Zé Dirceu, "o chefão do PT",é mais influente no governo do que se pensa.
Desde que foi abatido pelo escândalo do mensalão, em 2005, tudo em que o ex-ministro José Dirceu se envolve é sempre enevoado por suspeitas. Oficialmente, ele ganha a vida como um bem sucedido consultor de empresas instalado em São Paulo. Na clandestinidade, porém, mantém um concorrido “gabinete” a 3 quilômetros do Palácio do Planalto, instalado numa suíte de hotel.
Tem carro à disposição, motorista, secretário e, mais impressionante, mantém uma agenda sempre recheada de audiências com próceres da República – ministros, senadores e deputados, o presidente da maior estatal do país. José Dirceu não vai às autoridades. As autoridades é que vão a José Dirceu, numa demonstração de que o chefão – a quem continuam a chamar de “ministro” – ainda é poderoso.
A edição de VEJA que chega às bancas neste sábado revela a verdade sobre uma das atividades do ex-ministro: mesmo com os direitos políticos cassados, sob ameaça de ir para a cadeia por corrupção, ele continua o todo-poderoso comandante do PT. E agora com um ingrediente ainda mais complicador: ele usa toda a sua influência para conspirar contra o governo Dilma – e a presidente sabe disso.
A conspiração chegou ao paroxismo durante a crise que resultou na queda de Antonio Palocci da Casa Civil, no início de junho. Na ocasião, Dirceu despachou diretamente de seu bunker instalado na área vip de um hotel cinco estrelas de Brasília, num andar onde o acesso é restrito a hóspedes e pessoas autorizadas.
Foram 45 horas de reuniões que sacramentaram a derrocada de Palocci e nas quais foi articulada uma frustrada tentativa do grupo do ex-ministro de ocupar os espaços que se abririam com a demissão. Articulação minuciosamente monitorada pelo Palácio do Planalto, que já havia captado sinais de uma conspiração de Dirceu e de seu grupo para influir nos acontecimentos daquela semana.
Imagens obtidas por VEJA e que estão na galeria que ilustra esta reportagem mostram que Dirceu recebeu, entre 6 e 8 de junho, visitantes ilustres como o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, os senadores Walter Pinheiro, Delcídio Amaral e Lindbergh Farias, todos do PT, e Eduardo Braga, do PMDB, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, e os deputados Devanir Ribeiro e Cândido Vaccarezza, do PT, e Eduardo Gomes, do PSDB. Esteve por lá também o ex-senador tucano Eduardo Siqueira Campos.
Apesar de tantas articulações, Dirceu não conseguiu abocanhar cargos para seus indicados no governo. A presidente Dilma já havia sido advertida por assessores do perigo de delegar poderes a companheiros que orbitam em torno de Dirceu.
Dilma também conhece bem os caminhos da guerrilha política e não perde de vista os passos do chefão. “A Dilma e o PT, principalmente o PT afinado com o Dirceu, vivem uma relação de amor e ódio”, diz um interlocutor da confiança da presidente e do ex-ministro.
Dirceu anda muito insatisfeito com o fato de a legenda não ter conseguido, como previra, impor-se à presidente da República. Dilma está resistindo bem. Uma faxina menos visível é a que ela está fazendo nos bancos públicos. Aos poucos, vem substituindo camaradas ligados a Dirceu por gente de sua confiança. E o chefão não tem gostado nada disso.
O advogado Hélio Madalena e o hotel onde funciona o "gabinete" do ex-ministroProcurado por VEJA, Dirceu não respondeu às perguntas que lhe foram feitas. A suíte reservada permanentemente ao “ministro” custa 500 reais a diária.
Quem paga a conta é o escritório de advocacia Tessele & Madalena, que tem como um dos sócios outro ex-assessor de Dirceu, o advogado Hélio Madalena. Na última quinta-feira, depois de ser indagado sobre o caso, Madalena instou a segurança do hotel Naoum a procurar uma delegacia de polícia para acusar o repórter de VEJA de ter tentado invadir o apartamento que seu escritório aluga e, gentilmente, cede como “ocupação residencial” a José Dirceu.
O jornalista esteve mesmo no hotel, investigando, tentando descobrir que atração é essa que um homem acusado de chefiar uma quadrilha de vigaristas ainda exerce sobre tantas autoridades. Tentando descobrir por que o nome dele não consta na relação de hóspedes. Tentando descobrir por que uma empresa de advocacia paga a fatura de sua misteriosa “residência” em Brasília.
Enfim, tentando mostrar a verdade sobre as atividades de um personagem que age sempre na sombra. E conseguiu. Mas a máfia não perdoa.
*Leiam a matéria completa e galeria de fotos em Veja.abril.com.br
Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
sábado, 27 de agosto de 2011
OS PADRINHOS DO ATRASO
Está difícil segurar. As baratas vão voar. Se aposenta, Sarney! Desencarna, Lula.
A idade avançada talvez cobre um preço alto a sua memória recente. Como o presidente do Senado, José Sarney, pôde endossar os supersalários, apenas dois meses depois de ser obrigado a limitá-los ao teto do funcionalismo público? A decisão é inconstitucional, ilegal, imoral. Beneficia uns 700 servidores, que poderão voltar a ganhar acima de R$ 26.723,15, mais que os ministros do STF. Vamos todos doar para a campanha “servidor-esperança”.
Entendi. Sarney escutou Dilma dizer que o foco de seu governo não é a ética, mas “a faxina contra a pobreza”. E resolveu seguir o conselho da presidente à risca. Seus servidores no Senado ameaçavam greve. Não conseguiriam viver dignamente com menos de R$ 26 mil por mês. Estavam com medo de não poder voar mais de primeira classe. Com a caça às bruxas até no ar, não são todos os que têm o direito de usar helicópteros da PM e jatinhos de empresários para lazer pessoal.
“É como na música do Caetano: é o avesso do avesso do avesso”, disse Ricardo Ferraço, do PMDB do Espírito Santo. Ferraço é relator da reforma administrativa do Senado. Mas que reforma é esta que não resiste à influência do padrinho maranhense sobre um tribunal de Brasília? “É inacreditável”, disse ele. “O teto está na Constituição.” O assombro de Ferraço é o mesmo de todos nós. Essa limitação salarial existe desde 1998. Com todo o respeito, alguém precisa chamar o presidente do Senado à razão.
Sarney consegue, no ocaso de sua vida política, personificar todo o atraso de um país. Lula um dia o chamou de ladrão e depois beijou sua mão. A rima é inofensiva. Mas a blindagem de Sarney é nociva. Ele é o líder de um clã que enriqueceu à custa do povo sofrido do Maranhão, um dos Estados mais miseráveis do Brasil. Imagino que, na faxina contra a pobreza da diarista Dilma, o Estado do sinhozinho Sarney seja uma das prioridades.
O episódio do helicóptero da PM, cedido por Roseana para levar o pai a sua ilha particular de Curupu, é até menor. Ministros do STF desaprovaram como “um desvio de finalidade” o uso pessoal de uma aeronave destinada à segurança e à saúde do povo. Mas a maior contribuição de Sarney para o atraso do Brasil é agir como se fosse o ditador líbio de uma capitania hereditária. É como se estivesse descolado do atual processo nacional.
Vive num outro tempo.
“Tenho direito a transporte de representação, e não somente a serviço. É chefe de Poder.” E assim o intocável Sarney ignora a lei de improbidade. Políticos que usam bens públicos em “obra ou serviço particular” podem ser punidos com a perda da função e suspensão de direitos políticos. Sabemos, porém, que nada vai acontecer com o oligarca. Como disse Lula, ele “não é um homem comum”.
Os descaminhos levam ao padrinho-mor, Lula, que não consegue desencarnar do poder. Deveria ser inconstitucional um ex-presidente da República despachar com ministros para tratar assuntos de governo. É escandaloso que Lula crie um governo paralelo, com base em São Paulo, para cobrar ações de ministros de Dilma. Não satisfeito em montar um ministério bichado por escândalos, Lula aponta o candidato do PT à prefeitura de SP. E freia o combate presidencial à corrupção.
Coincidência? Na semana em que Lula volta ao palco como eminência nada parda, os ministros Negromonte, das Cidades, e Novais, do Turismo, ganham uma sobrevida. Esses dois estão por um peteleco. Exonerar Paulo Bernardo das Comunicações é mais complicado, por ser casado com Gleisi. E ele “só” pegou carona na farra aérea.
Com a guerra deflagrada entre congressistas que se chamam de “débil mental” e “safado”, a folha corrida de políticos continuará a vazar. A do PP está às claras: 18 deputados respondem por irregularidades. Os dois Cunha, Eduardo (PMDB) e João Paulo (PT), não vão mais comandar a reforma da Justiça, por serem réus. A OAB acaba de lançar o site Observatório da Corrupção.
Está difícil comprar briga com a sociedade. Vai ser difícil segurar. As baratas vão voar. Se aposenta, Sarney! Desencarna, Lula!
Ruth de Aquino.
Época.com.br
A idade avançada talvez cobre um preço alto a sua memória recente. Como o presidente do Senado, José Sarney, pôde endossar os supersalários, apenas dois meses depois de ser obrigado a limitá-los ao teto do funcionalismo público? A decisão é inconstitucional, ilegal, imoral. Beneficia uns 700 servidores, que poderão voltar a ganhar acima de R$ 26.723,15, mais que os ministros do STF. Vamos todos doar para a campanha “servidor-esperança”.
Entendi. Sarney escutou Dilma dizer que o foco de seu governo não é a ética, mas “a faxina contra a pobreza”. E resolveu seguir o conselho da presidente à risca. Seus servidores no Senado ameaçavam greve. Não conseguiriam viver dignamente com menos de R$ 26 mil por mês. Estavam com medo de não poder voar mais de primeira classe. Com a caça às bruxas até no ar, não são todos os que têm o direito de usar helicópteros da PM e jatinhos de empresários para lazer pessoal.
“É como na música do Caetano: é o avesso do avesso do avesso”, disse Ricardo Ferraço, do PMDB do Espírito Santo. Ferraço é relator da reforma administrativa do Senado. Mas que reforma é esta que não resiste à influência do padrinho maranhense sobre um tribunal de Brasília? “É inacreditável”, disse ele. “O teto está na Constituição.” O assombro de Ferraço é o mesmo de todos nós. Essa limitação salarial existe desde 1998. Com todo o respeito, alguém precisa chamar o presidente do Senado à razão.
Sarney consegue, no ocaso de sua vida política, personificar todo o atraso de um país. Lula um dia o chamou de ladrão e depois beijou sua mão. A rima é inofensiva. Mas a blindagem de Sarney é nociva. Ele é o líder de um clã que enriqueceu à custa do povo sofrido do Maranhão, um dos Estados mais miseráveis do Brasil. Imagino que, na faxina contra a pobreza da diarista Dilma, o Estado do sinhozinho Sarney seja uma das prioridades.
O episódio do helicóptero da PM, cedido por Roseana para levar o pai a sua ilha particular de Curupu, é até menor. Ministros do STF desaprovaram como “um desvio de finalidade” o uso pessoal de uma aeronave destinada à segurança e à saúde do povo. Mas a maior contribuição de Sarney para o atraso do Brasil é agir como se fosse o ditador líbio de uma capitania hereditária. É como se estivesse descolado do atual processo nacional.
Vive num outro tempo.
“Tenho direito a transporte de representação, e não somente a serviço. É chefe de Poder.” E assim o intocável Sarney ignora a lei de improbidade. Políticos que usam bens públicos em “obra ou serviço particular” podem ser punidos com a perda da função e suspensão de direitos políticos. Sabemos, porém, que nada vai acontecer com o oligarca. Como disse Lula, ele “não é um homem comum”.
Os descaminhos levam ao padrinho-mor, Lula, que não consegue desencarnar do poder. Deveria ser inconstitucional um ex-presidente da República despachar com ministros para tratar assuntos de governo. É escandaloso que Lula crie um governo paralelo, com base em São Paulo, para cobrar ações de ministros de Dilma. Não satisfeito em montar um ministério bichado por escândalos, Lula aponta o candidato do PT à prefeitura de SP. E freia o combate presidencial à corrupção.
Coincidência? Na semana em que Lula volta ao palco como eminência nada parda, os ministros Negromonte, das Cidades, e Novais, do Turismo, ganham uma sobrevida. Esses dois estão por um peteleco. Exonerar Paulo Bernardo das Comunicações é mais complicado, por ser casado com Gleisi. E ele “só” pegou carona na farra aérea.
Com a guerra deflagrada entre congressistas que se chamam de “débil mental” e “safado”, a folha corrida de políticos continuará a vazar. A do PP está às claras: 18 deputados respondem por irregularidades. Os dois Cunha, Eduardo (PMDB) e João Paulo (PT), não vão mais comandar a reforma da Justiça, por serem réus. A OAB acaba de lançar o site Observatório da Corrupção.
Está difícil comprar briga com a sociedade. Vai ser difícil segurar. As baratas vão voar. Se aposenta, Sarney! Desencarna, Lula!
Ruth de Aquino.
Época.com.br
A DÉBIL PRESIDENTA DE NADA E COISA NENHUMA
E A REPÚBLICA SINDICALISTA DO CRIME FEDERATIVO DO brasil ASSENHOREADO PELOS CANALHAS.
O RACIOCÍNIO (?) ESTÚPIDO DA "PRESIDENTA"
“A crise internacional deve nos preocupar sempre, mas a gente tem sempre de ter consciência de uma coisa. Sabe qual é? Nós, hoje, estamos em muito, mas em muito melhores condições para enfrentar. Ela é uma crise de outra característica, é a mesma crise, começou lá atrás. Na verdade, começou no final de 2007, inicio de 2008. Ela é uma crise financeira profunda do sistema financeiro dos países envolvidos. É uma crise de confiança porque não se recupera o consumo, nem o investimento. O dinheiro está empossado, ela pode durar mais tempo do que se espera. Agora, o Brasil nessas condições deu vários passos. Hoje, nós demos mais um passo. Qual é o passo? É contar com a imensa força dos 190 milhões para investir, para consumir, para trabalhar e para empreender. Além disso, nós temos 350 bilhões de reserva, da última vez que eu vi, e temos quase 420 bilhões de depósitos compulsórios”.
Outro :
“Eu acho que é uma crise que não é daquela forma. Não esperem… aliás, pode até acontecer, mas você não espera catástrofes do porte daquela do Lehman Brothers, a não ser que infelizmente algum banco quebre, o que eu não acredito que deixarão isso ocorrer”.
Íntegra :
Discurso sobre o Nada: o neurônio e a crise
Jornais e revistas nunca publicam o que disse a presidente em dilmês ─ arcaico, rústico ou castiço. Publicam a versão em português do que acham que a presidente quis dizer no estranho subdialeto que inventou. Essa preciosidade linguística só pode ser encontrada em dois lugares: nesta coluna (sobretudo nos grandes textos de Celso Arnaldo) e no Blog do Planalto. Talvez por temerem um pito, talvez por não entenderem nada, os redatores federais não ousam mexer no palavrório da chefe. Transcrevem o que ouvem nas gravações, reimplantam os erres amputados dos verbos no infinitivo e ponto final.
Contemplado em sua inteireza, o dilmês em estado bruto escancara os labirintos percorridos pelo neurônio solitário quando acionado para discorrer sobre qualquer tema. Na entrevista coletiva desta semana, por exemplo, um repórter quis saber o que a presidente tem a dizer sobre a crise econômica internacional. O que saiu na imprensa não tem nada a ver com o que saiu da cabeça da entrevistada. Conforme a assustadora transcrição feita pelo Blog do Planalto, foi o seguinte:
“A crise internacional deve nos preocupar sempre, mas a gente tem sempre de ter consciência de uma coisa. Sabe qual é? Nós, hoje, estamos em muito, mas em muito melhores condições para enfrentar. Ela é uma crise de outra característica, é a mesma crise, começou lá atrás. Na verdade, começou no final de 2007, inicio de 2008. Ela é uma crise financeira profunda do sistema financeiro dos países envolvidos. É uma crise de confiança porque não se recupera o consumo, nem o investimento. O dinheiro está empossado, ela pode durar mais tempo do que se espera. Agora, o Brasil nessas condições deu vários passos. Hoje, nós demos mais um passo. Qual é o passo? É contar com a imensa força dos 190 milhões para investir, para consumir, para trabalhar e para empreender. Além disso, nós temos 350 bilhões de reserva, da última vez que eu vi, e temos quase 420 bilhões de depósitos compulsórios”.
Oremos.
UMA PALESTRA DE REINALDO AZEVEDO
Aqueles que focam sua atenção no que se passa no cenário político brasileiro, sobretudo nesses tempos obscuros, em que a grande maioria da população, de alguma forma acomodou-se aos fatos tenebrosos que enlameiam a vida pública, tantas são as manchetes que a cada semana noticiam escândalos nos altos escalões do governo, sabem quem é Reinaldo Azevedo, um dos mais combativos colunistas políticos de opinião.
Essa familiaridade com a corrupção, a fraude, o peculato, o nepotismo, termina por insensibilizar o cidadão; por provocar uma letargia capaz de anular qualquer forma de reação.
O desinteresse, a alienação, o distanciamento, apenas favorecem a continuidade de práticas políticas criminosas, apenas alimentam um projeto de poder que terminará por tragar os valores mais caros da nossa civilização, retirando a esperança de um país para as gerações futuras.
Marcha, se não for pela maconha, ou pelo direito das minorias radicais, enxergo apenas a marcha à ré promovida pela apatia e pela aceitação do desastre, como se fossem algo inelutáveis.
Reinaldo Azevedo cria o termo "petralha" (PT com os 'irmãos metralha') para definir com muita propriedade, o que assistimos estarrecidos no Brasi do "nunca antes nesse país".
Vamos a palestra.
Essa familiaridade com a corrupção, a fraude, o peculato, o nepotismo, termina por insensibilizar o cidadão; por provocar uma letargia capaz de anular qualquer forma de reação.
O desinteresse, a alienação, o distanciamento, apenas favorecem a continuidade de práticas políticas criminosas, apenas alimentam um projeto de poder que terminará por tragar os valores mais caros da nossa civilização, retirando a esperança de um país para as gerações futuras.
Marcha, se não for pela maconha, ou pelo direito das minorias radicais, enxergo apenas a marcha à ré promovida pela apatia e pela aceitação do desastre, como se fossem algo inelutáveis.
Reinaldo Azevedo cria o termo "petralha" (PT com os 'irmãos metralha') para definir com muita propriedade, o que assistimos estarrecidos no Brasi do "nunca antes nesse país".
Vamos a palestra.
VERDADES SOBRE A EMPULHAÇÃO CHAMADA "CAMPANHA DA LEGALIDADE"
A EMPULHAÇÃO DA LEGALIDADE
A campanha da legalidade serviu muito mais para assegurar o plano da esquerda de tomar o poder de assalto do que especificamente manter a ordem institucional brasileira.
Neste mês de agosto, comemora-se a famigerada campanha da legalidade. Em 1961, Brizola organizou uma resistência armada no Palácio Piratini contra a oposição existente à assunção de Joao Goulart como Presidente da República, no momento em que o Brasil passava por grande agitação política, sindical e militar. Os que escrevem versando sobre este tema, geralmente colocam a culpa nos militares e na elite, sendo aqueles os mais criticados. Esta campanha é vista hoje com nuances de heroísmo e de orgulho especialmente por parte dos gaúchos. Mas não deveria sê-lo.
Os analistas da história brasileira vêm praticando, (salvo raras exceções) invariavelmente o mesmo erro: sacar um fato isolado das circunstâncias políticas, ideológicas e históricas da época. Assim, acabam por distorcer a realidade dos acontecimentos em prol de suas próprias ideologias, moldadas desde o ensino médio e potencializadas nos bancos universitários. [é uma das armas principal das esquerdas: isolar e destacar uma pequena parte que, fora do contexto, parece favorável aos esquerdistas.]
Naqueles dias, o país passava por um processo de transformação que, se não fosse detido, acabaria por transformar-nos em uma república popular, com todas as mazelas que o regime socialista carrega consigo: fome, perseguições, censura (censura mesmo), e a formação de uma elite partidária que engordaria suas contas bancárias à custa da miséria da população. Foi assim na ex-URSS, em Cuba, na China, no Camboja, na Coréia do Norte, no Vietnã, e no Laos, por exemplo. [situação que começa a se repetir hoje; as eventuais diferenças de agora com as daquela época não são fruto da vontade dos que estão tentando implantar o mesmo regime socialista e sim impostas pelas mudanças ocorridas daquela ocasião para os dias atuais.]
A partir do final da década de 1920, o país sofreu grande influência do Partido Comunista Russo e de correntes do Partido Comunista Chinês e Cubano. Lideranças foram recrutadas e levadas ao exterior com o propósito de serem doutrinados e transformados em agentes infiltrados cuja missão era desestabilizar a nação para que o regime socialista fosse vitorioso em sua revolução. Os resultados foram: constantes greves, paralisação nos serviços públicos, agitações na zona rural, atentados, e a quebra na disciplina e hierarquia dentro das Forças Armadas.
Ao colocarem os militares como principais opositores à posse de João Goulart, os historiadores parecem sofrer de uma espécie de amnésia contraditória: o Marechal Henrique Teixeira Lott era favorável à posse de Jango. Não obstante, o próprio Exército possuía setores que lhe eram favoráveis. Não fosse por este fato, Leonel Brizola não obteria o apoio do III Exército para resistir a um suposto golpe. As Forças Armadas, degradadas pela infiltração comunista dentro dos quartéis estavam, até certo ponto, divididas.
A situação se agrava com a visita de João Goulart à China, país comunista que já matara de fome, àquela época, mais de uma dezena de milhão de pessoas. Não eram somente os militares que estavam apreensivos com o retorno de Jango: na política, na sociedade e na Igreja, havia grande preocupação. Sobre isto, os analistas parecem se esquecer de que estes setores são também parte da sociedade brasileira, razão pela qual não podem ser considerados dissociados do povo brasileiro, em virtude de serem as classes mais esclarecidas e detentoras de uma capacidade crítica e de observação consideravelmente maior.
A ameaça à ordem institucional era clara, e a posse de Jango, sem as limitações impostas pela adoção do regime parlamentarista, traria sério risco à segurança do país, podendo levá-lo à guerra civil. As reformas propostas em seu plano continham viés flagrantemente socialista, e deveriam ser realizadas "na lei ou na marra", como diria Brizola.
A campanha da legalidade serviu muito mais para assegurar o plano da esquerda de tomar o poder de assalto do que especificamente manter a ordem institucional brasileira. Não se pode confiar somente ao povo os destinos do país, pois este é ignorante e facilmente influenciável pela promessa de justiça e prosperidade tão falada pelos adeptos dos regimes socialistas. Fosse assim, o comunismo não teria deixado em seu rastro mais de uma centena de milhão de mortes, sendo a imensa maioria delas por fome. [a prova maior e irrefutável de que o POVO é IGNORANTE é o fato bizarro do Lula ter sido eleito, reeleito, conseguir eleger um 'poste' como seu sucessor e continuar 'governando' por trás das cortinas - agora com o Instituto Penal Lula.]
Os entusiastas desta campanha, assim como de toda a "luta da esquerda por um mundo melhor" acusam a CIA, de maneira recorrente, de influenciar os destinos do Brasil. Diante do quadro geopolítico da época este tipo de afirmação não pode ser desconsiderado. No entanto, ignoram que a KGB atuou e ainda atua em apoio a esses movimentos. Parece que os americanos são sempre os bad guys, enquanto os russos são o mais cândido exemplo de democracia e luta pela liberdade. Os militares, segundo contam, apoiaram o golpe contra Jango, mas os militares também apoiaram Brizola na sua aventura. Isto parece que os historiadores se esquecem de considerar.
O fato é que o país estava mergulhado em uma grave situação, onde ideologias antagônicas quase levaram o Brasil a um conflito civil. Não eram apenas os militares que viam as potenciais ameaças com Jango no poder dentro do sistema presidencialista. Eles apenas alertaram a classe política acerca do perigo que se aproximava. Assim, foi possível a adoção de um regime parlamentarista que limitou os poderes do Presidente da República e garantiu a posse de Jango como representante do Estado, não de governo. Os temores se confirmariam nos próximos anos, com a anarquia generalizada nos serviços públicos, a promoção de atos de vandalismo nas cidades e de grupos armados no campo e com o aprofundamento da quebra na hierarquia e disciplina dentro das Forças Armadas, levando Luís Carlos Prestes a dizer em Moscou que a revolução comunista estava pronta a ser desencadeada no Brasil. Não contava, porém, com a organização da sociedade civil e a liderança dos comandantes das Forças Armadas que culminaria, três anos depois, frustrando a revolução comunista.
A posse de João Goulart era prevista na constituição e, portanto, legal. Mas a ameaça que esta representava falou mais alto aos ouvidos das lideranças nacionais. Se Jango fosse nazista, por exemplo, sua posse também estaria garantida. Mas deveria acontecer? A resposta é não, assim como sua proposta socialista foi rejeitada por se entender que colocaria o Brasil em um caminho sombrio e sem volta, não fosse pela eclosão de uma guerra civil.
Não tenho orgulho nenhum da Campanha da Legalidade. Tenho vergonha de como o povo gaúcho é tão facilmente manipulado pela construção fantasiosa de anti-heróis que são colocados em um pedestal pelo simples fato de serem gaúchos.
Lenilton Morato
A campanha da legalidade serviu muito mais para assegurar o plano da esquerda de tomar o poder de assalto do que especificamente manter a ordem institucional brasileira.
Neste mês de agosto, comemora-se a famigerada campanha da legalidade. Em 1961, Brizola organizou uma resistência armada no Palácio Piratini contra a oposição existente à assunção de Joao Goulart como Presidente da República, no momento em que o Brasil passava por grande agitação política, sindical e militar. Os que escrevem versando sobre este tema, geralmente colocam a culpa nos militares e na elite, sendo aqueles os mais criticados. Esta campanha é vista hoje com nuances de heroísmo e de orgulho especialmente por parte dos gaúchos. Mas não deveria sê-lo.
Os analistas da história brasileira vêm praticando, (salvo raras exceções) invariavelmente o mesmo erro: sacar um fato isolado das circunstâncias políticas, ideológicas e históricas da época. Assim, acabam por distorcer a realidade dos acontecimentos em prol de suas próprias ideologias, moldadas desde o ensino médio e potencializadas nos bancos universitários. [é uma das armas principal das esquerdas: isolar e destacar uma pequena parte que, fora do contexto, parece favorável aos esquerdistas.]
Naqueles dias, o país passava por um processo de transformação que, se não fosse detido, acabaria por transformar-nos em uma república popular, com todas as mazelas que o regime socialista carrega consigo: fome, perseguições, censura (censura mesmo), e a formação de uma elite partidária que engordaria suas contas bancárias à custa da miséria da população. Foi assim na ex-URSS, em Cuba, na China, no Camboja, na Coréia do Norte, no Vietnã, e no Laos, por exemplo. [situação que começa a se repetir hoje; as eventuais diferenças de agora com as daquela época não são fruto da vontade dos que estão tentando implantar o mesmo regime socialista e sim impostas pelas mudanças ocorridas daquela ocasião para os dias atuais.]
A partir do final da década de 1920, o país sofreu grande influência do Partido Comunista Russo e de correntes do Partido Comunista Chinês e Cubano. Lideranças foram recrutadas e levadas ao exterior com o propósito de serem doutrinados e transformados em agentes infiltrados cuja missão era desestabilizar a nação para que o regime socialista fosse vitorioso em sua revolução. Os resultados foram: constantes greves, paralisação nos serviços públicos, agitações na zona rural, atentados, e a quebra na disciplina e hierarquia dentro das Forças Armadas.
Ao colocarem os militares como principais opositores à posse de João Goulart, os historiadores parecem sofrer de uma espécie de amnésia contraditória: o Marechal Henrique Teixeira Lott era favorável à posse de Jango. Não obstante, o próprio Exército possuía setores que lhe eram favoráveis. Não fosse por este fato, Leonel Brizola não obteria o apoio do III Exército para resistir a um suposto golpe. As Forças Armadas, degradadas pela infiltração comunista dentro dos quartéis estavam, até certo ponto, divididas.
A situação se agrava com a visita de João Goulart à China, país comunista que já matara de fome, àquela época, mais de uma dezena de milhão de pessoas. Não eram somente os militares que estavam apreensivos com o retorno de Jango: na política, na sociedade e na Igreja, havia grande preocupação. Sobre isto, os analistas parecem se esquecer de que estes setores são também parte da sociedade brasileira, razão pela qual não podem ser considerados dissociados do povo brasileiro, em virtude de serem as classes mais esclarecidas e detentoras de uma capacidade crítica e de observação consideravelmente maior.
A ameaça à ordem institucional era clara, e a posse de Jango, sem as limitações impostas pela adoção do regime parlamentarista, traria sério risco à segurança do país, podendo levá-lo à guerra civil. As reformas propostas em seu plano continham viés flagrantemente socialista, e deveriam ser realizadas "na lei ou na marra", como diria Brizola.
A campanha da legalidade serviu muito mais para assegurar o plano da esquerda de tomar o poder de assalto do que especificamente manter a ordem institucional brasileira. Não se pode confiar somente ao povo os destinos do país, pois este é ignorante e facilmente influenciável pela promessa de justiça e prosperidade tão falada pelos adeptos dos regimes socialistas. Fosse assim, o comunismo não teria deixado em seu rastro mais de uma centena de milhão de mortes, sendo a imensa maioria delas por fome. [a prova maior e irrefutável de que o POVO é IGNORANTE é o fato bizarro do Lula ter sido eleito, reeleito, conseguir eleger um 'poste' como seu sucessor e continuar 'governando' por trás das cortinas - agora com o Instituto Penal Lula.]
Os entusiastas desta campanha, assim como de toda a "luta da esquerda por um mundo melhor" acusam a CIA, de maneira recorrente, de influenciar os destinos do Brasil. Diante do quadro geopolítico da época este tipo de afirmação não pode ser desconsiderado. No entanto, ignoram que a KGB atuou e ainda atua em apoio a esses movimentos. Parece que os americanos são sempre os bad guys, enquanto os russos são o mais cândido exemplo de democracia e luta pela liberdade. Os militares, segundo contam, apoiaram o golpe contra Jango, mas os militares também apoiaram Brizola na sua aventura. Isto parece que os historiadores se esquecem de considerar.
O fato é que o país estava mergulhado em uma grave situação, onde ideologias antagônicas quase levaram o Brasil a um conflito civil. Não eram apenas os militares que viam as potenciais ameaças com Jango no poder dentro do sistema presidencialista. Eles apenas alertaram a classe política acerca do perigo que se aproximava. Assim, foi possível a adoção de um regime parlamentarista que limitou os poderes do Presidente da República e garantiu a posse de Jango como representante do Estado, não de governo. Os temores se confirmariam nos próximos anos, com a anarquia generalizada nos serviços públicos, a promoção de atos de vandalismo nas cidades e de grupos armados no campo e com o aprofundamento da quebra na hierarquia e disciplina dentro das Forças Armadas, levando Luís Carlos Prestes a dizer em Moscou que a revolução comunista estava pronta a ser desencadeada no Brasil. Não contava, porém, com a organização da sociedade civil e a liderança dos comandantes das Forças Armadas que culminaria, três anos depois, frustrando a revolução comunista.
A posse de João Goulart era prevista na constituição e, portanto, legal. Mas a ameaça que esta representava falou mais alto aos ouvidos das lideranças nacionais. Se Jango fosse nazista, por exemplo, sua posse também estaria garantida. Mas deveria acontecer? A resposta é não, assim como sua proposta socialista foi rejeitada por se entender que colocaria o Brasil em um caminho sombrio e sem volta, não fosse pela eclosão de uma guerra civil.
Não tenho orgulho nenhum da Campanha da Legalidade. Tenho vergonha de como o povo gaúcho é tão facilmente manipulado pela construção fantasiosa de anti-heróis que são colocados em um pedestal pelo simples fato de serem gaúchos.
Lenilton Morato
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