"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 17 de outubro de 2012

BRASIL ATUA CONTRA DIREITOS HUMANOS NA OEA

 

Não é surpresa que países ditos bolivarianos, em sua maioria integrantes da Alba, liderem o ranking dos que mais ameaçam a liberdade de expressão, segundo pesquisa com 101 diretores de veículos de comunicação de 14 países, a maioria da América Latina.

A enquete, divulgada na 68ª Assembleia da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) ontem encerrada em São Paulo, mostra, ainda, que, para 63% dos dirigentes, governos ou grupos políticos são os maiores responsáveis por cercear o trabalho jornalístico.

Como era de se esperar, a Venezuela é a campeã em ameaças e violações à liberdade de expressão, sendo citada por 82% dos consultados. A Argentina, que não é da Alba, mas está cada vez mais chavista, vem em seguida, com 62%. Seguem-se Cuba (60%), Equador (46%), Bolívia (41%) e México (39%) — neste o grande vilão é o narcotráfico organizado.

Não satisfeitos com o trabalho que fazem em casa, esses países se organizaram para atacar o sistema interamericano de direitos humanos, em especial a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e sua Relatoria Especial sobre Liberdade de Expressão, ambos da OEA.

E o mais preocupante é que o governo brasileiro se colocou ao lado da Alba na defesa das reformas que os países que mais ameaçam a imprensa livre desejam fazer nos dois organismos, para limitar seu alcance.

O governo brasileiro considerou ofensivas e desrespeitosas as críticas feitas, na reunião da SIP, por José Miguel Vivanco, diretor para as Américas da ONG Human Rights Watch. Ele tachou o Brasil de “omisso frente às manobras de muitos países que buscam enfraquecer a CIDH porque cometem abusos e tolhem direitos humanos (...)”

Mais duro foi o escritor e ex-chanceler do México Jorge Castañeda, para quem o Brasil é um “anão diplomático” em suas ações internacionais.

Na verdade, o governo brasileiro vem tendo papel ativo no caso da OEA: retirou seu embaixador na organização, retirou a candidatura de Paulo Vanucci à CIDH e suspendeu o pagamento de suas contribuições, além de apoiar as “reformas” defendidas por Alba e aliados.

A razão seria o fato de ONGs terem levado à Comissão sua preocupação com o impacto da construção da usina de Belo Monte sobre comunidades indígenas e de ter recebido do organismo um pedido de esclarecimento.
 
A reação brasileira foi desproporcional. O governo nega, mas, no mínimo, atua de forma dúbia neste caso. É lamentável que, como representante de um país em que a democracia vem sendo aperfeiçoada, o governo se junte ao grupo bolivariano na tentativa de enfraquecer organismos com longa e expressiva atuação na promoção dos direitos humanos e da liberdade de expressão.

É em situações como esta que o Brasil se apequena e desonra as tradições de sua diplomacia. Para consumo interno, vale o respeito aos direitos humanos, nos quais se inclui a liberdade ampla de expressão. No plano externo, alia-se aos liberticidas.

17 de outubro de 2012
Editorial - O Globo

CONDENAÇÃO EM MINAS



O fato da juíza federal de Minas Gerais Camila Franco e Silva Velano ter enviado para Joaquim Barbosa a decisão que condenou José Genoino, Delúbio Soares, Marcos Valério, entre outros, nos empréstimos fraudulentos do BMG, vai pesar na hora da fixação da pena dos mensaleiros no julgamento do STF.

Barbosa deverá usar a condenação para dizer que os mensaleiros não possuem bons antecedentes e não são mais réus primários. Sendo assim, a pena por corrupção deve ser aumentada.

Os advogados prometem chiar. Enquanto houver a possibilidade de recurso, vão dizer que a condenação de Minas não pode ser usada como agravante no processo do mensalão.

17 de outubro de 2012
Lauro Jardim, Radar on-line

MACHU PICCHU 3

Semana do Santuário Sagrado de Machu Picchu (3)
 
Apesar da descoberta arqueológica de Machu Picchu ter acontecido há cem anos, os historiadores ainda não sabem ao certo por qual motivo a cidadela foi construída. Não há registros e aos arqueólogos coube juntar pedaços de evidências para tentar saber para que servia a cidadela e porque foi evacuada tão rapidamente.

Mil hipóteses já foram levantadas. Até hoje, no entanto, nenhuma pode ser considerada definitiva, apesar de estudos mais recentes comprovarem que sua razão de ser mais importante era a função religiosa.


A abundância de ornamentos, a presença de 150 múmias, a planta arquitetônica da cidade, os templos e o observatório astronômico atestam que Machu Picchu era um importante centro ceremonial, o maior de toda a América.

Luis Lumbreras, históriador e arqueólogo contemporâneo, que já foi um dos diretores do Instituto Nacional de Cultura do Peru, descreve o local como "uma cidadela composta por palácios e templos, moradias e depósitos", que cumpria funções religiosas.


Formada por edificações, praças e plataformas interligadas por caminhos estreitos, tem um setor separado dos outros por muros, valas e uma espécie de fosso que Lumbreras concluiu não ter sido parte de uma fortificação militar mas sim uma maneira de isolar a área reservada para as cerimônias religiosas.

O que se tem como certo é que Machu Picchu foi erguida por Pachacútec, o 9ª soberano Inca, que foi também o idealizador dos terraços para a agricultura local.

Edificada em harmonia com a natureza que a cerca, a cidade se divide em duas grandes zonas : uma agrícola e a outra urbana


O setor agrícola é composto por terraços abertos no flanco da montanha (foto acima), interligados uns aos outros. Esses terraços tinham dois objetivos: celeiro alimentar para os habitantes da cidade e reservatório para o recolhimento das águas da chuva de modo a evitar a erosão do terreno.

Um grande muro separa as duas zonas. A zona urbana é subdividade em três partes: uma dedicada à indústria dedicada às atividades domésticas; outra era área residencial onde moravam os habitantes da cidade em casas construídas em diversos níveis; e a área mais importante, dedicada ao culto religioso e da qual falaremos amanhã. Veja abaixo a passagem da área residencial para a dos cultos.


…a continuar…

17 de outubro de 2012
Enviado por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa

MACHU PICCHU 2

Semana do Santuário Histórico de Machu Picchu (2)


Em 1911, o arqueólogo Hiram Bingham III, professor-assistente na Universidade de Yale, numa expedição à procura de Vilcabamba, última capital inca antes da derrota definitiva para os espanhóis, em 1572, conheceu essa fantástica cidadela.


Estava coberta por densa vegetação, mas foi possível ver que as construções eram feitas com as pedras cortadas com precisão e encaixadas sem necessidade de argamassa, o que era típico dos incas.

Tudo indica que o local não fora visitado pelo conquistador espanhol, pois estava intacto. Quando se diz que Bingham descobriu Machu Picchu, o que se quer dizer é descobrir para o mundo, pois lá viviam duas famílias de camponeses peruanos há algumas gerações.



À esquerda foto tirada em 1911, de um dos ajudantes de Bingham, no subsolo do Templo do Sol, do qual ainda falaremos.

Após longas pesquisas, somente uma única referência a Machu Picchu foi encontrada em documentos espanhóis, justamente a palavra Picchu em um texto datado de 1568, dando a compreender que era palavra para designar o imperador inca.

Acredita-se que a cidadela foi erguida por Pachacuti Inca Yupanqui (1438/1470), o nono soberano dos Incas, em meados do século XV. Um construtor de impérios, Pacachuti deu início a uma série de conquistas que veriam seu império ocupar uma vasta extensão da América do Sul, desde o Equador até o Chile.

Localizada a leste da Cordilheira dos Andes, nas margens da floresta amazônica, Machu Picchu fica na província de Urubamba, a 100 kilômetros de Cusco, a Capital Histórica do Peru, como é por direito conhecida. Já falamos em sua linda praça, mas devemos uma semana a Cusco.

As ruínas estão no canyon formado pelo rio Urubamba (foto abaixo), que contorna as duas montanhas que estão a 2438 m de altitude. Uma das montanhas é Huayna Picchu, que em qechua, linguagem dos incas, quer dizer montanha jovem. É essa montanha, que domina a cidadela, que se tornou representativa do local, pois a cidadela está a seu pés.


De alguns ângulos dizem que é possível perceber a forma de um rosto humano no topo de Huayna, a olhar para o céu, sendo que o pico da montanha seria o nariz...

No entanto, é sobre o topo de Machu Picchu, cujo significado é montanha velha, que a cidadela foi erguida. E assim ficou conhecida no mundo inteiro. Hoje Patrimônio da Humanidade, Machu Picchu é um dos mais procurados centros de turismo. Ainda bem que há leis severas a protegê-la...


Como fiquei muito tempo sentada nesse abrigo (foto acima) para "beber" a paisagem com os olhos, gosto de acreditar que Bingham fez o mesmo e, provavelmente, chorando de emoção. Eu confesso que chorei de emoção e também de dor: os mosquitos "incas" têm dentes serrilhados, só pode ser, tal a devastação que fizeram em minhas pernas, apesar de toda a indumentária e remédios para afastar os monstrinhos. Ainda voltarei ao assunto, para falar dos turistas alemães e ingleses, uns abnegados.

Abaixo, cópia do livro-depoimento de Hiram Bingham:


... a continuar...
 
17 de outubro de 2012
 Enviado por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa

MACHU PICCHU

Semana do Santuário Histórico de Machu Picchu


Moro no Rio de Janeiro, uma cidade onde a beleza chega a estontear. Entrar na Vieira Souto e dar de cara com o Morro Dois Irmãos a qualquer hora do dia, sempre emociona. Olhar para o Cristo, hábito que tenho desde muito pequena e sorrir ao lhe dar Bom Dia, faz bem à alma e aos olhos.

O deslumbramento com a beleza e a elegância de Paris, embora estarrecedor, eu já calculava. A emoção ao pisar nas calçadas romanas e conhecer as maravilhas daquela cidade-museu ao ar livre, foi muito forte, mas não me surpreendi.

Olhar à minha volta e ver que estava em Londres, na cidade mais sensacional de todas que conheço, me deixava tão entusiasmada que às vezes meu coração perdia um compasso, mas resistiu firme.

Essas sensações, tal como quando meu queixo caiu diante da Ronda Noturna no Reijksmuseum de Amsterdam, ou quando entrei pela primeira vez na Piazza San Marco ou me belisquei para acreditar que estava em Florença, eu já imaginava que as teria.


O que quero dizer com esse discurso é que não estava saindo da caverna quando fui a Machu Picchu. Mas ao sair da trilha estreita e margeada por plantas altas e ver o mundo se abrir diante de meus olhos, foi como ver a beleza pela primeira vez.

O quase interminável Meu Deeeeeus!!! que pronunciei fez coro com as mesmas palavras em alemão, francês, inglês, japonês, italiano, à minha volta. Não há quem fique indiferente ao espetáculo que Machu Picchu oferece. É impossível.


Durante esta semana, para falar do que é a cidadela e para descrever o que os incas criaram, vou me valer de um texto da Unesco, comentar o que vi e tentar buscar na memória tudo que um arqueólogo inglês falou para nosso grupo. Sem esquecer de mencionar o que podemos ler nos relatos de Hiram Bingham, a quem devemos Machu Picchu...

O Santuário Histórico Machu Picchu é uma cidadela inca do século XV localizada num vale entre as montanhas Huayna Picchu e Machu Picchu, nos Andes peruanos. Do alto de seus 2430 metros acima do nível do mar, na encosta oriental dessa magnífica cordilheira, vê-se o rio Urubamba centenas de metros abaixo.

A extraordinária localização, a qualidade de sua arquitetura e a estupenda vista das montanhas onde a cidadela foi erguida fazem de Machu Picchu um dos mais famosos sítios arqueológicos do mundo. Imperdível.


...a continuar...
Machu Picchu, Peru

17 de outubro de 2012
 Enviado por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa

É PRECISO VENCER O PROJETO HEGEMÔNICO DO PT QUE AMEAÇA A DEMOCRACIA

ELEIÇÕES: em São Paulo não se trata apenas de escolher um prefeito



Serra e Haddad: o voto contra o PT é contra um projeto hegemônico que ameaça a democracia no Brasil (Fotos: veja.abril.com.br)

No próximo dia 28, em São Paulo, a maior e mais importante cidade do Brasil, não estará sendo apenas eleito um novo prefeito, escolhido entre José Serra (PSDB) e Fernando Haddad (PT).
Estará em jogo, mais que isso, decidir se o PT prosseguirá, ou não, com seu projeto hegemônico, de “cristinakirchnerização” da vida pública brasileira, de ocupar com seus quadros todos os espaços possíveis, de tornar difícil, se conseguir, a vida da imprensa livre, de permanecer no poder custe o que custar, mesmo depois do mensalão.
 
Estará em jogo, em última instância, uma fatia importante da democracia brasileira.
 
O tucano José Serra, então, é um novo Messias? É o melhor candidato da história da República? É um super-herói sem máculas que barrará o avanço dos malvados vilões da fita?
O petista Fernando Haddad, por sua vez, seria o demônio personificado? Um troglodita político que esmagará a porretadas as liberdades públicas, de seu gabinete no Viaduto do Chá?
Nada disso, é claro.

Serra tem qualidades que o ódio de seus inimigos não reconhece: enorme experiência, um saldo muito positivo como secretário do Planejamento do governador Franco Montoro (1983-1987), como um dos deputados mais ativos da Constituinte, um senador profícuo, um ministro da Saúde que marcou época, um prefeito efêmero, mas eficaz, da cidade de São Paulo, um excelente governador do Estado durante três anos e meio.

Tem defeitos? Deus sabe que sim: é excessivamente centralizador, não ouve quase ninguém, deveria ser menos arrogante e ter mais respeito pelos adversários (e, às vezes, pelos próprios aliados), ostenta um péssimo humor que não ajuda em nada suas tarefas.

Pesam contra ele acusações? Sim, pesam, a começar pela tal história do tal Paulo Preto. Mas não custa lembrar que o PT está há dez anos no poder, há dez anos tem o Ministério da Justiça, há dez anos manda na Polícia Federal. Se trabalharmos com fatos, a pergunta é obrigatória: onde estão as investigações, ou sequer os indícios de qualquer irregularidade?

Haddad é um quadro novo, relativamente jovem (além de não aparentar seus 49 anos) e promissor do PT. Professor da USP, bacharel, mestre e doutor e, diferentemente da maioria dos graduados petistas trabalhou, sim, na iniciativa privada, e ainda mais no setor financeiro. Já está na vida pública há 11 anos, com passagem pela área de economia e planejamento tanto na Prefeitura de São Paulo como trabalhando com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Seus sete anos como ministro da Educação do lulalato e de Dilma foram um período de altos e baixos, e o saldo, a despeito de seus esforços, não passou de medíocre e controvertido.

O problema não está em Haddad, cujas qualidades incluem a afabilidade pessoal e o bom trato com assessores e subordinados.


Lula leva Haddad a tiracolo para a fato antes inimaginável: mendigando minutos na TV de Maluf na casa de Maluf (Foto: Folhapress)

O problema é o projeto de que Haddad – por força do dedazo de Lula, que o empurrou como candidato goela abaixo do PT paulistano — faz parte.

Haddad, que Lula levou pela mão no humilhante e outrora absolutamente inimaginável peregrinação até a casa de Paulo Maluf, quando vendeu mais uma parte da alma do PT em troca e menos de 2 minutos de tempo na TV.

O projeto de Lula, que é também…

* o projeto de comprar o Congresso com dinheiro sujo, e subordiná-lo ao Executivo,

* o projeto de José Dirceu, do “bater neles nas urnas e nas ruas”,

* o projeto de que cooptou quase todo o leque partidário à custa de cargos, vantagens e tudo o que antes se criticava da “velha política” brasileira no afã de alcançar, dispor de e manter o poder até onde a vista alcança,

* o projeto de um “núcleo duro” que, com raríssimas exceções, nunca escondeu seu desprezo pela “democracia burguesa”,

* o projeto de Rui Falcão, aquele que, embora membro dela desde sempre, denuncia “a elite” e ofende o Supremo Tribunal Federal ao incluí-lo entre a oposição “conservadora, suja e reacionária”,

* o projeto da turma de Franklin Martins, que ressurge dentro do PT querendo o “controle social” da imprensa, sinônimo de calar a imprensa livre,

* o projeto dos que consideram as consideram as condenações impostas pelo Supremo Tribunal Federal a mensaleiros e ladravazes como um “golpe” da oposição –coitadinha dela — e da imprensa, um improvável e espantoso golpe contra um EX-presidente, não aceitando as regras mais elementares da democracia e do Estado de Direito,

* o projeto de quem, propositalmente, martela nos ouvidos da opinião pública que quem se opõe aos desígnios do PT “é contra o Brasil” — como fazia a ditadura militar com o “ame-o ou deixe-o”,

* o projeto de quem esvaziou, desmoralizou e politizou as agências reguladoras — criadas para serem entes de Estado, e não de governo, com padrão e ação técnicos –, distribuindo-as como moeda de troca entre partidos,

* o projeto de quem inchou com milhares de militantes partidários os quadros da administração pública,

* o projeto de quem distribuiu cargos gordíssimos e bem remunerados em conselhos de estatais e de fundos de pensão de funcionários de estatais a sindicalistas “companheiros” — não pela competência, mas pela afinidade ideológica,

* o projeto de quem prestou, e em menor grau ainda continua prestando, seguidas homenagens a regimes párias como o de Cuba e o do Irã, e estende tapete vermelho a demagogos autoritários como Hugo Chávez ou governantes que pisam nos interesses brasileiros, como Evo Morales,

* o projeto de quem tratou os narco-terroristas das chamadas “Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia”, as Farc, como grupo político no cenário colombiano, e não como os bandidos, sequestradores e assassinos que são, tendo por eles mais consideração do que com os governos democráticos, mas “de direita”, de Bogotá,

* o projeto de quem envergonhou o Brasil se abstendo de condenar, na ONU, regimes que pisoteiam os direitos humanos, concedendo prioridade em desferir caneladas em aliados ocidentais, a começar pelos Estados Unidos,

* o projeto de quem, qual república de bananas, abriu generosamente os braços ao terrorista e assassino Cesare Battisti, concedendo-lhe o status de refugiado político e ferindo os brios de uma democracia exemplar como a Itália, país amigo e terra dos ancestrais de mais de 30 milhões de brasileiros,

* o projeto de quem, na oposição, por décadas se opôs sistematicamente, por razões ideológicas, a medidas que beneficiavam o Brasil, de tal forma que nada que a atual oposição faça possa nem de longe lembrar o comportamento deletério e derrotista manifestado por Lula e o lulo-petismo ao longo de sucessivos governos,

* o projeto a que resiste, como uma rocha, há 18 anos, o eleitorado do Estado de São Paulo, acompanhado há menos tempo pelos eleitores Minas Gerais e, aqui e ali, pelo de Estados como o Paraná, o Pará e Goiás, razão pela qual a conquista da cidade de São Paulo é vista como um passo importante para “descontruir” a administração tucana do Estado e tentar abocanhá-lo em 2014.
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Tancredo discursa já como presidente eleito para restaurar a democracia, em 1985: o PT não apoiou sua eleição (Foto: Dedoc / Editora Abril)

Quase todo mundo sabe, mas, como nossa memória é curta, e a memória de boa parte dos lulo-petistas extremamente seletiva, vale lembrar que Lula e sua turma, entre outros episódios que vou deixar de lado…

*… foram contra a eleição de Tancredo Neves como presidente da República em 1985, ato que encerraria a ditadura militar, dando lugar a um regime civil que restauraria as liberdades públicas e a democracia. Os então deputados petistas que votaram em Tancredo – Ayrton Soares (SP), Bete Mendes (SP) e José Eudes (RJ) — foram expulsos do partido.

*… não participaram da solenidade de homologação da nova Constituição democrática, a 5 de outubro de 1988, e deixaram claras suas “ressalvas” ao texto aprovado por todos os deputados e senadores de todos os partidos.
Os petistas assinam a nova Constituição, porque era uma formalidade inescapável, mas o próprio Lula, então deputado constituinte, pronunciou um longo discurso 12 dias antes da promulgação, a 23 de setembro de 1988, dizendo, com todas as letras: “O partido [PT] vota contra o texto, e amanhã, por decisão do nosso Diretório – decisão majoritária – assinará a Constituição, porque entende que é o cumprimento formal da sua participação nessa Constituinte”.

* … defenderam em 1989 o calote da dívida externa brasileira, com Lula candidato à Presidência – seria derrotado no segundo turno por Fernando Color –, medida que levaria o Brasil à bancarrota e à desegraça, faria secar os investimentos externos por tempo indeterminado e transformaria o país em pária internacional.

* … recusaram-se num momento de gravíssima crise institucional, no final de 1992, a colaborar com o vice Itamar Franco, que assumiu em definitivo a Presidência com o afastamento de Fernando Collor e, no Planalto, tentou fazer um governo de grande acordo nacional para tirar o país do caos econômico e da derrocada moral a que o levara seu antecessor. A ex-prefeita petista de São Paulo Luiza Erundina, uma exceção, cometeu o “crime” de cooperar com o presidente Itamar como ministra da Administração e viu-se obrigada a deixar o PT.


O então ministro da Fazenda Rubens Ricupero e o presidente Itamar Franco com as primeiras cédulas do Real, em 1994: o plano que estabilizou a economia foi ferozmente combatido pelos petistas -- cujos governos, depois, tanto se beneficiaram dele (Foto: Dedoc / Editora Abril)

* … combateram sem tréguas o Plano Real, classificando como “eleitoreiro” o mais bem sucedido programa de estabilização da moeda da história econômica do país, concebido por equipe reunida pelo ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, e bancado pelo presidente Itamar. Sem ele, como se sabe, os proclamados êxitos econômicos do lulalato não existiriam.

* … se opuseram ferozmente a todas as privatizações que, durante os dois mandatos de FHC (1995-2003), dinamizaram e modernizaram a economia do país, aumentaram a arrecadação de impostos, diminuíram o peso do Estado, melhoraram a competitividade do Brasil no mercado internacional e tornaram o país terreno fértil para investimentos estrangeiros.
A oposição do lulo-petismo, que não esteve alheio à participação em atos de hostilidade e mesmo da agressão física a empresários e autoridades durante leilões na Bolsa de Valores, incluiu a da telefonia, que permitiu entre outros resultados que o país pulasse em menos de duas décadas de 800 mil celulares para os mais de 200 milhões que tem hoje.

* … manifestaram-se em 1999 inteiramente contra a adoção de um dos três pilares da estabilidade do país – a política de câmbio flutuante. No mesmo ano, declararam-se contrário ao segundo deles, a política de metas de inflação. No ano seguinte, combateram e votaram contra o terceiro pilar do tripé que, ironicamente, propiciaria um governo extremamente favorável ao próprio Lula – a Lei de Responsabilidade Fiscal .

* … inventaram e propagaram uma campanha de teor golpista e antidemocrática, o “Fora FHC”, tão logo o presidente iniciou em 1999 o segundo mandato, para o qual, derrotando Lula, foi eleito por MAIORIA ABSOLUTA dos eleitores brasileiros, e no PRIMEIRO TURNO.

* combateram e criticaram, a partir de 2001, várias medidas da chamada “rede de proteção social” estabelecida pelo governo FHC, como o Bolsa Escola, o vale-alimentação, o vale-gás, o auxílio a mulheres grávidas que fizessem todos os exames do prénatal e o auxílio a famílias que evitassem o trabalho infantil de seus integrantes.
Os distintos programas que Lula e seus seguidores, na oposição, consideravam “esmola” e parte de uma suposta ação eleitoreira viriam a ser unificados durante o lulalato e transformados em sua principal vitrine: o Bolsa Família — utilizado, como todos sabemos como O instrumento eleitoreiro por excelência.
Por tudo isso, e por mais que se poderia relacionar aqui, o voto CONTRA o PT em São Paulo se impõe — para impedir que um projeto hegemônico que, misturando belas palavras e sorrisos com ameaças, pretende moldar a democracia brasileira a seus desígnios.

17 de outubro de 2012
in ricardo setti
 

DE FERNANDO PESSOA, POEMA EM LINHA RETA, NA INTERPRETAÇÃO MAGNÍFICA DE OSMAR PRADO

A TURMA DOS SEM CABEÇA

ESFORÇO ADICIONAL

 

Advogados criminalistas de um modo geral têm demonstrado grande contrariedade com a linha adotada pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do mensalão.

Ouve-se a reclamação em toda parte, sejam os advogados defensores ou não dos acusados na ação penal 470. A despeito de toda a consistência de argumentação transmitida ao vivo pela televisão, alegam desrespeito ao "devido processo legal".

Falam em "absurdos" sem apontar precisa e incontestavelmente quais desatinos estariam sendo cometidos. Tampouco conseguem explicar o que esperavam que o STF fizesse diante de todos os atos e fatos presentes nos autos, e pelo relator perfeitamente concatenados.

Subjacente às inflamadas alusões à agressão ao Estado de direito, parece mesmo haver o temor de que o rigor na aplicação da lei torne daqui em diante mais difícil o trabalho das defesas tão acostumadas à supervalorização de formalidades quando o figurino dos réus é o do colarinho branco.

Prova de que esperavam atuar em zona de conforto foi a fragilidade da argumentação apresentada no início do julgamento. Confiantes, os advogados não entraram no jogo à altura do enfrentamento que os esperava.

Para conferir, basta revisar as sustentações orais feitas antes do início da manifestação dos ministros: pífias, notadamente se cotejadas com a substância dos votos que viriam depois.

Nenhum deles exibiu visão do conjunto. Nada que pudesse nem de leve abalar a descrição da montagem do esquema de arrecadação fraudulenta de recursos e da distribuição delituosa entre partidos e políticos com a finalidade de comprar apoio ao governo no Congresso.

Os advogados pecaram por excesso de confiança - seria ofensivo falar em preguiça - e agora reclamam porque o Supremo não caiu na conversa fiada nem se deixou impressionar pela ofensiva mistificadora da dicotomia entre julgamento "técnico" e "político".

Menosprezaram a contundência dos termos com que o tribunal recebeu a denúncia em 2007, perderam tempo em desqualificar o trabalho do Ministério Público e se escoraram na tese do crime eleitoral.

Venderam um peixe deteriorado aos clientes que, se alertados a tempo, provavelmente não teriam ficado tão calados.

Mesmo peso. O Supremo absolveu Duda Mendonça das acusações de lavagem de dinheiro e evasão de divisas basicamente pelo mesmo motivo que inocentou Fernando Collor em 1994: falhas formais na denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral.
Nada a ver com tolerância ao uso do caixa 2.
Joga a chave. O PT tergiversa, fala em lançar um manifesto logo após a eleição, mas está matutando como fazer algo mais para marcar posição contra as condenações.

O que se diz nas "internas" é que o partido não pode assistir calado às prisões de José Dirceu e José Genoino.

Há quem defenda "botar fogo", sem dizer exatamente o que significaria isso.

E há quem nutra a esperança de que a presidente Dilma Rousseff assine o indulto dos prisioneiros, desconsiderando o potencial deflagrador de crise entre Poderes desse gesto.

Zumbi. A CPI do Cachoeira virou um cadáver insepulto sem ter alcançado nenhum de seus objetivos: não foi eficaz como instrumento de vingança contra "os autores da farsa do mensalão" nem revelou os laços do crime organizado com políticos e empresários envolvidos em negócios governamentais ilícitos.

Complicou a vida do governador Marconi Perillo? Sim, e daí?

Daí que só serviu para explicitar o quanto o Congresso, no contraste com o Judiciário, é um vexame completo.

17 de outubro de 2012
Dora Kramer - O Estado de S.Paulo

LEITE CONDENSADO E FORMICIDA?

 

Alguns leitores generosos responderam ao meu apelo e escreveram soluções para o dilema do meu personagem que, na semana passada, livra-se de um câncer no pulmão direito e esquerdo, somente para enfrentar os elos sinistros entre o formicida (o veneno que extermina) e o leite condensado (remédio que mata se ingerido em grandes doses).

Começo com o Luiz Pinto de Carvalho, cujo otimismo imagina que eu tenha recebido "dezenas, talvez centenas de mensagens". Ele começa esperando que o meu personagem não cometa suicídio mas, vivendo, pague a dívida contraída de má-fé. A "moral" de sua primeira versão é simples: "foi desonesto, paga sofrendo".
Mas a par dessa sentença mensalônica, essa novidade no cenário social brasileiro: a condenação pelo Supremo dos mentores de um esquema de permanência no poder, mesmo quando tramado por altos figurantes intimamente ligados ao partido que nos governa, ele inventa outras soluções. Excluindo a fuga e a esquizofrenia da clandestinidade, Luiz muda o tempo da narrativa e faz o herói virar um pirata.
Levado à época das caravelas, ele vive várias aventuras e morre numa batalha sangrenta. Isso para fazer o personagem reviver para contar suas aventuras aos netos "que surgiram não sei bem como". Depois de todos esses finais, segue uma variante final. Com os credores à porta, o herói amplia sua vingança. Processado, ri da Justiça e morre num acesso de tosse.

Madalena Diégues Moreira Alves, minha estimada amiga, revela igualmente uma intensa vocação criativa naquilo que ela chama de uma "versão Pollyana" para o personagem. Entre a vida e a morte, vem-lhe a lembrança de uma caixinha de chocolate em pó que sua mãe guardava ao lado do leite condensado.
Resolve misturar leite condensado e chocolate e faz um brigadeiro seguindo a receita que sua mãe lhe passara antes de morrer de um câncer. Em seguida, toma um avião e revisita o médico para, paradoxalmente, lhe oferecer o doce. Lá, ele faz uma dupla descoberta: seu exame fora trocado - ele jamais teve câncer; e a enfermeira, especialista em brigadeiro, percebeu como a receita da mãe do nosso herói era especial. Associam-se nos negócios e na vida e abrem uma loja de chocolates com total sucesso. Com os extraordinários lucros, pagam as dívidas, compram uma fazenda e o formicida é usado para matar, como manda o figurino, "as formigas que cercavam a linda casa da fazenda".

Outro leitor, o Paulo Henrique Nonato escreve a amigos e distingue o cronista incluindo-o na lista. Diz de modo comovente: "Desejei muito que o Lulu ainda estivesse aqui (...) e tivesse aproveitado, da mesma forma (que o personagem), o produto da venda do apartamento assim que recebeu a notícia. Afinal" - termina o Paulo Henrique - "é claro que ele escolheria o doce".

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Essas reações levam a pensar no "quem conta um conto inventa um ponto". E na história de Machado de Assis Quem Conta Um Conto..." (publicado no Jornal das Famílias, em 1873), cujo título e enredo falam diretamente dessa atividade que nos torna humanos: "o gosto de dar notícias".
Há necessidade de criar pontos de vista, pois as narrativas só viram histórias porque não dizem tudo. Todas são sempre reativadas por receptores que estão em outros lugares e nelas podem enxergar alternativas.

Outro pensamento que me ocorreu foi verificar como os meus leitores abandonaram a realidade da história original. Nela, o personagem vive no presente; ele é um professor universitário e jamais pensaria em fazer um brigadeiro; seu câncer foi real, bem como sua dívida. Eu pedi socorro para o dilema, não para o conto porque, como disse João Guimarães Rosa, a minha história, sendo minha, era verdadeira. A mentira vem da generosidade dos leitores que a modificam a seu gosto. Uma equação matemática não pode ser modificada para ser resolvida. Romancear é fazer equações humanas.

* * * *

Finalmente, vale acrescentar que estamos vivendo num Brasil que faz a virada do acerto dos contos. Tribunais existem precisamente porque vivemos em busca do "direito". Do mais correto, do mais justo, do mais verdadeiro; numa palavra: do melhor enredo ou história. Mas quem define o verdadeiro ou o "real", cuja existência os seus inventores - os filósofos - discordam? Serão as doutrinas religiosas e políticas? Será uma palavra de ordem ou a polícia política? Serão os que estão no poder?

Se o arbitrário é o dilema e se o dilema de estar sempre entre formicida (veneno) e leite condensado (remédio) é parte da nossa condição, então não há como fugir de que o melhor é a versão que leva à liberdade, ao direito de defesa e, a partir dela, à inocência ou à condenação. Como num jogo, estabelecemos regras somente para descobrir como elas fabricam incertezas e novas versões.

O fascismo formicida diz que só há uma voz e uma resposta. O leite condensado liberal assenta-se na presença de muitas vozes e respostas. Uma democracia repousa num contínuo refazer-se. Ninguém pode se arvorar a ser dono da democracia ou do sistema político brasileiro. O passado não isenta o presente e nenhum dos dois garante um futuro.

O que, então, resta ao personagem? Sobra acatar aquilo que a coletividade considera como razoável em termos dos seus valores. O que não é fácil, neste mundo magicamente ilimitado, no qual até mesmo uma crônica corriqueira - para muitos um bom exemplo da minha subliteratura - acende várias soluções...

17 de outubro de 2012
Roberto DaMatta - O Estado de S.Paulo

AS ÚLTIMAS DO ANEDOTÁRIO "POLÍTICO" BRASILEIRO PESCADAS NO SANATÓRIO GERAL

Falta hospício


“Acabaram com a minha vida pública porque eu não cedia às chantagens desses bandidos”.

José Roberto Arruda, ex-governador do Distrito Federal, chefe do mensalão do DEM, garantindo em depoimento na Justiça que ele era o mocinho do filme em que aparece numa reunião da quadrilha embolsando sua parte do produto do roubo.

Conta outra, companheiro


“Não tem ninguém do mensalão na minha campanha”

Fernando Haddad, candidato do PT à prefeitura de São Paulo, jurando que Lula nunca soube de nada e que há pelo menos sete anos não conversa com José Dirceu e José Genoíno.

Irmão malandro


“A regulamentação da comunicação no Brasil tem que ser realizada para que os órgãos de imprensa cumpram seus papéis com isenção na cobertura dos eventos. A mídia não pode ser partido político”.

José Guimarães, deputado federal do PT do Ceará, aquele cujo assessor inventou a cueca-cofre, explicando que, se a imprensa cobrisse com isenção o julgamento do mensalão, ninguém estaria sabendo que seu irmão José Genoino foi condenado pelo STF por corrupção ativa.

Besta quadrada


“O comportamento da mídia na véspera da eleição ameaçava a democracia”.

André Vargas, deputado federal do Paraná e secretário de comunicação do PT, ensinando que a democracia só funciona sem liberdade de imprensa.

O Pitta do PT


“Tenho plena confiança de que Fernando Haddad será um dos melhores prefeitos que São Paulo já teve”.

Paulo Maluf, deputado federal e dono do PP, nesta terça-feira, explicando que Fernando Haddad, candidato a prefeito do PT, é a versão 2012 de Celso Pitta.

Gente fina


“Diga alguma coisa inteligente e depois volte ao normal”.

Roberto Requião, senador pelo PMDB do Paraná, mandando um recado no Twitter para André Vargas.

O pontapé funcionou


“É muito bom ver um estádio que está quase pronto”.

Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa, durante a visita ao Mineirão, feliz com a constatação de que não foi má ideia desferir publicamente um pontapé no traseiro dos organizadores da Copa de 2014.

Besta quadrada


“Vai se dar mal quem usar o julgamento do mensalão contra petistas nas campanhas municipais neste segundo turno”.

Rui Falcão, presidente do PT, nesta segunda-feira, comunicando à nação que o eleitorado brasileiro exige que os culpados sejam tratados como inocentes, que os corruptos sejam considerados honestos e que a imprensa divulgue o que diz uma besta quadrada como Rui Falcão.

Cidade em perigo


“Tenho certeza de que a revolução que Haddad fez no MEC irá repetir em São Paulo”.

Lula, garantindo que, se Fernando Haddad virar prefeito, todos os moradores da cidade aprenderão que está certo falar “nóis pega os peixe”.

Tudo explicado


“Para nós, fotógrafo e jornalista bom é jornalista morto”.

Sebastião Juruna, advogado de Delúbio Soares, revelando com uma única frase por que é integrante do departamento jurídico do PT.


17 de outubro de 2012
Augusto Nunes

IMAGEM DO DIA

  • Próxima Foto
  • Menino coleta lixo reciclável em aterro, no Afeganistão
    Menino coleta lixo reciclável em aterro, no Afeganistão - Jawad Jalali/AFP
     
    17 de outubro de 2012

    CADA CIVILIZAÇÃO CRIA UM DEUS À SUA IMAGEM E SEMELHANÇA

     

    Cada civilização fez seu Deus à sua imagem e semelhança. Os africanos fizeram seus deuses “afrodescendentes” de pele negra, os indianos com cabelos lisos, os orientais com os olhos puxados, os indígenas no norte da América com a “a pele vermelha”, os europeus aloirados e com os olhos claros, os gregos e romanos loiros e morenos-claros com olhos azuis, e por aí vai…


    E cada um diz que o seu Deus é o que é certo, é o único e o verdadeiro criador do mundo, que os outros são falsos e que, por isso, o nome do seu Deus deve ser divulgado pelo mundo e que os outros deuses devem ser desprezados – nem que para isso seja necessário uma pequena “força” de convencimento!

    Ora, será que, se os cristãos tivessem nascido na Índia, não estariam se curvando para Bhrama? Ou, se tivessem nascido no Afeganistão, não adorariam o Profeta e morreriam pelo seu nome? E se, porventura, tivessem nascido na África, não procurariam se aproximar dos deuses com sacrifícios para Obaluaiê? Ou mesmo, por acaso, nascido entre os aborígenes australianos, não adorariam Mangar-kunjer-kunja – o lagarto que criou os seres humanos – e não jurariam de “pés juntos” que este é, realmente, o Deus verdadeiro?

    Quem considera que todos os seres humanos são iguais, independente da cor, crença e raça (de acordo com o atual governo, os humanos se dividem em raças, como cachorro!) e que, por isso mesmo, acredita que toda a cultura tem o mesmo valor, terá que concordar em uma coisa: ou todos estão certos ou todos estão errados, já que ninguém é melhor do que ninguém…

    17 de outubro de 2012
    Francisco Vieira

    AS PRESENÇAS DE SEVERO GOMES

     

    Há 20 anos, numa tarde cinza, o ex-ministro Severo Gomes ia ao helicóptero em que morreria. Raro industrial de SP contra a tortura, caiu por denunciá-la.


    Severo, um democrata autêntico

    “Tinha este dom, o Severo: nele os extremos se tocavam, cessavam os contrastes. A boêmia e a disciplina. O empenho no que fazia e o à-vontade no que sabia de graça” – Otto Lara Rezende, em “A sua vida continua”, na Folha de 16 de outubro de 1992.

    Nesses dias em que a Comissão Nacional da Verdade começa a desvendar os crimes dos agentes de Estado na ditadura militar, ganham sentido as denúncias de tortura que Severo Gomes, ministro no governo Geisel, levava corajosamente ao centro de governo.

    Agora que se refazem os rastros do financiamento das equipes de torturadores pelos grandes industriais paulistas, entre os raríssimos que não contribuíram estão José Mindlin e Severo Gomes.
    Mas os protetores dos algozes jamais irão perdoar Severo, e a sua queda do ministério se dá justamente no contexto de uma provocação armada por eles.

    Liberal num governo autoritário, apoiou a realização na Universidade de Brasília da reunião de 1976 da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), uma das gigantescas assembleias pela democracia das quais sempre participava.

    Uma pesquisa sobre história da industrialização em São Paulo, em convênio com a Unicamp, chega até a mesa do general Geisel, que o chama para explicar o que o Ministério da Indústria e Comércio tinha a ver com aquilo. Severo explicou: “Presidente, como estudar a indústria sem tratar da história dos operários?”.

    O convênio serviu para consolidar ali o Arquivo de História Social Edgard Leuenroth, o maior do continente hoje. Dali saiu o belíssimo filme de Lauro Escorel, “Os Libertários”. Lembro-me da projeção do copião no apartamento de Severo, emocionado.

    Severo se inquietava com a situação das prisões no Brasil, 90 mil presos submetidos à superpopulação e a condições inumanas -hoje são 515 mil detentos, a quarta maior população carcerária do mundo, depois dos EUA, da China e da Rússia.

    Em 1983, Severo, já na oposição, convoca um grupo de amigos – Fernando Millan, Hélio Bicudo, José Gregori, Antonio Candido (seu antigo mestre que admirava) e outros- para visitar o manicômio de Franco da Rocha, onde pacientes foram massacrados pela polícia militar.

    O grupo viria a ser Comissão Teotônio Vilela de direitos humanos, que comemora agora 29 anos.
    Severo, no Senado, dedicou-se aos temas da transição política e do Estado de Direito. Na Constituinte, foi um dos relatores do artigo 5º da Constituição de 1988, que trata dos direitos individuais.

    Ali defendeu os direitos dos afrodescendentes, organizando o primeiro seminário sobre racismo na história do Senado Federal. Defendeu arduamente os povos indígenas, junto com a comissão pela criação do Parque Yanomami.

    Nos seus discursos clamava pela redistribuição da renda e da riqueza, denunciando a falta de recursos para enfrentar os problemas sociais.

    A cena embaçada em um filme, naquele 12 de outubro, há vinte anos, foi a última.
    Em um fim de tarde cinzenta em Angra dos Reis, Maria Henriqueta, sua mulher, sobe a escada de um helicóptero, onde já estavam Ulysses Guimarães e sua mulher, Mora. Antes de entrar, Severo, um lenço amarrado em volta do pescoço, sorri. A cerimônia dos adeuses foi fugaz. O que nos resta é não esquecer.

    PAULO SÉRGIO PINHEIRO, 68, é professor
    titular de ciência política aposentado da USP.

    LIVRE PENSAR É SÓ PENSAR (MILLÔR FERNANDES)

     


    SISTEMA DE COTAS...



    TODO CUIDADO É POUCO. MISTURA DE POLÍTICA E RELIGIÃO AGRAVA O RADICALISMO NO EGITO

     

    É grave a situação e não existe perspectiva de estabilidade institucional. Misturar política e religião nunca dá certo, mas é a norma em todos os países árabes, entre os quais o Líbano é o mais ocidentalizado, digamos assim. No Egito, onde a ocidentalização também avançava, a recente eleição direta do presidente da República acabou marcada pelo ranço religioso, e a radicalização aumenta.



    Tudo converge para a famosa Praça Tahrir, no Cairo, onde raiou em 2011 a Primavera Árabe que redundou na derrubada do mumificado eterno presidente Hosni Mubarak, um coronel aviador que há décadas ocupava o poder, com apoio e financiamento dos Estados Unidos.

    Na última sexta-feira, partidários e opositores do novo presidente do Egito, Mohamed Mursi, se enfrentaram e se envolveram em diversos incidentes na Praça Tahir, onde manifestantes dos dois lados atiraram pedras e coquetéis molotov uns nos outros, vejam a que ponto chegou a radicalização religiosa. Cerca de cem pessoas ficaram feridas nos confrontos na emblemática praça da capital egípcia, segundo o ministério da Saúde.

    Tudo começou quando, atendendo ao chamado da Irmandade Muçulmana, confraria da que é membro o presidente, centenas de pessoas protestaram contra a absolvição, na quarta-feira, de personalidades do regime de Hosni Mubarak acusadas de ter ordenado uma carga com cavalos e camelos na praça para desalojar os manifestantes no começo de 2011.

    Outro protesto foi convocado por militantes laicos para reivindicar a formação de uma nova comissão constituinte mais representativa, em um momento em que a Alta Corte Administrativa deve se pronunciar sobre a legalidade da atual comissão, dominada pelos islamitas.

    Os choques começaram quando partidários da Irmandade Muçulmana destruíram o palanque de um grupo que gritava palavras de ordem contra Mursi, segundo um jornalista da Agência France Press. Segundo testemunhas, manifestantes incendiaram um ônibus que levara os partidários da Irmandade à praça.

    O Egito enfrenta grave crise econômica desde o início da Primavera Árabe. Agora, o risco maior é essa mistura de política e religião conduzir a uma situação explosiva, que faça as forças armadas egípcias intervirem e voltarem a usurpar o poder. Se a disputa for no voto, os islâmicos conservadores ganham de barbada.

    AS TELECOMUNICAÇÕES E A SEGURANÇA DO BRASIL

     

    O Comitê de Inteligência do Congresso dos Estados Unidos divulgou, nos últimos dias, relatório em que acusa os fabricantes chineses de equipamentos de telecomunicações ZTE e Huawei, de produzirem material passível de ser utilizado em ações de espionagem contra o governo norte-americano.



    Os EUA são useiros e vezeiros em espionar a rede e os sistemas de telefonia com programas que captam palavras-chave que imaginam estar ligadas a mensagens supostamente emitidas por organizações “terroristas” ou governos estrangeiros hostis.

    As acusações foram prontamente refutadas pelas empresas. De acordo com seus portavozes, o objetivo do relatório é prejudicar o acesso de seus produtos ao mercado norte-americano. O episódio serve para nos mostrar a crescente ligação entre segurança nacional e telecomunicações.
    Desde a privatização do sistema, temos nos descuidado dessa preocupação com a nossa estratégia nacional de defesa.

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    DESNACIONALIZAÇÃO

    Nos anos 1990, a Telebras foi criminosamente esquartejada, vendida e desnacionalizada pelo Governo Fernando Henrique Cardoso. E a sua recuperação parcial está sendo sabotada.
    Até mesmo os satélites Brasilsat, por cujos canais passa a comunicação de nossas Forças Armadas, vital em caso de conflito, foram entregues ao controle estrangeiro, mediante a Embratel.


    O Grupo francês Alcatel-Lucent acaba de anunciar um contrato com a empresa norte-americana Seaborn Networks, para a instalação de um cabo ótico submarino, de 100 gigabites, entre Nova Iorque e São Paulo, com conexão em Fortaleza.

    Curiosamente, o executivo-chefe da Seaborn Networks, Larry Schwartz, é citado, na página principal do site da própria empresa, como um especialista cujos artigos são rotineiramente publicados em páginas ligadas ao “establishment” estratégico-nacional norte-americano, como o Council of Foreign Relations (Conselho de Relações Externas) e o Center for International Security & Arms Control (Centro de Segurança Internacional e de Controle de Armas) da Universidade de Stanford.

    Pouco importando o teor dos artigos de Mr. Schwartz, estamos na iminência de ter, nos próximos anos, nosso tráfego de internet, de transmissão de dados e de voz, com os Estados Unidos e (via EUA) com o resto do mundo, fisicamente controlado, e eventualmente filtrado e monitorado, por uma empresa estrangeira. Essa empresa, sediada em país estrangeiro, é comandada por um especialista norte-americano ligado ao universo da “segurança internacional” e da tecnologia da informação.

    A ANATEL, que teoricamente deve autorizar a instalação do cabo em território brasileiro, tem conhecimento disso? Essa ligação submarina faz parte, por acaso, das quatro que estão previstas para ser instaladas pela Telebrás nos próximos anos? Com a palavra, o nosso Congresso. Não o dos Estados Unidos.

    17 de outubro de 2012
    Mauro Santayana

    SELEÇÃO APRESENTA OUTRO FUTEBOL E TOSTÃO COMEÇA A TER ESPERANÇA

     

    Belas vitória e atuação do Brasil. O Japão facilitou, quis marcar à frente e jogar como se fosse grande. O Brasil terá mais dificuldades contra fortes adversários e equipes médias, que marcam bem atrás para contra-atacar.


    Kaká está bem

    O futebol que se joga hoje nos campeonatos brasileiros, com excesso de faltas, chutões, jogadas aéreas e muito tumulto, não tem nada a ver com o futebol da seleção brasileira, com muita troca de passes, compacto, contra-ataques, marcação na frente, volantes que atacam e defendem, sem centroavante fixo e sem um meia de ligação, único responsável pela armação das jogadas.
    Os quatro mais adiantados são meias e atacantes. Os quatro dão passes e fazem gols.

    Evidentemente, só teremos uma ótima seleção quando o time jogar bem, com regularidade e no mesmo nível das melhores seleções. Mas esse é o caminho. Infelizmente, na primeira má atuação e/ou derrota, vão pedir, por convicção e/ou para fazer média com torcedores de clubes, vários jogadores e mudanças no esquema tático. É óbvio que o Brasil tem de ter um bom e típico centroavante como opção.

    Kaká confirmou, mais uma vez, pela movimentação, que só não é titular do Real Madrid porque há, em sua posição, outros excelentes jogadores dentro do elenco. Ao lado de atacantes velozes, agressivos e que fazem gols, como Cristiano Ronaldo, Iguaín e Benzema, o técnico Mourinho prefere um típico armador (Özil) a um jogador veloz e com característica de atacante, como Kaká.
    Pela primeira vez, estou com esperanças de o Brasil ter um ótimo time para a disputa da Copa do Mundo de 2014.

    17 de outubro de 2012
    Tostão (O Tempo)

    MENSALÃO: PETISTAS DEVEM SER CONDENADOS POR FORMAÇÃO DE QUADRILHA ANTES DO SEGUNDO TURNO


    Os ministros do STF querem acelerar o julgamento do mensalão e definir até o dia 25 todos os condenados e as penas que terão de cumprir.
    Relator do processo, o ministro Joaquim Barbosa viaja dia 27, véspera das eleições municipais, para Dusseldorf (Alemanha), onde se submeterá a tratamento de saúde. Só deverá retornar ao Brasil em 3 de novembro.
    Por isso, ministros afirmam que o caso precisa estar encerrado até lá. Para essa arrancada final, o tribunal deve repetir a celeridade demonstrada no julgamento do publicitário Duda Mendonça, iniciado e concluído no mesmo dia.
    Nas próximas sessões ocorreriam os últimos julgamentos. Na semana que vem, os ministros se concentrariam no cálculo das penas. Três sessões seriam reservadas para solucionar pendência.
     
    A conclusão do julgamento dará nova munição às campanhas de adversários do PT pelo País, que já têm explorado, por exemplo, a condenação do ex-ministro José Dirceu e dos ex-dirigentes do partido José Genoino e Delúbio Soares. Até lá, além de julgar se houve a formação de uma quadrilha para cometer os crimes denunciados pelo Ministério Público, a definição das penas indicará quais réus terão de cumprir pena em regime fechado ou em semiaberto.
    Para conseguir esse "sprint final", o tribunal deve repetir nas próximas sessões a celeridade vista no julgamento do publicitário Duda Mendonça, o ex-marqueteiro de Lula absolvido dos crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Foi a primeira vez que o tribunal conseguiu iniciar e concluir o julgamento de uma fatia do processo no mesmo dia.
    Nesta quarta-feira, 17, conforme a expectativa do relator, o tribunal deve encerrar o julgamento dos ex-deputados petistas Professor Luizinho – já absolvido pela maioria –, João Magno e Paulo Rocha e do ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto. Os quatro são acusados de lavagem de dinheiro por terem recebido recursos do esquema. O encerramento desse item depende dos votos dos ministros Gilmar Mendes, Celso de Mello e Carlos Ayres Britto.
    Em seguida, o relator do processo deve começar a ler seu voto sobre a acusação de que Dirceu e outros 12 réus do processo formaram uma quadrilha destinada à prática de todos os crimes que tornaram viáveis, segundo o Supremo, o esquema de compra de apoio político no Congresso durante o primeiro mandato do governo Lula. Barbosa adiantou que o voto relativo a essa fatia tem cerca de cem páginas.
    Revisor do processo, o ministro Ricardo Lewandowski adiantou que seu voto será breve. Isso deixaria tempo para os oito ministros remanescentes concluírem, ainda na quinta-feira, o julgamento da acusação de formação de quadrilha.
    Na próxima semana, os ministros se concentrariam apenas no cálculo das penas. Três sessões seriam reservadas para solucionar alguns impasses, como julgamentos que terminaram empatados – até agora, é o caso de quatro réus –, definir as penas e decidir sobre a imediata prisão dos condenados. A fim de evitar numerosas divergências, alguns ministros defendem reservadamente uma negociação prévia das penas. Caso contrário, o julgamento poderia ter diversas propostas de penas para cada um dos réus.
    Encerrado o julgamento, o caso do mensalão entra em nova fase. Para que as penas comecem a ser cumpridas, conforme entendimento da maioria dos ministros, é preciso que o acórdão do julgamento seja publicado e que todos os recursos sejam julgados. A publicação do acórdão pode demorar meses. Depois disso, abre-se prazo para que os advogados e o Ministério Público entrem com recurso. Até o fim do julgamento desses recursos, conforme entendimento pacífico da Corte, os réus não podem ser presos.
     
    (Estadão)
     
    17 de outubro de 2012
    in coroneLeaks

    PALOCCI MULTIPLICA LÍNGUA PRESA EM DEZ VEZES


    Palocci multiplica língua presa em dez vezes

    Palocci iniciou um tratamento de choque com o Dr. Gregory Bloch para conseguir escandir, com veemência, as expressões "consultoria" e "patrimônio declarado".

    BRASILIA - Fontes ligadas a consultorias misteriosas revelaram ontem que o ministro Antonio Palocci, ao contrário do mercado imobiliário paulistano de alto luxo, entrou em depressão.
    Confuso e desorientado, o ministro foi visto por um amigo banqueiro caminhando pelos becos e vielas de Brasília, na calada da noite, sussurrando: "Eu não consigo me fazer entender! Não consigo!".
    A língua de Palocci estaria tão presa que ele nem conseguiria pronunciar as palavras mais simples, como "negociata".

    Uma junta de empreiteiros foi convocada para avaliar o estado de saúde de Palocci.
    "A incompreensão de suas justificativas decorrem de um fenômeno que ataca, principalmente, homens públicos que vieram - ou já tiveram passagem - pelo sindicalismo.

    O tempo de incubação varia, mas a língua presa pode deduplicar de uma hora para outra numa doença denominada tervigestive crônica", revelou o fonoaudiólogo Franco Serra Azeredo Covas.

    Fontes ligadas aos fundos de pensão de estatais afirmam que, antes de ser acometido pelo mal, o ex-presidente Lula pronunciava normalmente palavras "brasileiros", "companheiros", "estetoscópio" e "obséquio".
    "Tenho provas de que o Vicentinho era locutor mais requisitado de uma rádio romântica em Ibiúna. Inclusive, cantava boleros como ninguém!", revelou Gilberto Carvalho, enquanto balançava exames laboratoriais feitos por Palocci numa clínica em Mauá.

    O estrategista João Santana recomendou que todos os membros do PT começassem a falar com a língua presa para confundir a imprensa.

    17 de outubro de 2012
    The i-Piaui Herald

    LEI GERAL DA COPA PROÍBE JOGOS NARRADOS POR GALVÃO BUENO


    Lei Geral da Copa proíbe jogos narrados por Galvão Bueno

    Aldo Rebelo costura, no Congresso, a inclusão de uma lei que proíba a convocação de Felipe Melo

    BRASILIA - Entre tapas e beijos, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, e o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, convocaram a imprensa para anunciar os principais pontos da Lei Geral da Copa. "Valcke e eu temos nossas diferenças, mas chegamos a um acordo.

    Aumentamos a cota de ingressos para patrocinadores e amigos da Fifa de 90% para 95%. Em troca, ele flexibilizou o superfaturamento das obras.
    Sei que abri mão das entradas, mas tive que pensar no país", discursou Aldo. Em seguida, os dois, abraçados, apresentaram os pontos acolhidos por unanimidade na Câmara e no Senado.

    Artigo 1. Fica proibida a narrrrrrrrrrrração de Galvão Bueno durante toda a Copa. O locutor deverá passar férias forçadas em Cuba durante o evento. Poderá receber uma ligação diária de Rrrrrrrrronaldo. A Rede Globo terá ainda de reduzir em pelo menos 60% a emissão de gases histérico-ufanistas durante a transmissão do evento. Cléber Machado terá direito a apenas dois comentários sábios-filosofantes por jogo.

    Artigo 2. Cada delegação, desde já, fica obrigada a empregar oito parlamentares do PMDB. Fixamos aqui a cota de, no mínimo, dois familiares do Sarney por continente.

    Artigo 3. A livre circulação de argentinos será restrita ao aprazível Estado de Roraima. Qualquer cidadão com sotaque espanhol ou camisa do Maradona que não respeitar a medida será obrigado a realizar trabalhos comunitários para uma ONG maranhense.

    Artigo 3A. Fica acordado que o hino da Argentina será interpretado a cada jogo, ao vivo, por Susana Vieira.
     
    Artigo 4. A circulação de ex-BBBs sem calcinha em camarotes fica proibida em jogos diurnos.

    Artigo 5. Messi será imediatamente nacionalizado brasileiro e incorporado ao PMDB.
    Estarrecido com o fato de não haver nenhum jogador do Palmeiras na seleção, José Serra prometeu enviar uma nota de repúdio a João Havelange. Ao ser informado de que o brasileiro não era mais presidente da Fifa, ficou surpreso: "Mudou?".

    17 de outubro de 2012
    The i-Piaui Herald