"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 1 de maio de 2013

CÂMARA RECUA E VAI REDISCUTIR O PODER DE INVESTIGAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO



Cardoso e Alves: pé no freio
Com o acirramento da disputa entre o Ministério Público (MP) e as polícias Federal (PF) e Civil em torno do poder para realizar investigações, a Câmara dos Deputados decidiu rediscutir o texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 37, que restringe as ações dos procuradores e promotores. A proposta tira o poder de investigação do Ministério Público e limita esta atribuição apenas às polícias.

Após uma reunião com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e representantes da PF e do MP, o presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN), determinou a criação de um grupo de trabalho que terá 30 dias para analisar e propor um texto alternativo à PEC. Segundo o presidente da Câmara, a ideia é que o texto atual, que está pronto para ser votado no plenário da Casa, seja “aperfeiçoado”.

O MP terá a mesma força que os representantes dos policiais no grupo de trabalho. Dele farão parte quatro representantes do MP, quatro das polícias, dois do Senado, dois da Câmara e um do Ministério da Justiça.

Caso a PEC 33 seja aprovada como está, o Ministério Público não poderá mais executar diligências e investigações, apenas solicitar ações no curso do inquérito policial e supervisionar a atuação da polícia. O Ministério Público deflagrou uma ofensiva para derrubar a matéria, chamada por procuradores de “PEC da Impunidade”. O procurador geral da República, Roberto Gurgel, chegou a afirmar que a aprovação da emenda seria uma “festa da corrupção”.

Alves defendeu ajustes na proposta. “Nós queremos que este tema não tenha vencedores nem vencidos. O Brasil quer cada vez mais o combate à impunidade, à corrupção, que prevaleça a ética em todos os comportamentos. Então, isso não pode ensejar nenhum tipo de radicalização, muito menos emocionalismo”.

NO SUPREMO

Ao menos sete ministros do Supremo Tribunal Federal votaram a favor do Ministério Público em processos que questionam o poder de investigação do órgão. Mas eles defendem regras mais claras nas apurações.

O1 de maio de 2013
Deu no jornal O Tempo

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE




01 de maio de 2013

"LARANJA" DE JOSÉ DIRCEU ACIONA OEA CONTRA STF


O Supremo Tribunal Federal (STF) também está sendo alvo de questionamento no exterior. Uma petição protocolada em janeiro na sede da Organização dos Estados Americanos (OEA), na capital americana, denuncia o STF por julgamento político e impedimento ao amplo direito de defesa dos réus do mensalão. Assinado por Pedro Paulo Henrichs Neto, militante da Juventude do PT no Distrito Federal, o documento pede que o Sistema Interamericano de Direitos Humanos revise a decisão do STF na ação penal 470 à luz da suposta violação de seis artigos da Convenção Americana de Direitos Humanos, da qual o Brasil é signatário.
A denúncia antecipa movimento defendido pelo ex-ministro José Dirceu, condenado como articulador do mensalão, que ameaçou levar seu caso à Corte Interamericana de Direitos Humanos, porque, no Judiciário brasileiro, estão encerradas as possibilidades de recurso, após a apresentação de agravos ao próprio STF.
Neto integra a mesma corrente petista de Dirceu e foi um dos organizadores do jantar para obter recursos destinados à defesa dos réus do mensalão, em janeiro. Ele disse que sua ação não tem caráter institucional. — Fiz como cidadão essa denúncia de cassação política e violação de direitos humanos básicos, para que a decisão seja revista, porque o STF fez do julgamento um ato político. Não foram julgados os fatos, e sim o Partido dos Trabalhadores — disse Neto.
Na petição, protocolada na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), o militante argumenta que o STF condenou os acusados ligados ao PT com base em indícios, inverteu o ônus da prova, negou direito de defesa em instâncias inferiores aos réus sem foro especial e montou o calendário de julgamento propositalmente para coincidir com as eleições municipais. Os artigos invocados na denúncia à CIDH vão da proteção da honra e da dignidade aos direitos políticos e de proteção judicial.
A iniciativa tem longo caminho a percorrer. Com apenas dois advogados e recebendo duas mil denúncias por ano, a CIDH está lendo atualmente petições de 2008. Ou seja, o caso do mensalão não deverá ser observado antes de 2018. Além disso, apenas 15% a 20% dos pedidos protocolados são considerados aptos para análise.
Se a denúncia passar por esta peneira, abre-se consulta ao país questionado e inicia-se troca de informações entre as partes. Após ao menos um ano, a CIDH decide a admissibilidade do caso, e, só depois, avalia o mérito. Se o Estado é considerado violador, a CIDH faz recomendações de medidas que retifiquem os abusos. Só após essa mediação extrajudicial, o caso vai para a CIDH. Observadores do Sistema creem que até uma decisão final possa se passar dez anos.
 
(O Globo)
 
01 de maio de 2013
in coroneLeaks

TROMBADINHA DA GANGUE DE LULA VAI A OEA CONTRA JULGAMENTO DO MENSALÃO

Petista entra com ação na OEA contra julgamento do mensalão. Militante contesta penas; trâmite pode levar dez anos
 
WASHINGTON E BRASÍLIA — O Supremo Tribunal Federal (STF) também está sendo alvo de questionamento no exterior. Uma petição protocolada em janeiro na sede da Organização dos Estados Americanos (OEA), na capital americana, denuncia o STF por julgamento político e impedimento ao amplo direito de defesa dos réus do mensalão. Assinado por Pedro Paulo Henrichs Neto, militante da Juventude do PT no Distrito Federal, o documento pede que o Sistema Interamericano de Direitos Humanos revise a decisão do STF na ação penal 470 à luz da suposta violação de seis artigos da Convenção Americana de Direitos Humanos, da qual o Brasil é signatário.

A denúncia antecipa movimento defendido pelo ex-ministro José Dirceu, condenado como articulador do mensalão, que ameaçou levar seu caso à Corte Interamericana de Direitos Humanos, porque, no Judiciário brasileiro, estão encerradas as possibilidades de recurso, após a apresentação de agravos ao próprio STF.

Neto integra a mesma corrente petista de Dirceu e foi um dos organizadores do jantar para obter recursos destinados à defesa dos réus do mensalão, em janeiro. Ele disse que sua ação não tem caráter institucional.

— Fiz como cidadão essa denúncia de cassação política e violação de direitos humanos básicos, para que a decisão seja revista, porque o STF fez do julgamento um ato político. Não foram julgados os fatos, e sim o Partido dos Trabalhadores — disse Neto.

Na petição, protocolada na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), o militante argumenta que o STF condenou os acusados ligados ao PT com base em indícios, inverteu o ônus da prova, negou direito de defesa em instâncias inferiores aos réus sem foro especial e montou o calendário de julgamento propositalmente para coincidir com as eleições municipais.

Os artigos invocados na denúncia à CIDH vão da proteção da honra e da dignidade aos direitos políticos e de proteção judicial.

A iniciativa tem longo caminho a percorrer. Com apenas dois advogados e recebendo duas mil denúncias por ano, a CIDH está lendo atualmente petições de 2008. Ou seja, o caso do mensalão não deverá ser observado antes de 2018. Além disso, apenas 15% a 20% dos pedidos protocolados são considerados aptos para análise.
Se a denúncia passar por esta penei
ra, abre-se consulta ao país questionado e inicia-se troca de informações entre as partes. Após ao menos um ano, a CIDH decide a admissibilidade do caso, e, só depois, avalia o mérito. Se o Estado é considerado violador, a CIDH faz recomendações de medidas que retifiquem os abusos.

Só após essa mediação extrajudicial, o caso vai para a CIDH. Observadores do Sistema creem que até uma decisão final possa se passar dez anos.

01 de maio de 2013
Flávia Barbosa, Correspondente - O Globo
(Colaborou: Carolina Brígido)

GOVERNO DILMA AUMENTOU GASTOS E CRESCIMENTO NÃO VEIO, DIZ FHC

Ex-presidente e ex-chefe de departamento do FMI fazem críticas a medidas anticíclicas
 O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso criticou ontem as políticas anticíclicas adotadas pelo governo.

"Por causa da crise tivemos políticas anticíclicas; passou a crise, mas a política anticíclica não. Pelo contrário, puseram mais o pé no acelerador do gasto, e o efeito sobre o crescimento não veio", disse o ex-presidente durante seminário na Fundação iFHC.

Recentemente, o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, ressaltou a função anticíclica da política fiscal, ao dizer ao jornal "Valor" que "o superavit primário será sempre uma variável da economia, e não mais da dívida pública em si".

A economia feita pelo governo federal para pagar os juros da dívida caiu 41% no primeiro trimestre.

"Quando economistas como Paul Krugman dizem gastem independentemente de qualquer coisa, porque nós precisamos reativar a economia', há um comichão, um impulso de fazer coisas; aqui no Brasil existe uma visão mais pobre dessse mesmo impulso", afirmou FHC.

O ex-presidente falou ao lado de Vito Tanzi, especialista em tributação que foi chefe do departamento de assuntos fiscais do FMI.

Tanzi apontou para o perigo das medidas anticíclicas.

"O governo é muito rápido para aumentar os gastos durante as crises, mas muito lento para cortar gastos nas épocas de boom."

Segundo ele, o aumento da dívida pública e do deficit, resultado dessas políticas anticíclicas, têm o efeito de inibir investimentos porque muitos empresários, diante da piora nas contas públicas, decidem esperar para investir.

"Por isso que às vezes grandes expansões de gastos do governo não produzem resultados no crescimento."

01 de maio de 2013
PATRÍCIA CAMPOS MELLO - FOLHA DE SÃO PAULO

CORRUPTO DE MAIOR VISIBILIDADE, ABAIXO DE LULA, DIRCEU QUER AFASTAR JOAQUIM

 
Dirceu recorre e pede substituição de Barbosa na relatoria do julgamento do mensalão. Além dele, Marcos Valério e Simone Vasconcelos recorreram ao STF nesta quinta-feira. Advogado de ex-ministro da Casa Civil pede diminuiução da pena aplicada. Valério pede para ser julgado pela primeira instância
 
Apontado como mentor e mandante do mensalão, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu recorreu nesta quarta-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra sua condenação, assim como o operador do esquema, Marcos Valério, e Simone Vasconcelos (ex-funcionária de Valério). Dirceu pede a redução da pena de dez anos e dez meses de prisão imposta a ele pela prática dos crimes de corrupção ativa e formação de quadrilha.
 
De acordo com a defesa, o tribunal não deveria ter condenado Dirceu por concurso material de delitos – e, com isso, ter somado as penas impostas pelos dois crimes. O advogado José Luís de Oliveira Lima defende que houve concurso formal. Com isso, deveria ter sido aplicada apenas a pena mais grave entre os dois crimes.
No recurso, com 46 páginas, o advogado classifica de “omisso” o voto do relator, Joaquim Barbosa, seguido pela maior parte dos ministros. “O voto foi omisso uma vez que diversas testemunhas na ação penal revelam a existência de dados concretos sobre a personalidade e conduta social do embargante”. Segundo a defesa, há no processo declarações de testemunhas de que Dirceu “dedicou a vida à defesa da democracia”.

O advogado reivindica um novo relator para o recurso apresentado. No julgamento do processo, o relator foi o ministro Joaquim Barbosa, atual presidente do STF, que pediu a condenação de Dirceu e da maioria dos réus. A defesa também quer que o tribunal publique trechos suprimidos do acórdão - o documento que registra as decisões tomadas ao longo dos quatro meses e meio de julgamento. Mais de 1,3 mil falas foram suprimidas – especialmente as dos ministros Celso de Mello e Luiz Fux.

Valério pede para ser julgado pela primeira instância

Já Valério foi condenado a 40 anos, um mês e seis dias de prisão. Em 53 páginas, o advogado Marcelo Leonardo contestou 12 aspectos do julgamento. Ele pediu que seu cliente seja julgado novamente, agora pela primeira instância do Judiciário. Para o advogado, o julgamento no STF deve ser anulado, pois mesmo quem não tinha mandato parlamentar foi submetido ao foro especial.

A defesa também pediu a anulação do acórdão, porque o documento suprimiu falas dos ministros durante os debates. “Lamentavelmente, em virtude da pressão da mídia pela rápida publicação do acórdão embargado e das repetidas manifestações nos meios de comunicação do senhor presidente e relator a reclamar dos demais senhores ministros a rápida revisão dos seus votos e de suas intervenções no julgamento, o acórdão publicado, apesar de ter 8.405 folhas, revela-se rico em omissões que o tornam padecedor de obscuridade.

Omissões que tornam o acórdão embargado padecedor de obscuridade a exigir sua nova publicação", diz o recurso.

O advogado também reclamou do fato de Valério não ter sido tratado como colaborador pelo STF – uma condição que resultaria na diminuição da pena, como ocorreu com o delator do esquema, o presidente do PTB, Roberto Jefferson.

“O acusado Marcos Valério Fernandes de Souza foi quem apontou, na lista que apresentou, a empresa Guaranhuns como repassadora dos recursos para o acusado Valdemar Costa Neto e quem, em depoimento, apontou Lúcio Bolonha Funaro e José Carlos Batista como responsáveis por esta empresa.

Além disso, o acusado Marcos Valério Fernandes de Souza entregou todos os comprovantes dos depósitos bancários feitos para a Guaranhuns e respectivos cheques nominais a esta empresa”, argumenta a defesa.

“Ora, a contradição é manifesta, pois enquanto Roberto Jefferson se limitou, na entrevista à Folha de São Paulo, a indicar o nome de Marcos Valério, o ora embargante entregou ao Ministério Público e à Polícia Federal uma lista com os nomes de todos os beneficiários de repasses e os respectivos valores”, conclui o advogado.

No recurso, a defesa também pede que os embargos de declaração tenham efeito modificativo – ou seja, que tenham o poder de transformar uma condenação em absolvição com base nos argumentos apresentados.

Simone Vasconcelos pede publicidade de trechos suprimidos

Ex-gerente da SMP&B, Simone Vasconcelos foi condenada a 12 anos, 7 meses e 20 dias de prisão por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e evasão de divisas. No recurso, ela pede a publicação de novo acórdão, devido aos trechos suprimidos.

“A omissão ora suscitada chega a conduzir algumas partes do acórdão à obscuridade, com trechos que passam a se tornar ininteligíveis, muitas vezes com perguntas sem respostas ou respostas sem a respectiva pergunta. Não é despiciendo afirmar que o condenado tem direito a ter ciência de toda a fundamentação da condenação”, diz o recurso.

Os advogados também pedem a redução da pena, pela participação supostamente “de menor importância” de sua cliente nos crimes. “A tese em comento não foi apreciada em qualquer momento durante o julgamento e, igualmente, no bojo do acórdão, consubstanciando evidente omissão que precisa ser sanada, sob pena, inclusive de gerar nulidade da decisão”, argumenta a defesa.

Dos 25 condenados, quatro já recorreram à Corte. O prazo para as defesas apelarem contra as condenações termina amanhã, quinta-feira. O julgamento dos recursos ainda não tem data marcada para acontecer. Os embargos não têm poder para modificar as condenações.

01 de maio de 2013
Carolina Brígido - O Globo


LEIA MAIS

Dirceu mira Barbosa

Sem chances
Recurso apresentado

Em recurso de 46 páginas enviado ao STF a defesa de José Dirceu diz basicamente o seguinte:

* Que os embargos devem sair da relatoria de Joaquim Barbosa e serem distribuídos a outro ministro.

* Reclama dos trechos que faltam dos votos de Celso de Mello e Luiz Fux.
* Diz que Dirceu teve pena agravada duas vezes pelo mesmo fato: ter papel proeminente na quadrilha.

* Diz que na corrupção ativa o mesmo aconteceu, havendo agravante dobrado por um mesmo fato. No caso, por ter promovido e organizado os crimes de corrupção.

* Reclama que não foi levada em conta a biografia e histórias de luta de Dirceu, o que, para a defesa, deveria abrandar a pena.

01 de maio de 2013
Lauro Jardim - Radar - Veja Online

QUEM TEM MEDO DAS ELEIÇÕES?

 

As dificuldades entre o Congresso e o Ministro Gilmar Mendes vão muito além do que o que se entende por separação de poderes. Elas explicitam, às vezes mais e às vezes menos claramente, a disputa presidencial de 2014, as eleições pelo novo Congresso, novos deputados e senadores.

Tanto a concessão da liminar quanto o projeto de lei 4470/12 têm consequências eleitorais.

Como os resultados estão cada vez mais imprevisíveis, isto é , não parece haver uma candidatura mais facilmente vencedora, partidos, interesses políticos e econômicos estão inseguros. Quase à beira de um ataque de nervos.

A concorrência está acirrada. Isto é bom ou ruim para o país? A Constituição manda que não se mude normas eleitorais um ano antes das eleições.

Mas se a campanha de fato começa dois anos antes? E se as decisões políticas fundamentais foram adiantadas? Como assegurar o que Ayres Brito chama de “paridades de armas” nas eleições?


A oposição está insegura porque a candidatura de Aécio Neves depende muito do apoio de José Serra. Se ele não obtém, dificilmente vai em frente. Se sai da corrida, Serra pode querer se recandidatar. Será?

Não sabemos. Mas este é um cálculo que já está sendo feito. O resultado líquido é uma oposição que perde tempo em se organizar. Tempo é voto.

A base aliada do governo Dilma também está insegura. Nem mesmo pode determinar o que é ao certo base aliada. Quem dela faz parte.

A determinação de Eduardo Campos, e a mobilização de Marina Silva, jogará provavelmente a eleição para o segundo turno. Aliás, nem é necessário para ter o segundo turno quatro candidatos. Se forem quatro, melhor. Mas três já é suficiente para aumentar a probabilidade de segundo turno.

Este é uma das razões da oposição entre a liminar de Gilmar Mendes e o Congresso Nacional. Na democracia, mais do que nunca, o tempo, sobretudo o tempo eleitoral, é o senhor da política e o caminho do poder.

01 de maio de 2013
Joaquim Falcão

ALÍVIO TEMPORÁRIO

Alívio temporário

Seria de se comemorar não fosse apenas efêmero o efeito que a troca de amabilidades formais tem sobre os constantes atritos entre os Poderes Judiciário e Legislativo. A cortesia põe água na fervura, mas não apaga o incêndio.

Propicia uma sensação de alívio, é verdade. Dá uma reconfortante impressão de civilidade, faz com que acreditemos na resolução dos conflitos por meio do entendimento. A trégua, porém, é temporária: não resiste ao imperativo da realidade, não cura a doença infantil do imobilismo do Congresso frente ao amadurecimento da consciência ativista do Judiciário.

E pelo que se viu do desempenho de petistas na Câmara enquanto os presidentes das duas casas do Congresso procuravam o ministro Gilmar Mendes a fim de apaziguar os ânimos com o Supremo Tribunal Federal, considere-se como forte obstáculo a disposição do PT para a guerra.

Não foi um obscuro Nazareno, mas o ex-presidente da Câmara Marco Maia, representante do partido por dois anos no posto, quem defendeu a emenda que submete decisões do STF ao crivo do Legislativo e ainda propôs outra criando novas limitações à Corte.

Não foi um deputado de menor expressão, mas Fernando Ferro - líder do PT por duas vezes - quem chamou o ministro Gilmar Mendes de "capitão do mato" por ter atendido em caráter liminar o pedido do senador Rodrigo Rollemberg para suspensão da votação em caráter de urgência do projeto que veda a novos partidos partilha do Fundo Partidário e do horário eleitoral na proporção das bancadas congressuais.

Essas e outras violências verbais e conceituais dão a medida do inconformismo do PT com o preceito republicano do equilíbrio e da independência entre os poderes. Note-se, portanto, que a coisa não vai se resolver com panos quentes.

A questão é mais profunda: o PT está com raiva do Supremo, assim como tem raiva da imprensa que não lhe presta reverência, assim como está com raiva de Eduardo Campos porque procura caminho de crescimento político para seu partido fora da área de influência governo-petista, assim como teria raiva do Parlamento caso não tivesse cooptado a maioria mediante métodos relatados pelo STF, assim como tem raiva de qualquer pessoa, grupo ou instituição que não se curve aos seus interesses.

Levando em consideração que o PT é o partido no poder, conta com uma presidente e um ex-presidente com altos índices de popularidade, tudo que diga ou faça tem peso e importância. Logo, a encrenca é de boa monta.

A boa notícia, ora vejam só os senhores e as senhoras, vem do PMDB. Assim como agiram por ocasião da CPI do Cachoeira ao recusar sociedade ao PT na sanha de vingança contra a revista Veja e o procurador-geral da República, os pemedebistas agora mantêm prudente distância dessa ofensiva.

Renan Calheiros e Henrique Eduardo Alves - ambos do PMDB, respectivamente presidentes do Senado e da Câmara -tomaram a iniciativa de abrir conversações com o STF sobre a ideia de subtração de prerrogativas e a liminar que suspendeu a votação, diga-se, por solicitação de um senador representando diversos parlamentares.

O PMDB pode até não ter outras qualidades, mas tem experiência e juízo suficientes para saber tirar vantagem de determinadas distâncias. A intenção óbvia é deixar o PT isolado em mais uma de suas maluquices, cujos efeitos quase sempre se voltam contra o partido.

Mas, como dito acima, o problema não é simples nem de fácil solução. Ao contrário de alguns desatinos que cometia quando era oposição e não tinham maiores consequências, o PT é governo, usa sem cerimônia os instrumentos à disposição, não guarda respeito à coerência nem desiste com facilidade. Isso faz perniciosa diferença.

01 de maio de 2013
Dora Kramer - O Estado de S.Paulo

ESPERTEZA PROVINCIANA. OU ABUSO

 

Em países politicamente mais avançados, chefes de Estado requisitam cadeia nacional de rádio e de televisão quando têm algo de muito importante a comunicar ao distinto público. Algo, de fato, excepcional. Porque da miudeza cuida a propaganda diária do próprio governo.

Aqui, não. Em datas tidas como especiais do tipo 1º de Maio, 7 de Setembro, Natal e Ano Novo, o presidente se vale de cadeia nacional de rádio e de televisão para exaltar suas próprias realizações. Ou então a daqueles que o antecederam - desde que do mesmo partido.

Propaganda pura. E de graça.

Esperteza provinciana. Ou abuso.

01 de maio de 2013
in ricado noblat

VÍDEO REVELA A BRUTAL REPRESSÃO NA VENEZUELA



Este vídeo mostra a brutal repressão a um protesto contra a fraude eleitoral na Venezuela ocorrida na cidade de Barquisimeto, que está dentre as mais importantes da Venezuela.
Os jovens protestavam pacificamente quando de repente a Guarda Nacional surge com uma brutalidade inaudita. São os bate-paus de Nicolás Maduro, o usurpador, e do "gusano" Diosdado Cabello, o presidente da Assembléia Nacional que bate em mulheres, como ocorreu ontem na pancadaria na Assembléia Nacional.
Esses comuno-fascistas venezuelanos são os amigos íntimos do Lula, da Dilma e dos petistas. Aliás, ficou célebre a frase de Lula afirmando que "na Venezuela existe democracia até demais".
É isso que eles desejam fazer aqui no Brasil. Portanto, é um dever dos cidadãos brasileiros desalojar o quanto antes o PT do poder. É uma questão de segurança nacional.
 
01 de maio de 2013
in aluizio amorim

O SALTO DEFINITIVO PARA O CAPIMUNISMO JÁ FOI DADO



 

A suprema ironia é ficar sem fazer nada em um feriado que celebra o Dia do Trabalho – justamente em um País Capimunista que desvaloriza, desmoraliza e sabota a livre iniciativa produtiva, capaz de gerar emprego, produção de qualidade e renda a ser distribuída entre quem trabalha e produz de verdade.

Senti uma vontade danada de passar o dia do trabalho igualzinho aos petralhas no governo. Ou seja, fazendo nada e me dando cada vez melhor. Não consegui me render à vagabundagem deles justamente porque, simbolicamente, a rotina petralha consiste em um grande trabalho contra o Brasil e os Brasileiros.

A recente inserção da propaganda eleitoreira gratuita do Partido dos Trabalhadores é uma peça grotesca de mentirosa exaltação comunistóide. A conversinha fiada de que o Brasil se prepara para dar um segundo salto é uma senha subliminar de que o desgoverno Lula-Dilma, representando o Foro de São Paulo, tenta criar e consolidar as pré-condições históricas para nos arremessar no buraco nigérrimo do tal do “Socialismo do Século 21”.
O vídeo acima é um excelente apanhado das armações ideológicas e ideocráticas promovidas pela nazipetralhada. O objetivo estratégico deles tem nada de socialista (no sentido romântico da expressão). Na prática, o que eles querem de verdade é o aprofundamento de nosso Capimunismo – uma combinação de capitalismo com práticas regulatórias autoritárias, dignas do fracassado modelo soviético. O paradigma deles é de uma Cuba que fosse capaz de produzir e gerar grandes lucros para os detentores do poder.

Petralhas querem aparelhar o poder em um Estado cada vez mais forte e centralizado, a fim de criar condições para que seus líderes políticos e comparsas de negociatas tenham chance de virar sócios de grandes empresas e empreendimentos, sem que tal fato seja percebido por órgãos fiscalizadores do mercado de capitais, como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Petralhas, seus familiares e aliados são sócios secretos dos maiores empreendimentos tocados hoje no Brasil. Geralmente, na maioria dos casos, tais negócios se viabilizam com a alta grana vinda da parceria com os fundos de pensão de “funcionários” de empresas estatais (ou de economia mista, se preferir).

Não por coincidência, tais fundos, com patrimônios bilionários e participação acionária nas maiores empresas privadas do País, são geridos por dirigentes ligados ao capimunismo petralha. Na prática, os petralhas já deram seu “derradeiro salto”: tomaram de assalto o Estado, graças ao voto da maioria de ignorantes e iludidos do Brasil, e cada vez têm mais poder econômico – o que viabiliza mais poder político.

Eis o verdadeiro Capimunismo do Século 21. Todos os demais movimentos ideológicos promovidos pela nazipetralhada são meras escaramuças para esconder a ação secreta de seus dirigentes máximos no campo empresarial. Os dirigentes máximos do PT e os parentes deles estão muito ricos. Certamente, ganharam na loteria sem jogar...

O resumo é simples. Petralhas são travestis da politicagem. Eles não ligam para ideologia - apenas fingem que são ideológicos, "socialistas convictos". Petralhas gostam mesmo é de muita grana! O que dá poder, efetivamente. O resto é conversa do Boi Tatá.

Ilusionismo

Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.
 
01 de maio de 2013
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.

JOSÉ SARAMAGO: DEMOCRACIA

BOMBAS DESARMADAS


Três bombas-relógio que poderiam gerar grave crise institucional estão sendo desarmadas nos últimos dias: o projeto de lei que limita a formação de novos partidos; a tentativa de controlar a atuação do Supremo Tribunal Federal; e a emenda que retira do Ministério Público o poder investigativo. As três iniciativas parlamentares têm uma digital única, a dos petistas irritados com a condenação dos mensaleiros.

E o trabalho de desmontagem dessas bombas, que colocariam em risco a democracia brasileira, tem também uma marca própria, a do PMDB, atuando como aqueles esquadrões antibombas em países atacados pelo terrorismo.

Partido que enfrenta o paradoxo de ser imprescindível para a governabilidade do país e ao mesmo tempo não ter condições de ser protagonista da cena política, por um desses acasos que fazem a política, o PMDB preside as duas Casas do Congresso nos anos vitais para a sucessão presidencial e, diante da atuação cada vez mais desenvolta dos “aloprados” do PT, está tendo a oportunidade de exercer o papel de fiador da democracia brasileira, o que, se não releva, pelo menos deixa em segundo plano no momento o seu histórico de fisiologismo.

Depois de um encontro dos presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Henrique Eduardo Alves, com o ministro Gilmar Mendes, do STF, num reconhecimento político da sua liderança, começaram a ser desarmadas as bombas deixadas pelo caminho.

A proposta do presidente da Câmara de proibir a aprovação por aclamação de uma emenda constitucional já é uma limitação a arroubos de fanáticos, religiosos ou políticos, que surgem no Congresso com mais frequência do que seria desejável numa democracia estável.

Aos que alegam que a PEC estava ainda no começo da tramitação, não se justificando o alarme, é bom lembrar que, se uma Comissão de Constituição e Justiça considera “admissível” uma proposta como essa, claramente inconstitucional, que submete decisões do Supremo Tribunal Federal aos caprichos da maioria congressual do momento, toda a tramitação já começa viciada, denotando a intenção de um grupo político de impor sua vontade mesmo contra a lei.

O mesmo raciocínio vale para a lei que tenta atingir a criação de novos partidos, com o objetivo claro de dificultar a caminhada da ex-senadora Marina Silva para a disputa presidencial de 2014 ou, mais claramente, de facilitar a reeleição da presidente Dilma Rousseff.

A questão da “PEC da Impunidade”, como ficou conhecido o projeto de emenda constitucional que pretendia proibir o Ministério Público de investigar, pode ser resolvida de maneira democrática com esta comissão anunciada ontem, que vai rediscutir o assunto de maneira a que não haja “vencidos nem vencedores”, e que o combate à corrupção seja reforçado e não tolhido.

Só a sua criação já é uma derrota para aqueles que viam na PEC um instrumento de retaliação à atuação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, no julgamento do mensalão. E uma ducha de água fria nos que, aproveitando-se da sede de vingança, queriam mesmo era um ambiente mais propício à maracutaia, sem o Ministério Público para investigar.

O PMDB tem contra si o histórico fisiológico de suas principais lideranças, que dificulta antever nas suas ações um movimento de revigoramento do Poder Legislativo. Deixando que questões locais se sobrepusessem às nacionais, demonstrou uma vocação política restrita, aceitando o papel de coadjuvante de PT e PSDB, partidos que têm “vocação presidencial”.

A ação rápida e eficaz de seus líderes, entre eles o vice-presidente da República, Michel Temer, nesses casos dos últimos dias dá ao partido a possibilidade de atuar em outra dimensão, num momento delicado da cena brasileira. O PMDB torna-se mesmo um contraponto às tentativas petistas de neutralizar as divergências através de golpes institucionais.

01 de maio de 2013
Merval Pereira, O Globo

A INFLAÇÃO ENTRA PARA O DEBATE POLÍTICO


O deputado Paulo Pereira da Silva anunciou que fará das comemorações do Dia do Trabalho a plataforma de lançamento de uma campanha pela indexação dos salários dos trabalhadores. De acordo com sua primeira proposta, as negociações dos dissídios coletivos anuais passariam a ser trimestrais.

Noutra sugestão, de um sindicalista tucano (repetindo, tucano), toda vez que a inflação bater a marca dos 3% sobre o último reajuste, seria acionado um gatilho, elevando os salários. Na aparência, repõe aquilo que o trabalhador perde com a desvalorização da moeda. Na vida real, gera mais inflação.

Nas festividades de hoje estão previstas as presenças de três candidatos a presidente (Aécio Neves, Eduardo Campos e Marina Silva), mais o comissário Gilberto Carvalho, representando a doutora Dilma. Boa ocasião para que todos denunciem a proposta como demagogia política e irresponsabilidade econômica.

A indexação de seja o que for está para uma sociedade assim como a cocaína para o organismo humano. O que o Brasil precisa é de menos indexação e, se há tarifas e serviços indexados, o que se deve discutir é o seu fim, não sua expansão.

Juntando-se a seriedade profissional do sindicalista Paulinho com a de todos os candidatos a presidente, mais a da doutora Dilma, ela não chega à metade da que tinha o professor Octavio Gouvea de Bulhões. Pois foi ele quem, em 1964, criou a correção monetária. Injetou um vírus no sistema do país, criando um ciclo de torpor que arruinou a sociedade.

Ela suportou seis moedas diferentes e a inflação foi a 1.764 % em 1990. Vale lembrar que Bulhões usou a indexação para restabelecer a confiança nos papéis do governo. Acreditava que ia ficar nisso.

Quando o governo emite mais do que pode, todo mundo perde. Imagine-se uma situação em que começa a chover. Todo mundo se molha. Contudo, alguns grupos protegem-se, buscando coberturas. A indexação cria um sistema pelo qual o governo passa a distribuir a proteção.

A partir desse momento, uma parte da sociedade lucra e outra rala. Trinta anos de inflação e correção monetária distribuíram lucros para o andar de cima e ruína para os trabalhadores.

A proposta do deputado é um instante de demagogia política diante de um governo atônito com a alta de preços. Quando os sábios da doutora Dilma pedem a prefeitos que adiem o reajuste de tarifas para limpar a inflação do fim do mês, põem em movimento um ciclo de malandragens que desembocam em propostas como a da Força Sindical.

Esses artifícios já custaram à doutora a perda da confiança de uma parte do empresariado. Outra parte, mais esperta, tira proveito do truque obtendo desonerações tributárias, juros camaradas e benefícios contratuais.

O que os trabalhadores precisam é de menos inflação e nenhuma indexação. A debilidade da gestão da doutora Dilma está no uso de remendos para segurar preços e, em matéria de esparadrapos, o mais perigoso é a volta da indexação dos salários. Se Aécio Neves, Eduardo Campos e Marina Silva tiverem coragem para enunciar essa simples verdade, a campanha pela sucessão presidencial do ano que vem começará bem. Afinal, não se pode acabar com a chuva, mas pode-se trocar governos que geram inflação e mutilam o valor da moeda.

01 de maio de 2013
Elio Gaspari é jornalista.

A INFLAÇÃO ENTRA PARA O DEBATE POLÍTICO


O deputado Paulo Pereira da Silva anunciou que fará das comemorações do Dia do Trabalho a plataforma de lançamento de uma campanha pela indexação dos salários dos trabalhadores. De acordo com sua primeira proposta, as negociações dos dissídios coletivos anuais passariam a ser trimestrais.

Noutra sugestão, de um sindicalista tucano (repetindo, tucano), toda vez que a inflação bater a marca dos 3% sobre o último reajuste, seria acionado um gatilho, elevando os salários. Na aparência, repõe aquilo que o trabalhador perde com a desvalorização da moeda. Na vida real, gera mais inflação.

Nas festividades de hoje estão previstas as presenças de três candidatos a presidente (Aécio Neves, Eduardo Campos e Marina Silva), mais o comissário Gilberto Carvalho, representando a doutora Dilma. Boa ocasião para que todos denunciem a proposta como demagogia política e irresponsabilidade econômica.

A indexação de seja o que for está para uma sociedade assim como a cocaína para o organismo humano. O que o Brasil precisa é de menos indexação e, se há tarifas e serviços indexados, o que se deve discutir é o seu fim, não sua expansão.

Juntando-se a seriedade profissional do sindicalista Paulinho com a de todos os candidatos a presidente, mais a da doutora Dilma, ela não chega à metade da que tinha o professor Octavio Gouvea de Bulhões. Pois foi ele quem, em 1964, criou a correção monetária. Injetou um vírus no sistema do país, criando um ciclo de torpor que arruinou a sociedade.

Ela suportou seis moedas diferentes e a inflação foi a 1.764 % em 1990. Vale lembrar que Bulhões usou a indexação para restabelecer a confiança nos papéis do governo. Acreditava que ia ficar nisso.

Quando o governo emite mais do que pode, todo mundo perde. Imagine-se uma situação em que começa a chover. Todo mundo se molha. Contudo, alguns grupos protegem-se, buscando coberturas. A indexação cria um sistema pelo qual o governo passa a distribuir a proteção.

A partir desse momento, uma parte da sociedade lucra e outra rala. Trinta anos de inflação e correção monetária distribuíram lucros para o andar de cima e ruína para os trabalhadores.

A proposta do deputado é um instante de demagogia política diante de um governo atônito com a alta de preços. Quando os sábios da doutora Dilma pedem a prefeitos que adiem o reajuste de tarifas para limpar a inflação do fim do mês, põem em movimento um ciclo de malandragens que desembocam em propostas como a da Força Sindical.

Esses artifícios já custaram à doutora a perda da confiança de uma parte do empresariado. Outra parte, mais esperta, tira proveito do truque obtendo desonerações tributárias, juros camaradas e benefícios contratuais.

O que os trabalhadores precisam é de menos inflação e nenhuma indexação. A debilidade da gestão da doutora Dilma está no uso de remendos para segurar preços e, em matéria de esparadrapos, o mais perigoso é a volta da indexação dos salários. Se Aécio Neves, Eduardo Campos e Marina Silva tiverem coragem para enunciar essa simples verdade, a campanha pela sucessão presidencial do ano que vem começará bem. Afinal, não se pode acabar com a chuva, mas pode-se trocar governos que geram inflação e mutilam o valor da moeda.

01 de maio de 2013
Elio Gaspari é jornalista.

EDUARDO CAMPOS ESTUDA NOVO SLOGAN DE CAMPANHA À PROVA DE CÓPIA

 

O governador Eduardo Campos, de Pernambuco, aspirante à sucessão da presidente Dilma, adotou como slogan temporário ou definitivo de campanha a frase que diz ser possível "fazer mais e melhor".

No recente programa de televisão que marcou os 10 anos do PT, Dilma e Lula se apropriaram do slogan de Eduardo. Em forma de jogral, disseram que "os brasileiros já aprenderam que é possível ter sempre mais". E que "nosso governo também aprendeu que é possível fazer cada vez mais e melhor".

A equipe de marketing de Eduardo trabalhou rápido e produziu outro slogan que poderá vir a ser adotado por ele: "Fazer mais e bem feito".

Não vê chance do novo slogan vir a ser copiado pela dupla dinâmica.

 
01 de maio de 2013
in blog do noblat

DA VENEZUELA PODERÁ SURGIR O CAOS; MAS TAMB[EM A LUZ!

DA VENEZUELA PODERÁ SURGIR O CAOS; MAS TAMBÉM A LUZ!
Montagem que circula sem parar pelas redes sociais: o presidente da Assembléia Nacional da Venezuela, Diosdado Cabello, também conhecido pela alcunha de "gusano".

VÍDEO MOSTRA O ATAQUE DOS CHAVISTAS


HERRAMIENTA DE TRADUCCIÓN EN LA COLUMNA A LA DERECHA ABAJO

O truculento ataque da tropa de assalto chavista contra os deputados oposicionistas no plenário da Assembléia Nacional da Venezuela chocou o mundo. Menos em Cuba, na Coréia do Norte e na China.

No Brasil os jornalões mais uma vez, patrulhados pelo jornalismo "disquerda", tergiversou e as matérias que li nos sites dos principais jornais não refletem a realidade. Não há fotos nem vídeos, embora aqui no blog, em posts abaixo, os leitores poderão ver tudo detalhadamente.

Não sei o que as televisões brasileiras mostraram porque não vejo televisão. Ver aquele teatrinho da Globo para dar uma informação me causa, como diria, um certo enfado e uma vontade louca de imediatamente desligar antes que um acesso de fúria me leve a despedaçar o televisor.

Não tenho paciência para ver e ouvir esse tipo de jornalismo pasteurizado. Logo eu, velho de guerra do jornalismo, que há mais de 40 anos exerço esta profissão, simplesmente não dá para aturar coleguinhas querendo se passar por imparciais, quando na verdade são todos militantes do PT e seus satélites, como o deplorável PSOL, PSTU, PCdoB (como é que não existe mais o comunismo?) e como se não bastasse toda essa idiotia agora também sugiram os "sonháticos" da rede ecochata. Os "sonháticos" na verdade são petralhas de carteirinha que procuram algo mais, digamos assim, "light".

Mas voltando à Venezuela, pelo que se vê o Nicolás Maduro, o usurpador, é, com já disse aqui no blog, um "cadáver político". O chavismo sem Chávez virou espuma rala. Agora a Venezuela já não é mais, como apregoavam esses jornalistas bolivarianos, um país dividido. Calcula-se que o número de chavistas não passe de 30%. Houve uma migração em massa para a oposição.

Há pouco vi um vídeo de uma assembléia de trabalhadores tendo no palanque o líder oposicionista Henrique Capriles, realizada nesta terça-feira, assembléia essa alusiva ao Dia do Trabalho que se comemora nesta quarta-feira, 1º de Maio. Coisa grande e surpreendente. Ao final deste comentário vocês podem conferir.

Nas redes sociais os oposicionistas não descansam. Recebi trocentos twittes desde Caracas e de mais de uma dezena de cidades venezuelanas. O blog é bem lido por lá e também nos demais países latino-americanos, nos Estados Unidos e na Europa. Colegas jornalistas ilustres de nível internacional também me honram seguindo-me pelo Twitter. O mesmo faço eu com a minha timeline rodando 24 horas. Haja tempo para processar todas essas informações.

O que fica muito claro é que a situação na Venezuela é tensa. E ficou mais tensa depois que um bando de brucutus vestidos com agasalhos estampados com as cores da bandeira venezuelana, iguais àqueles que o finado tiranete usava muito, avançaram sobre os deputados oposicionistas ao primeiro som das vuvuzelas. É que Diosdado Cabello, um sujeito que tem cara de verme, é um ex-milico convertido ao chavismo e se tem comportado como um pequeno Hitler.
Quer obrigar os deputados oposicionistas a reconhecer Nicolás Maduro, o usurpador, como presidente legítimo, embora tenha chegado ao Palácio Miraflores por meio uma fraude escandalosa.

Como os oposicionistas se negam a reconhecer Nicolás, o usurpador, Diosdado Cabello resolveu cassar a palavra da Oposição há várias semanas. Nesta terça-feira, face ao despotismo do pequeno "gusano" (verme em español), os deputados que seguem Capriles sopraram vuvuzelas. Foi como a senha para desatar a sanha assassina da tropa de assalto do Führer cucaracha.
O resultado foi uma sessão de pancadaria da qual não escaparam nem as mulheres deputadas. Da mesa, o Führer deixava escapar um sorriso cínico cheio de satisfação, expressão comum do sadismo que é uma perversão.

Diosdado Cabello não é apenas o presidente da Assembléia Nacional. É o número 1 do chavismo. O que dá uma idéia de quem comanda a Venezuela. Maduro só está presidente porque é homem de confiança absoluta de Fidel Castro e seu irmão Raúl. Maduro foi treinado desde jovem em Cuba, antes de ocupar o cargo de chofer de autobus.
É apenas uma marionete de Fidel Castro. Sua missão não é governar a Venezuela, mas prover Cuba com petróleo todas as semanas, caso contrário a Ilha comunista sofrerá um apagão geral. Portanto, é briga de vida ou morte para Fidel e seus acólitos.

A morte de Chávez coincidiu com o ápice da esculhambação geral na Venezuela. Escassez de alimentos, de medicamentos, indústrias destruídas e estatizadas e a PDVSA, a Petrobras venezuelana, anarquizada. Imaginem, uma situação dessas e mais uma desvalorização brutal do bolívar com inflação alta! Ora, isso fez imediatamente que boa parte dos chavistas caísse na real. Passaram-se com armas e bagagens para o lado de Henrique Capriles.

E, pelo que se nota, o afável e educado Henrique Capriles desta feita não está para brincadeira e não irá reconhecer Nicolás Maduro com vitorioso na eleição. Exige uma completa recontagem dos votos e conta com o apoio de mais da metade da população venezuelana. E olhem que o chavismo domina todos os veículos de comunicação eletrônicos da Venezuela. Por enquanto só a TV Globovisión veicula matérias da oposição. E mesmo sem ter espaço na grande mídia Henrique Capriles é atualmente a maior liderança política da Venezuela. Perto dele, Nicolás Maduro é um espantalho.

Isto é o que está ocorrendo na Venezuela que a grande mídia internacional e a nossa aqui no Brasil escamoteiam. A mídia brasileira, em quase 100% é totalmente bolivariana. Tanto é que Mônica Bergamo, festejada colunista social da Folha de S. Paulo foi à Venezuela especialmente para ver o "pajarito" de Nicolás Maduro. E produziu, como não poderia deixar de ser, uma generosa entrevista que foi publicada nesse jornal na véspera da eleição.

Não se sabe se a pauta foi do baiano João Santana, o ministro sem pasta do governo da Dilma, que cuida do marketing do PT. Santana foi o chefe de propaganda da campanha de Maduro. Dizem que o home é fera. Mas desta feita o voo do "pajarito" foi curto e razo. Será que Santana está mesmo com essa bola toda?

É que os jornalistas em sua maioria detestam a internet e não sabem nem mesmo utilizar as redes sociais. Poucos são aqueles que se familiarizaram com estas novas mídias. Sim, porque a internet é uma nova mídia e tem a sua própria linguagem e forma. Não que a mídia tradicional vá se acabar. Não. Mas quem trabalha com comunicação tem de estar ligado na grande rede.

Por enquanto os jornalões e, principalmente as redes de televisão continuarão a ser os veículos que formam a opinião pública. Mas num futuro de médio prazo as redes sociais turbinadas pelos dispositivos móveis mudarão esse panorama. Já antevejo o movimento lento dos dinossauros... carregando aquele fardo cheio de ideias dos anos 60 do século passado.
Da Venezuela poderá surgir o caos, mas também a luz!

CAPRILES EM ASSEMBLÉIA DE TRABALHADORES

 
01 de maio de 2013
in aluizio amorim

SOBRE MINHAS OJERIZAS


Pois, Rodrigo, não é que eu vista a roupa de homem comum. Sou um homem comum, inclusive quando leio bons livros e escuto boa música, afinal isto também faz parte da vida do homem comum. Sou homem comum, mas tenho minhas manias. Ou meus princípios, como quisermos.

Minha infância está tomada por Disney. Tenho centenas de horas de leitura de Pato Donald, Mickey, Pateta, Tio Patinhas. Foram revistinhas que me ajudaram no aprendizado da leitura. Aliás, diria que estão na base do aprendizado de todo brasileiro que hoje tenha mais de 60 anos. Ler publicações da Disney quando se é criança nada tem de vergonhoso. Nem mesmo quando adolescente. E mesmo se você, adulto, quiser dar uma repassada nas revistinhas de seus dias de criança, nada demais. Para bom leitor, toda leitura sempre tem sentido. Escrevia há pouco um dos participantes do debate:

- Acredito que uma das qualidades essenciais a um intelectual (ou pelo menos a quem se pretende) seja a capacidade de compreender e refletir sobre as inquietações de seu tempo, bem como ter a sensibilidade necessária para estabelecer relações entre as diferentes manifestações culturais. Quem disse que não é possível escutar ecos de um Goethe ou Kafka em meio às agruras existenciais do Batman ou Hulk?!

Sem dúvida alguma. É o casco da ferradura quando bate na calçada, como dizia Agripino Grieco. São inserções de roteiristas que se pretendem hábeis e querem dar algum verniz de erudição a suas historietas anódinas. Mas Batman ou Hulk não são os foruns adequados para debatermos inquietações de Goethe ou Kafka.

Vou mais longe: claro que se pode fazer uma reflexão inteligente a partir dessas historietas. Bem ou mal, elas refletem idiossincrasias da época. Posso analisar comportamentos da classe média americana a partir do Tio Patinhas ou Pato Donald. Como também a partir dos super-heróis. Ou de qualquer outra historieta ou filme bobo. Já Disneylândia é outra coisa.

Disneylândia é um chamado de consumo, quase um atentado à infância do país. Há escolas que organizam excursões aos parques da Disney e ai da criança que não for. Se sentirá diminuída ante os que foram. Os pais sabem disso e, mesmo que tenham poucas posses, fazem das tripas coração para mandar o rebento aos States. Se você paga cinco ou dez reais por uma revistinha, Disneylândia é mais salgado.

Sim, tenho filha. Poderia morrer chorando, eu jamais a levaria lá. Sou da época em que filhos não mandavam em casa. Se os pais hoje são escravos de seus rebentos, jamais participei nem participo desta filosofia. Ofereceria à minha filha o mundo todo. Jamais a Disneylândia. Isso sem falar em outras manias ianques que abomino. Meus pés jamais pisarão parques temáticos. Há muita coisa linda no mundo fora do roteiro das multidões.

Sou fanzoca de Asterix, que considero literatura e das boas. Em minha biblioteca, ao lado de Tomás de Aquino e Casanova, estão as “obras completas” de Goscinny e Uderzo. Quando em Paris, pensei ir à inauguração do Parc Axterix, em Oise. Pelo que sabia então, até suas ruelas exalavam odores de comida, para estimular o apetite dos visitantes. Recurso besta, mas vá lá. Foi quando soube que era proibido consumir álcool no parque. Querem então que eu, estando na França, coma sem beber vinho? Não fui. Estupidez tem limite e não tenho paciência com coisas estúpidas.

Já viajei por países onde o álcool é proibido. Se é proibido, não serei eu quem desrespeitará a legislação local. Mas na França álcool não é proibido. Enfim, diria que não perdi nada. Literatura é uma coisa e pode ser consumida em casa. Um parque não traduzirá o encanto da literatura.

Desde que me entendo por gente, sou hostil ao que atrai milhões. Inteligência é moeda rara e não existem no mundo milhões de pessoas inteligentes. Daí minha ojeriza a best-sellers e shows que atraem multidões. A multidão máxima que suporto é a de uma sala de ópera. Mais do que isso, espetáculo algum terá minha presença.

Vi outro dia, na televisão, o último Batman. Como o filme foi em prosa e verso cantado, decidi ver o que andam vendo por aí. Filme sem dúvida tecnicamente bem feito, afinal o mercado não pode oferecer qualquer lixo aos consumidores. Mas que ridículo atroz, meu Deus! (Há horas em que viro místico!). Que faz aquele personagem com os músculos do rosto à mostra? Não existem cirurgiões plásticos em Gotham City? O recurso, obviamente, é para chocar o espectador. Resulta ridículo e acaba não chocando ninguém.

Há alguns anos, vi declarações de um produtor americano, explicando por que havia tanta flatulência nos filmes ianques. Dizia que puns fazem adolescentes rir. Como o cinema está sendo dirigido aos jovens, satisfaça-se a estupidez inerente à adolescência. O problema é que barbados buscam tais filmes. Vão ao cinema para rir de flatulências. Pelo jeito, não tiveram adolescência.

Fui um apaixonado pelo cinema. Fiz um ano de curso de cinema na Stockholms Universitet, em cuja cinemateca revi toda a história do cinema mudo. Em meus dias como jornalista na Europa, cobri os festivais de Berlim, Cannes e Cartago. Eram outros tempos, os de Ingmar Bergman, Federico Fellini, Kurosawa, Sam Peckinpah, Costa-Gavras, Buñuel, Visconti. Vivi em uma Porto Alegre que respirava cinema. Sexta-feira, à meia-noite, tínhamos sempre a pré-estréia de algum filme de um cineasta importante. Os sábados eram dominados pela discussão da obra, que percorria a semana toda. Eram filmes que mereciam um debate.

Verdade que também eram os tempos de Godard e Antonioni, cineastas que levaram gerações a ver seus monótonos abacaxis nas salas de cinema. Chatos, mas pelo menos não ridículos como essa safra de blockbusters ianques. Do Godard, fui testemunha de uma gafe genial.

Ocorreu no cine Rex, anos 70, na pré-estréia de Alphaville, de Jean-Luc Godard. O suíço tinha suas idiossincrasias e o público não o entendia muito bem. Em meio ao filme, o detetive Lemmy Caution, interpretado por Eddie Constantin, fuzila alguém com dois tiros na testa. Mais adiante, o fuzilado reaparece, vivo e em plena forma. A platéia estava confusa. Jefferson Barros, crítico então marxista (mais tarde viraria muçulmano. Acontece) , brilhou com sua interpretação. Que não podíamos pensar o cinema godardiano a partir de nossa concepção cronológica de tempo. Que o tempo, para o cineasta, era interior, psicológico, acronológico. Era o tempo de Bergson em a Évolution Créatrice, explorado por Proust em A la Recherche du Temps Perdu e retomado por Joyce, em Ulisses.

A tese durou o que duram as rosas. Quando o filme entrou em cartaz, desvendou-se o mistério: na pré-estréia, o operador havia trocado os rolos. A tese do crítico pode ter tido vida breve. Mas era brilhante, sem dúvida alguma. Longe de mim pretender que alguém pense como penso, ou gostar do que gosto. Cada um com seu cada qual. O que não se admite é qualificar como arte embustes que a indústria de Hollywood produz para conquistar platéias. De apaixonado pelo cinema, virei desiludido com o cinema.

Se um dia atravessei países para ver bons filmes, hoje há anos que não vou em uma sala. Tenho me refugiado no cinema antigo. Revi, nestes dias, Uma arma para Johnny, do Dalton Trumbo, e Freaks, la monstrueuse parade, do Tod Browning. Recomendo aos jovens que curtem blockbusters. É um outro cinema.

01 de maio de 2013
janer cristaldo