"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 19 de agosto de 2011

PRAGAS DA POLÍTICA


A nova e generosa safra de escândalos em Brasília chama a atenção, mais uma vez, para três das piores pragas da política brasileira: a ocupação partidária da máquina pública, a transformação do Orçamento numa grande pizza e a distribuição de recursos por meio de convênios sem base técnica – muitas vezes com organizações de fachada ou meramente protegidas por algum interesse eleitoral. Não está claro se a presidente Dilma Rousseff continuará a limpeza ministerial, se vai desistir ou se apenas dará um tempo para reparos na base parlamentar. Novas denúncias de bandalheiras no Ministério da Agricultura têm sido publicadas, mas sem repercussão aparente no Palácio do Planalto. Mau sinal. Mas o avanço na faxina, se houver disposição para isso, será insuficiente para produzir efeitos de longo prazo. O problema é político e institucional, antes de ser uma questão de moralidade.

O sistema brasileiro favorece a prevalência do interesse privado – e privados são também os partidos, sindicatos, igrejas e organizações empresariais, é bom não esquecer. A imoralidade, beneficiada por esse ambiente, é apenas parte da história.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva só levou o aparelhamento e o loteamento da administração a novos extremos. Seu grande objetivo sempre foi a implantação de um projeto de poder, muito mais que a execução de um plano de governo. Não inovou, no entanto, em termos institucionais. Já encontrou um terreno propício à sua política de ocupação e de uso dos meios públicos.

Moldar o setor público segundo critérios profissionais é uma velha bandeira. Vários governos trabalharam por esse objetivo, mas de forma descontínua. Núcleos de excelência foram formados, ao longo de decênios, como o Banco do Brasil, o Instituto Brasileiro do Café, o Banco Nacional do Desenvolvimento e a velha Companhia de Financiamento da Produção, convertida há alguns anos em Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), atualmente um dos focos de escândalos na Agricultura.

Nenhuma área da administração foi sempre imune ao jogo partidário, praticado no Brasil com alguma originalidade. A expressão “cota presidencial”, indicativa de alguns ministérios, deve ser incompreensível na maior parte das democracias. Afinal, não cabe à Presidência a responsabilidade última pelos atos de governo?

O loteamento vai muito além do primeiro e do segundo escalões e cada Ministério se torna objeto de usufruto do partido ou do grupo ocupante. O usufruto inclui a distribuição de verbas e a celebração de convênios. Em 2010 e 2011, durante 20 meses, o Ministério do Turismo aplicou R$ 120,5 milhões para qualificação de profissionais em 55 convênios com entidades e pessoas. Quantos desses prestadores de serviços teriam especialização técnica e pedagógica para fornecer o treinamento previsto? Participaram dos acordos entidades investigadas por desvio de recursos.

Convênios são assinados – e isso ocorre em vários Ministérios – por iniciativa do Executivo e também como consequência de emendas orçamentárias. Os escândalos no setor de turismo são um bom exemplo de como se conjugam essas duas pragas políticas, o loteamento da máquina e a privatização do orçamento pela ação dos parlamentares.

A história policial das emendas poderia ocupar um espaço enorme. Um dos casos mais facilmente lembrados é o dos anões do Orçamento, parlamentares baixinhos e especializados tanto em destinar verbas a entidades comandadas por laranjas ou parentes quanto em cobrar propina para mexer no projeto. Fraudes com dinheiro para obras sanitárias também ganharam destaque nos jornais, assim como o caso das ambulâncias superfaturadas. Esses e outros escândalos terminaram em cassações, algumas prisões e quase nenhuma recuperação de verbas.

Fraudes são apenas a consequência mais notória e mais escandalosa de uma distorção institucional. Mesmo sem trambiques, a prática de retalhar verbas orçamentárias por meio de emendas individuais ou coletivas continuaria sendo uma distorção.

Essas emendas são destinadas, na maior parte, a projetos de alcance paroquial e ao atendimento, portanto, de clientelas eleitorais. São interesses individuais e partidários sustentados com dinheiro público. A União deveria usar verbas federais para programas e prioridades de caráter nacional – fixados com base em propostas governamentais sujeitas a debate público. Se a prioridade, num determinado período, fosse a construção de campos de críquete no Centro-Oeste, a ação racional consistiria em concentrar recursos nesses projetos – sem o abandono, é claro, das funções básicas de governo.

Pulverização de verbas é desperdício e privatização disfarçada. Esse é o bolo. Já seria ruim mesmo sem a cereja podre da corrupção.

Rolf Kuntz
Fonte: O Estado de S. Paulo, 17/08/2011

FILÓSOFOS E FILÓSOFOS DE BOTEQUIM.



Não sou nenhum letrado em filosofia e seus ramos, sequer saberia definir um filósofo sem antes ter que recorrer à Barsa (coisa de gente velha) ou à Wikipedia, da molecada modernosa que acha que todas as informações ali são confiáveis. Ultimamente, porém, tenho lido e ouvido mais filósofos contemporâneos, uns poucos com clareza e originalidade de idéias; uns tantos apenas defendendo uma posição político-ideológica com os argumentos mais “brilhantes” e as deturpações mais sutis dos fatos para convencerem os incautos que não conseguem mastigar com o cérebro e engolem inteiras as idéias que lhe são lançadas; alguns outros batendo cabeça em suas próprias contradições e perdendo o fio da meada que eles próprios traçaram sem antes terem conseguido concluir suas teses ou sequer sabendo aonde querem chegar.

No primeiro time me encantam Pondé, Reinaldo Carvalho e Olavo de Carvalho, mas não encantam o suficiente para que os engula sem questioná-los – não no sentido ordinário de discordar, mas no sentido rigoroso -, não que não discorde vez ou outra.

Opa! Reinaldo Azevedo é jornalista. Sim, é, mas tem a leitura e consegue a interpretação própria dos fatos inerente à condição dos filósofos. Nas suas interpretações dos fatos e na sua leitura pormenorizada, daquelas que não se prendem no texto, ao contrário, vai ao fundo do subtexto sem esquecer-se do pretexto, faz filosofia das mais ricas.

Não coincidentemente, os três foram da esquerda, Carvalho foi do Partido Comunista, Azevedo era trotskysta da Libelu, e ambos passaram pelo caminho do que chamo de evolução, para citar outro filósofo político sem formação filosófica clássica, Roberto Campos, que dizia que na juventude todos têm a obrigação de serem socialistas na juventude, depois ficam inteligentes e tornam-se capitalistas (não exatamente nessas palavras, mas com esse sentido, segundo minha livre interpretação). Digo não coincidentemente porque também tive idéias esquerdistas, achava que só o socialismo salvaria o mundo e essas baboseiras que os filósofos e falsos filósofos de esquerda, que ainda não amadureceram, defendem, cada um com sua própria argumentação canhestra, como um mantra revelado pelo próprio Deus Che Guevara ou pelo seus messias Lula.

Se amadureci o suficiente para deixar de ser chamado de imbecil, não sei, mas me arvoro na condição de ser em ascensão. Um dia chego lá, embora sem filosofar, mal mal me dando ao trabalho de interpretar o mundo político que me cerca, entre muitos erros e alguns tiros na mosca.

Não são raros os momentos, deixando a modéstia descansando na cadeira aqui ao lado, em que vejo um dos três interpretar algum episódio da mesma forma com que interpretei alguns dias antes.

Hoje, lendo este artigo do Azevedo, vejo ele dar sentido similar às diretrizes políticas e suas aspirações políticas que eu dei em julho, neste post. Sem falar que ele repete o que falei ontem em conversa no Twitter, corroborado hoje por uma fala da presidente. Disse ela: “A verdadeira faxina que o Brasil precisa é a faxina da miséria”, Ao ouvir isso, comentei aos amigos tuiteiros: “Se ela diz que a faxina que o país precisa é a faxina contra a miséria, então a faxina política foi apenas um acidente de percurso”. Eis que Azevedo fala o mesmo.

A presidente TEVE que faxinar, não por vontade própria ou por pressão de sua base de apoio político, mas porque a imprensa a pautou e ela, no afã de distanciar-se da práxis tolerante de seu antecessor com a roubalheira, os desmandos e as falcatruas contumazes de seus camaradas, assumiu a máscara de paladina da ética, da moral e da honestidade, algo que Lula tentara incorporar, mas se traíra ao fechar os olhos e assumir uma falsa ignorância dos roubos que aconteciam sob sua barba tratada a preço de dólares, depois das desgrenhadas de antes de tornar-se paz e amor.

De quebra, o artigo do Azevedo me traz um filosofozinho de esquerda defendendo a roubalheira como forma de manter a governabilidade, deixando escondidinho seu propósito de ver o ex voltar com força em 2014. Se a imagem de proba colar na presidente, algo que de fato ela não é, a fantasia de probo de Lula enlameia-se e ele perderá força na luta pela sucessão. Aguardemos que o pau está comendo no ninho vermelho.

©Marcos Pontes

UMA ENTREVISTA IMPORTANTE COM JOSE NÊUMANE PINTO

Em entrevista exclusiva aos colunistas migalheiros José Marcio Mendonça e Francisco Petros, o jornalista e poeta José Nêumanne Pinto comenta o lançamento de sua obra

"O que sei de Lula"

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SEGREDINHOS...

"ECONOMIST" : DILMA FOI "SUGADA" PELO "PÂNTANO POLÍTICO" DE BRASILIA



A revista “The Economist” desta semana traz uma análise da crise política no Brasil – a queda de quatro ministros em menos de oito meses de mandato – e chega à conclusão de que a presidente Dilma Rousseff está diante de um dilema.

Segundo o periódico, ou Dilma prossegue com sua “faxina” nos ministérios, ou mantém uma base aliada minimamente coesa que não lhe impeça de lidar com questões econômicas, ainda mais no atual contexto de crise internacional.

“Quase oito meses depois de assumir a Presidências, Dilma Rousseff encontrou-se sugada no pântano político que é Brasília”, diz a revista.

Com a demissão de autoridades envolvidas em denúncias de corrupção, Dilma começa a estampar sua marca no governo, segundo a revista, mas ao mesmo tempo “gera tensão em sua coalizão, que está em ruínas”.

Para a revista, Dilma sofre uma “rebelião” de membros da base aliada, que pode, em retaliação, usar o Congresso para dificultar a atuação do governo na economia.

Uma forma de se vingar seria aprovando emendas constitucionais que gerem grandes aumentos de gastos públicos.

Por exemplo, uma que prevê salário mínimo nacional para policiais e bombeiros, ou outra que projeta aumento de gastos com saúde.
Outra retaliação seria acabar com a Desvinculação da Receita da União, mecanismo que, desde 1994, permite ao governo manejar com certa liberdade 20% das despesas federais. Na opinião de assessores de Dilma, sem a DRU o Brasil ficaria indefeso diante da crise internacional.

Para a “Economist”, a faxina torna Dilma mais popular na classe média.

No entanto, mais importante para a popularidade da presidente é manter a inflação sob controle e ao mesmo tempo garantir que a economia resfrie sem gerar estagnação.

Essa é a tarefa que o Congresso pode tentar impedir que ela execute.

18 de agosto de 2011
Silvio Guedes Crespo, Estadão

O QUE NÃO LEMOS NA MÍDIA...

O LULA QUE NÃO É DIVULGADO PELA MÍDIA (PARTE I)



"Esta entrevista não foi publicada em jornal nenhum. "

Para Gilberto "Kowalsky"

DESCASO PRESIDENCIAL NÃO DIVULGADO
•Recife - um fotógrafo, para fazer o seu trabalho, aparece na frente Lula que ía passando com sua ... comitiva. Um segurança agarra o fotógráfo e tenta jogá-lo para fora da travessa no caminho à beira mar numa favela-palafita.
O presidente passa sem interferir na briga que continua após sua passagem. O fotográfo, agora, tenta sair dali.

Com o reforço de outros seguranças, o agressor insiste em jogar o trabalhador-fotógrafo fora dali.
Os jornais de Recife , após um acordo com moradores para colocar jornalistas dentro das casas visitadas por Lula, publicam fotos do presidente com crianças no colo no interior dos barracos.

•Jornalisas nunca conseguem conversar com o presidente, que sempre vira o rosto quando lhe fazem perguntas. Só aceita ser fotografado. Toda manhã e à noite, quando deixa o Alvorada, os repórteres têm que que estar ali.

GROSSERIAS

•No terceiro ano de governo, um embaixador apresentou 3 páginas de informações que poderiam ser incluídas no discurso que Lula faria a um Chefe de Estado da Ásia.

- "Presidente, se Vossa Excelência quiser, posso adensar mais dados aqui." Lula fixa o olhar no diplomata e dispara: - "PÔ! Você acha aque sou babaca de ler tudo isso ? Resumo isso em 3 ou 4 coisas e chegando lá eu improviso o resto."
Além da grosseria desnecessária, qual a credibilidade de quem 'improvisa' informações?

ESTE FATO TAMBÉM NÃO FOI DIVULGADO.

C O N T I N U A...

A IMAGEM DE GENTE BOA QUE A MÍDIA NÃO DIVULGA...


O LULA QUE NÃO É DIVULGADO PELA MÍDIA - Segunda Parte
Informações retiradas do livro
Viagens com o Presidente

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Casos que os jornais não divulgaram:

•LULA aproveitava as viagens para usar o 'bom humor', em brincadeiras debochadas, principalmente quando a vítima não está à sua frente. Seus alvos favoritos são justamente os ministros (prazer em ridicularidar pessoas mais instruídas?) que pegam carona em seu avião para participar de determinado evento e estão no governo por causa de alianças políticas
(ranço partidário?).
Aproveita para falar mal da roupa usada pelo ministro, lembrar uma ou outra gafe por ele cometida. Diversas vezes comenta que o ministro "está se achando o bonzão no cargo" ( projeção: atribui aos outros suas próprias falhas e defeitos ).

•Em ano eleitoral, 2006, LULA chamou um auxiliar para saber das possibilidaddes de alguma greve na área federal. Meu caro, onde você acha que pode ter greve neste ano? Lula ficou irritado ao saber que poderia haver greve no Ibama ou Incra. "Puta que o pariu, assim não dá, porra!" esbravejou Lula, o ex-sindicalista incitador de greves.
Greve no setor dos outros é refresco!

•LULA reclamava quando ouvia queixas de quem se dizia ofendido com alguma piada de viés racial, sexista ou religioso.
"As pessoas têm que aceitar", comentou uma vez antes de contar uma piada contra os judeus. Dizer que as pessoas têm que aceitar, demonstra preconceito e desprezo pelas pessoas.

Jurema Cappelletti
C O N T I N U A
O RECOLHIMENTO DE OUTRAS INFORMAÇÕES

FATOS PARA REAVIVAR A MEMÓRIA PETISTA SOBRE O GOVERNO CORRUPTO DE LULA


Informação publicada no Estadão Online sobre a "faxina" da Dilma, que é apenas uma faxininha, informa da preocupação dos petistas que temem que isso venha a carimbar a gestão Lula como corrupta.
Esses elementos são mesmo desmiolados, não têm memória e querem se passar por inocentes. A gestão Lula, comprovadamente, foi até agora a mais corrupta da história do Brasil, desde a descoberta de Cabral.

Vou apresentar a informação do Estadão na íntegra, em contraponto com matérias do Acervo Digital da revista VEJA, que você pode acessar aqui e conhecer a verdadeira ou recordar os fatos da gestão Lula. Você poderá entender porque Lula Apedeuta da Silva fez e faz um mal terrível a este país. Sem ele na vida política do Brasil, já estaríamos em outro estágio do nosso crescimento. Com ele, regredimos para este lamaçal da praga da corrupção que contamina a tudo e a todos.

Petistas temem que ‘faxina’ de Dilma carimbe gestão de Lula como ‘corrupta’


A "faxina" no governo da presidente Dilma Rousseff, que já derrubou quatro ministros em dois meses e doze dias, causa extremo desconforto no PT. Dirigentes do partido, senadores, deputados e até ministros temem que, com a escalada de escândalos revelados nos últimos meses - especialmente nas pastas dos Transportes, do Turismo e da Agricultura -, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva acabe carimbado como corrupto. Todos os abatidos foram "herdados" de Lula.


Em conversas a portas fechadas, petistas criticam o estilo de Dilma, a "descoordenação" na seara política e o que chamam de "jeito duro" da presidente. Uma das frases mais ouvidas nessas rodas é: "Temos de defender o nosso projeto e o Lula." Mesmo os que não defendem abertamente a volta de Lula na eleição de 2014 dizem que Dilma está comprando brigas em todas as frentes - do Congresso ao movimento sindical -, sem perceber que, com sua atitude, alimenta o "insaciável leão" do noticiário e incentiva o tiroteio entre aliados.


Na avaliação de petistas, o poderoso PMDB - que na quarta-feira, 17, perdeu o ministro da Agricultura, Wagner Rossi - não é confiável e acabará dando o troco a qualquer momento.


Convocação. Dilma chamou ministros do PT e dirigentes do partido para uma conversa no domingo à noite, no Palácio da Alvorada. Chegou a telefonar para os que estavam fora de Brasília e ordenou que todos chegassem mais cedo à capital. A presidente pediu o encontro para ouvir a avaliação dos auxiliares sobre a crise na base aliada.


Ela contou ali sobre a reunião com Lula na semana anterior, admitiu a necessidade de se reaproximar dos partidos que compõem a coligação e avisou que teria um tête-à-tête no dia seguinte com o vice-presidente Michel Temer e com os líderes do PMDB na Câmara e no Senado. Àquela altura, a situação de Rossi era considerada complicada, mas ainda não havia sido divulgada a notícia do uso do jatinho de uma empresa que tem negócios com o governo pelo então ministro, afilhado de Temer.


Com receio da reação de Dilma - conhecida pelo temperamento explosivo -, alguns ministros pontuaram, com todo o cuidado, os problemas de relacionamento no Congresso após as demissões e citaram o PMDB e o PR. As alianças para as eleições municipais de 2012 também entraram na conversa.


Pois é, a história está aí para quem desejar ler e refrescar a memória. Dilma não está sujando Lula. Ela e Lula já estão sujos há muito tempo na lama da corrupção. Contra fatos não há argumentos. Navegue pelas páginas do Acervo Digital de VEJA para entender o que é este governo petista.

SAQUEADORES DO ERÁRIO



A REPÚBLICA DOS CANALHAS EXTRAORDINÁRIOS, A FALÁCIA DO$ "TRABALHO$ EXTRAORDINÁRIO$" . $AQUEADORE$ DO ERÁRIO.$ALTEADORE$

O novo ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro (PMDB-RS), disse ontem que não pretende fazer qualquer faxina na pasta. Ele substituirá o também peemedebista Wagner Rossi, que anteontem pediu demissão por causa de denúncias de corrupção na pasta.

Para o novo ministro, quem investiga é a Polícia Federal. Mendes Ribeiro conversou pela manhã, por telefone, com a presidente Dilma Rousseff, que o convidou para o cargo e o instruiu a se reunir com a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.

A Casa Civil emitiu uma nota anunciando o novo ministro, por orientação de Dilma. Hoje, quando Dilma retornar de São Paulo, conversará com Mendes Ribeiro. A posse deverá ocorrer na segunda-feira à tarde.

- Quem faz investigação são os órgãos investigativos. Eu tenho de tratar da agricultura do Brasil. Eu tenho de falar de números. Tenho de olhar para a frente. A responsabilidade é fundamental. Eu vou ouvir muito. Eu não gosto de achar. Quem acha comete muitos erros - afirmou Mendes Ribeiro, ao sair do Planalto, após conversa com Gleisi.

Mais tarde, em entrevista à "Globo News", Mendes Ribeiro disse que agiria com cautela.

- Olha, acho que se eu soubesse (o que fazer em relação a denúncias), tu ficarias desconfiada. Eu vou tentar saber com a maior rapidez e vou usar sempre aquilo que a vida pública me ensinou: muita cautela, muito cuidado - declarou.

Mendes Ribeiro elogia Rossi

Ao ser perguntado se pretende fazer mudanças na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), onde começaram as denúncias de irregularidades, Mendes Ribeiro se esquivou.

- Estou chegando. Se eu chego pretendendo, no mínimo vocês vão duvidar do que eu possa fazer - disse. - Faxina? Eu vou tratar da agricultura. Vou conversar com a presidente, e o Wagner tem feito isso e tem tido essa preocupação.

Mendes Ribeiro disse que pretende conversar muito com seu antecessor, a quem diz admirar.

- Ele fez um extraordinário trabalho.

Ao ser perguntado se entende de agricultura, o novo ministro, sem modéstia, recorreu à sua terra natal para dizer que, praticamente, já nasceu sabendo lidar com a terra, embora seja advogado de formação.

- Eu sou do Rio Grande do Sul. Sou lá da minha Camacuã, sou lá da minha Restinga Seca. A minha experiência na pasta é saber(SIC) que nosso produtor, agricultor, faz milagre todos os anos para continuar produzindo - afirmou Mendes, que é natural de Porto Alegre.

O novo ministro da Agricultura, que era o líder do governo no Congresso, afirmou que ficou sensibilizado com o apoio que recebeu de seu partido. Anteontem à noite, em uma reunião no gabinete do vice-presidente Michel Temer, o PMDB decidiu rapidamente pelo seu nome.

Sua vaga de deputado será ocupada por Eliseu Padilha, amigo de Temer, mas que sempre foi oposição ao PT. Para Mendes Ribeiro, isso não será um problema. Ele acredita que Padilha ajudará o governo:

- As coisas caminharam como deveriam caminhar. Não sou eu quem vou estragar isso. Agora tenho que ir com todo cuidado para fazer jus à confiança da presidente e do meu partido.

Chico de Gois O Globo

A LEI E O ESTADO ASSASSINADO COM 21 TIROS

A DIVULGAÇÃO DO ASSASSINATO DE UMA JUÍZA, A BEM DA VERDADE, O ASSASSINATO DA ORDEM E DA LEI, GANHA A REPERCUSSÃO E A DIVULGAÇÃO QUE A POLÍTICA, PARA ENCOBRIR RESPONSABILIDADES, DIMENSIONA DE MANEIRA DISCRETA.
É UMA VERGONHA, DIRIA O BORIS CASOY.


TURISMO DE MOSCA É NO LIXO



Se a Espanha encarasse o turismo com a mesma seriedade que o Brasil, não teria faturado 60 bilhões de dólares com visitantes em 2010.

O orçamento mirrado e a irrelevância de uma pasta periférica, usada como moeda de troco político, e o desempenho pífio dos seus ministros e gestores, ajudam a explicar por que o Brasil só faturou 6 bilhões.

A lambança no Ministério do Turismo, a patética figura do ministro octogenário que paga contas de motel com dinheiro público, a infinidade de ONGs de fachada, de "turismólogos" e "cursos de capacitação" fantasmas são o resultado da importância que o governo dá ao turismo - uma indústria limpa e sustentável, que não tira nada do país, só traz divisas, gera empregos e divulga nossa cultura.

Com orçamento indigente, o ministério vive de emendas de deputados e senadores. No ano passado, 460 parlamentares destinaram 2,7 bilhões para o turismo, que fizeram a festa dos promotores de festas com dinheiro público.

Com o clamor na imprensa e os cofres arrombados, o governo proibiu a mamata.
A nova festa é o "curso de capacitação":
só mudam as moscas, o lixo continua o mesmo.

Ladroagens em ministérios são normais no Brasil, frutos podres do aparelhamento político e dos consórcios cleptopartidários. Anormal é o desperdício de um país com o nosso potencial turístico ter um ministério como o que estamos vendo nas páginas policiais.

Em Brasília se acredita que o turismo não exige qualificações técnicas, como engenharia ou urbanismo, basta ser da turma. Lembra o não saudoso Milton Zuanazzi, que foi presidir a Anac, com resultados desastrosos, porque tinha uma agência de viagens em Porto Alegre e era petista.

A Espanha tem uma estrutura turística eficiente, tem história, diversão e arte, mas é no verão que mais fatura, com as suas praias e ilhas ensolaradas. Neste quesito ganhamos de goleada.

A oferta de lazer e de atrações artísticas no Rio de Janeiro e em São Paulo também não fica devendo nada a Madri e Barcelona.

Somos 16 vezes maiores, mas fazemos só 10% do que eles ganham com turismo.

A culpa deve ser da mídia golpista que difama o país lá fora.

Nelson Motta, O Globo

ESQUELETOS DE ROSSI E O GABINETE DE MENDES



CANALHICE! ESQUELETOS DE ROSSI E O GABINETE DE MENDES. SAI UM IMUNDO ENTRA UM SUJO.

O ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi renunciou ao cargo, mas deixou na pasta peças-chaves para seus negócios nebulosos.

Funcionários do segundo escalão escolhidos pelo ex-ministro são apontados como interlocutores de empresas ligadas ao quarto ministro demitido do governo da presidente Dilma Rousseff.

Já o novo chefe da pasta, deputado federal Mendes Ribeiro (PMDB-RS), chega à Esplanada prometendo transparência. Mas na Câmara, Ribeiro, líder do PMDB no Congresso, mantém um gabinete com nomeações ilegais.

O parlamentar gaúcho emprega o cabo eleitoral e vereador de Pântano Grande (RS) Ivan Trevisan.

Ele foi nomeado secretário parlamentar em dezembro de 2008, mesmo ano em que ganhou uma das 32 cadeiras no Legislativo municipal. Trevisan está em seu terceiro mandato e desdobra-se ainda como presidente da Associação dos Vereadores do PMDB no Rio Grande do Sul.

Segundo a Câmara, a contratação é proibida porque representa acúmulo de função. Só do Legislativo federal, Trevisan já recebeu cerca de R$ 150 mil.

Em entrevista ao Correio, o novo ministro explicou a contratação do conterrâneo e assegurou que, no ministério, não terá o compromisso de manter ninguém.

No gabinete do deputado, Ivan Trevisan é quase desconhecido.
Os funcionários demoraram a lembrar do secretário que fica no Sul. No escritório político em Porto Alegre, a informação é de que ele só atende pelo celular.

Trevisan confirmou que ocupa os três cargos, mas não quis detalhar por telefone as atividades e nem informar os horários de trabalho.

Solicitou que as perguntas fossem encaminhadas por e-mail. "Realizo minhas atividades com muita tranquilidade, pois existe compatibilidade de horário para os deveres", respondeu.

Ele afirmou que, no mínimo uma vez por semana, vai até o escritório de Porto Alegre e "sempre que tem demanda" vem a Brasília. Trevisan disse que não recebe dinheiro da associação do PMDB.
"O cargo dá prestígio e oportunidade para o crescimento."

Ivan Trevisan mora em Pântano Grande, a duas horas da capital, e, segundo colegas vereadores, nunca falta ao trabalho. Pelo Legislativo municipal, Ivan recebe R$ 2,3 mil. As reuniões plenárias ocorrem a cada 15 dias.

Pelo gabinete, o vereador ganha cerca de R$ 4,5 mil. Ele declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um patrimônio de R$ 42,8 mil, representado por um terço de uma casa no centro da cidade de pouco mais de 10 mil habitantes.

Mendes Ribeiro informou que caberia à Câmara fiscalizar a contratação e que, durante a nomeação, não houve qualquer impedimento. "Não existe incompatibilidade. O Ivan é uma pessoa muito ativa profissionalmente e politicamente", disse.

Também esclareceu que ontem mesmo recebeu um ofício da Casa pedindo a revisão da contratação e determinando que Ivan escolha um dos cargos. O vereador e secretário parlamentar terá 10 dias para comprovar que abriu mão da vaga na Câmara Municipal ou pedir exoneração do cargo de secretário parlamentar.

A assessoria de imprensa da Câmara informou que vereadores não podem acumular outros cargos, porque seguem as mesmas normas dos deputados federais. Uma recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou o entendimento.

Aliados

Além do problema com o funcionário, Mendes terá que lidar com o legado do antecessor.
E, apesar de ter deixado a pasta, mantém grande influência, especialmente com a presença de aliados na Secretaria de Defesa Agropecuária,
nos departamentos de Fiscalização de Insumos Pecuários,
Inspeção de Produtos de Origem Animal e de Saúde Animal,
além da Consultoria Jurídica, responsável pelos pagamentos milionários de dívidas perdidas na Justiça,
e da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo, comandada por Ricardo Saud, que também é sócio de uma das subsidiárias do Grupo Ourofino.

Gastos inflados

Mendes Ribeiro usa a cota parlamentar para ajudar outro político. O ex-deputado federal Ney Ortiz Borges recebe mensalmente R$ 2,8 mil pelo aluguel de um imóvel onde funciona o escritório político do deputado federal em Porto Alegre.

O novo ministro da Agricultura já gastou R$ 184,8 mil com o chamado cotão.
No ano passado, extrapolou os limites.

Ele teria direito a R$ 30,6 mil por mês, podendo acumular valores ao longo do ano. Porém, gastou R$ 390,2 mil, quando o teto era de R$ 368 mil. A explicação da Câmara é que ele não teria usado todos os bilhetes aéreos emitidos pelo gabinete.

Em um único mês, o parlamentar gastou R$ 86,4 mil, sendo R$ 66 mil só com divulgação das atividades parlamentares.

FOGOS DE ARTIFÍCIO

Servidores do Ministério da Agricultura celebraram ontem a demissão de Wagner Rossi com fogos de artifício.

Para evitar que fossem identificados, funcionários da pasta deram 10 caixas de rojões a um lavador de carros, que lançou os fogos do estacionamento da pasta, na Esplanada.

Segundo alguns servidores, o clima ficou mais "leve" no ministério com a demissão de Rossi.
Camuflados

O CHORORÔ DOS MERITÍSSIMOS



Estou com pena dos juízes. Seus 60 dias de férias anuais podem ser reduzidos à metade. É uma maldade com os meritíssimos. O tratamento cerimonioso vem da palavra mérito. Os juízes estão acostumados aos superlativos. Digníssimo, excelentíssimo. Os salários e os benefícios do Judiciário também são superlativos.

Quando um juiz é afastado por um abuso, é “punido” com aposentadoria integral. Na semana passada, o direito dos magistrados a férias em dobro foi ameaçado. Quem comprou a briga foi o presidente do STF, Cezar Peluso.
Em entrevista ao jornal O Globo, ele defendeu a redução das férias – ou melhor, a “equiparação” do descanso dos juízes ao de todos os assalariados brasileiros, com base nas leis trabalhistas. A reação da categoria foi estridente e imediata. O chororô afeta a credibilidade de uma classe bem remunerada que estuda em princípio para defender direitos iguais.

A carta aberta dos juízes é comovente. Eles defendem seus 60 dias de férias por motivo nobre. Trabalham demais e sob pressão, não recebem por hora extra, levam “processos complexos” para casa nos fins de semana.

Professores, médicos, motoristas, todos deveriam se inspirar no direito ao ócio dos meritíssimos. Os juízes explicam que, livres das audiências, trabalham durante as férias. E, por isso, precisam dos 60 dias. Para resolver a lerdeza da Justiça, talvez devêssemos ampliar ainda mais as férias dos juízes. Os processos não se acumulariam tanto, sem solução. Noventa dias de férias anuais seriam suficientes para tirar o atraso?

Não é apenas em nome da eficiência que a Associação dos Magistrados do Brasil se amotinou. Os juízes afirmam que férias dobradas reduzem a aposentadoria por invalidez ou morte prematura. Esse argumento parece piada de humor negro com os demais trabalhadores. E a comédia não para aí. O senador petista Eduardo Suplicy criticou o privilégio dos juízes e promotores:
“Há tantas outras profissões que exigem extraordinária dedicação e nem por isso têm férias maiores que o normal”.

Suplicy esqueceu que ele e seus companheiros no Congresso têm direito a 55 dias de descanso remunerado por ano. Eles querem manter o privilégio das férias mais longas. Onde vai parar a guerra às castas no Brasil?

O professor da PUC do Rio Luiz Werneck Vianna, autor do livro Corpo e alma da magistratura brasileira, defende as longas férias dos juízes.
“É uma profissão estressante. Isso é coisa de classe média ressentida”, diz ele. O presidente da OAB, Ophir Cavalcanti, discorda: “(A regalia) fere a igualdade que deve existir entre os cidadãos. A Justiça brasileira é morosa também pelo excesso de férias, recesso e feriados”.



A sociedade já não idealiza o magistrado, afirma o professor de história do Direito da FGV de São Paulo, José Reinaldo de Lima Lopes:
“Está cada vez mais forte a mentalidade de que o juiz é um prestador de serviço como outro funcionário”.
Foi-se o tempo em que o juiz era indicado pelo imperador ou pelo ministro da Justiça. Há concursos públicos.



Em abril deste ano, a polêmica foi outra. Tentou-se em vão exigir dos tribunais o expediente integral, das 9 horas às 18 horas. Não adiantou o presidente da OAB brigar pela igualdade:

“A toga é apenas uma indumentária, e não um escudo para justificar a diferenciação entre os trabalhadores”.

Um dos argumentos dos juízes foi o calor excessivo no fim da tarde. O horário dos tribunais em alguns Estados vai das 9 horas às 14 horas. É por isso que precisam de tantas férias para trabalhar. A realidade não cabe num expediente assim.

Onde vai parar a guerra às castas no Brasil?

Dilma começou a faxina ética no governo e no Congresso – e isso rende votos. Não importa se as razões da presidente são altruístas ou estratégicas. Alguém começa a peitar os mercenários da política. Mesmo que nenhum ex-ministro mensaleiro devolva o dinheiro, Dilma pode dar uma de Peluso e questionar por que deputados e senadores trabalham dois dias por semana, discutem só o que importa a eles, vendem a consciência em troca de benefícios regionais ou pessoais, gastam as verbas extras sem prestar contas e se esbaldam em recessos com passagens aéreas financiadas por nós.

Vivem todos vidas superlativas, alguns com ficha suja. Sem a menor culpa.

(Fonte: Ruth Aquino/VEJA).
Ruth Aquino é Jornalista, Redatora Chefe da Revista Época e professora da UERJ.