Artigos - Governo do PT
O real motivo de quem precisa elencar muitos para justificar o que faz nunca está entre os motivos apresentados.
Agora que a noite caiu sobre a greve, depois de o jornalismo nacional haver colhido e exibido em todo país, repetidas vezes, cenas do dia 11, faço uma leitura do que aconteceu.
O título acima reproduz conhecido refrão dos movimentos grevistas para apresentar suas reivindicações. Neste caso, a pergunta do refrão deve ser dirigida, mesmo, às centrais sindicais. Por que vocês resolveram parar o país? Qual a urgência que determinou essa desmobilização nacional, esse singular feriado ou feriadão de julho? São perguntas que todos nos fazemos nesta manhã do dia 12. Afinal, o que aconteceu, ontem, no Brasil? Por que paramos? Paramos por quê?
A greve teve intensidade abaixo da média em relação ao que se podia esperar de um evento dessa magnitude. Em muitas das grandes cidades a vida transcorreu normalmente. Noutras o comércio fechou porque os empresários foram advertidos de que poderia haver depredações caso os estabelecimentos abrissem as portas. Onde o transporte coletivo aderiu, as consequências foram mais visíveis no panorama urbano. As ruas ficaram com jeito de feriado. Mas ninguém sabia exatamente porque aquilo estava acontecendo. As centrais sindicais, é verdade, elencaram um pot-pourri de reivindicações para justificar a absurda paralisação. Mas o real motivo de quem precisa elencar muitos para justificar o que faz nunca está entre os motivos apresentados.
As principais centrais sindicais são braços de partidos da base do governo. E a base do governo, acuada pelas mobilizações dos últimos dias, pensou que se o povo estava saindo para a rua com tamanha determinação, o governo deveria colocar na pista seu próprio bloco. Ou seja, gente, muita gente, portando pautas genéricas, mas sem esconjurar o governo e, principalmente, sem os "Fora Dilma!" que tão fortemente latejam nos ouvidos oficiais. E por que as centrais sindicais toparam prestar-se a essa pantomima? Porque já lhes era perguntado, não sem razão, o porquê de sua silenciosa omissão diante dos protestos em curso no país.
O resultado, tudo visto e contabilizado, foi pífio. Sabiamente, o povo não compareceu. Em inúmeras cidades, os "grevistas" precisaram interromper o trânsito em avenidas e rodovias como forma de dar aparente vulto ao que faziam (fosse lá o que fosse aquilo que faziam). O grande visual era proporcionado pelos milhares de veículos obrigados a parar enquanto meia dúzia de dirigentes sindicais, de modo delinquente, queimavam pneus na pista por horas a fio. Governo e sindicalismo pelego deram ao país um prejuízo de bilhões de reais com a interrupção de inúmeras atividades produtivas.
O dia 11 de julho de 2013 vai entrar para a memória nacional como alarmante evidência de que esse governo conduz suas estratégias políticas e suas ações de gestão de modo igualmente incoerente e irresponsável.
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Não há conveniência alguma em informar ao governo onde gastamos nosso dinheiro. Eu sempre peço nota fiscal para evitar que a sonegação viole as regras da boa concorrência entre as empresas, mas não forneço CPF. O Estado que se contenha em seu ímpeto de tudo saber e controlar.
No estilo "mete o pé na porta"
O mais preocupante no caso dos moleques que invadiram a Câmara Municipal de Porto Alegre é o fato de serem alinhados com partidos políticos que atuam na Casa. Agiram sob inspiração e com apoio deles para reivindicar, no melhor estilo "mete o pé na porta", um privilégio injustificável. Querem usar gratuitamente o transporte coletivo da cidade. Como o dinheiro não cai do céu, as duas maneiras de conceder isso são as seguintes; 1ª) a passagem deles serão pagas por todos os demais usuários; ou 2º) a passagem deles será paga por todos os cidadãos, usuários ou não do transporte coletivo, através dos impostos recolhidos por eles ao município. Bela escola de cidadania essa que frequentam!
12 de julho de 2013
Percival Puggina