Está causando espanto nos meios jornalísticos a nota em que o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) se solidariza com o povo coreano e com o Partido do Trabalho da Coréia pela morte do líder da República Popular Democrática de Coréia (RPDC), Kim Jong Il.
Estimado camarada Kim Jong Un
Estimados camaradas do Comitê Central do Partido do Trabalho da Coréia
Recebemos com profundo pesar a notícia do falecimento do camarada Kim Jong Il, secretário-geral do Partido do Trabalho da Coréia, presidente do Comitê de Defesa Nacional da República Popular Democrática da Coréia e comandante supremo do Exército Popular da Coreia.
Durante toda a sua vida de destacado revolucionário, o camarada Kim Jong Il manteve bem altas as bandeiras da independência da República Popular Democrática da Coreia, da luta anti-imperialista, da construção de um Estado e de uma economia prósperos e socialistas, e baseados nos interesses e necessidades das massas populares.
O camarada Kim Jong Il deu continuidade ao desenvolvimento da revolução coreana, inicialmente liderada pelo camarada Kim Il Sung, defendendo com dignidade as conquistas do socialismo em sua pátria. Patriota e internacionalista promoveu as causas da reunificação coreana, da paz e da amizade e da solidariedade entre os povos.
Em nome dos militantes e do Comitê Central do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) expressamos nossas sentidas condolências e nossa homenagem à memória do camarada Kim Jong Il.
Temos a confiança de que o povo coreano e o Partido do Trabalho da Coreia irão superar este momento de dor e seguirão unidos para continuar a defender a independência da nação coreana frente às ameaças e ataques covardes do imperialismo, e ao mesmo tempo seguir impulsionando as inovações necessárias para avançar na construção socialista e na melhoria da vida do povo coreano.
Comunista morre pela boca. Aldo Rebelo, ministro dos Esportes, solidarizou-se com a nota de seu partido: "Minha opinião sobre isso é a opinião do partido. Temos no Brasil a mania de querer censurar até nota de pesar. O homem morreu, a gente faz uma nota de pesar e o pessoal vem contestar?", disse.
Kim Jong-il mereceu pelo menos algum a consideração a mais por parte dos brasileiros do que Muamar Kadafi. Eu estava chegando em Berlim quando soube a notícia de seu assassinato. Fiquei esperando uma nota de pesar de Lula, que o saudou como “amigo e irmão”.
Não vi nota nenhuma. O amigo e irmão líbio morre daquele jeito e o amigo e irmão brasileiro não diz uma palavrinha. Como tampouco ouvi palavra dos demais líderes que o abraçaram, como Obama, Sarkozy, Merkel, Berlusconi, Cameron, Cristina Kirchner.
Os jornais foram pródigos em mostrar fotos destes dignitários confraternizando com Kadafi. Curiosamente, omitiram os salamaleques de Fidel Castro e Mandela ao ditador líbio. A propósito, Mandela recebeu em 1989 o Prêmio Internacional Al-Kadafi de Direitos Humanos.
Mas falava da santa indignação de algumas vestais da imprensa quanto aos pêsames do PCdoB e de Aldo Rebelo por ocasião da morte do ditador norte-coreano. Ora, se é para indignar-se, muito mais vil foi um insigne vulto das letras pátrias, que ainda este ano recebia homenagens em todos os jornais brasileiros.
Em O Mundo da Paz, que escreveu em 1950 subvencionado por Moscou, Jorge Amado faz uma ode a Lênin, Stalin e ao ditador albanês Envers Hodja. No ano seguinte, quando o livro foi publicado, Amado recebeu em Moscou o Prêmio Stalin Internacional da Paz, atribuído ao conjunto de sua obra, condecoração geralmente omitida em suas biografias. Escreve o baiano:
“Vós sabeis, amigos, o ódio que eles têm - os homens de dinheiro, os donos da vida, os opressores dos povos, os exploradores do trabalho humano - a Stalin. Esse nome os faz tremer, esse nome os inquieta, enche de fantasmas suas noites, impede-lhes o sono e transforma seus sonhos em pesadelos. Sobre esse nome as mais vis calúnias, as infâmias maiores, as mais sórdidas mentiras.
‘O Tzar Vermelho’, leio na manchete de um jornal. E sorrio porque penso que, no Kremlin, ele trabalha incansavelmente para seu povo soviético e para todos nós, paras toda a humanidade, pela felicidade de todos os povos. Mestre, guia e pai, o maior cientista do mundo de hoje, o maior estadista, o maior general, aquilo que de melhor a humanidade produziu.
Sim, eles caluniam, insultam e rangem os dentes. Mas até Stalin se eleva o amor de milhões, de dezenas e centenas de milhões de seres humanos. Não há muito ele completou 70 anos.
Foi uma festa mundial, seu nome foi saudado na China e no Líbano, na Romênia e no Equador, em Nicarágua e na África do Sul. Para o rumo do leste se voltaram nesse dia de dezembro os olhos e as esperanças de centenas de milhões de homens. E os operários brasileiros escreveram sobre a montanha o seu nome luminoso”.
O homem que escreveu esta ode a um dos maiores assassinos do século passado ainda hoje recebe as honras da imprensa nacional. Já os malucos do PCdoB causam espanto.
janer cristaldo
Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
LÁGRIMAS DE CROCODILO OBRIGATÓRIA...
Na "democrática" Coreia do Norte, o povo é obrigado a seguir o procedimento padrão de chorar a morte do ditador na marra.
O mundo está estupefato (estupefato é bom hein?) com a quantidade de chorões norte coreanos por M² naquele país.
Todos sabemos que as ditaduras são assim mesmo, a livre expressão ou a livre manifestação é proíbida, e o que vale é seguir à risca as ordens do governo. E se o semi Deus morre, todos devem mostrar desespero. Porque será que todo ditador acredita ser um Deus hein?
Vejam o lixão da Merdezuela que está desafiando a lógica e diz que venceu a doença por ser um escolhido de Deus.
Certo que uma imensa maioria de Coreanos estariam nas ruas comemorando o passamento daquele feladumapota para a casa do caraleo, mas certamente quem for pego descumprindo a ordem de estar histérico coletivamente será punido com rigor pelo regime. Esse é um dos grandes "avanços" sociais que só o CÚmunismo pode proporcionar para seus súditos.
E o mais bizarro é ver que tem palhaço no Brasil que apoia esse tipo de insanidade, vejam o caso dos jurássicos e idiotas comunistóides do PCdeBosta que lançaram uma nota enaltecendo os "avanços sociais" que aquele ditadorete do caraleo implantou no esfaimado país.
Em breve veremos esse comportamento na Merdezuela e até em CÚba, é só aguardar o capeta chamar a senha dos dois lixões líderes daquelas pocilgas.
E não venham dizer que a imagem acima mostra gente chorando de verdade, pois, de lágrimas de crocodilo, quem foi governado pelo EX presidente o "choramingante" e enfermo Defuntus Sebentus, sabe muito bem o que é.
E cá para nós...olhando os "chinas", na verdade nem sabemos quem está chorando e quem está rindo. É tudo igual!!
O MASCATE
O mundo está estupefato (estupefato é bom hein?) com a quantidade de chorões norte coreanos por M² naquele país.
Todos sabemos que as ditaduras são assim mesmo, a livre expressão ou a livre manifestação é proíbida, e o que vale é seguir à risca as ordens do governo. E se o semi Deus morre, todos devem mostrar desespero. Porque será que todo ditador acredita ser um Deus hein?
Vejam o lixão da Merdezuela que está desafiando a lógica e diz que venceu a doença por ser um escolhido de Deus.
Certo que uma imensa maioria de Coreanos estariam nas ruas comemorando o passamento daquele feladumapota para a casa do caraleo, mas certamente quem for pego descumprindo a ordem de estar histérico coletivamente será punido com rigor pelo regime. Esse é um dos grandes "avanços" sociais que só o CÚmunismo pode proporcionar para seus súditos.
E o mais bizarro é ver que tem palhaço no Brasil que apoia esse tipo de insanidade, vejam o caso dos jurássicos e idiotas comunistóides do PCdeBosta que lançaram uma nota enaltecendo os "avanços sociais" que aquele ditadorete do caraleo implantou no esfaimado país.
Em breve veremos esse comportamento na Merdezuela e até em CÚba, é só aguardar o capeta chamar a senha dos dois lixões líderes daquelas pocilgas.
E não venham dizer que a imagem acima mostra gente chorando de verdade, pois, de lágrimas de crocodilo, quem foi governado pelo EX presidente o "choramingante" e enfermo Defuntus Sebentus, sabe muito bem o que é.
E cá para nós...olhando os "chinas", na verdade nem sabemos quem está chorando e quem está rindo. É tudo igual!!
O MASCATE
APOSENTADOS NÃO RECEBERÃO REAJUSTES EM 2012
Você é aposentado?
Recebe mais de um mínimo por mês?
O dinheiro não dá para viver?
Acha que ganha pouco?
Por conta da "marolinha" vais ficar sem receber aumento em 2012 e acha isso uma sacanagem?
Tava doido de vontade de comprar ingressos para a Copa 2014 pagando só metade e a FIFA cortou seu benefício?
Tá doente e precisa usar o SUS, já que a aposentadoria mão dá para pagar um plano particular?
Votou no PT?
É...quem disse que velhice é sinônimo de sabedoria, né?
Agora vai ter que decidir entre comer ou comprar remédios, fazer os dois não vai dar!!!
E em 2012 vota PT outra vez.
Recebe mais de um mínimo por mês?
O dinheiro não dá para viver?
Acha que ganha pouco?
Por conta da "marolinha" vais ficar sem receber aumento em 2012 e acha isso uma sacanagem?
Tava doido de vontade de comprar ingressos para a Copa 2014 pagando só metade e a FIFA cortou seu benefício?
Tá doente e precisa usar o SUS, já que a aposentadoria mão dá para pagar um plano particular?
Votou no PT?
É...quem disse que velhice é sinônimo de sabedoria, né?
Agora vai ter que decidir entre comer ou comprar remédios, fazer os dois não vai dar!!!
E em 2012 vota PT outra vez.
STF x CNJ. O SACO DE GTOS DA IN/JUSTIÇA TUPINIQUIM
É meus caros, dizem que a justiça é cega, mas os representates dela na pocilga tem um olho. E em terra de cego quem tem um olho...
Diante dessa situação em que se encontra o judiciário brasileiro chego a conclusão que quem é cego de verdade é a população brasileira que além de tudo é muda e covarde.
Juízes investigados por receberem "uns por fora" quando nos tribunais estaduais. Hoje são ministros do aparelhado STF, a mais alta corte do país. Desde a eleição do EX presidente o Enfermo Defuntus Sebentus que o STF que já não era lá grande coisa, só tem mostrado que é um tribunal duvidoso e seus julgamentos não tão justos aos olhos da opinião pública.
O caso do mensalão tá ai e não me deixa mentir. O EX presidente aparelhou o STF de maneira que os crimes cometidos pela cambada das Ratazanas Vermelhas sejam empurrados com a barriga até a odiosa prescrição.
Entre outras decisões polêmicas, como a não obrigatoriedade do título de eleitor para votar, e o casamento gay decidido e julgado a toque de caixa em período pré eleitoral, os casos, Cacciolla, Battisti, Daniel Dantas entre outros.
Vemos muitos julgamentos polêmicos sendo decidido nas coxas apenas para "ajudar" nas eleições de certos grupos PolíTicos, sé é que vocês me entendem.
Agora começa uma briga absurda entre o CNJ e o STF por conta de maracutaias em que estão envolvidos alguns membros da mais alta corte do país.
Magistrados de SP são acusados de não declararem imposto de renda ou de incompatividade entre seus ganhos e seus gastos e patrimônio.
A justiça brasileira está podre, assim como TODAS as instituições públicas deste país, e olhem que não importa o partido que governa o estado, TODOS estão comprometidos com as irregularidades e nas falcatruas.
Se a justiça está enrolada em um imoral corporativismo para poroteger aos seus membros acusados de não serem "tão" honestos e zelosos com a constituição assim. E se o STF está visivelmente ajoelhado e servindo de braço legal para acobertar as picaretagens que os aliados do governo fedemal estão envolvidos.
É chegada a hora de uma reviravolta neste país, passou da hora dessa população futebolista, burra e inerte ir as ruas e pedir seriedade e transparência com a punição exemplar de todos aqueles que sugam mais de 6 bilhões por ano só em corrupção e desvios de dinheiro público. Passou da hora deste povo acordar.
Mas um povo que diz que se estivesse lá faria a mesma coisa não vai ter interesse em mudar porra nenhuma. O nosso problema é cultural.
Estamos vivendo um momento muito delicado em nosso país. O momento em que nem a justiça é séria, onde, se não podemos confiar na justiça, em quem mais poderemos confiar?
Para onde quer que se olhe vemos corrupção e bandalheira, o Brasil está entregue às ratazanas, aos bandoleiros e bucaneiros que saqueiam não só as nossas riquezas, mas saqueiam a nossa dignidade e futuro como nação.
Estamos chegando ao fundo do poço moral e ético, e depois do fundo o que virá?
O MASCATE
Diante dessa situação em que se encontra o judiciário brasileiro chego a conclusão que quem é cego de verdade é a população brasileira que além de tudo é muda e covarde.
Juízes investigados por receberem "uns por fora" quando nos tribunais estaduais. Hoje são ministros do aparelhado STF, a mais alta corte do país. Desde a eleição do EX presidente o Enfermo Defuntus Sebentus que o STF que já não era lá grande coisa, só tem mostrado que é um tribunal duvidoso e seus julgamentos não tão justos aos olhos da opinião pública.
O caso do mensalão tá ai e não me deixa mentir. O EX presidente aparelhou o STF de maneira que os crimes cometidos pela cambada das Ratazanas Vermelhas sejam empurrados com a barriga até a odiosa prescrição.
Entre outras decisões polêmicas, como a não obrigatoriedade do título de eleitor para votar, e o casamento gay decidido e julgado a toque de caixa em período pré eleitoral, os casos, Cacciolla, Battisti, Daniel Dantas entre outros.
Vemos muitos julgamentos polêmicos sendo decidido nas coxas apenas para "ajudar" nas eleições de certos grupos PolíTicos, sé é que vocês me entendem.
Agora começa uma briga absurda entre o CNJ e o STF por conta de maracutaias em que estão envolvidos alguns membros da mais alta corte do país.
Magistrados de SP são acusados de não declararem imposto de renda ou de incompatividade entre seus ganhos e seus gastos e patrimônio.
A justiça brasileira está podre, assim como TODAS as instituições públicas deste país, e olhem que não importa o partido que governa o estado, TODOS estão comprometidos com as irregularidades e nas falcatruas.
Se a justiça está enrolada em um imoral corporativismo para poroteger aos seus membros acusados de não serem "tão" honestos e zelosos com a constituição assim. E se o STF está visivelmente ajoelhado e servindo de braço legal para acobertar as picaretagens que os aliados do governo fedemal estão envolvidos.
É chegada a hora de uma reviravolta neste país, passou da hora dessa população futebolista, burra e inerte ir as ruas e pedir seriedade e transparência com a punição exemplar de todos aqueles que sugam mais de 6 bilhões por ano só em corrupção e desvios de dinheiro público. Passou da hora deste povo acordar.
Mas um povo que diz que se estivesse lá faria a mesma coisa não vai ter interesse em mudar porra nenhuma. O nosso problema é cultural.
Estamos vivendo um momento muito delicado em nosso país. O momento em que nem a justiça é séria, onde, se não podemos confiar na justiça, em quem mais poderemos confiar?
Para onde quer que se olhe vemos corrupção e bandalheira, o Brasil está entregue às ratazanas, aos bandoleiros e bucaneiros que saqueiam não só as nossas riquezas, mas saqueiam a nossa dignidade e futuro como nação.
Estamos chegando ao fundo do poço moral e ético, e depois do fundo o que virá?
O MASCATE
10 RAZÕES PARA SE INDIGNAR
Os 10 motivos para indignação listados no Natal passado mudaram pouco. Faltou atitude nossa?
O ano é outro. O presidente também. Mas os 10 motivos de indignação listados no Natal passado mudaram pouco. Faltou vontade política ou atitude nossa? Ou ambos? Sete itens continuaram os mesmos, atualizados com informações de 2011. Há três novidades: seria uma injustiça deixar de fora o Supremo Tribunal Federal, o Enem e os ministros herdados por Dilma.
Aí vai a lista deste ano. Conseguiremos reduzir?
1) A falta de saneamento e habitação decente para os mais pobres. O número de brasileiros em favelas dobrou em uma década, segundo o IBGE. Em dois anos de Fernando Henrique e oito de Lula, passamos a ter 11,4 milhões de brasileiros em favelas. A população carente cresce mais que famílias de outras classes sociais. E não se discute planejamento familiar porque a Igreja não deixa.
2) O escândalo do Enem, um exame até agora em suspenso devido a vazamentos e confusões em cálculos de notas. E o analfabetismo no Brasil, maior que no Zimbábue. No ano passado, éramos a oitava economia mundial, mas em breve seremos a sexta. Quando a educação será nossa prioridade em número de alunos e qualidade de instrução?
3) Os absurdos privilégios dos deputados e senadores, que aprovam aumentos para si mesmos e, além de receber 15 salários por ano, dispõem de verba extra indecente: cerca de R$ 30 mil mensais, para gasolina, alimentação, correio, telefone, gráfica. Além de todas as mordomias, os deputados esperneiam para aumentar a verba mensal de gabinete de cada um, de R$ 60 mil para R$ 80 mil. O que fazem os secretários dos deputados? O Congresso entende o momento da economia ou precisa explicar?
4) A impunidade de corruptos nos Poderes. Exonerar meia dúzia de ministros não basta. A Controladoria-Geral da União acaba de revelar que R$ 67 milhões devem ter sido desviados pelo Turismo do ex-ministro Pedro Novais. Duvido que seja tão pouco. Melhor mesmo é esquecer palavras como “desvio” e “malfeito” e chamar pelo nome real: roubo.
5) A agressividade no trânsito, que torna o Brasil recordista em mortes em acidentes. A novidade em 2011 é que chegamos ao maior número de vítimas em 15 anos. Já são 40.610 mortos no trânsito, média de 111 por dia, 4,6 por hora, mais de um morto a cada 15 minutos. Uma das causas é o aumento das motos. Morreram mais motociclistas que pedestres.
Os 10 motivos para indignação listados no Natal passado mudaram pouco. Faltou atitude nossa?
6) A falta de educação da elite brasileira. Boa parcela de ricos desenvolve falta de educação associada à arrogância e à crença na impunidade. Joga lixo nas praias e da janela de carros importados, dá festanças ignorando a lei do silêncio, viola a legislação ambiental e sempre quer levar vantagem. Esse item continua igualzinho ao ano passado.
7) Os impostos escorchantes, que não resultam em benefício para quem precisa. Cartéis punem o consumidor e tornam produtos e passagens aéreas no Brasil muito mais caros. Outro item igual ao ano passado, com um agravante: o custo de vida está bem mais alto. Habitação e alimentação estão caríssimos e até os estrangeiros reclamam.
8) A falta de um sistema de saúde pública eficiente. Grávidas ou velhos morrendo em fila de hospital ou por falta de leitos e médicos é inaceitável. Dentro desse quadro, impressiona ainda mais o abandono, no Rio de Janeiro, de um prédio do Ministério da Saúde construído para abrigar o Instituto do Cérebro, que seria o maior serviço de neurocirurgia da América Latina. O prédio tem 56 leitos para internação, dez para UTI, e também baratas, fezes de pombos, poeira e cupins.
9) A deficiência de transporte de massas, num país que fez opção equivocada pelo carro e hoje paga o preço de engarrafamentos monstruosos. Metrôs e trens, ligados a uma rede de ônibus sem ranço de máfias, deveriam transportar todas as classes sociais. O chato é que tem sempre os ricos de Higienópolis (SP) e Ipanema (RJ) que não querem metrô em sua esquina porque traz uma gente “diferenciada” de outros bairros.
10) O descolamento do Supremo Tribunal Federal da realidade do país. Os meritíssimos juízes estão cada vez menos ágeis nas votações que interessam à população, como é o caso da Lei da Ficha Limpa e o escândalo do mensalão. Mas, quando o interesse é próprio, são rápidos até demais. Bom lembrar que não são todos os ministros que aprovam a conduta do STF este ano.
Indigne-se, mas não seja chato. Contribua para a mudança. Melhor ser um indignado otimista que um resignado deprimido. Espero, em 2012, escrever “10 razões para comemorar”. Boas festas!
RUTH DE AQUINO
O ano é outro. O presidente também. Mas os 10 motivos de indignação listados no Natal passado mudaram pouco. Faltou vontade política ou atitude nossa? Ou ambos? Sete itens continuaram os mesmos, atualizados com informações de 2011. Há três novidades: seria uma injustiça deixar de fora o Supremo Tribunal Federal, o Enem e os ministros herdados por Dilma.
Aí vai a lista deste ano. Conseguiremos reduzir?
1) A falta de saneamento e habitação decente para os mais pobres. O número de brasileiros em favelas dobrou em uma década, segundo o IBGE. Em dois anos de Fernando Henrique e oito de Lula, passamos a ter 11,4 milhões de brasileiros em favelas. A população carente cresce mais que famílias de outras classes sociais. E não se discute planejamento familiar porque a Igreja não deixa.
2) O escândalo do Enem, um exame até agora em suspenso devido a vazamentos e confusões em cálculos de notas. E o analfabetismo no Brasil, maior que no Zimbábue. No ano passado, éramos a oitava economia mundial, mas em breve seremos a sexta. Quando a educação será nossa prioridade em número de alunos e qualidade de instrução?
3) Os absurdos privilégios dos deputados e senadores, que aprovam aumentos para si mesmos e, além de receber 15 salários por ano, dispõem de verba extra indecente: cerca de R$ 30 mil mensais, para gasolina, alimentação, correio, telefone, gráfica. Além de todas as mordomias, os deputados esperneiam para aumentar a verba mensal de gabinete de cada um, de R$ 60 mil para R$ 80 mil. O que fazem os secretários dos deputados? O Congresso entende o momento da economia ou precisa explicar?
4) A impunidade de corruptos nos Poderes. Exonerar meia dúzia de ministros não basta. A Controladoria-Geral da União acaba de revelar que R$ 67 milhões devem ter sido desviados pelo Turismo do ex-ministro Pedro Novais. Duvido que seja tão pouco. Melhor mesmo é esquecer palavras como “desvio” e “malfeito” e chamar pelo nome real: roubo.
5) A agressividade no trânsito, que torna o Brasil recordista em mortes em acidentes. A novidade em 2011 é que chegamos ao maior número de vítimas em 15 anos. Já são 40.610 mortos no trânsito, média de 111 por dia, 4,6 por hora, mais de um morto a cada 15 minutos. Uma das causas é o aumento das motos. Morreram mais motociclistas que pedestres.
Os 10 motivos para indignação listados no Natal passado mudaram pouco. Faltou atitude nossa?
6) A falta de educação da elite brasileira. Boa parcela de ricos desenvolve falta de educação associada à arrogância e à crença na impunidade. Joga lixo nas praias e da janela de carros importados, dá festanças ignorando a lei do silêncio, viola a legislação ambiental e sempre quer levar vantagem. Esse item continua igualzinho ao ano passado.
7) Os impostos escorchantes, que não resultam em benefício para quem precisa. Cartéis punem o consumidor e tornam produtos e passagens aéreas no Brasil muito mais caros. Outro item igual ao ano passado, com um agravante: o custo de vida está bem mais alto. Habitação e alimentação estão caríssimos e até os estrangeiros reclamam.
8) A falta de um sistema de saúde pública eficiente. Grávidas ou velhos morrendo em fila de hospital ou por falta de leitos e médicos é inaceitável. Dentro desse quadro, impressiona ainda mais o abandono, no Rio de Janeiro, de um prédio do Ministério da Saúde construído para abrigar o Instituto do Cérebro, que seria o maior serviço de neurocirurgia da América Latina. O prédio tem 56 leitos para internação, dez para UTI, e também baratas, fezes de pombos, poeira e cupins.
9) A deficiência de transporte de massas, num país que fez opção equivocada pelo carro e hoje paga o preço de engarrafamentos monstruosos. Metrôs e trens, ligados a uma rede de ônibus sem ranço de máfias, deveriam transportar todas as classes sociais. O chato é que tem sempre os ricos de Higienópolis (SP) e Ipanema (RJ) que não querem metrô em sua esquina porque traz uma gente “diferenciada” de outros bairros.
10) O descolamento do Supremo Tribunal Federal da realidade do país. Os meritíssimos juízes estão cada vez menos ágeis nas votações que interessam à população, como é o caso da Lei da Ficha Limpa e o escândalo do mensalão. Mas, quando o interesse é próprio, são rápidos até demais. Bom lembrar que não são todos os ministros que aprovam a conduta do STF este ano.
Indigne-se, mas não seja chato. Contribua para a mudança. Melhor ser um indignado otimista que um resignado deprimido. Espero, em 2012, escrever “10 razões para comemorar”. Boas festas!
RUTH DE AQUINO
SUPREMO FICA BEM MAIS SENSATO COM UMA FACA IMAGINÁRIA NO PESCOÇO
Às nove e meia da noite de 28 de agosto de 2007, o ministro Ricardo Lewandowski chegou ao restaurante em Brasília ansioso por comentar com alguém de confiança a sessão do Supremo Tribunal Federal que tratara da denúncia do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, sobre o escândalo do mensalão.
Por ampla maioria, os juízes endossaram o parecer do relator Joaquim Barbosa e decidiram processar os 40 acusados de envolvimento na trama.
Sem paciência para esperar o jantar, Lewandowski deixou a acompanhante na mesa, foi para o jardim na parte externa, sacou o celular do bolso do terno e, sem perceber que havia uma repórter da Folha por perto, ligou para um certo Marcelo. Como não parou de caminhar enquanto falava, a jornalista não ouviu tudo o que disse durante a conversa de 10 minutos. Mas qualquer das frases que anotou valia manchete.
“A tendência era amaciar para o Dirceu”, revelou de saída o ministro, que atribuiu o recuo dos colegas a pressões geradas pelo noticiário jornalístico. “A imprensa acuou o Supremo”, queixou-se. Mais algumas considerações e o melhor momento do palavrório: “Todo mundo votou com a faca no pescoço”. Todo mundo menos ele: o risco de afrontar a opinião pública não lhe reduziu a disposição de amaciar para José Dirceu, acusado de “chefe da organização criminosa”.
Só Lewandowski ─ contrariando o parecer de Joaquim Barbosa, a denúncia do procurador-geral e a catarata de evidências ─ discordou do enquadramento do ex-chefe da Casa Civil por formação de quadrilha. “Não ficou suficientemente comprovada a acusação”, alegou.
O mesmo pretexto animou-o a tentar resgatar também José Genoíno. Ninguém divergiu tantas vezes do voto de Joaquim Barbosa: 12. Foi até pouco, gabou-se na conversa com Marcelo: “Tenha certeza disso. Eu estava tinindo nos cascos”.
Ele está tinindo nos cascos desde 16 de março de 2006, quando chegou ao STF 26 dias antes da denúncia do procurador-geral. Primeiro ministro nomeado por Lula depois do mensalão, Lewandowski ainda não aprendera a ajeitar a toga nos ombros sem a ajuda das mãos, quando virou doutor no assunto. Para tornar-se candidato a uma toga, bastou-lhe a influência da madrinha Marisa Letícia, que transmitiu ao marido os elogios que a mãe do promissor advogado vivia fazendo ao filho quando eram vizinhas em São Bernardo. Mas só conseguiu a vaga graças às opiniões sobre o mensalão, emitidas em encontros reservados com emissários do Planalto.
Ele sempre soube que Lula não queria indicar um grande jurista. Queria um parceiro de confiança, que o ajudasse a manter em liberdade os bandidos de estimação.
Passados mais de quatro anos, Lewandowski é o líder da bancada governista no STF ─ e continua tinindo nos cascos, comprovou a recente entrevista publicada pela Folha.
Designado revisor do voto do relator Joaquim Barbosa, aproveitou a amável troca de ideias para comunicar à nação que os mensaleiros não seriam julgados antes de 2013. “Terei que fazer um voto paralelo”, explicou com o ar blasé de quem chupa um Chicabon. “São mais de 130 volumes. São mais de 600 páginas de depoimentos. Tenho que ler volume por volume, porque não posso condenar um cidadão sem ler as provas. Quando eu receber o processo eu vou começar do zero”.
Como o relatório de Joaquim Barbosa deveria ficar pronto em março ou abril, como precisaria de seis meses para cumprir a missão, só poderia concluir seu voto no fim de 2012. O atraso beneficiaria muitos réus com a prescrição dos crimes, concedeu, mas o que se há de fazer? As leis brasileiras são assim. E assim deve agir um magistrado judicioso.
A conversa fiada foi bruscamente interrompida por Joaquim Barbosa, que estragou o Natal de Lewandowski e piorou o Ano Novo dos mensaleiros com o presente indesejado. Nesta segunda-feira, o ministro entregou ao revisor sem pressa o relatório, concluído no fim de semana, todas as páginas do processo e um lembrete desmoralizante: “Os autos do processo, há mais de quatro anos, estão digitalizados e disponíveis eletronicamente na base de dados do Supremo Tribunal Federal”, lembrou Barboza.
Lewandowski, portanto, só vai começar do zero porque quis. De todo modo, o que disse à Folha o obriga a terminar a tarefa no primeiro semestre. Se puder, vai demorar seis meses para formalizar o que já está resolvido há seis anos: vai absolver os chefes da quadrilha por falta de provas.
As sucessivas manobras engendradas para adiar o julgamento confirmam que os pecadores não estão convencidos de que a bancada governista no STF é majoritária. Ficarão menos intranquilos se Cezar Peluso e Ayres Brito, que se aproximam da aposentadoria compulsória, forem substituídos por gente capaz de acreditar que o mensalão não existiu.
Para impedir que o STF faça a opção pelo suicídio moral, o Brasil decente deve aprender a lição contida na conversa telefônica de 2007. Já que ficam mais sensatos com a faca no pescoço, os ministros do Supremo devem voltar a sentir a carótida afagada pelo fio da lâmina imaginária.
22/12/2011
Augusto Nunes
A VERDADE SOBRE OS PALESTINOS
Internacional - Oriente Médio
Sob Obama, os últimos três anos de troca da verdade a respeito de Israel pelas mentiras palestinas tornaram a região menos estável, Israel mais vulnerável e os Estados Unidos menos respeitáveis.
Recentemente, o primeiro colocado entre os pré-candidatos do Partido Republicano à presidência dos EUA, Newt Gingrich, ex-presidente da Câmara, fez algo revolucionário. Ele falou a verdade sobre os palestinos. Em uma entrevista ao Jewish Channel (Canal Judeu), Gingrich disse que os palestinos são um povo “inventado”, “sendo, de fato, árabes”.
Sua afirmação sobre os palestinos foi totalmente precisa. No final de 1920, o “povo palestino” foi formado artificialmente de entre a população árabe da “Grande Síria”. A “Grande Síria” incluía a atual Síria, o Líbano, Israel, a Autoridade Palestina e a Jordânia. Isto é, o povo palestino foi inventado 91 anos atrás. Além disso, como observou Gingrich, o termo “povo palestino” somente se tornou amplamente aceito depois de 1977.
Como registrou Daniel Pipes, em 1989, num artigo sobre o assunto no Middle East Quarterly (Periódico Trimestral do Oriente Médio), os árabes locais, no que se tornou Israel, optaram por uma identidade local nacionalista “palestina”, em parte devido a seu sentimento de que seus irmãos na Síria não estavam suficientemente comprometidos com a erradicação do sionismo.
Desde que Gingrich se pronunciou, sua declaração factual precisa tem enfrentado ataques que partem de três direções. Primeiro, sua declaração tem sido atacada pelos apologistas palestinos no campo pós-modernista. Falando à CNN, Hussein Ibish, da Força Tarefa Americana Sobre a Palestina, afirmou que a declaração de Gingrich foi uma afronta porque, embora ele estivesse certo sobre os palestinos serem um povo artificial, na visão de Ibish, os israelenses são tão artificiais quanto os palestinos. Isto é, ele igualou o nacionalismo dos palestinos, de 91 anos, com o nacionalismo dos judeus, de 3.500 anos.
Em suas palavras: “Chamar os palestinos de “um povo inventado”, em um esforço óbvio para enfraquecer sua identidade nacional, é uma afronta, especialmente porque não existia algo como um “israelense” antes de 1948”.
O absurdo da afirmação de Ibish é facilmente descartado por meio de uma simples leitura da Bíblia hebraica. Como qualquer pessoa semialfabetizada em hebraico reconhece, os israelenses não foram criados em 1948. Três mil anos atrás, os israelenses foram liderados por um rei chamado Davi. Os israelenses tinham uma comunidade independente na Terra de Israel, e sua capital era Jerusalém.
O fato de que 500 anos atrás o rei Tiago renomeou os israelenses como “israelitas” (na Bíblia King James) é irrelevante para a verdade básica de que não há nada de novo nem de artificial a respeito do povo israelense. E o sionismo, o movimento de libertação nacional dos judeus, não surgiu em competição com o nacionalismo árabe. O sionismo tem sido uma característica central da identidade judaica por 3.500 anos.
A segunda linha de ataque contra Gingrich nega a veracidade de sua afirmação. Um dos luminares palestinos, Salam Fayyad, o primeiro-ministro da Autoridade Palestina, que não foi eleito, falou à CNN: “O povo palestino habitava aquelas terras desde o despertar da história”.
A afirmação de Fayyad, não substanciada historicamente, foi, a seguir, expandida pelo membro do Conselho Revolucionário do Fatah, Dmitri Diliani, em uma entrevista na CNN: “O povo palestino (é) descendente da tribo canaanita dos jebuseus, que habitavam o antigo sítio de Jerusalém em torno dos anos 3.200 AEC (Antes da Era Comum)”, enfatizou Diliani.
A Terra de Israel apresenta a maior densidade de sítios arqueológicos do mundo. Judéia, Samaria, Galiléia, Negev, as Colinas de Golan, e outras áreas do país estão repletas de evidências arqueológicas das comunidades judaicas. Quanto a Jerusalém, literalmente cada centímetro da cidade possui provas físicas das reivindicações históricas do povo judeu com relação à cidade.
Até hoje, não foi descoberta nenhuma evidência arqueológica, ou outra, que ligue os palestinos à cidade ou aos jebuseus.
A partir da perspectiva política doméstica dos Estados Unidos, uma terceira linha de ataque contra a declaração factual de Gingrich tem sido a mais significativa. Os ataques envolvem as pessoas bem informadas e conservadoras de Washington, muitas das quais são defensoras sinceras do principal rival de Gingrich para a nominação presidencial republicana, o ex-governador de Massachusetts Mitt Romney.
Até agora, a representante mais forte dos que estão atacando tem sido Jennifer Rubin, blogueira do jornal Washington Post. Essas pessoas bem informadas argumentam que, embora Gingrich tenha falado a verdade, essa foi uma irresponsabilidade e não está de acordo com o que se espera de um estadista.
Como disse Rubin: “Será que os conservadores realmente acham que é uma boa idéia que seu pré-candidato contrarie décadas da política americana e negue que existe uma identidade nacional palestina?”.
Segundo a visão deles, Gingrich é um incendiário irresponsável porque está voltando suas costas a 30 anos de consenso bipartidário. Esse consenso se baseia em ignorar o fato de que os palestinos são um povo artificial cuja identidade não surgiu de uma experiência histórica compartilhada, mas da oposição ao nacionalismo judaico.
O objetivo da política do consenso é estabelecer um Estado palestino independente a oeste do rio Jordão, que viverá em paz com Israel.
Essa política foi obsessivamente promovida durante os anos 1990, até que fracassou completamente no ano 2000, quando o líder palestino Yasser Arafat rejeitou a oferta do então primeiro-ministro de Israel, Ehud Barak, e do então presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, de estabelecer um Estado palestino, e deu início à guerra terrorista palestina contra Israel.
Mas, em vez de reconhecer que essa política - e a defesa da identidade nacional palestina em seu cerne - havia falhado, e de considerar outras opções, as lideranças políticas americanas em Washington apegaram-se a ela com unhas e dentes. Republicanos, como o mentor de Rubin, Elliot Abrams, ex-vice-Conselheiro de Segurança Nacional, prosseguiu apoiando entusiasticamente a entrega de Gaza por Israel em 2005, e insuflando a participação do Hamas nas eleições palestinas de 2006. Aquela retirada e aquelas eleições elevaram o grupo de terrorismo jihadista ao poder.
O consenso que Gingrich rejeitou ao falar a verdade sobre a natureza artificial do nacionalismo palestino se baseou na tentativa de conciliar o apoio popular a Israel com a propensão da elite por apaziguamento. Por um lado, devido ao tremendo apoio público em favor de uma aliança forte dos Estados Unidos com Israel, a maioria dos que decidem os rumos da política americana não ousou abandonar Israel como aliado dos EUA.
Por outro lado, os líderes políticos americanos têm se sentido historicamente desconfortáveis por terem que defender Israel diante de seus colegas europeus anti-Israel e diante de seus interlocutores árabes, que compartilham da rejeição dos palestinos ao direito de existência de Israel.
O esforço de buscar combinar uma política de apaziguamento árabe (anti-Israel) com uma política anti-apaziguamento (pró-Israel) foi defendida por sucessivos governos dos EUA, até que foi sumariamente descartada pelo presidente Barack Obama três anos atrás. Obama substituiu a política de duas cabeças por uma que busca puramente o apaziguamento árabe.
Obama foi capaz de justificar sua mudança porque a política de dois rumos fracassou. Não houve paz entre Israel e os palestinos. O preço do petróleo foi às alturas e os interesses dos EUA em toda a região estavam cada vez mais ameaçados.
Por seu lado, Israel estava muito mais vulnerável ao terror e à guerra do que havia estado há anos. E seu isolamento diplomático era agudo e estava aumentando.
Infelizmente, tanto para os EUA quanto para Israel, a quebra do consenso por parte de Obama desestabilizou a região, colocou Israel em perigo e arriscou os interesses dos EUA num grau muito maior do que haviam estado durante a política de dois trilhos de seus predecessores. Por todo o mundo árabe, as forças islâmicas estão em alta.
O Irã está às portas de se tornar uma potência nuclear.
Os Estados Unidos já não são vistos como uma potência regional confiável à medida que retiram suas forças do Iraque sem obtenção de vitória, paralisam suas forças no Afeganistão, sentenciando-o à pauperização e à derrota, e abandonam seus aliados em um país após outro.
O rigoroso contraste entre a rejeição de Obama ao consenso fracassado, por um lado, e a rejeição de Gingrich ao consenso fracassado, por outro lado, indica que Gingrich pode muito bem ser o contraste perfeito para Obama.
A disposição de Gingrich de afirmar e defender a verdade sobre a natureza do conflito palestino com Israel é a resposta perfeita para o discurso desastroso de Obama “ao mundo islâmico” no Cairo, em junho de 2009. Foi naquele discurso que Obama abandonou oficialmente o consenso bipartidário, abandonou Israel, a verdade sobre o sionismo e os diretos nacionais judeus, e abraçou completamente a mentira nacionalista palestina e seus direitos nacionais.
Tanto Rubin quanto Abrams, assim como Romney, justificaram seus ataques a Gingrich e sua defesa ao consenso fracassado ao observarem que nenhum líder israelense está dizendo o que Gingrich disse. Rubin foi tão longe a ponto de alegar que as palavras verdadeiras de Gingrich sobre os palestinos ofenderam Israel.
Isso, logicamente, é um absurdo. O que muitos americanos deixam de reconhecer é que os líderes israelenses não são tão livres para dizer a verdade sobre a natureza do conflito como são os americanos. Em vez de olharem para a liderança de Israel nessa questão, os líderes americanos fariam bem em ver Israel como o equivalente da Alemanha Ocidental durante a Guerra Fria. Com a metade de Berlim ocupada pelo Exército Vermelho e com Berlim Ocidental servindo como estopim para a invasão soviética à Europa Ocidental, os líderes da Alemanha Ocidental não eram tão livres para falar a verdade sobre a União Soviética como os americanos.
Atualmente, com Jerusalém sob constante ameaça política e terrorista, com todo o Israel cada vez mais rodeado por regimes islâmicos, e com o governo Obama abandonando o apoio tradicional dos Estados Unidos a Israel, está se tornando cada vez menos razoável esperar que Israel tome a liderança retórica para falar verdades importantes e difíceis sobre a natureza de seus vizinhos.
Quando Romney criticou a declaração de Gingrich como sendo pouco útil a Israel, Gingrich replicou: “Sinto-me bastante confiante de que um número espantoso de israelenses achou bom que um americano dissesse a verdade sobre a guerra no meio da qual eles estão, sobre as perdas que estão tendo, e sobre o povo ao seu redor, que diz: "Eles não têm o direito de existir e nós queremos destruí-los”'.
Ele está absolutamente certo. Foi mais do que amável. Foi encorajador.
Trinta anos de mentiras americanas pré-Obama sobre a natureza do conflito em uma tentativa de equilibrar o apoio a Israel com o apaziguamento dos árabes não tornaram os Estados Unidos mais seguros, nem o Oriente Médio mais pacífico. Um retorno àquela política sob um novo presidente republicano não será suficiente para restaurar a estabilidade e a segurança da região.
E a necessidade de tal restauração é aguda. Sob Obama, os últimos três anos de troca da verdade a respeito de Israel pelas mentiras palestinas tornaram a região menos estável, Israel mais vulnerável, os Estados Unidos menos respeitáveis, e os interesses americanos mais ameaçados.
A declaração de Gingrich sobre a verdade não foi um ato de um incendiário irresponsável. Foi o início de um antídoto para o abandono da verdade por Obama e para as argumentações em favor de mentiras e apaziguamento. E, como tal, não foi um motivo para irritação. Foi um motivo para esperança.
Caroline Glick nasceu nos EUA e emigrou para Israel em 1992. Como capitã do exército israelense, fez parte da equipe de negociações com os palestinos de 1994 a 1996. Mais tarde, serviu como conselheira-assistente de política externa do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu (durante seu primeiro mandato, de 1997 a 1998). A seguir, fez mestrado em Harvard. Após retornar a Israel, foi comentarista diplomática e editora de suplementos sobre questões estratégicas no jornal Makor Rishon. Desde 2002, é vice-editora e colunista do jornal The Jerusalem Post. Seus artigos têm sido reproduzidos em muitas outras publicações e suas opiniões são amplamente respeitadas.
Publicado na revista Notícias de Israel - www.Beth-Shalom.com.br
Escrito por Caroline Glick, 23 Dezembro 2011
Sob Obama, os últimos três anos de troca da verdade a respeito de Israel pelas mentiras palestinas tornaram a região menos estável, Israel mais vulnerável e os Estados Unidos menos respeitáveis.
Recentemente, o primeiro colocado entre os pré-candidatos do Partido Republicano à presidência dos EUA, Newt Gingrich, ex-presidente da Câmara, fez algo revolucionário. Ele falou a verdade sobre os palestinos. Em uma entrevista ao Jewish Channel (Canal Judeu), Gingrich disse que os palestinos são um povo “inventado”, “sendo, de fato, árabes”.
Sua afirmação sobre os palestinos foi totalmente precisa. No final de 1920, o “povo palestino” foi formado artificialmente de entre a população árabe da “Grande Síria”. A “Grande Síria” incluía a atual Síria, o Líbano, Israel, a Autoridade Palestina e a Jordânia. Isto é, o povo palestino foi inventado 91 anos atrás. Além disso, como observou Gingrich, o termo “povo palestino” somente se tornou amplamente aceito depois de 1977.
Como registrou Daniel Pipes, em 1989, num artigo sobre o assunto no Middle East Quarterly (Periódico Trimestral do Oriente Médio), os árabes locais, no que se tornou Israel, optaram por uma identidade local nacionalista “palestina”, em parte devido a seu sentimento de que seus irmãos na Síria não estavam suficientemente comprometidos com a erradicação do sionismo.
Desde que Gingrich se pronunciou, sua declaração factual precisa tem enfrentado ataques que partem de três direções. Primeiro, sua declaração tem sido atacada pelos apologistas palestinos no campo pós-modernista. Falando à CNN, Hussein Ibish, da Força Tarefa Americana Sobre a Palestina, afirmou que a declaração de Gingrich foi uma afronta porque, embora ele estivesse certo sobre os palestinos serem um povo artificial, na visão de Ibish, os israelenses são tão artificiais quanto os palestinos. Isto é, ele igualou o nacionalismo dos palestinos, de 91 anos, com o nacionalismo dos judeus, de 3.500 anos.
Em suas palavras: “Chamar os palestinos de “um povo inventado”, em um esforço óbvio para enfraquecer sua identidade nacional, é uma afronta, especialmente porque não existia algo como um “israelense” antes de 1948”.
O absurdo da afirmação de Ibish é facilmente descartado por meio de uma simples leitura da Bíblia hebraica. Como qualquer pessoa semialfabetizada em hebraico reconhece, os israelenses não foram criados em 1948. Três mil anos atrás, os israelenses foram liderados por um rei chamado Davi. Os israelenses tinham uma comunidade independente na Terra de Israel, e sua capital era Jerusalém.
O fato de que 500 anos atrás o rei Tiago renomeou os israelenses como “israelitas” (na Bíblia King James) é irrelevante para a verdade básica de que não há nada de novo nem de artificial a respeito do povo israelense. E o sionismo, o movimento de libertação nacional dos judeus, não surgiu em competição com o nacionalismo árabe. O sionismo tem sido uma característica central da identidade judaica por 3.500 anos.
A segunda linha de ataque contra Gingrich nega a veracidade de sua afirmação. Um dos luminares palestinos, Salam Fayyad, o primeiro-ministro da Autoridade Palestina, que não foi eleito, falou à CNN: “O povo palestino habitava aquelas terras desde o despertar da história”.
A afirmação de Fayyad, não substanciada historicamente, foi, a seguir, expandida pelo membro do Conselho Revolucionário do Fatah, Dmitri Diliani, em uma entrevista na CNN: “O povo palestino (é) descendente da tribo canaanita dos jebuseus, que habitavam o antigo sítio de Jerusalém em torno dos anos 3.200 AEC (Antes da Era Comum)”, enfatizou Diliani.
A Terra de Israel apresenta a maior densidade de sítios arqueológicos do mundo. Judéia, Samaria, Galiléia, Negev, as Colinas de Golan, e outras áreas do país estão repletas de evidências arqueológicas das comunidades judaicas. Quanto a Jerusalém, literalmente cada centímetro da cidade possui provas físicas das reivindicações históricas do povo judeu com relação à cidade.
Até hoje, não foi descoberta nenhuma evidência arqueológica, ou outra, que ligue os palestinos à cidade ou aos jebuseus.
A partir da perspectiva política doméstica dos Estados Unidos, uma terceira linha de ataque contra a declaração factual de Gingrich tem sido a mais significativa. Os ataques envolvem as pessoas bem informadas e conservadoras de Washington, muitas das quais são defensoras sinceras do principal rival de Gingrich para a nominação presidencial republicana, o ex-governador de Massachusetts Mitt Romney.
Até agora, a representante mais forte dos que estão atacando tem sido Jennifer Rubin, blogueira do jornal Washington Post. Essas pessoas bem informadas argumentam que, embora Gingrich tenha falado a verdade, essa foi uma irresponsabilidade e não está de acordo com o que se espera de um estadista.
Como disse Rubin: “Será que os conservadores realmente acham que é uma boa idéia que seu pré-candidato contrarie décadas da política americana e negue que existe uma identidade nacional palestina?”.
Segundo a visão deles, Gingrich é um incendiário irresponsável porque está voltando suas costas a 30 anos de consenso bipartidário. Esse consenso se baseia em ignorar o fato de que os palestinos são um povo artificial cuja identidade não surgiu de uma experiência histórica compartilhada, mas da oposição ao nacionalismo judaico.
O objetivo da política do consenso é estabelecer um Estado palestino independente a oeste do rio Jordão, que viverá em paz com Israel.
Essa política foi obsessivamente promovida durante os anos 1990, até que fracassou completamente no ano 2000, quando o líder palestino Yasser Arafat rejeitou a oferta do então primeiro-ministro de Israel, Ehud Barak, e do então presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, de estabelecer um Estado palestino, e deu início à guerra terrorista palestina contra Israel.
Mas, em vez de reconhecer que essa política - e a defesa da identidade nacional palestina em seu cerne - havia falhado, e de considerar outras opções, as lideranças políticas americanas em Washington apegaram-se a ela com unhas e dentes. Republicanos, como o mentor de Rubin, Elliot Abrams, ex-vice-Conselheiro de Segurança Nacional, prosseguiu apoiando entusiasticamente a entrega de Gaza por Israel em 2005, e insuflando a participação do Hamas nas eleições palestinas de 2006. Aquela retirada e aquelas eleições elevaram o grupo de terrorismo jihadista ao poder.
O consenso que Gingrich rejeitou ao falar a verdade sobre a natureza artificial do nacionalismo palestino se baseou na tentativa de conciliar o apoio popular a Israel com a propensão da elite por apaziguamento. Por um lado, devido ao tremendo apoio público em favor de uma aliança forte dos Estados Unidos com Israel, a maioria dos que decidem os rumos da política americana não ousou abandonar Israel como aliado dos EUA.
Por outro lado, os líderes políticos americanos têm se sentido historicamente desconfortáveis por terem que defender Israel diante de seus colegas europeus anti-Israel e diante de seus interlocutores árabes, que compartilham da rejeição dos palestinos ao direito de existência de Israel.
O esforço de buscar combinar uma política de apaziguamento árabe (anti-Israel) com uma política anti-apaziguamento (pró-Israel) foi defendida por sucessivos governos dos EUA, até que foi sumariamente descartada pelo presidente Barack Obama três anos atrás. Obama substituiu a política de duas cabeças por uma que busca puramente o apaziguamento árabe.
Obama foi capaz de justificar sua mudança porque a política de dois rumos fracassou. Não houve paz entre Israel e os palestinos. O preço do petróleo foi às alturas e os interesses dos EUA em toda a região estavam cada vez mais ameaçados.
Por seu lado, Israel estava muito mais vulnerável ao terror e à guerra do que havia estado há anos. E seu isolamento diplomático era agudo e estava aumentando.
Infelizmente, tanto para os EUA quanto para Israel, a quebra do consenso por parte de Obama desestabilizou a região, colocou Israel em perigo e arriscou os interesses dos EUA num grau muito maior do que haviam estado durante a política de dois trilhos de seus predecessores. Por todo o mundo árabe, as forças islâmicas estão em alta.
O Irã está às portas de se tornar uma potência nuclear.
Os Estados Unidos já não são vistos como uma potência regional confiável à medida que retiram suas forças do Iraque sem obtenção de vitória, paralisam suas forças no Afeganistão, sentenciando-o à pauperização e à derrota, e abandonam seus aliados em um país após outro.
O rigoroso contraste entre a rejeição de Obama ao consenso fracassado, por um lado, e a rejeição de Gingrich ao consenso fracassado, por outro lado, indica que Gingrich pode muito bem ser o contraste perfeito para Obama.
A disposição de Gingrich de afirmar e defender a verdade sobre a natureza do conflito palestino com Israel é a resposta perfeita para o discurso desastroso de Obama “ao mundo islâmico” no Cairo, em junho de 2009. Foi naquele discurso que Obama abandonou oficialmente o consenso bipartidário, abandonou Israel, a verdade sobre o sionismo e os diretos nacionais judeus, e abraçou completamente a mentira nacionalista palestina e seus direitos nacionais.
Tanto Rubin quanto Abrams, assim como Romney, justificaram seus ataques a Gingrich e sua defesa ao consenso fracassado ao observarem que nenhum líder israelense está dizendo o que Gingrich disse. Rubin foi tão longe a ponto de alegar que as palavras verdadeiras de Gingrich sobre os palestinos ofenderam Israel.
Isso, logicamente, é um absurdo. O que muitos americanos deixam de reconhecer é que os líderes israelenses não são tão livres para dizer a verdade sobre a natureza do conflito como são os americanos. Em vez de olharem para a liderança de Israel nessa questão, os líderes americanos fariam bem em ver Israel como o equivalente da Alemanha Ocidental durante a Guerra Fria. Com a metade de Berlim ocupada pelo Exército Vermelho e com Berlim Ocidental servindo como estopim para a invasão soviética à Europa Ocidental, os líderes da Alemanha Ocidental não eram tão livres para falar a verdade sobre a União Soviética como os americanos.
Atualmente, com Jerusalém sob constante ameaça política e terrorista, com todo o Israel cada vez mais rodeado por regimes islâmicos, e com o governo Obama abandonando o apoio tradicional dos Estados Unidos a Israel, está se tornando cada vez menos razoável esperar que Israel tome a liderança retórica para falar verdades importantes e difíceis sobre a natureza de seus vizinhos.
Quando Romney criticou a declaração de Gingrich como sendo pouco útil a Israel, Gingrich replicou: “Sinto-me bastante confiante de que um número espantoso de israelenses achou bom que um americano dissesse a verdade sobre a guerra no meio da qual eles estão, sobre as perdas que estão tendo, e sobre o povo ao seu redor, que diz: "Eles não têm o direito de existir e nós queremos destruí-los”'.
Ele está absolutamente certo. Foi mais do que amável. Foi encorajador.
Trinta anos de mentiras americanas pré-Obama sobre a natureza do conflito em uma tentativa de equilibrar o apoio a Israel com o apaziguamento dos árabes não tornaram os Estados Unidos mais seguros, nem o Oriente Médio mais pacífico. Um retorno àquela política sob um novo presidente republicano não será suficiente para restaurar a estabilidade e a segurança da região.
E a necessidade de tal restauração é aguda. Sob Obama, os últimos três anos de troca da verdade a respeito de Israel pelas mentiras palestinas tornaram a região menos estável, Israel mais vulnerável, os Estados Unidos menos respeitáveis, e os interesses americanos mais ameaçados.
A declaração de Gingrich sobre a verdade não foi um ato de um incendiário irresponsável. Foi o início de um antídoto para o abandono da verdade por Obama e para as argumentações em favor de mentiras e apaziguamento. E, como tal, não foi um motivo para irritação. Foi um motivo para esperança.
Caroline Glick nasceu nos EUA e emigrou para Israel em 1992. Como capitã do exército israelense, fez parte da equipe de negociações com os palestinos de 1994 a 1996. Mais tarde, serviu como conselheira-assistente de política externa do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu (durante seu primeiro mandato, de 1997 a 1998). A seguir, fez mestrado em Harvard. Após retornar a Israel, foi comentarista diplomática e editora de suplementos sobre questões estratégicas no jornal Makor Rishon. Desde 2002, é vice-editora e colunista do jornal The Jerusalem Post. Seus artigos têm sido reproduzidos em muitas outras publicações e suas opiniões são amplamente respeitadas.
Publicado na revista Notícias de Israel - www.Beth-Shalom.com.br
Escrito por Caroline Glick, 23 Dezembro 2011
UMA CPI ÀS AVESSAS
Artigos - Governo do PT
Num parlamento onde a oposição não consegue criar uma CPI sequer, é o governo que vai dar à luz uma CPI para investigar o governo anterior. Coisa de 10 anos atrás, que poderia ter cumprido como tema de casa tão logo chegou ao poder.
Em um descuido imperdoável, não arquivei a foto. Mas ela me ficou na memória porque a cena foi montada com perícia de bons marqueteiros. Transcorriam os últimos meses do governo Fernando Henrique Cardoso. Era época, portanto, da campanha presidencial de 2002. O fotógrafo que produziu a imagem posicionou-se, provavelmente, no nível da mesa da Câmara dos Deputados. Os figurantes, parlamentares todos, estenderam de um lado a outro do plenário um cordão do qual pendiam pequenos cartazes com os nomes de todas as CPIs solicitadas pela oposição durante os oito anos da gestão tucana. Pelo que me ficou gravado, era um cordel com bandeirolas em número suficiente para decorar um salão de baile em festa de São João. Fora do poder, o PT era tão operoso na fiscalização, tão minucioso em vasculhar as entranhas do governo e apontar indícios de irregularidades, tão exigente em transparência para a ética e em ética para a transparência, que Brizola definia o partido como a "UDN de macacão".
Meses depois da foto, aquele grupo político conquistou a presidência levado, não na onda, mas na branca espuma da onda de suas irretocáveis exigências morais. Portanto, desde o dia 1º de janeiro de 2003, teve acesso a todos os instrumentos necessários para apurar o que escancaradamente denunciara. Passou a contar com mais de três mil auditores altamente qualificados na Controladoria Geral da União, com o aparato técnico e funcional da Polícia Federal, da Receita Federal, da ABIN. Podia intervir junto ao TCU e ao Ministério Público Federal. E principalmente: assumiu o comando partidário de todos os órgãos da administração e do governo, e de todas as estatais sobre cujos antigos dirigentes incidiam suas acusações. Fez o quê? Encontrou o quê?
Mas não ficam por aí os paradoxos. No poder, atraiu para a base o que havia de pior no Congresso, passou a impedir a formação de CPIs, constrangeu parlamentares a "desassinar" requerimentos de investigação que já haviam subscrito e expulsou os mais renitentes. Passou a qualificar como denuncismo as acusações levantadas pela mídia e abraçadas pela minguada oposição como afogado se abraça a pau de enchente. Denuncismo? Se for isso, Brasília está acometida de um surto psicótico depressivo que se manifesta em injustificadas renúncias, demissões e banimentos.
Como o rolo compressor da base de apoio tem maioria para aprovar e rejeitar o que bem entender, o governo inviabilizou totalmente o instituto da CPI. Não adianta à oposição requerê-las porque não se concretizam as adesões necessárias. Pois eis que apesar da enxurrada de denúncias que faz rolar cabeças nos altos escalões governamentais, num parlamento onde a oposição não consegue criar uma CPI sequer, é o governo que vai dar à luz uma CPI para investigar o governo anterior. Coisa de 10 anos atrás, que poderia ter cumprido como tema de casa tão logo chegou ao poder, e que até hoje não se sabe se fez, se não fez, nem porque fez ou deixou de fazer.
Trata-se de uma CPI de cabeça para baixo, às avessas. Primor de manobra diversionista. Uma CPI do governo contra a oposição, para mostrar como estão as coisas no Brasil.
Escrito por Percival Puggina, 23 Dezembro 2011
Num parlamento onde a oposição não consegue criar uma CPI sequer, é o governo que vai dar à luz uma CPI para investigar o governo anterior. Coisa de 10 anos atrás, que poderia ter cumprido como tema de casa tão logo chegou ao poder.
Em um descuido imperdoável, não arquivei a foto. Mas ela me ficou na memória porque a cena foi montada com perícia de bons marqueteiros. Transcorriam os últimos meses do governo Fernando Henrique Cardoso. Era época, portanto, da campanha presidencial de 2002. O fotógrafo que produziu a imagem posicionou-se, provavelmente, no nível da mesa da Câmara dos Deputados. Os figurantes, parlamentares todos, estenderam de um lado a outro do plenário um cordão do qual pendiam pequenos cartazes com os nomes de todas as CPIs solicitadas pela oposição durante os oito anos da gestão tucana. Pelo que me ficou gravado, era um cordel com bandeirolas em número suficiente para decorar um salão de baile em festa de São João. Fora do poder, o PT era tão operoso na fiscalização, tão minucioso em vasculhar as entranhas do governo e apontar indícios de irregularidades, tão exigente em transparência para a ética e em ética para a transparência, que Brizola definia o partido como a "UDN de macacão".
Meses depois da foto, aquele grupo político conquistou a presidência levado, não na onda, mas na branca espuma da onda de suas irretocáveis exigências morais. Portanto, desde o dia 1º de janeiro de 2003, teve acesso a todos os instrumentos necessários para apurar o que escancaradamente denunciara. Passou a contar com mais de três mil auditores altamente qualificados na Controladoria Geral da União, com o aparato técnico e funcional da Polícia Federal, da Receita Federal, da ABIN. Podia intervir junto ao TCU e ao Ministério Público Federal. E principalmente: assumiu o comando partidário de todos os órgãos da administração e do governo, e de todas as estatais sobre cujos antigos dirigentes incidiam suas acusações. Fez o quê? Encontrou o quê?
Mas não ficam por aí os paradoxos. No poder, atraiu para a base o que havia de pior no Congresso, passou a impedir a formação de CPIs, constrangeu parlamentares a "desassinar" requerimentos de investigação que já haviam subscrito e expulsou os mais renitentes. Passou a qualificar como denuncismo as acusações levantadas pela mídia e abraçadas pela minguada oposição como afogado se abraça a pau de enchente. Denuncismo? Se for isso, Brasília está acometida de um surto psicótico depressivo que se manifesta em injustificadas renúncias, demissões e banimentos.
Como o rolo compressor da base de apoio tem maioria para aprovar e rejeitar o que bem entender, o governo inviabilizou totalmente o instituto da CPI. Não adianta à oposição requerê-las porque não se concretizam as adesões necessárias. Pois eis que apesar da enxurrada de denúncias que faz rolar cabeças nos altos escalões governamentais, num parlamento onde a oposição não consegue criar uma CPI sequer, é o governo que vai dar à luz uma CPI para investigar o governo anterior. Coisa de 10 anos atrás, que poderia ter cumprido como tema de casa tão logo chegou ao poder, e que até hoje não se sabe se fez, se não fez, nem porque fez ou deixou de fazer.
Trata-se de uma CPI de cabeça para baixo, às avessas. Primor de manobra diversionista. Uma CPI do governo contra a oposição, para mostrar como estão as coisas no Brasil.
Escrito por Percival Puggina, 23 Dezembro 2011
MENSALÃO, A TOGA-JUSTA DO STF
Estaria um ministro indicado pelo presidente da República totalmente dissociado de seu apadrinhamento?
Quatro anos e quatro meses depois, com 38 réus e um portfólio de crimes de colarinho branco, o Supremo Tribunal Federal vê-se diante de uma “toga-justa” com o cenário paralisado da ação que enquadrou amigos do governo petista e empresários.
O relator do processo, ministro Joaquim Barbosa, passou a ser cobrado pela sociedade, imprensa e agora pelos próprios pares sobre os resultados da investigação. Embora ele tenha mostrado, mesmo discretamente, a dificuldade de encontrar personagens de defesa e acusação para depoimentos, a morosidade do processo causa incômodo a toda corte, a ponto de o futuro ministro-relator, Ricardo Lewandowski, vir a público lembrar que, se os réus não forem julgados até agosto de 2012, alguns crimes poderão prescrever, como a formação de quadrilha, pelo qual desfilam 24 dos 38 suspeitos.
São 130 volumes com 600 páginas. Nada, nada fácil. Para piorar a situação, as constantes licenças do ministro Barbosa por seu problema na coluna retardaram o processo.
Na semana passada o clima ficou tenso. Segundo reportagem de Luiz Orlando Carneiro, o presidente da corte, ministro Cezar Peluso, expediu ofício pedindo que o ministro Barbosa dê acesso a todos os ministros ao conteúdo total do processo, para que eles acompanhem o caso e que o ministro Lewandowski já possa esboçar seu voto de relator, a fim de dar celeridade ao caso.
A dúvida que paira no ar é: por que tanta demora. Obviamente, pelo conteúdo bombástico das acusações, pelas centenas de depoimentos, pelo cruzamento de dados, pelo número de personagens envolvidos.
Seria maldade apontar que a morosidade é movida a interesse dos figurões e ex-mandatários da política nacional muito próximos à cúpula do atual governo.
Seria uma ilação perigosa, e ninguém cita isso oficialmente, dizer que a demora vem do apadrinhamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Joaquim Barbosa, indicado para a corte pelo então chefe da nação. E neste sentido, é conveniente que venha à luz essa relação de proximidade – pelo menos de indicação – entre os poderes Executivo e Judiciário, no tangente à composição das cortes máximas, embora, fique claro, isso não signifique interferência.
Estudos de cientistas latino-americanos apontam o poder Judiciário como o mais independente do Continente.
Mas é necessário levar em conta a perigosa ligação entre os dois poderes. Um ministro indicado pelo presidente da República está totalmente dissociado de seu apadrinhamento?
O governo do PT completou nove indicações de ministros ao STF desde 2003, do total de 11 na corte. No entanto, é importante ressaltar, não há provas de que há direcionamento de votos a favor de causas envolvendo a União ou um partido.
O Brasil não é caso único nesse sistema de nomeação, pelo qual uma lista é levada ao chefe da nação, e, após consultas junto ao Ministério da Justiça, o Executivo indica o seu escolhido para vaga nos tribunais.
A exemplo dos Estados Unidos, Brasil, Argentina e México optaram pela indicação presidencial.
Na Bolívia, El Salvador, Guatemala e Honduras, os ministros são escolhidos por câmaras ou conselhos compostos por juristas e representantes de entidades civis relacionadas ao Direito, com o amparo constitucional.
No Peru e na República Dominicana são os conselhos de notáveis do Direito que decidem quem entra nas cortes.
Para provar que a tese de interferência dos poderes não é impossível, registre-se um breve passeio histórico por um fato ocorrido nos Estados Unidos.
Nas décadas de 20 e 30 nos EUA, o poder da Suprema Corte era tamanho que dezenas, talvez centenas de leis nas três esferas de administração do país foram anuladas pelos juízes do tribunal.
De modo que o então presidente Franklin Roosevelt resolveu por conta própria afrontar o tribunal. Apesar de a Constituição prever a separação dos poderes, ele tentou mudar a lei para aumentar de nove para 15 o número de juízes, para que pudesse indicar os seus preferidos, alinhados com suas ideias, e manter a maioria na corte, tal como o cenário de “governabilidade” no Congresso – vide o caso do Brasil – em que a maioria absoluta favorável acata as decisões do Executivo.
Obviamente, apesar da pressão política, o judiciário americano não se entregou, mas teve baixas significativas – como aposentadorias e suposta cooptação por parte do governo de pelo menos três magistrados que mudaram seus votos em casos específicos, em prol da Casa Branca – e desde então a corte diminuiu década a década o seu poder de decisão política, até os dias atuais.
Difícil apontar isso no Brasil, mas também difícil prever que isso não vá acontecer um dia. O fato é que a proximidade entre os dois poderes é assunto que um dia pode ser discutido, principalmente pela forma de indicações de ministros.
Contudo, para que essa mudança seja efetivada, é necessária uma mobilização política no Legislativo para novas redações na Carta Magna que permitam tais entidades civis de direito a escolha dos magistrados para as cortes.
Através de PECs (Propostas de Emenda à Constituição) haveria nova redação nos artigos constitucionais números 94 (que trata da nomeação e composição do STF); 104 (Superior Tribunal de Justiça); 111 (Tribunal Superior do Trabalho); 119 (Tribunal Superior Eleitoral) e 123 (Superior Tribunal Militar), tirando poderes do Presidente da República e dando poderes à OAB, AMB, CNJ, etc para nomeação de ministros.
Frisa-se aqui, novamente. Não está em julgamento a isenção e a capacidade do ministro Barbosa, que já provou, até aqui, ser merecedor do assento que ocupa. Todavia a sociedade clama por seu relatório.
Por Leandro Mazzini, 23/12/2011
Quatro anos e quatro meses depois, com 38 réus e um portfólio de crimes de colarinho branco, o Supremo Tribunal Federal vê-se diante de uma “toga-justa” com o cenário paralisado da ação que enquadrou amigos do governo petista e empresários.
O relator do processo, ministro Joaquim Barbosa, passou a ser cobrado pela sociedade, imprensa e agora pelos próprios pares sobre os resultados da investigação. Embora ele tenha mostrado, mesmo discretamente, a dificuldade de encontrar personagens de defesa e acusação para depoimentos, a morosidade do processo causa incômodo a toda corte, a ponto de o futuro ministro-relator, Ricardo Lewandowski, vir a público lembrar que, se os réus não forem julgados até agosto de 2012, alguns crimes poderão prescrever, como a formação de quadrilha, pelo qual desfilam 24 dos 38 suspeitos.
São 130 volumes com 600 páginas. Nada, nada fácil. Para piorar a situação, as constantes licenças do ministro Barbosa por seu problema na coluna retardaram o processo.
Na semana passada o clima ficou tenso. Segundo reportagem de Luiz Orlando Carneiro, o presidente da corte, ministro Cezar Peluso, expediu ofício pedindo que o ministro Barbosa dê acesso a todos os ministros ao conteúdo total do processo, para que eles acompanhem o caso e que o ministro Lewandowski já possa esboçar seu voto de relator, a fim de dar celeridade ao caso.
A dúvida que paira no ar é: por que tanta demora. Obviamente, pelo conteúdo bombástico das acusações, pelas centenas de depoimentos, pelo cruzamento de dados, pelo número de personagens envolvidos.
Seria maldade apontar que a morosidade é movida a interesse dos figurões e ex-mandatários da política nacional muito próximos à cúpula do atual governo.
Seria uma ilação perigosa, e ninguém cita isso oficialmente, dizer que a demora vem do apadrinhamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Joaquim Barbosa, indicado para a corte pelo então chefe da nação. E neste sentido, é conveniente que venha à luz essa relação de proximidade – pelo menos de indicação – entre os poderes Executivo e Judiciário, no tangente à composição das cortes máximas, embora, fique claro, isso não signifique interferência.
Estudos de cientistas latino-americanos apontam o poder Judiciário como o mais independente do Continente.
Mas é necessário levar em conta a perigosa ligação entre os dois poderes. Um ministro indicado pelo presidente da República está totalmente dissociado de seu apadrinhamento?
O governo do PT completou nove indicações de ministros ao STF desde 2003, do total de 11 na corte. No entanto, é importante ressaltar, não há provas de que há direcionamento de votos a favor de causas envolvendo a União ou um partido.
O Brasil não é caso único nesse sistema de nomeação, pelo qual uma lista é levada ao chefe da nação, e, após consultas junto ao Ministério da Justiça, o Executivo indica o seu escolhido para vaga nos tribunais.
A exemplo dos Estados Unidos, Brasil, Argentina e México optaram pela indicação presidencial.
Na Bolívia, El Salvador, Guatemala e Honduras, os ministros são escolhidos por câmaras ou conselhos compostos por juristas e representantes de entidades civis relacionadas ao Direito, com o amparo constitucional.
No Peru e na República Dominicana são os conselhos de notáveis do Direito que decidem quem entra nas cortes.
Para provar que a tese de interferência dos poderes não é impossível, registre-se um breve passeio histórico por um fato ocorrido nos Estados Unidos.
Nas décadas de 20 e 30 nos EUA, o poder da Suprema Corte era tamanho que dezenas, talvez centenas de leis nas três esferas de administração do país foram anuladas pelos juízes do tribunal.
De modo que o então presidente Franklin Roosevelt resolveu por conta própria afrontar o tribunal. Apesar de a Constituição prever a separação dos poderes, ele tentou mudar a lei para aumentar de nove para 15 o número de juízes, para que pudesse indicar os seus preferidos, alinhados com suas ideias, e manter a maioria na corte, tal como o cenário de “governabilidade” no Congresso – vide o caso do Brasil – em que a maioria absoluta favorável acata as decisões do Executivo.
Obviamente, apesar da pressão política, o judiciário americano não se entregou, mas teve baixas significativas – como aposentadorias e suposta cooptação por parte do governo de pelo menos três magistrados que mudaram seus votos em casos específicos, em prol da Casa Branca – e desde então a corte diminuiu década a década o seu poder de decisão política, até os dias atuais.
Difícil apontar isso no Brasil, mas também difícil prever que isso não vá acontecer um dia. O fato é que a proximidade entre os dois poderes é assunto que um dia pode ser discutido, principalmente pela forma de indicações de ministros.
Contudo, para que essa mudança seja efetivada, é necessária uma mobilização política no Legislativo para novas redações na Carta Magna que permitam tais entidades civis de direito a escolha dos magistrados para as cortes.
Através de PECs (Propostas de Emenda à Constituição) haveria nova redação nos artigos constitucionais números 94 (que trata da nomeação e composição do STF); 104 (Superior Tribunal de Justiça); 111 (Tribunal Superior do Trabalho); 119 (Tribunal Superior Eleitoral) e 123 (Superior Tribunal Militar), tirando poderes do Presidente da República e dando poderes à OAB, AMB, CNJ, etc para nomeação de ministros.
Frisa-se aqui, novamente. Não está em julgamento a isenção e a capacidade do ministro Barbosa, que já provou, até aqui, ser merecedor do assento que ocupa. Todavia a sociedade clama por seu relatório.
Por Leandro Mazzini, 23/12/2011
O REGIME PETISTA CHEFIADO POR LULA/DILMA FORA DA TELINHA
Longe da telinha da tv, que mostra a propaganda do regime petista vendendo um país que não existe e, isto com o dinheiro do contribuinte, a realidade do nosso país é bem diversa. É a mesma daqueles que vendem que o Brasil tem o melhor futebol do mundo. É só enfrentar o Barcelona que a máscara cai.
Neste caso, basta uma análise de um economista mostrando fatos incontestáveis. Leiam abaixo e aqueles que colocaram este regime no poder poderão notar a besteira que fizeram:
2011: O GOVERNO FEDERAL!
1. O ano de 2011 foi um ano perdido para o governo federal, seja do ponto de vista político ou econômico. Do ponto de vista econômico, apesar de todos os indicadores internos e externos apontarem para um ano recessivo, o governo insistiu em manter um discurso otimista para criar expectativas. Só que ele mesmo se convenceu disso e manteve a simples rolagem da política econômica anterior. No final do ano, quando se deu conta que a situação era grave, é que vieram as medidas, mas de forma pontual e atabalhoada. Os fatos atropelaram o governo federal.
2. O crescimento de 7,5% produzido no ano eleitoral de 2010, a golpes de populismo fiscal e cambial, era insustentável. A inflação antecipou os fatos. Em nossas análises antecipamos isso desde o final de 2010 usando a renúncia do presidente do Banco Central como referência. Os fatos confirmaram as projeções.
O Brasil, ao responder a crise de 2008 com medidas de keynesianismo juvenil, perdeu a oportunidade de investir em infraestrutura, reduzindo o "custo Brasil".
A indústria brasileira perdeu competitividade e sua balança comercial saiu de um superávit de 18 bilhões de dólares em 2006 para um déficit de 80 bilhões de dólares em 2011. Quase 100 bilhões de dólares de "gap" em 5 anos. E a bolha de crédito só não estourou -ainda- pela rolagem da inadimplência.
3. O desembolso do BNDES para a Indústria em 2011 foi reduzido a menos da metade de 2010. O déficit em conta corrente subiu para quase 55 bilhões de dólares e as projeções do Banco Central para 2012 são de 65 bilhões de dólares, ou 3,5% do PIB, um dado semelhante a países europeus em crise.
O PIB em 2011 não crescerá 3% e nos últimos meses o crescimento foi nulo. Para 2012, logo após a presidente oferecer números otimistas, o próprio Banco Central reduziu para números mais realistas.
4. No entanto, o impacto progressivo da crise europeia, com refluxo do crédito e retorno de capitais, leva 2012, na melhor hipótese, para o mesmo crescimento de 2011. O patamar inflacionário com que se trabalhou em 2011, no entorno de 7%, será mitigado pela própria recessão.
Mas se o ano eleitoral levar a um novo açodamento keynesiano, nem isso se conseguirá. E uma incerteza adicional vem com a bolha chinesa de crédito e o arrefecimento da taxa de crescimento que, de uma ou outra maneira, afetará o crescimento das exportações brasileiras.
A associação dos exportadores projeta, em 2012, um superávit comercial de apenas 3 bilhões de dólares. A crise internacional já se faz presente por aqui.
5. A combinação de uma base parlamentar de 17 partidos, com o maior deles -o PT- com apenas 16,7% dos deputados e a inexperiência da presidente em matéria parlamentar, já que nunca sequer foi vereadora, levou a uma parálise na tomada de decisões.
A heterogeneidade da base aliada -da direita à esquerda- garante a aprovação da rotina, mas inviabiliza qualquer mudança nas direções imaginadas pelo PT e Dilma. Os escândalos com a saída de 6 ministros e com a desintegração da autoridade de um sétimo, exatamente o mais próximo da presidente, acentuou esta crise na capacidade de governar.
6. As avaliações das funções de governo são negativas e Dilma -ainda- escapa por passar, junto à imprensa, a imagem de que está longe disso tudo e que é apenas herança de Lula, a quem lealmente não desgasta.
A expectativa da volta de Lula em 2014 mantinha a base aliada (expandida por um novo partido). Independente de que supere sua doença, como vem sendo noticiado, a possibilidade de ser candidato em 2014 fica eliminada.
7. O ano de eleições municipais de 2012 acirrará os ânimos na medida em que não se pode repetir, em nível municipal, a base em nível federal. E como se sabe (Jairo Nicolau-IUPERJ), a correlação efetiva está entre a eleição de vereadores e -dois anos depois- de deputados federais, o que acentua os conflitos internos na base aliada.
No correr do ano de 2012 ficará claro que o senador Aécio Neves é um forte competidor para Dilma e estimulará o DEM e o PPS a lançarem candidatos. Isso tornará a oposição mais aguerrida, mais retórica e a base aliada ainda mais fluida.
8. E se o voluntarismo prevalecer em 2012, não será mais um ano perdido, mas um governo perdido.
Por Cesar Maia
A DESONESTIDADE INTELECTUAL DO PT
A manifestação de desonestidade intelectual acabou escancarando as entranhas do petismo imbecilizado
Mauro Pereira
Confesso que não li o livro “Privataria Tucana”, lançado recentemente por um ex-jornalista a serviço da causa petista. Não estava disposto a gastar o dinheiro que não tinha, nem perder tempo com uma obra vulgarizada na essência pela indigência moral do autor e, de acordo com a opinião de jornalistas de verdade, pelo caráter vergonhosamente tendencioso e eleitoreiro do conteúdo. A adesão explícita do título a desmoraliza desde o nascedouro.
Ademais, o júbilo ostensivo que invadiu os blogs mantidos com recursos do governo federal estrategicamente perfilados para repercutir a empulhação, agravada pela reação imediata de um deputado abaixo de todas as suspeitas clamando por uma CPI, despertou meu instinto de preservação, que me aconselhou a manter uma distância prudente. E eu, que não sou tatu, obedeci, de pronto!
No entanto, o que me impressiona, mas não surpreende, é a má fé política explícita acompanhada pela manifestação mais sórdida de desonestidade intelectual.
A súcia petista se modernizou e deixou no passado a prática da criação de dossiês forjados na mentira para prejudicar seus adversários políticos. Agora, usa de sofisticada produção editorial como o meio mais eficaz para atingir seus objetivos.
Apesar da inovação, a metodologia indecente continua a mesma: desconstruir as candidaturas dos seus oponentes e jogar a honra e a dignidade dos seus desafetos na mesma lama que chafurda. Sempre terá à disposição uma corja que viceja no rodapé da ética e da decência, disfarçada de jornalistas, escritores, deputados, senadores, ministros e funcionários públicos para executar o serviço sujo.
Talvez por um descuido dos revisores, talvez traído pelo deslumbramento, o autor, que originariamente se predispunha a denunciar o tucanato corrompido, acabou por escancarar as entranhas do petismo imbecilizado.
Não me dediquei a nenhum extenuante exercício de raciocínio para chegar à conclusão intrigante: se realmente eram proprietários de um material altamente explosivo, capaz de abalar as estruturas do PSDB, por que optaram por falsificar dossiês sobre seu adversário direto nas últimas eleições para governador de São Paulo, tramoia cujos desdobramentos lhes impuseram uma derrota humilhante ainda no primeiro turno?
Duas alternativas justificariam esse comportamento no mínimo estranho: compaixão ou descrédito dos documentos. Até onde eu sei, o PT sempre se sobressaiu pela intolerância, na maioria das vezes violenta, de suas campanhas eleitorais e por jamais ceder à frivolidades como a condescendência.
Se tivesse oportunidade e dinheiro, escreveria um livro sobre a falência ideológica e o descenso ético do PT. Embora os temas propostos sejam instigantes, eu me cercaria de cuidados para não permitir que descambasse para um medíocre calhamaço de papel impresso.
Centraria toda a minha capacidade literária na tarefa de revelar como Lula usurpou programas de governo lançados na administração presidida por Fernando Henrique Cardoso. O Plano Real e o Bolsa Família são dois exemplos típicos de apropriação indevida.
O primeiro, que proporcionou a reestruturação econômica do Brasil ao encerrar um longo período inflacionário que inviabilizava o seu crescimento, foi criado por uma equipe de economistas notáveis chefiada pelo então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, e encampada pelo ex-presidente Itamar Franco.
Ainda se mantém fresca em minhas lembranças a reação mesquinha do PT, que, priorizando seus interesses políticos, procurou desesperadamente diminuir a amplitude do Plano Real, embora internamente reconhecesse seu largo alcance social inquestionável e sua importância vital para ao menos minimizar os efeitos devastadores dos 80% de inflação mensal que sacrificava principalmente os mais pobres, para depois apoderar-se dele e jamais se preocupar em dar o devido crédito aos seus criadores.
O segundo, apesar do nome emblemático, jamais deixou de ser o ajuntamento dos vários programas sociais implementados sob a inspiração da eterna primeira-dama Dona Ruth Cardoso, concebidos desde a sua origem para proteger o setor mais vulnerável da sociedade e rebaixado por Lula à condição de mero reduto confortável da conveniência política.
Não me esqueceria de assinalar, também, que se tivesse vingado o indecoroso plano de um terceiro mandato para presidente, engendrado e muito bem avaliado nos porões da inconseqüência petista, Lula necessitaria de menos da metade desse tempo para tornar sua a biografia de Fernando Henrique Cardoso.
É quase certo que eu colocaria o título de “Pirataria Petista”. Acho que cairia bem.
21/12/2011
http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes
Mauro Pereira
Confesso que não li o livro “Privataria Tucana”, lançado recentemente por um ex-jornalista a serviço da causa petista. Não estava disposto a gastar o dinheiro que não tinha, nem perder tempo com uma obra vulgarizada na essência pela indigência moral do autor e, de acordo com a opinião de jornalistas de verdade, pelo caráter vergonhosamente tendencioso e eleitoreiro do conteúdo. A adesão explícita do título a desmoraliza desde o nascedouro.
Ademais, o júbilo ostensivo que invadiu os blogs mantidos com recursos do governo federal estrategicamente perfilados para repercutir a empulhação, agravada pela reação imediata de um deputado abaixo de todas as suspeitas clamando por uma CPI, despertou meu instinto de preservação, que me aconselhou a manter uma distância prudente. E eu, que não sou tatu, obedeci, de pronto!
No entanto, o que me impressiona, mas não surpreende, é a má fé política explícita acompanhada pela manifestação mais sórdida de desonestidade intelectual.
A súcia petista se modernizou e deixou no passado a prática da criação de dossiês forjados na mentira para prejudicar seus adversários políticos. Agora, usa de sofisticada produção editorial como o meio mais eficaz para atingir seus objetivos.
Apesar da inovação, a metodologia indecente continua a mesma: desconstruir as candidaturas dos seus oponentes e jogar a honra e a dignidade dos seus desafetos na mesma lama que chafurda. Sempre terá à disposição uma corja que viceja no rodapé da ética e da decência, disfarçada de jornalistas, escritores, deputados, senadores, ministros e funcionários públicos para executar o serviço sujo.
Talvez por um descuido dos revisores, talvez traído pelo deslumbramento, o autor, que originariamente se predispunha a denunciar o tucanato corrompido, acabou por escancarar as entranhas do petismo imbecilizado.
Não me dediquei a nenhum extenuante exercício de raciocínio para chegar à conclusão intrigante: se realmente eram proprietários de um material altamente explosivo, capaz de abalar as estruturas do PSDB, por que optaram por falsificar dossiês sobre seu adversário direto nas últimas eleições para governador de São Paulo, tramoia cujos desdobramentos lhes impuseram uma derrota humilhante ainda no primeiro turno?
Duas alternativas justificariam esse comportamento no mínimo estranho: compaixão ou descrédito dos documentos. Até onde eu sei, o PT sempre se sobressaiu pela intolerância, na maioria das vezes violenta, de suas campanhas eleitorais e por jamais ceder à frivolidades como a condescendência.
Se tivesse oportunidade e dinheiro, escreveria um livro sobre a falência ideológica e o descenso ético do PT. Embora os temas propostos sejam instigantes, eu me cercaria de cuidados para não permitir que descambasse para um medíocre calhamaço de papel impresso.
Centraria toda a minha capacidade literária na tarefa de revelar como Lula usurpou programas de governo lançados na administração presidida por Fernando Henrique Cardoso. O Plano Real e o Bolsa Família são dois exemplos típicos de apropriação indevida.
O primeiro, que proporcionou a reestruturação econômica do Brasil ao encerrar um longo período inflacionário que inviabilizava o seu crescimento, foi criado por uma equipe de economistas notáveis chefiada pelo então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, e encampada pelo ex-presidente Itamar Franco.
Ainda se mantém fresca em minhas lembranças a reação mesquinha do PT, que, priorizando seus interesses políticos, procurou desesperadamente diminuir a amplitude do Plano Real, embora internamente reconhecesse seu largo alcance social inquestionável e sua importância vital para ao menos minimizar os efeitos devastadores dos 80% de inflação mensal que sacrificava principalmente os mais pobres, para depois apoderar-se dele e jamais se preocupar em dar o devido crédito aos seus criadores.
O segundo, apesar do nome emblemático, jamais deixou de ser o ajuntamento dos vários programas sociais implementados sob a inspiração da eterna primeira-dama Dona Ruth Cardoso, concebidos desde a sua origem para proteger o setor mais vulnerável da sociedade e rebaixado por Lula à condição de mero reduto confortável da conveniência política.
Não me esqueceria de assinalar, também, que se tivesse vingado o indecoroso plano de um terceiro mandato para presidente, engendrado e muito bem avaliado nos porões da inconseqüência petista, Lula necessitaria de menos da metade desse tempo para tornar sua a biografia de Fernando Henrique Cardoso.
É quase certo que eu colocaria o título de “Pirataria Petista”. Acho que cairia bem.
21/12/2011
http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes
A DOR DE SER PETISTA
Como já escrevi, o Glauco Fonseca não é jornalista, mas sabe escrever como poucos.
Publico sempre os textos dele, porque são perfeitos - isso não significa que concordo com tudo.
Assim como tenho muitos leitores que não concordam com o que escrevo, mas gostam da forma, por aí..
O Glauco é uma figura. O título é dele e o texto abaixo da sua lavra. 10!!
******
No fundo, o bom petista é aquele que vê seus pares navegando na sacanagem e pensa: “cara, seria bom esse cara sair do partido, pois não foi pra isto que eu me tornei petista”. Desde o Mensalão (hoje um substantivo próprio, com direito à maiúscula no início e tudo), as bandeiras tremulam pouco ou quase não mais.
Esta falta de bandeiras na rua, de adesivos nos carros, de camisetas e outros adereços é a melhor parte da demonstração do constrangimento petista. E isto mostra, ao contrário do que se pode pensar, que o partido tem – sim – futuro.
Não obstante o Mensalão, que caminha solene para sua extinção jurídica, graças à justiça brasileira falha e lenta (esta sim, a maior responsável pelas mazelas do país), os petistas abrem os jornais e lá estão seus eleitos envolvidos em algum escândalo, alguma falcatrua, algum “malfeito”, o mesmo que “crime não contabilizado” em dialeto petista.
Não deve ser fácil, não deve ser nada confortável ser petista nos últimos seis anos. Mas o pior ainda nem é isso.
O mais constrangedor, o mais dramático, é conversar com um petista e observá-lo tentando defender seus representantes. Tentam sem parar, de modo patético, defender um Pimentel, um Palocci, um José Dirceu.
E isto os faz diferentes de outros partidários. Os pedetistas, por exemplo, foram defender seu Carlos Lupi, mas não foram fazê-lo correndo ou incondicionalmente. Alguns até mesmo disseram que ele deveria sair do governo.
Pergunte a um petista, apenas para fins de constatação sociológica, se ele acha que Pimentel deveria sair do Ministério.
Ele, em primeiro lugar, vai alegar perseguições da mídia conservadora. Em seguida, vai lembrar-se de algum ministro de priscas eras FHCianas para tentar não apenas comparar, mas sobretudo para justificar o “malfeito” por parte de seus partidários. Por fim, já sem argumentos, preferirá, solenemente, outro assunto que não política. Música, talvez, ou rendas de bilro.
Hoje em dia, não é fácil defender as esquerdas brasileiras. Se antes havia a dor e a delícia de ser de esquerda, agora a dor fica por conta do eleitor. A delícia virou privilégio dos eleitos, que multiplicam patrimônio escandalosamente, fazendo consultorias milionárias (ou “fortunas não contabilizadas”, em dialeto petista).
Até mesmo a cantilena que aponta para a mídia má e conservadora não dá mais para comprar. E aqui vai algo para os petistas pensarem, pra eles refletirem.
Aí vai:
amigos petistas, se a mídia realmente funcionasse do jeito que vocês pensam, Lula teria sido reeleito depois do Mensalão?
Se a mídia realmente tivesse a efetividade tão desejada, vocês realmente acreditam que Fernando Haddad, depois de três burradas seguidas com o ENEM, poderia ainda ter chances na disputa para a prefeitura de São Paulo?
E, por fim, vocês acham que, depois de tanto escândalo, se a mídia fosse algo assim tão forte, o PT ainda existiria?
Não deve ser fácil ser petista, comunista, trotskista ou coisa do gênero nos dias de hoje.
Mas ainda existem pessoas de bem que fazem a diferença. Pessoas que fazem suas revoluções diárias, internas e silenciosas. Na esquerda também há estas pessoas.
E elas hão de prevalecer, um dia, para bem de seus partidos, da democracia e do Brasil.
José Luiz Prévidi
Publico sempre os textos dele, porque são perfeitos - isso não significa que concordo com tudo.
Assim como tenho muitos leitores que não concordam com o que escrevo, mas gostam da forma, por aí..
O Glauco é uma figura. O título é dele e o texto abaixo da sua lavra. 10!!
******
No fundo, o bom petista é aquele que vê seus pares navegando na sacanagem e pensa: “cara, seria bom esse cara sair do partido, pois não foi pra isto que eu me tornei petista”. Desde o Mensalão (hoje um substantivo próprio, com direito à maiúscula no início e tudo), as bandeiras tremulam pouco ou quase não mais.
Esta falta de bandeiras na rua, de adesivos nos carros, de camisetas e outros adereços é a melhor parte da demonstração do constrangimento petista. E isto mostra, ao contrário do que se pode pensar, que o partido tem – sim – futuro.
Não obstante o Mensalão, que caminha solene para sua extinção jurídica, graças à justiça brasileira falha e lenta (esta sim, a maior responsável pelas mazelas do país), os petistas abrem os jornais e lá estão seus eleitos envolvidos em algum escândalo, alguma falcatrua, algum “malfeito”, o mesmo que “crime não contabilizado” em dialeto petista.
Não deve ser fácil, não deve ser nada confortável ser petista nos últimos seis anos. Mas o pior ainda nem é isso.
O mais constrangedor, o mais dramático, é conversar com um petista e observá-lo tentando defender seus representantes. Tentam sem parar, de modo patético, defender um Pimentel, um Palocci, um José Dirceu.
E isto os faz diferentes de outros partidários. Os pedetistas, por exemplo, foram defender seu Carlos Lupi, mas não foram fazê-lo correndo ou incondicionalmente. Alguns até mesmo disseram que ele deveria sair do governo.
Pergunte a um petista, apenas para fins de constatação sociológica, se ele acha que Pimentel deveria sair do Ministério.
Ele, em primeiro lugar, vai alegar perseguições da mídia conservadora. Em seguida, vai lembrar-se de algum ministro de priscas eras FHCianas para tentar não apenas comparar, mas sobretudo para justificar o “malfeito” por parte de seus partidários. Por fim, já sem argumentos, preferirá, solenemente, outro assunto que não política. Música, talvez, ou rendas de bilro.
Hoje em dia, não é fácil defender as esquerdas brasileiras. Se antes havia a dor e a delícia de ser de esquerda, agora a dor fica por conta do eleitor. A delícia virou privilégio dos eleitos, que multiplicam patrimônio escandalosamente, fazendo consultorias milionárias (ou “fortunas não contabilizadas”, em dialeto petista).
Até mesmo a cantilena que aponta para a mídia má e conservadora não dá mais para comprar. E aqui vai algo para os petistas pensarem, pra eles refletirem.
Aí vai:
amigos petistas, se a mídia realmente funcionasse do jeito que vocês pensam, Lula teria sido reeleito depois do Mensalão?
Se a mídia realmente tivesse a efetividade tão desejada, vocês realmente acreditam que Fernando Haddad, depois de três burradas seguidas com o ENEM, poderia ainda ter chances na disputa para a prefeitura de São Paulo?
E, por fim, vocês acham que, depois de tanto escândalo, se a mídia fosse algo assim tão forte, o PT ainda existiria?
Não deve ser fácil ser petista, comunista, trotskista ou coisa do gênero nos dias de hoje.
Mas ainda existem pessoas de bem que fazem a diferença. Pessoas que fazem suas revoluções diárias, internas e silenciosas. Na esquerda também há estas pessoas.
E elas hão de prevalecer, um dia, para bem de seus partidos, da democracia e do Brasil.
José Luiz Prévidi
LEWANDOWSKI, AFILHADO DE MARISA E AMIGUINHO DE DIRCEU, ATUA EM CAUSA PRÓPRIA
Uma varredura determinada em 2010 pelo Conselho Nacional de Justiça na movimentação financeira de 216.800 magistrados e servidores do Judiciário está na origem da guerra deflagrada no mundo jurídico, relata Frederico Vasconcelos.
Análise dos CPFs de todos os funcionários dos tribunais estaduais, federais, trabalhistas e militares apontou 3.438 movimentações suspeitas e foi usado pela corregedoria do CNJ para determinar a devassa em 22 tribunais do país.
Magistrados acharam que o CNJ investigou eventual prática de crime, e não de infração disciplinar, e pediram ao STF a suspensão da apuração. O ministro Ricardo Lewandowski, está entre os magistrados do Tribunal de Justiça de São Paulo que receberam pagamentos que estavam sob investigação do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
Antes de ir para o STF, ele foi desembargador na corte paulista. Anteontem, último dia antes do recesso, o ministro atendeu a pedido de associações de juízes e deu liminar sustando a inspeção.
Ele diz que sua decisão não o beneficiou, porque não é o relator do processo, não examinou o mérito e porque ministro do STF não pode ser investigado pelo CNJ, e que por isso, não se declarou impedido de julgar. Cezar Peluso, presidente do Supremo, que também recebeu, defendeu o ministro.
Por Ricardo Froes
Análise dos CPFs de todos os funcionários dos tribunais estaduais, federais, trabalhistas e militares apontou 3.438 movimentações suspeitas e foi usado pela corregedoria do CNJ para determinar a devassa em 22 tribunais do país.
Magistrados acharam que o CNJ investigou eventual prática de crime, e não de infração disciplinar, e pediram ao STF a suspensão da apuração. O ministro Ricardo Lewandowski, está entre os magistrados do Tribunal de Justiça de São Paulo que receberam pagamentos que estavam sob investigação do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
Antes de ir para o STF, ele foi desembargador na corte paulista. Anteontem, último dia antes do recesso, o ministro atendeu a pedido de associações de juízes e deu liminar sustando a inspeção.
Ele diz que sua decisão não o beneficiou, porque não é o relator do processo, não examinou o mérito e porque ministro do STF não pode ser investigado pelo CNJ, e que por isso, não se declarou impedido de julgar. Cezar Peluso, presidente do Supremo, que também recebeu, defendeu o ministro.
Por Ricardo Froes
GLEISE HOFFMANN DECLARA: FAZER LAMBANÇA É NORMAL
“Todo final de ano tem liberação de emenda, não fizemos nada além do que é normal acontecer.”
Gleisi Hoffmann, ministra-chefe da Casa Civil, explicando que recebeu senadores no gabinete de Romero Jucá duas horas antes da votação da emenda da DRU para liberar as verbas do Natal, porque acha essencial respeitar as piores tradições da política brasileira.
Do Augusto Nunes
Gleisi Hoffmann, ministra-chefe da Casa Civil, explicando que recebeu senadores no gabinete de Romero Jucá duas horas antes da votação da emenda da DRU para liberar as verbas do Natal, porque acha essencial respeitar as piores tradições da política brasileira.
Do Augusto Nunes
ASSENHOREAMENTO: TÁ FEIA A COISA!!! BANDIDOS DE TOGA, MINISTRO DO STF "TININDO NOS CASCOS". POBRE TOGA DESMORALIZADA.
Às nove e meia da noite de 28 de agosto de 2007, o ministro Ricardo Lewandowski chegou ao restaurante em Brasília ansioso por comentar com alguém de confiança a sessão do Supremo Tribunal Federal que tratara da denúncia do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, sobre o escândalo do mensalão.
Por ampla maioria, os juízes endossaram o parecer do relator Joaquim Barbosa e decidiram processar os 40 acusados de envolvimento na trama. Sem paciência para esperar o jantar, Lewandowski deixou a acompanhante na mesa, foi para o jardim na parte externa, sacou o celular do bolso do terno e, sem perceber que havia uma repórter da Folha por perto, ligou para um certo Marcelo.
Como não parou de caminhar enquanto falava, a jornalista não ouviu tudo o que disse durante a conversa de 10 minutos. Mas qualquer das frases que anotou valia manchete.
“A tendência era amaciar para o Dirceu”, revelou de saída o ministro, que atribuiu o recuo dos colegas a pressões geradas pelo noticiário jornalístico. “A imprensa acuou o Supremo”, queixou-se. Mais algumas considerações e o melhor momento do palavrório:
“Todo mundo votou com a faca no pescoço”.
Todo mundo menos ele:
o risco de afrontar a opinião pública não lhe reduziu a disposição de amaciar para José Dirceu, acusado de “chefe da organização criminosa”. Só Lewandowski ─ contrariando o parecer de Joaquim Barbosa, a denúncia do procurador-geral e a catarata de evidências ─ discordou do enquadramento do ex-chefe da Casa Civil por formação de quadrilha.
“Não ficou suficientemente comprovada a acusação”, alegou.
O mesmo pretexto animou-o a tentar resgatar também José Genoíno. Ninguém divergiu tantas vezes do voto de Joaquim Barbosa: 12. Foi até pouco, gabou-se na conversa com Marcelo:
“Tenha certeza disso. Eu estava tinindo nos cascos”.
Ele está tinindo nos cascos desde 16 de março de 2006, quando chegou ao STF 26 dias antes da denúncia do procurador-geral. Primeiro ministro nomeado por Lula depois do mensalão, Lewandowski ainda não aprendera a ajeitar a toga nos ombros sem a ajuda das mãos quando virou doutor no assunto.
Para tornar-se candidato a uma toga, bastou-lhe a influência da madrinha Marisa Letícia, que transmitiu ao marido os elogios que a mãe do promissor advogado vivia fazendo ao filho quando eram vizinhas em São Bernardo. Mas só conseguiu a vaga graças às opiniões sobre o mensalão, emitidas em encontros reservados com emissários do Planalto.
Ele sempre soube que Lula não queria indicar um grande jurista. Queria um parceiro de confiança, que o ajudasse a manter em liberdade os bandidos de estimação.
Passados mais de quatro anos, Lewandowski é o líder da bancada governista no STF ─ e continua tinindo nos cascos, comprovou a recente entrevista publicada pela Folha. Designado revisor do voto do relator Joaquim Barbosa, aproveitou a amável troca de ideias para comunicar à nação que os mensaleiros não seriam julgados antes de 2013.
“Terei que fazer um voto paralelo”, explicou com o ar blasé de quem chupa um Chicabon. “São mais de 130 volumes. São mais de 600 páginas de depoimentos. Tenho que ler volume por volume, porque não posso condenar um cidadão sem ler as provas. Quando eu receber o processo eu vou começar do zero”.
Como o relatório de Joaquim Barbosa deveria ficar pronto em março ou abril, como precisaria de seis meses para cumprir a missão, só poderia cloncluir seu voto no fim de 2012. O atraso beneficiaria muitos réus com a prescrição dos crimes, concedeu, mas o que se há de fazer?
As leis brasileiras são assim. E assim deve agir um magistrado judicioso.
A conversa fiada foi bruscamente interrompida por Joaquim Barbosa, que estragou o Natal de Lewandowski e piorou o Ano Novo dos mensaleiros com o presente indesejado. Nesta segunda-feira, o ministro entregou ao revisor sem pressa o relatório, concluído no fim de semana, todas as páginas do processo e um lembrete desmoralizante:
“Os autos do processo, há mais de quatro anos, estão digitalizados e disponíveis eletronicamente na base de dados do Supremo Tribunal Federal”, lembrou Barboza.
Lewandowski, portanto, só vai começar do zero porque quis. De todo modo, o que disse à Folha o obriga a terminar a tarefa no primeiro semestre. Se puder, vai demorar seis meses para formalizar o que já está resolvido há seis anos:
vai absolver os chefes da quadrilha por falta de provas.
As sucessivas manobras engendradas para adiar o julgamento confirmam que os pecadores não estão convencidos de que a bancada governista no STF é majoritária. Ficarão menos intranquilos se Cezar Peluso e Ayres Brito, que se aproximam da aposentadoria compulsória, forem substituídos por gente capaz de acreditar que o mensalão não existiu.
Para impedir que o STF faça a opção pelo suicídio moral, o Brasil decente deve aprender a lição contida na conversa telefônica de 2007.
Já que ficam mais sensatos com a faca no pescoço, os ministros do Supremo devem voltar a sentir a carótida afagada pelo fio da lâmina imaginária.
Original/Augusto Nunes :
O Supremo fica bem mais sensato com uma faca imaginária no pescoço
MAIS BRASIL REAL MOSTRANDO O QUE É CAMUFLADO NO BRASIL MARAVILHA "DELES": UM PAÍS PARA POUCOS.
Não é de hoje que o Brasil tem sido uma nação de contrastes. Ao contrário do marketing oficial, continuamos longe de ser "um país de todos".
O forte crescimento das favelas ao longo dos dez últimos anos mostra que a justiça social ainda é sonho distante, a despeito de toda a propaganda petista.
Pesquisa divulgada ontem pelo IBGE aponta que 11,4 milhões de brasileiros vivem hoje em "aglomerados subnormais", o nome que os técnicos dão a favelas, invasões, mocambos, palafitas e assemelhados.
Dá para comparar com outros países, ao gosto do freguês:
é tanto quanto a população de Portugal, ou da Grécia ou o equivalente a mais de três Uruguai.
É muita gente, espalhada por 6.329 favelas pelos quatro cantos do Brasil, principalmente em regiões metropolitanas.
Em termos percentuais, significa que 6% da população brasileira vive em áreas precariamente atendidas por serviços básicos, como abastecimento de água, esgotamento sanitário, coleta seletiva de lixo e energia elétrica.
O senso comum, inebriado pela propaganda petista, poderia ser levado a pensar que este é um agrupamento em processo de encolhimento nos últimos anos.
Pelo contrário.
Quando foi a campo fazer o Censo de 2000, o IBGE havia encontrado bem menos brasileiros vivendo nestas más condições.
Em 2000, 6,5 milhões de pessoas moravam em "aglomerados subnormais" no país. Ou seja, o contingente aumentou 75% ao longo dos últimos dez anos, a maior parte dos quais cobertos pelos dois primeiros governos do PT.
No mesmo período, o crescimento da população em geral foi bem menor:
apenas 12%.
Em termos proporcionais, os moradores de favelas eram 3,6% do total da população nacional no início da década passada - e 3,1% em 1991. Isto é, nos últimos dez anos aumentou tanto em termos absolutos quanto em termos relativos o número de brasileiros que vive de forma precária, em moradias inadequadas e mal servidas, por exemplo, por saneamento.
Os resultados colhidos pelo IBGE sugerem que as políticas urbanas adotadas ao longo dos últimos anos falharam redondamente. Mas e o cantinho de céu que o Minha Casa, Minha Vida prometeu para 2 milhões de famílias?
E os investimentos "nunca antes vistos na história" em abastecimento de água e coleta de esgotos?
Perto de completar três anos, o programa habitacional petista não entregou até hoje nem metade das moradias previstas quando foi lançado, em abril de 2009.
Para as famílias de baixa renda, ou seja, quem ganha até R$ 1,6 mil mensais (perfil, em tese, de boa parte dos que habitam as favelas), o fracasso foi retumbante.
Até agora, o governo federal só conseguiu construir 16% das 404 mil moradias previstas para famílias cujo rendimento vai até três salários mínimos. Como se não bastasse, a Caixa passou praticamente todo este ano de 2011 sem assinar novos contratos para famílias carentes, retomados apenas em agosto passado.
No saneamento, os R$ 35 bilhões que a presidente Dilma Rousseff disse ontem estar investindo são, sem meias palavras, uma crassa mentira. Dos R$ 3,5 bilhões autorizados para saneamento urbano e rural no Orçamento da União deste ano, menos de 10% foram pagos até agora.
A situação não difere do que ocorreu ao longo dos últimos quatro anos, já sob a égide do PAC. Entre 2007 e 2010, R$ 16,6 bilhões foram postos à disposição para saneamento urbano e rural por meio do OGU.
Mas menos da metade (R$ 7,5 bilhões) foram efetivamente pagos - seja no próprio exercício, seja na forma de vultosos e crescentes "restos a pagar".
O ritmo de expansão do serviço de saneamento na última década foi bem menor do que o verificado entre 1991 e 2000. Os índices de abastecimento de água cresceram 1,1% anual em média no primeiro período e apenas 0,6% de 2000 para cá.
No caso do atendimento com coleta de esgotos, passamos de 1,9% médio para 0,7%. Ou seja, menos brasileiros foram beneficiados na década mais recente.
O que o IBGE revelou ontem apenas dá contornos mais nítidos aos parcos resultados que as políticas públicas anunciadas pelos sucessivos governos do PT vêm obtendo. As cifras são sempre mirabolantes, os discursos incisivos e a prática inexoravelmente decepcionante.
Sob Lula ou sob Dilma, o Brasil continua a ser um país para poucos.
Fonte: Instituto Teotônio Vilela
CORREGEDORA DIZ QUE 45% DOS JUÍZES DE SP OMITEM BENS A ÓRGÃO DE CONTROLE
Ministra Eliana Calmon expõe ainda mais a crise do Judiciário, ao afirmar que acusações feitas por associações de magistrados e até por integrantes do STF são reação corporativista
BRASÍLIA - No mais recente capítulo do entrave que expôs a divisão e o clima de guerra do Judiciário brasileiro, a corregedora nacional de Justiça, Eliana Calmon, afirmou na quinta-feira, 22, que quase metade dos magistrados paulistas esconde seus rendimentos e que por trás da crise está um movimento corporativista para enfraquecer o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Em resposta às associações de magistrados, ela disse que essas entidades são "maledicentes e mentirosas". "Este é o ovo da serpente", disse.
Wilson Pedrosa/AE
Eliana Calmon negou que cerca de 270 mil pessoas estariam sob investigação do CNJSegundo ela, em São Paulo foi descoberto que 45% dos magistrados descumpriram a legislação que obriga os servidores públicos a apresentarem todos os anos sua declaração de renda para que eventualmente ela seja analisada por órgãos de controle, como o CNJ. Em Mato Grosso do Sul, ninguém entregou.
Eliana Calmon repudiou informações divulgadas pelas entidades dos magistrados de que cerca de 270 mil pessoas estariam sob investigação do CNJ. De acordo com a corregedora, foram identificadas "bem menos" do que 500 transações atípicas realizadas por integrantes do Judiciário, sendo que 150 delas foram detectadas em São Paulo. "Como é que eu estou devassando 270 mil pessoas? Não há mínima possibilidade de isso acontecer", afirmou.
Ainda de acordo com a ministra, o presidente do Supremo Tribunal Federa (STF), Cezar Peluso, e o ministro Ricardo Lewandowski, não são investigados pela corregedoria do CNJ. No passado eles integraram o Tribunal de Justiça de São Paulo e durante esta semana chegou a ser divulgado que eles teriam recebido até R$ 700 mil relativos a auxílio moradia não pago na época. "A folha de pagamento examinada é a de 2009 e de 2010. Só. E os ministros do STF já não faziam mais parte do Tribunal de São Paulo nessa época", disse Eliana.
Além disso, a corregedora observou que pela Constituição Federal o CNJ não pode investigar ministros do Supremo.
Sigilos. Em nota divulgada na quarta-feira, 21, Peluso sugeriu que magistrados tiveram seus sigilos quebrados. A ministra negou. "Não houve quebra de sigilo fiscal ou bancário e muito menos devassa e vazamento de informações sigilosas", garantiu a corregedora.
Segundo ela, as inspeções são realizadas há quatro anos e que apenas agora, quando a vistoria foi feita em São Paulo, a Associação dos Magistrados Brasileiros reclamou. Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Amazonas e Amapá já passaram pelo processo.
"As investigações patrimoniais começaram na época do ministro Dipp (ex-corregedor) e o problema só surgiu quando chegou em São Paulo", afirmou. "Esse estardalhaço que estão fazendo de uma decisão eminentemente técnica e que os senhores poderão acessar e verificar, isso é para tirar o foco do que está realmente em jogo, que é a sobrevivência com autonomia do CNJ. Isso é que o foco do corporativismo", disse.
A ministra ganhou visibilidade e contribuiu para organizar a reação quando disse que havia "bandidos de toga" na magistratura.
De acordo com a corregedora, nas inspeções os técnicos não analisam transações bancárias. Ela disse que são examinadas as folhas de pagamento e as declarações de Imposto de Renda. As apurações começam a partir de informações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que informa a existência de transações atípicas (no caso de desembargadores, são consideradas as superiores a R$ 250 mil por ano).
22 de dezembro de 2011 | 23h 00
Notícia
Mariângela Gallucci, de O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - No mais recente capítulo do entrave que expôs a divisão e o clima de guerra do Judiciário brasileiro, a corregedora nacional de Justiça, Eliana Calmon, afirmou na quinta-feira, 22, que quase metade dos magistrados paulistas esconde seus rendimentos e que por trás da crise está um movimento corporativista para enfraquecer o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Em resposta às associações de magistrados, ela disse que essas entidades são "maledicentes e mentirosas". "Este é o ovo da serpente", disse.
Wilson Pedrosa/AE
Eliana Calmon negou que cerca de 270 mil pessoas estariam sob investigação do CNJSegundo ela, em São Paulo foi descoberto que 45% dos magistrados descumpriram a legislação que obriga os servidores públicos a apresentarem todos os anos sua declaração de renda para que eventualmente ela seja analisada por órgãos de controle, como o CNJ. Em Mato Grosso do Sul, ninguém entregou.
Eliana Calmon repudiou informações divulgadas pelas entidades dos magistrados de que cerca de 270 mil pessoas estariam sob investigação do CNJ. De acordo com a corregedora, foram identificadas "bem menos" do que 500 transações atípicas realizadas por integrantes do Judiciário, sendo que 150 delas foram detectadas em São Paulo. "Como é que eu estou devassando 270 mil pessoas? Não há mínima possibilidade de isso acontecer", afirmou.
Ainda de acordo com a ministra, o presidente do Supremo Tribunal Federa (STF), Cezar Peluso, e o ministro Ricardo Lewandowski, não são investigados pela corregedoria do CNJ. No passado eles integraram o Tribunal de Justiça de São Paulo e durante esta semana chegou a ser divulgado que eles teriam recebido até R$ 700 mil relativos a auxílio moradia não pago na época. "A folha de pagamento examinada é a de 2009 e de 2010. Só. E os ministros do STF já não faziam mais parte do Tribunal de São Paulo nessa época", disse Eliana.
Além disso, a corregedora observou que pela Constituição Federal o CNJ não pode investigar ministros do Supremo.
Sigilos. Em nota divulgada na quarta-feira, 21, Peluso sugeriu que magistrados tiveram seus sigilos quebrados. A ministra negou. "Não houve quebra de sigilo fiscal ou bancário e muito menos devassa e vazamento de informações sigilosas", garantiu a corregedora.
Segundo ela, as inspeções são realizadas há quatro anos e que apenas agora, quando a vistoria foi feita em São Paulo, a Associação dos Magistrados Brasileiros reclamou. Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Amazonas e Amapá já passaram pelo processo.
"As investigações patrimoniais começaram na época do ministro Dipp (ex-corregedor) e o problema só surgiu quando chegou em São Paulo", afirmou. "Esse estardalhaço que estão fazendo de uma decisão eminentemente técnica e que os senhores poderão acessar e verificar, isso é para tirar o foco do que está realmente em jogo, que é a sobrevivência com autonomia do CNJ. Isso é que o foco do corporativismo", disse.
A ministra ganhou visibilidade e contribuiu para organizar a reação quando disse que havia "bandidos de toga" na magistratura.
De acordo com a corregedora, nas inspeções os técnicos não analisam transações bancárias. Ela disse que são examinadas as folhas de pagamento e as declarações de Imposto de Renda. As apurações começam a partir de informações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que informa a existência de transações atípicas (no caso de desembargadores, são consideradas as superiores a R$ 250 mil por ano).
22 de dezembro de 2011 | 23h 00
Notícia
Mariângela Gallucci, de O Estado de S.Paulo
AO DEFENDER INTERESSES DE SEUS MEMBROS, O STF PERDEU COMPLETAMENTE A RAZÃO
Para a professora Maria Tereza Sadek, o Supremo Tribunal Federal sofreu um "desgaste extraordinário" com as duas liminares que limitam poderes do Conselho Nacional de Justiça concedidas na última segunda-feira, 19. Em uma dessas liminares, o ministro Marco Aurélio Mello decidiu que o CNJ só pode atuar em casos já julgados pelas corregedorias dos tribunais regionais. Na segunda liminar, o ministro Ricardo Lewandowski suspendeu a inspeção do CNJ nas folhas salariais dos tribunais - ação da qual ele próprio é alvo.
Segundo a diretora do Centro Brasileiro de Estudos e Pesquisas Judiciais e professora do Departamento de Ciência Política da Universidade de São Paulo, pouco importa que essas liminares tenham amparo legal. "O que seria de se estranhar é por que uma questão que começou a ser discutida, que estava na pauta para ser votada em setembro, recebe essas duas liminares no último dia de reunião do STF", questiona. Para Maria Tereza, a disputa entre CNJ e STF dá a ideia de que os juízes resistem a qualquer tipo de investigação. "O CNJ só incomoda porque está trabalhando", afirma.
Ela comentou ainda a informação divulgada na quarta-feira, 21, de que tanto o presidente do STF e também do CNJ, Cézar Peluso, como o ministro Ricardo Lewandowski, receberam verbas extras de até R$ 700 mil da Justiça paulista relativa a auxílio moradia. "Por que entre quase 400 desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo apenas 17 receberam o que lhes era devido? Essa é a pergunta. Se era legal o que tinham a receber, por que alguns e não outros?", questionou, referindo-se à notícia divulada no jornal Folha de S.Paulo de que houve revolta no próprio Tribunal contra esse fato.
coroneLeaks
**** **** ****
STF sofreu 'desgaste extraordinário' ao limitar ação do CNJ, diz especialista
Para a professora Maria Tereza Sadek, 'o CNJ só incomoda porque está trabalhando'
Para a professora Maria Tereza Sadek, o Supremo Tribunal Federal sofreu um "desgaste extraordinário" com as duas liminares que limitam poderes do Conselho Nacional de Justiça concedidas na última segunda-feira, 19. Em uma dessas liminares, o ministro Marco Aurélio Mello decidiu que o CNJ só pode atuar em casos já julgados pelas corregedorias dos tribunais regionais. Na segunda liminar, o ministro Ricardo Lewandowski suspendeu a inspeção do CNJ nas folhas salariais dos tribunais - ação da qual ele próprio é alvo.
Segundo a diretora do Centro Brasileiro de Estudos e Pesquisas Judiciais e professora do Departamento de Ciência Política da Universidade de São Paulo, pouco importa que essas liminares tenham amparo legal. "O que seria de se estranhar é por que uma questão que começou a ser discutida, que estava na pauta para ser votada em setembro, recebe essas duas liminares no último dia de reunião do STF", questiona. Para Maria Tereza, a disputa entre CNJ e STF dá a ideia de que os juízes resistem a qualquer tipo de investigação. "O CNJ só incomoda porque está trabalhando", afirma.
Ela comentou ainda a informação divulgada na quarta-feira, 21, de que tanto o presidente do STF e também do CNJ, Cézar Peluso, como o ministro Ricardo Lewandowski, receberam verbas extras de até R$ 700 mil da Justiça paulista relativa a auxílio moradia. "Por que entre quase 400 desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo apenas 17 receberam o que lhes era devido? Essa é a pergunta. Se era legal o que tinham a receber, por que alguns e não outros?", questionou, referindo-se à notícia divulada no jornal Folha de S.Paulo de que houve revolta no próprio Tribunal contra esse fato.
Leia abaixo a íntegra da entrevista:
Como a senhora vê essa disputa que está ocorrendo entre CNJ e STF?
Nós temos pelo menos duas formas diferentes de analisar essa disputa. Uma é ficar em um debate eminentemente técnico e jurídico. A outra é tentar analisar isso do ponto de vista da imagem da Justiça e uma análise de natureza mais institucional. Eu vou optar pela segunda forma de análise. Do ponto de vista da imagem da Justiça eu acho que houve um desgaste extraordinário. Quer dizer, o Supremo saiu com a imagem muito afetada nessa disputa. Porque o CNJ, de uma forma ou de outra, conseguiu ter a simpatia, não apenas dos meios de comunicação, mas da opinião pública em geral. Isso porque o CNJ trouxe para si a tarefa de dar mais transparência a um poder sempre visto como muito fechado e muito refratário. Essa disputa acaba trazendo muita água para a ideia de que os juízes resistem a qualquer tipo de investigação. Para essa questão pouco importa se do ponto de vista da legalidade tanto a liminar concedida como a atuação do Supremo tem ou não amparo legal. Certamente tem. Mas acontece que a imagem ficou muito desgastada. Você olha as cartas de leitores nos jornais, você ouve as observações de âncoras na televisão ou nos programas de rádio, são todos nesta direção. É isso que eu estou querendo sublinhar. Agora, trata-se claramente de uma disputa de espaço institucional.
A senhora acredita que o Judiciário precisa de mais controle? Isso também está em jogo?
Quando nós estamos em uma república democrática todos os organismos devem ser controlados, sobretudo aqueles organismos que não tem o controle via eleições. Controlada no sentido de prestar contas. E que tudo quanto for ato considerado não adequado à instituição deve ser de alguma forma controlado e punido. Eu não tenho a menor dúvida de que o Judiciário, assim como o Ministério Público, a Defensoria Pública, a Universidade, devam prestar conta à sociedade das suas atividades.
Os ministros do STF que tentam diminuir o poder do CNJ defendem a tese de que é preciso esgotar nas corregedorias dos tribunais as possibilidades de punição e a própria liminar do ministro Marco Aurélio Mello diz isso. Como a senhora vê essa questão?
Se as corregedorias tivessem sido eficientes, nós não teríamos chegado a essa situação. Toda a ação do CNJ tem mostrado que as corregedorias pecam. Isso não significa dizer que estamos fazendo uma generalização. Mas significa dizer que um órgão de controle externo deve ter o poder de fazer esse tipo de investigação. Acho que o que se estava tentando no Supremo antes, desde setembro, quando a matéria acabou não sendo votada, é uma situação intermediária, ou seja, dar um certo tempo para as corregedorias locais e caso elas não funcionem, não prestem conta do seu trabalho, aí o CNJ poderia atuar. Então eu acho que tem isso. O que seria de se estranhar é porque uma questão que começou a ser discutida, que estava na pauta para ser votada em setembro, recebe essas duas liminares no último dia de reunião do STF.
A corregedora Eliana Calmon disse há alguns meses atrás que há "bandidos escondidos sob a toga", e hoje acusou tribunais de esconderem dados sobre a renda dos juízes. O que a senhora acha disso?
Você teve uma situação de confronto entre duas instituições. E nesse confronto, tanto de um lado como de outro, você pode dizer que houve uma ultrapassagem dos limites verbais adequados. Assim como a corregedora talvez tenha se excedido, o presidente do Supremo também se excedeu quando exigiu que o conjunto dos integrantes do CNJ fizessem uma manifestação. E daí para cá, muita água rolou. Eu acho que depois disso a corregedora se retraiu. A situação não pode mais ser analisada como se a gente ainda estivesse em setembro. Eu acho que de setembro para cá houve uma série de dados que mudam a situação. Por outro lado, a corregedora se manifestou ontem, hoje eu não sei porque eu não vi, dizendo que não estava investigando nenhum ministro do Supremo. Ela pediu dados para a Receita Federal de uma situação que lhe parecia anômala, mas ela não deu nomes, ela não ultrapassou os limites considerados adequados no caso. Ontem, o editorial do Estadão estava primoroso. Acho que o jornal fez uma análise realmente muito adequada dessa situação. Por que tirar poder do CNJ se o CNJ na verdade está realizando sua função? O CNJ só incomoda porque está trabalhando.
A Folha de S.Paulo de quinta-feira, 22, diz que o CNJ está fazendo 217 mil varreduras e no 'Estadão' o ministro Peluso sugere que as investigações do CNJ são ilegais. Qual a sua opinião sobre isso?
Por que ilegais? Eu gostaria de ver esse debate um pouco mais claro... Não é assim "Eu não concordo que sejam ilegais". As informações que nós que estamos fora das duas instituições, tanto do Supremo como do CNJ, é que a investigação não pecou pela ilegalidade. Ela disse que pediu dados para o Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira). Eu não quero entrar no debate se é legal ou não é legal porque eu não sei isso. O que eu sei é que se trata de uma disputa em relação às atribuições. Há uma corrente que quer diminuir as atribuições e tem outra que quer manter e que valoriza esse tipo de trabalho. Por outro lado, nesse debate se esquece o resultado de todo o trabalho do CNJ, que é muito importante. Graças ao CNJ se conseguiu uma série de soluções para ações que estavam na Justiça há muitos anos a partir da conciliação, se conseguiu soltar mais de 20 mil pessoas que estavam presas de forma irregular. Tem um trabalho que é de peso. Não pode simplesmente nivelar por baixo e dizer que todo esse trabalho não deve ser homenageado até.
O que a senhora achou dessa acusação que a Eliana Calmon fez nesta quinta de que 45% dos magistrados de SP não entregaram sua declaração de renda enquanto no Mato Grosso nenhum entregou?
Isso é um negócio sério. O que ela está fazendo? Ela está dizendo: "a lei é essa". O que diz a lei? A lei diz que todo servidor público apresentar sua declaração. Segundo o que está escrito na lei, você tem um porcentual de integrantes da Justiça que não cumpriram a lei. É um trabalho muito importante. O que a população fala, às vezes precipitadamente, mas muitas vezes com muita razão, é: por que você tem de ter um grupo de privilegiados, que não precisam prestar contas? Por que entre quase 400 desembargadores do TJ-SP apenas 17 receberam o que lhes era devido? Essa é a pergunta. Se era legal o que tinham a receber, por que alguns e não outros? Eu li que há revolta no interior do Tribunal contra isso também. Por que foi feito às escondidas? Quem tomou essa decisão já morreu, não vai dar para saber por ele (desembargador Viana Santos, ex-presidente do TJ-SP). Essa é uma questão relevante. Por que alguns e não todos? Em uma democracia, em uma república, você não pode ter um grupo de privilegiados e nenhum tipo de contestação a esse privilégio.
22 de dezembro de 2011
Notícia
Jair Stangler, do estadão.com.br
Segundo a diretora do Centro Brasileiro de Estudos e Pesquisas Judiciais e professora do Departamento de Ciência Política da Universidade de São Paulo, pouco importa que essas liminares tenham amparo legal. "O que seria de se estranhar é por que uma questão que começou a ser discutida, que estava na pauta para ser votada em setembro, recebe essas duas liminares no último dia de reunião do STF", questiona. Para Maria Tereza, a disputa entre CNJ e STF dá a ideia de que os juízes resistem a qualquer tipo de investigação. "O CNJ só incomoda porque está trabalhando", afirma.
Ela comentou ainda a informação divulgada na quarta-feira, 21, de que tanto o presidente do STF e também do CNJ, Cézar Peluso, como o ministro Ricardo Lewandowski, receberam verbas extras de até R$ 700 mil da Justiça paulista relativa a auxílio moradia. "Por que entre quase 400 desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo apenas 17 receberam o que lhes era devido? Essa é a pergunta. Se era legal o que tinham a receber, por que alguns e não outros?", questionou, referindo-se à notícia divulada no jornal Folha de S.Paulo de que houve revolta no próprio Tribunal contra esse fato.
coroneLeaks
**** **** ****
STF sofreu 'desgaste extraordinário' ao limitar ação do CNJ, diz especialista
Para a professora Maria Tereza Sadek, 'o CNJ só incomoda porque está trabalhando'
Para a professora Maria Tereza Sadek, o Supremo Tribunal Federal sofreu um "desgaste extraordinário" com as duas liminares que limitam poderes do Conselho Nacional de Justiça concedidas na última segunda-feira, 19. Em uma dessas liminares, o ministro Marco Aurélio Mello decidiu que o CNJ só pode atuar em casos já julgados pelas corregedorias dos tribunais regionais. Na segunda liminar, o ministro Ricardo Lewandowski suspendeu a inspeção do CNJ nas folhas salariais dos tribunais - ação da qual ele próprio é alvo.
Segundo a diretora do Centro Brasileiro de Estudos e Pesquisas Judiciais e professora do Departamento de Ciência Política da Universidade de São Paulo, pouco importa que essas liminares tenham amparo legal. "O que seria de se estranhar é por que uma questão que começou a ser discutida, que estava na pauta para ser votada em setembro, recebe essas duas liminares no último dia de reunião do STF", questiona. Para Maria Tereza, a disputa entre CNJ e STF dá a ideia de que os juízes resistem a qualquer tipo de investigação. "O CNJ só incomoda porque está trabalhando", afirma.
Ela comentou ainda a informação divulgada na quarta-feira, 21, de que tanto o presidente do STF e também do CNJ, Cézar Peluso, como o ministro Ricardo Lewandowski, receberam verbas extras de até R$ 700 mil da Justiça paulista relativa a auxílio moradia. "Por que entre quase 400 desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo apenas 17 receberam o que lhes era devido? Essa é a pergunta. Se era legal o que tinham a receber, por que alguns e não outros?", questionou, referindo-se à notícia divulada no jornal Folha de S.Paulo de que houve revolta no próprio Tribunal contra esse fato.
Leia abaixo a íntegra da entrevista:
Como a senhora vê essa disputa que está ocorrendo entre CNJ e STF?
Nós temos pelo menos duas formas diferentes de analisar essa disputa. Uma é ficar em um debate eminentemente técnico e jurídico. A outra é tentar analisar isso do ponto de vista da imagem da Justiça e uma análise de natureza mais institucional. Eu vou optar pela segunda forma de análise. Do ponto de vista da imagem da Justiça eu acho que houve um desgaste extraordinário. Quer dizer, o Supremo saiu com a imagem muito afetada nessa disputa. Porque o CNJ, de uma forma ou de outra, conseguiu ter a simpatia, não apenas dos meios de comunicação, mas da opinião pública em geral. Isso porque o CNJ trouxe para si a tarefa de dar mais transparência a um poder sempre visto como muito fechado e muito refratário. Essa disputa acaba trazendo muita água para a ideia de que os juízes resistem a qualquer tipo de investigação. Para essa questão pouco importa se do ponto de vista da legalidade tanto a liminar concedida como a atuação do Supremo tem ou não amparo legal. Certamente tem. Mas acontece que a imagem ficou muito desgastada. Você olha as cartas de leitores nos jornais, você ouve as observações de âncoras na televisão ou nos programas de rádio, são todos nesta direção. É isso que eu estou querendo sublinhar. Agora, trata-se claramente de uma disputa de espaço institucional.
A senhora acredita que o Judiciário precisa de mais controle? Isso também está em jogo?
Quando nós estamos em uma república democrática todos os organismos devem ser controlados, sobretudo aqueles organismos que não tem o controle via eleições. Controlada no sentido de prestar contas. E que tudo quanto for ato considerado não adequado à instituição deve ser de alguma forma controlado e punido. Eu não tenho a menor dúvida de que o Judiciário, assim como o Ministério Público, a Defensoria Pública, a Universidade, devam prestar conta à sociedade das suas atividades.
Os ministros do STF que tentam diminuir o poder do CNJ defendem a tese de que é preciso esgotar nas corregedorias dos tribunais as possibilidades de punição e a própria liminar do ministro Marco Aurélio Mello diz isso. Como a senhora vê essa questão?
Se as corregedorias tivessem sido eficientes, nós não teríamos chegado a essa situação. Toda a ação do CNJ tem mostrado que as corregedorias pecam. Isso não significa dizer que estamos fazendo uma generalização. Mas significa dizer que um órgão de controle externo deve ter o poder de fazer esse tipo de investigação. Acho que o que se estava tentando no Supremo antes, desde setembro, quando a matéria acabou não sendo votada, é uma situação intermediária, ou seja, dar um certo tempo para as corregedorias locais e caso elas não funcionem, não prestem conta do seu trabalho, aí o CNJ poderia atuar. Então eu acho que tem isso. O que seria de se estranhar é porque uma questão que começou a ser discutida, que estava na pauta para ser votada em setembro, recebe essas duas liminares no último dia de reunião do STF.
A corregedora Eliana Calmon disse há alguns meses atrás que há "bandidos escondidos sob a toga", e hoje acusou tribunais de esconderem dados sobre a renda dos juízes. O que a senhora acha disso?
Você teve uma situação de confronto entre duas instituições. E nesse confronto, tanto de um lado como de outro, você pode dizer que houve uma ultrapassagem dos limites verbais adequados. Assim como a corregedora talvez tenha se excedido, o presidente do Supremo também se excedeu quando exigiu que o conjunto dos integrantes do CNJ fizessem uma manifestação. E daí para cá, muita água rolou. Eu acho que depois disso a corregedora se retraiu. A situação não pode mais ser analisada como se a gente ainda estivesse em setembro. Eu acho que de setembro para cá houve uma série de dados que mudam a situação. Por outro lado, a corregedora se manifestou ontem, hoje eu não sei porque eu não vi, dizendo que não estava investigando nenhum ministro do Supremo. Ela pediu dados para a Receita Federal de uma situação que lhe parecia anômala, mas ela não deu nomes, ela não ultrapassou os limites considerados adequados no caso. Ontem, o editorial do Estadão estava primoroso. Acho que o jornal fez uma análise realmente muito adequada dessa situação. Por que tirar poder do CNJ se o CNJ na verdade está realizando sua função? O CNJ só incomoda porque está trabalhando.
A Folha de S.Paulo de quinta-feira, 22, diz que o CNJ está fazendo 217 mil varreduras e no 'Estadão' o ministro Peluso sugere que as investigações do CNJ são ilegais. Qual a sua opinião sobre isso?
Por que ilegais? Eu gostaria de ver esse debate um pouco mais claro... Não é assim "Eu não concordo que sejam ilegais". As informações que nós que estamos fora das duas instituições, tanto do Supremo como do CNJ, é que a investigação não pecou pela ilegalidade. Ela disse que pediu dados para o Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira). Eu não quero entrar no debate se é legal ou não é legal porque eu não sei isso. O que eu sei é que se trata de uma disputa em relação às atribuições. Há uma corrente que quer diminuir as atribuições e tem outra que quer manter e que valoriza esse tipo de trabalho. Por outro lado, nesse debate se esquece o resultado de todo o trabalho do CNJ, que é muito importante. Graças ao CNJ se conseguiu uma série de soluções para ações que estavam na Justiça há muitos anos a partir da conciliação, se conseguiu soltar mais de 20 mil pessoas que estavam presas de forma irregular. Tem um trabalho que é de peso. Não pode simplesmente nivelar por baixo e dizer que todo esse trabalho não deve ser homenageado até.
O que a senhora achou dessa acusação que a Eliana Calmon fez nesta quinta de que 45% dos magistrados de SP não entregaram sua declaração de renda enquanto no Mato Grosso nenhum entregou?
Isso é um negócio sério. O que ela está fazendo? Ela está dizendo: "a lei é essa". O que diz a lei? A lei diz que todo servidor público apresentar sua declaração. Segundo o que está escrito na lei, você tem um porcentual de integrantes da Justiça que não cumpriram a lei. É um trabalho muito importante. O que a população fala, às vezes precipitadamente, mas muitas vezes com muita razão, é: por que você tem de ter um grupo de privilegiados, que não precisam prestar contas? Por que entre quase 400 desembargadores do TJ-SP apenas 17 receberam o que lhes era devido? Essa é a pergunta. Se era legal o que tinham a receber, por que alguns e não outros? Eu li que há revolta no interior do Tribunal contra isso também. Por que foi feito às escondidas? Quem tomou essa decisão já morreu, não vai dar para saber por ele (desembargador Viana Santos, ex-presidente do TJ-SP). Essa é uma questão relevante. Por que alguns e não todos? Em uma democracia, em uma república, você não pode ter um grupo de privilegiados e nenhum tipo de contestação a esse privilégio.
22 de dezembro de 2011
Notícia
Jair Stangler, do estadão.com.br
DILMA ACUSA AS POLÍCIAS ESTADUAIS POR "LIMPEZA HUMANA". E A OPOSIÇÃO CALADA.
O IBGE não considera a população moradora de rua nos seus censos demográficos. No entanto, as estimativas são de que entre 0,6% e 1% dos brasileiros vivam nas ruas. O número, desta forma, pode variar de 1,2 milhão a 2 milhões que não possuem uma casa para morar.
Dilma Rousseff, ontem, dando sequência ao espetáculo de demagogia inaugurado pelas lágrimas de crocodilo de Lula, em 2003, esteve em meio aos catadores de lixo.
Em referência aos moradores de rua, leiam o que escreveu hoje a Folha de São Paulo:
No discurso, ela ainda sugeriu que governos estaduais praticam uma política higienista. "O que está ocorrendo é uma limpeza humana nas grandes cidades deste país", disse a presidente, após lembrar que as polícias são controladas pelos governadores.
Como argumento, ela citou o número de 142 moradores de rua que teriam sido mortos pela violência, segundo os organizadores do evento.
De acordo com Dilma, é preciso abrir um diálogo com os governadores sobre a questão, já que a "União não tem poder sobre municípios nem sobre Estados". Para ela, isso mostra porque seria preciso aperfeiçoar o pacto federativo.
Se pegarmos o número menor de moradores de rua, 143 mortes de pessoas significam 12 mortes por 100 mil habitantes, entre um grupo que não tem casa, não tem saúde, não tem segurança, não tem nada. Se pegarmos pelo número maior das estimativas, a média fica em 7 mortes a cada 100 mil.
A média de homicídios do Brasil, após quase uma década de governo do PT, é de 22,6 por 100 mil habitantes. Segundo estatísticas do Sistema de Informações de Mortalidade do Ministério da Saúde, ocorreram, em 2010, quase 50 mil assassinatos no país, com um ritmo de 137 homicídios diários. As mortes de um dia nas estradas são praticamente as mortes de um ano entre os moradores de rua.
No trânsito, a violência é a mesma, sendo que o número de mortes é de mais de 30 para cada 100 mil habitantes. Há uma grande responsabilidade do Governo Federal nestas mortes. Enorme responsabilidade.
Cabe à Dilma impedir o tráfico de armas e o tráfico de drogas. Cabe à Dilma manter as estradas federais, que são as que mais matam, em condições mínimas de trafegabilidade.
Dilma Rousseff, ontem, em deprimente espetáculo de demagogia e politicagem barata, usou a parcela mais miserável da população brasileira, que demonstra o fracasso das suas políticas sociais, para lavar as mãos do sangue de inocentes que dependem, integralmente, do poder público que, em última análise, a tem como maior autoridade.
E ainda jogou a culpa sobre os governadores de estado. A esquerda vive buscando mortes e mártires para, sobre eles, exercitar o seu discurso de luta de classes.
É uma vergonha ouvir uma presidente falar em "limpeza humana" e "higienismo", com tantas mortes sob sua inteira responsabilidade.
Mais vergonhoso ainda é nenhum membro da oposição dar uma resposta à altura.
coroneLeaks
Dilma Rousseff, ontem, dando sequência ao espetáculo de demagogia inaugurado pelas lágrimas de crocodilo de Lula, em 2003, esteve em meio aos catadores de lixo.
Em referência aos moradores de rua, leiam o que escreveu hoje a Folha de São Paulo:
No discurso, ela ainda sugeriu que governos estaduais praticam uma política higienista. "O que está ocorrendo é uma limpeza humana nas grandes cidades deste país", disse a presidente, após lembrar que as polícias são controladas pelos governadores.
Como argumento, ela citou o número de 142 moradores de rua que teriam sido mortos pela violência, segundo os organizadores do evento.
De acordo com Dilma, é preciso abrir um diálogo com os governadores sobre a questão, já que a "União não tem poder sobre municípios nem sobre Estados". Para ela, isso mostra porque seria preciso aperfeiçoar o pacto federativo.
Se pegarmos o número menor de moradores de rua, 143 mortes de pessoas significam 12 mortes por 100 mil habitantes, entre um grupo que não tem casa, não tem saúde, não tem segurança, não tem nada. Se pegarmos pelo número maior das estimativas, a média fica em 7 mortes a cada 100 mil.
A média de homicídios do Brasil, após quase uma década de governo do PT, é de 22,6 por 100 mil habitantes. Segundo estatísticas do Sistema de Informações de Mortalidade do Ministério da Saúde, ocorreram, em 2010, quase 50 mil assassinatos no país, com um ritmo de 137 homicídios diários. As mortes de um dia nas estradas são praticamente as mortes de um ano entre os moradores de rua.
No trânsito, a violência é a mesma, sendo que o número de mortes é de mais de 30 para cada 100 mil habitantes. Há uma grande responsabilidade do Governo Federal nestas mortes. Enorme responsabilidade.
Cabe à Dilma impedir o tráfico de armas e o tráfico de drogas. Cabe à Dilma manter as estradas federais, que são as que mais matam, em condições mínimas de trafegabilidade.
Dilma Rousseff, ontem, em deprimente espetáculo de demagogia e politicagem barata, usou a parcela mais miserável da população brasileira, que demonstra o fracasso das suas políticas sociais, para lavar as mãos do sangue de inocentes que dependem, integralmente, do poder público que, em última análise, a tem como maior autoridade.
E ainda jogou a culpa sobre os governadores de estado. A esquerda vive buscando mortes e mártires para, sobre eles, exercitar o seu discurso de luta de classes.
É uma vergonha ouvir uma presidente falar em "limpeza humana" e "higienismo", com tantas mortes sob sua inteira responsabilidade.
Mais vergonhoso ainda é nenhum membro da oposição dar uma resposta à altura.
coroneLeaks
DILMA QUEBROU A CARA AO TENTAR FATURAR A TRAGÉDIA DA FAVELA DO MOINHO
Um incêndio em uma favela é, potencialmente, um prato cheio para jogar a culpa em cima do prefeito da cidade. Uma ligação elétrica mal feita. O gás que explode. O lixo acumulado que entra em combustão. Até mesmo uma ponta de cigarro mal apagada.
Ao saber do incêndio na Favela Moinho, Dilma, imediatamente, despachou três ministros para o local, para investigar o ocorrido. Um exagero e uma provocação.
Ao lado de Haddad, candidato à prefeitura, esperava e talvez até desejasse uma má notícia, que seria boa, entenderam?
Segundo O Globo, Gilberto Carvalho, mais conhecido como o Coveiro do PT, por estar sempre em volta das mortes misteriosas do partido, voltou com o rabinho no meio das pernas, declarando:
Precisamos ter prudência e cuidado, não há nenhuma desconfiança. Temos que esperar a análise pericial para ver como esse incêndio começou.Temos que fazer um processo importante de reumanização das nossas cidades, de dar adequada destinação para essas pessoas. Isso (o incêndio), infelizmente, não acontece só aqui.
Gilberto Carvalho disse, textualmente, que INFELIZMENTE incêndios não acontecem somente em São Paulo. Para ele, talvez fosse um FELIZMENTE se ocorressem somente na cidade que o PT quer conquistar a qualquer preço, até mesmo da tragédia em uma favela.
Além disso, o Coveiro do PT, mesmo com toda a comunidade sabendo que foi uma viciada em crack que a Dilma não combate quem tocou fogo no barraco, ainda torce para que a perícia mostre outro bom motivo como, por exemplo, uma falha da administração pública municipal. É preciso ter estômago para assistir a um espetáculo tão deprimente de sujeira na política.
coroneLeaks
Ao saber do incêndio na Favela Moinho, Dilma, imediatamente, despachou três ministros para o local, para investigar o ocorrido. Um exagero e uma provocação.
Ao lado de Haddad, candidato à prefeitura, esperava e talvez até desejasse uma má notícia, que seria boa, entenderam?
Segundo O Globo, Gilberto Carvalho, mais conhecido como o Coveiro do PT, por estar sempre em volta das mortes misteriosas do partido, voltou com o rabinho no meio das pernas, declarando:
Precisamos ter prudência e cuidado, não há nenhuma desconfiança. Temos que esperar a análise pericial para ver como esse incêndio começou.Temos que fazer um processo importante de reumanização das nossas cidades, de dar adequada destinação para essas pessoas. Isso (o incêndio), infelizmente, não acontece só aqui.
Gilberto Carvalho disse, textualmente, que INFELIZMENTE incêndios não acontecem somente em São Paulo. Para ele, talvez fosse um FELIZMENTE se ocorressem somente na cidade que o PT quer conquistar a qualquer preço, até mesmo da tragédia em uma favela.
Além disso, o Coveiro do PT, mesmo com toda a comunidade sabendo que foi uma viciada em crack que a Dilma não combate quem tocou fogo no barraco, ainda torce para que a perícia mostre outro bom motivo como, por exemplo, uma falha da administração pública municipal. É preciso ter estômago para assistir a um espetáculo tão deprimente de sujeira na política.
coroneLeaks
Assinar:
Postagens (Atom)