"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sábado, 21 de abril de 2012

BURACO, 118



Além da fachada, não sobrou pedra (de construção) sobre pedra (de crack) no sobrado da Cracolândia que tem 100 anos de história para contar
por Carol Pires | Fotos: Tuca Vieira
Padre Mário Quilici, que completou 89 anos no mês passado, está cansado. Não tem conseguido dormir com o barulho dos helicópteros da polícia e das emissoras de tevê que atazanam o seu sossego desde janeiro. Pároco mais antigo do centenário Colégio Salesiano Liceu Coração de Jesus – sua fundação data de 5 de junho de 1885 –, o religioso cuida até hoje do acervo histórico da instituição. Ingressou na casa ainda rapazote, como aluno interno, e se formou nos mesmos bancos em que se sentaram, em épocas variadas, dois futuros governadores de São Paulo (Carvalho Pinto e Franco Montoro), um futuro presidente da República (Jânio Quadros), o criador e reitor da Unicamp, Zeferino Vaz, além de Monteiro Lobato, Grande Otelo, Toquinho e tantos outros.
Em sua época de ouro, na década de 60, a instituição chegou a formar até 3 mil alunos por ano letivo. Para 2012, Mário Quilici prevê menos de 300 crianças matriculadas na instituição. Nem poderia ser diferente. Os cinco quarteirões da alameda Dino Bueno, rua onde o Liceu foi erguido, somados aos três mais degradados da rua Helvétia, no outrora respeitado bairro central de Campos Elíseos, provocam arrepios. Abandonado há décadas pela cidade, deformado pelo crack e reempossado pelo mais recente surto de ação policial, o local mais parece uma terra arrasada.

uma caminhada recente pela vizinhança, o padre Mário apontou para o sobrado de número 118, situado a um quarteirão do Liceu. “Este casarão já foi um hotel. Não muito luxuoso, mas era arrumado”, relembrou. Chamava-se Hotel Rio Jordão, fora inaugurado em 1970 e até estacionamento para automóveis oferecia – reflexo da construção da Estação Rodoviária de São Paulo, em frente à praça Júlio Prestes, a menos de 200 metros dali.
Trinta anos atrás, o corpo técnico do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (o Condephaat) indicou cerca de quarenta imóveis do bairro para serem tombados. Entre eles, o de número 118. Sua construção fora registrada na Prefeitura como sendo de 1939, mas o arquiteto e professor da Universidade de São Paulo Carlos Faggin acredita que o imóvel seja de um período anterior – algo entre 1910 e 1920. “O estilo é o eclético paulista, mistura um pouco de neoclássico com outras tendências locais. Era tipicamente uma casa de renda, construída para ser alugada”, assegura ele. Um decreto municipal de 1984 declarou o sobrado 118 “sob preservação de nível 2” – categoria que determina a preservação externa do imóvel e permite reparos em sua fachada.
Passados quase trinta anos, não se pode dizer que a lei não foi cumprida à risca. Os vãos da porta e dos quatro janelões da fachada foram vedados com blocos de cimento. As janelas menores foram arrancadas e parte da parede externa ficou enegrecida por um incêndio recente. Mas a “arquitetura externa” foi preservada. Na parede castanho-avermelhada, uma pichação em preto informava o essencial: “Welcome City Cracko.” Bastava um passo adentro para captar o retrato da degradação social naquele pedaço de subvida urbana.
Na segunda semana de janeiro, o saguão ainda estava coberto de lixo – barro, cacos de tijolos, um casaco de crochê rosa, uma bota preta, um par de tênis All Star marrom, garrafas vazias de Guaraviton, uma lata de sardinha, o cinco de copas de uma carta de baralho. Na parede em frente ao que restou de uma escada de mármore, um penico azul permanecia pendurado por um arame, como se fosse uma guirlanda.
Uma semana antes, a Polícia Militar havia esvaziado quatro casas geminadas da rua Helvétia, além do sobrado 118 da Dino Bueno, cujos fundos se interligavam através de buracos abertos em paredes e muros. Conhecido como “o buraco”, aquele labirinto improvisado chegou a abrigar quatro centenas de usuários de crack. Volta e meia a Prefeitura levantava vedações de cimento destinadas a impedir o acesso dos “noias” (corruptela de “paranoias”) às entranhas das casas abandonadas. Mas, tal qual toupeiras, eles sempre conseguiam se esgueirar de volta para dentro do “buraco”.
Ali, entre o entulho espalhado pelos cômodos, baratas cascudas caminhavam sob a fuligem gerada por paredes queimadas. A chuva do fim das tardes de janeiro tinha passagem livre, pois o que restou dos tetos das casas era permeável. A água se misturou ao bolor, lodo, mofo, ferrugem, teias e chorume gosmento brotando do entulho. O cheiro de detrito e putrefação era de fazer arder as narinas.
Antes da intervenção, a população flutuante diária do lado de fora das casas chegou a 2 mil pessoas, entre usuários e traficantes de drogas. Até mesmo a linha de ônibus 719P-10 (Metrô Armênia/Pinheiros), que passava por esse trecho da Helvétia, teve de ser desviada por falta de espaço para a circulação de coletivos e carros entre tantos zumbis.

ampos Elíseos foi o primeiro bairro projetado de São Paulo. Ele surgiu no final do século XIX com o loteamento da vasta área até então pertencente ao visconde de Mauá. O que inicialmente eram chácaras de fazendeiros de café se transformou em casas inspiradas na arquitetura francesa, com ruas paralelas e perpendiculares. Tudo obra de um suíço, Frederico Glette, e um alemão, Victor Nothmann, que adquiriram esse naco de terras em 1878 e as planejaram como um Champs Elysées paulistano. A alameda Dino Bueno, batizada à época de alameda dos Andradas, foi justamente uma das primeiras ruas abertas no novo bairro.
O sobrado 118 da Dino Bueno teve outras encarnações desde sua construção como “casa de renda” e transformação em hotel. Foi adquirido por uma família de descendentes de alemães e italianos, os Hergett, que do negócio só guardam amargura. “Compramos a casa como investimento e a alugamos para um indivíduo que a transformou num cortiço. Com a morte desse senhor, o próprio filho abandonou o cortiço e o sobrado foi sendo ocupado pelos noias”, conta Maria Hergett, que, aos 80 anos, continua sendo proprietária do imóvel, agora reduzido a uma fachada. “Eu nunca mais fui lá, temos até medo de passar na frente”, acrescenta. A família é dona de vários outros imóveis na Dino Bueno e ruas adjacentes, mas há quarenta anos mora no bairro residencial de Perdizes.
Sentada na calçada em frente ao que restou do casarão dos Hergett, Joelita Alves dos Santos, 55 anos, três filhos e dois netos, reclama: “Por que tiraram a gente daí se era pra virar isso?” Ex-moradora do 118 nos tempos de cortiço do sobrado, ela não se conforma com o final da história que desalojou 66 famílias. “Era cortiço, mas era limpo, arrumado, ali só morava gente trabalhadeira.” Tinha até nome: Condomínio Alvorada. O senhorio, conhecido como “seu Peixoto”, cobrava 480 reais por um quarto com banheiro, e a vida ia bem. Após sua morte, o filho Edmar assumiu o cortiço e a Prefeitura começou a fazer inspeções no local, com exigências de habitabilidade.
Joelita morou no local até sua interdição pela Prefeitura, dois anos atrás. “Quando a Prefeitura fechou o cortiço”, relembra ela, “os moradores concordaram em sair, mas combinamos que íamos invadir de novo. Só que os noias já tinham ocupado as casas da rua de trás e acabaram chegando no 118 antes da gente.” Com uma carta de crédito de 56 mil reais que ganhou da Prefeitura a título de compensação, Joelita acabou comprando um apartamento a 500 metros dali. Mas sempre volta ao quarteirão detonado para conversar com os antigos vizinhos.
Nos últimos dias de janeiro, antes de as casas geminadas da rua Helvétia serem trituradas por escavadeiras, as mensagens ainda visíveis nas entranhas daquele submundo davam testemunho de vidas arruinadas. “Marcos, te amo”, proclamara alguém, em letras cor de laranja.
Os dizeres são quase todos mais monótonos do que desconexos. Poderiam ter sido rabiscados numa cela de prisão, num banheiro público, num caderno escolar: “Garota misteriosa, você é demais”; “Humildade em primeiro lugar”; “Só os loucos sobrevivem”. No entanto, estavam gravados em paredes sem portas, janelas sem paredes, colunas sem teto, lajes quase sem apoio, escadas que dão para lugar nenhum ou andares já sem escada.
Em dois dos prédios desossados pelos serviços de limpeza da Prefeitura, ficaram para trás, além das baratas, cinco Bíblias, um gato de pelúcia, uma bola de futebol azul e amarela, e um recado que algum dia teve urgência: “Isa, antes de machucar meu coração, se lembra que você mora nele. Não é difícil tirar você da cabeça e sim do coração”, assina Tiago na Zoio. “Vida loka” ficou gravado num azulejo amarelo que escapou de algum incêndio.
Algumas mensagens têm ótima caligrafia. “Poder te dizer que o que eu mais sonhava nessa vida aconteceu: foi te conhecer e agora que estamos juntos não quero nem pensar em te perder. Só quero saber se estar ao meu lado irá te fazer feliz. Eu só sei dizer que estou apaixonada e isso é tudo o que eu sempre quis. Amor, Thaty.” Apenas duas marcações faziam alusão à droga: uma folha de maconha desenhada e a frase “Não roubem nossa brisa”.
No interior dos casarões, ainda com cheiro pútrido, ratos zanzando e lixo a cobrir o chão, era possível imaginar uma rotina dos ocupantes. Antes da demolição, havia um pátio a céu aberto que dava acesso a vários cômodos numerados aleatoriamente: 33, 159, 15, 33, 55, 121. Nesse simulacro de vila informal os espaços se assemelhavam: não tinham porta nem janela e lonas faziam as vezes de teto. Numa parede, uma mensagem definitiva: “Alex, você é um canalha, mas é o homem que conquistou meu coração.”

nquanto os lixeiros retiravam a primeira camada de detritos com pás e carrinhos de mão, um garoto entrou numa das casas e começou a remexer o entulho com um cabo de vassoura quebrado. Vestia bermuda, casaco, tênis e boné pretos e trazia uma mochila nas costas. Não dizia o que procurava. Começou a bater em um dos muros capengas e conseguiu derrubar alguns tijolos. Mostrou-se irritado ao ser indagado se morava ali. “Quem morava nessa nojeira aí eram os noias. Eu sou de Itapevi!” Dois agentes da Polícia Militar surgiram para revistá-lo. Encontraram um cachimbo e o levaram embora.
Uma garota ainda nova, aparentando não ter mais de 20 anos, se aproximou da repórter. Tímida, perguntou se estávamos fazendo uma filmagem e ofereceu um conselho. “As mensagens na parede são pedidos de socorro. Se você prestar atenção, vai entender”, disse em tom de código, antes de sair dali acelerada. Um senhor que ouviu a conversa comentou: “Ela é noia, acabou de voltar da reabilitação, mas amanhã já vai estar aí de novo, toda suja.”

ito dias depois do início da operação de higienização social da Cracolândia, a quantidade de lixo já havia diminuído bastante e a Prefeitura fazia a zeladoria do lugar. Uma gari comentou que ainda precisariam de uns quarenta dias para concluir o trabalho. No final, foram 128,3 toneladas de roupas, móveis, brinquedos, sucata e lixo recolhidas. Quando o massivo já havia sido levado, sobressaíam os detalhes do que ficou daquelas vidas: isqueiros e carteiras de identidade.
Passados alguns dias, Maria das Graças Bernardino voltava a vender eletrodomésticos de segunda mão numa lojinha montada no lado ímpar da Dino Bueno, em frente ao extinto buraco dos noias. Ela conta que até recentemente trabalhava com um porrete na mão para se livrar dos usuários que ficavam agressivos quando ela não queria pagar pela sucata que lhe ofereciam. “Já vi matarem gente a paulada. Um dia passou um cara todo ensanguentado, mas enquanto eu ligava pro bombeiro, eles pegaram o rapaz de novo e terminaram de matar, assim, nas minhas costas”, relembra.
No dia 18 de janeiro, a polícia ainda fazia a vigilância do local e os usuários de crack se esgueiravam pelas adjacências quando o Diário Oficial da Cidade de São Paulo publicou o despacho do prefeito Gilberto Kassab. Determinava a demolição das casas que formavam o buraco – exceto a fachada da casa 118 da alameda Dino Bueno. Razão: apresentavam risco à saúde pública, de desabamento e à segurança da vizinhança. Na mesma semana a City Cracko e suas ramificações subterrâneas viraram pó. E antes que o mês de janeiro acabasse, máquinas-mamute cuidaram de fazer a “pavimentação asfáltica” do quadrilátero maldito. Essa foi a parte mais fácil da anunciada recuperação do Centro de São Paulo. Falta todo o resto.
21 de abril de 2012

WILLIE NELSON

MARCHA EM BRASÍLIA PELO JULGAMENTO DO MENSALÃO E PELO FIM DO VOTO SECRETO

Maior marcha aconteceu em Brasília, com cerca de 3 mil pessoas vestidas de preto.
Protestos também pedem o fim do voto secreto no Congresso.

DREAM A LITTLE DREAM OF ME

WALDOMIRO DINIZ E JOSÉ DIRCEU NASCERAM UM PARA O OUTRO


Os fatos ocorridos nas últimas semanas testemunham que Waldomiro Diniz e José Dirceu nasceram um para o outro. Realçam a convivência mais que fraternal dos amigos que partilharam a mesma residência, o mesmo teto em Brasília, antes de se tornarem vizinhos de sala no 4° andar do Palácio do Planalto no governo Lula.
Inseparável amigo e homem de confiança do então ministro da Casa Civil José Dirceu, para quem labutou como assessor direto na Câmara dos Deputados desde o início dos anos 90, Waldomiro Diniz foi seu fiel escudeiro por quase 12 anos (1992-2004). Uma amizade pura.

Waldomiro Diniz exerceu o cargo de ultraconfiança de subchefe de Assuntos Parlamentares da Presidência da República no início do governo Lula (2002-2004), provavelmente fase de preparação do terreno e semeadura do Mensalão – pois era o homem certo para essa tarefa -, que viria a amadurecer e ser colocado no mercado em 2005 pelo mascate Roberto Jefferson, que se julgava prejudicado em seus negócios por “concorrência desleal”.

O popularíssimo “escândalo dos bingos” é a denominação de um evento criminoso que veio à tona após denúncias de que o então assessor de Dirceu praticava o santo ofício de extorquir empresários, com a patriótica finalidade de arrecadar dinheiro para o imaculado PT.

A diligente atividade arrecadatória emergiu e assumiu notoriedade após a divulgação de uma gravação feita pelo empresário do ramo zoológico Carlinhos Cachoeira. A gravação mostra Cachoeira levando uma amável e íntima “cobrantina” de Waldomiro Diniz, a pretexto de apoio à campanha eleitoral do Partido dos Trabalhadores, aquela agremiação onde tem de tudo, menos trabalhador.

A gravação foi produzida em 2002, quando Waldomiro Diniz presidia a Loteria Estadual do Rio de Janeiro, durante o governo de Benedita da Silva, também do tradicionalmente moralista PT. O dinheiro resultante da “cobrantina” de Waldomiro Diniz seria investido nas campanhas eleitorais dos então candidatos a governador Geraldo Magela (PT-DF), Rosinha Garotinho (na época no PSB-RJ) e Benedita da Silva (PT-RJ). Seria um reforço da popular “Caixa 2”. Isso, antes das eleições; depois, passaria a ser “Sobras de Campanha”, segundo juristas ricos e famosos.

Waldomiro Diniz sempre bateu um bolão na sua “especialidade”, por isso foi convocado e prestigiado por Dirceu. Waldomiro também mostrou seus dotes profissionais insuperáveis na renovação de contratos entre a Caixa Econômica Federal (CEF) e a empresa que gerencia loterias federais GTech. Para, o PT a GTech é uma empresa idônea, acima de qualquer suspeita; porém, para a mídia está atolada nos escândalos envolvendo o ex-prefeito de Ribeirão Preto – também ex-deputado pelo PT, ex-ministro de Lula e de Dilma e “consultor de negócios” – o médico sanitarista (ramo da medicina que, dentre outras atividades, mexe com excrementos) Antônio Pallocci (PT-SP).

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“PRÁTICA DO PARTIDO”

Por todo o país a mídia publicou uma cacetada de denúncias contra o PT. No Rio Grande do Sul, o ex-petista José Vicente Brizola, que presidiu a Loteria Estadual no governo de Olívio Dutra (PT), declarou que “a cobrança de propina de bicheiros é uma prática do partido”. No calor dos acontecimentos Brizola disse que era imputada ao filho da senadora Emília Fernandes (PT-RS), Carlos Fernandes, a nobre missão de coordenar a atividade (extorsão de bicheiros) no partido. Tudo pela causa.

Na ocasião, em meio a tantas notícias de corrupção, os jornais publicaram que a Polícia Federal e uma comissão de sindicância montada pelo governo investigaram o caso e concluíram que Waldomiro Diniz também estava envolvido em trapalhadas com o ex-assessor de Antonio Palocci, Rogério Buratti.

No Congresso Nacional a oposição conseguiu assinaturas para uma CPI dos Bingos, mas o imaculado governo do PT – que quando estava na oposição adorava uma CPI – barrou e liquidou a instalação da comissão com uma manobra regimental.

Márcio Thomaz Bastos, na época ministro da Justiça (?), trabalhou árdua e fortemente para evitar que o primeiro grande escândalo do Governo Lula tomasse conta dos órgãos de divulgação, pois estava muito clara a afinidade do PT com o jogo e a contravenção.

Na Internet e na mídia, naquela ocasião, correu a notícia que Márcio Thomaz Bastos escalou rapidamente o advogado (sempre de plantão para esses eventos) Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, para defender Waldomiro Diniz e cortar o desaguar (dar um cala a boca) de Cachoeira, buscando evitar que o escândalo alcançasse e derrubasse o então chefe da Casa Civil e todo poderoso do Governo Lula, o “primeiro ministro” José Dirceu.

A bosta apenas ficou coberta, pois, no ano de 2005 o prelado Roberto Jefferson denunciou o Mensalão e surgiram graves acusações do envolvimento do pároco José Dirceu no esquema, que acabou saindo “por livre vontade” da Casa Civil. E assim se foi o “primeiro-ministro”, segundo o Procurador Geral da República, o “chefe de sofisticada quadrilha”. E o caso, não investigado (abafado) em 2004, tomou conta da mídia em 2005 e se encontra no STF para julgamento.

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DE NOVO, THOMAZ BASTOS

Agora, cerca de oito anos depois, mais uma vez Márcio Thomaz Bastos é convocado, em caráter de urgência, para represar a enxurrada de denúncias que Carlinhos Cachoeira está ameaçando desaguar ladeira abaixo. Pode ser um tsunami, pois já saiu na mídia que são interlocutores das campanhas presidenciais do PT de Lula e Dilma, que receberam doações de Caixa 2 do empresário zoológico que – por hábito profissional – garante que anotou tudo: só vale o que está escrito, como registram os talões das apostas.

E tem mais: o deputado federal Amauri Teixeira (PT-BA) alertou o poder demolidor que o “Caso Cachoeira” pode ter na impoluta política brasileira, pois corre à boca pequena que são em número de 126 os seus coleguinhas de ofício (deputados federais) que estão envolvidos, de variadas formas, com os negócios obscuros do empresário zoológico Carlinhos Cachoeira.

Considerando que a Câmara Federal possui 513 deputados, 126 representam cerca de 25% desse total, que podem estar de barriga cheia por terem participado dos banquetes generosos de Cachoeira. Uma senhora bancada. O dobro de deputados da bancada evangélica.

E a CPMI vem aí. Se Carlinhos Cachoeira der os nomes de todos os que foram agraciados com seus atos filantrópicos, terá prestado um grande serviço ao Brasil e, volto a afirmar, merecerá uma estátua na Praça dos Três Poderes, em frente ao Congresso Nacional.

21 de abril de 2012
Jorge Brennand

VALE DO RIO DOCE: MÁQUINA DE DESENVOLVER OU CAVALO DE TRÓIA?

A privatização da Companhia Vale do Rio Doce completará 15 anos em menos de um mês, no próximo dia 6 de maio. Apesar desse tempo decorrido, até hoje tramitam ações na justiça para desfazer a venda da CVRD, fazendo-a reverter à condição de estatal. Não é uma questão encerrada, uma página virada da nossa história recente,

Para os mais céticos, que se consideram apenas realistas, essa meta é mais do que utópica: é impossível. Apontam para os sucessivos recordes que a empresa bateu durante essa década e meia, consolidando de vez sua condição de companhia privada.
O lucro líquido do ano passado, o maior de todos os tempos, foi equivalente a 30 bilhões de dólares. É quase 10 vezes mais do que o valor pago pelo consórcio vencedor do leilão de 1997 por 42% das ações ordinárias da então estatal.

O preço de venda é um dos nós engatados na consciência da opinião pública nacional. Até a revista especializada europeia Euromoney admitiu que o preço de mercado tivesse que ser pelo menos três vezes superior aos US$ 3,3 bilhões desembolsados pelo consórcio liderado por Benjamin Steinbruch.
Ele surpreendeu ao superar o lance do outro consórcio, comandado pela Votorantim, da família Ermírio de Moraes, que era considerado favorito, por ser o representante maior da cultuada “burguesia nacional”.
A surpresa não durou muito: logo Steinbruch se desligou da Vale, concentrando os seus negócios na Companhia Siderúrgica Nacional, também ex-estatal.
Essa nova surpresa levou muitos observadores a levantarem suspeita sobre quem seria o dono de fato da empresa. Não era uma dúvida qualquer. Ao ser privatizada, com 43 anos de existência, a Vale já era a maior vendedora de minério de ferro do mundo.

Tinha uma das maiores frotas de grandes navios graneleiros do mercado. As melhores jazidas de minérios do país. E um invejável sistema de transporte. Era a mais cobiçada das pedras da coroas que o Estado brasileiro exibia, no híbrido capitalismo nacional.

Esse poderio só fez se expandir — e a uma velocidade sequer suspeitada — desde 1997. A Vale produz três vezes mais, tem o maior sistema logístico que uma corporação particular opera em qualquer lugar do planeta, atua em 16 Estados brasileiros e em 36 países, tendo meio milhão de pessoas como seus empregados ou dependentes diretos.

Consolidou-se como a segunda maior mineradora do mundo — e a mais diversificada. É a maior empresa privada do Brasil, a maior do continente e uma das 20 maiores do mundo. De cada 10 dólares que entram no caixa do tesouro nacional como resultado de exportações, US$ 2 resultam de atividades da Vale no exterior.

Privatizada, ela se tornou gigantesca como jamais se podia imaginar. Parece mais estatal do que nunca, embora tenha se tornado uma das mais visceralmente privadas das corporações mundiais. É das que mais distribui dividendos aos seus acionistas, como efeito da busca por lucros cada vez maiores, batendo recordes sucessivos de rentabilidade.

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AGENTE OCULTO?

A grande alavanca se formou em 2005. O preço do minério de ferro disparou para patamares nunca antes imaginados, como diria Camões (ou Lula). A Vale chegou a ser, durante certo tempo, maior do que a Petrobrás.
A mudança drástica se deveu ao consumo incrível da China. Os chineses absorvem um terço do minério do mundo. É para eles que vão 60% do ferro escoado pelo maior trem de carga do mundo, desde a província mineral de Carajás, no Pará, sem similar na Terra, até o porto da Ponta da Madeira, no Maranhão.

Haveria um agente oculto nessa oração? A pergunta suscita todos os tipos de teorias conspirativas, mas não há fantasmagorias nas ilações. O Bradesco é o maior acionista privado da Vale, mas não podia ser portador de ações. As regras do leilão proibiam que dele participasse o responsável pela modelagem da privatização. E o modelador foi o Bradesco.

As normas da venda também vedavam o ingresso na sociedade dos compradores de minério de ferro. Era lógico: haveria conflito de interesses se alguém vendesse e comprasse ao mesmo tempo. Mas a japonesa Mitsui é a maior acionista estrangeira da Vale. Como esses absurdos se tornaram possíveis?
Em tese, mesmo privatizada, a Vale é uma empresa brasileira: 65% do seu capital votante pertencem a pessoas ou instituições domiciliadas no país. Através de fundos estatais e do seu banco de desenvolvimento, o BNDES, o governo brasileiro tem 41% das ações ordinárias, que conferem decisões aos seus portadores.

O executivo federal detém ainda as ações especiais Golden Share, que lhe dão certos poderes diretos sobre a gestão da companhia. Por que, então, o governo vive a reclamar do que a Vale faz, como se lhe fosse um estranho? Por que não previne situações ao invés de se opor a elas depois, quando já se transformaram em fatos consumados?

A Vale se especializou em distribuir dividendos, cada vez maiores. De uma empresa assim talvez seja mais interessante comprar ações preferenciais, que, como o nome diz, conferem direito de preferência na partilha dos lucros. Estas ações são controladas por investidores privados — e estrangeiros, que se concentram na bolsa de Nova York.

Especializada na venda de commodities minerais, a Vale também está atrelada aos compradores, com ênfase especial na China. Atrelamento perigoso. Tanto mais quanto o grau de endividamento da empresa em moeda estrangeira constrange sua apregoada autonomia.
Venalidades e aviltamentos de valor à parte, o mais grave no processo da privatização da CVRD foi a falta de informações ao cidadão, que, como o povo, durante a madrugada em que o Brasil dormiu imperial e amanheceu republicano, viu a tudo bestializado.

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ENTREGOU UM PAÍS

O governo não privatizou apenas uma estatal: ele entregou poder equivalente ao de um Estado a uma única empresa; entregou um país. O país Vale. O país Brasil não pode ignorar que em seu território age um país Vale. Como catapulta do desenvolvimento ou cavalo de Troia.

Com tais preocupações, decidi criar um blog empenhado em revelar a poderosa Vale para os brasileiros, para que eles sejam efetivamente seus donos, não apenas nominalmente. Só se domina o que se conhece. De fato, em profundidade, com substância.

Todas as pessoas com o mesmo interessem pode participar dessa roda de conhecimentos. Do diálogo talvez se consiga montar um painel revelador, denso e sólido, sobre a atividade da Vale, da qual depende parte considerável dos destinos nacionais.

É um momento propício a essa iniciativa. O Brasil se esforça por aumentar a taxa incidente sobre a mineração. Uns querem elevar a alíquota, que é baixa. Outros defendem ampliar a base de cálculo (que não inclui seguro, transporte e imposto, apenas o custo direto de produção do minério). Essas falhas impedem o Brasil de participar decentemente nos resultados da atividade mineral.

Minha proposta é para que se cobre participação nos lucros da empresa de mineração. O argumento que ela usa contra taxas mais elevadas ou de maior retorno é que afetam a sua competitividade internacional. A alegação não pode ser aplicada à participação no lucro líquido.

Se o poder público tivesse direito a 10%, teria recebido no ano passado o equivalente a três bilhões de dólares. Não é mais interessante e justo?
Manifeste-se acessando o blog: www.valeqvale.wordpress.com.

21 de abril de 2012
Lúcio Flávio Pinto
(Transcrito do Yahoo)

O FIM DA ROUBALHEIRA E DOS PREJUÍZOS

Na poderosa China, dotada de pena capital para corruptos e entreguistas, ainda assim, pelo que se vê pelos jornais, a bandidagem ainda continua por lá. A níveis bem menores do que a nossa. Mas continua, apesar da pena de morte.

Deste ângulo de visão, é possível concluir que o efetivo combate a corrupção, roubalheiras e entreguismos, não pode ser de modo tímido e destituído de exigida competência. Não podemos continuar disponibilizando para os bandidos de colarinho branco, leis frouxas e justiça corrupta.
Chega.
Assim sendo, para reduzir nossa desgraçada, impune, gigantesca e muito antiga corrupção, a níveis de países ricos, só mesmo por dois caminhos complementares:

A) Condenar todo o corrupto e correspondente corruptor, a devolver ao Estado, tudo que foi roubado, devidamente corrigido para valor presente, mais as multas, multiplicando tudo por 2, caso o condenado pertença aos quadros de funcionários da Justiça, seja ele pequeno ou grande.
Caso falte dinheiro para atingir o montante cobrado, buscar o que ficou faltando nos bens dos filhos, irmãos, pais, avós, etc. Tirar até o ultimo centavo disponível na família objetivando saldar integralmente a dívida com o Estado.
Caso fiquem na miséria, terão direito de serem mendigos. Implantaria o terror em toda a família que venha a perceber qualquer indício e/ou intenções de roubalheira, por parte de um de seus membros. Abortaria muita roubalheira, e sem matar ninguém;

B) Preparar um grande programa educacional muito bem estruturado, a ser divulgado em todas as escolas e por toda a mídia, demonstrando os terríveis danos materiais e morais que a velha desonestidade brasileira vem causando ao Brasil.
Esse programa deveria ser estruturado por gente de reconhecida competência educacional, didática e de ilibada moral. A partir daí, todas as propagandas do Governo, inclusive na TV, hoje vazias e de poucos propósitos, além do de enriquecer os donos dos meios de comunicações, passaria a ter claras mensagens de combate a desonestidade, roubalheira e entreguismo.

Com semelhantes providências, em menos de 10 anos o comportamento de nossos políticos e de funcionários públicos modificaria para bem melhor, inclusive o comportamento do povo. Todos ganhariam muito. Até mesmo os ricos e poderosos.
A desonestidade é um câncer social e econômico, capaz de destruir uma nação inteira. Solução tem. Só está faltando patriotismo e muita coragem, muita coragem.

21 de abril de 2012
Welinton Naveira e Silva

THE NEW YORK TIMES, OLHA O TEU RABO !

O programa “O Mundo amanhã”, de Julian Assange, criou uma tempestade da mídia ocidental, que imediatamente passou a acusar o Kremlin de operar nos bastidores do programa.

O fundador de WikiLeaks nunca teve qualquer ilusão sobre como seu programa de entrevistas seria recebido, sobretudo porque Russia Today foi o canal escolhido para exibir as dez primeiras edições do programa.
Julian Assange sempre soube que seria declarado “traidor” e “fantoche do Kremlin”.
Pois exatamente essa avaliação não demorou a cristalizar-se nas páginas do New York Times, em coluna de Alessandra Stanley, que não poupou críticas a Assange e ao canal que escolheu.

“Russia Today é rede de notícias em inglês, criada pelo líder russo Vladimir V. Putin em 2005, para promover a linha do Kremlin em todo o mundo”, diz The New York Times, acrescenatando: “Basicamente, é plataforma improvável para um homem que faz pose de ‘vazador’ esquerdista radical e defensor da livre manifestação do pensamento contra as superpotências” – lê-se.

Glen Greenwald, conhecido jornalista dos EUA e colunista da revista online Salon, discorda dessa opinião, em entrevista a Russia Today.

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AMALDIÇOANDO ASSANGE

- “Por que ficaram tão ofendidos?”

Greenwald: “A mídia-empresa norte-americana nunca parou de amaldiçoar Julian Assange, desde que ele surgiu em cena. O que Assange fez – noticiar com transparência – é precisamente o que a mídia-empresa deveria fazer, e Assange o fez em doses generosas, muito mais que todos os veículos da mídia-empresa nos EUA, somados. Imediatamente, jornais e jornalistas puseram-se a atacar Julian Assange por ter exposto o governo dos EUA.

- “A reputação de Assange desabou, desde que WikiLeaks sacudiu o mundo, em 2010. Para uns é herói, para outros é espião, mas atualmente é quase sempre visto como doido varrido” – escreve o New York Times.

Greenwald: “Seria suicídio segurar a respiração à espera de que o NYT algum dia chame de “doido varrido” alguém que tenha poder em Washington. O ataque contra Assange e Russia Today diz muito mais sobre o jornalismo nos EUA, do que sobre os ‘atacados’. O fato de Assange estar no ar [em inglês, espanhol e árabe e, agora, também em português do Brasil], em programa transmitido por Russia Today, enlouqueceu, literalmente, ainda mais, a mídia-empresa nos EUA. Adoraram o pretexto para apontar o dedo para outros veículos e dizer ‘Vejam, são fantoches e instrumentos para propaganda do poder!’. Porque, de tanto que jornais e jornalistas norte-americanos comportam-se exatamente como fantoches e instrumentos para propaganda do poder, todos acabam esquecendo que não fazem outra coisa além de propaganda do poder e dos poderosos. Mais que outros, o New York Times foi campeão mundial do esporte de convencer o país da necessidade de os EUA atacarem o Iraque. O modelo de jornalismo que se vê nos EUA vive de mostrar fé e fidelidade caninas ao governo dos EUA. Quero dizer: há muita hipocrisia na crítica que o NYT publicou.

O primeiro entrevistado de Julian Assange foi o secretário-geral do Hizbollah libanês, Said Hassan Nasrallah, que não dava entrevistas à televisão ocidental desde 2006. Apesar das críticas, muitos concordaram que, em termos jornalísticos, a entrevista foi um sucesso.

Greenwald: “O NYT zomba do novo programa de Assange. De fato, Assange fez o que a TV dos EUA jamais faria: interrogar duramente o primeiro convidado de um novo programa. Foi uma entrevista sensacional. Lá estava Nasrallah, que concordou em dar a Assange um furo internacional. E, em vez de tratá-lo com reverência (como qualquer entrevistador na televisão americana teria feito), Assange falou muito duramente, quase agressivamente, nas perguntas. Perguntou a Nasrallah sobre corrupção nos mais altos escalões do Hezbollah. Desafiou o entrevistado, ao perguntar a Nasrallah por que não estava apoiando os sírios que lutam contra a ditadura de Assad. De fato, foi entrevista impressionante, em termos jornalísticos, sobretudo para um programa inaugural.

“Evidentemente, em termos práticos, o Sr. Assange está na cama com o Kremlin, mas no show da 3ª-feira disfarçou bem” – prossegue o artigo do NYT. Dado que Russia Today jamais é citado sem o sufixo obrigatório “canal de propaganda do Kremlin” pela maioria dos veículos de mídia norte-americanos, o assunto do dia, para muitos, foi quanto, do programa “The World Tomorrow”, teria sido escrito pela equipe do presidente Vladimir Putin, recém eleito. Russia Today é sempre apresentado nesses termos, ao público dos EUA.

Greenwald: “Assange criticou Nasrallah por não apoiar os sírios na luta contra a ditadura de Assad. O governo russo sempre foi aliado de Assad. A atitude de Assange, ante Nasrallah, foi diretamente oposta ao que interessaria à política dos russos para a Síria. Claro que isso dá forte credibilidade ao que Assange tem dito, sobre sua independência editorial. Quem diga o contrário disso só faz exibir-se como falso e mentiroso.”
“A regra é clara: OK, se o jornalista é pago por fabricantes de armas, por políticos norte-americanos ou pelo governo dos EUA ou da Grã-Bretanha. Pode até ser pago por Rupert Murdoch. Mas Russia Today não poderia trabalhar para o governo russo? Assange tem de ser avaliado pelo jornalismo que produz – não pelo canal que escolhe para veicular seu programa”.
“Os EUA estão totalmente mobilizados para processar e destruir Assange. E a Rússia lhe oferece um programa e audiência planetária. Bem faria o NYT se ajudasse os leitores a pensar melhor sobre por que a Rússia faz o que faz. E sobre o que mostra o NYT, quando não faz o que deveria fazer.”

21 de abril de 2012
tribuna da internet

A CPI DA SACANAGEM...

A Comissão Parlamentar de Inquérito instalada no Congresso Nacional para investigar as relações do contraventor Carlinhos Cachoeira com políticos e empresas privadas terá 32 integrantes.



Até agora existem 25 integrantes:

Deputados:

Candido Vacarezza (PT-SP)
Odair Cunha (PT-MG)
Paulo Teixeira (PT-SP),Luiz Pitman (PMDB-DF)
Iris de Araújo (PMDB-GO),Carlos Sampaio (PSDB-SP)
Fernando Francischini (PR),Onix Lorenzoni(RS)
Rubens Bueno(PR)
Rolnado Foncesca(PR-DF)
Protógenes Queiroz (PCdoB-SP)
Miro Teixeira (PDT-RJ),Silvio Costa (PTB-PE).
Senadores:

Vital do Rego (PMDB-PB)
Eduardo Braga (PMDB-AM)
Romero Jucá (PMDB-RR)
Ciro Nogueira (PP-PI)
Cassildo Maldaner (PMDB-SC)
Welington Dias (PT-PI)
José Pimentel (PT-CE)
Pedro Tanques (PDT-MT)
Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)
Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP)
Jayme Campos (DEM-MT)
Fernando Collor de Mello (PT B-AL)
Vicente Alves (PR-TO).

A sacanagem é a seguinte, desses indicados, pelo menos 17 tem pendência na Justiça.

Cito Fernando Collor de Mello que se viu constrangido a deixar a presidência da República, por irrefutável peculato.
Também a figurinhas de Romero Jucá e Cássio Cunha Lima, que respondem na Justiça respectivamente por corrupção ativa e passiva ,crime de responsabilidade fiscal e crime contra a administração pública,entres outros.

Os políticos já passaram da tolerância, hoje, dia de Tiradentes, voltam às ruas manifestações contra a corrupção, estas devem acontecer em todo o país.

O ponto máximo será em Brasília, fulcro do atual apodrecido sistema político, onde o movimento se apresentará na Esplanada dos Ministérios.

Se trata da III Marcha Contra Corrupção é idealizada pelos grupos Movimento Brasil Contra a Corrupção (MBCC), Juventude Consciente, Nas Ruas e Anonymous. O evento, apartidário e pacífico, tem como objetivo combater a corrupção nas esferas dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, e a impunidade no Brasil, para que o país seja mais justo para seus cidadãos.


III Marcha Contra Corrupção reivindica o julgamento do Mensalão como prioridade. Segundo eles, o caso é a maior história de corrupção já vista no país e não pode passar em branco.

Que isto sirva aos políticos, para saberem que a batata deles está assando.

Basta com a sacanagem!

(*) Texto de apoio: Dyelle Menezes e Ricardo Felizola.

21 de abril de 2012
Giulio Sanmartini

BISBILHOTANDO AS PÁGINAS PASSADAS DO DIÁRIO DA DILMA


Diário da Dilma

Alegria de poste é estar no mato sem cachorro.


1º DE FEVEREIRO
Se fosse agente de viagem, o Patriota iria à falência. Haiti e Cuba... eu mereço?

2 DE FEVEREIRO
Pelo amor de Lênin, como tergiversa esse Fidel Castro! Entornei uns dez mojitos e fumei dois charutos, enquanto ele falava, falava, falava. Eu fazia cara de conteúdo, abanava a cabeça e pedia para o garçom mais um mojito. Fiquei de pilequinho, comecei a bater cabeça e sonhei que estava com o Che, só eu e ele na Sierra Maestra. Eu colava no rosto dele e chamava para uma salsa. No final, propunha: “Que se dañe el Fulgêncio y la Revolución, Ernesto...

3 DE FEVEREIRO
Desembarquei em Porto Príncipe e vi logo que o Patriota estava com um sorriso maroto. Depois de me mandar para cá, ele tinha de se redimir. Pensei que ele ia sugerir uma esticadinha em Miami, mas nada, era melhor ainda: o homem me pôs na frente do Sean Penn! Dei um grito estridente, mordi o lábio, perdi o fôlego, me abanei com um relatório da ONU. Fiquei com uma agonia!
Liguei para a Ideli, só de maldade. Dizem que a coitada ficou mais vermelha do que já é de tanta inveja.
Ó, Negromonte, por que estás tão triste? Mas o que foi que te aconteceu? Foi a empreiteira que quebrou teu galho, deu dois pepinos e depois correu? Foi assim que demiti o ministro. Estou radiante depois desse encontro com Sean.
(O Negromonte era ministro do que mesmo?)

4 DE FEVEREIRO
Os free shops dos aeroportos de Cuba e Haiti são bem fraquinhos. Não deu para comprar aquele delineador que mamãe pediu. Ela vai ficar uma fera.
Quanto mais eu rezo mais assombração me aparece! Quem é esse cara da Casa da Moeda que eu demiti? Aliás, o que é Casa da Moeda? Cada dia uma surpresa! Mas a melhor do dia foi me pesar e ver que perdi 2 quilos e meio. Fez a maior diferença! Acho que a esteira ajuda. Dispensei o M&M que fica em cima da minha mesa. Mandei trocar por cenoura crua.

5 DE FEVEREIRO
Gleisi me deu a caixa com a primeira temporada de Downton Abbey. Garantiu que as roupas são uma beleza e que às tantas aparece um turco entusiasmado que é uma coisa. Duvido um pouco. Turco usa bigode, feito o Mercadante.
Não estou entendendo esse bafafá na Síria. Aquela Primavera Árabe já não resolveu os problemas daquela meiuca? Foi tão bonito aquilo. Essas coisas o Patriota não me explica.

6 DE FEVEREIRO
Mamãe teve um ataque de pelanca quando falei do delineador. Tive que cancelar minha viagem para o Ceará. Como fiquei com um buraco na agenda, decidi pôr a Eleonora Menicucci na Secretaria de Políticas para as Mulheres. A Ideli tem faltado muito a nossas partidas de tranca. Eleonora é mais disciplinada e faz um pão de queijo divino.

7 DE FEVEREIRO
Tive que me torcer mais do que cobra de faquir para explicar que concessão não é privatização. Essa gente da imprensa quando quer deturpar uma coisa é fogo! Os aeroportos não estão privatizados! Estão concedidos... uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa! Me expliquei bem?

8 DE FEVEREIRO
Fui a Pernambuco dar uma prensa no pessoal que está atrasando aquelas obras de transposição do São Francisco. O vento estava tão forte que conseguiu a proeza de me despentear – e olha que eu estava usando o mesmo laquê do Roberto Justus. Coloquei um chapéu catito para disfarçar.
Fiquei triste com a morte do Wando. Sonhei com o Lobão cantando Fogo e Paixão num cabaré de João Pessoa.

9 DE FEVEREIRO
Não posso estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Mas se Dilminha vivesse na Bahia queria ver se aqueles PMs iam fazer greve. Alegria de poste é estar no mato sem cachorro.

10 DE FEVEREIRO
Hoje tem aniversário do PT. Ô coisa chata! E eu cheia de coisas para fazer aqui! Não tenho tempo para ficar sorrindo para o Zé Dirceu. Coloquei logo uma camisa preta estampada para mostrar que estava de má vontade.
Gente, alguém me explica o Kassab? Ele me lançou um olhar 43 e me passou um recadinho escrito num guardanapo: “Você vem sempre aqui?”.

11 DE FEVEREIRO
A Marta, que continua ressentida, veio me dizer que é pesadelo acordar de mão dada com o Kassab no palanque. E ter o Temer de vice é o quê? Delirium tremens?? Xô assombração!!

12 DE FEVEREIRO
A gente quer ajudar os amigos, mas assim não dá! A Eleonora tinha que abrir aquele bocão? Falar de aborto... isso é conversa? E aquela entrevista em que ela fala que namorava moças e moços? Que lindeza! Mandei ela calar o bocão se quiser a boquinha. Eu é que não vou de novo a Aparecida para fazer média com a bancada de Jesus.

13 DE FEVEREIRO
Ô pessoal sensível! O Gabrielli veio me perguntar por que eu chamei a Graça de graciosa, mas nunca me referi a ele como Gabrilindinho. Eu, hein.

14 DE FEVEREIRO
Está decidido, não vou ficar na Bahia durante o Carnaval. Não boto fé na segurança. Dou as caras e vazo rapidinho. Vou sair nuns blocos do Rio com a máscara da Fátima Bernardes. Pedi para o Kamura me arranjar uma peruca. Ao menos me livrei de sair na Gaviões. Vou mandar um presente para o Kalil, que proibiu o Lula de desfilar.

15 DE FEVEREIRO
Estou tentando demitir o Ricardo Teixeira indiretamente. Vai que cola.

16 DE FEVEREIRO
Ganhei um labrador lindíssimo de uma tabeliã do Ceará. Acho que vou chamá-lo de Sean Penn.

17 DE FEVEREIRO
Ah, Carnaval, Carnaval. Não vejo a hora de experimentar o maiô que o Romero Britto fez para mim. Vou levar o baralho, Imagem & Ação e o livro de receitas da Palmirinha. Gleisi insistiu para eu ver logo Downton Abbey. É para podermos fofocar. Se chover, eu vejo.

18 DE FEVEREIRO
Meu Deus, fantasiaram o Gabrielzinho de Sean Penn. Com bigodinho e tudo! Ficou a coisa mais cuti-cuti do mundo. Soquei a parede para conter um ataque de fofura. Tirei tanta foto que fiquei com LER no dedo indicador.

20 DE FEVEREIRO
Adoro ver o desfile das escolas de samba até de madrugada. Titia faz uns comentários muito engraçados quando aparecem as rainhas de bateria.
Fiquei com aquele samba na cabeça que diz “Tem bu bu bu no bó bó bó”. O que será que quer dizer? Vou perguntar para o Marco Aurélio Mello, que é carioca e erudito.
Como é bom passar uns dias sem laquê...

21 DE FEVEREIRO
Menina, fiquei chocada com aquele rapaz rasgando as notas das escolas de samba de São Paulo. Não achei que alguém levasse o Carnaval paulista a sério. Imagina se a moda pega e a oposição resolve subir na mesa da presidência da Câmara para rasgar as medidas provisórias? Mandei a Abin ficar de olho.

22 DE FEVEREIRO
Matei a quarta-feira de Cinzas. Me acabei nos blocos! Mas usei o banheiro público...
Gilbertinho veio me avisar que o Sean Penn visitou a Argentina e elogiou o perfume da Cristina. Afff... Fiquei tão furiosa que ele saiu correndo gritando “Acuda, mamãe, acuda”. Liguei para o Cameron e disse que o exército brasileiro estava ao seu dispor para conter essa bagunça nas Maldivas. Ou seria Malvinas?

23 DE FEVEREIRO
Mamãe me chamou correndo para ver o programa Bem Estar. Os apresentadores contavam segredos para quem tem pele oleosa. Disseram que chocolate não dá espinha.

24 DE FEVEREIRO
Gosto do Serra como um vascaíno deve estar gostando desse Deivid.

27 DE FEVEREIRO
Já deixei avisado que agora não tem mais desculpa. Acabaram as férias, Réveillon, Carnaval. Ou o pessoal aparece para trabalhar ou demito todo mundo e contrato aqueles trabalhadores de Taiwan.

21 abril de 2012
revista piaui

TIRIRICA É O NOVO MINISTRO DA EDUCAÇÃO



Tiririca é o novo Ministro da Educação
A imagem acima mostra a reação de Putin à indicação de Crivella para o Ministério da Pesca

CIRCO VOSTOK - Inspirada pela sugestão do secretário geral da FIFA, Jerome Valke, Dilma resolveu fazer da Reforma Ministerial um "chute no traseiro" da opinião pública.

"De um lado, tenho que agradar a base aliada. De outro, a opinião pública. É impossível satisfazer todo mundo. Optei pela opinião aliada", discursou a presidenta enquanto chorava.

Para agradar a ala dos palhaços, que cresce em progressão geométrica, Dilma escolheu Tiririca para Ministro da Educação.

"Eu não sei como funciona o Enem. Mas assim que eu descobrir eu te conto", obtemperou o novo Ministro no ouvido da presidenta. Recebeu um olhar fulminante de Dilma e prosseguiu: "Diferente de outros por aí, eu sei colocar minhoca na cabeça da estudantada".

Dilma ainda promoveu Tereza Cristina como Ministra da Defesa, Ricardo Teixeira para a pasta da Fazenda e Luciana Gimenez para o Ministério da Ciência e Tecnologia.
Rumores ainda não confirmados dão conta de que Rubens Barrichello assumirá o Ministério dos Transportes.

21 de abril de 2012
the i-piaui herald

VALE OUVIR DINAH WASHINGTON !!!

Dinah Washington, uma das mais influentes cantoras norteamericanas do século XX, no Jazz, R&B e no Blues, morreu cedo, aos 39 anos. Aqui ela canta Cry Me a River, escrita por Arthur Hamilton para Ella Fitzgerald cantar no filme de 1955, Pete Kelly’s Blues, música que acabou por ser cortada do filme. Assista ao vídeo abaixo.

21 de abril de 2012
magu

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FONTE FIDEDIGNA

Fonte Fidedigna
 
Quase sempre a melhor informação não está nos palácios.
(Foto/Vilmar Tavares)


 

CRIME HEDIONDO


Chegou a hora de prender Dilma Roussef, Aloísio Mercadante e Eleonora Menicucci de Oliveira por crime hediondo.

Como diria o filólogo Henry Higgins do musical “My Fair Lady “ “pelo assassinato a sangue frio do idioma português”.

A pena para este crime não existe, mas sendo crime hediondo não deveria ser possível responder ao processo em liberdade e este deveria ser um caso de condenação à morte por “vil garrote”.

É um crime fútil. Pois ninguém tira proveito dele. Simplesmente por terem o poder para fazê-lo estão rompendo com as tradições do idioma português, De nada adiantam as relações com os povos da África, da China e de Timor Leste, da Ilha do Sal e Portugal como ovos de idioma luso.

Estamos nos tornando um povo ridículo, manipulado por ignorâncias notáveis, que se tornarão antológicas.
Há coisas que não colam.
Os revolucionários franceses, para quebrar com o passado tentaram trocar os nomes dos meses. Vendemiário e Brumário como janeiro e fevereiro. Isto simplesmente não sobreviveu. O
utro projeto era decimalizar os meses, ou seja, o ano teria dez meses. Por cada uma das estações teria dois meses e meio. Isto também não pegou.

Por outro lado, Napoleão, que aboliu o novo calendário e que tinha o mérito de consultar cientistas, formalizou o sistema métrico, e isto vingou.
Neste caso aboliram-se medidas desencontradas baseadas em pés de reis e quantidades de sal ou semente.

Não somos palhaços, mas somos vitimas de palhaçadas.

Veja:

Lei nº 12.605, de 3 de Abril de 2012

Determina o emprego obrigatório da flexão de gênero para nomear profissão ou grau em diplomas.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:


Art. 1º As instituições de ensino públicas e privadas expedirão diplomas e certificados com a flexão de gênero correspondente ao sexo da pessoa diplomada, ao designar a profissão e o grau obtido.

Art. 2º As pessoas já diplomadas poderão requerer das instituições referidas no art. 1º a reemissão gratuita dos diplomas, com a devida correção, segundo regulamento do respectivo sistema de ensino.

Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 3 de abril de 2012; 191º da Independência e 124º da República.

DILMA ROUSSEFF
Aloizio Mercadante
Eleonora Menicucci de Oliveira.


Por essa lei, Dilma Rousseff, faz com que passe a ser lei o barbarismo que ela criou, ao auto-denominar-se “Presidenta”, nessa esteira seguem outros ridículos:

JORNALISTO, JUDOCO, MOTORISTO, PILOTA de avião, GENERALA de Exército, CABA da brigada, TELEFONISTO, MANOBRISTO, OCULISTO, MASSAGISTO , ASCENSORISTO AERONAUTO, AGENTA, BABÓ de crianças, BALCONISTO, ECONOMISTO , BOIO-FRIO...

E muitas outras figuras estranhas.

(*) Fotomontagem: Os signatáriso do Decreto.

21 de abril de 2012
Ralph J. Hofmann

TROCA-TROCA CONSTITUCIONAL

Nunca antes na História Oficial desse país machista e de temperamento latin lover por natureza, teve-se uma mulher-presidenta da República.
 
Ora, o último presidento preferiu sempre deixar o cargo de lado para exercer, com notável denodo e alegria, a função de cabo-eleitoral.
Nada demais, portanto, que por pública e notória tendência vocacional a primeira-mulher abandonasse os afazeres de presidenta pelas lidas de uma faxineira.

Pelas fidedignas fontes oficiais, não há nenhum impedimento constitucional para a realização dessas trocas. E, como o reles contribuinte, mesmo sem os efeitos colaterais de temporadas hospitalares está careca de saber, tudo que não é proibido é permitido.

EM OFF - Pelo "jeito PT de governar", a versão sem contestação da História Oficial é que o Brasil saiu lucrando nos dois casos: Lula foi muito melhor cabo-eleitoral do que presidento da República; Dilma é muito mais fotogênica com uma vassoura na mão do que com o diploma presidencial.

VERSÃO SEM CONTESTAÇÃO


Foto: Flickr Vilmar Tavares
 
Toda verdade emana de quem faz a História Oficial. Ou não.

NOSSO CASO DE AMOR COM O LIXO: MONTANHAS DE ENTULHOS


Estátuas heroicas registram a versão higienizada e oficial da história, mas os despojos de uma sociedade dizem mais sobre modo de vida de seus membros

Embora as tumbas subterrâneas e as cidades perdidas fiquem com toda a atenção midiática, uma das coisas mais valiosas que um arqueólogo pode exumar é lixo. Murais de palácios e estátuas heroicas registram a versão higienizada e oficial da história, mas os despojos de uma sociedade contam a verdadeira história do modo de vida de seus membros.

Com esse pensamento em mente, os arqueólogos do futuro não terão do que reclamar. As sociedades industriais dos países desenvolvidos são as maiores geradoras de lixo do mundo; seus tentáculos de lixo alcançam todos os cantos da Terra.
O lixo, quase que por definição, é algo que a maioria das pessoas escolhe não pensar muito a respeito. Mas Edward Humes, um jornalista americano, é fascinado pelo assunto. “Garbology” é a sua tentativa de atribuir sentido a nossa inédita disposição de jogar as coisas fora.

O livro começa no aterro de Puente Hills, uma montanha artificial nos arredores de Los Angeles. Com 30 anos de idade, 150 metros de altura e contendo 130 milhões de toneladas de lixo em uma área de 283 mil hectares, este é o maior lixão dos Estados Unidos. Caso fosse um prédio estaria entre os 20 prédios mais altos da cidade.
A arte de construir uma montanha de lixo é supreendentemente high-tech. A montanha é um gigantesco bolo de camadas putrefato, com dezenas de camadas de lixo separadas por terra e lonas de plástico projetadas para conter a infusão de produtos químicos nocivos que do contrário contaminariam lençóis freáticos.

O chorume produz metano, que é coletado através de uma rede de tubulação que transfixa a montanha e queimado para produzir eletricidade.
O autor interessa-se tanto pela criação de lixo como por seu armazenamento. Poucos discordarão com o cerne de suas observações a respeito das falhas de nossa cultura moderna, descartável e consumista, ainda que a análise da questão seja bastante superficial.

Humes chega perto de culpar um único homem – J. Gordon Lippincott, um desenhista industrial – pela criação de todo um modelo perdulário de consumismo moderno.
Mas ainda que seja compreensível que um autor americano se debruce sobretudo sobre os problemas dos Estados Unidos, tem-se a sensação de que uma oportunidade foi perdida.
Algumas das partes mais interessantes do livro ficam perto do fim, em que são discutidas algumas soluções possíveis – como a estratégia dinamarquesa de queimar lixo para produzir eletricidade, ou do esquema irlandês de cobrar os consumidores por sacolas plásticas, o que levou o uso a cair mais de 90%. Uma leitura estimulante.


21 de abril de 2012

MALUF APELA A MINISTRO PARA FUGIR DA INTERPOL

Na mira da organização policial em mais de 170 países, deputado pediu ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, um ‘jeitinho’ para se livrar da prisão. Por Leandro Mazzini

Extra

Na mira da Interpol em mais de 170 países, menos no Brasil, o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) pediu ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, um ‘jeitinho’ para se livrar da prisão.

Acusado pela Promotoria de Nova York de lavagem de dinheiro, entre outros crimes, enquanto prefeito de São Paulo, Maluf tem que depor no estado americano. Mas pode ser detido assim que desembarcar lá.
O deputado tentou negociar depoimento na Embaixada dos Estados Unidos em Brasília, em vão. Agora, Cardoso intervém para que haja um depoimento por videoconferência.

‘Prisão’ domiciliar

Maluf só está na lista da Interpol porque não compareceu ao depoimento em NY. Apreciador de bons vinhos e viagens, sua maior prisão é não poder sair do Brasil.

Alô?, alô?

O deputado liga praticamente todos os dias para o ministro da Justiça atrás de novidades, e como forma de pressioná-lo. Os americanos estão irredutíveis.

21 de abril de 2012
opinião e notícia

PARA O RESTO DA EUROPA, UMA DISPUTA "FRÍVOLA".


Às vésperas do primeiro turno, imprensa europeia se frustra com ausências de questões importantes no discurso dos candidatos

Chegando na reta final, com o primeiro turno sendo decidido domingo, dia 22, as eleições francesas estão sendo vistas com certo tédio pelos próprios franceses – e com olhos bastante críticos pela imprensa. No último 30 de março, a Economist já chamava a atenção para o que deveria ser uma eleição “frívola”, onde as “verdadeiras questões”, como crescimento, competitividade, redução de despesas públicas, estavam dando lugar a assuntos secundários como a carne halal ou a gratuidade das carteiras de motorista.

Até mesmo jornal de centro-esquerda The Indepent previu que os “franceses não votarão pela austeridade, mas é o que eles terão”. De forma mais sombria, um comentarista do Channel 4 observou que o regime adotado por François Hollande não será suficiente e que o candidato “deverá reduzir ainda mais o consumo de bolos de chocolate se quiser equilibrar as contas da França”.

Uma tendência a “negar a realidade” também foi destacada pelos jornais alemães. O Tagesspiegel lamenta que “as grandes questões sobre o destino de um país e da Europa tenham sido simplesmente abandonadas”. 
Um corte com a realidade que a campanha francesa estenderia ao mundo exterior: há cinco anos, Nicolas Sarkozy anunciava o “retorno da França à Europa”, mas hoje ameaça aplicar a “política da cadeira vazia”, observa o Die Zelt. 
O hebdomadário faz piada com o lugar que o “modelo alemão” ocupou durante um tempo na campanha, e também com esses franceses que “nós pouco conhecemos e que, em pouco tempo, passaram a nos amar”.

O Il Foglio, jornal de direita italiano, já decidiu: “Um homem qualquer em Paris” é o título de um longo perfil de François Hollande, para quem, segundo a imprensa italiana em geral, a vitória parece estar garantida.
Até mesmo Carla Bruni, esposa de Sarkozy, desapareceu das manchetes para dar lugar a Valérie Trierweiler, companheira do candidato socialista.

21 de abril de 2012

NASA ENCONTRA VIDA INTELIGENTE NA REDE TV !!!!



Nasa encontra vida inteligente na Rede TV!

Animada com o resultado da pesquisa, Luciana prometeu um desfile de lingerie com mulheres cientistas

SUPERPOP - Após cinco anos de pesquisas com uma sonda especial, cientistas da Nasa finalmente encontraram indícios de vida inteligente na Rede TV!. "Foi duro, mas perseveramos. Tivemos que alternar o operador da sonda, pois ele desaprendia todo nosso treinamento depois de assistir ao TV Fama por três dias seguidos.
Lutamos contra alienígenas cheios de botox e silicone no planeta do Dr. Hollywood e identificamos emanações insalubres de frases desconexas no programa da Luciana Gimenez", desabafou o especialista Ray Arnold, enquanto seu assessor repetia catatonicamente: "que babado, gente".

Quando o governo americano ameaçava suspender o financiamento do programa, sem esperança de atingir os objetivos, a sonda entrou num estúdio vazio e encontrou um contrarregra lendo um livro. A imagem causou euforia instantânea e todos os cientistas se reuniram para acompanhar, em tempo real, quais seriam seus próximos movimentos.

O contrarregra, que foi identificado como Pedro Soares, se levantou para beber água e cruzou com um companheiro. "Está chovendo lá fora?", perguntou Pedro. Ao ouvir uma resposta negativa, disse: "que bom". O diálogo, que foi classificado como o mais coerente desde que a emissora passou a se chamar Rede TV!, serviu como prova irrefutável de que pode existir vida inteligente num raio de 15 km do estúdio do Super Pop.

Após comemorar o êxito da missão, o governo americano anunciou o dobro da verba para financiar uma exploração que vai procurar vida inteligente no próximo Big Brother Brasil. "Que babado, gente", disse Ray Arnold, visivelmente infectado.

21 de abril de 2012
the i-piaui herald