"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



domingo, 27 de maio de 2012

VEJA DÁ NOS DEDOS DE LULA OUTRA VEZ

A revista Veja não se emenda. Saiu neste fim de semana, informando que Luiz Erário da Silva teria se encontrado no dia 26 de abril com o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes para tentar adiar o julgamento do mensalão.

Diz a revista que, pela ajuda, Lula ofereceu a Mendes, blindagem na CPI do Cachoeira. A reportagem conta que Lula teria dito ao ministro que é "inconveniente" julgar o processo agora e foi mais adiante ainda, pois chegou a fazer referências a uma viagem a Berlim em que Mendes se encontrou com Demóstenes Fones.

Pelo que diz a Veja desta semana, Gilmar Mendes teria ficado irritado com as insinuações de Lula e disse que ele poderia "ir fundo na CPI".
Reprodução/Internet
Bons tempos aqueles dos segredos de liquidificador.

Quer dizer, Mendes devolveu a Lula o tal de "doa a quem doer" que o presidente de honra do PT pregou quando só pensava em tornar o escândalo Cachoeira maior que o mensalão, logomarca do seu tempo de governo.

A verdade é a seguinte, a revista Veja não se emenda e Lula, mal deixa de lado a bengala, recupera um fio de voz e também não se emenda. É o roto rindo do esfarrapado.

Os assessores de Lula até agora não tugiram nem mugiram. Devem estar todos no hotel Sol Bahia, lá em Salvador, tratando de encontrar uma mordaça para a liberdade de pensamento e de expressão.

Quanto a você, já está tão acostumado com esse tipo de comportamento que acha tudo muito natural. E deve ser mesmo. Afinal, o que pode significar um presidente aposentado cutucar, com jeito de chantagista, um ministro do Supremo Tribunal Federal, a mais alta corte de Justiça do país?!?

Provavelmente, nada. Culpada é a revista Veja que descobre essas coisas e as publica. Já está merecendo mesmo uma CPI só para ela.

Tá bom, CPI da Veja é implicância. Não há amparo legal para isso. Mas, Lula bem que poderia processar a revista por injúria, calúnia e difamação. Basta chamar o Márcio Thomaz Bastos, defensor das boas e mais rentáveis causas republicanas, ou não.
 
27 de maio de 2012
sanatório da notícia

MARCO REGULATÓRIO É A MÃE!!!

Sob a incansável batuta do maestro Lula, com letra e música de Dirceu e sua banda podre, neste fim de semana Franklin Martins, o Desafinado, foi orquestrar em Salvador, na Bahia, o III Encontro Nacional de Blogueiros Amestrados e patrocinados pelos organismos públicos.

Essa pandilha de sevandijas tem mais é que se catar. Marco Regulatório, uma pinóia! O que eles querem é amordaçar quem não escreve por linhas tortas como eles.


Marco Regulatório é a mãe! - exclamaria Henfil. Querem fazer hoje com a liberdade de expressão nesse império dos majoritários do PT, o que a Arena fez ontem com o Pasquim. O PT do Mal, esse do tal Novo Brasil é a Arena de hoje. Piorada.

Se têm azia ao ler, ou quando outros fazem isto por eles, então que façam um estoque de Sonrisal e usem os textos e os trâmites legais vigentes no Brasil para processar aqueles a quem chamam de detratores por injúria, calúnia e difamação. E aproveitem para praticar o esporte que mais gostam: exigir na Justiça ressarcimento pecuniário por danos morais e materiais.

Aproveitem a reportagem da revista Veja desta semana, mostrando quem é o Lula com azia quando não está de regabofe lá no Sírio Libanês, e entrem na Justiça pedindo compensação financeira, pela clássica imputação de injúria, calúnia e difamação.

Se a Veja está mentindo, então seria muito estranho - se não fosse comum na natureza de Lula - ele não se defender das acusações de uma abjeta e descarada tentativa de tráfico de influência, para não dizer ameaça de chantagem explícita para cima de um ministro do Supremo Tribunal Federal.


27 de maio de 2012
sanatório da notícia

COMO A CONSTRUTORA DELTA COMPROU O RIO DE JANEIRO

Filme sugerido por Eric Waechter
fernaslm
27 de maio de 2012

POLÍCIA MILITAR TENTA IMPEDIR CIRCULAÇÃO DA REVISTA "VEJA"


SÃO PAULO - A Polícia Federal teve de ser acionada na madrugada de ontem para garantir a distribuição dos 8 mil exemplares da revista Veja no Tocantins.
Para tentar impedir que a publicação chegasse às bancas, o governo do Estado mobilizou efetivo de 30 policiais militares. Armados de fuzis, os PMs ficaram de prontidão no Aeroporto de Palmas à espera do voo que levava a revista.
Os PMs tinham a missão de localizar e apreender os exemplares de Veja. A revista, no entanto, não faz parte da lista de veículos de comunicação censurados pela liminar do desembargador Liberato Póvoa.
Acionado na madrugada, o procurador da República Álvaro Lotufo Manzano requisitou apoio da PF para escoltar o carregamento do aeroporto até a distribuidora da revista em Palmas.
Uma equipe de reportagem da coligação Tocantins Levado a Sério, rival de Gaguim nas eleições, filmou toda a ação.
Fausto Macedo e Bruno Tavares, de O Estado de S.Paulo
27 de maio de 2012


PARA QUANDO TRAVESTIS NO JUDICIÁRIO?


O racismo no Brasil, hoje, é fundamentalmente negro. O racismo que antes existia, por parte dos brancos, era mitigado e jamais foi militante. Havia – e ainda há – quem não gostasse de negros, e isto a meu ver é direito de cada um. Isso de amai-vos uns aos outros é coisa de católicos. Eu amo quem me agrada amar. Não me vejo obrigado a gostar de ninguém, seja branco ou seja negro. Respeitar alguém como ser humano, detentor de meus mesmos direitos, isto sim. Mais não me peçam.

Desde há muito venho denunciando este racismo negro, que não ousa dizer seu nome. Já em 2006, eu comentava um monstrengo jurídico, de autoria do senador Paulo Paim, o projeto de lei n° 3.198/2000, também chamado de Estatuto da Igualdade Racial. Na ocasião, já fora aprovado pelo Senado e tramitava em regime de prioridade na Câmara dos Deputados. De uma só tacada, Paulo Paim extermina legalmente os mulatos do território pátrio: "para efeito deste Estatuto, consideram-se afro-brasileiros as pessoas que se classificam como tais e/ou como negros, pretos, pardos ou definição análoga".

Demorou mas chegou até nós. Está sendo introduzida legalmente no Brasil a classificação ianque, que só consegue ver pretos e brancos em sua sociedade e nega a miscigenização. Este sórdido projeto é antigo, fruto da exportação dos conflitos raciais dos Estados Unidos para um país onde o negro sempre conviveu bem com o branco, tanto que o mulato constitui um contingente considerável da população. Mal foi eleito, o Supremo Apedeuta saiu arrotando urbi et orbi que o Brasil era a segunda nação negra do mundo, depois da Nigéria.

Até mesmo uma pessoa aparentemente culta, como Celso Amorim, ministro das Relações Exteriores, prestou-se a corroborar o sofisma safado: "como declarou o presidente Lula, o estreitamento das relações com a África constitui para o Brasil uma obrigação política, moral e histórica. Com 76 milhões de afrodescendentes, somos a segunda maior nação negra do mundo, atrás da Nigéria, e o governo está empenhado em refletir essa circunstância". Ao colocar todos afrodescendentes no mesmo saco dos negros, o ministro demonstrou que, nos círculos do poder, mesmo homens cultos se dobram à bajulação.

Ora, segundo o IBGE, a população negra do Brasil, em 99, era de apenas 5,4%. Com o acréscimo de 39,9% do contingente de mulatos, o Brasil estaria perto de ser definido como um país majoritariamente negro, como aliás é hoje considerado por muitos americanos e europeus. Com o projeto do senador, não teríamos mais mulatos (ou pardos, no jargão do IBGE), mas apenas afro-brasileiros. O que os ativistas negros esquecem é que o mulato pode denominar-se tanto afro-brasileiro como euro-brasileiro. Tanto afrodescendente como eurodescendente. A tônica no afro tem intenções óbvias: aumentada artificialmente a população negra, torna-se fácil pressionar os legisladores para obter mais vantagens para os que não são brancos. Os ativistas negros no Congresso querem ganhar privilégios no tapetão da semântica.

Sensível ao apelo dos votos, o tucano Geraldo Alckmin encaminhou na época, à Assembléia Legislativa, projeto de lei que estabelecia o acréscimo de pontuação aos afrodescendentes no concurso público para a Defensoria do Estado. Após os Estados Unidos estarem abandonando a política das ações afirmativas, o governador paulista, em um gesto de mimetismo terceiro-mundista tardio, afirmava: "Estamos fortalecendo nossa proposta de ações afirmativas". É um modo de dizer.

O que Alckmin ignorou foi o artigo 5° da Constituição, que reza: "Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza". Alckmin era então visto como uma alternativa à permanência do Supremo Apedeuta no poder. Triste alternativa, a de um político que, em sua ambição de votos, começa sua campanha rasgando de uma penada a Constituição brasileira. Se já rasgava a Carta Magna enquanto candidato a candidato, podemos imaginar o que ousaria quando no poder.

Nas últimas décadas, os movimentos negros insistiram na idéia de que raça não existe, ser negro seria apenas uma questão de melanina. Quando começou a surgir no Brasil a infeliz idéia ianque de cotas, tanto para a universidade como para admissão em empregos públicos, assistimos a uma súbita reviravolta: raça agora existe e deve ser declarada. O malsinado projeto do senador gaúcho determinava que, em várias circunstâncias - no Sistema Único de Saúde, nos sistemas de informação da Seguridade Social, em todos os registros administrativos direcionados aos empregadores e aos trabalhadores do setor privado e do setor público - o quesito raça/cor seria obrigatoriamente introduzido e coletado, de acordo com a autoclassificação.

Se afirmar a existência de raças era sinônimo de racismo, a noção de raça passou a ser algo bom, digno e justo. Para a advogada Flávia Lima, coordenadora do Programa de Justiça da ONG Núcleo de Estudos Negros, em Florianópolis (SC), a classificação dos indivíduos segundo a raça pode ser um instrumento na luta contra o racismo. A obrigatoriedade de registro da cor seria um ponto positivo do Estatuto, já que permite investigações sobre racismo em diversas esferas da sociedade.

Se aprovado na Câmara este projeto infame, os negros e mulatos teriam carteirinha única, e esta jamais seria a de mulato. Imagine o leitor se um deputado branco sugerisse a instituição da carteirinha de negro. Seria imediatamente comparado a Hitler, que identificou os judeus com a tecnologia Hollerith de cartões perfurados da IBM.

Não sei que rumos tomou o projeto de Paulo Paim. Mas há dois anos foi aprovada a Lei n.° 12.888 – 20 de julho de 2010 – a qual instituiu algo também chamado de Estatuto da Igualdade Racial. Que visa obviamente a conceder aos negros mais direitos que os brancos. Com a oficialização do racismo no país por unanimidade pelo STF, com sua decisão de 26 de abril passado, foram dadas as bases para as reivindicações mais estapafúrdias dos movimentos negros.

Leio no Estadão de hoje que a Frente de Luta Pró-Cotas Raciais no Estado de São Paulo está pressionando por cotas raciais em concursos para juízes e procuradores públicos em SP, a antiga reivindicação de Geraldo Alckmin. Um abaixo-assinado, que será entregue às autoridades estaduais, reivindica cotas nas universidades, nos concursos de acesso ao serviço público, incluindo processos de escolha de juízes, procuradores, cargos de confiança.

Na avaliação da frente, as cotas sociais utilizadas na USP, Unicamp, Unesp e Fatec, não resolvem o problema da desigualdade entre negros e não negros. “Vários estudos apontam que a adoção de cotas raciais é o único meio capaz de mudar o perfil elitista de seus cursos”, afirma.

Há boas décadas eu me perguntava: uma vez garantido por lei o acesso dos negros à universidade, que acontecerá se não encontrarem lugar no mercado de trabalho? Eu mesmo respondia: seriam criadas cotas no mercado de trabalho. Sem me pretender profeta do óbvio, a reivindicação aí está. O que se pede, hoje, é que prova de negro valha mais que a de branco nos concursos públicos.

Ainda ontem, os líderes do núcleo LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros) do PT pretendiam se reunir com Fernando Haddad, pré-candidato do partido à Prefeitura de São Paulo, para apresentar idéias de combate ao preconceito na capital paulista. Se a reunião ocorreu, não sei. Mas entre as reivindicações dos militantes estava uma campanha de incentivo a professores transgêneros nas salas de aula, além da adoção do "kit-gay" como ficou conhecido o material do MEC.

Vamos deixar de preconceitos, gente! Para quando travestis no Judiciário?


27 de maio de 2012
janer cristaldo

TOME VEJA!!!


27 de maio de 2012

DEBOCHE!

ESCÂNDALO, ABSURDO E DEBOCHE: Lula sugere troca de favores a um ministro do STF e revela como tem pressionado outros membros da corte. Ex-presidente degrada as instituições

Caras e caros, o que vai abaixo é muito grave. Espalhem a informação na rede, debatam, organizem-se em defesa da democracia. O que se vai ler revela uma das mais graves agressões ao estado de direito desde a redemocratização do país.

Luiz Inácio Lula da Silva perdeu completamente a noção de limite, quesito em que nunca foi muito bom. VEJA publica hoje uma reportagem estarrecedora. O ex-presidente iniciou um trabalho direto de pressão contra os ministros do Supremo para livrar a cara dos mensaleiros. Ele nomeou seis dos atuais membros da corte — outros dois foram indicados por Dilma Rousseff. Sendo quem é, parece achar que os integrantes da corte suprema do país lhe devem obediência. Àqueles que estariam fora de sua alçada, tenta constranger com expedientes ainda menos republicanos. E foi o que fez com Gilmar Mendes. A reportagem de Rodrigo Rangel e Otavio Cabral na VEJA desta semana é espantosa!

Lula, acreditem, supondo que Mendes tivesse algo a temer na CPI do Cachoeira, fez algumas insinuações e ofereceu-lhe uma espécie de “proteção” desde que o ministro se comportasse direitinho. Expôs ainda a forma como está abordando os demais ministros. Leiam trecho. Volto em seguida.
(…)

Há um mês, o ministro Gilmar Mendes, do STF, foi convidado para uma conversa com Lula em Brasília. O encontro foi realizado no escritório de advocacia do ex-presidente do STF e ex-ministro da Justiça Nelson Jobim, amigo comum dos dois. Depois de algumas amenidades, Lula foi ao ponto que lhe interessava: “É inconveniente julgar esse processo agora”. O argumento do ex-presidente foi que seria mais correto esperar passar as eleições municipais de outubro deste ano e só depois julgar a ação que tanto preocupa o PT, partido que tem o objetivo declarado de conquistar 1.000 prefeituras nas urnas.
Para espíritos mais sensíveis, Lu
la já teria sido indecoroso simplesmente por sugerir a um ministro do STF o adiamento de julgamento do interesse de seu partido. Mas vá lá. Até aí, estaria tudo dentro do entendimento mais amplo do que seja uma ação republicana. Mas o ex-presidente cruzaria a fina linha que divide um encontro desse tipo entre uma conversa aceitável e um evidente constrangimento. Depois de afirmar que detém o controle político da CPI do Cachoeira, Lula magnanimamente, ofereceu proteção ao ministro Gilmar Mendes, dizendo que ele não teria motivo para preocupação com as investigações. O recado foi decodificado. Se Gilmar aceitasse ajudar os mensaleiros, ele seria blindado na CPI. (…) “Fiquei perplexo com o comportamento e as insinuações despropositadas do presidente Lula”, disse Gilmar Mendes a VEJA. O ministro defende a realização do julgamento neste semestre para evi¬tar a prescrição dos crimes.
(…)

Voltei

Interrompo para destacar uma informação importante. Na conversa, Lula insinuou que Mendes manteria relações não-repubicanas com o senador Demóstenes Torres. Quando ouviu do interlocutor um “vá em frente porque você não vai encontrar nada”, ficou surpreso. Segue a reportagem de VEJA. Retomo depois:

A certa altura da conversa com Mendes. Lula perguntou: “E a viagem a Berlim?”. Ele se referia a boatos de que o ministro e o senador Demóstenes Torres teriam viajado para a Alemanha à custa de Carlos Cachoeira e usado um avião cedido pelo contraventor. Em resposta, o ministro confirmou o encontro com o senador em Berlim, mas disse que pagou de seu bolso todas as suas despesas, tendo como comprovar a origem dos recursos. “Vou a Berlim como você vai a São Bernardo. Minha filha mora lá”, disse Gilmar, que, sentindo-se constrangido, desabafou com ex-presidente: “Vá fundo na CPI”. O ministro Gilmar relatou o encontro a dois senadores, ao procurador-geral da República e ao advogado-geral da União.

Retomando

Sabem o que é impressionante? A “bomba” que Lula supostamente teria contra Mendes começou a circular nos blogs sujos logo depois. O JEG — a jornalismo financiado pelas estatais — pôs para circular a informação falsa de que Mendes teria viajado às expensas de Cachoeira. Muitos jornalistas sabem que o ex-presidente está na origem de boatos que procuravam associar o ministro ao esquema Cachoeira. Ou por outra: Lula afirma ter o “controle político” da CPI e parece controlar, também, todas as calúnias e difamações que publicadas na esgotosfera. Sigamos.

Lula deixou claro que está investindo em outros ministros da corte. Revelou já ter conversado com Ricardo Lewandowski, revisor do processo do mensalão — só depende dele o início do julgamento — sobre a conveniência de deixar o processo para o ano que vem. Sobre José Antônio Dias Toffoli, foi peremptório e senhorial: “Eu disse ao Toffoli que ele tem de participar do julgamento”. Qual a dúvida? O agora ministro já foi advogado do PT e assessor de José Dirceu; sua namorada advoga para um dos acusados. A prudência e o bom senso indicam que se declare impedido. Lula pensa de modo diferente — e o faz como quem tem certeza do voto. Luiz Marinho, prefeito de São Bernardo e um dos porta-vozes informais do chefão do PT, já disse algo mais sério: “Ele não tem o direito de não participar”.

A ministra Carmen Lúcia, na imaginação de Lula, ficaria por conta de Sepúlveda Pertence, ex-ministro do STF e atual presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência da República: “Vou falar com o Pertence para cuidar dela”. Com Joaquim Barbosa, o relator, Lula está bravo. Rotula o ministro de “complexado”. Ayres Britto, que vai presidir o julgamento se ele for realizado até novembro, estaria na conta do jurista Celso Antonio Bandeira de Mello, amigo de ambos, que ficaria encarregado de marcar a conversa. Leia mais um trecho da reportagem
(…)

Ayres Britto contou que o relato de Gilmar ajudou-o a entender uma abordagem que Lula lhe fizera uma semana antes, durante um almoço no Palácio da Alvorada, onde estiveram a convite da presidente Dilma Rousseff. Diz o ministro Ayres Britto: “O ex-presidente Lula me perguntou se eu tinha notícias do Bandeirinha e completou dizendo que, “qualquer dia desses, a gente toma um vinho”. Confesso que, depois que conversei com o Gilmar, acendeu a luz amarela, mas eu mesmo tratei de apagá-la”. Ouvido por VEJA, Jobim confirmou o encontro de Lula e Gilmar em seu escritório em Brasília, mas, como bom político, disse que as partes da conversa que presenciou “foram em tom amigável”.

VEJA tentou entrevistar Lula a respeito do episódio. Sem sucesso, enviou a seguinte mensagem aos assessores: “Estamos fechando uma matéria sobre o julgamento do mensalão para a edição desta semana. Gostaríamos de saber a versão do ex-presidente Lula sobre o encontro ocorrido em 26 de abril, no escritório do ex-ministro Nelson Jobim, com a presença do anfitrião e do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, no qual Lula fez gestões com Mendes sobre o julgamento do mensalão”. Obteve a seguinte frase como resposta: “Quem fala sobre mensalão agora são apenas os ministros do Supremo Tribunal Fe¬deral”. Certo. Mas eles têm ouvido muito também sobre o mensalão”.

Encerro

É isso aí. Não há um só jornalista de política que ignore essas gestões de Lula, sempre contadas em off. Ele mesmo não tem pejo de passar adiante supostas informações sobre comprometimentos deste ou daquele. Desde o início, estava claro que pretendia usar a CPI como instrumento de vingança contra desafetos — inclusive a imprensa — e como arma para inocentar os mensaleiros.

As informações estarrecedoras da reportagem da VEJA dão conta da degradação institucional a que Lula tenta submeter a República. Como já afirmei aqui, ele exerce, como ex-presidente, um papel muito mais nefasto do que exerceu como presidente.
O cargo lhe impunha, por força dos limites legais, certos impedimentos. Livre para agir, certo de que é o senhor de ao menos seis vassalos do Supremo (que estes lhe dêem a resposta com a altivez necessária, pouco impota seu voto), tenta fazer valer a sua vontade junto àqueles que, segundo pensa, lhe devem obrigações. Aos que estariam fora do que supõe ser sua área de mando, tenta aplicar o que pode ser caracterizado como uma variante da chantagem.

Tudo isso para reescrever a história e livrar a cara de larápios. Mas também essa operação foi desmascarada. Por VEJA! Por que não seria assim?
Nem a ditadura militar conseguiu do Supremo Tribunal Federal o que Lula anseia: transformar o tribunal num quintal de recreação de um partido político.

27 de maio de 2012
Reinaldo Azevedo

GETÚLIO VARGAS, POR LIRA NETO

“Desde Vargas entrou-se no ciclo de concentração de poderes ao qual estamos agora submetidos”. Nivaldo Cordeiro comenta a biografia de Getúlio Vargas escrita por Lira Neto e a pesada herança do getulismo na política nacional.
Também analisa, em vídeo, os elogios que Marta Suplicy fez a Xuxa em artigo na Folha de São Paulo, após as declarações da apresentadora no programa Fantástico.

A Companhia das Letras fez chegar ao mercado o primeiro volume da biografia de Getúlio Vargas (Getúlio - 1882, 1930 - Dos anos de formação à conquista do poder), de Lira Neto, prevista para ser uma trilogia. Um grande feito editorial, narrado em detalhes no posfácio (que bem poderia ser um prefácio) do próprio autor. A editora apostou no projeto, financiou-o e pôs à disposição do autor os meios para realizar sua obra. O fato é inusual no nosso acanhado mercado editorial, no qual geralmente os editores são medrosos e argentários, fugindo do risco.
Não bastante, a editora precificou o volume em apenas R$ 52,50, um grosso volume bem encadernado, em excelente papel. Segundo a revista Veja a tiragem inicial foi de trinta mil exemplares, muito acima da média nacional. O livro é tão bom, o preço tão acessível e o personagem tão fascinante que deverá ser esgotada rapidamente. Se o autor está de parabéns pela iniciativa, mais ainda está o editor Luiz Schwartz. Que outros sigam o exemplo.
Lira Neto é já um consagrado escritor, autor da biografia de José de Alencar e da melhor feita sobre o Padre Cícero, seu trabalho anterior, que virou best seller . Ele é um pesquisador exaustivo e também um escritor talentoso. Sua narrativa lembra, em muito, aquela utilizada por Fernando Moraes ao escrever o já clássico Chatô - O rei do Brasil. Sem perder nunca o fio ele narra a vida do biografado intercalando diferentes momentos e diferentes episódios, criando um efeito parecido com aquele encontrado nos melhores livros policiais. O suspense é integral.
Mesmo se conhecendo a vida de Getúlio Vargas, a técnica narrativa prende o leitor de forma magnética. Eu simplesmente fui largando tudo que lia para poder dar cabo à leitura do excelente livro do Lira Neto. Um grande prazer e um suplemento adicionais de informações, não apenas biográficas, mas da política brasileira no período abordado. O painel feito é uma perfeição, acrescentando informações importantes sobre o que aconteceu naqueles momentos fatídicos do início do século XX, quando os destinos do Brasil foram moldados. Para o bem e para o mal, Getúlio Vargas tornou-se o principal responsável pela formação política que herdamos.
A chamada República Velha foi o período de transição entre o Império e os tempos contemporâneos. O Brasil era, de fato, uma federação e o poder central estava longe de ser o que é hoje, um força esmagadora de um Estado central. As liberdades eram maiores, tanto para as unidades políticas subalternas como para as pessoas. Desde Vargas entrou-se no ciclo de concentração de poderes ao qual estamos agora submetidos. Não seria mais possível, depois de Vargas, haver uma "revolução" por cima, a partir de um dos estados federados. A desproporção de forças é tamanha que algo como se viu em 1964 só é possível a partir da própria unidade central.
Getúlio foi um personagem fáustico, personificando o pacto que nosso país realizou. Sua própria morte trágica é sinal hiperbólico desse pacto. Não ao acaso o mantra do desenvolvimento - o desenvolvimentismo - deriva diretamente da intervenção getulista em nossa história. O desenvolvimentismo é a ideologia desse pacto, abraçada por todas as forças políticas desde então, fazendo do poder de Estado a alavanca motora. Getúlio chegou ao Rio de Janeiro para subir no promontório e ver sua obra fáustica se realizar, algo como narrado esplendidamente por Goethe em seu poema monumental.
O escritor que melhor retratou essa mudança na República Velha foi Guimarães Rosa. Grande Sertão, Veredas, Sagarana e Corpo de Baile são ambientados nessa época. Ler a obra do escritor mineiro em conjunto com a biografia de Getúlio, por Lira Neto, é altamente esclarecedor das metamorfoses pelas quais passou o Brasil, em consonância com aquelas vividas por todo o Ocidente.
Lira Neto, assim, ajuda-nos a compreender a nossa própria formação como Nação e esclarece pontos obscuros desse processo. Não fosse por outra razão, esta já seria suficiente para tornar seu belo livro um clássico, de leitura obrigatória por aqueles interessados em entender o Brasil.


Vídeo: Xuxa e Marta Suplicy

As declarações da Xuxa ao Fantástico e, depois, o reprise no Jornal Nacional, da Rede Globo, foi um momento deprimente da mídia brasileira. O objetivo é o Ibope, ou seja, o faturamento, e Xuxa ganhou muito dinheiro relatando suas próprias misérias pessoais.


Foi além, porque suas declarações são políticas no mais alto grau, pois alinhou-se com a agenda do marxismo cultural, cuja meta é a destruição da família tradicional.

Xuxa tem feito comércio de sexo desde que se fez adulta, ao estampar capas de revistas pornográficas, ao estrelar filmes pornográficos e ao fazer um programa infantil que, por décadas, erotizou as crianças.
Xuxa tem sido uma das grandes d
esencaminhadoras das crianças e agora foi adotada pela ícone maior do marxismo cultural entre nós, Marta Suplicy, que levou seu relato deprimente, sob elogios, às páginas da Folha de São Paulo.

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=bmXM7PegIUo


27 de maio de 2012
nivaldo cordeiro


LULA AVANÇA SOBRE O STF

QUE FIQUE CLARO! AVANÇO DE LULA SOBRE O STF É AINDA MAIS GRAVE DO QUE ESCÂNDALO DO MENSALÃO. É A MAIS GRAVE AGRESSÃO AO ESTADO DE DIREITO DESDE A REDEMOCRATIZAÇÃO. O DICIONÁRIO REGISTRA O QUE LULA TENTOU PRATICAR: “CHANTAGEM”!!!

Caros, é preciso dar à iniciativa de Lula, de tentar encabrestar o Supremo (ver post na home), a sua devida dimensão. Espalhem a verdade na rede. Um ex-presidente da República, chefe máximo do maior partido do país — que está no poder —, atuou e atua como chantagista da nossa corte suprema. Lula se coloca no papel de quem pode chantagear ministros do STF.

A reportagem que VEJA traz na edição desta semana expõe aquela que é a mais grave agressão sofrida pelo estado de direito desde a redemocratização do país — muito mais grave do que o mensalão!!!
Alguns setores da própria imprensa resistem em dar ao caso a sua devida dimensão, preferindo emprestar relevo a desmentidos tão inverossímeis quanto ridículos, porque se acostumaram a ter no país um indivíduo inimputável, que se considera acima das leis, das instituições, do decoro, dos costumes, do razoável e do bom senso. Quanto ao dito “desmentido” de Nelson Jobim, acho que o post publicado pelo jornalista Jorge Moreno (ver abaixo) fala por si mesmo.

Não há por que dourar a pílula. O que Lula tentou fazer com Gilmar Mendes tem nome nos dicionários: “chantagem”. O Houaiss assim define a palavra, na sua primeira acepção:“pressão exercida sobre alguém para obter dinheiro ou favores mediante ameaças de revelação de fatos criminosos ou escandalosos (verídicos ou não)”.

Atenção, minhas caras, meus caros, para a precisão do conceito: “verídicos ou não”!!! No “Grande Dicionário Sacconi da Língua Portuguesa”, aquele que já registra o verbete “petralha”, lemos:
“Pressão que se exerce sobre alguém mediante ameaça de provocar escândalo público, para obter dinheiro ou outro proveito; extorsão de dinheiro ou favores sob ameaça de revelações escandalosas”.

Atenção para a precisão do conceito: “mediante ameaça de provocar escândalo público”. A questão, pois, está em “provocar o escândalo”, pouco importando se com fatos “verídicos ou não”.
Aplausos para o ministro Gilmar Mendes, que não se acovardou! É bom lembrar que, pouco depois dessa conversa, seu nome circulou nos blogs sujos, financiados com dinheiro público, associado à suposição de que teria viajado à Alemanha com o patrocínio de Carlinhos Cachoeira.
Não aconteceu, claro! Mendes tomou as devidas precauções: comunicou o fato a dois senadores, ao procurador-geral da República e ao Advogado Geral da União. Poderia mesmo, dada a natureza da conversa e seu roteiro, ter, no limite, dado voz de prisão a Lula. Imaginem o bafafá!

Não é segredo para ninguém

As ações de Lula nos bastidores não são segredo pra ninguém. TODOS — REITERO: TODOS!!! — OS JORNALISTAS DE POLÍTICA COM UM GRAU MÍNIMO DE INFORMAÇÃO PARA SE MANTER NA PROFISSÃO SABEM DISSO! E sabem porque Lula, além de notavelmente truculento na ação política — característica que passa mais ou menos despercebido por causa de estilo aparentemente companheiro e boa-praça —, é também um falastrão. Conta vantagens pelos cotovelos. Dias Toffoli, por exemplo, é um que deveria lhe dar um pito. O ex-presidente e seus estafetas têm a pretensão não só de assegurar que ele participará do julgamento como a de que conhecem o conteúdo do seu voto.

Lula perdeu a mão e a noção de limite. Não aceita que seu partido seja julgado pelas leis do país, assim como jamais aceitou os limites institucionais nos quais tinha de se mover. Considera que a legalidade existe para tolher seus movimentos e para impedir que faça o que tem de ser feito “nestepaiz”.

Sua ação para encabrestar ministros do Supremo é, se quiserem saber, mais nefasta do que o avanço do Regime Militar contra o Supremo. Aquele cassou ministros — ação que me parece, em muitos aspectos, menos deletéria do que chantageá-los. O mensalão foi uma tentativa de comprar o Poder Legislativo, de transformá-lo em mero caudatário do Executivo. A ação de agora busca anular o Judiciário — na prática, o Poder dos Poderes.

Obrigação do Supremo

O Supremo está obrigado, entendo, a se reunir para fazer uma declaração, ainda que simbólica, à nação: trata-se de uma corte independente, de homens livres, que não se submete nem à voz rouca das ruas nem à pressão de alguém que se coloca como o dono da democracia — e, pois, como o líder de uma tirania.

Chegou a hora de rechaçar os avanços deste senhor contra as instituições e lhe colocar um limite. A Venezuela não é aqui, senhor Luiz Inácio. E nunca será! De resto, é inescapável constatar: ainda que haja ministros que acreditem, sinceramente e por razões que considera técnicas, que os mensaleiros devem ser inocentados, não haverá brasileiro nestepaiz que não suspeitará de razões subalternas. Pior para o ministro? Pode até ser, mas, acima de tudo, pior para o país.

Lula se tornou um vampiro de instituições. É um passado que não quer passar. É o Nosferatu do estado de direito!

27 de maio de 2012
Por Reinaldo Azevedo

UM GOVERNO INEFICIENTE E CORRUPTO, SEGUNDO O TCU

Talvez pareça um jogo de palavras a recomendação do Tribunal de Contas da União (TCU) a diferentes órgãos do governo de que, nos programas considerados essenciais pela presidente Dilma Rousseff, "adotem as medidas que se fizerem necessárias para que sejam efetivamente priorizadas as execuções das ações definidas como prioritárias no Plano Plurianual 2012/2015". A recomendação, no entanto, resume uma das características das administrações do PT que, pela persistência, se transformou em sua marca: a enorme distância entre o discurso e a ação, entre o plano e sua execução. Fala-se muito, mas faz-se pouco.

A recomendação de tornar prioritário o que se anuncia como prioridade é apenas uma das 40 feitas pelo TCU, que também fez 25 ressalvas, no relatório sobre as contas do primeiro ano do governo Dilma. O documento que foi enviado na quarta-feira (23/5) ao Congresso, que certamente aprovará as contas do Executivo, contém, como se lê em seu sumário, "elementos técnicos e informações essenciais para compreensão e avaliação do Executivo na condução dos negócios do Estado". É, por isso, subsídio importante para a sociedade analisar e julgar o desempenho do governo.

Embora tenha recomendado ao Congresso a aprovação das contas, o relatório emprega expressões como "anômalo", "desobediente", "incipiente" para se referir a partes das demonstrações econômico-financeiras encaminhadas pelo Executivo.

Algumas das falhas mais notórias da gestão Dilma, boa parte apontada também na gestão anterior do PT, estão resumidas no relatório. Do ponto de vista financeiro, por exemplo, o documento aponta a necessidade de melhoria do gasto público, caracterizado por problemas no planejamento e monitoramento das ações do governo, deficiente execução financeira de ações consideradas prioritárias e uso exagerado de restos a pagar - ou seja, despesas empenhadas, mas não pagas até 31 de dezembro e que, por isso, são transferidas para exercícios posteriores -, que dificulta a avaliação da execução orçamentária. Resumidamente, há falhas no planejamento das ações, no seu acompanhamento e na sua liquidação financeira.

Na área de infraestrutura, entre outros pontos que mereceram ressalva, o TCU destaca os riscos decorrentes do atraso do governo na definição das regras que serão aplicadas às concessões do setor elétrico cujos contratos vencerão a partir de 2015. Esses contratos representam 18% de toda a geração de energia elétrica no País e 84% da rede de transmissão e envolvem 37 das 63 distribuidoras existentes.

Das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) - cujos investimentos passaram dos R$ 504 bilhões iniciais (período 2007-2010) para R$ 1,4 trilhão até 2021 -, o relatório adverte para os atrasos na execução de obras consideradas estruturantes, o que pode comprometer a aplicação dos investimentos previstos e retardar seus efeitos sobre o crescimento da economia. O documento lembra que o término de algumas obras, como da Hidrelétrica de Belo Monte, por exemplo, antes previsto para 2014, já foi adiado para 2019 - e, poderíamos acrescentar, não há certeza de que o novo prazo seja cumprido. Em média, com os sucessivos repactuamentos, as obras do PAC têm atraso médio de 437 dias.

As causas desses e de outros atrasos, além da dificuldade de obtenção do licenciamento ambiental para muitos projetos, estão dentro do governo. Obras são iniciadas sem que haja projetos executivos de qualidade e adequados às exigências do processo licitatório, o que resulta na necessidade de revisões durante sua execução, provocando atrasos e aumento do custo. Obras da Copa do Mundo estão nesse caso. Além de projetos de má qualidade, o TCU apontou outro problema: "a baixa capacidade (do setor público) de gerenciar grandes obras de engenharia e projetos complexos.

Em resumo, o relatório expõe com argumentos fortes algumas deficiências administrativas do governo. O País ganharia muito se, desta vez, as ressalvas e as recomendações do TCU resultassem em melhor uso do dinheiro público. Mas o histórico dos governos petistas não justifica esse tipo de otimismo.
(Do Estadão)
 
27 de maio de 2012
in coroneLeaks

COLLOR FAZ DA CPI DO CACHOEIRA UM PALANQUE PARA RECUPERAR SUA IMAGEM POLÍTICA

Muito interessante a postura do senador Fernando Collor (PTB-AL), que está se transformando num dos destaques da CPI do Cachoeira. Não teve pudores e está acusando o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, de ter cometido crime de prevaricação e improbidade administrativa, por ter se “omitido” em 2009, no final das investigações da Operação Vegas, da Polícia Federal.

Os trabalhos do Congresso serão reiniciados amanhã em clima de tensão e expectativa, porque na sexta-feira Collor subiu à tribuna do Senado e anunciou que as respostas encaminhadas pelo procurador Gurgel à CPI comprovam os crimes que teriam sido cometidos por ele, no exercício da importantíssima função pública.

“O testemunho escrito enviado pelo procurador-geral em resposta às indagações feitas pela CPI constitui, isso sim, uma cabal comprovação daquela sua postura”, afirmou Collor, acrescentando que Gurgel afirma ter recebido em setembro de 2009 os autos do inquérito da Operação Vegas, analisou o material na época e não observou fatos que justificassem abertura de inquérito no Supremo Tribunal Federal.

O procurador alega que não remeteu os autos para arquivamento no Supremo, optando por sobrestá-los – numa tentativa de permitir a retomada futura das investigações.
Collor disse que, com essa postura, Gurgel reconheceu que deixou de apurar por quase dois anos as denúncias e tinha conhecimento da investigação de parlamentares pela Polícia Federal, e por isso deveria ter encaminhado os autos ao Supremo.

“Graças à omissão, essa organização criminosa do senhor Carlos Cachoeira pode atuar, livre e destemidamente, por 18 meses, sem ser perturbada. O fato é que o senhor Roberto Gurgel nada sobrestou, ao contrário, omitiu-se ou prevaricou, falhou com a verdade, ao afirmar a necessidade de se retomarem as interceptações telefônicas e outras diligências”, disse Collor, assinalando:

“No engavetamento da Operação Vegas, sem as formalidades legais, ou seja, com despacho de arquivamento, o procurador agiu de forma criminosa, já que um membro do Ministério Público que atua em qualquer entrância ou instância tem de agir nos estritos limites da legalidade. A resposta do procurador à CPI, invocando o instituto da ação controlada, para tentar justificar o seu ato ou o seu não ato, é um acinte ao Congresso Nacional.”

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VAZAMENTO

Collor ia bem em seu discurso, até que passou a acusar os subprocuradores da República de vazarem os autos do inquérito para a imprensa: “Esses processos da 11ª Vara Federal de Goiás, vale acentuar, estão sob segredo de Justiça e foram vazados por dois procuradores, a mando do senhor Roberto Gurgel.”

Collor se referia aos subprocuradores Léa Batista de Oliveira e Daniel de Rezende Salgado, que foram convidados a depor na CPI, mas recusaram o convite. Os dois são responsáveis pelas investigações da Vegas e da Monte Carlo, que resultaram na prisão de Cachoeira e de integrantes da suposta organização criminosa conduzida pelo empresário do ramo de jogos.

Se vazaram as informações, conforme Collor acusa, esses subprocuradores devem ser enaltecidos. Para o respeitável público brasileiro, não interessa se estão sendo cumpridas firulas da lei, o que interessa é o resultado, a transparência e a justiça.

Collor perder o poder, foi cassado e acabou absolvido por essas firulas da lei. Mas ninguém sabe o que foi feito dos recursos do Caixa 2 manipulado por PC Farias, que passaram – e muito – de um bilhão de dólares, segundo o próprio PC. Às vezes, recordar é viver, como diz a marchinha carnavalesca de Aldacir Martins e Macedo. E o Brasil não é um imenso carnaval?

QUANDO O HUMOR RETRATA A REALIDADE 13

CONSIDERAÇÕES CONFUSAS

Semana passada, quando da instalação da Comissão da Verdade, conseguiu a presidente Dilma Rousseff reunir seus antecessores ainda vivos. José Sarney, Fernando Collor, Fernando Henrique e Luís Inácio da Silva. Pena que Itamar Franco tenha morrido meses atrás e que Tancredo Neves, eleito, tivesse ficado impossibilitado de assumir.

A idéia da chefe do governo foi de dar ao país uma demonstração de unidade, apresentando figuras tão díspares como se estivessem unidas acima e além do ideal de rejeição à truculência e de apoio aos direitos humanos. Felizmente essa impressão não ficou sequer nas fotografias. Se um denominador comum pode ser tirado da cerimônia, conduz precisamente ao extremo oposto, quer dizer, ao constrangimento com que se reuniram e se deixaram fotografar.

Nem Sarney, nem Collor, sequer FHC e o Lula, empenharam-se em investigar o passado de excessos e horrores praticados durante o regime militar. Apenas ela, Dilma, transpôs a linha que separa o Brasil de seu passado. Se é verdade que Fernando Henrique assinou decreto mandando indenizar vítimas da tortura, e o Lula criou a comissão dos desaparecidos, também é certo que, contra os praticantes de crimes hediondos contra a pessoa humana, nenhum deles moveu um dedo.
Nem se fala dos dois primeiros ex-presidentes, que durante toda a ditadura atuaram como seus representantes. A barreira da Lei da Anistia blindou os quatro, como fornece à sucessora condições para não perdoar, para investigar e divulgar, mas jamais para punir.

Poderiam os ex-presidentes ter atuado para acionar a Justiça, inclusive mobilizando suas maiorias parlamentares no sentido da revogação da Lei de Anistia. Como Dilma Rousseff, também. Não o fizeram, os anteriores, como não fará a atual. Já se vão quase cinqüenta anos da deflagração do movimento militar que, para sair de cena, 21 anos depois, impôs condições e exigiu salvaguardas.

Não que fosse ameaçar com o retorno, inviável a partir de sua deterioração, mas capaz de impedir o ritmo da progressão democrática e até criar empecilhos ao elogiável desenvolvimento institucional que se seguiu. Justiça se faça, a partir de seu afastamento de cena, os militares mantiveram e tem mantido comportamento exemplar, mesmo engolindo sapos em posição de sentido. E apesar da vontade de uns poucos velhinhos postos na reserva, salvados do incêndio do autoritarismo, sem influência efetiva na continuidade da corporação.

Todas essas confusas considerações se fazem por conta de um objetivo que exalta Dilma sem denegrir seus antecessores, apesar de mostrar-lhes a fragilidade: chega, mesmo sem perdão! O tempo passou, o Brasil é o mesmo, ainda que os objetivos e as condições sejam outras.
Reviver os idos da truculência não deve nem pode reabrir feridas que o tempo não cicatrizou, que ainda doem, jamais servindo de motivo para percorrer outra vez, como germes letais, as veias da nação.
Traduzindo tudo isso: a hora não é de acerto de contas com aqueles que saíram pelo ralo. Vale fugir do perigo de despertar a reação daqueles que nada tiveram com o passado. Entenda quem entender…

SÉRGIO CABRAL REAJUSTA APOSENTADOS, MAS ESQUECE OS SERVIDORES EM ATIVIDADE

A Assembleia Legislativa aprovou, semana passada, a mensagem do governador Sérgio Cabral reajustando em 6% os funcionários aposentados e pensionistas, e ele, claro, deve sancionar a lei esta semana. Escrevo este artigo segunda-feira à noite. Pode ser até, quando sair, o texto esteja publicado no Diário Oficial. A iniciativa é positiva, sem dúvida, sobretudo porque finalmente fica estabelecida no Rio de janeiro a data base anual para a compensação inflacionária: o mês de janeiro. E o percentual será sempre idêntico ao INPC do IBGE.

Uma forma correta de sustar a expropriação indireta dos servidores inativos. A Constituição Federal, no item 15 do artigo 37, determina a irredutibilidade dos vencimentos do funcionalismo. Perfeito. Mas uma forma de reduzi-los é a de não reajustá-los pelo menos na mesma taxa encontrada para a inflação.

Aliás o que se verificou ao longo dos governos Marcello Alencar, Anthony Garotinho, Rosinha Mateus e no primeiro mandato de Sérgio Cabral. Agora, a partir do sexto ano no Palácio Guanabara o governo resolveu mudar seu pensamento.

Entretanto, o fez de maneira incompleta. Fixou as diretrizes para a reposição inflacionária dos aposentados e pensionistas. Porém esqueceu de aplicar o mesmo critério positivo para os que se encontram em atividade, trabalhando. Qual a razão para a omissão? Nenhuma.
O ato discriminatório é inconstitucional. Basta ler o item 10 do mesmo artigo 37. Este dispositivo estabelece a revisão geral e anual dos salários sempre na mesma data, e sem distinção de índices. Estou reproduzindo o que está na Carta de 88, que é inclusive citada no projeto original do chefe do Executivo.

Não existe qualquer razão para isso. Colocar de um lado 280 mil funcionários ativos e, de outro, 150 mil inativos. O sol nasce para todos. A inflação não distingue os que estão trabalhando e os que já trabalharam e adquiriram o direito a se aposentar. O orçamento do estado para 2012 atinge, em números redondos, 61 bilhões de reais. Deste total, 14 bilhões destinam-se ao pagamento dos que se encontram em atividade e 8 bilhões de reais aos aposentados e pensionistas. Todos têm que disputar uma corrida de velocidade em relação contra o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Ao longo dos dezessete anos de Fernando Henrique Cardoso, Lula e agora Dilma Roussef, constata-se, acessando a matéria no mesmo IBGE, que a inflação oficial alcançou aproximadamente 210%. Cem por cento (FHC), 50% (Lula) e 6% no início do mandato de Dilma. O deflator, portanto, é de 3,1 vezes de uma ponta a outra para empatar. Não sucedeu isso. Pelo contrário. Os salários perderam disparado para os índices inflacionários com Fernando Henrique. Empataram com Lula. Estão empatando com a atual presidente da República. Mas e as perdas acumuladas? Estas tornam-se irrecuperáveis. Sem dúvida.

O quadro do RJ, em termos de funcionalismo público, é ainda pior. Muito pior. Agora, a partir de janeiro de 2012, Sérgio Cabral freia as perdas. Mas só para aposentados e pensionistas. A medida tem que ser estendida a todos os servidores. Pois, como se dizia, todos são filhos de Deus. E, em matéria de correção do valor do trabalho, todos são iguais de acordo com a Constituição. Cabral não pode cumpri-la pela metade. Será mais um entre tantos absurdos que vem cometendo.

REPÓRTER DE O GLOBO DIZ AQUE GILMAR MENDES CONFIRMA A DENÚNCIA

Em seu Blog, o repórter Jorge Bastos Moreno, de O Globo, diz que entrevistou Jobim, e o ministro aposentado negou que a conversa entre Lula e Gilmar Mendes tivesse sido sobre o mensalão. Mas o jornalista, que conhece bem Jobim, não sentiu firmeza no desmentido dele. Pelo contrário, Moreno diz que o encontro entre Lula e Mendes foi armado pelo próprio Jobim.
Leiam só o que Moreno acaba de colocar na internet:

Diante do relato de Jobim, eu, como repórter crédulo, diante de fonte tão idônea, poderia me dar por satisfeito e fazer um texto jornalisticamente convencional, tipo ” Jobim nega pressão de Lula” ou, como nós furados gostamos de fazer, com muita satisfação: ” Jobim DESMENTE a Veja”.
Mas, durante a conversa, eu notei a voz estranha do Jobim. Ele estava cumprindo um rito, um protocolo, um dever de anfitrião de evitar mais constrangimento a si e a outros atores do espetáculo.

Os bons repórteres, como os meninos da Veja, Cabral á frente, são uma espécie de Eike Batista às avessas: “Vazou, furou”. Com a notícia na rua, o encontro secreto de Jobim, que tinha um proposito, pode ter outro, o de tentativa de coação de juíz ou coisa que valha. Seria coerção? sei lá.
Nelson Jobim, meu velho amigo de guerra, não ia me deixar na mão. Repito, como anfitrião, não poderia confirmar o escândalo. Mas me deu uma pista através de um controvertido depoimento.

Inicialmente, me disse que a presença de Gilmar foi mera coincidência, do tipo ” ah, eu estava passando por aqui…”. Só que o próprio Jobim deixou escapar que o encontro fora marcado com três dias de antecedência. Logo, Gilmar sabia que naquele horário daquela quinta-feira, Jobim estaria recebendo Lula. Então, não foi surpresa nem coincidência coisa nenhuma.

E deixo pra botar no pé, o fim do mistério. Amiga minha, de Diamantino (MT), terra de Gilmar Mendes, a meu pedido, localiza Gilmar. E se atreve a perguntar se era tudo verdade:
- Claro que é! Eu mesmo confirmei tudo à revista.

ALGUÉM ESTÁ MENTINDO: GILMAR OU NELSON JOBIM?

Façam suas apostas. Um dos dois ministros está mentindo. O atual, Gilmar Mendes, ou o aposentado, Nelson Jobim.
Ambos têm telhado de vidro. Fica difícil preferir confiar num ou noutro. É como trocar seis por meia dúzia.
O certo é que esse assunto, por sua gravidade, não vai parar por aqui. Certamente Gilmar Mendes voltará a se pronunciar, confimando as informações ou desmentindo o autor da reportagem na Veja, sobre supostas pressões de Lula a ministros do Supremo, para absolverem os réus do Mensalão, especialmente José Dirceu, acusado de ser o chefe da quadrilha.
Nada como um dia após o outro. Essa polêmica vai levar para segundo plano a CPI do Cachoeira.

JOBIM NEGA PRESSÃO DE LULA SOBRE STF PARA ADIAR JULGAMENTO DO MENSALÃO

O ex-ministro da Defesa Nelson Jobim negou hoje que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenha pressionado o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a adiar o julgamento do mensalão, usando como moeda de troca a CPI do Cachoeira.

Reportagem da revista Veja publicada neste sábado relata um encontro de Lula com Gilmar no escritório de advocacia de Jobim, em Brasília, no qual o ex-presidente teria dito que o julgamento em 2012 é “inconveniente” e oferecido ao ministro proteção na CPI, de maioria governista. Gilmar tem relações estreitas com o senador Demóstenes Torres (sem partido, GO), acusado de envolvimento com a quadrilha do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

“O quê? De forma nenhuma, não se falou nada disso”, reagiu Jobim, questionado pelo Estado. “O Lula fez uma visita para mim, o Gilmar estava lá. Não houve conversa sobre o mensalão”, reiterou.
Segundo a revista, Gilmar confirmou o teor dos diálogos e se disse “perplexo” com as “insinuações” do ex-presidente. Lula teria perguntado a ele sobre uma viagem a Berlim, aludindo a boatos sobre um encontro do ministro do STF com Demóstenes da capital alemã, supostamente pago por Cachoeira.

Ele teria manifestado preocupação com o ministro Ricardo Lewandowski, que deve encerrar o voto revisor do mensalão em junho; e adiantado que acionaria o presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência, Sepúlveda Pertence, ligado à ministra do STF Carmen Lúcia, para que ela apoiasse a estratégia de adiar o julgamento para 2013.

Jobim disse, sem entrar em detalhes, que na conversa foram tratadas apenas questões “genéricas”, “institucionais”. E que em nenhum momento Gilmar e o ex-presidente estiveram sozinhos ou falaram na cozinha do escritório, como relatou Veja. “Tomamos um café na minha sala. O tempo todo foi dentro da minha sala, o Lula saiu antes, durante todo o tempo nós ficamos juntos”, assegurou.
Questionado se o ministro do STF mentiu sobre a conversa, Jobim respondeu: “Não poderia emitir juízo sobre o que o Gilmar fez ou deixou de fazer”.

Procurado pelo Estado, Pertence negou ter sido acionado para que intercedesse junto a Carmen Lúcia: “Não fui procurado e não creio que o ex-presidente Lula pretendesse falar alguma coisa comigo a esse respeito”.

(Transcrito do site do Estadão.
Texto enviado pelo comentarista Evandro Carlos)
27 de maio de 2012

REDUÇÃO DE IPI, NÃO É POR AÍ!!!

Nenhum país do mundo combate crise econômica vendendo carros, exceto o nosso. Incentivar a compra de veículos para o transporte individual através da redução de impostos e de financiamentos com juros baixos e prazos longos para atender ao lobby de montadoras em detrimento ao transporte coletivo, é medida demagógica, inconseqüente e criminosa com nossas cidades e conseqüentemente com seus cidadãos.
Desde a sua invenção, a propaganda glamourizou o uso do automóvel dando-lhe a falsa conotação com o status social. Daí a estúpida paixão do brasileiro pela máquina de quatro rodas que substitui duas patas.
Hoje o maior problema de nossas cidades é o tráfego. Nossas ruas não mais comportam o excessivo número de veículos que a cada dia nelas são despejados.

Nossas vias interurbanas transformaram-se em campos de batalha onde, a cada ano, morrem mais de quarenta mil brasileiros e outros tantos sofrem danos físicos irreparáveis.
A solução? Uma só: transporte coletivo eficiente, com canaletas exclusivas, com conforto, com rapidez…

Mas priorizá-lo e subsidiá-lo parece não ser a vontade deste governo. Sua vontade é fazer com que o brasileiro atole-se em dívidas, seja o campeão da inadimplência, deixe de construir um quarto para abrigar um novo filho construindo uma garagem para abrigar um carro novo ou um novo carro.

E ainda falam em “mobilidade urbana”. Ora tenham vergonha!!! Pensar momentaneamente e emergencialmente (devido a Copa do Mundo), em “mobilidade urbana” para meia dúzia de cidades, esquecendo-se das mais de cinco mil e quinhentas outras que também precisam de “mobilidade urbana” é, no mínimo, desrespeito e escárnio.
Enfim, lá vamos nós enfrentar o tráfego nosso de cada dia que o governo nos dá hoje.
Triste país este.
(Roque Sponholz é Arquiteto e Urbanista)
27 de maio de 2012
Roque Sponholz

A MAIOR TECNOLOGIA DE PONTA DA EDUCAÇÃO É O AMOR

 
A atual insegurança vivida pelos educadores pode ser observada nas recentes reportagens e manchetes. Imagens e relatos de professores que apanham, sofrem traumatismos ou até morrem por motivo banal ou misterioso. A agressão na relação aluno e professor serve como pano de fundo num cenário real onde educar tem sido algo quase irreal.

Os modismos aparecem como reformas educacionais, nova ortografia, e “de repente” se torna “derrepente” entre outras mudanças ortográficas, como se derrepente fosse mudar alguma coisa no cenário educacional.

Por outro lado, vejo escolas usando como marketing e referência na qualidade do seu trabalho os aparelhos e recursos tecnológicos.
Sei da importância dos mesmos, mas não podemos esquecer que o maior “recurso” na educação é o professor como agente de transformação na vida desses alunos.

Ele é a mola que transforma e faz diferença na vida de muitos alunos que estão perdidos numa sociedade utópica; onde a vida humana tem se tornado algo vulnerável e sem o menor valor.
É importante uma sala informatizada ou um recurso visual? Claro que é!
Mas onde anda a sensibilidade para olhar o “aluno desafio” maio decomo uma meta de conquista e mudança de atitude?

O grande papel do educador está justamente nesse momento de apatia, indisciplina ou indiferença em sala de aula.
O diálogo não pode ser suprido por sofisticados aparelhos como melhor canal de atenção, recepção e aprendizagem.
Numa relação de amor, o aluno percebe que é importante na vida desse professor e o limite se faz presente de forma natural e coerente.

Como a maior tecnologia de ponta, o amor nunca sai de moda e precisa ser renovado diariamente.
Ele é o maior PCN na vida do educador, pois é ímpar em cada coração como o ar que respiramos – a vida!

Tente….Acredite!

27 de maio de 2012
Eliane Gonçalves

O OUTRO LADO DA VERDADE


Bancário, dona de casa, motorista de táxi, empresário, militares, incluindo um marinheiro britânico, um capitão americano e um major alemão. A lista de mortos por militantes da esquerda armada durante o regime militar (1964-1985) é variada. Não existem estatísticas exatas, assim como não se tem números precisos dos esquerdistas mortos pelas forças governamentais. As vítimas da esquerda são tradicionalmente aceitas como sendo 120 pessoas mortas, das quais 61 são militares e policiais e 59, civis.

Não há consenso sobre as vítimas da repressão. A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência listou em 2007 356 casos reconhecidos. Estudo de familiares de mortos e desaparecidos aponta 426. A lista mais completa das pessoas mortas pela esquerda armada está no site do grupo Terrorismo Nunca Mais (www.ternuma.com.br). É um grupo obviamente engajado, como ele se define: "Um punhado de democratas civis e militares inconformados com a omissão das autoridades legais e indignados com a desfaçatez dos esquerdistas revanchistas".

O nome do grupo foi criado em oposição às ONGs de nome "Tortura Nunca Mais", criadas para representar as vítimas da ditadura e atuar na área de direitos humanos. Com exceção de casos de "justiçamento" por "tribunais revolucionários" -o assassinato de pessoas consideradas traidoras-, a maior parte dos civis morreu por estar no lugar errado na hora errada, como perto da explosão de uma bomba. A luta armada das organizações de esquerda envolveu tanto guerrilha rural como urbana. Mas foi nas cidades que ocorreu a maior parte das mortes, visto que foi nelas que a atuação dos militantes comunistas foi mais intensa e eficaz. A guerrilha na região do rio Araguaia foi facilmente debelada, com poucas mortes entre militares.

Isso fica patente ao se constatar que morreram bem mais policiais, civis e militares, do que soldados das três forças. A lista inclui nove militares do Exército e nada menos que 24 oficiais, sargentos e soldados da PM de São Paulo, estado onde a guerrilha urbana foi mais intensa. "É necessário que todo guerrilheiro urbano tenha em mente que somente poderá sobreviver se está disposto a matar os policiais e todos aqueles dedicados à repressão, e se está verdadeiramente dedicado a expropriar a riqueza dos grandes capitalistas", escreveu Carlos Marighella, em seu "Manual do Guerrilheiro Urbano".

Marighella, ex-deputado pelo PCB (Partido Comunista Brasileiro) cassado em 1947, fundou a ALN (Aliança Libertadora Nacional), que foi o mais forte dos grupos de guerrilha urbana. O ex-ministro da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência, Paulo Vannuchi, um dos criadores da Comissão da Verdade, foi militante da ALN. Em junho de 1969 militantes da ALN incendiaram um carro de polícia em São Paulo, então comumente chamados de "rádio-patrulha", matando dois soldados, Guido Bone e Natalino Amaro Teixeira, para roubar armas.

Vítimas particularmente vulneráveis eram os sentinelas, parados à frente de quartéis e alvos fáceis de ataques surpresas. Três soldados da PM paulista morreram nessa situação -Naul José Montovani, Antônio Carlos Jeffery e Eduardo Custódio de Souza. O auge do conflito ocorreu entre 1968 e 1974. Tanto os militantes de esquerda como os policiais e militares chamam o confronto de "guerra". Isso cria polêmicas jurídicas. O "direito da guerra" costuma se referir à conflitos entre estados, regulando, por exemplo, o tratamento de prisioneiros. Em uma guerra "civil" ou de "insurgência" não existem regras precisas.

Os esquerdistas se consideravam "guerrilheiros"; os policiais e militares os classificam como "terroristas".Um dos atentados a bomba de maior impacto ocorreu em julho de 1966, bem antes do endurecimento do regime, depois da edição do Ato Institucional número 5 em 1968. Uma bomba no aeroporto de Guararapes, em Recife, matou o jornalista Edson Régis de Carvalho e o almirante reformado Nelson Gomes Fernandes; houve 14 feridos. O almirante foi o militar de maior patente morto pela esquerda, embora não fosse o alvo; o objetivo era matar o general Artur da Costa e Silva, que se tornaria o segundo presidente do regime militar.

Para financiar suas ações a esquerda armada costumava assalta bancos. Osíris Motta Marcondes, gerente do Banco Mercantil, foi morto em 1967 durante assalto em São Paulo. Em 1969, no Rio, tombou outro gerente, José Santa Maria, do Banco de Crédito Real de Minas Gerais. Disputando com Marighella o primeiro lugar no panteão da "guerrilha" -ou do "terror"- de esquerda está o ex-capitão do Exército Carlos Lamarca, da VPR (Vanguarda Popular Revolucionária). Em 1969 ele matou o guarda-civil Orlando Pinto da Silva com dois tiros, durante assalto ao Banco Itaú.

No ano seguinte Lamarca também matou o policial federal Hélio de Carvalho Araújo com um tiro de revólver e ordenou a morte do tenente da PM paulista Alberto Mendes Júnior, a coronhadas. Entre as vítimas estrangeiras está o marinheiro britânico David Cuthberg, que veio ao Rio com uma flotilha da Marinha Real como parte das comemorações dos 150 anos da independência do Brasil. Havia centenas de marinheiros, mas bastava um para servir de "exemplo". Ele e um amigo pegaram um táxi para visitar a cidade e foram metralhados. O amigo e o taxista sobreviveram.

15/04/71

O industrial Henning Albert Boilesen, que presidia a Ultragás, foi assassinado na manhã de 15 de abril de 1971 em São Paulo (ao lado), pela da ALN, com vários tiros nas costas. Dinamarquês naturalizado brasileiro, Boilesen era acusado de financiar a Oban, que combatia a guerrilha urbana
01/07/68

O major do Exército alemão Edward Ernest Tito Otto Maximilian Von Westernhagen fazia um curso na Escola de Comando e Estado Maior, no Rio. Foi executado por ter sido confundido com Gary Prado, comandante do destacamento que prendeu Che Guevara na Bolívia, que cursava a mesma escola
10/05/70

O tenente Alberto Mendes Junior comandava um destacamento da Polícia Militar que interceptou o grupo de guerrilheiros de Carlos Lamarca em Eldorado Paulista, no Vale do Ribeira. No conflito, Mendes se rendeu, e depois for morto a coronhadas, para evitar tiros que revelassem a posição do grupo
26/06/68

O soldado Mário Kozel Filho foi morto quando um militante da VPR jogou um caminhão-bomba contra o quartel-general do 2º Exército, no Ibirapuera, em São Paulo
12/10/68


Veterano do Vietnã, o capitão dos EUA Charles Rodney Chandler cursava sociologia em SP quando foi morto. Para a VPR, ele era um agente da CIA que ensinava técnicas de tortura no Brasil, o que era falso

27 de maio de 2012
(Publicado na Folha de São Paulo)