"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



domingo, 26 de agosto de 2012

RUBEM ALVES CONTESTA O MODELO DE ENSINO: "NÃO PROVOCA A INTELIGÊNCIA"

Escritor, psicanalista, seminarista, autor de cerca de 50 livros e professor emérito da Unicamp, Rubem Alves diz que os educadores têm que ser como jardineiros.




 


http://globotv.globo.com/globo-news/globo-news-dossie/t/todos-os-videos/v/professor-da-unicamp-contesta-o-ensino-tradicional/2107811/

Escritor, psicanalista, seminarista, autor de cerca de 50 livros e professor emérito da Unicamp, Rubem Alves não deixa de ser provocador. Um dos assuntos favoritos do escritor é o modelo de ensino tradicional no Brasil, que para ele deve passar por muitas mudanças.

“Na educação a coisa mais deletéria na relação do professor com o aluno é dar a resposta. Ele tem que provocar a curiosidade e a pesquisa”, diz ele.

No sentido de acordar a inteligência, o escritor fala que os alunos, sejam crianças ou velhos, devem desenvolver os fascínios pelos caminhos desconhecidos. A prova do vestibular, considerada para ele como tola, é um dos alvos de crítica.

“Se os reitores das universidades fizessem o vestibular, seriam reprovados, assim como os professores de cursinho. Então, por que os adolescentes têm que passar?”, indaga o escritor.

Para Alves, os professores têm que pensar menos nas tecnologias do ensino e começar a sonhar junto com os alunos. Além disso, ele fala que os educadores devem passar a ouvir mais os estudantes e assumir a função de jardineiros. “A escola deve ser um jardim”, diz ele.

Rubem Alves também conta que, na sua vida, o sucesso veio a partir dos fracassos e destaca que o perigo não é algo a ser temido, mas sim cultivado. “É preciso ter coragem para bater as asas”, afirmou.

26 de agosto de 2012
G!

TEMPO PARA ENTENDER

 

Foi na fronteira entre dois países europeus. Uma família brasileira parou e entregou uma série de passaportes do casal e de seus filhos de vários casamentos. Ela estava no segundo, e ele, no terceiro. O policial perguntou à mulher: “Você diz que é a mesma família, mas cada um tem um nome. Você pode me explicar?” Ela respondeu: “Sim, posso. O senhor tem tempo?”
 
Hoje é preciso tempo para entender as famílias. Uma revolução aconteceu nas últimas décadas dentro dos lares brasileiros. Os demógrafos José Eustáquio Diniz Alves e Suzana Cavenaghi fizeram um estudo recente, com base no Censo de 2010, e confirmam “a complexidade e a diversidade das relações familiares do Brasil contemporâneo”.
 
O Brasil tem mudado de forma espantosa. Desde o primeiro Censo, em 1872, a população aumentou 20 vezes. Em 1950, havia apenas 19 milhões de brasileiros morando nas cidades. Antes de 1970, o número de filhos por mulher era mais de seis, agora está abaixo de dois, menos que a taxa de reposição. Até 1940, havia mais homens que mulheres no Brasil.
 
Hoje, o superávit de mulheres aumenta a cada pesquisa. Em 20 ou 30 anos, a população brasileira vai parar de crescer. Depois, diminuir.
 
O conceito de família está no meio de um redemoinho. Ao longo das décadas, caiu o índice de casamentos civil e religioso, e aumentou o número de uniões consensuais e os outros arranjos. A queda da fecundidade da mulher ocorreu em todas as décadas até os anos 90.
 
Naquela década aumentou em apenas uma faixa: de 15 a 19 anos. Já voltou a cair, mesmo assim a maternidade na adolescência é muito maior no Brasil do que em inúmeros países, como Estados Unidos, Irã, Arábia Saudita. É preocupante.
A maternidade precoce costuma sacrificar mãe e filho.
O estudo conta que em algumas pesquisas feitas para se avaliar o comportamento sexual brasileiro encontram-se fatos como: a proporção de homens que dizem ter mais de uma parceira é cinco vezes maior do que a de mulheres.
 
Comparando-se os censos, o percentual de domicílios com casal com filhos caiu. Já o de sem filhos aumentou. Subiu o número de famílias com apenas a mãe no comando. Crescem também os casos de apenas o pai no comando, mas são mais raros.
 
Todo arranjo familiar tradicional tem caído; todas as novas formas de organização familiar têm aumentado.
 
Crescem os casos em que ambos trabalham e decidem não ter filhos. Em inglês, esse tipo de casal é chamado de Dink (Double Income, No Kids). Em português, Dinc (Duplo Ingresso, Nenhuma Criança).
 
As estatísticas estudadas por Suzana e José Eustáquio mostram coisas estranhíssimas. Por exemplo: quanto maior o número de filhos, menor o tempo que os maridos dedicam aos afazeres domésticos. O peso recai inteiramente sobre a mulher. Nos casais Dinc, eles assumem mais as tarefas do lar.
 
Os dois demógrafos, autores do estudo que li para esta coluna, são casados. Ela não tem filhos; ele tem dois, do primeiro casamento. Como nas pesquisas a pergunta sobre filhos é feita à mulher, eles entram na estatística como casal em que ambos trabalham e não tem filhos. “Somos o falso Dinc”, brinca José Eustáquio.
 
O meu neto do meio, Daniel, de dois anos, anda se esforçando para entender as relações humanas. Outro dia me perguntou pelo “meu avô”.
 
Eu disse que ele queria se referir ao avô dele — meu marido. “Vovô é o pai do tio Vla?”, perguntou de novo. Disse que não, que é o padrasto.
 
Isso o confundiu, e ele fez mais uma pergunta: “Você é irmã do tio Vla?” Respondi que não, que sou a mãe. Daniel continua intrigado.
Precisa de tempo para entender.

26 de agosto de 2012
Miriam Leitão, O Globo

FRASE DO DIA

 
Nós estamos no fio de navalha. Se não houver a condenação a Justiça brasileira vai ficar sob interrogação; se houver, o Brasil vai adiante, vai à frente.
 

           Senador José Agripino Maia (RN), presidente do DEM

          26 de agosto de 2012

 

MATANDO COM EFICÁCIA

 

A vida cada vez vale menos, como se vê a todo instante. No Brasil, não vale nada, ou quase nada. Vale em nossas leis, se bem que cada vez mais desdentadas e avacalhadas pelas chicanas processuais que propiciam, notadamente para os ricos.
Na prática, o que vemos é gente agonizando abandonada nos hospitais públicos e mortes violentas por todos os lados. O jovem delinquente compra sua primeira pistola e, para experimentá-la, mata alguém na primeira oportunidade. Um homem, como aconteceu não faz muito em Brasília, mata a namorada e, no dia seguinte, comparece a uma delegacia, revela o crime, entrega o corpo da vítima e a arma, e é também solto na hora.

Matar, no Brasil, é muito mais banal do que qualquer um de nós gosta de admitir. É muito fácil também. Como têm podido observar os que leem jornais e assistem a noticiários, há cidades (basta procurar no Google com jeito) onde é fácil contratar um pistoleiro e mandar matar um desafeto, contando ainda com a conveniente circunstância de que a grande maioria dos homicídios não é esclarecida. Para os casos mais triviais, dizem que sai muito em conta, valendo de sobra uma herança em disputa ou até um mero desagravo.
E tem o carro, o método mais fácil e seguro. Qualquer um pode tomar umas talagadas, pegar o carro e matar quem desejar. A relação custo-benefício é incalculavelmente a favor do assassino e a embriaguez, em certas subculturas nacionais, é até atenuante. Em suma, entre nós há pouca diferença entre matar um rato e uma pessoa. Para não falar em matar um bicho do mato, mesmo em caso de necessidade, porque o Ibama prende e o crime é inafiançável.

Mas, mesmo onde matar não é tão fácil e não há tamanha impunidade, eliminar gente continua uma atividade prioritária em boa parte do mundo e há quem faça disso o grande objetivo de sua existência. Um carro-bomba ou avião explodido ali, um massacre acolá, um genocídio alhures. Ninguém mais, com exceção dos atingidos, dá muita importância a notícias sobre esse tipo de ocorrência, é tudo estatística. Dezenas de mortos, centenas de feridos, centenas de mortos, milhares de feridos, acaba tudo misturado e esquecido.

Na verdade, matar o semelhante é tão importante para os humanos que sempre houve um próspero mercado para os fornecedores dos meios para a eliminação do outro. É interessante que, quando pensamos em marcianos de ficção científica antiga, achamos que esses marcianos, habitantes de um planeta apenas um pouco menor que o nosso, seriam um todo homogêneo e não, como nós, divididos ferozmente entre territórios e categorias as mais disparatadas e arbitrárias e indo às fuças uns dos outros o tempo todo.
Quer dizer, achamos que o certo seria vivermos harmoniosamente, como seres do mesmo planeta, que morrem imediatamente, se não mantiverem contato direto com o que os circunda, a começar pelo ar e o alimento. Mas, apesar disso, matamos os semelhantes a torto e a direito e frequentemente consideramos nobres os motivos, mesmo que saibamos que essa nobreza está no olho de quem mata.

Mas, não sei por que, o que mais me intriga são os fabricantes da morte, agora mais vivamente, com as notícias de armas químicas e biológicas na Síria. Muitos venenos foram descobertos por acaso, assim como cepas virulentas de micro-organismos, mas há cientistas dedicados a criar os mais devastadores agentes de morticínio e sofrimento em massa.
Dizem-nos que os mocinhos não estocam essas armas, só os bandidos - ao que manda a sensatez responder com um "morda aqui". Ninguém sabe que pestes e pragas diabólicas estão encapsuladas nos arsenais, ou quando algum desatinado fará uso delas.

Uma dessas doenças, já se divulgou faz tempo, é o antraz, também conhecido como carbúnculo, tão brabo que, no Nordeste, virou palavrão, através da corruptela "cabrunco". Normalmente só contraído por contato direto com material infectado, em sua forma "evoluída" deve pegar até pelo pensamento.

A intenção é matar, mas já li que não se despreza o importante "efeito moral", obtido pela reação dos contaminados, ao perceberem, a si mesmos e aos circundantes, cobertos de pústulas e chagas repulsivas.

Está bem, não se deve julgar o próximo, mas o que é que faz o sujeito trabalhar numa coisa dessas e chegar intencionalmente a esses resultados? Dizer que a ciência, como a justiça, é cega e, portanto, se desenvolver uma forma altamente letal de uma doença está nos limites da ciência, ela deve ser desenvolvida é a mesma coisa que saber que está nos limites da ciência projetar uma única bomba que destruirá a Terra e fazer essa bomba.
Não era necessário o antraz de laboratório. Equipes de cientistas trabalharam sabe-se lá quanto tempo para desenvolvê-lo, sabendo perfeitamente para que serviria e como poderia ser empregado. Será que nem um só desses caras se detém para pensar na monstruosidade que está ajudando a gerar? Como será que eles fazem os cálculos para estimar o número de infectados por hora, o número de óbitos por dia e assim por diante, sem imaginar o sofrimento causado?

Estive assistindo a um vídeo interessante, na internet. Um químico fazia uma palestra sobre uma bela rãzinha alaranjada, nativa da América Central, do tamanho da unha do polegar. A rãzinha é predada por pássaros e precisa de uma defesa eficaz. Aí produz na pele um dos venenos mais potentes já descobertos, que atua em doses infinitesimais.
Não dá nem para abrir o bico direito. Com o sistema nervoso bloqueado em milissegundos, o pássaro cai duro para trás e a rãzinha salta fora. Ainda não sintetizaram o veneno, mas é inevitável pensar que alguém pode estar se dedicando a isso, para legar ao futuro a possibilidade de, com uma ampolazinha jogada do alto, extinguir toda a vida animal numa área qualquer. Pode, não; deve estar, nossa espécie não falha.

26 de agosto de 2012
Joo Ubaldo Ribeiro - O Estado de S.Paulo

IMAGEM DO DIA

Curiosity faz seu primeiro "passeio" e deixa marcas de pneu em solo marciano


         Curiosity faz seu primeiro "passeio" e deixa marcas de pneu em solo marciano - (Nasa)
 
         26 de agosto de 2012

DAZIBAO

Na China antiga, os jornais não circulavam nas cidades e aldeias distantes, onde o pequeno número de alfabetizados não justificava a despesa da distribuição dos periódicos. Nesses locais, existiam – existem? – painéis colocados em locais públicos, onde eram dispostos os avisos, editais, proclamas, notícias etc. Eram os dazibaos.
 
Diariamente, ao passar pelo extinto Canecão, em franca decadência e correndo perigo de ruir, pois agora é “do povo”, ou seja, não será usado nem sofrerá manutenção até cair, leio meu dazibao sobre a interminável greve das universidades federais.
 
Dois cartazes, em especial, chamam minha atenção.
O primeiro, muito bem feito, trabalho de profissionais, anuncia: “A Universidade está viva! A Universidade está em greve!”.
 
Vejam que preciosa afirmação, que contrassenso bem colocado, que atrai pelo aparente paralelismo entre “ vida” e “greve”. No entanto, nada mais enganoso. Uma Universidade viva está em ebulição por outros motivos: pelas aulas, palestras, discussões, debates, pesquisas, monografias, publicações; seus corredores fervilham de pessoas indo e vindo, dirigindo-se às aulas, bibliotecas, laboratórios, áreas de lazer, centros de tecnologia e de informática, produzindo e difundindo conhecimento, arte, ciência, dúvidas, soluções...
 
Uma Universidade em greve, e em greve há mais de dois meses, é o oposto da vida: nada produz, a não ser confronto e radicalismo ideológico. Ainda não morreu, mas está moribunda.
 
E, por incrível que possa parecer, as principais vítimas da greve, os alunos que perdem seu ano letivo, um ano precioso de sua juventude e de sua vida, aplaudem e justificam o movimento intransigente, que alega querer negociar mas não aceita nenhuma proposta diferente de suas exigências e impede, até de forma violenta, o acesso às instalações das faculdades por aqueles que não concordam com a greve.
Por certo a conduta suicida dos alunos é resultado de anos de doutrinação socialista e da verdadeira lavagem cerebral que nossos estudantes sofrem desde o ensino fundamental.
 
Abaixo da frase, vejo os logotipos das várias associações de classe, sindicatos e centrais pelegas que organizaram e impõem a greve.
 
O segundo cartaz não tem a beleza plástica do primeiro. Escrito a mão livre, com letra irregular, numa faixa de plástico amarela, exige: “Dilma e Reitor, negociem já!”. Além de não admitirem nenhuma contraproposta, os grevistas ainda jogam no colo das autoridades a responsabilidade pelo fracasso das discussões, como se as mesmas é que não quisessem negociar.
Por negociar entendem ceder, submeter-se à vontade dos todo poderosos sindicalistas, donos da verdade, enviados divinos para estabelecer sua justiça entre os homens.
 
As autoridades, porém, merecem o impasse pelo qual são também responsáveis. Enquanto esteve na oposição, o partido da Presidente estimulou e defendeu o grevismo radical sempre que pode.
 
No poder, fortaleceu e encheu de privilégios os sindicatos e associações de classe, pensando, com certeza, em usá-los como companheiros de viagem em sua intenção de perpetuar-se no poder.
Mas os sindicalistas têm agenda própria, e caminham a passos largos para estabelecer a República Sindicalista do Brasil. Logo veremos quem usou ou quem foi usado.
 
O governo, agora, toma um pouco do remédio amargo que produziu para os outros.
Como diz o velho ditado, “quem semeia ventos, colhe tempestades”.
 
Clovis Purper Bandeira
é General de Divisão na Reserva.
 
Fonte: Alerta Total
26 de agosto de 2012

TÁ TUDO DOMINADO...

 



As transações entre o Banco do Brasil, seu ex-diretor Henrique Pizzolato, a Visanet e o publicitário Marcos Valério - incluindo os embaraçosos
R$ 326 mil em espécie - colocaram o BB no olho do furacão
 
No julgamento do mensalão, além de se comprovar o uso de dinheiro público pelo esquema, escancararam-se os métodos inescrupulosos do PT na ocupação dos negócios de Estado.

E o PT não poupou seara alguma, nem mesmo a instituição bicentenária.
Nos últimos nove anos, o Banco do Brasil sofreu duros golpes.

Com diretorias ocupadas por sindicalistas desde que Lula chegou ao Planalto, patrocinou até festas petistas.

E foi tatame de lutas fraticidas, envolvendo também a Previ.

Em comum, BB e Previ administram dinheiro a rodo.


Fora do foco do mensalão, ministérios e estatais puras ou mistas foram portas de entrada de companheiros e aliados e de saída de recursos não contabilizados.

Foi assim nos Transportes, na Agricultura, no Turismo, no Esporte, nos Correios, na Valec...

E há o déficit de competência.

Na Petrobrás, por exemplo, a interferência obsessiva do governo acabou por criar um monstro.

Em nota do colunista Ancelmo Góes, o consultor Adriano Pires revela que entre 2002 e 2010 a empresa ampliou o número de servidores concursados em 75% e o de terceirizados em 175%.

Léguas de distância dos 45% de crescimento da produção de petróleo.

Esquizofrênico, mesmo quando convoca a iniciativa privada reconhecendo que não tem gás para cuidar dos gargalos da infraestrutura do país, o governo cria novas estatais.

Só neste mês foram duas: a Amazônia Azul Tecnologias de Defesa (Amazul), para construir o submarino nuclear nacional, e a Empresa de Planejamento e Logística (EPL).

A EPL é um caso curiosíssimo.

Criada por medida provisória, ela pode tudo e muito mais. Além de estradas e ferrovias, o texto amplo permite que ela se meta em outros modais, como portos.

Tem poderes para virar sócia e para prestar consultorias às potenciais compradoras. Verdadeira sopa no mel.

Para presidir a 127ª estatal brasileira, a presidente Dilma Rousseff não teve constrangimento em nomear o economista Bernardo Figueiredo. O mesmo que o Senado rejeitou para a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), em março deste ano.

A revanche da presidente parece traquinagem, mas não é.

Em um país em que até o Banco Central se sujeita às vontades do Executivo e o BNDES, maior banco de fomento da América Latina, financia preferencialmente amigos do poder, sabe-se que tudo está dominado.

Ao julgar o mensalão, independentemente do desfecho, a Suprema Corte começa a jogar luzes sobre essas trevas.

 
Mary Zaidan é jornalista, trabalhou nos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo, em Brasília.
26 de agosto de 2012

O TRANCO DA CARROÇA

 

"Não existe centralidade nem forças antagônicas em disputa, quem decide é a maioria e, nesse sentido, o colegiado precisa se manifestar."

Há consenso quanto à resolução do que os ministros chamam de "incidentes", mas há ciência também sobre os limites do contraditório, que começam a ser ultrapassados quando o antagonismo obstrui a sequência dos trabalhos.

A partir daí o desgaste recai sobre a Corte.
Retirada. O ministro Cezar Peluso tem até a última sessão desta semana para pedir antecipação do voto, já que faz 70 anos na segunda-feira, dia 3.

O deferimento por parte do presidente Ayres Britto é certo, porque o pedido não fere o regimento. Mas, a questão da forma do voto em função da metodologia do julgamento por itens será debatida pelo colegiado antes de o assunto chegar à audiência pública.

O próximo. Próximo a se aposentar, o ministro Ayres Britto faz 70 anos em 18 de novembro e não quer nem pensar na hipótese de não votar em decorrência do prolongamento dos trabalhos.

"Não existe centralidade nem forças antagônicas em disputa, quem decide é a maioria e, nesse sentido, o colegiado precisa se manifestar."

Há consenso quanto à resolução do que os ministros chamam de "incidentes", mas há ciência também sobre os limites do contraditório, que começam a ser ultrapassados quando o antagonismo obstrui a sequência dos trabalhos.

A partir daí o desgaste recai sobre a Corte.

Retirada. O ministro Cezar Peluso tem até a última sessão desta semana para pedir antecipação do voto, já que faz 70 anos na segunda-feira, dia 3.

O deferimento por parte do presidente Ayres Britto é certo, porque o pedido não fere o regimento. Mas, a questão da forma do voto em função da metodologia do julgamento por itens será debatida pelo colegiado antes de o assunto chegar à audiência pública.

O próximo. Próximo a se aposentar, o ministro Ayres Britto faz 70 anos em 18 de novembro e não quer nem pensar na hipótese de não votar em decorrência do prolongamento dos trabalhos.

26 de agosto de 2012
DORA KRAMER - O Estado de S.Paulo

NEIL ARMSTRONG, O PIONEIRO!

Primeiro homem a pisar na Lua, Neil Armstrong morre aos 82 anos nos EUA



Minuto de silêncio – O primeiro homem a pisar na Lua, o norte-americano Neil Armstrong, morreu neste sábado (25/08) nos Estados Unidos, conforme informou sua família em um comunicado. Diversas autoridades norte-americanas lamentaram o falecimento de um dos seus heróis nacionais.

O ex-astronauta, que havia completado 82 anos no início deste mês, não conseguiu se recuperar de uma cirurgia no coração e enfrentou “complicações” que levaram a sua morte. Na carta, seus familiares não informaram o local de óbito nem especificaram as causas de falecimento.
“Estamos de coração partido ao dividir a notícia de que Neil Armstrong faleceu”, diz o comunicado que caracteriza o antigo engenheiro como um homem “modesto” e batalhador que “sempre acreditou em fazer apenas o seu trabalho”.

Armstrong comandou a Apollo 11, uma missão norte-americana que chegou à Lua no dia 20 de julho de 1969 em plena Guerra Fria. Suas primeiras palavras depois de pisar na superfície lunar se tornaram muito célebres por representar a magnitude da conquista dos EUA: “Um pequeno passo para um homem, um grande salto para a humanidade.

                             (Foto: Efe)
 
Por três horas, Edwin Aldrin e Armstrong caminharam pela Lua, coletando amostras, conduzindo experimentos e tirando fotografias. “Foi especial e memorável, mas foi muito rápido porque tínhamos muito trabalho a fazer”, contou ele a uma rede australiana neste ano, segundo o jornal norte-americano The New York Times.

O presidente dos EUA, Barack Obama, lamentou a morte do ex-astronauta. “Neil é para mim um dos maiores heróis americanos, e não apenas da atualidade, mas de todos os tempos”, afirmou ele.

Em uma rara aparição pública, Armstrong criticou a política espacial de Obama por enfatizar o desenvolvimento de naves espaciais por empresas privadas e desviar o foco de uma nova missão à lua. Em 2010, junto de outros 20 astronautas da época, assinou uma carta chamando o plano de “uma proposta equivocada que retira a NASA das operações espaciais”.

                            (Foto: Efe)
 
26 de agosto de 2012

APARELHAMENTO DA MÁQUINA PÚBLICA POR LULA E DILMA EXPLICA PIZZOLATO

"Aparelhamento explica Pizzolato"
 
O desvio de dinheiro público do BB para o mensalão só foi possível devido à política de montagem de aparelhos em empresas estatais e órgãos da administração direta
Em dois séculos de existência, o Banco do Brasil quebrou algumas vezes e terminou resgatado com o dinheiro do contribuinte. Como sempre acontece nestes casos. A primeira falência, provocada pela família real, devido a seus gastos e saques feitos na volta de D. João VI a Portugal, levou o BB a ser liquidado em 1829. Pode-se então dizer que o primeiro grande aparelhamento da instituição financeira pública, feito pela própria corte portuguesa, causou a falência inaugural do BB.

Esta visão patrimonialista que dirigentes, no Império e na República, cultivam do banco é que o leva a passar por ciclos de dificuldades operacionais e, como agora no mensalão, a fazer parte de escândalos.

O uso que o sindicalista petista Henrique Pizzolato fez de verbas de publicidade do BB para alimentar o valerioduto do mensalão faz parte desta centenária linhagem de “malfeitos” cometidos na maior instituição financeira pública do país sob as bênçãos de poderosos de ocasião.

O julgamento do mensalão está apenas no início, mas já se confirma que os dois polos nos debates entre os juízes do Supremo são o relator do processo Joaquim Barbosa e o revisor Ricardo Lewandowski. Porém, a primeira concordância entre eles foi a atuação de Pizzolato no caso, quando o sindicalista, funcionário de carreira do BB, ocupou a diretoria de marketing do banco.

Barbosa e Lewandowski consideraram Henrique Pizzolato culpado nas acusações do Ministério Público de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato.

O ex-diretor do BB pode vir a ser inocentado pelos nove ministros restantes. Mas já está na sua biografia o fato de que a Procuradoria-Geral da República o acusou de desviar dezenas de milhões de dinheiro público (BB/Visanet) para o mensalão e, em troca, receber a propina de R$ 326 mil.

Isto só foi possível devido à política de aparelhamento de segmentos da máquina pública, em estatais e na administração direta, executada com afinco a partir da posse de Lula no primeiro mandato, em janeiro de 2003. No caso do BB, nem mesmo a nomeação de um presidente oriundo da iniciativa privada, Cássio Casseb, logo no início do governo, conteve a ânsia de companheiros que pela primeira vez chegavam ao poder central.

Ao contrário, o próprio Casseb parece ter sido contaminado pela cultura do aparelhamento e do patrimonialismo, tanto que, menos de dois anos depois de assumir, saiu do banco acusado de contratar uma consultoria de conhecidos, a preços altos e sem licitação.

O capítulo do BB no mensalão segue o mesmo roteiro visto na Petrobras, no setor elétrico — este doado a aliados peemedebistas do PT —, no Incra, onde o MST e satélites se assentaram, etc. A condenação parcial de Pizzolato, o desarranjo administrativo da Petrobras, os desvios de dinheiro do contribuinte na reforma agrária, tudo é parte de uma obra bem mais ampla construída pelo aparelhamento lulopetista.

26 de agosto de 2012
O Globo

EM ENTREVISTA AO NYT, LULA NEGA EXISTÊNCIA DO MENSALÃO

 
Em entrevista concedida ao jornal americano The New York Times, publicada neste sábado, 25, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou a existência do mensalão e afirmou que a presidente Dilma Rousseff é a sua candidata.

O texto conta que mais de 30 políticos, incluindo um dos principais assessores de Lula, José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil, participam de um dos principais escândalos do país, o mensalão. O NYT fala que as revalações do esquema aconteceram em 2005, mas só neste ano está sendo julgado por reflexo da lentidão da justiça brasileira.

Lula afirmou à reportagem não acreditar que houve o mensalão, mas respeitará a decisão da Justiça no caso: “Se houver algum culpado, este deve ser punido e se alguém for inocente, este deve ser absolvido”. O ex-presidente também negou ao jornal que seu encontro com o ministro Gilmar Mendes em maio foi para adiar o julgamento do escândalo.

Sobre uma possível nova candidatura, Lula negou os rumores que poderia concorrer à presidência em 2014: “Dilma é minha candidata e, se Deus quiser, ela será reeleita”.

Lula declarou que não é uma tarefa fácil saber qual o papel de um ex-presidente, mas quando questionado se estaria diminuindo o seu ritmo de vida, ele enfatizou ao NYT que não, respondendo “política é a minha paixão”.

26 de agosto de 2012
O Estado de S. Paulo

QUANDO UMA IMAGEM VALE POR MIL PALAVRAS

                        Voto do Ministro Lewandowiski.
 
Diante da imagem e do comportamento duvidoso do Sinistro Lewandowiski no julgamento do mensalão...
Não precisa ser muito inteligente para perceber os motivos que levam, um Sinistro do Supremo afrontar a sociedade e fazer um voto que contrarie a opinião pública.
Nem sempre o que é legal é moral SR. Ministro.
E o mensalão foi a maior imoralidade nuncaantesvistanahistóriadestepaís.
SR. Ricardo Lewandowiski.
Diga-me com que andas que te direi quem és.
 
E no mais.
 
26 de agosto de 2012
omascate

NA MORAL?

            
"Que tal ser fiel ao desejo?"Ao fechar o programa com essa interrogação, Pedro Bial proclamou sua opção contra o casamento, contra a fidelidade conjugal, e optou pela degradação do humano.

Pois não é que dia desses me peguei assistindo o programa "Na moral"? Por Deus. Estava ali, deitado, zapeando, e me deparo com Pedro Bial entrevistando convidados. Como peguei o bonde andando, presumo que a pauta fosse sobre arranjos de convívio sexual. Um terreno complicado, onde há de tudo. E havia, mesmo, um pouco de quase tudo.

A personagem central da primeira entrevista que assisti era uma senhora muito dadivosa que se alternava entre dois cônjuges.
Ora com um, ora com outro. Levava a vida assim, contando com o consentimento de ambos, por sinal, presentes à entrevista. Um dos homens, mesmo sem ser chamado às falas a respeito, fez seu comercialzinho aduzindo que, pessoalmente, não descartava relacionar-se, também, com outros do mesmo sexo, desde que fossem interessantes.

Enquanto assistia aquilo, fiquei pensando que, muito em breve, com a multiplicação de tais casos, o Supremo Tribunal Federal será chamado a sacramentá-los. E o fará, numa sessão em que o Congresso, lá do outro lado da praça, ouvirá doutas repreensões por silenciar ante assunto de tamanha relevância e interesse social.

Assim, face à omissão legislativa, em nome dos princípios da liberdade, da igualdade e da dignidade da pessoa humana, o STF tomará em suas mãos a deliberação sobre os aspectos jurídicos desses enroscos sexuais. São coisas que existem desde que o mundo é mundo. Já são tema para novela. Novidade é a colher torta do Estado se metendo no meio.

Aliás, já existem advogados da tese. E em Tupã, interior do São Paulo, li outro dia, um conluio desse tipo foi formalizado em cartório.
Seguiu-se uma entrevista sobre suingue (eis aí mais uma, STF!). No caso, o marido levava a esposa para assistir seu desempenho com outras mulheres em festas de casais liberais. Surpreendentemente, ele não admitia a recíproca por ser muito ciumento...

Noutro bloco, com som e imagem distorcidos, o Bial ouviu mulheres e homens, casados regularmente, que mantinham relações extraconjugais clandestinas valendo-se, para tanto, de sites de relacionamento. Por fim, a produção do programa arranjou-lhe um petisco adicional, uma extravagância, coisa inaudita, beirando ao escândalo - tira as crianças da sala, meu bem!: um casal formado por homem e mulher (o esclarecimento é politicamente corretíssimo), que viviam seu matrimônio há 42 anos.
Quarenta e dois anos? E nunca pularam a cerca? Nunca, segundo informaram.

Do jeito que a coisa anda, tratou-se, obviamente de um programa banal, tratando tais temas como se banalidades fossem. Nada de novo em qualquer das situações focadas. Coisas melhores e piores são exibidas todos os dias. E ninguém tem nada que ver com a intimidade alheia.

O completo absurdo, o motivo pelo qual escrevo, veio pouco depois, no encerramento do programa.
O apresentador encarou a câmera, fez um discurso resumindo cada uma das situações que apresentara e sublinhou o surpreendente feito do casal casado, fiel, a caminho das bodas de ouro. E arrematou com uma pergunta que, apesar de dirigida aos telespectadores, fustigou a aparentemente insólita situação vivida por ambos: "Que tal ser fiel ao desejo?"

Ao fechar o programa com essa interrogação, o apresentador proclamou sua opção contra o casamento, contra a fidelidade conjugal, e optou pela degradação do humano. Fidelidade ao desejo, conforme proposto pelo jornalista, se expressa numa vida desregrada, sobre a qual não se impõem os freios da razão e do amor.

Percival Puggina

NA MORAL?

            
"Que tal ser fiel ao desejo?"Ao fechar o programa com essa interrogação, Pedro Bial proclamou sua opção contra o casamento, contra a fidelidade conjugal, e optou pela degradação do humano.

Pois não é que dia desses me peguei assistindo o programa "Na moral"? Por Deus. Estava ali, deitado, zapeando, e me deparo com Pedro Bial entrevistando convidados. Como peguei o bonde andando, presumo que a pauta fosse sobre arranjos de convívio sexual. Um terreno complicado, onde há de tudo. E havia, mesmo, um pouco de quase tudo.

A personagem central da primeira entrevista que assisti era uma senhora muito dadivosa que se alternava entre dois cônjuges.
Ora com um, ora com outro. Levava a vida assim, contando com o consentimento de ambos, por sinal, presentes à entrevista. Um dos homens, mesmo sem ser chamado às falas a respeito, fez seu comercialzinho aduzindo que, pessoalmente, não descartava relacionar-se, também, com outros do mesmo sexo, desde que fossem interessantes.

Enquanto assistia aquilo, fiquei pensando que, muito em breve, com a multiplicação de tais casos, o Supremo Tribunal Federal será chamado a sacramentá-los. E o fará, numa sessão em que o Congresso, lá do outro lado da praça, ouvirá doutas repreensões por silenciar ante assunto de tamanha relevância e interesse social.

Assim, face à omissão legislativa, em nome dos princípios da liberdade, da igualdade e da dignidade da pessoa humana, o STF tomará em suas mãos a deliberação sobre os aspectos jurídicos desses enroscos sexuais. São coisas que existem desde que o mundo é mundo. Já são tema para novela. Novidade é a colher torta do Estado se metendo no meio.

Aliás, já existem advogados da tese. E em Tupã, interior do São Paulo, li outro dia, um conluio desse tipo foi formalizado em cartório.
Seguiu-se uma entrevista sobre suingue (eis aí mais uma, STF!). No caso, o marido levava a esposa para assistir seu desempenho com outras mulheres em festas de casais liberais. Surpreendentemente, ele não admitia a recíproca por ser muito ciumento...

Noutro bloco, com som e imagem distorcidos, o Bial ouviu mulheres e homens, casados regularmente, que mantinham relações extraconjugais clandestinas valendo-se, para tanto, de sites de relacionamento. Por fim, a produção do programa arranjou-lhe um petisco adicional, uma extravagância, coisa inaudita, beirando ao escândalo - tira as crianças da sala, meu bem!: um casal formado por homem e mulher (o esclarecimento é politicamente corretíssimo), que viviam seu matrimônio há 42 anos.
Quarenta e dois anos? E nunca pularam a cerca? Nunca, segundo informaram.

Do jeito que a coisa anda, tratou-se, obviamente de um programa banal, tratando tais temas como se banalidades fossem. Nada de novo em qualquer das situações focadas. Coisas melhores e piores são exibidas todos os dias. E ninguém tem nada que ver com a intimidade alheia.

O completo absurdo, o motivo pelo qual escrevo, veio pouco depois, no encerramento do programa.
O apresentador encarou a câmera, fez um discurso resumindo cada uma das situações que apresentara e sublinhou o surpreendente feito do casal casado, fiel, a caminho das bodas de ouro. E arrematou com uma pergunta que, apesar de dirigida aos telespectadores, fustigou a aparentemente insólita situação vivida por ambos: "Que tal ser fiel ao desejo?"

Ao fechar o programa com essa interrogação, o apresentador proclamou sua opção contra o casamento, contra a fidelidade conjugal, e optou pela degradação do humano. Fidelidade ao desejo, conforme proposto pelo jornalista, se expressa numa vida desregrada, sobre a qual não se impõem os freios da razão e do amor.

Percival Puggina

O SALVADOR FILÓSOFO

    
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PauloemAtenas
Mário Ferreira dos Santos, o maior filósofo que o Brasil já teve, afirmou que o cristianismo era por definição a grande religião capaz de levar os homens à condição de verdadeiros filósofos. A lista destes é imensa, e inclui gigantes de várias épocas, como Justino Mártir, Agostinho, Tomás de Aquino e Edmund Husserl.

Recorrendo a ela, deve-se concluir que se o “ide e fazei discípulos” resultou no surgimento de inúmeros filósofos ao longo da história, certamente algo há em Cristo e em sua doutrina que gera esse maravilhoso resultado.

O filósofo norte-americano Peter Kreeft, em seu The Philosophy of Jesus – traduzido para o português dos brasileiros com o título marotamente marketeiro Jesus, o maior filósofo que já existiu – destaca, usando um parecer de C. S. Lewis, que se num certo sentido, Confúcio, Buda e Maomé são filósofos, Jesus Cristo também o é, não só por conta do conteúdo da sua mensagem, mas também pela forma com que a apresentava, para que os homens apreendessem o sentido mais profundo de seus ensinamentos.

Kreeft apresenta na obra os pareceres definitivos do Mestre dos mestres nas quatro disciplinas fundamentais da filosofia. Há uma metafísica de Jesus: Ele responde o que é o ser, o que é o real. Há uma epistemologia do Cristo: Jesus responde como podemos conhecer a realidade, e também apresenta os limites do conhecimento humano.
Há a antropologia do Logos Encarnado: “Ele é o homem como o homem foi planejado para ser”, diz Peter Kreeft, que, em seguida, denuncia: “Toda psicologia, sociologia e antropologia secular é fundamentalmente oblíqua em seu próprio fundamento, pois assume, de forma errônea, que seu objeto de estudo, o homem, se encontra em seu estado natural”.

O filósofo está correto. Sem levarmos em conta a Queda, nossa condição de seres caídos, imersos no pecado, não entederemos a Cristo, seu sacrifício, e a nós mesmos. A confusão moderna e as tragédias da modernidade encontram aí sua raíz. E então adentramos nas questões centrais da quarta grande disciplina filosófica: a ética do Salvador filósofo.
Como viver? Como agir? Como se portar? Nossa cultura rejeita a moralidade cristã por rejeitar a Cristo, avisa Kreeft. Mas Ele é a refutação do relativismo: mas que um argumento perfeito, Ele é a Pessoa Perfeita. “Os argumentos mais irrefutáveis são sempre fatos, dados, realidade concreta”, lembra o autor, evocando um tema que, vergonhosamente, e por conta dos que rejeitam a Cristo, ainda integra o debate político: “o argumento mais eficaz contra um aborto é simplesmente assistir a um aborto”. Aquele que diz: “quem vê a mim, vê ao Pai, se apresenta e diz:

“Segue-me”. E na santidade o homem encontra sua realização plena, pois foi criado santo, sem pecado. Nela encontra a resposta também da metafísica. Pois um santo é um homem mais parecido com Cristo, que é o fundamento de toda a realidade. É nessa ética que a plena percepção do real pode se ser encontrada, ainda que com limitações: “em parte conhecemos, em parte profetizamos”.
Kreeft aborda estas questões decisivas para a saúde espiritual de todo e qualquer ser humano com um texto leve, mas com argumentação sólida.

E aí vem a dimensão pública da ética, a realidade política. O autor exorta: Cristo é mais real do que as doutrinas da direita, que apenas apontam para o real. Cristo é mais amoroso com o pobre do que o entusiasta do esquerdismo. “Por que ser um ‘liberal de coração mole’? Porque Cristo o é.

Por que ser um ‘conservador cabeça dura’? Porque Cristo o é”, afirma Peter Kreeft, sem se omitir a respeito do grande vilão em nossa sociedade: a Cristofobia. Declara que vivemos numa época revolucionária, denuncia o pensamento “politicamente correto”, o falso conceito de “tolerância” vigente, e o fraco fundamento dos secularistas para a solidariedade: nossa origem comum, que, segundo estes, é o macaco. “Um fundamento não muito bom”, ironiza. Também critica a chamada revolução sexual.

“Cristo modifica radicalmente a revolução sexual. Como ele faz isso? Não ao contrapor religião e sexo, mas ao contrapor a verdadeira e a falsa religião”. E aqui expõe a farsa fundamental do marxismo cultural gestado pela Escola de Frankfurt, sem citá-la, talvez por conta dos fins mais evangelísticos da obra.

Imagino que Kreeft sabe o quão sensíveis são às críticas os autoproclamados defensores da diversidade e do pluralismo; pessoas, que, no fim das contas, são os mais ferrenhos dogmáticos das religiões políticas que geraram as grandes matanças do século XX.

Jesus, o maior filósofo que já existiu convida cristãos tendentes ao irracionalismo e ao desleixo em relação à vida intelectual, como é boa parte dos cristãos do Brasil, a uma vida mais parecida com a de seu Mestre e a de seus grandes discípulos que surgiram ao longo da história. Filósofos, teólogos, mártires, missionários, avivalistas, em várias épocas, mergulhavam nas obras clássicas que tratavam das grandes questões relativas à vida humana. Assim, seguiam a ordenança do apóstolo Paulo à igreja de Filipos (4:8):

Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.

Dispersa no entretenimento, “o substituto diabólico da alegria”, como bem o definiu Leonard Ravenhill, nossa (a minha; também sou um filho dessa derrocada cultura caótica) geração pode encontrar, em obras como esta, um incentivo à busca do vigor intelectual necessário para “responder a qualquer pessoa que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês”, como ordenou o apóstolo Pedro (1. Pe.3:15), e seja possível dizer que “destruímos argumentos e toda pretensão que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levamos cativo todo pensamento, para torná-lo obediente a Cristo” (2.Co. 14: 4b,5).

Dizem que a filosofia passa por uma crise. Negativo. O que passa por uma crise é o vasto conjunto de filosofias seculares desprovidas de coerência e incapazes de fornecer respostas adequadas: o naturalismo, o modernismo, o cientificismo, as ideologias de massa, e a loucura pós-moderna. Essas sim, são as “vãs filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens” (Cl. 2:8).

Os cristãos têm um Salvador que é mais que um filósofo, é o próprio Logos, é o fundamento de toda a existência e de toda a realidade. Que cada um de seus discípulos esteja cada vez mais disposto a mergulhar na sabedoria e santidade de seu Mestre. Até por que essa não é uma opção. É um dever daquele que professa o nome de Cristo.

(Imagem: Paulo em Atenas, Rafael, 1515).

26 de agosto de 2012
Edson Camargo
 

PENSEM NESTA VERGONHA, SENHORAS MINISTRAS E SENHORES MINISTROS DO SUPREMO: ATÉ AGORA, ESTA INOCENTE É A ÚNICA PUNIDA DO MENSALÃO!

 
Vocês têm de espalhar na rede a história desta mulher porque ela é a evidência viva do modo como “eles” operam. Ela se negou a endossar a roubalheira dos mensaleiros no Banco do Brasil. Sabem o que aconteceu? Perdeu o emprego, não consegue mais trabalho e já foi ameaçada de morte três vezes. Leiam a reportagem de Gustavo Ribeiro e Hugo Marques na VEJA desta semana.
 
Danevita: ela fez a coisa certa e, por isso, perdeu o emprego e recebeu três ameaças de morte
 
A publicitária Danevita Magalhães não ajudou a desviar recursos públicos, como fez o PT e seus dirigentes, não fraudou empréstimos bancários, como o empresário Marcos Valério, nem sacou dinheiro sujo na boca do caixa de um banco, como fizeram os políticos. Sua situação, porém, é bem pior que a de muitos deles. Ex-gerente do Núcleo de Mídia do Banco do Brasil, Danevita foi demitida por se recusar a assinar documentos que dariam ares de autenticidade a uma fraude milionária.
 
Depois de prestar um dos mais contundentes depoimentos do processo — desconstruindo a principal tese da defesa, de que não houve dinheiro público no esquema —, Danevita passou a sofrer ameaças de morte e não conseguiu mais arrumar emprego.
A mulher que enfrentou os mensaleiros cumpre uma pena pesada desde que contou o que sabia, há sete anos. Rejeitada pelos antigos companheiros petistas, vive da caridade de amigos e familiares, sofre de depressão e pensa em deixar o Brasil. Só não fez isso ainda por falta de dinheiro.
 
O testemunho da publicitária foi invocado várias vezes no corpo da sentença dos dois ministros que votaram na semana passada. Entre 1997 e 2004, Danevita comandou o setor do Banco do Brasil responsável pelo pagamento das agências de publicidade que fazem a propaganda da instituição. Sua carreira foi destruída quando ela se negou a autorizar uma ordem de pagamento de 60 milhões de reais à DNA Propaganda, do empresário Marcos Valério.
O motivo era elementar: o serviço não foi e nem seria realizado. Mais que isso: o dinheiro, antes de ser oficialmente liberado, já estava nas contas da DNA, o que contrariava frontalmente o procedimento do banco. Ela, portanto, negou-se a ser cúmplice da falcatrua. Em depoimento à Justiça, Danevita contou ainda que ouviu de um dos diretores da DNA que a cam­panha contratada jamais seria realiza­da. “Como não assinei, fui demitida”, lembra.
 
Depois disso, ela não conse­guiu mais arrumar emprego e perdeu tudo o que tinha. Saiu de um padrão confortável de vida — incluindo um salário de 15000 reais, carro do ano e viagens frequentes — para depender da boa vontade de amigos e morar na casa da filha, que a sustenta. “Estou sofrendo as consequências desse esquema até hoje. O pior é que eu não participei de nada. Você deveria falar com Dirceu, Lula…”, disse.
 
Danevita hoje vive reclusa na casa da filha e evita conversar sobre o mensalão. Ela conta que sofreu três ameaças de morte. Sempre telefonemas anônimos, pressionando-a para mudar suas alegações às autoridades. Seu desespero é tamanho que, em entrevista a VEJA, ela pediu para não ser mais procurada: “Peço que me deixem em paz. Eu não tenho mais nada a perder”, disse.
Danevita credita aos envolvidos no esquema — e prejudicados pelo teor do seu testemunho — as dificuldades que tem encontrado no mercado de trabalho. Apesar de um currículo que inclui altos cargos em empresas multinacionais, ela conseguiu apenas pequenos serviços. A publicitária não tem dúvida de que os mensaleiros a prejudicam, mas não cita nomes. “Fico muito magoada com isso. Já perdi meu dinheiro e minha dignidade”, desabafa. Ela não acredita que o Supremo Tribunal Federal vá punir os mensaleiros.
 
Situação parecida vive o advogado Joel Santos Filho. Ele foi o autor da gravação do vídeo no qual o ex-diretor dos Correios Maurício Marinho aparece recebendo propina e contando como funcionava o esquema de arrecadação do PTB.
A reportagem, publicada por VEJA em maio de 2005, está na gênese do escândalo. Foi a partir dela que o presidente do PTB, deputado Roberto Jefferson, revelou a existência do mensalão. Joel conta que foi chamado por um amigo empresário, que tinha os interesses comerciais prejudicados nos Correios, para colher provas de que lá funcionava um esquema de extorsão.
 
Pelo trabalho de filmagem, não ganhou nada e ainda perdeu o que tinha. Durante as investigações do mensalão, Joel teve documentos e computadores apreendidos — e nunca devolvidos.
Apesar de não ter sido acusado de nada, foi preso por cinco dias e ameaçado na cadeia: “Fui abordado por outro preso, que disse saber onde minha família morava e minhas filhas estudavam. Ele me alertou: ‘Pense no que vai falar, você pode ter problemas lá fora”. Joel sustenta sua família hoje por meio de bicos. “Fiquei marcado de uma forma muito negativa”, lamenta.
 
26 de agosto de 2012
Por Reinaldo Azevedo

MENSALÃO: A HISTÓRIA DE DANEVITA

A AGORA EX-PETISTA QUE SE RECUSOU A PAGAR 60 MILHÕES DO BB AO PUBLICITÁRIO MARCOS VALÉRIO.




 
Saiba quem é e o que aconteceu com Danevita Ferreira de Magalhães, uma das principais testemunhas contra os envolvidos no Mensalão:
(Mensalão foi a roubalheira de dinheiro público que Lula disse que não existiu mas o relatório da Polícia Federal provou ser verdadeiro).


Danevita foi demitida e vive em casa de amigos. Lembram-se do prefeito Celso Daniel?
Coisas muito estranhas podem acontecer com gente teimosa.
Ex-petista, Danevita Ferreira de Magalhães era gerente do Núcleo de Mídia do Banco do Brasil quando, ainda em 2004, foi instada a participar de uma fraude para justificar a remessa de nada menos que 60 milhões de reais às arcas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, o caixa-forte do mensalão.

Ela não se curvou à ordem. Por isso, foi demitida e viu sua vida virar de cabeça para baixo. Ameaçada de morte e vivendo de favor na casa de amigos, Danevita é agora uma testemunha-chave do Ministério Público Federal para provar que o mensalão foi abastecido, sim, com dinheiro publico.

Entre 1997 e 2004, Dane, como é carinhosamente chamada pelos poucos amigos que lhe restaram, coordenou o núcleo do Banco do Brasil que administrava os pagamentos às agências de publicidade contratadas para fazer a propaganda da instituição e de seus produtos. Por esse núcleo, formado por representantes das agências, passava todo o papelório necessário para liberar os mais de 180 milhões de reais gastos a cada ano nas campanhas publicitárias do banco.


Foi no momento de assinar um desses documentos que Danevita viu sua carreira desmoronar. O papel fugia completamente aos padrões. Tratava-se de uma ordem para chancelar um pagamento de 60 milhões de reais à DNA Propaganda, uma das empresas do mineiro Marcos Valério que abasteceram o mensalão.

Detalhe: o dinheiro já havia sido repassado para a DNA, e o documento só serviria para atestar, falsamente, a veiculação de uma campanha fictícia que nunca fora ao ar. Uma fraude completa.

A assinatura de Danevita era necessária para legitimar a operação. À Polícia Federal, ela disse que um dos diretores da DNA admitiu, na ocasião, que o serviço jamais seria prestado.

Ato contínuo à decisão de negar a assinatura que tanto valeria a Marcos Valério e ao esquema que já no ano seguinte ficaria conhecido como mensalão, veio a demissão. “Como não assinei, fui demitida”. (maio 2011)


LEIA A REPORTAGEM EM VEJA
veja.abril.com.br/blog/reinaldo/

Memória :

DINHEIRO PÚBLICO FOI USADO PARA ALIMENTAR A CORRUPÇÃO.


Além do envolvimento do ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel com o Mensalão do PT, outro fato revelado por ISTOÉ repercutiu fortemente no Congresso:
a confirmação de que o dinheiro público foi usado para alimentar o esquema de corrupção.

Os documentos derrubam definitivamente a versão do PT de que a mesada paga aos políticos governistas foi sustentada por recursos oriundos de sobras de campanha. Na opinião de parlamentares da oposição, o depoimento da publicitária Danevita Ferreira de Magalhães à Diretoria de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal muda o curso das investigações.

Ela revelou que o Banco do Brasil pagou R$ 60 milhões à empresa de publicidade DNA, de propriedade de Marcos Valério, por meio de uma campanha publicitária simulada do serviço Visa Electron. Com base nas evidências que constam do processo em curso no STF, o PSDB e o DEM decidiram reabrir a investigação do caso.

“A reportagem derruba de maneira cabal a argumentação de que aquilo era caixa 2 de campanha eleitoral. Era um amplo esquema para comprar uma parte do Congresso Nacional”, afirma o deputado Raul Jungmann (PPS-PE).

A primeira iniciativa para reabrir as investigações do Mensalão do PT no Congresso foi tomada pelo ex-relator de movimentação financeira da CPI dos Correios, deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR).

Na semana passada, após reunião com a direção do PSDB, Fruet apresentou à presidência do Senado requerimento para que sejam solicitados documentos à Polícia Federal, à Receita e a outros órgãos sobre as providências adotadas a partir do relatório da CPI. “É impressionante.

Os documentos que estão no STF confirmam que eram contratos não executados para abastecer Valério com dinheiro público”, diz Fruet. “Os órgãos que receberam informações da CPI têm que manter o Congresso atualizado sobre o andamento dos processos.

Vamos tomar providências para investigar novamente esse caso”, acrescentou. Durante o período do Mensalão, a publicitária Danevita trabalhou no núcleo de mídia do Banco do Brasil. Depois de se recusar a assinar o plano de mídia BB/Visa Electron, que era uma campanha fictícia, a publicitária foi comunicada pelo gerente do BB Roberto Messias de que seria demitida.
 

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A OAB luta para impedir que o processo
do Mensalão caia no esquecimento

A partir da reportagem de ISTOÉ, o deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA) ficou convencido de que a investigação no Brasil apresenta cada vez mais raízes no Exterior.

“Os extratos apresentados pelo Duda geraram muitos problemas em Nova York, pois os mesmos doleiros também faziam depósitos para presidentes da República, ministros e representantes de bancos centrais de países amigos.”

O deputado pode ter razão. Informações que chegaram ao ouvido de alguns parlamentares que fizeram parte da CPI dão conta de que autoridades que usaram o mesmo esquema de Duda no
Exterior pertencem ao governo de Angola, na África.

O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcante, defende punição rigorosa:
“Esse processo não pode cair no esquecimento e engrossar a fileira das impunidades neste
país.”
Hugo Marquesleia/Isto É
26 de agosto de 2012

PENSAMENTO DO DIA

  Livre pensar é só pensar (Millôr Fernandes)


 


MAS DE UMA COISA O SENHOR PODE ESTAR CERTO. SE ALGUM DIA EU ABRIR MÃO DE MINHAS CONVICÇÕES MORAIS, A PREFERÊNCIA É SUA.

 

DEVAGAR, DEVAGARINHO, A CÂMARA VAI ATRASANDO O FIM DE 14o. E 15o. SALÁRIOS

Aprovado no Senado em maio, o projeto de decreto legislativo que acaba com os salários extras pagos aos parlamentares vai rolando devagarinho na Câmara dos Deputados. Após mais de três meses em tramitação, foi, finalmente, incluído na pauta da Comissão de Finanças e Tributação.

Ainda assim, a inclusão da proposta não é garantia de que vá ser votada rapidamente. Na última pauta da CFT, antes do recesso parlamentar, havia 57 matérias na fila e nenhuma foi votada, porque duas reuniões foram canceladas por falta de quórum.

Agora, é provável que a situação se repita. O motivo principal das ausências é o impasse sobre o projeto de reajuste dos servidores do Judiciário. A aprovação desse texto é alvo da pressão do Supremo Tribunal Federal, dos servidores daquele poder e da oposição, que obstrui os trabalhos da comissão há mais de um ano.
Enquanto isso, os governistas esvaziam as sessões em que a proposta está pautada por não haver liberação financeira do Palácio do Planalto.

Negociações recentes com o próprio Executivo, porém, abrem espaço para que o controverso texto saia da pauta, liberando-a para outras votações importantes, como a do fim do 14º e do 15º salários.

“Eu tenho a impressão de que, com essa conjuntura de mobilização dos servidores e o prazo do envio da Lei de Diretrizes Orçamentárias para o Congresso se esgotando, haverá um acordo para um desenlace dessa questão”, comentou o relator Afonso Florence à repórter Adriana Caitano, do Correio Braziliense.
Mas acontece que as eleições estão se aproximando e os parlamentares já estão sumindo de Brasília.

CONCESSÃO DE DIREITOS TRABALHISTAS INTEGRAIS PARA DOMÉSTICAS VAI INVIABILIZAR O EXERCÍCIO DA PROFISSÃO

Bem que o ex-ministro Delfim Neto avisou que daqui para a frente ninguém mais vai ter empregada doméstica, ou melhor, somente as elites poderão desfrutar de condições para contratar esse tipo de trabalhador, que fica cada vez mais caro.

Está em tramitação no Congresso uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que estende aos empregados domésticos direitos que deverão ser “absorvidos” pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).

Na lista de novos direitos estão: hora extra, garantia de salário mínimo, carga horária máxima de 8 horas diárias e 44 horas semanais, proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de 18 anos e proibição de qualquer trabalho a menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, proibição de diferença de salários por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil, proibição de qualquer discriminação.

A relatora é a deputada Benedita da Silva (PT-RJ), que já foi empregada doméstica e está consciente de que, quanto mais direitos forem concedidos, mais difícil será para as mulheres arranjar emprego de doméstica.

É triste, mas é verdade. Benedita da Silva tem razão. A profissão de doméstica vai entrar em extinção progressiva, à medida que elas forem ganhando mais direitos. Em breve só haverá diaristas, já que no Brasil, se a empregada trabalhar três dias por semana, ganha vínculo empregatício.

POLÍCIA DE BRASÍLIA DESCOBRE QUE O GRUPO DE CAHOEIRA CONTINUA ATUANTE

Oportuna reportagem de Filipe Coutinho, na Folha, mostra que a Polícia Civil do Distrito Federal levantou indícios de que o grupo de Carlos Cachoeira continuava atuar com máquinas de jogo, com a participação do empresário de dentro da prisão.

A operação Jackpot foi realizada sexta-feira. Entre os três investigados que foram presos estão Raimundo Queiroga e Otoni Olímpio, dois dos três irmãos Queiroga, flagrados em conversas com Carlos Cachoeira durante a operação Monte Carlo. Duas pessoas estão foragidas.

“Esse pessoal presta contas a Cachoeira. Existem informes de que Cachoeira comandava os jogos no Distrito Federal. Esses informes são posteriores [à prisão de Carlos Cachoeira]. São indícios que deverão ser aprofundados”, afirmou ao repórter da Folha o delegado Henry Lopes, chefe da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado.

Segundo Henry Lopes, esses indícios foram levantados em testemunhos e denúncias anônimas. A investigação da operação Jackpot durou seis meses e apreendeu 80 máquinas em sete casas de jogos em Brasília, além de dinheiro, um cofre e cheques.

“A logística é similar de quando eles atuavam em Goiás, com as mesmas máquinas e funcionários”, disse o delegado, acrescentando que o grupo deixou de atuar em Goiás quando a operação Monte Carlo foi realizada e prendeu Carlos Cachoeira e vieram até Brasília, onde os clientes moravam.

“Aqui já havia uma clientela fiel, viciada. Eles iam buscar os clientes em casa e levavam até o local do jogo”, disse. A operação levantou ainda “vales” que eram dados aos clientes que não tinham mais dinheiro e queriam continuar jogando.
Agora, resta saber se Cachoeira continua atuante também na política…