõem a todos os ridículos e constrangimentos só para nos divertir e alegrar. Acredito que rir, principalmente de si mesmo, ou refletido e identificado num personagem, ajuda muito a viver as durezas do cotidiano e a enfrentar as fraquezas e precariedades da condição humana.

Ao mesmo tempo, acredito na força devastadora do humor como arma de crítica, que pode ser mais potente e eficiente do que a força bruta, porque é capaz de destruir pelo ridículo e pelo riso os mais sérios e sólidos adversários. Porque basta ser humano e viver a vida para ser uma potencial fonte inesgotável de piadas e deboches para qualquer um com senso de humor e de crítica.

Mas o humor também é amor: já fiz os papéis mais ridículos só para divertir minhas filhas. E também pode ser rancor, dos que sempre perguntam "tá rindo de quê?"

Muitas vezes uma saraivada de piadas engraçadas pode ser mais contundente do que discursos inflamados. Mas as piadas têm que ser boas, e bem contadas, porque piada é timing. E não há nada mais triste do que piada mal contada, quando é gaguejada e perde o tempo e a graça.

Outras piadas só aparecem com o tempo. Hitler e Mussolini eram adorados pelas multidões nazi-fascistas como deuses olímpicos e épicos, mas hoje suas figuras grotescas gesticulando e gritando seus discursos histéricos são ridículas e hilariantes. Pena que tanta gente morreu para que se pudesse rir em liberdade.

O humor e as piadas corrosivas - porque engraçadas - tiveram um papel muito importante na resistência democrática, desmoralizando o autoritarismo e a truculência da ditadura e fustigando os políticos onde mais lhes dói, no orgulho e na vaidade, com piadas e apelidos devastadores e gargalhadas vingadoras.

O humor não é o forte dos políticos, mas justiça se faça a esse talento de Paulo Maluf. Ouvir aquela inconfundível voz nasalada cantando "olê olê olê olá, Lu-lá, Lu-lá" fez o Brasil gargalhar e teve uma carga de crítica política mais poderosa do que qualquer discurso da oposição. Ou da situação.

09 de novembro de 2012
Nelson  Motta, O Estado de S.Paulo

O BOM TIO SAM

Dora Kramer
Cada país tem suas peculiaridades, o que se aplica também na política. Não se trata, portanto, de dizer que o Brasil deveria copiar um modelo que está a léguas de distância da perfeição e é alvo de pressões internas por mudanças, mas há aspectos na eleição presidencial dos Estados Unidos que são de admirar.

A começar pelo processo de escolha dos candidatos, com as eleições primárias nas quais se expressa o vigor dos partidos no envolvimento dos delegados de base e do intenso debate que se dá ao longo de praticamente um ano antes das eleições. Cumprida essa etapa, democratas e republicanos mergulham na campanha do escolhido.

Por aqui as prévias, quando existem, são instrumentos da cúpula, fator de divisão nos partidos e, não raro, de derrota nas urnas.

Outro ponto são os debates: nos EUA pautados pelo embate livre sem restrições de questionamentos nem as amarras que tornam os nossos maçantes, ensaiados, tão assépticos quanto a propaganda política financiada pelo contribuinte. Até porque não são considerados programas jornalísticos e devem obediência à lei eleitoral.

É de se apontar também o apoio dos veículos de comunicação a esse ou àquele candidato. Nos Estados Unidos não é visto como ato condenável, mas como um dever de transparência para com o público consumidor de informações.

Os principais jornais e revistas americanos marcaram posição em prol de Barack Obama ou de Mitt Romney em seus editoriais sem que os partidos ou as campanhas dos candidatos vissem nisso sinais de "conspiração", muito menos de indicativo à necessidade de "controle social da mídia".
Tampouco a ilegalidade permeia o sistema de arrecadação de recursos para as campanhas.

Por fim, o voto facultativo, quase uma regra geral entre países civilizados. À ausência da reserva de mercado garantida pelo voto obrigatório, os candidatos a homens mais poderosos do mundo correram até o último minuto atrás de motivar o eleitor a exercer seu direito de votar.
Detalhes que fazem uma boa diferença.

Café com leite. No auge do poder e do prestígio, Antônio Carlos Magalhães dizia que reunião sem a presença dele não valia. Descontada a arrogância, era verdade.

A mesma medida se aplica ao ex-presidente Lula como avalista de todos os acordos políticos firmados pelo PT. Por essa razão, da ausência dele no jantar de terça-feira entre a presidente Dilma Rousseff e a cúpula do PMDB, é possível extrair uma constatação.

A despeito da versão oficial, o encontro não serve para afirmar a imutabilidade da aliança entre os dois partidos na montagem da chapa de 2014 nem para assegurar respeito ao combinado para a eleição do comando do Congresso em 2013.

Para além da produção de uma "fotografia" e da criação de um fato com prazo de validade curto há a realidade. E esta ensina que são as circunstâncias, e não um jantar no Palácio da Alvorada, o fator determinante da manutenção de qualquer acordo.

O acerto firmado no Congresso depende de um freio de arrumação nas cada vez mais explícitas demonstrações de rebeldia nas bancadas petista e pemedebista em relação ao roteiro anteriormente escrito.

A aliança para 2014 está sujeita às conveniências do PMDB nos Estados e do PT no plano federal. De ambas as partes pode haver outras prioridades caso apareçam nomes suficientemente competitivos para ameaçar a reeleição de Dilma Rousseff.

Corda bamba. O sucesso de Joaquim Barbosa ameaça criar pernas e levar o relator a perder a cabeça.

O sentido da moderação é útil ao julgamento em curso e indispensável ao bom andamento dos trabalhos do Supremo que daqui a 15 dias presidirá.

09 de  novembro de 2012
Dora Kramer - O Estado de S.Paulo

YOANI SÁNCHEZ E GUILLERMO FARIÑAS VOLTAM A SER DETIDOS EM CUBA

Blogueira havia anunciado via Twitter que faria visita a ativista preso

 

A ativista cubana Yoani Sánchez durante a inauguração do Clic festival, em junho, em Havana
Foto: AFP/ADALBERTO ROQUE
A ativista cubana Yoani Sánchez durante a inauguração do Clic festival, em junho, em Havana AFP/ADALBERTO ROQUE
 
HAVANA — Dois dos nomes mais conhecidos da oposição em Cuba, a blogueira Yoani Sánchez e o dissidente Guillermo Fariñas, foram novamente presos. De acordo com fontes opositoras na ilha, as detenções ocorreram nesta quinta-feira em Havana. No Twitter, o blogueiro pró-governo Yohandry Fontana confirmou as detenções que, segundo ele, ocorreram por “escândalo público e indisciplina social em frente a uma unidade de polícia”.

Yoani e Fariñas foram detidos durante mais uma onda de prisões de ativistas contrários ao governo do presidente Raúl Castro. Segundo o blog opositor Café Fuerte, baseado em Miami, também foram para a prisão o escritor Ángel Santisteban e o blogueiro Eugenio Leal, além de dissidentes que haviam sido presos durante a chamada Primavera Negra, quando 75 opositores foram detidos em março de 2003. As detenções também foram confirmadas pela Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional e o grupo Damas de Branco.

As prisões teriam ocorrido depois que dissidentes se juntaram para obter informações sobre a detenção da advogada Yaremis Flores, ocorrida na quarta-feira, relatou ao Café Fuerte Ailer González, coordenadora do site Estado de SATS, mais um da blogosfera opositora em Cuba. Ela, por sua vez, também estava presa e foi liberada por volta das 15h desta quinta-feira.

Rota anunciada no Twitter

E foi por volta desse horário que Yoani usou sua conta no Twitter pela última vez antes de ser detida. Na mensagem, ela comunicava a soltura de Ailer González e relatava que estava junto com outros opositores, entre eles Ángel Santisteban e Eugenio Leal, em busca de informações sobre o ativista Antonio Rodiles, um dos vários detidos.

“Agora estou a caminho da Estação de Polícia de Acosta, onde está preso arbitrariamente o ativista Antonio Rodiles”, escreveu Yoani por volta das 14h desta quinta-feira.

No dia 4 de outubro, Yoani passou 30 horas detida depois de ser presa em Bayamo, no leste de Cuba, onde cobriria para o jornal “El País” o julgamento do espanhol Ángel Carromero, acusado pela morte do ativista Oswaldo Payá num acidente de carro, em julho. Solta, a blogueira contou ter recusado comida ou água durante a detenção.

09 de novembro de 2012
O GLOBO

BARBOSA ORDENA INCLUSÃO DOS CONDENADOS NA LISTA DE PROCURADOS

Medida restringe a possibilidade dos réus do mensalão deixarem o país sem autorização


Ministro relator do processo do mensalão, Joaquim Barbosa
Foto: Agência O Globo / Givaldo Barbosa
Ministro relator do processo do mensalão, Joaquim Barbosa Agência O Globo / Givaldo Barbosa
BRASÍLIA - A partir de uma ordem do ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal incluiu o nome do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, do ex-deputado José Genoíno , do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e dos demais 22 réus condenados no processo do mensalão na lista do Sistema Nacional de Procurados e Impedidos (SINPI). A medida restringe a possibilidade de qualquer um dos réus de deixar o país sem autorização prévia de Barbosa. Na quarta-feira, o relator do processo determinou o recolhimento dos passaportes dos réus condenados e repreendeu duramente Dirceu por ter criticado o julgamento do mensalão, embora não tenha citado o nome do ex-ministro.
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"Na fase em que se encontra o julgamento, parece-me inteiramente inapropriada qualquer viagem ao exterior por parte dos réus já condenados nesta ação penal, sem conhecimento e autorização deste Supremo Tribunal Federal, ainda que o pronunciamento da Corte, até o momento, não tenha caráter definitivo", ordenou Barbosa. O SINPI contém a relação de todas as pessoas que, por problemas com a Justiça, não podem deixar o país. Na lista também constam os nomes de estrangeiros que impedidos de entrar no Brasil. Segundo a polícia, o sistema é consultado obrigatoriamente em aeroportos, portos e postos de fronteira antes da autorização para saída ou entrada de pessoas no país.

09 de novembro de 2012
Jailton de Carvalho, Estadão

"ESTOU MUITO ORGULHOSO DE TODOS VOCÊS".

 



Resumo do que disse o presidente Obama ao agradecer aos membros de seu staff de campanha:

Depois de lembrar como amadureceu quando fazia trabalho comunitário em Chicago, ele continuou: “Tornei-me um homem durante aquele processo. Portanto, quando venho aqui e olho para vocês, o que me lembro de imediato não é que vocês me lembram a mim mesmo, mas o fato de que vocês são tão melhores do que fui em tantos aspectos”.

Sua voz treme com a emoção e ele acrescenta:

“Tenho certeza absoluta que vocês realizarão coisas fantásticas durante suas vidas. Aquilo que Bobby Kennedy chamava de ondas de esperança, como quando jogamos uma pedra num lago – essas são vocês.

(...) Foi por isso que antes dos resultados de ontem à noite eu senti que o trabalho que tinha feito ao concorrer tinha completado um círculo, porque o trabalho que vocês fizeram é que é importante. E estou muito orgulhoso disso. Estou realmente muito orgulhoso de todos vocês”.

Aos 3 minutos e 42 segundos de sua fala, Obama chorou.

Mas disse ainda antes de concluir: “Tudo de bom que nós venhamos a fazer nos próximos quatro anos empalidecerá em comparação com o que vocês realizarão nos anos que virão depois desses. E essa tem sido minha fonte de esperança. É por isso que quando alguém me pergunta como é que aguento isso ou aquilo ou as frustrações de Washington, eu penso em vocês."
 
09 de novembro de 2012
in r. noblat

RIGOR CONTRA CORRUPÇÃO

 

Talvez porque será o presidente do STF dentro de dias ou porque sua função de relator ajuda a encaminhar as votações, o fato é que Joaquim Barbosa, com toda a sua inabilidade, está conseguindo dar o tom do julgamento do mensalão, seguindo quase que integralmente a posição do Ministério Público Federal, cujo chefe, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, está por trás da medida mais concreta de punição tomada até agora: a proibição aos réus já condenados de sair do país. A decisão não foi apenas a de entregar os passaportes, mas a comunicação ao Ministério da Justiça de que eles só podem viajar ao exterior consultando o Supremo.

Isso porque os advogados de defesa estavam considerando inócua a medida, pois é possível viajar por todos os países vizinhos usando apenas a carteira de identidade.

José Dirceu, condenado à espera da pena, classificou de “populismo jurídico” a tomada de seu passaporte antes da definição da pena e do trânsito em julgado do processo.

Mas o procurador-geral quer mais: está insistindo na proposta de que todos os condenados sejam presos imediatamente no final do processo e aguardem na cadeia os recursos que serão impetrados por suas defesas.
Quanto a essa medida, há uma divisão no plenário do STF, e parece uma tarefa difícil conseguir a maioria para a prisão imediata dos condenados, antes que o plenário julgue os recursos.

Há, no entanto, na maioria dos ministros, a certeza de que o julgamento é exemplar e o desejo de não permitir que os réus escapem de uma punição severa por brechas da legislação brasileira.

Até agora, todos os réus do chamado “núcleo operacional” pegaram penas que os levarão para a cadeia em regime fechado por um bom tempo, e tudo indica que essa tendência se repetirá nos chamados núcleos “político” e “financeiro”.

É bom lembrar que pesquisas anteriores ao julgamento mostravam a sociedade brasileira cética quanto aos resultados, ao mesmo tempo em que os principais acusados consideravam abertamente que o julgamento não se realizaria tão cedo ou que não seriam condenados.
Ainda repercute o comentário cínico do réu Delúbio Soares, que disse que o mensalão, ao fim de alguns anos, não passaria de uma piada de salão.

O fato de que banqueiros, empresários, políticos e ex-ministros de Estado estejam nos bancos dos réus, todos criminosos de colarinho branco, a maioria condenada à prisão fechada, é um sinal para a sociedade de que a impunidade está sendo superada pela aplicação rigorosa da lei.

Além da expectativa de que as decisões do Supremo repercutam nas instâncias inferiores de nosso Judiciário, há também a disposição de Joaquim Barbosa de colocar como prioridade sua à frente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) o combate à corrupção.

O sistema brasileiro, tanto no STF quanto no CNJ, é presidencialista, em decorrência de que o presidente tem o poder de pauta, que é muito grande. Não foi por outra razão que o julgamento do mensalão entrou na pauta do Supremo na presidência do ministro Ayres Britto, que queria se aposentar com o sentimento de dever cumprido.

Essa influência do presidente do STF tem a desvantagem, como analisa o jurista Joaquim Falcão, já citado na coluna, de descontinuar as políticas administrativas, tanto lá quanto no CNJ.

Gilmar Mendes, por exemplo, era a favor de que os julgamentos dos juízes fossem públicos quando estava no CNJ, já Cezar Peluso, no mesmo cargo, queria que todos estivessem sob segredo de Justiça. Já Nelson Jobim priorizou o combate ao nepotismo e o teto salarial, que não foram prioridades dos sucessores.

Voluntarista, irascível, e por isso popular, Barbosa está imbuído de uma missão e volta e meia dá sinal disso no julgamento. Anteontem, em meio a uma das mais sérias discussões com Marco Aurélio Mello, ele tentou voltar à votação argumentando: “É isso que a sociedade espera de nós.”

Teremos nos próximos anos um CNJ pró-ativo no combate à corrupção, sob a presidência de Barbosa, o que é um indício de que o mesmo espírito que dirigiu o julgamento do mensalão permanecerá comandando o Judiciário brasileiro.

09 de novembro de 2012
Merval Pereira, O Globo

FRASE DO DIA



"(Trata-se de) puro populismo jurídico e uma séria violação aos direitos dos réus ainda não condenados, uma vez que o julgamento não acabou."


José Dirceu, criticando a decisão do ministro Joaquim Barbosa de pedir a apreensão dos passaportes dos réus condenados na ação

09 de novembro de 2012

SE DEPENDER DE GURGEL, JOSÉ DIRCEU E SUA QUADRILHA PASSARÃO O NATAL NA CADEIA


O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou ontem que vai insistir no pedido de prisão imediata dos condenados assim que o julgamento terminar. "O que o Ministério Público vai defender, e já vem defendendo, é que não há motivo para que não se dê a execução definitiva imediata à decisão do plenário do Supremo Tribunal Federal." Gurgel explicou que deverá enviar uma nova petição ao Supremo, reforçando o pedido de prisão, feito pela primeira vez durante sua sustentação no plenário do tribunal, ainda no início de agosto. A tendência, segundo a Folha apurou, é que não prevaleça o pedido de Gurgel.

Para o procurador, com a retenção dos passaportes, pedida ontem pelo relator Joaquim Barbosa, as autoridades que fiscalizam a fronteira do Brasil também serão avisadas sobre o fato. "É uma medida corriqueira, prevista na legislação processual penal, que compreende não apenas a entrega dos passaportes pelos réus ao Supremo, como a comunicação às autoridades de fiscalização das fronteiras para que impeçam qualquer tentativa de saída do país", disse.

"É algo que tranquiliza, na medida em que é preciso lutar pela efetividade da decisão do Supremo." Gurgel também disse que não irá fazer nada, por enquanto, a respeito das novas declarações prestadas ao Ministério Público pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. Para o procurador, nada do que ele venha a dizer ou tenha dito pode ser utilizado no julgamento nem resultar em benefícios para Valério.
 
(Folha de São Paulo)
 
09 de novembro de 2012
in coroneLeaks

AÉCIO E CAMPOS: PERDER EM 2014 É SE CACIFAR PARA 2018


 
Ontem, Cid Gomes, governador do Ceará, do PSB de Eduardo Campos, resumiu tudo: "se 20 vezes eu tiver de escolher entre PT e PSDB, 20 vezes eu escolherei o PT". Ou seja: Campos vai correr a eleição contra o PSDB, em 2014 ou 2018. Tudo indica, no entanto, que já deverá sair candidato contra Dilma. O motivo é simples. O pernambucano é um ilustre desconhecido fora do Nordeste, ao contrário de Aécio Neves. Para ter projeção nacional, nada melhor do que ser candidato. Com um pouco de sorte, irá para o segundo turno. Se não for, apoiará Dilma, dentro da regra acima, estabelecida por Gomes. Contra o PSDB. Com Dilma eleita, Campos poderá virar um super ministro e se credenciar para o futuro. Terá um nome conhecido em todo o país.
 
Aécio, com mandato garantido no Senado até 2018, também não poderá ficar de fora em 2014, mesmo sabendo que será derrotado. Com o nome mais "nacionalizado" do que Campos, Aécio, um senador pífio, tem que aproveitar o mandato e ir para a vitrina, antecipando o duelo que terá contra Campos, depois da era Dilma. Não tem nada a perder, além de uma eleição que já se apresenta perdida para qualquer adversário da "presidenta". O seu único risco é perder Minas Gerais, pois naquele estado não possui candidato à altura entre os tucanos. Claro que, se for para uma campanha presidencial, poderá criar o seu próprio poste apelando para os ideais mais altos de Minas.
 
Esta aliança entre PSB e PSDB, ensaiada por Aécio e Campos, é para a política miúda das prefeituras. No plano nacional, os dois serão adversários em 2014 e em 2018. A única chance para estarem unidos é que Aécio Neves aceite ser vice de Campos, papel que nunca quis ter no PSDB. Ou que desista das suas pretensões presidenciais. Campos, que chegou agora, não vai desistir. Não tem nada a perder. Em confronto com o PSDB, o seu partido terá o PT como aliado. E provavelmente o PMDB, inimigo mortal de Aécio em Minas. Uma única coisa é certa: para terem chances em 2018, Aécio e Campos terão quer ser derrotados por Dilma em 2014.
 
Observação: já sei que virão muitos dizer que Dilma não vencerá em 2014, por uma série de motivos. Puro trololó. Ninguém, nem mesmo um poste, perde eleição contra esta oposição que aí está. Esta é minha única e definitiva resposta, contra a qual nenhum sonhador tem argumentos para contestar. Nossa luta, queridos e queridas, é para que o Brasil não acabe na mão do PT. O Brasil e a nossa democracia. Ganhar a presidência? Hoje, não tem como.
 
09 de novembro de 2012
in coroneLeaks

MENSALÃO II: A MISSÃO

 O julgamento propriamente dito acabou. Resta agora investigar o pai da cria: Lula


Ó... Esse é irmão do outro...

Acabado o julgamento do mensalão e restando apenas que os ministros passem a régua e terminem com o cálculo das penas (a famosa dosimetria), resta a nós rezar um pouco e reforçar o pedido do PPS para que o Ministério Público abra agora a investigação sobre o pai da cria: Lula.

Até onde eu sei, Lula só perdeu o dedo, não a visão. Então, essa história de que ele não viu, não sabe, não dá para engolir, e acredito que a grande maioria da sociedade também concorda com isso. Sei que aos defensores de Lula e do PT só resta nos atacar, e que ataquem. Mas o mais irônico é que quando eles atacam, é com paus, pedras e xingamentos. Não é com argumentos ou provas incontestáveis. Se elas existissem, tipo um laudo médico dizendo que Lula é surdo, ou ainda, que a acuidade visual do Lula é prejudicada ou ainda que ele sofre de uma doença rara que causa apagões na região da memória em casos de extrema tensão, eu poderia até me render e acreditar, mas não é o caso.

É como no ramo do narcotráfico, existem cargos e uma hierarquia. E seria como, por exemplo, o dono da terra onde se cultiva a cocaína dizer que achava que estavam plantando alfafa e brócolis. O Lula era o dono da terra. E como todo dono que se preza tem um braço direito e um esquerdo, para em casos de emergência o braço direito levar a culpa e assumir tudo – que nem foi o caso, pois esse braço se diz inocente – o braço direito do Lula era José Dirceu. É ele quem aparece como "o cabeça", mas nem tudo são flores e braços direitos. Sabemos que em algum lugar existe ainda alguém. Um maestro.

Sério, queria pela primeira vez na vida ver os amantes do PT e do Lula terem a dignidade de assumir que o mestre não é tão belo assim. As pessoas erram. Eu já errei. Você já errou. Ou vai errar. É inerente ao ser humano errar. Mas achar que Lula não é ser humano, é mais que isso, é deus, como definiu a ministra Marta Suplicy, não deveria tirar de vocês que os deuses (com letra minúscula tá, gente) também erram e devem ser punidos. Mas tenho certeza que com um bom terapeuta vocês podem se recuperar da decepção amorosa. A psicanálise hoje pode ajudar e muito. Em último caso pede um tarja preta, deita e chora.

09 de novembro de 2012
Claudio Schamis

OBSERVAÇÕES PERTINENTES DE CLAUDIO SCHAMIS

 


É chocante? É para chocar mesm

Tudo seca, menos a ganância de nossos políticos!

Mais uma denúncia para entrar na lista do clube da política inacreditável. O governo quando lança seus programas para favorecer os mais pobres e às vezes os miseráveis na dor da palavra, deveria deixar claro que o programa é só para beneficiar quem realmente precisa. Mas se isso fosse regra, de qualquer maneira iam dar um jeitinho de burlá-la. Eles sempre dão.

No Nordeste tem servidor público e empresários sendo beneficiados com ajuda do governo por causa da safra e da seca. É o Garantia Safra, que no caso deles, deve ser para garantir a safra de um novo modelo de carro, de uma nova viagem ao estrangeiro, do vinho tomado com arroz de pato num jantar casual, enquanto o agricultor que tem somente três garrafas PET cheias com o que se salvou da seca fica a ver a seca, porque navios só onde tem água, né?

Mas se roubam dinheiro de merenda escolar, roubar dinheiro de um pobre agricultor lá do interior do interior, que talvez nem apareça no mapa, talvez nem deem falta. Quem vai saber, né?

Existe uma praga a ser combatida: político-cupim. Eles geralmente dão quando se tem de um lado uma miséria ou um problema e do outro lado muito dinheiro sendo acenado para ajudar essas pessoas. É uma raça deplorável de político, mas que infelizmente o eleitor continua colocando lá dentro da Câmara, da Prefeitura, seja ele vereador, senador, deputado, prefeito, governador ou presidente. Ops..
Eu falei presidente? Ato falho.

A marca do governo Dilma, “Brasil Sem Miséria”, pode ser até bonita na foto, mas na prática vem enriquecendo quem não precisa e tirando de quem não tem quase nada.
Até as crianças – como se isso fosse novidade – também não escapam das garras desses malfeitores. Que na hora da campanha afagam e beijam e depois batem, pisam e matam.

Na Paraíba, as fraudes no Programa do Leite podem chegar a R$ 10 milhões. Em Pernambuco, as fraudes estão no Programa de Aquisição de Alimentos. Hoje é festa no “apê” de alguém.

Fora as fraudes e desvios de dinheiro, como se fosse “só isso”, moradores do Pará esperam por instalação de energia elétrica na região desde 2004. Ou seja, como você acha que essas pessoas vivem? E olha que no governo Lula existiu o programa Luz Para Todos. Mas como não tinha luz, não conseguiram enxergar o depois da vírgula que deveria dizer, “menos pra você, você, você e você”.

Mas fico pensando, pra quê luz? Pra quê levar mais informação a essas pessoas? Se formos contabilizar, será uma boa quantidade de votos certos, pois sem informação, é só chegar um “bom” candidato por lá, levar um caminhão de velas e prometer que se eleito ele dará luz à luz, numa espécie de concepção milagrosa.

Esse é o nosso Brasil, sil, sil, que nem todos veem, outros veem e não enxergam, e tem até o time que vê e PT, saudações.

A sanfona que foi calada!


Sem a devida vênia, a sanfona foi calada

Pode parecer besteira usar esse espaço para falar sobre um fato pequeno, mas não vejo nada pequeno aqui. O senador boa-praça Eduardo Suplicy, por quem tenho simpatia apesar de ser do PT, convidou o músico Chambinho do Acordeon, que interpreta Luiz Gonzaga no filme “Gonzaga de Pai para Filho” para tocar no Senado, mas a falta de bom senso e de tudo mais calou a sanfona de Chumbinho, que foi impedido de tocar pelo senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-PR), que presidia a sessão e alegou que a homenagem não tinha amparo no regimento.
Calaram uma sanfona na Casa do Povo.
Será que estava ou está no regimento que ter pessoas da índole, da estirpe, do agora ex-senador Demóstenes Torres é legal? Todos os malfeitos do Senado então estão no regimento interno, e deixar um músico tocar até para inaugurar a exposição que foi aberta no térreo do Palácio do Planalto, nesta terça-feira, 6, “O imaginário do Rei – Visões sobre o Universo de Luiz Gonzaga”.

É por essas e outras que afirmo sem medo: falta algo mais na Casa do Povo e na cabeça de alguns senadores.
Uma coisa que não deporia nem faltaria ao respeito ao Senado é ceifada de forma autoritária e impensada e outras coisas mais graves e sérias parecem não afetar tanto à Casa do Povo.


Eu também acho um absurdo R$ 951 pelo litro da gasolina. Mas tá pra nascer alguém que faça mais barato

Enquanto o Natal, o Carnaval não vem…

O Ministério Público está investigando uma possível fraude num convênio assinado entre a Secretária dos Esportes, em 2005, comandada pelo então deputado estadual Chiquinho da Mangueira, e a Associação Candido Mendes de ensino e pesquisa dentro do projeto “Viver Carioca”, que tinha como objetivo levar a prática de esportes para comunidades carentes.
Até aí tudo bem. Legal o projeto. Só que esqueceram de avisar que algumas bolas de futebol, por uma questão de logística, foram compradas de uma confecção. E além de ter sido paga a quantia de R$ 1 milhão para o aluguel de brinquedos, o preço pago pelo litro da gasolina foi de R$ 951. Essa deve ser das boas. Super-ultra-mega-hiper aditivada.

Chiquinho da Mangueira diz que não tem nada ver com nada. Eles nunca têm. No total, foram gastos no projeto, segundo informações apuradas pelo Tribunal de Contas do Estado, R$ 4,7 milhões.

Fora isso, tem mais o quê? Ah, a cota de R$ 7 milhões paga pela prefeitura carioca no show que Stevie Wonder vai fazer na Praia de Copacabana no Ano Novo. Como se não houvesse nada mais prioritário para se fazer aqui no Rio de Janeiro. Como se hospitais, escolas… ah, deixa pra lá, senão vai dar um outro texto.

Rapidinho…tem também a módica quantia de R$ 750 mil na contratação de Dudu Nobre para o projeto “Os mais belos sambas-enredos de todos os tempos”. Nada contra o samba. Nada contra Dudu. É nóis, Dudu…

Mas eu faço por menos. Onde eu assino?
Salvem as baleias. Não joguem lixo no chão. Não fumem em ambiente fechado.

09 de novembro de 2012
 Claudio Schamis