Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
terça-feira, 9 de outubro de 2012
IMAGEM DO DIA
Um arco-íris é visto a partir da estátua da Justiça no Supremo Tribunal Federal, onde foi retomado nesta terça-feira o julgamento do mensalão - Pedro Ladeira/Frame
09 de outubro de 2012
SIMPLES ASSIM...
O que devem fazer com o noticiário sobre o julgamento do mensalão candidatos que enfrentam no segundo turno adversários lançados ou apoiados pelo PT?
Exatamente o que fariam candidatos do PT se o Supremo Tribunal Federal estivesse mandando para a cadeia integrantes de uma quadrilha que, comandada por dirigentes do PSDB e figurões do governo tucano, quase conseguiu aparelhar completamente a máquina federal, ferir de morte o Estado Democrático de Direito e transformar Fernando Henrique Cardoso em presidente perpétuo do Brasil.
09 de outubro de 2012
09 de outubro de 2012
A SINISTRA IMAGEM DO DIA
Sete anos após a eclosão do maior escândalo da política nacional, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino e o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares são condenados na mais alta corte do país por comprar apoio ao governo Lula com dinheiro sujo.
Infográfico Confira o placar da votação até agora, réu a réu, crime por crime
09 de outubro de 2012
JOAQUIM BARBOSA É ELEITO MESSIAS NO 1o. TURNO
Na nova função, Joaquim Barbosa promete
voar em volta da Terra na velocidade da luz e, assim, voltar no tempo para
impedir o mensalão
OLIMPO - Em votação recorde, o ministro Joaquim Barbosa foi escolhido por 95% dos eleitores indignados para assumir o cargo de Messias. "O combate à corrupção necessita de alguém que supere as limitações humanas. Um Ser livre de problemas cotidianos, como dores nas costas, gripe, mau humor e insônia" escreveu o blogueiro Ronaldo Azedo.
Com o resultado, Barbosa bateu os adversários Batman, Wolverine, Incrível Hulk, Homem Aranha, Jaspion e Eike Batista no primeiro turno. "Sou retroalimentado pela angaturama que solavanca a cachimanha ardil das elites pseudo-burguesas", comemorou, no dialeto klingon, enquanto sacudia sua capa. Em seguida proferiu a frase: "Para o alto e avante!" e voou para Brasília. No trajeto, arrancou suspiros de oito senhoras oriundas do movimento "Cansei" e foi saudado por populares indignados de Higienópolis e do Leblon.
Em suas primeiras medidas no posto de Messias, Barbosa usou seu martelo mágico para tirar Celso Russomanno do segundo turno em São Paulo e limar Rodrigo Maia do mapa eleitoral carioca.
09 de outubro de 2012
The i-Piauí Herald
OLIMPO - Em votação recorde, o ministro Joaquim Barbosa foi escolhido por 95% dos eleitores indignados para assumir o cargo de Messias. "O combate à corrupção necessita de alguém que supere as limitações humanas. Um Ser livre de problemas cotidianos, como dores nas costas, gripe, mau humor e insônia" escreveu o blogueiro Ronaldo Azedo.
Com o resultado, Barbosa bateu os adversários Batman, Wolverine, Incrível Hulk, Homem Aranha, Jaspion e Eike Batista no primeiro turno. "Sou retroalimentado pela angaturama que solavanca a cachimanha ardil das elites pseudo-burguesas", comemorou, no dialeto klingon, enquanto sacudia sua capa. Em seguida proferiu a frase: "Para o alto e avante!" e voou para Brasília. No trajeto, arrancou suspiros de oito senhoras oriundas do movimento "Cansei" e foi saudado por populares indignados de Higienópolis e do Leblon.
Em suas primeiras medidas no posto de Messias, Barbosa usou seu martelo mágico para tirar Celso Russomanno do segundo turno em São Paulo e limar Rodrigo Maia do mapa eleitoral carioca.
09 de outubro de 2012
The i-Piauí Herald
HUGO CHÁVEZ DEDICA VITÓRIA A SARNEY
Foto de Oscar Niemeyer tirada no dia que
Chávez iniciou seu primeiro mandato
CARACAS - Emocionado após ver confirmada sua 32ª reeleição, Hugo Chávez dedicou sua vitória ao senador José Sarney:
"Com ele, aprendi que lo más importante no es conquistar el poder, es permanecer en el poder. Pero eso es algo que no se hace sin dolor", discursou, emocionado.
Em seguida, fez uma pausa dramática e, com a voz embargada, completou:
"Larguei el comunismo e aderi ao pemedebismo. Hay que endurecer sin perder lo bigode jamás".
Com o resultado, Chávez conquistou índice olímpico na categoria Corrida sem Revezamento e deve enfrentar Fidel Castro, Mahmoud Ahmadinejad, Kim Jong-un e Rosinha Garotinho em 2016.
Entusiasmado, Michel Temer enviou um bilhete se oferecendo para ser vice-presidente da Venezuela.
09 de outubro de 2012
The i-Piauí Herald
CARACAS - Emocionado após ver confirmada sua 32ª reeleição, Hugo Chávez dedicou sua vitória ao senador José Sarney:
"Com ele, aprendi que lo más importante no es conquistar el poder, es permanecer en el poder. Pero eso es algo que no se hace sin dolor", discursou, emocionado.
Em seguida, fez uma pausa dramática e, com a voz embargada, completou:
"Larguei el comunismo e aderi ao pemedebismo. Hay que endurecer sin perder lo bigode jamás".
Com o resultado, Chávez conquistou índice olímpico na categoria Corrida sem Revezamento e deve enfrentar Fidel Castro, Mahmoud Ahmadinejad, Kim Jong-un e Rosinha Garotinho em 2016.
Entusiasmado, Michel Temer enviou um bilhete se oferecendo para ser vice-presidente da Venezuela.
09 de outubro de 2012
The i-Piauí Herald
TOFFOLI ABSOLVE DIRCEU NO MENSALÃO DE LULA E DIZ QUE "NADA O INCRIMINA"
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) José Antonio Dias Toffoli votou pela absolvição do ex-ministro José Dirceu (Casa Civil) da acusação de ter sido o mentor do mensalão, como apontou o Ministério Público Federal, afirmando que não há "nada que o incrimine".
Chefe da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva em 2002, Dirceu é acusado pela Procuradoria Geral da República de negociar acordos com os partidos políticos que apoiaram o novo governo. É apontado também como o mentor de um esquema clandestino de financiamento que distribuiu recursos ao PT e a seus aliados para garantir apoio no Congresso.
Antes de absolver Dirceu, Toffoli votou pela condenação do ex-presidente do PT José Genoíno e do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, responsabilizando os dois pela compra de apoio político no Congresso. Ele também condenou o empresário Marcos Valério e mais quatro réus ligados a ele. Toffoli inocentou o advogado do empresário, Rogério Tolentino, o ex-ministro Anderson Adauto (Transportes) e Geiza Dias por falta de provas.
O ministro, que foi subordinado a Dirceu por dois anos na Casa Civil, onde exerceu o cargo de subchefe de assuntos jurídicos, afirmou que faltam provas contra o ex-ministro.
"Todos os réus falaram e falaram muito. Estes que falaram tanto, o que dizem de Dirceu? Nada que o incrimine. Por essas razões, por não haver provas suficiente para respaldar uma condenação, eu julgo improcedente a ação", disse.
O ministro minimizou o depoimento do ex-deputado Roberto Jefferson, que revelou o esquema em entrevista à Folha em 2005, envolvendo Dirceu.
"Em juízo, há apenas a palavra de Roberto Jefferson [apontando José Dirceu como mentor do mensalão], que, como já foi destacado, trata-se de um inimigo deste corréu."
Toffoli disse que as provas do Ministério Público não trouxeram "dúvidas razoáveis" sobre a culpa de Dirceu no crime de corrupção ativa. Ele disse que as negociações com os partidos eram inerentes ao cargo de chefe da Casa Civil e que não há nada que indique um comportamento anormal.
Em sua defesa, Dirceu afirma que se desligou do PT quando assumiu a chefia da Casa Civil e não participou das ações do partido, que eram de responsabilidade de seus dirigentes. Diz que nunca teve relações próximas com Marcos Valério e outros operadores do esquema e nega ter comprado votos no Congresso
O ministro ainda questionou o trabalho da acusação dizendo que as imputações sugeridas indicariam outros crimes, como tráfico de influência e não corrupção ativa.
Ao votar pela absolvição de Dirceu por corrupção ativa, Toffoli disse que o próprio procurador-geral da República reconheceu, em sua sustentação oral no início do julgamento, não haver provas contra Dirceu, já que os crimes do acusado teriam acontecido "entre quatro paredes".
GENOINO E DELÚBIO
Antes de votar pela absolvição de Dirceu, Toffoli apontou que Genoino teve participação nas negociações financeiras para compor a base de apoio do governo Lula no Congresso.
Na avaliação do ministro, não era possível que Genoino não soubesse do esquema. "Se desconhecesse os repasses aos partidos aliados, como justificar as cobranças que lhes eram dirigidas pelos líderes das agremiações?", questionou Toffoli.
Sobre Delúbio, o ministro afirmou que o ex-tesoureiro tinha um papel maior no esquema e disse que "ele era o elo de ligação entre o núcleo político e o núcleo operacional". Na denúncia, fazem parte do núcleo político Delúbio, o ex-ministro José Dirceu e o ex-presidente do PT José Genoino. O operacional é composto por réus ligados a Marcos Valério.
Durante o voto, Toffoli leu depoimentos de ex-parlamentares da base aliada do governo Lula admitindo que receberam recursos de Delúbio. Ele disse ainda que os ex-deputados receberam promessas de vantagem indevida.
Toffoli deixou a Casa Civil em julho de 2005, logo após a saída de Dirceu, que na época era alvo de denúncias relacionadas ao mensalão. Antes do início do julgamento no Supremo, havia a expectativa de que o ministro do Supremo se declarasse impedido de participar por suas relações com o PT, o que não ocorreu.
Antes de chegar à suprema corte, Toffoli também foi assessor jurídico da liderança do PT na Câmara dos Deputados entre 1995 e 2000, na época do governo Fernando Henrique Cardoso.
Chefe da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva em 2002, Dirceu é acusado pela Procuradoria Geral da República de negociar acordos com os partidos políticos que apoiaram o novo governo. É apontado também como o mentor de um esquema clandestino de financiamento que distribuiu recursos ao PT e a seus aliados para garantir apoio no Congresso.
Antes de absolver Dirceu, Toffoli votou pela condenação do ex-presidente do PT José Genoíno e do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, responsabilizando os dois pela compra de apoio político no Congresso. Ele também condenou o empresário Marcos Valério e mais quatro réus ligados a ele. Toffoli inocentou o advogado do empresário, Rogério Tolentino, o ex-ministro Anderson Adauto (Transportes) e Geiza Dias por falta de provas.
O ministro, que foi subordinado a Dirceu por dois anos na Casa Civil, onde exerceu o cargo de subchefe de assuntos jurídicos, afirmou que faltam provas contra o ex-ministro.
"Todos os réus falaram e falaram muito. Estes que falaram tanto, o que dizem de Dirceu? Nada que o incrimine. Por essas razões, por não haver provas suficiente para respaldar uma condenação, eu julgo improcedente a ação", disse.
O ministro minimizou o depoimento do ex-deputado Roberto Jefferson, que revelou o esquema em entrevista à Folha em 2005, envolvendo Dirceu.
"Em juízo, há apenas a palavra de Roberto Jefferson [apontando José Dirceu como mentor do mensalão], que, como já foi destacado, trata-se de um inimigo deste corréu."
Toffoli disse que as provas do Ministério Público não trouxeram "dúvidas razoáveis" sobre a culpa de Dirceu no crime de corrupção ativa. Ele disse que as negociações com os partidos eram inerentes ao cargo de chefe da Casa Civil e que não há nada que indique um comportamento anormal.
Em sua defesa, Dirceu afirma que se desligou do PT quando assumiu a chefia da Casa Civil e não participou das ações do partido, que eram de responsabilidade de seus dirigentes. Diz que nunca teve relações próximas com Marcos Valério e outros operadores do esquema e nega ter comprado votos no Congresso
O ministro ainda questionou o trabalho da acusação dizendo que as imputações sugeridas indicariam outros crimes, como tráfico de influência e não corrupção ativa.
Ao votar pela absolvição de Dirceu por corrupção ativa, Toffoli disse que o próprio procurador-geral da República reconheceu, em sua sustentação oral no início do julgamento, não haver provas contra Dirceu, já que os crimes do acusado teriam acontecido "entre quatro paredes".
GENOINO E DELÚBIO
Antes de votar pela absolvição de Dirceu, Toffoli apontou que Genoino teve participação nas negociações financeiras para compor a base de apoio do governo Lula no Congresso.
Na avaliação do ministro, não era possível que Genoino não soubesse do esquema. "Se desconhecesse os repasses aos partidos aliados, como justificar as cobranças que lhes eram dirigidas pelos líderes das agremiações?", questionou Toffoli.
Sobre Delúbio, o ministro afirmou que o ex-tesoureiro tinha um papel maior no esquema e disse que "ele era o elo de ligação entre o núcleo político e o núcleo operacional". Na denúncia, fazem parte do núcleo político Delúbio, o ex-ministro José Dirceu e o ex-presidente do PT José Genoino. O operacional é composto por réus ligados a Marcos Valério.
Durante o voto, Toffoli leu depoimentos de ex-parlamentares da base aliada do governo Lula admitindo que receberam recursos de Delúbio. Ele disse ainda que os ex-deputados receberam promessas de vantagem indevida.
Toffoli deixou a Casa Civil em julho de 2005, logo após a saída de Dirceu, que na época era alvo de denúncias relacionadas ao mensalão. Antes do início do julgamento no Supremo, havia a expectativa de que o ministro do Supremo se declarasse impedido de participar por suas relações com o PT, o que não ocorreu.
Antes de chegar à suprema corte, Toffoli também foi assessor jurídico da liderança do PT na Câmara dos Deputados entre 1995 e 2000, na época do governo Fernando Henrique Cardoso.
Postado terça-feira, 9 de outubro de 2012
Folha Online
JOSÉ GENOÍNO É CORRUPTO, DECIDE O STF
Acompanhe o 33º dia de julgamento do mensalão
José Dirceu ajudou a criar o PT e chegou ao ápice como o ministro mais importante do governo Lula; nesta terça, é a vez de aquele que é apontado como o chefe da quadrilha do mensalão acertar as contas com a Justiça
http://www.youtube.com/watch?v=03Uw0qj3YQI&feature=player_embedded
ALÉM DE CORRUPTO, CÍNICO! DIRCEU ACUSA A DIREITA DE FAZER PRESSÃO PARA CONDENÁ-LO!
À véspera do julgamento que pode levar à sua condenação, o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil) acusou, na noite de segunda-feira (8), a "direita, os conservadores - com a mídia à frente" de fazer pressão para que o julgamento do mensalão "se desse na data e forma como ocorre".
Dirceu afirma ainda que se fez de tudo para que o julgamento coincidisse com a eleição. Ao comentar artigo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Dirceu diz que o tucano comemora ("dá alvíssaras") o julgamento do mensalão.
Dirceu cita um trecho em que FHC elogia a maturidade das instituições democráticas no país. E ataca: "Até parece que a direita, os conservadores - com a mídia à frente -, não fizeram de tudo e não pressionaram para que o julgamento se desse na data e forma como ocorre até agora para chegar até o dia da eleição". "A condenação clara e indignada (pelos ministros da Corte) do mau uso da máquina pública revigora a crença na democracia", diz em certo trecho o ex-chefe do Estado brasileiro.
Em sua defesa, Dirceu repete argumento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de que o PSDB deveria se manifestar sobre a compra de votos para aprovação da emenda da reeleição.
"Já sobre o fato de a compra de votos para a reeleição (mudança da qual ele foi o primeiro beneficiário) não ter sido apurada, de o "engavetador" Geral da República do tempo dele não ter aberto processo e nem feito a denúncia, e dos parlamentares que venderam o voto terem renunciado ao mandato para não serem investigados pelo Congresso etc., ele não diz uma palavra", critica Dirceu, em seu blog.
"Tampouco fala da não apuração do 'mensalão' de Minas [do deputado Eduardo Azeredo - PSDB-MG], parada há anos", acrescenta.
No texto, Dirceu alfineta o PSB ao afirmar que o que FHC realmente queria no artigo era propor uma aliança de Eduardo Campos com o PSDB.
"Sucesso para o ex-presidente em suas empreitadas em torno da formação desde já de uma aliança nacional PSB-PSDB - o que duvidamos. Mas, se vingar e acontecer, não será a primeira vez que o PT enfrenta uma eleição sem o PSB e outros aliados".
O texto de Dirceu encerra acusando o PSDB de ser "campeão de ficha-sujas".
A publicação da defesa em seu blog faz parte da estratégia de Dirceu de "não cair deitado" nesse julgamento. O ex-ministro tem repetido a aliados que pretende liderar um movimento político, com desdobramentos internacionais, contra a sua provável prisão.
09 de outubro de 2012
CATIA SEABRA - FOLHA DE SÃO PAULO
Dirceu afirma ainda que se fez de tudo para que o julgamento coincidisse com a eleição. Ao comentar artigo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Dirceu diz que o tucano comemora ("dá alvíssaras") o julgamento do mensalão.
Dirceu cita um trecho em que FHC elogia a maturidade das instituições democráticas no país. E ataca: "Até parece que a direita, os conservadores - com a mídia à frente -, não fizeram de tudo e não pressionaram para que o julgamento se desse na data e forma como ocorre até agora para chegar até o dia da eleição". "A condenação clara e indignada (pelos ministros da Corte) do mau uso da máquina pública revigora a crença na democracia", diz em certo trecho o ex-chefe do Estado brasileiro.
Em sua defesa, Dirceu repete argumento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de que o PSDB deveria se manifestar sobre a compra de votos para aprovação da emenda da reeleição.
"Já sobre o fato de a compra de votos para a reeleição (mudança da qual ele foi o primeiro beneficiário) não ter sido apurada, de o "engavetador" Geral da República do tempo dele não ter aberto processo e nem feito a denúncia, e dos parlamentares que venderam o voto terem renunciado ao mandato para não serem investigados pelo Congresso etc., ele não diz uma palavra", critica Dirceu, em seu blog.
"Tampouco fala da não apuração do 'mensalão' de Minas [do deputado Eduardo Azeredo - PSDB-MG], parada há anos", acrescenta.
No texto, Dirceu alfineta o PSB ao afirmar que o que FHC realmente queria no artigo era propor uma aliança de Eduardo Campos com o PSDB.
"Sucesso para o ex-presidente em suas empreitadas em torno da formação desde já de uma aliança nacional PSB-PSDB - o que duvidamos. Mas, se vingar e acontecer, não será a primeira vez que o PT enfrenta uma eleição sem o PSB e outros aliados".
O texto de Dirceu encerra acusando o PSDB de ser "campeão de ficha-sujas".
A publicação da defesa em seu blog faz parte da estratégia de Dirceu de "não cair deitado" nesse julgamento. O ex-ministro tem repetido a aliados que pretende liderar um movimento político, com desdobramentos internacionais, contra a sua provável prisão.
09 de outubro de 2012
CATIA SEABRA - FOLHA DE SÃO PAULO
"PUDOR E RECATO ELE NÃO TEM MAIS NENHUM", DIZ CIRO GOMES SOBRE DIRCEU
Ex-ministro do governo Lula e há quase dois anos sem mandato, Ciro Gomes (PSB) diz que "topa" ser candidato à Presidência em 2014 e afirma que o governador Eduardo Campos (PE) está "pronto" para concorrer ao Planalto.
Em entrevista à Folha em Fortaleza, ele diz lamentar que o ex-presidente petista hoje seja, em sua opinião, um "líder de facção", ataca José Dirceu, sobre o qual afirma não ter "pudor" e "recato", e sai em defesa de José Genoino e Delúbio Soares.
Ciro está fora da vida política desde que desistiu de disputar a reeleição a deputado federal em 2010. Ele afirma não ter plano eleitoral e diz estar "agarrado com o serviço" na política partidária.
Mas abre uma exceção: alimenta ainda o sonho de ser candidato à Presidência da República pelo PSB.
"Eu topo, mas não vou brigar com ninguém. Topo se o partido decidir e a gente possa ser decente com a Dilma."
Alan Marques-17.nov.2011/Folhapress |
Ciro Gomes, ex-ministro da Fazenda e da Integridade Nacional |
Ciro já foi candidato em 1998 e 2002, contra Lula, e tentou se lançar em 2010.
Mas Lula preferiu unir as forças aliadas em torno de Dilma Rousseff, que derrotou José Serra. "Esse confronto amesquinhado do PT e PSDB está fazendo muito mal ao Brasil. Dilma era uma aposta temerária, mas funcionou."
A vontade de Ciro, no entanto, esbarra na ascensão do governador de Pernambuco Eduardo Campos, presidente da legenda. Ele reconhece que Campos está "pronto" para disputar a Presidência, mas considera que a melhor hora não seria em 2014.
Apesar disso, defende que se o PSB definir pela candidatura própria, deve romper antecipadamente com o governo. "Tudo bem se for isso, vamos para rua. Agora, pelos meus padrões de ética e decência, teríamos que anunciar agora o que nos separa da Dilma e sair do governo". Ciro diz que fica no PSB.
Em campanha por Roberto Claudio (PSB), seu candidato no segundo turno de Fortaleza, ele reage contra a estratégia da prefeita, Luizianne Lins (PT), de arrastar Lula para o palanque do petista Elmano de Freitas.
"Se o Lula é um líder de facção, e eu lamento que ele tenha assumido essa posição, ele vem [para Fortaleza]. Aqui no Ceará todos votamos nele e na Dilma. A Luizianne não deu um dia de serviço pela Dilma e ele sabe disso."
Ministro e um dos principais interlocutores de Lula no auge do mensalão, em 2005, ele avalia que o resultado das urnas no primeiro turno mostra que o escândalo não respingou em cidades do Nordeste, como Fortaleza, mas teve impacto em São Paulo.
Acompanhando o julgamento, ele ataca o ex-colega de Esplanada José Dirceu, que pode ser condenado nesta semana pelo STF (Supremo Tribunal Federal) pelo crime de corrupção ativa.
"Ele tem grandes valores, mas pudor e recato ele não tem mais nenhum. Se você pegar o escândalo da Delta lá tem recibo do Dirceu como consultor. Foi agora. Em todos os escândalos o cara está, não é possível."
Ciro diz acreditar na inocência de José Genoino, ex-presidente do PT, e faz elogios ao ex-tesoureiro Delúbio Soares, já condenado pelos ministros da corte. "Ele errou, mas é um excelente caráter".
09 de outubro de 2012
ANDREIA SADI - Folha Online
OPOSIÇÃO QUER QUE SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL INVESTIGUE LULA, O "CHEFE"
Tucanos querem que STF investigue Lula
A condenação do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no processo do mensalão, apontado como o "chefe da quadrilha" pelo Ministério Público, reforçou nesta terça a proposta do PSDB de entrar com representação na Procuradoria-Geral da República contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O líder tucano no Senado, Alvaro Dias (PR), entende que Dirceu e Lula agiam em conjunto e que não há argumento capaz de isolar as ações de ambos. "É uma heresia dar tratamento diferenciado ao ex-ministro e ao ex-presidente", alega.
"Lula não só sabia do esquema como participou de toda a farsa. No mínimo ele cometeu crime de responsabilidade".
O líder lembrou que os presidentes do DEM e do PPS já se manifestaram favoráveis à representação contra o ex-presidente logo que terminar a fase atual do julgamento do mensalão.
Para o tucano, o desempenho do STF de "condenar a corrupção onde existiu corrupção" obriga a classe política a rever todos os tipos de comportamentos que impliquem relacionamento promíscuo no poder.
"Não se aceita mais rimar governabilidade com promiscuidade e nem a instalação de balcões de negócio dentro do governo", alegou.
O líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), destacou igualmente como repercussão da condenação de José Dirceu o envolvimento de Lula na prática de usar dinheiro público para "comprar" deputados.
"A condenação do Supremo pelo crime de corrupção ativa carimba o governo Lula como o mais corrupto da história do País", constata.
No entender do líder, a provável prisão de "homens fortes do PT" marca uma nova etapa no País no que se refere ao combate à corrupção.
"O que assistimos até hoje eram políticos corruptos sendo acusados, algumas vezes até presos, mas na Justiça eles eram beneficiados pela prescrição dos crimes, pela demora no julgamento ou mesmo inocentados", lembra.
"Ao condenar a quadrilha do mensalão, o Supremo dá ao País o recado de que os poderosos não estão acima da lei".
Para o presidente do DEM, senador José Agripino (RN), a condenação de Dirceu "complementa" o processo entre os mandantes do esquema e aqueles que cumpriam as ordens.
"Morre a história da farsa e do mensalão que diziam não ter existido", afirma. "O esquema existiu com seus mandantes e seus mandados".
Agripino entende que a condenação de José Dirceu retira todas as dúvidas quanto à participação de Lula no esquema.
"Na hora em que o chefe da Casa Civil é condenado, o problema se situa na antessala do presidente da República", afirma.
No entender do democrata, a situação de Lula tende a se agravar, já que ele não conseguirá convencer quanto ao desconhecimento do que se passava na sua antessala.
09 de outubro de 2012
ROSA COSTA - Agência Estado
O líder tucano no Senado, Alvaro Dias (PR), entende que Dirceu e Lula agiam em conjunto e que não há argumento capaz de isolar as ações de ambos. "É uma heresia dar tratamento diferenciado ao ex-ministro e ao ex-presidente", alega.
"Lula não só sabia do esquema como participou de toda a farsa. No mínimo ele cometeu crime de responsabilidade".
O líder lembrou que os presidentes do DEM e do PPS já se manifestaram favoráveis à representação contra o ex-presidente logo que terminar a fase atual do julgamento do mensalão.
Para o tucano, o desempenho do STF de "condenar a corrupção onde existiu corrupção" obriga a classe política a rever todos os tipos de comportamentos que impliquem relacionamento promíscuo no poder.
"Não se aceita mais rimar governabilidade com promiscuidade e nem a instalação de balcões de negócio dentro do governo", alegou.
O líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), destacou igualmente como repercussão da condenação de José Dirceu o envolvimento de Lula na prática de usar dinheiro público para "comprar" deputados.
"A condenação do Supremo pelo crime de corrupção ativa carimba o governo Lula como o mais corrupto da história do País", constata.
No entender do líder, a provável prisão de "homens fortes do PT" marca uma nova etapa no País no que se refere ao combate à corrupção.
"O que assistimos até hoje eram políticos corruptos sendo acusados, algumas vezes até presos, mas na Justiça eles eram beneficiados pela prescrição dos crimes, pela demora no julgamento ou mesmo inocentados", lembra.
"Ao condenar a quadrilha do mensalão, o Supremo dá ao País o recado de que os poderosos não estão acima da lei".
Para o presidente do DEM, senador José Agripino (RN), a condenação de Dirceu "complementa" o processo entre os mandantes do esquema e aqueles que cumpriam as ordens.
"Morre a história da farsa e do mensalão que diziam não ter existido", afirma. "O esquema existiu com seus mandantes e seus mandados".
Agripino entende que a condenação de José Dirceu retira todas as dúvidas quanto à participação de Lula no esquema.
"Na hora em que o chefe da Casa Civil é condenado, o problema se situa na antessala do presidente da República", afirma.
No entender do democrata, a situação de Lula tende a se agravar, já que ele não conseguirá convencer quanto ao desconhecimento do que se passava na sua antessala.
09 de outubro de 2012
ROSA COSTA - Agência Estado
MAIORIA DO SUPREMO CONFIRMA QUE DIRCEU, BRAÇO DIREITO DE LULA, É CORRUPTO
Maioria do Supremo condena José Dirceu por mensalão
A maioria dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) concluiu nesta terça-feira que o governo Lula (2003-2010), por meio da atuação do ex-ministro José Dirceu (Casa Civil), comandou um esquema criminoso para a compra de apoio político no Congresso.
Os ministros entenderam que Dirceu, com o ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro Delúbio Soares, e o grupo do empresário Marcos Valério, cometeram corrupção ativa ao esquematizar o desvio de recursos públicos que, misturados a empréstimos bancários fraudulentos, foram utilizados para a compra de parlamentares.
O objetivo era garantir a aprovação de matérias de interesse do Executivo na Câmara dos Deputados, como a reforma da Previdência. Alguns ministros apontaram que isso fazia parte de um projeto de permanência no poder e expansão do PT. Participaram desse acerto com os petistas integrantes do PP, PTB, ex-PL (atual PR) e PMDB.
O esquema foi revelado pela Folha em 2005, em entrevista do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), dando origem ao principal escândalo do governo Lula e provocando uma CPI no Congresso.
Com esse julgamento, o Supremo rejeitou a tese da defesa de que houve caixa dois eleitoral, defendido pelos acusados nos últimos sete anos e rebateu, inclusive, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que classificou o mensalão de farsa.
Além da cúpula petista, estão entre eles líderes do esquema: como Marcos Valério, a dona do Banco Rural, Kátia Rabello, além de Jefferson e dos deputados Valdemar Costa Neto (PR-SP) e João Paulo Cunha.
Foram inocentados cinco réus: Geiza Dias, funcionária de Valério, Ayanna Tenório, do Banco Rural, Antonio Lamas, do ex-PL (atual PR) e os ex-ministros Luiz Gushiken e Anderson Adauto, por falta de provas.
VOTOS
A maioria do Supremo votou hoje sobre quem corrompeu e esquematizou o mensalão. Faltam os votos do ministro Celso de Mello e o presidente do STF, Carlos Ayres Britto, que serão apresentados na sessão desta quarta-feira.
A participação de Dirceu no esquema foi confirmada na sessão de hoje teve os votos dos ministros Joaquim Barbosa, Rosa Weber, Luiz Fux, Carmén Lúcia, Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello. Os ministros Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski o inocentaram por falta de provas. Toffoli foi subordinado a Dirceu por dois anos na Casa Civil, onde exerceu o cargo de subchefe de assuntos jurídicos.
Relator do caso, Barbosa disse que Dirceu era o mandante e comandava o destino dos esquemas.
Segundo Lewandowski, revisor, as acusações que pesam contra o ex-ministro da Casa Civil são "suspeitas, ilações e afirmações contundentes, mas carentes de suporte probatório".
Pela condenação de Genoino, votaram: Joaquim Barbosa, Rosa Weber, Luiz Fux, Dias Toffoli, Carmén Lúcia, Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello. Lewandowski disse que não havia prova de que ele tinha conhecimentos dos acertos financeiros para adesão de partidos a base aliada do governo. A maioria dos ministros rejeitou a tese de que ele não tinha conhecimento dos acertos financeiros e só cuidava da articulação política do PT.
Os oito ministros votaram até agora foram pela condenação do ex-tesoureuro do PT, Delúbio Soares, do empresário Marcos Valério, de seus dois sócios, Ramon Hollerbach e Cristiano Paz, além da agência de publicidade Simone Vasconcellos. Esses ministros também absolveram o ex-ministro Anderson Adauto. O advoagdo de Valério, Rogério Tolentino, também foi condenado pela maioria, Toffolie e Lewandowski o inocentaram.
DIVERGÊNCIA
O ministro Marco Aurélio foi o último a votar na sessão de hoje e abriu uma divergência. Ele foi o único dos oito ministros a pedir a condenação de Geiza Dias, funcionária de Valério, por corrupção ativa. Alegou que ela sabia da movimentação dos recursos e agiu na indicação dos repasses. Os outros ministros, no entanto, a absolveram por falta de provas.
Marco Aurélio disse ainda que "subestima a inteligência mediana" a tese de que Delúbio agiu sozinho e tinha autonomia para levantar milhões, e distribuir esses milhões, ele próprio definindo os destinatários sem conhecimento da cúpula do PT.
"Tivesse Delúbio a desenvoltura intelectual e material a ele atribuída, certamente não seria apenas tesoureiro do partido. Quem sabe tivesse chegado a um cargo muito maior", afirmou o ministro dizendo que o ex-tesoureiro aceita posar como bode expiatório.
Ele disse ainda que "ao chegar ao poder, o PT realmente buscou essa base de apoio no congresso nacional, até mesmo se desfigurando."
O ministro afirmou também que "restou demonstrado, não bastasse a ordem natural das coisas, Dirceu teve uma participação acentuada nesse escabroso episódio.
BIOGRAFIA
O ex-ministro José Dirceu, 66 foi o "homem forte" dos primeiros anos do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Natural de Passa Quatro, no sul de Minas Gerais, Dirceu se mudou para São Paulo em 1961, onde se formou em Direito na PUC, em 1983. Começou a carreira política como líder estudantil, chegando à presidência da União Estadual dos Estudantes, da qual é presidente de honra.
Em 1968, foi preso pelo regime militar. No ano seguinte, estava entre os 15 presos libertados por exigência dos sequestradores do embaixador norte-americano Charles Burke Elbrick e seguiu para o exílio.
Depois de um período em Cuba, voltou ao Brasil clandestinamente em 1974 e foi morar em Cruzeiro do Oeste, no interior do Paraná. Para voltar ao país sem ser reconhecido, Dirceu passou por uma plástica e adotou identidade falsa.
Na cidade paranaense, casou-se com Clara Becker e teve um filho --Zeca Dirceu, que foi prefeito da cidade. Clara só soube da verdadeira identidade do marido em 1979, com a Lei da Anistia.
Um ano após ser anistiado, Dirceu ajudou a fundar o PT, do qual se tornou um dos principais líderes, ocupando a presidência nacional ao longo da década de 90.
José Dirceu foi deputado estadual constituinte em São Paulo de1987 a 1990. Elegeu-se deputado federal em 1990, 1998 e 2002.
Participou das campanhas presidenciais de Lula em 1989, 1994 e 1998, e foi o coordenador-geral da campanha em 2002.
Assumiu a Casa Civil de 2003 a 2005, quando deixou o governo após vir à tona o escândalo do mensalão.
De volta à Câmara, Dirceu foi cassado pelos colegas por causa do episódio, tornando-se inelegível até 2015. Desde então, virou consultor de empresas e mantém influência no partido.
09 de outubro de 2012
Folha Online
CPI DO CACHOEIRA
Líder do PPS diz que sociedade precisa saber quem quer acobertar corruptos
Operação abafa – Líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR) protestou nesta terça-feira (9), na CPI do Cachoeira, contra mais um adiamento dos trabalhos da comissão, ocasião em que disse que a sociedade precisa saber quem está trabalhando para “sepultar” as investigações da comissão.
“O país precisa saber quem é que quer acobertar corruptos. Esta é pergunta que fica”, afirmou Bueno, após o PT e o PSDB entrarem em acordo para que a reunião administrativa que aconteceria nesta quarta-feira fosse adiada para a terça-feira da próxima semana.
“Sou voto vencido aqui, já que a maioria decidiu por este adiamento. É uma reunião informal, por isso acho injustificável essa alteração, assim como fui contra os adiamentos das semanas anteriores”, criticou ao pedir para que ficasse registrada a posição do partido.
Rubens Bueno disse ainda que torna-se cada vez mais evidente que a CPI caminha para o seu final, apesar do protesto de parlamentares que defendem que a ampliação e a prorrogação das investigações sobre o esquema Delta/Carlinhos Cachoeira.
“Há muitas dúvidas a serem esclarecidas. Até hoje os bancos não enviaram seus relatórios da soma vultosa de dinheiro movimentada pelo grupo criminoso. Também há as remessas para o paraíso fiscal que ainda não foram apuradas”, protestou.
Leréia
As críticas de Rubens Bueno foram feitas antes do depoimento do deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), suspeito de ter envolvimento com o contraventor carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira. De acordo com a Polícia Federal, Leréia mantinha relação próxima com o contraventor. Conforme as escutas telefônicas, o deputado goiano tinha uma senha do cartão de crédito de Cachoeira.
Tomando cuidado
Quando o escândalo de Carlos Cachoeira eclodiu, meses atrás, o ex-presidente Lula exigiu de seus comandados no Congresso Nacional a criação de CPI, mesmo sendo alertado sobre o perigo de o tiro sair pela culatra.
O ex-metalúrgico buscava com a CPI tentar embaralhar o julgamento do Mensalão do PT, o que não foi possível, além de atingir o governador Marconi Perillo (PSDB), de Goiás, conhecido e longevo desafeto.
Preocupado com a situação de alguns companheiros no segundo turno das eleições municipais, Lula deu ordens para que a CPI seja colocada na reta final, pois investigações ligeiramente mais amplas e profundas acertariam em cheio o Palácio do Planalto, inclusive indiretamente a presidente Dilma Rousseff.
09 de outubro de 2012
ucho.info
STF CONDENA JOSÉ DIRCEU, GENOÍNO E DELÚBIO
Por maioria de votos, o STF condenou José Dirceu (6 a 2) e José Genoino (7 a 1) por corrupção ativa. Por unanimidade, o Supremo também condenou Delúbio Soares pelo mesmo mesmo crime.
Faltam dois votos, os dos ministros Celso de Mello e Ayres Britto. Serão proferidos nesta quarta (10). Considerando-se os apartes que fizeram na semana passada, ambos também devem votar pela condenação de Dirceu, Genoino e Delúbio.
Afora a ex-cúpula do PT, foram condenados também Marcos Valério, os sócios Ramon Hollerbach e Cristiano Paz, além de Simone Vasconcelos, ex-diretora da agência SMP&B.
Votaram na sessão desta terça quatro ministros: Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello. Excetuando-se Toffoli, que inocentou Dirceu por “falta de provas”, todos os demais condenaram o ex-chefe da Casa Civil de Lula.
Quanto a Dirceu, Genoino, Valério e Cia. não houve divergências entre os quatro. Na semana passada, o revisor Ricardo Lewandowski havia absolvido Dirceu e Genoino. Toffoli acompanhou-o quanto a Dirceu. Mas nem ele encontrou nos autos elementos para livrar Genoino.
Além de Lewandowski, há tinham proferido seus votos na semana passada o relator Joaquim Barbosa, Rosa Weber e Luiz Fux. O revisor foi a única voz destoante, Ainda assim, apenas em relação a Dirceu e Genoino. Também ele condenou Delúbio e os acusados do grupo de Valério.
Dos dez réus julgados nesse capítulo, apenas três foram absolvidos: Geiza Dias (7 a 1), ex-funcionária da SMP&B; Rogério Tolentino, advogado de Valério (8 a zero); e Anderson Adauto, ex-ministro dos Transportes de Lula (também 8 a zero).
09 de outubro de 2012
Josias de Souza - Notícias UOL
O TOTALITARISMO VESTE ARMANI
O velho totalitarismo tornou-se mestre do disfarce. Durante alguns anos, se fez de morto. Ganhou sapato novo. E chegou ao poder no dia 1º de janeiro de 2003. Hoje, desfila de terno Armani. Se você, leitor, é daqueles que ainda imaginam o totalitarismo parado numa esquina, maltrapilho, barba por fazer, banho por tomar, distribuindo panfletos contra os patrões e seu "sistema", engana-se.
O totalitarismo está no poder e sua panfletagem se dá pela web. Conta com um exército de blogueiros e editores de jornais eletrônicos que fazem a mesma coisa de antes com eficiência muito maior. A velha tática da infiltração para aparelhamento, que outrora ocorria de baixo para cima, agora é feita desde cima, onde há dinheiro à vontade.
Totalitarismo por quê? talvez esteja se perguntando o leitor destas linhas. Afinal, dirá, o regime é democrático, há eleições e as regras do jogo político são cumpridas. De fato, mas cuidado com os disfarces. Não espere o totalitarismo, depois dos vexames que passou mundo afora, exibindo ao público toda sua hórrida nudez.
Totalitarismo por quê? talvez esteja se perguntando o leitor destas linhas. Afinal, dirá, o regime é democrático, há eleições e as regras do jogo político são cumpridas. De fato, mas cuidado com os disfarces. Não espere o totalitarismo, depois dos vexames que passou mundo afora, exibindo ao público toda sua hórrida nudez.
Tampouco o imagine entrincheirado numa encosta de morro, brincando de Fidel Castro e Che Guevara. Nada disso.
Renovado, tornou-se sutil. Para reconhecê-lo, é necessário estar atento aos detalhes, observar suas principais afeições políticas, verificar quais são os governantes aos quais dedica seus abraços mais calorosos, o que diz nos fóruns onde solta o verbo, ler as leis que patrocina e o desapreço que manifesta ao cristianismo, à família e à economia de mercado.
Poderia desfiar exemplos, contar casos acontecidos em debates de que participei ou assisti. No entanto, meu assunto aqui diz respeito a algo novo, a uma recente evidência do que estou afirmando. Todos sabemos o quanto a manipulação do vocabulário serve aos projetos totalitários.
Poderia desfiar exemplos, contar casos acontecidos em debates de que participei ou assisti. No entanto, meu assunto aqui diz respeito a algo novo, a uma recente evidência do que estou afirmando. Todos sabemos o quanto a manipulação do vocabulário serve aos projetos totalitários.
Nada era menos republicano, democrático e popular do que as repúblicas democráticas e populares nascidas no século 20. Na política, o domínio do vocabulário serve esplendidamente à construção da hegemonia e carimba o passaporte do Príncipe para o poder.
Gramsci percebeu isso e, aludindo a Machiavel, disse que o novo príncipe é o partido. Pois bem, se o leitor for atento ao que se fala nos blogs e sites de relacionamento para onde convergem milhões de pessoas no país, por certo já deparou com a palavra PIG.
Se não sabe o que é isso, eu traduzo. PIG, que também significa "porco" em inglês, é a sigla de Partido da Imprensa Golpista, expressão criada pelo jornalista Paulo Henrique Amorim para designar a mídia de oposição ao governo.
Ora, ora, caros leitores. Se o jogo político está sendo jogado em conformidade com as regras. Se os quartéis estão parados como água de poço tampado. Se não há um único projeto de impeachment tramitando no Congresso Nacional. Se a oposição, escangalhada, em vão procura um líder. Se nenhum movimento de massa faz aquilo que o Partido dos Trabalhadores era useiro e vezeiro nas suas campanha de Fora Sarney, Fora Collor, Fora FHC. Onde, raios, estão os sinais de golpe?
Ora, ora, caros leitores. Se o jogo político está sendo jogado em conformidade com as regras. Se os quartéis estão parados como água de poço tampado. Se não há um único projeto de impeachment tramitando no Congresso Nacional. Se a oposição, escangalhada, em vão procura um líder. Se nenhum movimento de massa faz aquilo que o Partido dos Trabalhadores era useiro e vezeiro nas suas campanha de Fora Sarney, Fora Collor, Fora FHC. Onde, raios, estão os sinais de golpe?
A expressão PIG, criada pelo Amorim, prontamente acolhida pelo totalitarismo de terno Armani e seus exércitos, só se explica pela dificuldade de conviver com a crítica, com a oposição, com a fiscalização da imprensa livre, com um judiciário independente e, portanto, com a própria democracia. Voilá! - conforme queríamos demonstrar.
Nem precisaria rejeitar tudo isso junto para ser totalitário. A palavra PIG, por fim, me remete às páginas policiais, onde, cotidianamente, se leem matérias sobre crimes passionais cometidos por pessoas que não suportam não serem amadas.
Os totalitários tampouco conseguem conviver com quem não lhes presta veneração.
09 de outubro de 2012
Percival Puggina
HAN HON HEN HÃN HENOM *
O século XIX foi generoso em sandices, entre elas o marxismo, a psicanálise e a identidade de sexos. Verdade que estes três movimentos só vão consolidar-se no XX.
No caso da identidade de sexos, a grande difusora da idéia foi Simone de Beauvoir. Se formos atribuir a alguém a frase mais idiota do século, a láurea vai sem dúvida alguma para Castor, como a chamava Sartre: “uma mulher não nasce mulher; torna-se mulher”. De uma penada, Simone abolia as diferenças constitutivas de macho e fêmea.
A frasezinha infeliz está em Le Deuxième Sexe (1949), ensaio que, apesar de atropelar todas as evidências, fez fortuna no mundo todo na segunda metade do século. Paris dixit! Amém.
Sem citar la Beauvoir, em Heterodoxia, ensaio de 1953, que tive a honra de traduzir, Ernesto Sábato comenta este colossal disparate:
O candoroso século XIX não só culminou na idéia de que o homem que viajava em trem era moralmente superior ao homem que andava a cavalo: culminou na doutrina mais inesperada de todos os tempos, a idéia da identidade dos sexos.
Não houvesse outras provas da frivolidade deste século, bastaria esta para condená-lo. Do ponto de vista desses otimistas, a diferença entre o útero e o falo era algo assim como ranço dos Tempos Obscuros, destinado a desaparecer com a diligência e o analfabetismo. Felizmente, este estranho vaticínio não se cumpriu, como tantos outros daqueles profetas da Locomotiva.
(...) A maior parte das mulheres, principalmente as de alguma cultura - não há nada mais perigoso que alguma coisa de cultura -, se deixam arrastar por esta teoria, sem compreender que ela pouco favor lhes faz e além disso as coloca em um terreno desfavorável: como se um submarino, incomodado pelo prestígio da aviação, pretendesse ser tão bom como um avião... no ar.
Até parece ser um mefistofélico subterfúgio inventado por algum inimigo da mulher para colocá-la em uma situação ridícula. Com razão, Gina Lombroso põe em guarda seus congêneres contra esta tortuosa doutrina: "é inútil negá-lo, a mulher não é igual ao homem. Busquem qualquer testemunho da literatura antiga ou moderna - um romance, um poema, um mito - e tratem de masculinizar suas heroínas. Imaginem por um instante as mulheres do Antigo e Novo Testamento: Rebeca, Noemi, Rute, Maria Madalena, convertidas em homens. Incluam nesta imaginária metamorfose Helena, Hécuba, Electra, ou simplesmente a Eugênia de Balzac, a Rebeca de Walter Scott, a Dorrit de Dickens, e digam em sã consciência se as figuras resultantes de semelhante operação não são ridículas ou monstruosas".
De mãos amigas, recebo artigo do jornalista americano Thaddeus Baklinski, sobre a última trouvaille dos suecos. Em Estocolmo, a pré-escola proíbe que crianças sejam tratadas como meninos e meninas. Em conformidade com um currículo escolar nacional que busca combater a "estereotipação" dos papéis sexuais, uma pré-escola do distrito de Södermalm, da cidade de Estocolmo, incorporou uma pedagogia sexualmente neutra que elimina completamente todas as referências ao sexo masculino e feminino. Os professores e funcionários da pré-escola Egalia evitam usar palavras como "ele" ou "ela" e em vez disso se dirigem aos mais de 30 meninos e meninas, de idades variando entre 1 e 6 anos, como "amigos".
O han e o hon(ele e ela), foram trocados pelo pronome neutro hen, palavra que não existe nos dicionários. Mas tampouco é nova. Foi proposta por Hans Karlgren em 1994. Mas já havia sido aventada por Rolf Dunas, no Upsala Nya Tidning, em 1966. Nesta proposta, hen era apresentado como substituição a han e hon e mais: henom substituiria henne/honom (dele/dela). A palavra parece ter sido inspirada no finlandês hän.
Acontece que ausência de gênero é uma característica do finês e não ideologia de feministas. Não se trata de eliminar todas as referências ao sexo masculino e feminino É que as palavras não são masculinas nem femininas. Tampouco existem artigos. Nos tempos verbais, não há futuro. O que deve exigir muita acrobacia dos políticos locais, pois não há como dizer, por exemplo, "eu farei isto ou aquilo". Mas isto já é outro assunto.
Segundo a diretora Lotta Rajalin, a escola contratou um "pedagogo de diversidade sexual" para ajudar os professores e funcionários a remover as referências masculinas e femininas na linguagem e conduta. Além disso, não há livros infantis tradicionais como Branca de Neve, Cinderela ou os contos de fadas clássicos, disse Rajalin. Em vez disso, as prateleiras têm livros que lidam com duplas homossexuais, mães solteiras, filhos adotados e obras sobre "maneiras modernas de brincar". Pelo jeito, a relação homem/mulher virou anomalia.
O sonho da Simone se realiza em Estocolmo. Mulher não nasce mulher, se torna mulher. Suponho que o corolário seja válido também para varões. A bem da verdade, a história é antiga. Em Gálatas, 3:28, Paulo já afirmava: “Não há judeu nem grego; não há escravo nem livre; não há homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus”.
Pelo jeito, em seu ímpeto de estar à frente de sua época, os revolucionários Svenssons voltaram... ao século XIX.
09 de outubro de 2012
janer cristaldo
* 28/06/2011
O QUE ACONTECEU COM OS RESULTADOS NA NOITE DA ELEIÇÃO VENEZUELANA?
Em reportagem no site do jornal ABC, da Espanha, a conceituada jornalista venezuelana Ludmila Vinogradoff, resume o que aconteceu na angustiante noite de domingo, quando registrou-se uma demora silenciosa até que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), anunciasse o resultado da eleição em que Chávez foi eleito para ficar no poder até 2019, se é que está "curado" do câncer, segundo afirmam seus áulicos.
Em sua reportagem a jornalista descreve o rolo compressor chavista: "Nos toldos vermelhos dos ativistas chavistas ao redor dos centros de votação detinham a lista dos eleitores que haviam sido beneficiados pelas "missiones", o programa social de Chávez iam buscá-los em suas casas para obrigá-los a votar em Chávez. Mediante muitas formas de pressão como perder a bolsa, a pensão, ou a esperança de ter uma casa digna, o chavismo pôde superar Capriles em mais de 1,5 milhão de votos".
O que se depreende desta reportagem é que o caudilho Hugo Chávez é um ditador com poder absoluto sobre toda a Venezuela, sobre todas as instâncias estatais. Por outro lado, se verifica que os mais de 6 milhões de votos, quase a metade do eleitorado, indica que possivelmente a maioria dos venezuelanos seja contra o chavismo. Isto é aterrador, já que o próximo passo de Chávez, se não resultar detonado pelo câncer, é a implantação pura e simples na Venezuela do modelo cubano onde também tem eleições cujo resultado nunca será uma surpresa.
Leiam o que relata a reportagem no original em Espanhol:
EN ESPAÑOL - Los electores que votaron por el candidato de la oposición, que es casi la mitad de Venezuela, se preguntan qué pasó en la noche de las elecciones, si a las 18 horas, los sondeos a pie de urna daban de ganador a Henrique Capriles Radonski. Las agencias transmitieron los “exit polls” de CNN y de la encuestadora Varianzas que daban entre 6 y 3 puntos de ventaja al abanderado de la oposición. Así lo publicaron las páginas digitales de ABC y "Le Monde" pasada la medianoche de la hora europea.
Christian Burgazzi, uno de los analistas de encuestas que vaticinaba el triunfo de Capriles, trató de responder por qué no se cumplieron los pronósticos. "Lo que si están a la vista, son el ventajismo obsceno, el abuso sin límites y la coerción extrema del gobierno durante la campaña electoral; esto y la falta de tiempo para completar el remate asombroso que logró Capriles al ir cerrando la brecha, a un ritmo de hasta 14% mensual y 6% semanal al final de la campaña, fue lo que derrotó a la oposición, que sin embargo salió más fortalecida que nunca, con la votación alcanzada”.
Muchas teorías sobre manipulación de votos se tejen alrededor de lo que pasó esa noche, una de ellas es que se mantuvieron abiertos hasta las 21 horas de la noche muchos centros electorales después de las 18 h de la tarde. Teresa Albanes, presidenta de la Comisión Electoral de la alianza opositora, consideró que en el futuro habría que establecer como norma una hora oficial de cierre y no hasta que haya electores en la cola para votar.
Al «galope y remolque»
Esa noche las redes sociales dieron cuenta de la “operación galope y remolque” que habían activado los sectores oficialistas en los sectores populares de Caracas como Petare, 23 de Enero y Catia. En los toldos rojos los activistas chavistas alrededor de los colegios de votación que llevan la lista de los electores que han sido beneficiados por las “misiones” o programas sociales iban a buscarlos a sus casas para obligarlos a votar por Chávez.
Mediante muchas formas de presión como la de perder la beca, la pensión o la esperanza de tener una vivienda digna, el chavismo pudo aventajar en más de 1,5 millón de votos a Capriles. Do site do jornal ABC
09 de outubro de 2012
in aluizio amorim
STF CONDENA DIRCEU, SENHOR DO PT E DO MENSALÃO!
Após sete anos do estouro do mensalão, o Supremo Tribunal Federal (STF) condenou José Dirceu de Oliveira e Silva, o político que arquitetou o maior esquema de corrupção já organizado na república, para tentar perpetuar um partido no poder.
Às 19h08 horas desta terça-feira, com o voto do ministro Marco Aurélio de Mello, seguindo o relator Joaquim Barbosa, a mais alta corte do país formou maioria para condenar o ex-chefe da Casa Civil do governo Lula pelo crime de corrupção ativa - também votaram como ele Cármen Lúcua, Rosa Weber, Luiz Fux e Gilmar Mendes. A tendência é que os demais ministros profiram votos similares. Somente Ricardo Lewandowski e José Dias Toffoli, que já advogou para o PT, votaram pela absolvição.
O tempo da pena e o regime em que ela será cumprida ainda são incertos. Dirceu ainda será julgado por formação de quadrilha no curso da ação penal. A depender do veredito nessa acusação, ele tanto poderá passar alguns anos trancafiado quanto cumprir sua pena em regime aberto. Já inelegível até 2015, Dirceu talvez se veja banido, definitivamente, da vida pública.
Dirceu assumiu o comando do Partido dos Trabalhadores em 1995, depois de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva amargar sua segunda derrota na disputa pela Presidência da República. Aos poucos, conquistou a hegemonia no interior do partido. Empurrou os radicais do PT para as margens e abriu espaço para alianças com outras legendas, independentemente de alinhamento ideológico. O resultado do arranjo foi a vitoriosa eleição de Lula para presidente em 2002.
Na época, Dirceu saiu das urnas como o segundo deputado federal mais votado, com 556.768 votos. Não começou a exercer o mandato imediatamente porque seu papel na máquina era maior: ele seria o “capitão do time”, nas palavras do próprio Lula, o timoneiro de um governo em edificação. Como mostrou a Justiça brasileira, na argamassa desse edifício entravam a corrupção e o assalto aos cofres públicos.
A derrocada política, após ter sido cassado e apontado pela Procuradoria-Geral da República como o chefe do mensalão, não freou os ímpetos de Dirceu. Nas eleições de 2010, quando seu nome era quase proibido na campanha presidencial, ele discursou para petroleiros em Salvador: “A eleição da Dilma é mais importante do que a eleição do Lula, porque é a eleição do projeto político, porque a Dilma nos representa. A Dilma não era uma liderança que tinha uma grande expressão popular, eleitoral, uma raiz histórica no país, como o Lula. O Lula é maior do que o PT”. A frase revela como poucas a essência de Dirceu – um homem que vivia para o PT e, em certo sentido, era o partido.
É por isso que a condenação desta terça-feira equivale à condenação de um projeto de poder – da tentativa petista de se imiscuir nas engrenagens do estado por todos os meios – da nomeação de milhares de funcionários de confiança para cargos na administração à compra de “consenso” no Congresso, com a corrupção de parlamentares.
Biografia – José Dirceu deixou a Casa Civil, o mais importante posto da hierarquia ministerial, depois de trinta meses de poder, alvejado por um tiro certeiro do desafeto Roberto Jefferson (PTB), que na época era deputado federal como ele. A frase "Sai daí rápido, Zé", virou jargão popular.
De volta à Câmara dos Deputados, teve o mandato cassado na madrugada de 1º de dezembro de 2005. Tornou-se inelegível até 2015. Foi uma noite dura para o PT.
Desde o início do julgamento do mensalão, Dirceu fez raras aparições públicas. Passou boa parte dos dias entrincheirado em sua casa no município de Vinhedo, interior de São Paulo, ou na casa da mãe, em Passa Quatro (MG), município com 15 mil habitantes. Está mais magro e cabeludo, como nos tempos rebeldes que fez treinamento de guerrilha na ilha do camarada Fidel Castro.
Às vésperas de sua condenação, o petista ainda fez questão de se manifestar sobre o resultado das eleições municipais: "A vitória do nosso candidato a prefeito, Fernando Haddad (PT e partidos aliados) ao passar para o segundo turno é extraordinária, dentre outras razões políticas, porque confirma a força do PT na capital e no Estado e a liderança do ex-presidente Lula".
Dirceu continua vivendo para o PT. Do site da revita Veja
Às 19h08 horas desta terça-feira, com o voto do ministro Marco Aurélio de Mello, seguindo o relator Joaquim Barbosa, a mais alta corte do país formou maioria para condenar o ex-chefe da Casa Civil do governo Lula pelo crime de corrupção ativa - também votaram como ele Cármen Lúcua, Rosa Weber, Luiz Fux e Gilmar Mendes. A tendência é que os demais ministros profiram votos similares. Somente Ricardo Lewandowski e José Dias Toffoli, que já advogou para o PT, votaram pela absolvição.
O tempo da pena e o regime em que ela será cumprida ainda são incertos. Dirceu ainda será julgado por formação de quadrilha no curso da ação penal. A depender do veredito nessa acusação, ele tanto poderá passar alguns anos trancafiado quanto cumprir sua pena em regime aberto. Já inelegível até 2015, Dirceu talvez se veja banido, definitivamente, da vida pública.
Dirceu assumiu o comando do Partido dos Trabalhadores em 1995, depois de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva amargar sua segunda derrota na disputa pela Presidência da República. Aos poucos, conquistou a hegemonia no interior do partido. Empurrou os radicais do PT para as margens e abriu espaço para alianças com outras legendas, independentemente de alinhamento ideológico. O resultado do arranjo foi a vitoriosa eleição de Lula para presidente em 2002.
Na época, Dirceu saiu das urnas como o segundo deputado federal mais votado, com 556.768 votos. Não começou a exercer o mandato imediatamente porque seu papel na máquina era maior: ele seria o “capitão do time”, nas palavras do próprio Lula, o timoneiro de um governo em edificação. Como mostrou a Justiça brasileira, na argamassa desse edifício entravam a corrupção e o assalto aos cofres públicos.
A derrocada política, após ter sido cassado e apontado pela Procuradoria-Geral da República como o chefe do mensalão, não freou os ímpetos de Dirceu. Nas eleições de 2010, quando seu nome era quase proibido na campanha presidencial, ele discursou para petroleiros em Salvador: “A eleição da Dilma é mais importante do que a eleição do Lula, porque é a eleição do projeto político, porque a Dilma nos representa. A Dilma não era uma liderança que tinha uma grande expressão popular, eleitoral, uma raiz histórica no país, como o Lula. O Lula é maior do que o PT”. A frase revela como poucas a essência de Dirceu – um homem que vivia para o PT e, em certo sentido, era o partido.
É por isso que a condenação desta terça-feira equivale à condenação de um projeto de poder – da tentativa petista de se imiscuir nas engrenagens do estado por todos os meios – da nomeação de milhares de funcionários de confiança para cargos na administração à compra de “consenso” no Congresso, com a corrupção de parlamentares.
Biografia – José Dirceu deixou a Casa Civil, o mais importante posto da hierarquia ministerial, depois de trinta meses de poder, alvejado por um tiro certeiro do desafeto Roberto Jefferson (PTB), que na época era deputado federal como ele. A frase "Sai daí rápido, Zé", virou jargão popular.
De volta à Câmara dos Deputados, teve o mandato cassado na madrugada de 1º de dezembro de 2005. Tornou-se inelegível até 2015. Foi uma noite dura para o PT.
Desde o início do julgamento do mensalão, Dirceu fez raras aparições públicas. Passou boa parte dos dias entrincheirado em sua casa no município de Vinhedo, interior de São Paulo, ou na casa da mãe, em Passa Quatro (MG), município com 15 mil habitantes. Está mais magro e cabeludo, como nos tempos rebeldes que fez treinamento de guerrilha na ilha do camarada Fidel Castro.
Às vésperas de sua condenação, o petista ainda fez questão de se manifestar sobre o resultado das eleições municipais: "A vitória do nosso candidato a prefeito, Fernando Haddad (PT e partidos aliados) ao passar para o segundo turno é extraordinária, dentre outras razões políticas, porque confirma a força do PT na capital e no Estado e a liderança do ex-presidente Lula".
Dirceu continua vivendo para o PT. Do site da revita Veja
09 de outubro de 2012
COMO SEMPRE
Artigos - Cultura
Esquecer a dimensão estratégica desses crimes, usando as culpas individuais como cortina de fumaça para encobrir o plano global que os gerou, não é de maneira alguma fazer justiça: é inocentar o grande culpado, punindo em vez dele os seus colaboradores.
Vivendo num país onde, malgrado a corrupção nas altas esferas, o empenho diário de evitar o mal e fazer a coisa certa ainda é uma realidade vivente no seio de tantas famílias e uma referência incontornável até mesmo para a mídia mais mentirosa e vendida, a degradação dos padrões de julgamento moral no Brasil surge aos meus olhos com uma clareza estonteante.
Notem bem: eu não disse padrões de conduta, disse padrões de julgamento. A prática do crime aí tornou-se tão normal e corriqueira que ela própria determina os critérios com que será julgada, nivelando tudo por baixo.
O bem, o heroísmo e a santidade desapareceram do repertório das possibilidades humanas, até mesmo imaginárias, de tal modo que as virtudes mais banais e obrigatórias se tornaram a medida máxima de aferição das ações, e o simples fato de um funcionário cumprir o regulamento basta para elevá-lo ao céu dos modelos divinos.
Não vai nisso, é claro, qualquer crítica ou tentativa de depreciar o desempenho de Suas Excelências. Quem está julgando errado não são os juízes, é a sociedade brasileira, que elevou a vigarice e o crime a símbolos convencionais da normalidade e já se deslumbra até o ponto do desvanescimento e do orgasmo quando alguém simplesmente se abstém de praticar a esperada sacanagem.
Nessa escala diminuída, não é de espantar que a própria extensão dos delitos cometidos e punidos tenha sido reduzida à sua medida mínima, como se fossem meros pecados individuais e não a expressão direta, racional e inevitável da estratégia política global que dirige o curso dos acontecimentos neste País desde há uma década.
Nenhum dos réus do processo agiu por conta própria, nem no seu interesse pessoal exclusivo. Todos tinham a consciência clara – e por isso mesmo, a seus próprios olhos, totalmente limpa – de trabalhar para a glória e o poder do seu partido, para a consolidação da hegemonia esquerdista, que se colocava acima das leis não por um desvio acidental, mas com o propósito deliberado de destruir o sistema vigente e legitimar, pelo hábito repetido, o império soberano de uma nova autoridade: o "poder onipresente e invisível" de que falava Antonio Gramsci.
Esquecer a dimensão estratégica desses crimes, usando as culpas individuais como cortina de fumaça para encobrir o plano global que os gerou, não é de maneira alguma fazer justiça: é inocentar o grande culpado, punindo em vez dele os seus colaboradores.
O fato é que nem os juízes, nem os analistas de mídia, nem os formadores de opinião em geral conhecem, seja os planos estratégicos da esquerda brasileira como um todo, seja, mais ainda, a tradição marxista que os inspira e determina. Todos julgam, assim, desde uma visão minimalista onde os detalhes aparecem soltos e o projeto maior permanece incólume por trás do sacrifício de seus estafetas e office boys.
Quem quer que tenha estudado um pouco de estratégia comunista – o que não é o caso de nenhum desses ilustres opinadores – sabe que a conduta do partido revolucionário se orienta com o propósito de usar temporariamente o direito burguês como instrumento não só para impor em nome dele um direito novo e antagônico, mas de apressar a desaparição de todo o direito, substituindo-o pelos decretos onipotentes da elite iluminada que comanda o processo.
Onde quer que um partido imbuído da ambição revolucionária de mudar a sociedade de alto a baixo ascenda ao poder, usando para isso os pretextos mais respeitáveis da moralidade convencional – como o fez o PT ao longo da sua fulgurante carreira de denunciador da corrupção alheia –, a imoralidade e o crime se imporão logo em seguida, não como desvios e aberrações, mas como instrumentos preferenciais para demolir o senso estabelecido da moral e da justiça e, na subsequente confusão geral das consciências, impor um novo padrão de julgamento, onde a vontade revolucionária é o critério supremo e único do bem e da verdade.
Tudo isso está ocorrendo bem diante dos olhos sonsos e cegos de uma opinião pública que não apenas se contenta, mas entra em êxtase quando o partido criminoso entrega à justiça seus agentes menores para preservar-se politicamente, limpando-se na sua própria sujeira, como sempre.
09 de outubro de 2012
Olavo de Carvalho
Publicado no Diário do Comércio.
Publicado no Diário do Comércio.
DIRCEU AGORA É CORRUPTO SEGUNDO DOIS PODERES DA REPÚBLICA
José Dirceu teve o mandato de deputado federal cassado pela Câmara por corrupção. E obteve o sexto voto contrário no Supremo. Agora, também o Poder Judiciário decidiu que ele é um corrupto.
Dirceu consegue, assim, o prodígio de ser oficialmente corrupto segundo dois Poderes da República: o Legislativo e o Judiciário.
Um prodígio da luta revolucionária!
Dia histórico: 19h07 do dia 9 de outubro – Marco Aurélio é o sexto voto pela condenação de Dirceu e o sétimo pela de Genoino; ex-ministro deve ter placar contrário de 8 a 2; Genoino, de 9 a 1
Todos os ataques verbais à ordem institucional e à Justiça engendrados pelo PT foram inúteis. O ministro Marco Aurélio Mello leu o sexto voto pela condenação de José Dirceu e o sétimo pela condenação de José Genoino.
O voto do ministro também é arrasador. Faz uma verdadeira razia nas teses da defesa e do maior de todos os advogados dos réus: Ricardo Lewandowski.
Celso de Mello está ausente da sessão. Deve votar amanhã, quando se manifestará também Ayres Britto, presidente do tribunal.
A expectativa de que condenação ou absolvição de Dirceu tivessem placar apertado não se cumprirá. Dirceu deve amargar oito votos pela condenação; o placar contra Genoino deve ser de nove a um.
Pausa para o pensamento profundo de Lula…
Dirceu. Genoino e Delúbio estão condenados. Ainda resta esperança para o pais.
09 de outubro de 2012
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